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ADRIANO TAMANINI DE MATOS
DANIELLA VIEIRA DA SILVAELIAS RODRIGUES LEALRAFAEL YUKIO NAKAZATO
PROCEDIMENTOS TERICOS PARA ANLISE SSMICAEM EDIFICAES
Trabalho de Concluso de Cursoapresentado como exigncia parcial paraa obteno do ttulo de Graduao doCurso de Engenharia Civil daUniversidade Anhembi Morumbi
Orientador: Prof. MSc. Calebe Paiva Gomes de Souza
So Paulo2011
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ADRIANO TAMANINI DE MATOSDANIELLA VIEIRA DA SILVA
ELIAS RODRIGUES LEAL
RAFAEL YUKIO NAKAZATO
PROCEDIMENTOS TERICOS PARA ANLISE SSMICA
EM EDIFICAES
Trabalho de Concluso de Cursoapresentado como exigncia parcial paraa obteno do ttulo de Graduao doCurso de Engenharia Civil daUniversidade Anhembi Morumbi
Trabalho____________ em: ____ de_______________de 2011.
______________________________________________Prof. MSc. Calebe Paiva Gomes de Souza
______________________________________________Prof. Fernando Jos Relvas
Comentrios:_____________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
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AGRADECIMENTOS
Nossos sinceros agradecimentos aos nossos familiares e amigos, pela ajuda ecompreenso neste importantssimo momento de nossas vidas, e aos professores Calebe
Paiva e Wilson Shoji pela presteza durante o desenvolvimento do trabalho.
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RESUMO
A ocorrncia de abalos ssmicos pode ser caracterizada pelas condies geolgicas daregio ou por ao induzida pelo homem. A localizao geolgica favorvel do Brasilpossibilita que no seja frequente a ocorrncia de eventos ssmicos em terras brasileiras,porm, j houve alguns abalos ssmicos e apesar de serem de baixas intensidades,muitas estruturas foram danificadas comprometendo o uso e trazendo prejuzoseconmicos e sociais. Para avaliar as condies sismolgicas primordial oconhecimento dos conceitos geolgicos e para o dimensionamento das estruturas deconcreto armado sismo-resistentes relevante o domnio dos conceitos tcnicos e dasnormas pertinentes: Norma NBR 15421 (ABNT, 2006), SENCICO-2003 (Peru), Eurocode8 (Europa) e a AASHTO-2007 (Estado Unidos). Nos estudos de casos so feitas asdemonstraes do comportamento da edificao, do tipo residencial em concreto armado,
em diferentes zonas ssmicas definidas pela Norma NBR 15421 (ABNT, 2006),apresentando as recomendaes para o detalhamento das estruturas em concretoarmado visando o aumento da resistncia para suportar a ao de sismos. A anlise dosresultados obtidos feita a partir da comparao dos clculos de deslocamento mximono topo do edifcio, dos esforos de momentos de toro e de tombamentos da estrutura.
Palavras chaves: Abalos Ssmicos, Norma NBR 15421 (ABNT, 2006), SistemasResistentes.
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ABSTRACT
The occurrence of earthquakes can be characterized by the region's geological conditionsor man-induced actions. Brazil's favorable geological location provides not frequentoccurrence of seismic events in Brazilian soil, however, there have been few earthquakes,and even though they are low intensity, many structures were damaged affecting the useof it and bringing economic and social losses . To evaluate the seismic conditions isessential the knowledge of geological concepts and the design of reinforced concretestructures earthquake-resistant material is the domain of technical concepts and standardsrelevant: NBR 15421 (ABNT, 2006), SENCICO-2003 (Peru ), Eurocode 8 (Europe) andAASHTO-2007 (United States). Statements on the behavior of building, residential typeconcrete in different seismic zones defined by the NBR 15421 (ABNT, 2006) are made
through researches, presenting recommendations for the detailing of reinforced concretein order to increase the strength to withstand the action of earthquakes. The analysisresults is made through the comparison of the results of maximum displacement at the topof the building, the efforts of torsional moments and overturning of the structure.
Key words: Earthquakes, Norma NBR 15421 (ABNT, 2006) and resistent systems.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 2- 1Movimentao das principais placas tectnicas ..................................... 25
Figura 2- 2Exemplos de movimentao das placas tectnicas ................................ 26
Figura 2- 3Localizao do Hipocentro e Epicentro ................................................... 27
Figura 2- 4Propagao das ondas de corpo e ondas de superfcie ........................ 28
Figura 2- 5Exemplo de movimentao das ondas superficiais ............................... 28
Figura 2- 6Exemplo de Sismgrafo e indicao da posio do pndulo em relao
ao movimento da Terra ................................................................................................... 30Figura 2- 7Escala Richter ............................................................................................ 31
Figura 2- 8Escala de Mercalli Modificada .................................................................. 32
Figura 2- 9Exemplo de formao de sismo induzido pela construo de barragens........................................................................................................................................... 34
Figura 2- 10 - Desastre causado pelo tremor de 2008, na Provncia de Sichuan ....... 35
Figura 2- 11 - Mapa dos maiores terremotos ................................................................. 39
Figura 2- 12 - Inqurito do Marques de Pombal ............................................................ 41
Figura 2- 13 - Abertura do solo ....................................................................................... 42
Figura 2- 14- Casas destrudas e Valdivia ..................................................................... 42
Figura 2- 15- Ponte Pichoy .............................................................................................. 43
Figura 2- 16 - Falhas geolgicas no Brasil .................................................................... 45
Figura 2- 17Mapa Indicativo dos Tremores Ocorridos no Brasil .............................. 47Figura 2- 18 - Danos na rea urbana de Joo Cmara .................................................. 48
Figura 2- 19 - Danos na rea urbana de Joo Cmara .................................................. 49
Figura 2- 20Espectros de resposta: (a) deslocamentos; (b) velocidades e (c)acelerao em funo do tempo. ................................................................................... 54
Figura 2- 21Acelerogramas com variao no tempo para dois tipos de sismo ..... 55
Figura 2- 22Zoneamento ssmico do Brasil ............................................................... 57
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Figura 2- 23Sismicidade da Amrica do Sul .............................................................. 60
Figura 2- 24EdifcioAlcoa Building ............................................................................. 77
Figura 2- 25Reservatrio elevado............................................................................... 78Figura 2- 26Friction Damper.................................................................................... 79
Figura 2- 27Tuned Mass Damper............................................................................ 80
Figura 2- 28Pisto de amortecedor ............................................................................ 81
Figura 2- 29 esquerda o fluido MR antes da magnetizao; e direita o materialaps a magnetizao no estado semisslido. .............................................................. 81
Figura 3- 1- Disposio em planta dos pilares .............................................................. 85
Figura 3- 2 - Corte AA ...................................................................................................... 85
Figura 3- 3Esquema estrutural esttico ..................................................................... 90
Figura 3- 4- Disposio em planta dos pilares .............................................................. 91
Figura 3- 5- Corte AA ....................................................................................................... 92
Figura 3- 6Esquema estrutural esttico: Zona 1 ....................................................... 96
Figura 3- 7Esquema estrutural esttico: Zona 2 ..................................................... 101
Figura 3- 8Esquema estrutural esttico: Zona 3 ..................................................... 106
Figura 3- 9Esquema estrutural esttico: Zona 4 ..................................................... 111
Figura 3- 10Estribos abertos devido ao mau detalhamento .................................. 113
Figura 3- 11Estribos fechados 90 ........................................................................ 113
Figura 3- 12Fechamento dos estribos 135 .......................................................... 114
Figura 3- 13Grampos adicionais colocados na armao ....................................... 114
Figura 3- 14Efeitos causados pela falha da armadura ........................................... 115
Figura 3- 15 - Efeitos causados pela falha da armadura ............................................ 115
Figura 3- 16Espaamento dos estribos ................................................................... 116
Figura 4- 1Fora horizontal (Fx), fora cortante (Hx) e momento de toro (Mx):
Zona 1 Ftool................................................................................................................. 117
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Figura 4- 2 - Fora horizontal (Fx), fora cortante (Hx) e momento de toro (Mx):Zona 2Ftool ................................................................................................................ 118
Figura 4- 3 - Fora horizontal (Fx), fora cortante (Hx) e momento de toro (Mx),
respectivamente; Zona 3Ftool .................................................................................. 118
Figura 4- 4 - Fora horizontal (Fx), fora cortante (Hx) e momento de toro (Mx):Zona 4Ftool ................................................................................................................ 119
Figura 4- 5Grfico das foras horizontais em funo da zona ssmica ................ 120
Figura 4- 6Deslocamento total em funo da zona ssmica .................................. 121
Figura 4- 7Momento de toro em funo da zona ssmica .................................. 123
Figura 4- 8Momento de tombamento em funo da zona ssmica ........................ 124
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LISTA DE TABELAS
Tabela 2- 1 - Terremotos mais destrutivos da histria ................................................. 38
Tabela 2- 2 - Coeficientes de ponderao no ELU ........................................................ 50
Tabela 2- 3 - Fatores de correo de espectro de resposta de projeto....................... 55
Tabela 2- 4 - Categorias ssmicas .................................................................................. 58
Tabela 2- 5 - Coeficiente de limitao do perodo ......................................................... 58
Tabela 2- 6Coeficientes de projeto para diversos sistemas sismo-resistentes ..... 75
Tabela 3- 1 - Distribuio vertical da fora horizontal total ......................................... 88Tabela 3- 2 - Deslocamentos de andar ........................................................................... 88
Tabela 3- 3 - Momentos de tombamento e de toro .................................................... 90
Tabela 3- 4 - Distribuio vertical da fora horizontal total: Zona 1 ............................ 94
Tabela 3- 5 - Deslocamentos de andar: Zona 1 ............................................................. 95
Tabela 3- 6 - Momentos de tombamento e de toro: Zona 1 ...................................... 97
Tabela 3- 7 - Distribuio vertical da fora horizontal total: Zona 2 ............................ 99
Tabela 3- 8 - Deslocamentos de andar: Zona 2 ........................................................... 100
Tabela 3- 9 - Momentos de tombamento e de toro: Zona 2 .................................... 102
Tabela 3- 10 - Distribuio vertical da fora horizontal total: Zona 3 ........................ 104
Tabela 3- 11 - Deslocamentos de andar: Zona 3 ......................................................... 105
Tabela 3- 12 - Momentos de tombamento e de toro: Zona 3 .................................. 106
Tabela 3- 13 - Distribuio vertical da fora horizontal total: Zona 4 ........................ 109
Tabela 3- 14 - Deslocamentos de andar: Zona 4 ......................................................... 110
Tabela 3- 15 - Momentos de tombamento e de toro: Zona 4 .................................. 111
Tabela 4- 1Foras horizontais nas zonas ssmicas para os respectivos
andares........................................................................................................................... 120
Tabela 4- 2Deslocamento total de andar nas zonas ssmicas para os respectivos
andares ........................................................................................................................... 121
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Tabela 4- 3Momento de toro nas zonas ssmicas para os respectivos andares ......................................................................................................................................... 122
Tabela 4- 4Momento de tombamento nas zonas ssmicas para os respectivos
andares ........................................................................................................................... 123
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AASHTO American Association of State Highway and TransportationOfficials
SPT Standard Penetration Test
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LISTA DE SMBOLOS
agAcelerao caracterstica de projeto, correspondente acelerao ssmicahorizontal caracterstica normalizada em relao aos terrenos da Classe B(rocha)
ags0Acelerao espectral para o perodo de 0,0s, j considerado o efeito daamplificao ssmica no solo
ags1Acelerao espectral para o perodo de 1,0s, j considerado o efeito daamplificao ssmica no solo
Ca Fator de amplificao ssmica no solo, para perodo de 0,0s
Cs Coeficiente de resposta ssmica
CT Coeficiente de perodo da estrutura
Cv Fator de amplificao ssmica no solo, para perodo de 1,0s
Cup Coeficiente de limitao do perodo
Cvx Coeficiente de distribuio vertical
Fx Carregamento na direo x
g Acelerao da gravidade
hi ou hx Altura entre a base e as elevaes i ou x
H Fora horizontal ssmica na base da estrutura
Hx Fora cortante ssmica atuante no pavimento x
I Fator de importncia de utilizao
k Expoente de distribuio, relacionado ao perodo natural da estrutura
MtMomento de toro inerente nos pisos, causado pela excentricidade doscentros de massa com relao aos centros de rigidez
Mta Momento torsional acidental nos pisos
NMdia nos 30m superiores do terreno, do nmero de golpes obtidos noensaio SPT
R Coeficiente de modificao de resposta
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T Perodo natural fundamental de uma estrutura
Ta Perodo natural aproximado da estrutura
V Velocidade mdia na direo do escoamentoW Peso total de uma estrutura
wiou wx Parte do peso efetivo total que corresponde s elevaes i ou x
x Deslocamento relativo de pavimento na elevao x
c Coeficientes de ponderao do concreto
s Coeficiente de ponderao do ao
m Coeficiente de ponderao das resistncia no ELU
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SUMRIO
1 INTRODUO ...................................................................................................................... 171.1 Objetivos ....................................................................................................................... 20
1.2 Justificativas ................................................................................................................. 20
1.3 Abrangncia .................................................................................................................. 21
1.4 Estrutura do Trabalho .................................................................................................. 23
2 REVISO BIBLIOGRFICA ................................................................................................. 24
2.1 Conceitos Tcnicos Geolgicos .................................................................................. 24
2.1.1 Movimentao das Placas Tectnicas e a Formao das Foras Ssmicas ...... 24
2.1.2 Equipamento e Escalas de Medio ..................................................................... 28
2.1.3 Abalos Ssmicos Naturais e Induzidos................................................................. 33
2.1.4 Previso e Monitoramento dos Sismos ............................................................... 35
2.2 Principais Ocorrncias de Abalos Ssmicos no mundo e no Brasil.......................... 36
2.2.1 Abalos Ssmicos no Mundo .................................................................................. 37
2.2.2 Abalos Ssmicos no Brasil .................................................................................... 43
2.3 Conceitos Tcnicos em Relao s Estruturas e as foras ssmicas ....................... 49
2.3.1 Estados Limites ..................................................................................................... 50
2.3.2 Combinaes de cargas ........................................................................................ 51
2.3.3 Dimensionamento das cargas nas estruturas ..................................................... 52
2.3.4 Anlise dinmica ................................................................................................... 53
2.3.5 Categoria ssmica e direo das foras ............................................................... 56
2.3.6 Aspectos importantes da NBR 15421Projeto de estruturas resistentes asismo Procedimento ......................................................................................................... 60
2.3.7 Normas internacionais .......................................................................................... 61
2.4 Requisitos aplicados nos projetos de estrutura para edificaes ............................ 72
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2.4.1 Normas da ABNT para Elaborao de Projetos ................................................... 73
2.4.2 Sistemas Resistentes ............................................................................................ 74
2.4.3 Pndulo Invertido .................................................................................................. 77
2.4.4 Amortecimento ...................................................................................................... 79
2.4.5 Softwares ............................................................................................................... 81
3 ESTUDO DE CASO ............................................................................................................... 84
3.1 Exemplo proposto por Lima e Santos (2008) .............................................................. 84
3.2 Caso IEdifcio residencial de 6 pavimentosZona 1 ............................................. 90
3.3 Caso IIEdifcio residencial de 6 pavimentosZona 2 ............................................ 97
3.4 Caso IIIEdifcio residencial de 6 pavimentosZona 3 ......................................... 102
3.5 Caso IVEdifcio residencial de 6 pavimentosZona 4 ........................................ 107
3.6 Recomendaes para o detalhamento de estruturas de concreto ......................... 112
4 ANLISE DOS RESULTADOS ........................................................................................... 117
4.1 Fora horizontal (Fx) ................................................................................................... 119
4.2 Deslocamento total de andar (x) .............................................................................. 120
4.3 Momento de toro (Tx) ............................................................................................. 122
4.4 Momento de tombamento (Mx) .................................................................................. 123
4.5 Consideraes ............................................................................................................ 124
5 SUGESTES DE TRABALHOS FUTUROS ....................................................................... 126
6 CONCLUSES ................................................................................................................... 127
7 REFERENCIA BIBLIOGRFICA ........................................................................................ 128
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1 INTRODUO
A crescente entrada de capital externo para investimentos no Brasil, os programas dogoverno federal para acelerar o crescimento nacional e as necessidades de melhorias
sociais como a execuo de obras de infraestrutura e de habitaes tem aquecido o
mercado da engenharia civil em todo o mbito nacional e em todas as esferas
profissionais.
Frente aos eventos que acontecero nos prximos anos no pas, como Copa do Mundo
de Futebol em 2014 e Olmpiadas em 2016, muito se tem aumentado o nmero de obras
de artes especiais (pontes, viadutos, etc.), estdios e outras construes que devero ser
executadas para atender as exigncias dos rgos competentes, propiciar condies ao
pblico interno e atrair o turismo de estrangeiros para visitar o pas e participar dos
eventos.
O aquecimento do mercado da engenharia civil tem aumentado consideravelmente a
demanda por engenheiros civis em todas as reas, porm, perceptvel que pouco
engenheiros tem conhecimento de princpios que possibilitaro maior durabilidade s
construes submetidas ao da natureza, como o fato do dimensionamento das
estruturas para resistir aos carregamentos dinmicos ocasionados por abalos ssmicos.
De acordo com Santos e Lima (2006), os abalos ssmicos que ocorrem no Brasil so de
baixas magnitudes pelo fato do pas estar localizado no centro de uma placa tectnica e
os deslocamentos nas extremidades da mesma.
Porm, esses acidentes no podem ser desconsiderados, pois relevante o
levantamento de ocorrncia de abalos ssmicos em pases vizinhos que ocasionaram
catstrofes que ceifaram a vida de diversas pessoas e situaes de calamidade pblica,
que foram sentidos pela populao no Brasil, como foi o caso do ocorrido no Chile em
2010 (GLOBO, 2011).
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De acordo Pimentel (2010), a distncia do epicentro do terremoto ocorrido no Chile em
2010 aconteceu a aproximadamente 91 quilmetros ao norte da cidade de Concepcin e
a 320 quilmetros ao sul da capital chilena, Santhiago.
Em 1960 ocorreu o pior terremoto no Chile, teve magnitude maior do que o ocorrido no
Haiti em 2010, porm, com menor consequncia devido a maior distncia do epicentro.
A unificao das economias globais regionais, como exemplo a formao do Mercosul, a
integrao do Brasil e a associao do Chile ao tratado remete que os esforos para
atender a necessidade de se construir em regies com grande possibilidade de
sismicidade sero aumentados, reforando a preparao do mercado profissional e dosmtodos praticados para atender as condies emergentes (LIMA e SANTOS, 2008).
No Brasil, ocorreram eventos ssmicos nos estados do Rio Grande do Norte, no qual foi
mensurado por sismgrafo em Braslia-DF, e em Minas Gerais, no municpio de
Itacarambi, e os casos com maior intensidade ocorreram nos estados de Mato Grosso,
litoral do Esprito Santo e Amazonas (MARTINEZ, 2007).
A aprovao da Norma NBR 15421 (ABNT, 2006) e a sua aplicao nas edificaes de
concreto armado, demonstra claramente que existem regies no Brasil com grandes
possibilidades de ocorrncias de abalos ssmicos, porm, pouco se tem divulgado este
material no mbito acadmico e no mbito profissional, formando assim um setor com
profissionais despreparados para aplicar a norma vigente nas edificaes e o
desconhecimento das normas dos demais pases que se prepararam para a eventual
situao.
A anlise dinmica, menos estudada pela engenharia devido a complexidade, era menos
utilizada, pois dava-se maior nfase a anlise esttica. Hoje, sabe-se que para os eventos
ssmicos apenas com a anlise dinmica possvel se analisar os efeitos dos mesmos
(LIMA e SANTOS, 2008).
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De acordo Lima e Santos (2008), com o aumento da quantidade de novas construes
com caractersticas mais altas e esbeltas, para otimizar custos e aumentar a rea til
privativa, provavelmente sem as devidas consideraes e o devido dimensionamento
ocorrero prejuzos irreversveis para a sociedade e pegar de surpresa o meio
profissional, que faz vista grossa para tal considerao.
A aplicao da norma vigente deve ser considerada como preventiva, aplicando-a com o
intuito de melhorar as condies perante uma catstrofe natural e evitar o reflexo negativo
do Brasil perante as economias globais durante determinado tempo (SANTOS e LIMA,
2006).
O fato da cultura de se precaver apenas aps a ocorrncia do evento negativo ainda
bem perceptvel na sociedade brasileira, porm, tal condio poder ser revertida se o
meio profissional se engajar nesta situao, considerando que a adoo da anlise e do
dimensionamento das estruturas resistentes a abalos ssmicos podero ser viveis
economicamente a mdio e longo prazo e trar para a sociedade maior estabilidade e
segurana na ocorrncia de eventuais catstrofes.
O desenvolvimento de tecnologias voltadas para a preveno de abalos ssmicos nas
estruturas de concreto armado e a utilizao de procedimentos prticos para as anlises
ainda pouco divulgado no Brasil devido frequncia de utilizao, sendo que no
existem iniciativas estatais e nem privados para incentivar o progresso dos
conhecimentos voltados para esta rea do setor da engenharia civil.
importante ressaltar que pases vizinhos ao Brasil esto a frente no tocante a anlisessmica, pois podemos verificar que em 2003 os rgos competentes de Peru publicaram
a norma correspondente a abalos ssmicos (SENCICO, 2003), somente aps 3 anos a
norma brasileira foi publicada. Pelo fato de terem fronteiras ou estarem prximos, o Brasil
precisa de ateno especial, tambm.
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1.1 Objetivos
Este trabalho tem por objetivo fornecer uma reviso bibliogrfica sobre as principais
caractersticas dos sismos e suas atuaes sobre as edificaes com estruturas de
concreto armado.
Apresentar e discutir diversos acidentes que ocorreram no Brasil e no mundo, mostrando
a importncia de se aplicar medidas preventivas nos projetos executivos de estruturas
que minimizam consideravelmente os impactos ocasionados pelos abalos ssmicos e
exibir alguns dos mtodos, procedimentos e normatizao utilizados por outros pases
para execuo de estruturas protegidas contra a dissipao da energia gerada pelos
sismos.
O objetivo especfico demonstrar a aplicao e anlise da Norma NBR 15421 (ABNT,
2006) que se refere a procedimentos para dimensionamento de estruturas resistentes a
sismos, conjuntamente com outras normas similares vigentes e conceitos tcnicos de
construes resistentes aos sismos em projetos estruturais, por meio da elaborao de
algumas simulaes de clculo para edificaes de concreto armado, determinando osesforos de toro e tombamento.
1.2 Justificativas
Tendo em vista a grande ocorrncia de tremores ocasionados por abalos ssmicos pelo
Brasil e no mundo, com grande nmero de vtimas e perdas materiais, tornou-se evidente
a necessidade de se elaborar um trabalho acadmico sobre anlise e utilizao de
procedimentos tcnicos para dimensionar estruturas resistentes aos esforos de toro e
tombamento.
Na formao acadmica de engenheiros civis no Brasil pouco se aborda a questo de
dimensionamento de estruturas resistentes a cargas dinmicas decorrentes de abalos
ssmicos, com este trabalho pretende-se suprir a ausncia deste tema, enriquecendo a
pouca bibliografia existente.
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Pouco se tem considerado os abalos ssmicos nas estruturas das edificaes no Brasil
sendo que, h grande incidncia de ocorrncias principalmente na regio norte e centro-
oeste, provocando danos nas estruturas como trincas e rupturas comprometendo a
funcionalidade da edificao, deixando a populao alarmada.
Nos pases desenvolvidos onde j ocorreram grandes catstrofes as estruturas esto
dimensionadas para resistir a estas aes, pois j desenvolveram tcnicas construtivas
normatizadas h tempos. Porm em alguns pases ainda no se aplicam essas tcnicas,
como por exemplo, no Haiti em janeiro de 2010, onde ocorreram abalos ssmicos
causando nmero de mortes e prejuzos, sendo que at hoje o pais est estagnado emtermos de reconstruo.
A elaborao da Norma NBR 15421 (ABNT, 2006) que trata do Projeto de Estruturas
Resistentes a Sismos Procedimento divide o Brasil em zonas territoriais denominadas
zonas ssmicas torna clara a relevncia de se considerar no dimensionamento das
estruturas as cargas dinmicas dos abalos ssmicos.
Em virtude do aumento das execues de obras de infraestruturas prevendo os eventos
que sero realizados nos prximos anos como a Copa do Mundo e as Olimpadas e com
o aumento da integrao do Brasil com os pases que compem o Mercosul, cada vez
mais relevante o conhecimento a aplicao de tcnicas baseadas na nova Norma
brasileira e o conhecimento das normas vigentes em geral.
1.3 Abrangncia
Este trabalho mostra as tcnicas para elaborao de projetos de edificaes de concreto
armado, com o objetivo de resistir s aes ssmicas, baseando-se na Norma Brasileira
NBR 15421 (ABNT, 2006) aprovada em 2006 e a utilizao de softwares para a anlise
estrutural.
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Para o entendimento do tema so abordados os principais conceitos em relao aos
abalos ssmicos e ao comportamento das estruturas de concreto armado, como a
resistncias aos esforos solicitantes e a dissipao da energia causada pelos abalos.
A abrangncia deste cita os abalos resultantes da ao do homem no meio ambiente.
Algumas atividades como escavaes subterrneas, explorao de minrios, injeo de
fluidos no subsolo a altas presses, extrao de gua, execues de fundaes
profundas, exploses subterrneas geram abalos induzidos. Cada ao acima produz
sismos de intensidades diferentes, que atuam de formas especficas que no sero
explicados em detalhes.
Este trabalho no tem a funo de demonstrar o monitoramento das estruturas com a
utilizao de diversos mtodos, como a medio de novas trincas e utilizao de
equipamentos especficos que medem as vibraes ocasionadas pelos abalos ssmicos.
O trabalho no trata de informaes sobre a segurana de estruturas especiais como
pontes, obras hidrulicas (barragens), peas pr-moldadas, entre outras, onde h outros
fatores que se devem levar em conta na elaborao do projeto, juntamente com a anlisesobre a resistncia a abalos ssmicos. E para cada caso h ainda Normas Brasileiras
especficas para a elaborao dos mesmos.
Os projetos referentes a estruturas que utilizem outros tipos de materiais como estruturas
metlicas e estruturas de madeira tambm no so mencionados.
As tcnicas de avaliao e reforo de estruturas j existentes, construdas antes dosurgimento da tecnologia para resistir aos abalos ssmicos, como construes localizadas
em zonas ssmicas, assim como o reparo e a reabilitao de estruturas que tenham
sofrido danos causados pelas aes ssmicas no so abordados aqui.
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1.4 Estrutura do Trabalho
O trabalho foi dividido em 6 captulos, trata sobre os principais conceitos, formulaes e
princpios encontrados nas literaturas clssicas, bem como, nas normas brasileiras e
internacionais.
O primeiro item do captulo 2 se refere aos conceitos tcnicos geolgicos, no qual
apresentado o conceito de movimentao das placas tectnicas e o evento de formao
das foras ssmica que ocasionam os terremotos; o zoneamento das regies ssmicas
brasileiras; a ocupao do solo e classificao do terreno quanto sismicidade.
No segundo item do captulo 2, so apresentadas as principais ocorrncias de abalos
ssmicos no mundo e no Brasil e as suas consequncias para o seu entorno.
O terceiro item do captulo 2 se refere aos conceitos tcnicos em relao s estruturas e
as foras ssmicas, no qual apresentado o conceito de estados limites, combinao das
aes, dimensionamento das cargas nas estruturas, anlise dinmica, categoria ssmica e
direo das foras, aspectos importantes da Norma NBR 15421, que se refere aodimensionamento de estrutura resistente a sismicidade, e alguns aspectos importantes
das principais normas internacionais.
No quarto item do captulo 2 so apresentados os requisitos aplicados nos projetos de
estrutura para edificaes executadas em concreto armado por meio das normas da
ABNT e referenciando os sistemas resistentes como pndulo invertido e amortecimentos.
No captulo 3, desenvolvido o estudo de caso e apresentado todas as condies e
caractersticas consideradas para desenvolv-lo.
Os captulos 4, 5 e 6 se referem anlise dos resultados obtidos no estudo de caso, a
sugesto de trabalhos futuros e a concluso do trabalho.
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2 REVISO BIBLIOGRFICA
2.1 Conceitos Tcnicos Geolgicos
A Teoria Tectnica Global, que explica o movimento das placas tectnicas,
fundamentada na Teoria da Deriva Continental e da expanso do fundo ocenico. Atravs
da observao de evidencias como a coincidncia entre as formas dos continentes a
Teoria da Deriva Continental sugere que no passado os continentes estavam unidos e ao
longo dos anos foram se distanciando, se movimentando. A expanso dos fundosocenicos ocorre atravs da Cadeia Meso-Ocenica, trata-se de uma fenda de mais de
84.000Km ao longo da Terra, por onde o magma quente sobe e encontra a gua que
possui baixa temperatura, formando novas crostas ocenicas. Atravs da Teoria
Tectnica Global possvel compreender a historia geolgica da terra, entender alguns
fenmenos, como os terremotos e obter uma prvia de como ser o futuro do planeta
(TASSINARI, 2000).
A origem dos sismos pode ser tectnica, quando so relacionados s placas tectnicas;
vulcnica, quando relacionadas a erupes vulcnicas; secundrios quando h
acomodao de terra como deslizamentos e afundamento do solo e induzidos quando
envolvem a ao do homem (IGA, S/D).
2.1.1 Movimentao das Placas Tectnicas e a Formao das Foras Ssmicas
O terremoto pode ser caracterizado como uma forte e rpida oscilao da superfcie
terrestre provocada pela liberao da energia acumulada durante a movimentao das
placas tectnicas ou placas litosfricas, principalmente nas suas bordas (ASSUMPO,
2000).
As placas so grandes pores de solo e rochas que se movimentam lentamente em
vrias direes sobre a camada da Terra chamada astenosfera, constituda de um fluido
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viscoso (TRINDADE, S/D). A terra possui algumas placas principais de maior tamanho e
placas de tamanhos menores.
Figura 2- 1Movimentao das principais placas tectnicas
Fonte: Wikipdia (S/D)
O tamanho da rea de ruptura a diferena principal entre terremotos de grande
magnitude e terremotos de pequenas magnitudes (ASSUMPO, 2000).
Os movimentos das placas ocorrem devido ao acmulo e dissipao de calor gerado pelo
magma e so divididos em trs tipos. Os movimentos transformantes so caracterizados
pelo movimento lateral entre as placas, podendo ser esquerdo ou direito, como exemplo a
falha de Santo Andr, formada pelas placas do Pacfico e Norte-americana, na Amrica
do Norte. Os movimentos destrutivos ou convergentes ocorrem quando as placas se
movimentam uma contra a outra, como as placas Indiana e Euroasitica, onde h a
formao da cadeia montanhosa do Himalaia. Os movimentos construtivos ou divergentes
ocorrem quando as placas se afastam e esse espao deixado pelo afastamento
preenchido pelo material originado da camada imediatamente abaixo das placas, formada
de rocha semiderretida, como exemplo o encontro da placa Norte-americana com a placa
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Euroasitica. A partir desses movimentos so originados os sismos. (TASSINARI, 2000 e
PEREIRA, 2008).
Figura 2- 2Exemplos de movimentao das placas tectnicas
Fonte: Sobiologia (S/D)
A maioria das atividades ssmicas acontece nos limites das placas, pois quando se
encontram h um acmulo de tenses nas bordas. Quando essas tenses chegam ao
limite, superando a resistncia das rochas, elas se rompem formando uma falha
geolgica, que pode ter tamanhos variados, de centmetros at quilmetros, gerando o
terremoto de grandes intensidades (TRINDADE, S/D).
Esses sismos so classificados como terremotos interplacas, como exemplo, o Cinturo
de Fogo do Pacfico situado na Placa do Pacfico, que concentra muitas ocorrncias de
terremotos e erupes vulcnicas e a regio Oeste da Amrica do Sul, onde a placa Sul
Americana e a placa de Nazca se chocam constantemente. H tambm terremotos
intraplacas que so menos frequentes e de menores intensidades, ocorrendo nas pores
mais centrais das placas, como exemplo o Brasil, que est localizado na Placa Sul-
Americana (BRANCO, 2009).
H tambm os sismos intraplacas, ou seja, tremores que ocorrem no interior das placas
tectnicas, que geralmente so de menor magnitude e a ruptura no atinge a superfcie,
como exemplo os tremores que ocorrem no Brasil. Eles so resultado das tenses
sofridas nas bordas das placas ou sismos induzidos (ASSUMPO, 2000).
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Segundo Trindade (S/D), foco ou hipocentro o local onde ocorre o rompimento da
litosfera e a liberao das tenses acumuladas durante a movimentao das placas,
localizadas sempre a quilmetros de profundidade da superfcie da crosta e epicentro o
local sobre a superfcie da placa localizada diretamente acima do foco.
Figura 2- 3Localizao do Hipocentro e Epicentro
Fonte: Sala de Fsica (S/D)
As ondas ssmicas geradas pelos terremotos podem ser classificadas como ondas de
corpo ou volume e ondas superficiais. As ondas de corpo ou volume percorrem o interior
da Terra, podendo ser ondas primrias (ondas P) e ondas secundrias (ondas S), a
velocidade destas ondas varia de acordo com o meio em que se propagam(ASSUMPO, 2000).
As ondas primrias vibram na mesma direo em que se propagam, longitudinalmente,
comprimindo ou dilatando o meio por onde se movem. Deslocam-se com grande
velocidade, sendo as ondas que so captadas nas estaes sismogrficas ou centros de
observao. As ondas secundrias ou cisalhantes, que so cerca de 60% mais lentas que
as primrias, se propagam transversalmente ao solo e apenas em meios slidos.
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Figura 2- 4Propagao das ondas de corpo e ondas de superfcie
Fonte: Sala de Fsica (S/D)
As ondas superficiais ocorrem a partir do epicentro e so de grande intensidade e
durao, ocasionando os piores danos. Elas sofrem interferncia das ondas de corpoprovocando reverberaes. So divididas em ondas de Rayleigh, que so uma mistura
das ondas primrias e secundrias, se movimentam verticalmente; e em ondas Love, que
provocam cisalhamento horizontal placa e so resultantes da sobreposio de ondas
secundrias com vibraes horizontais, sendo mais rpidas que as ondas Rayleigh, com
grande potencial destrutivo (ASSUMPO, 2000).
Figura 2- 5Exemplo de movimentao das ondas superficiais
Fonte: Modificada de Assumpo (2000)
2.1.2 Equipamento e Escalas de Medio
Com base em IGA (2009), os terremotos so medidos atravs do equipamento
denominado Sismgrafo que formado pelo Sismmetro e pelo Registrador, elaborando
um grfico denominado Sismograma. O Sismmetro (Figura 6) um sensor que monitora
qualquer tipo de movimento do solo, induzidos ou naturais.
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O Sismgrafo mede uma importante caracterstica dos abalos ssmicos: a magnitude, que
a energia liberada pelo tremor. Ele possui tambm um relgio para registro da hora
exata do incio das vibraes. Existem vrios tipos de sismgrafos, como os de pndulo,
ativos, passivos, hidrofones, geofones e outros. O Sismgrafo mais utilizado composto
de um pndulo, composto de material magntico que se movimenta sobre um conjunto de
molas. Seu funcionamento descrito abaixo:
o sismmetro acionado por uma onda ssmica ele faz com que o
pndulo de material ferromagntico (im) tenha uma reao contraria ao
movimento da sua caixa. Fixada caixa existe uma bobina envolvida no
pndulo, que produzir uma corrente eltrica gerada pela variao docampo magntico provocada pelo movimento do pndulo. Ou seja, um
sismmetro um instrumento sensor, composto de um transdutor que
transforma vibraes mecnicas em sinais de corrente eltrica,
proporcionais intensidade e a freqncia destas vibraes (IGA, 2009,
p.1).
As ondas paralelas superfcie so captadas quando o pndulo est na posio
horizontal e quando o pndulo est na posio vertical so captadas as ondastransversais superfcie. Com a combinao de pndulos em direes verticais e
horizontais possvel observar a direo das vibraes e quando conectados em rede,
com no mnimo trs aparelhos, observando a diferena do tempo de chegada das ondas
possvel fornecer exatamente o local do hipocentro e do epicentro do terremoto.
Os registradores podem ser analgicos, quando o registro realizado em papel, filmes ou
fita magntica e digitais, quando os registros so armazenados em discos rgidos outransmitidos via satlite, sendo que os mais comuns so os digitais. Esse registro
denominado sismograma e quando as vibraes so grandes, h grandes variaes,
picos no grfico e quando no h movimentos para registro o grfico mantm
praticamente em reta a linha de representao (IGA, 2009).
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Figura 2- 6Exemplo de Sismgrafo e indicao da posio do pndulo em relao ao movimentoda Terra
Fonte: Sala de Fsica (S/D)
Conforme IGA (S/D), para medir os abalos ssmicos so analisadas as magnitudes, que
a energia liberada pelo terremoto e a intensidade que avalia os danos resultantes dos
tremores a partir da percepo das pessoas, como rudos, queda de objetos, prejuzos em
edificaes e na paisagem em geral.
Para a medio da magnitude existem vrias escalas, a mais utilizada a escala Richter,
que foi criada em 1935, pelos sismlogos americanos Charles F. Richter e Beno
Gutenberg. Como foi concebida, no possui limite inferior e superior definido, uma
escala logartmica de base 10, baseada na amplitude das vibraes, que compara os
terremotos entre si. Para cada grau da escala a amplitude dos tremores de dez vezes,
isto , quando um terremoto apresenta magnitude 6 nesta escala, ele tem vibraes dez
vezes menores que um tremor de magnitude 7. Ela baseada nos registros das estaes
sismogrficas (IGA, 2011 e TRINDADE, S/D).
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Figura 2- 7Escala Richter
Fonte: Pereira (2008)
Existem alguns tipos de frmulas para se calcular a magnitude Richter, como a magnitude
regional, Mg, utilizada para sismos pequenos e vlida para distncias entre 200 e 1.500
quilmetros, como no Brasil. Outra forma muito usada a magnitude Ms, utilizada para
tremores registrados a grandes distncias e com profundidade menores de 50
quilmetros. Os maiores registros neste sculo foram no Chile em 1960, chegando a
Ms=8,5 e no Himalaia em 1920 e 1950. Hoje, h tambm a escala Mw, baseada em
processos fsicos observados durante o momento ssmico (ASSUMPO, 2000).
Para a medio da intensidade existem muitas escalas, as mais utilizadas so a escala
Macrosssmica Europia, criada em 1998, e a escala de Mercalli, que j sofreu algumas
modificaes ao longo dos anos, devido s modificaes dos parmetros observados,
hoje se utiliza a escala de Mercalli Modificada que avalia os danos sobre as construes e
os efeitos sobre a populao, porm como h muita variao nas observaes, esta
escala esta sujeita a incertezas. Os danos so mais agravados perto do epicentro. A
escala de Mercalli Modificada varia do grau I at o grau XII (IGA, S/D e TRINDADE, S/D).
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Figura 2- 8Escala de Mercalli Modificada
Fonte: Assumpo (2000)
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2.1.3 Abalos Ssmicos Naturais e Induzidos
Os tremores podem ter causas naturais, como descrito anteriormente pela movimentao
das placas tectnicas, e podem ser induzidos pela ao do homem como, por exemplo,
exploses, explorao de minrios, extrao de guas subterrneas, petrleo ou gs e a
construo de barragens (BRANCO, 2009).
Geralmente a sismicidade induzida possui pequenas magnitudes, com exceo da
construo de barragens e alguns testes nucleares, como o realizado pela URSS em
1961, onde foi detonada uma bomba nuclear de 50 megatonelas gerando um tremor de 7
graus na escala Richter (EBAH, S/D).
O tipo de sismo induzido mais comum o produzido pela construo de barragens, pois a
carga gerada pelo enchimento de gua no reservatrio altera as condies estticas
naturais das rochas, como h uma variao do nvel da gua no reservatrio, ocorre uma
oscilao na presso que a gua exerce, podendo expandir ou criar novas rachaduras
nas rochas. H tambm um aumento da presso nas partculas do solo pela infiltrao da
gua, que tambm se altera de acordo com a oscilao do nvel do reservatrio. Acombinao desses eventos, somados com as foras naturais j existentes induz o sismo.
Pequenos abalos podem ser registrados antes e depois do tremor principal (OBSIS,
2011a e LAYTON, 2009).
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Figura 2- 9Exemplo de formao de sismo induzido pela construo de barragens
Fonte: Obsis (2011a)
A grande dificuldade encontrada a definio das tenses numa determinada regio, no
se sabe se na regio escolhida para construo do reservatrio j existem tenses que
sero potencializadas pelo novo reservatrio (ASSUMPO, 2000).
H registros de oito tremores no mundo todo, causados pela construo de reservatrios
com magnitudes maiores que 5,0 graus na escala Richter. O mais forte ocorreu na ndia
em 1967, com a represa Koyna, com magnitude de 6,5 graus na escala Richter, causando
200 mortes e vrios danos s construes. (GUSPTA, 1992 apudOBSIS, 2011a).
Segundo Layton (2009), o terremoto ocorrido em 2008 na provncia de Sichuan, China,
pode ter sido desencadeado pela represa de Zipingpu, que possui capacidade de
armazenamento superior a um bilho de metros cbicos de gua, a figura a seguirmostra os danos causados pelo tremor.
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Figura 2- 10 - Desastre causado pelo tremor de 2008, na Provncia de Sichuan
Fonte: Layton (2009)
2.1.4 Previso e Monitoramento dos Sismos
Apesar do grande conhecimento da formao dos sismos ainda no existe um mtodo
para se prever a ocorrncia de terremotos. Avaliando as etapas da formao dos
terremotos, seriam possveis duas maneiras para previso: realizar medies diretas das
tenses da crosta e observar os fenmenos que indicam a iminncia de ruptura. A
primeira maneira ainda difcil de ser realizada, pois no h tecnologia para vencer
grandes profundidades e para ter as precises necessrias (ASSUMPO, 2000).
Segundo Dias (2000), existem alguns mtodos para realizar a previso de terremotos,
como, a anlise do histrico de tremores precursores ao sismo principal; a avaliao devariaes da topografia, pois aps alguns sismos h a recuperao topogrfica, e hoje
vrias regies so monitoradas para detectar essas variaes; a observao das lacunas
ssmicas, que so reas ao longo das falhas geolgicas que nos ltimos anos no
sofreram grandes tremores e o monitoramento das modificaes na velocidade das ondas
primrias e nas ondas secundrias, pois dias antes do terremoto principal foi observada
uma diminuio da velocidade dessas ondas, que voltaram ao normal aps o tremor.
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H algumas aes bem sucedidas na previso de sismos como em 4 de fevereiro de
1975, quando os chineses, baseados no histrico de tremores nos dias antecessores,
realizaram a previso do terremoto de magnitude 7,3. Com isso foi possvel planejar a
evacuao de mais de 1 milho de pessoas, porm em 1976 ocorreu um terremoto em
THanskan, que no houve aviso de tremores antecessores.
Hoje, com novas tecnologias possvel mostrar em tempo real o monitoramento de sismo
no mundo todo (http://www.painelglobal.com.br/), so utilizados vrios tipos de
sismgrafos e equipamentos de GPS para observar os deslocamentos causados pelos
tremores. No Brasil h uma rede de monitoramento realizada pelo Observatrio
Sismolgico da Universidade de Braslia, onde so utilizados sismgrafos digitais de altasensibilidade com alta faixa dinmica, podendo captar tremores bem pequenos e muito
grandes. Os dados so coletados e gravados em discos rgidos com grande capacidade
de armazenamento de dados e mais rapidez no acesso s informaes colhidas (OBSIS,
S/Db).
2.2 Principais Ocorrncias de Abalos Ssmicos no mundo e no Brasil
Quando um sismo de grande magnitude acontece, bastam alguns segundos para quase
toda a populao do planeta ficar sabendo e se comover com a catstrofe por ele
provocada, a ateno do mundo inteiro se volta para tal, porm em pocas anteriores, as
informaes eram poucas e retidas nos locais dos acontecimentos.
A China uma das civilizaes mais antigas, pas mais populoso do planeta tambm o
pas que mais sofreu perdas de vidas humanas com sismos, foram eles que criaram o
primeiro sismgrafo e o primeiro a catalogar terremotos (OBSIS, 2011c).
Conforme Serra (2003), as ocorrncias ssmicas sempre representaram para a
humanidade causa de grandes perdas vidas e prejuzos financeiros, despertando tambm
curiosidade, portanto, no estranho que esses acontecimentos e os seus efeitos,
fossem detalhados com muita comoo.
http://www.painelglobal.com.br/http://www.painelglobal.com.br/ -
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2.2.1 Abalos Ssmicos no Mundo
Antes do desenvolver da instrumentao ssmica era registrada somente a data e hora da
ocorrncia e alguns efeitos nos locais da ocorrncia. Com o aperfeioamento dos
instrumentos de medida dos movimentos ssmicos, a partir da dcada de 40 do sculo 20,
os instrumentos que inicialmente eram limitados aos movimentos superficiais foram
evoluindo e se espalhando por todas as regies com atividade ssmica. Com essa
evoluo as informaes recolhidas passaram a ser um conjunto de registros
homogneos, contendo para cada atividade ssmica ocorrida, pelo menos, a informao
sobre a data, a localizao do epicentro, uma estimativa da magnitude e/ou da
intensidade macrossmica epicentral constituindo um catlogo ssmico mais completo
facilitando a caracterizao estatstica da sismicidade.
Existem vrios catlogos disponveis na internet. A tabela a seguir relaciona os sismos
que mais causaram morte humana, apesar de verificar-se que a sia amplamente
assolada por tais catstrofes, esses eventos no esto restritos a esse continente. Certo
que onde h pessoas h vitimas.
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Tabela 2- 1 - Terremotos mais destrutivos da histria
Data Local N Mortos Graus Comentrios23/jan/1556 Shansi, China 830 mil 8 Abalo ssmico mais letal de todos os tempos
27/jul/1976 Tangshan, China 255 mil 7.8Oficialmente 255 mil mortos, mas estima-se
que 655 mil pessoas morreram09/ago/1138 Alepo, Sria 230 mil N/D
26/dez/2004Costa oeste de
Sumatra227 mil 9.0
Maior desastre da era moderna. Ondasgigantes devastaram mais de 12 pases
12/jan/2010Porto Prncipe,
Haiti223 mil 7
Ainda hoje a cidade est tentando serecuperar da devastao
22/mai/1927Prximo Xining,
China200 mil 7.9 Causou grandes fraturas
22/dez/0856 Dangan, Ir 200 mil16/dez/1920 Gansu, China 200 mil 8.6 Grandes fraturas e deslizamentos23/mar/0893 Ardabil, Ir 150 mil
01/set/1923 Kanto, Japo 143 mil 7.9Aps o terremoto, tsunamis e incndios
devastaram a cidade de Tquio
05/out/1948 Ashgabat,Turkmenisto
110 mil 7.3
set/1290 Chiili, China 100 mil
28/dez/1908 Messina, Itlia70 a 100
mil7.2 Grandes tremores e tsunamis
12/mai/2008Leste de
Sichuan, China88 mil 7.9
08/out/2005 Paquisto 86 mil 7.6
nov/1667Shemakha,Caucasia
80 mil
18/nov/1727 Tabriz, Ir 80 mil01/nov/1755 Lisboa, Portugal 70 mil Gigantesco maremoto destrui Lisboa25/dez/1932 Gansi, China 70 mil 7.631/mai/1970 Peru 66 mil 7.9 Muitas enchentes e soterramentos
1268Silcia, sia
Menor60 mil
11/jan/1693 Siclia, Itlia 60 mil
30/mai/1935Quetta,
Paquisto30 a 60 mil 7.5
A cidade de Quetta foi completamentedestruda
04/fev/1783 Calbria. Itlia 50 mil20/jun/1990 Ir 50 mil 7.7
26/12/2003 Bam, Ir 31 mil 6.5A Cidade histria de Bam foi completamente
destruda
11/mar/2011 Nordeste doJapo
10 a 15mil 9.0Terremoto seguido de Tsunami, agravado
por problema na Usina Nuclear deFukushima Daiichi
Fonte: Modificada de Apolo 11 - 1 (2011) e Estado (2011)
Conforme divulgado pelo UOL (2011), quanto magnitude pode-se colocar uma
classificao da seguinte forma considerando os terremotos da era instrumental:
1. Magnitude 9.5 - Chile, 1960
2. Magnitude 9.2Alaska, 1964
3. Magnitude 9.1 - Sumatra (Indonsia), 2004
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4. Magnitude 9.0 - Japo, 2011
5. Magnitude 9.0 - Rssia, 1952
6. Magnitude 8.8 - Chile, 2010
7. Magnitude 8.8 - Equador, 1906
8. Magnitude 8.7 - Alaska (EUA), 1965
9. Magnitude 8.7 - Sumatra (Indonsia), 2005
10. Magnitude 8.6 - Tibete (China), 1950
Figura 2- 11 - Mapa dos maiores terremotos
Fonte: Apolo 111 (2011)
2.2.1.1 O terremoto de Lisboa
Segundo Carvalho (2006), em um dia de feriado religioso (Dia de Todos os Santos), 01 de
novembro de 1755, logo pela manh, com grande parte da populao nas igrejas de
Lisboa, acontece um dos terremotos mais fortes e destrutivos da Europa. Grande parte
dos sobreviventes procurou abrigo na plancie s margens do Rio Tejo, onde puderam
observar navios destrudos e o recuo das guas, seguindo ento a segunda parte da
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catstrofe, com um gigantesco Tsunami, de ondas de dez a vinte metros, seguido ainda
de grande incndio, originado pelo fogo das casas e pelas velas das igrejas iluminadas.
Como a populao havia fugido no havia quem apagasse o incndio que durou cerca de
5 dias. Houve grande nmero de mortos em Lisboa e em outras regies como o Algarve,
o noroeste da frica e o sudoeste da Espanha.
Segundo Pacca (2011), Portugal era um pas religioso e a maior parte da populao
interpretava esses acontecimentos como um castigo divino. Vrios intelectuais discutiram
o assunto. No ano seguinte, Kant publicou vrios ensaios sobre o terremoto de Lisboa em
que se apegava ainda s idias de Aristteles sobre canais no interior da Terra.
Divulgando a idia que sob nossos ps h cavidades e galerias estendendo-se por todaparte, contendo fogo brilhante que, com pequeno estmulo, pode lanar-se e agitar-se ou
mesmo fender a terra. A principal fonte de renda de Portugal era o ouro e pedras
preciosas do Brasil. O monarca D. Jos no sabia o que fazer, diante da catstrofe e foi
socorrido pelo Secretrio de Estado Sebastio Jos de Carvalho e Melo futuro Marqus
de Pombal. Com apoio do Rei, Pombal assumiu e controlou a situao, definindo como
prioridade enterrar os mortos e socorrer os vivos imediatamente tomou as seguintes
providencias:
Instalao de posto de distribuio dos mantimentos encontrados nos escombros e o
que chegava de fora;
Deslocamento de regimentos militares de vrias regies do pas para Lisboa;
Formao de equipes para encontrar e remover os mortos;
Instituiu uma junta judicial de emergncia para processo verbal e sumrio de
saqueadores, especuladores e outros contraventores por decreto; Construo de abrigos provisrios com as lonas das velas dos navios e toda a
madeira disponvel, para os desabrigados, que chegavam a 2/3 da populao;
Providncia para a reconstruo de Lisboa, que hoje considerada grande obra do
Marqus de Pombal.
Ainda de acordo com Pacca (2011), o terremoto de 1755, foi muito discutido e
documentado com vrios relatos estabelecendo os fundamentos da Sismologia. Pombal
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enviou questionrio sobre o sismo s parquias, com perguntas muito objetivas e que se
aproximam do que se perguntaria hoje para definir a intensidade de um sismo. Parte
destes questionrios foi descoberta no sculo XX e tem sido utilizada para vrios estudos
do sismo.
Figura 2- 12 - Inqurito do Marques de Pombal
Fonte: Pacca (2011)
Na reconstruo de Lisboa, houve estudos para projetos de estruturas que resistissem
aos sismos, que talvez tenham sido os primeiros trabalhos de Engenharia Ssmica
(Pacca, 2011).
De acordo com Mides (S/D), coube ao Marqus de Pombal impor prazos, mtodos de
trabalho e coordenao para restabelecer o dia-a-dia citadino de Lisboa e tentar explicar o
sismo cientificamente e de forma racional, abandonando crenas e mitos alimentadospelas diversas religies.
2.2.1.2 Terremoto de ValdviaChile
O maior terremoto registrado na Histria mundial de 9,5 graus na escala de Richter,
ocorrido em 1960 na cidade de Valdvia, no sul do pas. A catstrofe teve 1655 mortos,
numero bem menor do que a previso inicial de 5700, (devido a ocorrncia ter sido no
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meio da tarde), foi acompanhada de um tsunami que chegou s costas do Hava, onde 61
pessoas morreram afogadas. As ondas chegaram s Filipinas, provocando a morte de 32
pessoas. Esse terremoto foi seguido de 4 outros com magnitude superior a 7,0 graus.
Causou uma zona de ruptura de 1000 km de extenso de Lebu para Puerto Aisen.
(USGS, S/D)
Figura 2- 13 - Abertura do solo
Fonte: Angelfire (S/D)
Figura 2- 14- Casas destrudas e Valdivia
Fonte: Angelfire (S/D)
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Figura 2- 15- Ponte Pichoy
Fonte: Angelfire (S/D)
2.2.2 Abalos Ssmicos no Brasil
Conforme Corra (2010), por um grande perodo, achava-se que o Brasil estivesse isento
dos terremotos por estar situado em uma zona passiva, ou seja, no se encontrar sobre
as bordas de uma placa-tectnica, local onde mais propcio para a ocorrncia de
terremotos. Com o avano da tecnologia sabemos que os terremotos ocorrem tambm
em regies denominadas passivas, como o caso brasileiro, situado no interior da Placa
Sul-Americana. Porm, os tremores ssmicos so mais suaves, menos intensos e
dificilmente de grande magnitude nessas regies.
A ocorrncia dos terremotos no Brasil originada do movimento dos blocos em zonas de
falhas devido ao desgaste da placa tectnica ou so reflexos de terremotos que
apresentam seu epicentro em outros pases da Amrica Latina. Os abalos ssmicos
ocorridos no Brasil so distintos dos terremotos que ocorrem em outros locais do mundo,
em especial os que se encontram na zona denominada cinturo de fogo, como porexemplo, o Japo, o Chile, o Peru e outros pases, onde ocorre o encontro de duas ou
mais placas tectnicas, e as falhas existentes entre estas placas so, normalmente, os
locais mais propcios para ocorrer os terremotos de grande magnitude. Embora as
atividades ssmicas, no Brasil, sejam raras e bem menos intensas no deixam de serem
significativas e no devem ser desprezadas, pois em nosso pas j houve vrios tremores
com magnitude acima de 5,0 na Escala Richter, indicando que o risco ssmico no pode
ser simplesmente ignorado (CORRA, 2010).
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A grande parte dos sismos brasileiros e de pequena magnitude (4.5).
Comumente, eles ocorrem baixa profundidade (30 km) e, por isso, so
sentidos ate poucos quilmetros do epicentro. Este , quase sempre, opadro de sismicidade esperado para regies de interior de placas. No
entanto, a histria tem mostrado que, mesmo nestas regies tranqilas,
podem acontecer grandes terremotos. O leste dos Estados Unidos, com
nvel de atividade ssmica equivalente do Brasil, foi surpreendido, no
sculo passado, pela ocorrncia de super-terremotos com magnitudes em
torno de 8.0.
preciso investigar regies intra-placas com maior detalhe em nvel global.
Pouco se sabe, ainda, sobre o estado de esforos nestas reas.
Considerando que nelas, so mais longos os perodos de recorrncia de
grandes terremotos, as regies intra- placas se tornam, tambm, reas
potencialmente perigosas para sismos catastrficos (PEREIRA, 2008, pg.
23/24).
Conforme artigo publicado pelo Mundo Educao (S/D), toda discusso acerca da
imunidade do Brasil em relao ocorrncia de terremotos foi derrubada pelo pro fessor
Allaoua Saadi. Atravs do Departamento de Geografia do Instituto de Geocincia, liderado
por Allaoua Saadi foram encontradas 48 falhas geolgicas em toda extenso do territrio
brasileiro. So nessas falhas que desenvolvem os terremotos, por meio do movimento
das placas tectnicas. As falhas se formaram h milhes de anos em um longo processo
geolgico. As placas atuais so resultados da juno de placas, uma sobreposta a outra,
e muitas vezes a acomodao no realiza um perfeito encaixe, com isso h a formao
de trincas, lacunas, rachaduras e falhas, e quando h ruptura resulta em terremotos.
Como foi expresso no texto, no h como prever a ocorrncia de terremotos, embora haja
maneiras de identificar lugares propcios ao desenvolvimento de tal fenmeno.
Diante dessa pesquisa, Saadi afirmou que a concentrao maior das falhas est presente
no Nordeste e Sudeste. Apesar das novidades oriundas desse estudo, ainda se tem
informaes superficiais, uma vez que foram identificadas somente as grandes falhas e
existem ainda inmeras outras pequenas fissuras.
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Para a consolidao desse trabalho, Saadi utilizou vrios recursos, dentre os principais
esto: anlise de mapas topogrficos e geolgicos, imagens de satlites e radar, alm de
livros e pesquisas sobre o assunto. O pesquisador em questo relatou que existe a
possibilidade de acontecer terremotos, porm com menor frequncia e intensidade em
relao a outros lugares do globo (MUNDO EDUCAO, S/D).
Figura 2- 16 - Falhas geolgicas no Brasil
Fonte: APOLO 112 (2011)
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Conforme UNB (2011), vrios relatos histricos de sismos sentidos em diferentes pontos
do Brasil, como o do Cear (5.2 na escala Richter) e a atividade deJoo Cmara,RN (5.1
na escala Richter) prova que os sismos podem trazer danos materiais, ocasionar
transtornos populao e chegar, em alguns casos, a levar pnico incontrolvel s
pessoas.
Os tremores de intensidade mais alta como o de Mato Grosso (6.6 na escala Richter),
litoral do Esprito Santo (6.3 na escala Richter) e Amazonas (5.5 na escala Richter)
ocorreram em reas desabitadas. No possvel prever os tremores nem a sua
localizao, mas possvel afirma que se ocorrer um sismo com as intensidades acima
em uma cidade com grande densidade demogrfica ter um grande numero de vitimasfatais.
De acordo com artigo divulgado por Martinez (2007), o vilarejo rural de Carabas, em
Itacarambi, Minas Gerais, entrou para a histria do Brasil no dia 9 de dezembro de 2007.
Um terremoto provocou o desabamento de uma parede matando a menina Jesiane
Oliveira da Silva, de cinco anos.
O tremor de Itacarambi teve intensidade de 4,9 graus na escala Richter e, alm de bito,deixou cinco feridos e vrias casas destrudas (MARTINEZ, 2007).
http://vsites.unb.br/ig/sis/jc.htmhttp://vsites.unb.br/ig/sis/jc.htm -
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Figura 2- 17Mapa Indicativo dos Tremores Ocorridos no Brasil
Fonte: UNB (2011)
Este mapa contm dados sobre tremores de terra, com magnitude 3.0 oumais, ocorridos no Brasil, desde a poca da colonizao, at 1996. As
informaes mais antigas, indicadas por tringulos, so chamadas
histricas, e foram obtidas aps um longo e minucioso trabalho de
pesquisa em bibliotecas, livros, dirios e jornais. O livro Sismicidade do
Brasil de J.Berrocal et all,1984, contm detalhes destas informaes.
Os dados epicentrais, indicados por crculos, so relativamente mais novos
e foram obtidos por equipamentos sismogrficos(UNB, 2011).
2.2.2.1 O caso Joo CmaraNatalRN
De acordo com a UNB (2011), o sismo deste municpio, em 1986, foi a melhor
documentada e estudada atividade ssmica j ocorrida no Brasil. O primeiro evento, foi
registrado em Braslia, em 21/08/86 e alcanou magnitude 4,3. No ms seguinte (03 e
05/09/86), dois eventos com magnitudes 4,3 e 4,4, tambm sentidos, provocaram
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pequenos danos e foram acompanhados por vrias outras rplicas. Nas semanas
posteriores a sismicidade decresceu, mas, no dia 30/11/86, as 05h 19min 48 s (Hora
Local), aconteceu o principal tremor de toda a srie, com magnitude 5.1. Ele foi seguido
por centenas de rplicas, quatro delas com magnitude maior ou igual a 4.0. Danos
significativos ocorreram tanto na rea urbana como na rural fazendo com que grande
parte da populao abandonasse a cidade.
O Presidente da Repblica visitou a rea atingida que ficou com 4.000 casas destrudas
ou danificadas, sendo que 500 delas foram reconstrudas adotando certas normas
antisssmicas, desenvolvidas pelo Batalho de Engenharia do Exrcito. Esse evento um
exemplo de que o Brasil no est imune aos terremotos. Eventualmente, atividadessimilares podero ocorrer em outras cidades brasileiras (UNB, 2011).
Figura 2- 18 - Danos na rea urbana de Joo Cmara
Fonte: UNB (2011)
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Figura 2- 19 - Danos na rea urbana de Joo Cmara
Fonte: UNB (2011)
2.3 Conceitos Tcnicos em Relao s Estruturas e as foras ssmicas
Para a elaborao de projeto de estruturas em concreto armado, relevante considerar
as normas que regem as diretrizes de dimensionamentos e as suas consideraes
referentes aos estados limites ltimos e de servio, devendo ainda considerar os
princpios de carregamentos e de combinaes de cargas.
De acordo com Lima e Santos (2008), a anlise das estruturas submetidas a efeitos
ssmicos devem ser elaboradas por meio da anlise dinmica, devendo considerar a
norma brasileira pertinente ao assunto de sismicidade nas estruturas, Norma NBR 15421
(ABNT, 2006).
importante, ainda, o conhecimentos de algumas normas internacionais pertinentes a
sismicidade nas estruturas para conhecimento das diferenas e de informaes que
podem agregar conhecimento nos dimensionamentos das estruturas.
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2.3.1 Estados Limites
Conforme a NBR 6118 (ABNT, 2003), deve ser considerado no dimensionamento de
estrutura em concreto armado dois estados limites:
Estados limites ltimos (ELU);
Estados limites de servio (ELS).
A estrutura em concreto armado atingir os estados limites se no satisfazer as condies
de segurana, durabilidade e funcionalidade (CAMACHO, 2005).
A NBR 6118 (ABNT, 2003), define que os estados limites ltimos, ou de runas, esto
relacionados ao colapso que ocasiona a interrupo da utilizao da estrutura, sendo que
a estabilidade das estruturas de concreto deve sempre ser analisada em relao aos
estados limites ltimo da perda do equilbrio da estrutura, esgotamento da capacidade
resistente da estrutura, solicitaes dinmicas e colapso progressivo.
considerado os coeficientes de ponderaes (ces) para a anlise das resistncias
no estado limite ltimo, conforme abaixo:
Tabela 2- 2 - Coeficientes de ponderao no ELU
Combinaes Concreto c Ao s
Normais 1,4 1,15
Especiais ou de construo 1,2 1,15
Excepcionais 1,2 1,0
Fonte: NBR 6118 (ABNT, 2003)
Segundo a NBR 6118 (ABNT, 2003), os estados limites de servio, ou de utilizao,
possuem relao direta com a estabilidade e a esttica das estruturas das edificaes,
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com o conforto e com a correta utilizao funcional na ocupao das reas pelos usurios
e na alocao de mquinas e equipamentos.
Pode ser considerado m= 1 para os coeficientes de ponderao no estado limite de
servio.
2.3.2 Combinaes de cargas
Conforme a NBR 8681 (ABNT, 2003), a combinao das aes se dividem em trs
categorias:
a) aes permanentes;
b) aes variveis;
c) aes excepcionais.
As aes permanentes so classificadas como diretas, constantes durante a vida til da
edificao, e indiretas, variveis durante o perodo analisado.
As aes variveis so classificadas em diretas, indiretas e dinmicas. As aes variveis
diretas so compostas por cargas acidentais previsveis na fase de projeto e pela ao de
chuva e vento, as indiretas esto relacionadas a variaes de temperatura e as dinmicas
so causadas por choques ou vibraes.
Caracterizadas por perodo de durao curto, as aes excepcionais so oriundas da
ocorrncia de exploses, choques de veculos ou avies, incndios, enchentes ou sismos
excepcionais.
O aumento das aes permanentes e variveis originadas por alteraes na condio de
utilizao da edificao uma situao que torna a estrutura vulnervel a sismicidade
(OPCM, 2003, apud PENA, 2008).
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Segundo a NBR 6120 (ABNT, 1980), devem ser consideradas as cargas classificadas
como cargas permanentes e acidentais no dimensionamento de estruturas de concreto
armado.
O peso prprio do elemento estrutural e as cargas provenientes dos elementos
considerados imveis na edificao ao longo da vida til da estrutura caracterizam as
cargas permanentes esto relacionadas a.
As cargas acidentais so originadas pela utilizao da edificao, como exemplo pode ser
citado pessoas e mobilirios.
Os valores das cargas de materiais utilizados nas construes da edificao e as cargas
de utilizao podem ser adotados conforme valores tabelados na NBR 6120 (ABNT,
1980).
2.3.3 Dimensionamento das cargas nas estruturas
De acordo com a NBR 8681 (ABNT, 2003), ao longo da vida til da estrutura das
edificaes, podem ocorrem os carregamentos classificados em normal, especial e
excepcional.
Os carregamentos normais so os previsveis na fase de elaborao do projeto de
estrutura, sendo que deve ser analisado em relao ao estado limite ltimo e de servio e
o seu perodo de atuao equivalente ao perodo de referncia da estrutura projetada.
Os carregamentos especiais so originados pela ocorrncia de aes variveis e
caracterizados pelo pequeno perodo de atuao na estrutura, sendo analisados somente
em relao aos estados limites ltimos.
Os carregamentos excepcionais so em geral considerados em determinadas edificaes.
Seus perodos de atuao na estrutura so consideravelmente pequenos e so
analisados apenas nos estados limites ltimos.
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De acordo com Lima e Santos (2008), os carregamentos excepcionais podem ser
caracterizados em harmnico, peridico, transiente ou impulsivo, de acordo com a
atuao de variao no tempo:
Harmnico: ocasionado por turbinas, geradores e bombas centrfugas, apresenta
variao no tempo pela funo seno (ou co-seno);
Peridico: ocasionado por mquinas rotativas em operao, caracterizado por
repeties ao longo do tempo;
Transiente: caracterizado por variaes sem periodicidade, arbitrria ao longo do
tempo, caracterstico de ao de vento e terremoto;
Impulsivo: pode ser considerada como transiente, o perodo de durao muito curto.
2.3.4 Anlise dinmica
De acordo com Lima e Santos (2008), a anlise dinmica, utilizada para anlise ssmica
de estruturas, pode ser por meio de espectro de resposta e histrico no tempo.
de suma importncia considerar os espectros de respostas na analise ssmica para
anlise da acelerao da base, pois os abalos ssmicos produzem aceleraes diretas
sobre as estruturas.
O espectro de resposta um grfico que apresenta apenas a resposta mxima em termos
de deslocamentos, velocidades e acelerao em funo do tempo. No entanto, no
possvel obter o tempo da resposta mxima (LIMA e SANTOS, 2008).
De acordo com Sampaio e Martins (2006), o valor obtido no espectro de resposta
representa o maior valor obtido graficamente para um oscilador submetido ao evento
ssmico.
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Figura 2- 20Espectros de resposta: (a) deslocamentos; (b) velocidades e (c) acelerao em funodo tempo.
Fonte: Estvo (2011)
Em geral, a anlise ssmica nas estruturas tem como objetivo conhecer os valores
mximos que a mesma est submetida, e no conhecer a evoluo da resposta ao longo
do tempo. Logo, aplica-se o espectro de resposta na anlise dinmica (GUERREIRO,
1999).
Para determinado local e caracterstica do sismo se tem um espectro de resposta
especfico, logo, existe para aes ssmicas ocorridas em local de interesse o espectro de
projeto, determinado estatisticamente, que se aplica em todas as direes ortogonais
observadas, quando for aplicado verticalmente, suas ordenadas correspondero a 50%
da direo horizontal (LIMA e SANTOS, 2008).
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De acordo com a NBR 15421 (ABNT, 2006), a classe do terreno e a acelerao ssmica
horizontal determinam o espectro de resposta de projeto. considerado o fator de
correo ao espectro de resposta de projeto para determinadas situaes.
Tabela 2- 3 - Fatores de correo de espectro de resposta de projeto
Classe doterreno
Ca Cvag 0,10g ag= 0,15g ag 0,10g ag= 0,15g
A 0,8 0,8 0,8 0,8B 1,0 1,0 1,0 1,0C 1,2 1,2 1,7 1,7D 1,6 1,5 2,4 2,2
E 2,5 2,1 3,5 3,4Fonte: NBR 15421 (ABNT, 2006)
Na anlise com histrico de aceleraes no tempo, verificado um prottipo estrutural
submetido a movimentos de acelerao na base, sendo que deve haver compatibilidade
com os espectros de projeto adotado (LIMA e SANTOS, 2008).
Figura 2- 21Acelerogramas com variao no tempo para dois tipos de sismo
Fonte: Martins (2010)
De acordo com a NBR 15421 (ABNT, 2006), considerado na anlise com histrico de
aceleraes no tempo a estrutura submetida simultaneamente a um conjunto de
acelerogramas nas direes ortogonais.
Para se obter a resposta de um acelerograma, existem procedimentos para anlise
elstica e no-elstica(CLOUGH, 1975, apud CORBANI, 2006).
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Pode ser considerado para registros os eventos reais ou elaborados artificialmente,
adotando-se no mnimo trs conjuntos de acelerogramas (LIMA e SANTOS, 2008).
De acordo com Estvo (1998), para a anlise dos efeitos ssmicos necessrio a
elaborao de um banco de dados com informaes histricas de eventos ssmicos na
regio em anlise, como data do evento, intensidade epicentral, intensidades locais,
curvas de iguais intensidades, magnitude, localizao do epicentro, profundidade de
foco, registros instrumentais e informaes sismotectnica.
Para se obter uma simulao coerente de um acelerograma de terremoto, o nmero de
funes harmnicas est entre a sexta ou stima frequncia ressonante (CORBANI,2006).
De acordo Espezua (2009), o tremor do solo durante o evento ssmico definido pela
variao da acelerao no tempo.
O histrico de variao no tempo justificado para os perodos da estrutura analisado,
sendo que a mesma se altera de pequenos passos at atingir taxa fixa de amortecimento(CORBANI, 2006).
Segundo a NBR 15421 (ABNT, 2006) os resultados justificam a envoltria dos efeitos
estruturais mximos dos conjuntos de acelerogramas analisados.
2.3.5 Categoria ssmica e direo das foras
O zoneamento ssmico caracteriza os eventos ssmicos em regies, sendo possvel
classificar em trs grupos: zoneamento da sismicidade, zoneamento do movimento do
solo e zoneamento de danos (ESTVO, 1998).
Segundo a NBR 15421 (ABNT, 2006), o Brasil classificado em cinco zonas ssmicas
com relao a acelerao ssmica horizontal.
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Figura 2- 22Zoneamento ssmico do Brasil
Fonte: Santos e Lima (2006)
O zoneamento ssmico caracteriza a ocorrncia de eventos ssmicos, magnitudes e
energia libertada, distribuindo-a geograficamente (ESTVO, 1998).
De acordo com Lima e Santos (2008), o territrio brasileiro na sua grande maioria
classificado como zona ssmica 0, exceto a parte oeste das Regies Centro-Oeste e
Norte, prximas da placa tectnica situada no Pacfico e Cordilheira dos Andes, e parte da
Regio Nordeste, prxima da sismicidade da Crista Central do Atlntico.
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De acordo com a NBR 15421 (ABNT, 2006), a definio dos sistemas estruturais a ser
utilizado, os critrios de anlise ssmica e as irregularidades aceitveis so adotadas
conforme as categorias ssmica, sendo funo da zona ssmica.
Tabela 2- 4 - Categorias ssmicas
Zona ssmica Categoria ssmica
Zonas 0 e 1 A
Zona 2 B
Zonas 3 e 4 C
Fonte: NBR 15421 (ABNT, 2006)
De acordo com Souza e Lima (2008), as estruturas denominadas zona ssmica 0 no
necessitam apresentar nenhuma resistncia ssmica, j as classificadas como 1 devem
atender resistncia de cargas aplicadas horizontalmente.
Quanto s estruturas localizadas nas zonas ssmicas classificadas em 2, 3 e 4, o perodo
avaliado dever ser menor ou igual ao Cup (Coeficiente de limitao do perodo).
Tabela 2- 5 - Coeficiente de limitao do perodo
Zona ssmica Cup
Zona 2 1,7
Zona 3 1,6
Zona 4 1,5
Fonte: NBR 15421 (ABNT, 2006)
Segundo a NBR 15421 (ABNT, 2006) a classificao dos componentes no-estruturais
deve ser de acordo com a categoria ssmica, sendo considervel a aplicao de um fator
de importncia de acordo com a funcionalidade de preservao da vida humana,
potencialidade txica prejudiciais ao meio ambiente.
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A direo da fora ssmica a ser considerada no sistema sismo-resistente aquela que
apresenta a condio mais crtica na estrutura e pode ser considerado que esta
submetida a foras ssmicas em cada direo ortogonal isoladamente (LIMA e SANTOS,
2008).
Segundo a NBR 15421 (ABNT, 2006) relevante adotar a rigidez dos elementos verticais
e diagramas no modelo das foras ssmicas horizontais, sendo considervel definir o
momento de toro inerente (Mt) dos pisos complementado pelo momento torsional
acidental (Mta).
relevante ressaltar que os pases localizados no continente sul americano esto, em
geral, bem mais desenvolvidos que o Brasil no que diz respeito a anlise ssmica, pois de
acordo com Falconi (2003, apud SANTOS e LIMA, 2006) antes da norma brasileira ser
oficializada j havia estudo a respeito das normas dos pases sul americanos.
Conforme prxima figura, apresentado o zoneamento ssmico da Amrica do Sul.
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Figura 2- 23Sismicidade da Amrica do Sul
Fonte: Santos e Lima (2006)
2.3.6 Aspectos importantes da NBR 15421Projeto de estruturas resistentes asismoProcedimento
De acordo com Lima e Santos (2008) no Brasil era indisponvel a normalizao anti-sismo
para a estrutura das edificaes. A primeira a ser oficializada foi a NBR 15421 Norma
Brasileira de Estruturas Resistentes a Sismos. No entanto, alm desta norma, outras
esto sendo desenvolvidas pela Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT).
A NBR 15421 (ABNT, 2006) define os princpios para avaliao da estabilidade das
estruturas das edificaes resistentes as aes ssmicas.
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De acordo com a referida Norma, o territrio brasileiro classificado em cinco categorias
ssmicas, sendo que para cada categoria ssmica definido o requisito de anlise. Em
funo das categorias ssmicas, definidos os requisitos dos sistemas estruturais
adequados e as irregularidades aceitveis.
Quanto aos procedimentos de anlise ssmica, a NBR 15421 (ABNT, 2006) orienta que
pode ser utilizado o processo simplificado, mtodo das foras horizontais equivalentes,
para as categorias classificadas em B e C, no entanto, todas as categorias ssmicas
podem ser analisadas utilizando processos mais rigorosos como a anlise por espectro de
resposta e histrico de aceleraes no tempo.
A Norma determina os requisitos mnimos para a resistncia ssmica dos componentes
no estruturais dos prdios em funo da categoria ssmica e do fator de importncia.
2.3.7 Normas internacionais
2.3.7.1 Peru
A norma tcnica peruana (SENCICO, 2003) pertinente a sismo-resistncia nas
edificaes, divide o pas de Peru em trs zonas ssmica, 1, 2 e 3, em funo das
caractersticas gerais das movimentaes ssmicas e da distncia do epicentro. Orienta a
necessidade de se elaborar estudos denominados de micro-zonificao dos eventos
ssmicos e anlise de stio, conforme regio analisada.
A norma define que as edificaes e suas particularidades devem ser projetadas com
requisitos que a tornem resistentes aos esforos ssmicos, no sendo necessrio
considerar os efeitos simultneo de vento e sismo.
A norma denomina as edificaes em diversas categorias, conforme a utilizao, e adota
um coeficiente de uso e importncia.
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As estruturas so classificadas em regulares e irregulares, possibilitando determinar o
procedimento adequado de anlise e adoo do valor apropriado do fator de reduo da
fora ssmica.
Considera que seja elaborada anlise esttica, representada pela aplicao de foras
ssmicas nos diversos pavimentos da edificao, e anlise dinmica pelo espectro de
resposta ou por anlise de histrico com aceleraes no tempo. Para as estruturas de
edificaes convencionais considerada a combinao espectral e nas especiais a
anlise com histrico de aceleraes no tempo.
Quanto s estruturas danificadas por efeito ssmico, estas devem ser analisadas deacordo com estudo prvio da edificao e da regio e reforadas de modo que possuam
capacidade para resistir a novos eventos ssmicos, no quando no for possvel, esta
dever ser demolida. Devero ser considerada rigidez, resistncia e ductibilidade no
dimensionamento de projetos de reparo.
No dimensionamento de edificaes com rea superior a 10.000m, o proprietrio dever
providenciar a instrumentao para registros acelerogrficos.
2.3.7.2 Europa
A norma europia Eurocode 8 (Projeto de estruturas para resistncia aos sismos),
dividida em 6 partes, sendo que a Parte 1 (CEN, 2003) apresenta as aes ssmicas e as
condies aplicadas concepo e construo de edifcios civis e obras de engenharia
em regies com sismicidade, a 2 parte (CEN, 2003a) determina os critrios para a
construo de pontes em regies com sismicidade, a Parte 3 (CEN, 2003b) define os
reforos e reparaes de edifcios, a 4 parte (CEN, 2003c) se refere a sismicidade em
silos, tanques e dutos, a Parte 5 (CEN, 2003d) apresenta as condies para sismo em
fundaes, estruturas de conteno e aspectos geotcnicos e a Parte 6 (CEN, 2003e)
estabelece os critrios para as torres, mastro e chamins.
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2.3.7.2.1 Parte 1 (CEN, 2003): Regras gerais, aes ssmicas e regras para edifciosaplicada concepo e construo de edifcios civis e obras de engenharia emregies ssmicas.
Contm disposies que devem ser observados para a concepo de edifcios e obras de
engenharia civil em regies com sismicidade, incluindo os requisitos bsicos de
desempenho e critrios de conformeidade aplicveis, e define as regras para a
representao das aes ssmicas e sua combinao com outras aes.
subdividido em 10 seces, algumas das quais so especificamente dedicados para o
projeto de edifcios.
Determina as regras gerais de projetos pertinentes especificamente aos edifcios,
contendo regras especficas para vrias estruturais, materiais e elementos, pertinentes
especificamente aos edifcios de concreto, edifcios de ao, edifcios compostos de ao e
concreto, edifcios de madeira, edifcios de alvenaria estrutural e os requisitos de
concepo e de segurana relacionadas ao isolamento de base dos edifcios.
Estruturas especiais, tais como centrais nucleares, estruturas offshore e grandes
barragens, esto fora do escopo desta norma.
2.3.7.2.2 Parte 2 (CEN, 2003a): Pontes
Esta parte da Norma contm os requisitos de desempenho particular e critrios de
cumpr