Como fracassar em quase tudo e ainda ser bem-sucedido

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Copyright © 2013 by Scott Adams, Inc. Copyright © 2016 by Novo Século Editora Ltda.

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SCOTT ADAMS

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SCOTT ADAMS

SÃO PAULO, 2016

uma espécie de história da minha vida

traduçãoTássia carvalho

quase tudo e ainda sercomo fracassar em

bem-sucedido

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Como fracassar em quase tudo e ainda ser bem-sucedidoHow to fail at almost everything and still win big

Copyright © 2013 by Scott Adams, Inc.

All rights reserved including the right of reproduction in whole or in part in any form.This edition published by arrangement with PorTfolio, a member of Penguin Group (USA) llC, a Penguin random House Company.

Copyright © 2016 by Novo Século Editora Ltda.

gerente editorialLindsay Gois

editorialJoão Paulo PutiniNair FerrazRebeca LacerdaVitor Donofrio

gerente de aquisiçõesRenata de Mello do Vale

assistente de aquisiçõesAcácio Alves

traduçãoTássia Carvalho

preparaçãoLiana do Amaral

diagramação e capaJoão Paulo Putini

revisão Gabriel Patez Silva

NOVO SéCULO EDITORA LTDA.Alameda Araguaia, 2190 – Bloco A – 11o andar – Conjunto 1111 cep 06455-000 – Alphaville Industrial, Barueri – sp – BrasilTel.: (11) 3699-7107 | Fax: (11) 3699-7323www.novoseculo.com.br | [email protected]

Texto de acordo com as normas do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (1990), em vigor desde 1o de janeiro de 2009.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Adams, ScottComo fracassar em quase tudo e ainda ser bem-sucedido : uma espécie de história da minha vidaScott Adams ; tradução Tássia Carvalho.São Paulo : Figurati, 2016.

Título original: How to fail at almost everything and still win big.

1. Adams, Scott, 1957- 2. Cartunistas - Estados Unidos - Biografia 3. Motivação (Psicologia) 4. Orientação profissional - Humor I. Título.

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Índice para catálogo sistemático:1. Cartunistas : Estados Unidos : Biografia 741.56973

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sumário

Agradecimentos

Introdução

Capítulo 1 — Na época em que eu era louco

Capítulo 2 — O dia da palestra

Capítulo 3 — Paixão é besteira

Capítulo 4 — Alguns de meus muitos fracassos, de forma resumida

Capítulo 5 — Meu espetacular fracasso absoluto favorito

Capítulo 6 — Metas versus métodos

Capítulo 7 — Meu método

Capítulo 8 — Minha carreira corporativa fracassou

Capítulo 9 — Decidir versus querer

Capítulo 10 — A ilusão egoísta

Capítulo 11 — A métrica da energia

Capítulo 12 — Administrando sua atitude

Capítulo 13 — Já está funcionando

Capítulo 14 — Meu dedo mindinho enlouquece

Capítulo 15 — Minha carreira de palestrante

Capítulo 16 — Meu problema de voz ganha um nome

Capítulo 17 — A solução de voz que não funcionou

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Capítulo 18 — Reconhecendo talentos e sabendo quando parar

Capítulo 19 — A prática é a sua praia?

Capítulo 20 — Gerenciando suas chances de sucesso

Capítulo 21 — A matemática do sucesso

Capítulo 22 — Reconhecimento de padrão

Capítulo 23 — Humor

Capítulo 24 — Afirmações

Capítulo 25 — Timing também é sorte

Capítulo 26 — Algumas vezes as afirmações funcionaram

Capítulo 27 — Atualização da voz

Capítulo 28 — Especialistas

Capítulo 29 — Programação associativa

Capítulo 30 — Felicidade

Capítulo 31 — Dieta

Capítulo 32 — Fitness

Capítulo 33 — Atualização da voz 2

Capítulo 34 — Sorte

Capítulo 35 — A start-up CalendarTree

Capítulo 36 — Atualização da voz 3

Capítulo 37 — Uma nota final sobre afirmações

Capítulo 38 — Resumo

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agradecimentos

gostaria de agradecer à minha pesquisadora de ciência e da área médica, Zora DeGrandpre, por me manter muito perto do pensamen-to racional.

Um grande obrigado a Adrian Zackheim por, de alguma maneira, saber que este livro estava em mim antes que o escrevesse. Algum dia você tem de me explicar como faz isso.

Obrigado a Dave, meu irmão, que uso como modelo para escrever. Quando estou tentando encontrar a maneira perfeita de organizar um pensamento engraçado, basta que imagine como diria isso a meu irmão. Quando os editores dizem que a minha escrita é “sonora”, as razões estão aí.

Obrigado a Maria Gagliano por suas edições magistrais neste livro.Obrigado a Emily Libresco, minha assistente adjunta de Princeton

para revisão, que fez um trabalho fantástico criticando o primeiro ras-cunho. Se alguém de vocês está preocupado com a próxima geração, não fique. Ela nos fará parecer com chimpanzés.

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introdução

se você já é tão bem-sucedido quanto deseja, pessoal e profissio-nalmente, tudo o que pode conseguir deste livro é uma história meio que divertida sobre um cara que falhou na busca pelo sucesso. Mas, além disso, você também notará algumas características familiares na minha narrativa que lhe darão a confirmação (ou o viés de confirma-ção) de que seu próprio sucesso não veio totalmente da sorte. Esse é o tipo de validação que você não consegue de sua família e de seus ami-gos, que o veem como uma lamentável desgraça.

Esta é a história do improvável sucesso de uma pessoa em um contexto de inúmeras falhas constrangedoras. Se você está apenas iniciando sua jornada em direção ao sucesso — não importa a defini-ção que dê a ele —, ou está se perguntando o que tem feito de errado até agora, espero que encontre algumas ideias originais aqui. Talvez a combinação do que você sabe com o que eu acho que sei seja suficiente para evitar que dê com os burros n’água.

Meu eventual sucesso resultou, principalmente, de talento, sor-te, trabalho duro, ou do casual equilíbrio perfeito de cada um deles? Tudo o que sei com certeza é que desenvolvi uma estratégia conscien-te de administrar minhas oportunidades, desse modo facilitando que a sorte me encontrasse. Minha estratégia fez a diferença, ou é sorte e apenas sorte, e tudo o mais representa simplesmente racionalização? Honestamente, não sei. E é por isso que lhe sugiro comparar a minha história com as de outras pessoas que encontraram o sucesso e notar se há algum padrão. Esse é exatamente o método que uso desde a in-fância, e talvez ele tenha funcionado para mim, ou simplesmente tive sorte. Jamais vou saber a razão. Se você pinçar algumas ideias neste

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livro e conquistar um grande sucesso, também não saberá exata-mente o que fez a diferença. Mas você pode pensar que sabe, e isso provavelmente vai depender dos seus muitos níveis de difi culdade. é assim que o cérebro humano funciona. Mas, veja bem, talvez no seu caso seja verdade. No meu caso, prefi ro assumir minha ignorância e deixar a resposta como uma questão em aberto.

Este não é um livro de conselhos. Se você já tiver seguido o con-selho de um cartunista, há uma boa chance de não ter se dado bem. Para começar, é difícil saber quando esse sujeito está falando sério e quando ele ou ela está querendo pregar uma peça em você. Criei pegadinhas que se estenderam por anos, às vezes não havendo nin-guém envolvido a não ser eu. Algumas delas ainda permanecem ativas. Tenho me assumido como outra pessoa on-line e até mesmo pessoalmente. Uma vez usei um disfarce profi ssional e me infi ltrei em uma reunião de negócios de alto nível só para conseguir material para a tira de quadrinhos Dilbert.

Além de tudo, estou sendo pago para escrever este livro, e todos nós sabemos que o dinheiro distorce a verdade de uma forma ab-surda. E não vamos esquecer que sou um estranho para a maioria de vocês. Nunca é uma boa ideia confi ar em desconhecidos.

Sob qualquer aspecto objetivo, talvez eu seja uma das pessoas menos confi áveis na Terra. Não me sinto muito orgulhoso de admi-tir que se tiver de escolher entre dizer o que é verdade e dizer o que é engraçado, vou optar pelo caminho com mais valor em termos de entretenimento.

Eu também não sou um especialista em coisa nenhuma, incluindo o meu próprio trabalho. Desenho como um bugio bêbado, e meu es-tilo de escrever fi ca em algum lugar entre desconcertante e imaturo. Portanto, continua um mistério permanente para mim por que ainda estou sendo pago.

Para piorar a situação, há problemas inerentes à ideia de uma pes-soa dando conselho a outra em forma de livro. Um mesmo tamanho

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de sapato não serve em todos os pés. Eu fi caria surpreso se existisse qualquer coisa neste livro que fi zesse sentido para todas as pessoas o tempo todo.

Este é um bom momento para saltar à frente e dar a você uma vi-são geral dos tópicos “fracassando para o sucesso” que virão a seguir. Faço isso para antecipar sua curiosidade. Embora você não vá apren-der muito com a minha resumida lista, se ela lhe despertar interesse talvez seja uma razão para terminar o livro.

LISTA DE PROVOCAÇÕES

1. Metas são para perdedores.2. Sua mente não é mágica. é um computador que você pode

programar.3. A métrica mais importante a ser monitorada é a sua energia

pessoal.4. Cada habilidade que você adquirir duplica suas chances de

sucesso.5. Felicidade é saúde mais liberdade.6. A sorte pode ser gerenciada, mais ou menos isso.7. Supere a timidez sendo um grande impostor (no bom sentido).8. Adaptação é a alavanca que move o mundo.9. A simplicidade transforma o normal em extraordinário.

Se eu fi zer bem o meu trabalho, não vou precisar de qualquer credibilidade para aprová-lo. Nos capítulos em que me refi ro a pes-quisas, citarei minhas fontes, como um piloto de corrida esboçando a credibilidade de pessoas que a mereceram. (Bom trabalho, pessoas confi áveis!) Mas a maior parte do tempo relato minhas próprias ex-periências, as quais, garanto, são reais. Adoro uma boa piada, mas uma promessa é uma promessa. Assim, tudo o que você lê neste li-vro sobre a minha vida é exato, tanto quanto eu saiba.

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Lá pelos meus vinte anos, não conhecia ninguém que me disses-se como me tornar um cartunista, como escrever um livro, ou como ser bem-sucedido em geral, o que representou um grande obstá-culo para o meu sucesso. Era como se outras pessoas estivessem se benefi ciando muito com o conhecimento de seus amigos e familia-res. Esse é exatamente o tipo de desigualdade que me deixa louco da vida e me motiva ao mesmo tempo. Como resultado, em relação ao tema sucesso, já passei décadas tentando descobrir o que funciona e o que não funciona. Se você quiser ser bem-sucedido em prati-camente qualquer campo, permita-me ser o seu ponto de partida. Ao longo do livro, descrevo uma espécie de modelo para o sucesso que talvez sirva como sua plataforma de lançamento. Nem sempre tenho a fórmula certa para cada situação específi ca, mas posso aju-dá-lo a limitar suas escolhas.

Antes de decidir se alguma coisa que digo neste livro é útil, é necessário que você tenha um método para separar a verdade do lixo. A maioria das pessoas pensa que possuem detectores de mentira in-falíveis. Mas, se esse fosse o caso, os júris em tribunais seriam sempre unânimes, e todos teríamos as mesmas crenças religiosas. Na realida-de, a maioria das pessoas tem fi ltros defi cientes para separar a verdade da fi cção, e não há maneira objetiva de saber se você é particularmente bom nisso ou não. Considere as pessoas que rotineiramente discordam de você. Vê como parecem confi antes mesmo quando estão totalmente erradas? é exatamente assim que você parece para elas.

Quando se trata de qualquer questão importante ou complica-da, o único ponto de vista sensato é a humildade. Ainda assim, nós, mortais, precisamos dar um jeito de navegar por nosso mundo como se entendêssemos isso. A alternativa — agir aleatoriamente — seria absurda. Para minimizar o sentimento de absurdo em sua vida, reco-mendo-lhe o uso de um método específi co para separar a verdade da fi cção, o que será útil para a leitura deste livro, e é possível que seja ainda mais importante em sua vida. O método reconhece que há pelo

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menos seis formas comuns de separar a verdade da fi cção e, curiosa-mente, cada uma é um desastre total.

OS SEIS FILTROS PARA A VERDADE

1. Experiência pessoal (percepções humanas são duvidosas).2. Experiência de pessoas que você conhece (isso é ainda menos

confi ável).3. Especialistas (eles trabalham por dinheiro, não em nome da

verdade).4. Estudos científi cos (correlação não é nexo de causalidade).5. Bom senso (uma boa maneira de ser enganado com total

confiança).6. Reconhecimento de padrões (padrões, coincidências e tendên-

cias pessoais são parecidas).

Em nossas vidas, imperfeitas e confusas, o mais próximo que pode-mos chegar da verdade é a coerência. Coerência é a pedra fundamental do método científi co. Os cientistas se aproximam da verdade não só por meio da realização de experimentos controlados, mas também de ten-tativas para observar resultados consistentes. No seu dia a dia, na vida de não cientista, você faz a mesma coisa, mas não é tão surpreenden-te, nem tão confi ável. Por exemplo, se comer um saco de pipoca e, uma hora mais tarde, você peidar com tanta força que infl ará suas meias, é razoável presumir que pipoca faz você fi car com gases. Isso, apesar de não ser ciência, ainda assim é um padrão plenamente útil. A coerência é nosso melhor indicador da verdade, por mais imperfeito que seja.

Quando você buscar a verdade, a melhor aposta é procurar con-fi rmação em pelo menos duas das dimensões listadas anteriormente. Por exemplo, se uma pesquisa indica que comer nada além de bolo de chocolate é uma excelente maneira de perder peso, embora seu amigo, ao tentar a dieta, esteja fi cando cada vez mais gordo, você tem

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duas dimensões fora do acordo (três, se contarmos o bom senso). Isso é falta de coerência.

Uma vez que você tenha seu fi ltro de besteiras funcionando, pen-se em como inicia o processo de enfrentar qualquer problema novo e complicado. Há um passo que você vai sempre fazer primeiro se for possível: perguntar a um amigo inteligente como ele abordou o mes-mo problema. Um amigo inteligente pode lhe poupar muito tempo e esforço. Vários de vocês já têm um ou dois amigos inteligentes, e você tem sorte nesse sentido. Mas constato que uma percentagem surpre-endente da população adulta literalmente não tem amigos inteligen-tes para ajudá-los em sua busca de sucesso e felicidade.

Portanto, sinto-me honrado em empossar a mim mesmo como seu amigo inteligente (ou estúpido) na forma deste livro. Se você já tem alguns, ótimo. Mas eles não podem ser muitos. O que trago de bom é a disposição de discutir uma vasta gama de tópicos relacio-nados a sucesso, o que seus amigos podem considerar uma conversa estranha durante um jantar.

Não sou especialista em qualquer um dos tópicos que discutirei aqui. Mas sou um facilitador profi ssional. Meu principal trabalho nas últimas décadas foi criar Dilbert. Fazer cartuns é um processo pelo qual você tira o ruído desnecessário de uma situação até restar tão somente o núcleo absurdo-mas-ainda-verdade. Um cartunista tem de conseguir essa fa-çanha em apenas umas quatro frases curtas. Já apresentei esse truque quase nove mil vezes, algumas delas com sucesso.

IntrodUCtIon | 5

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Once you have your bullshit filter working, think about how you begin the process of tackling any new and complicated problem. There’s one step you will always do first if it’s available to you: You’ll ask a smart friend how he or she tackled the same problem. A smart friend can save you loads of time and effort. Many of you have a smart friend or two already, and you are lucky to have them. But my observation is that a startling percentage of the adult population liter-ally has no smart friends to help them in their quest for success and happiness.

I hereby deputize myself to be your smart(ish) friend in the form of this book. If you already have some smart friends, that’s great. You can’t have too many. What I bring to the party is a willingness to discuss a wide range of success- related topics that your in- person friends might consider awkward dinner conversation.

I’m not an expert in any of the topics I’ll discuss here. But I am a professional simplifier. My main job for the past few decades has been creating Dilbert. Making comics is a process by which you strip out the unnecessary noise from a situation until all that is left is the absurd- yet- true core. A cartoonist has to accomplish that feat with as few as four short sentences. I’ve performed that trick nearly nine thousand times, sometimes successfully.

The best example of the power of simplicity is capitalism. The cen-tral genius of capitalism is that all of its complexities, all of the differ-ences across companies, all of the challenges, decisions, successes, and failures can be boiled down into one number: profits. That sim-plification allows capitalism to work. The underlying complexity still exists in business, but creating a clear and simple measure of progress makes capitalism possible. No smart investor would buy stock in a

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QUAL É A CHAVE

DO SUCESSO?

Contrate os funcionários

certos.

Como você sabe que

contratou os certos?

Você sabe porque o negócio é

bem--sucedido.

Então a chave do

sucesso é um raciocínio circular?

Sim, porque raciocínio circular é a chave.

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O melhor exemplo do poder da simplicidade é o capitalismo. A genialidade central dele é que todas as suas complexidades, todas as diferenças entre as empresas, todos os desafios, as decisões, os êxi-tos e os fracassos podem ser resumidos em um só item: lucros. Essa simplifi cação permite que o capitalismo funcione. A complexidade subjacente ainda existe no mundo dos negócios, mas a criação de uma medição clara e simples do progresso torna o capitalismo possí-vel. Nenhum investidor inteligente compraria ações de uma empresa sem conhecer seus lucros passados e projetados. Os lucros dizem à administração quando eles estão fazendo algo certo e também quan-do precisam fazer algo diferente. Essa única simplifi cação, a ideia de lucro, fi ca acima da máquina do capitalismo, e em grande medida a conduz, embora por vezes na direção errada. Talvez você até questio-ne a moralidade de considerar o lucro como prioridade nos negócios, mas não pode argumentar que ele não funcione. No máximo, pode dizer que algumas empresas levam isso longe demais. Mas esse é o risco de qualquer ferramenta. Um martelo só é bom se você parar de batê-lo após o prego ter entrado todo. Continue batendo e você quebra a madeira.

Mais à frente neste livro, relatarei uma simplifi cação com todos os passos para o seu sucesso pessoal. é o equivalente humano do lu-cro. Algo simples que você pode avaliar, e que trará clareza a todas as decisões complicadas em sua vida. Porém, isso é para mais tarde.

Gostaria de poder transmitir-lhe uma fórmula infalível para o sucesso, mas a vida não funciona desse jeito. O que posso fazer é apresentar um modelo que você compare com a forma atual como faz as coisas. A resposta certa talvez seja alguma combinação do que você já está fazendo com o que lê aqui. O melhor juiz do que funciona em sua vida é você mesmo, desde que conquiste esse conhecimento por meio da percepção de padrões, experiência e observação.

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Em resumo, permita-me dizer que, se você acha que estou cheio de merda sobre uma ou outra ideia em particular, há uma chance saudável de estar certo. Mas estar 100% certo não é meu objetivo. Apresentarei neste livro algumas maneiras novas de pensar a busca pela felicidade e pelo sucesso. Compare-as com o que você sabe, com o que você faz e com o que outros sugerem. Cada pessoa encontra a sua própria receita especial.

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capítulo 1

na ÉPoca em que eu era Louco

na primavera de 2005, meu médico me diagnosticou com um tipo de doença mental. Ele não usou exatamente essas palavras, nem nada parecido com elas, mas me encaminhou ao consultório de um psicó-logo da Kaiser, meu plano de saúde. Posso entender uma indireta.

A psicóloga ouviu a minha história e chegou à mesma conclusão: louco. Mas, como meu médico, ela não usou a palavra real. Então, su-geriu Valium e manifestou, com toda polidez, que a redução no meu nível de estresse poderia fazer com que eu readquirisse algum tipo de comportamento normal.

Descartei o Valium, porque não me sentia louco. E nem sequer tão estressado assim, ou pelo menos não me sentia dessa forma até um médico e uma psicóloga concordarem que eu talvez estivesse per-dendo o juízo. Certamente entendi por que ambos os profi ssionais tenderam para esse diagnóstico. De qualquer maneira, meu compor-tamento recente parecia louco, até mesmo para mim.

Meu sintoma era a repentina perda de minha habilidade de falar com os seres humanos, mesmo que falasse normalmente quando só ou quando conversava com meu gato. Meu médico e os especialistas da Kaiser haviam eliminado sistematicamente cada uma das mais prováveis causas para o meu problema de fala. Alergias? Não. Pro-blema respiratório comum? Não. Refl uxo ácido? Não. Tumores ou pólipos em minha garganta? Não. AVC? Não. Problema neurológico? Não. Minha saúde era aparentemente perfeita, exceto pelo fato de que, de uma hora para outra, tinha perdido a capacidade de falar

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com outros seres humanos. Conseguia falar normalmente com meu gato. Conseguia falar normalmente quando estava sozinho. Conse-guia recitar um poema. Mas, ao telefone, mal conseguia formular uma frase inteligível. Eu tinha algum estranho tipo de laringite so-cial. Em resumo: doido.

Insanidade é sempre um diagnóstico razoável quando você está lidando com escritores e artistas. Às vezes, a única diferença real en-tre pessoas loucas e artistas é que estes escrevem o que imaginam estar vendo. Nas últimas décadas, difi cilmente passava uma semana sem que um leitor do meu blog questionasse minha saúde mental. Entendo isso; eu também leio o que escrevo. A parte racional do meu cérebro sabe que, se um número signifi cativo de pessoas sugere que posso estar louco, preciso considerar essa possibilidade.

Carrego também alguma loucura em meus genes. O pai da mi-nha mãe passou algum tempo no hospício, ou qualquer que fosse o nome naquela época. Se bem me lembro, ele foi tratado com eletro-choques. Aparentemente eles não funcionaram, porque, mais tarde, minha mãe e minha avó o abandonaram para sempre, levando nada mais que as roupas do corpo, enquanto ele as perseguia pela estrada com um objeto sem corte nas mãos e, aparentemente, homicídio na cabeça. Assim, eu não descartaria a possibilidade de ter herdado o que quer que tenha feito o vovô pirar.

Viver como uma pessoa presumivelmente louca era difícil. Quan-do tentava falar com seres humanos, minhas cordas vocais se fi xa-vam involuntariamente em algumas consoantes, dando a impressão de uma chamada muito ruim de celular, aquela que cai a cada terceira sílaba. Pedir uma Coca Diet em um restaurante se transformava em “…oka iet”. Eu geralmente terminava recebendo um olhar de simpatia e uma Coca-Cola normal. Ou, pior, o atendente dizia: “Eu estou bem. Obrigado por perguntar”. E nada de bebida.

Isso era um problema confuso e enlouquecedor. Eu conseguia cantar fl uentemente, embora de forma horrível, o que era bem

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normal para mim. E conseguia, sem muita difi culdade, recitar obras memorizadas. Mas não conseguia produzir uma frase normal e com-preensível no contexto de uma conversa.

Como um gago, aprendi a evitar sílabas problemáticas que iriam me fazer tropeçar. Se quisesse chiclete, eu sabia que ia sair como “quete”, então, em vez disso, tentava uma solução alternativa, como “quero aquela coisa que se mastiga”. Esse método geralmente falha-va. As pessoas não esperam enigmas nas conversas informais, e, in-dependentemente da clareza com que eu defi nisse as pistas, tudo o que recebia em troca era uma expressão perplexa e um “hein?”.

Perder a capacidade de falar é, obviamente, um pesadelo social. é tão surreal que você se sente como um fantasma em uma sala lotada. Literalmente, é a sensação de fantasma mesmo, ou pelo menos como se imagina que seja. A solidão era debilitante. Pesquisas mostram que a solidão afeta o corpo de forma muito parecida com o envelheci-mento.1 Com certeza era mesmo assim. Todos os dias me sentia em uma luta perdida.

Aprendi que não se cura solidão ouvindo outras pessoas falarem. Você só consegue curá-la com sua própria fala e — mais importante — sendo ouvido. Pelos três anos e meio seguintes, experimentei uma total desconexão da vida normal e um profundo sentimento de so-lidão, não obstante o amor e o apoio da família e dos amigos. Minha qualidade de vida estava mergulhando abaixo do ponto de valer a pena o esforço.

Nos primeiros meses vivenciando meus problemas de voz, tinha um problema mais imediato do que a minha solidão. Além de ser um cartunista sindicalizado com Dilbert, era um palestrante profi ssio-nal muito bem remunerado, e tinha um evento agendado para dali

1 CYRANOWSKI, J. M. et al. Assessing Social Support, Companionship, and Distress: National Institute of Health (NIH) Toolbox Adult Social Relationship Scales. Health Psychology 32, n. 3 (2013), p. 293-301; SHIOVITZ-EZRA, Sharon & LEITSCH, Sara A. The Role of Social Relationships in Predicting Loneliness: The National Social Life, Health, and Aging Project. Social Work research 34, n. 3 (2010), p. 157-67.

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a algumas semanas, o primeiro desde que perdera minha habilidade de falar. Era impossível prever se a minha voz funcionaria com meu discurso enlatado da mesma forma que funcionava quando cantava ou repetia um poema. Será que minhas cordas vocais se fechariam no palco e fi cariam desse jeito? Será que fi caria na frente de milhares de pessoas emitindo sons incompreensíveis?

Informei o meu cliente por e-mail sobre a situação e dei à sua organização a oportunidade de cancelar o evento. Porém, eles deci-diram seguir em frente e assumir o risco. Concordei em aproveitar a chance também. Felizmente para mim, não sinto constrangimento da mesma forma que as pessoas comuns, assunto que discutirei em um próximo capítulo. A perspectiva de humilhação na frente de mi-lhares de estranhos, muitos dos quais provavelmente estariam gra-vando em vídeo o desastre, não era um problema tão sério como se poderia pensar. Para mim, valeu a pena o risco, porque eu precisava saber o que aconteceria com a minha voz nessa situação. Eu precisava determinar o padrão. Será que minha voz funcionaria se eu manti-vesse minha rotina de apresentar um texto na maior parte memori-zado à frente da plateia enorme? Só havia uma maneira de descobrir.

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