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COGERAÇÃO DE ENERGIA

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    e-xacta, Belo Horizonte, v. 5, n. 1, p. 133-158. (2012). Editora UniBH. Disponvel em: www.unibh.br/revistas/exacta/

    ISSN: 1984-3151

    COGERAO DE ENERGIA ATRAVS DO TRATAMENTO DE SOLOS CONTAMINADOS COM HIDROCARBONETOS

    COGENERATION OF POWER THROUGH THE TREATMENT OF SOIL CONTAMINATED WITH OIL

    Maecilei Gonalves Leal1; Moiss Coelho Perptuo Moura2; Arlete Vieira da Silva3

    Recebido em: 15/06/2012 - Aprovado em: 30/06/2012 - Disponibilizado em: 30/07/2012

    RESUMO: O presente artigo tem como principal objetivo apresentar um estudo de viabilidade tcnica de implantao de um sistema de cogerao de energia em uma Usina de Incinerao existente. O trabalho aborda a utilizao de recursos naturais derivados do petrleo desde o ano de 1939 no Brasil. O processamento destes recursos tem causado cada vez mais impacto ambiental devido aos resduos provenientes de seu refino, os riscos de contaminao ambiental aumentam progressivamente medida que se aumenta a explorao e processamento deste recurso natural. A busca por novos meios de gerao que possam ser alinhados com o tratamento destes resduos tem se tornado cada vez maior. A incinerao aliada a cogerao de energia tem se mostrado uma forma vivel de sustentar a produo e ao mesmo tempo reduzir os rejeitos. Estudos tem mostrado que o processo de cogerao empregados em sistemas de incinerao tem sido capaz no s de gerar energia eltrica para alimentar o processo como tambm disponibilizar excedentes de energia para serem comercializadas ou aplicadas em outros processos. PALAVRAS-CHAVE: Incinerao de Resduos. Hidrocarbonetos. Resduos de Refinaria de Petrleo. Cogerao de Energia. ABSTRACT: The natural resources derived from oil has been used since the year 1939 in Brazil. The processing of these resources has caused increasing environmental impacts due to waste from refining, the risk of environmental contamination increases progressively as increasing the exploration and processing of this natural resource. The requirements of energy demand for increased production has also been a major obstacle. The search for new means of generation that can be aligned with the treatment of this waste has become increasingly larger. The incineration combined with energy cogeneration has proved a viable way to sustain production while reducing waste.Studies have shown that the cogeneration process used in incineration systems have been able not only to generate electricity to power the process as well as provide excess energy to be sold or applied in other processes. KEYWORDS: Waste Incineration, Hydrocarbons, Waste Oil Refinery, Cogeneration Power.

    ____________________________________________________________________________

    1 INTRODUO

    A partir da dcada de 60 comearam a surgir as

    primeiras preocupaes com a questo da disposio

    final dos resduos industriais. Isto porque o ritmo de

    explorao dos recursos naturais, exigidos pelo

    desenvolvimento econmico, no correspondia ao

    tempo que o meio ambiente necessitava para

    1 Engenheiro Eletricista. Centro Universitrio de Belo Horizonte UniBH. Senior Engenharia - Belo Horizonte, MG. [email protected],

    2 Engenheiro Eletricista. Centro Universitrio de Belo Horizonte UniBH. EcoBras - Belo Horizonte, MG. [email protected].

    3 Mestre em Geografia e Anlise Ambiental, UFMG, 2002. Professora do Centro Universitrio de Belo Horizonte UniBH, Belo Horizonte, MG [email protected].

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    decompor parte destes. O que contribuiria,

    gradativamente, com a degradao ambiental e para

    um colapso dos recursos naturais em curto perodo,

    se medidas para cont-los no tivessem sido

    tomadas.

    A busca por novas fontes de petrleo tem sido

    intensificada, uma vez que este o responsvel pela

    movimentao econmica dos pases que tm este

    recurso natural.

    A disposio de resduos provenientes do refino e

    extrao do petrleo um problema crescente para as

    administraes ambientais, tendo em vista os

    elevados potenciais de poluio do meio ambiente.

    Portanto, a busca de novas tecnologias para o

    tratamento e disposio final dos resduos industriais

    faz-se necessrio e urgente.

    Nesse contexto usinas de incinerao possuem

    grande potencial para instalar um sistema de

    cogerao de energia com bases nos gases a alta

    temperatura gerados durante o processo. Desta

    forma, podem-se obter ganhos significativos no

    processo, tratamento e destinao final dos resduos

    industriais. Adicionalmente, a utilizao de sistemas

    de gerao de energia em processos de tratamento

    trmico vem ao encontro da busca de fontes

    alternativas para a gerao de energia.

    2 REFERENCIAL TERICO

    2.1 HIDROCARBONETOS E SEUS IMPACTOS

    AMBIENTAIS

    Os hidrocarbonetos so constitudos basicamente de

    carbono e hidrognio, formando compostos altamente

    txicos, que geralmente tm efeitos carcinognicos ou

    mutagnicos. Esses compostos tendem

    recalcitrncia, devido elevada hidrofobicidade e

    consequente baixa solubilidade em gua. Quanto

    resistncia ao ataque microbiano, eles so

    diretamente proporcionais ao seu peso molecular, e

    inversamente proporcionais a sua solubilidade em

    gua (URURAHY et al.,1998).

    O mesmo autor afirma que na maioria dos casos os

    hidrocarbonetos so caracterizados como borras

    oleosas geradas pelas refinarias de petrleo atravs

    do processo de limpeza de tanques, separadores

    gua e leo (SAO) e pelo prprio processo de refino.

    No incio da dcada de 1950, segundo Carmo (2003)

    no havia tecnologia para tratamento e/ou

    reaproveitamento de borras oleosas geradas pela

    indstria do petrleo. Sendo assim, o destino destas

    eram lagoas ou diques. Em alguns casos, a borra era

    simplesmente descartada em trincheiras, valas ou

    colocadas em tambores e depois enterrado, sem

    nenhum preparo da rea, e com isso aumentando os

    riscos ambientais, que este material traria ao meio

    ambiente, ou seja, sem uma gesto ambiental

    adequada.

    O mesmo autor afirma que com o passar dos anos,

    estes locais tornaram-se o principal foco de

    contaminao do solo e, posteriormente, devido

    liquefao da borra, percolao e infiltrao das guas

    pluviais, acarretou sua migrao e de seus

    contaminantes para o lenol fretico. As principais

    contaminaes originadas so de hidrocarbonetos

    alifticos (TPH), hidrocarbonetos policclicos

    aromticos (PAH) e BTEX (benzeno, tolueno,

    etilbenzeno e xilenos).

    Segundo Grillo (2003), a atividade industrial de uma

    refinaria produz fortes impactos ao meio ambiente,

    onde ela instalada, pois, alm de sua planta ter

    grandes dimenses, ela gera, atravs de seu processo

    produtivo, grandes quantidades de resduos,

    emanaes, efluentes, riscos inerentes atividade e

    transporte de seus produtos.

    Souza e Holanda (2003) afirmam que, diariamente, a

    indstria petrolfera produz enormes quantidades de

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    resduos, com nveis de periculosidade em suas

    quatro reas principais (extrao de leo cru,

    transporte para refinarias e centros de distribuio de

    produtos, refino de produtos acabados e venda dos

    produtos aos consumidores). Que so, basicamente,

    constitudos de hidrocarbonetos na forma de leo,

    gua e slidos em diferentes propores de acordo

    com cada rea. O resduo mais abundante o oleoso,

    o qual apresenta capacidade abrasiva de aglomerar

    areia ou p de pedra, podendo formar uma massa de

    resduo final entre 10 a 20 vezes a massa do resduo

    inicial.

    Os mesmos autores afirmam que inicialmente os

    resduos oleosos gerados pela indstria petrolfera so

    destinados a diques construdos sobre o solo, valas,

    trincheiras ou tambores para posterior destinao em

    aterros (FIG. 1).

    Eles ainda ressaltam que as destinaes incorretas

    destes resduos podem acarretar em contaminao de

    corpos hdricos adjacentes, cujas consequncias

    podem ser o assoreamento dos rios, mortandade de

    peixes, contaminao pela presena de metais

    pesados, substncias txicas, degradao do solo

    devido a alta salinidade presente na gua produzida e

    impactos negativos em reas de preservao

    ambiental.

    Figura 1 Remoo da borra oleosa para posterior coprocessamento.

    Fonte - VIRGOLINO, 2007, p.44.

    Gripp (1998) afirma que, devido ao enorme impacto

    ambiental causado por estes acmulos de materiais

    orgnicos, a demanda por tecnologias de

    destinao/disposio no gerenciamento de resduos

    perigosos (slidos, lquidos e gasosos) vem

    aumentando significativamente. Atualmente no Brasil,

    podem-se encontrar usinas dedicadas destruio

    trmica dos resduos gerados nos mais diversos

    campos da indstria. Com o crescente aumento da

    gerao de resduos e a busca por tecnologias

    ambientalmente corretas para destinao final dos

    mesmos. Alguns tratamentos podem apresentar

    solues eficazes dependendo do resduo, so eles:

    Pirlise - Processo de destruio trmica, que consiste

    na transferncia de calor, onde o processo ocorre em

    uma rea redutora, ou seja, com baixo teor de

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    oxignio. Nesse processo, os materiais base de

    carbono so decompostos em combustveis gasosos,

    lquidos e slidos (carvo). O sistema consiste em

    uma cmara metlica onde os resduos so

    acomodados, cmara esta, dotada de um circuito de

    externo de fluido trmico ou gs aquecido,

    responsveis pela transferncia de calor.

    Autoclavagem - Originalmente utilizado na

    esterilizao de material cirrgico, este processo foi

    adaptado e desenvolvido para a esterilizao de

    resduos. Em linhas gerais, consiste em um sistema

    de alimentao que conduz os resduos at uma

    cmara metlica, trabalhando em presso negativa,

    onde vapor d'gua (entre 105 e 150C) injetado no

    interior da cmara, sob determinada condio de

    presso.

    Microondas - Nesse processo os resduos so

    triturados, umedecidos com vapor d'gua (150C) e

    conduzido cmara (forno) de microondas. No interior

    da cmara encontram-se dispositivos cujas funes

    so revolver e deslocar o material para que o mesmo

    receba, de forma uniforme, a radiao de microondas.

    Eletrotrmica - Este processo consiste numa dupla

    triturao prvia ao tratamento, seguida pela

    exposio da massa triturada a um campo eltrico de

    alta potncia, gerado por ondas eletromagnticas de

    baixa frequncia, atingindo uma temperatura final

    entre 95 e 98C.

    Incinerao - O processo consiste em uma cmara

    metlica rotativa, onde os resduos so submetidos a

    altas temperaturas em uma rea oxidante, ou seja,

    com significativa presena de oxignio. Em seu

    interior, um queimador responsvel pela formao

    de uma chama, que em contato direto e/ou indireto,

    proporciona a liberao dos compostos volteis. A

    incinerao dos resduos industriais com

    aproveitamento energtico quer seja para a gerao

    de energia eltrica, quer seja para gerao de vapor

    ou ar refrigerado, uma alternativa que vem sendo

    empregada para solucionar os problemas de

    disposio final dos resduos industriais,

    principalmente nos pases da Europa, Estados Unidos

    e Japo (GRIPP, 1998).

    Dada a crise energtica dos ltimos anos e a busca

    por tecnologias alternativas de gerao de energia,

    que venha complementar a matriz energtica

    brasileira, calcada na hidroeletricidade, ganha espao

    no Pas a utilizao de resduos slidos em processos

    termoeltricos de cogerao. A queima de pneus

    usados e outros resduos em fornos de clnquer,

    inclusive com regulamentao no Conselho Nacional

    de Meio Ambiente (CONAMA, 1999), e a utilizao da

    biomassa do bagao de cana em processos de

    cogerao com gs natural so exemplos dessa

    busca por novas tecnologias que contribuem para a

    gerao de energia e, ao mesmo tempo, propiciam

    uma destinao final adequada aos resduos slidos.

    2.2 TIPOS DE INCINERADORES

    Segundo Dempsey e Oppelt (1999), existem vrios

    tipos de incineradores, mas cinco principais se

    destacam, so eles: Cmaras Mltiplas Fixas; de Leito

    Fluidizado; de Injeo Lquida; de Plasma e o de

    Cmara Rotativa.

    Dar-se- nfase ao incinerador de cmara rotativa, por

    ser considerado um dos objetos principais deste

    estudo.

    2.2.1 INCINERADOR CMARA ROTATIVA

    Incineradores de Cmaras Rotativas (FIG. 2) so os

    mais versteis, devido ao fato de serem aplicveis

    destruio de resduos slidos, lamas e resduos em

    contineres, assim como os lquidos. Devido a isto,

    estas unidades esto frequentemente incorporadas

    em projetos de plantas de incinerao comerciais. A

    cmara rotativa um cilindro horizontal revestido

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    internamente com materiais refratrios e isolantes. A

    rotao da cmara induz o transporte do resduo e

    melhora a mistura (homogeneizao) do resduo a ser

    queimado. O resduo pode mover-se tanto

    concorrente quanto em contracorrente em relao ao

    fluxo de gases (DEMPSEY; OPPELT, 1999).

    Figura 2 - Processo de incinerao.

    Fonte ECOLING, 2011.

    O processo de tratamento de solos contaminados com

    hidrocarbonetos, segundo Dempsey e Oppelt (1999),

    consiste em uma cmara rotativa, onde os solos

    contaminados so aquecidos temperatura de 800C.

    Os contaminantes (hidrocarbonetos), presentes nos

    solos, passam pelo processo de dessoro trmica

    nas temperaturas entre 260 e 500C, onde frao dos

    contaminantes incinerada na cmara rotativa e a

    frao restante direcionada cmara de combusto

    para incinerao.

    Os autores ressaltam que, aps a passagem pela

    cmara de combusto, os gases contaminados com

    materiais particulados so direcionados ao resfriador

    para resfriar os gases rapidamente at a temperatura

    de saturao. Posteriormente, os gases so

    direcionados ao Lavador de Gases Venturi e

    Hidrociclone, cujos objetivos so, respectivamente, a

    separao de um conjunto de particulados e

    contaminantes gasosos presentes no gs, mediante a

    lavagem do mesmo com gua e promover a

    separao das fases lquida e gasosa provenientes do

    Lavador de Gases Venturi. Os gases aps a

    passagem nos equipamentos de controle ambiental

    so ento direcionados chamin.

    Os mesmos autores ainda afirmam que devido ao

    considervel PCI dos solos necessrio um controle

    rigoroso da temperatura interna da cmara rotativa,

    podendo ocorrer a fuso e vitrificao dos inertes (solo

    descontaminado). O controle da temperatura interna

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    da cmara realizado com a introduo de ar

    atmosfrico no interior da mesma.

    O controle da frao incinerada de gases realizado

    exclusivamente com a introduo de ar atmosfrico na

    cmara rotativa, uma vez que a cmara estar

    operando com temperatura superior temperatura de

    ignio (210C) dos hidrocarbonetos (decano)

    (DEMPSEY; OPPELT, 1999).

    Os autores afirmam que a utilizao do processo de

    dessoro trmica combinado com a incinerao dos

    gases na cmara rotativa resulta em um consumo

    inferior de gs combustvel e reduo dimensional dos

    equipamentos.

    O incinerador de cmara rotativa composto

    principalmente por cmara principal, caixa de

    passagem, sistema de combusto. A cmara rotativa

    tem como objetivo o tratamento dos solos

    contaminados em conjunto com o escoamento em

    contracorrente aos gases.

    Os mesmos autores ressaltam que o sistema de

    combusto tem como principal finalidade realizar a

    transformao de energia qumica do gs combustvel

    em calor. Este sistema realiza o controle da

    temperatura interna da cmara de combusto, o

    consumo de gs combustvel, a estabilizao de

    chama e promove a recirculao dos gases da chama,

    de modo a aquecer a mistura ar/gs combustvel.

    O gs combustvel e o ar, de acordo com Dempsey e

    Oppelt (1999), so transportados por canais no interior

    do queimador de processo at o cabeote. Esta zona

    promove a introduo de combustvel e de ar na

    cmara de combusto (a reao no ocorre no interior

    do queimador), onde, devido elevada velocidade do

    ar, estes se misturam. Aps esta mistura, ocorre a

    ignio acompanhada da libertao de calor

    pretendida. A ignio realizada atravs de uma

    chama piloto que ir provocar a ignio da chama

    principal. Aps o incio da reao a chama

    autossustentada, e a alimentao de ar efetuada de

    duas formas: o ar primrio que introduzido junto ou

    simultaneamente com o combustvel e o ar secundrio

    que introduzido para prximo da zona de chama e

    que por arrastamento ir ser misturado e no deixar

    que a chama se extinga.

    O excesso de ar a quantidade extra de ar

    introduzida, acima da necessria para uma reao

    estequiomtrica. O objetivo utilizar a quantidade

    mnima de excesso de ar que proporcione segurana,

    minimizar o gasto de gs combustvel e controlar a

    temperatura interna da cmara de combusto

    (DEMPSEY; OPPELT, 1999).

    2.3 TURBINA

    Segundo Ossberger (1998), uma turbina a vapor um

    motor trmico rotativo no qual a energia potencial do

    vapor transformada em energia cintica devido a

    sua expanso atravs dos bocais. Esta energia ento

    transformada em energia mecnica de rotao

    devido fora do vapor agindo nas ps rotativas.

    O mesmo autor afirma que o elemento bsico da

    turbina a roda ou rotor, que conta com paletas,

    hlices, lminas ou cubos colocados ao redor de sua

    circunferncia, de forma que o fluido em movimento

    produza uma fora tangencial que impulsiona a roda,

    fazendo-a girar. Essa energia mecnica transferida

    atravs de um eixo para movimentar uma mquina,

    um compressor, um gerador eltrico ou uma hlice.

    Atualmente, a maior parte da energia eltrica mundial

    produzida com o uso de geradores movidos por

    turbinas.

    Ainda de acordo com o autor, a turbina a vapor

    atualmente o mais usado entre os diversos tipos de

    acionadores primrios existentes. Uma srie favorvel

    de caractersticas concorreu para que a turbina a

    vapor se destacasse na competio com outros

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    acionadores primrios, como a turbina hidrulica, o

    motor de combusto interna, a turbina a gs.

    3 METODOLOGIA

    O trabalho se classifica, segundo Gil (2002), como

    uma pesquisa experimental do tipo estudo de caso,

    pois apresenta as caractersticas de anlise, avaliao

    e viabilidade tcnica para instalao de sistema de

    cogerao de energia.

    Os procedimentos metodolgicos foram iniciados com

    uma reviso bibliogrfica que teve por objetivo nivelar

    o conhecimento do grupo sobre o tema em questo e

    obter dados para discusso dos resultados.

    O segundo passo consistiu em avaliar os materiais

    que possussem caractersticas compatveis com o

    processo.

    A seleo dos materiais que possuam caractersticas

    compatveis com o processo foi realizada no terceiro

    passo.

    O quarto passo consistiu em realizar clculos

    dimensionais para especificao dos equipamentos

    compatveis com o processo.

    Os resultados que comprovam a viabilidade tcnica da

    instalao do sistema de cogerao de energia

    eltrica foram demonstrados no quinto passo.

    O sexto passo caracterizou-se em avaliar a viabilidade

    financeira da instalao do sistema de cogerao.

    4. RESULTADOS E DISCUSSO

    Visando avaliar a viabilidade tcnica da implantao

    do sistema de cogerao de energia eltrica em

    plantas de incinerao, utilizou-se como base o

    fluxograma de processos de uma unidade de

    incinerao existente representado pela FIG. 3.

    Figura 3 Fluxograma de processos.

    Foi realizado um estudo para anlise do potencial de

    gerao de energia em cada ponto do sistema da

    FIG. 3, para a escolha do ponto de instalao foram

    consideradas as seguintes condies em relao aos

    gases de processo:

    Vazo volumtrica de gases;

    Temperatura dos gases;

    Concentrao de materiais particulados na

    corrente gasosa;

    Densidade dos gases;

    Composio qumica dos gases.

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    A FIG. 4 busca demonstrar, por meio de um

    fluxograma, os principais equipamentos que devero

    ser instalados para o sistema de cogerao e tambm

    demonstra a relao existente entre eles.

    Figura 4 Ciclo de cogerao de energia.

    4.1. PONTOS DE ANLISE

    Os dados informados na TAB.1 foram obtidos no

    processo de incinerao atualmente utilizado no polo

    petroqumico e esto tambm baseados nas seguintes

    consideraes:

    Resduo: solo contaminado com 30% de

    C10H22 e umidade de 25%;

    Vazo mssica de alimentao de resduos:

    4.000 kg/h;

    Autonomia: 624 h/ms.

    Analisando a TAB. 1, pode-se identificar que o

    ponto 02 apresenta dados caractersticos

    importantes como vazo volumtrica de

    135.028 Am3/h e a temperatura de 1.100C. Os

    dados citados so importantes porque, percebe-

    se, neste caso, que os gases do ponto 02

    oferecem as melhores condies de serem

    utilizados como meio de troca de calor.

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    Tabela 1

    Dados caractersticos dos pontos de anlise (01, 02, 03 e 04).

    Item Ponto 01 Ponto 02 Ponto 03 Ponto 04

    Vazo volumtrica (Am3/h) 18.693 135.028 77.964 63.528

    Vazo volumtrica (Nm3/h) 5.245 26.848 44.522 43.940

    Vazo mssica (kg/h) 6.598 33.376 44.490 48.244

    Temperatura (C) 700 1.100 250 120

    Concentrao de materiais

    particulados (mg/Nm3) 1.101 215 129,8 35,1

    Densidade (kg/m3) 0,35 0,25 0,57 0,87

    Fonte Polo petroqumico Camaari, 2012.

    4.2. DADOS CARACTERSTICOS

    Utilizando as informaes obtidas na TAB. 2 realizou-

    se a separao das composies mssica e molar dos

    gases do ponto escolhido para a instalao do sistema

    de cogerao, como j foi definido anteriormente. A

    partir destas informaes foi possvel identificar o calor

    especfico dos gases envolvidos no processo

    conforme TAB. 3.

    Tabela 2

    Informaes do processo fornecidas pela usina de incinerao do Polo Petroqumico de Camaari/BA.

    Componente Frao Mssica Frao Molar

    Base Seca Base mida Base Seca Base mida

    Gs carbnico (CO2) 0,111 0,100 0,074 0,063

    Oxignio (O2) 0,108 0,097 0,100 0,085

    Nitrognio (N2) 0,781 0,705 0,826 0,700

    Hidrocarboneto (C10H22) - - - -

    gua (H2O) - 0,098 - 0,152

    Total 1,000 1,000 1,000 1,000

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    Tabela 3

    Calor especfico dos gases do processo.

    Calor Especfico dos Gases

    Cp CO2 [kJ/kg. C] 1,22

    Cp O2 [kJ/kg. C] 1,08

    Cp N2 [kJ/kg. C] 1,11

    Cp H2O [kJ/kg. C] 2,22

    Fonte - Perrys Chemical Engineers

    Handbook, 1999.

    4.2.1 CALDEIRA

    Com as caractersticas dos gases j

    estabelecidas e a classe de caldeiras j

    definida, adotou-se a empresa IPE (Indrustrial

    Process Engineering) como base de

    informaes para consulta do processo de

    gerao de energia.

    Utilizaram-se os conceitos de caldeira de

    gerao de vapor e a experincia da empresa

    IPE para selecionar as possveis classes de

    caldeiras, que melhor se adequaram ao

    processo de gerao de vapor com utilizao

    de gases de processo. As classes de caldeiras

    estudadas se resumem a aquatubulares e

    flamotubulares. Para facilitar a seleo da

    classe de caldeira buscou-se apresentar as

    principais caractersticas de cada caldeira,

    sejam pontos negativos ou positivos, mas que

    possam influenciar no processo de gerao de

    vapor.

    A TAB. 4 apresenta as vantagens e

    desvantagens das caldeiras selecionadas para

    estudo. Estas vantagens e desvantagens

    sero analisadas a fim de selecionar a classe

    de caldeira cujos benefcios resultem em

    facilidade de operao, segurana de

    processo, tecnologia, capacidade de produo

    de vapor e condies de aproveitamento do

    potencial energtico da usina.

    Tabela 4

    Vantagens e desvantagens das caldeiras aquatubulares e flamotubulares.

    Vantagens

    Aquatubular Flamotubular

    Maior taxa de produo de vapor por unidade

    de rea de troca de calor. Construo fcil e de custos relativamente baixos.

    Possibilidade de utilizao de temperaturas

    superiores a 450C e presses acima de 60

    kgf/cm

    Construo robusta.

    Partida rpida em razo do volume reduzido de

    gua nos tubos.

    Exigem pouca alvenaria, tornando fcil sua

    locao.

    Vida til pode chegar a 30 anos. Utilizam qualquer tipo de combustvel, seja ele:

    lquido, gasoso ou slido.

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    e-xacta, Belo Horizonte, v. 5, n. 1, p. 133-158. (2012). Editora UniBH. Disponvel em: www.unibh.br/revistas/exacta/

    Desvantagens

    Pode custar at 50% mais que uma caldeira

    flamotubular de capacidade equivalente.

    Presso limitada em torno de 15kgf/cm, devido

    espessura da chapa dos corpos cilndricos

    crescer com o dimetro.

    Construo mais complexa. Partida lenta, em funo de se aquecer todo o

    volume de gua.

    Exigem tratamento de gua muito cuidadoso. Baixa capacidade e baixa produo de vapor por

    unidade de rea de troca de calor.

    Quando operando em altas presses a bomba

    de circulao apresenta problemas constantes. Circulao de gua deficiente.

    Custo de manuteno relativamente alto. Dificuldade para instalao de superaquecedores,

    economizadores e preaquecedores de ar.

    As vantagens da classe de caldeiras

    aquatubulares se encaixam no perfil do ponto

    02 pelas seguintes caractersticas:

    1.) Maior taxa de produo de vapor por

    unidade de rea de troca de calor;

    2.) Possibilidade de utilizao de

    temperaturas superiores a 450C e presses

    acima de 60 kgf/cm2;

    3.) Vida til pode chegar a 30 anos;

    4.) Exigem tratamento de gua muito

    cuidadoso (*).

    (*) No polo industrial onde a usina de

    incinerao em estudo est implantada, j

    existe um rigoroso sistema de ETE (Estao

    de Tratamento de Efluentes) que abastece

    todo o polo. Sendo assim, a desvantagem de

    um tratamento de gua muito cuidadoso

    amenizada.

    Os dados contidos nas TAB. 1, 2 e 3 foram

    enviados a IPE para consulta de um sistema

    de gerao de energia a partir de gases de

    processo. A Tabela 5 mostra os resultados

    fornecidos pela IPE.

    As caldeiras aquatubulares so as mais

    comuns em se tratando de plantas

    termeltricas ou gerao de energia eltrica.

    Definindo a caldeira a ser utilizada como

    aquatubular, o seu princpio de funcionamento

    baseado na gerao de vapor dagua

    realizada por meio de transferncia de calor

    com os gases de processo, no havendo

    necessidade de queimadores para gerao de

    gases aquecidos. (FIG. 5).

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    e-xacta, Belo Horizonte, v. 5, n. 1, p. 133-158. (2012). Editora UniBH. Disponvel em: www.unibh.br/revistas/exacta/

    Tabela 5

    Caldeira Aquatubular

    Caldeira

    Item Descrio

    Tipo Aquatubular

    Circulao Natural

    Dados Tcnicos

    Item Descrio

    Temperatura do Vapor na Sada (C) 350

    Presso do Vapor na Sada (kgf/cm) 42

    Capacidade de Produo de Vapor (toneladas/h) 12

    Potncia de Sada da Caldeira no Vapor (MW) 10,3

    Eficincia Trmica Calculada (%) 85,5

    Temperatura de Agua de Alimentao (C) 110

    Temperatura dos Gases de Sada (C) 200

    Perifricos

    Item Descrio

    Paredes de Fechamento

    Tambm chamadas de superfcies de radiao e conveco. Construdas por paredes dagua do tipo membrana, propiciando alta absoro trmica e minimizando a utilizao de revestimentos refratrios.

    Balo de Vapor Dimensionado de forma a absorver as possveis flutuaes na demanda de vapor, com o mnimo de variao no nvel da caldeira.

    Bancos Geradores Construdos por feixes de tubos verticais, soldados aos coletores e conectados ao tambor de vapor.

    Superaquecedores de Vapor Construdos por feixes de tubos com a finalidade de aquecer o vapor de sada de 257C para 350C.

    Economizadores Tem como objetivo o aumento da eficincia de gerao de vapor, atravs da troca trmica entre gua de alimentao e os gases de sada da caldeira.

    Sistema de Limpeza dos Tubos do Banco.

    Utiliza um sistema de barras vibratrias (martelos batedores) nas partes mais quentes e sopradores de fuligem nas partes mais frias (economizadores).

    Fonte - Industrial Process Engineering (IPE), 2011.

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    e-xacta, Belo Horizonte, v. 5, n. 1, p. 133-158. (2012). Editora UniBH. Disponvel em: www.unibh.br/revistas/exacta/

    Figura 5 Caldeira Aquatubular

    Fonte - SOTOFILHOS, 2012, p. 4

    4.2.2 TURBINA

    Com a caldeira definida, realizou-se a anlise

    do tipo de turbina que poderia ser utilizada no

    processo considerando as seguintes

    invariveis de entrada:

    Presso de Vapor de Admisso: 42

    kgf/cm2;

    Temperatura de Vapor de Admisso:

    350 C;

    Vazo de Vapor: 15.000 kg/h.

    Analisando os dados acima chegou-se a

    concluso que uma turbina a vapor do tipo

    condensao (FIG. 6) seria suficiente para

    atender as necessidades do processo. Este

    tipo de turbina recebe esse nome pelo fato da

    presso de sada (presso de vapor de

    escape) ser menor que a presso atmosfrica

    (1,03 kgf/cm2). As tabelas 6a a 6d apresentam

    quatro simulaes de desempenho realizadas

    pelo fabricante em diferentes situaes. Estas

    simulaes so importantes para definir as

    condies de trabalho que a turbina estar

    exposta, tambm servem como base para a

    definio das capacidades de gerao em

    cada situao proposta. Os dados tcnicos da

    turbina selecionada esto representados na

    TAB. 7.

    Figura 6 Turbina a Vapor do tipo

    condensao.

    Fonte - TGM TURBINAS, 2012, p.8

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    e-xacta, Belo Horizonte, v. 5, n. 1, p. 133-158. (2012). Editora UniBH. Disponvel em: www.unibh.br/revistas/exacta/

    Tabela 6a

    Dados de operao

    Condio 01 Vcuo 0,16 kgf/cm

    Dados de Operao

    Item Descrio

    Presso de Vapor de Admisso (kgf/cm) 42

    Temperatura de Vapor de Admisso (C) 350

    Presso de vapor de escape* (kgf/cm) 0,16

    Vazo de Vapor (kg/h) 15.000

    Potncia Gerada nos Bornes do Gerador (kW) 2.400

    Rotao Nominal (rpm) 7.000

    Consumo especfico** (kg/kWh) 6,25

    Eficincia (%) 34

    Tabela 6b

    Condio 02 Vcuo 0,30 kgf/cm

    Dados de Operao

    Item Descrio

    Presso de Vapor de Admisso (kgf/cm) 42

    Temperatura de Vapor de Admisso (C) 350

    Presso de vapor de escape* (kgf/cm) 0,30

    Vazo de Vapor (kg/h) 15.000

    Potncia Gerada nos Bornes do Gerador (kW) 2.200

    Rotao Nominal (rpm) 7.000

    Consumo especfico** (kg/kWh) 6,82

    Eficincia (%) 31

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    Tabela 6c

    Condio 03 Vcuo 0,70 kgf/cm

    Dados de Operao

    Item Descrio

    Presso de Vapor de Admisso (kgf/cm) 42

    Temperatura de Vapor de Admisso (C) 350

    Presso de vapor de escape* (kgf/cm) 0,70

    Vazo de Vapor (kg/h) 15.000

    Potncia Gerada nos Bornes do Gerador (kW) 1.900

    Rotao Nominal (rpm) 7.000

    Consumo especfico** (kg/kWh) 7,89

    Eficincia (%) 27

    Tabela 6d

    Condio 04 Atmosfrico 1,03 kgf/cm

    Dados de Operao

    Item Descrio

    Presso de Vapor de Admisso (kgf/cm) 42

    Temperatura de Vapor de Admisso (C) 350

    Presso de vapor de escape* (kgf/cm) 1,03

    Vazo de Vapor (kg/h) 15.000

    Potncia Gerada nos Bornes do Gerador (kW) 1.800

    Rotao Nominal (rpm) 7.000

    Consumo especfico** (kg/kWh) 8,33

    Eficincia (%) 26

    (*) Presso de vapor de escape no vcuo;

    (**) Consumo especfico nos bornes do gerador;

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    Tabela 7

    Dados Tcnicos da Turbina selecionada para o processo.

    Dados Tcnicos

    Item Descrio

    Fabricante Turbimaq

    Modelo TBQ MEGA400MC

    Tipo Condensao

    Rotao Nominal (rpm) 7.000

    Rotao de Desarme * (rpm) 7.700

    Rotao de sada do Redutor (rpm) 1.800

    Regulador de Velocidade Eletrnico Woodward 2301D-ST

    Conversor de Sinal Eltrico Hidrulico Woodward CPC

    Servo Atuador Hidrulico

    Sistema de Fechamento Rpido Hidrulico

    Nmero de Vlvulas de Admisso 02

    Selagem de Vapor Labirinto

    Selagem de leo Labirinto

    Tipo de Lubrificao Forada

    Presso Mxima de Vapor na Admisso (kgf/cm) 45

    Temperatura mxima do Vapor na Admisso (C) 420

    Fonte: TURBIMAQ, 2012

    (*) TRIP.

    A condio atmosfrica (condio 04 da

    TAB. 6) possibilita o condensador ser gua ou

    ar, sendo que cada um demandar torres de

    resfriamento de diferentes dimenses.

    O sistema de refrigerao do condensador a

    gua (sistema que utiliza torres e bombas para

    resfriamento da gua de refrigerao)

    demandar um investimento significativamente

    maior em relao ao sistema de refrigerao a

    ar, porm ter uma rea de ocupao muito

    menor. O motivo da rea de ocupao ser

    menor devido ao fato de que a gua possui

    coeficiente de troca de calor maior,

    necessitando de uma rea de ocupao menor

    que o ar. (TAB. 8)

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    Tabela 8

    Dados Tcnicos do Condensador

    Dados Tcnicos

    Valores (kgf/cm) 0,16 0,30 0,70 1,03 (gua) 1,03 (ar)

    Condio Vcuo Vcuo Vcuo Atm. Atm.

    Montagem Horizontal

    Presso de Trabalho (kgf/cm) 0,16 0,30 0,70 1,03 (gua) 1,03 (ar)

    Vazo Mssica (kg/h) 15.000

    Refrigerao gua

    Temperatura de Agua Refrigerao (C) 30 30 30 - -

    Temperatura de Ar Refrigerao (C) - - - 30 30

    Fonte TURBIMAQ, 2012.

    4.2.3 GERADOR

    Para dimensionamento do gerador trifsico

    utilizado no sistema, consultou-se a empresa

    WEG, que realizou a seleo do gerador

    dentro da sua linha de produtos. O gerador

    trifsico indicado para o processo possui

    sistema de excitao do tipo Brushless, ou

    seja, sem escovas (TAB. 9).

    Com os sistemas de excitao o gerador de

    corrente contnua ou com excitatriz de corrente

    alternada mais retificadores, a potncia de

    excitao deve ser transferida de um

    equipamento excitatriz C.C, retificador - para o

    campo do gerador, exigindo para isto anis

    coletores e escovas.

    A FIG. 7 mostra esquematicamente o sistema

    simplificado de excitao sem escovas. O

    sistema mostrado consiste de uma excitatriz

    de corrente alternada e um retificador rotativo

    montado no mesmo eixo do turbo-gerador.

    Tambm montado no mesmo eixo est um

    gerador a m permanente, cujo sinal de sada

    retificado e comparado, no regulador de

    tenso, com o sinal retificado da tenso

    terminal. O erro resultante alimenta o campo

    da excitatriz de corrente alternada, que se

    assemelha a uma mquina de corrente

    contnua sem comutador, com enrolamento de

    campo no estator e armadura no rotor. A sada

    da armadura rotativa da excitatriz de corrente

    alternada conduzida ao longo do eixo para o

    retificador rotativo, a sada do qual, por sua

    vez, alimenta o campo do gerador, ainda ao

    longo do eixo.

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    Figura 7 Sistema de Excitao sem Escovas

    Fonte - WEG, 2012

    Tabela 9

    Dados tcnicos do Gerador.

    Dados Tcnicos

    Item Descrio

    Fabricante WEG

    Modelo SPW 630

    Potncia Aparente (kVA) 3.750

    Polaridade 4 (IV)

    Tenso Nominal (kV) 13,8

    Frequncia (Hz) 60

    Fator de Potncia 0,8

    Grau de Proteo IP 54

    Sistema de Refrigerao Trocador de Calor ar-gua (IC81W)

    Tipo de Excitao Brushless PMG

    Forma Construtiva B3

    Classe de Isolamento F

    Fonte - WEG, 2012.

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    e-xacta, Belo Horizonte, v. 5, n. 1, p. 133-158. (2012). Editora UniBH. Disponvel em: www.unibh.br/revistas/exacta/

    O rotor do gerador acomoda o enrolamento de

    campo e um enrolamento em gaiola para

    amortecimento, que compensa servios em

    paralelo e com carga irregular.

    Nos geradores de polos lisos o rotor possui o

    entreferro constante. Cada volta isolada com

    material de isolao classe F. O espao entre

    cada volta completamente preenchido com

    verniz. As bobinas de campo so tambm

    isoladas por meio de colares isolantes e

    laminado de vidro epxi. Em mquinas de

    polos lisos o enrolamento amortecedor

    construdo ao longo de toda periferia do rotor,

    o que de fundamental importncia para

    suportar cargas repentinas, tais como de

    partidas de motores, desligamento e

    religamento de grandes cargas. H tambm

    significativa reduo na taxa de distoro

    harmnica com relao s mquinas de polos

    salientes. O rotor de polos lisos no possui

    salincias e reentrncias, sendo praticamente

    um monobloco. Assim, ele se torna mais

    robusto e resistente s sobrevelocidades e

    disparos das turbinas.

    No sistema Brushless (sem escovas), a

    potncia para excitao do gerador obtida

    atravs de uma excitatriz principal, que

    dependendo da forma construtiva da mquina

    pode ser montada do lado de fora da mesma,

    prxima ao mancal do lado no acionado. A

    excitatriz principal constituda de: polos fixos

    que acomodam as bobinas do campo de

    excitao ligado em srie, armadura e ponte

    retificadora girante. A tenso de sada do

    gerador permanece constante pelo controle do

    regulador eletrnico de tenso. O mesmo

    supervisiona a tenso de sada e alimenta o

    campo da excitatriz principal com a corrente

    necessria para gerar a tenso alternada, que

    depois de retificada pelos diodos girantes,

    alimenta o campo do gerador.

    4.3. GERAO DE ENERGIA

    Com base na seleo e especificao dos

    equipamentos citados nos itens anteriores

    realizou-se um pequeno resumo dos

    componentes a serem utilizados:

    Caldeira a vapor tipo aquatubular;

    Turbina a vapor tipo condensao;

    Gerador trifsico com excitao

    Brushless.

    Os clculos da capacidade de gerao de

    energia foram baseados no ponto 02 da

    instalao (ponto considerado ideal para

    instalao do sistema de cogerao) e

    tambm foram considerados como base dos

    clculos todos os equipamentos especificados

    no item 4.2.

    Er = Wc x Cpmdio x [(T1 + T2)/2] (1)

    1000

    Er = energia recuperada no resfriamento dos

    gases (MW);

    Wc = vazo mssica de gases de combusto

    (kg/s);

    Cpmdio = calor especfico mdio (kJ/kgC);

    T1 = temperatura de entrada dos gases na

    caldeira (C);

    T2 = temperatura de sada dos gases na

    caldeira (C).

    Assim,

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    (33376kg/h)x(1,22kJ/kgC)x(1100C+35C)

    Er= 3600 2

    1000

    Er = 8,2 MW

    4.3.1 TOTAL DE ENERGIA RECUPERADA

    NA CALDEIRA

    Conforme informado na TAB. 5, a eficincia de

    recuperao trmica considerada da caldeira a

    vapor de 85,5% ficando assim:

    Tec = Er x Ec (2)

    Tec = (8,20MW) x (85,5%)

    Tec = 7,01 MW

    Onde:

    Tec = total de energia recuperada na caldeira

    (MW);

    Er = energia recuperada no resfriamento dos

    gases (MW);

    Ec = eficincia de recuperao trmica da

    caldeira.

    A partir da Eq. 2, realizaram-se os clculos

    para energia recuperada na turbina

    considerando as quatro condies citadas na

    TAB.6.

    Invariveis de processo:

    - Presso de Vapor de Admisso: 42 kgf/cm2;

    - Temperatura de Vapor de Admisso: 257 -

    350 C;

    - Vazo de Vapor: 15.000 kg/h.

    Tet = Tec x Et (3)

    Onde:

    Tet = Total de energia recuperada na turbina

    (MW);

    Tec = Total de energia recuperada na caldeira

    (MW);

    Et = Eficincia de recuperao trmica da

    turbina (%).

    Sendo assim, aplicando a Eq. 3 pode-se

    calcular o Total de energia recuperada na

    caldeira em todas as condies:

    Condio 01

    Tet = (7,01 MW) x (34%)

    Tet = 2,38 MW

    Condio 02

    Tet = (7,01 MW) x (31%)

    Tet = 2,17 MW

    Condio 03

    Tet = (7,01 MW) x (27%)

    Tet = 1,89 MW

    Condio 04

    Tet = (7,01 MW) x (26%)

    Tet = 1,82 MW

    Analisando os resultados, dados

    anteriormente, possvel verificar que a

    condio 01 apresenta a melhor eficincia,

    porm deve ser considerado o pior caso

    (condio 04) devido variao do teor de

    hidrocarbonetos presente nos resduos, que

    podem ocasionar variao nos resultados.

    Todos os clculos relacionados viabilidade

    tcnica levou em considerao a condio 04

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    por oferecer margem de segurana adequada

    instalao do sistema.

    Adotando os extremos inferior e superior das

    condies 01 a 04, realizou-se o clculo de

    potncia gerada (Eq. 4), considerando fator de

    potncia de 0,80 para o gerador especificado.

    S = Tet (4)

    0,80

    Onde:

    S = Potncia aparente em VA.

    Condio 01

    S = 2,38 MW S = 2,97 kVA

    0,80

    Condio 04

    S = 1,82 MW S = 2,27 Kva

    0,80

    4.4. CUSTOS DE IMPLEMENTAO

    A partir das informaes obtidas com a

    definio de caldeira, turbina e gerador,

    realizou-se uma estimativa dos principais

    custos para instalao.

    Os custos reais de implantao no foram

    possveis de serem analisados, uma vez que

    no foram fornecidos pela usina os projetos

    detalhados. Projetos mecnicos seriam

    necessrios para avaliar com exatido as

    modificaes a serem realizadas na estrutura

    existente. Diagramas eltricos e de automao

    seriam necessrios para avaliar a integrao

    entre o sistema supervisrio existente e o

    sistema de cogerao proposto.

    A TAB. 10 apresenta um resumo de custos

    dos principais equipamentos em discusso

    neste trabalho.

    Tabela 10

    Planilha de custos.

    Planilha de Custos Componentes Principais Item Descrio Custo Parcial Custo Total

    Caldeira

    R$ 7.820,000,00

    01 Caldeira Aquatubular

    R$ 2.500,000,00

    02 Balo de Vapor 03 Banco Geradores 04 Superaquecedores de Vapor 05 Economizadores 06 Desaerador 07 Perifricos

    Turbina

    08 Turbina Mltiplo Estgio de Condensao

    R$ 4.620.000,00

    09 Condensador 10 Turbo Redutor Mltiplo Estgio de Condensao 11 Torre de Resfriamento 12 Bombas de Recirculao 13 Perifricos

    Gerador 14 Gerador Trifsico R$ 700.000,00

    Fonte: WEG, TURBMAQ, IPE, 2011.

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    e-xacta, Belo Horizonte, v. 5, n. 1, p. 133-158. (2012). Editora UniBH. Disponvel em: www.unibh.br/revistas/exacta/

    Obs.: Os custos informados na TAB.10, alm

    do fornecimento do equipamento tambm

    contemplam superviso integral de montagem,

    comissionamento, treinamentos e start-up.

    O cronograma de instalao da TAB. 11 foi

    elaborado com base nos prazos de entrega

    fornecidos pelos fabricantes dos referidos

    componentes.

    Tabela 11

    Cronograma.

    Cronograma

    Item Componente Prazo de Entrega Montagem Trmino

    01 Caldeira Aquatubular

    120 dias corridos

    (88 dias teis)

    60 dias corridos

    (44 dias teis)

    375 dias corridos

    (*)

    02 Balo de Vapor

    03 Bancos Geradores

    04 Superaquecedores de Vapor

    05 Economizadores

    06 Desaerador

    07 Perifricos

    08 Turbina Mltiplo Estgio de

    Condensao

    270 dias corridos

    (198 dias teis)

    75 dias corridos

    (55 dias teis)

    09 Condensador

    10 Turbo Redutor Mltiplo

    Estgio de Condensao

    11 Torre de Resfriamento

    12 Bombas de Recirculao

    13 Perifricos

    14 Gerador Trifsico 210 dias corridos

    (154 dias teis)

    60 dias corridos

    (44 dias teis)

    Fonte: WEG, TURBMAQ, IPE, 2011.

    (*) Considerou-se que todos os componentes

    sero fabricados e montados em 345 dias

    corridos. Comissionamento, treinamentos e

    start-up considerou-se um perodo de 30 dias

    corridos, resultando em 365 dias corridos para

    a entrega do equipamento.

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    e-xacta, Belo Horizonte, v. 5, n. 1, p. 133-158. (2012). Editora UniBH. Disponvel em: www.unibh.br/revistas/exacta/

    Para estimativa de custos de mo de obra,

    foram considerados os profissionais

    necessrios para execuo da obra. Os custos

    dos profissionais esto inclusos no

    fornecimento de cada componente

    referenciado na TAB. 10. Para os dados da

    TAB. 12 as seguintes restries foram

    consideradas:

    - Perodo de trabalho: 75 dias corridos (55 dias

    teis);

    - Expediente: 08:00 s 12:00 hs e 13:00 s

    17:00 hs;

    -Dias trabalhados (semana): 05 (segunda-feira

    sexta-feira);

    - Dias trabalhados (ms): 22;

    - Horas trabalhadas por dia: 08;

    - Horas trabalhadas por ms: 176.

    Tabela 12

    Custos da mo de obra

    Planilha de Custos Mo de Obra

    Profissional Qtd. R$/h Custo Parcial R$ (*) Custo Total R$ (**)

    Coordenador de Montagem 01 150,00 66.000,00

    356.400,00

    Ajudante 04 22,00 38.720,00

    Montador 06 30,00 79.200,00

    Soldador/ Montador 04 38,00 26.400,00

    Eletricista 02 30,00 26.400,00

    Tcnico em Eletrotcnica 01 60,00 26.400,00

    Engenheiro de Automao 01 120,00 52.800,00

    Tabela 13

    Resumo de investimentos

    Item Descrio Custo Parcial

    (R$)

    Investimento

    (R$)

    01 Caldeira Geradora de Vapor 2.500.000,00

    8.176.400,00 02 Turbina Mltiplo Estgio de Condensao 4.620.000,00

    03 Gerador Trifsico 700.000,00

    04 Mo de Obra 356.000,00

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    e-xacta, Belo Horizonte, v. 5, n. 1, p. 133-158. (2012). Editora UniBH. Disponvel em: www.unibh.br/revistas/exacta/

    Tabela 14

    Clculo do retorno de investimento

    Anlise de Consumo

    Consumo Atual

    (kWh) R$/kWh

    Gerao

    (kWh)

    Excedente

    (kWh)

    Retorno Mensal

    (R$)

    550 0,175 1.820 1.270 160.020,00

    Anlise de Gerao

    Gerao

    Mensal (MW)

    Gerao Anual

    (MW)

    Excedente anual

    (MW) Investimento (R$)

    Retorno de

    Investimento

    1.310,4 15.724,8 10.972,8 8.176.400,00 4 anos e 3 meses

    A Tabela 13 foi definida com base nos custos

    dos equipamentos que j tinham sido definidos

    neste trabalho e, a TAB. 14, foi elaborada com

    base nas informaes de consumo energtico

    adquiridas no polo petroqumico.

    A COELBA (Companhia de Eletricidade do

    Estado da Bahia) a responsvel pelo

    fornecimento de energia eltrica no Polo

    Petroqumico, sendo, as informaes de

    consumo e custo de energia fornecido pela

    usina. Para os custos referentes gerao de

    energia, retorno mensal e retorno de

    investimento considerou-se a possibilidade de

    comercializar a energia excedente pelo

    mesmo valor de aquisio, ou seja,

    R$ 0,175/kWh. O retorno mensal foi calculado

    considerando-se a energia excedente de 1.270

    kWh e o custo de R$ 0,175/kWh. Para os

    custos de retorno de investimento foram

    considerados os valores de investimento

    (R$ 8.176.400,00) e a comercializao do

    excedente anual (R$ 10.972,8 MW) com a

    tarifa de R$ 0,175/kWh.

    5. CONCLUSO

    Pode-se verificar que a usina apresenta

    potencial de gerao de energia significativo.

    Os clculos apresentados justificam

    tecnicamente a instalao do sistema de

    cogerao de energia na usina, porm, a

    viabilidade de instalao est diretamente

    relacionada ao custo de implantao do

    sistema. Na usina em estudo, a empresa

    responsvel pela operao e gerenciamento

    do projeto optou por no instalar o sistema de

    cogerao. O motivo est relacionado ao custo

    de investimento e retorno financeiro da usina,

    segundo a gerncia, somente aps a usina

    apresentar retorno financeiro significativo, o

    sistema de cogerao poder ser instalado. A

    usina foi construda j concebendo um futuro

    sistema de cogerao, considerando rea de

    ocupao de um sistema similar, uma vez que,

    os custos com combustvel (gs natural)

    necessrio para funcionamento do incinerador

    muito elevado, podendo resultar na no

    viabilidade financeira da usina. A cogerao

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    e-xacta, Belo Horizonte, v. 5, n. 1, p. 133-158. (2012). Editora UniBH. Disponvel em: www.unibh.br/revistas/exacta/

    apesar de ser bem vista como complemento

    de um processo de incinerao ainda sofre

    bastante resistncia por parte dos grupos

    ambientais que enxergam o processo de

    incinerao, em geral, como um problema

    ambiental.

    6 CONSIDERAES FINAIS

    Um sistema de cogerao de energia quando

    bem dimensionado pode oferecer grande

    economia para o processo de incinerao de

    hidrocarbonetos. Os equipamentos (caldeira,

    turbina e gerador) possuem custos altos, mas

    a durabilidade e economia que so capazes

    de fornecer justificam a sua instalao.

    O ideal para amenizar os custos que o

    sistema de cogerao seja implantando junto

    com a instalao do incinerador durante sua

    construo, j sua posterior instalao pode

    elevar de forma considervel os custos.

    AGRADECIMENTOS

    s Empresas WEG, TURBMAQ e IPE pelo

    fornecimento dos dados de seus

    equipamentos que foram de extrema

    importncia para a realizao deste estudo.

    _________________________________________________________________________________

    REFERNCIAS

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