Colégio Estadual Profa. Simone S. Neri POESIA LÍRICA - · PDF...
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Colégio Estadual Profa. Simone S. Neri
Disciplina: Língua Portuguesa
Turmas: 1AM, 1BM, 1CM e 1DM.
Assunto: Classicismo
Professora: Isabel Lima
Estudante: _________________________
CLASSICISMO – SÉCULO XVI (1527-1580)
Contexto histórico:
-Ascensão da burguesia - Centralização do poder
- Reforma Protestante - Grandes Navegações
- Invenções e progresso científico: bússola, pólvora,
imprensa, papel, relógio, mapa múndi.
Em Portugal, o momento histórico
(centralização do poder, expansão marítima) se mostra
ideal para a aceitação de valores renascentistas.
Também um momento intenso de descobertas, a da
pólvora, imprensa, papel, mapa múndi, relógio, devido
a visão mais científica e racional do mundo, baseada na
observação e experimentação.
Características:
- Preocupação formal: uso dos sonetos, a maioria dos
versos são decassílabos (dez sílabas poéticas)
- Culto e imitação dos clássicos - Neoplatonismo
- Mitologia greco-latina - Antropocentrismo
- Racionalismo - Universalismo
A cultura e a arte se voltam para o homem e
suas potencialidades, como o raciocínio, a análise, a
crítica.
A arte do Renascimento (Classicismo na
literatura) dialoga com a Antiguidade Clássica,
considerada modelo de civilização, tendo como uma
das características, a imitação dos modelos greco-
latinos, como por exemplo, quando em “Os Lusíadas”
o eu-lírico tece referências da mitologia grega.
A individualidade perde terreno para o aspecto
universal, isto é, os artistas passam a se preocupar com
ideias relacionadas às verdades universais.
Vê-se uma objetividade em decorrência da
preocupação com temas universais, posturas científicas
com base na observação da realidade.
A atividade literária reflete essa atmosfera de
exaltação épica e independência econômica, em obras
que apresentam Portugal como grande nação vitoriosa.
Tem como maior representante o escritor Luís
de Camões com seus poemas líricos e épicos,
destacando-se a obra épica “Os Lusíadas” e as líricas
“Tanto de meu estado me acho incerto” e “Soneto 74”.
POESIA LÍRICA - CAMÕES
Na poesia lírica, novas formas poéticas vindas
da Itália foram assimiladas, como o verso decassílabo
(dez sílabas poéticas) e o soneto (dois quartetos e dois
tercetos, ou seja, duas estrofes com quatro versos e
duas estrofes com dois versos).
Os poemas líricos de Camões evidenciam as
contradições (uso de antíteses, paradoxos ou
oximoros), ambivalências (conflitos) da época em que
ele viveu, quando a busca pela razão estava ao lado de
valores medievais como a subjetividade. Ele busca
falar do amor de forma universal e aborda a
efemeridade da vida (o quanto a vida é passageira), os
conflitos existentes entre o que acredita ser correto,
racional, e as injustiças e contradições do amor.
Em diversas poesias líricas a contradição em
meio a antíteses e paradoxos se faz presente, de modo
que em uma de suas poesias ele denomina-se coitado
mediante a intensidade do sofrimento devido à
oposição de sensações, de forma que sente piedade de
si mesmo.
“Coitado! Que em um tempo choro e rio;
espero e temo, quero e aborreço;
juntamente me alegro e entristeço;
de uma cousa confio e desconfio. [...]”
“Amor é um fogo que arde sem se ver...
É um contentamento descontente
É dor que desatina sem doer. [...]”
“Tanto de meu estado me acho incerto,
que em vivo ardor tremendo estou de frio;
sem causa, juntamente choro e rio,
o mundo todo abarco e nada aperto.
É tudo quanto sinto, um desconcerto;
da alma um fogo me sai, da vista um rio;
agora espero, agora desconfio,
agora desvario, agora acerto. [...]
Se me pergunta alguém por que assim ando,
Respondo que não sei; porém suspeito
que só porque vos vi, minha senhora.”
Em “Tanto do meu estado me acho incerto”,
observa-se predominantemente sensações
contraditórias, caracterizadas pelo uso da antítese /
oxímoro / paradoxo, figuras de linguagens possíveis
de perceber a partir das expressões: ardor x frio;
choro x rio; abarco x aperto.
Sobre a lírica camoniana é correto afirmar que:
+ boa parte de sua realização se encontra na poesia
de inspiração clássica.
+ sonda o mundo do “eu”, da mulher, de Deus.
+ muitas vezes o poeta procura conceituar o amor,
utilizando antíteses e paradoxos.
+ há utilização de versos livres, sonetos, dentre
outras estruturas clássicas como versos decassílabos.
Uma pessoa é única ao estender a mão, e ao
recolhê-la inesperadamente torna-se mais uma.
O egoísmo unifica os insignificantes. William Shakespeare
Vamos treinar um pouco?
01) Cite os fatos que ocorreram no contexto histórico
do Classicismo:
A) Contrarreforma; Grandes Navegações; Invenções e
progresso científico;
B) Progresso científico; Reforma Protestante;
Feudalismo;
C) Descentralização do poder; Grandes Navegações;
Reforma Protestante;
D) Reforma Protestante; Grandes Navegações;
Invenções e progresso científico.
02) (UM-SP – adaptado) Sobre a lírica camoniana é
incorreto afirmar que:
A) muitas vezes o poeta procura conceituar o amor,
utilizando antíteses e paradoxos.
B) há utilização, tão somente, de versos livres e
sonetos.
C) boa parte de sua realização se encontra na poesia de
inspiração clássica.
D) sonda o mundo do “eu”, da mulher, de Deus.
POESIA ÉPICA – CAMÕES
Portugal atingira, no século XVI, o apogeu, o
máximo de glória pelas conquistas ultramarinas. Desta
forma, havia a necessidade de registrar tais feitos.
Na épica camoniana destaca-se a célebre
narrativa “Os Lusíadas”, obra construída em estrofes e
versos clássicos. O poema divide-se em dez cantos,
tendo 1.102 estrofes de oito versos em cada.
É uma epopeia clássica, ou seja, um poema
narrativo em que prevalece o fantástico, a mistura de
fatos históricos e ficcionais, em especial com mitos,
heróis.
Há a presença de dois narradores no poema: o
eu-épico, Camões fala através dele, e o outro, Vasco da
Gama, que é quem dá conta de toda a História de
Portugal.
Tendo elementos da cultura greco-latina
(mitologia) e da ocidental (fé cristã), o referido texto
destaca a coragem do povo português no período das
grandes navegações, destacando a viagem de Vasco da
Gama às Índias.
O tom dado ao poeta Luís de Camões na
epopeia citada é de grandiosidade, porque ele canta os
mais altos valores do povo português.
As armas (guerras) e os barões assinalados (homens
distintos)
Que da Ocidental praia Lusitana, (Costa Oeste de
Portugal, que dá para o Oceano Atlântico)
Por mares nunca dantes navegados
Passaram ainda além da Taprobana(antigo nome da Sri
Lanka),
Em perigos e guerras esforçados
Mais do que prometia a força humana
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram (tornaram
sublimes);
E também as memórias gloriosas
Daqueles Reis que foram dilatando (expandir) [...]
Cantando espalharei por toda a parte
Se a tanto me ajudar o engenho (capacidade de criar
arte com talento) e arte. (Os Lusíadas (1572) – Canto I
Vamos treinar um pouco?
01) Em “Os Lusíadas”, Camões:
A) Tem como objetivo elogiar a bravura dos
portugueses e o faz através da narração dos episódios
mais valorosos da colonização brasileira.
B) Afasta-se dos modelos clássicos, criando a epopeia
lusitana, um gênero inteiramente original na época.
C) tem como objetivo criticar a ambição dos
navegantes portugueses que abandonam à pátria para
buscar ouro e glória em terras distantes.
D) Narra a viagem de Vasco da Gama às Índias.
02) Qual (is) o(s) narrador(es) do maior poema épico
português, “Os Lusíadas”?
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03) O que é uma epopeia?
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04) O tom dado ao poeta Luís de Camões da epopeia
“Os lusíadas” é:
A) Satírico e irônico, pois zomba da fraqueza dos
outros povos antes a força lusíada.
B) Humilde, de quem não se considera melhor do que
ninguém.
C) Grandioso, porque ele cantará os mais altos
valores do povo português.
D) Romântico, porque ele trará lirismo ao falar da
mulher amada.
GÊNERO DRAMÁTICO –
WILLIAM SHAKESPEARE
Shakespeare é, possivelmente, o maior dramaturgo de
todos os tempos. Com peças adaptadas em diversas
nacionalidades e reinterpretadas no cinema, novelas, o
dramaturgo e escritor inglês é um dos maiores nomes
da literatura universal. Segue um resumo de algumas
das suas principais obras, com temas variados, dentre
os quais predominam: o amor e suas peripécias, em sua
maioria tem-se um final trágico, coerente com a
característica do Classicismo, o neoplatonismo, por
tratar-se de um amor impossível, por não ser
correspondido, pela pessoa amada ser de uma família
inimiga, como em “Romeu e Julieta”, ou pelo ciúmes,
como em “Otelo”. Um outro tema muito discutido é a
ambição e a “sede” pelo poder. Também discute sobre
a vingança e suas consequências.
A Megera Domada
Comecemos por uma comédia. Essa história é
provavelmente a mais conhecida de forma indireta
hoje. Há pelo menos duas grandes referências a ela
para quem mora no Brasil: o filme 10 coisas que eu
odeio em você, com Heath Ledger e Julia Stiles e a
novela (sim, uma novela) O Cravo e a Rosa. Mesmo
que não saiba, você conhece muito bem a história de
Bianca, obrigada pelo seu pai, Batista, a casar-se
apenas depois que sua irmã mais velha, Catarina,
casar-se. No meio desse casamento impedido e do
desespero de Lucêncio em casar com Bianca surge
Petrúquio, alguém disposto a encarar um casamento
com a megera do título para ter o volumoso dote que
acompanha a esposa. Em meio a toda situação, damos
muitas risadas das tentativas de Petrúquio em
conquistar e convencer a perversa Catarina. Uma boa
forma de se entrar no mundo do bardo com leveza,
contudo sem negar a complexidade subjacente que
pode haver por trás de uma história tão inocente.
Otelo O ciúme e as consequências provocadas por ele são
coisas que nos acompanham desde os gregos. No
entanto, ninguém soube até hoje criar um homem tão
ciumento e cego, capaz de agir sem pensar, do que
Shakespeare. Otelo é nada mais do que isso: um
homem ciumento em meio hostil (entre o racismo por
ser mouro e a inveja por ser bem sucedido na condição
de negro/pardo). Tudo, porém, não andaria se não
houvesse o pior entre os vilões criados por ele: Iago.
Quem traça o destino do mouro e da sua esposa,
Desdêmona, é esse ser rancoroso que vai enganando o
cego Otelo por meio de artifícios dúbios que apenas
um homem cego vê. E para aqueles que se perguntam
qual é o estopim para tamanha vingança de Iago, o
motivo que surge ao lermos a peça mostra que
Shakespeare conhecia a alma humana como poucos.
Iago faz tudo e faz por ter sido deixado em segundo
plano numa promoção, nada mais do que isso – e cá
temos o motivo fútil hoje em dia tão debatido. Uma
peça onde a tragédia corre para um desfecho terrível e
nada podemos fazer além de acompanhar tudo até o
final.
Hamlet O príncipe da Dinamarca pode é provavelmente um
dos personagens de Shakespeare mais conhecidos junto
ao casal Romeu e Julieta. É dele, por exemplo, a
famosa frase “ser ou não ser, eis a questão”.
Entretanto, não podemos resumir o mais complexo dos
personagens do bardo em um jargão já um tanto batido
devido à complexidade e às múltiplas e por bem dizer
infinitas interpretações que a peça gera ainda hoje. Em
síntese, o enredo não parece ter nada demais: Hamlet,
príncipe da Dinamarca, pretende vingar a morte de seu
pai, também Hamlet. Para tanto, ele tem de matar
Cláudio, atual rei e seu tio. Mas a coisa não fica por aí.
Cláudio, para se tornar rei, casa-se com a rainha, mãe
de Hamlet e o resto já se ver que não vai acabar bem.
Entre o fantasma do rei morto e Ofélia, noiva do
instável Hamlet há mais coisas que supõe nossa vã
filosofia – para usar outra das famosas tiradas do
personagem-título.
Macbeth Não há nada em excesso ou em falta nessa peça que
gira em torno da crescente cobiça. Macbeth é um
general que junto a Banquo, também general e amigo,
acaba de vencer mais uma batalha para o rei Duncan da
Escócia. Tudo vai bem até dois acontecimentos
virarem a cabeça do nosso protagonista. Três adivinhas
surgem e fazem duas profecias a Macbeth e Banquo:
Macbeth será rei, bem como os filhos de Banquo o
serão, mesmo que ele não o seja. Tudo isso já seria o
suficiente para esperarmos uma grande situação.
Contudo, a grande personagem ainda está por surgir.
Lady Macbeth, ao saber da profecia, incita o marido a
matar o rei – e aqui a razão de ambos degringola de
vez. O que temos depois é muito sangue – digno de um
filme de Tarantino –, cobiça, vingança e loucura.
Aquela que não deve ter seu nome pronunciado é o
melhor exemplo de que todos somos manipulados – e
ainda dá vazão ao velho ditado, “por trás de um grande
homem há uma grande mulher”.
Romeu e Julieta
A história tem como fundo a cidade de Verona, onde
os filhos, Romeu e Julieta, de duas famílias rivais
Montagues e os Capulet se apaixonam mesmo diante
das dificuldades e impossibilidades de ficarem juntos.
Primeiro suas vidas e escolhas ainda estão nas mãos de
seus pais, segundo Julieta já havia sido prometida em
casamento a outro jovem, Paris. Mesmo diante dessas
dificuldades, o jovem casal, com a ajuda da ama desta
e de um frade se casam esperando um momento
oportuno para revelar seu amor. Entretanto, como se
trata de uma tragédia, a rivalidade entre as famílias
leva a ações de Romeu causarem a morte de seu amigo
Mercutio e ao nosso herói matar Teobaldo, primo de
Julieta. Por essa morte, Romeu é banido de Verona.
Mesmo assim, o amigo Frei tem a ideia de fingir a
morte de Julieta para evitar o casamento da jovem com
Paris e fazer com que assim ela possa fugir e encontrar
Romeu. A mensagem para Romeu ficar a par do plano
não chega até o jovem e ele desesperado vai ao
encontro de Julieta no Cemitério, onde se suicida, no
que Julieta faz o mesmo ao vê-lo morto. Com estas
mortes trágicas as famílias, antes inimigas mortais,
fazem as pazes.
Vamos treinar um pouco?
1) Dentre as histórias criadas por Shakespeare, qual a
que considera mais interessante? Justifique.
2) Escolha uma das obras, construa o resumo e aponte
suas principais características.
Referência:
http://...literatus.com/5-pecas-de-shakespeare-que-
devemos-ler/