Cicatrização e Tecido Conjuntivo · Quelóide –definitivos, fibrose além dos limites da...

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Cicatrização e Tecido Conjuntivo Tatiana Teixeira Álvares

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Cicatrização e Tecido Conjuntivo

Tatiana Teixeira Álvares

Estágios da cicatrizaçãoAgudo – inflamação e coagulação:

Desencadeada pela lesão, média 72h (até 10 dias)

Vasoconstrição inicial (5 a 10min) e hipóxia na região

Vasodilatação inicia a fase inflamatória: Plaquetas - coágulo

prostaglandinas, histamina,cininas, etc (aumento da permeabilidade vascular)

Monócitos – Macrófagos, neutrófilos e fibroblastos – limpeza

Sinais flogísticos

Dor em repouso e movimento

Resposta aguda anormal (crônica ou persistente)

Estágios da cicatrizaçãoSubagudo – migratório e proliferativo:

Média 10 a 14 dias (até 6 semanas)

Formação de tecido granulado (rico em fibroblastos, neovascularização, macrófágos, fibroblastos e células endoteliais na matriz da lesão)

Proliferação de fibroblastos – síntese de colágeno, fibrina

Desenvolvimento gradual da resistência da lesão à tensão

Diminuição da efusão ativa e eritema local do estágio agudo

Estágios da cicatrização

Crônico - remodelação

Inicia após 14 dias (fase subaguda) e dura de 6 semanas a 12 meses

Fibroblastos se transformam em miofibroblastos –tracionam as bordas da lesão

Contração – remodelação e aumento da resistência à tensão – cicatriz

Progressão de função e atividades livres de dor

Estágios da cicatrização

Crônico - remodelação

Inicialmente rosada ou avermelhada – principalmente nos 6 primeiros meses proteger da exposição solar para não ficar hiperpigmentada

Após seis meses adquire coloração próxima à da pele (hipopigmentada)

3 a 4 semanas após a lesão – 25% da força

Após 6 meses a 1 ano - normalmente espessa e 70% força da pele original

Processo de cicatrização

Cicatrizes – resultado inevitável de uma lesão

Ocorre no tecido conjuntivo

Substituição do tecido lesado por conjuntivo neoformado

Hipertrófica, atrófica, normotrófica

Cicatriz atrófica

depressões dérmicas provocadas por

destruição do colágeno em doenças cutâneas

inflamatórias como queimaduras, acne ou

traumas

Cicatrizes hipertróficas e quelóides

Maior síntese de colágeno

Orientação em espiral e projeção das fibras colágenas na superfície cutânea

Cicatriz hipertrófica – pode regredir; ocorre dentro dos limites da lesão

Quelóide – definitivos, fibrose além dos limites da lesão

Cicatrizes hipertróficas e quelóides

Cicatriz Hipertrófica Quelóide

Processo de cicatrização

Cicatriz de primeira intenção:

Ocorre por planos

Menos colágeno

Menor tempo de recuperação

Tecido de granulação não visível

Processo de cicatrização

Cicatriz de segunda intenção:

Há perda de tecido e/ou infecção

Reparo por proliferação do tecido de granulação

Processo complicado e demorado

Inestética, possível comprometimento funcional

Fatores que influenciam a cicatrização

Fatores locais:

Infecção

Fatores mecânicos (movimento precoce)

Tamanho

Localização (vascularização do local)

Profundidade da lesão

Fatores que influenciam a cicatrização

Fatores sistêmicos:

Nutrição (deficiência proteína e vitamina C)

Estado metabólico (Diabetes mellitus)

Estado circulatório

Estado hormonal (glicocorticóides inibem síntese do colágeno)

Linhas de Langer

Orientação das fibras de colágeno na derme, seguindo as linhas de clivagem –alinhadas contra as forças comumente impostas ao tecido local.

Abordagem fisioterápica

Acelera o processo na cicatrização normal e previne complicações

Reabilitação de complicações

Intervenção precoce

Conhecimento da técnica cirúrgica e fisiologia da cicatrização

Objetivo: formar cicatriz móvel e forte , permitindo função indolor

Abordagem fisioterápica

Respeitar e estimular a neogênese vascular: fragilidade inicial; drenagem linfática manual na região vizinha

Orientação da cicatriz em relação às linhas de tensão

Mobilização favorece e melhora a síntese de colágeno

Massagem cicatricial

Mobiliza as fáscias

Orienta deposição das fibras colágenas (fase proliferativa)

Previne e trata fibroses, aderências e edemas

Pode ser realizada durante e após o processo

Manobras

Pinçamento

Pegar o tecido cicatricial entre os dedos

Levantá-lo sucessivamente ao longo da cicatriz, aproximando as bordas

Rompe aderências superficiais

Manobras

Rolamento

Pegar a cicatriz entre os dedos

Fazer um rolamento no sentido transverso e ao longo da cicatriz

Rompe aderências superficiais

Manobras

Fricção

Movimentos circulares ou transversais sobre a cicatriz

Mobiliza tecidos profundos

Manobras

Amassamento

Com os polegares em lados opostos da cicatriz, realizar o “S”

Mobiliza tecidos profundos

Manobras

Estiramento

Manobras alternativas de estiramento com as pontas dos dedos, em sentido longitudinal e transversal

Utilizar após a fase de contração da ferida

Tecido Conjuntivo

Sistema Fascial

Tecido conjuntivo

Conjunto membranoso extenso, no qual tudo está ligado, em continuidade, em unidade funcional.

Envolve as estruturas internas protegendo e sustentando

Forma uma lâmina contínua que envolve todo o corpo abaixo da pele

Conduz nervos e vasos sangüíneos e linfáticos

Liga os sistemas musculoesquelético e visceral

Aponeuroses - músculos

Pericárdio – coraçãoPleura - pulmões

Peritônio – vísceras abdominais

Meninges – sistema nervoso

Camadas fasciais

Fáscia superficial – tecido frouxo, contém gorduras, circulação dos fluidos, nutrição da pele, muito elástica

Fáscia muscular – esqueleto fibroso, mais densa, menos elástica, resistente às tensões

Fáscia visceral – pode ser delgada ou espessa, permite movimento

Camadas fasciais

Devem deslizar-se umas sobre as outras

Depende do comportamento dos fluidos da substância fundamental gelatinosa

É conduto da circulação lacunar – líquidos que fazem a nutrição tecidual, fora dos vasos

Depende das tensões e deformações, e responde à essas forças com encurtamentos, retrações, densificação, aderências

Manobras Miofasciais/Pompage(m)

Técnica desenvolvida por Marcel Bienfait e Cathie (norte americano) que associa uma distensão terapêutica da fáscia

com respiração. Normalmente precede a massagem, alongamento ou terapia manual.

Objetivos:

recuperação da frouxidão fisiológica da fáscia

Previnem aderências – aceleram a circulação lacunar e retarda a densificção e calcifícação artrósica

Hidratam a cartilagem articular

Permite o deslizamento dos tecidos

Manobras Miofasciais/Pompage(m)

A técnica deve ser realizada em três tempos:

1. Tensionamento do segmento

Até o limite da elasticidade fisiológica da estrutura musculoaponeurótica. O fisioterapeuta deve alongar lenta, regular e progressivamente as fibras até o limite de sua elasticidade (para evitar reflexo de estiramento do fuso)

Manobras Miofasciais/Pompage(m)

A técnica deve ser realizada em três tempos:

2. Manutenção do tensionamento

Maior ou menor de acordo com o tecido e objetivo. Normalmente mantém-se o tensionamento por 20 segundos.

3. Retorno à posição inicial

Realizada lentamente.

Repete-se o procedimento no mínimo 3 vezes, ou até que obtenha-se o relaxamento do tecido

Pompage global D.D., MMII e MMSS ao

longo do corpo, mãos para cima

Antebraços apoiados, mãos occipital, dedos cruzados .

Não é necessário elevar a cabeceira da maca, a não ser que o paciente não possua a lordose cervical fisiológica.

Tensionar as duas mãos

Pompage trapézio superior D.D.

Mão na base do crânio e outra sobre o ombro do mesmo lado, antebraços cruzam-se

Afasta-se as duas mãos ou somente a do ombro

Pompage trapézio superior

Pompage elevador da escápula

D.D.

Mão na base do crânio e outra sobre o ombro, com polegar apoiado sobre a porção interna da espinha da escápula

Afasta-se as duas mãos ou somente a do ombro

Pompage rotação cervical D.D., cabeça girada

para o lado a ser trabalhado

Uma mão na base do crânio, alinha a coluna cervical, outra mão sobre o queixo

Pressão sobre a mandíbula aumentando a ADM rotação

Pompage peitoral menor D.D., se possível,

pequena almofada entre as escápulas

De pé, uma mão sobre o ombro e a outra sobre o gradil costal, anteriormente.

Estabiliza-se a mão inferior e traciona-se a mão sobre o ombro

Pompage lombar/paravertebrais

D.V, almofada sob abdome

Mão sobre dorsal inferior e outra sobre o sacro, ou na região a ser trabalhada. Antebraços podem ou não se cruzar

Tensão afastando-se as mãos

Pompage quadrado lombar

D. V.

Fisioterapeuta fixa as últimas costelas com o apoio da mão cefálica e traciona EIAS com a mão caudal, ritmicamente

Pompage tronco inferior em rotação

D.D.

Fisioterapeuta flexiona passivamente quadril e joelhos do paciente, traz em rotação do tronco em sua direção

Apoia as tíbias do paciente contra o seu tronco e realiza movimentos rítmicos suaves em direção caudal e cefálica.

Repetir do outro lado

Não fazer se o paciente não suportar a rotação do tronco