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Pitoco Cascavel, 18 de outubro de 2019 - Ano XXIII - Nº 2219- R$ 12,00 ESPECIAL / RENOVÁVEIS Todos os olhos se voltam para a energia que vem do sol 45 99921-0456 45 3333-9999 www.hyundaivetor.com.br VIZINHO SEDUTOR Saiba como os cascavelenses que investem no país vizinho descrevem o ambiente de negócios em solo guarani. E como o Paraguai almeja se tornar o chão de fábrica, a China de língua espanhola. REGIÃO OESTE A única mulher eleita em 2016 é contra a cota de gênero Christian Rizzi MUDANÇA NO AR Emissoras migram para a frequência modulada ENTREVISTA / JEFERSON DE JESUS

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Pitoco 18 de outubro de 2019 | 1

PitocoCascavel, 18 de outubro de 2019 - Ano XXIII - Nº 2219- R$ 12,00

ESPECIAL / RENOVÁVEISTodos os olhos se

voltam para a energia que vem do sol

45 99921-045645 3333-9999

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Saiba como os cascavelenses que investem no país vizinho descrevem o ambiente de negócios em solo guarani. E como o Paraguai almeja se tornar o chão de fábrica, a China de língua espanhola.

REGIÃO OESTEA única mulher eleita em 2016 é contra a

cota de gênero

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MUDANÇA NO AREmissoras migram para a frequência

modulada

ENTREVISTA / JEFERSON DE JESUS

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Jairo Eduardo - editor do Pitoco

A OESTE DO OESTEREPORTAGEM DE CAPA

Por qué me miras se no me quie-res? A frase em espanhol pode

surgir em um cenário de uma paque-ra despretensiosa, mas também no contexto de negócios. Há um vizinho a oeste do Oeste do Pa-raná que se empenha em um sofrível “portunhol” para atrair investimentos brasileiros.

O Paraguai está empenhado em industriali-zar-se com capital do vizinho gigante a Leste. Um momento icônico deste movimento veio quatro anos atrás, quando a Guararapes, controladora das lojas Riachuelo, instalou uma unidade fabril no país vizinho. Em solo paraguaio, a Guarara-pes está produzindo 200 mil peças de vestuário por mês, principalmente tops de malha básicos. A octagenária Estrela, tradicional fabricante de brinquedos, também está no Paraguai.

Tanto a Riachuelo como a Estrela precisa-ram rever o plano de negócios para enfrentar a concorrência com os produtos chineses. Em um primeiro momento, fizeram o seguinte raciocí-nio: se você não pode com o inimigo, alie-se a ele. Foi quando ambas as indústrias brasileiras

De cada dez novos empreendimentos no Paraguai, sete são movidos por brasileiros; saiba por que o país

vizinho disputa investimentos com o Brasil

montaram negócios na China ou estabeleceram parceiros lá. Cerca de 25% do que é vendido na Ria-chuelo é fabricado na Ásia. Visan-do reduzir essa dependência ver-

melha, o grupo Guararapes investe no Paraguai.

Os chineses são extremamente competitivos em setores como têxtil, brinquedos e calçados. O Paraguai quer ser a China do Brasil, ou seja, o chão de fábrica brasileiro. E não esconde essa in-tenção. Em vídeo divulgado pelo país vizinho no Youtube, a pretensão é explicitada. “O Paraguai é como um se fosse mais um estado brasileiro com status tributário diferenciado”, diz o locu-tor, provavelmente pago pela agressiva campa-nha do governo paraguaio.

O vídeo explora outras supostas vantagens de investir na “China” da América do Sul. Entre elas, a terceira maior frota de barcaças do planeta. São 30 terminais pluviais e mais de 3 mil barcaças, com impacto no barateamento do frete. A hora de mão de obra é 20% menor que a brasileira, 70% da população tem entre 20 e 35 anos de idade, o custo da energia é 63% menor e a carga tributária é 60% mais baixa, segundo o vídeo paraguaio.

n Cascavelenses brindam no Paraguai: 2 milhões de dólares em investimento para produzir medicamentos similares

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REPORTAGEM DE CAPA

Liberdade econômica atrai brasileiros

Lógico, o Paraguai tem seus problemas. Não dá para dizer que um país na posição 75 do Índice de Liberdade Econômica, divul-gado neste mês de outubro, seja um gran-de player internacional. Porém, o “mais ou menos” fotografado ao lado do feio fica mais bonito, certo?

O feio, no caso, é o Brasil. A posição do país no índice é a 150ª em uma lista com 180 nações. Um erro comum de avaliação é “com-prar” o Paraguai pelo que se vê na área de compras, fronteira com Foz do Iguaçu, logo depois do rio. Aquilo é mesmo uma bagunça.

Não é incomum perder entre uma hora e meia e duas horas para percorrer menos de 9 quilômetros entre Ciudad del Este e Foz do Iguaçu. Mesmo um olhar leigo para aquilo consegue apontar soluções simples, como a utilização de semáforos, capazes de reduzir pela metade o problema. Mas sempre fica a impressão que alguém está ganhando algo

Estabilidade política e Lei da Maquilal O presidente da Associação

Catarinense de Criadores de Suínos, Losivanio Luiz de Lorenzi, esteve recentemente à frente de uma comiti-va de empresários brasileiro em visita ao Paraguai.l Ele destaca a estabilidade po-

lítica, algo em falta no Brasil desde que se estabeleceu a polarização in-sana por aqui. “Eles trocaram quatro presidentes em seis anos, sem que isso desestabilizasse o país”, afirma Lorenzi.l Ele cita a “Lei da Maquila”, que

oferece benefício tributários, os índi-ces de segurança e as raras demandas trabalhistas como grandes atribu-tos dos vizinhos. “Aqui no Brasil o empresário acorda e já vai para o celular ver qual legislação mudou naquele dia”, afirma o catarinense.

CUSTO BRASIL x CUSTO PARAGUAI

com o caos. E é por essa razão que imagem do vizinho fica maculada, embora que o Para-guai para além da área congestionada de sua cidade fronteiriça pode apresentar outros ce-nários completamente diferentes, principal-mente no agronegócio e na capital Assunção.

BRASIL - 100

PARAGUAI - 55

Efeito: empresas de origem brasileira que se estabeleceram no Paraguai

48 indústrias em dois anos

46

94

2000 2013 2015

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REPORTAGEM DE CAPA

l “Saí do Brasil para fugir das mãos de uma única fornecedora de polímeros, a Brasken, da Odebrecht. Mas outros fatores tam-bém pesaram na decisão. A previsibilidade do guarani, moeda que em 70 anos nunca cortou zero, desva-loriza de forma programada anualmente, me permitindo planejar a médio e longo prazo. Sei que não have-rá intempéries no câmbio mesmo com mudança de governo e crises políticas. Aqui, um dólar vale entre 5,6 mil e 5,8 mil guaranis a 24 meses. A especulação no Brasil afeta a previsibilidade, e a flutuação do câmbio enlouquece o empre-sário. Outro fator importante é o custo da energia elétrica, um insumo fundamental no meu ramo. O Paraguai tem investido em mão de obra e nós complementamos com treinamento específico. Geramos quase 200 empregos aqui. Estamos ati-vando a segunda unidade fabril, será a maior de polímeros de alta densidade do Paraguai, com 10 mil metros de área total. Atendemos com sacolas plásticas praticamente todas as redes de supermercado do país, incluindo as principais lojas de Assunção. Aqui a carga tributária é de 10%, no Brasil você trabalha 27 dias do mês para o governo e três dias para você. O imposto aqui é previsível, calculável e pagável, não precisa sonegar para sobreviver. Isso facilita precificar o produto e nos dá condições de competir no mercado internacional. É a competitividade que não temos no Brasil, exceção para o agronegócio. E as condições de importação e exportação são muito favoráveis.”n Newton Diniz, diretor da Ecoflex e da Alupar, atuou nosanos 90 em Cascavel no mesmo ramo, de sacolas plásticas.

Cascavelenses no ParaguaiEmpresários de Cascavel vislumbram possibilidades legais na maconha do país vizinho;

energia, simplificação tributária e trabalhista são os grandes atrativos

Allways Medical S.A. Com essa marca um grupo de

empreendedores de Cascavel, com o empresário Valdinei Antonio da Silva à frente, cravou a bandeira brasileira na Zona Franca Internacional no quilômetro 10 da Ruta Internacional 7, em Ciudad del Este.

Para chegar até aquele condomínio in-dustrial é preciso alguma paciência. Con-forme o horário do deslocamento, pode ha-ver muito congestionamento. E os mesmos vendedores de tudo que abordam o pedestre nas ruas, abordam também os motoristas presos no trânsito.

Valdinei, Jorge Tasaki, Rosani e Gilberto formam um quarteto que faz acontecer em setores tão diferentes como mercado imobiliário, merchan-dising e seguros. Eles estabele-

ceram o primeiro laboratório de síntese do Paraguai.

Na inauguração da AllWays Health, a presença de lustrosas autoridades para-guaias para as boas vindas dá um outro re-cado citado com frequência pelos brasileiros que estão lá: o acesso a quem manda. Por ser um país pequeno, o ministro de Estado e até mesmo o presidente da República estão

mais acessíveis e visivelmente empenhados em trazer investimentos.

Há outros brasileiros no Paraguai. No ramo gráfico, o empresário Alcione Po-penga vem dividindo seu expediente entre a Positiva, em Cascavel, com um ambicioso projeto de sócio paraguaio em Assunção. Cláusulas de confidencialidade o impediram de conceder entrevista ao Pitoco. Outro em-presário conhecido na cidade, ex-sócio de Sérgio Terres no ramo de sacolas plásticas, Newton Diniz, aceitou conversar para esta reportagem e fez uma defesa entusiasmada do país vizinho como destino de investimen-tos brasileiros. Acompanhe:

l “O ex-vereador João Paulo estava prospec-tando negócios no Pa-raguai, mas precisava convencer um investi-dor de que aquilo tem futuro. Nos convenceu a aportar 2 milhões de dólares na instalação de um laboratório em Ciudad Del Este. Fo-mos apresentados a especialistas da USP e a técnicos de Brasília. Montamos uma SA no Paraguai e come-çamos a desenvolver produtos. Já temos o primeiro liberado, que a fosfoetanolamina,

inicialmente caracterizada como suplemento alimentar. E temos mais quatro produtos em trâmite para serem libera-dos, são medicamentos para a dor, remédio para vermes e um anti-inflamatório. Queremos chegar a 80 medicamentos similares. Paralelo a isso, estamos iniciando um projeto com universidade paraguaia para refinar a cannabis. Queremos chegar ao canabidiol que pode ser utilizado no tratamento epilepsia e dores crônicas de origem oncológica, entre outras. Começamos aqui com 20 empregos diretos e mais alguns indiretos. Há uma certa simplicidade para abrir a empresa, na tributação. A energia é até 70% mais barata, simplificação das leis trabalhistas. Estamos confiantes em atender todo o Mercosul com esses produtos. Estamos confiantes. O projeto vai até onde nossa ambição nos levar.”n Valdinei Antonio da Silva, discursando na inauguração da AllWays Health, em Ciudad del Este.

Cannabis no portfólio “Não precisa sonegar”

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Bateria carregada de solBioWatts entrega a maior usina de energia solar em indústria do PR;

sistema vai gerar economia superior a R$ 100 mil mensais

SUSTENTABILIDADE I

Realeza, no Sudoeste do Paraná, acaba de inaugurar o maior complexo gera-

dor de energia solar instalado em indústrias do estado. Segundo Pedro Tochetto, dire-tor da BioWatts Energia Solar, empre-sa responsável pelo projeto e instalação, a estrutura implantada na empresa Baterias Real conta com 1.896 placas fotovoltaicas, que produzem mais de 850.000 kWh/ano, energia suficiente para atender ao consumo de 300 residências de médio porte.

A inauguração contou com a presença do prefeito Milton Andreolli, do diretor da PHB, Sérgio Polesso, e do diretor de vendas da Jinko Solar, Gustavo Tegon, além de centenas de convidados.

A usina de Realeza soma-se ao portfolio de centenas de outras grandes, pequenas e médias projetadas e instaladas pelos profis-sionais da BioWatts em indústrias, proprie-dades rurais, agroindústrias e residências da região Sul do País.

Entre elas, destacam-se o projeto de ge-ração instalado nas dependências Parque Tecnológico onde acontece o Show Rural em Cascavel, a usina em fase adiantada de insta-lação na Cotriguaçu e o próprio laboratório didático de geração de energia implantado pela BioWatts junto ao campus da Unioeste em Cascavel.

Violar Sarturi - VSCom

n Casaril: novos investimentos vão alcançar autossuficiência energética

n Vista aérea do parque industrial da Baterias Real: 1.896 módulos

Economia esustentabilidadel Com 166 colaboradores que produzem

em média, mil baterias automotivas por dia, comercializadas em onze estados brasileiros, a Real é forte consumidora de energia elétrica, especialmente nas etapas de transformação do chumbo e na carga inicial. O gasto médio mensal com este insumo supera os R$ 210 mil. l Seu proprietário, Paulo Casaril,

conta que antes de se decidir pela fonte solar, avaliou as diferentes alternativas, inclusive aquisição de energia no mercado aberto. Todas as suas contas indicaram as placas fotovoltaicas, como a opção mais racional e econômica, além da contribui-ção adicional à preservação dos recursos naturais. Em suas contas, a energia solar gerada pela usina equivale à preservação de 2.655 árvores e supressão de 394 mil quilos de CO2 que seriam lançados na at-mosfera, anualmente.l Paulo diz que investiu R$ 3 milhões

nesta primeira etapa em que está pro-duzindo pouco mais de 50%, da energia consumida mensalmente. Satisfeito com a parceria e com os resultados, ele já pro-grama novos investimentos, em busca da plena autossuficiência energética. l Maior indústria geradora de mão n Tochetto: usina instalada em Realeza

produz energia equivalente ao consumo de 300 residências de padrão médio

de obra local, a Baterias Real desenvolve amplo programa de formação e especiali-zação do quadro funcional e dedica atenção especial à questão ambiental. “Seguimos à risca as normas ambientais e de segurança à saúde de nossos colaboradores”, explica Paulo Casaril, que atua no ramo há 39 anos. l Segundo ele, o processo de vendas

casadas à devolução das baterias usadas e sua reciclagem formam um exemplo bem--sucedido de reciclagem industrial. “Con-seguimos reaproveitar 97% de uma bate-ria utilizada, devolvendo-a ao processo produtivo e reduzindo assim, os riscos de poluição ambiental”, diz.

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Geração energizadaSegunda geração de tradicional construtora de Cascavel

sobe ao telhado para gerar energia limpa e renovável

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SUSTENTABILIDADE II

O nome fantasia da empresa-mãe dispen-sa apresentações: N Dalmina, acrô-

nimo para o nome do fundador, o arquiteto Nestor Dalmina. A construtora tem mais de três décadas de serviços prestados em Cascavel e está a prova de qualquer teste de idoneidade.

É deste mix de tradição com inovação que surgiu a inVolt – Energia Solar. Para tanto o patriarca investiu em que realmente interessa: educação e capacitação da segun-da geração dos Dalmina.

O primogênito Araê graduou-se em en-genharia civil e já vinha atuando na N Dal-mina em grandes projetos, como a Constru-ção do Forum do TJ em Cruzeiro do Oeste, ampliação do complexo Corredor de Expor-tação do porto de Paranaguá e também em incorporações imobiliarias como o Residen-cial Armelinda.

A inVolt nasceu exatamente do retorno a Cascavel do irmão de Araê, Yan. O jo-vem graduou-se em engenharia elétrica na capital paranaense e trouxe na bagagem a especialização na geração de energia a par-tir do astro-rei.

De uma conversa em família surgiu a inVolt. E a segunda geração dos Dalmina subiu ao telhado para atuar em um mercado promissor, porém competitivo. Estima-se que 30 empresas estão estabelecidos no setor em Cascavel. “De fato há muita concorrência, porém a medida que este mercado vá amadurecendo, irá submeter todos ao filtro de qualidade e somente as empresas sérias ficarão”, opina Yan.

ConfiabilidadePara Araê, é natural que haja um certo

receio com as novidades tecnológicas, como a popularização da energia solar. “As pesso-as ficam com um pé atrás, um certo receio, tudo é relativamente novo neste meio, daí a importância dos 35 anos de tradição de nossa família na engenharia”, destaca.

A inVolt vem com a proposta de agregar segurança ao investimento. “Analisamos em detalhes o consumo do cliente e produzimos soluções personalizadas que assegurem a melhor resposta pelo melhor custo benefí-cio”, acrescenta Yan.

Investimento: o retorno encurtoul O retorno sobre o investimento

na energia solar já superou uma década de agoniada espera. A popularização da tecnologia e os ganhos de escala realiza-dos principalmente após a entrada do “Planeta China” no negócio, derrubaram os custos.l Hoje já é possível obter o chama-

do payback a partir do terceiro ano em sistemas residenciais ou comerciais. No segmento industrial o retorno vem em cinco anos, e na zona rural, onde a ener-gia convencional é altamente subsidiada, é possível retornar o capital com cinco anos e meio a seis anos e meio.l “Em todos os casos, inclusive no

agronegócio, onde o custo da energia é um componente forte, como em aviários, o sistema solar fotovoltaico é muito van-tajoso”, sustenta Yan Dalmina.l “Qualquer conta que você faça,

desde um empreendimento, passando por aplicações em renda fixa, poupança, CDB, você vai concluir que a rentabilida-de da energia solar é três a quatro vezes

maior”, complementa Araê.l Com a empresa atuando a plenos pul-

mões – a inVolt acaba de fechar relevante contrato com uma clínica de ortopedia em Cascavel, o engenheiro Yan Dalmina parte para a China. Lá ele irá estreitar as relações com fornecedores e acessar a fronteira do conhecimento humano na área para ener-gizar a inVolt. l Afinal, dois terços da produção mundial

vêm da China. Eles são líderes mundiais na produção, mas também na pesquisa e desen-volvimento de tecnologias.

n Araê e o irmão Yan: tradição familiar mesclada com inovação tecnológica

n Sistema fotovoltaico: popularização da tecnologia derruba custos

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Pitoco 18 de outubro de 2019 | 11

A experiência começou em grande escala, no parque tecnológico da Coopavel, es-

trutura que abriga o Show Rural, ainda em 2018. O líder cooperativista Dilvo Grolli percebeu uma oportunidade de suprir par-te da energia demandada pelo evento com os raios solares. Após os estudos técnicos pertinentes, decidiu instalar 468 módulos fotovoltaicos na estrutura do parque.

Era uma sinalização do que estaria por vir: a tendência irrefreável de diversificar a matriz energética com a popularização das energias limpas e sustentáveis como a solar e a eólica. Agora outro player importante do cooperativismo, a Cotriguaçu, central que abriga algumas das principais cooperativas do País, também dá um passo neste sentido.

A Cotriguaçu assinou contrato com a Bio-watts, mesma empresa que supriu o Show Rural, para instalação 2.280 placas foto-voltaicas na área da central, anexa ao Porto Seco, em Cascavel.

O sistema terá potencial para gerar quase um milhão de Kwh mediante investimento de R$2,17 milhões. Os equipamentos já co-meçaram a ser instalados pela Biowatts e a previsão de que o sol comece a combater um oneroso custo fixo da central é para janeiro do próximo ano.

“O cooperativismo está mais uma vez na vanguarda, mostrando caminhos para toda a cadeia do agronegócio e demonstrando

SUSTENTABILIDADE III

Cooperar é energizarCotriguaçu inicia processo de diversificação da matriz energética

com investimento de R$ 2,1 milhões em energia solar

que nenhum sistema deve depender de uma única fonte energética, dada a instabilidade de preços destes insumos em nosso país”, diz Grolli, homem que aprofundou os estudos na área. “Mesmo utilizando a tarifa do grupo

Estrutura gigantescal As instalações da Cotriguaçu no Porto Seco, onde está

a Ferroeste, são faraônicas. A câmara frigorífica dá uma di-mensão da grandeza. Ela tem capacidade de armazenar 10 mil toneladas de proteína animal. E dá-lhe energia. São 150 tomadas para plugar esse contêineres.l São 900 conteineres principalmente de frango e peixes

congelados que seguem mensalmente para o porto de Para-naguá. A logística precisa ser muito eficiente e competitiva para concorrer no mercado internacional e rentabilizar os cooperados.É aqui que entra a importância da energia solar como alternativa. l Além da “geladeira gigante”, a Cotriguaçu mantém no

porto seco armazém graneleiro com capacidade para 135 mil toneladas, duas linhas de recebimento de 500 tonela-das/hora e duas linhas de expedição rodoferroviárias com capacidade de 750 toneladas hora cada.

A, onde estão classificadas as indústrias e o custo da energia é menor, a Cotriguaçu terá uma economia anual com o sistema da ordem de R$ 510 mil”, afirma Pedro To-chetto, da Biowatts.

n Equipamento em fase de instalação no Porto Seco

n Grolli: cooperativismo está mais uma vez na vanguarda

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Bons ventos em CamboriúAerogerador já opera com homologação da Celesc e prevê economia

de R$ 625,00 na fatura de energia elétrica de moradia

12 | www.pitoco.com.br Pitoco

SUSTENTABILIDADE IV

Balneário Camboriú (SC) acaba de re-ceber a primeira residência da cidade

abastecida por energia eólica, ou seja, com eletricidade gerada através dos ventos. O sistema está operando com homologação da Celesc numa casa do bairro Parque Ban-deirantes. A tecnologia instalada é capaz de produzir 2 mil kWh, gerando uma economia equivalente a R$ 625,00 na fatura mensal de energia da unidade consumidora.

A tecnologia produzida na Ásia chegou ao mercado brasileiro oferecendo vantagens. O empresário Sandro Marin, que a insta-lou em sua residência, conta que o sistema ocupa muito menos espaço que as placas fo-tovoltaicas, por exemplo, e não depende da angulação relacionada ao sol, além de gerar energia durante a noite.

“O Brasil tem uma costa de 8 mil quilô-metros e grande potencial para explorar a energia do vento, principalmente no litoral e aqui na região sul. Apostamos neste sis-tema de energia limpa de pequena e média geração, a exemplo das torres maiores, que atualmente geram mais energia que a usina hidrelétrica de Itaipu”, afirma Marin.

Outra vantagem do sistema instalado é garantir que a energia excedente seja envia-da para a rede da distribuidora local. Isso ocorre porque a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) oferece um incentivo para a diversificação da matriz energética brasilei-ra, reduzindo o ICMS.

“A energia gerada é contabilizada em kWh no medidor e a fatura representa a diferença entre a geração e o consumo da família. O saldo positivo é revertido em créditos ao consumidor. Assim, além de suprir a demanda doméstica e pagar menos pela conta de luz mensal, o usuário ainda acumula créditos para descontar nas pró-ximas faturas, com validade de cinco anos”, explica o diretor da Sua Energia, Júlio Paz.

Os créditos acumulados também podem ser compartilhados pela mesma operadora em diferentes pontos de consumo, em âm-bito estadual, desde que a fatura seja do mesmo CNPJ ou CPF. Sandro Marin, que também é diretor na empresa Tek Trade, irá direcionar os créditos gerados pelo equipa-mento em sua residência para o seu negócio, localizado em outro bairro da cidade.

Entenda como funciona a tecnologia

O sistema de aerogerador é formado por uma turbina compacta em formato de cata-vento e um inversor, que trans-forma a energia contínua em alternada, permitindo a leitura pela distribuidora local. O equipamento também possui um rotor interno que funciona com indução eletromagnética. Isso permite que o sis-tema continue operando por um perío-do maior sem vento, até que receba uma nova rajada.

Júlio Paz, da Sua Energia, que detém exclusividade para a instalação e comer-cialização do equipamento no Brasil, ex-plica que o inversor deste sistema eólico

é hibrido, ou seja, também é com-patível com o sis-tema de energia solar, permitindo que a geração seja ampliada.

“Foram sete anos de pesquisa e de-senvolv imento passando pela fase de homolo-gação do produ-

to, assinaturas de contratos e certificações internacionais até chegar na marca pró-pria para a geração de energia eólica. A inovação foi desenvolvida por um fabri-cante asiático e cedida à Sua Energia com exclusividade em todo território nacional. A parceria com a importadora Tek Trade visa fomentar o acesso do consumidor e a popularização desta tecnologia”, explica Julio Paz.

Além do telhado de casas, a turbina do aerogerador também pode ser instalada em locais abertos e topos de prédios, onde há significativa quantidade de vento. “Em Bal-neário Camboriú, por exemplo, a alta velo-cidade dos ventos nos topos dos prédios, por conta da verticalização à beira mar, benefi-cia ainda mais a instalação desse sistema”, reforça Sandro Marin.

Vida útil estimada em 40 anosl O sistema de aerogerador já está à

venda no país e deve gerar economia a médio e longo prazo. O consumidor pode adquirir o equipamento através de finan-ciamento bancário parcelado em até 60 vezes, com taxa competitiva. A vida útil do equipamento é estimada em 40 anos. Para um modelo similar ao instalado na residência de Balneário Camboriú (SC), com geração mensal de dois mil kWh

(quilowatts-hora), a estimativa de retorno do investimento é de três anos.l A Tek Trade é uma empresa catarinen-

se, membro fundador do Sinditrade – Sindi-cato das Empresas de Comércio Exterior do Estado de Santa Catarina, que atua há mais de dez anos no ramo de importação e expor-tação no Brasil. Entre uma variada gama de produtos, já importou mais de 25 mil veícu-los para montadoras e distribuidoras. Atua também na importação e distribuição direta de produtos como autopeças, impressoras 3D e painéis solares.

Saiba mais: www.tektrade.com.br

n Turbina compacta sobre o telhado: inversor transforma energia contínua em alternada

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JAIROEDUARDO

Jornalista, editor do Pitoco e cronista nas Rádios Colméia e T. Interaja com o editor: [email protected]. WhatsApp: 991131313

Cascavel, 68 anosO pioneiro Beto Pompeu descreve a Cascavel pré-emancipação

em viagem a uma época muito diferente dos dias de hoje

PÁGINA 13

Cascavel completa 68 anos de emancipação po-lítica e administrativa no próximo dia 14 de novem-bro. Tão jovem, que ainda é possível encontrar gente muita lúcida em nosso convívio, que chegou aqui quando ainda éramos distrito de Foz do Iguaçu. É o caso do professor Alberto Rodrigues Pompeu, o Beto (foto). Foi para entender melhor o que era a cidade no período pré-emancipação, que o Pitoco entrevistou o pioneiro e plantou um ipê em sua ho-menagem na rua Souza Naves. Acompanhe:

Como foi sua chegada a Cascavel?Vim com a família de Maringá. A rodovia 369 não

estava aberta ainda. Então viemos de camioneta por Guarapuava e pernoitamos em Laranjeiras do Sul. Era setembro de 1949, eu tinha 11 anos de idade.

Descreva o que era o lugarejo que você viu naquele setembro...

Era uma vila de poucas casas. Havia dois hotéis na cidade, um de minha irmã e o outro era o Hotel Gaúcho, do Zandoná. Fomos morar no hotel da mana que ficava na Avenida Brasil, em frente ao antigo posto Central Shell.

Que atividades uma criança de 11 anos po-deria fazer em um lugar assim?

Conhecemos todos os banhados, nascentes e pe-quenos rios. A gente saia atrás de frutas silvestres e passarinhos. Também éramos bons em localizar colmeias de abelhas para obter o mel.

Havia emprego para sua família?Meu pai era político, sertanista. Logo obteve

trabalho na abertura da estrada ligando Cascavel

ao Rio Piquiri, hoje BR 369. Meu pai trabalhou no Departamento Administrativo do Oeste (DAO). Co-meçaram a abrir a estrada para Campo Mourão em 1949 e terminaram em 1951.

O senhor se casou com uma das mulheres mais ambicionadas da cidade... era um galã na juventude?

A gente escolheu bastante (risos). Com a Meiry não foi fácil. A concorrência era grande, havia muitos candidatos. Tinha que insistir muito.

Neste tempo pegar na mão já era uma proeza, certo?

Certo. A sorte estava lançada nos matinês do Tuiuti. Lá era possível dançar abraçados. Hoje nem tem mais esse gosto, as pessoas dançam soltas...

Foi na dança que o senhor conquistou a Meiry. Era um pé-de-valsa?

A dança ajudou, mas eu me aproximei mesmo na livraria que eu tinha aqui na Souza Naves. Era um atrativo, tínhamos revistas de novelas. Atraíam muito as moças. Normalistas, futuras professoras, todas vinham à livraria. Com a Meiry não foi fácil. Se descuidasse, tinha concorrente na parada. A mar-cação que fiz foi séria e o final, feliz.

Procede que o senhor é motorista faz 61 anos e nunca recebeu uma multa?

Sou condutor desde 1958. Nunca cometi infra-ção de trânsito. Meus filhos seguiram essa diretriz na vida. Outros já bateram em meu carro, mas eu nunca causei acidente, nunca cometi esse desvio de conduta em mais de seis décadas como motorista.

Pitoco 18 de outubro de 2019 | 13

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A tecnologia solar fotovoltaica evoluiu de forma significativa na última década:

avanços importantes no processo de man-ufatura, novos recordes de eficiência dos módulos fotovoltaicos e o barateamento dos equipamentos tornaram a eletricidade do sol cada vez mais acessível a todas as camadas da população. Porém, é importante desta-car que o mercado é movimentado e desen-volvido não apenas por equipamentos, mas principalmente por pessoas.

O capital humano é – e sempre será – a maior riqueza do setor solar fotovoltaico, em especial no segmento de geração distribuída (GDFV), com sistemas instalados em telha-dos, fachadas e pequenos terrenos.

Embora os fabricantes de equipamentos, os integradores e os distribuidores exerçam um papel importante no mercado de GDFV, são os instaladores que têm promovido uma verdadeira revolução econômica e sustentável no Brasil e no mundo, já que estão na linha de frente, em contato direto com os consu-midores finais. Mapeamento recente mostra que há no País mais de 12 mil empresas de instalação, espalhadas por todo o território nacional. De norte a sul do Brasil, os insta-ladores são os grandes responsáveis pela dis-seminação da tecnologia solar fotovoltaica junto aos mais de 208 milhões de brasileiros.

De 2012 até hoje, esses guerreiros já inseriram mais de 990 megawatts (MW) de potência instalada na matriz elétrica nacional, em sistemas de microgeração e minigeração distribuída solar fotovoltaica junto a residências, comércios, indústrias, produtores rurais e prédios públicos.

Vale lembrar que a fonte solar fotovol-

taica agrega inúmeros benefícios para o progresso do País, dentre os quais: redução de gastos com energia elétrica, atração de investimentos, geração de empregos locais de qualidade, redução de impactos ao meio ambiente, redução de perdas elétricas na rede nacional, postergação de investimentos em transmissão e distribuição e alívio do sis-tema elétrico em horários de alta demanda diurna, como nos meses de verão, entre muitos outros. Em número de sistemas in-stalados, os consumidores residenciais estão

Guerreiros da geração solarLevantamento realizado pelo Ibope Inteligência em 2018 apontou que

9 em cada 10 brasileiros querem gerar energia renovável em casa

Rodrigo Sauaia *

no topo da lista, representando 74,0% do total. Em seguida, aparecem as empresas dos setores de comércio e serviços (17,2%), consumidores rurais (5,4%), indústrias (2,8%), poder público (0,6%) e outros ti-pos, como serviços públicos (0,1%) e ilu-minação pública (0,02%).

93 mil sistemas fotovoltaicosNo total, o Brasil possui hoje mais de

93.000 sistemas solares fotovoltaicos co-nectados à rede, trazendo economia e sus-tentabilidade ambiental a mais de 116.000 unidades consumidoras, somando mais de R$ 5,5 bilhões em investimentos acumula-dos desde 2012, distribuídos ao redor de todas as regiões do País.

Estima-se que o mercado de GDFV cresça a uma taxa de cerca de 500 novas empresas por mês no Brasil, com a pers-pectiva de chegar no fim do ano de 2019 com aproximadamente seis mil novas companhias entrantes no segmento solar fotovoltaico nacional. Somente nos últimos 12 meses, as empresas de engenharia e ins-talação que atuam no segmento de GDFV adicionaram aproximadamente 8 mil no-vos empregos ao País, um enorme feito na

situação econômica atual.

Em pesquisa realizada no pri-meiro semestre deste ano com mais de 1.500 empresas, consta-tou-se que: 41,2% delas trabalham com energia solar fotovoltaica há menos de um ano; 27,1% de um a dois anos; 19,5% de dois a três anos; e apenas 12,3% atuam há mais de quatro anos. Outro dado interessante: 6% das empresas ultrapassaram a marca de 50 sis-temas instados; 57,9% instalaram de 10 a 50 sistemas; e 36,4% ainda não completaram suas três pri-meiras instalações. Um mercado

repleto de novos entrantes, iniciando suas jornadas no setor.

Do total de sistemas fotovoltaicos ins-talados até hoje em GDFV, cerca de 25.000 projetos já foram submetidos para certi-ficação e avaliação dos próprios consu-midores. Com isso, já são mais de 1.400 empresas instaladoras que possuem um selo de qualidade.

Embora o mercado solar fotovoltaico

seja ainda muito recente no País, as previ-sões e projeções indicam que, em questão de poucos anos, será um dos mais rele-vantes dentro do setor elétrico brasileiro.

Tal perspectiva é amparada também pelo forte apoio da população brasileira à tecnologia. Levantamento realizado pelo Ibope Inteligência em 2018 apontou que 9 em cada 10 brasileiros quer gerar energia renovável em casa. Pesquisas realizadas pelo Ibope Inteligência, em 2018 e 2017, pelo Datafolha, em 2016, e pelo DataSe-nado, em 2015, comprovaram que a fonte solar fotovoltaica conta com amplo apoio de mais de 85% da população brasileira.

Por isso, não restam dúvidas: o futuro

do Brasil é solar fotovoltaico e os insta-ladores terão papel importante como os guerreiros que ajudarão a construir este futuro renovável, limpo, sustentável, com-petitivo e cada vez mais brilhante ao País e à nossa sociedade. Avante, energia solar fotovoltaica!

* O autor é CEO da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR)

Em número de sistemas fotovoltaicos instalados no Brasil,

os consumidores residenciais estão no topo da lista, representando 74,0%

do total. Em seguida, vem comércio e serviços (17,2%), consumidores rurais (5,4%), indústrias (2,8%) e

poder público (0,6%).

SUSTENTABILIDADE V

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O último dos inocentesOBITUÁRIO

O mês de outubro de 2019 levou uma figurinha carimbada do mundo da po-

lítica. Alsir Pelissaro presidia a Cettrans em tempos conturbados, e lutava silencio-samente contra um câncer.

Pelissaro tinha 56 anos e era natural de Marau (RS). Morava em Cascavel desde 1973. Voluntariou-se em várias entidades e atuava no ramo gastronômico.

Em determinado período ficou conhecido por imitar o apresentador Silvio Santos na propaganda de seu restaurante na TV. Mas a paixão dele era mesmo pela política.

Pelissaro tinha um jeito ímpar de con-duzir as conversas, sem jamais alterar a voz. Repetia um gesto com as mãos unidas, fa-zendo circular os dedos polegares, era uma espécie de tic ou toc (transtorno obsessivo compulsivo)

Diz a lenda que em recentes eleições de

Simples, financeiramente desinteressado,

Alsir Pelissaro era o ingênuo, a boa alma, entre

as raposas da política

Cascavel, quando costurava o apoio de uma sigla relevante à candidatura de Paranhos a prefeito, Pelissaro apresentou o seguinte argumento junto ao deputado “dono” do partido almejado:

- O nosso partido e o seu têm muitas afi-nidades ideológicas...

Nisso foi interrompido pela raposa velha da política:

- Pelissaro, não seja inocente, quero sa-ber quanto irão me pagar para dar o apoio!

A despedida do doutor Braguinha

A Associação Médica de Cascavel (AMC) lastimou o falecimento do concei-tuado médico João Medeiros Braga Júnior. Mais conhecido como doutor Braguinha pelos amigos, residia em Cas-cavel hhavia 23 anos.

Carioca, fez história na medicina brasileira por ser mestre na otorrino e na endoscopia broncoscópica, tendo in-troduzido a técnica no Mato Grosso do Sul na década de 1970, tornando-se re-ferência nacional na retirada de corpos estranhos do pulmão.

Sua perícia com o fribronscópio o levou a vários países do mundo, ensi-nando e participando de eventos cientí-ficos, tendo destaque notadamente nas cirurgias em crianças, sua perícia com esse aparelho.

Incapaz de subtrair cinquenta centavos de quem quer que fosse, Alcir Pelissaro não aprendia mesmo como lidar com a velhaca-ria da política. Era o último dos inocentes neste meio. “Ele deixa um legado baseado na cordialidade, simplicidade e dignidade exemplar”, disse o prefeito Paranhos, de longe, o político mais abatido entre todos que foram para as despedidas fúnebres no dia 3 de outubro na Câmara Municipal de Cascavel.

n João Medeiros Braga Junior no quadro “Retratos Vivos”, fotografado por Cesar Pilatti

Pela passagem dos 50 anos de gradu-ação e histórico de trabalho exemplar na medicina, Braguinha foi condecorado em janeiro de 2018 com o Diploma de Mérito Ético-Profissional e o Cristal Comemora-tivo da Medicina. No mesmo ano também posou para o quadro “Retratos Vivos” em que grandes nomes de todas as áreas de Cascavel são homenageados.

Braguinha foi colega do cardiologista Enéas Carneiro, enquanto ainda mo-rava no Rio. Eram muito amigos, foram sargentos do serviço de saúde do Exér-cito e estudavam de dia na Universidade do Brasil, trabalhando juntos no HCE. Enéas ficou célebre quando disputou a presidência da República e, com escassos segundos no programa eleitoral, basica-mente dizia seu nome no ar. Braguinha completaria 80 anos em dezembro.

n Alsir (à esquerda)era companheiro nas caminhadas políticas de Paranhos

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Pitoco

ENTREVISTA

18 | www.pitoco.com.br

Emissoras AM de Cascavel migram para a frequência modulada e encaram um novo perfil de

ouvinte, conectado e ao alcance de um clique

Acontece agora, na prática, algo anunciado lá no distante 2013, ainda no go-verno Dilma Roussef. As emissoras que transitavam por ondas médias,

mais conhecidas como “AM”, ganham a possibilidade de migrar para a frequência modulada (FM). Em meio a essa travessia, o perfil do ouvinte foi definitivamente impactado pelas redes sociais. Os meios de comunicação, que já eram pulveriza-dos, agora restam fragmentados, e ninguém mais tem o monopólio da audiência.

É neste cenário que a tradicional Rádio Independência, estação cujas antenas surgem espetadas há décadas ali na rua Rio Grande do Sul com 7 de Setembro, bus-cará ampliar seu lugar ao sol. A emissora e também as demais (Colmeia e Nacional) estão migrando ou já migraram para o novo sistema. O jogo começa de novo, do zero a zero?

É como se o carro de segurança da Fómula 1 entrasse na pista e co-locasse os competidores em uma fila indiana, todos mais próximos uns dos outros?

Essa é a questão remetida para um jovem executivo do se-tor, Jeferson Miranda de Jesus. Na profissão, ele jogou em todas as posições do campo, tem a vivência do “chão de fábrica”, e gerencia a Studio 92, nova roupagem da Rádio Independência em transição.

Aqui, Jeferson descreve tendências para o setor e mostra o caminho para prosperar em um momento de transe nas ondas do rádio.:

Ondas em transe

Pitoco - Em uma analogia com o fu-tebol, você já ostentou vários números na camiseta, e agora lhe vestiram a 10. É bastante responsabilidade coman-dar essa mudança, concorda? Fale um pouco de sua carreira

Jeferson Miranda de Jesus - É de-safiante mesmo. Comecei no rádio ainda adolescente, em Naviraí (MS), fui operador de áudio, sonoplasta. Atuei na edição, gra-vação. Depois estive na Colmeia ao comando do Ivan Zuchi e mais recentemente na rádio Integração de Corbélia, onde passei a atuar também na área comercial e de gestão.

O chão de fábrica lhe credenciou para novos voos?

Não só em minha área, conhecer a parte técnica vale para todas as profissões. Co-nhecer o todo é fundamental. Rádio vende segundos, se a parte técnica não estiver bem conduzida, todos os demais setores estão comprometidos.

O que mudou no rádio, de sua ex-

“Muita coisa mudou no rádio. O ouvinte está mais perto do

comunicador. As mídias sociais aproximaram o cliente do

radialista. Antes o locutor era uma celebridade, um artista. Onde chegava, causava. Não é mais

assim.”

periência adolescente em Naviraí até o comando da Studio?

Muita coisa. O ouvinte está mais perto do comunicador. As mídias sociais aproxima-ram o cliente do radialista. Antes o radialista era uma celebridade, um artista, onde che-gava causava. Não é mais assim.

O ouvinte ganhou protagonismo?Sim, transmitimos a programação em

áudio e vídeo também na internet, 24 horas por dia. As redes sociais trouxeram o ouvinte

do campo passivo para o ativo. Ele é mais crí-tico, puxa a orelha da gente, não aceita mais qualquer tipo de abordagem ou opinião. Não é mais um monólogo. Acabou o monopólio da voz e da opinião. O profissional continua com o microfone na mão, mas a opinião que ganhar força é do público ouvinte.

O meio perdeu um pouco do seu charme quando passou a mostrar o dono da voz em vídeo na internet? Vale lembrar que as pessoas idealiza-vam o locutor, muitas vezes o conhe-ciam somente da foto do calendário de fim de ano...

Essa magia do rádio mais teatral, do ar-tista da voz ainda existe, mas vem perdendo espaço. Em outros tempos era como assistir um filme dublado e ficar imaginando a fi-sionomia do dublador por trás daquela voz. Mas a mudança não é ruim. Trouxe o rádio de volta para o que realmente ele é, uma fer-

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n Jeferson Miranda de Jesus, executivo da Studio 92: gestão empresarial e batalha dura no dial

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Pitoco

ENTREVISTA

ramenta de interação social.

Muitas vezes anunciada, a morte do rádio não aconteceu...

De fato, dizia-se que o rádio iria morrer quando a TV se estabeleceu. Não morreu. Depois a internet acabaria com a rádio. Não acabou. Pelo contrário, hoje o rádio se utili-za da internet para ganhar mais abrangência e expressão.

Esse mundo de vocês está cada vez mais fragmentado, competivi-vo... como sobreviver em ambiente tão árido?

É preciso implementar a gestão empre-sarial, sem improvisos. Houve um tempo em que o viés artístico se sobrepunha ao empresarial. Isso mudou. É preciso buscar resultados econômicos até para manter a qualidade do serviço prestado. A concorrên-cia é feroz. De poucas emissoras até algum tempo atrás, Cascavel passou a ter mais de dez, incluindo aí as educativas, comunitá-rias e rádios de cidades vizinhas que atuam comercialmente aqui.

A migração do AM para o FM “em-bola” esse jogo?

O decreto presidencial da então presi-dente Dilma, em 2013, deu a condição de migrar de AM para FM. A tecnologia da frequência modulada é mais avançada. A faixa AM sofre muitas interferências, como alta tensão, lâmpadas fluorescen-tes, motores de veículos. A potência da AM teria que ser gigantesca para manter um pa-drão, ao passo que a FM, mesmo com menor potência entrega mais qualidade de áudio.

Vocês estão em processo de mi-gração. Como não perder ouvintes no caminho? O cliente terá que girar o botão no dial...

Estamos migrando de 1270 AM para 92,3 FM. Algumas emissoras preferiram executar esse processo de forma abrupta, mudaram suas marcas, nomes fantasia e sintonia. Nós preferimos atuar com as duas frequências no ar simultaneamente, com a mesma pro-

18 de outubro de 2019 | 19

gramação pelo período regulamentar de 180 dias. E convidamos as pessoas lá na AM para sintonizarem o 92,3. É como a transição da TV analógica para a digital, o ouvinte tem ganhos de qualidade no processo.

Com todas as emissoras na FM, o jogo começa do zero a zero?

Digamos que agora estamos jogando no mesmo campo, com a mesma bola e idênti-cas condições de gramado. Talvez não haja grandes mudanças no Ibope, mas certamen-te haverá nichos, segmentos em disputa. Uma emissora, mesmo não sendo majori-tária, pode se sair muito bem atuando em nichos relevantes de mercado.

As emissoras tradicionais, que já navegavam na FM, terão seus reina-dos ameaçados?

Diria que estão mais ameaçadas que confortáveis. A turma que atuava em AM chega com um produto novo, um perfil de programação que tem um público cativo, e que não está presente na FM tradicional. O novo pode atrair o ouvinte. Mas se ele fica ou não, depende nossa capacidade.

O que o ouvinte espera de uma emissora de rádio? Música, notí-

cia, entretenimento?Estudamos pesquisas qualitativas

aqui e em outros centros relevan-tes. Elas nos orientam para uma tendência: o ouvinte pede cada vez

mais notícia, jornalismo. Pede o no-ticiário local, aquilo que acontece no

seu bairro, na sua cidade. A programa-ção musical tem seu espaço também, mas

é minoritária. Então vamos disponibilizar um canal aberto para o ouvinte interagir e expressar sua opinião, com repórteres nas ruas e prestação de serviço, pois não pode-mos esquecer que rádio é concessão pública.

“A concorrência é feroz. De poucas emissoras até algum

tempo atrás, Cascavel passou a ter mais de dez, incluindo aí as

educativas, comunitárias e rádios de cidades vizinhas que atuam

comercialmente aqui.”

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Ademir Luiz Ortolan, como o sobre-nome indica, tem sangue italiano nas

veias. Três dos quatro avós dele nasceram na Itália. Costuma se apresentar como um típi-co sulista. Pais gaúchos, ele catarinense de Joaçaba e os filhos paranaenses de Cascavel.

Ademir está a frente da Ótica Curiti-ba, tradicional empresa do ramo, fundada por ele e um sócio exatamente quatro déca-das atrás.

A exemplo da maioria dos cascavelenses que aportaram por aqui nos anos 60, Ademir iniciou em ofícios simples, ainda criança.Aos 12 anos de idade era lavador de carros na baixada da rua Pio XII, região conhecida como “Vila Sapo”. “Não gostei da profissão”, disse ele. Compreende-se.

Então, aos 14 anos enfrentou o emprego de cobrador na Sinatra Calçados, uma das empresas pioneiras do setor em Cascavel. Também não se deu bem na condição de emissário do credor.

Seu emprego mais longevo foi mesmo na Casa Santo Antonio, onde atuou em quase toda a década de 1970, período do “estirão” de Cascavel.

Foi apresentado ao mundo das jóias, óculos e relógios por um cunhado, Evilásio, das Óticas Precisão, outro nome tradicional do setor.

Foi lá que ele fez o curso de ótico prático, em 1979. Inquieto, quatro anos depois, ou-tra vez mudou o rumo: “Montei um boteco. Aquilo me rendeu muito: rendeu duas úlce-ras e a incomodação do cliente que chegava 6 da tarde e bebericava uma pinguinha até meia noite”.

Foi quando ele decidiu empreender no ramo. E montou a loja no tradicional ponto da Carlos de Carvalho com Rio Grande do Sul. A sociedade com outro colega durou me-nos que uma gestação normal: oito meses.

Antes porém, eles haviam decidido “no palitinho” o nome da ótica. O sócio ganhou na sorte, ficou o nome Curitiba.

Fidelizar é o segredoO que tem a ensinar um empreendedor com 40

anos de janela em um dos setores mais concorridos do

comércio de Cascavel?

É preciso conhecer o cliente pelo nomel Ademir é homem de longos vínculos.

40 anos da ótica, 45 de casamento com a colega de trabalho e fiel escudeira Celi, ele atua para reter talentos na empresa.l Acredita que seus colaboradores pre-

cisam conhecer os clientes pelo nome e para isso é preciso ter tempo de casa. “Uma das colaboradas está há 15 anos conosco, a outra 20 anos”, afirma, orgulhoso.l “Sempre digo para minha equipe:

cliente de óculos não é cliente que vai com-prar uma vez só. Atender bem, qualidade no produto e bom preço são três fatores que precisam trabalhar juntos”, ensina o longevo empreendedor.l O mercado é amplo, mas a concor-

rência também. Estima-se que haja mais de 50 lojas do ramo em Cascavel, algumas delas franquiadas ou pertencentes a gran-

EMPREENDEDORISMO

des redes nacionais.l Estima-se que 20% da população

precisa usar óculos. E deste montante, apenas 10% efetivamente usam. Há muito cliente aqui para prospectar.l “Daí a importância de tratar as pes-

soas pelo nome, com atendimento perso-nalidade. O cliente não pode se resumir a um número. Tem que haver um padrão de ajuste e de atendimento”, explica o ex-lavador, ex-cobrador, ex-bodegueiro, Ademir Ortolan.l Além do casal de fundadores, a famí-

lia Ortolan já vem trabalhando a sucessão dentro da empresa. Dois dos três filhos do casal, Eduardo e Emerson, estão inte-grados ao negócio e comandam a segunda unidade da loja, na Avenida Brasil.l Não tem muito segredo aqui. É reu-

nir o impulso inovador da juventude com a experiência e tarimba do professor do segmento para intuir que outros 40 anos estão vislumbrados para as óticas Curitiba.

20 | www.pitoco.com.br Pitoco

n Ortolan: o cliente não pode se resumir a um número

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Não há ninguém com mais visibilidade nas reuniões da Amop. Cleci Maria

Rambo Loffi é a presença feminina ele-gante e bem vestida, no “clube do bolinha” da entidade. Ela é a única mulher eleita pre-feita nos 54 municípios da região da área de abrangência da Amop. A outra prefeita, de Itaipulândia, era vice e assumiu a cadeira do titular catapultado por interesses contraria-dos no Legislativo.

Embora o eleitorado feminino seja ma-joritário, Cleci não acredita que a cota de gênero nas chapas proporcionais possa dar conta da escassez de mulheres em cargos eletivos. Visitada pelo editor do Pitoco no dia seguinte àquele que marca a derrocada das torres em Nova York, a prefeita mostra por que tem o nome Rambo no nome. Ela é durona sem deixar de ser afetuosa.

Na primeira vez que disputou o comando do município de pouco mais de 5 mil almas, enfrentou piadinhas, cantadas baratas, abra-ços mais apertados que o recomendável e até mesmo um eleitor que lhe disse na lata: “Não voto em mulher”. Mas Cleci é uma vencedora. Está no segundo mandato e ba-lançou quando recebeu convite para compor o governo Ratinho Junior, mas não quis deixar a missão pelo meio. Pesou também na decisão divergência com seu vice. Nesta en-trevista, a única prefeita eleita em 2016 fala também de uma até então insuspeita disputa territorial com Rondon. Acompanhe:

Você é a única menina no clube do bolinha da Amop. E é contra a cota de gênero?

Sim, sou contra. Veja quantas candidatas fictícias, laranjas mesmo, nas eleições do ano passado. A mulher tem que entrar pela ca-pacidade, não precisa ter lei estabelecendo cotas. Em minha primeira candidatura ouvia homens dizendo que não votavam em mu-lher, já na segunda isso desapareceu. Agora falam em aumentar a cota para 50%, isso é um absurdo

Uma das razões alegadas para au-sência das mulheres na política é a tal “dupla jornada”, cuidados com os

OESTE

Ela é únicaAs eleições para prefeito de 2016 elegeram

53 homens nos 54 municípios do Oeste; a única a vestir saias é de Mercedes. Cleci, a

prefeita, é contra a cota de gênero

Jairo Eduardo e Reginald Armstrong

filhos, família...Isso não é determi-

nante. Quando entrei na política, como secretá-ria de saúde, cargo que me exigia quase 24 ho-ras por dia, meus filhos tinham 8 e 10 anos de idade. Estive ausente, houve cobrança, houve queda de rendimento na escola. Então me desdobrei para compatibi-lizar o cargo com a família e fazer caber tudo dentro das 24 horas.

Foi o milagre da multiplicação das horas?

Quando percebi o impacto na vida fa-miliar, passamos a levar os filhos para os jantares, eventos e outras ações do mundo da política. Passaram a gostar e a entender meu trabalho.

Beleza é fundamental no mundo das urnas?

Beleza é relativo, né? Vai do gosto, alguns acham alguém bonito, outros nem tanto. Não entro no mérito estético, pois prefiro ser reconhecida pela competência.

Campanha eleitoral tem muito con-tato físico, como você age com aqueles que passam do limite?

Já passei por saias justas. A gente perce-be quando há outra intenção. Eu percebia no início da carreira olhares diferentes... Mas tudo vai da conduta da mulher...

Você teve que dar um corte nos mais entusiasmados?

No início, sim. Minha reação foi de tal forma, que a notícia se espalhou muito rá-pido, cortei o mal pela raiz. Eu disse numa boa: - Gostaria que você não confundisse, sou mulher, mãe, esposa, casada, prefeita.

Como é administrar um pequeno município?

Posso assegurar que é trabalhoso, mas

também recompensador. Em cidade peque-na todo mundo tem o WhatsApp do prefei-to. Todo mundo sabe onde o prefeito mora e bate a qualquer hora na sua porta. Aqui, em campanha eleitoral, é preciso visitar to-das as residências.

Um dos estopins da 2ª Guerra foi a expansão territorial da Alemanha. Aqui, na região mais germânica do Pa-raná, houve risco de uma “guerra” por território entre Mercedes e Rondon?

Nunca requisitei a área do Porto Mendes para Mercedes. A iniciativa foi dos mora-dores daquele distrito. Me chamaram para uma reunião lá e eu me limitei a dizer que a iniciativa deveria partir deles. Mercedes nunca ambicionou os royalties gerados para Rondon pelo Porto Mendes. Eu disse para os moradores de lá: me poupem. Tive um desgaste desnecessário com o prefeito de Rondon, que foi meu colega de escola e de handebol. Mercedes é filha de Rondon.

Bandeira branca no Paço?Eu sou nascida em Rondon, quem sabe

um dia eu vá morar lá. Repito: isso nunca partiu de nós. Ficou um clima muito chato com o Márcio (prefeito de Rondon). Houve uma intriga muito grande para confrontar eu e ele por interesses de terceiros. Não quero me indispor. Quero acreditar que isso está superado.

Qual o legado de dois mandatos?Honestidade e transparência. Em seis

anos e meio de gestão nunca houve algo que maculasse a credibilidade de nossa atuação.

n Cleci compatibiliza trabalho com família e rigor administrativo com afetuosidade

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Pitoco 18 de outubro de 2019 | 25

Os aterros sanitários são sistemas para tratamento de resí-duos sólidos urbanos. O lixo de nossas residências, metade

é biodegradável e necessita de tratamento para ser descartado e pode ser aproveitado economicamente, pois produz diversos gases e matéria orgânica. Um desses gases, é o biogás, muito se-melhante ao gás de cozinha, composto por metano (CH4), dió-xido de carbono (CO2), e uma pequena porcentagem composta por gás sulfídrico, monóxido de carbono, nitrogênio, oxigênio e outros. Estudos comprovam que o metano é cerca de 21 vezes mais nocivo que o dióxido de carbono. Assim, foi constatado que queimar o biogás seria melhor que deixar na natureza. Por isso, o gás necessita ser queimado ou, melhor que isso, pode se transformar em energia elétrica em motores geradores a gás, que atualmente é injetada na rede e pode ser utilizada em escolas, creches, hospitais e demais edifícios públicos.

Nos anos de 2012 e 2013, em sua proposta de conclusão de curso, o acadêmico Abel Alves de Souza, orientado pelo profes-sor Samuel Nelson Melegari de Souza, analisou o potencial de emissão de biogás de célula já finalizada do aterro sanitário municipal de Cascavel. Segundo estudos, metade da população mundial vive nas cidades e sendo responsável por cerca de 70 a 80% das emissões de gases estufa de todas as naturezas. Esse mesmo estudo informa que essa população também consome dois terços da energia primária, sendo notória a necessidade em tratar o lixo e produzir energia limpa.

MEIO AMBIENTE

Potencial energético do lixoTratamento de resíduos sólidos no aterro

sanitário de Cascavel poderia suprir energia elétrica para 3,6 mil residências

Amanda Alves - Unioeste

O PROCESSOl Os resíduos sólidos são depositados no aterro sanitário e tem inicial-

mente sua decomposição por meio aeróbio, que ocorre comumente logo após a inserção do material. Após o esgotamento de oxigênio, acontece a decomposição anaeróbia, caracterizando o aterro como um reator bioló-gico. O acadêmico Abel explica que a produção de biogás no aterro é de-pendente das reações químicas que o meio possibilita, “sendo influenciada por fatores como percentual de oxigênio, disponibilidade de nutrientes, pH, temperatura e da taxa de decomposição do material”.l Os dados foram obtidos no decorrer dos anos de 2012 e 2013 no

aterro municipal de Cascavel, localizado entre as nascentes do Rio Boi Picuá e do Córrego São José, sub-bacia do Rio Azul, afluente da margem esquerda do Rio Piquiri. O clima da região é subtropical úmido com tem-peratura média de 19 oc. A área do município destinada ao aterro sanitário compreende 237,8 mil metros quadrados, porém concentrou-se o estudo em parcela desta área, em células já devidamente preenchidas e prontas. l As células em estudo, iniciaram o trabalho em maio de 2003 e rece-

berem até outubro de 2011 em média 225 toneladas por dia de resíduos do-miciliares. O estudo de biogás nas células já finalizadas do aterro municipal de Cascavel, mostrou uma vazão expressiva para os dois anos de medição. l Em 2012, a vazão medida foi 378,3 m3   por hora; em 2013 a vazão

de biogás foi 315,8 m3   por hora, 19,8% menor em relação a medida no ano anterior, assim como o esperado pela literatura. O que corresponde a um potencial de geração de 600 kW, suficiente para suprir energia a 3600 residências unifamiliares, considerando-se um consumo mensal de 100 kWh/residência. Isso mostra que a utilização deste potencial é expressiva, embora esteja hoje subutilizada.

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Conhecida por megashoppings de nomes como Mona Lisa, Vendome e Paris, Ciu-

dad del Este vem sendo tomada por empre-endimentos que passam longe da tentativa de inspirar glamour.A cidade paraguaia, que é sinônimo de compra de eletrônicos, bebidas e perfumes, vive uma expansão de galpões e contêineres onde milhares de má-quinas pouco maiores que a bateria de um carro zunem incessantemente, produzindo níveis extremos de barulho e calor. Grandes ventiladores em potência máxima baixam a temperatura de insanos 60º C para aceitá-veis 40ºC.

Esses locais são mineradoras de bitcoin

- a maioria propriedade de empresários brasileiros que migraram para o Paraguai em busca de energia barata e facilidade de importação de máquinas, quase sempre chi-nesas. Levam uma vida de alto padrão, em condomínios luxuosos e com uma coleção de carros. O custo do kwh, medida de energia elétrica hora, é de cerca de US$ 0,04 (R$ 0,16) no país, enquanto no Brasil a média, segundo a Aneel (Agência Nacional de Ener-gia Elétrica), é de R$ 0,56 —250% mais cara. A explicação é que o Paraguai tem de Itaipu muito mais do que necessita.

O negócio das bitcoins também se bene-ficia de um ambiente regulatório permissivo e de baixa carga tributária. Alheios ao risco de estouro da bolha das criptomoedas e às cada vez mais frequentes notícias equipa-rando o setor a esquemas de pirâmide, os empresários estão dobrando a aposta. Três dos principais brasileiros que operam no país vizinho planejam expandir o negócio, erguendo novos locais de operação e com-prando equipamento mais potente.

“Muitas vezes se fala em moeda digital e o cara não entende a estrutura física por trás. Acha que é só um programa de computador”, diz Antônio Silva, 52, dono da MDX, que tem 12 mil máquinas espalhadas por quatro áreas de Ciudad del Este e cercanias fazendo a mineração.

Em um destes polos, seu equipamento ocupa um pequeno edifício de três andares e mais sete contêineres adjacentes. Um ter-reno comprado ao lado está sendo preparado para aumentar a capacidade. Silva quer ter mais 50 mil máquinas trabalhando nos pró-ximos dois anos. “Eu não fazia ideia do que era criptomeda. Aprendi com os que foram caindo pelo caminho”, diz ele, que deixou Florianópolis (SC) há quatro anos, depois de quebrar com uma empresa de perfume.

Nascido em Goiás, onde diz que foi até morador de rua, recebeu apoio para tentar a sorte no Paraguai do amigo Rocelo Lopes, o primeiro brasileiro a se arriscar no país vizinho. “No começo, quando o empreen-dimento é uma canoa, você consegue des-virar. Se cresce e se torna um barquinho, é mais difícil. Quando vira um transatlântico, é naufrágio. O meu barquinho virou várias vezes, mas eu sempre desvirei, até me esta-bilizar”, filosofa ele, que emprega 60 pessoas atualmente.

Brasileiro dobra aposta em bitcoins no Paraguai

CRIPTOMOEDA

Empresários do Brasil ignoram risco de bolha e ampliam mineração de

criptomoeda no país vizinho

Fábio Zanini (Folha de São Paulo)

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Experiência bitcoinOperando em um galpão de teto de zinco

e tijolos aparentes, com máquinas empilhadas em estantes de canos de PVC , a Coin Py foi a primeira a chegar ao Paraguai, em 2013. Seu proprietário, Rocelo Lopes, 46, tem operações de bitcoin no Paraguai, África do Sul e Costa Rica, além de uma corretora no Brasil. Em Ciu-dad del Este, são 2.100 máquinas trabalhando freneticamente, 24 horas por dia, produzindo em média 5 bitcoins e 150 ethereum por mês. Em breve chega mais um lote de equipamentos, com potência redobrada.

“Isso aqui é uma questão de adivinhação. Você nunca tem certeza de nada. Mesmo assim, continua valendo a pena”, afirma Eduardo Co-ronel, responsável por manter funcionando a parafernália elétrica do lugar. Queima de placas e superaquecimento são problemas constantes, e um aplicativo alerta caso alguma máquina dê problema durante madrugada, quando não há mais funcionários no local. Um deles então sai de casa para consertar o aparelho defeituoso, não importa o horário.

Coronel estima que existam cerca de 60 mi-neradoras de bitcoin atualmente no Paraguai, mas muitas funcionam em fundos de quintal, o que levanta a suspeita de que são esquemas

CRIPTOMOEDA

de pirâmide disfarçados, oferecendo retorno de até 50% ao mês no investimento. “Por culpa desses ‘piramideiros’, ficamos todos com fama de malan-dros”, afirma Coronel.

O fato é que a grande volatilidade das bitcoins não contribui para sua imagem. Ao serem criadas, em 2008, por uma pessoa (ou grupo de pessoas) usando o nome Satoshi Nakamoto, cada bitcoin valia menos de US$ 1 (R$ 4,10). Quem investiu na-quele experimento à época ficou milionário, pois a moeda atingiu o pico de US$ 19,7 mil (R$ 81 mil)em dezembro de 2017, para depois cair vertigino-samente.

São comuns oscilações de 25% num período de dez dias. Na semana passada, a bitcoin era cotada em torno de US$ 8.300 (R$ 34 mil).

A cada quatro anos, num processo chamado de “halving”, o número de bitcoins oferecido pela rede blockchain cai pela metade, o que contribui para sua valorização e acirra a competição pela mineração, uma das razões pelas quais investe-se tanto em máquinas mais potentes.

Nascido em Taiwan e com cidadanias brasileira e paraguaia, Antonio Li, 39, começou minerando bitcoins de forma caseira, em 2017. Hoje aluga um galpão de 800 m² e está de mudança para uma es-trutura duas vezes maior perto de uma subestação de Itaipu, no município de Hernandaria, vizinho a Ciudad del Este.

Motivo: a luz no Paraguai é barata e abun-dante, mas a distribuição é precária, e há mui-tas oscilações na rede. Ficar mais perto da usina garante energia de melhor qualidade.

“O Paraguai é o melhor país do mundo para minerar bitcoin. A energia é tão barata que mesmo usar máquinas de baixa eficiência vale a pena. É como o petróleo na Venezuela”, afirma Li, que trabalhava com importação de equipamentos eletrônicos antes de se aventurar pelo mundo das moedas virtuais.

Como as empresas de bitcoin operam num limbo jurídico, recolhem imposto de variadas formas. Li, por exemplo, está registrado como serviço de assistência técnica. Em regra, pagam IVA (Imposto sobre Valor Agregado) de 10% so-bre o faturamento.

O Congresso paraguaio está discutindo a regulamentação do setor, o que poderá levar à maior cobrança de impostos. Nem assim os empresários brasileiros pensam em deixar o país. “Segurança jurídica é o que falta para esse país virar definitivamente um polo mun-dial de bitcoins”, afirma Li, que aprova a regu-lamentação.

Mas a maior ameaça, a do estouro da bolha, tampouco assusta. “Ouço que vai ser uma bolha desde que eu comecei. Não vou me preocupar com o que não controlo”, afirma Silva.

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Esporte e tranquilidade

No porta malas do carro: chuteira, cami-seta térmica, tênis de corrida, meião,

luvas e uma bolsa com diversos tacos e inú-meras bolas de golfe. É assim todos os dias. Quem conhece Univaldo Etsuo Sagae, ou melhor, o doutor Sagae, sabe de sua dis-ciplina e profissionalismo no consultório. Mas, nas horas fora do expediente, ele leva também uma intensa vida esportiva

Todos os acessórios que Sagae carrega consigo, mostram que ele está sempre dis-posto a jogar futebol com os amigos, tirar um tempo para se concentrar em longas caminhadas ou para praticar golfe - o seu mais novo hobby.

E foi no condomínio Colinas Golf Re-sidence que ele encontrou um espaço am-plo e tranquilo, fora da agitação do dia a dia, para o convívio com a família e a prática de

GOLFE

Médico encontra em condomínio um espaço

acolhedor para a convivência e a prática desportiva

desportiva. Com pista de corrida, quadras de tênis, campo de futebol e outros equipa-mentos, além de muito verde e uma visão panorâmica privilegiada da cidade, o novo condomínio de Cascavel chamou a atenção do médico. Foi amor à primeira vista.

Ali ele também pratica o golfe, que en-trou em sua vida há um ano e se tornou es-

sencial: “Os benefícios desse esporte são incon-táveis, ele te faz querer treinar mais e mais. No golfe, não tem idade para começar e muito menos para terminar. Esse esporte exige muita concentração, prática e dedicação. Posso com-partilhar as partidas com as pessoas que eu amo, como minha espo-sa, por exemplo. Sempre que podemos, jogamos juntos, é uma experiên-cia que não tem preço.”

O médico escolheu ter um espaço no Colinas Golf Residence para se manter ins-pirado, garantir qualidade de vida por meio do esporte e, de quebra, ter o privilégio de encerrar o dia em um ambiente cativante. “É maravilhoso, um sonho”, afirma.

n Univaldo Sagae: “É maravilhoso, um sonho”

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l O Café com Pitoco de setembro rece-beu o coordenador da Orquestra Paranaense de Viola Caipira, Crystian Fernandes. As notas musicais que tanta alegria já distri-buiram por esse Brasil afora estavam mais para o toque de silêncio extraído da corneta.l É que um dos mais bem sucedidos

projetos culturais do Paraná está seriamen-te ameaçado. O convênio da Orquestra com Itaipu vence em dezembro próximo, e não será renovado. A nova direção de Itaipu não vê adesão do projeto com a missão da usi-na. O projeto Viola Lindeira passou noções musicais para mais de mil crianças e adoles-centes de dezenas de municípios da região. O projeto busca agora novos parceiros, embo-ra, antes de tudo, precise obter a doação dos equipamentos utilizados no projeto, também recolhido por Itaipu.l O projeto fez uma espécie de reencon-

tro geracional, apresentando aos jovens do hoje as raízes de seus antepassados. “A mú-sica extraída da viola, os acompanhamen-tos, as letras, remetem para os costumes do campo, para a religiosidade do povo bra-sileiro. Isso contrasta com alguns gêneros

O silêncio da viola

musicais de hoje, que desrespeitam a mu-lher e erotizam a infância”, afirma Fernan-des. Portanto, a viola caipira está em adesão com os ventos conservadores que sopram na política, mas isso foi insuficiente para

ganhar sequência.l No Café com Pitoco, Fernandes re-

latou um diálogo que manteve com o cantor sertanejo universitário Sorocaba. “Ele dis-se claramente que música sem bebedeira ou apelo sexual não vende”, afirma o coorde-nador da Viola Lindeira. l O Café com Pitoco é um evento men-

sal que traz no cardápio os grandes temas regionais e tem o apoio cultural do Hotel Bourbon e Sicoob Credicapital.

n Orquestra de Viola durante a “Cantata do Ipê”, em Cascavel, e Crystian Fernandes

CAFÉ COM PITOCO

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Clipping News Agência de Notícias CNPJ 73.205.239/0001-71

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Editor: Jairo Eduardo e-mail: [email protected]

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Fundadores: Laidir Dalberto, Jairo Eduardo e Antonio Santos da Luz

Pitoco

PRESENÇAS NO CAFÉ COM PITOCO - Entre outros leitores, estiveram presentes os assinantes Jaime Lain, Edenilson Boniatti, Luiz Fettbach, Crystian Fernandes, Ronald Drabik, Elizeu Zanella, Bruno Campos, Gerson Lechiv, Anildo Fagundes, Silvia e Marcos da Purific, Junior Bonzanini e Marcos Pereira.

CAFÉ COM PITOCO

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32 | www.pitoco.com.br Pitoco

“Um poder superior me empurra para uma meta, enquanto ela não for alcançada eu sou invulnerável, imbatível, mas, se não tiver

mais metas, bastará uma mosca para derrubar-me.”

A Certezza Consultoria Em-presarial e a Frizzo e Feriato Advocacia Empresarial inaugu-raram no último dia 20 de setembro, sua nova sede em Maringá. São 16 salas, compostas por quatro andares, no edifício Evolution, no coração da cidade canção.

A Certezza Consultoria Empresa-rial é uma empresa genuinamente pa-ranaense, com escritórios em Marin-gá, Cascavel e Londrina, porém com atuação nacional. A Frizzo e Feriato Advocacia Empresarial surgiu com a vocação de proteger e orientar os em-presários, garantido assim segurança nas tomadas de decisões. Isso é que faz a solidez dos grupos empresariais.

A festa contou com clientes e ami-gos, que vieram de vários Estados para prestigiar, bem como contou com as maiores empresas regionais. E, a jul-gar pelo pique dos empreendedores, logo haverá outra ocasião para reunir amigos e clientes. A expansão para a capital de todos os paranaenses já é uma certeza no planejamento da empresa.

Esta coluna saúda a força do em-preendedorismo, notadamente quan-do voltado para otimizar talentos e propiciar o crescimento empresarial em bases sólidas.

Dia de celebrar com amigos!

Pedro Pegoraro, Rubens Beal, Jair e Marcio Frizzo

Eduardo Tessaro, Francisco Alberto da Silva, Luiz Carlos Briguenti e Frizzo

Edson e Roberto, do Laticinio Silvestre, e o anfitrião

Valter e Dulcineia, da Lacto Alimentos, e Frizzo

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Charles Lustosa e esposa

O diretor da Certezza Consultoria ladeado por Lurdes e Ciro Kreuz

Vagner, Robinson e Sergio, do Athena Banco São Paulo, e o anfitrião

Família Pegoraro e Marcio Frizzo

Marcio Frizzo e Giovana

Executivos do setor empresarial e profissionais liberais prestigiaram o evento

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Bolas para a criançada

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Na semana que abrigou o “Dia das Crian-ça”, alunos de 48 escolas municipais

de Cascavel foram presenteadas com mais de 22 mil bolas. Outras 78 bicicletas per-sonalizadas do clube foram sorteadas entre os estudantes. Se não bastasse, mais de 400 camisetas foram distribuídas para funcioná-rios das escolas.

A ação rende homenagem à turminha do amanhã, mas que se constitui hoje, de preferência aliando os estudos com a vida saudável obtida pela prática esportiva. Du-rante a ação, a criançada foi lembrada que na temporada 2020 o FC Cascavel será o mandante de 15 jogos no Estádio Olímpico. “Crianças vestidas com a camiseta do time não pagam ingresso”, enfatiza o presiden-te do clube, Valdinei Antonio da Silva.

Bola e educaçãoO objetivo do projeto “FC Cascavel Nas

Escolas” é aproximar as crianças do esporte, independente da modalidade que elas es-colham, mas principalmente engajá-las na torcida do time da cidade.

Vale ressaltar que Cascavel amargurou mais de três décadas foram do cenário pla-neta bola. Porém, hoje, volta com força total em razão do profissionalismo com o qual é conduzido o FC Cascavel e o engajamento da diretoria nas boas causas da comunidade, a principal delas manifestada na Semana da Criança, a educação.

“FC Cascavel na Escola” é mais uma ação do clube do coração dos cascavelenses

FC CASCAVEL

n Objetivo do FCC Cascavel: aproximar as crianças do esporte

NO PALÁCIO DO PLANALTO - Crianças recebidas pelo presidente Jair Bolsonaro vestem a camiseta do FC Cascavel. Em destaque no “manto” da equipe, a logomarca da Havan, do amigo presidencial Luciano Hang, patrocinador master do futebol local. A iniciativa de levar as crianças a Brasília foi do deputado e ex-árbitro Fifa, Evandro Roman.

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