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CLIPPING DE 05/07/2016
- Para colocar 'país nos trilhos' , Temer diz que
adotará medidas impopulares
- CPFL ganha fôlego para consolidar setor de
distribuição
- Crise faz prefeitos reduzirem investimento
- Teto para querosene tem aval do governo
- QGEP corta previsão de produção no ano em 10%
- Com vendas fracas, Fernandez Mera firma parcerias
- Ações de empresas de energia sobem na bolsa
- Governo quer endurecer regras para a
aposentadoria especial
- Focus: analistas reduzem previsão para inflação de
2016 e 2017
- Usina de Santo Antônio liga sua última turbina
- CONCESSÃO TERÁ 'BLINDAGEM' ANTICALOTE
- NOVOS PARQUES EÓLICOS NO NORDESTE
RECEBERÃO R$ 353 MILHÕES EM FINANCIAMENTO
- MAIOR REFINARIA DA ÍNDIA RECEBERÁ US$ 30
BILHÕES EM INVESTIMENTOS
- Pedidos de falência no país crescem 26,5% no
primeiro semestre
- Mudança de PIS Cofins pode levar à perda de até 2
milhões de empregos
- Temer: medidas impopulares serão adotadas 'a
partir de certo momento'
- Paralisação na Eletrobrás atinge 95% de adesão nas
17 unidades da estatal
Fonte: Valor Econômico
05/07/16
- Para colocar 'país nos trilhos' , Temer diz que adotará medidas impopulares
Por Estevão Taiar e Camila Souza Ramos
O presidente interino Michel Temer afirmou
ontem que "a partir de certo momento" será
obrigado a tomar medidas impopulares.
Discursando no Global Agribusiness Forum,
o pemedebista comemorou o documento
que recebeu de 46 entidades do
agronegócio em apoio a ele. Esse apoio,
segundo Temer, será importante no
momento de apresentar as medidas.
"Estamos em um sistema de contenção [de
gastos], mas a contenção ainda não
começou a aparecer. Por isso, a importância desse documento, assim como já
aconteceu com a indústria, com o comércio varejista [que também apoiaram
1ª PARTE: 05/07/2016
Temer: "Em um Estado
democrático, tem que haver
interação entre os Poderes"
Temer]. Esse apoio é fundamental, porque a partir de certo momento
começaremos com medidas, digamos assim, mais impopulares", disse, sem
explicar quais serão essas medidas e quando elas serão tomadas.
Temer garantiu, no entanto, que não receia propor tais medidas, porque o seu
objetivo "não é eleitoral". Se confirmado pelo Senado o impeachment da
presidente afastada Dilma Rousseff, ele disse que tem como meta "colocar o
Brasil nos trilhos". Caso o objetivo seja cumprido, "não quero mais nada da
vida pública", afirmou, aplaudido de pé pelos representantes do agronegócio.
Mesmo falando em contenção, o presidente interino defendeu o reajuste do
salário dos funcionários públicos, feito no mês passado e criticado por ir contra
o ajuste fiscal alardeado por ele mesmo.
"O aumento dos funcionários públicos já estava previsto e foi menor do que a
inflação", disse. Os gastos de R$ 58 bilhões decorrentes do aumento serão
divididos em quatro anos, "mas falam como se fosse R$ 58 bilhões só neste
ano", acrescentou. As despesas de 2016 já estão previstas no Orçamento
deste ano e na meta fiscal de déficit de R$ 170 bilhões, garantiu.
Segundo Temer, caso não fosse dado o aumento, haveria risco de realização
de greves no funcionalismo e em setores essenciais. "Seria uma coisa muito
desastrosa para o governo e para o país [não fazer o acordo]", disse.
O presidente interino também exaltou o acordo feito com os Estados, a
mudança da meta fiscal, a desvinculação de receitas da União (DRU) e a
proposta de emenda à Constituição que limita o crescimento dos gastos do
governo à inflação do ano anterior. Essas medidas foram vistas descritas por
ele como provas de sua boa relação com o Congresso. "Tivemos uma maioria
extraordinária na votação da DRU. Sem as ausências, teríamos 371 votos na
Câmara", garantiu. "Na mudança da meta fiscal, havia quórum na Câmara e no
Senado às 4h30 da manhã", disse. "Em pouquíssimo tempo conseguimos
estabelecer uma conexão entre Legislativo e Executivo. Em um Estado
democrático, você depende do Congresso. Tem que haver interação entre os
dois Poderes", disse. A presidente afastada Dilma Rousseff era criticada por
analistas pela dificuldade que tinha nas negociações com Câmara e Senado.
Temer aproveitou para fazer acenos ao agronegócio, contando de sua infância
em Tietê, interior de São Paulo, e afirmando que deve sua posição de
"presidente a República em exercício à agricultura".
Antes do discurso, representantes do agronegócio brasileiro leram no palco
um comunicado de apoio ao presidente interino e o entregaram a ele. Intitulado
'Manifesto de confiança ao governo brasileiro', o texto diz que o agronegócio
nacional "reafirma sua confiança na nova etapa de gestão do nosso país, sob o
comando do presidente Michel Temer". "O agronegócio acredita que a
administração federal tem legitimidade constitucional e conta com o
comprometimento de uma equipe econômica competente", diz o texto, que
pede ainda a abertura de novas frentes de negociações internacionais.
As viagens para o exterior estão, inclusive, nos planos de Temer, que revelou
que pretende realizá-las em agosto, com o objetivo de incentivar o investimento
estrangeiro no Brasil. "Tem muitos investidores estrangeiros esperando um
pouquinho para depois investirem com muita força [no país]", disse ele, que
pretende reforçar parcerias estrangeiras com agronegócio, indústria e comércio
nacionais.
Ele ainda reafirmou a idéia de que "é preciso restabelecer a credibilidade e a
confiança" dos investidores na economia brasileira e a importância de
estabelecer "uma pacificação nacional e a interação entre empresário e
trabalhador".
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Fonte: Valor Econômico
05/07/16
- CPFL ganha fôlego para consolidar setor de distribuição
Por Camila Maia e Rodrigo Polito
O acordo para aquisição da participação da
Camargo Corrêa no bloco de controle da
CPFL Energia pela chinesa State Grid
agradou os investidores. A expectativ a no
setor é que a elétrica, a partir de agora,
tenha um papel ainda maior na
consolidação do segmento de distribuição
de energia no país, devido a existência de
um sócio capitalizado por trás da
companhia.
As ações da CPFL tiveram alta de 8,51% no
pregão de ontem. Fecharam a R$ 22,31,
acumulando ganho superior a 50% neste ano.
Hongxian, presidente da State
Grid no Brasil, buscava aquisições
de empresas de distribuição, mas
com baixo risco
A operação pode alterar o cenário do setor elétrico no país, uma vez que a
chinesa pode adotar uma postura mais "agressiva" como consolidadora no
Brasil por meio de seu novo veículo, afirmou o BTG Pactual em relatório
enviado a clientes ontem.
Segundo o professor Nivalde de Castro, coordenador do Grupo de Estudos do
Setor Elétrico (Gesel), da UFRJ, a operação foi feita pela corporação chinesa
em Pequim, que não deve incorporar a fatia na CPFL pela State Grid Brazil
Holding (SGBH), pelo menos em curto e médio prazo.
"O negócio foi de tamanha importância estratégica pela State Grid que foi
tratado em Pequim. Na nossa avaliação, eles [State Grid] não devem fundir [a
CPFL com a SGBH]. Devem deixar a CPFL com sua governança própria",
disse Castro, ao Valor. "A SGBH tem governança própria, com foco no setor de
transmissão. É uma governança que não deve ser misturada com a da CPFL.
" De acordo com fato relevante publicado na sexta-feira (1) pela CPFL, a
proposta de aquisição da participação de 23,6% que a Camargo Corrêa tem na
empresa foi feita pela State Grid International Development. A chinesa propôs
R$ 25 por ação da CPFL Energia, prêmio de 21,6% em relação ao fechamento
de sexta.
Com a aquisição da fatia da Camargo, a chinesa enfim vai colocar os pés no
setor de distribuição de energia no Brasil. Esse era o segundo objetivo na lista
da empresa, que chegou ao Brasil em 2010 com a meta inicial de arrematar a
concessão dos linhões de transmissão da hidrelétrica de Belo Monte.
Apesar do parque gerador de 5.304,6 megawatts (MW) de capacidade
instalada da CPFL, o foco da State Grid foi o braço de distribuição do grupo,
que detém oito concessões no país, com 14,3% de participação no mercado e
responsáveis pelo faturamento de 57.558 gigawattshora (GWh) ano de energia.
Além disso, as distribuidoras da CPFL Energia estão entre as mais eficientes
do país. Nas últimas entrevistas concedidas ao Valor, o presidente da State
Grid no Brasil, Cai Hongxian, sinalizou que a empresa estudava ativos de
distribuição de energia no país.
Ele sempre disse observar as distribuidoras da Eletrobras, entre elas a Celg
Distribuição (Celg D), que será leiloada em agosto.
Em todas as ocasiões, porém, o executivo explicava que, para ingressar no
mercado de distribuição, fortemente regulado, era importante começar por
empresas com situação econômico-financeira equilibrada e bom nível de
qualidade do serviço. Segundo ele, a State Grid estava em processo de
aprendizagem no país e não queria tomar riscos elevados.
Para Castro, com a entrada do capital chinês, a CPFL Energia ganha fôlego
para acelerar o processo de consolidação do setor de distribuição no Brasil,
visando Celg Distribuição (Celg D), de Goiás; CEEE, do Rio Grande do Sul; e
Eletropaulo, em São Paulo. "O negócio dá gás para a CPFL disputar a Celg",
afirmou Castro. "A CPFL será o grande consolidador do setor de distribuição,
com acesso a linhas de financiamento."
A CPFL já tinha um papel de empresa "consolidadora" no segmento de
distribuição de energia, como chegou a dizer em diversas ocasiões o ex--
presidente da companhia, Wilson Ferreira Junior. Em medos de junho, a
companhia anunciou a compra da AES Sul, por R$ 1,7 bilhão.
Para Murilo Riccini, analista do banco mexicano GBM, ao ter um sócio com
maior capacidade financeira e "vasta experiência na indústria global de
energia", a CPFL poderá avançar na tão falada consolidação do setor.
Presença da State Grid no controle deve ajudar CPFL a avançar em
aquisições no segmento de distribuição
De acordo com dados do balanço da State Grid de 2015, a companhia
terminou o ano com aproximadamente US$ 17 bilhões em caixa e dívida
líquida de cerca de US$ 92 bilhões. Com isso, o endividamento medido pela
relação entre dívida líquida e resultado antes de juros, impostos, depreciação e
amortização (Ebitda) de pouco mais de duas vezes.
Por esse motivo, a presença de cláusulas contratuais restritivas (covenants) na
dívida da CPFL energia não deve ser um problema, na visão de analistas do
setor.
As debêntures da elétrica têm cláusulas que poderão ser acionadas,
ocasionando vencimento antecipado dos títulos, se a Previ e a Camargo
Corrêa deixarem o bloco de controle da empresa. "No entanto, não esperamos
que isso imponha risco à CPFL e às suas subsidiárias, dadas a capacidade
financeira e a qualidade de crédito do potencial novo acionista", disse, em nota,
a S&P Global Ratings.
Além da Camargo Corrêa, o bloco de controle da CPFL Energia é composto
também pela Previ, que tem 29,4% das ações, e pela Bonaire (que reúne os
fundos Funcesp, Petros, Sistel e Sabesprev), com 15,1% das ações.
A conclusão da venda da participação pela Camargo Corrêa ainda depende de
diligência da chinesa nas operações da companhia e de aprovação pelos
órgãos regulatórios. Depois disso, a oferta da State Grid deverá ser estendida
aos demais controladores. Posteriormente, se estes aceitarem, a chinesa terá
que fazer uma oferta pública de aquisição de ações (OPA) destinada aos
minoritários.
"Nossa crença de que ambas as partes [Previ e Bonaire] estão dispostas a
vender é baseada em uma recente mudança no acordo em que o direito de
venda para os acionistas foi estendido à Bonaire. Anteriormente, somente Previ
e Camargo Correa tinha esse direito", afirmou o analista Pedro Manfredini, do
Itaú BBA, em relatório. A avaliação do banco é que, caso aceitem vender sua
participação para a State Grid, Previ e Bonaire receberão R$ 7,3 bilhões e R$
3,7 bilhões, respectivamente.
Em nota, a Previ disse que analisa "tecnicamente" a oportunidade que poderá
surgir se a oferta da State Grid pela participação da Camargo Corrêa na CPFL
for estendida aos demais integrantes do bloco de controle. Em posicionamento
enviado pela assessoria de comunicação da Previ, a fundação disse analisar a
oportunidade "com foco no melhor interesse de seus associados, que serão
devidamente informados tão logo haja decisão dos órgãos de governança da
entidade". (Colaboraram Fernando Torres, Rodrigo Rocha e Juliana Machado,
de São Paulo)
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Fonte: Valor Econômico
05/07/16
- Crise faz prefeitos reduzirem investimento
Por Fernando Taquari e Marta Watanabe
A um mês do início da campanha eleitoral, a maior parte dos municípios
enfrenta um quadro de baixa arrecadação e queda de receitas. Em vez de
canteiros de obras e inaugurações, prefeitos revisam planos, cortam
investimentos e buscam alternativas para pagar despesas obrigatórias e evitar
a inadimplência. O Rio de Janeiro é o ponto fora da curva: graças aos Jogos
Olímpicos, aplicou R$ 1,09 bilhão no primeiro quadrimestre deste ano, acima
dos R$ 722,59 milhões investidos no mesmo período de 2015. Em relação aos
R$ 2,15 bilhões aplicados por 21 capitais, o Rio corresponde a 50,7% do total.
O legado de obras da Olimpíada pode beneficiar a candidatura do deputado
federal Pedro Paulo (PMDB), aliado do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB).
Os investimentos liquidados cresceram 5,3% na comparação do primeiro
quadrimestre de 2015 e 2016 graças ao Rio. Sem a cidade, conforme relatórios
de execução orçamentária divulgados pelo Tesouro Nacional, os aportes totais
cairiam de um ano para o outro de R$ 1,32 bilhão para R$ 1,05 bilhão, puxados
principalmente por São Paulo.
"Os estádios e o legado olímpico são
bastante expressivos no ciclo de
investimentos da Prefeitura do Rio no ano
passado e neste ano", diz Marco Aurélio
Santos Cardoso, secretário de Fazenda da
cidade. Segundo ele, as obras relacionadas
à Olimpíada representam praticamente a
totalidade dos investimentos do m unicípio
em 2015 e 2016. Dessas obras, os estádios estão sendo construídos com
transferência da União e por meio de Parcerias Público-Privadas (PPP),
enquanto que as obras de legado são financiadas tanto por repasses federais
quanto por operações de crédito e recursos do Tesouro municipal.
Em situação inversa, a capital paulista, onde o prefeito Fernando Haddad (PT)
busca a reeleição, os investimentos caíram de R$ 538,1 milhões no primeiro
quadrimestre do ano passado para R$ 362,1 milhões no mesmo período deste
ano, pelo critério do liquidado. "Em 2016 deveríamos fazer muitas realizações
em termos de investimentos porque estamos fechando um ciclo de governo,
mas a nossa preocupação é manter a saúde financeira", diz o secretário de
Finanças de São Paulo, Rogério Ceron de Oliveira, reconhecendo que os
investimentos ficarão em segundo plano nesta reta final do primeiro mandato
de Haddad.
Segundo Oliveira, o município passa por uma queda de receitas e por isso tem
contido os gastos, o que afetou os investimentos. O secretário lembra que a
arrecadação sofreu queda real de 6% no primeiro quadrimestre. "Temos a
expectativa de que o segundo semestre não seja tão ruim quanto o primeiro,
mas creio que não conseguiremos fugir de uma queda real de receitas de 5%",
estima ele. Além do impacto da arrecadação econômica sobre tributos como
ITBI, cobrado na venda de imóveis, e o ISS, sobre serviços, a prefeitura
também tem sofrido queda de receitas com repasses do governo estadual e do
governo federal.
"Os repasses federais foram praticamente suspensos". O impacto da retração
econômica na receita do município, calcula o secretário, deve chegar a R$ 3
bilhões este ano. No ano passado, foi de R$ 1,5 bilhão. A ideia na contenção
de investimentos, diz o secretário paulistano, é manter as obras que estão em
andamento e deixar de iniciar novos programas. Os que ficaram no papel, diz
ele, são relacionados principalmente à mobilidade urbana, considerada uma
das principais bandeiras da gestão petista na capital paulista.
No total, 12 das 21 capitais brasileiras com dados disponíveis reduziram os
investimentos entre janeiro e abril deste na comparação com a mesma época
do ano passado, enquanto oito ampliaram os aportes. Teresina, no Piauí,
investiu praticamente o mesmo valor nos dois anos. A desaceleração no ritmo
permitiu a algumas prefeituras realocar os recursos para outras áreas e assim
compensar a queda de arrecadação. Os gastos com pessoal em relação à
recente corrente líquida, por exemplo, aumentaram em 13 das 21 capitais
pesquisadas na comparação dos relatórios encerrados em abril.
A dificuldade em administrar as finanças municipais tem influenciado o quadro
eleitoral. O prefeito de Florianópolis, Cesar de Souza Júnior (PSD), desistiu de
concorrer à reeleição. Aos correligionários, tem dito que precisa se concentrar
na gestão, já que há perspectiva de que a recessão possa se agravar no
segundo semestre e por isso não poderia dispender tempo com a campanha. A
capital catarinense já ultrapassou o limite máximo, de 54%, da LRF, com 57,4%
da RCL, conforme dados do Tesouro Nacional até abril. Com a desistência de
Souza Júnior, 21 dos 22 prefeitos de capitais concorrerão à reeleição neste
ano. Os investimentos também estão em queda na capital catarinense na
comparação entre os quatro primeiros meses deste ano e o mesmo período de
2015. De lá para cá, os aportes recuaram de R$ 21,8 milhões para R$ 19,8
milhões.
Recife é outra capital cujo investimento também recuou ao passar de R$ 95,9
milhões para R$ 55,3 milhões. O secretário de Finanças da capital
pernambucana, Ricardo Dantas, diz que a crise econômica afetou a
capacidade de investimento do município. Além disso, lembrou que a cidade,
por conta da lei eleitoral e da paralisação do país com o impeachment de Dilma
Rousseff, ficou impedida de receber um empréstimo de US$ 220 milhões do
Banco Mundial (Bird) que era esperado pela prefeitura desde 2013. Em agosto
de 2015 a União suspendeu todas as operações de crédito, retomando as
análises apenas no fim do ano. O repasse, contudo, ainda não foi liberado.
"Entregamos duas grandes obras no início de 2016 com aportes que foram
feitos no ano passado. Isso também ajuda a explicar a queda dos
investimentos de um ano para o outro", disse Dantas ao citar a Via Mangue,
pista expressa que ligará a zona sul ao centro do Recife, que envolveu gastos
de R$ 23 milhões, e o Hospital da Mulher, ao custo de cerca de R$ 22 milhões.
Segundo o secretário, a prefeitura deve encerrar o ano com R$ 220 milhões de
investimentos, abaixo dos R$ 330 milhões investidos em 2015.
A falta de recursos impedirá o prefeito recifense, Geraldo Júlio (PSB), que
também tenta a reeleição, de concluir a reforma de escolas e entregar as 20
Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) prometidas durante a campanha
eleitoral de 2012. Sua gestão concluiu até o momento 10 unidades. Em
setembro está prevista a entrega de mais uma. "Mesmo com a crise e toda
adversidade, chegaremos ao fim do ano com R$ 1,5 bilhão de aportes num
universo de quatro anos, o dobro da gestão anterior", afirmou Dantas em
relação à administração de João Costa (PT), que governou a capital
pernambucana entre 2008 e 2012.
Na contramão da maioria das capitais, a prefeitura de Salvador também
ampliou os aportes na cidade, que cresceram de R$ 23,1 milhões para R$ 54
milhões. O secretário da Fazenda, Paulo Souto, diz que o município tem
conseguido atravessar o momento de crise econômica com relativa
tranquilidade devido aos ajustes fiscais promovido pelo prefeito ACM Neto
(DEM) ao longo dos últimos quatro anos. Neste ano, argumentou Souto, a
gestão decidiu contingenciar R$ 1,5 bilhão do orçamento de R$ 6,6 bilhões
diante do quadro de incerteza na economia nacional e mundial.
"Estamos cumprindo com todos os nossos compromissos. Nenhum projeto que
iniciamos parou ou desacelerou, apesar da queda da arrecadação", afirmou
Souto. ACM Neto tem aproveitado o período de pré-campanha para participar
das inaugurações. Na semana passada, entregou a Avenida 2 de Julho, nova
via de ligação entre os bairros de Cajazeiras, Águas Claras e Valéria com a
BR324. Com investimentos de R$ 60 milhões, a obra é considerada uma das
maiores de Salvador em termos de mobilidade urbana.
Apesar da melhora no início de 2016, o secretário estima que os investimentos
totais neste ano devem totalizar cerca de R$ 20 milhões acima dos R$ 334
milhões investidos em 2015. Segundo ele, 95% desses recursos são da própria
prefeitura. "Por isso defendemos que o governo federal compense aqueles
municípios que fizeram sua parte, com um ajuste fiscal forte, e aprove a
contratação das operações de crédito, além de garantir a preferências a essas
cidades nas transferências federais. Temos projetos para isso", disse.
Souto ressaltou que as principais transferências a Salvador tiveram uma
queda neste ano, em termos nominais, de 10%, enquanto a receita tributária
caiu em torno de 4,5%.
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Fonte: Valor Econômico
05/07/16
- Teto para querosene tem aval do governo
Por Murillo Camarotto e Daniel Rittner
Em estado de alerta por causa da crise no setor, o governo pretende apoiar
uma iniciativa do Senado para reduzir o custo das empresas aéreas com
querosene de aviação. A ideia no Palácio do Planalto é endossar um projeto de
resolução que fixa em 12% o teto de ICMS sobre o combustível. Vinte e um
Estados, além do Distrito Federal, praticam atualmente alíquotas superiores a
esse percentual. São Paulo, a praça mais importante de abastecimento das
aeronaves, cobra 25%.
Para o governo, as dificuldades enfrentadas pelas aéreas não serão resolvidas
com uma única medida, como o eventual aumento do limite de capital
estrangeiro. Outras ações precisarão ser tomadas para evitar o risco de
"quebradeira" no setor.
O projeto de resolução que tramita no Senado foi apresentado em novembro
de 2015 e está sob relatoria do petista Jorge Viana (AC). As discussões têm
caminhado lentamente na Comissão de Assuntos Econômicos. Embora o ICMS
seja um imposto estadual, a Constituição dá ao Senado a prerrogativa de
estabelecer alíquotas máximas nas operações internas do tributo, "a fim de
resolver conflito específico que envolva interesse dos Estados". Na prática, um
teto pode ser fixado sem a aprovação do Conselho Nacional de Política
Fazendária (Confaz).
Para ser aprovada, a mudança precisa do aval de dois terços dos senadores
54 votos. O governo deve dar um "empurrão" ao projeto. A expectativa é que
haja apoio maciço das bancadas do Norte e Nordeste, que vêem a ameaça de
perda de rotas em caso de aprofundamento da crise. As empresas deixam
claro, nos bastidores, que dificilmente terão como continuar operando em
alguns aeroportos menos movimentados se não houver uma redução em seus
custos o combustível equivale a cerca de 25% das despesas operacionais.
Um dos prováveis focos de resistência ao projeto é o governo paulista, que
sempre manteve distanciamento das discussões sobre o assunto. Com três
importantes "hubs" Guarulhos, Congonhas e Viracopos , o Estado tem uma
posição confortável para definir sua alíquota de ICMS porque é uma escala
quase obrigatória nos vôos das empresas.
O apoio à resolução do Senado só deve ocorrer de forma concreta após a
votação definitiva do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff.
Antes disso, o Planalto busca se afastar de temas que possam gerar brigas
desnecessárias com senadores que tendem a votar pela efetivação de Michel
Temer.
O ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Mauricio Quintella, se
reuniu há duas semanas com a diretoria da Latam e ouviu um rosário de
queixas. Saiu do encontro convencido de que, mantidos os patamares atuais
de custos no setor, o país passará por um enxugamento importante no número
de rotas e aviões em circulação.
Para evitar que isso aconteça, o governo deve apresentar em breve uma
relação de medidas que visam aproximar as regras do setor ao que se pratica
internacionalmente. Além de uma solução para o querosene, está na lista de
ações a eliminação gradual da franquia de bagagem em vôos domésticos e
internacionais.
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Fonte: Valor Econômico
05/07/16
- QGEP corta previsão de produção no ano em 10%
Por Stella Fontes
O menor consumo de gás natural no Brasil, influenciado pela crise econômica,
levou a Queiroz Galvão Exploração e Produção Participações (QGEP) a cortar
em 10,5% a estimativa de produção anual no Campo de Manati, no litoral da
Bahia, em 2016.
Agora, a companhia espera produção média anual de 5,1 milhões de metros
cúbicos de gás, abaixo dos 5,7 milhões projetados anteriormente,
"considerando um cenário de baixa demanda pelos próximos seis meses".
"Nos últimos 12 meses, o consumo de gás no Brasil registrou um declínio da
ordem de 25% de acordo com os últimos dados divulgados pelo Ministério de
Minas e Energia, resultando em excesso de oferta de gás natural", afirmou, em
fato relevante, o presidente da companhia, Lincoln Guardado.
O executivo observa, porém, que apesar da menor produção, as operações no
Campo de Manati são eficientes e rentáveis. "Acreditamos que este fenômeno
é conjuntural e brevemente teremos a retomada do consumo", disse Guardado.
Ao fim do primeiro trimestre, a QGEP tinha R$ 1,3 bilhão em caixa. Esses
recursos, somados ao fluxo de caixa, permitem à Queiroz Galvão "prosseguir
com os compromissos planejados" no portfólio de desenvolvimento e
exploração para 2016 e 2017.
No segundo trimestre, a produção média de gás no Campo de Manati totalizou
5 milhões de metros cúbicos por dia. Em abril, a produção chegou a 6 milhões
de metros cúbicos diários, mas houve declínio em maio e junho "em função da
queda significativa no consumo de gás em todo o território nacional", informou
a companhia.
"Reafirmamos que o Campo de Manati continua com a capacidade de
produção mantida em 6 milhões de metros cúbicos diários", informou. A QGEP
estima que a margem Ebitda do Campo de Manati vai se manter entre 60% e
65%, "mais que suficiente para sustentar as operações atuais".
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Fonte: Valor Econômico
05/07/16
- Com vendas fracas, Fernandez Mera firma parcerias
Por Chiara Quintão
No ano em que terá sua terceira queda
consecutiva de vendas de imóveis, a
imobiliária Fernandez Mera decidiu
apostar em parcerias com operadores
tradicionais de segmentos afins, para ter
outras formas de receita recorrente. Há
intenção que os novos negócios com
margens melhores do que as da
imobiliária respondam por 25% da receita
e por 40% do Ebitda da empresa em 2019, quando já estiverem maduros.
"Sentimos a necessidade de abrir novas frentes ligadas ao mercado
imobiliário", conta Gonzalo Fernandez Mera, presidente da imobiliária. Os
novos negócios vão se beneficiar da base de operações já formada pela
Fernandez Mera e podem gerar demanda adicional por imóveis
. A partir desta semana, a Fernandes Mera Consórcios começará a vender
seus produtos. A empresa é uma joint venture entre a imobiliária e a BR
Consórcios (sociedade entre a Rodobens Consórcios, o Consórcio União e
outros parceiros). A expectativa do executivo é que as vendas das cotas de
consórcio imobiliário cheguem a R$ 120 milhões nos primeiros 12 meses.
A imobiliária receberá da Fernandez Mera Consórcios comissão sobre as
vendas e a administração da carteira de clientes. Os contemplados pelos
consórcio não terão de comprar imóveis da Fernandez Mera, mas a imobiliária
será a primeira a oferecer unidades para cada um.
A Fernandez Mera fechou também parceria com uma empresa de
administração de imóveis e condomínios residenciais que ainda não atua no
mercado de São Paulo. O nome da empresa não foi divulgado. A joint venture
começará a operar no quarto trimestre. Por enquanto, a imobiliária não atua em
locação.
Outra nova frente será representar uma seguradora ainda em definição nas
vendas de seguro-fiança (para locações) e prestamista (para vendas com
financiamento direto). A intenção é começar a oferecer seguros ainda neste
ano, de acordo com Fernandez Mera.
A quarta linha de atuação será a de home equity, ou seja, empréstimo com
garantia de imóveis. Até 60% do valor da unidade poderá ser oferecido como
crédito. Segundo o executivo, com a modalidade, parte de quem venderia um
imóvel por precisar de dinheiro poderá não ter mais a necessidade ou, pelo
menos, comercializar a unidade sem pressa, em melhores condições. Há
conversas com dois bancos que atuam no segmento.
A Fernandez Mera projeta vender R$ 1,2 bilhão neste ano. A estimativa
representa queda de 29% ante a cifra de R$ 1,7 bilhão registrada em 2015. No
primeiro trimestre, as vendas caíram 30%. Os dados do segundo trimestre
ainda não foram compilados, mas a retração foi menor do que a dos três
primeiros meses do ano, segundo o executivo.
"Há volume de lançamentos represados muito grande. O foco está na venda de
estoques", diz. Na tentativa de reduzir estoques, a Fernandez Mera tem feito
campanhas de comercialização em parceria com incorporadoras, com
premiação de corretores e benefícios para clientes.
"Os descontos variam conforme a incorporadora. Trabalhamos, principalmente,
com pequenas e médias empresas, cujos preços de imóveis são mais
ajustados do que os das abertas", compara Fernandez Mera. Segundo ele, a
diferença entre valores pedidos e fechados fica entre 5% e 10%. "A
contrapartida é que os clientes antecipem valores e melhorem o fluxo de
pagamentos."
Na avaliação do presidente da imobiliária, o momento de inflexão da curva de
preços de imóveis residenciais está começando. O tempo para a tomada da
decisão de compra está maior do que antes, mas o número de consultas a
imóveis aumentou, segundo Fernandez Mera.
Em 2014, as vendas da Fernandez Mera caíram 14% e, no ano passado,
encolheram 20%. A piora da comercialização se acentuou no segundo
semestre, de acordo com o executivo, período em que o quadro de pessoal
operacional foi reduzido em 30%.
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Fonte: Valor Econômico
05/07/16
- Ações de empresas de energia sobem na bolsa
Por Chrystiane Silva e Aline Cury Zampieri
Sem a referência do mercado de ações dos Estados Unidos, que não
funcionou devido ao feriado de Independência do país, o volume de negócios
ficou restrito na bolsa de valores brasileira. O giro financeiro do Ibovespa caiu
para R$ 2,8 bilhões, abaixo da média diária do mês passado, que ficou em R$
5 bilhões. O principal índice da bolsa de valores fechou em alta de 0,64% aos
52.569 pontos, puxado pelas empresas do setor de energia elétrica e das
companhias ligadas ao segmento de commodities.
As ações da CPFL Energia ON subiram 8,51%, a maior alta do dia, depois que
o grupo chinês State Grid comprou a totalidade da participação acionária que a
Camargo Corrêa detinha na CPFL Energia. A State Grid ofereceu R$ 25 por
ação da energética brasileira, totalizando R$ 6 bilhões. A operação ainda
depende da aprovação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e do
Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
O Credit Suisse divulgou a clientes relatório sobre o assunto, afirmando que o
setor deve reagir muito bem à magnitude do negócio e levar em conta que
existem outros ativos à venda. Os chineses não terão interesse por todas as
empresas listadas em bolsa, escreveram os analistas do banco, e faz mais
sentido acompanhar companhias que têm sido foco de desinvestimentos, como
são os casos de Cemig e Eletrobras.
A notícia puxou para cima a cotação das demais ações do setor. Os papéis da
Cemig PN subiram 4,80%, Cesp PNB teve alta de 4,23%, Eletrobras ON
ganhou 3,67%, Energias do Brasil ON ganhou 2,43% e a Copel PNB teve alta
de 1,80%. "O desempenho positivo do setor de energia elétrica é uma
tendência também no mercado internacional. Apesar do setor representar
apenas 8% da composição do S&P 500, o principal indicador americano, os
papéis têm se destacado", disse Raphael Figueredo, analista da Clear
Corretora.
Outras ações com destaque positivo foram as dos setores ligados à mineração.
A cotação do minério de ferro subiu 3,47%, em Qingdao, na China, para US$
56,22 a tonelada. Aqui, as ações da CSN ON subiram 6,16%, Bradespar PN
ganhou 6,83%, Gerdau PN subiu 1,77%, Gerdau Metalúrgica PN ganhou
1,93%, Vale PNA teve alta de 2,03% e Vale ON subiu 2,10%. As ações da
Petrobras chegaram a operar com forte alta durante o dia, mas reduziram a
valorização depois que o preço do petróleo começou a cair no mercado
internacional. O contrato de petróleo do tipo WTI recuou 0,47%, a US$ 48,76 o
barril. As ações da Petrobras ON tiveram queda de 0,33% e os papéis da
Petrobras PN subiram 0,50%.
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Fonte: O Globo
04/07/2016
- Governo quer endurecer regras para a aposentadoria especial
Mudança valeria para professor, quem trabalha em área de risco e
policial militar
POR GERALDA DOCA E MARTHA BECK
2ª PARTE: 04/07/2016
Carteira de Trabalho
BRASÍLIA - O governo federal pretende mudar as regras de aposentadorias
especiais na reforma da Previdência para ajudar a resolver a crise fiscal nos
estados e ganhar apoio de governadores nas negociações com o Congresso
Nacional. O objetivo também é igualar as regras o máximo possível em todo o
sistema previdenciário. Estão enquadrados nessas normas funcionários que
lidam com atividades de risco ou agentes nocivos, químicos e biológicos e, por
isso, aposentam-se mais cedo. Esse grupo passa à inatividade com 15, 20 ou
25 anos na função (conforme o risco), sem limite de idade. Outra categoria
beneficiada são os professores (do ensino infantil, fundamental e médio), que
podem requerer aposentadoria na frente dos demais trabalhadores, com cinco
anos a menos (mulheres com 25 anos de contribuição e 50 anos de idade;
homens com 30 anos de contribuição e 55 anos de idade).
O governo federal também quer ação dos estados. Entre as iniciativas, disse
um interlocutor do Palácio do Planalto, está a necessidade de rever as leis
estaduais de aposentadoria de militares (PMs e bombeiros), que hoje só
cumprem tempo de contribuição, sem limite de idade.
Ao mexer nessas regras, o governo federal espera reduzir significativamente as
despesas com benefícios nas áreas de saúde e educação, que pesam nas
contas de estados e municípios. Uma das ideias é fixar uma idade mínima
(acima de 55 anos para homens e 50 para mulheres) combinada com tempo de
contribuição (acima de 30 anos). Também é uma possibilidade a criação de
regras mais rígidas que obriguem os trabalhadores a comprovar que a
atividade é de risco e justifica aposentaria antecipada. Hoje, várias categorias,
incluindo auditores fiscais, conseguem na Justiça autorização para obter os
benefícios com menor tempo de contribuição. Essas ações devem ser enviadas
ao Congresso no bojo da reforma da Previdência, mas por meio de projeto de
lei complementar.
DÉFICIT DE R$ 61 BILHÕES NOS ESTADOS
Para os professores, a proposta é igualar as regras àquelas dos demais
trabalhadores, extinguindo assim a vantagem dos cinco anos de que goza a
categoria. O caminho será alterar o artigo 40º da Constituição, que dá aos
professores direito à aposentadoria especial. Além disso, o governo federal
pretende elevar a idade mínima para os funcionários públicos (atualmente em
55 anos para mulheres e 60 para homens) e mexer no valor da pensão por
morte (que deverá cair para 60% do valor do benefício, mais 10% por
dependente, tendo 100% como limite). Caso a proposta seja aprovada, estados
e municípios terão de se enquadrar automaticamente, o que também dará
alívio de caixa. A intenção é que a mudança valha também para quem já
ingressou no serviço público, mas haverá regras de transição.
— O governo sabe o que precisa ser feito, tem as linhas gerais, mas a proposta
depende de um consenso mínimo com as centrais (sindicais) para ser enviada
ao Congresso. No entanto, está certo que vamos mexer com as
aposentadorias especiais, até porque esse assunto precisa ser regulamentado
— disse uma fonte do Planalto.
As regras das aposentadorias especiais estão definidas apenas na lei da
Previdência Social (INSS). Como o assunto não foi regulamentado no serviço
público, a Justiça tem dado ganho de causa a funcionários públicos com base
nas normas do INSS. Estão se aposentando mais cedo várias categorias (de
agentes de saúde a auditores fiscais), o que eleva as despesas com decisões
judiciais. Do total de aposentadorias especiais concedidas pelo INSS, 80% são
ordenadas pela Justiça. O governo federal está fechando levantamento com os
gastos consolidados e admite que há uma ―farra‖ de decisões em todas as
esferas. Em 2015, o déficit dos regimes próprios dos estados atingiu R$ 60,9
bilhões, incluindo todos os benefícios.
O governo federal também quer a participação dos estados, com a revisão de
leis estaduais que garantem aposentadorias especiais a bombeiros e policiais
militares. Além disso, é preciso mudar a legislação para fazer valer o teto de
92,25% do salários dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) para as
carreiras do Judiciário, como desembargadores, por exemplo. Esse teto é
atualmente piso, com a incorporação aos salários de vários penduricalhos.
— Os estados precisam fazer o dever de casa — disse a fonte, acrescentando
que a União está fazendo a sua parte, como abrir o fundo de previdência
complementar da União (o Funpresp) para esses entes: — Essa é a rota de
saída do caos, porque melhora a situação a longo prazo ao fixar para todos os
funcionários o teto do INSS (atuais R$ 5.189).
O pesquisador do IBRE/FGV e professor do Instituto de Direito Público (IDP),
José Roberto Afonso, destaca que os regimes próprios são uma das razões
estruturais para a crise dos governos estaduais. Segundo ele, são concedidas
aos servidores aposentadorias e pensões em condições mais vantajosas do
que no INSS. Não seria problema se tivesse sido previsto um financiamento
para esse diferencial, afirma, mas isso não ocorreu.
— A sociedade precisa decidir o que ela quer: se não aceita pagar mais
impostos, é preciso escolher entre os que trabalham e oferecem serviços
públicos à sociedade e aqueles que se aposentaram, mas sem terem
contribuído para receber nível tão elevado de provento — diz Afonso.
O desequilíbrio previdenciário é hoje a raiz do problema fiscal dos estados
brasileiros. Uma combinação de falta de planejamento, má gestão de recursos
públicos e regras generosas para aposentadorias ao longo dos anos fez com
que vários governadores não tenham mais como fechar as contas. O exemplo
mais dramático é do Rio, onde 67% dos servidores ativos estão vinculados às
áreas de educação e segurança (policiais militares, civis e bombeiros), que têm
regras especiais e podem se aposentar cinco anos mais cedo. Isso significa
que dois terços dos atuais servidores contribuem cinco anos a menos e
recebem cinco anos a mais.
SÓ 17% CONTRIBUEM 35 ANOS NO RIO
Embora o Rio já tenha adotado medidas para tentar melhorar a gestão
previdenciária — como criar a Fundação de Previdência Complementar
(RJPREV) em 2013 —, isso só terá efeito sobre as contas públicas a longo
prazo. Hoje, o total arrecadado anualmente com contribuições patronais e de
servidores é de R$ 5 bilhões, enquanto o valor pago em aposentadorias é de
R$ 17 bilhões, o que resulta em um déficit de R$ 12 bilhões.
Em entrevista ao GLOBO, o presidente do Rioprevidência, Gustavo Barbosa,
defendeu mudanças nas aposentadorias especiais e também a elevação da
idade mínima de aposentadoria. Ele lembrou que, no Rio, somente 17% dos
servidores contribuem 35 anos para a previdência pública.
— Esse grupo é formado pelos servidores civis masculinos, ou seja, uma
minoria. Aposentadoria precoce versus longevidade é uma combinação
explosiva. É preciso aumentar a idade mínima — afirmou Barbosa,
acrescentando: — É claro que todas as ações propostas teriam que ter um
processo de transição. O mais importante é a população saber o quanto custa
uma aposentadoria generosa como a que temos hoje.
Barbosa ressalta ainda que outro problema que precisa ser enfrentado são as
vinculações entre servidores ativos e inativos, como ocorre com professores no
Rio. Nesse grupo, há mais aposentados e pensionistas do que pessoas na
ativa:
— Quando se dá aumento para professor, o impacto é igual ou maior na
Previdência. Uma política de valorização do professor vai ter mais impacto para
a previdência do que para os professores na atividade.
no rs, 54% dos gastos com inativos
Em maior ou menor grau, esse quadro se repete pelo país. No Rio Grande do
Sul, por exemplo, também já houve aumento da contribuição previdenciária
patronal e para servidores e existe uma Fundação de Previdência
Complementar (RS-PREV), mas o déficit com aposentadorias para este ano
deve chegar a R$ 9 bilhões. Em 2015, ele foi de R$ 8,4 bilhões, segundo dados
da Secretaria de Fazenda do estado.
— Com a previdência complementar, vai haver solução de médio e longo
prazo. Mas hoje, 54% dos gastos com pessoal são com inativos ou
pensionistas. Aí está o desajuste do modelo. Os governos nunca se
preocuparam em criar um fundo para resolver o problema, que foi agravado
pelas aposentadorias especiais — disse um integrante da secretaria de
Fazenda gaúcha.
Integrantes da equipe econômica afirmam que ajustes na previdência foram
deixados de fora do acordo que renegociou as dívidas estaduais com a União
porque o alongamento dos débitos é algo que precisa ser aprovado com
urgência no Legislativo. No entanto, é unânime entre os governadores a
avaliação de que é preciso mudar os regimes especiais. Diante da
sensibilidade do tema, o governo federal quer que, quando a Reforma da
Previdência for apresentada, os governadores falem publicamente em defesa
dessas alterações.
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Fonte: O Globo
04/07/2016
- Focus: analistas reduzem previsão para inflação de 2016 e 2017
Relatório semanal projeta queda menor do PIB e dólar mais fraco
POR ANDREA FREITAS
-
Daniel Marenco / Agência O Globo
RIO - A pesquisa feita semanalmente pelo Banco Central (BC) com analistas
do mercado financeiro, divulgada nesta segunda-feira, reduziu a previsão para
a inflação deste ano pela primeira vez após seis altas consecutivas, para
7,27%. A projeção para a taxa do ano também caiu, a 5,43%, após se manter
por seis relatórios seguidos em 5,50%. O levantamento também melhorou a
expectativa para o desempenho da economia este ano: recuo de 3,35% em vez
de 3,44%.
A projeção para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de
7,29% para 7,27% após seis semanas consecutivas de elevações. Se a
previsão se confirmar, a taxa chegará a dezembro mais uma vez acima da
meta do governo, que é de 4,5%, podendo variar dois pontos percentuais para
cima ou para baixo. Em maio, a taxa acumulada em 12 meses foi de 9,32%. Já
a prévia da inflação oficial, o IPCA-15, registrou alta de 8,98% em 12 meses
até junho.
Para o ano que vem, os analistas reduziram pela primeira vez a meta de
inflação após mantê-la por seis semanas seguidas em 5,50%. Agora, a
expectativa é que o IPCA encerre dezembro de 2017 em 5,43%. O resultado
previsto está dentro do limite estipulado pelo governo, que é de 6%, já que a
meta para o ano que vem também é de 4,5%, mas a margem de tolerância foi
reduzida de dois pontos para 1,5 ponto para cima ou para baixo.
No relatório trimestral de inflação, divulgado na última terça-feira, o BC revisou
suas projeções para este ano: aposta numa recessão um pouco menor que a
anunciada antes, mas com inflação mais alta. As expectativas da autarquia são
melhores que as do mercado. A previsão para a queda na atividade econômica
passou de 3,6% para 3,3%. E a estimativa para o IPCA subiu de 6,6% para
6,9%. Para o ano que vem, houve recuo da perspectiva para o IPCA, de 4,9%
para 4,7%, mas ainda não chegou aos 4,5% como previa a ata da reunião do
Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada há três semanas.
Apesar da redução da inflação prevista para 2016 e 2017, os analistas
mantiveram a taxa básica de juros inalterada frente à pesquisa anterior. Para
este ano, a expectativa é que a Selic chegue a dezembro em 13,25% — um
ponto percentual abaixo do patamar de 14,25% ao ano no qual é mantida
desde julho do ano passado. O Focus prevê que os juros básicos fiquem em
11% no fim do próximo ano.
Os analistas ouvidos pelo BC também melhoraram a previsão para o
desempenho da economia este ano. Em vez de recuo de 3,44%, eles esperam
agora que a economia registre uma contração de 3,35%. Para o ano que vem,
a projeção de expansão foi mantida pela terceira semana em 1%.
O dólar deve se desvalorizar mais frente ao real neste ano e no próximo,
segundo o levantamento. A previsão é que a moeda americana chegue a
dezembro a R$ 3,46 — no relatório anterior o câmbio estava em R$ 3,60. Para
2017, a expectativa foi reduzida em R$ 0,10, para R$ 3,70.
Na semana passada, a divisa perdeu 4,3% de seu valor frente ao real e no ano
recua 18,1%. A moeda chegou a ser cotada a R$ 3,186 na quinta-feira —
menor valor em 11 meses — e sóganhou força na sexta-feira, quando encerrou
em alta de 0,53%, a R$ 3,23, depois da intervenção do BC no mercado de
câmbio.
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Fonte: Estadão
04/07/2016
- Usina de Santo Antônio liga sua última turbina
ANNE WARTH - O ESTADO DE S.PAULO
Projeto previa instalação de 44 turbinas para gerar energia para todo o País;
hidrelétrica produzirá 4% da carga nacional
BRASÍLIA - A Hidrelétrica de Santo Antônio colocou em operação na semana
passada a última turbina. A usina, que começou a gerar eletricidade em 2012,
conseguiu acionar a 44.ª turbina um mês antes do previsto em seu
cronograma. A partir de agora, Santo Antônio vai produzir 2,218 mil megawatts
médios, o equivalente a 4% da carga nacional e ao consumo de 40 milhões de
pessoas.
O presidente da concessionária Santo Antônio Energia, Eduardo de Melo Pinto,
considera que a usina atingiu o marco mais importante de sua história. É o
primeiro dos grandes projetos estruturantes de energia a ficar pronto – Jirau e
Belo Monte estão em fase de motorização. ―Estamos gerando toda a energia
prevista inicialmente. A sensação é de dever cumprido, embora os desafios
não tenham se exaurido‖, afirmou o executivo, em entrevista exclusiva
ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado.
Leiloada em 2007, a usina nas margens do Rio Madeira, em Rondônia, foi
arrematada por um preço final de R$ 78,87 o megawatt hora (MWh), por um
consórcio liderado por Furnas e composto por Odebrecht, Andrade Gutierrez,
Cemig e um fundo de investimentos formado por Banif e Santander – hoje
pertencente à Caixa Econômica.
Com custo de R$ 20 bilhões, a usina de Santo Antônio esteve próxima de
quebrar. Ao longo dos últimos anos, atrasos no processo de licenciamento
ambiental, greves, problemas com o rendimento de suas turbinas e a seca
causaram um prejuízo de R$ 5,6 bilhões para a concessionária, calcula o
presidente da Santo Antônio Energia. A empresa pleiteia o ressarcimento
desses custos à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e na Justiça,
onde obteve liminares para limitar o rombo.
Nove anos depois da licitação, os sócios privados iniciaram negociações para
vender sua participação para companhias chinesas. O governo também já
anunciou a intenção de vender a fatia de empresas do Grupo Eletrobrás nos
empreendimentos organizados em Sociedades de Propósito Específico (SPEs),
caso da Santo Antônio Energia. ―Conseguimos uma tarifa muito competitiva no
leilão, mas fatores externos e imprevisíveis prejudicaram a concessionária‖,
afirmou.
Mesmo com os problemas financeiros e as notícias a respeito da venda de
fatias da concessionária, o executivo nega que a usina tenha se tornado um
mau negócio. ―Não acredito que os sócios estejam arrependidos, mas sim
inconformados com algumas dessas situações que nos afetaram‖, disse. Ele
ressalta, porém, que a mudança na composição acionária da concessionária
não afetaria a operação do empreendimento. ―A usina tem vida própria.‖
Região Norte. Após a entrega das 44 turbinas para o mercado nacional, a
usina de Santo Antônio deve iniciar em agosto a montagem das seis máquinas
destinadas exclusivamente aos Estados de Acre e Rondônia. Elas devem
resolver o problema dos blecautes que atingem a região há anos. Somente no
ano passado, foram 15 apagões.
A concessionária construiu 20 quilômetros de linhas de baixa tensão para
conectar essas máquinas diretamente ao sistema regional da Eletronorte, em
uma subestação que fica em Porto Velho, na BR-364. Assim, será possível
formar uma ―ilha‖ para elevar a estabilidade do fornecimento da região e blindá-
la de eventuais quedas de abastecimento pelo linhão do Madeira.
Por estarem no fim da linha de transmissão, Rondônia e Acre são os primeiros
Estados que ficam sem energia e os últimos a terem o abastecimento
restabelecido.
Quando a montagem dessas turbinas for concluída, em novembro, a usina será
responsável por suprir 40% da demanda dos dois Estados. VOLTAR
Fonte: portosenavios.com.br
03/07/2016
- CONCESSÃO TERÁ 'BLINDAGEM' ANTICALOTE
O governo quer apresentar em julho um projeto de lei que vai mudar as regras
de financiamento das próximas concessões de infraestrutura. O objetivo da
medida é dar segurança para os bancos privados entrarem com mais força nos
projetos, historicamente dependentes do dinheiro do Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
A principal novidade é a destinação automática de uma parcela da receita da
concessionária para o pagamento do financiamento. Uma rodovia que cobra
tarifa de pedágio de R$ 10, por exemplo, terá descontado dessa receita o valor
correspondente à dívida com o banco financiador.
O objetivo é tranquilizar as instituições financeiras sobre o risco das
concessionárias. Um dos principais gargalos do atual modelo de concessões é
que a garantia do financiamento é sempre dada pelos acionistas, e não pelo
projeto. A sistemática desagrada aos investidores, que não querem colocar
outros ativos como garantia, e também os bancos privados, que temem
dificuldades para receber em caso de quebra da concessionária.
Em uma recuperação judicial, por exemplo, todo o fluxo de caixa da
concessionária é carregada para a massa falida e o banco entra na fila de
credores. Pelo modelo em análise, a conta dedicada ao serviço da dívida é
preservada e o investidor consegue tocar a operação normalmente.
A preocupação dos bancos ficou ainda maior após a eclosão da Operação
Lava-Jato, que jogou uma nuvem de desconfiança sobre as principais
empreiteiras do país. "Com o novo modelo você blinda de forma bastante
segura a receita vinculada ao pagamento da dívida", explicou ao Valor uma
fonte que participa das discussões.
Se a mudança vingar, haverá alterações importantes no formato dos leilões.
Isso porque os lances que serão feitos pelos investidores interessados só
poderão ter deságio na parcela remanescente da tarifa, já que a parte referente
ao serviço da dívida estará preservada. O governo não acredita que a medida
acarrete em tarifas maiores ao consumidor.
O modelo em análise é parecido ao que foi praticado no bilionário empréstimo
feito em 2014 para as distribuidoras de energia. Pelas regras da operação, uma
parte da arrecadação com as contas de luz é depositada em uma conta,
conhecida no setor elétrico como "ACR", destinada à quitação do
financiamento.
O projeto de lei em discussão tenta colocar em marcha - pelo menos em parte -
o desejado modelo de "project finance", pelo qual o próprio empreendimento é
a garantia para os financiadores. "O governo brasileiro vem tentando
implementar esse modelo nas últimas rodadas de concessões, mas ainda não
parou em pé", explicou a mesma fonte.
A nova regra de financiamento foi pensada para atender a todos os modais de
concessões, mas em um primeiro momento será oferecida para os leilões de
rodovias. Está previsto para este ano o leilão do trecho da BR-364/365 entre as
cidades de Jataí (GO) e Uberlândia (MG). As demais estradas com estudos
feitos só devem ser concedidas em 2017.
O desejo do governo é apresentar a proposta em meados de julho, quando um
pacote de medidas para infraestrutura será anunciado. Entre as novidades vai
estar o estabelecimento de prazos bem mais elásticos entre a publicação dos
editais e as datas dos leilões. O intervalo deverá ser superior aos 90 dias que
vêm sendo sinalizados pela equipe que toca as concessões.
Outra medida em análise visa facilitar as desapropriações, um entrave famoso
no setor de infraestrutura, especialmente em obras urbanas, como saneamento
ou metrô. A ideia é antecipar o pagamento ao proprietário do valor considerado
"inquestionável", de forma a evitar que a judicialização atrase o início das
obras. Pelas regras atuais, o proprietário só vê a cor do dinheiro após a
decisão final da Justiça.
O governo garante, no entanto, que o incentivo à participação dos bancos
privados não significa que o BNDES não estará presente no programa de
concessões. Apesar da tendência de que a instituição tenha um papel manos
decisivo do que no passado, o entendimento é de que o banco de fomento tem
expertise e recursos para contribuir com o financiamento dos
empreendimentos.
Fonte: Valor Economico/Fabio Graner e Murillo Camarotto | De Brasília
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Fonte: petronoticias.com.br
04/07/2016
- NOVOS PARQUES EÓLICOS NO NORDESTE RECEBERÃO R$ 353 MILHÕES EM FINANCIAMENTO
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico
e Social (BNDES) aprovou o financiamento de
quatro usinas eólicas que ficarão localizadas no
município de Trairi, no estado do Ceará. Os
projetos receberão recursos da instituição
financeira na ordem de R$ 353,5 milhões.
As novas usinas, que integrarão o Complexo
Eólico Santa Mônica, terão capacidade instalada
total de 97,2 MW e entrarão em operação no segundo semestre deste ano. Os
recursos do BNDES serão usados para a compra de 36 aerogeradores e
também na construção de quatro linhas de transmissão.
O BNDES já aprovou, até o momento, R$ 20,8 bilhões em financiamento para
projetos eólicos no Nordeste, que totalizam 7.406 MW de capacidade instalada.
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Fonte: petronoticias.com.br
04/07/2016
- MAIOR REFINARIA DA ÍNDIA RECEBERÁ US$ 30 BILHÕES EM INVESTIMENTOS
A maior refinaria de petróleo da Índia, que ficará
localizada na costa oeste do país, custará cerca de
US$ 30 bilhões. A posição onde a unidade será
erguida é estratégica, já que facilitará o abastecimento
de petróleo bruto vindo do Oriente Médio, da África e
da América do Sul.
A refinaria terá uma produção anual de 60 milhões de
toneladas quando estiver em pleno funcionamento. O
desenvolvimento da unidade será dividido em duas
etapas e a primeira delas deverá ser concluída entre
cinco ou seis anos, a partir da aquisição do terreno
para o empreendimento.
A mega refinaria é um projeto que está sendo realizado pela Indian Oil
Corporation (IOC), Bharat Petroleum, Hindustan Petroleum e Engineers India.
Segundo o diretor de refinarias da IOC, Sanjiv Singh, a nova unidade vai
produzir gasolina, diesel, GLP e matéria-prima para as plantas petroquímicas
de plástico e também para as indústrias química e têxtil no estado indiano de
Maharashtra.
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Fonte: O Globo
04/07/2016
- Pedidos de falência no país crescem 26,5% no primeiro semestre
Já solicitações de recuperação judicial, segundo Boa Vista SCPS,
subiram 113,5% no período
POR O GLOBO / COM REUTERS
Notas de real - Bloomberg News
SÃO PAULO - Os pedidos de falência no Brasil aumentaram 26,5% no primeiro
semestre ante mesmo período de 2015, informou nesta segunda-feira a Boa
Vista SCPC. A elevação reflete a recessão no país, combinada com juros altos
e a inflação elevada. De janeiro a junho, credores fizeram 1.098 pedidos de
falência.
Já os pedidos de recuperação judicial, nos quais as empresas pedem proteção
contra credores, somaram 1.078 ocorrências, um salto de 113,5% na
comparação anual.
Apenas em junho, os pedidos de falências aumentaram 22,8% sobre mesmo
mês de 2015 e 20,2% ante maio, enquanto os de recuperação judicial
avançaram 77,7% na comparação anual e 21,5% ante maio.
"O crescimento das falências no primeiro semestre de 2016 é bem mais
significativo do observado no primeiro semestre de 2015, quando os pedidos
acumulavam alta de 9,2 por cento", afirmou a Boa Vista SCPC no relatório.
"Sem previsão de mudança no cenário macroeconômico em 2016, os
indicadores parecem conservar, de forma mais intensa, a tendência observada
ao longo de 2015".
O documento acrescenta ainda que o caixa das empresas ao longo do ano
passado foi fortemente atingido pela fraca atividade econômica e elevados
custos.
O setor de serviços respondeu por 40% dos pedidos de falência no primeiro
semestre, seguido do setor industrial, com 34%, e do comércio, com 26%.
VOLTAR
Fonte: O Globo
04/07/2016
- Mudança de PIS Cofins pode levar à perda de até 2 milhões de empregos
Medida vai impactar 1,5 milhão de empresas e aumentará
arrecadação em R$ 50 bi
Centro de oportunidade de emprego, no Centro do Rio - Custódio Coimbra / Agência O
Globo
RIO - A mudança do regime de cobrança do imposto PIS Cofins pode levar a
uma perda de até dois milhões de empregos no setor de serviços, segundo
estimativa do presidente do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário
(IBPT), Gilberto Amaral. Ao participar do seminário ―Ameaças do aumento de
impostos e seus impactos sobre as empresas‖, na sede da Associação
Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), Amaral alertou para o risco do
desemprego no setor.
— De cada dez postos de trabalho, dois serão encerrados porque as empresas
terão um aumento de custo que pode chegar a cinco pontos percentuais sobre
seu faturamento. (...) Temos 20 milhões de trabalhadores no setor de serviços
e poderemos ter um desemprego de dois milhões de pessoas — afirmou o
advogado.
Sua estimativa contempla impacto da medida em 1,5 milhão de empresas, com
aumento de R$ 50 bilhões em arrecadação de tributos.
A avaliação de Amaral é de que o projeto sobre o novo PIS Cofins, em estudo
desde 2013, possa ser encaminhado ao Congresso pelo governo após a
definição sobre o impeachment.
Presente ao evento, o deputado federal Laércio Oliveira (Solidariedade-SE)
destacou que as alterações representariam ―aumento significante de impostos‖,
embora a proposta seja travestida de uma ideia de simplificação tributária.
— A gente não tem ambiente para aumento de impostos. O caminho é gestão
eficiente do gasto público — disse.
Já foram realizados quatro encontros no país de mobilização contra um novo
PIS Cofins, segundo o deputado, e outros oito estão previstos até o fim do ano.
Em agosto, será realizado seminário em Recife.
Uma das preocupações do deputado é que o projeto de Orçamento para 2017
prevê receita de R$ 30 bilhões com contribuições sociais, montante semelhante
ao que seria arrecadado com o novo PIS Cofins. Isso sinaliza, de acordo com
ele, que o governo pretende levar o projeto adiante.
A deputada federal Laura Carneiro (PMDB-RJ) ponderou que a bancada do
partido não recebeu nenhum indicativo de que esse projeto chegaria à Câmara.
— Mandei pergunta ao líder da bancada Baleia Rossi, e ele disse que não
recebeu indicativo de que o projeto chegaria à Câmara. Isso era a pauta do
governo Dilma, a gente tem que esperar a pauta do governo Temer. A questão
do PIS Cofins não foi formalizada.
NOVO MODELO
A proposta em discussão para a mudança do PIS/Cofins prevê o fim do regime
cumulativo, que incide sobre todas as etapas da produção e tem alíquota total
de 3,65%. As empresas passariam a pagar pelo cumulativo, no qual a
cobrança ocorre apenas uma vez, sobre o preço final. Hoje, a alíquota do
sistema cumulativo é bem mais alta, 9,25%, mas parte da diferença é
compensada pela possibilidade de abater parte do imposto devido a gastos
com insumos como energia e matéria-prima.
Entretanto, setores como o de serviços — que empregam muita gente —
sofrerão com o salto da alíquota sem ter muito o que abater, já que seu
principal gasto é com mão de obra, que não pode ser deduzida. O setor afirma
que cerca de 60% de seus custos são com mão de obra. Por isso, a maioria
das empresas de serviços opta hoje pelo regime cumulativo, enquanto as
indústrias preferem o não cumulativo.
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Fonte: O Globo
04/07/2016
- Temer: medidas impopulares serão adotadas 'a partir de certo momento'
Presidente ressalta que contenção de gastos no país ‘não começou
a aparecer ainda’
POR THIAGO HERDY
Michel Temer participa da abertura do Global Agribusiness Forum 2016, em São Paulo -
Agência O Globo / Pedro Kirilos
SÃO PAULO - O presidente interino Michel Temer disse nesta segunda-feira,
na abertura do Global Agribusiness Forum 2016, em São Paulo, que a
contenção de gastos no país ―não começou a aparecer ainda‖ e que o país
sentirá quando ―a partir de certo momento‖ começar a adotar medidas
impopulares.
Fazendo a ressalva de que sua permanência no governo até 2018 depende de
eventual afastamento da presidente afastada Dilma Rousseff pelo Senado,
Temer disse que ―não espera mais nada da vida pública‖, se conseguir ―colocar
o Brasil nos trilhos‖ neste período.
— As pessoas me perguntam: ―Você não teme propor medidas impopulares?‖
Eu digo que não, meu objetivo não é eleitoral — disse o presidente interino,
sem citar que medidas pensa em adotar.
Nas últimas semanas, o presidente interino adotou caminho adverso —
patrocinou um aumento para o funcionalismo que terá impacto de R$ 58
bilhões, abriu mão de receber parte da dívida dos estados neste ano e
anunciou reajuste de 12,5% no Bolsa Família.
O presidente interino anunciou para depois de agosto uma série de viagens
internacionais para atrair investimento internacional para o país e ―restabelecer
a confiança‖, mas não citou quais seriam os destinos.
Temer defendeu a renegociação da dívida com os estados como um ―respiro
fundamental para os estados brasileiros‖ e disse que não dar o aumento para o
funcionalismo seria uma coisa ―politicamente desastrosa para o governo e para
o país‖.
— Os movimentos políticos certa e seguramente motivariam aqueles que
viriam cobrar o acordo — disse, citando o risco de greves pelo país.
‘TEMOS O APOIO DOS SETORES PRODUTIVOS DO PAÍS’
Um grupo de associações ligadas ao agronegócio entregou ao presidente
interino um manifesto defendendo a ―legitimidade constitucional‖ do novo
governo e a realização de ―reformas estruturais profundas‖ em nome da volta
da ―confiança do setor privado e a retomada de investimentos‖.
―O agronegócio brasileiro (…) acredita que o governo Temer tem todas as
condições de dar novo ritmo, com pragmatismo diplomático e inteligência
comercial, à conquista de novos mercados para os produtos brasileiros no
comércio internacional‖, diz o documento.
— Vou colocar em um quadro para colocar em meu gabinete. (...) Isso nos
permite ganhar forças para enfrentar os problemas, temos hoje o apoio dos
setores produtivos do país — afirmou Temer, citando mais uma vez a
expressão em latim ―verba volant scripta manent‖ (as palavras voam, os
escritos permanecem), citada por ele em carta de rompimento com Dilma
Rousseff tornada pública no fim do ano passado.
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Fonte: Estadão
04/07/2016
- Paralisação na Eletrobrás atinge 95% de adesão nas 17 unidades da estatal
ANTONIO PITA - O ESTADO DE S.PAULO
Sindicato e a empresa têm negociado o acordo coletivo desde maio, sem sucesso;
paralisação está concentrada nas unidades administrativas e nas equipes de
emergência
Os trabalhadores reivindicam reajuste salarial de 9,28%
RIO - Os trabalhadores da Eletrobrás iniciaram nesta segunda-feira, 4, uma
greve de advertência à empresa prevista para durar três dias. Eles buscam a
retomada de negociações para o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), que
prevê reajuste salarial da categoria para este ano. De acordo com a
Associação dos Empregados da Eletrobrás (Aeel), a adesão ao movimento
atinge cerca de 95% nas 17 unidades.
As operações das subsidiárias da Eletrobrás, como distribuidoras de energia,
estão funcionando normalmente. De acordo com a Aeel, a paralisação está
concentrada nas unidades administrativas e nas equipes de emergência.
"Não vai faltar luz por conta da paralisação. Mas em caso de queda de linha,
por exemplo, a resposta será mais lenta por que as equipes de manutenção
estão em greve", afirmou o sindicalista Emanuel Torres, diretor da Aeel.
O sindicato e a empresa têm negociado o acordo coletivo desde maio, sem
sucesso. De acordo com Torres, a Eletrobrás ofereceu reajuste de 5%
antecipado aos trabalhadores e propôs uma mudança por dois anos na data
base de negociações, de maio para outubro.
Os trabalhadores reivindicam reajuste de 9,28%, referentes à reposição da
inflação no período. As negociações foram paralisadas há cerca de duas
semanas em função do indicativo de greve dos trabalhadores.
"Nós fizemos uma proposta há quatro meses e a empresa fez uma
contraproposta há duas semanas. Eles culpam a greve para deixar a
negociação. Não vamos aceitar o adiantamento proposto sem que seja
discutido o porcentual restante da inflação. O argumento de que a empresa não
tem dinheiro não satisfaz aos trabalhadores", afirma Torres.
Segundo o sindicalista, a Eletrobrás alega dificuldades financeiras para o
reajuste salarial. Em crise, a empresa pediu ao governo um aporte mínimo de
R$ 8 bilhões para recuperar algumas subsidiárias que devem ser vendidas à
iniciativa privada. VOLTAR