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Jornal do Comércio - Porto Alegre32Geral

Quinta-feira17 de fevereiro de 201 1

A Agência Nacional de Vigilân-cia Sanitária (Anvisa) quer banir a venda de inibidores de apetite que contêm sibutramina e os chama-dos anorexígenos anfetamínicos, que têm em sua composição as substâncias anfepramona, fempro-porex e mazindol. De acordo com o órgão, os medicamentos devem ser retirados do mercado brasilei-ro por representarem altos riscos à saúde.

A agência realizará na próxi-ma quarta-feira uma audiência pú-blica para discutir o cancelamento do registro de medicamentos que contêm sibutramina. A droga aju-da a reduzir o peso ao aumentar a sensação da saciedade e inibir a fome. A retirada do medicamento do mercado já foi determinada no ano passado na Europa e nos Esta-dos Unidos.

A sibutramina geralmente é receitada para pacientes com índi-ce de massa corporal (o IMC, cal-culado dividindo o peso em qui-lograma pela altura ao quadrado, em metro) acima de 30, e/ou aci-

ma de 25, mas portador de outras doenças, como o diabetes. Um dos motivos que levaram as autorida-des europeias e norte-americanas a recomendarem a suspensão da substância foi o resultado do estu-do chamado Scout (sigla de Sibu-tramine Cardiovascular Outcome Trial). Ele avaliou possíveis bene-fícios da sibutramina no auxílio à perda de peso, em pacientes porta-dores de doenças cardiovasculares prévias, para quem a própria bula do produto contra-indica a prescri-ção.

A pesquisa clínica acompa-nhou cerca de dez mil pacientes em 16 países e os dados indicaram que houve um aumento de 16% de risco de complicações cardio-vasculares no grupo que usou a sibutramina. A Anvisa diz que também está levando em conta o parecer da Câmara Técnica de Me-dicamentos (Cateme) de 26 de ou-tubro de 2010. Nesse documento, o órgão recomenda o cancelamento dos medicamentos por apresenta-rem riscos que superam os seus

benefícios.Segundo Dirceu Barbano, di-

retor da agência, o assunto vemsendo discutido desde o ano pas-sado. “Quase nenhum outro paístem sibutramina. As anfetaminastambém estão diminuindo. E nãohá notícia de que isso piorou ouatrapalhou o tratamento da obesi-dade.” Em 2009, foram vendidasno País 67,5 toneladas de sibutra-mina.

Segundo Barbano, a Anvisafez um levantamento interno econcluiu que, por mais que o medi-camento seja controlado e indicadoapenas para pacientes com deter-minados perfi s, não há evidênciassufi cientes que demonstrem que aperda de peso supera os riscos car-díacos. “A nossa proposta é de re-tirada imediata desses produtos domercado. A não ser que consigamnos demonstrar com dados consis-tentes que estamos errados e essesremédios são bons e seguros”, diz.

Na audiência da próxima quar-ta-feira não se espera nenhuma de-cisão defi nitiva, mas a tendência

Saúde

Anvisa quer banir vendade emagrecedores no PaísDrogas com sibutramina são o principal alvo de medida da agênci a

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é que a sibutramina seja mesmo retirada do mercado, acredita o endocrinologista Walmir Couti-nho, ex-presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obe-sidade e da Síndrome Metabólica (Abeso). Segundo o médico, que foi um dos oito coordenadores do estudo Scout, a medida vai piorar a qualidade de vida de milhares de pacientes brasileiros. “O estudo indicou um maior risco de proble-mas cardiovasculares em idosos, um grupo que geralmente tem ou-tras doenças, além da obesidade. A pesquisa mostrou aumento de derrames não fatais. E o perigo de danos cardiovasculares foi obser-vado em pessoas que, mesmo sem maiores benefícios, continuaram

tomando a sibutramina”, comentaCoutinho, presidente eleito da As-sociação Internacional para Estudoda Obesidade.

Segundo o médico, mesmotendo aumentado em 16% o riscode problemas cardiovasculares, ataxa de eventos foi considerada bai-xa e não houve qualquer aumentode mortalidade. Ele afi rma quecom a retirada da sibutramina po-dem ocorrer duas situações. “Semopção de medicamento, milharesde pessoas hoje em tratamento ecom seu peso controlado vão vol-tar a engordar. É claro que temmuita gente tomando sibutraminasem necessidade, mas isso não jus-tifi ca retirar a droga e não deixarqualquer opção. É desumano”, diz.

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Os servidores do Judiciário estadual realizarão hoje uma assembleia geral da categoria, da qual participarão trabalhado-res das 173 comarcas do Estado. Segundo o diretor de comunica-ção do Sindicato dos Servidores da Justiça gaúcha (Sindjus/RS), Luiz Mendes, a pauta da assem-bleia será a proposta de Plano de Cargos e Salários encaminhada pela administração do Tribunal de Justiça do Estado (TJ-RS) aos servidores.

O sindicalista informa que em todo o Estado há forte indig-nação com a proposta apresenta-da pelo tribunal. Segundo Men-

des, a mesma traz retrocessos, achatamento salarial e não leva em consideração o tempo de ser-viço já prestado pelos servidores, já que enquadra todos no nível inicial. Além disso, não apresen-ta data-base e os critérios de pro-moção são vagos.

Ele esclarece ainda que os trabalhadores não aceitam a forma como o processo foi con-duzido. “Nesta assembleia, será apresentada uma contraproposta a ser encaminhada ao tribunal, e exigida uma mesa de negocia-ção, da mesma forma como tem acontecido em outros tribunais estaduais do País.”

Judiciário Estadual

Servidores não aceitam proposta dePlano de Cargos e Salários do TJ-RS Subiu para 904 o número de mortos em conse-

quência das chuvas do começo deste ano na região serrana do Rio de Janeiro. O balanço do Ministério Público estadual carioca e da Polícia Civil do Rio de Janeiro foi divulgado ontem.

A cidade mais atingida pela tragédia é Nova Fri-burgo, que registra 426 vítimas fatais. Teresópolis

contabiliza 381 mortos, Petrópolis 71, Sumidouro 21,São José do Rio Preto quatro e em Bom Jardim ummorador faleceu. O balanço mais recente divulgadopela Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro mostraque o número de desabrigados em razão das chuvaschegava a 8.777, enquanto os desalojados somavam20.790.

O secretário municipal de In-dústria e Comércio de Porto Ale-gre, Valter Nagelstein, junto com opresidente da Câmara de Dirigen-tes Lojistas (CDL), Vilson Noer, e opresidente do Sindilojas, RonaldoSielichow, cobraram ontem dosecretário estadual da Segurança,

Airton Michels, mais segurança para o comércio da Capital.

A CDL sugeriu que a comuni-cação entre a Brigada Militar e os lojistas seja ampliada, a exemplo do que já é realizado no Centro da Capital e apresenta um retorno exi-toso. A medida também foi defen-

dida por Nagelstein.O secretário Michels afi rmou

que é de interesse da secretaria am-pliar as parcerias com a iniciativaprivada e aprimorar o policiamen-to em todos os bairros com maistecnologia e a instalação de novascâmeras para o monitoramento.

Rio de Janeiro

Chega a 904 o número de vítimas na re gião serrana

Segurança

Lojistas pedem mais segurança em Porto Alegre

Editora: Paula Sória Quedigeral@jornaldocomercio.com.br

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