Céu de Bronze - amostra Livro
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CEU DE BRONZE
LEANDRO BARBOSA
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Mapa de Haddad1
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O mapa ainda esta incompleto
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Captulo I
O GRANDE CARVALHO
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stvamos todos sentados em volta da fogueira abaixo de um
grande carvalho, a noite estava perfeita. Como uma silueta
de uma linda mulher surgia na escurido s curvas
delineadas da montanha apontadas pela luz da lua,
reluzindo em tons azuis tornando a noite em um evento especial e
nostlgico para mim. De sbito Danti me olhou com um sorrisodebochado passando a mo sobre sua barba ruiva e encrespada,
dizendo:
- Um bocado de po preto e um pouco de vinho cairia bem
melhor do que os carinhos daquela velha, no Damon?
Danti se referia a trs noites anteriores a ronda, onde em
uma taberna eu me passei no vinho e acordei pelo amanhecer
deitado ao lado de uma velha maluca desprovida dos dentes, que me
disse confiantemente que eu havia a tomado como esposa.
Olhei para ele com um olhar revoltado e falei:
- At quando vais torturar minha alma com esta lembrana
horrvel? Sua a culpa por me servir tantas taas de vinho!Danti com uma grande gargalhada e um sorriso no rosto
respondeu:
- Lembranas boas tm de ser trazidas a nossa memria
meu caro Damon! Bem sei que a pior de suas memrias no so
nada se comparadas as deste velho grisalho e rabugento, no
Tamar?
E
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Com um olhar despreocupado Tamar tranava a sua barba,
e como que de momento, olhou fixamente para Danti respondendo:
- Sim meu querido e fedido jovem, to certo quanto o tempo
em que no te banhas, eu posso dizer que dentre as pssimas
memrias que possuo, uma das piores foi a noite que encontrei na
taberna a sua gloriosa me, isso quando ainda nem eras nascido!
Com a resposta de Tamar todos menos Danti seguramente,caram em gargalhadas enquanto ele levantou-se com a cara
emburrada, e se enrolando nas peles de carneiro pegou o arco e
disse:
- Velho, eu ainda te corto a lngua! Vou dar uma olhada
para ver como andam as coisas por ai! Saindo irado de nossa roda.
Ao ver Danti sair gritei, com intuito de consol-lo:
- No se perca por ai amigo, amanha samos antes do
amanhecer!
Ele emburrado nem olhou para traz, sendo que logo o vulto
de Danti foi sumindo de diante da fogueira em meio escurido.
Tamar olhou para mim sorrindo sarcasticamente, dizendo:
- Ele tem de aprender a respeitar os meus cabelos
branqueados, detesto estes jovens mancebos que acham que j
sabem todos os segredos de todos os mistrios e no respeitam os
ancies, um pouco de humildade vai lhe cair bem.
Olhei para Tamar com o respeito que lhe era devido e disse;
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- Grande verdade Tamar. A todos ns digo! Ainda mais os
jovens, indiferente ao que aprendemos dos que nos ensinam,
devemos reconhecer nosso lugar.
Tamar era um dos guerreiros mais antigos que eu conhecia,
embora muitas de suas histrias no fizessem nem meno
grandeza de seus feitos, sabe-se que desde os tempos dos pais de
meu pai ele j pegava na espada. Tamar foi amigo e companheiroem batalhas de meu avo, foi mentor nas artes de guerra de meu
falecido pai e agora nesta ronda eu tinha o prazer de ter ele como
companheiro, amigo e mentor. Embora j de avanada idade, ainda
possua muita fora e negava-se a abandonar a vivncia e a
Campnia dos soldados. Poucos se igualavam em habilidades com a
espada como Tamar. Ele era um homem velho e muito solitrio,
constantemente atormentado pelas ms lembranas. Do pouco que
sabia sobre sua famlia, era que seus filhos mais velhos morreram
em batalha lutando nas guerras de Haddad. Mas este fato parecia
ser pequeno diante da dor que ele demonstrava sentir quando suas
memrias eram assombradas pelas lembranas do dia em que os
soldados arkhalamitas haviam assassinado sua mulher e filho
menor durante a invaso de da grande cidade.
Como maioria dos soldados, todos sabamos que a guerra
era a nica forma de ascenso para camponeses como ns, embora
trabalhssemos no campo desde a infncia, nos meses de solstcio
ramos treinados nas artes do combate, pois sabamos que a guerra
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era parte de nossa tarefa como servos do rei. A guerra para mim
to antiga, que desde menino tenho as minhas primeiras memrias
assombradas por varias histrias e eventos relacionados a ela.
Foram vinte anos de guerra, e tenho por sorte no ter
presenciado o pior dela, isso pelo fato de eu ser jovem demais e estar
alistado em tempos de paz. J faz dois anos que o reino do norte
Arkhal silenciou, e no investe em campanhas contra Haddad ereinos vizinhos, penso que parte disso se deve graas s alianas
militares entre os trs reinos, fato que tornou possvel a resistncia
aos bem armados exrcitos dos Arkhalamitas. A respeito de Arkhal
ouvem-se muitos rumores negativos sobre um grande mau que se
abateu por aquelas regies devido obsesso por poder de Athadara
filho de Auhyn. Ele era conhecido como o esmagador, por ter na
invaso de Haddad covardemente afrontado o grande rei Theorn.
Neste dia ele posicionou sua carruagem diante das portas da cidade,
e cruzou pela entrada passando por cima das mulheres e crianas
que haviam sido capturadas, as esmagando apenas por escrnio e
prazer pessoal.
De tudo isso o que tenho por bom, que depois de tanto
terror, Haddad esta livre e vivemos tempos de paz e tranqilidade.
Como soldados os nossos deveres so na maioria das vezes servir de
escolta aos recolhedores de tributos e cumprir trs vezes por ano
com rondas nos limites de nossas terras. Amanh pelo entardecer
creio que chegaremos aos limites do vilarejo de Hann. nosso
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objetivo seguir com nossa jornada at a grande cidade de Mellid,
finalizando nosso trajeto no acampamento de soldados que fica
prximo da floresta de Urartu, uma pequena fortaleza que fica nos
limites de Mellid.
Despertamos logo antes do alvorecer, quando ainda nem se
podia ouvir o barulho do canto dos pssaros matutinos pelas
arvores, e nem as aves noturnas haviam se recolhido em seusrecantos sombrios, foi neste tempo que levantamos acampamento.
Fui acordado aos gritos eufricos de Danti dizendo;
- Vamos Damon, se no se levantar vai ficar aqui fazendo
companhia as corujas! Coma um pouco de po antes de seguirmos
viagem! Vou dar um pouco de gua para os cavalos.
Logo levantei e me assentei em volta do braseiro que ainda
queimava vivo, restante da fogueira da noite anterior, e percebi um
pouco de carne que havia sobrado e a comi com o po que havia
escondido de Danti em minha bolsa. Logo a minha frente estava
Tamar junto a Darus recolhendo as panelas, e fechando as bolsas.
Darus era nosso guia, ele tinha muita experincia em perseguio,
parecia um lobo quanto a identificar rastros. Darus era alto e tinha
longos cabelos negros que no combinavam em nada com seu rosto
nada amigvel. Depois de Tamar ele era o mais velho e experiente
de nosso pequeno grupo. Enquanto Tamar junto a Darus recolhiam
as panelas, Sillie vinha recolhendo as bolsas, e as amarrando nos
cavalos. Sillie era um fazendeiro que havia perdido suas terras por
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causa da seca no vero, agora ele cumpria as rondas como forma de
pagar suas dvidas, isso para no ter que dar seus filhos como
escravos para quit-las.
Como que em um instante Sillie olhou para mim e disse:
- Vamos seu vadio, pelo menos recolha as nossas armas!
E eu respondi;
- Calma Sillie, estou comendo!Novamente Sillie me olhou com um olhar nervoso dizendo;
- Podes comer e trabalhar, pois se no nos ajudar, sairemos
muito tarde e no chegaremos a tempo na entrada de Hann!
Ainda com o po na boca me levantei logo e fui colocando
as armas adequadamente presas nos cavalos, enquanto Danti corria
como um doido trazendo um cavalo ao qual havia levado at o
riacho prximo ao acampamento. Logo que estvamos com tudo
pronto, montamos em nossos cavalos e seguimos viagem. Esta era
minha segunda ronda desde que chegara o tempo de me tornar
soldado, a minha primeira havia sido mais curta, segui o caminho
at o territrio de Sahs que eram quatro luas de tempo em todo o
percurso. Quando chegou a meu conhecimento que Tamar estaria
nesta ronda, logo me candidatei para estar nesta patrulha at
Urartu. Esta viaje era a mais longa e temida de todas, pois
levvamos em torno de nove luas para apenas chegar ao fim do
percurso. Muitas eram as histrias que surgiam sobre este
caminho, se dizia que fora os ladres e feras que habitavam nas
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florestas, muitos que cruzaram as montanhas ficavam loucos e seus
agrupamentos nunca voltavam completos. Por isso quando eram
enviados os grupos, eles no passavam de cinco soldados. Em
compensao aos temores, a ronda at Urartu era o que pagava
mais peso em ouro, penso que isso se devia ao fato de que eram
poucos os que acreditavam que voltariam para receb-lo.
Agora diante de tal desafio j faziam quatro luas queestvamos de viagem pelo caminho em direo a nosso objetivo, e
meu corao estava irrequieto e atormentado por um sentimento
estranho ao qual nunca sentira em minhas poucas viagens. Percebi
que pouco a pouco a emoo aventureira que me motivou, ia sendo
substituda por uma sensao que me tirava paz causando-me
uma inquietao curiosa. Danti o gordo ruivo que esteve comigo na
minha primeira ronda at Sahs, embora fosse mais velho que eu,
tinha muita simpatia por mim. Logo percebeu que eu estava com a
expresso carregada, e resolveu me chamar ateno com a
sutileza de um touro, me atirando um caroo de ma e dizendo:
- Que cara de bunda de jumenta esta Damon? J com
saudades de casa? Ainda nem tens mulher ou filhos e j ficas com
esta cara de sofrimento, imagina a hora que escolher uma para
esquentar a cama! Vai esquecer at seu prprio nome!
Olhei para ele, com um sorriso esmaecido e disse:
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- No sei amigo, sinto-me inquieto! Mas no consigo
entender o porqu! Bem, penso que pode ser aquele pedao de
carne de porco, acho que no me fez bem!
Dante com um sorriso debochado respondeu;
- Devias ter aproveitado o rabo da porca, esta a parte mais
leve!
Diante da declarao de Danti eu s podia rir, pois entendique ele a sua maneira queria me animar. Seguindo a nossa frente
estava Tamar sempre atento, e percebendo nossa conversa gritou!
- Danti para de perturbar o garoto, e fique atento! Olhe
para as pedras ao cho!
Eu e Danti ligeiramente olhamos e percebemos vrios
rastros de sangue seco que se interrompiam em pequenas
distncias. Danti olhou assustado para Tamar que seguia
cavalgavando logo atrs de Sillie, este que h muito tempo j estava
atento e cobrindo as costas de nosso rastreador Darus. Ele foi
seguindo o rastro at uma encosta escarpada, que era coberta por
um tnel natural de galhos secos contorcidos. Daruz com um olhar
desconfiado voltou-se para traz com seu cavalo, e olhou para
Tamar e perguntou:
- Ento velho, vamos ver o que esta oculto nesta passagem,
ou seguimos adiante em nosso caminho?
Tamar que tambm estava desconfiado, disse:
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- Bem rapazes, nossa funo descobrir e relatar qualquer
evento estranho que suceda por estas bandas, ento sigamos para
dentro da passagem e vejamos o que nos aguarda.
Em seguida que entramos, j sentimos um cheiro terrvel de
carne apodrecida, e quanto mais nos achegvamos para dentro da
passagem, o cheiro se tornava ainda mais insuportvel.
Seguimos cavalgando por um bom tempo at que chegamosa uma clareira que estava escondida pelas arvores que a
circulavam. No meio dela havia um grande circulo alto de pedras
fechadas como uma muralha. Tamar foi circulando com seu cavalo
at que observou que no havia uma entrada naquele circulo, o
cheiro daquele lugar era fortssimo e fedia a morte. Sobre o circulo
de pedra era enorme a quantidade de corvos que voavam, e
depressa descemos dos cavalos tentando descobrir do que se tratava.
Danti preocupado analisava a parte superior da muralha
com os olhos, pensando num meio de subir teve uma idia e me
chamou e dizendo:
- J que no h uma entrada, eu te fao um apoio Damon e
v se consegue subir por esta parede!
Darus que tambm tentava encontrar uma entrada olhou
para Tamar e perguntou:
- O que achas ser isso Tamar?
Tamar com sua voz grave e rouca prontamente respondeu:
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- Amigo, ouvi falar de algo semelhante h muito tempo, isso
quando eu era mais jovem. Diziam que estas muralhas pedregosas
eram lugares malignos dos cultos dos adoradores dos deuses da
natureza, disso ainda muita coisa ouvi falar, sobre eles e seus altos
de pedra, mas nunca havia visto e nem soube de algum que os
tenha observado at agora! Pensava eu, que o seu culto havia sido
extinto e no mais havia de seus altares em Haddad.Sillie que j no estava mais suportando estar naquele lugar,
regurgitando se senta e diz:
- No suporto este cheiro horrvel, prefiro aturar pelo resto
da vida o cheiro de Dante a ter que sentir isso por mais tempo!
Ao ouvir as reclamaes de Sillie, Tamar logo respondeu:
- Fique tranqilo amigo, nossa funo saber do que se
trata! E digo para voc, que o cheiro do campo ps uma batalha no
se faz muito diferente deste!
Eu que j no suportava mais a curiosidade, pedi a ajuda de
Danti e dizendo:
- Me de um apoio, que eu vou subir! Preciso saber o que
tem ai dentro.
Em seguida Danti se posicionou e eu subi em suas costas, e
logo que encontrei uma pequena fenda, comecei a subir me
apoiando pela parede at que me aproximei do topo. Quando
coloquei minha mo na parte Superior das pedras senti minha mo
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como que sendo molhada por gordura, quando a olhei, vi que era
sangue e gritei para eles dizendo:
- Tem sangue aqui!
Sillie ouvindo o meu grito, indignado respondeu:
- Que obvio! Pensei pelo cheiro que havia flores!
Segui me apoiando at conseguir olhar para dentro, e digo,
tive a viso mais horrvel que poderia ter presenciado em vida. Ocirculo de pedras era banhado por todos os lados com sangue
apodrecido, ao meio havia um altar erguido, em cima dele havia
pedaos de corpos espalhados. Eram todos como que se tivessem
sido devorados por bestas do campo, em sua volta havia diversas
ossadas e corpos de homens, mulheres e crianas apodrecendo.
Quando vi aquela cena, fui tomado por um pavor to
grande que escorreguei e resvalando no sangue podre vim a cair,
despencando muro abaixo. Graas a proteo de Gibbor que abaixo
de mim estava Danti olhando para cima, vindo amortecer minha
queda, sendo que ca em cima dele.
Danti que havia sido esmagado com minha queda se
levantou esbravejando aos gritos:
- Seu idiota, no tinha outro lugar para cair! Ai! Eu acho
que arrebentei meu nariz!
Eu estava completamente apavorado, olhei com os olhos
esbugalhados para todos gritando:
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- Este lugar amaldioado! Demnios pisam sobre este
lugar, a corpos por todos os lados! a mesa de banquete dos
demnios!
Tamar assustado com minha descrio, falou;
- Saiamos daqui! O que quer que esteja fazendo isso,
possivelmente pode voltar e ns estamos em um pequeno grupo.
Sillie que j estava a muito tempo desconfortvel comaquele lugar, foi o primeiro a subir em seu cavalo seguido por ns
que rapidamente o acompanhamos a trote para fora daquele
ambiente. Descemos uma colina, chegando logo beira de um
riacho que estava prximo, sendo que eu nem havia descido de meu
cavalo e logo pulei, gritando:
- Que nojo! Meu Deus! Que imundice! Meu corpo esta
imundo!
Enquanto me limpava nas guas correntes do riacho, ouvi a
voz de Tamar a me chamar:
- Jovem, venha aqui!
Assim que sai do lago estavam os quatro, Tamar, Sillie,
Darus e Danti, assustados comentando o acontecido! Danti me com
uma expresso de enojo me olhou e disse:
- Estava com muita sede, mas prefiro morrer a beber gua
deste riacho agora!
Fiquei revoltado pelo comentrio de Danti e indignado
respondi:
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- Se tens nojo da gua que corrente, imagines o que ter
aquela imundice sobre o corpo!
Sillie como que interrompendo nosso dialogo chama nossa
ateno e diz:
- Que maldio esta que anda acontecendo por estas
bandas, temos que voltar e relatar isso a nossos superiores!
Tamar ao que ouvia o comentrio de Sillie, prontamenterespondeu:
- importante antes de tudo chegarmos a nosso destino
primeiro, pois estamos prximos aos limites de Hann, e imagino que
o que presenciamos apenas uma parte do que anda acontecendo
por estas bandas. L em Hann conseguiremos apoio e provises para
que com tranqilidade possamos ver que deciso se tomar em
relao a isso.
Darus com um olhar srio, coloca a mo sobre o ombro de
Tamar e diz:
- Ajamos como que no sabemos nada deste lugar e sigamos
logo em nosso caminho at Hann, l procuraremos coletar mais
informaes sobre o que anda sucedendo.
Tamar que procurava acalmar o nervosismo de todos, e
tentando parecer no estar abalado diz:
- Bem amigos, subamos em nossos cavalos, sem parada e
poucas palavras, vamos seguir pela estrada do vale, e creio que em
breve chegaremos Garganta que abre caminho a vila de Hann,
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acredito que antes do anoitecer, e se no demorarmos, haver
grandes possibilidades de chegarmos a nosso prximo destino.
Todos concordaram unanimemente com a palavra de Tamar, e
seguimos a trote rpido tomando o caminho em direo a Hann.
Enquanto partamos pelo caminho, eu sentia meu corao
como que sendo apertado em uma tenso cada vez maior. Este
incmodo ia se tornando mais pesado de acordo com a proximidadede Hann. Seguimos em direo ao vale de Indsor, tambm
conhecida como a porta de Hann, descendo pelas encostas
pedregosas do ancio, tambm conhecida por este nome devido s
muitas histrias que contavam sobre aquele lugar. Mas o que se
sabe que um velho eremita vendedor de panelas escorregou e caiu
do alto da encosta, e muito tempo depois foi encontrado morto por
pastores nas pedras abaixo da ladeira. Alguns dizem que foram os
espritos que mataram o velho, outros que foram demnios que
habitam nos cumes, mas para mim o velho caiu por estar bbado.
Depois do presenciado, ningum ousava falar uma palavra,
todos estavam calados e apavorados pelo que havamos visto no
circulo de pedras. Quando j se havia passado um bom tempo do
caminho em silencio, Danti ousou romper com ele dizendo:
- Amigos! Tenho algo a dizer, e acredito ser muito
importante para todos:
- Diga! Falou Tamar.
- Estou com muita fome! Respondeu Danti!
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Subitamente aquela afirmao foi como que se
magicamente fosse quebrado aquele sentimento fnebre em nosso
corao e todos camos em gargalhadas!
- Danti, logo ns vamos parar e comer alguma coisa, mas
antes disso precisamos atravessar logo esta estrada, pois sabemos
que tal lugar perigoso para os cavalos, e vamos ter que caminhar
conduzindo-os a p. - Respondeu Tamar;Chegando entrada da encosta, descemos dos cavalos e um
a um fomos cruzando pelas laterais da montanha de Indsor.
Enquanto subamos pela encosta olhei para baixo e vi que era uma
viso assustadora, falo isso pela altura! No saia de minha cabea a
lembrana do velho que cara por elas, me levando a pensar ser
aquela uma das mortes mais dolorosas possveis para um homem, a
verdade era que eu detestava grandes alturas. Sillie percebendo meu
nervosismo, com um olhar debochado falou:
- Meu jovem nunca sonhou em voar? Esta uma
oportunidade de conhecer o segredo do corao dos pssaros!
Aproveite!
Eu logo respondi!
- No vs penas sobre meu corpo e nem asas em minhas
costas! Dos pssaros s quero agora velos em espetos a rodear em
brasas!
Danti logo se atinou ao ouvir que nosso assunto era comida
e gritou dizendo:
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- Concordo plenamente com Damon! Uma pombinha agora
seria uma tima resposta dos cus para acalmar a fria que
consome o meu interior!
Darus que sempre seguia a frente de nosso grupo ao ouvir o
nosso assunto comentou com Tamar:
- Este homem s pensa em comer, seria bom ele aprender a
conter toda esta fome, pois no sabemos o que nos aguarda nestevilarejo, isso quando l chegarmos.
- Com certeza Darus, bom agora que cruzemos rpido por
este lugar! Respondeu Tamar.
Chegamos ao topo da estrada, uma parte afunilada de onde
podamos a distncia vislumbrar uma linda viso diferente da
sequido pedregosa do inicio da encosta. Era uma viso
deslumbrante do vale para qual estvamos seguindo, de longe podia
se observar os animais e arvores e um lindo bosque que era cortado
pela estrada principal.
Darus foi como de costume seguindo a frente, sempre atento
descendo cuidando para que ns atrs tivssemos o caminho seguro
de qualquer imprevisto. Em um momento na descida ele teve que se
distanciar razoavelmente de ns, que vnhamos logo atrs
mantendo uma distancia segura, para que os cavalos no ficassem
arredios, vindo a causar perigo no caminho. Em uma parte do
declive onde havia uma curva da estrada, Darus levantou os olhos e
viu sobre os galhos de uma arvore ressequida, uma jia com um
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rubi amarelo rarssimo que estava amarrado em um dos seus
galhos. Puxando o seu cavalo pelas rdeas se aproximou e
estendendo a mo arrancou a pedra do galho. Com um gesto
desconfiado olhou para traz vendo se estava sendo observado e
observando que ainda estvamos distncia, escondeu a pedra
dentro de suas vestes pondo-a em uma pequena bolsa de tecido que
levava amarrada em baixo do colete de couro duro. Em seguidaveio Tamar e vendo Darus, nem desconfiou do que se passara e
continuou seguindo seu caminho como que nada houvesse
acontecido.
No demoramos muito para atingir o fim do caminho da
encosta e todos demonstravam estar felizes por chegar. Darus
voltando-se para Tamar que era o lder de nossa expedio e disse:
- Tamar logo vai estar esta anoitecendo, e o caminho se
estendeu mais do que prevamos! No seria melhor acamparmos
por aqui e pela manha sairmos em direo a Hann, falo isso porque
no sabemos o que nos aguarda naquela vila, e se chegarmos noite
a situao pode nos complicar!
- verdade Darus! Respondeu Tamar. - Meninos, vamos descer
nossas coisas, pois ficaremos esta noite por aqui, J esta ficando
tarde e todos esto com fome. Precisamos recolher madeira para
fogueira e ver se encontramos alguma caa para nossa refeio, falo
isso porque da carne que tnhamos Damon comeu o que sobrara.
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Ao ouvir o que Tamar havia falado, soltei uma grande risada e
respondi:
- por Certo que j que me culpas pela pouca carne, ento me
encarrego da caa, visto que percebi que a mesma tambm farta
por aqui!
Darus e Sillie arriaram seus cavalos em arvores e logo foram
abrindo as bolsas e montando nosso acampamento. Danti tratou depegar as bolsas de couro e ir busca de gua para ns e para os
animais. Enquanto Tamar recolhia a madeira, eu sa em direo ao
bosque em busca de caa.
Na entrada do bosque marquei o meu caminho, e fui entrando
floresta adentro. Como uma raposa segui a espreita por entre as
arvores na esperana de encontrar um coelho, codorna ou galinha
silvestre. Em minha mente, e tambm pelo tamanho de minha fome,
pensava que minha sorte estaria em encontrar um javali. Falo isso se
for um javali jovem e solitrio, pois nenhum homem em s
conscincia gostaria de encontrar uma alcatia de javalis, seria
melhor encontrar uma ursa roubada dos filhotes do que uma
malhada de javalis. Caminhei por um longo tempo at que
encontrei alguns coelhos e os cacei com arco, e conforme os caava
os amarrava pelas orelhas em meu sinto.
Depois de muito tempo caando, havia capturado apenas cinco
coelhos e pensei que seria bom conseguir alguns vegetais para fazer
deles um bom ensopado. Comecei a caminhar por uma parte do
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bosque onde havia uma caverna, olhei para o alto e vi pelo ton
alaranjado do cu que o sol comeava a se por e pensei:
- Se eu no voltar agora enquanto ainda dia, no escuro
capaz de que eu me perca.
Na esperana de ainda encontrar mais alguma caa resolvi
voltar por outro caminho, que no era o mesmo pelo qual havia
vindo. Seguindo por ele eu cheguei a uma parte do bosque ondehavia muitas flores, uma espcie de jardim natural em meio ao
bosque. As cores alaranjadas do cu unidas com as cores das flores
faziam daquele lugar um espetculo especial criado pelo Senhor dos
cus Gibbor!
Admirando o lugar segui caminhando por entre as arvores que
cercavam aquele espao, como que de surpresa vi um movimento
que me pareceu estranho surgindo por entre as arvores em direo
ao centro do lugar. Logo que vi a agitao me escondi deitado ao
cho fiquei a observar algo que se mexia por entre as arvores e
flores. Rastejando segui por entre as arvores at que encontrei um
bom lugar para observar. Escondi-me atrs de uma pedra e fiquei a
observando a espera, para ver do que se tratava.
De sbito vi brotar do meio das arvores uma pequena bruma
negra que percorria sobre a superfcie do lugar, em meio a ela
surgia como que caminhando sobre a bruma uma donzela cujos
cabelos eram vermelhos como o sangue, vestindo um vestido azul
escuro como o cu de uma noite sem lua, em uma aparncia muito
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macabra. Ela possua sobre os braos um vu negro que se
movimentava sobre o seu corpo de forma como se tivesse vida
prpria. No pude observar o seu rosto, pois parecia no me ser
permitido por mais que tentasse. Ela estava distante e eu
inocentemente acreditei que ela estava ali para ver a beleza do final
da tarde. Fiquei atento e escondido a fim de ver se havia mais
algum prximo e me pus a vasculhar com os olhos eu noencontrei sinal de nada. Aquilo que estava a assistir era to
misterioso e assustador que me permiti por alguns segundos me
descuidar do que estava a minha volta. De sbito ouvi um barulho
de galhos se quebrando prximo onde eu estava ao cho.
Rapidamente me ergui Assustado olhando para traz vi que se
tratava apenas de um pequeno pssaro que espalhava as folhas ao
cho a procura de galhos que com seu bico levava em direo ao
todo das arvores.
Senti meu corao disparado com o susto, mas o pior no foi o
assombro com o pssaro, mas sim que no mesmo instante em que
me movi fui descoberto por aquele ser medonho que
assustadoramente no instante que me descobriu soltou um grito
horripilante, estridente e ensurdecedor como o de um animal feroz.
O Grito era to forte que me desnorteou como uma bebedeira de
vinho, levando-me em um ato de desespero a sair correndo mata
adentro sem saber para qual direo estava correndo.
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Eu Corri sem olhar para traz como nunca havia corrido em
toda minha vida, segui me cortando por entre os galhos e espinhos,
mas no parei por um instante. Depois de muito tempo correndo,
tropeando e caindo como que por muita sorte cheguei ao local ao
qual havia marcado como entrada de minha caada. Mesmo
aliviado por ter encontrado o lugar de onde havia sado, continuei
Nervoso e eufrico Seguindo pela estradinha. Depois de caminharpor certo tempo, como que por um milagre pude ver a distncia a
fumaa do acampamento. Quando a vi sai novamente correndo em
direo a meus amigos com uma sensao de alvio no corao,
como se a Companhia deles fosse a grande diferena diante daquele
demnio em corpo de mulher que havia encontrado na mata.
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8/7/2019 Cu de Bronze - amostra Livro
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