CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA … · cálculo do preço de venda no comércio,...
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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA
Faculdade de Tecnologia de São Sebastião
Curso Superior de Tecnologia em Gestão Empresarial
DANIEL NORBERTO DA SILVA WLADIMIR OLIVEIRA SANTANA
O USO DE PLANILHAS ELETRÔNICAS COMO FERRAMENTA DE APOIO PARA O CÁLCULO DO PREÇO DE VENDA NO COMÉRCIO VAREJISTA
São Sebastião
2015
DANIEL NORBERTO DA SILVA WLADIMIR OLIVEIRA SANTANA
O USO DE PLANILHAS ELETRÔNICAS COMO FERRAMENTA DE APOIO PARA O CÁLCULO DO PREÇO DE VENDA NO COMÉRCIO VAREJISTA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Tecnologia de São Sebastião, como exigência parcial para obtenção do título de Tecnólogo em Gestão Empresarial. Orientador: Prof. Me. Francisco Orlando Oliveira Ribeiro
São Sebastião
2015
DANIEL NORBERTO DA SILVA WLADIMIR OLIVEIRA SANTANA
O USO DE PLANILHAS ELETRÔNICAS COMO FERRAMENTA DE APOIO PARA O CÁLCULO DO PREÇO DE VENDA NO COMÉRCIO VAREJISTA
Apresentação de Trabalho de Graduação à Faculdade de Tecnologia de São Sebastião, como condição parcial para a conclusão do curso de Tecnologia em Gestão Empresarial.
São Sebastião, 16 de dezembro de 2015.
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________________________
Prof. Me. FRANCISCO ORLANDO OLIVEIRA RIBEIRO
_________________________________________________________
Prof. Me. ACYR ELIAS FREIRE JÚNIOR
_________________________________________________________
Prof. Me. RICARDO DE LIMA RIBEIRO
MÉDIA FINAL: ___________________
AGRADECIMENTOS
Agradecemos primeiramente as nossas famílias por todo o apoio necessário
para que nós nunca desistíssemos.
Agradecemos também ao Prof. Me. Francisco pela excelente orientação neste
trabalho e a todos os professores da Fatec de São Sebastiao pelos semestres de
muito aprendizado ao longo do curso e aos amigos que fizemos em nossa jornada.
RESUMO
A determinação do preço de venda é muito importante para a empresa,
independentemente de seu porte ou área de atuação, pois é fundamental para o seu
crescimento e aumento da competitividade, e se determinado incorretamente, pode
ser fatal. Portanto, este trabalho tem por objetivo apresentar uma planilha eletrônica
como ferramenta de apoio para o cálculo do preço de venda no comércio varejista,
desenvolvida em MS-Excel® e especificamente para as Microempresas, Empresas
de Pequeno Porte e Microempreendedores Individuais que são optantes pelo regime
do Simples Nacional. Especificamente este trabalho se propõe em identificar o
número total de Microempresas, Empresas de Pequeno Porte e
Microempreendedores Individuais no Brasil, que são optantes pelo regime do
Simples Nacional e que atuam no comércio varejista, apresentar um método para o
cálculo do preço de venda no comércio, baseado no referencial teórico existente, e
desenvolver em MS-Excel® uma planilha eletrônica capaz de calcular o preço final,
considerando todos os custos, despesas, impostos e lucro desejado, comparando-o
com preço da concorrência. A pesquisa aplicada permitiu o desenvolvimento do
referencial teórico e o levantamento dos dados estatísticos das Microempresas,
Empresas de Pequeno Porte e Microempreendedores Individuais no Brasil, através
de pesquisa bibliográfica e documental, e possibilitou o desenvolvimento da planilha
eletrônica a ser utilizada como uma ferramenta. A ferramenta de apoio para o
cálculo do preço de venda no comércio varejista simplificou o processo de
determinação do preço de venda, calculando o corretamente a partir das
informações inseridas e comparando o ao preço de venda da concorrência
Palavras-chave: Preço de venda. Planilhas eletrônicas. Simples nacional. Comércio
varejista. Micro e pequenas empresas.
ABSTRACT
The determination of sale price is very important for the company, regardless of size
or area of operation, it is essential for growth and increased competitiveness, and if
determined incorrectly, it can be fatal. Therefore, this work aims to present a
spreadsheet as a support tool for the sale price calculation in retail trade, developed
in MS-Excel® and specifically for micro-enterprises, small businesses and individual
microentrepreneurs who opted for the national simple rule. Specifically this work aims
to identify the total number of micro-enterprises, small businesses and individual
microentrepreneurs in Brazil, who opted for the national simple rule and that operate
in the retail trade, to presenting a method for calculating the sale price in trade based
on the existing theoretical framework, and develop in MS-Excel® a spreadsheet able
to calculate the final price, considering all costs, expenses, taxes and desired profit,
comparing it to price competition. Applied research enabled the development of
referential theoretical and compilation of statistical data of micro-enterprises, small
businesses and individual microentrepreneurs in Brazil, through bibliographic
research and documentary research, and enabled the development of the
spreadsheet to be used as a tool. The support tool for the sale price calculation in
retail trade simplified the process of determination of the sale price, calculating the
price correctly, from the information entered and comparing the price calculated with
the sale price competition.
Keywords: Sale price. Spreadsheets. National simple. Retail trade. Micro and small
businesses.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
CNAE Classificação Nacional de Atividades Econômicas
COFINS Contribuição para Financiamento da Seguridade Social
CPP Contribuição Patronal Previdenciária
CSLL Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
EPP Empresa de Pequeno Porte
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços
IPI Imposto sobre Produtos Industrializados
IRPJ Imposto de Renda de Pessoa Jurídica
ISS Imposto sobre Serviço
ME Microempresa
MEI Microempreendedor Individual
MS Excel Microsoft Excel
PASEP Programa de Formação de Patrimônio do Servidor Publico
PIS Programa de Integração Social
SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
LISTA DE FIGURAS Figura 1 – 1º Passo para preenchimento da ferramenta de apoio a
determinação de preço de venda no comércio varejista ..................................... 34
Figura 2 – 2º Passo para preenchimento da ferramenta de apoio a
determinação de preço de venda no comércio varejista ..................................... 34
Figura 3 – 3º Passo para preenchimento da ferramenta de apoio a
determinação de preço de venda no comércio varejista ..................................... 35
Figura 4 – 4º Passo para preenchimento da ferramenta de apoio a
determinação de preço de venda no comércio varejista ..................................... 36
Figura 5 – 5º Passo para preenchimento da ferramenta de apoio a
determinação de preço de venda no comércio varejista ..................................... 36
Figura 6 – 6º Passo para preenchimento da ferramenta de apoio a
determinação de preço de venda no comércio varejista ..................................... 37
Figura 7 – 7º Passo para preenchimento da ferramenta de apoio a
determinação de preço de venda no comércio varejista ..................................... 37
Figura 8 – 8º Passo para preenchimento da ferramenta de apoio a
determinação de preço de venda no comércio varejista ..................................... 38
Figura 9 – Exemplo do uso da ferramenta de apoio para o cálculo do preço de
venda em uma ME ................................................................................................... 46
Figura 10 – Exemplo do uso da ferramenta de apoio para o cálculo do preço de
venda em uma EPP ................................................................................................. 47
Figura 11 – Exemplo do uso da ferramenta de apoio para o cálculo do preço de
venda em uma MEI .................................................................................................. 48
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Número total de MEs, EPPs e MEIs que atuam no comércio e em
outros setores da economia ................................................................................... 31
Gráfico 2 – Número total de MEs, EPPs e MEIs, por divisões do comércio....... 32
LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Alíquotas do Simples Nacional - Comércio ........................................ 23
Tabela 2 – Informações para cálculo do mark-up e preço de venda .................. 27
SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 13
1.1 JUSTIFICATIVA DO TEMA .............................................................................. 13
1.2 PROBLEMA ..................................................................................................... 14
1.2.1 Hipótese .................................................................................................... 14
1.3 OBJETIVOS ..................................................................................................... 14
1.3.1 Objetivo geral ........................................................................................... 14
1.3.2 Objetivos específicos .............................................................................. 15
1.4 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO .................................................................... 15
2 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 16
2.1 PLANILHAS ELETRÔNICAS ........................................................................... 16
2.1.1 Breve histórico ......................................................................................... 16
2.1.2 Microsoft Excel ........................................................................................ 16
2.2 A IMPORTÂNCIA DAS MEs, EPPs E MEIs PARA A ECONOMIA .................. 17
2.3 PREÇO DE VENDA NO COMÉRCIO .............................................................. 19
2.3.1 Classificação do comércio ...................................................................... 19
2.3.2 A importância da determinação de preço de venda ............................. 19
2.3.3 A composição do preço de venda no comércio.................................... 21
2.3.3.1 Custos ................................................................................................. 21
2.3.3.2 Impostos .............................................................................................. 21
2.3.3.3 Despesas ............................................................................................. 24
2.3.3.4 Lucro desejado .................................................................................... 25
2.3.4 Formação do preço de venda no comércio: definição do mark-up ..... 25
3 METODOLOGIA .................................................................................................... 29
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................... 31
4.1 NÚMERO TOTAL DE OPTANTES PELO SIMPLES NACIONAL E QUE
ATUAM NO COMÉRCIO VAREJISTA ................................................................... 31
4.2 FERRAMENTA DE APOIO A DETERMINAÇÃO DE PREÇO DE VENDA NO
COMÉRCIO VAREJISTA ....................................................................................... 33
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 41
REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 42
APÊNDICES .......................................................................................................... 46
ANEXOS ................................................................................................................ 49
13
1 INTRODUÇÃO
Este trabalho consiste em apresentar uma planilha eletrônica como
ferramenta de apoio para o cálculo do preço de venda no comércio varejista,
desenvolvida em MS-Excel® e especificamente para as MEs, EPPs e MEIs,
optantes pelo regime do Simples Nacional.
No Brasil, dados do Movimento Compre do Pequeno Negócio (2015), um
movimento criado pelo SEBRAE, revelam que 44% do total de MEs, EPPs e MEIs
atuam no comércio.
A determinação adequada do preço de venda dos produtos no comércio é
crucial para a sobrevivência dessas empresas, um cálculo indevido pode causar um
grande prejuízo financeiro a elas.
Dessa forma é de suma importância que os empresários proprietários tenham
conhecimento sobre seus custos, despesas e o quanto desejam de lucro, para que
calculem corretamente o preço de venda de seus produtos.
O desenvolvimento deste trabalho se dará por meio de uma pesquisa
aplicada, utilizando-se de pesquisa bibliográfica e documental.
1.1 JUSTIFICATIVA DO TEMA
A determinação do preço de venda é muito importante para a empresa,
independentemente de seu porte ou área de atuação. Segundo Resende (2013),
determinar o preço de venda constitui-se uma das peças fundamentais do
planejamento empresarial, pois proporciona competitividade, crescimento e retorno
do capital investido.
Portanto, é importante mostrar aos empresários, administradores e a quem
mais se interessar uma planilha eletrônica, desenvolvida em MS-Excel®, como uma
ferramenta importante para apoiá-los e dar mais segurança na determinação do
preço de venda de seus produtos.
14
1.2 PROBLEMA
De acordo com Correia Neto (2011), muitos empresários e administradores
ficam em dúvida no momento de marcar preços de venda, pois alguns conceitos são
mal compreendidos, gerando desentendimento quanto à forma de cálculo.
Diante disso, têm-se os seguintes questionamentos: Quais são os
componentes que constituem o preço de venda de um produto no comércio? E,
quais são as formas de determinar o preço de venda de um produto a partir dos
custos, despesas, impostos e margem de lucro?
1.2.1 Hipótese
A hipótese deste trabalho é que com o uso de uma planilha eletrônica própria
para o cálculo do preço de venda no comércio varejista, os empresários proprietários
de micro e pequenas empresas podem calcular adequadamente o preço de venda
de seus produtos e fazer um comparativo com o preço praticado pelo mercado, de
modo que os permitam avaliar se estão sendo competitivos, com relação a seus
custos, despesas, pagamentos de impostos e lucro desejado.
1.3 OBJETIVOS
1.3.1 Objetivo geral
O objetivo deste trabalho é apresentar uma planilha eletrônica como
ferramenta de apoio para o cálculo do preço de venda no comércio varejista,
desenvolvida em MS-Excel® e especificamente para as MEs, EPPs e MEIs, que são
optantes pelo regime do Simples Nacional.
15
1.3.2 Objetivos específicos
- Identificar o número total de MEs, EPPs e MEIs no Brasil, que são optantes
pelo regime do Simples Nacional e que atuam no comércio varejista.
- Apresentar um método para o cálculo do preço de venda no comércio,
baseado no referencial teórico existente.
- Desenvolver em MS-Excel®, uma planilha eletrônica capaz de calcular o
preço final, considerando todos os custos, despesas, impostos e lucro desejado,
comparando-o com preço da concorrência.
1.4 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
Este trabalho está organizado em cinco capítulos.
No primeiro capítulo, encontra-se, além do tema apresentado e justificado, o
problema, a hipótese e os objetivos.
No segundo capítulo, o referencial teórico aborda as principais definições
sobre os assuntos abordados: planilhas eletrônicas, a importância das MEs, EPPs e
MEIs para a economia, e preço de venda no comércio.
O terceiro capítulo, caracteriza a pesquisa realizada e a metodologia
praticada para o desenvolvimento do referencial teórico e compilação de dados
sobre as ME, EPPs e MEIs.
O quarto capítulo apresenta, os dados atuais compilados sobre as ME, EPPs
e MEIs, e apresenta também a ferramenta de apoio para o cálculo do preço de
venda, desenvolvida em MS-Excel®, com base no referencial teórico.
Por fim, o quinto capítulo apresenta as considerações finais geradas por este
trabalho.
16
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 PLANILHAS ELETRÔNICAS
A utilização correta de planilhas eletrônicas “pode nos oferecer resultados
fascinantes, tais como, gráficos diversos, fórmulas que nos auxiliam a calcular dados
dinamizando resultados e otimizando tempo” (LOSSO FILHO, 2010, p.7).
2.1.1 Breve histórico
Segundo Power (2004), uma planilha era uma folha de papel grande com
linhas e colunas que organizam dados, como custos, receitas, impostos entre outros,
para análises e tomada de decisão. Em planilhas eletrônicas, os dados passaram a
ser organizados em linhas e colunas em um único lugar por meio de programas
específicos para computador. O primeiro programa de planilhas eletrônicas a ser
comercializado era conhecido como VisiCalc e foi desenvolvido por Dan Bricklin e
Bob Frankston, tornando-se um enorme sucesso na época.
Ainda de acordo com Power (2004), o mercado de planilhas eletrônicas em
meados de 1980 foi crescendo rapidamente. A partir de então, surgiram outros
programas editores de planilhas, como Lotus 1-2-3, que rapidamente tomaram conta
do mercado de planilhas. O surgimento do MS-Excel®, desenvolvido pela Microsoft,
foi considerado outro grande marco na história das planilhas eletrônicas e passou a
dominar o mercado de planilhas até os dias atuais.
2.1.2 Microsoft Excel
O Excel® é um programa editor de planilhas para computador, um
componente da suíte Office®, juntamente com outros programas como Word®,
PowerPoint® entre outros, que são desenvolvidos e mantidos pela Microsoft.
17
Segundo o Suporte Office, o Excel® é uma ferramenta incrivelmente
poderosa, pois funciona muito bem para cálculos simples e torna significativa uma
vasta quantidade de dados.
De acordo com o Portal Educação (2013), o Excel® é ótimo para fazer
tabelas, controles e cálculos. “Seus recursos incluem uma interface intuitiva e
capacitadas ferramentas de cálculo e de construção de gráficos que, juntamente
com marketing agressivo, tornaram o Excel um dos mais populares aplicativos de
computador até hoje” (DIGICAD, 2014).
2.2 A IMPORTÂNCIA DAS MEs, EPPs E MEIs PARA A ECONOMIA
As pequenas empresas exercem um papel fundamental para as suas nações,
e em especial para o Brasil, onde operam nos principais setores da economia.
(MIGLIOLI, OSTANEL e TACHIBANA, 2004)
De acordo com o Movimento Compre do Pequeno Negócio (2015), um
movimento criado pelo SEBRAE para estimular o consumidor a comprar diretamente
do comércio próximo a sua residência, no Brasil existem mais de 10 milhões de
micro e pequenas empresas em atividade, ou seja, mais de 95% do total de
empresas no país são representados por micro e pequenas empresas, sendo que
44% estão no comércio, 35% estão no setor serviços, 13% estão na indústria e 7%
estão na construção, juntas contribuem para 27% do PIB brasileiro e 52% dos
empregos com carteira assinada.
As micro e pequenas empresas contribuem para a economia como um todo,
oferecendo contribuições excepcionais na medida em que fornecem novos
empregos, introduzem inovações, estimulam a competitividade, auxiliam na rede de
distribuição e na cadeia de suprimentos das grandes empresas. (LONGENECKER et
al., 1997 apud MIGLIOLI, OSTANEL e TACHIBANA, 2004)
Segundo a Secretaria da Micro e Pequena Empresa (2014), além de
contribuir consideravelmente com a geração de emprego e renda em todo o país, as
micro e pequenas empresas, no âmbito local, possuem um papel ainda mais
relevante, pois movimentam a economia das cidades e colaboram para a
arrecadação de tributos a serem revertidos em serviços e investimentos de interesse
da população.
18
De acordo com Terence (2001 apud MIGLIOLI, OSTANEL e TACHIBANA,
2004), a relevância das pequenas empresas no cenário socioeconômico deve-se ao
seu papel na promoção social, estabilidade política e propulsão de desenvolvimento,
que gera empregos e incorpora tecnologias.
Para Luiz Barreto, presidente do SEBRAE, é importante incentivar e qualificar
cada vez mais as empresas de menor porte, inclusive os microempreendedores
individuais.
Com a LC nº 123 são empreendidos esforços nas esferas federal, estadual e municipal para incentivar os micro e pequenos empreendedores, sobretudo no sentido de simplificar e racionalizar os procedimentos de abertura e fechamento de empresas, unificação de tributos, obrigações trabalhistas, acesso ao crédito e participação em compras públicas, entre outros. (SECRETARIA DA MICRO E PEQUENA EMPRESA, 2014)
Desde a criação da lei geral da micro e pequena empresa, Lei Complementar
nº 123, de 14 de dezembro de 2006, as MEs, EPPs e MEIs passaram a ter
tratamento diferenciado e incentivos para expandirem suas atividades, por exemplo,
com a unificação e simplificação no recolhimento de impostos (Simples Nacional),
houve a redução da carga tributária incidente sobre essas empresas. (BRASIL,
2006)
Dados do Movimento Compre do Pequeno Negócio (2015), mostram a
importância de incentivar cada vez mais as pequenas empresas, o que para o
governo federal brasileiro também é muito importante, pois desde a criação do
Simples Nacional, foram arrecadados R$ 334 bilhões em impostos (tributos federais,
estaduais e municipais) gerados pelas pequenas empresas.
Para fins de esclarecimento, segundo o Portal Observatório da Lei Geral da
Micro e Pequena Empresa, a lei geral classifica o pequeno negócio baseado em sua
receita bruta anual, sendo considerado MEI, o empresário individual legalizado, com
receita bruta anual de R$ 60.000,00; ME, o empreendimento com receita bruta de
até R$ 360.000,00 e EPP o empreendimento com receita bruta entre R$ 360.000,01
e R$ 3.600.000,00.
19
2.3 PREÇO DE VENDA NO COMÉRCIO
2.3.1 Classificação do comércio
Segundo a CNAE, o comércio de mercadorias divide-se em atacado e varejo.
O comércio atacadista revende mercadorias novas ou usadas, sem transformação, a varejistas, a usuários industriais, agrícolas, comerciais, institucionais e profissionais, ou a outros atacadistas; ou atua como representante comercial ou agente do comércio na compra ou venda de mercadorias a esses usuários. No comércio atacadista, distinguem-se dois tipos de atividades: o atacadista que compra a mercadoria que revende, o atacadista representante ou agente do comércio, que, sob contrato, comercializa em nome de terceiros, inclusive operando o mercado eletrônico via internet. Estas atividades são desenvolvidas por comerciantes atacadistas, distribuidores de produtos industriais, exportadores e importadores, comissários, agentes de fábricas, compradores itinerantes e cooperativas que comercializam produtos agrícolas. O comércio varejista revende mercadorias novas e usadas, sem transformação, principalmente ao público em geral, para consumo ou uso pessoal ou doméstico. As unidades comerciais que revendem tanto para empresas como para o público em geral devem ser classificadas como varejistas (CNAE, 2007).
Conforme os objetivos já definidos, o tipo de comércio tratado neste trabalho
é o comércio varejista.
2.3.2 A importância da determinação de preço de venda
O preço “é a quantidade de dinheiro que o consumidor paga para adquirir um
produto e que a empresa recebe em troca da venda desse produto”. (RESENDE,
2013, p. 18).
De acordo com Correia Neto (2011), a determinação do preço de venda dos
produtos a serem comercializados é importante para qualquer empresa, um erro,
pode comprometer a saúde financeira da empresa. O autor ainda explica que se o
preço de venda calculado de determinado produto estiver abaixo do preço de custo,
a empresa tem prejuízo, e caso o preço de venda calculado seja muito alto,
incompatível com a expectativa do mercado consumidor, o produto não tem uma
rotatividade adequada.
20
Para Santos (1995 apud LOPES, MORAES e MATOS, 1999), os preços de
venda podem ser fixados visando objetivos diferentes, tais como: maximizar os
lucros, elevar a quantidade vendida, conquistar novos clientes, ganhar
concorrências, etc.
Resende (2013) ressalta que o preço deve estar de acordo com as exigências
do mercado e de acordo com o lucro que a empresa deseja obter afim de assegurar
a sobrevivência do negócio.
Para Lobrigatti (2004), o preço de venda ideal deve ser um valor que cubra
todos os custos e as despesas e ainda permita que se faça lucro, levando em
consideração os preços praticados pela concorrência, para que o mesmo não fuja da
realidade mercadológica.
Segundo Resende (2013), o preço é fator importante na decisão de compra,
pois o cliente considera seu desembolso financeiro altamente relevante. Outros
fatores também influenciam na decisão de compra, como o valor que o cliente
percebe no produto, a localização, a propaganda, entre outros.
Correia Neto (2011) afirma que o valor que o cliente percebe no produto é
uma variável importante na determinação do preço de venda.
Um cliente pode estar disposto a pagar bem mais caro (em termos de custos) por um produto apenas por sua marca, status, utilidade e satisfação proporcionada. Um cliente pode estar “apaixonado” por seu produto. Essa “paixão” pode levá-lo a pagar elevadas cifras para ter seu objeto de desejo. A sensação de exclusividade ou de poder pode, na visão do cliente, justificar compras irracionais, e as empresas devem aproveitar essa irracionalidade dos clientes para obter elevadas margens de lucro. Nesse sentido, deve-se estabelecer o maior preço de venda que os clientes estejam dispostos a pagar, pois o valor percebido pelo cliente é tão grande que o deixa confortável pagando um preço elevado. (SILVA, 2013, p.4).
Apropriadamente Resende (2013), diz que determinar o preço de venda
constitui-se uma das peças fundamentais do planejamento empresarial, pois
proporciona competitividade, crescimento e retorno do capital investido. E ter
“competitividade significa que a empresa dispõe de condições, forças, para competir
em determinado segmento comercial” (LOBRIGATTI, 2004, p. 2).
21
2.3.3 A composição do preço de venda no comércio
Segundo Bruni (2008), os componentes que formam o preço de venda são:
custos, despesas, impostos e lucro desejado. A seguir, cada componente citado
acima será explicado.
2.3.3.1 Custos
Resende (2013) explica que custos são gastos efetuados pela empresa na
elaboração ou na aquisição de produtos ou na prestação de serviços. E podem ser
fixos ou variáveis.
Para Assaf Neto (2009), os custos fixos são aqueles que não dependem do
volume de produção e vendas no período e os custos variáveis são aqueles que
dependem do volume de produção e vendas no período.
De acordo com Resende (2013), em uma empresa comercial, apenas o custo
da mercadoria vendida é considerado custo. Esse custo, é um custo variável e
representa o valor total gasto para a aquisição de mercadorias a serem vendidas,
isto é, quanto maior o volume de vendas, maior o valor total gasto para a aquisição
dessas mercadorias.
Lobrigatti (2004) ressalta que é preciso considerar como custo da mercadoria
o valor total gasto para tê-la, o que inclui despesas com frete, seguro, IPI e entre
outros. Ainda de acordo com o autor, para compor o preço de venda é preciso
encontrar o custo unitário da mercadoria vendida.
Encontra-se o custo unitário da mercadoria, segundo Giglio (2009), dividindo
o valor total gasto na aquisição das mercadorias pela quantidade de mercadorias
adquiridas.
2.3.3.2 Impostos
Conhecendo quais os impostos a serem pagos sobre as vendas, tem-se
condições agregá-los ao valor do preço de venda.
22
As MEs, EPPs e MEIs, optantes pelo regime de tributação do Simples
Nacional, somam 95% das empresas no Brasil, de acordo com Movimento Compre
do Pequeno Negócio (2015).
O Simples Nacional “é um regime compartilhado de arrecadação, cobrança e
fiscalização de tributos aplicável às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte,
previsto na Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006” (RECEITA
FEDERAL).
Para as MEs e EPPs,
O Simples Nacional engloba o recolhimento de oito impostos em uma única guia (Imposto de Renda Pessoa Jurídica – IRPJ; Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL; PIS/PASEP; Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS; Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI; Contribuição Patronal Previdenciária – CPP; Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS; Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISS). (PORTAL OBSERVATÓRIO DA LEI GERAL DA MICRO E PEQUENA EMPRESA)
No Simples Nacional quanto maior faturamento, isto é, quanto maior o volume
de vendas, maior será a alíquota de imposto. “A alíquota é um percentual ou um
valor fixo usado para o cálculo do valor de um tributo. Elas são definidas pelo
governo, segundo o faturamento do último ano da empresa” (ENDEAVOR BRASIL,
2015).
Na Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, há seis anexos
referentes as alíquotas que são aplicadas ao comércio, indústria ou serviços. Por
exemplo se a empresa é de comércio, a ela se aplica o anexo 1, se é indústria, se
aplica o anexo 2 e os anexos 3, 4, 5 e 6 são para empresas de serviços. Cada
anexo possui 20 faixas de faturamento e quanto maior o faturamento, maior será a
alíquota de imposto. (BRASIL, 2006)
Para as MEs e EPPs que atuam no comércio, as alíquotas e os impostos
correspondentes estão representados na Tabela 1, logo abaixo:
23
Tabela 1 – Alíquotas do Simples Nacional - Comércio
Fonte: Brasil, 2006.
Para os MEIs,
o Simples Nacional engloba três impostos em uma única guia, (Contribuição Patronal Previdenciária – CPP; Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS; Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISS). Os pagamentos serão em valores mensais fixos, independentemente do valor da receita bruta. O MEI é isento dos outros impostos. (PORTAL OBSERVATÓRIO DA LEI GERAL DA MICRO E PEQUENA EMPRESA)
E há uma tributação do Simples Nacional específica, chamada SIMEI, que é o
“sistema de recolhimento em valores fixos mensais dos tributos abrangidos pelo
Simples Nacional, devidos pelo Microempreendedor Individual” (RECEITA
FEDERAL).
Os valores pagos mensalmente pelo MEI, de acordo com a Receita Federal,
correspondem a: R$ 5,00 de ISS, caso atuem no setor de serviço; R$ 1,00 de ICMS,
caso atuem no comércio e R$ 39,40 a título de contribuição para a Seguridade
Social relativa à pessoa do empresário (5% do limite mínimo mensal do salário de
contribuição). Dessa forma, os MEIs que atuam no comércio deverão recolher
24
mensalmente, R$ 40,40 relativos a ICMS e Seguridade Social, e vale ressaltar que
por ser um valor fixo, deve ser tratado como uma despesa fixa.
De maneira geral, o Simples Nacional reduziu a carga tributária e simplificou o
pagamento dos impostos devido pelas MEs, EPPs e MEIs.
2.3.3.3 Despesas
As despesas, segundo Resende (2013), são os gastos que servem de apoio
para que as empresas atinjam seus objetivos. Para Padoveze (2003), as despesas
são os gastos necessários para vender e distribuir os produtos, e para Bruni (2008)
correspondem aos gastos não incorporados ao estoque do produto, o que
representa gasto comerciais, administrativos ou financeiros.
As despesas classificam-se em: despesas fixas e despesas variáveis.
De acordo com Lobrigatti (2004, p. 9), as despesas fixas são “todos os gastos
que acontecem independentemente de ocorrer ou não vendas na empresa. São
valores gastos com o funcionamento da empresa, ou seja, a estrutura montada para
comprar, estocar e vender”. E como exemplos de despesas fixas, têm-se: o salário
dos funcionários, o aluguel, a conta de água, a conta de energia elétrica, a conta de
telefone, os materiais de escritório, os sindicatos, os convênios, entre outros.
Conforme já dito anteriormente, o Simples Nacional do MEI também será
considerado como uma despesa fixa.
As despesas variáveis estão ligadas diretamente com a venda, quanto maior
o volume de vendas, mais altas serão as despesas. “São os valores gastos somente
quando se realizam as vendas” (LOBRIGATTI, 2004, p. 13). E como exemplos de
despesas variáveis, têm-se: as comissões paga aos vendedores, as taxas de
administração envolvendo operações com cartão de crédito, o frete sobre envio de
mercadorias aos clientes, as embalagens, entre outros.
Segundo Lobrigatti (2004), as comissões são os pagamentos em favor dos
vendedores pelas vendas realizadas e podem variar de acordo com o tipo de
produto. O frete sobre envio de mercadorias são os gastos com a entrega de
mercadorias aos clientes, por exemplo, serviços do correio e transportadoras. E as
taxas de administração em operações de venda realizada por meio cartão de
25
crédito, envolvem o aluguel do equipamento e geralmente há taxas que são
calculadas sobre o valor da venda.
Sendo assim, todas as despesas fixas e despesas variáveis precisam estar
contempladas no preço de venda, pois uma parte do preço de venda serve para
cobrir essas despesas e deve estar representada em percentual (%). Esse
percentual corresponde a relação do valor total de despesas (inclui cada despesa
fixa e cada despesa variável) nos últimos doze meses com o faturamento (vendas
totais) dos últimos doze meses. (LOBRIGATTI, 2004)
Para encontrar esse percentual de cada despesa, Lobrigatti (2004) indica os
seguintes passos: a) encontrar o valor em reais (R$) gasto com cada despesa nos
últimos doze meses; b) ter o valor exato do faturamento (vendas totais) em reais
(R$) dos últimos dozes meses; c) dividir o valor encontrado de cada despesa pelo
faturamento e depois multiplicar por 100.
Por fim, os passos podem ser representados através da seguinte fórmula:
(%) 𝒅𝒆 𝒄𝒂𝒅𝒂 𝒅𝒆𝒔𝒑𝒆𝒔𝒂 =𝐺𝑎𝑠𝑡𝑜 (𝑅$) 𝑐𝑜𝑚 𝑎 𝑑𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎 𝑛𝑜𝑠 ú𝑙𝑡𝑖𝑚𝑜𝑠 𝑑𝑜𝑧𝑒 𝑚𝑒𝑠𝑒𝑠
𝐹𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 (𝑅$) 𝑑𝑜𝑠 ú𝑙𝑡𝑖𝑚𝑜𝑠 𝑑𝑜𝑧𝑒 𝑚𝑒𝑠𝑒𝑠 𝑥 100
2.3.3.4 Lucro desejado
O lucro desejado é a remuneração que empresário proprietário deseja obter
com a comercialização de seus produtos.
De acordo com Lobrigatti (2004), no comércio, demonstra-se essa intenção
de ganho utilizando um percentual, que deverá expressar o quanto que se pode
obter de lucro com a comercialização de determinado produto, mantendo seu preço
competitivo.
2.3.4 Formação do preço de venda no comércio: definição do mark-up
Conforme já visto, os componentes do preço de venda são: custos (custo
unitário de mercadoria), despesas, impostos e lucro desejado.
26
O processo de formação de preço de venda no comércio, a partir desses
componentes, de acordo com Bruni (2008), é facilitado pela definição e aplicação de
taxas de marcação (mark-up).
O mark-up ou taxa de marcação,
É um fator aplicado sobre o custo de compra de uma mercadoria (ou sobre o custo unitário de um bem ou serviço) para a formação do preço de venda respectivo. No cálculo do Mark-up podem ser inseridos todos os fatores que se deseja cobrar no preço de venda, sob a forma de percentuais. (WERNKE, 2005, p. 152 apud LORDELLO e GOMES, 2014, p. 28)
Segundo Bruni (2008), as despesas, os impostos e lucro desejado são
incorporados na taxa de marcação, e para defini-la esses componentes devem ser
apresentados na forma de percentuais.
Conforme o SEBRAE, há duas maneiras de fazer o cálculo do preço de venda
utilizando o mark-up, uma é utilizando o índice mark-up divisor e a outra o índice
mark-up multiplicador. Sendo assim, considere as seguintes variáveis:
- Preço de venda unitário (PV);
- Custo unitário da mercadoria vendida (CUM);
- Taxa de marcação ou mark-up (TM);
Para encontrar o Preço de Venda (PV) utilizando o mark-up divisor, Wernke
(2005 apud LORDELLO e GOMES, 2014), indica alguns passos: a) listar os
percentuais (despesas, impostos e lucro desejado); b) somar todos os percentuais;
c) dividir a soma dos percentuais por “100” (para encontrar a forma unitária); d)
subtrair de “1”, quociente da divisão anterior, para obter-se a Taxa de Marcação
(TM); e) dividir o Custo Unitário da Mercadoria (CUM) pela Taxa de Marcação (TM).
De acordo com os passos acima, a fórmula para encontrar o preço de venda
utilizando o mark-up divisor ficará da seguinte maneira:
𝑇𝑀 = 1 − ( %𝐷𝐸𝑆𝑃𝐸𝑆𝐴𝑆 + %𝐼𝑀𝑃𝑂𝑆𝑇𝑂𝑆 + %𝐿𝑈𝐶𝑅𝑂 )
100
𝑃𝑉 = 𝐶𝑈𝑀
𝑇𝑀
27
E para encontrar o preço de venda (PV) utilizando o mark-up multiplicador,
Wernke (2005 apud LORDELLO e GOMES, 2014), também indica alguns passos: a)
listar os percentuais (despesas, impostos e lucro desejado); b) somar todos os
percentuais; c) dividir a soma dos percentuais por “100” (para encontrar a forma
unitária); d) subtrair de “1”, quociente da divisão anterior; e) dividir por “1”, o
resultado do passo anterior, para obter-se a Taxa de Marcação (TM); e) multiplicar o
Custo Unitário da Mercadoria (CUM) pela Taxa de Marcação (TM).
De acordo com os passos acima, a fórmula para encontrar o preço de venda
utilizando o mark-up multiplicador ficará da seguinte maneira:
𝑇𝑀 = 1
(1 −( %𝐷𝐸𝑆𝑃𝐸𝑆𝐴𝑆 + %𝐼𝑀𝑃𝑂𝑆𝑇𝑂𝑆 + %𝐿𝑈𝐶𝑅𝑂 )
100 )
𝑃𝑉 = 𝐶𝑈𝑀 𝑥 𝑇𝑀
Para um melhor entendimento sobre o mark-up divisor e mark-up
multiplicador, considere as seguintes informações, contidas na Tabela 2, abaixo:
Tabela 2 – Informações para cálculo do mark-up e preço de venda
Fonte: Elaborado pelos autores.
28
Utilizando o mark-up divisor, a taxa encontrada será 0,5617 e o preço de
venda será R$ 89,02, conforme o cálculo:
𝑇𝑀 = 1 − (25,38 + 8,45 + 10 )
100= 1 − 0,4383 = 0,5617
𝑃𝑉 = 50
0,5617= 89,02
E utilizando o mark-up multiplicador, a taxa encontrada será 1,7803 e o preço
de venda será R$ 89,02, conforme o cálculo:
𝑇𝑀 = 1
(1 −( 25,38 + 8,45 + 10)
100 ) =
1
0,5617= 1,7803
𝑃𝑉 = 50 𝑥 1,7803 = 89,02
É importante ressaltar que nas duas formas, tanto no mark-up divisor quanto
mark-up multiplicador, o preço de venda encontrado é o mesmo.
29
3 METODOLOGIA
Para este trabalho optou-se por utilizar uma pesquisa aplicada, que é uma
pesquisa voltada “à aquisição de conhecimentos com vista à aplicação numa
situação especifica” (GIL, 2010, p.27). E como o “próprio nome indica, caracteriza-se
por seu interesse próprio, isto é, que os resultados sejam aplicados ou utilizados
imediatamente, na solução de problemas que ocorrem na realidade” (ANDER EGG,
1978 apud MARCONI e LAKATOS, 2010, p 6).
Para aquisição dos conhecimentos a serem aplicados, utilizou-se pesquisa
bibliográfica e pesquisa documental.
De acordo com Gil (2010), a pesquisa bibliográfica é elaborada com base em
material já publicados, podendo ser, material impresso como livros, revistas,
dissertações, teses, entre outros e material eletrônico como discos, fitas magnéticas,
e material disponibilizado pela Internet. “Sua finalidade é colocar o pesquisador em
contato direto com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto”
(MARCONI e LAKATOS, 2010, p 57).
Ainda de acordo com Gil (2010), a principal vantagem da pesquisa
bibliográfica está no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de
fenômenos muito mais ampla do que se fosse pesquisar diretamente.
A pesquisa documental,
Apresenta muitos pontos de semelhança com a pesquisa bibliográfica, posto que nas duas modalidades utilizam-se dados já existentes. A principal diferença está na natureza das fontes. A pesquisa bibliográfica fundamenta-se em material elaborado por autores com o propósito especifico de ser lido por públicos específicos. Já a pesquisa documental vale-se de toda sorte de documentos, elaborados com finalidades diversas, tais como assentamentos, autorização, comunicação etc. Mas há fontes que ora são consideradas bibliográficas e ora documentais. Por exemplo, relatos de pesquisas, relatórios e boletins e jornais de empresas, atos jurídicos, compilações estatísticas etc. (GIL, 2010, p.30-31).
Marconi e Lakatos (2010) afirmam que o levantamento de dados é o primeiro
passo de qualquer pesquisa cientifica e pode ser feito através de pesquisa
documental e pesquisa bibliográfica, ambas explicas acima.
30
Através da pesquisa bibliográfica foi desenvolvido o todo o referencial teórico
relacionado ao tema proposto por este trabalho e através da pesquisa documental
foram levantados dados estatísticos com relação ao número de MEs, EPPs e MEIs
optantes pele regime do simples nacional.
Para identificar o número total de MEs, EPPs e MEIs no Brasil, optantes pelo
simples nacional e que atuam no comércio varejista, o critério utilizado foi a
Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE). Segundo o CNAE, que é
gerido pelo IBGE, as classificações servem como sistema de linguagem na
produção de informações estatísticas e em sua versão CNAE 2.0 está estruturada
de forma hierarquizada em cinco níveis, com 21 seções, 87 divisões, 285 grupos,
673 classes e 1301 subclasses. As seções são representadas por letra, começando
em A e terminando em U, cada letra possui divisões, cada divisão possui grupos,
cada grupo possui classes e cada classe possui subclasses. Ainda de acordo com
CNAE, o comércio é representado pela letra G e sua hierarquia é composta por 3
divisões, 22 grupos, 95 classes e 222 subclasses. As divisões do comércio são:
Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas, representado pelo
número 45; Comércio por atacado, exceto veículos automotores e motocicletas,
representada pelo número 46; Comércio varejista, representado pelo número 47.
Sendo assim, foi criada uma planilha eletrônica, desenvolvida em MS-Excel®,
para servir como uma ferramenta de apoio, aos empresários proprietários de MEs,
EPPs e MEIs, no momento de calcularem o preço de venda na comercialização de
seus produtos.
A planilha eletrônica informará automaticamente o preço final de determinado
produto a ser comercializado e compará-lo com o preço da concorrência (quando
houver), e para isso, o empresário proprietário deverá se preocupar em informar
basicamente: o porte da empresa, o faturamento bruto em reais (R$) dos últimos
doze meses, o custo total mercadoria vendida, a quantidade de mercadoria
adquirida, as despesas fixas em reais (R$) dos últimos doze meses, as despesas
variáveis em reais (R$) dos últimos doze meses, o percentual de lucro desejado e o
preço do mesmo produto da concorrência (quando houver).
31
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1 NÚMERO TOTAL DE OPTANTES PELO SIMPLES NACIONAL E QUE ATUAM
NO COMÉRCIO VAREJISTA
A seguir, são apresentados, em números, dados obtidos através da Receita
Federal (2015), na Internet, sobre as MEs, EPPs e MEIs optantes pelo Simples
Nacional.
Os dados foram consolidados em 17 de outubro de 2015 e mostram que há
exatamente 10.452.794 de MEs, EPPs e MEIs que são optantes pelo Simples
Nacional.
Com relação aos setores da economia em que atuam as MEs, EPPs e MEIs,
o Gráfico 1, permite visualizar a comparação entre o número de empresas que
atuam no comércio e o número de empresas que atuam em outros setores da
economia.
Gráfico 1 – Número total de MEs, EPPs e MEIs que atuam no comércio e em outros setores da economia
Fonte: Elaborado pelos autores.
Os dados revelam que dos 10.452.794 optantes pelo Simples Nacional,
4.423.368 atuam no comércio e 6.029.426 atuam em outros setores da economia
como serviços, construção civil, entre outros.
Comércio4.423.368
Outros setores6.029.426
32
Considerando o comércio como um todo, o Gráfico 2, permite visualizar
número de empresas que atuam nas seguintes divisões do comércio: comércio de
veículos automotores (divisão 45), comércio por atacado (divisão 46) e comércio
varejista (divisão 47). Essas divisões do comércio estão de acordo com a
Classificação Nacional de Atividade Econômicas (CNAE).
Gráfico 2 – Número total de MEs, EPPs e MEIs, por divisões do comércio
Fonte: Elaborado pelos autores.
Os dados revelam que dos 4.423.368 de MEs, EPPs e MEIs do comércio,
3.667.922 pertencem ao comércio varejista, 169.764 pertencem ao comércio
atacadista e 575.682 pertencem ao comércio de veículos automotores.
Dessa forma, os dados do Movimento Compre do Pequeno Negócio (2015)
que mostram a existência de mais de 10 milhões de micro e pequenas empresas em
atividade no Brasil (mais de 40% desse total só no comércio) e que juntas
contribuem para 27% do PIB brasileiro e 52% dos empregos com carteira assinada,
comprovam os dados obtidos através da Receita Federal (2015), mostrados nos
Gráficos 1 e 2, e evidenciam a força que as MEs, EPPs e MEIs exercem na
economia brasileira, principalmente o setor do comércio.
Além de contribuir consideravelmente com a geração de emprego e renda em
todo o país, as micro e pequenas empresas, no âmbito local, possuem um papel
ainda mais relevante, pois movimentam a economia das cidades. (Secretaria da
Micro e Pequena Empresa, 2014)
33
Para Terence (2001 apud MIGLIOLI, OSTANEL e TACHIBANA, 2004), a
relevância das pequenas empresas no cenário socioeconômico deve-se ao seu
papel na promoção social, estabilidade política e propulsão de desenvolvimento,
gerando empregos e incorporando tecnologias.
Por fim, é importante observar, no Gráfico 2, que quanto maior for o número
de empresas que atuam no comércio varejista, maior será a necessidade de
ferramentas que ajudem a contribuir para que elas possam atingir seus objetivos,
por exemplo, uma ferramenta de apoio a determinação de preço de venda no
comércio varejista.
4.2 FERRAMENTA DE APOIO A DETERMINAÇÃO DE PREÇO DE VENDA NO
COMÉRCIO VAREJISTA
A seguir é apresentado, em 8 passos, a ferramenta de apoio a determinação
de preço de venda, isto é, uma planilha eletrônica desenvolvida no MS-Excel®
especificamente para as MEs, EPPs e MEIs que são optantes pelo regime do
Simples Nacional e que atuam no comércio varejista. Foi elaborada, com base no
referencial teórico apresentado, para servir de apoio aos empresários proprietários
no momento de determinarem o preço de venda de seus produtos.
O primeiro passo, representado pela Figura 1, envolve os dados da empresa
com relação ao seu porte e faturamento. Os campos a serem preenchidos são:
- PORTE DA EMPRESA: Preencher MEI se for microempreendedor
individual, ME se for microempresa e EPP se for empresa de pequeno porte.
Somente esses três tipos de porte são aceitos.
- FATURAMENTO (ÚTIMOS 12 MESES): Preencher o faturamento dos
últimos doze meses em reais (R$), respeitando o limite máximo, que para MEI é de
R$ 60.000,00, para ME o limite máximo de R$ 360.000,00 e se para EPP o limite é
de até R$ 3.600.000,00. Caso limite máximo seja excedido a seguinte mensagem
aparece “Verifique o porte da empresa! O faturamento informado não está adequado
ao porte da empresa! ”.
34
Figura 1 – 1º Passo para preenchimento da ferramenta de apoio a determinação de preço de venda no comércio varejista
Fonte: Elaborado pelos autores.
O segundo passo, representado pela Figura 2, envolve o cálculo do custo
unitário de mercadoria. Os campos a serem preenchidos são:
- VALOR TOTAL DE AQUISIÇÃO: Preencher o valor total de aquisição
(compra) em reais (R$) de mercadorias, nesse valor deve estar incluso, fretes, IPI,
entre outros.
- QUANTIDADE DE MERCADORIA ADQUIRIDA: Preencher, com números
inteiros, a quantidade de mercadoria adquirida com relação ao campo preenchido
acima (valor total da nota fiscal de compra).
- CUSTO UNITÁRIO DE MERCADORIA (CUM): É preenchido
automaticamente com o resultado da divisão entre os campos VALOR TOTAL DE
AQUISIÇÃO e QUANTIDADE DE MERCADORIA ADQUIRIDA.
Figura 2 – 2º Passo para preenchimento da ferramenta de apoio a determinação de preço de venda no comércio varejista
Fonte: Elaborado pelos autores.
O terceiro passo, representado pela Figura 3, envolve conhecer a Alíquota do
Simples Nacional para o comércio. Os campos são:
- ALÍQUOTA – SIMPLES NACIONAL: É preenchido automaticamente com a
alíquota correspondente ao valor do campo FATURAMENTO (ÚTIMOS 12 MESES),
inserido no primeiro passo.
Os demais campos IRPJ, CSLL, COFINS, PIS/PASEP, CPP, ICMS são
preenchidos automaticamente com base na ALÍQUOTA – SIMPLES NACIONAL.
Esses campos permitem mostrar a parte da alíquota destinada a cada um dele.
35
Todos os campos deste passo estão de acordo com o Anexo I, apresentado
anteriormente na Tabela 1, da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de
2006
Figura 3 – 3º Passo para preenchimento da ferramenta de apoio a determinação de preço de venda no comércio varejista
Fonte: Elaborado pelos autores.
O quarto passo, representado pela Figura 4, envolve o cálculo do percentual
total de despesas. Os campos a serem preenchidos estão na coluna TOTAL EM R$
(ÚLTIMOS DOZE MESES):
- SIMPLES NACIONAL (MEI): É preenchido automaticamente, se no campo
PORTE DA EMPRESA, informado no primeiro passo, o valor inserido for MEI, caso
contrário, este campo não apresenta nenhum valor.
- SALÁRIO DOS FUNCIONÁRIOS: Preencher o valor total gasto em reais
(R$) nos últimos doze meses com o salário dos funcionários.
- CONTA DE ÁGUA: Preencher o valor total gasto em reais (R$) nos últimos
doze meses com contas de água.
- CONTA DE ENERGIA ELÉTRICA: Preencher o valor total gasto em reais
(R$) nos últimos doze meses com contas de energia elétrica.
- OUTRAS DESPESAS FIXAS: Preencher a soma do valor total gasto em
reais (R$) nos últimos doze meses com as despesas fixas que não estão listadas,
como por exemplo, aluguel, conta de telefone, entre outros.
- TAXAS DE ADMINISTRAÇÃO (CARTÕES): Preencher o valor total gasto
em reais (R$) nos últimos doze meses com as vendas efetuadas aos clientes
através do cartão de crédito. Inclui aluguel das máquinas e taxas.
- COMISSÕES (VENDEDORES): Preencher o valor total gasto em reais (R$)
nos últimos doze meses com as comissões pagas aos vendedores.
36
- OUTRAS DESPESAS VARIÁVEIS: Preencher a soma do valor total gasto
em reais (R$) nos últimos doze meses com as despesas variáveis que não estão
listadas, como por exemplo, fretes em favor do cliente, embalagens, entre outros.
- COLUNA (%): É preenchido automaticamente, exibindo o quanto representa
em percentual o valor de cada despesa com relação ao campo FATURAMENTO
(ÚTIMOS 12 MESES) informado no primeiro passo.
- TOTAL DAS DESPESAS EM PERCENTUAL (%DESPESAS): É preenchido
automaticamente com a soma de todos os percentuais disponíveis na COLUNA (%).
Figura 4 – 4º Passo para preenchimento da ferramenta de apoio a determinação de
preço de venda no comércio varejista
Fonte: Elaborado pelos autores.
O quinto passo, representado pela Figura 5, se refere ao percentual de lucro
que se deseja obter, para isso, deve-se preencher o campo PERCENTUAL DE
LUCRO (%LUCRO).
Figura 5 – 5º Passo para preenchimento da ferramenta de apoio a determinação de preço de venda no comércio varejista
Fonte: Elaborado pelos autores.
O sexto passo, representado pela Figura 6, se refere a Taxa de Marcação
(mark-up). O campo MARK-UP MULTIPLICADOR é calculado automaticamente,
utilizando os valores dos seguintes campos: ALÍQUOTA (terceiro passo), TOTAL
37
DAS DESPESAS EM PERCENTUAL (quarto passo) e PERCENTUAL DE LUCRO
(quinto passo).
Figura 6 – 6º Passo para preenchimento da ferramenta de apoio a determinação de preço de venda no comércio varejista
Fonte: Elaborado pelos autores.
O sétimo passo, representado pela Figura 7, envolve o Preço de Venda
efetivamente. O campo PREÇO DE VENDA é calculado automaticamente, utilizando
os valores dos seguintes campos: CUSTO UNITÁRIO DE MERCADORIA (segundo
passo) e MARK-UP MULTIPLICADOR (sexto passo).
Figura 7 – 7º Passo para preenchimento da ferramenta de apoio a determinação de preço de venda no comércio varejista
Fonte: Elaborado pelos autores.
O oitavo passo, representado pela Figura 8, envolve a comparação do preço
de venda encontrado no passo anterior com o preço do concorrente. Os campos
são:
- PREÇO DE VENDA CALCULADO: É preenchido automaticamente com a
conclusão do sétimo passo.
- PREÇO DO CONCORRENTE: Preencher o valor correspondente ao preço
de venda praticado pelo concorrente.
- OBSERVAÇÕES: É preenchido automaticamente, exibindo algumas
observações com relação a comparação entre o PREÇO DE VENDA CALCULADO
e PREÇO DO CONCORRENTE. Neste campo, as observações exibidas servem
como exemplos da funcionalidade de comparação da ferramenta de apoio. Por
exemplo:
Se o PREÇO DO CONCORRENTE for menor que o PREÇO DE VENDA
CALCULADO, é exibida a seguinte observação: “O preço do concorrente é menor! É
preciso ter paciência e identificar como o concorrente chegou a esse preço, melhore
38
a relação com fornecedores, evite desperdícios e verifique se o produto tem
atributos suficientes para manter esse preço”.
Se o PREÇO DO CONCORRENTE for maior que o PREÇO DE VENDA
CALCULADO, é exibida a seguinte observação: “Seu preço de venda é menor que o
do concorrente! Você pode aumentar ainda mais sua margem de lucro, evite sempre
o aumento dos custos e despesas".
E se acontecer de os preços serem iguais, a observação exibida é: "Preço
igual! Verifique se o produto tem atributos melhores que a concorrência. Se forem
equivalentes, verifique seus custos e despesas, descontos e facilidades no
pagamento podem ser uma boa opção".
Figura 8 – 8º Passo para preenchimento da ferramenta de apoio a determinação de preço de venda no comércio varejista
Fonte: Elaborado pelos autores.
Segundo Lobrigatti (2004), o preço de venda ideal deve ser um valor que
cubra todos os custos e as despesas e ainda permita que se faça lucro, levando em
consideração os preços praticados pela concorrência.
Ao término dos 8 passos, é possível chegar a esse preço de venda ideal
definido por Lobrigatti (2004) acima, pois com a ferramenta de apoio, o Preço de
Venda é calculado corretamente considerando as informações preenchidas (custos,
despesas, impostos e lucro desejado) e é comparado ao preço da concorrência.
Resende (2013) diz que determinar o preço de venda constitui-se uma das
peças fundamentais do planejamento empresarial. Sendo assim, a qualquer
momento as informações preenchidas, nos 8 passos, podem ser alteradas
39
rapidamente, de modo a encontrar o preço de venda ideal ao planejamento
empresarial.
No apêndice deste trabalho são apresentados três exemplos da ferramenta
de apoio totalmente preenchida, sendo um exemplo para cada porte de empresa.
No primeiro exemplo, utilizou-se uma ME que faturou nos últimos doze meses
a quantia de R$ 300.000,00. Essa empresa adquiriu duas unidades de determinada
mercadoria por R$ 100,00. A alíquota e os respectivos impostos foram preenchidos
automaticamente após a inserção do faturamento. Para as despesas, o Simples
Nacional (MEI) foi desconsiderado devido ao porte da empresa ser ME e foram
considerados, o salário dos funcionários no valor de R$ 20.000,00, conta de água no
valor de R$ 5.000,00, conta de energia elétrica no valor de R$ 8.000,00, outras
despesas fixas no valor de R$ 10.000,00, taxas de administração (cartões) no valor
de R$ 3.000,00, comissões (vendedores) no valor de R$ 5.000 e outras despesas
variáveis no valor de R$ 10.000,00. O percentual de lucro desejado foi de 10%. O
mark-up multiplicador foi calculado automaticamente, utilizando a alíquota,
percentual de despesas e lucro desejado. O preço de venda foi calculado
automaticamente, a partir do mark-up e custo unitário de cada mercadoria. O preço
de venda do concorrente inserido foi de R$ 65,00. O campo observações fez a
comparação em entre os dois preços e exibiu uma mensagem automaticamente.
No segundo exemplo, utilizou-se uma EPP que faturou nos últimos doze
meses a quantia de R$ 1.300.000,00. Essa empresa adquiriu três unidades de
determinada mercadoria por R$ 150,00. A alíquota e os respectivos impostos foram
preenchidos automaticamente após a inserção do faturamento. Para as despesas, o
simples nacional (MEI) foi desconsiderado devido ao porte da empresa ser EPP e
foram considerados, o salário dos funcionários no valor de R$ 30.000,00, conta de
água no valor de R$ 20.000,00, conta de energia elétrica no valor de R$ 15.000,00,
outras despesas fixas no valor de R$ 120.000,00, taxas de administração (cartões)
no valor de R$ 20.000,00, comissões (vendedores) no valor de R$ 30.000 e outras
despesas variáveis no valor de R$ 35.000,00. O percentual de lucro desejado foi de
10%. O mark-up multiplicador foi calculado automaticamente, utilizando a alíquota,
percentual de despesas e lucro desejado. O preço de venda foi calculado
automaticamente, a partir do mark-up e custo unitário de cada mercadoria. O preço
de venda do concorrente inserido foi de R$ 90,00. O campo observações fez a
comparação em entre os dois preços e exibiu uma mensagem automaticamente.
40
Por fim, no terceiro e último exemplo, utilizou-se um MEI que faturou nos
últimos doze meses a quantia de R$ 60.000,00. Essa empresa adquiriu quatro
unidades de determinada mercadoria por R$ 200,00. A alíquota e os respectivos
impostos foram preenchidos automaticamente e devido ao porte da empresa ser
MEI, receberam valor zero. Para as despesas nos últimos doze meses, foram
considerados, o simples nacional (MEI) no valor de R$ 484,80, o salário dos
funcionários no valor de R$ 10.000,00, conta de água no valor de R$ 1.000,00, conta
de energia elétrica no valor de R$ 1.200,00, outras despesas fixas no valor de R$
1.000,00, taxas de administração (cartões) no valor de R$ 500,00, comissões
(vendedores) no valor de R$ 1.000 e outras despesas variáveis no valor de R$
1.000,00. O percentual de lucro desejado foi de 5%. O mark-up multiplicador foi
calculado automaticamente, utilizando a alíquota, percentual de despesas e lucro
desejado. O preço de venda foi calculado automaticamente, a partir do mark-up e
custo unitário de cada mercadoria. O preço de venda do concorrente inserido foi de
R$ 70,00. O campo observações fez a comparação em entre os dois preços e exibiu
uma mensagem automaticamente.
41
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A determinação adequada do preço de venda dos produtos no comércio
varejista se mostra muito importante, independentemente se o porte da empresa for
ME, EPP ou MEI.
Conforme o que foi apresentado no referencial teórico, foram identificados
quais componentes que compõem o preço de venda e quais as formas de calcular
adequadamente o preço de venda de produtos a serem comercializados,
solucionando o problema proposto no início de deste trabalho.
A ferramenta de apoio para o cálculo do preço de venda no comércio varejista
confirmou a hipótese apresentada neste trabalho. Desenvolvida para ser instrutiva e
de fácil utilização, a ferramenta permite aos empresários proprietários simplificar o
processo de formação do preço de venda de seus produtos, de modo a calcular
corretamente o preço de venda e compará-lo com o preço da concorrência.
A ferramenta de apoio para o cálculo do Preço de Venda no comércio
varejista, foi desenvolvida especificamente para as MEs, EPPs e MEIs que optam
pelo Simples Nacional e teve como base para seu desenvolvimento todo o
referencial teórico que foi apresentado.
Para concluir, vale ressaltar que embora a ferramenta de apoio calcule
adequadamente o preço de venda a partir das informações nela inseridas, é preciso
que os empresários proprietários conheçam adequadamente todos os custos e
despesas envolvidos na aquisição ou venda de produtos em suas empresas, de
modo a garantir um melhor aproveitamento da ferramenta de apoio para o cálculo do
preço de venda no comércio varejista e determinar adequadamente o preço de
venda de seus produtos.
42
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APÊNDICES
Figura 9 – Exemplo do uso da ferramenta de apoio para o cálculo do preço de venda em uma ME
Fonte: Elaborado pelos autores.
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Figura 10 – Exemplo do uso da ferramenta de apoio para o cálculo do preço de venda em uma EPP
Fonte: Elaborado pelos autores.
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Figura 11 – Exemplo do uso da ferramenta de apoio para o cálculo do preço de venda em uma MEI
Fonte: Elaborado pelos autores.