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1 Boletim 880/2015 – Ano VII – 25/11/2015 Cerca de 80% dos brasileiros aceitariam salários menores São Paulo - Cerca de 80% dos profissionais brasileiros aceitariam um emprego com um salário menor do que o recebido no último posto. O dado é parte de uma pesquisa feita pelo site de empregos Catho. Para quem está empregado, as perspectivas de desenvolvimento profissional e de promoções de cargo foram impactadas negativamente pelo cenário atual, segundo o levantamento. Aproximadamente 50% dos entrevistados afirmaram não ter expectativas sobre esse tipo de avanço na carreira no momento. A pesquisa ouviu cerca de seis mil profissionais brasileiros por meio da internet. Em relação à satisfação com o emprego atual, 67% dos entrevistados dizem estar infelizes ou pouco felizes. Como consequência, 90% dos profissionais afirmaram que mudariam de emprego caso recebessem uma proposta. Segundo o estudo, 80% dos entrevistados acreditam que houve redução de salários nos últimos meses. Homens x mulheres O salário médio de uma mulher brasileira com educação superior representa 62% do de um homem com a mesma escolaridade, apontou um relatório divulgado ontem pela Organização para Cooperação do Desenvolvimento Econômico (OCDE). A porcentagem posiciona o Brasil no primeiro lugar do ranking de maior discrepância de renda entre gêneros no mercado de trabalho, empatado com o Chile. Da Redação e Agências

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Boletim 880/2015 – Ano VII – 25/11/2015

Cerca de 80% dos brasileiros aceitariam salários me nores São Paulo - Cerca de 80% dos profissionais brasileiros aceitariam um emprego com um salário menor do que o recebido no último posto.

O dado é parte de uma pesquisa feita pelo site de empregos Catho.

Para quem está empregado, as perspectivas de desenvolvimento profissional e de promoções de cargo foram impactadas negativamente pelo cenário atual, segundo o levantamento.

Aproximadamente 50% dos entrevistados afirmaram não ter expectativas sobre esse tipo de avanço na carreira no momento. A pesquisa ouviu cerca de seis mil profissionais brasileiros por meio da internet.

Em relação à satisfação com o emprego atual, 67% dos entrevistados dizem estar infelizes ou pouco felizes.

Como consequência, 90% dos profissionais afirmaram que mudariam de emprego caso recebessem uma proposta.

Segundo o estudo, 80% dos entrevistados acreditam que houve redução de salários nos últimos meses.

Homens x mulheres

O salário médio de uma mulher brasileira com educação superior representa 62% do de um homem com a mesma escolaridade, apontou um relatório divulgado ontem pela Organização para Cooperação do Desenvolvimento Econômico (OCDE).

A porcentagem posiciona o Brasil no primeiro lugar do ranking de maior discrepância de renda entre gêneros no mercado de trabalho, empatado com o Chile.

Da Redação e Agências

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Famílias esperam inflação de dois dígitos até março de 2016 - A expectativa de inflação dos consumidores deverá se manter no patamar de dois dígitos pelo menos até março de 2016, em função da perspectiva de reajuste dos preços administrados no início do ano. A avaliação é do economista Pedro Costa Ferreira, pesquisador da Fundação Getulio Vargas (FGV). A entidade divulgou ontem o Indicador de Expectativas Inflacionárias dos Consumidores, que chegou em 10,1% para o mês de novembro.

Além de ser um novo recorde histórico na série iniciada em setembro de 2005, o indicador marca o quarto mês seguido de expectativas na casa dos 10%. Ferreira destaca a expressiva mudança de patamar desde janeiro: o indicador de expectativa inflacionária da FGV saltou de 7,5% para 10% em agosto, se manteve estável até outubro e agora subiu para 10,1%. A FGV atribuiu o resultado de novembro do indicador a uma combinação entre o nível da inflação atual e à repercussão que a mídia vem dando ao aumento geral dos preços.

O economista lembra que a expectativa também influencia a formação dos preços na economia. O universo dos consumidores é formado por comerciantes, empregados e profissionais liberais. Quando acreditam que pagarão mais caro por produtos e serviços é natural que cobrem mais caro e busquem renegociações salariais mais altas. O mesmo vale para renegociações contratuais, como, por exemplo, os aluguéis. "A tendência é a negociação de preços maiores e que a inflação continue com essa inércia", diz.

Para Ferreira, é possível que, passado o período de influência dos administrados, a expectativa tende a atingir uma estabilidade e iniciar uma trajetória de queda. Isso por reflexo da política monetária de juros básicos altos, contração do crédito e até pela perspectiva de queda do Produto Interno Bruto (PIB).

A Sondagem do Consumidor da FGV coleta mensalmente dados de mais de 2,1 mil brasileiros em sete das principais capitais do País. Cerca de 75% destes entrevistados respondem aos quesitos relacionados às expectativas de inflação.

Piora na confiança

Segundo a instituição, em relação ao mês de novembro, 82% dos consumidores preveem uma inflação acima de 9% para os próximos 12 meses, sendo que houve um salto na proporção dos que apostam em aumento médio de preços entre 10% e 12% no período. O levantamento da FGV mostra que essa fatia passou de 20,4% em outubro para 26,6% neste mês. /Estadão Conteúdo

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Brasileiros voltam ao mercado como chefes O número de empregadores subiu 7,9% em um ano no Br asil. Hoje, 4 milhões de pessoas têm seus próprios negócios e empregam ao menos um funci onário São Paulo - A quantidade de empregadores cresceu 7,9% em um ano no Brasil. Recém-demitidos estão usando o dinheiro da indenização para abrir novas empresas com um ou mais funcionários.

Entre o terceiro trimestre de 2014 e igual período deste ano, 298 mil empresários passaram a fazer parte do grupo de empregadores, se tornando chefes. Já são 4,056 milhões os brasileiros que pagam o salário de ao menos uma pessoa.

As informações são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio trimestral (PNAD), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento mostrou também que 1,2 milhão de vagas com carteira assinada foram fechadas em um ano.

Para Guilherme Afif, presidente do Sebrae Nacional, "quando vem a crise, a ideia de trabalhar por conta própria acaba se apressando e, sem dúvida, há um aumento no número de MEI [micro empreendedor individual], micro e pequenas empresas".

Adriana Beringuy, técnica do IBGE, concorda: "muitos dos novos empregadores são pessoas que foram demitidas e usaram os recursos da indenização para abrir novos negócios, empregando um, dois ou três funcionários".

Segundo Antônio Carlos Porto Gonçalves, professor de economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), "a maioria dessas novas empresas é muito pequena e não gera grande impacto econômico". Ele exemplifica que "muitos dos novos negócios são pequenas franquias". Entretanto, o especialista pondera que "o lado positivo é que mais gente é empregada, inclusive o proprietário".

Entre janeiro e outubro deste ano, as micro e pequenas empresas acumulam saldo positivo (65.826) na geração de empregos formais, enquanto que as companhias médias e grandes registram fechamento de 896.513 vagas. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, divulgado pelo Ministério do Trabalho e Previdência Social. Afif comenta que as empresa menores são as que mais "seguram as pontas em termos de emprego", já que estas têm "grande dependência de seus dois ou três empregados e não podem fazer cortes como as empresas maiores".

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Sobre o futuro, Gonçalves estima que "enquanto o desemprego seguir aumentando, o número de empregadores vai subir. E quando a economia começar a se recuperar, é possível que eles voltem a ocupar cargos em empresas maiores".

O rendimento dos empregadores também chama a atenção. Entre julho e setembro de 2015, os brasileiros nessa posição tinham, em média, ganhos de R$ 5 mil por mês. A quantia é bastante superior aos recebimentos dos setores público (R$ 2.860) e privado (R$ 1.644).

Beringuy afirma que o rendimento dos empregadores "sempre foi elevado" e ressalta que o valor "não está abaixando, mesmo com a entrada de novas pessoas no grupo". No terceiro trimestre do ano passado, a média dos ganhos estava em R$ 5.078, já descontada a inflação do período.

Desemprego

A PNAD também mostrou o aumento do desemprego, que chegou a 8,9% no terceiro trimestre deste ano, alta de 0,6 ponto percentual em relação aos três meses anteriores.

Renato Ghelfi

Receita de MPE registra queda em setembro Faturamento teve retração de 19,2%, em termos reais , maior baixa para o mês desde 1998, início da pesquisa

- A receita das micro e pequenas empresas paulistas recuaram R$ 11,5 bilhões, acumulando R$ 48,1 bilhões em 12 meses, até setembro deste ano. O índice é apontado pelo levantamento mensal feito pelo Sebrae-SP.

Com isso, a queda no faturamento real - já descontada a inflação - chegou a 19,2%. Trata-se do maior percentual de baixa para um mês de setembro em relação a igual período do ano anterior, desde o início da pesquisa mensal, realizada há 17 anos.

No caso dos Microempreendedores Individuais (MEIs), o faturamento real apresentou queda de 21,5%, se considerado setembro deste ano em relação ao mesmo mês de 2014. A receita total foi de R$ 2,3 bilhões, ou R$ 639,5 milhões a menos.

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Outro levantamento realizado pelo Sebrae Nacional, com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) registrou, em outubro, o fechamento de 49,7 mil vagas com carteira assinada nas MPEs. No mesmo período do ano passado, o segmento havia criado 52,7 mil novos postos de trabalho.

O corte é uma tendência desde o mês passado, quando a pesquisa apurou a perda de 23,4 mil registros em carteira. O segmento que encabeça o movimento é a indústria de transformação, que eliminou 19,5 mil vagas no último mês, seguido pela construção civil (14 mil). O comércio, que vê neste período uma janela para faturar mais com as vendas de fim de ano, precisou cortar 2 mil empregados formais.

Reposição

A empresária Ana Simões, dona da loja A&S, que importa produtos de decoração, papelaria e cozinha, sentiu ao longo do ano dificuldade para manter intacta a equipe de cinco pessoas. A saída foi, em julho, demitir um funcionário, reposto dois meses depois por uma pessoa que aceitou remuneração bem inferior. "As poucas entrevistas com candidatos que fizemos esse ano foram com pessoas demitidas, que não conseguiram outro emprego no mesmo nível e precisaram ceder e aceitar emprego com salários menores", relata a empresária.

A empresária não espera que haja uma recuperação do seu negócio com as vendas de fim de ano. Tanto que Ana suspendeu na sua loja as contratações temporárias, típicas desse período. "Se estivéssemos com uma demanda maior teríamos, desde outubro, pelo menos três ou quatro funcionários a mais", pontua Ana Simões ./Estadão Conteúdo

Bancos fecharam mais de 6 mil vagas São Paulo - Os bancos que operam no Brasil fecharam 6.319 postos de trabalho nos primeiros dez meses deste ano, aponta a Pesquisa de Emprego Bancário (PEB) divulgada ontem pela Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).

O estudo é feito mensalmente, em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e usa como base os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

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Os bancos múltiplos, com carteira comercial foram os principais responsáveis pelo saldo negativo, eliminando o total de 3.980 empregos. O número também foi impactado pelos planos de aposentadoria incentivada promovidos pela Caixa e Banco do Brasil. "Através da rotatividade, [os bancos] continuam retirando do salário médio os impactos do aumento real. Isto significa que seguem demitindo altos salários e contratando bancários com salários mais baixos. Para piorar, estão demitindo mais do que contratando", afirma Roberto von der Osten, presidente da Contraf-CUT.

De acordo com o levantamento, a rotatividade também continuou alta. Os bancos contrataram 27.503 funcionários e desligaram 33.822 nos primeiros dez meses, sendo que o salário médio dos admitidos pelos bancos foi de R$ 3.507,23, contra R$ 6.246,41 dos desligados, valor cerca de 56% menor que o dos dispensados.

Desigualdade

A pesquisa mostra também que as mulheres, mesmo representando metade da categoria e com maior escolaridade, continuam discriminadas. A média dos salários dos homens admitidos pelos bancos foi de R$ 3.855,43 entre janeiro e outubro, enquanto a remuneração das mulheres ficou em R$ 3.121,93. O valor é cerca de 23,5% inferior à remuneração de contratação dos homens. Quando vista na demissão, a diferença de salários é ainda maior. Mulheres desligadas recebiam R$ 5.376,29, valor que representa 76,5% da remuneração média dos homens desligados (R$ 7.029,89).

Da redação

Ford anuncia fim da produção no turno da noite em C amaçari - A Ford informou nesta terça-feira (24) que decidiu encerrar as atividades de produção do turno da noite da fábrica de Camaçari, na Bahia, a partir de março de 2016.

A montadora atribuiu a decisão à "significativa desaceleração do mercado automotivo", que resultou em uma queda no volume produzido pela fábrica.

Em nota, a Ford disse que pretende utilizar "todas as ferramentas possíveis para tratar do excedente da força de trabalho na fábrica".

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Além disso, a companhia afirmou que está em negociação com o Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari.

A unidade conta hoje com 4.712 trabalhadores e tem capacidade para produzir 250 mil veículos por ano. No complexo, são produzidos o compacto Ka e também o utilitário esportivo (SUV, na sigla em inglês) Ecosport.

As versões atuais dos dois modelos foram desenvolvidas no centro de desenvolvimento de produto instalado em Camaçari.

PPE

A Ford não informou quantas unidades foram produzidas em 2015 nem o número excedente de trabalhadores. Também não quis adiantar se cogita aderir ao Programa de Proteção ao Emprego (PPE) para manter funcionários.

A unidade de São Bernardo do Campo, em São Paulo, já aderiu ao programa, que pode reduzir a jornada de trabalho dos funcionários em até 30%, com uma diminuição salarial no mesmo nível.

Metade da perda salarial, contudo, é compensada pelo governo.

Em relação às vendas, a Ford registra a comercialização de 217.086 unidades no acumulado de janeiro a outubro deste ano, queda de 11% em comparação com igual período do ano anterior, segundo dados da Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).

A montadora é a quarta que mais vendeu no Brasil em 2015. No entanto, considerando apenas o mês passado, a Ford perdeu a quarta colocação para a sul-coreana Hyundai. /Agências

(Fonte: DCI dia 25-11-2015).

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Desemprego sobe para 8,9% e País já tem 9 milhões d e desocupados Taxa do 3º trimestre é a maior da série, iniciada e m 2012; renda média do trabalhador ficou em R$ 1.889, uma queda de 1,2% DANIELA AMORIM - O ESTADO DE S. PAULO RIO - A taxa de desocupação no Brasil subiu para 8,9% no terceiro trimestre de 2015, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É a maior taxa da série histórica, iniciada em 2012. Em igual período do ano passado, o desemprego era de 6,8%. Já no segundo trimestre do ano, o resultado foi de 8,3%. A fila do desemprego já conta com 9 milhões de brasileiros, segundo o IBGE, um aumento expressivo em ambas as comparações: 7,5% em relação ao trimestre anterior e 33,9% ante o mesmo trimestre de 2015. Foi o maior crescimento da população desocupada, na comparação com o mesmo trimestre móvel do ano anterior, da série da pesquisa. Os jovens de 18 a 24 anos são um dos grupos mais afetados, com taxa de desocupação de 19,7%. Em um ano, o País perdeu 1,2 milhão de postos de trabalho com carteira assinada no setor privado - uma queda de 3,4%. Em relação ao segundo trimestre, o recuo nas vagas formais foi de 1,4% ou 494 mil postos com carteira a menos. "As pessoas estão perdendo carteira de trabalho e se inserindo no mercado por conta própria, ou até abrindo um pequeno negócio", afirmou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE. O total de trabalhadores por conta própria aumentou 3,5% ante o terceiro trimestre de 2014, 760 mil pessoas a mais nessa condição, enquanto os empregadores cresceram 7,9%, aumento de 297 mil. "Isso podem ser pequenos negócios abertos, com duas ou três pessoas empregadas", observou Azeredo. Além do aumento do desemprego, houve queda no rendimento. A renda média real do trabalhador ficou em R$ 1.889 no período, recuo de 1,2% em relação ao trimestre imediatamente anterior e estabilidade ante o terceiro trimestre de 2014. Já a massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 168,6 bilhões no terceiro trimestre,

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queda de 1,2% ante o segundo trimestre. Em relação ao terceiro trimestre do ano passado, houve recuo de 0,1%. Desde janeiro de 2014, o IBGE passou a divulgar a taxa de desocupação em bases trimestrais para todo o território nacional. O novo levantamento tem por objetivo substituir a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), que abrange apenas seis regiões metropolitanas e será encerrada em fevereiro de 2016, e também a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) anual, que produz informações referentes somente a determinado mês de cada ano. Regiões. Em relação ao mesmo trimestre de 2014, o desemprego subiu em todas as regiões: Norte (de 6,9% para 8,8%), Nordeste (de 8,6% para 10,8%), Sudeste (de 6,9% para 9,0%), Sul (de 4,2% para 6,0%) e Centro-Oeste (de 5,4% para 7,5%). Entre os Estados, a Bahia mostrou a maior taxa (12,8%) e Santa Catarina (4,4%), a menor. No município de São Paulo, o desemprego no terceiro trimestre foi de 8,1%, resultado superior ao registrado no segundo trimestre (7%) e em igual período do ano passado (6,7%). Já a renda média real do trabalhador de São Paulo foi de R$ 3.151, valor menor do que o registrado no segundo trimestre (R$ 3.260) e no mesmo período de 2014 (R$ 3.300). O agravamento das condições no mercado de trabalho no País contraria até o movimento sazonal de redução na taxa de desocupação ao longo do ano. À medida que se aproxima o fim de 2015, a taxa de desemprego tenderia a diminuir, puxada pela contratação de trabalhadores temporários para atender à demanda maior de consumidores durante as festas de fim de ano. No entanto, destaca o IBGE, a taxa vem aumentando mês a mês.

Preocupação chega à capital do emprego Em Santa Catarina, taxa de desemprego é metade da m édia nacional, mas, na construção civil, há temores em relação ao futuro FÁBIO VENDRAME - ESPECIAL PARA O ESTADO FLORIANÓPOLIS - Em meio ao aumento generalizado do desemprego no País, o Estado de Santa Catarina vive uma situação um pouco mais tranquila. Enquanto a taxa de desemprego brasileira atingiu 8,9% no terceiro trimestre, o índice catarinense ficou em 4,4%, o menor do País. O que não quer dizer, porém, que não exista preocupação.

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A construção civil, por exemplo, um dos setores que mais empregam no Estado, tem visto uma crescente redução do número de vagas. E as empresas se preocupam até com um eventual "apagão" de mão de obra, segundo a economista Ludmilla Custódio, ligada ao Sindicato da Indústria da Construção Civil na Grande Florianópolis (Sinduscon). "Os trabalhadores do setor não vão ficar esperando as vagas reaparecerem e tendem a migrar para outros Estados ou mesmo buscar emprego em outros setores", disse. "Neste ano, até o momento, tivemos na Grande Florianópolis 4.268 admissões e 4.322 demissões. Isso significa que foram extintas 54 vagas. E a expectativa do setor é de que o extermínio de vagas aumente bastante até o fim de 2015", diz Ludmilla. No Estado todo, a perda em 2014 foi de 841 vagas. Agora, esse número disparou. "No acumulado, já foram destruídas 2.575 postos no Estado todo apenas em 2015, enquanto em 2010, no ápice do emprego no setor, haviam sido criadas 8.640 vagas." A preocupação está respaldada ainda em outra constatação importante. Santa Catarina, na visão da economista, apresenta números inferiores de desemprego em relação ao restante do País porque o Estado não teve grandes obras de infraestrutura previstas no PAC do governo federal, tampouco obras relativas à Copa do Mundo de 2014, que impulsionou o setor de construção civil, mas terminou com um grande contingente de desempregados. Serviços. O setor de serviços no Estado, impulsionado pela demanda no turismo, tem tradicionalmente aumento no número de postos de trabalho às vésperas da temporada de verão. Contudo, são empregos temporários, em geral sem carteira assinada. De qualquer forma, com a alta do dólar, há expectativa de um verão mais movimentado em 2016 do que na temporada passada. Muita gente se agarra nisso. O segurança Rafael Guarda Pinheiro, de 23 anos, vivia de bico até o nascimento do primeiro filho, Pedro, de oito meses. Sem perspectivas de emprego fixo em Florianópolis, há um mês arranjou emprego em uma pousada de Bombinhas, a cerca de 70 quilômetros da capital. "Foi bom, mas também ruim, porque ele já está há três semanas sem conseguir folga pra voltar para casa", disse sua mulher, Jéssica Pamela Ferreira, de 23 anos. "Lá ele tem acumulado funções: barman, garçom e auxiliar de cozinha." Jéssica é costureira e está desempregada há quase dois anos. "Nunca fiquei tanto tempo sem trabalhar", diz ela. "A coisa tá feia para todo mundo, mesmo para quem tem formação superior." Ela conseguiu uma entrevista de emprego para amanhã. "Mas é na área de telemarketing... Fazer o quê? Torcer para dar certo."

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Congresso propõe adiar reajuste do mínimo em 2016, dizem fontes Objetivo seria melhorar o resultado das contas públ icas no ano que vem; Planalto nega que medida esteja em estudo ADRIANA FERNANDES, LORENNA RODRIGUES, RACHEL GAMARS KI - O ESTADO DE S. PAULO

BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, vê com "simpatia" a proposta de adiar de janeiro para maio o reajuste do salário mínimo para reforçar o superávit primário de 2016. Mas interlocutores do Palácio do Planalto garantem que não há nenhum estudo no governo para que a medida seja aprovada. Questionado, o ministro preferiu não responder. Segundo apurou o Broadcast , serviço de informações da Agência Estado, a ideia partiu da área técnica da Comissão Mista de Orçamento (CMO) e foi apresentada aos ministérios da Fazenda e do Planejamento.

A proposta de adiar o reajuste do salário mínimo enfrenta forte oposição dentro do governo. A viabilidade política é considerada "desastrosa" por integrantes de alas políticas e também econômicas do governo. "É uma maluquice! Ninguém vai ter coragem de defender isso", afirmou uma fonte do governo que teve acesso ao estudo apresentado pelo Legislativo. Um fonte envolvida nas negociações com o Congresso Nacional se queixou que, com o apoio do ministro Levy, a proposta acabou ganhando força no Congresso, dada a dificuldade de fechar a projeto de Orçamento de 2016, já que há uma resistência dos parlamentares à volta da CPMF. Em novembro, reportagem do Broadcast informou que havia proposta no governo para uma adiamento ainda maior do reajuste dos servidores. Pela proposta original, o aumento seria adiado de janeiro para agosto de 2016, com ganho de R$ 7 bilhões. A proposta agora empurra para novembro o adiamento, mas a medida enfrenta resistências. Divergências. Em uma ação de bastidores, Levy apoiou a proposta de adiamento do reajuste. Na ocasião, a medida foi apresentada ao ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, que assumiu posição contrária. A presidente Dilma Rousseff também não autorizou e deu o assunto por encerrado.

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Levy não se deu por satisfeito e continuou negociando, o que deixou o ministro do Planejamento extremamente insatisfeito e também outros setores do governo. Fontes afirmam que a presidente Dilma continua contrária à ideia. Os problemas políticos que um adiamento neste sentido causa no governo pode colocar em risco o trabalho dos últimos meses do Palácio do Planalto para diminuir os atritos com o Congresso e melhorar a popularidade da presidente. A dificuldade de fechar o Orçamento de 2016 tem feito com que a Fazenda apresente cada vez propostas mais impopulares, visto que a CPMF tem sofrido enorme resistência dentro do Parlamento./ COLABOROU IGOR GADELHA

Crise extingue 3º turno nas montadoras CLEIDE SILVA - O ESTADO DE S.PAULO O terceiro turno de trabalho, que consiste nas operações noturnas de produção nas fábricas, muito comum nos anos 80 e 90, está em extinção entre as montadoras. Com o anúncio ontem da Ford, de encerrar o terceiro turno na unidade de Camaçari (BA), apenas uma empresa do setor automotivo, a Hyundai, manterá esse tipo de expediente no País, na fábrica de Piracicaba (SP). A Ford informou que vai encerrar as atividades de produção do turno da noite na filial da Bahia a partir de março. Ao todo, trabalham nesse esquema cerca de 2 mil funcionários, incluindo o pessoal das fornecedoras de autopeças que atuam dentro do complexo industrial. O trabalho noturno ocorre na unidade que hoje produz os modelos Ka e EcoSport há dez anos. A empresa alega "significativa desaceleração do mercado automotivo e a decorrente queda no volume de produção". A Ford também disse, em nota, que "utilizará todas as ferramentas possíveis" para tratar do excedente da força de trabalho na fábrica e que, neste momento, está em negociação com o Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari. O presidente do sindicato, Júlio Bonfim, afirmou que, das mais de 2 mil pessoas que trabalham no terceiro turno, 700 são funcionários diretos da Ford. Ao todo, o complexo

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emprega aproximadamente 10 mil trabalhadores, sendo 4,6 mil da Ford e os demais das autopeças e das empresas prestadoras de serviços. "Vamos tentar convencer a empresa a não suspender o terceiro turno, mas, se isso ocorrer, vamos discutir medidas de garantia de emprego, como o lay-off (suspensão temporária dos contratos de trabalho) que já foi adotado em várias fábricas, mas na unidade de Camaçari não", disse Bonfim. A Ford informou também que a produção de veículos será suspensa na Bahia entre os dias 26 de novembro e 4 de dezembro, para adequar estoques. Bonfim acrescentou que todos os 10 mil funcionários do complexo terão férias coletivas em fevereiro. A empresa confirmou que a parada vai ocorrer de 8 a 26 de fevereiro. Durante as festas de fim de ano os funcionários também serão dispensados por dez dias. Segundo Bonfim, recentemente a entidade conseguiu evitar a dispensa de 600 trabalhadores terceirizados que prestavam serviços de logística na fábrica para a DHL e foram absorvidos pela Ford. O sindicalista calcula que serão produzidos este ano cerca de 165 mil veículos na unidade baiana, 15% a menos em relação a 2014. Noturno. Neste ano, encerraram atividades noturnas nas áreas de produção a Volkswagen - em São Bernardo do Campo e Taubaté (SP) -, e a General Motors em Gravataí (RS). No ano passado, o expediente foi interrompido nas fábricas da GM em São Caetano do Sul (SP) e da Renault em São José dos Pinhais (PR). O turno já havia sido extinto pela Fiat em Betim (MG) e pela PSA Peugeot Citroën em Porto Real (RJ). O setor automotivo demitiu neste ano, até outubro, 11,8 mil trabalhadores e emprega atualmente 132,7 mil pessoas. Além disso, as montadoras têm 35,6 mil trabalhadores inscritos no Programa de Proteção ao Emprego (PPE), que reduz jornada e salários, 6,6 mil funcionários em lay-off e 2,8 mil em férias coletivas, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Significa que 34% da mão de obra das empresas está com alguma restrição em suas atividades. As vendas de veículos nacionais e importados caíram 24,3% de janeiro a outubro em comparação a igual período de 2014, para 2,146 milhões de unidades. A produção recuou 21,1%, para 2,111 milhões de veículos. Neste ano, até agora, as montadoras tiveram a produção paralisada pelo equivalente a mais dois anos, na soma de dias em que cada fábrica suspendeu as atividades por causa da fraca demanda. A conta total passa de 840 dias de paradas por férias coletivas, folgas e banco de horas (a ser compensado futuramente). (Fonte: Estado de SP dia 25-11-2015).

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