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Liturgia de Sábado Considerações e Propostas

“Para as coisas comuns do quotidiano, Deus deu ao homem a linguagem

comum. Para os pensamentos e sentimentos profundos do homem, Deus

concedeu palavras ternas para os transmitir. Para o mais elevado e

profundo, para o inexprimível, Deus pôs a música no homem, a

linguagem da alma.”

autor desconhecido

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Comissão de Música & Liturgia:

Pr. Jorge Duarte (Director do Serviço de Música)

Pr. Jorge Machado (Associação Ministerial e Espírito de Profecia)

Pr. Joaquim Nogueira (Director da Região de Lisboa & Vale do Tejo)

Pr. José Lagoa (Director da Região Sul – Alentejo & Algarve)

Colaboração Especial:

Pr. Daniel Vicente (Departamento de Mordomia)

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ÍNDICE GERAL

Introdução p.05

PARTE I – O QUE É A ADORAÇÃO? p.06

Razões e Formas de Adoração p.09

Qual a forma ideal de adorar Deus? p.10

A Adoração pressupõe introspecção/reflexão p.11

a) Itinerário do Santuário p.11

A Adoração requer um Tempo para a Oração p.11

Período da Escola Sabatina p.13

Culto Divino p.13

Formas de Orar p.14

Oração de Invocação: p.14

Oração Pastoral / de Intercessão p.14

Oração de Graças (Mordomia + Testemunhos) p.16

Bênção Final p.16

A Adoração requer um Tempo para a Palavra p.16

A Adoração requer um Tempo para a Pregação p.18

A Adoração requer um Tempo de participação e contribuição p.18

A Adoração requer um Tempo para o Louvor p.20

A Adoração requer um cuidado especial com a aparência e decoro p.22

PARTE II – O QUE É O LOUVOR? p.24

PARTE III – CULTO LITURGICO p.28

A Liturgia de Sábado na Igreja Adventista p.29

Período de anúncios p.31

Canto Congregacional para preparação do Culto Divino p.32

Sentido do culto p.33

Elementos do culto na liturgia Adventista p.34

Coordenação e direcção do culto de adoração e exaltação p.35

Actuação da congregação no culto de adoração e exaltação p.35

PARTE IV – O PAPEL E A FILOSOFIA DA MÚSICA CRISTÃ p.37

Elementos da Música p.37

O papel da música na perspectiva Bíblica p.39

O papel da música na Liturgia p.42

Que estilo de música deve ser utilizada na Liturgia? p.43

O uso e efeitos da música na Liturgia p.45

O uso de instrumentos na Liturgia p.47

O uso da bateria na Igreja p.49

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Principios a ter em conta no uso da música na Liturgia de Sábado,

segundo o Doc. sobre Filosofica Adventista de Música da C. Geral – 1972 p.51

Quem deve cantar na Igreja (Escola Sabatina e Culto Divino) p.52

PARTE V – APANHADO DE SUGESTÕES p.53

PARTE VI – COMPOSIÇÃO DA LITURGIA DO CULTO DIVINO p.57

I – Convite à Adoração - (2m) p.57

II – Tempo de Adoração e Intercessão - (5m) p.59

III – Tempo de Louvar - (8m) p.61

IV – Tempo para a Palavra - (35m) p.63

V – Tempo de Reconsagração / Apelo - (7m) p.65

VI – Tempo de Recolhimento - (3m) p.66

ORDEM DO CULTO DIVINO p.70

ORDEM DO CULTO DIVINO - RESUMIDA p.72

CONCLUSÃO p.73

ANEXOS

ANEXO I – Bênçãos Bíblicas (Sequência do Hinário adventista)

ANEXO II – Filosofia da Música Adventista (Documento da CG)

ANEXO III – Um Anjo cantou num Quarteto – Experiência com

E.G.White

ANEXO IV – Sugestão de Programa para a Escola Sabatina

ANEXO V – Ambiente Religioso

ANEXO VI – Capítulo 8 do Manual Igreja (Os Serviços Religiosos e

Reuniões na Igreja – Pincípios Gerais)

ANEXO VII – E.G.White era Contra a Bateria na Música Sacra?

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Introdução:

Liturgia de Sábado, Considerações e Propostas, o documento que tem nas mãos,

foi elaborado por uma Comissão nomeada pelo Conselho Director da UPASD com a

finalidade de apresentar às Igrejas um conjunto de reflexões e propostas destinadas a

promover e elevar o louvor, a adoração e a comunhão no dia de Sábado.

Este não é um documento fechado mas antes uma proposta que contém um

leque de procedimentos e ideias que nos foram apresentados por vários

colaboradores e que considerámos bastante interessantes e pertinentes.

Sendo o momento do culto um meio de exaltar e glorificar o nosso Deus, um

meio de recepção, por parte dos presentes, da Sua graça salvadora e de união dos

crentes, temos consciência de que há muitos aspectos a ter em conta, coisas a corrigir,

coisas a evitar, coisas a implementar, e um documento desta natureza é, à partida,

limitado no seu objectivo: não temos a pretensão de ser exaustivos.

Será importante definirmos adoração, procurando, em seguida, compreender a

natureza do objecto da adoração, as causas que levam a esse acto, de cariz

profundamente espiritual e salvador, e as condições, por parte do adorador, que

tornam essa adoração aceitável por Deus. É à luz da compreensão que obtenhamos

dos vários intervenientes na adoração que deve ser analisada a vida espiritual da

Igreja, com os seus valores morais, sociais, evangelísticos e pessoais.

Estas orientações não têm o objectivo de se tornar regras eclesiásticas. Com

elas, apenas se pretende melhorar a metodologia de louvor e adoração, contribuindo,

ao mesmo tempo, para que todas as igrejas em Portugal tenham um tipo de Liturgia

semelhante e com contornos de um único louvor.

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PARTE I – O Que é Adoração?

O sentido do termo adoração, significa “serviço”. Tanto no hebraico (הערצה-

bhôdhã) como no grego (λατρεία - Latreia), o significado de adoração está

intimamente relacionado com o trabalho que os escravos desempenhavam, quando

estes se prostravam reconhecendo a superioridade dos seus senhores.1

Numa relação de proximidade e companheirismo com Deus, concluimos que

existem muitos motivos para que o ser humano sirva o seu Criador. Tudo o que

existe de belo e sublime; tudo o que desabrocha do amor sem limites e que está ao

alcance de todos, são certezas de que Deus é merecedor de toda a nossa adoração.

Por esta razão o acto de adorar está intimamente relacionado com a nossa vertente

espiritual.

“Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em

espírito e em verdade.” (João 4:24)

A adoração que se presta ao Senhor está enquadrada num acto de louvor

diário (Pessoal) e semanal (Colectivo)ou sempre que a congregação se reúne para

escutar a mensagem bíblica.

- Quando Moisés recebeu as novas tábuas dos dez mandamentos:

“…apressou-se, e inclinou a cabeça à terra e encurvou-se.” (Êxodo

34:8)

- Depois de Salomão ter abençoado o povo e ter dado graças ao Deus de

Israel, o Senhor Deus revelou os sinais da Sua aprovação e,

“todos os filhos de Israel, vendo descer o fogo e a glória do Senhor

sobre a casa, encurvaram-se com o rosto em terra, sobre o

pavimento, e adoraram e louvaram ao Senhor: porque é bom,

porque a sua benignidade dura para sempre.” (II Crónicas 7:3)

- Quando João recebeu a visão do trono com os vinte e quatro anciãos, ele viu

que:

“…se prostravam diante do que estava assentado sobre o trono, e

adoravam o que vive para todo o sempre; e lançavam as suas coroas

diante do trono, dizendo: Digno és, Senhor, de receber glória, e

honra, e poder; porque tu criaste todas as coisas, e por tua vontade

1 J. D. Douglas, O Novo Dicionário da Bíblia. Edição Revisada, Vida Nova, São Paulo, 1986

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são e foram criadas.” (Apocalipse 4:11)

- Nas palavras de Jesus dirigidas a Satanás, “…ao Senhor, teu Deus, adorarás e

só a ele servirás” (Mateus 4:10), verificamos a importância, não só de nos curvarmos

em respeito junto do Supremo Rei do Universo, mas também de Lhe oferecermos a

exclusividade na adoração, “olhando para Jesus autor e consumador da fé” (Hebreus

12:2).

Adorar é, portanto, muito mais do que simplesmente pronunciar um conjunto

de palavras dirigidas a Deus. Jan Paulsen, afirma que a verdadeira adoração a Deus

implica um conjunto de actos extremamente importantes: “Desde o começo, Deus

instituiu serviços específicos através dos quais o povo iria a Ele em adoração. Durante

o êxodo, Ele esboçou em grandes detalhes um tabernáculo onde o Seu povo pudesse

aproximar-se d’Ele, com cultos ordeiros idealizados para ensiná-lo sobre a Sua

majestade e a Sua provisão para salvar todos os que fossem a Ele com fé.”2

O exemplo da impenitência de Judá, relatado por Isaías, mostra-nos que Deus

em nada se alegra com uma adoração de meras palavras de circunstância:

“Pois que este povo se aproxima de mim, e com a sua boca e com os

seus lábios me honra, mas o seu coração se afasta para longe de

mim e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de

homens, em que foi instruído.” (Isaías 29:13)

Deus espera de nós muito mais do que um simples e superficial

conhecimento d’Ele. Ele espera que O reconheçamos como o único Senhor a quem

devemos servir.

Para Robert E. Webber, “A adoração é um encontro pessoal com Deus no qual

glorificamos, magnificamos e cantamos ao Senhor por Sua presença e pelos Seus

actos…”3

Horton Davies salienta um dos aspectos muito interessantes no acto de

adorar: “A adoração cristã é a alegre resposta que os cristãos dão ao amor santo e

redentor de Deus, revelado por meio de Jesus Cristo a cada um de nós”.4

O acto de adoração a Deus leva-nos a declarar que o Criador tem

superioridade absoluta, acima de qualquer outra coisa ou pessoa. Quando adoramos

Deus, reconhecemos a Sua grandeza, a Sua sabedoria, a Sua eternidade, o Seu poder,

2 Jan Paulsen, “A quem adoramos?”, in Revista Adventista, Tatui SP: CPB, Outubro de 2002, pp. 4-6.

3 Robert E. Webber, Worship Old and New. Grand Rapids, Mich: Zondervan, 1982, p.16

4 Horton Davies, Christian Worship: Its History and meaning. Nashville: Abingdon, 1957, p. 105.

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o Seu amor e a Sua glória.

Um dos exemplos bíblicos que melhor retrata o conceito de adoração está

escrito em Apocalipse 5:11,12

“E olhei, e ouvi a voz de muitos anjos, ao redor do trono e dos

animais, e dos anciãos; e era o número deles milhões de milhões, e

milhares de milhares, Que com grande voz diziam: Digno é o

Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, e riquezas, e sabedoria,

e força, e honra, e glória, e acções de graças.”

A Bíblia foi oferecida por Deus como um compêndio no qual podemos manter

uma relação de fé e prática. Nela encontramos qual deve ser a nossa reacção perante

os actos de amor de Deus. E essa reacção demonstra-se precisamente pelo serviço de

abnegação que o crente oferece a Deus quando está na Sua presença. Como

resultado desta cumplicidade, Deus aceita a nossa adoração, pois esta começa em

Deus (acção divina em favor do Seu povo), passa pelo homem (resposta de gratidão e

louvor) e termina de novo em Deus (aceitação dos actos de louvor do Seu povo).5

É por esta razão que o salmista David apela:

“Dai ao Senhor a glória devida ao seu nome, adorai o Senhor na

beleza da sua santidade.” (Salmo 29:2)

Parece-nos claro que o verdadeiro acto de adoração a Deus compreende uma

resposta sincera e uma entrega total da parte do homem à graça divina, que se

disponibiliza para redimir a nossa vida de pecado. Esta resposta e entrega da nossa

parte, está bem vincada nas palavras de David, quando disse:

“Entrai pelas portas dele com louvor, e em seus átrios com hinos:

louvai-o e bendizei o seu nome.” (Salmo 100:4)

O respeito que devemos ter por Deus, prostrando-nos ou curvando-nos,

engloba reconhecê-l’O como o nosso Senhor pessoal, aceitando os Seus desígnios e

ordens divinas. Ao mesmo tempo, o sentido de adoração deve ser visto e vivido

como um tempo totalmente separado para o Criador, onde a criatura procura

conhecer a grandeza e plenitude do Seu amor e dedicação.

5 Paul Basden, Estilos de Louvor, Editora Mundo Cristão, p. 23

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Razões e Formas de Adoração

Na adoração a Deus, a humanidade deve reconhecê-l’O como Criador e

Mantenedor do Universo, assim como Salvador e Rei da humanidade! “A adoração

não é algo que fazemos para nós mesmos. Ela deve ser feita [somente] para Deus e a

Deus.6

Por causa da adoração no Céu a Deus/Filho, Lúcifer provocou um verdadeiro

conflito entre os adoradores celestiais, atingindo “a terça parte das estrelas do céu”

(Apocalipse 12:4). Depois, e não dando por concluída a sua obra de maldade, Satanás

produziu no coração do homem o pecado por meio da mentira, sugerindo-lhe que

“…no dia em que dele comerdes, se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus” (Génesis

3:5). Tudo isto não passou de uma verdadeira provocação ao Criador como também

uma armadilha feroz para roubar a humanidade das mãos do Criador. Porém,

mesmo com a entrada do pecado na nossa vida e no mundo, todos nós somos

criaturas formadas à imagem e semelhança de Deus (Génesis 1:27), mantendo

características únicas no que toca à vocação para a adoração.

Ellen White enfatiza esta virtude afirmando que “o Criador pretendia que na

vida dos seres humanos a adoração tivesse prioridade sobre qualquer outra actividade

humana.”7

As Escrituras permitem-nos conhecer não só a forma correcta de adoração a

Deus como também a configuração programática e a ordem correcta da Liturgia.

Para além do livro de Isaías (Isaías 6:1-8), o livro dos Salmos está carregado de textos

que falam de adoração e que apresentam muito material litúrgico, que pode ajudar-

nos a descobrir a maneira correcta de louvarmos ao Senhor. Eis alguns exemplos:

- Salmo 95:1 – Invoca a verdadeira adoração, apresentando um desafio:

“Vinde, cantemos alegremente ao Senhor, cantemos com júbilo à

rocha da nossa salvação.”

- Salmos 19:14 – Mostra que a adoração deve ser em tudo agradável a Deus:

“Sejam agradáveis as palavras da minha boca e a meditação do meu

coração perante a tua face, Senhor, Rocha minha e Libertador meu!”

- Salmos 9:1,2 – A adoração é um reconhecimento a tudo o que Deus fez e faz

6 Lilianne Doukhan, Como adoraremos?, http:// dialogue.adventiste.org/articles/15_3_doukhan_p.htm, 01

de Agosto de 2009, 14h00 7 E. G. White, Testemunhos Selectos,Vol. 2, CPB, p. 193

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pelo homem:

“EU te louvarei, Senhor, de todo o meu coração; contarei todas as

tuas maravilhas. Em ti me alegrarei e saltarei de prazer; cantarei

louvores ao teu nome, ó Altíssimo.”

Quando prestamos culto de adoração a Deus, estamos a responder

positivamente ao Seu chamado com acções de graças, celebrando e reconhecendo a

grandeza de Deus como nosso Criador. Estamos igualmente a reconhecer a

necessidade de entrega, consagração, arrependimento e confissão diante do Deus

Supremo. Esta motivação torna-se assim num acto demonstrativo de que aceitamos

o apelo do Senhor para uma maior intimidade com Ele. “Adorar, portanto, é uma

experiência de parceria: Deus, de um lado, inicia o chamado à adoração e o adorador

responde ao chamado.8

Podemos dividir o tempo de culto de adoração e louvor a Deus da seguinte

forma:

1 – Tempo de Invocação;

2 – Tempo de Introspecção/Reflexão;

3 – Tempo de Confissão e Reconsagração;

4 – Tempo de Intercessão;

5 – Tempo de Louvor;

6 – Tempo da Palavra;

7 – Tempo de Convite ou Apelo;

Esta é, sem dúvida, a melhor maneira de prestarmos culto a Deus, porque

sempre que O adorarmos estaremos a utilizar um tempo muito especial da nossa

vida – o tempo de estarmos na presença de Deus.

Qual a forma ideal de adorar Deus?

Mais do que um estilo ou formato de adoração que possamos pensar ou

desejar, nunca nos esqueçamos que o que importa verdadeiramente a Deus “… é a

condição e a atitude do coração do adorador.”9 Ele nunca desprezará aqueles que O

adoram com “um espírito quebrantado; um coração quebrantado e contrito.” (Salmos

8 Lilianne Doukhan, Como adoraremos?, http:// dialogue.adventiste.org/articles/15_3_doukhan_p.htm, 01

de Agosto de 2009, 14h00 9 Ibid

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51:17). Acima de tudo, Deus espera que na intimidade com Ele saibamos retirar a

certeza daquilo que Ele declarou: “senão que pratiques a justiça, e ames a

beneficência, e andes humildemente com o teu Deus” (Miquéias 6:8).

Para Lilianne Doukhan, “…a transformação genuína do coração que vai

garantir o formato genuíno de adoração. Qualquer formato que utilizemos será

destituído de significado se não o fizermos com um coração transformado.”10

A Igreja Adventista do Sétimo Dia, desde a sua fundação, teve sempre a

preocupação de retirar das Sagradas Escrituras os fundamentos e princípios

imutáveis para todas as áreas de acção. E no que diz respeito à adoração, reverência

e louvor, não existe tempo nem lugar. O que o Senhor Deus requer do Seu povo é que

O adorem com um mesmo espírito, uma mesma atitude e uma mesma alegria.

Porquê? Porque, “… a alegria na adoração é um contentamento concedido por Deus, o

resultado do nosso encontro com Ele e daquilo que Ele fez por nós..”11

A Adoração pressupõe instropecção/reflexão

Mais do que vir à igreja para ouvir o sermão, Sábado após Sábado, é

necessário que os participantes sintam a necessidade de uma entrega total e sem

reservas a Deus:

“Rasgai o vosso coração, e não [apenas] as vossas vestes, e

convertei-vos ao SENHOR vosso Deus; porque ele é misericordioso, e

compassivo, e tardio em irar-se, e grande em benignidade…”

(Joel 2:13)

“É importante que todos os que se apresentam diante de Deus para

o adorar o façam com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé;

tendo o coração purificado da má consciência, e o corpo lavado com

água limpa. (Hebreus 10:22)”12

a) Itinerário do Santuário

A. Kuen apresenta-nos o seguinte: “…na apresentação simbólica do culto da

10

Lilianne Doukhan, Como adoraremos?, http:// dialogue.adventiste.org/articles/15_3_doukhan_p.htm, 01

de Agosto de 2009, 14h00 11

Ibid 12

Féderation France-nord, Comission de Music, Cult d’adoration, Paris, 2001, p.17.

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antiga aliança, ou seja no tabernáculo, encontramos uma progressão que sugere uma

certa ordem para o culto, entrar nas portas com louvores, no pátio com cânticos!

Bendize, ó minha alma, ao Senhor! (Salmo 104:1)”13

No pátio da tenda:

Ao entrar pela porta, o sacerdote encontrava o altar dos holocaustos que

simbolicamente lembra-nos, por um lado, que sem derramamento de sangue não há

remissão de pecados (Hebreus 9:22) e, por outro, que somente Cristo expia as nossas

faltas na cruz.14 É graças ao Seu sacrifício que podemos ir à presença de Deus.

Atrás do altar estava a pia, que servia para que o sacerdote lavasse as mãos e

pés antes de entrar no lugar santo. Apesar do nosso novo nascimento (baptismo) ter

permitido a mudança da nossa vida15, temos, no entanto, necessidade de lavar a

nossa vida antes de entrar no lugar santo para oferecer as orações de louvor.

Segundo João 15:3, e Efésios 5:26, o lavar da água, simboliza a Palavra de Deus, que é

lida e partilhada em cada culto16.

No lugar santo:

O sacerdote encontrava o altar dos perfumes, representando assim “as

orações daqueles que pertencem a Deus”17. Estas orações exaltam a Cristo, a nossa luz

(representado pelo candelabro de ouro) e o nosso pão da vida (simbolizado pelos pães

da preposição). A mesa dos pães faz-nos pensar também nas refeições do Senhor,

celebradas regularmente na hora do culto.

No Lugar Santíssimo (uma vez por ano):

O sacerdote encontrava-se cara a cara com Deus para O adorar. Ao virmos à

igreja, toda a Liturgia de Sábado deve ter um crescendo até que todos estejam na

presença directa de Deus. Este é o momento do culto solene. Neste momento 13

A. Kuen, Renouveler le Culte, Féderation France-nord, Comission de Music, Cult d’adoration, Paris,

2001, p.29 14

Hebreus 2:17 “Por isso convinha que em tudo fosse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e

fiel sumo-sacerdote naquilo que é de Deus, para expiar os pecados do povo.” e I João 4:10 “Nisto está o

amor, não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou a nós, e enviou seu Filho para

propiciação pelos nossos pecados.” 15

Tito 3:5 “Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou

pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo.” 16

II Pedro 1:19 – “E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a

uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça, e a estrela da alva apareça em vossos

corações.” 17

Salmos 141:2 – “Suba a minha oração perante a tua face como incenso, e as minhas mãos levantadas

sejam como o sacrifício da tarde.”

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estamos diante d’Aquele:

- que provê todas as nossas necessidades (o maná);

- que perfeitamente cumpriu a lei de Deus (tábuas da lei);

- que ressuscitou dos mortos (vara de Arão);

- que está sentado no meio dos Querubins sobre o trono celestial – Jesus

Cristo o Justo.

A Adoração requer um Tempo para a Oração

Período da Escola Sabatina:

Quer no período da Escola Sabatina, quer no Culto Divino, todos poderão

adorar em conjunto a Deus com louvores e suplicas.

Oração de abertura (Escola Sabatina):

A primeira oração na abertura dos Serviços Religiosos de cada Sábado

(período da Escola Sabatina) não tem de ser feita, forçosamente, de joelhos. Muitas

igrejas no nosso país têm este hábito mas é conveniente compreendermos que o

tempo dedicado ao programa da Escola Sabatina é um tempo de preparação para o

momento solene que é o Culto Divino. A primeira parte do programa de Sábado de

Manhã, deve proporcionar um crescimento para que Deus – no tempo certo, fale à

Sua congregação por meio do orador. Esta oração incicial é, portanto, um momento

em que os crentes têm a oportunidade de louvar a Deus, expressando a sua gratidão

pelas bênçãos recebidas e pela oportunidade de poder vir à presença de Deus.

Oração de Encerramento (Escola Sabatina):

A oração de encerramento deste 1º período liturgico (Escola Sabatina) deverá

ser feita de pé. Deverá conter um agradecimento especial a Deus pelo período de

ensino, de partilha e recapitulação no estudo da Bíblia.

Oração de Graças (Testemunhos)

Os crentes reunidos devem elevar preces ao Senhor, demonstrando alegria e

gratidão por todas as bênçãos recebidas.

Durante a primeira parte da Liturgia de Sábado (período da Escola Sabatina),

os membros devem testemunhar das bênçãos recebidas por meio de testemunhos e

orações de graças sobre o muito que o Senhor Deus tem feito pelo Seu povo.

SUGESTÃO:

Esta oração deve ser de curta duração e pode ser feita de pé ou sentados.

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Sempre que a Direcção da Escola Sabatina entenda, esta oração pode ser

substituída por um hino que esteja em conformidade com o momento.

Culto Divino:

A hora solene do culto divino é preenchida por vários momentos – todos eles

de grande elevação espiritual, e que são da responsabilidade dos intervenientes na

cerimónia de culto.

Segundo o salmista David, orar em público é algo comum e necessário

sempre que vimos à presença de Deus:

“Vinde, adoremos e prostremo-nos; ajoelhemos diante do Senhor que

nos criou” (Salmos 95:6).

E.G.White aconselha-nos a uma aprendizagem correcta quando oramos em

público. “A oração feita em público deve ser breve, e ir directamente ao ponto. Deus

não requer que tomemos fastidioso o período de culto, mediante longas petições. Há

muitas orações enfadonhas, que parecem mais uma prelecção feita ao Senhor, do que o

apresentar-Lhe um pedido. (…) Não se exigem orações verbosas, com carácter de

sermão, e que são fora de lugar em público. Uma oração breve, feita com fervor e fé,

abrandará o coração dos ouvintes”18

Qualquer oração pública deve ter um objectivo muito específico e o orador

deve preocupar-se, sobretudo, em salientar esse motivo na oração.

Formas de Orar:

Na Liturgia do culto divino existem vários momentos dedicados

exclusivamente à oração:

(1) a oração de invocação;

(2) a oração de intercessão;

(3) a oração de graças;

(4) a bênção final;

Oração de Invocação:

A invocação pastoral é o momento onde o pregador se entrega totalmente nas

mãos de Deus para O servir, desejando apenas ser um canal de transmissão da

mensagem divina. Esta necessidade nasce, sobretudo, da preparação que o pregador 18

E.G.White, Obreiros Evangélicos, CPB, pp.175-179

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empreendeu durante a semana. Nesta súplica dirigida a Deus, o pregador deve pedir

que a presença do Espírito Santo, nele19 e na comunidade de fiéis, proporcione uma

porção dobrada de sabedoria20.

SUGESTÃO:

A invocação pastoral, embora seja uma súplica ao Senhor, deve ser

sempre de curta duração e apresentada de pé: oficiante, colaboradores e

congregação.

OBJECTIVO:

Súplica por sabedoria e presença do Espírito Santo na condução do tema

(sermão).

Oração Pastoral / de Intercessão

Tal como o nome indica, a oração de intercessão reforça um pedido muito

especial a Deus. É o momento em que na presença de Deus é apresentada a súplica

pelo pregador enviado por Deus e pelo rebanho (congregação).

SUGESTÃO:

Olhando para a necessidade de uma oração mais precisa neste momento

do Culto Divino, esta deverá ser sempre de joelhos e composta por duas

duas partes sem interrupção:

- 1ª Parte: O ancião intercede pelo oficiante/pregador. Nunca é demais

suplicar ao Senhor que o mensageiro traga Palavras de vida eterna – as

Boas-Novas da salvação.

- 2ª Parte: O ancião deve interceder por cada participante presente para

que sinta a necessidade de uma total abertura de coração a Deus.

Podem ser incluídos outros motivos de intercessão (doença, membros

afastados e/ou outros), tendo bem presente que estes motivos devem ser

muito bem seleccionados pois este momento de oração não deve ser

longo.

19

II Reis 2:9 - "Sucedeu que, havendo eles passado, Elias disse a Eliseu: Pede-me o que queres que te faça,

antes que seja tomado de ti. E disse Eliseu: Peço-te que haja porção dobrada de teu espírito sobre mim.” 20

I Reis 3:9-11: “A teu servo, pois, dá um coração entendido para julgar a teu povo, para que

prudentemente discirna entre o bem e o mal; porque quem poderia julgar a este teu tão grande povo? (...)

E disse-lhe Deus: Porquanto pediste isso, e não pediste para ti muitos dias, nem pediste para ti riquezas,

nem pediste a vida de teus inimigos; mas pediste para ti entendimento, para discernires o que é justo.”

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Oração de Graças (Mordomia)

É de todo fundamental que na hora do culto divino sejam pronunciadas

graças e louvores pelos dízimos e ofertas recolhidos, referenciando as muitas

bênçãos reconhecidas no avanço da obra mundial. Falaremos mais sobre este

momento quando falarmos do Tempo de participação e contribuição.

SUGESTÃO:

Esta oração deve ser de curta duração e sempre de pé (tribuna e

congregação). Sempre que a Igreja pretenda, a oração pode ser

substituída por um hino que esteja em conformidade com o momento.

OBJECTIVO:

Que todos sintam a vontade de contribuir e de agradecer a Deus pelas

bênçãos recebidas, quer individual, quer colectivamente.

Bênção Final

No encerramento do Culto e adoração a Deus deve ser pronunciada uma

bênção final. Esta deve ser feita sempre de pé, de curta duração mas de grande

inspiração, pois os adoradores, ao saírem da presença de Deus devem sair com os

corações cheios de gratidão. A bênção Araónica21 é a mais conhecida e,

provavelmente, a mais utilizada.

SUGESTÃO:

O pregador pode terminar com uma das muitas bênçãos inscritas nas

Sagradas Escrituras. O Hinário Adventista (com e sem música) apresenta

vários exemplos que podem ser utilizados após o último hino cantado

pela congregação.22

A Adoração requer um Tempo para a Palavra

Leitura Bíblica

A leitura bíblica é um dos pontos que deve fazer parte da liturgia adventista

como o povo da Palavra. Devemos levar ao crente o desejo de se deixar influenciar

pelo poder da Palavra de Deus. “Nos séculos que precederam o nosso, raro eram os

cristãos que sabiam ler e que possuíam um exemplar completo das Sagradas

21

Números 6:24-26: “O SENHOR te abençoe e te guarde; O SENHOR faça resplandecer o seu rosto sobre

ti, e tenha misericórdia de ti; O SENHOR sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz.” 22

Ver Anexo I (Bênçãos bíblicas assinaladas no Hinário Adventista)

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Escrituras. O seu conhecimento da palavra dependia inteiramente da leitura pública

feita ao longo do culto. Hoje, praticamente todos podem ter acesso à Bíblia, mas damo-

nos conta de uma quebra no conhecimento bíblico. Neste sentido deveríamos dar a

devida atenção à recomendação de Paulo feita a Timóteo: “Aplica-te à leitura” (I

Timóteo 4:13) no seu primeiro sentido, ou seja: à leitura pública da palavra de Deus.”23

No livro de Hebreus é salientado o valor da Palavra de Deus em cada crente:

“Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que

qualquer espada de dois gumes, e penetra até a divisão de alma e

espírito, e de juntas e medulas, e é apta para discernir os

pensamentos e intenções do coração.” (Hebreus 4:12)

SUGESTÃO:

Faz todo o sentido que a leitura da Palavra tenha o seu lugar no culto de

adoração e exaltação. Em muitos lugares de Culto ainda existe esta

prática, no entanto, a mesma não tem sido utilizada na programação da

Liturgia do Culto Divino. Uma leitura em público enriquece e prepara a

assembleia para uma verdadeira introspecção. Esta pode ser feita de

duas formas possíveis:

1. duas pessoas devidamente preparadas e que fazem a leitura em

voz alta, intercaladamente;

2. por uma pessoa de serviço à tribuna (diácono/dianisa ou

outro),

Podemos enquadrar uma leitura de apoio à mensagem do pregrador:

- logo após os anúncios, no intervalo de espera pela entrada da

tribuna. É uma forma de os membros começarem a meditar no que Deus

quererá dizer à Sua igreja;

- antes do anúncio do 1ºhino de louvor (assembleia de pé)24;

- antes do levantamento das ofertas;

- antes da apresentação da mensagem25;

23

A. Kuen, Renouveler le Culte, Féderation France-nord, Comission de Music, Cult d’adoration, Paris,

2001, p.22 24

Não é necessário que a assembleia abra a sua Bíblia. A importância deste momento está, exactamente, em

que todos escutem as Boas-Novas de Cristo, num acto de verdadeiro reconhecimento e louvor ao Criador.

Este é para nós o melhor momento de leitura pois é o momento em que toda a congregação se levanta e

permenece de pé. O estar de pé durante esta leitura bíblica, pressupõe maior reverência diante de Deus.

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A Adoração requer um Tempo para a Pregação

Na pregação da palavra, o Apóstolo Paulo utiliza dois verbos: “…o verbo

“-latreuô” para a pregação – dar um culto (Romanos 1: 9) e

“leiturgos” para o serviço sagrado (Romanos 15: 16). Por outro lado ele

emprega o vocabulário sacerdotal para a acção de pregar. O objectivo da pregação é

fazer “queimar os corações”, como aqueles dois discípulos de Emaús, depois que o

Senhor lhes explicou as Escrituras (Lucas 24:32). O objectivo da pregação é

proporcionar um encontro face a face dos participantes com Deus.”26

A Adoração requer um Tempo de participação e contribuição

De todos os profetas, Malaquias foi um dos mais expressivos quanto à

necessidade de serem devolvidos os dízimos e as ofertas para mantimento da casa

de Deus. O mesmo profeta, para além de apresentar a gravidade e o pecado quando

este louvor não é prestado devidamente, mostra igualmente a forma como Deus Se

manifesta perante o gesto de louvor e gratidão do Seu povo:

“…fazei prova de mim, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir

as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal, que

dela vos advenha a maior abastança” (Malaquias 3:10).

Quando devolvemos a Deus os dízimos e as ofertas demonstramos fé e

gratidão pelo divino Mestre, face às inúmeras dádivas providenciadas em nosso

favor. “Os dízimos e ofertas dados a Deus são um reconhecimento do direito que Deus

tem sobre nós, pela criação, bem como o reconhecimento desse mesmo direito que a

Deus assiste pela nossa redenção.”27

É Deus, quem na Sua maravilhosa providência, nos provê de toda a fonte de

bens e de coisas boas que acontecem na nossa vida. Neste sentido, devemos

expressar a nossa adoração trazendo à presença do Senhor, aquilo que devemos

devolver e podemos ofertar. É por esta razão que o momento em que os diáconos

e/ou diaconisas procedem ao levantamento dos dízimos e das ofertas faz parte

25

Este tem sido o enquadramento mais utilizado nas igrejas, pois tem sido o próprio pregador que sugere a

leitura introdutória para a mensagem. Porém, consideramos que este tempo para a Leitura de que falamos,

deveria ser diferenciado do momento do sermão, com um outro texto bíblico, que pudesse demonstrar

louvores e graças ao Criador. Um texto de verdadeira certeza e enumeração da alegria de se estar na

presença do Senhor dos Senhores – o Rei do Universo. 26

Féderation France-nord, Comission de Music, Cult d’adoration, Paris, 2001, pg. 23 27

E.G.White, Testemunhos Selectos, Vol.3, p.77

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integrante do Culto de Adoração ao Senhor, devendo ser um momento especial de

entrega e esvaziamento de nós próprios.

Através da devolução do dízimo a Deus, estamos a reconhecer quem é o

Senhor da nossa vida. Compreendemos que é Deus o Senhor e Dono daquilo que

somos, e, devolvendo-lhe a décima parte das entradas, despojamo-nos de todo

egoísmo centrado no que é nosso, para nos focalizarmos no que reconhecemos como

o que é Seu - de Deus. Vimos diante do Senhor, como servos e não como donos, para

sermos um em Cristo, tal como Jesus se fez, um connosco, “tomando a forma de

servo” (Filipenses 2:7).

É importante que o dador saiba, em cada sábado, para onde são

direccionadas as ofertas recolhidas. O anúncio deve ser feito de forma específica,

para que todos saibam o destino das ofertas recolhidas.

Em alguns Sábados é mesmo fornecida uma leitura introdutória para esse

momento, que pode ser igualmente acompanhada por uma apresentação em Power

Point (P.P.), enviada ou disponível no Site pelo Departamento de Mordomia. É de

todo conveniente que a pessoa que faz esse anúncio, com ou sem leitura, possa ser

informada no Sábado anterior e prepare convenientemente, informando-se junto do

Director de Mordomia local ou do Tesoureiro, sobre o destino da oferta do Sábado

seguinte, e verificar, se existe leitura e P.P. para apoiar esse momento.

Nem sempre o momento do ofertório é sentido como um tempo de louvor

mas antes um tempo de contribuir com verbas para o sustento da Igreja. Porém,

para Deus, não é o nosso dinheiro que conta mas antes a nossa vontade em

participar. Possamos fazer deste momento um verdadeiro momento de preparação

para receber, da parte do Senhor, a mensagem bíblica.

Este momento deve, sempre que possível, ser acompanhado por música de

fundo, ou um cântico de acção de graças, terminando com uma oração de

reconhecimento, que será feita de pé pelo diácono ou diaconisa, ou em sua

substituição, pela parte final do cântico que foi cantado durante o levantamento dos

dízimos e ofertas, com a congregação e a tribuna de pé.

SUGESTÃO:

- Nas Igrejas em que existe Boletim Informativo, o destino das ofertas

deve tomar um lugar de destaque, para que os membros e visitas

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Comissão de Liturgia Documento sobre Liturgia de Sábado 21

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saibam e decidam oferecer a Deus, segundo as suas possibilidades;

- Durante o levantamento das ofertas, o Departamento de Mordomia

deve apresentar o Power Point que o Departamento de Mordomia

disponibiliza semanalmente;

- Em alguns sábados pode ser feita a leitura introdotória fornecida

pelo Departamento de Mordomia, como reforço de apelo;

- O momento da recolha dos dízimos e ofertas deverá ser sempre

acompanhado por um cântico interpretado pela assembleia de

membros ou através de música instrumental (tocada ao vivo ou

colocada pelos meios técnicos da Igreja local);

- A acção de graças diante de Deus deve ser feita sempre de pé

(Assembleia e Tribuna), e esta oração pode ser feita por um dos

diáconos de serviço à tribuna ou por um diácono de serviço à recolha

das ofertas.

- Como alternativa pode a assembleia colocar-se de pé e cantar em

conjunto a última estrofe do hino escolhido para o efeito.

A Adoração requer um Tempo para o Louvor

Neste tempo para louvar a Deus, deve a congregação ter o propósito de

desenvolver a alegria do louvor por meio do canto. Em muitos locais de culto a igreja

demonstra pouca sensibilidade para demonstrar a Sua relação de amor para com

Deus.28

Nos muitos momentos de louvor que surgem durante o culto divino (hinos

cantados por toda a assembleia e/ou hinos apresentados por solistas, grupos ou

coros), existe muitas vezes uma postura completamente errada na forma de louvar o

Senhor. Muitos fazem deste momento, um tempo de frieza e de insensibilidade

perante as muitas bênçãos que o Senhor deseja derramar nesse momento. Muitos

falam entre si, enviam SMSs ou levantam-se do lugar como se aquele momento não

fosse também para eles. Com este tipo de postura, os crentes na Igreja levam muitas

28

Na Lição da Escola Sabatina do 1º Trimestre de 2010 – “O Fruto do Espírito”, Sabugo: Publicadora

Servir, p.21, fala de alegria como algo que “…resulta de um estar ou ser… A alegria é um gozo na vida

mais profundo do que a dor ou do que o prazer. Este tipo de alegria brota da consciência da presença de

Deus na nossa vida, permitindo que nos ergamos acima das circunstâncias e que nos concentremos na

bondade e no amor de Deus”

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vezes o Céu a entristecer-se profundamente.29

Este tempo de louvor é um excelente momento para que todos possam

preparar-se a fim de receber a mensagem que vem do alto.

Sempre que o adorador se disponibiliza a presença de Deus é efectiva. Não é

necessário que todos saibam cantar ou tocar. Se aqueles que têm melhor voz derem

o tom; se colocarem as suas vozes afinadas e entusiasticamente o fizerem para

louvar a Deus, o som final será verdadeiramente o de um coro que terá a ajuda do

coro celestial.30

Diriamos que este tempo é fundamental para nos sentirmos bem na presença

do Senhor. Ele eleva o crente para o patamar de sabedoria e entendimento e assim

compreenderá a mensagem que o Senhor preparou pela voz do pregador.

Sobre o papel e a filosofia da música cristã, daremos importância no segundo

capítulo deste documento, tendo em conta o documento apresentado pela

Conferência Geral dos Adventistas do Sétimo Dia, que procura dar uma explicação

sobre o modo como cada igreja local deve empregar esta importante ferramenta

para louvor e adoração.31

SUGESTÃO:

- Este período de louvor pode estar directamente relacionado com o

período dos momentos de louvor antes do culto divino. Se assim for, os

responsáveis deverão apresentá-lo de forma dinâmica e em sintonia

com a mensagem que será apresentada pelo orador;

- Se for este tempo for apresentado antes do Culto Divino, não deve

exceder um tempo de 10m – tempo de preparação dos responsáveis à

tribuna. Falaremos mais sobre este assunto no próximo capítulo;

- Este tempo de louvor pode ser utilizado e desenvolvido no tempo do

culto divino. Poderá o orador, com a colaboração de quem tem as

valências para dirigir a congregação, sugerir que todos cantem um

hino em louvor a Deus. Quem optar por esta dinâmica no Culto Divino,

deverá ter em conta que a congregação espera ouvir a mensagem e,

como tal, o tempo utilizado para que toda a congregação cante, deve

29

Efésios 4:30 “Não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o dia da redenção.” 30 Ver Anexo II (História do Anjo de E. G. White) 31

Ver Anexo III (Filosofia da Música Adventista)

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ser curto – um cântico apenas.

A Adoração requer um cuidado especial com a aparência e decoro

O Dicionário Piberam da Língua Portuguesa refere que decoro é: “Respeito de

si mesmo e dos outros; decência; vergonha; dignidade; conformidade do estilo com a

elevação do assunto.”32

Deus deve ser sempre adorado com o melhor que temos. Se todo o programa

de Liturgia deve estar envolvido numa atmosfera de qualidade e respeito, de amor e

paixão, de reverência e humildade pelo Criador do Universo, a nossa apresentação

exterior deve apresentar a mesma qualidade de experiência e comunhão diárias com

Deus. Podem uns referir a moda como alternativa para uma aparência actualizada;

outros a conservação de um estilo ou cultura invariáveis. Porém, todos deverão ter

em conta que Deus leva a sério o nosso interesse e dedicação, quando nos

apresentamos diante do Seu Trono. Descobrindo primeiramente, a boa e agradável

vontade de Deus, saberemos servir o nosso Salvador, “porque quem nisto serve a

Cristo agradável é a Deus e aceito aos homens” (Romanos 14:18).

O equilíbrio da vida espiritual nunca esteve nem poderá estar centralizada

nos extremos (no legalismo e/ou no liberalismo). Ellen White, ao longo do seu

ministério, pediu e advertiu a Igreja para um mesmo princípio – o princípio do bom

senso. “No serviço a Deus requerem-se planos bem amadurecidos. O bom senso é coisa

excelente no culto do Senhor.33

O bom senso deve ser aplicado em todas as áreas da vida cristã; quer no

vestuário quer na apresentação e palavras, o cristão deve ter em conta a

simplicidade, o bom gosto e um trato aprimorado. Este é um princípio que eleva a

alma e contagia outras almas para mais perto de Jesus. Tudo deve dar relevo a Cristo

e não ao oficiante.

Durante o tempo em que os oficiantes (homens e mulheres) estão sentados

na tribuna, não devem nunca cruzar as pernas, ou estarem com uma postura menos

própria. O tempo em que se oficializa o Culto Solene é de todos o momento mais

importante da Igreja. Esta é uma norma imposta e respeitada nas cerimónias oficiais

que se realizam no país e no mundo, e, como tal, mais se deve respeitar este

momento pois estamos na presença de Deus, o nosso Criador, Mantenedor e 32

http://www.priberam.pt/DLPO/default.aspx?pal=decoro, 18 de Agosto de 2009, 21h30 33

E.G.White, Evangelismo, CPB, p.505

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Salvador.

Para Samuel Bachiochi quando o termo se refere ao vestuário, “…o cristão

deve vestir-se de um modo bem-ordenado, decoroso e apropriado. Este princípio

desafia-nos a dar atenção à nossa aparência pessoal, mas evitando extremos.”34

Por mais que queiramos extrair da Bíblia um estilo próprio de vestuário para

homens e mulheres ou um sentido normativo que se possa implementar em todas as

igrejas, isso não será possível, pois “cada estilo é ditado pelo clima e a cultura.”35 O

que podemos retirar da Bíblia é um sentido de “simplicidade e ausência de pretensão

do estilo de Jesus, mesmo na nossa indumentária e aparência”36, pois cada adorador,

na sua aparência e decoro, torna-se um testemunho junto de outros da sua

identidade cristã. A postura correcta do adorador permitirá sempre que Cristo seja

louvado,

SUGESTÃO:

“… com bom gosto e de modo apropriado, mas não se faça objecto de

observações quer vestindo-se de modo ostensivo, quer por ser vestir de

modo relaxado e/ou sujo. Aja como se soubesse que o Céu o observa, e que

você está a viver sob a aprovação ou desaprovação de Deus.”37

34

Samuel Bachiochi, Que Devo Vestir, http://setimodia.wordpress.com/2009/03/04/que-devo-vestir/, 14 de

Agosto de 2009, 15h00 35

Ibid 36

Ibid 37

Ellen G. White, Orientação da Criança, Tatuí, SP: CPB, 1993, pág. 415

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PARTE II – O Que é o Louvor ?

O louvor é o acto de glorificar e adorar a Deus. É a forma de estar na

presença de Deus de coração aberto, compreendendo a exaltação e

engrandecimento de Alguém que é reconhecido e digno de ser enaltecido – Jesus

Cristo. Para David,

“Tudo o que tem fôlego louve ao Senhor.” (Salmo 150:6)

Quando Abrão atingiu a idade nove e nove anos, recebeu a seguinte ordem do

Senhor:

“Eu sou o Deus Todo-Poderoso; anda em minha presença e sê

perfeito” (Génesis 17:1).

Mais tarde, Jesus Cristo, depois do ensino dado por meio das bem-

aventuranças e de vários aspectos relacionados com a lei, colocou a fasquia da

perfeição no caminho dos Seus discípulos, dizendo-lhes:

“Sede pois perfeitos, como perfeito é vosso Pai que está nos Céus.”

(Mateus 5:48).

Esta necessidade de buscarmos a perfeição é muito mais do que uma

simples ideia. É um modo de viver - é um louvor todo tempo Àquele que atende ao

clamor dos que O buscam. Portanto, dentro deste conceito de perfeição, o louvor

que devemos prestar a Deus deve estar presente em todas as nossas actitudes e

perspectiva de vida. “Ele deve ser manifestado no falar, pensar, vestir, trabalhar,

estudar, orar e cantar.” 38

Aqueles que louvam o Senhor de todo o seu coração devem possuir

atributos e características singulares de modo a que Deus se alegre com a

sonoridade do louvor por eles reproduzido.

Vejamos algumas dessas características extraídas das Sagradas Escrituras:

“BEM-AVENTURADOS os que trilham caminhos rectos, e andam na lei

do Senhor. Bem-aventurados os que guardam os seus testemunhos, e

o buscam de todo o coração, (…)De todo o meu coração te busquei:

não me deixes desviar dos teus mandamentos.” (Salmos 119:1,2,10)

“BEM-AVENTURADOS os humildes de espírito, porque deles é o reino

dos céus;” (Mateus 5:3) 38

Ailano Moradas, Decolando nas Asas do louvor, Editora Vida, S. Paulo, 1999, p.19

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“CANTAI-LHE um cântico novo: tocai bem e com júbilo.” (Salmos

33:3)

“Achei David, filho de Jessé, varão conforme o meu coração, que

EXECUTARÁ TODA A MINHA VONTADE.” (Actos 13:22)

Para que o nosso louvor seja autêntico aos olhos de Deus é necessário que

cada adorador tenha em conta alguns aspectos:

1. A Casa de Deus (a Igreja) é um lugar de reverência.

“Nada do que é sagrado, nada do que está ligado ao culto divino, deve ser

tratado com negligência ou indiferença.”39

“Felizes os que possuem um santuário luxuoso ou modesto, seja no meio de uma cidade

ou entre as cavernas das montanhas, no humilde aposento particular ou nalgum

deserto. Se for esse o melhor lugar que lhes é dado arranjar para esse fim, Deus o

santificará pela Sua presença e será santidade ao Senhor dos exércitos.”40

“Porque vale mais um dia nos Teus átrios do que em outra parte mil.

Preferiria estar à porta da casa do meu Deus, a habitar nas tendas da

perversidade.” (Salmos 84:10)

“A casa é o santuário da família; e o aposento ou a floresta o lugar mais

recôndito para o culto individual; mas a igreja é o santuário da congregação.

Devem existir aí regulamentos quanto ao tempo, lugar e maneira de culto.”41

2. O objectivo principal é que todos louvem ao Senhor;

“Bendito seja o SENHOR Deus de Israel, de eternidade em eternidade,

e todo o povo diga: Amem. Louvai ao SENHOR.” (Salmos 106::48 -

Sublinhado é nosso)

“Ele também exalta o poder do seu povo, o louvor de todos os seus

santos, dos filhos de Israel, um povo que lhe é chegado. Louvai ao

SENHOR” (Salmos 148:14 - Sublinhado é nosso)

Ellen White diz-nos que “Este é o lugar onde Deus vem ter com o Seu povo e

o abençoa.” 42

39

E. G. White, Testemunhos Selectos,Vol. 2, CPB, p. 193. 40

E. G. White, op. Cit., p. 194. 41

E. G. White, op. Cit., p.193. 42

E. G. White op. Cit., p.196.

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Comissão de Liturgia Documento sobre Liturgia de Sábado 27

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3. O tempo de louvor e adoração na Igreja deve ser dedicado

inteiramente a Deus;

“…conversas vulgares, cochichos e risos não devem ser permitidos na igreja, nem

antes nem depois das reuniões. Ardente e profunda piedade deve caracterizar

os adoradores.”43

4. Deus pede o nosso silêncio quando vamos à Sua presença;

Embora Habacuque tenha deixado claro que todo o homem deve calar-se diante

de Deus44, o silêncio referido pelo profeta sugere uma profunda necessidade de

escutarmos a Sua voz. Porém, não significa que a nossa participação no culto

divino seja desprovida de entusiasmo. Deus alegra-Se com o Seu povo quando a

adoração é feita com alegria e exaltação.

5. Nada deve substituir, atrapalhar ou levar-nos a perder o sentido de

louvor;

Nos nossos dias, são várias as dependências que se instalaram na vida

humana sem as quais muitos não conseguem viver. Já não sabemos viver sem

o telemóvel, o computador ou mesmo o Ipod e/ou o Ipad. Por serem tão

impresindíveis no nosso dia-a-dia, não conseguimos estar na Igreja sem que

os mesmos façam parte integrante do nosso louvor. O maior problema não

está em possuirmos qualquer aparelho de comunicação ou tecnológico, mas

antes na má utilização que podemos dar enquanto estamos na presença de

Deus. Muitos, em pleno louvor, utilizam essas ferramentas para enviar sms e

consultar as suas próprias páginas nas redes sociais, não dando a prioridade

a Deus enquanto estão na igreja.45 Não será este o tempo de louvor na Casa de

43

E. G. White, Testemunhos Selectos,Vol. 2, CPB, p. 194. 44

Habacuque 2:20 – “Mas o Senhor está no seu santo templo: cale-se diante dele toda a terra.” 45

Um estudo publicado no site http://pt-br.paperblog.com/distracao-no-trabalho-39156/, 18 de Janeiro de

2011, apresenta alguns detalhes sobre o uso da internet que deveriam ser motivo de reflexão para todos os

crentes que entram na igreja para louvar a Deus. Diz a notícia: a maioria dos profissionais valoriza a

confiança e a permissão para usar a internet no trabalho mais até do que o salário. Pelo menos, é o que

aponta uma pesquisa conduzida com 1,6 mil gestores e funcionários de empresas nos Estados Unidos,

Inglaterra, Alemanha e Austrália, durantes os meses de Janeiro e Fevereiro.

Entre os entrevistados, 21% dizem que trocariam de emprego se a empresa em que trabalham bloqueasse o

acesso às redes sociais ou ao e-mail pessoal. Tratam-se de profissionais que não conseguem fazer essa

separação entre a vida profissional e pessoal. O estudo constatou uma geração chamada Geração Stand

By, ou seja, pessoas que nunca se desligam da sua vida particular, tanto no trabalho quanto em casa,

interagindo com as redes sociais enquanto estão a trabalhar. Essa geração está a crescer

consideravelmente; a maioria das pessoas possuem entre 25 e 34 anos de idade.

O relatório aponta ainda que para 79% dos entrevistados a questão mais valorizada hoje - acima inclusive

de cargos e salários - é ter a confiança do chefe direto para gerenciar o próprio tempo e isso inclui usar a

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Comissão de Liturgia Documento sobre Liturgia de Sábado 28

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Deus, um tempo específico para desligarmo-nos da vida particular e do

mundo lá fora? Sem dúvida!

“E isto digo, conhecendo o tempo, que é já hora de despertarmos do

sono; porque a nossa salvação está, agora, mais perto de nós do que

quando aceitámos a fé.“ (Romanos 13:11)

“Vós, que em outro tempo não éreis povo, mas agora sois povo de

Deus; que não tínheis alcançado misericórdia, mas agora alcançastes

misericórdia. A boa conduta no meio dos pagãos.” (I Pedro 2:10)

6. Na presença de Deus, cada crente deve desejar adquirir um espírito

semelhante ao de Jesus;

Deus mostrou a Moisés as características do Seu carácter:

“Misericordioso, piedoso, Bondoso, Longânimo e Perdoador.” (Êxodo

34:6,7)

7. Os anjos desejam juntar-se aos homens para louvarem o Criador no

Dia de Sábado;

Ellen White confidenciou-nos a certeza que os anjos do Céu se juntam ao

nosso louvor. “Quando os seres humanos cantam com o espírito e o

entendimento, os [anjos] músicos celestiais apanham a harmonia, e unem-se ao

cântico de acções de graças.”46

Quando compreendermos o grande amor de Deus espelhado nos traços do

Seu carácter, “também nós nos daremos pressa em curvar-nos em adoração e louvor.”47

internet durante o expediente. Atualmente, 62% dos funcionários sentem que deveriam ter acesso a redes

sociais durante o trabalho por razões pessoais. 46

E. G. White, Obreiros Evangélicos, p. 357. 47 E. G. White, Conselhos aos Professores, Pais, e Estudantes, CPB, 1975, p.30

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PARTE III – O Que é o Culto Liturgico ?

O termo liturgia, vem do grego λειτουργία e compreende um conjunto de

práticas na celebração religiosa que contribuem para o louvor, para a adoração e para a

comunhão.

Consideramos o louvor e adoração elementos básicos e fundamentais na

liturgia. São eles que marcam o desejo de uma relação regular com Deus, e também a

concretização da promessa de Jesus para nós:

“…virei outra vez e vos levarei para mim mesmo...” (João 14:1-3)

Nas muitas igrejas cristãs, não existe apenas um estilo de culto. Desde a igreja

primitiva até aos nossos dias, o louvor e a adoração sofreram imensas modificações.

Hoje, seja por causa das tradições ou pela linha de pensamento de cada

denominação, o estilo de culto pode variar muito de uma igreja para outra. Existem

vários tipos de culto, razão pela qual o culto litúrgico não é o único utilizado nas

diferentes igrejas protestantes e evangélicas.

Considerando a liturgia de culto aplicada pela Igreja Adventista do Sétimo Dia

podemos afirmar que o estilo utilizado e mantido enquadra-se muito bem no estilo

de Culto Liturgico. Para além deste outras denominações utilizam outros estilos, tais

como o Culto Tradicional, Avivado, Louvor & Adoração e Facilitador.48 Por esta razão,

somos tentados a analisar mais em detalhe o Estilo do Culto Litúrgico na medida em

que o mesmo “… valoriza muito a reverência… é muito bem planeado e completamente

estruturado.”49

Paul Basden afirma que “O propósito do culto litúrgico é levar a igreja a

curvar-se diante da glória transcendente de Deus, ou seja, louvar o poder e a grandeza

divina.”50

Se considerarmos o exemplo descrito pelo profeta Isaías, podemos entender

melhor qual a ordem e sequência que deve ser o nosso Culto Litúrgico.

Quando o profeta assistiu em visão à liturgia no Céu, contemplou que:

“Os serafins (…) clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, Santo,

Santo é o Senhor dos Exércitos: toda a terra está cheia da sua glória.”

48

Para se conhecer estes vários tipos de Estilos de Culto, sugerimos a leitura do Livro de Paul Basden,

Estilos de Louvor, Editora Mundo Cristão, Parte 2: estilos de Culto, pp.45-102 49

Paul Basden, Op. Cit., p. 45 50

Paul Basden, Op. Cit., p. 46

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(Isaías 6:2,3)

Nesse momento a postura de Isaías foi de verdadeira humildade e temor:

“Então disse eu: Ai de mim, que vou perecendo! porque eu sou um

homem de lábios impuros, e habito no meio de um povo de impuros

lábios: e os meus olhos viram o rei, o Senhor dos Exércitos!” (Isaías

6:5)

Porém, Deus não perdeu tempo nem a oportunidade para abençoar o

profeta:

“… um dos serafins voou para mim, trazendo na sua mão uma brasa

viva, que tirara do altar com uma tenaz; e com ela tocou a minha

boca, e disse: Eis que isto tocou os teus lábios; e a tua iniquidade foi

tirada, e purificado o teu pecado.” (Isaías 6:6,7)

Isaías, ouvindo o chamado de Deus, não ignorou a vontade divina e entregou-

se de coração:

“Depois disto, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e

quem há-de ir por nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a

mim.” (Isaías 6:8)

Para alcançarmos as muitas bênçãos repartidas por Deus na hora do Culto

Liturgico, teremos de olhar e considerar todos os actos de Serviço no Sábado de

manhã, como práticas de louvor, adoração e comunhão. Neste sentido toda a

programação apresentada durante a manhã de Sábado (Escola Sabatina e Sermão),

deve centralizar-se no propósito supremo de agradar somente a Deus.

A Liturgia de Sábado na Igreja Adventista

Na Igreja Adventista, a Liturgia de Sábado é dividida em dois períodos:

1º Período: Estudo e revisão dos conhecimentos bíblicos51;

- Anúncios;

- Cântico Congregacional para preparação do Culto Divino;

2ºPeríodo: Culto de Adoração e Exaltação a Deus52;

51

Ver Anexo IV (Sugestão de Programa para a Escola Sabatina) 52

O culto de Adoração, após o estudo e revisão da mensagem bíblica, deve ser considerado a parte mais

importante e solene de toda a Liturgia de Sábado, uma vez que é o momento onde os adoradores escutam

uma mensagem da parte de Deus. Segundo o Manual de Igreja, p. 114, “O serviço do culto de Sábado é a

mais importante de todas as reuniões da igreja. É nele que os membros se reúnem semana após semana

para se unirem na adoração a Deus em espírito de louvor e gratidão, para ouvirem a Palavra de Deus,

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Comissão de Liturgia Documento sobre Liturgia de Sábado 31

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Estas duas partes da Liturgia são distintas – têm uma programação diferente

mas que se complementam, ou seja, a primeira parte – a Escola Sabatina, deve

contribuir para que o Culto Divino de adoração ao Senhor seja visto como o

momento mais alto no encontro pessoal e colectivo que os fiéis podem ter, quando,

ao Sábado, se encontram com Deus na Igreja.

Normalmente, o período da Escola Sabatina segue um modelo de

programação que permite a todos os participantes intervirem, sobretudo na revisão

da Lição da Escola Sabatina.

O Departamento de Escola Sabatina da UPASD diponibiliza e colabora na

elaboração correcta e dinâmica da programação semanal. 53 No entanto, é de referir

que este Departamento está intimamente ligado com mais outros dois

departamentos que formam uma área de acção, chamada Área de Evangelismo.

Juntamente com o Departamento dos Minstérios Pessoais e o Evangelismo, a Escola

Sabatina funciona em simbiose para alcançar toda a igreja no evangelismo dentro

(Ministérios Pessoais) e fora de portas (Evangelismo).

Por este motivo, parece-nos muito interessante não se perder o tempo

dedicado à apresentação do trabalho missionário realizado pela própria Igreja. Este

tempo não deve ser demasiado longo, mas sim bem apresentado e fundamentado,

para que a Igreja sinta maior desejo de trabalhar para Deus. É neste tempo que a

Igreja pode exprimir e apresentar alguns testemunhos daquilo que vai conseguindo,

fruto do trabalho missionário.

Este momento deve fazer parte da Escola Sabatina e pode ser desenvolvido e

apresentado no momento mais apropriado para tal. Se for colocado como uma parte

integrante da área de evangelismo e não separado da Escola Sabatina, terá sempre

mais acolhimento e aceitação. Por outro lado, este momento deve ser sustentado

com experiências edificantes e apresentação de factos por meio dos audiovisuais

disponíveis na Igreja. Aliás, é um excelente momento para recordar a programação

local, regional e nacional que terá lugar no âmbito do evangelismo; é o momento

indicado para se pedir motivos de oração por certos irmãos na fé que necessitem do

para obterem força e graça para enfrentar as lutas da vida, e para saberem qual é a vontade de Deus

acerca do que devem fazer para ganhar almas. Reverência, simplicidade e pontualidade devem

caracterizar todo o serviço de adoração.” 53

Este período engloba todo um programa especial denominado Escola Sabatina, e está dividido em três

partes: 1) Abertura; 2) Revisão da Lição; 3) Conclusão.

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apoio da Igreja, enfim… é um tempo de partilha que pode ser tão agradável como

qualquer outra parte da programação desde que não exceda o tempo, seja bem

preparado e bem apresentado.

Período de anúncios

Na Liturgia de Sábado, entre a Escola Sabatina e o culto de adoração,

devem ser apresentados os anúncios que dizem respeito às diversas actividades da

igreja local, regional e nacional. Existem, no entanto, alguns procedimentos que têm

sido praticados neste período da Liturgia que prejudicam a ordem de serviços.

No nosso entender este período que divide os dois momentos principais

da Liturgia de Sábado (hora dos anúncios) deve ser:

- Um período curto, onde são referidos os anúncios mais importantes;

- Se nas igrejas existir, semanalmente o Boletim Informativo, é de se evitar

a leitura e repetição dos anúncios escritos. Podem ser referenciados os mais

importantes, mas torna-se uma perda de tempo e de dinheiro, pois os membros e

visitas recebem um exemplar à entrada;

- As igrejas que utilizam os meios tecnológicos poderão apresentar os

anúncios a partir de um quadro de P. Point;

- Todos os anúncios devem ser apresentados neste período, não deixando

anúncios para o início ou fim do Culto de Adoração. Têm surgido situações em que

os anúncios guardados para o final do culto são exclusivamente do foro social, o que

leva a congregação de adoradores a desviar a sua atenção da mensagem bíblica ou

mesmo do apelo deixado no final do sermão. Devem o pastor e os anciãos ter o

cuidado de ser firmes neste aspecto (a não introdução de um anúncio esquecido),

para que os adoradores levem consigo a mensagem enviada por Deus à Sua igreja.

Não nos esqueçamos de que o Culto Solene é a parte mais importante de toda a

Liturgia. Todas as actividades sociais não são mais importantes do que a mensagem

trazida à Igreja;

- Faz todo o sentido que a apresentação dos anúncios seja feita pelos

anciãos e/ou o Departamento de Comunicação. Existem algumas igrejas em que é o

pastor quem apresenta os anúncios. Acreditamos que esta parte pode estar sob a

responsabilidade de outros, para que no mesmo momento se prepare a tribuna de

forma a não se perder muito tempo entre as diversas partes da Liturgia;

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- Embora o momento dos anúncios seja de curta duração, deve o

apresentador dar ênfase aos diversos anúncios e convidar os membros e visitas a

participar activamente nas actividades sugeridas;

- É muito importante que o apresentador tenha boa aparência, boa

disposição e boa dicção. Apesar de ser um tempo simples é também um momento

para cumprimentar toda a igreja e saudar a presença das visitas. É o momento onde

se anuncia a programaçao da Igreja e para tal é necessária uma boa comunicação;

- A leitura dos nomes inscritos no livro de visitas pode ser feita neste

espaço (anúncios) ou durante o período da Escola Sabatina. É importante referir que

em momento algum deve ser imposta a inscrição do nome de cada visita no livro. Ao

mesmo tempo, em casos de visitas não adventistas, o diácono ou a diaconisa de

serviço à entrada tem a obrigação de prontamente informar que é hábito lerem-se à

frente os nomes inscritos no livro. Caso exista alguém que prefira não ser referido,

deve ser comunicado o pedido ao apresentador e devidamente respeitada a vontade

da visita.

Canto Congregacional para preparação do Culto Divino

Em muitas igrejas do nosso país, existe um tempo dedicado à aprendizagem

de novos cânticos ou à repetição de outros no sentido de se preencher um tempo

que pode ser curto ou longo, destinado à preparação da Tribuna para o Culto Dvino.

Consideramos que todos os momentos em que a congregação louva a Deus

por meio de cânticos são uma mais-valia para a programação geral. No entanto,

qualquer período de cânticos deverá ser devidamente preparado entre músicos

(orquestra e/ou pianista) e cantores (dupla de cantores que dirige este momento

musical).

Parece-nos importante sublinhar que nas igrejas onde existe esta prática é

fundamental o cumprimento de algumas regras elementares:

1) Este período de canticos congregacional não serve para aprender novos

cânticos. Caso exista esta necessidade ou vontade, a programação da

Liturgia de Sábado deve começar 15m mais cedo – 09h45m;

2) Os hinos devem preparar sempre o momento do Culto Divino;

3) A Orquestra e/ou músicos deverão estar bem sincronizados para que a

atmosfera celestial possa começar a reinar na sala de culto;

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4) Os cantores não devem fazer deste momento um tempo para

demonstrarem as suas capacidades e características musicais e/ou vocais,

mas devem reger a congregação, para que os hinos sejam correctamente

interpretados;

5) NUNCA a orquestra e os cantores deverão retirar tempo ao Culto Divino,

alongando demasiado este período de louvor;

6) A sucessão de hinos não deve ultrapassar nunca os 12m, o que implica

dizer que deverão ser apresentados no máximo três hinos, sendo o último

um hino que tenha sentido com o tema do sermão;

7) Nas Igrejas em que se mantenha este período de louvor, os cantores – caso

não exista coro, poderão reger a congregação na Doxologia e 1ºHino de

Adoração;

Desta forma podemos ter um momento muito apreciado e rico em bênçãos,

visto que a música enche a alma de louvores e proporciona um bem-estar a quem

deseja adorar o Criador. Quando estes pressupostos não são cumpridos, o que

acontece é que se cometem erros que levam a congregação e a Tribuna a terem falta

de solenidade para o momento mais aguardado – o tempo do Cuto Solene a Deus.

Sentido do culto

Para que a adoração a Deus seja profunda e proveitosa é necessário perceber

qual o verdadeiro sentido do culto. Para Alfredo Aeschlimann, “O culto pode ser

particular, familiar ou público. Quando é realizado com o devido espírito e em forma

correcta, o culto é uma entrevista com Deus. Quando não é particular ou familiar,

geralmente constitui um serviço ou reunião de um grupo de cristãos, celebrado num

lugar destinado para isso, como uma capela, um templo, etc…”54

O Dicionário Bíblico Adventista faz o seguinte comentário sobre a palavra

“culto”: “A atitude de humildade, reverência, honra, devoção e adoração que

caracteriza apropriadamente a relação dos seres criados com seu Criador,

especialmente em Sua presença”. 55

Sempre que os crentes se reúnem ao Sábado para prestar culto a Deus, o seu

54

Alfredo Aeschlimann, http://www.musicaeadoracao.com.br/artigos/adoracao/importancia_culto_adoracao.htm,

10 de Agosto de 2009, 11h00 55

SDABC, vol.8, p.1184 (worship)

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louvor pode ser apresentado por:

- Música/canto;

- Revisão de conhecimentos;

- Leituras bíblicas;

- Testemunhos pessoais;

- Exposição da Palavra (sermão).

Em todos os momentos de culto e adoração, os crentes são convidados a

dialogar com Deus por meio da oração, deixando que o Espírito de Deus os convença

do pecado e de toda a injustiça (S. João 16:8). Por outro lado, na reunião de louvor e

adoração a Deus, existe a possibilidade de comunhão com Deus e com todos os fiéis.

Desta forma, o crente desenvolve e reforça o seu crescimento espiritual.

Elementos do culto na liturgia Adventista

A compreensão bíblica de liturgia tem na reverência o seu principal objectivo.

A Igreja (comunidade de fieis) pode tornar-se viva e saudável se houver um espírito

de verdadeira entrega e consagração.

Na visão de Isaías56, encontram-se os princípios bíblicos desta experiência,

que têm como objectivo:

A visão da Majestade Divina – aspecto contemplativo do culto

v.1 – Contemplar ao Senhor;

v.2 – Reverenciar o Seu nome;

v.3 – Reconhecer a identidade, a essência e a natureza de Deus;

v.4 – Ser perdoado e aceitar a provisão da graça divina, por intermédio

de Cristo;

A visão de quem nós somos – aspecto da nossa limitação, pecaminosidade

e da confissão para recebimento do perdão

v.5 – Oportunidade para reconhecer a impureza do coração humano;

v.6,7- Oportunidade de orar por confissão, intercessão e consagração.

v.8 – Oportunidade para ouvir a voz do Senhor e responder ao Seu

chamado.

56

Isaías 6:1-8

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Coordenação e direcção do culto de adoração e exaltação

Cada equipa responsável - oficiante e intervenientes, deve procurar ter uma

actuação muito cuidada sempre que dirige a comunidade de fiéis no culto divino.

Cada elemento que sobe à tribuna deve:

- ter uma postura correcta;

- evitar movimentos desnecessários;

- falar somente o que for necessário;

- não se exceder no uso das suas responsabilidades;

- ter em conta a sua apresentação (vestuário e aparência).

Actuação da congregação no culto de adoração e exaltação

Qualquer assembleia carece de uma coordenação eficaz e correcta. O

objectivo principal na adoração e exaltação é que todos recebam as bênçãos de Deus.

Para isso é necessário que toda a congregação de fiéis tenha em conta que:

a) A atitude correcta ao entrar na casa de Deus implica reverência;

“Tira os teus sapatos de teus pés, porque o lugar em que estás é

terra santa.” (Êxodo 3:5)

Jacob, depois de contemplar a visão dos anjos exclamou: ”Na

verdade o Senhor está neste lugar, e eu não o sabia. (…) Este não é

outro lugar senão a casa de Deus, e esta é a porta dos Céus.” (Génesis

28:16 e 17)

Cada vez que vimos ou estamos junto ao trono da graça, a nossa atitude conta

muito para Deus. “Muitos… não apreciam devidamente a santidade das coisas eternas.

Quase todos precisam ser ensinados como se portar na casa de oração. Os pais devem,

não só ensinar como exortar os filhos a entrarem no santuário divino com seriedade e

reverência.”57

b) A pontualidade e a assistência aos cultos (Escola Sabatina e Culto

Divino) são uma mais-valia;

Ellen White avalia este aspecto da seguinte forma: “É um erro grave

negligenciar a adoração pública de Deus. Os privilégios do culto divino não devem ser

considerados levianamente. (…) Devemos ser cuidadosos em não deixar de frequentar,

57

E.G.White, Testemunhos Selectos, Vol.II, p.199

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sem razão plausível a casa de oração.”58

c) A necessidade de uma fervorosa participação de todos os adoradores

é fundamental;

“Quando os crentes penetram na casa de culto, devem guardar a devida

compostura e tomar silenciosamente o seu lugar. (…) Se faltam alguns minutos para o

começo do culto, os crentes devem entregar-se à devoção e meditação silenciosa,

elevando a alma em oração a Deus para que o culto se tome para eles uma bênção

especial. (…) O ministro deve entrar na casa de oração com uma compostura digna e

solene. Chegado ao púlpito, deve inclinar-se em silenciosa oração e pedir

fervorosamente a assistência de Deus. (…) Ao ser aberta a reunião com oração, cada

qual deve ajoelhar-se na presença do Altíssimo e elevar o coração a Deus em silenciosa

devoção. (…) Quando a Palavra é exposta, deveis lembrar-vos, irmãos, de que é a voz de

Deus que vos está falando por meio de Seu servo. Escutai com atenção”59.

d) As crianças devem permanecer junto dos pais;

“O sentimento moral dos que adoram a Deus no Seu santuário tem de ser

elevado, apurado e santificado. Eis o que tem sido deploravelmente negligenciado. É

um assunto que foi votado ao desprezo e o resultado disto é a desordem e irreverência

que passaram a imperar sendo Deus desonrado. (…) [As crianças e adolescentes]

encontram-se muitas vezes em grupos, afastadas dos pais que deveriam tomar conta

delas; e embora se encontrem na presença de Deus, cujos olhos sobre eles repousam,

põem-se a cochichar e a rir, portando-se inconvenientemente, mostrando-se

desrespeitosas e desatentas.”60

e) A Reverência deve ser praticada até que se torne habitual;

“Caso tenhais formado, em qualquer grau, o hábito de desatenção e indiferença

na casa de Deus, exercei as faculdades que tendes para corrigi-lo e demonstrar que

tendes respeito próprio. Praticai a reverência até que esta se torne uma parte de vós

mesmos.”61

58

E. G.White, Ciência do Bom Viver, CPB, 1977, p.511 59

E. G. White, Testemunhos Selectos, Vol. II, CPB, págs. 194 e 195. 60

E. G. White, Op. Cit., p.199 61

E. G. White, Youth’s Instructor, 8 de Outubro de 1896

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PARTE IV - O Papel e a Filosofia da Música Cristã

Neste capítulo abordaremos mais em detalhe o papel fundamental que a

música tem em toda a Liturgia de Louvor, aos Sábados na Igreja. Esta é uma

ferramenta muito importante e necessária para a prestação de culto a Deus. Na

Bíblia, a música está sempre ligada ao louvor e a alegria nas acções de graças ao

Criador. É, portanto, necessário que analisemos várias características provenientes

da música.

Elementos da Música

A música tem por objectivo primário combinar sons para que o resultado

obtido seja agradável aos nossos ouvidos. Pode ser dividida em três partes:

- Melodia;

- Harmonia;

- Ritmo;

No entanto, nenhuma destas partes deve ser isolada ou ter todo o domínio

musical pois as mesmas formam um todo entre si.

Definição de Melodia

É a sucessão de tons62 musicais executados numa graduação específica. Esta

graduação é, normalmente descrita como “aguda” ou “grave”. Exprime sentimentos e

emoções e pode ter repetições, ser expandida e variada de acordo com a criatividade

do compositor.

Definição de Harmonia

É a reunião de vários tons que criam a sucessão de acordes63. As notas unidas

e combinadas entre si proporcionam uma variedade de sons.

62

O som musical, também chamado de Tom, é produzido a partir de uma série de vibrações que ocorrem

simultaneamente num período de tempo. Alguns tons são largos e outros curtos, ou seja, a duração dos

mesmos pode ser diferente ao longo da composição musical. Excepto na música oriental, os tons fazem

parte de uma escala e estão baseados na oitava (palavra que vem do latim e significa oito). Numa escala

temos os tons naturais (que no teclado do piano correspondem às teclas brancas) e temos os meios-tons

(que no piano correspondem às teclas pretas). A tecla preta atrás de uma tecla branca dá-se o nome de

bemol; a tecla preta acima da tecla branca ganha o nome de sustenido. 63

Os acordes são grupos de três ou mais tons (notas) que se relacionam entre si e que são tocadas ao mesmo

tempo. Por norma, estes acordes estão inseridos numa mesma escala de tons (têm a mesma tonalidade).

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Definição de Ritmo

Tem como objectivo principal regular e marcar o andamento da música.

Todas as notas musicais que compõem uma música ou som, estão dotadas de

duração – valem uma quantidade de tempos, de acordo com a sua maior ou menor

duração.

O ritmo está inserido em tudo o que diz respeito à nossa vida. Olhando para o

interior do nosso corpo encontramos vários ritmos biológicos. “Cada parte do nosso

corpo, desde o ciclo de ondas cerebrais até aos batimentos do coração; desde o nosso

sistema digestivo ao sistema de descanso – tudo funciona ritmicamente. Somos uma

massa de ciclos postos uns sobre os outros, e estamos claramente organizados para

gerar e responder ao fenómeno rítmico.”64

Estes ritmos biológicos podem ser alterados e dominados por estímulos

exteriores, provocando no ser humano alterações e prejuízos para uma boa saúde.

“Para manter uma sensação de bem-estar e integração, é essencial que o homem não

seja exposto a excessos de nenhuma espécie de ritmos que não estejam de acordo com

os ritmos naturais do seu corpo.”65

As conclusões simples que podemos retirar no que diz respeito ao ritmo

musical são esta: a música que utilizarmos no louvor e adoração a Deus, não deve ser

demasiado ritmada nem demasiado lenta. Qualquer um destes modelos influenciará

negativamente o ritmo do nosso corpo. “O tempo é o factor mais importante para o

nosso coração e cérebro. O coração bate normalmente entre 70 e 80 vezes por minuto.

A maioria da música ocidental está escrita neste tempo.”66

Carol e Louis Torres, no seu livro “Notas Sobre Música”, afirmam que “o tema

da música é muito mais importante para a vitória pessoal do povo de Deus do que

muitos crêem ser possível.”67 Porquê? Porque a música, sendo um meio pelo qual

podemos comunicar sentimentos e emoções, tanto pode influenciar para o bem ou

para o mal.

64

Carole Douglis, “The Beat Goes On,” Psychology Today, November 1987, p.42. In, Carol A. Torres Y

Louis R. Torres, Notas sobre Música, Creation Enterprises International, p.11 65

Ibid 66

Ibid 67

Ibid

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Se virmos estas três partes da música (melodia, harmonia e ritmo) dentro da

música sacra68 e o que elas podem representar em cada ser humano, podemos dizer

que a melodia exerce e estimula a vertente espiritual; a harmonia trabalha com os

hemisférios e exercita a parte mental; e por fim, o ritmo estimula a parte corporal.

Ou seja, a melodia tem que ver com a mensagem musical; a harmonia com o arranjo

musical e o ritmo com o andamento da música.

Numa relação sequencial podemos afirmar que o espírito deve dominar a

mente e a mente o corpo. Assim, a melodia deve sobrepor-se à harmonia e esta ao

ritmo. Só desta forma se conseguirá obter uma música equilibrada em que o

objectivo primário seja exclusivamente adorar Deus.

Numa definição global podemos dizer que música é o meio pelo qual as

pessoas podem expressar o seu estado emocional – os seus desejos, ideais,

objectivos e certezas. A música oferece a todos os adoradores, um leque de

possibilidades incríveis para uma adoração eficaz. Porém, estamos conscientes que

esta ferramenta tão importante e necessária na igreja, tem produzido alguns

problemas e algumas posições que dividem quer os adoradores, quer mesmos os

músicos.

O papel da música na perspectiva Bíblica

Começando no livro de Génesis encontramos logo o primeiro músico, ao qual

foi oferecido o título de pai de todos os que tocam harpa e órgão (Génesis 4:20). Com o

desenvolvimento secular, a música no Velho Testamento foi utilizada em diferentes

áreas de trabalho:

- na celebração:

“Porque assim diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel: Eis

que farei cessar, neste lugar, perante os vossos olhos, e em vossos

dias, a voz de gozo e a voz de alegria, a voz do esposo e a voz da

esposa.” (Jeremias 16:9)

- durante a actividade laboral:

“Tirou-se, pois, o folguedo e a alegria do campo fértil e da terra de

68

A música sacra tem como único objectivo oferecer louvor ao Deus Criador. Neste sentido a música

produzida deve ser separada para este fim, não devendo ser retirada do meio social ou secular para ser

adaptada no meio religioso-cristão.

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Moabe; porque fiz cessar o vinho nos lagares; já não pisarão uvas

com júbilo; o júbilo não será júbilo.” (Jeremias 48:33)

- nas despedidas:

“Então disse Labão a Jacob: Que fizeste, que me lograste e levaste

as minhas filhas como cativas pela espada? Por que fugiste

ocultamente, e lograste-me, e não me fizeste saber, para que eu te

enviasse com alegria, e com cânticos, e com tamboril e com

harpa?” (Génesis 31:27)

- nas vitórias militares:

“Então Miriã, a profetiza, a irmã de Arão, tomou o tamboril na sua

mão, e todas as mulheres saíram atrás dela com tamboris e com

danças.” (Êxodo 15:20)

- no ensino:

“Agora, pois, escrevei-vos este cântico, e ensinai-o aos filhos de

Israel; ponde-o na sua boca, para que este cântico me seja por

testemunha contra os filhos de Israel.” (Deuteronómio 31:19)

- no louvor no templo:

“Santificaram-se, pois, os sacerdotes e os levitas, para fazerem

subir a arca do SENHOR Deus de Israel. (…) E disse Davi aos chefes

dos levitas que constituíssem, de seus irmãos, cantores, para que

com instrumentos musicais, com alaúdes, harpas e címbalos, se

fizessem ouvir, levantando a voz com alegria. Designaram, pois, os

levitas a Hemã, filho de Joel; e dos seus irmãos, Asafe, filho de

Berequias; e dos filhos de Merari, seus irmãos, Etã, filho de Cusaías.

E com eles a seus irmãos da segunda ordem: a Zacarias, Bene,

Jaaziel, Semiramote, Jeiel, Uni, Eliabe, Benaia, Maaséias, Matitias,

Elifeleu, Micnéias, Obede-Edom, e Jeiel, os porteiros. E os cantores,

Hemã, Asafe e Etã, se faziam ouvir com címbalos de metal; E

Zacarias, Aziel, Semiramote, Jeiel, Uni, Eliabe, Maaséias, e Benaia,

com alaúdes, sobre Alamote: E Matitias, Elifeleu, Micnéias, Obede-

Edom, Jeiel, e Azazias, com harpas, sobre Seminite, para

sobressaírem. 22 E Quenanias, chefe dos levitas, tinha o encargo de

dirigir o canto; ensinava-os a entoá-lo, porque era entendido.” (I

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Crónicas 15:14-22)

Quando procuramos o uso e propósito da música no Novo Testamento,

encontramos apenas alusão a uns poucos instrumentos e algumas noções

importantes a reter:

- Instrumentos mencionados:

A flauta, a lira, a trombeta, os címbalos69

- A voz deve ser percebível:

Assim também vós, se com a língua não pronunciardes palavras bem

inteligíveis, como se entenderá o que se diz? Porque estareis como

que falando ao ar. Há, por exemplo, tanta espécie de vozes no

mundo, e nenhuma delas é sem significação. Mas, se eu ignorar o

sentido da voz, serei bárbaro para aquele a quem falo, e o que fala

será bárbaro para mim.” (I Coríntios 14:9-11)

- Os instrumentos devem ter vida e os sons compreendidos:

“Da mesma sorte, se as coisas inanimadas, que fazem som, seja

flauta, seja cítara, não formarem sons distintos, como se conhecerá

o que se toca com a flauta ou com a cítara? Porque, se a trombeta

der sonido incerto, quem se preparará para a batalha?” (I Coríntios

14:7,8)

- Os salmos são uma herança preciosa do Velho Testamento:

“Falando entre vós em salmos, e hinos, e cânticos espirituais;

cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração; 20 Dando

sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso

Senhor Jesus Cristo.” (Efésios 5:19,20)

- O canto exprime a comunhão dos adoradores:

“E, tendo cantado o hino, saíram para o Monte das Oliveiras.”

(Matreus 26:30)

A música sempre foi considerada como uma excelente ferramenta na área do

evangelismo, na Liturgia de Sábado bem como nos lares. Ao contrário daquilo que

muitos procuram argumentar e fazer crer. “Ellen White não baniu – como Calvino o

fez – os instrumentos musicais dos serviços de culto da igreja. No entanto, ela faz

69

I Coríntios 14:7,8 / I Tessalonicenses 4:16 / Apocalipse 5:8/14:2/15:2

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advertências quanto ao extensivo uso da música – tanto na igreja como nos lares.”70

Da pesquisa realizada pela Comissão de Liturgia sobre música nos escritos de

Ellen White, foi possível concluir que a sua visão da música é bastante positiva,

considerando que, juntamente com a apresentação da Palavra, a música pode dar

uma contribuição muito eficaz para mostrar Cristo ao mundo. De uma forma sempre

equilibrada nas suas afirmações sobre o uso da música, Ellen White não deixou,

contudo, de apresentar advertências a ter em conta contra os excessos e abusos que

podem surgir quando se usa a música instrumental e/ou cantada.

O papel da música na Liturgia

Segundo Gerald A. Klingbeil, a música pode tornar-se um termómetro para

mostrar o estado espiritual de uma igreja, sobretudo na maneira como cantam os

adoradores. “Uma igreja que canta com alegria e energia, no geral também é uma

igreja que trabalha arduamente para compartilhar a mensagem de nosso Salvador, e

da mesma forma, uma igreja que arrasta a melodia de seus hinos, em geral não é

muito missionária e também é fria. A música é decididamente uma bênção.”71

A música é uma ferramenta extremamente útil nos Serviços de Liturgia ao

Sábado. Quando bem empregue, as melodias tocadas e/ou cantadas podem chegar

mais longe do que as próprias palavras. “A música pode tocar-nos e mover-nos com

um poder que ultrapassa palavras, sendo um excelente meio de comunicação.” 72

O dia de Sábado é um dia por excelência para trazer visitas à Igreja. Se a

Liturgia de Sábado – Escola Sabatina e Culto de Adoração, for composta por

momentos de louvor e por momentos especiais que transmitam mensagens de

esperança, a música pode ser “…um dos meios mais eficazes para impressionar o

coração com as verdades espirituais.”73

Aqueles que louvam a Deus com cânticos de alegria e demonstram por meio

do louvor a sua gratidão ao Senhor são verdadeiramente abençoados por Deus.

“Aquele que oferece sacrifício de louvor, glorifica a Deus” (Salmos

50:23)

Tudo o que for apresentado em louvor e adoração a Deus deve ser de grande 70

Departamento de Música, Divisão Sul-Americana da Igreja Adventista do Sétimo Dia, Música na Igreja

– Veículo de Adoração e louvor, 1999, p.21 71

Departamento de Música, Divisão Sul-Americana da Igreja Adventista do Sétimo Dia, op.cit, p.17 72

E.G.White Educação, CPB, p.188 73

E.G.White Op. cit, p.167

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elevação e com a maior qualidade possível. Deus gosta de ordem e de decência na

Sua igreja, mas também de qualidade e harmonia.

“E, tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor,

e não aos homens, sabendo que recebereis do Senhor o galardão da

herança, porque a Cristo, o Senhor, servis.” (Colossenses 3:23 e 24)

Jesus “mantinha comunhão com o Céu através de cânticos.”74 Quer isto dizer

que a música pode proporcionar pensamentos de grande elevação que demonstrem

uma profunda devoção ao Criador. “A música é uma das artes mais sublimes. A boa

música não só proporciona prazer mas também eleva a mente e cultiva as mais

excelentes qualidades.”75

O conselho do apóstolo Paulo transmitido na carta aos Coríntios, que já

referimos anteriormente, deve ser considerado fundamental para o sucesso da

Liturgia de Sábado. Gerrald A. Kingbeil chega mesmo a dizer, “se a embalagem (ou

media) sufoca a mensagem, algo está errado. Por outras palavras: se a música está

muito alta; se for pobremente apresentada; se o play-back é mau; se a bateria domina;

se a amplificação é muito improvisada, algo deve ser mudado.”76

Que estilo de música deve ser utilizada na Liturgia?

Em tudo o que diz respeito à vida espiritual precisamos de encontrar e ter

bases bíblicas que nos proporcionem uma direcção correcta a uma adoração

agradável a Deus. E a música, como qualquer outra parte da Liturgia de Sábado, não

foge à regra.

A música que é apropriada na Liturgia de Sábado tem por nome Música Sacra,

onde o termo sacro significa religioso, sagrado, separado. A Música Sacra tem por

único objectivo louvar e adorar o Criador. Por esta razão arriscamos em dizer que

nem todos os ritmos e/ou estilos de música são apropriados para serem utilizados

no Culto Solene de Adoração a Deus, pois os mesmos não foram separados – na sua

essência, para o louvor e adoração a Deus. No livro Música na Igreja, encontramos

uma ideia muito interessante quando fala do alvo essencial do culto divino: “No

74

E. G. White, O Desejado de Todas as Nações, Publicadora Servir, 2004, p.71 75

Manual de Igreja, Sabugo: P.A., 2006, p.225 76

Departamento de Música, Divisão Sul-Americana da Igreja Adventista do Sétimo Dia, Música na Igreja

– Veículo de Adoração e louvor, 1999, p.24

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culto, Deus é o auditório.”77

Ellen White acrescenta: “O canto deve ser dirigido a Deus, pois do contrário é

pouco mais do que uma exibição do eu (…) A música não existe para o seu próprio bem,

mas, semelhante a uma oração, como um meio de se aproximar a Deus.”78

No meio religioso, onde existem tantas influências tão diferentes e tão

díspares de se adorar Deus, encontramos pelo menos duas tendências que são

utilizadas no uso da música. 1º) Aquela que está fundamentada no gosto musical e

que tem como objectivo agradar à audiência; 2º) Aquela que pretende expressar os

valores e ideais culturais. Nenhuma destas tendências, no campo musical, têm

sustentação bíblica e parece-nos que qualquer uma delas pode levar o adorador a

viver no perigo de tornar o que é sagrado (separado) num mero entretenimento que

se afasta do molde sagrado.

A Bíblia apresenta-nos alguns exemplos que mostram bem que nem toda a

música – usada no culto divino – é aceitável na Liturgia de Sábado.

- Quando Moisés desceu do Monte Sinai com as Tábuas da Lei, Josué ouviu o

júbilo do povo pensando ter ouvido alarido de guerra. No entanto, Moisés clarificou

o pensamento de Josué dizendo: “Não é alarido dos vitoriosos, nem alarido dos

vencidos, mas o alarido dos que cantam, que eu oiço.”79 Este foi um claro desvio do

caminho que o Senhor tinha ordenado. A adoração neste caso era inaceitável.

- Em Babilónia, foi ao som de instrumentos musicais que se deu início à

adoração da estátua. “E o arauto apregoava em alta voz: Ordena-se a vós, ó povos,

nações e gente de todas as línguas: Quando ouvirdes o som da buzina, do pífaro, da

harpa, da sambuca, do saltério, da gaita de foles, e de toda a sorte de música, vos

prostrareis, e adorareis a imagem de ouro que o rei Nabucodonosor tem levantado.”80

- Israel, em muitos momentos da sua história, foi longe de mais no tipo de

louvor e adoração a Deus. Muitas vezes, motivados pelas influências e culturas de

outros povos, querendo oferecer a Deus algo modelado e reduzido à esfera do gosto

musical, foram verdadeiramente reprovados por Deus. Amós revela a tristeza de

Deus quando diz:

77

Departamento de Música, Divisão Sul-Americana da Igreja Adventista do Sétimo Dia, Música na Igreja

– Veículo de Adoração e louvor, 1999, p.99 78

E.G.White, The Seventh-dayAdventist Bible Comentary, ed. F.D. Nichol (Washington D.C.; Review and

Herald Publishing association, 1954) 6:1035 79

Êxodo 32:18 80

Daniel 3:4,5

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“E, ainda que me ofereçais holocaustos, e ofertas de manjares, não me

agradarei delas: nem atentarei para as ofertas pacíficas dos vossos

animais gordos. Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos; porque

não ouvirei as melodias dos teus instrumentos.” (Amós 5:22,23)

Também neste aspecto tudo se torna mais simples e de mais fácil

compreensão quando os adoradores no Sábado trazem consigo toda uma vivência de

comunhão, marcada pelos vários encontros pessoais com Cristo ao longo da semana.

Todo o tempo que dedicarmos a Deus durante os seis dias de trabalho dar-nos-á a

qualidade do ideal divino no que diz respeito ao tipo de adoração que Deus aprecia.

Neste sentido, a adoração no Sábado será apenas e somente o reflexo da imensa

alegria e prazer por voltarmos a estar com Jesus – agora em comunidade –

louvando-O através dos cânticos e da Palavra.

A Música Litúrgica deve ser sempre:

- Fácil e simples, não demonstrando tristeza mas antes agradecimento pelas

bênçãos recebidas.

- Melódica e não estridente, pois cada cântico deve ser visto como uma oração.

- Diatónica e de estilo silábico, onde cada sílaba corresponde à sua nota

musical.

Acima de tudo, os hinos de louvor apresentados devem permitir a todos os

fiéis encontrarem motivos de real gratidão a Deus.

O uso e efeitos da música na Liturgia

A Bíblia apresenta-nos vários quadros possíveis onde a música teve um papel

fundamental:

- Moisés cantou um cântico perante a libertação oferecida por Deus81.

- A música tocada por David foi uma excelente terapia para acalmar o rei

Saul82.

- Duzentos cantores vieram ajudar a restabelecer o louvor no templo de

Jerusalém83.

81

Êxodo 15 82

I Samuel 16:14-23 83

Esdras 2:65 – “Afora os seus servos e as suas servas, que foram sete mil, trezentos e trinta e sete: também

tinha duzentos cantores e cantoras.”

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- A Igreja no tempo dos apóstolos dava valor e importância à música84.

Mais tarde, no tempo dos reformadores, a música teve um papel muito

importante no louvor congregacional. “Calvino também contrastou com Zwinglio na

medida em que acreditava que a música possuía o poder para inflamar o coração

humano com zelo espiritual, trabalhando-o para esta finalidade. Ele recrutou músicos

para a Igreja de Genebra, colocou-os para trabalharem na produção de novas melodias

para acompanharem os salmos. Para ele, havia dois tipos de oração: a falada e a

cantada. Calvino restaurou o canto com acompanhamento da melodia e harmonia,

voltadas para o canto congregacional. Ele acreditava que o ponto central da música na

igreja era primeiramente o que se cantava; a música era direccionada à congregação e

devia ser simples, sem requerer treinamento ou habilidade daquele que a cantaria em

uníssono na igreja.”85

Lutero – o grande reformador afirmou: “A música é um dom precioso e

grandioso que frequentemente me tem despertado e movido a alegria da

pregação… Depois da teologia, concedo à música o lugar mais elevado e de maior

honra… O meu coração palpita e emociona-se em resposta à música, que me tem

refrescado e libertado de pragas malignas.”86

Por aqui se constata o papel fundamental que a música pode e deve ter na

adoração a Deus. Há, no entanto, alguns aspectos a ter em conta, sobretudo na

percepção da música, que servem para reflexão e que aqui deixamos, extraídos

do Livro Música na Igreja:

1) A Música é captada e apreciada sem ser, necessariamente, interpretada

pelos centros superiores do cérebro, envolvendo a razão e o julgamento.

2) A resposta à música pode ser medida, mesmo se o ouvinte não estiver

conscientemente a prestar-lhe atenção.

3) Há evidências de que a música pode provocar mudanças na disposição

de ânimo ao afectar a química do corpo e o equilíbrio electrolítico.

4) Ao diminuir o nível da percepção sensorial, a música eleva as respostas à

cor, tacto e outras percepções sensoriais.

5) Tem sido demonstrado que os efeitos da música transformam-se em

84

I Corintios 14:15; Efésios 5:19; Colossenses 3:16 85

http://www.iglesiareformada.com/da_Silva_Musica_Calvino.pdf, 14/08/2009, 23h00 86

Departamento de Música, Divisão Sul-Americana da Igreja Adventista do Sétimo Dia, Música na Igreja

– Veículo de Adoração e louvor, 1999, p.17

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energia muscular e promovem ou inibem o movimento do corpo.

6) A música rítmica altamente repetitiva tem um efeito hipnótico.

7) O sentido de audição tem um maior efeito no sistema nervoso autónomo

do que qualquer outros sentidos.87

O maior perigo que existe na adoração a Deus é misturar o sagrado com o

profano. A fronteira entre estes dois campos pode não ser assim tão fácil de ser

conhecida e respeitada. Não podemos esquecer o objectivo que Satanás desenvolveu

no Céu junto dos anjos, onde se instalou primeiramente a confusão. Esse mesmo

objectivo foi transferido para a Terra e ainda permanece entre nós.

Quando a relação dos adoradores é medíocre e sujeita a todo o tipo de

influências, há uma forte probabilidade de ser instalada confusão na mente humana,

o que provoca um risco muito elevado na adoração que se pretende oferecer a Deus.

O exemplo dado pelo profeta Ezequiel deve fazer-nos reflectir sobre este tipo de

perigo.

“Os seus sacerdotes transgridem a minha lei, e profanam as minhas

coisas santas; entre o santo e o profano não fazem diferença, nem

discernem o impuro do puro; e de meus sábados escondem os seus olhos,

e assim sou profanado no meio deles.” (Ezequiel 22:26)

O uso de instrumentos na Liturgia

O Velho Testamento apresenta-nos três tipos de instrumentos musicais na

Liturgia judaica: cordas, sopros e percussão.

- Os instrumentos de cordas que acompanharam muitos cânticos dos

salmos são: a citara, o saltério, a harpa, o alaúde e a lira (existem três tipos de

liras: 7, 10 e 12 cordas).

- Os instrumentos de sopro são: a flauta, a cometa e a trombeta.

- Quanto ao uso de instrumentos de percussão, os mais utilizados eram: o

tamborim, o tambor, o pandeiro, o sistro, o triângulo e a sineta.

Qualquer um destes instrumentos pode ser de grande utilidade no louvor

congregacional ou mesmo nos momentos especiais. Porém, salientamos que não são

87

Algumas descobertas mais significativas sobre a percepção da música, extraídas do artigo de H. Hloyd

Leno, Music, How it Affects the Whole Man, Ministry, novembro de 1973, pp.24,25 e resumidas no Livro

Música na Igreja – veículo de adoração e louvor, Departamento de Música, Divisão Sul Americana da

Igreja Adventista do Sétimo Dia, 1999, p.107

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os instrumentos em si mesmos que provocam ou estimulam a irreverência no culto

divino, mas antes a forma como os mesmos são tocados. O uso inapropriado dos

vários instrumentos pode dar origem a uma falsa adoração.88

A utilização correcta de instrumentos musicais deve seguir alguns aspectos

importantes:

1) O som extraído dos instrumentos não deve sobrepor-se às vozes para que

se entenda bem a letra e a mensagem de cada cântico89;

2) Qualquer instrumento deve fazer parte de um todo e não um fim em si

mesmo90;

3) Os instrumentos musicais em conjunto com as vozes devem proporcionar

um culto energético e vibrante;

4) Os intrumentos de percussão, quando utilizados no acompanhamento

devem estar devidamente ajustados para que no conjunto geral da

música, os mesmos não estejam em primeiro plano91. Os instrumentos de

percussão não são indesejados por Deus nem rejeitados por Ele no louvor

prestado92;

5) Existem momentos em que devemos fazer silêncio (momento para Deus

falar) e momentos em que podemos demonstrar a nossa alegria diante do

trono da graça. No dia das Expiações, os instrumentos e as vozes

silenciavam-se diante de Deus quando o Sumo-Sacerdote se colocava

diante do Sheqinah, tal como os querubins e os anjos quando se

encontram na presença de Deus.

88

Ver Anexo III (Ambiente Religioso) 89

Esta regra serve para todos os momentos musicais, sendo eles acompanhados por instrumentos acústicos

ou por playbacks. 90

A maioria dos playbacks que circulam no meio cristão adventista não foram construídos com a finalidade

de serem utilizados no Serviço de Liturgia de Sábado. Por esta razão, qualquer cantor, grupo ou coro

deveria – sempre que possível ser acompanhado com instrumentos acústicos (piano, órgão, instrumentos de

cordas e/ou sopros). 91

Consideramos que os mesmos não devem ser excluídos do acompanhamento musical, muito embora, em

muitos cânticos apresentados na Liturgia de Sábado, os mesmos não sejam necessários. o tempo de culto

solene é sempre o momento de Deus Se revelar aos adoradores e, como tal, neste período da Liturgia,

devemos acautelar-nos e afastar-nos de tudo o que possa desviar a nossa atenção de Deus. O tempo do

Culto Divino pertence a Deus, sendo Aquele que deve ser reverenciado mas também Aquele que deve

conduzir este tempo solene. 92

E.G.White, Evangelismo, CPB, p.150 diz o seguinte: “Tambores e percussão. O emprego de

instrumentos de música não é de modo algum objetável. ... Os adoradores louvavam a Deus com

harpa e com címbalos, e a música deve ter seu lugar em nossos cultos. Isto acrescentará o interesse

nos mesmos.”

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O uso da bateria na Igreja

O instrumento bateria93 tem sido muito criticado entre os cristãos

adventistas, sobretudo porque é um dos instrumentos geralmente usado em vários

estilos musicais seculares (jazz, hip-hop, rock e pop, entre outros).

A introdução deste instrumento na Igreja e a sua utilização ao vivo nunca

recebeu grande apoio nas diferentes culturas do meio adventista (é o caso de

Portugal). Esta é, igualmente a posição tomada pelo Serviço de Música & Liturgia da

União Portuguesa dos Adventistas do Sétimo Dia, não tanto pelo instrumento em si

mas por vários factores que nos parecem razoáveis:

1) Sendo este um instrumento especificamente ritmico, torna-se dispensável

em muitos momentos musicais. Como é impossível separar o ritmo da

música, existem outros instrumentos que podem marcar o ritmo

necessário ao andamento;

2) Mesmo se a bateria pode ser tocada com vassourinhas, o volume debitado

por esta obriga a que todos os restantes instrumentos sejam amplificados

para serem escutados.

3) Já referimos atrás que o som extraído dos instrumentos não deve

sobrepor-se às vozes. Neste caso a produção de som extremamente

elevado e imperceptível nas salas de culto, pode facilmente atingir níveis

de saturação ou de incapacidade para se entender a melodia tocada e/ou

cantada. Neste caso, o louvor entra numa esfera que consideramos

negativa, pois a assembleia fica privada de concentração e de

espiritualdade, o que Deus não aceita numa Liturgia de Louvor;

4) Para que este instrumento seja bem tocado, é necessário que o músico

possa sentir-se livre para acompanhar o ritmo com o seu próprio corpo.

Ora, a Bíblia leva-nos para um outro patamar bem difrente, em que no

momento de louvar a Deus, ninguém seja o centro das atenções ou desvie a

assembleia do objectivo principal: louvar a Deus Criador. Este aspecto

torna-se muito delicado para quem toca mas também para quem assiste.

93

Segundo a Wikipedia, BATERIA é um conjunto de tambores (de diversos tamanhos e timbres) e de

pratos colocados de forma conveniente com a intenção de serem percurtidos por um único músico,

denominado baterista, geralmente, com o auxílio de um par de baquetas, vassourinhas ou bilros, embora no

caso de alguns executantes, possam também ser usadas as próprias mãos.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Bateria_%28instrumento_musical%29

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Comissão de Liturgia Documento sobre Liturgia de Sábado 51

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Fugindo de qualquer observação sem sentido mas que atinge

negativamente o inocente, é preferível procurar-se outras formas de

marcação de ritmo para que niguém se sinta ofendido no louvor que se

pretende oferecer a Deus;

Com a enumeração destes factores não queremos inviabilizar a utilização de

instrumentos ritmicos sempre que se considere serem uma mais-valia. O que

pretendemos sim, é referir que a bateria pode ser um instrumento dispensável de

ser utilizado ao vivo nos locais de culto, e que existem outras soluções mais

equilibadas para a marcação do ritmo como por exemplo, alguns instrumentos

ritmicos separados.

Nos nossos dias, a tecnologia permite termos vários cânticos com a presença

de bateria ou de instrumentos ritmicos separados que estão devidamente

equilibrados, numa mistura e masterização em estúdio que oferecem ao cantor

(solista/grupo ou coro) e à assembleia, a possibilidade de louvar a Deus energética e

vibrantemente sem, contudo, entrar no perigo da sobrevalorização de um só

instrumento.

O Departamento de Música, na Divisão Sul-Americana da Igreja Adventista do

Sétimo Dia faz alusão a este assunto dizendo que “Devemos respeitar os diferentes

instrumentos e estilos utilizados para louvar a Deus. Nenhum instrumento pode de si

mesmo ser designado como “bom” ou “mau”. Devemos manter em mente que o órgão

[por exemplo] não era considerado apropriado para o culto há uns 400 anos atrás.

Isto que dizer que não somente a música religiosa de estilo europeu (escrita por Bach

ou Handel) ou música religiosa norte-americana (escrita pelos nossos pioneiros) deve

ser considerada relevante.”94

Como referimos anteriormente, o Serviço de Música não apoia a erradicação

de instrumentos rítmicos no louvor prestado – nomeadamente a bateria95, mas

considera que este instrumento é dispensável nas salas de culto. Por outro lado, é

lícito afirmarmos que qualquer instrumento musical pode ser uma mais valia no

louvor a Deus, se fizer parte de um todo e não um fim em si mesmo.

94

Departamento de Música, Divisão Sul-Americana da Igreja Adventista do Sétimo Dia, Música na Igreja

– Veículo de Adoração e louvor, 1999, p.25 95 Ver Anexo VII (Ellen White era contra a bateria na música sacra?)

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Comissão de Liturgia Documento sobre Liturgia de Sábado 52

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Principios a ter em conta no uso da música na Liturgia de Sábado, segundo o

Documento sobre Filosofica Adventista de Música da Conferência Geral – 1972

- A adoração deve ser a actividade eterna e primordial da humanidade.

- Que o sacrifício de louvor se faça com a melhor música possível.

- É fundamental que exista um cuidadoso planeamento de cada parte musical,

de modo que a congregação seja levada a participar e não ser mera espectadora;

- Os hinos cantados no Serviço de Liturgia devem ser dirigidos a Deus,

realçando o louvor;

- As melodias devem ser vigorosas, fáceis de serem cantadas, com letra de

valor;

- O Pastor de Igreja e o Serviço de Música local devem ter vivo interesse na

melhoria da qualidade e fervor do canto congregacional;

- Devem ser ensinados e repetidos novos hinos;

- Nas igrejas onde existe coro devem os cantores e músicos prepararem

correctamente os hinos especiais pois darão muito realce ao culto, ajudando a elevar

a qualidade da adoração;

- O acompanhamento dos hinos de louvor deve ser feito por instrumentos

melódicos e não tanto utilização de instrumentais que não se enquandram no

objectivo de louvor e adoração;

- Nas Igrejas em que não existem condições de se constituir uma orquestra,

devem ser usados o piano e/ou orgão como acompanhamento musical;

- Sempre que possível, o Serviço de Música local deve escolher entre os

cantores, responsáveis pelo canto congregacional. Estes devem preparar-se

atempadamente – de preferência com o pianista/organista e/ou orquestra, de forma

a elevar o nível da música no culto na igreja.

- Se forem apresentados solos vocais ou música especial, deve dar-se

preferência aos cânticos que se relacionam com os textos bíblicos;

- Cada cantor deve escolher apenas os hinos da sua extensão e capacidade

vocal, e ser apresentada ao Senhor sem exibição de virtuosidade vocal;

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Comissão de Liturgia Documento sobre Liturgia de Sábado 53

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Quem deve cantar na Igreja (Escola Sabatina e Culto Divino)

Sobre este assunto recomendamos a leitura atenta do Manual de Igreja.96

SUGESTÃO:

É fundamental que o responsável pelo Departamento de Música & Liturgia na

Igreja local implemente a pré-audição a todos os cantores que se apresentem

pela primeira vez e que desejem cantar a solo e/ou em grupo.

Para além de se perceber as qualidades vocais, o Director de Música ficará a

saber que estilo de música e letra será apresentado em louvor a Deus. Através

desta pré-audição, o Director de música tem a oportunidade de apelar para

que cada cantor ou grupo tenha consciência da responsabilidade que é louvar

a Deus em público. Mais do que mostrar os seus dotes musicais, cada cantor

deve preocupar-se inteiramente em fazer chegar aos corações dos que

clamam pela presença de Deus a mensagem de paz e alegria em Cristo Jesus.

96

Ver Anexo VI (Manual de Igreja, Capítulo 8: “Os Serviços Religiosos e Reuniões na Igreja”)

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Comissão de Liturgia Documento sobre Liturgia de Sábado 54

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PARTE V – Apanhado das Sugestões deste Documento

No sentido de relembrarmos as diversas sugestões apresentadas neste

documento, fazemos aqui um apanhado geral para que as mesmas sejam

consideradas como propostas a ter em conta.

Oração de Graças (Testemunhos)/Escola Sabatina – p.14

SUGESTÃO:

Esta oração deve ser de curta duração e pode ser feita de pé ou

sentdados. Sempre que a Direcção da Escola Sabatina entenda, esta

oração pode ser substituída por um hino que esteja em conformidade

com o momento.

Oração de Invocação – p.16

SUGESTÃO:

A invocação pastoral, embora seja uma súplica ao Senhor, deve ser

sempre de curta duração e apresentada de pé: oficiante, colaboradores e

congregação.

OBJECTIVO:

Súplica por sabedoria e presença do Espírito Santo na condução do tema

(sermão).

Oração Pastoral / de Intercessão – p.17

SUGESTÃO:

Olhando para a necessidade de uma oração mais precisa neste momento

do Culto Divino, esta deverá ser sempre de joelhos e composta por duas

duas partes sem interrupção:

- 1ª Parte: O ancião intercede pelo oficiante/pregador. Nunca é demais

suplicar ao Senhor que o mensageiro traga Palavras de vida eterna – as

boas-novas da salvação.

- 2ª Parte: O ancião deve interceder por cada participante presente para

que sinta a necessidade de uma total abertura de coração a Deus.

Podem ser incluídos outros motivos de intercessão (doença, membros

afastados e/ou outros), tendo bem presente que estes motivos devem ser

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muito bem seleccionados pois este momento de oração não deve ser

longo.

Oração de Graças (Mordomia)/Culto – p.17

SUGESTÃO:

Esta oração deve ser de curta duração e sempre de pé (tribuna e

congregação). Sempre que a Igreja pretenda, a oração pode ser

substituída por um hino que esteja em conformidade com o momento.

OBJECTIVO:

Que todos sintam a vontade de contribuir e de agradecer a Deus pelas

bênçãos recebidas, quer individual, quer colectivamente.

Bênção Final – p.18

SUGESTÃO:

O pregador pode terminar com uma das muitas bênçãos inscritas nas

Sagradas Escrituras. O Hinário Adventista (com e sem música) apresenta

vários exemplos que podem ser utilizados após o último hino cantado

pela congregação.

Leitura Bíblica – p.18 e 19

SUGESTÃO:

Faz todo o sentido que a leitura da Palavra tenha o seu lugar no culto de

adoração e exaltação. Em muitos lugares de Culto ainda existe esta

prática, no entanto, a mesma não tem sido utilizada na programação da

Liturgia do Culto Divino. Entendemos que uma leitura em público

enriquece e prepara a assembleia para uma verdadeira introspecção.

Esta pode ser feita por uma pessoa de serviço à tribuna (diácono/dianisa

ou outro), não sendo de todo imperioso que a mesma seja feita sempre

num mesmo momento. Podemos enquadrar uma leitura de apoio à

mensagem do pregrador:

- antes do anúncio do 1ºhino de louvor (assembleia de pé);

- antes do levantamento das ofertas;

- antes da apresentação da mensagem;

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Tempo de participação e contribuição – p.21

SUGESTÃO:

- Nas Igrejas em que existe Boletim Informativo, o destino das ofertas

deve tomar um lugar de destaque, para que os membros e visitas

saibam e decidam oferecer a Deus, segundo as suas possibilidades;

- Durante o levantamento das ofertas, o Departamento de Mordomia

deve apresentar o Power Point que o Departamento de Mordomia

disponibiliza semanalmente;

- Em alguns sábados pode ser feita a leitura introdotória fornecida

pelo Departamento de Mordomia, como reforço de apelo;

- O momento da recolha dos dízimos e ofertas deverá ser sempre

acompanhado por um cântico interpretado pela assembleia de

membros ou através de música instrumental (tocada ao vivo ou

colocada pelos meios técnicos da Igreja local);

- A acção de graças diante de Deus deve ser feita sempre de pé

(Assembleia e Tribuna), e esta oração pode ser feita por um dos

diáconos de serviço à tribuna ou por um diácono de serviço à recolha

das ofertas.

- Como alternativa pode a assembleia colocar-se de pé e cantar em

conjunto a última estrofe do hino escolhido para o efeito.

Tempo para o Louvor – p.22 e 23

SUGESTÃO:

- Este período de louvor pode estar directamente relacionado com o

período dos momentos de louvor antes do culto divino. Se assim for, os

responsáveis deverão apresentá-lo de forma dinâmica e em sintonia

com a mensagem que será apresentada pelo orador;

- Se for este tempo for apresentado antes do Culto Divino, não deve

exceder um tempo de 10m – tempo de preparação dos responsáveis à

tribuna. Falaremos mais sobre este assunto no próximo capítulo;

- Este tempo de louvor pode ser utilizado e desenvolvido no tempo do

culto divino. Poderá o orador, com a colaboração de quem tem as

valências para dirigir a congregação, sugerir que todos cantem um

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hino em louvor a Deus. Quem optar por esta dinâmica no Culto Divino,

deverá ter em conta que a congregação espera ouvir a mensagem e,

como tal, o tempo utilizado para que toda a congregação cante, deve

ser curto – um cântico apenas.

Cuidado especial com a aparência e decoro – p.24

SUGESTÃO:

“… com bom gosto e de modo apropriado, mas não se faça objecto de

observações quer vestindo-se de modo ostensivo, quer por ser vestir de

modo relaxado e/ou sujo. Aja como se soubesse que o Céu o observa, e que

você está a viver sob a aprovação ou desaprovação de Deus.”

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PARTE VI – Composição da Liturgia do Culto Divino

Neste capítulo abordaremos um esquema detalhado de como deve ser a

Liturgia de Sábado (Culto Divino) em todas as nossas igrejas em Portugal. Como

verão, a ordem de acontecimentos segue um esqueleto semelhante ao que existe

desde sempre, porém, o que veremos de novidade são os acertos necessários

para que tudo seja feito uniformemente e com sentido.

I – Convite à Adoração - (2m)

- O Prelúdio Musical é tocado para entrada dos intervenientes

- Coro [caso exista na Igreja];

- Diáconos de Serviço à Oferta;

- A Entrada para a Tribuna (Oficiante e acompanhantes) é feita

- Ao som de Música Instrumental ou coro específica para este

momento;

- A Assembleia coloca-se de pé;

- As portas de acesso à sala de culto fecham-se;

- Oficiante e acompanhantes (Ancião e Diáconos) entram e ajoelham-

se;

NOTA: Nas Igrejas em que existe coro, este deve interpretar este momento

lúdico em substituiçao da música instrumental. Desta forma o programa de culto

ficará mais enriquecido. Tanto o coro como o momento musical instrumental dão

assim sinal para que a Congregação se coloque de pé.

Para a Tribuna poderão ser escolhidos membros de igreja ou visitas, desde

que devidamente enquadrados no programa.

A partir deste momento não será possível fazer-se mais anúncios a não ser

aqueles que dizem respeito exclusivamente ao Culto Divino.

- Oficiante e acompanhantes ajoelham-se

- Assembleia permanece de pé enquanto a Tribuna ora em silêncio;

- A oração silenciosa deve durar o tempo do cântico (coro) ou da

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melodia na reunião dos instrumentos (orquestra). Este momento é de curta

duração mas muito importante para a boa condução da Liturgia de Culto;

NOTA: Nas igrejas em que não exista coro nem orquestra, devem utilizar o

orgão e/ou piano. Caso não exista nenhum instrumento melódico, poderá ser

utilizado um hino do hinário, segundo a orquestração existente.

- Levantam-se os oficiantes e juntamente com assembleia cantam de

pé a Doxologia;

NOTA: Em algumas igrejas existe a norma interna de a Tribuna permenecer

de joelhos enquanto a Assembleia canta a Doxologia. Não é de todo uma

impossibilidade mas parece-nos mais uniforme que todas as igrejas tenham a

mesma ordem de culto. Sendo a doxologia um momento de louvor, consideramos

que é muito importante que os elementos da Tribuna dêem exemplo e demonstrem

a todos os crentes reunidos, qual deve ser a alegria do louvor. É muito mais

entusiasmante e bonito, quando todos se levantam para louvar a Deus, e, diante dos

anjos e do Criador elevam as suas vozes ao Céu. É fundamental que os elementos da

Tribuna (oficiante e acompanhantes) transmitam o sentido de reverência e de

alegria. Afinal, este e um dos momentos em que todos podemos sorrir p’ra Jesus,

dizendo-lhe por meio do cântico: quão bom e quão maravilhoso é estar na presença

de Deus. Dizer abertamente e de coração que “Há um suave Espírito entre nós – é o

Espírito de Deus a doce voz”97.

- Cântico da Doxologia

- Cântico curto mas inovador

NOTA: A palavra Doxologia significa: "prece ou versículo em que se glorifica a

grandeza e a majestade divinas."98 É "uma expressão de louvor a Deus, especialmente

um hino curto, cantado como parte de um culto cristão."99

Este primeiro hino é muito importante, pois invocamos não só a presença de

Deus como Criador e Mantenedor de todas as coisas, como também Lhe dirigimos

toda a honra e glória. Neste hino curto mas invocador estamos a convidar Cristo a

97

Hinário Adventista, Hino 158, Tatui:SP: CPB, 98

Dicionário On-line Priberam 99

The American Heritage Dictionary of the English Language

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permanecer connosco e a aceitar-nos tal como nos encontramos.

"Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos

corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto

racional. E não sede conformados com este mundo, mas sede

transformados pela renovação do vosso entendimento, para que

experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” 100

SUGESTÕES DE HINOS:

574 – Deus Está Presente

579 – Eu Te Amo, ó Deus

573 – O Senhor Está em Seu Santo Templo

575 – Silêncio

576 – Pai, Sê Presente

577 – Santo És, Senhor

578 – Sinto a Presença do Senhor

580 – Invocação

- Invocação pelo Oficiante/Pregador

- Depois da Invocação a assembleia, oficiante e acompanhantes

mantém-se de pé para a Leitura Bíblica e/ou Hino de Adoração

- Abrem-se as portas.

- Anúncio do 1º Hino de adoração;

II – Tempo de Adoração e Intercessão - (5m)

- Leitura Bíblica

- Semanalmente pode ser introduzida uma leitura bíblica sem anúncio prévio

mas que leve todos os fieis a reconhecerem a grandeza e poder de Deus;

- Esta leitura poderá ser feita pelos oficiantes que subirem à Tribuna ou por

elementos escolhidos para o efeito. Depois de lerem voltam de novo ao seu lugar.

NOTA: Esta parte da Liturgia é sempre opcional. Porém, a leitura bíblica de

louvor e acção de graças produz sempre maior envolvimento com o sagrado,

oferecendo igualmente maior espiritualidade à programação de culto.

100

Romanos 12:1,2

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Caso as igrejas optem por apresentarem este momento na sua liturgia

semanal, a leitura tem de ser feita SEMPRE por alguém/alguns que tenham boa

dicção e saibam er correctamente. É importante também que a voz seja audível e

percebível para que produza o efeito desejado que é a saudação de boas-vindas a

Deus, como Rei dos reis e Senhor dos senhores.

- Hino de Adoração

- Os hinos (Primeiro e Ultimo) devem ser devidamente escolhidos pelo

pastor/pregador, de acordo com o tema do Sermão.101

- Boas-vindas por parte do diácono que anncia o hino de adoração;

NOTA: A apresentação do hino tem de ser audível e perceptível. Pode ser

acompanhada por uma frase que marque a mensagem inscrita na letra do hino, mas,

no entanto, não é o momento de gastar tempo nos considerandos pois o mais

importante é o louvor que toda a congregação deve dar a Deus.

Antes de se anunciar o hino de adoração, o responsável pode dar as boas-

vindas à Assembleia sem que gaste muito tempo. Toda esta intervenção tem de ser

feita com entusiasmo e agradabilidade.

- Oração Pastoral/Intercessão (sempre de joelhos)

- Esta oração tem vários motivos diferentes:

- Oração de graças pela oportunidade de todos estarem na presença de

Deus;

- Oração de Intercessão pela congregação (suplica por perdão, consolo e

sabedoria para compreensão e aceitação da mensagem);

- Suplica pelo pregador (suplica por sabedoria de espírito para a

correcta apresentação da mensagem da parte de Deus);

- Esta oração é feita sempre pelo ancião de serviço – o “sub-pastor” da

Igreja;

- Caso suba à tribuna um outro pastor que o Oficiante/Pregador deve o

pastor convidado responsabilizar-se por esta oração;

- Podem ser incluídos outros motivos de intercessão (doença, membros

101

A música deve predispor a nossa sensibilidade espiritual para o encontro com Deus. Por ser um

momento tão especial e importante na preparação do espírito de cada adorador, cada hino deve retratar a

mensagem vinda de Deus.

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Comissão de Liturgia Documento sobre Liturgia de Sábado 62

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afastados e/ou outros), tendo bem presente que estes motivos devem ser

muito bem seleccionados pois este momento de oração não deve ser muito

longo.

- Assembleia, oficiantes e acompanhantes levantam-se;

NOTA: Já é prática em algumas igrejas a existência de um pequeníssimo

prelúdio musical após a oração pastoral/intercessória. Este é um momento solene

em que toda a congregação se ajoelha para que, ne presença de Deus, receba o

perdão e as condições de compreensão e bênçãos para a mensagem espiritual. É

frequente assistir-se a um barulho nada edificante, logo após a oração pastoral /

intercessória, retirando toda a solenidade do momento.

Por esta razão, consideramos de todo importante que antes que a

congregação se levante, exista um brevíssimo momento musical para que a

espiritualidade pretendida não se perca rapidamente. Este momento pode ser

apenas instrumental ou um cântico interpretado por toda a congregação. Qualquer

uma das duas hipoteses é possível e correcta.

III – Tempo de Louvar - (8m)

- Momento de Mordomia

- Passagem do Vídeo/P. Point alusivo à Mordomia

- Leitura apelativa para o efeito, sempre que a mesma ofereça maior

impacto nos ofertantes;

- Levantamento dos dízimos e ofertas.

- A assembleia e oficiantes ficam sentados enquanto se faz a

recolha das ofertas;

- Enquanto se dá a recolha pode ser cantado um hino ou

colocado uma música de fundo;

NOTA: Este momento deveria ser valorizado. Não tanto para que o membro

contribua com mais ofertas mas, sobretudo, para que o membro perceba que ao dar,

está a participar activamente com o Senhor para o avanço da Causa de Deus na Terra

e para o testemunho vivo das Boas-Novas da Salvação.

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- Oração/Hino de Acção e Graças

- A assembleia levanta-se.

- Diácono/Diaconisa faz a oração ou a congregação canta em louvor o

hino de acção de graças escolhido para o efeito.

NOTA: Caso a Igreja opte pela oração feita pelo diácono de serviço, este

poderá ser um diácono à tribuna ou um diácono escalado para o levantamento da

oferta. Esta oração deve ser breve mas apenas de acção de graças. Não importa o

valor recolhido mas sim a participação de todos.

Caso a Igreja opte por cantar um hino, este deve ser alusivo a este momento,

onde toda a congregação volta a colocar-se de pé para o efeito. Esta opção é mais

global, uma vez que todosparticipam – até mesmo aqueles que nada deram.

SUGESTÕES DE HINOS:

589 – A Melhor Dádiva

590 – Adoração a Ti, Senhor

591 - Ofertório

- Momento Especial de Louvor

- Participação musical (instrumental e/ou cantada), devidamente

preparada e de acordo com o sermão;

- Deve o Serviço de Música local ter uma escala de momentos

especiais, de acordo com os temas que os oficiantes apresentam cada Sábado.

- Nas igrejas onde existe coro, este deve ser mais vezes utilizado no

louvor, pois abrange um número considerável de membros de igreja. 102

- Esta participação especial deve preparar a congregação para a

apresentação da mensagem;

NOTA: Nenhuma igreja deve aceitar a participação de pessoas desconhecidas

e que se apresentam como interessadas em cantar na Igreja ao Sábado. Este perigo,

normalmente, resulta em momentos muito desconfortáveis para a assembleia e para

o pregador, pois perde-se rapidamente todo a espiritualidade conseguida até este

momento. O próprio Deus deixa de ouvir as vozes que estão mal preparadas ou que

102

E.G. White, Testemonies, Vol.9, p.144, pode ler-se: “O canto não deve ser sempre executado apenas por

uns poucos. Sempre que possível, que toda a participação participe.”

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não têm qualidade.

Sempre que existam interessados para participarem nos momentos musicais

da Liturgia de Sábado (Escola Sabatina e, especialmente culto divino), devem,

primeiramente passar por um texte de voz e conhecer-se devidamente o estilo de

música e a qualidade da música (letra/mensagem e instrumental). Pode parecer um

pouco simpático por parte da Igreja local, mas Deus agrada-se exclusivamente do

melhor que podemos oferecer neste momento alto da nossa vinda à Igreja. Tudo o

que baixe a qualidade do programa, baixa, igualmente, a qualidade da

espiritualidade. Vê-se muitas apresentações que, num texte de reconhecimento,

nunca seriam utilizados no Culto solene aos Sábados.

IV – Tempo para a Palavra - (35m)

- Apresentação do oficiante se for caso disso

- Esta parte deve ficar sob a responsabilidade do Pastor local ou do

Ancião de Serviço;

NOTA: Sempre que se justifique esta apresentação deve conter os elementos

significativos e relevantes – nunca esquecendo que estamos muito perto de

escutarmos uma mensagem de todo especial, e que chega da parte de Deus.

Embora se faça menção às áreas abrangentes do orador convidado, nunca nos

devemos esquecer que mais importante que qualquer homem e acima de tudo está a

mensagem que Deus quer oferecer à congregação reunida.

- Apresentação do Sermão

- O Pastor/Pregador deve cumprimentar toda a assembleia;

- Sempre que a sua introdução seja longa e não tenha ligação com a

mensagem, o pregador deve fazer uma curta oração para fazer a divisão entre

as partes;

- O Sermão não deve exceder mais que os 35m.

- A mensagem deve ser devidamente preparada; bem construída e

bem documentada biblicamente. A mesma deve ser entusiasmente, tendo

Cristo como o centro da vida, do perdão, da mudança e da salvação eterna;

NOTA: Mesmo se toda a Liturgia de Louvor ao Sábado tem tempos e

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Comissão de Liturgia Documento sobre Liturgia de Sábado 65

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pressuopõe o respeito de todos no cumprimento de horários, o que vemos na

maioria dos casos é um atraso substancial que retira ao tempo para a Palavra, a

oportunidade de se ouvir atentamente a mensagem que chega da parte de Deus.

É necessário que a Escola Sabatina comece a horas mas, mais importante

ainda, que não se alongue acima dos 90m e que os anúncios, preparação da Tribuna

e Momentos musicais que antecedem o Culto Divino, não se estendam de tal forma,

que roubem tempo à parte mais solene da programação de Sábado – o Culto Divino.

Por sua vez é importante referir que o pregador (pastor/ancião/membro

leigo ou convidado especial), deveria treinar a capacidade de síntese para casos em

que a hora vai adiantada. Mesmo se consideramos de todo fundamental a

apresentação de toda a mensagem preparada, isso não significa que tenhamos de

gastar o tempo proposto (35m), pois existem pessoas que saiem mais cedo por

razões válidas, sendo estas impedidas de receberem todas as bênçãos que Deus

deseja oferecer até ao momento da despedida. Podemos pensar que esta limitação é

da exclusiva responsabilidade do crente que se levanta e sai, mas, o pregador pode

ser igualmente responsável se não consegue ou não deseja utilizar a sua capacidade

para sintetizar (resumir) o sermão.

Outras vezes o culto divino é monotono ou cansativo porque é lido do início

ao fim. Nenhum pregador deveria resguardar-se nesta técnica pois não é aceitável

nem interessante – mesmo que a mensagem seja muito bem preparada. Por mais

que queiramos ou não aceitar, estudos comprovam que a capacidade humana de

concentração para quem está a ouvir, é de apenas de 15/20m, sendo de todo

provável que ficará muito pouco na lembrança, uma vez que a nossa tendência

natural é perder rapidamente aquilo que ouvimos.103

Se for respeitado o tempo para a Palavra e se a mensagem for apelativa, bem

preparada e bem apresentada, haverá maior certeza que o Senhor poderá tocar

corações e mudar vidas.

103

Os estudos de três instituições norte-americanas (University of Minnesota, Florida State University e

Michigan State University), comprovaram que imediatamente após ouvirmos uma palestra, em média não

lembramos de metade do que foi dito, independente da atenção que dedicamos a apresentação. Após oito

horas, tendemos a recordar somente 1/3 do que ouvimos. E depois de dois meses, normalmente recordamos

de 25% do que assistimos.

http://www.aberje.com.br/acervo_colunas_ver.asp?ID_COLUNA=15&ID_COLUNISTA=19

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Comissão de Liturgia Documento sobre Liturgia de Sábado 66

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V – Tempo de Reconsagração / Apelo - (7m)

- Momento Especial de Apelo

- Não necessita de ter apresentação prévia, uma vez que a mensagem e

o apelo não devem ser quebrados com apresentações;

- Este momento deve existir sempre na mensagem de culto. Mesmo

nos temas de advertência a mensagem deve terminar com um apelo;

- Este apelo pode ter um apoio musical (instrumental e/ou cantado).

Porém, este número musical deve ser muito bem enquadrado com o tema

apresentado pois é um momento onde a música pode ter um papel

fundamental para a aceitação da mensagem. 104;

- Sempre que o momento proporcione, deve o Oficiante encerrar a

mensagem apresentada com uma oração em favor das decisões a tomar. Caso

seja apresentado um momento musical para o efeito, o pregador não deve

sentar-se de seguida, mas deve permanecer junto ao púlpito, orar em silêncio

durante o cântico, focalizando o seu pedido a Deus pela congregação

(aceitação das decisões a tomar e/ou pelas bênçãos a receber) e pelo

canto(res) que estão a desempenhar a responsabilidade de conduzir a

congregação ao apelo apresentado.

- Hino Final (último hino cantado pela assembleia de crentes)

- O Hino final tem de ser extremamente apelativo e completamente de

acordo com o tema espiritual. As decisões não acontecem ao mesmo tempo

em todos os crentes. No entanto, todo o tempo na presença de Deus pode

funcionar como tempo útil para aceitar as bênçãos do Céu.

- A apresentação do hino final pode ter uma frase chave, retirada do

culto divino para que todos cantem com mais entusiasmo. Esta frase pode

surgir no encadeamento das Palavras dirigidas pelo pregador ou pode advir

da própria letra do hino.

- Este agradecimento público a Deus pela pessoa responsável por

anunciaro último hino tem de ser muito breve, pois quaisquer outras

palavras/discurso levará a assembleia a esquecer-se rapidamente das Palavra

104

E. G. White, Educação, p.188 diz que “A música pode tocar-nos e mover-nos com um poder que

ultrapassa as palavras, sendo um excelente meio de comunicação.”

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Comissão de Liturgia Documento sobre Liturgia de Sábado 67

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do Senhor.

- Nas Igrejas em que existem vários musicos para vários instrumentos,

devem estes tocar este hino de adoração com energia e emoção, contagiando

assim toda a assembleia a cantar com alegria e sentimento.

- Bênção Final

- O Oficiante deve encerrar toda a Liturgia de Culto com uma oração de

bênção. Esta oração pode ser expontânea ou lida;

- Por vezes, o Oficiante pode usar as orações de bênçãos assinaladas no

Hinário Adventista.

VI – Tempo de Recolhimento - (3m)

- Hino de Encerramento

- Este é o momento de encerramento oficial de toda a Liturgia de

Culto;

- Este momento musical deve ser interpretado de pé por toda a

congregação, incluindo a Tribuna;

NOTA: Em algumas igrejas, quando se dá este momento, a Tribuna sai

enquanto a congregação canta. Tal norma não está correcta porque todos os

momentos musicais na Liturgia de Culto Divino, devem ser vistos como orações de

graças e/ou de suplica. Neste sentido, torna-se necessário que todos participem,

onde a Tribuna deve dar sempre o exemplo. No fundo, os elementos da Tribuna são

os condutores e coordenadores de toda a Liturgia de Culto.

A saída da Tribuna deve ocorrer logo após o términus do hino de encerramento.

SUGESTÕES DE HINOS:

600 – Deus Esteja em Mim

601 – A Mão de Deus

602 – Graça, Amor e Comunhão

603 – Benditos Laços

604 – Preitos de Louvor

605 – Vem Despedir-nos

606 – Amigo Não Saia Sem Cristo

607 – Fim de Culto

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608 – Que Deus te Abençõe

- Póslúdio do órgão

- Logo após a bênção final o Oficiante e os seus acompanhantes devem

deixar a tribuna.

- A Assembleia deve manter-se de pé até que o Oficiante e

acompanhantes deixem a tribuna.

- A saída da Assembleia far-se-á segundo a ordem do diaconato.

NOTA: Uma norma antiga mas que se mantém em muitos pregadores e

acompanhantes à Tribuna que é de se fazer uma oração silenciosa após o hino de

encerramento. Tal hábito não é descabido ou inapropriado. Todavia, se a assembleia

se prepara para a saída, os elementos da Tribuna pode facultar esse preparo não

utilizando mais tempo lá à frente. Isto porque faz mais sentido que a assembleia se

sente após a passagem dos elementos da Tribuna. Para isso é necessário este

reajuste, uma vez que a ordem e a decência na sala de culto devem ser mantidas até

à saída da sala do último crente.

A saída tem sido sempre uma grande dificuldade para os diáconos pois

enfrentam impedimentos de vária ordem (indisciplina de uns; forma apressada de

outros; desejo de permanência de alguns fieis;…). Desde que não seja para conversar

no salão de culto, os diáconos deverão respeitar a decisão de todos os que entendem

permanecer um pouco mais. Porém, é de bom tom, que todos respeitem a ordem de

saída que é sempre flexível (alternadamente em cada Sábado).

Existem algumas igrejas que procuram encontrar formas para que o silêncio

na sala se mantenha, enquanto os diáconos dirigem a saída dos crentes. A melhor

forma que encontrámos até ao momento da redacção deste documento foi a

sugestão de o Serviço de Música da Igreja, colocar quem dirija alguns cânticos

enquanto se processa a saída.

O barulho e as conversas paralelas entre os crentes, enquanto esperam pela

saída, é e será um problema delicado, complicado e problemático de se resolver. Há,

no entanto, a necessidade de consciencialização de cada participante no sentido de

entender que a euforia, o encontro de amigos e gerações e as conversas diversas

deverão ser feitas fora do salão de culto. Deveriam as igrejas ganhar o hábito105 de

105

Para isso é necessário que a postura de todos os crentes que assistem à Liturgia de Sábado, sobretudo no

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todos sairem do salão de culto – após o encerramento com o hino de encerramento,

fechando as portas do Salão, como demonstração de que aquele lugar é um lugar

solene para todos estarem na presença de Deus.

Temos consciência de que em muitas igrejas este hábito é extremamente

difícil de se colocar em prática mas isso não significa que este hábito seja ignorado.

Em tudo Deus gosta de ordem, de decência e de coordenação.

culto, percebam a necessidade de se fazer silêncio na presença de Deus. Ao contrário dos pregadores que

saiem de cena, Deus – na pessoa de Jesus Cristo, por meio do Espírito Santo, permanece até ao final dentro

do espaço que Lhe é reservado para o encontro com todos os fieis, nomeadamente, o salão de culto.

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Ordem do Culto Divino

- Prelúdio Musical

Entrada dos executantes: Coro / Diáconos à ofertas

Entrada da Tribuna: Oficiante e acompanhantes

- Doxologia

Cântico curto, interpretado de pé por todos – tribuna e assembleia;

- Invocação

Oficiante/Pregador

- Leitura Bíblica

Pode ser pronunciada por um/dois acompanhantes à Tribuna ou membros

convidados da assembleia;

Leitura de um texto que dê graças e louvores ao Senhor

- Hino de Adoração

Apresentado de forma perceptível e de acordo com o tema da mensagem

- Oração Pastoral/Intercessão

Acção de graças pelas bênçãos recebidas

Intercessão pelos crentes (suplica de perdão e sabedoria)

Intercessão pelo pregador (suplica por sabedoria na apresentação)

Intercessão por alguns casos especiais (doença, membros afastados, outros)…

- Momento de Mordomia

É o momento indicado para se apresentado o P.P. cedido pelo Departamento

de Mordomia;

Pode ser feita a leitura alusiva, caso se justifique

Este mmento é sempre acopanhado por música (instrumental e/o cantada)

- Oração/Hino de Acção e Graças

Pode ser feita pelo Diácono de serviço à Tribuna

Pode ser feita pelo Diácono escalado para as ofertas

Pode ser cantado de pé, um hino por toda a congregação.

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- Momento Especial de Louvor

É fundamental que o tema do cântico especial tenha correspondência com o

tema do sermão

É imprescindível que exista certezas quanto ao tema escolhido; qualdade de

instrumental (tocado ou audio) e qualidade de voz e humildade na interpretação

- Apresentação do Sermão

Pode ter um momento intrudotório de saudações- não muto longo

O pregador não deve esquecer que tem na sala várias fases etárias, o que

implica prender a atenção de todos.

Um sorriso custa tão pouco e faz tão bem à alma. A apresentação da

mensagem deve conter uma dose grande de alegria e segurança por parte do

pregador.

- Momento Especial de Apelo

Sempre que o pregador entenda colocar mais um momento musical, este terá

de ser uma mais valia para qualquer decsão que a congregação deva fazer

Este momento poderá ser de oraçãode reconsagração

- Hino Final

Apresentado de forma perceptível e de acordo com o tema apresentado

Poderá ser extraídauma ideia de reforço da própria mensagem ou utilizar-se

uma peuan parte da letra para enfatizar as Palavras do Culto

- Bênção Final

Poderá ser espontânea ou lida das muitas que a Bíblia contém

Esta bênção deverá ser sempre da responsabilidade do pastor ou do pregador

- Hino de Encerramento

Todos devem cantar de pé o hino de enceramento (congregação e Tribuna)

Sem mais delongas deve proceder-se à saída da Tribuna sem se voltar a

sentar

- Póslúdio de piano/órgão

Este periodo de música instrumental deve acompanhar todo o tempo de

saída. Nas Igrejas maioresdevem ser escolhidos hinos para que a orquestra e/ou

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Comissão de Liturgia Documento sobre Liturgia de Sábado 72

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piano/orgão, possam proporcionar um tempo de recolhimento

A porta do salão deve ser fechada quando sairem todos os crentes que se

apresentaram diante de Deus para O adorarem.

Ordem do Culto Divino resumida

1ªParte: Convite à Adoração (2mins)

- Prelúdio Musical

- Doxologia

- Invocação

2ªParte: Tempo de Adoração e Intercessão (5mins)

- Leitura Bíblica

- Hino de Adoração

- Oração Pastoral/Intercessão

3ªParte: Tempo de Louvar (8mins)

- Momento de Mordomia

- Oração/Hino de Acção e Graças

- Momento Especial de Louvor

4ªParte: Tempo para a Palavra (35mins)

- Apresentação do Oficiante se for caso disso

- Apresentação do Sermão

5ªParte: Tempo de Reconsagração / Apelo (7mins)

- Momento Especial de Apelo

- Hino Final

- Bênção Final

6ªParte: Tempo de Recolhimento (5mins)

- Hino de Encerramento

- Póslúdio de piano/órgão

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Conclusão:

O louvor que cada cristão deve oferecer a Deus, sempre que vem à Sua

presença na Igreja, deve ser um louvor de coração aberto. Para Deus, louvar em

assembleia faz sentido quando individualmente cada crente se entrega a um

relacionamento pessoal e directo com o Criador da Vida.

Cada vez que vimos à presença de Deus, ao Sábado na Igreja, aceitamos o

chamado de Deus para virmos ao ponto de encontro que Ele próprio possui. Este

convite deve ser vivido intensamente por cada adorador. Só assim é que o louvor

congregacional se torna uma união de vozes e de um mesmo espírito que se junta ao

Espírito de Deus. É desta forma que o coro de anjos se junta aos fieis no Senhor e

juntos adoram o Criador e Salvador.

Estamos certos que existem muitas bênçãos que o Senhor deseja oferecer em

cada Sábado a todos os que vêem à Sua presença. Porém, os hábitos individuais e

colectivos de muitos, e mesmo as inovações liberais estragam o objectivo divino.

Devemos ter em conta que neste tempo de adoração, é o Senhor que tem de ser o

centro de todas as atenções e referências pois este é um tempo em que Deus vem

para abençoar o Seu povo.

Já não faltará muito tempo para que Jesus volte e nos ofereça a possibilidade

de louvarmos o Seu nome ao Sábado, numa Liturgia sem falhas e perfeita. Mas,

enquanto esse momento não chega, é nossa responsabilidade procurarmos oferecer

a Deus o melhor que sabemos e podemos, tendo bem presente que este patamar só

se atinge com humildade e reconhecimento. Reconhecer que não se sabe tudo e que

podemos fazer sempre mais e melhor, é a porta para o sucesso no louvor a Deus. E

não nos esqueçamos:

“Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores

adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai

procura para seus adoradores.”106

106

João 4:23

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Comissão de Liturgia Documento sobre Liturgia de Sábado 74

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