CIÊNCIA E TECNOLOGIA NO BRASIL: A LEI DA INOVAÇÃO Danilo Oliveira| João Antonio Machado Cardoso...
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CIÊNCIA E TECNOLOGIA NO
BRASIL: A LEI DA INOVAÇÃODanilo Oliveira| João Antonio Machado Cardoso Filho
Luis Alfredo da Silva | Michel Stefani Pereira
Trajetórias das Politicas de Ciência, Tecnologia e Inovação no BrasilProfessora Doutora Neusa Serra
UFABC – 2º Quadrimestre de 2015
Introdução Investimentos em CT&I são crescentes, porém
insuficientes. Forte participação estatal – 2/3 dos investimentos
são da União, estados e municípios A participação privada é inversamente proporcional
a dimensão das empresas. Desequilíbrios regionais dos investimentos em
ciência e tecnologia, simétrico às disparidades regionais de renda.
Há a necessidade do incentivo as empresas nacionais, modernização e formulação de uma política industrial para desenvolvimento de tecnologias nacionais próprias – já existem algumas iniciativas nesse sentido, mesmo que limitadas e carentes de recursos.
Abordagem e Problemática O trabalho visa abordar a consistência da
Lei da Inovação Tecnológica – LIT e do Decreto de regulamentação (Decreto nº 5.563, de 13 de outubro de 2005) , enfatizando sua importância para o desenvolvimento econômico do país.
Pequena participação do setor privado Fomentar parcerias entre governos, escolas
e empresas Limites da Inovação: riscos econômicos,
custos elevados e escassez de financiamento colocam o país com uma das piores taxas de Inovação do mundo (Silva – 1999)
Como induzir a indústria nacional a fazer mais pesquisa e desenvolvimento no Brasil?
P&D• Capacitaçã
o • Adequação• Esforços
Capacitaç ão Falta de atenção para com a mão-de-
obra qualificada Investimentos em P&D muito
inferiores a outros países Falta de interesse mutuo na parceria
empresa-universidade e de priorizar o investimentos em P&D no processo produtivo
Adequação Aproximação empresa-universidade
como ponto crítico da promoção da inovação no país
Esforços Lei de Inovação Tecnológica para
preencher o vácuo existente.
Ciência e Tecnologia – origens e debate atual Avanço tecnológico como motor do
desenvolvimento econômico. Anos 50/60 contribuição da tecnologia para os
países das fronteiras tecnológicas Conclusão: avanço tecnológico aumentou
produtividade Destaque para os avanços na informática/Tis como
vanguarda da onda atual, junto da biotecnologia para a produção agrícola e da indústria da saúde
Ciência e Tecnologia – origens e debate atual Debate vai além da aquisição de conhecimento e de
como é usado e passa para o campo dos custos e benefícios nos debates nacionais e internacionais
Surgimento de questões como: Transferência de tecnologia Direitos de propriedade intelectual Equilíbrio entre privacidade e segurança, países carentes na área de informação e a “linha
divisória digital”
Ciência e Tecnologia – investimentos No Brasil e em outros países em desenvolvimento, o
senso comum remete que P&D está ligado as universidades
Com isso, aqui e em toda a América Latina, os investimentos em P&D estão concentrados nas mãos do governo e sujeito as crises que lhe são competentes
Nos Estados Unidos, a indústria em ampla margem realiza investimentos em si mesma (>80% do desenvolvimento e ~70% da pesquisa aplicada)
No Japão o número ultrapassa os 90%
Ciência e Tecnologia – investimentos
Ciência e Tecnologia – a baixa eficácia Problemas causados pela dependência excessiva de
recursos governamentais para a P&D Ausência de mecanismos mais permanentes de
financiamentos dos investimentos em tecnologia para o setor produtivo.
Instabilidade econômica crônica Incertezas acerca de incentivos fiscais, creditícios
e de financiamentos, prejudicado por crises, ajustes e até mesmo programas de governo.
Pouca opção e a dificuldade de acesso aos financiamentos públicos à inovação.
Acentuação do hiato tecnológico intra e entre empresas
Ciência e Tecnologia – recursos humanos Seguindo a lógica dos investimentos, os recursos
humanos de P&D no país também estão ligados à Universidade: pesquisadores e experimentos realizados dentro da academia predominam
No outro lado, nos EUA, a iniciativa privada emprega 80% dos cientistas e desenvolvem suas tecnologias dentro das fábricas, voltadas a produção.
No Brasil apenas 25% dos cientistas estão nas empresas, o que se traduz em 11% da Força de Trabalho empenhada em P&D, pífia taxa em comparação com a Coréia, Japão e EUA que estão em >80%
Ciência e Tecnologia – recursos humanos
Ciência e Tecnologia – recursos humanos – consequências
A concentração dos pesquisadores nas universidades traz dificuldades ao desenvolvimento econômico brasileiro, como por exemplo a baixa competitividade tecnológica da empresa brasileira e a reduzida capacidade do país em transformar ciência em tecnologia e em riqueza. (Cruz 2000)
Reflexo no número de patentes registradas em comparação do nosso país com EUA, China, Coréia e Japão
Número insuficiente de engenheiros no país.
Ciência e Tecnologia – recursos humanos – dados
Reduzido investimento empresarial em P&D: o Brasil tem 23% dos cientistas dentro das empresas, bem abaixo dos 54% na Coréia do Sul e dos 80% nos Estados Unidos.
O país tem 700 pesquisadores/milhão de habitantes, 5 vezes menos que Coréia e 15 vezes menos do que o Japão
Parceria universidade-empresa: entraves
A parceria Universidade-Empresa encontra dificuldades históricas (Moraes e Stal, 1994; Burgos, 999; Azevedo et al., 2002), as quais se destacam: Por parte das universidades:
Pesquisa aplicada x pesquisa básica Tecnologia x humanidades Problemas de mercado x problemas de interesse
social Divisão injusta de Custos e Benefícios
Por parte das empresas Receio de vazamento de informações sigilosas Apropriação de resultados pela concorrência Receio de não obter os resultados compatíveis com o
investimento e no prazo necessário.
Parceria universidade-empresa: soluções
Diante desse cenário, o governo, as universidades e o setor privado buscam soluções para estimular a interação universidade-empresa, a contratação de doutores pelas empresas e aperfeiçoar os cursos de engenharia.
A lei da inovação A Lei 10.973/04, chamada Lei de Inovação
Tecnológica, dispõe sobre incentivos à inovação e à pesquisa científica e tecnológica no ambiente produtivo, de autoria do Poder Executivo, foi regulamentada em 11 de outubro de 2005, sancionada pelo Presidente da República em 02 de dezembro do mesmo ano e promulgada em fevereiro de 2006.
Procura atrair as empresas para o processo de inovação e criação de parcerias entre universidades, empresas e institutos científicos /tecnológicos.
Aspectos relevantes da Lei de Inovação
Participação econômica do pesquisador sobre os resultados da sua atividade criativa protegida (percentual mínimo de 5%);
Possibilidade de afastamento dos servidores para atividades empreendedoras (quebra dos entraves do inciso 10 do artigo 117 do estatuto do servidor publico);
Priorização das regiões menos favorecidas; Alocação de recursos com prioridade sobre a micro/pequena empresa;
Compartilhamento remunerado de estrutura de ICT's com pequenas empresas e entidades de pesquisa.
Possibilidade de adoção pela ICT do resultado da atividade criativa do inventor independente;
Análise dos ProblemasPonto de vista 1: Capacitação
Mesmo com a formação de aproximadamente 25.000 mestres e 10.000 doutores por ano os investimentos em P&D ainda são baixos.
Há uma desigualdade entre o percentual de cientistas e engenheiros que trabalham em regime de exclusividade para I.E.S (73%) e o número de C&E que trabalham para empresas 11%.
As empresas, por fatores como origem estrangeira, cultura de protecionismo e altas taxas de juros geradas pela economia volátil, não procuram apoio em universidades para P&D e muito menos priorizam investimento de recursos dentro do próprio processo produtivo.
Ponto de vista 2: adequação• Empresa e universidade: missões diferentes,
interesses em comum
• Para promover a interação:
Universidade: todo espectro de geração e desenvolvimento do conhecimento
Empresa: todo o universo de produção, considerando produção a utilização do conhecimento disponível (bens e serviços) para desenvolvimento econômico e social
Ponto de vista 3: Esforços A lei da inovação promove convergência entre:
Política Pública Política Setorial Política Empresarial Política Privada Política Acadêmica Política Científica Tecnológica
Ponto de vista 3: Esforços
Há pouca aderência entre a política de C&T e as políticas setoriais (saúde, educação, habitação)
Proposta da lei de inovação é interessante para as instituições de C&T, mas prática ainda é conservadora, tímida
Conclusões1 – A atuação do Estado é fundamental
2 – A base da competividade está nas empresas, que precisam investir em P&D
3 – É necessário melhor conhecimento da relação Universidade-Empresa-Governo, para estratégias mais eficientes
4 – A principal forma de interação é a contratação de formados nas universidades para as empresas
Conclusões5 – Estimular P&D, para que informações básicas se transformem em conhecimento útil
6 – Juros elevados e excesso de burocracia dificultam lançamento de produtos até licenças de instalação ou produção.
7 – A fragilidade da política de inovação se dá pela novidade da lei e o desafio de transcender os conflitos e perceber o interesse coletivo