Complementar Termodinamica
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MET-222-2 Termodinâmica da Atmosfera e Física de Nuvens
2015
Atmosfera média
Material de estudo complementar #1
Slides anotados
Autor: Marcos Daisuke Oyama (IAE)
Data: março de 2015
Este arquivo contém o material de estudo complementar #1. O material deve ser estudado em
casa antes de TER-2, e consiste em slides anotados, ou seja, cada slide é seguido de uma
explicação. Não há bibliografia específica, pois os conteúdos deste material são encontrados
em vários livros. Solicita-se que as eventuais dúvidas sejam enviadas diretamente ao
autor/docente ([email protected]).
O objetivo deste estudo complementar é abordar algumas características da atmosfera média
(perfis verticais de densidade, pressão e temperatura; camadas associadas à composição, etc.),
estendendo o que foi apresentado brevemente na aula #1 (perfis até 30 km).
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Para estudar a atmosfera média, utilizaremos a atmosfera-padrão de 1962, conhecida como
1962 U. S. Standard Atmosphere. Trata-se de uma referência clássica, com aspectos pontuais
atualizados posteriormente, e ainda muito utilizada atualmente. O grande mérito da atmosfera-
padrão é que os perfis se baseiam em dados observados de diferentes plataformas, como
radiossondagens, foguetes meteorológicos, etc.
No slide, podemos notar que, enquanto a pressão e a densidade possuem um comportamento
monotônico (ou monótono) – no caso, decaem com a altura –, a temperatura aumenta ou
diminui com a altura dependendo da camada. Na camada mais próxima à superfície (i.e.,
da superfície até cerca de 12 km de altura), conhecida como troposfera, a a temperatura
descresce com a altura (conforme visto na aula #1).
No slide, destacam-se os valores de pressão, densidade e temperatura à superfície. Memorizar
os seus valores aproximados (1000 hPa, 1 kg m-3
e 15°C).
Para a pressão e densidade, em todo o perfil,
de altura (H) entre 7 e 8 km. Na escala de altura (i.e., quando
corresponde a e-1
(≅ 1/3) do valor à superfície
Para a temperatura, a relação com a altura
camada, o lapse rate (Γ = –dT/dz
uma reta em cada camada. Logo, em cada camada,
refere-se à base da camada.
em todo o perfil, o decaimento é quase-exponencial
Na escala de altura (i.e., quando z = H), o valor da variável
do valor à superfície (p0 ou ρ0). Memorizar o valor de H
com a altura é linear por partes; isso significa que, em cada
dz) pode ser considerado constante, i.e., relação entre
. Logo, em cada camada, T = Tb – Γ(z – zb), onde o subscrito
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exponencial com escala
), o valor da variável
H (7 a 8 km).
é linear por partes; isso significa que, em cada
i.e., relação entre T e z é
), onde o subscrito b
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Da superfície para cima, as camadas atmosféricas são:
� troposfera, com lapse rate positivo e igual a aproximadamente 6,5 K km-1
;
� tropopausa, com lapse rate nulo;
� estratosfera, com lapse rate negativo (ou seja, T cresce com a altura, o que é chamado
de inversão);
� estratopausa, com lapse rate nulo;
� mesosfera, com lapse rate positivo;
� mesopausa, com lapse rate nulo;
� termofera, com lapse rate negativo (inversão).
As “pausas” (tropopausa, estratopausa e mesopausa; cor azul no slide) são camadas
isotérmicas, ou seja, possuem o lapse rate nulo. Memorizar o valor do lapse rate médio na
troposfera (6,5 K km-1
).
Por que o perfil de temperatura mostra mudanças tão grandes de
As camadas isotérmicas (“pausas”) marcam a transição entre
decrescendo com a altura) e negativo (
decrescer com a altura; logo,
aquecimento intenso e localizado
Da superfície para cima, o primeiro local de aquecimento intenso
ocorre absorção de radiação solar incidente
decresce com a altura (comportamento “default”). Mas
porque, na estratosfera, ocorre forte
ozônio (O3), o que leva a uma inversão. Acima da estratosfera, a temperatura volta a
descrescer com a altura (mesosfera). Mas esse comportamento novamente não se mantém
porque, na termosfera, ocorre forte aquecimento dev
oxigênio (O2). Assim, a absorção de radiação solar por O
encontradas na atmosfera média acima da superfície.
mostra mudanças tão grandes de lapse rate?
As camadas isotérmicas (“pausas”) marcam a transição entre lapse rate positivo
decrescendo com a altura) e negativo (inversões). Por “default”, a temperatura
logo, todo o perfil teria lapse rate positivo se não
aquecimento intenso e localizado em algumas porções do perfil.
Da superfície para cima, o primeiro local de aquecimento intenso é a própria superfície
absorção de radiação solar incidente. Mais acima, na troposfera, a temperatura
decresce com a altura (comportamento “default”). Mas esse comportamento não se mantém
, ocorre forte aquecimento devido à absorção de radiação solar por
uma inversão. Acima da estratosfera, a temperatura volta a
(mesosfera). Mas esse comportamento novamente não se mantém
, ocorre forte aquecimento devido à absorção de radiação solar por
. Assim, a absorção de radiação solar por O3 e O2 é responsável pelas inversões
encontradas na atmosfera média acima da superfície.
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positivo (temperatura
temperatura tende a
positivo se não houvesse
superfície, onde
troposfera, a temperatura
esse comportamento não se mantém
absorção de radiação solar por
uma inversão. Acima da estratosfera, a temperatura volta a
(mesosfera). Mas esse comportamento novamente não se mantém
absorção de radiação solar por
pelas inversões
A termosfera se estende de ~100 km a ~500 km e é uma camada com
(inversão) e temperaturas elevadas. A temperatura elevada na termosfera
sensação (macroscópica) de “quente”; significa somente que a
moléculas é grande. A sensação é de “
moléculas é muito pequena (devido à pouca densidade do
A temperatura na termosfera depende da atividade solar
a temperatura pode chegar a 1000
A transição para o espaço ocorre na
A termosfera se estende de ~100 km a ~500 km e é uma camada com lapse
(inversão) e temperaturas elevadas. A temperatura elevada na termosfera não corresponde à
sensação (macroscópica) de “quente”; significa somente que a energia cinética média das
moléculas é grande. A sensação é de “muito frio” porque a frequência de colisão entre as
pequena (devido à pouca densidade do ar).
A temperatura na termosfera depende da atividade solar. Em anos com maior atividade solar,
a temperatura pode chegar a 1000°C (sendo 500°C a temperatura com atividade solar média).
A transição para o espaço ocorre na exosfera, que se estende de ~500 km a ~10 mil km.
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rate negativo
não corresponde à
energia cinética média das
frequência de colisão entre as
atividade solar,
a temperatura com atividade solar média).
mil km.
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Em termos de composição, a atmosfera pode ser dividida em duas camadas:
� Na homosfera, camada que vai da superfície até ~100 km (turbopausa), a composição
dos principais gases é constante.
� Na heterosfera, acima da turbopausa, a composição varia conforme a altura. Na baixa
heterosfera, a composição é semelhante à da homosfera; na alta heterosfera, há
predominância de gases com menor massa molecular (como os gases H2 e He); os de
maior massa molecular, como N2 e O2, ficam confinados à baixa heterosfera.
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O limite superior da atmosfera varia conforme a fonte. De acordo com a Fédération
Aéronautique Internationale (FAI), o limite superior é de 100 km (que corresponde à
turbopausa), e esse limite é também utilizado para separar as atividades aeronáuticas (aviões)
das astronáuticas (foguetes). Outros consideram o limite de 1000 km (início da exosfera) e há
os que consideram 10 mil km (fim da exosfera). Para os propósitos meteorológicos, a maior
parte dos fenômenos ocorre abaixo de algumas dezenas de km de altura; assim, o critério da
FAI pode ser adotado.
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O slide contém o resumo das camadas da atmosfera. Note que o limite superior da atmosfera
varia de 100 a 10 mil km conforme a fonte.
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Exercício resolvido
Mostre que mais de 98% da massa da atmosfera concentra-se nos primeiros 30 km. Utilize a
relação empírica (decaimento exponencial com escala de altura entre 7 e 8 km).
Resolução:
A massa contida no elemento diferencial mostrado ao lado é dada
por:
AdzdVdm ρ=ρ= .
Logo, integrando de 0 a uma altura z, a massa da coluna por
unidade de área é dada por:
( )
( )∫ ′′ρ=z
zdzA
zm
0
.
Utilizando a relação empírica:
( )Hz−ρ=ρ exp0 ,
obtém-se:
( )
( )[ ]HzHA
zm−−ρ= exp10
.
Logo:
( )( )
( )Hzm
zm−−=
∞exp1 .
Para z igual a 30 km e H igual a 7,5 km, temos que a razão é igual
a 98,2%.
A quase totalidade da massa da atmosfera está concentrada nos primeiros 30 km. Se
compararmos esse valor com o raio da Terra, podemos entender a “aproximação de fluido
raso” feita em Meteorologia (ver em Dinâmica da Atmosfera) – de fato, a atmosfera é um
fluido bem raso se compararmos as dimensões horizontal e vertical. No slide, isso é ilustrado:
a atmosfera aparece como uma fina casca sobre a Terra.