Cidades Verdes: Soluções Técnicas e Financeiras para...

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Relatório do Seminário Junho de 2010 Cidades Verdes: Soluções Técnicas e Financeiras para Cidades Sustentáveis Caixa Econômica Federal Banco Mundial

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Relatório do Seminário Junho de 2010

Cidades Verdes:

Soluções Técnicas e Financeiras para

Cidades Sustentáveis

Caixa Econômica Federal

Banco Mundial

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Cidades Verdes:

Soluções Técnicas e Financeiras para

Cidades Sustentáveis

Brasília, Brasil

8 e 9 de junho de 2010

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Índice

INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................ 6

APRESENTAÇÕES ..................................................................................................................................... 7

Parte A. Uma Visão Global das Cidades e Mudança Climática no Brasil ................................................ 7

Parte B. Impacto da Mudança Climática e Ações das Cidades Brasileiras............................................... 9

Parte C. Acesso para Financiamento de Carbono ................................................................................... 11

Parte D. Eficiência Energética e Habitação Sustentável ......................................................................... 13

Parte E. Inventário da Emissão de GEE e Plano para Economia de Baixo Carbono .............................. 14

MESA REDONDA ..................................................................................................................................... 17

CONCLUSÕES E AÇÕES RECOMENDADAS ....................................................................................... 21

ANEXOS .................................................................................................................................................... 22

Anexo 1: Cronograma do seminário ....................................................................................................... 22

Anexo 2: Lista de participantes ............................................................................................................... 24

Anexo 3: Vínculos às apresentações ....................................................................................................... 29

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Agradecimentos

A organização do Seminário Cidades Verdes: Soluções Técnicas e Financeiras para Cidades Sustentáveis

foi possível graças ao apoio técnico e financeiro da Caixa Econômica Federal e o Banco Mundial, e foi

conduzida por Rogério de Paula Tavares (Superintendente Nacional de Saneamento e Infraestrutura,

CAIXA), Adailton Trindade (Gerente Nacional, CAIXA), Denise Seabra (Gerente de Produto, CAIXA),

Ming Zhang (Economista Urbano Líder, Banco Mundial) e Jas Singh (Senior Energy Specialist,

ESMAP). O Seminário não teria sido possível sem os esforços de Heloisa Jorge, Iolanda Maria Fiuza, Eri

Watanabe, Cristina Roriz, Michele Martins e Catherine Lynch que asseguraram que todos os preparativos

logísticos e de viagem fossem feitos. Esse relatório foi preparado por Cecília Umetsu, com o apoio de

Teresa Serra e Catherine Lynch.

O seminário e o relatório estão financiados parcialmente pela Iniciativa para Cidades de Energia Eficiente

(EECI em inglês), um Programa de Assistência ao Gerenciamento do Setor de Energia (ESMAP em

inglês). É uma parceria de múltiplos doadores, administrado pelo Banco Mundial desde 1983. O ESMAP

ajuda os países a aumentar o seu conhecimento e capacidade institucional para alcançar soluções

energéticas ambientalmente sustentáveis para a redução da pobreza e crescimento econômico.

Finalmente, um agradecimento sincero a todas as cidades e organizações parceiras por comparecerem ao

Seminário, compartilharem suas experiências e discutirem abertamente as questões colocadas.

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Abreviações e Siglas

APP Área de Proteção Permanente

BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

CETESB Companhia Ambiental do Estado de São Paulo

COP Conferência das Partes da Convenção-quadro das Nações Unidas sobre Mudanças

Climáticas

CPF Parceria para Financiamento de Carbono

ESMAP Programa de Assistência ao Gerenciamento do Setor de Energia

ESCO Companhias de serviço de energia

ESPC Contratos públicos de economia de energia

FGTS Fundo de Garantia por Tempo de Serviço

GEE Gases de Efeito Estufa

GEF Global Environment Facility

ICLEI Governos Locais para Sustentabilidade

IPTU Imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana

LCSUW Unidade de Água e Região Urbana da América Latina e Caribe do Banco Mundial MDL Mecanismo de Desenvolvimento Limpo

PAC Programa de Aceleração do Crescimento

PNLT Plano Nacional de Logística e Transportes

PoA Programa de Atividades

RCE Redução Certificada de Emissões

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INTRODUÇÃO

O Banco Mundial em parceria com a Superintendência Nacional de Saneamento e Infra-estrutura da

Caixa Econômica Federal organizou o seminário “Soluções Técnicas e Financeiras para Cidades

Sustentáveis”, realizado durante os dias 8 e 9 de junho de 2010, em Brasília. O cronograma final está

presente no Anexo 1.

O seminário reuniu técnicos do Banco Mundial, da Caixa Econômica Federal, dos governos federal,

estadual e municipal de diversas unidades da federação e cidades brasileiras, assim como representantes

de organizações não governamentais e centros de pesquisa, para a troca de conhecimentos e

aprendizagem, apresentando os principais desafios e oportunidades que enfrentam as cidades brasileiras

em relação às mudanças climáticas. Estiveram presentes representantes de Cuiabá, Curitiba, Distrito

Federal, Espírito Santo, Fortaleza, Manaus, Osasco, Rio de Janeiro, São Paulo, além de organizações

como Governos Locais para Sustentabilidade (ICLEI), o Conselho Euro-Brasileiro de Sustentabilidade e

o Green Building Council of Brazil. A lista completa de participantes está presente no Anexo 2.

Os temas específicos tratados foram:

(i) A situação atual das atividades de prevenção e adaptação nas cidades brasileiras;

(ii) Novas ferramentas para a preparação de inventários de emissões e estudos de vulnerabilidade;

(iii) Novos programas internacionais; e

(iv) Financiamento e programas para municípios no Brasil.

Na seção final do seminário, foram formados grupos de trabalho para discutir quatro perguntas propostas

pela organização do seminário:

(i) “O que a sua cidade tem feito para mitigar e/ou adaptar-se a impactos das mudanças climáticas?”

(ii) “Quais abordagens discutidas neste seminário parecem mais relevantes para sua cidade?”

(iii) “Quais os principais obstáculos que sua cidade enfrenta para equacionar questões relacionadas

com as mudanças climáticas?”

(iv) “Quais os instrumentos necessários para superar tais obstáculos?”.

Este relatório resume as apresentações feitas, os principais tópicos discutidos e as soluções propostas para

diminuir a contribuição das cidades brasileiras às mudanças climáticas, bem como o impacto das

mudanças climáticas nas cidades brasileiras.

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APRESENTAÇÕES

Esta seção apresenta um breve resumo de cada apresentação feita durante os dois dias de seminário e suas

respectivas perguntas e respostas. Vínculos para acessar as apresentações feitas em PowerPoint podem ser

encontradas no Anexo 3.

Parte A. Uma Visão Global das Cidades e Mudança Climática no Brasil Moderador: Adailton Ferreira Trindade, Gerência Nacional de Produtos de Financiamento para

Saneamento e Infraestrutura da CAIXA

Cidades Sustentáveis no Brasil

Sérgio Gonçalves, Diretor do Departamento de Ambiente Urbano, Ministério do Meio Ambiente

A palestra apresentou a visão do MMA sobre os desafios ambientais enfrentados pelas cidades brasileiras

e alguns exemplos de programas em curso no momento. A palestra foi iniciada com a pergunta “o que é

uma cidade sustentável?”, colocando que existem várias visões e perspectivas e que não existe um único

modelo ou modelos, mas grandes desafios para as grandes metrópoles. Foi feito uma retrospectiva

histórica dos grandes marcos das últimas décadas na discussão das questões urbana e ambiental nos

planos internacional (e.g., Clube de Roma, UNCED, Habitat, Quioto) e nacional (e.g., Estatuto das

Cidades e Agenda 21 Brasil). O palestrante destacou alguns programas governamentais em andamento

como Agenda Ambiental da Administração Pública, Programa Nacional de Mudanças Climáticas,

PROCONVE, PLANSAB, Minha Casa Minha Vida (MCMV) e outros, de relevância para a

sustentabilidade das cidades. Finalizou salientando a importância da dimensão social no equacionamento

das questões de sustentabilidade urbana e do diálogo entre stakeholders na formulação de políticas

públicas, nesta como em outras áreas. Concluiu com a necessidade de cada cidade formular e colocar em

prática seu plano diretor, que deve ser estratégico, participativo, multi-setorial e passível de revisão.

Cidades e Mudanças Climáticas no Brasil: Resultados Preliminares

Catherine Lynch, Especialista Urbana, Banco Mundial

O objetivo da palestra foi apresentar os resultados preliminares do estudo do Banco Mundial sobre

cidades e mudanças climáticas no Brasil. O estudo constatou que maior parte das emissões de gases de

efeito estufa no Brasil advém de desmatamento, o que mascara que as emissões advindas dos setores

urbanos no Brasil estão crescendo rapidamente. As causas desse crescimento são muitas, destacando-se o

aumento da demanda por energia, alta emissão por resíduos sólidos e transporte. A tendência é que esse

crescimento se acelere acompanhando o crescimento da economia. Além disso, o estudo constatou que as

cidades brasileiras se caracterizam por serem “espalhadas”, que é um forma de crescimento urbano

ineficiente, o que aumenta as emissões com transportes, por causa das distâncias a serem percorridas pela

população. O estudo analisa também os impactos que serão sentidos pelas cidades brasileiras como

resultado do aquecimento global, destacando que enchentes, deslizamentos, aumento de temperatura,

secas, aumentos dos níveis dos mares será sentidos de maneira diferenciada distintas regiões do pais,

porém com provável grande impacto sobre as populações mais pobres. Foi reconhecido o trabalho que os

governos locais tem feito para lidar com os desafios colocados pela mudança climática, destacando-se

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casos em que os governos locais estabeleceram comissões, realizaram (ou estão realizando) inventários de

emissões e vulnerabilidade, estabeleceram metas de redução e estão preparando planos de ação. A

palestrante apresentou alguns exemplos da experiência internacional na formulação de planos de ação

locais para o equacionamento das questões de mitigação ou adaptação à mudança climática, tanto

específicos como integrados a planos de desenvolvimento urbano mais abrangentes.

Atuação da CAIXA em Saneamento Ambiental, Infraestrutura e Mercado de Carbono

Rogério de Paula Tavares, Superintendência Nacional de Saneamento e Infraestrutura da CEF

Foi feita inicialmente uma rápida contextualização dos investimentos em infraestrutura, tendo como

referência o quadro econômico brasileiro dos últimos 30 anos. O palestrante destacou vários fatores

limitativos da sustentabilidade das cidades – o “apagão” do planejamento urbano que acompanhou o

período de estagnação econômica, a restrição e rigidez orçamentária que prevaleceu em seguida, as

limitações legais/regulatórias e baixa segurança jurídica que prejudicam a participação privada nos

investimentos em infraestrutura. Ou seja, sem crescimento econômico não há recursos para se investir em

projetos de sustentabilidade e infraestrutura; é a estabilidade macroeconômica que permite maiores

investimentos em infraestrutura. O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 1 e 2 é uma iniciativa

recente de planejamento e investimento em infraestrutura após duas décadas de estagnação. Em seguida, o

palestrante buscou apresentar os mecanismos de financiamento e as áreas prioritárias de atuação da

CAIXA. Tudo na área de saneamento básico é passível de financiamento pela CAIXA. Os recursos

advêm do Fundo de Garantia do Trabalhador (FGTS), mas outras fontes são buscadas para evitar-se

excessiva dependência. Além de saneamento, a CAIXA tem linhas de financiamento em habitação e

recuperação de áreas de baixa renda; transportes, logística e energia; saneamento ambiental (e.g, reuso de

água, tratamento de efluentes, tratamento de resíduos); e meio ambiente (e.g., projetos MDL, proteção e

recuperação de mananciais, florestamento e reflorestamento). Destacou que a visão da CAIXA é de que

financiar um processo urbano equilibrado é financiar ações que extrapolem os limites das cidades, para

que o sistema de cidades funcione. A CAIXA tem buscado ampliar a participação em vários segmentos de

infraestrutura, buscando soluções sustentáveis que favoreçam a participação privada.

Perguntas e Respostas

Foram feitas três perguntas: (i) O representante de Fortaleza questionou a falta de requisitos obrigatórios

de sustentabilidade no programa MCMV. Foi explicado que o objetivo do programa é diminuir o déficit

habitacional da população de baixa renda e a imposição de requisitos ambientais tornaria as habitações

mais caras, prejudicando o objetivo do programa. Na fase 1 do programa, o uso de aquecedores solares é

opcional embora seja promovido (cobrindo-se o custo do equipamento com financiamento adicional,

acima dos tetos que se aplicam para a unidade habitacional). Já na fase 2 do programa, o uso do

equipamento solar deverá se tornar obrigatório. Algumas preocupações a serem levadas em conta são a

eficiência, qualidade e durabilidade do equipamento, a capacitação de empreiteiras para a correta

instalação, e a orientação a moradores no uso do equipamento. (ii) O representante do Conselho Euro-

Brasileiro de Sustentabilidade pediu esclarecimentos a respeito da energia eólica e sobre os critérios para

medição de desmatamento usados no estudo do Banco Mundial. Foi indicado que o maior potencial de

energia eólica do Brasil está no Estado de Santa Catarina e que o estudo do Banco Mundial baseou-se em

dados comparativos do World Resources Institute, podendo, portanto, haver pequenas diferenças em

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relação aos dados do governo brasileiro. (iii) A representante do ICLEI perguntou a respeito do status de

preparação dos manuais sobre planos municipais de mudança climática do Ministério do Meio Ambiente

e sobre a disponibilidade de recursos financeiros. O representante do Ministério do Meio Ambiente se

prontificou a entrar em contato posteriormente para informar sobre a situação dos manuais; o Banco

Mundial e a CAIXA indicaram que são parceiros para oferecer apoio financeiro e técnico para os

municípios, destacando que existe já uma linha de financiamento privilegiando o setor de resíduos sólidos

(e.g., aterros sanitários, estações de transbordo) com ênfase em ações integradas (consórcios municipais)

e que foi recentemente criado um programa da CAIXA através do qual poderão ser implementados

projetos de captura de gases de efeito estufa emitidos por aterros de lixo, gerando créditos de carbono

através do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (ver resumo da Parte C).

Parte B. Impacto da Mudança Climática e Ações das Cidades Brasileiras

Moderador: Ming Zhang, Economista Urbano Líder, Banco Mundial

Megacidades Brasileiras: Vulnerabilidades e Adaptação às Mudanças Climáticas

Jose Marengo, Instituto Nacional de Pesquisas (INPE)

Foi apresentado um estudo prospectivo sobre as vulnerabilidades da cidade de São Paulo frente às

mudanças climáticas. Alguns sinais mais evidentes do aquecimento global são a intensificação e maior

freqüência de chuvas, a diminuição do número de dias frios, e o aumento das temperaturas noturnas.

Destacou-se que os problemas que a cidade sofre ou poderá sofrer em decorrência do aquecimento global

se agravam como resultado da ação humana e, em especial, da urbanização desordenada que caracteriza

sua expansão. Observa-se a formação de ilhas de calor, inundações e desabamentos em decorrência do

aumento da superfície pavimentada e ocupação de áreas de risco. O risco de enchente entre 2001-2030 se

mantém aproximadamente igual (em torno de 25% da área urbana); no entanto, a área de risco aumenta já

que a mancha urbana se expande neste período. A área sob risco de deslizamento também aumenta muito

no período. É necessário levar em conta não só o impacto da mudança climática sobre os projetos como

também a contribuição destes à vulnerabilidade urbana, podendo-se eventualmente chegar-se à conclusão

de que algumas obras de infraestrutura devam ser evitadas. Os desafios devem ser enfrentados

conjuntamente, com participação de governos, organizações não-governamentais, organismos

internacionais. Todos os projetos devem abordar os aspectos econômicos, ecológicos e sociais.

Ações das Cidades Brasileiras para as Mudanças Climáticas

Cidade de São Paulo

Alejandra Maria Devecchi, Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente

A apresentação focou duas questões estratégicas: (i) equacionamento da mancha urbana; (ii) manutenção

das áreas prestadoras de serviços ambientais. No tocante ao primeiro tema, destacou-se que 70% das

emissões de gases de efeito estufa de São Paulo resultam da queima de gasolina e diesel, tornando a

questão do deslocamento essencial para o cumprimento das metas de controle de emissões estabelecidas

pela cidade. A cidade tem grandes desafios resultantes dos paradoxos que envolvem sua estruturação. Há

uma subutilização de imóveis na região onde se concentram os empregos, com cerca de 400 mil unidades

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desabitadas na área central apesar de um déficit de 200 mil unidades habitacionais. Além disso, a forma

vertical da cidade não está associada a uma alta densidade demográfica na área central, resultando uma

cidade em que as densidades são similares em zonas tanto de ocupação em altura como unifamiliar. Isso

leva à necessidade de grandes deslocamentos diários, ao congestionamento de vias, e conseqüente

contribuição para emissões de carbono. A solução proposta pela Prefeitura é a compactação urbana,

através da adoção de densidades demográficas mínimas (300 hab/ha) para viabilizar a provisão

sustentável de serviços urbanos. A intensificação do uso da área central será promovida através do

“retrofit” de unidades e o preenchimento de vazios. No tocante ao segundo tema, destacou-se a

importância da proteção de áreas prestadoras de serviços ambientais. Por causa da especulação

imobiliária, o governo não tem recursos para estimular proprietários a manter áreas de serviço ambiental,

essenciais para a manutenção de padrões de qualidade de ar e água. A solução encontrada foi a

desapropriação. O governo identifica, declara de utilidade pública, e desapropria áreas de maciços de

verde. Dez por cento do território do município está em processo de desapropriação, e o governo

municipal está equacionando planos de manejo para essas áreas. Finalizando, a palestrante destacou que,

em 2009, foi promulgada a Lei de Mudanças Climáticas da cidade de São Paulo, criando um marco legal

para as medidas do governo e estabelecendo meta de 30% de redução de suas emissões. Os projetos

voltados para redução de emissões dos aterros sanitários responderão por 2/3 da redução almejada.

Município de Rio de Janeiro

Nelson Moreira Franco, Secretaria de Meio Ambiente, Prefeitura do Rio de Janeiro

O palestrante iniciou destacando que, embora a cidade passe por um bom momento (e.g., retomada do

crescimento econômico, sede de diversos eventos de relevo internacional nos próximos anos), enfrenta

também grandes desafios, como o controle da expansão das favelas. o que, dentre outros fatores, põe em

risco os 32% do território municipal constituído por mata preservada. A iniciativa Rio Sustentável,

lançada em 2009, focados na promoção do uso de energia renovável e tecnologias limpas, visando a

redução de gases de efeito estufa e o alcance de metas de 8,16 e 20% nos anos de 2012, 2016 e 2020 com

relação aos níveis de 2005. Nesse sentido, foi preparado um inventário das emissões da cidade que

demonstra que a maior parte das emissões advém de transportes e resíduos sólidos. A iniciativa

compreende vários projetos novos e consolida antigos, concentrando-se principalmente nessas duas áreas,

além de projetos ligados a áreas verdes. Foram repassados os programas Rio Capital da Bicicleta, Rio

Capital Verde, e vários projetos no tocante à gestão de resíduos sólidos. O município está em vias de

preparar um estudo de vulnerabilidade à mudança climática. No tocante a vulnerabilidades, o palestrante

reconheceu que falta um processo de mobilização rápido e eficaz para lidar com crises, estando em

andamento um programa de treinamento de pessoal da Defesa Civil.

Município de Curitiba

Alfredo Vicente Trindade, Coordenador Técnico de Fauna e Flora, Vice Presidente do Fórum Curitiba

sobre Mudanças Climáticas, Prefeitura de Curitiba

Foi apresentada a estrutura e status atual de preparação do Plano Municipal de Mitigação e Adaptação às

Mudanças Climáticas da cidade. O Plano está sendo desenvolvido em quatro fases: (i) realização do

inventário dos sumidouros, (ii) realização do inventário das emissões, (iii) elaboração do estudo de

fragilidades, e (iv) proposição do plano de ação em forma de lei. A primeira fase foi concluída, com

parceria do governo municipal e uma organização não-governamental local. Atualmente, o governo

municipal realiza a segunda etapa que é a preparação do inventário de emissões. Uma das constatações

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iniciais deste exercício foi a de que o estoque de carbono fixado nos 18% de área florestada (sumidouros)

com que conta a cidade correspondem a aproximadamente 2.5 anos de emissões da frota de veículos

circulante na cidade atualmente. Para o estudo de vulnerabilidades, Curitiba tomou como referência a

metodologia utilizada pela cidade de Nova Iorque. O plano de ação somente começará a ser elaborado em

2012. O governo municipal espera a conclusão dos estudos para junto com a sociedade assumir metas de

redução e colocar em prática os projetos que serão propostos pelo plano.

Perguntas e Respostas

Foram feitas três perguntas: (i) O representante do Espírito Santo indagou quais as alternativas para se

aumentar a densidade demográfica sem retirar a capacidade de drenagem e a permeabilidade do solo? As

causas da impermeabilização variam de cidade para cidade, mas algumas alternativas seriam a contenção

da área asfaltada, a redução, coleta e compactação do lixo (que freqüentemente entope galerias pluviais),

a modernização e expansão dos sistemas de esgoto e/ou drenagem de águas pluviais (em muitos casos

construídos para lidar com o nível das chuvas das décadas de 40 a 70), e a proteção de áreas florestadas.

Por outro lado, é possível aumentar a densidade demográfica sem aumentar a impermeabilização,

ocupando áreas que estão abandonadas ou subutilizadas, por meio de reforma de prédios existentes e

incentivando a moradia em áreas centrais. (ii) O representante de Fortaleza perguntou pela capacidade de

indução que terá o poder público para promover um maior reuso dos resíduos sólidos, inclusive no caso

dos projetos do MCMV? (iii) O representante de Osasco pediu maiores esclarecimentos sobre como foi

feito o inventário de emissões em São Paulo? O inventário foi feito pela COPPE/UFRJ, com base em

dados de 2003.

Parte C. Acesso para Financiamento de Carbono

Moderador: Teresa Serra, Consultora, Banco Mundial

Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL): Como funciona e como as cidades podem ter acesso?

Eduardo Ferreira, Consultor, Banco Mundial

O objetivo da palestra foi apresentar e explicar como funciona o mercado de carbono, seus diferentes

fundos e financiadores, e como as cidades podem ter acesso a esses recursos. Fez-se primeiro um breve

resumo dos acordos internacionais que balizam o mercado de carbono, dos princípios básicos do

Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) instituído pelo Protocolo de Quioto, e dos instrumentos

de financiamento criados para promover a implantação de projetos de redução de emissões de carbono

(e.g., Global Environment Facility, Climate Investment Fund, Carbon Finance). Em seguida, apresentou-

se um sumario das políticas e instrumentos que podem ser utilizados pelos países para promover a

mitigação de emissões (e.g., “cap & trade”, imposto de carbono, regulação do montante de emissões,

subsídio para o uso de tecnologias limpas, pesquisa e desenvolvimento), bem como seus prós e contras.

Posteriormente, foi explicado o funcionamento do mercado para se gerar créditos a serem levados ao

mercado e acessar os recursos disponíveis nos vários fundos. Por fim, o palestrante reiterou que são

necessárias políticas de longo prazo claras para mandar sinais positivos ao mercado, para aproveitar os 10

anos de experiência do mercado e criar novos e melhores instrumentos para facilitar a transição para

economias de baixo carbono. São necessários instrumentos intermediários até que se chegue a acordos

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substitutivos do Protocolo de Kyoto, assim como abordagens em maior escala (por exemplo, a nível de

cidade) para que se alcancem as metas de estabilização de emissões apontadas pelos estudos do IPCC.

Financiamento da CAIXA para Cidades Sustentáveis – O Programa CPF

Adailton Ferreira Trindade, Gerência Nacional de Produtos de Financiamento para Saneamento e

Infraestrutura, CAIXA

A palestra objetivou explicar os mecanismos financeiros acessíveis no mercado de carbono por meio da

CAIXA Econômica Federal. Durante a COP-15 em dezembro de 2009, a CAIXA firmou parceria com o

Banco Mundial, no Carbon Partnership Facility, programa no qual servirá de intermediário entre

produtores e compradores de créditos de carbono no Período pós-Quioto (2012). A CAIXA facilitará a

captação de recursos do MDL por entidades locais, públicas ou privadas, fornecendo apoio técnico e

financeiro a projetos que possam qualificar-se como projetos passíveis de recebimento de crédito de

carbono. Como a CAIXA tem atuação nacional e trabalha em parceria com diversos níveis de governo e

com entidades privadas, poderá fazer a negociação em bloco e o enquadramento de diversos projetos em

programas de atividades, reduzindo os custos de transação, ganhando escala e aumentando os retornos. A

CAIXA pretende dar apoio a projetos de sustentabilidade e redução de emissões em várias áreas; no

entanto atualmente seu principal foco é o gerenciamento de resíduos sólidos em aterros sanitários com

MDL associado. Poucos aterros atualmente captam metano por falta de orientação e capacitação técnica e

pela dificuldade de viabilizar economicamente tais empreendimentos na ausência do consorciamento

entre municípios. Por enquanto, existe pouca demanda para estruturação e financiamento desses projetos,

mas a CAIXA visualiza que se ampliem na medida em que se firma como intermediária capacitado.

Perguntas e Respostas

Foram feitas quatro perguntas: (i) Qual a diferença entre Financiamento de Carbono (Carbon Finance) e

Parceria para Financiamento de Carbono (CPF)? Financiamento de Carbono se refere ao conjunto de

programas e linhas de financiamento visando apoiar a redução de emissões e a transição para economias

de baixo carbono. Já o CPF é um fundo que tem doações de países europeus e trabalha com mercado

voluntário, por causa da atual estagnação do pós-Quioto. Há uma interação direta entre comprador e

vendedor por meio do CPF. A unidade de financiamento de carbono (Carbon Finance Unit) é a unidade

que gerencia estes programas dentro do Banco Mundial. (ii) Como ficará o regime de metas na ausência

de um pós-Kyoto? Acredita-se que haverá um acordo pós-Kyoto. Independentemente disso, no entanto, o

mercado de carbono deverá continuar ativo porque há demanda oriunda nos compromissos firmados, por

exemplo pelos países europeus. Havendo um regime pós-Quioto, o CPF não interferirá na construção

dele, mas assim que for estabelecido seguirá suas regras. (iii) Existe hoje linha de financiamento da

CAIXA para projetos focados na gestão de resíduos de construção e demolição de edificações? A CAIXA

financia tais projetos e tem atualmente um projeto na região Centro-oeste. No entanto, este projeto não

tem MDL associado devido à falta de metodologia aprovada em âmbito internacional. (iv) Que outras

áreas o CPF financia além dos resíduos sólidos? No Brasil, o CPF aprovou até agora apenas programas

para resíduos sólidos. Contempla-se abranger projetos na área de energia eólica e nada impede que

existam mais.

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Parte D. Eficiência Energética e Habitação Sustentável

Moderador: Catherine Lynch, Especialista Urbana, Banco Mundial

Aquisição Pública dos Serviços de Eficiência Energética

Jas Singh, Especialista Sênior do Setor de Energia, Banco Mundial

O objetivo da palestra foi apresentar as vantagens e dificuldades de aquisição pública de serviços de

eficiência energética e como fazer um projeto de serviço de eficiência, por meio de parcerias público-

privadas. O setor público é importante para implementação em escala de medidas de eficiência, pois,

apesar de relativamente pequeno, é homogêneo o que causa um impacto no mercado como um todo. As

cidades são plataformas naturais de projetos multissetoriais. A dificuldade são as barreiras orçamentárias

e de aquisição que o setor público tem, já que geralmente operam com orçamentos de curto prazo o que

dificulta projetos de aquisição que maximizam os benefícios das agências públicas (mais do que

aquisições baseadas em menor custo). Os contratos públicos de economia de energia (ESPC) podem ser

multissetoriais e convergir entidades públicas e privadas (utilizando companhias de serviço de energia –

ESCOs). Baseado em experiência internacional, não é necessário a mudança de leis, apenas adaptações na

metodologia de aquisições; à medida que se ganha experiência, pequenos projetos podem aglomerarem-se

e ganhar escala o que facilita o financiamento. A ideia é analisar os desafios de cada país, procurando por

soluções personalizadas baseadas em experiências internacionais. Há uma variedade de soluções que os

países podem usar ou podem criar suas próprias soluções, mesclando e adaptando. O Brasil tem

dificuldades particulares, mas que podem ser superadas como indica projetos de ESPC já executados.

Mudanças Climáticas e Habitação

Carlos Martin, Consultor na área de Habitação Sustentavel, Banco Mundial

A palestra apresentou uma visão geral dos meios que podem ser utilizados para tornar as construções mais

sustentáveis, tanto no caso de novas edificações, como no das já existentes, com especial foco no setor

habitacional. Uma parte relevante das emissões de carbono advém das residências. No entanto, são

poucos os projetos de redução de emissões de carbono lidando com a construção de moradias. Além do

consumo de energia embutido nos materiais e gasto no próprio processo de construção (indireto) e

daquele associado ao uso das edificações por parte dos moradores (direto), cabe considerar que o setor de

construção civil, e especificamente os projetos residências, têm influência sobre a geração de emissões

associadas ao transporte dentro da área urbana. Além da questão climática, outros aspectos de relevância

são a poluição do ar, os rejeitos sólidos, o abastecimento e esgotamento d’água, a paisagem etc., que têm

impacto sobre o ambiente, a saúde e os orçamentos familiares. É necessário considerar a sustentabilidade

durante o planejamento da construção, incorporando soluções tecnológicas já comuns e acessíveis no

mercado, tais como iluminação eficiente, aquecimento solar, coleta e reutilização de águas pluviais, coleta

seletiva e reciclagem de lixo, alem de soluções “passivas” de projeto arquitetônico que levem em conta

uma adequada orientação solar e de ventilação. É um desafio fazer habitações populares sustentáveis, por

causa das limitações do custo inicial das tecnologias sustentáveis, mas é possível diminuir contribuir para

a redução de as emissões por meio de soluções de projeto arquitetônico sem onerar significativamente o

custo das unidades. Outros desafios são a capacitação de construtores e a orientação de usuários. O

palestrante concluiu alertando para o risco de uma falsa geração de imagem verde sem um respaldo na

realidade.

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Perguntas e Respostas

Foram feitas três perguntas: (i) Quanto ao uso de lâmpadas de alta eficiência na iluminação pública:

Lâmpadas LED têm retorno somente em 10-15 anos e não são financiadas pelo Banco. Já sinaleiras e

iluminação interna são passíveis de financiamento. (ii) Quanto à incorporação de critérios de

sustentabilidade nas obras para os eventos internacionais previstos no Brasil nos próximos anos (Copa do

Mundo, Olimpíadas, Rio +20) e disponibilidade de financiamento por parte do Banco Mundial: A ênfase

do programa do Banco Mundial é o combate à pobreza. No entanto, o Banco entende que os eventos

planejados são uma grande oportunidade para que as cidades redefinam sua imagem através do

investimento em infraestrutura, habitação, etc., desde que estes sejam pensados em termos da geração de

benefícios de médio e longo prazo para suas populações. O Banco tem projetos em várias cidades onde

acontecerão os eventos mas cabe destacar que, embora devam contribuir para o bom andamento destes

eventos, não são direcionados especificamente para eles. Os principais financiadores das obras são a

CAIXA e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em parceria com o

governo federal. (iii) Quanto à incorporação de critérios referentes às condições de vizinhança na

avaliação da sustentabilidade das construções de baixa renda. Existem várias formas de tornar as cidades

e construções mais eficientes e econômicas. A tecnologia que favorece a sustentabilidade é universal,

porém ainda existem questões de custo e de disseminação especialmente em países em desenvolvimento.

Atualmente o que existe são iniciativas pontuais. A questão da sustentabilidade associada às

características de vizinhança é complexa. Depende em grande medida do zoneamento vigente, que é uma

decisão política local e não do incorporador ou construtor. O sistema LEED de avaliação adotado nos

EUA leva em conta amenidades e serviços incorporados aos conjuntos residenciais mas não chega a

capturar aspectos de sustentabilidade relacionados à localização dos conjuntos no contexto urbano. É mais

fácil definir critérios de sustentabilidade para edifícios e materiais do que para dimensões relacionadas ao

planejamento urbano.

Parte E. Inventário da Emissão de GEE e Plano para Economia de Baixo Carbono

Moderador: Ming Zhang, Economista Urbano Líder, Banco Mundial

Abordagem por cidade para Financiamento de Carbono Monali Ranade, Especialista em Financiamento de Carbono, Banco Mundial

Foi apresentada uma nova abordagem para o acesso a crédito de carbono para de iniciativas de redução de

emissões via projetos integrados em áreas urbanas. A palestrante observou que a implementação de

projetos de Carbon Finance apoiados pelo MDL está evoluindo rapidamente e relembrou as três

modalidades já aprovadas: além dos projetos focados em investimentos específicos (e.g., Transmilênio ou

ônibus rápido em faixa exclusiva em Bogotá), mais usuais, foram recentemente aprovados um projeto via

um consórcio de cidades (e.g., precificação de água na Índia), e projetos setoriais via intermediário

financeiro (e.g., o programa de gestão de resíduos sólidos com captura de metano em implementação pela

CEF). Um dos grandes desafios destes projetos é o cálculo da redução de emissões, proposta e verificada,

que poderá ser feita por atividade específica (o mais comum), por área geográfica ou por setor. No caso

da abordagem integrada que está sendo proposta, seria preparado um pacote de intervenções que poderão

ser implementadas por diferentes setores. Um órgão coordenador deverá ser designado para garantir a

compatibilidade das ações propostas a ajudar os distintos setores a implementarem o programa de forma

15

eficiente. Como em outras modalidades, também é necessário fazer o inventário das emissões, que servirá

de referencia para o acompanhamento do programa e dos resultados alcançados na redução de emissões

de carbono por meio de projetos específicos. A abordagem proposta admite grande flexibilidade no

elenco de projetos que poderão ser implementados desde que um programa integrado esteja estabelecido.

Cabe destacar que esta abordagem ainda não está aprovada pelo órgão gestor do MDL mas estará sendo

apresentada ainda em junho de 2010.

GEE Emissões Provenientes de Transportes e a Rota para o Crescimento de Baixa Emissão de

Carbono nas Cidades Brasileiras Fuad Jorge Alves José, Consultor, LOGIT

O objetivo da palestra foi apresentar os resultados da pesquisa, encomendada pelo Banco Mundial à

LOGIT, sobre emissões de GEE no setor transportes no Brasil e seu impacto sobre as perspectivas de

transição do pais para uma economia de baixo carbono. A apresentação iniciou-se com um resumo da

contribuição do setor transportes no total de emissões do país e da contribuição específica dos diversos

modos, destacando-se a participação dos veículos leves e pesados (responsável. Pó exemplo, por 70% dos

gases poluentes em São Paulo). Este quadro tenderá a agravar-se nas décadas seguintes devido ao

aumento da taxa de motorização e ao aumento do número de viagens feitas. Os cenários preconizados

pelo Plano Nacional de Energia 2030 foram tomados como base para o estudo do Banco Mundial. O

estudo aponta para a dificuldade de se fazer a diversificação de opções modais no Brasil pela falta de

demanda para determinados modos. Por exemplo, o metrô tira passageiros de ônibus mas é menos eficaz

na redução do uso do carros. O estudo projeta que as emissões do setor transporte aumentarão 70% até

2030, com a metade deste aumento vindo das áreas urbanas. Destacou ainda que não adianta fazer apenas

investimentos em infraestrutura de transporte de massa. É necessário também fazer o gerenciamento da

demanda, restringindo o uso do carro nos grandes centros, incentivando o uso do transporte coletivo e a

integração modal, criando ciclovias e facilitando a circulação de pedestres, integrando o planejamento de

transportes com as políticas de uso do solo urbano. Complementarmente cabe promover a adoção de

veículos pequenos e do tipo flexfuel ou elétricos já que o maior desafio segue sendo o uso do veículo leve

de passageiros.

GEE Emissões Provenientes de Resíduos Sólidos e a Rota para o Crescimento de Baixa Emissão de

Carbono nas Cidades Brasileiras João Wagner Silva Alves, Assessor do Departamento de Presidência, CETESB

O objetivo da palestra foi apresentar um modelo criado pela CETESB para subsidiar um estudo do Banco

Mundial sobre a emissão de carbono no setor de resíduos sólidos. Trata-se de um ferramenta simples que

faz uma estimativa de emissões de GEE (em especial CO2 e N2O) por meio de um modelo de

comportamento, produzindo gráficos que facilitam a avaliação do impactos de diferentes políticas e/ou

projetos sobre as emissões de resíduos sólidos numa área urbana. O modelo leva em conta o volume de

lixo produzido, sua composição, e diferentes alternativas de gestão que poderão ser aplicadas (e.g.,

reciclagem, incineração, aterro sanitário, captura de metano), calculando sua influencia sobre os níveis de

emissão de carbono. O modelo facilita portanto a inclusão das emissões de GEE nas discussões sobre

gestão de resíduos sólidos e, mais especificamente, a análise da captação de metano para geração de

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energia elétrica e seus limites técnicos. Essa ferramenta está sendo utilizada para avaliar programas de

gestão em várias áreas metropolitanas (Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba).

Perguntas e Respostas

Foram feitas as seguintes perguntas: (i) Sobre o barateamento de construções por meio de reutilização de

rejeitos e se existe algum tipo de lógica de mercado que impede isso: Ainda não existe uma metodologia

aceita pelo MDL que lide com dejetos, mas existe demanda para que se desenvolva. Para projeto e

construção há metodologia, cobrindo a energia incorporada aos materiais (“embodied energy”) menos a

construção por si mesma. (ii) Se, na nova abordagem integrada, um Programa de Atividades (PoA) tem

metodologia flexível, se o tempo de preparação e processamento do projeto é mais reduzido: A nova

abordagem, uma vez aprovada deverá ser testada. Supõe-se que os tempos de preparação e processamento

dos projetos seja similar aos atuais; as vantagens advirão do fato de se tratar de um programa amplo, de

ações integradas, que se processadas um-a-um demandariam muito maior tempo e custo. (iii) Se a

inserção de micro e pequenas empresas nos programas MDL poderia ser feita por meio de consórcios ou

associações superando as dificuldades da pequena escala e dispersão: O Banco Mundial tem feito esforços

voltados para as pequenas empresas, mas persistem problemas (custos altos por causa de seu tamanho,

dificuldade de acessar e checar resultados das dessas empresas). É possível superar essas dificuldades por

meio de um agente coordenador que aglomere as pequenas empresas e dê escala ao processo. A CAIXA

se coloca como agente coordenador. (iv) Se há exemplo de projetos que tenham gerado créditos no setor

transportes: Em tese, os projetos de transporte podem ser de três tipos: troca modal, troca de combustíveis

e eficiência energética. Existe um processo de certificação de um projeto de implantação de transportes

coletivos na Colômbia (único no Mundo), mas há uma grande dificuldade técnica na medição das

emissões do setor transporte. Em tese, novamente, é possível calcular a redução de emissões resultante da

troca de combustíveis ou fazendo uma comparação do balanço energético urbano, mas na prática isto tem

se mostrado bastante difícil. (v) Sobre incineração de lixo: É necessário se considerar os efeitos

ambientais e os custos econômicos na discussão de incineração versus aterro sanitário. Os argumentos a

favor da incineração são a compactação (face a escassez de espaço e as restrições de vizinhança para a

criação de aterros), a criação de biogás resultante da queima para utilização pela cidade, podendo-se

selecionar o que incinerar para ter um melhor balanço energético e ambiental. Os argumentos contra são

que o plástico terá que ser removido, o que é custoso, e o fato de que a incinera,cão resulta na emissão de

muitos gases nocivos à saúde. (vi) Sobre inventário de carbono e a exclusão do que carbono embutido no

produto exportado: Existem duas formas para se calcular emissões: onde o produto é consumido (o que

impossibilita a dupla contagem); ou apenas onde ele é produzido (o que poderá levar à dupla contagem se

vier a ser contado também no ponto de consumo).

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MESA REDONDA

Durante a Mesa Redonda, quatro perguntas foram propostas para os participantes discutirem em pequenos

grupos. Cada grupo foi composto de 4 a 9 participantes de representantes de cidades, bem como

representantes de organizações, da CAIXA e do Banco Mundial. O resumo abaixo delineia as principais

respostas e tópicos debatidos nessa sessão.

Pergunta: O que a sua cidade tem feito para mitigar e/ou adaptar as mudanças climáticas?

Respostas:

Os representantes das cidades listaram uma variedade de iniciativas feitas por suas cidades que

contribuem para mitigar e/ou adaptar às mudanças climáticas. Embora muitas iniciativas refiram-se a

projetos similares - como coleta seletiva do lixo, corredores para ônibus, ciclovia -, a principal é a

elaboração e estabelecimento de marcos regulatórios para mudança climática e a elaboração e/ou

atualização de inventários de emissão de gases de efeito estufa. Os representantes das organizações, da

CAIXA e do Banco Mundial também contribuíram para os debates com as medidas que suas instituições

estão realizando.

Os projetos da cidade de Cuiabá são adequação do novo aterro sanitário para captação e geração de

energia (atualmente, o governo municipal estuda a área para construir o novo aterro), Programa de

Arborização Urbana, plano de inventário de emissões e projeto para neutralizar emissões da frota pública.

Os projetos da cidade de Manaus são adequação do aterro sanitário para captação e queima de metano

(atualmente em fase experimental de queima), estudo de ilhas de calor e posterior plano de arborização, a

ser incluído no plano diretor.

As iniciativas da cidade de Curitiba são elaboração do plano de etapas para identificar os vetores de

emissões e seu controle, elaboração do inventário e estudo de vulnerabilidade, além de projetos como

Linha Verde para 12 ônibus que utilizam 100% de biocombustíveis, 100% de coleta seletiva do lixo,

dentre outros.

A cidade de Fortaleza iniciou o processo de elaboração de seu inventário de emissões, planeja

desenvolver novas tecnologias e avanços operacionais na gestão e armazenamento de resíduos, e

implementa projetos como da coleta de óleo de cozinha.

A cidade do Rio de Janeiro estabeleceu metas de redução de emissões, marco regulatório para as políticas

públicas de mudança climática e fórum comunitário com gestor. Além disso, atualiza o inventário de

emissões e implementa projetos, como Telhado Verde, de eficiência energética, revitalização sustentável

do porto. Planeja ampliar a coleta seletiva de lixo de 1% para 5%.

A cidade de Osasco está comprometida a fazer a seu inventário de emissões, mas desde já realiza ações

independentes: coleta seletiva do lixo, compostagem, reciclagem de entulhos, recuperação de áreas verdes

e parques, luminárias econômicas em via pública.

As iniciativas do estado do Espírito Santo são criação Fórum Capixaba de Mudanças Climáticas e a Lei

de Pagamento de Serviços Ambientais – para recuperação de mananciais, reflorestamento, dentre outros,

com o apoio do GEF -, e tramita o projeto de lei para a instituição da Política Estadual de Mudanças

Climáticas. O estado ainda implementa projetos, como o Programa sem Lixão – consórcio de municípios

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e aterros, com meta de 100% de resíduos em aterros até 2011 e custo operacional e coleta seletiva de

responsabilidade dos municípios - , e o corredor exclusivo para ônibus na região metropolitana.

O Distrito Federal não tem feito nenhuma ação direta; no entanto, a Lei sobre Destinação Final de

Resíduos Sólidos, o projeto de transporte Brasília Integrada, o programa Brasília Sustentável em parceria

com o Banco Mundial, o reaproveitamento de águas e reciclagem contribuem para mitigação.

Os projetos da cidade de São Paulo são o Programa de Melhoramento Cicloviário, o Programa de

Inspeção Veicular, o Programa de Arborização Urbana (1 mi de árvores) e a construção de 100 parques

urbanos adicionais. Além disso, a cidade passou a Lei Municipal de Mudanças Climáticas, com previsão

de metas de redução de 30%, fez o primeiro inventário e revisa o segundo e está criando um estoque de

terras públicas prestadoras de serviços ambientais.

As medidas adotadas pela cidade de Florianópolis são criação de ciclofaixas, aumento a coleta seletiva

nos bairros, estabelecimento do Plano Municipal de Gerenciamento Costeiro, combate e fiscalização de

áreas de risco. Além disso, 42% do município é APP e há um projeto de lei de incentivos a construções

sustentáveis por meio de redução de IPTU.

O Conselho Euro-brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável organiza o Bright Green Cities e o

ICLEI tem contribuído para a capacitação dos governos locais, fazendo campanhas e programas e

projetos-piloto. A CAIXA está desenvolvendo estratégia voltada para mudanças climáticas, como linhas

de crédito e comércio de RCEs.

Pergunta: Quais abordagens/oportunidades discutidas neste seminário parecem mais relevantes

para sua cidade?

Respostas:

Os representantes das cidades citaram várias oportunidades para aplicar em suas cidades. Cuiabá e

Manaus comentaram a concentração dos recursos no Sudeste e no Sul, o que dificulta o financiamento de

cidades fora desse eixo, por isso lhes interessou o financiamento de resíduos sólidos, o Programa de

Financiamento de Carbono Neutro e o aproveitamento de atividades de turismo para o financiamento de

ações relativas à neutralização de carbono. Também, citaram a utilização do Plano Nacional de Logística

de Transportes para fomentar uma melhor logística de transporte municipal com metas ambientais.

Curitiba reconheceu como oportunidades o desenvolvimento de um plano diretor e o tratamento de

resíduos sólidos. Fortaleza, a ampliação da reciclagem de resíduos sólidos e diminuição de sua produção.

Rio de Janeiro, o novo aterro com geração de energia a partir da captação de metano e o aumento da

eficiência dos transportes e do uso de combustíveis alternativos. Osasco, a eficiência do transporte

coletivo e a utilização de aterros para produção de biogás.

Espírito Santo, Distrito Federal, o Conselho Euro-brasileiro e o ICLEI concordaram que marcos legais

como norteadores e indutores para a transição para uma economia de baixo carbono, Brasília como

cidade-sede da Copa de 2014 e a diminuição dos custos com novas tecnologias com ações de redução de

emissões são oportunidades.

Florianópolis, Curitiba e São Paulo entendem que as tragédias ambientais disseminadas podem constituir

uma oportunidade para mudança; que o desenvolvimento do turismo verde gera desenvolvimento

econômico, com novos nichos de mercado e criação de empregos; e que planejamento urbano necessita

ser mais adequado e popular, bem como a capacitação.

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A CAIXA e o Banco Mundial acrescentam que a abordagem por cidades, os segmentos geradores de RCE

e a reorientação no planejamento municipal, de forma a considerar a variável mudança do clima, são

oportunidades para as cidades.

Pergunta: Quais os principais obstáculos que sua cidade enfrenta para equacionar questões

relacionadas com as mudanças climáticas?

Respostas:

Os representantes das cidades apresentaram obstáculos similares nos diferentes grupos. Cuiabá e Manaus

reconheceram a baixa capacidade de endividamento, as poucas garantias reais e a baixa qualificação dos

servidores públicos em relação tema.

Curitiba, Fortaleza, Rio de Janeiro e Osasco, o desconhecimento dos gestores públicos do assunto, a

dificuldade do fluxo das informações, falta de marcos regulatórios, baixa locação de recursos e problemas

culturais (educação e conscientização).

Espírito Santo, Distrito Federal, o Conselho Euro-brasileiro e o ICLEI, a descontinuidade administrativa,

barreiras culturais e sociais, falta de conhecimento, de recursos financeiros e de integração nas políticas

setoriais e dos diversos níveis de governo.

Florianópolis, Curitiba e São Paulo, a falta de compromisso da gestão pública, a necessidade de

transversalidade entre todos os setores da administração, a ausência de educação ambiental para

mudanças climáticas, a economia turística pouco sustentável, políticas de desenvolvimento nacional

baseadas em modelo de consumista, a pouca capacitação dos recursos humanos para execução de

projetos, baixo orçamento e recursos.

Os principais obstáculos identificados foram a baixa capacitação de pessoal na área e os baixos recursos,

barreiras culturais e sociais, desafios que a CAIXA concorda que existem.

Pergunta: Quais os instrumentos necessários para superar tais obstáculos?

Respostas:

De acordo com os representantes de Cuiabá e Manaus, os instrumentos necessários são fortalecimento

institucional, dotação orçamentária específica, capacitação técnica, incorporação à análise de viabilidade

os benefícios socioambientais e ampliação de parcerias, principalmente fora do eixo Rio-São Paulo

(Sudeste).

Para os representantes de Curitiba, Fortaleza, Rio de Janeiro e Osasco, os instrumentos são

financiamento, regulação, fiscalização, conscientização e, principalmente, vontade política.

Para os do Espírito Santo, Distrito Federal, Conselho Euro-brasileiro e ICLEI, são planejamento,

recursos financeiros, capacitação dos gestores e técnicos, disseminação das informações em todos os

níveis da sociedade.

Para os de Florianópolis, Curitiba e São Paulo, são planejamento urbano adequado ao município,

participação popular, identificação das vulnerabilidades da cidade, inventário das emissões e capacitação

dos gestores públicos.

A CAIXA e o Banco Mundial concordam que os instrumentos são recursos financeiros, capacitação,

planejamento urbano, inventário e a prática do Plano Nacional de Saneamento Básico.

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Resumo da Mesa Redonda

Ações para mitigar e/ou adaptar Abordagens/oportunidades Principais obstáculos Instrumentos necessários

Grupo 1

Adequação do novo aterro sanitário

para captação e geração de energia

Programa de Arborização Urbana

Inventário de emissões

Estudo de ilhas de calor

Financiamento

Turismo

Transportes

Baixa capacidade de endividamento

Poucas garantias

Baixa qualificação dos servidores

públicos

Fortalecimento institucional

Dotação orçamentária específica

Capacitação técnica

Incorporação dos benefícios

socioambientais

Ampliação de parcerias

Grupo 2

Plano de etapas

Inventário de emissões

Estudo de vulnerabilidade

Novas tecnologias e avanços

operacionais

Metas de redução de emissões

Marco regulatório

Fórum

Plano diretor

Reciclagem

Aterro com geração de energia

Transportes

Combustíveis alternativos

Desconhecimento dos gestores

públicos

Dificuldade do fluxo das informações

Falta de marcos regulatórios

Baixa locação de recursos

Problemas culturais

Financiamento

Regulação

Fiscalização

Conscientização

Vontade política.

Grupo 3

Fórum

Marco regulatório Conferências Capacitação Campanhas

Marcos legais

Economia de baixo carbono

Eventos internacionais

Diminuição dos custos de novas

tecnologias

Descontinuidade administrativa

Barreiras culturais e sociais

Falta de conhecimento

Falta de recursos financeiros

Falta de integração das políticas e

níveis de governo.

Planejamento

Recursos financeiros

Capacitação

Disseminação das informações

Grupo 4

Transportes

Arborização Urbana

Marco regulatório

Metas de redução

Inventário

Estoque de terras públicas

prestadoras de serviços ambientais

Combate e fiscalização de áreas de

risco

Tragédias ambientais como

oportunidade para mudança

Turismo verde

Planejamento urbano

Capacitação

Falta de compromisso da gestão

pública

Necessidade de transversalidade entre

setores da administração

Ausência de educação ambienta

Economia turística pouco sustentável

Modelo de desenvolvimento de

consumo

Pouca capacitação

Baixo orçamento e recursos.

Planejamento urbano adequado

Participação popular

Identificação das vulnerabilidades

Inventário

Capacitação

Grupo 5

Linhas de crédito Comercialização de créditos de

carbono PoA Capacitação Novos produtos financeiros

Abordagem por cidades

RCE

Planejamento municipal

Baixa capacitação Pouco conhecimento do MDL Baixa conscientização Baixa integração das políticas

públicas e dos níveis de governo

Recursos financeiros Capacitação Planejamento urbano Inventário Plano Nacional de Saneamento

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CONCLUSÕES E AÇÕES RECOMENDADAS

Após a Mesa Redonda, representantes da organização do evento, Banco Mundial e CAIXA, encerraram o

seminário resumindo as idéias debatidas.

Quatro pontos concluem o seminário. Em primeiro lugar, o Brasil tem uma grande variedade de cidades

as quais necessitam ter reconhecidas suas particularidades, determinando-se seu tamanho, porque a ênfase

tem que ser diferente para cada cidade. Em segundo lugar, o seminário contribui para que se aumente a

consciência das cidades sobre a mudança climática, reconhecendo impactos e vulnerabilidades. A

mudança do clima é transetorial. Em terceiro, se há consciência, é preciso desenvolver-se metodologias,

estudos, inventários; algumas cidades estão trabalhando nisso, mas é um processo. Isso significa

treinamento e aprendizado, e o Brasil tem muitos bons exemplos que podem ensinar e aprender uns com

os outros, auxiliando o desenvolvimento de novos projetos. O Banco Mundial procura facilitar isso, com

relatórios e eventos para aprendizado como esse, que foi superficial, mas importante, iniciando um debate

que pode continuar pela internet. Em quarto lugar, a questão do financiamento. No Brasil, os grandes

financiadores são a CAIXA e o governo federal, o papel do Banco Mundial é colaborar com apoio técnico

e parcerias, como a que tem com a CAIXA.

A CAIXA tem se esforçado para criar soluções financeiras para os municípios em relação à mudança

climática, já que é necessária uma alta densidade técnica que precisa ser minimamente dominada. Ainda

falta reconhecimento do mercado, entretanto, a demanda está crescendo. A conclusão é que a economia

de carbono veio para ficar e é preciso adaptar-se. Esse é o esforço da CAIXA com assessoria do Banco

Mundial.

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ANEXOS

Anexo 1: Cronograma do seminário

8 de junho, 2010 (Terça-feira)

Hora Atividade Conferencista

8:00 – 8:30 Credenciamento/Café da manhã de Boas-vindas 8:30 – 9:00 Conferência de Abertura Rogério Tavares, CAIXA

Jennifer Sara, Líder do Setor, Banco Mundial

Uma Visão Global das Cidades e Mudança Climática no Brasil – Moderador: Adailton Ferreira Trindade 9:00 – 9:20 Cidades Sustentáveis no Brasil Sergio Gonçalves, Ministério do Meio

Ambiente 9:20 – 9:40 Cidades e Mudanças Climáticas no Brasil: Resultados

preliminares Catherine Lynch, Banco Mundial

9:40 – 10:00 Atuação da CAIXA em Saneamento Ambiental, Infraestrutura e Mercado de Carbono

Rogério de Paula Tavares, Superintendência Nacional de Saneamento e Infraestrutura da CAIXA

10:00 – 10:30 Perguntas e respostas Impacto da Mudança Climática e Ações das Cidades Brasileiras 10:30 – 10:50 Megacidades Brasileiras: vulnerabilidades e adaptação às

mudanças climáticas Jose Marengo, CCST-INPE

10:50 – 11:30 Ações das Cidades Brasileiras para as Mudanças Climáticas São Paulo: Alejandra Maria Devecchi Rio de Janeiro: Nelson Moreira Franco Curitiba: Alfredo Vicente Trindade

11:30 – 12:00 Perguntas e respostas PAUSA - ALMOÇO

Acesso para Financiamento de Carbono 14:00 – 14:30 Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL): Como

funciona e como as cidades podem ter acesso? Eduardo Ferreira, Banco Mundial

14:30 – 15:00 Financiamento da CAIXA para Cidades Sustentáveis – o programa CPF

Adailton Ferreira Trindade, Gerência Nacional de Produtos de Financiamento para Saneamento e Infraestrutura da CAIXA

15:00 – 15:30 Perguntas e respostas Eficiência Energética e Habitação Sustentável 15:30 – 16:00 Aquisição Pública dos Serviços de Eficiência Energética Jas Singh, especialista senior do Setor

de Energia do Banco Mundial 16:00 – 16:30 Mudanças climáticas e habitação Carlos Martin, consultor na área de

habitação sustentavel 16:30 – 17:00 Perguntas e respostas 17:00 Recepção

9 de junho, 2010 (Quarta-feira)

Hora Atividade Conferencista

Inventário da Emissão de GEE e Plano para Economia de Baixo Carbono Moderador: Ming Zhang, Economista Urbano Líder, Banco Mundial

9h00 – 9h30 Abordagem por cidade para Financiamento de Carbono Monali Ranade Especialista em Financiamento de Carbono, Banco Mundial

9h30 – 10h00 GEE Emissões Provenientes de Transportes e a Rota para o Crescimento de Baixa Emissão de Carbono nas Cidades

Fuad Jorge Alves José Consultor, LOGIT

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Brasileiras

10h00 – 10h30 GEE Emissões provenientes de Resíduos Sólidos e a Rota para o Crescimento de Baixa Emissão de Carbono nas Cidades Brasileiras

João Wagner Silva Alves, Assessor do Departamento de Presidência, CETESB

10h30 – 10h45 Perguntas e Respostas 10h45 – 11h00 Coffee Break

Ações das Cidades para o Desenvolvimento Sustentável Moderadora: Teresa Serra, Consultora, Banco Mundial

11h00 – 12h30 Mesa Redonda: “Ações das Cidades para o Desenvolvimento Sustentável”

Cidades Participantes

12h30 – 13h00 Encerramento 13h00 Almoço

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Anexo 2: Lista de participantes

NOME INSTITUIÇÃO TELEFONE E-MAIL

Clarismino Luiz Pereira Jr. AMMA/ Goiânia- GO (62) 3524-1413 [email protected]

Carlos Martin Banco Mundial 1-202-459-3440 [email protected]

Catherine Lynch Banco Mundial (61) 3329-1029 [email protected]

Cecília Umetsu Banco Mundial (61) 8181-2693 [email protected]

Cristina Oliveira Roriz Banco Mundial (61) 3329-8609 [email protected]

Eduardo Ferreira Banco Mundial 1-202-460-5344 [email protected]

Eri Watanabe Banco Mundial [email protected]

Jas Singh Banco Mundial 1-202-458-0343 [email protected]

Jennifer Sara Banco Mundial [email protected]

Ming Zhang Banco Mundial 1-102-413-4195 [email protected]

Monali Ranade Banco Mundial 1-202-4739571 [email protected]

Teresa Serra Banco Mundial (21) 2287-3402 [email protected]

Wanessa Matos Banco Mundial (61) 3329-1000 [email protected]

Ana Maria Borges Tomé CAIXA

Anislene Tavares CAIXA

Eduardo A. Brandão Pena CAIXA

Luiza E. V. Piauilino CAIXA

Roseli de Moraes CAIXA

Sandra C. B. S. Quinto CAIXA

Max Mauran Pantoja Castro CAIXA - GAPRE

Cláudio Luis CAIXA - GEAGO

Paulo M. Goulart CAIXA - GEC

Analu de Andrade CAIXA - GECOA

25

Demóstenes M. S. Brandão CAIXA - GECOA

Eliabe F. Pires CAIXA- GECOA

Leticia Rezende CAIXA- GECOA

Lia Gomes CAIXA - GECOA

Lilian Sonia Moreira Agate CAIXA- GECOA

Marcia de Oliveira CAIXA - GECOA

Renata Almeida Gomes da Rocha CAIXA - GECOA

Alcivan Wanderley CAIXA - GEF

Ana Paula Carneiro de Aguiar CAIXA- GEFUS

Hamilton Navarro CAIXA - GEFUS

Rodrigo R. C. CAIXA - GEFUS

Sérgio Guimarães Pinto CAIXA- GEFUS/ SUFUS

Lia de Castro Brandão CAIXA- GEFUS/SUFUS

Mauro Xavier CAIXA - GEFUS/SUFUS

Maria José de Oliveira CAIXA - GEIFI

Mara Luisa A. Motta CAIXA- GEMEA

Marcia Garbin CAIXA- GEMGE

Mirna Bohlke CAIXA- GEMGE

Gisela Faber do Nascimento CAIXA - GEOSI

Humberto Rodrigues CAIXA- GEOSI

Valter Haruo Takahashi CAIXA- GEOSI

Marco Antônio de Gouvêa CAIXA - GEOST/SUSAN

Wilson Araújo Ramel CAIXA- GERES

Adailton Trindade CAIXA - GESAN

Ana Tomé CAIXA- GESAN

André Batista Cotia CAIXA- GESAN

26

Carlos Andrade Morais CAIXA - GESAN

Carlos André Lins Rodrigues CAIXA - GESAN

Cecília Tavares CAIXA- GESAN

Cesar Ribeiro CAIXA - GESAN

Daniele Silva Costas CAIXA - GESAN

Denise Seabra CAIXA - GESAN

Fernanda A. Merlo CAIXA- GESAN

Francisca da Chagas Mello CAIXA - GESAN

Heloísa Helena CAIXA - GESAN

Hosmia Alves Santiago CAIXA - GESAN

Jorge Bitencout CAIXA - GESAN

Katiara Celeste F. Oliveira CAIXA- GESAN

Marcio Piery de L. Abreu CAIXA - GESAN

Maria Auxiliadora de Almeida CAIXA - GESAN

Marina Nascimento CAIXA - GESAN

Mônica Barreto Nogueira Cavalcante CAIXA - GESAN

Mônica Branco CAIXA - GESAN

Naya Silva Genaro Toffanello CAIXA - GESAN

Olivier de Mattos CAIXA- GESAN

Omerico Ary de M. Peixo CAIXA - GESAN

Pricila Dias CAIXA - GESAN

Roberto Moreira CAIXA - GESAN

Ronaldo do Aniceto CAIXA- GESAN

Sandra Laderia Pinheiro CAIXA- GESAN

Saulo L. Vasconcelos CAIXA - GESAN

Uinália Maria Curvina CAIXA - GESAN

27

Valéria Ribeiro Artiaga CAIXA- GIEREB/SUREB

Ariana P. Bergmann CAIXA- SUSAN

Dayana dos S. Schneider CAIXA- SUSAN

Dayse Lourency CAIXA - SUSAN

Francisco Filho CAIXA - SUSAN

Simone dos S. Ferreira CAIXA - SUSAN

Sofia Shellard CEBDS [email protected]

Carlos Marcelo Martin CEF (61) 3206-8501

João Wagner Alves CETESB (11) 3474-8500/8512 [email protected]

Robson Oliveira EUBRA (85) 3242-5441 [email protected]

Edgard Dias Magalhães FEMACT – Roraima (61) 9298-5174 [email protected]

Felipe Faria GBC Brasil (11) 4191-7805 [email protected]

Eduardo Calhau Governo do Espírito Santo (27) 9978-0769 [email protected]

Regina Curitiba da Silva Governo do Espírito Santo (27) 9933-5996 [email protected]

Florence Laloé ICLEI (11) 5084-3079 [email protected]

Jose Marengo INPE (12) 3103-5177

Marco Ziliotto Instituto Ecoclima (41) 3223-0088 [email protected]

Fuad Jorge Alves José LOGIT Consultoria (11) 3133-3156 [email protected]

Cláudia M. F. de Albuquerque Ministério do Meio Ambiente (61) 2028-2120 [email protected]

Alexandra A. Maciel MMA / SMCQ (61) 2028-11-28 [email protected]

Sérgio Antônio Gonçalves MMA/ SRHU/ DAU (61) 2028-2117 [email protected]

Alfredo de Castro Trindade Prefeitura de Curitiba (11) 3350-9228 [email protected]

Deodato Ramalho Prefeitura de Fortaleza - CE (85) 8814-1758 [email protected]

Carlos Marx Alves Prefeitura de Osasco – SP (11) 3652-9278 [email protected]

Guilherme Dallacosta SDS (48) 3029-9002 [email protected]

Rejane Jung Vianna SEDUMA (61) 3214-4105 [email protected]

28

Maria do Socorro Alves Seduma/GDF (61) 3214-4079 [email protected]

Manyu Chang SEMA –PR (41) 3304-7724 [email protected]

Alexandre Kise SEMA/ Guarulhos (11) 2475-1348 [email protected]

Eugenio Pantoja SEMA/AC (68) 9984-1255 [email protected]

Débora R. Paula SEMMAS (92) 9469-9656 Dé[email protected]

Nelson Moreira Franco SMAC- RJ (21) 2293-7018 [email protected]

Carolina Arantes (61) 3597-3265 [email protected]

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Anexo 3: Vínculos às apresentações

Palestrante Organização Vinculo

Sergio Gonçalves Ministério de Meio

Ambiente

Catherine Lynch Banco Mundial http://siteresources.worldbank.org/BRAZILINPO

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1279658706544/Lynch_CidadesMundancasClim

aticas.pdf Rogério de Paula Tavares SUSAN - CAIXA http://siteresources.worldbank.org/BRAZILINPO

REXTN/Resources/3817166-

1279658706544/Tavares_Caixa.pdf Jose Marengo INPE http://siteresources.worldbank.org/BRAZILINPO

REXTN/Resources/3817166-

1279658706544/Marengo_Megacidades_SP.pdf Alejandra Maria Devecchi Prefeitura de São

Paulo http://siteresources.worldbank.org/BRAZILINPO

REXTN/Resources/3817166-

1279658706544/Marengo_Megacidades_SP.pdf Nelson Moreira Franco Prefeitura do Rio de

Janeiro http://siteresources.worldbank.org/BRAZILINPO

REXTN/Resources/3817166-

1279658706544/Franco_Rio.pdf Alfredo Vicente Trindade Prefeitura de Curitiba http://siteresources.worldbank.org/BRAZILINPO

REXTN/Resources/3817166-

1279658706544/Trinidade_Curitiba.pdf Eduardo Ferreira Banco Mundial http://siteresources.worldbank.org/BRAZILINPO

REXTN/Resources/3817166-

1279658706544/Ferreira_MDL.pdf Adailton Ferreira Trindade GESAN – CAIXA Jas Singh Banco Mundial http://siteresources.worldbank.org/BRAZILINPO

REXTN/Resources/3817166-

1279658706544/Singh_Procurement.pdf Carlos Martin Banco Mundial http://siteresources.worldbank.org/BRAZILINPO

REXTN/Resources/3817166-

1279658706544/Martin_Habitacao.pdf Monali Ranade Banco Mundial http://siteresources.worldbank.org/BRAZILINPO

REXTN/Resources/3817166-

1279658706544/Renade_CitywideApproach.pdf Fuad Jorge Alves José LOGIT http://siteresources.worldbank.org/BRAZILINPO

REXTN/Resources/3817166-

1279658706544/Logit.pdf João Wagner Silva Alves CETESB

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