Bruna Renalle Oliveira Leite Hebe Cardoso Arajo Nadson Soares Pimentel Junior Vanessa Oliveira Rodrigues

Departamento de Anlises Bromatolgicas, Faculdade de Farmcia, Universidade Federal da Bahia, Salvador, BA.

RESUMO

A coleta seletiva e a reciclagem de lixo tm um papel muito

importante para o meio ambiente. Por meio delas, recuperam-se

matrias-primas que de outro modo seriam tiradas da natureza. A

ameaa de exausto dos recursos naturais no-renovveis aumenta

a necessidade de reaproveitamento dos materiais reciclveis, que

so separados na coleta seletiva de lixo. Nesta reviso, mostramos

resultados de uma pesquisa onde foram questionados

conhecimentos sobre projetos de reciclagem e conscientizao

ambiental, diferenciao de material orgnico e reciclvel, e sobre

coleta seletiva e seus assuntos perifricos. Este artigo tem como

finalidade identificar o perfil de conhecimento da populao de

Salvador em relao coleta seletiva e reciclagem.

Palavras-chave: Reciclagem; Coleta Seletiva; Meio Ambiente

ABSTRACT

The separate collection and recycling of waste have a very important

role for the environment. Through them, are recovered raw materials

which would otherwise be drawn from nature. The threat of non-

renewable resource depletion increases the need for reuse of

recyclable materials, which are separated in the garbage collection.

In this review, we show results of a survey where respondents were

knowledge about recycling projects and environmental awareness,

differentiation of organic and recyclable material, and selective

collection and its peripheral issues. This article aims to identify the

profile of the population of Salvador knowledge regarding selective

collection and recycling.

Keywords: Recycling; Waste Recycling; Environment

INTRODUO

Diversos fatores como o

desenvolvimento econmico, a urbanizao

das cidades, o aumento da populao

mundial e a mudana dos hbitos de

consumo tem gerado uma enorme

quantidade de resduos que trazem grandes

problemas ambientais para o meio ambiente.

(PIAZ; FERREIRA, 2011). Os impactos

provocados pela poluio ambiental e

tambm pelo uso desenfreado dos recursos

naturais mostram a importncia do ser

humano em rever seus conceitos sobre

agresso natureza.

A partir de 1980, houve um avano

nas buscas por alternativas que reduzam a

quantidade de lixo, passou- se observar uma

preocupao com o destino da embalagem

aps o consumo (BERTHIER, 2003). Com

isso, a embalagem tem sido uma questo

bastante discutida por ambientalistas na

procura de solues para o gerenciamento

de resduos slidos urbanos

Em 1986 tiveram incio as primeiras

aes organizadas de coleta seletiva no

Brasil. A partir de 1990, destacaram- se as

iniciativas nas quais as administraes

municipais estabeleceram parcerias com

catadores organizados em associaes e

cooperativas para a gesto e execuo de

programas. (RIBEIRO; BESEN, 2006). Alm

de reduzir os custos dos programas, essas

parcerias acabaram se tornando um modelo

de poltica pblica de resduos de slidos,

gerando renda e incluso social. A coleta

seletiva foi criada com a finalidade de reduzir

a quantidade dos resduos descartados nos

lixes e desta forma reduzir os impactos

ambientais. Consiste na separao e

recolhimento dos resduos descartados por

empresas e pessoas, e em seguida

reaproveitamento dos materiais atravs da

reciclagem. Contudo, essa coleta seletiva

ainda no foi incorporada populao, de

forma que so poucos os que contribuem

com a separao dos materiais reciclveis.

Segundo Bringhenti e Gnther (2011),

este um fator preocupante, j que a

efetividade de programas e iniciativas de

coleta seletiva requer necessariamente o

envolvimento dos cidados, pois estes so

os geradores dos resduos. As autoras

tambm deixam evidente a necessidade de

informao e divulgao dos programas

implantados, de forma que a comunidade

sinta-se motivada e dessa forma seja

possvel a incorporao dos conceitos de

prticas desses programas ao cotidiano das

pessoas. Sendo assim possvel assegurar

sua execuo, viabilidade e permanncia,

garantindo que os resultados sejam

alcanados.

Na cidade de Salvador, por exemplo,

a coleta seletiva ainda no feita de forma

representativa, sendo que apenas 1% do lixo

reciclado (PBLU, 2012). A coleta seletiva e

a reciclagem seriam boas alternativas para a

reduo do lixo que jogado em aterros e

lixes. Porm boa parte da populao no

conhece programas de coleta seletiva e

reciclagem.

REVISO BIBLIOGRFICA

O crescente volume de resduos

slidos produzidos nos grandes centros

urbanos levou a criao de medidas

governamentais que se baseiam na incluso

de polticas pblicas para o

reaproveitamento destes resduos, seja por

incinerao, compostagem ou reciclagem.

(LINO et al., 2010)

A reciclagem destaca-se dentre as

formas de reaproveitamento mencionadas,

isso ocorre tanto por motivaes financeiras,

quanto ambientais. Sendo assim, a

reciclagem a sada para as autoridades

competentes na melhor gesto dos recursos

naturais, ou seja, na gesto de matrias

primas, de territrio, de gua e dos nveis de

qualidade do solo (CRUZ; SIMES;

MARQUES, 2012).

Em resumo, pode-se se referir

reciclagem como um sistema de resgate de

recursos com a finalidade de recuperar e/ ou

reutilizar resduos atravs da transformao

destes em substncias e materiais teis

sociedade (RIBEIRO; LIMA, 2001). Assim, a

reciclagem, mediante o processo de

separao de lixo, acaba diminuindo a

presso sobre os aterros sanitrios ou

demais formas de destinao fina, sendo

ainda uma forma de se apresentar como

uma boa alternativa financeira para milhares

de catadores. (FRANA; RUARO, 2009).

Ademais, importante salientar que o

gerenciamento dos resduos slidos de

responsabilidade da administrao pblica

do municpio, desde a coleta do lixo at o

seu descarte em lixes ou aterros sanitrios,

de maneira que o lixo no coletado fica

disposto de forma irregular nas ruas, o que

pode resultar em entupimento de bueiros e

consequente aumento de enchentes no

perodo de chuvas, incluindo a destruio de

reas verdes. (JACOBI; BESEN, 2011).

Contudo, para um melhor

funcionamento da reciclagem,

imprescindvel que se implante um amplo

sistema de coleta seletiva, em que as

embalagens reciclveis sejam separadas

nas residncias e coletadas pelo municpio.

(SIMONETTO; BORENSTEIN, 2006).

De acordo com a RDC n 91, de 11 de

maio de 2001 indispensvel o

estabelecimento de princpios gerais

referentes a embalagens e equipamentos

em contato com alimentos a serem

complementados com regulamentos tcnicos

especficos para cada tipo de material. Para

efeito do presente regulamento tcnico, so

reconhecidos os tipos de materiais que

compe as embalagens e equipamentos

para alimentos, dentre os materiais plsticos

existe a classificao de acordo com a sua

densidade:

PEBD - POLIETILENO DE BAIXA DENSIDADE

tima selagem Boa resistncia a rasgo Baixa resistncia a trao No txico Pode manter contato com alimentos (quando virgem).

PEAD - POLIETILENO DE ALTA DENSIDADE

tima selagem Baixa resistncia a rasgo Alta resistncia a trao No txico Pode manter contato com alimentos (quando virgem)

PEMD - POLIETILENO DE MDIA DENSIDADE

tima selagem Baixa resistncia a rasgo Boa resistncia a trao No txico Pode manter contato com alimentos (quando virgem) Melhor transparncia que o PEAD

PELBD - POLIETILENO LINEAR DE BAIXA

DENSIDADE

tima selagem Boa resistncia a rasgo Mais resistncia a trao que o PEBD Melhor Brilho No txico Pode manter contato com alimentos (quando virgem)

PP POLIPROPILENO

Boa estabilidade trmica Maior sensibilidade luz UV e agentes de oxidao, sofrendo degradao com maior facilidade Uma das mais baixas densidades entre os materiais plsticos comercializados permitindo maior quantidade por kg. Boa resistncia ao impacto temperatura ambiente Excelente transparncia Elevada resistncia qumica e a solventes, no sendo atacado pela maioria de produtos qumicos temperatura ambiente Baixssima absoro de gua Baixa permeabilidade ao vapor de gua Baixssima condutividade eltrica

BOPP - POLIPROPILENO BI-ORIENTADO

Barreira a gases Maior brilho e encolhimento Rigidez Alta resistncia tnsil No contamina os alimentos

PPT - POLIPROPILENO TORO

Alto nvel de Toro Boa estabilidade trmica Maior sensibilidade luz UV e agentes de oxidao, sofrendo degradao com maior facilidade Uma das mais baixas densidades entre os materiais plsticos comercializados permitindo maior quantidade por kg. Boa resistncia ao impacto temperatura ambiente Excelente transparncia Elevada resistncia qumica e a solventes, no sendo atacado pela maioria de produtos qumicos temperatura ambiente Baixssima absoro de gua Baixa permeabilidade ao vapor de gua Baixssima condutividade eltrica

PET - POLIETILENO TEREFTLATO OU POLISTER

No contamina os alimentos Alta resistncia tnsil Estabilidade qumica e dimensional Propriedades para bloquear gases e odores Isolamento eltrico Transparncia Mnima absoro de umidade, permitindo tolerncias fechadas.

http://www.efeitoplastico.com.br/pead.htmhttp://www.efeitoplastico.com.br/pebd.htm

A coleta seletiva baseia-se separao

de materiais reciclveis, como plsticos,

vidros, papis, metais e outros. Esses

materiais so provenientes de diversas

fontes como residncias, empresas, escolas,

comrcio e indstrias; levando-se em conta

a coleta e o encaminhamento para

reciclagem. Vale a pena ressaltar que esses

resduos representam 30% da composio

do lixo domiciliar no Brasil, que na sua

maioria composto por matria orgnica

(IBGE, 2001).

Em 2002, a avaliao de 94

programas de coleta seletiva de resduos

slidos urbanos no Brasil indicou que o

maior nmero relacionava-se a experincias

piloto ou a iniciativas pontuais que so

organizadas por entidades pblicas,

privadas, ONGs, associaes de moradores

ou de bairros e/ou condomnios, atendendo

apenas uma parcela dos centros urbanos ou

eram realizadas em lugares especficos

como escolas, bairros e condomnios

(SEDU, 2002). Este cenrio vem se

mantendo nos ltimos anos. No ano de

2012, a pesquisa Ciclosoft indicou que 766

municpios brasileiros detinham programas

municipais de coleta. Entretanto, esse

nmero ainda muito pequeno diante da

quantidade de municpios no Brasil, sendo

apenas 14% do total. Alm disso, o maior

nmero de municpios que possuem coleta

seletiva encontra-se nas regies

sudeste(52%) e sul (34%) (CEMPRE, 2012).

Felizmente a Poltica Nacional de

Resduos Slidos (BRASIL, 2010) contribui

para ampliao do nmero de municpios

com programas de coleta seletiva, j que

agrega concepes modernas e instigadoras

como responsabilidade compartilhada pelo

ciclo de vida dos produtos e logstica inversa

que indica o envolvimento dos gestores

pblicos, iniciativa privada e a sociedade civil

organizada.

Porm, os programas de coleta

seletiva municipais necessitam

constantemente de avaliao e

monitoramento, isso possibilita identificar os

pontos fortes e fracos, procurar saber o

custo e a efetividade de sua aplicao,

mostrar o caminho para sua viabilidade e

permanncia. (BRINGHENTI; ZANDONADE;

GNTHER, 2011).

Embora a quantidade de resduos

descartados em lixes tenha diminudo

bastante de 1989 at 2008, ainda h grande

quantidade de lixo que poderia ser reciclado

passando por esse processo. Quanto maior

for a conscientizao da populao para a

coleta seletiva, maior ser a quantidade de

material reciclado e menor o nmero de

resduos descartados em locais

inapropriados. Com isso, espera-se reduzir

os impactos ambientais e os efeitos

provocados na sade pela disposio

incorreta desses resduos no solo urbano.

(BRINGHENTI; ZANDONADE; GNTHER,

2011).

Contudo, no que diz respeito

participao da populao em programas de

coleta seletiva, foi observado que de acordo

com uma pesquisa realizada em 2010 pela

Confederao Nacional da Indstria (CNI)

juntamente com o Instituto Brasileiro de

Opinio Pblica (IBOPE), os brasileiros

consideraram a reciclagem uma atividade

importante para o meio ambiente e para a

expanso econmica do pas. (CNI-IBOPE,

2010).

A participao ir depender do perfil

socioeconmico e cultural da populao,

todavia a adequao do projeto realidade

local, a harmonia no andamento da logstica

implantada e a efetividade da estratgia de

marketing para sensibilizao e motivao

da populao so de extrema importncia.

(BRINGHENTI; GNTHER, 2011). Ainda

assim, o que existe uma grande escassez

de informaes que sejam capazes de

demonstrar percepo das pessoas

envolvidas em relao a programas de

coleta seletiva em regies ou locais

especficos.

A coleta seletiva ainda no

realizada de forma expressiva no municpio

de Salvador, sendo abaixo de 1%. Apesar

de existirem leis municipais nesse sentindo,

como a Lei Municipal n 4.783 de 02 de

setembro de 1993, que obriga as

reparties pblicas a fazerem a coleta

seletiva. Infelizmente at os dias atuais no

existe aes que garantam a execuo

dessas leis municipais. (PBLU, 2012). Com

isso, existe uma grande necessidade de

tornar a populao consciente da

importncia de se realizar coleta seletiva e

reciclagem. Contudo, primeiramente

precisa-se identificar o perfil de

conhecimento da populao de Salvador

sobre reciclagem e coleta seletiva, para

assim impulsionar a populao a se

envolver diretamente em projetos com

esses ideais.

Diante do exposto, surge a seguinte

questo de pesquisa: Qual o perfil de

conhecimento da populao de Salvador em

relao reciclagem e coleta seletiva?

Dessa forma, o objetivo deste artigo foi

identificar o perfil de conhecimento da

populao e analisar a percepo da

mesma sobre o tema proposto. Foi tambm

feito um levantamento de embalagens de

alimentos em um supermercado da cidade

com o propsito de identificar sua

composio material, se reciclvel, e se

est em consonncia com a legislao.

MATERIAIS E MTODOS

Foi feito um levantamento de dados

bibliogrficos atravs de bancos de dados do

Google Acadmico, como suporte para

construo deste relatrio. O instrumento

utilizado no levantamento de dados deste

artigo foi uma das ferramentas da Web 2.0, o

Google Docs, aplicado atualmente na

obteno de informaes e perfil de

determinado grupo. Elaborou-se um

questionrio com treze perguntas no qual

foram caracterizados a idade, sexo, nvel de

instruo da pessoa, seu conhecimento

sobre projetos de reciclagem e

conscientizao ambiental, diferenciao de

material orgnico e reciclvel, e sobre coleta

seletiva e seus assuntos perifricos.

O questionrio aplicado (figura 1) foi

apresentado na web no perodo de primeiro

a treze de dezembro de 2013, fechando 14

dias. Foi solicitada a participao das

pessoas atravs de postagens nas redes

sociais (Facebook), bancos de e-mails dos

componentes do grupo de pesquisa, banco

de e-mails dos alunos do IHAC Instituto de

Humanidades, Artes e Cincias Professor

Milton Santos. No foram estabelecidos

critrios de identificao das pessoas. Outro

levantamento amostral deste trabalho diz

respeito aos tipos de materiais das

embalagens de alguns alimentos vendidos

na cidade de Salvador BA. Foram

escolhidas de maneira aleatria trinta

amostras de alimentos em um supermercado

da cidade. A partir da se identificou o tipo e

marca do alimento, se a embalagem era

reciclvel e sua composio. Se os mesmos

possuam a identificao adequada ao

consumidor com relao a informaes

sobre o tipo de material e sua reciclagem.

Tabela 1: Levantamento amostral de 30

embalagens

Composio da

EmbalagemProduto Marca

Tipo de

EmbalagemItem

Manteiga Aviao Reciclvel 1

Requeijo CremosoDavaca Reciclvel 2

Macarro

Instantneo

Nissim -

Ajinomoto Reciclvel 3

Margarina

Deline

Reciclvel 4Espaguete Dona Benta Reciclvel 5

Biscoito Cream

Cracker J Macdo Reciclvel 6Biscoito

Amanteigado Marilam Reciclvel 7Rosquinhas Mabel Reciclvel 8

Sorvete Kibon Reciclvel 9

2- PEAD Fermento em p Royal Reciclvel 10Acar granulado Estrela Reciclvel 11Arroz parborizado Emoes Reciclvel 12Farinha de trigo Dona Benta Reciclvel 13

Gelatina Dr Oetker Reciclvel 14

Caldo de galinha

Knorr-

Unilever Reciclvel 15

AoMilho Verde em

conserva Bom Preo Reciclvel 16Achocolatado em

p Nestl Reciclvel 17Maionese

Tradicional Arisco Reciclvel 18Noz moscada Kitano Reciclvel 19Mistura p/ Cappuccino Marat Reciclvel 20

Flocos de cereais

Nestl -

Neston Reciclvel 21leo de soja Liza Reciclvel 22

Refrigerante de laranja Coca-cola Reciclvel 23

1-PET e 4-PEBD

Mistura p/ bolo sabor baunilha Dona Benta Reciclvel 24

Tomate orgnico Berimbau Reciclvel 25Fil de frango Seara Reciclvel 26

Vidro Azeite de Oliva Gallo Reciclvel 27Vinagre de vinho

tinto Vinhoto Reciclvel 28Ervilha em

conserva Quero Reciclvel 29Polpa de Morango Brasfrut Reciclvel 30

7-outros

1-PET

6- P S

5-PP

No indica o tipo

de polmero

4-PEBD

Mat. Celulsico -

Carto

Questionrio

1- Idade:____ 2- Sexo:

( ) Masculino ( ) Feminino

3- Nvel de instruo: ( )Fundamental incompleto

( ) Fundamental completo

( ) Mdio incompleto

( ) Mdio completo

( ) Superior incompleto

( ) Superior completo

4- Voc conhece algum tipo de projeto de reciclagem ou de conscientizao ambiental? ( ) Sim ( ) No

5- Voc sabe diferenciar materiais orgnicos de materiais reciclveis? ( ) Sim ( ) No

6- Voc sabe o que coleta seletiva? ( ) Sim ( ) No

7- Em seu bairro tem coleta seletiva? ( ) Sim ( ) No ( ) No sei

8- Onde o termo reciclagem foi abordado em sua vida pela primeira vez? ( ) Famlia ( ) Escola ( ) Trabalho ( ) Meios de comunicao ( ) Outros

9- Voc sabia que o acmulo de lixo descartado em lugares imprprios pode trazer conseqncias sade da populao? () Sim() No

10- Voc conhece algum centro de reciclagem na sua cidade? ( ) Sim ( ) No

11- Voc j ouviu falar nos 3 Rs Reduzir, Reutilizar e Reciclar?

( ) Sim ( ) No

12- Do seu ponto de vista voc considera importante a reciclagem do lixo para o meio ambiente? ( ) Sim ( ) No

13- Escolha a alternativa que relacione corretamente o tipo de material e a cor da lixeira em queele deve ser depositado.

( ) Papel - Lixeira Amarela, Vidro - Lixeira Azul, No Reciclvel - Lixeira Cinza, Orgnico - Lixeira Vermelha, Metal - Lixeira

Verde, Plstico- Lixeira Marrom

( ) Papel - Lixeira Cinza, Vidro - Lixeira Amarela, No Reciclvel - Lixeira Marrom, Orgnico - Lixeira Vermelha, Metal - Lixeira

Verde, Plstico- Lixeira Azul

( ) Papel - Lixeira Azul, Vidro - Lixeira Verde, No Reciclvel - Lixeira Cinza, Orgnico - Lixeira Marrom, Metal - Lixeira Amarela,

Plstico- Lixeira Vermelha 208 78%

( )Papel - Lixeira Marrom, Vidro - Lixeira Cinza, No Reciclvel - Lixeira Amarela, Orgnico - Lixeira Vermelha, Metal - Lixeira

Azul, Plstico- Lixeira Verde

14- Marque a alternativa relacionada com esse smbolo.

a) Reciclagem de metal b) Smbolo internacional da reciclagem c) Reutilizao d) Reciclagem de papel

e) Reciclagem de plstico Figura 1

RESULTADOS E DISCUSSO

Todas as trinta embalagens eram

reciclveis, composta pelos seguintes

materiais: 5-PP (9), 7-outros (5), 1-PET (3),

4-PEBD (3) 6-PS (2), material celulsico

(2), 2-PEAD (1), vidro (1), ao (1). A

embalagem de um produto apresentou

mescla de dois materiais, 1-PET e 4-PEBD,

contabilizaram-se trs embalagens que

apesar de indicarem ser reciclveis no

informava de qual produto eram feitas.

Desta amostragem cerca de 30% foram

embalagens de polipropileno (PP), seguido

das embalagens compostas por outros

materiais ou mesclas, 17%. (Tabela 1)

A partir da coleta de dados e

amostras escolhidas podemos inferir que a

porcentagem maior dos produtos

composta de 5-PP, representando 30% do

total. Algumas embalagens no indicam o

tipo do polmero utilizado, o que dificulta a

anlise das amostras com relao a melhor

embalagem a ser utilizada, e, portanto, no

d pra julgar se a embalagem est

apropriada. A falta de especificao

dificulta a reciclagem dos materiais e vai

contra a Lei n 12.305, de 2 de agosto de

2010 Poltica Nacional de Resduos

Slidos (BRASIL, 2010), pois na sua Seo

II, referente s responsabilidades

compartilhadas, diz que preciso

compatibilizar interesses entre os agentes

Econmicos, sociais e os processos de

gesto empresarial e mercadolgica com

os de gesto ambiental, desenvolvendo

estratgias sustentveis. Nesse sentido, a

falta de responsabilidade de algumas

empresas torna-se prejudicial no

desenvolvimento de estratgias voltadas a

rea de reciclagem.

Alm disso, a Seo II estabelece

tambm que de responsabilidade dos

fabricantes, importadores, distribuidores e

comerciantes que a embalagem deve ser

direcionada reutilizao, reciclagem ou

a outra forma de destinao

ambientalmente adequada. Portanto, as

empresas que no especificam o material

usado nas suas embalagens esto abrindo

mo da responsabilidade de destinao

dos seus resduos e dificultando a ao de

catadores na separao e diferenciao do

material reciclvel.

Duas normatizaes devem ser

citadas com relao a esta situao. A

NBR ISSO 14021 que consiste na

aplicao de simbologias que seguem os

padres da International Organization for

Standardization (ISO), e da Associao

Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT) e

demais simbologias padronizadas pelo

mercado brasileiro. Seu objetivo informar

os consumidores o tipo de material do qual

feita a embalagem, permitindo uma

http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2012.305-2010?OpenDocumenthttp://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2012.305-2010?OpenDocument

destinao ambientalmente adequada. A

adoo desta norma obrigatria, visto

que necessrio indicar a melhor maneira

de tratamento da embalagem aps o uso.

O decreto N 5.940, de 25 de outubro de

2006 institui que deve existir a separao

dos resduos reciclveis descartados pelos

rgos e entidades da administrao

pblica federal direta e indireta, na fonte

geradora, e a sua destinao s

associaes e cooperativas dos catadores

de materiais reciclveis. (BRASIL, 2006).

Com relao aos resultados obtidos

na aplicao dos questionrios, constatou-

se que dos 268 entrevistados, 35 % so do

sexo masculino e 65% do sexo feminino.

Quanto faixa etria, 1% possui menos de

18 anos, 65% tem entre 18 e 30 anos, 23%

est na faixa de 30 45 anos, 9% tem

entre 45 e 60 anos e 1% tem mais de 60

anos.

Das 268 pessoas que responderam

ao questionrio, 65% optaram pela

resposta sim quanto ao conhecimento de

algum tipo de projeto de reciclagem ou

conscientizao ambiental. (Figura 2).

Quanto ao saber diferenciar materiais

orgnicos de materiais reciclveis, 254

pessoas responderam que sim, o que

corresponde a 95%.

A figura 3 mostra a percentagem das

respostas em relao coleta seletiva, o

resultado na mdia geral foi de 97% para

resposta sim e apenas 3% para a

resposta no. Isso demonstra que a

populao est cada vez mais bem

informada quanto medidas que

colaboram com o meio ambiente. J em

relao a existncia de coleta seletiva no

seu bairro, os resultados demonstram que

na mdia geral 11% equivalem a resposta

sim, 69% disseram que no e 20%

responderam que no sei.

J na figura 4, observou-se que o

principal veculo de informao sobre a

abordagem do tema reciclagem a escola

com 62%, logo em seguida os meios de

comunicao com 22%, a famlia com 10%,

o trabalho com 4% e 3% responderam a

opo outros. Assim pode-se concluir que

a escola ainda o meio mais adequado

para se levar informaes que so

importantes para a formao de cidados

que se comprometam a cuidar do meio

ambiente.

Em relao ao acmulo de lixo

descartado em lugares imprprios com

consequncias sade da populao,

obteve-se um bom resultado, 99% dos

entrevistados opinaram pela resposta sim

e apenas 1% no. Indicando um resultado

positivo sobre o conhecimento que os

problemas do acmulo de lixo podem

causar. Com relao a conhecer algum

centro de reciclagem na sua cidade, 61%

dos entrevistados disseram que no e

39% sim.

No que diz respeito ao conhecimento

da sigla 3Rs, os resultados constataram

que boa parte da populao (87%)

conhecem os termos reduzir, reutilizar e

reciclar. No questionamento em relao

importncia da reciclagem do lixo para o

nosso meio ambiente, 98% dos

entrevistados a consideraram importante. A

partir dessas respostas possvel perceber

que os programas de conscientizao

ambiental tem gerado bons resultados na

populao de Salvador.

A penltima questo foi feita com o

intuito de avaliar se a populao sabia

onde depositar cada tipo de material

conforme a cor da lixeira na coleta seletiva,

78% responderam a alternativa correta.

Por fim, ltima questo avaliou se a

populao conhecia o smbolo internacional

de reciclagem, 88% dos entrevistados

acertaram a resposta.

A partir das anlises feitas atravs do

questionrio, pode-se observar que muitas

campanhas de conscientizao devem ser

realizadas no municpio de Salvador, para

que assim projetos de reciclagem e coleta

seletiva tenham cada vez mais viabilidade

e continuidade quando implantados.

Figura 2: Porcentagem da populao de Salvador

que conhece algum projeto de reciclagem ou

conscientizao ambiental.

Figura 3: Porcentagem da populao de salvador

em relao ao conheciemento do que coleta

seletiva.

Figura 4: Local onde a populao de Salvador

afirma ter ouvido o termo reciclagem pela primeira vez.

65%

35%

Sim No

97%

3% Sim No

CONCLUSO

A partir da dcada de 80 a produo

de embalagens e produtos descartveis

cresceu, consequentemente, aumentou-se

a produo de lixo no mundo,

principalmente nos pases desenvolvidos.

Com esse aumento de produo

comeou a surgir a necessidade de pensar

em estratgias para o destino do lixo.

Algumas medidas comearam a ser

tomadas, entre elas o desenvolvimento do

conhecimento sobre reciclagem e a

posterior cobrana da populao e de

ONGs a respeito do destino do lixo e da

necessidade de reciclar.

Reciclar virou necessidade imposta

pelo nosso mercado capitalista de

produo desenfreada e de busca por

mtodos mais rentveis. A indstria

comeou ento a pensar em no produzir

tanto, e sim, usar o que j foi produzido

reutilizar. Pois, a populao comeou a

cobrar essa resposta, principalmente

depois de observar a gravidade do

problema e at as catstrofes sociais

causadas pela resposta da natureza ao

modo egocntrico do homem viver.

Com base nesse contexto de

reciclagem foi feito a pesquisa com 268

pessoas. A entrevista mostra que o nvel de

conhecimento da populao sobre

reciclagem grande. Os dados demostram

que a maior parte conhece os conceitos,

sabe a respeito da coleta seletiva e tm

conscincia da necessidade da reciclagem,

no s como forma de gerar destino para o

lixo, mas sim de usufruir de medidas

ecolgicas corretas em prol do seu prprio

bem-estar.

REFERNCIAS

1. BERTHIER, H. C. Garbage, work and society. Resources, Conservation and Recycling. US: Elsevier Science, v. 39, n.3, 2003, p. 193-210.

2. BRASIL. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica. Pesquisa Nacional de Saneamento Bsico PNSB 2000. Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto, Rio de Janeiro, 2001.

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