COMÉRCIO DE MATERIAIS PARA...

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Relatrio Consolidado da Aplicaªo da Metodologia Sebrae de Reduªo de Desperdcio e Metodologia Sebrae de EficiŒncia EnergØtica COMRCIO DE MATERIAIS PARA CONSTRU˙ˆO 2006

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Relatório Consolidado da Aplicação

da Metodologia Sebrae de Redução

de Desperdício e Metodologia Sebrae de Eficiência Energética

COMÉRCIO DE MATERIAIS PARA CONSTRUÇÃO

2006

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COMÉRCIO DE MATERIAIS PARA CONSTRUÇÃO

Consolidação fase 01

Características

Setor da Economia: terciário.

Ramo de Atividade: venda de materiais para construção no varejo.

Tipo de Negócio: loja de materiais para construção.

Produtos Ofertados/Produzidos: materiais para construção.

Introdução

O Programa Sebrae de Redução de Desperdício é desenvolvido por

consultores capacitados pelo próprio SEBRAE. Na execução do trabalho, a

empresa recebe a visita de um consultor, que analisa as instalações e

identifica possibilidades de melhorar o uso de matérias primas, insumos, água

e energia.

O trabalho é desenvolvido em 2 Fases. A primeira envolve a

caracterização do empreendimento, avaliação dos principais processos

produtivos, consumos de matéria-prima, insumos, água e energia, bem

como os resíduos gerados. É baseado na percepção do empresário e

confirmado por notas de compra, consumo, etc.

Ainda na primeira fase também é aplicada a Metodologia Sebrae de

Eficiência Energética, onde são analisados os consumos dos equipamentos

elétricos e sugeridas as correções necessárias para redução dos gastos com

energia elétrica.

Nessa etapa são definidas ações para redução de desperdício que

deverão ser implementadas na Fase 02.

Na segunda fase, as fontes de desperdício são avaliadas

isoladamente dentro do processo produtivo ou, quando esse não existe, em

algum processo de operação da empresa. Para os desperdícios apontados

na fase 01 são desenvolvidas metodologias que visam quantificá-los quanto

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ao desenvolvimento e a implantação de técnicas mais econômicas e

eficientes para o uso.

Comércio de materiais de construção

Não se sabe ao certo quando se iniciou a atividade de comercialização de

matérias para construção. Acredita-se que elas tiveram início com a

necessidade de crescimento das cidades, onde a procura de materiais

construtivos tornou-se imperativa para a variedade de edificações e

diversidade de usos. Com a diversificação dos meios de transporte foi

facilitada a aquisição de produtos de outros mercados e estados, assim as

lojas de materiais de construção foram aumentando gradativamente seu

leque de ofertas e hoje não é incomum identificar lojas, denominadas home-

centers, que comercializam ferramentas, instrumentos e equipamentos

utilizados para lazer e recreação.

Caracterização do Estudo

Para realização do presente estudo foram realizadas visitas em três

lojas de materiais de construção no Distrito Federal. Dessas, uma encontra-se

em São Sebastião, uma em Ceilândia e uma no Setor de Indústria e

Abastecimento de Brasília. As empresas visitadas prestam serviços de venda a

varejo de matérias para construção. O número de funcionários em cada

empreendimento variou de 30 a 60.

Dos empreendimentos visitados apenas um encontram-se em área

propriamente destinada para a atividade, estando uma situada em área

residencial e a terceira em área comercial de setor residencial.

O abastecimento de água dos empreendimentos é realizado pela

concessionária de serviços públicos, no Distrito Federal, CAESB.

A energia elétrica é fornecida pela concessionária pública, CEB, e é

utilizada para o funcionamento dos setores administrativo, comercial e de

armazenamento.

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Para comercialização de materiais de construção não é necessário o

desenvolvimento de nenhum processo produtivo, sendo realizada apenas a

venda a varejo de produtos adquiridos no atacado.

Comercialização

Como não existe processo produtivo nas empresas de

comercialização de materiais de construção, as atividades realizadas

resumem-se em estocagem de produtos comprados no atacado e venda

no varejo. Muitos dos produtos adquiridos dos fornecedores nem mesmo são

retirados da embalagem original, sendo apenas repassada para o cliente, é

o que ocorre com pisos, cimento, argamassas, acessórios elétricos e

hidráulicos, etc. Analisando o processo de comercialização das empresas, é

possível observar que, resumidamente, elas operam da seguinte forma: Num

primeiro momento o material comprado no atacado é estocado em

depósito próprio onde são abrigados os produtos de maior valor monetário e

que possuem embalagens frágeis e pouco resistentes a intempéries. Areias,

britas, madeira, telhas, tijolos, em virtude da forma de manuseio e pelo baixo

valor agregado ao produto, são estocados a céu aberto.

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Com o produto em estoque os vendedores das lojas promovem a

venda. Cabe ressaltar que alguns produtos, em geral os mais caros, são

vendidos por encomenda em virtude da baixa rotatividade e o risco de

saírem de linha antes mesmo de serem. Posteriormente a venda os produtos

o empreendimento realiza a entrega do material comercializado nos

endereços solicitados pelos clientes e/ou na própria loja que ocorre nos caso

de compras menos vultosas. Apenas uma empresa terceiriza os

procedimentos de entrega, passando o ônus da perda por transporte ao

entregador contratado.

Figura 1: Deposição de areia.

Figura 2: Deposição de madeira.

Figura 3: Depósito de pisos.

Figura 4: Deposição de ferro.

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As perdas associadas a todos os processos envolvidos na

comercialização de materiais de construção está associada a estocagem e

a entrega. Avaliando o montante comprado do montante vendido foi

possível concluir que a s lojas de matérias de construção registram uma

perda da ordem de 0,3%.

Para execução da consultoria, primeiramente foi avaliada as condições de estocagem dos produtos e posteriormente os métodos de controle de estoque.

Produtos comercializados

Os principais produtos comercializados em lojas de venda de materiais

de construção são: pisos, revestimentos, tintas, cimento, areias, brita, telhas,

tijolos, esquadrias metálicas, tabuas, madeira, colas, tintas, acessórios

elétricos e hidráulicos, ferragens, etc. Como principais insumos são utilizados:

papel para notas fiscais e orçamentos, sacolas plásticas, combustíveis,

materiais de limpeza, etc.

Os produtos comercializados e os insumos são adquiridos no mercado

nacional, oriundas principalmente de São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul,

Minas Gerias e Pará. Eventualmente, para atender um cliente específico, as

lojas adquirem produtos no mercado local, essa atitude por ser muito restrita

não gera perdas substanciais à empresa. Os principais produtos

comercializados são:

Pisos e revestimentos: em geral são os produtos mais vendidos pelos

empreendimentos, correspondem a aproximadamente 10% de todo o

material comercializado. Em virtude da fragilidade e do custo são os

materiais que mais trazem perdas para as empresas

Cimento: também corresponde a um item de alto volume de

comercialização e rotatividade. Sua representação nos itens comercializados

é próxima a 6%, no entanto a alta rotatividade e forma de estocagem

geram perdas desprezíveis do produto.

Louças sanitárias: Responde por um item de alta rotatividade e

comercialização, suas perdas são relacionadas ao manuseio e estoque

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inadequado. Na maioria das empresas são possíveis trocas de peças

danificadas com os respectivos fornecedores, assim as perdas desse produto

são desprezíveis.

Acessórios elétrico e hidráulicos: Quando somados correspondem a

aproximadamente 10% do volume comercializado pelo empreendimento.

No entanto não causam perdas substanciais às empresas.

Tintas, vernizes, selador, thinner, colas: Respondem a

aproximadamente 3% do volume comercializado pelas empresas. As perdas

desses produtos, quando ocorrem, estão atreladas ao vencimento da data

de validade. Quando isso acontece as tintas são separadas são vendidas a

preço de custo para compradores interessados. Não são registradas perdas

para esse produto.

Areia e brita: apresenta baixa representatividade nas vendas, cerca

de 1%. Apresenta perdas da ordem de 5% que no montante do volume de

materiais comercializados pelas empresas representa apenas 0,1%.

Ferro: apresenta alta rotatividade sendo em algumas empresas um

dos principais produtos comercializados. A sua comercialização apresenta

uma característica peculiar, é adquirido de seus fornecedores por peso e é

vendido na barra unitária. Em virtude dessa característica seu controle de

estoque só mostra eficiência a longo prazo, pois o nem sempre a conversão

de medida é exata, o que só demonstra compensação após alguns meses

de conferência.

Todas as três empresas possuem controle de estoque informatizado,

contudo duas empresa o utiliza de maneira incipiente, estando ainda

dependentes do controle visual. Mesmo havendo controle de estoque

informatizado, todos os empreendimentos realizam contagem manual e

visual (conferência) para os produtos estocados. Cada empresa possui uma

freqüência de conferência de estoque, podendo ser realizada, diariamente,

semanalmente e quinzenalmente.

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100% das empresas afirmaram realizar manutenção preventiva nos

seus equipamentos, principalmente na área de informática e nos veículos de

entrega.

Perdas

No que tange especificamente a perdas de produtos comercializados,

todas as empresas afirmaram que ela existe na estocagem e no transporte

dos produtos até o local de entrega, sendo mais expressivas na estocagem.

Na estocagem as maiores perdas estão atribuídas a forma de

acondicionamento dos produtos e o manuseio inadequado dos mesmos. As

perdas mais apontadas estão relacionadas a pisos, revestimentos e louças

sanitárias.

As perdas identificadas na estocagem estão sendo reduzidas nos

últimos anos, devido a maior interface entre fornecedores e comerciantes.

Um exemplo disso ocorre com as empresas cimenteiras, há poucos anos os

distribuidores de cimento passaram a fornecer sacos extras para re-

embalagem de produtos avariados pelo transporte ou pela estocagem,

assim os comerciantes ao constatarem algum saco de cimento rasgado

podem imediatamente substituir o saco avariado por um saco novo. Louças

sanitárias também são constantemente trocadas. As telhas e tijolos são

sempre fornecidos com cerca de 2% a mais do produto, como forma de

compensação de perdas por quebras.

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Figura 5: Cimento sendo re-ensacado.

Os softwares de controle de estoque vêm auxiliando com grande valia

a redução de perdas, no entanto a maioria das empresas o opera de

maneira insipiente, o que reduz a eficácia de sua aplicação.

Atualmente as perdas mais expressivas registradas estão relacionadas

a estocagem de pisos e revestimentos. Nas lojas de materiais de construção

foi constatada uma perda média de 0,3% para todo o montante

comercializado, os pisos correspondem a aproximadamente 90% dessas

perdas.

Figura 6: Estoque de pisos quebrados

Figura 7: Estoque de pisos quebrados.

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Na estocagem as perdas identificadas se dão principalmente pela

armazenagem inadequada dos produtos, que são frágeis e pelo manuseio

inadequado das peças.

Fato importante colocado por 100% dos empresários é o desperdício

provocado pelo transporte. Algumas vezes ocorrem incidentes no trajeto do

entregador que causam quebras e avarias dos produtos. Uma empresa

terceiriza sua entrega para reduz custos com manutenção de veículos e

quebra de materiais, como anteriormente comentado os serviços de entrega

terceirizados ficam com o ônus dos danos causados pelo seu transporte.

Resíduos, Efluentes e Emissões.

Os resíduos dos empreendimentos visitados são caracterizados por

pisos, revestimentos, louças, tijolos e telhas quebradas, papelão, plástico e

madeira oriunda de paletes. A quantidade de resíduo gerado varia muito de

empreendimento para empreendimento em virtude do montante

comercializado e da organização do estoque.

Figura 8: Resíduos a serem descartados.

Figura 9: Paletes estocados para descarte.

Emissões aéreas estão relacionadas a poeira. Apenas uma das

empresas estudadas opera serra circular para corte de madeira.

A emissão de poeira e ruído não são alvos de reclamação.

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A água não participa do processo de comercialização da empresa,

portanto os efluentes líquidos gerados são oriundos dos banheiros e da

limpeza do estabelecimento. O consumo de água nas lojas geralmente está

vinculado ao número de funcionários, ao número de banheiros e as técnicas

de limpeza dos estabelecimentos, não sendo possível estabelecer uma

média de consumo por funcionário envolvido.

Fontes de Energia

A energia elétrica é fornecida pela CEB e é utilizada nas lojas para o

funcionamento dos setores administrativo, comercial e com menos

quantidade na estocagem. No setor administrativo e comercial a energia é

necessária para o funcionamento de computadores e impressoras e para

iluminação. Algumas empresas possuem sistema de refrigeração de ar. Uma

empresa possui empilhadeira elétrica e outra possui serra circulara para corte

de madeiras. Duas empresa possuem refrigeradores de alimentos

empregados em copas de funcionários e pequenas lanchonetes situadas no

interior dos estabelecimentos.

A média anual de consumo (média dos 12 últimos meses) destas

empresas varia entre 2.657kWh e 14.944kWh, sendo correlacionadas à

estrutura física da empresa.

Nenhuma das empresas visitadas promove o acompanhamento do

consumo de energia de forma sistemática. O monitoramento realizado é

feito pelo valor nominal da fatura a ser paga, não condizente com o

consumo de energia devido à incidência de impostos, contribuições, etc.

Todas as empresas aproveitam a luz solar da melhor forma possível.

Segurança no Trabalho

A atividade de comercialização de materiais de construção apresenta

riscos ocupacionais em função do manuseio de produtos cortantes como

louças e pisos e revestimentos cerâmicos. Tais produtos ao serem quebrados

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geram pontas possuem alto potencial cortante. Foram relatados acidentes

por corte com afastamento do funcionário. Uma empresa relatou

reclamações de funcionários que apontam dores na coluna em virtude do

manuseio de produtos pesados.

Uso de EPIs são necessários em pouquíssimas atividades desenvolvidas

nas lojas. Em apenas um loja foram identificados trabalhadores trabalhando

de chinelos e bermudas, aumentando os riscos de acidentes.

Considerações Finais

De uma maneira geral as principais limitações observadas nas

empresas avaliadas foram:

- Baixo controle do estoque

- Estocagem inadequada de produtos comercializados,

principalmente areia e brita.

- Falta de controle sobre o consumo de água e de energia. As

informações de consumo de água e energia, quando avaliadas, são

monitoradas pelos seus valores de pagamento.

DIAGRAMA DE FLUXO DO PROCESSO PRODUTIVO

Processos de Produção

COMERCIALIZAÇÃO

MATÉRIA PRIMA E INSUMOS

MATÉRIA PRIMA E

INSUMOS RESÍDUOS DA

PRODUÇÃO

Água: m³/mês

Energia: kWh/mês

MATÉRIA-PRIMA CIMENTO AREIA FERRO TIJOLO FURADO TUBOS E CONEXÕES METAIS SANITÁRIOS LOUÇAS SANITÁRIAS PISOS BRITA TINTAS MATER. HIDRÁULICOS MATER. ELÉTRICOS ARGAMASSA PORTAS E JANELAS

(madeira) PORTAS E JANELAS

(metalicas) FERRAGENS IMPERMEABILIZANTES PISO DE MADEIRA ASSENTOS E ACESSÓRIOS GÁS PARA EMPILHADEIRA INSUMOS DIESEL GASOLINA FORMULÁRIO CONTINUO SERVIÇO DE LIMPEZA MATERIAL DE EXPEDIENTE INFORMÁTICA

SERVIÇO DE MANUTENÇÃO GERAL AUTOMÓVEIS

Efluentes: Efluentes Sanitários

Emissões: POEIRA E GÁSES DE

COMBUSTÃO DA EMPILHADEIRA

AREIA E PÓ DE BRITA

ARMAZENAGEM

ENTREGA

RESÍDUOS: PAPELÃO PLÁSTICO PEÇAS METÁLICAS LOUÇAS PISOS E REVESTIMENTOS

CERÂMICOS MADEIRA

CLIENTES

Perdas %

0,25% ESTOCAGEM 0,05% ENTREGA

PRODUTO FINAL

Materiais para construção vendidos a

varejo

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COMERCIO DE MATERIAIS PARA CONSTRUÇÃO

Consolidação fase 02

Características

Setor da Economia: terciário.

Ramo de Atividade: venda de materiais para construção no varejo

Tipo de Negócio: loja de materiais para construção

Produtos Ofertados/Produzidos: materiais para construção.

Introdução

As lojas de materiais para construção apresentam como principal

resíduo os produtos cerâmicos, como pisos, revestimentos, tijolos, telhas e

também louças sanitárias. As perdas desses materiais, são de pequena

escala, respondendo a aproximadamente 0,3% do total comercializado,

entretanto diversos equipamentos e atitudes atuam como aliados do

empresário para redução de desperdícios. A operação de programas de

controle de estoque, utilização de prateleiras para estocagem de produtos,

separação do estoque de pisos e revestimentos cerâmicos por marca e

categoria de produto e correta organização do lay-out são atitudes que

auxiliam o empresário a diminuir seus custos de comercialização.

O desenvolvimento dos trabalhos de redução de desperdício Fase 2

em lojas de materiais de construção levou em consideração que as

principais oportunidades de redução de desperdícios estão relacionadas a

estocagem mais eficiente dos produtos cerâmicos, a utilização adequada

dos softwares de controle de estoque e investimentos nos locais de

armazenamento de areia e brita.

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Aspectos e Impactos Ambientais

Foram verificados alguns aspectos ambientais referentes à atividade e

seus impactos ambientais reais e potenciais, Tabela 1. Em um procedimento

de avaliação alguns desses impactos ambientais seriam considerados

apenas potenciais, pois não se verificou sua ocorrência.

Tabela 1 - Aspectos e impactos ambientais da atividade

Aspecto Ambiental Impactos Ambientais

Pressão sobre os recursos naturais

Alteração da qualidade do solo local Sobras de pisos, revestimentos, tijolos e

telhas cerâmicas Alteração visual do local de destinação

Pressão sobre os recursos naturais

Alteração da qualidade do ar no ambiente de trabalho Emissão de poeira

Doenças respiratórias em funcionários

Procedimentos Adotados para Redução de Desperdício

Economia de água

Alguns empreendimentos não possuem equipamentos básicos de economia

de água como arejadores nas torneiras de sanitários e ainda realizam a

limpeza da loja com alto consumo de água.

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Figura 10: Pia sem arejador instalada em banheiro para clientes e funcionários.

Figura 11: Torneira automática instalada em outro empreendimento.

Nessas empresas foram indicadas a utilização de torneiras com arejadores e

lavagens nas lojas com freqüência mais espaçadas. Lojas que realizavam

lavagens duas vezes na semana passaram a realizar lavagens de 4 em 4

dias. Com limpezas pesadas nos intervalos das lavagens. Com essa atitudes

foi possível indicar a redução de 50% no consumo de água por torneira e

25% o consumo de água por lavagens no estabelecimento.

Figura 12: Limpeza da loja feita em lugar das lavagens anteriormente realizadas.

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Investimentos com infra-estrutura na área de estocagem de areia e brita

Todos os empreendimento não estocavam de maneira correta a areia e a

brita foi indicada a construção de baias e cobertura com lona desses

produtos, com isso espera-se reduzir pela metade os gastos ocorridos pela

ação de intempéries, como vento e chuva. O controle de compra e venda

avaliado em empresas que realizam a estocagem e a entrega de areia em

caminhões constataram perdas da ordem de 4% para areia. Essas perdas

estão vinculadas a estocagem que sofre com as ações de intempéries

(vento e chuva) e ao transporte. Com a construção das devidas proteções,

espera-se a redução das perdas causadas pelas intempéries, que se estima

representar 50% das perdas. Nenhuma das empresas implementou a ação

alegando:

- As construções demandam custos monetários em áreas que não são de

propriedade das empresas.

- Impossibilidade de paralisação das atividades.

Categorização das perdas por meio do controle de estoque e

organização da área de estocagem

Todas as empresas possuem programas de controle de estoque, no entanto

duas o utilizam ainda de maneira incipiente. Nesses empreendimentos foi

observado que não havia categorização das perdas, assim não era possível

determinar as fontes de avariais dos produtos. O que ocorre é que não são

identificadas as peças já fornecidas quebradas pelos fornecedores, peças

avariadas na estocagem do empreendimento e peças danificadas pela

entrega da loja. Com isso não era possível indicar providências eficazes para

redução de desperdícios identificados nas empresas.

Contudo, foi observado que nem todas as empresas possuem estoques

organizados, o que dificulta a logística da empresa. Nessas empresas foram

indicadas organização do estoque por marcas e produtos comercializados.

Após a completa organização do estoque foi indicada a conferência dos

produtos em estoque.

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Figura 13: Estocagem de piso antes da consultoria.

Figura 14: Estocagem de piso após a consultoria.

Figura 15: Estocagem de revestimento antes da consultoria.

Figura 16: Estocagem de revestimento após a consultoria.

Figura 17: Estocagem de piso em contato direto com o chão. Percebe-se que as caixas já estão deterioradas pela ação da água e da umidade.

Figura 18: Estocagem de pisos sobre paletes indicada após a consultoria.

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Figura 19: Estocagem de louças sanitárias em estantes, conforme indicado pela consultoria.

Figura 20: Estocagem de pisos e revestimentos por marca, conforme indicado pela consultoria. A ilustração mostra a armazenagem para a marca Delta.

Figura 21: Estocagem de pisos e revestimentos por marca, conforme indicado pela consultoria. A ilustração mostra a armazenagem para a marca Cepisa.

Figura 22: Estocagem de pisos e revestimentos por marca, conforme indicado pela consultoria. A ilustração mostra a armazenagem para a marca San Marino.

Para auxiliar a identificação das perdas foi indicada a orientação dos

funcionários por parte da empresa visando a categorização das perdas,

assim poderá se estimar o valor de perdas por estocagem, transporte e

produtos fornecidos quebrados. A metodologia a ser aplicada consiste na

identificação de peças quebradas e na inserção de informações dessas

peças nas planilhas do controle de estoque, tais informações devem

subsidiar o operador do controle de estoque que avaliará as causas de

perdas e aplicará os métodos de advertência e redução de desperdício.

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Apenas uma das empresas implementou a nova metodologia de operação

do sistema.

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Avaliação Final

Após realização dos trabalhos em três empresas de comercialização de materiais para construção no Distrito Federal, os

resultados médios obtidos foram:

Tabela 2 : Demonstrativo de ganhos econômicos para areia

Ganho em (R$ 1,00)

Ação empreendida

Matéria prima economizada

Perdas percentuais antes da Consultoria

Perdas percentuais estimadas após a Consultoria

Redução %

Mensal Anual

Investimentos em infra-estrutura areia 4% 2% 50 582,00 6.984,00 Tabela 3: Demonstrativo de ganhos econômicos para água

Ganho em (R$ 1,00)

Ação empreendida

Matéria prima economizada Perdas

percentuais em torneira e lavagem antes da Consultoria

Perdas percentuais estimadas em torneiras e lavagem após a Consultoria

Redução %

Mensal Anual

Investimentos em infra-estrutura água 37,5% 37,5% 100 33,00 396,00

A adoção de medidas de categorização de estoque não permite a avaliação de redução de perdas, uma vez que será trabalhada em longo prazo buscando identificar as causas de perdas para adoção de medidas de redução de desperdício.

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COMÉRCIO DE MATERIAIS PARA CONSTRUÇÃO

Eficiência Energética

Energia Elétrica

O segmento de materiais para construção é composto apenas por 03

(três) empresas.

Este segmento possui 155,9kW em carga instalada e consome por

ano, aproximadamente, 261.304kWh, equivalente ao consumo de 436 casas

populares e desembolsam a importância de R$ 76795,77 em despesas

financeiras.

Duas dessas empresas disponibilizam aos clientes os serviços de

lanchonetes.

A média anual de consumo (média dos 12 últimos meses) destas

empresas varia entre 2.657kWh e 14.944kWh.

Classe de consumidor �Grupo A4�

Uma das empresas deste segmento é classificada como consumidor

�Grupo A4�, nesta classe a Fatura de Energia é binomial e a composição das

despesas envolve dois parâmetros elétricos: demanda e consumo de

energia.

Para o consumidor �Grupo B�, caso da maioria das micro e pequenas

empresas, a fatura é monomial e a composição das despesas envolve um

parâmetro elétrico: consumo de energia.

Participação por modalidade no consumo de energia elétrica

O Gráfico 01 mostra o perfil por modalidade de uso da energia elétrica

no consumo de energia elétrica.

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refrigeração 2,9%

ar condicionado

6,1%

iluminação 54,5%

outros

equipamentos 35,3%

motor 1,3%

Motores

A modalidade �motor� ocupa a quinta posição em participação,

responde por 1,3% do consumo de eletricidade.

Os motores estão presentes em exaustores, ventiladores, serras

circulares, bombas de recalque de água potável, desengrossadeira e

elevadores de carga.

Ar condicionado

Esta modalidade, ocupando a terceira posição é responsável por 6,1%

do consumo de energia elétrica.

Refrigeração

A modalidade refrigeração a quarta posição e participa com 2,9% no

consumo de energia elétrica.

Gráfico 01 � Participação por modalidade de uso da energia elétrica pelo segmento de materiais para construção

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O modo �refrigeração� compõe-se de refrigeradores e frízeres

empregados na refrigeração e conservação de produtos alimentícios.

Iluminação

Ocupando a primeira posição em importância é responsável pela

utilização de 54,5% da energia elétrica.

Outros equipamentos

Ocupando a segunda posição esta modalidade responde por 35,3%

da utilização da energia elétrica.

Desta modalidade participam os computadores, microondas e

chuveiros.

Potencialidades de redução de consumo de energia elétrica

A Tabela 03 mostra os dados consolidados de potencialidades a

serem alcançados.

Ações recomendadas

I) Revisão das instalações elétricas

Uma das empresas apresentou consumo medido e faturado superior a

47,4% a média de consumo calculado.

Foi sugerida a revisão das instalações elétricas com objetivo de

localizar a causa do consumo excessivo de energia.

A Tabela 03 mostra que nesta modalidade de uso da energia é

possível reduzir em 30.597 kWh/ano.

II) Iluminação

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II.1 - A ação de substituição das lâmpadas fluorescentes de 20W e 40W

por lâmpadas fluorescentes de 16W e 32W, respectivamente, e de

lâmpadas incandescente de 60W por lâmpadas fluorescentes

compactas de 14W mostrou-se viável.

A Tabela 03 mostra que nesta modalidade de uso da energia é

possível reduzir em 1,386 kWh/ano.

II.2 - A ação de redução de horas de utilização da iluminação

mostrou-se exeqüível, pois alguns ambientes podem prescindir da

iluminação artificial.

Outra forma de redução, recomendou a implantação de sensores de

presença em ambientes com baixa taxa de ocupação (depósitos e

almoxarifados).

A Tabela 03 mostra que nesta modalidade de uso da energia é

possível reduzir em 4.907 kWh/ano.

III) Refrigeração

Nesta modalidade a ação de redução de horas de utilização

recomenda-se a manutenção regular dos equipamentos de

refrigeração que inclua a inspeção do estado de conservação e

funcionalidade das vedações, verificação da carga do líquido

frigorígeno (gás); limpeza dos condensadores e interna dos

refrigeradores, de modo, impedir a formação de acúmulo de gelo nas

paredes internas; e finalmente, empreender a melhoria da ventilação

dos refrigeradores, respeitando o afastamento de 10-15 cm de

possíveis obstáculos (paredes ou outros equipamentos), conforme

recomendações dos fabricantes.

Há possibilidade em reduzir 152 kWh/ano, conforme demonstrado na

Tabela 03.

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Ações recomendadas

Revisão das instalações elétricas (kWh/ano) 30.597

Iluminação

Economia por substituição de lâmpadas (kWh/ano) 1.396

Economia por redução de horas de utilização (kWh/ano) 4.907

Refrigeração

Economia por redução de horas de utilização (kWh/ano) 152

Potencialidade de redução de consumo (kWh/ano) 37.052

Consumo anual do segmento (kWh/ano) 261.304

Redução (%) 14,2%

A potencialidade de redução do consumo anual de energia neste

segmento é 37.052 kWh, correspondentes a 14,2 % do consumo anual do

segmento, como mostra a Tabela 03.

Nota:

Foram consideradas ações de redução de consumo de energia cujos prazos

de retorno de investimento se revelaram inferiores ou iguais há 24 meses.

Potencialidades de redução de despesas com energia elétrica

Na empresa pertencente à classe de consumidores �Grupo A4�

observou-se a incidência da ultrapassagem de demanda contratada nas

últimas quatro leituras.

Tabela 03 � Potencialidades de redução de consumo de energia no segmento materiais para construção.

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Para esta empresa as sobretaxas de �ultrapassagem de demanda

contratada� representam 8,4% da Fatura de Energia, sendo assim, foi-lhe

recomendada a renegociação da demanda contratada.

O reflexo dessa sobretaxa em relação ao montante de despesa do

segmento é 6,2%, como demonstra a Tabela 04.

Tabela 04 � Potencialidades de redução de despesas de energia no segmento materiais para construção.

Ações recomendadas

Estudo para otimização da demanda contrada (R$/ano) 4.729,64

Potencialidade de redução de consumo (R$/ano) 4.729,64

Consumo anual do segmento (kWh/ano) 76.795,77

Redução (%) 6,2%

Recomendações

Instalações elétricas

Foram recomendadas, como medida de melhoria da segurança

patrimonial, a adequação à Norma Técnica ABNT 5410 referente à instalação

da barra de equipotencialização, de supressores de surtos elétricos,

dispositivos de detecção de falhas de isolamentos, instalação de barra de

equipotencialização do �Terra� e melhoria da malha de aterramento.

Os dispositivos de detecção de falhas de isolamentos são

recomendados, especialmente, para ambientes úmidos como banheiros,

cozinha e áreas reservadas às lavagens diversas.

Iluminação

Os níveis de iluminamento de alguns ambientes apresentam-se

inferiores aos estabelecida pela Norma Técnica ABNT 5413 � Iluminância de

Interiores, sugeriu-se a adequação destes níveis de iluminamento, bem

como, ofereceu-se a consultoria de luminotécnica através do UAIT � Unidade

de Apoio à Inovação Tecnológica.