Cientistas desde sempre

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MINAS FAZ CIÊNCIADiretora de redação: Vanessa Fagundes Editor-chefe: Maurício Guilherme Silva Jr.Redação: Alessandra Ribeiro, Amanda Jurno, Lorena Tárcia, Marina Mendes, Maurício Guilherme Silva Jr., Roberta Nunes, Tatiana Pires Nepomuceno, Téo Scalioni, Thiago Malta, Vanessa Fagundes, e Vivian TeixeiraDiagramação: Fazenda ComunicaçãoRevisão: Sílvia BrinaDireção de arte: Felipe BuenoEditoração: Unika Editora, Fatine OliveiraMontagem e impressão: Rona EditoraTiragem: 25.000 exemplaresCapa: Felipe BuenoIlustrações: Felipe Bueno

Redação - Av. José Cândido da Silveira, 1500, Bairro Horto - CEP 31.035-536Belo Horizonte - MG - BrasilTelefone: +55 (31) 3280-2105Fax: +55 (31) 3227-3864E-mail: [email protected]: http://revista.fapemig.br

Blog: http://blog.fapemig.brFacebook: http://www.facebook.com/minasfazcienciaTwitter: @minasfazciencia

GOVERNO DO ESTADODE MINAS GERAISGovernador: Fernando Pimentel

SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E ENSINO SUPERIORSecretário: Miguel Corrêa Jr.

Fundação de Amparo à Pesquisado Estado de Minas Gerais

Presidente: Evaldo Ferreira VilelaDiretor de Ciência, Tecnologia e Inovação: Paulo Sérgio Lacerda BeirãoDiretor de Planejamento, Gestão e Finanças: Alexsander da Silva Rocha

Conselho CuradorPresidente: João Francisco de Abreu Membros: Alexandre Christófaro Silva, Esther Margarida Alves Ferreira Bastos, Flávio Antônio dos Santos, Júnia Guimarães Mourão, Marcelo Henrique dos Santos, Michele Abreu Arroyou, Ricardo Vinhas Corrêa da Silva, Roberto do Nascimento Rodrigues, Sérgio Costa Oliveira, Valentino Rizzioli, Virmondes Rodrigues Júnior

Para receber gratuitamente a revista MINAS FAZ CIÊNCIA, envie seus dados (nome, profissão, instituição/empresa, endereço completo, telefone, fax e e-mail) para o e-mail: [email protected] ou para o seguinte endereço: FAPEMIG / Revista MINAS FAZ CIÊNCIA - Av. José Cândido da Silveira, 1500, Bairro Horto - Belo Horizonte/MG - Brasil - CEP 31.035-536

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Antes de qualquer coisa, queremos te contar uma história bem legal, que bem

poderia ter acontecido contigo. Duvida?! Veja só: certa vez, o Miguel, de 8 anos, teve

uma brilhante ideia: “Que tal pegar frutas no pomar da vovó para fazer um suco bem

gostoso?”. Doido para pôr o plano em prática, ele partiu em busca do que precisava.

Foi então que se deu conta de algo: “Tenho medo de altura! Como é que vou subir nas

árvores grandonas?”.

A solução, é claro, foi chamar sua melhor amiga, a Alice. Além de o pai dela ter uma

escada levinha, o João, seu irmão mais velho, poderia se encarregar das lindas frutas

lá do alto. Dito e feito: rapidamente, os três recolheram dezenas de mangas, bananas,

limões e outras delícias da natureza! (Agora, eles só precisam fazer o suco, né, galera?!)

“Ops! Mas como assim? Eu não nunca usei o tal do liquidificador”, pensou Miguel, que

também não sabia outra coisa muito importante: manga, jabuticaba, café, gelatina, fari-

nha de fubá e guaraná em pó combinam bem?

“Eta! Só mesmo a ‘vó’ Judite para nos ajudar, viu?!”, constatou o garoto, antes de

ter outra de suas maravilhosas ideias: que tal chamar a Alice, o João e seus priminhos

Gustavo, Lara, Kenzo, Estevão, Thales, Francisco e Cecília para aprender, de uma vez

por todas, a fazer suco? E não é que a proposta foi um sucesso?! Afinal, todos adoraram

visitar a cozinha mágica da vovó, que, com calma, técnica e sabedoria, misturou leite,

banana, mamão, aveia e açúcar para chegar à mais deliciosa das megadeliciosas vitami-

nas do mundo!

Hummmm! Parece bom, mesmo, né?! Ah! Mas você sabe por que resolvemos te

contar essa divertida história? É que, também na ciência, tudo só acontece por causa do

esforço e das ideias de muitas e muitas pessoas! Sim, os cientistas não trabalham de

maneira solitária... Assim como Miguel e sua turma, eles adoram estudar, experimentar

e inventar coisas, mas sempre com a ajuda, os conselhos e as boas ideias de amigos de

várias idades! Nesta revista, que é toda sua, você vai perceber que a união das pessoas

pode produzir coisas realmente sensacionais!

E aí, vamos conhecer, juntos, o mundo da ciência?

Vanessa Fagundes e Maurício Guilherme Silva Jr.

(Esses dois jornalistas, aliás, são amigos que – ao lado de outros tantos amigos – se dedicam, com muita alegria, à revista que, agora, está em suas mãos!)

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Depoimentos coletados por Marina Mendes

Dos desenhos, livros e filmes que você conhece, qual seu cientista predileto?

“Conheço o Franjinha, da Turma da Mônica, que, nas histórias, sempre aparece com alguma invenção. Teve um dia em que o Cascão queria me-lhorar o cabelo e o Franjinha criou uma máquina para isso. Só que o Cascão usou

muitas vezes, e, numa delas, o cabelo ficou tão grande que se prendeu no galho de uma

árvore. O Cebolinha, então, teve que ajudar o amigo a se soltar”.

João Pedro Guerra Martins da Costa (7 anos)Itabira (MG)

“O cientista dos desenhos que eu gosto é o Tio Raia [do filme Procurando Nemo]. O professor é uma arraia, fala sobre como é a vida no fundo do mar e faz perguntas científicas para os alunos filhotes. Ele também aparece no filme Procurando Dory”.Beatriz Pereira Monteiro (10 anos)Belo Horizonte (MG)

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“Tem muita ciência no Laboratório do Dexter. Ele ensina Química, Robótica, e, em vários episódios, a gente se diverte e aprende ao mesmo tempo”.Pedro Henrique Guimarães Maia (8 anos)Nova Lima (MG)

“Albert Einstein é o mais importante cientista que já existiu. Por isso é que ganhou tantos prêmios e aparece em vá-

rios filmes e reportagens que já vi. Ele era poderoso porque usava o po-der da inteligência. Agora, estou lendo um livro sobre outro físico, chamado Stephen Hawking. Depois, posso contar mais sobre ele”. Lucas Faria Torres Alves (10 anos) Belo Horizonte (MG)

“Para mim, o melhor é o Severo Snape, do filme Harry Potter. Ele pode ser considerado um cientista porque mexe com poções e alquimia. Nos filmes do Harry Potter, sempre têm assuntos de ciência. Em um deles, a gente aprende sobre como a

mudança nas moléculas altera o poder das substâncias”.

Sofia Caetano Adaid (9 anos)Itabirito (MG)

“Estou lendo um livro sobre uma menina chamada Franny K. Stein,

a cientista maluca. Gosto também da Luna, que pode ser considerada uma criança cientista

porque quer saber de tudo, faz perguntas, estu-da as coisas, e, no final, sempre consegue um resultado bom. Também gosto dos cientistas do desenho da Kika. Nele, a personagem principal da experiência ganha vida e explica como as coisas são feitas”.

Alícia de Carli das Chagas (7 anos)Santa Luzia (MG)

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Se eu disser que errar nem sempre é uma coisa ruim, você vai duvidar de mim, não é? Mas isso é a mais pura verdade! Especialmente na área da ciência, o erro pode trazer um monte de respostas mais interessantes ao problema que está sendo estudado.

Lembre-se de que a ciência é feita, basicamente, de tentativas e erros. O pesquisador encontra uma questão que o deixa curioso e, em busca de solução, vai estudar, fazer testes e comparar suas ideias com a de outros pesquisadores. No final, ele arrisca uma resposta, que chamamos de hipó-tese, para explicar o problema.

Na escola, a gente só estuda as respostas consideradas corretas. Mas, até chegar nelas, são muitas (muitas, mesmo!) respostas erradas. Dá para falar que, se a ciência fosse um iceberg, os resultados confirmados seriam a pontinha que fica fora d’água, e aquele monte de gelo submerso seriam os erros.

E você acha que o pesquisador desanima quando seu trabalho dá errado? Não, mesmo. O professor Yurij Castelfranchi, que dá aulas na Uni-versidade Federal de Minas Gerais, a UFMG, e estuda, entre outras coisas, a história da ciência, conta que os erros são, na verdade, uma parte impor-tante da pesquisa científica. “Quando os cientistas descobrem que sua hi-pótese, seu chute, estava errado, eles precisam encontrar uma ideia melhor, tentar de novo, errar de novo, até conseguir uma descrição ou explicação que pareça boa para aquilo que estudam”.

É desse jeito que a ciência avança!

Na ciência, assim como na vida, errar não significa fracassar – muitas vezes, existe um caminho diferente, que pode ser muito mais interessante!

Amanda Jurno e Vanessa Fagundes

O erro certo!

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Existe também um outro tipo de erro, a fraude. A diferen-ça é que ele acontece de propósito. Nesse caso, o cientista põe

os resultados errados para trapacear. Isso prejudica muito a ciência, pois as respostas falsas fazem com que os pesquisadores sigam pelo

caminho errado em seus estudos. Uma perda de tempo!

Erro bom?O cientista pode cometer vários tipos de erro.

Ele pode errar na hora de medir a forma de alguma coisa porque seu instrumento não é o melhor, ou porque não entendeu direito o resultado. Pode er-rar ao fazer uma conta, ou ter uma ideia errada so-bre como funciona um fenômeno. Em todos esses casos, o erro acontece sem querer e, provavelmen-te, será preciso começar o trabalho todo de novo. Mas, algumas vezes, o erro pode dar um resultado muito mais legal ou útil.

Quer um exemplo? A própria descoberta da América! Cristóvão Colombo queria encontrar uma rota mais rápida para chegar às Índias, importante região comercial que vendia especiarias para toda a Europa. Para isso, baseou-se no cálculo feito por Ptolomeu, matemático grego que nasceu por vol-ta do ano 90 depois de Cristo, segundo o qual a circunferência da Terra era de 33 mil quilômetros. Ele fez suas contas e chegou à conclusão de que chegaria ao seu destino depois de navegar cerca de 4.400 quilômetros – na verdade, essa distância é de 19.600 quilômetros!

Assim, depois de 33 dias de viagem (e seis mil quilômetros navegados), ele esbarrou em um continente novo, que ninguém esperava estar ali. O “erro” rendeu novas terras e riquezas a serem ex-ploradas, além de enterrar a ideia de que o mundo era constituído apenas por um bloco de três con-tinentes (Ásia, África e Europa), rodeado por um grande oceano.

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Outra descoberta que aconteceu por acaso foi a da insulina. Opa! O que é isso? Insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas, órgão que faz a glicose (um tipo de açúcar) entrar nas células. Mas, lá em 1889, ninguém sabia disso. Dois médi-cos alemães, Joseph von Mering e Oscar Minkowski, estavam estudando a digestão das gorduras e retiraram o pâncreas de um cachorro para ver se isso alterava alguma coisa. Eles perceberam, então, que o xixi do bichinho passou a atrair mais moscas.

Curiosos, resolveram analisar a urina e viram que ela estava cheia de açúcar. Foi assim que fizeram a ligação: sem o pân-

creas para produzir a insulina, as células não absorviam o açúcar, que se acumula-va no corpo (até o xixi ficava doce!). Essa descoberta ajudou um monte de pessoas que têm uma doença chamada diabetes, caracterizada pelo aumento da glicose no sangue. Hoje, para combater o problema, elas tomam o quê? Injeções de insulina.

Mais uma história legal! Lá por volta de 1836, o americano Charles Goodyear estava tentando encontrar uma maneira de produzir uma borracha de melhor qualida-de. Ele fez várias experiências e misturou um monte substâncias à borracha, mas não chegou a nenhuma resposta. Um dia, dei-

Os gênios também erram!Conhece Galileu Galilei? Esse cientista italiano, que nasceu no século

XVI, ficou famoso por ajudar a mostrar que a Terra gira ao redor do Sol (na época, todo mundo acreditava que era o Sol que girava ao redor da Terra). Galileu achava que a única forma perfeita na natureza fosse o círculo, e que, por isso, os planetas giravam em círculos perfeitos ao redor do Sol, e tam-bém todas as outras estrelas no universo. Errou feio! Como Kepler (cientista alemão que viveu na mesma época do Galileu) já tinha visto, os planetas giram em elipses. “O Galileu estava tão convencido com essa história de círculos que não conseguia acreditar nem na existência dos cometas: como a órbita deles é muito alongada (não se parece nem um pouco com um cír-culo), decidiu que os cometas não existiam, e só podiam ser alguma ilusão de ótica, alguma miragem”, explica o professor Yurij Castelfranchi.

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xou cair um pedaço de borracha misturado com enxofre em uma chapa quente e viu que, além de não derreter, o material ficou elástico e resistente a variações de tempe-ratura. Assim surgiu a borracha vulcanizada, matéria-prima, por exemplo, dos pneus.

Por que a gente fica triste quando erra?

Se o erro pode até ser uma coisa boa, por que a gente fica tão triste quando faz alguma coisa errada? Para a Maria Luiza Rocha de Andrade, psicóloga que traba-lha no Centro de Psicologia Humanista de Minas Gerais, o problema é que vemos o erro como uma coisa que deve ser punida, e não como o resultado do nosso esforço. “Isso é muito ruim porque, com medo de errar, a gente para de tentar e de arriscar”.

Ela acredita que devemos aceitar o erro como parte do crescimento. Quando

entendemos que todo mundo pode fazer alguma coisa errada, e que isso vai ajudar a gente a aprender e a escolher novos de-safios, ficamos muito mais corajosos! Por isso, nada de fazer piada se o seu colega errar o gol em uma partida de futebol, ou tirar nota baixa em uma prova. “Ponha-se no lugar dele e diga uma palavra amiga, de incentivo”, ensina Maria Luiza.

O professor Yurij concorda que não devemos ficar abatidos quando descobri-mos que cometemos um erro. Ele lembra que não só os cientistas famosos, mas todos os pesquisadores sabem que o tra-balho tem a ver com errar, e não só com acertar. “Eu, por exemplo, só neste mês, tive ao menos umas dez ideias erradas de Sociologia (a área que eu estudo). Joguei elas na lixeira, mas já estou com uma ou-tra na cabeça, que parece ser bem melhor. Estou torcendo!”.

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Prato quentinhoBateu aquela fome e você

quer comida quentinha? Pronto! Lá está o micro-ondas para te ajudar. E, o que é mais

interessante: sem fogo! Ahn?! É isso, mesmo? Sim, o aparelho é um forno que funciona por meio de ondas eletromagnéticas de alta fre-

quência, assim como ocorre com o rádio. Um gerador chamado magnetron recebe uma tensão fixa de 400 volts, e, dentro do equipamento, gera

micro-ondas eletromagnéticas, que, refletidas várias vezes nas paredes metálicas do forno, sobre o alimento, fazem vibrar as moléculas de água contida na

comida. Está servido?

Muito fácil, mas nada simples

Carro, luz elétrica, micro-ondas... Como é que isso tudo funciona?

Téo Scalioni

No dia a dia de uma sociedade moderna, várias engenhosidades passam des-percebidas por nós. Falo de coi-

sas simples, mas que, no fundo, no fundo, ninguém sabe como funcionam. Afinal, o que faz o carro andar, a luz acen-

der e o micro-ondas esquentar? Calma, calma! A gente já vai te explicar...

Vruuuuuummmmm!!!Parece fácil girar a chave, engatar a primeira

marcha e ver o carro se locomover. A gente é que

não se lembra do motor, o coração do automóvel,

que, nessa hora, não para de trabalhar. Sua função

é receber o combustível (gasolina, etanol, gás natural

ou diesel) e transformá-lo na energia que vai movimen-

tar as rodas. Isso só é possível devido aos cilindros, pe-

quenas câmaras onde ficam os pistões, que, após a quei-

ma do combustível, se movem e levam energia

mecânica até o sistema de transmissão – que,

no fim das contas, faz a distribuição da

energia para as rodas. Resultado?

Boa viagem!

E fez-se a luz!Difícil, hoje, imaginar o mundo sem a luz

elétrica, inventada pelo cientista norte-americano Thomas Edison (1847-1931). A partir de sua cria-

ção, basta apertar um botão, e, em milésimos de se-gundos, tudo fica claro! Mas como isso ocorre? Na verdade, o que acende a lâmpada é a corrente elétrica. Isso é papel do interruptor:

como o próprio nome diz, é ele que vai interromper – ou não – a passagem da energia. Se não fosse por ele, a lâmpada

ficaria sempre ligada. Nesse caso, imaginem a conta de luz!

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Quando o filhote de Homo sa-piens chega em certo momento de sua infância, começa a fazer perguntas. E seria bom que nunca mais parasse! Meninos e meninas, afinal, perguntam sobre tudo: “Como?”, “Onde”, “Pra quê?”, “Por quê?”. Ao longo da vida dos adultos, outras tantas interroga-ções surgirão. E sabe com qual obje-tivo? Para formar o conhecimento que irá garantir a sobrevivência de nossa espécie, ainda por muitos anos.

Bem... Como a gente sabe que essa “perguntação” não tem fim, marcamos um encontro de crianças superespertas com uma pesquisado-ra que adora conversar sobre ciência. Veja quanta coisa legal vamos aprender nesta entrevista, feita lá no Espaço do Conhecimento UFMG, na Praça da Li-berdade, em Belo Horizonte (MG).

Alunos de escolas públicas e particulares, Nara Biagini, de 8 anos,

Augusto Azevedo (8), Luiz Fernan-do Marques (10), Letícia Dias (9) e Gustavo Henrique Silva (8) con-versaram com a cientista Fabiana Beghini, que é mãe do Mateus, de três anos, e dá aula numa escola de Beagá. Além disso, ela estuda novas fontes de energia no Centro de De-senvolvimento de Tecnologia Nucle-ar, o CDTN, que fica na Universidade Federal de Minas Gerais, a UFMG.

Fabiana também escreve livros e já ganhou um prêmio importante, o Jabuti, com uma história chamada Um pedacinho do céu. Ela conta que, desde criança, sua matéria preferida era Ciência. “Eu adorava fazer expe-rimentos e tentava descobrir como as coisas funcionavam. Quando cresci, quis fazer o curso de Física”.

Vamos conferir o que a galeri-nha perguntou a ela?

Aliás, se você também tem perguntas a fazer, conte para nós! Basta nos enviar suas dúvidas pelas redes sociais: Facebook/minasfazciência.

Por que tanta pergunta?Desde criança, a gente quer saber

muita e muita coisa sobre tudo

Marina Mendes

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Letícia – Na sua vida, o que você mais gostou de aprender?

Fabiana – Adorei saber algo sobre o movimento dos planetas ao redor do Sol e de descobrir que as estações do ano de-pendem da posição que a Terra está, en-quanto segue seu caminho.

Gustavo – Já descobriu algo novo nesse mundo?

Fabiana – Estou pesquisando para descobrir um combustível novo, mas que usa elementos químicos já existentes. Não descobri elementos novos.

Augusto – Você já quis produzir um DNA e criar uma nova pessoa?

Fabiana – A ciência é muito grande! Ela foi dividida em partes para facilitar o es-tudo das coisas. Eu trabalho numa área que pesquisa os movimentos e explica os fenô-menos físicos. Essa parte do DNA é com o pessoal da Biologia. Sei que parece muito com aquela história do Frankenstein...

Letícia – Qual a ciência mais estudada?Fabiana – Não tem uma que seja mais

estudada. Tem espaço pra todo mundo. Há estudos sobre as partes do corpo humano, sobre saúde, medicamento, espaço. Quando a gente estuda nos livros, parece que a ciên-cia é pronta e acabada. Mas não é assim! Ela é viva. A gente está sempre estudando, sem-pre têm novidades nos diversos campos.

Nara – Tem ciência que estuda idioma? Fabiana – Tem, sim. É a linguística.

Você gosta de línguas?Nara – Queria saber japonês.

Letícia – Você já desenvolveu alguma coisa?

Fabiana – No laboratório, desenvolvi um combustível para gerar energia. Existem várias formas de gerá-la: pode ser pela água, pelo vento... Meu trabalho é buscar energia por meio dos elementos químicos.

Letícia – E o seu livro? O que você escreve nele?

Fabiana – Sobre o espaço, sobre As-tronomia. Falo sobre a lua, sobre os plane-tas e o céu.

Luiz – Lá no meu bairro, não consigo ver as estrelas porque tem muita luz na rua!

Fabiana – É que, quando o lugar fica muito iluminado, a luz que chega do céu, das estrelas, não alcança a gente.

Augusto – Por isso é que, no cinema, pedem para não usar o celular?

Fabiana – Isso! Para não atrapa-lhar a projeção das imagens e, também, para evitar barulho. Quando a gente ob-serva o céu a olho nu – ou seja, sem um telescópio –, é melhor que seja um lugar bem escurinho, para que as outras luzes não atrapalhem.

Gustavo – Nas cidades, parece que os homens estão destruindo o planeta.

Letícia – Eu fico chateada porque, depois, não vai ter nada pra gente beber. Não vai ter nada pra sustentar a nossa vida

Fabiana – E o que a gente pode fazer para mudar essa situação?

Luiz – Diminuir o excesso de gás carbônico na Terra.

Fabiana – E como a gente diminuiria isso?

Luiz – Gastando menos combus-tível, queimando menos coisas que po-luem e evitando os gases que destroem a camada de ozônio.

Da esquerda para a direita, Augusto Azevedo (8), Luiz Fernando Marques (10), Gustavo Henrique Silva (8 anos) [de costas] e Letícia Dias (9) fizeram muitas perguntas sobre a Terra e outros assuntos legais

Fotos: Rodrigo Patrício

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Nara – Você acha que, um dia, a Terra vai acabar?

Fabiana – Acho que um dia a Terra vai acabar, sim. Mas vai demorar muitos, muitos anos.

Gustavo – Todo mundo vai estar morto?Fabiana – Muitas outras gerações

vão ter nascido.Augusto – Como o homem de 300

cabeças? [Todos caem na gargalhada!]Fabiana – A gente tem que ficar pre-

ocupado é com o fato de que todas essas mudanças climáticas estão acontecendo porque os seres humanos não cuidam muito bem do planeta. Nossa geração não vai acompanhar a Terra acabando, mas precisa cuidar dela. Poluição, desperdício e desmatamento têm que acabar.

Gustavo – Deveriam inventar um car-ro que usa pedal.

Fabiana – Ficaria parecendo uma bi-cicleta. Seria bom para diminuir a poluição. A gente consegue gerar energia pedalando.

Gustavo – Mas precisa ser um cara megaforte!

Fabiana – Nem precisa ser tão for-te. É só fazer do pedal um gerador, como aqueles das bicicletas ergométricas, que não precisam ser ligadas na tomada.

Augusto – Alguém já atravessou a Terra pelo meio?

Fabiana – A Terra é formada por várias camadas. Lá no meio, é lava, igual à dos vulcões. É um mar de íons muito quente. Não tem como atravessar.

Augusto – Mas e se vestirmos rou-pas especiais?

Fabiana – Isso ainda não existe. Pode ser que tenha alguém interessado em pesquisar lá e atravessar, mas ainda não aconteceu. Não que eu saiba... Chegar do outro lado dando a volta por cima já acon-teceu: é só usar avião e navio.

Augusto – Se o espaço fosse racha-do, ia acontecer o caos?

Fabiana – A rachadura no espaço pode ser entendida como um buraco ne-gro. Nada escapa dele, nem a luz. Mas ninguém nunca foi lá e voltou para contar o que viu. Por isso, são só teorias.

Da esquerda para a direita, Gustavo Henrique Silva (8 anos), Luiz Fernando Marques (10), Letícia Dias (9), Fabiana Beghini (cientista), Augusto Azevedo (8) e Nara Biagini (8) falaram de ciência

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Brinquedos inteligentes fazem a gente aprender e se divertir

Ciência de montar

Amanda Jurno e Lorena Tárcia

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Robôs, dinossauros e vulcões para construir, desbravar e curtir? Sim, um montão de brinquedos, hoje, combina ciência e diversão. Al-guns, é verdade, vêm de outros países e são muiiiiiito caros... Mas isso não é problema! Afinal, você também pode juntar materiais recicláveis e, em casa, criar seus próprios objetos e experiências.

Kit de escavação de dinossauroBem legal, essa caixa inclui bloco de gesso e esqueleto embutido, ferramenta para escavação e escova, além de instruções detalhadas e curiosi-dades sobre os dinossauros.

Herança biológica e Engenharia GenéticaUm laboratório para investigações genéticas, aquela parte da Bio-logia que estuda o DNA e as características que herdamos de nos-sos antepassados. É possível analisar as evidências de DNA para identificar suspeitos e, até mesmo, resolver um crime.

Pequeno laboratório de BotânicaCom este kit, é possível aprender mais sobre plantas e sementes, por meio de experiências em estufas, com sistema de rega automática. Dá para plantar feijão, agrião e flores, e, ao mesmo tempo, entender as diferentes necessidades de cada planta.

Lembre-se!Um brinquedo se torna cientí-fico quando você explora, faz perguntas e busca inovar.

Outras experiênciasEm nosso site, você vai encontrar outros exemplos legais e fáceis de fazer! Basta clicar aqui, ó:

À venda nas lojas

Imag

ens:

Rep

rodu

ção

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Semeador mirimQue tal montar uma jardineira, ou um vaso de plan-

tas, sem gastar muito? A experiência foi sugerida pelos profissionais do Museu de História Natural e Jardim Bo-tânico da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Material: garrafas PET (A), terra adubada (B), areia (D), brita (C), mudas de plantas (F), tesoura e estilete (G), barbante (H), caneta e marcador permanente (I).

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Bolhas de sabão coloridasO professor Alfredo Luis Mateus, do Colégio Técnico (Coltec) da Univer-

sidade Federal de Minas Gerais (UFMG) nos ensinou essa linda experiência multicor!

Ingredientes para a mistura: um frasco de 100 ml de agua filtra-da; 100 ml de detergente; 50 ml de xarope de milho ou açúcar comum.

Modo de fazer: com um pouco da solução para bolhas de sabão, molhe uma mesa com tampo de plástico ou vidro. Umedeça a ponta de um canudinho com a mistura e sopre na mesa, criando uma bolha. Observe, então, com cuida-do: você pode iluminar a bolha com uma lanterna, por baixo da mesa, em uma sala escura. Depois disso, aparecerá um tantão de cores! Com o passar do tem-po, a parte de cima da bolha vai ficando incolor, e, logo em seguida, ela estoura. A cor nos dá uma pista de quando vai acontecer o estouro, pois funciona como um mapa da espessura da bolha, que explode assim que a água evaporar. As cores aparecem quando a luz interage com as superfícies (interna e externa) do filme de sabão. Cada cor corresponde a uma espessura do filme.

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Fotos: Divulgação

Fotos: Divulgação

Modo de fazer: corte a garrafa na horizontal – para uma

jardineira –, ou na vertical, no caso de um vasinho. O resto

da garrafa pode ser transformado em pá. Atenção! É muito

importante fazer furos no fundo da jardineira (ou do vaso),

para permitir o escoamento da água. Encha com ¼ de brita

+ uma mistura de areia e terra, na mesma proporção. Depois

disso, é só plantar as mudinhas e sementes!

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Saú

de

Hora de se cuidar

Entenda por que as vacinas são tão importantes

Alessandra Ribeiro

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É claro que não vai se lembrar, mas, já nos primeiros dias de sua vida, você sentiu aquela picadinha chata, ardida e que – ainda bem! – passa rapidinho... Quem te ama deve ter ficado com o coração apertado! Afinal, é fogo ver um bebê tão lindo e pequenino tomar a primeira injeção, né? Apesar da dorzinha, tudo vale realmente a pena: sabia que só assim é que a gente pode te proteger de várias doenças?

Sim! Estamos falando das vacinas, que funcionam da seguinte forma: elas enganam nosso corpo, ao nos pôr em contato com vírus e bactérias modificados. Ahn?! Como assim? Cada vacina diferente é capaz de ativar o sistema de defesa das pessoas (também conhecido como “sistema imunológico”), que passa a produzir anticorpos, pro-teínas que lutam contra os agentes causadores de infecções. Então, se formos expostos a vírus e a bactérias de verdade, nossos anticorpos já estarão prontos para nos defender!

Quer um exemplo? Vamos imaginar que alguém tenha pegado rubé-ola, aquela doença que deixa o corpo cheio de manchinhas vermelhas. Se a pessoa ficou doente uma vez, ela nunca mais passará por aquilo. Sabe por quê? Os anticorpos produzidos contra a doença ficarão no sangue dela até a vida adulta.

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Gotinha ou injeção?E você sabe por que algumas vacinas

são aplicadas em forma de gotinha – o que os adultos chamam de “via oral” – e ou-tras como injeção? Quem nos responde é o médico Jorge Andrade Pinto, que também é professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, a UFMG: “Os cientistas vão decidir, depois de fazer vários estudos, como é que a va-cina funciona melhor. Ela, afinal, bloqueia a porta de entrada do agente infeccioso”.

O professor explica, também, que a vacina “oral” nos protege contra um tan-tão de agentes (vírus, bactérias etc.), que, normalmente, entram no organismo pela boca e pelo intestino. Já a vacina da inje-ção (chamada de “injetável”) tenta defender várias outras portas de entrada do corpo.

A maior parte dos organismos causa-dores de doenças entra no corpo pelas vias respiratórias – principalmente, pelo nariz. É justamente contra esses agentes intrusos que as vacinas injetáveis são mais eficientes.

Ah! Por falar nisso, confesso que eu sempre quis saber por que algumas inje-ções são aplicadas no braço, outras na coxa e... no bumbum. Aposto que você também, né? O professor Jorge explica: “Quanto mais músculo no local da apli-cação, menor é a dor e mais facilmente a vacina será absorvida. Nas crianças peque-nas, normalmente, a injeção é na coxa. Nas maiores e nos adolescentes, no braço”.

Ninguém precisa ter medo de se va-cinar! Certas pessoas pensam, até mesmo, que as vacinas podem causar outras doen-ças... Vê se pode! Alguns pais nem vaci-nam os filhos, justamente, por acreditar em informações erradas que eles encontram, principalmente, na internet.

O professor garante que as vacinas são seguras: “Antes de ir para o mercado, a vacina passa por muitos testes, para sa-bermos se ela é eficiente e segura. Quando as pessoas deixam de se vacinar, aumenta o risco de doenças já controladas aparece-rem de novo”.

Tem uma reportagem sobre esse “negócio” de medo lá

na página 38!

Xô, doença!Você já deve ter percebido que vacinar é algo muito, muito

importante, né? “Depois da água tratada, as vacinas são a medida mais eficiente para a redução da mortalidade infantil, do ponto de vista da saúde pública”, diz o professor Jorge.

A paralisia infantil, por exemplo, é muito perigosa, mas, feliz-mente, nenhum caso é registrado no Brasil, desde 1980, graças a quê? Às campanhas de vacinação! Pelo mesmo motivo, o sarampo e alguns tipos de meningite também são muito raros por aqui. Ah! E o País oferece, de graça, vacinas contra 20 doenças. Neste as-sunto, na verdade, a saúde brasileira é referência mundial!

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Festa luminosa no céu

Tatiana Pires Nepomuceno

Cheios de brilho, os relâmpagos gritam alto e são fascinantes

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MINAS FAZ CIÊNCIA • ESPECIAL 2016 23

Quem não tem medo daquele barulho forte e estarrecedor que acompanha as tempes-tades e chuvas de verão? Não precisa ficar com vergonha, porque se trovões, ventanias e relâmpagos assustam até os mais grandinhos, imagina a gente? Por isso mesmo, que tal mergulhar neste universo desconhecido e conhecer os segredos que rondam um fenômeno tão imponente e cheio de luzes? Afinal, o desconhecido gera angústia... e a melhor maneira de superar tudo isso é o conhecimento.

Além do mais, você vai ver que não há bicho de sete cabeças: os relâmpagos são, na verdade, intensas descargas elétricas que ocorrem, principalmente, na atmosfera. Sua principal fonte são as nuvens de tempestades, com centros de cargas elétricas negativas e positivas bem grandonas!

Quando a intensidade de algum destes centros é elevada a ponto de ultrapassar o que os cientistas chamam de “rigidez dielétrica” da nuvem e do ar, geralmente, ocorrem os re-lâmpagos. Aliás, existem dois tipos bem distintos de raios: o primeiro, que nasce na nuvem e flui para o solo, é chamado de “relâmpago Nuvem-Solo (NS)”. Já o outro, que nasce no solo e segue até as nuvens, é conhecido como Solo-Nuvem (SN).

riscos no céuMas a história não para por aí! Estudos realizados por pesquisadores da Universidade

Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), sob a coordenação do físico Fer-nando Júnio de Miranda, querem entender sabe o quê? A relação entre a natureza do que os cientistas chamam de “canais” de relâmpagos NS e as bacias hidrográficas – que são os conjuntos de rios.

Ixi, mas agora complicou! Afinal, qual a relação entre a bacia hidrográfica e esses tais “canais de relâmpago”? Veja como é simples: o caminho percorrido pela descarga de retorno é chamado de “canal”. Sabe aquele risquinho que geralmente observamos no céu? Pois bem: aquilo é o canal.

Também há raios que, além do canal, têm um monte de “perninhas” ou irregulari-dades: são os relâmpagos com “canais ramificados”, que se parecem, inclusive, com as bacias hidrográficas. Legal demais, né?! Pois uma das propostas da pesquisa do Fernando Júnio foi verificar se algumas das leis aplicadas a bacias hidrográficas poderiam ser aplica-das à geometria destes tais canais.

A descarga de re-torno é uma das etapas que

compõem os relâmpagos NS, com energia luminosa

e duração suficientes para serem percebidas a olho nu.

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Em dias com tempestades elétricas, é preciso ficar atento às seguintes dicas:

Evite ficar em locais muito abertos, como praias, campos de futebol e pastagens,

pois você pode ser atingido.

Procure um local protegido, como uma casa ou um carro. Caso esse lugar não

exista, mantenha os pés juntos, agache-se e, abraçando os joelhos, ponha a cabeça neles.

Evite fazer manutenção em fiações internas ou externas de casas ou edificações,

nem use telefone fixo, pois as descargas na rede podem atingir as fiações.

Evite nadar em poças d’água, pois são excelentes condutores de eletricidade.

Nunca procure abrigo sob as árvores, que podem atrair os raios.

estudos mostram que algumas leis que descrevem os conjuntos de rios podem ser aplicadas à descrição dos canais dos relâmpagos.

Que tanto de raio!No Brasil, cerca de 50 milhões de

raios caem todos os anos, em especial, no verão. Só em Minas Gerais, entre 2000 e 2014, foram registradas 129 mortes em de-corrência das descargas elétricas, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Es-paciais, o Inpe. A alta incidência no terri-tório brasileiro se explica por dois fatores: localização e amplitude territorial. “O Brasil é um dos países com maior incidência de raios no mundo, principalmente por estar na Zona Tropical, e, também, por causa de seu vasto território, onde ocorrem diversos fenômenos meteorológicos extremos”, co-menta Arthur Chaves de Paiva Neto, que é Hidrometeorologista da Companhia Energé-tica de Minas Gerais, a Cemig.

Para estudar isso, os cientistas ob-servaram cerca de 80 relâmpagos, organi-zados em diferentes categorias, de acordo com as características dos seus canais: relâmpagos NS e SN, ramificados e não ramificados, relâmpagos no céu (que não atingem o solo), simples (com uma só descarga de retorno) e múltiplos (com duas ou mais descargas de retorno).

Todas essas informações são impor-tantes, pois ajudam a conhecer o relâm-pago e a entender o seu comportamento no espaço. Isso pode ajudar muita gente a evitar que as pessoas sejam prejudica-das pelas descargas. “O setor elétrico, por exemplo, sofre prejuízo quando descargas elétricas atingem as linhas de transmissão. Por isso, ele precisa de informações dos sistemas de detecção e localização de re-lâmpagos para prevenir contra as descar-gas elétricas”, explica Fernando.

Quanto às semelhanças entre os relâmpagos e as bacias hidrográficas, os

Para não se machucar

Fonte: Cemig

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1) O nome do relâmpago que nasce na nuvem e flui para o solo é: _____-Solo.

2) A descarga de ________ se chama canal, e é aquele risquinho que, geralmente, a gente vê no céu.

3) O _____ é a época do ano em que caem mais relâmpagos no Brasil.

4) O nome do relâmpago que nasce no solo e flui para a nuvem é: ___-Nuvem.

5) Nunca procure abrigo próximo a árvores. Proteja-se em casa ou no _____.

6) Entre 2000 e 2014, foram registradas 129 _____ devido às descargas elétricas.

7) Um objeto multifractal, cheio de “perninhas”, é um objeto com estrutura geométrica cheia de ___________.

8) O Brasil é um dos países com maior incidência de raios no mundo, principalmente por estar na __________ tropical.

Respostas: 1. Nuvem | 2. Retorno | 3. Verão | 4. Solo | 5. Carro | 6. Mortes | 7. Irregularidades | 8. zona.

Palavras CruzadasDepois de ler a reportagem, vamos adivinhar o que são

estas palavras e preencher os quadrinhos?

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Chegou o fim de semana e não sabe o que fazer? Que tal conhecer um dos espaços de ciência de Belo Horizonte?

Fale com a mamãe e o papai, chame seus irmãos ou amigos e bom divertimento!

Para passear, brincar e fazer experiências!

Para passear, brincar e fazer experiências!

NA

CID

AD

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Eu F

O bike do futuro (que já chegou!)

Téo Scalioni

Além de dar seta, registrar a batida do coração e proteger o ciclista, sensores feitos por alunos do

ensino médio geram energia a partir das pedaladas

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Já imaginaram como seria uma bicicleta do futuro? Não? A minha teria conforto e segurança, com zilhões de sensores interligados entre o usuário e a bike. Esse sistema permitiria que o ciclista fosse iluminado por meio de uma mochila, com lâmpadas para pedalar à noite. Além disso, tudo seria monitorado por meio de um GPS (que iria registrar tempo, distância e velocidade). Ah! E que tal os batimentos cardíacos medidos durante o percurso? Mas o melhor da história é o seguinte: toda a energia necessária para isso tudo acontecer seria gerada pelo próprio andar da bicicleta.

Realidade distante essa, hein? Que nada!!! Um projeto elaborado na Esco-la Estadual João Rodrigues da Silva, em Prudente de Morais, na Região Metro-politana de Belo Horizonte, em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais, a UFMG, desenvolveu um acessório que permite todas essas e outras utilidades.

Estou falando do “Nossa Bike”, um sistema de sensores integrados à bici-cleta, e alimentado por um dínamo (aparelhinho que converte energia mecânica em elétrica), que fica na roda traseira e gera a energia necessária para o funcio-namento dos equipamentos: setas para sinalizar direita e esquerda, detectores de aproximação de veículos – que fazem barulho se um carro se aproximar – e sensores de impacto espalhados em pontos estratégicos da bike, com chamado de emergência e localização.

Ah! E caso o ciclista sofra um acidente, com apenas um toque, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ou um contato de emergência – su-gerido pelo próprio ciclista – pode ser chamado. Acha que já acabou tudo? Não! Para garantir a segurança também da bike, há um sistema antifurto, com trava especial no cubo e na coroa, e com travamento em cercas e postes – no caso de existir bicicletário para estacionar a bicicleta.

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Coordenador do Nossa Bike, o pro-fessor Giezi Américo Reginaldo conta que a ideia do projeto surgiu depois de uma pesquisa feita com os próprios alunos que usavam bicicletas para ir à escola. O es-tudo mostrou que muitos deles já tinham sofrido algum tipo de acidente com a bike – e a maioria, à noite. “Fizemos, então, um colete que seria usado pelos ciclistas, com uma fita de lâmpadas de led, que acendia à medida em que ele pedalava”, lembra.

A ideia era boa, mas eles percebe-ram que poderiam ir mais longe e inventa-ram outros acessórios por meio do Nossa Bike. Hoje, já abandonaram o colete e op-taram por aplicar a fita de led em uma mo-chila com mais utilidades. “Queríamos ir

além, garantindo ainda mais proteção aos ciclistas, que sofrem muitos acidentes”, explica o Giezi.

Além dele, três alunos participam do projeto: Gabriela Abreu, Larissa Oliveira e Pedro Goulart. Para a Gabriela, de 17 anos, que cursa o terceiro ano do ensino médio, o Nossa Bike busca proteger a vida do ciclista. Segundo ela, a primeira versão foi ganhando novos acessórios graças aos conhecimentos de Física do coordenador Gieze. “Fomos evoluindo com outras pos-sibilidades. Agora, estamos em fase de divulgação, pois é sempre bom mostrar o que se pode fazer para melhorar o País”, acredita a estudante.

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físi

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O culpado é o cérebro!

Thiago Malta

A ilusão de óptica nasce dos enganos de nosso órgão mais inteligente

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Antes de tentar te iludir, pergunto a você: ótica ou óptica? Imagino que já deve ter lido as duas pa-lavras, por exemplo, em lojas de óculos. Mas qual seria a forma correta de escrever quando falamos de visão? Aposto que, pelo subtítulo ali de cima, os mais atentos vão perceber a dica!

Segundo o dicionário Aulete, “óptica” é a par-te da Física que trata da luz, do fenômeno da visão, e também pode ser o estabelecimento que vende ou fabrica instrumentos ópticos, como óculos e lunetas.

Já a palavra “ótico”, em seu sentido original, tem a ver com o ouvido. Daí nascem palavrinhas como “otite” (a inflamação no ouvido) e “otologis-ta” (o médico especialista em quê? Em ouvido!).

E aí, percebe que a ilusão já começa na pa-lavra? O professor de português Sérgio Nogueira diz que os dicionários atuais já registram a forma “ótica” como variante de “óptica”, sendo possível e correto usar os dois modos para se referir à visão.

Cérebro, o traidorEm algum lugar – seja em casa, com sua fa-

mília, na escola, na TV ou no computador –, você já deve ter ouvido falar que o cérebro é quem coman-da todas as ações do nosso corpo. Com o controle da visão, a coisa não é diferente!

O mecanismo que faz você enxergar é forma-do por um sistema composto, basicamente, pelo olho, que funciona como uma câmera perfeita, e pelo cérebro, que interpreta o que o olho registra. Na interpretação que o cérebro faz de algo está a ilusão. Isso não quer dizer que nosso cérebro esteja errado, mas ele pode, digamos, ser enganado.

Segundo o professor Aba Cohen, diretor do Uber Trends, laboratório de tendências e divulgação da ciência, o cérebro pode preencher alguma ima-gem com algo que já conhecemos, para fazer senti-do, mas, às vezes, não é o que nosso olho registrou.

Desse modo, surge a ilusão de óptica! Para ficar mais claro, veja estes exemplos!

Observe o desenho abaixo, criado pelo cartunista W.E. Hill, em 1915. O que você vê?

Numa primeira olhada, a gente identifica o rosto de uma garo-ta de perfil, olhando para longe, não é verdade? Depois, com mais atenção, você também vai perceber a imagem de uma idosa olhan-do, com a cabeça virada para baixo e um pano na cabeça.

Sabe como isso aconteceu? Seus olhos viram as duas ima-gens, mas seu cérebro interpretou apenas uma. Depois, compreen-deu a segunda. (Ou não?!)

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oduç

ão

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ilusão de ZöllnerO astrofísico alemão Johann Zöllner

descobriu, em 1860, uma ilusão baseada em uma série de blocos pretos e brancos. Veja na figura: as linhas horizontais pa-recem se inclinar, como se fossem bater umas contra as outras. Isso é o que seu cé-rebro interpreta, pois, na verdade, as linhas são iguais – uma em relação à outra.

Que belo casal de vovôs, né? Aposto que seu cérebro foi rápido para identificá--los. Bem... Espere um pouco! Por acaso, você também já visualizou uma mulher, sentada, segurando uma jarra na cabeça, e um cantor de bigode e violão? Ah! Na cena, também tem outra mulher, em pé, entrando em um corredor. Epa, mas ainda não aca-bou: parece que, agora, vejo um candela-bro – aquele negócio para pôr velas – no meio dos vovôs!

Vamos ver outro exemplo?

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oduç

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Reprodução

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Cientista desde sempre

Téo Scalioni

Esses jovens talentos são apaixonados por descobrir as coisas do mundo e da vida

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Ao imaginar um cientista, aposto que surge em sua cabeça a imagem de uma pessoa de cabelos branquinhos. Além disso, nos filmes, ou nos dese-nhos animados, também há um monte de inventores mais velhos. Isso tudo deve ser para mostrar que eles têm muita sabedoria... O problema é que, no dia a dia, a coisa não é bem assim. Afinal, muitos cien-tistas se dedicam aos estudos ainda bem novinhos. E fazem grandes descobertas nessa fase da vida!

Para acabar com a ideia de que os cientistas precisam ser sempre mais velhos, e para des-pertar de vez o interesse dos jovens pela ciência, algumas instituições – ligadas ao governo ou às empresas – buscam mostrar a pesquisa científica

a crianças e adolescentes. Assim, estudantes de diferentes idades entram em contato com a ciência, que – ora, bolas! – não deve ser permitida apenas para maiores de 18, né?!

Uma dessas ideias é o programa Bolsista de Iniciação Científica Júnior, também conhecido como “Bic-Júnior”, criado pela Fundação Ezequiel Dias, a Funed. Por meio desse programa, jovens de 15 a 18 anos trabalham diretamente com pesquisas em áreas como Biologia, Química e Fisioterapia.

Para a bióloga Esther Margarida Bastos, di-retora de Pesquisa e Desenvolvimento da Funed, o projeto põe os jovens em contato com uma realida-de bem nova, mas que parecia estar muito distante.

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“Eles podem praticar tudo o que aprendem. Além disso, en-tram em laboratórios, fazem pesquisa e trabalham com vaci-nas, soros e células-troncos”, orgulha-se.

O interesse pela ciência está nas palavras de Matheus Leandro de Araújo, de 16 anos, que é aluno do 2° ano do ensino médio e participa do Bic-Júnior. “Eu fico em um la-boratório de Física-Química, só por conta de estudar e fazer experiências”, conta, ao lembrar que, devido à oportunidade, evoluiu muito. “Você descobre muita coisa e tem uma experi-ência que vai te ajudar na escolha por uma faculdade”.

Quem compartilha do pensamento de Matheus é Tha-mires Caroline dos Santos, de 15 anos, também estudante do ensino médio. A jovem, que, em seu tempo livre, adora ler e

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escutar músicas, participa do programa Bic-Júnior da Funed. Para ela, é muito importante a oportunidade de trabalhar com ciência, pois aprende muito! “Tenho vários objetivos e quero alcançar to-dos eles. Por isso é que me dedico e estudo tanto. Estar no meio da ciência é ter responsabilidades e saber o que está fazendo”, diz.

Caminhão da ciênciaQuem participa do Bic-Júnior também colabora com um

programa chamado “Ciência em Movimento”, que mostra a prática científica às crianças mineiras, com a ajuda sabe de quê? De um caminhão! Dentro dele, os alunos bolsistas explicam uma porção de coisas legais: “Os estudantes criam maquetes, por exemplo, para mostrar a produção de soro. Há, ainda, um laboratório para estudo de venenos, uma indústria de queijo, serpentes, aranhas gigantes e jogos informativos”, explica a bióloga Esther.

aprender a empreender Você já ouviu falar em empreendedorismo e inovação? Não?!

Vou explicar:lembram-se daquele conto da formiga e da cigarra? É o seguinte: a formiga passou o verão trabalhando e se preparando para o inverno. Já a cigarra queria saber só de cantar. Quando o frio chegou, a formiguinha estava completamente confortável em sua nova casa, que construiu com folhas. Já a cigarra congelava na baixa temperatura, sem ter onde ficar. Sorte da cantora que a amiga formiga era generosa e a convidou para passar o inverno ao lado dela.

Então! Nesse caso, a formiguinha foi a empreendedora, pois teve uma ideia, se planejou, preparou tudo e pôs em prática até

chegar ao resultado desejado – no caso, a construção de sua casinha. Empreender é isso: a partir de uma ideia, realizar um projeto.

Já inovação é quando se inventa, transforma ou se muda alguma coisa que, no final das contas, melhora a vida das pessoas, ou modifica uma rotina.

Pensando nisso, o Colégio Loyola, de Belo Horizonte, em parceria com a fundação Dom Cabral, criou o projeto “Inovação Loyola (iLo)”, que une, justamente, empreende-dorismo e inovação. Destinado a crianças de 11 a 17 anos, da 6ª série ao 3° ano do 2° grau, o programa quer incentivar os alunos a realizar projetos inovadores, que possam, já, já, virar algo útil para a sociedade, como um novo aplicativo, um game ou mesmo um robô. Enfim: é uma verdadeira fá-brica de ideias!

O interesse dos alunos foi tão grande que, em 2015, houve 48 projetos inscritos e 10 selecionados. Neste ano, 62 estudantes cheios de imaginação se inscreveram – e 9 foram escolhidos. “Ajudamos a ideia a virar projeto, para, quem sabe, se transformar em um produto ou serviço”, observa o professor Carlos Alberto de Freitas, que coordena o iLo.

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medo, medinho,

medão

Que sentimento é esse que, só de pensar, a gente começa a tremer?

Vivian Teixeira

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Camila

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Sabe quando nosso coração bate acelerado, dá uma tremedeira nas pernas e uma vontade gigante de gritar “Manheeeeê!!!”? Pois é, quem nunca sentiu medinho de alguma situação ou aquela coisa que foi crescendo, crescendo, crescendo, até virar um medão? Isso não é vergonha nenhuma. Sentir medo é muito normal! E, em algumas situações, ele pode evitar que a gente passe por situações de perigo.

Nossa equipe foi descobrir um pouco mais sobre os medos das crianças e recebeu textos e desenhos de duas turminhas de 30 ano do Ensino Fundamental da Escola Municipal Vasco Pinto da Fonseca, de Contagem (MG). Descobrimos que muitas crianças têm medo de bichos variados, como cobra, aranha, rato, sapo, jacaré e lagartixa, enquanto outras sentem pavor de histórias como a da Loira do Banheiro.

Ah! Também existe gente com medo de gente – mas só quando as outras pessoas estão mortas, alcoolizadas ou roubam algo. Isso mesmo, ladrão dá medo em muitos! In-clusive, na Ana Luiza, de 8 anos. Outra coisa interessante é o horror que as crianças têm de alguns personagens de filmes, desenhos ou quadrinhos. A Ana Clara, que também tem 8 anos, não pode nem ver o personagem Smeagol, do filme Senhor dos Anéis. Ela até fez um desenho dele pra gente!

a qúimica do medoEm uma situação de perigo, acontece uma reação

química muito interessante com o ser humano. Quando algo provoca medo, o corpo se prepara para uma suposta defesa e libera vários tipos de hormônios. Um deles é a adrenalina, que, na corrente sanguínea, aumenta os ba-timentos cardíacos, causa suor e pode fazer as pessoas tremerem. Tudo isso acontece para deixar a pessoa mais atenciosa e preparada para enfrentar a situação.

Algumas crianças ficam tristes por sentirem um medo que, às vezes, cresce tanto, tanto, que elas não sa-bem o que fazer. A psicóloga Gláucia Pinheiro explica que ninguém precisa ficar chateado por isso. Segundo ela, os temores mudam com a idade e alguns podem permanecer ao longo da vida, como o pavor de bichos: “Muitas vezes, a criança fica com medo de determinado bicho porque vê os pais correrem dele. Isso liga um alerta na cabecinha dos pequenos, que começam a relacionar o perigo, por exemplo, a um inseto”, explica. Ela lembra, também, que o medo da própria morte – ou da morte dos pais – é muito comum, mas, à medida que crescem, meninos e meninas entendem melhor que tudo são etapas da vida.

Sai pra lá, tristeza!E quando o medo chega a doer e nos tira a cora-

gem de ir à escola? Aí, não é legal. Quando o temor é tão grande que nos impede de fazer algo, ou nos deixa muito tristes, é preciso contar para os pais e buscar ajuda. Gláucia explica que algumas crianças têm medo de tirar notas baixas, e, por isso, querem faltar às aulas ou parar de brincar. “Um psicólogo pode ajudar a des-cobrir por que o medo está causando tanta dor. Mas é importante a criança ter tempo para tudo: estudar e brincar”, recomenda.

Ao tratar de medo, é fácil lembrar dois medro-sos muito famosos: o Salsicha e o Scooby Doo. Eles passam vários episódios do desenho com medo de fantasmas ou de monstros, que, na verdade, são de mentirinha, não é mesmo? No fim das contas, a histó-ria de terror nos faz dar boas gargalhadas!

Mariana

Ana

Clar

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Você é daqueles que demora um tempão para es-colher a camisa “certa”? Ou costuma pegar a do primeiro cabide, só mesmo para não passar frio? Bem... Seja qual for o seu “tipo”, acho importante te contar uma coisa: ao preferir esta ou aquela vestimenta, as pessoas – “sem querer ou querendo” – optam por uma maneira própria de “conversar” com os outros. Ahn?! Como assim? Quer dizer que eu consigo “falar” algo com a ajuda da minha saia xadrez ou do meu boné para trás?

Sim! É isso, mesmo! Veja só o que nos explica a professora Teresa Campos Viana, do Centro Universi-tário de Belo Horizonte (UniBH): “Há muitos séculos, o homem inventou as roupas para se proteger de proble-mas da natureza, como o frio, o calor etc., mas, hoje, elas representam muito mais do que isso”. Daí é que, ao tirar algo do guarda-roupa para vestir, a gente também escolhe a mensagem que deseja transmitir ao mundo. Quer um

exemplo? Quando estamos alegres, preferimos, geral-mente, roupas bem coloridas e divertidas.

E a história não para por aí! Vestir algo também pode significar que você pertence a um grupo especí-fico de pessoas. “Nas grandes cidades, a roupa é uma forma de participarmos das tribos urbanas”, explica Teresa. E não é que é verdade? Você já parou para pensar, por exemplo, na turma dos skatistas? Eles não costumam usar bermuda larga, blusas e boné? Viu, só! É assim que eles “dizem”, por meio das roupas, que são apaixonados pelo skate!

Nos anos 1970, na Inglaterra, os punks – tribos de jovens que não estavam felizes com os rumos da sociedade à época, e, por isso, preferiam o lema do “faça você mesmo” – criaram um modo bastante diferente de se vestir e de dar voz ao que pensavam: para mostrar sua indignação com tudo, eles usavam coturnos,

mO

DA

Essa blusa é a minha cara!

Artesanais ou industrializadas, as roupas dizem muito sobre quem somos

Maurício Guilherme Silva Jr.

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MINAS FAZ CIÊNCIA • ESPECIAL 2016 41

alfinetes, piercings, correntes, lenços, calças jeans rasgadas ou pretas, jaquetas de couro com rebites e mensagens nas costas. “A moda reflete o que a pessoa deseja. Isso é muito mais importante do que o próprio vestir”, diz a professora.

Ciência ou arte?Os profissionais responsáveis por

pensar, desenhar e elaborar roupas e aces-sórios (brincos, anéis, colares etc.) são os

designers de moda. Ao unir as tecnologias da indústria têxtil à imaginação artística, é possível criar coisas muito bonitas e cheias de significados! Do ponto de vista da ciên-cia, surgem, por exemplo, diferentes for-mas de trabalhar o tecido ou modelagens diferenciadas, para adequar aos vários ti-pos de corpo. “Há pesquisas sobre tecidos tecnológicos e caimentos diferentes, além de investigações sobre matemática de mo-delagem, para compreendermos medidas, retângulos, divisões”, explica Teresa.

Hoje, os cientistas da área também estudam um montão de coisas sobre con-sumo, tecidos, corantes naturais. Ah! E que-rem entender, ainda, a influência da mulher na moda, o que podem fazer para gastar menos tecido ou não prejudicar a natureza.

Mas e o que a arte tem a ver com isso tudo, afinal? É fácil: criatividade, desenho, corte, conceito e... emoção! Isso tudo vai se transformar, no fim das contas, numa coleção, que é o conjunto das roupas desenvolvidas por um designer de moda. Nas passarelas, as modelos vão exibir, jus-tamente, essas criações!

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Se, nos primórdios, as roupas eram feitas para cobrir o corpo, com os séculos, serviriam de distinção entre classes sociais. A partir do século XX, tudo se torna ainda mais incrível!

1900 a 1914 Na França, o período é chamado de

“Belle Époque”: a moda se marca pelo luxo das classes altas. Os trabalhadores france-ses ficam revoltados com a exploração e se rebelam.

1914: A 1ª Guerra Mundial deixa as mulhe-

res sós em casa. Se, antes, elas usavam espartilhos e corpetes, para exibir cinturas fininhas, são obrigadas a vestir roupas masculinas para trabalhar.

1919 a 1929Nos “anos loucos”, se, por um lado,

nasce nova clientela para a alta costura nos EUA, por outro, surgem outras formas de vestir: a moda se torna funcional, pois a mulher passa a trabalhar fora.

1930 a 1945 Eis a era das atrizes do cinema. Os

vestidos têm decote, voltam a realçar o busto, mas nada de espartilhos! Outro de-talhe: os cabelos permanecem curtos.

1939 a 1945 A 2ª Guerra arrasa as maisons (gran-

des marcas francesas). A falta de matéria--prima exige criatividade: lascas e papel de jornal no lugar de saltos. Surgem os primeiros tecidos sintéticos.

1947 Christian Dior lança “New Look”, co-

leção coerente com a época, pois, no pós--guerra, as mulheres voltam a usar roupas com mais tecidos etc. Renasce, assim, a indústria da roupa.

1960 Impaciente, a juventude rejeita a vida

dos pais. Nascem, assim, os hippies e a filosofia do “paz e amor”. Na moda, custo-mização, uso de roupas de trabalhadores e criação da minissaia.

1970 A moda se diversifica novamente,

por meio de roupas esportivas e com fibras sintéticas. Aparecem novos estilistas e a moda punk se destaca.

1980 Nos “anos da confusão”, há muita

cor, muito laminado e roupas de ginástica. Os americanos ganham status com a valo-rização do dólar e os shoppings se tornam a meca do consumo.

1990 A moda se torna menos aparecida e a

alta costura entra em crise, devido ao prêt--à-porter, com suas roupas prontas para o consumo. Além disso, as divas da música passam a ditar tendências.

2000 Tempos de sustentabilidade, moda

verde e visão anticonsumo. A moda tam-bém se aproxima da ciência: certos tecidos repelem sujeira, bactérias etc. Ah! E nin-guém quer andar igual ao outro!

A moda no tempo

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MINAS FAZ CIÊNCIA • ESPECIAL 2016 43

gen

étic

a

Somos todos igualmente diferentes

Roberta Nunes

A Genética prova que é uma besteira maltratar o outro só porque ele não é igual à gente: ninguém é

melhor do que ninguém!

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44 MINAS FAZ CIÊNCIA • ESPECIAL 2016

No planeta inteiro, há mais de 7 bi-lhões de pessoas, e cada uma delas é um ser único no mundo. Basta olhar ao redor para perceber as diferenças, seja no tem-peramento, nas atitudes, na religião, no gênero, na etnia, nas características físicas, nas habilidades, nos conhecimentos e nas culturas. Por alguma razão, esses elemen-tos fazem mais diferença do que deveriam fazer, não é, mesmo?

Se olharmos para a história do Brasil, já conseguimos perceber algumas coisas. Aliás, somos resultado dos índios que vi-viam aqui, dos colonizadores portugueses que chegaram por volta dos anos 1500, e dos africanos trazidos como escravos. Além deles, há os imigrantes, que foram chegando com o decorrer dos anos. Só por aí já dá para perceber que somos um povo bem misturado, mas que compartilha traços em comum. Você já se perguntou sobre o que nos faz ser diferentes ou seme-lhantes um dos outros?

Em primeiro lugar, todos temos um DNA – uma sigla para uma palavra bem

complicada: ácido desoxirribonucleico. Duvido que você consiga pronunciá-la rapidinho! Esse DNA contém as instruções genéticas que coordenam o desenvolvi-mento e o funcionamento de todos os seres vivos. Por meio dele, é possível saber mais sobre a natureza humana, compreender as doenças, a descendência e outro tantão de dados. É como se fosse um livro com mais de 3 bilhões de letras e muitas informações sobre o corpo humano.

Em Minas Gerais, um cientista estuda muito essa área, que se chama Genética. O nome dele é Sérgio Danilo Junho Pena. Você sabia, por exemplo, que 99,5% dessas informações presentes no DNA são iguais entre as pessoas? Só 0,5% são diferentes, mas já é o bastante para garantir que cada um de nós seja único no mundo todo.

Apesar disso, ainda têm pessoas que acreditam que são melhores que as outras e usam as diferenças para tentar se justifi-car, por exemplo, em relação à cor da pele. O Sérgio conta que, na verdade, não existe raça: somos todos seres humanos diversos.

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Vamos desinventar a tristeza?Essa diversidade está presente na sala

de aula do João Pedro, de 9 anos, que nos contou que lá tem gente branca, negra, gran-de e pequena. Alguns usam óculos; outros, não! Ah! Existem, ainda, colegas com cabe-los de tamanhos e cores diferentes. Para o João, isso não deveria fazer diferença para as pessoas. Ele acha que existe preconcei-to quando alguém sofre uma injustiça só porque é diferente. “As pessoas deviam ser tratadas de maneira igual”, diz.

Já Rosa Allegra, também de 9 anos, comenta que alguns de seus colegas ficam fazendo brincadeiras de mau gosto. “Às vezes, as pessoas reparam e humilham as pessoas. Eu não ligo para a aparência dos outros. Eu nem reparo nisso. Tem gente que fica magoada com essas palavras que saem da boca das pessoas que não gostam das outras”, comenta.

O Sérgio Pena sugere uma coisa: “Por que não elogiar a diferença? Que cha-

to seria se fossemos todos iguais”. Quando perguntei isso à Rosa, ela comentou sobre o quanto as pessoas ainda costumam ver as diferenças como algo ruim, e lembrou do Cebolinha, que costuma chamar a Mô-nica de “gordinha, baixinha e dentuça” nas histórias em quadrinhos do Mauricio de Sousa. “Tem gente que é diferente, sofre humilhação e fica triste. As pessoas tinham que mudar as atitudes”, acrescenta Rosa.

Aliás, se a Genética nos mostra que temos muito mais semelhanças do que di-ferenças, mas todos somos um evento úni-co no mundo, podemos valorizar o que nos diferencia e aceitar os outros como eles são. Assim, o mundo ficaria mais colorido.

Na canção “Apesar de você”, do mú-sico Chico Buarque, a letra diz: “Você que inventou a tristeza, / Ora, tenha a fineza / De desinventar...”. Pensando nisso, que tal desinventar o racismo, o preconceito e a mania de tentar seguir um padrão que, na verdade, nem existe?

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DIC

As

Um livro, um aplicativo, um site, um filme e

um game para curtir, conhecer e se encantar

O livro do péA história começa com uma festa de aniversário

na floresta. Enquanto os bichos comemoram, chega um convidado desconhecido: o menino Juninho. Os animais estranham, pois ele usa sapatos, enquanto cada um mostra o próprio pé. Além de divertido, o livro explica por que cada espécie tem patas (ou pés) dife-rentes. No meio dos personagens, também aparecem representantes do folclore brasileiro, como o Saci e o Curupira. O autor é o famoso cientista e escritor Ân-gelo Machado, médico que nunca exerceu a profissão e acabou virando especialista em insetos (as libélulas são suas preferidas!). Ele já escreveu dezenas de livros infantis e juvenis e ganhou vários prêmios. A ciência sempre está presente em seus textos.

Experimentos do rexDá para brincar de ser cientista e fazer experiências na tela

do celular ou tablet com o aplicativo Experimentos do Rex. Primeiro, você seleciona os materiais necessários e segue diversas etapas, até a conclusão do experimento. Depois, é possível ver informações sobre os fenômenos envolvidos e assistir a um vídeo com instruções para repetir tudo fora das telas. O aplicativo pode ser baixado, de graça, na Play Store. A ideia foi desenvolvida pelo Instituto Ciência Hoje, junto ao Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas e ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

LIvRO

APP

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Alessandra Ribeiro

Escola Games (www.escolagames.com.br)

O portal de jogos educativos infantis tem dezenas de jogos e livros online, gratuitos, para crianças de 5 a 12 anos. Os temas são variados: Português,

Matemática, Geografia, História, Ciências, Inglês e conhecimentos gerais, trabalhados em três níveis de dificuldade. O jogador ou jogadora pode entrar no batalhão de combate ao mosquito da dengue, brincar de paleontólogo e visitar

o museu dos dinossauros. Ou, até mesmo, jogar futebol enquanto aprende!

a invenção de Hugo Cabret (2011)Hugo Cabret é um garoto órfão, que vive escondido

nas paredes de uma estação de trem, em Paris, na década de 1930. Ele aprendeu a consertar pequenas engrenagens com o pai e tenta remontar o robô que ficou como sua única herança. Para isso, usa peças roubadas de uma loja de brin-quedos. A aventura de Hugo é acompanhada por um mergu-lho na história do cinema, e, especialmente, na do cineasta Georges Méliès, autor do clássico Viagem à lua, filmado em 1902. O filme tem direção do premiado Martin Scorsese. Se você tiver curiosidade, também pode ler o livro que inspirou a versão para a telona, escrito pelo autor norte-americano Brian Selznick, com tradução em português.

Huni Kuin: os caminhos da jiboiaVeja que legal! O ambiente do jogo é o universo da

cultura do povo indígena Caxinauá – ou Huni Kuin, como eles mesmos se chamam. Dois irmãos gêmeos, uma menina e um

menino da tribo precisam vencer vários desafios para se tornarem pajés (os chefes do grupo). Durante a jornada, os jogadores podem aprender cantos, histórias, mitos e rituais dos índios. O jogo foi desenvolvido na plataforma 2D e tem versões para PC e Mac. O download é gratuito:

www.gamehunikuin.com.br/downloads.

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Texto: Lorena Tárcia

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Arthur Bernardo e Matheus no Instituto Inhotim

Felipe Soares Mourão França e o pai, Bruno Mourão França, em exposição do telescópio Hubble

No Museu de História Natural da UFMG, Lucas Gomes Rodrigues mede as asas de um curioso morcego

Gabriel Soares Mourão França e o Robô Rover Curiosity, feito para explorar a superfície de Marte

Gabriel Gomes Rodrigues e um pote histórico, em visita ao Museu de História Natural da UFMG

Luisa Faleiro Reis visita o Museu Peter Lund

Eloah Oliveira Xavier se assusta no Museu de Ciências Naturais da PUC Minas

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Diva Lua

Para animar o “Ano da Luz”, o design apresentaAstronomia para crianças. Monte seu brinquedo de papel!

Para construir sua própria lua, você precisará de cola branca e de tesoura sem pontas.

Seu brinquedo está pronto!

A Lua é a diva das divas! Caprichosa, vive mudando

de fases, e, assim, altera, até mesmo, as marés e os

ânimos de todos. Muito admirada, ela serve de inspiração aos poetas e aos

apaixonados!

De autoria do grupo "Design e Representações Sociais", ligado à Escola de Design da Universidade Estadual de Minas Gerais (Uemg), este brinquedo de montar nos foi enviado pelo professor Anderson Horta.

Como fazer?

1) Recorte o contorno das figuras.

2) Dobre as linhas tracejadas.

3) Passe um pouco de cola sobre as abas brancas.

4) Siga a imagem de montagem e junte as extremidades.

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MUDOU-SEDESCONHECIDORECUSADOFALECIDOAUSENTENÃO PROCURADOEND. INSUFICIENTECEPNÃO EXISTE Nº INDICADOINFORMAÇÃO ESCRITA PELOPORTEIRO OU SÍNDICO

REINTEGRADO AO SERVIÇOPOSTAL EM ___/___/___

___/___/___ _______________ RESPONSáVEL

PARA USO DOS CORREIOS

Avenida José Cândido da Silveira, 1500Bairro HortoBelo Horizonte (MG)CEP: 31 035-536Contatos: [email protected]: blog.fapemig.br/

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