Colombianos vendem artesanato em Porto Alegre para acompanhar time do coração
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19/4/2014 Jornal do Comércio - Colombianos vendem artesanato na Capital para acompanhar time do coração
http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=156246 1/1
LEONARDO PUJOL/ESPECIAL/JC
Miguel, Sebastian e Wilmar estão em Porto
Alegre desde o dia 25 de fevereiro
LIBERTADORES 11/03/2014 - 12h20min
Colombianos vendem artesanato na Capital para acompanhar time do coração
Três amigos colombianos estão em Porto Alegre há duas semanas vendendo artesanato para conseguir comer, dormir e viajar.
Wilmar Arboleda, Miguel Garcia e Sebastian Soto (33, 24 e 19 anos, respectivamente) vieram da segunda maior cidade da
Colômbia, Medellín, para acompanhar o seu time do coração, o Nacional, na Copa Libertadores, que teve partida na Arena,
contra o Grêmio, no dia 25 de fevereiro. Segundo eles, a equipe de sua cidade natal é sua maior paixão. “Somos locos por
Nacional”, dizem, de maneira uníssona.
Eles se conheceram dentro de uma das torcidas organizadas do Nacional de Medellín: El Carmen. Sua paixão pelo clube e pelo
futebol motivou-os a viajar pela América do Sul para acompanhar seu time durante a primeira fase da competição
intercontinental. Como verdadeiros peregrinos verdolagas (como os torcedores do time verde e branco são chamados na
Colômbia), partiram de Medellín no dia 20 de janeiro. De lá, passaram por cidades do Equador, Peru, Paraguai, até chegarem a
Porto Alegre para assistir à partida entre seu time do coração e o Grêmio, carrasco na Libertadores de 1995.
“Tomamos três do Grêmio”, lamenta Wilmar. Durante a vitória gremista por 3 a 0, na Arena, eles acabaram fazendo amizade com diversos torcedores do tricolor
gaúcho que os trataram muito bem. Alguns gremistas se impressionaram com a força de vontade de um deles.
Wilmar, quando com um ano de idade, teve poliomielite, popularmente conhecida como paralisia infantil. A doença atrofiou os músculos das pernas e braços do
colombiano, mas jamais sua vontade de ir apoiar o Nacional nos estádios onde o time joga. Utilizando uma cadeira de rodas, ele vai América afora – acompanhado dos
amigos – para representar a torcida de El Carmen. Dada a sua condição física, ele é categórico. “Não tenho nenhum problema em viajar”.
Pela caravana sul-americana, encontraram pessoas caridosas que os ajudaram com carona, teto e comida. Não fosse a barreira do idioma, Miguel afirma que teria
conseguido lugar para dormir logo que chegaram a Porto Alegre. Por três dias ficaram em uma barraca na Vila Liberdade, no bairro Humaitá. Compraram algumas
pulseiras artesanais para revender pelas calles da capital gaúcha até conseguir o suficiente para comer e dormir até o dia da despedida.
Os torcedores do Nacional de Medellín, que só voltam para casa em maio, embarcam na quarta-feira (12) para Montevidéu, Uruguai, pois no dia 18 seu time encara o
xará Nacional. Em abril vão a Rosário, na Argentina, para acompanhar o confronto contra o Newell's Old Boys. Após o término da primeira fase da competição, rumam
de volta à terra do clube verde e branco.
Além dos próprios esforços, contam sempre com a sorte, como a da última sexta-feira. Encontraram um torcedor do Grêmio que os reconheceram do jogo. O rapaz
tricolor, Fabrício Baptista, é estudante de Direito e se propôs a ajudar os colombianos, pagando R$ 25,00 para o pernoite em uma pensão, além de três xis salada e
uma Coca-Cola 2L. Ficaram muito agradecidos. Depois de se despedirem do gremista, despediram-se do repórter, fazendo um pedido. “Não se esqueça de escrever
que somos locos por Nacional”.