Cocal do Sul: Um mergulho em sua história

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Livro que conta a história de Cocal do Sul na visão dos escritores Hylário Ernesto De Fáveri e João Carlos De Pellegrin de Souza.

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Hylário Ernesto De Faveri

João Carlos De Pellegrin de Souza

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Com a colaboração de Venicios Búrigo

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DEDICATÓRIA

Dedicamos essa obra, primeiramente a Deus, que nos presenteou com

essa grande dádiva que é a vida.

Aos nossos pais que foram os instrumentos operados pelo Criador para

nos conceder a oportunidade e a graça da Vida.

Às nossas familias que, sempre nos incentivaram, inobstante as

dificuldades encontradas ao longo do caminho.

A todos os pesquisadores que se ocupam ou se ocuparam em conhecer e

entender a odisséia das peregrinações humanas, especialmente ao Padre

Luigi Marzano, o percurssor de todos.

Às Famílias De Pellegrin e De Faveri que ousaram “far l´America”.

A todos quantos que, de forma construtiva, puderem tecer suas críticas

para que, no futuro, possamos enriquecer ainda mais o presente trabalho.

E àqueles que nos servem de motivo para contionuarmos nossa trajetória:

de um lado, Teresinha, Juliano, Willian e Ezequie,e de outro, Camila e

Laura.

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AGRADECIMENTOS

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PREFÁCIO

Com avós e pais nascidos em Cocal, tendo residido 4 anos de

minha infância e freqüentado a casa do avô Gílio Búrigo e Ida Possamai

Búrigo durante minha juventude, e Cocalense por adoção, ao iniciar a

trabalhar na ELIANE a partir da década de 60, fiquei orgulhoso em ser

convidado a escrever o prefácio do livro “Cocal do Sul, UM MERGU-

LHO EM SUA HISTÓRIA”, pelos autores João Carlos De Pellegrin de

Souza e Hilário Ernesto de Fáveri.

Primeiro, pela surpresa da obra; segundo, pela iniciativa e cora-

gem, e depois, por me permitir recordar parte de meu passado, mergu-

lhando na história dos Cocalenses.

Sabia da vontade de Hilário registrar parte da história de Cocal,

principalmente daquela na qual foi um dedicado e corajoso líder, especi-

almente por ter liderado seu movimento emancipacionista, que culmi-

naria na criação deste belo município que é Cocal do Sul.

A partir desta idéia, e com a experiência política e comunitária

em Cocal, foi buscando dados, certidões e relatos de um passado mais

antigo de sua terra natal.

Aliando-se à tenacidade de um jovem advogado, na pessoa de

João Carlos De Pellegrin de Souza, pois filho de operários, conseguiu

chegar ao curso superior, começaram a ordenar o que tinham, a escrever,

a corrigir, enfim, a remontar e enriquecer a história de Cocal.

Muitos dos Cocalenses vão se encontrar nesta história, por si ou

por seus antepassados.

Poderão encontrar falhas ou omissões, as quais, porém, não ti-

ram o brilho da obra e a iniciativa de registrar o que sabiam, souberam e

foram buscar, porque a história de uma comunidade não se esgota em

uma só obra, mas serve para incrementar que outros temas sejam levan-

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tados enriquecendo o conhecimento de um passado de já mais de 100

anos.

Às críticas, responde-se com a ousadia dos autores.

Com enfoque nas origens, no desenvolvimento do comércio e da

indústria, da educação e ensino, e principalmente, na documentação ofi-

cial conseguida e publicada, temos a certeza que será uma leitura aprazível

e saudosa de todos os Cocalenses que aqui vivem.

E, principalmente, é uma obra que marcará a todos os pesquisa-

dores que gostariam, no futuro, de consultar e citar, para um comple-

mento futuro de outras obras que seguirão esta, e um registro para estu-

do das gerações que nos sucederão.

Edson Gaidzinski (in memorian)

Presidente do Conselho de Administração Do Grupo Eliane

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MENSAGEM DO PREFEITO

Num primeiro momento, recebi com muito entusiasmo a noticia

de que a História de nossa terra estava ganhando páginas na forma de

um livro. Depois, com muito orgulho, tomei conhecimento do trabalho

que os pesquisadores realizaram e de ter conhecido o livro propriamen-

te dito. Então, pude perceber que se estava oferecendo a este jovem

município e seu povo mais um belo presente. O primeiro desses presen-

tes foi sua emancipação político-administrativa, que muito de progresso

propiciou à nossa terra. O segundo desses presentes é o livro que traz

insculpida toda a sua história, sua cultura , retratando de forma fiel o que

é nossa gente, um povo calcado na fé, na coragem e no amor à vida.

Um povo ao não conhecer sua história, suas origens não pode

entender seu passado, nem compreender o seu presente, e assim sendo,

não pode projetar o seu futuro.

Mas graças ao trabalho de nossos pesquisadores, Cocal do Sul e sua

comunidade poderão, cada vez mais, continuar sua trajetória de con-

quistas e de progresso, especialmente porque sabemos do que fomos

capazes de realizar ao longo de nossa história e, dessa forma, temos a

exata noção do muito que ainda resta por se fazer.

Nossas gerações vindouras muito se orgulharão, ao ler sobre Cocal

do Sul, dos caminhos percorridos por seus antepassados e de seus

concidadãos. Perceberão que sua terra guarda um enorme potencial e a

valorizarão cada vez mais como um lugar para cultivarem suas vidas.

As páginas dessa obra mostram, de forma didática, a evolução

gradativa impressa em nossa cidade, coroando todo um trabalho de cres-

cimento e de desenvolvimento, baseado na ação incansável de sua gente

laboriosa e ordeira, constituindo-se num merecido presente, que se ofer-

ta da forma mais louvável e possível, a todas as lideranças políticas e

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comunitárias que ajudaram a edificar a história do nosso município. E, inde-

pendentemente de suas correntes ideológicas, essas lideranças, no

seu ardoroso comprometimento social, ajudaram a imprimir nas páginas

que ganham forma de livro a marca do povo sulcocalense.

O conteúdo das páginas dessa obra, tenho certeza, será de grande

valia para todos quantos necessitarem alimentar-se desse conhecimen-

to, pois aquele que se detiver ao exame dessas páginas, perceberá sua

grande utilidade, no que concerne especialmente à pesquisa.

Por último, reconheço e louvo o trabalho desenvolvido pelos au-

tores que, com muita dedicação e amor à terra, possibilitaram resgatar

nossa história, fidedigna e imparcialmente, permitindo-nos mergulhar

nas águas cristalinas da História de Cocal do Sul.

Jarvis Gaidzisnki Filho

Prefeito Municipal

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INTRODUÇÃO

A História da Humanidade é um somatório incrível de

avanços em todas as áreas do conhecimento. Da era das cavernas aos

atuais dias, muito se conquistou. Evoluimos na busca da superação dos

problemas e dificuldades que afligem a humanidade. Conquistamos a

lua, partimos para a investigação de outros planetas, estudamos mais e

mais e chegamos à manipulação genética. Criamos o chip e os bits, nasceu

o computador e agora com a internet, difunde-se o Conhecimento.

Nessa busca constante pela superação, é claro,

erramos muito, mas um detalhe não pode ser omitido: graças à curiosidade

que tem aguçado o homem na busca de sua superação, de sua longividade

e origem, é que pudemos resgatar toda a trajetória de nossos ancestrais,

possibilitando com isso, caminharmos na direção do horizonte. E é certo

que não prosperam as sociedades que não têm preocupação ou se

orgulham de seu passado. Muitas, mesmo algumas que se auto proclamam

desenvolvidas, oferecem as costas à sua História, deixando escapar, além

de um importante legado sócio - cultural, sua própria identidade.

A compreensão do passado, entendemos, é a chave que abre

a porta do significado do Presente, possibilitando a consequente projeção

do Futuro. Está implícito na condição humana a necessidade de conhecer-

se e de buscar suas origens, como forma de melhor compreender a

realidade histórica, geográfica e econômica na qual está inserida.

E pesquisar um fato, cuja historicidade se reveste de impor-

tância, é mergulhar profundo no oceano do conhecimento, é buscar os

liames que possam comprovar sua veracidade, além de lançar-nos nas

clareiras das descobertas fascinantes.

Foi assim com este singelo trabalho de pesquisa referente à

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colonização e formação do Município de Cocal do Sul. A partir de

dados esparsos, colhidos aqui e alí, iniciou-se uma caminhada rica em

descobertas e, movidos pelo fascínio, em função da diversidade de fatos

que se descortinavam à nossa frente, pudemos vislumbrar quão plena de

riqueza histórica é nossa simpática cidade, o que nos permite de, sem

qualquer espécie de temor, afirmar que Cocal do Sul guarda, em todos

os seus aspectos, um enorme referencial histórico no contexto de nossa

Região, bem como um importante potencial turìstico-cultural. E conhe-

cer um pouco mais sobre a Cidade onde moramos e cultivamos nossas

vidas, é tão importante quanto conhecermos mais sobre nós mesmos,

pois, enquanto cidadãos, estamos interagindo na vida da nossa cidade e,

dia a dia, corroborando para o enriquecimento de sua História e de seu

desenvolvimento.

Graças ao trabalho de pesquisa e às horas em que nos debru-

çamos sobre o material que conseguíamos, foi possível, primeiro cons-

tatar e depois, registrar o inestimável legado que muitos cocalenses dei-

xaram para a História desta terra. Pessoas desprendidas, que mesmo na

sua humildade e, às vezes anonimato, ajudaram a escrever a nossa His-

tória. Pessoas como Venícius Burigo, cuja curiosidade como investiga-

dor dos acontecimentos históricos de nossa cidade, mais o seu próprio

testemunho, além de o transformarem num verdadeiro arquivo vivo,

possibilitou com que formasse um acervo riquíssimo, sob o ponto de

vista histórico, o que foi de suma importância para essa publicação.

Os inúmeros depoimentos, colhidos também de pessoas que,

pelo seu dia-a-dia, ajudaram a construir Cocal, foram de grande valia.

Muitas dessas pessoas hoje não mais estão entre nós, mas com o seu

testemunho, registraram, na história, sua passagem por este mundo.

Personlidades marcantes como Antonio Fachin, Inês Savi Mondo Burigo,

João Da Maria Rosso, Afonso Sartor, Zeferino Euclides Furlan e Ernesto

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De Faveri. Os descendentes das famílias pioneiras, Cecchinel, Possamai

e Smania também deram sua grande contribuição ao nosso trabalho, en-

riquecendo-o com a sua colaboração.

Cocal do Sul, a exemplo da maioria dos municípios de nossa

Região, nasceu da coragem de imigrantes, ou italianos ou poloneses ou por-

tugueses, ou alemães, enfim imigrantes europeus que num dia, movidos pelo

instinto de sobrevivência, lançaram sorte na América e, com muito trabalho,

fé, coragem e amor à vida, ajudaram a construir o Brasil que hoje temos.

Escrever a História de Cocal do Sul foi, para nós, não um traba-

lho, mas um prazer, prazer que queremos partilhar com todos aqueles que

desejam conhecer esta cidade e a si próprios, pois como já afirmamos,

conhecer sua origem é uma necessidade imperiosa para o ser humano, por-

que é a partir desse referencial que o Homem passa a entender a sua realida-

de, ganhando condições de melhor projetar o seu futuro.

Não temos a pretensão de tornar esta compilação um tratado

sobre a cidade de Cocal do Sul, esgotando seus aspectos destacados. Ao

contrário, esperamos, que ao final , possamos ter tido a felicidade de

provocar e aguçar no leitor a curiosidade de, também ele, pesquisar e

completar o presente trabalho, que para nós, significa o iniciar de uma

caminhada.

Queremos, apenas, que o leitor possa compreender um poucomais da História de nossa cidade e vislumbrado, como vislumbamos, a belaodisséia que se inicia em 1877, com a vinda de algumas famílias italianas paraAzambuja e também para a Colônia Urussanga (1878), e ainda outras queSe radicaram às margens do Rio Cocal e que, encantadas pelos coqueiraisque aqui existiam, fixaram suas raízes. E se assim se der, daremos por atingi-do o nosso objetivo, qual seja, o de levar ao conhecimento de todo aqueleque tiver a curiosidade de deter-se nessas páginas, um referencial históricodesta simpática cidade que é Cocal do Sul.

Os autores

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INICIALMENTE...

Pesquisar o tema imigração é algo indescritível, sob todos

os aspectos, não importando qual a etnia investigada. O deslocamento

de povos, na busca incansável por melhores condições de vida, é uma

constante ao longo da história humana. Faz parte da história das grandes

nações, especialmente, se levarmos em conta aquelas que sofreram pro-

cessos de colonização, aliás, foi este, sem dúvida, um dos principais

fatores responsáveis pela formação de muitas nações, dentre elas o Bra-

sil.

O fenômeno das imigrações em massa, verificado no Brasil,

a partir de 1878/1880, despertou estudos não só de pesquisadores brasi-

leiros, mas estrangeiros também, pois provocou transformações de toda

ordem, nos países envolvidos na questão.

Santa Catarina tem guardada sua importância histórica nes-

te contexto, porque foi palco deste fenômeno que mexe e aguça pesqui-

sadores, estudantes, historiadores, bem como os próprios descendentes

daqueles que aqui se estabeleceram, na busca por uma vida melhor. E

muito especialmente, a Região Sul do nosso Estado Barriga Verde que

sofreu a fortíssima influência da imigração, se levarmos em conta que

essas terras, na verdade, sofreram um processo colonizatório.

E neste cenário, nosso Município também tem seu espaço,

porque seu solo serviu de chão para tantos quantos aqui quiseram seme-

ar seus frutos, lançando raízes profundas, ajudando a imprimir na histó-

ria, marcas, impressões, desejos e aspirações capazes de erguer cidades

e destruir obstáculos.

Por isso, é importante, antes de iniciarmos a nossa história,

propriamente dita, procurarmos compreender o porquê ou porquês deste

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fenômeno ocorrido em nosso território, que foram as imigrações de po-

vos europeus. Não falamos dos descobridores portugueses, mas dos co-

lonos da Alemanha, Polônia, Rússia e, muito especialmente, os da Itá-

lia.

Que motivos tão fortes foram esses, que fizeram milhares

de pessoas deixarem seus países de origem, para buscar em terras dis-

tantes e desconhecidas melhor sorte?

Como estavam esses países, sob os mais importantes aspec-

tos, que, não oferecendo condições dignas para os seus, abria suas por-

tas para que seu povo emigrasse? Tudo isso, enfim, analisaremos a se-

guir, como forma de mostrar ao leitor, que o fenômeno da imigração

guarda detalhes, que, à primeira vista nos parecem ínfimos, mas que são

suficientes para explicarem o êxodo que esvaziou cidades e vilas euro-

péias, notadamente da Itália.

Não nos preocupamos em apresentar um tratado sobre o as-

sunto, porque não é este o objetivo do presente estudo, mas tão somente

o resgate daquilo que não foi escrito sobre o nosso belo Município, Cocal

do Sul. Todavia, os aspectos mais relevantes fazemos questão de impri-

mir, porque só deste modo, poderá o leitor captar e melhor compreender

porque cidades foram erguidas no meio do nada por colonos imigrantes,

vindos da Alemanha, Polônia, Rússia e Itália.

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O PANORAMA POLÍTICO E SÓCIO-ECONÔMICODOS PAÍSES EUROPEUS ATINGIDOS PELO

FENÔMENO EMIGRATÓRIO DO SÉCULO XIX

Polônia

Os estudos de Otília Arns nos revelam dados preciosos acerca

da história da Polônia, os quais são facilmente compreendidos ante a

forma didática adotada, o que nos permite uma melhor análise da con-

juntura histórica deste país.

A história escrita da Polônia data de 963, sendo que Miesko

I era o príncipe – mais tarde Mieczslaw, que foi o nome dado a três

príncipes poloneses da dinastia Piast poloniana e vem daí o termo “pola-

co”. Essa dinastia congregava diversas tribos: Polânios, Vistulanos,

Cassubianos, Silesianos e Mazovianos.

Miesko I (930-992) governou as regiões baixas da Polônia.

Antes do fim de sua vida, pactuando com a Santa Sé, coloca a Polônia

sob a proteção da Igreja.

Seu sucessor, Boleslaw I (966-1025), o primeiro rei da

Polônia, foi o responsável por transformar o país em uma das maiores

potências da Europa, à época. Foi ele quem organizou a administração

da Igreja em bispados, com o centro metropolitano em Gwiezno. È com

o Bispo Otto de Bamberg que há a conversão dos pomerianos ao Cristi-

anismo, podendo ser essa época considerada como a primeira fase da

conscientização política e religiosa da Polônia.

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E por herança a Polônia é dividida

Em 1138, Boleslaw III, dividiu o país entre seus filhos. Essa

divisão não foi boa para a nação, enfraquecendo-a, favoreceu a invasão

estrangeira, ocorrendo, em 1226, migrações germânicas, vindas do po-

deroso Estado da Germania, que ocupou a Silésia baixa. Também nesta

mesma época, os judeus migraram para a região, tendo sido agraciados

com a liberdade de religião e de escola e, a exemplo dos alemães, não se

integraram com os poloneses.

Mas a Polônia reencontra em Cassimiro III (1330-70), um

longo reinando de paz e de progresso. O Soberano reunifica as duas

Polônias, estimulando a imigração germânica e Armênica. Procirou na

Itália e na França a promoção da cultura em seu país, como forma de

contrabalançar as interferências das vizinhas potências, Rússia e Prússia.

A Lituânia foi anexada à Polônia, através da celebração do

casamento entre Jadwiga, aceita como rainha da Polônia (1384-99) e

Jagiello, grão-príncipe da Lituânia, tornando-se rei da Polônia como

Wladislaw II (1386-1434).

Wladislau II se tornou católico romano juntamente com o

seu povo lituano, completando a última conversão de um povo pagão

em terras européias. O país progrediu, tornando-se uma das grandes po-

tências da Europa.

Mas a partir da morte de Wladislau II, a Lituânia começa a conhecer

intranqüilidade, o que se refletiu sobre toda a Polônia. Diante desse qua-

dro, Cassemiro IV (1447/92), neto de Wladislau II, transfere residência

para a Lituânia, mas tal atitude foi vista com desconfiança pelos polone-

ses, e o quadro permanece assim até a morte deste, quando então, Lituânia

e Polônia são separadas, temporariamente, e unificadas pelo rei Alexan-

dre (1501/06), sucedido pelo irmão Sigismundo I (1506/48). E nessa

época, acentuam-se as diferenças entre Lituânia e polônia. Além disso,

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os confederados de Bar, na Polônia, contribuíram, significativamente,

para a guerra entre Rússia e a Turquia (1768/74).

A divisão política do país

No texto de Otília Arns, tem-se que, “as constantes guerras com os paí-

ses vizinhos, levaram ao enfraquecimento do Estado da Polônia, sendo

que Rússia, Prússia e Áustria, disputavam os territórios do país, politi-

camente enfraquecidos. E pelo tratado assinado em Petersburg, no dia

17 de Fevereiro de 1772, a Polônia sofre sua primeira divisão política,

entre a Rússia e a Prússia. Em 05 de Agosto do mesmo ano, a Áustria foi

incluída na partilha da Polônia, sendo apresentada ao país uma consti-

tuição formulada pelas três grandes potências européias da época: Rússia,

Prússia e Áustria. Em Setembro de 1793, a Polônia sofre nova divisão,

ampliando os territórios russose prussianos, o que reduziu o território

polonês, a apenas, um terço do que era.

Após um movimento nacionalista frustrado, a ganância dos poderes vi-

toriosos, quase leva à ruptura da aliança entre Áustria e Prússia, mas,

aparadas as arestas, a terceira divisão da Polônia foi efetivada pelos tra-

tados de 1795 e 1796, sendo o nome da Polônia riscado do mapa euro-

peu.

A partir desse quadro, as partes divididas da Polônia, foram obrigadas a

viver sob três regimes políticos, econômicos e constitucionais diferen-

tes e, então, viu-se a decadência econômica. Somente a Áustria se preo-

cupou com reformas, implementadas para proteger os camponeses con-

tra a exploração abusiva dos proprietários de terras.

O Século XIX marca um período de emigração. A América significava a

“terra prometida”. Os camponeses emigravam, mas os soldados e ofici-

ais, entretanto, seguiam para a Itália com a esperança de retornar à Polônia

com o exército revolucionário francês. Combateram ao lado de Napoleão.

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Quando Napoleão derrotou a Prússia em 1806 e declarou guerra à Rússia

em 1807, o recém criado ducado de Varsóvia lutou ao lado dele, pensan-

do em reaver a liberdade política da Polônia. Mas Napoleão e os polone-

ses foram derrotados pelos russos em 1812, e o Ducado de Varsóvia

caiu, novamente, nas mãos da Rússia. Os levantes de 1830 e 1863 frus-

traram-se e a Polônia tornou-se, definitivamente, uma província russa.

Os camponeses sofriam nas zonas rurais. As escolas e universidades se

tornaram russas. Imagens distorcidas sobre o passado da Polônia eram

incutidas nas crianças e nos jovens. Uma educação patriótica secreta, no

entanto, procurava, na cidade e no campo, manter viva a tradição cultu-

ral da Nação.

A Polônia Prussiana não teve melhor sorte. A Prússia procurou

germanizar a administração e o sistema escolar. Depois de um fracassa-

do levante, em 1848, medidas de repressão contra organizações foram

desencadeadas, ganhando forma de uma política, claramente,

antipolonesa e anticatólica romana em grande escala. Esse processo, que

teve início com Otto Von Bismark, se estendeu até 1871. Inicia-se, en-

tão, a luta contra a germanização.

Cracóvia, república diminuta, criada pelo Congresso de Viena, flores-

ceu durante 30 anos. Foi ocupada, no entanto, pela Áustria em 1846 e

incorporada à Galícia. A Áustria, sob o velho regime autocrático, opri-

miu a província polonesa, politicamente e explorou sua economia de

forma cruel”.

E desta Polônia sofrida e espoliada foi que, centenas de milhares de

camponeses, partiram, buscando em terras brasileiras maior sorte que

aquela deixada para trás, tal qual os italianos do Vêneto e da Lombardia.

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A Alemanha do Século XIX

A exemplo dos demais países europeus, a Alemanha tam-

bém mergulhara em várias ordens de problemas. Eram problemas sócio

econômicos e também políticos, fatores que deram grande impulso à

emigração de sua gente.

A Alemanha inicia, em 1807, seu processo de substituição

do sistema feudal, concedendo aos camponeses certa liberdade, tanto

econômica quanto jurídica, cujo objetivo era dotar os camponeses de

condições que lhes fosse possível adquirir terras, tornando-se proprietá-

rios.

Esse ideário, apesar de bem intencionado, provocou consequências da-

nosas para a Alemanha, haja vista o próprio sistema feudal e suas regras

em relação ao senhor da terra:

“Até então, os camponeses tinha sido arrendatários; viviam numa eco-

nomia de subsistência, tendo que pagar uma parte da colheita aos

senhores das terras. Estes, por sua vez, haviam assumido certos deve-

res em relação aos camponeses. Os deveres dos senhores garantiam

uma certa segurança aos camponeses arrendatários.

A libertação dos camponeses significava, para os mesmos, uma mu-

dança brusca de estrutura sócio-econômica para a qual não estavam

preparados. Se o sistema feudal os obrigava a entregar parte de suas

colheitas ao senhor da terra, agora, como autônomos, tinham obriga-

ção de pagar impostos ao Estado em forma de dinheiro. Esses impos-

tos eram muito altos em consequência das guerras napoleônicas”.

Somado ao novo problema surgido com a “liberdade”

proprcionada pelo novo sistema sócio-econômico, seguem –se outros ,

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que tornaram a vida dos alemães ainda mais dificil, como por exemplo a

escassez de capital de giro, necessário não para pagar os altos impostos,

como também para comprar sementes e insumos para o plantio das cul-

turas.

A relação inexperiente com um mercado guiado pela lei da

oferta e procura, mais as constantes perdas nas colheitas, os preços bai-

xos pagos pelos produtos agrícolas e as guerras, tudo isso, mergulhou o

povo numa profunda crise social.

E com a explosão demográfica que experimentava a Euro-

pa, não havia terra para todos, o que jogou o preço delas para uma reali-

dade muito distante do povo. Adquirir terra em solo alemão, a exemplo

dos demais países europeus, era uma verdadeira utopia, possível somen-

te além-mar. A partir dessa premissa , milhares de camponeses

germânicos impuseram-se à emigração, buscando no extrangeiro de além

mar, melhores oportunidades de vida.

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ITÁLIA - SÉCULOS XVIII E XIX - OS FATORES QUEINFLUENCIARAM O PROCESSO EMIGRATÓRIO

Fatores histórico-políticos

Afim de compreendermos os motivos que fizeram centenas

de milhares de italianos deixar a península nos idos do Século XIX, é

mister que se remonte aos fatores histórico-políticos, verificados à épo-

ca.

Os estudos de Otília Arns esboçam, o panorama dessa épo-

ca e, com o intuito de homenageá-la, assim lemos seu trabalho:

A Itália como hoje conhecemos é fruto de uma contexto his-

tórico que culminou com a unificação de cidades-estados, após vários

conflitos armados.

Até o Século XIX a Itália não existia como nação, não tendo

unidade política e nem independência.

É com a Confederação de 1455, aliança formada entre Mi-

lão, Florença, Veneza e, mais tarde, Nápoles, que surge o “senso de na-

cionalidade”, baseada na unidade da língua e na cultura comuns, cujo

objetivo era equilibrar esses Estados contra o Poder Estrangeiro.

Inobstante a aparente fragilidade política, é na Península

Itálica que surgem os grandes movimentos culturais e políticos da His-

tória Humana, servindo de nascedouro dos movimentos do Humanismo

e Renascentismo, tornando a Penísula referência econômico-cultural no

cenário europeu. É bem verdade que isso se fez notar, mais especifica-

mente nos cinco grandes estados erigidos: Milão, Florença, Veneza,

Nápoles e Santa Sé.

As instituições políticas ganham notoriedade com Niccollo

Machiavelli, político e escritor florentino, que para o qual, os fins

justitificavam os meios, ou no dizer de Otília Arns:

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“A doutrina de Machiavelli pretendeu fornecer normas de ação ao

governante. Para ele, o governante deve preocupar-se unicamente

com a conservação do poder, e, para tanto, são lícitos todos os meios.

A pessoa humana, inclusive, deixou de ser o objeto final da política,

transformando-se num instrumento para a efetivação da grandeza

do governante. A esse último aspecto da obra de Machiavelli é que se

denomina maquiavelismo”.

As instituições políticas tornaram-se, assim, machiavélicas,

produzindo líderes déspotas, autoritários, guiados apenas e tão somente

pelos interesses próprios, enfraquecendo a unidade política conseguida,

favorecendo as invasões estrangeiras, notadamente por parte da França,

Espanha e Áustria.

Em 1549, acontece a primeira invasão estrangeira, quando

Carlos VIII da França, apodera-se de Nápoles, transformando o país em

um cenário de muitos conflitos armados entre a França e a Espanha. Os

espanhois saêm vitoriosos, apoderando-se de Milão, Nápoles, Sicília,

Sardenha, impondo sua hegemonia à Península.

No período em que Felipe II, filho de Carlos V, ocupava o

Ducado de Milão, os direitos imperiais foram transferidos para a Espanha.

Após a Guerra de sucessão espanhola (1701 – 1714), a Áustria tomou o

lugar da Espanha, impondo também sua hegemonia.

É interessante considerar que a Península Itálica tinha, nesta

época, um dos pontos maritimos-comerciais mais movimentados do

mundo, centrado na Cidade de Veneza, especialmente porque não se

conhecia outra rota que ligasse o Ocidente ao Oriente, o que despertava

o interesse das potências européias da época, incentivando as invasões.

O declínio econômico da Península, inicia-se, quando uma

nova rota marítima para as índias é descoberto. Tem-se, então a quebra

do monopólio do tráfego de especiárias, antes dominado por Veneza,

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agora tem seu fluxo transferido para Lisboa.

A partir dessa nova realidade, a Península começa a sentir

com mais intesidade os problemas que atingiam outros países do Conti-

nente Europeu, como o caso da França, por exemplo, o que obrigou a

implantação de reformas, afim de combater as consequências maiores

advindas: violência, concentração exacerbada de renda nas mãos de pou-

cos e a taxação elevada sobre as pequenas propriedades. Essas reformas,

quando implementadas, procuraram dar garantias cada vez maiores aos

que já eram favorecidos pelo sistema vigente. A crise estava, então, ins-

talada de forma crônica na Península.

Inicia-se, legitimada pela forte crise, um movimento revolu-

cionário liderado pelos literatos, historiadores, economistas, folósofos e

cientístas, os quais denunciavam os problemas e procuravam estimular

ideais nacionalistas, visando a Unificação, que só bem mais tarde, 1868/

71, iria tornar-se uma realidade.

Alguns anos mais tarde, mais especificamente, em 26 de

Maio de 1805, Napoleão Bonaparte, Imperador Francês, recebe em Mi-

lão, a coroa dos reis lombardos, que depositavam muita esperança de

que o título “Rei da Itália”, persuadisse o Imperador a dar à Península

status de independência em relação à França, o que não aconteceu, pois

as coisas permaneceram exatamente como antes.

Com a derrota de Napoleão, as grandes potências européias

da época, Rússia, Inglaterra, Áustria e Prússia redistribuem a Europa e a

Península Itálica, fica submetida ao julgo Austriaco, que faz eclodir um

forte movimento em pról da independência, liderado pelos aristocratas,

burgueses cultos e funcionários.

Num período que vai de 1815 a 1830, destaca-se a forte

atuação dos carbonários, facção secreta que havia sido organizada para

lutar contra a dominação napoleônica.

É a partir de 1830 que inicia-se, propriamente, o movimento

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que culminaria com a Unificação Italiana. Neste ano, Camillo Cavour,

homem ligado à política, lança um jornal batizado de Risorgimento, afim

de difundir suas idéias revolucionárias. Esses ideais acabam por con-

quistar todas as camadas sociais, e com o auxílio de Giuseppe Mazzini,

que concebe a unificação da Península dentro de um regime republica-

no. Organiza, então, uma sociedade secreta chamada “Jovem Itália”, afim

de lutar pela liberdade e unificação da Península.

Com a revolta da Lombardia, o movimento pró-unificação

ganha um novo impulso. O Rei do Piemonte, Carlos Alberto, pensando

já na Coroa Italiana, declara guerra à Áustria. Derrotado, abdica em fa-

vor de seu filho, Vittorio Emanuele. Termina desta forma a fase revolu-

cionária do “Risorgimento”, tendo sequência uma fase onde prevaleceu

a diplomacia, com importante atuação do Ministro Camillo Cavour.

Em 1853 eclode a “Guerra da Criméia”, uma península ao

sul da Ucrânia. Rússia de um lado, que queria estender seus domínios,

anexando o Mar Negro e a da Turquia ao seu vasto território, lutava

contra Turquia, Inglaterra, França, Sardenha e Piemonte. A Rússia foi

derrotada pela Turquia, que assinou o tratado de paz em Paris, reconhe-

cendo a neutralidade do Mar Negro e a integridade da Turquia. Vittorio

Emanuele, por apoiar os países que lutaram contra a Rússia, ganha a

simpatia da Inglaterra e da França, o que provocaria a ira da Prússia, que

declara guerra a estes. Novamente a Europa se via em conflitos arma-

dos.

Na Península, após várias lutas internas e a decretação de

um plebiscito, chega-se ao primeiro Parlamento, que se reuniu em Tu-

rim em 1860. É neste ano que Giuseppe Garibaldi, homem que dedicou

sua vida às causas revolucionárias, tendo lutado inclusive na Guerra dos

Farrapos no Rio Grande do Sul, intensifica sua atuação em pról da Uni-

ficação Italiana. Conseguindo recrutar mil homens, invade a Ilha da Sicília

e, ocupando Nápoles, põe fim ao “Reino das duas Sicílias” .

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Afim de evitar a radicalização do movimento, Camillo

Cavour, envia tropas Piemontesas ao Sul da Península, anexando ao

Piemonte toda a Itália Central, a execeção de Roma. Em 17 de Março de

1861, finalmente, Vittorio Emanuele é proclamado Rei da Itália, Roma

é elevada à Capital da Itália e o Estado Pontificio é encampado. Nasce o

Reino Italiano.

Fatores sócio-econômicos

Analisando os aspectos sócio-econômicos que levaram cente-

nas de milhares de italianos a deixar a Península Itálica, a Professora e

Pesquisadora Nelma Baldin nos mostra, de forma didática, uma leitura

clara e destacada desses aspectos por demais importantes, cuja leitura

que fazemos é a seguinte.

O sistema de organização feudal se fazia ainda bastante

resistente até 1861, época da unificação italiana, e por esse motivo a

agricultura era descurada e de caráter subsistente, tendo nas cultura do

trigo, milho, vinho e produção de queijo, a alimentação básica para as

populações. Pesava também o fato de que os animais de criação e as

plantações eram atacados constantemente por pragas, o que empobrecia

mais e mais as famílias rurais italianas.

Essa situação de penúria começa, então, a transformar-se,

após a unificação política da Península, quando então, o modo de produ-

ção capitalista inicia, na Itália, a sua revolução industrial.

O resultado imediato desse processo de industrialização foi,

sem dúvida, o aumento considerável do processo emigratório, que já

começara de forma incipiente, antes das lutas pela unificação italiana.

Com o advento das transformações ocorridas, principalmente no cam-

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po, a emigração ganha contorno de um êxodo de massas, isto porque

esse novo modelo de produzir bens, implantado pela indústria, ao aba-

lar a estrutura agrária até então reinante, acaba por provocar desequilibrios

econômicos, privilegiando uma minoria, detentora de poder econômico,

em detrimento de uma maioria, formada por camponeses, que ficaram à

margem desse processo.

E no dizer da Professora Nelma Baldin, tem-se uma visão

clara da realidade em que viviam nossos antepassados na Itália, especi-

almente os Vênetos:

“A par dessa situação, acumulava-se toda sorte de desgraças.

E aos poucos, criou-se, no Vêneto, uma multidão de camponeses suces-

sores hereditários e endividados, que não mais conseguia manter-se no

cultivo da terra, nem mesmo com uma mínima garantia de sobrevivên-

cia. A essas populações não restava outra alternativa a não ser a emigra-

ção”. E foi o que fizeram nossos antepassados. (Grifo nosso)

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COLONIZANDO O SUL DO BRASIL

Para mehor compreendermos os motivos que levaram o Go-

verno Imperial Brasileiro a abrir suas fronteiras às massas de colonos

europeus, precisamos remontar à epoca em que as fronteiras localizadas

ao Sul do país foram definidas entre Portugal e Espanha, as duas potên-

cias européias que, a partir de 1500 dividiram as terras brasileiras.

O primeiro acordo, envolvendo Portugal e Espanha e terras

brasileiras operou-se em 1494, quando o Papa Alexandre VI sancionou

o “ Tratado de Tordesilhas”, definindo os limites geográficos e políticos

do nosso país.

Com o advento do movimento das “Entradas e Bandeiras”,

iniciado a partir de São Paulo, há, ná prática, uma completa anulação

desse tratado, o que provocou a celebração de um novo acordo entre

Portugal e Espanha, ao qual deram o nome de “Tratado de Madri”, cele-

brado em 1750, definindo os novos limites geográficos. Mas os proble-

mas ainda persistiam, passados 27 anos da última convenção, o que obri-

gou essas potências a assinarem novo acordo, desta vez batizado de “Tra-

tado de Santo Idelfonso”.

E foi exatamente devido às grandes fronteiras que fizeram

com que o Governo Imperial Brasileiro permitisse a entrada de colonos

europeus, pois a necessidade de se colonizar o Sul do país, vinha

diretamente de sua grande extensão de terras despovoadas, o que era

muito dispendioso para o Governo. Os constantes conflitos com a

Espanha, em função dessas terras, exigiam gastos enormes com a guar-

nição das fronteiras. A solução mais urgente e barata era incentivar a

colonização e, dessa forma, a Coroa do Brasil, com a ajuda laboriosa

dos imigrantes europeus, sobretudo alemães e italianos, e pelo sistema

de minifundios, conseguiriam mais facilmente:

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1. Explorar economicamente as florestas da Região Sul,

2. Fortalecer as fronteiras,

3. Criar uma classe média, urgentemente necessária ao desenvolvimento

econômico e social do país, bem como absorver os produtos produ-

zidos pelas primeiras indústrias que se instalavam no Sudeste.

É claro que, além desses objetivos, a Monarquia Brasileira

pretendia, com a inserção dos imigrantes, suprir a mão de obra nas fa-

zendas de café de São Paulo, até porque a abolição da escravatura já era

tida como certa, pois o Brasil era ainda a única nação no Mundo Ociden-

tal a permitir essa “vergonha”, o que produziu forte pressão internacio-

nal, sobretudo da Coroa Inglêsa.

Estavam, então, traçados os objetivos, restando ao Governo

implementar normas que regulamentassem a entrada desses imigrantes.

Várias medidas, neste sentido, foram tomadas pelo Governo:

1. Assinatura da Lei de 25 de Março de 1808, que permitia a concessão

de terras a estrangeiros;

2. Em 1814, um decreto convidava imigrantes estrangeiros, prometen-

do-lhes a propriedade de terras;

3. Em 1818, foi criado um fundo de assistência ao imigrante europeu;

4. Em 1820, foi elaborada a regulamentação de imigração, sendo pro-

metido aos imigrantes terras gratuítas, isenção de impostos por dez

anos e a cidadania brasileira, havendo como condição que os colo-

nos fossem católicos, imposição revogada pela Carta Constitucional

de 1824, que trouxe a liberdade de culto, o que começou a impulsi-

onar a entrada de estrangeiros no Brasil;

5. Em 1890, o Decreto N° 528 de 28 de Junho, conhecido como a “Lei

Glicério”, aprimora a regulamentação da entrada de imigrantes no

Brasil, dando novo impulso à colocação de colonos europeus no país.

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A ODISSÉIA DA IMIGRAÇÃO ITALIANA

A imigração italiana iniciada, em terras catarinenses, ainda nos

idos de 1836 (Colônia Nova Itália – São Miguel), revestiu-se de uma

importância histórica sem precedentes na história catarinense, sobretu-

do porque, a partir de 1878, foi um fenômeno de massas. Com o seu

advento, cidades ergueram-se no meio do nada. As matas virgens foram

desbravadas, as margens dos rios ocupadas e o homem passou a ocupar

o espaço físico disponível e propício à sua fixação e sobrevivência, trans-

formando-se em agente colonizador.

Essa deve ser a leitura correta da odisséia do imigrante italiano

para a Região Sul de Santa Catarina, posto que as levas de imigrantes

italianos que se radicaram em São Paulo, por sexmplo, não tiveram a

índole colonizadora daquele que veio para o Sul do nosso Estado, pois

foram recrutados para o trabalho nas lavouras de café, em substituição à

mão de obra escrava, liberta pela Lei Áurea.

Sabe-se que o fluxo imigratório para o Sul de Santa Catarina

iniciou-se com com a criação da Colônia Azambuja em 1877, tendo

sequência com a Colônia Urussanga, o Núcleo Accioly de Vasconcelos

e Creciuma, Rio Jordão, Nova Belluno (Siderópolis) e a Colônia Nova

Veneza, já nos idos de 1892/95.

Os italianos foram, sem dúvida, o grande contingente, responsá-

vel pela ocupação do espaço geográfico em nossa Região, sobretudo os

italianos do Norte, Vênetos em sua grande maioria. E a pergunta que se

faz é, por que foram recrutados com maior intensidade os colonos do

Vêneto? Que particularidades tinha essa gente, capaz de atrair os agen-

tes colonizadores a serviço das companhias de imigração? É o que vere-

mos a seguir.

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ITALIANOS DO VÊNETO

Conta o Mons. Quinto Davide Baldessar em seu livro “Imigran-

tes, sua história, costumes e tradições” que, “para o Governo Imperial

era urgente implementar a mão de obra para a produção dos bens de

consumo doméstico e para a exportação. Com a extinção do tráfico

de escravos em 1850, a imigração foi incentivada pelo Governo.

Feito estudos e pesquisas sobre o potencial humano e as condi-

ções de vida dos colonos no além mar, chegou-se à conclusão que o

melhor arsenal, como fonte de procura bem sucedida, seriam certamente

os italianos do Norte da Itália, por diversas razões:

1) Tratava-se de um país com 302.000 km2, com uma população que já

nessa época superava 30 milhões de habitantes.

2) Os habitantes do Norte da Itália seriam os mais indicados, por serem

fáceis de abordar e convencer para enfrentar a odisséia do emigran-

te.

E a região mais indicada seria o Vêneto:

Essa região, de longa data, vinha sendo massacrada pelas idas e vin-

das de guerras intermináveis, pela unificação do país. Além disso, era

passagem obrigatória das convulsões bélicas.

Excluindo uma região litorânea no entorno de Veneza, a região é

muito montanhosa. Ao longo do Rio Piave, as montanhas escarpadas se

elevam até as geleiras eternas. Mais ao Norte, nas imediações de Belluno,

há mais rochedo do que terra cultivável. As encostas são muito íngrimes

e saturadas de penhascos, paredões e cânios.

Os invernos são extremamente frios, pelas nevascas prolonga-

das no começo de cada ano. Grossas camadas de neve cobrem comple-

tamente o solo por longos períodos. A vegetação nessas encostas é es-

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cassa. Os pomares ou vinhedos exigem muros de arrimo ou taipas, para

evitar a erosão e manter aquele pouco de terra cultivável, que uma vez

levado pela erosão, não havia onde se buscar.

O sonho da casa própria, de ser dono de suas próprias terras...”,

tudo isso contribuiu, significativamente, como indicativos para se bus-

car os colonos do Vêneto Italiano. (Grifo nosso)

Mapa da Itália. No destaque a região do Tri-Vêneto.Fonte: Bortolotto, Zulmar H. História de Nova Veneza, p. 9.

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AS COMPANHIAS DE IMIGRAÇÃO

Todas as pesquisas, e isto não importa, sob que ângulo são vis-tas, todos os documentos e relatos, oficiais ou não, dão conta de que ofenômeno emigratório/imigratório foi, sem dúvida, um grande negó-cio para os países envolvidos no processo e para os intermediáriosque fizeram o “trabalho” de coptação.

Analisado sob o enfoque Brasil/Itália, percebe-se, facilmente,que os dois países tinham problemas que ensejavam urgente provi-dência. Do lado italiano, havia toda a problemática em torno da faltade oferta de trabalho para um contingente de mão de obra, oriunda dasubstituição do modo artesanal para o industrial, além, é claro, da gran-de densidade populacional italiana, já nesta época, mais de 30 milhõesde habitantes que, aliado à falta de terras férteis no Norte do país,sobretudo no Vêneto, fazia com que houvesse essa carência de servi-ço.

Do lado brasileiro, havia o problema da necessidade de suprir amão de obra escrava nas lavouras de café, a criação de um mercadoconsumidor interno e, especialmente, no Sul do país, a questão dosgrandes espeços geográficos vazios, que demandavam altos custos aoGoverno Imperial, em relação à guarnição das fronteiras.

Conjugando esses fatores, firmaram-se contratos entre a ini-ciativa privada e o Governo Imperial do Brasil, tendo o objetivo detrazer imigrantes europeus, especialmente da Alemanha e da Itália.

Desta forma, surgiram as companhias de imigração, que seresponsbilizavam pela contratação e colocação dos colonos em solobrasileiro.

A mais influente e, por consequência, a mais importante des-sas companhias foi a de Joaquim Caetano Pinto Júnior, Comendador

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Brasileiro, experimentado homen de negócios, que possuia larga ex-periência nos contatos com a Europa.

“O contrato Caetano Pinto”

O Comendador Joaquim Caetano Pinto Junior, celebrou nodia 30 de Julho de 1874, aprovado pelo Decreto n° 5.663, do mes-mo ano, um contrato com o Governo Imperial do Brasil, responsa-bilizando-se a “num prazo de 10 anos”, introduzir no Brasil cemmil imigrantes europeus “agricultores, sadios, laboriosos e morali-zados”.

Sabe-se que a execução desse contrato foi eivada de muitosproblemas, tanto para Caetano Pinto quanto para os colonos trazi-dos, pois é certo que o Governo Brasileiro não cumpriu as condi-ções pactuadas no contrato, como o não pagamento ou ressarci-mento das despesas havidas com o transporte e a colocação dosimigrantes em terras brasileiras, e, é claro, os desentendimentosentre os contratantes refletiam nos colonos.

O Governo Imperial do Brasil, através de seus entes diplo-máticos, não tinha credibilidade para agenciar os colonos e já sefazia sentir alguns movimentos contrários à imigração para o país.Não havia outra alternativa mais viável que contratar com as com-panhias de imigração e foi o que fez o Governo, quando recorreu aJoaquim Caetano Pinto.

Afim de agenciar tamanho contigente de colonos, CaetanoPinto, é claro, subcontratou, movimentando uma grande engrena-gem e isso provocou alguns problemas em relação à propagandaenganosa que se produziu na Europa, especialmente no Norte Itali-ano, pintando em cores de ouro as terras brasileiras.

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RECRUTANDOS OS COLONOS ITALIANOS DOVÊNETO

Com o intenso trabalho publicitário, realizado em meio aos co-

lonos italianos, desenvolvido pelos agenciadores a serviço das compa-

nhias de imigração, os camponeses sentiam-se não somente atraídos,

mas seduzidos pelas facilidades oferecidas na América, pois lhes era

apresentado uma oportunidade única de saírem da condição de campo-

neses para a de proprietários de terras.

No seu livro “Colonos e missionários italianos nas florestas do

Brasil”, o Padre Italiano Luigi Marzano, conta com detalhes como era

feita a propaganda, realizada pelas companhias de imigração junto às

vilas e aldeias do Norte Italiano, que seduziam legiões de camponenes.

Nos relata o Padre Marzano que “nos anos de 1876,1877 e 1878, circu-

lares, jornais e conferencistas giravam pela Europa, especialmente na

Itália, desenhando em cores de ouro apontando como terra prometida a

América e em modo particular, o Brasil.

Naqueles tempos, a Itália nossa, passava uma crise dolorosa. Os

partidos revolucionários perturbavam a Península, impostos e taxas atin-

giam sem remissão, a agricultura era descurada ou mantida por feudários

espoliadores. O pobre lavrador flagelado pela subnutrição (pelagra), era

incapaz de sustentar e alimentar sua família.

De um lado, pois, atribulação, e por outro, a esperança de uma

vida melhor. Muitos animaram-se a expatriar. E enquanto do Piemonte

partiram aos milhares para cultivar os Pampas Argentinos, os Vênetos,

que até então não sabiam o que fosse emigrar, desciam das altas monta-

nhas do Cadore e unidos aos das Províncias de Belluno, Treviso, Vicenza,

Údine, Pádua, Mântua e Verona, dispunham-se a partir para o Brasil.

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Colocavam à venda seus haveres, e vencido o natural receio de

atravessar os mares, estavam prontos para a partida.

Fonte: Bortolotto, Zulmar H. História de Nova Veneza, p.14.

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EM DIREÇÃO À AMÉRICAA viagem dos imigrantes

Partir é sempre difícil. Mesmo para onde conhecemos. E fa-zendo um exercício de imaginação, quando nos volvemos para omomento em que os imigrantes, neste caso, italianos, deixaram suascasas, amigos e parentes, para buscar no além mar melhor sorte,quando, ao ver suas as montanhas vênetas ou lombardas, as ruelas,as vilas que os viram nascer, certamente, este momento ficou ace-so e vivo na memória, tanto dos que partiram quanto dos que fica-ram.

Quase todos os relatos sobre a travessia do oceano e os as-pectos relacionados à viagem empreendida pelos colonos imigran-tes, basearam-se no livro do Padre Luigi Marzano, especialmenteporque o próprio padre experimentou-a, quando partiu de Turimpara a Colônia Urussanga nos idos de 1899.

Seus relatos nos dão a exata dimensão do que foram as suces-sivas partidas de centenas de milhares de colonos vênetos elombardos com destino ao Brasil. Nos dias de partida, era comumencontrar-se aglomerados de famílias em frente às estações de trem,nas cidades onde os agenciadores marcavam para a partida.

Num relato do Padre Marzano, certamente com base em de-poimentos de colonos já estabelecidos na Colônia Urussanga, as-sim descreveu o sacerdote:

“E quem se encontrasse nos dias 24, 25 e 26 de Março de 1878na Prefeitura de Coneliano, na Província de Treviso, teria vistoaglomerarem-se gente de Belluno, Longarone, Cadore, Friuli,Treviso, reunidos em famílias, em grupos, em aldeias inteiras,circundada por caixões contendo os poucos objetos de uso, e to-dos aguardando o trem do dia 27, no qual partiram para Milão”.

Pelo relato do padre italiano e mais o relato de tantos outrospesquisadores, chega-se à conclusão de que a viagem para o Brasilobedecia a dois roteiros, ou seja, um com embarque nos transatlân-ticos no porto francês da cidade de Le Havre, e um outro com em-barque no porto de Gênova, na própria Itália.

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O tempo exato da viagem não se pode afirmar, todavia, podeser estimado entre 30 e 36 dias (daí o trecho da música “...trentaseigiorni di macchina e vapore...”.

Mas partindo de Gênova ou de Le Havre, o destino era umsó: o Brasil. Em linhas gerais, era assim que se desenvolvia aviagem até o destino:

A partida poderia ser de Gênova ou Le Havre; Parada de rea-bastecimento (carvão) em Lisboa ou Pernambuco; O desembarquejá em porto brasileiro, poderia ser no Rio de Janeiro ou em Santos,no litoral de São Paulo, mas a partir desses dois destinos, a sequên-cia da viagem era a mesma, ou seja, até Desterro (atualFlorianópolis), em barcos a velas, e em barcos menores até Tuba-rão (localidade de Morrinhos), de onde seguiam, à pé, até as colôniasde destino, ou Azambuja, ou Urussanga, ou Accioly de Vasconce-los (Cocal), ou Criciúma, Rio Jordão, Nova Veneza, Treviso,Belluno (Siderópolis).

A partir de 1880 com a inauguração da Estrada de Ferro DonaTereza Cristina, os imigrantes vindos nesta época, passaram a con-

tar com esse transporte, sain-do de Laguna até a Cidade dePedras Grandes, sendo que orestante do percurso era feitoainda à pé.

Esse é, em síntese, o roteiroseguido por nossos antepas-sados que deixaram a Itáliaem direção à “terra dellacucagna”, como costumavamchamar os agenciadores à ser-viço da companhias de imi-gração, quando referiam-seao Brasil.Trajeto desenvolvido pelos imigrantesItalianos em um dos possíveis roteirosutilizados. Neste caso, com partidado Porto de Gênova e chegada noPorto do Rio de Janeiro

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Registro de Entranda de Imigrantes, datado de 14 de Abril de 1880. Na relação destapágina aparecem as famílias De Pellegrin e Búrigo. O navio era o Vapor Koln, quepartiu do porto de Genova com destino ao Porto do Rio de Janeiro.

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Passaporte italiano do inicio do seculo XIX, expedido pelo governo italiano, quando aItália era ainda uma monarquia e o Rei era Umberto I.

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O INÍCIO DA COLONIZAÇÃO DE COCAL DO SUL

Os primeiros passos da colonização de Cocal do Sul

A colocação de imigrantes italianos em Santa Catarina já

havia sido tentada em 1836 (Colônia Nova Itália – Vila de São Miguel –

margens do Rio Tijucas, através de uma empresa colonizadora, criada

por Enrique Ambauer Schutel e Carlo Demaria, a “Demaria & Schutel”,

Sociedade Particular de Colonização.

Em 1876, a Inspetoria de Terras e Colonização, órgão

do Governo Imperial, responsável pela operacionalização do serviço de

imigração e a consequente colocação de imigrantes em terras da Provín-

cia de Santa Catarina, empreendeu com mais vigor a colocação de imi-

grantes europeus no Estado, caracterizando-a, como um fenômeno de

massas.

A região onde estão localizados os Municípios de Urussanga

Foto de 1906. Ao fundo, à direita, percebe-se o “palazzo Búrigo” já inaugurado.

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COCAL DO SUL: um mergulho em sua história COCAL DO SUL: um mergulho em sua história

e Cocal do Sul pertenciam, por força da Sesmaria de 05 de Abril de

1773, do Governo Imperial, ao Capitão de Ordenanças Manuel de Sou-

za Porto.

No dizer de Jacinto Antonio de Mattos, numa das visitas

que o Presidente da Província de Santa Catarina, Dr. Alfredo Escragnole

Taunay, fez ao Vale do Tubarão, em Setembro de 1876, convenceu-se de

que esta seria uma região de grandes potencialidades para a colocação

de imigrantes europeus. A partir desta constatação, sugeriu ao Ministro

da Agricultura, Comércio e Obras Públicas do Governo Imperial, Con-

selheiro Thomaz José Coelho de Almeida, a realização de estudos para

estender a colonização para o Sul da Província.

Atendendo de imediato ao pedido formulado pelo Presiden-

te da Província de Santa Catarina, o Governo Imperial, que também ti-

nha grande interesse em colonizar o Sul do Brasil, já que era muito

dispendioso guarnecer suas fronteiras, nomeou uma Comissão Imperial

em 21 de Novembro de 1876 e, sob a chefia do engenheiro maranhense

Joaquim Vieira Ferreira, auxiliado pelo agrimensor Augusto Barrandon

e o Tenente Braz Nogueira Pinto, iniciaram esses estudos, que consisti-

am na discriminação e medição das terrras públicas.

Os trabalhos de levantamento e medição dos lotes coloniais,

começaram no ano seguinte, em 1877, a partir do Vale das Pedras Gran-

des, afluente do Rio Tubarão, culminando com a criação do Núcleo Co-

lonial de Azambuja neste mesmo ano.

E para compreendermos a colonização do nosso Município,

não podemos nos furtar de retrocedermos à época em que ocorreu a co-

lonização de Azambuja, que foi o lugar de onde iniciou-se, inclusive, os

estudos de assentamento dos primeiros colonos italianos, chegados em

16 de Abril de 1877 e colocados pelo Major Antonio Florencio Pereira

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do Lago, sob a responsabilidade do Engenheiro Joaquim Vieira Ferreira,

que os fez conduzir para a sede do núcleo colonial de Azambuja.

A colonização do Núcleo Azambuja teve início em 28 de

Abril de 1877, mais precisamente no Vale do Rio das Pedras Grandes,

afluente do Rio Tubarão.

Joaquim Vieira Ferreira teve um papel de destaque no pro-

cesso de colonização não só do Núcleo Azambuja, como também nos

demais núcleos surgidos a partir daí.

No ano de 1878, chegaram os primeiros colonos, em núme-

ro de 76 famílias, destinadas a Urussanga. “Desembarcaram no Porto do

Passo do Gado a 16 de Maio e no de Morrinhos a 19 do mesmo mês.

Foram recolhidos nos ranchos de hospedagem de Urussanga a 28 de

Maio e localizados nos seus lotes a 12 de Junho”.

O ano de 1880, se revestiu de grande importância para a

vinda das primeiras famílias que se radicaram, pois foi neste ano, de

Janeiro a Julho, que ficou concluído o trecho da estrada de urussanga até

Cocal, na extensão de 12.130 metros, sendo que sua continuidade pro-

longou-se até Criciúma. O projeto inicial desta estrada, previa sua ex-

tensão, a partir de Urussanga, até o centro de Cocal, mais três quilômetros,

o que daria para se chegar até as proximidades do acesso à Linha Tigre.

Um dado curioso é que o preço, à época, de uma braça de terras em

Cocal, consideradas boas, era de 6 Réis.

A Colônia Azambuja estava dividida, inicialmente, para sua

melhor administração, em três distritos coloniais: Pedras Grandes,

Urussanga e Cocal/Cresciúma.

Durante o processo de colonização de Azambuja, Urussanga

e Cocal foram formadas três comissões. Para nós, pela sua importância

histórica, a Comissão chefiada pelo Engenheiro Francisco Ferreira Pon-

tes, é que merece o nosso destaque, pois a partir do ano de 1885, iniciou

os trabalhos de demarcação das nossas terras, que culminaria na criação

do Núcleo Colonial Accioly de Vasconcelos.

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COCAL DO SUL: um mergulho em sua história COCAL DO SUL: um mergulho em sua história

Os primeiros colonizadores

Fato que merecere um melhor esclarecimento, afim de bus-

car-se dados concretos e lógicos sobre a colonização de Cocal, é

estebelecer duas épocas distintas, mas igualmente importantes para a

nossa história: primeiro, a época que, propriamente, aconteceu a coloni-

zação, com a chegada das famílias pioneiras: Família Cecchinel (co-

nhecida como Pauli), Família Possamai - conhecida como Mura e Famí-

lia Smania. Segundo, a época que ocorreu a formação oficial do Núcleo

Accioly de Vasconcelos, em 1885.

Feito isso, há que se relatar que já no ano de 1880, quando

ficou concluída a “estrada” entre Urussanga e o futuro Núcleo Accioly

de Vasconcelos, sob a chefia do Engenheiro Joaquim Vieira Ferreira e

mais tarde sob a reponsabilidade do Engenheiro Francisco Ferreira Pon-

tes, algumas famílias se estabeleceram ao longo da estrada, de forma

que nos permite concluir que a COLONIZAÇÃO deu-se anteriormen-

te ao ano de 1885, entre 1880 e 1883, pois todos os relatos datados re-

montam à essa época.

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As famílias colonizadoras

FAMÍLIA CECCHINEL

Não existem dados concretos sobre a data exata da chegada

desta família, mas conforme depoimentos, teria ocorrido em Agosto de

1883, sendo a primeira família que aqui se estabeleceu, o que também

confirma o exposto no tópico anterior, a respeito do início da coloniza-

ção de nossa cidade.

Paolo Cecchinel era o “capo” da família. Nascido na locali-

dade de Tovena (Município de Cison di Valmarino - Província de Treviso,

no Vêneto Italiano), casou em Vittorio Veneto, também município da

mesma província, com Catterina Carpenè, nascida na Cidade de Revine

Lago, onde foram morar antes de partirem para a América. Na Itália,

Paolo e Catterina tiveram quatro filhos: Lorenzo, Celeste, Luigi e Cristina,

sendo que Luigi, de dois anos de idade, faleceu durante a viagem para o

Brasil. E aqui o casal ainda

Paolo Cechinel e Catarina Carpenè - Colonizadores de Cocal do Sul - SC

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COCAL DO SUL: um mergulho em sua história COCAL DO SUL: um mergulho em sua história

teve mais quatro filhos: Angelina, Santina, Pascoal e Giacomo. Partiram

do Porto de Gênova a bordo do Vapor Brosmero.

Dos contatos havido na Itália, descobrimos que não

há registro algum do nascimento ou batismo de Paolo Cecchinel. Loca-

lizamos somente sua certidão de casamento. Isso se deve ao fato de que,

quando nasceu, não haviam, ainda, cartórios de registro civil, sendo que

os registros existentes são aqueles da Igreja – neste caso o batismo. Ocor-

re, que a Igreja onde Paolo Cecchinel fora batizado, foi destruída na

época da Segunda Grande Guerra, sendo destruídos, também, os registros

paroquiais

A vinda para esta região deu-se pelo fato da existência do

Rio Cocal, pois o projeto de Paolo Cecchinel era a instalação de uma

pequena indústria (uma atafona movida a água), para a moagem de mi-

lho. Foi esta a primeira indústria que se instalou em nosso município e

atendia as necessidades de toda a região. Esta atafona foi instalada onde

hoje é a propriedade da Família Scarpato.

FAMÍLIA POSSAMAI

Esta foi a segunda família a chegar. Composta pelo casalFrancesco Possamai e Maria Casagrande e suas duas filhas, Paola nasci-da na França e Vergínia, que nasceu no navio durante a viagem para aAmérica. Aqui no Brasil o casal teve nove filhos: Paulina, AugustaGiullia, Ida, Esther, Clementina, Giovanni, Pietro, Antonio e Beniamino.

Antes de vir com a família, Francesco, ainda solteiro, em1880, já havia estado no Brasil, acompanhado de seu irmão Antonio queaqui ficou aguardando a sua volta da Itália com a família, o que se deuuns três anos após. Voltou à Itália, onde havia deixado sua noiva Maria,afim de casar-se e a seguir foram para a França e Alemanha e daí vindopara o Brasil. Essa viagem para os dois países europeus foi a forma

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Maria Casagrande Possamai e Francesco AndreaPossamaiColonizadores de Cocal do Sul - SC

Aqui chegando com sua família, instalou-se, inicialmente, na localida-de de Rio Galo, na casa de seu irmão Antonio. Mais tarde, construiu suacasa onde existe hoje o entroncamento da Linha Braço Cocal com aLinha Ferreira Pontes. Nessa época, Francesco ia para o Rio Galo todosos dias, afim de construir barracos de ripas, feitos em dois andares, ser-vindo como prevenção contra os ataques dos tigres, animais, ferozes eíndios, pois eram comuns na região. Embora analfabeto, se deslocavaaté Pedras Grandes, onde trabalhava como instrutor na construção daestrada de ferro Dona Thereza Christina, pois era prático por haver exer-cido a atividade em ferrovias na Europa.

Francesco Possamai era natural de uma pequena localidade(Cenere) Município de Cison di Valmarino, na Província de Treviso,também no Vêneto Italiano. Era filho de Baptista Possamai e MariaZunchette. Faleceu em 06.03.1916 com 71 anos de idade e foi sepultadono Cemitério de nosso Município.

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Certidão de Batismo e de Casamento religioso de Francesco Andrea Possamai e MariaCasagrande, expedido pela Paróquia Santa Maria Assunta de Cison di Valmarino -Província de Treviso - Itália

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Foto de 1929 - De pé da esquerda para direita: Venâncio Smania, Antonio Perucki, JorgeCechinel, Paulino Búrigo, Pedro Bettiol e José Brigido Faraco. Sentadas da esquerda para adireita: Uma das irmãs gêmeas Mayer, Sara Costa, Carmena prates Amante, Esther Costa, aoutra irmã gêmea Mayer e Laura Prates Amantes.

FAMÍLIA SMANIA

Após a chegada das famíliasCecchinel e Possamai, chegou a FamíliaSmania. Eleodhoro Smania e sua esposaCatarina vieram da Província de Padovana Itália com três filhos: Maria, Antonia eIda.Catarina chegou aqui grávida de novemeses, dando a luz em 21.02.1885 a ummenino ao qual foi dado o nome de Pietro.Além de Pietro, nasceram aqui mais trêsfilhos: Teresa, Giovanni e Eleodhoro.

Pietro Smania casou comMatilde Peruchi e tiveram quatro filhos:Venâncio, Ivo, Artur e Aurora Smania.Faleceu em 11.02.1984, faltando dez diaspara completar 99 anos de idade. Pietro Smania, filho do

colonizador Eleodhoro Smania.

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O NÚCLEO COLONIAL ACCIOLY DE VASCONCELOS

O Engenheiro Francisco de Barros Accioly de Vasconcelos foi

o Inspetor de Terras e de Colonização que fiscalizou os trabalhos das comis-

sões encarregadas da demarcação e do assentamento dos colonos imigran-

tes.

No ano de 1885, a Comissão que atuava era a chefiada pelo

engenheiro Francisco Ferreira Pontes, que levantou as plantas das estra-

das de Pedras Grandes a urussanga, de urussanga Baixa ao Lageado, e

de trechos dos Rios Urussanga, Cocal e Araranguá.

O ano de 1885 marca a CRIAÇÃO OFICIAL do Núcleo

Accioly de Vasconcelos.O núcleo colonial ganhou esse nome em ho-

menagem ao Inspetor de Terras e de Colonização, que contava nessa época

com uma população de 150 famílias, esparsas numa área de 998 hectares.

É interessante registrar que este Núcleo Colonial estava dividido

em secções coloniais, compreendendo Cocal e, à época, o povoado de

Criciúma, e quando nos referimos ao Núcleo Accioly de Vasconcelos, não

estamos fazendo menção somente ao atual Município de Cocal do Sul, por-

que este núcleo, como já afirmamos, ia além de suas terras, chegando até

Criciúma.

Um fato que marcou o ano de 1885, foi , no dizer de Jacinto

Antonio de Mattos, que também era Inspetor de Terras, a correria de

selvagens no Núcleo Accioly de Vasconcelos, e entre vários prejuízos, o

da morte do trabalhador Balduíno Floriano, o que reforça a tese de que

haviam muitos índios e animais ferozes nessas terras, dificultando a for-

mação do Núcleo e o assentamento das famílias colonizadoras.

Durante um determinado tempo, foi comum nos núcleos co-

loniais, a implantação de estatísticas, pois ficou comprovado que muitos

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colonos haviam se etabelecido sem título, ou seja, documento que dava a

posse e a propriedade provisória do lote colonial. A propriedade era

provisória, porque o colono dispunha de um prazo de cinco anos para

integralizar o pagamento do seu lote. O que evidenciava a irregularidade

era o fato de haverem pessoas que, nada tendo ver com o Serviço de

Terras e Colonização, distribuiam os lotes a pessoas estranhas (não ca-

dastradas), simplesmente por indicação, o que gerou muito tumulto para

o próprio trabalho de colonização. Nessa época, a população do Núcleo

Accioly de Vasconcelos era de 150 famílias, totalizando 422 habitantes.

Em 1888, o Núcleo Accioly de Vasconcelos perde a parte

que correspondia ao povoado de Criciúma, formando este um quinto

núcleo, enquanto que o primeiro compreendia toda a zona do Rio Cocal.

Neste ano, em 9 de Julho, entra em cena o Engenheiro Polydoro Olavo

Santiago, que deu continuidade aos trabalho de demarcação de lotes e

colocação de imigrantes no núcleo.

Segundo o Inspetor de Terras e Colonização Jacinto Anto-

nio de Mattos, de Outubro de 1890 a Abril de 1891, entraram para os

cinco núcleos que constituiam a ex-colônia Azambuja, 1307 russos,

totalizando 312 famílias, que se distribuíram nos Núcleos de Accioly de

Vasconcelos e Criciúma.

Percebe-se que, já nessa época, a política adotada pelo Go-

verno Brasileiro para o assentamento de colonos, e neste caso imigran-

tes, se constítuia em uma questão envolvendo o problema da terra. Mui-

tas foram as dificuldades encontradas pelos colonos para obterem, defi-

nitivamente, a propriedade irresolúvel de seus lotes.

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AS LINHAS COLONIAIS

Históricamente, o Núcleo Accioly de Vasconcelos foi divi-

dido em quatro colônias. Essas eram divididas em lotes coloniais de 30

hectares, aproximadamente, o que, inclusive, favorecia o assentamento

dos imigrantes e a melhor fiscalização dos agentes de governo e das

companhias de imigração, as quais lucravam com a vinda dos imigran-

tes.

Quando da divisão das colônias, a “estrada” que separava as

propriedades, seja ao fundo ou na frente, conforme o caso, era conheci-

da por linha, que nada mais era do que uma “picada” no meio do mato e

que, servindo essas propriedades, funcionavam como meio de acesso.

A seguir, relataremos os motivos pelos quais as linhas ainda

hoje conhecidas ganharam seus apelidos. Salientamos, entretanto, que

nenhum testemunho ou registro escrito foi encontrado que localizasse,

no tempo, esses acontecimentos, razão pela qual não se pode precisar as

épocas desses eventos.

Tem-se notícia, de que o primeiro medidor de terras, não

oficial, surgido em Cocal foi um russo conhecido por “Sarin”, cujo nome

aportuguesado era João, existindo ainda alguns títulos de propriedade

da época, assinados por ele e guardados por famílias de nossa região,

como exemplo podemos citar um mapa guardado por Egídio Fontanela,

cuja assinatura do levantamento topográfico é de “João Sarin”, datado

de 25 de Outubro de 1901.

São conhecidas quatro importantes linhas coloniais:

Linha Tigre

Ficou assim conhecida porque, em terras de Francisco

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Possamai, um porco foi atacado por um tigre. Neste dia, vários serranos

desceram a serra para caçar o animal feroz. Logo após a caça do tigre,

comemoraram o feito, comendo o porco que certamente só foi ferido

pelo felino.

Linha Ferreira Pontes

Esta linha recebeu este nome como forma de se homenagear

o Engenheiro Francisco Ferreira Pontes, que era Diretor da 2ª Comissão

da Colônia Azambuja, encarregado de medir as terras que formariam o

Núcleo Accioly de Vasconcelos ou Rio Cocal como mais tarde ficou

conhecido.

Linha Espanhola

Neste local moravam muitos imigrantes poloneses, os quais

foram atingidos por uma forte epidemia de gripe (gripe espanhola) que

dizimou centenas de pessoas em toda a região, mas que produziu óbitos

em escala alarmante entre os poloneses que habitavam essa localidade,

ficando conhecida, então, em razão desse surto epidêmico, como Linha

Espanhola.

Na verdade, essa gripe era a gripe que os italianos chama-

vam de “influenza”, cujo ano da ocorrência desse surto em meio aos

poloneses foi em 1918.

Há notícia, de que antes desse surto de gripe, já residia uma

família de origem espanhola, cujo sobrenome era Spagnol (daí o apelido

espanhol), família conceituada e bemquista, o que reforçou a prática do

apelido da localidade.

Linha Cabral

Nome originado do cidadão “João Cabral de Mello” (1850-

1910), que exerceu diversos cargos públicos, dentre os quais o de Supe-

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rintendente Municipal (Prefeito na época) em Tubarão.

Foi escriturário da Inspetoria de Terras e Colonização, sen-

do por isso homenageado com o nome dessa localidade.

Rio Galo

Foi atribuído este apelido à Comunidade de Rio Galo, por-

que o local serviu de acampamento dos funcionários do DR - Departa-

mento de Estradas de Santa Catarina, que acampados à mergem do rio

que serve de divisa natural entre Urussanga e Cocal, eram acordados

pelo canto de um galo que chamava a atenção de todos, principalmente

dos funcionários que trabalhavam na abertura da estrada e também dos

moradores do local. Assim, em homenagem ao galo de canto forte e

pontual, o apelido caiu nas graças dos moradores locais e até hoje a

localidade é assim conhecida.

Infelizmente, não se tem notícias a que família pertencia a

ave que acordava o acampamento todas as manhãs.

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A COMUNIDADE DE RIO COMPRUDENTE

A colonização de Rio Comprudente teve início em 1883com a chegada de várias famílias vindas da Itália, especialmenteda Província de Treviso, Região do Vêneto.

Os colonizadores desta comunidade estão elencados nomonumento eregido em frente à Igreja Nossa Senhora doCaravággio, por ocasião de seu centenário de colonização, come-morado em 26 de Maio de 1993.

Famílias colonizadoras do Rio Comprudente

Antonio Mufatto

Antonio Redieri

Antonio Saviato

Antonio Serafin

Anselmo Vitoretti

Candido Brinna

Cesar Salvan

Eugenio Amboni

Francesco Serafinn

Felippe Feltrim

Giovanni Bortolatto

Giovanni Bataim

Giovanni De Brida

Giovanni Battiol

Giovanni Polla

Giuseppe Bertam

Giuseppe Durante

Giuseppe Sasso

Isidoro Machado

Luigi Mufatto

Luigi Gabriel

Moisés Saccon

Santos Pagnan

Valentin Fachin

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COCAL DO SUL: um mergulho em sua história COCAL DO SUL: um mergulho em sua história

No Brasil Imperial, a Coroa pertencia à nobreza portuguêsa, logo,todas as pessoas envolvidas na Administração do Império e tam-bém nas províncias, como o caso de Santa Catarina, tinham ori-gem portuguêsa. Foi assim, por exemplo, com quase todas as co-missões encarregadas pela medição e demarcação dos lotes colo-niais, destinados ao assentamento dos imigrantes, trazidos da Eu-ropa.

Uma das influências vindas de Portugal e que acha-seregistrada na história da Comunidade de Rio Comprudente, é jus-tamente a que se relaciona à origem do nome desta comunidade.

Certamente não foram os colonizadores italianos queescolheram a denominação do lugar. Os indícios nos fazem crerque o nome de Rio Comprudente, foi a forma encontrada pelosencarregados do Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Pú-blicas do Governo Imperial, pela demarcação dos lotes, para ho-menagear um rio português. É que em Portugal há um rio com asmesmas características, cujo nome era Rio Comprudente, pois queo rio daqui, a exemplo do rio português, serve de marco natural,percorrendo toda a extensão entre a Colônia Urussanga e o NúcleoColonial Accyoli de Vasconcelos, hoje Cocal do Sul. RioComprudente, dá a idéia de comprimento, ou seja, um rio bastanteextenso, permitindo, inclusive, que seja utilizado como divisa na-tural entre duas comunidades. Eis a razão do nome atribuído àComunidade de Rio Comprudente.

As famílias colonizadoras de Rio Comprudente vivi-am, basicamente, da agricultura. A Família Fachin, por exemplo,aproveitando uma queda d’água, montou uma “atafona”, onde moíao milho e o trigo, como também a mandioca. Outras famílias espe-cializaram-se na produção de aguardente, cuja tradição ainda hoje

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se mantém.

Família Facchin

A Família Facchin, proveniente do Município deSovramonte (Provícia de Belluno), estabeleceu-se, inicialmente,em Urussanga, onde hoje está localizado o Hospital Nossa Senho-ra da Conceição.

Valentino Facchin chegou ao Brasil quando tinha 10 anosde idade, na companhia de seus pais, Domenico Facchin e MariaZanin. Viveu sua juventude em Urussanga, trabalhando no ramoda construção civil, ofício herdado de seu pai, que seguia a fortetradição desta família, especialmente em construções onde a maté-ria-prima básica era a pedra. Em Urussanga, as principais obraspúblicas, realizadas pela administração local, teve a participaçãode Velentino Facchin. Também realizou inúmeras outras obras, deiniciativa privada, pois foi um excelente construtor.

Ao casar-se com Rachele Rosso, moça nascida na Ci-dade de Sedico, também localizada na Província de Belluno, mu-dou-se para a Comunidade de Rio Comprudente. Empreendedordinâmico, associou-se a Eugenio Amboni, afim de construir, nalocalidade, a primeira indústria do lugar. Ergueram uma atafona,aproveitando um represamento do rio, que oferecia todas as condi-ções para o empreendimento. Os serviços dessa atafona forammuito requisitados por toda a região. Ainda hoje, é possível identi-ficar sua localização, especialmente porque restaram suas ruínas.

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COCAL DO SUL: um mergulho em sua história COCAL DO SUL: um mergulho em sua história

Atafona contruida por Valentino Fachin

Engenho construido por Valentino Fachin

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Nos idos de 1912, Valentino Facchin foi convidado pelo GovernoFederal, para trabalhar na construção da estrada de ferro. Foi envi-ado ao Norte do Estado de Santa Catarina, mais especificamentena região de Mafra, afim de ajudar na ligação férrea entre estacidade e a de São Francisco do Sul.

Nesta época, a região para onde fora Valentino Facchinestava envolvida numa acirrada disputa de interesses, envolvendoos Estados do Paraná e de Santa Catarina, resultando numa verda-deira guerra civil, que ficou conhecida como a “Guerra do Contes-tado”. Embora advertido pelos amigos, Valentino Facchin, homemdestemido e corajoso, não hesitou, indo para a região conturbada.Trabalhou na construção da estrada de ferro, no trecho próximo àCidade de Canoinhas durante um bom tempo.

Num certo dia, Valentino e mais 18 companheiros seus,estavam trabalhando na construção, quando foram aprisionados poruma tropa federal, comandada pelo General Setembrino, que foraencarregado de pôr fim ao conflito armado que envolvia revoltososdos dois Estados. A repressão adotada por essas tropas do Gover-no, extrapolava de tal forma o comando, que em muitos casos, nãoprocuravam distinguir os “jagunços revoltosos”, das pessoas queestavam na região, trabalhando na construção da estrada de ferro.

No dia 21 de Novembro de 1914, numa manhã chuvosade Primavera, enquanto na Europa, desencadeavam-se as opera-ções bélicas que deram início à Primeira Grande Guerra Mundial,Valentino Facchin e seus 18 companheiros de trabalho foramimpiedosamente fuzilados pelas tropas federais, sob a acusação deestarem colaborando com os revoltosos.

De nada adiantaram os argumentos de inocência, levanta-dos pelos prisioneiros. Segundo um sobrevivente do massacre, o

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fuzilamento, aconteceu numa localidade conhecida como Campo dasMoças, próximo à Cidade de Canoinhas. Nesta Localidade tombouValentino Facchin, sendo vítima de uma grande e injustificada carni-ficina, promovida por tropas do Governo Federal.

Em 1925, com a forte importante atuação do ConsuladoItaliano, o Governo Federal, reconhecendo a injustiça cometida emrelação ao fuzilamento de inocentes trabalhadores italianos, procurouindenizar as famílias das vítimas. Nesta época, a viúva de Valentino,Rachelle Rosso, recebeu a importância 25 Contos de Réis.

O corpo de Valentino nunca fora encontrado, nem mesmoo registro do óbito foi feito. Quando esse destemido imigranteitaliano partiu de Rio Comprudente para ajudar o Brasil a expandirsua malha ferroviária, foi para nunca mais voltar para os seus.

Deixou Valentino Facchin sua esposa e filhos. Abaixo,fotografia da Família Facchin.

Da esquerda para direita: Maria Aurora, Marcolina Salute, Ana Gracia, Rachele Rosso(mãe), Antonio Victor, Valentino (pai), Santa Ignês e Libera Esperança. A foto é de1907, por isso não aperece nela Ambrozio (no detalhe), que ainda não tinha nascido.

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Certidão de Batismo de Valentino Facchin, expedida pela Paróquia Santa Maria As-sunta, da localidade de Servo, município de Sovramonte - Província de Belluno - Itália

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O primeiro professor

O primeiro educador da comunidade de Rio Comprudentefoi o italiano Giovanni Bataim, que lecionou muitos anos nas lín-guas italiana e portuguesa. Em sua homenagem, a escola da comuni-dade leva o seu nome: “Escola de Educação Básica GiovanniBataim”.

Religiosidade

A Comunidade de Rio Comprudente, por ter sido coloni-zada por imigrantes italianos, que trouxeram em sua bagagem cultu-ral a forte influência da Igreja Católica Apostólica Romana, trouxe-ram e mantiveram, também, a tradição de fé e devoção à Nossa Se-nhora do Caravaggio, sua padroeira.

Caravaggio é uma pequena vila italiana. À época da apari-ção de Nossa Senhora, era uma terra muito batida por bandidos ecorroída por heresias e agitada por muitos crimes. Foi nesta terratão violenta e após uma sangrenta guerra entre a República deVeneza e o Ducado de Milão, que Nossa Senhora escolheu parafazer sua aparição e deixar sua mensagem.

No dia 26 de Maio de 1432 nesta vila chamadaCaravaggio, Giovanetta, uma camponesa muito maltratada pelo ma-rido, colhia pastagem em meio a prantos e súplicas à “mãe do céu”,por tudo o que sofria com o seu marido. Então, subtamente, apareceem sua frente uma linda senhora que mais parecia uma rainha plenade bondade. A senhora ordena à Giovanetta que não tivesse medo eque se ajoelhasse, afim de receber uma grande mensagem. Revela-lhe o seu nome e lhe diz que, tendo conseguido afastar do povo cris-tão os merecidos castigos da divina justiça, vem anunciar a paz. E

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lhe confia esta mensagem, dizendo ainda que a levasse ao conheci-mento dos governantes e do povo. Nesta mesma aparição, NossaSenhora, pede a Giovanetta que peça ao povo que volte a rezar efazer penitência e como marco de sua aparição, que fosse erguidauma capela.

Quando as famílias colonizadoras chegaram ao RioComprudente, em seguida, também, ergueram uma igreja de ma-deira a exemplo do ocorrido na Itália e, no pedestal, colocaramuma pequena imagem de Nossa Senhora do Caravaggio, trazidapor eles da Itália. É por esse motivo que ainda hoje perpetua-se emRio Comprudente a forte devoção à nossa Senhora do Caravaggio,sua padroeira, e sua festa que se realiza todos os anos, no dia 26 deMaio, é conhecida em toda a região pelos romeiros e devotos.

Nossa Senhora do CaravaggioPadroeira de Rio Comprudente

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DE ACCIOLY DE VASCONCELOS A RIO COCAL

A origem do nome do Município

Precisar a data em que houve a mudança do nome do Núcleo

Accioly de Vasconcelos para Rio Cocal, é tarefa das mais dificeis, até por-

que não existem dados escritos sobre o assunto, o que nos permite afirmar

que não há uma data específica sobre a mudança do nome. Mas, pelos inú-

meros acontecimentos pesquisados que mencionam datas, foi possível esta-

belecer, não a data precisa, mas a época provável em que essa mudança na

denominação começou a ser operada.

Seguramente, o nome oficial do Núcleo Colonial, isto é, Accioly

de Vasconcelos, não foi simpático à população nele residente, pois a prática

adotada foi a de estabelecer uma correlação entre o nome da localidade com

o nome do principal rio existente, Rio Cocal.

Comprovadamente, ainda no ano de 1891, o nome conhecido

era Accioly de Vasconcelos, pois todos os fatos históricos escritos, retratan-

do fatos dessa época não mencionam Rio Cocal, o que só acontece algum

tempo depois.

O nome Rio Cocal não é, seguramente, fruto de Lei. Não há

nenhum registro legal autorizando a mudança, daí a conclusão lógica

que essa designação partiu do próprio costume dos colonos, que se esta-

beleceram em nossa região, aliado ao fato inconteste de que o principal

rio que banha o núcleo é o Rio Cocal, em cujas margens era abundante

os coqueiros nativos que, inclusive, se espalhavam em toda a sede do

núcleo.

Sobre essa abundância de coqueiros, há que se relatar que a

proliferação dessas árvores deu-se pela ação direta dos animais que, ao

se alimentar dos frutos, espalhavam as sementes, fazendo com que a propa-

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gação de coqueiros crescesse vertiginosamente, embelezando não só as

margens do Rio, mas quase todo o núcleo colonial.

Até 1885, não tinham se estabelecido ainda um número muito

grande de colonos no Núcleo Accioly de Vasconcelos, fato que à época não

exercia nenhuma ou quase nenhuma influência sobre o nome Rio Cocal.

Mas a partir do ano de 1890, com a chamada “Lei Glicério”, que conce-

dia, teoricamente, muitos incentivos à vinda de colonos imigrantes para o Sul

do Brasil, aqui se estabeleceu uma leva considerável não só de imigrantes

italianos, mas de poloneses, russos e uma pequena quantidade de alemães.

Ainda em 1892 o nome Accioly de Vasconcelos era lembrado, pois como

bem demonstra o Registro de Nascimento de Assunta Zandonardi, lavrado

no Cartório de Urussanga Livro A-01, Fls. 01, sob o termo 01, nome Rio

Cocal não fora mencionado.

Cremos que, graças ao aumento do número de habitantes, mais

o fato da existência de um Rio, ladeado de coqueiros, passou a ser praticado

pela própria população o apelido do Rio, que era RIO COCAL, o que se

irradiou não somente dentro do núcleo, mas igualmente em toda a região, de

modo que não mais se falava em Accioly de Vasconcelos.

E da mesma forma que o nome Accioly de Vasconcelos foi

esquecido, com o passar do tempo, isso após 1892, as pessoas, quando se

referindo ao Rio Cocal, não mais pronunciavam o Rio, apenas o nome

COCAL, fazendo referência aos coqueirais que aqui existiam, pois Cocal é

sinônimo de “coqueiral”. Deste modo, concluímos que o nome Cocal foi

fruto da prática reiterada da relação entre o nome do rio com os abundantes

coqueirais que aqui existiam.

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Registro de Nascimento de Assunta Zandonardi, feito em 1892 no cartório deUrussanga, mencionando o local Accioli de Vasconcellos

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O INCREMENTO DA COLONIZAÇÃO

A seguir, relação das famílias que foram dirigidasdiretamente para o núcleo colonial “Accioly de Vasconcelos”,objetivando dar impulso ao pequeno povoado.

Barro

Basso

Benedet

Beneton

Biz

Bortolin

Boteon

Burigo (Gol)

Candiotto

CasagrandePacagnan

Cecchinel Pavei

Costa

D’ Agostin Peruchi

Da Rolt

Da Soller

Dal Pont

Dal Toé

Dalló

Darós

De Faveri Rocco

De Villa

Fabro

Ferrarro

Fontana

Giusti

Gobbo

Magagnin

Mariot

Martignago

Martinello

Mative

Naspolini

Osellame

Pelegrini

Possamai

Possamai Della

Possi

Pozza

Prá

Raspini

Rós

Rosso

Rosso Fermo

Sartor

Smani

Soligo

Valmago

Vuello

Zanatta

Zanette

Zilli

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Certidão de Batismo de Angelo GabrieleZanette, expedida pela Paróquia San GiacómoApóstolo, da localidadee de San Giacómo diVellia, do município de Vittorio Veneto -Provincia de Treviso - Itália

Certidão de Nasci-mento de CelesteSilvestro AngeloC a n d i o t o ,expedida pela car-tório do municípiode Campodarsego- Provincia dePadova - Itália

Certidão de Nascimento de AngeloRosso, expedida pelo cartório domunicípio de Sedico - Provincia deBelluno - Itália

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Certificado de Nascimento de FortunatoSartor, expedido pelo cartório domunicípio de Montebelluna - Provinciade Treviso - Itália

Certificado de Nascimento de LuigiSartor, expedido pelo cartório do muni-cípio de Montebelluna - Provincia deTreviso - Itália

Certidão de Batismode Carlo Osellame,expedida pelaParóquia de S.Andrea Apostolo, dalocalidade deVenegazzu,Munícipio deVolpago DelMontello - Provínciade Treviso - Itália

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Após a chegada das famílias pioneiras e a criação do Núcleo Accioly de

Vasconcelos, mais o “incentivo” dado à colonização, através da Lei

Glicério de 1890, chegaram outras famílias da Polônia e do Norte/Nor-

deste Italiano.

Italianos

Burigo (Sindaco/Spizier), Bettiol, Bortolatto, Cirimbelli,

Castelan, Crestani, Cecchinel (Sabionaro), Cecchinel (Bót), , Da Jori,

De Pellegrin, Feltrin, Frasson, Furlan, Ferro, Galato, Galli,

Guglielmi, Guollo, Meneghel, Menegon, Munaretto, Motta, Possa,

Peraro, Peruck, Ronssoni (Bépi Moro), Scarpatto, Scandolera, Trate

e Zunchetti.

O italiano Ferdinando Furlan, natural de Montebelluna - Provincia de Treviso - Italia,e sua esposa Maria Zamprogno.

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Registros da Igreja Matriz de Urussanga, feitos pelo Padre

Francisco Chilinski, demonstram a presença de muitas famílias polone-

sas no Núcleo Accioly de Vasconcelos. A seguir, pela ordem alfabética,

a relação dessas famílias:

Angulski, Andruskiewicz, Antikiewski, Buedne, Bank,

Bajak, Bartoziak, Bilinoski, Bocianowski, Butowski, Bajinski,

Bialewski, Cizeski, Chosjniak, Christiewicz, Demboski, Formanski,

Gotebinski, Gulzlinski, Iznaski, Hosniak, Kaminski, Kanarek,

Kaurowski, Kislarek, Krajenski, Krosnak, Kubowski, Kubaski,

Kunianski, Kuviatronwski, Kurozenski, Levandowski, Matuschak,

Maciewski, Machinski, Martincoski, Milak, Novak, Nicoski,

Pascowiscz, Patonwski, Pavolski, Piechatowski, Puzinski, Rajenski,

Riczkowicz, Rozanski, Schenski, Schivronski, Slachta, Slowinski,

Smielewski, Sobolesnki, Sorbezak, Stacowski, Stawinski, Studinski,

Szercpaniak, Szarwak, Szulenski, Tiscoski, Tibincoski, Wachinski,

Walsek, Walzak, Wasniewski, Wasilewski, Wizinski, Wisovaty,

Wiszbinski, Woicicowski, Wronski, Wrosnik, Zakzenski.

Outras famílias ainda se radicaram no Núcleo e podemos

destacar dentre essas, a Família Gaidzinski, que exerceu grande influên-

cia no desenvolvimento do Distrito de Cocal.

Registros dos fregueses da Firma Ferdinando Burigo, extra-

ídos do Livro Caixa de 1899, demonstram claramente o predomínio dos

italianos e dos poloneses sobre os alemães e brasileiros no núcleo colo-

nial.

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Poloneses

Kasimir Angulski, Josef Andruzkiecz, Samuel Alberk, Antonio

Achervicz, Mattia Batz, Peter Biela, Serafim Biela, Adão Bergim, Ignacio

Boles, Andrea belinski, Estanislau Cafka, Peter Cafka, Ignacio Cafler, Josef

Barchinski, Josef Chulseski, Francisco Ciseski, Miguel Siseski, Francisco

Clima, Constante Danhaeski, Josef estoricks, Teofil Formanski, Felicz

Estoricks, Vadislau Folz, Antonio Gabloenski, Silvestre Gabloenski, Josef

Getner, Francisco Golombieski, Vincenti Guslinski, Martin Kanarek, Miguel

Kantovicz, Estanislau Kislarek, Kasemir Kislarek, Vasvergine Kasimirski,

João Vadislau Koinaski, João Kopinski, Francisco Kraeski, Tomaz

Krischevicz, João Kubowski, Francisco Krischevicz, Kasemir Kugnarski,

Vavzincz Kasimirzchak, Michel Levandowski, Rocco machinski, João Milak,

Romeu Mistachevicz, João Mizaeski, João Morotoski, Miguel Nedvisnki,

Miguel Novak, Adam Novacoski, Voicek Nicoski, Antonio Pavolski, Leon

Peichatowski, João Poscka, Francisco Plaschevicz, Alexandre Putrikus, Joann

Putrikus, Antonio Puzinski, Francisco Puzinski, Leonard Puzinski, Ipólito

Radvaisnki, Josef Ranchiseski, Zigmundo Raiciki, Josef Riczkovicz, Nicolas

Rutcowski, Joann Rubeski, Stefano Slachta, Vitor Slachta, Ghillerme

Schlemper, Adam Sesme, Giacob Slowvisnki, Joann Slowvinski, Paulo

Socainski, Eduardo Stacowski, Tomaz Staviaski, Francisco Tchiosek, Simeão

Tibincoski, Pedro Tizen, Kasimir Tafolet, Johan Tafolet, Antonio Tachinski,

Macci Wasniewski, Johan Wasniewski, Lucca Wasniewski, Josef Wasniewski,

Alessandro Kisovaty, Josef Visolski, João Viusts, João Vitcoski, Johan

Woicicowski, Martin Woicicowski, Estanislau Zakzenski, Francisco

Zakzenski, Francisco Zandroski, Johan Zamsewski, Ignacio Zatki, Frederico

Zelingher, Peter Zelingher, Miguel Zelingher, Vilielmi Zelingher.

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Italianos

Cesare Beneton, Luigi Bettilli, Denco Berezza, Gervasio

Bortoluzzi, Oswaldo Bortoluzzi, Giovanni Burghetto, Giuseppe Burigo,

Pietro Burigo, Pietro Benedet, Carlo Bristot, Celeste Bardi, Alessandro

Casagrande, Giacomo Casagrande, Antonio Casagrande, Giuseppe

Casagrande, Pietro Casagrande, Francisco Castelan, Giovanni Battista

Castagna, Giuseppe Cecchinel, Antonio Cecchinel, Giacomo Candiotto,

Pietro Candiotto, Giusoé Collodel, Pietro Crestani, Giovanni da Costa,

Giuseppe da Costa, Pietro Dagostin, Giovanni Dajori, Francesco Dalló,

Giovanni Dal Pont, Joaquim Dal Pont, Vincenzo Dal Pont, Domenico

Daniel, Arcangelo Da Rolt (Da Rold), Bernardo Da Rolt (Da Rold), Cons-

tante Da Rolt (Da Rold), Felice Da Rolt (Da Rold), Pietro Da Rolt (Da

Rold), Pietro Da Soller, Giuseppe Dal Toé, Francesco De Bona, Giovanni

De Faveri, Pietro De Faveri, Giovanni Pavan, Giovanni De Pinna,

Gaetano De Prá, Santo De Prá, Vicente De Villa, Giacomo Dincá,

Giacomo Da Soller, Francesco Rossi Fermo, Luigi Rossi Fermo,

Francesco Feltrin, Angelo Ferro, Giovanni Fontana, Giuseppe Fontana,

Angelo De Favaro, Battista Frello, Giovanni Batista Frello, Antonio

Gabriel, Luigi Gabriel, Vicenti Gislon, Giovanni Guollo, Antonio

Martignago, Giovanni Maria Martgnago, Biol Martignago, Giordano

Menegon, Giacomo Munaretto, Giuseppe Nart, Stefano Nespollini,

Giovanni Martinello, Carlo Osellame, Lorenzo Pacagnan, Antonio Pavei,

Luigi De Pellegrin, Domenico Peraro, Antonio Peraro, Antonio Peruck,

Luigi Perucki, Banto Pescador, Domenico Possa (Pozza), Angelo Possamai(fu

Giovanni), Angelo Possamai (da Cresciuma), Lorenzo Possamai (Della), Luigi

Possamai (Della), Pedro Possamai (Mura), Davide Raspini, Alessio Ronsani,

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Bortolo Ronsani, Benedetto Ronsani, Lorenzo Ronsani, Angelo Rosso, Carlo

II Rosso, Ellias Rosso, Frederico Rosso, Fioravante Rosso, Giovanni Rosso,

Giuseppe Rosso, Luigi Rosso, Zandonadi Rosso, Batista Ronsani, João Sarin,

Carlo Sbeghen, Domenico Savi, Giuseppe Sartor, Luigi Sartor, Giuseppe

Sasso, Domenico Zanatta, Giovanni Zilli, Valentino Zilli, Fortunato Sartor.

Alemães

Matia Effting, Gorlip Hain, Johann Hain, Giacob Mayer, August

Otto, Wilheim Otto, Carlos Ordowig, August Preiss, Giorg Schneider, Josef

Smithz, Rainol Sperling, Johann Taufenbah, Antonio Trapp, Frederico Wolf.

Brasileiros

Augusto Consensio, Domingos Rocha, Francisco Machado,

Manoel Cesario da Silva, Maria Cesario, Serafim Cesario, Simeão Ma-

chado.

Índio Feliciano - Viveu em Cocal e gozavade grande prestígio entre os colonos.

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Paulo Savi Mondo

Pietro De FaveriNasceu em Fregona - Provincia de Treviso - Italia

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Certidão de Batismode Ferdinando Savi,expedida pela paró-quia de San Lorenzo,do município deSoverzene - Provinciade Belluno - Itália

Certidão de Batismo deSanto Zaccaron,expedida pela paróquiade Valmareno, do mu-nicípio de Follina -Provincia de Treviso -Itália

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Relação dos componentes da Família De Pellegrin, que emigraram para o Brasil em14-04-1880. Documento expedido pelo cartório do Município de Belluno - Provinciade Belluno - Itália

Componentes da Família Da Soler. Documento expedido pelo cartório do Municípiode Cison de Valmarino - Provincia de Treviso - Itália

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AS DIFICULDADES

Sabe-se que a vinda de milhares de imigrantes para o sul do

Brasil deu-se em função das dificuldades que se apresentavam em seus

países de origem. Na Polônia, por exemplo, as principais causas que

provocaram a saída dos poloneses de seu país foram as constantes agita-

ções sociais que convergiam em guerras desgastantes e a consequente

pobreza. Nessa época, a Polônia, a exemplo da Itália, não existia como

Nação independente, pois seu teritório pertencia à Prússia, Rússia e

Áustria, fazendo com que muitos poloneses que chegaram ao Brasil por-

tassem documentos de nacionalidade de um desses três países.

Na Itália, os fatores já citados, também foram de ordem po-

lítico-econômica. Mas os imigrantes que aqui chegaram, iludidos por

fortes campanhas publicitárias, propositadamente elaboradas pelas com-

panhias de imigração se depararam com a triste realidade de constata-

rem que as condições aqui encontradas, seguramente, foram piores que

aquelas deixadas em seus países, pois nem sequer vilas ou até mesmo

casas haviam aqui.

As famílias pioneiras quando aqui chegaram, nenhuma

infroestrutura encontraram, somente as matas virgens, muitos animais

ferozes e os temidos índios botocudos que habitavam a região. O dia a

dia dessas famílias era uma verdadeira batalha pela sobrevivência:

Alimentação

Os imigrantes se alimentavam basicamente daquilo que produziam nas

roças, podendo-se destacar, sobremaneira, o milho para a farinha da

polenta e as verduras, especialmente “Il Radichio”.

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Moradia

As casas eram construídas com ripas e cobertas com palhas e, em muitos

casos, a cosntrução tinha que oferecer segurança contra os ataques dos índi-

os e animais ferozes como as onças e tigres, comuns nessa região à época.

Vestuário

As roupas eram as mais simplórias possíveis, pois não havia comércio que

vendesse tecidos e eram feitas, à mão, em teares de madeira. Usava-se ainda

pele de animais para todo o tipo de aplicação doméstica, como cobertas,

bolsas, etc.

Casa contruida por José Cechinel (Bepe Rossetti). Nela funcionaram: loja, salão debaile, barbearia e bar. Ai também residiram José Cechinel, Georgeo Cechinel, CincinatoNaspolini, Luiz Búrigo e depois Germano De Faveri.

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ASPECTOS POLÍTICOS DO NÚCLEO ACCIOLY DEVASCONCELOS

Organização político-eleitoral e administrativa de Urussanga e

povoado de Cocal

Em 1885, o Núcleo Colonial Accioly de Vasconcelos e a

Colônia Urussanga estavam, politicamente, atrelados ao Município de

Tubarão, no que concerne ao aspecto político-administrativo. Urussanga,

por exemplo, ainda não era município, o que só ocorreu na virada do

Século XIX, em 1900.

Em 1890, já na República, houve um apelo muito forte por

parte das autoridades de Urussanga, no sentido de que a população da-

quela localidade, e também do povoado de Cocal se alistassem no Car-

tório Eleitoral de Tubarão. Assim, dezenas de pessoas se dirigiram a

Tubarão, mas somente 18 conseguiram se alistar e fazer os títulos eleito-

rais, causando decepção ao povo. E por consequência deste descaso das

autoridades de Tubarão, os pretendentes ao título de eleitor, num total de

130 pessoas, se dirigiram ao Município de Araranguá e lá se alistaram.

Nesta época, Tubarão e Araranguá disputavam a região de Urussanga e

outras colônias do Sul do Estado.

O movimento político, afim de emancipar Urussanga, teve

inicio entre 1897 e 1898. Em 1898 foi apresentado tal solicitação à As-

sembléia Legislativa de Santa Catarina, todavia o pleito não foi atendi-

do, o que provocou grande ira nas lideranças de Urussanga e a popula-

ção, por seu turno, recusou-se a votar nas eleições do ano seguinte.

Em 1900, Urussanga finalmente consegue emancipar-se de

Tubarão, anexando Rio Cocal ao seu território.

No ano de 1901, tem inicío a organização eleitoral no Muni-

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cípio de Urussanga com importantes repercussões para o povoado de

Cocal, pois a 5 de Abril deste ano, o Município foi dividido em quatro

secções eleitorais, assim compreendidas: Urussanga, Cocal, Belluno

(atual Município de Sideróplis) e Treviso.

Na seção eleitoral do povoado de Cocal, seus representantes

eram os cidadãos Frederico Rosso, Giuseppe Burigo, Pedro Cecchinel,

Caetano Dal Prá, João Da Jori, Vendramino Rosso Zandonadi, Lorenço

Ronzani e Bertolo Ronzani.

Em 17 de Dezembro de 1901, é realizada nova divisão elei-

toral em Urussanga, sendo criada mais uma secção eleitoral na sede,

ficando o povoado de Cocal com a 3ª secção, sendo seus representantes

efetivos Eugenio Rosso, Lorenzo Ronzani, Caetano Dal Prá, João Da

Jori e Stefano Naspolini. Os representantes suplentes eram Luigi Rosso,

Francisco Castellan e Giuseppe Burigo.

Neste mesmo ano, a 30 de Abril, Caetano Dal Prá é nomea-

do Fiscal do Núcleo de Cocal, conforme transcrição e reprodução na

íntegra do Termo de Promessa, lavrado em reunião do Conselho Muni-

cipal de Urussanga, arquivado na Câmara Municipal daquele Municí-

pio.

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TERMO DE PROMESSA QUE FAZ O CIDADÃOCAETANO DAL PRÁ PARA EXERCER O CARGO DE

FISCAL MUNICIPAL DO NÚCLEO COCAL, MUNICÍPIODE URUSSANGA.

“Aos trinta dias do Mês de Abril de mil novecentos e um a

doze horas da manhã, no Palácio Municipal de Urussanga compareceu

o Cidadão Caetano Dal Prá, Fiscal Municipal, segundo demonstrou

com seu título de nomeação que exibiu e declarou perante o Cidadão

Jaccinto De Brida, Superintendente Municipal, que queria prestar a Pro-

messa Constitucional afim de poder exercer o seu cargo. Em seguida

foi-lhe deferida a promessa legal dizendo com o Cidadão Jaccinto De

Brida: “Pela minha honra e pela minha pátria prometo solenemente

preencher com toda a exatidão e exmplo os deveres inerentes ao cargo

de Fiscal Municipal, envidando nesse empenho o quanto em mim cou-

ber a bem do estado e dos meus concidadãos.

E como assim o disse e aceitou, lavra-se o presente termo que vai por

ambos assinado.

Eu, José Caruso MacDonald, Secretário Municipal a escreví e assino”.

Assinado: Jaccinto De Brida, Caetano Dal Prá e José Caruso MacDonald

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Em 5 de Abril de 1903, João De Faveri (filho de Pietro De

Faveri), foi nomeado Fiscal para o Núcleo de Cocal, sucedendo a Caeta-

no Dal Prá.

Como já exposto anteriormente, as eleições eram realizadas

através de abaixo-assinado (listas), pois não haviam títulos de eleitor,

nem Justiça Eleitoral. As cédulas de votação eram previamente preen-

chidas com o nome de cada candidato e seu respectivo cargo. A

inexistência de título de eleitor, facilitava a fraude eleitoral. A votação,

Termo de promessa de Caetano Dal Prá, datado de 30 de abril de 1901, para exercero cargo de fiscal no povoado de Rio Cocal.

Fonte: Arquivo da Câmara Municipal de Urussanga - SC.

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TERMO DE PROMESSA QUE FAZ O CIDADÃOFREDERICO ROSSO PARA EXERCER O CARGO DE

CONSELHEIRO MUNICIPAL DE URUSSANGA -COMARCA DE TUBARÃO

“Aos trinta dias de Janeiro de mil e novecentos e um a onze

horas da manhã no Palácio Municipal de Urussanga, compareceu o

Cidadão Frederico Rosso, Conselheiro Municipal de Urussanga, se-

gundo demonstrou com diploma que exibiu e declarou perante o Cida-

dão Lucas Bez Batti, Presidente do Conselho Municipal eleito na Ses-

são Extraordinária de 15 de Janeiro de 1901 que apresentar a promes-

sa constitucional afim de poder execer o seu cargo. Em seguida foi lhe

deferida a promessa legal dizendo com o Cidadão Presidente Lucas

Betti: “Pela minha Honra e pela minha pátria prometo solenemente

preencher com toda a exatidão e exemplo, os deveres inerentes ao cargo

então, ganhou o apelido de “eleição por bico de pena”.

Em Urussanga, à época, a organização do Município era bem

diferente da atual, pois não existia a figura do Prefeito e nem a de Vere-

ador. O Poder Executivo era exercido por um Superintendente Munici-

pal, nomeado pelo Governandor do Estado, e o Legislativo, por sua vez,

exercido por um Conselho Municipal, cuja mesa diretora era composta

de Presidente, Vice-Presidente, 1° Secretário e 2° Secretário, “eleitos”

pelo povo, através de listas.

Examinando-se as atas dessa época, constata-se que no ano

de 1901, mais precisamente aos 30 de Janeiro deste ano, o Conselho

Municipal de Urussanga, presidido por Lucas Bez Batti, reune-se para

empossar como Conselheiro Municipal o Cidadão Cocalense Frederico

Rosso, eleito pelo povoado de Cocal.

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de Conselheiro Municipal evidando esse empenho, quanto em mim cou-

ber a bem do estado e dos meus concidadãos.

E como assim o disse e aceitou, lavrar-se o presente termo que vai por

ambos assinado. Eu, João Pescador,1° Secretário do Conselho Munici-

pal a escreví e assino”.

Assinado: Lucas Bez Batti, Frederico Rosso e João Pescador.

Reprodução do termo de posse de Frederico Rosso

Termo de promessa de Frederico Rosso, datado de 30 de janeiro de 1901, paraexercer o cargo de Conselheiro Municipal de Urussanga, representando o povoadode Cocal.Fonte: Arquivo da Câmara Municipal de Urussanga - SC

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Vista aérea do centro de Cocal.Fonte: Arquivo

A CRIAÇÃO DO DISTRITO DE COCAL

Podemos afirmar, sem temor, e com amparo na análise das

atas realizadas pelo Conselho Municipal de Urussanga, no período com-

preendido entre 1902 e 1904 que a criação do Distrito de Cocal estabele-

ce-se em duas etapas, consideradas sob o enfoque legal: a primeira diz

respeito à apreciação de uma moção, apresentada pelo Conselheiro Cesar

Cecchinel, apreciando a idéia da criação do distrito, através da aprova-

ção de um decreto e a segunda, quando há sua ratificação, através da

Resolução N° 15, de 1° de Julho de 1904.

A partir da posse de Frederico Rosso, 1° Conselheiro que

representou Cocal no Conselho do Município de Urussanga, e mais as

subsequentes eleições e posse de João De Bonna Porton e Stéfano

Naspolini (1904), evidencia-se no seio da Comunidade Cocalense, a

vontade manifesta de se fazer representar em relação ao comando políti-

co-administrativo do município.

Essa vontade de participar das decisões administrativas do

Município de Urussanga fez com que a Comunidade de Cocal realizasse

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Ata da primeira sessão ordinária do Conselho Municipal deUrussanga

“Aos dois dias do Mês de Janeiro de 1904, às onze horas da manhã,

presentes os Conselheiros, Antonio Cecchinel, Sebastião Bez Fontana,

Cesar Cecchinel e João De Bonna Porton, o vice-presidente, tomando

acento em sua cadeira presidencial, declarou aberta a sessão, manifes-

tando o fim dela, isto é: eleição dos cargos de Presidente e Vice-Presi-

dente; e discussão de um pedido de alguns habitantes do NÚCLEO

COCAL, pedindo a criação de um Distrito de Paz. Passando-se a vota-

ção para Presidente e Vice-Presidente, ficaram eleitos: para Presiden-

te, o Sr. Arcangelo Bianchini e para Vice, o Sr. Antonio Cecchinel. Em

seguida, votaram os Conselheiros para os cargos de 1° e 2° Secertários,

sendo eleito para 1° Secretário o Sr. João De Bonna Porton, e para 2°

Secretário o Sr. Sebastião Bez Fontana. Posto depois, em discussão, o

projeto para a criação do Distrito de Cocal, depois de prolongada dis-

cussão, ficou aprovada a seguinte moção do Conselheiro Cesar

Cecchinel:

O Conselho Municipal de Urussanga, ao tomar conhecimento do abai-

xo-assinado, apresentado pelos habitantes da povoação de Cocal, afim

de ser aquela povoação elevada a Distrito de Paz

um abaixo-assinado, afim de fazer com que o Conselho Municipal apro-

vasse a idéia da criação do Distrito de Paz de Cocal. Essa decisão tomou

forma através do Decreto de 02 de Janeiro de 1904, que aprovou a mo-

ção do Conselheiro Cesar Cecchinel, conforme transcrição e reprodu-

ção que fazemos, na íntegra, da ata da “Primeira Sessão Ordinária de

1904 do Conselho Municipal de Urussanga e arquivada na Câmara de

Vereadores daquele Município.

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DECRETA

DE APROVAR A CRIAÇÃO DO DISTRITO DECOCAL, ESTABELECENDO NO MESMO TEMPO QUE OSLIMITES DO DISTRITO RECEM CRIADO, FOSSEM DE-TERMINADOS NA PRÓXIMA SESSÃO DO CONSELHO.

E por nada mais haver, sendo esgotada a ordem do dia

da presente sessão, o Vice-Presidente Antonio Cecchinel, decla-

rou encerrada a sessão, mandando lavrar a presente ata que vai

pelos Conselheiros presentes assinada. Eu, João De Bonna Porton,

1° Secretário, mandei escrever e assino.

Assinado: Antonio Cecchinel, João De Bonna Porton, Sebastião

Bez Fontana e Cesar Cecchinel”.

A segunda Sessão Ordinária do Conselho Municipal deUrussanga, foi marcada para o 1° dia do Mês de Julho de 1904, àsonze horas da manhã.

Foi nesta sessão que realmente efetivou-se a regulamen-tação da criação do Distrito de Paz de Cocal, ficando, inclusive,determinados os seus limites, desta forma completando-se o pro-cesso de transformação do povoado de Cocal para Distrito de Paz.

Nessa cessão, além da regulamentação da criação doDistrito de Cocal, houve a prestação de contas com a análise dosbalancetes e outros assuntos da ordem do dia. Reproduzimos, to-davia, somente a parte da ata que, históricamente, interessa a Cocal,isto é, a abertura da sessão e a resolução N° 15 que é a Lei Municipal

que determinou a criação do Distrito.

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Reprodução da atareferente à primeirasessão ordinária doConselho Municipalde Urussanga, realiza-da em 2 de janeiro de1904, para apreciar opedido dos habitantesde Cocal em relação aelevação da localidadea Distrito de Paz.

Fonte: Arquivo daCâmara Municipal deUrussanga - SC

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Ata da Segunda sessãoordinária do Conselho

Municipal deUrussanga

“Ao 1° dia do Mês de

Julho de 1904, às onze ho-

ras da manhã, presentes os

Conselheiros Antonio

Cecchinel, João De Bonna

Porton, Sebastião Bez

Fontana e Cesar

Cecchinel, e sendo presen-

te o Superintendente Muni-

cipal, Sr. Lucas Bez Batti,

tomando o Vice-Presidente,

por faltar o Presente, as-

sento em sua cadeira pre-

sidencial, declarou aberta

a sessão, manifestando o

fim dela, isto é: aprovação

dos balancetes do 1° e 2°

trimestre, concessão de

uma subvenção à Socieda-

de de Agricultura

Catarinense, concessão de

um honorário ao médico

municipal, modificações à

lei orçamentária, só em re-

lação às despesas.

Reprodução da ata referente a segunda sessãoordinária do Conselho Municipal de Urussanga,realizada em 1º de julho de 1904, para aprecia-ção do Projeto de Resolução n° 15.

Fonte: Arquivo da Câmara Municipal deUrussanga - SC

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Depois de ligeira discussão, foram os balancetes aprova-

dos. Em seguida, pelo Conselheiro Sebastião Bez Fontana foi apresen-

tado o seguinte projeto: Resolução N° 15.

Resolução n° 15 do Conselho Municipal de Urussanga de 01 de Ju-

lho de 1904

“Art. 1° - Fica criado o Distrito de Paz de Cocal neste Mu-

nicípio.

Art. 2° - Este Distrito terá por limite: ao Leste as linhas 1ª e

2ª Torrens e Linha Espanhola até o lote colonial N° 2 de Domingos

Daltoé; ao Norte principiando das primeiras extremas dos lotes N°s 2 e

3 da estrada Cocal e seguindo pela Linha Braço Cocal até os lotes co-

loniais N°s 9 e 10 e continuando pela frente da Linha Braço Cocal até

ao picadão de Nova Veneza; ao Oeste o picadão de Nova veneza; e ao

Sul os mesmos limites do Município de Urussanga com o de Araranguá.

Art. 3ª - Revogam-se as disposições em contrário.

Faz-se este projeto, tomaram a palavra os Conselheiros João

De Bonna Porton, César Cecchinel e Antonio Cecchinel, sendo por úl-

timo aprovado.

Na Sessão que aprovou a Resolução N° 15, criando o

Distrito de Cocal, assinaram os seguintes Conselheiros Municipais: An-

tonio Cecchinel, João De Bonna Porton, Sebastião Bez Fontana e César

Cecchinel.

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Após a aprovação da Resolução N° 15, que estabeleceu a

criação do Distrito de Cocal, esta foi regulamentada, através de decreto

do Conselho Municipal, sendo assinada pelos Conselheiros Antonio

Cecchinel, João De Bonna Porton, Sebastiano Bez Fontana e César

Cecchinel.

Reprodução da Resolução n° 15 do Conselho Municipal de Urussanga, estabelecen-do os limites do Distrito de Paz de Cocal.

Fonte: Arquivo da Câmara Municipal de Urussanga - SC

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Cocal elevado à categoria de Distrito de Paz já era uma rea-

lidade, o que impunha a necessidade de ter um juiz de paz. Então, foi

realizada uma eleição no dia 21 de Agosto de 1904, cuja homologação

do vencedor FREDERICO ROSSO, deu-se na 3ª Sessão Extraordiná-

ria do Conselho Municipal de Urussanga, realizada em 03 de Setembro

deste mesmo ano. Os Conselheiros Municipais homologaram o seguinte

resultado:

Frederico Rosso - 86 votos

Giovanni Da jori - 85 votos

Nicolau Rutkowski - 84 votos

Francesco Dalló - 20 votos

Assim, Frederico Rosso, primeiro Juiz de Paz de Cocal, pres-

tou seu compromisso legal no dia 07 de Setembro de 1904, em sessão do

Conselho Municipal de Urussanga. Presidiram o ato, o Superintendente

Municipal Lucas Bez Batti e o Conselheiro João Caruso Mac’Donald.

Em 07 de Setembro de 1904, Luiz Rosso II, foi nomeado,

pelo Superintendente Municipal Lucas Bez Batti, ao Cargo de 1°

Intendente do recém criado Distrito de Cocal, conforme transcrição e

reprodução do termo de promessa, lavrado pelo Conselho Municipal de

Urussanga e que encontra-se, atualmente, arquivado nos anais da Câma-

ra Municipal daquele Município.

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TERMO DE PROMESSA QUE FAZ O CIDADÃO LUIZ ROSSO

II PARA EXERCER O CARGO DE INTENDENTE

MUNICIPAL DO DISTRITO DE COCAL.

“Aos sete dias de Setembro de mil e novecentos e quatro às

onze horas da manhã na Casa Municipal de Urussanga, compareceu o

cidadão Luiz Rosso II, nomeado Intendente Municipal, com Decreto do

Superintendente Municipal de seis de Setembro de mil e novecentos e

quatro, conforme demosntrou com o Ofício que exibiu e declarou pre-

sente o Sr. Lucas Bez Batti, Superintendente Municipal que queria pres-

tar a Promessa Constitucional afim de poder exercer o seu cargo. Em

seguida foi-lhe deferida a Promessa Constitucional, dizendo com o Su-

perintendente: “Pela minha honra e pela pátria prometo solenemente

preencher com toda a exatidão e exemplo, os deveres inerentes ao cargo

de Intendente Municipal envidando nesse empenho quanto em mim cou-

ber à frente do Estado e dos meus concidadãos.” E como assim disse e

aceitou, lavrou-se o presente termo que vai por ambos assinado. Eu

José Caruso Macdonald, Secretário Municipal o escreví e assino.

Lucas Bez Batti, Luiz Rosso II e José Caruso Macdonald

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Termo de promessa de Luiz Rosso II, datado de 7 de setembro de 1904, para exercero cargo de Intendente no Distrito de Cocal.

Fonte: Arquivo da Câmara Municipal de Urussanga - SC

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A CRIAÇÃO DO CARTÓRIO DISTRITAL

DE PAZ DE COCAL

Enquanto o Conselho Municipal de Urussanga analisava o

pedido de elevação de Cocal a Distrito de Paz, Antonio Nunes de Souza,

um gaúcho nascido em Bom Jesus, no dia 19 de Março de 1885 e radica-

do na então Vila do Rio Cocal, recebia do Governador de Santa Catarina,

Coronel Raulino Julio Adolpho Horn, autorização para colocar em fun-

cionamento o Cartório de Registro Civil e Tabelionato do Distrito de

Cocal. Era o ano de 1904.

Antonio Nunes de Souza, à essa época, era

menor de idade e para poder fazer funcionar

o Cartório, contou com a importante ajuda

de Edgar da Cunha Carneiro, criciumense,

grande amigo da Família Nunes e homem

muito influente no meio político, que assi-

nou como escrivão substituto durante três

anos, até que Antonio Nunes de Souza com-

pletasse a maioridade civil e, dessa forma,

adquirisse a plena capacidade legal para as-

sinar como escrivão.

A nomeação oficial de Antonio Nunes de Souza veio quan-

do já eram decorridos 15 anos da instalação do Cartório de Cocal. Sua

nomeação pelo Governo de Santa Catarina está datada de 17 de Janeiro

de 1922, o que demonstra que o primeiro Escrivão de Cocal foi, sem

Antonio Nunes de Souza

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COCAL DO SUL: um mergulho em sua história COCAL DO SUL: um mergulho em sua história

dúvida, Antonio Nunes de Souza.

Os excelentes serviços prestados pelo Cartório de Cocal, rapi-

damente fizeram difundir a boa fama de Antonio Nunes de Souza na função

de Escrivão. Era comum, colonos de várias localidades, procurarem seus

serviços e toda essa dedicação e esmero no exercício da função, o tornaram

muito querido nas esferas judiciais.

Na década de 50, em função da aposentadoria de Antonio Nunes

de Souza, assume como Escrivão de Paz de Cocal, Waldemar Naspolini,

seu genro. Em 27 de Agosto de 1954, assume o Cartório, Acy Nunes de

Souza, casada com Waldemar Naspolini e filha de Antonio Nunes de Souza.

Em 06 de Junho de 1958, Cid Nunes de Souza, um dos filhos

de Antonio Nunes, assume como Escrivão de Paz, até passar o cargo para o

seu irmão caçula, Guy Marcos. Era 12 de Junho de 1962. Guy Marcos

trabalhou como Escrivão de Paz até 20 de Fevereiro de 1986, quando assu-

miu o Cartório de Cocal, exercendo a função de Escrivã, sua filha Margareth

Nunes de Souza Nuerberg. Marília Nunes Issa, irmã de Margareth, exerce a

função de Escrevente Juramentada, auxiliando a Escrivã Oficial nos assuntos

inerentes à sua função.

Interessante registrar-se que, o Escrivão de Paz tem a

resposabilidade de apresentar, ao Forum de sua Comarca, uma lista

tríplice, afim de que seja nomeado um Juiz de Paz.

Juiz de Paz - é a autoridade que representa a Justiça na cele-

bração do Casamento Civil, cujo cumprimento das formalidades legais

está a cargo o Cartório Civil. Em certas ocasiões, quando não havia a

autoridade policial, o Juiz de Paz substituía o Delegado de Polícia local,

praticando os atos de atendimento e orientação à comunidade, pois go-

zava de grande prestígio e respeito.

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Elenco dos Juízes de Paz de Cocal

Frederico Rosso 1904

Giovanni Da Jori 1905

Francisco Dallò 1906

Nicolau Rutkowsky 1906

Antonio Casagrande 1908

Antonio Candiotto 1909

Giuseppe Peruchi 1910

Giuseppe Burigo 1911

Ferdinando Furlan 1912

Luiz Burigo 1915

Gílio Burigo 1917

Giuseppe Peruchi 1918 a 1919

Zeferino Burigo 1919

Fernando De Faveri 1919 a 1942

Angelo Peruchi 1919

Paulino Burigo (substituto) 1933

Gastão Dajori (substituto) 1935

José Peruchi (substituto) 1936

Adão Bosa 1943 a 1951

Gastão Dajori 1951 a 1959

Roberto Galli 1959 a 1981

João Rafael Zaccaron 1981 até hoje

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Termo de Nomeação deAntonio Nunes de Souzapara exercer o cargo deEscrivão de Paz do Distritode Cocal.

Era comum,quando vagava o cargo de Juizde Paz no Distrito, Juízes dePaz de municípios vizinhos,prestarem seus serviços emCocal, até a nomeação de umnovo titular. Isto explica, porexemplo, as lacunas queaparecem na cronologia entreas várias pessoas que jáexerceram esse cargo noDistrito de Cocal.

Casamento de Antonio Nunes de Souza eMaria Guglielmi, em 11 de Dezembro de1912.

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Primeiro registro decasamento feito no cartóriode Cocal do Sul

Primeiro registro de óbitofeito no cartório de Cocaldo Sul.

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Registro de óbito referenteao primeiro sepultamentorealizado no novo cemitériode Cocal do Sul.

Primeiro registro denascimento feito nocartório de Cocal do Sul

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ASPECTOS ELEITORAIS DO DISTRITO DE COCAL

Em 1906, O Distrito de Paz de Cocal, contava com 57 elei-

tores inscritos na Justiça Eleitoral. E nas eleições de 1906 para o Con-

gresso Nacional votaram 34 dos 57 eleitores do Distrito.

Nas eleições presidenciais de 1° de Março deste mesmo ano,

após a conferência dos votos apurados, 20 dos 57, o resultado foi o se-

guinte:

Para Presidente: Affonso Morereira Agusto Penna: 20 vo-

tos

Para Vice-Presidente: Dr. Nilo Peçanha: 20 votos

Em 29 de Julho de 1906, realizaram-se as eleições para o

Governo de Santa Catarina. O número de eleitores em Cocal havia au-

mentado em relação à última eleição, saltando de 57 para 112 eleitores.

O resultado no Distrito foi:

Para Governador: Coronel Gustavo Richard: 112 votos

Para Vice-Governador: Dr. Abdon Baptista: 112 votos

Nas eleições de 30 de Janeiro de 1909, a unanimidade cos-

tumeira das eleições anteriores já não mais acontece, recebendo influên-

cia das diferentes correntes ideológicas da época (Partido Republicano e

Partido Liberal). Nessas eleições, dos 112 eleitores inscritos, apenas 8

não compareceram às urnas, e o resultado apurado foi o seguinte:

Para Governador: Dr. Felipe Schimidt: 109 votos

Para Vice-Governador: Raulino Adolpho Horn: 03 votos

Pertenciam ao Partido Republicano em Cocal nos idos de

1910, Jorge da Cunha Carneiro, Giuseppe Burigo, Ambrósio Dalló e

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Giuseppe Peruchi. O diretório do partido tinha sede em Urussanga.

Nas eleições que se sucederam até o final da década de 40,

os resultados obtidos mostram a unidade que existia em Cocal em torno

de suas lideranças políticas, que conseguiam transferir sua credibilidade

aos candidatos que apoiavam e indicavam para os eleitores.

Nas eleições de 20.02.1921, os resultados em Cocal foram

os seguintes:

Votantes: 55

Ausentes: 17

Total: 72

Para Senador: Lauro Severiano Muller: 55 votos

Deputado Estadual: Dr. Adolpho Konder: 55 votos

Cel. Elyseu Guilherme Silva: 55 votos

Dr. Joaquim de Ferreira Lima

Nas eleições de 01.03.1992, os resultados foram:

Votantes: 16

Ausentes: 65

Total: 72

Para Presidente:

Dr. Arthur da Silva Bernardes: 10 votos

Dr. Nilo Peçanha: 06 votos

Para Vice-Presidente:

Dr. Urbano dos Santos: 10 votos

Dr. José Joaquim Seabra: 06 votos

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Esses resultados foram obtidos sob assinatura, “bico de

pena”, e entregues ao agente postal na sede do correio.

Nas eleições de 20.08.1922, os resultados foram os seguin-

tes:

Votantes: 51

Ausentes: 29

Total: 80

Para Vice-Presidente: Estácio Albuquerque Coimbra: 51

votos

Nas eleições de 01.03.1926, os resultados obtidos foram:

Votantes: 126

Ausentes: 000

Total: 126

Para Presidente: Dr. Washington Luiz Pereira: 126 votos

Para Vice-Presidente: Dr.Fernando de Mello Viana: 12 vo-

tos

Nas eleições para o Parlamento, os resultados foram:

Votantes: 193

Ausentes:000

Total: 193

Para Deputado Federal:

Dr. Edmundo da Luz Pinto: 193

Dr. Abelardo Wenceslau da Luz: 193

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Dr. Fulvio Caroliano Adulcci:193

Nas eleições de 01.06.1930, os resultados foram:

Votantes: 103

Ausentes: 163

Total: 266

Para Presidente:

Júlio Prestes de Albuquerque: 32 votos

Dr. Getúlio Dornelles Vargas: 71 votos

Para Deputado Federal:

Dr. Nereu de Oliveira Ramos: 213 votos

Nessas eleições de 1930, a Aliança Liberal, comandada por

Getúlio Vargas e que tinha como candidato a Vice-Presidente o paraíbano

João Pessoa, perdeu a aleição. A chapa perdedora acusou de fraude o

resultado e, em função do clima tenso, várias manifestações se reprodu-

ziram país afora e na Paraíba, sendo morto numa dessas manifestações

João Pessoa.

Getúlio Vargas, então, assumindo o controle das Forças Ar-

madas, especialmente do Sul, depôs o Presidente eleito e tomou o poder.

Foi a “Revolução de 1930”, cujo trajeto das tropas revolucionárias fede-

rais, passou por Cocal.

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A FIGURA DO SUB-DELEGADO DE POLÍCIA

Mesmo na época em que Cocal era considerado apenas uma

pequena povoação do Município de Urussanga, já se fazia presente a

figura do Sub-delegado de Polícia, mas claro, sem as atribuições atuais

e nem com a mesma forma de acesso ao cargo.

Essa função tinha o nome de “inspetor de quarteirão”, mas

fazia as vezes de uma autoridade policial, investida pelas autoridades

municipais competentes, afim de praticar atos relacionados à segurança

pública e à paz social.

A indicação era feita pelas autoridades de Urussanga e, es-

colhia-se sempre uma pessoa idônea e que fosse detentora de muito res-

peito por parte da Comunidade de Cocal. Suas atribuições eram as de

conciliar as divergências entre os habitantes do povoado e, quando ne-

cessário, efetuar as detenções.

A primeira pessoa investida nesse cargo em Rio Cocal foi

Giovanni Da Jori, seguido de Frederico Rosso, João De Faveri, Pedro

Smania e Venâncio Smania. Na década de 40, enquanto desenrolava-se

a Segunda Grande Guerra Mundial, exercia a função no Distrito, Otávio

Delfino, de origem portuguêsa. Como a Itália de Mussolini pertencia ao

“eixo”, se aliando à Alemanha de Hitler, o Sub-delegado de Cocal proi-

biu que se falasse em italiano no Distrito. Muitos foram detidos e reco-

lhidos à cadeia. Como não falavam o português, era difícil fugir das

mãos do delegado, fazendo dos dialetos italianos que se falavam à épo-

ca, uma linguagem clandestina. A perseguição aos italianos durante

a Segunda Guerra Mundial, ganhou contornos assustadores, pois as au-

toridades policiais e militares não escondiam a reprovação frente ao fato

de que a Itália se aliara à Alemanha.

Outros, mais tarde, também exerceram a função: Octacilio

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Cadeia Pública de Cocal do Sul. Sentado na porta, José Ronsani, vulgo “Beppi Moro”.

Galli, Zelci Burigo, Roberto Galli (1936), Waldemar José Burigo (1942),

João Irineu da Rosa, João Da Jori, Luiz De Noni (1961), Quintino De

Noni, Mario Domingues (sargento da reserva), Nelson De Bonna Porton

e atualmente Diamor Moises Serafim como Comissário de Polícia, que

responde pela Delegacia Municipal.O primeiro crime ocorrido em Cocal,

foi o homicídio de um polonês, morto por um grupo de italianos e o

segundo foi cometido por Conceição Camilo, matando a facadas um

outro polonês. Houve ainda um outro crime, cometido por Bép Moro

(José Ronssoni), matando com uma pá, Domingos Soligo (Menéi). Não

se sabe, exatamente, quais foram os motivos desses crimes, mas eram

evidentes as diferenças raciais entre italianos, poloneses, russos, negros

e brasileiros.

A primeira cadeia

A primeira cadeia foi construída em 1906 e era localizada

ao lado da atual Igreja Matriz, onde hoje está a propriedade da Família

Adão Bosa. A pessoa encarregada de cuidar das instalações da cadeia

era José Ronssoni, conhecido por Bép Moro, o mesmo que matou a

Domingos Soligo, conhecido por Menéi. Mais tarde, foi usada uma casa

de tijolos em frente à antiga residência de Gastão Da Jori.

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AS PRIMEIRAS LIDERANÇAS POLÍTICAS

As primeiras lideranças políticas se formaram ainda quando

o Distrito de Cocal era apenas uma localidade chamada Rio Cocal. Os

nomes expressivos desta época, alguns até concorreram a cargos públi-

cos foram, Stefano Naspolini, João De Faveri, Giuseppe Burigo, Giovanni

Da Jori e Francesco Dalló. Mais tarde, outras lideranças se formaram:

Angelo Peruchi, Zeferino Burigo, Paulino Burigo, Luiz Burigo e Fernando

De Faveri.

Fazendo-se uma análise do papel político-administrativo das

lideranças distritais, a partir da criação do Distrito, que ocorreu em 1904,

observa-se que estes revezavam-se nos cargos de Juiz de Paz, Intendente

e Fiscal, até o ano de 1920, demonstrando a consciência pelo trabalho

social e o desprendimento pelo cargo ocupado, zelando sempre pelo in-

teresse da Comunidade, em detrimento de interesses partidários ou pes-

soais.

Atribuições:

Juiz de Paz - ver tópico sobre o Cartório de Paz de Cocal.

Intendente - é a pessoa nomeada em cargo de confiança do Prefeito

Municipal e indicada através de listas tríplice pelas lideranças locais.

Esta função de intendente é possível nos distritos, pois existe para cum-

prir o papel da administração municipal, descentralizando as ações do

Poder Executivo quanto ao atendimento direto à comunidade. Pode mos

dizer que o intendente representa o prefeito no distrito.

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Fiscal - é a pessoa de confiança do intendente distrital com a função do

fiel cumprimento de todas as tarefas delegadas pelo Prefeito Municipal.

Em Cocal dos primórdios, por exemplo, os fiscais tinham papel destaca-

do na abertura de picadas nas matas, nas estradas coloniais e nas cons-

truções de pontes, pontilhões, escolas e outros prédios públicos. A fun-

ção específica era a de monitorar a mão de obra. Depoimentos colhidos

dão conta de que o primeiro encarregado de estradas e fiscal foram, res-

pectivamente, Angelo Peruchi e Ambrósio Dalló.

O quadro exposto a seguir, torna possível acompanharmos as nomea-

ções havidas:

Zeferino Euclides Furlan.Foi intendente distrital no período de1970 a 1973.

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ANO JUIZ DE PAZ INTENDENTE FISCAL1904 Frederico Rosso Luiz Rosso ll1905 Giovanni Da Jori José Peruchi1906 Franciso Dalló Giovanni Da Jori1908 Antonio Casagrande Euclides Peraro1909 Antonio Candiotto1910 José Peruchi1911 Caetano Dal Prá Francisco Castelan1912 Ferdinando Furlan1913 Antonio Candiotto1914 José Peruchi1915 João De Fáveri

Gilio Búrigo1919 Zeferino Búrgio

Fernando De Fáveri Angelo Peruchi José Peruchi

1920 David Peruchi1929 Zeferino Búrigio1930 José Fernando Búrigo (Beppino)1931 Angelo Peruchi1931 Francisco Rodriguez1935 Venâncio Smania1935 Domingos David Osellame1937 Angelo Peruchi1942 Fernando De Faveri1946 Fernando De Faveri1948 Octacílio Galli1951 Lino Burigo1956 Luiz De Noni1957 João Galli1961 Aquilino Nolla1966 Assis De Souza Brasil1966 Lino Burigo1969 Assis De Souza Brasil1970 Vinicius Burigo1970/73 Zeferino Euclides Furlan1972 Italo Rafael Zaccaron1973 José Jolmar Galli1974 Paulo Jaime Galli1978 José Jolmar Galli1979 Claudino Guollo1979 Lédio Scarpatto1980 Valentim Da Maria Rosso1981 Valentim Da Maria Rosso1982 Lédio Scarpatto1982 Quintino Possamai Della1983 Valentim Da Maria Rosso1983 Aldo Burigo1986 Valdemar José Bettiol1988 Tarcisio De Noni1989 Lédio Scarpatto1989 Adair Pagnan/Adjunto

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A REPRESENTAÇÃO POLÍTICA DO DISTRITO DE COCAL

Com o fim de um longo período ditatorial, representado pelo

pelo Estado Novo, implantado por Getúlio vargas na década de 30, ins-

titui-se eleições diretas em todos os níveis.

A partir daí, o Distrito de Cocal passou a ter, com maior

ênfase, seus representantes junto ao Poder Público do Município de

Urussanga. Essa participação de cocalenses junto ao Poder Público do

Município-mãe, foi marcado por várias conquistas importantes, que fa-

voreceram o fortalecimento econômico do Distrito e, consequentemente,

o incremento da atuação pública no território distrital, através da insta-

lação da intendência distrital com mais autonomia e equipamentos,

exatoria estadual, delegacia de polícia, enfim, uma atuação que pudesse

descentralizar a prestação dos serviços públicos em todos os níveis e

que pudesse atender de modo mais intensivo e presente a população do

Distrito.

A seguir, relacionamos os vereadores eleitos pelo Distrito deCocal para a Câmara do Município de Urussanga:

NOME

Fernando De Faveri (PSD)Paulino Burigo (PSD)Lino Burigo (UDN)Acy Nunes Naspolini (UDN)Venícius Burigo (PSD)José Jolmar Galli (MDB)Hilário Ernesto De Faveri (ARENA)Valentin Da Maria Rosso (MDB)Adair Pagnan (PMDB)Hilário Ernesto De Faveri (PDS)José Ferminio Morona de Freitas (PDS)Valentin Da Maria Rosso (PDS)Nelson da Silva (PDS)

LEGISLATURA

1ª Legislatura2ª Legislatura2ª Legislatura3ª Legislatura6ª Legislatura7ª Legislatura9ª Legislatura9ª Legislatura

10ª Legislatura10ª Legislatura10ª Legislatura10ª Legislatura11ª Legislatura

MANDATO

06/12/1947 a 31/01/195131/05/1951 a 31/01/195531/05/1951 a 31/01/195531/01/1955 a 31/11/195931/01/1963 a 31/01/196731/01/1970 a 31/01/197301/02/1977 a 31/01/198301/01/1977 a 31/01/198301/02/1983 a 31/12/198801/01/1983 a 31/12/198801/01/1983 a 31/12/198801/01/1983 a 31/12/198801/02/1989 a 31/12/1992

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Dentre esses vereadores eleitos pelo

Distrito de Cocal, dois deles se destaca-

ram por terem sido eleitos por seus pa-

res para presidirem a Câmara do Muni-

cípio de Urussanga: Fernando De Faveri

foi o primeiro cocalense a assumir como

Presidente do Legislativo, nos períodos

de 24 de Agosto de 1948 a 11 de No-

vembro de 1948 e 10 de Fevereiro de

1949 a 30 do mesmo ano.

O segundo cocalense a assumir o

mais alto cargo do Legislativo Municipal, foi Hilário Ernesto De Faveri,

no período de 1° de Fevereiro de 1981 a 11 de Maio de 1982 e, ainda, de

1° de Fevereiro de 1983 a 31 de Janeiro de 1985.

O único cocalense assumir como Prefeito de Urussanga, foi

Zeferino Burigo, em 03 de Janeiro de 1938, nomeado por ato do

Interventor Estadual Dr. Luiz Galotti, ficando no cargo até 07 de Março

de 1945.

Em 07 de Março de 1946, por ato do Interventor Estadual

Dr. Udo Daecker, Zeferino Burigo assume novamente o comando do

município. Nas eleições municipais de 03 de Março de 1947, Zeferino

Burigo, elege-se pelo voto popular, assumindo a Prefeitura em 05 de

Dezembro de 1947.

Criada a figura do Vice-Prefeito, o Distrito de Cocal, a partir

disso, teve seus representantes nas chapas majoritárias que disputaram

os pleitos municipais, pois o colégio eleitoral do Distrito, tornou-se fun-

Fernando De faveri - foi o primeirococalense a assumir a presidência daCâmara de Vereadores de Urussanga

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damental para a vitória nas eleições que

se sucederam, desta forma, sempre teve

assegurado a participação de um vice-

prefeito nas eleições.

Tivemos, a partir do Regi-

me Militar de 1964, três vice-prefeitos,

eleitos juntamente com o Prefeito de

Urussanga, pela forma direta. Essa par-

ticipação política nos destinos do Muni-

cípio de Urussanga e, consequentemente,

nos destinos do Distrito de Cocal, teve a

participação fundamental do Grupo

Eliane, pois evidente é a sua influência

para o desenvolvimento econômico da Região, do Município de Urussanga e do

Distrito de Cocal e do Estado de Santa Catarina.

A liderança de Maximiliano Gaidzinski era sentida em qualquer

pleito político que se disputasse, e seu prestígio e popularidade, aliados à ho-

nestidade que sempre norteou sua vida, foram preceitos importantes que se

refletiam nos canditados apoiados pelo Grupo.

O primeiro vice-prefeito que o Distrito de Cocal teve foi, Ítalo

Rafael Zaccaron, eleito na chapa de Altair Giordani do MDB (Movimento

Democrático Brasileiro), para cumprir o mandato de 31/01/1973 a 31/01/1977.

Em 1983, assume o segundo vice-prefeito eleito e representando

o Distrito, Valdemar José Bettiol, que fora candidato na chapa do Dr. Ado

Cassetari Vieira do PDS (Partido Democrático Social - legenda 1), para cum-

prir um mandato de 6 anos, até 1988.

Na eleição que se sucede à gestão Ado Cassetari Vieira/Valdemar

Bettiol, o Distrito de Cocal tem novo representante como vice-prefeito. Ítalo

Rafael Zaccaron, elege-se pela segunda vez, compondo na chapa de

Vanderlei Olívio Rosso, ambos do PMDB (Partido do Movimento Democráti-

co Brasileiro), para um mandato de 4 anos, findando em 1992.

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A DESCENTRALIZAÇÃO ADMINISTRATIVA

NO DISTRITO

A participação do Distrito nos mandos políticos do Município

de Urussanga possibilitou, como vimos, que as ações administrativas por

parte da Sede de Urussanga, se fizessem atuantes no âmbito distrital, des-

centralizando sua atuação, atendendo a uma contigência imposta pela de-

manda ocasionada pelo impulso econômico do Distrito e o seu consequente

crescimento.

Essa descentralização, trouxe para o Distrito, por exemplo, o

escritório da Intendência e a Exatoria Estadual, serviços antes prestados so-

mente em Urussanga.

Instalação da Exatoria Estadual

Pelo Decreto Estadual N° 2.009, de 25 de Setembro de 1963,

em ato solene, presidido pelo Diretor Geral do Tesouro do Estado de

Santa Catarina Valdir da Luz Macuco que também representou neste

ato, o Governador Celso Ramos, foi instalada a Exatoria Estadual. Esti-

veram presentes ainda à solenidade, o Deputado Estadual Paulo Preiss,

Adelino Bettiol, Prefeito Municipal de Urussanga, o Vereador Lídio De

Brida, Presidente da Câmara Municipal de Urussanga, Cônego João

Dominoni, Pároco de Cocal, João Irineu da Rosa, Sub-delegado de polí-

cia, Aquilino Nolla, Intendente Distrital, Eladir Matilde Galli e Hilário

Ernesto De Faveri.

No dia imediatamente seguinte, assumiu as funções de exator

estadual, Hilário Ernesto De Faveri, exercendo este cargo no Distrito,

até 1979, quando foi removido para Urussanga, assumindo em seu lugar

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Maria Conceição Bosa.

O ato de nomeação de Hilário Ernesto De Faveri, foi assinado

pelo então Governado de Santa Catarina Celso Ramos, no dia 19 de Janeirode 1963, quando iniciou os cursos de capacitação na exatoria de Urussanga.

A instalação da Exatoria, em Cocal, teve forte influência deMaximiliano Gaidzinski, pois os impostos estaduais, recolhidos por suasempresas instaladas em Cocal, eram de grande monta e necessitavamque tal repartição pública estivesse mais próxima.

As principais atividades da exatoria eram:

· recolhimento dos tributos estaduais;· autenticação de notas fiscais;· despacho de mercadorias para outros Estados;· liberação de certidões negativas;· recolhimento de ITBI (Imposto sobre Transmissão de Bens

Imóveis);· pagamento dos professores do Estado;· outros atos administrativos inerentes ao cargo.

Para a cobrança dos tributos municipais e,concomitantemente à instalação do escritório da Intendência Distrital,que se deu no mesmo dia da instalação da Exatoria, atendendo às novasexigências da descentralização administrativa, por parte do Municípiode Urussanga, foi nomeada Eladir Matilde Galli, como encarregada pelorecolhimento dos tributos municipais, despachos administrativos, paga-mento de despesas relativas à Intendência, entre outras atividades. OIntendente Distrital era Aquilino Nolla, que a partir daí, começou daratendimento à comunidade nessas instalações. A partir disso, o Intendenteganha mais autonomia, tendo ao seu dispor caminhões, máquinas e ope-rários para as necessidades do Distrito.

Com a Inauguração das novas instalações do Colégio Padre

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Schuller em 22 de Setembro de 1962, a Intendência e a Exatoria instalam-seno antigo prédio escolar que estava fechado (prédio onde funciona a Prefei-tura Municipal de Cocal do Sul).

Com a representatividade política que o Distrito passou a ter, apartir do Regime Militar de 64, muitas conquistas de cunho sócio-econômicotornaram-se realidade, possibilitando que o Distrito ganhasse um impulsomuito importante para o seu desenvolvimento, o que difundiu seu nome naRegião e no Estado.

Dentre essas conquistas, podemos destacar:

1) a criação da Cooperativa de Eletrificação Rural;

2) a criação do posto de saúde;

3) a captação e o tratameento de água potável;

4) ampliação do perímetro urbano;

5) construção de casas pelo sistema COHAB;

6) instalação de um posto do Correio;

7) agências bancárias;

Essa organização do Distrito e a importância de suas liderançaspolíticas, foram fundamentais para despertar a consciência de todos para apossibilidade de caminharem, no sentido de buscar-se a emancipação do

Distrito, como veremos mais adiante.

Ato de inauguração do Posto de Saúde de Cocal: presentes ao cerimonial, da esquerda paradireita: Hylário Ernesto De Faveri, Presidente da Camara Municipal de Urussanga, MaximilianoGaidzinski, Presidente do Grupo Eliane e sua senhora Octávia Búrigo Gaidzinski, MariaGuglielmi Nunes, Jorge Konder Bornhausen, Governador de Santa Catarina e o DeputadoEstadual Eno Stainer.

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A PARÓQUIA DE COCAL DO SUL

O povoado de Rio Cocal foi formado no Culto Católico

Apostólico Romano. Era uma comunidade dividida pela própria origem de

seus habitantes, pois conviviam italianos, poloneses, russos e alemães.

Os russos, sem um guia espiritual que reforçasse suas convic-

ções religiosas e sem demanda para suas aptidões profissionais, dispersa-

ram-se para outras regiões, o mesmo acontecendo com os alemães.

Italianos e poloneses, por exemplo, não frequentavam a mesma

celebração litúrgica, tendo em vista a diferença no próprio idioma e devido

também aos costumes diferentes. Os italianos, que foram os primeiros a che-

gar, gostavam de sobrepor-se aos demais imigrantes, mas os poloneses não

se submeteram a isso, pois queriam preservar os seus próprios costumes

culturais e religiosos. Viveram durante muito tempo sem diálogo com os ita-

lianos, isolados em sua crença, que também era Católica. A aproximação

com os italianos só foi possível a apartir de 1910, como veremos a seguir.

Procissão de Corpus Cristi, passando pela rua principal de Cocal.

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Altar principal da IgrejaMatriz, antes da reforma da Igreja.

 

O atendimento religioso à Comunidade de Rio Cocal, até 1910,era prestado pelos padres da Paróquia de Tubarão, sendo eles: GuilhermeRoer, Francisco Topp, Bernardo Freise, e ainda pelo padre polonês Francis-co Chylisnki.

Mais tarde, Rio Cocal também recebeu atendimento religiosopor parte da Paróquia de Urussanga, através dos padres Luigi Marzano,Luigi Gilli e Michelangelo Pizzio, até ser elevado a Curato em 1910.

Até o ano de 1894 Rio Cocal pertencia à Diocese do Rio deJaneiro e a partir daí, ficou sob a responsabilidade da Diocese de Curitiba edepois Florianópolis e, mais tarde, à Diocese de Tubarão. Hoje, nossa Paró-quia pertence à Diocese de Criciúma.

Em 1° de Junho de 1910, Dom João Becker, primeiro Bispo deSanta Catarina, eleva Cocal à categoria de Curato, o que possibilitou à suacomunidade maior autonomia quanto ao atendimento religioso e em seu rela-cionamento hierárquico com as Dioceses, especialmente quanto à unidadedos católicos. Representou, ainda, a vinda do primeiro Cura, que foi o Padre

polonês Francisco Chylinski.

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Vista Lateral da Igreja Matriz. Na imagem aparece a Sra. Luiza Ceron Bosa, mãe deAdão Bosa.

Vista Frontal da Igreja Matriz.Percebe-se na fotoa inexistência das escadarias e do jardim.

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Padre Francisco Chylisnki

Nascido em Wielkopolce, Polônia, em

1865 e ordenado em 1888, veio para o Brasil

com 400 famílias polonesas em 1891. Passou pelas Dioceses do Rio De

Janeiro, Curitiba, Florianópolis e pela Paróquia de Tubarão, época em que

conheceu a Comunidade do Povoado de Rio Cocal.

A escolha do Padre Chylisnki foi uma inteligente estratégia

consilhadora adotada pela Igreja, afim de acalmar os ânimos entre itali-

anos e poloneses, que tinham suas diferenças e não faziam questão de

escondê-las.

O Padre Francisco Chylinski era um homem sábio e poli-

glota. Falava perfeitamente o italiano, o português, o alemão, o latim,

além de sua língua natal, o polonês e arriscava-se, sem temor, com o

grego. Seu carisma era tão forte que os italianos o aceitaram, embora

fosse polonês.

A liturgia das missas era rezada em latim, mas o sermão

(omilia), os cantos e outros eventos religiosos eram feitos na língua de

cada povo. Então o Padre Chylinski pregava em italiano para os italia-

nos e em polonês para os poloneses, o que deixava todos contentes, pois

tinham um lider espiritual consciente das diferenças culturais de seus

fiéis e isto possibilitou longo período de paz entre italianos e poloneses.

Primeiro Padre e Cura deCocal do Sul

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Nessa época, em função das divergências culturais e de com-

portamento entre italianos e poloneses, foram erguidas duas igrejas na

mesma localidade de Cocal, uma para servir aos italianos e outra para

servir aos poloneses, que tinham como padroeira “Santa Edwiges”.

A primeira igreja construída em Cocal foi erguida em ma-

deira, onde hoje está localizada a atual Igreja Matriz e, em seguida, foi

construía a igreja para os poloneses, também em madeira, ficando co-

nhecida como a “Igreja dos Polacos”. As festas e a liturgia eram cele-

bradas como na Polônia com as belas melodias e hinos cantados em sua

língua pátria. E tudo isso foi mantido até a morte do Padre Chylinski.

Um fato lamentável, ocorrido nesta época, foi um acidente

envolvendo abelhas. Atrás da atual Igreja Matriz, haviam diversas cai-

xas de abelhas para a coleta de mel. Era costume os católicos italianos,

quando vinham à missa, amarrarem seus cavalos naquele local. Um dia,

por algum motivo, um dos animais assustou-se, disparando-se contra as

caixas de abelhas e espantando os outros animais (cerca de 40 cavalos),

saindo em disparada, arrebentando a cerca e provocando a maior confu-

são. “Foi um corre-corre nunca antes visto no lugar aquela disparada de

cavalos, sendo perseguidos por abelhas”.

Na Igreja dos Polacos, havia uma tela retratando a Santa

Padroeira dos polacos e que foi pintada por uma princesa polonêsa. Após

a demolição da Igreja dos Polacos, a tela de Santa Ewiges foi recolhida

à Sacristia da atual Igreja Matriz e mais tarde, por insistência do Padre

Claudino Biff e devotos da Santa, foi levada à restauração pelo Padre

Lindolfo Lickmann e entregue à Comunidade de Linha Batista, Comu-

nidade de forte influência da Colonização Polonesa em nossa Região. A

tela está exposta, atualmente, na capela daquela Comunidade, cujo pa-

droeiro atual é São Cassimiro.

A atual Igreja Matriz, teve suas obras concluídas em 1927,

cujos construtores foram Benjamim Savi, Francisco De Brida e o encar-

regado da obra o italiano Giovanni Battista Fontanella, auxiliado por

pedro Comin.

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Giovanni Battista Fontanella, era co-

nhecido por sua grande especialidade

em edificar igrejas. Nasceu em 26 de

Outubro de 1871, no Município de

Longarone, Província de Belluno, no

Vêneto Italiano. Aos 11 anos de idade,

em 1882, emigrou para o Brasil, junta-

mente com seus pais.

Em Urussanga, ainda jovem, na Ser-

raria Fontana, apredeu o ofício que lhe

consagrou na arte da construção. Ca-

sou com Maria Bez Fontana, constituindo uma grande família (14 fi-

lhos). Dentre tantas obras que edificou, destacam-se: Igreja Matriz São

José de Criciúma, Santo Antonio em Rio Caeté, Matriz Nossa Senhora

da Conceição de Urussanga, Hospital de Urussanga e a Igreja Matriz

Nossa Senhora da Natividade de Cocal do Sul.

A pessoa encarregada de bater o sino, na recente igreja

construída, era Euclides Peraro, que era pago pelos colonos com milho.

O Cemitério estava localizado na propriedade de Angelo

Peruchi, nos fundos da propriedade da Família de Venícius Burigo. Quan-

do não mais oferecia condições de espaço físico para os sepultamentos,

isto em meados da década de 30, foi transferido para o local do cemité-

rio atual, sendo realizada a transladação dos restos mortais, em forma de

enterro, tendo sido celebrada uma missa. O primeiro corpo a ser sepulta-

do no cemitério novo foi o de Fernando Guollo.

Com a morte do Padre Francisco Chylinski, ocorrida em 14

de Março de 1931, a comunidade polonesa ficou orfã e dispersou-se

Giovanni Battista Fontanella

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para outras localidades. A Igreja dos Polacos ficou abandonada, subme-tida às intempéries, até 1974, quando foi demolida. Tiveram, então, ospoloneses, que aprender a falar italiano ou português, submetendo-se,finalmente às tradições e costumes de italianos e portugueses.

Após a morte do Padre Francisco Chylisnki, veio para Cocal ojovem Padre Huberto Rohden, que tomou posse em 22 de Maio de1931.

Dia do sepultamento do Padre Francisco Chylisnki. Ao fundo, entrada principal da

igraja dos polacos.

Padre Huberto Rohden

Filho de camponeses de São Ludgero, tornou-se mais tardeum dos mais famosos humanistas do Brasil. Estudou na Europa e naPalestina e escreveu mais de 50 livros, cujo pensamento se aproximavade Teilhard de Chardin. Era amigo particular de Albert Einstein e nãoobstante sua sabedoria, era uma pessoa extremamente simples, tendoafirmado que mesmo permanecendo pouco tempo em Cocal, saiu daquiamando o pitoresco lugar.

Enquanto permeneceu em Cocal, o Padre Rohden escreveu umlivro endereçado aos jovens, “Rapazes de Truz” e iniciou outro, “Pau-lo de Tarso”.

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Cônego João Dominoni

Nascido em 05 de Fevereiro de 1903

em Florianópolis, era filho de Cle-

mente Dominoni, italiano e de Ange-

lica Fanzier, francesa.

A respeito do Cônego João

Dominoni, escreveu o Padre Claudino

Biff: “Conheci-o muito bem. Foi meu

vigário de 1932 a 1974. Era filho de

Florianópolis. Era magro, pequeno,

penitente, zeloso, rigoroso. Passou

toda a sua vida terçando armas contra

as mazelas do pecado original queCônego João Dominoni

Padre Pascoal Librelotto

Com a partida do Padre Huberto Rohden, veio para Cocal o

Padre Pascoal Librelotto. Sua estada no Curato de Cocal, foi rápida (me-

nos de 1 ano) e seu trabalho se deu apenas em relação às obrigações

sacerdotais, pois, sendo um Padre com acentuado gosto pela política

partidária (era Udenista), foi convocado pelo então Governador Irineu

Bornhausen, para assumir a Secretaria Estadual de Educação.

Em 17 de Fevereiro de 1932, assume em definitivo o Curato

de Cocal o Padre João Dominoni, que prestou seus serviços religiosos

nesta Comunidade até 1974. E Sobre o Cônego João Dominoni, escre-

veu com muita propriedade o Padre Claudino Biff em sua sua obra

intitulada “Crônicas da Diocese de Tubarão”, que em capítulo específi-

co relata a vida sacerdotal do Cônego Dominoni.

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infrigiam seus paroquianos. Assíduo no confessionário. Hábil condutor

de almas, zeloso pelas vocações religiosas e sacerdotais. Nas férias guar-

dava os seus seminaristas na casa paroquial, para os defender dos peri-

gos do mundo.

Aos domingos, só nos libertava após a sua sesta que findava

às dezesseis horas. Era impossível sermos tentados nessas solitárias tar-

des de todos os domingos das férias. Nós éramos três: Boleslau

Smielenwski, Estanislau Cizeski e eu.

Padre Dominoni sempre dominou. Um lider pouco

carismático, que nunca cedeu. Foram memoráveis suas batalhas contra

os udenistas de Urussanga que jamais venceram nos arraiais de Cocal.

Cônego Dominoni possuia dois Fords bigodes, mas quando

desejava sair, viajava de ônibus ou aranha, tracionada pelo seu famoso

cavalo baio, que por quase trinta anos levava o vigário para todas as

aldeias. Nas viagens levava sempre o rosário na mão. Conhecia os no-

mes, a bondade, a santidade, os vícios e pecados de todos os seus paro-

quianos”.

Já no ano de 1946, o Cônego Dominoni apresentava sinal de

estafa em função do intenso trabalho pastoral desenvolvido no Curato

de Cocal. Não obstante ter sua equipe de auxiliares, os “fabriqueiros”,

estes não desenvolviam os trabalhos sacerdotais, pois suas tarefas se

Titolo Eleitoral do CônegoJoão Dominoni

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COCAL DO SUL: um mergulho em sua história COCAL DO SUL: um mergulho em sua história

resumiam na administração e na arrecadação dos donativos e coletas da

Igreja. Esses “fabriqueiros” eram pessoas da mais absoluta confiança do Cô-

nego e podemos destacar entre eles, os seguintes: Antonio Facchin, Davino

Correa, Pedro Comin, João Dalló, Estefano Galatto, Vergínio Zanatta, José

Sartor, Luiz De Noni e João Da Maria Rosso. Nos trabalhos da Casa Paro-

quial, limpeza da Igreja, ornamentação da Igreja, tocar o sino, tudo isso era

realizado por Albertina Burigo, filha de Giuseppe Burigo. Albetina Burigo

dedicou sua vida inteira aos serviços da Igreja de Cocal, residindo na Casa

Paroquial até sua morte. Foi ela quem prestou o último socorro ao Cônego

Dominoni, quando veio a falecer”.

Neste mesmo ano, surge inesperadamente no Curato, o Padre

Carlos Sorger que, passou a ajudar o Cônego Dominoni nos trabalhos mais

exigentes, especialmente nas visitas às capelas.

Foi durante a gestão do Cônego João Dominoni à frente da

Igreja de Cocal que esta foi elevada à Categoria de Paróquia. Tinha status de

Paróquia, mas seu reconhecimento definitivo se deu através do Decreto

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Padre Carlos Sorger

Carlos Sorger, Padre alemão, veio para

o Brasil, em função da Segunda Guer-

ra Mundial. Na Alemanha de Hitler, foi

torturado pelos nazistas, restando-lhe

deixar seu país e sua família, para po-

der continuar seu trabalho de pastoral.

Chegou em 05 de Março de 1946,

quando começou a ajudar o Cônego

Dominoni, mas a Provisão Diocesana

o nomeando Coadjutor da Paróquia só

veio em 22 de Janeiro de 1947.

O Padre Coadjutor Carlos Sorger tinha o hábito de viajar para

outras paróquias, não tendo uma residência fixa. Viajava muito, sempre pe-dindo carona e isto ocorreu até 1973, quando definitivamante se afasta daParóquia de Cocal.

Padre Carlos Sorger

O trabalho pastoral do Cônego Dominoni procurou sempre incentivar a vo-

cação sacerdotal nos jovens paroquianos. Para ele, era de suma importância

formar o jovem na orientação religiosa. Os seminaristas, por exemplo, eram

convidados a ficar sempre em sua companhia, quando de férias, como forma

de os proteger dos perigos mundanos. Graças a essa dedicação do Cônego

Dominoni às vocações, a Paróquia de Cocal deu 11 sacerdotes à Diocese de

Tubarão: Pe. Estanislau Cizeski, Pe. Boleslaw Smielewski, Pe. Angelo Galatto,

Pe. Benedito Galatto, Pe. Claudino Biz, Pe. Blévio Osellame, Pe. Ademar

Paolo De Faveri, Pe. Orlando Cecchinel, Pe. Cesar Budni, Pe. Ivan Macieski

e Ivanor Macieski, irmãos gêmeos.

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Não se sabe ao certo o paradeiro do Padre Carlos Sorger, masexistem notícias de que teria ido para Portugal e depois voltado para o seupaís.

No ano de 1973, os problemas de saúde do Cônego JoãoDominoni se agravam muito e como o Padre Coadjutor Carlos Sorgervivia mais fora do que dentro da Paróquia de Cocal, outros padres come-çaram a prestar seus serviços na Paróquia, colaborando com o CônegoDominoni, que já não tinha mais condições físicas e nem de saúde para

realizar as tarefas pastorais.

Os Padres Humberto Hoening e Olindo Rosso, da Paróquia

de Criciúma se alternavam no atendimento à Paróquia de Cocal, até a

vinda do Padre Carlos Vecki, ocorrida pouco antes da morte do Cônego

João Dominoni.

Padre Carlos Wecki

O Padre Carlos Vecki, natural do

Distrito de Ribeirão Pequeno, Lagu-

na-SC, nasceu em 20 de Novembro de

1933 e ordenou-se em 14 de Julho de

1963, quando tinha 30 anos, assumin-

do em difinitivo a Paróquia de Cocal

em 04 de Fevereiro de 1974, uma se-

mana após a morte do Cônego João

Dominoni.

Foi o Padre Carlos Vecki o respon-

sável pelo estabelecimento, de forma

democrática, da formação do 1° CAEP

- Comissão Administrativa e

Econômica Paroquial, trabalho quePadre Carlos Wecki

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Padre Lindolfo Luckmann

O Padre Lindolfo Luckmann, nascido no

Município de Rio Fortuna aos 06 de Agosto

de 1939, ordenando-se em 17 de Julho de

1971. Assumiu a Paróquia de Cocal em 09

de Março de 1975, onde desenvolveu seu

trabalho pastoral até 06 de Fevereiro de

1993, quando foi removido para a Paró-

quia de São Ludgero.

A gestão do Padre Lindolfo à frente da Pa-

róquia de Cocal, durou 18 anos. Nesse pe-

Padre Lindolfo Luckmann

antes era desenvolvido pelos “fabriqueiros”.

O ano era 1973 e o Cônego João Dominoni ainda estava vivo, tendo apro-

vado a idéia da Comissão e a sumetido à aprovação do Bispo Diocesano

Dom Anselmo Pietrulla no dia 05 de Maio deste mesmo ano.

Esta primeira comissão foi formada com as seguintes pessoas:

Presidente: Ítalo Rafael Zaccaron

1° Vice-Presidente: Adair Pagnan

2° Vice-Presidente: Valdemar José Bettiol

1° Secretário: Paulo Jaime Galli

2° Secertário: Zenio Cesar Galli

1° Tesoureiro: Hilário Ernesto De Faveri

2° Tesoureiro: Valentim da Maria Rosso

No dia 09 de Março de 1975, o Padre Carlos Vecki foi remo-vido da Paróquia de Cocal para a Paróquia São José de Criciúma. Para o

seu posto na Paróquia de Cocal, foi designado o Padre Lindolfo Luckmann.

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ríodo, a Paróquia deu um importante salto qualitativo sob o enfoque de

sua estrutura física, ou seja, construiu-se as salas de catequese, o salão

paroquial, iniciado em 1973, a atual casa paroquial, iniciada em 02 de

Janeiro de 1976, reforma da Igreja Matriz, pavimentação dos arredores

da igreja com lajotas doadas pelo Governo do Estado e que estavam na

estrada de acesso à Praia do Rincão. E, através de sua ascendência ale-

mã, foi conseguido, na Alemanha, ajuda financeira no valor de 120 mil

Marcos Alemães para a construção do salão paroquial.

Empreendedor, o Padre Lindolfo, com a devida autorização

da Cúria Diocesana, vendeu terrenos da Igreja com o objetivo de melho-

rar a estrutura paroquial, afim de melhor desenvolver as atividades pas-

torais.

Além do impulso estrutural que emprrendeu à Paróquia de

Cocal, o Padre Lindolfo também projetou para as capelas essa preocu-

pação, tendo sido responsável direto pela organização pastoral, não só

da Matriz, mas também das capelas, dessa forma, descentralizando as

atividades pastorais.

Outra importante realização do Padre Lindolfo foi a organi-

zação dos setores de pastorais dentro das possibilidades da Paróquia,

Liturgia, Curso de noivos, Movimento Familiar Cristão, Pastoral da Saú-

de, Pastoral da Criança, Pastoral dos Jovens, Corais, Ministros da

Eucarístia e outros.

Trabalho muitíssimo importante, sob o ponto de vista histó-

rico, desenvolveu o Padre Lindolfo, quando ao assumir a Paróquia em

1975, constando que o Livro Tombo da Paróquia estava desatualizado

desde 1950, empreendeu um verdadeiro trabalho de pesquisa, através

do depoimento de pessoas, afim de resgatar os acontecimentos impor-

tantes para a história religiosa da Paróquia.

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COCAL DO SUL: um mergulho em sua história COCAL DO SUL: um mergulho em sua história

Ajudava o Padre Lindolfo nos trabalhos da Casa Paroquial, or-

namentação e limpeza da Igreja, Dourina De Faveri, que era auxiliada por

Ana Neri Cecchinel Nunes (Lóli), durante todo o período em que o Padre

Lindolfo permaneceu como orientador espiritual da Paróquia.

Um fato marcante e que demonstrou todo o carinho da Comuni-

dade pela pessoa do Padre, foi o acidente de automóvel que ele sofreu na Linha

Cabral, na noite de 06 de Março de 1988, quando vinha da Capela de Linha

Batista, onde tinha ido rezar uma missa. Quem prestou socorro foi Mário

Candiotto, que mora nas proximidades do local onde aconteceu o acidente. Seu

automóvel Fiat 147 ficou totalmente destruído, sendo vendido para o ferro ve-

lho.

O outro automóvel, uma Brasília de Morro da Fumaça, envolvido

no acidente estava lotado de jovens, todos sem habilitação, embreagados e que

não prestaram socorro ao Padre. Neste acidente, o Padre Lindolfo fraturou o

braço e a perna esquerdos e, ainda, a sua rótula esquerda.

Os leigos cuidaram do Padre Lindolfo durante toda a sua

convalescência. Durante o dia, ficava uma pessoa para cuidar do Padre. Esta

pessoa era o Senhor Jaime de Brida e, à noite, outras se revezavam.

Durante o período em que o Padre Lindolfo precisou para se re-

cuperar, veio para Cocal o Padre Pedro Damásio, que passou a responder,

interinamente, pela Paróquia até que o Padre Lindolfo se recuperasse.

Em 06 de Fevereiro de 1993, após 18 anos de serviços prestados

à Paróquia de Cocal, o Padre Lindolfo Luckmann é transferido para a Paróquia

de São Ludgero. Seu sucessor foi o jovem Padre Onécimo Alberton que contou

ainda com a colaboração do Padre Vilson Buss da Cordenação Diocesana de

Pastoral do Sub-Secretariado de Tubarão.

Padre Onécimo Alberton

Natural de Brusque do Sul, Municipio de Orleans-SC, nasceu em

16 de Fevereiro de 1965, ordenando-se em 27 de Setembro de 1992. Assumiu

as atividades de Pároco da Paróquia de Cocal em 14 de Fevereiro de 1993.

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COCAL DO SUL: um mergulho em sua história COCAL DO SUL: um mergulho em sua história

Jovem e recém ordenado, conquistou ra-

pidamente com a sua simpatia e seu

jeito de ser, toda a Comunidade da Paró-

quia de Cocal. Está à frente, acompanhan-

do juntamente com todas as paróquias, a

caminhada pastoral assumida por toda a

Diocese na Santificação e Organização do

povo de Deus.

Na área pastoral, seu trabalho se vol-

tou para a formação de lideranças dos

setores de pastorais , dos conselhos de pastorais, animação e formação

de novas comunidades.

Na Matriz, empreendeu uma reforma geral e total da nossa

Igreja Matriz, e construiu o Centro de Pastoral, com auditório com capa-

cidade para 200 lugares e ampliação do atual salão paroquial. Em nossa

paróquia, dedicou-se à assistência a todas as capelas da Paróquia, zeloso

pelo patrimônio da Igreja e dá muito valor à organização.

Padre Onécimo Alberton

Padre Marcos Rech

Padre Marcos Rech, que nasceu no dia 03 de

Agosto de 1956 em Rio Fortuna. Estudou nos

colégios daquele Município, também em Braço

do Norte e nos Seminários de Tubarão e

Florianópolis.

Foi ordenado Diácono no dia 30 de Maio de

1982 no Município de Imbituba, e Sacerdote

no dia 09 de Outubro de 1982 em sua cidade

natal.

Seu trabalho pastoral foi desenvolvido naPadre Marcos Rech

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COCAL DO SUL: um mergulho em sua história COCAL DO SUL: um mergulho em sua história

Paróquia São João Batista no Município de Imaruí, no período de Novem-

bro de 1982 a Agosot de 1986. Depois, prosseguiu na Paróquia São José

Operário, em Oficinas, Município de Tubarão, no período de Agosto de1986

a Dezembro de 1991. E antes de vir para Cocal do Sul, trabalhou na Paró-

quia São José de Criciúma, hoje Catedral de Criciúma, a partir de Janeiro de

1992, ali permanecendo até Dezembro de 2001, tendo se transferido para

a Paróquia de Cocal do Sul no dia 27 de Janeiro de 2002, aqui permanecen-

do até 15/01/2005. No ano de 2004 o Padre Marcos foi auxiliado pelo

Padre Antônio Leandro Francisco Leandro.

Pe. José Aires de Souza Pereira nasceu nodia 01 de Maio de 1966. É natural de SantaRosa do Sul - SC. Filho de Joaquim ManoelPereira e Dalva Souza Pereira, é o terceiro decinco irmãos.Ingressou na Congregação dos Rogacionistasdo Coração de Jesus no ano de 1981. Na Ci-dade de Criciúma, estudou no Colégio Pio XIIde 1981 até 1985, onde concluiu o 2º grau. Em1986 fez o Noviciado em Bauru, SP, e de 1987a 1989 estudou Filosofia no Seminário JoãoPaulo II, em Curitiba, PR. Em 1990 fez está-gio em Passos, MG e em 1991 iniciou os estu-dos de Teologia em São Paulo, SP, os quaisconcluiu em 1995.

No dia 14 de abril de 1996, pelas mãos de D. Hilário Mozer da Diocesede Tubarão, na sua cidade natal, ordena-se sacerdote. De 1996 a 1998 traba-lhou como formador e animador vocacional no Seminário Pio XII, em Criciúma.De 1999 até julho de 2003 trabalhou em Curitiba, PR como formador no Semi-nário de Filosofia e como vigário paroquial na Paróquia Nossa SenhoraAparecida. De julho de 2003 até final de 2004 trabalhou como vigário na Paró-quia Nossa Senhora das Graças de Criciúma, SC.

Em 2005 transfere-se para o clero diocesano da Diocese de Criciúma,assumindo, na condição de pároco, a Paróquia Nossa Senhora da Natividade,em Cocal do Sul, em 16 de Janeiro de 2005

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COMUNIDADES PADROEIROS

Matriz Natividade de Nossa Senhora Linha Batista San Cassimiro

Mina Florita Nossa Senhora AparecidaEstação Cocal Santa Catarina de AlexandriaRio Comprudente Nossa Senhora do Caravaggio

Rio Galo Nossa Senhora Assunta ao CéuRio Perso Nossa Senhora de FátimaLinha Ferreira Pontes São DomingosBairro Jardim Elisabeth Sagrado Coração de JesusLinha Cabral Santíssima Trindade

A IGREJA DOS “POLACOS”

Não se tem registros da data exata em que foi erguida a Igreja

de Santa Edvyges (canonizada em 1267 e festejada no dia 16 de Outubro),

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a igreja dos poloneses, mas podemos estimar que sua construção deu-se

entre 1890 e 1895, pois foi dentro deste período que chegaram as famílias

polonesas, as quais, mesmo num lugar inóspito, procuraram manter sua iden-

tidade étnica, também através da religião, desta forma construindo a sua pró-

pria igreja, já que não comungavam com os costumes e tradições dos italia-

nos, primeiros a chegar.

Sabe-se que a figura do Padre Francisco Chylinski foi

determinante para a pacificação dos ânimos entre poloneses e italianos,

e que graças à sua forte presença e liderança espiritual, poloneses e itali-

anos viveram em paz, pelo menos até 1931, quando o padre polonês

veio a falacer.

Até essa época, os poloneses mantiveram-se unidos em tor-

no de seu guia espiritual, mantendo acesa a chama de suas origens étni-

cas, culturais e religiosas, sem dobrarem-se aos valores culturais de ou-

tras etnias.

Igreja dos Polacos - Oléo sobre tela - Artista Octávia Búrigo Gaidzinski

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Com a morte do Padre Chylinski, em 1931, os polonese perderam-se e

dispersaram-se, escolhendo como refúgio a Comunidade de Linha Batista,

pois ainda lá, mantinha-se a tradição polonesa, ainda hoje muito preservada.

A migração dos poloneses de Cocal para a Comunidade de

Linha Batista, provocou o abandono da Igreja de Santa Edvyges, trans-

formando-se em habitat para pássaros, ratos, gambás e outros animais.

O pátio da igreja transforma-se num matagal em completo abandono e

isto por muitos anos.

Diante deste completo abandono, suas instalações ficaram

muito deterioradas, oferecendo riscos, pois a umidade e a ação impiedosa

do tempo, tornaram-na uma construção prestes a ruir, o que provocou a

tomada de uma decisão do Bispo Diocesano Dom Anselmo Pietrulla, no

sentido de autorizar a demolição da igreja dos poloneses.

Essa autorização veio através de um ofício (N° 2/75) enca-

minhado ao Pároco de Cocal, Padre Lindolfo Luckmann e à Comissão

da Igreja, no sentido de fazer cumprir a determinação diocesana com a

vinda do Vigário Geral da Diocese de Tubarão, Boleslau Smielewski, de

tradicional família polonesa local.

O cumprimento da determinação contida no ofício diocesano

está registrado no Livro Tombo N° 2, na página 24 e verso, da Igreja

Matriz de Cocal, relatando o inventário físico dos bens litúrgicos e reli-

giosos à época existentes na Igreja de Santa Edvyges, conforme abaixo

transcrito:

“Ao primeiro dia do Mês de Outubro de 1975, pelas nove

horas da manhã, eu abaixo assinado, Vigário Geral da Diocese de Tubarão,

Padre Boleslau Smielwski, convoquei o Reverendo Padre Lindolfo Luckmann,

vigário, Ítalo Rafael Zaccaron, Presidente do CAEP e Hilário Ernesto De

Fáveri, Tesoureiro do CAEP da Matriz e abrí a Igreja de Santa Edvyges para

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proceder ao inventário da referida igreja, que será demolida conforme auto-

rização de sua Excelência o Senhor Bispo Diocesano Dom Anselmo Pietrulla,

conforme ofício 2/75.

A Igreja de Santa Edvyges está totalmente abandonada, há lon-

gos anos, em estado precário de segurança, sem funcionalidade, prestes a

ruir.

Auxiliado pelas pessoas acima citadas, o Vigário Geral, verifi-

cou a existência dos seguintes objetos que fazem parte do patrimônio dareferida igreja: 1 quadro emoldurado da Padroeira Santa Edvyges, danifica-do pelas traças e que deverá ser recuperado; 1 emblema com a sigla IHS emcampo azul, rodeado de esferas (pintadas de alumínio) e raios pintados compurpurina; 1 quadro em papel portátil (para procissões) do Sagrado Cora-ção de Jesus, muito danificado, sem valor artístico; altar lateral dirteito: 1quadro em papel de Nossa Senhora “Czestochowa” (danificado) sem valorartístico. Altar lateral esquerdo: 1 quadro em papel do Sagrado Coração deJesus (danificado) e sem valor artítistico. 8 bancos velhos; 1 genuflexóriosimples; 1 confessionário velho; uma cômoda com panos, alfaias velhas semvalor algum; 1 guarda roupa com objetos de culto da Matriz; 1 ostensório

velho sem valor artístico; 1 altar-mor e2 altares, púlpito e côro, tudo sem valore aproveitamento para qualquer fim.

O restante é da Igreja Matriz de Nos-sa Senhora da Natividade. 1 sino pe-queno que está no porão da casa paro-quial velha. O material apurado na de-molição da Igreja de Santa Edviges, serádoado para famílias pobres para cons-trução de casas. E por ser verdade, oaqui se relatou, assino a presente ata jun-to com o Senhor Pároco e testemunhas

nomeadas acima”.Santa Edvyges, Padroeira dacomunidade de Linha Batista

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Cocal, 1° de Outubro de 1975.

Pelo relato do Vigário Geral da Diocese, constata-se que as

condições da Igreja de Santa Edvyges realmente não ofereciam seguran-

ça, estando prestes a ruir. Como a igreja ficou por vários anos sem ma-

nutenção, sua recuperação se tornou inviável, o que determinou sua de-

molição.

As madeiras aproveitáveis foram doadas às famílias neces-

sitadas da comunidade, e o quadro de Santa Edvyges se encontra,

atualmente, na Comunidade de Linha Batista. Alguns móveis ainda exis-

tem em poder de diversas famílias e alguns objetos religiosos se encon-

tram em poder da Igreja Matriz.

A demolição da Igreja de Santa Edvyrges, símbolo da uni-

dade étnica polonesa, representou o fim de uma divisão de costumes

culturais diferentes entre dois grupos imigrantes de mesma religião, ita-

lianos e poloneses. Aqueles continuaram em Cocal, onde conseguiram

sobrepor-se, estes, fixando-se na Comunidade de Linha Batista, encon-

traram terreno fértil para a preservação de suas tradições e identidade

étnica ainda hoje preservadas.

Criação da Diocese de Criciúma

A Paróquia de Cocal do Sul faz parte da Diocese de Criciúma,

cuja criação e instalação seguiu os seguintes trâmites:

Inicialmente, em 1991, foi elaborado um dossiê, que serviu

para a montagem do processo definitivo, que ficou pronto em 1994, sen-

do entregue à Anunciatura Apostólica, cuja cópia foi enviada pelo Bispo de

Tubarão Dom Hilário Moser ao Cardeal Gantin em Roma, para sua análise e

aprovação pelo Papa João Paulo II.

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A divulgação oficial da criação da Diocese de Criciúma e a no-

meação do primeiro Bispo, Dom Paulo Antonio De Conto, deu-se somente

no dia 27 de Maio de 1998.

Em todos os encontros havidos que discutiram a necessidade de

criar-se a Diocese de Criciúma, ficando evidenciado a necessidade por uma

eficiente evangelhização, segundo a realidade atual da região.

A comissão central, encarregada de proceder toda a prepara-

ção, não só do desmembramento da Diocese de Tubarão, como também

a organização da instalação e posse do primeiro Bispo, ficou assim cons-

tituída:

Representante da Coordenação Diocesana de Tubarão: Padre VilsonBuss e Neusa Mafra

Representantes das Comarcas Pastorais:

Araranguá: Padre Valdemar Carminatti

Maria do Carmo Cibien

Meleiro: Padre Valmor Della Giustina

Orivaldo Correa

Nova Veneza: Padre Carlos Wecki

Aldecir Spillere

Milton Garcia

Urussanga: Padre Valmor Boeger

Hilário Ernesto De Faveri

Criciúma: Padre Marcos Rech

Padre Ademar Paulo De Faveri

Vânio Belmiro Nunes

Luiz Carlos João

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A instalação da Diocese de Criciúma, e a posse do primeiro

Bispo Diocesano, aconteceu no dia 15 de Agosto de 1998 às 15:00 ho-

ras, no Ginásio Municipal de Criciúma com a participação de milhares

de católicos.

Do dia 16 de Julho ao dia 14 de Agosto, foi realizada uma

programação da visita da imagem de São José, Padroeiro da Diocese, a

todas as 30 paróquias pertencentes à nova Diocese. Em cada local de

visita, celebrava-se a recepção da imagem e o povo preparava cantos e

foguetórios comemorando a chegada do Padroeiro da Diocese.

Antiga Casa Paroquial de Cocal. Após sua restauração, foi instalado SeminárioPropedêutico da Diocese de Criciúma em Cocal do Sul.

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Nasceu em Jacarezinho,Município de Encantado-RS,aos 12 de Outubro de 1942,filho de Pio Luiz De Conto eRosina Francisca Pretto DeConto. Seus pais, já na pazdo altíssimo, tiveram 12 fi-lhos, 6 meninos e 6 meninas,sendo Paulo o quarto filhohomem. Com 11 anos, em1954, ingressou no Seminá-rio de Arroio do Meio. Pas-sou depois no Seminário deGravataí e, finalmente no Se-minário Maior de Viamão,onde concluiu os estudos parao sacerdócio. A OrdenaçãoSacerdotal aconteceu no dia13 de Julho de 1968 na Cida-de de Encantado. Padre Pau-

lo nos seus 23 anos de vida sacerdotal trabalhou nos seguintes lugares:Julho de 1968, Vigário Paroquial de Rio Pardo; Março de 1969, PárocoP. Grande; Agosto de 1973, Pároco da Paróquia Conceição em SantaCruz-RS; Outubro de 1979, Cura da Catedral de São João Batista emSanta Cruz do Sul-RS; Agosto de 1985, Reitor do Seminário Santa Cruzem Porto Alegre-RS; em 27 de Dezembro de 1990, Vigário Geral daDiocese de Santa Cruz; 24 de Julho de 1991, nomeado Pelo Santo Padreo Papa João Paulo II, Bispo de São Luiz de Cáceres-MS; Em 15 deSetembro aconteceu a Ordenação Episcopal na Catedral de São JoãoBatista em Santa Cruz do Sul e em 05 de Outubro de 1991, Dom Paulo,tomou posse da Diocese, em Cáceres no Mato Grosso. E em 15 de Agostode 1998, assume a nova Diocese de Criciúma como seu primeiro Bispo.

Foto de Dom Paulo

Dom Paulo Antonio De Conto - 1° Bispo da Diocese de Criciúma-SC

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Mapa da Diocese de Criciúma, que compreende uma área de 5.065 Km² com 25 muni-cípios e uma população de 449,270 habitantes. A Diocese é formada por 30 Paróqui-as, 5 Comarcas Pastorais e 503 comunidades.

Baln. Arroio do Silva

Balneário Gaiovota

Passo de Torres

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A VINDA DAS IRMÃS DA CONGREGAÇÃO DE SANTA

CATARINA

Por iniciativa do Cônego João Dominoni, vem para Cocal

em 1950, a Congregação de Santa Catarina que tem sede em São Paulo.E

através de Provisão, concedendo autorização canônica, funda-se uma

casa religiosa na Vila de Cocal com a finalidade de propiciar a boa for-

mação e instrução dos jovens.

O ano de 1950 foi considerado pela Igreja Católica um ano

Santo e a vinda da Congregação, neste ano, se revestiu de muita impor-

tância para a localidade.

Como ainda não havia uma instalação para as irmãs da Con-

gregação, o Cônego João Dominoni cedeu a casa paroquial (antiga casa

paroquial), para que tivessem asseguradas as mínimas condições para

desenvolver os seus trabalhos na Comunidade de Cocal.

O Cônego Dominoni transferiu, então, sua residência para

uma modesta casa de madeira, cedida pela família de Paolo Cecchinel,

indo mais tarde, para a casa de Albertina Burigo, que entes pertencia a

Amélia Feltrin Burigo, localizada em frente à atual Igreja Matriz.

A vinda das irmãs da Congregação de Santa Catarina, foi

uma aspiração do Cône-

go Dominoni, afim de

atender às necessidades

não só no trabalho pasto-

ral, mas comunitário,

marco dessa Congrega-

ção.

Em Janeiro de 1950, porPadre João Dominoni abençoando a chegada em Cocal dasIrmãs da Congregação de Santa Catarina, na pessoa da Diretora Irmã Julia.

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determinação da Madre Superiora Irmã Hildegardes, vieram para Cocal

as irmãs Júlia, Leonis e Agatônia, sendo as duas primeiras designadas

para serem professoras do Grupo Escolar Professor Padre Schuller.

Irmã Júlia fora designada para assumir a direção do grupo e

a Irmã Agatônia, encarregada do dispensário, isto é, um ambulatório

médico-gratuíto e de auxiliar o canto na igreja, além de responder, como

Superiora, pelo trabalho desenvolvido em Cocal pela Congregação.

Mais tarde, com o aumento da população, as necessidades

pastorais e comunitárias cresceram vertiginosamente, o que exigiu a vinda

de outras irmãs da Congregação de Santa Catarina: Irmã Cândida e Irmã

Glória, para lecionar, Irmã Celma, para o ambulatório, Irmã Gisella, subs-

tituindo à Irmã Júlia que se aposentara, Irmã Das Graças, Irmã Concei-

ção, Irmã Izolina Soratto e outras. E em função dessas demandas, cons-

truíram uma sede própria, equipado com colégio interno para juvenistas,

onde as moças eram preparadas para a vocação religiosa. Várias moças

da Comunidade de Cocal assumiram a vida religiosa: Irmã Regina

Galatto, Irmã Terezinha Galatto, Irmã Maria Galatto, que são primas,

Irmã Gaudete Savi e Irmã Graciosa Ferro. Esta sede era localizada onde

hoje está o Colégio Maximiliano Gaidzinski.

O trabalho desenvolvido na Comunidade de Cocal, pelas Ir-

mãs da Congregação de Santa Catarina, foi muito importante na forma-

ção dos jovens e nos trabalhos comunitários: formaram corais de canto,

prestavam atendimento ambulatorial, lecionavam, ajudavam na liturgia

das missas e celebrações de toda a Paróquia. Os mais velhos de nossa

comunidade certamente lembram-se das irmãs dessa Congregação, pois

cresceram recebendo instrução delas.

Com o passar dos anos, e com a crescente necessidade de

aporte financeiro, a Congregação de Santa Catarina começa a sentir difi-

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culdades para continuar mantendo a estrutura que haviam montado em

Cocal. E como a comunidade não deu mostra de um possível apoio, no

sentido de fazer frente às necessidades da Congregação, a Madre Pro-

vincial de São Paulo, em 31 de Novembro de 1975, resolve transferir as

irmãs para outras cidades, fechando o colégio interno e despedindo a

empregada que as auxiliava (Dourina De Faveri). Mais tarde essa pro-

priedade foi vendida, pela Congregação ao Grupo Eliane.

Primeira Comunhão em Cocal. Padre João Dominoni acompanhado das Irmãs Julia eSelma da Congregação Santa Catarina. Ao fundo entrada principal do grupo EscolarProf. Padre Schuller.

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ASSOCIAÇÃO SANTO ANTONIO DE PADOVA

Na década de 30, devotos de Santo Antonio de Padova, criaram no Distritode Cocal uma associação homenageando o santo italiano, cujo objetivoera ajudar nos cultos religiosos em relação à animação desses e até mesmo

tinha carater filnatrópico.

É interessante relatar que na época, os cultosreligiosos se revestiam de bastanteformalidade, especialmente ossepultamentos, que seguiam longo rituallitúrgico, culminando com a Missa de 7°Dia, dia em que a Igreja era enfeitada depreto. Era em ritos dessa natureza que maisse precisava dos religiosos integrantes daAssociação de Santo Antonio de Padova,que tinha no italiano Ferdinando Furlan umde seus principais líderes.

Capa de um livreto recordaçãode Padova, trazido da Itália peloimigrante Ferdinando Furlan.

Membros da Associação de Santo Antonio de Padova, fundada no Distrito de Cocalem 1910. Da esquerda para a direita: Felice de Lucca, Antonio Mufato, FerdinandoFurlan, Ambrosio Dalló, Lourenço Cechinel , Domenico Zanatta, Leandro Fermo, Eu-genio Rosso e Giovani Cechinel.

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ASPECTOS EDUCACIONAIS NO COCAL DOS PRIMÓRDIOS

A “Lei Glicério”, de 1890, que incrementou a entrada de

imigrantes no Brasil, prometendo uma gama de direitos em vários de

seus dispositivos, previa que um mínimo de condições fosse assegurado

aos colonos chegados, por exemplo escolas e enfermarias nas sedes dos

núcleos coloniais. Mas sabe-se que,na prática, em quase nada essa lei

colaborou para a fixação dos imigrantes, funcionando apenas como pro-

forma ou chamariz, pois a partir dela, claro, houve um incremento muito

grande em relação ao número de imigrantes europeus entrados no Brasil

e, consequentemente, em nossa região, dado ao conjunto de facilidades

que oferecia para a fixação do imigrante. E o não cumprimento da “Lei

Glicério”, por parte das próprias autoridades, se refletiu em todos os

aspectos da odisséia dos imigrantes que aqui chegaram, a partir de 1877

(Colônia Azambuja), em busca da “terra della cucagna”, como diziam

os italianos.

O ensino no Cocal dos primórdios, por exemplo, foi realiza-

do de forma muito precária e funcionou graças ao empenho pessoal e

dedicação por parte de quem se entregou à nobre tarefa de ensinar.

Movidos pela paixão pelo ensino e o sentimento de amor ao

imigrante, ainda no núcleo Accyoli de Vasconcelos, iniciou-se a nobre

tarefa do ensino. Os professores David Raspini, Eugênio Rosso,

Vendramino Rosso Zandonadi e José Peruchi foram os primeiros a mi-

nistrar aulas em Cocal na língua italiana. A primeira escola funcionou

em frente à antiga Igreja Polonesa. Era uma pequena casa de tábuas,

onde hoje está localizada a Rua Padre Francisco Chylinski. Depois,

vieram Paulo Galli, Francisca de Oliveira e Maria Nunes de Souza que

lecionavam em português.

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A educação em Cocal teve um incremento com a implanta-

ção de escolas isoladas, que funcionavam nas casas dos próprios educa-

dores, no período compreendido entre 1888 e 1895, época que Cocal

ainda era um núcleo colonial, o Núcleo Accyoli de Vasconcelos, um

pequno povoado.

Tem-se notícia de que Romildo Lombardi lecionou em Cocal

em 1907 para um pequeno grupo de alunos, numa pequena instalação de

madeira, improvisada como sala de aula, e que se localizava onde hoje

tem residência a Família de Venicius Burigo. Romildo Lombardi ficou

muito pouco tempo em Cocal, transferindo-se para Urussanga.

O Professor Vendramino Zandonadi Rosso e sua esposa

Noemia Zandonadi Rosso ensinaram, em português, até 1915. Deram

Escola Pública Feminina. A Professora era Francisca de Oliveira Búrigo

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aula para um grupo de 20 alunos, cuja remuneração recebiam dos pais

dessas crianças, pois os Governos, brasileiro e italiano, ainda não subsi-

diavam o ensino dos imigrantes.

O Professor Paulo Galli lecionou na então localidade de

Morro da Fumaça, e pela Resolução N° 214, de 24 de Maio de 1920, foi

removido para a escola masculina do Distrito de Cocal, conforme ato do

Secretário do Interior e Justiça do Governo de Santa Catarina. Em 1922,

já com subsídios por parte do Governo Italiano, Paulo Galli lecionou em

Rio Galo, e na sede de Cocal e ainda em Morro da Fumaça. Lecionava

em português e em italiano. Depois vieram Holandina Faraco, Francisca

de Oliveira Burigo, conhecida como dona Chiquinha e Maria Nunes de

Souza.

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O GRUPO ESCOLAR PADRE SCHULLER

Com o aumento de sua população, o Distrito de Cocal, a

comunidade sentiu a necessidade de melhor aparelhar a incipiente rede

escolar distrital, que se compunha nesta época, década de 30, de duas

escolas isoladas. Uma dessas escolas servia somente a alunos, sob a

orientação da Professora Maria Nunes de Souza e a outra, que atendia

somente alunas, era orientada pela Professora Francisca de Oliveira

Burigo.

Formaram-se, pela comunidade, duas comissões, afim de es-

tudar e levantar verbas para a construção de um grupo escolar que ofere-

cesse condições de atender a demanda educacional do Distrito de Cocal.

A primeira comissão, formada em 1929, foi aquela que con-

seguiu um terreno para a construção do prédio escolar. É o terreno onde

está instalada a atual Prefeitura Municipal. Essa comissão foi batizada

de Comissão Escolar de Cocal e era composta pelas seguintes pessoas:

Zeferino Burigo, Padre Francisco Chylinski, José Peruchi, Luiz Burigo

e Antonio Nunes de Souza.

Essa comissão escolar adquiriu o terreno, medindo 3 mil

metros quadrados, referentes aos lotes urbanos números 27 e 29, que

pertenciam a João Sarin, viúvo. Esse terreno ficou como propriedade da

Comissão Escolar de Cocal até Março de 1969, quando então o Prefeito

de Urussanga Rony Zaniboni recebeu em doação para tornar-se

patrimônio do Município de Urussanga, e hoje patrimônio do Municí-

pio de Cocal do Sul.

A segunda comissão formada, foi a encarregada da constru-

ção do prédio e era composta pelos senhores Zeferino Burigo, Angelo

Peruchi, Paulino Burigo e Luiz Burigo. Essa comissão lançou a pedra

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fundamental do Grupo Escolar em 14 de Março de 1932.

Em seguida, iniciou-se a obra em forma de mutirão, com a

participação de toda a comunidade e também com recursos vindos do

Governo do Estado. Foram quase dois anos de muito trabalho para er-

guer o prédio escolar. A inauguração deu-se no dia 10 de Outubro de

1933 com uma grande festa da comunidade. No dia da inauguração, em

ato solene, os alunos formados nas escolas isoladas, foram entregues à

uma equipe de novos professores: Jovan Moraes, Iná Souza, Eduarda

Pereira e Elmira de Lima Ferreira (Irmã Maria das Graças), vindos da

capital. Como diretora do novo Grupo Escolar, foi designada a Profes-

sora Flóscula de Queiroz Santos. Nos anos subsequentes começaram a

lecionar: Maria Piazza Motta, Eduarda Pereira Burigo (catequista trazida

pelo Cônego João Dominoni), Maria José Souza Alegre (catequista),

Cremilda Maccari, Vitalina Peruchi, Paulo Fhilippe, Eduarda Pereira,

Helena Alves Caminha, Altamira de Guimarães e Maria José Guima-

rães “Dona Zezé”. Fez-se presente, ainda, à solenidade de inauguração

do Grupo Escolar, o Inspetor Escolar Humberto Hoffmann.

A escolha do nome do novo grupo escolar, foi uma sugestão

do Cônego João Dominoni, que queria homenegear seu mestre no Colé-

gio Catarinense em Florianópolis, Professor Aloisio Luiz Schuller.

Em 21 de Junho de 1933, através do Decreto 379, o Coronel

Aristiliano Ramos, Interventor Federal no Estado de Santa Catarina, de-

nomina oficialmente o Grupo Escolar como Grupo Escolar Professor

Padre Shuller com quatro classes.

No dia seguinte à inauguração, os alunos foram divididos

por série, ficando os alunos do terceiro ano aos cuidados da Diretora

Flóscula de Queiroz Santos e da Professora Eduarda Pereira. Para in-

gressar no quarto ano, os alunos foram submetidos a uma sabatina, era

final de 1933.

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Lembrança de formatura do Grupo Escolar Prof. Padre Schuller, no ano de 1940.

E neste final de 1933, a Diretora Flóscula designou os alunos Arí

Velho, João Da Jori, Hortência Nunes de Souza e Priscila Peruchi, para plan-tarem, em frente ao Grupo Escolar, dois ciprestes e uma figueira no pátiocentral. Professores e alunos acompanharam este ato. Essas árvores ficaramincólumes até bem pouco tempo atrás, quando foram derrubadasindiscriminadamente pelas autoridades municipais, em 1994.

Em 1934, após aprovação na sabatina, ingressaram no quartoano os seguintes alunos: Lírio Burigo, Otávio De Faveri, José Trevisol, OnórioBurigo, João Da Jori, Mario Osellame, Arí Velho, Maria Loyse Burigo, OtáviaBurigo, Adelina Rosa Bosa, Zenir Burigo, Hortência Nunes de Souza, OrsolinaPeruchi, Priscila Peruchi e Olga Peruchi, que se formaram em 1936, conclu-indo o quarto ano e desta forma, constituindo-se na primeira turma formadapelo novo Grupo Escolar. Era servente nesta época, Suely MachadoCecchinel.

Em 1937, foi implantado no Grupo, o curso normal primário.Nesta ocasião, era diretor, o Professor Pedro Scharf. Em 1938 era diretor oProfessor Pedro Paques. Neste ano de 1938, houve nova modificação noensino de Santa Catarina, transformando-se o curso em curso complemen-tar.

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Em 1939, assume a direção do Grupo Escolar, o Professor Guido

Costa e em 1940, assume como diretor Hélio Peixoto. Eram professores

nesta época: Dalva Lebarbenchon, Maria José de Souza Alegre, Hercílio De

Faveri e Reinaldo Gomes, que também foi diretor. Eram serventes: Suelí

Machado Cecchinel e Tereza Cecchinel. Mais tarde, algumas alunas forma-

das no grupo começaram a lecionar: Loyse de Oliveira Burigo, Lassymar de

Figueiredo Liz, Iracema Burigo e Diniz Burigo.

No final de 1940, houve a formatura da primeira turma dos

complementaristas: Alcino Zanatta, João Da Jori, Aquiles Da Jori,

Henrique Cizeski, Moacir Burigo, Arí Burigo, Porfírio Feltrin, Dário

Bosa, José Marcon, Adelina Bosa, Leida Burigo, Iracema Burigo, Zenir

Burigo, Joy Nunes de Souza, Salumila Peruchi, Diniz Burigo e Elóida

Bosa.

Em 1949, é criado o Círculo de Pais e Professores, para aju-

dar na administração do Grupo Escolar, que mais tarde, passou a ser

chamada APP - Associação de Pais e Professores.

Em 1950, vêm para o Distrito de Cocal as irmãs da Congre-

gação de Santa Catarina. Fizeram parte do corpo administrativo do Gru-

po Escolar com a Irmã Júlia na direção e outras irmãs e leigas, fazendo

parte do corpo docente, até 1960. Este corpo docente era composto por:

Irmã Leonis, Irmã Cândida, Cecília Sloviski, João Da Jori, Dênia Zanatta,

Adelina Rosa Bosa, Diva Losso, Aldo Lopes, Deonata Barbosa, Zilda

Burigo Bosa, Lourdes Martignago, Lidemar Zanelatto, Valéria Puccini,

Maria Carmem Bosa, Luci Damiani de Oliveira Souza, Anelí Rosa Da

Jori, Iraní A. Burigo, Rosa Maria Burigo, Irma Bortolatto, Janete Meri

Burigo, Marlí Maria Galli, Ivaní Maria Osellame, Vânia Maria Bettiol,

Zaneide Maria Galli, Joí Nunes de Souza Brasil, Maria de Lourdes Rabelo

Nunes Cecchinel, Maria Neiva Galli, Maria Anita Cecchinel, Maria de Lourdes

Mariotti, Maria Lina Naspolini, Diva Bosa, Maria Amábile De Faveri, Zenaide

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de Souza. Eram serventes: Sueli Machado Cecchinel, Iracema Osellame Da

Jori, Lucinda Galli Burigo e Tereza Cecchinel.

Em 1° de Março de 1954, são eleitos para o Círculo de Pais e Professores:

Presidente: Valdemar Naspolini

Vice-Presidente: Adão Bosa

Tesoureiro: Zeferino Euclides Furlan

Os novos tempos no Distrito de Cocal, com o aumento de sua

população e as novas oportunidades que surgiam a nível de economia local e

regional, pois o Empresário Maximiliano Gaidzinski havia assumido o Ativo e

o Passivo da Cerâmica Cocal Ltda., criando grande expectativa de desen-

volvimento, atraindo famílias que passaram a morar no distrito, exigiu da co-

munidade a construção de uma nova escola, capaz de atender a crescente

demanda de mais salas de aula. Deveria ser um prédio dotado de boa estru-

tura, uma vez que no antigo grupo foram constantes as ampliações.

Dada essa nova realidade, as lideranças locais empreenderam

investida junto ao Governo do Estado, no sentido de viabilizar a construção

de uma nova escola.

No dia 13 de Agosto de 1955, pela Lei N° 37, o Prefeito Mu-

nicipal de Urussanga, em exercício, Manoel Nicolazzi, adquire por compra

um terreno com 7.550 metros quadrados, referentes aos lotes números 167,

153, 190 e parte dos lotes, 189, 197, 198 e 199, situados à Rua Rui Barbo-

sa, 260. Esses eram propriedade de Antonio Nunes de Souza e de sua espo-

sa Maria Guglielmi.

A obra foi iniciada na gestão do Governador Heriberto Hulse e

concluída no governo de Celso Ramos, que havia ganho as eleições em 1960.

Foram quase dois anos, afim de que ficasse pronta a nova escola. E m

22 de Setembro de 1962, foi inaugurado o novo prédio do Grupo Escolar

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Professor Padre Shuller com a presença do Deputado Federal Joaquim Ra-

mos, representando o Governador Celso Ramos, que era seu irmão.

Professores do Grupo Escolar Prof. Padre Schuller. De pé da esquerda para direita:João Dajori, Zilda Búrigo Bosa, Luordes Mariot, Anita Cechinel, Rosa Maria Búrigoe Cecília Slovinski. Sentadas da esquerda para a direita: Irmã Leonis, a Diretora IrmãJulia e Irmã Candida.

Alunos da turma do 1º ano de 1950 - Professora Cecília Slowinski. de pé da esquerdapara direita: Joana Sartor, Salete Osellame, Vamira Peruch, Maria Amabile De Fáveri,Zélia Maria Galli, Vanice Búrigo, Vanda Smialeski e Valda Pagnan. agachados da esquer-da para a direita: Paulo Jaime Galli, Celito Luiz Furlan e Hylário Ernesto de Fáveri.

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Postulantes de 1952.

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Corte da fita de inauguração do novo predio do Grupo Escolar Prof. Padre Schuller.Na ocasião representando o Governador do Estado Celso Ramos, seu irmão o Deputa-do Federal Joaquim Ramos.

Nessa época, o Grupo funcionava ainda no antigo prédio com

o primário e o regional , que veio substituir o curso complementar. O Curso

Normalista do Grupo Escolar Padre Shuller foi denominado Ginásio Normal

Joaquim da Silva Ramalho, nome escolhido através de uma votação dos

alunos e professores. Isto aconteceu em 1956, mas o ato oficial, reconhe-

cendo essa denominação só veio em 31 de Janeiro de 1965, pelo Decreto

N° 2.492, assinado pelo Governador Ivo Silveira.

Através do Decreto SE 170271 N° 10.477, de 17 de Fevereiro

de 1971, o Governador do Estado Dr. Ivo Silveira, transforma o Grupo

Escolar Professor Padre Schuller e o Ginásio Normal Joaquim da Silva

Ramalho em Escola Básica Professor Padre Shuller, conferindo ao grupo

escolar um status mais elevado.

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COCAL DO SUL: um mergulho em sua história COCAL DO SUL: um mergulho em sua história

Autoridades e populares no ato de inauguração do Grupo Escolar Prof. PadreSchuller.

Autoridades, juntamente com a Irmã Julia da Congregação de Santa Catarina, presen-tes no ato de inauguração do novo prédio do Grupo Escolar Prof. Padre Schuller.

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Em 1981, através do Parecer 02/81 do Conselho Estadual de

Educação, o Governo do Estado assina portaria, autorizando a instalação do

Ensino de 2° Grau, elevando seu status para Colégio Estadual Professor

Padre Shuller, conforme portaria de autorização N° 096/81, de 12 de De-

zembro de 1981, com a implantação de um curso profissionalizante a nível

de 2° Grau (Auxiliar de Escritório).

A primeira turma formada neste curso concluiu os estudos em

1983:

• Adelício Ortino Marcos• Adilson Manoel Severino• Águida Candiotto• Albertino Guollo• Aleir Correa de Oliveira• Ana Maria Cecchinel• Antonio Cesar de M. Pereira• Antonio Klima• Arlene Maria Scaravacco• Ariosvaldo Crozetta• Carlos Alberto Farias• Claudionei Luiz Cesca• Daniel Manoel da Silva• Egberto João Burigo• Elza Alves Santana• Fátima Aparecida Sobreira• Genézio de Oliveira• Gislaine Vieira Mendes• Ivânia de Oliveira• Ivânio de Oliveira• Ivo Crepaldi• Jolmar João Scarpatto• José Carlos Teixeira• José Francisco• Jucicar Marcon

• Manoel Lima Costa• Maria Aparecida João• Maria Dolores Burigo• Maria De Lourdes M. Crestani• Maria Margarete Martins• Marília Nunes de Souza• Nariman Freccia• Odiney Nesi• Osmar Machado de Souza• Pedro Luiz De Faveri• Rita Consoni• Rogério Branco• Rosane Maria Da Jori• Rosenei Cittadin• Rosilda Longo Goudinho• Rudinei Meneghel• Rudinei Rosso• Vanderlei De Faveri Marcelino• Vilson Cittadin• Valdemar José Ferro• Valdemar Pedro Da Rolt• Valdenir José Ferro• Valdonir Despíndola• Venício Luiz M. do Livramento• Vilma Maria Bento

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• Flóscula de Queiroz Santos• Pedro Scharf• Guido Costa• Pedro Paques• Hélio Peixoto• Reinaldo Gomes• Loyse Burigo• Irmã Júlia• Irmã Gisela• Irmã Maria Conceição• Maria de Lourdes Nunes

Rabelo Cecchinel• Irmã Cândida

Através do parecer 285/91, de 19 de Novembro de 1991, a

portaria N° 0415/91, cria o Curso Técnico de Contabilidade. A primeira

turma formada neste curso era composta por:

• Jucinei Scarpatto

• Lorena Pedro Custódio

• Luiz Eduardo Heinzen

• Luiz Enrique Boava

• Marcelo Fabiano Leandro

• Maria Aparecida Costa

• Maria das Dores Costa

• Maria Heloísa M. do Livramento

• Maria Regina Zuchinalli

• Maria Salete Dezan

• Mariluz Maximiliano

• Marlene Dalponte

• Mônica de Souza

• Nasireu José Bortolatto

• Reginaldo De Brida

• Rosa Maria Rocha Bresciani

• Rosemeri Medeiros Santana

• Tailene Longo Goudinho

• Valdair João Crestani

• Vera LúciaSmialeski

• Zélio Rosso

• Aleksandra Isidoro Cardoso

• Branca Ester Osellame

• Cateri Barbosa Amaral

• Célia Menegon

• Cirlene Francesconi

• Edson De Brida

• Edson Luiz de Aguiar

• Edson Zanette

• Ênio Carlos Crozetta

• Evaldo Valdir Borges

• Everaldo Campos José

• Everaldo Zanette

• Genivaldo Sartor

• Gilmar Custódio

• Jaime Luiz Morona

• Jair Damian Gabriel Cruz

• Jane Patrício Rodrigues

• Joelson Goulart

• Jones Zaccaron

• José Carlos Martins

• Josinete Cardoso

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Através do parecer do Conselho Estadual de Educação N° 142/

90, e Portaria de reconhecimento N° 556/96, cria-se o Curso de Magistério

a nível de 2° Grau, cuja primeira turma formada foi:

Galeria dos Diretores do Colégio Padre Shuller

• Adriana de Figueiredo• Adriana Geremias• Andreza Sazana• Andreza De Noni Zanelatto• Aparecida da Silva• Diansxirlis Ferro• Edna Possamai Cecchinel• Elisandra Karina Borges• Gilmara Vieira Mendes• Gislaine Zanette• Jaline Galli Benincá

• Luciana Pires

• Luçara Maria Della

Vedova Silveira

• Margarete Gusi Mendes

• Marlene Maria Da Rolt

• Maria Aparecida do

Livramento

• Maria Conceição da Silva

Bosa

• Marta Luciana Carvalho

• Patricia Zaccaron

• Rosemeri Borges

• Rosana Rosso Mangille

• Samara Cristina Simplício

• Tatiane Périco

••••• Delçonir Ma de F. Lodetti• Doroty De Bonna Bolsoni• Zidra Zanatta Cecchinel• Laurinda Uliano Sobreira• Adalmira Cunha• Solange Albino Galli• Jane Ma Hefrain Medeiros• Marisa T. Burigo Pagnan• Amaurí Miotelli• Augusta Vicente Bressan• Lourival Francisco Bento• Jair Sebastião da Silva• Mª Inês Mazzucco Galli• Mª de Fátima Dajori Magagnin• Cristina Réus

• Flóscula de Queiroz Santos• Pedro Scharf• Guido Costa• Pedro Paques• Hélio Peixoto• Reinaldo Gomes• Loyse Burigo• Irmã Júlia• Irmã Gisela• Irmã Maria Conceição• Maria de Lourdes Nunes

Rabelo Cecchinel• Irmã Cândida

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Galeria dos Presidentes da APP do Colégio Padre Shuller

• Valdemar Naspolini• Agenor Burigo• João Galli• Mario Osellame• Venícius Burigo• Assis de Souza Brasil• Roberto Galli• Adolfo Machado• Aquiles Da Jori• Lino Burigo• João da Jori• Lauro Paulo Costa• Quintino De Noni• Raulino Furlan

Encenação do Grito da Independência no desfile de 7 de Setembro de 1973. O Mensageiro(Joventino Carboni) entrega ao Imperador D. Pedro I (José Aldo Furlan), a mensagem daIndependência. O guarda foi interpretado por Antonio Rafael Zaccaron.

• Antonio Mendes• Valdemar Burigo• Jaime De Brida• Angelo Arlei Zanette• Lourival Francisco Bento• José Fermínio Morona de Freitas• Dorival Silveira• Darci Cardoso• Otávio Vier• José Aldo Furlan• Enor Consoni• Lenir Terezinha Quarezemin Baggio• José Carlos Dezan• Valdete Terezinha Bianchin Gama• Solemar Santos Dal Pont

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Professor Padre Schuller

O Professor Padre Schuller nas-

ceu em 28 de Novembro de 1855

em Zweinbrucken, no Reino da

Baviera – Alemanha, filho de co-

merciantes devotados à Igreja.

Sua trajetória como Homem da

Igreja, teve um corrículo invejável,

sob todos os aspectos. Feitos os

primeiros estudos em sua cidade

natal, ingressou na CM em

Mogúncia, dirigida pelo P.A Von

Doss. Entrou na SJ em 03 de Ou-

tubro de 1871 em Gor, tendo como

mestres de noviços o Padre Mau-

rício Meschler e seu ajudante, Gui-

lherme Eberschweiler.

Durante o Governo de Bismark, foi exilado, passando ao novi-

ciado de Exaeten, na Holanda. Estudou humanidades e retórica em

Wynandsrade, cursando Filosofia em Blyenbeck.

Após esse período de estudos, em 1879, veio para o Brasil,

para trabalhar na Cidade de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, como

Prefeito e Professor de Filosofia e Matemática.

Alguns anos depois, em 1884, retorna à Europa, afim de estu-

dar Teologia na Inglaterra. Ordenou-se e fez a 3ª provação em 1888. No

ano seguinte, 1889, regressou ao Brasil, afim de no Colégio Imaculada Con-

ceição, fazer os últimos votos solenes, isto em 02 de Fevereiro de 1890.

Viveu, principalmente, nos Colégios de São Leopoldo, Pelotas ,

Professor Padre Schuller

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Rio Grande, Porto Alegre e Florianópolis, lecionando matemática, Filosofiae línguas.

Foi diretor de CCMM e diretor espiritual, confessor dos NNde Bispos e alunos. Foi Ministro e Prefeito Geral.

Sua obra principal foi realizada em Florianópolis em 1915, aEscola Diocesana São José, para crianças pobres, que conta com mais de500 alunos, sendo subvencionada e reconhecida pelo Governo Catarinensecomo Grupo Escolar, e equiparada às escolas públicas. Suas atividades sãomantidades também com o importante auxílio dos cidadãos e das paróquiaspertencentes à Diocese de Florianópolis. Conserva, entretanto, o caráter deescola particular, com a função de dar instrução religiosa. Trabalham aí osPadres Franciscanos, da Sj e uma Irmãs da Divina Providência.

Padre Schuller também foi escritor: escreveu livros didáticos deMatemática e um religioso, intitulado “Meu Tesourinho”, muito apreciado edifundido.

Durante muitos anos, O Professor Padre Schuller sofreu de asma,tendo que se submeter constantemente às inalações com o vapor de flor deestramônio, que conservou-lhe a vida ainda alguns anos, de modo a continu-ar sendo ainda muito útil.

Lutador perseverante, publicou, nas últimas semanas de vida,um livro didático de Matemática. E, ainda, na última noite de vida, tratou daintrodução de um bom livro de história universal no ginásio, quando sentiu-semuito mal, retirando-se para os seus aposentos, pois quase já não podiarespirar.

Numa 4ª Feira, dia consagrado a São José, às 17 horas, depoisde confessar-se, recebeu os últimos sacramentos, na presença da comunida-de. Restando inúteis todos os esforços médicos, faleceu tranquilamente, napresença de seu diretor espiritual, na Festa da Transfiguração do SenhorJesus Cristo, às 23:30 horas. Era 06 de Agosto de 1925.

Seu sepultamento realizou-se numa Sexta-feirta, no CemitérioPúblico de Florianóplis no lugar reservado aos NN. Participaram do funeralo Governador de Santa Catarina, Pereira Oliveira, Secretários de Estado,Deputados, Cônsules, alunos de vários colégios e, principalmente, muitospobres, que lamentaram profundamente aquele que lhes devotou toda sua

vida.

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Flagrantes de desfiles de 7 de Setembro na decada de 70. Na foto superior alunos dosupletivo LBA.

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A INDÚSTRIA E O COMÉRCIO DE COCAL DO SUL

INÍCIO E DESENVOLVIMENTO

Agricultura

Cocal foi colonizado por imigrantes europeus, italianos e polo-

neses em sua maioria e por isso, teve na agricultura, durante muito tempo, a

base de sua economia.

A agricultura era de subsistência. Os colonos plantavam, basi-

camente, para o próprio sustento, e o excedente era utilizado para o escambo,

isto é, para as trocas, modo muito comum de comercializar as mercadorias à

época. Plantava-se mandioca, para a produção de farinha de mandioca, tri-

go, cana de açúcar, para a produção de açúcar, milho, arroz, feijão, fumo,

uva, cevada, café, verduras e batatas. O milho, para a fabricação da farinha,

era a base da alimentação, sobretudo para os italianos, pois a polenta não

podia faltar à mesa.

Foto de 06 de Janeiro de 1949 - Sentados Venicios Búrigo e Eloyda Bosa.Ao fundo, atafona construida pela Família Cechinel.

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Indústria

Tem-se notícia de que com a chegada da Família Cecchinel

(Pauli), em 1883, inicia-se também uma incipiente indústria (atafona),

aproveitando uma queda d’água existente no Rio Cocal. Essa atafona,

servia não só aos colonos do Núcleo Accyoli de Vasconcelos, mas todos

os outros núcleos coloniais. Nela, moía-se o milho para a farinha de

milho para a polenta, que era alimento básico na mesa dos nossos colo-

nos.

Essa atafona, constituía-se de uma roda que girava com o

peso da queda d’água, fazendo funcionar um conjunto de duas pedras,

cujo diâmetro era de 1 metro e 20 centímetros cada. A pedra que servia

de base era fixa e sobre esta girava uma outra que moía o milho. Fato

interessante, foi que uma dessas pedras, provavelmente a que girava so-

bre a outra, foi trazida de Urussanga, transportada “a braço” por 4 pesso-

as que a trouxeram rolando, cuja operação durou 7 dias, até chegar ao

local onde funcionaria.

Foto de 1949 - Sentados Nelza Nunes de Souza e Venicios Búrigo.Ao fundo Atafona Cechinel

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Junto à atafona, a Família Cecchinel instalou um engenho de

açúcar, alambique, além de “batedor” de trigo e arroz.

Essa primeira indústria de Cocal, localizava-se onde hoje é a

propriedade da família Scarpatto. Podemos ver, ainda, a pequena queda

d’água existente. O que restou dessa atafona, foi levado pelas águas na en-

chente de 1974.

Além da atafona, aproveitou-se, a partir de 1932, a queda d’água

para fazer funcionar um dínamo que produzia energia elétrica, para o abaste-

cimento de algumas propriedades no centro do núcleo colonial. Essa gera-

ção de energia também foi uma iniciativa empreendedora de Angelo Perucchi,

mais tarde trasnferida para os irmãos Luiz e Paulo Cecchinel, filhos de Celes-

te e netos de Paolo, o imigrante e primeiro proprietário da terra. A distribui-

ção da energia elétrica era feita somente à noite, pois o pequeno dínamo não

tinha capacidade para atender a uma demanda diurna e noturna.

Comércio

Havia no Núcleo Colonial Accyoli de Vasconcelos, um pequeno

comércio (venda), que comercializava todo o tipo de mercadoria de que

necessitassem os colonos, pertencente também à Família Cecchinel. Os co-

lonos serranos, por exemplo, foram grandes parceiros comerciais do núcleo

colonial, pois traziam o charque, o queijo e suínos para engorda, que eram

trocados por outras mercadorias.

Esse pequeno comércio sofreu um sinistro, muito provalmente,

antes de 13 de Março de 1895, pois foi a partir desta data que outra venda

instala-se no mesmo local, por iniciativa do imigrante italiano Ferdinando

Burigo, nascendo daí, a firma “Ferdinando Burigo e Filhos”.

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Ferdinando Burigo & Filho

Este comércio (a venda Burigo), estabeleceu-se em Cocal em

1895, tendo funcionado por cem anos ininterruptos. Seu fundador, Ferdinando

Burigo, imigrante italiano, veio da Cidade de Soverzene, Província de Belluno,

em 1878, para Rancho dos Bugres. Já em Cocal, instalou uma “ venda”, que

proporcionou aos habitantes de toda a Região, a comodidade de terem acesso

a uma boa casa de comércio, inclusive, atendendo aos colonos e tropeiros

que desciam a serra. Junto a este comércio, funcionava uma fábrica de banha

e comercializavam-se outros produtos suínos.

O alvará, que concedeu a licença para funcionamento deste co-

mércio, está datado de 19 de Março de 1895, assinado pelo Secretário

Joaquim de Souza Junior e pelo Superintendente João Cabral de Mello (deu

nome à Linha Cabral), pois à época, Rio Cocal estava sob a jurisdição do

Município de Tubarão. Em 1903, Ferdinando Burigo, admitiu como sócio

seu filho Giuseppe, alterando a razão

social para “Ferdinando Burigo & Fi-

lho”. Inicialmente, a empresa

Ferdinando Burigo funcionou em uma

casa de madeira, onde hoje reside a

família de Venicios Burigo. Em 1906,

foi construído um prédio em alvena-

ria, batizado à época de “Palazzo

Burigo”, para onde foram transferi-

dos os negócios de comércio e onde

passou a funcionar o comércio de

produtos suínos e também uma pa-

daria.Venda da família Búrigo emCocal. na foto que é de 1950aparece Venicios Búrigo.

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Com o falecimento de sua esposa, Ferdinando Burigo, em 1911,

retorna para a Itália, fazendo com que a firma sofresse alterações sucessivas

em sua razão social: “José Burigo”, “José Burigo & e irmãos”, José Burigo &

Cia” (em 1916). Com o falecimento de José Burigo em 1919, assumiu o

ativo e o passivo a empresa “Zeferino Burigo & Cia”. Em 1922, com a ad-

missão de todos os irmãos de Zeferino Burigo, a empresa ganha nova deno-

minação: “Zeferino Burigo & Irmãos”. Eram sócios: Zeferino, Vitório, Gílio,

Quintino e Paulino Burigo.retorna para a Itália, fazendo com que a firma

sofresse alterações sucessivas em sua razão social: “José Burigo”, “José Burigo

& e irmãos”, José Burigo & Cia” (em 1916). Com o falecimento de José

Burigo em 1919, assumiu o ativo e o passivo a empresa “Zeferino Burigo &

Cia”. Em 1922, com a admissão de todos os irmãos de Zeferino Burigo, a

empresa ganha nova denominação: “Zeferino Burigo & Irmãos”. Eram sóci-

os: Zeferino, Vitório, Gílio, Quintino e Paulino Burigo.

Foto de 1953 - Ferdinando Búrigo e sua esposa Theresa Savi e seus doze filhos. À esquerda, ofilho mais velho, nascido na Italia, Giuseppe e à sua frente, a esposa Ida Smania com os cincofilhos.

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Neste período, a empresa “Zeferino Burigo & Irmãos passa por

um processo de crescimento, atingindo seu apogeu com a instalação de filiais

na localidade de Estação Cocal, Nova Belluno e Criciúma. Foi adquirido

uma fazenda em Bom Jesus da Serra, para a criação de gado para abate,

grande área de terra no Pilão, Vila Nova Roma, a empresa de ônibus de

Araranguá à Florianópolis, denominada “Auto Viação Urussanga”, serrarias

diversas, olarias, padaria, charqueada, matadouro, armazens, funerária e

outros negócios, constituindo-se a empresa “Zeferino Burigo & Irmãos”, um

grande referecial de comércio para região.Mais tarde, em outras empresas

tiveram participação, através de sociedade, entre as quais, “Águas Termais

São Pedro Ltda”; “Café Ouro Preto”; “Sociedade Carbonífera Visconde de

Taunay” e sucessora “Carbonífera Cocal Ltda”; “Mina Santa Clara”; “Mina

Condor”, “Barbacena”, “Santo Antonio” e “Santa Luzia” e as cerâmicas

Santa Catarina e Cocal Ltda., além da Sociedade Banha Cocal Ltda.

As empresas ligadas a “Zeferino Burigo & Irmãos, exportavam

para o Rio de Janeiro, através do Porto de Laguna, produtos suínos, banha,

carne de porco, arroz, milho, feijão e outros produtos coloniais com marcas

próprias.

Vista central de Cocal no início do século XX.

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A partir de 1945, houve uma redução nas atividades comerciais

e a firma “Zeferino Burigo & Irmãos veio a dissolver-se em 1952, assumindo

o controle acionário os sócios Vitório e Paulino Burigo, constituindo a em-

presa “Vitório Burigo & Irmão”, que com o falecimento de Paulino neste

mesmo ano, transforma-se em “Vitório Burigo & Cia”.

Em 1° de Fevereiro de 1960, Venícius Burigo, assume o ativo e

passivo da firma, alterando mais tarde, a razão social para “Eloyda Bosa

Burigo & Cia Ltda”.

Hoje, este comércio está sob a denominação “BURIGO MA-

TERIAIS PARA CONSTRUÇÃO LTDA”, gerenciada por Enio

Ricardo Burigo, desde 1987.

Foto de 1933 - Casa contruida pela familia Paulino Búrigo. Ao lado direito o SportClub Cocal e Sociedade Cooperativa Colonial Cocal Ltda.

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Outros comércios, também importantes, mas que não tiveram a

longividade das Empresas Burigo, se instalaram em Cocal e colaboraram,

significativamente, para o desenvolvimento de nossa Região.

Em 1900, Pedro Cecchinel (Rossete), instala uma casa de co-

mércio onde mais tarde passou a funcionar a Cooperativa Cocal Ltda e,

posteriormente, a Sociedade Colonial Cocal.

Cooperativa Cocal Ltda

Funcionava como um comércio de produtos em geral. Foi uma

sociedade formada por 100 colonos, fundada em 1910. Tinha ainda um ma-

tador de porcos e uma filial em Linha Torrens, sendo seu gerente Luiz Burigo.

A matriz da cooperativa funcionava onde hoje está a Sociedade Colonial

Cocal Ltda, ao lado do Cocal Esporte Clube.

Foto de 1935 - Palazzo Búrigo após sua primeira reforma, quando foram construidasas duas laterais com terraços adornados com balaustres.

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Correios

O primeiro posto de serviço dos Correios, foi implantado em

1910, tendo como primeiro agente Jorge da Cunha Carneiro que, posterior-

mente, passou o cargo para Ado Caldas Faraco e este para Silvio Burigo.

Em 1924, foi instalado o primeiro telégrafo, cujo operador responsável era

José Faraco. Em 1930, acontece a fusão do serviço de correio ao telegráfi-

co, sendo nomeada como agente Inês Savi Mondo Burigo. Os malotes eram

trazidos a cavalo.

Fato interessante, ocorrido em 1930, foi quando, o telégrafo de

Cocal, que era um dos mais modernos da região, serviu para alertar as tro-

pas federais, baseadas em Florianópolis, de que as tropas revolucionárias

estavam passando à cavalo por Cocal, indo em direção à Capital do Estado.

Quando as tropas revolucionárias chegaram em Cocal, arrancaram o telé-

grafo, operado por Silvio Burigo, interrompendo a comunicação com a capi-

tal. O alerta às tropas federais só foi possível porque Gílio Burigo, um co-

merciante, tinha um aparelho telegráfico em seu estabelecimento comercial.

Serrarias

Em 1915, José Osellame instala uma serraria, afim de atender a

demanda de madeira no Distrito. Mais tarde, em 1919, a Família de José

Burigo instala uma outra serraria, funcionado até hoje, no Bairro União. Ou-

tras serrarias instalam-se também, aproveitando a forte demanda deste ne-

gócio, localizadas na Linha Tigre: José Sartor e Demétrio Bom, movidas à

água.

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Hotel

Em 1915, Vitório Burigo instala um pequeno hotel em frente a

atual Igreja Matriz, que mais tarde vendeu para Angelo Savi Mondo.

Um segundo hotel, foi

instaldo em Cocal por

Augusta Cecchinel Zilli,

localizado onde hoje está

a propriedade da Família

Luiz De Noni, na atual Ave-

nida Polidoro Santiago,

244.

Em 1935, Amélia Burigo,

continuando no mesmo lo-

cal em frente à Igreja Ma-

Primeiro Hotel de Cocal. Pertenceu a Victório Búrigo. Na foto, flagrante do casa-mento de Ítalo Naspolini e Luiza Guglielmi.

Foto de 1933 - Cervejada no Bar e Hotelde Amélia Búrigo.

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triz, com o hotel e um bar.

Fábrica de latas

Na década de 20, a firma “ Zeferino Burigo e Irmãos” instala em

Cocal uma fábrica de latas, para o acondicionamento de banha de porco,

destinada à exportação. Eram funcionários Gilio Burigo e João Burigo.

Curtume

Ainda na década de 20, existia em Cocal um curtume, onde

fabricava-se vários produtos para montaria. Seus proprietários eram José

Peruchi e Davide Peruchi.

Sapataria

Havia, também, a sapataria de Francisco Cerimbelli que fa-

bricava tamancos, chinelos e sapatos. Mais tarde esse negócio foi com-

prado por Adão Bosa que passou a explorar melhor o ramo de calçados,

instalando também um conserto de calçados, além de comercializar cha-

péus em couro, cintos, etc.

Bebidas

Por volta de 1925, Angelo Peruchi começa a fabricar cerve-

ja e “gasoza” (uma espécie de refrigerante) no Distrito de Cocal. A mar-

ca da cerveja era “Cocalina”. Angelo Peruchi fornecia esses produtos

para as praças de Cocal, Criciúma e Urussanga. Posteriormente, adqui-

riu em Criciúma a fábrica de cerveja de Cincinato Naspolini e a marca

de cerveja “Deliciosa”, que passou a produzir.

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Veículos

O primeiro veículo visto em Cocal, pertencia a Ewaldo Losso,

de Urussanga. Era um Ford Bigode Modelo A, mas não se sabe precisar

o ano de sua fabricação. Mais tarde, Angelo Peruchi, foi o primeiro

cocalense a adquirir um veículo do mesmo modelo. Como era uma grande

novidade tecnológica para a época, cobrava-se uma taxa para visitação

pública.

Padaria

Tem-se notícia de que havia nesta época, década de 20, uma

padaria, adquirida pela Família Smania junto a um polonês.

Na foto da esquerda o primeiro veículo visto em Cocal. Era um Ford Bigode modelo Ae que pertencia a Ewaldo Losso de Urussanga. À direita, foto de 1935, onde aparece oprimeiro automovel pertencente a um cocalense, Angelo Peruchi. Era também um FordBigode modelo A.

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Parteiro e parteiras

A primeira pessoa a realizar partos em Cocal foi um polo-

nês, cujo nome era Stanislau Werpacowski, conhecido como

“doutorzinho”, que morava na Linha Torrens. Mais tarde esse serviço,

começou a ser realizado por outras pessoas, de forma voluntária: Rosa

Burigo Savi Mondo (“Rosina”), que vinha de Rancho dos Bugres, Ana

Gaspodini Rosso, Marianna Sbegher Da Rolt, Maria Zamprogno Furlan,

Maria Petre Ferro, Cilene Piazza De Faveri, Inês Savi Mondo Burigo e

Maria Bordignon Possa “Nona Possa”.

Em 1930, Angelo e Amábile Peruchi faziam pequenas ci-

rurgias e curativos, em casa, ao povo da comunidade, sem uso de

anestesia. Inicialmente, os medicamentos, apesar de precários, eram ad-

quiridos em Urussanga: óleo de rícino e sal da Inglaterra (sal amárgo).

Esses medicamentos eram encontrados nas vendas e indicados mais para

as crianças.

Ferraria

A Famíla Demétrio Bettiol, trazendo da Itália uma tradição

de mais de 400 anos no ramo metalúrgico, instala em Cocal, logo abaixo

da atafona da Família Cechinel, aproveitando-se de uma outra queda

d’água existente, uma “indústria de ferraria”, onde eram fabricados a

parte metálica dos rodados dos carros de bois e carroças, ferraduras, todos

os tipos de ferramentas para uso na agricultura, no comércio e na indústria da

época. Durante a Segunda Guerra Mundial, seus serviços foram muito requi-

sitados para a produção de serra de engenho, que não mais podiam ser

importadas, em função da guerra. Carlos Bettiol, filho de Demetrio Bettiol

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continuou a tradição da Família, até a década de 70, quando aposentou-se e

desativou a ferreria, pois o avanço tecnológico nessa área suplantou este

modelo artesanal.

Outra ferraria

Ainda na década de 30, Martin De Stefano, tinha na 2ª Linha

Cocal, hoje Avenida Longarone, uma fábrica de espingarda e ferramen-

tas. Prestava também consertos de armas e ferramentas agrícolas.

Medicamentos caseiros

João Nunes de Souza, avô de Guy Marco Nunes de

Souza, produzia medicamentos homeopáticos, que distribuia gratuita-

mente a todos, quando vinha a Cocal, pois residia em Bom Jesus da

Serra. Seu filho Antonio Nunes de Souza, continuou o trabalho iniciado

pelo pai, por muitos anos ainda e sem custo para quem precisasse dos

remédios homeopáticos.

Ferraria Bettiol. Da esquerda para direita: Carlos Bettiol, David Mufatto, MAriaBardini Bettiol, Pedro Bettiol, Demétrio Bettiol e João Bettiol.

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Venda de sorvete

Em 1935, aproximadamente, já se vendia sorvete no centro do

Distrito. A venda era feita por Bernadino Goulart, que comercializava seus

sorvetes, usando um carrinho.

Roupas

À partir do início da década de 30, Roberto Galli, confecciona-

va roupas masculinas sob medida e vendia tecidos no centro do Distrito,

sendo o primeiro alfaiate. Existiam também costureiras que faziam roupas

sob medida para homens e mulheres, mas Roberto Galli especilizou-se em

roupas masculinas.

Comércio de produtos suínos e fábrica de banha

Em 1° de Janeiro de 1939, um grupo de pessoas se juntam para

fundar a “Sociedade de Banha Cocal”, para o abate de suínos e o fabrico de

banha. Compravam a produção suína dos colonos de nossa região, produzi-

am a banha que era exportada para outros estados e comercializavam outros

produtos derivados, como carne, torresmo, salame, etc. Essa sociedade, foi

adquirida em 1945, pela Família Burigo, depois, em 1947 as operações fo-

ram encerrdas.

Nadir Búrigo e Mario Santo Osellame. Ao fundo matadouro do Rio Cocal.

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Outros comércios

Em 1940, Luiz Burigo, instala um bar no centro do Distrito. E a

partir desta década em diante, instalam-se engenhos de açúcar, pertencentes

às famílias Secondo Guollo, Fortunato Sartor, João Peruch, João Dalló,

Cecchinel (Rossete), Burigo e Cathólico Sartor, na Comunidade de Rio Galo.

Ainda em Rio Galo, instala-se um “descascador de arroz” pela Família

Fontanella e um outro pela Família Cecchinel, ambos movidos à água.

João Galli, tendo realizado diversos cursos em Florianópolis na

área veterinária, trabalhava no Distrito, atendendo todos os agricultores, sem

remuneração oficial. Podemos dizer que João Galli, desenvolvia à época, o

que faz hoje a CIDASC, através de seu quadro funcional.

Olarias

Com o advento das contruções em alvenaria e a abundância de

matéria-prima em nossa região, instalam-se várias olarias no Distrito de Cocal,

entre as quais podemos citar: olaria da Família Paulo e Luiz Cecchinel, João

Galli, João Burigo, Luiz Rosso, Elias Rosso, Antonio Galatto, Virgínio Zanatta

e João Possa.

O escoamento da produção, destinada à exportação, seguia o

trajeto de Cocal para Pedras Grandes, em carros de boi, quando no inverno,

trechos se tornavam intransitáveis, os produtos eram transportados nas cos-

tas, após baldeação. De Pedras Grandes, seguiam para Laguna, onde eram

embarcados para o Rio de Janeiro, onde eram comercializados. E os produ-

tos importados tinham o caminho inverso, até chegar ao Distrito.

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Trocas cambiais

Os proprietários de casas de comércio, funcionavam como ban-

cos, trocando e guardando o dinheiro dos colonos, mantendo esses recursos

à disposição dos colonos, pagando juros de 3 a 5%, anualmente.

CERÂMICA COCAL LTDA INDÚSTRIA & COMÉRCIO

os idealizadores

Entre 1953 e início de 1954, Alfredo Del Priori, um italiano téc-

nico em cerâmica, que ajudara a implantar as Cerâmicas Imbituba e Santa

Catarina, junto com seus auxiliares, Antonio Miranda, Jovino Pereira, José

Burigo e Zelci Burigo, cujos três últimos eram também funcionários da Cerâ-

mica Santa Catarina e residiam em Cocal, conversando sobre a indústria

cerâmica, seus bons resultados e seu futuro promissor, cogitaram da implan-

tação de uma indústria deste tipo em Cocal, pois o caulim, principal matéria

- prima da indústria de azulejos, exis-

tia em grande quantidade no Distrito,

onde a Cerâmica Santa Catarina se

abastecia.

Após essa conversa informal, os

idealizadores reuniram as principais li-

deranças de Cocal, com o objetivo

de apresentar a idéia de se formar uma

indústria de grande porte em Cocal,

no ramo cerâmico. Apresentaram ain-

da as boas perspectivas para o mer-

cado e os bons resultados apresenta-

dos pelas cerâmicas de Imbituba e de

Criciúma. Nesta reunião preliminar, es-

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tavam presentes: Fernando De Faveri, Vinícius Burigo, Valdemar Naspolini,

Agenor Burigo, Cônego João Dominoni, Luiz De Noni entre outros.

Entusiasmados com o projeto, essas lideranças foram buscar

sócios para integralizar o capital social, necessário à instalação da indústria

cerâmica de Cocal.

215 sócios integralizaram o capital social necessário. Eram pes-

soas (físicas e jurídicas) de diversas cidades de Santa Catarina e do Rio

Grande do Sul e também de Minas Gerais (Belo Horizonte).

Os sócios

Compuseram a sociedade as seguintes pessoas (físicas e jurídi-

cas): Silvio Burigo, Octacílio Galli, Mateus Carrer, Waldemar José Burigo,

Angelo Sorato, Valdemiro José Patrício, Caetano Mesari, Paulo Cecchinel,

Carlos Bettiol, Luiz Cecchinel, Zeferino Burigo (de Antonio), Antonio

Cecchinel (de Giacomo), Alfredo Del Priore, italiano, casado, técnico em

cerâmica, José Burigo (de Antonio), Roberto Galli, Sara Costa Peruchi, João

Fote de 27 de Junho de 1954 - Antiga Ceramica Cocal em fase de ampliação

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Da Jori, Diniz Burigo, Nadir Burigo, Rosa Maria Burigo, Waltair Costa, Cid

David Nunes de Souza que residia em Belo Horizonte, Assis de Souza Bra-

sil, Ruy Urbano Antonio Nunes de Souza, residente em Belo Horizonte,

Valentim Possamai, Ernesto Victorio De Faveri, Waldemar Naspolini, Venícios

Burigo, Luiz De Noni, Adão Bosa, Dario José Bosa, João Burigo (de Pedro),

Fernando De Faveri, Domingos David Osellame, Mario Santo Osellame,

Germano De Faveri, José João Burigo, Otávio Cecchinel, Belony Costa,

Marcelo Sartor, Bruno Pagnan, Carlos Rosso (de Claudio), Giuseppe Galatto,

Sociedade Colonial Cocal Ltda, Vitório Burigo & Cia, Daniel Zanette, Luiz

Albino Osellame, Julio Possamai Della, João Galli, Frederico Augusto Zanette,

Gastão Da Jori, Aquiles Da Jori, Hilário Sartor, Giacomo Candiotto (de

Augusta), Carlos Osellame, Frederico Martignago, Guerino Rosso, Angelo

Possamai Della, Honório Ferro, Zeferino Euclides Furlan, Luiz Rosso,

Fortunato Hilário Sartor, Litalino Saccon, Elias Possamai Della, Zevelino

Durante, Quintino Savi, João Cecchinel, Pedro Comin, Pedro Bortolatto (de

João), José Rosso (de Fioravante), Paulo Furlan Cecchinel, Ambrósio Gabriel,

Ambrósio Facchin, Antonio Galatto, Antonio Victor Facchin, João Ridieri,

Fioravante Antonio Rosso, Herique Kanarek, Luciano Kanarek, Antonio

Nunes de Souza, Guy Marcos Nunes de Souza, Antonio Miranda, Jovino

Pereira, Vergínio Zanatta Sobrinho, José Cecchinel, Afonso Sartor,

Maximiliano Rosso, Giacomo Cecchinel, José Zanatta, residente em Jacinto

Machado, Angelo Bortolin, José Zanette (de Lorenzo), residente em Cocal,

Caetano Sônego, Fidelis Barato, Luiz Biff, Euclides Crevanzi, Henrique Preis,

José Constante De Luca, Walter Freccia, Otaviano De Luca, Ary Fernando

Burigo, Sinval Rosário Bohrer, Vitório Serafim, Honório Burigo, João Thomé,

Lédio Burigo, Hermínio Delavi, Octacílio João De Bem, Lucas Savi, Silvio

Burigo (de Luiz), Antonio Serafim, Vidal Horácio de Oliveira, Alcino Zanatta,

Jorge Zanatta, Paschoal Meller, Otávio De Luca, Celestino Nesi, Esperandio

Damiani, Giacomo Sônego Neto, Modesto Batista Casagrande, Benevenuto

Gudi, Mario Stefano Benedet, Paulino Burigo, Pedro Guidi, Matinho Acácio

Gomes, Celeste Zilli, Cesar Lodetti, Mario Gregório dos Reis, João Domin-

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gos Da Rós, Fioravante Triches, José Rosalindo Zaccaron, Mario Diomário

da Rosa, Antenor Longo, José Conti Portella, Faustino Zapellini, Abondio

Colombo, Manoel Gonçalves Farias, Joventino Dias, Pedro Beneton, Pedro

Paulo Machado, Arquimedes Naspolini, Cia Carbonífera Catarinense, Luiz

Lazzarin, Otávio Burigo & Cia, União Comercial S.A, Estanislau Cizeski,

Antonio Dimer Zanette, João Serafim, Geny Burigo, Elio Meller, Antonio

Clóvis Peruchi, Vitório Nery Peruchi, Muricy Burigo, Luiz Zanette, Alfredo

Savi Mondo, Elvídio de Castro Veloso Filho, todos de Criciúma, Américo

Cadorin (de Lorenzo), Bruno Renato Mariott, Rosalino Damiani, Zeferino

Burigo, Dionisio Pilotto, Aimoré Escaravacco, todos de Urussanga, Agenor

Bergmann, Agenor Burigo, Jaime Burigo, João Pagnan, Jorge Meneghel, Luiz

De Roch, Alberto Padoin, Abel Cecchinel, todos de Urussanga, Antonio

Daltoé, Waldemar Salvato Bitencourt, ambos de Criciúma, Gentil Cecchinel,

de Içara, Mario Emilio Remor, Dante Mario Bruno Jacopo Tasso, Carlos

Alberto Remor, Francisco Fernandes Pinho, Waldemar Bellaguarda, Salun

Jorge Nacif, Pedro Sérgio Mendonça, Renato Ulisséia, Rubens Lima de

Ulisséia, Paulo Carneiro, Otávio Burigo, Antonio Dieb Chede, Tecidos João

Mussi S.A., todos de Laguna-SC, Abílio A. Bastian, Mario Romano Angelo

Lunardi, Artur Rossarola, João Sávio, Martin Millioli, Alvise Manfro, Eleuthério

Fracasso, Luiz Rech, Albano Caberlon, Germano Frizzo, Flávio David

Salomoni, Dario Ungaretti, Alcino Francisco Rosa, Ítalo João Ballen, Alfredo

Caberlon, Archemimo Rech, Miguel Sembe, R Lunardi & Cia Ltda, Irmãos

Manfro, todos de Caxias do Sul-RS, Benjamin de Almeida Kuser, de Lages,

Marcos Simon, de Santo Angelo-RS, Benno Frankenberg e Benno Ely Von

Frankenberg, ambos de Porto Alegre-RS, Manfredi Fontanella, Mario

Moretti, Vitor Savi, José Guglielmi, de Urussanga, Gilio Frassetto, de Orleãns

e Igreja Matriz de Cocal.

A fundação da Cerâmica Cocal data de 21 de Março de 1954,

mas sua operacionalidade deu-se 2 anos após, que foi o tempo necessário à

sua estruturação física, e que absorveu 60 operários.

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COCAL DO SUL: um mergulho em sua história COCAL DO SUL: um mergulho em sua história

A estrutura física da empresa, inicialmente, era composta de dois

grandes barracões, tendo na extremidade de um deles, um escritório de duas

salas. Num desses barracões, funcionava a fábrica e no outro a oficina, de-

pósito e outros departamentos.

No barracão da fábrica havia os tamburões e as prensas semi-

automáticas e dois fornos garrafão, alimentados a lenha. O processo era o de

biqueima, ou seja, primeiro cozia-se o biscoito para depois vidrá-lo, sendo,

os azulejos, queimados em caixas refratárias nesses fornos tipo garrafão.

produzia-se azulejos na bitola 15X15 nas cores branco, azul, verde e amare-

lo e suas peças complementares (terminais, calhas internas e externas, meias

calhas, cantoneiras, triângulos, etc.).

Concomitantemente à produção de azulejos, foi montada uma

secção de louças, onde produzia-se pratos, vasos, bibelots, mas que não

durou muito tempo, tornando-se inviável.

Momento da benção da Cerâmica Cocal Ltda. no dia de sua inauguração.Da direita para esquerda: Conego João Dominoni, Pároco de Cocal, Dom AnselmoPietrula, Bispo de Tubarão, o italiano Alfredo Del Priori, e Irmã Julia da Congregaçãode Santa Catarina.

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O capital inicial registrado foi de CR$ 4.600.000,00, repre-

sentado por 460 quotas de CR$ 10.000,00 (Dez Mil Cruzeiros).

A sociedade compunha-se de 215 sócios cotistas, mas a

direção da empresa competia aos detentores majoritários da sociedade,

na seguinte proporção:

Sócios majoritários

Com 15 quotas, Alfredo Del Priori;

Com 10 quotas, Dr. Paulo da Cunha Carneiro, Alfredo Savi Mondo, Cia

Carbonífera Catarinense, Otávio Burigo & Cia, R. Lunardi & Cia Ltda, Ir-

mãos Manfro;

Com 06 quotas, Celeste Zilli;

Com 05 quotas, Silvio Burigo, Vitório Burigo & Cia, Litalino Saccon, José

Zanatta (de Domingos), Fidelis Barato, Euclides Crevanzi, Carlos Alberto

Remor, Otávio Burigo, Tecidos João Mussi S.A., Abílio A. Bastian, Mario

Romano Angelo Lunardi, Artur Rossarola, Alfredo Caberlon, Flávio David

Salomoni, Dario Ungaretti, Ítalo João Balen, Benno Frankenberg, Miguel

Sehbe, Marcos Simon, José Guglielmi e Benno Eli Von Frankenberg.

A primeira diretoria

Alfredo Del Priori como Diretor Técnico, que recebia como re-

muneração de CR$ 6.000,00;

Waldemar Naspolini como Diretor Gerente, cuja remuneração

era de CR$ 3.000,00;

Agenor Burigo como Diretor Comercial, cuja remuneração era

de CR$ 3.500,00.

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Conselheiros

Efetivos:

• Mario Romano Angelo Lunardi;

• Fernando De Faveri;

• Sinval Bohrer;

Eses conselheiros efetivos eram remunerados por reunião,

recebendo CR$ 100,00 por reunião realizada.

Suplentes:

• Adão Bosa;

• Luiz De Noni;

• Fidelis Barato.

Contador

• Yeda Gentiluomo Nunes de Souza

Cronologia

21.03.1954

23.03.1955

08.04.1956 É inaugurada oficialmente a fábrica.

A Cerâmica Cocal Ltda Indústria e Comércio, foi fun-dada em 21 de Março de 1954, tendo sido registrada naJunta Comercial de Santa Catarina sob o N° 14.158,do Livro 9 - Z.

Foi realizada a primeira Assembléia GeralExtraordinária, após a constituição da empresa, afim depropor-se aumento de capital.

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04.08.1957

07.12.1957

11.05.1958

24.05.1959

13.06.1959

Percebe-se, claramente, que um ano após a inauguração da

empresa, sua saúde financeira não ia bem. Uma das causas dessa dificuldade

era o fato de que para produzir-se azulejos de boa qualidade para um mer-

cado exigente, a perda era da ordem de aproximadamente 70 a 90%, o que

representava uma lucratividade que não fazia frente aos custos de produção.

As constantes convocações dos acionistas acelerou o processo

de desgaste da Diretoria, o que, com o tempo, esvaziou as assembléias,

provocando o descrédito da viabilidade da empresa.

Costumava-se, para atrair os acionistas, promover churrascadas

regadas a chopp, após as asembléias, mas nem assim a Diretoria conseguia

viabilizar as reuniões e, consequentemente, não conseguia mais persuadir os

acionistas a continuar injetando recursos na empresa, que estava fadada à

falência.

Nesta data foi convocada a segunda Assembléia GeralExtraordinária, propondo novo aumento de capital e aalteração dos estatutos sociais (art. 10°), que deliberasobre a transferência de quotas. Era um sinal evidentede que as coisas já não estavam indo bem na CerâmicaCocal.Nova chamada de capital, através de Assembléia GeralExtraordinária, sendo também discutido a necessidadede reforma dos fornos.

Assembléia Geral Ordinária para prestação de contas eeleição de nova Diretoria e Conselho Fiscal.

Convocação de uma Assembléia Geral Extraordinária,cuja ordem do dia foi a análise do futuro da empresa:ou reiniciava as atividades, ou vender-se-ia, ou arren-dava-se.Convocação da segunda Assembléia Geral Extraordi-nária, cuja ordem do dia ainda era o debate sobre oreinicio de suas atividades, venda ou arrendamento.

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Com a crise financeira instalada, os fornecedores passaram a

não atender mais a Cerâmica Cocal e seus credores começaram a apertar de

todos os lados, forçando a convocação de uma assembléia, afim de discutir-

se o futuro da cerâmica.

No segundo semestre de 1959, pela insuficiência de capital de

giro, aliada à falta de confiança dos acionistas em sua gerência, a empresa

utiliza-se de mecanismos financeiros para tentar equilibar receita e despesa,

o que não foi possível, levando, finalmente, a Cerâmica Cocal à insolvência,

pressionada por muitos sócios e credores. Sua falência não foi decretada,

pois Maximiliano Gaidzinski, homem de muita visão empreendedora, assume

o ativo e passivo da empresa, resgatando os compromissos com associados,

credores e terceiros, viabilizando as atividades da Cerâmica Cocal.

Maximiliano Gaidzinski, ao assumir o controle acionário da Ce-

râmica Cocal, faz um rescalonamento das dívidas da empresa, saldando as

dívidas provenientes de impostos federais, estaduais e municipais. Quanto

aos sócios, foram pagos parceladamente com deságio de suas quotas na

ordem de 20%.

Capa do Contrato Social da antiga Cerâmica Cocal.

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EMPRESAS ELIANE: UMA GRANDE HISTÓRIA DECRESCIMENTO E DE DESENVOLVIMENTO - um capítulo àparte no contexto de Cocal do Sul

Um breve comento

Ao falar-se ou escrever-se sobre Cocal do Sul, impõe-se,necessariamente, a inclusão do Grupo Eliane nesse contexto, dada a suaimportância econômica e social para todo o estado de Santa Catarina epara a região sul do estado. E se é assim, que dirá para a cidade que lheserve de berço, Cocal do Sul.

Seria impossível escrever um parágrafo que fosse sem mencionaro Grupo Eliane. O conglomerado, e não somente pela grande área queocupa em meio à cidade, mas principalmente por sua atuação no seiodesta comunidade, eleva sua importância. E impõe-se uma indagação: aEliane cresceu porque Cocal permitiu ou Cocal desenvolveu-se porquea Eliane lhe deu condições? - A resposta parece nos mostrar duasconstatações: a uma, porque de fato o nosso município desenvolveu-seirradiado pela “força gravitacional”, diríamos, das Empresas Eliane, quefizeram a cidade agregar valor ao seu território.

Para Cocal, então distrito de Urussanga, vieram muitas famíliasse estabelecer, atrás de uma oportunidade de emprego em uma dasempresas do Grupo localizadas no distrito. E, a partir disso, o comérciofloresceu, bairros surgiram, pequenos empreendimentos foram erguidose o desenvolvimento que se concretizou, se fez notar, transformando oDistrito de Cocal num município dentro de Urussanga. A duas, porque oGrupo Eliane, percebendo sua importância para Cocal, se fez semprepresente na vida desta comunidade. A presença das empresas é notadade modo intenso na vida de Cocal, pois a área de Recursos Humanos doGrupo Eliane, por exemplo, desenvolveu muitos projetos de caráter social.Projetos que possibilitaram o desenvolvimento de muitas crianças, jovense adultos, seja através de creches para suas funcionárias, de oportunidadede estudo e trabalho para os jovens ou até mesmo sua forte colaboraçãonas obras importantes para a vida comunitária. Em suma, o Grupo Elianeserve de espinha dorsal para Cocal do Sul. E essas duas forçassomando-se, ganhará sempre o nosso município.

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O inicio de tudo

Alfredo Celeste Del Priori, técnico ceramista italiano, que trabalhavana Cerâmica Cesaca, incentivou um grupo de pessoas a formarem umasociedade para a produção de azulejos. Em 21 de Março do ano de 1954foi formalizado um contrato social que criou a Cerâmica Cocal Ltda, com umcapital inicial de Cr$4.600.000,00.

Em 1955, uma chamada de capital de Cr$2.000.000,00 foi realizadapara o término das obras. Um convite emitido em 08 de Março de 1956,data do início da produção, convida os associados para a inauguração oficialem 08 de Abril do mesmo ano.

A sociedade tinha 215 associados, com cotas variadas departicipação. A produção era de azulejos lisos no formato quadrado de 15por 15 centímetros, nas cores branca, amarela, azul e verde, em fornosredondos (também conhecido como forno “garrafão”), cujo combustível eralenha. O técnico ceramista era o Sr. Del Priori que veio da Cesaca, juntocom dois ajudantes.

O percentual de quebra era altíssimo, algo em torno de 90%, gerandoproblemas de capital. Houve uma tentativa de produzir também bibelôs, pratose vasos com acessoria de um técnico italiano, o Sr. Dante Bonato. O produtonão foi bem aceito e a produção interrompida.

Com dificuldades financeiras, um novo aumento de capital foipleiteado, porém não aceito pelos sócios. Contrataram um contador econcluíram que não havia mais condições. Não tinham crédito e as dívidaseram grandes. Houve uma tentativa, com a troca da diretoria, porém semefeito. Em maio de 1959, a Cerâmica Cocal Ltda paralisou suas atividadespor absoluta falta de recursos financeiros, técnicos e humanos. Um edital devenda foi lançado.

Em 1959, então com 47 anos de idade, Maximiliano Gaidzinski, umdos sócios da Cerâmica Santa Catarina, CESACA, juntamente com seu irmão,resolvem ser donos de seu próprio negócio. Em seguida seu irmão desistiu,

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ficando o Sr. Maximiliano sozinho com a opção. Vendeu suas ações da Cesacae da distribuidora de veículos Chevrolet, em Criciúma, investindo suaseconomias e todo seu patrimônio na Cerâmica Cocal, paralisada por falta derecursos financeiros e de crédito, e com uma dívida total de Cr$7.000.000,00.

O Senhor Maximiliano não sabia que com essa aquisição transformariaa pequena cerâmica num dos maiores empreendimentos cerâmicos do mundo.Maximiliano Gaidzinski, que era chamado de “Seu Milo”, foi um homem degrande visão empreendedora, de coragem e crença no futuro, um homem àfrente de seu próprio tempo.

Maximiliano Gaidzinski:

O Fundador

Nascido no Distrito de Cocal, muni-

cípio de Urussanga, no dia 20 de se-

tembro de 1912, foram seus pais

Vicente Gaidzinski e Margarida

Studzinski Gaidzinski.

“Seu Milo” nunca renegou sua ori-

gem simples, aliás, gostava de contar

sua história e o fato de que havia es-

tudado somente até o terceiro ano pri-

mário. As diversas atividades profis-

sionais desenvolvidas, antes de se tor-

nar um dos maiores industriais da cerâmica no Brasil, eram constantemente

lembradas por “Seu Milo” nas conversas que tinha com todos os seus ami-

gos.

Filho de imigrantes poloneses radicados em Cocal, “Seu Milo” foi

sapateiro, peão de construção de estradas, confeiteiro, latoeiro, baleiro e

balconista de armazém. Em 1941, com 29 anos de idade, e já demonstrando

vocação para o mundo dos negócios, consegue junto aos seus amigos, um

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Em 1947, vende as propriedades e se muda

para Criciúma, investindo parte do capital

na Júlio Gaidzinski S.A., onde já entre ou-

tros, existiam dois irmãos seus como sóci-

os, Júlio e José.

Seu primeiro contato com o universo das ce-

râmicas foi em 1947, quando tinha 35 anos

de idade. Neste ano entrou como um dos

sócios da fábrica que seu irmão havia mon-

tado, onde posteriormente contrataram um

técnico italiano que se chamava Alfredo Del

Priori para instalar a Cerâmica Santa Catarina

Ltda. Manteve-se nessa sociedade até 1959, quando em dezembro do

mesmo ano comprou a Cerâmica Cocal, uma pequena fábrica de azulejos

paralisada. Para fazer frente a esse novo empreendimento, “Seu Milo” aportou

quatro milhões de Cruzeiros com a venda do que possuía e, pedindo outro

tanto emprestado, investiu tudo no ativo e no passivo da empresa

adquirida.Assumiu a Cerâmica Cocal com as suas atividades paralisadas e

com 74 empregados, cujos salários estavam em atraso.

A Década de 60: O Brasil Novo

Em 1960, colocou a pequena fábrica em funcionamento, utilizando

sua capacidade máxima de operação, produzindo 9000 m2 de azulejos bran-

cos mensais, produzidos em fornos a garrafão intermitentes e em forma

artesanal.

empréstimo de 50 Contos de Réis, os quais emprega em um negócio próprio,

montando, juntamente com um amigo, um lavador de moinha de carvão. Dois

anos e meio após instalar esse pequeno negócio, vende por 150 Contos de Réis.

Com este recurso comprou quatro colônias em Cocal. Nestas colônias existiam

3600 pés de parreiras, o suficiente para então fabricar o próprio vinho.

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E tão logo, assumiu o controle da empresa, iniciou o saneamento das rema-

nescentes dívidas trabalhistas, impostos, suspensão de penhores de equipa-

mentos e levantamento de hipotecas pendentes.

“No dia dois de janeiro de 1960, coloquei trezentos mil cruzeiro

em uma pasta, fui ao juiz e gastei todo o dinheiro, fazendo acor-

dos trabalhistas.” (Maximiliano Gaidzinski, em entrevista à revista

Exame- nº 233, de 26/08/1981).

A fábrica adquirida voltou à produção, mas não podia negociar

porque existiam dívidas antigas com o Fisco Estadual e Federal, obri-

gando “Seu Milo”, junto ao Poder Judiciário de Urussanga, conseguir

um parcelamento dessas dívidas, viabilizando com isso a venda de seus

produtos.

Importante foi a manifestação da Justiça, convencendo os credores

da empresa a não ajuizarem pedidos de falência contra a Cerâmica Cocal,

uma vez que a empresa voltava a funcionar, gerando divisas para a Região

A Eliane em seus primórdios. na foto, à esquerda observa-se a casa em madeira onde funcionouo escritório da empresa até 1968.

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e dando empregos a diversos pais de família, o que se comprovou, pois ao

final de 1962, as dívidas da Cerâmica Cocal estavam liquidadas e a fábricacomeça, então, seu crescimento. O nome da firma individual, que na época aJunta Comercial do Estado exigia um nome fantasia, “Seu Milo” batizou-acom o nome de sua filha Eliane, que a partir daí identificaria todos os produtosproduzidos sob a égide da família Gaidzinski. Nascia a pessoa jurídicaMaximiliano Gaidzinski – Cerâmica Eliane. Aos poucos os obstáculos foramvencidos e os objetivos de expansão alcançados. Todos os esforços seconcentraram no aperfeiçoamento,da tecnologia e qualidade da nova empresa.

Os ventos de um Brasil novo, nos anos 60, se fizeram vivos na Cerâ-mica Eliane. Após os anos difíceis da compra, foram feitos grandes investi-mentos na obra e novos equipamentos foram instalados. Assim, já em 1963,a produção se expandiu para 20.000 m2 e em 1965 para 80.000 m2 por mês.Depois de cinco anos desenhavam-se certos valores que continuam vivos atéo momento: a busca incessante do aumento da produção, a utilização domelhor processo produtivo, avanço tecnológico, seriedade e assiduidade aotrabalho, respeito para com o fornecedor e cliente, zelo pela palavra, relaci-onamento pessoal com a comunidade interna e crescimento à base de solidezde caixa. Um marco especial no crescimento da Empresa deu-se com oadvento da segunda geração, com posições de liderança na organização.

A Eliane em seus primórdios. Vista da lateral direita da fábrica com acessoà rua Benjamin Constant.

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Com visão inovadora conheceram e absorveram da Itália os princi-pais avanços da cerâmica mundial e se fizeram seus fornecedores até hoje.

Neste momento, se concretizou o segundo grande ato de coragemdos empreendedores dentro da nova organização. O primeiro foi a aquisiçãoe o segundo a sua reestruturação. Para situá-la como uma Empresa mais emais moderna, foi preciso transformá-la em sociedade anônima e buscar jun-to ao BNDES o aporte financeiro necessário.

Este processo foi feito e, com os recursos, foram adquiridos equipa-mentos modernos: fornos, prensas, esmaltadeiras que fizeram com que a pro-dução atingisse em 1968 a casa dos 300.000 m2 /mês, não só de azulejosbrancos e coloridos, mas se introduzia, no Brasil, o azulejo decorado.

Esta pequena fábrica é a atual Eliane I, e cabe salientar que os reves-timentos cerâmicos eram produzidos pelo processo biqueima. Foi tambémna década (1969), que a primeira empresa daquelas que viriam formar em1990, o complexo Empresarial Eliane, a Agroeliane Indústria de Alimentos,foi adquirida. O Frigorífico Sul Catarinense, FRISULCA foi fundado em 1963,na cidade de Forquilhinha.

A Eliane em seus primórdios. Vista do complexo após as primeiras ampliações.

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A Década de 70: O Grupo Empresarial Eliane

Na década de 70 foramadquiridas mais duasempresas cerâmicas nomunicípio de Criciúma. AIndústria de Pisos S/A,INPISA, a atual Eliane V, em1975, e a INCOPISO,Indústria e Comércio de PisosS/A, em 1978, que hoje é aEliane Porcellanato.

O crescimento não deixou de privilegiar a Empresa original, que encerrouesta década novamente duplicando sua produção e construindo ao seu ladouma nova fábrica, a atual Eliane II, com capacidade produtiva de igual tamanhoque a primeira. Eram, ao final da década de 70, quatro cerâmicas produzindo osazulejos Eliane em bitolas diversificadas, cores e decorados variados. O volumede produção neste momento era de 900.000 m2 /mês, sendo que 80% de azulejose 20% de pisos. A Eliane II, que foi fundada em 1976, começou a produzir pisos20x20cm em biqueima com apenas um forno a túnel. Nos anos seguintes, naEliane II, foi construído outro forno a túnel onde passou a produzir também oazulejo 2Ox20cm e em 1989, sua produção era de 500 000 m2/ mês apenasdesse tipo de azulejo. Com o crescimento da Empresa na década de 70, algunsdepartamentos se tornaram gigantes e criaram-se algumas empresas em ramosdiversos, como a MINEL, Minérios Industriais do Sul S/A, que surgiu em 1971com o propósito de facilitar a tramitação de legalização de jazidas de materiaiscerâmicos; a IMECAL, Indústria Mecânica de Equipamentos Cocal Ltda, criadaem 1975 com o objetivo de se tornar fornecedora de equipamentos cerâmicospara as quatro cerâmicas do Grupo Maximiliano Gaidzinski e para outros clientes,bem como para garantir estrategicamente um bom nível de assistência técnicaàs fábricas.

Também foram criadas, em 1975, a Eliane EmpreendimentosImobiliários S/A, que surgiu com a necessidade de legalização da construção

A Eliane na década de 70 - A empresa inicia sua expansão para,anos mais tarde, tornar-se um grande conglomerado cerâmico -o 5º maior do mundo.

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dos pavilhõesindustriais junto aos órgãos públicos e junto ao CREAe a Transportes Cocal S/A, com a finalidade de fazer o transportedos produtos cerâmicos, passando a ser uma atividade por demaisestratégica para que as Empresas Eliane não ficassem a mercê detransportadores externos.

Caminhão da Transportes Cocal S/A.

Agroindustrial Eliane.

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A Segunda década findou-se, deixando para trás a idéia de uma

Empresa e assumindo a dimensão de Grupo Empresarial. Agregou a si

uma fábrica de Refratários que, embora não tenha sido constituída como

empresa jurídica tinha suas atividades e clientelas próprias, destinando

sua produção para o próprio grupo e para terceiros na proporção de 25%

e 75% respectivamente. Esta fábrica continua como departamento, le-

galmente, mas atualmente produzindo “bolas de Alta Alumina” para con-

sumo próprio e também para terceiros. A descontinuidade da produção

de Refratários foi conseqüência da inovação tecnológica da Indústria

Cerâmica, saindo dos fornos a túnel e entrando definitivamente nos for-

nos a rolo que dispensam este tipo de material.

Outra característica de Grupo Empresarial, adquirida pela Eliane na

década de 70, se deu a partir da fundação da Agro Industrial Eliane, fábrica

de rações, no município de Criciúma, da Avícola Eliane S/A, em 1973 e da

Eliane Pecuária Ltda. A Avícola Eliane, localizava-se em Forquilhinha e era

especializada em abatimento de aves, enquanto a Eliane Pecuária criava e

comercializava reprodutores de raça bem como suínos de corte.

Eliane Refratários.

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Colégio Maximiliano Gaidzinski:Qualificando jovens para o mundo cerâmico

No final da década de 70, paralelo ao crescimento econômico

brasileiro, o sul de Santa Catarina se destacava como o pólo da indústria

cerâmica, empregando milhares de pessoas. Faltava a este setor, em pleno

desenvolvimento, a mão-de-obra especializada necessária. Além disso,

a indústria cerâmica dependia tecnologicamente de equipamentos que

vinham principalmente da Itália.

Foi neste cenário que a direção da Eliane Revestimentos Cerâmicos

viu a necessidade de investir na formação de mão de obra técnica. A empresa

sentiu necessidade de dar um salto de qualidade, uma vez que estava

assumindo a liderança do setor. Para tanto, precisava investir em duas áreas:

tecnologia e qualificação de mão-de-obra. Assim como na Eliane, o setor

vivia sob a dependência total da tecnologia externa.

Fachada do edifício onde funcionam as instalações do colégio Maximiliano Gaidzinski

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E a Eliane precisava dar esse salto, mas para isso ela precisaria

de um pouco mais de independência.

O próximo passo era investir então na qualificação de mão-de-obra

operacional. Na época apenas uma escola no país, localizada em São Cae-

tano do Sul, estado de São Paulo, atuava no ensino para o setor. Mesmo

assim, mais voltado à fabricação de louças sanitárias do que para revesti-

mentos cerâmicos. E a idéia, do então Diretor de Planejamento, Edson

Gaidzinski, hoje presidente do Conselho de Administração da Eliane, era

fundar uma escola de Segundo Grau em Cocal do Sul, que gerasse oportu-

nidade de escolarização e aumentasse o nível de preparo dos jovens para

ingressarem em novos níveis de atuação profissional. Este desejo caiu nas

mãos de Evilásio Volpato, então Superintendente de Recurso Humanos da

Empresa, que embalou a idéia e elaborou, aí sim, um projeto de Escola Téc-

nica de Cerâmica. Trabalhou na elaboração de uma Grade Curricular espe-

cífica com base na sua experiência e em pesquisas de campo, fazendo acon-

tecer o Colégio Maximiliano Gaidzinski dentro dos conceitos e história que

vamos conhecer com mais detalhe.

Vista aérea das instalações do CMG.

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Percebeu-se que o custo não era tão grande e para a região

significaria um grande avanço ter uma escola de segundo grau de nível

técnico que formasse para o setor cerâmica.

Dr. Edson acreditava que a educação era a grande mola propulsora

do desenvolvimento. Assim a Eliane tinha como objetivos educacionais

não somente promover o homem, no seu ambiente e colocá-lo a serviço

do mesmo mas também desenvolver a capacidade e aptidões que

garantissem satisfação pessoal e motivações de crescimento. Em vista

disto, o projeto educacional da empresa veio a acontecer.

O ano de aprovação foi 1978, e em 1º de Março de 1979, iniciou-se

o colégio. Ali, conseguia-se realizar sonhos: formar a mão de obra; investir

na educação; alcançar a satisfação das aspirações do homem-operário na

sua luta pela melhor colocação no mercado de trabalho e dar uma resposta

às necessidades concretas da comunidade do sul do estado em seus anseios

e passos de desenvolvimento. O colégio foi um novo estímulo para que os

jovens da comunidade continuassem a estudar, além de garantir a esses

mesmos alunos um emprego após a conclusão do curso. Paralelo a

necessidade de formar mão de obra para a indústria, havia um desejo maior:

ter um projeto bonito e forte em educação, um desejo da empresa de fazer

uma obra de educação para a comunidade, conseqüentemente a região.

Diferente dos demais projetos educacionais existentes na época, o

CMG, Colégio Maximiliano Gaidzinski, mantinha aulas em tempo integral.

Até hoje o aluno entra na escola às 8 horas da manhã e sai às 17 horas. Ele

almoça na empresa e tem o estudo gratuito. Isso foi feito desde o início, em

1979, quando entrou a primeira turma. A razão pela qual existia somente

uma turma se dava pelo fato de que não se queria ter só uma escola. A

vontade era ter uma instituição de ensino, que marcasse época nos projetos

normais de educação e que formasse técnicos que seriam reconhecidos no

meio profissional.

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Os primeiros alunos, assim como boa parte dos atuais estudantes do

CMG, são filhos de funcionários da Eliane. No início, em função da culturalocal, uma cultura ainda muito pouco voltada à escolarização, houve um traba-

lho intenso de conscientização com pais e famílias para que incentivassem seus

filhos ao estudo. Foram feitos programas de incentivo, palestras deconscientização para a realidade escolar e hoje a comunidade que mais preen-

che vagas no colégio é o município de Cocal do Sul.

Com o passar dos anos a promessa de emprego no final do curso foi

cumprida, não por obrigação da empresa, mas por mérito dos alunos. A preo-

cupação com a qualidade do ensino é muito grande. Além do preparo técnicono ramo cerâmico, são oferecidos programas complementares que objetivam

uma melhor adaptação do profissional ao mercado de trabalho. Deste modo, o

novo profissional se tornará um técnico cada vez mais completo e em condi-ções de desenvolver com excelência suas tarefas, recebendo assim os méritos.

Todos os que se formaram no 4º ano foram empregados, e a grande maioria no

setor cerâmico. Hoje temos técnicos formados no CMG nas mais variadasfunções, além de diretores de indústrias. Eles atuam tanto na indústria quanto

na área comercial ou na assistência técnica, centro de pesquisa e outros. A

grade curricular do Colégio, acompanha o dinamismo e o desenvolvimentotecnológico da empresa, garantindo esta variabilidade de cargos e funções.

Há cerca de 10 anos, o CMG firmou convênio com outras indústriascerâmicas, que mantêm alunos no colégio. Um vínculo direto para as cerâmi-

cas que mantêm o custo deles. Na conclusão do curso os alunos financiados

por outras empresas cerâmicas são direcionados para estas indústrias. Mastodos mantêm o mesmo princípio: emprego garantido ao concluírem o Curso

Técnico de Cerâmica.

Passados mais de 20 anos de sua fundação, o Colégio Maximiliano

Gaidzinski tem cumprido grande parte de seu papel através do suprimento

gradativo da mão de obra qualificada em quase todas as unidades cerâmicas

de revestimentos do sul do estado e do Brasil. Seu corpo docente é formado

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por uma equipe seleta de professores altamente qualificados. O colégio está

atualizado em termos de tecnologia mundial, tanto na área educacional quanto

na tecnologia do setor cerâmico. O colégio já formou mais de 250 técnicos,

que tem como principal função, desempenhar técnicas relacionadas com trans-

formações químicas e físicas das matérias primas e acompanhar o processo de

fabricação dos produtos cerâmicos, além da atuação direta nos departamentos

de serviços e comercialização, propriamente ditos.

Com base em tudo que já realizou nestes 23 anos, o CMG sempre foi

uma prioridade da Eliane Revestimentos Cerâmicos. Mesmo nos momentos

de crise, sua manutenção jamais foi questionada. Ele está impregnado na cultu-

ra da própria organização. O colégio se confunde com os objetivos da própria

empresa.

O CMG em sua evolução, além de prestar serviços à comunidade

cerâmica, também oferece recursos didáticos e tecnológicos para melhor de-

sempenho de seus trabalhos. Desde a sua fundação, o colégio já teve como

diretores:

· 1979 - Paulo Antônio Webster

· 1980 a 1986 - Celito Heinzen Cardoso

· 1987 a 2002 - Nídia Joaquina Goulart

· 2002 até os dias de hoje - Vilmar Menegon Bristot

Há 25 anos, o CMG vem contribuindo para a elevação do nível técni-

co das unidades cerâmicas, através da qualificação e especialização de mão-

de-obra, como também a formação global do adolescente, visando o desen-

volvimento humano, segundo uma formação crítica participativa, comprometi-

da com a cidadania e com a transformação social.

Hoje, se de volta estivesse, Evilásio Volpato notaria que seu projeto se tornara

uma realidade perfeita e ainda hoje, orgulhosamente vinculada aos princípios e

objetivos que nortearam a sua criação.

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Hoje, se de volta estivesse, Evilásio Volpato notaria que seu pro-jeto se tornara uma realidade perfeita e ainda hoje, orgulhosamente vin-culada aos princípios e objetivos que nortearam a sua criação.A atuali-zação filosófica e pedagógica, sob a guarda permanente de seu idealizador– Edson Gaidzinski – garantiram a sua sobrevivência e o cumprimento deseus ideais. Enfim, eis aí o exemplo de uma história de sucesso! Bem planejada,bem executada e altamente comprometida com suas origens e valores.

Instituto Maximiliano Gaidzinski: de uma escola deformação técnica a uma escola de cidadãos

Em 20 de setembro de 2004, a Família Gaidzinski, acionista dasEmpresas Eliane, funda o IMG – Instituto Maximiliano Gaidzinski,cujo objeto – enquanto braço da organização – é o de responder pelaformação e educação de jovens e adolescentes, que através dainclusão sócio-profissional busca, mais que tudo, formar cidadãos.O IMG agrega em seu conjunto o CMG – Colégio MaximilianoGaidzinski, estruturado para continuar oferecendo o curso que otornou referência na região e no Brasil, no ensino técnico voltadopara a qualificação de mão de obra para a indústria cerâmica.Mais do que justo, reproduzir a fala de Roberto Gaidzinski Bastos,presidente do IMG e membro do Conselho de Administração dasEmpresas Eliane, no ato de criação do Insituto:

“O Instituto Maximiliano Gaidzinski é uma associação educacionalde responsabilidade social, sem fins lucrativos, que tem como missãopromover, por meio de seus associados, ações de responsabilidadesocial que contribuam para o desenvolvimento da sociedade, noprocesso de gestão do conhecimento e o desenvolvimento do capitalintelectual, através do processo de aprendizagem contínua de jovense adolescentes”.

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Primeira turma de alunos do CMG.

Primeira turma de formandos do CMG.

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A Década de 80: Novas Aquisições, Novos Horizontes

A terceira década inicia com a passagem do cargo de presidentepara um dos filhos, Edson Gaidzinski. São instalados processos racionaisde administração e controle da produção, das finanças e dos negócios.Ser a maior Empresa Cerâmica do Brasil deixou de ser um sonho paraser uma conquista e se solidificou como uma empresa que não se conduzpor impulsos externos mas que direciona seu crescimento a partir deseus próprios planos, utilizando sua própria capacidade gestora.Perpetuou-se o mesmo senso de somente assumir uma nova iniciativaquando há certeza do respaldo financeiro e humano e a perspectiva desucesso futuro.

A década de oitenta foi marcada pela aquisição de três novasempresas fora de Santa Catarina e a criação da Eliane III.

A primeira nova unidade foi adquirida no dia dezesseis de dezembro

de 1983, no Espírito Santo. A fábrica continuou com o nome Ornato e tinha

uma capacidade instalada na época de 180.000 m²/mês, e hoje, a unidade

produz 600.000 m²/mês, com 285 funcionários. Atualmente,esta Unidade se

especializa em pavimentos e também cerâmica para fachadas e prédios.Hoje

é conhecida como Unidade Espírito Santo.

Eliane Unidade III. Localizada em Cocal do Sul

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Os principais produtos são da série semibrilhantes, rústicos egranilhados com alto desempenho na resistência a abrasão. Hoje setrabalha em média com 25% da produção voltada para exportação, sendoque em alguns meses este percentual chega a 50%, tendo como principaldestino os Estados Unidos. Os produtos para o mercado externo sãotipicamente rústicos de cores fortes e com relevo na superfície.

Eliane Unidade Espírito Santo, adquirida em 1983

Eliane Azulejos Minas Gerais S/A.

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A segunda aquisição da Eliane fora do estado de Santa Catarina foi aPalmasa em Várzea da Palma - Minas Gerais. Adquirida em dezembro de1984, pelo Grupo Maximiliano Gaidzinski, recebeu a atual denominação deEliane Azulejos Minas Gerais S/A. Toda a parte administrativa da empresa,que antes da compra pela Eliane se encontrava em crise, foi reestruturada eforam realizadas várias reformas e trocas de alguns equipamentos industriais.Em 1993, mais uma vez toda a maquinaria antiga da fábrica foi substituídapelo mais recente da tecnologia italiana, passando assim a enfocar com grandeênfase o atributo qualidade.

Desse modo, a Eliane Minas chegou a atingir um volume de produçãode 190.000 m2/mês pelo processo de biqueima com um contingente de 91

empregados.No ano de 2001, a empresa passou por uma transformação no seu

processo produtivo, sendo este o que está em vigor, deixando de produzir peloprocesso de biqueima para o processo monoporoso. Atingindo inicialmente

volume de produção de 165.000 m2/mês e atualmente de 186.000 m2/mês com106 colaboradores. Em 1989 o Grupo Eliane faz sua terceira aquisição nessa

década, a florâmica Indústria Cerâmica S/A, no estado do Paraná. Como

sócia majoritária, a Eliane assume direção e esta unidade

Eliane Paraná

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começa a entrar num segmento de mercado de classe média-alta com a pro-dução de 180.000 m2/mês de uma linha de pisos mais sofisticados. Nesteano foi lançada a linha Antiquarius I.

O ano de 1992 foi um marco dentro da história da Florâmica. Aempresa viu-se diante da necessidade de mudanças. O processo foi iniciadocom o redirecionamento do segmento de mercado, a partir da fabricação deum piso mais popular. Foram então lançadas as linhas Domus, Nóbile e Fumê,reduzindo o número de referências de 130 para apenas 15. E, em razão dasreestruturações, a produção aumentou para 240.000 m2/mês.

Para reduzir os custos da empresa foram realizadas terceirizaçõesdas atividades como, reenquadramento da mão de obra, adequação da massae esmaltação para ciclos de queima rápidos, modernização tecnológica edesburocratização do processo administrativo.

Finalmente em maio de 1996, a empresa Florâmica foi inteiramenteincorporada ao Grupo Maximiliano Gaidzinski S/A, tornando-se assim a ElianeParaná. A partir daí, consolidou-se de forma definitiva a produção da linharústica, seguindo uma tendência mundial de mercado. Houve um aumentosignificativo nas exportações dos produtos da Eliane Paraná, principalmentepara o mercado norte americano, sendo representado sobre tudo pela LinhaPiazze.

Nos últimos anos, através de melhorias constantes em todos os as-pectos, implantações de diversos programas de qualidade, investimento nosrecursos humanos, entre outros, hoje a Eliane Paraná produz 360.000 m2/mês com 127 colaboradores.

A Década de 90

No início da década de 90, mais precisamente durante o Governo

de Fernando Collor de Mello, a economia brasileira passou a apresentar

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grande queda da atividade econômica, principalmente na área da

construção civil, em razão da violenta deterioração da renda média e da

falência do Sistema Nacional de Habitação que tinha como seu braço

financiador o BNH. O ritmo da atividade do setor de revestimentos

cerâmicos caiu vertiginosamente, sendo que no final de 1990, as fábricas

nacionais estavam com capacidade ociosa de 90%.

Os empréstimos bancários e o não pagamento dos tributos foram

os principais mecanismos que a empresa utilizou para sobreviver, a curto

e médio prazo e que, somados as altas taxas de juro até hoje praticados,

formaram uma dívida estrutural que continua perpetuando. Estes passivos

foram parcialmente minimizados no período com a venda de ativos não

produtivos e a forte redução ou eliminação de atividades como

transportes, embalagem, equipamentos industriais, etc. Também um

grande projeto de terceirização e de aumento da produtividade reduziu

drasticamente os custos fabris e administrativos.

Foram com estes objetivos quem em 1990 foi feita a fusão de

todas as fábricas alimentícias pertencentes a Eliane, do FRISULCA à

Avícola Eliane, todas passaram a fazer parte da Agroeliane Empresa de

Alimentos, que foi vendida em 1995 e toda a renda investida no setor

cerâmico, berço natural do crescimento e da vocação do Empreendimento.

Em crise, porém atenta às perspectivas futuras, a Empresa também

passou a investir pesadamente na modernização do seu parque industrial,

buscando adequar-se rapidamente às novas necessidades do mercado

nacional e internacional. Em torno de US$ 50.000.000 foram aplicados

nos últimos anos em todas as fábricas, tornando-as altamente competitivas

no sentido de produzir todas as tipologias de produtos com o menor

custo e no mais rápido tempo possível.

Em 1995 foi profissionalizado o mais alto cargo executivo

da Empresa com a posse na Presidência Executiva do Sr. Adriano Lima,

substituindo o Sr. Edson Gaidzinski, que passou à Presidente do Conselho

de Administração.

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Dando início a uma nova página na história da cerâmica brasileira, foiinaugurada em 18 de junho de 1996 , a Eliane Porcellanato. Primeira indústriacerâmica a produzir porcelanato no Brasil. A nova Unidade nasceu da totalremodelação da sua antecessora, a Eliane IV, que tinha capacidade produtivade 420.000m²/mês de biqueima, adquirida em 1976 do Sr. Paulino Volpato,cujo nome anterior era INCOPISO S.A. Com um investimento de U$ 17milhões, a Eliane Porcellanato iniciou com uma produção média de 70.000m²/mês. Todos os equipamentos são de tecnologia italiana, inclusive o sistemade tratamento de efluentes.

Em setembro de 1997, a planta recebeu a certificação ISO 9001 eISO 14001 simultaneamente, tornando-se a primeira indústria cerâmica domundo a ser certificada pela ISO 14001. Esta certificação é uma das maisrigorosas do setor e propõe um severo controle de emissão dos resíduos daindústria ao meio ambiente. Esta é mais uma demonstração da política dequalidade Eliane, que vem garantindo cada vez mais uma qualidade na melhoriade seus produtos.

Em 1998, a unidade foi ampliada com a aquisição de um segundoforno, produzindo assim 150.000m²/mês, necessitando de um investimentode U$ 10 milhões. Em 2000, com um novo investimento de U$ 3 milhões, aplanta foi novamente ampliada incrementando mais 50.000m²/mês na

Eliane Porcellanato localizada em Criciúma - SC

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capacidade produtiva, totalizando 200.000m²/mês. O investimento totaldesde a remodelagem da planta até os dias atuais, soma mais de U$ 30milhões. Atualmente, o quadro de lotação da unidade conta com 200funcionários diretos e 40 indiretos.

O Porcelanato Eliane além de ser encontrado nos mais luxuosose sofisticados ambientes tais como aeroportos, hotéis, restaurantes,clínicas, hospitais, também pode ser aplicado em supermercados, áreascomerciais e nos mais diversos tipos de indústrias.

Não se trabalha com produtos da linha de exportação, porémocasionalmente exporta-se porcelanatto.

Em setembro de 1997, foram adquiridas mais duas importantesunidades cerâmicas, localizadas no Nordeste do país, maisespecificadamente na Bahia. A IASA e a Céramus. Ambas são as únicasfábricas de revestimentos cerâmicos de grande porte instaladas naquelaregião e representam mais um grande passo na descentralização dasatividades produtivas da Eliane, que assume definitivamente a liderançadeste importante mercado regional.

Eliane Céramus, localizada na Bahia.

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As Empresas Eliane adquiriram a Céramus e a IASA do GrupoBrennand de Recife, tradicional empresa na produção de revestimentoscerâmicos, no dia 1º de outubro daquele ano.

Com o fim do contrato de cinco anos que a Eliane tinha com o GrupoBrennand, todo maquinário da IASA foi transferido para Céramus e o pavilhãoonde se encontrava a fábrica, devolvido.

Com os investimentos nos equipamentos de produção e nacapacitação profissional dos colaboradores, o nível de produtividade foielevado em 560%.A Eliane incrementou o mix de produtos das empresas atualizando o portifóliode bitolas e produtos, o que proporcionou o incremento de produção naunidade de 50.000 para 230.000 m2/mês.

Os produtos da Céramus são exportados para Belize, Guiana, Haiti,Panamá e Trinidad e Tobago.

Finalmente, em 1999, para que pudesse suprir a carência existenteem termos de soluções para assentamento de seus revestimentos, a Elianeassociou-se a empresa norte-americana Laticrete, uma das maiores produtorasmundiais de argamassas e rejuntes, para a implantação de uma fábrica emMogi-Guaçu, no estado de São Paulo: a Eliane Argamassas e Rejuntes. Comcapacidade de 3.000 ton/mês, a produção iniciou em abril do mesmo ano.

Eliane Argamassas e Rejuntes, localizada em Mogi-Guaçú - SP

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A linha de produtos da Eliane Argamassas possui desde argamassascolantes de assentamento e de rejuntamento, até uma linha completa paralimpeza e manutenção dos revestimentos, bem como selantes de poliuretanopara juntas de expansão, membranas impermeabilizantes e argamassas erejuntamentos de base epóxi para áreas industriais.

A Eliane Argamassas possui atualmente 29 funcionários e produzmensalmente mais de 2.000 toneladas. Sua capacidade de produção é de4.500 toneladas/mês.

Eliane Hoje

Nestes 44 anos de história, a Eliane foi sempre objeto de contínuaexpansão, a ponto de ser hoje a quinta maior indústria de segmento cerâmicomundial. O marcante sucesso empresarial da Eliane é resultado do trabalho,da sua vocação internacional e, sobretudo, da constante orientação para omercado, com dedicada atenção às exigências das revendas, dos profissionaisespecificadores e do consumidor final.

O faturamento das empresas Eliane alcançou os R$ 550 milhões em

2004. A Cerâmica Eliane é a maior exportadora do Brasil, com

aproximadamente 25% do total das exportações brasileiras do setor. Em

2001, comercializando 29% do total de sua produção com o mercado

externo.

Foram mais de nove milhões de m2 derevestimentos cerâmicosexportados para 85 países nos cinco continentes. Através dasrevendas, os produtos da Cerâmica Eliane podem ser encontrados em maisde 15 mil pontos de vendas em todo o país e no exterior. A empresa mantémparceria com mais de 14 mil construtoras brasileiras, e se relaciona profissionale comercialmente com cerca de 45 mil especificadores entre engenheiros,arquitetos, decoradores e designers

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Com quinze filiais comerciais em diversas cidades do Brasil e maisduas no exterior, como a Eliane Ceramic Tile, nos Estados Unidos, a Empresavem tendo uma participação global de 18% dos mercados interno e externo.

COMPOSIÇÃO DA DIRETORIA

Com a necessidade de melhor performance em sua gestão, o grupoEliane assim se distribui quanto aos conselhos de administração:

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DA MAX-ADM . DE BENSE PARTICIPAÇÕES LTDA:

Sra. Eliane Gaidzinski Stadler

Sra. Edna Margarida Gaidzinski Bastos

Sr. Vicente Gaidzinski

Sra. Iara Maria Silva Gaidzinski

Sra. Carmen Lúcia Gaidzinski

Sra. Adélio Tasso

Sr. Edson Vieira Bastos

Dr. Aristorides Vieira Stadler

Sra. Karina Gaidzinski

Sr. André Gaidzinski

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DA MAGASA

Sr. Vicente Gaidzinski

Sr. Roberto Gaidzinski Bastos

Dr. Aristorides Vieira Stadler

Sr. Jairo Coelho

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Sr. Nelson Barrizzelli

Sr. Carlos Alberto Libretti

Sr. Jarvis Gaidzinski Filho

Sra. Patrice Gaidzinski

DIRETORIA EXECUTIVA

Sr. Carlos Alberto Libretti - Diretor Presidente

Sr. Otmar J. Müller - Superintendente de Logística

Sr. Antônio Carlos Loução - Diretor Comercial

Sr. Rubens Cyro Mourão Júnior - Diretor de Controle e Finanças

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Programas e Serviços Eliane

Para fortalecer a sua marca e melhor esclarecer sobre seus produtos,

a Eliane direciona sua estratégia de marketing para oferecer atendimento aos

consumidores em qualquer parte do Brasil. Assim foram criados vários serviços

nessa área, entre eles o Telemarketing. Esse serviço atende de forma ágil e

personalizada as revendas e empresas de engenharia e arquitetura de todo

país, é um importante suporte no fechamento de negócios. Funcionando todos

os dias, inclusive nos feriados e finais de semana, a Linha Vermelha Eliane

conquista cada vez mais a confiança dos clientes, que podem fazer suas

compras, consultas de estoques, tirar dúvidas sobre os produtos, conhecer

os prazos de entrega e os aspectos financeiros das transações comerciais.

A criação de material atraente, funcional e eficaz para a exposição

dos produtos, no ponto de venda é um dos principais objetivos da Eliane,

que criou e mantém uma equipe de profissionais altamente qualificados atuando

no setor de Merchandising da empresa. Estes profissionais são responsáveis

pelo conceito, criação e confecção dos materiais que compõe os Showrooms

da Eliane. Eles trabalham para o aprimoramento contínuo destes produtos,

pois entendem que a eficiente exposição e correta visibilidade dos itens são

responsáveis pela famosa primeira impressão do consumidor. E, nesta área,

a Eliane não pode deixar menos do que uma excelente impressão.

Também com o objetivo de divulgar a marca Eliane, a Empresa se

faz presente na rede mundial de computadores há alguns anos, sendo que

agora mostra-se com o site completamente revisado e ampliado nas suas

funções de interlocução e interatividade com o usuário. O endereço

www.eliane.com.br apresenta um rico menu de consultas e pesquisa, além

do catálogo virtual contendo todo o mix de produtos Eliane, que ultrapassa

os mil e quinhentos itens. Simples e claro, além do forte impacto visual, o site

da Eliane esclarece dúvidas, fornece informações preventivas e manutenção,

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além de disponibilizar ao internauta todas as novidades do segmento e daempresa, no Brasil e no mundo. Um setor dinâmico como o de revestimentoscerâmicos e uma empresa ágil como a Eliane tem sua melhor tradução nestesite.

Fazendo parte do cotidiano da empresa também estão, o crescenteinteresse pela preservação do meio ambiente e a melhoria da qualidade devida. Por isso, a Empresa vem investindo no controle da poluição industrial,através do tratamento dos efluentes líquidos, emissões atmosféricas, lixoindustrial, Coleta Seletiva do Lixo, arborização e ajardinamento. Atestandoconstante respeito ao meio ambiente em todas as suas fases de produção, aEliane foi a primeira industria de revestimentos cerâmicos, a nível mundial, ea única no Brasil a ser reconhecida com o certificado ISO 14001, queregulamenta as normas de gestão ambiental.

Pode-se perceber desta forma que a Eliane dedica total atenção aprestação de serviços, ponto fundamental no estreitamento da relação cliente-empresa. Este aspecto, sentido particularmente na oferta de infinitas soluçõesde revestimento cerâmico, pode ser observado também na presença demecanismos de pré e pós venda que buscam elevar sempre o grau de satisfaçãodo cliente Eliane.

Página principal do site do grupo Eliane na internet, cujo enderço é: www.eliane.com.br

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Para as Empresas Eliane o nível de satisfação de seus funcionáriosé a medida do sucesso e da qualidade dos produtos e serviços. Com basenesta política de qualidade, a Eliane vem se preocupando em toda a suatrajetória em desenvolver programas que capacitem e integrem seusfuncionários, além de trazer benefícios para a Empresa. Um dos principaisexemplos dessa preocupação é o programa GES, esse Grupo deEstudo e Sugestões é formado por quatro a seis funcionários que atuam,preferencialmente, no mesmo setor e turno, que tem como objetivo geralviabilizar a participação de todos, com idéias e sugestões, para melhoriae inovação do processo, industrial, administrativo, financeiro e comercial.

Esse grupo vem garantindo produtos, serviços aos clientesinternos e externos, ambientede segurança e qualidade, talcomo uma redução de custosgarantindo à Empresa odinamismo necessário paraenfrentar a competitividade domercado. Outro programa daEliane que garante uma maiororganização e qualidade nosserviços da empresa, e que vemdando muitos resultados, é o5S. O Programa de Qualidadeobjetiva promover umafilosofia de vida baseada namelhoria contínua do ambientede trabalho, através daharmonia, satisfação e bem-estar de todos os colaboradores.Também vem oportunizando aparticipação de todos,Certificação ISO 14001 obtida pela

Eliane Porcellanato.

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objetos desnecessários, reduzindo custos, eliminando desperdícios,

organizando o ambiente de trabalho tornando-o mais seguro e agradável.

Com o objetivo de aumentar a produtividade, reduzir custos, e

demonstrar a viabilidade e a necessidade de economizar recursos com a

participação de todos os níveis da empresa, foi criado outro programa de

qualidade o CAD. Essa Comissão Anti-Desperdício vem desenvolvendo

efetivo controle de todos os recursos e processos fabris, que se

fundamentam no objetivo de conhecer com precisão os seus consumos

de modo a acompanhar a sua evolução e estabelecer prioridades na

execução das ações, visando economia com sua verificação.

Para zelar pelo maior bem-estar de seus funcionários e reduzir o

número de acidentes de trabalho a Eliane

também mantém em funcionamento uma

Comissão Interna de Prevenção de

Acidentes, a CIPA. Essa comissão

interna vem reduzindo gradativamente os

números e os custos que a empresa tinha

com o trabalhador acidentado, através

da conscientização da necessidade do

uso de equipamentos de segurança. Uma

das maiores realizações do CIPA é a

SIPAT, a Semana Interna de Prevenção

de Acidentes do Trabalho, que ocorre

anualmente, garantindo uma integração de todos os setores da empresa.

As empresas Eliane não se preocupam somente com sua produção, sendo o

setor humano um de seus grandes focos. Dessa forma grandes projetos na

área beneficente foram criados com o intuito de melhorar a qualidade de vida

de todos os colaboradores da empresa.

Logomarca da Sipat 2002

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Um dos programas beneficentes mais significativos é o de creche

domiciliar, que em convenio com o SESI, tem como objetivo prestaratendimento e assistência aos filhos das funcionárias na faixa de zero à trêsanos , durante o horário de trabalho, em seu domicílio ou da mãe crecheira.Para o programa existe uma ajuda de custo destinada à alimentação da criançae pagamento da mãe crecheira, através de ordem de compra.

Para as futuras mães funcionárias, esposas de funcionários e maridos,a Eliane oferece a oportunidade de participarem de um grupo, através doqual recebem orientações sobre gestação, parto e cuidados com o recém-nascido. As palestras são realizadas por uma equipe multiprofissional. Nofinal da gestação as mamães são contempladas com um “Kit Bebê”. Todoesse auxílio é chamado de Programa de Orientação à Gestante e é um dosprogramas de maior abrangência na Empresa.

Outro programa muito importante é a Semana da Saúde que érealizada anualmente desde 1998, e tem como objetivo despertar a atençãopara a prevenção da Saúde. A programação é elaborada com temas quedespertam interesse e motivação para os funcionários. Na área de saúdetambém se pode destacar o Programa de Saúde Oral, o Censo Visual, oPrograma Médico de Saúde Ocupacional, além de palestras educativasrealizadas periodicamente.

Elaborado em 2001, o Programa de Inclusão da Pessoa Portadorade Deficiência, é outro grande programa beneficente, que visa adotar osprincípios de inclusão social das pessoas portadora de deficiência, implementara política da Empresa quanto a não discriminação e igualdade de oportunidades,exercer a sua responsabilidade social e cumprir a lei de reserva de vagas.

E para beneficiar os filhos de funcionários e crianças da comunidadena faixa de 03 a 06 anos de idade, com cinco sedes na região de Cocal doSul, existe o Programa de Desenvolvimento Infantil.

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Através desse Programa é desenvolvida uma significativa experiência

em Educação, sendo a criança sujeito principal do processo de ensino-

aprendizagem. Além disso, é oferecido um ambiente seguro, alimentação

diversificada, tratamento odontológico e material lúdico e pedagógico.

No que se refere a programas habitacionais, a Eliane intermediou a

construção de dois núcleos, o Loteamento Cocal e o Conjunto Habitacional

Fernando de Fáveri, o que permitiu, em muito, a redução do custo das casas,

uma vez que doou os terrenos e fez a infra-estrutura de ambos, onde foram

construídas um total de duzentas e sete casas, garantindo uma melhor qualidade

de vida para seus funcionários. A Eliane também mantém em funcionamento

o Centro de Apoio de Recursos Humanos, que é responsável pela

Administração de Pessoal, atuando no acompanhamento do funcionário na

Empresa, no que se refere a documentação e registro, controle de freqüência,

férias, décimo terceiro salário, folha de pagamento, FGTS, atestado médico,

certidão de nascimento, casamento, óbito, atualização do currículo individual

e outros. O atendimento desses serviços é encontrado também em cada

unidade com o Auxiliar de Pessoal.

Flagrante da inauguração do Conjunto Habitacional Fernando De Fáveri em Cocal do Sul - SC

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O aperfeiçoamento das pessoas é outra preocupação da Eliane.

Por isso, a Empresa investe no desenvolvimento no seu quadro de pessoal,

oferecendo oportunidade de formação e especialização profissional. A

Eliane mantém vários programas de treinamento abrangendo todos os

níveis da organização. Dessa forma em convênio com a CEA, Centro de

Educação para Adultos, a Empresa financia o funcionamento, no Colégio

Maximiliano Gaidzinski, o supletivo de primeiro e segundo graus para

funcionários, dependentes e comunidade. Também com o intuito de

valorizar a educação, os funcionários têm a sua disposição um programa

de bolsa de estudo onde a Empresa paga 100% para o curso de primeiro

grau, 70% para o segundo grau e 50% para o ensino superior. É importante

citar que a Eliane mantém em funcionamento o Colégio Maximiliano

Gaidzinski, formando técnicos em cerâmica.

A Eliane investe na qualidade de vida não apenas dos seus

funcionários, como também dos seus dependentes. Por isso, implantou

recentemente um convênio Saúde com a Unimed, garantindo

definitivamente um atendimento digno e de alta qualidade a todos os

funcionários e seus dependentes. Convênio este que a credencia para

participar do prêmio nacional das melhores empresas para se trabalhar,

único item que ainda faltava para este fim.

Os convênios não se restringem apenas à área da saúde, a

alimentação dos refeitórios é subsidiada em 80% e preparada de acordo

com as necessidades nutricionais do trabalhador.

Além da área da saúde e alimentação a Empresa fornece as

passagens e desconto na folha de pagamento até 6% do salário base do

funcionário. O que excede a esse valor, é subsidiado pela empresa. Existe

também um ônibus fretado pela empresa para localidades mais distantes.

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Logomarcas Eliane

O Programa Auxílio Funeral, custeia as despesas no caso de fa-

lecimento do funcionário. Para as despesas funerais de dependentes,

poderá ser concedido adiantamento salarial.

Preocupada até mesmo com o lazer de seus funcionários, as Empre-

sas Eliane mantêm em funcionamento a Sociedade Esportiva e Recreativa

Eliane, uma agremiação responsável pelas atividades de lazer, desportiva,

cultural, recreativa e definição das diretrizes gerais para os grêmios. Com o

objetivo de fomentar a participação do funcionário, assim como o atendi-

mento à suas necessidades, foram criados os grêmios em todas as Unidades.

Através da SER Eliane, são organizados eventos e campanhas especiais.

Todos esses projetos e serviços oferecidos para os funcionários, de-

pendentes e clientes das Empresas Eliane demonstra, que durante a sua

trajetória de 42 anos, sempre visou o bem-estar de seus colaboradores.

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A COOPERATIVA MISTA COCAL LTDA - COOPERCOCAL

Coopercocal – uma idéia que deu certo

A história da Coopercocal é um somatório de conquistas para a

comunidade das localidades sob os seus serviços. Hoje, seu patrimônio atesta

o crescimento e o desenvolvimento de uma das maiores e mais organizadas

cooperativas de Santa Catarina.

Suas atividades não ficaram restritas apenas ao fornecimento de

energia elétrica. Além da loja de materiais elétricos localizada em Cocal do

Sul, da loja agropecuária em Urussanga, do armazém de secagem e estocagem

de cereais e da fábrica de postes e artefatos de cimento, a CERCOCAL

mantém 690 kilômetros de rede. E para atender toda essa estrutura, repre-

sentada por 6.818 associados, conta um quadro enxuto de 36 funcionários.

Sabe-se que a primeira geração de energia elétrica aconteceu,

nos idos de 1932, por inicitiva de Angelo Perucchi, realizada em condições

muito precárias, através de um pequeno dínamo movido a água.

Sede atual da Coopercocal.

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Mais tarde, em 1953, Paulo e Luiz Cecchinel, netos do imigran-

te Paulo Cecchinel, passam a administrar a geração de energia elétrica em

Cocal. Neste ano, inicia-se uma nova fase em relação à distribuição de ener-

gia elétrica no Distrito, tendo em vista a fundação da Cerâmica Cocal Ltda

Indústria & Comércio, que construiu, para suprir suas necessidades, uma

rede de alta tensão, cuja extensão ia de Cocal até a substação da Companhia

Carbonífera Próspera em Criciúma, colocando essa mesma energia, também

ao alcance de uma boa parcela da população de Cocal.

Em meados de 1959, com a paralização das atividades da Ce-

râmica Cocal, o fornecimento de energia elétrica passou a ser distribuído

diretamente pela Celesc. Isto só foi possível, porque Venicios Burigo,

intermediando as negociações com a estatal, viu a possibilidade de ser apro-

veitada a rede já existente. Ele mesmo responsabilizou-se pelas cobranças

das contas de consumo de energia, e fazia as prestações de conta à aquela

empresa.

Com a compra da Cerâmica Cocal por Maximiliano Gaidzinski

em 1960, este responsabilizou-se pelo fornecimento de energia elétrica para

Cocal, até 1964, quando então nasce o cooperativismo em Santa Catarina,

no Governo de Ivo Silveira, atingindo também a Comunidade de Cocal.

Devemos ter em mente que o fornecimento de energia elétrica

em Cocal era feito somente para o centro da Cidade. Mas com a idéia do

cooperativismo, implantada pelo Governador Ivo Silveira, aliada à necessi-

dade dos nossos colonos terem, também, os benefícios produzidos pelo for-

necimento de energia elétrica, nasce em Cocal a 02 de Março de 1964 aCOOPERATIVA DE ELETRIFICAÇÃO RURAL DE COCALLTDA, afim de levar a energia elétrica também ao homem do campo.

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Os sócios fundadores

No dia 02 de Março de 1964, por iniciativa de Venícius Burigo,

é convocada uma assembléia com o objetivo de constituir uma cooperativa

de eletrificação rural no Distrito de Cocal. A mesa foi composta, por aclama-

ção, por Venícius Burigo, afim de presidir os trabalhos que tinha como secre-

tario, Mario Santo Osellame. Analisou-se nessa assembléia, além da viabi-

lidade e dos benefícios com a criação da cooperativa, também os estatutos,

previamente elaborados e ainda a constituição de um capital mínimo no valor

de 500 mil Cruzeiros.

A integralização desse capital mínimo, foi subscrita pelos seguin-

tes sócios fundadores, todos residentes em Cocal:

Carlos Osellame, Mario Santo Osellame, Germano DeFaveri, Domingos David Osellame, Sociedade Colonial Cocal Ltda,Luiz Albino Osellame, Luiz Cecchinel, Ferdinando Savi, BenjaminQuintino Savi, Quintino Savi, Vitalino Dela Vedova, Zeferino Burigo,Joventino Rosso, Antonio Zanette, Ernesto Amancio, Pedro de Sou-za, Domingos Zilli, João Da Jori, Congregação das Irmãs de SantaCatarina, Fernando De Faveri, Manoel José Elias, Marieta Cecchinel,José Cecchinel, Ernesto Maximiliano, Jorge Manoel Elias, CelesteCecchinel, Sara Costa Peruchi, Ester Costa Burigo, Casa Paroqui-al, Antonio Nunes de Souza, Mateus Carrer, Assis de Souza Brazil,Guy Marcos Nunes de Souza, Ludovico Antonio Pedro da Silva, JoséJolmar Galli, Segundo Guollo, Albertina Burigo, Pedro Burigo,Carlos Bettiol, Otacílio Galli, Vergínio Zanatta, Alfredo Del Priori,Domingos Scarpatto, Aquiles Da Jori, Darvi Savi, Aquilino Nola,Quintino De Noni, Manoel João Tavares, Roberto Galli, Ítalo RafaelZaccaron, Pierina Peruchi, Otavio Scarpatto, Angelo Bosa, AdãoBosa, Dario José Bosa, Luiz De Noni, Geme De Noni, Valmor Du-rante, Antonio Da Rolt, Anízio Zanatta, João Irineu da Rosa, JoãoVicente, Darvino Fontanella, Vadislaw Kanarek, João Da Ló, An-

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gelo Vitalino Rosso, Lina Burigo Nunes, Jorge Julio Silveira, BelonyCosta, Alfredo Sazana, Eugenio Bez Fontana, Olívio Rosso, An-tonio Burigo, João Galli, Lino Bez Fontana, José Sebastião daSilva, Manoel Pedro Martins, Fernandes Manoel Borges, ZelcyBurigo, Lino Burigo, Silvia Burigo, Venícius Burigo, Inês Burigo,Diniz Burigo, Jorge Rocha, Hilário Ernesto De Faveri e SilvestreBortolatto.

Esses sócios fundadores integralizaram um capital social acima

do valor mínimo necessário, correspondente a 970 mil Cruzeiros. Continu-

ando os trabalhos da assembléia, foi eleita a primeira diretoria uma gestão de

1964 a 1967, com o seguinte resultado:

Diretor Presidente - Venícius Burigo;

Diretor Gerente - Mario Santo Osellame;

Diretor Secretário - Assis de Souza Brazil;

Conselheiros: Luiz De Noni e Lino Burigo;

Conselho Fiscal (efetivos): Aquilino Nola, Quintino De Noni eCeleste Cecchinel;

Conselho Fiscal (suplentes): João Irineu Artur da Rosa, José JolmarGalli e Aquiles Da Jori;

Com o advento do cooperativismo e a fundação da coopera-

tiva de Cocal, iniciou-se os trabalhos de implementação de sua

operacionalidade, cuja meta era de crescer e de melhorar a qualidade de

vida do homem do campo.

Grande importância teve o papel desempenhado pelo Depu-

tado Estadual Paulo Preiss, de Criciúma, que tudo fez para acelerar o

registro da cooperativa e também agilizando os levantamentos topográ-

ficos, necessários à liberação de material para a instalação das redes, na

sede e no interior, pela ERUSC.

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A primeira sede

Existindo de direito, com a elaboração dos estatutos, a eleição

da primeira diretoria e o consequente registro legal, faltava um local para

abrigar a sede da cooperativa recém criada.

O local escolhido para fazer funcionar a sede da cooperativa

(escritório e depósito), foi cedido pelo presidente eleito, funcionando

nas dependências das empresas Burigo, sem qualquer ônus para a coo-

perativa.

Nesta época, os cargos de presidente e gerente não eram re-

munerados, e a viabilidade da cooperativa dependia, diretamente, de seus

sócios. Era comum os sócios trabalharem em pról da cooperativa e um

exemplo que podemos citar é o do próprio presidente, que usava seu

veículo, uma Rural Willys, para fazer a manutenção das redes, a leitura

dos medidores, e não raras vezes, ele mesmo trocava fuzíveis, quando

necessário.

Muitos foram aqueles que não mediram esforços para cola-

borar com o bom funcionamento da cooperativa, dessa forma, ajudando

na concretização de um sonho de progresso para o Distrito de Cocal,

pois a criação da Cooperativa de Eletrificação Rural de Cocal represen-

tou um grande salto de qualidade na vida de seus habitantes.

Incorporações

Com o desenvolvimento implementado pela excelente or-

ganização edministrativa e logística da cooperativa de Cocal, começou

a despertar interesse de outras entidades congêneres, propiciando que se

fizessem incorporações, no sentido de elevar o seu patrimônio e o nú-

mero de associados.

Assim, são realizadas as seguintes incorporações pela Coope-

rativa de Cocal:

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• em 16 de Outubro de 1971, a Cooperativa de Eletrificação

Rural de São Pedro Ltda;

• em 17 de Abril de 1977, a Cooperativa de Eletrificação

Rural de Urussanga;

• em 1° de Junho de 1985, a Coopertiva Agropecuária de

Urussanga Ltda.

A sede própria

Com o crescimento da cooperativa, representado pelo gran-

de número de associados e área de abrangência de sua atuação, o que

provocou grande demanda de seus serviços, sentiu-se a necessidade de

buscar uma reestruturação, no sentido de melhor aparelhar-se para aten-

der adequadamente aos seus associados. Com este objetivo, construiu-

se uma nova sede, maior e melhor equipada, cuja inauguração aconte-

ceu em 28 de Dezembro de 1973 e que até hoje funciona na Avenida

Polidoro Santiago.

1º Sede prória da Coopercocal.

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COCAL DO SUL: um mergulho em sua história COCAL DO SUL: um mergulho em sua história

Alteração da razão social

Aumentando sua área de abrangência, surge a necessidade de

alterar-se a razão social da Cooperativa de Cocal, passando a se denominar,

por decisão de uma assembléia de 20 de Julho de 1985, COOPERATIVA

MISTA COCAL LTDA, com a responsabilidade de atender não só a área

rural, mas também a urbana e várias localidades de municípios vizinhos, como

por exemplo Urussanga, Orleans, Lauro Muller, Pedras Grandes, Morro da

Fumaça, Criciúma e Siderópolis.

Conselhos de Administração da Coopercocal

GESTÃO 1967/1969

Presidente: Jarvis Gaidzinski

Gerente: José Jolmar Galli

Secretário: Ítalo Rafael Zaccaron

Conselheiros: Aquiles Da Jori e Domingos Scarpatto

Sede da Coopercocal antes de sua demolição para dar lugar à construção da nova sede.

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GESTÃO 1969/1971

Presidente: Jarvis Gaidzinski

Vice-Presidente: José Jolmar Galli

Secretário: Hilário Ernesto De Faveri

Conselheiros: Aquiles Da Jori e Domingos Scarpatto

Suplentes: Antonio Possamai e Angelo Arlei Zanette

Conselho Fiscal:

Efetivos: Luiz De Noni, Altamir Pagnan, Vitalino Della Vedova, Zeferino Burigo,

Adão Bosa, Luiz Albino Osellame.

GESTÃO 1972/1975

Presidente: Jarvis Gaidzinski

Vice-Presidente: Angelo Arlei Zanette

Secretário: Walmor Mario Guollo

Conselheiros: Ítalo Rafael Zaccaron e Ledio Scarpatto

Suplentes do Conselho: Valentin Da Maria Rosso e Angelo Saviato

Conselho Fiscal

Efetivos: Adair Pagnan, Vitalino Della Vedova e Aquiles Da Jori

Suplentes: Rosalino De Nez, Jorge Meneghel e Jaime De Brida

GESTÃO 1975/1978

Presidente: Walmor Mario Guollo

Vice-Presidente: Ítalo Rafael Zaccaron

Secretário: Darci Cardoso

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COCAL DO SUL: um mergulho em sua história COCAL DO SUL: um mergulho em sua história

Conselheiros: Lauro Paulo Costa e Rosalino Benedito De Faveri

Suplentes do Conselho: João Galatto e Jahir Zanatta

Conselho Fiscal

Efetivos: Francisco A. Raimundo, Valentin Da Maria Rosso e Valdemar Ri-

beiro

Suplentes: Jaime De Brida, Carlos Scussel e Jaime Elias

GESTÃO 1978/1981

Presidente: Walmor Mario Guollo

Vice-Presidente: Hilário Ernesto De Faveri

Secretário: Lauro Paulo Costa

Conselheiros: Jair Meneghel e Valentin Da Maria Rosso

Suplentes: Raulino De March e Brás A. Teixeira

Conselho Fiscal

Efetivos: José Jolmar Galli, Abílio Biela e Claudino Guollo

Suplentes: Antonio Zaccaron, Mario Giordani e Itelvino Savi

GESTÃO 1981/1984

Presidente: Walmor Mario Guollo

Vice-Presidente: José Jolmar Galli

Secretário: Brás A. Teixeira

Conselheiros efetivos: Ledio Scarpatto e Abílio Vendramine

Suplentes: Valentin Da Maria Rosso e Rosalino De Nez

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COCAL DO SUL: um mergulho em sua história COCAL DO SUL: um mergulho em sua história

Conselho Fiscal

Efetivos: Hilário Ernesto De Faveri, Assis de Souza Brasil e Antonio Valcir

Mazucco

Suplentes: Isair Marino Bonomi, Ilbe Talamine e João Valdemiro de Souza

GESTÃO 1984/1986

Presidente: Adair Pagnan

Vice-Presidente: Jair Meneghel

Secretário: Zelcy Paulo Burigo

Conselheiros efetivos: Isair Mrino Bonomi e Ítalo Rafael Zaccaron

Suplentes: Joseli Marcelino e José Rogerio Francisco dos Santos

Conselho Fiscal

Efetivos: Zulme De Pellegrin, Vitalino Della Vedova e Valdir Zilli

Suplentes: Valdemiro Sartor, Paulo Piovezan e Angelo Vicente Cipriano

GESTÃO 1987/1991

Presidente: Adair Pagnan

Vice-Presidente: Zulme De Pellegrin

1° Secretário: Angelo Vicente Cipriano

2° Secretário: Joceli Marcelino

1° Conselheiro: Isair Marino Bonomi

2° Conselheiro: Antonio Valentin Possamai

3° Conselheiro: José Otávio De Faveri

4° Conselheiro: Hélio Bertino De Noni

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COCAL DO SUL: um mergulho em sua história COCAL DO SUL: um mergulho em sua história

Conselho Fiscal

Efetivos: Zenio Cesar Galli, Jovenil Zilli e Leonor Della Vedova

Suplentes: Irisvaldo Kanarek, Rosalino De Nez e Manoel Antonio Teixeira

GESTÃO 1991/1994

Presidente: Adair Pagnan

Vice-Presidente: Angelo Vicente Cipriano

1° Secretário: Joceli Marcelino

2° Secertário: Isair Marino Bonomi

1° Conselheiro: Laurí Felisbino

2° Conselheiro: Hélio Bertino De Noni

3° Conselheiro: Irisvaldo Kanarek

4° Conselheiro: Aldy Alciony Líbano

Conselho Fiscal

Efetivos: Osvaldo Leopoldino Clara, Paulo Antunes Marcelino e Manoel

Antonio Teixeira

Suplentes: Jair José Saviato, Nevi Bocardo e Fioravante Ghizzo Netto

GESTÃO 1995/1998

Presidente: Jaime De Brida

Vice-Presidente: altair Rosalino Sandrini

1° Secretário: Pedro Scarabelot

2° Secretário: José Jalmir Maximiliano

1° Conselheiro: Isair Marino Bonomi

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COCAL DO SUL: um mergulho em sua história COCAL DO SUL: um mergulho em sua história

2° Conselheiro: Aldy Alciony Líbano

3° Conselheiro: Hélio Bertino De Noni

4° Conselheiro: João Serafim Neto

Conselho Fiscal

Efetivos: Enor Consoni, Quintino Ghelere e Alaor da Silva

Suplentes: Jucemar Custódio, Vanderlei Arno Garcia e Sérgio Sartor

GESTÃO 1998/2000

Presidente: José Aldo Furlan

Vice-Presidente: Altair Rosalino Sandrini

1° Secretário: Enor Consoni

2° Secretário: José Rogério F. dos Santos

1° Conselheiro: Zenio Cesar Galli

2° Conselheiro: José Jalmir Maximiliano

3° Conselheiro: Hélio Bertino De Noni

4° Conselheiro: Aldy Alciony Líbano

Conselho Fiscal

Efetivos: Abílio Biella, Vanderlei Arno Garcia e Aldoir Périco

Suplentes: Adilson Pagani Ramos, Mario Salvan Della Vedova e João Serafim

Neto

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GESTÃO 2000/2003

Presidente: José Aldo Furlan

Vice-Presidente: Altair Rosalino Sandrini

1° Secretário: Enor Consoni

2° Secretário: José Rogério F. dos Santos

1° Conselheiro: Ernani De Villa

2° Conselheiro: José Daminelli

3° Conselheiro: João Serafin Neto

4° Conselheiro: Pedro Scarabelot

Conselho Fiscal

Efetivos: Luiz Eugenio Bettiol, Valme Carrer e Quintino Ghellere.Suplentes: Adenir Antonio Menegon, Braz Antonio Teixeira e DilmaMagagnin Possamai

Da esquerda para direita: Dr. Jorge Konder Bornhausen, Governador do Estado, Antonio Rosso,contador da Coopercocal, Valmor Mário Guollo, Presidente da Coopercocal, Hylário Ernesto DeFaveri, Secretário do Conselho, Bráz Antonio Teixeira, menbro do Conselho, engenheiro daCoopercocal e Jarvis Gaidzinski, representando o Grupo Eliane, num congresso de cooperativas deeletrificação no estado.

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GESTÃO 2003/2006

Presidente: Ítalo Rafael Zaccaron

Vice-Presidente: Vâio Comin

1° Secretário: Jarvis Gaidzinski Filho

2° Secretário: Altair Rosalino Sandrini

1° Conselheiro: Jailson César Guollo

2° Conselheiro: Zulme De Pelegrin

3° Conselheiro: Manoel João da Silva

4° Conselheiro: Zenor Calegari Fragnani

Conselho Fiscal

Efetivos: Edson Manoel, Bráz Antonio Teixeira e Maria Darlete MoraesSuplentes: Estanislau Dos S. da Silva

Delegados Representantes junto a FECOERUSCEfetivos: Jair Meneghel e Luis LorensonSuplentes Vanir Z.M. Caciatori e Isair Marino Bonomi

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ASPECTOS ESPORTIVOS E RECREATIVOS

É inerente ao ser humano, a busca pelo lazer e o intretenimento.

Esses fatores sempre estiveram relacionados ao esporte. É assim desde os

tempos mais remotos, desde a Grécia, por exemplo, onde nasceram os jo-

gos olímpicos.

Em Cocal, na década de 20, essa preocupação também tomou

parte na vida de alguns entusiastas do esporte. Em 1924, por iniciativa de

Ado Caldas Faraco, florianopolitano, e que havia sido nomeado agente de

correio e telégrafo para o Distrito de Cocal, foi fundado o Esporte Clube

Cocal, ainda sob a fortíssima influência dos ingleses, inventores do futebol.

Naquela época, eram ainda muito usadas expressões inglêsas relacionadas

ao esporte: “football”, “goalkeeper”, “center-half”, “back”, “center-foward”,

etc.

Em Cocal, essa prática esportiva logo encontrou adéptos entu-

siastas como os irmãos Burigo, Zeferino, Vitorio, Gilio, Quintino e Paulino e

os irmãos Peruchi, Giuseppe, David e Angelo. Também aderiram a esse es-

porte Pedro Smania, Venâncio Smania, Luiz Burigo, Adão Bosa, Antonio

Nunes de Souza, Benjamin Savi e muitos outros que contribuíram para a

difusão e a prática do “football”.

Um fato acontecido posteriormente, quebrou a rotina do lugar,

foi o “tombamento” de um caminhão, lotado de jogadores que vinha de

Criciúma para uma partida de futebol em Cocal. O acidente aconteceu em

uma curva que, à época, existia em frente à Igreja Matriz. Estava sendo

celebrada uma missa, quando aconteceu o acidente. O padre João Dominoni

interrompeu a missa e todos correram para ver o acontecido, inclusive tendo

o Pároco que ministrar o Sacramento da Extrema Unção, pois houve uma

vítima fatal.

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COCAL DO SUL: um mergulho em sua história COCAL DO SUL: um mergulho em sua história

Criado o Esporte Clube Cocal, suas atividades foram divididas

em duas frentes: a recreativa, que cuidava da promoção de bailes e festas,

tipo bailes de casais, aos sábados e “soirês”, aos domingos à tarde. Também

eram realizadas festas afamadas de carnaval que traziam influência de lugares

vizinhos como Criciúma, Morro da Fumaça e Urussanga. Essa parte recretaiva

funcionava em uma casa de madeira cedida pela Família Smania e se locali-

zava onde hoje vive a Família de Roberto Galli, na ocasião Rua da Repúbli-

ca, hoje Rua Maximiliano Gaidzinski.

Anteriormente à fundação do Esporte Clube Cocal, as festas e

bailes aconteciam em casas de alguns moradores do local. Eram salões im-

provisados e que funcionavam em casas de moradias. O primeiro salão de

dança, foi a casa de Pedro Smania, onde hoje está a casa da Família de

Roberto Galli. Neste salão eram realizados bailes aos sábados e domingueiras.

Eram bailes familiares. Famosos eram os bailes realizados pela “Nonna

Rosset” (Cecchinel). Mais tarde, outros salões, seguindo esse modelo se

instalaram no Distrito, por exemplo os salões de baile da Brasília (Adão de

Souza) e o da Guanabara.

Em 1935, constriu-se a nova sede social para o Esporte Clube

Cocal. Era uma construção em alvenaria na Rua Dr. Polidoro Santiago, cujo

terreno foi doado pela Empresa Zeferino Burigo e Irmãos. É o prédio da

atual sede. Foram realizados muitos bailes nesta sede. Eram bailes que ga-

nharam fama na região. Eram famosos, por exemplo, os bailes “da pelúcia”,

da “chita”, do “tafetá” e nessas ocasiões usava-se, sem restrições, o lança-

perfume, que era um produto muito caro e poucos eram aqueles que poderi-

am adquirí-lo. Era comum, na época de carnaval, a brincadeira do “entru-

do”, onde fazia-se uma “guerra” com água de cheiro.

Esses bailes, festas e brincadeiras eram feitos dentro do mais

alto respeito, pois os ambientes eram familiares. As mulheres, por exemplo,

jamais negavam uma dança, o que ajudava a evitar possíveis discussões e

tornava o ambiente mais alegre e festivo.

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COCAL DO SUL: um mergulho em sua história COCAL DO SUL: um mergulho em sua história

Um acidente com o clube

Em 1956, parte da cobertura do clube desaba por falta de ma-

nutenção. O acidente ocorreu num sábado, após um baile. Por sorte não

havia ninguém em seu interior. O clube ficou praticamente abandonado até

1962, quando o prédio foi reconstruído, sendo reinaugurado no segundo

semestre deste ano, recebendo nova denominação: “Cocal Esporte Clube”

Essa reconstrução só foi possível com a contribuição da Cerâmica Eliane,

que funcionava há dois anos e também graças ao novo quadro social. Em

1994 o prédio sofre uma grande reforma e ampliação com a valiosa contri-

buição da Prefeitura do já Município de Cocal do Sul.

A parte esportiva do clube era também bastante movimentada,

sobretudo porque foi criado o time de “football”. A preocupação com uma

boa formação para a equipe que representaria o Esporte Clube Cocal pode

ser avaliada pelas providências tomadas pela Firma Burigo, que no dia 20 de

Foto de 1948 - sede do EsportClub Cocal, construida em alve-naria em 1930. Na frente,Venicios Búrigo, que foi Presi-dente em vários mandatos.

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COCAL DO SUL: um mergulho em sua história COCAL DO SUL: um mergulho em sua história

Outubro de 1924, remeteu vinte e um mil Réis para Gustavo Figner em São

Paulo, afim de que fosse adquirida uma bola n° 5 e informações sobre preço

de chuteiras, bomba, câmara, fardamento, etc.

O primeiro campo para a prática do “football”, localizava-se no

pasto de Gastão Da Jori na Rua Paulino Burigo. Mais tarde, em 1926, um

outro campo foi construído para o time. O terreno foi cedido pela Família

Burigo onde hoje está o escritório das Empresas Eliane. Era um campo ex-

celente para a prática do “football”, um dos melhores da região, sendo

construído dentro das medidas regulamentares. Sua construção teve a parti-

cipação de toda a comunidade amante do esporte. O aterro e a terra-

planagem, por exemplo, foram realizados à braço. A terra foi transportada

em carrinhos de mão feitos em madeira.

A formação do time de “football”do Esporte Clube Cocal, teve

como entusiastas os irmãos Galli, Roberto, Octacílio e João, que haviam

recentemente se estabelecido no Distrito.

Eram frequentes os jogos contra outros clubes da região, tais

como: Gastão Vilela Foot Ball Club de Rio Deserto, Fronteira Esporte

Clube de Araranguá, Crciciúma Foot Ball Club, Urussanga Foot Ball

Club e muitos outros.

Quando a equipe ia jogar na “Barranca”, em Araranguá, por

exemplo, o meio de transporte era o trem. A equipe embarcava em

Criciúma, para onde iam de caminhão. Chegando em Araranguá, atra-

vessavam o Rio Araranguá em balsa. Num desses jogos, o Esporte Clu-

be Cocal perdeu de 10 X 1.

Em 1938, através de um telegrama, o time do Esporte Clube

Cocal recebeu um convite para realizar um jogo amistoso com o “Gastão

Vilela Foot Ball Clube de Rio Deserto”. O time de Rio Deserto tinha como

Presidente Tales Puccini. Esse mesmo telegrama citava alguns jogadores da-

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quele time: Aurelio Trento, Teonáz Rocha, Lírio Gazzola, Lídio De Brida

(goleiro).

O Presidente do Esporte Clube Cocal era, na ocasião, Paulino

Burigo (pai de Venícios) e a equipe tinha o seguinte plantel: Roberto,

Octacílio e João Galli, Paulo Cecchinel, Ivo e Luiz Nunes de Souza

(goleiro), Francisco Cesca, Pedrinho Burigo, Fernando Bettiol e outros.

Esse jogo amistoso teve o placar de 2 X 1 para o time de Rio Deserto,

conforme pode-se perceber pela foto abaixo.

Foto de 1938 - Partida realizada no campo do Gastão Vilella Foot-ball Club de Rio Desertoentre o time local e o Sport Club Cocal. Equipe do Gastão Vilella: Aurelio Trento, TeonásRocha, Lirio Gazzola, entre outrros e o goleiro, deitado com a bola, Lydio de Brida. Presidente:Tales Puccini. Sport Club Cocal (camisas escuras com golas brancas): João Nunes de Souza,Octacilio Galli (Cici), Paulin Cechinel, João Galli, Pedrinho Búrigo, Fernando Bettiol, LuizNunes de Souza, Roberto Galli e Francisco Cesca. À direita de terno branco, Paulino BúrigoPresidente.

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COCAL DO SUL: um mergulho em sua história COCAL DO SUL: um mergulho em sua história

Nesta mesma época, Carlos Bettiol jogava na posição de golei-

ro. Segundo seus contemporâneos, foi um execelente goleiro, destacando-se

em toda a região.

As cores do fardamento e da bandeira do Clube eram o verde e

o branco. As eleições para a diretoria eram feitas por aclamação e Paulino

Burigo, grande amante do esporte, era sempre reconduzido ao cargo, fican-

do até 1945. Mais tarde, Mário Burigo, até 1950 e Venícius Burigo, até

1958. Depois de Venícius Burigo, assumiu a liderança do esporte em Cocal,

o entusiasmado Quintino De Noni, que acumulava várias funções como pre-

sidente, treinador, massagista e roupeiro do time do Cocal Esporte Clube,

tamanho era o seu amor pelo “football”. Seus auxiliares diretos que mais se

destacaram foram Elizeu Schirmer e Altamir B. Rita.

À frente do time de Cocal, Quintino De Noni muda o nome do

time para Cerâmica Esporte Clube, participando essa equipe do Campeona-

to da Segunda Divisão do Futebol Catarinense, classificando-se em quarto

lugar. Diante da boa campanha na Segunda Divisão, as doações para a ma-

nutenção da equipe ou eram espontâneas ou se conseguia recursos, através

de rifas, bailes, torneios, bingos e outras promoções. A Prefeitura Municipal

de Urussanga, em certa ocasião, liberou 5 milhões de Cruzeiros para a equi-

pe.

Um dos fatos marcantes, lembrados por Quintino De Noni, foi

uma excursão que a equipe fez à Guaíba no Rio Grande do Sul para um

amistoso e também, a participação em várias edições do campeonato muni-

cipal em Urussanga, onde a equipe do Cerâmica foi por quatros vezes cam-

peã.

O Cerâmica, enquanto existiu, sempre participou do campeo-

nato promovido pela Liga Atlética da Região Mineira (LARM). Eram jogos

sempre muito disputados e com boa participação do público. E num dos

jogos por este campeonato, houve um trágico acontecimento, envolvendo as

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COCAL DO SUL: um mergulho em sua história COCAL DO SUL: um mergulho em sua história

torcidas. Foi num dos jogos no campo do Cerâmica. Jogavam Cerâmica

Esporte Clube e Big Bom de Criciúma. Ao final da partida e com a vitória de

1 tento a zero para o time de Criciúma, as torcidas se exaltaram, havendo um

confronto durante o trajeto do campo para o local de embarque nas “combis”.

Neste confronto perdeu a vida Manoel Rocha que morava em Cocal. Foi

alvejado com dois tiros, vindo a falecer.

Quintino lembra ainda o quanto o futebol ajudou o povo de Cocal

no aspecto de entretenimento, pois quando o time jogava em Cocal, o

camparecimento da torcida era grande, pois talvez, fosse a única forma de

lazer e entretenimento, estendido a todas as pessoas. O trágico aconteci-

mento envolvendo a morte de uma pessoa foi um fato isolado e lamentável

ocorrido.

A participação de Quintino De Noni como grande incentivador doesporte em Cocal aconteceu, de um modo mais efetivo, até a emancipaçãodo Distrito em 1991, quando o Município, através de sua Secretaria de Edu-cação, Esporte e Cultura começou a coordenar essas atividades.

Ginsio de Esportes Gilio Búrigo, construido no primeiro mandato do Prefeito RubervalFrancisco Piloto, quando Cocal ainda era Distrito de Urussanga.

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ASPECTOS CULTURAIS

As manifestações culturais no Cocal dos primórdios, tiveram

forte influência da Religião Católica. Comemorava-se muitos feriados religi-

osos e dias santos. As visitas de sacerdotes e cônsules eram motivos para

feriados e festas. E os colonos tudo faziam para bem recebê-los.

Como as opções de entretenimento eram raras, tinha-se por

hábito a visita entre parentes e vizinhos, como forma de uma melhor

troca de idéias, passa-tempo e confraternização. Nssas visitas, que eram

conhecidas como “filó”, o dono da casa preparava o licor, vinho (le

pierete), amendoin torrado e outras iguarias.

Nos dias de casamento era comum convidar os proprietários

de cavalos, pois eram destacados na comunidade por possuírem tal meio

de transporte, afim de que servissem de transporte dos noivos e de seus

convidados. As festas de casamento duravam um dia inteiro com almo-

ço, café da tarde e janta, um baile após a janta e, à meia noite, no interva-

lo do baile, o café. Esses bailes iam até o sol raiar. Tiros de pistolas,

foguetório e bombas ajudavam na comemoração.

Foto de 20 de Abril de 1928 - Casamento de Herminio Zanatta e Regina Candiotto.

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COCAL DO SUL: um mergulho em sua história COCAL DO SUL: um mergulho em sua história

Nos bailes, dançava-se com os chapéus e com o relho pendura-

do no braço. Haviam dois tipos de baile. Os que começavam aos domingos

à tarde eram chamados de “domingueiras” e os que iniciavam nos sábados às

oito horas da noite.

As damas não podiam “negar par”, senão ficavam confinadas

num canto, sob observação do refugo, quando, por qualquer motivo, o “rolo”

começava.

Os homens se vestiam de calça e usavam bota de cano apertado

e com fivelas na parte posterior para a regulagem, paletó acinturado, camisa

colarinho de padre, colete, gravata tipo borboleta, chapéus de abas largas,

lenço no pescoço, com uma aliança de ouro servindo de nó. Os mais abasta-

dos, ostentavam relógios com corrente de ouro que subiam até o bolso do

“gilé” (colete) abotoado.

As mulheres usavam vestidos rodados com bastante renda e um

avental (travessa) multicolorido, cabelos “à cocó”, colares de ouro com três

ou quatro voltas, sombrinhas de cano longo, leques no verão e chales de lã

no inverno.

Os meninos e meninas, até a idade de 10 anos, usavam um

camisolão até os pés. Os meninos só usavam calças em ocasiões muito

especiais, por exemplo na Primeira Comunhão ou para bater fotografi-

as. E era comum o próprio fotógrafo fornecer essas vestes, pois nem

todos tinham roupas desse tipo.

Os jovens se divertiam com as brincadeiras de roda: passar

o anel, pega ladrão, fita, atirei o pau no gato, queda de braço e, nos

Sábado Santo, fazia-se a “malhação do Judas”, que existe até hoje. Brin-

cavam também de carretilha, com os brinquedos que faziam com sabugo

de milho ou madeira e carretel de linha, com latas cheias de terra ou

areia e com o pião.

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COCAL DO SUL: um mergulho em sua história COCAL DO SUL: um mergulho em sua história

Os homens adultos, se divertiam com a bocha na grama e com

os jogos de baralho, destacando-se o “triunfo”, o “Três sete”, a “bisca” e o

“pife”. Os italianos também mantinham a tradição, jogando a “mora”.

Ao longo da história de Cocal, muitas pessoas se destacaram

em pról das manifestações culturais, doando-se à comunidade e sem que

tivessem qualquer retorno de ordem financeira. Foi graças a essas pessoas

que ainda hoje percebemos os efeitos vivos desse trabalho voluntário e de

amor à Cultura.

Queremos nesta oportunidade, prestar nossa homenagem duas

pessoas: Venícios Burigo e Jaime De Brida, que durante muitos anos dedica-

ram-se à comunidade de Cocal, o primeiro pesquisando e coletando infor-

mações sobre a nossa história, formando um grande acervo de informações

e o segundo, fazendo o que mais gostava, alegrar nossa cidade com a sua

música.

Venicios Burigo

Nascido no Distrito de Cocal,

Município de Urussanga-SC aos

16 de Dezembro de 1925, filho de

Paulino Burigo e Esther Costa, em

uma casa de madeira onde hoje si-

tua-se a sede da Coopercocal.

Iniciou seus estudos em uma

pequena casa de madeira, situada

nos fundos da Cooperativa Coloni-

al Cocal Ltda., que serviu de escola

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masculina em 1933 com a Professora Maria Nunes de Souza. Neste mesmo

ano, com a inauguração do Grupo escolar Professor Padre Shuller, transfe-

riu-se para este Educandário, onde terminou seu Curso Primário do 4° ano,

em 1936, cuja Diretora era Flóscula Queiroz dos Santos. No ano seguinte,

em 1937, passou ao Curso ginasial em Laguna, no Ginásio Lagunense que

era o único existente no Sul do estado, onde cursou o primeiro ano, transfe-

rindo-se para o Colégio Catarinense em Florianópolis, onde em regime de

internato, cursou o 2°, 3° e 4° anos, partindo, então, para o Colégio Anchieta

em Porto Alegre, onde cursou o 5° ano, formando-se em 12 de Dezembro

de 1941. Em 1942, retorna para Florianópolis e matricula-se na Academia

de Comércio de Santa Catarina, alí se formando em 21 de Dezembro de

1944, aos 19 anos de idade. Estudava à noite, e durante o dia, trabalhava em

empresas comerciais, entre as quais Meyer & Cia.

Seu serviço militar foi prestado no 14° Batalhão de Infantaria de

Florianópolis, por intermédio da Companhia “Quadro”, Tiro de Guerra 40,

passando a pronto em 1944, quando recebeu sua Carteira de Reservista de

1ª Classe.

No dia 20 de janeiro de 1951, casa-se com a também Cocalense

Eloída Bosa com quem teve 9 filhos: Enio Ricardo, Gilberto Paulo, Ivan Re-

nato, Margarete, Vladimir, Mauricío, Maria Ester, Clarissa e Maria Irene.

Formado, passou a exercer a profissão de Contador, na Firma

Zeferino Burigo & Irmãos, do Grupo Burigo, do qual seu pai era sócio. Tam-

bém prestava serviço de contabilidade a outras empresas, entre as quais Cia.

Carbonífera Visconde de Taunay Ltda, depois, Carbonífera Cocal Ltda, Águas

Termais São Pedro Ltda, fábrica de vinhos Lágrima Christi, deixando a pro-

fissão em 1970.

Em 1960, inicia seu próprio ramo de negócio, assumindo o ativo

e o passivo da Firma Vitório Burigo & Cia, até 1976, quando aposentou-se,

após ter trabalho durante 34 anos, permanecendo ainda como sócio das

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firmas sucessoras que pertencem à sua família.

O gosto pela política sempre correu em suas veias, pois seu tio,

Zeferino Burigo era um político atuante em Cocal. Ingressou na política no

dia 04 de Julho de 1945, quando filiou-se ao PSD - Partido Social Demo-

crático, sendo eleito presidente do Diretório Distrital de Cocal no dia 11 de

Abril de 1954, permanecendo como presidente até a “Revolução de 1964”,

quando foram extintos os partidos políticos. Em 27 de Agosto de 1962,

substituiu o candidato a Vereador por Cocal, indicado anteriormente, Jarvis

Gaidzinski, em virtude de sua renúncia a candidato, disputando as eleições

de 07 de Outubro de 1962, elegendo-se vereador por Cocal pela Aliança

Social-Trabalhista (PSD-PTB), obtendo 318 dos votos inscritos (2.535 em

Cocal) e (4.094 em Urussanga). Foi diplomado, para exercer o cargo, em

08 de Outubro de 1962, para o período de 31.01.63 a 31.01.67. Continua,

ainda hoje, na política partidária, sendo fundador do MDB, atualmente PMDB.

Membro atuante na Comunidade de Cocal, participou de todos

os movimentos e atividades comunitárias, a exemplo da Gerência da

Coopercocal, sendo um de seus fundadores, Presidente do Cocal Esporte

Clube, Presidente da Associação de Pais e Mestres do Colégio Padre Shuller

e membro da Comissão de Emancipação de Cocal.

Venicios Búrigo e Eloyda Bosa Búrigo. Foto de 27 de Janeiro de 2001, por ocasião dacomemoração das Bodas de Ouro do casal.

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Jaime De Brida

Nasceu em Urussanga no dia 18 de Novem-

bro de 1942, filho de Antonio De Brida e

Angela Spilere. Aos 7 anos de idade, o pe-

queno Jaime já despertava um grande talento

pela música. Começou, tocando uma gaita de

8 baixos que era de seu avô. Mas o avô, Pietro

De Brida, tinha muito ciúme deste instrumento

e não permitia que ninguém tocasse na gaita.

Quando o nôno Pietro ia para a roça, o pequeno Jaime e sua

irmã iam até a casa do avô. Jaime pulava a janela, enquanto a irmã fica-

va vigiando, na metade do morro e, quando o avô aparecia, ela corria até

onde estava o irmão e este guardava a gaita e voltava para casa. E foi

assim que o menino aprendeu a gostar da música e a tocar a gaita de 8

baixos do avô.

Num dia, em que houve uma festa para o nôno, o pequeno

Jaime pegou a gaita e começou a tocar, para espanto de todos, pois o

garoto tocava melhor que o avô. A partir daí, não faltaram convites para

o garoto tocar em bailes e festas.

Na Escola Barão do Rio Branco em Urussanga, onde estu-

dava, Jaime e sua irmã, que tocava pandeiro, participavam do hasteamento

à bandeira, cantando e tocando em forma de dupla.

Casou em 28 de Julho de 1962 com Carmem Zanini com quem

teve 3 filhos: Jaison, Jerson e Joselito. Passaram a residir em Cocal em 30 de

Maio de 1969 e logo chegando, foi convidado pelas Irmãs da Congregação

Jaime De Brida com a gaita de 8 baixos.Nesta época já animava festas.

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de Santa Catarina, a participar do Coral da Matriz como seu regente. Desta

data em diante, continua doando-se à comunidade através da música. As

missas e quase todas as celebrações litúrgicas na Paróquia ganham mais

emoção, quando à frente do órgão está a figura simpática e a vóz de Seu

Jaime.

Jaime De Brida, procurando aperfeiçoar-se, realizou vários cur-

sos de música e de regência com o Maestro Acácio Santana em Florianópolis.

É responsável direto pela criação de vários corais infantís, corais de idosos,

coral de meninas e sob sua influência, vários grupos de música se formaram.

Também ministrou aula de música durante a gestão Tito/Orlei pela Prefeitura

do Município de Cocal do Sul e atualmente, rege diversos corais em nossa

região. Foi ele quem deu musicalidade ao Hino de Cocal do Sul.

Homem de hábitos e emotivo, Jaime De Brida foi pedreiro, pin-

tor, eletrecista, encanador e músico. E foi como músico que proporcionou à

Comunidade de Cocal muita emoção e alegria, fazendo da música, sua maior

paixão, a sua marca registrada.

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O CENTENÁRIO DA COLONIZAÇÃO DO DISTRITO DE COCAL

Em 1985, o Distrito de Cocal comemorava o seu centenário de

colonização. Como não há registros do dia e mês exatos em que iniciou a

colonização, as comissões encarregadas da organização dos festejos alusi-

vos ao centenário, escolheram o período de 06 a 15 de Setembro de 1985,

em função de nesta data comemorar-se também a festa em honra a Padroei-

ra do Distrito, Natividade de Nossa Senhora.

A organização dos festejos comemorativos do Centenário fica-

ram sob a responsabilidade de duas comissões. Uma representava o Poder

Constituído e a outra, a comissão da Igreja Matriz.

Comissão representativa do Município de Urussanga:

Valdemar José Bettiol - Vice-Prefeito de Urussanga representante de Cocal

José Fermínio Morona de Freitas - Vereador representante de Cocal

Monumento alusivo ao Centanário do Distrito de Cocal, erguido no jardim da IgrejaMatriz.

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Adair Pagnan - Vereador representante de Cocal

Hilário Ernesto De Faveri - Vereador representante de Cocal

Valentin Da Maria Rosso - Vereador representante de Cocal

Comissão representativa da Igreja Mariz:

Claudino Guollo - Presidente do CAEP

Lédio Scarpatto - membro do CAEP

Valmor Mario Guollo - membro do CAEP

Jaime De Brida - membro do CAEP

Abílio Biela - membro do CAEP

Francisco Dallò - membro do CAEP

Raulino Furlan - membro do CAEP

Solenidade de Abertura do Centenario de Colonização de Cocal. Fazendo leitura dotermo de abertura, o vereador Hylario Ernesto De Faveri. Ao seu lado direito apare-cem, respectivamente, o jornalista Arquimedes Naspolini Filho e o Prefeito deUrussanga, em exercicio, Valdemar José Bettiol.

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Os festejos começaram no dia 06 de Setembro, numa sexta-

feira, com o Baile do Centenário, na Associação Atlética Eliane e nesta

oportunidade foi escolhida a Rainha do Centenário, Rosemeri Cittadin,

sendo que o baile foi abrilhantado pela Banda Moinhos de Vento de

Criciúma.

No Sábado, dia 7 de Setembro, houve o desfile cívico-militar e

a inauguração do “Monumento do Centenário”, na Praça Cônego João

Dominoni, em frente à Igreja Matriz. Também neste dia, a comissão

representativa das autoridades municipais fizeram a entrega da “Meda-

lha do Mérito de Cocal” às descendências das famílias colonizadoras:

Cecchinel, Possamai e Smania. Representando a Família Cecchinel, re-

cebeu a medalha Mariana Cecchinel Zanatta, representando a Família

Possamai, recebeu a medalha? e representando a Família Smania, recebeu a

medalha Aurora Smania Galli. À noite, neste dia 7, foi realizada uma missa na

Igreja Matriz “in memoriam” aos colonizadores e após, um jantar com a

Flagrante da coroação da Rainha e Princesas do Centenário. Em primeiro plano aRainha Rosemeri Cittadin.

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participação da Associação Coral de Urussanga.

No dia 08 de Setembro, dia comemorativo ao nascimento de

Nossa Senhora, houve toda uma programação cívica e esportiva com a

participação de toda a comunidade. E nas dependências do Jardim de

Infância “Cantinho Alegre”, houve a abertura da “Exposição Histórico-

fotográfica”.

Segunda-feira, dia 09 de Setembro, continuação da progra-

mação esportiva e recreativa.

Dia 10 de Setembro, Terça-feira, programação esportiva e

recreativa.

No dia 11 de Setembro, Quarta-feira, houve uma novena na

Igreja Matriz, e após, um jantar típico italiano com a participação especial

do Coral de Violeiros de Cocal.

Na Quinta-feira, dia 12 de Setembro, aconteceu a novena naIgreja Matriz e jantar típico italiano com a participação das associações

Momento em que são homenageadas, com diploma de “honra ao merito”, as familiaspioneiras de Cocal, Cechinel, Possamai e Smania.

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corais de Rio Maina, Criciúma e Morro da Fumaça.

No dia 13 de Setembro, Sexta-feira, novena na Igreja Matriz ejantar típico italiano com a participação da Associação Coral Peregrinos daMontanha do Distrito de Caravaggio.

Sábado, dia 14 à tarde, aconteceram as disputas finais de fute-bol de salão, mora e bocha, no Ginásio de Esportes Gílio Burigo. À noite, aúltima novena na Igreja Matriz e logo após um jantar com comida típicaitaliana, participando a Associação Coral de Criciúma. Às 21 e 22 horas,respectivamente, aconteceu o Show Musical com o cantor Diego e umespetáculo pirotécnico.

Domingo, dia 15 de Setembro, houve a “Missa do Centenário”,

concelebrada pelo vigário local, Lindolfo Luckmann e ex-vigários e padres

filhos do Distrito com a transmissão direta pela TV Eldorado de Criciúma.

Ainda neste dia, foram entregues as medalhas e os troféus aos vencedores

das disputas do centenário, almoço típico e churrasco, participação dos co-

rais de Cocal e Siderópolis e na praça, retreta com a Banda Cruzeiro do Sul

de Criciúma. Às 18 horas, encerrou-se a exposição histórico-fotográfica e

os festejos alusivos ao Centenário.

Equipe de bocha na grama vencedora, que recebeu o trofeu do centenário.

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O PRIMEIRO PROCESSO DE EMANCIPAÇÃO POLÍTICO

ADMINISTRATIVA DO DISTRITO DE COCAL

Na década de 80, o Distrito de Cocal chegou a um nível de

crescimento e de desenvolvimento tão acentuado, que produziu necessi-

dades de várias ordens, analisadas sob vários aspectos, constituindo-se,

praticamente, num município dentro de um outro município. E o Muni-

cípio-mãe, Urussanga, já não podia mais atender de modo satisfatório às

crescentes demandas da Comunidade Cocalense.

Diante de uma nova realidade que se descortinava, e mais a

necessidade imperiosa de buscar uma alternativa política que fizesse

frente às necessidades administrativas do Distrito, suas lideranças polí-

ticas, ergueram a bandeira da emancipação. Não havia outra saída, era

chegado o momento de o Distrito seguir seu próprio caminho.

Em 1987, algumas lideranças políticas do Distrito, lideradas

pelo Vice-Prefeito de Urussanga, o cacalense Valdemar José Bettiol, fi-

zeram protocolar na Assembléia Legislativa de Santa Catarina, o abai-

xo-assinado N° AB/0004.9/87, protocolado em 14 de Abril de 1987,

cujos vinte primeiros nomes eram:

Valdemar José Bettiol, Adair Pagnan, Hilário Ernesto De Faveri, José

Fermínio Morona de Freitas, Valentin Da Maria Rosso, Claudino

Guollo, João Rafael Zaccaron, Artur Santa Helena, Marcos Zaccaron,

Adenides Pagnan Bergamann, Albino De Noni, Manoel A. Lima, João

Da Jori, Mario Dal Molin, Lídia Silveira, Nereu M. Cecconi, Rosilda

Longo Goudinho, Jucélia Goudinho, Rosiléia Longo Goudinho e Ro-

salina Longo Goudinho.

O primeiro processo de emancipação do Distrito foi suscita-

do com base na Lei Complementar Estadual N° 5, de 26 de Novembro

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de 1975, em seu Capítulo 7°, Seção I, sendo este processo mais celere e

simples, sob o ponto de vista dos trâmites legais, tanto é que o plebiscito

foi proposto pela Assembléia Legislativa de Santa Catarina, logo em

seguida ao protocolo, através da Resolução N° 039/87, de 02 de Julho

de 1987, que autorizou a realização da consulta popular, cuja data foi

determinada pelo Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina.

Um dado interessante a ser registrado, é que não houve a

exigência legal de formar-se uma comissão emancipacionista, nem a

realização de reuniões ordinárias, ficando os procedimentos legais aos

cuidados das lideranças políticas com mandato, descontentes com a fal-

ta de atenção por parte da Administração Pública Municipal.

O abaixo-assinado, elaborado pelas autoridades

distritais da época, trazia em seu cabeçalho a seguinte mensagem:

“O povo de Cocal, Distrito do Município de Urussanga, representado

pelos signatários, tem a honra de vir à presença de Vossa Excelência e

dos Excelentíssimos Senhores Deputados Estaduais para requerer seja

elaborado Projeto de Lei que resulte na EMANCIPAÇÃO POLÍTI-

CO-ADMINISTRATIVA deste Distrito, criando-se o Município de

Cocal.

Está ciente - esta população – de que as determinações legais – requi-

sitos indispensáveis – inscritas na Lei Complementar Federal N° 01,

de 09.11.67, com as modificações introduzidas no seu texto pelas Leis

Complementares n° 28, de 18.11.75; n° 32, de 26.12.77 e n° 39, de

10.12.80 e na Lei Compementar n° 5, de 26.11.75 (Estadual), Capítulo

VII, Seção I, estão perfeitamente cumpridas”.

Cocal, Urussanga, 13 de Abril de 1987.

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O processo legislativo, adotado pela Assembléia Legislativa

de Santa Catarina, pode assim ser descrito, como forma de, didaticamente,

entendermos o trâmite:

O abaixo-assinado foi recebido e pretocolado na Assembléia

Legislativa no dia 14 de Abril de 1987, sob o n° AB/0004.9/87 e endere-

çado ao então Presidente da AL o Deputado Juarez Furtado, que subme-

teu o pedido à preciação da Comissão de Constituição e Justiça, presidi-

da pelo Deputado Ivan Ranzolin.

Em data de 21 de Abril de 1987, o Presidente da Comissão

de Constituição e Justiça da Assembléia Legislativa, através do ofício

n° 078/87, faz chegar ao Prefeito Municipal de Urussanga, comunica-

ção do pedido que dera entrada naquela Casa Legislativa. Eis o texto do

ofício:

“Senhor Prefeito: Cumprindo dispositivo da Lei Complementar n° 5,

de 26 de Novembro de 1975, em seu art. 212, parágrafo único, comu-

nicamos a V.Exa. que encontra-se nesta Comissão de Constituição e

Justiça, o abaixo-assinado n° 0004.9/87, de autoria de moradores do

Distrito de Cocal, Município de Urussanga, visando sua emancipa-

ção”.

Sem mais para o momento, subscrevemo-nos, atenciosamente,

Ivan Ranzolin – Presidente da Comissão de Constituição e Justiça

Outro ofício, agora o de n° 079/87, datado de 21 de Abril de

1987, com o mesmo teor, foi encaminhado ao Presidente da Câmara

Municipal de Urussanga, que tinha como seu Presidente o Vereador

Antonio Pedro Elias.

O procedimento legislativo a ser cumprido pela Assembléia

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Legislativa do Estado, exigiu que esta expedisse vários ofícios circula-

res, afim de juntar dados para a instrução do processo, cujo objetivo era

o de aferir se o pedido constante do abaixo-assinado, interposto pelas

autoridades distritais, atendiam ao disposto na Lei Complementar n° 5.

Esses ofícios tiveram como destinatários os seguintes agentes:

Ofício n° 080//87, de 21 de Abril de 1987, enderaçado ao Delegado

Regional do IBGE, Dr. Jocely Lottin, solicitando o número de habitan-

tes e habitações do Distrito;

Ofício n° 081/87, de 21 de Abril de 1987, endereçado ao Presidente do

Tribunal Regional Eleitoral – TRE, Desembargador Aluysio de Almeida

Gonçalves, solicitando o número de eleitores inscritos no Distrito;

Ofício n° 082/87, de 21 de Abril de 1987, endereçado ao Secretário de

Finanças do Estado, o Dr. Fernando Ferreira de Mello Júnior, solicitan-

do comprovante de arrecadação da receita de impostos estaduais do Dis-

trito;

Ofício n° 083/87, de 21 de Abril de 1987, endereçado ao Secertário Ge-

ral do GAPLAN, o Dr. Roberto Ferreira Filho, solicitando a delimitação

da área, com a descrição das divisas do Distrito e também do laudo téc-

nico;

Ofício n° 084/87, de 21 de Abril de 1987, endereçado à Comissão

Emancipacionista (não havia comissão formada), solicitando fotografi-

as dos prédios que abrigariam a futura Prefeitura e Câmara, bem como

as respectivas plantas baixas e também um mapa em escala do Municí-

pio, contendo as delimitações do Distrito;

Todos os ofícios despachados pela Assembléia foram res-

pondidos a seu turno, instruindo o processo.

A seguir, foi dado vistas do processo ao Deputado Décio

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Knopp, relator da Comissão de Constituição e Justiça. Era 16 de Junho

de 1987. Em seu parecer, analisando o preenchimento dos requisitos da

Lei Complementar que tratava da matéria, o relator da Comissão deu

parecer favorável à Emancipação do Distrito.

Fato contínuo, a Comissão de Constituição e Justiça, atra-

vés da Resolução N° 10/87, de 29 de Junho de 1987, determina a reali-

zação de um plebiscito junto à população do Distrito de Cocal.

No dia 30 de Junho de 1987, o projeto de resolução foi colo-

cado na “Ordem do Dia” da Assembléia Legislativa, e aprovado pelos

Senhores Deputados, ganhando forma através da Resolução N° 039/87.

Estava, enfim, tudo favorecendo ao processo

emancipacionista, especialmente porque os requisitos legais, exigidos

pela legislação em vigor, tinham sido satisfeitos. A Assembléia

Legislaltiva tendo, inclusive, autorizado a realização do plebiscito.

Inobstante o preechimento de todos os requisitos legais, o

sonho de ver-se a criação de um novo município e a esperança dos

cocalenses em gerir seus próprios destinos, foi eivada de frustração com

a impetração de um Mandado de Segurança, proposto pela Prefeitura

Municipal de Urussanga e também pela Câmara de Vereadores daquele

município, contra o ato da Mesa Diretora da Assembléia Legislativa,

objetivando anular a Resolução N° 39/87. A impetração do Mandado

de Segurança se fundamentou no Art. 14 da Constituição de 1967, no

art.. 2° da Lei Complementar n° 1, de 09.11.67 e na Lei Complementar

Estadual n° 5/75 (Lei Orgânica do Estado de Santa Catarina). A liminar

obtida com o Mandado de Segurança N° 1.808 da Comarca da Capital,

foi deferida em 09 de Outubro de 1987 pelo Desembargador Osny Cae-

tano da Silva. Isto jogou por terra o movimento emancipacionista da-

quela época. E o Distrito de Cocal continuou dependente e politicamen-

te atrelado ao Município de Urussanga alguns anos mais, até 1992.

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O SEGUNDO PROCESSO DE EMANCIPAÇÃO POLÍTICO

ADMINISTRATIVA DO DISTRITO DE COCAL E A CRIAÇÃO

DO MUNICÍPIO DE COCAL DO SUL

Em 1989, Valendo-se de um momento político favorável aos

movimentos emancipacionistas, pois havia a vontade manifesta da As-

sembléia Legislativa do Estado de Santa Catarina em aprovar uma Lei

Complementar, dando nova redação à Lei que tornava possível a criação

de municípios, dessa forma, favorecendo muitos distritos catarinenses,

entre os quais, o Distrito de Cocal, nossas lideranças reegueram a ban-

deira da emancipação político-administrativa.

A Comunidade de Cocal sempre carregou a vontade de con-

duzir seus destinos administrativos. Foi assim, por exemplo, nos idos de

1904, quando a pequena povoação do Rio Cocal, realizando um abaixo-

assinado, solicitou do Conselho Municipal de Urussanga, a elevação de

Cocal à Distrito de Paz, o que se operou através da Resolução N° 15

daquele mesmo ano.

Em 1989, em uma reunião do Lions Clube, onde a situação

do Distrito estava sendo analisada, surgiu a idéia de retomar-se o movi-

mento emancipacionista, abortado na primeira tentativa, em 1987, por

um Mandado de Segurança, impetrado pelo Prefeito de Urussanga. Des-

sa conversa, que era informal, formou-se um grupo de pessoas, afim de

contactar as lideranças locais e a viabilidade política de levar-se adiante

tal iniciativa.

Nossas lideranças, percebendo o momento político favorá-

vel, encamparam a iniciativa, e o movimento começou a ganhar corpo,

pois a comunidade, respaldando a iniciativa, participou veementemente

de todos os movimentos realizados, visando à emancipação. O clamor

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social foi geral e irrestrito.

O proceso emancipacionista do Distrito de Cocal revestiu-se degrande importância não somente para a sua comunidade, que viu a grandechance de ver o Distrito emancipado, mas também foi um processo muito ob-servado por toda a imprensa, que deu ampla divulgação, pois seria realizado naconsulta popular, a primeira votação eletrônica da América Latina.

Outro fator que favoreceu o êxito do processo emancipacionista,foi o fato de que, ao contrário do ocorrido na primeira tentativa, houve totalapoio do Prefeito do Município de Urussanga, Município-Mãe, Vanderlei OlivioRosso e também do Poder Legislativo, que não criaram quaisquer empecilhosou entraves jurídico-legais.

Momento em que foi entregue, na Assembléia Legislativa, a documentação para instruir oprocesso de criação do municipio de Cocal do Sul.

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Mais importante do que todos os outros fatores que corrobora-

ram para o processo de emancipação foi, sem sombra de dúvida, a unidade

da Comissão Pró-Emancipação, que não permitiu a ingerência político-par-

tidária em suas ações ou interesses pessoais de seus constituintes, e também

a excelente condução dos trabalhos pelo seu presidente, o líder comunitário

Hilário Ernesto De Faveri, que deu mostras de ser um devoto das causas do

Distrito, dando sua enorme contribuição aos destinos do futuro município,

deixando registrado na história, sua fiel participação durante todo o processo

emancipacionista. Não faltou apoio, também, de todas as lideranças comuni-

tárias e entidades associativas do Distrito, tamanha era a vontade e a neces-

sidade de haver para o Distrito de Cocal a capacidade legal para gerir os

seus destinos.

O primeiro encontro das lideranças que reiniciaram as discus-

sões em torno do movimento emancipacionista, ocorreu no dia 17 de Outu-

bro de 1989 e contou com as presenças das seguintes pessoas: Claudino

Guollo, Venicios Burigo, José Firmino Morona de Freitas, Padre Lindolfo

Luckmann, Lédio Scarpatto, Ítalo Rafael Zaccaron, João Ghislandi, Jahir

Zanatta, Adair Pagnan e Hesmezenrique Giordani Nunes. Neste encontro,

abordaram, além das possibilidades de seguir-se adiante com a iniciativa, a

realização de um balanço dos problemas enfrentados com a falta de

representatividade política na ocasião da primeira tentativa, em 1987. Deci-

diu-se ainda, neste encontro, a formação de uma comissão, afim de solicitar

o apoio do Grupo Eliane e a sua adesão à causa.

O segundo encontro desse grupo foi realizado nos escritórios

do Grupo Eliane,e na ocasião, a adesão das Empresas Eliane foi oficializada

pelo Diretor Presidente Edson Gaidzinski.

A formação da Comissão Emancipacionista foi realizada no quarto

encontro das lideranças locais, mais especificamente, no dia 15 de Março de

1990. Através de um processo eletivo entre os membros do grupo, ficou

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assim constituída:

Presidente: Hilário Ernesto De Faveri

Vice-Presidente: José Fermínio Morona de Freitas

1° Secrertário: Valmor Mario Guollo

2° Secretário: Edmar João Galli

1° Tesoureiro: Adair Pagnan

CONSELHO FISCAL

1° Valentin Da Maria Rosso

2° Enio Ricardo Burigo

3° Vitalino Della Vedova

4°Zenio cesar Galli

SUPLENTES

1° Jahir Zanatta

2° Claudino Guollo

3° Jaime De Brida

4° Luiz Zakrzewski

Além desses nomes que compuseram a Comissão Oficial, hou-

ve a participação de muitas outras lideranças distritais, que emprestaram seu

apoio à causa emancipacionista.

A seguir, exporemos os principais encaminhamentos realizados

pela Comissão Emancipacionista, durante os seus trabalhos. As atas, que

descrevem, na íntegra, os 26 encontros havidos, econtram-se nos anexos, e

objetivam servir de consulta para o leitor que desejar conhecer o teor destas,

como forma de melhor compreender os encaminhamentos legais e os atos

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praticados na conformidade da lei vigente.

O processo emancipatório nesta sua segunda versão foi, juridi-

camente, possível porque, com a entrada em vigor da Constituição de 1988

e a aprovação da Lei Orgânica do Município de Urussanga, a competência

para legislar sobre o assunto, passou da esfera Federal para a Estadual, tor-

nando, por exemplo, sem efeito, o Mandado de Segurança impetrado em

1987, que foi arquivado definitivamente pelo Tribunal de Justiça de Santa

Catarina. Estavam abertos, legalmente, os caminhos para a Comissão Pró-

Emancipação.

No dia 30 de Maio de 1990, a Comissão Pró-Emancipação

entregou, oficialmente, o pedido de emancipação, com toda a documen-

tação legal exigida, ao Presidente da Assembléia Legislativa de Santa

Catarina, na ocasião o Deputado Heitor Sché.

O processo, já instruído pela Comissão, deu entrada na As-

sembléia, no dia 30 de Maio de 1990, acompanhado de um abaixo-assi-

nado, que foi protocolado sob o n° AB/0003.6/90.

No dia 1° de Junho de 1990, o processo foi encaminhado à

Comissão de Constituição e Justiça daquela casa, para parecer de seu

relator, o Deputado Pedro Bittencourt Neto, que exarou seu parecer fa-

vorável.

Deste parecer favorável, produziu-se o Projeto de Resolu-

ção N° 10/90, determinando a realização de plebiscito na área a ser

emancipada, que, por unanimidade, foi aprovado por todos os membros

da Comissão de Constituição e Justiça.

Na sequência do Processo Legislativo, o Projeto de Resolução

N° 10/90, deu entrada na ordem do dia (27/06/90), afim de ser submetido à

apreciação do Plenário da Assembléia Legislativa, que foi aprovado por

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maioria.

Aprovado o Projeto de Resolução N° 10/90, seguiu este para a

Comissão de Redação de Leis, presidida pelo Deputado Ivan Ranzolin, cuja

Comissão aprovou por unanimidade o projeto. Fato contínuo, foi promulga-

da pelo Presidente da Assembléia Legislativa, Deputado Heitor Sché a Re-

solução N° 35/90, determinando a realização do plebiscito, cuja data seria

determinada pelo Tribunal Regional Eleitoral – TRE.

A data fixada pelo TRE foi o dia 31 de Março de 1991,

comunicada ao Presidente da Assembléia Legislativa, através do ofício

n°093/91, datado de 30 de Janeiro daquele ano. Durante todo o tempo

em que antecedeu à realização do plebiscito, a Comissão Pró-Emanci-

pação, empreendeu forte campanha junto às comunidades do Distrito,

como forma de levar esclarecimento sobre o processo e, especialmente,

as vantagens de elevar o Distrito de Cocal à condição de município.

Havia, ainda, a preocupação em atingir o quorum mínimo

para que a consulta popular tivesse o êxito que garantisse a emancipa-

ção. Na ocasião, o quorum era de 3.055 eleitores, num universo de 6.109

eleitores inscritos, portanto, um quorum bastante alto.

Todos os segmentos da sociedade se envolveram nas dis-

cussões, o que contribuiu significativamente para a difusão da idéia, e o

amadurecimento gradativo do apelo feito pela Comissão. Foi uma cam-

panha educativa. Estabeleceu-se um calendário de reuniões, as quais

foram realizadas em todas as comunidades, na zona urbana e também na

área rural.

Panfletos em forma de carta-aberta à população, músicas,

adesivos para carro e roupa, informativos orientando de como seria a

votação (eletrônica), apelo em programas no rádio e também na televi-

são e jornais locais, slogans, enfim, tudo serviu de instrumento para que

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a Comissão Emancipacionista fizesse chegar até a população a importância

do voto pelo SIM.

A imprensa acompanhou “pari passu” todo o processo, pois

aqui se realizaria a primeira votação eletrônica da América Latina.

Para os 18 plebiscitos autorizados pela Assembléia

Legislativa de Santa Catrina e datados para o dia 31 de Março de 1991,

o Tribunal Regional Eleitoral, estabeleceu o seguinte calendário eleito-

ral, seguindo as normas que regem um processo eleitoral normal:

1° de Março de 1991 – Sexta-Feira – 30 dias antes

v Encerramento do prazo para a fixação da relação de votantes, seção

por seção;

v Encerramento do prazo para nomeação, pelo Juiz Eleitoral, dos com-

ponentes das mesas receptoras e juntas apuradoras;

16 de Março de 1991 – Sábado – 15 dias antes

v Encerramento do prazo para requerimento de inclusão e exclusão de

eleitores;

v Encerramento do prazo para designação, pelo Juiz Eleitoral, dos lo-

cais de votação onde funcionarão as mesas receptoras.

21 de Março de 1991 – Quinta-Feira – 10 dias antes

v Encerramento do prazo para comunicação, pelo Juiz Eleitoral, aos

chefes de repartições e aos proprietários, arrendatários ou adminis-

tradores das propriedades particulares, da Resolução de que serão os

respectivos prédios, ou parte deles, utilizados para o funcionamento

das mesas receptoras.

26 de Março de 1991 – Terça-Feira – 05 dias antes

v Encerramento do prazo para designação, pelos Partidos Políticos, de

fiscais para acompanharem a votação e a apuração.

28 de Março de 1991 – Quinta-Feira – 72 horas antes

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v Entrega do material da votação aos Presidentes de mesa.

29 de Março de 1991 – Sexta-Feira – 48 horas antes

v Encerramento do prazo para propaganda política ou manifestação.

31 de Março de 1991 – Domingo – dia do plebiscito

(às 7 horas)

v Instalação das seções

(às 8 horas)

v Início do recebimento dos votos

(às 17 horas)

v Encerramento da votação

O resultado da votação

Após o encerramento da votação, uma grande concentração

popular se reunião dentro do salão paroquial à espera da liberação do

resultado da votação eletrônica. Uma hora após o desligar das urnas, os

servidores do TRE que estavam dirigindo os trabalhos, deram o resulta-

do. O SIM teve vitória esmagadora e a multidão ovacionou o resultado.

O sonho estava se tornando realidade.

N° de eleitores inscritos: 6.109 eleitores

Votantes: 4.934 eleitores

Sim: 4.888 votos

Não: 41 votos

Brancos: 3 votos

Nulos: 2 votos

Abstenção: 19,13% dos eleitores

Quorum mínimo: 3.055 eleitores

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A consulta popular fora um êxito, restava ainda a continuidade

do processo junto à Assembléia Legislativa. O povo do Distrito já havia se

manifestado pela emancipação. Os Deputados Estaduais, claro, não frustra-

riam os cocalenses, até porque todos os atos legislativos adotados caminha-

vam nesta direção.

O Tribuna Regional Eleitoral, na sequência, envia o resultado

oficial para a Assembléia Legislativa, que o recebeu, encaminhando para a

Comissão de Constituição e Justiça, que daria o seu parecer . O Projeto de

Lei n° 230/91 criaria o novo município.

No dia 27 de Agosto de 1991, a Comissão de Constituição e

Justiça aprovou por unanimidade o parecer do Relator, Deputado Ivan

Ranzolin. Na sequência, o projeto foi enviado à Mesa Diretora, que,

seguindo o devido processo legislativo, foi submetido à Comissão de

Redação de Leis. Esta Comissão, em 28 de Agosto aprovou, também

por unanimidade, a redação final do Projeto de Lei n° 230/91, restava

agora só o plenário da Assembléia Legislativa.

No dia 29 de Agosto, dia em que o Plenário da Assembléia

votaria o projeto, a Comissão Emancipacionista fretou 2 ônibus para

possibiltar que os cocalenses interessados em acompanhar a sessão, pu-

dessem estar presentes. O projeto foi aprovado por maioria. Estava o

Governandor de Santa Catarina, Vilson Kleinubing, autorizado a criar o

novo município.

Em 26 de Setembro de 1991, o Governador sanciona a Lei

N° 8.352, criando o Município de Cocal do Sul, que foi publicada no

Diário Oficial do dia 04 de Outubro daquele mesmo ano, sob o n° 14.293.

O sonho já era uma realidade. Nascia Cocal do Sul.

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LEI N° 8.352, de 26 de Setembro de 1991

Cria o Município de Cocal do Sul

O Governador do Estado de Santa Catarina, faço saber a todos os

habitantes deste Estado que a Assembléia Legislativa decreta e eu sanci-

ono a seguinte lei:

Art. 1°. Fica criado o Município de Cocal do Sul,

desmembrado do Município de Urussanga, constituído pela área territorial

do Distrito do mesmo nome.

Art. 2°. O Município de Cocal do Sul, terá como sede a Vila

do antigo Distrito de Cocal elevado à categoria de cidade.

Art. 3°. Os limites do Município de Cocal do Sul passam a

ser os seguintes:

Ao Norte, com os Municípios de Urussanga e Pedras Gran-

des, partindo do morro de cota altimétrica 371m, marco n° 43 (coorde-

nadas geográficas aproximadas lat. 28°34’42’S, long, 49°23’10’w), na

divisa com o Município de Siderópolis, segue pelo divisor de águas dos

rios Caeté e Cocal, passando pelos morros de cotas altimétricas 190m,

175m, daí até a nascente do Rio Galo, marco n° 44 (coordenada geográ-

fica aproximada lat. 28°34’CO’’S, Long. 49°14’49’’W), por este abaixo

até a sua confluência no canal do Rio Urussanga (coordenada geográfica

aproximada Lat. 28° 30’20’’S, Long. 49°14’34’’W). Ao Sul, com os

Municípios de Morro da Fumaça e Criciúma, sobe o Rio Cocal até a foz do

Rio Barbosa e sobe este até sua nascente, marco n° 45 (coordenada geomé-

trica aproximada Lat. 28°38’21’’S, Long. 49°21’34’’W). Com o Município

de Criciúma, da nascente do Rio Ronco d’água, segue em linha reta e seca

até o Rio Sangão, no marco n 47 (coordenada geográfica aproximada Lat.

28°38’12’’S, Long. 49°24’45’’W), daí segue pelo divisor de águas do Rio

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Cocal e seus afluentes com o Rio Fluorita e seus afluentes, passando pelos

morros de cotas altimétricas 299m e 388m até encontrar o morro de cota

altimétrica 371m, ponto de partida.

Parágrafo único - A área do Município, circunscrita nos limites

citados neste artigo é de aproximadamente 81,10 km2.

Art. 4° - O Município criado por esta Lei ficará integrado à

Comarca de Urussanga.

Art. 5° - A instalação do Município de Cocal do Sul dar-se-

á na forma da Lei Complementar n° 29, de 21 de Junho de1990.

Art. 6° - A Secretaria de Estado do Planejamento e Fazenda,

através de levantamento econômico, estabelecerá os índices de partici-

pação do novo Município, na parcela do Imposto de Circulação de Mer-

cadorias do Município desmembrado.

Art. 7° - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 8° - Revogam-se as disposições em contrário.

Florianópolis, 26 de Setembro de 1991

VILSON PEDRO KLEINUBING

Pedro Bittencourt Neto

Fernando Marcondes de Mattos

Paulo Roberto Bauer

Sidney Carlos Pacheco

Paulo Gouvêa da Costa

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Dilson Cecchin

João Ghizzo Filho

Milton Pompeu da Costa Ribeiro

Rogério Kracik Rosa

Afonso Dresch

Lei publicada no Diário Oficial do Estado n° 14.293 de 04/10/1991

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Mapa político de Santa Catarina com o recém criado município deCocal do Sul em destaque.

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OS SÍMBOLOS MUNICIPAIS

Lei Municipal N° 004/93, de 16 de Março de 1993

Institui os símbolos do Município e dá outras providências

Ítalo Rafael Zacccaron, Prefeito Municipal de Cocal do

Sul. Faço saber aos habitantes do Municipio que a Câmara de Verea-

dores aprovou e sanciono a presente lei.

Art. 1° São símbolos do Município, o brasão, a bandeira e

o hino instituídos por esta lei.

Art. 2° Os símbolos de que fala esta lei têm as seguintes

descrições:

I - O brasão

é formado por um escudo, encimado

por quatro torres, tendo, na sua parte

inferior, uma faixa cor verde-claro

com o nome do Município e as datas

da fundação e da instalação

administrtiva; nas laterais um ramo de

arroz e um pêssego juntos a um co-

queiro.

Simbolização do brasão

• as quatro torres - nas cores preta e cinza, simbolizando a imigração

e a união das raças;

• coqueiros - representando a origem do nome do Município e as ma-

tas;

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COCAL DO SUL: um mergulho em sua história COCAL DO SUL: um mergulho em sua história

• pêssego - simbolizando toda a produção de frutas e verduras;

• arroz - simbolizando toda a produção de cereais;

• engrenagem e chaminé - centralizadas no escudo, representando a

força e o dinamismo industrial;

• chaminé, cor zinza e preta com labaredas avermelhadas;

• engrenagem, cor preta;

• revestimento - na parte inferior esquerda da cor vermelha, simboli-

zando azulejos e pisos cerâmicos, a mais forte economia do Muni-

cípio;

• favo - na parte inferior direita na cor amarelo- palha, simbolizando

a grande produção de mel, além de significar perfeição, trabalho e

companheirismo;

• rios - encimando o favo e o revestimento, duas tarjas em diagonal,

na cor azul-cian, representando os dois rios que Cocal do Sul pos-

sui, o Rio Cocal e o Rio Tigre;

• florestas e pastagens - representadas por duas tarjas verde-bandeira,

encimando os dois rios e no mesmo sentido.

II - A bandeira

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COCAL DO SUL: um mergulho em sua história COCAL DO SUL: um mergulho em sua história

Compõe-se das cores vermelha e verde, separadas por um

paralelogramo na cor branca, com o brasão na parte central e seis fai-

xas diagonais, sendo quatro amarelas e duas azuis, interropidas num

círculo branco que circunda o brasão.

Representação das cores:

• vermelho - escarlate - trabalho, dinamismo e perseverança do povo

cocalense;

• verde - bandeira - as florestas, as pastagens e todas as riquezas pro-

vindas da atividade agrícola;

• amarelo-limão - todas as nossas riquezas minerais, além dos produ-

tos industriais e agrícolas;

• azul - cian - representa os rios Cocal e Tigre, assim como suas nas-

centes.

Representação das etnias:

• Italiana - pelas cores vermelha, branca e verde.

• Polonesa - pelas cores vermelha e branca.

• Portuguêsa - pelas cores vermelha e verde.

Dimensões:

• 88 x 132 cm = 11,616 cm2

• Lado menor dos triângulos vermelho e verde = 66 cm.

• Lados menores do paralelogramo = 66 cm.

• Diâmetro do círculo central = 44 cm.

• Listas amarelas e azuis em diagonal = 38 mm e equidistantes dentro

do paralelogramo branco.

IIII - O hino tem a seguinte letra

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COCAL DO SUL: um mergulho em sua história COCAL DO SUL: um mergulho em sua história

Foi nascendo em humilde recanto

Entre as matas do grande Brasil

Que Cocal escreveu o seu nome

Sob as nuvens de um céu cor de anil.

Imigrantes da Itália e Polônia

Com seus bravos marcando este chão

Conservaram a fé de seu povo

Todos juntos num só coração

Foi cantando seus hinos de glória

À Senhora da Natividade

Que seus filhos unidos forjaram

Seu futuro na fraternidade.

É por isto que em dias festivos

De mil flores se cobre Cocal

Pois seus filhos tecendo o progresso

Perserveram no mesmo ideal.

Cocalense unidos saudemos

Nossa terra com todo o fervor

Pois o lema de nosso progresso

É justiça, trabalho e amor.

Parágrafo único. Acompanha esta Lei a partitura musical

na qual está escrita, com a simbologia própria a melodia do hino deste

Município.

Art. 3° O Municiípio reconhece como autores:

I - do brasão e da bandeira, o Senhor Zênio Cesar Galli;

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II - da letra do hino, o Monsenhor Agenor Neves Marques;

III - da melodia do hino, o Senhor Jaime De Brida.

Art. 4° esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 5° Revogam-se as disposições em contrário.

Gabinete do Prefeito Municipal de Cocal do Sul, 16 de

Março de 1993.

Ítalo Rafael Zaccaron

Prefeito Municipal

Vista do antigo predio onde funcionou a Escola Professor Padre Schuller, restaurado paraabrigar a sede do Poder Executivo do Município de Cocal do Sul (Prefeitura), hojedenominado”Paço Municipal Jarvis Gaidzinski”.

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COCAL DO SUL: um mergulho em sua história COCAL DO SUL: um mergulho em sua história

PRIMEIRA ELEIÇÃO MUNICIPAL DE COCAL DO SUL

A primeira eleição do Município de Cocal do Sul foi marcada

pela tranquilidade, não havendo nenhum registro de qualquer tipo de

incidente, que pudesse macular o pleito e o nome do recém criado muni-

cípio.

Os partidos que se organizaram para o pleito foram os se-

guintes:

• PDS - Partido Democrático Social

• PDT - Partido Democrático Trabalhista

• PT - Partido dos Trabalhadores

• PMDB - Partido do Movimento Democrático Brasileiro

• PL - Partido Liberal

• PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira

• PFL - Partido da Frente Liberal

Tiveram suas candidaturas homologadas pela Justiça Elei-

toral, para disputarem as 9 vagas na Câmara Municipal, 74 candidatos,

sendo que para Prefeito houveram 4 candidatos, representando três coli-

gações partidárias realizadas, e o PFL que não coligou, disputando sozi-

nho.

Interessante se faz comentar que, pela população que o re-

cém criado Município de Cocal do Sul possuía, a Constituição Estadual

autorizava o município a instituir 11 vagas para a Câmara Municipal,

todavia os presidentes das agremiações políticas, legalmenre registradas

na Justiça Eleitoral, através de um acordo, estabeleceram somente 9 ca-

deiras para o Legislativo Municipal, uma sábia decisão, para um muni-

cípio novo, o que evitou mais gastos públicos.

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COCAL DO SUL: um mergulho em sua história COCAL DO SUL: um mergulho em sua história

Resultados para Prefeito e Vice-Prefeito

Total de votantes inscritos no Município: 6.955 eleitores

Votos válidos: 6.104 votos

Votos brancos: 309 votos

Votos nulos: 134 votos

Abstenções: 408 votos

Coligação PMDB/PSDB

Prefeito: Ítalo Rafael Zaccaron

Vice: José Orlei Sartor

Total de votos: 2.250

Coligação PDS/PL

Prefeito: Ademir Magagnin

Vice: Nelson da Silva

Total de votos: 1.854

PFL

Prefeito: Lúcio Dalló

Vice: Hilário Ernesto De Faveri

Total de votos: 1.482

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Coligação PT/PDT

Prefeito: Armando Serafim

Vice: Lauro Rodrigues

Total de votos: 518

A coligação PMDB/PSDB obteve a vitória e assumiram em 1°

de Janeiro de 1993, para Prefeito e Vice, respectivamente, Ítalo Rafael

Zaccaron e José Orlei Sartor, ambos do PMDB.

Resultados para a Câmara Municipal

Os nove vereadores eleitos foram os seguintes:

• Geraldo Antonio Teixeira (PL): 217 votos

• Lourival Rosso (PMDB): 212 votos

• Santos Jorge da Silva (PSDB) 207 votos

• Eraldo José Saccon (PL):204 votos

• José Aldo Furlan (PFL): 198 votos

• Manoel de Medeiros Pereira (PDS): 173 votos

• Zenio Cesar Galli (PMDB): 162 votos

• Olga Carara Antunes (PDT): 152 votos

• Agenor da Soller (PFL): 151 votos

Composição da Mesa Diretora da Câmara Municipal

1° ano

Presidente: Geraldo Antonio Teixeira (PL)

Vice-Presidente: Zenio Cesar Galli (PMDB)

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COCAL DO SUL: um mergulho em sua história COCAL DO SUL: um mergulho em sua história

1° Secretário: Eraldo José Saccon (PL)

2° Secretário: Lourival Rosso (PMDB)

2° ano

Presidente: Zenio Cesar Galli (PMDB)

VIce-Presidente: Santos Jorge da Silva (PSDB)

1° Secretário: Geraldo Antonio Teixeira (PMDB)

2° Secretário: Eraldo José Saccon (PL)

3° ano

Presidente: Eraldo José Saccon (PL)

Vice-Presidente: Zenio Cesar Galli (PMDB)

1° Secretário: Lourival Rosso (PMDB)

2° Secretário: Geraldo Antonio Teixeira (PMDB)

4° ano

Presidente: Lourival Rosso (PMDB)

Vice-Presidente: Santos Jorge da Silva (PSDB)

1° Secretário:Zenio Cesar Galli (PMDB)

2° Secretário: Geraldo Antonio Teixeira (PMDB)

Primeiros Secretários Municipais

Secretaria De Administração: José Firminio Morona De Freitas

Secretaria De Finanças: Luiz Carlos Cândido

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Secretaria De Obras: Lédio Scarpatto

Secretaria De Saúde E Promoção Social: José Orlei Sartor

Secretaria De Educação, Esporte E Cultura: Silviani Silvano Goulart

Secretaria De Agricultura: Cargo Acumulado Pelo Secretário de Óbras

Ítalo Rafael Zaccaron

Primeiro Prefeito eleito pelo Municí-

pio de Cocal do Sul.

Tito, como é carinhosamente conheci-

do, nasceu no dia 1° de Janeiro de 1939

na Comunidade de Estação Cocal, Mu-

nicípio de Morro da Fumaça. Filho de

Rafael Zaccaron e de Maria Cesca, veio

para Cocal em 1957, afim de trabalhar

como empregado na Firma De Roch e

De Noni, um comércio. Trabalhou du-

rante muito tempo como barbeiro em seu

próprio salão, primeiro em frente à Igreja

Matriz e mais tarde, transferiu-se para o atual estabelecimento comercial

que mantém com os seus irmãos. Viuvou, ainda muito jovem, de Maria Ivaní

Osellame, com quem teve uma filha, Danila. Em 25 de Outubro de 1973

casa-se novamente. A eleita foi Maria Neiva Galli com quem teve 3 filhos:

Mirela, Rodrigo e Michele.

Sua participação a nível público iniciou quando foi nomeado

intendente do Distrito de Cocal no período de 1972 a 1973. Nas eleições

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Municipais de 1972, foi eleito Vice-Prefeito de Urussanga na chapa de Altair

Giordani, para um mandato até 1977. Foi o Primeiro Vice-Prefeito que o

Distrito de Cocal conheceu.

Entre 1974 e 1978, foi eleito Presidente da Comissão Organi-

zação da Igreja, atual CAEP. Em 1975, foi eleito Vice-Presidente da

CooperCocal, ficando no cargo até 1978, iniciando sua trajetória de bons

serviços prestados à cooperativa como seu Gerente Administrativo. Na

eleição seguinte da cooperativa, a chapa vencedora o escolheu para con-

tinuar gerenciando a cooperativa, ficando no cargo durante duas gestões

consecutivas, até 1992.

Nas eleições municipais de 1988, foi novamente eleito Vice-

Prefeito de Urussanga na chapa de Vanderlei Olivio Rosso, cujo manda-

to foi até 1992.

Foi membro da Comissão de Emancipação do Distrito de

Cocal, e sócio fundador do Lions Clube de Cocal em 1987.

Foi um dos integrantes do Coral Natividade e é um partici-

pante ativo do Coral Italiano “Ricord dei Nostri Nonni”.

Nas eleições municipais de 1992, se elege como primeiro

Prefeito do recém criado Município de Cocal do Sul, para um mandato

até 1997.

Tito, homem de hábitos simples, gosta de bocha, pescaria,

futebol, canastra, sinuca. Não abre mão das tradições italianas, por isso,

sempre participou dos corais italianos da cidade e das festas populares

ligadas ao tema. Também não abre mão de seus amigos e, especialmen-

te, preserva muito o convívio familiar.

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José Orlei Sartor

Primeiro Vice-Prefeito do Município deCocal do Sul.

Orlei, como é conhecido, nasceu emAraranguá em 11 de Novembro de 1954,filho de Hildo Sartor e Otília Salvador.Casou com Margaret Burigo com quemtem 2 filhos: Amanda e Victor. Fez ocurso primário na Escola Caetano BezBatti em Urussanga. O Ginásio foi cur-sado no Colégio Rainha do Mundo, tam-bém em Urussanga. No Colégio Maristade Criciúma, realizou o Curso Científico.A nível de graduação é formado em far-mácia e bioquímica, com opção emtecnologia de alimentos pela UFSC - Uni-

versidade Federal de Santa Catarina.

Embora nascido em Araranguá, todo o seu referncial de vida foiligado ao Município de Urussanga e posteriormente ao Município de Cocaldo Sul.

Trabalhou no Frigorífico Anglo em Barretos, São Paulo, na Agro-Industrial Batavo, em Carambeí, no Paraná e também na Agro Eliane, duran-te 5 anos, sediada no Município de Forquilhinha. Professor de Química noColégio Rainha do Mundo de Urussanga. Pesquisou a origem de sua ascen-dência italiana, requerendo a dupla cidadania, estudou a língua de seus an-cestrais e foi professor de italiano na Escola Padre Luigi Marzano deUrussanga.

Foi eleito Vice-Prefeito na chapa de Ítalo Rafael Zaccaron, peloPMDB e Secretário de Saúde e Promoção Social da primeira administraçãopolítico-administrativa do Município de Cocal do Sul. À frente desta Secre-taria, desenvolveu um trabalho sem precedentes no Município, tendo sidoreconhecido em todo o Estado de Santa Catarina e servido de modelo paraoutros municípios da Região Carbonífera.

Atualmente, presta seus serviços como farmaceutico na Famácia

Cruz Azul em Cocal do Sul, de sua propriedade.

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A INSTALAÇAO DO NOVO MUNICÍPIO E A POSSE DE

SEUS AGENTES POLÍTICOS – 1° de Janeiro de 1993

A instalação do novo Município Catarinense, Cocal do Sul, aconteceu no dia

1° de Janeiro de 1993, no Salão Paroquial da Igreja Matriz e a posse dos

Agentes Políticos, deu-se nas instalações onde funcionariam a Sede Admi-

nistrativa do Município, onde hoje está localizado o Banco do Brasil, propri-

edade de Wilson Quarezemin.

Tal acontecimento foi acompanhado por toda a imprensa local e pela popu-

lação Sul Cocalense, pois era o objetivo de todo um trabalho desenvolvido

durante todo o processo de emancipação, esse grande dia em que Cocal

veria transformar-se em realaidade um clamor de há muito lançado, o de ter

o seu próprio Prefeito, Vereadores e suas leis.

Muitas autoridades estiveram no evento e foi realizado uma solenidade para

a devolução da Bandeira ao Município Mãe, o Município de Urussanga.

Agentes Políticos eleitos e empossados em Cocal do Sul. Da esquerda para a direirta:Santos Jorge da Silva, Eraldo José Saccon, Olga Carara Antunes, Lourival Rosso, ItaloRafael Zaccaron (Prefeito), José Orlei Sartor (Vice-prefeito), Agenor da Soler, José AldoFurlan, Zenio Cesar Galli, Geraldo Antonio Teixeira e Manoel de Medeiros Pereira.

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Composição da Camara Municipal para a primeira Legislatura. em cima da esquerdapara a direita: Santos Jorge da Silva, Agenor Da Soler, Manoel de Medeiros Pereira,Geraldo Antonio Teixeira. Em baixo da esquerda para a direita: José Aldo Furlan,Eraldo José Saccon, Lourival Rosso, Zênio Cesar Galli e Olga Carara Antunes.

Flagrante da missa celebrada em Ação de Graças no dia da posse dos Agentes Políti-cos, eleitos em 03 de Outubrro de 1992. Celebrantes da esquerda para direita: PadreAngelo Galatto, Lindofo Luckmann, Padre Orlando Cechinel e Padre Claudino Biff.

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A SEGUNDA ELEIÇÃO DO MUNICÍPIO DE COCAL DO SUL

A segunda eleição municipal, ocorrida em 03 de Outubro de

1996, também transcorreu sem o registro qualquer incidente. O pleito

foi muito disputado, tendo apenas 2 candidatos a Prefeito.

Os partidos envolvidos foram, praticamente, os mesmos

registrados e existentes na primeira eleição, à exceção do PDS, que numa

fusão com outro partido, a nível nacional, tornou-se o PPR e depois

PPB.

Na disputa pelas nove vagas à Câmara Municipal,

registraram-se 59 candidatos, representando 6 partidos políticos, já que

o PDT não apresentou nenhum. O PT não participou de nehuma coliga-

ção, disputando somente as vagas na Câmara Legislativa.

Resultados para Prefeito e Vice-Prefeito

Total de eleitores inscritos no Município: 8.296 eleitores

Votos válidos: 7.442 votos

Votos brancos: 93 votos

Votos nulos: 151 votos

Abstenções: 610 votos

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Coligação PPB/PFL/PSDB/PDT

Prefeito: Jarvis Gaidzinski

Vice: José Aldo Furlan

Total de votos: 4.190

Coligação PMDB/PL

Prefeito: José Orlei Sartor

Vice: Valme Carrer

Total de votos: 3.052

A coligação PPB/PFL/PSDB/PDT foi a vitoriosa, assumindo

em 1° de Janeiro de 1997 para Prefeito e Vice-Prefeito, respectivamente,

Jarvis Gaidzinski e José Aldo Furlan.

Resultados para a Câmara Municipal

• Nelson da Silva (PPB): 475 votos

• José Ivanor Zanette (PMDB): 331 votos

• Jucemar Custódio (PMDB): 317 votos

• Geraldo Antonio Teixeira (PMDB): 295 votos

• Agenor Da Soller (PFL): 293 votos

• Valdemar Pedro Da Rolt (PFL): 272 votos

• Santos Jorge da Silva (PSDB): 212 votos

• Luiz Paulo Silveira (PSDB): 184 votos

• Manoel de Medeiros Pereira (PPB): 177 votos

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Composição da Mesa Diretora da Câmara Municipal

1° ano

Presidente:: Nelson da Silva (PPB)

Vice-Presidente: Luiz Paulo Silveira (PSDB)

1° Secretário: Valdemar Pedro Da Rolt (PFL)

2° Secretário: Agenor Da Soller (PFL)

Vereadores eleitos em 03 de Outubro de 1996 para a Segunda Legislatura. Em cima da esquer-da para a direita: Luís Paulo Silveira, Santos Jorge da Silva, Valdemar Pedro Darolt, JoséIvanor Zanette. Em baixo da esquerda para a direita: Nelson da Silva, Agenor Da Soller, Manoelde Medeiros Pereira, Antonio Carlos Feltrin (assumiu em função da renúncia do vereadorJucemar Custódio) e Geraldo Antonio Teixeira.

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2° ano

Presidente: Agenor Da Soller (PFL)

Vice-Presidente: Manoel de Medeiros Pereira (PPB)

1° Secretário: Luiz Paulo Silveira (PSDB)

2° Secretário: Valdemar Pedro Da Rolt (PFL)

3º ano

Presidente: Santos Jorge da Silva (PSDB)

Vice:Presidente: Luiz Paulo Silveira (PSDB)

1º Secretário: Nelson da Silva (PPB)

2º Secretário: Valdemar Pedro Da Rolt (PSDB)

Assessor Jurídico: João Carlos De Pellegrin de Souza

4º ano

Presidente: Luiz Paulo Silveira (PSDB)

Vice:Presidente: Luiz Carlos Feltrin (PMDB)

1º Secretário : Valdemar Pedro Da Rolt (PSDB)

2º Secretário : Geraldo Antonio Teixeira (PMDB)

Assessor Jurídico: João Carlos De Pellegrin de Souza

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Secretarias Municipais

Jarvis Gaidzinski iniciou sua gestão com as seguintes secretarias:

Secretária de Administração e Finanças, Indústria e Comércio, Turismo e

Meio Ambiente: Jorge Bernardini Serafin/Valentin Damaria Rosso

Secretaria de Transportes e Óbras: Antonio Cardoso Petronilho

Secretaria de Saúde e Promoção Social: José Aldo Furlan/Manoel de

Medeiros Pereira/Sidney de Oliveira Duarte

Secretaria de Agricultura: Zenor Calegari Fragnani/Luiz Paulo Silveira/San-

tos Jorge da Silva

Secretaria de Educação, Cultura e Esportes:

Silviane Silvano Goulart/Juciléia Fontanella

Jarvis Gaidzinski

Segundo Prefeito eleito em Cocal do Sul

Profissão: Industrial

Nascimento: 1° de Dezembro de 1938

Naturalidade: Cocal do Sul-SC

Filiação: Maximiliano Gaidzinski e Octavia Burigo Gaidzinski

Filhos: Jarvis, Jacques, Karina, Alexandre Maximiliano, Helen e Octavia

Tamila.

Estudos:

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1° Grau: Cursou nos Colégio Profe. Padre Schuller de Cocal do Sul, Nossa

Senhora do Rosário e Nossa Senhora das Dores - Porto Alegre-RS.

2° Grau Científico: Colégio Nossa Senhora das Dores – Porto Alegre-RS

Superior: Administração – FUCRI – Criciúma-SC (incompleto)

Curso de piloto: Escola Varig de Aeronáutica

Inglês: Intensive English – Londres – Inglaterra

Técnico em Contabilidade: Escola Técnica de Comércio de Criciúma-SC

Cursos Técnicos Especiais de: avicultura, suinocultira, revestimento cerâmico

e refratário cerâmico

Mandatos Eletivos:

Deputado Estadual – 1983 – 1986 – SC – PDS

Deputado Estadual (Constituinte) – 1987 – 1989 – SC – PDS

Deputado Federal – 1991 – 1994 – SC – PPR

Atividades Parlamentares na Assembléia Legislativa:

Membro da Comissão de Ciência e Tecnologia, Agricultura, Economia e De-

senvolvimento -–1983 – 1984

Vice-líder da Bancada – 1984 – 1985

Membro da Comissão de Finanças, Orçamento e Contas do Estado – 1985

Vice-Presidente da Comissão de Viação, Obras Públicas e Comunicações –

1995

Primeiro Secretário da Mesa – 1986

Membro da Comissão de Redação de Leis – 1987

Membro da Comissão de Defesa do Consumidor – 1987 – 1989

Líder da Bancada – 1989

Membro da Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público – 1989

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José Aldo Furlan

Segundo Vice-Prefeito eleito em Cocal do Sul

Data de Nascimento: 24 de Setembro de1952

Naturalidade: Cocal do Sul-SC

Filiação: Zeferino Euclides Furlan

Victoria Dal Pont Furlan

Casado com Salete Cechinel Furlan

Filhos: Vitória Maria, Zeferino Euclides eVitália

Atividades:

É agricultor. Foi Vereador na Primeira Legislatura e Presidente da

COPERCOCAL na gestão 1997/2000, sendo reeleito para a gestão 2000/

2003

Foi, durante três anos, Presidente da APP do Colégio Professor Padre

Schuller

Participa há vários anos de corais do município, sendo fundador do coral “tre

colori”

Foi fundador do PFL – Partido da Frente Liberal de Cocal do Sul, sendo seu

atual Presidente.

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A TERCEIRA ELEIÇÃO DO MUNICÍPIO DE COCAL DO SUL

As eleições municipais para a escolha do 3° Prefeito da História do Municí-

pio de Cocal do Sul, realizadas em 1° de Outubro de 2000, foram marcadas

pela disputa entre o Prefeito que estava no Poder, Jarvis Gaidzinski e seu

vice, José Aldo Furlan.

O pleito municipal transcorreu sem qualquer acontecimento que o maculasse

marcado, sobretudo, pela forte disputa entre o Prefeito, que concorria à re-

eleição e o seu vice, que pleiteava o comando do Executivo Municipal, além,

é claro, da eleição ser totalmente eletrônica, o que favoreceu saber-se, em

pouco mais de uma hora após o “desligar das urnas”, o resultado final.

A eleição foi vencida por José Aldo Furlan, numa coligação envolvendo 4

partidos políticos: PFL/PMDB/PPS/PDT, derrotando a coligação PPB/PSDB/

PTB/PL e cujo resultado foi o seguinte:

Prefeito eleito José Aldo Furlan, Vice-prefeito José Ivanor Zanette e suas respectivasfamílias.

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Para a Câmara Municipal, mais uma vez, foram muitos os inscritos para con-

correm a uma cadeira no Legislativo (69 candidatos inscritos). Nesse pleito

surge uma novidade: ao invés de 9 cadeiras na Câmara, disputou-se 11 va-

gas , saindo-se vencedores os seguintes candidatos:

Valdir Vieira da Rocha (PMDB) - 521 votos

Lourival Rosso (PSDB) - 208 votos

Manoel de Medeiros Pereira (PPB) - 215 votos

Geraldo Antonio Teixeira (PMDB) - 516 votos

João Olímpio Amado Dutra (PMDB) - 281 votos

José Delcio Rosso (PFL) - 202 votos

Marcelo Dalló (PPB) - 258 votos

Nelson da Silva (PPB) - 472 votos

Antonio Cardoso Petronilho (PPB) - 311 votos

Daniel do Prado (PSDB) - 223 votos

Nilson Borotolatto (PFL) - 471 votos

Agentes Políticos (Prefeito, Vice-prefeito e vereadores), eleitos em Outubro de 2000. Em pé daesquerda para a direita: vereadores Nelson da Silva, Antonio Cardoso Petronilho, José DelcioRosso, Nilson Bortolato, Geraldo Antonio Teixeira, Lourival Rosso, João Olimpio Amado Dutrae Daniel do Prado. Sentados da esquerda para a direita: vereadores Manoel de Medeiros Pe-reira e Marcelo Dalló, Vice-prefeito José Ivanor Zanette e sua esposa Maria dee Lourdes CorreaZanette, Primeira Dama Salete Cechinel Furlan, Prefeito José Aldo Furlan e o vereador ValdirVieira da Rocha.

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A QUARTA ELEIÇÃO DO MUNICÍPIO DE COCAL DO SUL:OUTUBRO DE 2004

A Quarta eleição do Município de Cocal do Sul, realizada em 03 deOutubro de 2004 foi um processo eleitoral atípico, disputado por doiscandidatos ao cargo de prefeito, sendo eles, de um lado, Jarvis GaidzinskiFilho, representando a coligação PP/PSDB/PL/PTB e de outro José OrleiSartor, representando a coligação PMDB/PFL/PDT/PPS/PT.

O resultado dessas eleições foi marcado por uma grande diferença devotos entre os candidatos a prefeito, que foi de 2.075 votos, denotando aatipicidade do processo eleitoral.

Essa atipicidade foi em função do descontentamento com a gestão quesaia sob denúncias de desmandos administrativos, promovidos pela oposiçãoe pelo Ministério Público, o que enfraqueceu consideravelmente a base dacoligação do candidato do PMDB, já que representava a coligação vencedoradas eleições anteriores.

Jarvis Gaidzinski Filho foi favorecido por toda uma conjunta: a coligaçãocom o PSDB, partido que mais havia crescido no município e o trabalhofortíssimo levado a cabo pela oposição ao prefeito que estava no Poder,José Aldo Furlan.

Gaidzinski saiu vitorioso com uma expressiva votação. Foram 5.508votos, o que totalizou 61,60% dos votos válidos, contra 3.433 votos de JoséOrlei Sartor, que em termos percentuais representou 38,40% dos votosválidos.

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JARVIS GAIDZINSKI FILHO - Prefeito

Nascido em Criciúma/SC em 07 de Abril de1962, filho de Jarvis Gaidzinski (in memorian) ede Adelia Tasso Gaidzinski. Casado com apediatra Milena Soratto tem 4 filhos: MarioHenrique, Jarvis José, João Luiz e Rafaela.

Jarvis fez o ensino fundamental nas escolasMadre Tereza Michel (1ª a 4ª série) e Marista(5ª a 8ª série), em Criciúma/SC. Iniciou o ensinomédio no Marista, tendo concluído no ColégioBardau de Florianópolis. Cursou Busines

Agriculture no Ferrum College nos Estados Unidos durante dois anos.Retornou para o Brasil e na Universidade Federal de Santa Catarina se formouem Engenharia de Agronomia. Atualmente freqüenta a 7ª fase do curso deDireito na Unesc-Universidade do Extremo Sul de Santa Catarina. Em suatrajetória de estudante atuou como líder de classe, secretário do GrêmioEstudantil e membro da UNE, época em que atuou ativamente do movimento“Diretas Já”.

Iniciou sua vida profissional aos 17 anos. Trabalhou durante dois anosna Frutigal em Erechim/RS, passando também pela SULPA onde trabalhoucomo gerente de vendas. Ingressando no Grupo Eliane, trabalhou comovendedor, sendo depois promovido a gerente de filial no Rio de Janeiro.Atualmente Jarvis Gaidzinski Filho faz parte do Conselho de Administraçãoda MAGASA, uma das empresas do Grupo Eliane e também é Secretáriodo Conselho Administrativo da Coopercocal.

Sua vida política iniciou em 2002 quando se filiou ao PP – PartidoProgressista. Em 2004 foi candidato a Prefeito de Cocal do Sul, conseguindouma expressiva vitória. Teve como exemplo político seu pai Jarvis Gaidzinski,que já foi prefeito de Cocal do Sul., além de seu tio Aristorisdes Stadler, quejá assumiu o cargo de Senador da República.

Jarvis Filho é católico e atua como membro da equipe do movimentoNossa Senhora do Perpétuo Socorro.No esporte foi campeão de judô egosta de praticar surf. É também conselheiro do Criciúma Esporte Clube.

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NILSON BORTOLATTO – Vice-Prefeito

Nilson Bortolatto nasceu em 16 de Dezembrode 1956 em Cocal do Sul. Filho de RosalinoBortolatto e Silvina Fontanella. É casado há 29anos com Rosana Saccon e tiveram dois filhos:Itamir e Helton.Trabalhou na agricultura até 1977. Após, iniciousuas atividades no Grupo Eliane aípermanecendo durante 13 anos. Atualmente émicro-empresário, no ramo de transportes.

Na política, em 1996 foi candidato a vereador,ficando como primeiro suplente. Quatro anosdepois se candidatou novamente ao cargo devereador, sendo eleito com 471 votos, obtendoa terceira maior votação no pleito.Nilson presidiu a Câmara Municipal no ano de

2003 e é Secretário da Coopertrasul – Cooperativa de Transportes de Cocal doSul.

Para a Câmara Municipal foram eleitos:

NELSON DA SILVA (PP)com 546 votos

AGENOR DA SOLLER (PFL)com 387 votos

CASEMIRO GOLOMBIESKI JUNIOR (PSDB) com 384 votos

ADRIANO POSSAMAI DELLA (PSDB) com 383 votos

MARIA DE LOURDES CORREA ZANETTE (PFL) com 369 votos

VONEI DA SILVA (PFL) com 369 votos

MARIA SALETE TEIXEIRA BURIGO (PMDB) com 347 votos

ANGELO VICENTE CIPRIANO (PMDB) com 317 votos

EDSON ZOMMER (PP) com 292 votos

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COMPOSIÇÃO DA MESA DIRETORA DA CÂMARA MUNICIPAL PARA 2005

Presidente: Nelson da Silva (PP)Vice-presidente: Agenor Da Soller1° Secretário: Maria Salete Teixeira Burigo2° Secretário: Ângelo Vicente Cipriano

Vereadores eleitos para a 4ª Legislatura. Da esquerda para a direi-ta: Cassemiro Golombieski Junior, Maria Salete Teixeira Búrigo,Agenor Da Soller, Nelson da Silva, Volnei da Silva, AdrianoPossamai Della, Vicente Cipriano, Maria de Lourdes CorreaZanette e Antonio Cardoso Petronilho (1º Suplente do PP)

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CARACTERÍSTICAS FÍSICAS, GEOGRÁFICAS, E

ECONÔMICO-SOCIAIS DO MUNICÍPIO DE COCAL DO SUL

Limites geográficos

Limites

Cocal do Sul, limita-se ao Norte com Urussanga e Pedras Gran-

des. Ao Sul com Morro da Fumaça e Criciúma. Ao Oeste com Siderópolis.

Área

A área atual do Município é de 78,4 Km2.

Coordenadas Geográficas

Altitude: 58 m acima do nível do mar

Latitude: 28 graus, 36 minutos e 04 segundos.

Longitude: 49 graus, 19 minutos e 33 segundos.

Urussanga

Morro da Fumaça

Criciúma

SiderópolisPedras

Grandes

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INDICADORES POPULACIONAIS DO MUNICÍPIO DECOCAL DO SUL

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Bairros

Os bairros em Cocal do Sul são os seguintes:

Bairro Vila Nova

Bairro Brasília

Bairro São João

Bairro Jardim das Palmeiras

Bairro Jardim Itália

Bairro Boa Vista

Bairro Guanabara

Bairro União

Bairro Cristo Rei

Bairro Monte Carlos

Bairro Horizonte

Bairro Jardim Elisabethe

Bairro Jardim Bela Vista

Conjunto Habitacional Angelo Guollo

Área Industrial

Centro

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Ruas principais

v Av. Dr. Polidoro Santiago - corta o centro da cidade.

v Rua Zeferino Burigo - inicia ao lado da Igreja Matriz, encontrando-

se com a Rua Demétrio Bettiol, no Bairro Brasília.

v Rua Maximiliano Gaidzinski – antiga Rua da República, passa em

frente às Empresas Eliane (escritório central).

v Rua Rui Barbosa – passa em frente ao Colégio Padre Schuller

v Rua Demétrio Bettiol – é a que rua que dá o acesso principal ao

Bairro Brasília.

v Rua Vereador Paulino Burigo – inicia-se na Rua Dr. Polidoro Santi-

ago, até encontrar-se com a Rua Guy Marcos Nunes de Souza.

v Rua Voluntários da Pátria – inicia-se na SC 446, corta os fundos no

Colégio Padre Schuller, encontrando-se com a Rua Guy Marcos

Nunes de Souza.

v Rua Alfredo Del Priori – inicia-se ao lado da Igreja Matriz, passan-

do pelo Cemitério Municipal, Bairro União, Bairro Acioly de Vas-

concelos, até encontrar-se com a Linha Estação Cocal.

v Rua Ambrósio Dalló – inicia no trevo da Polícia Rodoviária e segue

até encontrar com a Linha Cabral.

v Rua Professor Paulo Galli – é a rua paralela à Rua Maximiliano

Gaidzinski.

v Rua Francisco Possamai – está localizada no Bairro Boa Vista, li-

gando a Rua Alfredo Del Priori à Rua Ambrósio Dalló.

v Rua Anita Garibaldi – liga a Rua Voluntários da Pátria e a

Maximiliano Gaidzinski.

v Rua 26 de Setembro (homenageia o dia em que foi sancionada a Lei

criadora do Município) – liga a Rua Professor Paulo Galli à Rod.

Maximiliano Gaidzinski.

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313

COCAL DO SUL: um mergulho em sua história COCAL DO SUL: um mergulho em sua história

v Rua Adão Bosa – inicia-se na Rua Maximiliano Gaidzinski, até encontrar

a Rua Benjamin Constant.

v Rua José Burigo – liga a Rua Maximiliano Gaidzinski à Rua Profes-

sor Paulo Galli.

v Rua Irmã Júlia – liga a Av. Polidoro Santiago à Rua Rui Barbosa,

passando ao lado do Seminário Diocesano.

v Travessa Francisca Martins de Oliveira Burigo – serve de ligação

entre a Rua Rui Barbosa e a Av. Polidoro Santiago, passando ao lado

da residência do Sr. Venício Burigo.

v Rua Angelo Peruchi – liga a Rua Voluntários da Pátria à Maximiliano

Gaidzinski, passando em frente à Delegacia de Polícia.

v Travessa Ivani Maria Osellame Zaccaron – liga a Rua Maximiliano

Gaidzinski à Rua Professor Paulo Galli.

v Rua Fernando De Faveri – liga a Rua Maximiliano Gaidzinski,

atravesando a Rua Professor Paulo Galli, até encontrar-se com a SC

446.

v Rua Guy Marcos Nunes de Souza – inicia na Av. Dr. Polidoro Santi-

ago e segue no sentido Linha Ferreira Pontes.

v Rua Paulo Cecchinel – localiza-se aos fundos da garagem da Prefei-

tura Municipal.

v Rua Antonio Nunes de Souza – inicia-se ao término da Av. Dr.

Polidoro Santiago (sentido Urussanga), até terminar o perímetro ur-

bano.

v Rua Jorge Meneghel – inicia na Rua Antonio Nunes de Souza (SC

446), dando acesso ao Bairro São João.

v Rua Padre Francisco Chilinski – liga a Av. Dr. Polidoro Santiago à

Rua Voluntários da Pátria.

v Rua Porphirio Daccoréggio – liga a Rua Guy Marcos Nunes de Souza à

Rua Jorge Meneghel, no Bairro São João.

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COCAL DO SUL: um mergulho em sua história COCAL DO SUL: um mergulho em sua história

Linhas Coloniais

Linha Ferreira Pontes

Linha Espanhola

Linha 1ª Braço Cocal

Linha Tigre

Linha 2ª Espanhola

Linha Rio Perso

Linha Criciúma

Linha Estação Cocal

Linha Cabral

Linha 2ª Braço Cocal

Linha Vicentina

Linha 2ª Cocal

Linha Urussanga

Há ainda localidades de Rio Comprudente e Rio Galo.

Clima

O clima no Município de Cocal do Sul é o mesmo da região

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COCAL DO SUL: um mergulho em sua história COCAL DO SUL: um mergulho em sua história

onde está localizado, ou seja, é mesotérmico, tipo úmido, sem estação seca.

No verão predominam as chuvas e trovoadas. No inverno, é mais úmido,

com constantes ventos do quadrante sul.

Temperaturas registradas:

Máxima: 40 C

Média: 19 C

Mínima: 05 C

Vegetação

Predomina o da região onde está localizado o Município, isto é,

a vegetação do tipo Mata Atlântica.

Relevo

O relevo predominante é o de relevo ondulado.

Rios

Os principais rios que cortam o Município são:

Rio Cocal e Rio Tigre, em cujos transcursos, ocorrem algumas quedas d’

água.

Solo

Os tipos de solo são: arenosos e argilosos.

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COCAL DO SUL: um mergulho em sua história COCAL DO SUL: um mergulho em sua história

AMREC – ASSOCIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS DA RE-GIÃO CARBONÍFERA

O Município de Cocal do Sul faz parte da AMREC, que é aAssociação dos Municípios da Região Carbonífera. Essa Associa-ção existe desde 25 de abril de de 1983, sucedendo à antiga Asso-ciação dos Municípios do Sul do Estado de Santa Catarina –AMSESC, criada em 26 de Junho de 1970, que nesta época com-preendia 16 municípios, pertencentes às regiões polarizadas porCriciúma e Araranguá. Criada a AMESC, Associação dos Municí-pios do Extremo Sul Catarinense, com sede em Araranguá, aAMREC passou a filiar somente os municípios da chamada Re-gião Carbonífera, cuja sede está em Criciúma.

Integram a AMREC os seguintes municípios:

1. Cocal do Sul2. Criciúma3. Forquilhinha4. Içara5. Lauro Muller6. Morro da Fumaça7. Nova Veneza8. Siderópolis9. Treviso10. Urussanga

Lauro Müller

Urussanga

Cocaldo Sul

Morro daFumaça

Içara

Criciúma

Forquilhinha

Nova Veneza

Siderópolis

Treviso

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Posição geográfica da AMREC no estado dee Santa Catarina

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COCAL DO SUL: um mergulho em sua história COCAL DO SUL: um mergulho em sua história

ASPECTOS EDUCACIONAIS E CULTURAIS

DO MUNICÍPIO DE COCAL DO SUL

Cocal do Sul, que no campo educacional, pertence à 3ª CRE,

tem uma posição destacada na região de sua abrangência, especialmente

se levarmos em conta o tamanho geográfico do município (78,4 km2) e

o número de estabelecimentos educacionais aqui existentes.

Ao todo são 15 estabelecimentos, aí compreendidos, a rede

pública municipal e a rede pública estadual, os colégios particulares e

o de natureza filantrópica.

Os estabelecimentos educacionais particulares

A rede particular de ensino, é composta de dois estabelecimen-

tos, assim compreendidos:

Colégio Cocal

O Colégio Cocal foi fundado em em 1978, tendo como grande

incentivador o Empresário Edson Gaidzinski, que via a necessidade de

uma ampliação no número de vagas na área educacional, como forma de

so obter uma melhor qualificação da mão de obra aqui existente, especi-

almente àqueles que não tiveram a oportunidade de concluir os estudos,

básicos ou suplementares.

O seu funcionamento foi autorizado através do Parecer n° 38/80,

do Conselho Estadual de Educação. Durante quatorze anos, funcionou,

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COCAL DO SUL: um mergulho em sua história COCAL DO SUL: um mergulho em sua história

no período noturno, nas dependências do Colégio Estadual Professor

Padre Schuller, cedidas pelo Governo do Estado. Em 1994, o Colégio

Cocal inaugura sua sede própria, à Rua Paris, n° 260, Bairro Boa Vista.

IMG – Instituto Maximiliano Gaidzinski

O IMG, que nasceu à partir do CMG, foi uma inspiração do Grupo

Eliane, que, necesitando de mão de obra altamente qualificada, para atuar

especificamente no ramo cerâmico, empreendeu, através da área de recur-

sos humanos de seu conglomerado de empresas, o fomento de um estabele-

cimento de ensino à nivel de 2° Grau, que fosse apto a oferecer à esta quali-

ficação. Atualmente o CMG faz parte da estrutura do IMG - Instituto

Maximiliano Gaidizinski, lançado oficialmente no dia 20 de Setembro de 2004.

A Rede Pública de Ensino, divide-se em Municipal e Estadual, assim

compreendidos:

REDE PÚBLICA MUNICIPAL DE ENSINO

I.E.I - Cantinho Alegre

I.E.I - Os Amigos

I.E.I - Recanto Feliz

I.E.I - Pequeno Príncipe

E.E.B - José Perucchi

E.E.B - Giovanni Batain

E.E.F - Cristo Rei

E.E.F - União

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COCAL DO SUL: um mergulho em sua história COCAL DO SUL: um mergulho em sua história

E.E.B - Demétrio Bettiol

REDE PÚBLICA ESTADUAL

E.E.B - Prof. Padre Schuller

Extensão CEDUP

ESTABELECIMENTO DE EDUCAÇÃO ESPECIAL

CALA/APAE

Um breve histórico

O Centro deApoio Luzes do Ama-nhã, foi idealizado porIvany Burigo Issa eum grupo de voluntá-rios. Nasceu com oobjetivo de oferecereducação especialdestinada às pessoas

portadoras de deficiência.A data que marcou a idealização dessa instituição é 21 de

Outubro de 1993. Neste dia realizou-se a primeira reunião de tra-balho do grupo liderado por Dona Ivany, sendo escolhido o nomeda futura instituição de educação especial, CALA.

As reuniões de trabalho eram realizadas na casa de DonaIvany. Tempos mais tarde, o pai de Dona Ivany, Waldemar JoséBurigo, percebendo que a idéia da filha era grandiosa, resolveudoar os terrenos necessários à construção de um edificio que aten-desse aos objetivos da instituição idealizada por sua filha. E em 25de Abril de 1999 o CALA inicia suas atividades em sede própria,sendo que a inauguração oficial aconteceu em 20 de Junho deste

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COCAL DO SUL: um mergulho em sua história COCAL DO SUL: um mergulho em sua história

mesmo ano.Nesta época, 1999, eram 61 alunos especiais, cujas idades

variavam de 02 a 49 anos. A equipe técnica era composta de assis-tente social, Psicóloga e Fonoaudióloga.

Na instituição, esses alunos especiais são estimulados a de-senvolverem muitas habilidades e, através de trabalhos manuaiscomo tapetes, almofadas de espuma picada, acolchoados, bolsas,aulas de educação artística, educação física e exercícios pedagógi-cos, desenvolvem a percepção necessária do mundo ao seu redor,tornando-se pessoas participativas, a par de deficiência.Testemunhando o valoroso e importante trabalho desenvolvido peloCALA, a comunidade de Cocal do Sul começou a dar apoio à ins-tituição e, em todas as campanhas realizadas com o objetivo deangariar fundos, respondeu com entusiasmo.

Uma das grandes conquistas da instituição, após grande la-buta de sua diretoria, foi sem dúvida a conversão da entidade naAPAE - Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais. Era 25de Abril de 1998. Dona Ivany permaneceu no cargo de Presidenteda instituição até Março de 2002, quando assumiu a Presidênciaseu filho Samir Roberto Issa, que tem a responsabilidade de conti-nuar o grande trabalho deixado por sua mãe.

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INDICADORES EDUCACIONAIS DO MUNICÍPIODE COCAL DO SUL

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COCAL DO SUL: um mergulho em sua história COCAL DO SUL: um mergulho em sua história

Aspectos Políticos:

Prefeito - Jarvis Gaidzisnki Filho

Vice-prefeito - Nilson Bortolatto

Presidente da Câmara Municipal: a Lei Orgânica do Muni-

cípio de Cocal do Sul e o Regimento Interno da Câmara Municipal autorizam

a eleição anual de presidente para o Legislativo Sul Cocalense. Em razão

disso tivemos como presidentes nas legislaturas que se seguiram:

Galeria dos Presidentes:

1ª Legislatura:

Geraldo Antônio Teixeira ( 1993 )

Zênio César Galli ( 1994 )

Eraldo José Saccon ( 1995 )

Lourival Rosso ( 1996 )

2ª Legislatura:

Nelson da Silva ( 1997 )

Agenor Da Soller ( 1998 )

Santos Jorge da Silva ( 1999 )

Luiz Paulo Silveira ( 2000 )

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COCAL DO SUL: um mergulho em sua história COCAL DO SUL: um mergulho em sua história

3ª Legislatura:

Valdir Vieira da Rocha ( 2001 )

Lourival Rosso ( 2002 )

Nilson Bortollato ( 2003 )

João Amado Olímpio Dutra / Daniel do Prado ( 2004 )

4ª Legislatura:

Nelson da Silva ( 2005 )

Vereadores:

1ª Legislatura:

Geraldo Antônio Teixeira

Manoel de Medeiros Pereira

Olga Carara Antunes

Zênio César Galli

Eraldo José Saccon

José Aldo Furlan

Lourival Rosso

Agenor Da Soller

Santos Jorge da Silva

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COCAL DO SUL: um mergulho em sua história COCAL DO SUL: um mergulho em sua história

2ª Legislatura:

Nelson da Silva

Geraldo Antônio Teixeira

Jucemar Custódio / Antônio Carlos Feltrin

Manoel de Medeiros Pereira

Agenor Da Soller

Luiz Paulo Silveira

Santos Jorge da Silva

Valdemar Pedro Darolt

José Ivanor Zanette

3ª Legislatura:

Valdir Vieira da Rocha

Lourival Rosso

Manoel de Medeiros Pereira

Geraldo Antônio Teixeira

João Olímpio Amado Dutra

José Délcio Rosso

Marcelo Dalló

Nelson da Silva

Antônio Cardoso Petronilho

Daniel do Prado

Nilson Bortolatto

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Partidos Políticos: As agremiações políticas legalmente registradas na 34ª

Zona Eleitoral e com diretórios ou comissões provisórias em Cocal do Sul

são:

PMDB - Partido do Movimento Democrático Brasileiro

Presidente:

PPB - Partido Progressista Brasileiro

Presidente: Jailson César Guollo

PFL - Partido da Frente Liberal

Presidente:

PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira

Presidente: Volnei da Silva

PPS - Partido Popular Social

Presidente:

PTB - Partido Trabalhista Brasileiro

Presidente:

PDT - Partido Democrático Trabalhista

Presidente:

PL - Partido Liberal

Presidente:

PT - Partido dos Trabalhadores

Presidente:

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OS PREFEITOS INTERINOS

O ano de 2004 foi um ano bastante conturbado para o jovemMunicípio de Cocal do Sul. É que a forte oposição à Administraçãode José Aldo Furlan fez eclodir na Justiça Estadual uma ação civilpública, promovida pelo Ministério Público Estadual, através de seurepresentante na Comarca de Urussanga, desencadeando um fato suigeneris na recente história do município: nun interregno de seismeses, o município teve três prefeitos diferentes.

A POSSE DE DANIEL DO PRADO

A POSSE DE JOÃO OLÍMPIO AMADO DUTRA

O RETORNO DE JOSÉ ALDO FURLAN

NOVA POSSE DE JOÃO OLÍMPIO AMADO DUTRA

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COCAL DO SUL: um mergulho em sua história COCAL DO SUL: um mergulho em sua história

Queda de avião sacode o município

Um acontecimento inusitado ocorrido no Município de Cocal

do Sul foi, sem dúvida, a queda do avião a jato modelo Cessna, prefixo

PT - LML 550 Citation que pertencia a uma empresa de taxi aéreo do

Rio de Janeiro, a Riana Táxi Aéreo. O aparelho retornava de Porto Ale-

gre para o Rio de Janeiro e quando sobrevoava o Município de Cocal do

Sul, numa tentativa de buscar socorro junto ao aeroporto Diomício Freitas,

acabou explodindo no ar a dois mil metros de altitude. Seus destroços

caíram no Bairro Jardim Elisabeth e o corpo da aeronave caiu no quintal

de dona Angelina Rosso, no exato instante em ela se encontrava descan-

sando.

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COCAL DO SUL: um mergulho em sua história COCAL DO SUL: um mergulho em sua história

A queda do aparelho ocorreu por volta das 19:30 horas, numa

sexta-feira, era 15 de Agosto de 1997, causando a morte do comandante

Fernando Piccy e o piloto Fabiano José Gonçalves. A explosão, que

ocorreu sobre o Loteamento Bela Vista, e o consequente clarão produzi-

do, foi visto em toda a região. E logo após a queda, no final do Bairro

Jardim Elisabeth no quintal da família de Lino Bif. Aglomeraram-se

cerca de 10 mil populares, vindos de diversos municípios. O acidente

poderia ter tido proporções maiores, já que o aparelho caiiu em uma área

residencial, mas felizmente por um desígnio de Deus, não matou mais

ningém a exceção de seus dois tripulantes.

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Page 333: Cocal do Sul: Um mergulho em sua história

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COCAL DO SUL: um mergulho em sua história COCAL DO SUL: um mergulho em sua história

ASPECTOS ECONÔMICOS DO MUNICÍPIO DECOCAL DO SUL

O Município de Cocal do Sul guarda um potencial econômico dosmais invejáveis no âmbito da Região Carbonífera. Sua localizaçãogeográfica, por exemplo, lhe permite expandir sua área industrial eo acesso à BR 101, que é a principal via de ligação com o Norte eo Sul do país é bastante facilitado. Vejamos seus aspectos econô-micos:

Agricultura

Cocal do Sul conta com uma área de excelentes terrenosagricultáveis, pois cerca 70% de seu território oferece essa condi-ção. Aqui se produz quase tudo o que se pode plantar: frutas, mi-lho, batata inglêsa, fumo, hortifrutigrangeiros, arroz, feijão, etc.

Pecuária

O rebanho de Cocal do Sul não é grande, todavia, com um trabalhode icentivo por parte de sua Administração local, poder-se-ia de-senvolver um bom rebanho bovino para a produção de carne e deleite para a indústria de laticínios. As condições climáticas e osseus terrenos são de ótima qualidade e favoráveis.

Piscicultura

Ainda incipiente, mas como o município possui boas nascentes deágua, a piscicultura poderia ser uma excelente fonte de renda alter-nativa para tantas famílias sulcocalenses. As iniciativas particula-res, nesse sentido, mostram que vale apena o investimento nessepotencial.

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Comércio

O comércio de Cocal do Sul, é bastante diversificado, em nadaficando a dever para os municípios de seu porte. Aqui se podeencontrar os mesmos produtos que se encontram nas cidades pólosda Região.

Indústria

A indústria em Cocal do Sul, tem no Grupo Eliane seu carro-chefe,fazendo com que o município seja reconhecido como um dos gran-des produtores de cerâmica a nível mundial, tamanho é o reconhe-cimento que o Grupo Eliane ostenta no mercado mundial.Podemos afirmar que o parque industrial de Cocal do Sul está emformação. As empresas instaladas no seu território vêm se supe-rando ano a ano. Algumas, que nasceram aqui, já contam com fili-ais em outros estados da Federação. Outras, exportam seus produ-tos, dessa forma, colaborando para a boa divulgação do nome domunicípio, que já é referência em alguns setores. Além do setorcerâmico já com reconhecido destque nacional e internacional, ossetores metal-mecânico e químico, também estão ganhandoprojeção.Percebe-se, ainda, que os setores de facção e confecção já seposicionam com certa excelência a nível egional. O mesmo se podeafirmar das empresas que operam com oferta de prestação de ser-viço.

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Bancos

HSBC BAMERINDUS

A primeira agência oficial da Praça de Cocal foi o Banco

Bamerindus do Brasil S.A, inaugurado em 14 de Setembro de 1979,

tendo como seu primeiro gerente Joel de Oliveira e 9 funcionários. O

atendimento buscava sempre a participação social, o que possibilitou

um resultado excelente para o Banco e seus clientes, produzindo gran-

des conquistas: atendimento especial para a indústria, o comércio, micro-

empresas e para os agricultores.

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COCAL DO SUL: um mergulho em sua história COCAL DO SUL: um mergulho em sua história

BANCO DO BRASIL S.A

Iniciou em Cocal como posto de atendimento em 08 de Julho de

1986, tendo como seu primeiro gerente Lourival Nagel. O posto foi transfor-

mado em agência em 15 de Março de 1991, sendo o primeiro gerente José

Idelbrando Almeida, cujo corpo funcional era de 8 pessoas. O banco atendia

a todos os segmentos da economia, mas elegeu como sua finalidade prioritária

a agricultura, a indústria e o comércio locais. A agência do Banco do Brasil

de Cocal teve participação na construção da Sede Social da AABB, cujas

instalações são uma das melhores da região, está à disposição de toda a

Região Sul, o que inclui o nosso município. Essas instalações podem ser

usadas em qualquer manifestação social ou cultural da comunidade de Cocal

do Sul.

BANCO BRADESCO S.A

Iniciou como um posto de serviço, localizado dentro das Em-

presas Eliane, com o objetivo de atender os funcionários do Grupo Eliane

que trabalhavam em Cocal. Este posto de serviço era vinculado à Agên-

cia do Bradesco de Urussanga e só foi transformado em agência, abrin-

do suas portas para toda a comunidade no dia 26 de Outubro de 1993,

tendo como primeiro gerente Gilberto Benedet. Por força de sua atividade

específica, o banco priorizou as áreas da indústria, comércio e agricultu-

ra, mas estabeleceu como marca, a participação nas iniciativas e eventos

da comunidade.

BESC - BANCO DO ESTADO DE SANTA CATARINA

A agência foi inaugurada em 29 de Novembro de 1994, cujo

primeiro gerente foi Vilmar de Oliveira, que contava, inicialmente, com

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COCAL DO SUL: um mergulho em sua história COCAL DO SUL: um mergulho em sua história

5 funcionários.

A vinda do Besc para o município deu-se por solicitação do

Poder Público Municipal, visto que a mavimentação financeira da Pre-

feitura, os repasses estaduais, bem como o recolhimento de tributos e

taxas, e também o pagamento dos servidores públicos estaduais que

atuavam no município deviam ser realizados através deste banco.

Além de ser necessário à vida do Poder Público Municipal,

o Besc serve também aos demais segmentos da atividade econômica do

município: indústria, comércio, agricultura, dando especial atenção ao

micro-empresário.

Primeiras instalações do Banco do Estado de Santa Catarina em Cocal do Sul,inaugurado em 29 de novembro de 1994.

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COCAL DO SUL: um mergulho em sua história COCAL DO SUL: um mergulho em sua história

LIONS CLUB DE COCAL DO SUL

O Lions Clube de Cocal do Sul foi fundado em 27 de Outubro de

1987, tendo por padrinho o Lions Clube de Criciúma Sul. Mas o que é este

clube de? O que faz e por que foi criado? É o que tentaremos expôr a seguir

como forma de homenagear esta importante entidade em nosso município.

Lions Clube é um movimento universal, destinado a promover, pelo serviço

desinteressado, melhorias no ambito do município, estado, país e de todo o

mundo, através do companheirismo, da amizade e da compreensão mútua

entre os sócios. Este movimento universal congrega homens e mulheres

motivados pela finalidade de servir, desidenteressadamente, sua comunidade

e aos seus semelhantes.

O Lions Clube Internacional foi fundado em 10 de Outubro de 1917

por Melvis Jones, americado natural do Arizona, nascido em 13 de Janeiro

de 1879. LIONS, é uma sigla e significa: Liberdade – Integridade – Ordem

– Nacionalismo – Serviço.

O leonismo no Brasil estabeleceu-se no dia 16 de Abril de 1952 com

a fundação do primeiro clube, que foi o Lions Clube Rio de Janeiro.

A carta constitutiva de ingresso oficial no Lions Clube Internacional, foi

concedida ao Lions Clube de Cocal do Sul em 10 de Junho de 1988, quando

Cocal era ainda Distrito de Urussanga, sob o número de identificação 3310

e clube n° 47869.

A posse dos sócios fundadores do Lions Clube Cocal do Sul foi

realizada em assembléia festiva com presença marcante dos Lions Clubes do

Distrito L-28, hoje denominado Distrito LD-9. Na oportunidade, o

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COCAL DO SUL: um mergulho em sua história COCAL DO SUL: um mergulho em sua história

Governador do Distrito L-28 e C.L, Francisco Zomer, oficializou a formação

do Lions Clube do Distrito de Cocal, empossando seus sócios fundadores.

Os sócios fundadores do Lions Clube de Cocal do Sul

Abílio Biela

Adair Pagnan

Abidala Issa

Cledio Fachin

Edmar João Galli

Enio Burigo

Eugenio Bergamann

Hylario Ernesto De Faveri

Ítalo Rafael Zaccaron

João Carlos Guislandi

José Orlei Sartor

José Carlos Marcelino

José Norberto Burigo

João Sobreira

Lindolfo Likimann

Mateus Carrer Filho

Paulo Bosa

Paulo J Galli

Walmor Mario Guollo

Valcir Consoni

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COCAL DO SUL: um mergulho em sua história COCAL DO SUL: um mergulho em sua história

O Lions Clune de Cocal do Sul é um clube de serviço muito atuante

em nossa cidade. E durante estes anos, desenvolveu inúmeras campanhas,

ou por meios próprios ou através de parcerias e também cooperação com

outras entidades. As campanhas que mais marcaram foram a da formação da

“Comissão Pró-Emancipação do Distrito de Cocal” e “Ajude a salvar o

Felipe”. Duas iniciativas vitoriosas que tiveram a participação decisiva do

Lions Clube de Cocal do Sul.

Para organizar todos os eventos de cunho social, cultural, cívico e outros,

o Lions Clube envolve todos os seus sócios, através de orientação de sua

diretoria, que é eleita anualmente para o “ano leonístico”. Todos os presidentes

do Lions Clube de Cocal do Sul não mediram esforços que, juntamente com

os sócios e domadoras , para que o nosso clube local fosse reconhecido pelo

Lions Clube Internacional, o que lhe conferiu a qualidade de ser um dos lions

mais atuantes de seus quadros.

Galeria dos Presidentes

Edmar João Galli ano leonístico 1987/88

Walmor Mario Guollo ano leonístico 1988/89

João Carlos Guislandi ano leonístico 1989/90 e 1999/00

José Carlos Marcelino ano leonístico 1990/91

José Orlei Sartor ano leonístico 1991/92

Cledio Fachin ano leonístico 1992/93 e 2000/01

Ademir Magagnin ano leonístico 1993/94

José Norberto Burigo ano leonístico 1994/95

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Sergio Benedet ano leonístico 1995/96

Sergio Nuernberg ano leonístico 1996/97

Jailson Cesar Guollo ano leonístico 1997/98 e 2002/03

José Pedro Livramento ano leonístico 1998/99

Carlos Alberto Feltrin ano leonístico 2001/02

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