CHRISTIANE CARVALHO NERES_RELATÓRIO FINAL PIBIC_CNPQ

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Universidade Federal do Piau Coordenadoria Geral de Pesquisa - CGP Pr-Reitoria de Pesquisa e Ps-Graduao - PRPPG Modalidade: Programa Institucional de Bolsas de Iniciao Cientfica do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico PIBIC/CNPQ Relatrio Final

ESTUDO FITOGEOGRFICO DA PORO NORTE DO PARQUE NACIONAL SERRA DA CAPIVARA PIAU (BRASIL)

Orientador: Prof Agostinho Paula Brito Cavalcanti Orientando: Christiane Carvalho Neres

PARTE 1: RELATRIO TCNICO CIENTFICO 1. APRESENTAO O homem interferindo na natureza de maneira irracional contribui para a quebra do equilbrio ecolgico e, conseqentemente, para a destruio de milhares de seres vivos, vegetais e animais. Se considerarmos os grandes biomas brasileiros, como o caso da caatinga, vemos que os problemas de degradao ambiental atingem ndices alarmantes. No domnio morfoclimtico das caatingas, a flora e a fauna tem sido sistematicamente exterminada, tanto pela forma indireta, atravs da retirada da cobertura vegetal provocando o desaparecimento dos habitats, como pela forma direta atravs da caa predatria (profissional e amadora). O problema se torna mais grave quando sabemos que h pouca conscientizao das autoridades e da populao em geral para com os problemas ligados degradao da natureza. Em funo dessa problemtica tem aumentado a importncia da Geoecologia (Fitogeografia e Zoogeografia), pois esta objetiva o estudo dos seres vivos e suas relaes com o meio ambiente. A Fitogeografia e/ou Geobotnica o ramo da Biogeografia que objetiva o estudo dos agrupamentos vegetais e, conseqentemente, a complexidade biolgica gerada a partir das relaes dos componentes florsticos com o meio ambiente. Essa disciplina abrange aspectos ligados a paleontologia, ecologia, sociologia e corologia das plantas, agrupando quatro temticas: fitopaleontologia, fitoecologia, fitossociologia e fitocorologia. Atravs de estudos fitogeogrficos possvel compreender a relao dos fatores do meio fsico (geologia, geomorfologia, pedologia e clima) na organizao, distribuio e dinmica das plantas fazendo entender porque diferentes reas apresentam fisionomias e composies florsticas to variadas. Esses estudos se processam desde a antiguidade por bilogos, botnicos, eclogos e gegrafos, sendo at meados do sculo XVIII um campo de pouco interesse pelos pesquisadores. Consta na literatura que os primeiros estudos sobre as espcies vegetais levando em considerao aspectos fitogeogrficos surgem no incio do sculo XIX a partir da publicao da obra Essai sur la Geographie des plantes (1805), (Ensaio sobre a Geografia das Plantas), de autoria dos naturalistas franceses Alexander Von Humboldt e Aim Bonpland.

O Parque Nacional Serra da Capivara (08 26 50 e 08 54 23 S e 42 19 47 e 42 45 51 W) est situado no sudeste do Estado do Piau compreendendo um rea de 129.140 ha. internacionalmente conhecido por conter a maior concentrao de pinturas rupestres e stios arqueolgicos do continente americano. Vestgios de ocupao humana distribuem-se por mais de 700 stios, localizados no ponto de encontro entre dois domnios geolgicos brasileiros: a Bacia Sedimentar Paleozica do Rio Parnaba e a Depresso Perifrica da Plancie Pr-Cambriana do Rio So Francisco. Estes dois domnios geolgicos sustentam dois domnios geomorfolgicos distintos: os Planaltos e Chapadas da Bacia do Rio Parnaba e a Depresso Perifrica Sertaneja e do Rio So Francisco. Em funo dessas caractersticas a rea muito interessante para o desenvolvimento de estudos geobotnicos, pois a justaposio entre dois domnios geolgicos faz com que rea do Parque Nacional Serra da Capivara seja dividida em dois conjuntos fitogeogrficos: a Formao Caduciflia Espinhosa da Bacia Sedimentar (poro norte) e dos Terrenos PrCambrianos (poro sul). O presente relatrio tem como objetivo analisar a dinmica e distribuio geogrfica dos componentes vegetacionais da poro norte do Parque Nacional Serra da Capivara, condicionada pelas suas relaes com os elementos fsico-naturais da rea (geologia, geomorfologia e pedologia). Tem como objetivos especficos: i) delimitar, identificar e mapear unidades fitoecolgicas para a rea pesquisada; ii) em cada unidade, descrever as relaes dos agrupamentos vegetais com os elementos do meio fsico. O trabalho est dividido em quatro partes. Na primeira, fez-se uma discusso sobre a vegetao Caatinga no Nordeste Brasileiro, destacando os principais trabalhos que tratam desse tema, tanto a nvel de escala local como regional. Na segunda parte, fez-se uma caracterizao da rea de estudo analisando os condicionantes naturais da mesma e as formas de uso e ocupao da terra. Na terceira parte, apresenta-se a base cartogrfica e a imagem de satlite, alm dos esboos geolgico/geomorfolgico e da vegetao, que serviram como base para a definio das unidades fitoecolgicas apresentadas no mapa na escala de 1:100.000. Na quarta parte, define-se e caracterizam-se as unidades fitoecolgicas, faz-se uma comparao entre elas com o objetivo de realizar uma anlise integrada. Apresenta-se o mapa das unidades fitoecolgicas elaborado na escala de 1:100.000.

O objetivo do presente trabalho oferecer uma contribuio para a compreenso das condies ambientais da rea de influencia do Parque Nacional Serra da Capivara. Espera-se contribuir com informaes que permitam chegar a uma anlise objetiva e coerente da vegetao da poro sul dessa unidade de conservao, que constitui numa das ultimas reas do semi-rido brasileiro possuidora de importante diversidade biolgica abrigando flora especfica e pouco estudada. A importncia da escolha do Parque Nacional Serra da Capivara para este projeto deve-se por ser uma das amostras mais representativas do bioma caatinga, mantendo sobre seus limites 130 mil ha conservados, que servem como reserva de biodiversidade. Outro fator que refora de maneira decisiva a importncia da rea para efeito da realizao desse relatrio a questo do patrimnio arqueolgico localizado no Parque Nacional Serra da Capivara. Os estudos e aes realizados no sentido da conservao dos recursos naturais do Parque Nacional Serra da Capivara, contribuiro para o estudo e preservao das relquias arqueolgicas. 2. INTRODUO O homem interferindo na natureza de maneira irracional contribui para a quebra do equilbrio ecolgico e, conseqentemente, para a destruio de milhares de seres vivos, vegetais e animais. Se considerarmos os grandes biomas brasileiros, como o caso da caatinga, vemos que os problemas de degradao ambiental atingem ndices alarmantes. No domnio morfoclimtico das caatingas, a flora e a fauna tem sido sistematicamente exterminadas, tanto pela forma indireta, atravs da retirada da cobertura vegetal provocando o desaparecimento dos habitats, como pela forma direta atravs da caa predatria (profissional e amadora). O problema se torna mais grave quando sabemos que h pouca conscientizao das autoridades e da populao em geral para com os problemas ligados degradao da natureza. Em funo dessa problemtica tem aumentado a importncia da Geoecologia (Fitogeografia e Zoogeografia), pois esta objetiva o estudo dos seres vivos e suas relaes com o meio ambiente. A Fitogeografia e/ou Geobotnica o ramo da Biogeografia que objetiva o estudo dos agrupamentos vegetais e, conseqentemente, a complexidade biolgica gerada a partir das relaes dos componentes florsticos com o meio ambiente. Essa disciplina abrange aspectos ligados a paleontologia, ecologia, sociologia e corologia das plantas, agrupando quatro temticas: fitopaleontologia, fitoecologia, fitossociologia e fitocorologia.

Atravs de estudos fitogeogrficos possvel compreender a relao dos fatores do meio fsico (geologia, geomorfologia, pedologia e clima) na organizao, distribuio e dinmica das plantas fazendo entender porque diferentes reas apresentam fisionomias e composies florsticas to variadas. Esses estudos se processam desde a antiguidade por bilogos, botnicos, eclogos e gegrafos, sendo at meados do sculo XVIII um campo de pouco interesse pelos pesquisadores. Consta na literatura que os primeiros estudos sobre as espcies vegetais levando em considerao aspectos fitogeogrficos surgem no incio do sculo XIX a partir da publicao da obra Essai sur la Geographie des plantes (1805), (Ensaio sobre a Geografia das Plantas), de autoria dos naturalistas franceses Alexander Von Humboldt e Aim Bonpland. O Parque Nacional Serra da Capivara est situado no sudeste do Estado do Piau compreendendo uma rea de 129.140 ha. internacionalmente conhecido por conter a maior concentrao de pinturas rupestres e stios arqueolgicos do continente americano. Vestgios de ocupao humana distribuem-se por mais de 700 stios, localizados no ponto de encontro entre dois domnios geolgicos brasileiros: a Bacia Sedimentar Paleozica do Rio Parnaba e a Depresso Perifrica da Plancie Pr-Cambriana do Rio So Francisco. Estes dois domnios geolgicos sustentam dois domnios geomorfolgicos distintos: os Planaltos e Chapadas da Bacia do Rio Parnaba e a Depresso Perifrica Sertaneja e do Rio So Francisco. Em funo dessas caractersticas a rea muito interessante para o desenvolvimento de estudos geobotnicos, pois a justaposio entre dois domnios geolgicos faz com que rea do Parque Nacional Serra da Capivara seja dividida em dois conjuntos fitogeogrficos: a Formao Caduciflia Espinhosa da Bacia Sedimentar (poro norte) e dos Terrenos PrCambrianos (poro sul). O presente relatrio tem como objetivo analisar a dinmica e distribuio geogrfica dos componentes vegetacionais da poro norte do Parque Nacional Serra da Capivara, condicionada pelas suas relaes com os elementos fsico-naturais da rea (geologia, geomorfologia e pedologia). Tem como objetivos especficos: i) delimitar, identificar e mapear unidades fitoecolgicas para a rea pesquisada; ii) em cada unidade, descrever as relaes dos agrupamentos vegetais com os elementos do meio fsico.

O trabalho est dividido em quatro partes. Na primeira, fez-se uma discusso sobre a vegetao Caatinga no Nordeste Brasileiro, destacando os principais trabalhos que tratam desse tema, tanto a nvel de escala local como regional. Na segunda parte, fez-se uma caracterizao da rea de estudo analisando os condicionantes naturais da mesma e as formas de uso e ocupao da terra. Na terceira parte, apresenta-se a base cartogrfica e a imagem de satlite, alm dos esboos geolgico/geomorfolgico e da vegetao, que serviram como base para a definio das unidades fitoecolgicas apresentadas no mapa na escala de 1:100.000. Na quinta parte, define-se e caracteriza-se as unidades fitoecolgicas, faz-se uma comparao entre elas com o objetivo de realizar uma anlise integrada. O objetivo do presente trabalho oferecer uma contribuio para a compreenso das condies ambientais da rea de influencia do Parque Nacional Serra da Capivara. Espera-se contribuir com informaes que permitam chegar a uma anlise objetiva e coerente da vegetao da poro sul dessa unidade de conservao, que constitui numa das ultimas reas do semi-rido brasileiro possuidora de importante diversidade biolgica abrigando flora especfica e pouco estudada. A importncia da escolha do Parque Nacional Serra da Capivara para este projeto deve-se por ser uma das amostras mais representativas do bioma caatinga, mantendo sobre seus limites 130 mil ha conservados, que servem como reserva de biodiversidade. Outro fator que refora de maneira decisiva a importncia da rea para efeito da realizao desse relatrio a questo do patrimnio arqueolgico localizado no Parque Nacional Serra da Capivara. Os estudos e aes realizados no sentido da conservao dos recursos naturais do Parque Nacional Serra da Capivara, contribuiro para o estudo e preservao das relquias arqueolgicas. 3. ASPECTOS METODOLGICOS DA PESQUISA A pesquisa realizada na rea do Parque Nacional Serra da Capivara (PI) foi desenvolvida com base nos encaminhamentos fundamentais das pesquisas cientificas in loco, onde foram abordados procedimentos metodolgicos como a observao, inspeo de campo, acompanhamento de pessoas com conhecimento da rea e complementao de dados atravs de consultas a bibliografia referente ao tema e a rea estudada. Na elaborao do projeto de pesquisa ficaram previstas as seguintes etapas: i) coleta de dados com reviso bibliogrfica e documental, ii) interpretao de dados bibliogrficos, documentais e cartogrficos e iii) trabalhos de campo

Nas duas etapas iniciais, foram catalogados os mapas, cartas e toda a bibliografia referente rea de estudo. Com base nas Folhas Sistemticas Plani-altimtrica da DSG/SUDENE na escala de 1:100.000 (folha Serra do Congo/SC-23-X-B-II, folha Barragem/SC-23-X-VI, folha Canto do Buriti/SC-23-X-B, folha So Joo do Piau/SC-23-XB-II), foi confeccionada uma base cartogrfica para a rea de estudo, na escala de 1:100.000, com o objetivo de subsidiar o trabalho de campo e a identificao dos componentes geoecolgicos. O trabalho de campo foi realizado com visita a rea, onde foi feito o reconhecimento geral da mesma e o levantamento de campo. Atravs da execuo das tcnicas de campo foi possvel elaborar um levantamento preliminar da florstica e fitogeografia, com posterior compartimentao da rea de estudo em unidades fitoecolgicas. Como suporte identificao e anlise dos componentes geoecolgicos foram utilizados mapas e tcnicas de sensoriamento remoto. Os mapas correspondem ao mapa geolgico em escala de 1:250.000 do Laboratrio de Geologia Sedimentar (UFPE) e ao mapa geomorfolgico em escala de 1:500.000, de autoria de Pellerin (1984). Foram utilizadas tcnicas de sensoriamento remoto na interpretao visual da imagem de satlite LANDSAT 5 TM composio colorida, datada do ano de 2007, na escala de 1:100.000. Como ltima etapa, foram realizadas entrevistas com moradores locais, escolhendo principalmente pessoas com conhecimentos da rea, onde procuramos acompanh-los em suas andanas pelas matas, a fim de levantar informaes sobre as espcies vegetais mais freqentes encontradas, bem como sua denominao popular e as caractersticas dessas espcies bastante conhecidas pelo morador local. 4. REVISO DA LITERATURA 4.1 CARACTERIZAO GERAL DA REA DE ESTUDO 4.1.1 LOCALIZAO GEOGRFICA E CONDIES AMBIENTAIS Situado em uma regio de clima semi-rido, na fronteira entre a Bacia Sedimentar Piau-Maranho e a Depresso Perifrica do Rio So Francisco, o Parque Nacional Serra da Capivara formado por unidades de paisagem que se caracterizam pela diversificao de bitipos com particularidades naturais e culturais. Est localizado na macrorregio do sudeste piauiense, microrregio do municpio de So Raimundo Nonato, aproximadamente entre as coordenadas 08 26 50 e 08 54 23 de latitude S e 4219 47 e 42 45 51 de longitude W (Fig. 1).

Figura 1: Localizao do Parque Nacional Serra da Capivara. Fonte: Imagem landsat, 2009. O parque abrange reas dos municpios piauienses de So Raimundo Nonato, Coronel Jos Dias, Joo Costa e Brejo do Piau, onde ocorrem pores topograficamente mais elevadas que recebem os nomes locais de Serra Talhada, Serra Branca, Serra do Congo, Serra Nova, Serra Vermelha e Serra Grande que fazem parte de um complexo que leva o nome de Serra do Bom Jesus do Gurguia (IBAMA, 1991). O Parque Nacional Serra da Capivara foi criado em 1979 a pedido de uma equipe de cooperao cientifica franco-brasileira que realizava trabalhos arqueolgicos na rea. Sua criao teve mltiplas motivaes ligadas preservao de um ecossistema especfico e de um dos mais importantes patrimnios culturais pr-histricos do mundo, sendo reconhecido pela UNESCO como patrimnio cultural da humanidade. De acordo com dados do IBAMA (1991), o Parque Nacional Serra da Capivara possui superfcie de 605.000 ha, rea de 129.140 ha, permetro de 214 km, altitudes de 320 a 600 m, apresenta clima semi-rido, correspondente ao tipo Bshw com seca invernal de Kppen, e temperatura mdia anual de 28C, com regime de chuvas entre 250 e 500 mm/ano apresentando irregularidade interanual.

A Macrorregio do Sudeste Piauiense enquadra-se dentro de um clima quente tropical com estao seca pronunciada de 05 a 07 meses. A estao chuvosa, significativamente curta, caracteriza-se pela sua irregularidade. A pluviometria mdia total da ordem de 600 mm, com a mnima em torno de 300 mm e a mxima de 1000 mm anuais. A temperatura mdia fica em torno dos 27C, com mnimas de 18C e mximas de 35C (INMET, 2008). O Parque drenado pela Bacia Hidrogrfica do Rio Parnaba, sub-bacia dos rios Piau e Canind, que abrange os estados do Maranho, Piau e Cear. O funcionamento da rede de drenagem do Parque est condicionado a litologia da rea e ao clima semi-rido, apresentando cursos de gua caracterizados por regime irregular intermitente. Na rea de estudo nenhum rio importante permanente. Existem olhos dgua de regime perene, caldeires, lagoas temporrias e algumas cavernas que conservam gua nas galerias interiores (FUMDHAM, 1998). Geologicamente a rea ponto de encontro entre dois domnios brasileiros: a Bacia Sedimentar Paleozica do Piau-Maranho, ou do Rio Parnaba, e a Depresso Perifrica Cristalina da Plancie Pr-Cambriana do Rio So Francisco. Estes domnios geolgicos sustentam dois domnios geomorfolgicos distintos: os Planaltos e Chapadas da Bacia do Parnaba e a Depresso Perifrica Sertaneja e do So Francisco. Os aspectos do quadro natural da rea (geolgicos, geomorfolgicos e pedolgicos) so descritos a partir de dados extrados do Projeto RADAM (1972), CPRM (2006) e do trabalho de PELLERIN (1984). Segundo essas referncias, a rea em epgrafe tem representao de rochas da Formao Serra Grande, constitudas de arenitos brancos grosseiros conglomerados. Em maior escala identifica-se a ocorrncia de rochas trissicas da Formao Sambaba, constituda predominantemente de arenitos avermelhados, amarelados ou brancos finos e mdios, pouco argilosos, com finas intercalaes de slex e abundncia de estratificao cruzada (Fig. 2).

Figura 2: Mapa geolgico da rea do P. N. Serra da Capivara e adjacncias. Fonte: Modificado de Brasil, 2006. Geomorfologicamente a rea caracterizada pela presena de feies que consistem em uma superfcie de aplainamento modelada durante o Tercirio ou Pleistoceno, sob clima rido. As formas estruturais consistem em superfcies tabulares submetidos a processos de sedimentao. As chapadas so geralmente arenticas, cuestiformes ou no, limitadas por rebordos festonados, localmente dissimulados por sedimentos, apresentando front de cuesta nas escarpas a sudoeste da Serra da Capivara. Pedologicamente a rea caracterizada pela presena de latossolos vermelho-amarelo oriundos de coberturas areno-argilosas, no hidromrficos, de perfil profundo, bem desenvolvido, com elevado grau de intemperizao, alm da presena de litlicos que compreendem solos rasos, pouco desenvolvidos, apresentando horizonte

A ausente sobre rocha, de carter distrfico, pedregosos e com declives fortes, susceptveis eroso e areias quartzosas que so solos profundos e excessivamente drenados com nveis de fertilidade muito baixos, sendo predominantemente distrficos desprovidos de minerais facilmente decomponveis. A rea de estudo est situada no contato de duas grandes unidades morfo-estruturais: o escudo metamrfico sedimentar pr-cambriano e o planalto sedimentar paleozico do PiauMaranho. Localizado ao sul da rea de estudo, o escudo est modelado em terrenos cristalinos, possui caractersticas semi-ridas, altitude mdia de 400/300m e superfcie de pedimento regular com fraca declividade (PELLERIN, 1984). Localizado ao norte da rea de estudo, o Planalto da Bacia Sedimentar Piau-Maranho se constitui numa superfcie montona, com estrutura predominantemente arentica e altitude mdia de 500/600m. Suas bordas formam escarpas cuestiformes que representam o relevo mais importante da regio. Forma cuestas e morros testemunhos na rea dissecada e possui formaes que vo desde o silrio-devoniano (Paleozico) at o trissico (Mesozico) (PELLERIN, 1984). So reconhecidas trs unidades geomorfolgicas na rea do Parque Nacional Serra da Capivara: planaltos arenticos, cuestas e pedimento. Os planaltos arenticos situam-se a oeste do parque e constituem chapadas do reverso da cuesta, de relevo regular e montono cuja altitude chega a 630m. As cuestas foram modeladas em rochas predominantemente arenticas e conglomerticas do Grupo Serra Grande. A cuesta pode ser dupla com tabuleiro intermedirio, seu desnvel entre o pedimento oscila entre 200 a 250m. O pedimento uma vasta rea de eroso, situada no sop da cuesta, que se inclina suavemente a partir dos bordos da cuesta rumo calha central do rio Piau. Os aspectos biticos (fauna e flora) so descritos a partir de dados extrados do IBAMA (1991), FUMDHAM (1998) e dos trabalhos de EMPERAIRE (1980, 1984), ARRUDA (1993) e LEMOS (1999). Segundo essas referncias, a fauna do Parque Nacional Serra da Capivara abriga populaes da maioria dos endemismos da caatinga. Os refgios so representados pelos enclaves de mata semi-decdua dos boqueires, que assumem importncia para a fauna durante a estao seca. Alm dos endemismos, existem no parque diversas espcies da fauna ameaadas de extino. So registrados no Parque Nacional Serra da Capivara 33 espcies de mamferos no voadores, 24 espcies de morcegos, 208 espcies de aves, 19 espcies de lagartos, 17 espcies de serpentes e 17 espcies de jias e sapos.

A rea est inserida no domnio das caatingas com uma formao constituda das principais caractersticas desse tipo de vegetao: apresenta um tapete herbceo anual, condicionado pelos elementos do meio fsico (geologia, geomorfologia, pedologia), estratificao arbrea, arbustiva e herbcea, apresentando espcies caduciflias e subcaduciflias, com presena de indivduos de carter suculento e xerfilo. O domnio da caatinga piauiense como formao vegetal, de acordo com FERNANDES E BEZERRA (1990), estende-se a partir da Bacia do Rio Parnaba, ao longo das elevaes perifricas (leste e sul do estado), das elevaes interioranas (centro-sul) e nas depresses aplainadas da referida bacia. Devido presena de espcies tpicas do cerrado, salientam que esto associadas s condies morfoclimticas em terrenos sedimentares, chapadas, serras e superfcies aplainadas. De acordo com a classificao fitogeogrfica do Brasil proposta pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE-1991), ocorre no estado do Piau seis tipos de vegetao: Savana-estpica (Caatinga), Savana (Cerrado), Floresta Estacional Decidual (Floresta Tropical Caduciflia), Floresta Ombrfila Aberta (Faciaes da Floresta Ombrfila Densa), Formaes Pioneiras (Restingas, Manguezais e Alagados) e reas de Tenso Ecolgica (Vegetao de Transio). Com relao dinmica desses tipos de vegetao no Piau, na poro leste do estado, se distribui a Savana-estpica (Caatinga) na fronteira com os estados do Cear, Bahia e Pernambuco. Na poro oeste do estado, se distribui a Savana (Cerrado) na fronteira com os estados do Maranho e Tocantins. Na poro sul do estado, se distribui a Floresta Estacional Decidual na fronteira com o estado da Bahia. Por toda a extenso oeste do estado, se distribuem disjunes da formao Floresta Ombrfila Aberta, caracterizando a regio meio norte do Brasil. Na poro norte do estado, se distribui as formaes pioneiras e entre todos esses tipos de vegetao ocorrem reas de tenso ecolgica, que caracterizam as transies entre as formaes vegetais. Na Macrorregio do Sudeste Piauiense predominam as formaes vegetais de caatinga de porte arbreo e arbustivo, alm de campos de cerrados. As chapadas dessa regio so revestidas de caatinga, predominando o porte arbustivo com folhas pequenas que caem durante a estiagem. Nos baixes (reas prximas aos rios) predominam o porte arbreo com aproveitamento na agricultura.

Na rea do parque, a Formao Caatinga se distribui conforme as caractersticas geolgicas, geomorfolgicas e edficas apresentando estratificaes diferenciadas. A justaposio entre dois domnios geolgicos faz com que a rea em questo seja dividida em dois conjuntos fitogeogrficos: a formao caduciflia espinhosa da bacia sedimentar e dos terrenos pr-cambrianos. 4.1.2 USO E OCUPAO DO SOLO Segundo registros histricos, os primeiros habitantes da rea do Parque Nacional Serra da Capivara foram os ndios da tribo Tapuias, que se distriburam pelo vale do rio Piau. No final do sc. XVII chegaram os jesutas e os primeiros colonizadores que praticavam atividade econmica baseada na cultura da manioba, povoando a rea com a criao de fazendas e stios. Com a crise da lavoura da manioba houve o xodo rural, sendo que, atualmente, existem poucos moradores nas reas anteriormente ocupadas pelos primeiros ncleos de povoamento da regio. Mas esse tipo de ocupao causou grande interferncia no meio ambiente, pois a cultura da manioba sempre ia exigindo novas terras, e matas foram sendo derrubadas. A flora foi parcialmente degradada, em funo da retirada da cobertura vegetal arbrea. Atualmente, a rea do parque encontra-se preservada, mas h o predomnio das pastagens e das culturas anuais nas reas adjacentes ao parque. De modo resumido, podemos dizer que as atividades antrpicas mais prejudiciais para a flora local so: i) A derrubada constante das matas ainda existentes e que vo diminuindo cada vez mais o espao para sobrevivncia e a procriao dos animais que ainda vivem nessa rea. ii) As queimadas que so praticadas todos os anos na poca da seca, para a limpeza do terreno e renovao das pastagens. Acontece que todos os anos essas queimadas acabam entrando nas reas de mata preservada, provocando incndios, causando a destruio desses ambientes e matando animais e aves que no conseguem fugir a tempo. iii) Atualmente, as monoculturas de cajueiro vm penetrando pelo sul da rea e transformando as paisagens, as capoeiras e os pequenos capes de matas em grandes lavouras de caju. A conseqncia dessa prtica que a poluio, atravs de defensivos agrcolas, causa a morte de animais das reas adjacentes, que atravessam o parque. Por outro lado, essas monoculturas so tambm queimadas na poca das secas, o que provoca a degradao do meio ambiente e a morte de pequenos animais, rpteis e aves, acelerando o desequilbrio dessas populaes algumas em via de extino.

A parceria FUMDHAM, Fundao Museu do Homem Americano, e IBAMA, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis, ajuda na preservao e conservao da fauna e flora do interior do parque, contra a ao exploratria do homem. As comunidades que habitam o entorno do parque, so formadas de pessoas com poucas condies financeiras e dotadas de pouco conhecimento. Esses indivduos por no entenderem a importncia de preservar os recursos do parque nacional, no possuem nenhuma preocupao em realizar atividades ilegais na rea. A pecuria, a agricultura de subsistncia e intensiva e a explorao de madeira so as principais responsveis pelos antropismos na regio (ARRUDA, 1993). Grande parte dos impactos ambientais que o Parque Nacional Serra da Capivara sofre so visualmente identificados. o caso do reflorestamento, ocorrido em virtude do desmatamento de extensas reas de matas nativas nos municpios vizinhos ao parque. A extrao de madeira para o consumo da lenha em olarias, caieiras, casas de farinha, e padarias nos municpios entorno do parque, pratica comum e livre de qualquer controle ou fiscalizao (ARRUDA, 1993). Para diminuir os danos, foram implantados diversos projetos de reflorestamento com caju nas reas devastadas pela extrao de madeira. As plantaes de caju, alm de servirem como reflorestamento de uma rea desmatada, so o modo de sobrevivncia de algumas comunidades nas circunvizinhanas do parque, que vivem em funo da venda do caju e de outros frutos que so plantados na propriedade. A extrao de madeira e a agricultura de subsistncia e intensiva so dois antropismo comuns na rea do parque, que devastam a mata nativa e ameaam a sobrevivncia da fauna local. A caa ilegal outra atividade freqente na rea do Parque Nacional Serra da Capivara. Mesmo com a fiscalizao de rgos como o IBAMA e FUMDHAM, alguns indivduos insistem na prtica da caa ilegal, aprisionado espcies endmicas e ameaadas de extino da fauna local. O Tatu-verdadeiro (Dasypus novemcinctus), o Tatu-peba (Eupharactus sexcinctus) e o Mixila (Tamandu tetradactyla), so algumas das espcies da fauna local que mais sofrem com a ao dos caadores na regio. A caa ilegal provoca alterao no meio ambiente em decorrncia da ao do homem, com isso, outro antropismo que acontece no Parque Nacional Serra da Capivara.

4.1.3 DELIMITAO DA REA PARA ESTUDO DE DETALHE O Parque Nacional Serra da Capivara est localizado no sudeste do estado do Piau, ocupando reas dos municpios de So Raimundo Nonato, Joo Costa, Coronel Jos Dias e Brejo do Piau, entre as coordenadas 082650 e 085423 de latitude sul e 421947 e 424551 de longitude oeste. A rea em estudo possui uma superfcie de 605.000ha, numa rea de 129.140ha pertencente Mesorregio do Sudeste Piauiense e a Microrregio de So Raimundo Nonato (FUMDHAM, 1998). A partir das Folhas Sistemticas Plani-altimtrica da DSG/SUDENE na escala de 1:100.000 (folha Serra do Congo/SC-23-X-B-II, folha Barragem/SC-23-X-VI, folha Canto do Buriti/SC-23-X-B, folha So Joo do Piau/SC-23-X-B-II), foi confeccionada uma base cartogrfica com o objetivo de se fazer uma melhor caracterizao da mesma. A pesquisa realizada seguiu os encaminhamentos fundamentais dos trabalhos de carter geoecolgico, com base na premissa de que os elementos constituintes do meio natural (geolgicos, geomorfolgicos, pedolgicos, hidrolgicos e biolgicos) encontram-se intimamente interligados no ambiente. Partindo desse pressuposto, identificou-se unidades naturais da paisagem (unidades fitoecolgicas) passiveis de reconhecimento pelas caractersticas geoecolgicas observadas no padro fisionmico, organizacional e funcional de cada um dos elementos. Na delimitao das unidades utilizou-se como elemento padro a compartimentao geolgico-geomorfolgica e a estrutura dos agrupamentos vegetais, pois o aspecto geolgicogeomorfolgico constitui fator condicionante na distribuio da vegetao e,

conseqentemente, na caracterizao das unidades fitoecolgicas. A compartimentao da rea em unidades fitoecolgicas de fundamental importncia para o entendimento do funcionamento das mesmas, de modo a oferecer subsdio para uma interveno adequada e, conseqentemente, garantir a preservao das mesmas. Para se chegar aos resultados desejados, com o intuito de se ter uma idia mais precisa da estrutura vegetacional da rea mapeada e, conseqentemente, uma melhor delimitao das unidades fitoecolgicas, adotou-se o mtodo de levantamento por meio da transeco linear, que consiste em estender uma trena sobre o solo, criando um alinhamento, no caso de 24 metros, ao longo do qual anotam-se todas as plantas que cruzam a linha da trena, desde as ervas rasteiras e gramneas at rvores de grande porte. Devido o carter fortemente emaranhado da vegetao do sub-bosque, optou-se por um alinhamento curto, inferior a 25 metros.

Para coleta de dados e informaes sobre o perfil da vegetao foram usados, alm da trena de 5 metros (rgida), trenas de 10/20/50 metros (flexveis) e balizas de fixao, paqumetro, altmetro, bssola simples (para medir a orientao do perfil e vertente), sacos plsticos (para coleta de amostras, evitando a entrada de ar e conseqente apodrecimento das mesmas), e etiquetas auto-adesivas para identificao das espcies, gneros e/ou famlias de plantas. As espcies coletadas foram levadas para gabinete, a fim de se identificar os gneros, famlias e/ou espcies, atravs de chaves de interpretao com base em bibliografia pertinente. Para uma melhor definio e caracterizao das unidades buscou-se algumas informaes referente ao quadro geoecolgico da regio. A partir dessas informaes foi esquematizado um esboo geolgico/geomorfolgico e um esboo da vegetao. 4.1.4 ESBOO GEOLGICO E GEOMORFOLGICO Com base no mapeamento apresentado pelo Projeto RADAMBRASIL, constatou-se que a rea do Parque Nacional Serra da Capivara est localizada no ponto de encontro entre dois importantes domnios geolgicos brasileiros: a Bacia Sedimentar Paleozica do Rio Parnaba e a Depresso Perifrica Cristalina da Plancie Pr-Cambriana do Rio So Francisco. Estes domnios geolgicos sustentam dois domnios geomorfolgicos distintos: os Planaltos e Chapadas da Bacia do Parnaba e a Depresso Perifrica Sertaneja e do So Francisco. Com base no mapeamento elaborado pela CPRM (2006), verificou-se que na rea aqui mapeada a ocorrncia das seguintes formaes geolgicas: Serra Grande, Pimenteira e Cabea, todas pertencentes coluna estratigrfica da Bacia Sedimentar do Parnaba, com presena tambm de depsitos colvio-eluviais, detritico-lateritos, Formao Barra Bonita (Grupo Casa Nova) e ainda uma pequena mancha do Complexo Sobradinho-Remanso nas adjacncias da poro sul do parque. A Formao Serra Grande (SDsg), originada no silurodevoniano, constituda de arenitos brancos, grosseiros, conglomerticos, contm leitos de at 20m de conglomerado oligomtico grosseiro, com seixos de at 20m de dimetro de quartzo, cujo tamanho diminui da base para o topo, seguindo-se arenitos grosseiros com estratificao entrecruzada diagonal. Esta formao bordeja a parte sul-sudeste da rea de estudo, sobre forma de escarpas de cuestas, assentando em discordncia angular sobre o embasamento cristalino.

A Formao Pimenteira (Dp), datada do devoniano inferior, caracteriza-se por apresentar intercalaes de arenitos e siltitos, variando de branco a cinza claro, encontrados principalmente no topo da formao e, folhelhos vermelho e cinza-escuro, micceos, contendo ndulos e leitos de olitos piritosos. Constitui por bancos alternativamente de arenitos e de siltitos cuja fraca resistncia eroso permitiu a abertura de vales internos na chapada como a de Boa Esperana, Nova Olinda e So Joo do Piau. A Formao Cabea (Dc), com origem no devoniano mdio a superior, constituda basicamente de arenitos de cores claras, branco e cinza-amarelo, s vezes chegando a vermelho, mdios a grosseiros, freqentemente conglomertico e pouco argiloso. Aparecem ainda em certos locais, intercalaes de siltitos e arenitos finos, laminados, de cores claras. Geralmente essa formao constituda de um arenito duro, homogneo e bem consolidada, com estratificao entrecruzada que constitui as vertentes em cornija dos vales das chapadas (Riacho do Boqueiro e da Serra Branca). Com base no mapeamento apresentado por PELLERIN (1984), o relevo da rea de estudo encontra-se compartimentado em trs unidades: a zona de cuesta, os planaltos arenticos do reverso da cuesta e o pedimento. A zona de cuesta constitui numa rea de estruturas concordantes homoclinais soerguidas, pertencentes Bacia Maranho-Piau, que foram modeladas em rochas predominantemente arenticas e conglomerticas do Grupo Serra Grande. O desnvel entre a cuesta e o pedimento oscila entre 200 e 250m. Nessa rea, a eroso gerou vales muito profundos e dentriticos. A cuesta pode ser dupla com tabuleiro intermedirio, um exemplo est na rea de cuesta no Zabel. So reas de importante relevncia arqueolgica, pois abrigam uma significativa concentrao de abrigos com pinturas. Alm disso, esta unidade apresenta um aprofundamento em cnions com paredes ruineformes verticais e com vasta largura formando corredores que terminam em boqueires. Os planaltos arenticos constituem chapadas do reverso da cuesta, esto localizados a oeste, so caracterizados por apresentar relevo regular e montono, cuja altitude chega a 630m, so cortados por vales com direo norte/sul, vales de fundo plano dominados por cornijas de arenitos subverticais esculpidos em relevos ruiniformes e arredondados. Rumo ao norte, as chapadas passam a formas mais tabulares, seguidas por morros residuais isolados nas vertentes em degraus.

A rea do pedimento dominada por numerosos inselbergs e corresponde a uma vasta rea de eroso situada no sop da cuesta inclinada suavemente a partir dos bordos da cuesta rumo calha central do rio Piau. Nessa rea afloram rochas cristalinas do Pr-Cambriano derivadas da faixa de dobramento Riacho do Pontal. caracterizada pela presena de inselbergs de granito e gnaisse, relevos planos de micaxistos e serrotes calcrios. Com base no mapeamento apresentado pelo Projeto RADAMBRASIL, constatou-se que a rea de estudo encontra-se localizada na justaposio de dois domnios geolgicos brasileiros. O embasamento cristalino representado pela Depresso Perifrica da Plancie PrCambriana do So Francisco. Pr-Cambriano, exibe um sistema de dobramentos dentro da provncia Borborema, tendo sido estruturado durante o ciclo brasiliano. Possui formato irregular ao longo da rea que representa 28.000km. Est localizado na divisa dos estados do Piau, Pernambuco e Bahia, ocupando rea delimitada por trs fronteiras geotectnicas: i) Provncia Borborema (sudeste), ii) Craton So Francisco (norte) e iii) Bacia do Parnaba (sudeste). A rea de embasamento cristalino subdividida em cinco subzonas de cisalhamento, sendo a rea de estudo compreendida pela subzona de cisalhamento Barra do Bonito. Essa rea composta por muscovita-quartzitos, quartzitos feldspticos, micaxistos e quartzoxistos. O domnio sedimentar representado pela Bacia do Rio Parnaba, ou Bacia MaranhoPiau. Essa bacia representa o paleozico da rea, possui grande dimenso, com rea de aproximadamente 600.000km agregando pores dos estados do Par, Tocantins, Maranho, Piau e Bahia. Abriga um pacote de mais de 3.000m de espessura mxima de sedimentos. paleozica, embora depsitos mesozicos ocupem grandes reas. Possui forma elipsoidal, com dimetro maior longitudinal de 1.000m e dimetro menor, ortogonal ao maior, de 800m. estruturalmente assimtrica, est disposta segundo um eixo NE/SW passando pela capital Teresina. O mergulho de suas camadas na borda sul/sudeste mais acentuado que o da borda nordeste. No centro da bacia as camadas tm inclinaes de 7 a 10m/km fazendo com que as feies estruturais de grande extenso da rea (dobras, arcos e falhas) passem despercebidas, sendo visveis apenas em nivelamentos encontrados em afloramentos mais extensos. Na rea de estudo afloram rochas depositadas durante o Siluriano e Devoniano, correspondentes aos Grupos Serra Grande e Canind.

4.1.5 ESBOO DA VEGETAO A partir das referncias bibliogrficas e cartogrficas e, principalmente, das observaes feitas em campo constatou-se que, de um modo geral a vegetao da rea encontra-se significativamente preservada. A ocorrncia da vegetao est intimamente ligada s caractersticas geolgicogeomorfolgicas e aos diferentes estgios de conservao dos solos. Aps a caracterizao da rea de estudo e atravs da metodologia empregada, foi possvel identificar as principais espcies vegetais que so encontradas na rea do Parque Nacional Serra da Capivara. Ressaltamos que o critrio adotado para a presente relao prende-se somente a dados confirmados, pois no interesse fazer meno as espcies que no tenham sido levantadas. Cada espcie foi analisada separadamente e passamos agora a dar as principais caractersticas das mesmas: Angico (Piptadenia macrocarpa) rvore de caule tortuoso e mediano, de casca grossa, rugosa, fendida e avermelhada. Pertencente a famlia das Leguminosas mimosideas. Possui folhas bipinadas, flores alvas com captulos globosos e vagem achatada, grande, at 32 cm de comprimento. usada como madeira de lei para trabalhos de marcenaria, como na confeco de mveis finos. Presente em todo o nordeste brasileiro, estendendo-se at os estados centrais. Aroeira (Astronium urundeuva) rvore de tronco alto, linheiro, com mais de 1 m. de dimetro, possui larga copa, formada por ramos flcidos. pertencente famlia das Anacardiceas. Possui folhas alternas e flores em panculas purpreas com plos brancos. Frutos drupceos, pequenos e apiculados. madeira de cerne roxo-escuro, dura, difcil de ser lavada, utilizada na construo civil. A resina amarela-clara, proveniente de leses na casca da rvore, medicamento de aplicao como tnico. Cresce nos sops e quebradas das serras litorneas e tabuleiros praieiros. Cajueiro (Anacardium occidentale) rvore que pode atingir at 10 m. de altura, pertencente famlia das Anacardiceas. Possui tronco tortuoso, esgalhado a partir da base, de ramos longos, sinuosos, formando fronde ampla e irregular. Suas folhas so alternas, simples, ovadas, onduladas, coriceas, verde-amareladas. As flores so pequenas, avermelhadas, polgamas, multifloras, pulverulentas. O caju varia no tamanho, na forma, na cor e no sabor. A castanha, fruto do cajueiro, lisa coricea, cinzenta, com mesocarpo espesso, alveolado, vermelho, acre, caustico e inflamvel. Distribui-se pela faixa litornea da zona tropical e subtropical do Brasil.

Canafstula (Cassia excelsa) rvore grande pertencente famlia das Leguminosas cesalpiniideas. Possui folhas pinadas e pequenas. Flores amarelas, grandes, em panculas terminais. A vagem comprida. Planta usada na arborizao. Possui ramas forraginosas. Distribui-se do Cear ao Mato Grosso. Catingueira (Caesalpinia pyramidalis) arvoreta de at 4 m. de altura pertencente famlia das Leguminosas cesalpinodeas. Possui folhas bipinadas e flores amarelas dispostas em racemos pouco maiores ou to longos quanto s folhas. A Vagem achatada e de cor escura. madeira para lenha, carvo e estacas. uma das plantas sertanejas cujos gomos brotam nas primeiras umidades de chuvas. Facheiro (Cereus squamosus) so cactceas de formato robusto, pouco ramificado, verde-escuro, armado de espinhos agudos, de flores grandes, isoladas e alvas, atingindo at 10 m. de altura. Cresce por toda a zona nordestina, caracterstico nos trechos mais secos e agrestes. Por lembrar o aspecto de um grande facho cravado ao cho, o sertanejo deu-lhe o nome de facheiro. Suas bagas so comestveis e quando novo, ainda sem espinhos, forraginoso. Favela (Cnidoscolus phyllacanthus) rvore de 3 a 5 metros de altura pertencente famlia das Euforbiceas. Irregularmente esgalhada e profusamente armada de espinhos custicos. Possui folhas longas, grossas, profundamente recortadas por espinhos, e flores alvas, hermafroditas, de 4 mm de dimetro. Gameleira (Ficus doliaria) rvore de caule ereto da famlia das Morceas. Possui porte vultoso, at 20 m. de altura por 2 m. de grossura, provida de casca espessa e dura. Possui folhas alternas, coriceas, obtusas, ovais e verde-escuras. madeira utilizada para frro, pasta para papel e confeco de gamelas, origem do nome gameleira. Distribui-se do Amazonas at o Paran, passando pelos estados centrais. Imbu (Spondias tuberosa) rvore baixa, esparramada, que faz parte da famlia das Anacardiceas. Possui tronco atrofiado, retorcido, cheio de brotos, raramente alcana 3 m. de altura, chegando a copa medir 10 m. de dimetro. Suas razes so longas, espraiadas, superficiais, com tecidos cheios de gua. As folhas so pinadas e glabras quando adultas. As flores so alvas e cheirosas.

Juazeiro (Zizyphus joazeiro) rvore de porte mediano da famlia das Ranceas. alta, possui tronco reto e tortuoso, armado de fortes espinhos, com ramos flexuosos. Possui folhas alternas, pecioladas, elticas, coriceas e verde-luzentes. Suas flores so pequenas e amarelo-esverdeadas. uma das plantas arbreas tpicas do serto nordestino. Prefere solos aluviais argilosos, mas cresce inclusive em tabuleiros ridos e pedregosos. Conspcua do Piau at Minas Gerais. Jurema (Mimosa verrucosa) rvore pequena pertencente famlia das Leguminosas Mimosideas. Possui caule de casca escura armado de espinhos rgidos. Suas folhas so bipinadas. As flores so rseas, midas, dispostas em espigas. rvore caracterstica das caatingas. Distribui-se do Cear a Bahia. Jurubeba (Solanum paniculatum) - arbusto de at 3 m. de altura, de caule armado de acleos curvados e branco tormentosos, pertencente famlia das Solanceas. Possui folhas ovadas, oblongas e acuminadas. Suas flores so liazes, dispostas em circo paniculiforme ramoso. A baga globosa, achatada e amarela. Suas razes, folhas e frutos constituem o mais poderoso desobstruente do fgado e do bao usado pela medicina caseira cearense. Macambira (Bromelia laciniosa) planta herbcea, acaule, vivaz, pertencente famlia das Bromeliceas. Possui folhas ssseis, resistentes e estriadas. As flores so arroxeadas, paniculadas, erguidas no centro das folhas, densas e cotonosas. O fruto, baga angulosa, possui 6 cm de comprimento. A macambira tpica das caatingas mais secas, onde se apresenta em densas aglomeraes de espinhos. Pau darco roxo (Tabebuia avellanedae) rvore com aspecto de precedentes, com flores arroxeadas, pertencente famlia das Bignoniceas. Possui madeira elstica. bastante distribuda pela Amrica tropical. Suas folhas parecem roxas quando vistas de longe. Distribui-se da Amaznia at o sul do Brasil. Rabo de raposa (Cereus bahiensis) planta tpica das caatingas do Cear, Bahia, Alagoas, Sergipe e Piau. tambm conhecida pelo nome flor de baile e sabugo em Minas Gerais. Pertencente a famlia das cactceas. Possui espinhos. Xique Xique (Cereus gounellei) cactcea caracterizada pelo seu tronco ereto de 3 m. de altura com galhos laterais afastados descrevendo uma curva em direo ao solo. Possui flores tubulosas, grandes, medindo perto de 8 cm. de comprimento, brancas, abrindo-se a noite. A baga arredondada, achatada em ambos os plos, avermelhada, coroada com restos dessecados e pretos da flor. Os caules e galhos do Xique Xique constituem preciosa alimentao para o gado na poca de seca. uma das plantas caractersticas dos sertes mais secos do nordeste.

Aps a anlise das principais espcies vegetais em separado e com base nas informaes levantadas, realizou-se a distribuio espacial das mesmas, isto , a distribuio dos indivduos das diversas espcies encontradas, uns em relao aos outros, levando em considerao aspectos fitogeogrficos. O Angico (Piptadenia macrocarpa) e a Canafstula (Cassia excelsa) so espcies conspcuas no Parque Nacional Serra da Capivara, distribuindo-se por toda a rea, principalmente na extenso oeste, local do reverso da cuesta. Em conjunto com outras espcies vegetais, como a Guabiroba (Campomanesia sp), o Canela de velho (Cenostigma gardnerianum), a Farinha seca (Thiloa glaucocarpa), o Angico de bezerro (Piptadenia obliqua), e o Cangalheiro (Pterodon abruptus), constituem uma vegetao de caatinga caracterizada pelo porte alto das espcies, bastante densas, de difcil penetrao, que do a rea uma homogeneidade fisionmica, facilmente observvel a olho nu e imagens de satlite. Devemos ressaltar que espcies arbustivas, formadas por arbustos e rvores de pequeno porte de at 1,3 m. do solo, preenchem os espaos vazios entre os indivduos maiores. Em razo de suas caractersticas, essa rea imprpria para a agricultura tradicional, por outro lado, observamos a existncia de monoculturas e relatos de que a caa e a coleta so comumente praticadas. A Catingueira (Caesalpinia pyramidalis), o Pau darco roxo (Tabebuia avellanedae) e a Jurubeba (Solanum paniculatum), so espcies da caatinga existentes em grande nmero na rea do Parque Nacional Serra da Capivara, distribudas principalmente em locais midos junto a frente da cuesta e nos vales internos das chapadas. Em conjunto com outras espcies vegetais da caatinga, como o marmeleiro (Crton sonderianus), o louro (Ocotea bracteosa), o caro (Neoglaziovia variegata) e o angico (Anadenathera macrocarpa), constituem uma formao vegetal semi-decdua do tipo florestagaleria, em razo dessas espcies, de maioria arbrea acima de 3m., ocupar vales, declives e ravinas. Vale ressaltar a dominncia das famlias das Sapotceas, Laurceas e Ocnceas nessa rea. A Macambira (Bromelia laciniosa), a Gameleira (Ficus doliaria), o Facheiro (Cereus squamosus) e o Rabo de raposa (Cereus bahiensis), so espcies da caatinga encontradas em toda a extenso da rea em questo, que se distribuem principalmente pelos vales de formao arentica, variando de acordo com o substrato. Na Formao Pimenteiras, essas espcies vegetais, de porte mdio entre 1,3 a 3 m. do solo, formam uma vegetao de caatinga de espcies arbustivas arbreas. Na Formao Cabeas, espcies vegetais com porte acima de 3 m., formam uma vegetao densa de caatinga com espcies arbreas.

A Aroeira (Astronium urundeuva), o Cajueiro (Anacardium occidentale), o Imbu (Spondias tuberosa) e o Xique Xique (Cereus gounellei) distribuem-se pela rea do Parque Nacional Serra da Capivara principalmente sobre os terrenos cristalinos da depresso perifrica da plancie pr-cambriana do So Francisco, representados por reas prximas a frente da cuesta, ao rio Piau, e aos municpios piauienses de So Raimundo Nonato e Vrzea Grande. Devido presena de micaxistos, essa rea denominada de zona dos micaxistos, composta por vales e plats de pedimento. Nos vales, as espcies vegetais mencionadas, em conjunto com outras espcies, compem uma formao vegetal de caatinga que, de acordo com o porte e densidade dessas espcies, arbrea densa. Nos plats de pedimento, as espcies j mencionadas, conjuntamente com outras espcies, formam uma vegetao semidecdua que, de acordo com o porte e a densidade das espcies verificadas, caatinga arbustiva alta. A Favela (Cnidoscolus phyllacanthus) uma das espcies vegetais de maior importncia para a rea em epigrafe. Distribui-se em toda a extenso do parque, sendo conspcua entre a frente da cuesta e o rio Piau, sobre aglomerados de mataces e inselbergs granticos, denominados batlitos granticos. De acordo com o porte, essa espcie vegetal juntamente com o Angico (Anadenanthera macrocarpa), compe uma formao vegetal de caatinga arbrea aberta e herbcea arbustiva aberta. Segundo as observaes realizadas, constatou-se que a rea em questo est sendo ocupada economicamente para a pecuria, em razo do acumulo de gua dos macios. Por ltimo vemos que o Juazeiro (Zizyphus joazeiro) e a Jurema (Mimosa verrucosa), espcies bastante visveis na rea do Parque Nacional Serra da Capivara, possuem distribuio em toda a extenso da rea, compreendendo principalmente a rea degradada dos planaltos. Nessa rea, essas espcies em conjunto com outras j mencionadas, constituem uma formao vegetal, que conforme o porte e a densidade das espcies podem ser entendidas como caatinga arbustiva alta densa. Essa formao de caatinga contm caractersticas de vegetao de transio, devido proximidade com o cerrado. Conforme o observado, a agricultura e a explorao de madeira so os principais antropismos que atingem a rea.

5. RESULTADOS E DISCUSSES 5.1 DEFINIO E CARACTERIZAO DAS UNIDADES FITOECOLGICAS Com base nas informaes colhidas a partir dos levantamentos cartogrficos e bibliogrficos e nas observaes feitas em campo foi elaborado o Mapa das Unidades Fitoecolgicas da Poro Norte da rea do Parque Nacional Serra da Capivara. Para elaborao do mapa, utilizaram-se os elementos cartogrficos abaixo relacionados: 1) Base cartogrfica para a poro Norte da rea do Parque Nacional Serra da Capivara, na escala de 1:100.000, confeccionada a partir das folhas sistemticas planialtimtrica da DSG/SUDENE, na escala de 1:100.000 (folha Serra do Congo/SC-23-X-B-II, folha Barragem/SC-23-X-VI, folha Canto do Buriti/SC-23-X-B, folha So Joo do Piau/SC23-X-B-II); (Figura 3)

Figura 3: Mapa elaborado a partir das cartas da DSG delimitando a Poro Norte do Parque Nacional Serra da Capivara/PI, organizado por Neres e Costa, 2011.

2) Imagem de satlite LANDSAT 5 TM composio colorida, datada do ano de 2007, na escala de 1:100.000. 3) Mapa geolgico em escala de 1:250.000 do Laboratrio de Geologia Sedimentar (UFPE) e mapa geomorfolgico em escala de 1:500.000 de autoria de Pellerin (1984). Como resultado foi definido cinco unidades fitoecolgicas representativas das diferentes composies geolgicas que ocorrem na poro sul da rea de influncia do Parque Nacional Serra da Capivara. De forma geral, observa-se que as variaes topolgicas, pedolgicas e litolgicas so responsveis pelas diferentes fisionomias da vegetao, na medida em que definem os padres de drenagem da rea e todos os mecanismos ligados aos processos morfogenticos. Realizou-se a classificao fitoecolgica da formao vegetal do Parque Nacional Serra da Capivara seguindo os encaminhamentos fundamentais dos trabalhos de carter fitogeogrfico. Foram adotados critrios fisionmico-ecolgicos e geogrficos para anlise, identificao e classificao da formao vegetal da rea em questo. A vegetao foi classificada conforme a classificao proposta pelo Manual de Vegetao do IBGE (1992) em: (i) savana estpica florestada; (ii) savana estpica arborizada; (iii) savana estpica parque e (iv) savana estpica gramneo-lenhosa. Para uma melhor compreenso das unidades ser apresentado a seguir um quadro sntese dos elementos do meio fsico (geologia, geomorfologia e pedologia) e da vegetao e, posteriormente se far uma descrio detalhada das mesmas. (Figura 4)

Figura 4: Quadro snese das unidades fitogeogrficas da Poro Norte do Parque Nacional Serra da Capivara/PI - Brasil.

1) SAVANA ESTPICA FLORESTADA CONSERVADA DO ALTO DA CHAPADA As chapadas (planaltos arenticos) localizam-se na regio noroeste do Parque Nacional Serra da Capivara constituindo relevos tabulares do reverso da cuesta. Apresentam-se ligeiramente inclinadas de norte para oeste, com altitude variando entre 500 e 600 m. As chapadas so cortadas por vales encaixados com orientao norte-sul, bordejados por relevo ruineforme. Na regio em questo (regio norte), o relevo evolui de chapadas para faixas tabulares, em seguida a morros residuais isolados. Aparecem principalmente sobre os Depsitos Colvio-Eluviais representados pela Serra Talhada, Serra Branca, Serra do Congo, Serra Nova, Serra Vermelha e Serra Grande que fazem parte de um complexo que leva o nome de Serra do Bom Jesus do Gurguia. A litologia representada basicamente por sedimentos arenosos, areno-argilosos e conglomerticos. No alto da chapada, os solos so latossolos vermelho-amarelos com dominncia de areia, significativamente secos e mveis na superfcie. Segundo estudos realizados na rea, observa-se que os solos do planalto sedimentar so cidos (mais cidos que os solos do pedimento), com baixa capacidade de reteno e imprprios para agricultura tradicional. Os latossolos so dominantes (aproximadamente 50% da superfcie da rea) e so predominantemente amarelo e vermelho-amarelo. Os latossolos amarelos tm horizonte B latosslico, de colorao amarelada, so profundos, drenados e predominantemente licos e cidos. So solos inaptos para o uso agrcola devido a baixa fertilidade e deficincia hdrica, mas so apropriados para a pastagem, entretanto a rea encontra-se desabitada. Quanto vegetao, no alto da chapada predomina a caatinga, classificada como Savana Estpica Florestada Conservada, destacando-se espcies como a Ata brava (Rolliniopsis leptopetala), a Farinha seca (Thiloa glaucocarpa) e a Guabiroba (Camponesia sp.). Essa unidade caracteriza-se por apresentar uma homogeneidade fisionmica, com uma formao vegetal significativamente densa, de difcil penetrao, com numerosos arbustos de pequeno porte distribuindo-se entre os indivduos maiores. Dentre as caractersticas marcantes da vegetao caatinga, verificou-se nessa unidade que parte das espcies so decduas, com intensa caduciflia das folhas, e, quanto a presena de indivduos espinhosos, constataram-se a insignificante ocorrncia de espcies suculentas, como as cactceas.

12 LEVANTAMENTO (DEPSITOS COLVIOS-ELUVIAIS: CHAPADA) Altura (m) 0-1m 1-3m Acima de 3 m TOTAL Quantidade de espcies 0 1 9 10 Espcies (%) 0% 10% 90% 100%

Figura 5: Grficos mostrando o porte da altura das espcies registradas na unidade fitoecolgica da Savana Estpica Florestada Conservada do Alto da Chapada.

12 LEVANTAMENTO (DEPSITOS COLVIO-ELUVIAIS: CHAPADA Dimetro da altura do peito (cm) 0 - 10 cm 10 - 20 cm Acima de 20 cm TOTAL Quantidade de espcies 2 5 3 10 Espcies (%) 20% 50,00% 30,00% 100%

Figura 6: Grficos do dimetro da altura do peito das espcies registradas na unidade fitoecolgica da Savana Estpica Florestada Conservada do Alto da Chapada.

12 Levantamento (Depsitos Colvios-Eluviais: Chapada) Tipo de Folha Sem Folha Pequena Mdia Grande TOTAL Quantidade de espcies 3 3 4 0 10 Espcies (%) 30% 30% 40% 0% 100%

Figura 7: Estatstica dos aspectos da folha dos indivduos que compem a unidade fitoecolgica da Savana Estpica Florestada Conservada do Alto da Chapada.

12 Levantamento (Depsitos Colvios-Eluviais: Chapada) Tipo de Copa Sem copa Rarefeita Densa TOTAL Quantidade de Espcies 4 5 1 10 Espcies (%) 40% 50% 10% 100%

Figura 8: Perfil da copa (dossel) das espcies vegetais que compem a Savana Estpica Florestada Conservada do Alto da Chapada.

12 Levantamento (Depsitos Colvios-Eluviais: Chapada) Espcies Canela de velho (Cenostigma Ganerianum) Ata brava (Rolliniopsis leptopetala) Goiabinha (Psidium guajava) Farinha seca (Thiloa glaucocarpa) Guabiroba (Campomanesia Sp.) Cabo de machado (Pouteria sp.) Cangalheiro (Pterodon abruptus) TOTAL Quantidade de Espcies 1 2 1 2 2 1 1 10

Figura 9; Espcies dominantes na rea de distribuio da Savana Estpica Florestada Conservada do Alto da Chapada.

2) SAVANA ESTPICA FLORESTADA CONSERVADA DA VERTENTE DA CHAPADA A presente categoria possui caractersticas que se assemelham rea do alto da chapada, mas h diferenas. Topograficamente os planaltos arenticos correspondem s reas mais elevadas da regio mapeada, com relevo plano elaborado por processo de sedimentao, derivado de eroso fluvial regressiva, em cotas altimtricas em torno de 500 metros aparecendo principalmente sobre os Depsitos Colvio-Eluviais representados pela Serra Talhada, Serra Branca, Serra do Congo, Serra Nova, Serra Vermelha e Serra Grande que fazem parte de um complexo que leva o nome de Serra do Bom Jesus do Gurguia. A litologia representada basicamente por sedimentos arenosos, areno-argilosos e conglomerticos. Os solos so latossolos vermelho-amarelos com dominncia de areia, significativamente secos e mveis na superfcie. Segundo estudos realizados na rea, observase que os solos do planalto sedimentar so cidos (mais cidos que os solos do pedimento), com baixa capacidade de reteno e imprprios para agricultura tradicional. A chapada corresponde a uma superfcie tabular elaborada por processos de acumulao, constituindo relevos planos e morros residuais isolados. A presente categoria refere-se s vertentes da chapada, cuja inclinao encontra-se voltada para o leito fluvial. A vertente corresponde a uma superfcie inclinada, no horizontal, sem apresentar qualquer conotao gentica ou locacional. Verificou-se que as vertentes da chapada da rea em questo apresentam origens endogenticas e exogenticas. As primeiras so resultantes do processo epirogentico ocorrido a partir do soerguimento da borda da Bacia Sedimentar do Parnaba. As vertentes exogenticas resultam da ao dos processos originados na superfcie terrestre controlados pelos fatores externos (intemperismo, movimentos de massa, transporte e deposio). A vegetao apresenta uma predominncia de porte (altura) de acima de 3m, com uma maior freqncia de espcies como o Birro (Bocoa Spp.) e a Canela de velho (Cenostigma Ganerianum). As espcies apresentam galhos tortuosos, razes predominantemente normais, presena de lianas, plantas lenhosas e herbceas (cip) com as gemas e brotos de crescimento situado acima do solo enroscado nos galhos e troncos das outras plantas, grande densidade, de difcil penetrao, e predominncia de grossos troncos com dimetro acima de 20 cm, sendo espinhosos ou no. Alm disso, verificou-se, tambm, que parte das espcies so semidecduas e subcaduciflias por apresentarem, apesar de uma copa rarefeita, presena de folhas que variam de pequenas grande e ainda presena de sombra de at 10 m de largura.

6 LEVANTAMENTO ( DEPSITOSCOLVIOS-ELUVIAIS - PORO NORTE) Altura (m) 0-1m 1-3m Acima de 3 m TOTAL Quantidade de espcies 0 3 14 17 Espcies (%) 0% 18% 82% 100%

Figura 10: Grficos mostrando o porte da altura das espcies registradas na unidade fitoecolgica da Savana Estpica Florestada Conservada da Vertente da Chapada.

6 LEVANTAMENTO PORO NORTE (DEPSITOS COLVIO-ELUVIAIS) Dimetro da altura do peito (cm) 0 - 10 cm 10 - 20 cm Acima de 20 cm TOTAL Quantidade de espcies 3 5 9 17 Espcies (%) 18% 29% 53% 100%

Figura 11: Grficos do dimetro da altura do peito das espcies registradas na unidade fitoecolgica da Savana Estpica Florestada Conservada da Vertente da Chapada.

6 Levantamento (Depsitos Colvio-Eluviais: Chapada - Poro Norte) Tipo de Folha Sem Folha Pequena Mdia Grande TOTAL Quantidade de espcies 3 9 4 1 17 Espcies (%) 18% 53% 23% 6% 100%

Figura 12: Estatstica dos aspectos da folha dos indivduos que compem a unidade fitoecolgica da Savana Estpica Florestada Conservada da Vertente da Chapada.

6 Levantamento (Depsitos Colvio-Eluviais: Chapada - Poro Norte) Tipo de Copa Sem copa Rarefeita Densa TOTAL Quantidade de Espcies 2 13 2 17 Espcies (%) 12% 76% 12% 100%

Figura 13: Perfil da copa (dossel) das espcies vegetais que compem a Savana Estpica Florestada Conservada da Vertente da Chapada.

6 Levantamento (Depsitos Colvio-Eluviais: Chapada - Poro Norte) Espcies Cangalheiro (Pterodon abruptus) Birro (Bocoa Spp.) Birro preto Canela de velho (Cenostigma Ganerianum) Umburaninha de caboco Pau pereira (Platycyamus regnellii) Gro de galo (Cordia rufescens) Miror (Bauhinia Spp.) Goiabinha (Psidium guajava) Jurema vermelha (Acacia Spp.) Angico de bezerro (Piptadenia obliqua) Guabiroba (Campomanesia Sp.) Manioba (Manihos Catingae) TOTAL Quantidade de Espcies 1 3 1 3 1 1 1 1 1 1 1 1 1 17

Figura 14: Espcies dominantes na rea de distribuio da Savana Estpica Florestada Conservada do Alto da Chapada.

3) SAVANA ESTPICA ARBORIZADA CONSERVADA DO PLAT DA CHAPADA A presente categoria possui caractersticas que se assemelham rea do alto e da vertente da chapada, mas h diferenas. Chapadas correspondem a grandes superfcies planas de estrutura horizontal de at 600 metros em vertentes suaves. O plat corresponde a uma superfcie plana no contato entre a chapada e o leito fluvial assentados sobre a formao cabeas. uma rea de leve inclinao receptora de sedimentos do alto da chapada com presena de uma fina camada de areia fina. A litologia composta por arenitos finos e siltosos, rochas do embasamento e ainda de olitos piritosos. No plat da chapada os solos so solos latossolos derivados de areias quartzosas. So solos profundos e excessivamente drenados com nveis de fertilidade muito baixos, sendo predominantemente distrficos desprovidos de minerais facilmente

decomponveis. O plat da chapada constiui-se numa extenso de terreno plano situada numa ligeira elevao. Plat corresponde a planalto, contudo apresenta-se de forma plana larga e levemente inclinada, em rampas suaves, resultante de processos endgenos e exgenos. Endgenos pelo processo de soerguimento da borda da bacia sedimentar do Parnaba que permitiu a formao dessa rampa suave pouco entalhado, e exgenos pelos processos de eroso e intemperismo atuantes. A vegetao apresenta porte predominantemente baixo entre 1 e 3 m e acima de 3 m, com freqncia maior das espcies da Camaratuba (Cratylia mollis) e Angico de bezerro (Piptadenia obliqua). A fisionomia dessas formaes vegetais apresenta detalhe para tortuosidade nos galhos, razes predominantemente normais, grande densidade, de difcil penetrao, e predominncia de troncos finos e em parte, tambm, ligeiramente grossos com dimetro ente 1 e 10 cm e acima de 20 cm, sendo espinhosos ou no. Dentre as caractersticas marcantes da vegetao dessa unidade, verificou-se que parte das espcies so semidecduas, subcaduciflias, com copa predominantemente rarefeita, por apresentarem folhas na maior parte muito pequenas, o que no condiciona em parte a formao de sombra.

11 LEVANTAMENTO (FORMAO CABEAS - PORONORTE) Altura (m) 0-1m 1-3m Acima de 3 m TOTAL Quantidade de espcies 0 4 8 12 Espcies (%) 0% 33% 67% 100%

Figura 15: Grficos mostrando o porte da altura das espcies registradas na unidade fitoecolgica da Savana Estpica Arborizada Conservada do Plat da Chapada.

11 LEVANTAMENTO (FORMAO CABEAS - PORO NORTE) Dimetro da altura do peito (cm) 0 - 10 cm 10 - 20 cm Acima de 20 cm TOTAL Quantidade de espcies 4 2 6 12 Espcies (%) 33% 17,00% 50,00% 100%

Figura 16: Grficos do dimetro da altura do peito das espcies registradas na unidade fitoecolgica da Savana Estpica Arborizada Conservada do Plat da Chapada.

11 Levantamento (Formao Cabeas-Poro Norte) Tipo de Folha Sem Folha Pequena Mdia Grande TOTAL Quantidade de espcies 0 9 1 2 12 Espcies (%) 0% 75% 8% 17% 100%

Figura 17: Estatstica dos aspectos da folha dos indivduos que compem a unidade fitoecolgica da Savana Estpica Arborizada Conservada do Plat da Chapada.

11 Levantamento (Formao Cabeas-Poro Norte) Tipo de Copa Sem copa Rarefeita Densa TOTAL Quantidade de Espcies 0 12 0 12 Espcies (%) 0% 100% 0% 100%

Figura 18: Perfil da copa (dossel) das espcies vegetais que compem a Savana Estpica Arborizada Conservada do Plat da Chapada.

11 Levantamento (Formao Cabeas-Poro Norte) Espcies Camaratuba (Cratylia mollis) Violeta (Saintpaulia ionantha) Angico de bezerro (Piptadenia obliqua) Birro (Bocoa Spp.) Canela de velho (Cenostigma Ganerianum) TOTAL Quantidade de Espcies 3 1 6 1 1 12

Figura 19: Espcies dominantes na rea de distribuio da Savana Estpica Arborizada Conservada do Plat da Chapada.

4) SAVANA ESTPICA FLORESTADA CONSERVADA DO INTERIOR DO VALE DA SERRA BRANCA Nessa unidade, o vale do Riacho Baixa do Lima ou Serra Branca constitui-se num vale em manjedoura caracterstico de estrutura concordante horizontal e corta a chapada na direo n/s formando um verdadeiro canyon com feies ruineformes esculpidas em morros testemunhos mantidos pelo grau de resistncia das rochas dentro do vale e nas cornijas da chapada. O Vale encontra-se assentado sobre a formao cabeas do eopaleozico, entalhado e escavado pelo riacho e apresenta vertentes abruptas e fundo pouco alargado devido, tambm, ao grau de resistncia das rochas. A litologia da rea representada pela presena de arenitos finos e slticos intercalados aos arenitos grosseiros e folhelhos da formao pimenteiras. Os solos so constitudos por associaes de podzlicos, litlicos e latossolos vermelho-amarelo, Distrfico tpico, de textura mdia, tpico de vegetao do tipo subcaduciflia e de relevo suave a ondulado e possuem um elevado potencial agrcola. A vegetao tpica do tipo arbrea com porte acima de 3m chegando a at 15m com predominncia de espcies como a Pitombeira (Talisia esculenta), o Jatob verdadeiro (Hymenae eriogyne), a Gameleira (Ficus Sp.), a Umbaba (Celropia cf. pelata) e o Louro (Ocotea bracteosa). Foi encontrado na rea espcies como Mucun utilizada em caso de sobrevivncia na rea por conter grande armazenamento de gua em seus troncos. Algumas espcies foram introduzidas, como por exemplo, o cajuzeiro (Anacardium occidentale) por se tratar de uma rea que j foi antropizada mas j foi recuperada. As formaes vegetais desta unidade apresentam caractersticas importantes e diferentes das outras unidades dentro da mesma formao geolgica, por estar num substrato rochoso e relevo diferenciado. Sendo assim a vegetao apresenta um porte mais elevado, pouca densidade, copa

predominantemente densa, tpica de florestas ombrfilas, troncos relevantemente grossos chegando a 1,54 m de dimetro, em alguns casos apresentam razes expostas por se desenvolverem em solos rasos com rocha matriz exposta no entorno do olho dgua.

7 LEVANTAMENTO (FORMAO CABEAS: FOLHELHOS/OLHO D'GUA DA SERRA BRANCA) Altura (m) 0-1m 1-3m Acima de 3 m TOTAL Quantidade de espcies 0 0 20 20 Espcies (%) 0% 0% 100% 100%

Figura 20: Perfil da altura dos indivduos registrados na Savana Estpica Florestada Conservada do Interior do Vale da Serra Branca.

7 LEVANTAMENTO (FORMAO CABEAS: OLHO D'GUA DA SERRA BRANCA) Dimetro da altura do peito (cm) 0 - 10 cm 10 - 20 cm Acima de 20 cm TOTAL Quantidade de espcies 0 1 19 20 Espcies (%) 0% 5% 95% 100%

Figura 21: Densidade dos caules atravs do dimetro na altura do peito das espcies registrados na Savana Estpica Florestada Conservada do Interior do Vale da Serra Branca.

7 Levantamento (Formao Cabeas: Olho d'gua da Serra Branca) Tipo de Folha Sem Folha Pequena Mdia Grande TOTAL Quantidade de espcies 0 8 0 12 20 Espcies (%) 0% 40% 0% 60% 100%

Figura 22: Estatstica dos aspectos da folha dos indivduos que compem a unidade fitoecolgica da Savana Estpica Florestada Conservada do Interior do Vale da Serra Branca.

7 Levantamento (Formao Cabeas: Olho d'gua da Serra Branca) Tipo de Copa Sem copa Rarefeita Densa TOTAL Quantidade de Espcies 0 4 16 20 Espcies (%) 0% 20% 80% 100%

Figura 23: Perfil da copa (dossel) das espcies vegetais que compem a Savana Estpica Florestada Conservada do Interior do Vale da Serra Branca.

7 Levantamento (Formao Cabeas: Olho d'gua da Serra Branca) Espcies Pitombeira Jatob verdadeiro (Hymenae eriogyne) Gameleira (Ficus Sp.) Umbaba (Celropia cf. pelata) Louro (Ocotea bracteosa) Maazeira Faveira ou Visgueiro (Parkia platycephala) Inhar TOTAL Quantidade de Espcies 2 5 6 2 2 1 1 1 20

Figura 24: Espcies dominantes na rea de distribuio da Savana Estpica Florestada Conservada do Interior do Vale da Serra Branca.

5) SAVANA ESTPICA FLORESTADA CONSERVADA DO CENTRO DO VALE DA SERRA BRANCA Nessa unidade, diferentemente da outra, apesar de ainda estar no vale do Riacho Baixa do Lima ou Serra Branca, apresenta um conjunto de caractersticas diferenciadas que a determinam. O leito do vale corresponde rea do curso principal do riacho, na parte central, correspondente ao talvegue com orientao norte/sul. uma rea de fundo chato e plano diferentemente dos outros vales, pois o que seria um leito fluvial intermitente, anteriormente dcada de 1970, hoje se encontra totalmente seco com vegetao desenvolvida, constituindo-se numa rea peculiar, de vegetao caracterstica do ambiente e diferenciada em relao a outras partes do vale, assentado geologicamente sobre a formao cabeas do eopaleozico. A litologia da rea representada pela presena de arenitos finos e slticos intercalados aos arenitos grosseiros e folhelhos da formao pimenteiras. Os solos so constitudos por associaes de podzlicos, litlicos e latossolos vermelho-amarelo, Distrfico tpico, de textura mdia, tpico de vegetao do tipo subcaduciflia e de relevo suave a ondulado e possuem um elevado potencial agrcola. A vegetao tpica possui predominncia de porte acima de 3m, chegando at 7 m, e ainda espcies que variam de 1 a 3m. Encontra-se, nesta unidade, maior freqncia de espcies como o Pau pereira (Platycyamus regnellii), o Marmeleiro (Croton soderianus) e a Manioba (Manihos Catingae). Foi encontrado na rea espcies como o Cip de Tatu (Fridericia speciosa) e a Camaratuba (Cratylia mollis) que se constituem em espcies herbceas distribudas entre as de grande porte formando um emaranhado e um adensamento que dificulta a penetrao na rea. Quanto a fisionomia da vegetao estas apresentam tronco que varia de fino a grosso chegando a at 20 cm, copa predominantemente rarefeita ou por no terem folhas em sua maioria ou por apresentarem folhas de mdia muito pequena. Com isso, a rea possui pouca sombra ou quase nenhuma. Outras caractersticas em destaque para a tortuosidade do tronco, a raiz com condies normais e a presena de espcies com cicatrizes realizadas pelo homem para a abertura de estradas dentro do Parque Serra da Capivara.

8 LEVANTAMENTO (LEITO DO RIACHO BAIXA DA LIMA - BAIXA DA SERRA BRANCA) Altura (m) 0-1m 1-3m Acima de 3 m TOTAL Quantidade de espcies 0 1 12 13 Espcies (%) 0% 7,70% 92,30% 100%

Figura 25: Perfil da altura dos indivduos registrados na Savana Estpica Florestada Conservada do Centro do Vale da Serra Branca.

8 LEVANTAMENTO (LEITO DO RIACHO BAIXA DA LIMA / BAIXA DA SERRA BRANCA) Dimetro da altura do peito (cm) 0 - 10 cm 10 - 20 cm Acima de 20 cm TOTAL Quantidade de espcies 3 5 5 13 Espcies (%) 23% 38,50% 38,50% 100%

Figura 26: Densidade dos caules atravs do dimetro na altura do peito das espcies registrados na Savana Estpica Florestada Conservada do Centro do Vale da Serra Branca.

8 Levantamento (Leito do Riacho Baixa da Lima, Baixa da Serra Branca) Tipo de Folha Sem Folha Pequena Mdia Grande TOTAL Quantidade de espcies 3 7 3 0 13 Espcies (%) 23% 54% 23% 0% 100%

Figura 27: Estatstica dos aspectos da folha dos indivduos que compem a unidade fitoecolgica da Savana Estpica Florestada Conservada do Centro do Vale da Servra Branca.

8 Levantamento (Leito do Riacho Baixa da Lima, Baixa da Serra Branca) Tipo de Copa Sem copa Rarefeita Densa TOTAL Quantidade de Espcies 2 10 1 13 Espcies (%) 15% 77% 8% 100%

Figura 28: Aspecto da copa dos indivduos que compem a Savana Estpica Florestada Conservada do Centro do Vale da Serra Branca.

8 Levantamento (Leito do Riacho Baixa da Lima, Baixa da Serra Branca) Espcies Birro preto Pau pereira Miror (Bauhinia Spp.) Marmeleiro (Croton soderianus) Canela de velho (Cenostigma Ganerianum) Angico de bezerro (Piptadenia obliqua) Manioba (Manihos Catingae) Camaratuba (Cratylia mollis) Jurema branca (Desmanthus virgatus) Unha de gato (Acacia piauhiensis) TOTAL Quantidade de Espcies 1 2 1 2 1 1 2 1 1 1 13

Figura 29: Quantidade de espcies dominantes registradas no levantamento na Savana Estpica Florestada Conservada do Centro do Vale da Serra Branca.

6) SAVANA ESTPICA FLORESTADA ALTERADA DO TIPO SUB-BOSQUE A rea da unidade em questo constitui-se morfologicamente de colinas da Bacia Sedimentar. As colinas correspondem a baixas elevaes do terreno, com topos arredondados e quase planos com amplitudes e declividades baixas. derivado de processos de acumulao resultantes dos sedimentos oriundos da chapada. Possui vertentes com inclinao pouco acentuada e com localizao especfica no Limite Norte do Parque. Alm disso, encontram-se assentada sobre a formao pimenteiras do eopaleozico. A litologia composta por arenitos interdigitados com folhelhos, arenitos quartzosos e subgrauvacas quartzosas. Os solos da rea constituem-se em associaes com predomnio de solos litlicos distrficos decorrentes de relevo ondulado e forte ondulado. A formao vegetal em questo apresenta como espcies dominantes como o Angico vermelho (Parapiptadenia rigida) e o Miror (Bauhinia Spp.). A vegetao tpica do tipo arbrea com porte acima de 3m. A rea encontra-se considerada alterada pelo desmatamento ocorrido para a pastagem de caprinos antes de sua incluso da rea no Parque. Uma caracterstica marcante que a rea apresenta espcies vegetais com fisionomia peculiar diferenciada de todas as outras unidades, por apresentar rvores de grandes portes que concede semelhana de bosques. Outra caracterstica marcante a presena de angicos enormes com raiz na forma de sapopembas (razes tabulares que auxiliam na sustentao da espcie). Alm disso, encontra-se nesta unidade espcies de caule suberoso e de dimetro, predominantemente, grosso com medida acima de 20 cm. Apesar de portes elevados apresenta uma copa dominantemente rarefeita, apesar de todas terem folha. Isso se deve ao fato das folhas serem predominantemente pequenas, o que permite a ausncia de sombras.

10 LEVANTAMENTO (FORMAO PIMENTEIRAS: LIMITE NORTE) Altura (m) 0-1m 1-3m Acima de 3 m TOTAL Quantidade de espcies 0 0 10 10 Espcies (%) 0% 0% 100% 100%

Figura 30: Perfil da altura dos indivduos registrados na Savana Estpica Florestada Alterada do Tipo Sub-Bosque.

10 LEVANTAMENTO (FORMAO PIMENTEIRAS: LIMITE NORTE) Dimetro da altura do peito (cm) 0 - 10 cm 10 - 20 cm Acima de 20 cm TOTAL Quantidade de espcies 0 3 7 10 Espcies (%) 0% 30,00% 70,00% 100%

Figura 31: Densidade dos caules atravs do dimetro na altura do peito das espcies registrados na Savana Estpica Florestada Alterada do Tipo Sub-Bosque.

10 Levantamento (Formao Pimenteiras: Limite Norte) Tipo de Folha Sem Folha Pequena Mdia Grande TOTAL Quantidade de espcies 7 3 0 0 10 Espcies (%) 70% 30% 0% 0% 100%

Figura 32: Estatstica dos aspectos da folha dos indivduos que compem a unidade fitoecolgica da Savana Estpica Florestada Alterada do Tipo Sub-Bosque.

10 Levantamento (Formao Pimenteiras: Limite Norte) Tipo de Copa Sem copa Rarefeita Densa TOTAL Quantidade de Espcies 7 3 0 10 Espcies (%) 70% 30% 0% 100%

Figura 25: Aspecto da folha dos indivduos que compem a Savana Estpica Florestada Alterada do Tipo Sub-Bosque.

10 Levantamento (Formao Pimenteiras: Limite Norte) Espcies Angico vermelho (Parapiptadenia rigida) Miror (Bauhinia Spp.) Pau de rato (Caesalpinia bracteosa) Pau de casca (Tabebuia spongiosa) Marmeleiro (Croton soderianus) TOTAL Quantidade de Espcies 5 2 1 1 1 10

Fonte 26: Quantidade de espcies dominantes registradas no levantamento na Savana Estpica Florestada Alterada do Tipo Sub-Bosque.

5. CONCLUSO As reas de planaltos e chapadas da bacia sedimentar do Piau-Maranho e a rea da depresso perifrica formada pela plancie pr-cambriana do Rio So Francisco, so recobertas por uma vegetao de caatinga exuberante, bastante heterognea, em particular rica em espcies, estratificada em andares distintos. O que se percebe que a vegetao da regio norte do Parque Nacional Serra da Capivara apresenta-se bastante diferenciada apesar de em alguns casos estarem assentadas sobre a mesma formao geolgica. O que condiciona essa diferenciao so as caractersticas do relevo e da litologia da rea que determinam caractersticas fisionmicas particulares. Foi com base nessas informaes obtidas em gabinete, aferidas em campo e correlatadas com os levantamentos cartogrficos e bibliogrficos que se chegou definio das unidades fitoecolgicas, que foram assim distinguidas, conforme a classificao proposta pelo Manual de Vegetao do IBGE (1992) em: Savana Estpica Florestada Conservada do Alto da Chapada; Savana Estpica Florestada Conservada da Vertente da Chapada; Savana Estpica Arborizada Conservada do Plat da Chapada; Savana Estpica Florestada Conservada do Interior do Vale da Serra Branca; Savana Estpica Florestada Conservada do Centro do Vale da Serra Branca; Savana Estpica Florestada Alterada do Tipo Sub-Bosque. A Savana Estpica Florestada Conservada do Alto da Chapada caracterizada por apresentar uma homogeneidade fisionmica, com uma formao vegetal significativamente densa, de difcil penetrao, com numerosos arbustos de pequeno porte distribuindo-se entre os indivduos maiores. Parte das espcies so decduas, com intensa caduciflia das folhas, e, com significativa presena de indivduos espinhosos e de espcies suculentas, como as cactceas. Vale destacar que a rea est assentada sobra s chapadas, relevos tabulares do reverso da cuesta, cortados por vales encaixados com orientao norte-sul, bordejados por relevo ruineforme que em geral apresentam-se ligeiramente inclinadas de norte para oeste, com altitude variando entre 500 e 600 m. A Savana Estpica Florestada Conservada da Vertente da Chapada refere-se s vertentes da chapada, aparecendo geologicamente sobre os Depsitos Colvio-Eluviais. Com inclinao voltada para o leito fluvial. A vegetao apresenta carter arbreo com espcies acima de 3 m de altura, galhos tortuosos e troncos grossos com dimetro acima de 20 cm. Parte das espcies so, tambm, semidecduas e subcaduciflias por apresentarem, apesar de uma copa rarefeita, presena de folhas que variam de pequenas grande e ainda presena de sombra de at 10 m de largura.

A Savana Estpica Arborizada Conservada do Plat da Chapada possui caractersticas que se assemelham rea do alto e da vertente da chapada, mas h diferenas. O relevo correspondente rea do plat constiui-se numa superfcie plana no contato entre a chapada e o leito fluvial assentados sobre a formao cabeas. uma rea de leve inclinao receptora de sedimentos do alto da chapada com presena de uma fina camada de areia fina. A vegetao apresenta porte de altura entre 1 e 3 m e acima de 3 m, com freqncia maior das espcies da Camaratuba (Cratylia mollis) e Angico de bezerro (Piptadenia obliqua). Dentre as caractersticas marcantes da vegetao dessa unidade, verificou-se que parte delas so semidecduas, subcaduciflias, com copa predominantemente rarefeita, por apresentarem folhas na maior parte muito pequenas, o que no condiciona em parte a formao de sombra. A Savana Estpica Florestada Conservada do Interior do Vale da Serra Branca corresponde rea do olho dgua do Vale da Serra Branca, situado no interior do vale onde brota gua o ano inteiro num encrave rochoso. Possui fundo chato, dominado por cornijas de arenitos subverticais, em relevo ruineforme. Encontra-se assentado sobre a formao cabeas do eopaleozico, entalhado e escavado pelo riacho e apresenta vertentes abruptas e fundo pouco alargado devido, tambm, ao grau de resistncia das rochas. A vegetao caracterstica desta rea do tipo arbrea com porte acima de 3m chegando a at 15m com predominncia de espcies como a Pitombeira (Talisia esculenta), o Jatob verdadeiro (Hymenae eriogyne), a Gameleira (Ficus Sp.), a Umbaba (Celropia cf. pelata) e o Louro (Ocotea bracteosa), apresentam baixa densidade, copa predominantemente densa, troncos relevantemente grossos, em alguns casos apresentam razes expostas por se desenvolverem em solos rasos com rocha matriz exposta no entorno do olho dgua. A Savana Estpica Florestada Conservada do Centro do Vale da Serra Branca apresenta-se no leito do vale correspondendo rea do curso principal do Riacho Baixa do Lima ou Serra Branca, na parte central, de fundo chato e plano totalmente seco e com vegetao desenvolvida, constituindo-se numa rea peculiar, de vegetao caracterstica do ambiente e diferenciada em relao a outras partes do vale, assentado geologicamente sobre a formao cabeas do eopaleozico. A vegetao tpica possui predominncia de porte acima de 3m, chegando at 7 m, e ainda espcies que variam de 1 a 3m com tronco que varia de fino a grosso chegando a at 20 cm, copa predominantemente rarefeita ou por no terem folhas em sua maioria ou por apresentarem folhas de mdia a muito pequena.

A Savana Estpica Florestada Alterada do Tipo Sub-Bosque constitui-se morfologicamente de colinas da Bacia Sedimentar, correspondentes a baixas elevaes do terreno, com topos arredondados e quase planos com amplitudes e declividades baixas., derivadas de processos de acumulao resultantes dos sedimentos oriundos da chapada e assentadas sobre a formao pimenteiras do eopaleozico. A vegetao tpica do tipo arbrea com porte acima de 3m, apresenta espcies dominantes como o Angico vermelho (Parapiptadenia rigida) e o Miror (Bauhinia Spp.), Apresenta rvores de grandes portes que concede semelhana de bosques, os angicos encontram-se com raiz na forma de sapopembas (razes tabulares que auxiliam na sustentao da espcie). Apesar de portes elevados apresenta uma copa dominantemente rarefeita, apesar de todas terem folha. Isso se deve ao fato das folhas serem predominantemente pequenas, o que permite a ausncia de sombras. Vale destacar, que a flora foi parcialmente degradada, em funo da retirada da cobertura vegetal arbrea. reas da poro norte de Parque Nacional Serra da Capivara foram desmatadas em pocas anteriores quando existiam moradores de localidades dentro da rea, mas que abandonaram com a criao desta Unidade de Conservao e com isso houve uma sucesso vegetal posterior que se encontra preservada, mas h o predomnio das pastagens e das culturas anuais nas reas adjacentes ao parque. No contexto dos resultados atingidos, o relatrio produzido constitui instrumento de valor para pesquisadores e estudantes envolvidos com a questo ambiental, em especial nas atividades exigidas no planejamento da unidade de conservao estudada. Sugere-se que sejam incentivadas pesquisas para que se possa compreender a capacidade do ambiente do Parque Nacional Serra da Capivara, permitindo o desenvolvimento da rea, em beneficio das geraes futuras, melhorando a qualidade de vida. Finalizando podemos afirmar, com base nessa pesquisa, que a poro norte do Parque Nacional Serra da Capivara, com suas reas de relevo tabuliforme com chapadas dissecadas pelos vales encaixados no seu interior na direo norte/sul com presena de morros testemunhos em runas, com rochas resistentes aos processos exgenos locais, e de stios arqueolgicos no interior constituindo-se numa rea de grande importncia ecolgica e arqueolgica o que justifica a importncia de sua preservao.

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Parte 2: Outras Atividades Participao em seminrios, congressos, etc.: O grupo formado pelo coordenador do projeto e os dois bolsistas vem desenvolvendo leituras dos textos sobre o tema Geoecologia e a rea do Parque Nacional Serra da Capivara com inspees de campo na Serra da Capivara, atravs de observaes, registros e fotografias da rea. Os resultados so publicados em revistas e eventos direcionados para o assunto. Algumas publicaes do grupo sobre a Geoecologia da rea do Parque Nacional Serra da Capivara so: i) Caracterizao biogeogrfica e impactos ambientais Parque Nacional Serra da Capivara municpio de So Raimundo Nonato/Piau, artigo publicado nos anais do I Congresso Nacional de Educao Ambiental e III Encontro Nordestino de Biogeografia no ano de 2009, realizado na cidade de Joo Pessoa/PB e publicado pela editora da Universidade Federal da Paraba. ii) Fatores abiticos e biticos que influenciam o planejamento ambiental da rea do Parque Nacional Serra da Capivara Piau, artigo publicado no II Workshop Internacional sobre Planejamento e Desenvolvimento Sustentvel em Bacias

Hidrogrficas no ano de 2009, realizado na cidade de Fortaleza/CE e publicado pela editora da Universidade Federal do Cear. iii) Anlise dos condicionantes paisagsticos: Parque Nacional Serra da Capivara, Piau Brasil, artigo publicado na revista Climatologia e Estudos da Paisagem (CLIMEP), revista de Rio Claro/SP, no ano de 2009. iv) Estudo fitogeogrfico da rea do Parque Nacional Serra da Capivara (Piau/Brasil) e adjacncias, artigo publicado no sitio da 62 Reunio Anual da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Cincia), realizado na cidade de Natal/RN e publicado pela editora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, no ms de julho de 2010. v) Fitogeografia da rea do Parque Nacional Serra da Capivara (Piau/Brasil) e adjacncias: investigaes preliminares, artigo publicado no sitio do VI Seminrio Latino Americano de Geografia Fsica e VI Seminrio Ibero Americano de Geografia Fs