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NAIR GOULART Uma vida de lutas Uma vida de lutas Homenagem da Secretaria da Mulher da Força Sindical Nair Maria de Jesus Goulart foi uma das grandes construtoras da história do sindicalismo no Brasil. SUA VIDA É UM EXEMPLO DE LUTA Nascida em uma família de operários, em Dores do Indaiá, MG, em 23 de fevereiro de 1951, Nair começou a trabalhar aos 12 anos, para ajudar em casa. No fim da década de 1960 começou a participar de movimentos políticos de resistência à ditadura militar iniciada em 1964. Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1973, onde sofreu perseguição política e para São Paulo em 1977. Trabalhou na metalúrgica DF Vasconcelos e, depois, na linha de montagem da Caloi. Em depoimento concedido ao Centro de Memória Sindical, em 1985, Nair falou sobre sua chegada em São Paulo e sobre sua entrada no Sindicato dos Metalúrgicos: Era um período de pleno emprego. As fábricas de São Paulo punham aquelas placas enormes: ‘Precisa-se’. Havia várias ofertas de emprego, na minha área, controle de qualidade. Aí eu fui na primeira ‘DF Vasconcelos’, que fabricava periscópio para a Marinha. Fiz teste e tinha certeza que tinha ido bem. Sabia o que estava fazendo. Mas o engenheiro me disse: ‘Olha, o seu teste foi ótimo. Você está muito bem preparada, tem o perfil, mas tem um problema, na fábrica não tem mulher. Só homens. Como você vai poder trabalhar como inspetora?’... REALIZAÇÃO: Secretaria da Mulher da Força Sindical Maria Auxiliadora – Secretária CENTRO DE MEMÓRIA SINDICAL: Milton Cavalo – Presidente COORDENAÇÃO: Carolina Maria Ruy ARTE: Movimento Web Artes Gráficas Mãe e avó, sua história é exemplo para todas as mulheres e homens. Ela conseguiu se firmar e realizar um importante trabalho em uma época de repressão política e em ambiente predominantemente masculino. Sua trajetória abriu caminho e serve de exemplo para diversos trabalhadores e trabalhadoras que abraçaram a luta sindical. 2014 - Março, homenagem na Bahia, Maria Quitéria 2014 - Setembro, Marcha em defesa do emprego em Salvador, BA Cláudio Magrão, Nair e Mônica Veloso no Conclat, SP, 2010 Debate da Comissão Nacional da Verdade sobre os 50 anos da ditadura militar, São Paulo, 2014 Maria Auxiliadora, Nair e Eunice no 7º Congresso da Força Sindical, 2013 Nair recebe Comenda Maria Quitéria na Câmara de Salvador C M Y CM MY CY CMY K folder_vs2-SAIDA.pdf 1 21/02/17 10:26

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NAIR GOULARTUma vida de lutasUma vida de lutas

Homenagem daSecretaria da Mulher da Força Sindical

Nair Maria de Jesus Goulart foi uma das grandes construtoras da história do sindicalismo no Brasil.

SUA VIDA É UM EXEMPLO DE LUTANascida em uma família de operários, em Dores do Indaiá, MG, em 23 de fevereiro de 1951, Nair começou a trabalhar aos 12 anos, para ajudar em casa.

No fim da década de 1960 começou a participar de movimentos políticos de resistência à ditadura militar iniciada em 1964. Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1973, onde sofreu perseguição política e para São Paulo em 1977. Trabalhou na metalúrgica DF Vasconcelos e, depois, na linha de montagem da Caloi.

Em depoimento concedido ao Centro de Memória Sindical, em 1985, Nair falou sobre sua chegada em São Paulo e sobre sua entrada no Sindicato dos Metalúrgicos:

Era um período de pleno emprego. As fábricas de São Paulo punham aquelas placas enormes: ‘Precisa-se’. Havia várias ofertas de emprego, na minha área, controle de qualidade. Aí eu fui na primeira ‘DF Vasconcelos’, que fabricava periscópio para a Marinha. Fiz teste e tinha certeza que tinha ido bem. Sabia o que estava fazendo. Mas o engenheiro me disse: ‘Olha, o seu teste foi ótimo. Você está muito bem preparada, tem o perfil, mas tem um problema, na fábrica não tem mulher. Só homens. Como você vai poder trabalhar como inspetora?’...

REALIZAÇÃO:Secretaria da Mulher da Força Sindical

Maria Auxiliadora – SecretáriaCENTRO DE MEMÓRIA SINDICAL: Milton Cavalo – Presidente

COORDENAÇÃO: Carolina Maria RuyARTE: Movimento Web Artes Gráficas

Mãe e avó, sua história é exemplo para todas as mulheres e homens. Ela conseguiu se firmar e realizar um importante trabalho em uma época de repressão política e em ambiente predominantemente masculino. Sua trajetória abriu caminho e serve de exemplo para diversos trabalhadores e trabalhadoras que abraçaram a luta sindical.

2014 - Março, homenagem na Bahia, Maria Quitéria

2014 - Setembro, Marcha em defesa do emprego em Salvador, BA

Cláudio Magrão, Nair e Mônica Velosono Conclat, SP, 2010

Debate da Comissão Nacional da Verdade sobreos 50 anos da ditadura militar, São Paulo, 2014

Maria Auxiliadora, Nair e Eunice no 7º Congresso da Força Sindical, 2013

Nair recebe Comenda Maria Quitéria na Câmara de Salvador

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Em sua vida ela foi uma das mais ativas e coerentes lideranças do movimento sindical

nacional e internacional. Foi presidente Adjunta da Confederação Sindical Internacional (CSI), membro

do Conselho de Administração da Organização Internacional do Trabalho, OIT, e membro do

Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (CNDES). Na Bahia, fez parte do Comitê Gestor da Agenda Bahia de Trabalho Decente e

compôs o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, CODES- BA.

1991 - Encontro Estadural de Mulheres

1991 - Fundação da Força Sindical

Seminário de mulheres trabalhadorasRio de Janeiro, 1992

Seminário "Educação para todos",Praia Grande, 1994

Seminário "Crianças e adolescentesno trabalho", Atibaia, 1992

Em 2014, por iniciativa da vereadora Fabíola Mansur (PSB), Nair foi homenageada na Câmara Municipal de Salvador, pela sua vida de lutas, recebendo a Comenda Maria Quitéria.

2009 - janeiro, manifestação contra a violência contra a mulher, Bahia

Congresso de Mulheres, 1999

Eunice Cabral e Nair em Plenária Nacional da Força Sindical, 1997

7ª Conferência das mulheres da CIOSL, no Rio de Janeiro, 1999

Marcha internacional de mulheres em Durban, 2000

8 de março, 1998

Comemoração dodia da mulher, 1997

Nair, Paulinho, Neusa e Maria Auxiliadora no Seminário de Formação das Mulheres, 2005

Sua vida em São Paulo foi bastante profícua. Ela participou do processo de organização das centrais sindicais, da Conclat de 1981 e foi uma das organizadoras do 1º Congresso de Mulheres Trabalhadoras Metalúrgicas de São Paulo, em 1986.

Em oito de março de 1991, no Congresso de Fundação da Força Sindical Nacional, foi eleita Secretária Nacional de Políticas para as Mulheres.

No ano 2000 Nair mudou-se para a Bahia, onde assumiu a frente da Força Sindical do Estado.

...Aí eu senti na pele. Mas não tinha nenhuma consciência de gênero, nada disso. Conversei com ele,

disse que eu estava preparada para a função e precisava da oportunidade. Resolvemos tentar e fui

trabalhar naquela fábrica. Nunca tive problema com o pessoal. Adorava o emprego. Depois fui trabalhar na

Caloi, fui eleita para a Cipa, e passei a participar do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo. Dentro da

Caloi, como comecei a fazer um trabalho sindical, recebi uma proposta para participar da chapa de

unidade, de acordo com o Joaquim dos Santos de Andrade. Havia duas mulheres na chapa, a Mariazinha (Maria Raimunda Nunes Pereira) e eu. Entramos para

diretoria em 1981. Fomos as primeiras mulheres a participar da direção deste Sindicato.

Nair com demais diretores do Sindicato que compuseram a Chapa 2, 1987

Primeiro Congresso da Mulher da Força Sindical, 1991, elege Nair como Secretária da Mulher da central

Encontro Nacional das mulheres trabalhadoras, 1991

Nair Goulart e Leonel Brizola no Primeiro Congresso da Mulher da Força Sindical, 1991

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