EXAME DE PORTUGUEcircS

Cesaacuterio Verde [1855-1886] Parnasianista (natildeo diz o que sente mostra os objectivos e desperta ideias) Modernista

Impressionista Poesia Pictoacuterica

INFLUEcircNCIAS ARTIacuteSTICASbull Impressionismo (constitui uma fuga ao sentimento de decadecircncia) Impressatildeo pura Percepccedilatildeo imediata Cor luminosidade e textura Construccedilotildees impessoais A qualidade oacuteptica do objecto (cor) eacute mais importante que o objecto Recurso agrave hipaacutelage

bull Parnasianismo (reacccedilatildeo anti-romacircntica) O poeta natildeo diz o que sente mostra os objectos e desperta ideias ndash objectividade e

impessoalidade Rigor na forma

bull Realismo (apresentaccedilatildeo de situaccedilotildees concretas do real objectivo representaccedilatildeo da sociedade ndash criacutetica de denuacutencia social)bull Naturalismo (funcionalidade ndash pocircr em praacutetica ndash do real objectivo)

INFLUEcircNCIAS LITERAacuteRIASbull Joatildeo Penha (preocupaccedilatildeo com a forma e observaccedilatildeo atenta do real quotidiano humor criacutetico e iroacutenico)bull Baudelaire (gosto pelo ineacutedito pelo repulsivo ndash natildeo esquece os quadros dolorosos sombrios os quadros revoltados da cidade simpatia pelos humildes acircnsia de evasatildeo o deambulismo amor ao fabricado ao geomeacutetrico exerciacutecio da anaacutelise)

Aspectos fundamentais da poesia de Cesaacuterio Verde Caracteriacutesticas da poesia realista

O real como motivo e ponto de partida A sua poesia eacute estimulada pelo real que inspira o poeta que se deixa absorver pelas formas e mateacuterias concretas

Cesaacuterio interessa-se pelo real procurando descrever com objectividade os objectos pintaacute-los despertar nos outros ideias e sensaccedilotildees

Predomiacutenio do cenaacuterio urbano (o favorito dos escritores realistas e naturalistas) Consegue traduzir uma realidade multifacetada atraveacutes de uma grande plasticidade

esteacutetica A presenccedila do real histoacuterico referecircncia a Camotildees e o contexto soacutecio-poliacutetico em ldquoO

Sentimento de um Ocidentalrdquo A linguagem burguesa popular coloquial rica em termos concretos Situa espacio-temporalmente as cenas apresentadas (ldquo Num bairro Modernordquo)

Caracteriacutesticas Modernistas Abre agrave poesia as portas da vida e assim traz o inesteacutetico o vulgar o feio a realidade trivial

e a quotidiana Um certo intercepcionismo entre planos diferentes visualizaccedilatildeo e memoacuteria real e

imaginaacuterio etc (concretiza assim hipaacutelages)

1

EXAME DE PORTUGUEcircS

Caracteriacutesticas Estiliacutesticas O poeta eacute como um espelho em que vem repercutir-se a diversidade do mundo citadino O contraste Luzsombra jogo de luz em que as imagens poeacuteticas se configuram em

cintilaccedilotildees descobrindo e recriando a realidade A incidecircncia da luz eacute uma forma de valorizar os objectos estendendo-se a luz como princiacutepio de vida

Adjectivaccedilatildeo particularmente abundante e expressiva com dupla e tripla adjectivaccedilatildeo ao serviccedilo de um impressionismo pictoacuterico

Os substantivos presentificadores da realidade convocada frequentemente em enumeraccedilatildeo que sugere uma acumulaccedilatildeo um compoacutesito de elementos caracteriacutesticos da construccedilatildeo pictoacuterica Marcas da estrutura narrativa ndash espaccedilo tempo acccedilatildeo (e nalguns casos personagens) Rigor formal (versos decassilaacutebicos ou alexandrinos ndash 12 siacutelabas meacutetricas ndash e quadras

ou quintilhas com rima e meacutetrica definidas) ndash parnasianismo Vocabulaacuterio preciso concreto praacutetico linguagem corrente Predomiacutenio da coordenaccedilatildeo Conjugaccedilatildeo perifraacutestica (ldquoIa passandordquo hei-de verrdquo) Modernidade da linguagem

Tom coloquial Anteposiccedilatildeo do adjectivo ao substantivo (primeiro realccedila-se a caracteriacutestica e

dps o objecto) - impressionismo Expressividade do adveacuterbio de modo Verbos (utilizaccedilatildeo por exemplo do p perfeito ndash caracteriacutestica do momento

narrativo ndash e do p imperfeito ndash caracteriacutestica do momento descritivo) Diminutivos

Caracteriacutesticas temaacuteticas

ldquoApreensatildeo impressionista do realrdquo Captaccedilatildeo impressionista O real apreendido atraveacutes de impressotildees (a cor a luz o movimento os seres e as coisas

fugazes) que estimulam o sujeito poeacutetico Cesaacuterio eacute um poeta-pintor que capta as impressotildees da realidade Proacuteximo do realismo e

do naturalismo presta atenccedilatildeo aos pormenores miacutenimos que servem para transmitir as percepccedilotildees sensoriais

Impressionista procura surpreender o lsquomomentorsquo em que os objectos ldquoganham a sua inteira individualidaderdquo

A obra de Cesaacuterio Verde caracteriza-se pela teacutecnica impressionista ao acumular pormenores das sensaccedilotildees captadas pelo recurso agraves sinestesias que lhe permitem transmitir sugestotildees e impressotildees da realidade

Sensiacutevel ao estiacutemulo visual Cesaacuterio procura reter diversas impressotildees visuais e outras para sobrepor imagens que acabem por traduzir e reiterar a visatildeo do que o rodeia e traduzir a sua inspiraccedilatildeo pessoalConcluInfluenciada pelos movimentos e teacutecnicas pictoacutericas da eacutepoca a poesia de Cesaacuterio Verde traduz uma atitude impressionista atraveacutes de uma perspectiva pictoacuterica com que descreve e analisa o real num apelo agraves sensaccedilotildees visuais O poeta afirmou-se sobretudo pela sua oposiccedilatildeo ao lirismo tradicional afirmando-se como poeta-pintor que capta as impressotildees da realidade com grande objectividade

2

EXAME DE PORTUGUEcircS

Poetizaccedilatildeo do real (objectividadesubjectivade) ObjectividadeSubjectividade Articulaccedilatildeo entre o real captado e as sensaccedilotildeesemoccedilotildees reflexotildees que desperta no

sujeito

concluCesaacuterio Verde natildeo daacute a conhecer aquilo que sente pois natildeo eacute sua intenccedilatildeo dar-se a conhecer Cesaacuterio observa com objectividade e quando recorre agrave subjectividade apenas transpotildee a realidade pela imaginaccedilatildeo transfiguradora Essa transfiguraccedilatildeo quando surge eacute soacute por breves momentos pois logo depois o poeta sente necessidade de voltar agrave realidade comum

Quanto agrave temaacutetica quer os poemas se situem no campo quer na cidade o que mais importa eacute reter a sua extraordinaacuteria capacidade de descrever de modo realista as paisagens e as gentes do seu tempo com forte componente visual (a par de outras sensaccedilotildees)

Questatildeo social realismo de intenccedilatildeo naturalista Dimensatildeo Social

A poesia de intervenccedilatildeo criacuteticaAnaacutelise socialO Olhar comovido e solidaacuterio com os trabalhadoresAlgum anti-clericalismoAlgum sentimento de decadecircncia e vencidismo colectivo

=gt Interessou-lhe o quotidiano da realidade -gt Poeta do quotidiano tenta visionar situaccedilotildees vividas no dia-a-dia revelando uma atenccedilatildeo permanente ao que o rodeia

Propotildee uma interpretaccedilatildeo da cidade de Lisboa por onde deambulava descreve-a absorve-lhe a melancolia e a monotonia projecta nela imagens da mulher formosa fria e altiva

ldquoA mim o que me rodeia eacute o que me preocupardquo A obra de Cesaacuterio Verde reflecte sem sombra de duacutevida a frase por ele escrita Assim a criacutetica agrave sociedade dos finais do seacuteculo XIX eacute outra temaacutetica retratada por Cesaacuterio Verde

Os quadros citadinos que o poeta tatildeo bem ldquopintardquo com a sua teacutecnica realista permite-nos ter uma visatildeo das transformaccedilotildees que se operam na cidade nomeadamente ao niacutevel da sociedade burguesa E Cesaacuterio natildeo fica alheio a tais mutaccedilotildees quer sociais quer econoacutemicas enquanto deambulava pelas ruas da cidade

O poeta coloca-se ao lado dos desfavorecidos (sem qualquer paternalismo em relaccedilatildeo aos mais humildes) viacutetimas da opressatildeo social da cidade e vai denunciando as circunstacircncias sociais injustas por exemplo no retrato da engomadeira no poema ldquoContrariedadesrdquo

Mito de Anteu

3

EXAME DE PORTUGUEcircS

Em Cesaacuterio Verde a terra apresenta-se saudaacutevel e feacutertil Dentro desta concepccedilatildeo de uma terra que revitaliza podemos encontrar o mito de Anteu ou seja no contacto com o campo o sujeito poeacutetico parece reanimar-se sentindo forccedilas energias e sauacutede O mito de Anteu permite caracterizar o novo vigor que se manifesta quando haacute um reencontro com a origem com a matildee terra

Binoacutemio cidadecampo =gtCidadeCampoA cidade surge associada agrave mulher fatal e agrave morte enquanto o campo se une agrave imagem da mulher angeacutelica e da vida Haacute uma sexualizaccedilatildeo da cidade e do campo que incorpora as alegorias da morte e da vida -gt A oposiccedilatildeo cidadecampo conduz simbolicamente agrave oposiccedilatildeo mortevida Eacute a morte que cria em Cesaacuterio uma repulsa agrave cidade por onde gostava de deambular mas que acaba por aprisionaacute-lo -gt Campo lugar de sauacutede e de riqueza de vitalidade e de energia de simplicidade e de verdade vida ruacutestica e de canseiras -gt A cidade ndash Lugar que ldquodesperta um desejo absurdo de sofrerrdquo lugar de atracccedilatildeo e de repulsa de futilidade da moda da corrupccedilatildeo e de doenccedila de aprisionamento da ldquodor humanardquo

O binoacutemio cidadecampo na poesia de Cesaacuterio Verde pode entender-se como produto da sua vida citadina (em Lisboa) e campestre (em Linda-a-Pastora) Eacute atraveacutes desta dualidade entre o campo e a cidade que o poeta vai definir a sua proacutepria identidade observando-os e descrevendo-os minuciosamente

O campo em Cesaacuterio natildeo tem nada de convencionalmente idiacutelico pois assume-se como realidade concreta agrave qual o campo de trabalho e os trabalhadores pertencem Nos versos do poeta o campo representa a vida a pureza a felicidade a sauacutede a alegria a liberdade e a luz

A cidade por onde deambula eacute cheia de homens vivos de ruas soturnas e melancoacutelicas Captando os aspectos vulgares do quotidiano Cesaacuterio apresenta a cidade como sinoacutenimo de morte tristeza doenccedila infelicidade prisatildeo e sombra

Em conclusatildeo o binoacutemio cidadecampo concretizado na poesia de Cesaacuterio marca uma forte oposiccedilatildeo entre estes espaccedilos atraveacutes de uma perspectiva objectiva e impressionista que os define tal como eles satildeo

Subjectividade do tempo e a mortegtA oposiccedilatildeo cidadecampo conduz simbolicamente agrave oposiccedilatildeo mortevida Cesaacuterio reconhece a certeza da morte e identifica-a com a cidade soturna com ldquofocos de epidemiardquo cheia de solidatildeo e de miseacuteria A salvaccedilatildeo para a sua vida parece surgir no campoSubjectivamente vecirc que o tempo eacute um perpetuo fluir e por isso como afirma em O Sentimento dum Ocidental a esperanccedila soacute eacute possiacutevel para as novas geraccedilotildees embora exprima o anseio pela eternidade e pelo amor ldquose eu natildeo morresse nuncardquo

A imageacutetica feminina

4

EXAME DE PORTUGUEcircS

=gtImageacutetica femininaNegativamente porque contaminada pela civilizaccedilatildeo urbana Mulher opressora ndash mulher noacuterdica fria siacutembolo da eclosatildeo do desenvolvimento

da cidade como fenoacutemeno urbano sineacutedoque da classe social opressora e por isso geradora de um erotismo da humilhaccedilatildeo (ex laquoFriacutegidaraquo laquoDeslumbramentosraquo e laquoEsplecircndidaraquo) em que se reconhece a influecircncia de Baudelaire

A mulher fatal ndash Terriacutevel atraente fria ldquoflor do luxordquo e da cidade virtualmente amante aristocraacutetica e despoacutetica

Positivamente porque relacionada com o campo com os seus valores salutares Mulher anjo ndash visatildeo angelical reflexo de uma entidade divina siacutembolo de pureza

campestre com traccedilos de uma beleza angelical frequentemente com os cabelos loiros dotados de uma certa fragilidade (ldquoEm Petizrdquo ldquoNoacutesrdquo ldquoDe Tarderdquo e ldquoSetentrionalrdquo) ndash tambeacutem tem um efeito regenerador

Mulher regeneradora ndash mulher fraacutegil pura natural simples representa os valores do campo na cidade que regenera o sujeito poeacutetico e lhe estimula a imaginaccedilatildeo (ex as figuras femininas de a laquoA Deacutebilraquo e laquoNum Bairro Modernoraquo)

Mulher oprimida ndash tiacutesica resignada viacutetima da opressatildeo social urbana humilhada com a qual o sujeito poeacutetico se sente identificado ou por quem nutre compaixatildeo (ex laquoContrariedadesraquo)

Mulher como sineacutedoque social ndash (ex as laquoburguesinhasraquo e as varinas de laquoO Sentimento dum Ocidentalraquo

Como objecto do estiacutemulo eroacutetico Mulher objecto ndash vista enquanto estiacutemulo dos sentidos carnais sensuais

como impulso eroacutetico (ex actriz de laquoCristalizaccedilotildeesraquo)

A figura feminina surge representada na poesia de Cesaacuterio Verde atraveacutes de um forte descritivismo realista Para aleacutem da mulher-anjo (humilde de classe baixa caracterizada sempre de maneira positiva) na obra do poeta encontra-se um tipo de mulher-demoacutenio (nobre distante fria e artificial) que atrai o sujeito

A mulher angeacutelica pertencente ao campo tem a sua imagem associada agrave Natureza agrave timidez agrave simplicidade ao trabalho e agrave vida

A mulher fatal pertencente agrave cidade estaacute associada agrave morte agrave seduccedilatildeo ao artificial agrave opressatildeo social da cidade e ao fasciacutenio que acaba por conduzir o sujeito agrave humilhaccedilatildeo

Em suma a obra de Cesaacuterio Verde apresenta-nos dois tipos de mulheres com personalidade e atitudes divergentes e que estatildeo directamente relacionadas com o binoacutemio cidadecampo

5

EXAME DE PORTUGUEcircS

Inovaccedilatildeo poeacutetica A busca da perfeiccedilatildeo formal A linguagem plaacutestica da captaccedilatildeo do real A regularidade da meacutetrica (o decassiacutelabo e o alexandrino) A regularidade estroacutefica O prosaiacutesmo

Podemos entatildeo apresentar esquematicamente a evoluccedilatildeo poeacutetica de Cesaacuterio Verde em trecircs fases

A poesia de Cesaacuterio Verde

Primeira fase (1873-74) Segunda fase (1875-76) Terceira fase (1877-84)

A ldquocrise romanescardquo O naturalismo O quotidiano

campocidade

O idealismo romacircntico a par das tendecircncias literaacuterias e esteacuteticas da eacutepoca

O realismo acentuado pelos contrastes

A descriccedilatildeo do real Fase pictoacuterica do poeta

Poesias Poesias Poesias

ldquoResponsordquoldquoEsplecircndidardquo

ldquoDeslumbramentosrdquoldquoHumilhaccedilatildeordquoldquoSetentrionalrdquo

ldquoIronias do desgostordquoldquoContrariedadesrdquo

ldquoNum bairro modernordquoldquoCristalizaccedilotildeesrdquo

ldquoO sentimento de um ocidentalrdquoldquoDe tarderdquo

ldquoNoacutesrdquo

poemas

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O poeta Relaccedilatildeo existente A figura feminina Servo Humilhado

(sexual e socialmente)

Vitima da indiferenccedila da mulher

Submissatildeo Superior Altiva Friacutegida Aristocrata Artificial Desumana EroacuteticaSensual Produto tiacutepico da

cidade (o tipo citadino)

Superioridade

EXAME DE PORTUGUEcircS

Nograves ndash elogio do campo k eacute fonte de vida e de riqueza cidade como algo de dramaacutetico centro de desgraccedila onde soacute haacute morte triunfo da cidade sobre ele e sobre o campo protesto rebeldia desprezo manifestaccedilotildees do poeta

Deslumbramentos ndash mulher da cidade fatal de humilhante indiferenccedila sofisticada moderna racional distante fuacutetil fria orgulhosa e sedutora reduccedilatildeo do amante agrave condiccedilatildeo de servo transposiccedilatildeo do plano individual para o colectivo vinganccedila contra a ordem social personificada pelas ldquomiladiesrdquo ndash denuacutencia social (republicanismo)

A Deacutebil ndash poema de contrastes desejo de complementaridade com a mulher o ldquonarradorrdquo cede agrave influecircncia corruptora da cidade mas liberta-se pela adesatildeo fiel agrave mulher k passa ndash atraveacutes dela ele tem vontade de ser uacutetil prestaacutevel de tornar-se numa pessoa melhor

Contrariedades ndash denuacutencia social mulher pobre ldquoabandonadardquo pelo meacutedico imprensa corrupta e bajuladora poetaengomadeira ndash realidades paralelas a engomadeira tem um efeito beneacutefico nele ajuda-o a acalmar-se pois vecirc k os problemas dele natildeo satildeo nada comparados com os dela

Num Bairro Moderno ndash marcas da narrativa (espaccedilo tempo acccedilatildeo personagens) descontentamento evidente em relaccedilatildeo ao emprego desejo de uma vida descansada e tranquila invasatildeo da cidade pelo campo cabaz de frutos e legumes mulher do campo (vendedeira) desprendida humilde atenciosa educada fraacutegil paacutelida e magra ele ganha forccedilas atraveacutes da vendedeira (k representa o campo) quadro verdadeira impressionista predomiacutenio da cor e luminosidade nas descriccedilotildeesO Sentimento dum Ocidental (Aveacute Marias) ndash desejo de fuga de evasatildeo denuacutencia social condiccedilotildees de vida precaacuterias para os trabalhadores dependecircncia de Portugal face a Inglaterra ndash despreocupaccedilatildeo da alta sociedade qt a isso ciclo vicioso das classes mais baixas natildeo progridem pk natildeo tecircm oportunidade para isso antinomia de personagens espaccedilos e tempos (trabalhadores explorados e atarefadoslojistas enfadados edificaccedilotildees emadeiradashoteacuteis da moda antes e depois da industrializaccedilatildeo gloacuteriaopressatildeo miseacuteria injusticcedila dependecircncia)

FIGURAS DE ESTILO Assiacutendeto (as ideias natildeo satildeo ligadas por nenhuma conjunccedilatildeo) ndash ritmo mais violento e

agressivo Ironia Comparaccedilatildeo Metaacutefora Sinestesia (troca de sentidos daacute sensaccedilatildeo agravequilo que natildeo a pode ter Ex ldquobrancuras

quentesrdquo ldquoluz maciardquo) Estrangeirismos Hipaacutelage (atribuiccedilatildeo de uma qualidade a um objecto que logicamente natildeo lhe pertence

Ex ldquoE agraves portas uma ou outra campainha toca freneacutetica de vez em quandordquo) Gradaccedilatildeo Adjectivaccedilatildeo Enumeraccedilatildeo Antiacutetese Transporte (continuaccedilatildeo da ideia no verso seguinte)

ESQUEMA RIMAacuteTICO Cruzada (ABAB)

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EXAME DE PORTUGUEcircS

Emparelhada (AABB) Interpolada (ABBA)

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• INFLUEcircNCIAS LITERAacuteRIAS
• ESQUEMA RIMAacuteTICO

EXAME DE PORTUGUEcircS

Caracteriacutesticas Estiliacutesticas O poeta eacute como um espelho em que vem repercutir-se a diversidade do mundo citadino O contraste Luzsombra jogo de luz em que as imagens poeacuteticas se configuram em

cintilaccedilotildees descobrindo e recriando a realidade A incidecircncia da luz eacute uma forma de valorizar os objectos estendendo-se a luz como princiacutepio de vida

Adjectivaccedilatildeo particularmente abundante e expressiva com dupla e tripla adjectivaccedilatildeo ao serviccedilo de um impressionismo pictoacuterico

Os substantivos presentificadores da realidade convocada frequentemente em enumeraccedilatildeo que sugere uma acumulaccedilatildeo um compoacutesito de elementos caracteriacutesticos da construccedilatildeo pictoacuterica Marcas da estrutura narrativa ndash espaccedilo tempo acccedilatildeo (e nalguns casos personagens) Rigor formal (versos decassilaacutebicos ou alexandrinos ndash 12 siacutelabas meacutetricas ndash e quadras

ou quintilhas com rima e meacutetrica definidas) ndash parnasianismo Vocabulaacuterio preciso concreto praacutetico linguagem corrente Predomiacutenio da coordenaccedilatildeo Conjugaccedilatildeo perifraacutestica (ldquoIa passandordquo hei-de verrdquo) Modernidade da linguagem

Tom coloquial Anteposiccedilatildeo do adjectivo ao substantivo (primeiro realccedila-se a caracteriacutestica e

dps o objecto) - impressionismo Expressividade do adveacuterbio de modo Verbos (utilizaccedilatildeo por exemplo do p perfeito ndash caracteriacutestica do momento

narrativo ndash e do p imperfeito ndash caracteriacutestica do momento descritivo) Diminutivos

Caracteriacutesticas temaacuteticas

ldquoApreensatildeo impressionista do realrdquo Captaccedilatildeo impressionista O real apreendido atraveacutes de impressotildees (a cor a luz o movimento os seres e as coisas

fugazes) que estimulam o sujeito poeacutetico Cesaacuterio eacute um poeta-pintor que capta as impressotildees da realidade Proacuteximo do realismo e

do naturalismo presta atenccedilatildeo aos pormenores miacutenimos que servem para transmitir as percepccedilotildees sensoriais

Impressionista procura surpreender o lsquomomentorsquo em que os objectos ldquoganham a sua inteira individualidaderdquo

A obra de Cesaacuterio Verde caracteriza-se pela teacutecnica impressionista ao acumular pormenores das sensaccedilotildees captadas pelo recurso agraves sinestesias que lhe permitem transmitir sugestotildees e impressotildees da realidade

Sensiacutevel ao estiacutemulo visual Cesaacuterio procura reter diversas impressotildees visuais e outras para sobrepor imagens que acabem por traduzir e reiterar a visatildeo do que o rodeia e traduzir a sua inspiraccedilatildeo pessoalConcluInfluenciada pelos movimentos e teacutecnicas pictoacutericas da eacutepoca a poesia de Cesaacuterio Verde traduz uma atitude impressionista atraveacutes de uma perspectiva pictoacuterica com que descreve e analisa o real num apelo agraves sensaccedilotildees visuais O poeta afirmou-se sobretudo pela sua oposiccedilatildeo ao lirismo tradicional afirmando-se como poeta-pintor que capta as impressotildees da realidade com grande objectividade

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EXAME DE PORTUGUEcircS

Poetizaccedilatildeo do real (objectividadesubjectivade) ObjectividadeSubjectividade Articulaccedilatildeo entre o real captado e as sensaccedilotildeesemoccedilotildees reflexotildees que desperta no

sujeito

concluCesaacuterio Verde natildeo daacute a conhecer aquilo que sente pois natildeo eacute sua intenccedilatildeo dar-se a conhecer Cesaacuterio observa com objectividade e quando recorre agrave subjectividade apenas transpotildee a realidade pela imaginaccedilatildeo transfiguradora Essa transfiguraccedilatildeo quando surge eacute soacute por breves momentos pois logo depois o poeta sente necessidade de voltar agrave realidade comum

Quanto agrave temaacutetica quer os poemas se situem no campo quer na cidade o que mais importa eacute reter a sua extraordinaacuteria capacidade de descrever de modo realista as paisagens e as gentes do seu tempo com forte componente visual (a par de outras sensaccedilotildees)

Questatildeo social realismo de intenccedilatildeo naturalista Dimensatildeo Social

A poesia de intervenccedilatildeo criacuteticaAnaacutelise socialO Olhar comovido e solidaacuterio com os trabalhadoresAlgum anti-clericalismoAlgum sentimento de decadecircncia e vencidismo colectivo

=gt Interessou-lhe o quotidiano da realidade -gt Poeta do quotidiano tenta visionar situaccedilotildees vividas no dia-a-dia revelando uma atenccedilatildeo permanente ao que o rodeia

Propotildee uma interpretaccedilatildeo da cidade de Lisboa por onde deambulava descreve-a absorve-lhe a melancolia e a monotonia projecta nela imagens da mulher formosa fria e altiva

ldquoA mim o que me rodeia eacute o que me preocupardquo A obra de Cesaacuterio Verde reflecte sem sombra de duacutevida a frase por ele escrita Assim a criacutetica agrave sociedade dos finais do seacuteculo XIX eacute outra temaacutetica retratada por Cesaacuterio Verde

Os quadros citadinos que o poeta tatildeo bem ldquopintardquo com a sua teacutecnica realista permite-nos ter uma visatildeo das transformaccedilotildees que se operam na cidade nomeadamente ao niacutevel da sociedade burguesa E Cesaacuterio natildeo fica alheio a tais mutaccedilotildees quer sociais quer econoacutemicas enquanto deambulava pelas ruas da cidade

O poeta coloca-se ao lado dos desfavorecidos (sem qualquer paternalismo em relaccedilatildeo aos mais humildes) viacutetimas da opressatildeo social da cidade e vai denunciando as circunstacircncias sociais injustas por exemplo no retrato da engomadeira no poema ldquoContrariedadesrdquo

Mito de Anteu

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EXAME DE PORTUGUEcircS

Em Cesaacuterio Verde a terra apresenta-se saudaacutevel e feacutertil Dentro desta concepccedilatildeo de uma terra que revitaliza podemos encontrar o mito de Anteu ou seja no contacto com o campo o sujeito poeacutetico parece reanimar-se sentindo forccedilas energias e sauacutede O mito de Anteu permite caracterizar o novo vigor que se manifesta quando haacute um reencontro com a origem com a matildee terra

Binoacutemio cidadecampo =gtCidadeCampoA cidade surge associada agrave mulher fatal e agrave morte enquanto o campo se une agrave imagem da mulher angeacutelica e da vida Haacute uma sexualizaccedilatildeo da cidade e do campo que incorpora as alegorias da morte e da vida -gt A oposiccedilatildeo cidadecampo conduz simbolicamente agrave oposiccedilatildeo mortevida Eacute a morte que cria em Cesaacuterio uma repulsa agrave cidade por onde gostava de deambular mas que acaba por aprisionaacute-lo -gt Campo lugar de sauacutede e de riqueza de vitalidade e de energia de simplicidade e de verdade vida ruacutestica e de canseiras -gt A cidade ndash Lugar que ldquodesperta um desejo absurdo de sofrerrdquo lugar de atracccedilatildeo e de repulsa de futilidade da moda da corrupccedilatildeo e de doenccedila de aprisionamento da ldquodor humanardquo

O binoacutemio cidadecampo na poesia de Cesaacuterio Verde pode entender-se como produto da sua vida citadina (em Lisboa) e campestre (em Linda-a-Pastora) Eacute atraveacutes desta dualidade entre o campo e a cidade que o poeta vai definir a sua proacutepria identidade observando-os e descrevendo-os minuciosamente

O campo em Cesaacuterio natildeo tem nada de convencionalmente idiacutelico pois assume-se como realidade concreta agrave qual o campo de trabalho e os trabalhadores pertencem Nos versos do poeta o campo representa a vida a pureza a felicidade a sauacutede a alegria a liberdade e a luz

A cidade por onde deambula eacute cheia de homens vivos de ruas soturnas e melancoacutelicas Captando os aspectos vulgares do quotidiano Cesaacuterio apresenta a cidade como sinoacutenimo de morte tristeza doenccedila infelicidade prisatildeo e sombra

Em conclusatildeo o binoacutemio cidadecampo concretizado na poesia de Cesaacuterio marca uma forte oposiccedilatildeo entre estes espaccedilos atraveacutes de uma perspectiva objectiva e impressionista que os define tal como eles satildeo

Subjectividade do tempo e a mortegtA oposiccedilatildeo cidadecampo conduz simbolicamente agrave oposiccedilatildeo mortevida Cesaacuterio reconhece a certeza da morte e identifica-a com a cidade soturna com ldquofocos de epidemiardquo cheia de solidatildeo e de miseacuteria A salvaccedilatildeo para a sua vida parece surgir no campoSubjectivamente vecirc que o tempo eacute um perpetuo fluir e por isso como afirma em O Sentimento dum Ocidental a esperanccedila soacute eacute possiacutevel para as novas geraccedilotildees embora exprima o anseio pela eternidade e pelo amor ldquose eu natildeo morresse nuncardquo

A imageacutetica feminina

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EXAME DE PORTUGUEcircS

=gtImageacutetica femininaNegativamente porque contaminada pela civilizaccedilatildeo urbana Mulher opressora ndash mulher noacuterdica fria siacutembolo da eclosatildeo do desenvolvimento

da cidade como fenoacutemeno urbano sineacutedoque da classe social opressora e por isso geradora de um erotismo da humilhaccedilatildeo (ex laquoFriacutegidaraquo laquoDeslumbramentosraquo e laquoEsplecircndidaraquo) em que se reconhece a influecircncia de Baudelaire

A mulher fatal ndash Terriacutevel atraente fria ldquoflor do luxordquo e da cidade virtualmente amante aristocraacutetica e despoacutetica

Positivamente porque relacionada com o campo com os seus valores salutares Mulher anjo ndash visatildeo angelical reflexo de uma entidade divina siacutembolo de pureza

campestre com traccedilos de uma beleza angelical frequentemente com os cabelos loiros dotados de uma certa fragilidade (ldquoEm Petizrdquo ldquoNoacutesrdquo ldquoDe Tarderdquo e ldquoSetentrionalrdquo) ndash tambeacutem tem um efeito regenerador

Mulher regeneradora ndash mulher fraacutegil pura natural simples representa os valores do campo na cidade que regenera o sujeito poeacutetico e lhe estimula a imaginaccedilatildeo (ex as figuras femininas de a laquoA Deacutebilraquo e laquoNum Bairro Modernoraquo)

Mulher oprimida ndash tiacutesica resignada viacutetima da opressatildeo social urbana humilhada com a qual o sujeito poeacutetico se sente identificado ou por quem nutre compaixatildeo (ex laquoContrariedadesraquo)

Mulher como sineacutedoque social ndash (ex as laquoburguesinhasraquo e as varinas de laquoO Sentimento dum Ocidentalraquo

Como objecto do estiacutemulo eroacutetico Mulher objecto ndash vista enquanto estiacutemulo dos sentidos carnais sensuais

como impulso eroacutetico (ex actriz de laquoCristalizaccedilotildeesraquo)

A figura feminina surge representada na poesia de Cesaacuterio Verde atraveacutes de um forte descritivismo realista Para aleacutem da mulher-anjo (humilde de classe baixa caracterizada sempre de maneira positiva) na obra do poeta encontra-se um tipo de mulher-demoacutenio (nobre distante fria e artificial) que atrai o sujeito

A mulher angeacutelica pertencente ao campo tem a sua imagem associada agrave Natureza agrave timidez agrave simplicidade ao trabalho e agrave vida

A mulher fatal pertencente agrave cidade estaacute associada agrave morte agrave seduccedilatildeo ao artificial agrave opressatildeo social da cidade e ao fasciacutenio que acaba por conduzir o sujeito agrave humilhaccedilatildeo

Em suma a obra de Cesaacuterio Verde apresenta-nos dois tipos de mulheres com personalidade e atitudes divergentes e que estatildeo directamente relacionadas com o binoacutemio cidadecampo

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EXAME DE PORTUGUEcircS

Inovaccedilatildeo poeacutetica A busca da perfeiccedilatildeo formal A linguagem plaacutestica da captaccedilatildeo do real A regularidade da meacutetrica (o decassiacutelabo e o alexandrino) A regularidade estroacutefica O prosaiacutesmo

Podemos entatildeo apresentar esquematicamente a evoluccedilatildeo poeacutetica de Cesaacuterio Verde em trecircs fases

A poesia de Cesaacuterio Verde

Primeira fase (1873-74) Segunda fase (1875-76) Terceira fase (1877-84)

A ldquocrise romanescardquo O naturalismo O quotidiano

campocidade

O idealismo romacircntico a par das tendecircncias literaacuterias e esteacuteticas da eacutepoca

O realismo acentuado pelos contrastes

A descriccedilatildeo do real Fase pictoacuterica do poeta

Poesias Poesias Poesias

ldquoResponsordquoldquoEsplecircndidardquo

ldquoDeslumbramentosrdquoldquoHumilhaccedilatildeordquoldquoSetentrionalrdquo

ldquoIronias do desgostordquoldquoContrariedadesrdquo

ldquoNum bairro modernordquoldquoCristalizaccedilotildeesrdquo

ldquoO sentimento de um ocidentalrdquoldquoDe tarderdquo

ldquoNoacutesrdquo

poemas

6

O poeta Relaccedilatildeo existente A figura feminina Servo Humilhado

(sexual e socialmente)

Vitima da indiferenccedila da mulher

Submissatildeo Superior Altiva Friacutegida Aristocrata Artificial Desumana EroacuteticaSensual Produto tiacutepico da

cidade (o tipo citadino)

Superioridade

EXAME DE PORTUGUEcircS

Nograves ndash elogio do campo k eacute fonte de vida e de riqueza cidade como algo de dramaacutetico centro de desgraccedila onde soacute haacute morte triunfo da cidade sobre ele e sobre o campo protesto rebeldia desprezo manifestaccedilotildees do poeta

Deslumbramentos ndash mulher da cidade fatal de humilhante indiferenccedila sofisticada moderna racional distante fuacutetil fria orgulhosa e sedutora reduccedilatildeo do amante agrave condiccedilatildeo de servo transposiccedilatildeo do plano individual para o colectivo vinganccedila contra a ordem social personificada pelas ldquomiladiesrdquo ndash denuacutencia social (republicanismo)

A Deacutebil ndash poema de contrastes desejo de complementaridade com a mulher o ldquonarradorrdquo cede agrave influecircncia corruptora da cidade mas liberta-se pela adesatildeo fiel agrave mulher k passa ndash atraveacutes dela ele tem vontade de ser uacutetil prestaacutevel de tornar-se numa pessoa melhor

Contrariedades ndash denuacutencia social mulher pobre ldquoabandonadardquo pelo meacutedico imprensa corrupta e bajuladora poetaengomadeira ndash realidades paralelas a engomadeira tem um efeito beneacutefico nele ajuda-o a acalmar-se pois vecirc k os problemas dele natildeo satildeo nada comparados com os dela

Num Bairro Moderno ndash marcas da narrativa (espaccedilo tempo acccedilatildeo personagens) descontentamento evidente em relaccedilatildeo ao emprego desejo de uma vida descansada e tranquila invasatildeo da cidade pelo campo cabaz de frutos e legumes mulher do campo (vendedeira) desprendida humilde atenciosa educada fraacutegil paacutelida e magra ele ganha forccedilas atraveacutes da vendedeira (k representa o campo) quadro verdadeira impressionista predomiacutenio da cor e luminosidade nas descriccedilotildeesO Sentimento dum Ocidental (Aveacute Marias) ndash desejo de fuga de evasatildeo denuacutencia social condiccedilotildees de vida precaacuterias para os trabalhadores dependecircncia de Portugal face a Inglaterra ndash despreocupaccedilatildeo da alta sociedade qt a isso ciclo vicioso das classes mais baixas natildeo progridem pk natildeo tecircm oportunidade para isso antinomia de personagens espaccedilos e tempos (trabalhadores explorados e atarefadoslojistas enfadados edificaccedilotildees emadeiradashoteacuteis da moda antes e depois da industrializaccedilatildeo gloacuteriaopressatildeo miseacuteria injusticcedila dependecircncia)

FIGURAS DE ESTILO Assiacutendeto (as ideias natildeo satildeo ligadas por nenhuma conjunccedilatildeo) ndash ritmo mais violento e

agressivo Ironia Comparaccedilatildeo Metaacutefora Sinestesia (troca de sentidos daacute sensaccedilatildeo agravequilo que natildeo a pode ter Ex ldquobrancuras

quentesrdquo ldquoluz maciardquo) Estrangeirismos Hipaacutelage (atribuiccedilatildeo de uma qualidade a um objecto que logicamente natildeo lhe pertence

Ex ldquoE agraves portas uma ou outra campainha toca freneacutetica de vez em quandordquo) Gradaccedilatildeo Adjectivaccedilatildeo Enumeraccedilatildeo Antiacutetese Transporte (continuaccedilatildeo da ideia no verso seguinte)

ESQUEMA RIMAacuteTICO Cruzada (ABAB)

7

EXAME DE PORTUGUEcircS

Emparelhada (AABB) Interpolada (ABBA)

8

• INFLUEcircNCIAS LITERAacuteRIAS
• ESQUEMA RIMAacuteTICO

EXAME DE PORTUGUEcircS

Poetizaccedilatildeo do real (objectividadesubjectivade) ObjectividadeSubjectividade Articulaccedilatildeo entre o real captado e as sensaccedilotildeesemoccedilotildees reflexotildees que desperta no

sujeito

concluCesaacuterio Verde natildeo daacute a conhecer aquilo que sente pois natildeo eacute sua intenccedilatildeo dar-se a conhecer Cesaacuterio observa com objectividade e quando recorre agrave subjectividade apenas transpotildee a realidade pela imaginaccedilatildeo transfiguradora Essa transfiguraccedilatildeo quando surge eacute soacute por breves momentos pois logo depois o poeta sente necessidade de voltar agrave realidade comum

Quanto agrave temaacutetica quer os poemas se situem no campo quer na cidade o que mais importa eacute reter a sua extraordinaacuteria capacidade de descrever de modo realista as paisagens e as gentes do seu tempo com forte componente visual (a par de outras sensaccedilotildees)

Questatildeo social realismo de intenccedilatildeo naturalista Dimensatildeo Social

A poesia de intervenccedilatildeo criacuteticaAnaacutelise socialO Olhar comovido e solidaacuterio com os trabalhadoresAlgum anti-clericalismoAlgum sentimento de decadecircncia e vencidismo colectivo

=gt Interessou-lhe o quotidiano da realidade -gt Poeta do quotidiano tenta visionar situaccedilotildees vividas no dia-a-dia revelando uma atenccedilatildeo permanente ao que o rodeia

Propotildee uma interpretaccedilatildeo da cidade de Lisboa por onde deambulava descreve-a absorve-lhe a melancolia e a monotonia projecta nela imagens da mulher formosa fria e altiva

ldquoA mim o que me rodeia eacute o que me preocupardquo A obra de Cesaacuterio Verde reflecte sem sombra de duacutevida a frase por ele escrita Assim a criacutetica agrave sociedade dos finais do seacuteculo XIX eacute outra temaacutetica retratada por Cesaacuterio Verde

Os quadros citadinos que o poeta tatildeo bem ldquopintardquo com a sua teacutecnica realista permite-nos ter uma visatildeo das transformaccedilotildees que se operam na cidade nomeadamente ao niacutevel da sociedade burguesa E Cesaacuterio natildeo fica alheio a tais mutaccedilotildees quer sociais quer econoacutemicas enquanto deambulava pelas ruas da cidade

O poeta coloca-se ao lado dos desfavorecidos (sem qualquer paternalismo em relaccedilatildeo aos mais humildes) viacutetimas da opressatildeo social da cidade e vai denunciando as circunstacircncias sociais injustas por exemplo no retrato da engomadeira no poema ldquoContrariedadesrdquo

Mito de Anteu

3

EXAME DE PORTUGUEcircS

Em Cesaacuterio Verde a terra apresenta-se saudaacutevel e feacutertil Dentro desta concepccedilatildeo de uma terra que revitaliza podemos encontrar o mito de Anteu ou seja no contacto com o campo o sujeito poeacutetico parece reanimar-se sentindo forccedilas energias e sauacutede O mito de Anteu permite caracterizar o novo vigor que se manifesta quando haacute um reencontro com a origem com a matildee terra

Binoacutemio cidadecampo =gtCidadeCampoA cidade surge associada agrave mulher fatal e agrave morte enquanto o campo se une agrave imagem da mulher angeacutelica e da vida Haacute uma sexualizaccedilatildeo da cidade e do campo que incorpora as alegorias da morte e da vida -gt A oposiccedilatildeo cidadecampo conduz simbolicamente agrave oposiccedilatildeo mortevida Eacute a morte que cria em Cesaacuterio uma repulsa agrave cidade por onde gostava de deambular mas que acaba por aprisionaacute-lo -gt Campo lugar de sauacutede e de riqueza de vitalidade e de energia de simplicidade e de verdade vida ruacutestica e de canseiras -gt A cidade ndash Lugar que ldquodesperta um desejo absurdo de sofrerrdquo lugar de atracccedilatildeo e de repulsa de futilidade da moda da corrupccedilatildeo e de doenccedila de aprisionamento da ldquodor humanardquo

O binoacutemio cidadecampo na poesia de Cesaacuterio Verde pode entender-se como produto da sua vida citadina (em Lisboa) e campestre (em Linda-a-Pastora) Eacute atraveacutes desta dualidade entre o campo e a cidade que o poeta vai definir a sua proacutepria identidade observando-os e descrevendo-os minuciosamente

O campo em Cesaacuterio natildeo tem nada de convencionalmente idiacutelico pois assume-se como realidade concreta agrave qual o campo de trabalho e os trabalhadores pertencem Nos versos do poeta o campo representa a vida a pureza a felicidade a sauacutede a alegria a liberdade e a luz

A cidade por onde deambula eacute cheia de homens vivos de ruas soturnas e melancoacutelicas Captando os aspectos vulgares do quotidiano Cesaacuterio apresenta a cidade como sinoacutenimo de morte tristeza doenccedila infelicidade prisatildeo e sombra

Em conclusatildeo o binoacutemio cidadecampo concretizado na poesia de Cesaacuterio marca uma forte oposiccedilatildeo entre estes espaccedilos atraveacutes de uma perspectiva objectiva e impressionista que os define tal como eles satildeo

Subjectividade do tempo e a mortegtA oposiccedilatildeo cidadecampo conduz simbolicamente agrave oposiccedilatildeo mortevida Cesaacuterio reconhece a certeza da morte e identifica-a com a cidade soturna com ldquofocos de epidemiardquo cheia de solidatildeo e de miseacuteria A salvaccedilatildeo para a sua vida parece surgir no campoSubjectivamente vecirc que o tempo eacute um perpetuo fluir e por isso como afirma em O Sentimento dum Ocidental a esperanccedila soacute eacute possiacutevel para as novas geraccedilotildees embora exprima o anseio pela eternidade e pelo amor ldquose eu natildeo morresse nuncardquo

A imageacutetica feminina

4

EXAME DE PORTUGUEcircS

=gtImageacutetica femininaNegativamente porque contaminada pela civilizaccedilatildeo urbana Mulher opressora ndash mulher noacuterdica fria siacutembolo da eclosatildeo do desenvolvimento

da cidade como fenoacutemeno urbano sineacutedoque da classe social opressora e por isso geradora de um erotismo da humilhaccedilatildeo (ex laquoFriacutegidaraquo laquoDeslumbramentosraquo e laquoEsplecircndidaraquo) em que se reconhece a influecircncia de Baudelaire

A mulher fatal ndash Terriacutevel atraente fria ldquoflor do luxordquo e da cidade virtualmente amante aristocraacutetica e despoacutetica

Positivamente porque relacionada com o campo com os seus valores salutares Mulher anjo ndash visatildeo angelical reflexo de uma entidade divina siacutembolo de pureza

campestre com traccedilos de uma beleza angelical frequentemente com os cabelos loiros dotados de uma certa fragilidade (ldquoEm Petizrdquo ldquoNoacutesrdquo ldquoDe Tarderdquo e ldquoSetentrionalrdquo) ndash tambeacutem tem um efeito regenerador

Mulher regeneradora ndash mulher fraacutegil pura natural simples representa os valores do campo na cidade que regenera o sujeito poeacutetico e lhe estimula a imaginaccedilatildeo (ex as figuras femininas de a laquoA Deacutebilraquo e laquoNum Bairro Modernoraquo)

Mulher oprimida ndash tiacutesica resignada viacutetima da opressatildeo social urbana humilhada com a qual o sujeito poeacutetico se sente identificado ou por quem nutre compaixatildeo (ex laquoContrariedadesraquo)

Mulher como sineacutedoque social ndash (ex as laquoburguesinhasraquo e as varinas de laquoO Sentimento dum Ocidentalraquo

Como objecto do estiacutemulo eroacutetico Mulher objecto ndash vista enquanto estiacutemulo dos sentidos carnais sensuais

como impulso eroacutetico (ex actriz de laquoCristalizaccedilotildeesraquo)

A figura feminina surge representada na poesia de Cesaacuterio Verde atraveacutes de um forte descritivismo realista Para aleacutem da mulher-anjo (humilde de classe baixa caracterizada sempre de maneira positiva) na obra do poeta encontra-se um tipo de mulher-demoacutenio (nobre distante fria e artificial) que atrai o sujeito

A mulher angeacutelica pertencente ao campo tem a sua imagem associada agrave Natureza agrave timidez agrave simplicidade ao trabalho e agrave vida

A mulher fatal pertencente agrave cidade estaacute associada agrave morte agrave seduccedilatildeo ao artificial agrave opressatildeo social da cidade e ao fasciacutenio que acaba por conduzir o sujeito agrave humilhaccedilatildeo

Em suma a obra de Cesaacuterio Verde apresenta-nos dois tipos de mulheres com personalidade e atitudes divergentes e que estatildeo directamente relacionadas com o binoacutemio cidadecampo

5

EXAME DE PORTUGUEcircS

Inovaccedilatildeo poeacutetica A busca da perfeiccedilatildeo formal A linguagem plaacutestica da captaccedilatildeo do real A regularidade da meacutetrica (o decassiacutelabo e o alexandrino) A regularidade estroacutefica O prosaiacutesmo

Podemos entatildeo apresentar esquematicamente a evoluccedilatildeo poeacutetica de Cesaacuterio Verde em trecircs fases

A poesia de Cesaacuterio Verde

Primeira fase (1873-74) Segunda fase (1875-76) Terceira fase (1877-84)

A ldquocrise romanescardquo O naturalismo O quotidiano

campocidade

O idealismo romacircntico a par das tendecircncias literaacuterias e esteacuteticas da eacutepoca

O realismo acentuado pelos contrastes

A descriccedilatildeo do real Fase pictoacuterica do poeta

Poesias Poesias Poesias

ldquoResponsordquoldquoEsplecircndidardquo

ldquoDeslumbramentosrdquoldquoHumilhaccedilatildeordquoldquoSetentrionalrdquo

ldquoIronias do desgostordquoldquoContrariedadesrdquo

ldquoNum bairro modernordquoldquoCristalizaccedilotildeesrdquo

ldquoO sentimento de um ocidentalrdquoldquoDe tarderdquo

ldquoNoacutesrdquo

poemas

6

O poeta Relaccedilatildeo existente A figura feminina Servo Humilhado

(sexual e socialmente)

Vitima da indiferenccedila da mulher

Submissatildeo Superior Altiva Friacutegida Aristocrata Artificial Desumana EroacuteticaSensual Produto tiacutepico da

cidade (o tipo citadino)

Superioridade

EXAME DE PORTUGUEcircS

Nograves ndash elogio do campo k eacute fonte de vida e de riqueza cidade como algo de dramaacutetico centro de desgraccedila onde soacute haacute morte triunfo da cidade sobre ele e sobre o campo protesto rebeldia desprezo manifestaccedilotildees do poeta

Deslumbramentos ndash mulher da cidade fatal de humilhante indiferenccedila sofisticada moderna racional distante fuacutetil fria orgulhosa e sedutora reduccedilatildeo do amante agrave condiccedilatildeo de servo transposiccedilatildeo do plano individual para o colectivo vinganccedila contra a ordem social personificada pelas ldquomiladiesrdquo ndash denuacutencia social (republicanismo)

A Deacutebil ndash poema de contrastes desejo de complementaridade com a mulher o ldquonarradorrdquo cede agrave influecircncia corruptora da cidade mas liberta-se pela adesatildeo fiel agrave mulher k passa ndash atraveacutes dela ele tem vontade de ser uacutetil prestaacutevel de tornar-se numa pessoa melhor

Contrariedades ndash denuacutencia social mulher pobre ldquoabandonadardquo pelo meacutedico imprensa corrupta e bajuladora poetaengomadeira ndash realidades paralelas a engomadeira tem um efeito beneacutefico nele ajuda-o a acalmar-se pois vecirc k os problemas dele natildeo satildeo nada comparados com os dela

Num Bairro Moderno ndash marcas da narrativa (espaccedilo tempo acccedilatildeo personagens) descontentamento evidente em relaccedilatildeo ao emprego desejo de uma vida descansada e tranquila invasatildeo da cidade pelo campo cabaz de frutos e legumes mulher do campo (vendedeira) desprendida humilde atenciosa educada fraacutegil paacutelida e magra ele ganha forccedilas atraveacutes da vendedeira (k representa o campo) quadro verdadeira impressionista predomiacutenio da cor e luminosidade nas descriccedilotildeesO Sentimento dum Ocidental (Aveacute Marias) ndash desejo de fuga de evasatildeo denuacutencia social condiccedilotildees de vida precaacuterias para os trabalhadores dependecircncia de Portugal face a Inglaterra ndash despreocupaccedilatildeo da alta sociedade qt a isso ciclo vicioso das classes mais baixas natildeo progridem pk natildeo tecircm oportunidade para isso antinomia de personagens espaccedilos e tempos (trabalhadores explorados e atarefadoslojistas enfadados edificaccedilotildees emadeiradashoteacuteis da moda antes e depois da industrializaccedilatildeo gloacuteriaopressatildeo miseacuteria injusticcedila dependecircncia)

FIGURAS DE ESTILO Assiacutendeto (as ideias natildeo satildeo ligadas por nenhuma conjunccedilatildeo) ndash ritmo mais violento e

agressivo Ironia Comparaccedilatildeo Metaacutefora Sinestesia (troca de sentidos daacute sensaccedilatildeo agravequilo que natildeo a pode ter Ex ldquobrancuras

quentesrdquo ldquoluz maciardquo) Estrangeirismos Hipaacutelage (atribuiccedilatildeo de uma qualidade a um objecto que logicamente natildeo lhe pertence

Ex ldquoE agraves portas uma ou outra campainha toca freneacutetica de vez em quandordquo) Gradaccedilatildeo Adjectivaccedilatildeo Enumeraccedilatildeo Antiacutetese Transporte (continuaccedilatildeo da ideia no verso seguinte)

ESQUEMA RIMAacuteTICO Cruzada (ABAB)

7

EXAME DE PORTUGUEcircS

Emparelhada (AABB) Interpolada (ABBA)

8

• INFLUEcircNCIAS LITERAacuteRIAS
• ESQUEMA RIMAacuteTICO

EXAME DE PORTUGUEcircS

Em Cesaacuterio Verde a terra apresenta-se saudaacutevel e feacutertil Dentro desta concepccedilatildeo de uma terra que revitaliza podemos encontrar o mito de Anteu ou seja no contacto com o campo o sujeito poeacutetico parece reanimar-se sentindo forccedilas energias e sauacutede O mito de Anteu permite caracterizar o novo vigor que se manifesta quando haacute um reencontro com a origem com a matildee terra

Binoacutemio cidadecampo =gtCidadeCampoA cidade surge associada agrave mulher fatal e agrave morte enquanto o campo se une agrave imagem da mulher angeacutelica e da vida Haacute uma sexualizaccedilatildeo da cidade e do campo que incorpora as alegorias da morte e da vida -gt A oposiccedilatildeo cidadecampo conduz simbolicamente agrave oposiccedilatildeo mortevida Eacute a morte que cria em Cesaacuterio uma repulsa agrave cidade por onde gostava de deambular mas que acaba por aprisionaacute-lo -gt Campo lugar de sauacutede e de riqueza de vitalidade e de energia de simplicidade e de verdade vida ruacutestica e de canseiras -gt A cidade ndash Lugar que ldquodesperta um desejo absurdo de sofrerrdquo lugar de atracccedilatildeo e de repulsa de futilidade da moda da corrupccedilatildeo e de doenccedila de aprisionamento da ldquodor humanardquo

O binoacutemio cidadecampo na poesia de Cesaacuterio Verde pode entender-se como produto da sua vida citadina (em Lisboa) e campestre (em Linda-a-Pastora) Eacute atraveacutes desta dualidade entre o campo e a cidade que o poeta vai definir a sua proacutepria identidade observando-os e descrevendo-os minuciosamente

O campo em Cesaacuterio natildeo tem nada de convencionalmente idiacutelico pois assume-se como realidade concreta agrave qual o campo de trabalho e os trabalhadores pertencem Nos versos do poeta o campo representa a vida a pureza a felicidade a sauacutede a alegria a liberdade e a luz

A cidade por onde deambula eacute cheia de homens vivos de ruas soturnas e melancoacutelicas Captando os aspectos vulgares do quotidiano Cesaacuterio apresenta a cidade como sinoacutenimo de morte tristeza doenccedila infelicidade prisatildeo e sombra

Em conclusatildeo o binoacutemio cidadecampo concretizado na poesia de Cesaacuterio marca uma forte oposiccedilatildeo entre estes espaccedilos atraveacutes de uma perspectiva objectiva e impressionista que os define tal como eles satildeo

Subjectividade do tempo e a mortegtA oposiccedilatildeo cidadecampo conduz simbolicamente agrave oposiccedilatildeo mortevida Cesaacuterio reconhece a certeza da morte e identifica-a com a cidade soturna com ldquofocos de epidemiardquo cheia de solidatildeo e de miseacuteria A salvaccedilatildeo para a sua vida parece surgir no campoSubjectivamente vecirc que o tempo eacute um perpetuo fluir e por isso como afirma em O Sentimento dum Ocidental a esperanccedila soacute eacute possiacutevel para as novas geraccedilotildees embora exprima o anseio pela eternidade e pelo amor ldquose eu natildeo morresse nuncardquo

A imageacutetica feminina

4

EXAME DE PORTUGUEcircS

=gtImageacutetica femininaNegativamente porque contaminada pela civilizaccedilatildeo urbana Mulher opressora ndash mulher noacuterdica fria siacutembolo da eclosatildeo do desenvolvimento

da cidade como fenoacutemeno urbano sineacutedoque da classe social opressora e por isso geradora de um erotismo da humilhaccedilatildeo (ex laquoFriacutegidaraquo laquoDeslumbramentosraquo e laquoEsplecircndidaraquo) em que se reconhece a influecircncia de Baudelaire

A mulher fatal ndash Terriacutevel atraente fria ldquoflor do luxordquo e da cidade virtualmente amante aristocraacutetica e despoacutetica

Positivamente porque relacionada com o campo com os seus valores salutares Mulher anjo ndash visatildeo angelical reflexo de uma entidade divina siacutembolo de pureza

campestre com traccedilos de uma beleza angelical frequentemente com os cabelos loiros dotados de uma certa fragilidade (ldquoEm Petizrdquo ldquoNoacutesrdquo ldquoDe Tarderdquo e ldquoSetentrionalrdquo) ndash tambeacutem tem um efeito regenerador

Mulher regeneradora ndash mulher fraacutegil pura natural simples representa os valores do campo na cidade que regenera o sujeito poeacutetico e lhe estimula a imaginaccedilatildeo (ex as figuras femininas de a laquoA Deacutebilraquo e laquoNum Bairro Modernoraquo)

Mulher oprimida ndash tiacutesica resignada viacutetima da opressatildeo social urbana humilhada com a qual o sujeito poeacutetico se sente identificado ou por quem nutre compaixatildeo (ex laquoContrariedadesraquo)

Mulher como sineacutedoque social ndash (ex as laquoburguesinhasraquo e as varinas de laquoO Sentimento dum Ocidentalraquo

Como objecto do estiacutemulo eroacutetico Mulher objecto ndash vista enquanto estiacutemulo dos sentidos carnais sensuais

como impulso eroacutetico (ex actriz de laquoCristalizaccedilotildeesraquo)

A figura feminina surge representada na poesia de Cesaacuterio Verde atraveacutes de um forte descritivismo realista Para aleacutem da mulher-anjo (humilde de classe baixa caracterizada sempre de maneira positiva) na obra do poeta encontra-se um tipo de mulher-demoacutenio (nobre distante fria e artificial) que atrai o sujeito

A mulher angeacutelica pertencente ao campo tem a sua imagem associada agrave Natureza agrave timidez agrave simplicidade ao trabalho e agrave vida

A mulher fatal pertencente agrave cidade estaacute associada agrave morte agrave seduccedilatildeo ao artificial agrave opressatildeo social da cidade e ao fasciacutenio que acaba por conduzir o sujeito agrave humilhaccedilatildeo

Em suma a obra de Cesaacuterio Verde apresenta-nos dois tipos de mulheres com personalidade e atitudes divergentes e que estatildeo directamente relacionadas com o binoacutemio cidadecampo

5

EXAME DE PORTUGUEcircS

Inovaccedilatildeo poeacutetica A busca da perfeiccedilatildeo formal A linguagem plaacutestica da captaccedilatildeo do real A regularidade da meacutetrica (o decassiacutelabo e o alexandrino) A regularidade estroacutefica O prosaiacutesmo

Podemos entatildeo apresentar esquematicamente a evoluccedilatildeo poeacutetica de Cesaacuterio Verde em trecircs fases

A poesia de Cesaacuterio Verde

Primeira fase (1873-74) Segunda fase (1875-76) Terceira fase (1877-84)

A ldquocrise romanescardquo O naturalismo O quotidiano

campocidade

O idealismo romacircntico a par das tendecircncias literaacuterias e esteacuteticas da eacutepoca

O realismo acentuado pelos contrastes

A descriccedilatildeo do real Fase pictoacuterica do poeta

Poesias Poesias Poesias

ldquoResponsordquoldquoEsplecircndidardquo

ldquoDeslumbramentosrdquoldquoHumilhaccedilatildeordquoldquoSetentrionalrdquo

ldquoIronias do desgostordquoldquoContrariedadesrdquo

ldquoNum bairro modernordquoldquoCristalizaccedilotildeesrdquo

ldquoO sentimento de um ocidentalrdquoldquoDe tarderdquo

ldquoNoacutesrdquo

poemas

6

O poeta Relaccedilatildeo existente A figura feminina Servo Humilhado

(sexual e socialmente)

Vitima da indiferenccedila da mulher

Submissatildeo Superior Altiva Friacutegida Aristocrata Artificial Desumana EroacuteticaSensual Produto tiacutepico da

cidade (o tipo citadino)

Superioridade

EXAME DE PORTUGUEcircS

Nograves ndash elogio do campo k eacute fonte de vida e de riqueza cidade como algo de dramaacutetico centro de desgraccedila onde soacute haacute morte triunfo da cidade sobre ele e sobre o campo protesto rebeldia desprezo manifestaccedilotildees do poeta

Deslumbramentos ndash mulher da cidade fatal de humilhante indiferenccedila sofisticada moderna racional distante fuacutetil fria orgulhosa e sedutora reduccedilatildeo do amante agrave condiccedilatildeo de servo transposiccedilatildeo do plano individual para o colectivo vinganccedila contra a ordem social personificada pelas ldquomiladiesrdquo ndash denuacutencia social (republicanismo)

A Deacutebil ndash poema de contrastes desejo de complementaridade com a mulher o ldquonarradorrdquo cede agrave influecircncia corruptora da cidade mas liberta-se pela adesatildeo fiel agrave mulher k passa ndash atraveacutes dela ele tem vontade de ser uacutetil prestaacutevel de tornar-se numa pessoa melhor

Contrariedades ndash denuacutencia social mulher pobre ldquoabandonadardquo pelo meacutedico imprensa corrupta e bajuladora poetaengomadeira ndash realidades paralelas a engomadeira tem um efeito beneacutefico nele ajuda-o a acalmar-se pois vecirc k os problemas dele natildeo satildeo nada comparados com os dela

Num Bairro Moderno ndash marcas da narrativa (espaccedilo tempo acccedilatildeo personagens) descontentamento evidente em relaccedilatildeo ao emprego desejo de uma vida descansada e tranquila invasatildeo da cidade pelo campo cabaz de frutos e legumes mulher do campo (vendedeira) desprendida humilde atenciosa educada fraacutegil paacutelida e magra ele ganha forccedilas atraveacutes da vendedeira (k representa o campo) quadro verdadeira impressionista predomiacutenio da cor e luminosidade nas descriccedilotildeesO Sentimento dum Ocidental (Aveacute Marias) ndash desejo de fuga de evasatildeo denuacutencia social condiccedilotildees de vida precaacuterias para os trabalhadores dependecircncia de Portugal face a Inglaterra ndash despreocupaccedilatildeo da alta sociedade qt a isso ciclo vicioso das classes mais baixas natildeo progridem pk natildeo tecircm oportunidade para isso antinomia de personagens espaccedilos e tempos (trabalhadores explorados e atarefadoslojistas enfadados edificaccedilotildees emadeiradashoteacuteis da moda antes e depois da industrializaccedilatildeo gloacuteriaopressatildeo miseacuteria injusticcedila dependecircncia)

FIGURAS DE ESTILO Assiacutendeto (as ideias natildeo satildeo ligadas por nenhuma conjunccedilatildeo) ndash ritmo mais violento e

agressivo Ironia Comparaccedilatildeo Metaacutefora Sinestesia (troca de sentidos daacute sensaccedilatildeo agravequilo que natildeo a pode ter Ex ldquobrancuras

quentesrdquo ldquoluz maciardquo) Estrangeirismos Hipaacutelage (atribuiccedilatildeo de uma qualidade a um objecto que logicamente natildeo lhe pertence

Ex ldquoE agraves portas uma ou outra campainha toca freneacutetica de vez em quandordquo) Gradaccedilatildeo Adjectivaccedilatildeo Enumeraccedilatildeo Antiacutetese Transporte (continuaccedilatildeo da ideia no verso seguinte)

ESQUEMA RIMAacuteTICO Cruzada (ABAB)

7

EXAME DE PORTUGUEcircS

Emparelhada (AABB) Interpolada (ABBA)

8

• INFLUEcircNCIAS LITERAacuteRIAS
• ESQUEMA RIMAacuteTICO

EXAME DE PORTUGUEcircS

=gtImageacutetica femininaNegativamente porque contaminada pela civilizaccedilatildeo urbana Mulher opressora ndash mulher noacuterdica fria siacutembolo da eclosatildeo do desenvolvimento

da cidade como fenoacutemeno urbano sineacutedoque da classe social opressora e por isso geradora de um erotismo da humilhaccedilatildeo (ex laquoFriacutegidaraquo laquoDeslumbramentosraquo e laquoEsplecircndidaraquo) em que se reconhece a influecircncia de Baudelaire

A mulher fatal ndash Terriacutevel atraente fria ldquoflor do luxordquo e da cidade virtualmente amante aristocraacutetica e despoacutetica

Positivamente porque relacionada com o campo com os seus valores salutares Mulher anjo ndash visatildeo angelical reflexo de uma entidade divina siacutembolo de pureza

campestre com traccedilos de uma beleza angelical frequentemente com os cabelos loiros dotados de uma certa fragilidade (ldquoEm Petizrdquo ldquoNoacutesrdquo ldquoDe Tarderdquo e ldquoSetentrionalrdquo) ndash tambeacutem tem um efeito regenerador

Mulher regeneradora ndash mulher fraacutegil pura natural simples representa os valores do campo na cidade que regenera o sujeito poeacutetico e lhe estimula a imaginaccedilatildeo (ex as figuras femininas de a laquoA Deacutebilraquo e laquoNum Bairro Modernoraquo)

Mulher oprimida ndash tiacutesica resignada viacutetima da opressatildeo social urbana humilhada com a qual o sujeito poeacutetico se sente identificado ou por quem nutre compaixatildeo (ex laquoContrariedadesraquo)

Mulher como sineacutedoque social ndash (ex as laquoburguesinhasraquo e as varinas de laquoO Sentimento dum Ocidentalraquo

Como objecto do estiacutemulo eroacutetico Mulher objecto ndash vista enquanto estiacutemulo dos sentidos carnais sensuais

como impulso eroacutetico (ex actriz de laquoCristalizaccedilotildeesraquo)

A figura feminina surge representada na poesia de Cesaacuterio Verde atraveacutes de um forte descritivismo realista Para aleacutem da mulher-anjo (humilde de classe baixa caracterizada sempre de maneira positiva) na obra do poeta encontra-se um tipo de mulher-demoacutenio (nobre distante fria e artificial) que atrai o sujeito

A mulher angeacutelica pertencente ao campo tem a sua imagem associada agrave Natureza agrave timidez agrave simplicidade ao trabalho e agrave vida

A mulher fatal pertencente agrave cidade estaacute associada agrave morte agrave seduccedilatildeo ao artificial agrave opressatildeo social da cidade e ao fasciacutenio que acaba por conduzir o sujeito agrave humilhaccedilatildeo

Em suma a obra de Cesaacuterio Verde apresenta-nos dois tipos de mulheres com personalidade e atitudes divergentes e que estatildeo directamente relacionadas com o binoacutemio cidadecampo

5

EXAME DE PORTUGUEcircS

Inovaccedilatildeo poeacutetica A busca da perfeiccedilatildeo formal A linguagem plaacutestica da captaccedilatildeo do real A regularidade da meacutetrica (o decassiacutelabo e o alexandrino) A regularidade estroacutefica O prosaiacutesmo

Podemos entatildeo apresentar esquematicamente a evoluccedilatildeo poeacutetica de Cesaacuterio Verde em trecircs fases

A poesia de Cesaacuterio Verde

Primeira fase (1873-74) Segunda fase (1875-76) Terceira fase (1877-84)

A ldquocrise romanescardquo O naturalismo O quotidiano

campocidade

O idealismo romacircntico a par das tendecircncias literaacuterias e esteacuteticas da eacutepoca

O realismo acentuado pelos contrastes

A descriccedilatildeo do real Fase pictoacuterica do poeta

Poesias Poesias Poesias

ldquoResponsordquoldquoEsplecircndidardquo

ldquoDeslumbramentosrdquoldquoHumilhaccedilatildeordquoldquoSetentrionalrdquo

ldquoIronias do desgostordquoldquoContrariedadesrdquo

ldquoNum bairro modernordquoldquoCristalizaccedilotildeesrdquo

ldquoO sentimento de um ocidentalrdquoldquoDe tarderdquo

ldquoNoacutesrdquo

poemas

6

O poeta Relaccedilatildeo existente A figura feminina Servo Humilhado

(sexual e socialmente)

Vitima da indiferenccedila da mulher

Submissatildeo Superior Altiva Friacutegida Aristocrata Artificial Desumana EroacuteticaSensual Produto tiacutepico da

cidade (o tipo citadino)

Superioridade

EXAME DE PORTUGUEcircS

Nograves ndash elogio do campo k eacute fonte de vida e de riqueza cidade como algo de dramaacutetico centro de desgraccedila onde soacute haacute morte triunfo da cidade sobre ele e sobre o campo protesto rebeldia desprezo manifestaccedilotildees do poeta

Deslumbramentos ndash mulher da cidade fatal de humilhante indiferenccedila sofisticada moderna racional distante fuacutetil fria orgulhosa e sedutora reduccedilatildeo do amante agrave condiccedilatildeo de servo transposiccedilatildeo do plano individual para o colectivo vinganccedila contra a ordem social personificada pelas ldquomiladiesrdquo ndash denuacutencia social (republicanismo)

A Deacutebil ndash poema de contrastes desejo de complementaridade com a mulher o ldquonarradorrdquo cede agrave influecircncia corruptora da cidade mas liberta-se pela adesatildeo fiel agrave mulher k passa ndash atraveacutes dela ele tem vontade de ser uacutetil prestaacutevel de tornar-se numa pessoa melhor

Contrariedades ndash denuacutencia social mulher pobre ldquoabandonadardquo pelo meacutedico imprensa corrupta e bajuladora poetaengomadeira ndash realidades paralelas a engomadeira tem um efeito beneacutefico nele ajuda-o a acalmar-se pois vecirc k os problemas dele natildeo satildeo nada comparados com os dela

Num Bairro Moderno ndash marcas da narrativa (espaccedilo tempo acccedilatildeo personagens) descontentamento evidente em relaccedilatildeo ao emprego desejo de uma vida descansada e tranquila invasatildeo da cidade pelo campo cabaz de frutos e legumes mulher do campo (vendedeira) desprendida humilde atenciosa educada fraacutegil paacutelida e magra ele ganha forccedilas atraveacutes da vendedeira (k representa o campo) quadro verdadeira impressionista predomiacutenio da cor e luminosidade nas descriccedilotildeesO Sentimento dum Ocidental (Aveacute Marias) ndash desejo de fuga de evasatildeo denuacutencia social condiccedilotildees de vida precaacuterias para os trabalhadores dependecircncia de Portugal face a Inglaterra ndash despreocupaccedilatildeo da alta sociedade qt a isso ciclo vicioso das classes mais baixas natildeo progridem pk natildeo tecircm oportunidade para isso antinomia de personagens espaccedilos e tempos (trabalhadores explorados e atarefadoslojistas enfadados edificaccedilotildees emadeiradashoteacuteis da moda antes e depois da industrializaccedilatildeo gloacuteriaopressatildeo miseacuteria injusticcedila dependecircncia)

FIGURAS DE ESTILO Assiacutendeto (as ideias natildeo satildeo ligadas por nenhuma conjunccedilatildeo) ndash ritmo mais violento e

agressivo Ironia Comparaccedilatildeo Metaacutefora Sinestesia (troca de sentidos daacute sensaccedilatildeo agravequilo que natildeo a pode ter Ex ldquobrancuras

quentesrdquo ldquoluz maciardquo) Estrangeirismos Hipaacutelage (atribuiccedilatildeo de uma qualidade a um objecto que logicamente natildeo lhe pertence

Ex ldquoE agraves portas uma ou outra campainha toca freneacutetica de vez em quandordquo) Gradaccedilatildeo Adjectivaccedilatildeo Enumeraccedilatildeo Antiacutetese Transporte (continuaccedilatildeo da ideia no verso seguinte)

ESQUEMA RIMAacuteTICO Cruzada (ABAB)

7

EXAME DE PORTUGUEcircS

Emparelhada (AABB) Interpolada (ABBA)

8

• INFLUEcircNCIAS LITERAacuteRIAS
• ESQUEMA RIMAacuteTICO

EXAME DE PORTUGUEcircS

Inovaccedilatildeo poeacutetica A busca da perfeiccedilatildeo formal A linguagem plaacutestica da captaccedilatildeo do real A regularidade da meacutetrica (o decassiacutelabo e o alexandrino) A regularidade estroacutefica O prosaiacutesmo

Podemos entatildeo apresentar esquematicamente a evoluccedilatildeo poeacutetica de Cesaacuterio Verde em trecircs fases

A poesia de Cesaacuterio Verde

Primeira fase (1873-74) Segunda fase (1875-76) Terceira fase (1877-84)

A ldquocrise romanescardquo O naturalismo O quotidiano

campocidade

O idealismo romacircntico a par das tendecircncias literaacuterias e esteacuteticas da eacutepoca

O realismo acentuado pelos contrastes

A descriccedilatildeo do real Fase pictoacuterica do poeta

Poesias Poesias Poesias

ldquoResponsordquoldquoEsplecircndidardquo

ldquoDeslumbramentosrdquoldquoHumilhaccedilatildeordquoldquoSetentrionalrdquo

ldquoIronias do desgostordquoldquoContrariedadesrdquo

ldquoNum bairro modernordquoldquoCristalizaccedilotildeesrdquo

ldquoO sentimento de um ocidentalrdquoldquoDe tarderdquo

ldquoNoacutesrdquo

poemas

6

O poeta Relaccedilatildeo existente A figura feminina Servo Humilhado

(sexual e socialmente)

Vitima da indiferenccedila da mulher

Submissatildeo Superior Altiva Friacutegida Aristocrata Artificial Desumana EroacuteticaSensual Produto tiacutepico da

cidade (o tipo citadino)

Superioridade

EXAME DE PORTUGUEcircS

Nograves ndash elogio do campo k eacute fonte de vida e de riqueza cidade como algo de dramaacutetico centro de desgraccedila onde soacute haacute morte triunfo da cidade sobre ele e sobre o campo protesto rebeldia desprezo manifestaccedilotildees do poeta

Deslumbramentos ndash mulher da cidade fatal de humilhante indiferenccedila sofisticada moderna racional distante fuacutetil fria orgulhosa e sedutora reduccedilatildeo do amante agrave condiccedilatildeo de servo transposiccedilatildeo do plano individual para o colectivo vinganccedila contra a ordem social personificada pelas ldquomiladiesrdquo ndash denuacutencia social (republicanismo)

A Deacutebil ndash poema de contrastes desejo de complementaridade com a mulher o ldquonarradorrdquo cede agrave influecircncia corruptora da cidade mas liberta-se pela adesatildeo fiel agrave mulher k passa ndash atraveacutes dela ele tem vontade de ser uacutetil prestaacutevel de tornar-se numa pessoa melhor

Contrariedades ndash denuacutencia social mulher pobre ldquoabandonadardquo pelo meacutedico imprensa corrupta e bajuladora poetaengomadeira ndash realidades paralelas a engomadeira tem um efeito beneacutefico nele ajuda-o a acalmar-se pois vecirc k os problemas dele natildeo satildeo nada comparados com os dela

Num Bairro Moderno ndash marcas da narrativa (espaccedilo tempo acccedilatildeo personagens) descontentamento evidente em relaccedilatildeo ao emprego desejo de uma vida descansada e tranquila invasatildeo da cidade pelo campo cabaz de frutos e legumes mulher do campo (vendedeira) desprendida humilde atenciosa educada fraacutegil paacutelida e magra ele ganha forccedilas atraveacutes da vendedeira (k representa o campo) quadro verdadeira impressionista predomiacutenio da cor e luminosidade nas descriccedilotildeesO Sentimento dum Ocidental (Aveacute Marias) ndash desejo de fuga de evasatildeo denuacutencia social condiccedilotildees de vida precaacuterias para os trabalhadores dependecircncia de Portugal face a Inglaterra ndash despreocupaccedilatildeo da alta sociedade qt a isso ciclo vicioso das classes mais baixas natildeo progridem pk natildeo tecircm oportunidade para isso antinomia de personagens espaccedilos e tempos (trabalhadores explorados e atarefadoslojistas enfadados edificaccedilotildees emadeiradashoteacuteis da moda antes e depois da industrializaccedilatildeo gloacuteriaopressatildeo miseacuteria injusticcedila dependecircncia)

FIGURAS DE ESTILO Assiacutendeto (as ideias natildeo satildeo ligadas por nenhuma conjunccedilatildeo) ndash ritmo mais violento e

agressivo Ironia Comparaccedilatildeo Metaacutefora Sinestesia (troca de sentidos daacute sensaccedilatildeo agravequilo que natildeo a pode ter Ex ldquobrancuras

quentesrdquo ldquoluz maciardquo) Estrangeirismos Hipaacutelage (atribuiccedilatildeo de uma qualidade a um objecto que logicamente natildeo lhe pertence

Ex ldquoE agraves portas uma ou outra campainha toca freneacutetica de vez em quandordquo) Gradaccedilatildeo Adjectivaccedilatildeo Enumeraccedilatildeo Antiacutetese Transporte (continuaccedilatildeo da ideia no verso seguinte)

ESQUEMA RIMAacuteTICO Cruzada (ABAB)

7

EXAME DE PORTUGUEcircS

Emparelhada (AABB) Interpolada (ABBA)

8

• INFLUEcircNCIAS LITERAacuteRIAS
• ESQUEMA RIMAacuteTICO

EXAME DE PORTUGUEcircS

Nograves ndash elogio do campo k eacute fonte de vida e de riqueza cidade como algo de dramaacutetico centro de desgraccedila onde soacute haacute morte triunfo da cidade sobre ele e sobre o campo protesto rebeldia desprezo manifestaccedilotildees do poeta

Deslumbramentos ndash mulher da cidade fatal de humilhante indiferenccedila sofisticada moderna racional distante fuacutetil fria orgulhosa e sedutora reduccedilatildeo do amante agrave condiccedilatildeo de servo transposiccedilatildeo do plano individual para o colectivo vinganccedila contra a ordem social personificada pelas ldquomiladiesrdquo ndash denuacutencia social (republicanismo)

A Deacutebil ndash poema de contrastes desejo de complementaridade com a mulher o ldquonarradorrdquo cede agrave influecircncia corruptora da cidade mas liberta-se pela adesatildeo fiel agrave mulher k passa ndash atraveacutes dela ele tem vontade de ser uacutetil prestaacutevel de tornar-se numa pessoa melhor

Contrariedades ndash denuacutencia social mulher pobre ldquoabandonadardquo pelo meacutedico imprensa corrupta e bajuladora poetaengomadeira ndash realidades paralelas a engomadeira tem um efeito beneacutefico nele ajuda-o a acalmar-se pois vecirc k os problemas dele natildeo satildeo nada comparados com os dela

Num Bairro Moderno ndash marcas da narrativa (espaccedilo tempo acccedilatildeo personagens) descontentamento evidente em relaccedilatildeo ao emprego desejo de uma vida descansada e tranquila invasatildeo da cidade pelo campo cabaz de frutos e legumes mulher do campo (vendedeira) desprendida humilde atenciosa educada fraacutegil paacutelida e magra ele ganha forccedilas atraveacutes da vendedeira (k representa o campo) quadro verdadeira impressionista predomiacutenio da cor e luminosidade nas descriccedilotildeesO Sentimento dum Ocidental (Aveacute Marias) ndash desejo de fuga de evasatildeo denuacutencia social condiccedilotildees de vida precaacuterias para os trabalhadores dependecircncia de Portugal face a Inglaterra ndash despreocupaccedilatildeo da alta sociedade qt a isso ciclo vicioso das classes mais baixas natildeo progridem pk natildeo tecircm oportunidade para isso antinomia de personagens espaccedilos e tempos (trabalhadores explorados e atarefadoslojistas enfadados edificaccedilotildees emadeiradashoteacuteis da moda antes e depois da industrializaccedilatildeo gloacuteriaopressatildeo miseacuteria injusticcedila dependecircncia)

FIGURAS DE ESTILO Assiacutendeto (as ideias natildeo satildeo ligadas por nenhuma conjunccedilatildeo) ndash ritmo mais violento e

agressivo Ironia Comparaccedilatildeo Metaacutefora Sinestesia (troca de sentidos daacute sensaccedilatildeo agravequilo que natildeo a pode ter Ex ldquobrancuras

quentesrdquo ldquoluz maciardquo) Estrangeirismos Hipaacutelage (atribuiccedilatildeo de uma qualidade a um objecto que logicamente natildeo lhe pertence

Ex ldquoE agraves portas uma ou outra campainha toca freneacutetica de vez em quandordquo) Gradaccedilatildeo Adjectivaccedilatildeo Enumeraccedilatildeo Antiacutetese Transporte (continuaccedilatildeo da ideia no verso seguinte)

ESQUEMA RIMAacuteTICO Cruzada (ABAB)

7

EXAME DE PORTUGUEcircS

Emparelhada (AABB) Interpolada (ABBA)

8

• INFLUEcircNCIAS LITERAacuteRIAS
• ESQUEMA RIMAacuteTICO

EXAME DE PORTUGUEcircS

Emparelhada (AABB) Interpolada (ABBA)

8

• INFLUEcircNCIAS LITERAacuteRIAS
• ESQUEMA RIMAacuteTICO