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Uma descrio densa: por uma teoria interpretativa da cultura

Antropologia IV * No texto "A Interpretao das Culturas " Clifford Geertz, inicia seu texto levantando questionamentos sobre o uso de certos conceitos que surgem no mbito intelectual, estes novos conceitos que vo surgindo assume uma posio de destaque dentro do campo cientifico, oferecendo resposta para todos os problemas possveis, passando a ser utilizados como soluo universal, e excluindo ideias anteriores. Mas estes novos conceitos, ao serem familiarizados e aplicados no campo cientifico no conseguem alcana o resultado esperado, passam a se tornarem parte de vrios outros conceitos tericos. S ento sua importncia e suas reais utilidades e suas aplicaes so definidas com maior preciso e a definio equilibrada quanto as possveis aplicaes e utilizaes destas novas ideias. Porm Geertz afirma no saber se realmente desta forma que os novos conceitos cientficos surgem, no entanto ele confirma o uso deste modelo no surgimento do conceito de cultura. Deferindo criticas ao uso do conceito de cultura utilizado bem como o todo mais complexo, que no seu entendimento tais conceitos mais confunde que esclarece, diante de vrios conceitos procura defender conceito de cultura como: O conceito de cultura que eu defendo, e cuja utilidade os ensaios abaixo tentam demonstrar, essencialmente semitico. Acreditando, como Max Weber, que o homem um animal amarrado a teias de significados que ele mesmo teceu, assumo a cultura como sendo essas teias e a sua anlise; portanto, no como uma cincia experimental em busca de leis, mas como uma cincia interpretativa, procura do significado. (GEERTZ, p. 15) Portanto nas cincias sociais necessrio [...]olhar, em primeiro lugar, no para as suas teorias ou as suas descobertas, e certamente no para o que seus apologistas dizem sobre ela; voc deve ver o que os praticantes da cincia fazem (GEERTZ, p. 15). J no que concerne antropologia os antroplogos fazem a etnografia, s a partir de sua compreenso da pratica da etnografia que se pode [...] comear a entender o que representa a anlise antropolgica como forma de conhecimento. (GEERTZ, p. 15). Destacando que no questo de mtodo [...] estabelecer relaes, selecionar informantes, transcrever, textos, levantar genealogias, mapear campos, manter um dirio (GEERTZ, p. 15). Sendo o que define uma metodologia o tipo de esforo intelectual que ele representa um risco elaborado para uma descrio densa, (GEERTZ, p. 15). [...] os textos antropolgicos so eles mesmos interpretaes e, na verdade, de segunda e terceira mo. (GEERTZ, p. 25). Para Geertz o mtodo adequado para fazer anlise interpretativa a descrio densa, s atravs desta que possvel perceber as particularidades, ou miudezas, tal como uma piscadela falsa de um tique nervoso. O etngrafo inscreve o discurso social: ele o anota. Ao faz-lo, ele o transforma de acontecimento passado, que existe apenas em seu prprio momento de ocorrncia, em um relato, que existe em sua inscrio e que pode ser consultado novamente. (GEERTZ, p. 29). Sendo que h 04 caracterstica de uma descrio etnogrfica: ela interpretativa; o que ela interpreta o fluxo do discurso social e a interpretao envolvida consiste em tentar salvar o dito num tal discurso da sua possibilidade de extinguir-se e fixa-lo em formas pesquisveis [...] e tambm microscpica, (GEERTZ, p.*Aluno do Curso de Cincias Sociais na UFMA - noturno, 04 perodo.

31). S a partir da descrio densa que possvel separar o verdadeiro sentido marcado transmitido pelo indivduo, na medida em que compartilhado e compreendido pelos demais. O etngrafo s pode compreender as teias de significados, aes scias, a partir do momento que busca para si compreender as diferenas buscando o ponto de vista dos nativos . A descrio densa microscpica, o antroplogo se depara com realidades que outros, cientista enfrentam em conjunturas mais decisivas: para dizer, simplesmente, que o antroplogo aborda caracteristicamente tais interpretaes mais amplas e anlises mais abstratas a partir de um conhecimento muito extensivo de assuntos extrema mente pequenos. Ele confronta as mesmas grandes realidades que os outros historiadores, economistas, cientistas polticos, socilogos enfrentam em conjunturas mais decisivas: Poder, Mudana, F, Opresso, Trabalho, Paixo, Autoridade, Beleza, Violncia, Amor, Prestgio. Mas ele as confronta em contextos muito obscuros lugares como Marmusha vidas como as de Cohen para retirar deles as maisculas. Essas constncias demasiado humanas, essas palavras altissonantes que assustam a todos, assumem uma forma domstica em tais contextos caseiros. Mas essa justamente a vantagem; j existem suficientes profundidades no mundo. , (GEERTZ, p. 31). Geertz faz critica a Malinowski por entender que para obter o ponto de vista do nativo, no necessrio se tornar um nativo, mas conversar com eles. Deste modo, o etngrafo deve atentar-se para o comportamento e, com exatido, pois atravs do fluxo do comportamento ou mais precisamente, da ao social que as formas culturais encontram articulao (GEERTZ, p.27). Resumindo, os textos antropolgicos so eles mesmos interpretaes e, na verdade, de segunda e terceira mo. (Por definio, somente um nativo, faz a interpretao em primeira mo: a sua cultura.) Trata-se, portanto, de fices; fices no sentido de que so ai 1 No apenas outros povos: a antroplogo pode ser treinada no exame da cultura da qual ela prpria parte e o d maneira crescente. Esse um fato de profunda importncia, mas, como d origem a alguns problemas especiais de ordem secundria e um tanto complicados, deix-lo-ei parte no momento. (GEERTZ, p.26-27). A anlise cultural intrinsecamente incompleta e, o que pior, quanto mais profunda, menos completa. uma cincia estranha. cujas afirmativas mais marcantes so as que tm a base mais trmula, na qual chegar a qualquer lugar com um assunto enfocado intensificara suspeita, a sua prpria e a dos outros, de que voc no o est encarando de maneira correta. Mas essa que a vida do etngrafo, alm de perseguir pessoas sutis com questes obtusas. (GEERTZ, p. 39).

Referncia Bibliogrfica: GEERTZ, Clifford. Uma descrio densa: por uma teoria interpretativa da cultura. In: A Interpretao das Culturas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1989. p. 13-41.

*Aluno do Curso de Cincias Sociais na UFMA - noturno, 04 perodo.