Classes de Tolerancias de Roscas

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1 Informativo Técnico Engenharia de Aplicações Número: 008 Rev.: 00 Elaborado por: Valdecir Lourenço Furtado Data: 21/08/2009 Assunto: Classes de tolerâncias de roscas 1. OBJETIVO Determinar as classes de tolerâncias de roscas utilizadas comercialmente para os sistemas de dimensões métrico e polegada. 2. DOCUMENTOS COMPLEMENTARES - ISO 965, parte 1 – ISO general purpose metric screw threads – Tolerances. - Basic Elements of Screw Thread Design – IFI (Industrial Fasteners Institute). 3. CLASSES DE TOLERÂNCIA DE ROSCAS A determinação adequada das classes de tolerância para roscas se faz necessária para garantir a montagem entre elementos roscados. Ex.: parafusos e porcas. A rosca de parafusos/porcas tem duas funções: permitir a montagem e, uma vez juntos, suportar a carga de trabalho aplicada. 4. CLASSES DE TOLERÂNCIAS DE ROSCAS PADRÕES 4.1 Classes de Tolerâncias de Rosca Padrões para Sistema Polegada As classes de tolerâncias de roscas usualmente utilizadas são as definidas na Figura 1, sendo as 1B, 2B e 3B para rosca interna e as 1A, 2A e 3A para rosca externa. No sistema polegada, não se permite afastamentos em relação à dimensão de flanco básica para as roscas internas, sendo que somente as

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Nmero:

Informativo TcnicoEngenharia de Aplicaes

008

Rev.: 00

Elaborado por: Data: Assunto:

Valdecir Loureno Furtado 21/08/2009

Classes de tolerncias de roscas

1. OBJETIVO Determinar as classes de tolerncias de roscas utilizadas comercialmente para os sistemas de dimenses mtrico e polegada.

2. DOCUMENTOS COMPLEMENTARES - ISO 965, parte 1 ISO general purpose metric screw threads Tolerances. - Basic Elements of Screw Thread Design IFI (Industrial Fasteners Institute).

3. CLASSES DE TOLERNCIA DE ROSCAS A determinao adequada das classes de tolerncia para roscas se faz necessria para garantir a montagem entre elementos roscados. Ex.: parafusos e porcas. A rosca de parafusos/porcas tem duas funes: permitir a montagem e, uma vez juntos, suportar a carga de trabalho aplicada.

4. CLASSES DE TOLERNCIAS DE ROSCAS PADRES

4.1 Classes de Tolerncias de Rosca Padres para Sistema Polegada As classes de tolerncias de roscas usualmente utilizadas so as definidas na Figura 1, sendo as 1B, 2B e 3B para rosca interna e as 1A, 2A e 3A para rosca externa. No sistema polegada, no se permite afastamentos em relao dimenso de flanco bsica para as roscas internas, sendo que somente as1

posies de tolerncias 1A e 2A permitem afastamentos em relao dimenso bsica de flanco.

Figura 1 Classes de Tolerncias de Roscas

As tolerncias de roscas devem ser utilizadas combinadas para que haja uma perfeita unio das partes, sendo as demonstradas na Figura 2 recomendadas pelo IFI.

Figura 2 Combinao de Classes de Tolerncias de Roscas

4.2 Classes de Tolerncias de Rosca Padres para Sistema Mtrico

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As classes de tolerncias de roscas usualmente utilizadas e indicadas pela norma ISO 965-1 para aplicaes de classe mdia de exigncia e com comprimentos de engajamento de rosca normal so as demonstradas na Figura 3, sendo 6G e 6H para rosca interna e 6e, 6f, 6g e 6h para rosca externa.

Figura 3 Classes de Tolerncias de Roscas

Observa-se na Figura 3 que se permite afastamento em relao linha de flanco bsica a posio de tolerncia 6G, para rosca interna e 6e, 6f e 6g, para a rosca externa. J as posies 6h/6H no permitem afastamentos. A combinao de tolerncias recomendadas pela norma ISO 965-1 so as demonstradas na figura 4.

Figura 4 Combinao de Classes de Tolerncias de Roscas

5. ROSCAS COM REVESTIMENTOS SUPERFICIAIS

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Para prolongar a vida til de produtos fabricados em ao e suas ligas, comum a utilizao de revestimentos superficiais. Tais revestimentos so estruturados em camadas, tal qual a necessidade do revestimento ou a vida til esperada da pea/equipamento. Quando se reveste peas roscadas, deve-se levar em considerao as dimenses das camadas e a sua possvel interferncia no dimetro de flanco dos elementos roscados.

Como regra, a camada de revestimento depositada sobre as roscas provoca as seguintes alteraes de medidas:

a) No dimetro externo, a dimenso alterada em duas vezes a espessura da camada depositada;

b) No dimetro de flanco, a dimenso alterada em quatro vezes a espessura da camada depositada.

Sendo assim, para se estabelecer a espessura de camada mxima permitida em uma determinada rosca com uma determinada classe de tolerncia, deve-se dividir as dimenses das folgas permitidas pelas classes de tolerncias por quatro e teremos os valores em (m). A tabela 1 demonstra os valores de desvios para vrias classes de tolerncia para Roscas Interna e Externa em relao aos passos de roscas definida pela norma ISO 965-1. Para a definio da camada mxima de revestimento, deve ser considerada a soma de ambos os desvios: positivo para roscas internas e negativos para roscas externas. A tabela 2 demonstra valores de desvios para as roscas da srie polegada definidas pelas bitolas e passos de rosca em Fios por Polegadas. As definies para as camadas mximas de revestimentos seguem as regras definidas acima. Neste caso, porm, so permitidos apenas desvios para as classes de tolerncia para roscas externa.

Tabela 1 Desvios Fundamentais para Roscas Srie Mtrica4

Tabela 2 Desvios Fundamentais para Roscas Externas Srie PolegadaPASSO (F.P.P.) Bitola #3 #4 #5 NORMAL FINO 48-UNC 56-UNF 40-UNC 48- UNF 40-UNC Desvios para Classes 1A e 2A 17,4 16,8 18,9 18,3 19,8 5

44-UNF #6 #8 # 10 1/4" 5/16" 3/8" 7/16" 1/2" 9/16" 5/8" 3/4" 7/8" 1" 1.1/8" 1.1/4" 1.3/8" 1.1/2" 32-UNC 40-UNF 32-UNC 36-UNF 24-UNC 32-UNF 20-UNC 28-UNF 18-UNC 24-UNF 16-UNC 34-UNF 14--UNC 20-UNF 13-UNC 20-UNF 12-UNC 18-UNF 11-UNC 18-UNF 10-UNC 16-UNF 9-UNC 14-UNF 8-UNC 12-UNF 7-UNC 12-UNF 7-UNC 12-UNF 6-UNC 12-UNF 6-UNC 12-UNF

18,9 21,3 19,8 22,2 21,3 25,2 23,1 28,2 24,9 30,6 28,2 33,6 29,1 35,7 32,1 38,1 32,7 39,6 34,2 42 36 45 38,1 48 41,1 51,9 45 54,9 45,6 56,4 47,1 60,9 48 61,8 48,9

4.1 Aceitabilidade de Roscas

A ISO 1502, Aceitabilidade de Roscas Externas defini os seguintes princpios:

a) O fabricante no dever fornecer pea cuja dimenso de rosca (dimetro de flanco e dimetro virtual (funcional) esteja fora dos limites especificados;

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b) O comprador no rejeitar pea cuja dimenso de rosca (dimetro de flanco e dimetro virtual) esteja dentro dos limites especificados.

Para que as questes acima sejam resolvidas em ambas as situaes (fabricao e recebimento), necessria a compreenso e adoo de calibradores apropriados para as condies de produtos com e sem

revestimentos. As recomendaes de calibradores demonstradas na Tabela 3 seguem orientaes da norma ISO 965-1 e do IFI. A nica situao que contraria essa orientao referente aos produtos da linha Allen, que prevem a liberao de produtos sem revestimentos com o calibrador 3A.

Tabela 3 Quadro Orientativo de Calibradores para Roscas Externa

Tipo de Rosca Condio do Produto Mtrica Polegada

Sem Revestimento

6g

2A

Com Revestimento

6h

3A

6. CONCLUSO A garantia da montabilidade entre partes roscadas depender da especificao da bitola, passos e tolerncia das roscas envolvidas. As camadas de revestimentos depositadas sobre as roscas devem ser consideradas no momento da escolha das classes de tolerncias de roscas. Em camadas muito espessas, deve ser analisada a necessidade da utilizao de roscas Over Size. As roscas, aps os revestimentos superficiais, quando em situaes normais ou comerciais, devero ser liberadas com calibradores de posies conforme Tabela 3.

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