Clifford Geertz - Um Jogo Absorvente Notas Sobre a Briga de Galos Balinesa

22

Transcript of Clifford Geertz - Um Jogo Absorvente Notas Sobre a Briga de Galos Balinesa

Page 1: Clifford Geertz - Um Jogo Absorvente Notas Sobre a Briga de Galos Balinesa

5/9/2018 Clifford Geertz - Um Jogo Absorvente Notas Sobre a Briga de Galos Balinesa - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/clifford-geertz-um-jogo-absorvente-notas-sobre-a-briga-de-galos-balinesa 1/22

CAPiTULO '"

IJ m J(1£f~Absorventc:

Netas sobre a Briga de Gales Balinesa_ .

. N OT AS SOBR EA BR i GA. DE (jA LOS BALJ 1'4E5/\279

tava , negligcnte, m as dcfin itivarnente. Se cla cst ivcssc scntada ou

epoiando-se .1 urna paredc e nao se pudcssc afastar, sirnplcsrnernenao fa Ia v a n ad a ou m urm urava aquilo que represents para 0 balines

urna tiu(1-plliavru - "yt's" ..A indifcrenca , scm duvida. era cstudada,

o s a ld e oc s vigillV llm cada rnovim enro que faziam os c dispuriham de

urn n qua nudadc cnorrne de in f orm H(;OCS h as t a n te i"orrstas so orequem erarnos c 0 que prctcndiamos fazcr. M as cles agiarn como se

nos simplesrnentc riao exisussemos e esse comporf amento crt! Pi:H!!

no s inforrnar que de faro no s nilo ex isuarnos, ou ainda nao exisua-mos.

Confcrme j~ d is se , i ss o e cornum ern B al i. Em todos as Quiros

Iugares onde cstive 118 p ro pr ia I nd on es ia e. mais tarde, n o Ma rr o co s,sem pre que eu chcgava a urna aldeia as pessoas acorriarn de todos oslades para m e ver de p er to , c rn uita s ¥(:zes a te me tocaVfirn. N as al ..d eias b alin csu s, pe lo rn en os u s qu e 0cari! a f astad as d o circuiio turisti-

co, n a da a co n te ce . ; ' " S pe53Gas conunUiliil r na rt el an d o, c o nv er sa nd o ,fazen do oferend as, o lhu ndo p am 0 CSp:I(,:O. carregan do cesio s, en -quanro 0 estranho vagueia em redor e sesente vagarnente como urnerne desencarnado. 0 mcsrno acontece tambern 3 nivel individual,

Page 2: Clifford Geertz - Um Jogo Absorvente Notas Sobre a Briga de Galos Balinesa

5/9/2018 Clifford Geertz - Um Jogo Absorvente Notas Sobre a Briga de Galos Balinesa - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/clifford-geertz-um-jogo-absorvente-notas-sobre-a-briga-de-galos-balinesa 2/22

----- ---=----- ----- - - --

280

.:

Iift

;

iiI:!

-=A!glUlg fIH:HnerHo~ rnais tarde, urn dos pcliciais entruu no p~tic~.com ares irnportantes, procurando 0 chefe ria aideia. (0 entre nile s6estivera na rinha, mas). tinha organizado. Quando 0 carninhao che-zou. ele correu para 0rio, t irou o seu saronzue e rnergulhou de formaa noder dizerzuuandn eles finalmente 0 encontraram a beira do rio,jog~uldo agua n a C3_b~:;;a! Que eie estava l on ge ., t or na nd o banho no- r i d _ (gl~rH1~~ tudo acomeceu e !Q"nOf'QV@do eue-se-tratava. E~~ nno---lii-------·----··--·---·· ---"--- :k ••• -_._ -

. Rc,edita.r~~1nele e , :mluu'~r: :-no en:~.~~nt:s r - u P ! : ~ '2!.l~~:i~ae~sa::~~n~;n~!::~!~~~~:iT~~o ~ ~ ~ ~ ~ J ~ ~ ~ c = ~ · : ! , ~ t V ~ ~ : ] ~ U ~ ; l ~ ~ : . : . ~: ~ ~ : ~ ~ : ~ ~ ~

~~~~.._,.~o; ' = , ; ,. . ;. . ;, ; 0 'p~o;.;.".,.~ "1n' y . . . . . , , ; . , ; , ;.;,,;ol _- ;.,." - ~ - O ~ ~ __ =";- ~ , . _ . . , y - " " " ' = - - =

=-h~~h~£: r~:::~i::--tn !"'~~;;~-:hE"""n:,! ' :.ln7 ~!e ::::t"~Hn:JHL ~fn r"f"Etth!~=a:"""! ;1t"'.::fn~i~........... __ •. ~ __ ~. ~~_.~ __ ~ T·~"""" .~_~. il"'~-~o~·nT~~-~ _.~~ T·~~~~""'~~ ~.~.~ ~~~~

rnada que diabo estavamos fazendo .M1L-~Q550 hospedeiro d~ cinCtiminutos salt-oil it-J.S~fiblne;.lrne..te em iiO~~ defc:"~l r~n.do tifilLtle&-cri;;a c tao ap aix on ad a d e q uem e d o q ue n Os ~_ramo~i~"'''',n';--~.~a,;-;;;:;l,;.2"=.....' · · ; : = , . . . . . , ; . ~ c ' ' ' ' ' " ' ' = - - i

t~!ll~ !;t i' ia correta que ell , que ma l me Mv'ia-c-oml.mica.ao e~:fmum -::.. ,~~~f 'humafiQ V~¥0! ~ ~~o ~r meu s e nho ric ~ C ? cnefe d~ ~~~~~ ;' du ra n ti ]- . _.~ ~~ -

... • i·.~ i! ... " "- I P _ ,,~_ '1.__ . _

m~HSas urns. ~m.ana, cneguei a ncar assemurane, ~05-un!l~-rHJ~

tQG.Q 0 &reit~'-ds-~t~_r ' ~-Ui'dffi~-~~l~~Qlhando -rl~tg!11ente~iPJ&~~Jj1)~_

do jAvart~,~ Et,uiliOS prof~~G~ i1ort~~,!rr:;r~~TI,03~,(,i;overeo noshe-i- " ;, • 0 • ,~ - ~ ~~ ~ ~~~

via eeoc pernussao, -~t.U·~/~JTIC!Si, au-pere-estuaar ~,-~llHt~re~-;-!~'n~~~~-·-··~ ---,~==.~ _ ~ ~ , . ~ .~w ~

c re v e r Um~ i\ -' 7" .Q . - ZH ·aCQ,ntar ac s n or te -ame nc an ce · ~ :i nr g. -n ,£H .r (E.~IIV-::

ram,O;i ill a ts; ~~etoda ..bebendo chai~ conversando scb~ ~55tHrt0-'5

~~~f~;~~- i ~ ~ d :~!;~~O~!~~b;~;:~~~~;;~~~~~7d~~~~rBi~

cavarn-se per tras de biornbos d e v im -e . s ur ns rn no~COi..1UtifO~.O~ ,gH"

iv~=~mijni~us d~ e..5I?O!O~$ de ii~u RfL~Hj('l~f~h~~~~nt~ para arrancar umdcdo 0 u razer um buraco rHln1 P-C; e~pgihilrI1tn ..!c ;0 rt.uOf t ! i ; i l ; . l v ~ , ~ e ; : o ;

mente. A. p-oeirQ t- 0 pai"iico eran1 tremendes. ~ , - . ~ ~

Seguindo 0principia antropoJ6g'it:o e.~labelecido~ ! ' LQ~nQ(1 t'n!l~~"_"" ~~

. .. .. ,. ., ~ _ "i .4 . .. . _ _ . ., • . ~ i~ ,_ ". .. _ . .. .. . -- ' -~ . .. ..~~: __ _ ... ._ ••I~ ..",,~_ ,,,_. '..

t.....VI!I~u •• HUiIlJQ UH.aJ-~ "" 'kU U~!...UJ!H\.1:!o1. tl~~Ui!~ HnTn.nOa m{H!t tan;H~

que 05 dernais, que 0 que tfnhamos.p Iazer era CO!,fC'ft~rnb.tIT'L COf"fi1--=._ r o . 1 . .. . _ ~ . .. .. _ .. .. .. .: . .. . ..-:;_""i . - = . . . . . . . ~ . .. . I~ . . .. . _ , . . .. . .. . ~;_.,..;;j, ........_.... )...j ....._ ........ ~ . " . " . a

t ! ,_j~ p~id ~ t,-i..;-J, !~~~_;"" ipd~ i, ._Hl. " HU~i~~ ¥ii H "UH ~v ~v i'ii\.n H_::'! iiH~i,lHiUi:.rn'\:,...~

de onde moravarnos. D01S estavarnos nacuele lado tia rinlm Nii m;"~

tade do caminho, m3j~ ou menos, outre i'ugitivo~nt!'~~~~bit~!;~;~leniinl (.Hlnfin _ C.1oH fi~"~~-'f";f't" e.=tl~"".p:;TIn~ f ii "P '! i; n. ~~ _ f I ' i o t"IA ... r o n, ,. .. ; . .. .. . , _ . .. .. ,·L'Io. ~···.. ..··0....1 ' " '" .. .. .. . . .. .. .. .. . r ' . ~ - . , .. . .~ . . .. ' " " . . .. ,. . . . . . , .. . .. . - . . .. . .. _ . . .. . .. . .- 3 ... !I ...... ;I I, . , . .. . _u .,. .. ..Y\-J "

nossa frente, a nao ser campos de arroz, u r n campo aberto eurn vul-~1.Q mufti) ~:dtov ~gliimo ...o~ Quando n6~ tres cneg!!ffio5 ~o pat~!~n-t er no , s ua r nu lh er , q ue p ro va ve tm eme j3 e st av a a p ar desses acorueci-mentes, apareceu com uma rnesinha, urna t03103 de mesa. tres caddor!S c tr~ ch~venus de ~ha~e lodes nos. • scm qualquer comunic3.\-3.oeXpUCH5.+nos sentamos. comecamos a beber o eha e prccu ra rnos re =

cornpQr . .rHJS !

Page 3: Clifford Geertz - Um Jogo Absorvente Notas Sobre a Briga de Galos Balinesa

5/9/2018 Clifford Geertz - Um Jogo Absorvente Notas Sobre a Briga de Galos Balinesa - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/clifford-geertz-um-jogo-absorvente-notas-sobre-a-briga-de-galos-balinesa 3/22

--- - --- ----

2 8 2t\ INT ERPRET A(AO l),1\S CULT LJRAS

in tervale dccentc, intrigados, m as aliviados per hav~rfiio;; sobrcviv i-

do e estarrncs fora da cadcia, nos tam bern no s rcur amos. .

N~ manha scguinte, a aldeia era um rnundo completHmente dife-

rente para n6s.·Nao 56 dcixar amos de s~ r i nvi s iv e is . mas erarnos ago-

ra0

centro de tod~s:IS

111en(_;ocs. 0 objeto de urn grande extravas~ -mente de calor, interesse e, principalm cn te, de diversao. Na al~cla

lodos sabiarn que haviarnos fugido como todo mundo. Repetida-

m ente nos indagavam {eu devo ter contado a cstoria , com lodt?s os

detalhes, pelo menos umas cinqllenta vezes ames que 0 d ia t er rmn as -

se). de modo s;:entil, afctuoso. mas bulindo conosco de fo rma InSIS-

tente: "Por que voces nao ficararn 13 e contaram a p ol ic ia q u ~m . vo c cs

cram?" "Por que voces nao disserarn que esiavam apenas assistindo c

nao apostando?' h\'oces estavarn re~!rnente ~com:ned~ daquelas ar-

mas pequenas?" Mantendo sernpre 0 sen tido cmesteuco, m cs~o

quando em fuga para salva. suas vidas (o~. c om o ~ co r. te ce u o!lo

a no s m a is t ar de . e nt re ga nd o- as ), d e p ov o mars e rn pertigad o do rnu n-

do. e le s irn ita va m, m uito sa tisfe ito s, iambcm re pe tid as v ez .e s. nO~5o

modo desajeitado de correr e 0 que alegavam ser nOSS3S expressocs

Iaciais de panico, Mas. acima de tude, todo~ eles estavarn :nu:~~ I > _ : :t is fe it os e ate m esm o surpresos porqu e nos sl:nplcsm Cn,H ! nao U PIv·sentarnos nossos papeis' (des sabiarn sobre IS50 tambern), nao afir-

mando nossa cond icao de. Yisiiantcs D is tin to s, e p re fe rir no s d em on s-

trar nossa solidariedade para corn os que erarn agora nossos co-

a ld eo es . ( Na v er da de , 0 Q ue exibim os fo! a nossa, c ova rd ia, m as pa re-

ce que tambcm h a cer ta calnaradagem I1IS50.)Ate mesmo 0 sacerd~teRrnhrnana. urn tino idose, grave. a m eio caminho do ceu, que em VII'-

tude do. sua <t-S$Cci2.~ac CC~'110 outre mundo jamais Sc envolvena,L.. . I ., _ .. .J 1Of"TI e r"

rnesmo remotamente, com uma onga de gatos, e cuja aDor~"-e~" uI . . . I' ;;';"Hn";C'hHffi' li ' " "P" "'U"<'clincH at~ para os outrcs nauneses .. m ~.: uu- ''.t:_ ___ <L _ ; _.,..,:u --: ~w.

_. ., ....,._J ..-.... I~~_ ,.,_.._u r ._ v , . . ..aordina-na:rs c.~~rguntar ..nos 0 Que gcontCccrl:!'t rUHJU~H;;·U£., \.-v,P le . .. .."L UV yt ~

; j - o - - d o Iato.. '.' . . '. .' cI

Em Bali, ser cacoado

eser aceiio. Foi justarnente 0porno ~a r~·

viravolta no (HJe concerne ao nosso relacio!1!!.mcnto com a cornu' :l -

dade, e haviarnos sido [iteralrnente ··aceiws". Toda a.aldeia sc abnu

para no s, provavelrnente m ais do que 0 F ar ia em q ua lq ue r o ut ra o;:a-sHio (talvez eu nunca chegasse ate < I sacerdote e nosso. hosped~lr?~ si'Q na i to rn Ou ~S i! m~u_m~lhQr_jnrarmante)., e c erta me nI~ C :::'I Tlm:I,-1.-- m!1ior r"pid~ ... Se r ap (l nhado Oli Qua se apa. nhudo. nUma !!1CUfSao... "'" ....... ~ .".r; .;. - __ . ..... . Ii. _' ~ _ _ t~- rt

pcHcial ao ~icio talv~ nllo sej~ urn.R reccit~ rr:u.ito gene~a,:zau~pam

aican.;ar aquela nec~~idade ml~teno~a do nUD<I.lho ~e ;l.m:p... tlnt:~-pol6gico - 0 m;:ordo, a hannoma -h:as para ,m!m Cia lun~!c,!lQ~~~l.~

rn iruvelm ente. Levou·mc u uma acelllH;:ao sublu.I e I Ol ~l , liaO-naOl-tuaL numa socied~de e~trei11an1ente aV~&s.~il '~!:nct~a~41o at estr3n~

gciros, Deu-me a oportunidadc de uprender. de Imcdw\'1, um ilSpecto

NOTAS SOBRE A lHUGA DE (;,\LOS 8l' ...LINESA

introspective da menialidadc camponcsa", que os antr opoiugos011('": nnn t ;VPf"r .zm ~ ~{H·t ,. . til" fHo-if r"nM"t("l Pi! 1~ltlt~ft1I(.lInb:to rAm A nh;porl1,-- .~-.-..~ ~~ -~-c·· ,,,. ._"".)"""..,., - ~~""-.-"")_

de SUilS pe squis as , da s auioridades a rm a da s, n or rn al me nt c na o con-

scguern. E. 0 qu e I; m a ts i rn po rt ante, p ois to cia s a s o utr us COiS2S pede-

riarn ter chegado a mcu conhecimento de C~!t!"~ m:!~eir~; ;~~C cole-cou-rne em contato direto com urna combinacilo de cxploslin emo ...

cional, situacao de guerra e O d r am a f: lo so fi co d e g ra nd e ~s iz ni f ic :a ~~ !c

para a sociedade cU I; natureza interna en desejava entender, Por oca-

siao de m inha partida, ell ja havia despendido tanto tempo pesqui-sando as brigas de gar(i~ como .:1 fei ticaria, a irr igacilo, a~G_:.~ij_~ uU d

casamento.

B~li~! pr,~ncip~lrner; 't~ p0r . s. .~ rB3 I~ i! 6 u rn l ug ar =i= ~c s tudado~t S . "uarnl'OI"OIU "u" "fTD< C I S U nt llr:3i C iO ornon1-raroQ"-" r:r .r "IUI C~11C" Totlr"trrLJ:!tc_ .. .v~ +.: U U . "! I, ~ , . ._ "u.~ ~U~ cUl~"" ~~V ' U ' : " . . . . . U. , .. .. .. .. .. .. . ~. .~ t ~ . . v

de educacao para cnancas, suas torrnas de lei. ate mesrno os estuosde transe, ja foram microscopicamente exarninados a proema de tra-

<;osdaQuelu 5ub~tnficin ft1~d~!1qu~' jGn~ Be!o chamou ~~OT~fnp~rp.-m,ehto BalinesH• i Entretanto, a n30 se r par algumas observacoes de:passagern, as brigas de ga les foram pouco mencionadas, apesar de re -

prcsc!ltarcm, como ob:css~o popular de p a c e r consumidor, ~ma re . .velacao pelo menus tao importante quanta os outros fenomenos

~~:~~~:~~~~;~rG~e~~;~~:!~~~it:';i~~~~ : ; : ~ <~ ~ ~ ~ : ~ ~num campo de golfe, numa pista de corridas -ot.t ern tornc do: uma

~:S;e~~;,~~~;~_~~~eq~~r~:~l~~i~~g~:ci~i_:u~a\~;~~~~~o~h.......-=:-::= .:-: : .: := -:~ r~ r~-""lI;:-1-: n"\It .i''wlI.lJl '- .I&a:P _.....,_'- _ ••••

TE • i _ __ . 'fi "i • __ •. .. _~ ........_""~ .__ -_

t""afa quem qu~ r qut! tenna perm a,n~ ~Q Q R~ gtlm ~r;:mn~'~ ~tHI .. ~.- .

profunda identiflcacao psicologica dos ·ham{7n~:Oal ir !eMa.; - iJGm-:~~u]i-=···~-=----=~

galos e incontestavel, Aqui, 0duple s.eniiuo e deIi~Hdo. Ee fwlcl~--na exatamente cia meSJliJ i mru!e~~ ~m O-i!iiI:~~r'jffi~~~n~~.~i~fi¥yii~:-:_._·""-·-_==.~,. _= · · · = . c ~.c.om as rnesrnas piadas antigas , OS ":es-mQ~ t~3.d!L~~J& rO~d~L u_ - = -- - - _ - = - -rnesrnas obsceaidades, Bateson e Mead ~ugedrnmat~l., ..andc: '!:.u~::o=--~.~

~:~!~~C~~i~;~~b~;~~:~~~~~~~~~at:~~:~~.

'2 1. iJ.;:io, "The n:l1iu~ Tcrnpern• in r-rodllt('~I!t1l lJe i thcsE [~u1fun:t o~_. ~r I~.~~o( NQ "! !. Y ( I rk , 1 .9 10 ) (publkad() ¢ilgir. ...i t< e !] < e e m 193~), !,p,i\$··l 10,: ; .~ Hle ihvr d~M:vS5~Q i-obr~ilnhii$ e t um~ v~ m;';~t ;; ~-;e !l'''iiacn :; M~~t ~:;"Hiiom·---:c--'---=--:-

lJ.:_dF::if!fr~ l tf '. 2 ~ 2 5~ !~< m~ cia t?-mtr1m t mH~tQ ~ n ~r ir -E ; ; Ebr~'riErl;a.

Page 4: Clifford Geertz - Um Jogo Absorvente Notas Sobre a Briga de Galos Balinesa

5/9/2018 Clifford Geertz - Um Jogo Absorvente Notas Sobre a Briga de Galos Balinesa - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/clifford-geertz-um-jogo-absorvente-notas-sobre-a-briga-de-galos-balinesa 4/22

. .

A INT ERPRET A(AO DAS CULT UR t"S

/-

NOT AS SOB RE A ElRIGA DE G AL OS B A LIN ES A 2 8 5

brigas de gales. • Ate a propria una !: . perceoica como tendo 0center-no deurngalo pcqueno, orgulhoso, ereto, com0 peSCOCoestendido,

o dorso arqueado, 0 rabo ievantado, num cterno desafio a grande,incapaz, informe Java. '

Mas a intimidade dos homens com seus galos e mais do qUe Inc-taforica. Os horn ens balineses, au grande maioria deles pelo men os,

despendern urn tempo enorme corn sens favoritos, apfifando-Qsy ali-

rnentando-os, discutindo sobre des, exper imentando-os uns . !;-,)!1tr3

os outros, ou apenas admirando-os, com lim misto de admiracilo

ernbevecida ou urna auto ...absorcao sonhadora. Sernpre que se v e urngrupo de hornens balineses tagarelando preguieosarnente no galpi io

do conselbo au ao 100150 dos carninhos, com seus quadr is abaixados.

ornbros para frente e joelhos levantados, pelo rnenos metade deles le-

ra urn galo nas rnaos, segurando-o entre as coxas, balancando-o gen-

tilmente para cima e para baixo, pam Iortalece r sues pernas, sacudin-

do suus penas com lima sensual idade abstrata, empll!THf!d(H) contra

o gala do vizinho para aticar seu esplrito, acolhendc-o para junto de

si, para acalrna-lo. Do Vel em quando, para poder sentir uma outra

ave. urn hornern podeni brincar dessa rnaneira com (; galo de Clitiapessoa, mas usual mente, para fazer isso, de se ajoelha por tras.de

onde esta 0 gala, em O y e z de este ser passado para suas miles como se

Fosseurna ave cornum,

No patio dornestico, urn I~cal cercado de altas paredes onde as

pessoas vivem, as gales de briga sao rnantidos em.gaiolas de vime,frequernementemexldas para que haja urn equillbrio otirno entre 0

soi e sornbra. EicSsa O alimentados com. urna dicta especial, q u e V a t! &'

urn tanto de acordo com as teorias individuais, mas que ccnsistcprincip~Jm;::nte em miiho. peneirado par-a !~rno~:t~f~mp;'l~~lS {;(1m__~.__ ~~...,'.u~!....i:_A_ A __.....~__ ........ .. J . .. .. .. .. ._~.~ . .. .. , . . . . I . . . . _I~ * . . .. , . . .. . ~ . . .. . .. .riA.... ' ; - & r i J r i _JI1\.!HV IHEI~ \ tYIUGYV YV "!yt; ;: "i _ytll lYY ~~ u,g\ ,- tl ua QHH"!n.Q~!l.IVI,JI~IJ-~_!,!!!" __

pies humanos, e que ~ oferecido no animal griio_JIDr g.flio.~CQioc.:>. '-fi_ainda pirnenta-malagueta pete bicc adentro e 1 1 0 3nus-pai'a:er..dI~.-· _-=_--:r.~.=:=.""~~

los. Elessilo b~nhados rom a m~smg prepara~iQ cerimonial de ~gua;. - ~morna, ervas medicinals, flores e cebolas com a quai Mrisncas ~Q - :- == - - -- -; ;, ~ - c: .~ = _ .

banhadas e. quando ~ trata de urn £~Io premiado, tantas v~es quan- .. ., .t o a s c ri an~~~ :o _ ;, S~~ :~!i,tgJ;. gilo eertadas, Sy ~ ph~m!!gem prep,t\rnd~~.···----~--=-suss esnoras anarsdas e suas nernas massaaeadas. e eles siloinsnecic-~~d-c~-b~ ~ r n - d ~ - · m : l ~ ; h ~ ~ . ¢ o m~ - - m - ~ ~ a -cnce~tre~aod e u n ; r n c ! -= _ . - - =r=;:

6 A esse respcito, d. v.E. Kern, Het Adarr~r:fH <'Of! Ba H; : ; 1 . ' r o o (Hi:litl, !932).i E).l:~e !U¢ u~,~ !.etd-;i r--~~h... 1 ~:,!!¢!o de j~v# C Bel l que ufi rm.! Queela sed~~~lgc·ao de u r ns p o de r os s flgura reH.8' io!.n javanesa, que des-ej9VB proteger-se c-ontra ur n~~!6i (vh~i;! b u n n . e ; {Q ~n~H; , t i de ~h;~:;c~~t~~K~\d~}, =p:.l;;;:vn~do :~~~clCT &.:brjil~~' d e &:1101.cr . c. Hoo}'k~:U, ,.fgdtttti Ttrth« (AmMerdl'l, 1 9 & - 1 ) , p. i&4.

Page 5: Clifford Geertz - Um Jogo Absorvente Notas Sobre a Briga de Galos Balinesa

5/9/2018 Clifford Geertz - Um Jogo Absorvente Notas Sobre a Briga de Galos Balinesa - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/clifford-geertz-um-jogo-absorvente-notas-sobre-a-briga-de-galos-balinesa 5/22

~-- --- -

;'\ ~i';TERPR['TACAo D AS C UL TU RA S NOTAS SOIlRE A 6R. !GA DE OALOS l lAUNESA28 7

.~--.--. - _-

Page 6: Clifford Geertz - Um Jogo Absorvente Notas Sobre a Briga de Galos Balinesa

5/9/2018 Clifford Geertz - Um Jogo Absorvente Notas Sobre a Briga de Galos Balinesa - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/clifford-geertz-um-jogo-absorvente-notas-sobre-a-briga-de-galos-balinesa 6/22

".00

.LCDA !NTER!>RET .I .. (.1.0 DAS CUL TIJRAS

rados - as apostas pagas, as pragas praguejadas, as carcacas rctiru-

das - scte, o ito , au ta lvez urna duzia de horncns cntrnrn na rinha ne-g !ig < ;'! 1l cm ~ lr ;: , c om u rn galo, e p r oc u ra r n encontrar ur n contender aaltura dele. Esse processo, que raramente lorna rnais do que del: mi-

nutos. podendo no entanto dcrnor ar rnais tempo, e levado a efcito de

urn modo muito repri rn ido , ohl lquo , AS VC7.CS ate dissirnulado. Aque-les que nao estilo diretarncnte envolvidos arenas lhc dcdicarn umaaten~ao disfarcada , de lange; os que estao envolvidos, ernbar acados,

procurarn fingir que nada esta acontecendo. .

Combinada a lut a, os outros se retirarn com a rncsrna indileren-

ca deliberada e os gatos selec ionados tern seus esporoes (lad}:) colo . .

cades - afiados como laminas, espadas de pontas de aco, com quatro

ou cinco polegadas decomprimento. Essa e urna operacao muito de- --

licada, que apenas rnei a duzia de hom ens em cada aldcia sabe execu-tar de forma correta, 0 hornern que coloca os esporoes tambern os

fornece e, se (J galo que de ajuda V ef 1ce , S Cu proprietario lhc d A d epresente a perna da vltirna com 0 esporao. Esses esporoes sao afixa-

dos enrolando urn flo cornprido em torno do suporte do esporao e daperna do gala. Por motives aos quais voltarei em breve. isso e Ieitode.modo diferente de caso pam caso, e e urn negocio obsess ivamented elib erad o. A sap ien cia em relaca o a os es poro es e b ern e xtens a - elesso sao afi ados nos dias de eclipse e enquanto a Lua es ta ocultadevern scr

consefvados fora das vistas das rnulheres, c assim par diante, AI6n disso,

s ao m an us ead os co m a m es ma co rn bina cao cu rio sa de esp alh afato e sen -su alid ad e q ue o s b alin eses d ed icam ao s objetos ri tu als e m g er al .

Afi~ados os esporoes, os dois gales sao colocados no centro da

rinha, urn em frentc iiO outro, per seus treinadores (que podern au

nao se r cs p ro pr ie ta rie s) . • Urn coco com urn oriflcio perfurado e cO -

locado num bai~e ~ e _ agu f i eleva uns viOle ~eg i .mct ( j? p~r.a nfund:i,perlcdo esse conhecido como tjeng, e marcacc no prHIC!p!C e no urn

da briga pelo soar de urn gongo fendido. Durante esses vinte scgun-

9 A nlio ser ern brigas sern irnportfincia, de pequenns apostas (sabre iiquestllo da "im-

ror t~nci~~ ~!!. !! brj~M, ver , ad}! !me) , i! aJilU!?Q GOSe:s~rOe~ e k i ll l p - ef _cerro que: l'l"l,)o propnetano. Se 0 propnetano lida au [WO rom 0 ga~Ot d~nd-e. nHUS OMme-nos. ds

hilbiHdade que ~ tern, w ns id ani t ;i" tn· c u j; . h " u p o -r t .a f ld a - .umsvez mais· : teigtiva iJ . :.m~

portancia da briga. Quando os que colocarn os eSPQr(k~e os que [idarn com 00 gnloss ao Q i !l rO S q u e n-ao os proprietaries. c i~ quase ~;-mprt $ lo u m r.. .arenfe rrtt:itu pr6::.imo

- um irmllomi pnnio- iJU urn amigo rnuito Intrmo. Si lo , as si rn, qu asc quee~ tcm(k~ dn

personalidade do prcprietaric. como demcnstra Q r~~ode que todo os t~!.e referen:ao galo come "rncu" " diLrnl "E;,' hnei ( :Om 0 rat. Eu:: trl'l.de de proprietario-li<fudor-(H!fi."rildor de e s pc ro e s c o st uma s« f ix a , emb or a o s i nd iv id u os PO " i. ,< ! n1p a rt ic i-

pa r t1TI vapt i5 diverses ( mudar esses p3p(ir, err. rebc!o 3. urna deserminade luta.

Page 7: Clifford Geertz - Um Jogo Absorvente Notas Sobre a Briga de Galos Balinesa

5/9/2018 Clifford Geertz - Um Jogo Absorvente Notas Sobre a Briga de Galos Balinesa - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/clifford-geertz-um-jogo-absorvente-notas-sobre-a-briga-de-galos-balinesa 7/22

qu e 0 ou tre caia, elc e 0 vencedor oficial, rnesrno que dcsabc no ins-f~,lintfio- L:pt"7111n!,tio. .. .. . , . . .. .. .. .. .. _ ". ., ,. .. ., ,. ~ "" 4

C ercnndo todo esse m elodrama - que a multidao compacta em• • • ~ & • •

tcrno ca nnna segue qUE.SCem 5l!4!nC~O,rnovenco seus corpus nLH!H!

s im patia cincstctica segundo 0 m ovim cnto dos anim als, an irnando

seus campeocs corn gestos de mao . scm palavras, com rnovirnentos

dos ornbros, volteando a cabeca, recuando em massa quando 0 galocern os esp_orocs. rnortais ton;ba num ..dos lado~ d,a rinha ~ diz-se q:~03 espectacores cs vezes percern 0$ omos e OS ceo os per ucarern tao

a tentos), ba lancando-se em frente novarncntc cnquanto olha rn de urn

para ° outre - existe urn vasto conjunto de regras extraordinaria-

mente elaboradss e detalhadas com prccisao.

Essas reg ras, juntam ente com a sapiencia desenvolvida em rela-

do aos zalos e a briza de za los Que 3S acornnanha. sao escrit as em

manuscritos de folhas de palrneira (lontar: rmila!). passadas de gera-

cao a eeracao como narte da tradicso lczal e cultural cornum das al- ,

deie!>. N u m B briga, o· arbitro (saja iomo;;g; djuru kembarv - 0 hornem

cue Hd~ com o coco - encarrega-se da ~nlic!l~30dessas regras e sun

;utoridade e absolute. Jamais vi 0 julgarnento de um arbitro ser

questionado soore qualquerassunio, mesmo pclos perdedores mais

desalentados, nem escutei jamais, rnesmo em parti cula r, urna acusa -

t ; : a o de parcialidade contra urn deles ou qualquer reclam acao con tra

os arbitro~ em geral . Sorncnte 0cidadao excepcionalrnentc bern acre-

di tado, !l6!ido e . d~da H complexidad( :~o codigo, bern-reputado exe-

cuta esse trabalho, e, na verdade, os nomens 56 trazern seus gales

para brigas presididas por esses hornens. E so se dirigem eo arbi tro,

contra os quais as acusacoes de trapacear surgern ocasionalmente,'. • • . ' .... _ J, ,. ' •

emnora iSS{j scja extrcmamcnte rare: e er e quem Cec1CC.nos eases

!1BO mijito ififr~qUerit.e5 ';ffi que 05 dais gales morrern quase que an

mesrriO 'temnc. aU;1~morreu erimeiro (ou se h a ernnate. embora os

balineses na~oapreciem ta! resultado), Sernelhan te a " urn juiz , um rei,

urn sacerdote e ur n policial, eie cornbina rcdas essas qualificacoes, e e$00 a seguraneu de sua direcdo que a paixilo animal da hna pfossegue

com a garantia civics da lei, Nas dezenas de brigas de gales que pre-~ -H ;: ic j e m B~H. jamais r u; si st i a q ua iQ u er altcrca;;aQ li ;<;spcitD da s r0-

o gras, Na verdade, jamais presenaci uma aiterca¥'io abena. a nac ser

as que OCNrem entre os ga!os.

fusa dup!ic~dD.de ci~tzada de urn a,canlecimcntc que, t·cmadoCurr lO f~ to da natureu~ e de ur n furor incontido e.~tomado c om o fa tod ~ c td tu fE -; e Eperfe!!?Jacio em S!l~ fQ fT I1a~ define a hriga de gaiu.5

comn uma ent idade sociologies. Uml briga de ga:!os c O que Erving

GQffm~n chamou de "r(;unii io ClJnc~ntrad3'!"1; prc--curando 0 nome dea ~g o in 5u fic ie ntc me ntt; ~ Q nS ;5 t! ;n te p ar a st-!"e n amado de grupt,) c i ns u ..

ficientemcr;te dcsest.ru turado para !Ocr chamado de m uhidilo - urn

. .

conjuntc de pes . ... ns nbW fvid,g, nurn flLJ .lio de 1!ttvid;ldc cornurn I:~rclacionnndo lHi'~i;;COin as outr as e rn ~1"rT'lQ"::rl'~~,.i"" fluxo, ! ! I o i ; f i . .. .. . " . "~ .~_... . ' " """"'I . . :J , ,_ ; a; ~ ~~l._a f ,CY"

ruoes ocorrcm e sc dispersam, scus pllrticipllntC$ ~llo Ilutuantes. l'l ~Hj.

Y ld ad c q ue a s P ~~ V c-c ...1 t d isc re te ,_ u rn p ro c.c s- s-o pnrticujfirb~AdQq~'(

ocorrc n.~vamcn!c. em ve l. de urn proeesso cont inuo que pernj~:1; . 8.

sas feU010CS assurnem sua forma a partir u n 5~!t.!aC'lo QU~ ii5 ; :Giiw'r~,.

g~, 0 local ondc estao s!!uadas. conforme assegura GofffTl!ln: t6~d~.Via , t rala-se de uma forma..e uma forma arti culada. Para cada situa-

c lQ .: 0c~t:ari.o C cr iad ? por el a rn r na , e rn dcjibcrn~ocs de juri. ope-racoes cirurgtcas, reunioes compa~tas , greves brancas , brigas de gatos,atraves de preocupacoes culturais - no caso aqui, ( '-omp veremos, a

celebracdo da r ival idade do status - que nao apenas especi f icarn 0 en-

roque, mas. 0 colocarn em prirneiro plano, rc un in do a to re s e dispon-do 0 cenario. .

Nu m periodo clas sic o (isto e , an terior Ii invasan holaridesa de1 9 08 ), q ua n do nao havia burocratas [lara incren"'nl" r D ",,,.,,1;,1n,.!n

pop~lar, a .en,~nacao de urna briga de ' ~alo~-~~~-~~~"~' ;~u~t"~"~~~' i i~Tt~:

men te socretario, Lever uIT l.gaio de briga para urna lura irnportante

era, para urn adulto masculino, urn dever compuls6rio de cidadania:

a taxacao das brigas, que ocorriam gera lrnente nos dias de rnercado,

era uma dati prineipais fontes de renda publica; 0patrodnio da arte

era urna responsabil idade estabe lecida para os prlnc ipes, e a rinha de

gales, ou wan/ilan. (kava no centro da aldeia, proximo nos outrosm~mumentos da civil idade balinesa - a casa dnconselho, -0 temple de

~mgem, 0 local de mercado, a terre de sinalizacao e a [igueira-de-

bengala. Hoje em dia, a nao se r em ocasioes muito esoec inis. a noV;!

orientacao torna impossive! tal afirmacao aberta cia Ifgac.I i~~~tr-e as_ .........:....._3. __ . . . J' _ _ .! _ _ ~ oW 4 "

~.~~.! ..~ ! \ . - . _ - c : : s -...lei viua coreuva e ~:; co c5vorte San)ifentu.filiiS essa ('".one....,

xao perrnanece intim a e intata. em bo-ra exnressa n'h~.~~n~i'rl5i_an'U'_:'~:, - - ~ - -- . - - -'= '" . .- . . " ,. ; :. . .. , , _ . .. ." ", _ ,... ." '_ "J I I~ ' . .to!orP ar a e xp 6- 1al todavia, c necessaria v o it .a i . .. e n ar :1 0aseeete dr~hr!:J'!~

de gales em torno do quaJ t0008 OS outros se reune~ ~-~tT~·~~is~;;

qua~1c;~ ~~eTcem sua t'orca. urn asp..-.cto que eu vinha !gnOf3fido pro-pos.ladamente ate agora: as apostas, 0 earater do J 9 ' Z O , - - - - - -

Osba.line.ses nunca faum algo de mane ir a s imp le s OU<ID.OO oodCfi l fa.---l .e-lo de modo ccmnlicacio, cas BPQsta;:;, n~~ hri;;~"Ac ",, , :, , , , ,' , , ;j, , ", ,"'._tituem e:\~o a ~S~ ~~a ge~~. -~--~_~~~~_:_._~~=_:_: ' :_~,~~~J_~-

-

10. ~oflmln. t::fh:Tr.utI;:n: Tlr.i Sfll<:7(J III ] ' t o e Socio/OKY oj l:" IiN!1,lion (llld!!illapvft~1%1). pp. 9-JO, .

Page 8: Clifford Geertz - Um Jogo Absorvente Notas Sobre a Briga de Galos Balinesa

5/9/2018 Clifford Geertz - Um Jogo Absorvente Notas Sobre a Briga de Galos Balinesa - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/clifford-geertz-um-jogo-absorvente-notas-sobre-a-briga-de-galos-balinesa 8/22

( - ------~. .-~ .. -

292A INT ERPRE TAC AO DAS C ULT UR AS

~~r!i

!iI•ii!1:;

I

!III

I ·j-I-i

NOTA S()SR E A BRiGA DE G/\ t.os SA LINES!!l,~ 29 3

sendo a distribuicao notadamcntc t rimoda l: lutas pcqucnas (15 rinK-

gi!s de cada lado de 35) responsaveis por ccrca de 45% do nurncr o to-till· Illt!l~mf.rii,,~ Dn rino oit s nr ,..arb I"n" clr in\ r~""'J1 e l l " ' ?"fi/. ,.1",,,e

g~~~d.~~-65-;i·;;iii~;-e'~d;la-d~-d~7 S ) , ~~~c~d~- iO%:~~;; '~ ' l ;~ ;~ ;~apostas muito pequt 'nas OUmuito grandcs nos seus extremes. Numa

sociedade ondeQ

salario diario norma! de urn trubalhadcr manual -pedreiro, trabalhador de Iazenda comum. vendedor de rncrcado - erade cerca de tres ringgits per dili.', e levando em considcHH; :f io o fato de

que as brigas ocorriam, em media, a cads dois dias e meio na area

imediata que ell estudei , isso Iaz com que 0 jogo se constitua nurn as-

sunto muito ser io, mesmo que as apostas sejarn conjuntas ern vet. de

individuals,As apostas pm fora, porem, !Oliooutre assunto. Em vez de cons-

tituirem aquele pacto do centro. solene, legal, esses desafios ocorrern

rnais ou menos da mesrna maneira que nas bolsas de valores dos mer-

cades iivrcs, ;'-;'3 urn paradigma fixo e conhecido de: lances que se-

guem numa seric continua de dcz para nove. no minima, e de doispara urn no maximo: !()"9,9·8, 8~7,7·6. 6-5, 5-4. 4-3,3·2,2-1. 0 ho-mem que deseja spostar no gala azardo (deixando de lado, por urn

momenta, de que rnaneira sao determinados os favorites, debut, e osazsroes, ngai] grim 0 n um er o m ln im o indicando as vantagens que de-seja receber. lsto e . se ele grita gasa), "cinco", etc quer 0azanto a cin-co para ouatro (ou, nara ele, quatro para cinco); se ele grits "qua ....fr.r:.,n :! !,III. A_.cpio ; ,m~ vanteaem ,.f""" 111H:a1,..O "HIT;:J trA·c:: (novarnente p!p. . . . ; . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . .J - _ . . . .t . . . . . W ''''-eW4 . "1-_.. it"--- - ....--- '-" ~.;.~¥ .... ." , ..... -

.8.p-~;;ta03 "tres"]; se e le grita "n eve"" e nove para oito, e assim por

diante . Urn hornem que aposta 'no Iavori to it que d.i van tagens, se ele

c~_);;~.·-"gu."a-!a~no m inim o p os.~ ivet in diG .a i)fato grit.Hnd(l 0 tipo deCO r do gala - "eastanho", "pintado" OU v que querque 5eja~ Jj

!3 Na . . .: rdadc. a dct '7.m~na~o do" tifXIlId~ !~!Q"~ e exlrlSml:nlim1t; c'.t;bomi1«(;tI oo~

c:iOl'lci ml1.1se vinre upo!, e eenamente r!lloe uma re!~ cnmpkta}, nB.OK i;;L~~Oiiif10ia iHi cor, mas ngmii ~ ;_.de i,!hn_:_rr~ ifi~":-~~ ln~t~~ ~~ U"r-

ciutro- at~~ cb ccr- c tsre:ulnc.!! ~~;.rrad~ ~~ a piUrtlEg-cDco ~tffi.~nen·,0 (m~ ; - :~ :' 0 ?#!~ff~:LO~ b:llin= llile-=:inm ZlI!~ !!ill!.!0! cxtensECl ~!lJgUy~ e

~j~~~ ~::::;;=::';;!~~;-=C:cl~~~~n~~~::::~~~!!~!t:;~~@F\r iA-d -Q~, ~ ~: ~mprnr U!'!l ~- !!!'f1rnlrl-!!!! ~~ UQ.~ w-!liJftli.fL~ f!~

~':~~~~d~~.;!;;~~Q~;'~;;~:~~:if;;~ii:::::~~:~;~~~:TV"H ,"Eftimfl3 _ come deve ser ern nrinciniQ - tem d mesm i eQr. . em eujo esso ~ m;r~

~i~=~~·~~f;o;~t?=::;±~~~!ll~~~:~t:!~;g;::~,!i:j::d i t m : Iil rnl'H.idar it ooo-rtb'lcill do s er nbstes. A~ im, por exemplo, no [ ar lo ~U;~, rln.ha.

p.t-~""'~ p~i brjgar ym ~ro P~~¥1Q, QC cabeca forte, plnt~dO ~ ffj,af"ffuu,;: tn~'n.v..

Page 9: Clifford Geertz - Um Jogo Absorvente Notas Sobre a Briga de Galos Balinesa

5/9/2018 Clifford Geertz - Um Jogo Absorvente Notas Sobre a Briga de Galos Balinesa - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/clifford-geertz-um-jogo-absorvente-notas-sobre-a-briga-de-galos-balinesa 9/22

A lNTERPRETAC.AO DAS CULTURAS

A medrda que os parncrpantcs dos lances que Ievarn as vanta-

gens laoosladorcs no favori to) exc it arn a rnultidrio com seus gri los.des comecarn tambern a procurar com os o lhos um ou outre como

anostudor er n noicnciul, u s vezes no lado Op05\O da rinhs. 0 qu e

quer a vantagem grita para 0outro pcdindo vantagens maiores, en-

quanto aqucle que d a a vantagern ten ta torna -la rnenor. t< 0 que leva

Iivantage; ", e YUt; desafia nessa si tuacao, faz 0 sina l do nlvel da apos-ta indicando-a com os dedos da mao lcvantada em frcnte ao rosto e

sacudindo-os vigorosamente . Se aque~e que d a a vantagern, 0 desa-

fiado, responde da mesma forma, a aposta e fe ita , se nao, des des-vi am os olhos e a procura continua.

A aposta per fora. que ocorre dcpois que a aposta centra! Ioi fei-

ta e Ioi anunciado 0seu montante, consiste entso num crescendo de'gritos, a medida que os apostadores do azaraooferecem suas propos-las IIquem quer que as aceite, enquanto aqueles que apostam no fa-

vorito, mas nao se satisfazern corn a vantagem oferecida, gritam ~a

m esm a m aneira, frcneticam ente, a cor do g al o, m o st ra nd o que etes

tarnbern esliio desesperados para apostar, m as querem oferecer van-

tagens men ores. .Essas ofertas de vantagens, que parecern ser consensuais na me-

di d a c(I1que todos griram praticamente O i mesilla coisa a urn s6 te m &po, cornecam com 0 nlvel mais eleva do - cinco para quatro OU qua-

tTO para tres - e passarn cntao, tambe~ consensualmente, p&r~ 0

ntvel menor, com maier ou menor velocidade e com urn grau maierou rnenor. Os hornens que gritarn "cinco" e encontram resposta de

"rnarrorn" cornecam a gri tar "seis" , conseguindo entao rapidamente

con tenderes ou reti rando-se da ceria quando suas ofe rtas, dernasiado_._1__...:r~ , .. _a .~ •• "", ~ . .. ~ mtH1~n\~~; feita €; a in da f alt am p:!!-g'5f!f~r(!Sa~...! !~L_I ~~ . ._. i~!L' !.~~= 0~ ~

nurn eerto dii! do cemplexo cslendario.batines. e outre galt) gf~nd~, ceutetoso. tcdopre to , rom penas em rufos e pernas cur tas no lado Nor te da r inha em outre dia, ~ lt~·slm por diam e. M ais urns vez, tudo isso est:! regiMrndQ n os m un us cri to s C >1 :o lh a de

palmeira c di~cutidos [nterminavelmente pelos baIineses (nem todos tern sistemas iden-t ico s) . U rn a ami ii se c omplet a, e omponenc ie l e s imbo li ca , d~ cht !l !i fiCl lcOe s 00 B~!Q~ '

r I ! ! . e xt re rn ameme va lios a em si mcsrna e c omo co rnplemenro ~des.;r icu.Q < . i l l br ig n de

iplos. Minhu documentacdc sobre o ~5SUntO, ernboru e.~ten:W..e ~"ri"riJ. miu pan=

h;;st.~Hnecomp!cta e 51stemfith:!t pnra tent!! (.;£1gil!=5-e gqui. Panl ' ideja5 ru~rnviQ~~;i

l ir li ine5as < 'in geml. c r. !klo. org...Traditional iJaiine.!t'Culfrm~.c 1. L Sweiiengr~~!,org,. Ba!i:_Sn~f(J In..LtJ~~ · f i :c. .ught (11;a RUuaf. (Haia~19{~),

14 Dcve·s..cnot~~ p.~ra cfcilO d~ !;OnlrlC4n~tH4t~'.,l e.tfiog_nHjc~~ que i.pc-~~"~! ~ta 0,

homemqut apGSln no fav orito - 0 q Ull dAv"nwgcm - fl}lCr iJin;! UPO$tl l nufjlH!l ek £ill.nhn se~u gait) sunh!! ou !.e e.~i5le uma !ig.ti~.~o~!m~ d:rntuuit.ilo hgeira da '~afH~gcfii(na o seE;:x.at2j!'len~, rrms, p~fecc que i s . 3 - C ' J Deari"e urns ycz em ·r;nd;t, qu~nl~ QfJ \;"int~ Hi·

ta~). Ele 'indica 0 que quer gri tando SGpift C'ligEi;ao") em ', e1 :d o t ip o d e gn !o. p or¢ffi1,,;;0 apoftas na o ,ii(l muito froquenles.

]

295

ccir osr o prcccsso {; repe t ido aurncntando-se para Hsete· '" e assim per

diantc .. n)~i~ rrHJ!lt~~n:d~1!!h:nh:~ ~{~1 na~ iutas muito impcnames, a!..• " ' " 4 , . 'L ~. , " [ • !

cancarn-sc os nivcrs corrcsponccntcs a nove vu u(:z . ' ..n...a~10na.-

mente , quando 0~ g"il(j:'; l\tlLJ e~illV clurumente cquiparados, pode nao

haver urn mo-...imcruo Bscendente rJU ate rnesrno ocorrer urn movi ..

rnento descendcntc de quatro para tres, trcs para dois, muiro rara ...

m ente de dois para urn .. m udanca que e acornpanhada de ur n nume-ro dec linante de ~po.st as, cia me5~n formaque.u.ma muda~ca ascen~dcnte e acornpannada por llyn numero n1t1!OLMas 0 quadro gerat C

no sentido de. as apostas rnudarern rnais para cima OU para baixo. nas

anostas nor fora; Bte atingirer!1 o nlvel nfrc:fcrm:.:!:z~do de d~nheirc~ql~ip~~~d-o. caindo a grande maioria das apostas flo nlvel entre qtra-

t ro para tres ate oito parasete, !)

Quando ~ aproxirna 0 memento de os gales serem soltos porscus segundos, os gri tos alcancam proporcees freneticas, pdo memos

flas lu tas r:m que 8 a po st a c en tra ! { :,b as ta nte grande, u:i medina er n

que os apostadorcs rC5tiii1i?Stentam desesperadarnente encontrar urn

contender de lihirno minute, ~ urn preco QU~ lhes convcnha. (Quay'! '

do a apostn central e p e q U e M , tende a ocorrcr o inverse - l . \ S apostass il en ci um , a s vantagens oferecidil.3 ~o maiores ; ; ~_s pessoas pe rdem o

inte resse.) Numa luta de grandes apostas, bern-feita - 0 tipo de emba- .te que os balineses veern como lima Hbriga degalos verdadeira" - a

qualidade de encenacdo da multidao, 0 sentido de vcrdadeiro caos

que parece irrcrnper , corn toda aquela .a.gi ta~ao~ fvr i[os~ernpurfOes. c

horncns cscalando, 6 multo forte , efei to que S o tende a aumentar 1 = ' = - = 1 0

intense silencio que cai £~~bH~rnent~!como :}eZ ' t l _ g u e m tiV1~33C iipag~do

a luz, quando son 9 ' gcngo Iendido, os galas s~o coly- .~~dcl\. s1~ rinha e.a batalha ~ inicia.

: 5 A d in am k.s P fd ::: ia d o illo~inl¢niQ f~ ai1~4~ ~um GUS ~~~~ d~ tut_g ~ iatri ..

5ant~ ma~5 cornplicada e, dadit i ~ rnnrl .. .~e5 ~~; em-ql::~~:t ..o:~~-f fi ': ·; ': rl in 1;i l ~ -- --Sf: estudar. Serla neeessario ted..;;;:;.;:;gi;irui Q ~u.~~v $JifiVQ m :- .ii~ wm muitiplo;

:~!~:~:~~:~:~:~F::~~~~:2t?!~r ~i:~~~!'~"~~~~~~~~~~ll~:£~;:!cl~:~-:~J~~!~~;:';i~i~~:?c~ m2.i~ecfnp=~:c~ ic~o~ ,deb~'a; t~r~5~ __cidMiriA& ~~~~'.i ~~!L "~;--.-_!!U-d~~

pUsLe-rionnc:t;rc ...Sc C$5CS h'OmGiii5-5;Qfn;er..am~. nlU~t1f"~~ ~t~3 ~~aD?!!.rl~"",!~ - : ~ ~ ' C " ~0 : '; ;-

~frl~~~.;]§~?E~~~~J,#lmfii~: urn h~.c)r~crJdeddido =m1~dod:~Qb.5c:rvJ!~~ p~~ ~~~~ v ~m~.;:;rliilll~tij in·

divkhii!L

Page 10: Clifford Geertz - Um Jogo Absorvente Notas Sobre a Briga de Galos Balinesa

5/9/2018 Clifford Geertz - Um Jogo Absorvente Notas Sobre a Briga de Galos Balinesa - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/clifford-geertz-um-jogo-absorvente-notas-sobre-a-briga-de-galos-balinesa 10/22

r

!

II

II~~

II

.! J

i!IM

itf:!

~

A INTERPRETACAO DAS CULTURAS296

Q ua nd o c ia te rr ni na , 0 que pode levar quinze segundos ou cincorninutos, todas GJ apo ..tas sa O pages imrdiatamente. N do h 3 a bso lu te -m ente qualqucr em pecilho, pclo rncnos quanto a urn oponente apos-iador . Sern duvida, alguem pede pedir ernprestado a urn amigo antes

de ace ita r ou ofcrecer urna vantagcm, mas para oferece-Is Oil aceita-

la voce tern que ter 0 dinhei ro na mao c, sc voce perde, voce tern que

pagar na hora, antes que se inicie a proxima lura. Esta l; uma regraferrea e, como jamais au vi urna disputa sobre 11 deci sao do arbi tro

(embor'a, sern duvida, devanl ocorre r algumas), tarnbern nunca ouvi

Ialar de uma aposta que nao fosse paga , mesmo pcrque , nurna mu!t i-

dao agitada como a que assiste as b rizas d e lZ alo s as consecllenciaspoderiarn ser drasticas e irnediatas (como as ;'C~ acontece 'com os

trapacei ros, segundo relatos que ouvi),

De qualquer forma, t essa assimetria formal entre as apostas

centrais equilibradas e as apostas par fora, desequilibradas, que

apresenta 0 problema anal it ico crl tico para urna teoria que Y e a briaade gales se agitando como elo de IigaGilo entre a luta em si e 0 mundo

mats arnplo da cul tura ba linesa . El3. sugere , tambem, 0 caminho a se ..

guir para resolver esse problema. e demonstrar esse elo de l igaG8o.

o pnrneiro ponte a I ri sa r nesse sentido t qu e, qu anto m ais ele ,vada a..aposta central . mais provavel ¢que a luta seja bern equilihra-

da.U ma sim ples co nsideracao de racion alidad e 0 sug ere. Se v ocea po st a q ui nz e ringgits num galo, voce ,-,.sui.disposto a m anter esse di-

nheiro numa aposta oerta , rnesm o que sin ta que seu anim al e ur npouco menos prornissor, Mas se voce aposta quinhentos ringgits. VO-,

cl; abomina faze-to. Assim, nas lutas em que as apostas sao maiores, e

que se rn duvida envolvem melhores anirna is, toma-sc mui to cuidado

para que os gaJoS ~jam equiparados em tamanho, condicoes gerais,pugnacidade e outros Iatores, dentro GiJ quce humanarnente pass!",

vel. As diJ?fCnics formas de ajustar os espcrces do s anirnais tarnbem

contribuem para garantir lSSC. Se urn dos gales pareee mais fort~ $~'"

r a fe ito urn acordo para colocar seus espor('; es' flum fmguio u rn pouco

menos vantajoso- uma especic de hilndicap'no qual os afixadores de

espof5es sao extremamente h ab il id o5 0 5. s eg un do s e d iz . T o m ar -& e- amais culdado. t ambem , em empregar segundo: ; rna!!; c.;lpazes e paraque eles se equiparem em capacidade.

Em $t)m~. numa luta de gnmdes sposfas. a pressao para que (J

embate tcuha um a fnopofr , ;uO de cinQUenta por ~nto e enor:ne.eeSsa p re ss ao e sentid.a cons~h:rit~m~nte-t'Ehf6 menor auando a s lu ta ssao d~ nivel medic. e 'm e- 1.¥ }o ri nd a q t! ~u 1d o ~ t la t( ;I d e futas I:tWUeIHiS,

embora h~j~ semp~e urn esfor~ para que as coisii.s sejam aproxima-da'mente iguui s, pois mesmo com BpoSlas de quinre ringgits (~ahlrio

de dnco dias de t raba lho) ningu&rr. deseja fazer apostas ao par em si -tua~:iQ desfavQfUveL Mais uma. vcz., todas as estat[s ticas que possuo

t cn dC !'l a d c rr 1on .~~ ra r i ss o N a s c i nq nc nt~ " e ~tc lutas e_~tgjQgfid!!~! 0fi!;lonto vcnccu t:~~!:.ic t:-t.:, vezcs , c ~r5.O Y~nt~ c quatro, !)m!' rr c , ; . ' "

porcao de 1,4: I.Mas se considersr 3Y , cifrus ern spostas t tn irai l> de

scsscnta ringgl:s. as proporcoes forarn do: !~:! (vif~~~ t; ~)I~L;.:}pdlii

u qu ~le s ~ cim a ~css.a linha e 1,6: I (vinte c urn ~ trcze) pure aquelesabaixo. Se voce tornar os extrcrnos~ nas grafH}~ lutas. auuelas de

apostas centra is acima de cern ringgts, a propo ..;ao i: : de i:i (lic¢ic I! :;e~te): para lutas muito pequenas, em que as apogg" fie-3m abaixo de

quarenta rlnggrs. a. propor~-ab t de L9: i (dczenove e del ). !~

I

aposts centra l rnais equil ibrada (rne io a meio) t a proposi~lio da bri-ga de gales ,_ dU3S cOI,sa:) seguem-se imediatamentc: (t) Q ua nte m aier

a aposta centra l, tanto maiores sa o as aposras por fora, com menores

vantagens ofe recidas, e vice-ve rsa ; (2) quanto maior a aposta cent ral,

maier 0 volume das apostas por fora, ;;; vice-versa, '

A lo gi ca e similar em ambos os cases, Q uanta m ail; prox lrna a

lura em relacao ao dinheiro a o p ar , m en os a tr ativ as iJ a recem ru; \lsn-tagens maiores oferecidas e, portanto, clas terac que ser menorespara encontrar apostadores, Isso lOwa-se evidcnte com a f i , inmles

ins~<;ao, a p ar tir d .~ p r6 pria una~!:c ~ll ;Hl:esa d 3 I lS SlmtQ e .d a i i l r ( " ; r ~

m acae que pude cougrr, Dada a dillcui;l~ae de H~lef um n:g1"ttui1~-ciso e complete das aposlas per fora, tsmbem fica difIcii COiocar ~argumento em terrnos numericos, mas em todos os C.'1WS que obser-vei 0 ponte consensual entre os que diio as vantagense 05 que asa pro ve ita m, u rn e qu ilib rio r nln im o-rn ax im o o nc e &iiQ r~itgii a maioriadas apostas (calculo dois tercos e tres quartos, na maioria dos cases),corresponde a tre:s Oil quatro pontes acima na escala que aponta P-3:1"3.

as vantagtms menQres nas lutas de grandes apostas centrals do queTHiS lutas peque-nas. Iicando as lutas medias geralrnente no meio. Noque diz respeito a detalhes, esse dado na n e totalmente eXl;;;hJ. mas 0

padrao geral Cbastante cO fi si st ef it e: 0 pcder cia apostaccntral de pu-x~r a; jPU'5tg~ pvf fora em d~~-.ao ac ~u nroorio oadrao de dinh~irQao par e diretam_ente proporcional a !;u;!.d i m t m s a o j pols~;B·dime.,-

«

1& Levanao em CQfHJ fifl'ffida uma ';liii!bilidalk hinom i : : l l, ;;:p...~ibiiid;:~ I i : ; : p~-'~ii'

~:I~~~x~~~~~~~~;!:~7~c e . . . . t n_ 0 !uta dE :O!tS o e s v i < ¥ . ! . ~~Tr""l!.~!~ n~u kfe111 ~~<rn ir:---di~-~rnpk:iin€G~,g

qt,..~,mes.MO ou lutus mt:nOTC!·..p·er'S!~teii te'i,d-rna~ dec..quHi!;~~f ()$ !l\la~ ~lo me;n05

rnl-O!lveimente. r 0 C:l50 de urn tehHivv f.;:la~Bn1~5t.odoa P~i pv~";m~ igwi11d.g-d~~

nil" sua C!liminal;ilo. A# t.:n~!lci~~ de serem illoo'ntenrias d;; i!.P<J~iaE8Ei.E!Bl! Ilm~

I ;Oc~ Ii;; ULar sao bind" rn"j. fdevalll~s ~ugerir~dQ que os h i i H f i C : : . . c s t;at~m ITl~itu'OCm

em que dtiic ~ metendQ.

Page 11: Clifford Geertz - Um Jogo Absorvente Notas Sobre a Briga de Galos Balinesa

5/9/2018 Clifford Geertz - Um Jogo Absorvente Notas Sobre a Briga de Galos Balinesa - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/clifford-geertz-um-jogo-absorvente-notas-sobre-a-briga-de-galos-balinesa 11/22

......:'-:J'

......~'c r :r ;. cy.~~"~~",.,., ~J

R-~-";,.f ....!;:';"~~r.;;'~~r~~!-~~nn!e~n~:!j~D ~7r~uem Q ue OS p..alos estao d e fa te..:J<U~ ~ __ ~L ~"""'_~""-'~T_ t·~~ - i" - - - --- ----- - - : J . -

equipar ados. Quanto a questao de volume, 0total (; rn.2.ior nas Iut~s~ •• " I • _ ~ _~ __ . ...1 .-! ~~__ ~o~

de grandcs apos!as centrars porque tats ~H;J.!!. ~!1V \"v.n~I\_J\"~ dUd..~ tur:~a

"jnteressantes", nao apenas no scntido de sercm menos prcvislveis ,. .~ ... ~..~-......,,..~~~I;-""...;........____

mas porque exrste multo mars emJogo - em l_C~"I~:'"u<;""J"'-,"v, "."

termos de q'~aJ:d3~~ ~cs g~.I:s ~, em consequencia, como dircrncs,em tcrrnos de nrcs ttaio SOCIaL1.- ~ - .. J -

O paradoxa de urna moeda certa no rnero e t.~m~mocun cnV1CS3-

da oar fora e ; riortantu, aocnas aparente. Os dOIS SIstemas de apos-~n'""· embora '-.. .. .malmcnte ;nro"n~,..-t'~n'F."C! nao sau realrnente mutua-w:s, ~hli 1d IV iU~ iU .......\.\,< IU" ,VUO _"" ," "L" i "EO

mente contraditorios mas partes deurn unico sistema maier, no qual•• ' , . u - •. cl· ~. ' dade" a tra indoa a po sta c .. cn tr a: ¢ pcr !!.SS!m t1!z er -~ o centro _ e g rO dy i . ~ -, .1. Q .

as imostas de fora para os lades de:vantagens menores oa oaianca, .equanto maior esse centro, mais atraem. ~ aposta c~nt!al. p~:tanto."estabelece 0 jogo", ou melber talvez, define-c. E:$~ln9Ia aquIIo que,

seguindo uma nocao de Jeremy Bentham, passarei a chamar de suaP8bsorQAo". .

("r,; b< ll ii i~ S ;: :3 te n tam c ri ar u rn embate !ntf;:e.s,s.~r.~~e , sC ,9ui ,,:r:n;'"abscrvente" fazendo rom Que a aOO$Ui cent.ral S€:JU itm~uor pOSSl-. ., .. '- N . .. .. . . . , ", a, . . , ._ . t " ."~. - o. i - "I. -.. • ~ ~ ,

\tc:~.de forma oue C~~a.!osqUe~ c~frcntarn ~ja'm o~mu!~ rguais e os~~ih-o~-S. pOs~v~ ~J ~ ~1_U~~"~u!tado _~ ja_ i~QT impre~isivel QU_t1n:o

poSSr ij e l~Nern S?mpi¢ S~ Q bern sueed idos . Pra t lC+Ynente metad~,rdaslu!h"u" 1: . ~~~~~~·3·~~:"!t~ '!n"\'r1~1~!!ftiv~mente desint-ere..~nte =- - Ulfrlvo~

; ; ; . :~~~~~-i~h;~;_~~;ci~~~i~ii~;~p~~~d~~odavia, tal rat~ n~Q de-

rlC~ 'oontrd rtliftha hite:jjretacao, ·d a mtsillo. forma qu~ 0 !ato~ de~~

~laivria d05pintores, poetas e ~U.tOie-S ri.~ p~as ser rned!ccre nac ac-

pO e contra a p crsp cct iva d e qu e 0 csforco Ilrti~!icQ I: . dirigido psrs~ __ . .. . ..~~ . . .. ,_~! .~_~!~ .. ,~~~.! .; ;o ~ .. ..~.~.~1 : : f . ::::~=~;-!.:-~ _ ......- _.-a._ !__~~_~...i 1 . .

U~l'l \,.c , ld lJtVU •• UI\.ff_' i-fo." I1 "{U~~~ v uldtt---; iY~i ",H ~~t.iIi 1l.....Ut;~.T~j~y ""

imagcrn da tccnica a rt i st icn, [1 ::1 v crd ad c, C b;1"·~iii1tCcorrcta: AQ10llt

.:..:ntr.ll t lin! m elo, urn aruflcio. par;! rri:n (:mbatc:.s; "intcrcssentes","<!bsorventes", nlio a razao, Oli pelo !i1;;:l1OS flaO l< rfi1..&Opril')eip~L P{H

que etas saO interessantes , n fonte da sua t:1.~in;;il;lg, a ~:;jb!>!ancill da

sua mofundidadc. 0 motive nor que tais cmbatcs siioimcrcssrultC:1i-!1a v~rd{lde, rll r a os balincscs, w(s·l mente absorvcrues - leva'fi,)j! filHt\

fora do rcino das prC(}CUr~lCOcS Io r r na is , p ar a r cin os m ai s a mp la mc n·I e w c io l6 gi co s e s ec io -p sic oto gic os . e a u rn a id Ci a rn en os p ur nm cr HI !economcs do que significa U "profundidadc" no jogc. "

o conceito de Bentham de ·'j~go. prof~ndo" t encontrado em s~a. ~ _ ~ Ii _ t _'_~!_.~ •• CI ' . . . . .. . . .. t:...."t" . _ nln ..~.."'''''i ,rtnt_k C t/"\

I hi! Iltcory oJ L.f"KfJIU'HHI. L:)ll!",.IUI\.rQ JVc"-" 'IV '1•.U:U "~ ~t"_oJ"U~ •n......

tao altas que, do ponte de v i s ta u t ll it a ri s ta , e irracional Queos homenss e c n,,· oiv u.m n el e. S e u tn h om em c uj a f or tu na t d e m il l ib ra s (Oti r i n g . .

~its) apos tu quinhentas ao par, 11 utiiidade,marg_inai,?a libra que, derode ganhar e clararnente mcnor do que Iifalta de utilidade marginal

ttl Alent GaS OM.";h.l~, hA out ros asp ectos cc oncmicos na i ;; ri gi j d e g .l os , especial.mente sua l ;s~i ;Ho muito estreita corn 0 s is te ma 0 0 mereaeo local e. embora o o cum !. ti - -

nos UIIHOquunto Ii. ~IJ;!' r m; li" lI ~o c om o 1\ sua fun.;lo, eles n.!!o d.eiu.tll de Icr !.mpuf-u in ct a_ A s b ri ga s d e ~ilk);;e ;t ii o a b er ta s a Gu :; ;. Jr .: tr e: r,71 q ue ~ e ll..~.;:illl'lo dJu . 4~ _vindos de locals distantes, mas cerca de 90';-~ aetas. pro~'~,:~mcnte :lCtm: de 9;~·~+.fl,:o·_assuntos locais. f!. 0 -lug,at envotvido t 1 a o e definido pcla aJdci! l , item rn'~o peio dlstri-to administrative, ml1Spelo sistema de rne rcado rural . Bal i r em urns semana de meres-

do'~ tre~ Qi"" corn 0 l ir -. o familiar de rotacso de "sistema solar". b.."'bcf:t os proydo;:;mcrcados nunca sej arn bas tante dcsenvo lvidos, reduzi ado- se a ~~~ neg~ Ie-cais na pnu;n da aldeia. geraimcntc pel-a munhji, , 6- ~ mk~t]~g.iio qLl(!:~...arot~o :g~" _r al rnen te as sina la - dez Ol lvirite rnilhas quad~d?~~ ~t.: ()-!J Gi!v_g1dcia!!;"wnl1~ {nQ\J-t~-=--=-~ _

na Bali conto:mp~;inea, .oigniric::.de cinco a dUQ\! onz:.uIl ~""}~<jl.le~pr~=c- --0=

:t =:'~t~~a f..~~!~~~:§.~ c - = j ~ti~~U--Sf t~;~~~~.~ ~ ~~t=~=. 't-~=~lli~t~ l~~~-~';':=--_;-;:_" :::'_

YCeffius5i~lir, f i t . maior ia dli~ !UI ;U l;lrgIlI1LT,lll:l~ e PSlf{ld;r,~ p<>r:r~UQ!Of. wmbcln.· - . .,

des de m~rirlH~Or~ rurei s menores, sob :. con~o gcrci, Iortemente ;c::Ot1!::i:dda-pw., ~_~::-.:: ~des e por todos os balii le5eS, de que liS brigas de SlIk!liiIoboili pL'1I o~ porque ,.."c!;I$ tir.lnl 0 t1tnneiro de ~fm{) ck ;;a.~a.d~!\ <} iazcm J;ircuiar''' ~tGftlg.t.a i fe i !_ ID_ k ._= == - = -l . l !. l :l In.."", bl!ff(!C!!~qu e vendem loon i:specl;;;k ~~.;!~lm. ~Q oift:iiaia d~- _.-_

rlz~r (;{~ adi!JJlt1!h l1~ (ofmn ft tOina! 0 aconicci~!"iKrlto umit t.~;~~}. _'__ __ _ _

~~~~;~~:U~;;~;;;:$'~.:~:!.~:~::~~;~r;~~'~~.:;r~~' ; :~~~ea:~Il !~~~'!nU;~~~~~;~::~!:,~du::~::=~

-.1 9 A e~~reS5g0 (; ~l1t~ M t... d~Q Hiklmh, l !1t: :r r~i t~ ~ ~I n Y c t J ~:;; (1!J]l), nQ(.li ~ p, 106: cf, L, L. fl,lHc:r, Th( 'M(Jfu ii tycjLow(Ncw i 'i "Vu" ' ' > ' t A l , P1"Q S~.

I

I

Page 12: Clifford Geertz - Um Jogo Absorvente Notas Sobre a Briga de Galos Balinesa

5/9/2018 Clifford Geertz - Um Jogo Absorvente Notas Sobre a Briga de Galos Balinesa - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/clifford-geertz-um-jogo-absorvente-notas-sobre-a-briga-de-galos-balinesa 12/22

da libra que ele pede perder. Num jogo profunda genuine, isso aeon-ie-ce corn ali '- lbE.& 8.5 partes. Eles cstao ambos mcrzulhados £ ; _ t t a cabc-

ca. Chegando juntos em busca de prazer, eles e~tram numa rclacfio

que trarilo BOS pa'fiicipanteB, considerados cQ~eti ; ;amente .mnj5dvr9ue praz.er. A conclu~ao de Bcntha rn, portanto,6 de q u e 0 jogo pro-Iundo C i moral a parti r de sellS princlpios basicos e que deveria ser !e-

galmente Proscrito, u rna atitude tlpica desse autor.Mais interessante que 0 problema etico, pelo rnenos quanto a

nossa preocupacao, e que, a despelto da forca 16giCl] da ! i rHm~; ; :deBentham, os horuens engajam-se nurn tal jogo,muitas VeZes e apai-xonadarnente, e mesmo em far.e de uma puniviio 1egaL Pais . Bentham

e os que pensarn como de (hoje em dia principalmente advogados,

econornistas e alguns psiquiat ras], a eAplicac~p ~ que, como jA disse ,

tais homens s.ao irracionais - vici!!dos. fetichistas. criancas. tolos. sel-

vagens - que precisarn scr protegidos contra el~' ~~~m'05: Entretana

to , p ara o s b alin eses, e rn bo ra !laO!! I or rn ul em e rn tantas palavras ; H

explicacao repousa no fato de que nessejogo 0dinheiro i; mencs umarnedida de utilidade, tida au esperada, do que um simbol0 de impoi'-t llncia moral, percebido 011 impasto . .

E jus.~amente n,os jOgO"f i frlvolos, naquel~:: que et"1VQ!vem r~qu~

nas somas-de dinheiro, que as acrescimos au decrescimQ:> de diniieiros a c . sintornas mais proximos da utilidade au Ialta de utilidade. nosentido comum. niio--c)(pandldo. de prazer e sofrirnento, Ielicidade e• I" I" • I d N . . .ante h.'1,H,a e. .. os jogos profundos. onde as somas de dinheiro ~o

elevadas, c:st&em jogo multo mais do que 0 simples lucre material: 0

saber, a estirna, a honra, :a dignh:hld~ 6 respeito - em surna, 0- status,emboraem Bali esta seja urna palavra profundamente ternida. ;,1 hie

r :d:~~i~?~ru:~, : !~~l~; : lZ~E~E.~~~~~~~~~,~~~~~~s.~~mmeSfi10 momentane ..lJn~nte= Entretanto~ para oS ba.nne:;es~ r;~~o s qu ais. nada p rop orcio na m aier prazer do que Lima afronhii. C e l i a deforma obdqua, au nada e mais dclotosodo queuma IE.ftentff~bi"-

de de forma obUqua - prind.pilJment~ quando estao assistinuo ·COonhecidos mutuos, eque nao se~deixam enganar r~!a5~par!nci~$ = ta'~

drama 6 avaiiado profunda mente.

2r J Sern duvida, mesmo em mtitti!!fi1. j uiHidau~ fl~ Q ~ !hfittH i "i {f lf fiB~~te. comO

oo~~.to. M perdu au lucros monet4rio5. e ineu ~rgl.unefito r.-(;tlt ~. ¢01~d~ m~~"ulClaa~m=t7;m (enn08 de un\!! fI~;j"io;j.e qu<e p iU1 ji ~ 1::liilirreieli, como pili..""ill."l.

q\''Ef rove, a ut!lldade (0 pr~f, 1Ife.!!-Cl;:lll4¢,,,) ~ idwtif>C1!d!i IIp''.11m com a nQ~! ' v i liSlais p:obh::mal>tcr~ijnoI6g!«t> S~t;l. de qualqu« manera, sc.:und.u-!<ls qU!.l1lQ iW

1!:;~to pnnclpal: II bnga de ga!os n1io turn.!! ro1cta.

J -

l s s o ndo significa, e precise sfirmar urns ve l. m ais, q ue o d ln hci-

i i,.i .n:~o conta ou que o baiinc~ 030 t;~tl~ fll~ii~ PfcOCUfHido em fJCrdc!quinhcntos ringgits do que quinze. Seria absurda lai conclusao. E

justamentc porque 0 dinheiro irnporia, nessa sociedade altamontei rn at cr ia l. e importa r nu it o, q ue quani .o maier 0 r is co , m a ie r it q ua n ...tidadc de outras coisas Que sc arrlscanl, luis como orgulho, pose,

Ufna fai ta de pab:ao~ rnasculinidade (;1 ernbora 0 risco seja momenta ...nco, de Cpublico, ao mesmo tempo. Nas brigas de gales absorvcntes,

urn proprietario e seuscoJabor~ciores c, nurna extensao mcnor, po-

rem real , como veremos, seus apostadores POf fora, eolocam Sci ; di-

nheiro once est~ seu status.

r :: em grande parte porque a falta de utilldademarginal da perda

e t£h)g rande nos niveis rnals elevados de a po stH q ue se engajarnela ecolocar-sc em publico, de forma aiusiva c metaforica, por lnteernediodo gala de alguern. Embora para urn benthamista isso possa parecer

apenas urn aurncnto da Lrracionaiidade dQ {;mpreendirneniO~ para os

tH1Hnt:$~~ i~$u concorre para {} aurnento do significado do fate corno

urn tcdo. E cor-no (Iicando com Weber, ern vez de Bentham) a irnpo-

sit;aQ dQ-~agnificadvna vida t (}iF11 print~ipal e a condi~_ao basica da

ex .i st encia hU! '! i af ia~ -e ss e acesso a significncao cornpensa ,~mp'amenteos custos econemicos CJlVo lv idos. 11 No.verdade, dada a qualidade dodinnc..iro n o v pa r nos grandes ~n1batesl na o p areeem ocorrer rnu dan ...t;as; importantes I I f . ! fOftu-Ua. material entre aqueles que deles p ' C l t t . i e i ·

~~~:::o~tj:~~~~~~::t~:~l~~-~t~i~ i~ : !~~~~1e~te!~~:contra urn punhado de jQgadores i~H~is rHlf051 de tipo vleiado . .-G~

'que ~5;lI.; ni~3G prh~C~pllhTI~r:te pelo d~nheir9' _, qu~ as mudancas"reais" na posit;~o social GCOrrenl , p t inc ip2 . !T I len te pa.r~ b.aiKO~Ho ...

~~~~ :~~ ~r'br'~~~ ~\a~y~ .:.~~;~~~~~:~~~~i~~;que i{_).;;rNtte~ elementcs vulgares qu~nii~~=!~ili iJ. ponto· principal,

21M . .w.. .: : " " , Th<fSfiri<li6g)' (jfR~UgttE (BI,)~ttlll, i%3~. N i - d i ; - fuj;~$'-~"._,,:t·ic""-;-"f!~j~';':~---:.:-:': '==-:-;::b~H'n~com reh;~a· ~Q ap-rorund~nw~to do ~~n~ft~do !;ill dinhelf'~T~~o Q dP~ilQn~- ---,-"'_.

~f'2 ~ ~~::ric:io "i~ \\"h;.'I~ d,~ g-.;r;,:n.o,i f.ia c..,:quifti! fiunl di~tri~Qcia dJi5.5V t ta b: ai rra ;d:Ufa -- =- -- -- - -

~~HBo:s~{}r:L ~ . _ o jO~f") de-~m~nb~ ~f.it pii~J.;:.l ifnporl3_Gle :lila v ;, d a, s ~ ~ ~~.2ir £~- LDr.. ---

~ ; ~ · : ; ~ · r ; ~ ~ f l : t : ~ · ~ . , ~ : : : : J ::~l7~~~~~:~~.~~~.~~i:-iu~~~~:....~~l~;;~~~:l~i~~,~~i1:~~~~;~~;;t.~~~e~:i~1~!~t~:~;!'~~~:!~~- . " : " ~ < '_ ' ~ ~ - . ' - ~ - ~ ~ - ~

~~'~;~~;~~~~~ld;~i'~:1~~:~~~;:~:i~~~O~U~:~~!e~r~;~~~c~~~i~~:_~ ~ ~ ~ ~ : _~ . : ; / O i . o ; l : C ( i h ~ , , ~ ; ~ < 1 ~ t g ~ ~ ) ~ j ~ . U ~ l t ' l T Irr.p~tiOm." W.f.Whyie . SIni~~1

Page 13: Clifford Geertz - Um Jogo Absorvente Notas Sobre a Briga de Galos Balinesa

5/9/2018 Clifford Geertz - Um Jogo Absorvente Notas Sobre a Briga de Galos Balinesa - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/clifford-geertz-um-jogo-absorvente-notas-sobre-a-briga-de-galos-balinesa 13/22

ncs Iala , numa form a de qU3.~re \ICnefR\11t\ f:,i,1'hf~ o ~ ~=erdfideirtJ Iura-

do! de galos", 0 btPoa!on r'~!rH)~iadnr··j QU j H r - . : : t k~~rL:~ C:~'t!S!!'-ri~cior

da gaiola "), elc quer indicar essas rT~50a.~ .. n::i0 ~qi : "~~rJ~~n;e ffaLl.Ze n1 a mental idade do jogo de 8'';0 stlb is ~Urf(;;'U~P; 'U '3 ~J ~ntn!o

bern diferente , inadcquado, da briga ( 1 " , ; &~i\)~~0joe~d(1. r ru{"npli i~1- ,r i~

(POlel. um a p al av ra qlH~er n 0 significado sccundario d r : i t1df~~ ~ti f'!~be) , 1 . . . . . . r ~ r - - -J.,..<1. t a l - ;,. r..n ~ f ' r : r . . "\= ~;:; ... ""a i_r........1_

prooo e aquc ~s quv se p.ert;l~1..!!'I". " ; ;v":~:.'.~ < ; ; • • . . ; '''''''''',",:,'''1;occrre nu rna briga esta nlal~ proximo de urn a/J{lfi'i! cl hu!itit-tft (emn¢~

ra, para 0 talento bahncs. de fantasia pratica, 1) tl-ttngUc, dt rrrrrnrH.1Q:SoC

seja humane em terrnos [igurativos) do que do furicionarneruo ~'iil!pi-

do, mednico; dos caca-nlqueis.o que torna a briga de gales balinesaabsorvente nilo it . 0 dinhei-

ro em si, mas 0que 0dinheiro Iaz acontec.er, c q uanto mais dinheiro,m!1i" ",......", . .r: . .. '" miar"r.ilo till hi",rn ro IIi!! ric status halinesa nara 0

~~·~po-d;·b-t~ig~- e · g - ~ r ~ ; . · S ~ n d ;~i~~l~gi~a~;c;lt~umaprese~Ha~lo"c"""i"",, t1n i rl ", ,1 I rl . .mnnh"n "It"mpntr. n:H·dd.c:ta_ rla condiciio der . . _ _ . t - ' U o . ~ . . --v • ·f -_., •• ._, ,... -- .._ = .---~---~--, - -- • - - ..

m ac ho , ern terrnos so cio lo gi co s c la e igualmente u rna r ep r es en l acAoesopiana cos campos de tel 'tsao complexes estabclccidos pc:o cer irao-

nial controlado, abafado, mas, nao obstante, u~a 1n~cm<;:~~J'rofunHdarnente sentida dos proprios eus no contef:tG ca vida ~0tH_H~tH~"s

gales podem ser substituldos pelas personalidades de seus proprieta~_rios, espelhos animais de forma psiquica, mas a briga de gales e - au,mais exata rnente, tom a-Sf; - t im est irnulo da matriz :;oc i,~i, 0 si st ema

envolvido de cortes cruzados.jobrepondc-se ilgrupos altarnerrte cor-pora tivos - aldeias, grupos de p.3icntcsco, ~oc i.edudes de Irrigacao,congrega<;Oes de tempo s .ucastasB - nos qU3.i~ vrV?!!1seus-nevctos .._.

E, como 0prestlgio, a necessidade Of; aflrrna-lo, de defcnde-lo, de ce-_ . . ... r . . . , . , . . . . I • ." • •• ~~•• ....=J_ #_- __ .....

H~~Dfa-lQTOf; JU5tHlca-!O e oe SlmpH:smCfH.C I~VvtV~i'!! '~:";; U;'l;;: \.~~~W~,i*,*V

o carater forte-mente reservado ria estraufic~~i0 b~lif!~~. nilode pry-cura-lo) t aJvez seja a forca ~mp; , ! . is i{ :n~d~fB ':~~tfa] na ~ocferlj,13.d~~3"

~~;:~rifr~r~~~~!~a~~:e;i;ai~~~~~~1~;'1~~;r;1~.p~~~~~:;~-aparente e semelhame a urn esporte e.,para m~m;.t\. ~ut~-ir!,!\ 'ie ~:::: 1

Erving Goffman. urn "banho de sllflg~e de statU3".:'" -. ". ~~._. _. I- -._

30 2 A INTERPRETACAO DAS CULTURAS 303

Esses viciac .os sao vistas como presa Iaci l para 05 entusiastas genu]-

110S. aqucles que cornprcendcm. para tirar algurn dinheiro dcles -

algo fueil de con scguir atraindo-os, por sua arnbicjlo, a aposias irra-cionais em rclacao a gales nao-equiparados, Na vcrdadc, a maioria

od es se arrisca nu rn per iodo de tempo relativarnentc curie. m as sc m-pre parecc haver urn ou outro que consegue ~~!1l,Qrar sua terra ou

vender suas roupas a fim de apostar, a qualquer tempo. n

Essa correlacao gradual de "jogo de status" com lutas absorven-

tes e, inversarnente, Ujogo a dinheiro' com lutas frivolas t geral , defato_ Os pr6prios apostadores formam uma hiera rquia socio-mora l

nesses te rrnos, Como observamos ante riormente, na rnaiori a das bri -

zas de gala existe, nas flrnbrias da rinha de gatos, grande numero de'" . . -jo go s d e am !" ( ro le ta , ( i~ c;lQ s, la nca me nto d e m oe da, graos SOD urnaconcha) que funcionam at raves de concessionarios, Somente rnulhe-

res, criancas, adolescentes e outros tipos de ~ssoas que nao se de-

frontam (ou nao ainda) nas brigas de gales - os extremamentepobres, os desprezados socialmente, os idiossincraticcs peswais _.

partic iparn desses jogos, que s6 envolvem rnoedas de pouco valor. Os

h om en s _ -q uese in te re ss ar n p el a s b ri g a s d e g ale s s e s en tir ia m e nv er go -

nhados.de aproxirnar-se desses jogos, Um tanto acima deles cstaoaquclesque, ni lo l ir lando com as brigas de galas, apostam nas lutaspcquenas, nas flmbrias das rinhas. Em seguida, vem aqueles qu e lieinteressarn pelas brigas de gales em embates pequenos OU, ocasional-mente. medics, mils oao tern status para participar des grandes em-bates, embQra de vez em quando possam tarnbern apostar por fora,Finalrncnte, existem aqueles, os rnembros verdadeiramente subs tan-~ ~.. •• I ., _, __ • __ 1:"_1_ . o __ ~ ..I__ ~~_ il --. _. _, •• ~ ... .

cm!s oa CQ! l1umoa0t; l. ,1i ctuauarua souua ( ;111 lurllV ua '1u<l .I ';;¥V'UI ..

vida local, que disputam nas grandes lutas e que ,f!po-st~mnelas porfora ..Consti!uinGo'o elemento em foco n~s.as -~uniC~s concentradas,esses homens geralrnente dorninam e definem c esporte da mesrnaforma que dominam e definem a sociedsde. Quando urn macho ball.

:uOs extremes a qu e essa l ou cu ra p o de c on d uz ir , por l!etl;:5":C Q fato deser !;:i;n;SldCTl!-da loucura » e demonstrado pela Icnd.'1popular baHneu I T id ri Ut g K wu .1 g Umjogador

f iCQU t-gO afucinadQ pda ~~ pa.iuo que, p$,';"tindQe rn v in_gem, "! ,oro::nou_A~ mmh;!r-l

~riJvidR que se nnS~!K um meninG ~J .u pod~r ia tOff ii if ~v - nt g , ~ f~~ ~m Q m ~n in; ~ -' led; scr d3d~ como. comid.: : ~ U 2 S g,~lcndt; bri;':~-~I\·mi!'; Q r; !, 2 ~ h'"~n..'!!!! men-me; t=1 ~ -

vg d ;; d a -I !! . gOS gatos. ;;lll lh~ C (;U urn gr;l_nd~ rate c ~(lnd~u IImcnim~cOm I I l Iv6 .

Q 1 .I !m d o ( ) m 5 ri dQ , ," 0 11 0 \1 .o s g a! Q s C 0 11 tl lr am - ih < ! 0 q ue l I. co n t~ u . e dc, f u ri t roO , p r=u ·n)U il criunCli para m ain-Ia. U lT Ia deusil dC $C cu do e e l ! e kVOIl c:on~igo a ITIeninQ.. Os

~()Io; morr-enil11 (;"1110 !!limento q~ ihe:l foi d;!.CQe 0 propri;:!tJirio ~upeJ"Ou I! SMnid~·

de: a d eu s3 !ro u~ e 0 0 vo ha 5 criarwa. entregarHi{}-ll SO P a l. qY<: " ,o l to y p ! ! rn ~ua mu ·!he r. A estori: l e COlilllOll em "Gcei Komkornmcnj~". (/I .J . HooykQU-V;l1l Li.": ' :uwcn1)000mklimp. SprfYJiijd I'n Yt-fitaiefl <all BtJll (Hai!!, 1956). PI'. i)i·25.

.---. -==

Page 14: Clifford Geertz - Um Jogo Absorvente Notas Sobre a Briga de Galos Balinesa

5/9/2018 Clifford Geertz - Um Jogo Absorvente Notas Sobre a Briga de Galos Balinesa - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/clifford-geertz-um-jogo-absorvente-notas-sobre-a-briga-de-galos-balinesa 14/22

cstaexprcssundo sur; adesj io H seus parenres, nuo sun Ci¥~lifi.;;;hJd~ave. sua comprccnsj io da teoriada prcbabiiidudc ou ~tt:' T1C ' ! I TH l suaesperance de umil rcnda obrida scm csforco.

2 . E ss e p ri nc ip ia logicarnentc &C a rn pl ia , S c scu grupo de par~n-i esco nao cstu envolvido, voce apoiurti urn grupc de psrentcsco rtli:;·

do contra urn nuo-alindo. da m esrna form a. e {ls~ im PQ r dinnte, :Hfil'

ves das rcdes de al ianca envolvidas que . conn ja di~se,. envolvern tan-to essa aldeia balinesa como outr as. . .3. 0 rnesrno ocorrc para a aldeia como urn rode. Sc urn galo de

fora csta lutando centra urn galo a u . aldcia, e clare que voce apoiara1 I I ~ ~ ~ • run ,tAnr;-n r·u'n.l niUC ni\..:t;v,.t rl_. V#t~

C gu.o .oca!. •.A!i 0 que c urn!! c1r ............~......_......·~·~'o···....... .. .. .. .. .. .. .• • . .. • . .. . ~ . . _-

em quando, urn galo de fora de s~u circ~ito de brigu d.: galas esia I~.

lando contra urn de dentrovvoce tambern aporara Jl ave da casaA r\c 17(}1",<"1""" vj;.'"M ,..4". a lz ur na d is !i! nc i! l c ua se se me re sa o fave.,.-..~ .....,..,1...."'..., "'1....'" 'f '~ '" _ . .. .. .. .. .0 ~". t..._

ri tos, poi s a teoria e que 0 homem nso ousana traze-Io se cle nao fos-r_ ~.P"" born ... .. ..., f": ele e tanto melber cuaruc de mais longe ele v~yt j~.:)~UII VI.i5QIV ...... ...,.-~ "- ".""

Seus seguidores saO obrigados a apoia-lc, sem d~vi:!a, e~q~<iI;do

ocorrern as origas de gales locais em grande esc~la {nos tcrlllOOS"etc.), 1:15 pessoas da aldeia apanham OS que des consideram os rnclho-res g ales, se iam q uem fo rern seu 5 proprietaries, e lh es e mp re st am to -d o

o apoio, ernbora tenharn que oferecer vantagens, certamentc: e fazergrandes apostas para mostrar que na o se trata de urna aldeia qual-qucr. Na vcrdade, tais "jogos de fora". er-ibora naopc~{kntes, ten-dem a desfazer as ruoturas entre os men.bros da aldeia freqnente-_ d - ~ u~ d 't o 5. .. .0 A~ as l'Icc3e:; da g;l . .mente provoca os ~IOS jcgos ornes ICQ_ , _fl..." ____.... _ _..~

deia se exaeerbarn ern vez de se unirern.

5. Praticarncnte rodos os ernbates sa o sociologicarnente releva~-.......... "..'...-. u ..,.i..HFlJ~n dois iI. ales de fora ou cots ~'a!os-~.m 0apoto1I.'ior-:l '. L..- 1 "" V ~ 4~LUU""V ........ " ......, ..

de alaurn grupe nar ticular, Oil com apoio de urn gruJjQ. q lJ~ ni\Q ~Ja

r ; ~ ~ c r ~ ~ ~ : : ~~~~~a:;~-~~od;~;~~fi~~~,=r:~i~~::~:~~~~~~--=-a co nt ec im e nl Q f 1'l 1u it o m o no to ne , s er nq ue h .i :i jf i~ t~ -: :. _~ = ~~ ! ?a !t .e -a l'" . _ ._ _: ~curna a nilo ser os-d.iretam-ente interes-iadosc urn.ou outre jogador.:. -:;" ,

;11v~ l~r!!do~ -- -"-~ - '"'r-~:--.. . 6. Peio mesmo motivo. e nn o te, do. it ; gal?! it io miQin_:~gfUpo ltV

tando, c ainda. mais raro, cia m~!ll~ :;1.lbf~c~~O, e fHH1~_:: ~~ m:!1'!.!I_~::-

subsubf~c;;iio (qu~ nil r r'H il or ii i GOScasG~ 6 gy en a~ U r rH i ~ "~~nHH~e~t~,= -- ,". . 'I ".! I 'f - r nJ :" D. nD O I, -i .l ll !H l. . .. ." " . E ! r T \ ~ . , . . , ., . .."rn~ Mns!ya). [kman;:rra Slmi!~r ~_nail 5.tl'ilUS... : _M ~ ~~~~~~ ;,-- -~~ ..~ ~ ~"~ ..-.~!."~"":~~-~~---~--:::-"-

l1id"i a rHfa me n t \J ill fl,uUQ Um c :o n t ru -0' oU i h~, niesffl(;-:qIi~~-,-_'::VIi~'. i'i:&:_5

;ancorosos, des i::.ltasstm com erHu~il1smu en: ~,;rrit6rio ctiJme:u~:J A ,.~tv02f jt,r-t;v:Ant"!_ 115 pesSC.aS envclvida5 !H.UUa. rchu;ao G.e

hOg[i iid~d~'in;~it~;i'o~:i"i;~d~tnamada fJUik, Oil QuaiHO ~e fallime -

t 1ada tcm ave r uma com a ouail. (us c al, ls as p ara e ss e romp,mento de

~I!l~es saO diversas: sedu~ao <.ia rnulher' l d i scus-sao sobte hertHtvii,

J()4 A INTERf'RtrA(AO DAS CULTURAS

A form a rna is Faci l d e t or na r 1550 clare. e dem onstni-Io numgrau minirno, e invocar a aldcia na qua! observei mais de perto as ati ...

vidades da briga de galos - <w .ueia e m que ocorreu a i nc ur sa o p ol ic ia lc n u q u;l f()f~ fn o btid 1:! 5 rT I! !1h ns inforrnacces estausricas.

Como todas as aldcias balinesas, essa - Tlhingan, na rcgiao

K lungk ung, do Sudeste d e B a1 1- e organizada d e f orma c or np li ca da .

urn labirinio lie aiiancas e oposicoes, Mas. ao contrario de rnuitas,duas espec ies de grupos corpora tivos, que sao tambern grupos de SUi-

iUS, des!~/:~~n-se par ticularmeme, e podernos conceii tiar . ..nos neles,

como partes de urn todo, sem urna distorcao indevida.

Prirneiramente, a aldeia e dorninada por quatro grupos de des-

cendencia, grandes, patrilineares, parcialmente endogarnicos, que es-tao constantemente concorrendo urn com 0 outro e que constituemas principals raccoes da aldeia, Algumas vezes eles se agruparn dois adois, au par outra, os dais maiores contra os dais men ores, mais to-dos os elementos niio-filiados: a s vezes eles funcionarn independente-

mente . Existern ta rnhem ~HbfaC\:3es dentro deles, subfaccoes de sub-

Iaccoes, e assim por diante, at e nlve is bern suti s de di st in~i l.o. Em se ..

gundo lugar, existe.a 'propria aldeia, quase que imeiramente (:ndogfi~

mica, Qu e se opik a todas as outras aldeias em redor no Se U circuitode b r i g ' a s de galas (que ; como expl leado, c 0 rnercado regional) mas

que tarnbem Iorrna aliancas com alguns desses vizlnhos contracertosoutros em varies contextcs ;:".{.· ii ticose sociais supra-aldeia. A situs-< ; u o exaili, como por toda parte em Bali , e bern diferente, mas 0 pa-

draa zeral de urna hierarquia em carnadas de rivalidades de status en-tre l.!i~up:imentos a!t.amerHe corpcrativos, mas com bases diferentes( ::~ PGrt2.~~G~ entre <~~5 mernbros) ~ ~!!t-=ir8.!!!er.!te generalizado,

Considerernos: portanto, como apoio it tese geral de que a brigade gaiosT e cspeciaimente libriga degales absorvente;e fundamental-mente uma drarnatizacilo das preocupacdcs de status. os J ;C !gu in t es fa-tos, que eu enurncro sirnplesrnente como fatos, para evitar descrieces

_ "_e tnogr~ fiCH ,5 extensas --er n bora as provas concretes, 0 5 exemplos, asdeclaracocs c os numeros que possam ser apf'es<!ntados como mate-"rhd de apoic 'sejarn eA l~ n aO $ c " S em :;rro: _

!.Um hQmem quase nunca aposta contra um gaio de propricda-de de sell proprio grupo de pa~ntesco. Habit' . ..almente. ele se seminlobrigado a i3PQstar neIe~tanto ma!s quanta meis proximo fer c pa-r en te SCQ e r na is absorvente a l ut u. LS~ t iv c r- a c er te zn . de que n~o ga."ohara, are pode s.irnplesrnentc niio ap-ostar~ principaim¥nt{1 e-rnse tra ..

t<mdo da ave de urn primo em segundo groll, Oll se a luta for apenas

frivoia. Mas como rcgra gerai ele se sentecbrigado a apoi:'l.-Io e, nosj og o s ab s" (, H "v e fH .c s~ q lias.,:'! 5enl pre 0 fa.l~ As.,~inl~ 3 grande rnai"or1a das

pessoils que grita "c inco" ou "pintaoos" de fo rma t iio dcmQll st rativai,.

I I

1 -

It _

Page 15: Clifford Geertz - Um Jogo Absorvente Notas Sobre a Briga de Galos Balinesa

5/9/2018 Clifford Geertz - Um Jogo Absorvente Notas Sobre a Briga de Galos Balinesa - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/clifford-geertz-um-jogo-absorvente-notas-sobre-a-briga-de-galos-balinesa 15/22

onde urn hornern c apanhado entre duas leuldndcs m ais ou m enos. . '. r" . r' t'

cquilibradas. ele procura S!!~r para t(Hn~r urna xicara cc C[!I,eau OU fa

coisu qualqucr, de forma a evitar urna e.posta.vuma fQfjtH'! de CQm-

portarncnto que lcmbra os ele itores nortc-amcricanos ern si tuacoesscrnelhantes. ,. ,

i4. As PCSS03S cnvolvidas n as apostns centr als, rrincipalrt!tt1tc;,3S l ut as a bs or ve ru es , g er alm cn te SaQ mcmbros procmincntes d e se ugrupo - de parcntcsco, dJ aldcia ou 0 que qucr que scja. Aic~ di~s~,

os que apostarn por fo ra ( inclu indo essns pessoas) s<1o.c~mo J a fOI ,dl-

to. os rnc rnbros estabclccidos cia aldeitl- os cidadjlos solidos. A brigarI~ {7!llt'';: s: ..,~r~ ru: que estao envolvidos tarnbern na oollt ica de lJ're.si i. .

;i-o"'d~~di;l~~dia:'~il~p~ra os jOYCflS, as mulheres, os subordinados, e

assi r l ' i par diante,!S. No que diz respeito aD dinheiro , a ati tude eKpiiciiarnenie ex-

prcssa em relaciio 11 de e um terna secundario, Nao e que nil e seja i rn-por tante, como j~ disse: os balineses na a se sentern rnai s feli zes em

perder l:l rerida de algumas sernanas do que qualquer outra pessca.

Mas eles olham para 0 aspecto monetario da briga de galoscomo ur nauto-equillbrio. urna forma de movirncntar 0dinheiro , de faze-lo cir-

cular fium grupo multo bern def in ido de lutadores de galo~ s erie s. O sg an ho s e p erd as realm en te im po rtan tes silo v isto s principalmente emoutros termos. e a at itude geral em relacao a sposta nao e a esperan-ca de lirnpar tudo, de d~r urn golpe (os jogadores invete-ados consti-tuern urna excecao), mas a correspondente a piece de apostador decavalos: "Oh. Deus, nor favor d~ixe-me ernpatar ." En 1 terrnos de

~ . J " " . . _ . . _

nl"'P!d9n eorern v o c e nile cuer empatar, mas zanhar nurna especret- . .. .. ., . .. . . : ; : ;r . . . . .. . . ' I"'~ '"" " . - ~ r .""..

de SOftc rnorncntanea, destacadavA CGnVefS3 (que d~t;)!T(; durantetoco 0 tempe) e sobre as lutas contra u g:a~a tal Ou tal de urn fulanoQueSeUg:alo derrubou, naQ scbre quanta v~ ~nhQI1. f~trr qut aspessoas ;ir:irnent~ lcmbrarn durante multo te m po , m c sm o ern apes-tas grandes, e.mbcra lernbrem muito b~TI i}dh~ ~ ~ll~ ~~nE~U7_;~com- 0= ~at.o de Pan Loh, Q melhor durante' mu.i19~ !l~P~t.-_-~ _____:~ = = - " - -~ ;: -

16.-Voce devc- ROQstar no s g a l o s (:ie~iupropriQ gmpo.li paone $$..

c~nsideracc-.e5 de !eg·Jd~:J~~PQi~ ~;i naG n fuer1! gs ~~~_~f!Q."~_ " ' ' 9 . .- . ~ ,~-= 1

que '? ~ .efa que ef ct r gu l ho~v dema is para fi~S-? S-:ra qU e t le_prcci~ ir _:_~par!! Java ou Den Pa~r {a capital} pam apostar p-orque e . um h_omem-~~~-

~;;~~~a;~;~ld~:'~:;~;r~~~;::~~t%i:::~~!~~!~;~~~~:~~~~~C~il. ffiHSa lie v o c e nilo e im DQrHmt~o-ba8tante para consider2J os de-

me is c {) 'm · o fttl~s~ij~f~lt6nQ5~¢ate r n. esmo cO.mo ri.vu.i~~ De for-rna re -

N'OTASSOBREA BR:(1A DE aA LOs ~!ALtNt.,.z;.~

diferen~as polnicas) apostarao com rnui to a rdor + a s vezcs de formamantaca, uma contra a outra, no que seria lim ataouc franco e di!'(;lO

it propria rn3scuiinjuaac do contender, 0 terre no finai do seu status.8. A coalizan (ia aposta central, em tcdos CSjOg05;;;' niiQ iUjr r)~

muito banais, e sempre Iormada por aliados estruturais - nenhurn

"dinheiro de fora" I;cnvolvido, 0 que t Hac fora" depende do con-

texto , sern (itlvida, !!12.$! levando i...o Ci~ CGiita, nenhurn uilJin::iru liefora sc rnistura na aposta principal . Se os elementos princ ipais !1no a

podern lcvanrar, 8 aposta n a o e feita . .A' anosta central, ma~s Uf.T1.8. vez,

principal mente nos logos mais absorventes, e ass irn a expressaQ rnais

direta e franca da oposicao social, que e uma das razoes por que tan-

to ela como 05 arr anjos de casarnento 5~O cercados per tal aura de

desassossego, furtividade, embaraco, e assim por diante, .

9~A regra a respeito de pedir dinhciro emprestado - vc~ pede

Iaze-lo para urna aposta, mas ndo nela - se origina (cos balineses t e r nperfe ita consciencia disto) de consideracoes semelhantes: ass im, voce

nunca est tl & rnerce economica de Se U inimigo, As dividas dejogo, qu e

nodem ser bastante substanciais a curto or~w. sao sernnre cum .?imi-gos, nunca com inimigoa, estruturalmcnte falandc. ..

10"Quando d_oi~gru08 sac ~trlltur~lment.~ irrelevantes ou neu....tros nq que /lit COficefne (embers, ~"j,momencionamos, dificilmenteeles 0 sejam), vod nern sequer pergunts a ViT: vli~nte au urn ~igoem quem ele esta apostando, porque, Ct....o voc.;:~iufi fan quem ele e s - -

t a apostando e ele saiba que VL~ ~:1t~.se v ~ : e apostar no outre ladeisso ievara a-urn estrernecimentc de relacees. Esta regra e expllcita C

r igida, multo elaborada, embOftl '"Sejamtornadas precru,, !~6e.s E~jft""

ciais para evitar quebra-la. ~!·c~deve pelo menos fingir - qu e n ao e- s fti

if!p~r~ndo, no q-ue ~;~ f~ e ele no que voce ests fazeudo.

l I. Ha, uma palavra especial para a sposta CQnUi:lQ grao, que etarnbem a ~~;Jg;~t!aart! "desculpe-me" (:t:Jiura).!:;:;o e wn5icler~d(Jerrado, embers,' auando a acosta c:entr~!e~~uena~ n a, o ~ Iaca mui-to caso, desde qu~isso n~.oocorraccm frequenda. Quanto maio!' _ § .

aposta e-quanto mals f re' inen t; ;; ; ~ .He t l t~ -ve ,ca~- f~ lSso.~tantu-fi1a!~ (}"desculpe·me" ! ~ V ! h . - a a._um~ fYPJUfl! sc-;iru'-.-

("" ~w. rat - -~ ~ r i , . , . " h ~t;l;d-"".j....!=-_;t!:s..-:--!l-_ " : : 1 ' . - : - . it..--'.i.. U"C It.l& 0, a retacao ~.. ..UC:H•.i d~~ lTI:.u!.ut.~hJfia.Jll-aaa!C"Jiiii~",~

formalmente iniciada. m;;'tail V~¥5 (embora as ;;;ijiJ~a~c:Hej~ omoutro 'Iugar) &tiavesde lilJ aptYsta ' ; ;"des .c-ul r~-rn 'e ;T num~ llitaa.b5l_Jr~

:"cfrle J ~ Q!~ ~n~ o n~ ~o·~ .o ~m : g~r~tira simb6i_icfi1 L~ f-0rn}fL~:Jeu1~ -

Ihan te, U·tcrmU1Q g(!: tal I'eH;t"eo e c r-eat~mcntG de lim intercru~lb~Q

s oc ia l n orm ai e muitiiS V--~ a.g~ir~do (eIT;:hG~ scm UDl8. ref~=ciaexplIcita) per um dcsinimigQs QUi\! i iI i6 ia a H,ve do Qutro~

13, Em situa~.oes oes.agrr-;;i;iveis, de !~!darle cr~liF.da~ d~~ qti.aL~hf t inllmerus nesse s~stema s oc ia l e .] \t ra or di na na !T I en te c um p le x- o

t

25 B. R " 9trt.t~-CM. ft. r. Lai,enfeld e \V, N. fYlcPhee. V(}trr..g.- A Stud.l' (J/OpiliirJ1t tw..mi#h;(f-t:7~n a rrc,,-lilfflNai \ . , : am p , i 1 r g r J (Chh;:ngo1 i954).

307

~~--- - _

Page 16: Clifford Geertz - Um Jogo Absorvente Notas Sobre a Briga de Galos Balinesa

5/9/2018 Clifford Geertz - Um Jogo Absorvente Notas Sobre a Briga de Galos Balinesa - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/clifford-geertz-um-jogo-absorvente-notas-sobre-a-briga-de-galos-balinesa 16/22

A iNTERPRETACAo Of,S CULTURAS

melhante, as pcssoas de casa devern s.postar contra cs galos de fora,

s-e na() os de [(JfH as aCUS~!r~u- 0 4u~ f. h C !; O - de apt;fU!~ C4:,bf!!! ~f!if;;~-

das e nao estarern interessadas na briga de gales, ou cntfio de serernarroguntes e ifiSuliuOS!.i5. .

17. Fina lmente, os proprios camponcses de Bali tern consciencia

de tudo isso e. pelo menos para urn etnografo, afirmam-no ern ter-

mos aproxirnados aos que eu relatc i, Prat icarnente todos os bal inesescom quem conversei afirrnar arn que (is brigas de gales saocomobrincar com fogo, porern sern 0 ri sco de se quc im ar. Voce incita as ri-validades e hostilidades da aldeia e dos grupos de pafefltesCO, massob !.!ma forma de "brincadeira", chegando perigosa e rnaravilhosa-

mente proximo a expressao de uma agressao aberta e di reta , inte rpes-

soal e intergrupal (alga que geralrnente nao acontece, tambern, no("IIT"n nnrm;tt ..ol vitiA C'omllm\ mil" , , / - 0 nrnximo rmro ue. afinal de~~~~;s:·~~;·t;:s;~p~~;s-d~"~~·~'~b;ig~-d~gal~~i ' ._,. -, ..__. .

PO"J e r. .s e- iam a c re sc en ta r o u tr as ob$erv8,i)es a esse respeito, ma sereio que os pontos gerais estao bern delineados, se nilo ccmpletos, e

o argumento total pede ser resurnido nurn paradigrna fOfmal.

QUANTQ MAIS UM EMBATE t....

J~" rg um cn to s in ve rs es a p l i ca r u- se 3. hl~a!i m ai s b {1 nH .1 ~u e e ulmi -~ _ __ ._ .• __ _ ... ,...... : ~ I _ ..J, _: •..• _ • •. _ _. .0 - _ _

!H:Ul~ UYJH ~~H.!UV u~ :!!!HH~ !:nVE;r5U-."!~ cnl *~f {Z~fn~ntQSt!'e moecaa, a::dados c OlHfOS divertimentos. Para lutas abscrvcntcs n~o h$i Hff 's- ii~su periorcs 11050:ii,uS, "mliufu : L U j U li,nH,;;!'>pr~ii(;~;nt, c il;i u m grandenum er o de estorias lendarias de gr.aiHj~ combares ~ip{}"Duclos ao

Sot" entre senhores C prlncipcs r1(')5 periodos classicos (pois as briaas

de ga les forarn tan to preocup~~Oe.~ de eHte como popular~}. nliJllumais absorventes que qU<1!quer oulm apre. ;;entaoa hoje em qualquer

iUgr. i f de: Bail, mesrno enl rc atisiQCf!:!ias.

Na v~f(htdei urn dos grandes herois culturais er n Bali t. urn

prlncipe chamado, por sua paixao peio esponc, 0 "Lutador de Gs-10s"\ que se encontrava Ionge, numa brigs de galas rnuito absorven ....tl> I"r,,1 '1 IIrn n ..inC'in~ vi7inho. nuando toda a ~U2 famnia - nai. irrnaos.

;'~~;ih~·;e~:··i;~~s-·:fo iussassinada 'por usurpadores comu~s. Sal~~rI"ec'. ,·,,,,n,.;.,, I 'l l' . .. . Iflrnnll n!lr!! Nl'!nr.IJ.lt" a r~h~1ifio. reconcuistnr n1o .. o-":hJ IIl,. L ~R_"'~ ' _ • ._ ." t" d ~ ~~ -~ - - • ~ ~ ------·· -----~- -

t rona, reconsti tuir a elevada tra{ii~ao ba linesa e construi r urn Estadc

mais pcderoso, gioriosoe prespero. 1\ len. .de tiido 0 mais que 05~d:~-

ne~'i es'l ,!cem na briga de gules - des rnesmos, sua ordern soc ial . urn 6-

dio abstraro, masculinidade,uGd~~

derncnlaco=

eles veemtsmbem

narquetiPo· r i n virtudc de s ! t l i U s ~ 0ogador arfog~nte.. resoluto, loucopela honrarin, com urn fogo verdadeiro, 0 principe ksatria. n

1. Entre iguais. de status aprnxirnado (e/ou - inimigo~2. Entre indivlduos de status elevado

TANTO MAIS ABSORVE'NTE £lE E .

QUANTO MAIS ABSORVENTE to EM6ATE ...

1. Mals proxima a ldentificacao entre 0gale eo hornem (ou, 0que e rnais adequado, quanto rnais absorvente 0 embate,

mais ::u.c:!C!CSC ~rf 0 hcrnern, mais ~ttt!ta.!n~!!tejdef!ti~":i!-AO , ". r\n""i 1"\ rr- f ,1~ 'u. """1 ve.- •...".

_ .. - .. _ "peS50alSi

atraves de que mecanismos, i~E-Oe G~tr'O assunto --scare G ~y,~i e~ t~~h~J;~u!.dvm f ! -car algurna [uz nu dlscussao g~2!.z; Nui1~uw;tr=. =.6r in fc !c l .6 , : " '"~ ; ; ~VV " .1~; ;o-" :m!~ ; ; . --= ~-.;n~ru,,~ f~i:r.; (JaM·\

Sprookjes en Verhalen ¥on Bail. pp. !2-!g..:J}t urn Sudra de ~~.!.2. i nf er io r, h e -m e :n j;~

few! devotee ~ui~d~, ;e~mMfi~ ·~fi1~~!i~i~-tU·~;i·:j~:-~~i~! "~~t~o ~... ,~~11 . ~ •• ~ ~ • ~ ." " ~ ~ ~ _ • _ _ . _ _

rcauzacocs, ~ra~ ~!~t~!tlp~S P)t,::~;;~,r:~~ .~.~nn~m~~~t~U~ {;Oc~~"~larn~-n~~g~ ru~~n~!'"01

e corn apenas um ururno E~JO_hH; p'crerth ~~n ~....r~ =- . . .~~ ~~~"",~g;;.:~ .'I-~!J-_.~~_;__

2. Quante mais reflnados os ga~os, mais exatamente serso e!e-sequipados,

-' -3,_ Quanta rriaior a emocso envolvida, rnaior Iiahsof"~o g -e ;: ii I .

no embate,

4. Quante mais altas 11 5 apostas individuals centrals e put fura,menores tenderao a ser as vantagens das apostas por fora, ernaiores serao as apostas ern geral,

g;li

~u:::~:::~=G~,;;j:~~Q~;:::-~~~:~ o : =:;:;~.. ~:.-1 % . i ~ , apreensivo pea ~ ;m~scrse,.~:; ~":::::::'.~~.~::'!-:,,~~~~~~ __:'.~~~~~-V:T~::""'~ ::-_._

!ii.Perrl€: tude, menns lEH ~!! du. .' l~ rnoedas , ~ ¥ID-f_1fv-~~f -~~~--Wff~~-C~-~{lff l~·= ' . :.--

Ofl:GO: lie ~nwntfR urn velho met i-

cao. 0 "dim ~!he o:Jmidl! e

memos. 0 velho ~tec ~~d~'i p.ara ~ ~ ~ ~ _r . ~ ~~O~~~ d = _ ~~;eieComo ngc;h~ ffiiii; cvmid~~m ~ii~~ o her6i i~e ~ iiUa.rnu;~~~·~~~~~i~vll1·1l"1(~-~~~_·-----lj

ram 0 j anU! f. Quundo 0 velho (~QJft' 0 [lito; ~hc{ij!~o·~ ':;_'.! ':_!effi t..~ gei0!;_"=~~~ 'IIIBU~ cab an a n ~ m (n n:~ nh ~ e Q heroi p,::ni~ c ii sp o r G ~Ym p · ru i i hnar, i!i~~ff~n*t:~ q,"i~{;fBhc do heroi 0 aCOmJilfil1e tuniO zeliO e. yiJ~fidu u -ftih5 fr3n~-or-~" I~..1·e (eito,o \<'t! ihClde f~to tS~~~.e mor~ num !.raodi '~ilici!l no.:.~~. ~~ M":!\ tl p.~i i+~e-¥

&aiba" r~uiiiii o cn 5i ih ~\ G r~r(;; r;:;sGh:i,? \i_;i~ ~.! f rlh~ u t:vtrar ~g.slu p!Qm~dt1_Ai-;ii-do ; .pr~iei !i ;. ii de Siv ii , !bee C(~nc--vdid~iie-,..coth~~It3-e ' . r ~ .giiIG§_0 pfi~~1-~ij Wf: u~. . . . . . _ : . _ . _ : ~ _ ~ _ _ ~ ~ _ _ - = _ _ . . . j; l ~ J_ .. l:_ .. s~~." _] __ ~._! r<- _O : . __ -" ~ ,

~l~Vt;l \iUIEa:; u.n1L~ttuun:·:;._ v !IC~\I~n__::VUJ;. ;14~rrvp;1 THn·~;;.t;1.u~U1_!l!;9ru'U~

·-~5:-6ullllto-menOf fo r a nersoectiva "econornica're maier a ners-. ,_ -. - -. - ~ ~- - ~ , - - - - e- - - - I" - - - • . .

-.- ..-. pectiva de status da anosta envolvida, mais "sclidos" CI5 ciaa-- . daos que apQstarao. '14·

26 Como aLee I: unl pl!.Cailigma formal. de !Ie prop&: mostrar Ii c;;UUturil 16giCli. n~o

O!wal. aa h rig8 d e galo5. QUill deSM! cOn!jdefB~'0C8 cQndw: II outr~, Ei) que ordenl 0

Page 17: Clifford Geertz - Um Jogo Absorvente Notas Sobre a Briga de Galos Balinesa

5/9/2018 Clifford Geertz - Um Jogo Absorvente Notas Sobre a Briga de Galos Balinesa - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/clifford-geertz-um-jogo-absorvente-notas-sobre-a-briga-de-galos-balinesa 17/22

31 0 A INTI:'RPRETACAo D AS C UL T URAS

utos C objc tos dos quais forum rcrnovidas e I 'cdul. idH~ (OU aurnent»,

Jus" ~!; p r cf cr i rc rn ) U~~ccnseqnencius prBt l~~~~ ~H)nlvcl d a ~ ~.m p~ ~ ~ n ; . ; ;rcncia. onde SClI significado pede Ser art iculado de fCrm~ :TIab~ ..::;(J",-

rosa e perccbido corn rnais cx::nidilo. A briga de ga!f}!: s6 ~ " v e r c l l l . a " e ! .ramente real" para os gales - ela nilo matu ningLd;rn. nfio C":;'ra ni,,-

guern. nao reduz n;nguenl a cond1\-!JO de animal, r!3c ahcra i~5 !~i~i'"

cocs hierarquicas entre as pC5S0as Oll remodtla a hicr atquia: cl u nernmesmo redistribui a renda de forma ~ig!lificali~tl. 0 que cla fal t G

m esrn o q ue fa ze rn Lear e Crime e Castlgo para outras nessoas comoutros temperamcntos e outras convencoes: ela assume esscs tcrnas _

rn orte, m ascu lin ida de , raiv a, orgulho. pefua~ bei1cf1c~nc.iB.. oportuni-

dade - e, ordenando-os numa esirutura g l ob a li za n te . a p re se n ta - os de

rn an eira tal q ue a liv ia u rn a v isa o p artic ula r u u su a n atu re za e sse ncial

~I ~ fe z urn ccnstrutc ~css~s ternas e, ptlfil aqueies historicamente P()"

sl.cl.on.ados para .aprecrarem esse const ruto, torna-os signifi cativos ~

v .s rv e .s , t an g fv c is , apreenslveis - - " rcais" n ur n se nti do id ea cio na l.U rna im ugern, u rna flccao, urn moado. um a m etafora , a briza de aa-lose urn rncio de expressao; sua Iuncao niio e nero aliviar a s paixE-essocials nern exaccrba-Ias (ernbcra, em sua fOflHU de brincar-com-

fogo ela faca urn nouco de cada coisa) mas exibi-Ias em mcioas ne-nas, ao sangue, As multidoes e 3.0 dinheiro, ~ .

A questao sab re a rnan eira com o percebemos q ualid ad es em coi-sas -. pinturas, [ivros, melodies, peens teatrai s ".,.,.obrc as Quais f H l o .

sentimos poder afirmar Iiteralmente como est:wdo nclas . e i o it tensna teQria estetica, nestes ultimos anos. ~ Nem os-sentimentos do ar-,;'G_t!1 (1H:."I ~~!;~H~";;~ ~D . r'!"" n.n. ....... ~-----;. _ ,,", ~ -" __. --,... .• ~ , f •

..~.,.....~-s.....:.............u.u~~~u~ ~"'J!uu ~Ii:1U~! .,u:u~v.s liUS ~p~"__UHJ·Ofes .. qttC conn-

nuarn sendo de les, podern dar ccnta illl ~tE.cao de um a eintura ou c ta

sercnidade de urns outre. Atribuimos grandeza. espirito, dese.~p"t;ro.

~~~~~;:~?:~J.!~~~i:~:~~i~~~des bales que tern urna qualidad~ repousante, N~ mine tkPfc-1i~= ~--dos cxc¢ntricos. dizer que II hrig.. de gains. peio meflc~.em ~;':1iC~!:{).~ - ..

mais aperfeicoados, t HinquietanteU

riih) p-~l~fcr~ ~o.natu~aj-!ni:iS~_:_~--apel1aS tim tanto estnmho. de vez queacnb'o d e - negf\i' 5!J.as C.Qfl_f.~. .

qOenci3s prutiC3S, _ . - _ - -- .--- - -:--- ---- -. ~A i nq ui et ac ao s ufg e~ H d e a 'fg tt ma - formi!: '-!~ .fi "-p .a r t ir ce ' ur n a c ,1n .. :

_ , _ , - = - _ . _ _ . _ . _ JUn.t;aO de tr~ ~tributoo d e b ri g. s; _~ .SU .2 - fOffnu-dra~aii~a _im~6~~tf!~_5e'l!-

"A pocsia nada Iaz aconteccr ", d iz A udcn em sua elcgja a Yeats, "cla

s oo re v! "! e n o yare de SU3S p al av ra s . .. :13 fo rm a de acon tcccr, nu rnaboca," A briga de galas tambern, ncste scntido coloquial. nuda fa7

acontecer. Os horncns prosseguern hurnilhando alcgoricarnente a urn e

outro e sendo hurnilhados alegoricamente por urn au outre, diu apesdiu , regozijando-se tranqllilam entc com a cxpericncia quando triun-

rani. c smagados urn tanto rnais abcrtarncnrc sc nao 0 conscguirurn

Mas niio se modif ic . .a realmente o status'de ningue;n. Nao se rode as-

cender na escala de status pelo fato de veneer brigas de galas; como

in div ld uo , v oce n fio pode ascender nessa escala de mane ira aiguma.E tarnbern na o pode descer POt esse meio, ~'Tudo que voce pode fa-zere aproveitar e saborear, ou sofrer e agjlentar, a sensacfio engcn-

drada de m ovim entacao drastica e mornentfinca ao longo de um a sc-melhanca esteti ca dessa escala , urna especie de sa I ll) de status par wis

do espelho, que tern a aparencia de rncbilidade, mas nflo e real.

Como qualquer form a de arte - e 6 justarnente com isso que cs-

lamas lid an do , afin al d e contas - a briga de galas torna cornpreensl-vel a experiencia comum, coudiana, apresentando-a em terrnos de

\

o terceiro diz: "Eu derrotei 0 rei" "Este ultimQ,0 tercelro, t: a minhn escolha", diz 0 .

herol e regressa a t er ra com ele,Quando e le chcga I IdUM, pedern-lhe II. entrada e ele responde: "NilO' tenho di-

nhciro, pagarei dCPGi$ Qli9 m~Ygg,1oveneer." Como sesabc que ele nuuca vence, dei..xurn-no entrar porquc 13 rei , que tarnbem est3 lutapdo lA,I,iio gosta dele e pensa escra-~v;t4~!(1~ i!~ p"..:m~re !!!pP!!,.:......ag::-. p~:-:.i:;-::~tir·q:.::: issc accntcca, c i 'Ci aprcsenta

o rnclhor galo contra 0 tl6 herbi. Quando O~S1!lQ55-;iocolocados na rinha, Q do berei'loa C a multidi lc, conduzida pelo arrogante rei , cui na gsrgalhada. 0 galo do her~ VI)a

em dt~.o ;.tj proprio i"CL mata-o com tUTI golpe dt ~porfi. na garganta, 0 heroi foge,Sua casa ¢eereada ~;vs homens do rei. 0 galo t rans fc rmn-se num Garuda, Q sr=nde

p ; l. ~ satO minco da lenda Indica, e transporta 0 her6i e s ua mulher p ara .. gguram;a dO Bcl:u:s.-~_ ~_ ~ __ -- . c _ _ - - = _ _ - - . - - - - - - - - - . - - - - -

, . .Quando 0 povo vi\ isso, ele escolhe 0 hero! como rei a sua rnulbercomo rainha, e

~1e:i regr=:m = t~T l'..aii t.g_rd~ iei fUh~, h~~.dc per SivgJ t~m~m regt'e""~a-a ter-m. t: 0 r.eroi~rci anunda. StIli l jj ,te, ,~o d ;: :en t. ri if pam tim eremite ria ("NunC<! mlli! )'lilf-ticiPll.~ de brigw; de gru01l. Eu llPOOtci no Descon!tecido e gunhd".) Ele e m f ' d no =:nli·

I tr io e uu filho loma-se rei.

,,~

28 Os jOg.~dQf~ i nv i! tt ra d os sE o ! " ", _ nh n -- :n tem en e· s dC"'~l~s..~i!iCi~dos( "v is ~ u ,·UUii,( ehtrdaoo. como 0 :ac ,ooosjoo que iimpi~t1I'CfHe eTr'1po-Drccicios ou pe~"IOl.!im!;rHC d_ ~,;- ~ .

grn~l1dos. 0 prindpal jo!!,a;;ior vidado nOm~u cif'Cui\o de bri;:l.s de galus crll. nu ...cr~·de, Urtlii';ijt",a .0';;Irllsta mUfto ~"vad.ll que VCfhkt, iim::oior parle de ~U:l~·co"sidtn'ivei!i

prop!'i1:":hd!$ para sustenmr !5CUvlcio. Embotll lod05 0 cOf1siderns.sem um 1010., em?llflicu!ar. C fite mais do que i ! > . r o latg:..ms., milj~ ¢1lri.dos{)5,juigil¥.om-no drn:nlc). fI '.Jhfi-

c.. ::mente e~e era tr: :. t, ::uQ e'vff i uffia Gi;feren£iit oe:~ithofndts I! ( , .~ tm ~ C(l'riCXl;Jrncrcn1c i.i ~u a

pmil;.R(1. &lore ~ in!kpe.ndblcill d" ,..ep\lla~ii(i pe:..~oul e do .,Ia;"" pl'ni icn em I i , o i i . "(;1" <l

C3p!H_!!{l ~~~~ri.cr (~),

2 9 P = .r 3.qualM lfatarnc:ntos" urn ~.ijrHo\'Bt1aOO5...C!.S. t ::ng,¢t: f~dir:za~-i rfr:-~? (Na-¥:\

York, ;953 ); R . WoHheim, oW tttl;:! fl.•Olj;;w {No\j~ Yorli., 19(,8); N~ Goodmaf l ·. LiHr

gU1~C'.faj An ( ll 1d i: ln (i p0 Io ., I %M ); M. Merk.au-Ponty. "The Ey e lind !h~ Min<l", til

T!'!I! Prim.a.:}' of P("I"(::t"pli(h1 (1:.1Ii,,1011, I ll .. i9M}, pp. i j . B . . 19U,

x ..----~:::::2 " ffi1i=--

Page 18: Clifford Geertz - Um Jogo Absorvente Notas Sobre a Briga de Galos Balinesa

5/9/2018 Clifford Geertz - Um Jogo Absorvente Notas Sobre a Briga de Galos Balinesa - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/clifford-geertz-um-jogo-absorvente-notas-sobre-a-briga-de-galos-balinesa 18/22

- . . . .

conteudo rnetaforico e set!contexte social. A briga, urna figura culiu-

ff1; contra urn fundarnento social, CHO !TIC-SiTIO tcrnno urna a\[o~uma,-

cao convulsive de odic gnimaL uma zuerrn c arica t~ rH dn d e. cus sirn-lu.J:it,;u~c U1U(j ~;!l'i l i ld . ;i l o f o rmal uas ..ensoes de ..t atus, , sc u poccr cs -te tico deriva de su a capacidade de conseguir combiner C;l. ;,~:15. tr es r ea -l idadcs diversas. 0 rnotivo PO f que e inquietalHe na o se dcve , l SCU5resultados materials (ela tern alguns, mas

saoinsignificantes):

eque

ela junta 0 orgulho U nocao do cu. a nocao do eu aos gales c os gales

it dcstruicao, o que leva a real izacao irnaginat iva urna dimensiio da

experiencia balinesa que normalmente fica bern obscurecid3. Atransferencia de urn sentido de grav i0 ade para aqui 1 0 qu e 1 . : , em sim e sm o , u rn e sp et ac ul o altarnente am orto e invariav el, u ma COmOl;aQ

de asas batendo e pernas pul sando, e feit a interprctando-o como ex-

pressao de 2!gC desordenado na forma como seus autores ~ ~specta -

dares vivem OU, 0 qu e e rnais grave, no qu e eles silo,

C ornu form a. drarnatica, a l u r a c xi bc " i,. im uc ur ac te rl st ic a q ue n il e

Jjafece t ao n o ta vc l ate Q ue se cornnreenda Q ue ela nao deveria CS[,H

ali: lHl'Hl. estriJ liJfR fad[calmei'H~ ~tomfstic~..w; Cada crnbatc c ur n

rnundo em si mesmo, urn rompimento de forma particularizado. Haa cQui'D-afa~aO nil . ~utu . .h.~ as Ep05tB.5"! f i A ~ luta, hA o rcs ulrad o - triu n-

fo c'orhpleto e derrota c om p le ta - e ha a passagcrn de dinhciro de urnpara auiio, apressada. embaracada. 0 perdcdor nao e consolado; asj)'!.sSOfl.S afasiam-se dele, desviam 0 olhar, deixam-no sozinho paraq ue ele assirnile su a q u~ da momenlilnea nurn nao ser, recornponha-se e re torne a riA~. ~~m cicatrizes c intato. Os vr:ncedQres tambern

talvez at e corn as testc rnunhas de urna !utn abscrventc, como petti,.:.

ncce ccnosco quando sslmos de urn ~e..~trc 'dc~,oitt de H~s;it~fTni}~ ~tuna pcca de contcudo , bern desempenhad a. Mas isso logo de.s "r~r-c.cc c serorna. quando muito, urna !crnhrrH1G,;tsq ue matic a ._ urn bri-lho difuso au urn estrernecimento abstrutc-- e muitas vU.C$ nern mes~m o isso. Q ualq uer form a expressiv e so " "l iv e em f~U p rop r io pn :: se n t: e . .. ..a qu cie q ue c ia m esm a c ria. E ntre ta nto , a q ui, e .< ;scp rc sen te C p ar tid o

noma torrcnte d e Iam pejo s, a lguns rnais b rilhantes q ue outros, m ast odos eles desconexos , alguns quanta esteticos, 0 que qU;:f qUe 3 bri .." .. . ..L " ~~ " i "4' ' ...... r A~....... . .. .t .~ . .. .. .. ~ ~ ~ _ . .. .. .. . ; . .. .. .. .. .. .. .. .. .c~ vv E-o..v~ Vt5{:J, ,"(I 'V UU..."IU )V~ IViJr

Alias . como j t i . argurnentci exaustivnmcnte em outre loca l. osbulin eses v ivem em jorros .. t: Sua vida. a forma como a d i sp o er n Cit

percebern, e rnenos urn f luxo, urn movimcnto direcional que vern donassado. atraves do nrescnte e em direcao ao futuro. do cue urna nul-

~ ac1 io ligada e d esligada de significado e vacuidade. u rna a lt er n ~ l; ii oarrItrnica d e p er io o os curtos em que Ha lgo" ( is tQ 1;, ulgo significlltivo)

estu acontecendo, e perlodos iguulmente curtos em que "nada" (isto

6. quase nada) acon tccc - entre aquila que eles m c-smos cham amperlodos "chcios" c.period as "vazios" au, num outro idiorna, "jun-coes" e "buracos". Focalizando a atividade como urn simples ponte

d e v is ta candente. a b ri ga d e g al es { ;a pc ." l< 1S er bai ines d a r ne sm a for-ma que os encontros monadicos da vida cotidiana, atraves do ponti-·

lhisrno ressoarue da musica do game/an, at e 0 dia-da-visitacao-dos-deuses das eelebracoes des temples. Nilo significa uma imit3l;ao da

pontuacao ru t v id a so cial b alin esa , n er o u rn s representacao d ela , n emmesmo ulna expressao dela - ~ urn exemplo dela, cuidadosamenteprcparado •.Il

Erli.fdaniO, seurna dilrlCiiSaO u a estrutura da briga de g;liQs, sl)afaHa de direciio temporal, faz com que eta pareea urn segrnento t}picc

da. vidj soci~;l em g~f~i~H outra, sua agressividade categorica, ~abe=;a-corn-cabeca (CH.~ c sp or as -c or n- es po ra s) , f az 'c t'i m ,q ue e !a _p ti £~ a U ffi u_ _ .. _

contradicao. urn reverse, al e mesrno uma suovc rs i io dela. No cursei'! O! 'm al d as c oisa s, o s b alin ese s slio u mld os a Urn ponio c - e obsess.a~:::--=-~cquanto ao confl ito a~rto. Ob!iQuos., c.n. !te!Q~m;.feprimidos . cen tro- -ludo", senhores a u falla de di~iio e di:ldi,t~iml.l!a~"io -~o que chaa ~

rnan alus:, "po!ido'\ "suave" - raramer.i" c nfr .; nta m a q_ ui lo q _u e ov- -'d~m c:vltar: rarament~ rC5i3"t~mquando pod~m ~~·adi!~~ ;;~.Quj~-~P:O:-----=:-=

,e

naa s a u cumer tme r aa cos au os acontecimcntcs recapiu .ilados: umav~~ t~[Y:1in3.d~o embate, a atencao da multidao se concentra total ..

mente na djgpUa ~gliifite, c "~ngtlem olha paf~ tras. Scm duvida

permanee:e com os riisputgntes urna sombra da experiencia vivida ..

30 A5 hrigs$ de gaW ing:!m:s. (0 espone !ai. proibido en 1840\ pareeem $C: ter ressenudc

~ fHtU \iessa esrrutura, tendo E~do! ;JUrt:g;'f~tQI t;tt"~ f r lt ' r' lHif t G~ fOffTH1"S b - emd i fe r -en . ..tes..A maiotia GitS br i_gas ingi~ e r a e h am a da ultg:f~~'T,e n~las u r n numt"fO predctcr·

mlflftc-o ~~ _gruvS:~ .gj~"h~\I:~~:r. do;r.. · · :~:;:rL_tU hlt:u:do ~m str1-e~MtdntiUh!1"S-c it oor1 l3-

F"TI ~~ ~r:-C~~ e~f!~ feiant ~nto ~~ !tit~ indj¥id;;~ts ~lmQ ~n conjunto- t;"Gm-Ourn

t.odo~ :;:V:.l;!1 ~h~dii~Ubat,~H.'!as2is·1t iaiii::j 11 U iiIgigte.iifi ,"OffiOno ~int~nt;'ntt, ntt~

qu.i=ds~ ;oita .....th"n ~rto n{!mere degruos deum: .\ so YC;;;;, ~ C !.'!!t!!!1Q' q!!'~fid!5:!!e'dc-~-

~.f'~ Q ii~.1H~-,jvr,",",ty Pru;;_di:04l.~ e Ct'1~mi\cla":;u;jr:_.' g;l!::~~= , g ! . ! i : l tun p-.~drlloehmi-

TIat6rio. ~emcihll;w~ <t~ llIu;;.I~ ;:QrnelCi de .!ni;;, p"l1.icipnndo os venc:cdQ~ do {Qf-

rtcio ~~L~te. 'No = .. :. ~ = brl~. d-~ ~!os ~ truva t ! . . m t ' n¢.;(ibiiicUide n1,M'iOO

oorn~ski~r:"aJ du5itle~" d;~:a..mv.'"3.:' cc~Cdi~ f~L;.n~,.U;~': :niQ $r! r~.:~tc~ iO-t;~u;~t; ~esua Fal :i .i l. A r es~t o oa5- o og l? iS ~ g!!'!Q5!!ffi s-;rre!. o. A. Ruport, t"'4: Art O}\_{Jctr:}tg"·

l!1tg(Nova 'ioT\r;.1949);G. K.S¢ott.HiswfyofCc>dif1SfliiI!EtLQfldre'J.19$i}t: L. Fitz-

B:.m.:;~ Fi~/_L~ s . . . o o m (L~-n-d_~" i;;~i)L

.--"-,_,-------._------------- -

3! Cr. capitulo !!fI!enor.

31 PeTa :a n~sidnd c de d i1 it in gu ir ; ent re ud e! ;- .. _~~o' \ n~re- s~ r. t~ -n~\ u~£ :mp. I'i i~

~o" e "c~pr=-;io" (c !l, im :l e va f ic il ! d -i l "imila~IiQ" f1!l.rii c om i .o d os des} rom 0 f1:Wtl@de ref~renci.a t;inlb6iig. ci. Goo-drn.an, iAr~u{1_g'f$Q J ' " Art_ pp..oi.-t Hi. ~5-9L l2s,,_1~L

Page 19: Clifford Geertz - Um Jogo Absorvente Notas Sobre a Briga de Galos Balinesa

5/9/2018 Clifford Geertz - Um Jogo Absorvente Notas Sobre a Briga de Galos Balinesa - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/clifford-geertz-um-jogo-absorvente-notas-sobre-a-briga-de-galos-balinesa 19/22

fen1~~clcs se rctratarn como s elv ag en s e m ortff er os, corn ~:;plo,~t;;.-\;s

~~~n j~ !cas de crucldade instintivu. Um u rcpresentacfio po dcr os« da

~. .i Ga n o. f or ma rnuis indcsejada para os balincscs {r;~lra ~~d;n,t~n" urnu

fr ase que Frye usou em rclac.io ao de~:iJmbr; i inCni(J de G IO~lCCSl~r; ~

aprcscntada no conie:do de uma urnostra delu, como ela C d e Iatopara des. JJ E por quc 0 contexte sugere que a renrcscntuc .io, embora

in ferior a urna dcscri cao d ireta. c~apesur disso, mais do Que uma vim-

p le s f an ta s ia . e aqui cue a inquietude crneree .- a incuictude da1,,,·"

. "' _ ., . - 1:; :'- -

""1,« '"U~ ~ u._.

" '~. l +i I L . . . · -

/ ., \'~ niio des patron os (o u nilo ncccssar iamente). Que multo sc divertcm.

\ ') '" , ,- ' i l A rnatanca na rinha de gatos riiioe urn retrutode como as coisas s; "iQ

} __ , r ' ! i !~~~~n tc cn_t.i_~_?~~ : ? ~ lef~~ tTl a s ' . n e r e - u ~ m n i l i . ! 9 .~Q _~i r ! . i ~ _ ~!! f_, de co Hi"I /", , I i e la s2 .': i~ ~ P ~ !l .~ ~ ~~ de _v ~~ .t a a~__E~~gJ.!:l~~01li~2::_ql:'.~b e !T : .J ~ j _QJ . "

c ·, I' , 9 . ~ ' . . 0 angulo e , se~ duvida, est rat if icador. Como ja iivcmos oportu-

,..'v nidade de ver, a briga de galas se expressa com rnais forca score as, ' . . , n ; ' o . . . .~ . . .. 4A . . ;0_ . __ "" .r •• ~ _i_ -- .• _ ,"

r," > ' . . . . , ' . .v .. . , u<v ~ " " ' j .W . I: U-lUI:; 0 ; ; 1 < 1 expressa a esse resPCItO e que se trata dej,. assunto de vida au morte. 0 fato de que 0prestigio t assunto profun-

~ . . . _. , . _ " , ~ . _ _ 1 . . _ : " _ " ' _ - , - - - _ _ 'I .", _ .... . --, "

)\.I,Q,HH.dUt;; ~~llU ~UJ ua-se evruernc em quaiquer iuga.r ue B ali -- na ai -r deia , na fam ilia , na econornia , no Estado. U r n; ! f us il o p ar ti cu la r de

t ltulos polinesios de situacao e de eastas hindus, a hicrarauia do or-gulho constitui a espinha dorsal da soeiedade em terrnos n':Of2ili. En-

tretanto, e somertte nas brigas de gales qu e os sentimental> sabre 05

quaisrepousa essa hierarquia se revelarn em suus cores naturais , En-v olv id os, n os o utr os lu ga rc s, n urn a n ev oa de etiqueta, Ulna nuvem es-

pessa de eufcrnismo e cerimonia, de gestos e alusces, aqui des ~ ex·

pressarn 5 _ Q _ b ( ) - d j _ s J ~ u : ~ M . r n ~ j _ t . 9 _ j , e n ~ e . . . . u r r . l. e ~.t~1~'1rrr n i m a l , urna mas-

~ ara qu e na v c_ rd~ ~e ,?S revela m uito m ais d?, q _ ~ ~ .o ~~~~~~~3~·Ei-ii1!~

JJ N. t-.i"y~,~ l"1if t·chiCtlird frTiugJnation ( Bl oo mi ng tc n. l nd ., 19641. p. 99.34 ~l~ dois cut ros vaJor ;; ;_se dcsvalores h!!1in~~ qu~. ~~g=d': ;5:a te:nrr~:,~Hd~d~ prcci-

~a_.de. u rn l ado . e .: i n sr ~S I_ vi d~dc s .em peias, c l " ! outre. !'~fcrC'~m u ::cnsa~no de cue a bri-

~~~!;:a~~~f::j!~~:;;'~~:~~rr~f!~~~(~~~~;~~;,~'~~~~:::\;11~1~,:~_ ~ , : ~ , ; : ' : j : ! ~signiflca repteto, ilarulhento. ativo, 'I: e urn estado soci"i m!JiiO procurado: m~rclldc",

festivals de rnassa ..ruas mcvima:ntad! ' l1; ~o r o do s f a ~' }f f.da mesma [ornt:;: que ~ briga (k

~~IQ~ao extreme, Ri2J7~i e <) qu( : a contece no perlodo "cheio" ((j. ~~u·(rpG~lo.~ser:i!

"quieto". e a que acon tece nos pe rl odos "vaz ios"), P a. lin g ~ urna vertigeft 't social, 0

senurnen to e rnb ri agador , dcso rientadc r. pe rd ido . vo il eado, que sc tern quando seu [u·

g :a f nas COOid t; f' radi i; 5 do espaco 3OCIl :: il na o csta ciaro. e e UIl1: cstado trcmendatnentc

~;~~[:~ ; :?1~~~ ~~~ ~~! \~~~ ~:~~:~~~ :!~~~~ ~~~ ~~~ ~~: !f;~~~ :pura fI vida crdenuda tkrama] e {) pt1fing. 0: tipo de confusau espiralantc (i~p:osi\;aoque os gatos em c.ompeti!;;~o exemphi1C~Hn. como seu inirnigo muis ucirrucio e suns con ..

I r! l dh ; ;~ s m a is profunda". Sabre a rom~. te , Ba ! ¢; ! io n e M ' ;- "d . Balinesr ChaFaNf'~, nil,

3, 64; sobreo palif'.g. ibid .. p, 11, c Bclo, org. Tradittonal Halines« Cu tsu r e , pp. 9\)~,

=;:

~15Atereren~l,ade S te ve n; ~ a "Tbe Mo-tive for ~tet..!\phQ!Hr~'1~ ~~-ta, di·!!~;~b _,~-

H~,iiF;fiH~5:r!~~;H(;~t}/~r~tH~ It.ig~.~tg.mortc 'I0. ¥'~rH·o ~:Qv€=§~·fnn uffi ;.t~jJarlu = . . :_ - ' :: - .: _ ~entfe 5.5 f ol ha _~ / E f~~t~ ~J!vri!x sern signifi~,doH). Caplrf.rtsr\t 191·7b~;WitHtt~ l ; w " , - - -

EfjJ~r~}§g~f?~rj~~:;;~~I:;'i~:17}~~~o~~t~~~tj,"~~g~~~ ~~; '~O~~~ :~; .a~ual !,a.fa <:55.2. cspecie de lI~Q,limll ~m2n!IcB e"'fl;\I1Sferenct=l m;1~ft';!i~". h-nrlU en-ccn trn das b oas di~ u~ ~-l~ e.~ t~ n.1;;~ ~ em [,..1 _Black. Macie-iJ (lftd ,M·rifir.4Dr.f, fHh4if,Cf! N

Y . . i%2)~ pp. 25 ss.; Gccdrnan, .Lt:J:!r!fll~{faJ An. p p ~4 ' ,~~~~.'W~,-l~~r;;j~--t~it~~pi:;t~Mi~~~~·~u. 5p~TiTK' Review. t~1(J 958) , P f1. 78 ..19.

Page 20: Clifford Geertz - Um Jogo Absorvente Notas Sobre a Briga de Galos Balinesa

5/9/2018 Clifford Geertz - Um Jogo Absorvente Notas Sobre a Briga de Galos Balinesa - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/clifford-geertz-um-jogo-absorvente-notas-sobre-a-briga-de-galos-balinesa 20/22

"JOC~l~Oemp"u-!' tr at ," . . • 'I «, o .u d....i i :. I, IU ra o r tg a a c g n :{ ;a Coilio (ex it ;! ~ ~~H¢nt:!r

ijrjj Li~f"n:.::'() dela (iiH tTi~nhf1 {)r'l;11;~'-1 fl li,ttrN"r-rt 1"~ . i4"";""''!;Ii' nu:l! ......~"""

~'~-s~~~n;~n~l;ii~t~ ~~5~~ ;~~ : ;~~~~~ fp~~ ;cogruuvos. 0 que II briga de g3.105 diz, cia 0 faz Hum vccabulario desentim cnto - U excitacao d,p risco o desesocro n~ derro ta ,.., ')"~7~~

do triunlo. E n t r e t a n l o . ! Jque~ l H dl~n i l - ~ - ~ r ~ ~ ; e ~ r t ; ;u-~; ~ i ~ c ; ~ ~ ; ; c i , :tllnte~qu e u dcrrota c deprirnente f)U queo triunfo t gratiflcsnte, t a u - =

ro logias banais do afe to , m as que e corn essas ern oc oe s, assim cx em ~

plificudas, que 3 sociedade e construida c que 05 individuos sso r~ll"

nidos. Ass.isli r a brig as de ga:os e delas parti cipar e , para Q blilines e.

um a cspccic de educacao se ntim ental. L A,.0 q ue e le u pre nd e, e quai, a

uparencia que tern 0 ethos de sua cultura e sua sensib ilidade privada

(au, pelo menos, certos aspectos dela) quando soletradas externa-m en te .. n u rn texto coletivo: que os dais sao laO parecidos q ue p od ernSCi articulados jjfj simbotisrno de urn unicn desses te)itf"is~~ ._A fHif'r~• • - - ~ - - ~_~K~J 'M -~ s-...... •._

jnqul~lu.nte -- q.ue 0 texto no qua~ se faz_essa revelacao consiste num

frangs~;~~~~~~~:e~~i~.e:d~e~~~~s~~:~~~:Ce vio-

lcncia. A briga di ; gatos e a ref lexjio balinese sobre esSE!vic~!en(~iade-l cs : s ab re sua , a p a r e n c i a , 5eus USGS, sua for~, su~ f a s - c i n a c - E i c L R~_.;Qr.. ,

tendo a pra ticen.ente todos os niveis -da e~~riencia balinese. e la re u=

fie tudos os tenla~ - seivageria animal, fHj~cisismo machista, nartici ..cacao no jogo r-~'!.i-nAn.r1~ r~;;; i"~ -u.r " " ' ' o < ' n - : ~ i = i i ' ' i ~ _ r;f""" riR....." . . .. . ; _ n . , J j . - ± - : . r - : ~ ! - , . . . ,, ., lw . ." e.-U,_ ... f UH_U._~ I o o a . . ~H l~f " " _ i ; ' '' ' '' ' i~ ' ' I 0 7 ! .' ' ~ . . . . .. , . . ~H~""~~.; ~~~iH !~-t\.!

sangrento ~ cuja Hgacilc pri~clpgl t -0 envolvimentc dele's com 0 odic,_e 0 receio desse odic, R~uni~d0 ..0 5 : rH "m ~Gn ju n t{ ! :j~ ~r;~ QU~ ac -m esrn o te mp o QS r ef re !! !. e I he s perm!t~ ag ir . t :. g ._ s~nvolvimento c~-:!ru-

~~i s~~~d:st~~t~~:.~~~~;~;r:r:~~.~~~a- : . l : : t : d ; ; :sc~~~~l~~~~~f~.~.~~~~;~!1~'n~~;·~~;:I;~:3;'~i~;~:r~~;~;l: ; ; a : ; ~ : : · ; ; t ~1~!- _a !m a . o s b al in es es v ~! ''! !. \. . b ri ea s r4.a ~a!~ . ... .~ A~~p #~~A ... _ ~*- ....

~ . - • ~~ ... ~ ~ ...- ly"- __""e d" 1.113 ~ ...__ _ .___ ,.~ ~IIIV~'

~ t " " "um nomcrn. nat'}'it,u~;m~ntec.omposto iiJ~tEH10! qu~~--ot~~~f;fi:~ - = - = - _ - : - -

31 6 A INT ERPRET ACA O D/iS CU LT URA S

'1r ne ta ss oc ia l s ob rc t cd o 0 lema de distribuir os scrcs hurnanos em ca-

: \l eg o .f i3 S h ie ,r u rq u icH s I ix a s e depois org aniz er a rnaior pane da exis-

,!tcnCll:l 'co!ctlvu em t orno dessa distribuicao , S ua funcjlo, 5C a ss ir n p o-

~liderno5 charna-la.e interpretd.tiva: e urna le ltura balinesa da exr,ericf1-!.cia balinese, urna estoriasobre eles que eles contarn a si rnesmos.

narivas constr uidns a partir de rnateriaisc x plor ado sistcm aticarncnte. }'

Dlzer Alguma Colsa sobre Algo !

Colocar 0 assunto dessa rnaneira e engajar-se nurna especie de reen-

foque rnetaforico de caso pr6prio, pais ele muda a analise das Iorrnas

culturais de urna tentativa de tracar ur n para lela geral para dissecar

urn organismo, diagnosticar urn sintom a, decifrar urn codigo ou or-

denar urn sistem a - as analogies dorninantes na antropologia con-

tem po r~ nea - p ara u rn p aralelo g era! da p enetrac;iio d e ! .1m te~ tQ ! ite-rario . Se se torna a briga de galas, ou qualquer outra estru tura sirn-

b 61 ic a c ol et iv !! .m e nt c. o rg an iz ad a, c om o mdo d e " d iz e r !!. !g!.. !ma eois!!.

sabre algo" (para invocar urn farnoso r 6tu lo a ris to te lia no ), e nfr en ta -

se, cn tao , urn problema nilG de mecanica sodal, mas de semantica so -cial. J~ Para 0 antrop61oga, cuja preocupacao e cam a formulacdo de

princlpios sociologicos, nilo corn a promocao au a apreciacao de bri-gas de-gales, a questao e; que e que se aprende sobre tais princlpios

exarninando a cultura como um a reuniao de textos?

T~I extensao da na~io de urn texto como mais do Que: urn mate-rii' escrito e rnais do que urn ma te ri al v e rb a l, emb or a metaforico, cer-

tarnente nao constitui novidade. A Lradi~ao interpretatio naturae da

Idade Media que, culminando corn Spinoza, tentava fer 2 natureza

como se fossern as Escrituras, 0 esforco nietszchiano- de t ratar os sis-temas de valores como se fossern atenuantes para a vontade do poder

( Oil 0 esforvo marxista de trata-los como a \Ci1UMtes aas relacOes depropriedade) e a 5ubst,iJui; ; iIo freudiana do rexto enigmatico de so-nho manifesto pelo texto sirnnles do sonho latente, tacos ofereeemprecedentes, ernbora nern todos igualmente recornendaveis. n Entre-

tanto, H ideia continua a set pouco desenvolvida tcoricamente, e 0

colorario maisprofundo, no que concerue A antropologia, de que asforcas culturais podern ser tratadas como textos, como obras imagi -'

36 E=:: r6tulo eoftS1£< dO' 'b";SUlH!O li...'u d o OrganCf!, Ott lllurpntt:tlof!_ Pcrrn. L1mil dii-

cU5siio n rC3pdto . e urn af]gumento compicto panI. Ubertlir He n~o do tCJ\to ... dll no.

<;ll.oda es('Tilufll ou do clK:filo'" conMfuindo, :wI!m, Urnll IH:rmeneuti~ !!eral, c r . P.R!cocur. FrrlHi and l'hi/wophy (New Haven, 1970), pp. 20 M.

37 Ibid.

- - -

~ i ( ) ~~;;~~;U~~~~~~~~~l~~~S~~:~; : :~~~~~G~~S;~~~;~;;~~~, ::t:·a~nltntQ Q;J Q ~y~ Que r G~'; ~j~ OOi11Q ~~_ t~ ~ ilih~~l1g~;;.rii_~1!i..r~.1iHiiiiC~ ,tVfIg

c o m o (i~.gig()j a. s e r c m de,;lffll;;!();ij, I)qU:J n 1 l . Q ¢" m e ; ; n H , oo-~. m '" n1i { ; f,~\u~ Fv.~prc(;ndcr fl.!; forrn51s sim b6 !ka .! e m tcrmos d e c=ef r1'D~i!tl!~n~on~m ~n i.!~t!!;1;6#~ a - g , . .

~~~~a~g~~r~~~~i [ : . ; f~~;~:t;~~~~i~~~~c;~t~~~~I~~7~;:,:.:;mJI'I, dl: t0111ObjEt. f!t tk fout conU;{te. -

Page 21: Clifford Geertz - Um Jogo Absorvente Notas Sobre a Briga de Galos Balinesa

5/9/2018 Clifford Geertz - Um Jogo Absorvente Notas Sobre a Briga de Galos Balinesa - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/clifford-geertz-um-jogo-absorvente-notas-sobre-a-briga-de-galos-balinesa 21/22

Ij

IEntretaruo, atraves de.outro desscs paradoxes que perseguern a

estctica, 30 lsdo dos sentirnentos pintados e des atos jncvfiscquentes~e porque essa subjet ividadc nao ex iste propriamcnte nte que seja 0;""-

g an iz .ad a d css a fo rm a. as Io rrnas de arte o rig in arn e reg en eram a p ro -[) ria subjet ividudeque elas 51:propJcl tI ex ib ir. Quar tetos , na turezas

rnor tas e brigas de gales nao sao meros reflexos.de urna sensib il idade

o re ex is re nt e e r en re se ru ad a a na lo ai ca rn en te : des sao a ae n te s p o si t] -vos na criacao c' rnanutencao de -tal sensibilidade. Se -vemos a nos

m esm os com o um m onte de M icaw bers. l: o oro ue lerno s D ic ken s d e-rnais (se nos vernos como reaiistas s~m ~ius~o. 6 por~ue 0 lem~s mU,i-t o p ou co ); 0 m csrno ocorre com os balineses, os gales e as brigas ce

gales. tdessa forma. colorindo a experiencia com a luz que elas pro-jetam, em vez de.qualquer efeito material que possarn let, que as ar-tel) desernpenham seu papel, como artes, -na vida social. 41

31 0 A INTERPRETACAO DAS CU',TURAS

m en t~ au to -abs orv id o, u ma esp ecie d e autoco srn os m oral, qu an do,dcpois de atacado , a tor rncruado , desaf iado, insultado c. em virtuded is so , lev ad o a paro xisrn os d e fu ria. atin ge 0triun fo total ou 0nivclrna is ba!xo~ Va!e a pcna reporter-nos novarnente a Aristoteles ( :n~~ asu a Poetica, nao a Herrneneuticay: -

Mas 0 p oeta [ e m o pos iciio ao h istoria do r] , d iz A r istotc les, n u n-ea faz qualquer declarucao real, c nunci, certamcnte, declara-

coes particulares OU cspccificas. 0 trabalho do poeta nao e con-

'a r 0 que acomeCeu, mas 0 que esta acontecendo: nao aqu ilo que

OCOffeU, mas a especie de coisa que sernpre esta ocorrendo. Elefornece 0 acon tecimento t ipico. repetido, ou universal , como 0

c h ama A r is to te le s . Voce nao ir ia a ss is tir a Macbeth p ar a a pr en -dcr a historia da Escocia - voce vai para saber como se sente urnhom er n d el io is olle "~nhR 11m r e.inn . . ", ,"I 'r i .. " , I < , . .1m .. ()" .. nrin,- ,-- 0------ -.-~ ---~-- - r---- --...._...-_.""'(-_._-VOce encontra um tipo de pessoa como 0 M icaw ber, em D ic-kens, voce !1:1n in. ,~uin~ nltP ti, .va 'pr """ctirf,,, un, h/'unp~ nu,.._~ -, -- - ~--- ~--~"·o···'"'1-- ..... ~......._- ..~.........- ....J~ . f .....~~.. '1~"""

Dickens conhcceu que fosse exatamente assirn: voce sente que

existe urn pouco de Micawber em quase todas as pessoas que vo-

ce .conhece, inclusive v oc e rn es mo . N os sa s im pr es so es sobre a#!d~ humans sac colhidas uma a urns e perrnanecern, para a

maioria de nos. frouxas e desorganizadas. Entretanto, encontra-

. ~os constantemente na literature coisas que subitarnente coer-

Jenam e trazern a foco urna grande quantidade dessas impres-

sees, e i~S'l e parte daquilo que A ristotclcs queria dizer com Q

aco ntecirn en to h um an e tlpico o u u niv ersal. J?

E justamente isso, 0 colocar em foco essa especie de experienciasV~i"'"i~rlo..:. rI~ v i. rl '" l~ ·" i" \t iA;d "r lo . .. .. ._ n : .. . . ;, .. .. .. . ,-1_ ...... l_oro _v_ . .. . ,~ . .~ . .. .. .. .. .., . . . . . . . . . . ~ 4 " O : : .

~;~t~-;s;a-.v·i~i~~c~~·;~:?·;~~~~u:n~~;~; e i~;d;~~;i;'~;~~~;~i~d_ oque urn jogo , E la e na , assaH,0 que pede ser cham ado de aconte-cirncnto humano paradigrnatico ..um nome rnelhor do Qtu~ tipico ouu~~ve:sai - iSle e ? ela n ~ s conta rnenos c que acontece do q u e " tirode corsas que .ac~nte-c~rla.0 que nao e o caso. se a vida fosse arte e

p ud ess e s er liv rem ente m od elad a p er es tilo s de s cn ti me nt o, c om o 0

sao i!jacoeth e David Ceppfrjle/d. ,..~ncenad~. e _rcencenada, ate agora sem urn f ina l, a br iga de galos

perm lk :10 b.. H ilC :;,c om o a n os m es mo s, ler e r ei ei Macbeth, v.;rificara dimcnsiio de sua pt60ria subictiyidade. Na medlda em Que assiste a

UlIl:.; i yt u a po s ou~~a, c" om a a ss is te nc ia ati va d e um pmp;ietar:~-ed~un1 apost:. ldcr (pois a b rigg d e galo~ naG t~rn malor l n tc r~c: .. .. ~como

csportc para 0 simples espectndor do que 0 (roque! OU O J corr idn de

cne.s)t cle se f an lt !i 3 ri z3 c o rn ela e (A im 0 q ue ela iem para iran}imilir-

lhc, da m csm a form a que 0 o uv in te atcn to de u rn .q uartcto d e co rd asou 0 ap rcciad or ab sorto de urn a n atu rez a rn orta rorn a-se ao s POllC()S

Iamiliarizudo corn cles de mancira tal que des tarnbern abrern su asubjciividadc para clc rnesmo .• 0

40 0 USQ do idiornu visual "natural" para a percepcao, para 0 europeus - "ver", "vi -giur" , de. - tern Ulnaconotaci lo cornumente erronea aqui, porque, romo jl\ rncnciona-

mos ameriorrncnre , os bal ineses seguem 0 desenrolar cia luta tanto com os olh os como

(-r)!"H ':1 C·)!;.H) !(Mjo (t~!YI;~ fJ(".iqii,iE-;::ri. g_~:u:ide . h r ig i i M:jiii7i rlirr~ii d ~ . .. ..er, a Ii!n:;ct come

manchas em movimento); des rnexern \OOOS os membros, g cabeca C0tronco, copian-

d~ na ges ti cu la cao ~s m~obr :l S d~s gal as , . 0, que si gn if ie a q lJ ? ~! ar :d e f lnne · c ia . expe -

nencie C,;; tuia de :~,hVH!UO e :;:::U5 cmesteuca co que ~:s~=.:. ':-:1 ;=m=:~ ~:=::~HH':um

~XClnpkt da dcnfii~6 d e K en .n ti n B U rk st do ato simooiitC CQnhl- "'~adanta dt: u rn ; ! ~H . ..tude'; crill' P~i1osophyof Littmry Farm, ed. tev~{Ngv# Yotk~ ·195ij~p. - ;J -fie if : a b r 1 e · a _de gillos. Soore 0 grande papel < lesemjkl lhado pel :; j 'i en:~ io eiilesleit~ itil ¥ida tl ;il ... ~._ _~ 'E

nes a, c f. Bat eson c Mead, &;JiMS. C';;;ro;:;ET, pp. ~~; 5Gb;;: a natut tZll iiUr... d·;;pc•. -

~P\'Ai} estetiea em gefij!~ Ye i " \3t;Q.jm!1:'t Lafi~w:-"t ()j ~~fj. }W~241-244. _ _ .___41 Two=coplamento do ocidenral SUFiOf com 0 unaru;i illje.n~r pertiJtWi~,- - - - - -

; ;em auv ida . .alguns lipos de elwicimu;. da mC5!f1ll f orma epl : O~ prim~lro!~fon;Oid05llntrQPolo-gosemfalar do crl5tia.!I~rnO edo tote..'1li;;''T1Q I!m.lniln~m~jHi! ptITui't;i!.-- -::_- _"--

yarn ccr(05 tipQ~ de te6logos.. Enlrl!t l l.nto, como !ISq"".si.Oc~ pntQ!t;gi.;.as e.~tao(GU dc-

Vt:r1um ~tar) ffiqt.U!df3~ nn St : :- e iQ~-Of! ~aa R e li ~i So . .~ ~ll~~ de j~ e .menm es t! afOll Ccycfiuri'i ~lnf} e.nquadrada.s 03 5ocioio~ia OUAni. De. qua-Iquer fOfL~3., a \E.fi:Hlti&

~:i~;:Jr~~i;~~~~l~rr~f~~~~~~:c![,i~$r~:~~n~;:~~~~!~~:~:~~~:~~~l ei , f i- ! "C lO !! uHdBde - t.cm bQ r~ iS $( ) ~j.8 !.HT1~ !Hi!eu\.!. A s !e{H·hts e!'«!~j q~ ~m ~f1~~

ob!ll.5 de IIrt!: como sltm do II!Qn~ da an!!!ise sr;cio!6gk:a. e m 1120t!lmE ~~-~ --_ :::=---=

CQnv t < ;, ;. aQ . pe la 'lln]l R.olx-rt Gtll'-es " IC g il q ue r Ot < :< 'f IS ll fa tl o ¢ttl \\'!:1l ~ ~"'m ~ !:~ l - ..

ClifHhd.Jgt:~ de q u e ! ! ;g .! .. !n ~ pt.."-effla! !.~C! f fH ! .! ho fc i d o q u. e O ii UG .~ ~- _-~~--~-~

-

19 1 "1 I I, 7 h /' lu 111 d lmll /Iwl/tm. r , . . 6l.(I'!.

Page 22: Clifford Geertz - Um Jogo Absorvente Notas Sobre a Briga de Galos Balinesa

5/9/2018 Clifford Geertz - Um Jogo Absorvente Notas Sobre a Briga de Galos Balinesa - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/clifford-geertz-um-jogo-absorvente-notas-sobre-a-briga-de-galos-balinesa 22/22

'::1:1oJ.t.·:v 32 1

A culrura de urn povo e urn conjunto de textos, des rnesrnosccnjuntos, au;: 1-' antroool ..~~n t~ntClll !~r ~ .. f!'r'!;h.... 0" ornbros dacuel ..... .. -;1;-= - ··~ . ......i-"~..o ·. .. ,. . .. .. .. .. - .. . _ . . ~ ;- . . .. . .!;P o..,'-, ..... ., ._ Y_V"UL!~ ,.",.-~

a qu em eles perten cern . Ex istern en orm es dificuldades em t < ! ! ern-precndimcnto, abisrnos metodologicos que abalariam urn Ireudiano,

alem de algumas perplexidades morals . Esta na o e a u ni ca r na ne ir ade se lidar sociologicamente COni as formas airnbolicas. 0 funciona-

i ismo ainda v iv e, e o m esr no acontece co m 0 p si co lo g is rn o. M a s olhare~sas formas como "dizer alguma coisa sobre also", e dizer isso aarguem, e pelc rnenos entrever a possibi lidade de um a ana lise que

atenda a sua substancia; an vez de i6tmuias redutivas que professamdar conta dela.

Da m esm a form a que nos exerclcios farniliares de leitura atenta,

pode-se cornecar em qualquer lugar, num repertorio de forrnas de

urna cultura, e te rm in ar e m q ua lq ue r o utre lu ga r. P od e-se p errn an e ..c er , c om o CU, num a (m ica. form a, m ais ou rneno s lim itada, e circularem rorno dela de maneira e st av el . P o de -s e movimentar p ur e nt re : 3.S

form es em b usca de un id ad es m aio res ou contrastes inform ativo s.POdC-5C .itt cornparar Iormas de diferentes cultures G o fim de definir-lhes 0 caratcr para urn Auxnio mutua. Entretanto, qua lquer que seja

o nlvel em que se atua, f!; por mais intr incado que seia, o principlecrientadcr e o mesrno: as soeiedades, como as vidas, contern suasproprias interpretacees,' ~ precise apenas descobrir 0 acesso a elas,

Na briga de gales, pcrtanto, 0 balines forrna e descohre StU tern-

peramento eo temperarnento de st!a sociedade ao mesmc tcmno. Oil

in~is exata.mcnte, .ele form.a e descobre urna [aceta par ticular -deles:Nun & 6 existcrn ainda iTiji:·)S O~.H,p)~extos cuiturais que fcrncccmcomerr tarios sobre a hierarquia do status e a auto-apreciacao em Bali,

como existern rnuitos outros setores crlti cos da vida balinese a lern do

estratificador e do agordsi icu 4UC recebem tais cornentarios. A ceri-mania que consagra urn sacerdote Brahmans, 0 terna do controle

resplratorio, da imobiHdade de postura e da concentraeao vazia na

profundidade do ser mostrarn urna propriedade radicalmente dire-rente, mas igualmente real para os balineses, da hieraruuia social -

seu alcance da transccndencla nurnjnOsa4 Estabelecida nio na matriz

da emocionalidade cin'ctici:l dos animais, mas na desapaixonada esta-

tica da rnentalidade divina, cia expressa a tranotlilidade e niio a in-

quietacao. Os festivais de massa nos temples das aldeias, que rnobili-zarn toda a populacao local em receocoes elaboradas aos d~~!' ;~~visi-

tantes - cancoes, dances, cumprimentos, presentes - afirmam a uni-dade espiritunl d08 eompanheiroe de aldeia e r r : r e:~~.c ~ iiUd desi-gualdade de status e projeta urna di:;pU5i~o de amabilidade e con-

fianca."l

p...briga d e K li lo s f il l' " ~ .a chave nrincina! para ~ v id a b al in e-" - . 11 ...

sa~da me~srf!aforrna que nilo 0 e a tourada para os espanhois, 0 queela diz a'respeito dessa vida nao deixa de SCi' qualiflcado ou ah~ desa-r iado pelo que outras afirmativas eulturais -igu.aliiii!nh~ eloctlentestambem dizem sobre cia. Ma:i nada e~isi~de mais surpreendente nis-so do que no fato de K seine e fyi'altere terern side contemporaneos aude que as mesmas pessoas que fazern erranjcs de crisanremos cruzemespadas, .;jj

I

I

i,II

, I

i

\

~

!

~2!~~l~l~~ib:tn~~~:';i~J::Jl!~:~_v!.}~:~~~~~~~:~~=~~~~~"jJ:i ~~~ ;~~ 'tanto exagerada], cr. R. Goris , " 'rhe Religious Character of the Baiin!; ;SClma~e"

_ibid,. pp. 79· iOO. ~ : c " " ' c_· _. ~_ "''-~_ ~ " " , _ . : _ , , = - " _ _ ~ : - - - - ' - - - = - - = . :

. ,n 0 (;:aodC ilqL !Uo que . bdg>1de g ales t ern a d~f se be c Bal i n ao n as sa r d es pe rc eb ld o_ea inquieUtt;ii.c qu~t:~~ ":~p:,~ sobre o PGd~o ~i davida. o~Yifi~BHa o £ejn~rn.'". ~- men te sem razi io e at estede pel o fato de que, em . d u a G ~~ailUs.1._ein dezembro de i 9 r o . . .durante es levantes Que:se seguiram ao gclpe de..&t:;,q",..~!1 Ja-:l.f!it~. e!H~.q~,:;;:-;~ ~

- ~ ~ ~ ~ ~ ; ~ I ~ ~ i ~ E ~ g ) ~ } 5 . f t ; i ~ l ¥ ; f g ~ l ~ ~ ~ r § ; t ~dizer cumisoo GYO ill; 1TI0rle!$ [oram causadas peias brill'lS d~ qa!os, n;ji elas " c w l ! m Kf

istcsna base dessas b ' ~ ~ .... J I : " , ~ . _ . . _T pievlst..a~na ase ~~~;i ort8~t5!ou q,ueei~ fOJ!lm.Urn!!~p6cl-e de vc,.-.Jlo ~T,;pli;.~ d~1~ rom ~~Z rc:At~no liJgdr d;; ga~~ - isso ~~ ~~n=da tQUOO~QU~:c'hOii;peiiudizer que se ¢n~~ara f i E - i i !!';u !!:~~ atrnvOg <k:rua dsnca. d e sua! ~s de ~mbriU,de sua e . . .. ' iCUr t lJ r~ ~ de sua.; m~::; t mli~ t . . l ,u n b i ; m _ i l !Li1!VCs de !t!!!briS.nsde g:do~ - con~o

,- _ . _ - _ t ·

1 -

1 - -05 p i-" 0p do t b ai in es cs - (I(.<;itode 0 mtt~§~H:T~tef ocor-rioo, embe r s e.t;tarllr. . , . .ow:dQr~t:' . .c~'_'~M~~-=-~men es um ll e¢nlmdiciiv-wrri-lQ-fe~ 03 natureza. Como j~ ~C'{}briu maf f l de Uft \ Cil;,}I,!' '0 ::. ' - .::::-

. o ; ;~ t o; f v er d~ de tr o. i ls v ez e> ll"r~wllS ;;: 'On;;eguem 1\ vida proci~!Imenicqutlndo ~~iimdE : q:J ':~:;;a ffiaiti profiJ i1dntnentc:. - ---- -.-~