CLIPPING DEPUTADOS · 2018-05-08 · pessoas em pelo menos 150 cidades em todos os Estados...
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CLIPPING DEPUTADOS 16/03/2015
EDITORIAL
O RECADO É PARA A DILMA
É imperioso que a presidente da
República assuma a sua
responsabilidade e dê respostas
práticas, coerentes e eficazes às
demandas nacionais.De volta às ruas
pela primeira vez depois do fenômeno
de massas deflagrado em junho de
2013, os brasileiros deram uma clara
demonstração de maturidade
democrática nos atos que, iniciados
ainda na quinta-feira, favoráveis ao
Planalto, culminaram ontem com
manifestações expressivas de crítica e
rejeição ao governo Dilma Rousseff.
Se, há menos de dois anos, as
reivindicações não chegaram a ser
claramente entendidas, nem
contempladas, agora não há mais como ignorá-las. Os cidadãos vestidos
predominantemente de verde e amarelo que tomaram ruas e praças das principais
cidades do país, ontem, disseram com clareza que não suportam mais a corrupção, que
estão insatisfeitos com o governo e que esperam soluções para a instabilidade política e
econômica. E é a presidente Dilma Rousseff que está sendo cobrada. Cabe a ela dar as
respostas.
O Brasil protestou pacificamente, mas disse inequivocamente o que quer. Felizmente,
os excessos e ameaças verificados nas redes sociais não se materializaram. O ponto fora
da curva foram alguns equívocos tanto na pauta dos defensores do governo quanto na de
seus opositores. É o caso do lobby em defesa de corporativismos e da partidarização da
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máquina, visível nos atos de apoiadores da presidente Dilma. É o caso, igualmente, de
uma bandeira legítima e democrática, mas precipitada, que é o pedido de impeachment,
diante da inexistência de um fato concreto, neste momento, para respaldá-lo. Outros
absurdos isolados, como pedidos de intervenção militar ou do fim do Supremo Tribunal
Federal, só podem ser explicados pelo desconhecimento das consequências de uma
ruptura ou do papel das instituições. No seu conjunto, as manifestações mostraram por
todo o país uma predominância do bom senso e da civilidade, o que contribui para o
fortalecimento da democracia.
Mas o Planalto e os demais setores públicos demandados devem respostas imediatas às
reivindicações levantadas pelos brasileiros, especialmente às exigências de combate à
corrupção e de correção de rumos na política e na economia. O apelo mais forte é
dirigido particularmente à presidente da República, de quem os brasileiros esperam mais
dinamismo na condução do país e posições inequívocas no combate à corrupção, que
não poupou nem mesmo uma empresa de tamanho simbolismo como a Petrobras. Os
cidadãos querem ver também o cumprimento na prática de suas promessas de
campanha, que tomaram rumo inverso com a disparada da inflação, o retrocesso na
produção e o aumento do desemprego – tudo isso potencializado pela instabilidade
política.
Depois dessa nova onda de manifestações, é imperioso que o governo se mostre mais
humilde, mais disposto ao diálogo, à transparência e à comunicação franca. E que a
presidente da República assuma a sua responsabilidade e dê respostas práticas,
coerentes e eficazes às demandas nacionais.
EM RESUMO
Editorial diz que brasileiros deixaram evidente, nos protestos, a insatisfação com o
governo Dilma Rousseff e com a corrupção. Exige também soluções para a
instabilidade política e econômica.
Moacir Pereira
FORA DILMA: OS PROTESTOS EM SC
Não há fato político e
popular tão contundente
na história de Santa
Catarina. Nem nas
Diretas Já viu-se uma
mobilização tão
expressiva, legítima e
definitiva. As centenas
de milhares de
catarinenses que se
reuniram ontem, em
dezenas de cidades do
Estado, para manifestar
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seu inconformismo com a roubalheira na Petrobras e proclamar chega de corrupção,
fizeram coro com milhões de manifestantes pelo resto do Brasil.
Nada do vermelhão da CUT e do PT da última sexta-feira, com a participação de
sindicalistas e integrantes beneficiados com transporte gratuito ou o bolsa-lanche. Em
todas as cidades do Estado só se viu cenas comoventes de verde e amarelo com
criatividade singular. Camisas da Seleção, moças com vestidos verdes, bandeiras
enroladas no corpo, faixas com “Fora PT”, “Fora Dilma”, “Chega de corrupção” e
“Impeachment Já”, crianças e adultos exibindo os símbolos nacionais. No domingo o
vermelho foi sepultado. No simbolismo do veemente protesto e na realidade da vida dos
manifestantes.
O que se viu na Beira-Mar Norte não se repetirá tão cedo em Santa Catarina. Na hora
em que a passeata saía do Terminal Rita Maria desabou um violento temporal em
Florianópolis. E, para decepção dos petistas e governistas que torciam pelo fracasso da
passeata, a chuvarada serviu como um forte estimulante.
Ninguém ligou para a tempestade que chegou durante a tarde. Encharcados, pareciam
mais animados nos apitaços, nas palavras de ordem em coro de distintos grupos. Assim,
idosos, jovens e até mães com crianças de colo seguiram de forma ordeira até a Polícia
Federal pedindo um Brasil melhor, mais honesto e mais ético. Dando um “basta” a
governantes corruptos e exigindo cadeia para os políticos flagrados na ladroagem.
Nenhum líder político ousou interferir no veemente protesto. Nenhuma bandeira de
partido foi vista nas exemplares passeatas de Santa Catarina.
O povo deu o recado. E o Brasil não será o mesmo depois do 15 de março.
O ENCONTRO
A maior concentração de populares para a passeata aconteceu no Terminal Rita Maria.
Outros grupos estavam, também, no trapiche da Beira-Mar, abrigados do violento
temporal. Quando os manifestantes, liderados por um contingente de ciclistas, chegaram
ao trapiche, todos se uniram aos gritos e apitos numa confraternização inédita em
Florianópolis. E seguiram o protesto em festa e ordeiramente.
OS CORAIS
GRUPOS DIFERENTES PROCLAMARAM AO LONGO DA BEIRA-MAR FRASES
E PALAVRAS DE ORDEM DISTINTAS. QUANDO CHEGARAM À SEDE DA
POLÍCIA FEDERAL CANTARAM REFRÕES EM HOMENAGEM AOS POLICIAIS
QUE DESBARATAM QUADRILHAS. AO LONGO DO TRAJETO REPETIRAM:
LULA CACHACEIRO...DEVOLVE O MEU DINHEIRO.
BASTA!
O povo nas ruas de Florianópolis e no resto do Estado deu um basta à corrupção, às
mentiras presidenciais, às manipulações governamentais, à proteção às ilegalidades e a
esta inversão de valores que vem atormentando a vida de brasileiros honestos. Quem
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trabalha honestamente e quer viver em paz com suas famílias não suporta mais estes
descalabros.
SEM CRUZEIROS
EMPRESAS DE NAVIOS DE CRUZEIROS, LIDERADAS PELA ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA DE CRUZEIROS MARÍTIMOS (ABREMAR), TÊM O MAIOR
INTERESSE EM FAZER ESCALAS EM FLORIANÓPOLIS. MAS EXIGEM
INFRAESTRUTURA, A PARTIR DA MELHORIA DO TRAPICHE DE
CANASVIEIRAS. A PREFEITURA PROMETEU MELHORIAS URGENTES. O
CONSULTOR ERNESTO SANTIAGO FOI CONFERIR....E NADA! NÃO HÁ
PROJETO NA SECRETARIA DE OBRAS OU UM SIMPLES OFÍCIO NO SPU.
PELO ARQUIVAMENTO
A ação penal pública impetrada pelo procurador João Marques Brandão Neto contra 36
pessoas que impediram a Polícia Federal de combater o tráfico de drogas no campus
requer também o arquivamento de pedido da reitora Roselane Neckel, também
denunciada. Ele entrou com representação contra o delegado federal Paulo Barcelo
Cassiano Júnior, que teve corajosa atuação durante o lamentável episódio.
EPILEPSIA
A Assembleia Legislativa promoverá dia 26 de março uma ação para divulgar as formas
de tratamento da epilepsia, doença que atinge milhares de catarinenses. A proposta é do
deputado Vicente Caropreso, que é médico e está sugerindo o Dia da conscientização
da Epilepsia. Caropreso está em São Paulo participando de Congresso de Neurologia em
que políticas públicas sobre epilepsia são debatidas.
NA MESMA
Os ministros Miguel Rossetto e José Eduardo Cardozo concederam entrevista após as
manifestações. A manipulação política continua. E ainda repetiram que o governo
Dilma combate a corrupção. Pergunta-se: “Por que o Advogado-Geral da União não
entrou até agora com ações contra os ladrões da Petrobras ou foi à Justiça exigir a
indenização pelos assaltos?”
PENITENCIÁRIA
Reunião semanal da Associação Empresarial de Joinville prevê para hoje a participação
do juiz João Marcos Buch, da Vara de Execuções Penais e Corregedor dos Presídios de
Joinville. Vai falar sobre os custos e os dividendos empresariais na Penitenciária
Industrial e Joinville, considerada modelo no Brasil pelo índice de reintegração social
dos presos.
Leia o blog de Moacir Pereira
http://wp.clicrbs.com.br/moacirpereira/
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ZÉ DASSILVA
VISOR
Rafael Martini
VINDIMA DA SERRA
A segunda edição da Vindima de Altitude foi lançada oficialmente na última quinta-
feira na Assembleia Legislativa. O evento celebrará a colheita da uva e a produção de
vinho na região serrana, com programações simultâneas em vários municípios.
NOTÍCIAS
PROTESTOS DE MARÇO | CONTRA O GOVERNO
MULTIDÃO NAS RUAS DO BRASIL MANIFESTAÇÕES CRÍTICAS à Dilma mobilizaram centenas de milhares de
pessoas em pelo menos 150 cidades em todos os Estados brasileiros e no DF
Menos de cinco meses depois de vencer a eleição presidencial mais apertada da história,
Dilma Rousseff se viu ontem na condição de alvo de uma das maiores mobilizações
populares que o Brasil já testemunhou. Da manhã à noite, brasileiros saíram às ruas em
mais de 150 cidades para manifestar o repúdio à presidente e ao seu governo,
associando-os ao bilionário escândalo na Petrobras. Os atos, registrados em pelo menos
24 unidades da federação, teriam reunido, segundo estimativas das polícias militares,
cerca de 1,5 milhão de pessoas – mobilização comparável às de junho de 2013 e
superior às da última sexta-feira, promovidas por grupos próximos ao governo.
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Em meio à crise econômica e às desconfianças éticas que derrubaram os índices de
aprovação da presidente, os gritos de “Fora, Dilma” ecoaram de Sul a Norte, com
respingos até em cidades do exterior, como Nova York, Miami, Londres e Buenos
Aires. Vestidos de verde e amarelo, os manifestantes cantaram o Hino Nacional,
exibiram faixas e cartazes com ataques à presidente e ao PT e pediram o fim da
corrupção. A bandeira nacional apareceu em muitas janelas e buzinaços saudaram a
passagem de passeatas. No Twitter, 100 mil mensagens sobre o assunto foram postadas
a cada hora.
Uma parcela considerável dos manifestantes reivindicava o impeachment da presidente,
trazendo à lembrança o movimento popular de 1992 que ajudou a apear Fernando
Collor de Mello do poder.
– Somos milhares de pessoas que pedem o impeachment. O governo está numa
situação lamentável – afirmou, em São Paulo, Rubens Nunes, do Movimento Brasil
Livre.
Outros grupos, ainda mais radicais, pediram uma intervenção militar para derrubar a
presidente.
– Quero os militares. Com impeachment, não haverá limpeza. Os militares têm
seriedade e hierarquia – defendeu, em Belém, a gestora em saúde Flávia Moura, 33
anos.
Os protestos começaram ainda pela manhã, mas atingiram seu ápice no meio da tarde,
quando a Polícia Militar estimou em cerca de um milhão o total de manifestantes na
Avenida Paulista, em São Paulo – o Instituto Datafolha, no entanto, calculou o total de
presentes em 210 mil.
Depois de São Paulo, epicentro do antipetismo e baluarte do PSDB, Porto Alegre foi,
conforme as estimativas oficiais, a cidade que mais reuniu descontentes. Segundo a
Brigada Militar, cerca de 100 mil pessoas protestaram na capital gaúcha.
Na segunda maior metrópole brasileira, o Rio de Janeiro, a polícia calculou em 15 mil
os participantes – segundo os organizadores, foram 50 mil. O senador Aécio Neves
(PSDB), candidato derrotado por Dilma no segundo turno da eleição presidencial, não
saiu à rua, mas tratou de se mostrar solidário aos protestos. Deixou-se fotografar na
janela de seu apartamento, na orla do Rio, com uma camiseta da Seleção – uniforme
adotado por muitos manifestantes – e publicou um vídeo de apoio no Facebook.
Segundo Aécio, o 15 de março será lembrado como o “dia da democracia”:
– Depois de refletir muito, optei por não estar nas ruas neste domingo, para deixar muito
claro quem é o grande protagonista dessas manifestações. E ele é o povo brasileiro, o
povo cansado de tantos desmandos, de tanta corrupção.
Em Brasília, os manifestantes – 40 mil, segundo a PM, e 100 mil, conforme os
organizadores – concentraram-se pela manhã em frente ao Congresso Nacional.
Munidos de vassouras e sabão, eles lavaram as calçadas do parlamento. Protestos e
marchas também ocorreram em cidades como Belém (50 mil pessoas, segundo a Polícia
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Militar), Campinas (35 mil pessoas), Belo Horizonte (24 mil ), Fortaleza (15 mil),
Salvador (7 mil) e Recife (5 mil). Em Jundiaí, no interior paulista, a sede local do PT foi
incendiada.
Em comparação com os protestos de 2013, os atos de ontem chamaram a atenção pela
organização e estrutura. Em diversas cidades, houve distribuição de adesivos,
vuvuzelas, camisetas e flores. Em São Paulo, nove carros de som foram espalhados ao
longo da Avenida Paulista – três deles ligados a grupos que pregam intervenção militar.
Em Brasília, o funcionário público João Carlos de Souza, envolvido na organização do
protesto, disse que houve apoio financeiro de “importantes empresários do Distrito
Federal”.
PRESIDENTE PERMANECEU EM BRASÍLIA COM MINISTROS
Enquanto os protestos ocorriam pelo país e ganhavam repercussão internacional, Dilma
permaneceu no Palácio do Planalto, onde reuniu-se com ministros e assessores. Ela teria
discutido o lançamento de um pacote anticorrupção para aplacar a voz das ruas. No
começo da noite, os ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e da Secretaria Geral
da Presidência, Miguel Rossetto, concederam entrevista coletiva sobre os atos
populares.
– O governo, que tem clara postura de combate à corrupção, que ao longo desses
últimos tempos tem criado mecanismos que propiciam as investigações com autonomia,
irá anunciar algo que já era promessa eleitoral: um conjunto de medidas de combate à
corrupção e à impunidade. A postura do governo é de que sua posição não se limite a
essas medidas. Estamos abertos ao diálogo – disse Cardozo.
SÃO PAULO
BRASÍLIA
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RIO DE JANEIRO
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PROTESTOS DE MARÇO | CONTRA O GOVERNO
ESTADO PARTICIPA EM PESO PELO MENOS 18 cidades de SC registraram movimentação nas ruas, unindo-se
ao protesto nacional contra o governo federal. Organizador da manifestação em
Florianópolis diz que novo ato será realizado em todo o país dia 14 de abril
Estado em que a presidente Dilma Rousseff (PT) teve o pior desempenho percentual nas
últimas eleições, Santa Catarina teve participação relevante nas manifestações contra o
governo federal petista. Pelo menos 18 cidades catarinenses tiveram registros de
protestos na manhã e na tarde de ontem.
As maiores concentrações de manifestantes ocorreram em Balneário Camboriú e
Blumenau – 40 mil cada – e Florianópolis, onde 30 mil pessoas teriam participado do
protesto. Os números também foram significativos em Joinville (25 mil), Jaraguá do Sul
(10 mil), Chapecó (9,5 mil), Criciúma (8 mil) e Lages (7 mil). As informações sobre a
presença de manifestantes foram dadas pelas unidades da Polícia Militar que
acompanharam os protestos.
Na Capital, já era possível ver a movimentação de pessoas vestidas de verde e amarelo
em frente ao Terminal de Integração do Centro (Ticen) por volta das 16h. Mesmo com a
forte chuva que caiu minutos depois, o grupo seguiu entoando os gritos de “Fora Dilma”
e “Fora PT” até chegar à sede da Polícia Federal, onde cantaram o Hino Nacional e
parabenizaram a instituição pelas investigações da Operação Java-Jato. O coordenador
do Movimento Brasil Livre em Santa Catarina, Alexandre Paiva, comemorou a
quantidade de manifestantes em Florianópolis, mesmo com chuva, e afirmou que outra
manifestação nos mesmos moldes está convocada para 14 de abril, em todo o país.
– Não sairemos das ruas até que seja votado o impeachment da presidente. Ela se elegeu
de uma forma que nós entendemos ilegal, porque mentiu. Está fazendo tudo o que falou
que não faria – afirmou Paiva.
PROBLEMA É A FORMA DE GERIR
Embora as manifestações tenham como objetivo o impeachment da presidente Dilma, as
causas da insatisfação de setores da sociedade seriam mais ampla. Professor de
Administração Pública na Esag, José Francisco Salm aponta a existência de uma crise
institucional.
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– O que a voz das pessoas nas ruas está dizendo é que precisamos mudar a forma de
gerir a administração pública. A população quer participar mais diretamente. O modelo
atual tem 300, 400 anos – afirma o professor.
FLORIANÓPOLIS
BLUMENAU
BALNEÁRIO CAMBORIÚ
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CHAPECÓ
PROTESTOS DE MARÇO
PT catarinense minimiza insatisfação
Presidente do PT catarinense, o ex-deputado federal Claudio Vignatti disse respeitar as
manifestações e lembrou a frase de Dilma Rousseff sobre preferir “o barulho das ruas ao
silêncio das ditaduras”. O petista procurou minimizar a insatisfação e avaliou que o
governo federal não deveria apresentar respostas aos protestos. Ironizou os
participantes.
– A manifestação é livre. Pela primeira vez estou vendo pessoas chegaram em
manifestações de BMW, Mercedes, caminhonetão. É bonito também. A gente nunca via
essas pessoas em manifestações – afirmou Vignatti.
O ex-deputado fez coro à defesa feita pelos ministros Miguel Rossetto e José Eduardo
Cardozo de uma reforma política que acabe com as doações privadas para campanhas
eleitorais.
– É o único jeito de acabar com a corrupção – avaliou.
POVO TRANSMITIU RECADO, DIZ COLOMBO
O governador Raimundo Colombo (PSD) passou o dia monitorando as questões
relativas ao acidente do ônibus em Joinville e acompanhou da Casa d‟Agronômica a
repercussão dos protestos. Por meio da assessoria, afirmou que as pessoas transmitiram
o recado de que não estão satisfeitas. Setores da administração estadual esperam que a
presidente Dilma dê respostas concretas à sociedade como forma de evitar a
continuidade dos atos nas ruas.
Em Joinville, o senador Luiz Henrique da Silveira (PMDB) participou do evento de dois
anos do Lide Santa Catarina e de 15 anos do Balé Bolshoi Brasil. Evitou falar dos
protestos em seu discurso, mas defendeu ao colunista Claudio Loetz, do jornal A
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Notícia, que o governo federal aumente a sintonia com a sociedade com medidas
efetivas.
– É importante a redução do número de ministérios e que os cargos sejam ocupados por
profissionais qualificados e sintonizados com a vontade popular. Ainda é necessário que
o governo apresente um programa mínimo de superação da crise.
Considerando as estimativas da Polícia Militar somando-se os presentes nas diversas
cidades do Estado, cerca de 100 mil catarinenses foram às ruas no dia de ontem para
protestar.
PROTESTOS DE MARÇO
Governo reage com medidas anticorrupção e reforma política Ministros cardozo e Rossetto reconheceram as manifestações como democráticas e,
apesar das dificuldades no Congresso, defenderam o fim do financiamento
empresarial a campanhas
O Planalto respondeu às manifestações que se espalharam pelo país com antigas
promessas, como o combate “rigoroso” à corrupção, a reforma política e o ampliação do
diálogo. Os ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e da Secretaria-Geral da
Presidência, Miguel Rossetto, não admitiram que o governo está enfraquecido.
– Não considero que o nosso governo esteja fragilizado. Quem foi eleito por quase 55
milhões de votos e tem claro compromisso com a democracia não está fragilizado –
observou Cardozo.
Os dois ministros insistiram no discurso de que os governos petistas combatem a
corrupção de forma rigorosa, diferentemente dos anteriores. As investigações dos
desvios da Petrobras, feitas na Operação Lava-Jato, foram usadas como exemplo de
rigor. Cardozo e Rossetto ainda anunciaram que, nos próximos dias, o Planalto enviará
um pacote de medidas para combater a corrupção, que deve passar pelo Congresso. As
regras haviam sido prometidas após as manifestações de junho de 2013 e reforçadas na
campanha de 2014.
Cardozo e Rossetto reconheceram as manifestações como democráticas e legítimas, mas
lembraram que foram dominadas por setores da sociedade críticos ao PT e que não
votaram em Dilma. Eles negaram que o governo tenha sido surpreendido pela dimensão
dos atos, que ainda carregariam a polarização da campanha eleitoral.
– A realização das manifestações mostra que o Brasil vive um Estado democrático, que
admite opiniões contrárias e que, de fato, está muito longe de alternativas golpistas. O
governo está atento e revela a disposição que sempre teve de ouvir as vozes das ruas.
Não há democracia sem diálogo, sem tolerância de posições divergentes – frisou
Cardozo.
Apesar das dificuldades de articulação no Congresso, o governo defendeu a aprovação
da reforma política, em especial o fim do financiamento empresarial das campanhas.
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– São necessárias mudanças para o sistema político eleitoral. É um sistema político
anacrônico que constitui a porta de entrada para a corrupção – disse Cardozo.
Aécio saúda mobilização, Marina quebra silêncio e cobra posição
O presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, derrotado por Dilma Rousseff na eleição
presidencial, disse ter optado por não participar das manifestações contra o governo
federal para deixar claro que o povo brasileiro é o “grande protagonista” dos protestos.
Em vídeo publicado no Facebook em que está vestido com uma camisa da seleção
brasileira, o tucano avaliou que o dia 15 de março de 2015 ficará lembrado “para
sempre” como “Dia da Democracia”.
Aécio pediu ainda que a população não se “disperse”, pois o “caminho” ainda “está
começando a ser trilhado”. Apesar de não participar das passeatas, o mineiro foi visto
acompanhando o protesto da janela de seu apartamento em Ipanema, Zona Sul da
capital carioca, com um dos filhos gêmeos no colo.
Na sexta-feira, o senador havia divulgado um vídeo convocando a população para os
protestos. Na gravação, Aécio afirmou que “a rua é do povo, como o céu é do avião”.
Ele destacou que o PSDB é contra os pedidos de impeachment.
– Nós não proibimos e nem estamos proibidos de dizer a palavra impeachment, ela
apenas não está na agenda do PSDB – disse na semana passada.
Outra candidata derrotada à eleição para a Presidência, a ex-senadora Marina Silva
(PSB-AC) quebrou o silêncio e comentou os protestos em sua conta no Facebook. Ela
escreveu, no final do domingo, que “não há como desconhecer ou minimizar a
manifestação”.
– O povo brasileiro exige uma posição da presidente da República em resposta aos seus
justos e legítimos reclames – acrescentou.
Conforme Marina, esta é a hora de falar e dizer a verdade:
– Reconhecer os erros, assumir a responsabilidade por seus atos, propor soluções para
os problemas”. Na avaliação da ex-senadora, a “gigantesca expressão de indignação
ultrapassou em muito qualquer expectativa e também qualquer desejo de controle dos
grupos e correntes políticas organizadas.
Aécio acompanhou manifestações da janela de seu apartamento em Ipanema
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ROBERTO AZEVEDO
A manifestação nas ruas
Consagrada pela democracia, grande vitoriosa de todo o processo, a liberdade
para declarar posições favoráveis ou contrárias à presidente Dilma Rousseff
mostra um processo de maturidade política em meio à avalanche de denúncias de
corrupção
A democracia será a grande vitoriosa na análise pós-manifestações pró e contra o
governo de Dilma Rousseff. Sairá fortalecida, mas isso não é garantia de que todos os
males que afligem a sociedade brasileira começam a ser resolvidos a partir disso.
Degastada, a proposta de impeachment da presidente da República cai por terra por não
ter um fundamento a não ser o desejo de revanchismo eleitoral ou até por ter como
juízes, se materializado o processo, deputados federais e senadores, muitos deles
envolvidos em denúncias de atos ilícitos e na própria Operação Lava Jato, da Polícia
Federal, que constatou desvios do dinheiro público na Petrobras e está na mira de
investigação adicionais do Ministério Público Federal. Não se condena um chefe de
governo só por má administração ou por fazer o contrário de tudo que vendeu durante
uma campanha do ano passado. Aplica-se o julgamento político, com rito jurídico,
quando há provas contundentes de que houve usurpação do cargo para benefício próprio
ou para abrigar o grupo político que representa, e isso não é feito por suposições ou
ilações, necessita de provas contundentes, a participação direta de Dilma Rousseff nos
eventos.
A corrupção, fio condutor de todas as manifestações propostas, deve ser, sim, o foco.
Não há como conviver com tamanho assalto aos cofres públicos, ora em nome do
pagamento da fatura pelo financiamento privado, empresarial, das campanhas, ora como
única forma de participar de processos viciados em licitações. A reforma política
precisa sair do papel, na mesma proporção em que delírios, tais como dos que pedem a
volta da ditadura militar, devem ser riscados da agenda do país. Estes desconhecem os
obscuros acontecimentos que foram vividos pelo país durante 21 anos e a comparação
histórica com o momento atual não procede. Hoje, as instituições Polícia Federal,
Receita Federal, Ministério Público – em todos os níveis – e o Judiciário tem agido
contra a sensação de impunidade, o que não pode ser confundido com direitos dos
apenados, previstos em lei, que beneficiaram mensaleiros do primeiro governo de Luiz
Inácio Lula da Silva, gente poderosa como José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares,
condenados e presos.
A expectativa para os eventos programados para este domingo, os protestos contra
Dilma Rousseff, é que sigam a ordem das manifestações de sexta, chamadas pela
Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Movimentos sociais, que tinham uma pauta
mais branda. Sempre devemos torcer pelo desenrolar pacífico, até porque o que grita,
ofende e destrói o patrimônio alheio perde a razão em sua causa.
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Evidente
Se a ordem da CUT e dos demais realizadores era mostrar força na defesa de Dilma, o
resultado das concentrações em Santa Catarina e país afora ficaram abaixo do esperado.
O Palácio do Planalto comemorou a intervenção do PT na última hora, que arredondou
o discurso contra o governo, principalmente em cima das MPs que modificam direitos
dos trabalhos, porém sabe que o dever de casa já foi anunciado pelo ex-secretário-geral
da Presidência, Gilberto Carvalho, quando disse com todas as letras que o governo
federal afastou-se dos movimentos sociais e sindical, bastante enfraquecidos com a
chegada ao poder.
Com a palavra
Está nos anais da Câmara um discurso proferido pelo então deputado Ivan Ranzolin,
hoje defensor-geral do Estado, quando das primeiras denúncias do mensalão no governo
Lula, em 2005, e que agora explicam muita coisa, inclusive a saída dele do PP. Como
assinou a criação da CPI do Mensalão, assim como os colegas catarinenses Odacir
Zonta e Leodegar Tiscoski, Ranzolin foi forçado pelo líder da bancada, José Janene
(PP-PR), a deixar a posição de destaque na poderosa Comissão e Constituição e Justiça.
Janene morreu e não foi alcançado pelas punições aos mensaleiros, mas sempre é citado
como um dos chefes da corrente da corrupção na sigla, ao lado dos condenados Pedro
Henry e Pedro Corrêa. À época, Ranzolin foi substituído por Mário Negromonte, ora
incluído nas investigações do MP Federal na Operação Lava Jato. Mesmo que queira
deletar o que passou na Câmara, o catarinense foi premonitório ao alertar sobre os casos
escusos que envolviam o desvio do dinheiro público.
“O jogo do Janene era pesado, agora enviei um documento ao PP e disse que eles
entendem o porquê da minha saída do partido, que nada tem a ver com a situação
estadual.”
Ivan Ranzolin, ex-deputado federal, sobre o que motivou a sua saída do PP e a ida
para o DEM.
O motivo
A deputada Luciane Carminatti justificou o porquê de não votar pelo projeto do colega
Neodi Saretta, que previa a concessão de gratificação de produtividade aos assistentes
técnicos e pedagógicos da Secretaria Estadual de Educação.
Entende que não seria prudente, neste momento, aprovar um projeto que contemple
apenas um setor da Educação, enquanto se discute a carreira e um plano que contemple
ACTs, efetivos e aposentados. O cliam não ficou bom entre os petistas.
Encontro
Com as relações políticas estremecidas desde que o PSDB defendeu a posição do ex-
deputado Dóia Guglielmi, que pedia a contagem de uma urna para ocupar a vaga na
Assembleia, o deputado Vicente Caropreso não andava lá muito à vontade com o
senador Paulo Bauer, presidente do partido.
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Na sexta-feira, em São Paulo, Caropreso, que é médico, visitou Bauer na UTI do
Hospital Sírio-Libanês, depois do senador colocar stents em uma das artérias do
coração. Foi uma vista de amigo, garante.
Sobre Laguna
A assessoria da Construtora Camargo Corrêa informa que não procede a informação de
taraso na Ponte Anita Garibaldi, em Laguna, obra da duplicação do trecho sul da BR-
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Explica que segue o cronograma estabelecido em contrato com o DNIT e que o projeto
está em fase finalização.
GETULISTAS E BRIZOLISTAS
O deputado Rodrigo Minotto (à direita) e o vereador Ivan Naatz, de Blumenau, ambos
do PDT, disputaram uma cadeira à Assembleia no ano passado e hoje trabalham juntos
em temas como a agilização do início das obras na SC-108, conclusão da Ponte de
Gaspar e o Anel de Contorno, no Vale do Itajaí. Na visita ao gabinete do deputado, o
dois tinham mais do que o ideal, estavam acompanhados dos quadros dos líderes
trabalhistas Leonel Brizola e Getúlio Vargas, testemunhas da integração dos dois
pedetistas.
PAULO ALCEU
Dia seguinte...
Com uma população de mau humor, como ficou claro tanto na manifestação de sexta
feira como a de ontem, tudo poderá acontecer. No dia 13, quando os coordenados
manifestantes foram às ruas de bandeira vermelha , embora com uma pauta de apoio,
mesmo assim, não esconderam insatisfações com algumas medidas da presidente Dilma
no que se refere a direitos trabalhistas sendo corroídos. Neste domingo com o foco
contra a presidente, e tudo que está aí de indigesto para um país, o que foi revelado é
que mais uma vez um segmento significativo de brasileiros, verde e amarelo, mostrou
em seus protestos a falência do sistema político partidário e o pior, a total ausência de
lideranças que dêem opção de mudança, sem o perigo do retrocesso. Não se trata de
golpismo, muito menos de conflito entre diferentes em convicções, mas de um alerta
claro e determinante, como foi em junho de 2013. O dia seguinte vem com um punhado
de informações exigindo reflexões, inclusive, para extrair as distorções promovidas por
grupos que só querem confundir ou se beneficiar. Essa saída às ruas tem um significado
muito mais abrangente e solidário com o país, do que os políticos e agitadores de
currículo torto tentam impor revelando, desta forma, o longo caminho que ainda
teremos que percorrer. O Brasil está de mau humor, com a falta de respeito de seus
representantes e vem mostrando isso da sua maneira, sem disputar poder, sem
apresentar nomes como alternativa, mas sinalizando para transformações profundas. Por
mais que queriam denegrir ou deturpar o que está acontecendo, os brasileiros estão nas
ruas exercitando a democracia com base em um de seus ingredientes, o protesto.
17
Realidade
Ouvi uma explanação de um empresário da gastronomia o que se encaixa atualmente
em muitas atividades. Ele me dizia que nos últimos anos o movimento aumentou no
restaurante dele, mas surpreendentemente o ganho diminuiu. Com os custos em
elevação constante, não há possibilidade de repassar para o cardápio, sendo assim há
esse desequilíbrio cada vez mais acentuado.
Contrariedade
É explicável a reação contrária a presidente Dilma, que no primeiro mandato conquistou
pontos positivos de aprovação. Ocorre que na reeleição as maquiagens e inverdades
prevaleceram. E como mentira tem perna curta o cenário real se descortinou logo depois
da vitória impondo medidas amargas ao país. Perdeu a confiança, que terá que
reconquistar. E o PT passou a ser atingido por sua estratégia de embate e conflito de
classes que insiste em provocar, e por tratar o povo de ingênuo quando diz que nada
sabe do que acontece nos subterrâneos da corrupção. O partido que chegou ao Planalto
tinha outro discurso decepcionando seus seguidores e abafando ações positivas que
imprimiu.
Farrapos
Erros de governos passados não podem servir de argumento para suprimir absurdos e
ilegalidades cometidas pelo governo atual. É mais fácil culpar os outros do que
reconhecer falhas, inclusive, de caráter. Havendo erros porque não foram combatidos ao
invés de repetidos.
Irritante
Ás vezes me pergunto por que médico marca horário para consulta? Mesmo particular a
gente amarga horas de espera como senão tivesse outros compromissos. Vira
desrespeito...
Sugestão
O ex-deputado Reno Caramori, hoje em atividade na presidência da Assembleia,
defendeu a proposta do vereador Pedrão para o replantio de árvores que estão sendo
retiradas para a construção do corredor de ônibus na Capital, como medida de
compensação. Mas sugeriu que fossem árvores frutíferas ou frondosas e não coqueiros
que não dão nem sobra. Fica a sugestão
18
Apoio
Embora ainda em recuperação devido uma cirurgia cardíaca o senador Paulo Bauer do
PSDB não perdeu a oportunidade de expressar pela sua página no facebook apoio as
manifestações, que movimentaram o domingo pelo país.
Tragédia
O triste acidente na Serra Dona Francisca em Joinville, que promoveu um aparato de
guerra, e que levou dezenas de vidas destaca de forma preocupante que ultimamente
estão ocorrendo muitas tragédias envolvendo ônibus, o que está exigindo uma maior e
eficiente fiscalização. Sem produzir culpados ou culpas num momento de sofrimento
dos familiares, nada mais prudente do que prevenir onde há possíveis falhas. São vidas
em risco num universo onde as estatísticas não são favoráveis.
Futuro
Nos próximos dias estará legalizada e pronta a empresa de consultoria do ex-deputado
Joares Ponticelli que vai funcionar em Florianópolis mantendo ligação com o Sul do
Estado principalmente Tubarão. Quer retornar à Assembleia em 2018. A atuação da
empresa não ficará restrita à política e terá a participação de profissionais de outros
ramos de atividade.
Progresso
A corrupção por mais tenaz e fortalecida nos subterrâneos do poder começa a mostrar
sinais de enfraquecimento e a pressão popular tem sua participação nesse processo.
Tanto que ontem uma das bandeiras era o combate à corrupção. Os avanços, diante de
tanto roubo, de tanto deboche podem ainda ser lentos, mas estão acontecendo, diferente
de tempos atrás. Estamos exercendo nosso direito impondo um novo rumo para o país
onde houve uma certa conivência. Esses manifestos mostram que o Brasil está
acordando...
A vida segue
Caso o Brasil tivesse optado pelo Parlamentarismo esse “gabinete” que ai está, teria
caído. Até porque é o povo apontando erros de governo, que acabaram onerando o país.
Mas como estamos no Presidencialismo as manifestações, para os inquilinos atuais do
poder, virou golpe. Demonstração da falta de argumentos...
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NOTÍCIAS
DOMINGO DE PROTESTOS
Multidão lota Centro de Joinville Com cartazes, bandeiras e caras pintadas, manifestantes se concentraram na praça
da Bandeira
Era por volta de 15 horas quando pessoas começaram a se reunir na Praça da Bandeira,
no Centro de Joinville, ontem. Às 16 horas, os manifestantes já passavam dos 10 mil. A
execução do Hino Nacional marcou o início do protesto que, organizado pelas redes
sociais, pedia, entre outras coisas, o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).
A polarização política que tomou conta dos corredores de Brasília e de grande parte das
redes sociais nos últimos meses ganhou as ruas no domingo. Com diversas bandeiras e
discursos diferentes, a manifestação reuniu desde os que pediam o afastamento da
presidente Dilma a aqueles que reclamavam da inflação e do preço de combustível e
energia elétrica.
Convocado pelo Facebook, o protesto do Movimento Brasil Livre (MBL) foi às ruas de
Joinville motivado, segundo eles, pela insatisfação com a situação econômica, a
corrupção e os problemas sociais. A Polícia Militar, que sobrevoou o Centro com o
helicóptero Águia, confirmou que às 17 horas de domingo mais de 25 mil pessoas se
reuniam no local.
Seguindo o planejamento original, os manifestantes não marcharam pelo Centro da
cidade, mas a concentração na praça da Bandeira, maior do que a prevista pela
organização, bloqueou as ruas Nove de Março, Rio Branco e Quinze de Novembro. No
centro da praça, um carro de som serviu de púlpito para os manifestantes. Qualquer
pessoa podia subir e se manifestar diante da concentração.
– No começo, parecia que a chuva ia afastar alguns manifestantes, mas isso surpreendeu
as expectativas da organização. E o melhor de tudo é que ninguém precisou lutar para
manter a ordem, tudo correu naturalmente, sem violência. Começamos e terminamos
nos horários previstos – disse Félix Adriano, que passou boa parte da manifestação em
cima do carro de som, na equipe de organização.
Agenda de pautas
No final da tarde, a equipe do MBL acordou com os manifestantes a criação de uma
agenda com pautas e datas para uma série de eventos. A ideia é somar um extenso leque
de pedidos distintos dos grupos de manifestantes e criar um documento oficial de
reivindicações.
20
DOMINGO DE PROTESTOS
Atos também em Jaraguá do Sul e Mafra
O descontentamento com o governo também levou milhares de pessoas às ruas de
Jaraguá do Sul. Segundo estimativas da Polícia Militar, pouco mais de 10 mil pessoas
participaram do protesto.
A concentração na praça Ângelo Piazera começou às 15 horas. Sem carro de som,
apenas com palavras de ordem como “Fora Dilma” e trechos do Hino Nacional, o
protesto tomou conta de toda a avenida Marechal Deodoro da Fonseca.
Edelson Barbosa e a esposa Jocilene participaram do protesto com a filha Eduarda com
sentimento de dever cumprido.
– Estamos lutando por um futuro melhor para ela. A educação e a saúde estão críticas, é
preciso fazer alguma coisa para mudar.
Uma das organizadoras do protesto na cidade, Karoline Drews comemorou o resultado
da manifestação, que superou o público esperado. Segundo ela, a força das ruas deve ser
levada em conta pelo Planalto.
– Com todo esse movimento pelo País, não é possível ignorar o descontentamento. E se
este não trouxer resultados, estamos prontos para ir às ruas novamente.
A manifestação foi pacífica e não houve registros de vandalismo ou arruaça, segundo a
PM. Em Mafra, mais de mil pessoas se concentraram na praça Lauro Müller.
REIVINDICAÇÕES - Joinvilenses pediram afastamento da presidente Dilma e
reclamaram da inflação e da alta de preços
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POLÍTICA
A repercussão dos protestos
As manifestações contra o governo Dilma Rousseff ganharam repercussão na mídia
internacional ontem. Vários jornais europeus deram destaque ao evento em suas
páginas, trazendo informações, imagens e análises. O britânico The Guardian chamou
os protestos de “demonstrações de direita” pela frustração com a “economia
moribunda” e o escândalo de corrupção na Petrobras. Já o Financial Times, com o título
“Milhares pedem o impeachment de Rousseff”, destacou que as manifestações
aconteceram no início do segundo mandato de Dilma. As manifestações foram
manchete também no site da BBC, que enfatizou o escândalo de corrupção da Petrobras
como o fator gerador dos protestos. O jornal alemão Der Spiegel trouxe o título “Brasil:
centenas de milhares vão às ruas para protestar contra o governo”. No texto, o jornal
descreve os eventos nas principais cidades brasileiras e atribui as manifestações à crise
econômica e ao escândalo de corrupção da Petrobras.
CRICIÚMA
Cerca de 8 mil pessoas participaram do
protesto em Criciúma, no Sul do
Estado. A concentração dos
criciumenses teve início no Parque das
Nações.
CHAPECÓ
A manifestação em Chapecó ocorreu
na manhã de ontem, na Praça
Coronel Bertaso. Houve uma
caminhada pela área central que
durou uma hora. O encerramento
aconteceu às 11 horas com a
população cantando o Hino
nacional.
22
FLORIANÓPOLIS
A movimentação em Florianópolis
começou em frente ao Terminal de
Integração do Centro (Ticen). Às 16h30,
manifestantes seguiram em direção à
Avenida Beira-mar, onde foram
surpreendidos por uma forte chuva. A
caminhada terminou às 17h45 em frente à
Polícia Federal.
Apoio
O membro da família real brasileira Dom João de Orleãs e Bragança, trineto de Dom
Pedro II, participou da manifestação contra a corrupção em Copacabana, no Rio de
Janeiro. Ele disse que é contra o pedido de impeachment da presidente Dilma.
– Eu sou contra o impeachment. A presidente Dilma ganhou as eleições legitimamente.
E se ela for retirada, terá que ser legitimamente.
ARTIGO
Precisamos produzir água, por DARCI DE MATOS*
A escassez de água está causando grandes transtornos no País. Em muitas regiões, os
reservatórios estão em níveis críticos, afetando o abastecimento nas residências e a
geração de energia. Acostumada com a fartura deste líquido, pouca gente se preocupou
com medidas eficazes para preservar as nascentes e a qualidade dos mananciais. Com as
mudanças climáticas, passou-se a falar nos produtores de água e em formas de
aproveitamento das águas pluviais.
Um dos projetos mais interessantes é o Conservador das Águas, no município mineiro
de Extrema, na divisa com São Paulo. O programa é pioneiro na aplicação efetiva do
chamado pagamento por serviços ambientais (PSA), que consiste na remuneração do
proprietário das terras em que se localizam os mananciais de abastecimento. Desde que
o programa foi instituído, em 2007, foi plantado mais de um milhão de árvores e
restauradas 250 nascentes. Cerca de R$ 1,6 milhão já foi repassado para 170
propriedades rurais da bacia hidrográfica do rio Jaguari, que alimenta o sistema
Cantareira, em São Paulo.
A ideia, desenvolvida pelos técnicos da Prefeitura em parceria com a ONG The Nature
Conservancy (TNC) e o Instituto Estadual de Florestas, é simples e ambiciosa: restaurar
ou preservar as matas que circundam as nascentes, cabeceiras e aquíferos para formar
bolsões freáticos que liberarão água na medida das necessidades. Os funcionários
plantam cerca de mil mudas de árvores nativas por dia, geralmente em propriedades
privadas. Por sua vez, os produtores rurais que abriram mão de uma área que poderia ser
23
explorada com pastagens ou agricultura recebem dinheiro da prefeitura como
compensação pelos avanços ambientais.
Em Joinville, projetos que poderiam servir de modelo não prosperaram. O Programa
SOS Nascentes, criado em 1997, que visava a recompor a vegetação ciliar, à produção
de mudas nativas e ao saneamento rural, deu bons frutos e depois entrou em hibernação.
A lei complementar 220, de 2006, de minha autoria, que estabelecia regras para o
reaproveitamento das águas pluviais, também encalhou por falta de regulamentação.
Portanto, quem planeja e se prepara evita catástrofes.
*Deputado estadual
NOTÍCIAS
POLÍTICA
Protesto marcado pela ordem Movimentação contra o governo da presidente Dilma em Blumenau foi uma das
maiores do Estado
O dia 15 de março de 2015 vai ficar marcado como a data em que o blumenauense
tomou a frente do discurso de indignação política e foi às ruas fazer um dos maiores
protestos do Estado. Segundo as estimativas da Polícia Militar (PM), cerca de 40 mil
pessoas lotaram o Centro de Blumenau para protestar contra a corrupção e pedir o
impeachment da presidente Dilma Rousseff. Pacífico, o ato foi marcado pela
organização e ordem, sem registros de brigas ou confusões.
Organizado através das redes sociais pelo Movimento Brasil Livre (MBL), o protesto
fez parte de uma série de atos por todo o país que movimentou mais de 150 cidades. Em
Santa Catarina, as maiores manifestações foram em Blumenau e Balneário Camboriú –
que também registrou 40 mil pessoas, segundo a Polícia Militar.
A movimentação começou por volta das 14h, quando os primeiros manifestantes
chegaram à prefeitura de Blumenau. Pontualmente às 16h, o carro de som que
comandava o ato iniciou a passeata acompanhado por carros da PM e da Guarda de
Trânsito, seguidos pela multidão que gritava contra o governo e pelo fim da corrupção.
Os manifestantes marcharam da prefeitura até a Rua 7 de Setembro, que percorreram até
a Alameda Duque de Caxias, de onde iniciaram o retorno ao ponto inicial pela Avenida
Beira-Rio, concluindo o trajeto em pouco menos de três horas.
Número de vereadores foi uma das reivindicações
Entre os cartazes e gritos de protesto, os manifestantes pediam o fim da corrupção, da
reforma política, o impeachment da presidente e pautas regionais, como a manutenção
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do número de vereadores. Em menor quantidade, também era possível encontrar
defensores de uma intervenção militar ou da separação da região Sul do resto do país.
Um dos defensores da causa do “O Sul é o meu país” era Eugênio Koehler, 55, que, ao
lado da esposa, protestava motivado pela indignação com o atual governo. De cara
pintada, Koehler conta que participou das passeatas pelo impeachment de Fernando
Collor, em 1992:
– Acho que a questão da separação do Sul é inconstitucional, então queremos
principalmente o impeachment. Só com o povo indo às ruas os parlamentares vão se
sentir pressionados.
O momento mais significativo aconteceu quando a passeata parou em frente à Câmara
de Vereadores e, com bandeiras do Brasil erguidas, os manifestantes cantaram o hino
nacional. Em cima do carro de som que guiava o ato, os representantes do MBL
reforçaram que devem ocorrer novos protestos. No fim da passeata, os organizadores
colheram assinaturas para um abaixo-assinado pedindo o impeachment da presidente.
Para a PM, a manifestação foi tranquila e sem a necessidade de intervenção. Os policiais
apenas acompanharam o trajeto e ajudaram a organizar o trânsito, que precisou ser
bloqueado por alguns momentos. Foram cerca de 125 policiais e 25 agentes de trânsito
mobilizados.
Em marcha pelas ruas do Centro de Blumenau, manifestantes erguiam cartazes pelo fim
da corrupção
POLÍTICA
Moradores do Vale vão às ruas
Moradores de outras cidades do Vale do Itajaí também foram às ruas. Alguns protestos
começaram pela manhã, como em Brusque, onde cerca de 5 mil pessoas participaram.
Apiúna, Timbó, Lontras, Pomerode, Rio do Sul e Indaial também registraram atos em
menor escala. Em Timbó cerca de 2 mil pessoas fizeram um trajeto de menos de um
quilômetro, enquanto em Pomerode aproximadamente 600 pessoas participaram da
manifestação. Em Rio do Sul o protesto envolveu 2 mil pessoas.
25
Em Lontras e Apiúna os protestos chegaram nas rodovias, interditando o tráfego de
veículos por algumas horas durante a tarde. A BR-470 foi fechada no trevo de acesso a
Lontras por cerca de 400 pessoas, que liberavam a pista quando as filas começavam a
passar dos quatro quilômetros. Em Apiúna a BR-470 foi fechada por menos de 100
pessoas e filas de até três quilômetros se formaram na região. Nenhum tumulto foi
registrado pela PM.
Em Brusque cerca de 5 mil pessoas aderiram ao movimento ontem de manhã
POLÍTICA
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POLÍTICA
Cerca de cinco mil pessoas participaram do protesto em
Joaçaba e Herval d’ Oeste
Ato pacífico foi organizado por redes sociais.
As manifestações contra o
governo e a corrupção tomaram
as ruas do país neste domingo
(15). As mobilizações foram
organizadas pelas redes sociais
nas últimas semanas.
A multidão protestou contra os
escândalos de corrupção e o
governo federal. Muitos inclusive
defendem o impeachment e até
apoiam uma intervenção militar.
Em Joaçaba cerca de 5 mil pessoas lotaram as ruas nesta tarde. O ato pacífico e foram
acompanhados pela Polícia Militar. Manifestantes usam verde e amarelo, carregam
bandeiras do Brasil e faixas com frases de ordem. Concentradas em frente à Prefeitura
de Joaçaba e a população iniciou às 15h uma caminhada iniciando pela na Avenida XV
de Novembro em Joaçaba, passando pela Ponte Jorge Lacerda em Herval d‟Oeste e se
deslocando pela Rua Santos Dumont em direção a Ponte Emílio Baumgarten e
finalizando na Praça da Catedral em Joaçaba.
Políticos, empresários e entidades também foram as ruas em protesto. A Associação
Comercial e Industrial do Oeste Catarinense (ACIOC), bem como a Câmara dos
Dirigentes Lojistas (CDL) de Joaçaba apoiaram a manifestação.
27
Os caminhoneiros tambem participaram do protesto. E estacionaram os veículos, usados
para os buzinaços no fim do mes de fevereiro, em frente a praça. E desfilaram pelas ruas
centrais de Joaçaba em adesão ao manifesto.
Outros municípios da região como Água Doce, Videira, Campos Novos, Ouro e
Capinzal realizaram os protestos.
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29
30
VENCEU A DEMOCRACIA
Ninguém pode contestar que a democracia foi a grande vitoriosa nas manifestações que
ocorreram pelo Brasil afora na sexta-feira e ontem. Se o desejo da Central Única dos
Trabalhadores (CUT) e dos demais idealizadores das manifestações pró-presidente
Dilma e o governo era mostrar força, o resultado por todo o Brasil foi abaixo do
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esperado. As manifestações contra o governo, com uma participação maior da
população, ficaram muito aquém do que se imaginava. A proposta de impeachment da
presidente da República foi totalmente abortada por não ter um fundamento a não ser o
desejo único de revanche eleitoral. Nos atos pró e contra prevaleceu o bom senso e, com
raras exceções, de Norte a Sul o que se viu foi bastante maturidade de quem esteve
presente. Em uma nação onde existem 142 milhões de eleitores, somados todos
participantes, os atos de sexta e ontem não tivemos três por cento nas ruas. Onde
estavam os outros 97%? Mas a movimentação valeu e deixou políticos e empresários
cientes de que o povo clama por profundas mudanças.
Entrelinhas
Secretaria de Estado da Saúde dará um adiantamento de R$ 500 mil para a continuidade
das obras do Hospital Santa Teresinha, de Braço do Norte. A notícia foi dada durante
reunião com o secretário João Paulo Kleinubing, secretário regional Roberto Kuerten
Marcelino, deputado estadual José Nei Ascari e prefeito Ademir Matos.
Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Tubarão e Complexo Lagunar promove amanhã,
em Anitápolis, às 9h, no Sindicato Rural, um encontro para discutir atividades
ambientais. Dentre os temas escolhidos estão as Pequenas Centrais Hidrelétricas
(PCHs), os desmatamentos e as nascentes.
Enquanto uma grande parte dos empresários só fala em crise, o presidente da Havan,
Luciano Hang, revelou que pretende abrir 15 novas unidades neste ano. A expansão vai
gerar mais de 4 mil empregos diretos. Em 2014, a Havan abriu 24 megalojas em
diversos Estados.
Atendendo requerimento apresentado pelo vereador Clodoaldo de Medeiros (PT), os
vereadores em Tubarão receberão hoje a visita de Dom João Francisco Salm, bispo da
Diocese de Tubarão. O objetivo é falar sobre a Campanha da Fraternidade 2015, cujo
tema é “Fraternidade: Igreja e Sociedade”, e o lema é “Eu vim para servir”.
O senador Paulo Bauer (PSDB/SC) passou por cirurgia cardíaca quinta-feira passada e
já está em fase de recuperação. Para implantar duas pontes de safena, a equipe do
cirurgião Roberto Kalil iniciou os trabalhos às 15h e os concluiu às 20h30 no Hospital
Sírio-Libanês, na capital paulista.
32
Os novos diretores que compõem a diretoria executiva da PrevUnisul foram
empossados em reunião extraordinária do Conselho Deliberativo na sede da PrevUnisul,
em Tubarão. O contador Tarcísio dos Santos Júnior tomou posse como diretor
superintendente. Na Diretoria de Seguridade, assumiu Marina Larissa Vitor.
A assessoria da Construtora Camargo-Corrêa está informando que não procedem as
notícias de atraso na obra da ponte Anita Garibaldi, em Laguna, e que o cronograma
estabelecido com o Dnit segue sem maiores problemas, dentro do prazo estabelecido -
está em fase final, inclusive.
A revisão do Pacto Federativo
Revisar o Pacto Federativo, de tal forma que Estados e municípios recebam uma parte
maior do bolo tributário nacional e que assembleias e Câmaras de Vereadores tenham
ampliada a capacidade de legislar. Com base nessas propostas, a Assembleia Legislativa
de Santa Catarina implantou o Fórum Parlamentar que vai propor uma emenda à
Constituição Federal visando a alterar o Pacto Federativo.
A ideia partiu do deputado Fernando Coruja (PMDB) e conta com a participação de
outros oito parlamentares. O representante do Sul é Rodrigo Minotto (PDT). A proposta
pretende, ainda, mobilizar as demais assembleias legislativas para elaborarem uma
emenda constitucional. Conforme o artigo 60 da Carta Magna, no mínimo, metade (14)
dos legislativos estaduais, unidos, podem propor mudanças constitucionais.
O modelo atual concentra os recursos na União, que vem aumentando ano a ano desde
1988. O governo federal cria contribuições, que ficam em Brasília, e ao mesmo tempo
concede isenções nos impostos que são partilhados com Estados e municípios. Para
esses últimos, a conta não fecha mais.
Outro objetivo do fórum vai ser permitir que as emendas à Constituição Federal possam
ser propostas por meio de iniciativa popular, como já ocorre com projetos de lei.
Esta semana, o fórum vai ter a primeira reunião para tratar dos temas que vão ser
abordados na proposta de emenda à Constituição Federal. Ainda vai ser necessária a
aprovação de um projeto de resolução no Parlamento catarinense com o teor da proposta
e encaminhamento para as demais assembleias.
„
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CI requerimentos
O relatório da Comissão de Investigação sobre o atraso nas respostas dos requerimentos
dos vereadores deve ser lido amanhã na Câmara de Tubarão. Há expectativa sobre o
texto e o que será concluído. Especula-se que há divergência sobre um pedido de
cassação de mandato. Tem quem entenda que este seja o caminho e outros, não.
Revista em Sangão
Está circulando em Sangão a segunda edição da revista Sangão em Ação. Em 32
páginas são pelo menos 27 fotos com o prefeito Castilho Vieira (PP) e ações do Poder
Executivo municipal. Situação é bem semelhante à que envolve o prefeito de Tubarão,
Olavio Falchetti (PT). Será que vereadores do município e o Ministério Público também
vão agir neste caso? A publicação não tem expediente com o nome dos responsáveis,
nem informações sobre custos e tiragem.
Tentativa para a João XXIII
Ainda na Assembleia Legislativa, a luta dos professores, funcionários e comunidade
para reverter o fechamento da Escola João XXIII ganhou aliados. Representantes da
causa participaram da reunião da Comissão de Educação, Cultura e Desporto e pediram
apoio na questão. A vice-presidente da comissão, deputada Luciane Carminatti (PT),
disse que vai ser encaminhado um ofício à Secretaria Estadual de Educação para que a
decisão seja revista.
Pré-candidato na espera da reforma
Em Capivari de Baixo, o prefeito Moacir Rabelo da Silva (PP) disse que está à
disposição para disputar a reeleição em 2016. Aguarda a definição sobre a reforma
política. Moacir acredita na possibilidade de prorrogação dos atuais mandatos ou até
mesmo no fim da reeleição.
Praça para Treze de Maio
Prefeito de Treze de Maio, Keke (PP); vice, Agnaldo Carara (PSDB) e o vereador Dema
(PP) estiveram no gabinete do deputado estadual Zé Milton (PP) para acertar uma
parceria entre o município e governo do Estado. O convênio será para construir uma
praça com academia na comunidade de São Gabriel.
34
POLÍTICA
Protesto para impeachment de Dilma reúne mais de mil
Em Canoinhas, manifestação pacífica foi acompanhada pela Polícia Militar pelas
ruas do município
Em Canoinhas, a manifestação pacífica contra o governo de Dilma Rousseff reuniu
mais de mil pessoas, segundo os organizadores.
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Os manifestantes percorreram ruas do centro de Canoinhas com cartazes e cantaram o
Hino Nacional Brasileiro em frente à Prefeitura e em frente à Igreja Matriz Cristo Rei.
POLÍTICA
Manifestantes lotam a praça Sesquicentenário, em Brusque Segundo estimativa da Polícia Militar, mais de duas mil pessoas compareceram ao
protesto em Brusque
Mais de duas mil
pessoas compareceram
a praça
Sesquicentenário, em
Brusque, na manhã
deste domingo, 15 de
março, para o protesto
que pede o
impeachment da
presidente Dilma
Rousseff e o fim da
corrupção.
A praça ficou tomada
de manifestantes
36
vestidos de verde e amarelo com cartazes e faixas pedindo mudança política no país.
Além das palavras de ordem, o hino nacional foi cantado pela multidão que depois
seguiu em caminhada pelas principais ruas da cidade.
POLÍTICA
Moradores e turistas se unem para protestar
Balneário Camboriú, SC - Domingo (15) foi dia de
protestar. Segundo
levantamento da Polícia
Militar, cerca de 40 mil
pessoas participaram do
ato de repúdio a corrupção
e pelo impeachment da
presidente Dilma
Rousseff.
Vestindo verde e amarelo
e entoando o hino
nacional, moradores e
turistas ocuparam parte
das avenidas Atlântica e
Brasil para protestar.
A concentração inicial ocorreu na Praça Almirante Tamandaré. "Fora Dilma!" e "Fora
PT!" foram as palavras de ordem.
Puchados por um trio elétrico, seguiram da praça até a avenida Alwim Bauer e depois
pela Brasil até a rua 2000 e retorno na Ablântica.
Os manifestantes começaram a se reunir na Praça Almirante Tamandaré, na Avenida
Atlântica, bem no meio da Praia Central, por volta das 15h. Com os gritos de "Fora
Dilma!" e "Fora PT!", a multidão saiu em passeata atrás de um trio elétrico pela beira-
mar, entrou na Avenida Alvin Bauer, em seguida percorreu a Avenida Brasil até a Rua
2000 e depois retornou para a Avenida Atlântica, onde finalizou o ato no Pontal Norte.
O comandante do 12º Batalhão da PM no município, o major Evaldo Hoffmann Junior
disse que o protesto foi pacífico e contou com a participação de famílias.
37
POLÍTICA
Manifestação leva 17 mil pessoas às ruas
Ato contra corrupção e governo Dilma Rousseff mobilizou população em Jaraguá
do Sul
Seguindo a onda de manifestações por todo país, Jaraguá do Sul colocou cerca de 17
mil pessoas nas ruas durante a tarde deste domingo, dia 15, segundo estimativa da
Polícia Militar. Vestindo verde, amarelo, empunhando faixas e cartazes, a multidão
protestou contra a corrupção e à favor do impeachment da presidente reeleita, Dilma
Rousseff (PT).
O número bateu com expectativa criada pela adesão ao evento nas redes sociais, mas a
organizadora Karoline Drews, 18 anos, ficou surpresa “Não tivemos um público alvo e
o evento atingiu várias pessoas, de várias idades, que vieram protestar com respeito. O
objetivo principal é pedir mudança, e mudança já”,declarou.
A caminhada pacífica expressou o repúdio à corrupção, com posicionamentos contra o
governo Dilma e PT. Cartazes pediam pelo fim dos esquemas políticos, do
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financiamento privado de campanhas, pela reforma política e tributária.”Queremos uma
reforma nas bases administrativas do país, nossa caminhada é a favor disso e do
impeachment”, comentou o engenheiro têxtil, Gelson Ferreira, 40 anos.
Ao lado da família, o arquiteto Renato Escobar 44 anos, destacou a necessidade do
posicionamento da população contra a “falta de moral política”. Para a esposa e também
arquiteta, Paula, 38 anos, a motivação é incentivar o filho, Athur, de apenas quatro anos,
a buscar um país mais justo. “Queremos que ele tenha esse entendimento de que é
preciso exercer nosso poder enquanto cidadão”, disse.
Em meio à maioria que pedia a saída da presidente, o movimento “Sul é o Meu País”
esteve presente. Também puderam ser vistas faixas a favor da intervenção militar,
pedindo por uma mudança do regime político do país.
Os manifestantes percorreram pacificamente quase cinco quilômetros, saindo da Praça
Ângelo Piazeira por volta das 15 horas, passando pela Marechal Deodoro da Fonseca,
Reinoldo Rau, Presidente Epitácio Pessoa e Avenida Getúlio Vargas.
PRESERVAÇÃO
CANCELADA - Ela morreu antes de nascer. A Expo Guaramirim 2015 que seria a
nova denominação da Expofeira não vai mais acontecer. A decisão foi tomada pelo
prefeito Lauro Fröhlich na manhã de quarta-feira (11) depois do pedido de vistas na
véspera do projeto de lei que a instituía pelo vereador Lauro Erthal. O projeto tramitava
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havia algumas semanas na Câmara. Foi o tiro de misericórdia nas pretensões de realizar
o evento, junto ao complexo do Seleto, no final de agosto. O motivo principal foi à
perda de prazos para a contratação de shows nacionais.
CANCELADA 1- Na quarta-feira, por exemplo, era a última data para confirmar a
vinda de Gustavo Lima. O pedido de vistas levaria o projeto para votação em outra
sessão, assim mesmo sem a garantia de aprovação. A oposição, com os quatro votos do
PMDB, sempre se posicionou contrária. A posição de Laurinho Erthal sinalizava que o
governo poderia ser derrotado. O prefeito Lauro preferiu não arriscar e retirou o projeto
da pauta de votação. Poderia instituir a Expo por decreto, mas a Câmara teria de aprovar
a suplementação de verbas. Ela aprovaria?
CANCELADA 2- Erthal é vereador do PP, que integra a base do governo de Fröhlich
com quatro cargos no escalão principal, mas diversas vezes reclamou da pouca atenção
que recebe. Ele não disse, mas talvez tivesse sido esse o motivo de "segurar" a votação.
O pedido de vistas é uma prerrogativa legal do legislador. Quem deve estar com sorriso
de orelha a orelha é a turma do "quanto pior melhor". Guaramirim tem muito disso,
infelizmente. Acabam não sendo adversários, mas inimigos e isso traz retrocesso para o
município. Um dia poderão provar do próprio veneno.
CEDUP - O deputado Vicente Caropreso teve aprovado na terça-feira (10) na
Assembleia Legislativa um requerimento pedindo ao Estado a retomada das obras do
Cedup de Guaramirim, paradas desde o final de 2012 por falta de verbas para a
conclusão. Vicente terá uma conversa com o secretário de Estado da Educação, Eduardo
Deschamps, para tratar desse assunto, que é uma vergonha. Uma obra educacional tão
importante abandonada e tomada pelo mato, sem nenhuma garantia, ainda, de quando
será retomada. Será que vem alguma resposta positiva?
ASSOCIATIVSMO - O tema "Importância de associativismo de municípios" abriu na
noite de quarta-feira (11) a 14ª turma da Escola de Governo e Cidadania da Amvali. A
aula magna foi proferida pelo empresário Vicente Donini que com muita propriedade
abordou o tema e provocou os participantes quanto a algumas questões fundamentais. É
sempre bom ouvir e aprender com quem tem grande bagagem de conhecimento e visão
universal. Donini é um defensor ferrenho do associativismo em todas as áreas, pelos
resultados concretos que traz com a união de esforços.
PRESERVAÇÃO - O prefeito de Schroeder, Osvaldo Jurck, baixou decreto esta semana
proibindo demolições de edificações construídas até o ano de 1960, sem a prévia licença
expedida pelo Município. O proprietário deve requerer qualquer ação dessa natureza e a
Prefeitura vai encaminhar para a análise do Conselho de Políticas Culturais para avaliar
o valor histórico e cultural da construção. Caberá ao Conselho avaliar a relevância ou
não do imóvel para com a história da colonização schroedense, ou arquitetura
característica da região. Mandou bem o Osvaldo.
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POLÍTICA
Centenas de pessoas fecham ruas e participam de manifesto
em Gaspar
A grande participação da comunidade gasparense no manifesto deste domingo, 15 de
março, mostrou a insatisfação de todos perante a atual situação do Brasil. Em meio a
diversos escândalos envolvendo corrupção, falta de punição e a crise em que o país se
encontra, os gasparenses foram às ruas e mostraram sua força. A mobilização na cidade
teve início nas redes sociais, onde diversas pessoas confirmaram participação. O
manifesto teve início às 16h, seguiu até o final da tarde e foi marcado por protestos na
Praça da Prefeitura, caminhadas pela cidade e fechamento de ruas, como a Avenida das
Comunidades.
A Polícia Militar de Gaspar e a Diretoria de Trânsito participaram da manifestação e
nenhum ato de vandalismo foi registrado.
Multidão se junta na Praça da Prefeitura
Uma grande multidão se juntou na Praça Getúlio Vargas às 18h de domingo, dia 15.
Após percorrerem o centro da cidade, os manifestantes voltaram para frente da
prefeitura pedindo redução de impostos e punição aos corruptos.
Manifestantes fecham Avenida das Comunidades
Os manifestantes percorreram a rua Industrial José Beduschi e estão retornando para a
praça, onde farão uma nova concentração.
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Após concentração na Praça Getúlio Vargas, os manifestantes percorreram o centro da
cidade e se encontraram em frente à Igreja Matriz São Pedro Apóstolo. Logo após,
centenas de pessoas seguiram para a Avenida das Comunidades, onde interditaram o
trânsito da via.
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POLÍTICA
Gasparenses tomam as ruas para protestar De acordo com a Polícia Militar, cerca de 1.500 pessoas participaram do protesto
contra o Governo Dilma
Uma grande mancha verde e amarela tomou conta das ruas centrais de Gaspar na tarde
deste domingo (15). Assim como aconteceu em muitas cidades do Brasil, os
gasparenses foram para as ruas mostrar sua insatisfação com a atual situação do país.
Teve quem defendeu o impeachment da presidente Dilma Rousseff e quem pediu pela
reforma política e o fim da corrupção. A concentração dos manifestantes aconteceu na
Praça Getúlio Vargas, no Centro da cidade, onde as primeiras pessoas começaram a
chegar por volta das 15h. Muitas delas estavam com a bandeira do Brasil, apitos e
cornetas.
Porém a abertura oficial da mobilização aconteceu uma hora depois. Primeiro, os
manifestantes cantaram o hino nacional e depois alguns gasparenses se manifestaram.
Gritos de "Fora de Dilma", "Sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor" e
"Vem pra rua" entoaram uma caminhada que iniciou na rua Doutor Nereu Ramos e
passou pela Avenida das Comunidades e pelas ruas Duque de Caixias e Industrial José
Beduschi, retornando ao ponto de partida. Antes, porém, os manifestantes foram para as
escadarias da Igreja Matriz São Pedro Apóstolo e também interditaram o tráfego de
veículos pela ponte Hercílio Deeke, que liga as duas margens da cidade.
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O organizador do protesto - que ocorreu sem grandes incidentes - foi o vereador
Marcelo Brick. Para ele, a ação teve o resultado esperado. "A mobilização ocorreu
dentro do esperado. Por causa da chuva, poucas pessoas vieram até a praça mas quando
parou de chover muitos manifestantes deixaram suas casas e se juntaram a nós", disse.
Segundo a organização, cerca de duas mil pessoas participaram da mobilização. Já a
Polícia Militar estima que 1500 pessoas estavam presentes. A única ocorrência de
destaque registrada foi a prisão de um motociclista, que pilotava a moto embriagado.
Idosos, adultos, adolescentes e crianças participaram da mobilização que encerrou
apenas por volta das 18h30min. Pessoas com desejo de mudanças, como a moradora do
bairro Sete de Setembro, Maria Roseli Spengler, de 56 anos. Ela foi às ruas
acompanhada da família. "Não podemos cruzar os braços diante do que está
acontecendo no Brasil. Precisamos dar um basta na corrupção e tirar a presidente Dilma
para que as mudanças aconteçam", diz.
Já o profissional liberal Jam Carlos, de 40 anos, que foi até a praça acompanhado da
esposa e do filho de três anos acredita que o impeachment não é a melhor solução.
"Estou aqui hoje pelo futuro do meu filho. Os valores que aprendi com os meus pais
hoje estão invertidos. É muita roubalheira, muita corrupção. Queremos mudanças, como
a reforma política", ressalta.
A adolescente Anna Beatriz Poleza, de 14 anos, participou da mobilização pois, para
ela, esta é a melhor forma de lutar por mundanças. "O governo está desgastado.
Precisamos lutar contra a corrupção, contra a mentira dos políticos".
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Ponte
O prefeito de Ilhota, Daniel Bosi (PSD) viajou para Brasília na última semana com o
deputado estadual Jean Kuhlmann (PSD) para tratar da Ponte de Ilhota. Um problema
no relatório enviado ao Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit)
pode atrasar o repasse de recursos para a finalização da obra. O Deinfra (órgão estadual)
e Consócio TEC/Setep trabalham para resolver o problema. A ponte pode ficar pronta
ainda este ano. Já a do Vale, em Gaspar, ninguém mais ouviu falar a respeito.
Bloqueio
Antes de ir para Brasília, Bosi recebeu a notícia que uma liminar bloqueou seus bens e
de quatro integrantes e ex-integrantes do primeiro escalão da Prefeitura. Uma ação do
Ministério Público acusa o Executivo de improbidade administrativa por causa de uma
dispensa de licitação no começo da gestão em 2013. No final de sexta-feira, o prefeito
se pronunciou, em nota oficial, alegando que se trata de uma divergência na
interpretação da Lei de Licitação.
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Retificação
Diferente do que foi divulgado na nota com o título “Protesto” publicado na Coluna
Pimenta (edição 1184), de 11 de março, o vereador José Hilário Melato (PP) esclarece
que em nenhum momento afirmou que estaria fora do movimento de manifestação do
próximo domingo, dia 15, pois não manifestou qualquer opinião sobre o assunto à
coluna. Melato disse ainda que não é contrário a qualquer tipo de manifestação, uma vez
que defende a liberdade de expressão, uma das perrogativas da democracia em que
vivemos.
Campanha salarial
O Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público de Gaspar (Sintrapug) agendou uma
assembleia geral para a próxima quinta-feira (19) no Alvorada para discutir a
contraproposta feita pelo Executivo Municipal na campanha salarial. A primeira
chamada será às 17h e a segunda às 17h30min. A categoria pede um reajuste de 4% de
ganho real além da inflação, enquanto o governo propõe pagar a correção do INPC. O
Sintraspug espera um bom número de servidores nesta assembleia que poderá ser
decisiva para os rumos das negociações.
Comemorações
A próxima quarta-feira (18) será de festa em Gaspar pelos 81 anos de emancipação
política. Aqui, na redação do Jornal Metas, também estaremos em uma comemoração
especial. Os detalhes você vai conferir na próxima edição, que será especial para todos
os gasparenses.
Eleito pelo Congresso Nacional em 15 de março de 1985, Tancredo Neves acabou
não assumindo a Presidência da República, mudando de vez a história política do
país.
Os 30 anos depois de Tancredo Neves
Há 30 anos o Brasil dava início ao seu atual ciclo político, chamado Nova República,
depois de uma ditadura militar que durou de 31 de março de 1964 à 14 de março de
1985. Eleito pelo Congresso Nacional em 15 de janeiro de 85, Tancredo Neves acabou
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adoecendo e por conta disto não tomou posse. Em seu lugar assumiu o vice-presidente,
José Sarney. O titular acabou falecendo em 21 de abril daquele ano.
Até hoje o país ainda se questiona sobre que destino teríamos caso Tancredo tivesse
assumido e concluído seu mandato. É muito provável que atualmente estivéssemos
morando em um país no mínimo mais centrado, e mais ligado a realidade dos fatos.
A morte de Tancredo criou dois problemas grotescos em nosso país, que ainda
levaremos anos para darmos volta, se é que algum dia conseguiremos. Um de ordem
política, outro de ordem administrativa. O de ordem política está ligado ao excesso de
poder que foi dado as regiões Norte e Nordeste pelo presidente Sarney, que acabou
colocando nas entranhas do poder na Capital Federal figuras como Renan Calheiros,
Edson Lobão, Jader Barbalho, Henrique Alves, Fernando Collor, por derivação, e uma
dezena de outros nomes bem conhecidos das páginas policiais. Figuras que tem
ajudado, em grande soma, a carcomer as estruturas de Brasília, e por consequência, do
Brasil ao longo dos últimos 30 anos. Enfim, a turma de Sarney, e aqueles que cresceram
na política por conta de sua inabilidade enquanto governante, têm ajudado em grande
parte a naufragar nosso país nas últimas décadas.
O outro problema, de ordem administrativa, diz respeito à Constituição de 1988, que
dificilmente teria sido promulgada com o teor ingênuo com que foi caso Tancredo fosse
presidente. Nossa Constituição foi fortemente influenciada pelo pensamento humanista,
como se fosse este o pensamento reinante na praxi do mundo. Um exemplo clássico diz
respeito à proibição de se punir com o rigor da lei ladrões, estupradores, assassinos, ou
quaisquer outros tipos de criminosos que tenham menos de 18 anos. A influência
humanista teve o dedo direto do presidente da Câmara dos Deputados, Ulysses
Guimarães, um legislador teórico. Tancredo, ao contrário, era um político ligado ao
executivo desde a década de 1950. Sabia, na prática, como as coisas funcionavam e
dificilmente teria deixado constar em nossa Constituição situações descabidas como a
supracitada, além de dezenas de outras que transformaram os cidadãos de bem algozes e
os meliantes em benfeitores.
Se tivesse governado, Tancredo também teria evitado a criação do PSDB, o que acabou
entregando de vez o PMDB à ala podre do partido em nível nacional. Hoje os caciques
do PMDB seriam Fernando Henrique Cardoso, José Serra, Geraldo Alckmin, Aécio
Neves, e não Renan Calheiros e companhia. Como consequência haveria um
enfraquecimento da influência de políticos das regiões Norte e Nordeste no que diz
respeito aos destinos do país enquanto instituição. Estes ficariam restritos as usuais
práticas coronelistas a que estão habituados a séculos.
É muito provável que com Tancredo a transição entre os princípios da ditadura e os da
democracia fosse mais demorada. No entanto, seria uma transição mais segura, do ponto
de vista da governabilidade a longo prazo. A Constituição de 88 não seria, num
primeiro momento, tão socialmente flexível, o que, como se sabe, hoje é um transtorno
para o país. É provável também que não tivéssemos passado por tantos planos
econômicos, pois foi justamente a insegurança do mercado internacional em Sarney que
gerou as evasões de divisas que terminaram por quebrar o país em meio a década de
1980, nos fazendo, até mesmo, a decretar moratória em relação à dívida junto ao FMI.
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Consertar tudo o que aconteceu por conta da morte de Tancredo Neves há 30 anos não é
tarefa fácil. Na verdade não da para saber sequer se isto será possível algum dia, pois a
instabilidade política gerada pelo fato acabou criando uma realidade gerencial em nosso
país que não será fácil de ser desmontada. A Era dos homens públicos focados na
preocupação com a pátria foi enterrada com Tancredo. Desde então, foi inaugurada a
Era dos homens públicos preocupados com as contas bancárias bem longe dos olhos da
nação.
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Blog Ivan Exxtra
Bastidores da política em SC
Por Ivan Lopes da Silva
Direito e o dever de se manifestar (1)
Milhares de manifestantes se reuniram na sexta-feira (13) e no domingo
(15) em diversos estados do Brasil e no Distrito Federal, entre diferentes
grupos, organizações e entidades. Basicamente as manifestações foram pontuadas entre
brasileiros em defesa do Governo Dilma Rousseff ou contrários a sua administração. No
entanto, um ponto comum entre eles é a defesa de mudanças no país, mas impeachment
e intervenção militar estão entre os pontos de discordância, como se espera ser em um
país democrático. Portanto, é bom lembrar que domingo foi uma data histórica para a
democracia brasileira, quando completou 30 anos do fim da ditadura, que era para ser
algo como a tal “intervenção” militar, mas os coturnos apreciaram o poder e
governaram durante 21 anos, tirando dos cidadãos as liberdades, inclusive, de se
manifestar, coisa que nas últimas três décadas é um direito inalienável do cidadão.
Uma das mais importantes capacidades do ser humano é a capacidade de se manifestar,
de se expressar, de emitir suas opiniões e percepções sobre o mundo. Na realidade,
estamos a todo o momento observando, experimentando, analisando, julgando e,
consequentemente, elaborando as nossas interpretações sobre tudo aquilo que, de
alguma forma, nos afeta, especialmente sobre temas políticos.
Assim, temos opiniões sobre quase tudo: pensamos sobre as coisas, julgamos, temos
uma posição a respeito de algo. Mas tais opiniões moram no campo do pensamento e
nem sempre as expressamos. Optamos por guardá-las para nós mesmos. Os motivos são
diversos. Muitas vezes, simplesmente pensamos não ser adequado. Outras, porque não
queremos nos envolver em “conflitos” com aqueles que pensam de forma diferente de
nós.
Às vezes, não temos espaço para nos manifestarmos porque as estruturas de poder onde
estamos não nos permitem ou tolhem, de alguma forma, a nossa liberdade. Outras ainda,
porque temos coisas mais importantes para fazer do que se manifestar e expor o que
pensamos. E outras, finalmente, porque a vida é muito corrida e não temos tempo a
perder. Afinal, a vida passa e precisamos viver.
O fato é que quando nos afastamos do direito de se manifestar ou de se expressar sobre
política, estamos abrindo mão de nossa capacidade de mudar o mundo. Por mais que
não percebamos, a omissão nos torna também responsáveis pelos problemas da
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sociedade. Quando guardamos para nós mesmos nossas avaliações, julgamentos,
opiniões e nossas interpretações sobre o mundo e sobre a nossa realidade, estamos
consentindo a realidade que temos. E essa realidade, da forma como se encontra, pode
não ser sequer satisfatória.
De fato, em diversos momentos, fechamos os olhos para os problemas da sociedade e
nos acomodamos por, supostamente, termos feito o nosso papel. Afinal, já votamos, e
agora, o trabalho é com os políticos. Sim, terceirizamos aos nossos representantes
políticos a criação de uma sociedade melhor. Deixamos que eles ajam de acordo com
suas convicções e façam aquilo que quiserem. E só nos lembramos de políticos e da
política quando existem temas polêmicos a serem discutidos e votados nas assembleias
legislativas, ou quando nos confrontamos com problemas em organizações e espaços
públicos.
Continua amanhã.
Com a colaboração de Aninha Carolina Silva
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