Chaves de Leitura - Obrigatórias UFRGS

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O Uraguai, Feliz Ano Novo, Manuelzão e Miguilim, Memórias Póstumas de Brás Cubas, Lucíola, História do Cerco de Lisboa, Filho eterno.

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Chaves de leituraO UraguaiTtulo da obra: O UraguaiAutor: Baslio da GamaAno de publicao: 1769Escola literria: ArcadismoGnero: picoO livro, dividido em cinco cantos, composto por decasslabos brancos (dez slabas poticas sem rima) e sem estrofao, narra os eventos da guerra guarantica, quando portugueses e espanhis, aps o Tratado de Madri (1750), para fazer valer os novos limites nacionais enfrentam os ndios dos Sete Povos das Misses, aos quais os jesutas esto associados, e que se negam a entregar as terras junto ao rio Uruguai (da o nome da obra).Do lado luso-espanhol esto os comandantes Gomes Freire de Andrade e Catneo. Entre os ndios destacam-se Sep Tiaraju, que ser morto em combate, e Cacambo, grande lder indgena. preciso lembrar que os jesutas ocupam a posio de viles dentro de O Uraguai, representados pela figura do padre Balda e Baldetta (seu filho bastardo). Entre as vilanias de Balda, a maior tramar a morte de Cacambo para que sua mulher, Lindia, fique disponvel para casar com Baldetta, a fim de que ele se torne cacique. Desesperada com seu destino, Lindia se deixa picar por uma cobra, morrendo envenenada como Clepatra. Por fim as Misses caem, no sem antes serem incendiadas por ordem de Balda. Diante da destruio, Gomes Freire chora, revelando seu carter humanista, prprio ao Iluminismo da poca.Livro decisivo dentro da literatura rcade, principalmente por fugir temtica dos pastores e do bucolismo, to comum ao arcadismo mineiro.Trata-se de uma pica curta, diferindo-se assim das picas mais tradicionais, seja de Os Lusadas (decasslabos rimados), seja da pica clssica (A Ilada, Eneida), muito mais extensa.Vale a pena ter bem fixados todos os eventos da trama, desde a preparao para o combate, passando pelas profecias de Lindia at a queda das Misses ao final.Feliz Ano NovoAutor: Rubem FonsecaAno de publicao: 1975Escola literria: fico brasileira contemporneaGnero: contosO livro composto por 15 contos, de temtica urbana, sendo o de maior destaque aquele que d ttulo obra. Em Feliz Ano Novo, o conto, acompanhamos o descalabro de agressividade de um grupo de marginais que resolve assaltar uma manso na noite de rveillon. Narrado em primeira pessoa, as cenas de violncia gratuita (a aposta para ver se um corpo gruda na parede ou no a um disparo de calibre 12) mantm at hoje seu poder de impacto.Entre outros contos que poderiam ser destacados esto Passeio noturno I, a histria de um rico empresrio que compensa as frustraes de sua vida (pessoal e familiar) atropelando pedestres noite com seu possante carro. H ainda Nau catrineta, em que uma famlia aristocrtica mantm um bizarro ritual de iniciao antropofgica, o complexo 74 degraus (conto de pargrafos numerados em que h constante troca de narrador de um para outro), uma histria de assassinatos e lesbianismo, e Intestino grosso, basicamente a entrevista com um escritor que defende a ideia de uma literatura crua (alguns associam suas opinies s do prprio Rubem Fonseca).Destacam-se ainda Coraes solitrios, a histria de uma revista feminina em que todos so homens que fingem ser mulheres ao escrever, exceto o diretor,que na intimidade se traveste de mulher, e Dia dos namorados, conto em que pela primeira vez surge o personagem Mandrake, detetive recorrente na obra de Rubem Fonseca. um livro representativo da fico dos anos 1970, no s pelo carter experimental de alguns contos, mas principalmente por sua temtica urbana, englobando o problema da crescente violncia e da solido dos indivduos nas grandes cidades. preciso atentar para o uso da linguagem direta, que por vezes pode esconder armadilhas em sua aparente simplicidade. Recomenda-se a releitura de alguns contos, como Entrevista e 74 degraus.Para conseguir aproveitar a leitura de Feliz Ano Novo, preciso ter em mente a poderosa crtica social e mesmo a condio humana presente nos contos. No toa o livro foi censurado pela Ditadura Militar em 1976. Por mais que os censores possam ter alegado o excesso de violncia, palavres e obscenidade para proibir a circulao do livro, o quepercebemos a antecipao que Rubem Fonseca fazia de um tipo de violncia difusa, gratuita, e que tomaria conta de todas as classes sociais (como podemos ver nos contos), quase como um tipo de relao interpessoal no mundo contemporneo. Por vezes, parece que, para escapar solido e ao sem-sentido da vida no imenso coletivo da cidade, resta somente aos indivduos recorrer ao carter desenfreado de seus impulsos mais bestiais.Manuelzo e MiguilimAutor: Guimares RosaAno de publicao: 1964Escola literria: Fico contempornea ps-1945Personagens centrais: Miguilim e ManuelzoNarrao: 3 pessoa (em ambas)O livro est composto por duas novelas, Campo Geral e Festa de Manuelzo (Uma estria de amor), originalmente reunidas em um volume maior chamado Corpo de Baile. Uma maneira de ler as histrias v-las como narrativas complementares, cada qual ocupada em contar as experincias transformadoras de uma das pontas da vida, a infncia (Miguilim) e a velhice (Manuelzo).Em Campo Geral, temos o duro processo de amadurecimento de Miguilim, um menino de oito anos que vive numa regio do interior chamada Mutum, com sua famlia e agregados. Criana solitria, seu nico companheiro e espcie de guia o irmo mais novo, Dito, uma espcie de sbio nato, que morrer vitimado pelo que parece ser um caso de ttano, trazendo enorme sofrimento a Miguilim. Embora em 3 pessoa, o ponto de vista do narrador parece se constituir atravs dos olhos do menino, que descobriremos, ao final da novela, ser mope.Em Festa de Manuelzo encontramos um velho peo que ascendeu condio de administrador das terras de Samarra, mas que na velhice v suas foras se esgotarem. A histria toda est centrada na inaugurao da pequena capela que Manuelzo mandou erguer, o que atrai gente de toda a regio. Surgem ento os contadores de estrias, Joana Xaviel e Seo Camilo, praticamente dois mendigos que um dia viveram uma histria de amor proibida.Importncia do livro: serve como porta de entrada para o vestibulando no universo da revolucionria literatura de Guimares Rosa.deve observar: duas questes centrais: a) a linguagem marcada pelo uso de regionalismos e neologismos; b) o processo de travessia, ferramenta bsica de transformao dos personagens em Guimares Rosa. Em Campo Geral, a travessia de Miguilim se d ao final da novela, quando um doutor da cidade percebe que ele mope e lhe empresta os culos. A partir da, h um rompimento com o mundo do serto, o amadurecimento brusco do menino e a transio para o mundo da cidade (cincia). Em Festa de Manuelzo, a travessia ocorre quando Manuelzo, ao ouvir a histria de Seo Camilo, percebe a passagem do tempo e tambm o significado da histria de amor entre os contadores de estria. Ainda em Festa de Manuelzo, no h como esquecer que a construo da capela representa um smbolo fsico da ascenso de Manuelzo naquele mundo.Como entender o personagem principal: importante manter sempre em mente o conceito de travessia, o modo como os personagens se transformam por meio de algum movimento, viagem, cruzamento (seja geogrfico, seja interior psicolgico).Uma chave de leitura:Campo Geral: pense no papel dos culos para Miguilim (o fim da infncia).Festa de Manuelzo: observe o efeito da estria de Seo Camilo sobre Manuelzo ao final da novela.Memrias Pstumas de Brs CubasAutor: Machado de AssisAno de publicao: 1881Escola literria: RealismoPersonagem central: Brs CubasNarrao: primeira pessoaLivro decisivo para a viravolta machadiana, Memrias Pstumas de Brs Cubas d incio segua fase de sua obra, dita realista. Trata-se da histria de um homem da elite carioca dos tempos do Imprio que repassa sua vida de feitos insignificantes do alm-tmulo, uma vida cujo balano, nas palavras do autor suposto, teve um saldo positivo: no ter ganhado o po com o suor do rosto e no ter deixado descendentes.Marcado por constante dilogo com o leitor (que mimado, por um lado, e ofendido, por outro), por captulos curtos, e digresses do autor, o texto segue at hoje desafiando os limites da literatura realista, pois atenta, s para tomar um exemplo, contra muitos princpios dessa escola,especialmente se pensarmos que o narrador est morto, constituindo-se, nas palavras do prprio Brs, um defunto-autor.H contudo que enxergar atravs do pessimismo frente condio humana de Machado, traado por Brs com a pena da galhofa e a tinta da melancolia, uma crtica ao vazio de ideias e ao descolamento da realidade das elites brasileiras do sculo 19 representadas. Vale ainda destacar a apario do filsofo Quincas Borba, retomado posteriormente em obra homnima, alm da tentativa, por parte do protagonista, de criar o Emplasto Brs Cubas, um remdio capaz denos curar de nossa congnita melancolia, duas oportunidades em que Machado ataca um dos pilares dos oitocentos:o cientificismo.Importncia do livro: inicia a fase das grandes obras machadianas e tambm o Realismo no Brasil.deve observar: o jogo constante do narrador. O enredo do livro simples, mas ele est sempremarcado pelas interferncias e manipulaes do narrador.Como entender/conhecer o personagem principal: lembre-se sempre que o autor est morto, podendo assim ser muito mais sincero e direto nos comentrios que faz sobre si mesmo e os outros. Atentar para a crueldade manifestadadiversas vezes por Brs Cubas, como no episdio do escravo Prudncio.Tente enxergar os fracassos de Brs. A sede de nomeada (de fama) no se realiza com o malogrode sua inveno o emplasto Brs Cubas. A ausncia de descendentes, vista como um saldo positivo ao final do romance, de certa maneira se contradiz se lembrarmos que no meio do livro o protagonista estava muito feliz com o filho que iria ter com Virglia antes que ela naturalmente abortasse.LucolaAutor: Jos de AlencarAno de publicao: 1862Escola literria: RomantismoPersonagem central: PauloNarrao: 1 pessoaLucola obra central dentro da vertente dita urbana na obra de Jos de Alencar. Trata-se das desventuras de um jovem provinciano, Paulo, que chega ao Rio para estudar Direito. Guiado por S, um homem de livre trnsito na sociedade (vale lembrar a famosa festa na casa do S), Paulo conhecer Lcia, uma das mais famosas cortess de sua poca. Como comum nos romances romnticos, haver entre Paulo e Lcia uma paixo fulminante.Depois de inmeras complicaes, no podemos esquecer que o livro guarda as caractersticas do folhetim europeu, os dois estabelecero uma relao estvel, mas, para que isso fosse possvel, Lcia teve de passar por um processo de purificao, eliminando o aspecto fsico da equao amorosa e revelando a Paulo seu passado puro, quando se chamava Maria da Glria, antes de ter de se prostituir para salvar sua famlia da indigncia produzida por um surto de febre amarela. Aodescobrir, porm, o que a filha fizera para que sobrevivessem, o pai a expulsa de casa. Parapoup-los da vergonha, Maria da Glria se passa por morta, adotando o nome de Lcia.Apesar disso, no interrompe o contato com os familiares, financiando a educao da irm, Ana, a fim de que esta possa fazer um bom casamento burgus,ao contrrio dela. O desfecho da histria se d com a morte de Lcia, depois de um aborto natural.Tudo o que aconteceu contado por Paulo senhora G.M., uma velha dama da sociedade que serve de leitora-editora do livro que ns conhecemos como Lucola.Importncia do livro: ao lado de Senhora, o mais bem acabado dos perfis femininos da obrade Alencar.Deve-se observar: a importante funo da senhora G. M., confidente de Paulo, que garantir como recurso literrio que a moral da narrativa ser mantida para outras leitoras (lemos o que ela leu e aprovou) e tambm a inteno dentro do livro de Paulo provar a pureza de seus sentimentos. E ainda a soluo moralizante do livro. Lcia era uma cortes, ou seja, uma criatura que podia vender o prprio corpo, ainda que se visse, por vezes, como um bem pblico. De todo modo, dispunha de uma liberdade que as mulheres burguesas, submetidas a um senhor patriarcal, no possuam. Se ela pudesse ser sexualmente livre e tambm fazer um casamento burgus com Paulo, teramos uma afronta intolervel aos padres comportamentais do sculo 19.Como entender o personagem principal: O livro marca um processo de aprendizagem para o protagonista Paulo. De jovem provinciano, ele deve passar a figura importante na sociedade carioca. A ingenuidade com que se entrega ao amor pela cortes Lcia logo condenada por S e pelos demais personagens, como Cunha, por exemplo. A perda de Lcia, a impossibilidade deste amor, leva-o ao amadurecimento. Observar a transformao-purificao de Lcia. De cortes sedutora e ousada ela passa quase a um carter de freira, lavando literalmente o corpo de todo o pecado. Ao retornar personalidade de Maria da Glria, no entanto, j no poder ter com Paulo as relaes completas de um amor romntico, dando-nos a impresso, ao final do livro, que na casinha que dividem com Ana no subrbio vivem uma relao fraternal.Histria do Cerco de LisboaAutor: Jos Saramago Ano de publicao: 1989 Escola literria: Prosa contempornea Personagem central: Raimundo Silva Narrao: 3 pessoaRaimundo Benvindo Silva um revisor de textos, solteiro, com mais de 50 anos, algum que luta para manter sua integridade desde uma posio de humildade social e econmica. No incio da narrativa, ele revisa um livro chamado Histria do cerco de Lisboa. O livro narra a tomada de Lisboa em 1147, ento em posse dos mouros, pelas foras portuguesas com a ajuda dos cruzados que seguiam para o oriente e a Terra Santa. Raimundo, contudo, discorda de vrias informaes histricas contidas no livro. Enquanto termina a reviso, Raimundo fantasia com a verdadeira histria daquele cerco, com os detalhes omitidos pelos livros de histria. Cresce sua vontade de romper com o mandamento mximo dos revisores, que no intervir no contedo do texto. quando a tentao de se fazer notar escapa ao seu controle: ele acrescenta um NO em uma frase decisiva do livro. Os cruzados decidem NO ajudar a tomar Lisboa, contrariando a Histria oficial. Espera que algum talvez perceba o seu ato a tempo, mas o livro vai para a grfica sem que o acrscimo seja notado. Somente 13 dias depois chamado na editora para prestar contas. Aps ser questionando por que fez o que fez, ele acaba alegando uma espcie de insanidade temporria. Aparece ento Maria Sara, uma profissional contratada pela editora para evitar esses erros. Raimundo se envolver com ela e aceitar sua proposta de reescrever a Histria do Cerco considerando o NO que ele acrescentou. Na histria de Raimundo, surgem dois personagens que se apaixonam durante o cerco, o soldado Mogueime (que serviu de escada para seu capito Mem Ramires na tomada de Santarm) e Ouroana, uma barreg (concubina), que chega ao cerco acompanhando seu senhor, um cruzado alemo de nome Henrique. No plano do presente do livro, Raimundo e Maria Sara comeam a viver sua histria de amor. No plano da Lisboa sitiada, antes da conquista, Mogueime e Ouroana, agora desimpedida (ainda que assediada por outros homens importantes), se aproximam e passam a viver uma histria de amor. A casa de Raimundo, que nunca tinha conhecido mulher seno a diarista (Maria), recebe agora as visitas de Maria Sara. A sobreposio do plano da histria com o plano do presente frequente ao final do livro, assim como o paralelo entre os casais.Importncia do livro: a discusso entre a proximidade do texto histrico e do texto ficcional, sendo ambos organizaes deliberadas dos fatos, tentativas de explicar o mundo. O que o vestibulando deve observar: o gesto transformador de Raimundo Silva, que, a partir do NO, passa a ter importncia para si mesmo e para o outro (Maria Sara). Dificuldade do livro: a linguagem e a tcnica de Saramago, seja pelo uso inusitado da pontuao nos dilogos, seja pelos vrios planos em que se desenrola o livro. Como entender o livro: preciso pensar que so trs histrias do cerco de Lisboa: a do autor que tem seu texto alterado por Raimundo; a do prprio Raimundo, que aceita o desafio de Maria Sara; e a do narrador do livro, que na verdade a nica das trs histrias a que temos acesso. Uma chave de leitura: preciso ler o livro com muita ateno. Depois dos primeiros captulos, que so os mais difceis, a trama fica mais clara.Filho eternoAutor: Cristvo TezzaAno de publicao: 2007Escola literria: prosa contemporneaPersonagens centrais: Pai (sem nome) e filho (Felipe)Narrao: 3 pessoaUm homem de letras, revisor de textos, aspirante a escritor, tem um primeiro filho que nasce com Sndrome de Down. A histria de O Filho Eterno vai girar em torno da lenta aceitao desse filho e das dificuldades de ser pai de uma criana que no amadurecer como as outras crianas. O que se v, na verdade, que, mais do que a criana, o pai quem precisa amadurecer.Em linhas gerais, o enredo muito modesto. Aps a rejeio inicial do filho, e at a fantasia por parte do pai de que a criana possa no sobreviver, temos a negao da diferena (o pai matricula Felipe em uma escola comum), depois um afastamento fsico (o pai vai lecionar em Florianpolis), at a lenta aceitao da paternidade de uma criana especial e que vai comear com o retorno do pai a Curitiba.Por fim, vai se estabelecer uma relao de comunho e amor entre pai e filho, ancorada especialmente no futebol, que dar a Felipe a noo ainda que precria de tempo e de objeto a que amar.Importncia do livro: contato com a prosa contempornea brasileira, especialmente nos recursos de linguagem. H ainda a importante discusso da paternidade de uma criana com caractersticas especiais.Deve-se observar: os planos temporais do livro. Ele narrado no presente, mas faz muitas incurses no passado (flashbacks da vida do pai) e tambm alguns deslocamentos para o futuro (dizendo o que ocorrer com as personagens).O pano de fundo histrico: anos de chumbo (Ditadura) _ redemocratizao _ descrena na poltica contempornea.O ttulo: o filho eterno porque a criana no tem noo da cronologia, est fora do tempo como ns o conhecemos. Desse modo, no haver o natural processo da relao entre pais e filhos (os pais cuidam dos filhos e um dia velhos sero por eles cuidados).Como entender o personagem principal: lembre-se de que o personagem um homem de letras e que haver muitas referncias literrias ao longo de O Filho Eterno.Uma chave de leitura: falou-se muito em uma narrativa de cunho autobiogrfico, o que no pode ser totalmente descartado uma vez que Cristvo Tezza tambm tem um filho com Down e que se chama Felipe, alm de uma srie de outras coincidncias. No se esquea, porm, que se trata de uma reelaborao literria, ou seja, ficcional.