Comparação Amizade x Cidade

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Comparação Amizade x Cidade (Fernanda) Aristóteles considera a amizade como uma virtude necessária entre as pessoas em suas diversas relações e nas relações políticas porque ela estreita os laços e harmoniza a polis. Para ele, mesmo que possuamos diversos bens, riqueza, saúde, poder, ainda assim, não será suficiente para nossa realização plena, pois nos faltará o essencial e o indispensável que é a amizade. Segundo Aristóteles cuidar de si era cuidar da polis, da vida em sociedade. O homem é um animal político e, portanto, a convivência é de suma importância, contudo, na política a amizade deve ser conduzida pela razão uma vez que a razão ajusta os desejos, que sem orientação, desequilibra o bom governo de uma cidade. Na ótica de Aristóteles, na política há três formas de governo e o mesmo número de desvio ou perversões. Existe o governo da Monarquia (governo de 01 só), a Aristocracia (governo dos melhores) e a Timocracia (governos dos que tem renda) e suas degenerações se dão, respectivamente, pela Tirania (governo de 01 só), pela Oligarquia (governo de uns poucos) e Democracia (governo de todos) nas quais os governantes tem como preocupação a satisfação de seus próprios interesses. Se fizermos uma analogia entre o governo da cidade e da família constatamos que na própria sociedade familiar podemos verificar essas formas de governo: a Monarquia no governo do pai sobre os filhos, a Aristocracia na divisão de tarefas entre marido e mulher, a Timocracia na centralização de poder de governo da família nas mãos do marido ou quando se escala a autoridade dos irmãos sobre os

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Texto baseado no filósofo Aristóteles

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Comparação Amizade x Cidade (Fernanda)

Aristóteles considera a amizade como uma virtude necessária entre as pessoas em suas diversas relações e nas relações políticas porque ela estreita os laços e harmoniza a polis.

Para ele, mesmo que possuamos diversos bens, riqueza, saúde, poder, ainda assim, não será suficiente para nossa realização plena, pois nos faltará o essencial e o indispensável que é a amizade.

Segundo Aristóteles cuidar de si era cuidar da polis, da vida em sociedade. O homem é um animal político e, portanto, a convivência é de suma importância, contudo, na política a amizade deve ser conduzida pela razão uma vez que a razão ajusta os desejos, que sem orientação, desequilibra o bom governo de uma cidade.

Na ótica de Aristóteles, na política há três formas de governo e o mesmo número de desvio ou perversões.

Existe o governo da Monarquia (governo de 01 só), a Aristocracia (governo dos melhores) e a Timocracia (governos dos que tem renda) e suas degenerações se dão, respectivamente, pela Tirania (governo de 01 só), pela Oligarquia (governo de uns poucos) e Democracia (governo de todos) nas quais os governantes tem como preocupação a satisfação de seus próprios interesses.

Se fizermos uma analogia entre o governo da cidade e da família constatamos que na própria sociedade familiar podemos verificar essas formas de governo: a Monarquia no governo do pai sobre os filhos, a Aristocracia na divisão de tarefas entre marido e mulher, a Timocracia na centralização de poder de governo da família nas mãos do marido ou quando se escala a autoridade dos irmãos sobre os outros em razão da idade e a Democracia que é quando ninguém manda na casa e todos fazem o que querem.

Em cada forma de governos há um grau de amizade e justiça entre quem governa e quem é governado e nas formas corrompidas de governo torna-se quase inexistente a amizade entre governantes e governados, pois aqueles (os governantes) usam estes (os governados) como instrumentos, sem se preocupar com o seu bem.

Para o filósofo: "Quando as pessoas são amigas não têm necessidade de justiça, enquanto mesmo quando são justas necessitam da amizade". Este seria um bom motivo para mantermos as amizades, e através delas, cuidarmos de nós e da vida em sociedade.