Como Zara e 5 grifes reagiram à acusação de trabalho escravo

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    Home / Negcios / GestoVarejo | 23/07/2012 07:00

    Como Zara e 5 grifes reagiram acusao de

    trabalho escravo

    Marisa, Zara, Pernambucanas, Gregory, Collins e C&A vo da negao doproblema a aes elogiadas pelo Ministrio do Trabalho

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    Marcela Ayres, de

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    Loja da Zara: depois do envolvimento com trabalho escravo, empresa seassociou a ONGs para ajudar imigrantes no Brasil

    Produo da Marisa em oficina fiscalizada pelo Ministrio do Trabalho

    Oficina que tambm funcionava como moradia para trabalhadores queproduziam para a Zara

    Mulheres encontradas em condies anlogas escravido, costurandopara a Pernambucanas

    No detalhe, etiquetas da Gregory nas peas de renda produzidas emoficina com condies precrias

    Vestidos prontos e ensacados para serem entregues Collins, em oficina

    encontrada com trabalho escravo

    Oficina da Marisa em que foram encontradas roupas da C%26A

    prxima

    So Paulo Alm de serem nomes conhecidos do grande pblico, asvarejistas Marisa, Pernambucanas, C&A, Zara, Collins e Gregory guardam,de certa forma, um passado em comum: todas entraram na mira doMinistrio do Trabalho em funo do suposto uso de trabalho escravo naproduo das peas que abastecem suas araras Brasil afora.

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    Na viso do procurador do Trabalho Luiz Fabre, falar sobre o assunto nodeixa de tocar em questes de ordem humanitria. Mas para alm da

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    situao de explorao dos indivduos, a adoo do trabalho escravotambm mexe com os cofres do governo e das companhias concorrentes.Em razo da no anotao da carteira de trabalho, h evaso de tributosno recolhidos. A partir da comea haver concorrncia desleal, pois ficadifcil para as empresas cumpridoras da legislao trabalhista competirem

    de igual para igual, afirma.

    verdade que as condies encontradas pelas equipes de fiscalizao nasfornecedoras e oficinas terceirizadas foram semelhantes em todos os casos,a comear pela presena de imigrantes ilegais, condies precrias detrabalho e imposio de jornadas exaustivas. s voltas com as acusaes deenvolvimento, contudo, as empresas adotaram posturas diferentes.

    Enquanto algumas resolveram aumentar o controle sobre sua cadeia deproduo, outras sustentaram no ter responsabilidade sobre os processosadotados pelas oficinas que costuram suas peas. Veja, a seguir, o que elasfizeram de prtico:

    Marisa: formalizao de 2.000 empregados

    Lus Alexandre Faria, coordenador do grupo de fiscalizao do Ministrio doTrabalho em So Paulo, no hesita em classificar a atuao da Marisa comouma reviravolta bem-sucedida. "Monitorando os sistemas de cadastro,percebemos que em menos de dois anos surgiram 2.000 trabalhadoresformais na empresa. No h crescimento nesse meio tempo que justifiqueesse incremento", disse ele, reforando que a varejista optou por regularizaros trabalhadores envolvidos no processo de produo de suas peas.

    Em 2010, a Marisa recebeu 48 autos de infrao, com dvida total de633.600 reais. O ponto de partida foi a descoberta de 16 bolivianostrabalhando em condies anlogas s de escravido no sobrado de umaigreja, na zona norte de So Paulo. Nos cadernos encontrados no local,anotaes denunciavam a cobrana de taxas para "fronteira" e"documentos", com indcio de trfico de pessoas. Com salrios de at 247reais, os funcionrios cumpriam uma jornada que comeava s 7 da manhe seguia at s 9 da noite fora o expediente do fim de semana.

    Desde o flagrante, a Marisa assinou um termo de ajustamento de conduta, revisou asexigncias feitas s oficinas, promoveu fiscalizaes feitas sem aviso e cortou mais de

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    70 fornecedores diretos e indiretos. Agora, toda a produo rastreada por nota fiscal,permitindo o controle sobre o local da produo de cada pea. EXAME.com aempresa afastou ter responsabilidade jurdica sobre as falhas encontradas, mas disseque, ainda assim, achou que deveria "tomar medidas inerentes s boas prticas deresponsabilidade social, aprimorando as auditorias." Quanto contratao dos

    funcionrios, no entanto, a varejista informou que aumentou o seu quadro em funo dainaugurao de novas lojas e da necessidade de incrementar a equipe de vendas, pois uma empresa que "compra e vende roupas prontas, e no as fabrica".ara: contrapartidasocial e ajuda a imigrantes

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    A marca que "possivelmente a mais devastadora e inovadora varejista do mundo" -nas palavras do diretor criativo da Louis Vuitton - se viu no meio de um escndalo quecorreu o mundo no ano passado. Isso porque as equipes de fiscalizao trabalhista emSo Paulo encontraram pessoas trabalhando em condies precrias em oficinassubcontratadas pelaZara, do grupo espanhol Inditex. Em comum, jornadas de at 16

    horas por dia, salrios irrisrios, proibio de deixar o local sem autorizao prvia e atuso de mo de obra infantil. Ambientes sem ventilao e com fiao expostacompletavam o pacote, que resultou em 48 autos de infrao contra a empresa.

    Inicialmente, o Ministrio Pblico do Trabalho pediu uma indenizao por dano moralcoletivo no valor de 20 milhes de reais. Pelo acordo fechado em dezembro do ano

    passado, a empresa pagar 17% desse valor - ou 3,4 milhes - em "investimentossociais". A previso de punio para subcontrataes, presente na primeira verso dotermo de ajustamento de conduta, tambm acabou sendo suprimida do texto final.

    Ainda assim, Lus Alexandre Faria, auditor fiscal que comandou as investigaes,

    classificou a atitude da empresa como arrojada e "no caminho certo". Daqui em diante,a Zara ser imediatamente multada em 50.000 reais se alguma de suas oficinas forflagrada em situao semelhante, assumindo a responsabilidade jurdica por qualquerocorrncia. A empresa tambm vem se envolvendo em aes de auxlio a imigrantes,auxiliando a regularizao desses trabalhadores no pas e destinando recursos a umfundo de emergncia para suprir suas necessidades bsicas. At agora, j foramdesembolsados 1,3 milho de reais. Nos primeiros seis meses do ano, a Zara realizou260 auditorias completas, abrangendo a totalidade da sua cadeia, composta por 40fornecedores e 208 oficinas externas.

    Pernambucanas: empresa ser a primeira a enfrentar a Justia

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    Gregory: no podemos aceitar punio

    Desde o ano passado a Gregory j era investigada pelos procuradores doTrabalho, j que fichas com pedidos da loja foram achadas na mesmaoficina onde 52 pessoas haviam sido libertadas de trabalho anlogo aoescravo. A mesma unidade chegou a produzir calas jeans para a Zara.

    Em 2012, batidas da Superintendncia do Ministrio do Trabalho em SoPaulo acharam mais evidncias em outros quatro estabelecimentos: aopasso que os trabalhadores recebiam trs reais por cada vestido de rendaconfeccionado em um desses locais, a oficina embolsava 73 - e a loja ovendia por 318 reais. Ao todo, 23 bolivianos foram libertados, todossubmetidos a jornadas excessivas de trabalho e servido por dvida. Emuma oficina, os armrios eram trancados com correntes para que ostrabalhadores no se alimentassem em horrios imprprios.

    A Gregory, que recebeu 25 autos de infrao, se negou a assinar o TAC.Agora, o Ministrio Pblico do Trabalho analisa o caso, com a possibilidadede ingressar com uma ao jurdica contra a rede - mesmo desfecho da

    Pernambucanas. A varejista se defende dizendo que sempre pagou valoresde mercado aos seus fornecedores, mas que alguns teriam visto nessadistoro que surgiu no mercado de confeces uma oportunidade paraaumentar seus ganhos."

    Andrea Duca, diretora de marketing da Gregory, afirmou que a empresaest modificando o processo de credenciamento e auditoria dosfornecedores com o objetivo de eliminar o repasse a oficinas externas,processo que deve ser completado em cerca de um ms. "O que no

    podemos aceitar a postura da fiscalizao de punir quem no causou oproblema", completou.

    Collins: acordo depois de ameaa de multa

    A Defensoria Pblica da Unio de So Paulo (DPU/SP) pediu indenizao de300.000 reais empresa por conta de danos morais coletivos. O motivo foi

    a existncia de trabalho anlogo ao escravo nas oficinais contratadas pela

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    Collins, o que teria possibilitado o aumento do lucro e a expanso "emprogresso geomtrica da cadeia de lojas.

    e janeiro de 2009 a junho de 2010, foram identificados 78 estabelecimentosirregulares que produziam para a marca. Juntos, eles entregaram mais de

    1,8 milho de peas para a Collins. Como resultado, a empresa teriasonegado quase 140 milhes de reais ao FGTS (Fundo de Garantia porTempo de Servio) e cerca de 400.000 ao INSS (Instituto Nacional do SeguroSocial).

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    Para no ter de arcar com as multas, a Collins assinou um termoajustamento de conduta, passou a fiscalizar os parceiros e criou um selointerno de fiscalizao. Procurada por EXAME.com, a empresa afirmou que" totalmente contra qualquer tipo de irregularidade ou qualquer tipo dedescumprimento das obrigaes trabalhistas, de modo que se props e jvem atuando h quase um ano conforme acordo firmado com os rgoscompetentes."

    C&A: pioneira em iniciativas

    A multinacional holandesa foi a primeira a ingressar no grupo acusado de sebeneficiar de trabalho escravo. Em 2006, o Ministrio Pblico do Trabalhoalertou fornecedores da C&A sobre a possibilidade de estarem comprandode confeces que exploravam a mo-de-obra de imigrantes ilegais, j queas etiquetas da marca foram encontradas em diversos estabelecimentosirregulares.

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    Formalmente, a empresa no chegou a ser autuada como as demaisvarejistas. Mesmo assim, a rede deu cabo a uma srie de iniciativas paradissociar seu nome de prticas semelhantes. Ainda em 2006 a C&Aatualizou seu cdigo de conduta, reforando que os fornecedores poderiamser suspensos em funo da relao mantida com os subcontratados.

    No mesmo ano, a Socam comeou a atuar no Brasil - a empresa de auditoria responsvel pelo monitoramento das condies de trabalho na cadeiaglobal da C&A. De l para c, foram realizadas mais de 9.500 inspees. Sno ano passado, a C&A destinou 2,4 milhes de reais ao programa.

    No por acaso, o nmero de fornecedores ativos foi cortado pela metade

    desde 2009, caindo de 556 para 274 em 2011. A C&A atribui a diminuio eleio de parceiros mais estratgicos e a um grau de exigncia mais altoem relao s questes sociais. A rede foi a primeira do setor a assinar oPacto Nacional pela Erradicao do Trabalho Escravo. E desde o anopassado, todo novo fornecedor da varejista deve apresentar certificao dequalidade dos subcontratados, um selo emitido pela Associao Brasileirade Varejo Txtil. "A C&A foi mais agressiva, decidindo tomar medidas antesmesmo que o prprio poder pblico iniciasse uma ao um pouco maisextensiva", afirma Lus Alexandre Ferreira, do Ministrio do Trabalho.

    * Atualizado s 17h56 do dia 27/07