Coleta e Preparação de Material Zoológico peixes a mamiferos

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Universidade Estadual de Maringá Centro de Ciências Biológicas Departamento de Biologia Disciplina: Zoologia de Deuterostômios COLETA E PREPARAÇÃO DE MATERIAL ZOOLÓGICO: PEIXES A MAMÍFEROS

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Universidade Estadual de MaringáCentro de Ciências Biológicas

Departamento de Biologia

Disciplina: Zoologia de Deuterostômios

COLETA E PREPARAÇÃO DE MATERIAL ZOOLÓGICO: PEIXES A MAMÍFEROS

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1. Introdução

A motivação da coleta de material zoológico prende-se ao fato de que, em muitas

espécies existem dúvidas sobre a sua real classificação e distribuição geográfica, não sendo possível

afirmar que tal espécie ocorra em determinada área sem existência de uma comprovação material, ou

então através de uma pesquisa visual ou sonora, isto quando a espécie em questão tenha caracteres

morfológicos que não deixam dúvidas quanto ao seu reconhecimento.

As técnicas de coleta variam conforme a espécie, por exemplo:

♦ aves: redes, laços, arapucas...

♦ pequenos mamíferos ou roedores: gaiolas ou ratoeiras;

♦ morcegos: redes ou puçás;

♦ grandes mamíferos: gaiolas, laços e armadilhas;

♦ peixes: redes, tarrafas, puçás e linha com anzol;

♦ anfíbios são capturados a noite com uso de lanterna, estes são localizados através da

vocalização que denuncia seu esconderijo;

♦ a coleta de répteis deve ser mais cuidadosa, em especial com as espécies venenosas,

sendo necessário adaptar métodos dependendo do momento da coleta;

Entretanto, trabalhos de montagem de esqueleto e taxidermia ajustam-se mais

perfeitamente à preservação de exemplares mortos por acidente (carros, cabos e fios de alta tensão)

ou doença, comuns em parques ecológicos, vítimas de represamentos ou outros impactos ambientais.

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2. Identificação do Material Biológico

A identificação do animal é de suma importância, a qual pode ser feita em uma etiqueta,

que acompanha o exemplar ou em livro de campo. Os dados básicos são o número de campo, o

lugar onde o animal foi coletado, a data da coleta e o nome do coletor. Às vezes, o rótulo ou

etiqueta trazem unicamente um número de série. Isso acontece, principalmente, no caso de animais

preservados em meio líquido. O número pode ser escrito indicando que há notas em um caderno, ou

que há outras partes preservadas do mesmo material.

Os nomes da localidade (município, estado) são indispensáveis.

O nome do coletor é importante, pois não só garante o crédito do trabalho, como

facilita, mais tarde, o fornecimento de dados adicionais.

Na data da coleta é registrado o dia exato, mês e ano. Deve-se dar o ano por inteiro,

visto que o material científico deve ser preservado por tempo indeterminado.

Outros dados podem ser incluídos: dados ecológicos do animal (ambiente e método de

coleta), altitude, medidas biométricas, cor dos olhos, sexo e partes nuas das aves.

Para rotulagem, utiliza-se papel vegetal, escrito em nanquim ou grafite.

Num caderno de campo devem ser anotados: sexo do exemplar, o método de coleta

(tiro, tipo de armadilha), dados sobre o local de coleta (tipo de vegetação, extrato vegetal),

existência e número de filhote, se fazia parte de um bando ou estava isolado, nome vulgar regional,

condições climáticas (chuva e frio), data de coleta, coletor e outros dados dos exemplares (medidas,

coloração das partes moles, etc.). Na etiqueta também deve constar a identificação sistemática do

indivíduos (Filo, Classe, Ordem, Família, Gênero, Espécie, além do nome regional).

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3. Conservação do material biológico por via úmida

Na preparação por via úmida utilizam-se líquidos fixadores e conservantes. O fixador

prepara os tecidos do animal para a conservação permanente. O principal fixador usado é o formol.

Geralmente, utiliza-se o formol em diluições de 10%, ou seja, nove partes de água para uma de

formol.

Para a fixação do material biológico injeta-se o fixador nas cavidades gerais (abdome e

tórax) e, segundo as necessidades, nas massas musculares maiores e em todo o corpo do animal.

Neste processo, o formol enrijece os tecidos em seis a doze horas, sem torná-los demasiados duros

ou quebradiços.

O álcool é o principal conservador. No comércio é encontrado na concentração de 96%

o qual é preparado à concentração de 70% para a conservação.

O formol tem alguns incovenientes para quem o usa em grandes quantidades e de forma

intensiva, uma vez que irrita as mucosas e destrói a camada mais externa da pele das mãos, as quais

ficam grossas, sem tato e descascam de maneira desagradável. Para tanto é adequado o uso de luvas

de borracha.

A este tipo de conservação prestam-se todos os grupos de animais, entretanto deve-se

evitar a preservação de animais com pêlos, uma vez que estes animais adequam-se melhor a

taxidermia

Os frascos, nos quais o material biológico será acondicionado devem ser suficientemente

grandes para impedir a deformação do corpo do animal. A boca do exemplar a ser preservado, assim

como outras estruturas indispensáveis a identificação do animal, deve ser matida aberta, utilizando-se

para isto frações de isopor.

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4. Conservação do material biológico por via seca

4.1. Preparação de esqueletos.

Em todos os grupos, encontram-se, às vezes, exemplares com a pele danificada, por tiro

ou decomposição, cujo crânio ou esqueleto completo são aproveitáveis. Neste caso, podem ser

conservados para estudo através da preparação do esqueleto. Para tanto, dependendo da estrutura

que se dispõe, pode-se proceder da seguinte forma:

1. Desmembramento - os ossos devem ser desmembrados, com incisões que alcancem

exatamente a articulação.

2. Retira-se todas as partes moles: as vísceras e as grandes massas musculares.

3. As partes dos esqueletos desmembrados devem ser amarradas juntas, acondicionadas

em sacos plásticos ou caixas.

4. No laboratório, a carcaça é fervida com bicarbonato para facilitar o desligamento da

carne e da gordura ainda aderidos aos ossos. Depois da fervura as partes moles são

retiradas com pinças e tesouras. Se os ossos não estiverem bem limpos, devem ser

imersos em água oxigenada 10%. O tempo de imersão deve ser tanto mais curto

quanto menor a peça, não sendo aconselhável ultrapassar 15 minutos.

4.2. Limpeza e Conservação de Crânios

Primeiramente, descoura-se a cabeça, a seguir descarna-se a grosso modo, retira-se o

globo ocular e o cérebro que terá que ser fervido antes. Para tal, deixa-se o crânio emergido em água

durante doze horas, isso fará com que seja removido todo o sangue como também da massa cefálica,

que será facilmente removida injetando-se água com seringa. Em seguida, passa-se para a fervura de

10 minutos para crânios pequenos, 30 minutos para os de tamanho médio e 1 hora ou pouco mais

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para os de tamanho grande. O restante da carne já cozida deve ser retirada com auxílio de pinças ou

tesouras. Nunca raspar com faca ou qualquer outro objeto cortante. A complementação da limpeza

será feita com banhos alternados:

1. Hipoclorito (cândida);

2. Água limpa;

3. Água oxigenado de 20 ou 30 volumes;

4. Água limpa.

E assim, sucessivamente, até completa remoção dos resíduos carnosos e alvejamento do

crânio. Em seguida, deixa-se secar em temperatura ambiente, nunca em estufa. No caso de

deslocamento de ossos ou dentes, estes podem ser colados. Uma vez seco, o crânio pode ser coberto

com verniz incolor ou cola tenaz

4.3. Taxidermia

A palavra taxidermia vem do grego taxis (arranjo, organização) e derme (pele),

significando a arte de empalhar os animais.

A taxidermia consiste na preparação da pele de um animal para estudos científicos ou

exposição. Tradicionalmente, mamíferos e aves são os animais geralmente utilizados para serem

preservados em coleções científicas.

Neste processo, todas as partes moles devem ser retiradas, ou seja a pele deve ser

completamente isolada, só restando o que fica diretamente aderido aos ossos. A esta operação

denomina-se escalpelação. A escalpelação deve ser completa e minuciosa, evitando deixar restos de

músculos ou gordura aderidos a face interna da pele.

Usa-se durante esta operação substâncias absorventes para reter os líquidos corporais. A

pele é excessivamente tratada com fubá ou fécula de batata. Deve-se aguardar pelo menos duas

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horas (variável de acordo com o tamanho do animal), entre a morte e o início da escalpelação para

que o sangue coagule e os líquidos corporais comecem a secar.

As preparações dos vertebrados apresentam uma série de aspectos em comuns. São os

seguintes os cuidados preliminares:

1. Os exemplares, após a morte, devem ser cuidadosamente limpos. Sangue, secreções e

sujeiras em geral, devem ser removidos imediatamente, uma vez que os mesmos

podem vir a causar danos permanentes. Se necessário, deve-se lavar o exemplar a ser

utilizado com sabão e uma escovinha macia ou pincel. Verificar ainda, a presença de

parasitas externos (ectoparasitos).

2. Os orifícios naturais devem ser tapados com algodão. Existindo manchas de sangue,

estas devem ser removidas com água oxigenada (volume 20). Em seguida, secar com

fubá (ou fécula de batata), que absorvem os líquidos e são depois removidos

facilmente com pincel.

3. Após a escalpelação, trata-se a pele com substâncias preservadoras, que visam

oferecer maior consistência e resistência ao ataque de insetos ou fungos (mofos ou

bolores). As substâncias mais utilizadas são o sulfato de alumínio (alúmen), borato de

sódio (bórax) e o óxido arsenioso (arsênico). Cabe ressaltar, que estas substâncias são

tóxicas devendo ser utilizadas com cuidado, pois seu contato prolongado

pode produzir ulcerações nos cantos das unhas e irritações nas dobras da pele, onde a

sudação é mais intensa.

4.3.1. Taxidermia de Mamíferos

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A taxidermia de mamíferos se faz de duas maneiras: no caso de mamíferos pequenos, por

pele cheia, isto é, músculos e órgão são substituídos por algodão; para animais maiores, por pele

aberta. Nos dois casos o crânio é essencial.

Antes de proceder a taxidermia é essencial a obtenção de quatro medidas biométricas

comuns em Mastozoologia. A medição deve ser feita em animal recentemente abatido. Nunca sobre

a pele já taxidermizada, e de preferência com régua de madeira graduada em milímetros ou com

trena metálica. As medidas são:

1. Comprimento da cabeça e corpo - da ponta do focinho à base da cauda, dorsalmente.

Alguns coletores e preparadores optam por tomar o comprimento total da ponta do

focinho a ponta da cauda.

2. Cauda - desde a base (primeira vértebra caudal) até a ponta, com exclusão dos pêlos

terminais, se houver.

3. Pé - mede-se a planta do pé, do calcanhar a ponta do dedo mais longo, com exclusão

de pêlos e unhas.

4. Orelha - mede-se por dentro desde a parte presa a cabeça até a extremidade livre.

Em seguida, coloca-se o animal de barriga para cima, afastando-se, para os lados, os

membros posteriores e anteriores. Com o bisturi faz-se uma incisão desde o fim do esterno até pouco

antes dos órgãos genitais. Procura-se não atingir a musculatura, cortando-se apenas a pele.

Com o auxílio da pinça e dos dedos descola-se a pele para os lados, separando-a da

musculatura. Quando necessário, espalha-se um pouco de fubá sobre a superfície escalpelada, para

secá-la. Descoberta a articulação da coxa com a perna, deve-se segurá-la com uma das mãos,

enquanto a outra vai revirando a pele até junto dos dedos. Com a tesoura cortam-se os ossos da

perna, na articulação. Em seguida, corta-se a musculatura da perna, deixando os ossos bem limpos.

Repete-se a operação para a outra perna.

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Continua-se o deslocamento da pele até as costas, de modo que os dedos possam passar

livremente entre a pele e o corpo. Corta-se a ligação dos genitais e do intestino com a pele. Em

seguida, com o bisturi ou com os dedos desnuda-se os primeiros centímetros da cauda, aperta-se

firmemente a cauda entre duas hastes de uma tesoura, que é mantida firmemente. Puxa-se o corpo

também com firmeza, mas devagar. A cauda geralmente se destaca com facilidade e vira-se ao

avesso.

Segura-se com uma das mãos as duas coxas, que ficaram presas ao corpo, e com a outra

mão, descola-se a pele até encontrar os braços, que são trabalhados do mesmo modo que as pernas.

Prossegue-se o deslocamento do restante da pele, ainda aderida aos músculos. No

crânio, retira-se toda a matéria existente no interior.

Envenena-se a pele e o interior do crânio com bórax, como explicado anteriormente.

Nesta altura deve-se tomar cuidado com o bórax, uma vez que o mesmo é nocivo à saúde.

Na preparação do novo esqueleto do animal deve-se proceder da seguinte forma: enrola-

se algodão ao punho ou tornozelo do animal dando-lhe a forma da musculatura anteriormente ali

existente. Com um aplicador de madeira envolto em chumaço de algodão, dá-se-lhe a forma

cilíndrica, de comprimento igual ao do corpo do animal (focinho até a base da cauda), enchendo-se

completamente a pele. Este molde não deve esticar a pele nem deixá-la muito solta. Com agulha e

linha fecha-se a incisão ventral. Caso a escalpelação não tenha sido feita até a ponta dos dedos,

injeta-se formol a 10% em cada dedo ou artelho.

Para fixação do animal a uma superfície plana utiliza-se alfinetes ou pregos que

atravessem as mãos e os pés. A posição do animal após a taxidermização, deve ser a mais próxima

daquela verificada quando vivo e em ambiente natural.

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4.3.2. Taxidermia de Aves

A ave morta deve ser apanhada pela perna (tarso-metatarso) ou pelo bico, nunca pelo

corpo ou pela cauda para não danificar a plumagem. A seguir, introduz-se na garganta um chumaço

de algodão para impedir a saída dos líquidos e matérias do tubo digestório.

Tomados os cuidados de limpeza logo após a coleta, faz-se um cartucho de papel

afunilado e fechado. Ajeita-se com cuidado as asas, dispondo-as na sua condição natural, fechadas.

Alisa-se a plumagem, e coloca-se a ave com a cabeça para baixo.

Uma série de anotações devem ser feitas na caderneta de campo, assim que a ave esteja

morta. Estas anotações devem descrever a ave viva em seu ambiente natural, tais como

características de coloração, pois estas desaparecem ao fim de algumas horas após a morte (cor do

bico, do tarso, das partes nuas do corpo e da íris). O método de captura e os dados sobre o local,

formação vegetal (mata, capoeira, cerrado) e altura aproximada, também devem ser considerados.

No caso de captura com rede, devem ser anotados os dados relativos à situação desta (se estava

cantando, isolada, aos pares ou em bando). Também deve ser observado se o bando era da mesma

espécie ou misto. Caso estive nidificando, anotar se os dois sexos colaboravam na construção do

ninho e o tipo de árvore. Não se deve esquecer de anotar o dia e a hora da coleta, bem como as

condições do tempo.

A taxidermia inicia-se com uma inspeção rigorosa do exterior da ave. Verifica-se a

presença de ectoparasitas (piolhos ou larvas de moscas). Sangue coagulado deve ser removido com

água oxigenada (20 volumes) e seco aplicando-se fécula de batata ou fubá. Substitui-se o chumaço

de algodão, colocados na garganta e cloaca, por outros limpos. Afasta-se as penas que cobrem o

meio do corpo, fazendo-se a inserção no lado ventral. A incisão deve ser iniciada um pouco acima da

ponta do esterno, estendendo-se até ao ânus.

Deve-se procurar cortar apenas a pele delgada, pois a abertura do abdome resulta em

afloramento da massa intestinal. Vai-se secando o campo de trabalho com fécula de batata ou fubá.

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Com o auxílio de pinças e dos dedos, descola-se a pele separando-a do músculo. Vira-se

a perna pelo avesso, e puxando-a pelo osso. Destaca-se a musculatura, deixando o esqueleto bem

limpo. A mesma operação deve ser feita com a outra perna.

Prossegue-se descolando a pele com cuidado até atingir a base da cauda. Através de um

corte separa-se o corpo da pele, um pouco antes do ânus, aproveitando para retirar a glândula

uropigeana.

Vira-se a pele pelo avesso, continuando a destacar a pele ao redor, até chegar a

articulação das asas (fraturadas no início), descobrindo os músculos. Neste ponto, separa-se o rádio

da ulna (ossos das asas), removendo-se o primeiro com o auxílio de uma tesoura. Permanece a ulna,

osso mais desenvolvido, onde inserem-se algumas penas da asa (rêmiges secundárias).

Continua-se descolando a pele, expondo o pescoço até atingir a cabeça. Retira-se o

chumaço de algodão e corta-se depois a parte posterior do crânio, de cima para baixo. Retira-se toda

a matéria existente no interior do crânio. Envenena-se a pele e o interior do crânio com bórax. Nesta

altura deve-se tomar cuidado com o bórax uma vez que o mesmo é nocivo à saúde.

Substitui-se os olhos por chumaços de algodão limpo. Envolve-se também a tíbia com

algodão procurando-se aproximar a forma e o volume da massa muscular retirada.

Em seguida, retorna-se a estrutura para o lugar primitivo. Prendem-se as asas com linha

à altura do cotovelo. O espaço entre os dois ossos depende do tamanho da ave. No caso do pardal

esta distância não deve exceder a seis milímetros.

Terminada esta fase, tem-se apenas a plumagem de uma ave cujos músculos e os órgãos

internos foram retirados. Arruma-se com cuidado a plumagem do corpo e das asas, abrindo-se e

individualizando-se todas as penas. Com a pinça dá-se relevo ao enchimento dos olhos, afofando o

algodão já deixado nas cavidades orbitárias.

Os tendões das aves grandes são retirados através de uma incisão no calcanhar, que deve

receber bórax ou formol a 10%. Nas aves pequenas não há necessidade de se retirar os tendões.

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Terminada todas estas operações, passa-se à fase final ou acabamento. O acabamento

consiste na confecção de um corpo de algodão, que irá dar uma forma bastante aproximada ao corpo

da ave quando em vida. Para tanto, deve-se comparar o corpo do animal (carcaça) com o volume do

algodão (ou estopa) enrolado no arame ou vara de bambu. Esta estrutura, necessariamente, deverá

ter certa consistência. Cobre-se o manequim com a pele. Caso fique sobrando algodão, empurra-se o

excesso, para dentro, com uma pinça, cuidadosamente, sem contudo, alterar a forma do corpo. À

esta fase prende-se novas hastes (arames) os quais modelarão braços e pernas.

Por fim, costura-se a ave com agulha e linha.

O bico deve ser fechado e amarrado com linha passada com a agulha, de narina a narina.

Terminada a taxidermia, ajeita-se as penas, e envolve-se a peça em uma camada fina de algodão e

deixa-se secar por alguns dias (5 a 10 dias).

Na carcaça, verifica-se o sexo, praticando uma incisão do lado esquerdo do abdome,

levantado as vísceras com o auxílio da pinça. Este movimento descobre os órgãos sexuais internos,

dispostos na linha mediana, acima dos rins, que estão colados na parede posterior da cavidade

abdominal. Se o exemplar é macho, vêem-se, simetricamente dispostos os dois testículos quase

redondos. Seu tamanho varia muito, sendo muito pequenos na época de repouso sexual e crescendo

durante o período reprodutivo. A fêmea tem apenas um ovário, o esquerdo, que se apresenta como

um corpo irregular, formado de pequenos glóbulos de tamanho variável, que são futuros ovos.

5. Material necessário:. fita métrica: para a medição prévia dos animais;

. tesoura: para o corte de tecidos;

. bisturi: para fazer incisões na pele;

. pinça: para apanhar fragmentos de carnes em lugares inacessíveis;

. seringa com agulha: para os casos especiais em que as carnes não podem ser retiradas a fim de

injetar formol (em patas, por exemplo);

. jornais: para facilitar a limpeza do local utilizado para o trabalho prático;

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. fubá: para secar líquidos, quando do descolamento da pele;

. bórax: para o envenenamento da pele;

. algodão: para enchimento;

. barbante: para fixação do molde;

. formol: para injeção nas patas, etc.;

. olhos de vidro de diferentes cores e tamanhos;

. cola: para fixação dos olhos (durepox);

. agulhas e linhas: vários tipos grossas e finas para coser as peças;

. pincéis: deverão ser de vários tamanhos, para pintura e retoque das peças;

. arame: de várias espessuras, de acordo com o tamanho do animal;

. alicate: corte do arame;

. furadeira e brocas: para madeiras ou suportes para a fixação dos animais;

. escova: a fim de alisar e limpar pêlos e penas;

. lima: afinar a ponta de um arame ou dar acabamento a uma peça;

. martelo: para pregar as peças nos suportes.

6. Bibliografia ConsultadaCorrêa Fo. A. Técnicas Modernas de Taxidermia. s/ editora. 89p.

Gealh, A. M. Preparação de Animais Vertebrados. 24p. (mimeografado).

Hjortaa, H. Taxidermia. Embalsamento de aves e mamíferos. Coleção Cultura e Tempos

Livres. 2ª. Edição. Editorial Presença. Lisboa. 99p, 1975.

Lima, M. F. C. Manual de Taxidermia para Aves e Mamíferos. XII Congresso Brasileiro de

Zoologia. 1992. 26p (mimeografado).

Perez, A. Manual completo de taxidermia. Editora Vecchi. 1981, 205p.

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