Colóquio Linguagem e Trabalho Docente - fe.usp.br · Prof. Dr. José Anchieta de O. Bentes (UEPA)...

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Colóquio Linguagem e Trabalho Docente 1º a 02/06/2012 Caderno de Programa e Resumos Grupo de Pesquisa LIPRE (Linguagem na prática escolar) Faculdade de Educação Universidade de São Paulo 2012

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Colóquio Linguagem e Trabalho Docente

1º a 02/06/2012

Caderno de Programa e Resumos

Grupo de Pesquisa LIPRE (Linguagem na prática escolar)

Faculdade de Educação

Universidade de São Paulo

2012

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

Reitor: Prof. Dr. João Grandino RodasVice-Reitor: Prof. Dr. Hélio Nogueira da Cruz

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

Diretora: Profa. Dra. Lisete Regina Gomes ArelaroVice-Diretora: Profa. Dra. Marília Esposito

COMISSÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO

Presidente : Prof. Dr. Afrânio CataniVice-Presidente : Profa. Dra. Maria Isabel de Almeida

LINHA DE PESQUISA LINGUAGEM E EDUCAÇÃO

Coordenador: Prof. Dr. Emerson de PietriVice-coordenadora: Profa. Dra. Isabel Gretel María Eres Fernández

DEPARTAMENTO DE METODOLOGIA DE ENSINO EEDUCAÇÃO COMPARADA (EDM)

Chefe: Profa. Dra. Sônia Maria Vanzella CastellarChefe associada: Profa. Dra. Leny Magalhaes Mrech

ÁREA DE LINGUAGEM DO EDMCoordenadora: Prof. Dra. Cláudia Rosa RiolfiVice-coordenadora: Profa. Dra. Lívia de Araújo Donnini Rodrigues

COMISSÃO ORGANIZADORA

COORDENAÇÃO GERAL Sandoval Nonato Gomes Santos (FEUSP)

Ângela Kim Arahata (Escola da Vila-SP)Caroline Seixas (Rede Particular-Osasco)Claudemir Cunha Lins (PG-FEUSP)Heloísa Gonçalves Jordão (PG-FEUSP)Henrique Silva Perez (G-IFUSP)Maria da Conceição Azevedo (PG-FEUSP)Maria Tereza Martins Mora (PG-FEUSP)Natalie Archas Bezerra (PG-FEUSP)Rogério Martins Muraro (PG-FEUSP)Sérgio Rodrigo Mélega (Rede Particular-SP)Suzana Berenguer Camacho (SME-SP)Valdiana do Bomfim Alves (PG-FEUSP)

REALIZAÇÃO

Grupo de Pesquisa LIPRE (Linguagem na prática escolar: processos de aprendizagem, trabalho e formação docente)Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo

APOIO

Programa de Pós-Graduação em Educação/Linha de Pesquisa Linguagem e Educação - FEUSPDepartamento de Metodologia de Ensino e Educação Comparada (EDM - FEUSP)Comissão de Cooperação Internacional (CCInt-USP)Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)

Universidade de São Paulo

ÍNDICE

Apresentação 7

Programação geral 8

Atividades

Conferência de Abertura / Encerramento 9

Mesa Redonda 1 10

Mesa Redonda 2 11

Mesa Redonda 3 12

Sessões de Comunicações de Estudos em Curso 13

Resumos 17

Índice de autores 39

Mapas de Localização 41

Informações do Campus 43

Sugestões Bibliográficas 45

Lançamento 45

Re-lançamentos 45

7ATIVIDADES

COLÓQUIO LINGUAGEM ETRABALHO DOCENTE

APRESENTAÇÃO

O desafio de aproximar a reflexão sobre a linguagem da compreensão da prática de ensino aparece em diferentes momentos do percurso da produção acadêmica brasileira, no campo dos estudos da linguagem (linguística e linguística aplicada) e dos estudos em educação (fundamentos, metodologias e didáticas das disciplinas escolares), entre outros.

Essa relação de aproximação baseia-se, entre outras motivações, na percepção mais ampla do ensino como ação semioticamente determinada. Com efeito, é por meio da linguagem que se materializa a intencionali-dade didática do trabalho de ensino, compreendido, já em seu sentido etimológico, como en-sign-are – fazer conhecer pelos signos.

Decorre dessa percepção uma questão de mão dupla: como a linguagem dá corpo ao trabalho de ensino e, complementarmente, como o trabalho de ensino determina os modos com que a linguagem se constitui no ambiente didático. Trata-se de questão complexa, uma vez que supõe considerar, entre outras, determi-nações de natureza sociológica, cultural e histórica, bem como aquelas decorrentes das vicissitudes das interações em sala de aula entre professor e aluno.

Atento à complexidade dessa questão e na esteira de iniciativas acadêmicas interessadas no incremento da reflexão sobre a escola, o Colóquio Linguagem e Trabalho Docente propõe cotejar a contribuição de pesquisadores brasileiros e estrangeiros de diferentes áreas da pesquisa em linguagem e em educação a fim de discutir sobre os desafios teóricos, metodológicos e aplicados supostos na reflexão sobre a relação entre linguagem e trabalho de ensino.

Com base nesse objetivo geral, são três as questões em que se assentam as discussões do Colóquio:

(a) Quais aportes teóricos tem subsidiado e podem subsidiar a reflexão sobre o trabalho do professor?

(b) Quais procedimentos e dispositivos metodológicos são e podem ser convocados nessa reflexão?

(c) Quais as perspectivas da pesquisa sobre a linguagem na prática de ensino?

As discussões ensejadas por essas questões podem fornecer subsídios teóricos e metodológicos para a descrição e análise de práticas de ensino em diferentes contextos culturais e institucionais. Elas também permitem recolocar, para a pesquisa acadêmica que desenvolvemos no país, o problema mais amplo de que estatuto é este que se delineia para a escola como agência de letramento central em sociedades multiface-tadas como a brasileira.

Sandoval Nonato Gomes-Santos

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PROGRAMAÇÃO GERAL

1º/06/2012 - Sexta-feira

8h - 10h | Café (Ponto de Encontro)

10h - 11h30 | Conferência de Abertura

Profa. Dra. Anna Christina Bentes (UNICAMP) Local: Auditório da Escola de Aplicação da FE-USP

11h30 - 13h30 | Intervalo

13h30 - 15h30 | Mesa-redonda 1 Linguagem e ensino: aportes teóricos

Profa. Dra. Ana Maria Mattos Guimarães (UNISINOS) Profa. Dra. Cristiane Maria Cornelia Gottschalk (FEUSP)Profa. Dra. Zilda Gaspar Oliveira de Aquino (FFLCH-USP)

Local: Auditório da Escola de Apli cação da FEUSP 15h30 - 16h | Café (Ponto de Encontro)

16h - 18h | Mesa-redonda 02 Linguagem e ensino: método

Profa. Dra. Glaís Sales Cordeiro (UNIGE, Suíça)Prof. Dr. Marcelo Giordan (FE-USP) Profa. Dra. Marise Mamede Galvão (UFRN)

Local: Auditório da Escola de Aplicação da FE-USP

18h30 - 20h | SCEC - Sessões de Comunicações de Estudos em Curso

Local: Auditório da FE-USP/Auditório da Escola de Aplicação da FE-USP/Salas de Aula da FE-USP

20h - 22h | Programação Cultural, Coquetel e (Re)Lança-mento de livros

2/06/2012 - Sábado

8h - 9h | Café (Ponto de Encontro)

9h - 11h | Mesa-redonda 03 Linguagem e Prática de Ensino: perspectivas de pesquisa

Profa. Dra. Eliane G. Lousada (FFLCH-USP) Prof. Dr. José Anchieta de O. Bentes (UEPA) Prof. Dr. Elio Carlos Ricardo (FE-USP)

Local: Anfiteatro do Departamento de História - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP

11h30 - 13h30 | Conferência de Encerramento

Prof. Dr. Bernard Schneuwly (UNIGE, Suíça)

Local: Anfiteatro do Departamento de História - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP

13h30 - 14h | Despedidas e Desdobramentos

Local: Anfiteatro do Departamento de História - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP

9ATIVIDADES

COLÓQUIO LINGUAGEM ETRABALHO DOCENTE

CONFERÊNCIA DE ABERTURA

CONFERÊNCIA DE ENCERRAMENTO

ATIVIDADES

1/06/2012 | Sexta-feira | 10h - 11h30Auditório da EA-FEUSP

Anna Christina Bentes (IEL-UNICAMP)

Professora do Instituto de Estudos da Linguagem da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Doutorado em Linguística (UNICAMP, 2000). Organizou a coleção “Introdução à Linguística”, volumes 1, 2 e 3 (com Fernanda Mussalim). É autora do livro didático “Linguagem: práticas de leitura e escrita”, volume 2. Orga-nizou e traduziu a obra “Língua como prática social: sobre as relações entre língua, cultura e sociedade a partir de Bourdieu e Bakhtin” (em colaboração com Renato Rezende e Marco Antônio Machado), composta por artigos de William Hanks. É coordenadora do Grupo de Trabalho “Linguística Textual e Análise da Conversação” (ANPOLL- Biênio 2010-2012) , e membro do Comitê Gestor e Editorial da Cortez Editora.

Questões-expectativas:

(a) Em que medida uma concepção de linguagem como prática social pode-nos ajudar a pensar a prática escolar como lócus social particular de reconfiguração das práticas sociais de linguagem?

(b) Como questões caras aos estudos da linguagem como as relações entre texto e con-texto, a diversidade linguística e os processos e recursos de textualização podem nos ajudar a interpretar a sala de aula da escola brasileira da atualidade?

Bernard Schneuwly (UNIGE, Suíça)

Professor de Didática de Línguas da Universidade de Genebra (UNIGE). Diretor do Instituto Universitário de Formação de Professores (Institut universitaire de formation des enseignants – http://www.unige.ch/iufe/institut.html). É autor, em co-autoria com Joaquin Dolz, de “Gêneros orais e escritos na escola” (Mercado de Letras, 2004). Publicou com Joaquin Dolz, em colaboração com o grupo de pesquisa GRAFE (Groupe de Recherche en Analyse du Français Enseigné), o volume Des objets enseignés en classe de français – Le travail de l’enseignant sur la rédaction de texts argumentatifs et sur la subordonnée relative (Presses Universitaires de Rennes, 2009).

Questões-expectativas:

(a) Como a teoria do trabalho docente pode ajudar a pensar as interações em sala de aula e a formação do professor?

(b) Como os conteúdos são incorporados no trabalho de ensino?

(c) Há princípios gerais do trabalho de ensino considerando-se diferentes contextos so-cioculturais e institucionais?

(d) Quais os desafios de um programa de pesquisa voltado à descrição do traba-lho de ensino na interfce das didáticas de diferentes disciplinas escolares (didática comparada)?

2/06/2012 | Sábado | 11h30 -13h30Local: Anfiteatro do Departamento de História - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP

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MESAS REDONDAS

MESA REDONDA 1

LINGUAGEM E ENSINO: APORTES TEÓRICOS

1º/06/2012 | Sexta-feira | 13h30-15h30 Auditório da EA-FEUSP

Descritivo

Trata-se de uma Mesa que pretende colocar em discussão os aportes teóricos que podem subsidiar a reflexão sobre a prática de ensino. A proposta é que o tema seja abordado com base na pesquisa que os pesquisadores participantes vem desenvolvendo: nas áreas de filosofia da educação, de linguística aplicada e de linguística.

Cristiane Maria Cornelia Gottschalk (FE-USP)

Professora da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. Doutorado em Educação (Filosofia da Educação) pela Universidade de São Paulo (FE-USP, 2002). Pesquisadora do grupo Filosofia da Linguagem e do Conhecimento e membro do núcleo de sustentação do GT-Wittgenstein da ANPOF. Coordena atualmente a organização e preser-vação do acervo José Mario Pires Azanha (FEUSP) e é coordenadora da área temática de Filosofia e Educação no programa de pós-graduação da FEUSP.

Ana Maria Mattos Guimarães (UNISINOS)

Professora titular da Universidade do Vale do Rio dos Sinos, onde coordena o Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada. Doutorado em Linguística e Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS,1990). Investiga o agir docente em salas de aula de Língua Portuguesa, sobretudo nas suas interações com os alunos. Atual-mente, coordena o Projeto de Pesquisa “Por uma formação continuada cooperativa para o desenvolvimento do processo educativo de leitura e produção textual escrita no Ensino Fundamental”.

Zilda Gaspar Oliveira de Aquino (FFLCH-USP)

Professora do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas, da FFLCH/USP. Doutora-do em linguística pela Universidade de São Paulo (FFLCH-USP, 1997). Lidera o Grupo de Estudos do Discurso da USP (GEDUSP) e coordena o subgrupo Teorias da Argumentação. Editora responsável pela Revista Linha D’Água. Coordenou a Área de Filologia e Língua Portuguesa, do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas (FFLCH-USP), de 2008 a 2010.

Questões-expectativas

(a) Quais aportes teóricos podem subsidiar a reflexão sobre a prática educacional e, mais particularmente, sobre a prática de ensino, considerando-se o modo com que a linguagem nela se constitui?

(b) A que tradições teóricas esses aportes se vinculam e quais as articulações teóricas possíveis?

(c) Como a reflexão sobre a natureza da prática de ensino pode subsidiar a problematização e o incremento dos aportes teóricos convocados? Quais os novos desafios teóricos?

11ATIVIDADES

COLÓQUIO LINGUAGEM ETRABALHO DOCENTE

MESA REDONDA 2

LINGUAGEM E ENSINO: MÉTODO

1º/06/2012 | Sexta-feira | 16h-18h Auditório da EA-FEUSP

Descritivo

Trata-se de uma Mesa que pretende colocar em discussão os métodos, instrumentos e recursos que tem guiado a geração, descrição e análise de dados sobre a prática de ensino. A proposta é que o tema seja abordado com base na pesquisa que os pesquisa-dores participantes vem desenvolvendo: nas áreas de linguística aplicada, de educação em ciências e de linguística.

Glaís Sales Cordeiro (UNIGE, Suiça)

Professora de didática do francês na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Genebra desde 2002. Doutorado em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP, 1998). É membro do grupo GRAFE (Groupe de Recherche pour l’Analyse du Français Enseigné) e da equipe internacional OPEN (Observation des pratiques enseignantes). Foi assistente de Bernard Schneuwly, de Joaquim Dolz e de Uli Frauenfelder durante seu pós-doutorado na Facul-dade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Genebra.

Marcelo Giordan Santos (FE-USP)

Professor livre-docente do Departamento de Metodologia de Ensino e Educação Comparada (EDM) da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FE-USP). Doutorado em Química pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP, 1997). Realiza pesquisas nas áreas de Educação em Ciências e Tecnologias Educativas, além de projetos de extensão, principalmente na formação de professores. Membro do grupo de pesquisa Ábaco (www.lapeq.fe.usp.br). Atualmente, coordena o Projeto de Pesquisa “A escola no contexto da cultura científica dos estudantes do Ensino Médio: um estudo sobre a percepção de Ciência e Tecnologia”.

Marise Adriana Mamede Galvão (UFRN)

Professora do Departamento de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (campus Currais Novos). Doutorado em Língua Portuguesa e Linguística pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP-Arara-quara, 2004). Coorganizadora do livro “Dizeres dispares: ensaios de linguística e litera-tura” (João Pessoa: Ideia, 2010).

Questões-expectativas

(a) Para quais dados se tem voltado a pesquisa sobre a prática de ensino?

(b) Quais procedimentos metodológicos permitem a geração significtiva de dados para a pesquisa sobre prática de ensino, considerando-se a complexidade das interações de nossas salas de aula?

(c) Quais ferramentas de tratamento, de descrição e de análise dos dados tem sido utilizadas? Que dimensões da realidade elas permitem captar? Que desafios elas inspiram?

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MESA REDONDA 3

LINGUAGEM E ENSINO: PERSPECTIVAS DE PESQUISA

2/06/2012 | Sábado | 9h-11h

Local: Anfiteatro do Departamento de História - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP

Descritivo

Trata-se de uma Mesa que pretende colocar em discussão temas e problemas que a pesquisa sobre a relação entre linguagem e ensino coloca em perspectiva. Ou seja, temas e problemas da agenda de pesquisa sobre a questão. A proposta é que o tema seja abor-dado com base na pesquisa que os pesquisadores participantes vem desenvolvendo: nas áreas de linguística aplicada, de educação especial e de educação em ciências.

Eliane G. Lousada (FFLCH-USP)

Professora do Departamento de Letras Modernas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), área de Língua e Literatura Francesa, na Universidade de São Paulo. Doutorado em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP, 2006). Faz parte do grupo de pesquisa ALTER (Análise de Linguagem, Trabalho e suas Relações) e do grupo LAF (Universidade de Genebra). É co-autora de vários livros didáticos em inglês como língua estrangeira e português como língua materna. Suas pesquisas apoiam-se nos pressupostos teóricos do interacionismo sociodiscursivo, nas teorias de análise dos discursos, na ergonomia da atividade e na clínica da atividade.

José Anchieta de O. Bentes (UEPA)

Professor da Universidade do Estado do Pará (UEPA). Doutorado em Educação Especial (Educação do Indivíduo Especial) pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar, 2010).Colabora no Programa de Pós-graduação em Educação (PPGED-UEPA) – linha de pesquisa Saberes Culturais e Educação na Amazônia. Atua como assessor pedagógico de Educação Especial na Secretaria Municipal de Educação e Cultura (SEMEC) em Belém-Pa. É autor, em co-autoria com Maria Cristina Hayashi, de “Normalidade e disnormalidade: formas do trabalho docente na educação de surdos” (EDUEPB, Campina Grande, 2012).

Elio Carlos Ricardo (FEUSP)

Professor do Departamento de Metodologia de Ensino e Educação Comparada (EDM) da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FE-USP). Doutorado em Educação Científica e Tecnológica pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC, 2005). Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Epistemologia. Entre os temas sobre os quais atua estão: didática das ciências, epistemologia e formação de professores. Integra a equipe de pesquisa do Projeto Temático “Inovação Curricular em Física: transposição didática de teorias modernas e a sobrevivência dos saberes” (FAPESP, 2009-2013).

Questões-expectativas

(a) Quais temas e problemas tem sido colocados em perspectiva pela pesquisa sobre a prática de ensino? Quais os novos achados?

(b) Quais dimensões das práticas de ensino exigem (re)investimento da reflexão acadêmi-ca brasileira?

(c) Quais os componentes de um programa científico para a pesquisa sobre a sala de aula brasileira? Como pensar em redes de colaboração?

13ATIVIDADES

COLÓQUIO LINGUAGEM ETRABALHO DOCENTE

SESSÕES DE COMUNICAÇÕES DE ESTUDOS EM CURSO

Descritivo

As sessões de CEC são destinadas à exposição de estudos em andamento de: a) professores pesquisadores do ensino superior convidados pela Coordenação do Colóquio; b) pós-graduandos de Mestrado e Doutorado, orientandos dos pesquisadores convidados do Colóquio.

Questões-expectativas

(a) Qual o tema, o objetivo e a filiação teórica e acadêmica do estudo?

(b) De que tipo é a pesquisa? Qual seu corpus? Quais os procedimentos metodológicos de geração dos dados?

(c) Quais as ferramentas para a descrição e análise dos dados?

(d) Há resultados preliminares?

1º/06/2012 | Sexta-feira | 18h30 - 20h

Local: Salas de Aula FE-USP (Bloco B)

Sessão 1 |

18h30 “SER PROFESSOR É...” – REPRESENTAÇÕES DO FAZER DOCENTE (DES/RE)VELADAS NA AÇÃO DO PROFESSOR

Anneliese Maria Bento Gama de Carvalho (Universi-dade Federal de Minas Gerais/Pontifícia Universida-de Católica de Minas Gerais)

Sala 102 Bloco BFEUSP

18h50 APRENDIZAGEM DO MÉTIER: COMO OS PROFESSORES DE LÍNGUA ESTRANGEIRA CONCEBEM O INTERCULTURAL ?

Emily Caroline da Silva (PG-Universidade de São Paulo)

19h10 OS MODOS DE VIDA DE PROFESSORAS APO-SENTADAS: IDENTIDADES E SABERES

Isabel Cristina França dos Santos Rodrigues (Universidade Federal do Pará)

19h30 Discussão

Sessão 2 |

18h30 O TRABALHO DOCENTE: REPRESENTAÇÕES, INSTRUMENTOS E FORMAÇÃO INICIAL Profa. Dra. Luzia Bueno (Universidade São Francisco)

Sala 104 Bloco BFEUSP

18h50 GÊNEROS PARA ENSINAR: A APROPRIAÇÃO DO PROJETO DE ENSINO Caroline Seixas (Rede de Ensino - Osasco, SP)

19h10 O TRABALHO DO PROFESSOR DE LÍNGUA(GEM) E OS SABERES ARTICULADOS: DA FORMAÇÃO INICIAL À DOCÊNCIA

Rita de Nazareth Souza BentesSueli Pinheiro da SilvaSuzanny Pinto Silva(Universidade do Estado do Pará)

19h30 Discussão

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Sessão 3 |

18h30 O LUGAR DA MEDIAÇÃO DOCENTE EM AULAS DE INGLÊS A UM ALUNO DIAGNOSTICADO “DISLÉXICO”

Juliana Reichert Assunção Tonelli (Universidade Estadual de Londrina) Glaís Sales Cordeiro (Universidade de Genebra

Sala 106 Bloco BFEUSP

18h50 MOTIVAÇÕES E URGÊNCIAS NO TRABALHO DE ALFABETIZAR

Valdiana do Bomfim Alves (PG- Universidade de São Paulo)

19h10 TRABALHO DOCENTE E LETRAMENTO MULTI-MIDIÁTICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Claudemir Cunha Lins(PG-Universidade de São Paulo)

19h30 Discussão

Sessão 4 |

18h30 O TRABALHO DOCENTE EM CURSO LIVRE: FONTES PRESCRITIVAS

Taiane Malabarba (PG-Universidade do Vale do Rio dos Sinos)

Sala 108 Bloco BFEUSP

18h50 O PROFESSOR INICIANTE E O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA: POR UM NOVO COMEÇO

Maria Tereza Martins Mora (PG-Universidade de São Paulo)

19h10 ANÁLISE DA COERÊNCIA ENTRE AS PEÇAS DO DISCURSO OFICIAL DO ESTADO DE SÃO PAULO VOLTADAS PARA CRIANÇAS COM NÍVEIS DE APRENDIZADO ABAIXO DO ESPERADO

Isabel Villalobos Hrdlicka (PG-Universidade de São Paulo)

19h30 Discussão

Sessão 5 |

18h30 GÊNEROS TEXTUAIS E ENSINO-APRENDIZA-GEM DE LEITURA NO ENSINO FUNDAMENTAL: CONCEPÇÕES DE PROFESSORES E ALUNO

Profa. Dra. Mônica de Souza Serafim(Universidade Federal do Ceará)Profa. Dra. Glaís Sales Cordeiro (Universidade de Genebra)

Sala 110 Bloco BFEUSP

18h50 A ANÁLISE DAS PRODUÇÕES TEXTUAIS DOS ALUNOS E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO DO PROFESSOR

Luiza Guimarães(PG-Universidade de São Paulo)

19h10 GÊNEROS ORAIS COMO OBJETOS DE ENSINO: REPRESENTAÇÕES CONCEITUAIS NA ESCOLA BÁSICA

Tiago Sousa Santos (G-Universidade do Estado do Pará)

19h30 Discussão

15ATIVIDADES

COLÓQUIO LINGUAGEM ETRABALHO DOCENTE

Sessão 6 |

18h30 OS GÊNEROS DO DISCURSO EM “ESTAÇÕES DE APRENDIZAGEM”: UMA PROPOSTA PARA A PRODUÇÃO, INTERPRETAÇÃO E ANÁLISE TEXTUAL

Cibele Cecilio de Faria Rozenfeld (Pós-Doutoranda-Universidade Federal de São Carlos)

Sala 120 Bloco BFEUSP

18h50 UM OLHAR SOBRE O ENSINO DE LÍNGUA POR-TUGUESA: O GÊNERO TEXTO DRAMÁTICO NAS SÉRIES FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Larissa Minuesa Pontes Marega (PG-Universidade de São Paulo)

19h10 O GÊNERO TEXTUAL COMO MEGAINSTRUMEN-TO PARA O ENSINO-APRENDIZAGEM

Priscila Aguiar Melão (PG-Universidade de São Paulo)

19h30 Discussão

Sessão 7 |

18h30 A COMPETÊNCIA PROFISSIONAL DOCENTE EM UMA PERSPECTIVA MULTIMODAL DE ANÁLISE DO TRABALHO REAL/CONCRETIZADO

Rafaela Fetzner Drey (Instituto Federal do Rio Grande do Sul)

Sala 121 Bloco BFEUSP

18h50 CONTRIBUIÇÕES DO ISD PARA A ANÁLISE DAS SITUAÇÕES DE TRABALHO: UM ESTUDO DA APROPRIAÇÃO DE GESTOS DO MÉTIER “PRO-FESSOR DE FRANCÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA”

Simone Maria Dantas-Longhi (PG-Universidade de São Paulo)

19h10 TRABALHO DOCENTE NO ENSINO SUPERIOR: A CONSTITUIÇÃO DE ESTILOS DE DOCÊNCIA DE PROFESSORES FORMADORES NO INTERIOR DA AMAZÔNIA PARAENSE

Maria da Conceição Azevêdo (Universidade Federal do Pará/PG-Universidade de São Paulo)

19h30 Discussão

Sessão 8 |

18h30 O PROFESSOR E SEU TRABALHO: RELATOS DA EXPERIÊNCIA DE ELABORAÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO NO ESTADO DO PARANÁ

Flavia Fazion (PG-Universidade de São Paulo)

Sala 123 Bloco BFEUSP

18h50 A PRODUÇÃO ESCRITA DE ALUNOS ADO-LESCENTES NA ESCOLA PÚBLICA

Rogério Martins Muraro (PG-Universidade de São Paulo)

19h10 O GÊNERO RELATO DE VIAGEM COMO INSTRU-MENTO DE APRENDIZAGEM DE ALUNOS E PROFESSORES DE FRANCÊS

Suélen Maria Rocha (PG-Universidade de São Paulo)

19h30 Discussão

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Sessão 9 |

18h30 COOPERAÇÃO, DESENVOLVIMENTO E TRAN-SPOSIÇÃO DIDÁTICA NO TRABALHO DOCENTE

Anderson Carnin (PG-Universidade do Vale do Rio dos Sinos)

Sala 139 Bloco BFEUSP

18h50 A PESQUISA COLABORATIVA E O DESENVOLVI-MENTO DO TRABALHO DOCENTE EM AULAS DE ALFABETIZAÇÃO

Heloisa Gonçalves Jordão (PG-Universidade de São Paulo)

19h10 A SONDAGEM NA ALFABETIZAÇÃO COMO DISPOSITIVO DE REGULAÇÃO DE APRENDIZA-GENS

Natalie Archas Bezerra Torini(PG-Universidade de São Paulo)

19h30 Discussão

17RESUMOS

COLÓQUIO LINGUAGEM ETRABALHO DOCENTE

A CONTRIBUIÇÃO DA LINGUÍSTICA TEXTUAL PARA O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA:

ANALISANDO TEXTOS ACADÊMICOS

Anna Christina Bentes (IEL, UNICAMP)

A Linguística Textual é um dos pilares do conhecimento sobre os processos de leitura e produção de textos. Desde os anos 1980, esta disciplina vem influenciando positivamente a formação dos professores de língua portuguesa a partir da sistemati-zação e divulgação dos conceitos de coerência e coesão textual. Durante a conferência, pretendemos apresentar dois dos principais conceitos dessa disciplina (referenciação e tópico discursivo) e mostrar como eles são recursos fundamentais para a análise de textos e para a possibilidade de uma intervenção mais qualificada nos textos escri-tos dos alunos. Nossa proposta é a de trabalhar com textos de natureza científica de forma que os professores possam construir um conhecimento mais aprofun-dado sobre o funcionamento desses textos a partir de uma perspectiva textual. Nosso objetivo geral é o de apresentar os conceitos de referenciação e de tópico discursivo desenvolvidos no interior da Linguística Textual brasileira a partir da análi-se de textos acadêmicos. Nossos objetivos específicos são: a) apresentar breve- mente os conceitos de referenciação e de tópico discursivo; b) analisar os processos referenciais presentes textos acadêmicos; c) analisar os principais tópicos presentes em textos acadêmicos; d) mostrar a importância desses recursos na construção dos textos em geral.

*TRAVAIL DE L’ENSEIGNANT ET GENRES DE TEXTE : UNE APPROCHE INSTRUMENTALE DE L’ENSEIGNEMENT DE

LA LANGUE PREMIÈRE

Bernard Schneuwly (UNIGE, Suíça)

Travailler c’est agir avec des outils ou instruments sur un objet pour le transfor-mer. Qu’est-ce que cette définition peut vouloir dire pour le travail de l’enseignant  ? Et plus particulièrement pour l’enseignement de la langue première  ? Dans notre contribution, nous montrerons quels sont les outils des enseignants et sur quel objet ils travaillent, en nous basant sur la théorie de Vygotski. Dans le domaine plus particulier de l’enseignement des langues, ce sont les genres de texte transposés qui constituent les outils permettant de transformer les capacités des élèves. Cette thèse sera illustrée par des exemples de travail enseignant dans le domaine de l’enseigne-ment de la production de textes écrits.

*TRABALHO DOCENTE E GÊNEROS TEXTUAIS: UMA ABORDAGEM INSTRUMENTAL DO ENSINO DE LÍNGUA MATERNA

Bernard Schneuwly (UNIGE, Suíça)

Trabalhar é agir, pelo uso de instrumentos, sobre um objeto para transformá-lo. O que essa definição pode significar para o trabalho do professor? E, mais particularmente, para o ensino da língua materna? Em nossa contribuição, apresentaremos quais os instrumentos dos professores e sobre qual objeto eles trabalham, baseando-nos na teoria de Vigotski. No domínio mais específico do ensino de línguas, são os gêneros

CONFERÊNCIA DE ABERTURA

CONFERÊNCIA DE ENCERRAMENTO

RESUMOS

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textuais trans-postos para a sala de aula que constituem os instrumentos que permitem transformar as capacidades dos alunos. Essa tese será ilustrada por exemplos de traba-lho docente no domínio do ensino da produção de textos escritos.

Sandoval Nonato Gomes-Santos (Tradução)

A “VIRADA LINGUÍSTICA” E SUAS REPERCUSSÕES NO ENSINO

Cristiane M. C. Gottschalk (Universidade de São Paulo)

A “virada linguística” teve um grande impacto na filosofia do século passado, com repercussões na área educacional através de Gilbert Ryle, Israel Scheffler, John Passmore, e outros que passaram a ser denominados de filósofos analíticos da edu-cação. Estes filósofos da educação, em parte inspirados pelas ideias do filósofo Ludwig Wittgenstein, voltaram seu olhar para conceitos fundamentais da educação, tais como os conceitos de ensino, aprendizagem, compreensão, espírito crítico, currículo, entre outros, com o objetivo de delinear sua gramática lógica e esclarecer, assim, equívocos nas propostas educacionais vigentes. Dando continuidade a esses referenciais teóricos, pretendo apresentar alguns resultados de meu projeto de pesquisa sobre a formação dos conceitos no contexto escolar, como por exemplo, reflexões sobre qual seria o papel do treinamento no ensino, como somos introduzidos aos nossos sistemas de crenças, o que permite que o aluno vá além das instruções que recebe, enfim, indagações provenientes do campo da filosofia da educação tratadas sob a perspectiva da “virada linguística”, que, a meu ver, permite relativizar pressupostos das teorias educacionais em voga (em particular o construtivismo na educação e a pedagogia das competências), com eventuais repercussões em nossas práticas educacionais.

PARECE DIFÍCIL E É MESMO: UMA PROPOSTA DE ANÁLISE DO TRABALHO DOCENTE EM SALA DE AULA

Ana Maria Mattos Guimarães (Universidade do Vale do Rio dos Sinos)

Esta fala traz resultados de projetos desenvolvidos por nosso grupo de pesquisa e nasceu de inquietações a respeito de como se pode avançar na análise do trabalho real, no que reconceitualizamos como trabalho real/concretizado (Guimarães, Drey, Carnin, 2012). Observamos, mais detidamente, como o trabalho docente se mate-rializa no contexto de diferentes práticas de ensino, e postulamos como categoria central para a compreensão desse mesmo trabalho os modos como a linguagem medeia a interação entre professor, aluno(s) e objeto de ensino no processo de ensino-aprendiza-gem em sala de aula de língua portuguesa. Salientamos, como Bronckart (2006), que as interações humanas orientam a aprendizagem, interações que dizem respeito às ativi-dades coletivas mediatizadas pela linguagem e às significações socioculturais que elas produzem. Entendemos que, assim, poderemos iluminar as reflexões acerca do traba-lho docente que vêm sendo realizadas, especificamente em suas dimensões linguística e didática, sob o ponto de vista da constituição da profissionalidade docente. Nesse sentido, considerando os dados das pesquisas que apresentaremos, compreendemos que o agir de um profissional professor se estabelece na interação, na qual a tensão entre as dimensões individual/coletiva se materializa – pois os participantes produzem ações que podem ser interpretadas, concretamente, através dos gestos (cf. Drey, 2011)

MESAS REDONDAS

MESA REDONDA 1LINGUAGEM E ENSINO: APORTES TEÓRICOS

19RESUMOS

COLÓQUIO LINGUAGEM ETRABALHO DOCENTE

e da fala em uma perspectiva individual, mas sempre direcionados a um outro, orienta-dos por um contexto situacional co-construído entre um participante e o outro, ou entre os demais participantes que constroem a interação.

MODALIDADES DA LÍNGUA E ENSINO – CONTRIBUIÇÕES DAS TEORIAS LINGUÍSTICAS

Zilda Gaspar Oliveira de Aquino (Universidade de São Paulo)

A proposta é refletir sobre as práticas discursivas, no que se refere às modalidades falada e escrita, a partir dos aportes teóricos da Linguística de texto e da Análi-se da Conversação, do modo como se desenvolveram no Brasil. Busca-se discutir concepções e apontar para encaminhamentos passíveis de aplicação ao ensino de língua materna, tendo em vista a importância de se conhecerem o processo de produção e a organização do texto falado, para que se compreendam o processo e os mecanismos da produção do texto escrito. São feitas referências aos resulta-dos alcançados por Fávero, Andrade e Aquino (desde 1999), além de Romano (2003) e Marega (2011), entre outros, que revelam a plausibilidade da aplicação dessas teorias linguísticas ao ensino.

OLHAR SOBRE O TRABALHO DO PROFESSOR NO ENSINO DE LEITURA O DISPOSITIVO « FICHÁRIO » COMO INSTRUMENTO DE

APREENSÃO E RECORTE DE DADOS COLETADOS EM SALA DE AULA

Glaís Sales Cordeiro (Universidade de Genebra)

A discussão sobre conceitos e métodos, assim como as relações que mantêm, nas áreas da pesquisa em Ciências da Educação, Linguística Aplicada, Didática de línguas e áreas afins, não é nova, principalmente no que diz respeito ao trabalho docente. Mais recentemente, no mundo francófono, e mais especificamente em Ciências da Educação e em Didática do Francês, diversos pesquisadores dedicaram artigos, números especiais de revistas especializadas, capítulos de livros e livros a tais questões. A presente comunicação busca contribuir para esta discussão a partir do ponto de vista da Didática da leitura, tomando como objeto de investigação o ensino de compreensão em leitura em classes do ensino fundamental. Para tanto, será apresentado o dispositivo metodológico “fichário”, comum a duas pesquisas realiza-das em Genebra, ambas qualitativas, a fim de apreciar e problematizar seu potencial metodológico tendo em vista a análise de dados gerados por pesquisas volta-das para a compreensão do trabalho do professor de língua materna. A primeira pesquisa, mais ampla, efetuada pelo grupo de pesquisa GRAFE-LECT, dirigido por T. Thévenaz e B. Schneuwly, visa descrever e compreender a progressão do ensino ini-cial ao ensino continuado da leitura em classes da 1a a 8a séries do ensino funda-mental. A segunda, realizada por M. Lim, em sua monografia para obtenção da licença em Ciências da Educação Menção Ensino, tem como objetivo descrever e analisar as práticas de ensino da compreensão em leitura em classes de 2a série do ensino fun-damental, buscando também evidenciar aspectos de progressão nos conteúdos ensi-nados durante um ano escolar. O dispositivo “fichário” usado nessas pesquisas prevê dois períodos de coleta, com intervalo de quinze dias, em dois momentos significa-tivos do ano escolar. Ele é composto de duas fontes de dados distintas: uma coleta sistemática de suportes e documentos utilizados nas aulas, organizados por data num fichário e acompanhados de breves comentários descritivos do professor; dois tipos de

MESA REDONDA 1

MESA REDONDA 2

LINGUAGEM E ENSINO: MÉTODO

20

entrevista semi-diretiva com este último, uma sobre o que foi ensinado em classe até então e o que será durante o período da coleta e outra, específica aos suportes e docu-mentos reunidos no fichário, visando a explicitação detalhada das atividades realizadas e de seus objetivos. O conjunto de dados gerados pelo dispositivo permite, assim, a identificação tanto dos objetos ensinados em sala de aula, quanto da progressão do ensino durante um ano escolar.

ALGUMAS QUESTÕES TÉCNICAS E METODOLÓGICAS SOBRE O REGISTRO DA AÇÃO NA SALA DE AULA: FERRAMENTAS DIGITAIS PARA

ORGANIZAÇÃO E TRATAMENTO DE DADOS

Marcelo Giordan Santos (Universidade de São Paulo)

Este estudo faz parte de um programa de pesquisa mais amplo acerca do desenvolvimento cultural humano sob a perspectiva da teoria sociocultural. Neste programa de pesquisa, o computador é visto como uma estação de trabalho que medeia atividades organizadas a partir de um conjunto diversificado de interfaces, e que ainda, no seu limite material, tem nos permitido romper com coerções espaço-temporais como nenhum outro meio nos permitiu até hoje. Da integração explícita dos meios de expressão e registro da ação, do pensamento, da palavra, da imagem no computador, acima de tudo aquilo que mais seria importante, a progra-mação é um categórico distinto. Reconhecemos na programação realizada através de linguagens específicas o fator determinante da convergência de mídias, fenômeno que se verifica irreversível com os avanços das tecnologias digitais. Mobilidade, interati-vi-dade, interfaceamento são outras características da convergência de mídias, que aliadas à programação têm nos feito experimentar, ainda por meio dos aparelhos auditi-vo e visual, novas formas de percepção, memória, e de atribuição de sentido ao mundo. Particularmente neste estudo nos interessa explorar como a programação altera nossa capacidade de organizar e potencialmente analisar os dados audiovisuais extraídos de situações de sala de aula.

ESTRATÉGIAS COLABORATIVAS EM SALA DE AULA NA GRADUAÇÃO: A CONSTRUÇÃO DE UM FOCO COMUM

Marise Adriana Mamede Galvão (Universidade Federal do Rio Grande do Norte)

Neste trabalho, pretendemos focalizar de que forma os participantes constroem o conhecimento na interação. Assumiremos uma postura de que os conhecimentos acadêmico-científicos em sala de aula são co-construídos e se desenvolvem a partir do estabelecimento de um foco comum (Jubran, 2006), considerando as necessidades do ensino e da aprendizagem. Nesse âmbito, estaremos refletindo, a partir de uma análise microetnográfica (Erickson, 1996), como alunos e professores em cursos de graduação se envolvem na interação institucionalizada, a partir de incorporações que fazem os interlocutores nas falas uns dos outros (Hilgert, 2002), a fim de colaborar com os objetivos do conteúdo de ensino e aprendizagem.

MESA REDONDA 2

21RESUMOS

COLÓQUIO LINGUAGEM ETRABALHO DOCENTE

GÊNEROS TEXTUAIS E TRABALHO EDUCACIONAL: A LINGUAGEM REVELANDO PRÁTICAS DE ENSINO

Eliane Gouvêa Lousada (Universidade de São Paulo)

O trabalho educacional, como tantos outros, é constantemente permeado pela linguagem, a tal ponto que foi chamado, por alguns pesquisadores, de “métier” simbólico. Aproximando-nos mais do que Boutet (2001) chama de “a parte linguageira” do trabalho, interessa-nos pensar sobre o papel da linguagem no trabalho educacional, atentando para os textos e gêneros textuais que permeiam essa atividade, sobretudo em contextos de formação profissional. A partir dessas reflexões, esta comunicação tem por objetivo apresentar uma pesquisa em andamento sobre o papel de algums gêneros textuais (por exemplo, o relato de experiência) na formação de jovens professores de língua estrangeira. Baseando-nos, em primeira instância, no quadro teórico do Interacionismo sociodiscursivo (Bronckart, 1999, 2004, 2006, 2008), estamos considerando que o trabalho educacional é uma forma de agir que, como outras, se realiza por meio de ações linguageiras e não linguageiras. Ainda dentro desse quadro teórico-metodológico, assumimos que a linguagem tem papel preponderante no desenvolvimento profissional dos professores em formação e não pode ser dissociada da análise de sua situação de trabalho. Ao lado desses pressupostos teóricos gerais, adotamos, igualmente, os conceitos oriundos de algumas das ciências do trabalho: clínica da atividade (Clot, 1999) e ergonomia da atividade (Faïta, 2004, Amigues, 2004, Saujat, 2004), para as quais a compreensão, análise e transformação das situações de trabalho passa pelo desenvolvimento que se constroi pela linguagem nos textos produzidos nessas circunstâncias. Após a apresentação do contexto em que a pesquisa é desenvolvida, indicaremos os conceitos teóricos gerais que embasam a análise dos dados e apontaremos aspectos que emergem das práticas de ensino e que são suscetíveis de realimentar a reflexão sobre a formação de professores e sobre a pesquisa nessa área, ressaltando o papel da linguagem em todo o processo.

ENSINO A PARTIR DE UMA VARIEDADE DE LINGUAGEM A ALUNOS COM DEFICIÊNCIAS EM AMBIENTE ESCOLAR INCLUSIVO: CAPACIDADES E

POTENCIALIDADES DE APRENDIZAGEM

José Anchieta Oliveira Bentes (Universidade Estadual do Pará)

A questão que motiva esta apresentação na mesa redonda sobre perspectivas de pesquisa é a crítica ao ensino centrado na escrita valorizada que desconsidera as práticas sociais de linguagem dos alunos com deficiência. O objetivo principal é focar nos dispositivos didáticos de ensino e de avaliação da suas capacidades atuais de aprendizagem – a zona de desenvolvimento real –, e a partir desses dispositi-vos criar atividades em diversas variedades de linguagem, de modo que os mesmos se apropriem de novos conhecimentos, suas zonas de desenvolvimento potencial. A pesquisa foi construída no ano 2011, com o uso de uma ficha de avaliação funcional de quatro alunos: um tetraplégico, um deficiente intelectual, um deficiente múltiplo e um surdo, todos estudantes da rede pública municipal de Belém-PA. O uso do dispositi-vo didático ficha de avaliação revelou a necessidade de variedade de linguagem a ser utilizada na sala de aula, em torno de múltiplas semioses, as quais superam a pedago-gia tradicional da alfabetização. Os resultados da pesquisa demonstram que a avaliação e as atividades sugeridas podem proporcionar reflexões e atualizações no currículo que passa a considerar os alunos com deficiência em sala de aula, resultando em um ensino que considere suas capacidades e desenvolva potencialidades de

MESA REDONDA 3

LINGUAGEM E ENSINO: PERSPECTIVAS DE PESQUISA

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aprendizagem: o modo como leem, produzem e usam em contextos sociais diversos suas variadas formas de linguagem.

A LINGUAGEM NO ENSINO DE CIÊNCIAS

Elio Carlos Ricardo (Universidade de São Paulo)

A teoria da Transposição Didática, proposta originalmente por Yves Chevallard na didática da matemática, trata dos processos pelos quais passam os saberes científi-cos até chegarem na sala de aula como saberes a ensinar. Nessa passagem ocorre um conjunto de adaptações, simplificações, reorganizações que podem, em alguns casos, descaracterizar os saberes científicos. Analogias e metáforas, por exemplo, são artifícios usados para facilitar a aprendizagem, mas podem trazer riscos. Desse modo, é fundamental que o professor esteja atento a essas transformações, em especial na linguagem que será usada para compor a textualização daqueles conteúdos que foram eleitos para serem ensinados. Estão entre essas questões aquelas de que trataremos na Mesa Redonda 3 – Linguagem e ensino: perspectivas de pesquisa.

COOPERAÇÃO, DESENVOLVIMENTO E TRANSPOSIÇÃO DIDÁTICA NO TRABALHO DOCENTE

Anderson Carnin (PG-Universidade do Vale do Rio dos Sinos)

Assumindo a noção de ensino como trabalho, a proposta de comunicação apresen-tada visa a discutir a questão da transposição didática como elemento integrante da formação continuada e do agir docente de professores de língua materna. Partindo de uma compreensão cooperativa de formação continuada, na qual (co)constrói-se uma forma de agir docente como uma ponte entre dois mundos: o acadêmico e o da práxis, tem-se uma cultura de trabalho em que o professor realmente tem espaço para desen-volver sua formação. Nesse espaço, acreditamos, é que o professor pode encontrar um campo fértil para a materialização das autoprescrições que ele constrói em seu trabalho – ou seja, de como ele vai transformar suas vontades, seus anseios, em um trabalho que será didática e interacionalmente concretizado em sala de aula. Dizen-do de outro modo: a formação continuada, enquanto elemento integrante do trabalho docente, no que tange ao âmbito das prescrições, do que é dito ao professor sobre o que deve ser feito, é elemento basilar, na contemporaneidade, do trabalho concretizado do professor. Nesse trabalho é que a didática e as práticas de ensino também merecem um espaço de reflexão e de destaque. A prática de elaboração de materiais didáticos e as possibilidades que esse trabalho permite quando posto em ação em sala de aula são, em muitos casos, “novidades” apresentadas aos professores em formação continua-da. A pesquisa em desenvolvimento e que sustenta este trabalho pretende apresentar alguns elementos iniciais que dão conta dessa realidade. Nesse sentido, a comunicação pretende discutir, também, o alargamento da noção de trabalho prescrito, de forma a incluir atividades em cursos de formação continuada que podem ser internalizadas pelo professor e relacionadas ao desenvolvimento da profissionalidade docente.

Palavras-Chave: Formação continuada de professores; Língua materna; Trabalho docen-te; Transposição Didática.

SESSÕES DE COMUNICAÇÕES DE ESTUDOS EM CURSO

MESA REDONDA 3

23RESUMOS

COLÓQUIO LINGUAGEM ETRABALHO DOCENTE

“SER PROFESSOR É...” – REPRESENTAÇÕES DO FAZER DOCENTE (DES/RE)VELADAS NA AÇÃO DO PROFESSOR

Anneliese Maria Bento Gama de Carvalho (Universidade Federal de Minas Gerais/Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais)

Neste sessão de comunicação, pretendo apresentar os principais resultados da minha pesquisa de doutorado, na qual investigo o agir de dois sujeitos professores dos primeiros anos do ensino fundamental em situações interativas de aula de leitura e compreensão de textos de Língua Materna e entrevista semidiretiva com pesquisador, no intuito de investigar como o sujeito se constrói “professor” agindo no gênero “aula” e falando sobre o seu agir no gênero “entrevista”, de modo a flagrar possíveis repre-sentações sociais acerca do seu fazer docente em práticas de ensino/aprendizagem de língua materna e da sua atividade profissional como um todo. O quadro teórico da pesqui-sa envolveu as abordagens: Teoria da Atividade; Interacionismo Sociodiscursivo; Teoria das Representações Sociais; Linguística de Textos, estudos sobre referenciação e enun-ciação e Análise do discurso. Considerando que toda ação humana é significativa, dota-da de motivos, intenções e deve ser compreendida dentro do(s) sistema(s) semiótico(s) ao(s) qual(is) está inserida, analisei o fazer dos sujeitos professores observados em duas situações sócio-histórico-culturais diferentes, no intuito de explicitar as representações que atravessam os agires desses profis-sionais, objetivando melhor entender a relação entre o agir desses professores e os conceitos que podem ser caracterizados como representações sociais que os mesmos possuem acerca do seu fazer e da sua atividade. O corpus é constituído por aulas e entrevistas gravadas (áudio e vídeo) de duas profes-soras dos primeiros anos do ensino fundamental, em Portugal e no Brasil. Adotando uma postura metodológica de caráter etnográfico, priorizei analisar o sujeito professor, tentando compreender os fenômenos interativo-discursivos a partir do seu ponto de vista, na interação com os outros sujeitos envolvidos. Os resultados revelaram uma maior congruência de regularidades entre as representações sociais dos sujeitos professores observados nas situações interativas “aula”, apontando esse gênero de atividade como importante expediente para o estudo e investigação do fazer docente.

Palavras-chave: Agir; Fazer-docente; Interação; Representação.

GÊNEROS PARA ENSINAR: A APROPRIAÇÃO DO PROJETO DE ENSINO

Caroline Seixas (Rede de Ensino – Osasco, SP)

Este estudo objetiva descrever e analisar o processo de apropriação de gêneros textuais por licenciandos em Letras no âmbito da formação docente inicial, a partir dos estudos do texto e do discurso, e da reflexão sobre o ensino de língua materna desenvolvida pela linguística aplicada e pela didática de línguas. A partir da produção pelos licenciandos de gêneros textuais orais e escritos, ao longo do curso de Metodologia de Ensino do Português ofertado na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, orientados por uma sequência didática que lhes incumbia de elaborar e implementar no estágio supervisionado um projeto didático, propõe-se abordar: i) como tais licenciandos vivenciam a aprendizagem do ofício e como tal vivência é materializada pelas trocas interacionais na linguagem, e ii) as distintas formas de apropriação do conhecimento por diferentes indivíduos no mesmo contexto de

SESSÕES DE COMUNICAÇÕES

24

ensino. A hipótese é que a descrição do processo de produção de gêneros textuais constitutivos da formação docente forneça subsídios capazes de incrementar a reflexão sobre o trabalho do professor de Português para a escola brasileira da contemporaneidade.

Palavras-chave: Aprendizagem; Aspectos Textuais; Estágio Supervisionado; Formação Docente Inicial.

OS GÊNEROS DO DISCURSO EM “ESTAÇÕES DE APRENDIZAGEM”: UMA PROPOSTA PARA A PRODUÇÃO, INTERPRETAÇÃO E ANÁLISE TEXTUAL

Dra. Cibele Cecilio de Faria Rozenfeld (Pós-Doutoranda-Universidade Federal de São Carlos)

A inserção de gêneros do discurso em sala de aula é reconhecida como insumo de grande importância para o desenvolvimento da leitura e escrita e o tema vem sendo caracterizado como norteador do ensino de Língua Portuguesa (LP) nas escolas. Em conformidade com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), que prevêem o ensi-no de LP nessa perspectiva, é necessário que haja hoje um trabalho de exploração da diversidade textual, considerando-se que estamos expostos diariamente a uma infinidade de gêneros do discurso. Nesse sentido, acreditamos na relevância de que professores encontrem formas motivadoras e significativas para a abordagem do tema em sala de aula. Este trabalho tem como objetivo apresentar uma proposta de atividade conhecida como “Estações de Aprendizagem” (FÖLL, 2006) aplicada para o ensino e a aprendizagem de gêneros do discurso. Tomando como base teórica os estudos de Bakh-tin (1979), pretende-se discutir a potencialidade e relevância do ensino e aprendizagem dos gêneros do discurso que circulam nas diferentes esferas de atividade humana, bem como apresentar o trabalho com os gêneros por meio de “estações de aprendizagem”. A partir de uma experiência realizada durante um evento acadêmico com graduandos de uma universidade pública no interior de São Paulo, a prática demonstra caracterizar-se como forma dinâmica, motivadora e de grande valia para o ensino e aprendizagem dos gêneros do discurso. Desde sua primeira aplicação durante o evento, a proposta vem sendo ampliada, adaptada e implementada por alguns professores em formação inicial que se encontram em atuação em escolas de educação básica, propiciando geração de dados de pesquisa e apontando para bons resultados.

Palavras-Chave: Gêneros do discurso; Ensino de Língua Portuguesa; Estações de aprendizagem.

TRABALHO DOCENTE E LETRAMENTO MULTIMIDIÁTICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Claudemir Cunha Lins (PG-Universidade de São Paulo)

Este estudo visa refletir sobre a educomunicação inserida num contexto de educação infantil e sobre como as linguagens midiáticas promovem a aprendizagem e o exercício do protagonismo infantil, tornando a escola lugar privilegiado para a inclusão digital, bem como ambiente estimulante para a aquisição e aprimoramento da linguagem verbal e das práticas comunicativas. Trata-se de estudo sobre as práticas docentes e os gestos didáticos (SCHNEUWLY 2009) que integram educação e comunicação, união necessária que, atrelada às novas tecnologias, buscam um diálogo entre aluno e o universo digi-tal. Portanto essas linguagens midiáticas possibilitam aos alunos uma imersão nesse contexto social marcado pelos conjuntos de competências culturais que constroem

SESSÕES DE COMUNICAÇÕES

25RESUMOS

COLÓQUIO LINGUAGEM ETRABALHO DOCENTE

significados sociais, criando um letramento multimidiático. Desta forma, o letramen-to é sempre social, pois surge por meio das elações sociais, construindo significa-do atrelado à rede de significados anteriores. Os dados foram gerados no Centro de Educação Infantil (CEI) Vila Curuçá, escola que desde 2010 utiliza um blog e implantou uma rádio escolar. O objetivo específico do estudo é compreender como esses projetos foram implementados e são utilizados pelo corpo docente em suas práticas pedagógi-cas. Para tanto, foi realizada uma análise de cunho etnográfico, estabelecendo relações entre os diversos letramentos midiáticos e buscando decifrar, por meio de uma descrição densa, os mecanismos que gerem e estruturam essas práticas docentes.

Palavras-chave: Educação infantil; Educomunicação; Letramento midiático; Trabalho docente.

APRENDIZAGEM DO MÉTIER: COMO OS PROFESSORES DE LÍNGUA ESTRANGEIRA CONCEBEM O INTERCULTURAL ?

Emily Caroline da Silva (PG-Universidade de São Paulo)

Esta apresentação tem como objetivo apresentar o projeto de uma pesquisa de mestrado no campo da formação de professores, que tem como intuito maior buscar indícios de como os professores de línguas estrangeiras se apropriam do seu métier. A pesquisa buscará encontrar esses indícios por meio do estudo da linguagem durante as interações de formação em torno do tema do intercultural. O contexto de formação dos professores que será estudado é o de um Curso Extracurricular de Francês, que possui atualmente um dispositivo de formação com reuniões pedagógicas mensais, jornadas de formação, relatórios de experiência, tutorado, entre outras atividades. Para desenvolver o presente estudo, adotamos como quadro teórico geral o interacionismo sociodiscursivo que visa a estudar o papel preponderante da linguagem no agir humano (BRONCKART, 1999, 2004, 2006, 2008). Tendo a prática docente como uma das formas desse agir sobre o mundo, consideramos a atividade de ensinar um trabalho; assim, filiamo-nos também às linhas teóricas da Ergonomia da Atividade (AMIGUES 2002; SAUJAT 2004) e da Clínica da Atividade (CLOT 1999, 2001; CLOT et al., 2001), assim como às pesquisas desenvolvidas no Brasil sobre o trabalho do professor (MACHADO, 2007; LOUSADA, 2007, 2010, 2011) a partir do mesmo quadro teórico. Para gerar os dados, empregaremos um dos métodos de intervenção da Clínica da Atividade e da Ergonomia da Atividade, a saber, a “autoconfrontação cruzada”. Para a análise dos dados, empregaremos o modelo adotado pelo interacionismo sociodiscursivo (BRONCKART, 1999), propondo um estudo detalhado dos textos produzidos em situações de formação, iniciando pela compreensão de seu contexto de produção (físico e sociosubjetivo) e chegando à análise de sua arquitetura interna. Estando em sua fase inicial, a pesquisa ainda não dispõe de resultados preliminares: serão apresentados, assim, os pressupostos teóricos e os procedimentos metodológicos que guiarão o estudo.

Palavras-chave: Interacionismo Sociodiscursivo; Clínica da Atividade; Ergonomia da Atividade; Formação de Professores.

O PROFESSOR E SEU TRABALHO: RELATOS DA EXPERIÊNCIA DE ELABORAÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO NO ESTADO DO PARANÁ

Flavia Fazion (PG-Universidade de São Paulo)

Esta comunicação tem como objetivo apresentar as primeiras análises da pesqui-sa de mestrado que busca acompanhar as reflexões do professor sobre sua ativida-

SESSÕES DE COMUNICAÇÕES

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de e seu desenvolvimento profissional: seu posicionamento diante das orientações/ prescrições para seu trabalho, a percepção de seu agir profissional, e o aporte que o trabalho com gêneros textuais pode trazer à atividade docente. Para tanto, vamos estu-dar o processo de elaboração de livros didáticos públicos (LDP) a serem utilizados nos centros de línguas estrangeiras modernas no estado do Paraná, do ponto de vista dos professores elaboradores (PE). As questões que norteiam esta pesquisa são: i) Quais são as orientações que os documentos prescritivos fornecem para a elaboração do LDP? ii) Como os professores veem a elaboração deste material e como se sentem enquanto elaboradores? iii) Como os PE fazem o diálogo entre a teoria e a utilização do LDP? Para responder estas questões, analisaremos os documentos prescritivos para a elaboração do referido material. Em seguida faremos uma análise de relatos de experiência escritos pelos professores elaboradores após as primeiras etapas de elaboração e entrevistas de coanálise sobre a utilização do LDP, através das marcas linguísticas presentes nos textos, com o objetivo de seguir as múltiplas reflexões do professor sobre sua ativi-dade profissional (CLOT 2001, 2007, 2010; FAÏTA 2002, 2004; LOUSADA 2004, 2006; AMIGUES 2002), bem como o papel do ensino a partir de gêneros textuais sobre sua atividade docente (BRONCKART 2005, 2006; MACHADO E LOUSADA 2010; SCHNEUWLY 2004; MACHADO 2005, 2010, LOUSADA 2010). Para estas análises seguiremos o modelo de análise textual do Interacionismo Sociodiscursivo (BRONCKART 2008): levantamento do contexto de produção em seus aspectos sociossubjetivos e físicos bem como estudo da infraestrutura do texto (plano global dos conteúdos temáticos, tipos de discurso e sequências textuais), mecanismos de textualização (coerência e coesão) e de enunciação (vozes e modalizações).

Palavras-chave: Trabalho do professor; Gêneros textuais; Interacionismo Socio- discursivo.

A PESQUISA COLABORATIVA E O DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO

DOCENTE EM AULAS DE ALFABETIZAÇÃO

Heloisa Gonçalves Jordão (PG-Universidade de São Paulo)

A comunicação pretende expor os resultados parciais obtidos em minha pesquisa de mestrado realizada em uma turma de alfabetização da rede pública de ensino. O intuito principal do trabalho em andamento é analisar como, através da linguagem, ocorrem os movimentos de mediação entre o professor, o objeto de ensino e o aluno. Assumindo uma concepção sociointeracionista de desenvolvimento segundo a qual o conhecimento é concebido como “produção simbólica e material que ganha vida na dinâmica intera-tiva” (VYGOTSKY, 1991), articulada a uma concepção dialógica de linguagem em que “palavra e enunciação estão vinculadas à situação social e aos processos de funcio-namento mental” (BAKHTIN, 1995), reconhecemos a importância da linguagem no complexo processo de ensino aprendizagem e, portanto, a necessidade de aprofundar pesquisas centradas na descrição minuciosa dessas interações, de modo que sua base recaia “na premissa de que o significado, a compreensão e a aprendizagem devem ser definidos em relação a contextos de ação onde atores reais interagem na construção do significado, do conhecimento e da aprendizagem, ou seja, tanto a aprendizagem quanto o significado são definidos como formas de co-participação social” (MOITA-LOPES, 1996). Atendendo a esses pressupostos teóricos, toda a geração dos dados foi realizada de maneira colaborativa entre professora e pesquisadora, contando com a plena inserção da pesqui-sadora no ambiente da sala de aula (HORIKAWA, 2008). A análise se debruça, em especial, sobre dois dispositivos analíticos conforme propostos por Schneuwly (2009), os gestos e os instrumentos didáticos que permitem interpretar o trabalho do professor como aquele que medeia à relação do aluno com o objeto de ensino, no caso em questão, a linguagem (GOMES-SANTOS; ALMEIDA, 2009). Assim, através desses dispositivos constituídos

SESSÕES DE COMUNICAÇÕES

27RESUMOS

COLÓQUIO LINGUAGEM ETRABALHO DOCENTE

discursivamente, buscarei reconstituir, quais os componentes mais relevantes do projeto didático da professora colaboradora e como eles repercutem diretamente na interação dela com os alunos, de maneira a reconhecer como podem eles constituir, ou não, condições potenciais à aprendizagem.

Palavras chave: Aula de alfabetização; Gestos didáticos; Instrumentos didáticos; Interação.

OS MODOS DE VIDA DE PROFESSORAS APOSENTADAS: IDENTIDADES E SABERES

Isabel Cristina França dos Santos Rodrigues (Universidade Federal do Pará)

As narrativas docentes têm sido bastante investigadas no processo de formação docente (LELLIS, 2001) como forma de se refletir a respeito da prática educativa. Entretanto, como tratar das narrativas de professoras aposentadas que, de uma maneira ou de outra, procuram se mostrar ainda ativas trabalhando em prol de suas comunidades? É nesse direcionamento que optamos por uma pesquisa de quali-tativa apoiando-nos também nos estudos desenvolvidos por Williams (2011), Hall (1997;2006), tendo como metodologia de pesquisa a História Oral (PORTELLI, 1997) e a memória (THOMSON, 1997; BOSI, 1994) que se mostraram como fontes de valorização dos modos de vida das professoras aposentadas que procuram se enga-jar nas atividades desenvolvidas nas vilas Moiraba e Carmo do Tocantins, distritos de Cametá-Pa, bem como das Estruturas de sentimento presentes nas suas relações com as comunidades, em especial, com os professores da Educação Básica. Além disso, analisar a velhice a partir de alternativas centradas na perspectiva da qualidade de vida (NERI, 1993). Nesse sentido, os Estudos Culturais e o dialogismo bakhtinia-no contribuem com as pesquisas em Educação trazendo culturas, identidades, vozes (COSTA et al, 2003; BRAGANÇA, 2004) que dizem respeito às formas de se conceber o que é ser professor e velho na Amazônia ribeirinha diante de uma sociedade que valoriza a produção associada à jovialidade e competência. Assim, buscar na memória dessas docentes as experiências que as constituíram enquanto aposentadas ativas é importante para se ressignificar as maneiras de se pensar a Formação docente em comunidades mais locais como as mencionadas e como acontece a recepção por parte dos professores da Educação Básica dessas orientações fornecidas pelas aposentadas.

Palavras chave: Memória- Estruturas de sentimento- Saberes- Aposentadoria.

ANÁLISE DA COERÊNCIA ENTRE AS PEÇAS DO DISCURSO OFICIAL DO ESTADO DE SÃO PAULO VOLTADAS PARA CRIANÇAS COM NÍVEIS DE

APRENDIZADO ABAIXO DO ESPERADO

Isabel Villalobos Hrdlicka (PG- Universidade de São Paulo)

O tema do trabalho é a análise de um material pedagógico destinado a crianças com defasagens no aprendizado de leitura e escrita, tendo como objetivo verificar até que ponto o referido material realmente oferece possibilidades de recuperação destas crianças ou se constitui apenas num veículo de propagação de uma ortodoxia meto-dológica na alfabetização. A pesquisa é uma análise de discurso, tendo como corpus documentos integrantes do Programa Ler e Escrever – Projeto Intensivo no Ciclo, mate-rial pedagógico elaborado pela Prefeitura Municipal de São Paulo e adotado pelo Estado de São Paulo para recuperação de crianças que chegaram até os 9 ou 10 anos de idade sem estar alfabetizadas. Os dados serão gerados mediante identificação, agregação, contagem e tabulação de enunciados existentes no corpus do trabalho, bem como em

SESSÕES DE COMUNICAÇÕES

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material correlato e outros textos didáticos, científicos e de capacitação de fontes oficiais do Estado de São Paulo, e que tenham natureza programática, conforme proposto por Sheffler (1974), ou seja, que atuem como expressão de um programa prático, não sendo reconhecidos apenas pela sua forma linguística, mas pela veiculação de uma intenção prática dentro de um determinado contexto. Os dados serão agregados e descritos e analisados a partir das hipóteses de trabalho e analisados da seguin-te forma: i) comparação entre frequência de aparecimento de diferentes enunciados agregados, identificação das intenções práticas contidas em cada conjunto, avaliação da coerência dos enunciados estudados com o uso linguístico prévio, e avaliação da conveniência de adoção literal e integral dos programas enunciados; ii) comparação entre a quantidade e o nível de detalhamento e especificidade entre as instruções válidas para todas as crianças e as instruções para as crianças que apresentem dificuldades na metodologia de alfabetização adotada; iii) análise da literatura citada nos materiais analisados frente à diversidade de literatura disponível referente a questões de alfabetização; iv) análise do estatuto profissional dos documentos estuda-dos, tal como sugere Scheffler (1974) ao afirmar que “o grau segundo o qual o ensino está apoiado pela pesquisa científica constitui um importante fator para a determinação do seu estatuto profissional” – para este fim, o projeto prevê a realização de uma amostragem da diversidade das diferentes linhas de pesquisa de temas relevantes para a alfabetização – e v) verificação da coerência entre os diferentes enunciados quantifi-cados e analisados. Como resultados preliminares, tem-se a amostragem de diferentes linhas de pesquisa voltadas a temas relevantes para a alfabetização que poderão ser apresentados resumidamente.

Palavras-chave: Defasagem de Aprendizagem; Discurso Oficial; Material didático.

O LUGAR DA MEDIAÇÃO DOCENTE EM AULAS DE INGLÊS A UM ALUNO DIAGNOSTICADO “DISLÉXICO”

Juliana Reichert Assunção Tonelli (Universidade Estadual de Londrina) Glaís Sales Cordeiro (Universidade de Genebra)

O conceito de “dislexia” é tradicionalmente relacionado a supostas dificuldades com a linguagem escrita. Geralmente, relaciona-se a troca, a supressão, a aglutinação ou o acréscimo de letras a uma falha localizada no aprendiz. O estudo de caso que realizei em minha tese de doutoramento se afasta desta concepção de “dislexia”. Assumindo o conceito de linguagem como o instrumento que medeia e guia as atividades humanas (BRONCKART 2007), este está ancorado nos pressupostos teórico-metodológicos do Interacionismo Sociodiscursivo (ISD) e identifica em que medida a medição (VYGOTSKY 2000) do professor de língua inglesa (LI) que age na e por meio da linguagem pode auxiliar um aluno diagnosticado “disléxico” no processo de ensino-aprendizagem daquela língua. Os dados foram gerados a partir da observação de aulas ministradas por uma professora numa classe de 6o. ano do ensino fundamental (aulas observa-das) e da aplicação pela professora-pesquisadora (aulas implementadas), nesta mesma classe, de uma Sequência Didática (SD) (DOLZ; NOVERRAZ; SCHNEUWLY, 2004) por ela construída em torno do gênero textual carta de apresentação pessoal. Foram anali-sadas todas as atividades e transcrições das aulas. Os resultados apontam o papel fundamental do professor de Inglês como mediador levando o aluno a desenvolver suas capacidades de linguagem (DOLZ; PASQUIER; BRONCKART 1993) em especial nas aulas implementadas quando a professora-pesquisadora, a partir de uma visão de ensino-aprendizagem da LI com base em gêneros, se distanciou da postura identificada nas aulas observadas as quais privilegiaram o ensino de palavras soltas e descontextuali-zadas e de regras gramaticais. Assim, tendo como objeto de ensino a unidade texto, o papel da mediação docente se revelou essencial levando o aluno “disléxico” a produzir uma carta de apresentação pessoal em LI.

SESSÕES DE COMUNICAÇÕES

29RESUMOS

COLÓQUIO LINGUAGEM ETRABALHO DOCENTE

Palavras-chave: Dislexia; Interacionismo Sociodiscursivo; Mediação Docente.

UM OLHAR SOBRE O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA: O GÊNERO TEXTO DRAMÁTICO NAS SÉRIES FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Larissa Minuesa Pontes Marega (PG-Universidade de São Paulo)

Esta pesquisa, ancorada nos pressupostos teóricos dos gêneros discursivos/textuais (BAKHTIN, 2003; MARCUSCHI, 2008) e nos procedimentos metodológicos do Grupo de Genebra (SCHNEUWLY; DOLZ, 2004), propõe-se a realizar a elaboração e a aplicação de sequências didáticas do gênero texto dramático. Partimos da hipótese de que o trabalho com o texto dramático nas instâncias de leitura, produção escrita e encenação, de forma modular, gradativa e articulada pode oportunizar um ambiente propício para apropriação de um gêne-ro sociocomunicativo por excelência e pode apontar para o desenvolvimento de potencia-lidades linguísticas, discursivas, situacionais e expressivas do aluno; assim, entendemos que o teatro alarga as experiências humanas e amplia as reflexões do aluno em torno da linguagem. A pesquisa, ainda em fase inicial, busca apresentar um mapeamento de como a transposição didática desse gênero está sendo efetuada em sala de aula. Para subsidiar nossa investigação em torno da realidade que o gênero texto dramático encontra no ensino de língua portuguesa, direcionamos nossa pesquisa, em um primeiro momento, ao livro didático, uma vez que o professor utiliza-o, na maioria dos casos, como ferramenta para o ensino. Focalizamos, especialmente, quatro coleções avaliadas pelo Programa Nacional do Livro Didático que seguem as orientações dos Parâmetros Curriculares Nacionais, os quais preveem que o texto dramático deva ser incluído como conteúdo programático do 8º e 9º anos, contemplando os seguintes eixos de ensino-aprendizagem: leitura, produção escrita e oralidade. Em um segundo momento, procede-mos à coleta de dados junto aos docentes e utilizamos como ferramenta de pesquisa o questionário semiestruturado, que está sendo aplicado aos professores de língua portuguesa que atuam nas redes pública e particular de ensino, da cidade de Maringá (PR). Nesse sentido, esta pesquisa propõe-se a contribuir para a efetiva inter-relação entre o ensino de língua portuguesa e às Artes Cênicas e com os estudos que procuram redimensionar, repensar e ressignificar o ensino de língua portuguesa em torno dos gêneros discursivos/textuais.

Palavras-chave: Ensino de língua portuguesa; gêneros discursivos/textuais; texto dramático; transposição didática.

A ANÁLISE DAS PRODUÇÕES TEXTUAIS DOS ALUNOS E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO DO PROFESSOR

Luiza Guimarães (PG-Universidade de São Paulo)

Esta comunicação tem como objetivo geral apresentar os resultados parciais de uma pesquisa de mestrado que se propõe a investigar e a discutir uma proposta de ensi-no e aprendizagem do francês língua estrangeira (FLE) baseada nos gêneros textuais e na perspectiva acional. Para tanto, criamos uma sequência didática cujo objeto de ensino era o gênero itinéraire de voyage (itinerário/roteiro de viagem) e cujo objeti-vo era possibilitar que os alunos desenvolvessem as capacidades de linguagem relacionadas a esse gênero, ajudando-os assim a agir no mundo utilizando a língua estrangeira. Nesta apresentação, mostraremos a análise das produções textuais escritas pelos alunos durante um curso de extensão (aproximadamente 45 horas) sobre a produção escrita em FLE, no qual aplicamos a nossa sequência didática. A partir dessa experiência, nosso objetivo específico nesta comunicação será refletir sobre as

SESSÕES DE COMUNICAÇÕES

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contribuições que essa análise pode proporcionar para a avaliação e o aprimoramento do trabalho do professor. Tendo como pressupostos teórico-metodológicos o interacio-nismo sociodiscursivo (BRONCKART, 1999, 2006, 2008) e a abordagem dos gêneros textuais para o ensino de línguas (BRONCKART, 2004, 2006; SCHNEUWLY E DOLZ, 2004; CRISTOVÃO, 2002, 2009), acreditamos que, ao avaliar as produções dos alunos, o professor pode observar as aprendizagens realizadas e também planejar a continuação do seu tra-balho. Dito de outra forma, o exame dos textos permite avaliar os progressos feitos pelos alunos e, ao mesmo tempo, avaliar as atividades didáticas desenvolvidas. Para alcançar-mos nossos objetivos, apresentaremos, primeiramente, o conceito de gêneros textuais e seu uso para o ensino-aprendizagem de línguas estrangeiras; exporemos, em seguida, o modelo de análise de textos do interacionismo sociodiscursivo e mostraremos a análi-se do nosso corpus (as produções textuais dos nossos alunos); finalmente, refletiremos sobre as contribuições dessa análise para a avaliação e o aprimoramento da sequência didática e do trabalho que realizamos.

Palavras-chave: Interacionismo Sociodiscursivo; Gêneros textuais; Modelo de análise do ISD; Análise de produções textuais; Trabalho do professor.

O TRABALHO DOCENTE: REPRESENTAÇÕES, INSTRUMENTOS E FORMAÇÃO INICIAL

Dra. Luzia Bueno (Universidade São Francisco)

Este projeto de pesquisa visa a compreender alguns dos elementos que constituem o trabalho docente como: a) as representações que são construídas na linguagem dos textos que são utilizados tanto no processo de formação de professores na universidade − como os resumos, resenhas, diários de leitura, relatórios etc. − produzidos por futuros professores, quanto no efetivo trabalho do professor produzidos por professores ou por observadores externos; b) os instrumentos, tais como as teorias que subjazem, por exemplo, o trabalho com gêneros textuais, leitura e escrita na escola; c) o processo de formação inicial durante o qual representações sobre o próprio trabalho e seus instru-mentos são construídos. Para desenvolver essa pesquisa, recorremos, em primeiro lugar, aos aportes teóricos do Interacionismo Sociodiscursivo (Bronckart, 1997, 2004, 2006), que nos oferece um quadro teórico e metodológico para a análise das representações − compreendidas, aqui, como interpretações ou avaliações do agir próprio ou alheio − construídas em textos e para uma interpretação do papel da linguagem no desenvol-vimento do ser humano, e, em segundo lugar, recorremos às contribuições de duas ciências do trabalho, a Ergonomia da Atividade (Amigues, 2002, 2004 ) e a Clínica da Atividade (Clot, 1999), que vêm desenvolvendo pesquisas sobre o trabalho e a relação deste com o desenvolvimento do ser humano. Dessa forma, nossa pesquisa contribui com dois grupos maiores de pesquisa ao quais se filia: o grupo ALTER (Análise da Linguagem, Trabalho Educacional e suas Relações), coordenado pela professora Dra. Anna Rachel Machado da PUC-SP, e o grupo LAF (Langage, action, formation), coordenado pelo professor Dr. Jean-Paul Bronckart da Universidade de Genebra (Suíça).

Palavras-chave: Gêneros textuais; Interacionismo sociodiscursivo; Trabalho docente.

SESSÕES DE COMUNICAÇÕES

31RESUMOS

COLÓQUIO LINGUAGEM ETRABALHO DOCENTE

TRABALHO DOCENTE NO ENSINO SUPERIOR: A CONSTITUIÇÃO DE ESTILOS DE DOCÊNCIA DE PROFESSORES FORMADORES NO

INTERIOR DA AMAZÔNIA PARAENSE

Maria da Conceição Azevêdo (Univ. Federal do Pará/PG - Univ. de São Paulo)

O estudo filia-se ao campo das intersecções entre linguagem e educação e propõe descrever e analisar as formas do trabalho de professores de cursos de licenciatura da Universidade Federal do Pará, no campus do município de Bragança, localizado no Nordeste do Pará. Interessa-nos investigar os modos como o trabalho docente se constitui no cotidiano de professores formadores, na articulação entre a instância das interações institucionais e comunitárias e a instância das interações de sala de aula, configurando seus estilos de docência. Assumindo uma abordagem qualitativa de base etnográfica (ANDRÉ, 2007; MOITA LOPES, 2006), prevê-se uma pesquisa de campo, durante o período de janeiro de 2012 a junho de 2013, envolvendo a observação de práticas de sala de aula e do cotidiano de dois professores. O corpus será constituído a partir três conjuntos de dados: o registro audiovisual e em caderno de campo das aulas observadas; o registro em áudio de entrevistas com professores, alunos e, eventualmente, outros membros da comunidade acadêmica; a coleção de documentos relaciona-dos ao funcionamento institucional e didático do trabalho dos professores. O tratamento dos dados prevê: organização dos registros audiovisuais em tabelas descritivas, seleção de aulas gravadas e sua transcrição grafemática por meio do Programa Transana 2.2. As ferramentas de descrição e análise dos dados, ain-da em construção, incluem a noção de contexto, tal como abordada em Hanks (2008), e o recurso a conceitos oriundos do Sociointeracionismo, da Análise da Conversação e da Sociolinguística Interacional. Teoricamente, recorre-se à con-tribuição de pesquisas que tematizem: i) o trabalho docente como objeto de estudo (TARDIF & LESSARD, 2007; NÓVOA, 1991, 1992); ii) os seus funcionamentos didáticos, como as noções de dispositivos didáticos e gestos profissionais (SCHNEUWLY, 2000, 2001, SCHNEUWLY & DOLZ, 2009), e iii) os processos de transposição didática de sabe-res (CHERVEL, 1990; CHEVALLARD, 1991; BRONCKART & GIGER, 1998).

Palavras-chave: Ensino superior; Funcionamentos didáticos; Interação; Trabalho docente.

GÊNEROS ORAIS COMO OBJETOS DE ENSINO: REPRESENTAÇÕES CONCEITUAIS NA ESCOLA BÁSICA

Tiago Sousa Santos (G-Universidade do Estado do Pará)

A mudança paradigmática no ensino de língua portuguesa de uma base gramati-cal normativa para uma base linguístico-discursiva ainda causa muitas resistências. Isso pode ser observado no estranhamento de muitos professores ao considerar os gêneros textuais orais como objetos de ensino. Segundo Chaves (2008), parece ocorrer uma ausência de tradição do trabalho com os gêneros orais, devido a suas peculiaridades, o que exige um trabalho diferenciado do professor de língua portugue-sa, se levado em comparação ao trabalho com o texto escrito. Assim, com base em anotações de estágio feitas no ano de 2010, este trabalho tem por finalidade anali-sar como uma professora de 7ª série de uma escola da periferia de Belém, no Estado do Pará, trabalha com a expressão oral em classe. Tal pesquisa está pautada em uma concepção que considera a linguagem como interação social, cujas raízes nasceram em Mikhail Bakhtin (1929/1997) e nos fundamentos atuais a respeito dos trabalho docente a partir dos gêneros textuais.

Palavras-chave: Ensino; Gêneros Orais; Interação; Oralidade; Texto.

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O PROFESSOR INICIANTE E O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA: POR UM NOVO COMEÇO

Maria Tereza Martins Mora (PG-Universidade de São Paulo)

A transição da fase de estudante para a de profissional do ensino tem sido cada vez mais tema nos estudos da Educação. Se por um lado o início da profissão é uma fase fecunda em reflexões e novas pesquisas, também é caracterizada por um período de entraves e descobertas. Portanto, procurando estabelecer uma relação entre os estu-dos linguísticos e questões de natureza didática, e na tentativa de problematizar os dispositivos de geração, descrição e análise de dados de práticas de ensino no contexto escolar, o objetivo da pesquisa em curso é acompanhar o trabalho de uma professora iniciante de Língua Portuguesa na rede pública de São Paulo. A pesquisa, ainda em fase inicial, tem como corpus aulas gravadas em áudio e vídeo, onde estão sendo aplicadas sequências didáticas previamente construídas com o apoio da pesquisadora. O foco é a linguagem, e como a mesma aparece em situações de interação dentro de uma perspectiva teórica e metodológica na sala de aula. Tendo como aportes teóricos princi-pais os pressupostos dos gêneros discursivos (BAKHTIN, 2003; MARCUSCHI, 2008 e dos estudos do grupo de Genebra ( SCHNEWLY; DOLZ 2004), a pesquisa tem como objetivo propiciar uma reflexão sobre o professor que inicia sua profissão dentro de um contexto escolar cada vez mais complexo como o das escolas brasileiras. Para que o inician-te estabeleça relações entre sua formação acadêmica e sua experiência empírica, é cada vez mais necessário investigar e obter dados sobre como se configura a aurora do trabalho docente.

Palavras-chave: Ensino de língua; Gestos didáticos; Professor iniciante; Trabalho docente.

GÊNEROS TEXTUAIS E ENSINO-APRENDIZAGEM DE LEITURA NO ENSINO FUNDAMENTAL: CONCEPÇÕES DE PROFESSORES E ALUNOS

Mônica de Souza Serafim (Universidade Federal do Ceará) Glaís Sales Cordeiro (Universidade de Genebra)

Reconhecemos que há muitos aspectos a serem observados no tema da leitura e de seu ensino-aprendizagem, o que nos faz acreditar na sua riqueza de possibilida-des investigativas. No entanto, esta riqueza, a fim de ser vista mais precisamente, obriga-nos a fazer um recorte, necessário quando se estuda certo objeto. Sendo assim, este trabalho escolhe um aspecto, entre tantos, para estudar a leitura e seu ensino-aprendizagem: investigar as concepções de leitura de alunos de 2o. a 4o. ano do ensino fundamental bem como de seus professores de Língua Portuguesa. Para desen-volvermos este trabalho baseamo-nos, teoricamente, nos postulados de estudiosos que tratam dos modelos de leitura e/ou de seu ensino, como Adam; Collins (1979), Goodman (1976, 1988), Kleiman (1993, 1996, 1999), Moita Lopes (1996), Pearson; Stphens (1985) e Samuels; Kamil (1988). Também fazem parte de nosso arcabouço teórico, as pesquisas da equipe de didática de línguas da Universidade de Genebra sobre a noção de gênero textual na produção e na compreensão de textos (SCHNEWVLY; DOLZ 2004; CORDEIRO 2004; THÉVENAZ; SCHNEUWLY; SOUSSI; RONVEAUX; AEBY; JACQUIN; LÉOPOLDOFF; CORDEIRO; WIRTHNER 2011). A fim de analisarmos as concepções de leitura e de sua aprendizagem pelos alunos que participaram da pesquisa, realizamos uma entrevi-sta do tipo estruturada com 90 alunos de 2o. a 4o. ano e com 3 professores destes anos, todos pertencentes a uma escola pública da capital cearense (Fortaleza, Brasil). A escolha desses anos ocorreu por acreditarmos que as concepções de leitura dos alunos

SESSÕES DE COMUNICAÇÕES

33RESUMOS

COLÓQUIO LINGUAGEM ETRABALHO DOCENTE

nesta fase da vida exercerão grande influência nas práticas de leitura na idade adul-ta. Nesta contribuição, privilegiamos a análise das concepções de ensino de leitura dos professores entrevistados. Ao analisarmos os dados, observamos que, para estes, a concepção socionterativa, a qual considera a leitura para além da habilidade de decodificar, é predominante. Nossa pesquisa permitiu-nos constatar, de forma ainda preliminar, que a leitura na escola ainda precisa de muita reformulação, uma vez que parece ainda haver um descompasso entre o que pensam e o que fazem os professores e alunos em relação às concepções e práticas de leitura.

Palavras-chave: Alunos; Concepções de leitura; Gêneros textuais; Ensino Fundamental; Professores.

A SONDAGEM NA ALFABETIZAÇÃO COMO DISPOSITIVO DE REGULAÇÃO DE APRENDIZAGENS

Natalie Archas Beserra Torini (PG-Universidade de São Paulo)

A presente pesquisa de mestrado se propõe a refletir sobre a aplicação do instru-mento de avaliação do nível de aquisição do sistema de escrita alfabético dos alunos em processo de alfabetização, denominado sondagem, a partir da análise de episódios de avaliação em uma turma de 1º ano do ensino fundamental I de uma escola da rede municipal de ensino de São Paulo, tendo como foco o trabalho desen-volvido no âmbito do “Programa Ler e Escrever”. O corpus gerado por meio da meto-dologia qualitativa de caráter etnográfico é composto por um conjunto de gravações em áudio, realizadas em sala de aula e anotações em diário de campo. Busca-se investigar como a avaliação da alfabetização se configura nas seguintes esferas: na sala de aula, no planejamento da professora alfabetizadora e nos materiais oficiais do “Programa Ler e Escrever”. Do ponto de vista teórico, a pesquisa se funda- menta nos estudos que se referem ao trabalho docente em ação na esfera escolar e de formação (TARDIF & LESSARD, 2005; AEBY DAGUÉ & DOLZ, 2007; SCHNEUWLY, 2000, 2002, 2009a, 2009b). Nesta direção, as interações face a face (professora/aluno) em que se constitui a avaliação do nível de aquisição do sistema de escrita alfabético, a sondagem, são analisadas em suas dimensões: a) didática, a partir do conceito de gestos profissionais (AEBY DAGUÉ & DOLZ, 2007; AEBY DAGUÉ, 2009; JACQUIN, 2010; SCHNEUWLY, 2000, 2009b) com destaque para o gesto de regu-lação e, b) textual-interacional, a partir da unidade dialógica par pergunta-resposta (FÁVERO, ANDRADE, AQUINO, 2006). O trabalho busca refletir sobre como o trabalho da professora de regulação pela sondagem interfere na co-construção de saberes sobre a linguagem e sobre a escrita na interação.

Palavras-chave: Alfabetização; Gesto didático de regulação; Trabalho docente.

O GÊNERO TEXTUAL COMO MEGAINSTRUMENTO PARA O ENSINO-APRENDIZAGEM

Priscila Aguiar Melão (PG- Universidade de São Paulo)

Esta comunicação visa a apresentar uma pesquisa sobre o uso do gênero textual anún-cio publicitário para o ensino do francês como língua estrangeira, procurando refletir sobre como ele pode contribuir para o desenvolvimento das capacidades dos alunos, mas, também, para o desenvolvimento do professor. Nesse sentido, consideraremos a análise do gênero textual anúncio publicitário e a proposta de ensino da língua a partir dele como formadora das práticas de ensino de língua estrangeira. A apropriação de um gênero textual pode contribuir para desenvolver as capacidades de linguagem (SCHNEUWLY; DOLZ, 2004) e pode, portanto, ser considerado instrumento de ensi-

SESSÕES DE COMUNICAÇÕES

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no do professor. Mas, para que o aluno se aproprie desse gênero em sala de aula, o professor deve tê-lo apropriado anteriormente. Por isso, através de uma análise das características desse gênero textual, pretendemos apresentá-lo como um mega-instrumento do ensino em língua estrangeira. Apresentaremos, primeiramente, as eta-pas de elaboração do modelo didático do gênero anúncio publicitário (SCHNEUWLY; DOLZ, 2004), que servirá de base ao professor para a elaboração de uma sequência didática. O Interacionismo Sociodiscursivo, tal como é apresentado por Bronckart (1999, 2004, 2006), é a base teórica desta pesquisa em relação ao modelo de análi-se de textos e à reflexão sobre os gêneros de textos. Para a análise dos anúncios publicitários, uniremos o Interacionismo Sociodiscursivo com a gramática do design visual proposta por Kress; Van Leeuwen (2006). Através da análise de textos verbo-visuais, as características específicas possibilitarão a verificação das construções de significados sociais, o que facilitará o desenvolvimento do modelo didático do anúncio publicitário, visto que se trata de um texto verbo-visual. A pesquisa se baseia igual-mente no desenvolvimento, no Brasil, do Interacionismo Sociodiscursivo por outros pesquisadores na criação de materiais didáticos a partir da noção de gênero textual (CRISTOVÃO, 2005; LOUSADA, 2005; MACHADO, 2005; MACHADO, LOUSADA E ABREU-TARDELLI, 2010). Portanto, nesta perspectiva, o gênero textual pode ser considerado um megainstrumento (SCHNEUWLY; DOLZ, 2004) para o professor que contribuirá para o desenvolvimento das capacidades de linguagem dos alunos de língua estrangeira.

Palavras-chave: Capacidades de linguagem; Gêneros textuais; Interacionismo Sociodiscursivo; Modelo didático.

A COMPETÊNCIA PROFISSIONAL DOCENTE EM UMA PERSPECTIVA MULTIMODAL DE ANÁLISE DO TRABALHO REAL/CONCRETIZADO

Dra. Rafaela Fetzner Drey (Instituto Federal do Rio Grande do Sul)

A partir da concepção de ensino como trabalho, a tese de doutorado aqui apresentada objetiva analisar quais elementos interacionais, vistos sob uma perspectiva multimo-dal, permitem descrever o trabalho real/concretizado de alunas-professoras, de forma a observar a emergência de uma competência profissional docente. Para isso, foram filmadas 4 aulas de produção textual de duas alunas-professoras do curso de Letras de uma universidade da região Sul do Brasil, no momento da realização de seu Estágio Curricular Supervisionado de língua portuguesa em duas turmas de Ensino Fundamental em escolas públicas da região. As filmagens foram transcritas, para que se analisas-sem os momentos de interação entre professora e alunos, nos eventos de formulação de tarefa e de exposição de conteúdo. Com este fim, foi realizada uma análise que integra elementos discursivos (BRONCKART, 2003; MACHADO e BRONCKART, 2009), gestuais (KENDON, 2004) e sequenciais, da fala-em-interação, consubstanciando uma análise multimodal (GOODWIN, 2000). Os resultados mais importantes deste estudo se concentram em três aspectos: (i) na apresentação de uma metodologia inicial de análise do trabalho real/concretizado sob a perspectiva multimodal, no quadro epistemológi-co do ISD (interacionismo sociodiscursivo); (ii) na reflexão sobre um conceito dinâmi-co de competência profissional docente, esta vista como um processo em constante (re)construção e (iii) na motivação para repensar o estágio como prática de ensino nos moldes que os cursos de licenciatura apresentam atualmente. Foi possível concluir que a análise do trabalho real/concretizado sob a perspectiva multimodal pode ser decisiva no sentido de revelar uma gama maior de elementos interacionais que permitem inferir uma competência profissional docente qualificada como um processo em constante (re)construção, alavanca de reflexões necessárias às mudanças nas práticas de ensino propostas, atualmente, nos cursos de licenciatura.

SESSÕES DE COMUNICAÇÕES

35RESUMOS

COLÓQUIO LINGUAGEM ETRABALHO DOCENTE

Palavras-chave: Alunos-professores; Análise multimodal; Competência profissional docente; Trabalho real/concretizado.

O TRABALHO DO PROFESSOR DE LÍNGUA(GEM) E OS SABERES ARTICULA-DOS: DA FORMAÇÃO INICIAL À DOCÊNCIA

Rita de Nazareth Souza Bentes Sueli Pinheiro da Silva

Suzanny Pinto Silva (Universidade do Estado do Pará)

A presente pesquisa trata da formação inicial do professor de Língua Portuguesa e de como este profissional constitui sua formação apropriando-se de saberes os quais ema-nam de diversos campos sociais e político-educacionais de referência, a saber: sabe-res da formação pessoal, escolar, profissional e da experiência profis-sional na sala de aula e na escola face ao uso de dispositivos didáticos construídos e disponibilizados. Os sujeitos em questão são alunos concluintes do curso de Letras de duas universida-des públicas do Estado do Pará: a Universidade Federal do Pará, campus Belém, e a Universidade do Estado do Pará, Campus Vigia, região nordeste do Pará. Essa pesquisa é de caráter qualitativo e utilizou-se como instrumento de coleta de dados a entrevista. O corpus analisado revela que a concepção dicotômica entre teoria e prática, apre-sentada também na divisão das disciplinas no currículo, ora com disciplinas teóricas, ora com disciplinas práticas, reflete significativamente na atuação profissional, sobretu-do no modo como os futuros professores se percebem em uma das grandes dificuldades que terão de enfrentar no exercício da docência: a transposição didática, sobretudo, a articulação de saberes no trabalho docente. Complementarmente, o estudo permi-te refletir sobre a relação curricular entre teoria e prática e seus efeitos na formação de alunos que desenvolverão majoritariamente atividades docentes por meio de suas práticas em contexto de sala de aula.

Palavras-chave: Formação de professores; Saber docente; Teoria e prática.

A PRODUÇÃO ESCRITA DE ALUNOS ADOLESCENTES NA ESCOLA PÚBLICA

Rogério Martins Muraro (PG- Universidade de São Paulo)

Este trabalho pretende analisar a forma como se constitui a escrita de alunos de uma turma de 1º ano do ciclo II do ensino fundamental, no momento em que escrevem para atender a demandas institucionais dadas no contexto do “Programa Ler e Escrever”, da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo. Os 26 textos narrativos que compõem seu corpus foram escritos durante o ano letivo de 2010 por esse grupo de estudantes, que se caracterizava como recém-alfabetizado, com idades entre a pré- adolescência e a adolescência e com histórico de fracasso escolar. O fato de eles terem sido produzidos enquanto atuávamos como professor regente dessa turma permite-nos definir nosso trabalho como uma pesquisa-ação (THIOLLENT, 2008) e, ainda desse ponto de vista, levando em conta o modo com o qual abordamos os dados, o classificamos entre aqueles descritos como qualitativos. De maneira mais específica, os objetivos de nosso trabalho se voltam para uma tentativa de compreender as estratégias de que esses alunos se utilizam quando precisam realizar citações do discurso alheio, dispo-sitivo que abordaremos, especialmente, levando em conta os estudos desenvolvidos por Bakhtin (1929/2002) e por Fiorin (1999). Além disso, a fim de empreender uma discussão que nos ajude na compreensão da aprendizagem escrita a partir da realidade pedagógica que analisamos, buscaremos referências nos estudos sobre os conceitos

SESSÕES DE COMUNICAÇÕES

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de alfabetização e de letramento (SOARES 1998, 1994; KLEIMAN, 1995; ROJO, 1998; SILVA LEITE, 2001) e, também, nos autores que têm se debruçado sobre a questão da escrita na escola a partir de uma perspectiva dialógica da linguagem e da compreensão dos espaços de ensino de língua portuguesa como espaços de interação (GERALDI 1985, 1986, 2003; VAL, 2005).

Palavras-chave: Alfabetização; Escrita; Letramento; Narrativa; Pesquisa-ação.

CONTRIBUIÇÕES DO ISD PARA A ANÁLISE DAS SITUAÇÕES DE TRABALHO: UM ESTUDO DA APROPRIAÇÃO DE GESTOS DO MÉTIER “PROFESSOR DE

FRANCÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA”

Simone Maria Dantas-Longhi (PG-Universidade de São Paulo)

Esta comunicação visa a apresentar uma pesquisa de mestrado desenvolvida junto a professores dos Cursos Extracurriculares de Francês da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. A pesquisa tem por objetivo analisar o modo como esses professores se apropriam de um artefato, no caso os jogos, transformando-o em instrumento para sua ação (RABARDEL, 1995). Escolhemos por objeto os jogos pois esses artefatos, apesar de serem muito usados por professores de língua estrangeira, são raramente problematizados em estudos da didática (SILVA, 2008) ou recomendados em documentos oficiais como os PCN (BRASIL, 1998) ou o CECRL (CONSEIL DE L’EUROPE, 2001). Tal constatação nos leva a crer que a escolha e a utilização de jogos para o ensino sejam guiadas por certo empirismo e que pela análise de situações reais de ensino poderemos compreender melhor o uso que deles fazem os professores. Em nossa pesquisa, que se sustenta no arcabouço teórico do Interacionismo Social (VYGOTSKI, 1997) e do Interacionismo Sociodiscursivo – ISD (BRONCKART, 1999, 2006, 2008), pela importância que damos à linguagem nos processos desenvolvimentais, optamos por fazer autoconfrontações, um procedimento de análise do trabalho elaborado pela Clínica da Atividade (CLOT, 1999, 2001) que permite que os trabalhado-res tornem-se protagonistas da observação de sua própria atividade. Em um primeiro momento, foram filmados trechos de aulas em que os professores utilizassem jogos e, em seguida, esses vídeos foram assistidos e comentados pelo professor e pelo pesquisador. Os vídeos com o procedimento constituem nosso corpus de pesquisa e suas transcrições serão analisadas segundo os pressupostos do Interacionismo Socio- discursivo (BRONCKART, 1999, 2004, 2006, 2008) e as categorias de análise de textos produzidos em situação de trabalho decorrentes dessa linha teórica (BULEA, 2010). Nesta comunicação, apresentaremos os primeiros resultados de nossas análises, que apontam para a complexidade da atividade docente que, no contexto de nossa pesquisa, se configura como um agir em construção.

Palavras-chave: Análise do trabalho; Formação de professores de língua estrangeira; Interacionismo Sociodiscursivo.

O GÊNERO RELATO DE VIAGEM COMO INSTRUMENTO DE APRENDIZAGEM DE ALUNOS E PROFESSORES DE FRANCÊS

Suélen Maria Rocha (PG-Universidade de São Paulo)

Esta comunicação tem por objetivo apresentar uma experiência de trabalho com o gêne-ro relato de viagem em francês. Baseado no ensino por meio de gêneros textuais, o curso intitulado “Ateliês de escrita em francês: descobrindo o anúncio publicitário, a notícia e o relato de viagem” tinha por objeto, como sugere o próprio título, o ensino de

SESSÕES DE COMUNICAÇÕES

37RESUMOS

COLÓQUIO LINGUAGEM ETRABALHO DOCENTE

três gêneros textuais. O curso foi dirigido a alunos de francês de nível A2, com base na escala do Quadro Comum Europeu de Referência (Conseil de l’Europe, 2001). Para cada gênero foi criada uma sequência didática cujo objetivo era possibilitar que os alunos desenvolvessem as capacidades de linguagem relacionadas a esse gênero, ajudando-os assim a desenvolver um posicionamento discursivo consciente em língua francesa. O quadro teórico que orientou essa proposta de trabalho apoia-se nos conceitos do Interacionismo Sociodiscursivo (BRONCKART, 1999, 2006; MACHADO, 2009). Além disso, baseamo-nos nos estudos de Schneuwly; Dolz (2004) sobre a questão das capacida-des de linguagem: capacidade de ação, capacidade discursiva e capacidade linguístico- discursiva, como elementos essenciais para a produção de textos. Para estudar os gêneros textuais como ferramenta fundamental na elaboração de sequências didáticas destinadas a apropriação de gêneros em língua estrangeira pelos alunos, tomamos como base as pesquisas que têm sido feitas por Lousada (2002/2010), Cristovão (2002/2010), Machado (2009), Nascimento (2010), entre outros. Sob esse ponto de vista, a fim de ilustrar nossa proposta, utilizamo-nos do gênero “relato de viagem” como objeto da transposição didática dos saberes de referência aos saberes a serem ensinados, visando a entender o trabalho com os gêneros textuais como um instrumento que contribui para a prática docente durante toda sua intervenção no processo de ensino-aprendizagem. Sendo assim, concluiremos nossa apresentação com uma reflexão sobre o papel do trabalho com os gêneros para o desenvolvimento do professor.

Palavras-chave: Interacionismo Sociodiscursivo; Gênero relato de viagem; Instru-mento; Trabalho docente.

O TRABALHO DOCENTE EM CURSO LIVRE: FONTES PRESCRITIVAS

Taiane Malabarba (PG-Universidade do Vale do Rio dos Sinos)

Considerando as dimensões do trabalho propostas por Bronckart (2006) – trabalho prescrito, trabalho real e trabalho representado – e buscando avançar no sentido de compreender o agir docente, meu interesse atual concentra-se no trabalho real. Para Guimarães, Drey e Carnin (2011), a concretização do trabalho docente acontece nas inte-rações de sala de aula, o que os leva a optar pela denominação trabalho real/concretizado. Assim, a pesquisa em andamento, alicerçada no Interacionismo Sociodiscursivo (Bronckart, 1999, 2006, 2008) e localizada na perspectiva de ensino como trabalho (Machado, 2004; Machado e Bronckart, 2009) tem por objetivo analisar as interações de sala de aula de uma docente no sentido de perceber que prescrições são mobilizadas nas interações com os alunos. No entanto, esta análise micro sobre o agir de uma professora de inglês em curso livro parte dos resultados alcançados em um estudo anterior dentro da mesma insti-tuição (Malabarba, 2010). Para a comunicação em questão, apresentarei os dados oriundos daquela análise, em que se observou a existência de diferentes fontes prescritivas de ordem distinta da maioria dos documentos relatados em trabalhos anteriores (Bronckart e Machado, 2004, 2005; Machado e Cristóvão, 2005), tais como as diretrizes advindas da franquia, as orientações da direção da unidade franqueada, o livro didático e a autoprescrição docente, que juntos constituem uma verdadeira teia prescritiva que envolve o trabalho em questão. Também, apresentarei os resultados oriundos de uma entrevista realizada com o diretor pedagógico da rede, que revela as prescrições orais difundidas através do treinamento de professores realizado por ele, foco mais específico do estudo realizado.

Palavras-chave: Ensino de inglês; Fontes prescritivas; Interacionismo Sociodisursivo; Trabalho real/concretizado.

SESSÕES DE COMUNICAÇÕES

38

MOTIVAÇÕES E URGÊNCIAS NO TRABALHO DE ALFABETIZAR

Valdiana do Bomfim Alves (PG- Universidade de São Paulo)

Este estudo propõe descrever e analisar o trabalho de uma professora alfabetiza-dora no primeiro ano do ciclo inicial do ensino fundamental de nove anos, buscando compreender as motivações e os desafios de alfabetizar no contexto das recentes determinações da política pública oficial que, ao instaurar novos modos de organização do trabalho escolar, afeta diretamente a atuação diária do professor. Considerando-se que espaços e tempos em sala de aula são organizados, em grande medida, em função das motivações do professor, numa determinada instituição educativa, a questão que focalizamos é: de que lança mão o professor alfabetizador para responder às exigências institucionais que regulam de fora seu trabalho e, ao mesmo tempo, às urgências que nascem da interação que estabelece com os alunos no trabalho de ensino. O corpus é composto por transcrições de dados áudio-gravados e por registros em caderno de campo, gerados por meio de observação participante, em uma turma de primeiro ano do ciclo inicial do ensino fundamental de uma escola da rede pública de ensino do município de São Bernardo do Campo, região metropolitana de São Paulo. A reflexão sobre um caso particular de trabalho de alfabetização de crianças pode fornecer elementos para se refletir sobre a elaboração de currículos, programas e livros didáticos que foram e estão sendo pensados para o Ensino Fundamental de nove anos.

Palavras-chave: Alfabetização; Ensino Fundamental de Nove Anos; Trabalho docente.

39RESUMOS

COLÓQUIO LINGUAGEM ETRABALHO DOCENTE

Autor/Instituição Atividade Página do Resumo

Ana Maria Mattos Guimarães (Universidade do Vale do Rio dos Sinos) Mesa redonda 1

Anderson Carnin (PG-Universidade do Vale do Rio dos Sinos) Sessão CEC

Anna Christina Bentes (IEL, UNICAMP) Conferência Abertura

Anneliese Maria Bento Gama de Carvalho (Universidade Federal de Minas Gerais/Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais)

Sessão CEC

Bernard Schneuwly (UNIGE, Suiça) Conferência Encerramento

Caroline Seixas (Rede de Ensino – Osasco, SP) Sessão CEC

Cristiane M. C. Gottschalk (Universidade de São Paulo) Mesa redonda 1

Eliane Gouvêa Lousada (Universidade de São Paulo) Mesa redonda 3

Elio Carlos Ricardo (Universidade de São Paulo) Mesa redonda 3

Emily Caroline da Silva (PG-Universidade de São Paulo) Sessão CEC

Flavia Fazion (PG-Universidade de São Paulo) Sessão CEC

Glaís Sales Cordeiro(Universidade de Genebra) Mesa redonda 2

Heloisa Gonçalves Jordão (PG-Universidade de São Paulo) Sessão CEC

Isabel Cristina França dos Santos Rodrigues(Universidade Federal do Pará) Sessão CEC

Isabel Villalobos Hrdlicka (PG- Universidade de São Paulo) Sessão CEC

José Anchieta Oliveira Bentes (Universidade Estadual do Pará) Mesa redonda 3

Juliana Reichert Assunção Tonelli (Universidade Estadual de Londrina) Sessão CEC

Larissa Minuesa Pontes Marega (PG-Universidade de São Paulo) Sessão CEC

Luiza Guimarães(PG-Universidade de São Paulo) Sessão CEC

Luzia Bueno (Universidade São Francisco) Sessão CEC

Marcelo Giordan Santos (Universidade de São Paulo) Mesa redonda 2

Maria da Conceição Azevêdo (Universidade Federal do Pará/PG-Universidade de São Paulo)

Sessão CEC

Maria Tereza Martins Mora (PG-Universidade de São Paulo) Sessão CEC

Marise Adriana Mamede Galvão (Universidade Federal do Rio Grande do Norte) Mesa redonda 2

Mônica de Souza Serafim (Universidade Federal do Ceará) Sessão CEC

Natalie Archas Beserra Torini(PG-Universidade de São Paulo) Sessão CEC

Priscila Aguiar Melão (PG- Universidade de São Paulo) Sessão CEC

Rafaela Fetzner Drey (Instituto Federal do Rio Grande do Sul) Sessão CEC

Rita de Nazareth Souza Bentes (Universidade do Estado do Pará) Sessão CEC

Rogério Martins Muraro(PG- Universidade de São Paulo) Sessão CEC

Sandoval Nonato Gomes-Santos (Universidade de São Paulo) Apresentação do Colóquio

Simone Maria Dantas-Longhi(PG-Universidade de São Paulo) Sessão CEC

Sueli Pinheiro da Silva (Universidade do Estado do Pará) Sessão CEC

Suélen Maria Rocha(PG-Universidade de São Paulo) Sessão CEC

Suzanny Pinto Silva (Universidade do Estado do Pará) Sessão CEC

Taiane Malabarba (PG-Universidade do Vale do Rio dos Sinos) Sessão CEC

Tiago Sousa Santos (G-Universidade do Estado do Pará) Sessão CEC

Valdiana do Bomfim Alves (PG- Universidade de São Paulo) Sessão CEC

Zilda Gaspar Oliveira de Aquino (Universidade de São Paulo) Mesa redonda 1

ÍNDICE DE AUTORES

40

41RESUMOS

COLÓQUIO LINGUAGEM ETRABALHO DOCENTE

1 Faculdade de Educação

Lanchonete / Restaurante

A Escola de Educação Física e Esportes | EEFE

Lanchonete / Restaurante

B CEPEUSP

Centro de Práticas Esportivas da USP

C Reitoria

D| FFLCH

E Praça do Relógio

F Praça dos Bancos

G Instituto de Geologia

H Faculdade de Arquitetura e Urbanismo | FAU

I Faculdade de Economia, Administração e

Contabili-dade | FEA

Lanchonete / Restaurante

J Escola Politécnica | EP

K Coordenadoria do Campus

L Hospital Universitário

M Faculdade de Veterinária e Zootecnia | FMVZ

P1 Portão 1 - Acesso Principal

Marginal Pinheiros / Vital Brasil /

Eusé-bio Matoso / Vl. Madalena

P2 Portão 2

Marginal Pinheiros / Av. Escola Politec-nica / Jaguaré

P3 Portão 3

Av. Corifeu de A. Marques / Rio Peque-no / Osasco

P2

P1

P3

1

A

J

K

L

M

B

I

H

G

D

E

F

C

Cidade Universitária

MAPAS DE LOCALIZAÇÃO

42

2

3

1

AB

C

Faculdade de Educação

1 Bloco B | FEUSP

Salas d e Aulas e

Auditório da FEUSP

2 Escola de Aplicação

Auditório da Escola de Aplicação

3 Lanchonete da Educação (térreo)

Lanchonete / Restaurante

A Ponto de ônibus Educação

B Bolsão de e stacionamento | CE-PEUSP

C Bloco A | FEUSP

D Biblioteca da FEUSP

D

Faculdade de Educação

43RESUMOS

COLÓQUIO LINGUAGEM ETRABALHO DOCENTE

Museus Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE) |

Av. Professor Almeida Prado, 1466Horário de Funcionamento: terça a

sexta, das 10h às 12h e

das 13h30 às 17h, sába-dos, domingos e feriados, das 10h às 16hMuseu de Arte Contemporânea (MAC) |

Rua da Reitoria, 160Horário de Funcionamento: 3ª a 6ª, das 10h às 18h; sábados, domingos e feriados, das 10h às 16hInstituto de Estudos Brasileiros (IEB) | Av. Prof. Melo Moraes, travessa 8 nº 140

Cafés, lanchonetes e

restaurantesFaculdade de Educação - Av. da Universidade, 308Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) - Avenida Prof. Luciano Gualberto, 908Escola de Educação Física e Esportes (EEFE) - Avenida Professor Mello Moraes, 65

Pontos de taxi Praça da Reitoria – (11) 3091-3556; na Praça das Agências Bancárias – (11) 3091-4488; em frente ao Hospital Universitário – (11) 3091-3536.

Bancos Banco do Brasil, Banco Real, Banco Santander Banespa, Banco Bradesco, Banco Itaú Av. Prof. Luciano Gualberto, 600

Hospital / emergência Hospital Universitário - Av. Prof. Lineu Prestes, 2565

Ônibus urbanos

107T Metrô Tucuruvi - Cid. Universitária

8012 (Circular) Metrô Butantã - Cid. Universitária

8020 (Circular) Metrô Butantã - Cid. Universitária

Santana - Metrô Tietê - Metrô Tiradentes - República - Augusta - Metrô Consolação -

Metrô Butantã - entrada pela Av. da Universidade - saída pela Av. Prof. Mello Moraes

Metrô Butantã - entrada Av. Prof. Mello Moraes - saída pela Av. da Universidade

Cid. Jardim - P1 - Av. da Universidade - Praça dos Bancos177H Metrô Santana - Butantã-USPCasa Verde - Barra Funda - Metrô Marechal Deodoro - Av. Angélica - Metrô Clinicas -

Cardeal Arcoverde - Lgo. Batata - P1 - Av. da Universidade - Praça dos Bancos177P Metrô Santana - Butantã-USPCasa Verde - Barra Funda - Perdizes/PUC - Metrô Clinicas -

Cardeal Arcoverde -

Lgo.

Batata - P1 - Av. da Universidade - Praça dos Bancos701U Jaçanã - Butantã-USP

ôrteM -

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Clínicas - Cardeal Arcoverde - Lgo. Batata - P1 - Av. da Universidade - Hosp. Universi-tario - IMEUSP - Av. Prof. Luciano Gualberto - ECAUSP 702U Term. Pq. Dom Pedro II - Butantã-USP (Lorena Hotel Flat)Pça. Sé/ Pateo do Colegio - Pça Ramos - República - Consolação - Rebouças -

P1 - Av.

da Universidade - Hosp. Universitario - IMEUSP - Av. Prof. Luciano Gualberto - ECAUSP724A Aclimação - Cid. UniversitáriaPq. Aclimação -

Paulista - Metrô Clínicas -

Cardeal Arcoverde -

Lgo. Batata - P1 - Av.

da Universidade - Praça dos Bancos7181 Term. Princ. Isabel - Cid. Universitária República - Augusta - Metrô Consolação - Cid. Jardim - P1 - Av. da Universidade - Praça dos Bancos7411 Pça. da Sé - Cid. Universitária (Lorena Hotel Flat)Pça Ramos - República - Consolação - Rebouças - P1 - Av. da Universidade - Praça dos Bancos

INFORMAÇÕES DO CAMPUS

44

7702 Term. Lapa - USP

7725 Metrô V. Madalena - Rio PequenoElisa de Moraes Mendes - Pça. Panamericana - Pte. Cidade Universitária - P1 - Hosp. Universitario - IMEUSP - Av. Prof. Luciano Gualberto - ECAUSP - Av. Prof. Melo Moraes - P2 - Av.

Escola Politécnica - Av. Rio

Pequeno.

Ônibus circular

Linha 1: P3 -

ponto inicial, Acesso de Pedestres Vila Indiana, Biociências,

nica, Praça do Relógio, CRUSP,

Acesso de Pedestres CPTM, Educação Física, Educação, Reitoria, Biblioteca Brasiliana, Bancos, FEA, Biênio,

Linha 2: P3 -

ponto inicial, B iomédicas IV, IPEN, COPESP,

Acesso Pe

CEPAM, Butantã, Casa da Cultura Japonesa, Paço das A rtes, Portaria 1, Acesso de Pedestres CPTM, Raia Olímpica, P sicologia, Portaria 2 ,

Terminal de Ônibus Urbanos, IPT, Eletrotécnica, FAU, Geociências, Le

-Pio XI - Cerro Corá - São Gualtier - Pça. Panamericana - Pte. Cidade Universitária P1- Av. da Universidade - Hosp. Universitario - IMEUSP - Av. Prof. Luciano Gualberto - ECAUSP

45RESUMOS

COLÓQUIO LINGUAGEM ETRABALHO DOCENTE

SUGESTÕES BIBLIOGRÁFICAS

GIORDAN, Marcelo. Computadores e linguagens nas aulas de ciências: uma perspectiva sociocultu-ral para compreender a construção de significados. Ijuí, RS: Editora da UNIJUÍ, 2008.

GUIMARÃES, Ana Maria de Mattos ; Campani-Castilhos, Daiana ; DREY, Rafaela Fetzner . Gêne-ros de texto no dia-a-dia do Ensino Fundamental. Campinas: Mercado de Letras, 2008.

FÁVERO, Leonor Lopes ; AQUINO, Z. G. O. ; ANDRADE, Maria Lúcia C. V. O. Oralidade e escri-ta – perspectivas para o ensino de língua materna. São Paulo: Cortez, 2009.

SCHNEUWLY, Bernard. Vygotski, l’école et l’écrit (Cahier de la Section des Scien-ces de l’Éducation). Genève: Section des Sciences de l’Éducation, 2008.

SCHNEUWLY, Bernard; DOLZ, Joaquin (Orgs). Des objets enseignés en classe de français – Le travail de l’enseignant sur la rédaction de texts argumentatifs et sur la subordonnée relative. Rennes, FR: Presses Universitaires de Rennes, 2009.

SCHNEUWLY, Bernard; THÉVENAZ-CHRISTEN, Thérese. Analyses des objets enseignés – le cas du français. Bruxelles: De Boeck, 2006

RE-LANÇAMENTOS

BENTES, José Anchieta O.; HAYASHI, M. C. P. I. Normalidade e disnormalidade: formas do trabalho docente na educação de surdos. Campina Grande, PB: EDUEPB, 2012.

BUENO, Luzia. A construção de representações sobre o trabalho docente: o papel do estágio. 1. ed. São Paulo: EDUC, 2009.

CANELAS-TREVISI, S.; GUERNIER, M.-C.; CORDEIRO, Glaís Sales; SIMON, D.-L. Langage, objets enseignés et tra-vail enseignant. Grenoble, FR: Éditions littéraires et linguistiques de l’Université de Grenoble, 2009.

GALVÃO, Marise A. M. (Org.); DIAS, V. C. de Araújo (Org.); SANTOS, D. (Org.). Dizeres Díspa-res: ensaios de linguística e literatura. João Pessoa: Ideia, 2010.

GUIMARÃES, Ana Maria de Mattos (Org.) ; CORRÊA, Márcia Cristina (Org.) . Formação continuada de profes-sores de língua portuguesa: desafios e possibilidades. 1. ed. Santa Maria: PPGL Editores, 2012.

MACHADO, Anna Rachel (Org.); LOUSADA, Eliane G. (Org.); FERREIRA, A. A. D. (Org.). O professor e seu tra-balho: a linguagem revelando práticas docentes. Campinas: Mercado de Letras, 2011.

LANÇAMENTO

GOMES-SANTOS, Sandoval Nonato. A exposição oral – nos anos iniciais do ensino fundamental. Coleção Trabalhando com… na escolar (Coordenação: Anna Christina Bentes). São Paulo: Cortez Editora, 2012.

46

Comunicação e MídiaLilian Curiel PasseriMaria Clara BuenoRenato TassinariTânia de Lajonquière

Projeto Gráfico | DiagramaçãoTânia de Lajonquière

GráficaAnderson Ferreira de FreitasReinaldo Ramalho Girão

MapasWesley Soares

Tiragem200 exemplares

TipologiasEurostile LT StdUnivers LT Std

PRODUÇÃO, DIAGRAMAÇÃO E MONTAGEM