CICLO DO AÇÚCAR - davidnogueira.org | História e cotidiano · E resistência à incorporação...

59
CICLO DO AÇÚCAR Quando: Séc. XVI e XVII (auge). Onde: Nordeste (BA e PE). Sempre no litoral. Solo e clima favoráveis.

Transcript of CICLO DO AÇÚCAR - davidnogueira.org | História e cotidiano · E resistência à incorporação...

CICLO DO AÇÚCAR

Quando: Séc. XVI e XVII (auge).

Onde: Nordeste (BA e PE). Sempre no litoral.

Solo e clima favoráveis.

PONTOS QUE IMPULSIONARAM O NEGÓCIO DO AÇÚCAR

Experiência de cultivo (Açores, Cabo Verde e Madeira).

Mercado consumidor.

Alto valor na Europa.

Participação de capital holandês: financiamento da produção, transporte, refino e distribuição na Europa.

PRODUTOS SECUNDÁRIOSServiam de suporte para a lavoura canavieira e eram principalmente:

GADO (exploração do interior, couro, tração, carne, leite, pecuária extensiva, trabalho livre).

FUMO (troca por escravos na África).

DROGAS DO SERTÃO: produtos extraídos da floresta amazônica com relativo valor na Europa, tais como anil, guaraná, salsa, corantes, e sobretudo o cacau.

O TRABALHO ESCRAVOÍNDIOS: Utilizados sobretudo até aproximadamente 1560, em lavouras menos desenvolvidas ou mais pobres.

NEGROS: preferencialmente utilizados a partir de 1560, mão-de-obra básica do Brasil durante todo o período colonial e imperial.

POR QUE OS NEGROS FORAM MAIS UTILIZADOS ?

Acima de tudo pelo fato de representarem uma fonte de lucro extra através do tráfico de escravos. Além disso, os índios foram sendo exterminados e o grau de evolução das comunidades negras era maior, pois eles já conheciam a agricultura.

A VIAGEM

NAVIO NEGREIRO

CASTRO ALVES -NAVIO NEGREIRO

Quem são estes desgraçados Que não encontram em vós Mais que o rir calmo da turba Que excita a fúria do algoz? Quem são? Se a estrela se cala, Se a vaga à pressa resvala Como um cúmplice fugaz, Perante a noite confusa... Dize-o tu, severa Musa, Musa libérrima, audaz!.

Ontem a Serra Leoa, A guerra, a caça ao leão, O sono dormido à toa Sob as tendas d'amplidão! Hoje... o porão negro, fundo, Infecto, apertado, imundo, Tendo a peste por jaguar... E o sono sempre cortado Pelo arranco de um finado, E o baque de um corpo ao mar...

A PRODUÇÃO AÇUCAREIRA NO BRASIL

ENGENHO

CASA GRANDE (RESIDÊNCIA DO SENHOR DE ENGENHO E FAMÍLIA).

SENZALA

SOCIEDADE AÇUCAREIRA

Senhores de Engenho. Fazendeiros sem engenho.

Homens pobres livres. Escravos.

CARACTERÍSTICAS

!

Patriarcalismo. Ruralismo.

ESCRAVOS: OS PÉS E AS MÃOS DOS SENHORES

CASTIGAR PARA DOMINAR

JOAQUIM NABUCO A escravidão permanecerá por muito tempo como a

característica nacional do Brasil. Ela espalhou por nossas vastas solidões uma grande suavidade; seu contacto foi a primeira forma que recebeu a natureza virgem do país, e foi o que ele guardou; ela povoou-o como se fosse uma religião natural e viva, com os seus mitos, suas legendas, seus encantamentos; insuflou-lhe sua alma infantil, suas tristezas sem pesar, suas lágrimas sem amargor, seu silêncio sem concentração, suas alegrias sem causa, sua felicidade sem dia seguinte... É ela o suspiro indefinível que exalam ao luar as nossas noites do Norte.

ENEM 2012Torna-se claro que quem descobriu a África no Brasil, muito antes dos europeus, foram os próprios africanos trazidos como escravos. E esta descoberta não se restringia apenas ao reino linguístico, estendia-se também a outras áreas culturais, inclusive à da religião. Há razões para pensar que os africanos, quando misturados e transportados ao Brasil, não demoraram em perceber a existência entre si de elos culturais mais profundos. SLENES, R. Malungu, ngoma vem! África coberta e descoberta do Brasil. Revista USP, n. 12, dez./jan./fev. 1991-92 (adaptado). !Com base no texto, ao favorecer o contato de indivíduos de diferentes partes da África, a experiência da escravidão no Brasil tornou possível a !A formação de uma identidade cultural afro-brasileira. B superação de aspectos culturais africanos por antigas tradições europeias. C reprodução de conflitos entre grupos étnicos africanos. D manutenção das características culturais específicas de cada etnia. E resistência à incorporação de elementos culturais indígenas.

2 - UNIÃO IBÉRICA E INVASÕES HOLANDESAS !

União Ibérica (1580 – 1640): !

– Período em que POR e ESP foram governados pelos mesmos reis. POR foi dominada pela ESP.

– D. Sebastião (POR) morre em 1578 sem deixar sucessores.

D. SEBASTIÃO

!– D. Henrique, seu tio já idoso assume o trono e

falece em 1580, também sem sucessores. !!

– Felipe II, rei da ESP invade o país e impõe governo conjunto. !!

– Possessões portuguesas passam a ser da ESP.

FELIPE II

!A UNIÃO IBÉRICA

!– Acordo com nobreza portuguesa determina

manutenção de órgãos administrat ivos portugueses nas colônias, portanto, internamente não houve alterações no Brasil.

!– Tratado de Tordes i lhas começa a ser

ultrapassado. !

– Inimigos da ESP na Europa invadem o BRA em represália ao governo espanhol.

!– HOL, um dos inimigos da ESP é impedida de

fazer comércio em qualquer possessão espanhola.

!– Comércio do açúcar no BRA que tinha

participação holandesa é atingido. !– Holandeses invadem o BRA tentando romper o

bloqueio espanhol ao comércio de açúcar.

As invasões holandesas (1624 – 1564): – Tentativa de romper o bloqueio econômico

imposto pelo governo espanhol ao comércio do açúcar.

!– 1624 – Invasão da BA (fracasso). !

– Criação da Companhia das Índias Ocidentais – empresa holandesa responsável por viabilizar recursos para invadir novamente o Brasil. !

– 1630 – 1654 – Invasão de PE (maior centro mundial de produção açucareira).

Maurício de Nassau – governante holandês responsável pelo controle de PE e estabelecer um clima amistoso com os brasileiros. •Modernização e urbanização. !•Embelezamento de cidades (com a vinda

de artistas holandeses). !•Financiamento para donos de engenho. !•Liberdade de culto. !•Demitido em 1644 pela CIA. das Índias

Ocidentais.

MAURÍCIO DE NASSAU

!Insurre ição Pernambucana (1645 – 54) : movimento luso-brasileiro que expulsou os holandeses do BRA. !Consequência da expulsão dos holandeses: início da crise do ciclo do açúcar pois os holandeses ao saírem do BRA instalam-se nas Antilhas (América Central), produzindo lá um açúcar mais barato e de melhor qualidade que o nosso.

(Unicamp 2011) Uma análise das lutas suscitadas pela ocupação holandesa no Brasil pode ajudar a desconstruir ideias feitas. Uma tese tradicional diz respeito ao reforço da identidade brasileira durante as lutas com os holandeses: a luta pela expulsão dos holandeses seria obra muito mais dos brasileiros e negros do que dos portugueses. Já a tese que critica essa associação entre a experiência da dominação holandesa e a gênese de um sentimento nativista insiste nas divisões – no âmbito da economia açucareira – entre senhores de engenho excluídos ou favorecidos pela ocupação holandesa. (Adaptado de Diogo Ramada Curto, Cultura imperial e projetos coloniais (séculos XV a XVIII). Campinas: Editora da Unicamp, 2009, p. 278.) !a) Identifique no texto duas interpretações divergentes a respeito da luta contra a dominação holandesa no Brasil. !b) Mencione dois fatores que levaram à invasão de Pernambuco pelos holandeses no século XVII.

(Ufpe 2012) O trabalho escravo garantia a colonização, mesmo que atingisse a dignidade humana e se chocasse com os princípios da religião católica romana, uma das instituições articuladoras da ocupação das terras americanas. No Brasil colonial, o trabalho escravo: ( ) foi usado nas plantações de cana de açúcar, mas recebeu a condenação dos holandeses no período de suas invasões às terras pernambucanas. ( ) definiu a identidade cultural da sociedade da época, sendo aceito, pelos nativos, sem resistência, em todas as atividades econômicas da colônia. ( ) contou com a participação de comerciantes europeus nas conexões com a África, favorecendo os países poderosos, como a Inglaterra. ( ) estendeu-se pela região sudeste, mas não participou, com destaque, da exploração do ouro, devido à falta de preparo técnico dos trabalhadores. ( ) conseguiu fixar-se na monocultura, com presença marcante na produção do açúcar, o que não o impediu de existir, embora com menos intensidade, nas vilas e cidades da colônia.

(Ufpe 2012) A presença dos holandeses foi marcante na história dos tempos coloniais. De fato, os holandeses possuíam grande poder de investimento e tinham rivalidades com outras nações da Europa. No Brasil, a presença holandesa em terras pernambucanas: ( ) deu-se, apenas, devido às rivalidades religiosas existentes entre católicos e protestantes, responsáveis por guerras contínuas e influentes na gestão das terras americanas. ( ) favoreceu o crescimento da produção açucareira, afastou a Espanha de Portugal e trouxe vantagens para as relações políticas com a democracia. ( ) movimentou o mercado internacional do açúcar, alterou relações diplomáticas e trouxe novas práticas sociais. ( ) derrubou os preconceitos contra a mão de obra escrava e recuperou Pernambuco da forte crise econômica que atravessava. ( ) trouxe novos hábitos para a colônia, com a vinda das ideias renascentistas, embora não tenha consolidado a aceitação da religião protestante na sociedade da época.

(Unb 2000) A grande lavoura, no Brasil colonial, organizou-se para oferecer em grande escala, para o exterior, gêneros tropicais produzidos em quantidade ínfima na Europa. A exploração agrária, por esse motivo, manteve as características condicionadas pelos objetivos mercantis. Com o auxílio dessas informações, julgue os itens a seguir: (1)Na grande lavoura colonial, que veio a se tornar parte da estrutura da formação social e econômica brasileira, o latifúndio foi a saída para a obtenção de avultada quantidade de produtos com baixo custo de produção. (2)O sistema de donatários permitiu incrementar a transferência de imigrantes, à medida que governo português tornou disponíveis recursos financeiros e extensões consideráveis de terra no Brasil para os interessados.

(3) Os "objetivos mercantis" mencionados no texto estavam enquadrados na lógica do capital industrial; ou seja, a produção de matérias-primas nas colônias deveria, sobretudo, reduzir o custo de vida na Europa. !(4) A exploração colonial fez parte de um conjunto de relações que envolveram o declínio da aristocracia fundiária europeia, o fortalecimento das monarquias nacionais centralizadas e a ascensão da burguesia mercantilista das metrópoles.

(Ufpe 2006) Portugal enfrentou resistências para manter sua dominação sobre o Brasil. Algumas rebeliões revelaram a insatisfação da população diante das cobranças dos tributos e das formas de dominação existentes. Na região das Minas Gerais, em 1720, houve a Revolta de Vila Rica, a qual: ( ) formulou um manifesto baseado nas ideias iluministas, conseguindo a adesão do clero e dos comerciantes, insatisfeitos com as cobranças de impostos. ( ) conseguiu fortalecer a ideia de abolição da escravatura, com apoio dos grandes comerciantes da região. ( ) foi uma movimento dirigido contra a cobrança de tributos, sem as propostas libertárias presentes em outras rebeliões do século XVIII. ( ) teve amplas repercussões na colônia e ameaçou o governo português com suas estratégias militares. ( ) ficou limitada aos protestos feitos na região das Minas, sendo liderada por Felipe dos Santos, que, afinal, foi punido por Portugal.

(Unb 1998) "A população da Colônia viveu em sua grande maioria no campo. As cidades cresceram aos poucos e eram dependentes do meio rural. A própria capital da Colônia foi descrita por Frei Vicente do Salvador, no século XVI, como 'cidade esquisita, de casas sem moradores, pois os proprietários passavam mais tempo em suas roças rurais, só acudindo no tempo das festas'. Um padre jesuíta refere-se à pobreza da pequena São Paulo, no século XVII, como resultado da constante ausência de habitantes porque, 'fora por ocasião de três ou quatro festas principais, eles ficam em suas herdades ou andam por bosques e campos, em busca de índios, no que gastam suas vidas' ".(Boris Fausto. "História do Brasil".) Com o auxílio do texto, julgue os itens seguintes, relativos à vida urbana no período colonial brasileiro. (1) O quadro descrito no texto modificou-se, em parte, pela crescente influência dos grandes comerciantes e pelo crescimento do aparelho administrativo. (2) A relevância qualitativa das cidades foi diminuindo ao longo do período colonial.

(3) Fatos como a invasão holandesa e a vinda da família real para o Brasil tiveram grande importância no desenvolvimento dos centros urbanos. (4) As primeiras cidades brasileiras foram construídas do interior para o litoral, seguindo, assim, o fluxo do processo de ocupação dos espaços.

(Unb 1998) "Quando saltavam em terra Como um bando de animais,

Dali do porto seguiam Logo pros canaviais E dos entes queridos

Notícias não tinham mais". (Rafael de Carvalho)

Com o auxílio das informações contidas no texto, julgue os itens abaixo, relativos à economia açucareira escravista no Brasil-Colônia. (1) A utilização do trabalho escravo fazia parte da lógica do antigo sistema colonial, à medida que o próprio tráfico proporcionava acumulação de riquezas. (2) Para estimular e favorecer o assentamento dos colonizadores no primeiro momento da colonização, a pequena produção escravista abastecia tão-somente o mercado interno.

(3) A decadência da economia açucareira colonial deveu-se à rebeldia dos escravos, que fugiam para formar os quilombos. !(4) O "banzo" era uma enfermidade que, não raras vezes, contribuía para reduzir a capacidade de produção dos negros escravos.

(Ufmt 1996) Dentro do contexto colonial brasileiro, julgue os itens. ( ) O "pacto colonial" consistiu no conjunto de normas e leis que regulavam as relações entre as Metrópoles europeias, principalmente no campo político. ( ) O Brasil sendo uma colônia de povoamento tinha como características: pequena propriedade, policultura, produção para o mercado interno, mão de obra escrava. ( ) A crise do sistema colonial, no fim do século XVIII foi acelerada pela Revolução Industrial que passou a exigir novos mercados determinando o fim do monopólio colonial. ( ) Em 1763 a capital do Brasil foi transferida de Salvador para o Rio de Janeiro, para tanto colaborou o incremento da economia baseada na exploração de riquezas minerais localizadas nos atuais estados de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso.