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Classificação Decimal de Dewey
Ana B. Almagro
Angélica Fonseca
Gustavo Ferreira
José M. Neto
Julia Franco
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS
Análise e Representação Temática da Informação
Prof. Dr. Fabiano Ferreira de Castro
São Carlos
2017
1 ª P a r t e
Contexto
Introdução
A Classificação Decimal de Dewey é sem sombra dúvidas um
dos maiores - senão o maior - dentre os referenciais de sistema
classificatório para estudos e atuação em Biblioteconomia
atualmente. A CDD é o sistema mais utilizado no mundo e,
segundo a OCLC (Online Computer Library Center), é
aplicada em bibliotecas de 135 países, tendo traduções para
mais de 30 idiomas diferentes.
Tamanha aceitação perdurar por até 140 anos após sua
publicação demonstra na prática a verdadeira intenção de
Melvil Dewey na concepção de sua maior obra: criar um
sistema de classificação flexível que possa evoluir com a
produção do conhecimento, mas que ao mesmo tempo não seja
alterado em seus mais profundos alicerces.
Vale ressaltar que, até então, os acervos eram organizados sob um
sistema linear de numeração, sendo esse número atribuído conforme
apenas a localização do livro. Portanto, a cada nova alteração na
quantidade de itens, todos os documentos eram submetidos a uma
reorganização - um tremendo desperdício de recursos de todas as
naturezas, já que uma organização sem classificação perde seu valor
enquanto entidade.
E como defendido por inúmeros segmentos filosóficos a respeito e
também afirmado por Pombo (1988), a atividade de classificar pode
ser considerada uma capacidade inerente à manifestação intelectual
do ser humano, estando sujeita à individualidade do pensamento de
cada agente, o que nos leva a lembrar que a CDD ainda se trata de
uma obra humana, sendo também sujeita a questionamentos e
constantes melhorias.
Introdução
Vida e obra de Melvil Dewey
Em 10 de Dezembro de 1851 nascia Melville Louis Kossuth
Dewey, em Adams Center, Nova Iorque o caçula de cinco
filhos de uma família com poucos recursos financeiros porém
muito religiosa, o que desde cedo foi ensinado a Dewey a
importância do trabalho duro e da economia.
Aos cinco anos organizou a despensa de sua mãe facilitando a
recuperação dos itens ali utilizados. Com “treze anos tinha
guardado dinheiro suficiente para comprar o que considerava o
‘livro mais essencial’ – um dicionário completo”. (PRESCOTT,
2001, p. 2).
Em 1870, Dewey ingressa na faculdade de Amherst College em
Massachusetts, aos 19 anos, onde trabalhou como assistente na
biblioteca, cargo este que conseguiu em 1872.
No ano seguinte em 1873, aos 21 anos, conhecendo outras
bibliotecas, observou que os livros eram organizados de forma
onde tinham um lugar fixo e físico em prateleiras e estantes
específicas, o que dificultava para as bibliotecas à medida que
o acervo crescia, sendo que cada livro precisava ser
renumerado, custando tempo e verba, além de que livros com
assuntos semelhantes acabam ficando dispersos uns com os
outros.
Essa observação incomodava Dewey, que desenvolveu todo um
plano de reestruturação da biblioteca. “Isso significava que a
localização dos livros não seria mais absoluta, isto é, ligada a
determinada estante e prateleira, mas relativa ao seu assunto.
Dessa forma o livro passava a ganhar uma localização que é
relativa também aos outros livros do acervo.” (ALAMO, 2014).
É promovido Assistente Bibliotecário em 1874. Mas é em 1876
quando se torna o primeiro redator-chefe do Library Journal que
publica de forma anônima o que revolucionaria a Biblioteconomia
na época: o “Classification and Subject Index for Cataloguing and
Arranging the Books and Pamphlets of a Library”, um folheto de
42 páginas, com doze páginas de Introdução, doze de Tabelas e
dezoito de Índice, que continha a ideia de utilizar números
arábicos decimais simbolizando os assuntos para a arrumação dos
livros nas estantes das bibliotecas. Neste mesmo ano, Dewey se
torna membro-fundador da American Library Association, como
primeiro secretário (1876 – 1890) e presidente (1890 – 1891).
“Dewey não concebeu uma classificação totalmente original em
sua estrutura, mas foi inovador em adotar e adaptar pontos fortes
dos trabalhos de outros autores”. (ALAMO, 2014). Dewey chega
a citar o autor italiano Natale Battezzati, como fonte de inspiração
no prefácio da primeira edição do CDD.
Quando começou a trabalhar (1883) na
Faculdade de Columbia, em Nova Iorque, criou
o primeiro curso de Biblioteconomia em 1887,
onde abriu a oportunidade da presença de
mulheres no curso, algo que era contra perante o
Conselho da faculdade. Essa insistência por
aceitarem mulheres no curso, lhe custou a
demissão na Faculdade de Columbia. Em
seguida foi-lhe oferecido o cargo de
bibliotecário na Universidade do Estado de
Nova Iorque, em Albany, e depois o cargo de
Diretor da Biblioteca Estadual, em 1889, cargo
que exerceu até 1906.
Faleceu em 26 de Dezembro de 1931, em Lake
Placid, Nova Iorque.
Influências filosóficas
Por se tratar da classificação uma das principais manifestações da mente humana, discutir a respeito desta atividade também se trata, antes de tudo, de uma importante pauta para os que têm o conhecimento como objeto de estudo. Racionalizar todas as vertentes do pensamento humano, ou apenas situar a existência do ser, em todas suas manifestações, em um dado nível de classificação foi uma preocupação que persiste desde os primórdios da filosofia ocidental, sendo explorada de maneiras distintas em cada fase da investigação filosófica.
Influências filosóficas
Aristóteles;
Bacon;
Hegel.
A origem da classificação está, assim como a maioria dos
saberes, atrelada à filosofia, pois é na Grécia Antiga que os
primeiros sistemas que visam a organização, divisão e
distinção dos objetos e, principalmente, dos saberes, são
criados.
Destaca-se Aristóteles, possivelmente o primeiro a se preocupar em
classificar não só as diferentes áreas dos saberes dentro da filosofia,
mas também todos os tipos de documentos existentes na época, como
os pergaminhos e papiros.
Devido à intermediação de Bacon entre Aristóteles e Dewey, torna-
se a classificação aristotélica mais indireta à Classificação Decimal de
Dewey.
Divide o conhecimento em três grandes áreas:
- Ciências Teóricas (física, matemática e metafísica);
- Ciências Práticas (ética, economia e política);
- Ciências Produtivas (poética, estética e artes).
(Este será futuramente o Trivium / Quadrivium na Idade Média).
1. Aristóteles
2.Bacon
Francis Bacon estabelece a divisão do conhecimento em outras três
categorias gerais, semelhantemente ao modelo Aristotélico, porém
estando mais próximo de alcançar a realidade de Melvil Dewey. As
três classes são:
– a Razão (ligada à Filosofia);
– a Memória (ligada à História);
– a Imaginação (remetendo à poesia).
Para Bacon, todo o produto da historicidade (Memória) absorvido
pelo indivíduo passa, sob intermédio da Imaginação (dramatização,
poesia), por meio de analogias, abstrações e comparações. Este
produto é então processado pela Razão, sendo esta responsável por
questionamentos, sistematização e posicionamentos do indivíduo a
respeito de um dado objeto.
3.Hegel
O idealismo de Friedrich Hegel é apontado como o contato mais direto ligado à formação de Melvil Dewey por intermédio de seu mentor Julius Seelye e de outros membros do próprio AmherstCollege, adeptos ao Hegelianismo. A divisão de Hegel é dada por três classes:
– a ideia;
– a essência;
– o ser.
O critério para que o conhecimento seja distribuído entre essas três trajetórias é com qual desses três níveis da existência humana a atuação intelectual está operando. O ser, que é o nível mais material e “rústico” de toda essência, se trata do que pode ser visto, ou seja, do que é palpável. Esse ser é habitado pela essência, que o torna individual, tanto por sua independência, assim como pelas influências sofridas ao longo da vida. Por fim, a ideia é a atividade do ser enquanto ser pensante, sendo o nível mais elevado da existência.
Tabela comparativa filósofos.
Bacon I) Razão/ filosofia II) Imaginação/
poesia
III) Memória/
história
Hegel I) Ideia (Begriff) II) Essência III) Ser
Aristóteles Ciências teóricas
(física, matemática
e metafísica)
Ciências práticas
(ética, economia e
política)
Ciências produtivas
(poética, estética e
artes)
Tendo como modelo a classificação das ciências de Francis Bacon, a Classificação
Decimal de Dewey possui dez classes que são baseadas na divisão do conhecimento em
cinco categorias fundamentais - gênero, espécie, matéria, espaço e tempo - e divididas
continuamente, do mais geral ao mais específico.
A afirmativa acima está
a) incompleta, pois cada uma das dez classes principais consiste de dez subdivisões e
estas, por sua vez, repartem-se indefinidamente.
b) incorreta, pois sabe-se que existem inúmeros temas interdisciplinares e ou
transdisciplinares que dificilmente se encaixariam na divisão de Bacon.
c) correta, uma vez que o sistema decimal permite a divisão hierárquica das classes, o
que representou um grande avanço à época.
d) correta, embora esse modelo de organização de conhecimentos já não seja
reconhecido atualmente por apresentar relações inconsistentes.
e) incorreta, porque as suas classes são baseadas na divisão do conhecimento em três
grandes grupos: memória, imaginação e razão.
Fonte: https://www.aprovaconcursos.com.br/
A CDD nos concursos
2 ª P a r t e
Estrutura e Hierarquia
Relações Hierárquicas
Subordinação: Dependência de uma coisa em relação à
outra. Neste caso, das subclasses em relação à classe.
Relações Hierárquicas
Superordenação: Relação de uma classe (mais geral ou
abrangente) com as subclasses (mais específicas).
Relações Hierárquicas
Coordenação: Relação entre as classes de mesmo nível.
A classificação de Dewey é composta, de modo geral, por três
sumários de assunto, sete tabelas auxiliares e um índice relativo. Os
três sumários mencionados são a principal base na estrutura da
CDD, pois são eles que enumeram os assuntos em sua forma mais
ampla, indo em direção a um determinado nível de especificidade.
A estrutura da CDD
A Classificação Decimal de Dewey divide o conhecimento em 10
áreas, ou disciplinas que são:
000 - Generalidades (que posteriormente passou a incluir
Computadores, informação e referência geral)
100 - Filosofia
200 - Religião
300 - Ciências Sociais
400 - Línguas
500 - Ciências naturais e matemática
600 - Tecnologia
700 - Artes
800 - Literatura
900 - Geografia e História
Sumários de Assunto
O Primeiro Sumário - As Dez Classes
Principais
A partir destas chamadas dez classes gerais, de cada uma são
criadas mais outras dez sub-classes ou divisões, que por sua vez,
abrangem mais outras dez sub-classes, as chamadas seções. Em
suma, pode-se dizer que a estrutura básica da CDD é composta por
dez classes gerais, cem divisões e mil seções.
A numeração da CDD segue, como indicado por seu próprio nome,
uma lógica obtida pelo sistema decimal de numeração. Sendo a
notação mínima definida por três dígitos, obrigatoriamente, cada
um destes três dígitos será ocupado por um dado nível hierárquico
do sistema: o primeiro dígito, na casa das centenas, será reservado
às classes gerais (também chamadas de primeiro sumário);
enquanto o segundo dígito (na casa das dezenas) será voltado a
enumerar uma entre as dez divisões do assunto principal (segundo
sumário, ou sumário das centenas) e, por fim, é atribuído o terceiro
dígito, na casa dos milhares, o número da seção (terceiro sumário,
ou sumário dos milhares).
Trata-se da forma de apresentação de modo sequencial das
informações a serem representadas, seguindo a característica do
raciocínio do sistema ao qual está relacionada. De acordo com a
CDD, a “ordem de citação permite ao classificador criar ou
sintetizar um número usando duas ou mais características
(facetas), conforme especificado nas notas de instruções. O êxito
na construção de um número pela CDD requer que se
determine quais as características se aplicam a cada trabalho
específico e a qual sequência as facetas serão ordenadas”. De
modo geral, as facetas são dispostas seguindo a seguinte ordem: 1)
assunto específico, 2) aspecto geográfico, 3) aspecto temporal e 4)
forma.
Ordem de citação
Tomemos como exemplo uma obra que deva ser classificada como
Direito em geral. Partindo da classe geral 300, Ciências Sociais,
entre suas divisões, a de número 040 é atribuída a Direito. Já o
caráter generalizado é atribuído na casa das seções, conforme
ilustrado abaixo:
300 - Ciências Sociais
040 - Direito
000 - Classe de generalidades.
(300 + 040 + 000 = 340: Obras de Direito em geral).
A Classificação Decimal de Dewey
Outra ferramenta que auxiliará em uma especificação mais
precisa na classificação da obra é a chamada numeração de
forma. Estes números vão de 01 a 09 e retratam a forma como o
assunto é apresentado ao leitor, como, por exemplo, teorias,
dicionários e enciclopédias de verbetes, periódicos, entre outros.
Assim, se 340 é a numeração para obras gerais em Direito, ao
acrescentarmos 03, que é o número para dicionários, temos a
obra classificada como dicionário para Direito.
340 Obras de Direito em geral +
03 Dicionários e enciclopédias
= 340.03
A Classificação Decimal de Dewey
São denominadas tabelas auxiliares aquelas cujos tópicos podem ser
abrangidos por qualquer um dos assuntos descritos nas classes da
CDD, tornando possíveis ligações mais coerentes entre assuntos
distintos, servindo assim como um mecanismo de aperfeiçoamento
no processo de classificação. São elas:
Subdivisões padrão
Subdivisões de área
Subdivisões de literaturas individuais
Subdivisões de línguas individuais
Subdivisões raciais, étnicas, nacionais
Subdivisões de idiomas
Subdivisões de pessoas
Vale ressaltar que o uso das tabelas auxiliares é opcional e, devido a
seu caráter de estrita demarcação do assunto, é recomendado que sua
utilização seja realizada com irrestrita atenção.
Tabelas Auxiliares
Um dos principais diferenciais da classificação de Dewey é seu
característico índice relativo de assuntos. Como Dewey alega, a
CDD se trata de “Uma classificação de assuntos com um Índice
Relativo".
Este índice nada mais é que a listagem por ordem alfabética dos
assuntos presentes no Sistema Decimal, associados às disciplinas
nas quais podem ser incluídas na classificação. Cada assunto pode
estar incluso em diversas classes, seguindo a proposta de
multiplicidade de pontos de vista - sendo assim, seu nome faz juz
ao termo “relativo”.
Porém, não se deve confundir esta relatividade com a abertura da
classificação facetada, enquanto a Classificação Decimal apresenta
conteúdo muito mais estruturado de uma forma “fixa”, buscando
dar ao usuário mais “numerações prontas”, sem conceder muito
espaço para questionamentos.
Índice Relativo
Ao classificar uma obra usando a Classificação Decimal
de Dewey, um bibliotecário seguiu os passos abaixo:
I. Determinação da disciplina: escolher o campo de estudo da obra.
II. Determinação do assunto: de que trata a obra.
III. Determinação da abordagem ou forma.
A prática do profissional está
a) correta; a determinação da disciplina leva em conta o campo ao qual a obra se
destina.
b) incorreta; a determinação da abordagem ou forma é o primeiro passo para a
classificação.
c) incorreta; a determinação do assunto da obra deve ser feita em primeiro lugar.
d) correta; a determinação do número de classificação mais adequado é o passo
seguinte.
e) correta; a determinação da disciplina e do assunto deve seguir a intenção do autor.
Fonte: https://www.aprovaconcursos.com.br/
A CDD nos concursos
A CDD nos concursosNa Classificação Decimal de Dewey, os conceitos são representados de acordo com
relações de coordenação, de subordinação e de superordenação. Em geral, as classes,
em qualquer nível, são subordinadas à classe de nível imediatamente superior;
coordenadas com uma ou mais classes de mesmo nível; e superordenadas a uma ou
mais classes de nível inferior.
A afirmativa acima está
a) correta; trata-se do critério da especificidade, que determina o nível de precisão e a
extensão dos assuntos.
b) correta; trata-se do mecanismo da decimalidade, que divide o universo em grandes
classes.
c) correta; trata-se do princípio de hierarquia, expresso por meio da estrutura e da
notação.
d) incorreta; trata-se do caráter analítico-sintético, desenvolvido pela Classificação
Decimal Universal.
e) incorreta; trata-se de relações semânticas, aplicáveis apenas a linguagens
documentárias como os tesauros.
Fonte: https://www.aprovaconcursos.com.br/
3 ª P a r t e
Edições e Características
Histórico das edições
Em 1876 é publicada, sob anonimato, a CDD com o nome de
Decimal Classification and Relative Index. Nove anos mais tarde,
é lançada a 2ª edição, cuja importância é dada pelo marco da
declaração de Dewey sobre a estrutura geral da classificação não
estar sujeita a futuras alterações, somente a melhorias e
adaptações quando necessário, além de também ser definida a
notação mínima de três dígitos na numeração simplificada. Tais
fatores incluem esta ao grupo de edições mais consagradas pelo
público-alvo.
A partir de então, da segunda à décima terceira edição não são
realizadas mudanças tão expressivas quanto às demais, pois
ocorreram em sua maioria somente acréscimos e pequenas
alterações ao longo de seus lançamentos.
Conhecida como edição memorial, a 13ª versão da CDD carrega pela
primeira vez o nome de Dewey, em homenagem ao falecido criador. São
inseridas novas tabelas no sistema, que não são bem aceitas pela
comunidade de usuários, e não aparecem na próxima edição.
A criticada 14ª edição é lançada no ano 1942, e é considerada a versão
mais marcada por falhas e inconsistências, além de seu acentuado
desequilíbrio na distribuição de numerações entre áreas do
conhecimento distintas.
Em contrapartida a tal declínio em termos de aceitação por parte dos
usuários, a 15ª edição pode ser considerada um grande sucesso. Em
busca de uma modernização do sistema classificatório e de uma
aproximação às novas necessidades informacionais, a 15ª versão da
CDD é caracterizada por sua minuciosa revisão, que inclui a renovação
de sua ortografia, tirando de uso as rebuscadas terminologias
originalmente utilizadas por Dewey, além de uma total repaginação
gráfica, de modo a facilitar sua visualização pelo usuário.
Histórico das edições
A edição do ano de 1958 é caracterizada como uma união das duas
anteriores, na qual são inseridas as tabelas-fênix. Em seguida, a 17ª
edição, que vem sob grandes expectativas de tendências modernas, é
desenvolvida para suprir falhas no esquema de numeração dos volumes
que a antecedem. No ano de 1971, é lançada a 18ª edição que será
marcada pela histórica adoção da CDD pela Library of Congress e pela
National British Library como a classificação para o formato MARC.
Nesta edição, lançada em três volumes, são inseridas também cinco
novas tabelas auxiliares.
As próximas duas edições são caracterizadas por serem focadas em
melhorias e revisões das anteriores, como por exemplo, a reformulação
dos sumários na vigésima edição, edição esta que foi lançada em 4
volumes. Outras mudanças relevantes são as realizadas no índice
alfabético, e a inserção de notas mais claras a fim de otimizar a
navegação do usuário (SILVA, 1994). Porém, o maior destaque nesta
última edição, é atribuída à inserção do manual.
Histórico das edições
O último porém não menos importante fator a respeito da vigésima
edição é a utilização, pela primeira vez, de um suporte on-line na
sua construção. Após a posse do posto de diretor de edição por
John Mitchell durante a produção da vigésima primeira edição,
(GUARIDO, 2008), a 22ª versão é também publicada pelo mesmo
sob supervisão da OCLC.
A última versão até hoje lançada é a 23ª edição, estando ainda em
uso desde meados de 2011.
Histórico das edições
Quem cuida da CDD hoje em dia?
Desde 1923, o Comitê de Politica Editorial (CPE) para a CDD, está
localizado na Biblioteca do Congresso. É constituído por 10 membros
que são indicados e eleitos por diversas organizações do mundo. Sua
função é aconselhar o OCLC sobre assuntos relacionados à inovações,
mudanças e ao desenvolvimento da CDD.
4 ª P a r t e
Informações úteis
Gráficos de Publicações por ano
0
5
10
15
20
25
Wiley Online Library LISA
Publicações/ano
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
Registros bibliográficos localizados
na Biblioteca Comunitária da UFSCar
Unidade de Informação: Biblioteca Comunitária
Tipo de obra: Livros
Assunto: Classificação Decimal de Dewey
Resultado: 36
Sinalização BCO - UFSCar
Considerações Finais
A Classificação Decimal De Dewey, desde sua primeira edição, é capaz de
acompanhar a evolução do conhecimento, ainda mantendo a sua integridade
enquanto sistema - um fator importantíssimo para qualquer classificação de
qualidade aceitável. A CDD ainda está aberta a novas entradas, por possibilitar
situar assuntos que passam a ser discutidos em cada intervalo de tempo entre
seus lançamentos de novas edições.
De todo modo é inegável a influência desta classificação de grande renome, com
sua perceptível adaptabilidade, que dá base às próximas classificações que a
sucedem. Cabe a cada unidade de informação chegar ao consenso sobre a
classificação que melhor se aplique às suas necessidades, portanto o peso dos
pontos negativos e positivos da utilização de qualquer sistema é relativo a cada
realidade
Referências:ALAMO. Você conhece a história de Melvil Dewey?. 2014 Disponível em: <http://blog.crb6.org.br/>. Acesso em:
28 dez. 2016
Como um pioneiro na área de bibliotecas influenciou profundamente a biblioteconomia moderna. 2017. Disponível
em: <https://www.oclc.org>. Acesso em: 28 dez. 2016
DEWEY, M. A classification and subject index for cataloguing and arranging the books and pamphlets of a
library. Amherst, Mass., 1876. Facsimile reprinted by Forest Press Division Lake Placid Educational Foundation.
Disponível em: <http://www.gutenberg.org/>. Acesso em: 28 dez. 2016
GUARIDO, Maura D. M. Como usar e aplicar a CDD - 22ª edição. Marília: FUNDEPE; São Paulo: UNESP, 2008.
POMBO, Olga. Da classificação dos seres à classificação dos saberes. Leituras. Revista da Biblioteca Nacional de
Lisboa, nº 2, 1998. Disponível em: http://www.educ.fc.ul.pt/hyper/resources/opombo-classificacao.pdf. Acesso em:
28 dez 2016.
PRESCOTT, S. Mevil Dewey, the father of modern librarianship, was one strange guy. Nut his classification system
is still used in most of the world. School Library Journal, 1997. Disponível em <http://www.napavalley.edu/>.
Acesso em: 28 dez. 2016
OLSON, H. A. A potência do não percebido: Hegel, Dewey e seu lugar na corrente principal do pensamento
classificatório. InCID: Revista de Ciência da Informação e Documentação, v. 2, n. 1, 2011. Disponível em:
http://www.brapci.ufpr.br/brapci/v/a/16778 Acesso em: 28 dez. 2016.