Código 560 - Edição 22

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N. O 22 | 1. O SEMESTRE 2014 | DISTRIBUIÇÃO GRATUITA MIGUEL LOPERA Lidera a GS1 ® há 10 anos e, neste período, reconhece que já alcançou conquistas importantes – para si e para a organização. SOLUÇÃO DE PARTILHA DE DOCUMENTOS COMERCIAIS GRATUITA FATURA ELETRóNICA GS1 ® PAULO NúNCIO A REFORMA DA FATURAçãO E O SISTEMA E-FATURA Página 26 PERSPETIVA ANTóNIO SARAIVA: “A ECONOMIA DIGITAL PODERá CONTRIBUIR PARA GANHOS DE 5% NO PIB EUROPEU E CRIAR QUATRO MILHõES DE EMPREGOS” Página 42 EM FOCO INFORMAçãO ONLINE DE PRODUTOS ALIMENTARES: ESTá PREPARADO PARA O REGULAMENTO EUROPEU N.º 1169/2011? Página 6 GS1 ® PORTUGAL Codipor – Associação Portuguesa de Identificação e Codificação de Produtos

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n.O 22 | 1.O SEMESTRE 2014 | DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

Miguel loperaLidera a GS1® há 10 anos e, neste período, reconhece que já alcançou conquistas importantes – para si e para a organização.

SOlUÇÃO De pARTIlhA De DOcUmenTOS cOmeRcIAIS GRATUITAFatura eletrónica GS1®

paulo núncioA RefoRmA dA fAtuRAção e o sistemA e-fAtuRAPágina 26

perspetivaAntónio sARAivA: “A economiA digitAl podeRá contRibuiR pARA gAnhos de 5% no pib euRopeu e cRiAR quAtRo milhões de empRegos”Página 42

eM FocoinfoRmAção online de pRodutos AlimentARes: está pRepARAdo pARA o RegulAmento euRopeu n.º 1169/2011?Página 6

GS1® PORTUGALCodipor – Associação portuguesa de Identificação e codificação de produtos

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www.gs1pt.org facebook.com/GS1Portugal twitter.com/GS1Portugal linkedin.com/company/GS1-Portugal

UM PEQUENO BIP PARA O HOMEM, UM SALTO GIGANTE PARA O SEU NEGÓCIO.

40 ANOS GS1®

Durante as últimas quatro décadas, a GS1®

tem unido as empresas para revolucionar

a forma de fazer negócios.

O início desta revolução ficou marcado pela

selecção de uma norma única de Identificação

de produtos (o Código de Barras GS1®)

em Abril de 1973, e pelo primeiro bip no ponto

de venda (associado a uma embalagem

de pastilhas Wrigley’s), em Junho de 1974.

Hoje, são ouvidos mais de cinco biliões

de bips nos pontos de venda, todos os dias,

em todo o mundo.

Celebre connosco

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Com o apoio institucional e promocional das associa-ções que representam os interesses a montante e a jusante na cadeia de abastecimento, nomeadamente a Associação Portuguesa das Empresas da Distribui-ção (APED) e a Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares (FIPA), cujos responsáveis executi-

vos apresentam os seus pontos de vista nas páginas que se seguem, a GS1® Portugal desenvolveu uma solução à altura deste grande desígnio e que está pronta a implementar: a plataforma SYNC®PT, uma solução de sincronização e partilha de dados comerciais em tempo real e ao longo de toda a cadeia de valor, assente nas Normas Globais de Sincronização de Dados (GS1® GDSN).

O eixo da fatura eletrónica. Um desígnio nacional e um imperativo europeu, como relembra mais à frente António Conte, gestor de projetos na Comissão Europeia, que assegura estar em marcha a criação de um Fórum Europeu de Multi-Stakeholders para a e-fatura e que vai entrar em vigor muito em breve legislação que torna obrigatória a e-fatura nas compras do setor público. Neste âmbito, aproveito ainda para destacar um importante projeto que temos para 2014, uma solução tecnológica 100 por cento portuguesa, simples e gratuita para os associados, que a GS1® Portugal está a implementar com o Grupo Generix e que vai ajudar a impulsionar – acima de tudo, junto das PME – o processo de desmaterialização de documentos comerciais.

E porque as Normas GS1® são globais e multissetoriais, importa destacar os esforços desenvolvidos no setor da saúde. Apesar das persistentes dificuldades, prosseguiremos este ano (e isso reflete-se nas páginas que se seguem) o nosso intento de levar os standards globais a um setor muito particular, que lida com vidas humanas. Os resultados preliminares de um estudo conduzido pela consultora Augusto Mateus & Associados, e que resulta de uma consulta bastante alargada aos players portugueses do setor, revela isso mesmo: ganhos muito significativos, tanto ao nível quantitativo como qualitativo, e que são transversais a todos os elos da cadeia de valor.

Como forma de enaltecer o compromisso de toda a equipa da GS1® Portugal com o bem-estar dos seus Associados nos últimos anos, termino este texto introdutório com uma frase retirada de uma entrevista – incluída na presente edição da Código 560 – a Miguel Lopera, presidente e CEO da GS1 Global Office, que nos deixa muito orgulhosos: “As mudanças da GS1 Portugal nos últimos anos são, de facto, espetaculares. Não acredito que haja outra organização que tenha conseguido os resultados e as mudanças profundas operadas pela GS1 Portugal. Hoje, a GS1® Portugal é respeitada e reconhecida na família GS1. Muitas das suas iniciativas são hoje um modelo para outros países e organizações membros.”

Como sempre, este compromisso só é possível com o entusiasmo e o empenho de todos. Associados, parceiros, colaboradores, direção e restantes órgãos sociais. Uma vez mais esperamos que as próximas páginas ajudem a reforçar um dos principais sentimentos que norteiam a vida e os negócios: a confiança.

Escolhas informadas: rEgulamEnto n.º 1169/2011 Em contagEm dEcrEscEntEO grande desafio para as marcas em 2014 tem a chancela da Comissão Europeia e chama--se Regulamento n.º 1169/2011. Escolhas informadas sobre os produtos adquiridos por via eletrónica. É este o propósito da diretiva e estamos já em contagem decrescente para a sua entrada em aplicação. A partir de 13 de dezembro deste ano, os agentes na cadeia de valor do Retalho e Bens de Consumo que não tiverem as suas plataformas de venda digitais adaptadas aos preceitos do novo quadro normativo, têm uma de duas alternativas: (i) abandonar esses canais de venda eletrónicos, ou (ii) implementarem soluções de identificação e rastreabilidade normalizadas e globais nos rótulos online. E é por acreditarmos que chegou o momento de fazer da eficiência uma rotina de trabalho que dedicamos boa parte desta edição da Código 560 a uma temática fundamental ao futuro próximo dos nossos associados.

João de Castro Guimarães Diretor-executivo da GS1® Portugal

A UmA Só Voz

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Em Foco 06Rotulagem nutricional, origem do produto, alergénios, legibilidade do rótulo ou venda à distância. O Regulamento europeu n.º 1169/2011 traz novos requisitos de informação alimentar.

EntrEvista 16Miguel Lopera, presidente e diretor-executivo da GS1® Global Office.

a Gs1® Em PortuGal 22A faturação eletrónica é hoje uma mais-valia de eficiência para as empresas, especialmente as PME. Em Portugal já existe um serviço para trocar documentos comerciais por via eletrónica, como notas de encomenda, guias de transporte e faturas.

os nossos associados 38Todos os dias a Sonae recebe, em média, dez mil faturas dos seus fornecedores. São quase três milhões de documentos por ano, transacionados por via eletrónica e de acordo com as Normas GS1®.

StandardS Em ação 40Da ordem de compra ao pagamento (Order-to--Cash), há vários documentos comerciais que podem ser “desmaterializados” e partilhados por via eletrónica. Quando as empresas o fazem de acordo com as Normas GS1®, entram na linguagem única e global do GS1® eCom.

PErsPEtiva 42Perspetiva de António Saraiva, presidente da CIP, sobre o panorama empresarial português e impacto do digital no crescimento do PIB.

univErso Gs1® 44João Carlos de Oliveira e Virgínia Villaescusa, líderes da GS1® Brasil, fazem o retrato da organização, que completou 30 anos.

casE-study 48A Toshiba Tec é o único fabricante de hardware a dispor da Certificação GS1® EPCglobal nos mercados da Europa, América do Norte, Japão, China e Austrália.

códiGo GEnético 50As cadeias de valor dos medicamentos e dispositivos médicos atingiram um grande grau de complexidade, com riscos para os pacientes. Um código protege o paciente da contrafação ou de um erro de medicação.

nesta edição

Miguel Lopera, presidente e diretor--executivo da GS1® Global Office

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Direção

PresidentePaulo Gomes

Vice-PresidenteLuís Moutinho

DiretorAmérico Ribeiro

DiretorManuel Sousa Pinto

Diretor-executivoJoão de Castro Guimarães

Comité editorialBeatriz ÁguasFilipa PeixotoLuís Peixoto

Nuno MirandaPatrícia Tavares

Pedro LopesPedro Salazar

Marketing e relações CorporativasBeatriz Águas

redação e Coordenação editorialPatrícia Tavares

Pedro Salazar

PublicidadeLeonor Vale

Diogo Almeida

edição

Divisão Customer Publishing Rua Calvet de Magalhães, 242,

2770-022 Paço de ArcosTel.: 21 469 80 00 | Fax: 21 469 85 00

impressãoLisgráfica – Impressão e Artes Gráficas, S. A.

Publicação semestral | Tiragem4000 exemplares

NriCS124971

Depósito Legal245212/06

PropriedadeGS1® Portugal (CODIPOR)

R. Prof. Fernando da Fonseca, 16Escritório II – 1600-618 Lisboa

T: 217520740 |F: 217520741 | Website: www.gs1pt.org | e.mail: [email protected],

[email protected]

“A GS1 é uma marca registada da GS1 AISLB”

Esta edição da revista Código 560 foi escrita segundo o novo acordo ortográfico.

A revista Código 560 é uma publicação semestral da GS1® Portugal dirigida e distribuída gratuitamente aos seus associados, aos parceiros e à comunidade

de negócios. Os artigos assinados são da inteira responsabilidade dos autores e não representam a

opinião da associação.

26 Gs1 em portuGalO secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Paulo Núncio, aborda

a reforma da faturação em Portugal e o sistema

e-fatura

o outro lado de... 52Filipa Peixoto, gestora de Recursos Humanos e Formação GS1®, que orienta as competências e o talento da equipa da GS1 Portugal.

sabor & bem-estar 54A nutricionista Ana Leonor Perdigão revela algumas dicas para uma dieta saudável.

breves 56A GS1® Portugal implementou uma política de descentralização das reuniões de direção. Uma curiosidade sobre a nossa associação, apresentada em breves e brevíssimas.

CróniCa 58O novo ciclo de fundos estruturais 2014-2020, pelo professor universitário Augusto Mateus.

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Regulamento europeu n.º 1169/2011

preparado para os rótulos digitais em vigor em dezembro? Rotulagem nutricional, origem do produto, alergénios, legibilidade do rótulo ou venda à distância. Conheça os principais requisitos do novo regulamento europeu de informação alimentar

A partir de 13 de dezembro deste ano entra em aplicação o Regulamento n.º 1169/2011, da Comissão Europeia, que estabelece novas regras quanto à informação alimen-

tar disponibilizada ao consumidor. Essas regras abrangem, por exemplo, as informa-ções que devem ser fornecidas nos rótulos dos produtos: a partir de dezembro, existem 12 atributos que têm obrigatoriamente de ser rotulados. Outra das principais mudanças introduzidas pelo diploma está na venda à distância de produtos alimentares pré-emba-lados: todos os dados que constam no rótulo físico vão ter que ser replicados nos suportes de venda à distância – incluindo as platafor-mas online e mobile.De acordo com o EuroCommerce, esses dados devem ser fornecidos “antes da conclusão da compra” e “sem custos suplementares para o consumidor”. A regra é simples: se a informação não estiver disponível, o pro-duto não pode ser vendido nas plataformas online e mobile. Além disso, a informação tem de ser facultada no momento da entrega ao consumidor.No caso da venda à distância de produtos

alimentares não pré-embalados, o diploma es-tipula que deve ser fornecida ao consumidor a lista de ingredientes ou auxiliares tecnológi-cos que provoquem alergias ou intolerâncias também antes da conclusão da compra.Mas as alterações que o regulamento introduz não ficam por aqui. Ao contrário do que suce-de atualmente, a referência ao “país de origem” ou aos dados do detentor da mar-ca deixam de ser suficientes. A partir de dezembro, passa a ser obrigatório mencionar nos rótulos (impressos e digi-tais) não só o “último país onde o produto foi transformado”, como também “os locais de pasto, cultivo ou pesca” do ingrediente primário, lê-se no Guia sobre a Informação Disponibilizada ao Consumidor, do EuroCom-merce.A “legibilidade” do rótulo – i. e., a aparência física da informação, em termos de tamanho, fonte de letra, espaçamento, cor, etc. – é outra questão igualmente contemplada no novo diploma. A lista de atributos obrigatórios do rótulo deve ser inscrita num local visível, de forma a ser claramente legível e indelével.O objetivo é potenciar decisões de compra mais esclarecidas, precisas e completas.

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Lista de atributos que tem de ser

disponibiLizada nos rótuLos físicos

e digitais

1Denominação ou nome do género

alimentício

2Lista de ingredientes

3 Indicação de todos os

ingredientes ou auxiliares tecnológicos que provoquem

alergias ou intolerâncias

4Quantidade de determinados ingredientes ou categorias de

ingredientes

5Quantidade líquida do género

alimentício

6Data de durabilidade mínima ou

data limite de consumo

7Condições especiais de

conservação e/ou condições de utilização

8Nome ou firma e endereço do

operador responsável pela informação

9País de origem ou local de

proveniência, quando aplicável

10Modo de emprego, quando a sua

omissão dificultar uma utilização adequada do género alimentício

11 Teor alcoólico para bebidas com

título alcoométrico volúmico superior a 1,2 %

12Uma declaração nutricional

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Declaração nutricionalA rotulagem nutricional de produtos alimen-tares é outra das principais áreas em que se verificam alterações na informação prestada ao consumidor. Na prática, a referência a nutrientes, declaração nutricional, doses diárias recomen-dadas ou valores de referência energética e nutricional, entre outras, deve estar explícita (e harmonizada) em ambos os rótulos (físico e digital). A declaração nutricional deve ser disponi-bilizada nestes termos até ao final deste ano – salvo se até à data as empresas ainda não tiverem aplicado a declaração nutricional nos seus produtos. Nesses casos, têm até dezem-bro de 2016 para cumprir os requisitos do regulamento.Já a referência a nutrientes em alimentos processados que podem provocar alergias ou intolerâncias, como a lactose ou os alergénios, tem de ser realçada nos rótulos dos respetivos produtos ainda este ano.

colaborar é essencial para cumprir o regulamentoO cumprimento das disposições do diploma vai exigir de todos os intervenientes na ca-

ExcEçõEsVenda à distância No caso das máquinas de venda automática ou de instalações comerciais automatizadas, os dados completos do produto pré- -embalado devem estar disponíveis no momento da sua entrega.StockS Os géneros alimentícios colocados no mercado ou rotulados antes de 13 de dezembro deste ano que ainda não cumpram os requisitos do regulamento podem ser comercializados até se esgotarem os stocks.deia de valor – dos proprietários das marcas

aos distribuidores, retalhistas, reguladores, fiscalizadores e utilizadores finais – princí-pios nos quais a GS1® é especialista: colabora-ção e dados fiáveis.Em primeiro lugar, a colaboração. Se o proprietário da marca não fornecer a informação sobre os produtos ao retalhista num formato simples, será difícil para o retalhista vender esses produtos no seu website.Em segundo lugar, os dados fiáveis.A adoção de standards globais assentes numa rede global de sincronização de dados norma-lizados, onde as marcas podem colocar – e os demais atores da cadeia de valor consultar – in-formação de qualidade sobre os seus produtos, é a melhor forma de responder a este desafio, tanto ao nível dos lineares como dos catálogos digitais. Em Portugal existe já uma plataforma tec-nológica que permite a partilha dos dados- -mestre dos produtos e da lista de atributos obrigatórios estipulada pelo Regulamento Europeu n.º 1169/2011 de forma normalizada e exata, do prado ao prato. Chama-se SYNC PT® (ver página 12) e tem a assinatura da GS1 Portugal.

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Os novos requisitos terão de ser implementados, de uma forma geral, até 13 de dezembro de 2014, com exceção das regras sobre a declaração nutricional, que terão de ser aplicadas até 13 de dezembro de 2016.

Este regulamento abre a porta a um conjunto de desafios não só à indústria alimentar mas a toda a cadeia de valor. Salienta-se a obrigatoriedade de aposição de uma declaração nutricional para a maioria dos géneros alimentícios, um tamanho de letra mínimo para as menções obrigatórias ou os novos requisitos para a rotulagem de substâncias que podem provocar intolerâncias ou alergias.Neste contexto, é certo que os impactos na cadeia de valor e nos meios de divulgação vão-se fazer sentir a curto prazo. Referindo particularmente as regras sobre venda online, o novo enquadramento legal vem estabelecer e harmonizar alguns critérios que anteriormente se encontravam bastante fragmentados. Antes da conclusão da compra, o diploma define que devem estar disponíveis todas as menções obrigatórias, à exceção do lote e da data de durabilidade mínima ou data limite de consumo. Já no momento da entrega, devem ser verificadas e estar disponíveis ao consumidor todas as menções obrigatórias. As disposições deste diploma vêm ainda imputar responsabilidades aos diferentes interlocutores da cadeia de abastecimento, sendo que o operador responsável por assegurar a presença e a exatidão da informação sobre

os géneros alimentícios será aquele sob cujo nome ou firma o género alimentício é comercializado. No caso de produtos com marca de distribuidor, a atribuição da responsabilidade pode estar sujeita a disposições contratuais entre o retalhista e o fabricante ou o importador para o mercado da União.Visto que a aplicação do Regulamento de Informação ao Consumidor impacta na cadeia de valor, a adaptação progressiva das empresas às novas regras é

fundamental para o seu funcionamento sustentável, sendo que a responsabilidade de disponibilizar a informação via online é de todos os agentes envolvidos. A existência de um sistema cooperativo eficaz entre os proprietários de marcas e retalhistas é de extrema relevância para a garantia de informação exata e completa, assumindo particular interesse a

partilha de dados padronizados para o cumprimento da legislação.Este é também um desafio que se coloca a uma GS1 Portugal, que se assume hoje como parceira incontornável dos vários elos da cadeia ao disponibilizar, entre outras soluções, a Rede Global de Sincronização de Dados. Esta será um suporte fundamental para as empresas que queiram consolidar a venda online dos seus produtos, posicionando-se num mercado totalmente aberto mas garantindo, em simultâneo, a integridade e segurança da informação sobre os seus produtos, promovendo uma escolha livre e informada por parte dos consumidores.

Os desafiOs da infOrmaçãO aO cOnsumidOr nOs canais onlineCom a publicação do Regulamento (UE) n.º 1169/2011, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 25 de outubro de 2011, ficaram estabelecidas as disposições a respeitar em matéria de rotulagem, publicidade e apresentação de todos os géneros alimentícios, pré-embalados ou não, destinados ao consumidor final

Pedro QueirozDiretor-geral da FIPA – Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares

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Sincronização de dados comerciais

nova estratégia para a sYnC pt® foCada no retalho Há processos simples – como atualizar uma base de dados ou partilhar dados-mestre com os parceiros de negócio – que podem não ser tão eficientes, eficazes e rápidos como as empresas desejam. Os motivos podem ser vários: erros decorrentes da gestão manual dos dados, incompatibilidade dos sistemas de informação, entre outros

É certo que atualmente a gestão “inteligente” da informação comercial passa pelo meio eletrónico. Mas a tecnologia não é suficiente. São precisas regras e padrões de comunicação

harmonizados, que sustentem a partilha eficiente da informação entre os vários parceiros de negócio, em qualquer parte do mundo. Por outras palavras, standards comerciais que tenham um caráter global.Na Europa existem vários casos de sucesso de plataformas de partilha de dados comerciais de acordo com standards globais – neste caso, os standards GS1®, os mais utilizados em todo o mundo. A Validoo, na Suécia, a GS1 DAS, na Holanda, ou o Trustbox, na Bélgica e Luxemburgo, são alguns desses casos. Em Portugal também existe uma plataforma idêntica – a SYNC PT®. Trata-se de um repositório de dados-mestre que podem ser sincronizados em tempo real, de forma segura, à escala global. O que distingue esta

plataforma de outras que existem no mercado? O facto de constituir um único ponto de entrada de dados comerciais, que podem ser sincronizados de forma normalizada entre parceiros de negócio (B2B) e disponibilizados ao consumidor no meio online (B2C).Johnson & Johnson, Nestlé e OxigenStream são alguns dos produtores que publicam os dados dos seus produtos nesta plataforma, sendo que a Sonae, a Jerónimo Martins e a Auchan são os retalhistas que já fazem a subscrição de forma automática. Os benefícios são reconhecidos por todos e podem incluir redução de duas a seis semanas do time-to-shelf, melhoria de 50% na gestão de itens e encomendas, melhoria até 8% do on shelf availability (OSA) e redução em 30% dos esforços de gestão de dados. Para isto contribui cada uma das componentes da plataforma. Em primeiro lugar, a Data Pool, um catálogo eletrónico normalizado que agrega as fichas de produto e permite a sua sincronização com um ou vários parceiros de negócio, potenciando as relações Business-to-Business.

NuNo AzevedoEspecialista de comércio eletrónico da GS1® Portugal

A SYNC PT® é uma plataforma tecnológica que ajuda as empresas a sincronizar dados normalizados do produtor ao consumidor

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Em segundo, o Media, um banco de imagens que publica, valida, armazena e distribui imagens de qualidade dos produtos entre parceiros de negócio e aplicações online. Por fim, há o Aggregator, um serviço que recolhe ou mantém os dados sobre os produtos (por exemplo, a partir da Data Pool) e torna esta informação disponível para o consumidor em Internet e mobile applications (Business-to-Consumer).

Uma plataforma gratuita em 2014O sucesso da implementação das plataformas de sincronização global de dados em países como a Suécia e a Holanda deve-se principalmente ao apoio dado pelo retalho. Este apoio resultou na introdução de mais de 90% dos dados-mestre de produtos de fast moving consumer goods (FMCG) nas plataformas.Noutros países, como a Polónia ou a República Checa, a falta de endorsement dos retalhistas levou ao fracasso de plataformas idênticas. Conclusão: a sustentabilidade da sincronização global de dados depende, em primeiro lugar,

da adesão do retalho e, em segundo, da ação proativa deste setor junto dos produtores.Com base nestas premissas, decidimos redefinir a estratégia em torno da SYNC PT® com o objetivo de fomentar o endorsement do retalho à plataforma. Até ao final deste ano, um dos nossos eixos de ação traduz-se na colaboração com os retalhistas para que possam adotar a plataforma como ferramenta central do relacionamento com todos os seus parceiros – isto é, na partilha de dados-mestre, dados logísticos e imagens dos produtos, assim como de informação para o consumidor final.Associado a este objetivo está o nosso compromisso de ajudar as empresas a sincronizar dados completos, de qualidade e em tempo real, do produtor ao consumidor, de modo a cumprirem as novas regras de venda online do Regulamento europeu n.º 1169/2011.O nosso segundo eixo de ação passa por uma redefinição da abordagem à plataforma no sentido de ganhar massa crítica. Em concreto, pretende-se recolher uma amostra representativa de dados de produto para povoar a plataforma e potenciar a sincronização de dados.São duas as fases que conduzem ao roll-out do projeto: i) dimensionar a informação de mercado, isto é, conhecer os dados macro dos produtos de FMCG em loja; ii) realizar um piloto para testar e definir timings e custos. O conhecimento acumulado nestas fases vai permitir-nos adotar a melhor forma de atuação na recolha de dados, tendo em conta a tipologia de fornecedor e os timings estabelecidos.O último eixo de ação prende-se com a utilização da plataforma. Este ano foi adotado um novo modelo de negócio, baseado na isenção de custos de adesão e utilização da SYNC PT®. A partir de 2015 o modelo de negócio será focado nos processos de qualidade dos dados, podendo manter-se a isenção de custos. Nesta fase, pretende-se que a entrada de novos produtos em linha e a publicação de novos dados na SYNC PT® sejam sujeitas a serviços de validação de qualidade dos dados. Esta mudança, sustentada em dois motivos: primeiro, garantir a excelência da informação registada na Data Pool e, segundo, assegurar que a SYNC PT® é um repositório de confiança para as empresas no cumprimento de requisitos regulamentares.

O sucesso desta solução de sincroni-zação de dados depende da adesão do retalho

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Venda à distância

DaDos De qualiDaDe e em tempo real Do proDutor ao consumiDor. com a sYnc pt®

Na União Europeia, vender produtos alimentares na Internet obriga, a partir de dezembro, a mais e melhor informação para o consumidor. Produtores e retalhistas têm de colaborar na partilha eficiente de informação de qualidade. Nós temos a solução

A forma como o consumidor faz compras está a mudar. O e-com-merce é hoje uma realidade, ao ponto de a Europa se ter tornado o maior mercado de compras online e de mais de 20% do

crescimento do produto interno bruto (PIB) da Alemanha, Suécia e Reino Unido resultarem da economia digital (fonte: ACEPI). Em Portugal, este formato de comércio representa 2,5% do PIB.Há um elemento que ganha especial relevância neste contexto: a informação. O consumidor exige cada vez mais e melhor informação e já não utiliza apenas a televisão ou os catálogos físicos das lojas para saber mais sobre os produtos que compra. Na verdade, estes veículos deixaram de ser prioritá-rios. No seu lugar surgiram os websites e as redes sociais – dois dos principais influenciadores dos processos de decisão.Perante este panorama, não é difícil com preender que a União Europeia tenha criado uma diretiva para regulamentar, entre outros aspetos, a infor-mação sobre produtos alimentares nos meios de venda à distância – incluindo plataformas online e mobile. Uma das grandes bandeiras deste regula-mento (Regulamento europeu n.º 1169/2011) é a obrigatoriedade de os detentores de marca –

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que vendem produtos no meio online – forne-cerem um conjunto de dados sobre os produtos neste canal antes da compra. A partir de 13 de dezembro, se essa informação não estiver online, o produto não pode ser vendido.O problema é que, atualmente, a qualidade dos dados na Internet ainda não é suficiente. Estu-dos revelam que 91% das leituras de códigos devolvem descrições incorretas do produto, 87% devolvem informação sem uma imagem associa-da e 75% das leituras não fornecem quaisquer dados (fonte: GS1 UK and Canfield School of Ma-nagment). Esta falta de qualidade e exatidão tem impacto na confiança do consumidor, que pode deixar de comprar um produto por não confiar na informação que é exibida no seu smartphone (38% admitem fazê-lo) ou pode não voltar a usar uma aplicação ou consultar um website (35% to-mam esta decisão quando não encontram dados de qualidade) (fonte: GS1).É fundamental que produtores e retalhistas forne-çam informação sobre os produtos no meio onli-ne e, sobretudo, que os dados tenham qualidade e sejam fidedignos. Esta urgência na excelência da informação conduz a uma pressão crescente para a adoção de soluções para partilha de dados- -mestre, aumentar a eficiência, atender às exigên-

cias regulamentares, proteger a marca e aumentar a confiança do consumidor e as vendas.Em Portugal já existe uma solução: a SYNC PT®, uma plataforma tecnológica para a sincronização global de dados comerciais de acordo com as normas GS1®. É um ponto único de entrada para os dados-mestre dos produtos, que potencia a introdução mais rápida e fácil de novos artigos e de imagens do produto e a gestão da informação para consumidores, entre outros benefícios.Cada uma das componentes que integram a plata-forma tem um papel decisivo na sincronização global de dados-mestre normalizados. A Data Pool numa vertente B2B (nomeadamente entre produtor e retalhista) e o Aggregator numa ver-tente Business-to-Consumer (entre o produtor ou o retalhista e o consumidor). O Media, enquanto banco de imagens, enriquece a experiência de consulta de dados em ambas as vertentes.A SYNC PT® é, assim, um repositório de con-fiança que permite aos produtores e retalhistas manter dados de qualidade e fidedignos sobre os seus produtos e disponibilizá-los aos consumido-res, em tempo real, através de Internet e mobile applications. Por outras palavras, é a ferramenta que permite cumprir com distinção as novas regras europeias de venda à distância.

Como é que a SYNC PT® ajuda a miNha emPreSa a CumPrir o regulameNTo euroPeu N.º 1169/2011?Através de três grandes componentes, que potenciam a sincronização de dados de qualidade, de forma normalizada e em tempo real, do produtor ao consumidor. A Data Pool (um catálogo eletrónico que agrega os dados-mestre dos

produtos, incluindo os dados exigidos pelo Regulamento n.º 1169/2011), o Media (um banco de imagens de produtos) e o Aggregator (um serviço que recolhe os dados dos produtos e os disponibiliza para Internet e mobile applications).

é funda-mental que produtores e retalhistas forneçam informação sobre os produtos no meio online e, mais importante, que os dados tenham qualidade e sejam fidedignos

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Isabel Trigo de Morais

SYNC PT® reSPoNde ao deSafio da veNda à diSTâNCiaDezembro é mês de mudanças na informação alimentar ao consumidor. Para a diretora-geral da APED, o maior desafio é a venda à distância, por exigir atualizações constantes das plataformas online

Em dezembro entra em aplicação o Regulamento europeu n.º 1169/2011 (venda online de produ-tos alimentares). O setor está preparado para as

mudanças que o diploma impõe? O Re­gulamento n.º 1169/2011 entrou em vigor no final de 2011, mas só em de­zembro próximo é que entra em apli­cação. Este décalage tem a ver com a complexidade do diploma. Estamos, de facto, perante um novo paradig­ma, em que a informação a prestar ao consumidor é muito intrincada e de natureza obrigatória e (simultanea­mente) voluntária. É, aliás, por isso que, num esforço conjunto entre a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), a FIPA e os respetivos associados, criámos o Guia de Aplicação, um manual que ajuda a interpretar os seus preceitos.É importante que as autoridades compreendam a dificuldade de substituir, de um dia para o outro, embalagens e rótulos em milhares de géneros alimentícios e que, a nível europeu, se criem mecanismos de monitorização e acompanhamento, para garantir que o diploma traz mais mais­valias para o consumidor.

Quais os impactos diretos para as marcas – em termos de fiabilidade dos dados, eficiência e resultados e em termos de cumprimento deste regu-lamento – da adesão à plataforma de sincronização de dados SYNC PT®? A venda à distância afigurou­se como uma das grandes preocupações, da­do requerer uma atualização perma­nente das plataformas online.

A GS1 Portugal, atenta aos proble­mas das empresas e com a eficiência que a caracteriza, deu de imediato resposta a esta necessidade sentida pelos associados da APED. Foi cons­tituído um grupo de trabalho em Portugal e, após análise dos requisi­tos do regulamento, concluiu­ ­se que a plataforma de sincroniza­ção de dados SYNC PT® reúne todas as condições para a transferência de informação entre operadores econó­micos e o consumidor final. É nosso desejo que as empresas reconheçam esta utilidade, pronta a ser usada.

Onde é que o consumidor de 2020 vai efetuar as compras: no ponto de venda ou online? Os dois canais coexistirão, serão complementares. Tendemos pa­ra um inegável crescimento do online, em grande medida pela conveniên cia que oferece e pela evolução do perfil dos consumidores e dos seus estilos de vida. Apesar disso, acredito que os formatos in-store, as lojas físicas, vão continuar a existir.

A relação de quase 30 anos entre a APED e a GS1 Portugal confunde-se com a história da distribuição moderna em Portugal. Quais os resultados prá-ticos dessa colaboração? Não poderia estar mais de acordo com esta afir­mação. Em 1985, surgiu em Portugal o primeiro hipermercado e nasceu a GS1 Portugal. As necessidades de um retalho muito inovador, já com um conceito e formato característicos da distribuição moderna, encontra­ram respostas no portefólio de oferta proporcionado pela GS1 Portugal, onde temos de sublinhar a revolução que constituiu a implementação dos códigos de barras.A APED e a GS1 Portugal partilham associados e uma missão. Como asso­ciações que são, estão vocacionadas para a criação de valor para os negó­cios dos seus associados, que, por sua vez, estão voltados para o consumi­dor. De facto, temos sido dois aliados a inventar o futuro.

A implementação dos códigos de barras será sempre um marco para a distribuição moderna

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entrevista

Miguel LoperaUm mUndo sem Gs1? seria “a preto e branco, como nas televisões antiGasLidera a GS1® desde 2003 e, neste período, reconhece que já alcançou conquistas importantes – para si e para a organização. Em entrevista à Código 560, Miguel Lopera revela a estratégia, os princípios e as motivações da associação que introduziu o código de barras nos negócios há 40 anos

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qual as empresas têm a possibilidade de rastrear de trás para a frente (e o seu contrário) os produtos e embalagens ao longo de toda a cadeia de valor.

Quais são as prioridades da GS1 para os próximos anos? Estamos, neste momento, num processo de revisão estratégica – ou melhor, de ajustamento. E porquê de ajustamento? Simplesmente porque a GS1 tem sido particularmente bem-sucedida nos últimos 40 anos – em especial nos últimos 10. E, tendo uma estratégia bem-sucedida, há que ter cuidado para não perder as boas conquistas. Em termos de prioridades, diria que temos, em primeiro lugar e como sempre, a adoção dos standards GS1 atuais. Temos feito grandes progressos. É verdade. Mas existem ainda muitas oportunidades para os standards, mesmo em setores onde já estamos presentes. Falo, por exemplo, da etiqueta logística ou da fatura eletrónica. É preciso estar a 100% nesses segmentos. Em segundo, a qualidade dos dados. Embora faça parte do nosso trabalho há entre cinco a dez anos, neste momento esta área é uma prioridade absoluta. Atualmente, as empresas reconhecem que é impossível operar de forma global sem dispor de dados fiáveis ponto a ponto. E os estudos que temos conduzido também confirmam essa evidência. De facto, temos de garantir uma melhoria significativa na qualidade dos dados.

E o digital... Falava acima de estratégias de negócio. Mas, de seguida, temos de facto a questão do GS1 Digital. Embora já estejamos a trabalhar nisso há algum tempo, esta é mais uma nova área para a GS1, algo que apelidámos de B2C (Business-to-Consumer), Trusted Source of Data ou, mais recentemente, de GS1 Source. Esta área é fundamental, na medida em que vai permitir às marcas fornecer aos consumidores informação adequada sobre os seus produtos. Neste caso, falamos de iniciativas de negócio. Porém, quando falamos em setores, aí o enfoque tem passado por um reforço nos setores core e adjacentes. Saúde, retalho e bens de consumo ou transportes e logística. Temos que ser muito exigentes na forma como alocamos os recursos e, antes de entrar em novas áreas, queremos assegurar aos atuais utilizadores o máximo valor acrescentado. Isso não invalida que não estejamos atentos a setores emergentes, como food service, frescos, bazar, eletrodomésticos e eletrónica de consumo, que têm resultado em projetos muito interessantes em vários países e organizações-membro. Gostaria ainda de abordar as três estratégias corporativas da GS1. Em primeiro lugar, o brand awareness (notoriedade da marca). É essencial que cada vez mais empresas e companhias conheçam a marca e o Sistema GS1. Em segundo, liderar a inovação.

GS1 promove a eficiência das cadeias de valor em mais de 150 países em cinco continentes. Quais as linhas mestras (drivers) para um ator global desta dimensão? O principal motor em toda a GS1 é que as empresas de todas as dimensões reconhecem a necessidade de existirem standards nos processos da cadeia de valor. Nos primeiros anos, quando o mundo se regia apenas por negócios de dimensão local, o trabalho da GS1® tinha também um caráter local. A prioridade passava por garantir a aceleração do processo de check-out nas unidades de retalho. Hoje, numa época em que falamos de muitos países e regiões, com realidades e legislações muito diferentes e específicas, a existência de um sistema harmonizador da informação e dos dados na cadeia de valor é fundamental para eliminar as ineficiências.

Para os utilizadores, quais são as principais vantagens dos standards GS1? Como é que isso afeta a eficiência e os resultados dos negócios? Os principais valores (ou benefícios) da GS1 junto da sua comunidade de utilizadores passam, em primeiro lugar, pela eliminação das ineficiências na cadeia de valor. Este é um fator crítico, pois os milhares de milhões de dólares ou euros desperdiçados em ineficiências acabam por refletir-se no preço pago pelos consumidores. Parece-me injusto que seja o consumidor final a suportar essas ineficiências. Talvez por isso as empresas estão disponíveis para colaborar nestas áreas, onde não há competição e onde os benefícios de adotar standards globais são possíveis e reais. Em segundo lugar, a visibilidade de produtos na cadeia de valor. Estamos a evoluir para um mundo no

Aentrevista

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As mudanças da GS1® Portugal nos últimos anos são, de facto, espetaculares. Muitas das

suas iniciativas são hoje um modelo para outros países e organizações-membro

Estamos, neste momento, num processo de criação de uma função de observação tecnológica, por forma a que as inovações tecnológicas que vão surgindo possam ser partilhadas pelas diversas organizações-membro (OM). Em terceiro, e por fim, construir uma organização cada vez mais interdependente, com as suas 111 OM a trabalhar de uma forma cada vez mais colaborativa e eficiente.

De uma abordagem puramente B2B, a GS1 passou para uma outra, B2C. São complementares? Claro que sim. Estamos hoje presentes em toda a cadeia de valor, do prado ao prato. Inicialmente, o nosso enfoque estava na relação entre produtores (indústria transformadora) e retalhistas. Mais tarde, passámos a estar presentes com os nossos standards mais a montante, na relação entre produtores e agricultores. Atualmente, com a revolução digital, o consumidor interage já com as empresas e aquilo que os nossos utilizadores nos pedem é que apresentemos os standards adequados a esta nova relação de reciprocidade com o consumidor. Não se trata de desenvolver standards para substituir os existentes, mas antes desenvolver outros complementares – e que ajudem a integrar toda a cadeia de valor.

Em outubro de 2012, a McKinsey apresentou, em Lisboa, um estudo sobre as vantagens da adoção de standards globais na cadeia de valor da saúde. A GS1® Portugal está a conduzir um estudo idêntico no país. Qual o conselho que deixaria aos legisladores, reguladores e outros stakeholders portugueses? A minha primeira recomendação é que leiam o estudo. Foi efetuado de forma independente pela McKinsey, que ouviu todos os atores relevantes do setor da saúde a nível mundial. E é muito poderoso nas conclusões que apresenta. Mostra as múltiplas vantagens da adoção de standards globais – não apenas os GS1 – ao nível dos ganhos de eficiência e redução de custos ao longo de toda a cadeia de valor, sublinhando, acima de tudo, os ganhos substanciais em termos de segurança do paciente. Quando se olha mais atentamente para o estudo, há ainda uma outra conclusão que sobressai: os standards GS1 são os mais utilizados no mundo e os únicos verdadeiramente globais. Pessoalmente, a mensagem que gostaria de deixar aos reguladores é que leiam o estudo e adiram aos grupos de trabalho da GS1. Um das mais--valias que já conseguimos imprimir no setor da saúde foi conseguirmos juntar à mesma mesa, pela primeira vez, reguladores e outros stakeholders de diversos países e proveniências – que nunca tinham falado e que, dessa forma, puderam descobrir e beneficiar das vantagens de trabalhar em conjunto.

PessoalMiguel Lopera lidera, há cerca de 10 anos, os destinos da GS1 Global Office

cOnSenSO Questionado sobre a forma como lida, todos os dias, com questões, realidades e latitudes tão diferentes, o presidente e CEO da organização adianta que “existem, de facto, diferenças entre países, legislações e práticas empresariais. Mas existe também um elemento que é comum a todos os nossos utilizadores: o desejo de satisfação absoluta dos consumidores. E, com esse mindset presente, as diferenças acabam por esbater-se”. A nossa força, conclui, “reside na grande capacidade que temos de gerar consenso, mesmo quando as posições são divergentes e aparentemente inconciliáveis. O que interessa é sempre a satisfação do consumidor ou do paciente. É por isso que considero que gerar consenso não é assim tão difícil”.Quanto ao equilíbrio entre vida profissional e pessoal, o presidente da GS1 deixa a receita: “Naqueles fins de semana em que consigo estar com a família, o meu enfoque vai totalmente para a família. Esta é a regra. Não me parece justo continuar a trabalhar naquelas poucas horas em que conseguimos estar juntos. Por outro lado, quando se está feliz, é mais fácil fazer a família feliz e trabalhar (também) mais e melhor.” Pelo sim, pelo não, e de forma jovial, pede-nos: “Não façam essa pergunta à minha família.”

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A faturação eletrónica é um assunto de grande atualidade em Portugal neste momento. Numa perspetiva europeia, parece-lhe que Portugal está no bom caminho? Absolutamente. Nos tempos que correm, a ideia de enviar um papel por correio parece-me um pouco anacrónica. É um pouco como ver televisão num aparelho que funciona a válvulas, em vez de transístores ou circuitos integrados. O trabalho em papel está a caminho da extinção. Não pode ser de outra forma. Cada vez mais a troca de dados tem que ser eletrónica e, nesse sentido, só posso achar correta a decisão do governo de tornar obrigatória a faturação por essa via. Aproveito para sublinhar a vasta experiência da GS1 nesse campo e acredito que podemos desempenhar um papel fundamental em todo esse processo.

estão bem definidos. No caso da GS1, o Global Office desenvolve os standards e os serviços e as organizações- -membro asseguram a sua implementação localmente. Se isto for claro para todos, a relação só pode ser forte.

Ao fim de mais de 10 anos à frente desta organização, quais as suas maiores conquistas? Quando cheguei à GS1, existiam duas organizações, a EAN (System & European Article Numbering Association) e a UCC (Uniform Code Council). A minha primeira conquista passou por, logo em 2005, criar a GS1. A partir daí, as iniciativas mais relevantes foram a criação da EPCglobal e dos standards de radiofrequência, a criação do GDSN, com a disponibilização de um dicionário e de uma linguagem global de dados, o projeto da saúde, uma das iniciativas mais bem-sucedidas de sempre. E, recentemente, numa antevisão do futuro, a iniciativa B2C, num momento em que os nossos utilizadores não estavam conscientes da oportunidade que este projeto poderia representar para a GS1.

Após 40 anos, como antevê os próximos 40? Uma das principais diferenças é que, nos próximos 40, todos vão saber quem é e o que é a GS1, que vai ser reconhecida como uma espécie de selo representativo de qualidade, fiabilidade dos dados e eficiência empresarial. Nesse aspeto, as pessoas vão falar da GS1 como uma daquelas organizações globais que aporta grande valor às pessoas, ao comércio, à saúde e a muitas, muitas outras áreas.

Nesse sentido, o mundo digital pode impulsionar essa mudança. Concorda? Certamente. Estamos mais próximos do consumidor e isso pode até fazer com que a GS1 comece a ser associada pelo consumidor à qualidade dos dados fornecidos pelos detentores das marcas.

A GS1 tem realizado várias conferências e encontros em Lisboa. Acha que isso reflete um papel mais relevante da GS1® Portugal no mundo GS1? As mudanças da GS1® Portugal nos últimos anos são de facto espetaculares. Não acredito que haja outra organização que tenha conseguido os resultados e as mudanças profundas operadas pela GS1® Portugal. Muitas das suas iniciativas são hoje um modelo para outros países e organizações- -membro.

Como acha que seria o mundo sem a GS1? A preto e branco, como nas TV antigas. Um mundo no qual as filas nos supermercados seriam intermináveis. Se me perguntasse novamente, responderia em apenas uma palavra: impossível. Acha possível viver sem eletricidade?

Nos tempos que correm, a ideia de eNviar um papel por correio parece-me um pouco aNacróNica. o trabalho em papel está a camiNho da extiNção

entrevista

Para os utilizadores, quais são as principais vantagens da adoção dos standards GS1? São simples, de confiança e a GS1 disponibiliza um saber e uma expertise muito vastos sobre a forma de tirar o melhor partido de um sistema de normas que é global. A simples leitura de um guia de implementação e a formação providenciada pela GS1® Portugal asseguram às empresas uma oportunidade ímpar de melhorar os níveis de eficiência e desempenho dos seus negócios. Não existe no mundo outra organização de standards que providencie os mesmos níveis de apoio na implementação.

E o consenso entre o Global Office e as 111 organizações- -membro? Como caracteriza essa relação? Como qualquer outra corporação global, independentemente de existir para gerar lucro ou não, por vezes existem opiniões divergentes. Baseado em 10 anos de experiência à frente da GS1, o que posso dizer é que existe um desejo (e uma necessidade) de, cada vez mais, os países trabalharem de forma integrada, colaborativa. O importante passa por assegurar que os papéis – ao nível global e local –

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gs1® em portugal

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Nova Parceria

Entrámos no Programa PmE Digital!PME Digital é uma iniciativa do governo que pretende incentivar micro, pequenas e médias empresas nacionais a darem os primeiros passos na economia digital. Desde junho do ano passado fazemos parte deste programa, complementando-o com uma nova valência – a fatura eletrónica

Nasceu em 2012, pela mão do Ministério da Economia e do Emprego, com o objetivo de ajudar as micro, pequenas e médias empresas (PME) portuguesas a serem mais

competitivas. A economia digital é a sua grande ferramenta. Falamos do PME Digital, um programa promovido pela Associação do Comércio Eletrónico e Publicidade Interativa (ACEPI) e pelo Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação (IAPMEI) e ao qual a GS1® Portugal aderiu em 2013.O protocolo de adesão foi assinado a 21 de junho, numa cerimónia liderada pela ACEPI e pelo IAPMEI e que contou com a presença do então secretário de Estado do Empreendedorismo, Competitividade e Inovação, Franquelim Alves.Na origem da parceria esteve, por um lado, o princípio fundador do PME Digital: “promover a literacia digital das pequenas e médias empresas”, nas palavras de Alexandre Nilo da Fonseca, presidente da ACEPI. Por outro, a eficiência dos negócios, um dos eixos orientadores da ação da GS1 a nível internacional. O resultado é a integração no programa de uma solução de gestão eficiente do

envio e receção de faturas entre fornecedores e clientes: a “fatura eletrónica GS1®”. “Juntamente com a ACEPI, entendemos que existia a necessidade de criar uma valência adicional no PME Digital associada à faturação por via eletrónica”, conta João de Castro Guimarães, diretor executivo da organização. O motivo é simples: “Este formato ainda não existia no programa.”De todas as parcerias que compõem a iniciativa, num total de 40 soluções tecnológicas, a parceria estabelecida com a GS1® Portugal

gs1® em portugal

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Desde a sua criação, a iniciativa PME Digital tem marcado presença em vários fóruns e workshops relacionados com o mundo digital, com vista a sensibilizar as empresas para esta crescente área de negócio. Porque, refere Alexandre Nilo da Fonseca, presidente da ACEPI, “o mercado online está a revolucionar o mundo dos negócios em todo o mundo”. A representação da GS1® Portugal no programa, com o

eixo da fatura eletrónica, teve lugar em várias iniciativas, nomeadamente no festival de sustentabilidade GreenFest (4 de outubro), no fórum eShow Lisboa 2013 (23 e 24 de outubro) e em dois workshops na Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes e Artigos de Pele (APPICAPS) e na Associação Têxtil de Portugal (ATP), a 10 e 20 de dezembro, respetivamente.

PME Digital ações de promoção da economia digital

Momento de assinatura do protocolo de adesão da GS1® Portugal ao programa PME Digital

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permitiu criar a primeira e – até à data – única solução de faturação eletrónica do PME Digital.

Uma nova valência, uma mais-valia para as PMEO que é, afinal, a fatura eletrónica GS1®? “É uma solução de desmaterialização de dados comerciais, os quais são trocados de forma normalizada por via eletrónica”, esclarece Nuno Azevedo, especialista de comércio eletrónico da GS1® Portugal.Com a adesão da organização ao programa, a troca de faturas e outros documentos comerciais por via eletrónica passa a ser uma opção de negócio para as pequenas e médias empresas nacionais inscritas no programa. 560 eFatura é o nome oficial desta solução tecnológica (ver página seguinte) que integra o PME Digital e que representa um acréscimo de valor para os negócios.“Esta solução ajuda as empresas a eliminar processos de gestão de dados e custos com papel e, por isso, é uma mais-valia para qualquer empresa, mas principalmente para as PME, dado o atual contexto económico-financeiro”, acrescenta João Guimarães. Para o diretor-executivo da GS1 Portugal, o digital é o caminho para o aumento da produtividade e competitividade das empresas. E assegura: “Estamos empenhados em ser um participante ativo no programa e um parceiro de confiança das PME no que diz respeito à eficiência dos seus processos de negócio através da Internet.”

Sabia que

a economia digital cria 2,6 postos de trabalho por cada posto de trabalho tradicional que é eliminado (Fonte: Comissão Europeia)

a Europa é o maior mercado de compras online(Fonte: ACEPI)

em 2012 foram trocados 350 mil milhões de faturas eletrónicas em todo o mundo? (Fonte: ACEPI).

em Portugal, desde janeiro de 2013, é obrigatória a emissão de fatura para todas as transmissões de bens e serviços? Desde julho do ano passado é também obrigatória a comunicação dos documentos de transporte à Autoridade Tributária e Aduaneira.

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Solução inovadora

560 eFatura: simples e gratuitoUma ligação à Internet. É quanto basta para as micro, pequenas e médias empresas trocarem documentos comerciais, por via eletrónica, com os seus fornecedores e clientes

Zero papel. Menos custos. Mais eficiência e produtividade. Os benefícios da desmaterialização de documentos comerciais são muitos e estão agora ao alcance das micro, pequenas e médias

empresas (PME) portuguesas. De forma simples e gratuita, através de uma solução inovadora powered by GS1® Portugal: o 560 eFatura.Trata-se de uma solução de Web EDI que visa promover a partilha de dados e de mensagens comerciais normalizadas, por via eletrónica, entre pequenas e médias empresas. Quer isto dizer que o 560 eFatura tem por base as Normas GS1® para a Partilha de Mensagens Comerciais Eletrónicas (GS1 eCom), que são únicas e inequívocas à escala global.Assim, as PME podem desmaterializar, enviar e receber dados normalizados de qualquer documento de negócio – quer seja uma nota de encomenda, uma guia de transporte, uma fatura ou outro. Para utilizar este serviço apenas é necessária uma ligação à Internet. E um username e uma password.“Esta é uma solução totalmente online, e por isso não implica a aquisição de licenças de software. Significa isto que é uma ferramenta de gestão gratuita, que permite às empresas otimizar os seus processos de receção, expedição e faturação de encomendas, gerando eficiência nos negócios”, sublinha Nuno Azevedo, especialista de comércio eletrónico da GS1® Portugal e um dos responsáveis pelo projeto.A disponibilização deste serviço está integrada

no programa PME Digital, ao qual a organização aderiu em 2013, contribuindo com um novo eixo de negócio – o da fatura eletrónica. Das 40 soluções tecnológicas que atualmente povoam o programa, o 560 eFatura é o único serviço disponível de desmaterialização de dados.

Dados comerciais “legíveis”. aqui… ou na ChinaEm 2012 existiam, em Portugal, 2650 empresas a desmaterializar documentos de negócio e a partilhá-los com os seus parceiros de negócio via EDI (troca eletrónica de documentos), de acordo com um estudo da Associação do Comércio Eletrónico e Publicidade Interativa. Para a comunicação dos dados era possível escolher entre 18 sintaxes (linguagens eletrónicas) diferentes – a grande maioria incompatível entre si. “A normalização dos dados através da utilização de uma linguagem única e global é fundamental para a eficiência da troca eletrónica de documentos de negócio”, explica o especialista. “O que distingue o 560 eFatura de outras soluções existentes no mercado é a normalização: a troca eletrónica dos dados é feita com base nas sintaxes GS1, que são linguagens legíveis à escala global e, portanto, ‘compreendidas’ por todas as empresas, independentemente do sistema de informação ou hardware que utilizam.”O que quer isto dizer? Quer dizer que as empresas podem trocar dados de forma fiável e sem se preocuparem com problemas de integração de sistemas de informação, requisitos legais ou fronteiras. “Os fornecedores e clientes falam a mesma língua,

A imple- mentação e a utilização do 560 eFatura são gratuitas para as PME que trocam até 300 documentos comerciais por ano

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quer estejam em Portugal ou na China”, conclui Nuno Azevedo.

Mais eficiência, mais competitividadeApesar das vantagens da desmaterialização e troca eletrónica de documentos de negócio, os custos de implementação continuam a ser apontados pelas empresas como uma das principais barreiras à sua utilização. Principalmente pelas PME.

Saiba mais

Generix Parceiro Tecnológico do 560 efaTura A Generix foi o prestador de serviços tecnológicos selecionado para ser o parceiro da GS1® Portugal no desenvolvimento do 560 eFatura. O protocolo foi assinado no dia 22 de novembro. Na origem desta parceria estão vários fatores, aponta o diretor executivo da GS1® Portugal. “Primeiro, a Generix é nossa parceira há mais de 15 anos, segundo, tem um conhecimento bastante aprofundado do mundo dos standards e das nossas soluções e, terceiro, está já muito envolvida neste ambicioso projeto de desmaterialização de documentos”, afirma João de Castro Guimarães.

“Com o 560 eFatura esta barreira não existe”, afirma Pedro Lopes, diretor financeiro da GS1® Portugal. “A implementação e a utilização da solução são gratuitas para as pequenas e médias empresas que são nossas associadas, desde que desmaterializem até 300 documentos por ano.” O equivalente a 25 documentos por mês – o mesmo número de faturas enviadas por metade das empresas nacionais que fazem EDI, de acordo com o estudo da ACEPI. A adesão à GS1® Portugal é uma vantagem. “As empresas que ainda não são nossas associadas e que queiram utilizar esta solução têm isenção de quotas durante um ano”, acrescenta Pedro Lopes. Além disso, têm acesso a condições preferenciais nos serviços da organização e inscrição gratuita nas ações de formação sobre o Sistema de Normas GS1. “E ainda têm a possibilidade de integrar esta solução nos seus próprios sistemas de informação”, conclui.O 560 eFatura já está disponível. Para fazer a adesão basta contactar a GS1® Portugal.

560 efaTura

O que é?É uma solução de WEB EDI destinada às micro, pequenas e médias empresas (PME) que permite trocar documentos de negócio de forma normalizada, por via eletrónica, com fornecedores e clientes. Assim, a receção, expedição e faturação das encomendas pode ser gerida de forma simples, intuitiva e gratuita e em conformidade com os requisitos legais nacionais.

Quanto custa?Esta solução (implementação e utilização) é gratuita para as empresas associadas da GS1® Portugal que desmaterializem até 300 documentos de negócio por ano. As empresas que ainda não são associadas mas que querem utilizar o 560 eFatura usufruem de isenção de quotas durante um ano no ato da adesão.

Como funciona?Tratando-se de uma solução de WEB EDI, o 560 eFatura não exige a aquisição de licenças de software. Apenas uma ligação à Internet.

Quanto tempo demora a implementação do serviço?O período de tempo entre o pedido de adesão ao 560 eFatura e a sua implementação na empresa é, no máximo, de uma semana.

O que tenho de fazer para aderir?Contactar a GS1® Portugal através do 217 520 740 ou do endereço [email protected].

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gs1® em portugal

Portugal configura-se como pioneiro no domínio das novas tecnologias, tendo os agentes económicos explorado plenamente

o seu potencial e colocado os benefícios obtidos ao serviço das famílias, das empresas e da sociedade como um todo. O Estado e, em particular, a administração fiscal têm igualmente retirado o máximo proveito das potencialidades das tecnologias de informação. Com efeito, ao longo dos últimos 10 anos materializaram--se avanços significativos em várias vertentes da relação estabelecida entre a administração fiscal e os contribuintes. Estes avanços, os quais compreendem o desenvolvimento do Portal das Finanças e a introdução das declarações eletrónicas e das comunicações via e-mail, traduziram-se em resultados visíveis nos seguintes vetores orientadores da atuação da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT): (i) ganhos de eficiência na

Modelo de desenvolvimento

A RefoRmA dA fAtuRAção e o sistemA e-fAtuRAO desenvolvimento e consolidação das tecnologias de informação ao longo dos últimos anos têm originado ganhos de eficiência significativos para a generalidade dos setores de atividade, desempenhando atualmente um papel crucial no atual modelo de desenvolvimento económico e social

Paulo NúNcioSecretário de Estado dos Assuntos Fiscais

relação entre a administração fiscal e os contribuintes, (ii) melhoria generalizada da qualidade do serviço prestado aos contribuintes por parte da AT e, por último, (iii) reforço dos mecanismos e instrumentos de combate à fraude fiscal e à economia paralela à disposição da AT. A reforma da faturação e o sistema e-fatura, os quais entraram em vigor no início de 2013, representam mais um passo importante, reconhecido internacionalmente, na prossecução da estratégia do governo para, por um lado, dotar a AT de instrumentos inovadores no combate à economia paralela e a situações de subdeclaração e, por outro, possibilitar, a prazo, uma redução das obrigações declarativas das empresas, tendo em vista a criação de um ambiente mais favorável à atividade empresarial e ao eficiente funcionamento do mercado.O combate à fraude fiscal e à economia paralela constitui um desígnio nacional. De facto, na presente conjuntura económica, encontrando-se Portugal vinculado ao cumprimento de um programa

de ajustamento económico e financeiro, afigura-se fundamental que não sejam sempre os mesmos – os contribuintes cumpridores – a suportar um maior esforço fiscal, devendo os agentes económicos ser chamados a contribuir de acordo com a sua real capacidade contributiva. Em simultâneo, cabe à administração fiscal identificar, neutralizar e atuar sobre as situações de evasão fiscal, devendo, para esse efeito, encontrar-se munida dos meios operacionais necessários para combater situações que desvirtuem o eficiente funcionamento do mercado, bem como condutas desviantes de incumprimento fiscal.

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pelo governo. Até outubro, as faturas emitidas e comunicadas por todas as empresas emitentes ultrapassaram 3100 milhões, perfazendo um valor agregado do IVA liquidado de aproximadamente 32 mil milhões de euros. Desde a entrada em vigor da reforma, foram também identificadas irregularidades associadas de empresas, sobre as quais foram acionados mecanismos de inspeção e/ou correção. Ao longo de 2013, a reforma da faturação e o sistema e-fatura tiveram ainda expressão orçamental relevante, contribuindo de forma clara e inequívoca para o esforço de consolidação orçamental. Este efeito é particularmente

Esclarecimento sobre o Novo Regime dos Bens em Circulação A GS1® Portugal promoveu, durante o ano de 2013, três sessões de esclarecimento dedicadas ao tema “Novo Regime dos Bens em Circulação”, com o apoio da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT). Uma delas foi exclusiva para o setor da saúde. O diploma, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 198/2012, de 24 de agosto, estabelece novas regras que pretendem assegurar a integridade dos documentos de transporte e garantir à AT um controlo mais eficaz dos mesmos.As sessões organizadas pela GS1® Portugal tinham como objetivo permitir às empresas o esclarecimento das suas questões face à aplicação prática deste novo regime junto da Autoridade Tributária e Aduaneira, assim como apresentar soluções de comunicação normalizada dos dados por via eletrónica (GS1® eCom – Mensagens Eletrónicas Comerciais).Nestes encontros estiveram mais de 400 profissionais das cadeias de abastecimento.A relação entre a GS1® Portugal e a AT teve início no Fórum Nacional da Fatura Eletrónica e tem progredido no sentido de uma maior proximidade e parceria, a qual pretendemos reforçar este ano. Os standards GS1 podem constituir uma ferramenta importante que permite a identificação, captura e partilha de dados comerciais no setor público.

Por fim, saliente-se que só o esforço conjunto para o combate à fraude fiscal e à economia paralela e para a redução e controlo da despesa pública poderá resultar numa janela de oportunidade que viabilize uma redução gradual e sustentada da carga fiscal que recai sobre as famílias e as empresas.A implementação da reforma da faturação, a qual possui como pilares essenciais e estruturantes a obrigatoriedade de faturação e a transmissão eletrónica dos elementos relevantes de cada fatura, tem produzido resultados assinaláveis, confirmando a adequação da estratégia delineada

observável no caso dos quatro setores abrangidos pelo benefício fiscal em sede de IRS. Nestes quatro setores, ao longo de 2013, a receita do IVA tem apresentado um perfil de recuperação sustentada, evidenciando um crescimento médio mensal superior a 6%, o qual se compara positivamente com o comportamento registado pela receita proveniente dos restantes setores de atividade.Simultaneamente, pretende-se que, a prazo, esta reforma possibilite uma redução significativa das obrigações declarativas dos agentes económicos. Com efeito, uma vez que a administração fiscal terá à sua disposição informação integrada sobre as transmissões de bens e prestações de serviços efetuadas no território nacional, esta reforma permitirá, através do recurso às novas tecnologias de informação, simplificar, a prazo, o cumprimento das obrigações fiscais por parte dos contribuintes (ex.: pré-preenchimento da declaração do IVA).O sucesso alcançado na implementação da reforma da faturação e do sistema e-fatura ilustram bem o potencial das novas tecnologias ao serviço da economia nacional e da sustentabilidade das finanças públicas. O impacto virtuoso da reforma da faturação e do sistema e-fatura não se esgota na sua expressiva tradução orçamental. Estas medidas contribuem ainda para lançar as bases de um sistema fiscal mais justo e equitativo, concorrendo para a promoção de uma dinâmica de mercado saudável e eficiente, cujos benefícios serão visíveis não apenas para as empresas, mas também para as famílias e, por conseguinte, para a sociedade como um todo.

1 Dados, até outubro, relativos à atividade económica até agosto.

Em 2013, a reforma da faturação e o sistema e-fatura tiveram ainda expressão orçamental relevante, contribuindo para o esforço de consolidação orçamental

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1 http://ec.europa.eu/enterprise/sectors/ict/e-invoicing/benefits/invoicing_forum_en.htm.2 http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=COM:2013:0449:FIN:EN:PDF.

Contudo, o panorama global é ainda bastante fragmentado, persistindo, a nível europeu e global, uma multiplicidade de standards de e-faturação, formatos de dados e requisitos de usabilidade. A Comissão Europeia (CE), numa tentativa

de ultrapassar os obstáculos atuais, lançou, nos últimos anos, diversas iniciativas ao nível da UE, que visam uma melhoria do enquadramento legal das e-faturas e a facilitação da sua interoperabilidade.No final de 2010, a CE criou o Fórum Europeu de Multi- -Stakeholders para a e-Fatura com a missão de aconselhar a Comissão sobre necessidades específicas ao nível das políticas. Esse fórum adotou por unanimidade, em outubro de 2013, uma recomendação sobre a utilização de um modelo de dados semânticos capaz de suportar a interoperabilidade na e-faturação. O fórum forneceu, além disso, um conjunto de relatórios muito valioso sobre e-faturação em compras do Estado, boas práticas a adotar pelas PME, transposição da diretiva do IVA e questões legais que poderiam evitar a troca de e-faturas além- -fronteiras. Estes documentos estão disponíveis online 1.Em termos globais, o resultado da atividade do fórum é muito positivo, por facilitar a troca de experiências e visões entre os membros (em especial entre as comunidades mais avançadas e as menos em termos de adoção de e-faturação) e produzido contributos particularmente úteis à CE na preparação das iniciativas legais (em particular da proposta de diretiva sobre e-faturação nas compras do Estado) e nas atividades de normalização. As iniciativas da CE não são, por si só, suficientes. Os Estados membros devem comprometer-se com a promoção do uso da e-fatura, tornando-a uma realidade, em especial nos negócios e nas PME. Espera-se que os fóruns nacionais apoiem os esforços dos Estados

membros na implementação da e-fatura nas transações das entidades públicas e privadas, monitorizando e definindo objetivos para o nível de adoção, coordenando iniciativas nacionais sobre questões legais, de normalização e interoperabilidade. Do lado legislativo, a CE adotou, em junho de 2013, uma proposta para a diretiva sobre faturação eletrónica nas compras do Estado 2. A legislação proposta responde às expetativas do Parlamento Europeu e dos Estados membros visando estimular a modernização da Administração Pública, prevenir a perpetuação da fragmentação do mercado interno e a remoção dos obstáculos que impedem o acesso ao mercado e que resultam da interoperação insuficiente da e-faturação. Está atualmente em discussão no Conselho e no Parlamento Europeu. O esboço (draft) da diretiva propõe a definição de um standard europeu para o modelo de dados semânticos da secção central da fatura eletrónica na forma de um mandato para a relevante European Standardisation Organisation (CEN). As autoridades e entidades contratantes terão de aceitar as faturas eletrónicas emitidas relacionadas com os contratos de compras do Estado caso essas faturas cumpram os requisitos desse novo standard europeu.A proposta não visa substituir os sistemas nacionais existentes de e-faturação, em especial nos casos em que os Estados membros dispõem de sistemas funcionais e que devem ser mantidos. Acima de tudo, não impõe aos operadores económicos uma obrigação de enviar faturas eletrónicas. Este método não pretende onerar os operadores económicos com custos adicionais, em especial as PME, permitindo uma adoção faseada da e-faturação.A CE pretende que a e-fatura se torne o método predominante de faturação na Europa até 2020. Para cumprir esse objetivo, é preciso que autoridades públicas e players do mercado persistam na colaboração.

Fórum de multi-StakeholderS para a e-Fatura e legiSlação europeia Sobre a e-Faturação em CompraS do eStadoA adoção da e-faturação nos setores público e privado da União Europeia (UE) poderia levar a benefícios económicos e organizacionais significativos.

António ConteGestor de Projetos DG Enterprise and Industry, Comissão Europeia

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Deveria bastar ao emissor colocar o conjunto de informações relevantes num pedaço de papel e enviá-lo ao recetor por correio ou por fax. Simples? Nem por isso. Enquanto emissor, não tenho qualquer

controlo sobre o que acontece após o envio. Se é pago na próxima quarta-feira, na próxima semana ou mais tarde, depende da altura em que a fatura é recebida e processada pelo recetor. Mais, se ocorrer um engano na sua emissão, o processo de disputa pode causar problemas reais de liquidez. Enquanto recetor, a questão é ainda mais complexa. O processo de receção, confirmação e validação de faturas contra notas de encomenda, notas de expedição e os bens efetivamente recebidos requer recursos consideráveis – coordenados com os diversos departamentos da empresa. O seu custo efetivo depende do país e da empresa em questão, mas um estudo desenvolvido pelo Politecnico di Milano em 2008 conclui que a mudança para a faturação eletrónica conduz a uma poupança entre 5,50 e 8,5 euros por documento. A seguir, temos as autoridades. A Comissão Europeia e os governos nacionais tentam há vários anos colocar a e-fatura na agenda. As razões são duplas e, por vezes, incompatíveis. Em primeiro lugar, existe a necessidade de combater a evasão fiscal e a fraude no IVA – a maior fonte de receitas dos governos europeus. O principal veículo é a fatura, o único garante de que a informação transmitida é genuína, autêntica e íntegra. Em segundo, com uma estimativa de 16 mil milhões de faturas transacionadas todos os anos, não atingir as poupanças mencionadas acima teria um impacto macroeconómico negativo muito substancial para a competitividade dos negócios na Europa.É, naturalmente, necessário fazer faturação eletrónica (e-fatura). Contudo, se se mantiverem as notas de encomenda e as normas de expedição em papel, o retorno do investimento será limitado. Para potenciar os ganhos da e-fatura tem que se adotar um standard

robusto para as transações. O que pode a GS1 fazer para ajudar?Com todos os standards GS1 disponíveis e técnicos que apoiam as empresas na sua implementação, existem três alternativas para responder às necessidades dos utilizadores: (i) o EANCOM, o tradicional Electronic Data Interchange (EDI) e o standard utilizado em mais de 100 mil empresas em todo o mundo; (ii) o GS1 XML, que utiliza tecnologias mais adaptadas à Internet, ou (iii) perfis GS1 de UN/CEFACT XML, fornecidos quando os parceiros de negócio requerem um processo de implementação em consonância com esta organização internacional de standards (United Nations/CEFACT).Precisa ainda de conectar o fluxo de informação com o

fluxo físico, i. e., os bens a ser fornecidos. Nesta fase, a GS1 associa identificadores únicos e globais aos itens ou unidades de logística, agregando códigos de barras ou RFID aos bens físicos e standards de mensagens aos fluxos de informação. Assim que escolher o standard, é bem possível que necessite de alguma ajuda para implementá-lo. A GS1 fornece apoio de help-desk, formação e apoio de implementação. E, tendo em conta a sua presença em 111 países de todo o mundo e a robustez do sistema de códigos – isto é, códigos reconhecidos em todo o mundo por qualquer cadeia de valor -, a GS1 apoia ainda o comércio internacional. Por outro lado, a sua presença ativa noutras organizações internacionais, como a UN/CEFACT, o European Standards Body CEN e a ISO, assegura ainda que o seu investimento tem impactos no futuro. O tempo para ganhar vantagens competitivas com a e-faturação é agora. Solicite o nosso apoio.

Troque o papel pela e-faTura: poupe aTé 8,5 euros/documenToUma fatura deve ser o mais simples de todos os documentos na cadeia de valor. É utilizada há milhares de anos e, basicamente, indica-nos o valor acordado pelos produtos e serviços fornecidos

Anders GrAnGArd Diretor de eCom da GS1 Global Office

a mudança para a faturação eletrónica conduz a uma poupança entre 5,50 e 8,5 euros por documento

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Entre 7 e 11 de outubro decorreu, em Lisboa, a conferência internacional GS1® Standards Event, vocacionada para o desenvolvimento de standards globais e a criação de soluções

inovadoras de negócio. Do leque – variado – de participantes fizeram parte especialistas em standards, prestadores de serviços tecnológicos, produtores, retalhistas e operadores logísticos, entre muitos outros. No total, foram 310 os parceiros de negócio que estiveram presentes, em representação de 31 países. Um número que “não se registava há muitos

anos”, referiu Steve Bratt, presidente e CTO de Standards Development da GS1® Global Office, o organismo responsável pela conferência e pelo processo de gestão de standards globais que está na sua origem – o Global Standards Management Process (GSMP).Esta foi a primeira edição do evento no nosso país e a segunda em que o presidente e CTO de Standards Development participou. Ainda assim, não hesitou em confessar que “foi a minha preferida”. E explicou: “Foi fantástico ver os parceiros de negócio a colaborar entre si e com os especialistas da GS1® para chegar a um acordo global que beneficie os negócios.”

GS1® Standards Event

StandardS para MaIOr VaLOr310 participantes, 31 países representados. É este o balanço do GS1® Standards Event, conferência internacional dedicada ao desenvolvimento de standards globais e soluções de negócio que decorreu pela primeira vez em Portugal

sessão informativa exclusiva na gs1® portugal

No último dia do GS1® Standards Event, os especialistas do Global Standards Management Process (GSMP) deslocaram-se às instalações da GS1® Portugal para uma sessão informativa sobre o processo de desenvolvimento e implementação de standards. Durante a manhã os colaboradores da organização tiveram a oportunidade de conhecer melhor a atividade deste núcleo, desde a identificação das necessidades das empresas à implementação das soluções de negócio, assim como os principais projetos da área de identificação automática e captura de dados (AIDC) da GS1® a nível internacional.

QueM SãO?Da esquerda para a direita: Michael

Sarachman, da GS1® Global Office, João de Castro Guimarães, da

GS1®Portugal, Scott Gray e Bob Bersani,

também da GS1® Global Office

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Patrocinadores do evento

O debate decorreu sob a forma de vários workshops setoriais e sessões de trabalho, focados em áreas como a qualidade e a visibilidade dos dados, a identificação única e inequívoca de produtos, a rastreabilidade, o digital ou a partilha segura de informação comercial entre parceiros comerciais.

GS1® Portugal em destaque com a fatura eletrónicaA desmaterialização de dados foi também um dos temas em análise na conferência e um motivo de destaque para a GS1® Portugal. A organização dirigiu, em conjunto com a Associação do Comércio Eletrónico e Publicidade Interativa (ACEPI), um Lunch & Learn, no dia 8 de outubro, sobre a iniciativa “PME Digital” e os benefícios da troca eletrónica de documentos de negócio normalizados. Nomeadamente faturas.“A desmaterialização de dados é uma solução sustentável e muito eficiente para as empresas, que permite diminuir o número de processos no envio e receção de faturas – há apenas dois computadores a comunicar entre si”, disse aos participantes Nuno Azevedo, especialista de comércio eletrónico da GS1® Portugal.

Um momento único de colaboraçãoFeito o balanço, “colaboração” foi a palavra que definiu o GS1® Standards Event. Colaboração entre todos os parceiros de negócio, com vista a gerar soluções normalizadas que potenciem cadeias de abastecimento mais eficientes, seguras e sustentáveis. Por essa razão, “estamos todos de parabéns”, assinalou Steve Bratt.

SAPHETY“Trata-se de um evento com uma vertente mais técnica, onde se tem oportunidade de conhecer aqueles que contribuem para o desenvolvimento e implementação dos Global Standards. Adicionalmente, permite antecipar e contribuir para a evolução dos standards globais, traduzindo- -se na identificação de novas necessidades e, consequentemente, oportunidades comerciais.”Nuno Fernandes, International Markets Manager – Business Development for EMEA & Central AsiaA Saphety é líder em soluções purchase-to-pay, otimização de processos de negócio e sincronização de dados de informação e multimédia para as MO’s mundiais da GS1.

CREATIVESYSTEMS

“Sendo o GS1® Standards Event um evento global, esta foi uma excelente oportunidade para reforçar o posicionamento da Creativesystems junto dos principais players mundiais e líderes de mercado, nomeadamente através da promoção de inovadoras soluções RFID para os setores do retalho, logística e indústria.”João Vilaça, diretor-executivo da Creativesystems PortugalA Creativesystems é pioneira e líder mundial em soluções RFID para o retalho, que promovem o aumento da eficiência e performance dos negócios.

GENERIX“A realização do GS1® Standards Event em Lisboa foi mais uma oportunidade para a Generix, parceiro tecnológico da GS1®, patrocinar um evento com muita visibilidade, desta vez dirigido a

profissionais GS1 de todo o mundo.” Marc Defretin, diretor-geral da Generix PortugalEditora de software e de serviços on demand, a Generix apoia as empresas na desmaterialização, partilha e otimização dos seus fluxos. Forte experiência nas áreas do ERP e Supply Chain, bem como numa oferta de soluções de intercâmbios inter e intraempresas (EDI, B2B, EAI, portais, fatura eletrónica, desenvolvimento B2B).

BIZERBA“Para nós, o GS1® Standards Event foi uma oportunidade para acompanhar de perto o processo de desenvolvimento de standards e soluções de negócios entre os líderes da indústria e os especialistas em standards e reforçar a visibilidade das nossas soluções tecnológicas junto dos principais players mundiais, quer da produção quer do retalho.” João David, diretor-executivo da BizerbaA Bizerba é uma empresa tecnológica líder de mercado, que opera em todo o mundo com soluções profissionais de sistemas de pesagem, informação e processamento de alimentos.

Faça download das apresentações e veja os principais momentos do GS1® Standards Event

Saiba mais

olhar sobre a sessão plenáriaA sessão plenária do GS1® Standards Event teve lugar no segundo dia da conferência e contou com as boas-vindas do diretor executivo da GS1® Portugal, João de Castro Guimarães. Miguel Lopera, presidente e diretor executivo do Global Office, tomou a palavra a seguir e anunciou o tema central da conferência: o mundo digital. “A GS1® está a tornar-se um agente fundamental no mundo digital.”O digital, a qualidade e a visibilidade dos dados comerciais foram, aliás, os principais assuntos abordados durante o evento, materializados em projetos e iniciativas que a organização está a desenvolver à escala global.

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Códigos de barras

Fiabilidade de leitura testada em loja

Chama-se Estudo de Fiabilidade de Leitura em Loja e é uma iniciativa promovida pela GS1® Portugal para medir a qualidade e a eficiência dos códigos de barras existentes

nos lineares. A quarta e mais recente edição deste estudo decorreu em setembro do ano passado e contou com a colaboração da Auchan.A loja Jumbo do Almada Fórum – a maior loja Auchan da Península Ibérica – foi a escolhida para este raio X aos códigos de barras, que decorreu durante duas semanas. Foram analisadas cerca de 29 mil referências em linear, a grande maioria pertencente

a produtos de grande consumo. Destas, somente 26% cumpriam todas as normas e regras de impressão da GS1® que garantem a qualidade e eficiência dos códigos de barras.“Verificámos que apenas cerca de 7500 referências estavam em conformidade com as Normas GS1®, isto é, tinham 100% de fiabilidade de leitura em loja”, conta Filipe Esteves, técnico da GS1® Portugal e responsável pela condução do projeto.Os restantes códigos não cumpriam as normas. Neste caso, os artigos foram levados para o ponto de venda (POS) e submetidos a uma segunda avaliação no equipamento fixo de leitura ótica. Se o código gerasse um beep na primeira passagem no POS, o produto

A truncagem, isto é, o corte na altura dos códigos, foi a principal inconfor-midade associada à falta de leitura dos códigos de barras

Será que os códigos de barras nas prateleiras dos supermercados estão em conformidade com as Normas GS1®? E será que têm qualidade de leitura suficiente? A resposta é… nem sempre

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Sabia que

o tempo médio para digitação manual de um código de artigo é de 20 segundos. Agora multiplique pelo número de códigos que chegam ao ponto de venda sem leitura… O resultado é “ineficiência”.

voltava para a prateleira.“Dos 21 mil códigos que passaram pelo POS, apenas 5% não tiveram leitura, revelando-se ineficientes”, acrescenta Marcos Carreira, técnico da organização responsável pela análise e verificação técnica dos cerca de mil códigos que não geraram beeps no POS. Motivo? “A impressão da simbologia de código de barras não tinha qualidade suficiente”, explica.

Qualidade e eficiência: “dois amigos das vendas”A maior inconformidade associada à falta de leitura dos códigos de barras foi a truncagem – isto é, o “corte” na altura do código. “Cerca de 60% dos códigos que não tinham leitura estavam cortados”, assinala Filipe Esteves. “Muitas vezes as empresas cortam em altura os códigos de barras por questões de estética e design da própria embalagem do produto, descartando o facto de que este procedimento reduz a eficiência de captura e leitura no ponto de venda. E uma ineficiência como esta significa, muitas vezes, menos um beep, menos uma venda”, alerta o especialista.Outras inconformidades detetadas incluíram a falta de zonas claras nas margens do código de barras, a localização e a orientação do código – uma anomalia verificada, na maioria, em produtos vitivinícolas devido ao formato cilíndrico das garrafas.“Todas estas situações podem ser evitadas se as empresas adotarem as regras de impressão de códigos emitidas pela GS1 na codificação dos seus produtos. A GS1® Portugal disponibiliza, inclusive, formação, consultoria e assessoria nesta área, atendimento help-desk e um serviço de verificação de códigos de barras e qualidade de impressão”, sublinha Filipe Esteves. A eficiência e a qualidade dos códigos de barras estão, assim, ao alcance de todos os associados.

Elementos responsáveis pela recolha de dados em loja: dois técnicos da GS1® Portugal e 15 elementos da Auchan.

Dimensão da loja Jumbo do Fórum Almada: 14.041 m2.

Equipamentos utilizados: 10 scanners móveis para leitura no linear disponibilizados pela Creativesystems Portugal e um scanner fixo de ponto de venda.

Códigos analisados em linear: 29 mil, a grande maioria pertencente a produtos de grande consumo.

No terreNoEntre os passados dias 16 e 27 de setembro, a GS1® Portugal promoveu um raio X aos códigos de barras que existem em linear na loja Jumbo do Almada Fórum, a maior loja Auchan da Península Ibérica.

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Benchmark Logístico. É este o nome do estudo que mede os níveis de serviço logístico no fast moving consumer goods e que foi realizado pela GS1® Portugal

pela primeira vez em 2013. O leque de participantes incluiu cinco retalhistas e 12 fabricantes, que pretendiam conhecer melhor as suas práticas logísticas e as tendências no setor.O estudo contemplou dois processos de avaliação. Um em que os retalhistas avaliaram os níveis de serviço dos fabricantes nas entregas às suas plataformas de distribuição e outro em que os fabricantes avaliaram o nível de eficiência dos retalhistas nas atividades relacionadas com supply chain. Ambas as avaliações focaram indicadores específicos em oito áreas logísticas: encomendas, entregas, materiais de suporte, documentação, faturação, sistemas de informação, capacidade de planeamento e reação e colaboração entre fabricante e retalhista.Os resultados revelam que existem três fabricantes e dois retalhistas no top global dos melhores níveis de serviço logístico. A Sogrape, a Renova e a Sociedade Central

de Cervejas e Bebidas são os fabricantes que ocupam os três lugares cimeiros do ranking. Do lado dos retalhistas, a Jerónimo Martins e a Sonae detêm a melhor classificação.

principais conclusões do estudo

1. Gestão do planeamento da procura entre fabricante e distribuidor:

a colaboração deve ser um pilar fundamental sobre o qual assenta este tipo de projetos.

2. Agilidade e rapidez: os atributos mais importante da supply chain devem

ser velocidade, flexibilidade, visibilidade, eficiência, disponibilidade.

3. Excelência a cada dia, sobretudo nas ações promocionais: um serviço fraco

nestes casos resultará na insatisfação do distribuidor, ineficiências e possivelmente em ruturas de stock que podem representar um alto nível de perdas nas vendas.

4. Horários de entrega: a implementação de KPI’s com igual métrica de análise

entre fabricantes, operadores logísticos e distribuidores, bem como o fomentar da comunicação e envolvimento entre os mesmos, é fundamental para se atingir elevados níveis de fiabilidade e evitar possíveis penalizações.

Fabricantes e retalhistas

Os líderes de serviçO lOgísticO em POrtugalNo início de 2013, 12 fabricantes e cinco retalhistas aceitaram participar no primeiro estudo nacional sobre níveis de serviço logístico no setor de fast moving consumer goods. Agora damos--lhe a conhecer as empresas que ocupam os primeiros lugares do ranking

Benchmark retalhistas

Benchmark FaBricantes

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A Nestlé tem vindo a patrocinar e a potenciar estudos de avaliação e colaboração que complemen-tam as nossas atividades de contactos e reuniões regulares junto dos principais clientes, de acordo com as melhores práticas operacionais e administrativas no âmbito da supply chain. O estudo realizado pela GS1® respondeu em pleno a esta preocupação e surpreendeu pela positiva face à qualidade, a objetividade e a assertividade im-pressas na análise dos resultados

e na procura da comunicação dos mesmos aos seus associados. Esta 1.ª edição do estudo Bench-mark Logístico da GS1® Portugal superou a nossa expectativa de complementar o inquérito externo que a Nestlé contratou a nível mundial para este efeito. A dimensão e idoneidade deste estudo foi importante para a nossa organização. Os resultados analíticos e comentários apresen-tados permitem-nos consolidar o nosso plano estratégico de melhoria e colaboração, priori-

zando o que realmente importa e marcar a diferença aos olhos dos nossos clientes. A utilidade do mesmo será tanto maior quanto os respondentes inserirem as observações qualitativas que nos ajudem a cativar oportunidades de melhorias.Consideramos que para os associados da GS1® este estudo é uma grande oportunidade de benchmarking a um custo eco-nómico e um claro exemplo das mais-valias que pode aportar no nosso mercado.

Esperamos que em futuras edições possam juntar-se mais empresas a este inquérito e que os comentários qualitativos sobre as avaliações em cada pergunta sejam cada vez mais elucidativos, para ajudar na procura daquelas oportunidades de melhoria que importam priorizar.Parabéns à GS1® e um obrigado aos nossos clientes. Contem con-nosco para a edição 2014 e para a implementação das oportunida-des de melhoria assinaladas no inquérito deste ano!

As mAis-vAliAs do Benchmark logístico nA visão de fAbricAntes e retAlhistAs

Jörg Deubel Supply Chain Manager Portugal, Nestlé Portugal, S. A.

Para a Sogrape, a participação neste estudo foi muito impor-tante, por caracterizar de forma transparente a relação produção--distribuição do mercado portu-guês. As relações entre produto-res e distribuidores são por vezes tensas, fruto da competitividade

normal e natural do mercado, e que levam a que não poucas vezes se tenha de “jogar com as cartas encostadas ao peito”. Tornava-se, assim, difícil existir um fórum onde se discutisse aberta e colaborativamente as grandes questões logísticas que

tanto incomodam quer produto-res quer distribuidores.A GS1® vem preenchendo esta lacuna e este estudo é o primeiro que realmente faz uma descrição mais elaborada do mercado, não se reduzindo à mera exibição de um conjunto de métricas.

Obteve-se uma visão qualitativa e transversal do mercado, servin-do as conclusões deste estudo, além de corrigir pontos sensíveis e passíveis de melhoria, para afinar e corrigir a trajetória do caminho que, com outro rumo, seria trilhado.

João PeDro Magalhães Chefe de Serviços Logísticos, Sogrape Vinhos, S. A.

A participação da Auchan no es-tudo foi bastante importante, por representar um contributo para a criação e desenvolvimento de benchmarking no setor e promo-ver iniciativas de melhoria em virtude dos resultados.Este estudo conduzido pela GS1®

Portugal teve um significado decisivo, já que permite aferir a posição da empresa face à cadeia de abastecimento nacional e introduzir medidas corretivas.Permite concluir que há áreas de oportunidade na minimização do custo e na maximização do

serviço para a cadeia de abasteci-mento e para os stakeholders. Além disso, revela que é cada vez mais decisiva a partilha de informação e de boas práticas entre empresas do mesmo setor, fomentando a competitividade e a performance.

Este estudo tem também elevada importância para o mercado na-cional, já que é inovador ao nível do diagnóstico e dos resultados obtidos, com o contributo de marcas importantes no setor do retalho, tanto no lado da indús-tria como da distribuição.

FernanDo ereio Diretor Compras e Supply Chain, Auchan Portugal Hipermercados, S. A.

Top fAbricAntesPoSição FAbriCANte AVALiAção LiDerANçA

1 Sogrape 6,77 Pedido | Entrega | Liderança

2 Renova 6,65 Pedido | Documentação

3 Scc 6,48 Suporte | capacidade de reação

Top retAlhistAsPoSição DiStribuiDor AVALiAção LiDerANçA

1 Jerónimo Martins 5,99Pedido | Entrega | Liderança | Documentação |

Faturação | Sistemas de informação | colaboração

2 Sonae 5,91Entrega | Suporte | Documentação | Faturação |

Sistemas de informação | colaboração

Top dAs ÁreAs de performance (Para fabricantes e retalhistas)

1Pedido

cumprimento de quantidades, referências e validades solicitadas

2eNTReGA

cumprimento dos prazos, horários e dias de entrega acordados

3suPoRTe

Estado das unidades de suporte

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A acreditar nos estudos internacionais, a cadeia de valor da saúde é um dos domínios que mais poderá capitalizar com esta experiência acumulada.Os resultados preliminares do estudo intitulado Impactes em Portugal da

Adopção de Standards Globais na Saúde, conduzido pela Augusto Mateus & Associados, corroboram justamente esta expectativa. O estudo contou com a colaboração de um espetro alargado de players do setor da saúde, tendo, desde logo, o condão de desencadear uma ampla discussão a nível nacional em torno dos benefícios qualitativos e quantitativos da adoção de uma codificação única na cadeia de valor da saúde, utilizada também a nível internacional, acabando por acomodar os contributos de um conjunto importante destes stakeholders.Assim, para além dos benefícios de índole qualitativa que se prendem com a maior segurança e confiança que seria vertida em toda a linha na prestação dos cuidados de saúde, assinalam-se benefícios de natureza quantitativa, que se traduzem na obtenção de poupanças muito significativas na sequência de ganhos de eficiência, que são transversais a todos os elos da

Na seNda de poupaNças e eficiêNcia Nos cuidados de saúdeCom quatro décadas de provas firmadas em setores com fortes exigências, como o retalho e os bens de consumo, os standards globais teimam em afirmar-se como um garante de eficiência, eficácia e sustentabilidade da cada vez mais complexa linguagem do mundo dos negócios

Gonçalo CaetanoSócio e diretor de equipa de consultores de setores e empresas, Augusto Mateus & Associados

cadeia de valor.As vantagens para as entidades auscultadas vão desde a mitigação de constrangimentos de tesouraria (em virtude da redução do nível de inventário) até à redução dos custos operacionais, designadamente redução do custo de detenção e financiamento dos stocks, redução das perdas com inventários obsoletos, redução das perdas associadas à contrafação, redução do custo com os

recalls, redução dos custos com a gestão dos dados, entre outros.No caso dos hospitais, onde os impactos são mais notórios, as eficiências na gestão dos inventários poderiam fazer cair estes custos até 60%. Contas feitas, as poupanças acumuladas a 10 anos tenderiam a situar-se entre 10 e 54 milhões de euros para a unidade hospitalar tipificada (com, aproximadamente, mil camas). No caso dos grossistas, este valor poderia ascender a 1,7 milhões de euros (para um operador tipo com um volume de negócios anual de 380 milhões de euros).

Com maior ou menor magnitude, as poupanças apuradas para a realidade portuguesa – as quais se estendem às farmácias e à indústria – acabam por sinalizar a vantagem em, de uma vez por todas, colocar todos estes interlocutores a “falarem a mesma linguagem”, tal como já sucede em diversos países da Europa e do mundo.

No caso dos hospitais [...], as eficiêNcias Na gestão dos iNveNtários poderiam fazer cair estes custos até 60%

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the SuPPly Chain iniCiative

Retalhistas poRtugueses adeRem ao código de boas pRáticas euRopeuChama-se The Supply Chain iniciative e visa regular o relacionamento entre a distribuição e os fornecedores no território europeu. Sonae, Jerónimo Martins, auchan Portugal hipermercados, aldi Portugal e lidl Portugal são os grupos de retalho alimentar nacionais que disseram “sim” a este código de boas práticas europeu, contribuindo para um total de 457 empresas aderentes. “É nossa expectativa que também em Portugal se consiga concluir um mecanismo de autorregulação como este lançado em Bruxelas”, sublinhou ana isabel trigo de Morais, diretora-geral da associação Portuguesa das empresas da Distribuição.

dados nutricionais

gestão da infoRmação alimentaR debatida na 6.ª Reunião anual poRtfiRNo dia 31 de outubro realizou-se a 6.ª Reunião Anual PortFIR (Portal de Informação Alimentar Português), organizada pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge em parceria com a GS1® Portugal. “Gestão da Informação Alimentar: presente e futuro” foi o mote deste encontro, destinado a profissionais de saúde, laboratórios, indústria alimentar e de distribuição, entre outros.A reunião contou com a participação ativa da GS1® Portugal, que abordou o tema da rotulagem nutricional e as vantagens do intercâmbio de informação entre a plataforma tecnológica de sincronização de dados nutricionais normalizados SYNC PT® e o PortFIR/SGRIA – Sistema de Gestão das Redes de Informação Alimentar.No final, o balanço foi positivo. O encontro atingiu os seus principais objetivos, a saber, a divulgação do Sistema de Gestão das Redes de Informação Alimentar do PortFIR e a sua aplicação tanto para produtores/consumidores como em matéria de saúde pública.

notícias

reunião tripartida

mais pRoximidade entRe empResas e coRpos sociaisDia 18 de dezembro realizou-se a Reunião Tripartida da GS1® Portugal, encontro que junta os membros dos corpos sociais, os presidentes e diretores executivos das empresas representadas nestes órgãos e os colaboradores da associação. Lançada em 2011, a iniciativa visa fomentar uma maior proximidade entre a organização e as empresas com os seus órgãos sociais.“Verifico cada vez mais entusiasmo na participação dos representantes das empresas dos nossos órgãos sociais”, sublinha o diretor executivo da GS1® Portugal, acrescentando que “os presidentes e CEO das empresas estão empenhados em conhecer o que fazemos no dia a dia e as mais-valias que decorrem da nossa atividade e mostram-se cada vez mais interessados em participar”.

Líderes da Gs1® in europe reunidos em LisboaDepois da conferência internacional GS1® Standards Event, em outubro, foi a vez de Lisboa acolher a reunião de líderes europeus da GS1® in Europe no passado mês de dezembro

O GS1 in Europe Board Meeting – Lisbon foi um momento importante de networking e de discussão e aprovação de projetos e iniciativas deste organismo europeu, que possui um estatuto de organização sem fins lucrativos ao abrigo da lei belga e representa um total de 46 países, incluindo Portugal, sendo atualmente presidido pela GS1 Suíça.A GS1® in Europe tem como missão liderar a criação e implementação de soluções harmonizadas e orientadas para o utilizador para melhorar a cadeia da oferta e da procura das empresas europeias e ser um parceiro legal das organizações membros europeias

junto da Comissão Europeia para o desenvolvimento e implementação de projetos relacionados com a cadeia de valor.Além dos projetos e iniciativas que este organismo tem em curso, o encontro em Lisboa ficou ainda marcado por um programa social, com vista a dar a conhecer aos líderes europeus algumas das principais atrações da cidade.“Foi para nós uma honra receber este importante encontro europeu e uma confirmação de que Portugal é cada vez mais um anfitrião de confiança e de interesse para a GS1”, afirmou João de Castro Guimarães, diretor executivo da GS1® Portugal.

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Código 560 | GS1® Portugal1.o semestre 201438

Os NOssOs AssOciAdOs

Fatura eletrónica

Para a Sonae, aS faturaS em PaPel São PaSSadoTodos os dias a Sonae recebe, em média, 10 mil faturas dos seus fornecedores. Contas feitas, são quase três milhões de documentos recebidos por ano. Mas não chegam por correio normal. Chegam por correio eletrónico

Eletrónico é o adjeti-vo que carateriza os processos de faturação da Sonae. Atualmen-te, a empresa utiliza a fatura eletrónica com

cerca de 1400 dos seus fornecedores. Por ano, recebe 2.300.000 faturas, o que representa 92% do número de documentos recebidos no fluxo de mercadorias. Uma percentagem que “é uma referência em termos nacio-nais e internacionais”, aponta Nuno Guerreiro, responsável pela Direção de Contas a Pagar da Sonae.Controlo total do fluxo, redução dos tempos de receção, registo e confe-rência de faturas, eliminação de erros e extravios e redução de custos de envio e arquivo dos documentos são alguns dos ganhos de eficiência ob-tidos pela Sonae graças à receção de faturas por via eletrónica. Mas esses ganhos não se devem apenas ao fator “eletrónico”. Devem-se principal-mente ao formato em que as faturas são trocadas – por EDI (transferência eletrónica de documentos), de acordo

com os standards GS1®, ou seja, utilizando mensagens como o GS1 EANCOM.Este formato automatiza o tratamento dos dados, na medida em que pos-sibilita a gestão das faturas de uma forma touchless – isto é, sem inter-venção humana, desde a receção da fatura ao seu pagamento.Os benefícios alcançados são trans-versais a todos os departamentos, mas colocam a área de Contas a Pagar no topo das boas práticas de gestão da informação. Afinal, foi esta a área responsável pelo início da dinamiza-ção do projeto de EDI no Grupo So-nae. A temática foi pela primeira vez abordada em 1995. Dez anos depois foi reformulada, após a aprovação de um novo enquadramento legal e fiscal de faturação em Portugal.Hoje, a desmaterialização de dados e a troca de faturas eletronicamente fazem parte do dia a dia da Sonae. “Diariamente, são trocadas pela So-nae mais de 90 mil mensagens eletró-nicas com os fornecedores”, avança Nuno Guerreiro. Para o responsável,

este número gera uma certeza: “Não é possível voltar ao papel.O futuro dos processos de faturação é claramente o da desmaterializa-ção total”, afirma. “Quanto mais as empresas se atrasarem no processo de adoção, mais difícil vai ser compe-tirem em mercados cada vez mais exigentes.”

Faturação eletrónica de montante a jusanteOs ganhos com a fatura eletróni-ca estão comprovados e são uma realidade não só para a Sonae, mas também para os seus fornecedores. O papel proativo da empresa junto de fornecedores e operadores logísticos

Nuno Guerreiro, responsável pela Direção de Contas a Pagar da Sonae

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raio x

NuNo GuerreiroQuem é o NuNo Guerreiro eNQuaNto respoNsável da direção de CoNtas a paGar?É uma pessoa que gosta de “agir”, de fomentar soluções inovadoras e eficientes e de superar obstáculos para atingir resultados. Gosto de influenciar o desenvolvimento das pessoas e dos processos da organização, adaptando--me com facilidade à rapidez com que o enquadramento dos negócios se altera. É importante ter liberdade para “explorar” novas realidades e novas soluções, em busca de conceitos inovadores que satisfaçam a minha permanente orientação para a melhoria. Orientar, motivar e valorizar as pessoas é algo que me atrai num contexto em que as pessoas e as equipas estão no centro do nosso sucesso.

Qual a sua formação aCadémiCa e CurríCulo profissioNal?

Licenciatura em Gestão e um MBA em Finanças. Tenho também algumas certificações internacionais em Auditoria Interna e Gestão de Risco. A carreira profissional iniciou-se na Ernst & Young, na área de auditoria financeira, onde desenvolvi atividades em Portugal e Moçambique. Estive posteriormente no Grupo Maconde, onde fui responsável administrativo e financeiro durante o período de reestruturação dos seus negócios em Portugal e no estrangeiro. Esta é a minha segunda “viagem” na Sonae, nos últimos três anos inserido no apoio aos seus negócios de retalho, mas com passagens pelas áreas de Auditoria Interna e Gestão de Risco noutras sub-holdings do grupo.

Quais são os valores Que ajudam uma empresa a alCaNçar o suCesso? Está muito dependente da “qualidade” dos seus produtos e dos seus serviços e do modelo de gestão que implementa baseado em valores. Deve ser capaz de formar líderes e de criar uma cultura empresarial com base em valores. Na Sonae, os valores estão claramente definidos e comunicados e passam pela ética e confiança, pessoas no centro do sucesso da organização, ambição, inovação, responsabilidade social, frugalidade e eficiência e cooperação e independência. Estes valores regem o nosso dia a dia de trabalho e contribuem para enraizar o que nos distingue enquanto organização.

foi, aliás, determinante para a adoção da fatura eletrónica nos processos associados ao fluxo de mercadorias.Mas esta deve ser uma missão co-mum a todo o setor da distribuição, já que “tem um papel fundamental na dinamização desta temática no mercado”, considera Nuno Guerrei-ro. “As vantagens são claras e muito relevantes para as empresas, quer em termos operacionais, quer em termos financeiros.”Os próximos passos da Sonae passam por alargar esta solução eficiente de partilha de faturas aos seus clientes, na mesma lógica Business-to-Busi-ness. E para isso volta a contar com a ajuda da GS1® Portugal, à seme-

lhança do apoio prestado durante o processo de implementação da fatura eletrónica na empresa. Nessa altu-ra, a organização tinha constituído grupos de trabalho para promover a temática, publicado um guia sobre o standard da fatura eletrónica GS1 e ministrado várias ações de formação sobre o tema.Este e outro tipo de iniciativas no âmbito da fatura eletrónica – como a nova solução eDOCs 560 para PME – continuam a perfilar a ação da GS1® Portugal. O objetivo é que todas as empresas fiquem a ganhar. Porque a regra da eficiência é só uma: menos papel é igual a mais e melhor gestão da informação.

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GS1® eCom

partilha de dados comerciais normalizados Eficiência e produtividade são atualmente palavras-chave nos dicionários das empresas, associadas a processos de transação comercial cada mais automatizados e rápidos. O GS1® eCom desempenha um papel fundamental neste campo. Mas, afinal… o que é isto do GS1 eCom e que benefícios traz ao dia a dia das empresas?

Ordem de compra. Aviso de expedição. Aviso de receção. Fatura e pagamento. São vários os processos de co-mércio eletrónico que

preenchem o dia a dia das empresas – desde as micro às multinacionais. A forma como são trocados os docu-mentos de negócio associados a estes processos – por meios manuais ou eletrónicos – influencia a rapidez e segurança das transações e, conse-quentemente, a eficiência e produtivi-dade das empresas. A gestão manual de notas de encomenda enviadas por fax ou faturas expedidas por correio tornou-se obsoleta e ineficiente. No seu lugar há uma solução muito mais eficiente, eficaz, rápida e segura para trocar documentos de negócio: a transferência eletrónica de documen-tos (EDI). Esta transferência é feita através de mensagens eletrónicas comerciais, que são partilhadas entre os sistemas in-formáticos dos parceiros comerciais. É um processo automatizado, que requer o mínimo de intervenção humana e

que gera ainda mais benefícios para as empresas quando obedece a regras harmonizadas – isto é, acordadas entre parceiros comerciais. Falamos de standards globais para a partilha de mensagens comerciais eletrónicas ou, por outras palavras, GS1® eCom. O GS1® eCom consiste na troca dos dados dos documentos de negócio de forma estruturada e harmonizada, de acordo com os standards globais GS1®. Desta forma, todos os tipos de documentos de negócio são legíveis e compreendidos em qualquer parte do mundo, por qualquer organização, in-dependentemente do tipo de negócio, da dimensão da empresa, do software e do hardware utilizados.É, por isso, uma norma global para EDI que ultrapassa as limitações e falhas dos sistemas proprietários – nomeadamente o facto de só terem validade dentro de um grupo limitado de empresas.Mas as vantagens da transferência ele-trónica de documentos de acordo com standards globais não ficam por aqui. Incluem o aumento da velocidade, da precisão da informação e da satisfação

do cliente, a diminuição dos custos de administração e processamento, a redução do tempo de espera e inven-tário e ainda a reconciliação automáti-ca de documentos de negócio.O GS1® eCom é a única ferramenta de comércio eletrónico adequada a um contexto automatizado e globali-zado. A sua utilização tem por base

standards em ação

mensagens eletrónicas mais utilizadas pelos

nossos associados

orders Ordem de compra

desadV Aviso de expedição

reCadV Aviso de receção

InVoIC Fatura

remadV Nota de pagamento

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os identificadores-chave GS1, que são únicos e inequívocos. Falamos, em concreto, do GLN – Global Location Number –, a chave GS1 que identifica, à escala global, as entidades legais, funcionais e físicas, permitindo a troca eficiente e segura de informação comercial através das mensagens eletrónicas.

Linguagens eletrónicas globais para o setor do retalho & bens de consumoO fator de “distinção” do GS1® eCom é a sintaxe das mensagens – isto é, a linguagem eletrónica em que são comunicados os dados das notas de encomenda, faturas e outros docu-mentos de negócio. Existem duas sintaxes GS1 – únicas, inequívocas e “legíveis” à escala global – que são utilizadas com maior incidência pelos parceiros comerciais em todo o mun-do: o GS1 EANCOM e o GS1 XML.Em Portugal, cerca de 3200 empre-sas trocam mensagens eletrónicas comerciais de acordo com a sintaxe GS1 EANCOM, fazendo dela a mais utilizada no nosso país (fonte: eCom standards in the GS1 community -

2012). Na verdade, esta linguagem eletrónica é utilizada pela grande maioria da distribuição, que, por sua vez, exige receber dos seus fornecedo-res as mensagens comerciais eletróni-cas já estruturadas (“escritas”) neste formato. A popularidade desta sintaxe deve-se, em boa parte, à sua origem. Criado pe-la GS1, o EANCOM é um subset (uma versão mais ligeira) do EDIFACT, uma sintaxe complexa criada em 1987 pelas Nações Unidas.Enquanto o EDIFACT servia cerca de 250 tipologias de mensagens, diferen-ciadas por setores de atividade, o GS1 EANCOM abrange apenas 46 men-sagens de transação comercial – mas todas com real aplicabilidade à escala global e transversais a vários setores de atividade (por exemplo, nos trans-portes & logística). Dessas 46, desta-cam-se a ordem de compra, o aviso de expedição, o aviso de receção, a fatura e a nota de pagamento. Ou seja, os cinco documentos de negócio mais populares nas relações Business--to-Business e que correspondem ao processo completo de order-to-cash.

implementação

Planeamento• Definir necessidades de

negócio e de informação.• Definir os objetivos.• Definir a estratégia.• Desenho da arquitetura do

sistema. • Desenvolver plano de

implementação.

Requisitos• Equipa interna.• Recursos externos.• Infraestrutura tecnológica.• Software de gestão.• Comunicações.• Segurança.• Standards: solicitação de GLN.

Implementação e testes• Alinhamento de dados-

-mestre.• Adaptação de processos

internos.• Software tradutor de EDI

ou processo.• Desenvolver e implementar

programa com parceiros comerciais (início com projeto piloto).

- interoperabilidade + interoperabilidade - segurança + exatidão e segurança- eficiência + rapidez e eficiência

StandardS ProPrietárioS StandardS globaiS

partilha de dados comerciais

Empresa A Empresa A

Empresa CEmpresa C

Empresa B Empresa B

Empresa DEmpresa D

StandardA-B

StandardA-B

StandardA-C

StandardA-D

StandardB-D

Standard

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Há, por isso, que vencer o conformismo e que gerar fatores de confiança que favoreçam o investimento, estimulem o crescimento e combatam a destruição de empresas e de emprego.Retomar o crescimento é, de facto, um

imperativo.Há, no entanto, fatores que ainda bloqueiam este crescimento. Fatores a que só as políticas públicas podem responder.Neste momento, colocam-se dois grandes desafios às políticas públicas.Antes de mais, o de conciliar a consolidação orçamental com algum alívio das pressões sobre a procura interna e com a introdução de novas e eficientes medidas fomentadoras de uma retoma da economia e de criação de emprego.Simultaneamente, temos que resolver o problema do financiamento da economia, condição indispensável para a retoma.Quanto à consolidação orçamental, terá de basear-se na implementação de medidas estruturais que reduzam a despesa pública de forma permanente.Mesmo por esta via saudável, não podemos esquecer os efeitos recessivos, a curto prazo, de uma redução da despesa pública. Por isso defendemos uma maior moderação no ritmo a que esta consolidação está a ser feita.No que respeita ao financiamento, o Estado e, em geral, as entidades públicas têm uma primeira responsabilidade: a de liquidar as suas dívidas às empresas.Mas as políticas públicas deverão também contribuir para um acesso ao crédito bancário em melhores condições de pricing e prazos de reembolso. Por isso a CIP tem defendido que a recapitalização das empresas é tanto ou mais necessária do que a recapitalização da banca. Em tempos de crise, temos concentrado a nossa atenção, o nosso tempo e os nossos recursos na procura de medidas para a ultrapassar.

No entanto, não podemos permitir que a conjuntura nos impeça de olhar mais longe e de perspetivar o futuro.Em épocas de crise, quando a própria sobrevivência está em jogo, as empresas veem-se obrigadas a repensar estratégias e modos de atuação, vencendo inércias há muito instaladas, eliminando ineficiências e, sobretudo, introduzindo soluções inovadoras ao nível dos produtos, dos processos produtivos, da sua própria organização, dos mercados onde atuam.A crise pode, deste modo, ser vista como oportunidade de renovação, abrindo novos horizontes de desenvolvimento. Aliás, não serão os tempos de crise necessários para uma renovação profunda do tecido empresarial?Das crises resulta sempre, também, uma clarificação e depuração no tecido empresarial; as empresas que sobrevivem demonstraram uma boa capacidade; as piores empresas, que estavam a perturbar o bom funcionamento do mercado, não terão resistido, tornando assim o mercado mais concorrencial e libertando espaço para as que resistiram e para a emergência de novos projetos.Olhar mais longe e perspetivar o futuro passa também por novos desenvolvimentos tecnológicos. O desenvolvimento da economia digital, em particular, é extremamente importante para o crescimento e a geração de mais emprego. Por isso o último Conselho Europeu colocou este tema no primeiro ponto da sua agenda.Segundo a Businesseurope, confederação empresarial europeia em que a CIP participa, se as políticas corretas forem postas em prática, a economia digital poderá contribuir para ganhos de 5% no PIB europeu e criar quatro milhões de empregos.Portugal não poderá ficar à margem do enorme potencial das tecnologias digitais, cujo impacto não se fará sentir apenas nas indústrias digitais, mas constituirá um factor chave de crescimento empresarial mesmo nos setores ditos tradicionais.

O PANORAMA EMPRESARIAL PORTUGUÊSA economia portuguesa depende das capacidades e da determinação dos seus empresários e das suas empresas; capacidades para empreender e inovar e determinação em encontrar soluções para os problemas de crescimento da última década

PersPetivaAntónio SArAivAPresidente da CIP, Confederação da Indústria Portuguesa

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www.gs1pt.org facebook.com/GS1Portugal twitter.com/GS1Portugal linkedin.com/company/GS1-Portugal

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Universo gs1®

João Carlos de Oliveira

Fazer Fatura eletrónica, no Brasil, tem um segredo: os standards gs1®No Brasil, mais de um milhão de empresas emite a nota fiscal eletrónica de acordo com os standards GS1®. João Carlos de Oliveira e Virgínia Villaescusa, líderes da GS1® Brasil, fazem o retrato da utilização dos standards no país e dão a conhecer as convicções da organização que, em 2013, completou o seu 30.o aniversário

o Brasil promovendo o conhecimento sobre as nossas soluções e criando parcerias com outras organizações setoriais que podem ajudar-nos nessa missão.

Em 2012, a Associação Brasileira de Automação apresentou, em Lisboa, no âmbito da conferência internacional de saúde da GS1, um programa de adoção dos standards GS1® nos hospitais. Qual tem sido a relação da Associação com o setor da saúde no Brasil? A GS1® Brasil trabalha há mais de 15 anos com hospitais e entidades do setor. Trabalhamos com todos os stakeholders para que, juntos, possamos direcionar ações em prol da saúde do paciente, eficiência e segurança da cadeia de aprovisionamento, rastreabilidade e sincronização exata de dados. Formámos, inclusive, um grupo de trabalho com empresas e organizações do setor da saúde; oferecemos formação e realizamos assessorias em hospitais e laboratórios para disseminar os standards GS1®.

E como descreveria a relação de colaboração da organização com os restantes setores de atividade?

No atual contexto de crescimento económico no Brasil, quais são, na sua opinião, as principais oportunidades para a GS1® Brasil?As oportunidades são inúmeras em segmentos onde já temos atuação consolidada, como os supermercados,

e no apoio ao empreendedor individual. A questão da rastreabilidade por meio do GS1 DataBar, por exemplo, está a ganhar força no setor dos alimentos. A tecnologia EPC/RFID é outra solução que está a consolidar-se no setor têxtil e em outras áreas da economia. Também vislumbramos os eventos desportivos que vão acontecer no Brasil, a Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas em 2016, como um período muito rico para os nossos associados.

E os principais desafios? Como qualquer organização orientada pelo dinamismo do mercado, o nosso maior desafio é fazer com que as empresas brasileiras dos mais diversos setores da economia otimizem os seus processos através dos standards GS1®. Para isso temos percorrido

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Sobre a GS1 braSilN.º de Colaboradores: 70 N.º de assoCiados: mais de 57 mil

Principais grupos de trabalho Grupo de Trabalho da SaúdePriNCiPal objetivo: agir junto da ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária (órgão regulador) para manter a obrigatoriedade dos standards GS1® na embalagem de medicamentos.

Grupo de Trabalho do RetalhoPriNCiPal objetivo: oferecer soluções GS1 segmentadas, fortalecer a marca GS1® Brasil e ampliar o relacionamento com os players de supermercados.

Grupo de Trabalho de Produtos FrescosPriNCiPal objetivo: disseminar o Sistema GS1, focando a identificação de produtos e logística através do EAN-13, GS1 DataBar e GS1-128.

João Carlos de Oliveira,presidente da GS1® Brasil

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Universo gs1®

Tivemos necessidade de abrir duas frentes de trabalho: uma com os órgãos governamentais e outra com as empresas de cada setor. Trabalhamos de forma sinérgica com indústria e retalho e, graças a essa atuação, setores como o de calçado e o de frutas, legumes e verduras têm- -nos procurado para acompanhar iniciativas pioneiras. Desde 2012 também temos um escritório na capital do país, para atuar de forma mais próxima e colaborativa com os órgãos governamentais. A nossa postura proativa, transparente e imparcial tem resultado numa receção positiva por parte do governo.

O comércio eletrónico e a desmaterialização de dados têm dado claros sinais de crescimento em todo o mundo. Qual tem sido o trabalho desenvolvido pela GS1® Brasil nestas áreas e, mais especificamente, no âmbito da fatura eletrónica? O Brasil possui uma norma nacional para a fatura eletrónica. A GS1® Brasil contribui para que haja interoperabilidade entre os standards GS1® e a fatura eletrónica nacional. O resultado da sinergia entre a nossa organização e as secretarias de Fazenda Nacional foi uma norma que, desde novembro de 2011, tornou obrigatória a utilização do GTIN neste documento eletrónico.

Quais são os setores de atividade mais recetivos à adoção da fatura eletrónica GS1? O setor público brasileiro está entre estes setores? Todos os setores utilizam a fatura eletrónica padrão nacional, incluindo o setor público. Hoje, mais de um milhão de empresas brasileiras emite a nota fiscal eletrónica com a utilização do GTIN como chave de faturamento. Em 2013, foi lançado um novo projeto para que os mesmos standards sejam utilizados para a nota fiscal emitida para o consumidor final, o que nos enche de orgulho. Foi chamado de “nota fiscal de

consumidor eletrónica”.

A GS1® Brasil tem em curso um projeto de RFID no âmbito do Exército brasileiro. Fale-nos deste projeto e da experiência de colaboração com o setor da defesa. As Forças Armadas – Exército brasileiro e Aeronáutica – adotaram uma estratégia de automatização de operações logísticas. Enquanto parte desse programa, a Diretoria de Abastecimento trabalhou em conjunto com a GS1® Brasil para implementar um sistema de controlo e rastreabilidade através da tecnologia EPC/RFID. Os produtos identificados incluem materiais não bélicos, como, por exemplo, equipamentos para alojamentos e uniformes. O processo envolve todos os fornecedores, desde o centro de distribuição até às lojas das unidades, e levou a melhorias nas operações de stock e de envio e receção de materiais em tempo real.

A GS1® Brasil está a desenvolver um centro de inovação. Em que consiste este centro? O Centro de Inovação e Tecnologia será mais que um showroom na nossa sede, em São Paulo. Trata-se de um espaço interativo onde as pessoas terão a oportunidade de experimentar, na prática, as soluções tecnológicas da GS1 ao longo de toda a cadeia de abastecimento.

A criação de um centro de inovação e standards também é um dos objetivos de mandato da direção da GS1® Portugal. Quais são as mais-valias deste tipo de centros para os associados? Para nós, o Centro de Inovação e Tecnologia é a demonstração prática dos standards GS1® num ambiente propício para a troca de experiência, networking e reforço do nosso compromisso com a comunidade de negócios, parceiros e órgãos governamentais. Para os associados, é um ponto de contacto com os benefícios que os nossos standards proporcionam à cadeia de abastecimento.

A tecnologia e a Internet estão a revolucionar os negócios em todo o mundo e a GS1 está a acompanhar de perto esta revolução, criando novos standards que facilitem a eficiência, segurança, colaboração e sustentabilidade das empresas neste campo. Como idealiza a organização GS1, digamos, em 2020? O trabalho da GS1 nos dias de hoje certamente refletirá, no futuro, um mundo onde todos os processos da cadeia de aprovisionamento funcionarão de forma coesa e natural em virtude da utilização dos standards GS1®. Acredito cada vez mais que as novas tecnologias terão um impacto muito positivo nos negócios e na vida das pessoas, refletindo um mundo mais sustentável.

Presidir à Gs1® Brasil é ParticiPar numa orGanização comPrometida com a comunidade de neGócios e o emPreendedorismo Brasileiros e que Preza o Bem-estar das PessoasJoão Carlos de oliveira

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Código 560 | GS1® Portugal1.o semestre 2014 47

Virgínia Villaescusa

A GS1® BrASil AcompAnhou mudAnçAS SiGnificAtivAS no pAíS

Em 2013, a GS1® Brasil celebrou 30 anos. Como tem sido a relação da organização com os associados ao longo destes anos? O cenário político e económico-social

brasileiro melhorou nos últimos 30 anos e a GS1® Brasil acompanhou mudanças significativas, que impulsionaram o empreendedorismo no país. A nossa proatividade e participação em setores de base, como o de alimentos e o da saúde, aproximaram-nos da indústria e do retalho nacionais. Temos procurado estreitar ainda mais a nossa relação com os associados e a comunidade de negócios.Enquanto a GS1® Brasil celebra 30 anos, o código de barras completa 40. O código de barras é o principal standard GS1® utilizado pelos associados? A nossa maior base de associados é atualmente composta por micro e pequenas empresas dos mais diferentes setores da economia. O primeiro passo para a automatização comercial desses

negócios é o código de barras, hoje o principal standard utilizado pelos nossos associados. No entanto, temos acompanhado as necessidades dos consumidores e a própria curva de maturidade dos negócios, para que sejam adotadas outras normas. Atualmente, a GS1® Brasil possui mais de 57 mil associados. Quanto é que este universo associativo representa no panorama empresarial brasileiro? O mercado brasileiro é formado por mais de 11 milhões de negócios, sendo que o setor de serviços representa aproximadamente 45% deste número. A indústria, onde está a nossa maior base de associados, representa 7% do total, com mais de 700 mil empresas. Estamos a estudar o seu perfil para podermos obter o share real da organização no país e atuar numa divulgação mais direcionada para essas empresas.As pequenas e médias empresas têm muita expressão neste universo associativo? Sem dúvida. O microempreendedor individual, a microempresa e as empresas de pequeno e médio porte representam cerca de 82% do nosso quadro associativo, assim como no Brasil, em que este perfil de empresa representa 85% do mercado total. A GS1® Brasil tem programas desenhados especialmente para atender as PME. Um deles é o GS1 Vai até Você, no qual damos formação e promovemos encontros de negócios nas 27 capitais brasileiras. Quais são os setores mais representativos na GS1® Brasil? Hoje, 28% do nosso quadro associativo são formados por empresas do setor de alimentos, bebidas e fumo. Mas a GS1® Brasil abrange mais de 20 segmentos da economia, como retalho alimentar, grossista e distribuição, saúde, têxtil, gráficas e embalagens, material de construção, entre outros. Temos especialistas por setor que conhecem as melhores práticas globais para responder às demandas dos nossos associados e orientá-los no uso mais adequado dos standards GS1®.A partir de dezembro vai ser obrigatório, na União Europeia, que as empresas que vendam produtos alimentares através da Internet disponibilizem um conjunto de dados de produto nos seus websites. Considera que este regulamento também terá impacto na indústria alimentar do Brasil? Com a economia cada vez mais globalizada, esperamos que a regulamentação sirva de exemplo para iniciativas nacionais. E as empresas globais que atuam no Brasil também podem adequar os seus websites ao regulamento.Que conselho daria aos produtores e retalhistas, no sentido de cumprirem os requisitos do regulamento? Acreditamos que uma boa recomendação seria que eles estivessem cada vez mais atentos à qualidade dos dados dos seus produtos. Afinal, a informação correta gera grandes benefícios para o consumidor e para a marca.

“A GS1 é uma organização cuja razão de ser reside em ampliar os benefícios da automação para o bem--estar e segurança da sociedade no mundo inteiro. Fazer parte deste universo é um privilégio”

Virgínia Villaescusa,diretora-executiva interina da GS1® Brasil

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Código 560 | GS1® Portugal1.o semestre 201448

case study

Toshiba

único com certificação GS1® ePcGlobalA Toshiba Tec tornou-se, em 2009, o único fabricante de hardware a dispor da Certificação GS1® EPCglobal (código eletrónico de produto) nos mercados da Europa, América do Norte, Japão, China e Austrália

As Normas Globais GS1® EPCglobal combinam a tec-nologia RFID – Identificação por Radiofrequência

com o Código Eletrónico de Produto (EPC – Electronic Product Code) e as tecnologias de Internet para identifi-car e localizar um item ao longo da cadeia de valor de forma imediata, automática e inequívoca.A tecnologia RFID é um método de identificação de itens que se baseia no armazenamento e na recolha remota (sem ligação física) de dados comerciais por radiofrequência. Já o código eletrónico de produto é um código GS1 que identifica de forma inequívoca, à escala global, os itens, com a particularidade de se destinar a ser transportado numa etiqueta RFID.A Toshiba Tec recebeu, em 2009, o Certificado GS1® EPCglobal e tornou--se o único fabricante de hardware que dispõe desta certificação nos mercados da Europa, América do Norte, Japão, China e Austrália.O certificado aplica-se às impresso-ras RFID UHF Gen 2 da Toshiba e

assegura que estas podem partilhar dados do código eletrónico de pro-duto entre parceiros comerciais de diferentes regiões, ao mesmo tempo que também são capazes de impri-mir e gravar tags (etiquetas) utilizan-do tecnologia RFID UHF de segunda geração.Esta nova funcionalidade oferece ao utilizador um maior nível de intero-perabilidade entre os seus sistemas de identificação de produtos e os dos seus parceiros ou clientes, o que permite um intercâmbio de produtos e informação mais rápido, simples e seguro.As impressoras Toshiba Tec

Códigos de Barras gs1

caPtuRa automática de dados comeRciais

EAN/UPC GS1-128

que dispõem de Certificação GS1® EPCglobal em conjunto com os seus módulos RFID são os modelos da série SX, EX e da série SA4.

informação sobre produtos em tempo realNa identificação física de produtos, existem diferenças entre o código eletrónico de produto e o símbolo mais conhecido no mundo, o código

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Código 560 | GS1® Portugal1.o semestre 2014 49

Sabia que

o setor têxtil e o setor vitivinícola são dois dos setores de atividade que mais utilizam o código eletrónico de produto.

no setor têxtil, a utilização da tecnologia RFID/EPC permite aumentar em 300% a rapidez dos processos de receção de produtos e obter 100% de exatidão no inventário.

as Forças Armadas brasileiras utilizam a tecnologia RFID/EPC para controlar a rastrear materiais não bélicos, desde o centro de distribuição até as lojas das unidades.

Códigos de Barras gs1 gs1 rFid/ePC

ITF-14 GS1 DataBar GS1 DataMatrix GS1 QR Code GS1 QR Composite Barcode

EPC HF Gen 2 EPC UHF Gen 2

infravermelhoS taG rfid

de barras. A grande diferença reside no facto de o código de barras identi-ficar apenas grupos de itens (associa-dos a um Global Trade Item Number – GTIN), enquanto o código eletróni-co de produto, para além de identi-ficar os grupos de itens, contém um número de série único para cada um. O código eletrónico de produto é, as-sim, um código de segunda geração, que permite uma identificação mais

completa do produto.Além disso, a tecnologia associada ao EPC – a radiofrequência – leva a que os parceiros comerciais te-nham acesso à informação sobre os produtos em tempo real, à medida que estes circulam pela cadeia de abastecimento. Quer isto dizer que têm “visibilidade” total sobre cada um dos itens durante o fluxo de circulação e, consequentemente, um

elevado grau de gestão dos mesmos. Por exemplo, caso seja detetada uma anomalia num produto ou num lote de produtos, os fabricantes são capazes de rastrear e retirar os itens de circulação com rapidez e sem consequências para a cadeia de apro-visionamento.Para assegurar esta mais-valia é necessário ter em atenção todos os detalhes no processo de identificação dos produtos. “O processo de grava-ção da tag é a primeira ação crítica a resolver com absoluta fiabilidade para assegurar o êxito do projeto de RFID. Portanto, a utilização das im-pressoras Toshiba e os seus módulos de gravação RFID convertem-se num aliado fundamental, sendo a sua Certificação GS1® EPCglobal mais um aval da tecnologia utilizada”, esclare-ce a Toshiba Tec em comunicado.

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Código genétiCo

Os fármacos são um dos principais produtos alvo de contrafação. Em 2012, chegaram à Europa mais de 700 mil produtos de saúde contrafeitos. A contrafação de medicamentos gera atualmente mais lucros do que a droga (fonte: jornal Público, 2013) e tornou-se um problema de saúde pública à escala global. Na Europa, é um problema que a Comissão Europeia

quer erradicar ao longo dos próximos anos. Para isso, tem já em curso uma diretiva sobre medicamentos falsificados, que estabelece novas regras para as embalagens de medicamentos prescritos – nomeadamente a utilização de um código na embalagem dos medicamentos que os identifique de forma única e inequívoca, à escala global.

No setor dos dispositivos médicos, a segurança do paciente é cada vez mais uma prioridade para reguladores e autoridades governamentais. Nesta matéria, destaca-se a legislação final para a identificação única de dispositivos, aprovada no ano passado nos Estados Unidos pela Food and Drugs Administration (FDA), bem como as propostas de regulamentação que estão a ser preparadas pela Comissão Europeia e outros reguladores internacionais.Quer no setor dos medicamentos, quer no dos dispositivos médicos, a

lógica por detrás da implementação das diretivas legais é a mesma: é fundamental a adoção de um sistema único e global de standards. Tanto para garantir a eficiência das cadeias de abastecimento, dos processos de rastreabilidade dos produtos de saúde, bem como, finalmente, a segurança do paciente. No final de contas, um código pode ser o que protege o paciente de um produto contrafeito ou de um erro de medicação. Se dúvidas houvesse quanto aos ganhos de eficiência e segurança decorrentes da utilização de um único sistema de standards, à escala global, a consultora McKinsey & Company quantificou-os em 2012: menos 40 a 100 mil milhões de dólares em custos anuais em toda a cadeia de valor; mais 130 milhões

O objetivo da Comissão Europeia é, a partir de 2017, aumentar o grau de segurança através da introdução de informação complementar em mecanismos de transporte e captura automática de informação, da introdução de características adicionais de segurança física nas embalagens de produtos e do estabelecimento de uma rede de informação mais dinâmica. Uma das faces mais evidentes será a colocação de dados como a validade e o número de lote ou de série no código de barras das embalagens de medicamentos.

Saúde

Por uma cadeia de valor mais eficiente e segura Para o PacienteAs cadeias de valor dos medicamentos e dos dispositivos médicos atingiram um grande grau de complexidade, que acarreta riscos para os pacientes. Um código pode ser o que protege o paciente de um produto contrafeito ou de um erro de medicação

Silvério Paixão Diretor de Inovação & Standards da GS1® Portugal

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detenção e financiamento dos stocks, redução das perdas com inventários obsoletos ou associadas à contrafação, redução do custo com recalls e com a gestão dos dados, etc.

Fazer a diferençaOs benefícios são reais e certificam que a adoção de standards globais faz a diferença na eficiência e sustentabilidade da cadeia dos cuidados de saúde e proteção do paciente.Os standards GS1®, pelas provas

inequívocas de eficiência e segurança demonstradas à escala global nos últimos 40 anos, são reconhecidos internacionalmente como os mais adequados para o setor da saúde. A evidência complementar deste facto chegou-nos em 2013, com o apoio expresso de mais de 50 stakeholders à harmonização dos dados de medicamentos e dispositivos médicos através do Sistema GS1. 3M, Abbott, Baxter, Bayer, B. Braun, Johnson & Johnson e Pfizer estão entre os stakeholders que assinaram o memorando conjunto de defesa dos standards GS1® na saúde, os quais detêm ainda a confiança da EFPIA, do Eucomed e do Conselho Europeu.A identificação dos produtos e locais é única e inequívoca à escala global, o que facilita os processos de rastreabilidade de fármacos e dispositivos além-fronteiras e garante que o produto administrado ao paciente está conforme.A redução de erros de medicação é outro benefício decorrente da adoção destes standards. Por fim, a automatização da gestão hospitalar, através de sistemas normalizados, permite a partilha rápida de informação sobre um medicamento ou dispositivo hospitalar, ou mesmo sobre os pacientes e pessoal médico, já que atualiza de forma segura o “o quê”, o “onde”, o “quando” e o “porquê” de qualquer evento ocorrido no serviço de saúde.Os benefícios estão comprovados e ao alcance de todos os intervenientes da cadeia de valor da saúde. Basta que todos adotem standards globais e colaborem no seu desenvolvimento e divulgação, através de grupos de trabalho como o Healthcare User Group (HUG GS1 PT), criado pela GS1® Portugal em 2012 e que atualmente agrega 100 entidades do setor e mais de 250 profissionais de saúde. Contacte-nos e faça parte deste grupo. Por uma cadeia mais eficiente e segura, do princípio ativo ao paciente.

Em Portugal, os benefícios da normalização de dados vão desde a mitigação de

constrangimentos de tesouraria até à redução de custos operacionais

A contrAfAção de medicAmentos gerA AtuAlmente mAis lucros do que A drogA

de unidades de medicamentos não-conformes recolhidas; mais 60 mil milhões de dólares em poupanças para todos os agentes da cadeia de valor e, finalmente, mais de 25 mil mortes e incapacidades que podem ser reduzidas.Em Portugal, os benefícios da normalização dos dados de medicamentos e dispositivos médicos são conhecidos. Vão desde a mitigação de constrangimentos de tesouraria até à redução dos custos operacionais – nomeadamente redução do custo de

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O OutrO ladO de...

Filipa Peixoto

Acho que voltei A nAscer no diA em que fui mãeGerir as competências e o talento da equipa da GS1® Portugal tem sido uma das principais funções de Filipa Peixoto desde que integrou a organização, em 2011. Mas nos últimos quatro meses o campo de ação passou a ser outro: a sua família, exclusivamente. Afinal, agora são três lá em casa

Pôr paixão em tudo o que faz. Filipa Peixoto acredita que esta é a sua maior qualidade, mas os colegas de equipa con-sideram que há outras

a destacar. Como “simpatia”, “boa disposição” ou “sorriso pronto, de manhã à noite”. Susana Duarte, Sales Representative da GS1® Portugal, vai ainda mais longe quando diz que “é difícil definir a Filipa numa qualida-de”. Ainda assim, destacaria os seus valores sociais, humanitários e de cidadania. Qualidades fundamentais quando se trata da gestora de recur-

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“Também é fundamental colocar cada colaborador no lugar certo, desenvolver as suas competências, valorizar o seu trabalho e alinhá-lo com a equipa e com os objetivos.”No caso da GS1® Portugal, este tra-balho de gestão da equipa produziu resultados muito positivos e de forma natural. Para isso, diz, contribuiu o facto de a equipa ser “muito dedica-da”, acreditar no projeto GS1 e nos benefícios que traz à sociedade. Sem nunca esquecer que “é uma equipa muito dinâmica!”.

Uma mulher de garra e uma mãe muito “babada”Ter dias vazios não é para esta gestora de recursos humanos. Quando não está a trabalhar, Filipa gosta de pas-sear e estar com a família na praia e no campo. Também gosta de ir a con-certos, dançar e ler. E “muitas outras coisas, exceto descansar”, confessa.Desde setembro, o descanso é ainda menor. Motivo: nesse mês, Filipa foi mãe pela primeira vez. À pergunta “o que sentiu quando viu a sua bebé pe-la primeira vez”, Filipa responde com três palavras: uma alegria imensa. “Vi-nos ali aos três e senti que íamos começar uma nova vida com mui-to mais sentido. Acho que voltei a nascer nesse dia.” Hoje acha que tem o coração pequenino para o “amor maior” que é a filha, Maria Rita. E que todos os dias são os mais felizes da sua vida. Este mês, Filipa regressa ao trabalho. Sabe que conciliar trabalho e família não será fácil, mas falhar não é uma hipótese para esta “mãe babada”, que é também uma mulher de garra. Nem em casa, com a família, nem na GS1® Portugal, com a equipa. “Vou exigir muito de mim nas duas frentes. Mas também sei que não vou querer falhar em lado nenhum e, portanto, vou ser a mais lesada.” Ainda assim, não hesita em ripostar: “Sê-lo-ei com todo o gosto.”

sos humanos da GS1® Portugal e a responsável pela formação GS1.Afinal, quem é Filipa Peixoto? É “uma mulher que gosta muito de desfrutar da vida e que quer da vida tudo aquilo a que tem direito”, diz a própria, em jeito de autorreflexão. Filipa tem 36 anos, vive em Lisboa e formou-se em Psicologia no ISCTE. Teve o “primeiro emprego importan-te” na Direção-Geral de Saúde, onde geriu projetos europeus de prevenção do tabagismo e promoção da saúde. Uma experiência “rica”, que ainda hoje relembra com carinho.A falta de oportunidades de desen-volvimento de carreira levou-a a trocar a área de ação social por outra área igualmente importante: a de gerir pessoas. Foi com esse propó-sito que se juntou à GS1® Portugal em 2011 e, desde então, é “uma peça fundamental” na organização, sublinha o diretor executivo João de Castro Guimarães.A entrada da gestora na organização significou o início de ações internas focadas na confiança e no trabalho em equipa. Essas ações incluem atividades de team building, uma Annual Team Convention – uma espécie de convenção interna da GS1® Portugal para preparar as atividades do ano –, sessões de conhecimento acompanhadas de um lanche (Lanche & Learn) ou coaching e formação interna. Não esquecen-do o Programa de Formação para os Associados, um dos projetos de maior sucesso na GS1® Portugal, que se traduziu num aumento de 30% do número de formandos em 2012 e que repetiu a proeza em 2013.Quando perguntamos se ações como estas são importantes para os recur-sos humanos de uma organização, Filipa não tem dúvidas. “São fun-damentais. O segredo é conseguir manter os colaboradores motivados e conseguir que saibam automotivar--se.” E deixa algumas dicas extra:

raio x

Filipa peixotoViagem mais marcante Itália.Filme preFerido Moulin Rouge.música – artistas preFeridos Muitos. Hoje pode ser Pearl Jam e Raquel Tavares.liVroO Livro do Desassossego, de Fernando Pessoa.prato FaVorito Bacalhau com todos na noite de Natal.adora… ... dias de sol.Um sonho “impossíVel” Conhecer todas as cidades do mundo.não passa sem…... a minha família.preFerência FUtebolísticaSporting.

para Filipa, gerir bem os recursos humanos de uma organização passa por manter os colaboradores motivados

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Saúde & bem-eStarAnA Leonor PerdigãoNutricionista

equilíbrio

ComeCe o ano a penSar… no Verão!Fazer uma alimentação saudável e ser ativo no dia a dia são dois amigos da sua saúde

A s festas de Natal e Ano Novo caracterizam- -se, entre outras coisas, por uma alimentação

tendencialmente menos equilibrada e mais calórica, que pode acabar por se refletir na balança. É verdade que os momentos de maior preocupação com a linha ainda estão a uns meses de distância, mas também é certo que quanto mais rapidamente se regressar ao “bom caminho” mais fácil será. Por outro lado, o início do ano é sempre um momento de tomada de decisões importantes e de compromisso com objetivos para o novo ano que começa. Por isso mesmo, e para ser inovador, porque não incluir nas suas decisões de Ano Novo algumas relacionadas com estilos de vida mais saudáveis? Fazer uma alimentação mais equilibrada e ser mais ativo no dia a dia são pilares essenciais para uma melhor saúde e um maior bem-estar

a curto, médio e longo prazo. Veja algumas das nossas sugestões e inspire-se:Resista à tentação de prolongar o menu festivo para além das festas. Procure limitar o consumo de alimentos mais calóricos, principalmente os doces, para além das refeições realmente festivas. Os alimentos que sobram podem ser congelados e consumidos noutras ocasiões ou até partilhados com instituições de solidariedade da sua zona... Vai sentir-se muito bem consigo mesmo e fazer bem a quem o rodeia!Opte por refeições mais ligeiras nos dias que se seguem. Depois de alguns dias de maior despreocupação no que toca a aspetos nutricionais, é importante fazer opções mais ligeiras, eliminando os alimentos muito

calóricos, ricos em gordura e açúcares.

Reforce o consumo de produtos hortícolas e fruta. Estes alimentos são muitas vezes

esquecidos no nosso dia alimentar, mas pela sua riqueza em água, fibra, vitaminas e fitonutrientes e reduzido valor calórico

são bons aliados, ainda mais nesta fase pós- -festas. Crie o hábito de os integrar pelo menos nas duas refeições principais, seja na sopa ou no prato, como acompanhamento. Recupere igualmente o hábito de consumir leguminosas secas, como o grão e o feijão, alimentos económicos e nutricionalmente ricos. Beba muita água. Pode não ser algo de que nos lembremos facilmente quando está frio, mas beber cerca de 1,5 l de água por dia, quer na sua forma direta quer em diferentes outras apresentações, nomeadamente chás, tisanas e até sumos de frutas naturais, é fundamental para manter a hidratação e ajudar a restabelecer o equilíbrio do organismo.Recupere ou implemente rotinas alimentares mais adequadas. Recorde a importância de tomar o pequeno-almoço, idealmente em casa, onde é mais económico e provavelmente mais equilibrado do ponto de vista nutricional. Integre nesta refeição cereais ou derivados escuros ou integrais, um produto láteo e, se possível, uma peça de fruta ou pontualmente um sumo de fruta natural. Quem toma regularmente o pequeno-almoço tem mais facilidade em atingir um peso adequado e em mantê-lo ao longo do tempo. Faça exercício. Mesmo nesta altura do ano, aproveite todas as oportunidades para aumentar o seu nível de atividade física, seja no ginásio, seja nas suas atividades da rotina diária. Algo tão simples como caminhar cerca de 30 a 40 minutos por dia ajuda-o a manter-se significativamente mais saudável.Com pequenas mudanças implementadas de forma consistente e a médio/longo prazo vai ver que chega ao verão em plena forma e sem necessidade de sacrifícios de última hora.Aceita o desafio?Votos de um 2014 muito saudável!

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Receita de Marta Bártolo, finalista da 1.ª edição Masterchef Portugal, programa

de culinária da RTP, 2011

Batatas recheadas gratinadas, com Bacalhau com natas Ingredientes para 6 pessoas6 batatas grandes com casca cozidas queijo para gratinarPara o recheio3 postas de bacalhau5 cebolas médias/grandes4 ou 6 dentes de alho 1 alho-francês 1 courgette1 cenoura1 folha de louro azeite, sal e pimenta q. b.1 molho de coentros picados amêndoas laminadas q. b. Para o molho branco150 ml de natas150 ml de leitesal, pimenta e noz moscada q. b.30 g de manteiga30/50 g de farinha

1 Coza as batatas com casca em água fria com sal. Quando

arrefecerem, corte uma tampa ao longo do seu comprimento e retire parte da polpa, para deixar espaço para rechear. Envolva com o recheio parte da “polpa” da batata e recheie as batatas. Por cima, coloque um pouco de queijo para gratinar e leve ao forno pré- -aquecido a 180ºC/200ºC somente para gratinar… e acompanhe com uma “bela” salada!

2 Começe por escaldar e limpar de espinhas e peles as postas de

bacalhau. Reserve.Num tacho, coloque um fio de azeite, o louro, um pouco de sal

e pimenta, as cebolas e os alhos picados finamente a refogar. Quando estiverem translúcidos, acrescente a cenoura ralada e a courgette em pequenos cubos e deixe alourar. Depois, o alho-francês em meias-luas muito finas e, por fim, o bacalhau. Salteie e aloure o preparado e, se necessário, acrescente mais um pouco de azeite…

3 Coloque o leite e as natas num fervedor a aquecer.

Entretanto, num tacho, coloque a manteiga a derreter e logo de seguida a farinha e envolva até formar uma “pasta” homogénea. Adicione aos poucos o leite e as natas bem quentes, de preferência

com umas varas, envolvendo até obter um creme homogéneo… se necessário acrescente um pouco mais de leite frio ou natas e bata com a varinha mágica se persistirem grumos. Se quiser, pode comprar o molho; obviamente, o resultado não será o mesmo!

4 Antes de retificar os temperos e a consistência, envolva com

o preparado anterior do bacalhau e a polpa das batatas que cozeu, acrescente os coentros picadinhos, por cima coloque um pouco de queijo e as amêndoas laminadas, coloque em forno pré-aquecido a 200ºC até gratinar e acompanhe com uma “bela” salada!

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Foto

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ur

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breves

GS1® e The ConSumer GoodS Forum

standard para maior sustentabilidade de embalagensA GS1® lançou, em agosto passado, em parceria com o Consumer Goods Forum, um novo standard para garantir a maior sustentabilidade das embalagens dos produtos de consumo

A Creativesystems, empresa tecnológica portuguesa vocacionada para soluções RFID e uma das 100 empresas tecnológicas mais promissoras do mundo, foi uma das vencedoras do Red Herring Top 100 Global 2013 Award, uma distinção internacional que premeia as empresas de tecnologia e os empresários mais inovadores e audazes de todo o mundo.O prémio foi atribuído em novembro do ano passado, meses depois de a Creativesystems ter sido distinguida a nível europeu com o prémio Red Herring Top 100 Europe 2013.

Trata-se do Global Protocol for Packaging Sustainability (GPPS), norma que inclui mais de 40 indicadores a nível ambiental, económico e social.Estes indicadores vão conferir aos bens de consumo e às indústrias de embalamento uma linguagem comum, capaz de medir e analisar os impactos do embalamento para a sustentabilidade.Redução de custos, menores impactos a nível ambiental e melhoria na perceção do

consumidor são alguns dos benefícios que resultam da adoção do GPPS. Nesse sentido, as métricas deste standard estão já disponíveis na Rede Global de Sincronização de Dados (GS1® GDSN).“A GS1® está inteiramente empenhada na promoção do consumo e da produção sustentáveis”, garante Miguel Lopera, presidente e CEO da organização, que anunciou ainda a adesão ao Consórcio da Sustentabilidade.

GS1® PorTuGal

Descentralização Das reuniões De DireçãoEm 2013, a GS1® Portugal voltou a realizar reuniões de direção fora das suas instalações, ao abrigo da política de descentralização que o Board adotou em 2010

A última reunião de direção no exterior das instalações aconteceu em setembro e teve lugar na Nestlé Portugal. João de Castro Guimarães, diretor-executivo da associação, realçou a “amabilidade e cortesia demonstradas por toda a equipa da Nestlé Portugal”, acrescentando que a multinacional “deu ao nosso Board a oportunidade de acrescentar valor e produtividade à reunião”. O administrador-delegado da Nestlé, Jacques Reber, fez questão de sublinhar que foi com muito prazer que a empresa recebeu a direção da GS1® Portugal. E acrescentou: “A GS1® Portugal tem alcançado sucesso onde outros têm falhado e, por isso, eu acredito que esta organização pode desempenhar um papel ainda mais importante na otimização das cadeias de valor. A organização pode contar com o meu total apoio nesta missão.” As primeiras reuniões de direção fora das instalações da GS1® Portugal realizaram-se em novembro de 2010.

A normA

inclui mais de 40 indicadores a nível

ambiental, económico e social

– nas sedes da Sonae e da Nestlé Portugal. Em dezembro do mesmo ano a Direção da associação reuniu-se nas instalações da Sogrape Vinhos e, em julho de 2011, na Sociedade Central de Cervejas e Bebidas (SCC). Em março de 2012 voltou a reunir-se na Sogrape Vinhos.produtos perigosos.

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Código 560 | GS1® Portugal1.o semestre 2014 57

brevíssimas

internaCional

Colaboradores da Gs1® PortuGal PartiCiPam em Fórum euroPeu da Gs1®

onze colaboradores da GS1® Portugal participaram, em outubro, no GS1® in europe regional Forum, um encontro europeu que reuniu em roterdão, Holanda, 36 organizações-membro da europa e mais de 300 participantes.o fórum é um momento único de networking para os colaboradores europeus da GS1®, que permite ainda colaborar em grupos de trabalho, tomar decisões no âmbito de projetos específicos das suas áreas e partilhar experiências e conhecimento sobre standards e sobre os diferentes setores de atividade em que a GS1® atua.

Regulamento euRopeu n.º 1169/2011

Workshops em ParCeria Com a aPed e a FiPaA GS1® Portugal realizou, durante o ano de 2013, dois workshops, em parceria com a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) e a Federação Portuguesa das Indústrias Agroalimentares (FIPA), dedicados ao Regulamento Europeu de Informação ao Consumidor n.º 1169/2011, que entra em aplicação em dezembro deste ano. Os workshops realizaram-se a 2 de julho e a 19 de novembro e tiveram como objetivo elucidar a cadeia de valor do retalho & bens de consumo para as novas regras de informação sobre produtos alimentares introduzidas pelo diploma.Uma das principais alterações prende-se com a venda à distância de produtos pré- -embalados. As empresas que vendem estes produtos em canais de venda à distância, como plataformas online e mobile, têm de passar a fornecer os dados que constam do rótulo das embalagens nos seus websites antes do ato da compra e sem custos acrescidos para o consumidor. Caso contrário, não podem vender os produtos neste canal. Uma exigência que implica uma forte relação de cooperação entre todos os parceiros da cadeia alimentar e que torna ainda mais imprescindível a colaboração entre a APED, a FIPA e a GS1® Portugal. Afinal, as três associações têm a missão conjunta de “sensibilizar os parceiros comerciais para as exigências do regulamento”, considera Ana Isabel Trigo de Morais, presidente da APED.

pReços e condições comeRciais

ADMISSÃO À GS1® PORTUGALEste ano entrou em vigor uma nova tabela de preços e condições comerciais relativa aos processos de admissão à GS1® Portugal e de utilização dos produtos e serviços da organização. Entre os produtos contemplados estão o Global Company Prefix e os identificadores chave GS1, necessários para a codificação de produtos de acordo com as Normas Globais GS1. A tabela de preços pode ser consultada em www.gs1pt.org ou solicitada através do e-mail [email protected].

assembleia geRal

NOVOS ESTATUTOS DA GS1® PORTUGALA GS1® Portugal (CODIPOR – Associação de Identificação e Codificação de Produtos) aprovou, no passado dia 24 de setembro, a alteração parcial dos Estatutos e do Regulamento Interno da associação durante a sua assembleia geral extraordinária. A legalidade dos novos Estatutos da GS1® Portugal – CODIPOR foi já reconhecida pela Procuradoria da República da Comarca de Lisboa. Os Estatutos podem ser consultados em www.gs1pt.org.

cadeia de abastecimento

HL7® RECONHECE GS1 COMO STANDARD INDICADO PARA A SAÚDEA Health Level Seven International (HL7®) reiterou o seu apoio à adoção do Sistema GS1® como o sistema de normas globais mais adequados à cadeia de abastecimento da saúde. A manifestação surgiu após mais de 50 dos principais players mundiais do setor assinarem um memorando conjunto de defesa da utilização do Sistema GS1® e de a McKinsey & Company ter publicado um relatório sobre os benefícios quantitativos da adoção de standards globais na cadeia de valor da saúde.

agenda17 – 21 Fevereiro:

Global Forum da GS1® Bruxelas

26 Março:

assembleia Geral da GS1® Portugal Lisboa

19 – 23 Maio:

assembleia Geral da GS1®

Berlim

– nas sedes da Sonae e da Nestlé Portugal. Em dezembro do mesmo ano a Direção da associação reuniu-se nas instalações da Sogrape Vinhos e, em julho de 2011, na Sociedade Central de Cervejas e Bebidas (SCC). Em março de 2012 voltou a reunir-se na Sogrape Vinhos.produtos perigosos.

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A programação estrutural 2014-2020 enfrenta a imperiosa necessidade de promover aquela transição para um novo paradigma competitivo, marcada por três áreas críticas de ação onde se ganha, ou se perde, o sucesso na superação da crise

estrutural de competitividade da economia portuguesa:• Aumento cumulativo da produtividade-valor, reconhe-cendo que as principais dificuldades competitivas da eco-nomia portuguesa correspondem, sobretudo, a problemas de posicionamento nas atividades com maior relevância nas cadeias de valor de satisfação de procuras de empre-sas e de consumidores em mercados concorrenciais;• Desenvolvimento de novos fatores competitivos indu-tores de maior valor acrescentado, reconhecendo que im-porta alargar e sistematizar organicamente um vasto con-junto de iniciativas colaborativas de adoção, adaptação e desenvolvimento tecnológico nas diferentes e complexas atividades que permitem mobilizar conhecimento, cultura e criatividade para combinar inovação e diferenciação na produção de bens e serviços transacionáveis;• Intensificação de uma ativa participação na globalização reequilibrando o balanço de ameaças e oportunidades, reconhecendo que a reorientação da economia portuguesa exige uma mudança global, para favorecer as condições de crescimento a prazo da economia portuguesa, tradu-zida na afetação prioritária de recursos às atividades de bens e serviços transacionáveis com uma redução do conteúdo importado das exportações e um aumento da capacidade nacional de satisfação da procura interna.A economia nacional conheceu ao longo dos dois últimos ciclos de programação estrutural (2000-2006 e 2007-2013) uma interrupção no processo de convergência económica no espaço europeu que se constituiu como evidência da crise da sua competitividade estrutural e perda de eficácia das políticas públicas de promoção do crescimento.O objetivo de uma recuperação em direção a um novo

modelo de crescimento sustentável está ligado, no caso atual, a um objetivo de profunda reformulação do sentido da afetação dos recursos em direção às atividades de bens e serviços transacionáveis, isto é, corrigindo a ineficácia alocativa que conduziu a economia nacional a um longo período de estagnação económica.A promoção da competitividade só terá sucesso se for estreitamente articulada com a promoção do reforço da internacionalização da economia. Importa prosseguir o reequilíbrio estrutural da balança de bens e serviços em ar-ticulação com um aumento significativo do valor acrescen-tado líquido exportado, arrastado pelo progressivo ganho de peso das atividades diretas e indiretas de exportação e substituição de importações. A promoção do reforço da competitividade e da internacionalização da economia portuguesa deve entender-se, assim, como uma combi-nação de esforços concretos e diversificados envolvendo diferentes dinâmicas de competitividade, crescimento e emprego nos modelos de negócio das atividades de bens e serviços transacionáveis e diferentes dinâmicas territoriais no acolhimento e desenvolvimento desses esforços, nome-adamente em:• Intensificação do ritmo de inovação e diferenciação, su-portados pela tecnologia e pela criatividade, para melho-rar a posição ocupada nas cadeias de valor e os modelos de negócio nos principais segmentos de especialização atual da economia portuguesa com uma base económica e experiência exportadora já relevantes ou em afirmação;• Estruturação e consolidação de atividades emergentes associadas à valorização económica do conhecimento, on-de as novas TIC e os novos materiais são muito relevantes;• Valorização económica e gestão integrada de fileiras de produção e cadeias de valor baseadas em recursos endógenos e ativos específicos, localizados e não transferíveis, em especial no turismo, agroindústrias e indústrias florestais, atividades associadas ao mar e indústrias culturais e atividades criativas.

fundos estruturais 2014-2020: pela competitividade e internacionalização da economia portuguesaA economia portuguesa encontra-se “a meio” de uma transição relativamente longa para um novo paradigma competitivo imposto pela concorrência acrescida fruto da aceleração da globalização, pelo alargamento da UE e regime macroeconómico da União Económica e Monetária, que importa concluir com sucesso e rapidamente.

Augusto MAteus Professor no Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG)

crónica

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INTRODUÇÃO À LINGUAGEM GLOBAL DOS NEGÓCIOS: SISTEMA GS1®As normas de identificação mais utilizadas no mundo

O CÓDIGO DE BARRAS NA EFICIÊNCIA DOS NEGÓCIOS

INTRODUÇÃO AO COMÉRCIO ELETRÓNICOComo partilhar dados comerciais por via eletrónica

FATURA ELETRÓNICAMais negócio, menos papel

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B2C: AS NOVAS TECNOLOGIAS NA INFORMAÇÃO AO CONSUMIDOR

O CÓDIGO DE BARRAS NO RETALHOVenda de produtos frescos e de peso/quantidade variável

IDENTIFICAÇÃO DE MEDICAMENTOS E DISPOSITIVOS MÉDICOS ATÉ AO PACIENTE

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SUPPLY CHAIN MANAGEMENT PARA PME’S

OTIMIZAÇÃO DA GESTÃO DE CATEGORIAS

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