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Introdução ao Mercado de Ações Invisto no mercado a vista de ações e opções desde 2005. No começo, passava horas e horas procurando informações e dicas na internet. Contudo, sempre esbarrava nas informações superficiais ou então muito complexas para um iniciante. Comecei então a ler livros específicos e quando aprendia algo relevante, tomava nota. Todos os dias lia análises técnicas de Márcio Noronha e relatórios de empresas, escutava as notícias no canal Bloomberg, e por aí em diante... Ao passar dos anos percebi a impossibilidade de acompanhar as ações todos os dias o dia todo e continuar meus estudos na engenharia de produção. Perdia várias oportunidade de compras e vendas porque não estava na internet naquele momento e o rendimento da minha carteira ia diminuindo. Foi então que percebi que só me restavam duas opções: ter um investimento mais seguro em ações e de longo prazo de forma a complementar minha aposentadoria e poder me dedicar à minha profissão; ou então dedicar-me exclusivamente às ações e virar um trader profissional, utilizando a análise técnica e buscando oportunidades de curto prazo e um rendimento maior. Optei por ser engenheiro e ter uma um rendimento complementar com os investimentos em ações e não me arrependo. De toda forma, ainda manti em meu site a parte inicial da análise técnica para aqueles que desejam começar tal carreira. Se está interessado em dar passos iniciais nesse rentável e excitante tipo de investimento, encontrará aqui algumas das minhas anotações feitas acerca do assunto, indicações de corretoras e softwares para auxílio no trade. A maior parte do material foi feito por mim, mas há passagens retiradas de outros autores e sites, devidamente referenciadas, respeitando os direitos autorais dos respectivos autores. Comece pela parte fundamentalista para entender as regras do mercado e depois passe para a parte gráfica. Leia 1

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Introdução ao Mercado de Ações

Invisto no mercado a vista de ações e opções desde 2005. No começo, passava horas e horas procurando informações e dicas na internet. Contudo, sempre esbarrava nas informações superficiais ou então muito complexas para um iniciante. Comecei então a ler livros específicos e quando aprendia algo relevante, tomava nota. Todos os dias lia análises técnicas de Márcio Noronha e relatórios de empresas, escutava as notícias no canal Bloomberg, e por aí em diante...

Ao passar dos anos percebi a impossibilidade de acompanhar as ações todos os dias o dia todo e continuar meus estudos na engenharia de produção. Perdia várias oportunidade de compras e vendas porque não estava na internet naquele momento e o rendimento da minha carteira ia diminuindo. Foi então que percebi que só me restavam duas opções: ter um investimento mais seguro em ações e de longo prazo de forma a complementar minha aposentadoria e poder me dedicar à minha profissão; ou então dedicar-me exclusivamente às ações e virar um trader profissional, utilizando a análise técnica e buscando oportunidades de curto prazo e um rendimento maior. Optei por ser engenheiro e ter uma um rendimento complementar com os investimentos em ações e não me arrependo. De toda forma, ainda manti em meu site a parte inicial da análise técnica para aqueles que desejam começar tal carreira.

Se está interessado em dar passos iniciais nesse rentável e excitante tipo de investimento, encontrará aqui algumas das minhas anotações feitas acerca do assunto, indicações de corretoras e softwares para auxílio no trade. A maior parte do material foi feito por mim, mas há passagens retiradas de outros autores e sites, devidamente referenciadas, respeitando os direitos autorais dos respectivos autores.

Comece pela parte fundamentalista para entender as regras do mercado e depois passe para a parte gráfica. Leia as análises de especialistas e tente compreendê-la. Deixe para fazer as suas próprias análises quando tiver experiência.

Lembre-se: bolsa de valores não é um jogo, não pense que ficará rico com isso. Procure aumentar os rendimentos e seja disciplinado que terás sucesso. Boa Sorte!

Índices de Ações

Os índices de ações servem como um termômetro para o mercado, pois as ações tendem seguir um movimento em grupo, desvalorizando-se ou valorizando-se conjuntamente, principalmente nos casos onde o índice sofre variações bruscas. Os índices geralmente englobam as ações mais negociadas no mercado a que se referem. Veja abaixo os principais índices.

IBovespa:

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É o mais importante indicador do desempenho médio das cotações do mercado de ações brasileiro, porque retrata o comportamento dos principais papéis negociados na BOVESPA. É o valor atual, em moeda corrente, de uma carteira teórica de ações, constituída em 02/01/1968, a partir de uma aplicação hipotética. A carteira teórica é integrada pelas ações que, em conjunto, representaram 80% do volume transacionado à vista nos doze meses anteriores à formação da carteira. Para que sua representatividade se mantenha ao longo do tempo, são feitas reavaliações quadrimestrais, alterando-se a composição e peso da carteira.

IBRX:

Índice Brasil: é um índice de preços que mede o retorno de uma carteira teórica composta por 100 ações selecionadas entre as mais negociadas na BOVESPA, em termos de número de negócios e volume financeiro, ponderadas no índice pelo seu respectivo número de ações disponíveis à negociação no mercado. A carteira teórica do índice tem vigência de quatro meses, vigorando para os períodos de janeiro a abril, maio a agosto e setembro a dezembro. Ao final de cada quadrimestre, a carteira é reavaliada utilizando-se os procedimentos e critérios integrantes desta metodologia.

Dow Jones Industrial Average (DJIA):

É o mais importante indicador do desempenho da Bolsa de Valores de Nova York. Foi introduzido em 1896 por Charles H. Dow, sendo a mais antiga medida utilizada continuamente do mercado acionário.Este índice compreende 30 ações que representam empresas líderes em grandes setores. Essas ações são amplamente possuídas pelo mercado e são todas Blue-Chips.

S&P 500:

É um índice bastante utilizado para medir a performance das chamadas Large-Caps (empresas de alta capitalização bursátil) nos EUA. As empresas que compõem o S&P500, quando somadas, representam mais de 1 trilhão de dólares.

NYSE Composite:

O índice mede a variação no valor agregado de mercado de todas as ações (common stocks) da Bolsa de Nova York, ajustados para eliminar os efeitos de variações de capitalizações, novas empresas listadas e empresas que deixam de ser negociadas na NYSE. O valor de mercado de cada empresa é calculado multiplicando o preço pelo número de ações listadas. Além disso, são calculados 4 subgrupos de índices - Indústria, Transportes, Utilidade Pública e Finanças.

Nasdaq 100:

Este índice mede a performance das 100 maiores empresas não-financeiras (domésticas ou não) listadas no Nasdaq. Cada papel é ponderado de modo a não exercer um

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peso dominante no índice. Engloba empresas de setores variados como: equipamentos de computador, software, telecomunicações, comércio e biotecnologia.

Bovespa

No Brasil, a única bolsa que merece atenção é a Bovespa. Nela são negociadas ações das principais empresas com atividades no território nacional. Apesar de praticamente cada estado brasileiro possuir a sua bolsa de valores, é na Bovespa que se concentra mais de 90% do volume financeiro do mercado a vista. As outras pequenas bolsas de valores negociam títulos de pouca liquidez, suas cotações não são divulgadas em jornais e redes de TV, a transparência existente não é tão grande e não se pode operar através do home-broker. Ou seja, pode-se dizer que a Bovespa é o meio mais prático de se investir em ações, independentemente em qual estado você esteja.

Os preços das ações no mercado à vista são formados através da interação das forças de oferta e demanda. A cotação de uma ação é o valor do último negócio realizado no pregão. Tal negociação pode ter ocorrido a alguns dias (no caso de ações de pouca liquidez) ou no último segundo (no caso das ações blue chips). Um negócio ocorre quando a maior oferta de compra de uma certa ação é igual ou maior que uma oferta de venda, ou quando uma oferta de venda é menor ou igual a uma oferta de compra. Vejamos um exemplo: considere uma ação ABCD4, sua cotação é de R$ 39,37 e temos as seguintes ofertas de compra e venda:

Suponha agora que um acionista queira vender 100 ações ao preço de R$ 39,35, então sua oferta entrará na lista na posição 3, pois é do mesmo valor que as duas primeiras ofertas e foi colocada depois. Já se o preço de compra fosse R$ 39,38, entraria na posição 1, pois mesmo sendo colocada depois, o valor de compra é maior que todos os demais. Finalmente, um comprador mais confiante, solicitou comprar 700 ações ao preço de R$ 39,40. Observe agora que o valor ofertado de compra é maior que o menor valor ofertado de venda, então ocorre um negócio e a cotação da ação muda para R$ 39,39. Contudo, a quantidade de compra era maior que a de venda em 100 unidades, então a ordem será

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executada parcialmente, sendo compradas as 600 ações ao preço de R$ 39,39 e ficando a ordem de compra das 100 ações restantes na posição de maior prioridade ao preço de R$ 39,40. OBS: o preço de negociação foi de R$ 39,39 e não R$ 39,40 porque a oferta de venda foi colocada antes que a de compra. Do mesmo modo que as 100 ações restantes serão compradas ao preço de R$ 39,40 mesmo se o vendedor enviar uma ordem de R$ 39,30, pois a terá feito mais tardiamente.

Lote Padrão e Mercado Fracionário:

São as quantidades mínimas exigidas pela Bovespa para que ações com características idênticas possam ser adquiridas no mercado à vista. Em geral, o lote-padrão é um número redondo múltiplo de 100, 1000, etc. Caso a quantidade de ações não seja um múltiplo do lote padrão, o resto da divisão ações negociadas/lote padrão é negociado no mercado fracionário. Exemplo: se o lote-padrão de um papel for 1000 ações, para negociar 1500 ações será necessário negociar 1 lote inteiro no mercado à vista e 500 ações no mercado fracionário.

A princípio, os mercados fracionário e integral são independentes, podendo uma mesma ação estar subindo no integral e se desvalorizando no fracionário, ou vice-versa. No entanto, os preços de ambos os mercados são bem próximos. Uma vez que as ações são as mesmas em ambos os mercados, variando apenas as quantidades negociadas, não faria sentido uma grande diferença de preços. Por exemplo, se uma ação X estivesse sendo negociada a R$ 10,00 no mercado integral e a R$ 20,00 no fracionário. Então, alguém compraria um lote de 100 no integral e venderia em duas ordens de 50 no fracionário a R$ 20,00, realizando um lucro de 100%.

Blue Chips e Small Caps:

As blue chips, também conhecidas como ações de 1ª linha, são ações de empresas que, além de serem de grande porte, apresentam elevada liquidez e volume de negócios. Não existe uma lista oficial das empresas blue chips. O mercado é que determina quem são estas empresas. As Small Caps - também conhecidas como ações de 2ª e 3ª linhas - são ações de empresas de patrimônio líquido, liquidez e volume de negócios inferiores às ações Blue Chips.

O Que Faz Uma Ação Valorizar ou Desvalorizar?

As variações nos preços das ações dependem basicamente das expectativas do mercado em relação ao futuro da empresa. São essas expectativas que irão determinar a oferta e a procura dos investidores por um determinado papel (ação).

Entre os principais itens acompanhados pelos investidores temos:

Lucros futuros; Receitas futuras; Condições futuras do mercado no qual a empresa se insere;

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Taxa de juros; Grau de alavancagem da empresa; Grau de exposição da empresa em relação a mudanças econômicas;

Empresas que apresentam comportamento cíclico tendem a acompanhar as oscilações da economia. Exemplos de empresas cíclicas são empresas aéreas e de papel e celulose. Por outro lado, existem empresas que são menos impactadas pelas oscilações econômicas, pois a demanda por seus produtos tende a manter-se estável (ou a cair menos que proporcionalmente) em períodos de turbulência econômica. Exemplos deste tipo de empresa são as empresas de telefonia fixa e as concessionárias de energia elétrica.

Como Comprar e Vender Ações:

Para comprar ou vender ações no mercado à vista, é necessária a intermediação de uma sociedade corretora que está credenciada a executar, em pregão, a ordem de compra ou venda de seu cliente, através de um de seus representantes (operadores). A maneira mais fácil e barata de enviar ordens de compra e venda de ações é através do Home broker da Bovespa.

Corretoras

Para comprar ou vender ações no mercado à vista, é necessária a intermediação de uma sociedade corretora que está credenciada a executar, em pregão, a ordem de compra ou venda de seu cliente, através de um de seus representantes (operadores). A maneira mais fácil e barata de enviar ordens de compra e venda de ações é através do Home broker da Bovespa.

Home Broker:

O Home broker é um sistema que permite às corretoras enviarem ordens direta e eletronicamente para a Bovespa. Este sistema permite que as ordens de compra e venda de ações e opções sejam enviadas através da Internet.

O Home broker possibilita maior rapidez e praticidade nas negociações em bolsa de valores. Além destas vantagens o Home broker também possibilita:

Maior rapidez no cadastramento e no envio de documentos; Consulta online de suas posições financeiras e de custódia; Acompanhamento de suas carteiras de ações e outros ativos financeiros; Envio de ordens em tempo real diretamente para a Bovespa (sem passar por um

intermediário); Possibilidade de programar as ordens; Maior agilidade no recebimento das confirmações de execução de ordens; Acesso online a cotações, notícias e análises técnica e fundamentalista.

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Entre os homebrokers mais utilizados no Brasil estão:

www.banifinvest.com.br www.fatorcorretora.com.br www.agorainvest.com.br

Custos Incidentes Sobre Operações Com Ações:

Corretagem: a maneira mais tradicional de se cobrar corretagem é aplicando um percentual sobre o valor total da ordem executada. Esse Percentual varia de acordo com o montante investido e de corretora para corretora, podendo ser de 0,1% até 2%. No entanto, algumas corretoras cobram uma taxa fixa que varia de R$ 10,00 a R$ 20,00 por ordem executada, independentemente do seu valor. Emolumentos: a tarifa de emolumentos é cobrada pela Bovespa e depende da classificação do investidor. Caso seja um day-trade, é cobrado 0,025% do volume operado. Caso contrário, a Bovespa cobra uma taxa de 0,035% do volume operado. Assim como a corretagem, os emolumentos só são cobrados se a ordem for executada. Custódia: é um serviço de guarda das ações do cliente que a bolsa e corretoras prestam aos seus clientes. Algumas corretoras cobram R$ 10,00 mensais para esse tipo de serviço, outras não cobram nada.

Impostos: operações na bolsa de valores são isentas de CPMF. Caso o valor total de alienação das ações não ultrapasse R$ 20.000,00, o investidor ainda é isento de imposto de renda. Veja a seguir maiores detalhes.

Tipos de ordem:

Ordem a Mercado: o investidor especifica somente a quantidade e as características dos valores mobiliários ou direitos que deseja comprar ou vender. A ordem é executada imediatamente ao melhor preço. Limitada: a operação será executada somente por um preço igual ou melhor que o indicado pelo investidor. As ordens inseridas através do Home-Broker são sempre do tipo Limitada, por exigência da Bovespa. Isso quer dizer que você deverá sempre determinar o preço máximo que deseja pagar numa compra e o preço mínimo que deseja receber numa venda. Lembre-se de que sua operação poderá ser executada a um preço mais favorável, caso a contraparte tenha inserido uma ordem a um preço superior ao preço que você colocou como limite para a venda ou preço inferior, no caso da compra.

Ordens Com Start ou Stop: são ordens que ficam em stand by, aguardando o preço de disparo, para serem enviadas para a bolsa. Portanto, sua ordem só entrará no caderno de ofertas quando ela atingir o preço de disparo. As ordens stop disparadas para a bolsa são limitadas.

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A ordem do tipo Stop Limitada pode funcionar como uma ferramenta de proteção para o investidor, já que a ordem é enviada à Bolsa, quando o preço da ação ultrapassar o limite determinado pelo cliente como preço de disparo da ordem. Por exemplo, se um investidor comprar uma ação a R$ 2,00 e quiser limitar sua perda a 10%, ele poderá colocar uma ordem stop limitada a R$ 1,80. Quando o preço do último negócio for igual ou menor a R$ 1,80, será disparada uma ordem de venda limitada a R$ 1,80. O preço de disparo pode ser diferente do preço limite de execução. Por exemplo, o investidor pode estabelecer o preço de disparo da ordem como sendo de R$ 1,80 mas com execução limitada a R$ 1,70 ou qualquer outro preço. Lembre-se de que mesmo que sua ordem esteja limitada a R$ 1,70 o preço de execução poderá ser superior, caso haja um comprador a preço melhor no momento da execução.

Um Pouco Mais Sobre Ordens com Start ou Stop:

Stop Loss: são ordens de venda que só são enviadas para a bolsa ao seu preço de venda (seu limite de perdas) quando atingir um preço de disparo pré-especificado e maior que o preço de venda. Este tipo de ordem é utilizado para limitar as perdas. É bastante aconselhável atribuir um stop num valor estratégico para todas as ações da carteira.

Suponha que você comprou a ação xpto4 a R$ 10,00. Suponha também que você não quer perder mais do que 10% neste papel, ou seja, seu limite é R$ 9,00. Porém, para aumentar a probabilidade de vender a R$ 9,00, sua ordem terá que ser enviada para a bolsa antes que o preço atinja este preço. Logo, é necessário configurar um preço de disparo do Stop Loss, por exemplo, R$ 9,10. Quando o preço da xpto4 atingir R$ 9,10, será automaticamente disparada para a bolsa uma ordem limitada na quantidade especificada pelo preço de R$ 9,00. Desta forma, você terá prioridade no caderno de ofertas sobre todas as ordens enviadas depois que sua ordem foi disparada.

Stop Gain: suponha que você comprou a ação xpto4 a R$ 10,00. Suponha também que você não quer perder mais do que 10% neste papel, mas seu objetivo de lucro é de 20%, ou seja, seu preço alvo é R$ 12,00 e preço limite para perdas é de R$ 9,00. Da mesma forma que o Stop Loss, para aumentar a probabilidade de vender a R$ 12,00, sua ordem terá que ser enviada para a bolsa antes que o preço atinja este preço. Logo, é necessário configurar um preço de disparo do Stop Gain, por exemplo, R$ 11,50. Quando o preço da xpto4 atingir R$ 11,50, será automaticamente disparada para a bolsa uma ordem limitada na quantidade especificada pelo preço de R$ 12,00. Desta forma, você terá prioridade no caderno de ofertas sobre todas as ordens enviadas depois que sua ordem foi disparada. Vale destacar que no Stop Gain, você pode colocar um preço de venda maior, igual ou superior ao preço de disparo.

Start: a ordem Start é uma ordem de compra enviada à Bolsa, quando o preço da ação atingir ou ultrapassar o preço pré-determinado pelo cliente como preço de disparo da ordem. Por exemplo, se um investidor deseja comprar uma ação apenas após a confirmação do rompimento de uma resistência, poderá determinar o valor de disparo da ordem, bem como o preço limite a pagar pela ação. Suponha que uma ação esteja sendo negociada a R$ 20,00 e sua resistência é R$ 21,50. O investidor quer comprar a ação apenas se conseguir o

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negócio acima dessa resistência. Dessa forma, ele poderá colocar a ordem com o preço de Start a R$ 21,51 e o preço limite a R$ 21,60.

O Start será disparado para a bolsa quando o preço atingir o Preço de Disparo da Ordem Start. O disparo do Start não significa a sua execução. Uma ordem Start é enviada uma única vez para a bolsa ao atingir o preço de disparo do Start. A validade é da ordem disparada pelo Start, e não do Start em si.

Trailling Stop: também conhecido como stop móvel é uma ordem stop que se move somente para cima. Assim, o valor do stop é ajustado automaticamente à medida que os preços vão subindo. Para colocar uma ordem stop móvel, é necessário informar os seguintes campos:

Preço Stop: é o preço de disparo inicial. Sua ordem de venda será disparada imediatamente ao atingir este preço.

Preço de Venda: o preço real que você deseja vender seu papel caso o stop seja disparado.

Início do Móvel: é o preço a partir do qual o incremento em seu stop começará. Deve ser uma cotação superior a cotação atual do papel.

Ajuste Inicial: o valor que será adicionado aos parâmetros de seu stop assim que a mobilidade do mesmo for iniciada. O valor mínimo deve ser de R$ 0,01.

Atenção! Correções de preços ocasionados por bonificação, grupamento, juros, ou quaisquer outros direitos e/ou proventos, poderão disparar a Ordem Start. Portanto, sugerimos acompanhar diariamente o status do ativo, de tal forma que sua ordem não venha a ser disparada indesejadamente.

Prazo de Validade da Ordem:

Para o Dia: é cancelada se não cumprida no dia fixado; Prazo Determinado: é cancelada se não cumprida no prazo especificado; Até Cancelar: é válida até ser executada ou cancelada.

Tributação

É importante saber quais tributos incidem sobre o seu investimento, mesmo sendo a instituição que administra o investimento a responsável pelo seu recolhimento. Desse modo, será possível estimar o ganho líquido a ser obtido, bem como evitar pagamentos a mais.

IR sobre Operações com Ações:

Para calcular o seu imposto de renda sobre operações em bolsa, é necessário apurar o lucro líquido mensal. Apurado o lucro, aplique a alíquota de 15% sobre o lucro obtido com ações, termo e opções. Para efetuar o recolhimento você deve preencher o DARF e

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pagar em qualquer agência bancária ou através do seu home banking. Tenha um controle dos seus resultados para facilitar o preenchimento do seu IRPF anual.

Incidência: conforme esclarece a Instrução Normativa 25/01 e 487/04, é devido imposto de renda sobre os ganhos líquidos em operações realizadas em bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas existentes no país.

Por operações realizadas em bolsas de valores entendem-se operações envolvendo ações (mercado a vista), opções e termo. Ficam isentos de imposto de renda sobre operações em bolsa os investidores pessoas físicas, cujo valor acumulado das vendas no mercado à vista de ações, efetivadas no período de um mês corrente, sejam inferiores a R$ 20.000,00. Ou seja, mesmo que se obtenha lucro nas operações realizadas no mês, caso a somatória dos valores obtidos com as vendas de ações não ultrapasse R$ 20.000,00, o investidor fica isento do recolhimento. Ficam isentos também, os investidores cujo valor de imposto de renda mensal seja inferior a R$ 10,00.

Como Calcular: o valor a ser recolhido é obtido aplicando-se as alíquotas sobre o lucro líquido obtido nas operações (descontados os custos operacionais corretagem, emolumentos e taxa de registro). Como as compras e vendas são geralmente feitas em diferentes datas, para efeito do cálculo do lucro são considerados os preços médios de compra e venda.

Um aspecto importante a ser considerado é que o ganho em operações em bolsa se realiza no momento em que se efetiva a venda. Portanto, só há lucro tributável quando se efetua a venda do ativo. Enquanto os ativos permanecem em carteira não há incidência de IR, mesmo que haja valorização.

Compensação: os prejuízos obtidos com determinado ativo podem ser compensados com lucros auferidos com um outro ativo. Caso a somatória dos lucros líquidos de todos os ativos em que foram efetuadas operações de venda apontar prejuízo, este valor poderá ser compensado na próxima apuração de IR (no próximo mês corrente em que houver recolhimento).

IR Sobre Operações Day-Trade: operações day-trade são tributadas em 20%. Devem ser tratadas separadamente das operações normais. Lucros obtidos em operações day-trade não podem ser compensados com prejuízos decorrentes de operações normais e vice-versa.

O valor total a ser tributado será a soma do lucro líquido obtido com operações normais e operações day-trade em caso de ganhos nas duas modalidades de operações, ou o total obtido com uma das duas modalidades, caso a outra tenha auferido perdas.

Além do IR a ser recolhido mensalmente, incide sobre as operações day-trade imposto de renda retido na fonte (recolhido pela instituição financeira custodiante) à alíquota de 1% diariamente.

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O valor decorrente deste tributo pode ser deduzido do IR a ser pago mensalmente, seja o valor decorrente de operações normais ou à vista.

Prazos e Responsabilidade: o imposto de renda incide sobre os ganhos líquidos das operações em bolsa auferidos durante cada mês corrente, e deve ser pago mensalmente até o último dia útil do mês consecutivo. O lucro auferido no mês de setembro deve ser recolhido até o último dia útil de outubro.

O recolhimento deste tributo é de responsabilidade do investidor. Para efetuar o pagamento basta preencher duas vias do DARF (Documento de Arrecadação de Receitas Federais), uma espécie de guia de recolhimento que pode ser encontrada, em qualquer papelaria, e realizar o pagamento em qualquer agência bancária.

O investidor também tem a possibilidade de efetuar um download do arquivo Sicalc (disponível no site da receita federal) para preenchimento e impressão da DARF.

CPMF:

Em Julho de 2002 foi publicada pela Secretaria da Receita Federal a Instrução Normativa nº 173, que determinou a partir desta data a não incidência da CPMF nas operações que tenham por objeto ações ou contratos referenciados em ações ou índices de ações.

Anteriormente a esta data, o recolhimento de CPMF relativo a estas operações era de responsabilidade da Corretora e seu pagamento se dava através de débito em conta corrente, com seu valor sendo provisionado diariamente.

Transferências provenientes de outras contas bancárias para o banco Banif Primus SA não são tributadas desde que venham de uma conta de mesma titularidade.

Todavia, as transferências de/para conta de terceiros (inclusive contas conjuntas) estão sujeitas a retenção da CPMF.

Estrutura Acionária

Tipos de Ações:

As ações podem ser ordinárias (com direito a voto nas Assembléias) ou preferenciais (têm preferência na distribuição dos resultados). Necessariamente devem existir ações ordinárias no capital de uma empresa (pode ser 100% formado por ordinárias). Quanto às preferenciais, podem atingir, no máximo, dois terços do número total de ações do capital (ou o máximo de 50% do total para as empresa criadas após a entrada em vigor da nova Lei das S.A. - 10.303/01).

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As companhias podem emitir diferentes classes de ações para os tipos ON e PN. As classes geralmente recebem classificação A, B, C, ou alguma outra letra. Cada classe corresponde a uma característica diferente como, por exemplo, valores diferenciados de dividendos. As características de cada classe devem ser verificadas no estatuto da companhia.

Subscrição, Bonificação, Split e Inplit:

Subscrição de Novas Ações: ocorre quando a empresa emite ações novas e as lança no mercado, buscando captar recursos para viabilizar um plano de investimentos, amortização de dívidas ou por outro motivo. Esta emissão faz parte do chamado Mercado Primário de ações. Os acionistas da empresa tem preferência na subscrição de novas ações em quantidade proporcional às possuídas, em contrapartida à estratégia de aumento de capital da empresa. Como não é obrigatório o exercício de preferência na subscrição de novas ações, o acionista poderá vender a terceiros, em bolsa, os direitos que detém.

Bonificação em Ações: também representa um aumento do capital da empresa e se origina da incorporação de reservas acumuladas ao capital, com a emissão de novas ações, que são oferecidas aos acionistas. Não envolve captação de recursos. São distribuídas gratuitamente a seus acionistas em número proporcional às já possuídas.

Desdobramento de Ações (Split): neste caso, o que ocorre é apenas a multiplicação do número de ações da empresa, que se desdobra em determinada proporção. Não causa qualquer modificação no balanço da empresa, provocando apenas a multiplicação do número total de ações. Geralmente isso é feito para dar mais liquidez às ações.

Grupamento de Ações (Inplit): processo inverso ao descrito acima. Neste caso o número de ações da empresa é dividido em determinada proporção. Também não causa qualquer modificação no balanço da empresa, provocando apenas a redução do número total de ações.

Vale ressaltar que nos eventos descritos acima, as cotações em Bolsa necessariamente sofrem as alterações proporcionais. O gráfico da ação também é ajustado, fazendo com que o histórico se adapte ao padrão atual de negociação, caso contrário se observaria um "gap" artificial na visualização do papel.

Dividendos e JCP:

Além da valorização da ação, bonificação e direitos de subscrição, a empresa pode remunerar o acionista distribuindo dividendo e pagando juros sobre capital próprio:

Dividendos: é um valor representativo de parte dos lucros da empresa, distribuído aos acionistas em dinheiro por ação possuída. Por lei, no mínimo 25% do lucro líquido do exercício devem ser distribuídos entre os acionistas. Os dividendos são isentos de tributação, pois a empresa já pagou imposto de renda.

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Juros Sobre Capital Próprio (JCP): distribuídos a critério da empresa, sem nenhuma obrigatoriedade. Tributável de acordo com a tabela de imposto de renda.Ações COM e Ações EX: ações COM ou ações cheias, são ações que conferem a seu titular o direito aos proventos distribuídos pela empresa. Já as ações EX ou ações vazias, são ações que já tiveram os seus direitos exercidos.

Análise Fundamentalista

A análise fundamentalista tem o objetivo de avaliar alternativas de investimento a partir do processamento de informações obtidas junto às empresas, aliadas ao entendimento da conjuntura macroeconômica e do panorama setorial nos quais a companhia se insere, passando pela análise retrospectiva de suas demonstrações financeiras e estabelecendo previsões para o seu desempenho. Cabe à análise fundamentalista estabelecer o valor justo para uma ação, respaldando decisões de compra ou venda. A premissa básica da análise fundamentalista é de que o valor justo para uma empresa se dá pela definição da sua capacidade de gerar lucros no futuro.

Em geral, obtém-se informações de 2 tipos:

Concretas: informações históricas contábeis e financeiras, disponibilidade tecnológica, capacidade financeira, fontes de recursos, capital humano, histórico de desempenho empresarial dos sócios, entre outros;

Potenciais: o momento/oportunidade de mercado, projeções de desempenho, cenários macroeconômicos, risco envolvidos, alternativas de investimento, valores éticos, sócio-ambientais, entre outros.

A partir da análise conjunta desses elementos, são definidas as premissas para a elaboração da projeção de resultados para os próximos anos. Essa medida de desempenho permite construir os fluxos de caixa futuros (a quantidade de anos projetados depende da natureza da atividade - em geral são projetados 6 anos/exercícios). Precificação de Ações:

Para investimento em ações de uma companhia aberta, esse método é utilizado na determinação do "Preço Justo". Para isso, basta dividir o valor econômico calculado, pelo número total de ações da empresa. A relação entre o "preço justo" e seu valor de mercado (cotação em Bolsa), indicará o potencial do ativo-objeto, determinando a decisão de COMPRA ou VENDA desses papéis.

Balanço Patrimonial:

No Balanço Patrimonial são registrados os bens, direitos e obrigações da empresa num determinado momento, agrupados em contas dispostas em ordem decrescente de liquidez. Vejamos o Balanço Patrimonial da Empresa XYZ S.A.

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BALANÇO PATRIMONIALATIVO PASSIVO

Ativo Circulante Passivo CirculanteDisponibilidades Fornecedores

Clientes Empréstimos BancáriosEstoques Impostos e OutrosOutros Passivo Exigível a Longo Prazo

Ativo Realizável a Longo Prazo Empréstimos BancáriosAtivo Permanente Resultados de Exercícios Futuros

Investimentos Patrimônio LíquidoImobilizado Capital

Diferido ReservasLucros Acumulados

A soma de todos os itens do Ativo será sempre igual à soma dos itens do Passivo.

Ativo Circulante: estão as disponibilidades (caixa, valores depositados em bancos, aplicações financeiras de curto prazo, etc.) e os direitos realizáveis no prazo de um ano (contas a receber de clientes, estoques, etc.).

Realizável a Longo Prazo: também registra direitos e obrigações, porém aqueles que somente têm expectativa de realização após um ano a partir da data do balanço (exemplos: vendas com prazo superior a um ano, empréstimos concedidos a empresas do mesmo grupo controlador, dentre outras operações consideradas de longo prazo).

Ativo Permanente: é dividido em três parcelas básicas: Investimentos, Imobilizado e Diferido. Em Investimentos classificam-se as participações societárias de caráter permanente em outras empresas (como já foi visto, os investimentos em aplicações financeiras aqui têm outro sentido e são mantidos no Ativo Circulante). No Imobilizado estão os bens destinados às operações da companhia, como suas fábricas, equipamentos, instalações, etc. Com relação ao Diferido, registra as aplicações de recursos em despesas que contribuirão para a formação do resultado de mais de um exercício social, assim como despesas pré-operacionais.

Passivo Circulante: estão classificadas as obrigações de curto prazo da companhia, como dívida com fornecedores, impostos, instituições financeiras, etc.

Exigível a Longo Prazo: da mesma forma, registra dívidas e obrigações, com a única diferença situada no prazo de pagamento, ou seja, aqui se incluem aquelas com prazo superior a um ano.

Patrimônio Líquido: representa o capital próprio da empresa. Nele estão incluídas as contas de Capital, Reserva de Capital, Reserva de Lucros e outras, além dos Lucros Acumulados. Em outras palavras, este grupo se caracteriza pela diferença entre o valor total dos ativos (bens e direitos) e dos passivos (obrigações).

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Demonstração dos Resultados

Na Demonstração dos Resultados do Exercício é que iremos verificar a performance da empresa dentro de um determinado período. Cabe aqui lembrar que o Balanço Patrimonial representa uma fotografia dos números da empresa em certa data. No caso da Demonstração dos Resultados a visão é outra, ou seja, são valores acumulados num espaço de tempo (receitas e despesas), cujo somatório vai nos mostrar se houve lucro ou prejuízo.

A classificação das contas segue uma seqüência lógica e se inicia com o faturamento da empresa (ou Receita Operacional) no período. Vamos tomar como referência a Demonstração de Resultados da empresa fictícia XYZ S.A., mostrada a seguir:

DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS(+) Receita Operacional Bruta

(-) Impostos Incidentes sobre Vendas(-) Devoluções e Abatimentos

(=) Receita Operacional Líquida(-) Custo dos Produtos Vendidos

(=) Lucro Bruto(-) Despesas Operacionais

. Vendas. Administrativas

. Financeiras (líquidas). Equivalência Patrimonial

. Outras(=) Lucro Operacional

(-) Saldo Não Operacional(=) Lucro Antes do Imposto de Renda (LAIR)

(-) Imposto de Renda(-) Participações Estatutárias

(=) Lucro Líquido

A contabilidade utiliza o chamado critério de competência, e não de caixa, o que significa que todos os valores são lançados na Demonstração dos Resultados, sejam eles efetivamente recebidos ou não.

A Receita Bruta se relaciona com as vendas da empresa no período, não importando se foram feitas à vista ou à prazo. Da receita bruta são deduzidos os impostos, como IPI, ICMS e outros, e ainda eventuais devoluções de vendas e abatimentos concedidos posteriormente à entrega dos produtos. Chegamos então à Receita Líquida.

Custo dos Produtos Vendidos (CPV): representa a parcela dos estoques que foi vendida no período, incorporando todo o custo envolvido na produção, como matérias-primas, mão-de-obra, energia, depreciação, etc.

A diferença entre a receita líquida e o CPV resulta no Lucro Bruto.

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Principais despesas operacionais:

Despesas com Vendas: representam todos os gastos de promoção, colocação e distribuição dos produtos da empresa, tais como salários do pessoal de vendas, comissão de vendedores, propaganda e publicidade, dentre várias outras.

Despesas Administrativas: incluem os gastos com o pessoal específico da área administrativa, honorários da diretoria, dentre outras despesas.

Despesas Financeiras: referem-se aos custos dos empréstimos contratados junto às instituições financeiras, além de encargos de títulos e outras operações sujeitas a despesas de juros (debêntures, por exemplo). Nosso exemplo menciona despesas financeiras líquidas, o que significa que as Receitas Financeiras também estão contabilizadas aqui, sendo mostrado o saldo entre despesas e receitas. As receitas financeiras se originam basicamente da aplicação no mercado financeiro das disponibilidades de recursos da empresa.

Equivalência Patrimonial: diz respeito à parte proporcional que cabe a uma empresa sobre a variação do Patrimônio Líquido de outras empresas nas quais tenha participação acionária relevante.

Seguindo o ordenamento lógico da Demonstração dos Resultados, concluímos que se deduzirmos do Lucro Bruto todas as despesas operacionais, chegamos ao Lucro Operacional.

Saldo Não Operacional: se refere às receitas ou despesas geradas fora das atividades principais da empresa, sendo um bom exemplo a venda como sucata de um equipamento obsoleto da produção, com lucro ou prejuízo em relação ao seu valor contábil.

Lucro Antes do Imposto de Renda (LAIR): do qual é deduzida a parte do "Leão" da Receita Federal. Como última dedução, temos ainda as chamadas Participações Estatutárias, que se referem às participações de administradores e empregados nos lucros da companhia, de acordo com o previsto no seu Estatuto.

Tudo considerado, apura-se então o Lucro Líquido do Exercício, o qual é direcionado aos acionistas, sendo uma parte na forma de dividendos e outra parte incorporada ao Patrimônio Líquido, na condição de reservas e lucros acumulados.

Constam ainda com destaque nas demonstrações financeiras o Relatório da Administração, a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, a Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos, as Notas Explicativas e o Parecer dos Auditores Independentes.

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Indicadores

Valor Contábil x Valor de Mercado:

O valor patrimonial das empresas não é necessariamente próximo do valor de mercado. Isto se deve basicamente ao fato de que os dados contábeis são escriturais e podem conter defasagens em relação ao valor considerado justo para a ação, que é um entendimento subjetivo e pode variar de investidor para investidor. Os diferentes julgamentos de valor é que fazem, afinal, o mercado funcionar, havendo sempre compradores e vendedores e proporcionando liquidez para os ativos. É importante saber que a contabilidade utiliza como parâmetro o conceito de valor econômico, e não financeiro. Isto significa que os valores observados nos balanços não têm relação direta com o valor efetivo de realização, o que é dado pelo mercado.

Quanto aos indicadores que medem a performance da empresa, vamos começar mostrando aqueles ligados a uma avaliação estática, que são os Indicadores de Liquidez, Endividamento e Rentabilidade.

Indicadores de Liquidez:

Liquidez Corrente = Ativo Circulante/Passivo Circulante

Indica quanto a empresa tem a receber no curto prazo em relação a cada unidade monetária que deve no mesmo período.

Liquidez Seca = (Ativo Circulante - Estoques)/Passivo Circulante

Tem o mesmo significado que a liquidez corrente, com exceção do fato de que os estoques não são considerados como recebíveis, ou seja, não conta com a realização imediata dos estoques.

Liquidez Geral = Ativo Circulante + Realizável a LP / Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo

Oferece a mesma indicação da liquidez corrente, mas engloba também os ativos e passivos a longo prazo.

Indicadores de Endividamento:

Endividamento Geral = Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo / Patrimônio Líquido

Indica quanto a empresa tem captado junto a terceiros em relação ao seu capital próprio.

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Endividamento Oneroso = Dívida Onerosa Total / Patrimônio Líquido

Mede especificamente o comprometimento do capital próprio da empresa em relação à sua dívida com bancos e outras que têm custo financeiro embutido (debêntures, desconto de duplicatas, etc.).

Endividamento Oneroso Líquido = Dívida Onerosa Total - Disponibilidades / Patrimônio Líquido

Como o nome diz, trata-se do cálculo do endividamento deduzido das disponibilidades aplicadas no mercado financeiro. É bastante útil nos casos de empresas que têm baixo custo de captação de empréstimos e o fazem com intuito de realizar o que chamamos de arbitragem, ou seja, captam de um lado e aplicam do outro, gerando ganhos líquidos.

Indicadores de Rentabilidade:

Rentabilidade do Patrimônio Líquido = Lucro Líquido/Patrimônio Líquido

É a taxa de retorno dos acionistas e mede a performance do lucro em relação ao capital próprio empregado no empreendimento. Normalmente se utiliza o Patrimônio inicial, mas podem ser necessários ajustes, o que nos leva a sugerir, em princípio, o emprego do Patrimônio médio do período de apuração do lucro.

Rentabilidade do Ativo Total = Lucro Líquido/Ativo Total médio

Este indicador mede a eficiência global da administração, ou seja, o retorno obtido em relação ao total de recursos empregados, sejam eles próprios ou de terceiros.

Pay-Out: é a taxa de distribuição do lucro da empresa para os acionistas na forma de dividendos ou juros sobre o capital próprio. A legislação exige que seja distribuído, no mínimo, 25% do lucro líquido após as deduções legais. Exemplificando, se uma empresa tem lucro de R$ 1,00/ação e distribui R$ 0,35/ação como dividendos, seu pay-out seria de 35%.

Dividend Yield: é calculado tendo como numerador o dividendo distribuído por ação e como denominador o preço atual da ação. Torna-se especialmente relevante se visto para o futuro, sendo neste caso necessário que tenhamos uma projeção de lucro e seja estabelecido um pay-out realista. Assim, se uma ação custa hoje R$ 100,00 e esperamos receber R$ 10,00 em dividendos, o yield seria de 10%, podendo ser visto como um rendimento da ação, independentemente da valorização em Bolsa.

Indicadores de Mercado:

Lucro por Ação (LPA): representa a divisão do lucro líquido pelo número total de ações da empresa. LPA = Lucro Líquido / Número Total de Ações.

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Valor Patrimonial por Ação (VPA): representa a divisão do Patrimônio Líquido da empresa pelo seu número total de ações.

VPA = Patrimônio Líquido / Número Total de Ações.

Preço/Lucro (P/L) :

Cotação da Ação/ Lucro por Ação = Valor de Mercado/ Lucro Líquido.

Indica o tempo de retorno do investimento, partindo-se da premissa que o lucro apurado se repetirá nos próximos anos. Assume ainda um caráter de preço relativo, na medida em que seja disponível uma série de projeções para várias empresas para determinado ano.

Preço/Valor Patrimonial (P/VPA):

Cotação da Ação/ Patrimônio Líquido por Ação = Valor de Mercado/ Patrimônio Líquido.

EBITDA: quando o assunto em questão é análise de empresa, a geração de caixa é de extrema importância, pois é através dela que se mede a capacidade de produzir recursos. Vale lembrar que o lucro é um importante indicador. Contudo, na maioria das vezes, o lucro é afetado por valores exógenos à atividade da empresa, tais como variações cambiais e resultados não operacionais (Ex.: vendas de ativos). Neste sentido, a geração de caixa, que trata do desempenho da empresa levando em consideração somente os ganhos gerados em sua atividade principal, é de extrema importância, o que nos leva a um estudo mais aprofundado do balanço. Sendo assim, destacamos a forma mais habitual para o cálculo da geração de caixa, que é a chamada Geração de Caixa na Atividade, ou Ebitda (Earnings Before Interests, Taxes, Depreciation and Amortization) cujas iniciais, traduzidas, significam: Lucro Antes do Imposto de Renda, Juros, Depreciação e Amortização.

Para chegarmos ao Ebitda, basta somarmos ao Lucro da Atividade (Lucro Bruto descontado das Despesas da Atividade) os valores correspondentes à depreciação e amortização, que se encontram embutidos no CPV (Custo dos Produtos Vendidos) e nas Despesas Operacionais. Vale ressaltar que a depreciação não representa saída de caixa, sendo o reconhecimento contábil da perda de valor por desgaste dos itens que compõem o Ativo Imobilizado da empresa.

Observando a partir da Receita Líquida, o Ebitda vem a ser o resultado da seguinte seqüência:

(+) Receita Líquida (-) Custo dos Produtos Vendidos (=) Lucro Bruto (-) Despesas da Atividade (c/ vendas, administrativas e outras diretamente ligadas às operações) (=) Lucro da Atividade (ou EBIT) (+) Depreciação e Amortização (valor correspondente ao

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período sob análise, que pode ser encontrado no DOAR - Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos) (=) EBITDA.

Margens: Nos relatórios de empresas elaborados pela ótica da Análise Fundamentalista é muito comum encontrar a comparação dos resultados através das margens, conforme aparece nos trechos abaixo, retirados dos relatórios da Belgo Mineira e Telemar.

Belgo Mineira: "A margem bruta foi 3 pontos percentuais maior que à verificada em jan-set/03, alcançando 42%, apesar da evolução dos insumos de produção (sucata e gusa)".

Telemar: "Neste contexto, destacamos que a margem Ebitda ficou em 42,0%, aumentando 1,3 p.p. nesse período".

Para melhor explicar o assunto, de maneira bastante resumida, podemos dividir a análise de balanço em análise vertical e horizontal. Na análise horizontal compara-se os resultados entre os períodos. Neste sentido, confronta-se, por exemplo, o balanço de dezembro de 2003 contra dez/04. Desta forma, pode-se avaliar a evolução da receita, lucro e demais contas entre os períodos.

Já à análise vertical, onde o conceito de margem está inserido, consiste na divisão de algumas contas por uma principal. As principais margens, em forma de porcentagem, são:

Margem bruta: relação entre o lucro bruto e a receita líquida; Margem Ebitda: relação entre o Ebitda e a receita líquida; Margem da atividade: relação entre o lucro da atividade e a receita líquida; Margem líquida: relação entre o lucro líquido e a receita líquida.

Através destes indicadores de rentabilidade das vendas, que são amplamente utilizados nas análises de empresas, é possível fazer uma avaliação relativa das contas, ou seja, comparar qual o percentual do lucro bruto, em relação á receita líquida, foi maior entre os períodos.

DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOSEmpresa X 2003 2004 Análise Horizontal

Receita Líquida 1.135.000,00 1.523.000,00 34,2%Lucro Bruto 538.700,00 643.000,00 19,4%

Análise Vertical (Margem bruta) 47,5% 42,2%

No quadro acima, onde comparamos os resultados, fictícios, da empresa X de 2003 com 2004, podemos perceber que o lucro bruto aumentou 19,4% entre os períodos analisados. Porém, a margem líquida caiu de 47,5% para 42,2%, representado redução de 5,3 pontos percentuais. Isto não quer dizer que a empresa piorou, mas pode indicar uma queda de eficiência, como aumento dos custos de produção maior que a evolução da receita.

Recomendações

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Organize suas finanças:

Você deve investir somente o dinheiro que você tem disponível, descontadas suas dívidas (por exemplo, cartão de crédito ou cheque especial). Se você mantivesse uma dívida com seu cartão de crédito ou no cheque especial, você estaria pagando anualmente 113% de juros, considerando uma taxa média de 6,5% ao mês. Você teria que obter um rendimento de cerca de 141% (descontados os impostos) somente para atingir o equilíbrio.

Por isso recomendamos fortemente que antes de realizar qualquer investimento você organize suas finanças e saiba qual o montante financeiro você realmente tem disponível para investir.

Poupe regularmente:

Para que você consiga formar uma boa poupança no futuro, é importante que você poupe regularmente, mesmo que seja somente um pequeno percentual de sua renda. Se você tem poupado ou já tem uma poupança razoável, será que ela está sendo aplicada de maneira a lhe proporcionar o maior rendimento dentro de sua tolerância ao risco?

Estabeleça objetivos:

Antes de começar a investir, é importante que você saiba qual é a sua meta de rendimento e qual é o seu grau de risco. Além disso, é importante que você compare seus investimentos com o rendimento do mercado (assumindo um determinado benchmark). Por exemplo, ao investir num fundo de ações, ou numa determinada ação, é razoável que tenhamos como benchmark o Índice Ibovespa da Bolsa de Valores de São Paulo. Já para investimentos de renda fixa, o benchmark mais utilizado é o CDI.

Informe-se:

O mercado financeiro é fundamentalmente movido por informação. É por esta razão que o homebrokers disponibilizam gratuitamente aos seus clientes todas as informações necessárias para sua tomada de decisão. Cuidado com o que você ouve: cuidado com boatos que circulam no mercado financeiro. Apesar de algumas vezes os boatos terem fundo de verdade, na grande maioria dos casos eles não passam de tentativas de manipulação do mercado. Esses boatos podem tomar forma de "dicas quentes" ou de uma "oportunidade única". Essas "dicas" podem ser recebidas através de emails, chats, fórums, numa publicação impressa, Internet, festa, telefone, ou qualquer outra forma de comunicação. Portanto, tome bastante cuidado antes de acreditar nessas dicas. Como disse o economista Milton Friedman, ganhador do prêmio Nobel de 1976, "Não existe esse negócio de almoço grátis". Ou, se preferir a sabedoria popular: "Quando a esmola é muita o santo desconfia".

Conheça seu perfil:

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Para investir com conforto é interessante que você conheça seu perfil de investidor, de acordo com sua tolerância ao risco e objetivos financeiros e de vida. É por esta razão que o EconoFinance está elaborando um questionário para avaliar seu perfil de investidor.

Diversifique seus investimentos:

Uma das máximas do mercado financeiro é "Não ponha todos os ovos em uma só cesta", i.e., diversifique. Diversificando seus investimentos, você estará mais seguro quando alguma tendência setorial ou de uma determinada empresa se alterar. Por exemplo, suponha que você tenha aplicado R$ 10.000 numa determinada ação. Se esta empresa falisse, você perderia 100% de seu investimento. Agora suponha que você tenha diversificado seus investimentos e tenha aplicado R$ 1.000 em 10 ações de empresas diferentes. No caso de uma delas falir, você perderia somente 10% de seu investimento. É claro que esse exemplo é extremo. Porém, o poder da diversificação está presente em qualquer variação de sua carteira e não somente em casos de falências.

Saiba a que riscos seus investimentos estão expostos:

Não basta diversificar somente, você deve acompanhar tudo o que acontece nas empresas que você investe. No EconoFinance você encontrará notícias em tempo real, análises, fatos relevantes, demonstrações financeiras e outras informações de qualquer empresa negociada no mercado brasileiro. Além disso, recomendamos que você se mantenha informado através da imprensa brasileira especializada em economia, negócios e finanças.

Acompanhe de perto seus investimentos:

Não seria excelente se você pudesse acompanhar num só lugar o saldo e a valorização de seus investimentos em ações, fundos e opções? O EconoFinance disponibiliza gratuitamente para você uma ferramenta de acompanhamento de investimentos chamada "Minha Carteira". Esta ferramenta permite que você acompanhe 15 carteiras configuradas por você e 5 carteiras sugeridas pelo EconoFinance. Além disso, você pode personalizar o modo de exibição, quais informações irão aparecer e converter suas carteiras para outras moedas além do Real (Dólar e Euro).

Análise Técnica

Para os técnicos que se utilizam deste sistema de análise, tudo pode ser resumido no preço e volume das ações. Toda expectativa, boa ou má, dos investidores com relação a determinado ativo se reflete no preço diário daquele ativo. Utilizando fórmulas, definindo tendências, verificando o afluxo e refluxo de recursos, o analista gráfico (ou técnico) procura avaliar o comportamento futuro do ativo e indicar os melhores momentos de compra e venda.

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Tal técnica é amplamente difundida nos mercados mais evoluídos, existindo uma enorme gama de métodos e modelos de avaliação. Buscando sempre se antecipar às mudanças de tendência dos mercados, ao analista técnico não importa a situação da empresa, mas sim a expectativa dos investidores em relação à ação daquela empresa.

O analista técnico acredita que no preço pago por determinado ativo estão embutidas todas as informações disponíveis ao mercado, assim como aquelas só de conhecimento dos insiders. Em resumo, preço e volume traduzem tudo e cabe ao analista técnico interpretar e tentar antecipar suas variações.

Análise Gráfica x Fundamentalista:

Quando decide aplicar recursos em ações, o investidor deve cercar-se dos melhores métodos de análise, buscando assim maximizar ganhos e minimizar eventuais perdas. Para tomadas de decisão de investimentos em ações, os investidores profissionais utilizam-se das escolas de análise Fundamentalista e Gráfica. Mas qual é a diferença entre estes dois métodos de análise?

A Análise Fundamentalista tem o objetivo de avaliar alternativas de investimento a partir do processamento de informações obtidas junto às empresas, partindo do entendimento da conjuntura macroeconômica e do panorama setorial nos quais a companhia se insere, passando pela análise retrospectiva de suas demonstrações financeiras e estabelecendo previsões para o seu desempenho. A premissa básica da Análise Fundamentalista é de que o valor justo para uma empresa (e, por conseqüência, para suas ações) está relacionado à sua capacidade de gerar lucros no futuro.

A Análise Gráfica, pressupondo comportamentos cíclicos, se utiliza da oscilação das ações em Bolsa no passado e procura avaliar as possibilidades de flutuações futuras, utilizando-se de ferramentas desenvolvidas ao longo do tempo e baseadas nos movimentos diários de cotações e volumes negociados de cada ação.

Apesar das metodologias serem diferentes, destacando como principal aspecto que a Análise Fundamentalista examina a empresa e a Análise Gráfica a ação, as duas escolas podem coexistir e serem aplicadas em conjunto pelos investidores. Tratam-se de instrumentos de grande valor em um momento de decisão de investimentos.

Outro aspecto que também deve ser visto com naturalidade diz respeito a eventuais divergências entre as recomendações baseadas em um ou outro método. O "melhor dos mundos" ocorre quando as opiniões são coincidentes, mas quando ocorre o contrário o investidor deve avaliar seus critérios pessoais de investimentos, como propensão ao risco, prazo esperado de retorno, política de dividendos da empresa, etc., escolhendo a alternativa que seja mais adequada ao seu perfil.

Como dica de utilização das duas escolas de análise em conjunto, uma boa sugestão é fazer a seleção dos ativos através da Análise Fundamentalista e utilizar a Análise Gráfica para decidir o melhor momento de compra ou venda das ações.

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Planejamento de Trades

Planejando:

A melhor maneira de se atingir um determinado objetivo é, antes de colocar qualquer estratégia em ação, identificar os passos verdadeiramente necessários para a obtenção dos resultados desejados. É dessa maneira que agem as empresas de sucesso e assim agiram os generais vitoriosos nas batalhas da história.

A questão que fica é a seguinte: por qual razão a maioria dos traders não faz o mesmo para a guerra do mercado financeiro? A razão passa por falta de disciplina, mas os principais motivos são desinformação e também o fato de que muitos não encaram o ato de operar com a seriedade necessária.

Não podemos negar que existem aqueles que querem mais é se divertir com o sobe e desce das ações. Para esses, bolsa de valores é um tipo sofisticado de brinquedo. No entanto, os demais participantes do mercado que realmente desejam viver de renda variável ou alavancar seus ganhos mensais devem adotar a postura adequada para alcançar o sucesso.

O planejamento é fundamental para evitar o repetimento de erros e para controlar o intenso fluxo de emoções que surgem a cada momento. Um bom plano de trade deve evoluir com o tempo e ser constantemente reavaliado.

A seguir, estão relacionadas um conjunto de regras que visam ajudar na construção de seu planejamento.

Considere os Aspectos Pessoais: o plano de trade é seu não de seu amigo ou vizinho. Ele deve refletir o seu estilo e seu perfil de investidor. Não adianta utilizar o plano "testado" de um conhecido baseado em venda a descoberto e day-trade se você prefere operações um pouco mais longas e não se sente confortável ou não domina os conceitos envolvidos.

Preparação Mental: como foi sua noite de sono? Existe alguma coisa perturbando você? Está se sentindo bem para o esforço intelectual do dia? Somos seres humanos e para enfrentar o mercado temos de estar em boas condições mentais. Caso contrário, é preferível deixar o computador de lado por um tempo. É melhor deixar de operar um dia do que permitir que um mau momento cause um grande dano em sua conta de investimentos.

Teste Seu Sistema: antes de, efetivamente, lançar suas ordens no mercado simule suas operações. O teste virtual com cotações reais recebe o nome de paper trading e pode ajudá-lo a identificar falhas graves. Nesse ponto é comum descobrir que determinadas técnicas são muito mais eficientes em alguns ativos do que em outros e assim acabamos refinando e aperfeiçoando nossas estratégias.

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Gerenciamento de Risco e Objetivos: quanto de seu capital estará sendo arriscado? Qual o percentual de perdas máximo aceitável de sua conta de investimentos por mês? Essas questões dependem de sua tolerância ao risco e de seu perfil. Existem regras que ajudam o trader a administrar esses fatores, como a regra do 2% e 6%.

Seus objetivos também devem estar na ponta da língua: quando atingir um determinado percentual de ganhos vai sair incodicionalmente? Vai esperar o mercado virar? Tenha de maneira clara essas respostas e não se esqueça que quando entramos em um trade estamos em uma situação de risco/recompensa. Qual relação está boa para você? 2:1? 3:1?

Defina Regras Claras de Entrada: suas condições de entradas podem ser subjetivas, mas procure torná-las as mais objetivas possíveis. A interpretação é parte importante, mas quando existem 20 condições diferentes e todas dependem de sua avaliação as coisas ficam difíceis e pouco claras. Um exemplo de regra de entrada é a seguinte: "Se o sinal X for disparado em uma região de suporte e o alvo de preços for 3 vezes maior que meu stop, então comprar".

Defina Regras Claras de Saída: muitos traders (a maioria) passam a maior parte do tempo procurando pontos de entrada, deixando o estabelecimento de como e quando sair em um segundo nível de importância. Muitos, inclusive, não aceitam uma posição perdedora e continuam comprados ou vendidos na esperança do mercado virar. Não torne o trade algo pessoal, se seus stops foram atingidos você estava errado. Traders profissionais bem sucedidos perdem muitas vezes, mas o gerenciamento de risco faz com que o saldo no final do mês seja extremamente positivo.

Antes de entrar na operação saiba onde estão suas saídas. Uma delas é seu stop. Um stop mental não tem a força de um stop escrito junto ao planejamento de trade, portanto, anote-o em seu caderno ou computador. A outra saída pode ser seu alvo de lucro, quando chegar lá liquide uma parte e levante o stop com o restante. Seja qual for sua estratégia o importante neste ponto é não devolver o que já ganhou, você já venceu o trade, cuide para não entregar seu prêmio.

Auto-avaliação e Registros: durante nossa vida escolar, acadêmica e profissional passamos por diversas avaliações. Elas permitem que identifiquemos os pontos falhos a serem melhorados. No mercado, temos de ter uma maneira de qualificar a nossa atuação em cada trade. Eventualmente, descobrimos que fazemos ótimas entradas e péssimas saídas. Essa informação é muito preciosa, pois mostra, claramente, o ponto correto de intervenção.Para uma avaliação correta é preciso registrar cada passo tomado. Por qual motivo a entrada foi feita dessa maneira? Qual era o cenário técnico? Bons traders mantém sempre bons registros de suas operações. Escreva tudo que considerar importante e também alguns detalhes. Exemplos são: entrada e saída do trade, padrão e/ou condição técnica utilizada, níveis de suporte e resistência, status psicológico, descrição da abertura do mercado, etc.

O mercado financeiro como outras profissões e competições gera, diariamente, vencedores e perdedores. O planejamento é fundamental para encarar as adversidades de maneira adequada e assim ter uma grande vantagem. Uma última dica, mas tão importante quanto as outras é a seguinte: de nada adianta fazer um planejamento e não seguí-lo. Ele

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não pode ficar na gaveta, seu lugar é necessariamente ao seu lado ou ocupando um espaço de destaque na sua tela. Como dito anteriormente, ele pode e deve ser modificado, aprimorado e evoluído. Contudo, essas alterações devem acontecer após o fechamento do mercado. Durante o pregão o planejamento é a lei.

Estratégias de Investimentos:

Comprar, manter e acompanhar: muitas vezes, esta é a estratégia mais difícil de ser executada. Porém, apesar de não requerer muitas tomadas de decisões, essa estratégia tem se mostrado comumente vencedora a longo prazo. Essa estratégia consiste basicamente em comprar ações de empresas de qualidade e mantê-las por um longo período de tempo ou, como o mercado refere-se, "comprar e sentar em cima."

Daytrade: a filosofia básica por trás deste tipo de operador é comprar e vender no mesmo dia. Em mercados de alta volatilidade, é possível auferir ganhos significativos executando esta estratégia.

Investindo em crescimento: este tipo de estratégia foca na taxa de crescimento da empresa. Quanto maior sua taxa de crescimento, maior o valor da empresa e, conseqüentemente, maior será o valor das ações. Investidores com este tipo de estratégia estão procurando empresas que surpreendam o mercado quanto ao seu crescimento.

Investindo em valor: esta é a estratégia mais tradicional no mercado. Consiste em investir quando o preço da ação está abaixo de seu preço justo (ou de seu valor intrínseco). Existem várias formas de determinar o preço justo de uma ação. Atualmente o método mais utilizado é o Fluxo de Caixa Descontado. Este método consiste em projetar os fluxos de caixa da empresa e trazê-lo a valor presente a fim de estabelecer um preço.

Por se tratar de estabelecer o preço justo, os seguidores desta estratégia não costumam sucumbir às sobre-reações de curto prazo do mercado. Por isso, muitas vezes este tipo de investidor fica caracterizado como um contrariador do mercado, pois ele compra quando todos vendem e vende quando todos compram.

Explorador de oportunidades: o seguidor desta estratégia se aproveita de movimentos exagerados de curto prazo. Este investidor observa que, mesmo após o fato gerador da queda no preço das ações da empresa, ainda há valor não incorporado no preço atual. Por isso, ele compra estas ações e espera uma recuperação.

Regras de Proteção:

Todo investidor sabe que, eventualmente, terá prejuízo com um trade. Perder dinheiro é sempre desagradável, entretanto o trader disciplinado sabe que é uma ótima oportunidade para aprender. Algumas perguntas que devem ser feitas nesse momento são:

Será que fui levado pela emoção? Fui influenciado por opiniões de outras pessoas (e com as quais eu não

concordava)?

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A técnica de investimento utilizada foi mal aplicada?

O importante é melhorar sempre detectando os pontos falhos. Mas, para continuar investindo é preciso tomar cuidado para não comprometer todo ou a maior parte do capital em um trade perdedor. Para isso, existem algumas técnicas de limitação de perdas que podem ser utilizadas.

Sistema de Proteção: um sistema de proteção simples, mas funcional é definir, antes da realização dos trades, um máximo valor de perda aceitável em determinado período de tempo. Assim, ao atingir esse valor a pessoa deve de maneira mecânica, sem hesitações, encerrar suas posições perdedoras. Os usuários de ordens Stop, normalmente, têm mais facilidade em aplicar esse tipo de estratégia do que os investidores que utilizam apenas ordens de mercado. A regra de 2%: muitos livros e artigos referem-se à regra de 2%. Essa regra diz que 2% da sua conta de investimentos em renda variável é o máximo que deve ser arriscado em cada trade individual. Seguindo essa estratégia, quando a diferença entre os valores de compra e venda no trade perdedor atingirem 2% do montante da carteira o melhor a fazer é zerar a posição. Dependendo do perfil, alguns investidores podem achar esse valor pequeno, uma vez que excluiria oportunidades de trades com uma recompensa potencial alta e consequentemente com um risco maior. Cada investidor deve analisar sua situação, de seu mercado e taxas de corretagem antes de determinar um número com o qual se sinta confortável. Os defensores da regra de 2%, no entanto, lembram que muitos profissionais acham 2% um valor muito elevado e utilizam percentuais bastante inferiores como 0,5%.

A regra de 6%: Uma vez tendo determinado o percentual máximo de prejuízo por trade, é necessário identificar o total de perdas admitido dentro de um período de tempo. O intervalo normalmente utilizado é de um mês. Isso é necessário, pois mesmo sabendo qual o limite de perdas aceitável por investimento, é preciso considerar que as perdas podem ocorrer em seqüência e ter uma ação devastadora no capital de investimentos. Dessa maneira, uma regra utilizada é a regra de 6%. Se as perdas de um mês atingirem 6% da carteira de investimentos as posições devem ser zeradas e novos trades não devem ser realizados (no mês inteiro). Não importa se estamos na primeira ou última semana.

Regras de limitação de perdas são muito importantes. Os traders que possuem um alto envolvimento emocional com suas carteiras devem, especialmente, determinar claramente quais são os valores aceitáveis. É também importante que uma vez criada a política de proteção ela seja, efetivamente, cumprida. Deve-se evitar pensamentos e atitudes do tipo: "Tudo bem, aceito uma perda de 15%, mas só este mês".

Os Erros Mais Comuns:

Aprender com os erros é uma virtude. Se forem os erros dos outros melhor ainda. Assim, abaixo estão 10 conselhos sobre o que não se deve fazer quando o assunto é investir em bolsa de valores:

Seguir todos os conselhos que ouvir e não formar a sua própria opinião.

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Operar baseando-se unicamente em notícias (bem, se você for um insider isso talvez funcione).

Comprar papéis de baixíssima liquidez. O volume deve poderá ser suficientemente pequeno para você não conseguir vender quando precisar.

Fazer preço médio se o mercado estiver indo contra você. Aumente o número de trades se estiver passando por um mau momento pessoal. Nunca admitir que errou, se o mercado estiver se movimentando para o "outro

lado", ter a confiança de que logo ele perceberá o equívoco. Parar de gastar tempo aprendendo. Ser completamente emocional. Comemorar ao extremo cada centavo de alta e entrar

em depressão profunda com cada centavo de baixa. Não utilizar Stops, travas ou qualquer estratégia de proteção. Não registrar trades vitoriosos e muitos menos os perdedores.

Análise de Volumes

Volume Financeiro e Volume por Quantidade:

Primeiramente, deve-se ressaltar que existem duas maneiras principais de quantificar o volume:

Volume Financeiro: é o volume expresso em reais, dólares ou qualquer moeda. Mostra o valor financeiro total gerado pela compra e venda de um determinado ativo.

Volume por Quantidade: nesta situação temos duas subcategorias mais comuns, pode ser a quantidade de títulos negociados de um determinado ativo ou o número de negócios realizados.

O tipo escolhido para acompanhamento não tem grande importância, pois a única informação que o volume nos fornece de maneira absoluta é a indicação sobre a liquidez do papel. O principal e mais relevante para a análise é a comparação relativa do comportamento do volume de um ativo ao longo do tempo. O volume reflete o grau de comprometimento financeiro e emocional dos investidores e, portanto, torna-se um fator muito interessante de análise. Para efeitos de análise, os volumes diários são os mais interessantes.

Regras básicas sobre volumes:

Volume alto e volume baixo são conceitos relativos: eles referem-se principalmente à performance do passado recente do ativo.

Volume confirma a tendência: considere que um movimento de alta acontece e leva o mercado até um novo topo. Durante essa alta o volume também atinge um novo patamar mais alto. O esperado, então, é que os preços retestem ou excedam o pico formado, uma vez que o aumento de volume significa a entrada de novos traders reforçando a força

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compradora. De maneira semelhante, se o mercado constrói um novo fundo e o volume atinge um patamar mais alto, provavelmente, o fundo criado será atingido novamente e até superado.

Se dentro de uma tendência de alta ocorre uma nova elevação e o volume não acompanha esse acontecimento, um sinal de alerta é gerado. A tendência pode estar próxima de seu final. Esse conceito é mais relevante para movimentos altistas, uma vez que o mercado pode manter uma tendência de queda com baixo volume. Geralmente ocorre uma diminuição no ritmo do aumento de preços para então ocorrer a queda. Se o mercado está em negociação lateral dentro de um retângulo (Box range) é esperado que a direção do próximo movimento defina-se a partir de um rompimento com alto volume. Um rompimento com baixo volume indica que existem grandes chances de os preços retornarem aos limites de movimentação lateral.

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Comportamentos Básicos:

Esses 4 comportamentos descritos são apenas a ponta do iceberg de informações que a análise de volume oferece. Obtém-se ainda muitos resultados de qualidade quando estudamos e incluímos na metodologia os indicadores baseados em volume como OBV, Chaikin Money Flow, Force Index, etc. Esses indicadores fornecem indicações de fraqueza ou força através de divergências e frequentemente sinalizam com antecedência a vinda de uma reversão.

Preços Volume Tendência

  Alta   Alta Alta

  Alta   Baixa Baixa

  Baixa   Alta Baixa

  Baixa   Baixa     Neutra

Picos e Fundos: geralmente os picos ocorrem em recordes de volume quando o preço não ultrapassa determinada resistência. Já no fundo, os volumes são mínimos (o que caracteriza baixa força vendedora.).

Média Móvel: pode-se adicionar uma média móvel dos 10 últimos períodos ao gráfico dos volumes, assim, toda vez que o volume passar abaixo de sua média móvel, é sinal de que eles estão caindo. Já quando situados abaixo da média, estão caindo.

O OBV (On Balance Volume):

É um indicador momentum que relaciona mudanças no preço com as variações de volume. Ele foi criado por Joe Granville e a idéia é detectar a direção do fluxo do volume, ou seja, se está entrando ou saindo volume do ativo. Trata-se de um indicador bastante utilizado. Sua fórmula de cálculo é simples. Se o fechamento do dia for superior ao do dia

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anterior todo o volume é considerado volume de alta. Se o fechamento for inferior ao do dia anterior, todo o volume é considerado volume de baixa.

Assim:

Dia de alta: OBV = OBV (ontem) + Volume (hoje). Dia de baixa: OBV = OBV (ontem) - Volume (hoje).

O OBV pode, naturalmente, ser aplicado também para gráficos Intraday. Neste caso, o cálculo não é feito em termos de dias, mas sim em relação à periodicidade de cada barra. A interpretação do indicador pode ser feita segundo diferentes técnicas como divergência, quebra de tendência, padrões, cruzamentos de médias, etc.

Divergência: como muitos outros indicadores o OBV permite a análise por divergências. Quando o preço atinge patamares mais elevados (ou mais baixos) e o OBV não acompanha trata-se de um indicativo extra de que está faltando força ao movimento e existe probabilidade razoável de reversão. Em um situação como essa os Stops devem ser encurtados para preservar o lucro da operação ou a entrada no novo movimento deve ser planejada.

O gráfico acima do Bradesco (BBDC4) mostra que os preços realizaram uma perna de alta, enquanto que o OBV gerou um topo inferior. O sinal de divergência gerado transformou-se em seguida em um movimento baixista mais amplo.

Uma das grandes forças do OBV é permitir que os elementos na análise técnica como canais, suportes e resistências sejam aplicados diretamente em seu gráfico. Utilize essas técnicas da mesma maneira como faria no gráfico de preços.

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Gráfico de Barras

O gráfico de barras é um dos tipos mais populares na análise técnica. Conforme pode ser visto na ilustração ele utiliza o valor de abertura, máximo, mínimo e de fechamento.

A barra oferece uma série de informações sobre o que acontece no pregão. O segmento de reta para a esquerda é a abertura, ou seja, o valor do primeiro negócio que ocorreu no dia. O segmento para a direita é o valor de fechamento, representando o preço do último negócio no pregão. O ponto mais alto da barra coincide com o preço máximo praticado durante o pregão, enquanto que a extremidade inferior corresponde ao preço mínimo.

O tamanho da barra (distância entre o máximo e o mínimo) nos oferece alguns dados, mostrando um pouco sobre como foi a batalha entre compradores e vendedores. Uma barra pequena ou média, normalmente, demonstra um mercado calmo, sem grandes conflitos. Mas, o que é uma barra pequena? Que tamanho é uma barra média? Isso depende do mercado/ativo, o que se faz é analisar o tamanho da barra em relação ao tamanho médio das outras barras do gráfico, se, por exemplo, for metade do tamanho da maioria, com certeza estamos falando de uma barra pequena.

O mesmo raciocínio é válido para identificar barras grandes, a interpretação, entretanto, é completamente oposta. Barras grandes normalmente são um sinal de mercado volátil, com os preços variando fortemente durante o dia. Em pregões desse tipo, surgem várias oportunidades de negócios (e algumas armadilhas também).

A Teoria de Down Jones:

O ponto de partida dos estudos relacionados ao mercado acionário. Tem como objetivo, determinar as tendências primárias (mais significativas) do mercado. Quando uma tendência é estabelecida, admiti-se que ela existe até que haja uma reversão.  A teoria, no entanto, mostra apenas a tendência, esquecendo-se de projetar sua duração.

A Maioria das Ações Segue uma Tendência Conjunta: motivo pelo qual se criou o índice Down Jones, que funciona como um barômetro para o mercado.

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O Mercado Tem 3 Movimentos: primário (tendência de longo prazo), secundário (correções e reações à tendência principal. Dura de semanas a meses) e a tendência menor (duração de dias e até horas.) Confirmação: o princípio da confirmação afirma que para uma reversão de tendência ou rompimento de nível de suporte/resistência ser válido, o fato deve ocorrer em dois índices de composições distintas. Assim, um índice confirma o outro, demonstrando que não se trata de uma oscilação temporária do movimento.

Para ilustrar o princípio da confirmação suponha dois índices (A e B) de composições diferentes, mas que se comportam de maneira semelhante. O índice A, durante uma alta, vence a zona de pressão vendedora (a linha de resistência) e parece seguir com força em sua tendência. O índice B, entretanto, ao chegar pela primeira vez na linha de resistência não consegue o rompimento da mesma forma que A. Um investidor que analisa o mercado apenas a partir do ponto de vista do índice A pode concluir que existem boas oportunidade de compra logo após o rompimento. Contudo, o que acontece é uma retração, pois o mercado não estava tão forte como demonstrou a falha de rompimento por parte de B.

Essa é a essência do princípio da confirmação. Dois índices são usados para que um pronuncie uma "segunda opinião" sobre o outro, de modo a validar o que está acontecendo ou indicar uma armadilha. No caso brasileiro, esses dois índices poderiam ser, por exemplo, o índice Bovespa e o IBRX.

A Tendência Continua Até Surgir um Sinal Definitivo de que Houve Reversão: embora pareça óbvio, este princípio é importante. O mercado não vai cair apenas porque atingiu um nível "alto demais" ou subir porque "já caiu demais". Uma das técnicas mais simples utilizadas é a identificação de falhas ao formar um topo mais alto (em uma tendência de alta) ou um fundo mais baixo (em uma tendência de baixa). O investidor deve possuir uma metodologia de identificação de pontos de entrada e saída, existem uma série de ferramentas de análise técnica que ajudam nessas decisões.

As Médias Setoriais Têm que Confirmar a Média Global: por exemplo, se o Ibovespa estiver caindo, mas a média do setor siderúrgico não estiver caindo, não está confirmada a tendência de queda.

As Médias Descontam Tudo: os índices representam a ação conjunta de inúmeros investidores, desde os mais bem informados(que contam com as melhores informações e previsões) até os muito inexperientes. As variações diárias dos preços de um índice, portanto, já têm incluídas (descontadas) no seu valor os eventos que irão acontecer e que

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são desconhecidos pela maioria dos investidores. Dessa forma, todo o fator que afeta a relação de oferta/demanda está refletida no preço do mercado. Entretanto, existem os eventos que são imprevisíveis e que as pessoas não têm como saber, como calamidades naturais, catástrofes como os atentados nas torres americanas, etc. Esses são os chamados "atos divinos" , quando acontecem podem gerar fortes oscilações iniciais, mas acabam sendo absorvidos pelo mercado.

Resumo:

Todo o fator que afeta a oferta x demanda está refletido no índice. O Índice já possui em seu valor (já descontou) eventos futuros que a imensa maioria

não conhece. Acontecimentos completamente inesperados são rapidamente avaliados e seus

possíveis efeitos absorvidos.

Para Saber Mais: The Dow Theory de Robert Rhea, Technical Analysis of Stock Trends de Robert D. Edwards e John Magee e Techical Analysis Explained de Martin Pring.

Linhas de Tendência:

Linhas Ascendentes, Descentes e Canais:

Traçando as Linhas: traçar uma reta ligando o mínimo de cada barra para uma tendência ascendente ou o máximo de cada barra para um caso de baixa. Em momentos de indefinição, as linhas de tendência são praticamente horizontais.

Na teoria das linhas de tendência, se os preços ultrapassarem a linha no sentido oposto, ocorre uma reversão da tendência. Ou seja, se os preços romperem para cima a linha de tendência de baixa, significa que um movimento de alta está por vir. Apesar da simplicidade, a linha de tendência é uma das ferramentas mais eficazes da análise técnica.

Às vezes ocorre uma falsa quebra de linha de tendência, ou seja, os preços rompem a reta, mas não mudam de tendência, isso ocorre devido a uma falta de confirmação com os outros indicadores (altos volumes nos pontos de reversão, por exemplo). Contudo, tal ocorrência pode ser interpretada como um aviso para uma futura mudança na tendência.

O tamanho da reta é um outro fator importante a ser levado em conta. Quanto maior o tamanho da linha de tendência, maior é a sua importância. Assim, uma linha que une os fundos dos preços durante um ou dois anos é muito mais significativa que uma linha de apenas uma semana. Representando essa, uma tendência de curto prazo e aquela, uma tendência de longo prazo.

Um outro ponto relevante é a inclinação das retas. Quanto mais inclinadas forem as retas, maiores são as chances de reversão da tendência. Penetrações em linhas muito inclinadas, em geral, resultam em correções de curto prazo, após o qual normalmente reaparece a tendência original, só que com menor inclinação e tamanho.

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Para se calcular a amplitude de uma quebra descendente da reta, basta pegar a maior amplitude da cotação máxima em relação à linha de tendência e projetá-la para baixo. O mesmo processo pode ser feito para se calcular a amplitude ascendente. (Retas Verticais Laranjas). Uma vez que os preços atingiram a amplitude calculada, é esperado, portanto, uma correção nos preços.

Negociando com Linhas de Tendência:

Como você pode perceber as linhas de tendência oferecem ótimos avisos. Em uma tendência de alta, a linha de suporte formada pode sugerir boas oportunidades de compra. De maneira semelhante, ao se aproximar da linha de resistência esteja preparado para sinais de venda.

Assim como suportes e resistências, quanto mais a linha for testada e resistir dando início a novas reações do mercado na direção contrária, mais forte ela é.

Outro ponto que temos de abordar é a questão do volume. Em uma tendência de alta o volume normalmente cresce à medida que os preços sobem, afastando-se da linha de tendência e decresce quando retornam a ela, em uma tendência de baixa o volume aumenta à medida que os preços caem, afastando-se da linha de tendência e diminuem quando retornam a ela.

Canais de Tendência:

Formação típica de alta, onde são traçadas duas retas ascendentes, uma unindo os fundos e outra unindo os topos. Uma boa estratégia para essa situação é vender sempre que os preços atingirem a reta superior e comprar quando se aproximarem da reta inferior. Mas lembre-se, em algum momento os preços vão cair fora!

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Uma vantagem dos canais sobre as linhas de tendência é que eles oferecem um ponto de entrada e um ponto de saída (os dois limites do canal). Um canal pode ser Horizontal, Ascendente ou Descendente.

É importante enfatizar que quanto maior o tempo de duração do canal mais importante ele é, contudo, como todas as formações gráficas uma hora ele será rompido. O canal é uma das técnicas mais simples e importantes que existem, deve ser preferencialmente utilizado em conjunto com outras ferramentas técnicas tornando-se uma arma valiosa em sua estratégia operacional.

Suporte e Resistência:

Suportes e resistências, de maneira simples, são zonas de preços nas quais o movimento atual do mercado tem grandes chances de parar e reverter.

Suporte:

Região na qual o interesse de comprar é grande, superando a pressão vendedora, o movimento de queda tende a parar. Resistência: Região na qual o interesse de vender é grande, superando a pressão compradora, o movimento altista tende a parar. Não existe nada de mágico com suportes e resistências o que existe é oferta versus demanda e psicologia humana.

Em uma alta, conforme os preços aumentam, os ativos vão ficando naturalmente mais caros e menos compradores vão estar disponíveis a pagar determinado preço. Os vendedores, pelo contrário, vão querer vender como nunca nesses novos valores, aumentando a oferta e contribuindo para o início da desvalorização (queda).

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Em uma baixa o contrário acontece, os ativos tornam-se mais baratos e a demanda pelos papéis começa a aumentar. Os vendedores, já não acham os preços tão atrativos, diminuindo a oferta. Está aberto o caminho para a valorização (alta).

Negociando com a Ajuda de Suporte e Resistência: a regra para negociar usando suportes e resistências parece simples: comprar no suporte e vender na resistência. Essa regra sem sofisticação, mas objetiva pode tornar um investidor extremamente bem sucedido se ele conhecer o mercado e tiver uma boa metodologia de operação. Para isso o investidor deve saber que, muitas vezes ocorre o rompimento dos níveis de suporte e resistência, sendo importante contar com estratégias para proteção do capital e também para aproveitar esses acontecimentos. Nesse contexto um ponto relevante é a força do suporte e resistência. Quanto mais vezes o mercado "bater e voltar" na linha, mais forte é a confiabilidade da barreira de preços.

O Princípio da Inversão:

O Princípio da Inversão (também chamado de Princípio da Mudança de Polaridade) pode ser aplicado em suportes, resistências e linhas de tendência (tema do próximo capítulo). Como o nome sugere, o princípio está relacionado com a inversão de papéis, ou seja, uma resistência passa a funcionar como suporte e vice-versa. De maneira simples, suponha que determinada região de preços é uma resistência. Se essa região for rompida, ela tende a tornar-se uma zona de maior pressão compradora, ou seja, um suporte. O raciocínio oposto também é válido, se uma região de suporte for perdida, ela poderá passar a ser uma resistência.

Analisemos o exemplo acima no índice Bovespa: A linha azul é, inicialmente, um suporte, tendo funcionado diversas vezes como um local de reação do mercado. Entretanto, o suporte acabou por ser rompido transformando-se em uma linha de resistência. Trata-se do princípio da inversão agindo.

Os Fatores Psicológicos por Trás de Suportes e Resistências suportes e resistências estão entre os primeiros conceitos que aprendemos quando começamos a estudar análise técnica. Eles refletem, diretamente, a idéia de "comprar barato e vender caro" que habita os sonhos e intenções de qualquer investidor. Mas, como se formam esses níveis? O que faz

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com que determinado papel não consiga romper uma resistência antiga? A resposta para essas questões é ao mesmo tempo simples e complexa, assim como são os seres humanos.

Que outros fatores ajudam a definir um certo preço como suporte ou resistência? A resposta é simples: memória. As pessoas lembram-se dos valores que compraram ou venderam e ganharam dinheiro, lembram-se também dos preços em que perderam e das emoções boas e más sentidas durante esses eventos. Logo, o somatório desse histórico de lembranças é um dos fatores que contribui para a formação dessas zonas de bloqueio.

Comprometimento, envolvimento e orgulho: uma das frases mais notórias e felizes usadas para diferenciar envolvimento e comprometimento diz que a galinha está envolvida com a omelete enquanto que o porco está comprometido com a feijoada. A distinção possui esse nível de grandeza mesmo, quando estamos verdadeiramente comprometidos nos esforçamos, torcemos, enfim, fazemos tudo ao nosso alcance para que as coisas aconteçam conforme o planejado.

Quando olhamos os gráficos na tela do computador e formulamos uma estratégia de trade passamos a ter um envolvimento com nossa hipótese. Quando decidimos dar o passo seguinte e a ordem é enviada, querendo ou não, passamos a possuir um compromisso financeiro com a operação. A partir desse momento, o trader precisa saber gerenciar suas emoções, caso contrário uma série de pensamentos destrutivos.

Padrões de Consolidação da Trajetória:

Triângulos:

Triângulos são classificados como padrões de continuação de tendência, eles se formam quando a flutuação dos preços começa a atingir amplitudes cada vez menores conforme o tempo passa. No começo de sua formação o triângulo está em seu ponto mais largo, á medida que o tempo passa os preços passam a oscilar entre duas linhas: a inferior de suporte e a superior de resistência. Não existe verdade absoluta, mas a tendência é a continuação do movimento atual após o rompimento, em especial no que se refere a triângulos ascendentes e descendentes. Existem três tipos básicos de triângulos:

Triângulo Ascendente: o triângulo ascendente possui o lado superior horizontal e o inferior como uma linha ascendente. O rompimento normalmente indica a continuação da tendência. Uma das técnicas para utilizar o triângulo ascendente como instrumento de operação é aguardar pelo rompimento da linha horizontal com alto volume, nessa situação os analistas esperam por uma alta de pelo menos a altura do lado mais largo do triângulo.

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Triângulo Descendente: o triângulo descendente é o inverso, tende a ser um sinal de queda. A linha horizontal fica na parte inferior enquanto que uma linha de tendência inclinada para baixo se forma. Como no caso ascendente, espera-se que os preços percorram uma distância equivalente ao tamanho do lado mais largo da formação.

Triângulo Simétrico: no triângulo simétrico os preços máximos e mínimos das flutuações atingem amplitudes cada vez menores. É uma formação típica de indecisão e a sua tendência está mais relacionada com a continuação da tendência corrente do que com reversão.

Durante a formação do padrão os triângulos, geralmente, apresentam diminuição constante do volume, havendo um aumento significativo apenas na região de corte (rompimento), o que é um sinal bastante importante.

O triângulo é um padrão de continuação de tendência, mas é importante lembrar que não necessariamente um triângulo simétrico ou ascendente vai romper para cima e um descendente para baixo. O rompimento pode ser para qualquer direção, o mais importante é saber se posicionar de acordo com o movimento posterior.

Realizando Trades com Triângulos: triângulos são bastante utilizados na análise técnica. Eles refletem um momento de indecisão do mercado, possuindo um caráter corretivo. Uma observação que tenho feito é que muitos analistas e investidores que acompanham o mercado conseguem com sucesso identificar esse padrão. Entretanto, existem muitas dúvidas sobre como realizar trades com triângulos. Para ver mais sobre a identificação dessas figuras e suas variações consulte o capítulo sobre triângulos no tutorial de análise técnica.

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Compra/Venda Sem Pullback: durante a formação do padrão, normalmente, vemos que o volume decresce. No rompimento, entretanto, o volume tende a aumentar bastante. A primeira estratégia, portanto, é aproveitar essa nova força compradora (ou vendedora caso o triângulo rompa para baixo e você deseje operar na ponta de venda) e entrar no movimento. O stop inicial, por sua vez, pode ser colocado sob (sobre no caso descendente), uma vez que tende a ser zona de suporte (resistência). A figura abaixo mostra um triângulo simétrico, um triângulo ascendente e um descendente. Nos dois primeiros casos, uma compra deve ser realizada na ruptura ou próximo dela. No caso do triângulo descendente efetuamos uma venda nesse ponto.

O triângulo é um padrão de continuação de tendência, mas é importante lembrar que não necessariamente um triângulo simétrico ou ascendente vai romper para cima e um descendente para baixo. O rompimento pode ser para qualquer direção, mas a estratégia de operação é a mesma.

Compra/Venda com Pullback: muitas vezes o mercado após romper um nível de suporte/resistência realiza um retorno e testa o nível rompido (ou a região próxima) novamente antes de prosseguir na direção do movimento inicial. Esse retorno chama-se pullback. Uma das estratégias com triângulos é, portanto, aproveitar o pullback que acontece muitas vezes. Após o rompimento o mercado volta ao nível do triângulo e, a partir desse ponto, recomeça a subir/descer. A compra/venda neste caso deve ser realizada no rompimento do novo topo/fundo formado no pullback. Esse modo de operação está ilustrado na figura abaixo, a linha vermelha indica o nível no qual a compra/venda deve ser realizada. O stop inicial é colocado abaixo/acima do fundo/topo formado pelo pullback

Comparativo Entre as Estratégias: considerando um mesmo triângulo, a lucratividade potencial tende a ser maior no caso 1, uma vez que entramos mais cedo no trade. Além disso, podemos realizar esse trade sempre que houver o rompimento, enquanto que no caso 2 podemos esperar um pullback que pode nunca vir a acontecer e assim perdermos uma boa oportunidade. O caso 2, contudo, pode ser considerado um pouco mais seguro, pois temos, normalmente, condições de colocar um stop menor e sabemos que estamos próximos a uma zona de suporte , por exemplo. Podemos estimar também o alvo de preços com maior precisão agregando as projeções do próprio triângulo com extensões de fibonacci, o que nos fornece uma idéia melhor sobre a recompensa do trade.

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Projetando Alvos para os Preços: utilizando triângulos é possível projetar o valor futuro dos preços. Existem duas técnicas principais para isso. A primeira delas, consiste em tomar a medida do maior lado do triângulo e projetá-la no ponto de rompimento. A segunda maneira é traçar uma linha paralela à linha do lado oposto do rompimento. Essas duas maneiras estão ilustradas na figura abaixo com um triângulo simétrico (técnica 1) e um triângulo ascendente (técnica 2), a linha vermelha representa a projeção do alvo dos preços.

Bandeiras e Flâmulas:

São padrões muito úteis de continuação de tendência. Tanto as bandeiras como as flâmulas possuem as seguintes características semelhantes:

Possuem 3 Fases: um movimento mais forte e objetivo inicial, uma pequena correção do movimento e uma retomada do movimento na direção original.

São formações, em geral, de curta duração (1 a 3 semanas) que surgem com mais frequência em fases de subidas ou de quedas mais bruscas. O volume durante a formação tende a se reduzir, aumentando novamente no ponto de corte.

A diferença fundamental entre uma bandeira e uma flâmula é o formato do padrão corretivo da formação. Observe nas figuras abaixo que a bandeira é semelhante a um retângulo (podendo ter inclinação), enquanto que a flâmula é uma bandeira pontiaguda, lembrando bastante um triângulo.

Alvo Para os Preços: como técnica de cálculo de alvo dos preços utilizamos o tamanho do movimento inicial até o início do padrão corretivo (primeira linha vermelha nas figuras acima). Então, quando acontece o rompimento (geralmente com aumento de volume conforme dito anteriormente) projetamos essa mesma distância a partir da linha base da bandeira ou flâmula (dando origem a segunda linha vermelha). Alguns analistas acreditam que a projeção pode ser feita do ponto mais alto da bandeira ou flâmula, entretanto,

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teriamos um alvo otimista nesse caso. Abaixo vemos um exemplo de bandeira na Telemar (TNLP4). Observe que conforme mencionado, o retângulo que forma o padrão corretivo da bandeira pode ser inclinado.

Padrões de Reversão da Trajetória:

Ombro-cabeça-ombro:

Um dos mais importantes padrões de reversão de tendência. Vamos utilizar a figura abaixo para analisar sua formação e seus componentes. O padrão lembra, de fato, os ombros e cabeça de uma pessoa. O mercado forma um primeiro topo (ombro) e retorna a linha base que será chamada de linha de pescoço. Desse ponto, uma alta acontece superando o topo anterior e formando a cabeça, até esse momento o mercado sugere a continuação da alta. Os preços, a partir da cabeça, retornam uma vez mais até a linha de pescoço e voltam a subir, dando origem ao segundo ombro com tamanho muito semelhante ao primeiro. Está formado o OCO. O volume costuma decrescer conforme o padrão vai sendo construído, elevando-se rapidamente no corte da linha de pescoço. Os OCOs indicam reversão de tendência. O padrão da figura acima, é um OCO de baixa, mas também existem OCOs de alta como na figura abaixo.

Uma das características mais interessantes do padrão cabeça e ombros é o alvo de preços que a formação sugere. Mede-se a altura da cabeça até a linha de pescoço e projeta-se essa mesma altura a partir da linha de pescoço na direção de rompimento. A linha vermelha na figura acima, mostra até onde o OCO sugere que os preços subam.

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No exemplo acima temos um gráfico em nível diário do índice Bovespa mostrando um OCO de queda. Note que a linha pontilhada vermelha indica o alvo dos preços.

Topos Duplos:

Topos duplos sinalizam o final de um mercado de alta. Eles são formados quando os preços sobem até atingir um determinado nível, geralmente, com volume aumentando durante o percurso e ao atingir esse nível começam um processo de retração com o volume diminuindo. Após a retração, uma nova alta inicia-se até voltar ao nível de preços atingido anteriormente ou bem próximo disso. O volume nesta segunda "viagem" poderá, inclusive, ser menor do que o volume gerado na formação do primeiro topo.

Na figura acima a linha vermelha representa duas vezes a altura do topo a partir de sua linha base. O tamanho da linha indica um preço-alvo para o movimento após a reversão. Para uma maior validade, muitas vezes os analistas apreciam uma certa separação entre os topos de pelo menos duas ou três semanas.

Fundos Duplos:

Os fundos duplos possuem as mesmas características que os topos duplos, claro que trata-se do inverso, ou seja, um padrão que indica reversão para uma tendência de alta.

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São válidos os mesmos conceitos em relação ao nível-alvo dos preços após a formação e o tempo de duração. Conforme os fundos vão se formando existe, normalmente, um aumento de volume associado, diminuindo na reação de volta até a linha base.

Os topos duplos sinalizam venda, enquanto que os fundos indicam compras. Fatores que aumentam a confiabilidade do padrão ainda é o fato de os topos/fundos serem formados em zonas de resistências/suportes importantes. Como recomendado em outros capítulos deste tutorial, sempre que utilizamos técnicas de análise gráfica em conjunto podemos aumentar muito o sucesso de nossas estratégias de investimentos. Um exemplo real de topo duplo podemos ver no gráfico abaixo do Bovespa.

Topos e Fundos Triplos:

Todos os conceitos são válidos para topos e fundos triplos, a única diferença é que existe um topo ou fundo a mais do que nos casos estudados.

Gaps:

Gaps não são apenas espaços vazios nos gráficos. Eles trazem uma série de informações importantes que podem influenciar diretamente a percepção do trader sobre o movimento. A sua interpretação pode variar de um claro indicativo de força até uma expectativa de reversão dependendo do contexto no qual o gap se manifesta.

Surgimento:

Assumindo um período de tempo diário, um gap acontece quando o máximo do dia atual é inferior ao mínimo do dia anterior (gap de baixa) ou quando o mínimo do dia atual é superior ao máximo anterior (gap de alta). Observando um gap no gráfico ele é um espaço vazio entre barras consecutivas.

Obviamente, um gap pode surgir em outras periodicidades além de em nível diário, como intraday, semanal, mensal, anual, etc. Contudo, conforme o intervalo de tempo aumenta os gaps são cada vez mais raros. Para que ocorra, por exemplo, um gap no gráfico semanal não pode haver intersecção dos preços dos 5 dias de uma semana com os preços de nenhum dos 5 dias da semana seguinte.

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Fechamento de um Gap:

Existe a idéia de que um gap será sempre fechado, ou seja, os ativos passarão a ser negociado no intervalo de preços do gap num futuro próximo. Entretanto, na análise técnica, não há espaço para certezas e, por conseqüência, não podemos confiar que determinado gap será prontamente preenchido. Mesmo porque o fechamento pode ocorrer semanas, meses e até anos depois. De qualquer maneira é inegável a observação de que a maioria dos gaps é fechada de maneira relativamente rápida.

A principal causa do fechamento é o aspecto fortemente emocional dos gaps. Eles mostram força para um dos lados, muitas vezes são gerados a partir de notícias surgidas durante a noite. Muitos traders possuem um relacionamento extremamente emocional com seus ativos e operações e tomam decisões pouco racionais. Entretanto, quando a situação começa a normalizar e os fatos são analisados de maneira mais racional, muitos percebem que a decisão foi incorreta e começam a desfazer a posição equivocada. Esse comportamento inicia a reação que muitas vezes culmina com o fechamento total ou parcial do gap.

Gap de Rompimento:

Este tipo de gap é formado quando o preço rompe um padrão de preços ou acumulação. Ele enfatiza a força compradora ou vendedora do novo momento. No gráfico abaixo o gap de rompimento confirma a superação de uma resistência. É desejável que o gap seja acompanhado por um aumento de volume no caso de gap de alta, condição não necessária para rompimentos de baixa.

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Gaps de Continuação:

Os gaps de continuação surgem quando os preços estão fazendo um movimento claro em uma direção e com rapidez. Dessa maneira, este é um tipo de gap bastante emocional que encontramos, normalmente, em rallys ou em quedas bruscas. Neste gráfico da ELET6 vemos dois gaps de continuação. Um cuidado a ser tomado é que o surgimento do segundo ou terceiro gap sinaliza perigo, pois o movimento pode estar usando de suas últimas forças.

Gaps de Exaustão:

O gap de exaustão está associado ao final do movimento. Conforme dito, o segundo ou terceiro gap de continuação pode ser na verdade um sinal de exaustão. Cuidado especial deve ser tomado caso o gap seja grande em relação a outros gaps ou caso ocorra um gap de queda no dia seguinte deixando uma barra de preços isolada. Neste caso, tem-se uma ilha de reversão. Para os japoneses trata-se de uma padrão de candles de reversão tipo estrela bastante forte chamado de bebê abandonado.

Vale ressaltar também que um gap tende a tornar-se uma zona de suporte/resistência. Para os japoneses um gap é uma janela (um padrão de consolidação) e toda a área da janela é considerada um nível potencial de pressão compradora ou vendedora. Existem técnicas de exploração de gaps que podem ser encontradas em outros livros. Observe os gaps e também o contexto no qual eles aparecem. Eles têm muita informação para ajudar em seus trades.

IFR:

O IFR é um dos indicadores mais utilizados, sendo extremamente útil em diversas situações. Ele pode ser usado sozinho ou em conjunto com outras técnicas de análise (o que é sempre recomendado). Criado em 1978 por Welles Wilder, o IFR mede a "força" de um ativo. Ele oscila entre 0 e 100 e pode ser utilizado em seus trades de 4 maneiras principais, vamos a elas.

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O IFR é um indicador de esgotamento de altas e baixas. É plotado em escala linear que vai de 0 a 100. Teoricamente, quando o indicador se passa de 80, indica esgotamento da alta. Já o esgotamento da baixa acontece quando o indicador fica abaixo de 20. Vale Ressaltar que toda figura de reversão é acompanhada por divergências neste indicador. Desta forma, cunhas, derivas e topos se confirmam porque o IFR não mantém a mesma trajetória dos preços.

Topos e Fundos:

Também conhecida como condição de compra ou venda excessiva. O IFR, normalmente, faz um topo acima do valor 70 e um fundo abaixo de 30. Esses topos/fundos formados no IFR, muitas vezes, são muito mais claros de serem visualizados do que no próprio gráfico de preços do ativo.

A interpretação feita é que acima de 70 o ativo está em uma condição de compra excessiva, ou seja, os preços estão altos, levando a pressão compradora a tornar-se fraca e abrindo espaço par uma correção. De maneira semelhante, abaixo de 30 aconteceram muitas vendas e o ativo está barato, sugerindo oportunidades de compra que podem dar origem a um movimento altista. Alguns autores acreditam que em uma tendência grande de alta o valor de 80 é mais adequado para sinalizar a condição de compra excessiva, enquanto que em um mercado de baixa o limite inferior pode ser ajustado para 20.

Formações Gráficas:

O IFR forma padrões como OCO ou triângulos que, muitas vezes, não aparecem no gráfico dos preços, mas que são perfeitamente válidos, podendo indicar continuação ou reversão de tendência. O exemplo abaixo, mostra destacado um OCO anunciando queda no IFR que não aparece no gráfico de preços.

Suporte e Resistências: linhas de suporte e resistência são perfeitamente válidas no IFR, sugerindo, respectivamente, região de pressão compradora e vendedora.

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Divergências: a procura por divergências é um dos principais usos do IFR. A divergência acontece quando o movimento do IFR "discorda" do que está acontecendo com o preço. Como um exemplo, algumas vezes o gráfico dos preços faz um novo topo mais alto que o anterior, enquanto que o IFR não acompanha este movimento ficando abaixo de seu último topo. O que está acontecendo? O IFR está apresentando a você um sinal de fraqueza do mercado de alta e talvez seja uma boa chance de vender. Não é preciso dizer que o contrário também é válido, se os preços fazem um novo fundo e o IFR não, pode estar surgindo força compradora.

O cálculo do IFR:

Na fórmula, "A" representa a média dos preços de fechamento dos dias de alta do período, enquanto que "B" a média dos preços de fechamento dos dias de baixa. Como já foi dito, não existe regra bem determinada para o período de cálculo das médias, mas quanto menor o período maior a volatilidade do indicador, ou seja, o IFR irá oscilar mais.

Período do IFR: o IFR pode ser calculado sobre diferentes períodos de tempo, os mais comuns são 9, 14 e 25. Não existe uma regra formal para o número de dias a ser usado, alguns funcionam melhor para certos mercados, deve-se então testar e encontrar o que se adapta melhor para os papéis e índices que você analisa.

O IFR é bastante versátil e pode ajudar muito em seus trades. Muitos analistas concordam que o IFR é muito eficiente auxiliando na confirmação de uma idéia ou hipótese sobre o mercado. É possível realizar negócios baseando-se unicamente nesse indicador, mas essa prática não é a ideal. O importante é possuir uma metodologia que combine algumas técnicas de análise, podendo ser o IFR mais uma importante arma em seu arsenal.

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Divergências:

Mesmo elementos bastante conhecidos dos analistas técnicos como as divergências possuem propriedades pouco exploradas. As divergências entre indicadores e os preços têm um valor excepcional para o trader, podendo avisar com antecedência uma reversão ou simplesmente gerar sinais claros para encurtar os stops devido ao enfraquecimento da tendência atual. Neste artigo, vamos conhecer os diferentes tipos de divergências e suas características.

Momentum e Divergências: a grande maioria dos analistas avalia durante seu trabalho o que podemos chamar de a "taxa de aceleração" do preço ou do volume. Essa taxa de aceleração é chamada em análise técnica de momentum e diversos indicadores, sejam eles seguidores de tendência ou osciladores, são também indicadores de momentum. Como exemplo podemos citar ROC, IFR, MACD, entre muitos outros. Uma das maneiras em que esses indicadores são mais utilizados é na procura por divergências. As definições clássicas de divergências estão detalhadas abaixo:

Divergência altista: ocorre quando os preços fazem um novo fundo mais baixo que o anterior, enquanto que o indicador falha ao fazer um fundo mais baixo.

Divergência baixista: ocorre quando os preços fazem um novo topo mais alto que o anterior, enquanto que o indicador falha ao fazer um topo mais alto. Uma divergência é um sinal importante, ao qual devemos prestar muita atenção, pois uma boa oportunidade de entrada ou de saída pode estar se aproximando.

Fibonacci:

Os números de Fibonacci são utilizados para medir a retração de uma alta ou a recuperação de uma queda. Conforme indicado no gráfico abaixo, utilizando-se de softwares gráficos, marca-se o intervalo entre o topo e o fundo e o sistema delimita os percentuais da retração ou da recuperação. A maioria dos ajustes ocorre até 33%, 50% ou 66%.

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Bollinger Bands:

Os Bollinger Bands são uma ferramenta bastante interessante, mantém uma relação intensa com a volatilidade, ajudando na antecipação de movimentos fortes e na identificação pontos de compra e venda. Observando o gráfico de um ativo ao longo do tempo é possível perceber períodos de alta volatilidade e outros bastante tranqüilos. A análise detalhada do gráfico, no entanto, nos mostra mais. O preço de um ativo dificilmente foge de uma determinada região, sendo constantemente atraído para uma zona de equilíbrio. Essa zona pode ser identificada com a utilização de médias móveis A partir dessas observações, o analista técnico John Bollinger criou os Bollinger Bands. Elas consistem em duas linhas, uma superior e outra inferior, traçadas a partir de uma determinada distância de uma média móvel. Esse conceito é, basicamente, o mesmo de envelopes. Nos envelopes, temos também duas linhas as quais são calculadas a partir de um determinado percentual de distância da média. A diferença introduzida por Bollinger está na utilização do desvio padrão

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Estreitamento:

Muitas vezes ocorre uma diminuição na volatilidade de um ativo em razão de um certo equilíbrio entre demanda e oferta. Essa diminuição tem reflexo direto nas bandas, uma vez que elas se aproximam deixando um canal muito mais estreito. A melhor analogia para o que essa formação representa é a calmaria que antecede uma tempestade, uma vez que trata-se de um considerável sinal de que um forte movimento está vindo.

Observe o gráfico acima da Ambev (AMBV4). Em final de maio e início de junho de 2003 as bandas estreitaram-se, permanecendo assim até final de agosto quando um significativo movimento altista teve início. Ao mesmo tempo em que o rally iniciou-se as bandas começaram novamente a se afastar refletindo o aumento de volatilidade.

Dessa maneira, as bandas nos fornecem com antecedência o sinal de que existe uma oportunidade de trade se aproximando, mas para qual lado o mercado vai? Podemos tentar

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descobrir essa resposta com a ajuda de alguns indicadores. Uma técnica é procurar divergências ou avaliar a sobrecompra/sobrevenda através de um oscilador como o IFR, entretanto, não podemos esquecer das valiosas informações fornecidas pelos indicadores baseados em volume.

Nessas situações, esses indicadores desempenham um papel importante, afinal o volume avalia o grau de comprometimento financeiro dos investidores. No gráfico acima, vemos uma linha vermelha descendente nos preços, enquanto que o OBV desenvolve uma trajetória ascendente (divergência altista). Com essas informações reunidas podemos preparar o trade e fazer uma ótima entrada.

Alcançando as Bandas:

Um dos aspectos fascinantes da análise técnica é que mesmo sob as mesmas condições, muitas vezes, dois analistas enxergam o cenário de maneira completamente diferente.

Entretanto, seguidamente, ao alcançar uma das bandas o mercado reverte para a outra direção, nem que seja uma rápida pausa para "tomar ar" antes de continuar a escalada ou a queda. Isso acontece porque ao atingir a linha superior ou inferior, os preços já se distanciaram bastante de sua média e estão vulneráveis a correções. Sob essa visão, a superação de uma banda é na verdade um alerta que sugere a liquidação de posições.

A conclusão é que a estratégia de uso das bandas depende do plano de trade. O objetivo é manter a posição por algum tempo ou realizar trades curtos? Serão trades curtos ou curtíssimos como day-trade? Sob quais condições técnicas acontecerá a saída? Onde estarão os stops? Essas perguntas devem estar respondidas.

Outras Dicas de Uso: entre outros usos, ainda podemos destacar o fato de as bandas serem bons alvos de preços. Assim, um movimento que se inicia sobre uma banda tende a percorrer todo o caminho até a outra. Outro mecanismo interessante sugere que topos ou

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fundos feitos fora das bandas seguidos por topos ou fundos feitos dentro são uma boa sinalização de mudança de tendência. Maiores informações sobre essa interessante ferramenta você encontra no livro de John Bollinger, Bollinger on Bollinger Bands.

Parabólico SAR:

O Parabólico: poucos conhecem profundamente este interessante indicador, considerado exótico pela maneira como é plotado. O parabólico é muito útil, sendo bastante usado na composição de sistemas de trade (trading systems), uma vez que seu uso define regras claras e objetivas de stop tanto na ponta de compra quanto na de venda. Criado por J. Welles Wilder e apresentado em detalhes em seu livro New Concepts in Technical Trading Systems, o nome parabólico vem do fato de que o conjunto de pontos do indicador apresenta frequentemente a forma de uma parábola. SAR, por sua vez, significa em inglês Stop And Reverse, ou seja, pára e reverte. Trata-se de uma menção à maneira como o indicador é empregado, a qual estaremos estudando a seguir.

Tendência é Fundamental:

O primeiro ponto fundamental sobre o parabólico é que ele só deve ser usado em ativos com tendência definida. Acumulações e movimentos laterais fazem com que o indicador gere diversos sinais não confiáveis. Lembre-se sempre disso quando estiver observando o parabólico junto a um gráfico.

Stops, Entradas e Saídas:

O grande mérito do parabólico está na sinalização de saídas. Como dito no artigo sobre planejamento de trades, a maior parte dos investidores passa 95% do tempo pensando em suas entradas e praticamente desprezam as condições de liquidação de suas posições. O resultado é a devolução do lucro obtido ou um prejuízo maior do que o esperado.

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A regra de utilização do parabólico nessas condições é simples: deve-se fechar posições de compra quando o preço cai para baixo do parabólico e cobrir posições de venda quando o preço sobe acima do parabólico. O parabólico é um grande sinal de alerta. Suponha um ativo em tendência de alta, a cada dia o parabólico subirá de acordo com o tamanho da movimentação dos preços, mas não importando a direção dessa movimentação. Eventualmente, haverá a intersecção e a superação dos preços pelo parabólico esse é o sinal de stop-and-reverse. O indicador pode ser usado também para gerar pontos de compra e venda de maneira independente. Entretanto é aconselhável que se utilize em conjunto um seguidor de tendência. Assim, um sinal de compra é gerado quando os preços superam o parabólico e o seguidor de tendência (média móvel, macd, etc.) indica uma situação altista. No caso de uma média móvel, ela deverá estar com uma inclinação para cima. Para situações de venda, as condições são similares, mas ao contrário.

Softwares de Apoio à Análise Técnica

Profitchart RT:

Software de análise técnica muito bom. Possui uma grande gama de indicadores e uma ótima interface com o usuário. Fácil de usar, possui ticker de cotações, bloco de anotações, livro de ofertas e notícias relevantes ao mercado. Tudo em tempo real. Só o preço que é um pouco salgado. Teste a versão gratuitamente por 7 dias em: www.nelogica.com.br

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Screenshots do ProfitChart RT.

BI Desktop Streamer:

Software gratuito para clientes da corretora Banif Invest para quem realiza mais de 15 ordens por mês. Como o nome diz, o programa não tem seu objetivo principal na análise técnica. Ele é um streamer que permite acompanhar mais de perto as oscilações do mercado em tempo real e enviar ordens com dois cliques, sendo essencial para compras e vendas rápidas. Entretanto, com o passar do tempo foi ficando mais poderoso e já possui várias ferramentas de análise. Há uma versão que roda no próprio browser para clientes que não executaram as 15 ordens. Download em: www.banifinvest.com.br

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Screenshots do BI Desktop Streamer.

Grafix:

Software gratuito. Porém, aconselhado apenas para estudantes da análise técnica, uma vez que sua base de dados não é 100% confiável. Mas isso não o torna inválido para os iniciantes uma vez que contém várias ferramentas e configurações. Agora está sendo disponibilizado pela Fator Corretora. Sua base de dados é atualizada diariamente após o aftermarket. Pegue o seu em: www.grafix2.com

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Screenshots do Grafix.

Metastock:

Sem dúvida nenhuma, esse é o software dos traders profissionais. Contudo, não o testei devido a custar "apenas" 4 mil dólares. Mas já li artigos os quais avaliavam muito bem o mesmo. Compre on-line em: www.metastock.com

Outros Softwares:

Cedrofinances - www.cedrofinances.com Clickbolsa - www.clickbolsa.com.br

Fonte: http://www.luizfreire.com/bovespa/bovespa/index.php

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