COLÉGIO ESTADUAL CASEMIRO KARMAN - Notícias · Casemiro Karman era poliglota, falava quatro...
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COLÉGIO ESTADUAL CASEMIRO KARMAN
ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO
CAMPO LARGO
2010
A educação é o ponto em que decidimos se amamos o mundo o bastante
para assumirmos a responsabilidade por ele e, com tal gesto, salvá-lo da
ruína que seria inevitável não fossem a renovação e a vinda dos novos e
dos jovens. A educação é, também, onde decidimos se amamos nossas
crianças o bastante para não expulsá-las de nosso mundo e abandoná-las a
seus próprios recursos, e tampouco arrancar de suas mãos a oportunidade
de empreender alguma coisa nova e imprevista para nós, preparando-as em
vez disso com antecedência para a tarefa de renovar um mundo comum.
Hannah Arendt
SUMÁRIO
I- APRESENTAÇÃO .................................................................................................. 6
1 - IDENTIFICAÇÃO DO ESTABELECIMENTO ….................................................... 7
1.1 – HISTÓRICO DA INSTITUIÇÃO.......................................................................... 8
1.2 – BIOGRAFIA DE CASEMIRO KARMAN.............................................................. 8
1.3 - RELAÇÃO DE FUNCIONÁRIOS DO Estabelecimento de Ensino..................... 11
1.4 - ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR …................................................. 12
1.5 - CONDIÇÕES FÍSICAS E MATERIAIS................................................................ 13
1.6 - MATRIZ CURRICULAR..................................................................................... 15
1.7 - CALENDÁRIO ESCOLAR.................................................................................. 18
2 - OBJETIVOS GERAIS ........................................................................................... 19
3 - MARCO SITUACIONAL ....................................................................................... 21
3.1 - DIAGNÓSTICO DA CLIENTELA ....................................................................... 25
3.2 - PLANO DE FORMAÇÃO CONTINUADA PARA PROFESSORES .................... 26
3.3 - FINALIDADES DA ESCOLA ............................................................................. 27
3.4 - PROCESSOS DE AVALIAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E PROMOÇÃO ................. 28
4 - MARCO CONCEITUAL....................................................................................... 32
4.1 - GESTÃO DEMOCRÁTICA …............................................................................ 37
4.2 - ORGANIZAÇÃO CURRICULAR ........................................................................ 39
4.3 - EDUCAÇÃO INCLUSIVA ................................................................................... 41
5 - MARCO OPERACIONAL .................................................................................... 43
5.1 - ATIVIDADES ESCOLARES EM GERAL E AS AÇÕES DIDÁTICO-
PEDAGÓGICAS A SEREM DESENVOLVIDAS …................................................. 49
5.1.1 - Projeto Cultural................................................................................................. 49
5.1.2 - “O Dia do Pastel”.............................................................................................. 49
5.1.3 - Jogos Colegiais................................................................................................ 49
5.1.4 - Projeto SAREH................................................................................................. 50
5.1.5 - Projeto de Leitura .......................................................................................... 51
5.1.5 - Projeto de Mobilização para Inclusão Escolar e Valorização da Vida ............. 51
5.1.6 - Eventos Promovidos pela SEED ..................................................................... 51
5.2 - INSTÂNCIAS COLEGIADAS .............................................................................. 52
5.3 - REGIMENTO ESCOLAR ................................................................................... 53
5.3.1 – DIREITOS DOS ALUNOS .............................................................................. 53
3
5.3.2 - DEVERES DOS ALUNOS .............................................................................. 54
5.3.3 - PROIBIÇÕES AOS ALUNOS.......................................................................... 55
5.3.4 – MEDIDAS DISCIPLINARES ........................................................................... 57
5.3.5 - SERÃO CONSIDERADAS FALTAS OU OCORRÊNCIAS GRAVES ............ 58
5.3.6 – DO CORPO DOCENTE ................................................................................. 58
5.3.7 - DOS FUNCIONÁRIOS ................................................................................... 60
5.3.8 - DOS PAIS OU RESPONSÁVEIS ................................................................... 61
6 - AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DO PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO ....... 62
7 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS 62
8 - PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR - ENSINO FUNDAMENTAL 64
8.1 – ARTE 64
8.2 – CIÊNCIAS 84
8.3 – EDUCAÇÃO FÍSICA 97
8.4 - ENSINO RELIGIOSO 114
8.5 – GEOGRAFIA 123
8.6 – HISTÓRIA 135
8.7 - LÍNGUA PORTUGUESA 156
8.8 – MATEMÁTICA 175
8.9 - LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA – INGLÊS 188
9. PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DO ENSINO MÉDIO 203
9.1- ARTE 203
9.2 – BIOLOGIA 213
9.3 – EDUCAÇÃO FÍSICA 233
9.4 – FILOSOFIA 238
9.5 – FÍSICA 244
9.6 – GEOGRAFIA 249
9.7 – HISTÓRIA 261
9.8 - LÍNGUA PORTUGUESA 269
9.9 – MATEMÁTICA 278
9.10 – QUIMÍCA 290
9.11 – SOCIOLOGIA 296
9.12 - LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA – ESPANHOL e INGLÊS 305
10. ANEXOS 319
4
I - APRESENTAÇÃO
O Projeto Político Pedagógico foi elaborado conforme estabelece os artigos
12, 13 e 14 da LDB 9394/96, contando na sua elaboração com a participação dos
profissionais da educação. O mesmo tem como objetivos o que preconiza o artigo
3º da LDB e busca um futuro diferente do presente para os alunos.
O Projeto Político Pedagógico tem um compromisso definido
coletivamente, com a formação do cidadão para a sociedade atual, onde este
deve agir de forma participativa, com responsabilidade, de forma crítica e criativa.
O político e pedagógico são indissociáveis e por causa disso se torna um
processo permanente de reflexão e discussão dos problemas da escola.
A sua elaboração coletiva propicia a vivência democrática de todos os
membros da comunidade escolar e tem como compromisso solucionar os
problemas da educação e do ensino da escola. Sendo esta uma instituição social,
inserida na sociedade capitalista, a luta é contra as determinações e contradições
desta sociedade.
A busca pela escola democrática, pública e gratuita, advém de um projeto
político-pedagógico que vise a igualdade de condições para acesso e
5
permanência, almeje a qualidade para todos, administrada com uma gestão
democrática, com liberdade e centralizada na valorização do magistério.
Estando consciente da realidade da sociedade na qual a escola está
inserida, a luta é pela superação da divisão do trabalho, da fragmentação e do
controle hierárquico, criando uma outra forma de organização do trabalho
pedagógico e para tal precisa elaborar um projeto político-pedagógico que rompa
com o modo tradicional de pensar a realidade e dessa forma possa avançar tanto
dentro como fora dos muros da escola.
1 IDENTIFICAÇÃO DO ESTABELECIMENTO
Colégio Estadual Casemiro Karman - Ensino Fundamental e Médio
Código: 01279
Endereço: Rua Niterói s/nº, Jardim Rivabem II. Telefone: (41) 3392-
1045.
Município: Campo Largo.
Código: 0420.
Dependência Administrativa: Estadual.
Código: 02.
NRE: Área Metropolitana Sul.
Código: 03.
Entidade Mantenedora: Secretaria de Estado da Educação.
Ato de autorização da Escola:
Resolução nº 0629/98 de 11/03/1998.
6
Ato de reconhecimento da Escola:
Resolução nº 1880/05 de 28/07/2005.
Protocolo de Implantação do Ensino Médio:
Nº 9.237.441-6 – Resolução nº 5714/08 de 11/12/08
Ato Administrativo de Aprovação do Regimento Escolar:
Nº 258/08 de 03/09/2008.
Distância da Escola do NRE: em torno de 40 Km
Localização: Urbana
E-mail: [email protected]
1.1 HISTÓRICO DA INSTITUIÇÃO
O Colégio Estadual “Casemiro Karman” - Ensino Fundamental e Médio
funciona nas dependências da Escola Municipal 15 de Outubro, que está
localizada na Rua Niterói, s/nº, Jardim Rivabem II, município de Campo Largo,
Estado do Paraná. O referido nome é uma homenagem ao polonês Casemiro
Karman.
Este Colégio foi criado na gestão do Governo de Jaime Lerner e do Prefeito
Municipal de Campo Largo, Newton Puppi, pela Resolução nº 062/98, de 11 de
março de 1998.
O Colégio iniciou sua caminhada com o essencial para que pudesse
funcionar, com duas turmas de 5ª série, sendo que a implantação das demais
séries deu-se gradativamente.
1.2 BIOGRAFIA DE “CASEMIRO KARMAN”
7
Casemiro Karman nasceu em Litaten, Polônia, no dia 3 de abril de 1888, e
era filho de João Karman e Stefania Wirnicka Karman. Aos cinco anos ficou órfão.
Veio ao Brasil com parentes, aos 8 anos de idade, no navio Wylehat de
bandeira alemã; o qual fez o percurso do Porto de Bremen, na Alemanha, ao
Porto do Rio de Janeiro. Do Rio de Janeiro a Paranaguá, no navio de Loid
Brasileiro, Luasca, chegando a Paranaguá, Paraná, no dia 8 de agosto de 1896.
De Paranaguá a família Karman veio para Curitiba onde ficou uns dias,
indo se estabelecer em Ponta Grossa, Pr.
Em 1897, foi com a família para Prudentópolis, na época São João do
Capanema, onde o pai comprou terras e construiu moinho de cereais.
Em janeiro de 1907, com a ajuda do irmão Rafael, que trabalhava no vice-
consulado inglês em Curitiba, combinou ir estudar em Nova Iorque, Estados
Unidos.
Chegou aos Estados Unidos em época de grande crise sendo muito difícil
encontrar emprego. Como não queria viver só na dependência da ajuda do irmão,
trabalhou em diversas profissões. Trabalhava de dia e estudava a noite.
O primeiro emprego foi em casa comercial e o último em fábrica de
cosméticos, onde aprendeu 28 formulas de pó de arroz, cremes e seus segredos.
Em fins de 1911, voltou ao Brasil.
Em abril de 1912, encontrou-se com o engenheiro Gueshler, da Lumber
Company, na época a maior firma de beneficiamento de madeira da América do
Sul, onde eram serrados 200 pinheiros por dia. Convidado por Gueskler foi
trabalhar na Lumber, chegando ao posto de supervisor.
Saindo da Lumber foi a Cananéa, São Paulo, abrir estrada em direção a
atual BR 116, onde o irmão Rafael Karman com o vice-cônsul, Henrique Gom e
outros ingleses possuíam fazenda de 1800 alqueires. Foi aberta estrada de tropa,
de aproximadamente 60 Km sertão adentro, onde não havia moradores.
Em 1915, foi a Porto União, Santa Catarina, administrar outra filial do irmão
Rafael.
Em 1916, esteve pesquisando minérios em Morretes, Paraná, onde
descobriu peromorfita, minério de chumbo.
Em 1917, explorou o Rio Iguaçu a pedido do Governo do Paraná.
8
Em 1920, casou-se com Arlinda Pires. Neste mesmo ano fez exploração de
Campo Mourão, entre os rios: Cantu, Piquiri, Cerenge e o Picadão de Mato
Grosso.
Em 1921, veio morar no Bacacheri, Curitiba.
Saiu de mudança no dia 7 de setembro de 1922, chegando em Rio Bonito,
Itambé, Campo Largo, dia 14 de setembro, gastando sete dias devido as
constantes chuvas e às péssimas estradas da época.
Casemiro, chegando na região, tratou logo de melhorar as estradas. Com
novos traçados e ajuda de moradores abriram novas estradas e a região
progrediu.
Mais de 40 Km de estradas da região foram traçadas e locadas por ele,
entre outros: Retiro a Taquara, 20 Km; Vargedo a Itambezinho, 12 Km;
Itambezinho a Prata, 8 Km; Taquara a Santa Cruz e Geada, 8 Km. Muito
progresso da região se deve a ele.
A primeira escola da localidade foi em casa construída por ele e cedida à
prefeitura. A primeira professora, Srta. Horizontina Portela Santos, tinha
hospedagem na casa dele.
Como a região era de pessoas humildes e de poucas posses, vendo o
grande transtorno que a morte de uma pessoa causava à família (para levar ao
cemitério de Tamanduá ou de Campo Largo) para sepultar o morto com grandes
despesas, Casemiro e o irmão Rafael combinaram fazer um cemitério onde todos
pudessem sepultar seus mortos sem ônus algum.
Rafael deu de suas terras quinze mil metros quadrados, e Casemiro cercou
parte desta terra, por ser muito grande. Lá está o Cemitério de Capinzal.
Casemiro Karman faleceu no dia 2 de julho de 1983, com mais de 95 anos
e foi sepultado junto ao irmão Rafael, no cemitério de Capinzal, feito por eles.
Casemiro Karman era poliglota, falava quatro idiomas: polonês, ucraniano,
inglês e português.
Era arquiteto, mas o conheciam mais como “o homem das abelhas”, pelo
apiário que possuía. Homem dinâmico, honesto e pacífico, viveu 95 anos sem ter
inimigos.
Tinha o hábito de ler e por esse motivo estava sempre atualizado. De uma
memória invejável, ninguém o passava para trás em geografia. Quando
9
consultado sobre algum país, cidade, rio, lago ou ilha de qualquer parte do
mundo, ele localizava de imediato no mapa. Tratando-se de país, na maioria das
vezes, sabia o idioma oficial, o regime político e ainda por cima dava uma aula de
história.
Sempre estava de bom humor; aos mais íntimos gostava de contar
anedotas. Sempre estava alegre, por isso era estimado e querido por todos.
1.3 Relação de Funcionários do Estabelecimento de Ensino:
Funcionário Formação Atuação Pós-GraduaçãoAdriana Aparecida Durau Lingua Portug. Língua Portuguesa Sim Alexandra C. Pereira Ciênc.Biológicas Mat/ Ciências Sim Anderson Bonnet Educação Física Educação Física Sim Andréa C. da S. Santana História História -Andriele Benato Cursando História Ag. Educacional II Não Cândida Coelho Ferreira Ens.Fundamental Ag. Educacional I Sim Cândida Marina Hoffmann Ciênc.Biológicas Biologia NãoCristiano Morawski Matemática Matemática NãoCristiane Novaki Matemática Matemática NãoClara Mª Mazur Coitinho Ensino Médio Ag. Educacional II NãoDalva Ferreira de Castro Ensino Médio Secretária Não Driele Gobetti da Silva Química Química NãoDeibimar dos Santos História História SimEdgar José Portela Psicologia Sociologia -Elenice José da Trindade Arte Arte Sim Eliane de Jesus Ferreira Ens.Fundamental Ag. Educacional I Não Eliane Marta Gonçalves Geografia Geografia Sim Elizete Vieira Letras Port/Inglês LEM-Inglês Sim Everidiana P. Robacher Pedagogia Pedagoga Sim Fábio Pittarello Educação Física Educação Física Não
10
Flavia Carloto Garrett Turismo/Geog. Geografia SimKarina S. Ferreira Moraes Ensino Médio Ag. Educacional II -Joelma Maria Valpcoski Educação Física Educação Física Sim José Alexandre Berto Física Diretor SimLarisse Cristine Stoco Ciênc.Biológicas Ciências -Liliane do Rocio Suonski Letras Port/Inglês Língua Portuguesa SimLiria Palega Ens. Fundamental Ag.Educacional I -Luciane Durau Carloto Letras Port/Inglês LEM-Inglês Sim Márcia de Vargas História Hist / Vice-Direção Sim Márcia Eliane Marchewski Letras Port/Inglês Língua Portuguesa Sim Maria Bernadeth Batista Ens. Fundamental Ag. Educacional I -Marlene Ferreira de Lara Ens. Méd.Incomp. Ag. Educacional I -Michelle Santos Física Física NãoOdirléa C. Vaz da Silva Letras Port. Esp. Língua Portuguesa Sim Osmari de J. Nascimento Ens.Fundamental Ag. Educacional I -Ramiro de Oliveira Júnior Filosofia Filosofia SimRegiane Pereira Barszcz Geografia Geografia Sim Regina de Fatima Zanon História História Sim Rodrigo José Costa Educação Física Educação Física -Roni Miranda História História NãoSilmara do Carmo Boaron Pedagogia Pedagoga Sim Silvana Mara M. Tomaz Pedagogia Pedagoga Sim Simone Teixeira Art Vis. e C. Graf. Arte SimSirlei M. Partica Ziemba Ensino Médio Ag. Educacional II NãoSoraia Cristina Blank Letras. Port/Esp LEM-Espanhol Sim Theresa Javorski Ens. Fundamental Ag. Educacional I -Vanessa Rodrigues Pinto Ensino Médio Ag. Educacional II Não
1.4 ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR
Modalidade de Ensino: Ensino Fundamental (5ª a 8ª Séries)
Ensino Médio
Número de Salas de Aula: 05
Número de Turmas: 15
Número de Alunos: 449
Número de Professores: 31
11
Número de Pedagogos: 03
Número de Funcionários: 12
Turno de Funcionamento: Diurno – matutino e vespertino
Noturno
Horário das aulas:
Matutino: 07:15 às 11:35
Vespertino: 12:45 às 17:05
Noturno: 18:40 às 22:50
1.5 CONDIÇÕES FÍSICAS E MATERIAIS
O Colégio Estadual Casemiro Karman possui:
• 5 salas de aula de 42 m², todas em bom estado de conservação: com 3
ventiladores de teto e 4 estantes de madeira para livros;
• Acervo de livros para biblioteca, sendo doações governamentais e
particulares;
• 1 sala de 3 x 4 metros onde funciona secretaria, direção e equipe
pedagógica;
• 1 sala de 6 x 3 metros de compensado onde os professores cumprem sua
hora atividade.
• 1 Quadra esportiva coberta, de uso comunitário;
• 1 laboratório de informática com 12 computadores do programa Paraná
Digital, que funciona ao lado de 01 pequena biblioteca.
12
Utiliza em conjunto com a Escola Municipal 15 de Outubro:
• Banheiros;
• Quadra esportiva;
• Cozinha e refeitório;
• 1 sala, onde funcionam em turnos diferenciados, duas classes.
Patrimônio escolar de bens móveis: (a relação consta nos anexos).
Não possuímos laboratório de Ciências, Química e Física, pois a Escola
funciona em dualidade com o Município e não possui espaço físico para os
mesmos.
O acervo bibliográfico da Escola foi obtido com recursos próprios e ainda
com doações de livros realizadas por terceiros.
A Escola não possui alunos com necessidades educacionais especiais.
13
1.6 MATRIZ CURRICULAR
TURNO: MANHÃ
MATRIZ CURRICULAR - ANO LETIVO 2010
Estabelecimento: CASEMIRO KARMAN, C. E - E FUND. E MEDIO
Curso: ENS. DE 1 GR-REGULAR 5/8 SERIE Turno: Manhã
Ano de Implantação: 2010 - SIMULTANEA Módulo: 40 semanas
DisciplinaComposição
Curricular
Série / Carga Horária Semanal
1 2 3 4 5 6 7 8
0701 – ARTE BNC 2 2 2 20301 – CIENCIAS BNC 3 3 4 40601 - EDUCACAO
FISICABNC 3 3 3 3
7502 - ENSINO
RELIGIOSO *BNC 1 1 - -
0401 - GEOGRAFIA BNC 3 3 3 3
0501 – HISTORIA BNC 3 3 3 3
0106 - LINGUA
PORTUGUESABNC 4 4 4 4
0201 –
MATEMATICABNC 4 4 4 4
1142 - L.E. –
INGLESPD 2 2 2 2
Carga Horária Total 24 24 25 25
Matriz Curricular de acordo com a LDB N.9394/96.
* Opcional para o aluno e não computada na carga horária da matriz
curricular.
BNC=BASE NACIONAL COMUM
PD=PARTE DIVERSIFICADA
TURNO: TARDE
MATRIZ CURRICULAR - ANO LETIVO 2010
Estabelecimento: CASEMIRO KARMAN, C E – E FUND E MÉDIO
14
Curso: ENS.DE 1 GR-REGULAR 5/8 SERIE Turno: Tarde
Ano de Implantação: 2010 – SIMULTANEA Módulo: 40 semanas
DisciplinaComposiçã
o Curricular
Série / Carga Horária Semanal
1 2 3 4 5 6 7 8
0701 – ARTES BNC 2 2 2 2
0301 – CIENCIAS BNC 3 3 4 40601 - EDUCACAO
FISICABNC 3 3 3 3
7502 - ENSINO
RELIGIOSO *BNC 1 1 - -
0401 – GEOGRAFIA BNC 3 3 3 30501 – HISTORIA BNC 3 3 3 30106 - LINGUA
PORTUGUESABNC 4 4 4 4
0201 – MATEMATICA BNC 4 4 4 4
1142 - L.E. – INGLES PD 2 2 2 2
Carga Horária
Total24 24 25 25
Matriz Curricular de acordo com a LDB N.9394/96.* Opcional para o aluno e não computada na carga horária da matriz
curricular.BNC=BASE NACIONAL COMUM
PD=PARTE DIVERSIFICADA
TURNO: NOTURNO
MATRIZ CURRICULAR - ANO LETIVO 2010
Estabelecimento: CASEMIRO KARMAN, C E – E FUND E MÉDIOCurso: ENS.DE 2 GR-REGULAR ENSINO MÉDIO Turno: NOITE
Ano de Implantação: 2010 – SIMULTANEA Módulo: 25 semanas
1ª SÉRIEBLOCO 1 H. A . BLOCO 2 H. A .BIOLOGIA 04 ARTE 04ED FÍSICA 04 FÍSICA 04FILOSOFIA 03 GEOGRAFIA 04HISTÓRIA 04 MATEMÁTICA 06LEM-ESPANHOL 04 SOCIOLOGIA 03LÍNGUA PORTUGUESA 06 QUÍMICA 04Total Semanal 25 Total Semanal 252ª SÉRIEBLOCO 1 H. A . BLOCO 2 H. A .
15
BIOLOGIA 04 ARTE 04ED FÍSICA 04 FÍSICA 04FILOSOFIA 03 GEOGRAFIA 04HISTÓRIA 04 MATEMÁTICA 06LEM-INGLÊS 04 SOCIOLOGIA 03LÍNGUA PORTUGUESA 06 QUÍMICA 04Total Semanal 25 Total Semanal 253ª SÉRIEBLOCO 1 H. A . BLOCO 2 H. A .BIOLOGIA 04 ARTE 04ED FÍSICA 04 FÍSICA 04FILOSOFIA 03 GEOGRAFIA 04HISTÓRIA 04 MATEMÁTICA 06LEM-INGLÊS 04 SOCIOLOGIA 03LÍNGUA PORTUGUESA 06 QUÍMICA 04Total Semanal 25 Total Semanal 25
1.7 CALENDÁRIO ESCOLAR
16
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃOAnexo da Resolução N º 3587/09 – GS/SEED
Considerados como dias letivos: Formação Continuada (06 dias); Replanejamento (01 dia);
Reuniões Pedagógicas (03 dias) – Delib. 02/02-CEE
Janeiro Fevereiro MarçoD S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S
1 2 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 63 4 5 6 7 8 9 7 8 9 10 11 12 13 16 7 8 9 10 11 12 13 23
10 11 12 13 14 15 16 14 15 16 17 18 19 20 dias 14 15 16 17 18 19 20 dias
17 18 19 20 21 22 23 21 22 23 24 25 26 27 21 22 23 24 25 26 2724 25 26 27 28 29 30 28 28 29 30 3131
1 Dia Mundial da Paz
Abril Maio JunhoD S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S
1 2 3 1 1 2 3 4 54 5 6 7 8 9 10 19 2 3 4 5 6 7 8 21 6 7 8 9 10 11 12 20
11 12 13 14 15 16 17 dias 9 10 11 12 13 14 15 dias 13 14 15 16 17 18 19 dias
18 19 20 21 22 23 24 16 17 18 19 20 21 22 20 21 22 23 24 25 2625 26 27 28 29 30 23 24 25 26 27 28 29 27 28 29 30
nb 30 312 Paixão 1 Dia do Trabalho 3 Corpus Christi
21 Tiradentes
Julho Agosto SetembroD S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S
1 2 3 12 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 44 5 6 7 8 9 10 dias 8 9 10 11 12 13 14 15 5 6 7 8 9 10 11 20
11 12 13 14 15 16 17 15 16 17 18 19 20 21 dias 12 13 14 15 16 17 18 dias18 19 20 21 22 23 24 22 23 24 25 26 27 28 19 20 21 22 23 24 2525 26 27 28 29 30 31 29 30 31 26 27 28 29 30
7 Independência
11 OBMEP – 2ª fase
Outubro Novembro DezembroD S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S
1 2 1 2 3 4 5 6 1 2 3 43 4 5 6 7 8 9 19 7 8 9 10 11 12 13 21 5 6 7 8 9 10 11 16
10 11 12 13 14 15 16 dias 14 15 16 17 18 19 20 dias 12 13 14 15 16 17 18 dias
17 18 19 20 21 22 23 21 22 23 24 25 26 27 19 20 21 22 23 24 2524 25 26 27 28 29 30 28 29 30 26 27 28 29 30 3131
12 N. S. Aparecida 19 Emancipação Política do PR
15 Dia do Professor 15 Proclamação da República 25 Natal
Férias Discentes Férias/Recessos/DocentesFeriado Municipal 1 dia janeiro 31 janeiro / férias 30NRE Itinerante 2 dias fevereiro 7 julho/agost./reces. 23Dias letivos 200 julho/agosto 28 dez/reces. 9
dezembro 9Total 75 Total 62
Início/TérminoPlanejamento e Replanejamento FériasRecesso
Formação Continuada Feriádo MunicipalComplementação de carga horáriaReunião pedagógicaAntecipação do dia 15/10Conselho de classe OBMEPSemana Cultural
CALENDÁRIO ESCOLAR – 2010
8 OBMEP – 1ª fase
2 Finados
20 Dia Nacional da Consciência Negra
17
2. OBJETIVOS GERAIS
A educação deve ter um posicionamento que expresse uma nova visão de
homem e de sociedade e assim contextualizada, a escola pública assume sua
18
importância como espaço-tempo em que as prioridades sócio-educacionais
podem se concretizar.
Os três grandes objetivos a serem alcançados por meio do
acompanhamento do Projeto Político Pedagógico são: a Inclusão dos socialmente
excluídos; a transmissão-asssimilação do conhecimento elaborado/científico e a
valorização do magistério.
O Projeto Político Pedagógico deve visar as demandas de sua principal
clientela que são os que vivem do trabalho, bem como os excluídos do mundo do
trabalho, para dessa forma poderem ter acesso aos conhecimentos que lhes
permitam melhor compreender as relações produtivas e sociais das quais
participam.
“É a partir da consideração da função social da escola na perspectiva Histórico-Crítica, que apontamos para a dimensão política da educação, calcada na importância do trabalho educativo que se realiza na escola pública. Pois na medida em que a escola cumprir com sua função social, de garantir a transmissão-asssimilação do conhecimento elaborado/científico, poderia contribuir para a elevação cultural das classes trabalhadoras favorecendo o processo de compreensão da totalidade das relações sociais nas quais ela se insere”. (Kátia Soares, )
É fundamental o conhecimento objetivo sobre a realidade, que é condição
indispensável para a intervenção consciente no sentido da sua transformação.
O Colégio deve ser um espaço de aprendizagem crítica e criativa, do
aprender de forma integral, atuar como espaço de produção, como unidade na
diversidade. Ter como finalidade a inclusão dos socialmente excluídos, pois
geralmente a educação inclui os socialmente incluídos, e para os demais apenas
são ofertadas algumas modalidades de preparação para o trabalho.
Dessa forma, a escola reconhece que a superação da dualidade estrutural
não pode ser resolvida somente no seu âmbito, mas inicia-se com a
democratização do ensino, com relação à ampliação das vagas, na exigência de
espaços físicos adequados, bibliotecas, laboratórios, equipamentos e
principalmente professores capacitados e concursados.
19
A escola pública deve propiciar situações de aprendizagem variadas e
significativas aos seus alunos, sendo estes muitas vezes pauperizados
economicamente e, portanto há necessidade que:
“Os menos favorecidos estejam em condições de identificar, compreender e buscar suprir, ao longo de sua vida, suas necessidades com relação à participação na produção científica, tecnológica e cultural” (KUENZER, 2000, p.43).
O novo intelectual a ser formado na escola deverá ser potencialmente
preparado para ser fruto da nova síntese entre ciência, trabalho e cultura e dessa
forma ser capaz de desempenhar suas atividades como cidadão, sujeito e objeto
de direitos.
Para que o Colégio atinja esses objetivos, vários fatores devem estar
presentes, entre eles a gestão democrática, a qual abrange as dimensões
pedagógicas, administrativa e financeira. Mas para atingi-la é necessário que haja
uma ruptura histórica na prática administrativa da escola, o que exige a
compreensão em profundidade dos problemas postos pela prática pedagógica.
Também visa romper com a separação entre concepção e execução, entre o
pensar e o fazer, entre teoria e prática e dessa forma busca resgatar o controle do
processo e do produto do trabalho pelos educadores.
A gestão democrática inicia-se com o repensar da estrutura de poder da
escola, a qual deve visar a participação coletiva, contra a exploração e a
opressão, estando durante este processo ciente que o mesmo não é fácil de ser
consolidado e envolve a participação crítica na construção do projeto político-
pedagógico e na sua gestão.
Outro aspecto central na construção do Projeto Político Pedagógico é a
valorização do magistério, pois a qualidade do ensino ministrado na escola e seu
sucesso para formar cidadãos capazes de agir na vida socioeconômica, política e
cultural, está relacionado com a formação inicial e continuada, os recursos
didáticos, físicos e materiais, redução do número de alunos na sala de aula e
remuneração digna.
A formação continuada propicia a melhora da formação inicial, possibilita a
progressão funcional baseada na titulação, na qualificação e na capacitação dos
profissionais da escola. Deve fazer parte do projeto político-pedagógico e estar
20
centrada na escola, não se limitando aos conteúdos curriculares, mas se estender
à discussão da escola como um todo e suas relações com a sociedade.
“A formação continuada compreendida na perspectiva da atualização histórico cultural do professor é condição implicita para que a função social da escola se efetive garantindo a transmissão e assimilação do saber elaborado/científico à maioria da população”. (Katia Soares)
Todos esses princípios direcionados para a organização do trabalho
pedagógico, contribuirão para que a escola compreenda os limites e as
possibilidades do Projeto Político Pedagógico, sendo que estas são de interesses
das camadas menos favorecidas da sociedade.
3. MARCO SITUACIONAL
O Colégio está situado num bairro de baixa renda, portanto acaba sendo o
local de convergência para os que almejam um futuro melhor. Mas para atingir os
objetivos faz-se necessário melhorá-la, pois a mesma não conta com um espaço
físico adequado, sendo que o divide com uma escola municipal, o que torna difícil
implementar certas medidas que visem adequá-la para melhor atender a toda
comunidade escolar. Nosso maior problema é a espera da construção da nova
escola, prometida há vários anos sem, no entanto ter sido iniciada.
Outros problemas que a escola tem que superar são originários de um
princípio educativo determinado pelo projeto político-pedagógico taylorista-
fordista, o qual é ainda dominante em nossas escolas e que originou tendências
pedagógicas conservadoras e se funda na divisão entre pensamento e ação. A
pedagogia taylorista-fordista definiu conteúdos e método, tendo como concepção
a formação do homem unilateral, cuja inteligência é lógico-formal, tendo
concepção de comportamento a obediência às ordens, a submissão e a disciplina.
Dentro desse sistema, a norma é o crescimento da massa dos excluídos e
dos precariamente qualificados e para que haja superação, a nova proposta
pedagógica precisa enfrentar os desafios, tanto os referentes aos equipamentos
físicos e pedagógicos.
21
No enfrentamento dessas dificuldades a escola deverá observar os fatores
sociais que acabam influenciando a aprendizagem dos alunos tais como: nível de
renda, escolaridade dos pais, número de irmãos, a distância da residência até a
escola, o tempo que dedicam aos estudos. Observando todos esses fatores se
percebe que tudo isso acaba refletindo na reprovação dos alunos e que os levará
a trabalharem em empregos que não exigem muita escolaridade. É preciso,
portanto resgatar a utopia nos alunos e prepará-los para superar as dificuldades
impostas pelo sistema capitalista, cabendo a escola a função de distribuir
igualmente o saber e preparar os educando para enfrentar a exclusão e superá-la.
Todo esse processo para se consolidar, necessita primeiramente que a
escola analise a sua estrutura organizacional, verifique as relações funcionais e
indague sobre suas características e conflitos. A estrutura organizacional deve ser
analisada para que os problemas que afetam o processo ensino aprendizagem
sejam expostos e dessa forma possam ser realizadas decisões realistas e
exequíveis.
As relações de trabalho no interior da escola deverão estar embasadas em
atitudes de solidariedade, reciprocidade e de participação coletiva, sendo que
tudo isso se contrapõem à organização regida pelos princípios da fragmentação,
da divisão do trabalho e do controle hierárquico. Para que tudo isso ocorra, a
realidade da escola deve ser analisada e faz-se necessário superar os conflitos,
tensões e rupturas, o que propicia a construção de novas formas de relações de
trabalho. O Colégio busca este caminho e para isso utiliza a reflexão coletiva da
comunidade escolar durante as reuniões e nas horas-atividade realizadas pelos
professores, as quais são realizadas individualmente, devido ao pequeno número
de professores de cada área de disciplina, mas que leva ao favorecimento do
diálogo e principalmente a comunicação horizontal, valorizando o que todos os
segmentos da escola tenham a oferecer para o processo educativo e a
descentralização do poder.
O processo educativo deve ser dinâmico e não uma mera simplificação do
conhecimento científico, por isso, a escola deve refletir sobre esse processo de
produção do conhecimento escolar e sua relação com a prática docente. O
docente tem um papel fundamental na implementação do projeto político-
pedagógico, pois é de sua percepção de construção do conhecimento, que deve
22
ser dialética, dinâmica e contínua, que levará o aluno a aprender por interações
coletivas, de forma ativa e que impulsiona à criação de novos conhecimentos.
O docente deve estar ciente e assumir a prática pedagógica como
fundamental no espaço e tempo pedagógico da escola, através da ação-reflexão-
ação, da prática-teoria-prática, da síncrese-análise-síntese e que culmina num
ambiente favorável à valorização da globalidade humana, envolvendo os sujeitos
para interagirem em parceria. A qualidade do trabalho docente tem relação direta
com os resultados pedagógicos da escola, mas para que sejam alcançados é de
suma importância a existência de infra-estrutura de apoio à sala de aula e nesse
sentido, a escola necessita de melhoras como: construção de laboratórios de
ciências, física e química, salas especializadas, mais livros e espaço físico na
biblioteca, outros livros didáticos para consulta e enriquecimento das atividades,
materiais audiovisuais, além de material extra para atividades especiais e dessa
forma poder atingir às especificidades da escola.
O docente não ensina senão na medida em que os alunos aprendem e só
a cumpre quando ocorre a efetiva aprendizagem por parte dos mesmos, sendo
que não se ensinam ou aprendem coisas, mas relações mediadas pela interação
humana e estabelecidas no entendimento mútuo, o que exige trabalhar com o
rigor científico dos conhecimentos e com os meios materiais e instrumentais de
que se apropria na capacidade de elaborá-los ou de reconstruí-los, segundo as
exigências de sua proposta pedagógica.
Para conseguir atingir seus objetivos ele, precisa conquistar melhorias
profissionais, que envolve a sua formação inicial e continuada, carreira, salário e
condições de trabalho. Dessa forma, o modo como o docente precisa cumprir a
sua carga horária ou complementar seu salário, faz com que dificilmente a
organização da hora-atividade seja elaborada de modo que o docente a cumpra
com outro da mesma área para troca de experiências. O que poderia solucionar
esse problema seria que o docente pudesse fechar a sua carga horária somente
em uma escola e se houvesse a necessidade de complementação da sua carga
horária, que a mesma ocorresse na mesma instituição de ensino com aulas em
sala ou desenvolvendo atividades de reforço e apoio pedagógico. Assim o
docente se identificaria mais com a comunidade escolar na qual atua e
consequentemente haveria também uma melhora no seu desempenho.
23
O Colégio, sabendo do seu quadro docente, busca organizar a distribuição
de aulas internas e organizar as turmas da melhor maneira possível, estando
ciente que devido a uma melhor estrutura, o atendimento não atinge todos os
compromissos que a educação pública de qualidade exige, pois como já
mencionado, a mesma divide espaço físico com a escola municipal, o que o torna
insuficiente para melhor atender a demanda de ambas as escolas.
DADOS ESTATÍSTICOS DO RENDIMENTO DOS ALUNOS NOS ANOS DE 2008 E
2009
ENSINO/SÉRIE RENDIMENTO ESCOLAR
Aprovação por Conselho de
Classe
Taxa de Aprovação Taxa de
Reprovação
Taxa de Abandono
2008 2009 2008 2009 2008 2009 2008 2009
FUNDAMENTAL - TOTAL 87,60% 86,40% 8,20% 10,00% 4,10% 3,50%
5ª SÉRIE 18 4 82,00% 81,00% 13,20% 18,90% 4,70% 0,00%
6ª SÉRIE 4 3 93,30% 87,00% 5,30% 9,60% 1,30% 3,20%
7ª SÉRIE 3 4 87,60% 86,40% 8,20% 8,10% 4,10% 5,40%
8ª SÉRIE 11 3 90,30% 91,10% 3,20% 2,90% 6,40% 5,80%
MÉDIO REGULAR - TOTAL 69,90% 72,00% 7,60% 14,80% 22,30% 13,00%
1ª SÉRIE 18 15 74,50% 75,00% 3,90% 20,30% 21,50% 4,60%
2ª SÉRIE 21 10 68,80% 56,00% 8,10% 20,00% 22,90% 24,00%
3ª SÉRIE 10 12 64,50% 83,30% 12.90% 3,70% 22,50% 12,90%
Fonte: atualização de sistema - SERE/ABC – WEB, acesso em 29.06.103.1
3.1 - DIAGNÓSTICO DA CLIENTELA
O Colégio atende 446 alunos oriundos de famílias carentes, havendo
equilíbrio entre o número de meninos e meninas. A faixa etária está entre 10 e 18
anos em sua maioria, fato este que gera conflito devido a divergências de
interesse entre os mesmos.
Os alunos são moradores de bairros próximos ao Colégio, sendo que os
mais distantes utilizam transporte escolar. Com uma porcentagem alta de
desempregados e autônomos sem renda fixa, as famílias ganham em sua maioria
24
até dois salários mínimos. Esta renda reflete a baixa escolaridade dos pais, com
17% de analfabetos e 72% com ensino fundamental incompleto, não ocorrendo
nenhum pai com formação superior. Um dado interessante é que o nível de
escolaridade entre as mulheres é maior que dos homens.
Os genitores ocupam funções como vigia, pedreiros, pintores, domésticas,
diaristas e operários. Possuidores de casa própria (84%), o que não significa
grandes avanços, pois as mesmas são construídas em terrenos de invasão e com
péssima estrutura salvo as exceções.
São famílias numerosas, onde 10% possuem mais de sete filhos, na
maioria de religião católica, aparecendo também evangélicos e espíritas, têm
pouco tempo para a prole, o que reflete no alto índice de reprovação, quase 50%
dos alunos já reprovaram uma vez, e no pouco tempo dos mesmos destinados
aos estudos, 50% destina apenas 30 minutos e 13% tempo nenhum.
Foram feitos dois questionamentos, se os alunos gostam de sua escola e
se gostam de estudar, constatou-se que a educação é vista com redentora em
todas as respostas. Quanto a gostar do Colégio Estadual Casemiro Karman há
unanimidade, porém com ressalvas ao aspecto físico: pouco espaço, quadra
desportiva inadequada, biblioteca pequena, banheiros em número insuficiente,
falta de recursos audiovisuais.
Os resultados relatados refletem a situação da comunidade escolar.
3.2 PLANO DE FORMAÇÃO CONTINUADA PARA PROFESSORES
O Colégio sabe da necessidade permanente da qualificação e atualização
dos docentes através da formação continuada, já que uma prática pedagógica
consciente e conscientizadora, requer profissionalização, para que dessa forma
possa haver compreensão das políticas mais amplas com ingerência nas
singularidades locais, estabelecimento de relações de domínio dos conteúdos
escolares que leve os docentes a selecionar e abordar os conhecimentos mais
significativos, contextualizados e consequentes.
25
“O trabalhador se educa no e a partir do seu processo de trabalho, com apoio da formação teórica adquirida nos cursos de formação inicial e continuada; mkas é no trabalho, e através das relações estabelecidas a partir dele, que se constroem as competências profissionais, pela articulação entre conhecimento e intervenção”. ( Kuenzer, 2002, p 301).
Segundo a Revista do Professor Nova Escola, nº 180, página 18, na
enquete sobre “Qual a melhor forma de capacitação?”, demonstra que:
Conforme análise das necessidades e das possibilidades da escola, as
ações propostas no Estabelecimento de Ensino, para o atendimento à formação
continuada dos professores são:
a) Organização de reuniões bimestrais por disciplina para que os professores
possam se inteirar das situações pelas quais passam seus alunos, trocar idéias,
propor inovações, aprimorar seu trabalho fazendo as reformulações necessárias,
planejando suas atividades e elaborando materiais pedagógicos e de estudo para
os alunos;
b) Investir numa biblioteca com acervo especializado que oportunize aos
docentes uma reflexão sobre a prática educativa e um aprofundamento teórico em
sua disciplina;
c) Conforme a LDB 9394/96, art. 67, V, “período reservado para os estudos,
planejamento e avaliação, incluído na carga de trabalho”, referindo-se a hora-
2 1 %2 1 %
1 4 % 1 3 %
1 %2 %
Qual a m elhor form a de capacit ação?
Cursos na sua própria escola, conduzidos por f orm adores de outros locaisConferências, palest ras, congressos ou workshops f ora da escolaGrupos de estudos entre os professores da própria escolaCursos a distância (on-line ou com m aterial inst rucional)Estudos individuais com leitura de livros da área educacionalOut ros
26
atividade. Durante a hora atividade o professor também poderá informar-se e/ou
formar-se quanto à prática pedagógica, orientada pelo professor pedagogo;
d) Capacitação em fevereiro e julho, conforme calendário, que nortearão o
planejamento trimestral a realizar-se no início do ano letivo e no retorno das férias
de julho.
3.3 FINALIDADES DO COLÉGIO
De acordo com Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96,
de 20 de dezembro de 1996, o ensino tem por objetivo proporcionar ao educando
a formação necessária ao desenvolvimento de suas potencialidades, como
elemento de auto-realização, qualificação para o trabalho e preparo para o
exercício consciente da cidadania.
Para alcançar este objetivo é de fundamental importância considerar que o
Colégio deve propiciar ao educando a aquisição de instrumentos que possibilitem
o desenvolvimento de suas capacidades e aptidões, encontrando-se com a
realidade, para atuar na mesma, de modo consciente e responsável, a fim de
alcançar aspirações pessoais e sociais, modificando sua realidade.
São finalidades da instituição escolar:
- Buscar o desenvolvimento integral do educando, pela formação intelectual,
física, social, científica, junto à consciência crítica da realidade social;
- Promover a participação ativa do educando, no processo educativo, pelo
diálogo, comunicação e descoberta de critérios de julgamento perante as
múltiplas opções que a vida apresenta;
- Desenvolver no aluno o exercício de cidadania, promovendo o respeito e o
serviço mútuo, a liberdade, a responsabilidade e estimulando as relações
democráticas;
- Assumir uma Educação de Qualidade;
- Possibilitar um ambiente favorável que mantenha o educando no processo
ensino-aprendizagem;
Nessa perspectiva é preciso recuperar o trabalho docente em sala de aula
construindo uma prática pedagógica centrada na participação do aluno, no ensino
solidário, na cooperação consciente, na análise da realidade vivencial do aluno e
27
sua prática social; incorporando a tecnologia disponível ao ambiente escolar e
revendo os critérios de avaliação do aluno com valorização do seu desempenho
no processo de assimilação e apropriação dos conteúdos escolares e culturais.
3.4 PROCESSOS DE AVALIAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E PROMOÇÃO
A educação pública requer uma permanente prestação de contas para os
órgãos educacionais oficiais e para a própria escola. Esse princípio sempre
integrou a administração pública, tendo em vista a construção da universalidade
do direito ao conhecimento, acarretando e reforçando a necessidade do
acompanhamento continuado dos resultados obtidos para subsidiar as decisões
relativas ao planejamento e do currículo.
A escola desenvolve seu sistema de avaliação prestando contas dos
recursos públicos investidos, privilegiando duas linhas: a avaliação das políticas e
ações do governo na área de Educação e a avaliação do Projeto Político
Pedagógico. Nos dois casos, a meta a ser alcançada é a prestação de contas à
sociedade e fornecendo elementos para o Sistema de Ensino e para a escola
tomarem decisões que cada vez mais aproximem os resultados alcançados das
metas pretendidas, através da melhor utilização possível dos recursos que estão
à disposição.
Cabe, portanto, ao Colégio elaborar seu sistema de avaliação, conforme
solicitada pelo sistema estadual de educação, de modo a facilitar a visualização
dos resultados gerais, bem como das especificidades.
A avaliação está presente a todo o momento no desenvolvimento do
Projeto Político Pedagógico, desde a identificação de necessidades até a
obtenção de resultados, contemplando dessa forma todas as dimensões do
trabalho pedagógico: espaço físico, financiamento, gestão, equipamentos,
currículo, recursos humanos, atendimento à clientela e assim por diante. A
avaliação atinge suas finalidades quando os resultados alcançados permitem à
comunidade interna e externa acompanhar os resultados do trabalho educativo.
Essa parada de reflexão que a avaliação proporciona atinge não só o aluno, mas
também o professor, pois o fracasso do aluno leva a rever a metodologia
28
empregada e os insucessos devem ser discutidos em sala, para serem
relativizados.
Mas, sobretudo, a avaliação tem como objetivo diagnosticar o
desenvolvimento dos alunos, assim como o nível de apropriação do
conhecimento, analisando habilidades e atitudes dos mesmos, tendo em vista
mudanças de comportamento propostas. Esta avaliação deve incorrer sobre o
desempenho do educando em diferentes experiências de aprendizagem,
utilizando-se de vários instrumentos e técnicas, tais como: teste de
aproveitamento orais e escritos, questionários com apoio em pesquisas, tarefas
específicas, trabalhos de criação, observações espontâneas ou dirigidas, auto-
avaliação, relatório, observação direta dos professores, entre outros. E, portanto,
fica proibida avaliação em que o aluno é submetido a uma única aferição,
devendo ser ela diagnóstica, contínua e diversificada, cabendo ao Conselho de
Classe debater e analisar todos os dados intervenientes na avaliação.
A avaliação do ensino de Educação Física e de Arte deverá adotar
procedimentos próprios, visando ao desenvolvimento formativo e cultural do
aluno.
A recuperação de estudos tem como objetivo proporcionar aos alunos de
rendimento insuficiente, oportunidade de melhoria, condições próprias que
propiciem a apreensão dos conteúdos. Esta deve ocorrer de forma paralela, ao
longo do período letivo. Deve ser planejada, adequada às dificuldades dos alunos,
inseridas no cômputo das oitocentas horas anuais. O professor deve considerar a
aprendizagem do aluno durante o processo, e para aferição do trimestre no
Ensino Fundamental, ou do bimestre no Ensino Médio organizado em blocos,
considerar-se-á os progressos dos alunos em todas as atividades propostas.
A recuperação paralela pode ser de várias formas, propostas pelos
professores, incluindo trabalhos, pesquisas, relatórios, leituras. Os resultados
finais são registrados e comunicados aos alunos e aos seus responsáveis,
podendo os mesmos requerer a revisão dos resultados finais no prazo de 72
horas a partir da divulgação destes.
O Sistema de Avaliação é Trimestral no Ensino Fundamental e Bimestral
no Ensino Médio, sendo esta nota, resultado da somatória dos valores em cada
instrumento utilizado, sendo contínua e cumulativa, deve obedecer à ordenação e
29
sequencia do ensino e da aprendizagem, bem como o currículo e objetivos
propostos pelo Estabelecimento de Ensino.
O resultado da avaliação é expresso em notas numa escala de zero vírgula
zero a dez vírgula zero, considerando-se décimos, sendo o rendimento mínimo
exigido seis vírgula zero, por matéria. A soma final avaliação, que representa a
nota do trimestre ou do bimestre é registrada em documentos próprios emanados
dos órgãos oficiais, a fim de assegurar a regularidade e autenticidade da vida
escolar do aluno.
Apurados os resultados finais de aproveitamento e frequência, será
definida a situação de aprovação e reprovação dos alunos. Como a escola não
possui a Progressão Parcial, os aprovados serão aqueles que possuírem
frequência igual ou superior a setenta e cinco por cento da carga horária e média
superior a seis vírgula zero resultante da somatória das notas dos trimestres e
bimestres nas disciplinas. Reprovados, serão aqueles que apresentarem
frequência igual ou superior a setenta e cinco por cento sobre o total da carga
horária do período letivo, e média anual inferior a seis vírgula zero; frequência
inferior a setenta e cinco por cento sobre o total de carga horária, com qualquer
média anual.
O aluno que estiver cursando o Ensino Médio organizado em blocos deverá
obter aprovação nos dois blocos: 1 e 2, de cada série, para poder cursar a série
seguinte.
Ainda, os alunos que apresentarem frequência igual ou superior a setenta e
cinco por cento e média anual inferior a seis vírgula zero, será submetido à
análise do Conselho de Classe que definirá pela aprovação ou não dos mesmos.
Encerrando o processo de avaliação, o Estabelecimento registrará, no
histórico escolar do aluno, sua condição de aprovado ou reprovado.
Ensino Fundamental
M.A. = 1º Trimestre + 2º Trimestre + 3º Trimestre = 6,0
3
30
___________________________________________________________
Ensino Médio
M.A.=1º Bimestre + 2º Bimestre=6,0 1º Bloco
2
M.A.=1º Bimestre + 2º Bimestre=6,0 2º Bloco
2
4. MARCO CONCEITUAL
O Colégio é uma instituição inserida na sociedade capitalista, a qual é
estruturada em classes, sendo um sistema altamente excludente e que se utiliza
da educação como forma de controle e preparo de mão-de-obra para as
indústrias. Portanto cabe a escola romper com o modelo de organização
taylorista-fordista, o qual prioriza os modos de fazer e o disciplinamento,
considerando desnecessário o conhecimento científico-tecnológico. Seus
conteúdos são fragmentados e:
“Organizados em seqüência rígida, tendo como meta a uniformidade de respostas para procedimentos padronizados, separando os tempos de aprender teoricamente e de repetir procedimentos práticos e
31
exercendo rigorosamente o controle externo sobre o aluno” (KUENZER, 2000, p. 32).
Devido às mudanças ocorridas pela globalização da economia e
reestruturação produtiva, o modelo taylorista-fordista deixa de ser dominante e,
portanto a escola precisa formar um trabalhador de novo tipo, para todos setores
da economia e que lhe permitam adaptar-se ao novo modelo flexível de produção.
Este novo modelo de produção exige que a escola mude seu eixo de educação,
para que todos a ela tenham acesso e dessa forma ocorra a efetiva
democratização da educação, que só será possível com a efetiva democratização
da sociedade, essa utopia que deve ser almejada pela escola, mas que parece
estar cada vez mais distante na medida em que a crise internacional do
capitalismo se agrava e a saída para ela, o neoliberalismo, já esteja mostrando
seus limites.
A realidade já comprovou que não é possível inserir-se socialmente,
politicamente e produtivamente, sem pelo menos onze anos de educação escolar,
o que exige que a educação básica atinja a toda população e lhes dê uma sólida
base de educação geral.
“ Uma pedagogia articulada com os interesses populares valorizará, pois, a escola; não será indiferente ao que ocorre em seu interior; estará empenhada em que a escola funcione bem; portanto, estará interessada em métodos de ensino eficazes. Tais métodos se situarão para além dos metódos tradicionais e novos, superando por incorporação as contribuições de uns e de outros. Portanto serão métodos que estimularão a atividade e a iniciativa dos alunos sem abrir mão, porém da iniciativa do professor, favorecerão o diálogo dos alunos entre si e com o professor, mas sem deixar de valorizar o diálogo com a cultura acumulada historicamente; levarão em conta os interesses dos alunos, os ritmos de aprendizagem e o desenvolvimento psicológico, mas sem perder de vista a sistematização lógica dos conhecimentos, sua ordenação e gradação para efeitos do processo de transmissão-assimilação dos conteúdos”. (Saviani, 1992,p79)
A educação que se almeja deve propiciar ao cidadão-produtor, o domínio
intelectual e das formas de organização social para ser capaz de criar soluções
originais para problemas novos que exigem criatividade, a partir do domínio do
conhecimento. O que se deseja atingir com essa nova concepção de homem é a
32
capacidade de lidar com o inesperado, substituindo a rigidez pela flexibilidade, ser
ativo para participar como sujeito na construção de uma sociedade onde a
produção material e cultural esteja disponível para todos.
Transformar a realidade da sociedade dividida e excludente, sabendo que
no Brasil o estado de bem-estar-social nunca chegou a se concretizar e o fundo
público já não garante os direitos mínimos de cidadania, é um trabalho árduo a
ser enfrentado. Sendo que:
A dualidade estrutural tem suas raízes na forma de organização da sociedade, “que expressa relações entre capital e trabalho; pretender resolvê-la na escola, através de uma concepção nova, ou é ingenuidade ou é má-fé” (KUENZER, 2000, p. 35).
O que deve ser percebido é que a educação não tem sido disponibilizada
para todos e sua situação a cada ano se agrava devido aos escassos recursos
disponíveis nos orçamentos públicos. As mudanças devem ser abrangentes, não
somente na ampliação de vagas; devem envolver os espaços físicos adequados,
bibliotecas, laboratórios, equipamentos, novas tecnologias e principalmente
professores concursados e capacitados. Sem essas precondições, discutir um
novo modelo não tem sentido.
Uma nova concepção deve buscar o avanço possível, em face dos
recursos disponíveis, da escola concreta, com suas possibilidades e limitações. A
formação que se quer deve ser científico-tecnológica e sócio-histórica para todos,
o que exige mediações diferenciadas para atender às demandas de uma clientela
diferenciada e desigual.
A lógica do capitalismo já está imposta, cabe a escola pública dentro deste
sistema, buscar a qualidade que os alunos necessitam cada vez mais. Os
conhecimentos que devem ser trabalhados terão como meta à formação
omnilateral do homem, ou seja, em toda a sua integralidade e deverá abranger
habilidades cognitivas e comportamentais, que levem ao domínio do método
científico, das formas de comunicação, de relacionamento e organização coletiva,
de maneira a utilizar conhecimentos científicos e estabelecer relações sociais de
modo articulado para resolver problemas da prática social e produtiva.
Estes conhecimentos devem ser avaliados, pois esta é a forma que a
escola deve prestar contas ao Sistema Público de Educação e seus resultados
33
vão subsidiar as decisões relativas ao planejamento da educação e do currículo.
Portanto esta deve verificar a totalidade das produções do aluno, fugir do modo
tradicional e possibilitar a visualização tanto dos resultados mais gerais como das
especificidades, sendo utilizada em todos os momentos do desenvolvimento do
projeto político-pedagógico, desde a identificação das necessidades até a
obtenção dos resultados, contemplando todas as dimensões do trabalho
pedagógico.
A avaliação revela as diferentes dimensões da aprendizagem dos alunos,
deve ser vista como uma maneira de se observar os dados relevantes do
processo ensino-aprendizagem que auxilia o profissional a avaliar seu trabalho e
tomar decisões a esse respeito.
“A avaliação deve estar presente em todos os momentos, balizando o antes, o durante e o depois. A avaliação não é um fim em si (….) é uma engrenagem no funcionamento didático e mais globalmente, na seleção e na orientação escolar”. (Perrenoud, 1999, p 36).
A organização interna da escola deve dar atenção a toda dimensão, desde
o financiamento, espaço físico, gestão, equipamentos, recursos humanos,
currículo, atendimento à clientela – pais, alunos. Dessa forma há também a busca
da integralidade da escola para que se obtenha os resultados esperados dessa
instituição, seu ambiente interno deve favorecer a prática democrática, onde todos
tenham direitos iguais e sejam ouvidos em suas reivindicações, dessa forma não
só essa instituição será verdadeiramente democrática, como também a sociedade
por influência desta.
A verdadeira democracia deve também vir de fora para dentro da escola,
pois enquanto os alunos tiverem dificuldades em sua permanência e acesso ao
sistema escolar, não estará havendo uma sociedade democrática e esta dívida
social exige esforço dos gestores públicos nos níveis estadual e nacional, que
devem ampliar as vagas e elaborar políticas públicas para permanência desses
alunos no sistema e propor melhoria na qualidade do ensino, em equipamentos,
ampliação do espaço-físico e na qualificação permanente dos professores e que
estes tenham boas condições de trabalho e remunerados dignamente, pois a
educação não é voluntariado, improvisação e exige relações de trabalho
claramente regulamentadas, sendo que os alunos têm o direito a serem educadas
34
por professores adequadamente capacitados e com seus direitos respeitados,
como acontece em todos os campos profissionais.
“A teoria em si (…) não transforma o mundo. Pode contribuir para a sua transformação, mas para isso tem que sair de si mesma e, em primeiro lugar tem que ser assimilada pelos que vão ocasionar, com seus atos reais, efetivos. Entre a teoria e a atividade prática transformadora se insere um trabalho de educação das consciências de organização dos meios materiais e planos concretos de ação; tudo isso como passagem indispensável para desenvolver ações reais, efetivas. Nesse sentido, uma teoria é prática na medida que se materializa, através de uma série de mediações, o que antes só existia idealmente, como conhecimento da realidade ou antecipação ideal de sua transformação”. ( Vasquez, apud Saviani, 1992,p 82-83).
O currículo do colégio que se quer não precisa ser necessariamente novo,
mas que haja uma generalização de conhecimentos que até o presente momento
estão sob o controle de uma pequena parcela da população. Os conteúdos das
disciplinas deverão ser democratizados para toda a população, já que estes são
necessários para que participem da sociedade que cada vez mais reúne ciência e
tecnologia. O Colégio assim deixaria de distribuir o conhecimento de forma
desigual e haveria dessa forma uma verdadeira democratização dos conteúdos,
que levaria a uma nova organização social.
Neste currículo não há espaço para repetição, memorização,
aprendizagem de conteúdos e de formas operacionais parciais, as quais são
substituídas pelo raciocínio lógico, habilidades comunicativas, pela capacidade de
discernir, de criar, de construir soluções originais, de não se satisfazer e buscar
educar-se continuamente. O que se almeja é a formação de um novo homem
para agir numa nova sociedade. Esta sendo mais democrática demanda por um
currículo que tenha um caráter político, que fuja de uma grade que articula
disciplinas e horas, mas que seja o resultado de um projeto intencional de
formação humana orientado para uma utopia, ao redor do qual se articulam todos
os esforços da comunidade escolar e que para que isso ocorra é preciso
consenso da comunidade escolar sobre os conteúdos do projeto político-
pedagógico.
O maior desafio é a alteração do trabalho pedagógico e do currículo
enciclopedista, pois há anos que as disciplinas que compõe o currículo tem seus
35
interesses intelectuais que preocupavam os pensadores da Grécia clássica e sem
desmerecer estes conhecimentos, resta saber, se os temas que constituem as
disciplinas atuais, dão conta das necessidades atuais da sociedade, pois os
filósofos constituíam uma elite, a qual estudavam temas que estavam distantes do
trabalho, da vida cotidiana e da aplicação prática. Hoje se educa para formar
pessoas capacitadas para o mercado de trabalho, com um perfil pré-determinado
pela sociedade capitalista, mas o compromisso da escola é democratizar o
conhecimento como estratégia de construção de uma sociedade, na qual todos
tenham direitos iguais. Por isso, os professores em sua dimensão de intelectual
coletivo, devem avaliar os conteúdos que têm sido reproduzidos nas práticas
escolares, estas com apoio na tradição, e buscar na sociedade novos conteúdos
sobre os quais se constroem os modos de produzir e de organizar a vida
individual e coletiva, sem deixar de tomá-los na sua perspectiva histórica e sua
relação com a lógica concreta que rege o movimento das relações sociais.
Cada nível de ensino tem uma finalidade que deve estar presente no
Projeto Político Pedagógico da escola, e este processo se inicia com o
levantamento das características dos alunos atendidos pela escola, quais suas
perspectivas de futuro e necessidades, onde a escola está localizada e quais
suas disponibilidades e limitações. Quanto aos conteúdos no Ensino
Fundamental, estes devem desenvolver o domínio das diferentes linguagens e
demais conhecimentos básicos de caráter elementar necessários à vida individual
e social, desenvolver a autonomia de trabalho intelectual e de escolhas éticas,
com menos memorizações de conceitos e que privilegiem a capacidade de
localizar informações a partir de uma necessidade ou problema, compreendê-las,
organizá-las e articulá-las de modo a produzir respostas.
“O Projeto Político-pedagógico expressa nossa visão de mundo, valores, os compromissos com a vida e nossa identidade. Para se instrumento de autonomia da escola, com identidade própria de uma determinada comunidade, não pode ser cópia de outro”. (Cipriano,)
Portanto o Projeto Político Pedagógico deve estar adequado à realidade
concreta na qual vive o aluno, que deverá ser capaz de compreendê-la e
transformá-la, sua consideração de concepção de mundo, das formas de
36
aprender, possuir conteúdos e formas metodológicas que permitam ao aluno
usufruir seus direitos e participar da vida política, ter conhecimentos científicos,
tecnológicos que estão presentes no trabalho, nas relações sociais e tratar
conhecimentos sócio-históricos. Tudo isso sendo trabalhado de forma articulada e
que se estabeleça às relações entre as suas dimensões lógica e histórica e que
leve o aluno a desenvolver uma relação ativa com o conhecimento, gerando uma
aprendizagem significativa, a partir do estabelecimento das conexões entre o que
deve ser aprendido e as experiências da vida pessoal, social e produtiva. Assim
sendo, os alunos do Ensino Médio, em conformidade com a legislação vigente,
poderão realizar estágios cadastrando-se junto às entidades que oferecem.
4.1 GESTÃO DEMOCRÁTICA
O Colégio deve ser o espaço-tempo da prática pedagógica, onde ocorre a
relação entre professores e alunos, ideias, valores, ciência, arte, e cultura, livros e
equipamentos, problemas e desafios e nesse sentido, ser administrada,
supervisionada, mas ser inspecionada não é a sua razão de existência, entretanto
deve criar oportunidades para que os alunos se construam, construam e
reconstruam o saber.
“Referida a isso é que tem sentido a gestão escolar que, viabilizar um projeto político-pedagógico globalizador e interdisciplinar, deve prever formas democráticas de organização e funcionamento da escola, incluindo as relações de trabalho no seu interior. Relações de trabalho que devolvam à escola seus principais agentes ou atores: alunos e professores, coadjuvados direta e permanentemente pelos pais, que representam e trazem consigo a realidade circundante, por dela serem parte”.(BUSSMANN, 1996, p. 37)
O Projeto Político Pedagógico deve contar com as instituições escolares
como: Associação de Pais, Mestres e Funcionários, Grêmio Estudantil, Conselho
de Classe, Conselho Escolar para que aja a sua integração como um todo. Não
se quer com isso eliminar os especialistas da instituição (administrador,
supervisor, orientador) e nem a delegação de suas funções a todos os
37
professores, ou ainda que a eleição para diretor seja garantia de sucesso da
pratica pedagógica e de sua gestão democrática.
O processo de caminhada para a direção democrática da instituição, na
construção de sua identidade como espaço-tempo pedagógico supõe e exige:
• Rompimento com estruturas mentais e organizacionais fragmentadas;
• Definição clara de princípios e diretrizes contextualizadas, que projetem o vir-
a-ser da escola;
• Envolvimento e vontade política da comunidade escolar para criar utopia
pedagógica;
• Conhecimento da realidade escolar, sempre atualizado e acompanhado;
• Planejamento participativo que aprofunde compromissos, estabeleça metas
claras e exequíveis;
• Clarificação constante das bases teóricas do processo com revisão e
dinamização contínua da prática pedagógica à luz dos fundamentos e das
diretrizes do currículo, da metodologia, da avaliação, dos conteúdos, das
bases da organização escolar, do regimento, dos mecanismos de participação,
do ambiente e do clima institucional, das relações humanas, dos cronogramas
de estudos e de reuniões, etc;
• Atualização constante do pessoal docente e funcionários de todos os setores
da escola;
• Coordenação administrativo-pedagógica competente e interativa, que
estimule, planeje, comande, avalie, apoie e dialogue sempre.
4.2 ORGANIZAÇÃO CURRICULAR
A finalidade da educação básica é desenvolver o domínio das diferentes
linguagens e demais conhecimentos básicos de caráter elementar necessários à
vida individual e social, desenvolver a autonomia de trabalho intelectual e de
escolhas éticas, através de conteúdos e atividades que privilegiem menos a
memorização de conceitos do que a capacidade de localizar informações a partir
38
de uma necessidade ou problema. Compreendê-las, organizá-las e articulá-las de
modo a produzir respostas.
As disciplinas e seus conteúdos devem se adequar para cada finalidade
que se almeje como:
• Conhecimentos científicos e tecnológicos;
• Conhecimento sobre as diferentes formas de linguagem e comunicação
contemporânea;
• Conhecimento sócio-histórico, que permitam o aluno compreender as relações
sociais e produtivas, bem como nelas intervir enquanto sujeito individual e
coletivo.
O que se espera é que ocorra a articulação entre as dimensões através
dos contextos relevantes, conforme também apontados pela LDB: trabalho,
convivência, práticas sociais, políticas culturais e de comunicação, vida pessoal,
cotidiano, meio ambiente, corpo e saúde; a partir dos quais se dará uma
aprendizagem seguindo a lógica que rege a construção histórica da disciplina e as
relações sociais e produtivas, determinada por necessidades concretas, as quais
são diversa e contraditórias.
É de fundamental importância para a escola reconhecer que a relação
entre o homem e o conhecimento se dá através da mediação da linguagem, em
suas múltiplas formas de manifestação: a língua, a matemática as artes, a
informática. As linguagens, portanto, estabelecem as mediações entre o aluno e o
conhecimento em todas as áreas, bem como entre a situação na qual, o
conhecimento foi produzido e as suas novas formas de utilização na prática.
Nesse sentido que a organização curricular viabilizará a movimentação do
pensamento do geral para o específico e vice-versa, através da intencional
seleção de conteúdos e atividades. É no espaço curricular que o aluno
aprofundará e complementará a educação básica em todas as suas dimensões,
aprenderá as relações entre os conhecimentos, e destes com a cultura e o
trabalho, identificará as relações entre teorias e prática, o trabalho e a
solidariedade, sendo capaz de usar o conhecimento para transformar a realidade.
A organização do currículo do ensino fundamental da escola tem uma base
comum nacional, determinada pela LDB 9394/96, que dispõe que as matérias
39
devem variar de acordo com as características de cada região (Lei 13.381/01 –
estudos sobre o Estado do Paraná). O currículo abrangera obrigatoriamente o
estudo da Língua Portuguesa e da Matemática, Ciências pelo conhecimento do
mundo físico e natural, Geografia pela realidade social e política, o ensino de
Artes para o desenvolvimento cultural dos alunos, História - que levará em conta
as contribuições das diferentes culturas e etnias, Língua Estrangeira Moderna –
Inglês, Educação Física ajustada às faixas etárias e Ensino Religioso – sendo
esta de matrícula facultativa.
Segundo a LDB os conteúdos curriculares devem observar a difusão de
valores fundamentais ao interesse social, aos direitos e deveres dos cidadãos, de
respeito ao bem comum (Lei 10.639/03 – Inclusão e Cultura Afro-brasileira) e à
ordem democrática, também levar em conta as condições de escolaridade dos
alunos, contextualizar os conteúdos, relacionar, comparar e trabalhar de forma
integrada.
Outro item a ser observado é o tempo escolar, sendo este um dos
elementos constitutivos da organização do trabalho pedagógico. O Colégio
trabalha pelo sistema seriado e organizado em períodos fixos de tempo para
trabalhar as disciplinas do currículo, o que impede que a escola organize períodos
de estudo e reflexão dos educadores sendo que isto fortaleceria a escola como
estância de educação continuada.
4.3 EDUCAÇÃO INCLUSIVA
“Esta história é verídica, tomei conhecimento dela há dois anos, o que só fez confirmar o mal que eu já imaginava. Uma professora, no primeiro dia de aula, na primeira série, encontra uma menina com Síndrome de Down sentada no fundo da sala. Tenta se comunicar com a menina, não consegue, não entende o que ela fala. A menina tem nove anos. Na hora do recreio, a primeira coisa que a professora faz é correr para a diretora: “Como é que você faz uma coisa dessas comigo? Coloca uma menina deficiente na minha sala sem me avisar, não sei fazer nada, nem entender o nome dela eu consegui”. A diretora volta-se para a professora com a seguinte resposta: “Professora, tranqüilize-se, deixe de tanta angústia, faz de conta que aquela criança é um jarro que irá enfeitar a sua sala”. Isso é verídico, não é história de carochinha.” (LIMA, 2003).
40
Falar em inclusão há que falar em excluídos: os problemas de evasão e
reprovação que constituem os entraves à progressão dos nossos alunos, os
excluídos digitais, que tem um grande potencial para fazer parte das estatísticas
de desempregados; os segmentos tradicionalmente excluídos moradores da zona
rural, das periferias, das áreas de pobreza, dos indígenas, ainda há mais formas
de exclusão: crianças abusadas, maltratadas, crianças que nunca chegarão a
escola, por causa do trabalho infantil e as que possuem necessidades especiais.
O processo de inclusão educacional exige planejamento e mudanças
sistêmicas político-administrativas na gestão educacional; a escola inclusiva custa
caro – ninguém pode imaginar que se vá fazer uma escola inclusiva de qualidade
com os mesmos custos de uma escola como sempre existiu.
O Brasil optou pela construção de um sistema educacional inclusivo ao
concordar com a Declaração Mundial de Educação para todos, firmada em
Jomtien, na Tailândia, em 1990, e ao mostrar consonância com os postulados
produzidos em Salamanca (Espanha, 1994) na Conferência Mundial sobre
necessidades educacionais especiais: acesso e qualidade.
De acordo com a Resolução CNE/CEB nº 02, 11/09/2001, institui-se as
Diretrizes Nacionais para a educação de alunos em necessidades educacionais
especiais, na educação básica, cabendo aos Estabelecimentos de Ensino:
organizar-se para o atendimento aos educandos, assegurando as condições
necessárias para uma educação de qualidade para todos.
Conforme essa resolução, caberá as escolas: organizarem-se de modo que
hajam professores capacitados, para o atendimento aos alunos; distribuição dos
alunos com necessidades especiais pelas classes, de modo que se beneficiem
com as diferenças, de acordo com o princípio “educar para a diversidade”,
flexibilização e adaptações curriculares, metodologias e recursos didáticos
diferenciados, resignificação dos conteúdos básicos e processos de avaliação
adequados, respeitando-se a frequência obrigatória.
São alunos com necessidades educacionais especiais: aqueles que
apresentam necessidades, próprias e diferentes dos demais alunos no domínio
das aprendizagens curriculares correspondentes à sua idade, requerem recursos
pedagógicos e metodologias educacionais específicas. A classificação desses
41
alunos, para efeito de prioridade no atendimento educacional especializado
(preferencialmente na rede regular de ensino), dá ênfase a:
- portadores de deficiência mental, visual, auditiva, física e múltipla;
- portadores de condutas típicas (problemas de conduta);
- portadores de superdotação.
Não se pode ser ingênuos e acreditar que existem lugares e oportunidades
para todos, o desafio é a inclusão na escola e no mercado de trabalho.
No âmbito de escola:
“O redimensionamento do tamanho de classes onde estão os alunos com necessidades diferenciadas; a capacitação de seus professores; orientação, apoio e acompanhamento especializados para os professores que realizam esse trabalho; a criação de espaços de interação sócio-educacionais nas escolas, para a inclusão dos alunos na escola como um todo, e não apenas em sua turma; o acompanhamento psicopedagógico a alunos com necessidades diferenciadas; a formação dos alunos como um todo para aceitarem e conviverem de maneira receptiva e positiva com as diferenças; a compreensão ampla e aprofundada dos desafios e necessidades sócio-educacionais de pessoas de grupos diferenciados; o envolvimento de pais nas questões de inclusão e sua orientação a respeito do tema” (LUCK, 2003).
5. MARCO OPERACIONAL
O Projeto Político Pedagógico tem por objetivo instaurar uma forma de
organização do trabalho pedagógico que supere os conflitos e busque eliminar as
relações competitivas, corporativas e autoritárias e que rompa com a burocracia.
A busca de uma nova organização para a escola constitui uma ousadia para os
educadores, pais, alunos e funcionários. Por isso, os embasamentos são os
pressupostos de uma teoria pedagógica crítica viável, que se inicie da prática
42
social e que esteja compromissada em solucionar os problemas da educação e
do ensino da escola, em busca da autonomia e da qualidade.
A gestão democrática deve ser um princípio que levará a escola a atingir
esses objetivos, pois abrange as dimensões pedagógicas, administrativa e
financeira, propiciando a ruptura na prática administrativa que está em voga. A
gestão democrática implica principalmente o repensar da estrutura de poder da
escola, tendo em vista a sua socialização. E na concretização dessa tarefa tem
importante papel a ação administrativa, pois ela se situa no espaço-tempo entre
as decisões políticas que o processo educativo exige e a implementação dessas
decisões.
A administração na instituição deve estar ciente do contexto social e
político no qual está inserida e isso implica num posicionamento filosófico e em
paradigmas de conhecimento que expressem a nova visão de homem e de
sociedade, as quais fundamentam a questão educacional.
A conduta administrativa manifesta seu alcance pedagógico de várias
maneiras, como: no estabelecimento das políticas, dos fins, dos meios, no
planejamento e na avaliação, na articulação com e entre a comunidade escolar,
na destinação e na alocação de recursos, no estabelecimento de prioridades, no
respeito à liberdade e às individualidades, na defesa dos interesses do coletivo
escolar e na defesa das necessidades das crianças e dos jovens em sua
passagem pela escola.
Administrar é agir de modo a combinar adequadamente o uso de recursos
disponíveis para atingir um objetivo, articulando os meios para atingir fins
desejados e definidos. No caso da organização escolar, as questões éticas e
administrativas têm a ver com a questão pedagógica. A direção escolar deve
gerenciar o pessoal docente, discente, técnico-administrativo e de serviços, não
pode dissociar da tarefa da gerência seu caráter formativo, razão maior da ação
escolar.
Um dos grandes desafios a ser enfrentado pela administração escolar é o
conflito, o qual é inerente a organização e exige dela competência administrativa.
O conflito é um elemento constitutivo e mantém um clima propício à mudança
adaptativa, pois conflito gera mudança e esta gera adaptação, que em
43
consequência gera a sobrevivência da organização, capaz de gerar socialização e
conhecimento.
Neste contexto o Projeto Político Pedagógico é que irá desenvolver através
de discussões nas horas de estudo dos professores, nas semanas pedagógicas e
nos cursos oferecidos pela mantenedora o processo de planejamento-discussão-
decisão-ação-reflexão-avaliação-replanejamento-nova ação, para que se afirme a
identidade da escola, como espaço pedagógico necessário à construção do
conhecimento e da cidadania. A escola pública assume assim importância cada
vez maior como espaço-tempo para as prioridades sócio-educacionais, onde o
indivíduo aprende por interações coletivas, de forma ativa e o papel do professor
é provocar conflitos cognitivos no aluno, impulsionando-o à criação de novos
conhecimentos.
Nessa perspectiva, papéis importantes desempenharão as instituições
escolares atuando em sintonia por integrar o Projeto Pedagógico: Associação de
Pais, Mestres e Funcionários (APMF), Grêmio Estudantil, Conselho de Classe,
Representação de Turmas. E todo esse conjunto levará à direção da democracia
na escola, na construção de sua identidade como espaço-tempo pedagógico e
que romperá com estruturas mentais e organizacionais fragmentadas.
Para que as inovações que a escola almeja produzam efeitos, os
educadores devem comprometer-se em alterar seu fazer e questionar os
discursos que muitas vezes não traduzem o vivido na escola. O que não pode
haver é o descompasso entre o discurso e a ação, sendo que sua prática deve
ser consequência de valores e princípios acumulados ao longo da experiência
vivencial de cada profissional. Porém, se deve fugir do mal que atinge pessoas e
instituições e que é chamada “paralisia paradigmática”, que é a doença fatal da
certeza absoluta e que tende cristalizar concepções originárias de teoria a
paradigmas que foram “assimilados” ao longo das historias de vida, que
transcendem delas próprias e que podem estar superadas, mas que muitas vezes
os educadores não as percebem.
Os educadores devem conceber o conhecimento como um processo de
construção e não como uma transmissão de um saber pronto e acabado e desse
confronto de orientações teóricas reflete-se no cotidiano das escolas. O professor
em sala de aula desenvolve com seus alunos esse processo de construção do
44
conhecimento sendo ele aquele que irá mediar a assimilação do conteúdo que
deve ser aprendido. A escola deve ser autônoma e de qualidade, onde o saber
veiculado oportunize a todos, a capacidade de exercer com dignidade a cidadania
e no seu interior, não aja ação antidemocrática, conteúdos sem significados e
uma estrutura repressora.
A instituição não deve sonegar conteúdos pela justificativa das condições
sociais dos alunos, pois isso seria ceder as ideologias liberais, que mascaram o
sentido da realidade social, admitindo a desigualdade e desqualificando a ideia de
luta de classe. Não é fácil transformar a realidade da sociedade, pois esta é
dividida em classes e desigual, os recursos públicos diminuem a cada ano e
culminam na deficiência de formulação de políticas e projetos necessários à
garantia dos direitos mínimos de cidadania. Esses desafios precisam ser
compreendidos a partir da identificação das causas para que as medidas tomadas
sejam adequadas e sem que isso se constitua em desigualdade. Depois de
reconhecidas às causas, a escola tem como obrigação definir ações que venham
a buscar a superação dos problemas levantados e isso ocorre através do estudo
feito por todos os funcionários, professores, pais e alunos no dia a dia da escola,
nas reuniões de pais, de professores, na formação continuada e nas próprias
salas de aula durante o ano letivo.
Outro eixo que a instituição precisa administrar é o econômico-financeiro, o
qual incide diretamente sobre a autonomia da escola e sua administração, pois a
escola depende de transferências feitas pelo sistema educacional e os utiliza para
aquisição de material. Os recursos utilizados pelo Colégio são o Fundo Rotativo e
o Programa Dinheiro Direto na Escola, sendo que com essas verbas a escola
pode realizar pequenos consertos, consertos maiores, compra de material para
reprodução de provas, textos, compra de material de expediente, material
pedagógico, material permanente, recursos tecnológicos e material básico para
alunos carentes. O Colégio utiliza também recursos arrecadados pela Associação
de Pais, Mestres e Funcionários (APMF) em eventos como festas, rifas, etc., os
quais são utilizados como complemento para a manutenção da escola.
Apesar de contar com estes recursos, a escola ainda não tem um espaço
físico adequado, pois possui biblioteca pequena, apenas para empréstimo dos
livros não tendo espaço físico para receber os alunos para leitura e realização de
45
trabalhos. Não possui sala para vídeo, porém possui as Tvs nas salas de aula e o
laboratório de informática que foi implantado na escola através do Programa
Paraná Digital. Este espaço será utilizado por toda a comunidade escolar e
servirá como um ambiente pedagógico favorável para elaborar novos
conhecimentos, processando uma crítica não abstrata, mas embasada na
compreensão científica do real.
As novas tecnologias estão presentes nos processos de trabalho da
sociedade capitalistas e faz com que a massa dos trabalhadores não instruídos
fique cada vez mais distanciada dos benefícios que o avanço científico e
tecnológico pode trazer. Contudo, o acesso aos conhecimentos explícitos da
dominação não é automático, requer a mediação dos profissionais da escola, que
na prática do dia-a-dia irão possibilitar aos alunos da classe dominada a
compreensão crítica dos conhecimentos.
O Projeto Político Pedagógico da escola, dentro desse contexto, deve ser
relevante também à sociedade, esta que se caracteriza pela globalização e pelo
dinamismo tecnológico, o que exige dos cidadãos a capacidade de participar e
autonomia para buscar aprender constantemente. A escola pública é uma
instituição que presta serviços aos cidadãos, logo precisa ouvir alunos e
responsáveis, estando aberta à participação da comunidade e abrir-se à avaliação
externa.
A avaliação interna é também fundamental para correção e aprimoramento
de rumos e também porque, é por meio dela que toda a extensão do ato
educativo e não apenas a dimensão do conhecimento é considerada. A avaliação
deve ser realizada com todos os envolvidos no processo ensino aprendizagem,
através de questionários que são enviados aos pais, e comunidade em geral, aos
professores, aos funcionários, aos alunos através do conselho de classe feito com
o corpo discente e docente e até mesmo através de conversas informais com
alunos e pais.
A avaliação deve ser vista como um recurso Político Pedagógico
Administrativo que além de sugerir parâmetros para o projeto pedagógico da
escola, deve ser usado como fonte de novas políticas e linhas de ação, permitindo
a superação dos limites da escola. Dessa forma, a escola justifica sua existência
e torna válida sua atuação ao traçar sua proposta pedagógica no livre consenso
46
dos nela interessados e por ela solidariamente responsáveis e ao propiciar-lhe as
condições de efetividade com eficiência. Por isso um Projeto Político Pedagógico,
cuja marca, é a permanente redefinição conceitual, por parte da comunidade
escolar sobre o que ela entende por: conhecimentos, sociedade, educação,
escola, ensino-aprendizagem. A educação que se quer e para que serve é uma
ética de valores a serem perseguidos.
Portanto as ações possíveis de serem realizadas durante o ano letivo pelo
coletivo da escola estão centradas na gestão democrática com diálogos
constantes sobre o planejamento, discussão e decisão sobre as ações, reflexão,
avaliação e replanejamento sempre que necessário para uma nova ação;
organização do processo de construção do conhecimento; identificação das
causas para traçar ações com vista à transformação da sociedade e a avaliação
interna, pois é por meio dela que poderemos corrigir e aprimorar as atitudes
tomadas.
O que importa não é o ensino das disciplinas como se fossem pacotes bem
acabados e amarrados, mas cada período letivo, cada estágio do currículo
entendido e encarado como unidade operacional básica em que uma turma de
alunos e uma equipe de professores atuem numa unidade de experiências
próprias e de recorrências conceituais e temáticas a que concorram as diversas
disciplinas, não com base em si mesmas, mas sim nas exigências daquele
estágio e daquela determinada situação de aprendizagem. Deve ocorrer
congruência e continuidade, em que os conteúdos curriculares relacionam-se e
reorganizam-se, articulando-se em estruturas novas, mais complexas e a um
tempo mais adaptadas à interpretação das mudanças havidas e das novas
relações percebidas.
A natureza e especificidade da Educação é a de transmitir o conhecimento
historicamente produzido pela humanidade. E pelo trabalho que o homem se
humaniza e produz conhecimento ao transformar a natureza. Sendo assim o
trabalho tomado como princípio educativo se manifesta na transmissão do
conhecimento elaborado pelo ensino.
Conceber trabalho como princípio educativo pressupõe oferecer subsídios,
a partir das diferentes disciplinas, para se analisar as relações e contradições
sociais, as quais se explicam a partir das relações de trabalho. Isto implica em
47
oferecer instrumentos conceituais ao aluno para analisar as relações de
produção, de dominação, bem como as possibilidades de emancipação do sujeito
a partir do trabalho.
Formar para o mundo do trabalho, portanto, requer o acesso aos
conhecimentos produzidos historicamente pelo conjunto da humanidade, a fim de
possibilitar ao futuro trabalhador se apropriar das etapas do processo de forma
conceitual e operacional. Isto implica em ir para além de uma formação técnica
que secundariza o conhecimento, necessário para compreender o processo de
produção em sua totalidade.
Os conhecimentos escolares, portanto, são a via para se analisar esta
dimensão contraditória do trabalho, permitindo ao estudante e futuro trabalhador
atuar no mundo do trabalho de forma mais autônoma, consciente e crítica.
Nesta perspectiva, o estágio pode e deve permitir ao estagiário que as
ações desenvolvidas no ambiente de trabalho sejam trazidas para a escola e vice-
versa, relacionando-as aos conhecimentos universais necessários para
compreendê-las a partir das relações de trabalho.
E nesta concepção o Colégio Estadual Casemiro Karman possibilita o
estágio não-obrigatório aos alunos do Ensino Médio, ou seja, dentro desta
perspectiva, o estágio pode e deve permitir ao estagiário que as ações
desenvolvidas no ambiente de trabalho sejam trazidas para a escola e vice-versa,
relacionando-as aos conhecimentos universais necessários para compreendê-las
a partir das relações de trabalho.
Assim cabe ao pedagogo acompanhar as práticas de estágio
desenvolvidas pelo aluno, ainda que em via não presencial, para que este possa
mediar a natureza do estágio e as contribuições do aluno estagiário com o plano
de trabalho docente, de forma que os conhecimentos transmitidos sejam
instrumentos para se compreender de que forma tais relações se estabelecem
histórica, econômica, política, cultural e socialmente. Cabe ao pedagogo, também,
manter os professores das turmas, cujos alunos desenvolvem atividades de
estágio, informados sobre as atividades desenvolvidas, de modo que estes
possam contribuir para esta relação práxica.
48
5.1 ATIVIDADES ESCOLARES EM GERAL E AS AÇÕES DIDÁTICO-
PEDAGÓGICAS A SEREM DESENVOLVIDAS
5. 1.1 Projeto Cultural
Um dos graves problemas encontrados pela comunidade de nosso
Estabelecimento de Ensino é o acesso à Cultura, pois dificilmente os alunos
frequentam museus, cinema, fazem passeios a pontos turísticos ou qualquer
outra fonte cultural.
Pensando nestes problemas a Professora da disciplina de História
desenvolveu um projeto em busca de proporcionar aos alunos o acesso cultural
para que os mesmos não considerem distantes de si muitas coisas que são
comentadas em sala de aula.
Para poder realizar muitas destas atividades propostas, conta-se com o
auxílio dos pais e parcerias com a Prefeitura (transporte escolar) e pessoas
interessadas em colaborar com tal empreendimento.
O projeto é desenvolvido durante o ano e tem trazido resultados positivos
para o corpo docente no seu desenvolvimento pedagógico e cultural.
5.1.2 “O Dia do Pastel”
Considerando as condições econômicas do Estabelecimento e com o
propósito de interação escola-comunidade é realizado em consonância com a 1ª
etapa da Campanha de Vacinação contra a Paralisia Infantil, o “Dia do Pastel”
neste momento, a escola oferece pastéis a preços acessíveis, beneficiando
ambas as partes. Os ingredientes, mão-de-obra e trabalhos em geral são
reunidos e realizados voluntariamente pelos funcionários da mesma.
Assim sendo, os pais participam, cumprindo a obrigação com seus filhos e
colaborando com a Escola, unindo o “útil ao agradável”.
5.1.3 Jogos Colegiais
A escola incentiva a participação dos alunos nos Jogos Colegiais como
uma forma de socialização e contribuição para a prática do esporte, não somente
como uma forma de competição, mas sim pela sua importância para o
desenvolvimento de uma vida saudável.
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5.2.4 Programa SAREH (Serviço de Atendimento à Rede de Escolarização
Hospitalar)
Sabendo que o atendimento pedagógico educacional hospitalar é um
direito de todos os educandos que devido as suas condições especiais de saúde
estejam hospitalizados ou sob outras formas de atendimento que impeçam a
participação na escola, o Estabelecimento de Ensino juntamente com o estado do
Paraná, através da sua Secretaria de Estado da Educação – SEED, entende que
o objetivo do programa hospitalar é garantir aos alunos pacientes, um conjunto de
ações, que lhes possibilite a continuidade das suas atividades escolares;
reintegrar a escola aqueles alunos que estão fora do contexto escolar; incentivar o
crescimento e desenvolvimento intelectivos e sócio-interativo; fortalecer o vínculo
entre o aluno paciente e o seu processo de aprendizagem; sanar dificuldades de
aprendizagem, oportunizando a aquisição de novos conhecimentos intelectivos,
amenizando a trajetória acadêmica do aluno paciente durante o seu período de
internação hospitalar.
Os Projetos Pedagógicos desenvolvidos pela SEED, em parceria com as
instituições conveniadas, objetivando a realização de vivências que possibilitem
escolarização, percorrendo as diversas áreas do conhecimento e relacionando-as
aos conteúdos programáticos, de acordo com a faixa etária e grau de
escolaridade dos alunos.
Aderindo a este programa, espera-se que venhamos a contribuir para a
efetiva reintegração do educando hospitalizado uma vez que, muitas vezes, pela
falta de oportunidades, estes são excluídos do processo escolar.
5.1.5 Projeto de Leitura
Como forma de incentivar o hábito da leitura e sabendo que através desta
são desenvolvidas várias aptidões relativas a Língua Portuguesa e que refletem
também nas demais disciplinas, o Estabelecimento de Ensino oferece aos
educandos, um projeto diário de 15 minutos em aulas alternadas para a leitura de
livros, conforme calendário distribuído em sala de aula. No período noturno o
Projeto de Leitura desenvolve-se de maneira diferenciada, onde cada turma tem
um determinado dia da semana destinado para a leitura de livros que são
50
distribuídos em sala. Cada classe já tem o seu dia previamente estabelecido,
agendado em sala de aula.O projeto acontece em cada turma, em aulas
alternadas, com duração de 45 a 50 minutos semanais.
5.1.6 Programa de Mobilização para Inclusão Escolar e a Valorização da Vida
Com a finalidade de garantir que nenhuma criança fique fora da escola,
impedindo o aumento da evasão escolar, esta política pública institui o FICA
(Ficha de Comunicação do Aluno Ausente) para sistematização de ações de
combate à evasão escolar em todo o Estado do Paraná.
Por ser uma política pública que atinge a muitos alunos, o nosso
Estabelecimento de Ensino aderiu a este programa, buscando confirmar a
concepção democrática de escola como direito de todos, tendo a preocupação
com situações que impeçam a permanência ou o acesso de crianças e
adolescentes na escola. Para tanto, mantém contato frequente e direto com os
pais ou responsáveis, enfatizando a sua responsabilidade na educação e
formação dos filhos.
5.1.7 Eventos promovidos pela SEED
No âmbito escolar são estimulados a participação nos eventos promovidos
pela SEED como: FERA; COMCIÊNCIA e nos Jocop'S; dependendo do interesse
dos professores e alunos.
5.2 INSTÂNCIAS COLEGIADAS
a) A Associação de Pais, Mestres e Funcionários (APMF) é um órgão formado
não somente por pais, mas também com a participação de toda a comunidade
escolar, onde aqueles envolvidos no processo são igualmente responsáveis pelo
sucesso da Educação, objetiva dar apoio à Direção, primando pelo entrosamento
entre pais, alunos, professores, funcionários e toda a comunidade, com as
51
atividades sócio-educativas, culturais e desportivas. A Associação de Pais,
Mestres e Funcionários é regida por estatuto próprio.
b) O Conselho de Classe é o órgão coordenador e avaliador da ação educacional
da Escola. Composto por Professores, Equipe Pedagógica, Direção e
Administrativo, o Conselho de Classe, estabelece critérios para os trabalhos de
acompanhamento, avaliação e recuperação, dos educandos, bem como discute a
prática pedagógica adotada na escola. Nosso conselho reúne-se ordinariamente
ao final dos bimestres, com registro em ata da reunião propriamente. Também
regido por estatuto próprio.
c) O Conselho Escolar é um órgão ligado a Direção, cujo objetivo é discutir e
auxiliar o desenvolvimento da escola, visa a qualidade de ensino através de uma
educação transformadora que prepare o aluno para o exercício pleno da
cidadania.
O Conselho Escolar é constituído por representantes dos segmentos da
comunidade escolar. As reuniões acontecem toda vez que se faz necessário, nas
dependências da escola e são abertas a todos os pais.
d) Grêmio Estudantil é uma organização que representa os interesses dos
educandos, com fins cívicos, culturais, educacionais, sociais e desportivos. É o
órgão máximo de representação dos alunos, regido por estatuto próprio. Nosso
grêmio chama-se Domínio Estudantil, sua atuação tem se dado principalmente
nas atitudes desportivas, sociais e culturais, tais como “Dia do Pastel”,
Campeonatos de Futebol e representativamente em eventos culturais em nossa
cidade.
5.3 REGIMENTO ESCOLAR
5.3.1 DIREITOS DOS ALUNOS:
- Ter pleno atendimento didático-pedagógico, usufruindo um bom nível de
ensino;
52
- Expor as dificuldades encontradas no processo de aprendizagem
solicitando a orientação necessária;
- Expor as dificuldades encontradas no processo de aprendizagem
solicitando a orientação necessária;
- Ser avaliado em seu desempenho de forma justa, com o benefício da
recuperação;
- Inteirar-se do sistema de avaliação e ser informado dos resultados obtidos
nas diferentes avaliações, assim como das faltas, através dos boletins
informativos;
- Os atrasos serão permitidos desde que justificados perante a direção e/ou
equipe pedagógica, com tolerância de no máximo 10 minutos, sendo registrados
na agenda, não devendo exceder um atraso mensal. Os alunos que excederem
ao número permitido somente entrarão na escola com a presença dos pais;
- Participar com voz e voto nas decisões da turma;
- Utilizar-se das instalações e dependência da escola, mediante prévia
autorização de quem de direito;
- Ter acesso aos serviços prestados pela escola no seu período escolar;
- Requerer cancelamento de matrícula ou transferência desde que,
cumpridas as obrigações prévias;
- Usar a biblioteca nos horários determinados pela mesma;
- Participar do recreio, desde que sejam respeitadas as normas de civilidade:
respeito mútuo, brincadeiras sadias, não frequência a lugares que ofereçam
perigo ou áreas não permitidas;
- Ser dispensado da prática de Educação Física, mediante comprovação
médica de inaptidão física e/ou declaração de trabalho com carga horária; os
atestados e declarações deverão ser entregues para a Equipe Pedagógica;
- Requerer Segunda chamada de provas ou revisão de provas, em termos
de cortesia, apresentando um atestado médico, ou justificativa considerada grave
pela equipe pedagógica. O prazo de requerimento de 2ª chamada é de 72 horas,
passando o prazo perder-se o direito. (Lei 7102 de 15/01/1979).
- Ter vaga assegurada no turno de sua escolha, registrada a capacidade da
escola e demanda existente, o educando que obtiver seu rendimento escolar
53
suficiente para a aprovação, os demais terão sua vaga assegurada, respeitada a
faixa etária, mas sem opção de turno.
5.3.2 DEVERES DOS ALUNOS:
- Respeitar professores e funcionários, com obediência e acatamento;
- Adquirir a agenda escolar, pois é ela, um meio de comunicação e
identificação do aluno;
- Ser pontual e assíduo com os horários e deveres escolares;
- Tratar com educação e cortesia colegas, funcionários, professores,
diretores e toda pessoa a que se dirigir ou for interpelado;
- Manter-se limpo e asseado;
- Manter os materiais escolares devidamente cuidados e organizados,
conservando-os com a maior higiene possível;
- Comparecer às atividades cívicas ou quaisquer outras atividades
promovidas pela escola, como complemento ao processo ensino-aprendizagem;
- Manter atitudes de silêncio na biblioteca e cumprir suas normas e
orientações;
- Manter sua sala de aula sempre limpa e outras dependências asseadas,
usando as lixeiras para armazenar os restos e sobras;
- Comparecer e participar das aulas e atividades programadas com
pontualidade e assiduidade;
- Atender prontamente aos sinais de entrada, recreio ou saída de aula,
dirigindo-se sempre em silêncio para a sala de aula;
- Trazer diariamente sua agenda escolar;
- Permanecer na sala de aula, na ausência do professor, portando-se de
maneira civilizada;
- Estudar, fazer e apresentar tarefas e demais trabalhos solicitados no prazo
determinado pelos professores;
- Acatar as determinações emanadas dos funcionários, professores e
Direção da escola, nos respectivos âmbitos de competência;
- Respeitar os professores, colegas e demais funcionários da escola;
- Entregar no prazo previsto todo e qualquer material de documentação
solicitada pela secretaria;
54
- Dirigir-se à Equipe Pedagógica no caso de atraso. Todo atraso implica em
falta;
- Apresenta-se devidamente uniformizado em todas as atividades escolares;
- Solicitar autorização à Equipe Pedagógica, quando tiver necessidade de
ausentar-se das atividades escolares, trazendo sempre a justificativa dos
responsáveis, por escrito na agenda do aluno;
- Apresentar à Equipe Pedagógica, no primeiro dia após a falta, trazendo a
justificativa assinada pelo pai ou responsável;
- Entregar aos pais ou responsáveis os comunicados para os mesmos,
emitidos pela escola através da agenda do aluno e trazê-los assinados;
- Indenizar individualmente os danos causados ao patrimônio da escola,
quando for apurada sua responsabilidade, participar da indenização coletiva,
quando a responsabilidade recair sobre o grupo de alunos a que pertença;
5.3.3 PROIBIÇÕES AOS ALUNOS:
- Entrar ou sair da classe, depois de iniciada a aula;
- Ocupar-se durante as aulas, com trabalhos e atividades estranhas às
mesmas;
- Impedir a entrada de alunos na escola;
- Trazer para a escola objetos que dispersem atenção da classe, e
principalmente os que oferecem perigo aos colegas, como objetos de ponta. A
escola não se responsabilizará pelo desaparecimento dos mesmos;
- Portar revistas, livros, panfletos, jornais ou cartões, que atentem ao pudor
ou aos bons costumes;
- Trazer baralhos ou praticar qualquer tipo de jogo de azar nas
dependências da escola ou em suas imediações;
- Ausentar-se da sala de aula sem a autorização do professor.
- Mascar chicletes, balas ou pirulitos, bem como, realizar qualquer tipo de
lanche em sala de aula;
- Proibido fumar nas dependências da escola, conforme estabelecido em
Lei;
- Namorar nas dependências da escola;
55
- Permanecer nas dependências da escola sem ocupação, quando sua
classe está em aula, consiste em gazear aula;
- Usar chuteiras com travas ou similar nas dependências da escola;
- Andar de bicicleta, skate, rolimã, triciclo, monociclo ou outro veículo
qualquer nas dependências da escola;
- Agredir moralmente com palavras, atos ou gestos, professores, colegas ou
funcionários, na escola ou fora deste; bem como agredir fisicamente colegas ou
funcionários da escola;
- Danificar o patrimônio da escola. O aluno que causar qualquer dano ao
mesmo, somente poderá retornar às atividades estudantis depois de reparado o
dano;
- Manter atitudes inconvenientes nas dependências da escola;
- Usar lápis ou caneta vermelha para realização de avaliações;
- Ausentar-se da escola, durante o período de aulas, sob qualquer pretexto,
sem autorização da Direção;
- Evadir-se da escola saltando muros e portões sob qualquer pretexto, tanto
para adentrar quanto para sair das dependências do Estabelecimento;
- Fazer uso ou portar substâncias tóxicas ou psicotrópicas;
- Permanecer nas imediações da escola, antes, durante e após o término
das aulas;
- Ausentar-se da escola durante as aulas sem autorização escrita da Direção
e/ou serviço de orientação educacional;
- Promover jogos, excursões, listas de pedido ou campanhas de qualquer
natureza, sem a prévia autorização da Direção;
- Utilizar máquinas, relógios e calculadoras ou similares sem a devida
autorização do professor da disciplina;
- Usar corretivo líquido;
- Alterar, rasurar ou suprir anotações lançadas nos avisos aos pais e nos
documentos escolares;
- Adentrar na sala dos professores ou secretaria sem convite;
- Fazer-se acompanhar de pessoas estranhas a escola ou em suas
dependências;
56
- Sair da sala para os corredores e demais dependências do
Estabelecimento, nos intervalos de aula;
- Portar objetos ofensivos de qualquer natureza;
- Usar de qualquer meio fraudulento nas provas e trabalhos escolares;
- O telefone celular na escola deve ser mantido desligado;
- Durante os períodos de entradas, saídas e recreios não serão permitido o
uso de material esportivo, particular ou da escola;
- Não será permitida a presença de alunos na quadra de esportes e
dependências da escola fora de horário regulamentar de aulas;
Observações: O aluno poderá adentrar ao Estabelecimento fora do horário das
aulas nos seguintes casos:
- Frequentar a biblioteca, tendo como objetivo realizar trabalhos escolares,
uniformizado e com horário marcado;
- Outros casos, somente com autorização da direção ou equipe pedagógica.
5.3.4 MEDIDAS DISCIPLINARES:
- Depois de advertido verbalmente, o aluno reincidente na falta, estará
sujeito à advertência por escrito;
- O afastamento de sala de aula será determinado pela Direção e/ou Equipe
Pedagógica, desde que o aluno tenha uma sequencia de ocorrências disciplinares
por escrito;
- Excepcionalmente, considerada a gravidade da infração, poderão ser
ultrapassadas uma ou mais das etapas previstas, ouvindo-se a Equipe
Pedagógica e a Direção.
5.3.5 SERÃO CONSIDERADAS FALTAS OU OCORRÊNCIAS GRAVES:
1 - Agressão verbal ou física propositadamente, gazear aulas, desacato à
autoridade, desrespeito à integridade moral, dano proposital ao patrimônio da
escola, saída da escola sem permissão, furto e porte de objetos ofensivos de
qualquer espécie;
57
2 - Qualquer reclamação vinda dos pais em relação da escola ou seus
funcionários, deverá ser feita à direção, no sentido de esclarecer o problema, se
houver desacato a autoridade da escola (Direção) ou demais funcionários, será
encaminhado o problema ao Conselho Escolar para tomada de medidas cabíveis,
desde uma repreensão até uma queixa crime, ficando os filhos impedidos de
continuarem seus estudos durante o ano letivo ou se matricular no próximo ano,
conforme o caso;
3 - Na agenda do aluno haverá espaço para o controle das tarefas não realizadas,
cabendo aos professores fazer a verificação e encaminha-lo à Equipe Pedagógica
quando completar a sequencia de três (3) tarefas não realizadas.
5.3.6 DO CORPO DOCENTE
- Elaborar juntamente com a Equipe Pedagógica, o Projeto Político
Pedagógico do Estabelecimento de Ensino, em consonância com as Diretrizes
Curriculares Estaduais;
- Desenvolver as ações baseadas no Projeto Político Pedagógico da escola;
- Escolher juntamente com a Equipe Pedagógica, livros e materiais didáticos
a serem adotados pelo Estabelecimento de Ensino;
- Avaliar os alunos conforme estabelecido no Projeto Político Pedagógico,
tendo em vista a obtenção do conhecimento;
- No início das aulas e na entrada do recreio, receba seus alunos na sala de
aula;
- Participar no Estabelecimento de Ensino de reuniões, grupos de estudo e
cursos, visando o constante aperfeiçoamento profissional;
- O aluno indisciplinado que for encaminhado à Equipe Pedagógica fará uma
atividade organizada pelo professor;
- Aguardar o comunicado da Equipe Pedagógica para a realizar provas de
alunos faltantes;
- Dispor de planejamento diário para suas aulas. Evitando o improviso e
indecisão;
- Trocar de sala rapidamente entre uma aula e outra, evitando tumultos;
- Os professores devem exigir dos alunos somente os materiais
indispensáveis para a realização dos trabalhos em sala de aula, devem
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considerar a possibilidade de terem ou não condições de atender o seu pedido e
a real importância dos mesmos para a realização da aula;
- O professor deve organizar-se com as anotações, controle de tarefas,
testes, trabalhos, recuperações, enfim, todas as avaliações para que no final do
trimestre possa transcrever com segurança e justiça a nota de cada aluno;
- O nível de exigência por parte dos professores deve ser o mesmo para
todos os alunos, a cobrança das tarefas é fundamental para que os alunos
desenvolvam o senso de responsabilidade;
- A hora atividade deve ser cumprida na escola;
- Não utilizar o telefone celular no horário de aulas. Deixá-lo no modo
vibracall;
- Não comentar com os alunos os assuntos discutidos e as decisões
tomadas nos Conselhos de Classe e nas reuniões pedagógicas;
- Não liberar os alunos antes de bater o sinal do recreio, bem como na última
aula. Para evitar transtornos, os alunos que realizarem avaliações não devem ser
liberados após o término das mesmas, nem mesmo no último horário;
- O professor deve ser o último a sair da sala de aula, fechando a porta para
que nenhum aluno fique em sala no recreio ou após o término das aulas;
- Verificar o horário de entrada de cada turno, estando na escola antes do
sinal;
- Caso necessite faltar, comunicar antecipadamente à direção ou equipe
pedagógica;
- Lembrar aos alunos para que mantenham a sala limpa e as carteiras em
ordem;
- O professor deve permanecer em sala no horário de aula, evitando
conversas com outros professores e funcionários durante a mesmo;
- Não utilizar palavras de menosprezo ao aluno, evitando situações de
constrangimento em sala de aula;
- Levar todos os materiais necessários para a sala, não mandando que os
alunos venham buscá-los posteriormente;
- Nas aulas de Educação Física os alunos devem permanecer na quadra,
juntamente com o professor, evitando tumulto. Cinco minutos antes do término da
aula, o professor deve liberar os alunos para irem ao banheiro e tomarem água,
59
encaminhando-os para a sala de aula, em silêncio. Não utilizar a quadra quando
estiver molhada; nem o material esportivo;
- Exposições, visitas e outras atividades extraclasse, de complementação e
enriquecimento de conteúdos devem ser comunicadas a Equipe Pedagógica, a
qual verificará as possibilidades para o desenvolvimento das mesmas;
- Para utilizar o rádio e o vídeo fazer o agendamento. O professor deve
permanecer em sala durante o período em que os mesmos estiverem sendo
utilizados;
- Os Livros de Registro de Classe deverão permanecer na escola, completos
e sem rasuras e se precisar retirá-los, comunicar a Direção, Equipe Pedagógica e
a secretaria;
5.3.7 DOS FUNCIONÁRIOS
- Obedecer ao horário do Estabelecimento;
- Guardar sigilo dos assuntos da escola, mantendo a ética profissional;
- Ser responsável pelos materiais da escola que utilizar, devolvendo-os
como emprestou e nos devidos lugares;
- Apresentar justificativa e/ou atestado em caso de falta;
- Não é permitido fumar nas dependências;
- Participar de reuniões, comemorações e promoções realizadas pela
escola;
- Assinar o livro ponto diariamente;
- Dar sugestões para o melhor desenvolvimento do trabalho, fazê-lo
reportando-se a direção;
- Manter seu material de trabalho organizado;
- Não promover festas, lanches, passeios, visitas, excursões, rifas, vendas,
etc. sem a prévia autorização da direção;
- Quando verificar irregularidades, comunicar à direção;
- Ser exemplo vivo daquilo que prega: zelo, responsabilidade, assiduidade,
pontualidade, postura, ética, tratar os outros como gostaria de ser tratado;
- Ser antes de qualquer coisa, humano, compreensivo e razoável com os
alunos sem ser demasiado condescendente.
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5.3.8 DOS PAIS OU RESPONSÁVEIS
- Verificar a agenda do aluno diariamente;
- Cabe também aos pais, o dever de acompanhar o rendimento escolar de
dos filhos;
- Comparecer às reuniões previamente estabelecidas e marcadas para
assuntos relacionados à ação pedagógica;
- Atender o chamado de professores, equipe pedagógica e direção, quando
necessário, para tratar de assuntos relacionados aos seus filhos;
- Confirmar a matrícula no mês previsto, trazer os documentos necessários;
- Dirigir-se à escola para esclarecimento junto à Direção, Equipe Pedagógica
e Professores, no âmbito de sua competência, sempre que necessário;
- Colaborar com a escola, participando de atividades promovidas pela
mesma, visando a melhoria do Ensino;
- Providenciar material necessário para o bom andamento das atividades
escolares de seus filhos;
- Ler, assinar e devolver os comunicados enviados pela escola;
- Respeitar a escola, já que a escolheu para seus filhos, zelando pelo seu
nome;
6. AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
Avaliar implica conhecer e para isso, é preciso contar com a participação da
comunidade escolar.
Os processos de avaliação pretendem:
• Produzir conhecimento sobre a realidade institucional;
• Identificar pontos fortes e fracos.
Tem sentido avaliar quando se entende como um processo que auxilia a
compreensão da realidade educacional e mobiliza para mudanças necessárias,
contribuindo para a melhoria da qualidade de ensino.
Para chegar ao diagnóstico da realidade da escola, se deve buscar um
retrato tão completo quanto possível da qualidade do Estabelecimento de Ensino,
para que se possa fazer a re-elaboração do Projeto Político Pedagógico.
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Todo esse processo de acompanhamento e avaliação do Projeto Político
Pedagógico deverá ocorrer anualmente e contará com as instâncias do Conselho
Escolar, Associação de Pais, Mestres e Funcionários (APMF) e Grêmio
Estudantil.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
BUSSMANN, Antônia Carvalho. O Projeto Político Pedagógico e a Gestão da
Escola. In Veiga I.P.A.(org) Projeto Político da Escola: Uma Construção
Possível. Campinas. SP. Papirus. 1996.
CIPRIANO, Carlos Luckesi, Avaliação da aprendizagem escolar. São Paulo,
SP. Cortez. 2005, 17ª edição.
CIPRIANO, Carlos Luckesi, Avaliação da aprendizagem na escola:
reelaborando conceitos e recriando a prática. Malabares Comunicação e
Eventos, Salvador/BA, 2005, 2ª edição (revista), 115 páginas.
ESTEBAN, Mª Teresa. Avaliação: uma prática em busca de novos sentidos.
Rio de Janeiro: DP&A, 2000.
KUENZER, Acacia Z. As mudanças no mundo do trabalho e a educação:
novos desafios para a gestão. In: FERREIRA, Naura S.C. Gestão democrática
da Educação: atuais tendências, novos desafios. São Paulo, SP. Cortez.
2002, 10 ed.
KUENZER, Acacia. Z. Ensino Médio: construindo uma proposta para os que
vivem do trabalho. São Paulo, SP. Cortez, 2000, 7 ed.
LIMA, Lauro de Oliveira. Pedagogia, Reprodução ou Transformação.
Brasiliense. Rio de Janeiro. (RJ 11 ed. 2003).
62
LUCK, Heloísa. Pedagogia Interdisciplinar – Fundamentos Teóricos
Metodológicos. Petrópolis: Vozes, 1994.
LUCK, Heloísa. Ação Integrada: Administração, Supervisão e Orientação
Educacional. 12ª ed. Petrópolis: Vozes, 1996.
PERRENOUD, Philippe. Dez novas competências para ensinar. Porto Alegre.
RS. Artes Médicas, 2001.
SAVIANI, Dermeval. Educação: do senso comum à consciência filosófica.
Campinas. SP. Autores associados, 1997.
SOARES, Kátia. C. D. A formação continuada dos professores da escola
pública. Revista Chão da Escola, v. I, p. 21-27, 2007.
VAZQUEZ. Adolfo Sanches. Ética. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001.
8. PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DO ENSINO FUNDAMENTAL
8.1 ARTE:
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
A arte tem uma função tão importante quanto a dos outros conhecimentos
no processo de ensino e aprendizagem. O aluno desenvolve sua sensibilidade,
percepção e imaginação, tanto ao realizar formas artísticas, quanto na ação de
apreciar e conhecer as formas produzidas por ele e pelos colegas, pela natureza
e nas diferentes culturas.
Conhecendo a arte de outras culturas, pode-se compreender a relatividade
dos valores que estão enraizados nos seus modos de pensar e agir que pode
63
criar um campo de sentido para a valorização do que é próprio e favorecer
abertura à riqueza e a diversidade da imaginação humana.
A arte ensina que é possível transformar continuamente a existência, que é
preciso mudar continuamente referências a cada momento, ser flexível. Criar e
conhecer são indissociáveis e a flexibilidade é condição fundamental para
aprender.
A dimensão histórica destaca alguns marcos do desenvolvimento da Arte
no âmbito escolar. Serão analisadas as concepções de alguns artistas e teóricos
que se preocupam com o conhecimento em Arte e instituições criadas para
atender esse ensino. Conhecer, tanto quanto possível, essa história permitirá
aprofundar a compreensão sobre a posição atual do ensino de Arte em nosso
país e no Paraná.
Durante o período colonial, nas vilas e reduções jesuíticas, a congregação
católica denominada Companhia de Jesus desenvolveu, para grupos de origem
portuguesa, indígena e africana, uma educação de tradição religiosa cujos
registros revelam o uso pedagógico da arte. Nessas reduções, o trabalho de
catequização dos indígenas se dava com os ensinamentos de artes e ofícios, por
meio da retórica, literatura, música, teatro, dança, pintura, escultura e artes
manuais. Ensinava-se a arte ibérica da Idade Média e renascentista, mas
valorizavam-se, também, as manifestações artísticas locais (BUDASZ, in NETO,
2004, p. 15).
Esse contexto foi importante na constituição da matriz cultural brasileira e
manifesta-se na cultura popular paranaense, como por exemplo, na música
caipira em sua forma de cantar e tocar a viola (guitarra espanhola); no folclore,
com as Cavalhadas em Guarapuava; a Folia de Reis no litoral e segundo planalto;
a Congada da Lapa, entre outras que permanecem com algumas variações.
No século XIX, incluíam em seus currículos estudos do desenho associado
à matemática e da harmonia na música como forma de priorizar a razão na
educação e na arte, o que estava de acordo com os princípios do Iluminismo.
Em 1808, com a vinda da família real de Portugal para o Brasil, uma série
de obras e ações foram iniciadas, para atender, em termos materiais e culturais, a
corte portuguesa. Entre essas ações, destacou-se a vinda de um grupo de artistas
64
franceses encarregado da fundação da Academia de Belas-Artes, na qual os
alunos poderiam aprender as artes e ofícios artísticos.
Eles propunham exercícios de cópia e reprodução de obras consagradas, o
que caracterizou o pensamento pedagógico tradicional de arte.
Esse padrão estético entrou em conflito com a arte colonial e suas
características, como o Barroco presente na arquitetura, escultura, talhe e pintura
das obras de Antônio Francisco Lisboa (Aleijadinho); na música do Padre José
Maurício e nas obras de outros artistas, em sua maioria mestiça de origem
humilde, que ao contrário dos estrangeiros, não recebiam remuneração pela sua
produção.
Nesse período, houve a laicização do ensino no Brasil, com o fim dos
colégios e sua transformação em estabelecimentos públicos, ou exclusivamente
eclesiásticos.
Nos estabelecimentos públicos houve um processo de dicotomização do
ensino de Arte: Belas Artes e música para a formação estética o de artes manuais
e industriais.
No Paraná, foi fundado o Liceu de Curitiba (1846), hoje Colégio Estadual
do Paraná, que seguia o currículo do Colégio Pedro II, e a Escola Normal (1876),
atual Instituto de Educação, para a formação em magistério.
Em 1886, foi criada por Antonio Mariano de Lima a Escola de Belas Artes e
Indústrias que desempenhou um papel importante no desenvolvimento das artes
plásticas e da música na cidade; dessa escola, foi criada, em 1917, a Escola
Profissional Feminina, que oferecia, além de desenho e pintura, cursos de corte e
costura, arranjos de flores e bordados, que faziam parte da formação da mulher.
Com a proclamação da República, em 1890, ocorreu a primeira reforma
Oficializada em 08/08/1917, através do decreto n. 548 (Diário Oficial/PR), em
1992, esta escola passa a denominar-se Centro de Artes Guido Viaro e, em 2005,
torna-se o Centro Estadual de Capacitação em Artes Guido Viaro. O ensino que
continuou organizado sob a tradição pedagógica e cultural jesuíticas,ou seja, uma
educação estritamente literária, baseada nos estudos de gramática, retórica, latim
e música (Azevedo,1971).
Tal reforma foi marcada pelos conflitos de ideias positivistas e liberais. Os
positivistas defendiam a necessidade do ensino de Arte valorizar o desenho
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geométrico como forma de desenvolver a mente para o pensamento científico. Os
liberais preocupados com o desenvolvimento econômico e industrial defendiam a
necessidade de um ensino voltado para a preparação do trabalhador.
Benjamin Constant, responsável pelo texto da reforma, direcionou o ensino
para a valorização da ciência e da geometria e propagou o ideário positivista no
Brasil. Essa proposta educacional procurou atender aos interesses do modo de
produção capitalista e secundarizou o ensino de Arte, que passou a abordar, tão
somente, as técnicas e artes manuais.
Com a pedagogia das competências e habilidades que fundamentaram os
Parâmetros Curriculares Nacionais. Entretanto, o ensino de Arte nas escolas e os
cursos de Arte oferecidos nos mais diversos espaços sociais são influenciados,
também, por movimentos políticos e sociais. Nas primeiras décadas da
República, por exemplo, ocorreu a Semana de Arte Moderna de 1922, um
importante marco para a arte brasileira, associado aos movimentos nacionalistas
da época.
O sentido antropofágico do movimento era de devorar a estética europeia e
transformá-la em uma arte brasileira, valorizando a expressão singular do artista,
rompendo com os modos de representação realistas. Esses artistas direcionaram
seus trabalhos para a pesquisa e produção de obras a partir das raízes nacionais.
O movimento modernista valorizava a cultura popular, pois entendia que
desde o processo de colonização a arte indígena, a arte medieval e renascentista
europeia e a arte africana, cada qual com suas especificidades, constituíram a
matriz da cultura popular brasileira.
O ensino de Arte passou a ter, então, enfoque na expressividade,
espontaneísmo e criatividade. Pensada inicialmente para as crianças, essa
concepção foi gradativamente incorporada para o ensino de outras faixas etárias.
Apoiou-se muito na pedagogia da Escola Nova, fundamentada na livre expressão
de formas, na individualidade, inspiração e sensibilidade, o que rompia com a
transposição mecanicista de padrões estéticos da escola tradicional.
Esse foi o fundamento pedagógico da Escolinha de Arte, criada em 1948,
no Rio de Janeiro, pelo artista e educador Augusto Rodrigues, organizada em
ateliês-livres de artes plásticas. A forma de organização desta escolinha tornou-se
66
referência para a criação de outras no território nacional, no entanto, manteve o
caráter extracurricular do ensino de Arte.
Em 1970, quando o ensino de música foi reduzido ao estudo de leitura
rítmica e execução de hinos ou outras canções cívicas.
O ensino de Arte e os cursos oficiais públicos se estruturaram de acordo
com a classe social à qual se destinavam, como por exemplo, a corporação de
músicos e a corporação de artesãos em Vila Rica, no século XVIII; as aulas
particulares de piano das senhoritas burguesas do século XIX; nos circos com
atores, músicos e malabaristas e de diversos outros grupos sociais.
Das escolas formadas por iniciativas pioneiras, destaca-se também a
criada pelo artista Guido Viaro, em 1937, a Escolinha de Arte do Ginásio Belmiro
César. Sua proposta era de oferecer atividades livres e funcionava em período
alternativo às aulas dos alunos. Adotava correntes teóricas e pedagógicas vindas
da Europa e dos Estados Unidos fundamentadas na liberdade de expressão.
Guido Viaro, que também trabalhou na Escola Profissional Feminina, no
Liceu Rio Branco e no Colégio Estadual do Paraná, apreciava as ideias de
teóricos como Herbert Read e Lowenfeld, que defendiam os aspectos
psicológicos na produção artística infantil e desenvolvimento do potencial criador.
Teve como parceira de trabalho a educadora Eny Caldeira, que estudou com
Maria Montessori e foi sensibilizada pelas questões relacionadas à arte
(OSINSKI,1998).
Em 1956, a antiga Escola de Arte de Viaro passa a denominar-se Centro
Juvenil de Artes Plásticas, ligado ao Departamento de Cultura da Secretaria de
Educação e Cultura do Paraná.
Essa escolinha é anterior à famosa Escolinha de Arte do Brasil, dirigida
pelo artista Augusto Rodrigues, fundada somente em 1948.
Em 1971, foi promulgada a Lei Federal n. 5692/71, cujo artigo 7°
determinava a obrigatoriedade do ensino da Arte nos currículos do Ensino
Fundamental (a partir da 5a série) e do Ensino Médio, na época denominados de
1º e 2º Graus, respectivamente.
Numa aparente contradição, foi nesse momento de repressão política e
cultural que o ensino de Arte (disciplina de Educação Artística) tornou-se
obrigatório no Brasil. Entretanto, seu ensino foi fundamentado para o
67
desenvolvimento de habilidades e técnicas, o que minimizou o conteúdo, o
trabalho criativo e o sentido estético da arte. Cabia ao professor, tão somente,
trabalhar com o aluno o domínio dos materiais que seriam utilizados na sua
expressão.
No currículo escolar, a Educação Artística passou a compor a área de
conhecimento denominada Comunicação e Expressão. A produção artística, por
sua vez, ficou sujeita aos atos que instituíram a censura militar. Na escola, o
ensino de artes plásticas foi direcionado para as artes manuais e técnicas, e o
ensino de música enfatizou a execução de hinos pátrios e de festas cívicas.
A partir de 1980, o país iniciou um amplo processo de mobilização social
pela redemocratização e elaborou-se a nova Constituição, promulgada em 1988.
Dentre os fundamentos pensados para a educação, destacam-se a
pedagogia histórico-crítica, elaborada por Saviani da PUC de São Paulo e a
Teoria da Libertação, com experiências de educação popular realizadas por
Organizações e movimentos sociais, fundamentados no pensamento de Paulo
Freire. Essas teorias propunham oferecer aos educandos acesso aos
conhecimentos da cultura para uma prática social transformadora.
A pedagogia histórico-crítica fundamentou o Currículo Básico para Ensino
de 1º grau, publicado em 1990, e o Documento de Reestruturação do Ensino de
2º grau da Escola Pública do Paraná, publicado em seguida. Tais propostas
curriculares pretendiam fazer da escola um instrumento para a transformação
social e nelas o ensino de Arte propôs a formação do aluno pela humanização
dos sentidos, pelo saber estético e pelo trabalho artístico.
Após quatro anos de trabalho de implementação das propostas, esse
processo foi interrompido em 1995 pela mudança das políticas educacionais que
se apoiavam em outras bases teóricas. O Currículo Básico ainda estava
amparado por resolução do Conselho Estadual, mas foi, em parte, abandonado
como documento orientador da prática pedagógica. Os Parâmetros Curriculares
Nacionais (PCN), publicados no período de 1997 a 1999, foram encaminhados
pelo MEC diretamente para as escolas e residências dos professores e tornaram-
se os novos orientadores do ensino.
No Ensino Médio, a Arte compõe a área de Linguagens, Códigos e suas
Tecnologias junto com as disciplinas de Língua Portuguesa, Língua Estrangeira
68
Moderna e Educação Física. Essa estrutura curricular reproduz o mesmo
enquadramento dado pela Lei nº 5.692/71 à disciplina de Educação Artística que
a inseriu na área de Comunicação e Expressão e enfraqueceu seus conteúdos de
ensino.
Neste contexto de mudanças e avanços no ensino de Arte, ressaltamos
ainda que foi sancionada pelo Presidente da República a lei nº 11.645/08 que
estabelece no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática
“História e Cultura Afro- Brasileira e Indígena”. Para o ensino desta disciplina
significa uma possibilidade de romper com uma hegemonia da cultura europeia,
ainda presente em muitas escolas, acrescentando ao currículo a Lei 13.381/01
História do Paraná.
A nova lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB nº 9394),
aprovada em 20 de dezembro de 1996, estabelece em seu artigo 26, parágrafo
2º: “O ensino da arte constituíra componente curricular obrigatório, nos diversos
níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos
alunos”.
Assim, a arte é importante na escola, principalmente porque é importante
fora dela. Por ser conhecimento constituído pelo homem através dos tempos, a
arte é um patrimônio cultural da humanidade e todo ser humano tem direito ao
acesso a esse saber.
Tratar a arte como conhecimento é o ponto fundamental e condição
indispensável para esse enfoque do ensino da arte.
Ainda no ano de 2008, foi sancionada a lei n. 11.769 em 18 de agosto, que
estabelece a obrigatoriedade do ensino da música na educação básica,
reforçando a necessidade do ensino dos conteúdos desta área da disciplina de
Arte.
Reconhece-se que os avanços recentes podem levar a uma transformação
no ensino de Arte. Entretanto, ainda são necessárias reflexões e ações que
permitam a compreensão da arte como campo do conhecimento, de modo que
não seja reduzida a um meio de comunicação para destacar dons inatos ou a
prática de entretenimento e terapia. Assim, o ensino de Arte deixará de ser
coadjuvante no sistema educacional para se ocupar também do desenvolvimento
69
do sujeito frente a uma sociedade construída historicamente e em constante
transformação.
Educar para a arte favorece o desenvolvimento do pensamento artístico,
caracterizando modos particulares de dar sentido às experiências, sejam elas
artísticas culturais ou sociais. Compreender arte envolve momentos de apreciar,
fazer e conhecer a produção artística da humanidade.
O Ensino de Arte, assim como toda a sociedade, passou por muitas
mudanças. Na verdade ainda se encontra num processo de reformulação, e
sempre estará como a sociedade e o processo de criação das mais diversas
manifestações artísticas que se tem notícia.
OBJETIVOS GERAIS
O aluno poderá desenvolver sua aptidão estética e artística nas artes
visuais, dança, música e teatro, tanto para produzir trabalhos pessoais em grupo,
quanto para que possa apreciar, desfrutar, valorizar e julgar os meios artísticos de
diferentes povos e culturas.
Os alunos serão capazes de expressar e saber comunicar-se em artes,
articulando a percepção, a imaginação, a emoção, a sensibilidade e a reflexão ao
realizar produções artísticas. Interagir com materiais, instrumentos e
procedimentos, experimentando-os e conhecendo-os de modo a utilizá-los nos
trabalhos pessoais, em conformidade com a Lei nº 11.769/08 de educação
ambiental. Compreender e saber identificar a arte como fato histórico nas
culturas. Observar as relações entre homem e realidade com interesse e
curiosidade. Compreender e identificar aspectos da função e dos resultados do
trabalho do artista.
Objetiva-se conforme as Diretrizes Curriculares, a formação de sujeitos que
construam sentidos para o mundo, que compreendam criticamente o contexto
social e histórico de que são frutos e que, pelo acesso ao conhecimento, sejam
capazes de uma inserção cidadã e transformadora na sociedade.
CONTEÚDOS - estruturantes e básicos DO ENSINO FUNDAMENTAL
70
5º Série/6º Ano - Área Artes Visuais
Conteúdos Estruturantes
Elementos Formais
Ponto
Linha textura
Forma
Superfície
Volume
Cor luz
Composição
Bidimensional
Figurativa
Geométrica, simetria
Técnicas: Pintura, escultura, arquitetura...
Gênero: cenas da mitologia...
Movimentos e Períodos
Arte Greco-Romana
Arte Africana
Arte Oriental
Arte Pré-Histórica
5ºsérie/6ºAno - Área Dança
Conteúdos Estruturantes
Elementos Formais
Movimento corporal
Tempo Espaço
Composição
Kinesfera
Eixo
Ponto de apoio
Movimentos articulares
Fluxo (livre e interrompido)
Rápido e lento
Formação
71
Níveis (alto, médio e baixo)
Deslocamento (direto e indireto)
Dimensões (pequeno e grande)
Técnicas:
Improvisação
Gênero: Circular
Movimentos e Períodos
Pré-História
Greco-Romana
Renascimento
Dança Clássica
5ºsérie/6ºAno - Área Teatro
Elementos Formais
Ação Personagem: expressões corporais, vocais, gestuais e faciais.
Espaço
Composição
Enredo, roteiro.
Espaço cênico, adereços.
Técnicas: jogos teatrais, teatro indireto e direto, improvisação, manipulação,
máscara...
Gênero: tragédia, comédia e circo.
Movimentos e Período
Greco-Romano
Teatro Oriental
Teatro Medieval
Renascimento
5ºsérie/6º ANO – Área Música
Elementos Formais
Altura
Duração
Timbre
72
Intensidade
Densidade
Composição
Ritmo
Melodia
Escalas: diatônica
Pentatônica cromática
Improvisação
Movimentos e Períodos
Greco-Romana
Oriental
Ocidental
Africana
6º série/7ºAno-Área Artes Visuais
Conteúdos Estruturantes
Elementos Formais
Ponto
Linha
Forma
Textura
Superfície
Volume
Cor
Luz
Composição
Proporção
Tridimensional
Figura e fundo
Abstrata
Perspectiva
Técnicas: Pintura, escultura, modelagem, gravura...
Gênero: Paisagem, retrato, natureza morta...
73
Movimentos e Períodos
Arte Indígena
Arte Popular
Brasileira e Paranaense
Renascimento
Barroco
6ºsérie/7ºAno-Área Teatro
Conteúdos Estruturantes
Elementos Formais
Personagem: expressões corporais, vocais, gestuais e faciais.
Ação
Espaço
Composição
Representação,
Leitura dramática, cenografia.
Técnicas: jogos teatrais, mímica, improvisação, formas animadas...
Gênero: Rua e arena, caracterização.
Movimentos e Períodos
Comédia Dell´arte
Teatro popular
Brasileiro e paranaense
Teatro Africano
6ºsérie/ 7º Ano - Área Dança
Conteúdos Estruturantes
Elementos Formais
Movimento Corporal
Tempo
Espaço
Composição
Ponto de Apoio
74
Rotação
Coreografia
Salto e queda
Peso (leve e pesado)
Fluxo (livre, interrompido e conduzido)
Lento, rápido e moderado.
Níveis (alto, médio e baixo)
Formação
Direção
Gênero: Folclórica, popular e étnica.
Movimentos e Períodos
Dança popular
Brasileira
Paranaense
Africana
Indígena
6ºsérie /7º Ano Música
Conteúdos Estruturantes
Elementos Formais
Altura
Duração
Timbre
Intensidade
Densidade
Composição
Ritmo
Melodia
Escalas
Gênero: folclórico, indígena, popular e étnico.
Técnicas: vocal, instrumental e mista.
75
Improvisação
Movimentos e Períodos
Música popular e étnica (ocidental e oriental)
7ºsérie/8º Ano - Área Artes Visuais
Conteúdos Estruturantes
Elementos Formais
Linha
Forma
Textura
Superfície
Volume
Cor
Luz
Composição
Semelhanças
Contraste
Ritmo Visual
Estilização
Deformação
Técnicas: desenho, fotografia, áudio-visual e mista...
Movimentos e Períodos
Indústria Cultural
Arte no Séc. xx
Arte Contemporânea
7ºsérie/8º Ano - Área Teatro
Conteúdos Estruturantes
Elementos Formais
Personagem: expressões corporais, vocais, gestuais e faciais.
Ação
Espaço
Composição
76
Representação no cinema e mídias
Texto dramático
Maquiagem
Sonoplastia
Roteiro
Técnicas: jogos teatrais, sombra, adaptação cênica...
Movimentos e Períodos
Indústria Cultural
Realismo
Expressionismo
Cinema Novo
7º série/8º Ano-Área Música
Elementos Formais
Altura
Duração
Timbre
Intensidade
Densidade
Composição
Ritmo
Melodia
Harmonia
Tonal,modal e a fusão de ambos.
Técnicas: vocal, instrumental e mista.
Movimentos e Período
Indústria Cultural
Eletrônica
Minimalista
Rap, Rock, Tecno
7ºsérie/8ºAno-Área Dança Conteúdos Estruturantes
Elementos Formais
77
Movimento
Corporal
Tempo
Espaço
Composição
Giro
Rolamento
Saltos
Aceleração e desaceleração
Direções (frente, atrás, direita e esquerda)
Improvisação
Coreografia
Sonoplastia
Gênero: Indústria cultural e espetáculo
Movimentos e Períodos
Hip-Hop
Musicais
Expressionismo
Indústria Cultural
Dança Moderna
8º série/9º Ano - Área Artes Visuais
Conteúdos Estruturantes
Elementos Formais
Linha
Forma
Textura
Composição
Bidimensional
Tridimensional
Figura-fundo
Ritmo Visual
Técnica: Pintura, grafite, performance.
78
Gêneros: Paisagem urbana, cenas do cotidiano...
Movimentos e Períodos
Realismo
Vanguardas
muralismo e Arte Latino-Americana
Hip-Hop
8º série/9ºAno - Área Teatro
Conteúdos Estruturantes
Elementos Formais
Personagem: expressões corporais, vocais, gestuais e faciais.
Ação
Espaço
Composição
Técnica: Monólogo, jogos teatrais, direção, ensaio,
Teatro-Fórum...
Dramaturgia
Cenografia
Sonoplastia
Iluminação
Figurino
Movimentos e Períodos
Teatro Engajado
Teatro do Oprimido
Teatro Pobre
Teatro do Absurdo
Vanguardas
8º série/9º Ano-Área Música
Conteúdos Estruturantes
Elementos Formais
Altura
Duração
79
Timbre
Intensidade
Densidade
Composição
Ritmo
Melodia
Harmonia
Técnicas: vocal, instrumental e mista.
Gêneros: popular, folclórico e étnico.
Movimentos e Períodos
Música Engajada
Música Popular Brasileira.
Música Contemporânea
8º série/9º Ano-Área Dança
Elementos Formais
Movimento Corporal
Tempo
Espaço
Composição
Kinesfera
Ponto de Apoio
Peso
Fluxo
Quedas
Saltos
Giros
Rolamentos
Extensão (perto e longe)
coreografia
Deslocamento
Gênero: Performance e moderna
Movimentos e Períodos
80
Vanguardas
Dança Moderna
Dança Contemporânea
METODOLOGIA
A metodologia de arte refere-se ao modo de realizar as atividades e
intervenções educativas junto aos estudantes nos domínios do conhecimento
artístico e estético. Idéias e práticas sobre os métodos e procedimentos para
viabilizar o aperfeiçoamento dos saberes dos alunos em arte. Mas não são
quaisquer métodos e procedimentos e sim aqueles que possam levar em
consideração o valor educativo da ação cultural da arte na escola.
As atividades na área de arte devem garantir e ajudar as crianças e jovens
desenvolverem modos interessantes, imaginativos e criadores de fazer e de
pensar sobre a arte, exercitando seus modos de expressão e comunicação.
A cultura africana será trabalhada por meio de textos e leitura de obras de
arte produzida pelos artistas afro-descendentes, composição, colagem, mural
para comemoração do dia da consciência negra, entre outros.
A cultura indígena no Paraná, por meio de trançados, cores, pintura
corporal, outros.
A paisagem Paranaense será trabalhada por meio do estudo das
Araucárias, do estudo dos pintores paranaense, dos pigmentos da natureza,
nuanças das cores encontradas na natureza, como também reciclar com arte e
materiais diversos.
Também serão trabalhadas as quatro linguagens, através das obras de
artes e movimentos artísticos.
Exemplo: Através da obra de arte A Dança Henri Matisse, é possível
trabalhar teatro, música através de leitura de imagem.
Que musica estão ouvindo?
Em grupo os alunos se posicionam no mesmo movimento do quadro.
Na composição dos cadernos, cada trimestre tem como ênfase de estudo
um conceito, um conteúdo ou um aspecto da arte que é visto em conexão com
diferentes territórios.
81
Os caminhos investigados em sala de aula são lançados por: Posição para
sondagem: possibilita que os aprendizes conversem, a partir de seu próprio
repertório pessoal, sobre os conceitos que serão estudados no trimestre.
Situações de Aprendizagem: possibilita problematizar o conceito ou o
aspecto da arte do ponto de vista dos territórios abordados e no contexto
particular de cada uma das modalidades artísticas: artes visuais, música, teatro e
dança.
AVALIAÇÃO - CRITÉRIOS E INSTRUMENTOS
No processo educativo, a avaliação deve se fazer presente, tanto como meio
de diagnóstico do processo ensino-aprendizagem quanto como instrumento de
investigação da prática pedagógica. Assim a avaliação assume uma dimensão
formadora, uma vez que, o fim desse processo é a aprendizagem, ou a
verificação dela, mas também permitir que haja uma reflexão sobre a ação da
prática pedagógica.
Para cumprir essa função, a avaliação deve possibilitar o trabalho com o
novo, numa dimensão criadora e criativa que envolva o ensino e a aprendizagem.
A avaliação permite que se saia do lugar comum, dos gostos pessoais, de
modo que se desvincula de uma prática pedagógica pragmatista, caracterizada
pela produção de resultados ou a valorização somente do espontaneísmo. Ao
centrar-se no conhecimento, a avaliação gera critérios que transcendem os
limites.
Ao ser processual e não estabelecer parâmetros comparativos entre os
alunos, discute dificuldades e progressos de cada um a partir da própria
produção, de modo que leva em conta a sistematização dos conhecimentos para
a compreensão mais efetiva da realidade.
Os critérios escolhidos para a avaliação dos conteúdos dados serão por
meio da observação e registro do processo de aprendizagem, com os avanços e
dificuldades percebidos na apropriação do conhecimento pelos alunos. Na
avaliação de como o aluno soluciona os problemas apresentados e como ele se
relaciona com os colegas nas discussões em grupo. Também terá como critério a
percepção, a imaginação, a emoção, a sensibilidade e a reflexão ao realizar
82
produções artísticas. Como sujeito desse processo, o aluno também deve
elaborar seus registros de forma sistematizada. As propostas podem ser
socializadas em sala, com oportunidades para o aluno apresentar, refletir e
discutir sua produção e a dos colegas.
É importante ter em vista que os alunos apresentam uma vivência e um
capital cultural próprio, constituído em outros espaços sociais além da escola,
como a família, grupos, associações, religião e outros. Além disso, têm um
percurso escolar diferenciado de conhecimentos artísticos relativos à Música, às
Artes Visuais, ao Teatro e à Dança.
São necessários vários instrumentos de avaliação tais como:
• trabalhos artísticos individuais e em grupo;
• pesquisas bibliográfica e de campo;
• debates em forma de seminários e simpósios;
• provas teóricas e práticas;
• registros em forma de relatórios, gráficos, portfólio, áudio-visual e outros.
Por meio desses instrumentos, obterá o diagnóstico necessário visando às
seguintes expectativas de aprendizagem:
• A compreensão dos elementos que estruturam e organizam a arte e sua
relação com a sociedade contemporânea;
• A produção de trabalhos de arte visando à atuação do sujeito em sua
realidade singular e social;
• A apropriação prática e teórica dos modos de composição da arte nas
diversas culturas e mídias, relacionadas à produção, divulgação e consumo,
cultura própria, constituído em outros espaços sociais além da escola, como a
família, grupos, associações, religião e outros.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
BARBOSA, ANA MÃE. A imagem no ensino da arte. São Paulo: Perspectiva,
1991.
BODEI, R. As formas da beleza. Editora Edusc.
83
COSTA, C. Questões de Arte. Editora Moderna.
GOMBRICH, E. H. Arte e ilusão. São Paulo: Martins Fontes, 1986.
LOWENFELD, V. & BRETTAIN, W. L. Desenvolvimento da capacidade
criadora. São Paulo: Mestre Jou, 1997.
SEED. Secretaria do Estado da Educação. Diretrizes Curriculares do Estado
do Paraná: Arte/Artes. Curitiba: SEED, 2008.
8.2 CIÊNCIAS
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
Considerando a evolução do pensamento humano, tem-se a partir dele a
origem da Ciência. No âmbito, em q No âmbito, em que o homem e os demais
seres vivos precisam de condições ambientais básicas para sua existência.
Mesmo antes da descoberta do fogo, o homem começou a buscar
maneiras de satisfazer suas necessidades cotidianas, caçando e criando objetivos
próprios para isso. Logo, em seguida utilizou-se da descoberta do fogo e passou
a cozinhar os alimentos, usando técnicas de conservação de alimentos e até
mesmo, maneiras de transformar uma substancia em outra, processo hoje
chamado de experiência química.
Assim do homem que caçava, se inicia um período em que ele começa a
tirar proveito da natureza para sua subsistência, aperfeiçoando suas técnicas
aprendendo a armazenar alimentos, desenvolvendo poções de cálculos criando
até mesmo calendários a partir de movimentos celestes.
Enfim o homem começa a formular teorias, desenvolvendo crenças e
valores, partindo de uma ciência racional, a filosofia. Desta forma a ciência passa
a ser determinada pela maneira com que o homem expressa seu conhecimento.
84
Com o passar do tempo começaram a surgir denominações para algumas
ciências as quais começam a explicar o novo mundo através de novas teorias que
foram sendo descobertas e estudadas com especificidade como: a química que
colaborou com a mineração e a metalúrgica, e com a produção de pólvora; a
física que trouxe um grande avanço aos estudos referentes ao magnetismo, a
mecânica e a óptica; a matemática que colaborou com as soluções para os
problemas dos navegadores e das construções das grandes catedrais; a biologia,
que por meio da botânica e da zoologia destacou-se com ilustrações detalhadas
para o estudo das plantas e animais.
Logo após, filósofos e cientistas como Leonardo da Vinci, Nicolau
Copérnico, Galileu Galilei, Francis Bacon e Isac Newton se destacaram com
inovações científicas, derrubando muitas crenças e tradições da época.
Com a revolução industrial, iniciou-se um processo de extração da madeira
e do carvão mineral como formas de produção de energia, com isso
intensificaram-se os desmatamentos e também com o aperfeiçoamento da
extração do carvão mineral evidenciaram-se os processos de impacto ambiental,
onde o homem percebe que pode interferir na natureza buscando melhores
condições de vida.
Nos anos seguintes o cientista Charles Darwin muda a visão do homem em
relação ao passado quando lança o livro “A origem das espécies” contribuindo
para as ciências biológicas, psicológicas, sociológicas e outros ramos do
pensamento; assim como quando Mendel descobriu os princípios da genética.
No século seguinte, a ciência entra em momentos negativos ao influenciar
Guerras e misérias de muitos, mas mesmo perante estes fatos, fica cada vez
mais claro que a ciência é uma construção humana, intencional e diretamente
aliada aos avanços tecnológicos e com as relações sociais.
Assim a trajetória do currículo de ciências se destaca pelo ensino das
verdades básicas, a experiência pela experiência a solução de problemas pelo
método científico e unidade de trabalho com base na tecnologia educacional.
Através do decreto de 19.890/31, a disciplina de ciência foi inserida no
currículo a partir de reforma Francisco Campos. O método de ensino usado na
época destaca-se com a exposição, memorização e repetição, sendo propostos
85
os conteúdos de Água, Ar, Terra, considerando as perspectivas físicas, químicas,
cósmicas, biológicas e sociais.
A importância do ensino de ciências cresceu em todos os níveis e passou a
ser objeto de movimento em busca de reformas educacionais para os
desenvolvimentos econômicos, culturais e sociais da época.
A ciência teve um processo de formação de novos pesquisadores, para
que o Brasil pudesse participar em melhores condições do processo de
industrialização, esta época marcou-se por intensos políticos, onde a LDB
ampliou o espaço da disciplina de “Ciências Físicas e Naturais”, denominada
“iniciação à ciência”, estabelecendo a sua obrigatoriedade para todas as séries do
ginasial. E com as três formações ocorridas no país com o regime militar de 1964,
o ensino de ciências passou a ter um compromisso com a formação de mão-de-
obra técnica para poder assim atender a demanda do desenvolvimento
econômico do país.
A partir de uma nova configuração, as disciplinas cientificas foram atingidas
por uma restauração de uma novo currículo, descaracterizando o que
historicamente marcava o ensino de ciências.
O final dos anos 70 marcou-se por uma crescente degradação ambiental,
através do grande desenvolvimento industrial, resultando numa nova ênfase nos
currículos escolares. Assim, neste momento emerge o movimento ciência. Neste
momento a tecnologia e sociedade traz ao mundo uma grande competição
tecnológica e o Brasil se vê em meio a uma transição política onde a
democratização influencia o ensino de ciências se associando a questões sociais,
alguns temas estiveram presentes nos programas desenvolvimento para
aprimorar o ensino de ciências e a tecnologia ainda que muitas vezes, assumisse
uma postura ingênua, sem estabelecer relações com pratica social.
A partir dos anos 90, o currículo básico propôs ao ensino de ciências a
integração dos conteúdos em três eixos norteadores: Noções de Astronomia,
Transformação e Interação de Matéria e Energia e Saúde.
Mediante políticas publicas federal, o ensino de ciências teve seu objetivo
de estudo redirecionado e o esvaziamento de seus conteúdos clássicos, sendo
que amplos campos de estudo da disciplina de ciências, como saúde,
sexualidade, meio ambiente, dentre outros passaram a ser tratados por outras
86
disciplinas, por meio de projetos curriculares e extra-curriculares. Existiam ainda a
ideia dos eixos norteadores, ou eixos temáticos: Terra e Universo, Vida e
Ambiente, Ser Humano e Saúde, Tecnologia e Sociedade, todos trazendo ao
ensino de ciências uma visão mais articulada, mas limitando as possibilidades de
trabalho do professor.
Em 2003, uma nova metodologia foi implantada no ensino de ciências, a
qual buscou solicitar ao professor uma maior reflexão perante a realidade da
escola, criando uma interação entre a escola e a comunidade, preparando melhor
os professores, e a partir daí aumentar a valorização do estudo da disciplina.
A disciplina de ciências constitui um conjunto de conhecimento necessário
para compreender e explicar os fenômenos da natureza resultantes das relações
entre elementos fundamentais como tempo, espaço, matéria, movimento, força,
campo, energia e vida, e suas interferências no mundo. Por isso, estabelece
relações entre os diferentes conhecimentos físicos, químicos e biológicos, em
cujos cenários estão os problemas reais, a pratica social.
Uma forma de conhecimento produzido pelo homem no decorrer da sua
história é a ciência, que se caracteriza por ser a tentativa do homem em entender
e explicar racionalmente a natureza buscando formular leis que em última
instância permitam a atuação humana.
Em outros estágios a ciência acreditava que alcançaria um conhecimento
absoluto e inquestionável, hoje, a ciência é tratada como uma atividade humana
complexa, que não revela a verdade, mas propõe modelos explicativos
construídos a partir do caráter experimental, os quais estão em permanente
transformação.
É na apropriação e discussão dos conteúdos que historicamente compõe o
currículo de ciências, articulando à realidade, possibilitando aos educadores
situarem-se na sociedade, compreendem o que ocorre ao seu redor e assumirem
uma postura crítica para intervirem no seu contexto social.
Pautando essa concepção, o processo de ensino e aprendizagem de
ciências valoriza a dúvida, a contradição, a diversidade e a divergência, o
questionamento das certezas e incertezas e faz superar o tratamento curricular
dos conteúdos por eles mesmos de modo a dar prioridade à sua função social.
87
A disciplina de ciências caracteriza-se pela necessidade da compreensão
do mundo natural, do mundo construído pelo cotidiano historicamente e
dialeticamente pela humanidade, levando em consideração os aspectos sociais,
políticos, econômicos, culturais e éticos. Com esse conhecimento, o aluno poderá
intervir na sociedade avançando a ciência e a tecnologia e consequentemente
melhorando o ambiente e a qualidade de vida.
Esta disciplina tem como objetivo promover a socialização dos
conhecimentos científicos e tecnológicos em sua historicidade, intencionalidade,
provisoriedade, aplicabilidade e nas inter-relações que se estabelece na
sociedade.
OBJETIVOS GERAIS
• Compreender a natureza como um todo dinâmico e o ser humano, em
sociedade, como agente de transformação do mundo em que vive, em
relação essencial com os demais seres vivos e outros componentes do
ambiente;
• Identificar relações entre o conhecimento científico, produção de tecnologia
e condições de vida, no mundo de hoje e em sua evolução histórica, e
compreender a tecnologia como meio de suprir necessidades humanas,
sabendo elaborar juízo sobre os riscos e benefícios das praticas científico-
tecnológicas;
• Compreender a ciência como um processo de produção de conhecimento
e uma atividade humana, histórica, associada a aspectos de ordem social,
econômica, política e cultural;
• Compreender a saúde pessoal, social e ambiental como bens individuais e
coletivos que devem ser promovidos pela ação de diferentes agentes;
• Formular questões, diagnosticar e propor soluções para problemas reais a
partir de elementos das ciências naturais, colocando em prática conceitos,
procedimentos e atitudes desenvolvidos no aprendizado escolar.
• Saber utilizar conceitos básicos associados à energia, matéria,
88
transformação, espaço, tempo, sistemas, equilíbrio e vida.
• Saber combinar leituras, observações, experimentações, organização,
comunicação e discussão de fatos e informações;
• Valorizar o trabalho em grupo sendo capaz de ação e cooperativa para a
construção coletiva do conhecimento;
• Compreender fatos e fenômenos relacionados a vida, bem como as inter-
relações e transformações manifestadas no meio;
• Promover o diálogo entre o senso comum e o conhecimento científico e
que este resulte em atitudes conscientes e transformadoras no ambiente e
no meio social;
• Ampliar a visão do aluno de modo a torná-lo crítico e solidário para que ele
compreenda-se como participante da natureza, por garantir a sobrevivência
do planeta;
• Colaborar para a formação integral do aluno, tornando-o apto a
desenvolver potencialidades, habilidades, capacidades de questionamento
e discussão, tendo em vista ações do presente e do futuro, superando a
visão fragmentada e relacionando teoria a prática;
CONTEÚDOS
5ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E BÁSICOS
ASTRONOMIA
Universo
Sistema Solar
Astros
Movimentos celestes
Movimentos terrestres
MATÉRIA
Constituição da matéria
SISTEMAS BIOLÓGICOS
Níveis de organização celular
ENERGIA
Formas de energia
89
Conversão de energia
Transmissão de energia
BIODIVERSIDADE
Organização dos seres vivos
Ecossistema
Evolução dos seres vivos
6ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E BÁSICOS
ASTRONOMIA
Astros
Movimentos terrestres
Movimentos celestes
MATÉRIA
Constituição da matéria
SISTEMAS BIOLÓGICOS
Célula
Morfologia e fisiologia dos seres vivos
ENERGIA
Formas de energia
Transmissão de energia
BIODIVERSIDADE
Origem da vida
Organização dos seres vivos
Sistemática
7ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E BÁSICOS
ASTRONOMIA
Origem e evolução do Universo
MATÉRIA
Constituição da matéria
90
SISTEMAS BIOLÓGICOS
Célula
Morfologia e fisiologia dos seres vivos
ENERGIA
Formas de energia
BIODIVERSIDADE
Evolução dos seres vivos
8ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E BÁSICOS
ASTRONOMIA
Astros
Gravitação universal
MATÉRIA
Propriedades da matéria
SISTEMAS BIOLÓGICOS
Morfologia e fisiologia dos seres vivos
Mecanismos de herança genética
ENERGIA
Formas de energia
Conservação de energia
BIODIVERSIDADE
Interações ecológicas
METODOLOGIA
“Para o ensino de Ciências propõem uma prática pedagógica que leva à
integração dos conceitos científicos e valorize o pluralismo metodológico. Para
isso é necessário superar prática pedagógica centrada num único método e
baseadas em aulas de laboratório (KRASILCHIK, 1987) que visam tão somente à
comprovação de teorias e leis apresentadas previamente aos alunos” (DCE,
2008, p.68).
91
O ensino de Ciências deve possibilitar ao aluno a capacidade de: situar-se
no mundo de forma ativa e crítica; entender e avaliar questões sociais,
econômicas e políticas.
É importante que o professor trabalhe os conteúdos específicos ao longo
dos quatro anos, respeitando o desenvolvimento cognitivo dos estudantes, a
diversidade cultural, a realidade local e os aspectos essenciais no ensino de
Ciências: a História da Ciência, a divulgação científica e as atividades
experimentais.
O ensino de Ciências não deve se limitar a uma única metodologia. Assim,
o ensino de Ciência fará uso de:
Atividades experimentais, onde o aluno compreende a inter-relação entre os
conhecimentos químicos, físicos e biológicos;
Aulas expositivas;
Filmes e documentários;
Atividades em grupo e individual;
Pesquisas e trabalhos;
Recortes de revistas e jornais;
Problematizações e contextualizações
Visitas: parques, museus e indústrias;
Jogos. dinâmicas, dramatizações e imagens;
Maquetes;
Murais, exposições e feiras;
Leitura e interpretações de textos;
Palestras, fóruns, seminários e debates com profissionais da área;
Interdisciplinaridade;
Uso de mapas conceituais, gráficos e tabelas;
Desenhos.
Para do desenvolvimento destas atividades, o professor poderá recorrer a
variados recursos tecnológicos e didáticos: microscópicos, telescópio, computador
(internet), TV Multimídia, Portal Dia-a-Dia, TV Paulo Freire, DVDS, CDS, livro
didático, texto de jornal, revista, figuras, quadro de giz, torso, esqueleto, mapa,
globo.
92
Nesta proposta, inclui-se estudos relacionados à Educação Ambiental, Lei
nº: 9.795/99, voltada para a conservação do meio ambiente e a sustentabilidade
do planeta. A disciplina de Ciências desenvolverá seus conteúdos fazendo uma
reflexão com os temas étnicos-raciais, Lei 11.645/08”História e Cultura Afro-
Brasileira e Indígena”, Lei 10.639/03 “História e Cultura Afro-Brasileira”, através
de pesquisas, problematizações, estudos das teorias antropológicos,
características biológicas dos diversos povos, contribuição dos povos africanos e
de seus descendentes para os avanços da Ciência e da Tecnologia, alimentos de
origem afro e indígena, flora medicinal(práticas curativas das tribos indígenas),
recursos naturais(caça e pesca).
Faz se também necessário incluir neste estudo a História do Paraná, que,
dentro do currículo de Ciências trata de espécies animais e vegetais
característicos da região, espécies ameaçadas e áreas de preservação e
conservação. Tudo isso para que o aluno adquira conhecimento, desenvolva
habilidades, atitudes e competências voltadas a preservação e conservação do
meio ambiente.
AVALIAÇÃO
A avaliação se dará ao longo do processo de ensino e de aprendizagem,
de forma contínua e cumulativa, observando o desempenho do grupo e
individualidade do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos e
quantitativos.
“A avaliação deverá valorizar os conhecimentos alternativos do estudante,
construídos no cotidiano, nas atividades experimentais, ou a partir de diferentes
estratégias que envolvam recursos pedagógicos e instrucionais diversos. É
fundamental que se valorize também, o que se chama de “erro” de modo a
retomar a compreensão (equivocada) do aluno por meio de diversos instrumentos
de ensino e de aprendizagem”. (DCE 2008, p.77).
Os erros mostram o raciocínio do aluno e são valiosos na hora de repensar
e planejar as atividades didáticas.
Por meio dos instrumentos avaliativos diversificados, os alunos podem
expressar os avanços na aprendizagem, na medida em que interpretam,
93
produzem, discutem, relacionam, refletem, analisam, justificam e argumentam
sobre seu ponto de vista.
Segundo as Diretrizes Curriculares, a avaliação não pode estar
centralizada em uma única atividade e, precisam considerar os alunos como
sujeitos históricos do processo pedagógico.
As avaliações diagnósticas devem acontecer de diferentes formas de
expressão e oportunidade para que o próprio aluno sinta a necessidade do valor
do ensino de Ciências, assim ele criará consciência das suas possibilidades,
objetivos e interesses.
As avaliações serão feitas para os alunos demonstrarem seus
conhecimentos através de: participação nas atividades, dinâmicas, jogos e
projetos (Feira Cultural), trabalhos em equipes ou individuais, provas com
questões diversificadas, pesquisas (livros, revistas e internet), relatórios, registros
das atividades nos cadernos, participação nas aulas.
Aos alunos que apresentarem dificuldades na aquisição dos
conhecimentos, serão proporcionadas retomadas de conteúdos e recuperação
paralela. Sendo a finalidade da recuperação:
• reintegrar o aluno no processo ensino-aprendizagem e não se limitar a
recuperar apenas e conceitos;
• abrir espaço para o aluno repensar o conteúdo (auxílio e não castigo), para
descobrir os próprios erros e reconstruir o conhecimento.
“Nestes termos, avaliar no ensino de Ciências implica intervir no processo
ensino-aprendizagem do estudante, para que ele compreenda o real significado
dos conteúdos científicos escolares e do objeto de estudo de Ciências, visando
uma aprendizagem realmente significativa para sua vida” (DCE 2008, p.79)
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
A avaliação ocorre ao longo do ano letivo e alguns critérios devem orientar
o processo avaliativo, possibilitando ao professor verificar se o aluno:
− conhece a história da ciência, a respeito das teorias geocêntricas e
heliocêntricas;
− entende as ocorrências astronômicas como fenômenos da natureza;
94
− reflete sobre modelos científicos que abordam a origem e a evolução do
universo conhecendo os fundamentos da classificação cosmológica;
− entende a constituição e propriedades da matéria, suas transformações
com o fenômeno da natureza;
− compreende a constituição do planeta Terra, no que se refere a atmosfera
e crosta, solo, rochas, minerais, manto e núcleo;
− entende a constituição do planeta Terra primitivo e os componentes
essenciais ao surgimento da vida;
− compreende a diversidade de espécies em relação dinâmica com o
ambiente em que vivem, bem como os processos evolutivos envolvidos;
− entende a constituição dos sistemas orgânicos e fisiológicos como em toda
integração;
− compreende os níveis de organização celular;
− reconhece as características gerais dos seres vivos;
− identifica a relação entre os órgãos e sistemas animais e vegetais a partir
do entendimento dos mecanismos celulares;
− conhece os mecanismos de constituição da celula e as diferenças entre os
tipos celulares;
− compreende os fundamentos teóricos que descrevem os sistemas:
nervoso, sensorial, reprodutor e endócrino;
− entende os mecanismos de herança genética;
− entende os conceitos que fundamentam os sistemas digestório,
cardiovascular, respiratório, excretor e urinário;
− interpreta o conceito de energia por meio da análise das suas mais
diversas formas de manifestação;
− entende os fundamentos da energia mecânica, nuclear, térmica, elétrica,
luminosa, no que diz respeito a possíveis fontes e processos de irradiação,
convecção e condução;
− entende o conceito de energia elétrica e sua relação com o magnetismo;
− compreende a ocorrência de fenômenos meteorológicos e catástrofes
naturais e sua relação com os seres vivos.
95
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARROS, C. Ciências: os seres vivos. São Paulo: Editora Ática, 1999.
CRUZ, D. Química e Física. Ed. 26. São Paulo: Ática, 2001.
GEWANDSZNAJDER, F. Ciências: o planeta terra. 2 Ed. São Paulo: Ática,
2002.
GODWAK, D. Coleção Ciências, novo pensar. Edição 1. São Paulo: FTD, 2002.
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares de
Ciências. Paraná: 2008.
SEED-PR: Cadernos Temáticos, HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA E
AFRICANA: educando para as relações étnicos-raciais/ Paraná. Curitiba, 2006.-
110p.
SILVA, C. J. Ciências: entendendo a natureza. 16 Ed. São Paulo: Saraiva, 1999.
VALLE, C. Coleção Ciências. Ed. 1. Curitiba: Editora Positivo, 2004.
REFERÊNCIAS ON LINE
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/-site acessado no dia 12 de
fevereiro de 2010
http://www.ciencias.seed.pr.gov/
http://www.diaadia.pr.gov.br/cdec/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=311
96
8.3 EDUCAÇÃO FÍSICA
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
Na tentativa de situar historicamente a trajetória da disciplina de Educação
Física, optou-se por retratar os fatos ocorridos a partir do século XIX, devido às
transformações sociais pelas quais o Brasil passava, dentre elas, o fim da
exploração escrava e as políticas de incentivo à imigração, principalmente o
crescimento das cidades exigindo uma série de medidas com vistas à aplicar os
preceitos de moralidade, bem como, instaurar a ordem social, adaptando o modo
de viver dos novos cidadãos das cidades à nova configuração da sociedade.
A princípio a Educação Física tinha fins de “adestramento” e preparação
para a defesa da Pátria, visto que, começou dentro de uma escola militar. Foi com
o parecer de Rui Barbosa em 1882 quando ocorreu a reforma do ensino primário
é que a Educação física teve destaque como fator formador de jovens.
Apoiados numa visão de que a ginástica assemelhava-se a atividade
manual e esta era própria dos escravos, a classe dirigente que consistia na época
(elite) oferecia grande resistência à tradução da ginástica nas escolas.
A partir de então a Educação Física, sempre atrelada a valores morais
médicos e militares em cada época, tornou-se obrigatória primeiramente nos
cursos primários e secundários e posteriormente em todos os níveis e graus de
ensino.
Na década de 1930, o esporte começou a se popularizar confundindo-se
com a Educação Física. Houve um incentivo as práticas desportivas com o intuito
de promover políticas nacionalistas pensadas para o país. Uma série de medidas
forma implantadas para ressaltar o sentimento de valorização da Pátria por meio
dos esportes.
A Educação Física por muito tempo tem seguido paralelo à educação e não
como parte dela, servindo a outros objetivos e não aos relacionados dentro de
uma visão histórico-social. É necessário que a Educação Física passe de uma
condição passiva de coadjuvante do processo educacional para ser parte
97
integrante deste, buscando colocá-lo em seu verdadeiro espaço de área de
conhecimento.
Na década de 1970 surge a Educação Física Psicomotora com a finalidade
de servir a outras disciplinas, uma vez que componentes como equilíbrio,
lateralidade, eram vistos como importantes para melhorar o aprendizado de
matemática ou português, por exemplo. Em meados dos anos de 1980 já se
pode falar não só de uma comunidade científica, mas também da delimitação de
tendências ou correntes, suscitando os primeiros debates voltados à uma
criticidade.
Já no início da década de 1990 um momento significativo para o Estado do
Paraná foi a elaboração do Currículo Básico. O Currículo da Educação Física está
embasado na pedagogia histórico-crítica da Educação Física. No mesmo período
foi elaborado também o documento de restruturação da proposta curricular do
ensino de segundo grau para a disciplina de Educação Física. A proposta também
se fundamentou na concepção histórico -crítica da educação, naquele momento
pretendia-se o resgate do compromisso social da ação pedagógica da Educação
Física.
Todos estes avanços teóricos da Educação Física sofreram um retrocesso
na década de 1990 quando após a discussão e aprovação da Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional (LDB) apresentou-se a proposta dos Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCN's).
É importante tomar como ponto de partida a concepção de corpo que a
sociedade vem produzindo historicamente, levando os alunos a se situarem na
contemporaneidade, dialogando com o passado e visando o conhecimento do seu
corpo. Deverá ser considerado o tipo de sociedade onde este saber foi produzido,
proporcionando-se condições de análise e reflexão para reelaboração do seu
saber e conseqüente, reelaboração da consciência e da cultura corporal.
A Educação Física enquanto ciência tematiza o movimento humano o qual
não pode ser avaliado ao nível exclusivo de suas propriedades físicas e
biomecânicas, porque há nele toda a historicidade das sociedades. Faremos uso
aqui da definição de Educação Física postulada pelo coletivo, que a entende
como “uma área do conhecimento que engloba os elementos da cultura corporal,
sendo eles: esporte, dança, lutas, ginástica e expressão corporal (1992).
98
O professor de Educação Física é aqui entendido como elemento chave
para operacionalizar os valores e resgatar o trabalho responsável sobre o corpo,
dentro de uma constante dialética do homem em relação com a natureza e com o
próprio homem.
Sua ação criadora e inovadora deverá dinamizar o trabalho em sua escola,
contribuindo com a conscientização de seu grupo, para modificação e valorização
de prática pedagógica e a flexibilidade de ações atreladas ao conteúdo numa
constante reflexão crítica, o que enriquece o processo ensino-aprendizagem.
A ação educativa deve ser um instrumento que prepara o homem para
reivindicar seu direito de opinar, discutir, criticar e alterar a ordem social e de ter
acesso à cultura e à história de seu tempo.
A Educação Física consciente é aquela que contribui para a educação do
indivíduo através do ato educativo, que é o resultado de um processo de ação
dinâmica, onde os envolvidos no processo de ensino aprendizagem estão
conscientes e exercitam sua criatividade durante todo o processo.
A ação pedagógica da Educação Física deve estimular a reflexão sobre o
acervo de formas e representações do mundo que o ser humano tem produzido,
exteriorizadas pela expressão corporal em jogos e brincadeiras, danças, lutas,
ginásticas e esportes. Essas expressões podem ser identificadas como formas de
representação simbólica de realidades vividas pelo homem (COLETIVO DE
AUTORES, 1992).
OBJETIVOS GERAIS
• Desenvolver a postura crítica dos alunos perante as atividades da cultura
corporal, no sentido da aquisição da autonomia de conhecimentos/habilidades
necessária a uma prática intencional e permanente, que considere o lúdico e
os processos sócio-comunicativos, no sentido do prazer, da auto-realização e
da qualidade coletiva de vida.
• Oportunizar aos alunos a vivência da expressão corporal como linguagem;
• Enriquecer a vida de movimento dos alunos com possibilidades de
movimentos construídos histórica e culturalmente pela humanidade;
99
• Oportunizar o uso imediato das atividades da cultura corporal (jogos, esportes,
lutas, danças, expressão corporal...) ao aluno nas aulas de educação física;
• Favorecer ao aluno o uso dos temas da cultura corporal em espaços e tempos
extra-escolares;
• Discutir valores éticos, políticos e sociais da corporeidade humana na
realidade regional dos alunos através dos jogos cooperativos;
• Oportunizar ao aluno a vivência do movimento humano no contexto escolar,
de modo que reelabore, amplie e o utilize como uma nova prática social;
• Oportunizar atividades da cultura corporal com ênfase na ludicidade, sem
deixar de abordar temas na perspectiva normatizada e institucionalizada;
• Oportunizar a aquisição, o aprimoramento e a combinação de variadas formas
de movimento (elementares e habilidades específicas);
• Oportunizar a vivência e a organização de atividades de movimento em grupos
heterogêneos nos mais variados aspectos (gênero, raça, habilidades...);
• Relacionar educação física com temas periféricos como atividade física,
educação, saúde, energia, consciência corporal, lazer, trabalho, sexualidade,
cidadania, consumo, meio ambiente e cultura.
CONTEÚDOS
SERIE: 5ª
conteúdo
estruturante
conteúdos básicos abordagem
pedagógica
expectativas de
aprendizagem
Manifestaçõe
s esportivas
Futebol
Handebol
Basquetebol
Atletismo
Tênis de mesa
Futsal
Xadrez
Origem/histórico dos
esportes.
Atividades pré
desportivas com
fundamentos e regras
adaptadas.
Fundamentos básicos.
Espera-se que o aluno
possa conhecer, na
origem dos diferentes
esportes:
- o surgimento de cada
esporte com suas
primeiras regras;
- sua relação com jogos
populares.
100
Experimentar e vivenciar
diferentes esportes com
regras adaptadas.
jogos e
brincadeiras
Brincadeiras
de rua / populares
Brinquedos
Brincadeiras
de roda
Jogos de
tabuleiro
Jogos de
estafetas
Jogos
dramáticos e de
interpretação
jogos e
brincadeiras
indígena*
Origem e histórico dos
jogos, brinquedos e
brincadeiras.
Brinquedos, jogos e
brincadeiras com e sem
materiais alternativos.
Construção dos
Brinquedos.
Disposição e
movimentação básica
dos jogos de tabuleiro
conhecer o contexto
histórico em que foram
criados os diferentes
jogos, brinquedos e
brincadeiras, bem como
experimentar e vivenciar,
ou seja, se apropriar
efetivamente das
diferentes formas de
jogar;
Reconhecer as
possibilidades de
vivenciar o lúdico a partir
da construção de
brinquedos com materiais
alternativos.
dança
Danças
folclóricas
Atividades de
expressão corporal
Cantigas de
roda
danças
africanas e
indígenas*
Origem e histórico das
danças.
Contextualização da
dança.
Atividades de criação e
adaptados
Movimentos de
experimentação
corporal ( seqüencia de
Espera-se que conheçam
a origem e alguns
significados (místicos,
religiosos, entre outros)
das danças circulares;
Tenham condições de
experimentar, vivenciar,
criar e adaptar tanto as
cantigas de rodas quanto
101
movimentos) diferentes sequencias de
movimentos.
ginástica
Ginástica
artística
Atividades
circenses
Ginástica
natural
Origem e histórico da
ginástica artística.
Movimentos Básicos
(ex: rolamento, parada
de mão, roda)
Construção e
experimentação de
materiais utilizados nas
diferentes modalidades
ginásticas.
Cultura do Circo.
Consciência Corporal.
Conhecer os aspectos
históricos da ginástica
artística e das práticas
corporais circenses;
Experimentar e vivenciar
os fundamentos básicos
da ginástica:
Saltar;
Equilibrar;
rolar/girar;
trepar;
balançar/embalar.
Reconhecer as
possibilidades de
vivenciar o lúdico a partir
da utilização de materiais
alternativos.
lutas
Judô
Karate
Taekwondo
Capoeira*
Origem e histórico das
lutas
Atividades que utilizem
materiais alternativos
Jogos de oposição
Musicalização
Ginga, esquiva e golpes
Conhecer a história da
esgrima e da capoeira;
Reconhecer as
possibilidades de
vivenciar o lúdico a partir
da utilização de materiais
alternativos e dos jogos
de oposição.
SERIE: 6ª
conteúdo
estruturante
conteúdos básicos abordagem
pedagógica
expectativa de
aprendizagem
102
esporte
e) Futebol
f) Handebol
g) Voleibol
h) Basquetebol
i) Atletismo
j) Tênis de mesa
k) Futsal
l) Xadrez
Origem dos diferentes
esportes e mudanças
no decorrer da história.
Noções das regras e
elementos básicos.
Prática dos
fundamentos das
diversas modalidades
esportivas.
Sentido da competição
esportiva.
Espera-se que o aluno
possa conhecer a difusão
e diferenças de cada
esporte relacionando-a
com as mudanças do
contexto histórico
brasileiro.
Reconhecer e se
apropriar dos
fundamentos básicos dos
diferentes esportes.
Tenham noções básicas
das regras das diferentes
manifestações esportivas.
jogos e
brincadeiras
Brincadeiras de
rua
Jogos dramáticos
e de interpretação
Jogos de raquete
e peteca
Jogos
cooperativos.
Jogos de
estafetas
a) Jogos de
tabuleiro
jogos e
brincadeiras
indígena*
Recorte histórico
delimitando tempos e
espaços, nos jogos,
brinquedos e
brincadeiras.
Diferença entre
brincadeira, jogo e
esporte.
A construção coletiva
dos jogos, brincadeiras
e brinquedos.
Os Jogos, as
brincadeiras e suas
diferenças regionais.
Difusão dos jogos e
brincadeiras populares e
tradicionais no contexto
brasileiro.
Conhecer as diferenças e
as possíveis relações
existentes entre os jogos,
brincadeiras e
brinquedos.
Construir individualmente
ou coletivamente
diferentes jogos e
brinquedos.
103
dança
• Hip Hop: Break
• Dança folclórica
• Dança criativa
danças
africanas e
indígenas*
Recorte histórico
delimitando tempos e
espaços, na dança.
Desenvolvimento de
formas corporais
rítmico/expressivas.
Criação e adaptação de
coreografias.
Construção de
instrumentos musicais.
Conhecer a origem e o
contexto em que se
desenvolveram o Break,
frevo e maracatu;
Vivenciar as diferentes
manifestações rítmicas e
expressivas, por meio da
criação e adaptação de
coreografias.
Reconhecer as
possibilidades de
vivenciar o lúdico a partir
da construção de
instrumentos musicais
como, por exemplo, o
pandeiro e o chocalho.
ginástica
Atividades
circenses
Ginástica
rítmica
Ginástica
artística
Ginástica
natural
Aspectos históricos e
culturais da ginástica.
Noções de posturas e
elementos ginásticos.
Cultura do Circo.
Conhecer os aspectos
históricos da ginástica
rítmica (GR);
Experimentar e vivenciar
outras formas de
movimentos e os
elementos da GR como:
saltos;
piruetas;
equilíbrios;
104
lutas
Capoeira*
Judô
Karate
Taekwondo
Origem das lutas,
mudanças no decorrer
da história
jogos de oposição
Ginga, esquiva e golpes
Rolamentos e quedas
Conhecer a história do
judô e alguns
movimentos básicos
como as quedas e os
rolamentos;
Reconhecer as
possibilidades de
vivenciar o lúdico a partir
da utilização de materiais
alternativos e dos jogos
de oposição.
SERIE: 7ª
conteúdo
estruturante
conteúdos básicos abordagem
pedagógica
expectativa de
aprendizagem
esporte
Futebol
Handebol
Voleibol
Basquetebol
Atletismo
Futsal
Xadrez
Tênis de mesa
Recorte histórico
delimitando tempos e
espaços, no esporte.
Possibilidade do
esporte como
atividade corporal:
lazer, esporte de
rendimento,
condicionamento
físico.
Esporte e mídia.
Esporte: benefícios e
malefícios à saúde
Prática dos
fundamentos das
diversas modalidades
esportivas.
Discutir e refletir
Entender que tais
práticas podem ser
vivenciadas no
tempo/espaço de lazer,
como esporte de
rendimento ou como
aptidão física e saúde.
Compreender a
influência da mídia no
desenvolvimento dos
diferentes esportes.
Reconhecer os
benefícios e os
malefícios que as
práticas esportivas
proporcionam a seus
praticantes.
Conhecer e vivenciar
105
noções de ética nas
competições
esportivas.
diferentes modalidades
esportivas.
jogos e
brincadeiras
Jogos cooperativos
Jogos intelectivos
Jogos de raquete e
peteca
Jogos de tabuleiro
jogos e
brincadeiras indígena*
Recorte histórico
delimitando tempos e
espaços, nos jogos,
brincadeiras e
brinquedos.
Festivais
Estratégias de jogo
Desenvolver festivais a
partir dos diferentes
jogos sejam eles
cooperativos,
competitivos ou de
tabuleiro.
Conhecer o contexto
histórico em que foram
criados os diferentes
jogos, brincadeiras e
brinquedos.
dança
Hip Hop
Danças
folclóricas
Dança de rua
Dança de salão
danças
africanas e indígenas*
Recorte histórico
delimitando tempos e
espaços, na dança.
Hip Hop:
apresentação dos
elementos de forma
crítica (DJ, RAP E
Conhecer e
compreender os
diferentes elementos do
Hip-Hop a partir do
contexto histórico.
Conhecer os diferentes
ritmos, passos, posturas,
106
BREAK).
Elementos e técnicas
de dança
Esquetes (são
pequenas sequências
cômicas).
conduções, formas de
deslocamento, entre
outros elementos que
identificam as diferentes
danças.
Montar pequenas
composições
coreográficas
ginástica
Ginástica
artística
Ginástica
rítmica
Ginástica geral
Atividades
circenses
Recorte histórico
delimitando tempos e
espaços, na ginástica.
Noções de postura e
elementos ginásticos.
Origem da Ginástica
com enfoque
específico nas
diferentes
modalidades,
pensando suas
mudanças ao longo
dos anos.
Manuseio dos
elementos da
Ginástica Rítmica.
Movimentos
acrobáticos
Manusear os diferentes
elementos da GR como:
corda;
fita;
bola;
maças;
arco.
Reconhecer as
possibilidades de
vivenciar o lúdico a partir
das atividades circenses
como acrobacias de solo
e equilíbrios em grupo.
lutas
Capoeira*
Judô
Karate
Taekwondo
Roda de capoeira
Projeção e
imobilização
Jogos de oposição
Aprofundar alguns
elementos da capoeira
procurando compreender
a constituição, os ritos e
os significados da roda.
Conhecer as diferentes
107
projeções e
imobilizações do judô.
SERIE: 8ª
conteúdo
estruturante
conteúdos básicos abordagem
pedagógica
expectativa de
aprendizagem
esporte
Futebol
Handebol
Voleibol
Basquetebol
Atletismo
Futsal
Tenis de mesa
Xadrez
Recorte histórico
delimitando tempos e
espaços.
Organização de
festivais esportivos
Analise dos diferentes
esportes no contexto
social e econômico.
Regras oficiais e
sistemas táticos.
A prática dos
fundamentos das
diversas modalidades
esportivas.
Súmulas, noções e
preenchimento.
Vivenciar festivais
esportivos, trabalhando
com arbitragens,
súmulas e as diferentes
noções de
preenchimento.
Reconhecer o contexto
social e econômico em
que os diferentes
esportes se
desenvolveram.
jogos e
brincadeiras
Jogos cooperativos
Jogos de tabuleiro
jogos e
brincadeiras indígena*
Organização e criação
de gincanas e RPG
(Role-Playing Game,
Jogo de Interpretação
de Personagem), é um
jogo de estratégia e
imaginação, em que
os alunos interpretam
Reconhecer a
importância da
organização coletiva na
elaboração de gincanas
e R.P.G.
Diferenciar os jogos
cooperativos e os jogos
competitivos a partir dos
108
diferentes
personagens, vivendo
aventuras e superando
desafios.
Diferenciação dos
jogos cooperativos e
competitivos
seguintes elementos:
Visão do jogo;
Objetivo;
O outro;
Relação;
Resultado;
Consequência;
Motivação.
dança
Dança de salão
Dança
Folclórica
danças
africanas e indígenas*
Recorte histórico
delimitando tempos e
espaços, na dança.
Organização de
festivais.
Elementos e técnicas
de dança
Reconhecer a
importância das
diferentes manifestações
presentes nas danças e
seu contexto histórico.
Conhecer os diferentes
ritmos, passos, posturas,
conduções, formas de
deslocamento, entre
outros elementos
presentes no forró,
vanerão e nas danças
africanas.
Criar e vivenciar festivais
de dança, na qual sejam
apresentadas as
diferentes criações
coreográficas realizadas
pelos alunos.
109
ginástica
Ginástica
artística
Ginástica
rítmica
Ginástica de
academia
Origem da Ginástica:
trajetória até o
surgimento da
Educação Física.
Construção de
coreografias.
Ginástica e a cultura
de rua. (circo,
malabares e
acrobacias).
Análise sobre o
modismo.
Vivência das técnicas
específicas das
ginásticas desportivas.
Recursos ergogênicos
(doping).
Conhecer e vivenciar as
técnicas da ginásticas
ocidentais e orientais.
Compreender a relação
existente entre a
ginástica artística e os
elementos presentes no
circo.
A influência da ginástica
na busca pelo corpo
perfeito.
lutas
5. Taekwondo
6. Capoeira*
7. Karatê
8. Judô
Origens e aspectos
históricos
Conhecer os aspectos
históricos das diferentes
lutas e se possível
vivenciar algumas
manifestações.*: Refere-se ao estudo da cultura africana e indígena que vem atender a Lei nº 11.645.
METODOLOGIA
As propostas buscam levar informações e aprendizagens por meio da
participação prática e teórica, sendo o professor um mediador durante as
atividades, e procurando instigar o aluno para a superação de suas dificuldades
corporais internas e externas através da promoção de um ambiente afetivo
propício para relações produtivas e saudáveis.
A forma de se trabalhar as propostas deve atingir o interesse do aluno,
onde as atividades que se tornam adequadas de um dado ambiente escolar,
110
ganham significado para ir além do ambiente escolar, relacionando o que vivencia
corporalmente com a vida, a sociedade e o capitalismo. Nesse contexto, a
Educação Física Escolar dispõe de uma diversidade de formas de abordagem
para a aprendizagem, entre elas, as situações de jogo coletivo, os exercícios de
preparação corporal, de aperfeiçoamento, de improvisação, a apreciação e
discussão e as atividades recreativas. Dentro dessa esfera, os conteúdos
funcionam como estratégias de ensino, um meio para se chegar a um fim
utilizando o conhecimento trazido pelo aluno, contribuindo para um processo
contínuo de ensino-aprendizagem. Nisto, diante da individualidade de cada aluno,
poderão ser propostas atividades que integram a teoria com a prática social.
O Professor, partindo da realidade social que se encontra, pode
contextualizar problemas detectados e relacioná-los com o funcionamento do
corpo, onde se conhecendo (sentimento, sensações, emoções) o aluno pode vir a
entender melhor a vida em sociedade, percebendo a si e ao outro, como seres
que compartilham o mesmo espaço com diferentes maneiras de agir. Tais
propostas corporais estabelecem relações equilibradas e construtivas, buscam
adotar hábitos saudáveis de qualidade de vida, de atividades físicas saudáveis,
de preservação da saúde e de formação de um cidadão preparado para conviver
e viver em sociedade. Serão trabalhadas:
Atividades em sala de aula, na quadra e em espaços alternativos;
Técnicas de solução de problemas;
Relações entre teoria e prática;
Estudo dirigido (individual e em grupo) dos temas transversais;
Pesquisa de campo e relatórios de visitas;
TV Pen Drive, DVD, VHS, CD-Room, revistas, aparelho de som,
laboratório de informática;
Quadro, giz, cordas, arco, pátio, rede, cone, bastão, livros, bolas.
AVALIAÇÃO
111
A valorização da aprendizagem do conteúdo proposto acontecerá baseada
na participação aliada ao interesse e a disciplina positiva, dessa forma será
possível aferir a que nível de aprendizagem cada indivíduo pôde atingir dentro
desse processo.
Dentro desse processo, devem ser levados em consideração a faixa etária
dos alunos e o grau de autonomia e discernimento que possuem. Esse processo,
por se manifestar de forma contínua, poderá revelar as alterações próprias e
características desse momento de aprendizado. Abordagens que os incluam
como participantes do processo avaliativo serão bem aceitas, pois além de
estimular o desenvolvimento da responsabilidade pelo próprio processo, credita-
lhes maturidade e responsabilidade, o que favorecerá a maior compreensão e
localização desses alunos na construção do conhecimento.
Os instrumentos, além de serem discutidos entre aluno e professor,
poderão ser tão variados quanto forem os conteúdos e seus objetivos; esses
instrumentos poderão estar inseridos nos conteúdos de aprendizagem, como uma
forma sistemática de valorização e de reflexão sobre as formas com que foram
entendidos, vivenciados e externados (com autonomia), os conhecimentos
corporais e científicos da disciplina, sendo eles: avaliação escrita, avaliação
“prática”, trabalhos (individuais e em grupos), seminários, resenhas, relatórios,
pesquisas (de campo e multimídia – livros, revistas, periódicos e internet),
produções de texto.
Além disso, por se tratar de uma disciplina que tem muitos dos seus
conteúdos trabalhados fora da sala de aula, far-se-á necessário estabelecer
alguns critérios para a avaliação da participação do aluno nestes momentos,
sendo que estes seguem abaixo listados:
• o/a aluno/a participa das atividades de forma cooperativa.
• o/a aluno/a participa das atividades se dispondo à experiência do
movimentar-se mesmo quando parece não gostar da atividade.
• o/a aluno/a participa da aula demonstrando interesse e dando sugestões
para o bom andamento das atividades.
• o/a aluno/a é pontual e assíduo nas aulas, não atrasando o início das
atividades.
• o/a aluno/a justifica-se diante da turma e do professor quando não pode
112
participar da aula ou alguma atividade por motivo de saúde, lesão ou outro.
• o/a aluno/a procura se apresentar para a aula com vestimenta adequada à
prática de educação física.
• o/a aluno/a durante os jogos ajuda na resolução de conflitos e dúvidas que
surgem durante os mesmos.
• o/a aluno/a respeita as diferenças de opinião e de aprendizagem de cada um
de seus colegas.
• o/a aluno/a demonstra capacidade de construir regras para os jogos e
movimentos de forma a não ficar preso a um padrão de comportamento ou
de técnicas.
• o/a aluno/a percebe que a verdadeira vitória no jogo é o prazer e a alegria de
se movimentar.
• o/a aluno/a colabora com o grupo e com o professor sabendo ouvir e falar de
acordo com as circunstâncias de cada momento da aula.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRACHT,Valter. Educação física e aprendizagem social. Porto Alegre:
Magister, 1992.
COLETIVO DE AUTORES, Metodologia do ensino da Educação Física. São
Paulo. Editora Cortez, 1992.
FARIA, J.A.G. Fundamentos pedagógicos: A avaliação em Educação Física.
Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1985.
GHIRALDELLI, J. P. Educação física progressista: A Pedagogia Crítica – Social
dos Conteúdos e a Educação Física Brasileira. São Paulo: Loyola, 1988.
HILDEBRANDT-STRAMMAN, R. Textos pedagógicos sobre ensino da
educação física. Unijuí, Ijuí: 2001.
113
KUNZ, E. Transformação didático-pedagógica do esporte. Unijuí, Ijuí: 1994.
MARINHO, I. P. A história da educação física no Brasil. São Paulo: Cia. Do
Brasil, 1985.
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares de
Educação Física. Paraná: 2008.
SANTIN, S. Educação física: Outros caminhos. Porto Alegre: EST, 1990.
8.4 ENSINO RELIGIOSO:
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
Exige-se um profissional de educação sensível à pluralidade, consciente da
complexidade sócio-cultural da questão religiosa e que garanta a liberdade do
educando sem proselitismo, oferecendo à família e à comunidade religiosa, o
lugar privilegiado para a experiência da fé e opção religiosa.
A escola vem a ser o espaço socializador do conhecimento, que, através
dos conteúdos, tem a responsabilidade de fornecer as informações, responder
aos aspectos principais do fenômeno religioso, presente em todas as culturas e
em todas as épocas. Todos precisam da escola para conhecer o fenômeno
religioso. Para tanto, se faz necessário uma postura de consciência multi-cultural,
no respeito ao posicionamento religioso dos alunos, na intenção de possibilitar a
decodificação do fenômeno presente em todas as culturas.
Segundo relatório da UNESCO, na abordagem do Ensino religioso, "cabe à
educação a nobre tarefa de despertar em todos, segundo as tradições e
convicções de cada um, respeitando inteiramente o pluralismo, esta elevação do
pensamento e do espírito para o universal e para uma espécie de superação de si
mesmo. Não se trata, apenas, da aquisição do espírito democrático. Trata-se
fundamentalmente, de ajudar o aluno a entrar na vida, com capacidade para
interpretar os fatos mais importantes relacionados quer com o seu destino
pessoal, quer com o destino coletivo”.
114
Esta tomada de posição levou a Comissão da UNESCO, a dar mais
importância a um dos quatro pilares por ela considerados como as bases da
educação. Trata-se de aprender a viver juntos, desenvolvendo o conhecimento
acerca dos outros, da sua história, tradições e espiritualidade.
A religião pode ser definida como o conjunto de atitudes e dos atos pelos
quais o homem manifesta sua dependência em relação à potências invisíveis
consideradas sobrenaturais.
Os conteúdos de Ensino religioso no eixo "Ethos" (costumes) se
desenvolvem a partir de:
Alteridade - refletindo as orientações para o relacionamento com o outro
permeado por valores culturais e religiosos.
Valores, pelo conhecimento do conjunto de normas de cada tradição
Religiosa, apresentando para os fiéis no contexto da respectiva cultura;
Limites, estudando a fundamentação dos limites éticos propostos pelas
várias tradições religiosas.
OBJETIVOS GERAIS
- Desenvolver a vivência do diálogo e do respeito às diferenças pessoais, culturais
e religiosas em seu convívio social, através da identificação dessas diferenças e
semelhanças, a fim de firmar atitudes de paz, compreensão, solidariedade e
superação de toda a forma de preconceitos;
- Conhecer as normas de conduta, os limites éticos e os preceitos propostos pelas
Tradições religiosas, construindo um referencial ético para o estabelecimento de
relações justas e humanizadoras, bem como, atitudes de compromisso com a
defesa e valorização da vida de todos os seres;
- Identificar a diversidade cultural religiosa presente na realidade social e
conhecer a origem histórica das diferentes religiões, bem como um dado da
cultura, situando-se nele e desenvolvendo o diálogo, o sentido da tolerância e do
convívio respeitoso;
- Conhecer os textos sagrados verbais e não-verbais, os contextos históricos,
sociais e culturais que determinam a sua revelação e construção, as formas de
115
interpretação entendendo que estes textos se constituem em referencial de fé,
prática e orientação para a vida dos adeptos ou fiéis;
- Conhecer a importância dos ritos sociais, culturais e religiosos na vida das
pessoas, bem como os símbolos, os rituais e as espiritualidades das diferentes
Tradições Religiosas que orientam a vivência de fé dos adeptos, sua experiência
e relação com o Transcendente, desenvolvendo respeito pela experiência e
expressão religiosa do outro;
- Conhecer diferentes idéias do Transcendente construída ao longo do tempo e as
respostas que as diferentes Tradições Religiosas dão para a vida, além morte,
desenvolvendo uma atitude reflexiva a partir de questionamentos existenciais e do
compromisso perante a defesa e promoção de uma vida de qualidade para todos.
O Ensino Religioso tem por objeto o estudo das diferentes
manifestações do sagrado no coletivo. Portanto, os objetivos específicos a serem
atingidos durante o processo são:
• Adquirir a capacidade de integrar-se ao grupo de convívio;
• Vivenciar boas ações que contribuam para a prática diária;
• Fortalecer as relações coletivas no seu meio;
• Crescer como pessoa em relação aos seus semelhantes e ao mundo que o
cerca;
• Inserir-se na sua comunidade de fé;
• Posicionar-se frente às contradições e desafios da realidade, assumindo
um compromisso transformador da mesma;
• Saber valorizar-se e reconhecer-se como parte integrante de uma
sociedade;
• Reconhecer a importância do seu corpo, valorização de si e do próximo
para o benefício comum;
• Nutrir-se de boas idéias e pensamentos positivos para poder auxiliar seu
próximo;
• Constatar que assim como o corpo cresce podemos crescer e desenvolver
em vários aspectos como pessoa.
• Desenvolver a auto - estima;
• A certeza que Deus está conosco nos faz descobri-lo como companheiro
116
fiel;
• Compreender o conceito de justiça baseado na equidade e sensibilizar-se
pela necessidade da construção de uma sociedade justa;
• Adotar atitudes de respeito pelas diferenças entre as pessoas, respeito
esse necessário ao convívio numa sociedade democrática e pluralista;
• Adotar, no dia-a-dia, atitudes de solidariedade, cooperação e repúdio às
injustiças e discriminações;
• Compreender a vida escolar como participação no espaço público,
utilizando e aplicando os conhecimentos adquiridos na construção de uma
sociedade democrática e solidária;
• Valorizar e empregar o diálogo como forma de esclarecer e tomar decisões
coletivas;
• Construir uma imagem positiva de si, o respeito traduzido pela confiança
em sua capacidade de escolher e realizar seu projeto de vida pela
legitimação das normas morais que garantam, a todos, essa realização;
• Assumir posições, segundo seu próprio juízo de valor, considerando
diferentes pontos de vista e aspectos de cada situação.
CONTEÚDOS
5ª SÉRIE
ETHOS -
• Alteridade: (diz respeito ao outro, ao diferente);
• Ser diferente não é ser pior;
• Janelas e portas abrem para conhecer o outro;
• A arte do acolhimento e do respeito;
• Convivência com a cidadania;
• Valores humanos que aproximam os diferentes;
• Superando os preconceitos e aprendendo a arte do acolhimento;
• Diálogo inter-religiosos e a cultura da paz no mundo.
117
ÉTICA RELACIONAMENTOS E VIDA -
• Regra áurea segundo as religiões do mundo;
• Saber defender e valorizar a vida;
• Fé e vida: coerência entre o que se acredita e o que se vive;
• Da ecologia interior à ecologia exterior.
CULTURAS E TRADIÇÕES RELIGIOSAS –
• O que é religião;
• O que são culturas e Tradições religiosas;
• Tradições Religiosas: religião e religiosidade;
• Tradições religiosas de nossa comunidade;
• As tradições religiosas no Brasil;
• Origem histórica de algumas Religiões do mundo: Religiões no mundo -
Catolicismo;
• Protestantismo;
• Islamismo;
• Budismo;
• Hinduísmo;
• Espiritismo;
• Religiões afro-brasileiras;
• Judaísmo;
• A influência da Religião na Cultura;
• Líderes religiosos da humanidade de hoje e de outros tempos.
TEXTOS SAGRADOS
• O que são textos Sagrados orais e escritos?
• O que é sagrado em sua vida?
• Textos sagrados orais, escritos e pictóricos;
• A linguagem mítico-simbólica dos Textos sagrados;
• As verdades sagradas orientam o estilo de vida das pessoas;
• Interpretações dos Textos Sagrados;
118
• Textos Sagrados, celeiros da sabedoria universal.
RITOS
• Rituais símbolos e Espiritualidade;
• Ritos sociais, culturais, cívicos e religiosos;
• Os ritos das tribos juvenis;
• Símbolos e rituais das tradições religiosas;
• As espiritualidades e a busca do autoconhecimento.
TRANSCENDENTE
• Minha experiência com o transcendente;
• A construção da idéia do transcendente no decorrer dos tempos;
• Qual é o significado do Transcendente na vidas das pessoas;
• As diferentes idéias sobre o Transcendente em algumas Tradições Religiosas
do oriente e do ocidente;
• Transcendente e o sentido da valorização da vida.
6ª SÉRIE
ETHOS -
• Alteridade;
• Saber cuidar;
• Somos diferentes, mas buscamos juntos a felicidade;
• Nas diferenças nos complementamos.
TRADIÇÕES RELIGIOSAS -
• A diferença entre religião e religiosidade;
• A busca pelo sagrado;
• As religiões no mundo;
• A influência da cultura nas Religiões dos povos;
• O fenômeno religioso é universal;
• As Religiões e a construção da paz no mundo de hoje.
ESTRUTURA RELIGIOSA NAS ORGANIZAÇÕES HUMANAS –
• Estrutura de algumas Tradições Religiosas do oriente e do ocidente;
119
• A função das ideologias religiosas;
• Líderes religiosos modificam a sociedade: Moisés, Buda, Zaratustra, Lao-tsé,
Confúcio, Jesus...
A REVELAÇÃO E A CONSTRUÇÃO DO TEXTO SAGRADO ORAL E ESCRITO
Textos sagrados: celeiros da sabedoria universal;
• Como se deu a revelação dos textos sagrados em algumas tradições do
oriente e ocidente;
• A construção do texto sagrado no tempo e no espaço;
• Revelação divina: privilégio de um povo eleito ou de toda humanidade?
A CONSTRUÇÃO DA IDÉIA DO TRANSCENDENTE NO ESPAÇO E NO
TEMPO
• O que eu conheço sobre o transcendente;
• A realidade social, histórica e geográfica influencia a concepção do
Transcendente;
• A ideia do Transcendente na visão tradicional e atual;
• Compreendendo os termos: transcendência e metafísica.
METODOLOGIA
O Ensino Religioso é parte integrante da formação básica do cidadão,
assegurando-lhe o respeito à diversidade cultural e religiosa. Destaque também
aos valores morais, éticos, direitos e deveres prescritos nas leis.
Em se tratando do pluralismo cultural e da diversidade cultural - religiosa,
os conteúdos como acesso aos conhecimentos deverão estar assimilados
intimamente a um sistema de comportamentos e valores a serem vivenciados,
superando tão somente a assimilação destes. Isto aponta, portanto, para uma
concepção de pluralismo que se verifica na experiência vivida, no jogo de
intercâmbio e nas interações que o espaço escolar procura promover entre os
alunos.
120
O Ensino Religioso é a área do conhecimento que tem como objetivo de
estudo o Fenômeno Religioso. Ele se estrutura como resposta aos
questionamentos fundamentais da vida: - Quem sou? Para que vivo? De onde
vim? Para onde vou?
O conhecimento religioso visa subsidiar o educando no entendimento do
fenômeno religioso, presente no dia-a-dia, em diferentes manifestações e que o
educando experimenta, observa e relaciona em seu contexto. Por isso é um
conhecimento que gera o "saber de si", superando as concepções conteudistas.
Dessa forma, há uma interação entre educando (sujeito), fenômeno
religioso (objeto) e conhecimento (objetivos).
O tratamento didático dos conteúdos do Ensino Religioso prevê, ainda, como
nas outras disciplinas, a organização social das atividades, organização do
espaço e do tempo, seleção e critérios de uso de materiais e recursos, os quais
visam:
• A organização social das atividades a fim de produzir o diálogo;
• Organização do tempo e do espaço, no aqui e agora, pela observação direta,
pois o sagrado acontece no cotidiano e está presente na sala de aula; a
conexão com o passado no mesmo espaço e em espaços diferentes também
parte do presente e da limitação geográfica; na dimensão transcendente não
há tempo, nem espaço; o limite encontra-se na linguagem de cada tradição
religiosa.
• A organização da seleção e critérios de uso de materiais e recursos; prevê a
colaboração de cada educando na indicação ou no fornecimento de seus
símbolos, a origem histórica, os ritos e os mitos da sua tradição religiosa.
• A incorporação dos conteúdos deve ocorrer através de atitudes que reflitam:
• Afetividade;
• Curiosidade;
• Criatividade;
• Valorização da qualidade;
• Responsabilidade e solidariedade;
• Reconhecimento da identidade própria e do outro;
• Convivência na família, escola e comunidade;
121
• Respeito à diversidade religiosa do ser humano;
• Fortalecimento da fé e esperança em Deus;
• Estreitamento dos laços de socialização e confraternização entre os colegas.
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
A avaliação no ensino religioso é processual e serve para conduzir a ação
pedagógica, dando ao professor e ao aluno a possibilidade de constatar o
progresso da aprendizagem.
Numa etapa inicial a avaliação tem caráter investigativo, permitindo ao
professor conhecer o que os alunos já sabem sobre o conteúdo a ser trabalhado,
levantando dados para que possa conduzir a ação pedagógica de forma
adequada, servindo para encaminhar a construção e reconstrução do
conhecimento, permitindo ao aluno passar do senso comum para um
conhecimento mais elaborado.
O próximo momento de avaliação será pensado e organizado de forma
sistemática, conforme os conteúdos significativos e selecionados, com a intenção
de construir o conhecimento. Esta etapa será efetivada através de instrumentos
utilizados pelo professor como: análise das produções dos alunos, observação
dirigida e espontânea de mudanças de comportamentos e relatos significativos
dos alunos, entrevistas, trabalhos em grupos, relatórios, exposições, pesquisas,
levantamentos, auto-avaliação do educando, avaliação do educador, pelo
educando e vice-versa, avaliação do educador e hetero-avaliação do grupo, entre
outros.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
APOSTILA DA SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO - Seminário De
Ensino Religioso.
ASSINTEC – Sugestões de Proposta Pedagógica para o Ensino Religioso.
122
BOWKER, J. Para entender as Religiões.
COSTELLA, D. O fundamento epistemológico do Ensino Religioso. Revista
Mundo Jovem.
SATHYA, S. Educação em valores humanos. Manual para professores.
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares de Ensino
Religioso. Paraná: 2006.
8.5 GEOGRAFI A:
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
Já desde os antepassados os saberes geográficos fazem parte das
estratégias de sobrevivência das pessoas. Os movimentos da terra, as marés, as
variações climáticas foram essenciais para a relação da sociedade com a
natureza. Descrições das áreas conquistadas bem como sua localização, eram
conhecimentos fundamentais para suas organizações políticas e econômicas.
Nessa época desenvolveram-se conhecimentos como elaboração de
mapas, discussões sobre a forma e diâmetro do planeta, distribuição das terras e
águas, definições climáticas.
Já na Idade Média, as ideias e concepções geográficas estavam adaptadas
aos ensinamentos bíblicos, impostos pelo poder político então estabelecido.
As grandes navegações desencadearam a necessidade de se ter
conhecimentos sobre questões cartográficas, rotas marítimas, distribuição de
terras e águas. A partir daí as expedições terrestres passaram a descrever e
representar detalhadamente o espaço – rios, lagos, montanhas, desertos,
planícies e aspectos humanos.
Nesse processo histórico, os saberes geográficos passaram a ser
evidenciados nas discussões filosóficas, econômicas e políticas, que buscavam
123
explicar questões referentes ao espaço e á sociedade, como comércio,
organização do estado, solo, recursos minerais, população, entre outros. Porém,
até o século XIX esses estudos estavam dispersos em obras diversas.
No imperialismo do século XIX, pesquisas realizadas por sociedades
geográficas, apoiadas por estados colonizadores, como Inglaterra, França e
Prússia(atual Alemanha) subsidiaram o surgimento das escolas nacionais de
pensamento geográfico, como a alemã (Ratzel -1844-1904) e a francesa (Vidal de
La Blache-1845-1918).
A ciência geográfica foi inserida no currículo escolar brasileiro no século
XIX, aparecendo de forma indireta no ensino primário. Apenas na década de
1980, com a criação do IBGE, da AGB e do primeiro curso de licenciatura em
Geografia no Brasil. Nesse contexto, as pesquisas desenvolvidas buscavam
compreender e descrever o ambiente físico nacional servindo os interesses
políticos do Estado, na visão do nacionalismo econômico (exploração dos
recursos minerais, indústria de base, dados demográficos).
Já na Geografia tradicional, caracterizada pelo caráter decorativo, voltado
para a descrição do espaço, perpetuou-se por boa parte do século XX.
Depois da Segunda Guerra Mundial, as transformações históricas
relacionadas aos modos de produção, trouxeram mudanças políticas,
econômicas, sociais e culturais na ordem mundial que interferiram no pensamento
geográfico da época. Tais transformações intensificaram-se no decorrer da
segunda metade do século XX, dando novos enfoques para a análise do espaço
geográfico, além de reformulações no campo temático da Geografia.
A internacionalização da economia e as multinacionais trouxeram para as
discussões geográficas, assuntos ligados á degradação da natureza, equilíbrio
ambiental do planeta, desigualdades sociais, questões culturais e demográficas.
No Brasil, o Golpe Militar de 1964 provocou mudanças substanciais em
todos os setores, inclusive no educacional, com a valorização da formação
profissional, afetando principalmente disciplinas relacionadas ás ciências
humanas, surgindo a disciplina de Estudos Sociais, que envolvia Geografia e
História, empobrecendo estudos das disciplinas envolvidas, no 1º grau, atual
Ensino Fundamental. No 2º grau, equivalente ao Ensino Médio atual, foram
124
impostas as disciplinas de OSPB e EMC, consideradas importantes para a
formação técnica.
Nos anos 80 ocorreram movimentos visando o desmembramento da
disciplina de estudos sociais e o retorno da Geografia e da História. No nosso
estado em 1983, o 1º Encontro Paranaense de História e Geografia, originou um
documento que posteriormente permitiu que as escolas pudessem optar por
ensinar Estudos Sociais ou as disciplinas de Geografia e História separadamente.
Porém, o desmembramento em disciplinas autônomas ocorreu em 1986.
A renovação do pensamento geográfico no pós-guerra, chegou com força
ao Brasil. A geografia crítica, como linha teórico-metodológica do pensamento
geográfico, deu novas interpretações aos conceitos geográficos e ao objeto de
estudo da Geografia, trazendo questões econômicas sociais e políticas como
fundamentais para a compreensão do espaço geográfico.
Surge então uma nova Geografia, tendo como alicerce interpretativo o
espaço geográfico produzido, espaço este composto por objetos (naturais,
culturais-técnicos) e ações (relações sociais, culturais, políticas e econômicas)
inter-relacionados.
O ensino da Geografia visa despertar e possibilitar ao aluno a construção
de uma consciência crítica, coletiva e articulada, buscando a totalidade do
conhecimento acerca do espaço geográfico, permitindo aos alunos adquirir
hábitos e construir valores significativos da vida em sociedade.
Tanto a geografia como as demais ciências sociais tem na escola um
compromisso de contribuir para a formação do cidadão que participe dos
movimentos promovidos pela sociedade, bem como o objetivo de formação de um
ser capaz de conhecer seu papel como agente transformador da realidade a qual
está inserido.
O espaço geográfico é a construção das sociedades, onde o homem se
expressa, se constrói e se destrói.
O ensino da Geografia, visa despertar e possibilitar ao aluno a construção
de uma consciência critica, coletiva e articulada, buscando a totalidade do
conhecimento acerca do espaço geográfico, permitindo aos alunos, adquirir
hábitos e construir valores significativos da vida em sociedade.
125
Diante dos múltiplos desafios do futuro, a educação surge como trunfo
indispensável à humanidade na construção de ideias de paz, liberdade e justiça
social.
O estudo da geografia deve ser compreendido como uma busca de
estudos da dimensão da totalidade. Seu princípio é a compreensão do espaço
geográfico, espaço este, solidário e contraditório, onde sistemas e ações não
isoladas constroem a história.
Segundo Pontruschka (1998), a geografia escolar conta com um espaço
privilegiado para trabalhar na formação intelectual e ética dos jovens, na
construção de sua cidadania e na consciência de sua dignidade humana, além de
ressaltar a importância da integração entre diferentes campos do conhecimento
para uma visão mais ampla e profunda do mundo atual.
O ensino da geografia tem como tarefa, além das informações relevantes a
de contribuir com a formação do cidadão ativo e critico, a formação e
desenvolvimento de formar estratégias de pensamento desse sujeito, pois além
de ler, escrever e pensar em geografia, os educandos devem se apropriar do
conhecimento cientifico para formular suas próprias hipóteses, e aplicá-las no
cotidiano, buscando um mundo capaz de abrigar a todos, sem diferenças sociais,
econômicas e territoriais.
A geografia permite os alunos adquirir hábitos e construir valores
significativos da vida em sociedade. Na busca da vivência do educando com os
lugares, levar a construção de compreensões novas e mais complexas a seu
respeito, visando o desenvolvimento da capacidade de refletir.
Conhecendo as características sociais, culturais e naturais do lugar onde
vive, bem como de outros lugares sobre diferentes aspectos da realidade e
compreendendo a relação homem/natureza.
A partir do exposto, espera-se que o aluno, ao iniciar seus estudos do
ensino fundamental e médio se expõe todo este paradigma, abordando os
conhecimentos necessários para o entendimento das inter-relações.
OBJETIVOS GERAIS
126
O estudo da Geografia ao longo do ensino fundamental, incide num
conjunto de conhecimentos, conceitos, procedimentos e atitudes, que
desenvolvem no educando a capacidade de integrar-se ao mundo atual, sendo
capaz de compreender a relação homem-natureza atuando de maneira
consciente sobre o espaço geográfico em que está inserido .
Neste contexto, a Geografia, proporcionará a compreensão da
especialidade e da temporalidade dos fenômenos geográficos estudados, em
suas dinâmicas e interações, buscando melhor as condições de vida, dentro de
direitos políticos, no conhecimento dos avanços tecnológicos e da participação
das transformações socio-culturais em sua democratização, respeitando a socio-
diversidade, como elemento de fortalecimento da cidadania.
Os fundamentos norteadores da Geografia, propõem um ensino holístico
progressista e direcionado à pesquisa, devendo enriquecer e aprofundar a relação
consigo mesma, com a família e membros da comunidade global, onde a visão do
todo deve considerar a intuição e emoção, respeitando as diferenças,
promovendo interação e a relação entre as partes, construindo assim a sua
própria história. Influindo no meio e sendo influenciado por ele. Portanto, a
disciplina almeja proporcionar uma convivência no coletivo, buscando a
transformação através da troca, da inter-relação dialógica e crítica, gestora de
projetos inovadores, transformadores, participativos, onde o professor será o
mediador e o articulador.
Objetivo Especifico:
Identificar no espaço e no tempo o modo de ocupação em função das
necessidades
Reconhecer que o trabalho se modifica no tempo, portanto, relaciona-se com a
história da humanidade.
Entender a organização do espaço geográfico deve conhecer e valorizar o inter-
relacionamento entre os homens e destes com a natureza
Questionar as implicações da relação entre os que detêm o poder econômico e
político e aqueles subjugados pelo trabalho alienado.
Transformar a realidade social só é possível com a explicitação do espaço
geográfico e encaminhamento dos conflitos
127
Compreender o espaço geográfico a partir das interações entre homens e das
suas relações com o ambiente.
RECURSOS
Quadro de giz
retroprojetor
microcomputador/ TV Pendrive
Atlas geográfico
Aula de campo
Jornais e revistas/dinâmicas
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Dimensão econômica do espaço geográfico
Dimensão política do espaço geográfica
Dimensão cultural demográfica do espaço geográfico
Dimensão socioambiental do espaço geográfico
CONTEÚDOS BÁSICOS
5ª série
• Formação e transformação das paisagens naturais e culturais.
• Dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de
exploração e produção.
• A formação, localização e exploração dos recursos naturais.
• A distribuição espacial das atividades produtivas, a transformação da
paisagem, a (re)organização do espaço geográfico.
• As relações entre campo e a cidade na sociedade capitalista .
• A mobilidade populacional e as manifestações socioespaciais da
diversidade cultural.
• A evolução demográfica, a distribuição espacial da população e os
indicadores estatísticos.
• As diversas regionalizações do espaço geográfico.
128
6ª série
• Formação território brasileira.
• A formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração do território
brasileiro.
• A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de
exploração e produção.
• As diversas regionalizações do espaço brasileiro.
• A mobilidade populacional e as manifestações socioespaciais da
diversidade cultural.
• A evolução demográfica da população, sua distribuição espacial e
indicadores estatísticos.
• Movimentos migratórios e suas motivações.
• O espaço rural e a modernização da agricultura.
• Os movimentos sociais, urbanos e rurais, e a apropriação do espaço.
• A formação, o crescimento das cidades, a dinâmica dos espaços urbanos e
a urbanização.
• A distribuição espacial das atividades produtivas, a (re)organização do
espaço geográfico.
• A circulação de mão- de- obra, das mercadorias e das informações.
7ª série
• As diversas regionalizações do espaço geográfico.
• A formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios do
continente americano.
• A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado.
• O comércio em suas implicações socioespaciais.
• A circulação de mão-de-obra, do capital, das mercadorias e informações.
• A distribuição espacial das atividades produtivas, a (re)organização do
espaço geográfico.
• As relações entre o campo e a cidade na sociedade capitalista.
• O espaço rural e a modernização da agricultura .
129
• A evolução demográfica da população, sua distribuição espacial e os
indicadores estatísticos.
• Os movimentos migratórios e suas motivações.
• A mobilidade populacional e as manifestações socioespaciais da
diversidade cultural;
• A formação, a localização, exploração dos recursos naturais.
8ª série
• As diversas regionalizações do espaço geográfico.
• A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado.
• A revolução tecnico-científico-informacional e os novos arranjos no espaço
da produção.
• O comércio mundial e as implicações socioespaciais.
• A formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração territórios.
• A evolução demográfica da população, sua distribuição espacial e os
indicadores estatísticos;
• A mobilidade populacional e as manifestações socioespaciais da
diversidade cultural;
• Os movimentos migratórios mundiais e suas motivações.
• A distribuição das atividades produtivas, a transformação da paisagem e a
(re)organização do espaço geográfico;
• A formação, localização, exploração dos recursos naturais;
• A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de
exploração e produção.
• O espaço em rede: produção, transporte e comunicações na atual
configuração territorial.
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
Dentro da prática pedagógica procura-se conduzir o educando para tornar-
se um agente participativo dentro das diferentes potencialidades. De acordo com
130
sua realidade, pretende-se buscar contribuir na complementação dos temas pré-
dispostos do programa anual, deixando claro que a geografia é uma ciência ligada
à vida e ao nosso espaço de vivencia. Neste contexto, o educando participa
desenvolvendo a construção de seu conhecimento, realizando pesquisas,
contextualizando a realidade, produzindo textos, debates e participando de
seminários, também serão abordados temas Afro-Brasileira e Indígena, (Lei
11.645/08) identificando a contribuição destes para a cultura brasileira. Tendo em
vista que o aluno vivencia o espaço geográfico paranaense faz-se necessário
conhecer a história do Estado do Paraná (Lei 13.381/01), levando em conta o
estudo do meio ambiente através da conscientização por uma educação
ambiental (Lei 9.795/99).
Para isso o aluno deve ser produtivo, crítico e reflexivo. Lembrando que o
aluno é original, único, dotado de inteligências múltiplas. Deve-se ultrapassar o
ensino do livresco, valorizando a ação reflexiva, estimular a análise e reconhecer
a interdisciplinaridade.
Segundo as Diretrizes Curriculares (DCEś)
“ Explicita-se que as disciplinas escolares não são herméticas, fechadas em si, mas, a partir de suas especialidades, chamam umas às outras e, em conjunto, ampliam a abordagem dos conteúdos de modo que se busque, cada vez mais, a totalidade, numa prática pedagógica que leve em conta as dimensões científicas, filosófica e artística do conhecimento.” ( PARANÁ, 2008, pag. 27)
Mendonça em 2002, pág. 141, salienta a necessidade da simultaneidade
de olhares, técnicas e perspectivas sobre o objeto de estudo da Geografia, ao que
o autor denomina “diálogo de saberes”, como essencial para a superação das
dificuldades e limitações para a apreensão do real, na pesquisa do ser humano.
Levando o sujeito do processo a questionar, investigar, ser criativo, ético e
autônomo e a construir espaços próprios.
Os conteúdos deverão ser retomados diante das dificuldades dos alunos,
antes das avaliações e das recuperações. Serão oferecidas novas oportunidades
aos alunos que apresentarem maiores dificuldades, em todos os instrumentos de
avaliação.
131
AVALIAÇÃO
A disciplina de Geografia propõe uma avaliação contínua, gradativa, e
cumulativa, arraigada ao cotidiano vivenciada pelo educando bem como, às suas
ações que estarão a reelaborar uma nova leitura desta vivência, ou seja, a
transformação do espaço que temos, adequando-o às nossas necessidades, sem
se esquecer da preservação ambiental, cultural e histórica do indivíduo e de todo
o contexto geográfico em que o mesmo atua.
Esta avaliação terá como determinante, o conteúdo que servirá de
instrumento na atuação do educando na sociedade a qual ele está inserido, sendo
possível a ele indagar sobre os valores que regem a mesma objetivando uma
pratica social mais consciente e uma melhor visão de Mundo. Serão avaliados
através dos instrumentos: realização de maquetes, produção de textos referentes
aos conteúdos trabalhados, as interpretações diante de figuras, construção de
histórias em quadrinhos, confecção de mapas, a contextualização dos conteúdos
e a aprendizagem do educando diante a explicação da professora.
Todo o processo estará calcado em estratégias e metodologias
significativas, adequadas, as quais terão consigo também, fios condutores que
serão apresentados aos alunos e discutidos, para que eles também saibam como
estarão sendo avaliados.
Os critérios de avaliação a serem utilizados serão pela observação se o
aluno:
• Adquire e aplica conhecimentos geográficos, relacionando/problematizando
situações concretas;
• Participa com dedicação e realiza as tarefas propostas;
• Realiza os trabalhos de casa;
• Organização dos cadernos diários;
• Pesquisa seleciona e organiza a informação e apresenta o trabalho realizado;
• Utiliza corretamente a Língua Portuguesa;
• Assiduidade e pontualidade;
• Cumprimento de regras.
132
Alunos e professores, juntos, trabalharão na construção do conhecimento,
visando o crescimento de ambos, bem como o exercício digno e autônomo da
cidadania, pelo educando.
Faz-se necessário a utilização de diferentes práticas pedagógicas, tais
como: leitura, interpretações de mapas, gráficos, tabelas, fotos, imagens,
produção de textos geográficos, aula de campo, apresentações de seminários e
construções de maquetes.
Durante o processo avaliativo, no caso do aluno não atingir o objetivo de
maneira esperada, o mesmo terá oportunidade de realizar recuperações
paralelas e reavaliações, afim de melhorar a qualidade do processo educativo .
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In VESENTINI, j. w. (Org.) O ensino de Geografia no Século XXI. Campinas, SP:
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8.6 HISTÓRIA
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
O ensino de História deve contribuir para a construção da consciência
histórica, não só como transmissor de conhecimentos, mas como pesquisador
que tem como objeto de estudo as ações e as relações humanas praticadas no
tempo, onde os sujeitos conscientes ou não deram sentido aos processos
históricos. O historiador deve problematizar o passado e buscar as respostas, que
tem como objetivo contemplar a diversidade das experiências políticas,
econômico-sociais e culturais.
135
Conforme DCE 2008, a disciplina de História passou por um grande
processo de transformação através dos tempos, segue abaixo um pequeno roteiro
desse processo:
“A História passou a existir como disciplina escolar com a criação do
Colégio Pedro II, em 1837. No mesmo ano, foi criado o Instituto Histórico e
Geográfico Brasileiro (IHGB), que instituiu a História como disciplina acadêmica e
elaboraram os manuais didáticos e as orientações dos conteúdos, produções
estas que foram elaboradas sob influência da Histórica metódica e do positivismo,
marcada pela linearidade dos fatos, pelo uso restrito dos documentos oficiais
como fonte e verdade histórica, e pela valorização política dos heróis.” (DCE,2008
p.38)
“Este modelo permaneceu durante a República (1889), e o colégio Pedro II
continuou sendo referência para a organização educacional brasileira. Em 1901, o
corpo docente alterou o currículo do colégio e propôs que a História do Brasil
passasse a compor a cadeira de História Universal, deixando a História do Brasil
ficou relegado a um espaço restrito do currículo, e dificilmente era trabalhado
pelos professores nas aulas de História. “ (DCE2008, p.38 e 39)
“O retorno da História do Brasil nos currículos escolares deu-se apenas no
período autoritário do governo de Getúlio Vargas, vinculado ao projeto político
nacionalista do Estado Novo (1937-1945), que reforçava o caráter moral e cívico
dos conteúdos escolares.” (DCE 2008, p.39)
“Na década de 1950, foi instituído o Programa de Assistência Brasileiro-
Americano ao Ensino Elementar (PABAEE), resultado do convênio entre os
governos Federal de MG e estadunidense, para instituir o ensino de Estudos
Sociais.”( DCE 2008, p.39)
“Durante o Regime Militar, 1964, o ensino de História manteve seu caráter
estritamente político, pautado no estudo de fontes oficiais e narrado apenas do
ponto de vista factual. Mantendo os grandes heróis como sujeitos da História
Narrada, exemplos a serem seguidos e não contestados pelas novas gerações,
aceitando a ordem estabelecida, de uma sociedade hierarquizada e nacionalista,
sem interpretações dos fatos e análises críticas.” (DCE, 2008 p.39 e 40).
“Ainda durante o período militar, a partir da lei n.5692/71, o Estado
organizou o primeiro grau de 8 anos e o segundo grau profissionalizante, voltado
136
a preparação de mão-de-obra para o mercado de trabalho, cabendo as ciências
humanas legitimar, por meio da escola, o modelo de nação vigente, e ainda
perdendo espaço nos currículos. No primeiro grau , as disciplinas de História e
Geografia foram condensadas como área de Estudos Sociais, dividindo a carga
horária com a disciplina de Moral e Cívica. No Segundo Grau a carga horária de
História foi reduzida e a disciplina de Organização Social e Política (OSPB). A
disciplina também foi prejudicada devido à proliferação de cursos de licenciatura
curta de Estudos Sociais, que abreviavam e tornavam polivalente a formação
inicial e simplificavam os conteúdos científicos.” ( DCE, 2008 p.40)
“O ensino de História tinha como meta formar um aluno passivo, capaz de
cumprir seus deveres patrióticos através de noções básicas para adaptá-los a
realidade, onde a História era linear, cronológica e harmônica, valorizando os
heróis que almejavam o progresso da nação, era tradicional e o professor
ministrava aulas expositivas, a partir das quais os alunos deviam memorizar e
repetir tudo o que era ensinado como verdade.” (DCE, 2008 p.40 e 41)
“A partir da década de 1980, com o fim da ditadura e início da
redemocratização do Brasil, o ensino de Estudos Sociais passa a ser contestado,
tanto pela academia quanto pela sociedade organizada, sobretudo pela
Associação Nacional dos Professores de História (ANPUH). Esses segmentos
defendiam o retorno da disciplina de História.” (DCE, 2008 p.41)
“No Paraná, a produção acadêmica do ensino de História, foi
fundamentada na pedagogia histórico-crítica, por meio do Currículo Básico para a
Escola Pública do Estado do Paraná (1990), essa proposta tinha como
pressuposto a historiografia social, pautada no materialismo histórico dialético, e
indicava alguns elementos da Nova História.” (DCE, 2008 p.41)
“No final da década de 1990 (97 e 99), o Ministério da educação divulgou,
os PCN para o ensino fundamental e médio organizando o currículo por áreas de
conhecimento e a disciplina de História fazia parte das ciências humanas e suas
tecnologias juntamente com as disciplinas de Geografia, Sociologia e Filosofia.”
(DCE, 2008 p.43)
O Paraná incorporou, no final da década de 1990, os Parâmetros
Curriculares nacionais como referência para a organização curricular, tal
implementação deu-se de modo autoritário, apesar da LDB/96 garantir as escolas
137
autonomia para elaborar suas propostas, sem contar que ofereceu pouca
oportunidade de formação continuada aos professores de História. Os cursos
foram reduzidos a um encontro anual e ocorriam em conjunto com outras
disciplinas das áreas humanas.
No ano de 2003, iniciou-se uma discussão coletiva envolvendo professores
da rede estadual, com o objetivo de elaborar novas Diretrizes Curriculares
Estaduais para o ensino de História. Sob uma perspectiva de inclusão social,
estas Diretrizes consideram a diversidade cultural e a memória paranaenses, de
modo que buscam contemplar demandas em que também se situam os
movimentos sociais organizados e destacam os seguintes aspectos:
• o cumprimento da lei n. 13381/01, que torna obrigatório, no Ensino
Fundamental e Médio da Rede Pública Estadual, os conteúdos de História do
Paraná;
• o cumprimento da Lei n. 10639/03, que inclui no currículo oficial a
obrigatoriedade da História e Cultural Afro-brasileira, seguidas das Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação das relações étnico-raciais e para o
ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana;
• o cumprimento da Lei n.11645/08, que inclui no currículo oficial a
obrigatoriedade do ensino da história e cultura dos povos indígenas do Brasil.
Neste documento, a organização do currículo para o ensino de História tem
como referência os Conteúdos Estruturantes, entendidos como conhecimentos
que aproximam e organizam os campos da História e seus objetos. Os conteúdos
Estruturantes relações de trabalho, relações de poder e relações culturais podem
ser identificados no processo histórico da constituição da disciplina e no
referencial teórico que sustenta a investigação histórica em nova racionalidade
não-linear e temática.
O processo de ensino hoje tem como objetivo principal formar cidadãos
dotados de visão crítica da realidade e de espírito participativo. Essa visão crítica
é que vai ser passada pela da História é que vai dar ao aluno a capacidade de
compreender os significados dos diversos acontecimentos do mundo
contemporâneo e de tudo o que se relaciona a eles.
A produção do conhecimento histórico, deve ressaltar aos alunos que a
História não é única e nem possui uma verdade definitiva, e que um mesmo
138
acontecimento histórico pode ter diversas interpretações, e por isso, necessita
ampliar o universo de consultas quando se pretende entender melhor os
diferentes contextos históricos, sendo trabalho do historiador e do conhecimento
histórico propiciar a compreensão do passado, que pode ser complementada com
novas pesquisas, podendo ser refutada ou validada pelo trabalho de investigação.
Desse modo ressalta a importância para que os alunos valorizem e contribuam
para a preservação de documentos, dos lugares de memória, bibliotecas,
fotografias, etc.
Cabe ao ensino de História, formar alunos capazes de compreender o
próprio valor histórico, a própria função da vida, os próprios direitos e deveres,
enfim, formar um cidadão consciente, de espírito participativo. A democracia só se
constrói com participação. E a participação ocorre tanto no nível das atividades
em sala de aula, de um grêmio, de um condomínio, quanto no âmbito da
administração de um município, de um Estado ou do próprio país. Fazer com que
o aluno sinta-se responsável por essas instâncias democráticas é tarefa
importante para todos os envolvidos.
O ensino da História pode estimular a formação da visão crítica, ao fornecer ao
aluno instrumentos que o auxilie na interpretação da realidade vivenciada por ele,
mostrando que o mundo de hoje foi construído ao longo do tempo, como
resultado de processos históricos que envolveram vários e diferentes grupos
sociais. Assim, o aluno poderá perceber que a realidade vivenciada por ele não é
tampouco imutável, mas consequência das ações de pessoas como ele, que
viveram em tempos e espaços diferentes.
A produção do conhecimento histórico possui um método específico,
baseado na explicação e interpretação de fatos passados. A problematização,
construída a partir dos documentos e da experiência do historiador, produz uma
narrativa histórica que tem como desafio contemplar a diversidade das
experiências sociais, culturais e políticas dos sujeitos e suas relações. Assim a
produção do conhecimento histórico, ao confrontar ou amparar documentos entre
si e com o contexto social e teórico de sua produção, abre perspectivas para
novas análises.
Por que o conhecimento desta disciplina é importante como saber escolar
e como contribui para a formação/transformação do estudante?
139
Sua importância se refere à construção do conhecimento enquanto crítica
social, e na construção de identidades de classe, gênero, raça, religiosidade,
assim como para a construção de uma sociedade justa, humanitária, solidária e
fraterna.
Essa ideia era levar o cidadão a ser sujeito ativo e participativo na
sociedade. Desta forma, ele estará apto a ser um agente transformador da
História, pois assim estará se compreendendo dentro de uma sociedade múltipla
e pluricultural, e agirá para lutar permanentemente para a transformação de sua
realidade.
OBJETIVOS GERAIS
O principal objetivo do ensino de História é preparar o estudante para o
exercício da cidadania e o estudo da História é o que mais contribui para que o
aluno desenvolva visão crítica, espírito social e politicamente participativo, capaz
de avaliar a sua possibilidade de atuação no contexto histórico em que se insere.
Por isso é importante que os alunos ampliem a sua compreensão da
realidade e sejam capazes de estabelecer relações com outras realidades
históricas e de respeitar os valores culturais das diferentes sociedades.
Vale lembrar que lidamos hoje com uma imensa pluralidade de fontes de
conhecimento (livros, jornais, revistas, documentos oficiais ou não, mídia, etc.).
Muitas vezes nos deparamos com informações contraditórias e outras com pontos
de vista diferentes, sendo importante que essas questões sejam problematizadas
para reforçar a ideia de que a dúvida, a polêmica, o debate livre, as críticas são
elementos fundamentais na construção do conhecimento.
Nesta concepção:
“Ginzburg, como outros historiadores, analisa relações múltiplas de
temporalidade, tais como as permanências e mudanças entre as experiências do
passado, as ações e interpretações do presente, e as perspectivas de futuro dos
sujeitos.” (DCE 2008, p.53)
De acordo com a Nova História Cultural que se caracteriza pela pluralidade
de interpretações e concepções metodológicas, cada uma delas com seus
significados e princípios. Portanto, precisamos estar atentos às contribuições
140
trazidas pelos alunos, estimulando-os a expor e a discutir seus conhecimentos
prévios, uma atividade que irá ampliar seu nível crítico e capacidade de
conhecimentos prévios, uma atividade que irá ampliar seu nível crítico e
capacidade de refletir sobre si próprio e sobre a vida.
CONTEÚDOS: ESTRUTURANTES E BÁSICOS
5ª SÉRIE
Os diferentes Sujeitos e suas culturas e suas Histórias
Relações de trabalho
Relações de poder
Relações culturais
Produção do conhecimento Histórico:
• O historiador e a produção do conhecimento histórico;
• Tempo e temporalidade;
• Fontes, documentos;
• Patrimônio material e imaterial;
• Pesquisa.
Articulação da História como outras áreas do conhecimento:
Arqueologia, antropologia, paleontologia, geografia, geologia, sociologia,
etnologia, entre outras.
Humanidade e História:
• De onde viemos, quem somos, como sabemos?
Arqueologia no Brasil:
• Lagoa Santa: Luzia (MG);
• Serra do Capivari (PI);
• Sambaquis (PR).
Surgimento e desenvolvimento da humanidade e grandes migrações:
Teorias do surgimento do homem na América;
141
Mitos e lendas da origem do homem;
Desconstrução do conceito de pré-história;
Povos ágrafos, memória e história oral.
Povos indígenas no Brasil e no Paraná:
• Ameríndios do território brasileiro;
• Kaingang, Guarani, Xetá e Xokleng.
As primeiras civilizações da América:
• Olmecas, Mochicas, Tiwanacus, Maias, Incas e Astecas;
• Ameríndios da América do Norte.
As primeiras civilizações na África, Europa e Ásia:
• Mesopotâmia, Egito, Núbia, Gana e Mali;
• Fenícios, Hebreus, gregos e romanos.
6ª série
A constituição histórica do Mundo Rural e urbano e a formação da
propriedade em diferentes tempos e espaços:
Relações de trabalho
Relações de poder
Relações culturais
- Europa Medieval.
- A Chegada dos europeus na América:
• (Des) encontros entre culturas;
• Resistência e dominação;
• Escravização;
• Catequização.
- Península Ibérica nos séculos XIV e XV: cultura, sociedade e política:
• Reconquista do território;
• Religiões: judaísmo, cristianismo e islamismo;
• Comércio (África, Ásia, América e Europa).
- Formação da sociedade brasileira e americana:
• América portuguesa;
• América espanhola;
142
• América franco-inglesa;
• Organização político administrativa (capitanias hereditárias, sesmarias);
• Manifestações culturais (sagrado e profano);
• Organização social (família patriarcal e escravismo);
• Escravização de indígenas e africanos;
• Economia (pau-brasil, cana-de-açúcar e minérios).
- Os reinos e sociedades africanas e os contatos com a Europa:
• Songai, Benin, Ifé, Congo, Monomotapa (Zimbabwe) e outros;
• Comércio;
• Organização político-administrativa;
• Manifestações culturais;
• Organização social;
• Uso de tecnologias: engenho de açúcar, a batea, construção civil...
- Diáspora africana.
- Expansão, consolidação e colonização do território:
• Missões;
• Bandeiras;
• Invasões estrangeiras.
- Consolidação dos estados nacionais europeus e a Reforma Pombalina
• Reforma e Contra-Reforma.
- Colonização do território “paranaense” – História do Paraná:
• Economia;
• Organização social;
• Manifestações culturais;
• Organização político-administrativa.
7ª série
O mundo do trabalho e os movimentos de resistência
Relações de trabalho
Relações de poder
Relações culturais
143
- Movimentos de contestação:
• Quilombos (Campo Largo, PR e BR);
• Irmandades: manifestações religiosas – sincretismo;
• Revoltas nativistas e Nacionalistas;
• Inconfidência Mineira;
• Conjuração Baiana;
• Revolta da cachaça;
• Revolta do maneta;
• Guerra dos mascates.
• Independência das treze colônias inglesas da América do Norte.
- Diáspora Africana;
- Revolução Francesa:
• Comuna de Paris e influência na Inconfidência Mineira e Baiana.
- Chegada da família real ao Brasil:
• De Colônia a Reino Unido;
• Missões artístico-científicas;
• Biblioteca Nacional;
• Banco do Brasil;
• Urbanização na capital;
• Imprensa Régia.
- Invasão Napoleônica na Península Ibérica.
- O Processo de Independência do Brasil:
• Governo de D. Pedro I;
• Constituição outorgada de 1824;
• Unidade territorial;
• Manutenção da estrutura social;
• Confederação do Equador;
• Província Cisplatina;
• Haitianismo;
• Revoltas regenciais: Malês, Sabinada, Balaiada, Cabanagem , Farroupilha.
- O processo de independência das Américas:
144
• Haiti;
• Colônias espanholas.
- Construção da Nação:
• Governo de D. Pedro II;
• Criação da IHGB;
• Lei de Terras, Lei Euzébio de Queirós – 1850;
• Início da imigração europeia;
• Definição do território;
• Movimento Abolicionista e Emancipacionista.
- 2ª Revolução Industrial e relações de trabalho (séc. XIX e XX):
• Luddismo;
• Socialismos;
• Anarquismo.
• Relacionar: taylorismo, fordismo e toyotismo.
- Emancipação Política do Paraná – 1853:
• Economia;
• Organização social;
• Manifestações culturais;
• Organização político-administrativa;
• Migrações internas (escravizados, libertos e homens livres pobres) e
externas (europeus);
• Vinda dos escravos africanos;
• Diversas manifestações culturais negras e indígenas;
• Os povos indígenas e a política de terras.
• A Guerra do Paraguai e/ou a Guerra da Tríplice Aliança.
- O Processo de Abolição da Escravidão:
Legislação;
Existência e negociação;
Discursos;
Abolição;
Imigração – Senador Vergueiro
145
Branqueamento e miscigenação (Oliveira Vianna, Nina Rodrigues,. Euclides
da Cunha, Silvio Romero, no Brasil, Sarmiento na Argentina).
- Colonização da África e da Ásia:
• Neocolonialismo.
− Guerra Civil e Imperialismo estadunidense.
− Carnaval na América Latina: entrudo, murga e candomblé.
8ª série
Relações de dominação e resistência: a formação do Estado e das
instituições sociais
Relações de trabalho
Relações de poder
Relações culturais
- Os Primeiros anos da República:
• Idéias positivistas;
• Imigração asiática;
• Oligarquia, coronelismo e clientelismo;
• Movimentos de contestação: campo e cidade;
• Movimentos messiânicos;
• Revolta de Vacina e urbanização do Rio de Janeiro;
• Movimento operário: anarquismo e comunismo;
• Paraná: Guerra do Contestado, Greve de 1917, Paranismo (movimento
regionalista – Romário Martins, Zaco Paraná, Langue de Morretes, João Turim).
- Questão Agrária na América Latina:
• Revolução Mexicana.
- Primeira Guerra Mundial.
− Revolução Russa.
- A Semana de 22 e o repensar da nacionalidade
• Economia;
• Organização social;
• Organização político-administrativa;
• Manifestações culturais;
146
• Coluna Prestes.
− Crise de 29.
- A Revolução de 30 e o período Vargas (1930-45):
• Leis trabalhistas;
• Voto feminino;
• Ordem e disciplina no trabalho;
• Mídia e divulgação do regime;
• Criação do SPHAN, IBGE;
• Futebol e carnaval;
• Contestações à ordem;
• Integralismo.
- Ascensão do regime totalitário na Europa.
- Movimentos populares na América Latina.
- Segunda Guerra Mundial:
• Participação do Brasil na II Guerra Mundial.
- Populismo no Brasil e na América Latina:
• Cárdenas – México;
• Perón – Argentina
• Vargas, JK, Jânio e João Goulart no Brasil.
- Guerra Fria.
- Independência das colônias afro-asiáticas.
- Construção do Paraná Moderno:
• Governos de: Manoel Ribas, Moyses Lupion, Bento Munhoz da Rocha, Ney
Braga;
• Frentes de colonização do Estado, criação da estrutura administrativa da
COPEL, Codepar, Banestado, Sanepar...
• Movimentos culturais;
• Movimentos sociais no campo e na cidade;
• Ex. revolta dos colonos na década de 50 – sudoeste;
• Os xetá.
- O Regime Militar no Brasil e no Paraná:
147
• Repressão e censura, uso ideológico dos meios de comunicação;
• Uso ideológico do futebol na década de 70;
• O tricampeonato mundial;
• A criação da liga nacional do campeonato brasileiro;
• Cinema novo;
• Teatro;
• Itaipu, Sete Quedas e a questão da terra.
- Os Regimes militares na América Latina:
• Política da boa vizinhança;
• Revolução cubana;
• 11 de setembro no Chile e a disposição de Salvador Allende;
• Censura aos meios de comunicação;
• A copa da Argentina – 1978.
- Movimentos de Contestação no Brasil:
• A resistência armada;
• Tropicalismo;
• Jovem Guarda;
• Novo sindicalismo;
• O movimento estudantil.
- Movimentos de contestação no mundo:
• Maio de 68 – França;
• Movimento negro;
• Movimento hippie;
• Movimento homossexual;
• Movimento feminista;
• Movimento punk;
• Movimento ambiental.
- Paraná no contexto atual – década de 90 e início do século XXI;
- Redemocratização;
• Constituição de 1988;
• Movimentos populares rurais e urbanos;
148
• MST, MNLM (Movimento Nacional de Luta pela Moradia), CUT (Central
Única dos Trabalhadores), Marcha Zumbi dos Palmares, etc..
• Mercosul e ALCA.
- Fim da bipolarização mundial.
• Desintegração do bloco socialista;
• Neoliberalismo;
• Globalização;
• 11 de setembro – EUA.
- África e América Latina no contexto atual.
- O Brasil no Contexto atual.
A comemoração dos “500 anos do Brasil”- análise e reflexão.
METODOLOGIA
A busca pelas noções de identidade no que se refere à construção do
conhecimento histórico torna-se mais evidenciado no estudo da História Regional.
Assim, as atividades em que se busca a construção de noções de cidadania e
identificação com os costumes e conceitos morais, éticos, religiosos, raciais, etc.
devem ser propostas à disciplina. Assim, o trabalho com fontes diversas
possibilita essa identificação do aluno com seu meio, uma vez que ele incita a
pesquisa, o debate e as análises críticas.
Desse modo, o professor fará uma abordagem da divisão temporal a
partir das histórias locais e nacionais que torna possível analisar os componentes
mais complexos das heranças africanas, como a reivindicação dos movimentos
negros a respeito de inserção da cultura africana e afro-brasileira no ensino de
História.
Com isso, o aluno poderá estabelecer relações entre a sociedade
brasileira e as demais, como a indígena, africana e asiática, promovendo a
reflexão sobre sujeitos até então negligenciados pela História, ensinando a
História a partir do conhecimento dos estudantes, ou seja, da micro para a macro-
história. Para isso será trabalhado a História Afro-Brasileira e indígena de acordo
com as leis 10639/03 e lei 11645/08 em diversos conteúdos, e em todas as
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séries, conforme relação de conteúdos, ressaltando a importância de ambos os
povos para a construção do país tanto economicamente como culturalmente.
“Segundo Chartier (…) o conceito de cultura (…) denota um padrão,
transmitido historicamente de significados corporizados em símbolos, um sistema
de concepção herdados, expressas em formas simbólicas, por meio das quais os
homens se comunicam, perpetuam e desenvolvem o seu conhecimento e as
atitudes perante a vida.” (1987, p.67. In DCE 2008 p.52)
Estudar a História do Brasil e as histórias locais relacionadas à História
Mundial, entendendo para além da História européia, permite questionar com o
aluno as ideias históricas permeadas de preconceitos que são difundidas pelos
meios de comunicação de massa. A partir da valorização de novas narrativas
históricas é possível construir ideias históricas sistematizadas em um diálogo
cognitivo com o outro. Essa proposta possibilita a abordagem da história regional,
o que atende a Lei n. 13381/01, a qual torna obrigatória, no Ensino Fundamental
e Médio da Rede Pública Estadual, o trabalho com os conteúdos de História do
Paraná.
Vale lembrar, que a lei 13381/01, no inciso 2º, a aprendizagem dos
conteúdos curriculares, deverá oferecer abordagens e atividades, promovendo a
incorporação dos elementos formadores da cidadania paranaense, partindo do
estudo das comunidades, municípios e microrregiões.
Embora a proposta pedagógica de História para o Ensino Fundamental
parta das Histórias locais e do Brasil para a História Geral, não se pode impor
esta relação quando as condições históricas não permitem.
No processo de aprendizagem, o aluno deverá ter estímulo para discernir
limites e possibilidades de atuação na permanência ou transformação,
comparando presente e passado percebendo-se como agente transformador da
sociedade, assim como, por exemplo, os problemas ambientais produzidos pela
sociedade no decorrer do tempo, para isso, a disciplina de História irá trabalhar
em diversos conteúdos de acordo com a Lei 9795/99, art.2º. A educação
ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional,
devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades
do processo educativo em caráter formal e não formal, voltada para conservação
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do meio ambiente e a sustentabilidade do planeta, desse modo, trabalhando
também com a conscientização dos mesmos sobre as ações de preservação do
meio ambiente que podemos realizar em nosso dia a dia.
Como a produção histórica é feita pelo Homem e as alterações do meio
ambiente também, a disciplina de História estará trabalhando a questão ambiental
desde os primórdios até os dias atuais, quando o homem surgiu e passou a
coletar, caçar, plantar, destruição da mata Atlântica, pau-brasil, no Paraná as
indústrias madeireiras, a industrialização que acelerou ainda mais este processo,
até os dias atuais; partindo da macro para micro História.
Através de atividades variadas (individuais, em duplas, em grupos) os
alunos realizarão análise e síntese de texto, filmes, artigos de jornais, revistas e
documentários. As estratégias devem ser voltadas para estimular o trabalho
docente tornando-se mais atraente e dinâmico, estimulando assim a criatividade,
o confronto de idéias e espírito crítico do aluno, o gosto pela leitura e de novas
descobertas, o interesse em adquirir novos conhecimentos em sala, estudo do
meio (visitas a museus, fábricas, cidades históricas, reservas biológicas,
bibliotecas), procurando comparar conhecimento teórico com dados obtidos em
campo.
Os educandos farão leitura crítica dos conteúdos vinculados aos textos
básicos, trabalho de reflexão e produção, comentários a partir de imagens
(mapas, fotos, obras de arte e desenho), produção de textos conceituais, poéticos
e narrativos a respeito de temas históricos, confecção de jornais, com matérias
que abordem diferentes tempos históricos que familiarizam os estudantes com
outros tipos de fontes históricas que não o texto. Além disso, utilizando os
recursos tecnológicos disponíveis na Escola, como: computadores, internet,
vídeo, TV multimídia, associada com a TV Paulo Freire, Retroprojetor e DVD.
Outra prática inerente à metodologia é a quebra de paradigmas que são
resquícios da história factual e ortodoxa e história dos vencedores ou estatal, para
tanto é necessária a instrumentação das mais recentes metodologias e teorias
históricas para interpretação desta.
Através do uso contínuo de diversas fontes históricas, o educando poderá
compreender melhor a sociedade contemporânea, e nela situar-se de modo a se
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perceber como agente transformador da sociedade atuante, participativo e
consciente.
Enfim, pretendemos dar ao ensino de História uma ênfase que esteja
vinculada a todas as análises e recortes que se proponham problematizar,
diferenciar, refletir, conscientizar nossos alunos a agirem e se compreenderem
com agentes atuantes na História, bem como sendo parte de um processo que ao
longo dos tempos possibilitou construções e desconstruções, continuidades e
rupturas.
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
A avaliação no ensino de História objetiva-se favorecer a busca da
coerência entre a concepção de História defendida e as práticas avaliativas que
integram o processo de ensino de aprendizagem. Nesta perspectiva, a avaliação
deve estar colocada a serviço da aprendizagem de todos os alunos, de modo que
permeie o conjunto das ações pedagógicas, e não como um elemento externo a
este processo.
Através da avaliação, o professor identifica as apreensões de conteúdo,
conceitos e atitudes, como conquistas dos alunos, comparando o antes, o durante
e o depois. Assim, este caráter diagnóstico possibilita ao professor se auto-avaliar
como docente, refletindo sobre as intervenções metodológicas e buscando outras
possibilidades para atuação no processo de aprendizagem dos alunos.
Através das atividades que possibilitem a apreensão das ideias históricas
dos estudantes em relação ao tema abordado, que permitam desenvolver a
capacidade de síntese e redação de uma narrativa histórica, para que o aluno
possa se expressar desenvolvendo ideias e conceitos históricos, utilizando
ferramentas com linguagens contemporâneas, como: cinema, fotografia, histórias
em quadrinhos, música e televisão, relativos ao conhecimento histórico.
Para que as decisões tomadas a partir da avaliação diagnóstica sejam
mais bem implementadas na continuidade do processo de ensino e
aprendizagem, faz-se necessário que sejam realizadas a partir do diálogo entre
alunos e professores, envolvendo questões relativas aos critérios adotados, a
152
função da avaliação a partir da tomada de decisões a partir do que foi constatado
de forma individual ou coletiva. Assim, o aprendizado e a avaliação, poderão ser
compreendidos como um fenômeno compartilhado, que se dará de modo
contínuo, processual, e diversificado, permitindo uma análise crítica das práticas
que podem ser constantemente retomadas pelo professor e pelos alunos.
Tais critérios não esgotam o processo de avaliação pelo professor de
História. São indicativos a serem enriquecidos para orientar o planejamento das
práticas avaliativas em consonância com estas Diretrizes. Devem, também, estar
articulados à investigação de como as ideias históricas dos estudantes organizam
essas estratégias de interpretação das fontes a partir da construção de narrativas
históricas.
Quanto aos conteúdos Estruturantes, devemos investigar como os
estudantes compreendem as relações de trabalho no mundo contemporâneo, as
suas configurações passadas e a constituição do mundo do trabalho em
diferentes períodos históricos, considerando os conflitos inerentes a essas
relações.
No que diz respeito às relações de poder, precisamos investigar como os
alunos compreendem essas relações que se apresentam em todos os espaços
sociais. Também deve diagnosticar como eles identificam, localizam os espaços
decisórios e os processos históricos que as constituíram.
Já com às Relações Culturais, devemos investigar se os estudantes
reconhecem a si e aos outros como construtores de uma cultura comum,
consideradas as especificidades de cada grupo social e as relações entre eles.
Percebendo como eles compreendem a constituição das experiências culturais
dos sujeitos ao longo do tempo e das permanências e mudanças nas diversas
tradições e costumes sociais.
A avaliação da disciplina de História considera três aspectos principais: a
investigação e a apropriação de conceitos históricos pelos estudantes, a
compreensão das relações da vida humana (Conteúdos Estruturantes) e o
aprendizado dos conteúdos básicos/temas históricos e específicos.
Retomar a avaliação com os alunos permite ainda situá-los como parte de
um coletivo, onde a responsabilidade pelo e com o grupo seja assumida com vista
aprendizagem de todos.
153
Como os alunos possuem ritmos e outras características diferenciadas,
também temos que diversificar esses instrumentos de avaliação, pois existem
alunos que são portadores de necessidades especiais e merecem uma avaliação
diferenciada.
Para o desenvolvimento do pensamento crítico, a avaliação deverá propor
situações que permitam aos alunos estabelecerem relações entre sociedades
estudadas, detectando as semelhanças e diferenças, exercitando assim a
reflexão acerca das mudanças e permanências que se estabelecem entre
temporalidade distintas. Vale lembrar que como existem diferenças de
aprendizagem, o aluno tem o direito de repensar o conteúdo para descobrir os
próprios erros e reconstruir o conhecimento através da recuperação.
A seguir alguns critérios a serem observados pelo professor que permitam
analisar se os conteúdos e conceitos históricos sejam assimilados pelos alunos,
para isso o professor deve perceber como os mesmos:
− entendem a experiência humana, os sujeitos e suas relações com o outro
no tempo; a cultura local e a cultura comum;
− percebem que a História, enquanto ciência humana, é feita de
interpretações e, portanto, apresenta certa subjetividade que deve ser
constantemente submetida à crítica, sobretudo porque o controle da memória
social é uma estratégia de poder;
− Valorizam a memória, a História de suas comunidades, para que
compreendam “seu lugar” no mundo e possam lutar pela valorização de sua
identidade cultural e pela ampliação dos seus direitos;
− analisam a constituição histórica do mundo do campo e do mundo do
campo; as relações entre campo e cidade.
− Relacionam a produção histórica com uma cronologia, sendo críticos na
análise de documentos;
− Compreendem que a Revolução Industrial não é um fenômeno meramente
técnico, mas, sobretudo, voltado ao controle e disciplinarização dos trabalhadores
subordinando-os à lógica do capital;
− Entendem como as relações do mundo do trabalho que estruturam as
diversas sociedades no tempo (sociedades indígenas, escravocrata, servil e
assalariado). A luta de classes na sociedade capitalista; as lutas pelos direitos
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trabalhistas. O trabalho e a vida em sociedade e o significado do trabalho em
diferentes sociedades; as três ordens do imaginário feudal; o entretenimento na
corte e nas feiras; o fim da escravidão, o surgimento das fábricas e as condições
de vida do trabalhador;
− Desenvolvem uma postura crítica diante das desigualdades sociais e
privilégios concedidos a grupos dominantes;
− analisam o trabalho na modernidade, a classe trabalhadora/capitalista no
campo e na cidade, a crise da produção em 1929; o desenvolvimento da ciência e
tecnologia;
− Entendem a formação do Estado; das instituições sociais; guerras e
revoluções; dos movimentos sociais; guerras e revoluções sociais;
− compreendem que o conhecimento histórico é produzido com base em um
método de problematização de diferentes fontes documentais, a partir das quais,
o pesquisador produz a narrativa histórica;
− refletem o respeito da diversidade étnico-racial, religiosa, social e
econômica, a partir do conhecimento dos processos históricos que os
constituíram;
− Analisam as condições políticas, econômicas, sociais e culturais que
favoreceram a eclosão do processo histórico emblemático do início da época
contemporânea, bem como, a importância deste processo como referência nas
lutas contra os regimes autoritários;
− compreendem a História como prática social, da qual participam como
sujeitos históricos de seu tempo;
− reconhecem que o conceito de tempo foi construído de forma a permitir
o estudo das diferentes dimensões e contextos históricos propostos para este
nível de ensino.
Desse modo, deseja-se que ao final do trabalho na disciplina de História,
os alunos tenham condições de identificar processos históricos, reconhecerem
criticamente as relações de poder neles existentes, bem como intervirem no
mundo histórico em que vivem de modo a se fazerem sujeitos da própria História.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
155
KINAPIK, MárciaCordeiro. Movimentos Populares no Paraná: 10 Anos
Construindo Vida. Paraná. Editora Gráfica Popular.
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares de
História. Paraná: 2009.
SHIMIDT, M. Nova história crítica. São Paulo: Nova Geração, 2005.
SILVA, F. A. Século XX: a caminho do terceiro milênio. São Paulo: Editora
Moderna, 2001.
SORTEGAGNA, Adalberto. REZENDE, Claudio J. TRICHES, Rita Inocêncio.
Paraná Espaço e Memória. Paraná Editora Bagozzi.
SOUZA, Ana Inês. CEFURIA, 25 ANOS FAZENDO HISTÓRIA POPULAR.
Paraná – Editora Gráfica Popular, 2006.
VICENTINO, C. Viver a história. São Paulo: Scipione, 2002.
Referências on line:
Portal dia a dia educação/ História.seed.pr.gov.br
www.sohistoria.com.br
www.antiguidadeclassica.com
www.museuhistoricodopioneiro.blogspot.com
8.7 LÍNGUA PORTUGUESA:
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
No início da colonização portuguesa no Brasil (a partir da descoberta em
1500), o tupi (mais precisamente, o tupinambá, uma língua do litoral brasileiro da
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família tupi-guarani) foi usado como língua geral na colônia, ao lado do português,
principalmente graças aos padres jesuítas que haviam estudado e difundido a
língua. Em 1757, a utilização do tupi foi proibida por uma Provisão Real; mas, a
essa altura, já estava sendo suplantado pelo português em virtude da chegada de
muitos imigrantes da metrópole. Com a expulsão dos jesuítas em 1759, o
português fixou-se definitivamente como o idioma do Brasil. Da língua indígena, o
português herdou palavras ligadas à flora e à fauna (abacaxi, mandioca, caju,
tatu, piranha), bem como nomes próprios e geográficos. Com o fluxo de escravos
trazidos da África, a língua falada na colônia recebeu novas contribuições. A
influência africana no português do Brasil, que em alguns casos propagou-se
também à Europa, veio principalmente do iorubá, falado pelos negros vindos da
Nigéria (vocabulário ligado à religião e à cozinha afro-brasileiras), e do quimbundo
angolano (palavras como caçula, moleque e samba).
Um novo afastamento entre o português americano e o europeu aconteceu
quando a língua falada no Brasil colonial não acompanhou as mudanças
ocorridas no falar português (principalmente por influência francesa) durante o
século XVIII, mantendo-se fiel, basicamente, à maneira de pronunciar da época
da descoberta. Uma reaproximação ocorreu entre 1808 e 1821, quando a família
real portuguesa, em razão da invasão do país pelas tropas de Napoleão
Bonaparte, transferiu-se para o Brasil com toda sua corte, ocasionando um
reaportuguesamento intenso da língua falada nas grandes cidades. Após a
independência (1822), o português falado no Brasil sofreu influências de
imigrantes europeus que se instalaram no centro e sul do país. Isso explica certas
modalidades de pronúncia e algumas mudanças superficiais de léxico que
existem entre as regiões do Brasil, que variam de acordo com o fluxo migratório
que cada uma recebeu. No século XX, a distância entre as variantes, portuguesa
e brasileira do português aumentou em razão dos avanços tecnológicos do
período: não existindo um procedimento unificado para a incorporação de novos
termos à língua, certas palavras passaram a ter formas diferentes nos dois países
(comboio e trem, autocarro e ônibus, pedágio e portagem). Além disso, o
individualismo e nacionalismo que caracterizam o movimento romântico do início
do século intensificaram a literatura nacional expressa na variedade brasileira da
língua portuguesa, argumento retomado pelos modernistas que defendiam, em
157
1922, a necessidade de romper com os modelos tradicionais portugueses e
privilegiar as peculiaridades do falar brasileiro.
A abertura conquistada pelos modernistas consagrou literariamente a
norma brasileira. A fala popular brasileira apresenta uma relativa unidade, maior
ainda do que a da portuguesa, o que surpreende em se tratando de um país tão
vasto. A comparação das variedades dialectais brasileiras com as portuguesas
leva à conclusão de que aquelas representam em conjunto um sincretismo
destas, já que quase todos os traços regionais ou do português padrão europeu
que não aparecem na língua culta brasileira são encontrados em algum dialeto do
Brasil. A insuficiência de informações rigorosamente científicas sobre as
diferenças que separam as variedades regionais existentes no Brasil não permite
classificá-las em bases semelhantes às que foram adotadas na classificação dos
dialetos do português europeu. Existe, em caráter provisório, uma proposta de
classificação de conjunto que se baseia - como no caso do português europeu -
em diferenças de pronúncia (basicamente no grau de abertura na pronúncia das
vogais, como em pegar, onde o "e" pode ser aberto ou fechado, e na cadência da
fala). Segundo essa proposta, é possível distinguir dois grupos de dialetos
brasileiros: o do Norte e o do Sul.
A linguagem é considerada como capacidade humana de articular
significados coletivos e compartilhá-los, em sistemas arbitrários de representação,
que variam de acordo com as necessidades e experiências da vida em sociedade.
Nas interações sociais, as relações comunicativas da língua tornam-se dialógicas
e permitem adequação de sentidos, relações, compreensões. Pela linguagem se
expressam ideias, pensamentos e intenções, estabelecem-se relações
interpessoais anteriormente inexistentes e se influencia o outro, alterando suas
representações da realidade e da sociedade e o rumo de suas relações. Em
outras palavras, tudo o que dizemos, dizemos a alguém e é esse interlocutor,
presente ou não no ato da nossa fala que acaba por determinar aquilo que vamos
dizer. Nossas palavras dirigem-se a interlocutores concretos, isto é, pessoas que
ocupam espaços bem definidos na estrutura social. Mais do que isso, as nossas
ideias sobre o mundo se constroem nesse complexo de interação. Vale dizer:
aquilo que pensamos sobre o real está diretamente vinculado aos horizontes do
grupo social e da época a que pertencemos. Com isso, queremos dizer que a
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palavra adquire o sentido que o contexto social e histórico lhe confere. Nessa
concepção de linguagem, a língua é resultante de um trabalho coletivo e histórico.
Assim, para trabalhar com a linguagem dentro da disciplina propomos que
se opte em ensinar a ler, a escrever e a oralidade. O trabalho com a gramática
será feito na perspectiva do uso da funcionalidade dos elementos gramaticais. A
gramática normativa, por sua vez, terá que ser domínio do professor, que é o
responsável pela criação de situações, ao nível da prática, em que os alunos
deverão incorporar de modo cada vez mais elaborado, a gramática da língua
culta. O cerne do trabalho de língua portuguesa deve constituir-se na
compreensão dos fatos linguísticos e não na nomenclatura e classificação dos
mesmos. A educação comprometida com o exercício da cidadania precisa criar
condições para que o aluno possa desenvolver sua competência discursiva, isto
é, tornar – aluno capaz de utilizar a língua de modo variado e adequar o texto a
diferentes situações de interlocução oral e escrita. Desse modo a unidade básica
do ensino será o texto, porque os textos organizam-se dentro de certas restrições
de natureza temática, composicional e estilística, que os caracteriza como
pertencentes a este ou aquele gênero. O estudo literário segue o mesmo
caminho.
O processo de ensino aprendizagem de Língua Portuguesa e Literatura
baseiam-se em propostas interativas, língua/linguagem, consideradas em um
processo discursivo de construção do pensamento simbólico, constitutivo de cada
aluno em particular e da sociedade em geral. Essa concepção destaca a natureza
social e interativa de linguagem, em contraposição às concepções tradicionais. O
objetivo é o desenvolvimento e sistematização da linguagem interiorizada pelo
aluno, incentivando a verbalização da mesma e o domínio de outras utilizadas em
diferentes esferas sociais. O estudo da gramática passa ser uma estratégia para
compreensão / interpretação / produção de textos e a literatura integra-se à área
de leitura. A interação é que faz com que a linguagem seja comunicativa. Toda
interação vai trazer nova construção de significados, assim exige-se, por parte de
professores e alunos, a capacidade de avaliar-se perante a si mesmo e ao outro,
fazendo com que surja o aprender a aprender, aprender a escolher, sustentar as
escolhas, no processo de verbalização, em que processos cognitivos são
ativados, no jogo dialógico do “eu” e do “outro”. Os papéis dos interlocutores, a
159
avaliação que se faz do “outro” e a expressão dessa avaliação em contextos
comunicativos devem ser partes dos estudos da língua e assim pode-se falar em
adequação da linguagem a situações de uso. Pela linguagem os homens e as
mulheres se comunicam, têm acesso a informações, expressam e defendem
pontos de vista, partilham ou constroem visões de mundo, produzem cultura.
Com base na Lei nº 10.639/2003, o trabalho de Língua Portuguesa refletirá
sobre a influência e a importância da história e cultura Afro-Brasileira e das
Africanidades na formação da cultura brasileira.
OBJETIVOS GERAIS
• - Familiarizar-se com diferentes gêneros discursivos oriundos das mais
variadas práticas sociais (literatura, jornalismo, divulgação científica,
publicidade...).
• - Desenvolver uma atitude de leitor/a crítico/a, o que significa, entre outros
aspectos, perder a ingenuidade diante do texto dos outros, percebendo que atrás
de cada texto há um sujeito, com certa experiência histórica, com um determinado
universo de valores, com uma intenção.
• - Compreender, de forma integrada, a linguagem verbal e as outras
linguagens (as artes visuais, a música, o cinema, a fotografia, a televisão, a
publicidade, a charge, os quadrinhos, a infografia) observando que todas são
atividades sócio-interacionais entre sujeitos históricos e suas especificidades.
• - Criar uma rede para as múltiplas leituras do mundo para a compreensão
e apreensão do potencial expressivo da linguagem.
• - Identificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor
de um texto oral.
• - Amadurecer o falar com segurança e fluência em situações formais.
• - Reconhecer a intenção do discurso do outro possibilitando uma escuta
respeitosa, uma enunciação clara e sustentada de opiniões e abertura para novos
argumentos e pontos de vista.
• - Reconhecer as diferentes formas de tratar uma informação na
comparação de textos que tratam do mesmo tema, considerando as condições de
produção e recepção.
160
• - Desenvolver as habilidades de uso da língua escrita em situações
discursivas realizadas por meio de práticas textuais, considerando-se os
interlocutores, os seus objetivos, o assunto tratado, os gêneros e suportes
textuais e o contexto de produção-leitura.
• - Refletir sobre os textos que leem, escrevem, falam ou ouvem, intuindo, de
forma contextualizada, as características de cada gênero e tipo de texto, assim
como os elementos gramaticais empregados na organização do discurso ou texto
e a variedade linguística.
• - Desenvolver o interesse e autonomia na leitura e escrita como fontes de
informação, aprendizagem, lazer e arte.
• - Realizar sempre uma ação reflexiva sobre a própria linguagem,
integrando as práticas socio-verbais e o pensar sobre elas.
• - Reconhecer as diferentes formas de dizer e que isso é uma
representação da realidade social e histórica, isto é , a variação sócio-
linguística.
• - Abordar os temas gramaticais por meio de diferentes trajetos,
combinando percursos mais intuitivos que estimulam a capacidade de observação
dos fenômenos da língua e percursos mais expositivos que estimulam a
construção de um saber mais sistematizado daqueles mesmos fenômenos.
• - Perceber a dinâmica histórico-cultural do fazer literário, sua vinculação
com sua conjuntura, mas, acima de tudo, perceber que a literatura transcende os
limites do seu tempo.
• - Propor atividades de revisão e reelaboração de textos.
CONTEÚDO ESTRUTURANTE
O conteúdo estruturante se relaciona com o momento histórico-social e
assume a concepção de linguagem como prática que se efetiva nas diferentes
instâncias sociais, sendo assim, o Conteúdo Estruturante da disciplina que atende
a essa perspectiva é o discurso como prática social. Este desdobra-se no
trabalho didático-pedagógico com a disciplina de Língua Portuguesa/Literatura.
161
CONTEÚDOS BÁSICOS
5ª.SÉRIE
Gêneros discursivos a serem trabalhados: conto popular em prosa e
versos, conto de fadas, música, fotos, publicidade comercial, história em
quadrinho, notícia, texto de opinião, carta do leitor, adivinhas, lenda, fábula,
exposição oral, receita, verbetes, bilhete, regras de jogo, folder, anedotas e
outros.
Leitura
- Tema do texto;
• Interlocutor;
• Finalidade;
• Aceitabilidade do texto;
• Informatividade;
• Discurso direto e indireto;
• Elementos composicionais do gênero;
• Léxico;
• Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no
texto, pontuação, recursos gráficos (aspas, travessão, negrito) figuras de
linguagem.
Oralidade
- Tema do texto;
- Finalidade;
- Argumentatividade;
- Papel do locutor e interlocutor;
- Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos ...;
- Adequação do discurso ao gênero;
- Turnos de fala;
- Variações linguísticas;
162
- Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetições, recursos
semânticos.
Escrita
- Tema do texto;
- Finalidade do texto;
- Argumentatividade;
- Informatividade;
• Discurso direto e indireto;
• Elementos composicionais do gênero;
- Divisão do texto em parágrafos;
- Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,
pontuação, recursos gráficos (aspas, travessão, negrito) figuras de linguagem;
- Acentuação gráfica;
- Ortografia;
- Concordância verbal e nominal.
6ª SÉRIE
Gêneros discursivos a serem trabalhados: conto, crônica, diário, biografia e
autobiografia, relato de experiências, poemas, notícia, reportagem, artigo de
opinião, relato pessoal, relato de experiências vividas, mapas, publicidade
comercial e institucional, fotos, pinturas, entrevista, narrativas de aventura, terror
e humor, cartum, textos dramáticos, relatos de experiências científicas, resumo.
Leitura
- Tema do texto;
- Interlocutor;
- Finalidade do texto
- Informatividade;
- Aceitabilidade;
- Situacionalidade;
- Intertextualidade;
- Informações explícitas e implícitas;
163
- Discurso direto e indireto;
- Elementos composicionais do gênero;
- Repetição proposital de palavras;
- Léxico;
- Ambiguidade;
- Marcas linguísticas: coesão, coerência, funções da classes gramaticais no
texto, pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão,negrito), figuras de
linguagem.
Oralidade
- Tema do texto;
- Finalidade;
- Papel do locutor e interlocutor;
- Elementos extralinguístico: entonação, pausas, gestos,etc;
- Adequação do discurso ao gênero;
- Turnos da fala;
- Variações linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição;
- Semântica.
Escrita
- Tema do texto;
- Interlocutor;
- Finalidade do texto
- Informatividade;
- Discurso direto e indireto;
- Processo de formação de palavras;
- Acentuação gráfica;
- Ortografia;
- Concordância verbal/nominal
- Marcas linguísticas: coesão, coerência, funções da classes gramaticais no
texto, pontuação, recursos gráficos como (aspas, travessão, negrito), figuras de
linguagem.
164
7ª. SÉRIE
Gêneros discursivos a serem trabalhados: contos, letras de músicas,
romances, crônica, artigo de opinião, publicidade comercial e institucional,
resumo, resenha crítica, slogan, infográfico, fotos, poemas, pinturas, textos de
humor, texto argumentativo, carta de leitor, seminário, estatuto, debate, charge,
entrevistas, rótulos e embalagens, receitas, e outros.
Leitura
- Interlocutor;
- Conteúdo temático;
- Intencionalidade do texto;
- Informatividade;
- Aceitabilidade;
- Situacionalidade;
- Intertextualidade;
- Vozes sociais presentes no texto;
- Elementos composicionais do gênero;
- Relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto;
- Marcas linguísticas: coesão, coerência, funções das classes gramaticais
no texto, pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão,negrito);
- Semântica;
- Operadores argumentativos;
- Ambiguidade;
- Sentido denotativo e conotativo das palavras no texto;
- Expressões que denotam ironia e humor no texto.
Oralidade
- Conteúdo temático;
- Finalidade;
- Aceitabilidade do texto;
- Informatividade;
- Papel do locutor e interlocutor;
165
- Elementos extralinguístico: entonação, expressão facial, corporal e
gestual, etc;
- Adequação do discurso ao gênero;
- Turnos da fala;
- Variações linguísticas (lexicais, semânticas, prosódias,entre outras
- Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição;
- Elementos semânticos;
-Adequação da fala ao contexto( uso dos conectivos, gírias,repetições, etc);
- Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e escrito.
Escrita
- Conteúdo temático;
- Interlocutor;
- Finalidade do texto
- Informatividade;
- Intertextualidade;
- Situacionalidade;
- Vozes sociais presentes no texto;
- Elementos composicionais do gênero;
- Relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto;
- Concordância verbal/nominal;
- Marcas linguísticas: coesão, coerência, funções da classes gramaticais no
texto, pontuação, recursos gráficos como aspas, travessão, negrito.
8ª. SÉRIE
Gêneros discursivos a serem trabalhados: crônica, conto, romances,
entrevista oral e escrita, editorial, artigo de opinião, música, pintura, poema, tiras,
publicidade comercial, institucional e oficial, notícia, infográfico, narrativas de
enigma, aventura, ficção científica, manifesto, textos dramáticos, paródias,
sinopses de filmes, resenha crítica, charge, cartuns, infográfico, e outros.
Leitura
- Conteúdo temático;
- Interlocutor;
166
- Intencionalidade do texto;
- Aceitabilidade do texto;
- Informatividade;
- Situacionalidade;
- Intertextualidade;
- Temporalidade;
- Discurso ideológico presente no texto;
- Vozes sociais presentes no texto;
- Elementos composicionais do gênero;
- Relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto;
- Partículas conectivas do texto;
- Progressão referencial no texto;
- Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no
texto, pontuação, recursos gráficos como aspas, travessão, negrito;
- Semântica :
- Operadores argumentativos;
- Polissemia;
- Sentido conotativo e denotativo;
- Expressões que denotam ironia e humor no texto
Oralidade
- Conteúdo temático;
- Finalidade;
- Aceitabilidade do texto;
- Informatividade;
- Papel do locutor e interlocutor;
- Elementos extralinguísticos: entonação, expressão facial, corporal,
gestual, pausas...;
- Adequação do discurso ao gênero;
- Turnos de fala;
- Variações linguísticas (lexicais, semânticas, prosódicas entre outras);
- Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetições, conectivos.
- Semântica;
167
- Adequação da fala ao contexto (uso de conectivos, gírias, repetições,
etc.);
- Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito.
Escrita
- Conteúdo temático;
- Interlocutor;
• Intencionalidade do texto;
• Informatividade;
• Situacionalidade;
• Intertextualidade;
• Temporalidade;
• Vozes sociais presentes no texto;
• Elementos composicionais do gênero;
• Relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto;
• Partículas conectivas do texto;
• Progressão referencial no texto;
• Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais
no texto, pontuação, recursos gráficos como aspas, travessão, negrito;
• Sintaxe de concordância;
• Sintaxe da regência;
• Processo de formação das palavras;
• Vícios da linguagem;
• Semântica: operadores argumentativos, modalizadores, polissemia.
METODOLOGIA
O cerne do ensino em Língua Portuguesa se constitui no trabalho com o
texto. Este deverá ser entendido como um material verbal, produto de uma
determinada visão de mundo, de uma intenção e de um momento de produção. O
núcleo do trabalho do professor será criar situações de contato com visões do
168
real, via texto, para que o aluno desenvolva um controle sobre os processos
interacionais.
É importante, nesse sentido, trazer para a sala de aula todo o tipo de texto
literário, informativo, dissertativo, publicitário, colocando estas linguagens em
confronto, não apenas as suas formas particulares, mas o conteúdo veiculado por
elas.
A ação pedagógica pauta-se numa postura interlocutiva, vivenciada
oralmente e por escrito, por meio de atividades planejadas para que o aluno
expresse suas idéias, experiências, conhecimento, sentimentos, etc., na fala e na
escrita, tanto quanto reflita sobre o uso da linguagem em diferentes contextos e
situações.
O trabalho de Língua Portuguesa, nesse contexto, realiza-se a partir da
prática de oralidade, leitura, escrita, apresentados a seguir:
• Apresentação de temas variados, histórias de família, da comunidade, filmes,
livros;
• Depoimentos sobre situações significativas vivenciadas pelo próprio aluno;
• Uso do discurso oral para emitir opiniões, justificar ou defender opções
tomadas, colher e dar informações, fazer e dar entrevistas, apresentar resumos,
expor programações, dar avisos, fazer convites, entre outros;
• Confronto entre os mesmos níveis de registros de forma a constatar as
similaridades e diferenças entre as modalidades oral e escrita;
• Relato de acontecimentos, mantendo a unidade temática;
• Debates, seminários e outras atividades que possibilitem o desenvolvimento
da argumentação;
• Análise de entrevistas televisivas ou radiofônicas, observando as pausas, as
hesitações, truncamentos, mudanças de construção textual, grau de formalidade,
entre outras comparações;
Nessas e em outras atividades que envolvem o discurso oral, devem ser
enfatizadas as similaridades e diferenças que precisam ser refletidas sobre a
modalidade oral e escrita. É fundamental saber ouvir, escutar com atenção e
respeitar os mais diferentes interlocutores.
A leitura é uma maneira de exercitar a atenção, a memória e o
pensamento, requisitos necessários para a efetiva aprendizagem. Formar leitores
169
competentes é formar as bases para que as pessoas continuem a aprender
durante toda a vida, é instrumentalizá-las para o exercício da cidadania, é
combater a alienação, a ignorância.
Por isso, a leitura na escola precisa ser vista como uma prática consistente
do leitor perante a realidade. É uma interação em que o autor e o leitor,
constroem os sentidos de um texto, o que significa que, para o fenômeno da
compreensão, este traga sua experiência sócio-cultural determinando, assim,
leituras diferentes para cada leitor e, também, para um mesmo leitor, conforme
seus conhecimentos, interesses e objetivos naquele momento.
Um texto fornece várias informações, conhecimentos, opiniões, que
favorecem a reflexão e ampliação de sentido sobre o que foi lido. Assim, é
importante que a leitura seja vista em função de uma concepção interacionista de
linguagem, segundo a qual, busca-se formar leitores no âmbito escolar. Segundo
Bakhtin (1986), o texto deve ser entendido como um veículo de intervenção no
mundo.
Algumas estratégias, na escola, favorecem o envolvimento com a leitura:
cercar os alunos de livros que possam ser folheados; proporcionar ambiente
atrativo; ler trechos de obras; ilustrar textos lidos; leitura de obras prediletas;
produzir textos sobre o que foi lido; discutir o título e as ilustrações da história;
encontrar músicas relativas ao texto; criar momentos em que os alunos exponham
suas ideias, opiniões e experiências de leitura, escolher e trabalhar a leitura de
forma não repetitiva.
Será importante contemplar, ainda, na formação do leitor, as linhas que
tecem a leitura, as quais Yunes (1995) aponta: a memória, a intersubjetividade, a
interpretação, a fruição e a intertextualidade.
O objetivo será realizar um trabalho com a leitura de modo que o aluno seja
capaz de enxergar os implícitos e perceber as reais intenções que cada texto traz.
Obviamente, a disciplina de Língua Portuguesa não se concentrará
apenas nas atividades de leitura dos textos em linguagem verbal. Oferecerá aos
estudantes uma experiência de leitura de outras linguagens, considerando, de um
lado, que somos seres de múltiplas linguagens; e, de outro, que a sociedade
contemporânea amplificou a circulação de textos nas mais variadas linguagens,
exigindo uma múltipla capacidade de leitura de seus cidadãos e cidadãs. Por isso,
170
serão realizadas atividades que integram a leitura do material verbal com a
música, o cinema, a infografia, etc.
As atividades de interpretação de texto apresentarão questões que levarão
os educandos a construir sentido para o que leem, que os façam retomar os
textos, quantas vezes houver necessidade, para uma leitura de fato
compreensiva.
Na escolha dos textos será levado em consideração as experiências de
leitura dos alunos, os horizontes de expectativas deles e as sugestões sobre
textos que gostariam de ler, para, então, oferecer textos cada vez mais
complexos, que possibilitem ampliar suas leituras.
Quanto à leitura de textos em linguagem verbal, é importante deixar claro
que, jamais se pode descuidar da relação dos alunos com o texto literário. Além
de merecer uma abordagem que dê destaque às suas especificidades, os textos
literários abrirão um espaço para um trabalho integrado com textos verbais
oriundos de outras esferas da atividade humana como, por exemplo, o jornalismo
ou a divulgação científica, criando uma rede para múltiplas leituras do mundo e
para compreensão e apreensão do potencial expressivo da linguagem. Os textos
literários também permitirão um trabalho integrado com outras linguagens como
artes plásticas, música, cinema, criando condições para a percepção do fazer
artístico geral, seja de suas especificidades, seja de suas dimensões histórico-
culturais.
O trabalho com a literatura em sala de aula permite que o aluno perceba
seu papel na interação com o texto, uma vez que este carrega em si ideologias.
Esta abordagem pode contemplar diferentes gêneros textuais, assim como
diferentes meios de comunicação como a televisão, cinema, teatro.
Além dos literários, pode-se contemplar também os textos de imprensa:
notícias; editoriais, artigos, reportagens, entrevistas, textos lúdicos (trava-línguas,
quadrinhas, adivinhas, parlendas e piadas). Verbetes enciclopédicos, relatórios,
artigos e textos didáticos precisam também ser trabalhados.
O trabalho referente às Leis: 11.645 “História e Cultura Afro-Brasileira e
Indígena”, Lei 13.381/01 “História do Paraná” e Lei 9.795/99 “ Meio Ambiente”
será desenvolvido através de leituras de textos literários e não literários, bem
como exibição de documentários e filmes diversos.
171
O objetivo principal desse encaminhamento é a formação de leitores, por
isso o professor não escolherá apenas obras canônicas da literatura para o
trabalho em sala de aula, não ficando preso somente à linha do tempo da
historiografia.
O professor instigará, no aluno, a compreensão das semelhanças e
diferenças, dependendo do gênero, do contexto de uso e da situação de
interação, dos textos orais e escritos, a percepção da multiplicidade de usos e
funções da língua, o reconhecimento das diferentes possibilidades de ligações e
de construções textuais, a reflexão sobre essas e outras particularidades
linguísticas observadas no texto, conduzindo-o às atividades epilinguísticas e
metalinguísticas, à construção gradativa de um saber linguístico mais elaborado,
a um falar sobre a língua.
Para a realização desses trabalhos serão utilizados recursos tecnológicos
como: TV multimídia, pendrive, computador, internet, rádio, CD , DVD...
A prática da produção textual constitui um ato linguístico fundamental na
aprendizagem da língua. É preciso que os alunos se envolvam com os mais
diversos textos que produzem, assumindo de fato a autoria do que escrevem. Ao
se perceber como autor, o aluno poderá aprimorar sua condição de escritor. Este
contato do aluno com a produção escrita de diferentes tipos textuais permite-lhe
ampliar o próprio conceito de gênero.
O envolvimento do aluno e do professor com a escrita é um processo que
acontece em vários momentos: o da motivação para a sua produção; o da
reflexão que precede e acompanha todo o desenvolvimento da produção; o da
revisão, reestruturação e reescrita do texto, que também acaba se constituindo
num momento de reflexão.
Durante a revisão do texto, como situação didática, o professor seleciona
em quais aspectos pretende que os alunos se concentrem, uma vez que não é
possível tratar de todos ao mesmo tempo.
Assim, na interação com os mais variados textos, pela ação do professor e,
principalmente, pela atividade de ler e escrever que o aluno vai se apropriar das
especificidades que caracterizam a modalidade escrita de linguagem.
AVALIAÇÃO
172
A avaliação deve ser diagnóstica, sistemática e contínua, sendo o
rendimento dos alunos avaliado pela totalidade de sua produção oral e escrita.
Serão observados aspectos como a adequação genérica e contextual das
produções e a progressão sistemática do domínio da língua escrita e das formas
orais de linguagem, ou seja, mais precisamente a leitura.
A avaliação deve considerar o processo de crescimento do aluno. Esse
crescimento deverá ser observado nas atitudes e habilidades necessárias ao seu
desempenho como leitor e produtor.
Diferentemente do que ocorre no ensino tradicional, privilegia-se hoje a
avaliação do processo de aprendizagem como um todo, durante seu
desenvolvimento. Em função disso, ao propor determinada atividade, o professor
precisa ter muita clareza sobre suas intencionalidades bem como sobre os
critérios que utilizará para avaliar seus resultados.
A disciplina de Língua Portuguesa, pela riqueza de atividades que oferece,
permite uma variedade de instrumentos de avaliação.
Nessa perspectiva, a oralidade será avaliada, primeiramente, em função da
adequação do discurso/texto aos diferentes interlocutores e situações. Num
seminário, num debate, numa troca informal de ideias, numa entrevista, numa
contação de história, as exigências de adequação da fala são diferentes, e isso
deve ser considerado numa análise da produção oral dos estudantes. Mas é
necessário, também, que o aluno se posicione como avaliador de textos orais
com os quais convive (noticiários, discursos políticos, programas televisivos, etc.)
e de suas próprias falas, mais ou menos formais, tendo em vista o resultado
esperado.
A avaliação da leitura deve considerar as estratégias que os estudantes
empregaram no decorrer da leitura, a compreensão do texto lido, o sentido
construído para o texto, sua reflexão e sua resposta ao texto. Não é demais
lembrar que essa avaliação precisa considerar as diferenças de leituras de mundo
e repertório de experiências dos alunos.
Em relação à escrita o que determina a adequação do texto escrito são as
circunstâncias de sua produção e o resultado dessa ação. É a partir daí que o
173
texto será avaliado nos seus aspectos textuais e gramaticais, levando em conta
critérios diferentes, específicos de cada gênero.
A avaliação dos textos produzidos deve se tornar um processo
transparente, por isso os critérios de avaliação devem ser explícitos e objetivos.
Os textos produzidos serão avaliados de acordo com a adequação à proposta;
conteúdo do texto; adequação à norma-padrão e coesão. Além desses critérios,
tal como na oralidade, o aluno precisa, também aqui, posicionar-se como
avaliador tanto dos textos que o rodeiam quanto de seu próprio texto.
A análise linguística será avaliada sob uma prática reflexiva e
contextualizada levando em conta os elementos linguísticos utilizados nos
diferentes gêneros.
O professor será um constante observador dos problemas de maior
incidência na expressão linguística dos alunos e, com base nesses dados,
estabelecerá novos objetivos e estratégias para certo período, redefinindo
objetivos. Nessa observação feita constantemente pelo professor, ele verificará o
que o aluno aprendeu e se não, por que ocorreu isso e que medidas devem ser
tomadas para reverter a situação.
O professor avaliará o aluno no uso das diferentes linguagens, na
ampliação lexical, no processo argumentativo, nas relações semânticas entre as
partes do texto. Para isso fará uso de instrumentos avaliativos diversificados,
como por exemplo, seminários, debates, trabalhos, discussões, provas orais e
escritas, pesquisas e outros.
Quer seja na oralidade, na leitura, na escrita ou na análise linguística, os
alunos serão avaliados continuamente, permitindo o aperfeiçoamento linguístico
constante.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANTUNES, Irandé. Redimensionando a avaliação. In: Aula de Português:
encontro & interação. São Paulo: Parábola editorial, 2003.
ANDREU, Sebastião. Aprendendo a ler e escrever textos - 5ª a 8ª séries.
Manual do Professor. 1. ed. Curitiba: Nova Didática, 2004.
174
HOFFMANN, Jussara. Avaliação para promover. São Paulo: Mediação, 2000.
LUCKESI, Cipriano. Avaliação da aprendizagem escolar. Cortez,2002.
MARCUSCHI, Luis Antonio. Da fala para a escrita: atividades de retextualização.
6. ed. São Paulo: Cortez, 2005.
SEED. Secretaria do Estado da Educação. Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná: Língua Portuguesa , Curitiba: SEED, 2009
www.diaadiaeducação. pr.gov.br
YUNES, Eliana. Pelo Avesso: a leitura e o leitor. Revista de Letras. Curitiba:
Editora da UFPR, 1995, nº 44, p.185-196.
8.8 MATEMÁTICA:
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
A história da Matemática nos revela que os povos das antigas civilizações
conseguiram desenvolver os primeiros conhecimentos que vieram compor a
Matemática que se conhece hoje.
Por volta de 2000 a.C., os babilônios acumulavam registros do que hoje pode ser
classificado como álgebra elementar.
Nos séculos V e V! a.C., em solo grego, a matemática surge como campo
de conhecimento. Com os pitagóricos ocorreram as primeiras discussões sobre a
importância e o papel matemático no ensino e na formação das pessoas.
Os gregos foram responsáveis por inserir a matemática no contexto
educacional pelo raciocínio abstrato, estabelecendo, uma base racional que
perdurou até o século XV!! d.C. Neste período desenvolveram-se a Aritmética, a
Geometria, a Álgebra e a Trigonometria.
175
Entre os séculos V!!! e !X, o ensino passou por mudanças significativas
com o surgimento das escolas e a organização dos sistemas de ensino.
Após o século XV, com o avanço das navegações, intensificações das
atividades comerciais e, mais tarde, industriais, possibilitaram novas descobertas
na matemática cujos conhecimentos e ensino voltou-se para atividades práticas.
As produções matemáticas do século XV! contribuíram para uma fase de
grande progresso científico e econômico que se aplicou na construção,
aperfeiçoamento e uso produtivo de máquinas e equipamentos, concentrando
estudos na Matemática pura e aplicada.
No Brasil, na metade do século XV!, os jesuítas instalaram colégios
católicos, com uma educação de caráter clássico-humanista o que contribuiu para
o processo pela qual, a matemática viria a ser introduzida como disciplina nos
currículos das escolas brasileiras.
No século XV!!, com a Revolução Industrial, evidenciaram-se diferenças
entre classes sociais e a necessidade de educação para essas classes, de modo
a formar, tanto trabalhadores quanto dirigentes de processo produtivo. A
Matemática então demarcava os programas de ensino da época, uma vez que era
a ciência que daria base de conhecimento para solucionar os problemas de
ordem prática.
Com a vinda da Corte Portuguesa ao Brasil, em 1808, implementou-se a
Matemática nos cursos técnico-militares, sendo dividida em Matemática
Elementar e Matemática Superior.
No final do século X!X e início do século XX, em encontros internacionais,
elaboraram-se propostas pedagógicas que contribuíram para legitimar a
matemática como disciplina escolar e vincular seu ensino com os ideais de
exigências advindos das transformações sociais econômicas dos últimos séculos.
Entre 1900 a 1914, em congressos internacionais, pensou-se um ensino de
matemática que articulasse, numa única disciplina, a Aritmética, a Álgebra, a
Geometria e a Trigonometria.
Perante a um contexto de mudanças, a uma reação contra a estrutura
educacional artificial e verbalizada, a Educação Matemática se torna um campo
fértil e promissor para o ensino da Matemática.
176
Várias tendências influenciaram o ensino de Matemática em nosso país,
muitas fundamentam o ensino de Matemática até hoje, como: formalista clássica,
formalista moderna, tecnicista, construtivista, socioetnocultural e histórico-crítica.
No final da década de 1980, o Estado do Paraná produziu coletivamente
um documento de referência curricular para a rede pública denominada Currículo
Básico. O texto de Matemática teve uma forte influência da pedagogia histórico-
crítica em sua fundamentação teórica.
A partir de 1988 foi distribuído os Parâmetros Curriculares Nacionais, que
para o ensino fundamental apresentavam conteúdos de Matemática.
Em 2003 a SEED em um processo de discussão coletiva com professores
e equipes pedagógicas, constituem as DCEs, as quais resgatam importantes
considerações teórico-metodológicas para o ensino da Matemática.
Nas DCEs assume-se a Educação Matemática como campo de estudo que
possibilita ao professor balizar sua ação docente fundamentada numa ação crítica
que conceba a Matemática como atividade humana em construção.
A natureza é espantosa em sua diversidade. O homem fazendo parte dela,
sempre procurou sob diversas formas, organizar os fenômenos naturais. Uma
dessas formas é a Matemática, a qual pode ser considerada um corpo de
conhecimentos organizados de maneira particular e racional.
Compreender a natureza é um grande desafio ao homem, pois a partir do
momento que ele toma posse dos conhecimentos que a ciência lhe fornece,
adquire assim uma visão nítida, clara e segura dos fenômenos naturais que a
forma e rodeia.
A matemática é apenas um ramo, num imenso universo de conhecimento
que integra as ciências. Porém tanto quanto as demais, ela é uma ferramenta
importantíssima no processo de evolução da humanidade.
A humanidade em seu processo de transformação, foi produzindo os
conceitos, leis e aplicações matemáticas que compõem a matemática como
ciência universal, um bem cultural da humanidade. Sendo organizada por meio de
signos, a matemática torna-se uma linguagem e instrumento importante para
resolução e compreensão de necessidades sociais dentro de cada contexto.
Esses conhecimentos são considerados como instrumento de compreensão e
177
intervenção para a transformação da sociedade: nas relações de trabalho, na
política, na economia, nas relações sociais e culturais.
Através do conhecimento matemático, o homem quantifica, geometriza,
mede e organiza informações. Assim sendo, é impossível não reconhecer o valor
educativo dessa ciência como indispensável para resolução e compreensão de
diversas situações do cotidiano e para além dele.
O conhecimento matemático quando significativo para o aluno, contribui
para o desenvolvimento do senso crítico, na medida que proporciona as
condições necessárias para uma análise mais apurada das informações da
realidade que o cerca e na medida em que esse conhecimento se inter-relaciona
com as demais áreas do conhecimento.
O homem faz uso da matemática, independente do conhecimento escolar,
nas mais diversas atividades humanas, isto é, utiliza-se da matemática não
sistematizada. Nem sempre esta “matemática” permite solucionar e compreender
todos os problemas, sendo em muitas situações, necessários conhecimentos
sistematizados. Junto com as outras áreas do conhecimento, esta ciência ajuda a
humanidade a pensar sobre a vida, revendo a história para compreender o
presente e pensar o futuro.
Por viver numa sociedade de extremos, na qual, por um lado há um
crescimento tecnológico em velocidade crescente e por outro precariedades, cabe
a matemática, enquanto construção humana, contribuir na aproximação dessas
realidades para que as diferenças sejam minimizadas. A matemática é
fundamental também na medida em que auxilia na utilização das tecnologias
existentes, possibilitando o acesso a espaços profissionais, no que se refere à
criação e ao uso dessas tecnologias.
Educar pela matemática, significa pensar para quem essa educação está
sendo destinada, ou seja, que homens estamos formando? Significa ainda,
pensar o que é necessário elencar de importante para a formação desse homem
e com qual finalidade.
As razões que nos levam a ensinar matemática se resumem na sua
especificidade, na construção do conhecimento e na formação do aluno. Ela é
utilizada como base nos diversos ramos do conhecimento e na formação do
indivíduo, sendo aplicada aos fenômenos do mundo real.
178
OBJETIVOS GERAIS
Muito além da assimilação de conceitos e fórmulas, o ensino da matemática deve
proporcionar aos alunos a aquisição clara, crítica e aplicável de seus
conhecimentos.
Espera-se que se desenvolvam nos educandos habilidades como:
- Integração à sociedade em que vive através dos conhecimentos
adquiridos;
- Medir, relacionar, comparar, classificar, ordenar, sintetizar e
avaliar os fenômenos abordados através da linguagem matemática necessária;
- Análise de gráficos, tabelas bem como sua crítica, interpretação
e construção;
- Desenvolver a capacidade de investigação. Descobrir situações-
problemas, suas origens, relações matemáticas e buscar resoluções;
- Reconhecer a matemática como construção humana
permanente, abordando os aspectos de sua história e relações com o contexto
cultural, social, político e econômico;
- Promover a realização pessoal diante ao sentimento de
segurança em relação as suas capacidades matemáticas, o desenvolvimento de
atitudes de autonomia e cooperação.
- Reconhecer a matemática como construção histórica e relacionar
a história da matemática com a evolução da humanidade.
5ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E BÁSICOS
NÚMEROS E ÁLGEBRA
Sistema de numeração
Números naturais
Múltiplos e divisores
Potenciação e radiciação
Números fracionários
179
Números decimais
GRANDEZAS E MEDIDAS
Medidas de comprimento
Medidas de massa
Medidas de área
Medidas de volume
Medidas de tempo
Medidas de ângulos
Sistema monetário
GEOMETRIAS
Geometria Plana
Geometria Espacial
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO
Dados, tabelas e gráficos
Porcentagem
6ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E BÁSICOS
NÚMEROS E ÁLGEBRA
Números inteiros
Números Racionais
Equação e inequação do 1º grau
Razão e proporção
Regra de três simples
GRANDEZAS E MEDIDAS
Medidas de temperatura
Medidas de ângulos
GEOMETRIAS
Geometria Plana
Geometria Espacial
Geometrias não-euclidianas
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO
180
Pesquisa Estatística
Média e Aritmética
Moda e Mediana
Juros simples
7ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E BÁSICOS
NÚMEROS E ÁLGEBRA
Números Racionais e Irracionais
Sistemas de equações do 1º grau
Potências
Monômios e polinômios
Produtos notáveis
GRANDEZAS E MEDIDAS
Medidas de comprimento
Medidas de área
Medidas de volume
Medidas de ângulos
GEOMETRIAS
Geometria Plana
Geometria Espacial
Geometria Analítica
Geometrias não-euclidianas
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO
Gráfico e informação
População e amostra
8ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E BÁSICOS
NÚMEROS E ÁLGEBRA
Números reais
Propriedades dos radicais
181
Equação do 2º grau
Teorema de Pitágoras
Equações Irracionais
Equações Biquadradas
Regra de três composta
GRANDEZAS E MEDIDAS
Relações Métricas no Triângulo retângulo
Trigonometria no Triângulo Retângulo
FUNÇÕES
Noção intuitiva de Função Afim
Noção intuitiva de Função Quadrática
GEOMETRIAS
Geometria Plana
Geometria Espacial
Geometria Analítica
Geometrias não-euclidianas
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO
Noções de Análise Combinatória
Noções de Probabilidade
Estatística
Juros Compostos
METODOLOGIA
O ensino da matemática esteve muitas vezes, baseado na repetição, na
memorização, no formalismo exagerado, na realização exaustiva de cálculos e na
mera aplicação de técnicas e regras sem significado.
Acredita-se que o ensino da matemática deve ser dinâmico e também
contribuir para desenvolver a capacidade de resolver problemas, validar ou refutar
soluções, tomar decisões e raciocinar logicamente. Para isso é necessário que se
proporcionem situações significativas de aprendizagem e promotoras de
conhecimento.
Para que o ensino de matemática contribua para a formação global do
aluno, a qual tem como objetivo maior a conquista da cidadania, é fundamental
182
explorar temas que de fato encontrem na matemática uma ferramenta
indispensável para serem compreendidos. Assim o aluno percebe a real
necessidade dessa ciência para a sua vida.
Os conteúdos serão abordados por meio das tendências metodológicas da
Educação Matemática, entre eles a:
• Etnomatemática : seu papel é reconhecer e registrar questões de relevância
social que produzem conhecimento matemático, sendo um importante campo de
investigação, priorizando um ensino que valoriza a história do aluno através do
reconhecimento e respeito de suas raízes culturais. D'Ambrósio, ( 2001, p.42)
afirma que “reconhecer e respeitar as raízes de um indivíduo não significa ignorar
e rejeitar as raízes do outro, mas num processo de síntese, reforçar suas próprias
raízes”.
• Modelagem matemática: propõe-se a valorização do aluno no contexto social,
procurando levantar problemas que sugerem questionamentos sobre situações de
vida. Para Bassanezi, 2006, p. 16 “a modelagem matemática consiste na arte de
transformar problemas reais com os problemas matemáticos e resolvê-los
interpretando suas soluções na linguagem do mundo real”.
• Resolução de problemas: a partir da resolução de problemas, o aluno terá a
oportunidade de aplicar conhecimentos previamente adquiridos em novas
situações para ter condições de buscar várias alternativas para a resolução. A
resolução de problemas possibilita a compreensão de argumentos matemáticos,
pois ajuda a vê-los como um conhecimento passível de ser apreendido por todos
no processo ensino-aprendizagem.
• História da Matemática: deve ser utilizado como um instrumento de resgate da
identidade cultural, e pode esclarecer ideias matemáticas que estão sendo
construídas pelo aluno, pois conceitos abordados em conexão com sua história
constituem veículos de grande valor formativo. “A abordagem histórica deve
vincular as descobertas matemáticas aos fatos sociais e políticos, às
circunstâncias históricas e as correntes filosóficas que determinaram o
pensamento e influenciaram o avanço científico de cada época”.(DCE-2008,p.66)
• Mídias tecnológicas: paralelamente ao uso de lápis e caderno, quadro e giz, o
professor deve usar as tecnologias para ampliar as possibilidades de observação
e investigação, potencializando formas de resolução de problemas, preparando o
183
cidadão para uma inserção social de acordo com a realidade.
• Investigações Matemáticas: em contextos de ensino aprendizagem, investigar
não significa necessariamente lidar com problemas muito sofisticados na fronteira
do conhecimento. Significa, tão só, que formulamos questões que nos interessam,
para as quais não temos resposta pronta, e procuramos essa resposta de modo
tanto quanto possível fundamentado e rigoroso (Ponte, Brocardo&Oliveira
2006,p.9).
Na investigação matemática, o problema é aberto e o aluno é chamado a
agir como matemático, não apenas porque é solicitado a propor questões, mas
principalmente porque formula conjeturas a respeito do que está investigando.
Para que os alunos se motivem a estudar determinado conteúdo é preciso
atribuir significado a esse conteúdo, expondo o assunto de maneira clara e
interessante, podendo utilizar-se de recursos didáticos, como: jornais, revistas,
desafios, pesquisas, jogos, debates, promoção de atividades, participação nas
aulas, leitura e utilização do livro didático, seminários, aulas expositivas. Para o
desenvolvimento destas atividades, o professor poderá recorrer a variados
recursos tecnológicos disponível na escola, como: computadores, internet, vídeo,
TV multimídia associada com a Tv Paulo Freire, retroprojetor, DVD e
calculadoras.
Quando necessário, os conteúdos serão retomados com novo enfoque,
oportunizando ao aluno a apropriação do conhecimento decorrente desses
conteúdos.
A disciplina de Matemática desenvolverá seus conteúdos fazendo a
reflexão e contextualização com os temas étnico-raciais, Lei 11.645/08 “História e
Cultura Afro-Brasileira e Indígena”, Lei 13.381/01 “História do Paraná” e Lei
9.795/99 “Meio Ambiente”, através de problematizações, pesquisas,
questionários, debates, análise de dados, produção de gráficos, jogos praticados
entre comunidades ou descendentes de africanos ou indígenas (resgatar a
contribuição da cultura africana e indígena).
Não existe um caminho único e melhor para o ensino da Matemática, mas
conhecer e utilizar diversas possibilidades de trabalho é fundamental para que o
professor construa sua prática.
184
AVALIAÇÃO
A avaliação do aprendizado de Matemática será feita em caráter contínuo e
progressivo, observando o rendimento do grupo e a individualidade dos alunos.
Deve levar em conta os caminhos percorridos pelo aluno, as suas tentativas de
solucionar os problemas propostos e a partir do diagnóstico de suas dificuldades,
ampliar seu domínio sobre os conteúdos em estudo. Dessa forma a avaliação em
matemática não deve priorizar a verificação da memorização de regras e
esquemas, mas sim a compreensão dos conceitos, o desenvolvimento de
atividades e procedimentos, a criatividade nas soluções, que se refletem no modo
de enfrentar e resolver situações-problemas.
“No processo avaliativo, é necessário que o professor faça uso da
observação sistemática para diagnosticar as dificuldades dos alunos e criar
oportunidades diversificadas para que possam expressar seu conhecimento. Tais
oportunidades devem incluir manifestações escritas, orais e de demonstração,
inclusive por meio de ferramentas e equipamentos, tais como materiais
manipuláveis, computador e calculadora” (DCE-2008,p.69).
O processo da avaliação visto como um diagnóstico torna-se um
instrumento fundamental para repensar e reformular os métodos, os
procedimentos e as estratégias de ensino, para que realmente o aluno aprenda.
Permitindo constatar as dificuldades de aprendizagem dos alunos, obtendo, assim
dados para orientar novas ações de ensino. Uma vez que o processo de
avaliação, é mais que uma forma de retratar o desempenho do aluno. É uma
forma de regular as ações de ensino com base no que os alunos aprenderam, é
necessário refletir sobre como e quando obter informações acerca dos alunos e o
que fazer com elas.
Em geral, a avaliação é feita através do progresso do aluno no domínio de
conceitos ou de observações realizadas a todo o momento em sala de aula,
através de sua participação.
É importante que a avaliação, verifique a capacidade de interpretar,
identificar informações, investigar, justificar, argumentar e comprovar.
Assim, a avaliação deve ser concebida como:
• Um conjunto de ações que permite ao professor rever sua prática pedagógica;
185
• Um elemento integrador entre ensino e aprendizagem;
• Um conjunto de ações que possibilita ao aluno identificar seus avanços e suas
dificuldades, levando-o a buscar caminhos para solucioná-las;
• Um instrumento que vise o aperfeiçoamento do processo ensino-
aprendizagem em um ambiente de confiança e naturalidade.
Com isso, a avaliação será sempre um momento importante no processo
ensino-aprendizagem e para que tenha sentido será realizada com a utilização de
diversos instrumentos, como: provas com questões diversificadas, trabalhos em
dupla ou individual, pesquisas, apresentação de trabalhos, curiosidades
matemáticas, desafios, atividade extraclasse, participação em projetos, jogos
educativos, aulas práticas onde os alunos irão manifestar os avanços na
aprendizagem, dinâmicas (cooperação entre os alunos e atitudes).
O resultado não é o único elemento a ser observado numa avaliação, mas
sim o processo de construção do conhecimento. Assim, os erros não devem
apenas ser constatados. É necessário explorar e trabalhar as possibilidades
decorrentes desses erros, pois eles resultam de uma visão parcial que o aluno
possui do conteúdo.
Portanto, alguns critérios devem orientar as atividades avaliativas
propostas pelo professor. Essas práticas devem possibilitar ao professor verificar
se o aluno (DCE-2008,p.69):
• comunica-se matematicamente, oral ou por escrito (Buriasco,2004);
• compreende, por meio da leitura, o problema matemático;
• elabora um plano que possibilite a solução do problema;
• encontra diversos meios para a resolução de um problema matemático;
• realiza o retrospecto da solução de um problema.
Aos alunos que apresentarem dificuldades na aquisição dos
conhecimentos, serão proporcionadas revisões de conteúdos e recuperação
paralela. Sendo a finalidade da recuperação paralela:
• Reintegrar o aluno no processo de aprendizagem e não se limitar a recuperar
apenas notas e conceitos;
• Abrir espaço para o aluno repensar o conteúdo (auxílio e não castigo), para
descobrir os próprios erros e reconstruir o conhecimento;
186
Os resultados da avaliação devem nortear o trabalho do professor e do
aluno na busca dos objetivos não atingidos, por meio de intervenções, das quais
destacam-se a retomada de conteúdos, mudança de estratégia (definir os
instrumentos e os momentos de avaliação), monitoria em grupo, etc. Com estes
princípios de avaliação e recuperação, muda-se o enfoque da nota para o
aprendizado e do ensino para ensinar o aluno a aprender (desenvolvendo suas
habilidades na busca do conhecimento).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BIGODE, A. J. L. Matemática hoje é feita assim. São Paulo: FTD, 2002.
DANTE, L. R. Tudo é matemática. São Paulo: Ática, 2002.
DANTE, L.R. Didática da Resolução de Problemas. São Paulo, Atica, 1989
GIOVANII, B. C. & JÚNIOR, J. R. G. Coleção a conquista da matemática. São
Paulo: FTD, 2002.
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares de
Matemática. Paraná: 2006.
SEED-PR: CSEED-PR: CADERNOSADERNOS T TEMÁTICOSEMÁTICOS, , HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA EHISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA E
AFRICANA:AFRICANA: EDUCANDOEDUCANDO PARAPARA ASAS RELAÇÕESRELAÇÕES ÉTNICOSÉTNICOS--RACIAISRACIAIS/ P/ PARANÁARANÁ. C. CURITIBAURITIBA, 2006.-110, 2006.-110PP..
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares de
Matemática. Paraná: 2008.
Referências On Line
http://www.matemática.br/-site acessado no dia 12 de fevereiro de 2010
187
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/-site acessado no dia 12 de
fevereiro de 2010
http://www.matematica.seed.pr.gov.br/- site acessado no dia 21 de fevereirode
2010
8.9 LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA - INGLÊS
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
O objetivo maior da aprendizagem de Língua Inglesa de acordo com as
Diretrizes Curriculares é superar uma visão de ensino de língua estrangeira
apenas como meio para se atingir fins comunicativos, mas dar espaço às
experiências de identificação social e cultural. Ao ensinar língua estrangeira deve
ser levado em conta o aluno e seu objetivo em aprender, sua classe social e suas
relações sociais, enfim a comunidade onde vive. Para desenvolver tal trabalho.
A Língua Estrangeira Moderna, como outras disciplinas, deve ter como
ponto principal do trabalho docente a formação do individuo como cidadão
consciente, crítico e participativo – inserido na sociedade local e no panorama
internacional.
As Diretrizes Curriculares para o Ensino Fundamental devem assegurar ao
aluno o embasamento necessário para dar continuidade ao estudo da língua em
séries posteriores, bem como ampliar sua visão de mundo, tornando - os
cidadãos mais críticos e reflexivos.
Por ser uma disciplina, atualmente, relevante na formação do aluno para o
desenvolvimento de habilidades comunicativas, deve levar o educando a
comparar a língua materna com a língua estrangeira estudada.
Assim, ao ensinar língua inglesa é necessário uma compreensão teórica do
que é linguagem, refinando a percepção de sua própria cultura por meio do
conhecimento da cultura de outros povos.
188
Os temas centrais nesta proposta são a cidadania e a consciência crítica
de como a linguagem é usada no mundo social, e os aspectos sócio-políticos da
aprendizagem da língua inglesa dentro do trabalho com a leitura, produção oral e
escrita. Uma das finalidades da Língua Estrangeira Moderna é que esta seja
instrumento de acesso à informação a outras culturas, associá - las aos
conhecimentos científicos, às linguagens que darão suporte para a resolução de
problemas, que se propõe adicionar.
A aprendizagem de Língua Estrangeira no Ensino Fundamental não é só
um exercício intelectual em aprendizagem de formas e estruturas linguísticas em
um código diferente; é, sim, uma experiência de vida, pois amplia as
possibilidades de se agir discursivamente no mundo. O papel educacional da
Língua Estrangeira é importante, desse modo para o desenvolvimento integral do
individuo, devendo seu ensino proporcionar ao aluno essa nova experiência de
vida. Assim, contribui - se para a construção, e para o cultivo pelo aluno, de uma
competência não só no uso de línguas estrangeiras, mas também na
compreensão de outras culturas.
A disciplina de Língua Inglesa priorizará os temas das relações étnico -
raciais e histórias e cultura Afro-brasileira e indígena; Textos relacionados a
preservação e conservação do Meio Ambiente, em sala de aula, com o objetivo
de mostrar a influência dos negros e indígenas na cultura dos norte-americanos e,
consequentemente, em nossa formação cultural brasileira, em conformidade com
a Lei nº. 11.645 que prevê a abordagem destes conteúdos no currículo escolar.
O acesso a essa língua representa para o aluno a possibilidade de se
transformar em cidadão ligado à comunidade global, ao mesmo tempo que, se
pode compreender com mais clareza, seu vínculo como cidadão em seu espaço
social mais imediato.
Para garantir o ensino de uma Língua estrangeira moderna no Estado do
Paraná foi criado um Centro de Línguas Estrangeiras que ofereciam aos alunos
aulas no contraturno.
Após uma década de vigência no Brasil, embora a abordagem
comunicativa tenha se apresentado como reação à visão estruturalista da língua
concentrando - se nos aspectos semânticos e não no código linguístico, esta
passou a ser criticada por' intelectuais adeptos da pedagogia crítica.
189
A pedagogia crítica é o referencial teórico que sustenta o documento de
Diretrizes Curriculares, por seu uma abordagem que valoriza a escola como
espaço social democrático, responsável pela apropriação crítica e histórica do
conhecimento como instrumento de compreensão das relações sociais e para a
transformação da realidade.
De acordo com as Diretrizes, o ensino de Língua Estrangeira Moderna será
norteada para um propósito maior de educação, considerando as contribuições de
Giroux (2004) “ao rastrear as relações entre língua, texto e sociedade, as novas
tecnologias e as estruturas de poder que lhes subjazem”. Para este educador, é
fundamental que os professores reconheçam a importância da relação entre
língua e pedagogia crítica no atual contexto global educativo, pedagógico e
discursivo, na medida em que as questões de uso da língua, do diálogo, da
comunicação, da cultura, do poder, e as questões da política e da pedagogia não
se separam.
Propõe - se que a aula de Língua Estrangeira Moderna constitua um
espaço para que o aluno reconheça e compreenda a diversidade linguística e
cultural, de modo que se envolva discursivamente e perceba possibilidades de
construção de significados em relação ao mundo em que vive. Espera - se que o
aluno compreenda que os significados são sociais e historicamente construídos
e , portanto, passíveis de transformação na prática social.
OBJETIVOS GERAIS
Oportunizar a participação do educando a construção de significados
ligados à situação de uso da língua;
• Propiciar a construção de identidades dos alunos como cidadãos
participativos e transformadores;
• Possibilitar a aprendizagem da língua como meio de conhecer culturas
diversas, bem como as diversas maneiras de se viver a experiência humana;
• Inserir a linguagem oral e escrita levando em consideração sua natureza
sócio - internacional;
• Reconhecer que o aprendizado de uma ou mais línguas lhe possibilita o
acesso a bens culturais da humanidade construídos em outras partes do mundo;
190
• Construir consciência linguística e consciência crítica dos usos que se
fazem da língua estrangeira que está aprendendo;
• Ler e valorizar a leitura como fonte de informação e prazer utilizando-a
como meio de acesso ao mundo de trabalho e dos estudos avançados;
• Valorizar o papel exercido pelas línguas estrangeiras na sociedade
brasileira e no panorama internacional.
• Cultivar a linguagem para um melhor relacionamento com os semelhantes,
como expressão do mundo interior e exterior do educando.
CONTEÚDO ESTRUTURANTE – Discurso como prática social
Para o ensino de Língua Estrangeira, enfoca - se o discurso como prática
social para que o aluno aprenda a ler e compreender textos, e a produzir textos
orais e escritos para defender seu ponto de vista, e colocar - se diante de
diferentes situações sociais.
O Conteúdo estruturante está relacionado com o momento histórico –
social. A língua será tratada de forma dinâmica, por meio de leitura, de oralidade
e de escrita que são as práticas que efetivam o discurso. (Diretrizes Curriculares
da Educação Básica).
5ª SÉRIE
Leitura:
. Identificação do tema;
. Intertextualidade;
. Intencionalidade;
. Léxico;
. Coesão e coerência;
. Funções das classes gramaticais no texto;
. Elementos semânticos ;
. Ortografia
Oralidade:
• Elementos extralinguísticos: entonação, pausas gestos;
191
• Adequação do discurso ao gênero;
• Turnos de fala;
• Vozes sociais presentes no texto;
• Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição.
• Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito;
• Adequação da fala ao contexto;
• Pronúncia.
Escrita:
• Identificar o tema do texto;
• Finalidade do texto;
• Intencionalidade do texto;
• Intertextualidade;
• Condições de produção;
• Informatividade (Informações necessárias para a coerência do texto).
• Emprego do sentido denotativo e conotativo no texto;
• Léxico;
• Coesão e coerência;
• Funções das classes gramaticais no texto;
• Elementos semânticos;
• Ortografia.
Análise Linguística:
Greetings;
Introductions;
Personal Pronouns;
The English Alphabet;
Verb to Be;
Article;
Demonstrative Pronouns;
Numbers (1 to 100);
Possessive Pronouns (my, your…);
192
Vocabulary (family, countries and nationalities, colors, candies, school
objects, jobs, animals and means of transportation);
Questions (what, who, when, ...)
Prepositions
Pontuação e seus efeitos de sentido no texto
Vocabulário;
Coesão e coerência.
Gêneros textuais selecionados para 5ª série
Bilhetes,cartões, anedotas, quadrinhas, tirinhas,poemas,pesquisas.
6ª série
Leitura:
• Identificação do tema;
• Intertextualidade;
• Intencionalidade;
• Léxico;
• Coesão e coerência;
• Funções das classes gramaticais no texto;
• Elementos semânticos ;
• Ortografia
Oralidade:
Elementos extralinguísticos: entonação, pausas gestos;
Adequação do discurso ao gênero;
Turnos de fala;
Vozes sociais presentes no texto;
Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição.
Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito;
Adequação da fala ao contexto;
Pronúncia.
Escrita:
• Identificar o tema do texto;
193
• Finalidade do texto;
• Intencionalidade do texto;
• Intertextualidade;
• Condições de produção;
• Informatividade (Informações necessárias para a coerência do texto).
Análise Linguística
- Personal information;
- Months of the year;
- Days of the week;
- Ordinal numbers;
- Date
- School subjects;
- Time;
- Interrogative pronouns;
- Verb have;
- Possessive pronouns;
- Simple Present
- Vocabulary about sports, clothes, shoes, accessories, house and furniture;
- Imperative;
- Prepositions (in, on, at);
- Verbs
- Vocabulário;
- Pontuação e seus efeitos de sentido no texto;
- Concordância nominal e verbal;
- Coesão e coerência
Gêneros textuais selecionados para 6ª série
Cartão postal, convite, carta pessoal, anedotas, placas, quadrinhas, tirinhas,
poemas, pesquisas.
194
7ª SÉRIE
Leitura:.
• Identificação do tema;
• Intertextualidade;
• Intencionalidade;
• Léxico;
• Coesão e coerência;
• Funções das classes gramaticais no texto;
• Elementos semânticos ;
• Ortografia
Oralidade:
Elementos extralinguísticos: entonação, pausas gestos;
Adequação do discurso ao gênero;
Turnos de fala;
Vozes sociais presentes no texto;
Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição.
Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito;
Adequação da fala ao contexto;
Pronúncia.
Escrita:Identificar o tema do texto;
Finalidade do texto;
Intencionalidade do texto;
Intertextualidade;
Condições de produção;
Informatividade ( Informações necessárias para a coerência do texto).
• Escrita:
• Identificar o tema do texto;
• Finalidade do texto;
• Intencionalidade do texto;
195
• Intertextualidade;
• Condições de produção;
• Informatividade ( Informações necessárias para a coerência do texto).
Análise Linguística:
• Imperative form;
• Verb there to be: Present Tense (affirmative, negative and Interrogative
Form);
• Vocabulary about services;
• Simple present (affirmative, negative and interrogative form);
• Vocabulary about physical description;
• Simple past (affirmative, negative and interrogative form)
• Regular and irregular verbs);
• Vocabulary about healthy problems and parts of the body;
• Prepositions: in, on, at;
• Adverbs (frequency);
• Adjectives;
• Coesão e coerência;
• Pontuação e seus efeitos de sentido no texto;
• Vocabulário;
• Função dos pronomes, artigos, numerais, adjetivos, verbos preposições,
conjunções, falsos cognatos e outras categorias como elementos do texto.
Gêneros textuais selecionados para 7ª série
quadrinhas, receitas, trava-línguas, fábulas, lendas, poemas, pesquisas,
tiras, charge, anúncio, e-mail, músicas, debate, bulas, filmes.
8ª SÉRIE
Leitura:
• .Identificação do tema;
• Intertextualidade;
196
• Intencionalidade;
• Léxico;
• Coesão e coerência;
• Funções das classes gramaticais no texto;
• Elementos semânticos ;
• Ortografia
Oralidade:
• Elementos extralinguísticos: entonação, pausas gestos;
• Adequação do discurso ao gênero;
• Turnos de fala;
• Vozes sociais presentes no texto;
• Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição.
• Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito;
• Adequação da fala ao contexto;
• Pronúncia.
Escrita:
• Identificar o tema do texto;
• Finalidade do texto;
• Intencionalidade do texto;
• Intertextualidade;
• Condições de produção;
• Informatividade ( Informações necessárias para a coerência do texto).
Análise Linguística:
- Modal verbs: can, could, would, may;
- Vocabulary about fruit, vegetables, drink and food. (At the restaurant);
- Review: simple past (affirmative, negative and interrogative);
- Review: regular and irregular verbs;
- Interrogative pronouns: who, what, how;
197
- Vocabulary about adjectives;
- Prepositions;
- Coesão e coerência;
- Pontuação e seus efeitos de sentido no texto;
- Vocabulário;
- Função dos pronomes, artigos, numerais, adjetivos, verbos, preposições,
advérbios, palavras interrogativas, substantivos contáveis e incontáveis, falsos
cognatos, e outras categorias como elementos do texto.
Gêneros textuais selecionados para 8ª série
Poema, pesquisa, receita, quadrinhas, resumo, horóscopo, tiras, charge, e-mail,
músicas, paródia, debate, filmes.
METODOLOGIA
Partindo do pressuposto que a aprendizagem acontece nas interações
sociais, o trabalho será voltado para a participação dinâmica do aluno em
atividades diversificadas que envolverão as habilidades linguísticas (ler, falar,
ouvir, escrever).
Entende-se por “participação dinâmica do aluno” a contribuição na
construção do conhecimento, na prática da linguagem, a pesquisa voltada a
outras culturas e no posicionamento crítico.
O professor deve valorizar o conhecimento prévio do aluno para que este
sinta - se incluído no processo ensino-aprendizagem. Além disso, valorizando o
que o educando já sabe, abre - se espaço para uma leitura de mundo mais ampla,
e para uma adequação da metodologia do professor à realidade da classe. É
necessário também propiciar momentos de leitura ao aluno para , em sala de
aula, de forma que ler seja agradável e prazeroso; propiciar práticas de leitura de
textos de gêneros diversos, tais como: telefonema, sermão, carta comercial, carta
pessoal, romance, bilhete, reportagem jornalística, aula expositiva, notícia
jornalística, horóscopo, receita culinária , bula de remédio, lista de compras,
198
cardápio de restaurante, instruções de uso, outdoor, inquérito policial, resenha,
edital de concurso, piada; encaminhar discussões sobre: tema, intenções,
intertextualidade, formular questionamentos, contextualizar a produção, relacionar
o tema com o contexto atual e oportunizar socializações.
Será enfatizado o trabalho com diferentes textos, observando as
características do texto e construção do vocabulário no contexto do texto. Alguns
exemplos de tipos textuais: narração, argumentação, exposição, descrição e
injunção.
Na oralidade será explorada a leitura, ritmo e entonação, percebendo o
valor expressivo do texto, fazendo ainda discussão dos assuntos lidos,
acontecimentos, situações polêmicas, notícias, relatos pessoais e outros,
envolvendo a língua inglesa. Será organizado apresentações de textos
produzidos pelos alunos; propondo reflexões sobre os argumentos utilizados nas
exposições orais dos alunos.
O processo de ensino e aprendizagem contempla atividades diversificadas
ao educando mediadas pelo professor, a fim de propiciar ao aluno a aquisição
progressiva da Língua Inglesa falada e escrita, permitindo assim a compreensão
de textos e a expressão do pensamento. Pode - se trabalhar algumas atividades
como:
• Filmes (ouvir e interpretar);
• Produções orais e escritas, com leituras sobre o tema a escrever, com
apresentações;
• Confecções de cartazes, slogans;
• Entrevistas;
• Diálogos;
• Traduções e interpretações de tipologias textuais diversificadas: trava-línguas,
anedotas, provérbios, charadas, rimas, palavras cruzadas, adivinhas, caça -
palavras ;
• Interpretação e leitura de diversos tipos de textos como histórias em
quadrinhos, anúncios, propagandas, rótulos, notícias, classificados, receitas,
poemas, bulas, instrucional, narrativo, informativo; levando o aluno a analisar,
interpretar e compreender o texto;
199
• Leitura de diversos textos para observação da intertextualidade
• Dramatizações, músicas;
• Análise de recursos próprios da oralidade;
- Uso de revistas, livros, fitas de vídeo, CDs, DVDs.
- Pesquisa de palavras desconhecidas;
- Observação da participação do aluno em classe;
- Reconhecimento e contextualização dos tempos verbais empregados em
determinados textos;
- Avaliação escrita e oral.
A partir da realização das atividades propostas o professor proporcionará a
oportunidade do educando ir ao encontro de outra língua e culturas, e como
consequência adquirir consciência do lugar que ocupa no mundo, extrapolando
assim o domínio linguístico que o aluno possa vir a ter.
Quando a atividade for de produzir textos, o professor auxiliará no
momento da produção, planejando a partir da delimitação do tema, da finalidade,
mas havendo necessidade, será feita com o aluno, a revisão e reestruturação do
texto.
O trabalho com textos será encarado como um trabalho prioritário, efetivo,
de leitura e compreensão de textos autênticos, onde de acordo com a
necessidade serão explorados aspectos gramaticais relevantes naquele
momento, como: (tempos verbais, pronomes, artigos, preposições, diferenciação
de linguagem formal e informal, clareza nas ideias no caso de produção. Análise
se a produção textual está coerente e coesa, se há continuidade temática, se
atende à finalidade,se a linguagem está adequada ao contexto.
AVALIAÇÃO
O processo de ensino-aprendizagem tem como base o eixo
ação/reflexão/ação. Sendo assim, é concebido como um processo de construção
e reconstrução, no qual professor e alunos são participantes ativos.
O ato avaliativo não é um momento isolado, mas faz parte do conjunto de
atividades docentes, que devem ser coerentes entre si.
200
A avaliação da aprendizagem será diagnóstica, contínua e cumulativa,
onde serão analisadas as progressões do aluno, com intenção de levantar as
dificuldades e avanços dos alunos superando a concepção de mero instrumento
de classificação pela obtenção da nota.
Os momentos avaliativos se constituem pelas diversas propostas de
trabalhos encaminhados aos alunos através de trabalhos individuais ou em
grupos, atividades escritas e orais como: diálogos, leituras diversificadas, painéis,
jogos, produção textual, interpretação de textos, maquetes, teatro, pesquisas,
entre outras.
O aluno é construtor do conhecimento e está envolvido no processo de
avaliação, desse modo precisa ter seu esforço reconhecido pelo retorno de suas
produções, com o fornecimento do seu desempenho e entendimento do “erro”
como parte integrante da aprendizagem.
De acordo com LUCKESI: “ a avaliação de aprendizagem necessita, para
cumprir o seu verdadeiro significado, assumir a função de subsidiar a construção
da aprendizagem bem sucedida. A condição necessária para que isso aconteça é
de que a avaliação deixe de ser utilizada como um recurso de autoridade, que
decide sobre o destino do educando, e assuma o papel de auxiliar no
crescimento”. A função da avaliação é diagnosticada, sendo rigorosa a
observância dos critérios pré - estabelecidos por nós mesmos. Sendo dinâmica,
cabe a nós registrar as observações, em relação ao processo de ensino-
aprendizagem.
Todo e qualquer material explorado e trabalhado dentro e fora de sala de
aula deve ser considerado no processo de avaliação, inclusive aspectos da
história dos alunos, da comunidade e da cultura local.
A avaliação, assim como a recuperação paralela antes de serem realizadas
terão o conteúdo retomado por parte do professor, para que efetivamente tenha a
função de diagnosticar e estimular o avanço do processo, e seus resultados
devem servir para sua orientação, cumprindo sua função educacional.
CRITÉRIOS E INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO
• Observação da participação do aluno em classe;
• Pesquisa de palavras;
201
• Montagem de cartazes;
• Apresentação oral;
• Avaliações escritas e orais;
• Atividades e trabalhos avaliativos;
• Leitura, escrita e compreensão de estruturas básicas e pequenos textos,
visando à interação oral com informações recebidas e a contribuição no
desenvolvimento do idioma na vida do aluno;
• Reconhecimento e contextualização dos tempos verbais empregados em
determinados contextos; reconhecendo também as demais classes
gramaticais trabalhadas de forma contextualizada.
Os alunos deverão ter uma leitura compreensiva do texto; localizar
informações explícitas, identificar a ideia principal do texto, identificar o tema;
deduzir os sentidos das palavras e /ou expressões a partir do contexto.
Na oralidade, o aluno deverá apresentar suas ideias com clareza; organizar
a sequencia de sua fala; participar ativamente dos diálogos, relatos, discussões,
quando necessário em língua materna.
Na escrita espera-se que o aluno expresse suas ideias com clareza;
elabore textos atendendo às situações de produção; use recursos textuais como:
coesão e coerência.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AZEVEDO,D.G. GOMES, A.A.Blow up. São Paulo:FTD,1999.
HOFFMANN, J. Avaliação Mediadora: uma prática em construção da pré-
escola à universidade. 24 ed. Porto Alegre: Mediação, 1998.
PARANÁ. Secretaria do Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Língua
Estrangeira Moderna. Curitiba: SEED, 2006.
PARANÁ. Secretaria do Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Língua
Estrangeira Moderna. Curitiba: SEED, 2008.
202
ROCHA, Analuzia Machado. Take Your Time, 3ª ed. Reformulado. Ed.
Moderna, 2004.
9. PROPOSTA CURRICULAR – ENSINO MÉDIO
9.1 ARTE
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
Desde os primórdios dos tempos, a arte está presente na vida da
humanidade, passada de geração em geração.
No entanto, um povo que não tem arte, não registra a sua passagem no
tempo, não guarda o seu valor, a sua lição de vida e não é criador de linguagens.
Os antigos egípcios, por exemplo, não mediram esforços em registrar em grandes
murais todo o seu cotidiano. E nós, o que fazemos? Apontamos para a arte
acusando – a de qualquer coisa ou coisa nenhuma, sem utilidade?
A nova lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB nº 9394),
aprovada em 20 de dezembro de 1996, estabelece em seu artigo 26, parágrafo
2º: “O ensino da arte constituíra componente curricular obrigatório, nos diversos
níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos
alunos”.
Assim, a arte é importante na escola, principalmente porque é importante
fora dela. Por ser conhecimento constituído pelo homem através dos tempos, a
arte é um patrimônio cultural da humanidade e todo ser humano tem direito ao
acesso a esse saber.
Tratar a arte como conhecimento é o ponto fundamental e condição
indispensável para esse enfoque do ensino da arte.
Em muitas escolas, uma série de desvios compromete o seu ensino e
ainda é comum às aulas de arte ser confundidas com lazer, terapia, momento
para fazer a decoração da escola, as festas, fazer o presente do dia das mães...
O que se observa então é um círculo vicioso no qual um sistema precário
reforça o espaço pouco definido da Arte com relação às outras disciplinas do
currículo escolar. Sem uma consciência clara e fundamentação consciente da
203
Educação Artística, o professor não consegue formular um quadro de referências
para a sua ação pedagógica.
É necessário que, o professor seja um “estudante” fascinado por arte, pois
só assim terá entusiasmo para ensinar e transmitir a seus alunos a vontade de
aprender. Nesse sentido um professor mobilizado para a aprendizagem contínua,
em sua vida pessoal e profissional, saberá ensinar essa postura a seus
estudantes.
A Arte, enquanto disciplina escolar, possibilita o ensino como instrumento
para apreensão do saber estético, formação dos sentidos humanos,
conhecimento constituído de saberes específicos, envolvendo as manifestações
culturais locais, nacionais e globais. No contexto histórico-social, o repertório de
conhecimento do aluno deve ser legitimado pela sua manifestação valorizada
como produção cultural.
Na verdade, para que os alunos possam apropriar-se de uma linguagem e
entenderem, dando sentido a ela, é preciso que aprendam a operar com seus
códigos. Do mesmo modo que existe na escola um espaço destinado à
alfabetização na linguagem das palavras e dos textos orais e escritos, é preciso
haver cuidado com a alfabetização nas linguagens da arte.
É por meio delas que poderemos compreender o mundo das culturas e o
nosso em particular. Assim, mais fronteiras poderão ser ultrapassadas pela
compreensão e interpretação das formas sensíveis e subjetivas que compõe a
humanidade e sua multiculturalidade, ou seja, o modo de integração em grupos
étnicos e, em sentido Amplo entre culturas.
Educar para a arte favorece o desenvolvimento do pensamento artístico,
caracterizando modos particulares de dar sentido às experiências, sejam elas
artísticas culturais ou sociais. Compreender arte envolve momentos de apreciar,
fazer e conhecer a produção artística da humanidade.
O Ensino de Arte, assim como toda a sociedade, passou por muitas
mudanças. Na verdade ainda se encontra num processo de reformulação, e
sempre estará como a sociedade e o processo de criação das mais diversas
manifestações artísticas, que se tem notícia.
Uma referência importante para a compreensão de arte no Brasil é a
Missão Artística Francesa trazida em 1816, por Dom Jõao VI. Foi criada, então a
204
Academia Imperial de Belas – Artes, que após a Proclamação da República,
passou a ser chamada de Escola Nacional de Belas – Artes. O ponto forte dessa
escola era o desenho, com a valorização da cópia fiel e a utilização de modelos
europeus.
O Brasil, principalmente em MG, vivia o Neoclassicismo trazido pelos
franceses é que foi assumido pelas elites. A arte adquire a conotação de “luxo”,
somente para uma classe privilegiada que desvalorizava as manifestações
artísticas que não seguiam esses padrões.
A partir dessa época temos uma história de ensino da arte com ênfase no
desenho, pautado por uma concepção de ensino autoritário, centrada na
valorização do produto. Ensinava a copiar modelos e o objetivo do professor era
que seus alunos tivessem boa coordenação motora, precisões, aprendessem
técnicas e dominassem o desenho técnico ou geométrico.
O ensino da música teve pouca projeção nas escolas até mais ou menos
1950, quando começou a fazer parte do currículo. Limitava-se a aulas de solfejo,
canto orfeônico e memorização dos hinos. Nessa mesma época, surgiram
também algumas disciplinas como “artes domésticas”, em cujas aulas os meninos
executavam trabalhos em madeira com o uso de serrote, serrinhas, martelo... e as
meninas faziam tricô, bordado, roupinhas de bebê...
Entre as décadas de 50 e 60, começou – se a notar a influência de um
movimento denominado Escola Nova já presente na Europa e Estados Unidos
desde o final do século XIX. A influência da pedagogia centrada no aluno, nas
aulas de artes, direcionou o ensino para a livre expressão e a valorização do
processo de trabalho. O papel do professor era dar oportunidade para que o aluno
se expressasse de forma espontânea. Esses princípios, na prática escolar, muitas
vezes refletiam uma concepção espontaneísta, centrada na valorização extrema
do processo sem preocupação com seus resultados.
Como todo processo artístico deveria “brotar” do aluno, o conteúdo dessas
aulas era quase exclusivamente um “deixar fazer” que pouco acrescentava ao
aluno em termos de aprendizagem da arte.
Os processos de mudança do ensino da Arte têm – se dado
gradativamente. Na década de 80, começam a surgir as Associações de
Professores de Arte, criticando muitas dessas práticas anteriores.
205
É a partir daí que se começa a entender a Arte como objeto de
conhecimento, devendo ser tratada como tal dentro das escolas e no mesmo
patamar de igualdade que as outras áreas do currículo escolar.
De fato, uma série de ideias levou o ensino de arte a ser mais e mais
desvalorizado e entendido como desvalorização das aulas “ditas” mais sérias.
A arte é uma disciplina obrigatória nas escolas, conforme determinação na
LDB 9394/96. Cabe às equipes de educadores das escolas realizarem um
trabalho de qualidade a fim de que crianças, jovens e adultos gostem de aprender
arte. Desse modo a disciplina de arte alcançará funções importantíssimas como
transformar, humanizar, aproximar, poetizar, discutir, contrapor e informar.
Com ela, nós professores e alunos, podemos compreender, analisar e
interagir com toda a produção artística que temos direito, tornando – nos
conscientes e aptos ao exercício da cidadania, capazes de ter autonomia
intelectual e pensamento crítico.
OBJETIVOS GERAIS
• Experimentar e explorar as possibilidades de cada linguagem artística;
• Compreender e utilizar a arte como linguagem, mantendo uma atitude de busca
pessoa; e/ou coletiva, articulando a percepção, a imaginação, a emoção, a
investigação, a sensibilidade e a reflexão ao realizar e fruir produções artísticas;
• Experimentar e conhecer materiais, instrumentos e procedimentos artísticos
diversos em arte (Artes Visuais, Dança, Música, Teatro), de modo que os utilize
nos trabalhos pessoais, identifique-os e interprete-os na apreciação e
contextualize - os culturalmente;
• Construir uma relação de autoconfiança com a produção artística pessoal e
conhecimento estético, respeitando a própria produção e a dos colegas, sabendo
receber e elaborar críticas;
• Observar as relações entre a arte e a realidade, refletindo, investigando,
indagando, com interesse e curiosidade, exercitando a discussão, a sensibilidade,
argumentando e apreciando arte de modo sensível;
• Identificar, relacionar e compreender diferentes funções da arte, do trabalho e da
produção dos artistas;
206
• Identificar, investigar e organizar informações sobre a arte, reconhecendo e
compreendendo a variedade dos produtos artísticos e concepções estéticas
presentes na história das diferentes culturas e etnias;
• Pesquisar e saber organizar informações sobre a arte em contato com artistas,
obras de arte, fontes de comunicação e informação.
• Analisar, refletir, respeitar e preservar as diversas manifestações da arte em suas
múltiplas linguagens - utilizadas por diferentes grupos sociais e étnicos,
interagindo com o patrimônio nacional e internacional, que se deve conhecer e
compreender em sua dimensão sócio-histórica.
• Realizar produções artísticas, individuais e/ou coletivas, nas linguagens da arte
(música, artes visuais, dança, teatro, artes áudio- visuais) analisando, refletindo e
compreendendo os diferentes processos produtivos, com seus diferentes
instrumentos de ordem material e ideal, como manifestações sócio-culturais e
históricas;
• Apreciar produtos da arte em suas várias linguagens, desenvolvendo tanto a
fruição quanto à análise estética, conhecendo, analisando, refletindo e
compreendendo critérios culturalmente construídos e embasados em
conhecimentos afins, de caráter filosófico, histórico, sociológico, antropológico,
psicológico, semiótico, científico e tecnológico, dentre outros
207
• CONTEÚDOS - Conteúdos Estruturantes: Elementos Formais, Composição,
Movimentos e Períodos.
Conteúdos Básicos
Artes Visuais
Música
Teatro
Dança
Ponto, linha, superfície, textura, volume, luz e cor.
Altura, duração, timbre, intensidade,densidade
Personagens:Expressões corporais, vocais,Gestuais, faciais,Ação e espaço Cênico.
Movimento corporal,Tempo e espaço
Figurativa, abstrata, figura/fundo,Bidimensional, Tridimensional, semelhanças, contrastes, ritmos visual, gêneros, técnicas.
Ritmo, melodia, Harmonia,Intervalo melódico,Intervalo harmônico,Tonal, modal, gêneros.Técnicas, Improvisações.
Representação,Sonoplastia, Iluminação,Cenografia,Figurino,Caracterização,Maquiagem, adereços,Jogos teatrais, Roteiro, enredo,Gênero e técnica.
Ponto de apoio,Salto e queda,Rotação,Formação,Deslocamento,SonoplastiaCoreografia,Gêneros e técnicas
Arte pré-histórica, Arte no Egito Antigo, Arte Greco-Romana, arte pré-Colombiana nas Américas, arte Oriental, arte Africana, arte Medieval,RenascimentoBarrocoNeoclassicismoRomantismoRealismoImpressionismoExpressionismoFauvismoCubismoAbstracionismoDadaísmoSurrealismoOp-artPop-artTeatro pobreTeatro do oprimidoMúsica serialMúsica eletrônicaMúsica minimalistaArte engajadaDança modernaVanguardas artísticasArte brasileiraArte paranaenseIndústria cultural
208
METODOLOGIA
O método a ser aplicado, deve fundamentar todo o trabalho do professor
de Arte pois, é este o elemento pedagógico que está mais intimamente ligado a
prática em sala de aula.
Pode-se definir método como um modo planejado e determinado para se
atingir objetivos. Um procedimento racional para o conhecimento seguindo um
percurso fixado, tendo em vista: para quem, como, porque e o quê.
O trabalho em sala de aula deve-se pautar pela relação que o ser humano
tem com a arte: sua relação é de desenvolver um trabalho artístico, produzir arte
e de sentir e perceber os vários aspectos das obras de arte, contextualizando-se
e inteirando-se com os elementos das diferentes linguagens.
No espaço escolar o objeto de trabalho é o conhecimento, onde desta
forma torna-se necessário contemplar na metodologia do ensino da arte, estas
três dimensões, ou seja, estabelecer como eixos: o trabalho artístico, que é o
fazer; o sentir e perceber, que são formas de leitura e o conhecimento estético,
que fundamenta e possibilita ao aluno um sentir/perceber e um trabalho mais
sistematizado, superando-se o senso comum do conhecimento baseado só
através da experiência.
Para que a informação se transforme em conhecimento, é necessário
interpretar e questionar as diferentes representações culturais, analisar os
processos de criação e execução das produções, nutrindo-se da investigação, da
leitura e compreensão da realidade humana e do diálogo que dinamiza os
saberes, tornando-os realmente significativos.
É importante compreender que os três eixos constituem uma totalidade e
que o trabalho em sala pode ser iniciado por qualquer um deles, ou pelos três
simultaneamente. Vale ressaltar que no final do processo de trabalho dos
conteúdos, tenham sido tratados os três eixos com os alunos.
Além dos recursos didáticos comuns, já padronizados no ensino da Arte, o
uso das tecnologias, devera ser entendido como instrumento de interação com o
mundo artístico, pela reflexão e exploração das possibilidades expressivas.
Os trabalhos devem ser propostos com conteúdos que incluam a cultura
afro, indígena e a arte paranaense. Também deverão ser incluídas as questões
209
ambientais, fazendo com que o aluno além de situar historicamente a produção
artística, se interrogue sendo levado a interpretar o mundo e a si mesmo, através
da paisagem natural substituída pelo cenário criado pelo homem.
Para que o processo de ensino e aprendizagem se efetive, o professor
deverá trabalhar com os conhecimentos de sua formação; que faça relações com
os saberes das outras linguagens/áreas de arte, e proporcione ao aluno uma
perspectiva de abrangência do conhecimento em arte produzido pela
humanidade.
- SENTIR E PERCEBER
Deve possibilitar aos alunos o acesso às obras artísticas para que possam
familiarizar-se com as diversas formas de produção da arte. Envolve também a
leitura dos objetos, da natureza e da cultura em uma dimensão estética.
Inicialmente, a leitura das obras artísticas se dá pelos sentidos. A
percepção e a fruição serão superficiais ou mais aprofundadas, de acordo com as
experiências e conhecimentos estéticos que o aluno tiver em sua vida.
O trabalho do professor é o de possibilitar o acesso e mediar esta leitura
com o conhecimento sobre arte, para que o aluno possa interpretar as obras de
arte e a realidade, transcendendo as aparências, apreendendo através da arte
parte da totalidade da realidade humano social.
A humanização dos objetos e dos sentidos, realiza-se tanto na apreciação
livre dos objetos, quanto na percepção mediada pelo conhecimento estético
sistematizado.
- CONHECIMENTO ESTÉTICO
Este é o momento privilegiado da cognição, onde a racionalidade opera
para apreender o conhecimento historicamente produzido sobre arte.
A Arte é um campo do conhecimento humano, que é estruturado por um
saber, que tem uma origem, cada conteúdo tem sua história, que deve ser
conhecida para melhor compreensão por parte do aluno.
Este conhecimento transforma-se através do tempo em função dos modos
de produção social, o que implica para o aluno que conhecer como se organizam
210
as várias formas de produzir arte, é conhecer também como a sociedade
estrutura-se historicamente.
- TRABALHO ARTÍSTICO
O trabalho criador (prática) é a expressão do aluno sendo privilegiada. É o
momento do exercício da imaginação e da criação. Apesar das dificuldades de
desenvolver estas práticas nas escolas, é de fundamental importância, pois a arte
não pode ser apreendida de forma abstrata.
O processo de produção do aluno se dá quando ele interioriza e se
familiariza com os processos artísticos e humaniza os sentidos.
Estes três eixos metodológicos são importantes e essenciais no processo
ensino-aprendizagem em arte, são interdependentes e devem ser tratados de
forma orgânica em vários momentos..
Pode-se iniciar o encaminhamento do trabalho pelo trabalho artístico, mas
em todos os momentos são necessário tratar do conhecimento estético, onde o
aluno faz, mas sabe o que e o porque está fazendo, construindo junto com o
professor o conhecimento, inclusive, que haja alguns momentos de aulas teóricas
sobre o conteúdo e os movimentos artísticos importantes na história.
Para complementar o eixo sentir e perceber, é fundamental que se
possibilite aos alunos, visitas a exposições, museus, que assistam peças teatrais,
apresentações musicais, dança, dentre outros, que facilitem a análise, a descrição
do contexto e a organização das diferentes formas de linguagem.
AVALIAÇÃO
Os critérios de avaliação em Arte decorrem dos conteúdos, consistem em
uma seleção de expectativas que evidenciam a apropriação destes conteúdos
pelos alunos.
Não se propõe aqui avaliar a expressão, ou o trabalho do aluno, mas no
seu trabalho avaliar o domínio que este vai adquirindo dos modos de organização
destes conteúdos ou elementos formais na composição artística. Isto significa que
há modos de organizar, de expressar as qualidades estéticas dos objetos, dos
211
sons da realidade, de forma que a resolução de uma proposta de representação
artística tem por base o equilíbrio, a harmonia, a dinâmica, etc..
Estes aspectos são o conhecimento que possibilitam ao aluno:
* expressar sua leitura sobre a realidade humano-social no trabalho
artístico;
* reconhecer e utilizar os diferentes sistemas de representação artística;
* fazer uma leitura da produção artística, a partir dos procedimentos que
foram usados;
* ultrapassar a cópia, a imitação e os estereótipos de representação;
* superar os hábitos de percepção impostos socialmente, que tendem a ver
os objetos somente sob seus aspectos prático-utilitários;
* construir, a partir da sensibilidade estética, da imaginação e do
conhecimento técnico, o trabalho artístico, permitindo que este venha a ser
partilhado com os outros.
Estas questões pretendem evidenciar que o conhecimento é o mediador da
relação aluno-produção artística e a avaliação como parte deste processo, deve
possibilitar ao professor perceber em que medida houve a apropriação do
conteúdo proposto.
No processo de avaliação do ensino da Arte, o professor precisa
considerar a história do processo pessoal de cada aluno e sua relação com as
atividades desenvolvidas na escola. O professor deve criar formas criativas de
avaliação dos quais os alunos possam participar, assim como promover situações
de auto-avaliação para desenvolver a reflexão do aluno sobre o seu trabalho
artístico e dos demais colegas.
A avaliação pode ser realizada durante a própria situação de
aprendizagem, quando o professor identifica como o aluno interage com os
conteúdos, ou então, ao término de um conjunto de atividades que compõem uma
unidade didática para analisar como a aprendizagem ocorreu.
A avaliação em arte é um processo contínuo, ao longo de todo o ano letivo,
práticas cotidianas dos alunos podem ser tomadas como forma de avaliação. A
realização de provas tradicionais e exames acabam por sair do cotidiano normal
da aula de artes, tornando o aluno menos sensível e espontâneo para uma
avaliação em arte.
212
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FERRAZ, M.; FUSARI, M. R. Metodologia do ensino da arte. 2 ed. São Paulo:
Cortez, 1993.
FLEITASD, J.; FLEITAS, O. Arte e comunicação. FTD
FUSARI, M. F. R; FERRAZ, M. H. C. Arte na Educação Escolar. São Paulo:
Cortez, 1993.
GABRYELLE, T. A conquista da Arte. Brasil.
IAVELBERG, R. Para Gostar de aprender arte: sala de aula e formação de
professores. Artmed, 2003.
MARTINS, M. C; PICOSQUE, G; GUERRA, M. T. T. Didática do ensino de arte:
a língua do mundo: poetizar, fruir e conhecer arte. São Paulo: FTD, 1998.
OLIVEIRA, M.G. Hoje é dia de Arte. IBEP.
SEED. Secretaria do Estado da Educação. Diretrizes Curriculares do Estado
do Paraná: Arte/Artes. Curitiba: SEED, 2008.
VASCONCELOS, T.; NOGUEIRA, L. Reviver nossa Arte. Scipione.
VENEZIA, M. Mestre da Arte. Moderna.
XAVIER, N.; AGNER, A. Viver com Arte. Àtica.
9.2 BIOLOGIA
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
213
A disciplina de Biologia tem como objeto de estudo o fenômeno VIDA.
A História da Ciência mostra que tentativas de definir a VIDA tem sua
origem registrada desde a Antiguidade. As ideias deste período que contribuíram
com o desenvolvimento da Biologia, tiveram como principais pensadores e
estudiosos, os filósofos Platão (428/27 a.C. - 347 a.C.) e Aristóteles (384 a.C. -
322 a.C.), que, deixaram contribuições relevantes quanto à classificação dos
seres vivos. As interpretações filosóficas buscavam explicações para
compreensão da natureza.
Para compreender os pensamentos que contribuíram na construção das
diferentes concepções sobre o fenômeno VIDA e suas implicações para o ensino,
buscou-se na História da Ciência os contextos históricos nos quais, pressões
religiosas, econômicas, políticas e sociais que impulsionaram mudanças
conceituais no modo como o homem passou a compreender a natureza.
Nesse período longo e conturbado, surgiram novas contribuições para a
Biologia, porém muitos naturalistas se mantêm sob a influência do paradigma
aristotélico. Carl von Linné (1707-1778), fundador do sistema moderno de
classificação científica dos organismos, em sua obra “Systema Naturae” (1735),
propõe a organização dos seres vivos a partir de características estruturais,
anatômicas e comportamentais, “mantendo a visão de mundo estático idêntico em
sua essência à criação perfeita do Criador” (FUTUYAMA, 1993, p. 2),
classificando os seres vivos, mas mantendo o princípio da criação divina.
Com Linné, o sistema descritivo possibilitou a organização da Biologia,
considerando a comparação das espécies coletadas em diferentes locais. Esta
tendência reflete a atitude contemplativa interessada em retratar a beleza da
natureza partindo da exploração empírica do mundo natural pautado por um
método baseado na observação e descrição da natureza, caracterizando o
pensamento biológico descritivo.
Neste contexto do pensamento descritivo, conceitua-se VIDA "como
expressão da NATUREZA idealizada pelo sujeito racional" (RUSS, 1994, p. 360-
363).
Em meio a tantas mudanças, contributos foram dados pelo médico Willian
Harvey (1578-1657) com a proposição de um novo modelo referente à circulação
214
do sangue. Este modelo, não o método, foi acolhido por Descartes1 (1596-1650)
como uma das bases mais consistentes do pensamento biológico mecanicista.
Sob a influência do pensamento positivista reafirma-se o pensamento
mecanicista. Para entender o funcionamento da VIDA a Biologia fracionou os
organismos vivos em partes cada vez mais especializadas e menores procurando
compreender as relações causa e efeito no funcionamento de cada uma de suas
partes. No século XX, a nova geração de geneticistas confirmou os trabalhos de
Mendel provocando uma revolução conceitual da biologia. Esta concepção
contribui para a construção de um modelo explicativo dos mecanismos evolutivos
vinculando-os ao material genético, marcando a influência do pensamento
biológico evolutivo.
Um novo modelo explicativo passa a ser visto a partir do pensamento
biológico da manipulação genética, demarcando a condição do homem em
compreender a estrutura físico-química dos seres vivos e as consequentes
alterações biológicas.
O momento histórico apontados têm como finalidade representar como se
deu a construção do pensamento biológico, identificando os recortes históricos
importantes para fundamentar a proposição dos conteúdos estruturantes de
Biologia.
Entretanto, para a Ciência, e em especial para a BIOLOGIA, esta
construção ocorre a partir de movimentos não-lineares, com momentos de crise,
de revoluções, de mudanças de paradigmas, de questionamentos conflitantes, de
busca constante por explicações sobre o fenômeno VIDA.
Sendo assim, organizar os conhecimentos biológicos construídos ao
longo da história da humanidade e adequá-los ao sistema de ensino requer
compreensão dos contextos em que a disciplina de Biologia é contemplada nos
currículos escolares.
Na realidade escolar brasileira, os procedimentos próprios do Ensino de
Ciências ficaram reduzidos a transmissão de um único método científico,
consistente no conjunto de passos perfeitamente definidos e aplicados de modo
mecanicista, ensinando o aluno a pensar e agir como cientistas, numa visão
positivista de Ciência. Esta escola ainda estava voltada para atender os filhos da
1
215
elite cultural brasileira, iniciando o deslocamento do foco da formação
humanista para a científica.
ARROYO (1988, p. 5), afirma que
"No final da década de sessenta e início da década de setenta, fez-se uma crítica rígida ao saber transmitido no sistema escolar brasileiro. Tratava-se com desprezo o chamado saber tradicional, visto como livresco, humanista, metafísico, apropriado a uma república de bacharéis diletantes e improdutivos. Propunha-se um saber moderno, técnico-científico, útil, prático, capaz de formar profissionais e trabalhadores eficientes para uma sociedade produtiva".
Sob o impacto da revolução científico-técnica, na década de 70, as
questões ambientais decorrentes da industrialização desencadearam uma nova
concepção sobre o Ensino de Ciências. Passou-se a discutir as implicações
sociais do desenvolvimento científico.
O sistema de ensino brasileiro sofreu mudanças significativas com a
promulgação da segunda LDB, Lei 5692/71, que fixava Diretrizes e Bases do
Ensino de 1 º e 2 º graus. Essa lei trazia alterações no sentido de conter os
aspectos liberais constantes na lei anterior, estabelecendo um ensino tecnicista
para atender ao regime vigente voltado para a ideologia do Nacionalismo
Desenvolvimentista (AGOSTINI, 2000).
O Ensino de Ciências é reorganizado. “A escola secundária deve servir
agora não mais à formação do futuro cientista ou profissional liberal, mas
principalmente ao trabalhador, peça essencial para responder às demandas do
desenvolvimento” (KRASILCHIK, 1987. p.18).
Em meio à crise dos anos 80 começaram a surgir várias críticas às
concepções que prevaleciam nos projetos inovadores para o Ensino de Ciências.
O ponto central desta revisão é a respeito da idéia de Ciência positivista e da
utilização da metodologia científica pelo aluno. Os projetos caracterizavam-se por
uma concepção empírico-indutivista para a Biologia, e visavam desenvolver essa
concepção no ensino.
Os conteúdos de Biologia eram aprendidos com base na observação, a
partir da qual, os mesmos poderiam ser explicados por raciocínios lógicos
comprovados pela experimentação. A experimentação garantia também a
216
descoberta de novos fatos, de forma que o ciclo se fechava: voltava-se à
observação, depois ao raciocínio, depois à experimentação.
Surge no Brasil um novo campo de pesquisa sobre a aprendizagem dos
conceitos científicos, envolvendo a psicogênese dos conceitos e suas implicações
na aprendizagem das ciências. Decorrente dele, nos anos 80 surge no Brasil um
novo, utilizando a análise do processo de produção do conhecimento na ciência
como fonte de inspiração para a proposição de modelos de aprendizagem.
Em virtude das críticas ao contexto educacional, ao findar os anos 80 e
iniciar os anos 90, no Estado do Paraná, a Secretaria de Estado da Educação
propõe o Programa de Reestruturação do Ensino de 2.º Grau. A proposta,
apresentada para o ensino teve como referencial teórico à pedagogia histórico-
crítica. Este novo programa analisava as relações entre escola-trabalho-
cidadania.
Para o ensino da Biologia, a proposta estabelece seis temas que envolviam
as diferentes ciências de referência desta disciplina e algumas noções do
desenvolvimento científico e tecnológico. Este documento tinha por finalidade a
busca de uma alternativa metodológica para o ensino de Biologia, oportunizando
aos professores e alunos a uma visão totalizante da Biologia.
Tal proposta, apesar da tentativa de superação do ensino tradicional e
tecnicista com a pedagogia histórico-crítica, apresentava os conteúdos ainda
divididos por blocos tradicionais do livro didático, reunidos em temas geradores. A
visão de totalidade caracterizava o "conteudismo" dos conhecimentos da biologia.
Em 1998 foram promulgadas as Diretrizes Curriculares Nacionais para o
Ensino Médio (DCNEM – Resolução CNE/CEB 03/98), para normatização da LDB
9394/96. O ensino passou a ser organizado por áreas de conhecimento, ficando a
Biologia disposta na área de Ciências da Natureza, Matemática e suas
Tecnologias.
Os conhecimentos da Biologia, expressos no PCN apontaram como objeto
de estudo da disciplina o fenômeno vida em toda sua "diversidade de
manifestações", porém os conceitos básicos da Biologia, são apresentados de
forma reducionista, com ênfase nos resultados da Ciência e omissão do seu
processo de produção, sem a abordagem histórica, permitindo uma pedagogia de
projetos para assuntos que não contemplam o conjunto de conhecimentos
217
historicamente construídos para a Biologia (MOREIRA, 1991; BIZZO, 2000;
NARDI, 2002).
Partindo-se da dimensão histórica da disciplina Biologia foram identificados
os marcos conceituais da construção do pensamento biológico. Estes marcos
foram utilizados como critérios para escolha dos Conteúdos Estruturantes e dos
Encaminhamentos Metodológicos. Cabe ressaltar que a importância desta
compreensão histórica e filosófica da Ciência está em conformidade com o atual
contexto sócio-econômico e político, estabelecido a partir da compreensão da
concepção de Ciência enquanto construção humana.
OBJETIVOS GERAIS
A disciplina de Biologia tem como objeto de estudo o fenômeno VIDA. Ao
longo da história da humanidade, muitos foram os conceitos elaborados sobre
este fenômeno, numa tentativa de explicá-lo e, ao mesmo tempo, compreendê-lo.
Desde os estudiosos de química e física do iluminismo, herdeiros dos
filósofos que tentaram explicar os fenômenos naturais na antiguidade, aos
naturalistas que se ocupavam da descrição das maravilhas naturais do novo
mundo, passando pelos pioneiros do campo da medicina, todos contribuíram no
desenvolvimento de campos de saber que acabaram reunidos, na escola, sob o
nome de ciências, ciências físicas e biológicas, ciências da vida, ou ciências
naturais. (FERNANDES, 2005, p. 04)
A preocupação com a descrição dos seres vivos e dos fenômenos naturais
levou o ser humano a diferentes concepções de VIDA, de mundo e de seu papel
como parte deste. Tal interesse sempre esteve relacionado à necessidade de
garantir a sobrevivência humana.
Desde o paleolítico, o ser humano, caçador e coletor, as observações dos
diferentes tipos de comportamento dos animais e da floração das plantas foram
registradas nas pinturas rupestres como forma de representar sua curiosidade em
explorar a natureza.
No entanto os conhecimentos apresentados pela disciplina de Biologia no
Ensino Médio não resultam da apreensão contemplativa da natureza em si, mas
dos modelos teóricos elaborados pelo ser humano – seus paradigmas teóricos –
218
que evidenciam o esforço de entender, explicar, usar e manipular os recursos
naturais.
Para compreender os pensamentos que contribuíram na construção das
diferentes concepções sobre o fenômeno VIDA e suas implicações no ensino,
buscou-se, na história da ciência, os contextos históricos nos quais, influências
religiosas, econômicas, políticas e sociais impulsionaram essa construção.
A incursão pela História e Filosofia da Ciência permite identificar a
concepção de Ciência presente em cada momento histórico e as relações
estabelecidas com o próprio momento em que se destaca, as interferências que
sofre e provoca nesses momentos, e que influencia o processo de construção de
conceitos sobre o fenômeno VIDA. A partir das concepções de Ciências
estabelecidas ao longo do tempo reafirma-se, assim, o conceito VIDA como
objeto de estudo da Biologia.
Entende-se assim, que a Biologia contribui para a formação de sujeitos
críticos, reflexivos e atuantes, por meio de conteúdos, desde que ao mesmo
tempo proporcionem o entendimento do objeto de estudo - o fenômeno VIDA - em
toda sua complexidade de relações, ou seja, na organização dos seres vivos; no
funcionamento dos mecanismos biológicos; do estudo da biodiversidade no
âmbito dos processos biológicos de variabilidade genética, hereditariedade e
relações ecológicas; e das implicações dos avanços biológicos no fenômeno
VIDA.
Associando-se à Biologia enquanto produto histórico tem-se o
desenvolvimento da Biotecnologia e a compreensão de conceitos científicos, os
quais geram conflitos filosóficos, científico e social, pois põe em discussão a
manipulação do material genético, alterando a concepção do fenômeno VIDA.
Críticos como Michael APPLE (2006) e Henry GIROUX (1983), propõem
como alternativa o fortalecimento de lutas contra-hegemônicas e de currículos
que partam das desigualdades e da diversidade, que valorizem e incorporem as
“culturas vividas” pelos alunos, respeitando seus saberes e suas experiências, e
que possa desconstruir as tradicionais fronteiras entre a cultura popular, a cultura
erudita e a cultura de massa.
Sendo assim, nestas Diretrizes Curriculares redimensiona-se a
importância dada ao processo de construção histórica dos conhecimentos
219
biológicos de forma que os mesmos possibilitem acesso, a cultura científica,
socialmente valorizada, tendo como objetivo a formação do sujeito crítico e
reflexivo, rompendo com concepções pedagógicas anteriores.
- Descrever processos e características do ambiente ou de seres vivos,
observados em microscópio ou olho nu.
- Perceber e utilizar os códigos intrínsecos da Biologia;
- Apresentar suposições e hipóteses acerca dos fenômenos biológicos em
estudo;
- Apresentar, de forma organizada, o conhecimento biológico apreendido,
através de textos, desenhos, esquemas, gráficos, tabelas, maquetes etc.;
- Conhecer diferentes formas de obter informações (observação,
experimento, leitura de texto e imagem, entrevista), selecionando aquelas
pertinentes ao tema biológico em estudo;
- Expressar dúvidas, ideias e conclusões acerca dos fenômenos
biológicos;
- Relacionar fenômenos, fatos, processos e ideias em Biologia, elaborando
conceitos, identificando regularidades e diferenças, construindo generalizações;
- Utilizar critérios científicos para realizar classificações de animais,
vegetais etc.
- Relacionar os diversos conteúdos conceituais de Biologia (lógica interna )
na compreensão de fenômenos;
- Estabelecer relações entre parte e todo de um fenômeno ou processo
biológico;
- Selecionar e utilizar metodologias científicas adequadas para a resolução
de problemas, fazendo uso, quando for o caso, de tratamento estatístico na
análise de dados coletados;
- Formular questões, diagnósticos e propor soluções para problemas
apresentados, utilizando elementos da Biologia;
- Utilizar noções e conceitos da Biologia em novas situações de
aprendizado (existencial ou escolar);
- Relacionar o conhecimento das diversas disciplinas para o entendimento
de fatos ou processos biológicos (lógica externa );
220
- Reconhecer a Biologia como um fazer humano e, portanto, histórico, fruto
da conjunção de fatores sociais, políticos, econômicos, culturais, religiosos e
tecnológicos;
- Identificar a interferência de aspectos místicos e culturais nos
conhecimentos do senso comum relacionados a aspectos biológicos;
- Reconhecer o ser humano como agente e paciente de transformações
intencionais por ele produzidas no seu ambiente;
- Julgar ações de intervenção, identificando aquelas que visam à
preservação e à implementação da saúde individual, coletiva e do ambiente;
- Identificar as relações entre o conhecimento científico e o
desenvolvimento tecnológico, considerando a preservação da vida, as condições
de vida e as concepções de desenvolvimento sustentável.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Os conteúdos estruturantes são interdependentes e não devem ser
seriados nem hierarquizados, esses conteúdos estruturantes são: organização
dos seres vivos, mecanismos biológicos, biodiversidade e manipulação genética.
Eles devem ser abordados de forma integrada, com ênfase nos aspectos
essenciais do objeto de estudo da disciplina, relacionados a conceitos oriundos
das diversas ciências de referência da Biologia.
CONTEÚDOS BÁSICOS
Classificação dos seres vivos: critérios taxonômicos e filogenéticos.
Sistemas biológicos: anatomia, morfologia e fisiologia.
Mecanismos de desenvolvimento embriológico.
Mecanismos celulares biofísicos e bioquímicos
Teorias evolutivas.
Transmissão das características hereditárias.
Dinâmica dos ecossistemas: relações entre os seres vivos e
interdependência com o ambiente.
Organismos geneticamente modificados.
221
METODOLOGIA
A metodologia de ensino da Biologia, envolve o conjunto de processos or-
ganizados e integrados, quer no nível de célula, de indivíduo, de organismo no
meio, na relação ser humano e natureza e nas relações sociais, políticas, econô-
micas e culturais.
Assim, a experimentação deve ter como finalidade o uso de um método
que privilegie a construção do conhecimento, em caráter de superação à condição
de memorização direta, comportamentalista. Parte-se do pressuposto que a ado-
ção de uma prática pedagógica fundamentada nas teorias críticas deve assegurar
ao professor e ao aluno a participação ativa no processo pedagógico.
Desse modo, os conhecimentos biológicos, se compreendidos como produtos his-
tóricos indispensáveis à compreensão da prática social, podem contribuir para re-
velar a realidade concreta de forma crítica e explicitar as possibilidades de atua-
ção dos sujeitos no processo de transformação desta realidade (LIBÂNEO, 1983).
Para o ensino de Biologia, compreender o fenômeno da VIDA e sua
complexidade de relações significa pensar em uma Ciência em transformação,
cujo caráter provisório garante a reavaliação dos seus resultados e possibilita o
repensar e a mudança constante de conceitos e teorias elaboradas em cada
momento histórico, social, político, econômico e cultural.
Torna-se importante, então, considerar a necessidade de se conhecer e
respeitar a diversidade social, cultural e as ideias primeiras do aluno, como
elementos que também podem constituir obstáculos à aprendizagem dos
conceitos científicos que levam a compreensão do conceito VIDA.
Como recurso para diagnosticar as ideias primeiras do aluno é
recomendável favorecer o debate em sala de aula. Este oportuniza a reflexão e
contribui para a formação de um sujeito investigativo, interessado, que busca
conhecer e compreender a realidade. Dizer que o aluno deve superar suas
concepções anteriores implica em promover ações pedagógicas que permitam tal
superação.
O ensino dos conteúdos específicos de Biologia apontam para as seguintes
estratégias metodológicas de ensino: prática social, problematização,
222
instrumentalização, catarse e o retorno à prática social (GASPARIN, 2002;
SAVIANI, 1997).
1- PRÁTICA SOCIAL: caracteriza-se por ser o ponto de partida onde o objetivo é
perceber e denotar, dar significação às concepções alternativas do aluno a partir
de uma visão sincrética, desorganizada, de senso comum a respeito do conteúdo
à ser trabalhado.
2- PROBLEMATIZAÇÃO: é o momento para detectar e apontar as questões que
precisam ser resolvidas no âmbito da prática social e, em consequência,
estabelecer que conhecimentos são necessários para a resolução destas
questões, e as exigências sociais de aplicação desse conhecimento.
3-INSTRUMENTALIZAÇÃO: consiste em apresentar os conteúdos sistematizados
para que os alunos assimilem e os transformem em instrumento de construção
pessoal e profissional. Neste contexto, que os alunos apropriem-se das
ferramentas culturais necessárias à luta social para superar a condição de
exploração em que vivem.
4-CATARSE: é a fase de aproximação entre o que o aluno adquiriu de
conhecimento e o problema em questão. A partir da apropriação dos instrumentos
culturais, transformados em elementos ativos de transformação social, e assim
sendo, o aluno passa ao entendimento e elaboração de novas estruturas de
conhecimento, ou seja, passa da ação para a conscientização.
5- RETORNO À PRATICA SOCIAL: caracteriza-se pelo retorno à prática social,
com o saber concreto e pensado par atuar e transformar as relações de produção
que impedem a construção de uma sociedade mais igualitária. A situação de
compreensão sincrética apresentada pelo aluno no início do processo, passa de
um estágio de menor compreensão do conhecimento científico à uma fase de
maior clareza e compreensão, explicitada numa visão sintética. Neste contexto, o
processo educacional põe-se a serviço da referida transformação das relações de
produção.
223
Assim, ao utilizar-se desta estratégia metodológica e retomando as
metodologias que favoreceram a determinação dos marcos conceituais
apresentados nestas Diretrizes Curriculares para o ensino de Biologia, propõe-se
a utilização das estratégias acima apresentadas e considerar os princípios
metodológicos utilizados naqueles momentos históricos, porém, adequados ao
ensino neste momento histórico.
Para cada Conteúdos Estruturantes, propõe-se:
a. Organização dos Seres Vivos:
A metodologia descritiva, utilizada no momento histórico em que esse
Conteúdo Estruturante foi sistematizado no pensamento biológico, propõe a
observação e descrição dos seres vivos. Nesta diretriz, busca-se partir desta
metodologia ampliando a discussão para a comparação das características
estruturais anatômicas e comportamentais dos seres, realizando discussões entre
os critérios usados desde Linné até a atualidade com a introdução da análise
genômica, propiciando a compreensão sobre como o pensamento humano,
partindo da compreensão de mundo imutável, chegou ao modelo de mundo em
constante mudança.
b. Mecanismos Biológicos:
Este Conteúdo Estruturante fundamenta-se no paradigma mecanicista
para explicar os mecanismos biológicos. Por isso, baseava-se na análise dos
conhecimentos biológicos sob uma perspectiva fragmentada, conhecendo-se as
partes, utilizando as idéias do método científico propondo hipóteses que permitam
analisar como os sistemas biológicos funcionam. Nesta diretriz, considera-se que
este conhecimento, isoladamente, é insuficiente para permitir ao aluno
compreender as relações que se estabelecem entre os diversos mecanismos para
manutenção da vida. É importante que, o professor considere o aprofundamento,
a especialização, o conhecimento objetivo como ponto de partida para que se
possa compreender os sistemas vivos como fruto da interação entre seus
elementos constituintes e da interação deste sistema com os demais
componentes do seu meio;
c. Biodiversidade:
Este Conteúdo Estruturante fundamenta-se no paradigma evolutivo.
Sendo a concepção de Ciência entendida como construção humana, a
224
metodologia do ensino neste Conteúdo Estruturante pretende caracterizar a
diversidade da VIDA como um conjunto de processos organizados e integrados,
quer no nível de uma célula, de um indivíduo, ou, ainda, de organismos no seu
meio. Nesta diretriz, pretende-se que as reflexões propostas, neste Conteúdo
Estruturante, partam das contribuições de Lamarck e Darwin para superar as
idéias fixistas, já superadas há muito pela ciência e supostamente pela sociedade.
Pretende-se a superação das concepções alternativas do aluno com a
aproximação das concepções científicas, procurando compreender os conceitos
da genética, da evolução e da ecologia, como forma de explicar a diversidade dos
seres vivos.
d. Implicações dos avanços biológicos no fenômeno vida:
Este Conteúdo Estruturante fundamenta-se no paradigma da manipulação
genética. Ao propor o paradigma da manipulação genética não significa que
esteja sendo proposto a manipulação do material genético nos laboratórios
escolares. O que se pretende, nesta diretriz, é garantir a reflexão sobre as
implicações dos avanços biológicos para o desenvolvimento da sociedade. Uma
possibilidade metodológica a ser utilizada é a problematização. Esta proposta
metodológica parte do princípio da provocação e mobilização do aluno na busca
por conhecimentos necessários para resolução de problemas. Estes problemas
relacionam os conteúdos da Biologia ao cotidiano do aluno para que ele busque
compreender e atuar na sociedade de forma crítica.
Compreendendo-se a proposta dos Conteúdos Estruturantes, atenção
especial deve ser atenção especial deve ser dada ao modo como os recursos
pedagógicos serão utilizados e aos critérios político-pedagógicos da seleção de
recursos didáticos que podem contribuir para uma leitura crítica que permitirá
realizar os recortes necessários dos conteúdos específicos identificados como
significativos para o Ensino Médio.
Os recursos a serem utilizados no Colégio Casemiro Karman para para a
disciplina de biologia são:
- Aula dialogada, a leitura, a escrita, a experimentação, as analogias, entre tantos
outros, serão utilizados no sentido de possibilitarem a participação dos alunos,
favorecendo a expressão de seus pensamentos, suas percepções, significações,
interpretações, uma vez que aprender envolve a produção/criação de novos
225
significados, tendo em vista que esse processo acarreta o encontro e o confronto
das diferentes ideias que circulam em sala de aula.- Imagens como vídeo,
transparências, fotos e as atividades experimentais, são recursos utilizados para
uma problematização em torno da questão demonstração-interpretação. Analisar
quais os objetivos, expectativas a serem atingidas, além da concepção de ciência
que se agrega a estas atividades, pode contribuir para a compreensão do papel
do aluno frente a tais atividades.
- Aula experimental, seja ela de manipulação de material ou demonstrativa
representa um importante recurso de ensino.
- Aulas demonstrativas como um importante recurso, é preciso permitir a
participação do aluno e não apenas tê-lo como observador passivo. Algumas
vezes a atividade prática demonstrativa, implica na ideia da existência de
verdades definidas e formuladas em leis já comprovadas, isto é, de uma ciência
de realidade imutável.
- Atividade prática, como resolução de problemas ou de hipóteses, ter uma
concepção de Ciência diferente, como interpretação da realidade, sendo as
teorias e hipóteses, consideradas explicações provisórias. Nesse caso,
estabelece-se um maior contato do aluno com o experimento, o que possibilita o
diálogo com a atitude científica.
- Estudo do meio como parques, praças, terrenos baldios, praias, bosques, rios,
zoológicos, hortas, mercados, lixões, fábricas etc. Estas atividades, além de
integrar conhecimentos veicula uma concepção sobre a relação homem-ambiente
e possibilita novas elaborações por meio da pesquisa,
- Jogos didáticos contribuem para gerar desafios , com conteúdos culturais a
serem veiculados na escola e finalidade de desenvolver habilidades de resolução
de problemas, o que possibilita a oportunidade de traçar planos de ações para
atingir determinados objetivos.
- Confecção de Painéis com linhas do Tempo sobre Origem do Universo,Terra e
Vida, e confecção de histórias em quadrinhos sobre os mesmos ou outros
assuntos são recursos motivadores na construção do conhecimento.
-Aulas práticas envolvendo citologia e fisiologia humana e utilização de materiais
disponíveis em laboratório:microscópio óptico, lâminas,corantes,painéis
ilustrativos de fisiologia humana(sistemas do corpo).
226
O livro didático e atlas, são recursos eficientes e devem ser utilizados no
dia a dia para pesquisas, análises, comparações,e organização de dados para
apresentação de trabalhos em equipe e individual.
Os alunos serão orientados à confecção de modelos didáticos
tridimensionais de fisiologia humana e vegetal(em equipes).
Confecção de jogos da memória, dominó e ludo sobre características e
reinos dos seres vivos em equipe e individual.
Elaboração e produção de cruzadinhas e caça-palavras sobre diversos
assuntos como forma de fixação do conteúdo.
Produção de cartazes informativos e folders sobre doenças, educação
ambiental, gravidez, métodos contaceptivos, entre outros(escolha de alguns para
impressão e distribuição na escola e na comunidade).
Debates envolvendo biotecnologia e bioética, bem como resolução de
atividades sobre genética, identificação de pessoas pelo DNA, montagem do
cariótipo humano normal e portador de síndromes.
Utilização de massa de modelar para representação das etapas da divisão
celular (mitose e meiose).
Produção de mapas conceituais no quadro de giz.
Utilização do laboratório de informática para pesquisas de diversos
assuntos.
A TV multimídia tornou-se recurso eficaz no processo de ensino-
aprendizagem para ilustração e complementação de ideias sobre conteúdos
abordados.
Escrita de textos dissertativos e artigos sobre temas contemporâneos,
relacionando teorias e práticas biológicas, a partir das leituras, análises e
discussões realizadas, construindo argumentos e posicionamento próprio.
Biblioteca do colégio: diferentes referências para pesquisas, comparações,
análises e conclusões sobre diversos temas.
Elaboração e ensaio de peças teatrais envolventes, educação ambiental
(contemplação da lei 9.795/99).
Quanto ao trabalho envolvendo a educação ambiental, em concordância
com a Lei n. 9.795/99 que institui a Política Nacional de Educação Ambiental, este
deverá ser uma prática educativa integrada, contínua e permanente no
227
desenvolvimento dos conteúdos específicos. Portanto é necessário que o
professor contextualize esta abordagem em relação aos conteúdos estruturantes,
de tal forma que os conteúdos específicos sobre as questões ambientais não
sejam trabalhados isoladamente na disciplina de Biologia. (DCE 2010).
As leis 10.639/03 História e Cultura Afro-Brasileira e indígena serão
contemplados, dentro dos conteúdos de Genética e Evolução.
Os encaminhamentos metodológicos expressos nestas Diretrizes objetivam
potencializar o aprendizado e nesse sentido são indissociáveis do processo
ensino-aprendizagem de Biologia. Assim os experimentos podem ser o ponto de
partida para desenvolver a compreensão de conceitos ou a percepção de sua
relação com as ideias discutidas em aula, levando os alunos à reflexão sobre a
teoria e a prática e, ao mesmo tempo permitindo que o professor perceba as
dúvidas de seus alunos.
AVALIAÇÃO
A avaliação será realizada através de situações que possibilitem condições
para reflexão e questionamentos acerca do aprendizado dos alunos.
- Conceber e utilizar a avaliação em Biologia, como instrumento de aprendizagem
que permita fornecer um feedback adequado para promover o avanço dos alunos;
- Ampliar o conceito e a prática da avaliação ao conjunto de saberes, destrezas e
atitudes que interesse contemplar na aprendizagem de conceitos biológicos,
superando sua habitual limitação à rememoração receptiva de conteúdos
conceituais;
- Introduzir formas de avaliação da prática docente como instrumento de melhoria
do ensino.
É preciso compreender a avaliação como prática emancipadora. Deste
modo, a avaliação na disciplina de Biologia, passa a ser entendida como
instrumento, cuja finalidade é obter, informações necessárias sobre o
desenvolvimento da prática pedagógica para nela intervir e reformular os
processos de aprendizagem.
228
Pressupõe-se uma tomada de decisão, onde o aluno toma conhecimento
dos resultados de sua aprendizagem e organiza-se para as mudanças
necessárias.
Enfim, a avaliação como instrumento reflexivo prevê um conjunto de ações
pedagógicas pensadas e realizadas pelo professor ao longo do ano letivo.
Professores e alunos tornam-se observadores dos avanços e dificuldades a fim
de superar os obstáculos.
Espera-se que o aluno:
Compreenda a diversidade biológica e a organização dos seres vivos.
Reconheça as diferenças das características estruturais, anatômicas e
comportamentais dos seres vivos.
Estabeleça relações entre os diversos mecanismos de funcionamento e
manutenção da VIDA.
Relacione os conceitos de genética, da evolução e da ecologia, como
forma de explicar a diversidade dos seres vivos.
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232
9.3 EDUCAÇÃO FÍSICA:
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
Na tentativa de situar historicamente a trajetória da disciplina de Educação
Física, optou-se por retratar os fatos ocorridos a partir do século XIX, devido as
transformações sociais pelas quais, o Brasil passava, dentre elas, o fim da
exploração escrava e as políticas de incentivo à imigração, principalmente o
crescimento das cidades exigindo uma série de medidas com vistas à aplicar os
preceitos de moralidade, bem como, instaurar a ordem social, adaptando o modo
de viver dos novos cidadãos das cidades à nova configuração da sociedade.
A princípio, a Educação Física tinha fins de “adestramento” e preparação
para a defesa da Pátria, visto que começou dentro de uma escola militar. Foi com
o parecer de Rui Barbosa em 1882 quando ocorreu a reforma do ensino primário
é que a Educação física teve destaque como fator formador de jovens.
Apoiados numa visão de que a ginástica assemelhava-se a atividade
manual e esta era própria dos escravos, a classe dirigente que consistia na época
(elite) oferecia grande resistência à tradução da ginástica nas escolas.
A partir de então a Educação Física, sempre atrelada a valores morais
médicos e militares em cada época, tornou-se obrigatória primeiramente nos
cursos primários e secundários e posteriormente em todos os níveis e graus de
ensino.
Na década de 1930, o esporte começou a se popularizar confundindo-se
com a Educação Física. Houve um incentivo as práticas desportivas com o intuito
de promover políticas nacionalistas pensadas para o país. Uma série de medidas
forma implantadas para ressaltar o sentimento de valorização da Pátria por meio
dos esportes.
A Educação Física por muito tempo tem seguido paralelo à educação e não
como parte dela, servindo a outros objetivos e não aos relacionados dentro de
uma visão histórico-social. É necessário que a Educação Física de uma condição
passiva de coadjuvante do processo educacional para ser parte integrante deste,
buscando colocá-lo em seu verdadeiro espaço e de área de conhecimento.
233
Na década de 1970 surge a Educação Física Psicomotora com a finalidade de
servir a outras disciplinas, uma vez que componentes como equilíbrio,
lateralidade, eram vistos como importantes para melhorar o aprendizado de
matemática ou português, por exemplo. Em meados dos anos de 1980 já se
pode falar não só de uma comunidade científica, mas também da delimitação de
tendências ou correntes, suscitando os primeiros debates voltados à uma
criticidade.
Já no início da década de 1990 um momento significativo para o Estado do
Paraná foi a elaboração do Currículo Básico. O Currículo da Educação Física está
embasado na pedagogia histórico-crítica da Educação Física, No mesmo período
foi elaborado também o documento de restruturação da proposta curricular do
ensino de segundo grau para a disciplina de Educação Física. A proposta também
se fundamentou na concepção histórico -crítica da educação, naquele momento
pretendia-se o resgate do compromisso social da ação pedagógica da Educação
Física.
Todos estes avanços teóricos da Educação Física sofreram um retrocesso
na década de 1990 quando após a discussão e aprovação da Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional (LDB) apresentou-se a proposta dos Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCN's).
É importante tomar como ponto de partida concepção de corpo que a
sociedade vem produzindo historicamente, levando os alunos a se situarem na
contemporaneidade, dialogando com o passado e vidrando o conhecimento do
seu corpo. Deverá ser considerado o tipo de sociedade onde este saber foi
produzido, proporcionando-se condições de análise e reflexão para reelaboração
do seu saber e conseqüente, reelaboração da consciência e da cultura corporal.
A Educação Física enquanto ciência tematiza o movimento humano o qual
não pode ser avaliado ao nível exclusivo de suas propriedades físicas e
biomecânicas, porque há nele toda a historicidade das sociedades.
O professor de Educação Física é aqui entendido como elemento chave
para operacionalizar os valores e resgatar o trabalho responsável sobre o corpo,
dentro de uma constante dialética do homem em relação com a natureza e com o
próprio homem.
234
Sua ação criadora e inovadora deverá dinamizar o trabalho em sua escola,
contribuindo com a conscientização de seu grupo, para modificação e valorização
de prática pedagógica e a flexibilidade de ações atreladas ao conteúdo numa
constante reflexão crítica, o que enriquece o processo ensino-aprendizagem.
A ação educativa deve ser um instrumento que prepara o homem para
reivindicar seu direito de opinar, discutir, criticar e alterar a ordem social e de ter
acesso à cultura e à história de seu tempo.
A Educação Física consciente é aquela que contribui para a educação do
indivíduo através do ato educativo, que é o resultado de um processo de ação
dinâmica, onde os envolvidos no processo de ensino aprendizagem estão
conscientes e exercitam sua criatividade durante todo o processo.
A ação pedagógica da Educação Física deve estimular a reflexão sobre o
acervo de formas e representações do mundo que o ser humano tem produzido,
exteriorizadas pela expressão corporal em jogos e brincadeiras, danças, lutas,
ginásticas e esportes. Essas expressões podem ser identificadas como formas de
representação simbólica de realidades vividas pelo homem.
OBJETIVOS GERAIS
A Educação Física Escolar dentro da realidade levantada, buscará
contribuir para a formação de caráter, contribuir para a consciência quanto à
prevenção aos fatores intervenientes que podem interferir negativamente à saúde,
desenvolver habilidades motoras em grupo através de atividades e jogos
coletivos, promover a socialização entre as diferentes faixas etárias e os sexos
através de um ambiente afetivo durante as práticas, e despertar o interesse para
a busca de objetivos e planos, tendo a escola e as vivências corporais como
bases, que possam ser realizados a partir da decisão de chegar a um lugar
produtivo para a sociedade, mas dentro de um contexto de otimismo e felicidade.
Para atingir esses objetivos, deve-se trabalhar diferentes atividades
corporais, procurando adotar uma atitude cooperativa e solidária, sem discriminar
os colegas pelo desempenho, ou por razões sociais, físicas, sexuais e culturais.
Conhecer algumas de suas possibilidades e limitações corporais, de forma
235
a poder estabelecer algumas metas pessoais (qualitativas e quantitativas).
Aumentar a percepção, a concentração, o raciocínio para criação de estratégias,
refletindo na velocidade de reação entre estímulo e resposta para atingir melhores níveis
de processamento e armazenamento de informações.
Intervir de forma conscientizadora em situações características dos grupos
humanos, como a inserção de uns e a exclusão de outros.
Descobrir nas aulas de Educação Física a sua importância como disciplina capaz
de oferecer informações relevantes sobre saúde física e mental, bem como chamar a
atenção para problemas sociais que influem na qualidade de vida das pessoas.
CONTEÚDOS
Os conteúdos estruturantes adotados para o Ensino Médio foram, ginástica, esporte,
dança, lutas e jogos.
- Esporte individual e coletivo
- Jogos
- Ginástica
- Lutas
- Dança
- Elementos articulares
- saúde
- corpo
- tática e técnica
- lazer
- diversidade
Obs: os conteúdos desenvolvidos de 1ª a 3ª série, terão maior amplitude, complexidade e
aprofundamento do que as séries do Ensino Fundamental. A consciência corporal, o nível
de analise crítico deve estar numa fase de desenvolvimento mais elevada. Todos os
conteúdos são flexíveis de acordo com a necessidade de cada classe. Bem como toda a
estrutura necessária para introduzir a História da cultura Afro- indígena através de
costumes do desporto e das danças executadas pelas culturas afro e indígena.
METODOLOGIA
236
As propostas buscam levar informações e aprendizagens por meio da
participação prática e teórica, sendo o professor um mediador durante as
atividades, e procurando instigar o aluno para a superação de suas dificuldades
corporais internas e externas através da promoção de um ambiente afetivo propício
para relações produtivas e saudáveis.
A forma de se trabalhar as propostas deve atingir o interesse do aluno, onde as
atividades que se tornam adequadas de um dado ambiente escolar, ganham significado
para ir além do ambiente escolar, relacionando o que vivencia corporalmente com a vida,
a sociedade e o capitalismo. Nesse contexto, a Educação Física Escolar dispõe de uma
diversidade de formas de abordagem para a aprendizagem, entre elas, as situações de
jogo coletivo, os exercícios de preparação corporal, de aperfeiçoamento, de improvisação,
a apreciação e discussão e as atividades recreativas. Dentro dessa esfera, os conteúdos
funcionam como estratégias de ensino, um meio para se chegar a um fim utilizando o
conhecimento trazido pelo aluno, contribuindo para um processo contínuo de ensino-
aprendizagem. Nisto, diante da individualidade de cada aluno, poderão ser propostas
atividades que integram a teoria com a prática social.
O Professor, partindo da realidade social que se encontra, pode contextualizar
problemas detectados e relaciona-los com o funcionamento do corpo, onde se
conhecendo (sentimento, sensações, emoções) o aluno pode vir a entender melhor a vida
em sociedade, percebendo a si e ao outro, como seres que compartilham o mesmo
espaço com diferentes maneiras de agir. Tais propostas corporais estabelecem relações
equilibradas e construtivas, buscam adotar hábitos saudáveis de qualidade de vida, de
atividades físicas saudáveis, de preservação da saúde e de formação de um cidadão
preparado para conviver e viver em sociedade.
AVALIAÇÃO
A valorização da aprendizagem do conteúdo proposto acontecerá baseada na
participação aliada ao interesse e a disciplina positiva, dessa forma será possível aferir a
que nível de aprendizagem, cada indivíduo pôde atingir dentro desse processo.
Dentro desse processo, devem ser levados em consideração a faixa etária dos
alunos e o grau de autonomia e discernimento que possuem. Esse processo, por se
manifestar de forma contínua, poderá revelar as alterações próprias e características
desse momento de aprendizado. Abordagens que os incluam como participantes do
237
processo avaliativo serão bem aceitas, pois além de estimular o desenvolvimento da
responsabilidade pelo próprio processo, credita-lhes maturidade e responsabilidade, o
que favorecerá a maior compreensão e localização desses alunos na construção do
conhecimento.
Os instrumentos, além de serem discutidos entre aluno e professor, poderão ser
tão variados quanto forem os conteúdos e seus objetivos; esses instrumentos poderão
estar inseridos nos conteúdos de aprendizagem, como uma forma sistemática de
valorização e de reflexão sobre as formas com que foram entendidos, vivenciados e
externados (com autonomia), os conhecimentos corporais e científicos da disciplina.
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9.4 FILOSOFIA
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
A partir do momento em que o homem deu-se conta de que era um ser capaz de
indagar e se auto explicar viu-se imerso em um novo mundo, onde questionava e era
questionado, e lá se vão mais de 2.600 anos de História.“Constituída como pensamento
há mais de 2600 anos, a Filosofia, que tem a sua origem na Grécia antiga, traz consigo o
problema de seu ensino a partir do embate entre o pensamento de Platão e as teorias dos
238
sofistas. Naquele momento, tratava-se de compreender a relação entre o conhecimento e
o papel da retórica no ensino.” (DCE Filosofia, 2008, p. 38). Mas podemos dizer que antes
dessa discussão entre Platão e os Sofistas a Filosofia já nascia, entre os Séc. VI e V a.C.,
com os pensadores da Jônia, ou os chamados “Filósofos da Natureza”, contradizendo os
Mitos e as explicações mitológicas. E a partir daí este senso crítico, tão característico a
esta Filosofia, não deixou pedra sobre pedras: contestou os mitos, formulou teorias
morais e metafísicas que influenciaram e influenciam gerações, deu subsídios para
religiões e acima de tudo criticou. Criticou e criticou-se.
Agora, neste momento histórico da educação nacional, este pensamento crítico e
contestador volta as salas de aula. Depois de ser “acusada de perigosa pelas ditaduras,
ou de inútil, pela tecnocracia.” (RIBEIRO, Renato J. Folha de S. Paulo, 26 Agosto 2003) a
Filosofia volta e em franca expansão. Basta uma rápida olhada pelas mídias falada e
escrita, ou os cursos universitários e poderá se constatar esta volta e como ela é vital
para a educação, pois se antes não era vantajoso para o governo ou para o mercado um
“sujeito pensante”, hoje se faz necessário e urgente tal indivíduo, pois jamais poderemos
esperar a construção de uma sociedade justa e igualitária se a educação não privilegiar a
formação de cidadãos autônomos, livres, críticos e conscientes do mundo e condições
sociais a sua volta, o que, como ferramenta de crítica e conhecimento, a Filosofia é capaz
de proporcionar.
Agora cabe à Filosofia, como “ciência do conhecimento”, demonstrar sua rica
contribuição no Ensino Médio, trabalhando com conteúdos de extrema importância para a
formação de um ser crítico e emancipado, abordando conceitos e valores, girando sempre
em torno de problemas que por sua vez irão gerar inúmeras discussões em sala de aula,
pois “é no espaço escolar que a Filosofia busca demonstrar aquilo que lhe é próprio: o
pensamento crítico, a resistência e a criação de conceitos. A Filosofia procura tornar vivo
o espaço escolar, onde sujeitos exercitam a inteligência buscando no diálogo e no
embate
entre as diferenças a sua convivência e a construção da sua história.” (DCE Filosofia,
2008, p. 45).
Tendo como base, inúmeras referencias de grandes filósofos, o professor tem total
condições de fornecer ao aluno aquilo que já era de lei, ou seja, “dominar os
conhecimentos de Filosofia e de Sociologia necessários ao exercício da cidadania”. (LDB,
nº 9.394/96, no art. 36). Lógico que esta lei não contemplava o exercício da Filosofia na
sua totalidade e nem sua obrigatoriedade, mas hoje com a lei n. 15.228, aprovada em
239
julho de 2006, foi decretada sua obrigatoriedade nos currículos escolares e seu
reconhecimento legal se deu na correção da LDB em junho de 2008 pela lei 11.684.
OBJETIVOS
- Mostrar ao aluno a diferenciação entre o pensamento mítico, baseado em crendices e
irracional ao pensamento elaborado racionalmente, livre de fantasmagorias e misticismos,
e em que período histórico da civilização ocidental se deu essa passagem, caracterizando
a Filosofia.
- Conhecer e compreender a Filosofia como disciplina, que nos auxilia no cotidiano e
durante nossa vida, levando os indivíduos a uma maior reflexão sobre as diferenças
pessoais, sociais, políticas e comportamentais.
- Refletir com maior profundidade, livre em parte do senso comum, visto que a Filosofia
não pode ser dogmática, sobre as diferenças temáticas e através do conhecimento tentar
uma transformação individual e da sociedade a qual pertence.
- Contribuir para um maior entendimento de como o homem compreende sua vida e seu
mundo, seja ele particular ou coletivo, como indivíduo ou como sociedade.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES e BÁSICOS
1º ANO
MITO E F ILOSOFIA
Saber mítico:
Saber filosófico:
Relação Mito e Filosofia:
Atualidade do mito:
O que é Filosofia?
TEORIA DO CONHECIMENTO
Possibilidade do conhecimento:
As formas de conhecimento:
A questão do método:
Conhecimento e lógica:
2º ANO
ÉTICA
240
Ética e moral:
Pluralidade ética:
Ética e violência:
Razão, desejo e vontade:
Liberdade: autonomia do sujeito e a necessidade das normas:
FILOSOFIA POLÍTICA
Liberdade e igualdade política:
Relações entre comunidade e poder:
Política e Ideologia:
Esfera pública e privada
3º ANO
FILOSOFIA DA CIÊNCIA
Concepções de ciência:
A questão do método científico:
Contribuições e limites da ciência:
Ciência e ideologia:
Ciência e ética:
ESTÉTICA
Natureza da arte:
Filosofia e arte:
Categorias estéticas – feio, belo, sublime, trágico, cômico, grotesco, gosto, etc:
Estética e sociedade:
METODOLOGIA
Para trabalhar o ensino de Filosofia se faz necessário seguir quatro momentos. O
primeiro a mobilização, é quando o conteúdo filosófico a ser trabalhado é relacionado com
a música, texto de jornal, filme, ou seja, algo que relacione o conteúdo com a atualidade e
chame a atenção do aluno. Depois dessa primeira abordagem inicia-se o processo de
problematização por parte do professor, e investigação e criação de conceitos juntamente
com o aluno. No final desse processo o aluno poderá elaborar uma dissertação onde
sejam apresentadas as idéias envolvidas com os conceitos formulados.
241
Os recursos didáticos a serem utilizados variam desde o texto filosófico relacionado
ao tema, um recorte de jornal, revista, charge, música, peça teatral, filme que podem ser
vinculados junto ao conteúdo trabalhado. E também o uso de computadores para
pesquisas e a TV multimídia.
Portanto a base do ensino de Filosofia é manter uma ação consciente e reflexiva
fazendo com que os alunos em questão, com base em definições e textos filosóficos,
possam realmente pensar, analisar e discutir sobre os problemas, com reais significados
históricos e sociais. Construir constantemente espaços de problematização
compartilhados com os próprios alunos, organizando debates, sugerindo pesquisas,
direcionando à criações de conceitos e definições de idéias. A filosofia deve possibilitar ao
estudante desenvolver estilo próprio de pensamento, que pode ter como direção alguns
momentos como a sensibilização, a problematização, a investigação e a criação de
conceitos. Neste processo e com uma boa base literária, será fácil perceber os problemas
realmente significativos para os alunos e respectivamente para as aulas em si.
AVALIAÇÃO
Deve ter função extremamente diagnóstica, ou seja, não precisa apenas perceber
se o estudante assimilou o conteúdo estudado, mas sim, avaliá-lo em todo o percorrer do
processo de ensino aprendizagem, tendo respeito pelas posições do estudante, sua
formação de conceitos, a capacidade de construir e tomar posições, de detectar os
princípios e interesses subjacentes aos temas e discursos.
Os recursos para avaliar os discentes serão por meio de musica, textos, charges,
filmes, reportagens da mídia falada ou escrita, ou seja, qualquer meio que se possa ligar
com o conteúdo em questão e que possa familiarizar o discente com seu próprio mundo,
não deslocando-o de seu tempo.
Com relação à música serão utilizados os seguintes critérios: música e sua
interpretação relacionando com o conteúdo trabalhado. Com os textos, fazer resenhas e
interpretações próprias (logicamente com posterior correção do professor, pois apesar da
“facilitação filosófica” que o professor deve promover não devemos deixar cair em uma
banalização ou vulgarização da Filosofia), pois assim o aluno além de assimilar o
conteúdo irá exercitar sua postura crítica com relação ao conteúdo trabalhado. Já com as
charges o aluno poderá interpretá-las e assim desvendar a mensagem que a charge
passa nas entrelinhas, os filmes (excelentes contribuições filosóficas!) poderão ser
“ligados” com uma idéia nuclear de um filósofo, assim como também alguma reportagem
242
colhida das diversas pesquisas do professor em seu dia a dia, visto que a Filosofia é uma
“vida” e não uma simples “matéria”. Outros instrumentos avaliativos são os seminários,
debates e atividades em sala de aula pertinente ao tema, juntamente com ao menos 01
(um) instrumento avaliativo escrito por etapa, cabendo ao PPP da escola definir o número
de atividades executadas pelo aluno.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
ABRÃO, Bernadette S. (Organização). Historia da Filosofia. São Paulo: Nova Cultural,
2004.
LIVRO DIDÁTICO PÚBLICO DE FILOSOFIA – Vários autores. – Curitiba: SEED-PR,
2006.
MENDONÇA, Eduardo P. O Mundo Precisa de Filosofia. Rio de Janeiro: Agir Editora,
1970.
SEED, Secretaria do Estado da Educação. Diretrizes Curriculares do Estado do
Paraná: FILOSOFIA, Curitiba, 2008.
243
9.5 FÍSICA:
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A Física é um conhecimento, que permite elaborar modelos de evolução cósmica,
investigar os mistérios do mundo submicroscópico, das partículas que compõem a
matéria, ao mesmo tempo em que permite desenvolver novas fontes de energia e criar
novos materiais, produtos e tecnologias. É a ciência que estuda as propriedades e
interações da matéria e energia em seus aspectos mais gerais. Atualmente, é muito difícil
definir qual o campo de atuação da Física, pois ela aparece em diferentes campos do
conhecimento que, à primeira vista parece completamente descorrelacionados. Portanto,
a correta delimitação do campo de estudos da Física fica cada vez mais difícil de ser
estabelecida quando se citam outras áreas interdisciplinares como: biofísica, astrofísica,
geofísica, etc.
A física, deve educar para cidadania e preparar os sujeitos para serem inseridos no
cotidiano social de forma a dominarem certos conhecimentos, isso se faz considerando a
dimensão crítica do conhecimento científico sobre o Universo de fenômenos e a não-
neutralidade da produção desse conhecimento, mas seu comprometimento e
envolvimento com aspectos sociais, políticos, econômicos e culturais. Trata-se de
construir uma visão da Física que esteja voltada para a formação de um cidadão
contemporâneo, na perspectiva de uma contribuição para o desenvolvimento do mundo
moderno.
Uma das funções da educação é a de organizadora social, pois os conhecimentos
inconscientes que trazemos – os instintos – não são suficientes para a manutenção de
uma sociedade tecnológica e complexa como a que se criou. Mas além de disseminar
conhecimentos, a educação prepara as próximas gerações de pesquisadores. Assim, o
conhecimento evolui e as sociedades se desenvolvem, formando uma teia global de
conhecimentos construídos por todos os indivíduos, o que possibilita a construção do
saber como um patrimônio em benefício da humanidade (MENEGOTTO, 2006, p.13)
Os aparatos científicos e tecnológicos preenchem nosso cotidiano, apresentando-
nos contentemente novas questões, fazendo com que o exercício da cidadania implique,
necessariamente em posicionar-se diante da Física e da tecnologia. Como ser cidadão
sem discutir estratégias para investimentos energéticos, as radiações eletromagnéticas
em torres de alta energia que cortam as cidades. A exigência de um olhar crítico à Física
e à tecnologia torna o ensino de Física fundamental no processo de formação de
244
cidadania. (...) nesse nível de escolaridade devemos estar formando um jovem, cidadão
pleno, consciente e, sobretudo capaz de participação na sociedade. Sua formação deve
ser o mais global possível, pois sua capacidade de intervenção na realidade em que está
imerso tem relação direta com sua capacidade de leitura, de compreensão, de construção
dessa mesma realidade. (TERRAZZAN, 1994, p.39)
Não se trata de apresentar ao jovem a Física para que ele simplesmente seja
informado de sua existência, mas para que este conhecimento se transforme numa
ferramenta a mais em suas formas de pensar e agir. Porém o vasto conhecimento da
Física acumulado ao longo da história da humanidade, não pode estar presente na escola
média. Então há a necessidade de fazer escolhas com relação ao que se apresenta mais
importante ou fundamental.
No entanto, é essencial que o conhecimento físico seja explicitado como um
processo histórico, objeto de contínua transformação e associada a outras formas de
expressão e produção humana.
O objetivo mais amplo da Física no ensino médio, requer sobretudo que os jovens
adquiram competência para lidar com as situações que vivenciam ou que venham a
vivenciar no futuro. Então é necessário também que a cultura em Física inclua a
compreensão do conjunto de equipamentos e procedimentos, técnicos e, ou tecnológicos
do cotidiano doméstico, social e profissional. Assim, as competências da Física estão
relacionadas principalmente com a investigação, compreensão dos fenômenos físicos, e
outras que dizem respeito à utilização da linguagem física. (PCN,1998)
OBJETIVOS GERAIS
• Identificar em dada situação problema as informações ou variáveis relevantes e possíveis
estratégias para resolvê-la.
• Identificar fenômenos naturais ou grandezas em dado domínio do conhecimento científico,
estabelecer relações; identificar regularidade, invariantes e transformações.
• Selecionar e utilizar instrumentos de medição e de cálculo, representar dados e fazer
escalas, fazer estimativas, elaborar hipóteses e interpretar resultados.
• Compreender o conhecimento científico e o tecnológico como resultado de uma
construção humana, inseridos em um processo histórico social.
• Reconhecer e utilizar adequadamente, símbolos, códigos e nomenclaturas da linguagem
científica.
• Compreender as leis e princípios da Física.
245
• Aplicar conceitos, leis teorias e modelos gerais da Física.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Os conteúdos Movimento, Termodinâmica e Eletromagnetismo são estruturantes
porque indicam desdobramentos em conteúdos específicos que permitem trabalhar o
objeto de estudo da disciplina de Física de forma mais abrangente possível. A seleção
desses conteúdos estruturantes se fundamenta na História da Física e no entendimento
de que o Ensino Médio deve estar voltado à formação de sujeitos, cuja cultura agregue a
visão da natureza, das produções e das relações humanas.
Além disso, os conteúdos relativos a Movimento, Termodinâmica e
Eletromagnetismo podem ser aprofundados e contextualizados em relações
interdisciplinares, sob uma abordagem que contemple os avanços da Física nos últimos
anos e suas perceptivas.
1° SÉRIE
CONTEÚDO ESTRUTURANTE: MOVIMENTO
CONTEÚDOS BÁSICOS
Momentum e inércia
Conservação de quantidade de movimento
Variação da quantidade de movimento=Impulso
2° Lei de Newton
3° Lei de Newton e condições de equilíbrio
Gravitação
Energia e o Princípio da conservação da energia
Variação/transformação da energia de parte de um sistema - trabalho e potência
Fluídos
2° SÉRIE
CONTEÚDO ESTRUTURANTE: TERMODINÂMICA
246
CONTEÚDOS BÁSICOS
Leis da Termodinâmica: Lei zero da termodinâmica
1°Lei da termodinâmica
2° Lei da termodinâmica
3° Lei da termodinâmica
Óptica
Oscilações
3° SÉRIE
CONTEÚDO ESTRUTURANTE: ELETROMAGNETISMO
CONTEÚDOS BÁSICOS
Carga, corrente elétrica, campo e ondas eletromagnéticas
Força eletromagnética
Equações de Maxweell:(Lei de Gauss, lei de Coulomb, lei de Ampère e lei de
Faraday)
Interações
A natureza da luz e suas propriedades
Física moderna
METODOLOGIA
Os conteúdos previstos para o desenvolvimento da disciplina serão apresentados
em formas de aulas expositivas, usando diferentes linguagens: verbal, física, gráfica e
corporal e trabalhos em grupos e individuais, em classe e extraclasse, para estimular o
conhecimento na sala de aula e fora dela. Através de projetos multidisciplinares
promoveria transição para novos níveis e estágios de conhecimento e cultura.
Com aulas teóricas e práticas, através de debates, da exposição, da discussão e
da reflexão sobre os mais diversos temas, será desenvolvido uma atitude social que leve
ao exercício pleno da cidadania.
A introdução a alguns conteúdos de Física serão trabalhados com mídias (vídeos).
Utilizando os softwares educativas para o aprimoramento de conceitos físicos e
simulações de algumas situações.
O trabalho a ser desenvolvido no ensino de Física será norteado também em
pequenos experimentos realizados em sala de aula, procurando passar os conceitos ao
247
aluno, através de práticas simples e instrutivas e desenvolvendo interesse aos fatos que
acontecem ao seu redor.
Trabalhando a química, biologia e matemática, será proporcionado ao aluno a
possibilidade dele relacionar a Física com as outras ciências. Bem como o
desenvolvimento do raciocínio lógico.
É imprescindível considerar o mundo vivencial dos alunos, sua realidade próxima
ou distante, os objetos ou fenômenos com que efetivamente lidam, os problemas,
indagações que movem sua curiosidade. Esse deve ser o ponto de partida e, de certa
forma, também o ponto de chegada. Ou seja, feitas as investigações, abstrações e
generalizações potencializadas pelo saber da Física, em sua dimensão conceitual, o
conhecimento volta-se novamente para os fenômenos significativos ou objetos
tecnológicos de interesse, agora com um novo olhar como o exercício de utilização do
novo saber adquirido, em sua dimensão aplicada ou tecnológica. O saber assim adquirido
reveste-se de uma universalidade maior que o âmbito dos problemas tratados, de tal
forma que passa a ser instrumento para outras e diferentes investigações.
O aprendizado de Física deve estimular os jovens a acompanhar as notícias
científicas, orientando-os para a identificação sobre o assunto que está sendo tratado e
promovendo meios para a interpretação de seus significados.
AVALIAÇÃO
A avaliação, é um instrumento fundamental para fornecer sobre como está o
processo de ensino-aprendizagem como um todo, tanto para o professor e a equipe
pedagógica conhecerem e analisarem os resultados de seu trabalho, como para o aluno
verificar seu desempenho, e não simplesmente focalizar o aluno, seu desempenho
cognitivo e o acúmulo de conteúdos, para classificá-los em “aprovado” ou “reprovado”.
O processo de avaliação, visto como um diagnóstico contínuo e dinâmico, torna-se
um instrumento fundamental para repensar e reformular os métodos, os procedimentos e
as estratégias de ensino para que realmente o aluno aprenda.
A avaliação deve ter um caráter diversificado levando em considerações todos os
seguintes aspectos: a compreensão dos conceitos físicos; a capacidade de análise de um
texto seja literário ou científico emitindo uma opinião que leve em conta o conteúdo físico;
a capacidade de elaborar relatório sobre um experimento ou qualquer outro evento que
envolva a física.
248
Em geral, a avaliação é feita através do progresso do aluno no domínio de
conceitos ou observados a todo momento em sala de aula, através da participação do
aluno.
É importante que a avaliação, verifique a capacidade de interpretar, identificar
informações, estimar, investigar, justificar, argumentar e comprovar.
As provas escritas e individuais serão uma parte do processo avaliativo, bem como
a recuperação paralela dos conteúdos que não atingiram os objetivos.
Além das provas escritas e individuais, deverá conter também:
9. Relatórios;
10. Pesquisas;
11. Trabalhos em grupos e individuais;
12. Lista de exercícios;
13. Avaliações com consulta;
14. Observações do aluno em suas participações orais, no quadro, durante o
desenvolvimento de exercícios e atividades propostas.
REFERENCIA BIBLIOGRAFICA
BRASIL. Parâmetro curricular nacional (ensino médio). Brasília, governo Federal,
1998.
MENEGOTTO, J.C. Atitudes de estudantes do ensino médio em relação à física .
Dissertação de mestrado. Programa de Pós- Graduação em Educação em Ciências e
Matemática. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2006.
TERRAZZAN, E.A. Perspectivas para a inserção de física moderna na escola média .
Tese de doutorado. São Paulo. Programa de Pós-graduação em educação. Universidade
de São Paulo, 1994.
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares de Física para o
Ensino Médio. Paraná: 2006.
9.6 GEOGRAFI A:
249
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Já desde os antepassados os saberes geográficos fazem parte das estratégias de
sobrevivência das pessoas. Os movimentos da terra, as marés, as variações climáticas,
foram essenciais para a relação da sociedade com a natureza. Descrições das áreas
conquistadas bem como sua localização, eram conhecimentos fundamentais para suas
organizações políticas e econômicas.
Nessa época desenvolveram-se conhecimentos como elaboração de mapas,
discussões sobre a forma e diâmetro do planeta, distribuição das terras e águas,
definições climáticas.
Já na Idade Media, as ideias e concepções geográficas estavam adaptadas aos
ensinamentos bíblicos, impostos pelo poder político então estabelecido.
As grandes navegações desencadearam a necessidade de se ter conhecimentos
sobre questões cartográficas, rotas marítimas, distribuição de terras e águas. A partir daí
as expedições terrestres passaram a descrever e representar detalhadamente o espaço –
rios, lagos, montanhas, desertos, planícies e aspectos humanos.
Nesse processo histórico, os saberes geográficos passaram a ser evidenciados
nas discussões filosóficas, econômicas e políticas, que buscavam explicar questões
referentes ao espaço e á sociedade, como comércio, organização do estado, solo,
recursos minerais, população, entre outros. Porém, até o século XIX esses estudos
estavam dispersos em obras diversas.
No imperialismo do século XIX, pesquisas realizadas por sociedades geográficas,
apoiadas por estados colonizadores, como Inglaterra, França e Prússia(atual Alemanha)
subsidiaram o surgimento das escolas nacionais de pensamento geográfico, como a
alemã (Ratzel -1844-1904) e a francesa (Vidal de La Blache-1845-1918).
A ciência geográfica foi inserida no currículo escolar brasileiro no século XIX,
aparecendo de forma indireta no ensino primário. Apenas na década de 1980, com a
criação do IBGE, da AGB e do primeiro curso de licenciatura em Geografia no Brasil.
Nesse contexto, as pesquisas desenvolvidas buscavam compreender e descrever o
ambiente físico nacional servindo os interesses políticos do Estado, na visão do
nacionalismo econômico (exploração dos recursos minerais, indústria de base, dados
demográficos).
Já na Geografia tradicional, caracterizada pelo caráter decorativo, voltado para a
descrição do espaço, perpetuou-se por boa parte do século XX.
250
Depois da Segunda Guerra Mundial, as transformações históricas relacionadas aos
modos de produção, trouxeram mudanças políticas, econômicas, sociais e culturais na
ordem mundial que interferiram no pensamento geográfico da época. Tais transformações
intensificaram-se no decorrer da segunda metade do século XX, dando novos enfoques
para a análise do espaço geográfico, além de reformulações no campo temático da
Geografia.
A internacionalização da economia e as multinacionais trouxeram para as
discussões geográficas, assuntos ligados á degradação da natureza, equilíbrio ambiental
do planeta, desigualdades sociais, questões culturais e demográficas.
No Brasil, o Golpe Militar de 1964 provocou mudanças substanciais em todos os
setores, inclusive no educacional, com a valorização da formação profissional, afetando
principalmente disciplinas relacionadas ás ciências humanas, surgindo a disciplina de
Estudos Sociais, que envolvia Geografia e História, empobrecendo os estudos das
disciplinas envolvidas, no 1grau. No 2 grau foram impostas as disciplinas de OSPB e
EMC,consideradas importantes para a formação técnica.
Nos anos 80 ocorreram movimentos visando o desmembramento da disciplina de
estudos sociais e o retorno da Geografia e da História. No nosso estado em 1983, o 1
Encontro Paranaense de História e Geografia, originou um documento que posteriormente
permitiu que as escolas pudessem optar por ensinar Estudos Sociais ou as disciplinas de
Geografia e História separadamente. Porém, o desmembramento em disciplinas
autônomas ocorreu em 1986.
A renovação do pensamento geográfico no pós-guerra chegou com força ao Brasil.
A geografia Crítica, como linha teórico-metodológica do pensamento geográfico, deu
novas interpretações aos conceitos geográficos e ao objeto de estudo da Geografia,
trazendo questões econômicas sociais e políticas como fundamentais para a
compreensão do espaço geográfico.
Surge então uma nova Geografia, tendo como alicerce interpretativo o espaço
geográfico produzido, espaço este composto por objetos (naturais, culturais-técnicos) e
ações (relações sociais, culturais, políticas, e econômicas) inter-relacionados.
O ensino da Geografia visa despertar e possibilitar ao aluno a construção de uma
consciência crítica, coletiva e articulada, buscando a totalidade do conhecimento acerca
do espaço geográfico, permitindo aos alunos adquirir hábitos e construir valores
significativos da vida em sociedade.
Tanto a geografia como as demais ciências sociais tem na escola um compromisso
de contribuir para a formação do cidadão que participe dos movimentos promovidos pela
251
sociedade, bem como o objetivo de formação de um ser capaz de conhecer seu papel
como agente transformador da realidade a qual está inserido.
O objeto de estudo da Geografia é o espaço geográfico, entendido como o espaço
produzido e apropriado, composto pela inter-relação entre sistemas de objetos, naturais,
culturais e técnicos, é entendido como interdependente do sujeito que o constrói, é a
construção das sociedades, onde o homem se expressa, se constrói e se destrói.
Assim, para a formação de um aluno consciente das relações sócio espaciais de
seu tempo, o ensino de Geografia deve assumir o quadro conceitual das abordagens
críticas dessa disciplina, que propõem a análise dos conflitos e contradições sociais,
econômicas, culturais e políticas, constitutivas de um determinado espaço. No Ensino
Médio, o aluno deve construir competências que permitam a análise do real, revelando às
causas e efeitos, a intensidade, a heterogeneidade e o contexto espacial dos fenômenos
que configuram cada sociedade.
Hoje a Geografia procura assumir a interdisciplinaridade, admitindo que esta
posição seja profundamente enriquecedora. Conceitos como natureza e sociedade, por
exemplo, se acham dilacerados entre várias disciplinas e necessitam de um esforço
interdisciplinar para serem reconstruídos.
O Ensino Médio não deve ser entendido somente como uma continuação do
Ensino Fundamental, mas sim a ampliação do conhecimento estruturado que tem por
objetivo levar a autonomia para o cidadão.
A Geografia, é um saber interdisciplinar e a mesma abandonou há algumas
décadas a ideia de se constituir numa ciência de síntese, ou seja, capaz de explicar o
mundo sozinha. Decorre daí a necessidade de transcender seus limites conceituais e
buscar a interatividade com as outras ciências sem perder sua identidade e
especificidade.
OBJETIVOS GERAIS
Dentro da Prática Pedagógica se conduz o educando para tornar-se um agente
participativo dentro das diferentes potencialidades. De acordo com sua realidade. Buscar
contribuir na complementação dos temas pré-dispostos do programa anual, deixando
claro que a geografia é uma ciência ligada à vida e ao nosso espaço de vivência. Neste
contexto, o educando participa desenvolvendo a construção de seu conhecimento,
252
realizando pesquisas, contextualizando a realidade, produzindo textos, debates e
participando de seminários.
Parcerias significativas, práticas, críticas, produtivas, reflexivas e transformadoras.
Lembrando que o aluno é original, únicos, dotados de inteligências múltiplas. Fazer uso
de diversas formas de diálogo. Partir da prática social, passar para a problematização
provocando a catarse e o retorno a prática social através da mediação. Ultrapassar o
ensino do livresco, valorizando a ação reflexiva, estimular a análise. Reconhecer a
interdisciplinaridade; Mendonça, (2002, p. 141), salienta a necessidade da simultaneidade
de olhares, técnicas e perspectivas sobre o objeto de estudo da geografia, ao que o autor
denomina “diálogo de saberes”, como essencial para a superação das dificuldades e
limitações para a apreensão do real, na pesquisa pelo ser humano. Levando o sujeito do
processo a questionar, investigar, ser criativo, ético e a construir espaços próprios.
Tem como fundamentos norteadores em um ensino holístico, progressista e
direcionado a pesquisa devendo enriquecer e aprofundar a relação consigo mesmo, com
a família e membros da comunidade global, com o planeta e com o cosmo, onde a visão
do todo deve considerar a intuição e emoção, respeitar as diferenças e promover a
interação e as relações entre as partes, pois é o ser que constrói sua história, influi no
meio e por ele é influenciado. Portanto, a disciplina almeja proporcionar uma convivência
no coletivo, síntese de múltiplas relações, buscando a transformação através da troca, da
inter-relação dialógica e critica, ultrapassando o leia, escute, decore e repita, para um
espaço produtivo, gestor de projetos inovadores, transformadores e participativo, onde o
professor será o mediador, o articulador.
Especificamente, a disciplina busca, que o aluno seja capaz de:
- Identifique no espaço e no tempo o modo de ocupação em função das necessidades.
- Reconhecer, entender que o espaço geográfico é produzido pelas ações sociais.
- Localizar-se e orientar-se no espaço através da leitura cartográfica.
- Entender os conceitos de paisagem, lugar, região, território, natureza e sociedade.
- Perceber que o trabalho transforma pela apropriação dos recursos naturais.
- Identificar a transformação espacial da população, como resultado de fatores históricos,
naturais e culturais.
- Reconhecer que o trabalho se modifica no tempo, portanto, relaciona-se com a historia
da humanidade.
- Entender a organização do espaço geográfico deve conhecer e valorizar o inter-
relacionamento entre os homens e destes com a natureza.
253
- Questionar as implicações da relação entre os que detêm o poder econômico e político
e aqueles subjugados pelo trabalho alienado.
- Identificar as manifestações espaciais dos diferentes grupos.
- Transformar a realidade social só e possível com a explicação do espaço geográfico e
encaminhamento dos conflitos.
- Entender como a exploração dos recursos naturais trouxeram conseqüências
ambientais.
- Compreender o espaço geográfico a partir das interações entre homens e das suas
relações com o ambiente.
A partir do exposto, espera-se que o aluno, ao iniciar seus estudos do ensino
fundamental e médio se expõe todo este paradigma, abordando os conhecimentos
necessários para o entendimento das inter-relações.
CONTEÚDOS
De acordo com a concepção teórica assumida, serão apontados os conteúdos
estruturantes da geografia do Ensino Médio; já considerando que o objeto de estudo da
mesma, é o espaço geográfico que este não pode ser entendido sem uma relação com os
principais conceitos.
O esquema a seguir representa as relações que devem ser estabelecidas entre o
objeto de estudo da Geografia, seu quadro conceitual de referência e os conteúdos
estruturantes e básicos.
OBJETO DE ESTUDO
ESPAÇO
GEOGRÁFICO
CONCEITOS CONTEÚDOS ESTRUTURANTESSOCIEDADE A dimensão econômica do espaço geográfico.NATUREZA Dimensão política do espaço geográficoTERRITÓRIO Dimensão socioambiental do espaço geográfico.REGIÃOPAISAGEM A dinâmica cultural demográfica do espaço
geográfico.LUGAR
Conteúdos Básicos
• O espaço rural e a modernização da agricultura.
• O espaço em rede: produção, transporte e comunicação na atual configuração
territorial.
254
• A circulação de mão- de - obra, do capital, das mercadorias e das informações.
• Formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios.
• As relações entre o campo e a cidade na sociedade capitalista.
• A formação, o crescimento das cidades, a dinâmica dos espaços urbanos e a
urbanização recente.
• A evolução demográfica, a distribuição espacial da população e os indicadores
estatísticos.
• Os movimentos migratórios e suas motivações.
• As manifestações sócio espaciais da diversidade cultural.
• O comércio e as implicações sócio espaciais.
• As diversas regionalizações do espaço geográfico.
• As implicações sócio espaciais do processo de mundialização.
• A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado.
PRIMEIRO ANO
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES:
- DIMENSÃO SOCIOAMBIENTAL DO ESPAÇO GEOGRÁFICO
- DIMENSÃO ECONÔMICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO.
SEGUNDO ANO
CONTEÚDOS ESTRUTURANTE:
− DIMENSÃO SOCIOAMBIENTAL DO ESPAÇO GEOGRÁFICO.
− DIMENSÃO ECONÔMICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO.
− DIMENSÃO CULTURAL E DEMOGRÁFICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO
TERCEIRO ANO
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES:
255
− DIMENSÃO CULTURAL E DEMOGRÁFICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO.
− DIMENSÃO ECONÔMICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO.
− DIMENSÃO POLÍTICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO
METODOLOGIA
A Geografia é uma área de conhecimento comprometida em tornar o mundo
compreensível para os alunos, explicável e passível de transformações, sua meta é a de
buscar um ensino para a conquista da cidadania, proporciona também aos alunos a
possibilidade de compreenderem sua própria posição no conjunto de interações entre a
sociedade e a natureza.
Os ensinos de geografia propõem o estudo imaginário para poder compreender os
espaços subjetivos, os mapas mentais que constroem para orientar as pessoas e o
mundo. Quando se pensa sobre o mundo rural e urbano, um bairro ou mesmo um país, se
constroem com o imaginário esses espaços. O imaginário é compreendido como um
mundo de representações, mesmo existindo somente na imaginação, elas adquirem uma
grande autonomia e participam nas decisões tomadas no cotidiano. Nesse sentido,
trabalhar com o imaginário do aluno no estudo do espaço é facilitar a interlocução com ele
e compreender o significado que as diferentes paisagens, lugares e coisas, tem para ele.
Isso significa, valorizar os fatores culturais da vida cotidiana, permitindo compreender ao
mesmo tempo a singularidade e a pluralidade dos lugares no mundo.
A geografia que deriva de uma concepção cientifica, se ocupa da analise histórica
da formação das diversas configurações espaciais e distingue-se dos demais ramos do
conhecimento na medida em que se preocupa com localizações de estruturas espaciais e
dos processos espaciais; trata da produção e da organização do espaço geográfico, a
partir das relações sociais de produção, historicamente determinado.
Portanto deve ser realizado o ensino de uma geografia crítica, que desvele a
realidade, uma geografia que conceba o espaço geográfico como sendo um espaço
social, produzido e reproduzido pela sociedade humana para nele se realizar e se
produzir. Não se trata apenas de repassar para os alunos fatos para que eles memorizem,
mas sim levantar questões e instrumentalizá-los propiciando-lhes as condições de se
compreenderem como sujeitos da história e agentes da transformação social.
Deve ser tratada de forma integrada, isto é, a Geografia Física e Humana ao
mesmo tempo, sem separação. A apropriação da natureza é um ato social, o seu estudo
deve se der de maneira inter-relacionada com a sociedade.
256
É necessário, portanto que trabalhemos com os alunos o processo de formação e
transformação de seus elementos e de seu conjunto.
Como não é possível entender a organização espacial sem compreender as
relações sociais que se desenvolvem nesse espaço através do processo do trabalho,
torna-se necessário à compreensão da lógica da sociedade em vivem. Assim percebe-se
a existência de uma totalidade, que é a sociedade produzindo e reproduzindo o espaço,
para nele se estabelecer e se perpetuar.
Busca-se explicação promovam a intercessão da geografia com outros campos do
saber. Uma geografia que não seja apenas centrada na discrição empírica de paisagens,
tampouco pautada exclusivamente pela explicação política econômica do Mundo; que
trabalhe tanto as relações socioculturais da paisagem com os elementos físicos e
biológicos que dela fazem parte, investigação as múltiplas interações entre elas
estabelecidas na constituição dos lugares e territórios.
Além de estudar os conteúdos específicos de geografia é fundamental trabalhar
com os alunos a questão História e Cultura Afro-Brasileira da referente lei 10.639/03 e a
11645/08 , História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena, e a de Educação Ambiental.Lei
9.795/99.Essas leis serão trabalhadas com textos e exemplos da realidade no qual os
alunos vivem, e mostrando a presença de pessoas Afro-Brasileiras e também buscando
através de observações do bairro em que se encontra a realidade da clientela da escola
fazer um estudo de como se encontra o meio ambiente.
Alguns encaminhamentos metodológicos, seguem abaixo como propostas de ações:
-Coleta de dados para posterior leitura e análise de resultados obtidos;
·Perguntas e suposições acerca do assunto em estudo;
·Defesa de um ponto de vista (Debate/Fórum);
·Elaboração de hipóteses;
·Projetos envolvendo a realidade local;
·Leitura, interpretação e produção de textos;
·Leitura, interpretação e superposição de mapas;
·Interpretação de noticiários diários e a relação com os temas estudados;
·Análise e/ou interpretação de gráficos e tabelas;
·Elaboração de quadro cronológico/ processo histórico;
·Produção de textos a partir de informações diversas;
·Interpretação de filmes, documentários e fotos com paisagens com retratos das mais
diversas realidades;
257
-Aulas de campo como visitas a indústrias, parques, unidades de conservação, municípios
históricos, Portos, Ilhas, pontos turísticos regionais e outros locais que enriqueçam e
auxiliem o educando na compreensão do espaço geográfico;
·Trabalhos em grupos, entre outros.
-Uso dos recursos tecnológicos como laboratório de informática, TV pendrive, entre
outros.
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
A avaliação deve ser vista como acompanhamento da aprendizagem onde ela tem
que ser diagnóstica e contínua, uma espécie de mapeamento que vai identificando as
conquistas e os problemas dos alunos em seu desenvolvimento. O processo de avaliação
deverá ser contínuo e dinâmico, onde o professor esteja aberto para buscar formas mais
criativas e até alternativas para compreender se o aluno avançou, e como o conhecimento
da Geografia faz sentido para esse aluno hoje e também o fará futuramente.
O processo de avaliação deve considerar a mudança de pensamento e atitude do
aluno, alguns elementos que demonstram o êxito do processo de ensino/aprendizagem,
quais sejam: a aprendizagem, a compreensão, o questionamento e a participação dos
alunos. Ao destacar tais elementos como parâmetros de qualidade do ensino e da
aprendizagem, rompe-se a concepção pedagógica da escola tradicional que destacava
tão somente a memorização, a obediência e a passividade (HOFFMANN, 1993).
Várias alternativas poderão diversificar a avaliação, desde trabalhos em equipes e
individuais, pesquisas bibliográficas e de campo, e mesmo provas individuais e em
duplas, com ou sem consulta. Além da análise e interpretação de gráficos, mapas,
tabelas, documentários, entre outros.
A avaliação é parte integrante do ensino e, por meio dela, o professor estuda,
analisando os dados da aprendizagem, tendo em vista acompanhar e aperfeiçoar o
processo de aprendizagem. Portanto, será diagnóstica, somativa, qualitativa, contínua,
permanente e cumulativa, levando em conta as atividades e a capacidade de síntese e a
elaboração pessoal do aluno sempre de forma holística. Será oportunizada a recuperação
de estudos, como forma de garantir desempenho do educando.
A avaliação dever ser compreendida como elemento integrador entre a
aprendizagem e o ensino, o que envolve múltiplos aspectos:
-O ajuste e a orientação pedagógico para que o aluno aprenda da melhor forma;
-A obtenção de informações sobre os temas de conhecimento;
258
-A reflexão contínua do educador sobre suas práticas educativas;
- A conscientização dos avanços, dificuldades e possibilidades.
Será necessário, então, diversificar as técnicas e os instrumentos de avaliação. Ao
invés de avaliar apenas por meio de provas, o professor pode usar técnicas e
instrumentos que possibilitem várias formas de expressão dos alunos, como:
• interpretação e produção de textos de Geografia;
• interpretação de fotos, imagens, gráficos, tabelas e mapas;
• pesquisas bibliográficas;
• relatórios de aulas de campo;
• apresentação e discussão de temas em seminários;
• construção, representação e análise do espaço através de maquetes, entre outros.
A avaliação, portanto ocorrerá durante todo o processo ensino-aprendizagem,
desde o planejamento das atividades por parte do educador até a etapa final.
Buscando obter o máximo de informações em informações em relações aos
processos de aprendizagem, continua, processual e participativa onde a auto-avaliação e
a avaliação de grupos e individual tenha espaços para elaboração, reflexão e crítica sobre
os conteúdos trabalhados. Avaliar o progresso, o envolvimento a caminhada, a qualidade
do processo educativo, onde aluno será encaminhado a pesquisar com a dúvida. Um
professor que saiba trabalhar como um pesquisador e que instigue seus alunos a dúvida,
à inquietação e ao novo, encaminhará o aluno a ser capaz de produzir sua própria
aprendizagem, tornando o erro um desafio para o aluno encontrar novas respostas,
provocará um crescimento gradativo, não se esquecendo de respeitar o aluno com seus
limites e suas qualidades. O aluno deverá perceber seu desenvolvimento no desafio.
Dinâmicas práticas concretas, trabalhos em grupo e avaliação formal fazem parte deste
processo.
A avaliação deve levar em consideração a relação conteúdo-método, de modo que
o aluno tenha uma visão ampla do Mundo e da realidade em que inserida, correlacionada
e empregada como uma reflexão sobre a ação. Assim dever contínua e compreendida
como parte integrante do processo educacional. É um meio onde o professor da
oportunidade ao aluno de demonstrar se houve ou não aprendizagem. Através do Aluno X
Professor podem perceber as dificuldades ainda existentes e retomar o conteúdo
trabalhado. Nesse caso, avalia-se o Ensino oferecido, se este cumpriu ou não a
finalidade. Desta forma a avaliação ocorre durante todo processo Ensino-Aprendizagem.
Nesta disciplina a avaliação se fará de forma gradativa, instrumentalizando o aluno
por meio de conteúdos fundamentais, citados nos eixos temáticos, verificando passo a
259
passo o desempenho da aprendizagem e retomando conteúdos que não foram
assimilados. Assim o aluno está constantemente sendo avaliado por meio de vários
instrumentos, conforme o tipo de conteúdo que será trabalhado. A avaliação poderá então
ser feita por meio de leitura e interpretação de mapas, relatórios, textos com consultas
individuais e em equipes, exercícios individuais e em grupos, trabalhos práticos,
pesquisas, textos orais e escritos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
ANDRADE, M. C. Geografia Ciência da Sociedade. São Paulo: Atlas, 1987.
ARCHELA, R. S.; GOMES, M. F. V. B. Geografia para o ensino médio: manual de
aulas práticas. Londrina: ed. UEL, 1999.
BARBOSA, J. L. Geografia e Cinema: em busca de aproximações e do inesperado.
In. CARLOS A F. A. (Org) A Geografia na sala de aula. São Paulo: Contexto, 1999.
CAVALCANTI, L. S. Geografia Escola e Construção do Conhecimento. Campinas:
Papirus, 1998.
CHRISTOFOLETTI, A. (org) Perspectivas da Geografia. São Paulo: Difel, 1982.
GONÇALVES, C. W. P. Os (des) Caminhos do Meio Ambiente. São Paulo: Contexto,
2002.
MORAES, A C R. Geografia: isso serve, em primeiro lugar para fazer a guerra.
Campinas: Papirus, 1988.
OLIVEIRA, A U. Para onde vai o ensino da Geografia? São Paulo: contexto, 1989.
SANTOS, M. Por uma outra globalização. Rio de Janeiro: Record, 2000.
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares de Geografia para
o Ensino Médio. Paraná: 2009.
260
SIMIELLI, M. E. R. Cartografia no Ensino Fundamental e Médio. In: CARLOS A F. A
(org). A Geografia em sala de aula. São Paulo: Contexto, 1999.
SOUZA, M. J. L. O. Território: sobre espaço e poder, autonomia e desenvolvimento.
In: CASTRO, I. E. e outros (org). Geografia: Conceitos e Temas. Rio de Janeiro:
Bertrand Brasil, 1995.
TUAN, Y. F. Geografia Humanística. In: CHRISTOOLETTI, A (Org). Perspectivas da
Geografia. São Paulo: Difel, 1982.
VASCONCELOS, C. Construção do conhecimento em sala de sala. São Paulo: Liberal
– Centro de Formação e Assessoria Pedagógica, 1993.
VLACH, V. R. F. O ensino da Geografia no Brasil: uma perspectiva histórica. In
VESENTINI, j. w. (Org.) O ensino de Geografia no Século XXI. Campinas, SP: Papirus,
2004.
9.7 HISTÓRIA :
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
A finalidade da história é expressa no processo de produção do conhecimento
humano sob a forma de consciência histórica dos sujeitos. É voltada para a interpretação
dos sentidos do pensar histórico dos mesmos, por meio da compreensão da
provisoriedade deste conhecimento. O conhecimento histórico possui formas diferentes
de explicar seu objeto de investigação, construído a partir das experiências dos sujeitos.
A história tem como objeto de estudos os processos históricos relativos as ações e
as relações humanas praticadas no tempo, bem como os sentidos que os sujeitos deram
as mesmas, tendo ou não consciência dessas ações.
Na década de 70, o ensino de história era predominante tradicional, valorizando
alguns personagens como sujeitos da história e de sua atuação em fatos políticos,
professores, aulas expositivas, alunos, memorização e repetição do que era ensinado
como verdade.
261
No início da república em 1989, o conteúdo de história do Brasil ficou relegado a
um espaço restrito do currículo, que devido a sua extensão dificilmente era tratado pelos
professores de história.
Após a implantação do regime militar, o ensino de história manteve seu caráter
estritamente político, pautado nos estudos de fontes oficiais e narrado apenas do ponto
de vista factual. Os grandes heróis como sujeitos da história, a serem seguidos e não
contestados.
A partir da Lei 5692/71, o ensino de história tinha como prioridade de ajustar o
aluno ao cumprimento dos seus deveres patrióticos na metade de 1980 e início dos anos
90, cresceram os debates em torno das reformas democráticas na área educacional,
repercutindo novas propostas de ensino de história, resultando em liberdades individuais
e coletivas no país.
A análise histórica da disciplina, como as novas demandas sociais para o ensino de
história se apresentam como indicativos para elaboração de Diretrizes Curriculares.
Os conteúdos estruturantes são identificados no processo histórico da constituição
da disciplina e referencial teórico atual.
OBJETIVOS GERAIS
Tomando como premissa básica, o estudo de história contribui para o cumprimento
do exercício da cidadania.
As funções essenciais do estudo da história são contribuir para o desenvolvimento
crítico, espírito social e politicamente participativo, capaz de avaliar a sua possibilidade de
atuação no contexto histórico em que se insere. Isso significa que o ensino de história
deve fazer com que o estudante:
- Produza uma reflexão de natureza histórica;
- Pratique um exercício de reflexão que o encaminhará para outras reflexões, de natureza
semelhante, em sua vida e não necessariamente só na escola, pois a história produz um
conhecimento fundamental para a vida do homem, indivíduo eminentemente histórico.
O ensino da história deve desenvolver o senso crítico, rompendo a valorização do
saber enciclopédico, socializando a produção da ciência histórica, passando da
reprodução do conhecimento a compreensão das formas de como este foi produzido.
Construção de uma história que com ação, tenta mudar e melhorar o cotidiano do aluno, a
262
melhor compreensão da sociedade na qual o jovem está inserido, favorecendo,
desempenhando o seu papel.
À medida que o ensino de história lhe possibilita construir noções, ocorrem
mudanças no seu modo de entender a si mesmo, aos outros, as relações sociais,
podendo interferir de certo modo, nas suas relações pessoais, sociais e no seu
compromisso com as classes, os grupos sociais, as culturas e valores.
É fundamental que o aluno, tome consciência de que é parte do mundo e agente
transformador da realidade, assim como:
15.Possibilitar o entendimento;
16.Relacionar o entendimento e a formação da noção de identidade social;
17.Compreender os fatos históricos como ações humanas significativas;
18.Analisar lutas sociais, guerras e revoluções na história;
19.Analisar as transformações tecnológicas e os impactos atuais.
CONTEÚDOS
Abordagem central Conteúdos vinculados 1ª SÉRIE A História entre a ciência e
a filosofia
-Construção da ciência da
história
-Existe o tempo?O surgimento do ser
humano e da civilização
-África berço da humanidade
-Migrações euroasiáticas e para
a América o povoamento do
mundo
-Revolução agrícola e o
nascimento da civilizações
(Paleolítico, Neolítico, Idade dos
263
O mundo antigo -Organização social no mundo
antigo:
O Estado teocrático
Sociedades matriarcais
Sociedades patriarcais
O trabalho: escravo e livre
Religiosidade/mitologia
(Mesopotâmia, Egito/Núbia,
hebreus, fenícios, persas,
chineses, olmecas)Pindorama uma terra repleta
de palmeiras
- Mitos de origem dos principais
grupos de indígenas
- o processo de transformação da
natureza (tecnologias)
- os costumes
- a importância da mandioca
- a educação das crianças
(Arawakes, Karibes, Tupis e Jês)
Grécia e Roma – modelos
do mundo ocidental?
- A filosofia grega (importância do
Egito nessa construção)
- Educação, a família e a mulher
- mundo escravo
- Propriedade da terra – divina ou
privada?
- a expansão romana e o
encontro com outras culturas
- a cristianizaçãoO império da Igreja cristã na
Europa
- ruralização da economia
- Cruzadas: encontro Oriente e
Ocidente
- Império Bizantino
- O Islã
- A África islâmica
A Península Ibérica islâmica
264
2ª SÉRIE
Grandes civilizações
americanas
Maias
Astecas
Incas
Tupi-guarani
Caminho do PeabiruÁfrica Sociedades subsaarianas:
tribos
cidades-estados
reinos e impérios
Reino de Axum (Etiópia)
Grande Zimbabwe
Terras ou dinheiro? O
mundo ocidental entre a
nobreza e a burguesia.
- A riqueza do Oriente: novas
tecnologias (imprensa) novas
culturas
- O poder absolutista, o
mercantilismo e o Sistema
Colonial
- A burguesia e sua nova visão
de mundo
(Renascimento, Reforma Encontro de culturas:
os ameríndios e os
espanhóis
os ameríndios e os
portugueses
os negros africanos e os
portugueses
- O Sistema Colonial Espanhol
- Resistência e extermínIo dos
ameríndios
- Paraná espanhol (Revolta de
Guairacá, os jesuítas e a
escravização indígena)
- A colônia como produtora de
riqueza p/a metrópole:
organização do Sistema Colonial
- A escravidão africana
Resistência à escravidão
Sociedade patriarcal para a elite.
E o resto?
- Achamento do ouro e a
urbanização da colônia
- Quebrando o Tratado de
265
Iluminismo: o pensamento
burguês muda o mundo
Como a burguesia conquistou o
poder
As idéias burguesas impregnam-
se no imaginário coletivo
Manifestações do iluminismo
(Revolução Inglesa, Ind.EUA,
Revolução Francesa, Era
napoleônica, Ind. da América Brasil: liberdade ou
dependência?
Processo de independência do
Brasil
A luta entre o liberalismo e o
conservadorismo
Revoltas de elite e populares
- Houve de fato abolição da
escravidão?Capital e Trabalho Revolução industrial
Mudança na forma de trabalho
Exploração: mais-valia
Expansão imperialista e
colonialista
A partilha da África
Contestação ao capitalismo 3ª SÉRIE Brasil e a República A República da Espada
Revolução Federalista
Cerco da Lapa no Paraná
O poder das oligarquias e o
coronelismoO mundo em guerra Primeira Guerra Mundial
Os Tratados de Paz
Revolução Russa
Crise de 1929
Fascismo
Segunda Guerra Mundial
O pós-guerra: os Tratados de
Paz, a ONU e as divergências
266
Oposição capitalismo x
comunismo
Guerra Fria
Descolonização da África e Ásia
República Popular da China
Cuba
Brasil contemporâneo Era Vargas e a política
nacionalista
Período democrático no Brasil
Ditadura Militar
Abertura política
Os governos neoliberais e o
impacto socialAmérica Latina no século
XX
- Ditaduras militar e
resistência
Democratização e dependência
Alternativas sustentáveis
A hegemonia do EUA As políticas estadunidenses para
o mundo – neocolonialismo
Fundamentalismo religioso e o
confronto com o Oriente Médio
METODOLOGIA
A história se caracteriza pela pluralidade de interpretações e concepções
metodológicas, cada uma delas com seus significados e princípios próprios.
A metodologia centrada na história cultural enfatiza na arte, literatura, a criatividade
popular e erudita. A visão de mundo de uma sociedade, o viver, pensar, agir, sentir de
homens e mulheres que criaram e criam seu dia-a-dia, essas práticas culturais, seus
eventos sociais que estão presentes com as inter-relações entre o indivíduo e o grupo,
entre o indivíduo e a natureza, a interação cultural dos diferentes grupos, com seus
valores, costumes, tradições, conflitos, transformações e permanências, sempre
respeitando a pluralidade de formas usadas no estudo do passado. Essa pluralidade, é
fruto do diálogo da história com outras ciências humanas, como a antropologia, a
sociologia, a economia, a geografia, psicologia, filosofia e tantas outras, o que amplia a
267
nossa possibilidade de estudar a especificidade cultural de cada sociedade, a
multiplicidade de seus valores e práticas sociais.
“A vida cotidiana é a vida do homem inteiro; ou seja, o homem participa na vida
cotidiana com outros aspectos de sua individualidade, de sua personalidade” (HELLER,
1970, p. 17-p. 18).
Trabalhando não apenas com as idéias de transformação e permanências na
história, mas também com as particularidades, as contradições e a complexidade das
relações entre os seres humanos, os únicos capazes de criar cultura. E em pleno século
XXI, as novas tecnologias vêm ampliar, melhorar e completar o ensino história (TV, vídeo,
computador, etc).
Além disso, a produção do conhecimento histórico, realizada pelo historiador,
possui um método específico, baseado na explicação e interpretação de fatos do
passado. A problematização, constituída a partir dos documentos e da experiência do
historiador produz uma narrativa histórica como desafio contemplar a diversidade das
experiências sociais, culturais e políticas.
A finalidade da história é expressa no processo de produção do conhecimento
humano sob a forma da consciência histórica dos sujeitos.
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
Avaliar ato extremamente polêmico e delicado envolve visões pedagógicas e juízos
diversos. O objetivo do processo ensino/aprendizagem é alcançar uma mudança
comportamental e cognitiva, a avaliação com toda sua complexidade, representa o
instrumento fundamental para verificar o grau efetivo dessas mudanças e se elas
correspondem as metas pedagógicas estabelecidas.
Ainda há escolas e professores que adotam como única forma de avaliação a
capacidade de memorização, priorizando alguns, porém, é preciso desenvolver, valorizar
outras competências, como: raciocinar, conclusões próprias, discutir, criticar, comparar,
analisar etc. De acordo com Paulo Freire, essa atitude de memorização lembra o
mecanismo bancário de depósito e saque.
Uma avaliação plural e contínua que possa avaliar as competências específicas de
cada aluno, como a capacidade de refletir, apontar soluções, discussões em sala de aula,
capacidade de interagir e cooperar, respeitar valores culturais. Uma avaliação múltipla,
contínua, bem dosada que contribua para o processo ensino/aprendizagem através desta
ótica, visando proporcionar a produção de conhecimento histórico e a criação de
268
conceitos históricos passados e construídos, sendo o que importa é a aprendizagem
significativa e o crescimento do aluno.
Ao longo do ensino médio, o aluno deverá entender as relações de trabalho, as
relações de poder, as relações culturais, as quais se articulam e constituem o processo
histórico.
REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA
COLTRIM, G. História para o ensino médio. São Paulo: Saraiva, 2002.
DIVALTE. História, ensino médio. São Paulo: Ática, 2003.
HELLER, Agnes. O cotidiano da história. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1970.
PETTA, N. L. História uma abordagem integrada. São Paulo: Moderna, 1999.
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares de História para o
Ensino Médio. Paraná: 2006.
9.8 LÍNGUA PORTUGUESA
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
O ensino da Língua Portuguesa e da Literatura, no Ensino Médio, justifica-se
devido à necessidade de formar um educando capaz de empregar a língua oral e escrita
em situações reais de uso; ampliando o horizonte de leituras e, consequentemente, de
compreensão de mundo. Ao ampliar suas leituras e aprimorar seus conhecimentos
linguísticos, o aluno tem possibilidades de desenvolver sua sensibilidade estética e
assumir uma postura ativa no contexto em que está inserido, interagindo no âmbito social.
O Ensino e aprendizagem em Língua Portuguesa objetiva o letramento do aluno, o
aprimoramento dos conhecimentos lingüísticos, não se preocupando somente com o
mundo do trabalho ou com os concursos vestibulares. Mas sim com a compreensão dos
textos que se lê, sejam verbais ou não verbais e a percepção de forma crítica da
269
sociedade em que o aluno vive é o que o trabalho com a Língua Portuguesa objetiva
proporcionar.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES/BÁSICOS
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES: Discurso como Prática Social
CONTEÚDOS BÁSICOS:
1ª SÉRIE
GÊNEROS
DISCURSIVOS ORAIS E
ESCRITOS:
CONTEÚDOS BÁSICOS:
- Fábula - Contexto de produção da obra literária;
- Conteúdo temático, intertextualidade, elementos semânticos;
-Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes
gramaticais no texto, conectores, pontuação, recursos gráficos
como aspas, travessão, negrito, etc.;
- Elementos composicionais do gênero;
- Partículas conectivas do texto;
- Informatividade;
- Intertextualidade.- Poema - Contexto de produção da obra literária;
- Finalidade do texto;
- Vozes sociais presentes no texto;
- Sentido denotativo e conotativo;
- Elementos composicionais do gênero;
- Verossimilhança;
- Informatividade;
- Intencionalidade, ideologia;
- Conteúdo temático;
- Marcas lingüísticas e semânticas;
- Contexto de produção e recepção.- Cartaz - Conteúdo temático;
- Informatividade;
270
- Recursos gráficos;
- Linguagem verbal e não verbal;
- Contexto de produção e recepção;
- Progressão referencial;
- Vozes sociais;
- Aceitabilidade do texto.- Relato Histórico - Elementos extra-linguísticos;
- Turnos de fala;
- Operadores argumentativos;
- Variação lingüística;
- Adequação da fala ao contexto.- Cartum
- Charge
- Linguagem não verbal;
- Recursos gráficos e semânticos;
- Linguagem não verbal;
- Expressões que denotam ironia e humor;
- Figuras de linguagem;
- Marcas linguísticas.- Textos Dramáticos.
- Seminário
- Contexto de produção;
- Elementos extra-linguísticos;
- Marcas lingüísticas;
- Elementos composicionais do gênero;
- Conteúdo temático;
- Interlocutor;
- Adequação da fala;
- Finalidade da exposição oral;
- Postura corporal, tonalidade de fala, gesticulação etc;
- Conteúdo da fala.- Resumo
- Carta Pessoal
- Elementos composicionais;
- Marcas lingüísticas;
- Finalidade e interlocutor;
- Intencionalidade;
- Operadores argumentativos;
- Marcas lingüísticas.
2ª SÉRIE
271
GÊNEROS
DISCURSIVOS ORAIS E
ESCRITOS:
CONTEÚDOS BÁSICOS:
- Cartaz - Conteúdo temático;
- Informatividade;
- Recursos gráficos;
- Linguagem verbal e não verbal;
- Aceitabilidade do texto;
- Disposição e tamanho das palavras e imagens no cartaz;
- As marcas lingüísticas como: verbos, linguagem objetiva,
partículas apassivadoras, etc.- Resumo
- Crítica
- Elementos composicionais;
- Marcas lingüísticas;
- Finalidade e interlocutor;
- Intencionalidade;
- Operadores argumentativos;
- Marcas lingüísticas;
- Modalizadores;
- Progressão referencial;
- Partículas conectivas;
- Vozes sociais;
- Conteúdo temático do texto fonte e do texto resumido;
- Relações de causa e consequência entre as partes- Conto
- Romance
- Contexto de produção,
- Conteúdo temático;
- Intertextualidade;
- Elementos semânticos;
- Marcas lingüísticas;
- Movimentos literários;
- Sentido conotativo e denotativo;
- Ideologia implícita nos textos literários.- Notícia
- Reportagem
- Anúncio publicitário
- Entrevista
- Elementos semânticos (operadores argumentativos,
modalizadores, etc);
- Vozes sociais presentes no texto;
- Ideologia implícita nos textos jornalísticos/ publicitários.
272
- Editorial - Papel do locutor e do interlocutor;
- Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e escrito;
- Elementos extra-linguísticos (entonação, pausas, expressões
facial, corporal e gestual);
- Adequação da fala ao contexto e ao interlocutor.- Mesa-redonda - Turnos de fala;
- Argumentatividade;
- Interlocutor;
- Adequação de fala;
- Postura corporal;
- Tonalidade de voz;
- Conteúdo da fala.
3ª SÉRIE
GÊNEROS
DISCURSIVOS ORAIS E
ESCRITOS:
CONTEÚDOS BÁSICOS:
Crônica - Contexto de produção;
- Elementos composicionais;
- Marcas lingüísticas;
- Ideologia;
- Conteúdo temático.Romance - Contexto de produção,
- Conteúdo temático;
- Intertextualidade;
- Elementos semânticos;
- Marcas lingüísticas;
- Movimentos literários;
- Sentido conotativo e denotativo;
- Ideologia implícita nos textos literários.Texto argumentativo - Operadores argumentativos;
- Modalizadores;
- Progressão referencial;
- Partículas conectivas;
- Vozes sociais.Carta de leitor - Interlocutor;
273
Carta de reclamação e de
solicitação.
- Referência textual;
- Operadores argumentativos;
- Adequação ao gênero;
- Progressão referencial;
- Vozes sociaisTeatro - Contexto de produção;
- Elementos extra-linguísticos;
- Marcas lingüísticas;
- Elementos composicionais do gênero;
- Conteúdo temático;
- Interlocutor;
- Adequação da fala;
- Finalidade da exposição oral;
- Postura corporal, tonalidade de fala, gesticulação etc;
- Conteúdo da fala.Debate - Turnos de fala;
- Argumentatividade;
- Interlocutor;
- Adequação de fala;
- Postura corporal;
- Tonalidade de voz;
- Conteúdo da fala.
METODOLOGIA
O ensino da Língua Portuguesa destina-se a preparar o aluno para lidar com a
linguagem em suas diversas situações de uso e manifestações, inclusive a estética, pois
o domínio da língua materna revela-se fundamental ao acesso às demais áreas do
conhecimento. Sendo assim, o ensino da Língua Portuguesa tem como missão contribuir
significativamente para que os alunos ampliem sua competência no uso oral e escrito da
língua portuguesa.
A disciplina de Língua Portuguesa está atrelada as praticas de leitura, escrita,
oralidade, análise lingüística de textos literários e não literários de modo a proporcionar ao
aluno a interação social. Considerando o conhecimento prévio do aluno, buscamos
organizar os conteúdos de modo a encaminhá-los a reflexões, leituras, discussões e
274
atividades envolvendo gêneros das diversas esferas sociais de circulação. A distribuição
desses conteúdos é mesclada entre aulas teóricas e práticas com trabalhos em sala,
seminários, visitas e aulas na biblioteca, utilização do laboratório de informática, além de
diferentes recursos, como vídeos, sons, imagens, TV Multimídia, entre outros.
Buscamos desenvolver o discurso social do aluno:
- Estimulando e proporcionando leituras e análises de diferentes textos;
- Encaminhando discussões e reflexões sobre a informatividade, finalidade e a
intencionalidade dos textos lidos;
- Formulando questionamentos que possibilitem inferências e a verificação do
conhecimento prévio;
- Conduzindo leituras e discussões para a compreensão e identificação de operadores
argumentativos;
- Estimulando leituras que suscitem o reconhecimento dos gêneros a serem trabalhados;
- Incentivando a leitura para a observação e reconhecimento das informações e dos
objetivos dos gêneros trabalhados;
- Encaminhando pesquisas sobre obras literárias, o autor e o momento histórico para
analisar o contexto de produção e conhecer os movimentos literários;
- Organizando pesquisas sobre obras literárias, autores, momento histórico para analisar
o contexto de produção;
- Incentivando leituras e análises de diversos gêneros literários tradicionais e
contemporâneos para trabalhar a intertextualidade e ideologia;
- Encaminhando discussões e reflexões sobre a informatividade, a finalidade e a
intencionalidade das leituras, pesquisas, vídeos e músicas trabalhadas;
- Planejando produção textual de acordo com os gêneros trabalhados;
- Encaminhando reescrita textual, conduzindo-os a uma reflexão dos elementos
discursivos, textuais, estruturais e normativos;
- Orientando apresentações de pesquisas produzidas pelos alunos;
- Relacionando temas trabalhados com o contexto atual;
- Proporcionando o entendimento e uso adequado de recursos lingüísticos como: as
partículas conectivas, o uso de conjunções, advérbios, etc.;
- Incentivando a percepção dos recursos utilizados para determinar causa e conseqüência
e elementos do texto;
- Planejando apresentação oral de gêneros discursivos;
275
- Orientando os alunos, no momento da apresentação, a observarem se a fala apresenta
uma sequência lógica, retomadas, interrupções, redundâncias, repetições, o uso de
elementos anafóricos e catafóricos, marcas próprias da oralidade;
- Instigando-os o entendimento das palavras em sentido figurado e dos múltiplos
significados dentro dos textos;
- Conduzindo leituras e discussões para a compreensão e identificação de operadores
argumentativos;
- Planejando a produção de resumo a partir de textos fontes;
- Encaminhando a reescrita: revisão das idéias, dos elementos que compõem o gênero,
se a linguagem está apropriada etc.;
- Estimulando o reconhecimento e visão crítica da sociedade da qual é membro.
AVALIAÇÃO
CRITÉRIOS AVALIATIVOS:
LEITURA
- Espera-se que o aluno:
- Identifique as variações linguísticas presentes nos textos lidos.
- Amplie seu léxico.
- Deduza os sentidos das palavras ou expressões a partir dos contextos trabalhados.
- Identifique a época literária e faça relação de obras ou textos trabalhados com o
contexto histórico.
- Identifique relações dialógicas entre os textos;
- Identifique relações de causa e consequência entre as partes do texto;
- Identifique argumentos principais e secundários;
- Reconheça o gênero e o suporte textual;
- Ampliação de horizontes e expectativas.
ORALIDADE
- Espera-se que o aluno:
- Exponha objetivamente seus argumentos e defenda claramente suas ideias.
- Compreenda argumentos no discurso do outro.
- Analise, contraponha e discuta argumentos apresentados pelos colegas e pelos autores
de textos trabalhados.
276
- Contra-argumente ideias formulada pelos colegas em discussões, apresentações de
trabalhos e debates.
- Argumente ao apresentar e defender pontos de vista;
- Participação nos diálogos, relatos e discussões;
- Tenha posicionamento coerente como avaliador de textos orais (noticiários, discursos
políticos, programas televisivos, e de suas próprias falas, formais ou informais), entre
outros aspectos.
ESCRITA
- Espera-se que o aluno:
- Expresse ideias com clareza;
- Utilize adequadamente recursos linguísticos como pontuação e coenctores textuais;
- Elabore textos atendendo as situações de produção proposta (gênero, interlocutor,
pontuação, finalidade do texto);
- Elabore argumentos consistentes;
- Escreva textos coerentes e coesos;
- Organize parágrafos;
- Utilize linguagem de acordo com o gênero solicitado;
- Tenha um posicionamento coerente como avaliador dos textos que o rodeiam e o seu
próprio.
ELEMENTOS LINGUÍSTICOS:
- Espera-se que o aluno:
- Amplie seu léxico;
- Perceba os efeitos de sentidos causados pelo uso de recursos lingüísticos e estilísticos;
- Perceba e use as relações estabelecidas pelos operadores argumentativos;
- Perceba e use as relações semânticas entre as partes do texto (causa, tempo,
comparação, etc);
- Utilize a linguagem formal e informal.
INSTRUMENTOS AVALIATIVOS:
- Leitura de textos, interpretação e apresentação de seminários.
- Leitura de obras literárias e produção de trabalho escrito e oral.
- Produção de textos.
- Interpretação de questões de vestibulares.
277
-Avaliação escrita na qual os alunos devem dissertar respostas referentes a perguntas de
temas trabalhados na aula, através de leitura de textos, explicações e debates.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
ANTUNES, Irandé. Aula de Português: encontro & interação. São Paulo: Parábola
Editorial, 2003.
____. Muito além da Gramática: por um ensino de línguas sem pedras no caminho. São
Paulo: Parábola, 2007.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Língua
Portuguesa para os anos finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio. Curitiba,
2008.
9.9 MATEMÁTICA
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
Compreender a natureza é o grande desafio do homem. Embora parte dela, o
homem busca compreender seus fenômenos e sua imensa diversidade. .A capacidade
humana de acumular conhecimento instituiu o modelo matemático como forma de
sustentação e organização, capaz de compreender e explicar grande parte dos
fenômenos naturais.
A história da Matemática nos revela que os povos das antigas civilizações
conseguiram desenvolver os primeiros conhecimentos que vieram compor a Matemática
que se conhece hoje.
Por volta de 2000 a.C., os babilônios acumulavam registros do que hoje pode ser
classificado como álgebra elementar.
Nos séculos V e VI a.C., em solo grego, a matemática surge como campo de
conhecimento. Com os pitagóricos ocorreram as primeiras discussões sobre a
importância e o papel matemático no ensino e na formação das pessoas.
Os gregos foram responsáveis por inserir a matemática no contexto educacional
pelo raciocínio abstrato, estabelecendo, uma base racional que perdurou até o século
278
XV!! d.C. Neste período desenvolveram-se a Aritmética, a Geometria, a Álgebra e a
Trigonometria.
Entre os séculos VIII e IX, o ensino passou por mudanças significativas com o
surgimento das escolas e a organização dos sistemas de ensino.
Após o século XV, com o avanço das navegações, intensificações das atividades
comerciais e, mais tarde, industriais, possibilitaram novas descobertas na matemática
cujos conhecimentos e ensino voltou-se para atividades práticas.
As produções matemáticas do século XV! contribuíram para uma fase de grande
progresso científico e econômico que se aplicou na construção, aperfeiçoamento e uso
produtivo de máquinas e equipamentos, concentrando estudos na Matemática pura e
aplicada.
No Brasil, na metade do século XV!, os jesuítas instalaram colégios católicos, com
uma educação de caráter clássico-humanista o que contribuiu para o processo pela qual a
matemática viria a ser introduzida como disciplina nos currículos das escolas brasileiras.
No século XV!!, com a Revolução Industrial, evidenciaram-se diferenças entre
classes sociais e a necessidade de educação para essas classes, de modo a formar tanto
trabalhadores quanto dirigentes de processo produtivo. A Matemática então demarcava
os programas de ensino da época, uma vez que era a ciência que daria base de
conhecimento para solucionar os problemas de ordem prática.
Com a vinda da Corte Portuguesa ao Brasil, em 1808, implementou-se a
Matemática nos cursos técnico-militares, sendo dividida em Matemática Elementar e
Matemática Superior.
No final do século X!X e início do século XX, em encontros internacionais,
elaboraram-se propostas pedagógicas que contribuíram para legitimar a matemática
como disciplina escolar e vincular seu ensino com o ideais de exigências advindos das
transformações sociais econômicas dos últimos séculos.
Entre 1900 a 1914, em congressos internacionais, pensou-se um ensino de
matemática que articulasse, numa única disciplina, a Aritmética, a Álgebra, a Geometria e
a Trigonometria.
Perante a um contexto de mudanças, a uma reação contra a estrutura educacional
artificial e verbalizada, a Educação Matemática se torna um campo fértil e promissor para
o ensino da Matemática.
Várias tendências influenciaram o ensino de Matemática em nosso país, muitas
fundamentam o ensino de Matemática até hoje, como: formalista clássica, formalista
moderna, tecnicista, construtivista, socioetnocultural e histórico-crítica.
279
No final da década de 1980, o Estado do Paraná produziu coletivamente um
documento de referência curricular para a rede pública denominada Currículo Básico. O
texto de Matemática teve uma forte influência da pedagogia histórico-crítica em sua
fundamentação teórica.
A partir de 1988 foi distribuído os Parâmetros Curriculares Nacionais, que para o
ensino fundamental apresentavam conteúdos de Matemática.
Devido à função do desenvolvimento das tecnologias marcantes no mundo do
trabalho, exigem-se trabalhadores mais criativos e versáteis, capazes de entender o
processo de trabalho como um todo, dotados de autonomia e iniciativa para resolver
problemas em equipe e para utilizar diferentes tecnologias e linguagem. Com isso, os
profissionais devem estar ligados a um processo contínuo de formação e, portanto devem
aprender a aprender cada vez mais.
É papel da escola, desenvolver uma educação que não dissocie escola e
sociedade, conhecimento e trabalho e que coloque o aluno ante desafios que lhe
permitam desenvolver atitudes de responsabilidade, compromisso, crítica, satisfação e
reconhecimento de seus direitos e deveres.
A Matemática pode dar sua contribuição à formação do cidadão ao desenvolver
metodologias que enfatizem a construção de estratégias, a comprovação e justificativa de
resultados, a criatividade, a iniciação pessoal, o trabalho coletivo e a autonomia advinda
da confiança na própria capacidade para enfrentar desafios. É importante que o aluno
perceba que as definições, as demonstrações e os encadeamentos conceituais e lógicos
têm função de construir novos conceitos e estruturas a partir de outros e que servem para
validar intuições e dar sentido as técnicas aplicadas. A essas funções da matemática no
ensino médio se junta a idéia de que o ensino fundamental os alunos devem ter se
aproximado de vários campos do conhecimento matemático e agora estão em condições
de utilizá-los e ampliá-los e desenvolver de modo mais amplo capacidades tão
importantes quanto a de abstração, de raciocínio em todas as suas vertentes, de
resolução de problemas de qualquer tipo, de investigação, de análise e compreensão de
fatos matemáticos e da própria realidade.
Cabe à Matemática apresentar para o aluno o conhecimento de novas informações
e instrumentos necessários para que seja possível a ele aprender para a vida toda. Saber
aprender é a condição básica para prosseguir se aperfeiçoando ao longo da vida.
Aprender matemática deve ser mais do que memorizar resultados dessa ciência,
isto é, a aquisição do conhecimento matemático deve estar vinculada como o domínio de
um saber fazer matemática. Isto é alcançado através de um processo lento, começando
280
com atividades sobre resolução de problemas de diversos tipos, com objetivo de criar
intuições, de estimular a busca de regularidade, a generalização de padrões, a
capacidade de argumentação, que são elementos fundamentais para o processo de
formalização do conhecimento matemático.
Vivemos numa sociedade que contempla um avanço tecnológico que se expande
nos mais variados setores: transportes, saúde, trabalho, comunicação e muitos outros. É
de máxima importância que se faça um relacionamento entre a produção de tecnologia e
o conhecimento tecnológico. A Matemática, ferramenta importante no processo da
evolução humana, é também, um ramo de conhecimento que integra as ciências.
OBJETIVOS GERAIS
- Identificar os conhecimentos matemáticos como meios para compreender e transformar
o mundo à sua volta e perceber o caráter de jogo intelectual, característico da
matemática, como aspecto que estimula o interesse, a curiosidade, o espírito de
investigação e o desenvolvimento da capacidade para resolver problemas.
- Fazer observações sistemáticas de aspectos quantitativos e qualitativos da realidade,
estabelecendo inter-relações entre eles, utilizando o conhecimento matemático
(aritmético, geométrico, algébrico, estatístico, combinatório, probabilístico);
- Resolver situações-problema, sabendo validar estratégias e resultados, desenvolvendo
formas de raciocínio e processos, como intuição, indução, dedução, analogia, estimativa,
utilizando conceitos e procedimentos matemáticos;
- Estabelecer conexões entre temas matemáticos de diferentes campos e entre esses
temas e conhecimentos de outras áreas curriculares;
- Interagir de forma cooperativa, trabalhando coletivamente na busca de soluções;
- Ler e interpretar textos matemáticos;
- Ler, interpretar e utilizar representações matemáticas (tabelas, gráficos, expressões...);
- Identificar o problema, compreendendo os enunciados e formular questões;
- Procurar, selecionar e interpretar informações relativas ao problema proposto;
- Formular hipóteses e prever resultados;
- Selecionar estratégias de resolução de problemas;
- Interpretar e criticar dentro do contexto da situação;
- Distinguir e utilizar raciocínios dedutivos e indutivos;
- Discutir idéias e produzir argumentos convincentes;
281
- Aplicar conhecimentos e métodos matemáticos em situações reais, em especial em
outras áreas do conhecimento;
- Utilizar adequadamente calculadoras e computadores, reconhecendo suas limitações e
potencialidades.
A Matemática no Ensino Médio tem um valor formativo, que ajuda a estruturar o
pensamento e o raciocínio dedutivo, porém também desempenha um papel instrumental,
pois é uma ferramenta que serve para a vida cotidiana e para muitas tarefas específicas
em quase todas as atividades humanas.
Mas também deve ser vista como ciência com suas características estruturais
específicas. É importante que o aluno perceba que as definições, demonstrações e os
encadeamentos conceituais e lógicos têm a função de construir novos conceitos e
estruturas a partir de outros que servem para validar intuições e dar sentido ás técnicas
aplicadas. O Ensino Médio é a etapa final de uma educação geral, que situa o educando
como sujeito produtor de conhecimento e participante do mundo de trabalho. Os novos
objetivos no nível do Ensino Médio priorizam a formação ética e o desenvolvimento da
autonomia intelectual. Em todo o mundo a educação passa por revisões, tanto nas formas
de organização institucional como nos conteúdos curriculares, impostos pela nova
geografia política do planeta, pela globalização e pela revolução tecnológica. Em função
de uma nova compreensão teórica sobre o papel das novas tecnologias, a educação vai
se transformando rapidamente.
Atualmente, cada vez mais as competências e habilidades são requeridas pelo
mercado de trabalho, onde a criatividade, a autonomia e a capacidade de solucionar
problemas têm destaque muito importante. Em função disso, propõe – se o
desenvolvimento das capacidades de pesquisar, buscar, analisar, selecionar e apreender
informações, de criar e formular estratégias de resoluções de problemas, em vez de
realizar exercícios e técnicas de memorização.
Mais importante do que o aluno acumular informações sobre um assunto, como se
fosse uma enciclopédia, é dar significado ao conhecimento escolar. Cabe ao professor
propor situações de aprendizagem em que o aluno tenha a oportunidade de construir seu
conhecimento e refletir sobre os valores inerentes aos conteúdos explorados.
De acordo com esses novos moldes de ensino, pretende – se criar condições para
a inserção do educando num mundo em mudanças estruturais, decorrentes da chamada
“revolução do conhecimento”.
282
CONTEÚDOS
1ª SÉRIE
Conteúdos Estruturantes Conteúdos básicosNúmeros e Álgebra - Conjuntos numéricos
- Números reais
- Equações e inequações exponenciais,
logaritmicas e modulares
Funções - Função polinomial do 1º grau- Função polinomial do 2º grau- Função exponencial- Função logarítmica- Função modular- Função inversa e composta- Função trigonométrica
Grandezas e medidas - Trigonometria2ª SÉRIE
Conteúdos Estruturantes Conteúdos básicosFunções - Progressão Aritmética
- Progressão Geométrica
Número e Álgebra - Matrizes- Determinantes- Sistemas lineares
Tratamento da Informação - Análise combinatória- Binômio de Newton- Probabilidade- Estatística- Matemática financeira
3ª SÉRIE
Conteúdos Estruturantes Conteúdos básicosGrandezas e medidas - Medidas de área
- Medidas de volume- Trigonometria- Medidas de informática- Medidas de informática- Medidas de grandezas vetoriais
Geometria - Geometria plana- Geometria espacial- Geometria analítica- Geometrias não - euclidianas
Números e Álgebra - Polinômios
283
- Números Complexo
METODOLOGIA
1. Resolução de problemas:
Para inserção de cada indivíduo no mundo das relações sociais, a escola, como
um todo, deve estimular o crescimento coletivo e individual, o respeito mútuo e as formas
diferenciadas de abordar os problemas que se apresentam. É importante destacar que a
compreensão e a tomada de decisões diante de questões políticas e sociais dependem
da leitura crítica e interpretação de informações complexas, muitas vezes contraditórias,
que incluem dados estatísticos e índices divulgados pelos meios de comunicação. Ou
seja, para exercer a cidadania é necessário argumentar.
2. Mídias tecnológicas:
Para que os alunos se motivem a estudar determinado conteúdo é preciso atribuir
significado a esse conteúdo, expondo o assunto de maneira clara e interessante, podendo
utilizar-se de recursos didáticos tais como:
calculadoras e computadores: favorece a criatividade, auto – estima, facilita o
registro, o arquivamento e a troca de informação;
jogos: permite aos alunos o aprofundamento na compreensão de um conceito,
em sua estruturação e contextualização, na observação e construção de regras e na
organização de um trabalho em grupo;
vídeos educativos: permite a visualização e a interpretação de diferentes
situações problemas através de discussões e debates;
jornais e revistas: propiciam a visualização de dados estatísticos, gráfico e
tabelas em diferentes situações do dia a dia do aluno, facilitando assim a sua
compreensão.
3. Investigação matemática:
Devido ás aplicações e a importância histórica dos temas é necessário fazer a
contextualização dos conteúdos. A partir das descobertas e dificuldades, discutir, debater
junto com os alunos as possíveis maneiras de solução.
Os conteúdos matemáticos serão trabalhados de forma que permitam a
compreensão e análise das questões relativas à africanidade e povos indígenas numa
dimensão, como por exemplo, compreender por meio da análise de dados estatísticos e
gráficos a situação econômica, social e intelectual entre brancos, afro – descendentes e
284
indígenas; bem como outros assuntos de grande importância, como a contribuição do
negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à história do Brasil.
Podem ser feitos análise dos dados do IBGE, análise de pesquisas relacionadas
aos afro – descendente e indígenas no mercado de trabalho do país, bem como outros
assuntos de grande importância, tais como: poluição, desmatamento, direitos do
consumidor, saneamento básico, política, etc.
No decorrer do processo serão trabalhadas questões como a História do Paraná
dentro da análise e reflexão de dados e pesquisas estatísticas, bem como, sua fauna e
flora, desenvolvimento, população, extensão territorial dentro de grandezas e medidas,
etc.
Pela Educação Matemática, almeja-se um ensino que possibilite aos estudantes
análises, discussões, conjecturas, apropriação de conceitos e formulação de ideias.
O professor deve sistematizar os conteúdos matemáticos para que não se perca o
conceito científico de determinado conteúdo.
Devem ser trabalhadas também questões ambientais e desmatamento como forma
de mostrar ao aluno a proporção com que o planeta está sendo destruído, podendo ser
feitas pesquisas e comparações de gráficos, tabelas e medidas estatísticas.
O ensino de matemática pode contribuir para a formação ética à medida que se
direcione a aprendizagem para o desenvolvimento de atitudes como a confiança dos
alunos na própria capacidade e na dos outros para construir conhecimentos e
experiências entre os alunos como forma de aprendizagem, promover o intercâmbio de
idéias.
4. Modelagem matemática:
O professor deverá trabalhar com problemas reais onde o aluno seja levado a
observar fenômenos e acontecimentos diários. Deverão ser feitas análises e
interpretações desses fenômenos na tentativa de resolvê – los através do processo
matemático e de suas ferramentas.
“A modelagem matemática é, assim, uma arte, ao formular, resolver e elaborarex-
pressões que valham não apenas para uma solução particular, mas que também sirvam,
posteriormente, como suporte para outras aplicações e teorias” (id.ibid;
p. 13)
5. Etnomatemática:
A etnomatemática valoriza a cultura e o meio social em que estão inseridos nossos
alunos através de possíveis caminhos que são construídos e ligados entre o saber prático
do aluno e o saber científico. Existem inúmeras situações em que a matemática é
285
utilizada no cotidiano e o professor deve ser o intermediário em fazer com que o aluno
estabeleça a relação de algo conhecido com o saber matemático, fazendo assim com que
o aluno interprete e estabeleça diferentes relações entre o seu saber do cotidiano e o
saber cientifico adquirido em sala.
6. História da Matemática
A matemática caracteriza-se como uma forma de compreender e atuar no mundo e
o conhecimento gerado nessa área do saber como um fruto da construção humana na
sua interação constante com o contexto natural, social e cultural. É uma ciência viva, não
apenas no cotidiano dos cidadãos, mas também nas universidades e centros de
pesquisas, onde se verifica uma produção de novos conhecimentos que têm sido
instrumentos úteis na solução de problemas tanto científicos como tecnológicos.
A história da matemática é um valioso recurso para o processo de ensino
aprendizagem para se perceber como a teoria e a prática matemáticas foram criadas. O
avanço da humanidade foi produzindo conceitos, leis, teoremas e aplicações matemáticas
que a transformaram em ciência universal. Através do conhecimento matemático o ser
humano quantifica, geometriza, mede e organiza informações. É impossível não
reconhecer o valor educativo dessa ciência como indispensável para resolução e
compreensão de diversas situações do cotidiano.
A matemática faz parte do patrimônio cultural que a humanidade vem acumulando
e por isso se faz necessário, antes de mais nada, entender suas origens, conhecer os
agentes deste processo, considerar o momento histórico que vivemos e perceber as
mudanças amplas que atingem a educação como um todo. O aluno deve entender que o
conhecimento matemático foi construído através de situações concretas e de
necessidades reais do ser humano a partir da busca de soluções para resolver questões
do cotidiano.
A Matemática se torna um instrumento importante na busca da compreensão dos
processos de transformação social e aperfeiçoamento do conhecimento científico,
ocorrido ao longo da história do homem ao relacionar esses processos aos avanços
tecnológicos nas diferentes épocas. Colabora para a formação da cidadania, sobre a
inserção das pessoas no mundo do trabalho, das relações sociais, da cultura e sobre o
desenvolvimento da crítica e do posicionamento diante das questões sociais.
7. Investigações matemáticas:
Na investigação matemática o aluno deverá ser levado a pensar e tentar formular
soluções para uma situação problema, sendo que diferentes grupos podem formular
diferentes formas de resolução para um determinado problema. Não é necessário que o
286
aluno desenvolva a atividade utilizando – se de um algoritmo já conhecido, pois se trata
de um problema aberto e ele poderá utilizar – se de diferentes estratégias para se chegar
ao resultado final.
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
A avaliação será feita em caráter contínuo e progressivo, observando o
desenvolvimento individual e coletivo de cada aluno, levando em conta sua criatividade na
hora de resolver situações problemas.
O resultado não deverá ser o único elemento a ser observado numa avaliação, mas
sim o processo de construção do conhecimento.
Nessa perspectiva de trabalho, a avaliação passa a ter como objetivo fundamental
fornecer informações sobre o processo de ensino – aprendizagem como um todo,
informando não apenas o aluno sobre seu desempenho em Matemática, mas também o
professor sobre sua prática em sala de aula. Desse modo, a avaliação deve subsidiar o
trabalho pedagógico, direcionando o processo de ensino – aprendizagem, sempre que
necessário.
Quando os resultados da avaliação forem insatisfatórios, cabe ao professor buscar
as causa desse fracasso, corrigindo as possíveis falhas e distorções observadas ao longo
do processo.
Em resumo, a avaliação deve ser concebida como:
- Um conjunto de ações que permite ao professor rever sua prática pedagógica.
- Um conjunto de ações que possibilita ao aluno identificar seus avanços e suas
dificuldades, levando – o a buscar caminhos para solucioná-las.
- Um elemento integrador entre ensino e aprendizagem.
- Um instrumento que vise o aperfeiçoamento do processo de ensino – aprendizagem em
um ambiente de confiança e naturalidade.
Com base nisto, a avaliação será sempre um momento muito importante no
processo ensino – aprendizagem e para que tenha sentido será realizada com a utilização
de diversos instrumentos e será processada em diferentes oportunidades e de diversas
formas:
- Respostas orais (explicações, justificativas e argumentações);
- Listas de exercícios;
- Prova escrita;
287
- Trabalhos individuais e coletivos;
- Atividade extraclasse como: pesquisas, estimativas e apresentações de seminários;
- Registros das atitudes dos alunos e seu desenvolvimento em relação à disciplina;
- Identificar, registrar e analisar informações sobre os alunos são procedimentos da
avaliação que se integram ao ensino.
Aos alunos que apresentarem dificuldades na aprendizagem serão proporcionadas
revisões de conteúdos e recuperações dos mesmos.
A matemática se situa como linguagem, instrumento de expressão e raciocínio.
Com o conjunto de atitudes e habilidades espera-se que o trabalho da matemática auxilie
a desenvolver um relacionamento com as demais áreas. Junto a uma avaliação paralela o
aluno deverá desenvolver hábitos de trabalho, interesse, organização, confiança,
curiosidade e percepção. Observar o desenvolvimento do raciocínio, o caminho percorrido
pelo aluno, as suas tentativas para solucionar os problemas.
REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA
IRACEMA & DULCE. Matemática: Idéias e desafios. Editora Saraiva
IEZZI; G. DOLCE O. M. A. Matemática e Realidade. Atual Editora.
DANTE L. Tudo é Matemática. Editora Ática.
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares de Matemática
para o Ensino Médio. Paraná: 2006.
288
9.10 QUÍMICA
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
A ciência, como um conjunto organizado de conhecimento, apresenta-se dividida
em várias disciplinas, entre ela a química. O processo de aquisição do conhecimento
científico é frequentemente atribuído ao método científico. A química como ciência,
representa uma significativa evolução humana. As ciências naturais incluem disciplinas
que procuram mostrar um estudo sistemático da natureza.
A química ganhou não apenas uma linguagem universal quanto a nomenclatura,
mas também, quanto aos seus conceitos fundamentais. A química estuda a natureza, as
propriedades a composição e as transformações da matéria. O campo de interesse e
aplicação da química é tão amplo que envolve quase todas as outras ciências.
Há muitas razões que explicam o porque do estudo da química, do ponto de vista
prático, a química ajuda a adquirir um útil discernimento dos problemas da sociedade,
com aspectos científicos e técnicos. Atuando como um instrumento prático para o
conhecimento e a resolução de problemas em muitas áreas de atuação da vida.
Os conhecimentos químicos nem sempre estiveram atrelados à religião e à
alquimia. a teorização sobre a composição da matéria, por exemplo, surgiu na Grécia
antiga e a ideia de átomo com os filósofos gregos Leucipo e Demócrito, que lançaram
algumas bases para o atomismo do século XVII e XVIII com Boyle, Dalton e outros. A
teoria atômica foi uma questão amplamente discutidas pelos químicos do século XIX, que
a tomaram como central para o desenvolvimento da química como ciência.
Dentre as descobertas e avanços científicos, nas últimas quatros décadas do
seculo XX passou-se a conviver com a crescente miniaturização dos sistemas de
computação, com aumento da sua eficiência e ampliação do seu uso, o que constitui uma
era de transformação nas ciências que vêm modificando a maneira de se viver. Esse
período, marcado pelas descobertas de novos materiais, engenharia genética, exploração
da biodiversidade, obtenção de diferentes combustíveis, pelos estudos espaciais e pela
farmacologia; marca o processo de consolidação científica, com destaque à química, que
participa das diferentes áreas das ciências e colabora no estabelecimento de uma cultura
científica, cada vez mais arraigada no capitalismo e presente na sociedade, e, por
conseguinte, na escola. Na química, por exemplo, priorizou o estudo de fatos cotidianos,
ambientais e industriais, sem, contudo, maiores aprofundamentos teóricos que utilizassem
a próprio saber químico.
289
O aprendizado deve ser relevante para a vida em sociedade do aluno, de forma a
permitir que ele se torne um cidadão mais consciente de suas obrigações e seus direitos;
mais apto a participar do mercado de trabalho e a assimilar as grandes mudanças
tecnológicas, sociais e éticas. Desta forma, o aluno aproxima-se cada vez mais
qualitativamente do conceito desejado. Há a necessidade de compreensão precisa de
conceitos e do entendimento de suas relações com os diversos campos do conhecimento.
OBJETIVOS GERAIS
- Desenvolver pensamentos lógicos para estabelecer as relações lógico-empirica e lógico-
formais.
- Utilizar o domínio da linguagem própria na química. Ferramenta para interpretar e utilizar
o mundo físico. Visão integrada dos processos na natureza.
- conteúdos que proporcionem amplo entendimento da transformação química e suas
inter-relações com a massa, energia e tempo.
- Apresentar de fato concretos, observáveis e mensuráveis, levando em conta, o
conhecimento prévio do aluno.
- Compreender a química como disciplina ligada à sobrevivência e ao desenvolvimento
sócio-científico.
- A historia da química deve permear todo o ensino, possibilitando ao aluno a
compreensão do processo de elaboração desse conhecimento, com seus avanços, erros
e conflitos.
290
- selecionar temas a partir de atividades do cotidiano para motivar e construir o
conhecimento científico.
- Explicar como os saberes científicos e tecnológicos contribuiu para a sobrevivência do
ser humano.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Os conteúdos estruturantes são: matéria e sua natureza, biogeoquímica e
química sintética.
CONTEÚDOS BÁSICOS
Matéria;
Solução;
Velocidade das relações;
Equilíbrio químico;
Ligação química;
Reações químicas;
Radioatividade;
Gases;
Funções químicas.
1ª SÉRIE
Introdução ao estudo da química
Propriedade da matéria
Substancias e puras
Processos de separação
Composição da matéria
Classificaçao Periódica dos Elementos
Ligações Químicas
291
Química Inorgânica
Gases
2ª SÉRIE
Solução
Velocidade das reações
Equilíbrio Químico
Reações Químicas
Radioatividade
Óxido-Redução
3ª SÉRIE
Compostos orgânicos
Funções orgânicas
Comparação entre compostos orgânicos
Reações orgânicas
Isomeria
Polímeros
Introdução a bioquímica
Química descritiva
292
METODOLOGIA
É importante que o processo pedagógico parta só conhecimento prévio
dos estudantes, no qual se incluem as ideias pré-concebidas sobre o
conhecimento da química, ou as concepções espontâneas, a partir das quais
será elaborado um conceito científico.
É preciso ter claro que ensinar para a cidadania significa adotar uma
nova maneira de encarar a educação, pois os novos paradigmas, vem
alterando significativamente o ensino atual, propondo novos conteúdos,
metodologias, organização do processo de ensino-aprendizagem e métodos de
avaliação. A escola é, por excelência, o lugar onde se lida com o conhecimento
científico historicamente produzido.
Para que isso ocorra, torna-se imprescindível o comprometimento dos
professores no sentido de recuperar a verdadeira função da educação,
buscando por meio de uma nova postura frente ao aluno, contribuir de fato
para a construção de uma sociedade democrática, cujos membros sejam
cidadãos conscientes e comprometidos com a própria transformação dessa
sociedade.
A experimentação desempenha função essencial no ensino de Química.
Seu papel investigativo auxilia o aluno na elaboração dos conceitos, não sendo
necessários laboratórios sofisticados, pois o experimento faz parte do contexto
normal de sala de aula, e, o uso do livro didático. Para que isso aconteça a
linguagem/discurso exerce um papel fundamental nesse movimento, pois
depende da forma como os significados e os entendimentos são desenvolvidos
no contexto social da sala de aula.
Para os conteúdos estruturantes biogeoquímica e a química sinética, a
significação dos conceitos ocorrerá por meio das abordagens históricas,
sociológica, ambiental, representacional e experimental a partir dos conteúdos
químicos. Para o conteúdo estruturante matéria e sua natureza, tais
abordagens são limitadas; Os fenômenos químicos, na perspectiva desse
conteúdo estruturante, podem ser amplamente explorados por meio das suas
representações, como as fórmulas químicas e modelos.
293
AVALIAÇÃO
Em Química, o principal critério de avaliação é a formação de conceitos
científicos. O processo de “construção e reconstrução de significados dos
conceitos científicos” (MALDANER, 2003, p.144) se dá a partir de uma ação
pedagógica em que a partir de conhecimentos anteriores dos alunos seja
permitido aos mesmos o entendimento e a interação com a dinâmica dos
fenômenos naturais por meio de conceitos químicos. Os critérios e formas de
avaliação devem ficar bem claros para os alunos, como direito que têm de
acompanhar todo o processo.
Espera-se que o aluno:
• Entenda e questione a ciência de seu tempo e os avanços tecnológicos
na área de química;
• Construa e reconstrua o significado dos conceitos químicos;
• Tome posições frente às situações sociais e ambientais desencadeadas
pela produção do conhecimento químico;
• Compreenda a constituição química da matéria a partir dos
conhecimentos dobre modelos atômicos, estados de agregação a
natureza elétrica da matéria;
• Reconheça as espécies químicas, ácidos, bases, sais e óxidos em
relação a outra espécie com a qual estabelece interação;
• Entenda as reações químicas como transformações da matéria. Sua
velocidade, e equilíbrio químico.
Na disciplina de Química, as avaliações não se limitam a provas, serão
usados instrumentos variados que contemplem várias formas de expressão
como: leitura, produção e interpretação de textos, pesquisas bibliográficas,
apresentação de seminários, relatório de aulas em laboratório, exercícios
proposto, prova escrita e recuperação paralela, utilizando os mesmo critérios
da prova escritas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BAIRD, C. Química Ambiental. 2ª ed. Porto Alegre: Bookman, 2002.
294
Chassot, A. Educação consciência. Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 2003.
Feltre, Ricardo. Química geral. São Paulo: Moderna, 2004
HALL, NINA. Neoquímica. A química moderna e suas aplicações. Porto
Alegre: Bookman, 2004.
MALDANER, O. A. A formação inicial e continuada de professores de
Química: professor/pesquisador. 2ª ed. Ijuí: Editora Inijuí, 2003.
SEED. Secretaria do Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da
educação fundamental da rede de educação básica do Estado do Paraná:
Química do Ensino Médio. Curitiba: SEED, 2006.
VANIN, J. A. Alquimistas e químicos: o passado, o presente e o futuro.
São Paulo: Moderna, 2002.
9.11 SOCIOLOGIA
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
A globalização derruba fronteiras provocando a sensação de que
pertencemos a uma sociedade com características únicas, mas não apaga as
diferenças sociais, econômicas e culturais entre regiões e povos. Elas
persistem e tendem a se agravar. Para compreender, analisar, criticar e atuar
na sociedade contemporânea é de fundamental importância o ensino da
sociologia.
Nesse contexto, há um percurso histórico de construção de conceitos e
categorias que conferiram estatuto científico à Sociologia, possibilitando que
atualmente, as graves questões que marcam as dinâmicas sociais,
econômicas, políticas e culturais sejam questionadas de perspectivas
diferentes entre si.
Pensadores diversos como Mostequien, Rousseau, Spencer, Comte e
outros focalizaram o olhar sobre as relações sociais e as complexas
instituições modernas. Discutiram sua origem, as divisões de poderes do
295
Estado e a nova organização constituída ao longo do declínio e
desenvolvimento da ciência, das inovações técnicas e preocuparam-se com a
administração dos inevitáveis conflitos sociais e políticos.
No século XX, a Sociologia incorporou o pensamento de Karl Marx e
seus colaboradores que realizaram estudos da economia, filosofia, política e da
história e passaram a influenciar boa parte da produção teórica do pensamento
social.
Mais contemporaneamente, outros pensadores marcaram a produção
sociológica como Max Weber que construiu um campo teórico denominado de
análise compreensiva.
Assim a disciplina fundamenta-se no estudo de sociedade enquanto
objeto de análise e eixo de trabalho, proporcionando questionamento de seus
problemas possibilitando sua compreensão e propondo novos caminhos de
investigação.
A compreensão do mundo do trabalho poderá ser constituída a partir de
diferentes perspectivas que abordem a revolução contemporânea no seu modo
de organização bem como os diferentes determinantes da sua divisão técnica,
em nível internacional, observando-se as especificidades regionais e locais e
as relações entre os homens e às influências sociais de seu comportamento.
É de extrema importância proporcionar uma visão sobre a constituição
das relações sociais em nível internacional e nacional.
OBJETIVOS GERAIS
• Desenvolver o pensamento sociológico;
• Compreender a sociologia (dentre as demais ciências) como um
contructo, histórica e socialmente determinada;
• Compreender a totalidade social como expressão de
simultaneidade e complexidade dos fenômenos sociais, produto de
condicionantes diversos;
• Perceber o processo de mundialização da economia e de inserção
do país no mercado internacional;
296
• Perceber os direitos (e respectivos deveres) do cidadão como parte
de uma construção social;
• Compreender as diferentes manifestações culturais como
expressão de povos, etnias, nacionalidades, segmentos sociais diversos;
• Construir sua identidade social (e pessoal) a partir do princípio de
alteridade;
• Compreender a Indústria Cultural em suas ações com os contextos
econômicos, político, social e cultural em que se insere;
• Estabelecer relações entre o conhecimento teórico e as práticas
sociais;
• Elaborar hipóteses sobre as práticas sociais, exercitando análises,
interpretações, sínteses, servindo-se para tanto dos conhecimentos
sociológicos;
• Exercitar relacionar práticas sociais com contextos diversos;
• Caracterizar as relações políticas, econômicas e sociais em nível
nacional e internacional;
• Identificar funções desenvolvidas pelo Estado e funções cobradas
ao estado, analisá-las, compará-las;
• Observar nas práticas sociais o respeito/desrespeito,
conhecimento/desconhecimento dos direitos e deveres no exercício da
cidadania;
• Identificar os direitos (e respectivos deveres) emergentes cuja
necessidade de institucionalização é reivindicada socialmente;
• Lidar de maneira construtiva com as diferenças, de tal forma a
atuar em equipe, construir, realizar e avaliar projetos de ação escolar;
• Analisar fenômenos da mídia servindo-se de conhecimentos
sociológicos.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Os conteúdos estruturantes são o surgimento da Sociologia e teorias
sociológicas, instituições sociais, cultura e indústria cultural, trabalho, produção
297
e classes sociais, poder, política e ideologia, direito, cidadania e movimentos
sociais.
CONTEÚDOS BÁSICOS
Formação e consolidação da sociedade capitalista e o desenvolvimento
do pensamento social;
Teorias sociológicas clássicas: Comte, Durkheim, Engels e Marx, Weber;
O desenvolvimento da sociologia no Brasil;
Processo de socialização;
Instituições sociais: familiares, escolares, religiosas;
Instituições de reinserção: prisões, manicômios, educandários, asilos,
etc.;
Desenvolvimento antropoĺogico do conceito de cultura e sua contribuição
na análise das diferentes sociedades;
Diversidade cultural;
Identidade;
Indústria cultural;
Meios de comunicação de massa;
Sociedade de consumo;
Indústria cultural no Brasil;
Questões de gênero;
Cultura afro-brasileira e africana;
Cultura indígena;
O conceito de trabalho e o trabalho nas diferentes sociedades;
Desigualdades sociais: estamentos, castas, classes sociais;
Organização do trabalho nas sociedades capitalistas e suas
contribuições;
Globalização e Neoliberalismo;
Relações de trabalho;
Trabalho no Brasil;
Formação e desenvolvimento do Estado Moderno;
298
Democracia, autoritarismo, totalitarismo;
Conceitos de poder, ideologia, dominação e legitimidade;
As expressões da violência nas sociedades contemporâneas;
Direitos: civis, políticos e sociais;
Direitos humanos;
Conceito de cidadania;
Movimentos sociais;
Movimentos sociais no Brasil;
A questão ambiental e os movimentos ambientalistas;
A questão das ONG's.
CONTEÚDOS
1ª SÉRIE
O ESTUDO DA SOCIEDADE HUMANA:
- O que são as Ciências Sociais;
- Objeto e divisão das Ciências Sociais;
- O surgimento da Sociologia;
- Os desafios para a Sociologia.
A VIDA SOCIAL:
- Sociabilidade e socialização;
- Contatos sociais;
- Convívio social;
- Comunicação;
- Interação social;
- Processos sociais.
COMUNIDADE E CIDADANIA:
- Comunidade e tipos de sociedade;
- Cidadania e seus aspectos sociológicos.
299
AGRUPAMENTOS SOCIAIS:
- Grupo social;
- Agregados sociais;
- Mecanismos de sustentação dos grupos sociais;
- Estrutura e organização social.
2ª SÉRIE
ESTRATIFICAÇÃO E MOBILIDADE SOCIAL:
- Estratificação social e seus tipos;
- Mobilidade social e seus tipos;
- Divisão da sociedade em camadas.
FUNDAMENTOS ECONÔMICOS DA SOCIEDADE:
- Produção e distribuição de consumo;
- Trabalho, matéria-prima e recursos naturais;
- Instrumento de produção;
- Relações de produção;
- Modos de produção.
A CULTURA:
- Cultura e educação;
- Identidade cultural;
- Os elementos da cultura;
- Aculturação, contato e mudança cultural;
- Contracultura;
- Socialização e controle social.
3ª SÉRIE
AS INSTITUIÇÕES SOCIAIS:
- Diferença entre grupo social e instituição social;
- Tipos de instituição.
300
MUDANÇA SOCIAL:
• Mudança social e relações sociais;
• Causas da mudança social;
• Fatores contrários e favoráveis da mudança social;
• Consequências da mudança social;
• Poder;
• Estado e suas características;
• A formação do Estado Moderno;
• Subdesenvolvimento;
• Indicadores econômicos;
EDUCAÇÃO E ESCOLA:
A Escola;
• Forma de transmissão;
• Os Grandes Mestres das Ciências Sociais.
METODOLOGIA
Pretende-se com os conteúdos estruturantes de Sociologia que se tenha
a clareza da necessidade do redimensionamento de aspectos da realidade
para uma análise didática e crítica das problemáticas sociais.
Serão utilizados vários instrumentos metodológicos para desenvolver
esses conteúdos como a leitura e esclarecimento do significado dos conceitos
e da lógica dos textos (teóricos, temáticos, literários), a análise, a discussão, a
pesquisa de campo, todos em busca da formação do ser crítico com conteúdos
sempre problematizados com a realidade do aluno, enfatizando assuntos do
seu conhecimento.
Inicialmente será feita a introdução contextualizada com a construção da
Sociologia e das teorias sociológicas fundamentais fazendo a relação do
passado com a atualidade numa perspectiva crítica, no sentido de fundamentar
teoricamente as várias possibilidades de explicação sociológica feita nos
recortes dos conteúdos específicos.
301
Na medida do possível levar-se-á em consideração as peculiaridades da
região em que a escola está inserida e a origem social do aluno, para que os
conteúdos e a metodologia utilizada possa responder a necessidades desse
grupo social, colocando-o como sujeito de seu aprendizado e que a todo
momento é instigado a fazer relações da teoria com o vivido, rever
conhecimentos e reconstruir coletivamente novos saberes.
Para que haja uma reflexão mais profunda e ampliação de conceitos
sobre a construção do conhecimento sociológico vários instrumentos
metodológicos estão disponíveis para auxiliar a prática pedagógica como a
leitura e interpretação de gráficos, confecção de tabelas, filmes adequados a
faixa etária e o repertório cultural do aluno, relacionado ao conteúdo; discussão
e articulação das temáticas contempladas com a teoria sociológica; produção
de texto; análise e discussão de textos literários e letra de músicas e debates.
O trabalho referente as Leis: 11.645 “História e Cultura Afro-Brasileira e
Indígena”, Lei 13.381/01 “História do Paraná” e Lei 9.795/99 “ Meio Ambiente”
serão desenvolvidos através de leituras de textos , bem como exibição de
documentários e filmes diversos.
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
A partir do momento em que o professor desenvolve um conteúdo mais
significativo e uma metodologia participativa, deve desenvolver uma avaliação
diferenciada. O sujeito só adquire o conhecimento quando num processo ativo
reconstrói o objeto do conhecimento. Assim não cabe mais aqui a avaliação
autoritária, decorativa, repetitiva, sem sentido.
A avaliação deverá ser contínua, verificando os vários momentos do
desenvolvimento dos alunos e não os julgando apenas num determinado
momento. Deve-se avaliar o processo da construção de habilidades e
competências e não apenas o produto final.
A avaliação deve ter efeito prático: mudar a forma de trabalho tanto do
professor que deve dar atenção especial aos alunos com dificuldades,
organizar a recuperação paralela, quanto do aluno que deve também rever o
esquema de participação na construção do seu conhecimento.
302
O erro não pode ser visto como um absurdo, pois faz parte da
aprendizagem à medida que expressa uma hipótese de construção do
conhecimento. É excelente material de análise, pois revela como o educando
está pensando, possibilitando ajudá-lo a reorientar a construção do
conhecimento.
Portanto, a avaliação deverá acontecer diariamente, num processo
contínuo a fim de detectar as dificuldades e viabilizar novas oportunidades de
conhecimento. Deverá possuir um caráter de valorização do aluno, bem como
ser praticada de forma diagnóstica e cumulativa. Para isso o professor fará
registros descritivos a fim de acompanhar o desenvolvimento das
competências e habilidades. Para realizar uma avaliação, é importante que
o assunto que será cobrado, esteja claro e entendido pelos alunos. Faz-se
necessário a realização de provas, trabalhos (seminários, escrito, dinâmicas),
relatórios quando houver laboratório e exercícios de aprendizagem que
estimulem o aluno a desenvolver seu raciocínio. O uso de vídeos também se
faz importante, conforme o assunto a ser tratado.
De acordo com cada conteúdo, depende do professor desenvolver
alguma maneira de avaliar o desempenho dos seus alunos, porém é importante
lembrar que o aluno deve ser avaliado constantemente em sala de aula,
contando com sua participação e colaboração no decorrer das aulas.
BIBLIOGRAFIA
ALBORNEZ, S. O que é trabalho. São Paulo: Brasiliense, 1989.
BRANDÃO, C.R. O que é Educação. São Paulo: Brasiliense, 1982.
COSTA, C. Sociologia: introdução à ciência da sociedade. São Paulo:
Moderna, 1997.
OLIVEIRA P. S. Introdução à Sociologia. São Paulo. Ed. Àtica, 2000.
SANTOS, J. L. O que é Cultura. São Paulo: Brasiliense, 1983.
303
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares de
Sociologia para o Ensino Médio. Paraná: 2006.
WEBER, M. A. Ética protestante e o espírito. São Paulo: Ed. Pioneira, 1996.
9.12 LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA – INGLÊS E ESPANHOL
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
Tendo em vista as exigências do mundo contemporâneo e o
desenvolvimento tecnológico quase diário, a Língua Estrangeira Moderna tem
por finalidade instrumentalizar o aluno para compreender e produzir texto de
qualidade prática, ou seja, texto que sirva para comunicar-se no seu dia a dia.
Ao ensinar língua estrangeira deve ser levado em conta o aluno e seu objetivo
em aprender, sua classe social e suas relações sociais. Para desenvolver tal
trabalho, deve-se propiciar ao aluno situações de comunicação oral e escrita,
oferecendo-lhe situações próximas da realidade. A preocupação maior deve
ser com o ato da fala, ou seja, o momento do uso do texto e não com
conteúdos gramaticais, pois contextualizando os temas, o aluno será inserido
em ações autênticas de comunicação.
Estas necessidades devem conscientizar o estudante de que o
conhecimento desta língua é requisitado cada vez mais pelos atuais meios de
comunicação, como a Internet, a TV a cabo, entre outros e sua falta de impede
as pessoas de aproveitar todo o potencial oferecido por esses meios de
comunicação.
Ao ler um texto, o aluno busca na memória o seu "pré-conhecimento"
sobre o assunto para depois inter-relacionar-se com o contexto, surgindo,
assim, uma nova visão do mesmo texto. A partir de tal texto, poderão ser
produzidos outros novos textos de acordo com a experiência prévia de cada
leitor. Este trabalho é uma ferramenta muito importante para o desenvolvimento
cultural e crítico do aluno. O aprofundamento dos conteúdos referentes à
304
interpretação e à extrapolação de textos será bastante enfatizado no Ensino
Médio, objetivando a vertente utilizada pelos grandes vestibulares e a
necessidade de compreender o texto em sua totalidade histórica, social,
cultural.
É preciso trabalhar com a "língua viva" do jornal, da televisão e da leitura
de conversas do dia-a-dia. Portanto, as estruturas gramaticais não aparecem
em seqüência gradual, mas de acordo com as necessidades surgidas na
realização da contextualização. As noções gramaticais surgirão no processo
dinâmico de funcionamento da língua, onde a assimilação da estrutura da
língua estrangeira é um processo criativo de elaboração pessoal, partindo de
generalizações, o educando vai, aos poucos, dominando tal estrutura.
Desta forma, o educando estará se capacitando para a utilização da
Língua Estrangeira Moderna na percepção das ideias, haja vista que, com as
noções fundamentais, como vocabulário, interpretação e compreensão de
textos, ele teve contato ao longo dos 4 anos do Ensino Fundamental, onde a
Língua Estrangeira Moderna trabalhada, foi o Inglês, pois o Espanhol foi
inserido no presente ano de 2010 no Ensino Médio. Esta nova abordagem visa
à busca da compreensão que não é necessário somente a gramática normativa
para a produção de textos.
OBJETIVOS GERAIS
• Utilizar os mecanismos de coerências e coesão na produção oral e / ou escrita;
• Conhecer e usar as línguas estrangeiras modernas como instrumento de
acesso a informações a outras culturas e grupos sociais;
• Analisar os recursos expressivos da linguagem verbal, relacionando textos/
contextos mediante a natureza, função, organização, estrutura, de acordo com
as condições de produção/recepção (intenção, época, local, interlocutores
participantes da criação e propagação de ideias e escolhas, tecnologias
disponíveis);
• Reconhecer as palavras inglesas que fazem parte da vida do brasileiro, através
de embalagens e textos, verificando que o Inglês está presente no dia-a-dia;
305
- Ler e valorizar a leitura como fonte de informação e prazer, utilizando-a como
meio de acesso ao mundo de trabalho e de estudos.
• Verificar em textos que há palavras que são parecidas com o Português, porém
nem sempre apresentam o mesmo significado;
-Incentivar a capacidade de ouvir, discutir, falar, escrever, descobrir, interpretar
situações, pensar criativamente, fazer suposições e inferências relacionadas
com o conteúdo é uma forma que amplia a capacidade de abstrair elementos
comuns em diversas situações para que eles possam generalizar e melhorar as
possibilidades de comunicação,criando significados através da linguagem.
-Incentivar os alunos a trabalhar de forma independente, de modo a permitir-
lhes identificar as suas potencialidades
dificuldades no processo de aquisição do idioma espanhol.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
O conteúdo estruturante da língua é o discurso como prática social, que
a tratará de forma dinâmica, por meio das práticas de leitura, de oralidade e de
escrita.
CONTEÚDOS BÁSICOS
Leitura
• Gênero textual
• Gênero literário:
. fábula
. poema
.gênero publicitário
.cartazes
.relato histórico
.cartum
. charge
306
• Tema do texto;
• Interlucutor;
• Finalidade do texto;
• Aceitabilidade do texto;
• Informatividade;
• Situacionalidade;
• Intertextualidade;
• Temporalidade;
• Referência Textual;
• Partículas conectivas do texto;
• Discurso direto e indireto;
• Elementos composicionais do gênero;
• Emprego do sentido conotativo e denotativo no texto;
• Palavras e / ou expressões que detonam ironia e humor no texto;
• Polissemia;
• Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais
no texto, pontuação, recursos gráficos, figuras de linguagem;
• Léxico.
Oralidade
-Gênero textual
-Gênero literário:
-textos dramáticos
• Conteúdo temático;
• Finalidade;
• Aceitabilidade do texto;
• Informatividade;
• Papel do locutor e interlocutor;
• Elementos extralinguísticos;
307
• Adequação do discurso ao gênero;
• Turnos de fala;
• Variações linguÍsticas;
• Marcas linguÍsticas;
• Adequação da fala ao contexto;
• Diferenças e semelhanças entre o discurso oral ou escrito.
Escrita
-Gênero Textual
- Gênero literário:
.descrição
. carta pessoal
. relato pessoal
• Tema do texto;
• Interlocutor;
• Finalidade do texto;
• Aceitabilidade do texto;
• Informatividade;
• Situacionalidade;
• Intertextualidade;
• Temporalidade;
• Referência textual;
• Partículas conectivas do texto;
• Discurso direto e indireto;
• Elementos composicionais do gênero;
• Emprego do sentido conotativo e denotativo no texto;
• Palavras e ou/ expressões que detonam ironia e humor no texto;
• Polissemia.
• Marcas linguÍsticas;
• Acentuação Gráfica;
• Ortografia;
308
• Concordância verbal/nominal.
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
1ª SÉRIE
Repaso: ¿quién soy?
- el alfabeto, deletrear y grafía correcta de las palabras
- los saludos y las despedidas
- para conocerse. Presentarse, decir la edad, donde vive y la nacionalidad
- buscar palabras en el diccionario
- vocabulario: “En clase”. Nombrar los objetos de clase, explicando la
importancia de ser estudiante en la actualidad
- los pronombres objeto indirecto
- los verbos “ser” y “estar” en presente de subjuntivo
- vocabulario: “La escuela”. Haciendo una maqueta de la escuela que te
gustaría tener.
• presente de subjuntivo de los verbos “andar, hablar y estudiar”
• vocabulario: “la casa”. Decir la dirección y buscar en el diccionario los objetos
de la casa, como si fueras un vendedor
• el género y el número
• la primera conjugación: verbos terminados en AR en presente de subjuntivo
• los refranes y dichos espanõles.
- vocabulario: “la ciudad”. Nombrar todo que hay en una ciudad y en un
país
- las reglas de acentuación
- los numerales
- los colores y las ropas
decir las horas en diferentes países
los días de la semana (mi agenda)
los meses del año y lo qué hago en ellos
309
vocabulario: “la comida”. Decir los nombres de las frutas y las verduras
9. las estaciones del año
10. la segunda conjugación: verbos terminados en ER, en presente de
subjuntivo
11. los pronombres objeto directo y indirecto
12. vocabulario: “las profesiones”: ¿qué espero de mi futuro?
España: el mapa y las costumbres, incluyendo hispanoamérica
- Vocabulario: “razgos de carácter físicos y psicológicos”
- Los heterosemánticos
- Vocabulario: “los deportes” en la copa del mundo
La tercera conjugación: verbos terminados en IR en presente de subjuntivo
- El verbo “ir” en presente de subjuntivo
- Vocabulario: comparando la vida en el campo y en la ciudad
- Vocabulario: “los animales” y su función en la naturaleza
- Las preposiciones
Verbo auxiliar “haber” en subjuntivo.
- leyendo cuentos
- Revisión de los verbos en subjuntivo.
- Revisión de los verbos en pretérito
- Vocabulario: “Las fiestas en España y Hispanoamérica”
Diversidades que serán trabajadas en medio a los contenidos durante todo el
año:
Historia y cultura afrobrasileña y africana : rescatar la lengua de sus
ancestrales através de palabras que se establecerán en nuestro idioma/
insertar la cultura africana y afrodescendente/ letras de músicas respeto al
tema/ textos sobre la vida de lideranzas como Malcom X y Martin Luther King.
310
Imigrantes: respetando el escenario de imigración japonesa en Brasil,
trabajando con ideogramas , leyendas y mitos japoneses.
Indígenas: expresiones que influyeron en nuestro idioma/ leyendas y mitos
indígenas.
Género: trabajar con textos que hablen respecto a la mujer, a los
homosexuales y de las personas mayores en los países de habla hispánica.
2ª SÉRIE
LEITURA
- Leitura e compreensão de diferentes tipologias textuais observando as
características do texto e construção do vocabulário no contexto do texto.
- Ler com ritmo e entonação percebendo o valor expressivo do texto e
sua relação com a pontuação.
ORALIDADE
- Discussão dos assuntos lidos , dos acontecimentos, situações
polêmicas, notícias, relatos pessoais e outros envolvendo o vocabulário da
língua inglesa.
ESCRITA
- Utilizar procedimentos diferenciados para a elaboração de textos
(estabelecer o tema, levantar as ideias e dados, planejamento, produção,
reescrita com a intervenção do professor e uso do dicionário).
Respeitar às diferenças culturais, étnico-raciais, afro-descendentes e indígenas
como comportamento ético e expressão de cidadania, usando a língua como
forma de conhecer essas culturas e visões de mundo
CONTEÚDOS QUE PERPASSAM A LEITURA, ORALIDADE E ESCRITA
Personal pronouns;
311
Verb to be;
Simple Present Tense
Who? Where? When? What ? Why ?
Simple Future;
The Conditional ;
The indefinite article;
Opposites;
Prepositions;
The Imperative;
Simple Past Tense : Interrogative and negative forms;
There to be;
Uses of some and any;
The use of special words;
Short answers;
Present Continuous Tense;
Irregular verbs;
Regular verbs;
Numbers, days and months;
Many, much, a lot of, lots of, plenty of, a few, a litle, few, little;
Reading comprehension;
Read and translate;
Interrogative words;
Present continuous – tense x simple present;
The past continuous tense;
Plural of nouns;
Auxiliares in short answers;
Question tags;
The possessive case;
Coesão e coerência;
Pontuação e seus efeitos de sentido no texto;
Vocabulário;
312
Função dos pronomes, artigos, numerais, adjetivos, verbos, preposições,
advérbios, palavras interrogativas, substantivos contáveis e incontáveis, falsos
cognatos e outras categorias como elementos do texto.
3ª SÉRIE
LEITURA
- Leitura e compreensão de diferentes tipologias textuais observando as
características do texto e construção do vocabulário no contexto do texto.
- Ler com ritmo e entonação percebendo o valor expressivo do texto e
sua relação com a pontuação.
ORALIDADE
- Discussão dos assuntos lidos , dos acontecimentos, situações
polêmicas, notícias, relatos pessoais e outros envolvendo a língua inglesa.
ESCRITA
- Utilizar procedimentos diferenciados para a elaboração de textos
(estabelecer o tema, levantar as ideias e dados, planejamento, produção,
reescrita com a intervenção do professor e uso do dicionário).
Respeitar às diferenças culturais, étnico-raciais, afro-descendentes e
indígenas como comportamento ético e expressão de cidadania, usando a
língua como forma de conhecer essas culturas e visões de mundo.
CONTEÚDOS QUE PERPASSAM A LEITURA , ORALIDADE E ESCRITA
Text;
Present perfect;
Present perfect X simple past;
Compounds of some, any, no, every;
The past perfect tense;
The use of special verbs ( modals );
Reading and Comprehension;
313
Interrogative words;
Question tags;
The use of special words;
Grau dos adjetivos; Futuro simples e contínuo;
Pronomes relativos;
Verbos anômalos;
Imperativo;
Coesão e coerência;
Pontuação e seus efeitos de sentido no texto;
Vocabulário geral;
Função dos pronomes, artigos, numerais, adjetivos, verbos, preposições,
advérbios, palavras interrogativas, substantivos contáveis e incontáveis, falsos
cognatos e outras categorias como elementos do texto.
METODOLOGIA
É necessária a revisão da postura metodológica, não priorizando o
ensino gramatical, nem o treinamento das habilidades lingüísticas, ou pela
imposição de conteúdos estanques, mas por uma abordagem discursiva, mais
crítica e mais integradora. Não se pode pensar em desenvolver somente a
competência gramatical, torna-se imprescindível entender esse componente
como um entre os vários a serem dominados pelos alunos. Propõem-se
inicialmente trabalhos com textos para que o aluno se familiarize melhor com
as situações de leitura, reconhecendo as informações básicas de diversas
formas de textos. É necessário o uso de material paralelo ao livro didático,
sendo complementar aos conhecimentos, necessários a serem ensinados.
Não se rejeitará a gramática, mas se atribuirá um tratamento específico
que exigirá maior competência do professor a fim de ministrá-la uma vez que
as noções gramaticais surgirão no processo dinâmico de funcionamento da
língua.
É necessário, adquirir o conhecimento de como essas frases serão
adequadas a um determinado contexto, atentar para a adequada construção
314
gramatical do enunciado, além de destacar a correção lingüística, atentando
para o contexto onde tal frase poderia ser produzida e para as razões que
conferiram importância ao fato de que o aluno seja capaz de produzi-la e
entendê-la.
A leitura também será privilegiada, mas as demais habilidades
lingüísticas não devem ser negligenciadas. A leitura é um veículo eficaz para a
aquisição de conhecimentos de diferentes culturas e de assuntos diversos.
Sendo a leitura uma situação de comunicação-interação alunos/texto,
alunos/professor e texto/professor - abre caminhos ao professor para chegar à
discussão, à reflexão e posicionamento diante dos
fatos. O professor será mediador entre o autor do texto e o aluno no processo
de compreensão da leitura.
A aquisição da competência comunicativa: o ouvir (entender), o falar, o
escrever e o ler são importantes, pois propiciam a participação dinâmica e
criativa a fim de atingir de forma satisfatória a intenção de comunicar-se.
Além de capacitar o aluno a compreender e a produzir enunciados
coesos no novo idioma, propiciar ao aluno a possibilidade de atingir um nível
de competência lingüística capaz de permitir-lhe acesso a informações de
vários tipos, ao mesmo tempo em que contribua para sua formação enquanto
cidadão.
Nessa linha de pensamento deixa de ter sentido o ensino de línguas que
objetiva apenas o conhecimento metalingüístico e o domínio consciente de
regras gramaticais que permitem, quando muito alcançar resultados medianos
em textos escritos.
Na perspectiva atual o aluno será levado a comunicar-se de maneira
adequada em diferentes situações da vida cotidiana.
Será proposto um ensino que organize experiências de aprender, em termos
de atividades de interação de real interesse do aluno, buscando uma maior
aproximação com a realidade: o aluno será agente do processo ensino-
aprendizagem, porque vivência o que aprende. Nesse sentido, é com base nas
leis nº 10.639/2003 e 2.9795/99, que o trabalho de Língua Estrangeira Moderna
refletirá sobre a influência e importância da história e cultura afro-brasileira e
das africanidades na formação da cultura em Língua Estrangeira Moderna,
315
assim como dos indígenas, idosos, imigrantes, questões de gênero e educação
ambiental.
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
A avaliação situa tanto o aluno quanto o professor no processo de
aquisição e elaboração dos conteúdos de ensino. Através do esforço do aluno
em comunicar-se (oral e/ou escrito) o professor poderá perceber o seu avanço,
bem como o seu interesse em aprender. Um processo contínuo,
contextualizado, dentro de sala de aula, onde o professor observará o
desempenho do aluno para diagnosticar se ele está sendo capaz de relacionar
sua própria cultura com a estrangeira, analisar, interpretar e comparar todas as
formas de textos; utilizar o que está sendo estudado, dentro de novos
contextos, produzindo textos escritos e orais, através de um discurso coerente
e coeso, usando sua criatividade e raciocínio. O professor observará se o aluno
é capaz de compreender diferentes tipos de mensagens e responder de forma
coerente (escrita e/ou oralmente) e a partir das dificuldades apresentadas,
procurar superá-las.
A avaliação formativa pressupõe a inclusão; cabe, portanto, ao professor
de língua estrangeira administrar e gerenciar a heterogeneidade de suas
classes. O único e principal objetivo da avaliação formativa é o de ajudar o
aluno a aprender e a progredir rumo aos objetivos propostos. No entanto, não
pode ser objetivo do professor de língua estrangeira propor o domínio integral
da língua; logo, as atividades de construção e de avaliação do conhecimento
propostas não devem voltar-se para esse fim.
Situações de aprendizagem são também situações de avaliação e de
auto-avaliação. O modo como o aluno constrói e gerencia sua própria
aprendizagem deve ser objeto de observação e apreciação por parte do
professor, o que implica exercer a regularização do trabalho do aluno e prover
apoio no contexto da atividade em curso, encaminhar o aluno a outro grupo de
trabalho e atividades de outro tipo, sempre que for necessário, e monitorar os
percursos individuais de formação.
O professor utilizará diversos instrumentos de avaliação: dialógos orais,
pesquisas, interpretação através do contexto, testes, em específico,
316
transformam-se em exercícios de produção de linguagem que será analisado
pelo professor. O professor realizará um acompanhamento permanente dos
resultados das atividades e deixará bem claro aos alunos os objetivos das
aulas e quais objetivos ele espera que sejam atingidos. Os alunos que não
atingirem os resultados esperados o professor planejará reavaliações de
maneira diversificada para que assim o aprendizado ocorra realmente.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
CASTRO, G.; FARACO, C. A. Por uma teoria lingüística que fundamente o
ensino de língua materna (ou de apenas um pouquinho de gramática nem
sempre é bom. In: Educar em Revista, Curitiba: UFPR, 1999.
JORDÃO, Clarissa Menezes. A língua estrangeira na formação do
indivíduo. Curitiba: Mimeo, 2004.
PEREIRA, C. F. As várias faces do livro didático de língua estrangeira. In:
SARMENTO S.; MÜLER, V. (org) O ensino do inglês como língua estrangeira:
estudos e reflexões. Porto Alegre: APIRS, 2004.
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares de
Língua Estrangeira Moderna para o Ensino Médio. Paraná: 2008.
VOLPI, M. T. A formação de professores de língua estrangeira frente aos
novos enfoques de sua ação docente. In: LEFFA, V. O professor de Línguas
Estrangeiras. Construindo a Profissão. Pelotas: EDUCAT, 2001.
317
ANEXOS
SEXO DOS EDUCANDOS
46%
54%
Sexo
MasculinoFeminino
Fonte: pesquisa realizada na comunidade em 2007
RESIDÊNCIA DOS EDUCANDOS
84%
12%4%
Residência
PrópriaAlugadaOut ra Sit uação
Fonte: pesquisa realizada na comunidade em 2007
318
ESCOLARIDADE DO PAI
Analfabet oE.M. Incomplet o
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
17%
72%
6%3%
1% 3%
Escola ridade do Pa i
1
Fonte: pesquisa realizada na comunidade em 2007
ESCOLARIDADE DA MÃE
AnalfabetaE.F. Completo
E.M. CompletoEm Branco
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
70,0%
80,0%
5,5%
72,0%
15,0%
4,5%1,0% 1,0% 1,0%
Escolaridade da M ãe
1
Fonte: pesquisa realizada na comunidade em 2007
319
RELIGIÃO DA FAMÍLIA
67%
14%
1%
18%
Religiã o
Cat ólicaEvangélicaEspírit aOut ras
Fonte: pesquisa realizada na comunidade em 2007
NÚMERO DE IRMÃOS
47%
19%
23%
10%1%
Núm e ro de I rm ã os1 a 2 irmãos3 a 4 irmãos5 a 6 irmãosMais de 7 irmãosNenhum irmão
Fonte: pesquisa realizada na comunidade em 2007
REPROVAÇÃO em 2007.
320
1ª Série3ª Série
5ª Série7ª Série
0%
5%
10%
15%
20%
25% 25%
16%
8%
14%
8%
14%
11%
6%
Séries
1
REPROV
Fonte: pesquisa realizada na comunidade em 2007
AÇÃO ENTRE EDUCANDOS
4 9 % 5 1 %
Reprovou
Sim
Não
Fonte: pesquisa realizada na comunidade em 2007
TEMPO DEDICADO AOS ESTUDOS
50%
34%
3%
13 %
Tem po para Estudos
30 Minutos ou menos1 a 2 horasMais de 3 horas
Nenhum tempo
321
Fonte: pesquisa realizada na comunidade em 2007
BAIRO EM QUE RESIDEM
Fonte: pesquisa realizada na comunidade em 2007
Jardim Rivabem
Itaqui de Cim a
Loteam ento Yara
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70% 68%
11% 15%
1% 3%2%
Bairro em que Reside
1
PROFISSÃO DO PAI
OperárioMotorista
AposentadoOutras
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30% 30%
3%
15%
6%
2% 4% 5%4%
12%
19%
Profissões do Pai
1
Fonte: pesquisa realizada na comunidade em 2007
PROFISSÃO DA MÃE
322
Do lar
Em Branco
Outras
0%
10%
20%
30%
40% 40%
5%
25%
12%
6% 7%5%
Profissões da M ãe
1
Fonte:
pesquisa realizada na comunidade em 2007
323
Anexo de Relação de Bens Móveis - AAB
N. Patrimônio Descrição SubClasse Estado Qtd. Município000000085006 CADEIRA GIRATORIA
ESTOFADA SEM BRACO
0601700 REC 0000
001
0420
000000085009 PANELA TIPO INDUSTRIAL 1205200 PES 0000
001
0420
000000085020 ARMARIO DE ACO 0600300 BOM 0000
001
0420
000000085021 ARQUIVO DE ACO 0600500 PES 0000
001
0420
000000085035 VIDEO CASSETTE 0812800 REC 0000
001
0420
000000123982 ARQUIVO DE ACO 0600500 REC 0000
001
0420
000000123983 VENTILADOR DE TETO 0900700 PES 0000
001
0420
000000123984 ESCRIVANINHA DE MADEIRA
COM GAVETAS
0605000 REG 0000
001
0420
000000123985 ESCRIVANINHA DE MADEIRA
COM GAVETAS
0605000 REG 0000
001
0420
000000123986 ESCRIVANINHA DE MADEIRA
COM GAVETAS
0605000 REG 0000
001
0420
000000123987 CADEIRA ESTOFADA
GIRATORIA SEM BRACO
0601700 REC 0000
001
0420
000000123988 CADEIRA ESTOFADA
GIRATORIA SEM BRACO
0601700 REC 0000
001
0420
000000123989 CADEIRA ESTOFADA
GIRATORIA SEM BRACO
0601700 REC 0000
001
0420
000000123990 ARMARIO DE ACO 0600300 BOM 0000
001
0420
000000123991 RADIO 0809700 REC 0000
001
0420
000002009393 TELEVISAO 0812000 REG 0000
001
0420
000002064562 RADIO 0809700 PES 0000
001
0420
000002080495 APARELHO DE DVD 0801301 BOM 0000
001
0420
324
000002080496 LAVADORA DE CHAO 1204000 BOM 0000
001
0420
000002080497 IMPRESSORA
MULTIFUNCIONAL
1401400 BOM 0000
001
0420
000002085271 MESA DE PING PONG 1600200 INS 0000
001
0420
000002085272 ESCADA DE ABRIR 1206600 BOM 0000
001
0420
000002092156 MICROSYSTEM LG 0809700 NOV 0000
001
0420
000002092157 BATEDEIRA 1201000 NOV 0000
001
0420
000002092158 LIQUIDIFCADOR BRITANIA 1204100 NOV 0000
001
0420
000002092159 APARELHO TELEFONICO
MOTOROLA
0801500 NOV 0000
001
0420
000002092160 VENTILADOR PAREDE
LORENSID
0900700 NOV 0000
001
0420
000002092161 VENTILADOR PAREDE
LORENSID
0900700 NOV 0000
001
0420
000002092162 GLOBO TERRESTRE 0701700 NOV 0000
001
0420
000002092163 MICROFONE SONY 0808100 NOV 0000
001
0420
000002092164 MICROFONE SONY 0808100 NOV 0000
001
0420
000002092165 IMPRESSORA 1401400 NOV 0000
001
0420
000002092166 PLASTIFICADORA 0102600 NOV 0000
001
0420
000002092167 RETROPROJETOR 0813200 NOV 0000
001
0420
000002092168 RADIO PHILIPS 0809700 NOV 0000
001
0420
000002092169 RADIO BRITANIA 0809700 NOV 0000
001
0420
000000041398 DUPLICADOR MARCA-FACIT
MODELO-1908 0701
0102200 ANT 000000
1
0420
000000094167 MICROSCOPIO
ESTEROSCOPIO
1312000 REC 000000
1
0420
325
000000102536 TORSO HUMANO M85 CM 1319100 PES 000000
1
0420
000000131688 RECEPTOR DE SINAIS DE TV
VIA SATELITE
0809900 BOM 000000
1
0420
000000132186 AMPLIFICADOR 0800500 BOM 000000
1
0420
000000134192 ANTENA PARABOLICA 0800700 BOM 000000
1
0420
000000145559 ARMARIO DE ACO 0600300 BOM 000000
1
0420
000000145982 ARMARIO DE ACO 0600300 BOM 000000
1
0420
000000145983 ARMARIO DE ACO 0600300 BOM 000000
1
0420
000000145984 ARMARIO DE ACO 0600300 BOM 000000
1
0420
000000145985 ARMARIO DE ACO 0600300 BOM 000000
1
0420
000000145986 ARMARIO DE ACO 0600300 BOM 000000
1
0420
000000147484 ARQUIVO ACO 4 GAVETAS 0600500 BOM 000000
1
0420
000000147485 ARQUIVO ACO 4 GAVETAS 0600500 BOM 000000
1
0420
000000158591 CPU GRAPHICS 2006600 NOV 000000
1
0420
000000158592 CPU GRAPHICS 2006600 NOV 000000
1
0420
000000158593 CPU GRAPHICS 2006600 NOV 000000
1
0420
000000158594 CPU GRAPHICS 2006600 NOV 000000
1
0420
000000166102 MONITOR PARA
MICROCOMPUTADOR
1402000 NOV 000000
1
0420
000000166103 MONITOR PARA
MICROCOMPUTADOR
1402000 NOV 000000
1
0420
000000166104 MONITOR PARA
MICROCOMPUTADOR
1402000 NOV 000000
1
0420
000000166105 MONITOR PARA
MICROCOMPUTADOR
1402000 NOV 000000
1
0420
326
000000166106 MONITOR PARA
MICROCOMPUTADOR
1402000 NOV 000000
1
0420
000000166107 MONITOR PARA
MICROCOMPUTADOR
1402000 NOV 000000
1
0420
000000166108 MONITOR PARA
MICROCOMPUTADOR
1402000 NOV 000000
1
0420
000000166109 MONITOR PARA
MICROCOMPUTADOR
1402000 NOV 000000
1
0420
000000166110 MONITOR PARA
MICROCOMPUTADOR
1402000 NOV 000000
1
0420
000000166111 MONITOR PARA
MICROCOMPUTADOR
1402000 NOV 000000
1
0420
000000166112 MONITOR PARA
MICROCOMPUTADOR
1402000 NOV 000000
1
0420
000000166113 MONITOR PARA
MICROCOMPUTADOR
1402000 NOV 000000
1
0420
000000166114 MONITOR PARA
MICROCOMPUTADOR
1402000 NOV 000000
1
0420
000000166115 MONITOR PARA
MICROCOMPUTADOR
1402000 NOV 000000
1
0420
000000166116 MONITOR PARA
MICROCOMPUTADOR
1402000 NOV 000000
1
0420
000000166117 MONITOR PARA
MICROCOMPUTADOR
1402000 NOV 000000
1
0420
000000166118 MONITOR PARA
MICROCOMPUTADOR
1402000 NOV 000000
1
0420
000000168996 TECLADO PARA
MICROCOMPUTADOR
1404800 NOV 000000
1
0420
000000168997 TECLADO PARA
MICROCOMPUTADOR
1404800 NOV 000000
1
0420
000000168998 TECLADO PARA
MICROCOMPUTADOR
1404800 NOV 000000
1
0420
000000168999 TECLADO PARA
MICROCOMPUTADOR
1404800 NOV 000000
1
0420
000000169000 TECLADO PARA
MICROCOMPUTADOR
1404800 NOV 000000
1
0420
000000169001 TECLADO PARA
MICROCOMPUTADOR
1404800 NOV 000000
1
0420
000000169002 TECLADO PARA
MICROCOMPUTADOR
1404800 NOV 000000
1
0420
327
000000169003 TECLADO PARA
MICROCOMPUTADOR
1404800 NOV 000000
1
0420
000000169004 TECLADO PARA
MICROCOMPUTADOR
1404800 NOV 000000
1
0420
000000169005 TECLADO PARA
MICROCOMPUTADOR
1404800 NOV 000000
1
0420
000000169006 TECLADO PARA
MICROCOMPUTADOR
1404800 NOV 000000
1
0420
000000169007 TECLADO PARA
MICROCOMPUTADOR
1404800 NOV 000000
1
0420
000000169008 TECLADO PARA
MICROCOMPUTADOR
1404800 NOV 000000
1
0420
000000169009 TECLADO PARA
MICROCOMPUTADOR
1404800 NOV 000000
1
0420
000000169010 TECLADO PARA
MICROCOMPUTADOR
1404800 NOV 000000
1
0420
000000169011 TECLADO PARA
MICROCOMPUTADOR
1404800 NOV 000000
1
0420
000000169012 TECLADO PARA
MICROCOMPUTADOR
1404800 NOV 000000
1
0420
000000171298 SERVIDOR 1403000 NOV 000000
1
0420
000000278417 TV 29 POL. TELA PLANA ENT.
USB
0812000 BOM 000000
1
0420
000000278418 TV 29 POL. TELA PLANA ENT.
USB
0812000 BOM 000000
1
0420
000000278419 TV 29 POL. TELA PLANA ENT.
USB
0812000 BOM 000000
1
0420
000000278420 TV 29 POL. TELA PLANA ENT.
USB
0812000 BOM 000000
1
0420
000000278421 TV 29 POL. TELA PLANA ENT.
USB
0812000 BOM 000000
1
0420
000000329657 RACK PARA TV 29' 0606700 BOM 000000
1
0420
000000329658 RACK PARA TV 29' 0606700 BOM 000000
1
0420
000000329659 RACK PARA TV 29' 0606700 BOM 000000
1
0420
000000329660 RACK PARA TV 29' 0606700 BOM 000000
1
0420
328
000000329661 RACK PARA TV 29' 0606700 BOM 000000
1
0420
000000359612 ARMARIO DE ACO 16 PORTAS 0600300 BOM 000000
1
0420
000000360225 ESTANTE DE ACO C/07
PRATELEIRAS
0604400 NOV 000000
1
0420
000000360226 ESTANTE DE ACO C/07
PRATELEIRAS
0604400 NOV 000000
1
0420
000000360227 ESTANTE DE ACO C/07
PRATELEIRAS
0604400 NOV 000000
1
0420
000000821412 CONJ.ESCOLAR
CART./CAD.FDE 4
0603700 BOM 000000
1
0420
000000821413 CONJ.ESCOLAR
CART./CAD.FDE 4
0603700 BOM 000000
1
0420
000000821414 CONJ.ESCOLAR
CART./CAD.FDE 4
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Este projeto foi elaborado pela Equipe Pedagógica, Administrativa,
Docentes, Funcionários e Representantes da Comunidade Escolar deste
Estabelecimento de Ensino.
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José Alexandre Berto ( Direção)
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Everidiana Patrícia Robacher ( Pedagoga)
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Silvana M.M.Tomaz ( Pedagoga)
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Silmara do Carmo Boaron ( Pedagoga)
...................................................................
Dalva Ferreira ( Secretário)
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Márcia de Vargas ( Docente Representante).
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Alexandra Carmona Pereira ( Representante do Conselho Escolar).
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Maria Bernadeth Batista ( Representante da APMF).
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Marlene Pereira Fabrício ( Representante do Grêmio Estudantil).
.......................................................................................
Marlene Ferreira de Lara (Representante da Comunidade).
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