Cobertura jornalística das Manifestações na Copa das Confederações 2013

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CHIRLIANA SOUZA FÁBIO MAGALHÃES JULIANA ABADE COBERTURA JORNALÍSTICA DAS MANIFESTAÇÕES NA COPA DAS CONFEDERAÇÕES 2013 TAGUATINGA - DF 2013

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Relatório de pesquisa apresentado no curso de pós-graduação relativo ao trabalho da disciplina de Pesquisa em Comunicação. A presente pesquisa descreve de que forma as agressões sofridas por profissionais de comunicação e o vandalismo praticado por populares durante as manifestações ocorridas na Copa das Confederações influenciaram no enfoque da cobertura da mídia.

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CHIRLIANA SOUZA FÁBIO MAGALHÃES

JULIANA ABADE

COBERTURA JORNALÍSTICA DAS MANIFESTAÇÕES NA COPA DAS CONFEDERAÇÕES 2013

TAGUATINGA - DF 2013

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CHIRLIANA SOUZA FÁBIO MAGALHÃES

JULIANA ABADE

COBERTURA JORNALÍSTICA DAS MANIFESTAÇÕES NA COPA DAS CONFEDERAÇÕES 2013

Relatório de pesquisa apresentado no curso de pós-graduação da Faculdade de Ciências Sociais e Tecnológicas – ESTÁCIO/FACITEC relativo ao trabalho da disciplina de Pesquisa em Comunicação, sob a orientação do professor Alexandre Silvino.

TAGUATINGA-DF 2013

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SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ……………………………………………………………………...........4 2. OBJETIVO GERAL ……………………………………………………….......………...4 3. MODELO DE VARIÁVEL …………………….....………………………….......………4 4. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ……………………………………………….....………..5 5. HIPÓTESES ……………………………………………………………………......…….5 6. MÉTODO ………………………………………………………………………...........….5 6.1 Tipo de pesquisa ………………………………………………………......……5

6.2 Participantes…...……………………………………….………………....……..6

6.3 Procedimentos e Instrumentos ……………………………………………..…6

6.4 Tipos de respostas.......................................................................................7

7. CONCLUSÃO..........................................................................................................8 7.1 Percepções.............................................................................................................9

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1. INTRODUÇÃO

O ano de 2013 foi marcado pelas manifestações realizadas pelo País. Os

protestos populares tiveram início com o aumento absurdo no valor das tarifas do

transporte público. Esse processo desencadeou uma série de confrontos entre

manifestantes e policiais, configurada por ações de violência e vandalismo.

A partir desse cenário, a cobertura jornalística das manifestações na Copa

das Confederações, realizada de 15 a 30 de janeiro de 2013, passou por mudanças

significativas no enfoque das informações noticiadas pela imprensa em geral – rádio,

TV, mídia eletrônica, redes sociais – conforme a forma que a polícia abordava os

manifestantes durante os atos nas ruas de várias capitais do Brasil.

Para entender o porquê da mudança de opinião praticada pelos veículos de

comunicação, a presente pesquisa descreve de que forma as agressões sofridas por

profissionais de comunicação e o vandalismo praticado por popularesdurantes nas

manifestações ocorridas na Copa das Confederações influenciaram no enfoque da

cobertura da mídia.

2. OBJETIVO GERAL

Descrever como se deu a mudança do enfoque no noticiário levando em

consideração a influência das agressões físicas sofridas pelos profissionais de

comunicação e o vandalismo praticado pelos manifestantes.

3. MODELO DE VARIÁVEL

VD VI

- Enfoque do Noticiário (Avaliação) - Agressão sofrida pelos profissionais

- Vandalismo dos manifestantes

- Vandalismo contra a mídia

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4. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Descrever a influência das agressões físicas sofridas pelos profissionais de

comunicação e praticadas por policiais no processo de formação das notícias

veiculadas durante as manifestações da Copa das Confederações.

Descrever a influência dos atos de vandalismo praticados por manifestantes

sobre enfoque das notícias divulgadas sobre as manifestações da Copa das

Confederações.

Descrever como os atos de vandalismo praticados pelos manifestantes contra os

veículos de comunicação influenciaram na mudança de enfoque das notícias

divulgadas durante a Copa das Confederações.

5. HIPÓTESES

H1: Antes dos profissionais de comunicação sofrerem agressões físicas de

policiais, os veículos de comunicação iniciaram a cobertura das manifestações

com notícias em favor da ação policial e desfavorável aos manifestantes.

H2: Os veículos passaram a noticiar com enfoque positivo as manifestações

após as agressões sofridas por seus profissionais.

H3: Os atos de vandalismo praticados pelos manifestantes contra os veículos de

comunicação influenciaram no enfoque negativo das notícias divulgadas durante

a Copa das Confederações.

6. MÉTODO 6.1 Tipo de pesquisa

Com a finalidade de gerar conhecimento, esta é uma pesquisa básica. Os

dados do estudo serão coletados por meio de questionários.

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De posse desses recortes, será realizada a pesquisa de campo de natureza

qualitativa e quantitativa, com aplicação de questionários, sendo a temporalidade

transversal, com delineamento pré-teste/pós-teste, pois o período a ser analisado

compreenderá o antes, durante e depois das manifestações.

Diante de todas essas características, o formato de pesquisa adotado será o

de levantamento, que permitirá identificar quais variáveis representam a realidade, a

partir da coleta de dados feita por amostragem.

6.2 Participantes

Para a pesquisa foram escolhidos seis jornalistas e seis manifestantes. A

escolha do público possibilitou identificar o olhar crítico dos profissionais da área ao

avaliarem se os veículos mudaram o enfoque das notícias a partir das agressões

sofridas por profissionais de imprensa. Já o ponto de vista dos manifestantes

auxiliou na identificação se o que foi noticiado correspondia com a realidade dos

atos.

6.3 Procedimentos e Instrumentos

O objetivo principal é descrever como as agressões sofridas por

profissionais da imprensa alteraram o enfoque das notícias acercadas

manifestações ocorridas durante a Copa das Confederações, no Brasil, no período

de 15 a 30 de junho de 2013.

Para a análise e obtenção dos resultados sobre o enfoque da cobertura da

mídia durante as manifestações que aconteceram no País durante a Copa das

Confederações, os pesquisadores utilizaram dois tipos de questionário de pesquisa

específicos: o Surveye Stapel.

No caso da pesquisa em questão, serão aplicados questionários aos

participantes para coletar as opiniões das duas partes envolvidas no processo das

manifestações, ou seja, dos profissionais de comunicação (jornalistas) e os

manifestantes. A pesquisa foi realizada via e-mail (online).

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Após o levantamento das informações dos questionários, os dados serão

analisados e comparados pela amostragem não aleatória, por quotas, visto que,

metade dos participantes seráescolhida pela categoria de trabalho, ou seja,

jornalistas que atuam em redações, e o segundo público que responderá aos

questionários são pessoas que participaram ativamente das manifestações.

6.4 Tipos de repostas

As respostas terão o perfil fechadas e abertas e serão numeradas para

facilitar a tabulação dos resultados. Quanto à estrutura a pesquisa será

semiestruturada, e a aplicação individual. Primeiro passo para consolidar a pesquisa

é o pedido de dados demográficos do entrevistado, para melhor aproveitamento da

pesquisa, são eles: sexo, idade e grau de escolaridade.

Para consolidar a pesquisa, o primeiro instrumento escolhido foi o Survey. O

modelo de questionário é formado por nove assertivas, em uma escala de

concordância de 1 a 5, com as opções: discordo totalmente, discordo, não concordo,

concordo, concordo totalmente. Cada entrevistado pode responder apenas um

tópico das assertivas do Survey, marcando com um X na resposta.

O segundo instrumento de pesquisa escolhido foi o Stapel. O questionário

de pesquisa tem apenas uma assertiva para o entrevistado responder, a partir de

uma escala de 1 a 10. No mesmo instrumento têm duas perguntas abertas, para o

participantes responderem, em até dez linhas, com suas próprias palavras, se ele/a

percebeu a mudança no enfoque das notícias durante as manifestações na Copa

das Confederações e de que forma o abuso dos policiais contra manifestantes

contribuiu com essa mudança.

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7. CONCLUSÃO

Para descrever como se deu a mudança no enfoque no noticiário durante as

manifestações que aconteceram pelo País durante a Copa das Confederações

2013, levando em consideração a influência das agressões físicas sofridas pelos

profissionais de comunicação e o vandalismo praticado pelos manifestantes, foi

aplicada a presente pesquisa no Distrito Federal, tendo como público alvo jornalistas

e manifestantes.

Para a obtenção dos resultados, foram aplicados questionários, de forma

online, a 12 pessoas, sendo seis jornalistas e seis manifestantes. No documento, os

primeiros dados fornecidos pelos participantes eram demográficos, para descobrir a

idade, grau de escolaridade, sexo e envolvimento com o tema. Desse total, seis são

manifestantes e seis jornalistas. Em relação ao gênero, responderam os

questionários seis participantes do sexo feminino e seis do sexo masculino, com

idades entre 20 a 57 anos.

Após as informações coletadas, os questionários apresentaram assertivas

para que fossem assinaladas uma das cinco opções disponíveis, que variavam de

“discordo totalmente” a “concordo totalmente”. Ao todo, foram quatro questões

referentes aos dados demográficos; nove que se enquadram no formato Survey,

cada entrevistado pode responder apenas um tópico das assertivas do Survey,

marcando com um X a resposta.

No modelo Stapel, foi disponibilizada uma única assertiva, com uma escala

de respostas que variou de 1 a 10. No Stapel, quanto mais próximo do número 1a

resposta, mais a mídia foi parcial; e quanto mais próxima a resposta do número 10,

mais os entrevistados concordaram que a mídia foi imparcial na cobertura das

manifestações Copa das Confederações.

Para encerrar o documento, foram utilizadas duas questões abertas em que

os jornalistas e manifestantes expressaram suas opiniões acerca da cobertura

jornalística das manifestações populares de 2013. Esse formato, portanto, foi

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utilizado para dar mais precisão e corroborou para a compreensão dos dados

obtidos nas assertivas.

Dessa forma, as questões discursivas foram de fundamental importância

para identificar se as agressões sofridas por profissionais de comunicação e o

vandalismo praticado por populares durantes as manifestações ocorridas na Copa

das Confederações influenciaram no enfoque da cobertura realizada pela mídia.

7.1 Percepções

Ao analisar o instrumento Survey, percebeu-se que os participantes se

mantiveram neutros em relação a maioria das afirmativas. A única assertiva que os

respondentes concordaram foi que, após o vandalismo contra o patrimônio público, a

mídia se posicionou contra os manifestantes. A média das respostas nesta

afirmativa foi 4, a moda 5, a mediana chegou a 4 e o desvio padrão das respostas

alcançou 1,2. Portanto, os participantes concordaram parcialmente com a afirmativa.

Os jornalistas e manifestantes, na pesquisa, ficaram neutros em duas

afirmativas do Survey, ou seja, não concordaram ou discordaram das afirmativas.

Quando afirmou-se que, após a violência dos manifestantes contra mídia, o enfoque

da cobertura passou a ser favorável a ação policial, a média de concordância foi de

3,25, a moda foi 3, a mediana 3 e o desvio padrão 1,06, o que colaborou para a

conclusão de que os participantes não concordaram ou discordaram.

Quando afirmou-se que após a violência dos policiais contra os profissionais

dos veículos de comunicação o enfoque passou a ser favorável aos manifestantes,

os participantes também se mantiveram neutros. A média de concordância foi de 3,

a moda foi 3, a mediana 3 e o desvio padrão foi de 1,24.

Sobre as afirmativas que os participantes mais discordaram, foram

encontrados três resultados. Já nas assertivas de que imprensa se manteve

imparcial na cobertura das manifestações ocorridas na Copa das Confederações,os

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participantes discordaram parcialmente. A média das respostas foi 3, a moda 2, a

mediana 2 e o desvio padrão chegou a 1,16.

Na pesquisa, quando afirmado que, após a violência dos manifestantes

contra a mídia, o enfoque da cobertura da mídia passou a ser favorável aos

manifestantes, os participantes da pesquisa também discordaram parcialmente. A

média foi 2, a moda 2, a mediana 2 e o desvio padrão 1,19.

Sobre a afirmação de que, após às agressões sofridas pela mídia pelos

manifestantes, a cobertura continuou imparcial, os participantes da pesquisa

discordaram parcialmente. A média foi 2, a moda 2, a mediana 2 e o desvio padrão

0.9.

Analisando o instrumento Stapel, percebeu-se que os participantes da

pesquisa não chegaram a um consenso, uma vez que os resultados de desvio

padrão passaram dos dois pontos em todas as respostas. Perguntados sobre a

imparcialidade da mídia em relação aos manifestantes, a média foi 5, a mais

frequente foi 3, porém, o desvio padrão chegou aos 2,71. Quando questionados

sobre a parcialidade em relação à polícia, a média das respostas foi 6, sendo a mais

frequente 8 e o desvio padrão chegou aos 2,79.

Sobre a imparcialidade da mídia em relação às agressões sofridas por

profissionais, a média ficou em 4, sendo a resposta mais frequente 2. Entretanto,

seu desvio padrão chegou a 3,03. Já as questões sobre a imparcialidade em relação

ao vandalismo contra bens materiais da mídia, a média das respostas ficou em 4,

sendo 2 a resposta mais frequente e o desvio padrão chegou a 2,77.

Por fim, quando questionados sobre a imparcialidade em relação ao

vandalismo contra o patrimônio público praticado pelos manifestantes, a média das

respostas ficou em 4. Novamente,o desvio padrão ultrapassou os 3 pontos.

Analisadas as questões abertas, notou-se que a maioria dos participantes da

pesquisa sentiu a mudança do enfoque da cobertura da mídia nas manifestações.

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Porém, a variação da cobertura ocorreu com a mudança dos acontecimentos da

própria manifestação.

Após as agressões contra os profissionais dos veículos de comunicação, a

mídia passou a dar atenção aos abusos da ação policial contra os manifestantes. No

entanto, depois que ocorreram os atos de vandalismo contra o patrimônio público, a

mídia voltou a tratar os manifestantes como vândalos e baderneiros.

Em síntese, a maioria dos participantes acredita que houve abuso dos

policiais em suas ações. Porém, é consenso que tais atos não foram de totalidade

entre os policiais e que poderiam ser evitados com uma melhor orientação dos

comandantes e governo.

As hipóteses da pesquisa eram que os veículos de comunicação iniciaram a

cobertura das manifestações da Copa das Confederações favoráveis à ação policial

e ao governo. Contudo, as agressões sofridas por seus repórteres fizeram com que

o enfoque da cobertura mudasse, passando a ser favorável aos manifestantes e

contra a polícia.

A partir da análise dos resultados, pode-se concluir que as hipóteses iniciais

foram confirmadas, mas ainda foi percebido algum tipo de imparcialidade por parte

da mídia. Foi de consenso entre os participantes da pesquisa que ninguém estava

preparado para a proporção das manifestações de 2013: nem os manifestantes,nem

os policiais, nem a própria imprensa.

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ANEXOS