Claro enigma
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Carlos Drummond de Andrade
Claro Enigma, 1951, 3.ª fase da poesia modernista no Brasil, 41 poemas
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Oposição ao anterior
Les événements m’énnuient
Temas filosóficos Formas tradicionais;
soneto
rafabebum.blogspot.com6 partes:
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I – Entre Lobo e Cão
Sá de Miranda
Na meta do meio-diaandais entre Lobo e Cão
noite = negativa amanhecer =
positivo rosa = esperança
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X
Escurece, e não me seduztatear sequer uma lâmpada.Pois que aprouve ao dia findar,aceito a noite.
“Dissolução”
(...)Esta rosa é definitiva,ainda que pobre.
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Tão delicados (mais que um arbusto) e correme correm de um para o outro lado, sempre esquecidosde alguma coisa. Certamente falta-lhesnão sei que atributo essencial (...)
(“Um Boi Vê os Homens”)
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II – Notícias Amorosas
Que pode uma criatura senão entre criaturas, amar?Amar e esquecer?Amar e malamarAmar, desamar e amarSempre, e até de olhos vidrados, amar?(...)
Este é o nosso destino: amor sem conta,distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,doação ilimitada a uma completa ingratidão,e na concha vazia do amor a procura medrosa,paciente, de mais e mais amor.
(“Amar”)
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III – Um Menino e os Homens
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Carlos Drummond de Andrade, Vinícius de Moraes, Manuel Bandeira, Mario Quintana e Paulo Mendes Campos
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o redondo, claro, apolíneoriso de quem conhece a morte.
O riso, agora "nosso", sugere no final a expectativa diante do mistério:
Se de nosso nada possuímossalvo o apaixonado transporte— vida é paixão —, contigo rimos,expectantes, em frente à Porta!
(“Aniversário”)
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IV – Selo de Minas
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De nossa mente lavamos o ouro como de nossa alma um dia os errosse lavarão na pia da penitência. E filhos netos bisnetostataranetos despojados dos bens mais sólidos e rutilantes portanto os
[mais completosirão tomando a pouco e pouco desapego de toda fortunae concentrando seu fervor numa riqueza só, abstrata e una.
(“Os Bens e o Sangue”)
9 temas de Drummond O indivíduo “retorcido” Terra natal Família “Amigos” Choque social Amor “amaro” Metalinguagem Exercícios lúdicos Reflexões metafísicas
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Às duas horas da tarde deste nove de agosto de 1847nesta fazenda do Tanque e em dez outras casas de rei, q não de valete,em Itabira Ferros Guanhães Cocais Joanesia Capãodiante do estrume em q se movem nossos escravos, e da viraçãoperfumada dos cafezais q trança na palma dos coqueiros (...)
(“Os Bens e o Sangue”)
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Parede do quarto de Drummond
V - Os Lábios Cerrados
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(...) ali ao canto da mesa,não por humilde, talvezpor ser o rei dos vaidosose se pelar por incômodasposições de tipo gauche,ali me vês tu. Que tal?Fica tranquilo: trabalho.Afinal, a boa vidaficou apenas: a vida(e nem era assim tão boae nem se fez muito má).Pois ele sou eu. Repara:tenho todos os defeitosque não farejei em ti (...)
(“A Mesa”)
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VI - A Máquina do Mundo
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E como eu palmilhasse vagamenteuma estrada de Minas, pedregosa, (...)
a máquina do mundo se entreabriupara quem de a romper já se esquivavae só de o ter pensado se carpia.
e a memória dos deuses, e o solenesentimento de morte, que floresceno caule da existência mais gloriosa,
tudo se apresentou nesse relancee me chamou para seu reino augusto,afinal submetido à vista humana.
(“A Máquina do Mundo”)
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baixei os olhos, incurioso, lasso,desdenhando colher a coisa ofertaque se abria gratuita a meu engenho.
(“A Máquina do Mundo”)
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