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1. Classificao Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Sade Organizao Mundial da Sade Direco-Geral da Sade Lisboa 2004 2. Traduo e reviso Amlia Leito 3. Sumrio Introduo ............................................................................................................................... 5 1. Antecedentes................................................................................................................ 7 2. Objectivos da CIF........................................................................................................ 9 3. Propriedades da CIF .................................................................................................. 11 4. Viso geral dos componentes da CIF........................................................................ 13 5. Modelo de funcionalidade e incapacidade ................................................................ 20 6. Utilizao da CIF....................................................................................................... 23 A. Classificao de primeiro nvel ........................................................................................ 29 B. Classificao de segundo nvel......................................................................................... 33 D. Classificao detalhada com definies ........................................................................... 47 Funes do corpo ............................................................................................................ 49 Estruturas do corpo ......................................................................................................... 96 Actividades e participao ............................................................................................ 112 Factores ambientais....................................................................................................... 152 Anexos................................................................................................................................. 183 Questes de taxonomia e de terminologia..................................................................... 185 Guia para a codificao pela CIF.................................................................................. 193 Utilizaes possveis da lista de Actividades e Participao ........................................ 207 Exemplos de casos ........................................................................................................ 211 A CIF e as pessoas com incapacidades......................................................................... 215 Directrizes ticas para a utilizao da CIF.................................................................... 217 Resumo do processo de reviso .................................................................................... 219 Orientaes futuras da CIF............................................................................................ 223 Dados da CIF sugeridos como mnimos e ideais para sistemas de informao de sade ou para inquritos de sade........................................................................................... 225 Agradecimentos............................................................................................................. 226 3 4. CIF Introduo 5 5. 6 6. 1. Antecedentes Este volume contm a Classificao Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Sade, conhecida como CIF1 . O objectivo geral da classificao proporcionar uma linguagem unificada e padronizada assim como uma estrutura de trabalho para a descrio da sade e de estados relacionados com a sade. A classificao define os componentes da sade e alguns componentes do bem-estar relacionados com a sade (tais como educao e trabalho). Os domnios contidos na CIF podem, portanto, ser considerados como domnios da sade e domnios relacionados com a sade. Estes domnios so descritos com base na perspectiva do corpo, do indivduo e da sociedade em duas listas bsicas: (1) Funes e Estruturas do Corpo, e (2) Actividades e Participao.2 Como classificao, a CIF agrupa sistematicamente diferentes domnios3 de uma pessoa com uma determinada condio de sade (e.g. o que uma pessoa com uma doena ou perturbao faz ou pode fazer). A Funcionalidade um termo que engloba todas as funes do corpo, actividades e participao; de maneira similar, incapacidade um termo que inclui deficincias, limitao da actividade ou restrio na participao. A CIF tambm relaciona os factores ambientais que interagem com todos estes constructos. Neste sentido, a classificao permite ao utilizador registar perfis teis da funcionalidade, incapacidade e sade dos indivduos em vrios domnios. 1 O texto representa uma reviso da Classificao Internacional de Deficincias, Incapacidades e Desvantagens (ICIDH), publicada inicialmente pela Organizao Mundial da Sade com carcter experimental em 1980. Esta verso foi desenvolvida aps estudos de campo sistemticos e consultas internacionais nos ltimos cinco anos e foi aprovada pela Quinquagsima Quarta Assembleia Mundial de Sade para utilizao internacional em 22 de Maio de 2001 (resoluo WHA54.21). 2 Estes termos, que substituem aqueles utilizados previamente "deficincia", "incapacidade" e "limitao (desvantagem)", alargam o mbito da classificao de modo a permitir a descrio de experincias positivas. Os novos termos so definidos mais adiante nesta Introduo e surgem em detalhe no corpo da classificao. importante notar que esses termos so utilizados com significados especficos que podem diferir do seu uso na vida quotidiana. 3 Um domnio um conjunto prtico e significativo de funes relacionadas com a fisiologia, estruturas anatmicas, aces, tarefas ou reas da vida. . 4 Classificao Estatstica Internacional de Doenas e Problemas Relacionados com a Sade , Dcima Reviso, Vols. 1-3 Genebra, Organizao Mundial da Sade, 1992-1994. 5 importante tambm reconhecer a sobreposio entre a CID-10 e a CIF. As duas classificaes comeam com os sistemas do corpo. Deficincias referem-se s estruturas e funes do corpo que so, em geral, parte do processo de doena e portanto, tambm utilizadas na CID-10. No obstante, a CID-10 utiliza as deficincias (tais como, sinais e sintomas) como partes de um conjunto que forma uma doena ou, algumas vezes, como os motivos de contacto com A CIF pertence famlia das classificaes internacionais desenvolvida pela Organizao Mundial da Sade (OMS) para aplicao em vrios aspectos da sade. A famlia de classificaes internacionais da OMS proporciona um sistema para a codificao de uma ampla gama de informaes sobre sade (e.g. diagnstico, funcionalidade e incapacidade, motivos de contacto com os servios de sade) e utiliza uma linguagem comum padronizada que permite a comunicao sobre sade e cuidados de sade em todo o mundo, entre vrias disciplinas e cincias. Nas classificaes internacionais da OMS, os estados de sade (doenas, perturbaes, leses, etc.) so classificados principalmente na CID-10 (abreviatura da Classificao Internacional de Doenas, Dcima Reviso),4 que fornece uma estrutura de base etiolgica. A funcionalidade e a incapacidade associados aos estados de sade so classificados na CIF. Portanto, a CID-10 e a CIF so complementares, 5 e os utilizadores so estimulados a usar 7 7. 1. Antecedentes CIF em conjunto esses dois membros da famlia de classificaes internacionais da OMS. A CID-10 proporciona um diagnstico de doenas, perturbaes ou outras condies de sade, que complementado pelas informaes adicionais fornecidas pela CIF sobre funcionalidade.6 Em conjunto, as informaes sobre o diagnstico e sobre a funcionalidade, do uma imagem mais ampla e mais significativa da sade das pessoas ou da populao, que pode ser utilizada em tomadas de deciso. A famlia de classificaes internacionais da OMS constitui uma ferramenta valiosa para a descrio e a comparao da sade das populaes num contexto internacional. As informaes sobre a mortalidade (facultadas pela CID-10) e sobre as consequncias na sade (proporcionadas pela CIF) podem ser combinadas de forma a obter medidas sintticas da sade das populaes. Isto permite seguir a sade das populaes e a sua distribuio, bem como avaliar a parte atribuda s diferentes causas. A CIF transformou-se, de uma classificao de consequncia da doena (verso de 1980) numa classificao de componentes da sade. Os componentes da sade identificam o que constitui a sade, enquanto que as "consequncias" se referem ao impacto das doenas na condio de sade da pessoa. Deste modo a CIF assume uma posio neutra em relao etiologia de modo que os investigadores podem desenvolver inferncias causais utilizando mtodos cientficos adequados. De maneira similar, esta abordagem tambm diferente de uma abordagem do tipo "determinantes da sade" ou factores de risco". Para facilitar o estudo dos determinantes ou dos factores de risco, a CIF inclui uma lista de factores ambientais que descrevem o contexto em que o indivduo vive. servios de sade, enquanto que o sistema da CIF utiliza as deficincias como problemas das funes e estruturas do corpo associados aos estados de sade. 6 Duas pessoas com a mesma doena podem ter nveis diferentes de funcionamento, e duas pessoas com o mesmo nvel de funcionamento no tm necessariamente a mesma condio de sade. Assim, a utilizao conjunta aumenta a qualidade dos dados para fins clnicos. A utilizao da CIF no deve substituir os procedimentos normais de diagnstico. Em outros contextos, a CIF pode ser utilizada sozinha. 8 8. 2. Objectivos da CIF A CIF uma classificao com mltiplas finalidades elaborada para servir a vrias disciplinas e sectores diferentes. Os seus objectivos especficos podem ser resumidos da seguinte maneira: 7 As Normas Padronizadas para a Igualdade de Oportunidades para Pessoas com Incapacidades (The standard Rules on the Equalization of Opportunities for Persons with Disabilities ). Adoptada pela Assembleia Geral das Naes Unidas na proporcionar uma base cientfica para a compreenso e o estudo dos determinantes da sade, dos resultados e das condies relacionadas com a sade; estabelecer uma linguagem comum para a descrio da sade e dos estados relacionados com a sade, para melhorar a comunicao entre diferentes utilizadores, tais como, profissionais de sade, investigadores, polticos e decisores e o pblico, incluindo pessoas com incapacidades; permitir a comparao de dados entre pases, entre disciplinas relacionadas com os cuidados de sade, entre servios, e em diferentes momentos ao longo do tempo; proporcionar um esquema de codificao para sistemas de informao de sade. Estes objectivos esto inter-relacionados dado que a necessidade de aplicar a CIF e a sua utilizao requerem a construo de um sistema prtico e til que possa ser aplicado por vrios utilizadores na poltica de sade, na garantia da qualidade e na avaliao de resultados em diferentes culturas. 2.1 Aplicaes da CIF Desde a sua publicao como verso experimental, em 1980, a ICIDH tem sido utilizada para vrios fins, por exemplo: como uma ferramenta estatstica na colheita e registo de dados (e.g. em estudos da populao e inquritos na populao ou em sistemas de informao para a gesto); como uma ferramenta na investigao para medir resultados, a qualidade de vida ou os factores ambientais; como uma ferramenta clnica avaliar necessidades, compatibilizar os tratamentos com as condies especficas, avaliar as aptides profissionais, a reabilitao e os resultados; como uma ferramenta de poltica social no planeamento de sistemas de segurana social, de sistemas de compensao e nos projectos e no desenvolvimento de polticas; como uma ferramenta pedaggica na elaborao de programas educacionais, para aumentar a consciencializao e realizar aces sociais. Como a CIF uma classificao da sade e dos estados relacionados com a sade, tambm utilizada por sectores, tais como, seguros, segurana social, trabalho, educao, economia, poltica social, desenvolvimento de polticas e de legislao em geral e alteraes ambientais. Por estes motivos foi aceite como uma das classificaes sociais das Naes Unidas, sendo mencionada e estando incorporada nas Normas Padronizadas para a Igualdade de Oportunidades para Pessoas com Incapacidades .7 Assim, a CIF constitui um 9 9. 2. Objectivos da CIF CIF instrumento apropriado para o desenvolvimento de legislao internacional sobre os direitos humanos bem como de legislao a nvel nacional. A CIF til num mbito muito largo de aplicaes diferentes, por exemplo, em segurana social, na avaliao da gesto dos cuidados de sade, em inquritos populao a nvel local, nacional e internacional. Oferece uma estrutura conceptual para a informao aplicvel aos cuidados de sade pessoais, incluindo a preveno, a promoo da sade e a melhoria da participao, removendo ou atenuando as barreiras sociais e estimulando a atribuio de apoios e de facilitadores sociais. tambm til no estudo dos sistemas de cuidados de sade, tanto em termos de avaliao como de formulao de polticas. sua 48 sesso em 20 de Dezembro de 1993 (resoluo 48/96). Nova York, NY, Departamento de Informaes Pblicas das Naes Unidas, 1994. 10 10. 3. Propriedades da CIF Uma classificao deve ser clara em relao ao seu objecto: o seu universo, o seu mbito, as suas categorias, a sua organizao e a forma como esses elementos esto estruturados em termos da sua inter-relao. Estas propriedades bsicas da CIF esto descritas nas seces que se seguem. 3.1 Universo da CIF A CIF engloba todos os aspectos da sade humana e alguns componentes relevantes para a sade relacionados com o bem-estar e descreve-os em termos de domnios de sade e domnios relacionados com a sade. 8 A classificao circunscrita ao amplo contexto da sade e no cobre circunstncias que no esto relacionadas com a sade, tais como, as que resultam de factores scio-econmicos. Por exemplo, algumas pessoas podem ter uma capacidade limitada de executar uma tarefa no ambiente em que vivem, por causa da raa, sexo, religio ou outras caractersticas scio-econmicas, mas essas restries na participao no esto relacionadas com a sade no sentido que lhe atribudo na CIF. Muitas pessoas consideram, erradamente, que a CIF se refere unicamente a pessoas com incapacidades; na verdade, ela aplica-se a todas as pessoas. A sade e os estados relacionados com a sade associados a qualquer condio de sade podem ser descritos atravs da CIF. Por outras palavras, a CIF tem aplicao universal.9 3.2 mbito da CIF A CIF permite descrever situaes relacionadas com a funcionalidade do ser humano e as suas restries e serve como enquadramento para organizar esta informao. Ela estrutura a informao de maneira til, integrada e facilmente acessvel. A CIF organiza a informao em duas partes; (1) Funcionalidade e Incapacidade, (2) Factores Contextuais. Cada parte tem dois componentes: 1. Componentes da Funcionalidade e da Incapacidade O componente Corpo inclui duas classificaes, uma para as funes dos sistemas orgnicos e outra para as estruturas do corpo. Nas duas classificaes os captulos esto organizados de acordo com os sistemas orgnicos. O componente Actividades e Participao cobre a faixa completa de domnios que indicam os aspectos da funcionalidade, tanto na perspectiva individual como social. 2. Componentes dos Factores Contextuais 8 Exemplos de domnios da sade incluem ver, ouvir, andar, aprender e recordar, enquanto que exemplos de domnios relacionados com a sade incluem transporte, educao e interaces sociais. 9 Bickenbach JE, Chatterji S, Badley EM, stn TB. Modelos de incapacidade, universalismo e a ICIDH. Social Science and Medicine, 1999, 48:1173 - 1187 11 11. 3. Propriedades da CIF CIF O primeiro componente dos Factores Contextuais uma lista de Factores Ambientais. Estes tm um impacto sobre todos os componentes da funcionalidade e da incapacidade e esto organizados de forma sequencial, do ambiente mais imediato do indivduo at ao ambiente geral. Os Factores Pessoais tambm so um componente dos Factores Contextuais, mas eles no esto classificados na CIF devido grande variao social e cultural associada aos mesmos. Os componentes de Funcionalidade e da Incapacidade da CIF podem ser expressos de duas maneiras. Por um lado, eles podem ser utilizados para indicar problemas (e.g. incapacidade, limitao da actividade ou restrio de participao designadas pelo termo genrico deficincia); por outro lado, eles podem indicar aspectos no problemticos (i.e. neutros) da sade e dos estados relacionados com a sade resumidos sob o termo funcionalidade). Estes componentes da funcionalidade e da incapacidade so interpretados utilizando-se trs constructos separados, mas relacionados. Estes constructos so operacionalizados com o uso de qualificadores. As funes e as estruturas do corpo podem ser interpretadas atravs das alteraes dos sistemas fisiolgicos ou das estruturas anatmicas. Para o componente Actividades e Participao esto disponveis dois constructos: capacidade e desempenho (ver seco 4.2). 10 Esta interaco pode ser considerada como um processo ou um resultado dependendo do utilizador. A funcionalidade e a incapacidade de uma pessoa so concebidas como uma interaco dinmica 10 entre os estados de sade (doenas, perturbaes, leses, traumas, etc.) e os factores contextuais. Como j foi indicado anteriormente, os Factores Contextuais englobam factores pessoais e ambientais. A CIF inclui uma lista abrangente de factores ambientais que so considerados como um componente essencial da classificao. Os factores ambientais interagem com todos os componentes da funcionalidade e da incapacidade. O constructo bsico do componente dos Factores Ambientais o impacto facilitador ou limitador das caractersticas do mundo fsico, social e atidudinal. 3.3 Unidade de classificao A CIF classifica a sade e os estados relacionados com a sade. A unidade de classificao corresponde, portanto, a categorias dentro dos domnios da sade e daqueles relacionados com a sade. Assim, importante notar que nesta classificao, as pessoas no so as unidades de classificao, isto , a CIF no classifica pessoas, mas descreve a situao de cada pessoa dentro de uma gama de domnios de sade ou relacionados com a sade. Alm disso, a descrio sempre feita dentro do contexto dos factores ambientais e pessoais. 3.4 Apresentao da CIF A CIF apresentada em duas verses para poder responder s necessidades dos vrios utilizadores que necessitam de nveis diferentes de detalhe. A verso completa da CIF, tal como apresentada neste volume, consiste numa classificao com quatro nveis de detalhe. Estes quatro nveis podem ser agregados num sistema de classificao de nvel superior que inclui todos os domnios num segundo nvel. Esta classificao a dois nveis tambm est disponvel numa verso resumida da CIF. 12 12. 4. Viso geral dos componentes da CIF DEFINIES11 No contexto de sade: Funes do corpo so as funes fisiolgicas dos sistemas orgnicos (incluindo as funes psicolgicas). Estruturas do corpo so as partes anatmicas do corpo, tais como, rgos, membros e seus componentes. Deficincias so problemas nas funes ou nas estruturas do corpo, tais como, um desvio importante ou uma perda. Actividade a execuo de uma tarefa ou aco por um indivduo. Participao o envolvimento de um indivduo numa situao da vida real. Limitaes da actividade so dificuldades que um indivduo pode ter na execuo de actividades. Restries na participao so problemas que um indivduo pode enfrentar quando est envolvido em situaes da vida real Factores ambientais constituem o ambiente fsico, social e atitudinal em que as pessoas vivem e conduzem sua vida. A Tabela 1 d uma viso geral desses conceitos, que so explicados em termos operacionais na seco 5.1. Como est indicado na tabela: A CIF tem duas partes, cada uma com dois componentes: Parte 1. Funcionalidade e Incapacidade (a) Funes do Corpo e Estruturas do Corpo (b) Actividades e Participao Parte 2. Factores Contextuais (c) Factores Ambientais (d) Factores Pessoais Cada componente pode ser expresso em termos positivos e negativos. Cada componente contm vrios domnios e em cada domnio h vrias categorias, que so as unidades de classificao. A sade e os estados relacionados com a sade de um indivduo podem ser registados atravs da seleco do cdigo ou cdigos apropriados da 11 Ver tambm Anexo 1, Questes de Taxonomia e de Terminologia. 13 13. 4. Viso geral dos componentes da CIF CIF categoria e do acrscimo de qualificadores, cdigos numricos que especificam a extenso ou magnitude da funcionalidade ou da incapacidade naquela categoria, ou em que medida um factor ambiental facilita ou constitui um obstculo. Tabela 1. Uma viso geral da CIF Parte 1: Funcionalidade e Incapacidade Parte 2: Factores Contextuais Componentes Funes e Estruturas do Corpo Actividades e Participao Factores Ambientais Factores Pessoais Domnios Funes do Corpo Estruturas do Corpo reas Vitais (tarefas, aces) Influncias externas sobre a funcionalidade e a incapacidade Influncias internas sobre a funcionalidade e a incapacidade Constructos Mudana nas funes do corpo (fisiolgicas) Mudana nas estruturas do corpo (anatmicas) Capacidade Execuo de tarefas num ambiente padro Desempenho/Execuo de tarefas no ambiente habitual Impacto facilitador ou limitador das caractersticas do mundo fsico, social e atitudinal Impacto dos atributos de uma pessoa Integridade funcional e estrutural Actividades ParticipaoAspectos positivos Funcionalidade Facilitadores No aplicvel Deficincia Limitao da actividade Restrio da participaoAspectos negativos Incapacidade Barreiras No aplicvel 4.1 Funes e estruturas do corpo e deficincias Definies: As funes do corpo so as funes fisiolgicas dos sistemas orgnicos (incluindo as funes psicolgicas) As estruturas do corpo so as partes anatmicas do corpo, tais como, rgos, membros e seus componentes. Deficincias so problemas nas funes ou na estrutura do corpo, tais como, um desvio importante ou uma perda. (1) As funes e as estruturas do corpo so classificadas em duas seces diferentes. Essas duas classificaes esto concebidas de forma a serem utilizadas em paralelo. Por exemplo, as funes do corpo incluem sentidos humanos bsicos como as "funes da viso" e as estruturas relacionadas aparecem na forma de olho e estruturas relacionadas. (2) "Corpo" refere-se ao organismo humano como um todo; por isso, o crebro e as suas funes, i.e., a mente, esto includos. As funes mentais (ou psicolgicas) so, portanto, includas nas funes do corpo. 14 14. CIF 4. Viso geral dos componentes da CIF (3) As funes e as estruturas do corpo so classificadas de acordo com os sistemas orgnicos; por isso, as estruturas do corpo no so consideradas como rgos, no seu sentido restrito. 12 (4) As deficincias de estrutura podem consistir numa anormalidade, defeito, perda ou outro desvio importante relativamente a um padro das estruturas do corpo. As deficincias foram definidas de acordo com os conhecimentos biolgicos actuais ao nvel de tecidos ou das clulas e ao nvel sub-celular ou molecular. Por motivos prticos, no entanto, esses nveis no esto classificados.13 As bases biolgicas das deficincias orientaram essa classificao e possvel expandir a classificao para incluir os nveis celular ou molecular. Do ponto de vista mdico, deve-se ter em mente que as deficincias no so equivalentes s patologias subjacentes, mas sim a manifestaes dessas patologias. (5) As deficincias correspondem a um desvio relativamente ao que geralmente aceite como estado biomdico normal (padro) do corpo e das suas funes. A definio dos seus componentes feita essencialmente por pessoas com competncia para avaliar a funcionalidade fsica e mental, de acordo com esses padres. (6) As deficincias podem ser temporrias ou permanentes; progressivas, regressivas ou estveis; intermitentes ou contnuas. O desvio em relao ao modelo baseado na populao, e geralmente aceite como normal, pode ser leve ou grave e pode variar ao longo do tempo. Estas caractersticas so consideradas posteriormente em descries adicionais, principalmente nos cdigos, atravs de um qualificador que se acrescenta ao cdigo e do qual fica separado por um ponto. (7) As deficincias no tm uma relao causal com a etiologia ou com a forma como se desenvolveram. Por exemplo, a perda da viso ou de um membro pode resultar de uma anormalidade gentica ou de uma leso. A presena de uma deficincia implica necessariamente uma causa, no entanto, a causa pode no ser suficiente para explicar a deficincia resultante. Da mesma forma, quando h uma deficincia, h uma disfuno das funes ou estruturas do corpo, mas isto pode estar relacionado com qualquer doena, perturbao ou estado fisiolgico. As deficincias podem ser parte ou uma expresso de uma condio de sade, mas no indicam, necessariamente, a presena de uma doena ou que o indivduo deva ser considerado doente. (9) As deficincias cobrem um campo mais vasto que as perturbaes ou as doenas, por exemplo, a perda de uma perna uma deficincia de uma estrutura do corpo, mas no uma perturbao ou uma doena. (10) As deficincias podem originar outras deficincias, por exemplo, a diminuio da fora muscular pode prejudicar as funes do movimento; as funes cardacas podem 12 Embora o nvel de rgo tenha sido mencionado na verso de 1980 da ICIDH, a definio de um "rgo" no clara. O olho e o ouvido so considerados tradicionalmente como rgos; no entanto, difcil identificar e definir seus limites, e o mesmo se aplica aos membros e aos rgos internos. Em vez de utilizar uma abordagem por "rgo", que implica a existncia de uma entidade ou unidade dentro do corpo, a CIF substitui esse termo por estrutura do corpo. 13 Assim, as deficincias codificadas quando se utiliza a verso completa da CIF, devem poder ser identificadas ou percebidas por outra pessoa ou pela pessoa interessada quer atravs da observao directa quer a partir de factos observados. 15 15. 4. Viso geral dos componentes da CIF CIF estar relacionadas com o dfice das funes respiratrias, e uma percepo prejudicada pode estar relacionada com as funes do pensamento. (11) Algumas categorias do componente Funes e Estruturas do Corpo e as categorias da CID-10 parecem sobrepor-se, principalmente no que se refere aos sintomas e sinais. No entanto, os propsitos das duas classificaes so diferentes. A CID-10 classifica sintomas em captulos especiais para documentar a morbilidade ou a utilizao de servios, enquanto que a CIF os mostra como parte das funes do corpo, que podem ser utilizados na preveno ou na identificao das necessidades dos doentes. Mais importante ainda, na CIF, a classificao das Funes e das Estruturas do Corpo foi concebida para ser utilizada em conjunto com as categorias de Actividades e Participao. (12) As deficincias so classificadas nas categorias apropriadas utilizando-se critrios de identificao definidos (e.g. presente ou ausente de acordo com um valor limiar). Esses critrios so os mesmos para as funes e estruturas do corpo. Eles so: (a) perda ou ausncia; (b) reduo; (c) aumento ou excesso e (d) desvio. Uma vez que uma deficincia esteja presente, ela pode ser graduada em termos de gravidade utilizando-se o qualificador genrico da CIF. (13) Os factores ambientais interagem com as funes do corpo, como por exemplo, a qualidade do ar e a respirao, a luz e a viso, os sons e a audio, estmulos que distraem e a ateno, textura do pavimento e o equilbrio, a temperatura do ambiente e a regulao da temperatura do corpo. 4.2 Actividades e Participao/limitaes da actividade e restries na participao Definies: Actividade a execuo de uma tarefa ou aco por um indivduo. Participao o envolvimento numa situao da vida. Limitaes da actividade so dificuldades que um indivduo pode encontrar na execuo de actividades. Restries na participao so problemas que um indivduo pode experimentar no envolvimento em situaes reais da vida. (1) Os domnios do componente Actividades e Participao esto includos numa lista nica que engloba a totalidade das reas vitais (desde a aprendizagem bsica ou a mera observao a reas mais complexas, tais como, interaces interpessoais ou de trabalho). O componente pode ser utilizado para descrever as actividades (a) ou a participao (p) ou ambas. Os domnios deste componente so qualificados pelos dois qualificadores de desempenho e capacidade. Assim, as informaes colhidas atravs dessa lista produz numa tabela de dados sem sobreposies ou redundncias (ver Tabela 2). 16 16. CIF 4. Viso geral dos componentes da CIF Tabela 2. Actividades e Participao: matriz de informao Qualificador Domnios Desempenho Capacidade d1 Aprendizagem e aplicao dos conhecimentos d2 Tarefas e exigncias gerais d3 Comunicao d4 Mobilidade d5 Auto cuidados d6 Vida domstica d7 Interaces e relacionamentos interpessoais d8 Principais reas da vida d9 Vida comunitria, social e cvica 14 A definio de "participao" introduz o conceito de envolvimento. Algumas propostas de definio para envolvimento incorporam tomar parte, ser includo ou participar numa rea da vida, ser aceite, ou ter acesso aos recursos necessrios. Na Tabela 2, o nico indicador possvel de participao codificado atravs do desempenho. Isto no significa que a participao seja automaticamente igualada ao desempenho. O conceito de envolvimento tambm deve ser diferenciado da experincia subjectiva de envolvimento (o sentido de "pertencer"). Os utilizadores que desejarem codificar o envolvimento separadamente devem consultar as orientaes para a codificao no Anexo 2. (2) O qualificador de desempenho descreve o que o indivduo faz no seu ambiente de vida habitual. Como este ambiente inclui um contexto social, o desempenho tambm pode ser entendido como "envolvimento numa situao de vida", ou "a experincia vivida" as pessoas no contexto real em que vivem 14 . Esse contexto inclui os factores ambientais todos os aspectos do mundo fsico, social e atitudinal que podem ser codificados atravs do componente Factores Ambientais. (3) O qualificador de capacidade descreve a aptido de um indivduo para executar uma tarefa ou uma aco. Este constructo visa indicar o nvel mximo provvel de funcionalidade que a pessoa pode atingir num dado domnio num dado momento. Para avaliar a capacidade plena do indivduo, necessrio ter um ambiente "padronizado" para neutralizar o impacto varivel dos diferentes ambientes sobre a capacidade do indivduo. Esse ambiente padronizado pode ser: (a) um ambiente real, utilizado geralmente, para avaliao da capacidade em situaes de teste; ou (b) nos casos em que isto no possvel, um ambiente que possa ser considerado como tendo um impacto uniforme. Este ambiente pode ser chamado de ambiente uniforme ou padro. Assim, a capacidade reflecte a aptido do indivduo ajustada ao ambiente. Este ajustamento deve ser o mesmo para todas as pessoas em todos os pases para permitir comparaes internacionais. As caractersticas do ambiente uniforme ou padro podem ser codificadas utilizando-se a classificao dos Factores Ambientais. A diferena entre a capacidade e o desempenho reflecte a diferena entre os impactos do 17 17. 4. Viso geral dos componentes da CIF CIF ambiente actual e os do ambiente uniforme, proporcionando assim uma orientao til sobre o que pode ser feito no ambiente do indivduo para melhorar seu desempenho. (4) Ambos os qualificadores, capacidade e desempenho, podem ainda ser utilizados com e sem dispositivos de auxlio ou assistncia pessoal. Embora nem os dispositivos nem a assistncia pessoal eliminem as deficincias, eles podem remover as limitaes da funcionalidade em domnios especficos. Este tipo de codificao til principalmente para identificar o nvel de limitao que o indivduo teria sem os dispositivos de auxlio (ver orientaes para a codificao no Anexo 2). (5) As dificuldades ou os problemas nesses domnios podem surgir quando h uma alterao qualitativa ou quantitativa na maneira como so realizadas as funes nestes domnios. As limitaes ou restries so avaliadas em comparao com um padro populacional geralmente aceite. O padro ou a norma com o qual se compara a capacidade ou desempenho de um indivduo correspondem capacidade ou desempenho de uma pessoa sem a mesma condio de sade (doena, perturbao ou leso, etc.). A limitao ou restrio encontrada mede a discordncia entre o desempenho observado e o esperado. O desempenho esperado a norma populacional, que representa a experincia de pessoas sem essa condio de sade especfica. A mesma norma utilizada no qualificador de capacidade de maneira que seja possvel inferir o que pode ser feito ao ambiente do indivduo para melhorar seu desempenho. (6) Um problema de desempenho pode resultar directamente do ambiente social, mesmo quando o indivduo no tem nenhum a deficincia. Por exemplo, um indivduo VIH positivo sem nenhum sintoma ou doena, ou algum com uma predisposio gentica para uma determinada doena, pode no apresentar nenhuma deficincia ou ter capacidade suficiente para trabalhar; no entanto, poder no o fazer porque lhe negado o acesso ao trabalho, por discriminao ou estigma. (7) difcil distinguir entre "Actividades" e "Participao" com base nos domnios desses componentes. Da mesma maneira, no foi possvel distinguir, com base nos domnios, as perspectivas "individuais" das "sociais" devido s variaes internacionais, s diferenas nas abordagens utilizadas pelos profissionais e aos enquadramentos tericos. Portanto, se os utilizadores assim o desejarem, a CIF fornece uma lista nica que pode ser usada, na sua prtica, para diferenciar Actividades (A) e Participao (P). Isto explicado mais em detalhe no Anexo 3. H quatro maneiras possveis de faz-lo: (a) designar alguns domnios como Actividades e outros como Participao, evitando qualquer sobreposio; (b) o mesmo que (a), mas permitindo uma sobreposio parcial; (c) designar todos os domnios detalhados como Actividades e os ttulos das categorias como Participao; (d) utilizar todos os domnios como Actividades e como Participao. 4.3 Factores Contextuais Os Factores Contextuais representam o histrico completo da vida e do estilo de vida de um indivduo. Eles incluem dois componentes: Factores Ambientais e Factores Pessoais que 18 18. CIF 4. Viso geral dos componentes da CIF podem ter efeito num indivduo com uma determinada condio de sade e sobre a sade e os estados relacionados com a sade do indivduo. Os factores ambientais constituem o ambiente fsico, social e atitudinal no qual as pessoas vivem e conduzem sua vida. Esses factores so externos aos indivduos e podem ter uma influncia positiva ou negativa sobre o seu desempenho, enquanto membros da sociedade, sobre a capacidade do indivduo para executar aces ou tarefas, ou sobre a funo ou estrutura do corpo do indivduo. (1) Os Factores Ambientais esto organizados na classificao tendo em vista dois nveis distintos: (a) Individual no ambiente imediato do indivduo, englobando espaos como o domiclio, o local de trabalho e a escola. Este nvel inclui as caractersticas fsicas e materiais do ambiente em que o indivduo se encontra, bem como o contacto directo com outros indivduos, tais como, famlia, conhecidos, colegas e estranhos. (b) Social estruturas sociais formais e informais, servios e regras de conduta ou sistemas na comunidade ou cultura que tm um impacto sobre os indivduos. Este nvel inclui organizaes e servios relacionados com o trabalho, com actividades na comunidade, com organismos governamentais, servios de comunicao e de transporte e redes sociais informais, bem como, leis, regulamentos, regras formais e informais, atitudes e ideologias. (2) Os Factores Ambientais interagem com os componentes das Funes e Estruturas do Corpo e as Actividades e a Participao. Para cada componente, a natureza e a extenso dessa interaco podem ser mais bem definidas com base nos resultados de trabalhos cientficos a desenvolver no futuro. A incapacidade caracterizada como o resultado de uma relao complexa entre a condio de sade do indivduo e os factores pessoais, com os factores externos que representam as circunstncias nas quais o indivduo vive. Assim, diferentes ambientes podem ter um impacto distinto sobre o mesmo indivduo com uma determinada condio de sade. Um ambiente com barreiras, ou sem facilitadores, vai restringir o desempenho do indivduo; outros ambientes mais facilitadores podem melhorar esse desempenho. A sociedade pode limitar o desempenho de um indivduo criando barreiras (e.g., prdios inacessveis) ou no fornecendo facilitadores (e.g. indisponibilidade de dispositivos de auxlio). Os factores pessoais so o histrico particular da vida e do estilo de vida de um indivduo e englobam as caractersticas do indivduo que no so parte de uma condio de sade ou de um estado de sade. Esses factores podem incluir o sexo, raa, idade, outros estados de sade, condio fsica, estilo de vida, hbitos, educao recebida, diferentes maneiras de enfrentar problemas, antecedentes sociais, nvel de instruo, profisso, experincia passada e presente, (eventos na vida passada e na actual), padro geral de comportamento, carcter, caractersticas psicolgicas individuais e outras caractersticas, todas ou algumas das quais podem desempenhar um papel na incapacidade em qualquer nvel. Os factores pessoais no so classificados na CIF. No entanto, eles so includos na Fig.1 para mostrar a sua contribuio, que pode influenciar os resultados das vrias intervenes. 19 19. 5. Modelo de funcionalidade e incapacidade 5.1 Processo da funcionalidade e da incapacidade Como classificao, a CIF no estabelece um modelo de "processo" de funcionalidade e incapacidade. No entanto, ela pode ser utilizada para descrever o processo fornecendo os meios para a descrio dos diferentes constructos e domnios. Ela permite, como processo interactivo e evolutivo, fazer uma abordagem multidimensional da classificao da funcionalidade e da incapacidade e fornece as bases para os utilizadores que desejam criar modelos e estudar os diferentes aspectos deste processo. Neste sentido, a CIF pode ser vista como uma linguagem: os textos elaborados com base nesta classificao dependem dos utilizadores, da sua criatividade e da sua orientao cientfica. O diagrama apresentado na Fig. 1 pode ser til15 para visualizar a compreenso actual da interaco dos vrios componentes. Fig. 1 Interaces entre os componentes da CIF Neste diagrama, a funcionalidade de um indivduo num domnio especfico uma interaco ou relao complexa entre a condio de sade e os factores contextuais (i.e. factores ambientais e pessoais). H uma interaco dinmica entre estas entidades: uma interveno num elemento pode, potencialmente, modificar um ou vrios outros elementos. Estas interaces so especficas e nem sempre ocorrem numa relao unvoca previsvel. A interaco funciona em dois sentidos: a presena da deficincia pode modificar at a prpria condio de sade. Inferir uma limitao da capacidade devido a uma ou mais deficincias, 15 A CIF difere substancialmente da verso de 1980 da ICIDH na representao das inter-relaes entre a funcionalidade e incapacidade. Deve-se notar que qualquer diagrama provavelmente estar incompleto e fadado a representaes incorrectas devido complexidade das interaces num modelo multidimensional. O modelo elaborado para ilustrar mltiplas interaces. possvel utilizar outras representaes que indicam outros elementos importantes no processo. As interpretaes das interaces entre os diferentes componentes e constructos tambm podem variar (por exemplo, o impacto dos factores ambientais sobre as funes do corpo seguramente diferem do seu impacto sobre a participao). ActividadeFunes e estruturas do corpo Participao Factores ambientais Factores pessoais Condio de Sade (perturbao ou doena) 20 20. CIF 5. Modelo de funcionalidade e incapacidade ou uma restrio de desempenho por causa de uma ou mais limitaes, pode parecer muitas vezes razovel. No entanto, importante colher dados sobre estes constructos de maneira independente e ento, explorar as associaes e ligaes causais entre eles. Se a nossa inteno descrever uma experincia de sade, no seu todo, todos os componentes so teis. Por exemplo, uma pessoa pode: ter deficincias sem limitaes de capacidade (e.g. uma desfigurao resultante da Doena de Hansen pode no ter efeito sobre a capacidade da pessoa); ter problemas de desempenho e limitaes de capacidade sem deficincias evidentes (e.g. reduo de desempenho nas actividades dirias associado a vrias doenas); ter problemas de desempenho sem deficincias ou limitaes de capacidade (e.g. indivduo VIH positivo, ou um ex. doente curado de doena mental, que enfrenta estigmas ou discriminao nas relaes interpessoais ou no trabalho); 16 O termo "modelo" significa aqui constructo ou paradigma, o que difere da utilizao deste termo na seco anterior. ter limitaes de capacidade se no tiver assistncia, e nenhum problema de desempenho no ambiente habitual (e.g. um indivduo com limitaes de mobilidade pode beneficiar, por parte da sociedade, de ajudas tecnolgicas de assistncia para se movimentar); experimentar um grau de influncia em sentido contrrio (e.g. a inactividade dos membros pode levar atrofia muscular; a institucionalizao pode resultar numa perda da socializao). Os exemplos de casos, no Anexo 4, ilustram de modo mais detalhado as possibilidades das interaces entre os constructos. O esquema indicado na fig. 1 mostra o papel que os factores contextuais (i.e. factores ambientais e pessoais) tm no processo. Esses factores interagem com um indivduo com uma condio de sade, e determinam o nvel e a extenso das funes do indivduo. Os factores ambientais so extrnsecos ao indivduo (e.g. as atitudes da sociedade, as caractersticas arquitectnicas, a rea jurdico-legal) e so includos na classificao dos Factores Ambientais. Os Factores Pessoais, por outro lado, no so considerados na verso actual da CIF. Se necessrio, a sua avaliao fica ao critrio do utilizador. Eles podem incluir sexo, raa, idade, forma fsica, estilo de vida, hbitos, educao recebida, maneira de enfrentar problemas, passado social, instruo, profisso, experincia passada e presente (acontecimentos da vida passada e acontecimentos presentes), padro de comportamento em geral, carcter, valores psicolgicos individuais e outros factores relacionados: todos ou qualquer um podem desempenhar um papel na incapacidade a qualquer nvel. 5.2 Modelo mdico e modelo social Para compreender e explicar a incapacidade e a funcionalidade foram propostos vrios modelos conceptuais 16 . Esses modelos podem ser expressos numa dialctica de modelo mdico versus modelo social. O modelo mdico considera a incapacidade como um problema da pessoa, causado directamente pela doena, trauma ou outro problema de sade, que requer assistncia mdica sob a forma de tratamento individual por profissionais. Os cuidados em relao incapacidade tem por objectivo a cura ou a adaptao do indivduo e mudana de comportamento. A assistncia mdica considerada como a questo principal e, a nvel poltico, a principal resposta a modificao ou reforma da poltica de sade. O 21 21. 5. Modelo de funcionalidade e incapacidade CIF modelo social de incapacidade, por sua vez, considera a questo principalmente como um problema criado pela sociedade e, basicamente, como uma questo de integrao plena do indivduo na sociedade. A incapacidade no um atributo de um indivduo, mas sim um conjunto complexo de condies, muitas das quais criadas pelo ambiente social. Assim, a soluo do problema requer uma aco social e da responsabilidade colectiva da sociedade fazer as modificaes ambientais necessrias para a participao plena das pessoas com incapacidades em todas as reas da vida social. Portanto, uma questo atitudinal ou ideolgica que requer mudanas sociais que, a nvel poltico, se transformam numa questo de direitos humanos. De acordo com este modelo, a incapacidade uma questo poltica. A CIF baseia-se numa integrao desses dois modelos opostos. Para se obter a integrao das vrias perspectivas de funcionalidade utilizada uma abordagem "biopsicossocial". Assim, a CIF tenta chegar a uma sntese que oferea uma viso coerente das diferentes perspectivas de sade: biolgica, individual e social. 17 17 Ver tambm Anexo 5 "A CIF e as pessoas com incapacidades". 22 22. 6. Utilizao da CIF A CIF uma classificao da funcionalidade e da incapacidade do homem. Ela agrupa, de maneira sistemtica, os domnios da sade e os domnios relacionados com a sade. Dentro de cada componente, os domnios so agrupados de acordo com as suas caractersticas comuns (tais como, origem, tipo ou semelhana) e ordenados segundo essas caractersticas. A classificao est organizada de acordo com um conjunto de princpios (ver Anexo 1). Esses princpios referem-se capacidade de inter-relao dos nveis e hierarquia da classificao (conjuntos de nveis). No entanto, algumas categorias na CIF esto organizadas de maneira no hierrquica, sem nenhuma ordem, mas como membros iguais de um mesmo ramo. As caractersticas estruturais da classificao, que tm impacto na sua utilizao, so as seguintes: (1) A CIF prope definies operacionais padronizadas dos domnios da sade e dos domnios relacionados com a sade em contraste com as definies correntes de sade. Essas definies descrevem os atributos essenciais de cada domnio (por exemplo, qualidades, propriedades e relaes) e contm informaes sobre o que cada domnio inclui ou exclui. Como as definies contm pontos de referncia usualmente utilizados para a avaliao, podem ser facilmente utilizadas em questionrios. De modo inverso, os resultados dos instrumentos de avaliao existentes podem ser codificados em termos da CIF. Por exemplo, as funes visuais so definidas em termos de capacidade de perceber a forma e o contorno dos objectos, a vrias distncias, utilizando um ou ambos os olhos, de maneira que a gravidade das dificuldades de viso pode ser codificada nos nveis leve, moderada, grave ou completa em relao a esses parmetros. (2) A CIF utiliza um sistema alfanumrico no qual as letras b, s, d e e so utilizadas para indicar Funes do Corpo, Estruturas do Corpo, Actividades e Participao e Factores Ambientais. Essas letras so seguidas por um cdigo numrico que comea com o nmero do captulo (um dgito), seguido pelo segundo nvel (dois dgitos) e o terceiro e quarto nveis (um dgito cada). (3) As categorias da CIF "encaixam-se" de maneira que as categorias mais amplas so definidas de forma a incluir subcategorias mais detalhadas. (por exemplo, o Captulo 4, do componente Actividades e Participao, sobre Mobilidade, inclui subcategorias separadas como ficar de p, sentar-se, andar, transportar objectos, etc.). A verso reduzida da CIF cobre dois nveis, enquanto que a verso completa (detalhada) estende-se por quatro nveis. Os cdigos das verses completa e reduzida so correspondentes, e a verso resumida pode ser obtida da verso completa. (4) A um qualquer indivduo pode-lhe ser atribudo uma srie de cdigos em cada nvel. Estes podem ser independentes ou estar inter-relacionados. (5) Os cdigos da CIF s esto completos com a presena de um qualificador, que indica a magnitude do nvel de sade (por exemplo, gravidade do problema). Os qualificadores so codificados com um, dois ou mais dgitos aps um ponto 23 23. 6. Utilizao da CIF CIF separador. A utilizao de qualquer cdigo deve ser acompanhada de, pelo menos, um qualificador. Sem eles, os cdigos no tm significado. (6) O primeiro qualificador para Funes e Estruturas do Corpo, os qualificadores de desempenho e capacidade para Actividades e Participao, e o primeiro qualificador dos Factores Ambientais descrevem a extenso dos problemas no respectivo componente. (7) Todos os trs componentes classificados na CIF (Funes e Estruturas do Corpo, Actividades e Participao e Factores Ambientais) so quantificados atravs da mesma escala genrica. Um problema pode significar uma deficincia, limitao, restrio ou barreira, dependendo do constructo. As palavras de qualificao apropriadas, conforme indicado nos parnteses abaixo, devem ser escolhidas de acordo com o domnio de classificao relevante (onde xxx significa o nmero de domnio do segundo nvel). Para que essa quantificao seja utilizada de maneira universal, os procedimentos de avaliao devem ser desenvolvidos atravs de pesquisas. Esto disponveis classes amplas de percentagens para aqueles casos em que se usam instrumentos de medida calibrados ou outras normas para quantificar deficincia, limitao de capacidade, problema de desempenho ou barreira. Por exemplo, a indicao de nenhum problema ou problema completo pode ter uma margem de erro at 5%. Um "problema moderado" quantificado a meio da escala de dificuldade total. As percentagens devem ser calibradas nos diferentes domnios tendo como referncia os valores standard da populao, como percentis. xxx.0 NO h problema (nenhum, ausente, insignificante) 0-4% xxx.1 Problema LIGEIRO (leve, pequeno, ...) 5-24% xxx.2 Problema MODERADO (mdio, regular, ...) 25-49% xxx.3 Problema GRAVE (grande, extremo, ...) 50-95% xxx.4 Problema COMPLETO (total, ....) 96-100% xxx.8 no especificado xxx.9 no aplicvel (8) No caso dos factores ambientais, este primeiro qualificador pode ser utilizado para indicar a extenso dos efeitos positivos do ambiente, i.e. facilitadores, ou a extenso dos efeitos negativos, i.e. barreiras. Ambos utilizam a mesma escala 0-4, mas para os facilitadores o ponto substitudo por um sinal +: por exemplo, e110+2. Os Factores Ambientais podem ser codificados (a) em relao a cada constructo individualmente, ou (b) em geral, sem referncia a qualquer constructo individual. A primeira opo prefervel, j que ela identifica mais claramente o impacto e a atribuio. (9) Para diferentes utilizadores, pode ser apropriado e til acrescentar outros tipos de informaes codificao de cada item. H uma variedade de qualificadores adicionais que podem ser teis. A Tabela 3 apresenta os detalhes dos qualificadores para cada componente bem como qualificadores adicionais sugeridos que podem ser desenvolvidos. (10) As descries dos domnios da sade e dos domnios relacionados com a sade correspondem sua utilizao em dado momento (i.e. como numa fotografia instantnea). No entanto, procedendo de forma repetitiva, utilizando mltiplos pontos no tempo, possvel descrever uma trajectria ao longo do tempo e do processo. 24 24. CIF 6. Utilizao da CIF (11) A CIF atribui aos estados da sade e aos estados relacionados com a sade de uma pessoa, uma gama de cdigos que englobam as duas partes da classificao. Assim, o nmero mximo de cdigos por pessoa pode ser 34 ao nvel de um dgito (8 cdigos de funes do corpo, 8 de estruturas do corpo, 9 de desempenho e 9 de capacidade). De maneira similar, o total do nmero de cdigos para os itens do segundo nvel 362. A um nvel mais detalhado esses cdigos chegam a 1424 itens. Nas aplicaes prticas da CIF, um conjunto de 3 a 18 cdigos pode ser adequado para descrever um caso com uma preciso do nvel dois (trs dgitos). Em geral, a verso mais detalhada, de quatro nveis, utilizada para servios especializados (e.g. resultados da reabilitao, geriatria, etc.), enquanto que a classificao a dois nveis pode ser utilizada nos inquritos e na avaliao de resultados clnicos. No Anexo 2 so apresentadas outras instrues para a codificao. Recomenda-se vivamente aos utilizadores que obtenham uma formao especfica sobre a utilizao da classificao atravs da OMS e da sua rede de centros colaboradores. 25 25. 6. Utilizao da CIF CIF Tabela 3. Qualificadores Componentes Primeiro qualificador Segundo qualificador Funes do Corpo (b) Qualificador genrico com a escala negativa, utilizado para indicar a extenso ou magnitude de uma deficincia Exemplo: b167.3 indica uma deficincia grave nas funes mentais especficas da linguagem. Nenhum Estruturas do Corpo (s) Qualificador genrico com a escala negativa, utilizado para indicar a extenso ou magnitude de uma deficincia Exemplo: s730.3 indica uma deficincia grave do membro superior Utilizado para indicar a natureza da mudana na estrutura do corpo em questo: 0 nenhuma mudana na estrutura 1 ausncia total 2 ausncia parcial 3 parte suplementar 4 dimenses anormais 5 descontinuidade 6 desvio de posio 7 mudanas qualitativas na estrutura, incluindo reteno de lquidos 8 no especificada 9 no aplicvel Exemplo: s730.32 para indicar a ausncia parcial do membro superior Actividades e Participao (d) DESEMPENHO Qualificador genrico Problema no ambiente habitual da pessoa Exemplo :d5101.1 _ indica leve dificuldade para tomar banho se utilizar dispositivos de auxlio disponveis no seu ambiente habitual. CAPACIDADE Qualificador genrico Limitao, sem ajuda Exemplo: d5101._2 indica dificuldade moderada para tomar banho sem o recurso a dispositivos de auxlio ou a ajuda de outra pessoa. Factores Ambientais (e) Qualificador genrico, com escala negativa e positiva, para indicar, respectivamente, a extenso dos barreiras e dos facilitadores Exemplo: e130.2 indica que os produtos para a educao so uma obstculo moderado. Inversamente, e130+2 indicaria que os produtos para a educao so um facilitador moderado Nenhum 26 26. CIF 6. Utilizao da CIF Endosso da 54 Assembleia Mundial de Sade CIF para uso internacional Os termos da resoluo WHA54.21 so os seguintes: A 54 Assembleia Mundial de Sade, 1. ENDOSSA a segunda edio da Classificao Internacional das Deficincias, das Incapacidades e das Desvantagens (CIDID) com o ttulo Classificao Internacional de Funcionalidade, Deficincia e Sade, doravante designada CIF; 2. INSTA os Pases Membros a utilizar a CIF em actividades de investigao, vigilncia e notificao, tendo em considerao as situaes especficas nos Pases Membros e, em particular, tendo em vista possveis revises futuras; 3. SOLICITA ao Director Geral que, quando solicitado, apoie os Pases Membros na utilizao da CIF. 27 27. 28 28. CIF Classificao de primeiro nvel 29 29. 30 30. CIF Classificao de primeiro nvel Funes do corpo Captulo 1 Funes mentais Captulo 2 Funes sensoriais e dor Captulo 3 Funes da voz e da fala Captulo 4 Funes do aparelho cardiovascular, dos sistemas hematolgico e imunolgico e do aparelho respiratrio Captulo 5 Funes do aparelho digestivo e dos sistemas metablico e endcrino Captulo 6 Funes geniturinrias e reprodutivas Captulo 7 Funes neuromusculoesquelticas e relacionadas com o movimento Captulo 8 Funes da pele e estruturas relacionadas Estruturas do Corpo Captulo 1 Estruturas do sistema nervoso Captulo 2 Olho, ouvido e estruturas relacionadas Captulo 3 Estruturas relacionadas com a voz e a fala Captulo 4 Estruturas do aparelho cardiovascular, do sistema imunolgico e do aparelho respiratrio Captulo 5 Estruturas relacionadas com o aparelho digestivo e com os sistemas metablico e endcrino Captulo 6 Estruturas relacionadas com os aparelhos geniturinrio e reprodutivo Captulo 7 Estruturas relacionadas com o movimento Captulo 8 Pele e estruturas relacionadas 31 31. C l a s s i f i c a o d e p r i m e i r o n v e l C I F Actividades e Participao Captulo 1 Aprendizagem e aplicao do conhecimento Captulo 2 Tarefas e exigncias gerais Captulo 3 Comunicao Captulo 4 Mobilidade Captulo 5 Auto cuidados Captulo 6 Vida domstica Captulo 7 Interaces e relacionamentos interpessoais Captulo 8 reas principais da vida Captulo 9 Vida comunitria, social e cvica Factores ambientais Captulo 1 Produtos e tecnologia Captulo 2 Ambiente natural e mudanas ambientais feitas pelo homem Captulo 3 Apoio e relacionamentos Captulo 4 Atitudes Captulo 5 Servios, sistemas e polticas 32 32. CIF Classificao de segundo nvel 33 33. 34 34. FUNES DO CORPO Captulo 1 Funes Mentais Funes mentais globais (b110-b139) b110 Funes da conscincia b114 Funes da orientao b117 Funes intelectuais b122 Funes psicossociais globais b126 Funes do temperamento e da personalidade b130 Funes da energia e dos impulsos b134 Funes do sono b139 Funes mentais globais, outras especificas e no especificadas Funes mentais especficas (b140-b189) b140 Funes da ateno b144 Funes da memria b147 Funes psicomotoras b152 Funes emocionais b156 Funes da percepo b160 Funes do pensamento b164 Funes cognitivas de nvel superior b167 Funes mentais da linguagem b172 Funes de clculo b176 Funes mentais para a sequncia de movimentos complexos b180 Funes de experincia pessoal e do tempo b189 Funes mentais especficas, outras especificadas e no especificadas b198 Funes mentais, outras especificadas b199 Funes mentais, no especificadas Captulo 2 Funes sensoriais e dor Viso e funes relacionadas (b210-229) b210 Funes da viso b215 Funes dos anexos do olho b220 Sensaes associadas ao olho e anexos b229 Viso e funes relacionadas, outras especificadas e no especificadas Funes auditivas e vestibulares (b230-b249) b230 Funes auditivas b235 Funes vestibulares b240 Sensaes associadas audio e funo vestibular b249 Funes auditivas e vestibulares, outras especificadas e no especificadas Funes sensoriais adicionais (b250-b279) b250 Funo gustativa b255 Funo olfactiva b260 Funo proprioceptiva 35 35. Classificao de segundo nvel CIF b265 Funo tctil b270 Funes sensoriais relacionadas com a temperatura e outros estmulos b279 Funes sensoriais adicionais, outras especificadas e no especificadas Dor (b280-b289) b280 Sensao de dor b289 Sensao de dor, outras especificadas e no especificadas b298 Funes sensoriais e dor, outras especificadas b299 Funes sensoriais e dor, no especificadas Captulo 3 Funes da voz e da fala b310 Funes da voz b320 Funes da articulao b330 Funes da fluncia e do ritmo da fala b340 Funes de outras formas de vocalizao b398 Funes da voz e da fala, outras especificadas b399 Funes da voz e da fala, no especificadas Captulo 4 Funes do aparelho cardiovascular, dos sistemas hematolgico e imunolgico e do aparelho respiratrio Funes do aparelho cardiovascular (b410-b429) b410 Funes cardacas b415 Funes dos vasos sanguneos b420 Funes da presso arterial b429 Funes do aparelho cardiovascular, outras especificadas e no especificadas Funes dos sistemas hematolgico e imunolgico (b430-b439) b430 Funes do sistema hematolgico b435 Funes do sistema imunolgico b439 Funes dos sistemas hematolgico e imunolgico, outras especificadas e no especificadas Funes do aparelho respiratrio (b440-b449) b440 Funes da respirao b445 Funes dos msculos respiratrios b449 Funes do aparelho respiratrio, outras especificadas e no especificadas Funes e sensaes adicionais dos aparelhos cardiovascular e respiratrio (b450-b469) b450 Funes respiratrias adicionais b455 Funes de tolerncia ao exerccio b460 Sensaes associadas s funes cardiovasculares e respiratrias b469 Funes e sensaes adicionais dos aparelhos cardiovascular e respiratrio, outras especificadas e no especificadas b498 Funes do aparelho cardiovascular, dos sistemas hematolgico e imunolgico e do aparelho respiratrio, outras especificadas b499 Funes do aparelho cardiovascular, dos sistemas hematolgico e imunolgico e do aparelho respiratrio, no especificadas 36 36. CIF Classificao de segundo nvel Captulo 5 Funes do aparelho digestivo e dos sistemas metablico e endcrino Funes relacionadas com o aparelho digestivo (b510-b539) b510 Funes de ingesto b515 Funes digestivas b520 Funes de assimilao b525 Funes de defecao b530 Funes de manuteno do peso b535 Sensaes associadas ao aparelho digestivo b539 Funes relacionadas com o aparelho digestivo, outras especificadas e no especificadas Funes relacionadas com os sistemas metablicos e endcrino (b540-b559) b540 Funes metablicas gerais b545 Funes de equilbrio hdrico, mineral e electroltico b550 Funes termo reguladoras b555 Funes das glndulas endcrinas b559 Funes relacionadas com os sistemas metablico e endcrino, outras especificadas e no especificadas b598 Funes do aparelho digestivo e dos sistemas metablico e endcrino, outras especificadas b599 Funes do aparelho digestivo e dos sistemas metablico e endcrino, no especificadas Captulo 6 Funes geniturinrias e reprodutivas Funes urinrias (b610-639) b610 Funes de excreo urinria b620 Funes miccionais b630 Sensaes associadas s funes urinrias b639 Funes urinrias, outras especificadas e no especificadas Funes genitais e reprodutivas (b640-b679) b640 Funes sexuais b650 Funes relacionadas com a menstruao b660 Funes de procriao b670 Sensaes associadas s funes genitais e reprodutivas b679 Funes genitais e reprodutivas, outras especificadas e no especificadas b698 Funes geniturinrias e reprodutivas, outras especificadas b699 Funes geniturinrias e reprodutivas, no especificadas Captulo 7 Funes neuromusculoesquelticas e relacionadas com o movimento Funes das articulaes e dos ossos (b710-b729) b710 Funes da mobilidade das articulaes b715 Funes da estabilidade das articulaes b720 Funes da mobilidade dos ossos b729 Funes das articulaes e dos ossos, outras especificadas e no especificadas 37 37. Classificao de segundo nvel CIF Funes musculares (b730-b749) b730 Funes da fora muscular b735 Funes do tnus muscular b740 Funes da resistncia muscular b749 Funes musculares, outras especificadas e no especificadas Funes relacionadas com o movimento (b750-b789) b750 Funes de reflexos motores b755 Funes de reaces motoras involuntrias b760 Funes de controlo do movimento voluntrio b765 Funes dos movimentos involuntrios b770 Funes relacionadas com o padro de marcha b780 Sensaes relacionadas com os msculos e as funes do movimento b789 Funes do movimento, outras especificadas e no especificadas b798 Funes neuromusculoesquelticas e relacionadas com o movimento, outras especificadas b799 Funes neuromusculoesquelticas e relacionadas com o movimento, no especificadas Captulo 8 Funes da pele e estruturas relacionadas Funes da pele (b810-b849) b810 Funes protectoras da pele b820 Funes reparadoras da pele b830 Outras funes da pele b840 Sensao relacionada com a pele b849 Funes da pele, outras especificadas e no especificadas Funes dos plos e das unhas (b850-b869) b850 Funes dos plos b860 Funes das unhas b869 Funes dos plos e das unhas, outras especificadas e no especificadas b898 Funes da pele e estruturas relacionadas, outras especificadas b899 Funes da pele e estruturas relacionadas, no especificadas 38 38. CIF Classificao de segundo nvel ESTRUTURAS DO CORPO Captulo 1 Estruturas do sistema nervoso s110 Estrutura do crebro s120 Medula espinhal e estruturas relacionadas s130 Estrutura das meninges s140 Estrutura do sistema nervoso simptico s150 Estrutura do sistema nervoso parassimptico s198 Estrutura do sistema nervoso, outra especificada s199 Estrutura do sistema nervoso, no especificada Captulo 2 Olho, ouvido e estruturas relacionadas s210 Estrutura da cavidade ocular s220 Estrutura do globo ocular s230 Estruturas anexas ao olho s240 Estrutura do ouvido externo s250 Estrutura do ouvido mdio s260 Estrutura do ouvido interno s298 Olho, ouvido e estruturas relacionadas, outras especificadas s299 Olho, ouvido e estruturas relacionadas, no especificadas Captulo 3 Estruturas relacionadas com a voz e a fala s310 Estrutura do nariz s320 Estrutura da boca s330 Estrutura da faringe s340 Estrutura da laringe s398 Estruturas relacionadas com a voz e a fala, outras especificadas s399 Estruturas relacionas com a voz e a fala, no especificadas Captulo 4 Estruturas do aparelho cardiovascular, do sistema imunolgico e do aparelho respiratrio s410 Estrutura do aparelho cardiovascular s420 Estrutura do sistema imunolgico s430 Estrutura do aparelho respiratrio s498 Estruturas do aparelho cardiovascular, do sistema imunolgico e do aparelho respiratrio, outras especificadas s499 Estruturas do aparelho cardiovascular, do sistema imunolgico e do aparelho respiratrio, no especificadas Captulo 5 Estruturas relacionadas com o aparelho digestivo e com os sistemas metablico e endcrino s510 Estrutura das glndulas salivares s520 Estrutura do esfago s530 Estrutura do estmago s540 Estrutura dos intestinos s550 Estrutura do pncreas s560 Estrutura do fgado 39 39. Classificao de segundo nvel CIF s570 Estrutura da vescula e vias biliares s580 Estrutura das glndulas endcrinas s598 Estruturas relacionadas com o aparelho digestivo e com os sistemas metablico e endcrino, outras especificadas s599 Estruturas relacionadas com o aparelho digestivo e com os sistemas metablico e endcrino, no especificadas Captulo 6 Estruturas relacionadas com os aparelhos geniturinrio e reprodutivo s610 Estrutura do aparelho urinrio s620 Estrutura do pavimento plvico s630 Estrutura do aparelho reprodutivo s698 Estruturas relacionadas com os aparelhos geniturinrio e reprodutivo, outras especificadas s699 Estruturas relacionadas com os aparelhos geniturinrio e reprodutivo, no especificadas Captulo 7 Estruturas relacionadas com o movimento s710 Estrutura da regio da cabea e do pescoo s720 Estrutura da regio do ombro s730 Estrutura do membro superior s740 Estrutura da regio plvica s750 Estrutura do membro inferior s760 Estrutura do tronco s770 Estruturas musculoesquelticas adicionais relacionadas ao movimento s798 Estruturas relacionadas com o movimento, outras especificadas s799 Estruturas relacionadas com o movimento, no especificadas Captulo 8 Pele e estruturas relacionadas s810 Estrutura das reas da pele s820 Estrutura das glndulas da pele s830 Estrutura das unhas s840 Estrutura dos plos s898 Pele e estruturas relacionadas, outras especificadas s899 Pele e estruturas relacionadas, no especificadas 40 40. CIF Classificao de segundo nvel ACTIVIDADES E PARTICIPAO Captulo 1 Aprendizagem e aplicao de conhecimentos Experincias sensoriais intencionais (d110-d129) d110 Observar d115 Ouvir d120 Outras percepes sensoriais intencionais d129 Experincias sensoriais intencionais, outras especificadas e no especificadas Aprendizagem bsica (d130-d159) d130 Imitar d135 Ensaiar (Repetir) d140 Aprender a ler d145 Aprender a escrever d150 Aprender a calcular d155 Adquirir competncias d159 Aprendizagem bsica, outra especificada e no especificada Aplicao do conhecimento (d160-d179) d160 Concentrar a ateno d163 Pensar d166 Ler d170 Escrever d172 Calcular d175 Resolver problemas d177 Tomar decises d179 Aplicao do conhecimento, outra especificada d198 Aprendizagem e aplicao do conhecimento, outras especificadas d199 Aprendizagem e aplicao do conhecimento, no especificadas Captulo 2 Tarefas e exigncias gerais d210 Realizar uma nica tarefa d220 Realizar tarefas mltiplas d230 Realizar a rotina diria d240 Lidar com o stresse e outras exigncias psicolgicas d298 Tarefas e exigncias gerais, outras especificadas d299 Tarefas e exigncias gerais, no especificadas Captulo 3 Comunicao Comunicar e receber mensagens (d310-d329) d310 Comunicar e receber mensagens orais d315 Comunicar e receber mensagens no verbais d320 Comunicar e receber mensagens usando linguagem gestual d325 Comunicar e receber mensagens escritas d329 Comunicar e receber mensagens, outras especificadas e no especificadas Comunicar e produzir mensagens(d330-d349) d330 Falar 41 41. Classificao de segundo nvel CIF d335 Produzir mensagens no verbais d340 Produzir mensagens usando linguagem gestual d345 Escrever mensagens d349 Comunicar e produzir mensagens, outra especificada e no especificada Conversao e utilizao de dispositivos e de tcnicas de comunicao (d350-d369) d350 Conversao d355 Discusso d360 Utilizao de dispositivos e de tcnicas de comunicao d369 Conversao e utilizao de dispositivos e de tcnicas de comunicao, outros especificados e no especificados d398 Comunicao, outra especificada d399 Comunicao, no especificada Captulo 4 Mobilidade Mudar e manter a posio do corpo (d410-d429) d410 Mudar a posio bsica do corpo d415 Manter a posio do corpo d420 Auto-transferncias d429 Mudar e manter a posio do corpo, outras especificadas e no especificadas Transportar, mover e manusear objectos (d430-d449) d430 Levantar e transportar objectos d435 Mover objectos com os membros inferiores d440 Utilizao de movimentos finos da mo d445 Utilizao da mo e do brao d449 Transportar, mover e manusear objectos, outros especificados e no especificados Andar e deslocar-se (d450-d469) d450 Andar d455 Deslocar-se d460 Deslocar-se por diferentes locais d465 Deslocar-se utilizando algum tipo de equipamento d469 Andar e mover-se, outros especificados e no especificados Deslocar-se utilizando transporte (d470-d489) d470 Utilizao de transporte d475 Conduzir d480 Montar animais como meio transporte d489 Deslocar-se utilizando transporte, outros especificados e no especificados d498 Mobilidade, outra especificada d499 Mobilidade, no especificada Captulo 5 Auto cuidados d510 Lavar-se d520 Cuidar de partes do corpo d530 Cuidados relacionados com os processos de excreo d540 Vestir-se d550 Comer d560 Beber d570 Cuidar da prpria sade d598 Auto cuidados, outros especificados 42 42. CIF Classificao de segundo nvel d599 Auto cuidados, no especificados Captulo 6 Vida domstica Aquisio do necessrio para viver (d610-d629) d610 Aquisio de um lugar para morar d620 Aquisio de bens e servios d629 Aquisio do necessrio para viver, outro especificado e no especificado Tarefas domsticas (d630-d649) d630 Preparar refeies d640 Realizar as tarefas domsticas d649 Tarefas domsticas, outras especificadas e no especificadas Cuidar dos objectos da casa e ajudar os outros (d650-d669) d650 Cuidar dos objectos da casa d660 Ajudar os outros d669 Cuidar dos objectos da casa e ajudar os outros, outros especificados e no especificados d698 Vida domstica, outra especificada d699 Vida domstica, no especificada Captulo 7 Interaces e relacionamentos interpessoais Interaces interpessoais gerais (d710-d729) d710 Interaces interpessoais bsicas d720 Interaces interpessoais complexas d729 Interaces interpessoais gerais, outras especificadas e no especificadas Relacionamentos interpessoais particulares (d730-d779) d730 Relacionamento com estranhos d740 Relacionamento formal d750 Relacionamentos sociais informais d760 Relacionamentos familiares d770 Relacionamentos ntimos d779 Relacionamentos interpessoais particulares, outros especificados e no especificados d798 Interaces e relacionamentos interpessoais, outros especificados d799 Interaces e relacionamentos interpessoais, no especificados Captulo 8 reas principais da vida Educao (d810-d839) d810 Educao informal d815 Educao pr-escolar d820 Educao escolar d825 Formao profissional d830 Educao de nvel superior d839 Educao, outra especificada e no especificada Trabalho e emprego (d840-d859) d840 Estgio (preparao para o trabalho) d845 Obter, manter e sair de um emprego d850 Trabalho remunerado 43 43. Classificao de segundo nvel CIF d855 Trabalho no remunerado d859 Trabalho e emprego, outros especificados e no especificados Vida econmica (d860-d879) d860 Transaces econmicas bsicas d865 Transaces econmicas complexas d870 Auto-suficincia econmica d879 Vida econmica, outra especificada e no especificada d898 reas principais da vida, outras especificadas d899 reas principais da vida, no especificadas Captulo 9 Vida comunitria, social e cvica d910 Vida comunitria d920 Recreao e lazer d930 Religio e espiritualidade d940 Direitos Humanos d950 Vida poltica e cidadania d998 Vida comunitria, social e cvica, outra especificada d999 Vida comunitria, social e cvica, no especificada 44 44. CIF Classificao de segundo nvel FACTORES AMBIENTAIS Captulo 1 Produtos e tecnologia e110 Produtos ou substncias para consumo pessoal e115 Produtos e tecnologias para uso pessoal na vida diria e120 Produtos e tecnologias destinados a facilitar a mobilidade e o transporte pessoal em espaos interiores e exteriores e125 Produtos e tecnologias para a comunicao e130 Produtos e tecnologias para a educao e135 Produtos e tecnologias para o trabalho e140 Produtos e tecnologias para a cultura, actividades recreativas e desportivas e145 Produtos e tecnologias para a prtica religiosa e espiritualidade e150 Arquitectura, construo, materiais e tecnologias arquitectnicas em prdios para uso pblico e155 Arquitectura, construo, materiais e tecnologias arquitectnicas em prdios para uso privado e160 Produtos e tecnologias relacionados com a utilizao e a explorao dos solos e165 Bens e198 Produtos e tecnologias, outros especificados e199 Produtos e tecnologias, no especificados Captulo 2 Ambiente natural e mudanas ambientais feitas pelo homem e210 Geografia fsica e215 Populao e220 Flora e fauna e225 Clima e230 Desastres naturais e235 Desastres causados pelo homem e240 Luz e245 Mudanas relacionadas com o tempo e250 Som e255 Vibrao e260 Qualidade do ar e298 Ambiente natural e mudanas ambientais feitas pelo homem, outro especificado e299 Ambiente natural e mudanas ambientais feitas pelo homem, no especificado Captulo 3 Apoio e relacionamentos e310 Famlia prxima e315 Famlia alargada e320 Amigos e325 Conhecidos, pares, colegas, vizinhos e membros da comunidade e330 Pessoas em posio de autoridade e335 Pessoas em posio subordinada e340 Prestadores de cuidados pessoais e assistentes pessoais e345 Estranhos e350 Animais domesticados e355 Profissionais de sade e360 Outros profissionais 45 45. Classificao de segundo nvel CIF e398 Apoio e relacionamentos, outros especificados e399 Apoio e relacionamentos, no especificados Captulo 4 Atitudes e410 Atitudes individuais de membros da famlia prxima e415 Atitudes individuais de membros da famlia alargada e420 Atitudes individuais de amigos e425 Atitudes individuais de conhecidos, pares, colegas, vizinhos e membros da comunidade e430 Atitudes individuais de pessoas em posies de autoridade e435 Atitudes individuais de pessoas em posies subordinadas e440 Atitudes individuais de prestadores de cuidados pessoais e dos assistentes pessoais e445 Atitudes individuais de estranhos e450 Atitudes individuais de profissionais de sade e455 Atitudes individuais de outros profissionais e460 Atitudes sociais e465 Normas, prticas e ideologias sociais e498 Atitudes, outras especificadas e499 Atitudes, no especificadas Captulo 5 Servios, sistemas e polticas e510 Servios, sistemas e polticas relacionados com a produo de bens de consumo e515 Servios, sistemas e polticas relacionados com a arquitectura e a construo e520 Servios, sistemas e polticas relacionados com o planeamento de espaos abertos e525 Servios, sistemas e polticas relacionados com a habitao e530 Servios, sistemas e polticas relacionados com os servios de utilidade pblica e535 Servios, sistemas e polticas relacionados com a rea da comunicao e540 Servios, sistemas e polticas relacionados com os transportes e545 Servios, sistemas e polticas relacionados com a proteco civil e550 Servios, sistemas e polticas relacionados com a rea jurdico-legal e555 Servios, sistemas e polticas relacionados com associaes e organizaes e560 Servios, sistemas e polticas relacionados com os meios de comunicao e565 Servios, sistemas e polticas relacionados com a economia e570 Servios, sistemas e polticas relacionados com a segurana social e575 Servios, sistemas e polticas relacionados com o apoio social geral e580 Servios, sistemas e polticas relacionados com a sade e585 Servios, sistemas e polticas relacionados com a educao e a formao profissional e590 Servios, sistemas e polticas relacionados com o trabalho e o emprego e595 Servios, sistemas e polticas relacionados com o sistema poltico e598 Servios, sistemas e polticas, outros especificados e599 Servios, sistemas e polticas, no especificados 46 46. CIF Classificao detalhada com definies 47 47. 48 48. FUNES DO CORPO Definio: Funes do corpo so as funes fisiolgicas dos sistemas orgnicos (incluindo as funes psicolgicas). Deficincias so problemas nas funes ou nas estruturas do corpo, tais como, um desvio importante ou uma perda. Primeiro qualificador Qualificador comum com escala negativa utilizado para indicar a extenso ou magnitude de uma deficincia: xxx.0 NENHUMA deficincia (nenhuma, ausente, escassa,) 0-4 % xxx.1 Deficincia LIGEIRA (leve, pequena,) 5-24 % xxx.2 Deficincia MODERADA (mdia,) 25-49 % xxx.3 Deficincia GRAVE (grande, extrema,) 50-95 % xxx.4 Deficincia COMPLETA (total,) 96-100 % xxx.8 no especificada xxx.9 no aplicvel Esto disponveis classes amplas de percentagens para aqueles casos em que se usam instrumentos de medida calibrados ou outras normas para quantificar a deficincia das funes do corpo. Por exemplo, a indicao de ausncia de deficincia ou deficincia total pode ter uma margem de erro at 5%. Em geral, uma deficincia moderada quantificada a meio da escala da deficincia total. As percentagens devem ser calibradas em diferentes reas tendo como referncia os valores standard da populao como percentis. Para que esta quantificao possa ser utilizada de maneira universal, os mtodos de avaliao devem ser desenvolvidos atravs de pesquisas. 49 49. Captulo 1 Funes mentais Este captulo trata das funes do crebro que incluem funes mentais globais como conscincia, energia e impulso, e funes mentais especficas como memria, linguagem e clculo. Funes mentais globais (b110-b139) b110 Funes da conscincia Funes mentais gerais do estado de conscincia e alerta, incluindo a clareza e continuidade do estado de viglia Inclui: funes do estado, continuidade e qualidade da conscincia; perda de conscincia, coma, estados vegetativos, fugas, estados de transe, estados de possesso, alterao da conscincia induzida por medicamentos, delrio, estupor Exclui: funes da orientao (b114), funes da energia e dos impulsos (b130), funes do sono (b134) b1100 Estado de conscincia funes mentais que, quando alteradas, produzem estados, tais como, turvao da conscincia, estupor ou coma b1101 Continuidade da conscincia funes mentais relacionadas com viglia, vigilncia e conscincia mantidas que, quando alteradas, podem causar fuga, transe ou outros estados similares b1102 Qualidade da conscincia funes mentais que, quando alteradas, causam mudanas no estado de viglia, de alerta e de conscincia, como por exemplo, estados alterados por induo de medicamentos ou delirium b1108 Funes da conscincia, outras especificadas b1109 Funes da conscincia, no especificadas b114 Funes da orientao funes mentais gerais relacionadas com o conhecimento e a determinao da relao da pessoa consigo prpria, com outras pessoas, com o tempo e com o ambiente Inclui: funes de orientao em relao ao tempo, lugar e pessoa; orientao em relao a si prprio e aos outros; desorientao em relao ao tempo, lugar e pessoa Exclui: funes da conscincia (b110), funes da ateno (b140), funes da memria (b144) b1140 Orientao em relao ao tempo funes mentais que geram conscincia do dia, data, ms e ano. 50 50. CIF 1. Funes mentais b1141 Orientao em relao ao lugar funes mentais que geram conscincia da localizao da pessoa, em relao ao ambiente imediato, sua cidade, regio, pas. b1142 Orientao em relao pessoa funes mentais que geram conscincia da prpria identidade e da dos indivduos no ambiente imediato. b11420 Orientao em relao a si prprio funes mentais que produzem conscincia da prpria identidade b11421 Orientao em relao a outros funes mentais que geram conscincia da identidade dos outros indivduos no ambiente imediato da pessoa b11428 Orientao em relao pessoa, outra especificada b11429 Orientao em relao pessoa, no especificada b1148 Funes de orientao, outras especificadas b1149 Funes de orientao, no especificadas b117 Funes intelectuais funes mentais gerais, necessrias para compreender e integrar construtivamente as vrias funes mentais, incluindo todas as funes cognitivas e seu desenvolvimento ao longo da vida Inclui: funes de desenvolvimento intelectual, atraso intelectual, atraso mental, demncia Exclui: funes da memria (b144), funes do pensamento (b160), funes cognitivas de nvel superior (b164) b122 Funes psicossociais globais funes mentais gerais, que se desenvolvem ao longo da vida, necessrias para compreender e integrar construtivamente funes mentais gerais, que levam formao das capacidades interpessoais necessrias para o estabelecimento de interaces sociais recprocas, em termos de significado e de finalidade. Inclui: autismo b126 Funes do temperamento e da personalidade funes mentais gerais de carcter constitucional que fazem o indivduo reagir de um modo especfico s situaes, incluindo o conjunto de caractersticas mentais que diferenciam o indivduo dos outros Inclui: funes de extroverso, introverso, amabilidade, responsabilidade, estabilidade psquica e emocional, e abertura para experincias; optimismo; busca de experincias novas; segurana; confiabilidade Exclui: funes intelectuais (b117); funes da energia e dos impulsos (b130); funes psicomotoras (b147); funes emocionais (b152) b1260 Extroverso funes mentais que produz num temperamento expansivo, socivel e expressivo; em contraste com um temperamento tmido, reservado e inibido 51 51. 2. Funes sensoriais e dor CIF b1261 Amabilidade funes mentais que produzem um temperamento cooperante, amigvel e prestimoso, em contraste com ser inamistoso, antagonista e desafiador b1262 Responsabilidade funes mentais que produzem um temperamento pessoal trabalhador, metdico e escrupuloso, em contraste com funes mentais que produzem um temperamento preguioso, no confivel e irresponsvel b1263 Estabilidade psquica funes mentais que produzem um temperamento pessoal equilibrado, calmo, sossegado ao contrrio de ser irritvel, preocupado, inconstante e de humor varivel b1264 Abertura experincia funes mentais que produzem um temperamento pessoal curioso, imaginativo e pronto para explorar e fazer novas experincias, em contraste com ser inactivo, desatento e emocionalmente inexpressivo b1265 Optimismo funes mentais que produzem um temperamento pessoal alegre, dinmico e cheio de esperana, em contraste com ser desanimado, triste e sem esperana b1266 Segurana funes mentais que produzem um temperamento seguro, arrojado e assertivo, em contraste com ser tmido, inseguro e apagado b1267 Confiabilidade funes mentais que produzem um temperamento pessoal de respeito pelos princpios ticos e no qual se pode confiar, em contraste com ser enganador e anti social b1268 Funes do temperamento e da personalidade, outras especificadas b1269 Funes do temperamento e da personalidade, no especificadas b130 Funes da energia e dos impulsos funes mentais gerais dos mecanismos fisiolgicos e psicolgicos que estimulam o indivduo a agir de modo persistente para satisfazer necessidades especficas e objectivos gerais Inclui: funo do nvel de energia, motivao, apetite, desejo (incluindo desejo por substncias que produzem dependncia) e controlo dos impulsos Exclui: funes da conscincia (b110); funes do temperamento e da personalidade (b126); funes do sono (b134); funes psicomotoras (b147); funes emocionais (b152) b1300 Nvel de energia funes mentais que produzem vigor e fora b1301 Motivao funes mentais que produzem os incentivos para agir; a fora motriz consciente ou inconsciente para a aco 52 52. CIF 1. Funes mentais b1302 Apetite funes mentais que produzem um desejo natural, especialmente o desejo natural e recorrente de comer e beber b1303 nsia funes mentais que produzem o desejo intenso de consumir substncias, incluindo substncias que podem produzir dependncia b1304 Controlo dos impulsos funes mentais que regulam e resistem a impulsos sbitos e intensos de fazer algo b1308 Funes da energia e dos impulsos, outras especificadas b1309 Funes da energia e dos impulsos, no especificadas b134 Funes do sono funes mentais gerais de desconexo fsica e mental peridica, reversvel e selectiva, do ambiente imediato da pessoa, acompanhada por mudanas fisiolgicas caractersticas Inclui: funes da quantidade, incio, manuteno e qualidade do sono; funes relacionadas com o ciclo do sono, como insnia, hipersnia e narcolpsia Exclui: funes da conscincia (b110); funes da energia e dos impulsos (b130); funes da ateno (b140); funes psicomotoras (b147) b1340 Quantidade de sono funes mentais relacionadas com o tempo gasto no estado de sono, no ciclo diurno ou no ritmo circadiano b1341 Incio do sono funes mentais que produzem a transio da viglia para o sono b1342 Manuteno do sono funes mentais que sustentam o estado de estar adormecido b1343 Qualidade do sono funes mentais que produzem o sono natural levando a um descanso e relaxamento fsico e mental ideais b1344 Funes que envolvem o ciclo do sono funes mentais responsveis pelo sono com movimento rpido dos olhos (REM) (associado com o sonhar) e pelo sono sem movimento rpido dos olhos (NREM) (caracterizado pelo conceito tradicional de sono, como um perodo de reduo da actividade fisiolgica e psicolgica) b1348 Funes do sono, outras especificadas b1349 Funes do sono, no especificadas b139 Funes mentais globais, outras especificadas e no especificadas 53 53. 2. Funes sensoriais e dor CIF Funes mentais especficas (b140-b189) b140 Funes da ateno funes mentais especficas de concentrao num estmulo externo ou numa experincia interna pelo perodo de tempo necessrio Inclui: funes de manuteno da ateno, de mudana da ateno, de diviso da ateno, de partilha da ateno; concentrao; distraco Exclui: funes da conscincia (b110); funes da energia e dos impulsos (b130); funes do sono (b134); funes da memria (b144); funes psicomotoras (b147); funes da percepo (b156) b1400 Manuteno da ateno funes mentais que permitem a concentrao pelo perodo de tempo necessrio b1401 Mudana da ateno funes mentais que permitem mudar a concentrao de um estmulo para outro b1402 Diviso da ateno funes mentais que permitem concentrar-se em dois ou mais estmulos ao mesmo tempo b1403 Partilha da ateno funes mentais que permitem que duas ou mais pessoas se concentrem no mesmo estmulo, como por exemplo, uma criana e a pessoa que cuida dela concentrando-se num brinquedo b1408 Funes da ateno, outras especificadas b1409 Funes da ateno, no especificadas b144 Funes da memria funes mentais especficas de registo e armazenamento de informaes e sua recuperao quando necessrio Inclui: funes da memria de curto e de longo prazo; memria imediata, recente e remota; durao da memria; recuperao da memria; recordar; funes utilizadas na recordao e na aprendizagem, como na amnsia nominal, selectiva e dissociativa Exclui: funes da conscincia (b110); funes da orientao (b114); funes intelectuais (b117); funes da ateno (b140); funes da percepo (b156); funes do pensamento (b160); funes cognitivas de nvel superior (b164); funes mentais da linguagem (b167); funes de clculo (b172) b1440 Memria de curto prazo funes mentais responsveis pelo armazenamento temporrio e disruptvel da memria por cerca de 30 segundos aps os quais as informaes so perdidas se no consolidadas na memria de longo prazo 54 54. CIF 1. Funes mentais b1441 Memria de longo prazo funes mentais responsveis por um sistema de memria que permite o armazenamento a longo prazo das informaes da memria de curto prazo e da memria autobiogrfica de eventos passados assim como da memria semntica para linguagem e factos b1442 Recuperao da memria funes mentais especficas que permitem recordar informaes armazenadas na memria de longo prazo e traz-las conscincia b1448 Funes da memria, outras especificadas b1449 Funes da memria, no especificadas b147 Funes psicomotoras funes mentais especficas de controlo dos eventos motores e psicolgicos a nvel do corpo Inclui: funes de controlo psicomotor, tais como, no atraso psicomotor, excitao e agitao, postura, catatonia, negativismo, ambivalncia, ecopraxia e ecolalia; qualidade da funo psicomotora Exclui: funes da conscincia (b110); funes da orientao (b114); funes intelectuais (b117); funes da energia e dos impulsos (b130); funes da ateno (b140); funes mentais da linguagem (b167); funes mentais para a sequncia de movimentos complexos (b176) b1470 Controlo psicomotor funes mentais que regulam a velocidade do comportamento ou o tempo de resposta que envolve componentes motores e psicolgicos, como por exemplo, em alteraes do controlo que produzem atraso psicomotor (mover-se e falar lentamente, diminuio da gesticulao e da espontaneidade) ou excitao psicomotora (actividade comportamental e cognitiva excessiva, em geral no produtiva e, com frequncia, como uma resposta tenso interna, como por exemplo, tamborilar com os dedos, apertar as mos, agitao e inquietao) b1471 Qualidade das funes psicomotoras funes mentais que geram comportamentos no verbais numa sequncia apropriada natureza dos seus sub-componentes, como por exemplo, a coordenao mo-olho, ou o modo de andar b1478 Funes psicomotoras, outras especificadas b1479 Funes psicomotoras, no especificadas b152 Funes emocionais funes mentais especficas relacionadas com o sentimento e a componente afectiva dos processos mentais Inclui: funes de adequao da emoo, regulao e amplitude da emoo; afecto, tristeza, felicidade, amor, medo, raiva, dio, tenso, ansiedade, alegria, pesar; labilidade emocional, apatia afectiva Exclui: funes do temperamento e da personalidade (b126); funes da energia e dos impulsos (b130); 55 55. 2. Funes sensoriais e dor CIF b1520 Adequao da emoo funes mentais responsveis pela adequao do sentimento ou afecto situao, como por exemplo, alegria ao receber boas notcias b1521 Regulao da emoo funes mentais que controlam a experincia e a demonstrao de afecto b1522 Amplitude da emoo funes mentais responsveis pelo espectro de experincias relacionadas com o despertar do afecto ou de sentimentos, tais como, amor, dio, ansiedade, pesar, satisfao, medo e raiva b1528 Funes emocionais, outras especificadas b1529 Funes emocionais, no especificadas b156 Funes da percepo funes mentais especficas relacionadas com o reconhecimento e a interpretao dos estmulos sensoriais Inclui: funes de percepo auditiva, visual, olfactiva, gustativa, tctil e visioespacial, como em alucinaes ou iluses Exclui: funes da conscincia (b110); funes de orientao (b114); funes da ateno (b140); funes da memria (b144); funes mentais da linguagem (b167); viso e funes relacionadas (b210-b229); funes auditivas e vestibulares (b230- b249); funes sensoriais adicionais (b250 - b279) b1560 Percepo auditiva funes mentais envolvidas na discriminao de sons, tons, intensidade e outros estmulos acsticos b1561 Percepo visual funes mentais envolvidas na discriminao da forma, tamanho, cor e outros estmulos oculares b1562 Percepo olfactiva funes mentais envolvidas na diferenciao de odores b1563 Percepo gustativa funes mentais envolvidas na diferenciao de sabores, tais como, estmulos doces, azedos, salgados e amargos, detectados pela lngua b1564 Percepo tctil funes mentais envolvidas na diferenciao de texturas, tais como, estmulos speros ou lisos, detectados pelo tacto b1565 Percepo visioespacial funo mental envolvida na distino, atravs da viso, da posio relativa dos objectos ou em relao a si prp