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    CODEX HERMETICUM 06 Publicao Classe E

    Como se Estuda Magia (Parte I)por Frater Goya

    Muitas pessoas chegam ao C:.I:.H:. e a outras organizaes na expectativa deaprender Magia. Mas o que Magia, como funciona, o que pode fazer por mim enquantoindivduo e enquanto cidado, isso se ensina, se aprende? Essas so perguntas quetentaremos responder satisfatoriamente ao estudante nesse ensaio. Devemos lembr-loporm, que esse documento um guia, no uma verdade absoluta. O que isso quer dizer?Que embora sejam regras que se aplicam na grande maioria dos casos, existem excees aelas e principalmente, sua experincia individual ir valid-las no percurso de sua jornada

    como estudante do oculto.

    1)O que Magia?Para responder essa pergunta, usaremos uma expresso de Aleister Crowley que

    define muito bem o assunto: Magia a Arte ou Cincia de causar mudanas com a fora da Vontade. Arte? Cincia? Magia uma arte, pois o Mago molda ou esculpe ouniverso conforme sua Vontade. uma Cincia, porque se funciona, pode ser repetidainmeras vezes para obter o mesmo resultado1. E a Vontade, o que ? o desejo real doser humano de fazer alguma coisa. No deve ser confundida com a Vontade corporal,mundana, pois a Vontade do Esprito. Logo, a Magia pode ser tambm definida comoo despertar da Verdadeira Vontade, atravs de mtodos especficos, usados para atingir

    este fim.

    Papus diz a mesma coisa dando um exemplo interessante: utilizando o tringulocomo forma da manifestao, ele diz: Poder todos tem. O que nem todos tem Vontade. Se voc tem poder, aliado Vontade, ocorre a manifestao que o resultadodessa soma. Logo teremos a equao: Manifestao = Poder + Vontade

    1 Embora os resultados possam ser atingidos, nem sempre pelo mesmo caminho. Segundo os acadmicosisso demonstra que a Magia no uma cincia, o que um engano. Pois, embora os meios possam variar osresultados devem ser obtidos da mesma forma. Em outro lugar falaremos mais sobre esses experimentos esuas variaes. Podemos citar aqui ttulo de exemplo, o trabalho de Armand Barbaux, entitulado O Ouro daMilsima Manh. Barbaux, segundo o livro, auxiliado por seu filho, conseguiu produzir o ouro potvel. Oprocesso foi bastante simples. Segundo o Mutus Liber(Livro Mudo), o componente principal da PedraFilosofal est o tempo todo sob nossos olhos e no o percebemos. Pensando um pouco, Barbaux percebeu queesse elemento era a terra. Junto ento algumas pores de terra, colheu o orvalho noturno (o leite da virgem),tudo isso sempre seguindo as ilustraes do Mutus Liber. Mas ento, se recolher alguma terra, misturar oorvalho e cozinh-los como ele fez, eu consigo repetir a experincia? A resposta um sonoro NO. O queacontece, conforme foi explicado acima, que Barbaux no pegou terra pura e simples. Ele pegou a terramagnetizada por determinadas foras planetrias (sob determinados auspcios astrolgicos) que j no eramais terra, mas sim uma determinada energia aprisionada na terra. A mesma coisa foi feita com o orvalho. Osexemplos que poderamos dar so muitos, mas acreditamos que apenas esse ser o suficiente para os fazerentender esse princpio.

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    2)Quantos tipos de Magia existem?Na verdade, existe um nico tipo de Magia. O que existe so variaes de

    intensidade de estudo e profundidade. Outra coisa que define o tipo da Magia suaaplicao. Quem diz que existe Magia branca, preta, cor-de-rosa ou cinza, no sabe oque est falando. Muitas pessoas ditas entendedoras do assunto, falam em nome daMagia Negra, Magia dos 7 Raios, e mais um monte de outras coisas. Na verdade o queacontece, que so pessoas que esto mais preocupadas com caras e bocas do que como verdadeiro conhecimento mgico. Nas diferentes intensidades de Magia, podemosdestacar os 3 principais, embora existam outros: A feitiaria, mais simples e voltadaprincipalmente adorao dos elementos. A Alta Magia, normalmente ritualizada eextremamente simblica. Por ltimo, a Teurgia, parte mais alta da rvore Mgica, onde

    j se opera livre dos rituais e onde o Ser Humano ocupa o seu lugar de direito nacriao, que o de Senhor de Toda a Criao.

    Segundo os tradicionalistas, a Magia tem como objetivo principal, devolver ao SerHumano a glria de dias passados. Na prpria Bblia, ao se contar a histria da criaodo Homem, se diz que o Homem (aqui a palavra Homem designa o gnero humano,homem e mulher, no apenas indivduos do sexo masculino), foi criado com o intuitode governar sobre todas as coisas criadas. Ao sair do estado paradisaco, o Homem como tempo foi se esquecendo de sua origem divina e perdendo sua fora e seu lugar naordem do universo. Conforme foi dito logo acima, a Magia um meio para se retomaressa posio.

    3)Existe alguma escola para isso?Sim. Existem algumas escolas que ensinam Magia. Mas deve-se filtrar muito bem a

    escola, pois dessa escolha pode depender sua felicidade futura. Existem escolas nasmais variadas formas e tamanhos. No estudo da Magia, pode-se separar as escolasprimeiro em dois grandes grupos:

    Escolas de Misticismo (Caminho da Espada Flamejante): Aqui se encontram osmsticos de fim de semana, pessoas que gostam do assunto, mas no querem seenvolver em excesso. Pode-se obter algum progresso, mas o conhecimento superficiale no completo. A Espada passa apenas sobre alguns caminhos da Etz Chaim, rvoredas Vidas dos Qabalistas, deixando uma boa parte de fora. Existem muitas escolas que

    praticam apenas essa categoria de estudos, mas uma boa parte tenta se vender comouma Escola de Ocultismo. As Escolas de Misticismo representam quase 95% domontante de Escolas de Magia. Mas na verdade, so apenas viveiros, que tem comoprincipal objetivo separar o joio do trigo, escolhendo os melhores estudantes que iroingressar nas Escolas de Ocultismo.

    Escolas de Ocultismo (Caminho da Serpente da Sabedoria): Esse caminho muitomais rgido e normalmente ningum entra diretamente nessas escolas. A Serpente daSabedoria passa por todos os caminhos da Etz Chaim, dando ao estudante um acesso a

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    coisas que antes ele acreditava existirem apenas em descries fantasiosas. Muito maiscompensador, porm, muito mais perigoso (pois quem pretende aprender a Magiaaposta a Vida), esse caminho na atualidade ocupa algo em torno de 2% dos ltimos 5%das Escolas de Magia. Nesses 5%, 3 so responsveis em preparar o estudante para osoutros 2%. De cada 100 pessoas que entram nessas escolas, apenas umas duas ou trsconseguem terminar todo o trajeto (sendo bastante otimista). Conforme diz Eliphas Leviem seu Dogma e Ritual da Alta Magia: No caminho das Altas Cincias, no convmempenhar-se temerariamente. Mas uma vez em caminho, preciso chegar ou perecer.

    Duvidar ficar louco, voltar para trs precipitar-se num abismo.

    4) Validade das EscolasMuitos ouvem dizer que Magia no pode ser aprendida, que se nasce ou no Mago.

    Isso uma verdade apenas parcial e errnea, que tem como objetivo apenas iludir oestudante e mant-lo em rdea curta. Algumas pessoas nascem com o dom da Magia.Outras, a grande maioria diga-se de passagem, precisam aprender a desenvolv-la. Sedependssemos apenas dos Magos naturais para poder estudar, h muito a Magia teriadeixado de existir. Pois, por sculo, apenas uma meia dzia de Magos naturais estariasobre a face da terra, de onde podemos concluir que numa caa s bruxas bem feita,exterminaria os Magos do planeta em pouqussimo tempo. O que seria da msica porexemplo, se tivssemos de esperar o nascimento de um Mozart para poder ouvir boamsica ou aprender a tocar algum instrumento? Muito provavelmente, se isso fosseverdade, talvez nem instrumentos musicais teramos, pois ningum saberia toc-los oque tornaria uma incoerncia a sua produo.

    As verdadeiras Escolas de Magia procuram despertar o processo Mgico dentro doestudante. Muitas vezes, o despertar de um Mago por uma Escola tem tanta efetividadequanto o despertar de um Mago natural.

    Como saber se uma boa escola?1) A coisa mais importante ao ser humano a liberdade. Qualquer grupo ou indivduoque se coloque acima disso, est tentando fazer de voc um escravo mental.2) Nenhum grupo deve interferir na sua crena religiosa. Sua crena e prtica religiosacomo indivduo no deve ser contraditria com seus estudos ocultos. Uma organizaoverdadeiramente tradicional (so muito poucas) trata de outros assuntos. Sobre essetema ver o CODEX 01 O C:.I:.H:. No uma Religio.

    3) Nenhum grupo "fraternal" afasta as pessoas. Principalmente de sua famlia. Se o seugrupo exclui sua famlia ou grupo social, cuidado. No por gostar de ocultismo quevoc precisa se envergonhar disso. como dizia um colega: Se voc sai com algumque jamais apresentaria para sua famlia, boa coisa no deve ser. Alguns grupospodem ser contra a participao da famlia nas atividades do grupo, mas isso no deveser uma regra geral.4) Nenhum grupo esotrico o aliena de suas atividades. No porque gosto deocultismo que devo abandonar o trabalho, os estudos ou a famlia. A Grande Obra nosespera no escritrio, em casa, e no somente em meio aos cadinhos e grimrios. Ela est

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    nas pequenas e nas Grandes Coisas. Separar a vida oculta da vida diria normalmentes gera erro e arrependimento. No devemos ter dois comportamentos diferentes, porexemplo, um em casa ou no trabalho e outro na prtica Mgica.5) Todo o conhecimento adquirido tem que poder ser utilizado na prtica. Se voc noconsegue aplic-los no seu dia-a-dia, ento alguma coisa est errada. Algumas pessoastem um falso moralismo que lhes faz afirmar que aquilo que se aprende no se usa. Avem a famosa pergunta: Se voc aprende algo que no pode ser aplicado na sua vidadiria, qual o objetivo? Conforme dito acima, a Magia um meio de libertar o homemda escravido do mundo profano. Se voc no pode aplicar essa mxima, o estudo perdea validade.6) Todo grupo estruturado precisa de uma fonte de renda. Agora, quando o dinheiro falamais alto que aquilo que se ensina, deve-se questionar a seriedade do grupo. Ou domembro. Grupos menores com poucas pessoas conseguem se organizar com pouco ounenhum gasto direto. Grupos maiores precisam da contribuio de seus membros paramanter uma estrutura.

    5)Sexo e MagiaAlgumas escolas fazem distino do sexo (masculino ou feminino). Embora

    pessoalmente no concorde com essa distino ela deve ser respeitada. As escolas quefazem essa distino tem regras particulares de conduta, muitas vezes envolvendocelibato, e normalmente indicam a vida monstica como alternativa de vida.Pessoalmente no sou a favor dessas escolas, pois elas em ltima estncia elas negamao estudante o seu complemento natural (que o sexo oposto).

    Segundo algumas correntes tradicionalistas, o ser humano s completo quandoencontra sua outra parte (aqui sempre se referindo a uma relao heterossexual) econsegue levar essa relao adiante. A comparao comum que no incio dos temposos dois eram um s, e depois foram separados.

    Essa afirmao concordante com a feita acima no texto, em que o homem buscaseu lugar de direito na hierarquia do mundo, e entre as coisas que deve fazer pararestaurar essa ordem, est a condio de voltar a ser uno. Nos ritos em que aconteceessa separao entre homem e mulher, a reconciliao torna-se impossvel, sem ferir aessncia dos ensinamentos. Embora devamos ressaltar aqui que, no havendo essareconciliao, o indivduo fica impossibilitado de ser uno definitivamente.

    Os Ritos Unificadores (aqueles que no fazem distino entre os sexos)

    normalmente trabalham as caractersticas de ambos, s vezes separado, s vezes junto, eno final do desenvolvimento, os homens iro desenvolver caractersticas femininas, e asmulheres caractersticas masculinas, podendo assumir uma caracterstica andrgina eat hermafrodita.

    6)O Que se Espera do EstudanteNo apenas o estudante que deve filtrar as escolas at encontrar uma que possa lhe

    acrescentar algo. Ele deve perguntar a si mesmo: O que posso fazer pela escola? Essecaminho de mo dupla. Voc deve obter algo da escola e dar algo em troca. Essa

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    relao dinmica e nunca esttica. No existe escola que apenas cobre sem dar nadaem troca tampouco existe escola que apenas d o conhecimento sem exigir algo doestudante. Mesmo que a escola cobre apenas disciplina, esta essencial para o avanodo estudante. Pessoas que esperam resolver problemas krmicos2, problemasmentais, familiares e coisas do gnero,no devem se envolver com o esoterismo.Existem hoje profissionais extremamente bem preparados para lidar com essassituaes. As Escolas Mgicas no precisam de mais um problema. ParafraseandoHomero: Os deuses no faro pelos homens o que estes no fizerem por si mesmos.

    7)O TutorQualquer sistema que se preze dever ter a figura de um tutor. Este recebe em vrias

    organizaes muitos nomes, como: padrinho, tutor, monitor, mestre, etc. Um tutor nodeve ter mais que dois ou trs adeptos sobre sua tutela, para que o ensino seja feito comqualidade. Qualquer nmero acima disso um risco assumido pelo tutor e peloestudante. Os tutores podem ser de dois tipos basicamente: escolhido pelo estudante ousorteado pelo grupo. Obrigatoriamente o tutor de um grau superior ao de seu discpuloe quase exclusivamente sua a responsabilidade do desenvolvimento do estudante. Se oestudante no atinge as metas estabelecidas para aquele grau, deve -se avaliar: O quefaltou para ele atingir? Ele recebeu as instrues que deveria receber? Praticou-as?Anotou suas dvidas? Qual foi sua participao nas atividades do grupo? E assim pordiante. E o tutor tem a obrigao de ajudar seu discpulo a seguir sempre mais alto. Oestudante jamais deve ficar sem uma resposta.

    8)Os meios usados para ensinarCada grupo possui seu prprio mtodo que vai desde tradio oral, at cursos em

    multimdia. Esses ltimos podem ser uma alternativa moderna mas tradicionalmenteno so levadas em considerao, uma vez que a iniciao s pode ser efetivadapessoalmente (falaremos sobre isso no prximo tpico). Os mtodos mais comuns so:a)Contato mental: Algumas pessoas alegam receber instrues do seu tutor ou mestre

    diretamente em pensamento. Embora seja possvel, nunca foi comprovado a eficciadesse sistema, nem se conhece algum que tenha percorrido todo o caminhobaseado unicamente nesse mtodo.

    b)Tradio oral: nenhum material escrito, ou gravado entregue ao estudante. Este iraos encontros e receber as instrues pessoalmente de boca a ouvido.

    2 Sobre o Karma, iremos publicar em breve um texto entitulado Novos Estudos sobre a Reencarnao. Masaquele que acredita que est com algum dbito krmico, jamais consegue realizar a verdadeira Vontade. Pois,como fazer a minha Vontade se sobre mim carrego o peso de vidas passadas? Ou ainda: Como fazer a minhaVontade se posso ter de pagar algo na minha prxima vida? E se no der certo? Esses so problemas quesero abordados nesse novo ensaio. Acreditamos que o sistema Kardecista desviou do caminho correto osltimos duzentos anos (mais precisamente 144 anos, se consideramos como incio do Kardecismo a primeiraEdio do Livro dos Espritos em 18 de abril de 1857) se de vida oculta no Ocidente. Tal erro s poder serreparado depois de um longo caminho de correo na direo da libertao do Esprito Humano. Vs soislivres. Aqueles que dizem em contrrio disso, querem apenas aprisionar vossa alma e embaar vossaVontade, impedindo-vos de voar. Ah, caro, como doce a sensao de voar alto... Anderson Rosa

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    c)Tradio escrita: o estudante recebe algum material ou mesmo todo por escrito,atravs de apostilas, livros ou monografias. Esse mtodo s pode ser validado se forusado junto com uma exigncia prtica, onde o material escrito ser apenas um guiae no o objetivo do ensinamento. Se isso acontece, corre-se o risco de se tornar umcurso de Magia por correspondncia.

    d)Tradio mista: utiliza diversos meios (oral, escrito, mental) para transmitir oconhecimento. Atualmente poucos grupos usam esse mtodo com eficcia eequilbrio, sem se deixar levar pelas facilidades do mtodo escrito.

    Uma boa escola tenta explorar os vrios mtodos, de acordo com o material a serpassado ao estudante. Nesses casos, a figura do tutor de fundamental importncia,pois ele ir acompanhar de perto o estudante e ir avaliar seu desempenho naorganizao.

    O DirioTodo grupo que se preza deve exigir do estudante a manuteno de um dirio, onde

    sero anotadas todas suas experincias pessoais com a Magia. Esse dirio de usoexclusivo do estudante, embora possa ser examinado pelo seu tutor ou chefe do grupoquando necessrio. Aconselha -se anotar no dirio a data, a hora, o local, e as posiesplanetrias do Sol da Lua e o dia da semana, para futura referncia.

    O Que Anotar?Tudo importante. Seja um pensamento, as prticas, um sonho, uma queixa, um

    desejo, tudo importante e deve ser anotado com o maior nmero de detalhes possvel.O dirio deve ser um retrato fiel da anotao a que se refere.

    9)O Processo de IniciaoSer aceito num grupo fechado normalmente um poderoso excitante para o esprito

    humano. Mas ele envolve foras poderosas que iro modificar definitivamente a vida doestudante. Normalmente, antes de entrar num grupo, o candidato dever passar por umprocesso probatrio onde ser testado at a exausto em sua inteno, lealdade ededicao com a instituio que deseja se iniciar.

    Qual o objetivo da Iniciao:

    Uma iniciao, como o prprio nome indica, marca o comeo de uma nova vida.Nos meios tradicionais (pode-se incluir aqui a Maonaria, o Rosacrucianismo, a Gnose,a Golden Dawn, a O:.T:.O:., etc.) uma dramatizao de uma morte simblica queconduz o iniciando a uma nova vida. Marca tambm a aceitao do Candidato pelogrupo. Mais importante que tudo isso, so os vrios quesitos que uma iniciao (paraser efetiva ou legtima) deve atender:1) Toda iniciao deve conter os smbolos inerentes ao grupo;

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    2) Deve conter os conhecimentos bsicos referentes ao grupo, de forma que, se oestudante lembrar-se apenas dos rituais, esses devem conter a verdade central do grupo,de forma resumida ou integral.3) Os rituais devem oferecer uma viso estruturada do universo conforme este percebido pelo grupo, ou ainda, deve oferecer um conjunto de leis naturais cujaobedincia possa causar o que se chama libertao.4) Um conceito de vida e morte prprio do grupo, incluindo o post-mortem. Valelembrar que atualmente, muitos grupos comeam na primeira iniciao falando damorte ou transio, para depois simplesmente ignorar o tema, como se fosse incmodoou desnecessrio tratar desse assunto. Incmodo porque como ocidentais, ainda noelaboramos muito nossa relao com a morte. Para ns ela ainda exibe apenas seu rostodeformado. E desnecessrio porque na atual confuso reinante no meioesotrico/ocultista, teorias sobre ps-morte o que no falta. E na esmagadora maioriadelas, so apenas variaes pobres da verso kardecista da reencarnao. Como muitaspessoas seguem mais de um caminho no intuito de terem uma viso universalista(falaremos sobre isso mais adiante), acabam fazendo um sincretismo perigoso decrenas capaz de levar a loucura um monge tibetano. Se assim, o que acontece comnossos msticos (no ouso cham-los de ocultistas, com medo que minha lngua cia oumeus dedos murchem) que no enlouquecem? Ser que no? Se assim, por que existeum grande hiato no sculo XX de grandes escritores ocultistas, salvagardados algumasmentes brilhantes quase desapercebidas na vastido do vazio?

    A bem da verdade, a nica que merece ser chamada iniciao, a cerimnia que

    marca a entrada do indivduo no grupo. As conseqentes so apenas cerimnias depassagem de grau. Cham-las de iniciaes dar a elas um status que definitivamenteelas no tem. Ou pior: ignorar tudo que foi descrito acima.

    Se um grupo ou vrios no consegue(m) cumprir esses quesitos, ento no sogrupos dignos do nome Magia. Na atualidade creio que cabem nos dedos de uma moos grupos que conseguem manter essa unidade sem se deixar corromper pelas propostasNew Age.

    10) Mestres e Hierarquias

    amplamente disseminado entre a gente comum, ou profanos, que o aquele que no

    nasceu como Mago no tem verdadeiro poder, ou que algum de determinada linha deestudo mais poderoso que outro, e por a seguem as coisas absurdas. Essas pessoasnada mais so que perpetuadores de supersties.

    Os graus de estudo normalmente, embora possa ter inmeras variaes, seguemuma estrutura bsica conforme descrita abaixo:

    a)Aprendiz, Companheiro e Mestre ou Druida, Bardo e Merlin segundo umaestrutura trina.

    b)Neophyto, Artifex, Philosophus e Adeptus Iluminati segundo uma estruturaquaternria.

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    c)Uma estrutura septenria, como as 7 fases do trabalho alqumico (Calcinatio,Sublimatio, Solutio, Putrefatio, Distilatio, Coagulatio, Tinctur).

    d)Estrutura em 10 Graus seguindo a sequncia da rvore das Vidas da Qabalah.

    Hierarquias entre grupos

    H um Deus de viver em um co? No! E se por acaso umDeus nasce no seio de uma alcatia, e pedem-lhe que roa ossoscomo o resto, que esperais, seno que o Deus ultrajado se retire para o meio de seus semelhantes ou, num acesso de clera,dizime os ces insolentes at que, assustados, parem deimportun-lo e comecem a obedec-lo como prprio?

    Marcelo Motta, Chamando os Filhos do Sol.

    Um iniciado pode reconhecer outro do mesmo grau independente de sua linha deestudo. Embora cada linha de estudo tenha uma estrutura que lhe prpria conformemostrado no item anterior, pode-se tabular os graus entre as ordens, o que facilita oreconhecimento dos graus correspondentes entre si.

    Tecnicamente, um iniciado deve, por seus prprios meios conseguir perceber ograu de outro adepto. Se no consegue, porque ele ainda no atingiu o grau do outro.Ou seja, pessoas que possuem o mesmo grau, independente da organizao oumovimento que fazem parte, se reconhecem entre si. Ou dito de outro modo, o que estacima sempre reconhece os do mesmo grau e aqueles abaixo dele.

    Desafio entre MagosMuita gente se pavoneia de ser ultra poderoso, Mago completo e coisas assim. Mas

    na hora H, correm se esconder para chorar escondido num canto como criana quefez coisa errada. Para que um desafio entre Magos tenha validade deve-se seguiralgumas regras:1) Se voc no consegue perceber qual o grau de desenvolvimento daquele que vocest querendo de desafiar, no faa isso. Ele pode estar muito acima de voc nahierarquia. E voc ir descobrir de maneira bastante amarga o por qu no se desafiaalgum mais forte que voc.2) Se voc o mais forte, no desafie o mais fraco. Isso covardia.

    3) Chefes de grupos s podem combater outros chefes de grupos. Caso um membro deoutro grupo o desafie, ele ser representado por um membro correspondente do seuprprio grupo. Caso contrrio arrisca-se cair no 2 item.4) De preferncia o duelo deve ser assistido por membros dos dois grupos envolvidospara garantir uma luta justa.5) Jamais desafie algum sem ter motivos para isso. O retorno pode ser bastanteamargo.6) Uma vez aceito o desafio, este deve ser levado adiante at que um dos dois tenhavencido o seu opositor. Nenhum dos dois poder desistir no meio da contenda. E quem

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    perder dever arcar com as responsabilidades dos seus atos, sejam elas quais forem.Inclusive a morte.

    11)A totalidade e a especializaoAt o incio do sculo XX um Mago legtimo era algum que dominava as cincias

    ocultas com mestria. Conhecia Tarot, Astrologia, Alquimia, Geomancia, Projeo,Tcnicas Corporais, Qabalah, etc. Depois do incio do sc. XX com a decadncia dasEscolas de Ocultismo, virou mania se especializar em alguma coisa. Ouvimos algumdizer: Sou Tarlogo(a), e no sei nada de astrologia. Se quiser saber algo, tenho umamigo(a) que.... Isso um dos maiores disparates do ocultismo moderno. Todas essascincias esto intimamente ligadas umas s outras. Valorizar apenas uma comovalorizar as mos e deixar morrer o resto do corpo. Para ser um Mago real e no apenasno nome, deve-se ter domnio sobre todas as reas do conhecimento mgico a que seprops estudar. Isso nos leva ao prximo tpico.

    12)Universalidade e AlienaoO Mago legtimo deve dominar o conhecimento de sua poca. Deve ter um

    conhecimento universal, e no saber um pouco de cada coisa, como costumamos ver.Esse tipo de atitude s aumenta a confuso e conduz hostes inteiras de estudantes aoerro, desgraa e a condenao eterna de suas faculdades mentais. Fazer cursos de fim-de-semana sobre Kundalini, Tarot, e Wicca (s pra citar os mais comuns), assinar aficha do sanatrio. O processo da Magia Wicca no aprendido num ou mesmo vriosfins-de-semana. o processo de uma vida. A mesma regra serve para o Tarot e para a

    Kundalini. Mexer com essas energias sem estar preparado como dar a uma criana de3 anos uma arma carregada e engatilhada. s esperar pelo inevitvel. E depois vem aslamentaes: Pois ... Essa tal de Magia tem uma carga pesada, um amigo meu ficoulouco. Ficou ou j era, de mexer com o que no conhecia?

    13)Sexualidade e MagiaComo foi dito no incio do texto, existem grupos que separam homens e mulheres.

    Em alguns os homens mandam e as mulheres obedecem. Em outros o inverso. Nagrande maioria das vezes, essas escolas (admitimos que algumas tem um motivo que

    justifique essa conduta) servem apenas para que os opressores do sexo oposto mostremsuas garras e dominem aqueles que na vida real no conseguem. Ou seja: homens

    frustrados com o sexo oposto que tentam domin-lo pela fora, colocando as mulheresem posio de desvantagem justificada (????) pela Magia. Ou no caso das mulheres,senhoras e senhoritas que tem dificuldades de relacionamento ou levam uma vida queno lhes satisfaz em um ou vrios aspectos e que literalmente escravizam (em algunsgrupos os homens so realmente denominados escravos) o sexo oposto. Tanto noprimeiro como no segundo caso, fica um alerta: um tipo de relao sado-masoquista,onde a mulher que procura um grupo de tendncia masculinizada na verdade no temnada a aprender ali, apenas sofre em silncio e acha que isso era seu destino. E ohomem que procura um grupo feminilizado tambm s busca um sofrimento que lhe d

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    um prazer que no ir lhe dar qualquer outro benefcio alm da iluso de ser um escravoobediente.

    Concluso:

    Conforme foi dito no incio do texto, ele no definitivo nem tampouco verdadeiro.Mas serve como uma lmpada guia na escurido que marca o caminho das CinciasOcultas. No pretendemos dizer que esta ou aquela organizao ou pessoa seja overdadeiro mestre, mas auxiliar o estudante na tentativa de encontrar um grupo ondepossa realmente se desenvolver sem ter que se preocupar onde esto levando sua alma. Naprxima parte desse CODEX iremos abordar as diferenas entre Magia Prtica e MagiaTerica.

    Khabs Am Pekht Konx Om Pax Luz em Extenso