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Comandos
Eltricos
Colgio Tcnico de Campinas COTUCA/UNICAMP
Prof. Romeu Corradi Jnior
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1. INTRODUO
A representao dos circuitos de comando de motores eltricos feita normalmente atravs
de dois diagramas:
Diagrama de fora: representa a forma de alimentao do motor fonte de energia;
Diagrama de comando: representa a lgica de operao do motor.
Em ambos os diagramas so encontrados elementos (dispositivos) responsveis pelo
comando, proteo, regulao e sinalizao do sistema de acionamento.
A seguir estes elementos so abordados de forma simplificada no intuito de fornecer
subsdios mnimos para o entendimento dos sistemas (circuitos) de comandos eletromagnticos.
2. DISPOSITIVOS DE COMANDO
So elementos de comutao destinados a permitir ou no a passagem da corrente eltrica
entre um ou mais pontos de um circuito. Os tipos mais comuns so:
Chave sem reteno ou impulso
um dispositivo que s permanece acionado mediante aplicao de uma fora externa.
Cessada a fora, o dispositivo volta situao anterior. Este tipo de chave pode ter,
construtivamente, contatos normalmente abertos (NA) ou normalmente fechados (NF), conforme
mostra figura 1.
Figura 1: Chaves Tipo Impulso
Chave com reteno ou trava
um dispositivo que uma vez acionado, seu retorno situao anterior acontece somente
atravs de um novo acionamento. Construtivamente pode ter contatos normalmente aberto (NA)
ou normalmente fechado (NF) conforme mostra a figura 2.
Figura 2: Chaves Tipo Trava
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Chave de contatos mltiplos com ou sem reteno
Existem chaves com ou sem reteno de contatos mltiplos NA e NF. A figura 3 mostra
estes dois modelos.
Figura 3: Chaves de contatos mltiplos
Chave seletora
um dispositivo que possui duas ou mais posies podendo selecionar uma ou vrias
funes em um determinado processo. Este tipo de chave apresenta um ponto de contato comum(C) em relao aos demais contatos. A figura 4 apresenta dois tipos de chaves seletoras.
Figura 4: Chaves seletoras
Para a escolha das chaves, devem-se levar em considerao as especificaes de tenso
nominal e corrente mxima suportvel pelos contatos.
Rel
Este dispositivo formado basicamente por uma bobina e pelos seus conjuntos de contatos.
A figura 5 mostra a estrutura fsica de um rel e seu smbolo eltrico.
Figura 5: Rel
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Energizando-se a bobina os contatos so levados para suas novas posies permanecendo
enquanto houver alimentao da bobina. Um rel, construtivamente pode ser formado por vrios
conjuntos de contatos. Uma das grandes vantagens do rel a isolao galvnica entre os
terminais da bobina e os contatos NA e NF, alm da isolao entre os conjuntos de contatos. A
figura 6 mostra outra vantagem dos rels, que a possibilidade de acionar cargas com tenses
diferentes atravs de um nico rel.
Figura 6:Acionamento isolado com rel
Outra propriedade muito explorada nos rel a propriedade de memria atravs de circuito
de auto-reteno ilustrado na figura 7.
Figura 7: Circuito de auto-reteno
A chave (botoeira) (S1) aciona a bobina (K) fazendo que seu contato auxiliar (K) crie outro
caminho para manuteno da bobina energizada. Desta forma, no ocorre o desligamento do rel
ao desligar a chave (botoeira) (S1). Este contato auxiliar comumente denominado de contato de
reteno ou selo. Para desligamento utiliza-se a chave (botoeira) (S2).
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Contator
Assim como o rel o contator uma chave de comutao eletromagntica direcionado,
geralmente, para cargas de maior potncia. Possui contatos principais (para energizao da
carga) e auxiliares NA e NF com menor capacidade de corrente. Este ltimo utilizado para
auxlio nos circuitos de comando e sinalizao alm do acionamento de outros dispositivos
eltricos. A figura 8 mostra seu smbolo e aplicaes.
Figura 8: Contator
Para especificao do contator devem-se levar em conta alguns pontos: nmero de
contatos, tenso nominal da bobina, corrente mxima nos contatos e condies de operao
definindo as categorias de emprego. A figura 8 (c) mostra um esquema de auto-reteno anlogo
ao mostrado com rel.
3. DISPOSITIVOS DE PROTEO
So elementos intercalados no circuito com o objetivo de interromper a passagem de
corrente eltrica sob condies anormais, como curtos-circuitos ou sobrecargas. Os dispositivos
de proteo mais comuns so:
Fusvel
O princpio de funcionamento do fusvel baseia-se na fuso do filamento e conseqente
abertura do filamento quando por este passa uma corrente eltrica superior ao valor de sua
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especificao. A figura 9 apresenta um fusvel tipo cartucho e seu smbolo. Temos ainda os
fusveis do tipo DIAZED, NH, etc, para maior capacidade de corrente.
Figura 9: Fusvel cartucho
Os fusveis geralmente so dimensionados 20% acima da corrente nominal do circuito. So
classificados em retardados e rpidos. O fusvel de ao retardada usado em circuitos nos
quais a corrente de partida muitas vezes superior corrente nominal. o caso dos motores
eltricos e cargas capacitivas. J o fusvel de ao rpida utilizado em cargas resistivas e na
proteo de componentes semicondutores, como o diodo e o tiristor em conversores estticos de
potncia.
Disjuntor Termomagntico
O disjunto termomagntico possui a funo de proteo e, eventualmente, de chave.
Interrompe a passagem de corrente ao ocorrer uma sobrecarga ou curto-circuito. Define-se
sobrecarga como uma corrente superior a corrente nominal que durante um perodo prolongado
pode danificar o cabo condutor e/ou equipamento. Esta proteo baseia-se no princpio da
dilatao de duas lminas de metais distintos, portanto, com coeficientes de dilatao diferentes.
Uma pequena sobrecarga faz o sistema de lminas deformarem-se (efeito trmico) sob o calor
desligando o circuito.
Figura 10: Princpio de proteo para sobrecarga
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A proteo contra curto-circuito se d atravs de dispositivo magntico, desligando o circuito
quase que instantaneamente (curva de resposta do dispositivo).
Os disjuntores podem ser: monopolares, bipolares e tripolares. Algumas vantagens:
religvel, no precisa de elemento de reposio, pode eventualmente ser utilizado como chave de
comando.
Figura 11: Smbolos eltricos do disjuntor
Rel de sobrecarga ou trmicoO princpio de funcionamento do rel de sobrecarga baseia-se na dilatao linear de duas
lminas metlicas com coeficientes de dilatao trmicas diferentes, acopladas rigidamente
(bimetal). Quando ocorre uma falta de fase, esta se reflete num aumento de corrente, provocando
um aquecimento maior e, consequentemente, um acrscimo na dilatao do bimetal. Essa
deformao aciona a abertura do contato auxiliar que interrompe a passagem da corrente para a
bobina do contator, desacionando, com isso, a carga. Para ligar novamente a carga devemos
acionar manualmente o boto de rearme do rel trmico.
O rel trmico possui as seguintes partes principais: Contato auxiliar (NA + NF) de comando da bobina do contator;
Boto de regulagem da corrente de desarme;
Boto de rearme de ao manual;
Trs bimetais.
A figura 12 apresenta uma aplicao do rel trmico na proteo de motores eltricos
trifsicos.
Figura 12: Circuito de potncia
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4. DISPOSITIVOS DE REGULAO
So elementos destinados a regular o valor de variveis de um processo automatizado, tais
como: velocidade, tempo, temperatura, presso, vazo, etc. Os tipos mais comuns so colocados
a seguir.
Reostato
um componente de resistncia varivel que serve para regular correntes de intensidade
maior em sistemas eltricos (ex. controle de velocidade em motor CC).
Figura 13: Representao e formas de reostato
Potencimetro
Apresenta a mesma funo que o reostato atuando com intensidade de corrente menor em
circuitos eletrnicos de comando e regulao.
Transformador
um componente que permite adaptar o valor de uma tenso alternada. O transformador
bsico formado por duas bobinas isoladas eletricamente, enroladas em torno de um ncleo de
ferro silcio.
Figura 14: Transformador e smbolo eltrico
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Na figura 14 temos que:
: fluxo magntico
Vp: tenso primria (primrio do transformador)
Vs: tenso secundria (secundrio do transformador)
Ip: corrente primria
Is: corrente secundria
Np: nmero de espiras do primrio
Ns: nmero de espiras do secundrio
Vale a relao:
Ns
Np
Vs
Vpa ==
Onde a a relao de tenso ou relao de espiras. Para a>1 transformador abaixador;
a
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Figura 16: Rel com retardo no desligamento
Contador de impulsos eltricos
Este dispositivo realiza a contagem progressiva, mediante a ao de impulsos eltricos, na
bobina contadora. Estes impulsos so provenientes de rels, contadores, chaves, sensores
eltricos etc. A programao realizada pelo usurio atravs de chaves do tipo impulso localizado
no painel deste dispositivo. O acionamento dos contatos do contator ocorre quando o nmero de
impulsos eltricos na bobina contadora for igual ao valor programado pelo usurio. A figura 17
ilustra o seu funcionamento.
Figura 17: Contador de impulsos eltricos
5. DISPOSITIVOS DE SINALIZAO
So componentes utilizados para indicar o estado em que se encontra um painel de
comando ou processo automatizado. As informaes mais comuns fornecidas atravs destes
dispositivos so: ligado, desligado, falha e emergncia.
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Indicador visual
Os indicadores visuais fornecem sinais luminosos indicativos de estado, emergncia, falha
etc. So os mais utilizados devido simplicidade, eficincia (na indicao) e baixo custo. So
fornecidos por lmpadas ou LEDs. As cores indicadas na tabela da figura 18 so recomendas.
Figura 18: Smbolo eltrico e cores utilizadas em um indicador luminoso.
Indicador acstico
Os indicadores acsticos fornecem sinais audveis indicativos de estado, falha, emergncia
etc. So as sirenes e buzinas eltricas. Utilizados em locais de difcil visualizao (para
indicadores luminosos) e quando se deseja atingir um grande nmero de pessoas em diferentes
locais.
Figura 19: Smbolo de indicador acstico.
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6. COMANDO E PARTIDA DE MOTORES
6.1 MOTORES MONOFSICOS
TAREFA A: Ligar um motor monofsico, comandado atravs de um contator, com proteode rel bimetlico.
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TAREFA B: Efetuar a reverso de rotao de um motor monofsico atravs de contatores.
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Verificar a possibilidade de um circuito de fora e comando utilizando apenas dois contatores.
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6.1 MOTORES TRIFSICOS
TAREFA A: Ligar um motor trifsico comandado atravs de um contator, com proteo derel bimetlico partida direta.
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TAREFA B: Efetuar a reverso de rotao de motores trifsicos utilizando contatores.
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TAREFA C: Efetuar a partida de motor trifsico atravs de chave estrela-tringulo utilizandocontatores e rel temporizado.
Fazer o levantamento de equipamentos;
Elaborar um descritivo de funcionamento.
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TAREFA D: Efetuar a partida de motor trifsico atravs de chave estrela-tringulo comreverso de rotao.
Fazer o circuito de fora e comando;
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7. PROTEO CONTRA CURTO-CIRCUITO
Um curto-circuito pode ser definido como uma ligao acidental de condutores sob tenso. A
impedncia desta ligao praticamente desprezvel, com a corrente atingindo um valor muito
maior que a corrente de operao. Tanto o equipamento quanto a instalao eltrica podero
sofrer esforos trmicos e eletrodinmicos excessivos. Existem trs tipos de curto-circuito:
trifsico entre os trs condutores de fase, monofsico entre dois condutores de fase e o curto-
circuito para terra, entre um condutor de fase e um condutor neutro ou de proteo aterrado.
A NBR 5410/97 prescreve que todo circuito, incluindo circuito terminal de motor, deve ser
protegido por dispositivos que interrompam a corrente, quando pelo menos um dos
condutores for percorrido por uma corrente de curso-circuito. A interrupo deve ocorrer num
tempo suficiente curto para evitar a deteriorao dos condutores. Esta interrupo deve-se dar
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Eletromecnica - Comandos Eltricos Prof Wesley de Almeida Souto Compilado I
por dispositivo de seccionamento automtico. A norma aceita a utilizao de fusveis ou
disjuntores para proteo especfica contra curto-circuitos.
Os dispositivos fusveis podem ser do tiop gG, gM ou aM. Para aplicaes normais exigem-se
fusveis tipo g, subtendendo os tipos gG e gM. Os dispositivos gG podem garantir proteo
simultnea contra curto-circuito e sobrecarga. Pos isso so considerados de uso geral. Os
dispositivos gM oferecem proteo apenas contra curto-circuito, sendo mais indicados para
proteo de circuitos de motores. Dadas as peculiaridades de partida do motor, especialmente
em altas correntes de partida, os dispositivos fusveis gG ou gM so aplicados exclusivamente
na proteo contra curto-circuito, dando-se preferncia aos fusveis gM.
As formas construtivas mais comuns dos fusveis aplicados nos circuitos de motores so os
tipos D e NH. O fusvel tipo D recomendado para o uso residencial e industrial, uma vez que
possui proteo contra contatos acidentais, podendo ser manuseado por pessoal no
qualificado. Os fusveis tipo NH devem ser manuseados por pessoas qualificadas, sendo
recomendados para ambientes industriais e similares. Os fusveis gG e gM so caracterizados
por uma corrente nominal, ou seja, a corrente que pode circular pelo fusvel por um tempo
indeterminado sem que haja interrupo, pela tenso mxima de operao e pela capacidade
de interrupo. A capacidade de interrupo a mxima corrente para o qual o fusvel pode
garantir a interrupo; geralmente a unidade utilizada o kA (quiloampre). A capacidade de
interrupo deve ser no mnimo igual corrente de curto-circuito presumida no ponto da
instalao.
Os fusveis apresentam curvas caractersticas do tempo mximo de atuao em funo da
corrente.
Para uma corrente I > In o fusvel
seguramente promover a interrupo do
circuito aps um tempo t.
Existem fusveis tipo D para as seguintes
correntes nominais: 2, 4, 6, 10, 16, 20, 25, 35,
50 e 63A. Os fusveis tipo NH so produzidos
para as seguintes correntes nominais: 10, 16,
20, 25, 35, 50, 63, 100, 125, 160, 200, 224,
250, 300, 315, 355, 400, 500 e 630 A.
A NBR 5410/97 recomenda a proteo de
circuitos terminais de motores por fusveis
com capacidade nominal dada por:
In = IRB.K
Em que IRB a corrente de rotor bloqueado do motor e K dado pela tabela a seguir. Quando
o valor obtido no corresponder a um valor padronizado, pode ser utilizado dispositivo fusvel
de corrente nominal imediatamente superior.
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IRB (A) KIRB
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Partida direta com reverso coordenada com fusvelDestina-se mquinas que partem em vazio ou com carga permitindo a inverso do sentido darotao. Para partidas prolongadas ( pesadas ) deve-se ajustar as especificaes do contator,rel de sobrecarga, condutores etc.
Partida estrela-tringulo coordenada com fusvelDestina-se mquinas que partem em vazio ou com conjugado resistente baixo, praticamenteconstante, tais como, mquinas para usinagem de metais ( tornos, fresas, etc ). Partidasnormais (
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de rotao. Partidas normais (
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Partida Direta Siemens Circuito de Fora
Partida Direta Siemens Circuito de Comando
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Partida Direta Siemens com Reverso Circuito de Fora
Partida Direta Siemens com Reverso Circuito de Comando
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Partida Estrela-Tringulo Siemens Circuito de Fora
Partida Estrela-Tringulo Siemens Circuito de Comando
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Partida com autotransformadorSiemens Circuito de Fora
Partida com autotransformadorSiemens Circuito de Comando
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Partida Suave Softstarter
Partida Suave Softstarter