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1 PROPOSTA PEDAGÓGICA- CURRICULAR EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS - ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO GUAÍRA - 2018

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PROPOSTA PEDAGÓGICA- CURRICULAR

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E

ADULTOS - ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

GUAÍRA - 2018

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1 - OBJETIVO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

A Educação de Jovens e Adultos – EJA, enquanto modalidade educacional

que atende a educandos trabalhadores, tem como finalidades e objetivos o

compromisso com a formação humana e com o acesso à cultura geral, de modo a

que os educandos venham participar política e produtivamente das soluções sociais,

com comportamento ético e compromisso político, através do desenvolvimento da

autonomia intelectual e moral.

Desta forma, coerente com estas finalidades e objetivos, o papel fundamental

da construção curricular para a formação dos educandos desta modalidade de

ensino, é fornecer subsídios para que os mesmos tornem-se ativos, críticos, criativos

e democráticos. Tendo em vista este papel, a educação deve voltar-se para uma

formação na qual os educandos trabalhadores possam: aprender permanentemente;

refletir criticamente; agir com responsabilidade individual e coletiva; participar do

trabalho e da vida coletiva; comportar-se de forma solidária; acompanhar a

dinamicidade das mudanças sociais, enfrentar problemas novos construindo

soluções originais com agilidade e rapidez, a partir da utilização metodologicamente

adequada de conhecimentos científicos, tecnológicos e sócio históricos (Kuenzer,

2000), p. 4d.

A Lei de Diretrizes e bases da Educação Nacional-LBDEN nº 9394/96, em seu

artigo 37, prescreve que “A Educação de Jovens e Adultos será destinada àqueles

que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio

na idade própria”. É característica desta modalidade de ensino a diversidade do

perfil dos educandos, com relação à idade, ao nível de escolarização em que se

encontram, à situação socioeconômica e cultural, às ocupações e a motivação pela

qual procuram a escola. Portanto, é necessário que a EJA proporcione seu

atendimento aproveitando outras formas de socialização como expressão de cultura

própria, bem como adequá-la a estruturas de ensino já existentes, levando-se em

conta suas especificidades; contemplando com inovações que tenham conteúdos

significativos.

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Também à EJA, cabe atender às necessidades individuais do educando,

construindo propostas viáveis para que o acesso, a permanência e o sucesso nos

estudos estejam assegurados, na perspectiva de políticas públicas que garantam

esse atendimento, destinando recursos próprios para a manutenção e a melhoria da

qualidade de ensino.

Na função social da EJA, a alfabetização se apresenta como demanda

fundamental, que possibilita o envolvimento dos educandos jovens, adultos e idosos

nas práticas escolares, garantindo-lhes o acesso aos saberes em suas diferentes

linguagens, intimamente articulados com suas necessidades, expectativas e

trajetórias de vida, despertando-lhes a oportunidade de continuidade de

escolarização.

Desta forma, a Lei 9394/96 incorpora uma concepção de formação mais

ampla e abre outras perspectivas para a educação de jovens e adultos,

desenvolvida na pluralidade de vivências humanas, conforme aponta o artigo 1º da

lei vigente:

A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar,

na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos

movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações

culturais. A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática

social.

O Educando da EJA torna-se sujeito na construção do conhecimento

mediante a compreensão dos processos de trabalho, de criação, de produção e de

cultura. Passam a reconhecer que são sujeitos do processo e que portanto venham

obter melhor atendimento de sua relação com o mundo do trabalho e com as demais

relações sociais que permeiam o mundo atual. A escola é um dos espaços em

que os educandos desenvolvem a capacidade de pensar, ler, interpretar, e

reinventar o seu mundo, por meio da atividade reflexiva. Cabe ao educador,

incentivar esta busca constante pelo conhecimento historicamente produzido pela

humanidade, presente em outras fontes de estudo ou de pesquisa.

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O tempo que este educando permanecerá no processo educativo da EJA terá

valor próprio e significativo e, portanto a escola deve centrar nos conteúdos

específicos de cada disciplina articulados à realidade.

A busca da autonomia intelectual e moral deve ser constante exercício com

os educandos da EJA. A emancipação humana será decorrência da construção

desta autonomia com a qual contribui a educação escolar. O exercício de uma

cidadania democrática, pelos educandos da EJA, será o reflexo de um processo

cognitivo, crítico e emancipatório, com base em valores como respeito mútuo,

solidariedade e justiça.

1.1. HISTÓRICO

Através da Resolução 921/86, Diário Oficial 2.234 de 12/03/86, foi autorizado

a implantação do Núcleo Avançado de Estudos Supletivos de Guaíra – NAES –

Ensino de 1º Grau Função Suplência, vinculado ao Centro de Estudos Supletivos de

Cascavel – CESVEL, para fins de expedição de documentação escolar e

regulamentação regional. Para efeitos administrativos, o NAES vincula-se ao

Departamento de Ensino Supletivo – DESU/SEED.

O NAES começou seu funcionamento em 10 de junho de 1986 com 60

alunos, sendo cedido a Escola Estadual Mendes Gonçalves; 03 salas de aula, 01

sala para secretaria, 01 para coordenação, para que o mesmo tivesse suas

atividades iniciadas.

O NAES iniciou seus trabalhos com material dos telecurso cedido pelo DESU,

o qual a escola fazia empréstimos dos mesmos aos alunos. As avaliações eram

feitas através de Banco de Questões, montadas na hora que o aluno solicitava sua

avaliação, eram montadas pela secretária e coordenadora.

A escola iniciou com os seguintes profissionais, que foram treinados durante

uma semana em Curitiba pela equipe do DESU, que tinha como chefe a professora

Maria Celeste Dias; Professora Rosângela Fernandes Cleveston (Coordenadora),

Profª. Wilma Chamorro (ministrava Matemática e Ciências F. Biológicas); Profª.

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Maria Brisk Bellio (Geografia, História, OSPB/EMC); Juana Alice Rolon Jorge

(Português); Epifânia Centurião (Ed. Artística e Orientação Ocupacional); Lilian

Francisco (Secretária).

Em 1988 a coordenadora Rosângela Fernandes Cleveston, passa a ter a

função de diretora do NAES. No ano de 1989, aumentam os alunos, o NAES loca o

prédio do antigo Colégio São Francisco junto com a Inspetoria estadual de

Educação, situado na Praça Castelo Branco n.º 338. Em 1990 com o término das

I.E.E. o NAES aumenta o número de salas a serem utilizadas.

Pelo Parecer Técnico 066/91, o DESU autoriza o funcionamento dos Estudos

correspondentes às quatro primeiras séries do 1º Grau no NAES.

Em 22/05/95 foi encaminhado o Projeto de Implantação do Centro de Estudos

Supletivos de Guaíra – CES. Pela Resolução 309/96 de 18/01/96 o NAES de Guaíra

é transformado em Centro de Estudos Supletivos “Valdir Fernandes” e fica vinculado

ao CESTOL e N.R.E. de Toledo. Fica reconhecido o curso de 1º Grau através da

Resolução 3210/98 de 15/09/98, Diário Oficial 05/10/98.

Em 17/12/96 foi elaborado o Projeto de Implantação de 2º Grau, que foi

autorizado através da Resolução 971/97, Diário Oficial 08/04/97. O Ensino Médio foi

reconhecido pela Resolução 4814/99, Diário Oficial 12/01/2000. Em 11/09/98 pela

Resolução 3120/98 o CES muda novamente sua nomenclatura e passa a denominar

Centro de Educação Aberta, Continuada, À Distância – CEAD Valdir Fernandes. O

Departamento de Ensino Supletivo – DESU – em 1998 também muda sua

nomenclatura para DEJA – Departamento de Educação de Adultos.

Em 1998, a escola é autorizada a realizar o Exame de Suplência de 1º e 2º

Grau.

Em 1996, CES faz parceria com a Prefeitura Municipal de Guaíra e tem a

autorização do DESU para implantar o Projeto de Descentralização (1ª/4ª). Em

1999, a escola passa a ter a denominação de Centro Estadual de Educação Básica

para Jovens e Adultos – CEEBJA – 4561/99

A partir de julho de 2002, a escola mudou-se para o anexo do Colégio

Presidente Roosevelt, na rua Mato Grosso nº 111, ocupando as salas ociosas no

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período vespertino e noturno. Tendo como Diretora a Professora Lenira Giroldo

Assunção.

Em 2006 a proposta pedagógica implantada é presencial, devendo ser

organizada de forma coletiva e individual na sede, já nas APEDS – Ações

Pedagógicas Descentralizadas são organizadas apenas na forma coletiva.

Em 2009, após reforma e ampliação do CEEBJA, no comando da diretora

Lenira Giroldo Assunção ganha sede própria, compartilhando com o Colégio

Estadual Presidente Roosevelt apenas quadra de esportes, refeitório e laboratórios

de: Ciências, Química e Física. Também neste ano a EJA passa a fazer parte do

DET (Departamento de Educação e Trabalho) e o aluno poderá requerer

aproveitamento de estudos realizados com êxito, amparado pela legislação vigente.

Em 2011 passa a fazer parte do DEB (Departamento de Educação Básica).

Assumiu a direção do CEEBJA Valdir Fernandes em 04/03/2016 o Professor

Viro Miguel Altenhofen, resolução, nº 741/2016.

1.2 PERFIL DO EDUCANDO

Para compreender o perfil do Educando da EJA, requer conhecer sua história,

cultura e costumes; entendendo-o como um sujeito com diferentes experiências de

vida e que em um determinado tempo afastou-se da escola devido a vários fatores

sociais, econômicos, políticos e/ou culturais. Entre esses fatores, destacam-se o

ingresso prematuro no mundo do trabalho, a evasão ou repetência escolar e ainda

os que por morarem no País vizinho, deixaram o estudo para mais tarde.

Nessa perspectiva, a EJA deve contemplar ações pedagógicas específicas

que levam em consideração o perfil do Educando jovem, adulto e idoso que não

obteve escolarização ou não deu continuidade aos seus estudos por fatores, muitas

vezes, alheios à sua vontade. A grande maioria é oriunda de um processo

educacional fragmentado, marcado por frequente evasão e reprovação no Ensino

Fundamental e Médio convencional. Os jovens, adultos e idosos que procuram a

EJA tem a necessidade de escolarização formal; seja pelas necessidades pessoais,

seja pelas exigências do mundo do trabalho, portanto a dinâmica desenvolvida nesta

modalidade de ensino deve possibilitar a flexibilização de horários e organização do

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tempo escolar desses educandos, viabilizando a conclusão de estudos. Os que vêm

para a EJA trazem uma bagagem cultural marcada por escolas com características

tradicionais; ora de conhecimentos adquiridos em outras instâncias sociais e devem

ser considerados na elaboração do currículo escolar.

Outra demanda a ser atendida pela EJA é a de pessoas idosas que buscam a

escola para o desenvolvimento ou ampliação de seus conhecimentos bem como

outras oportunidades de convivência. Inclui-se aqui o convívio social e a realização

pessoal.

Os educandos da EJA, tanto da Sede como das APED'S, apresentam as

seguintes características: A maioria tem baixo poder aquisitivo, trabalhadores

informais e formais, desempregados, donas de casas, agricultores, empresários,

funcionários públicos, autônomos, estagiários, indígenas e quilombolas, muitos

trabalham no Paraguai na cidade Salto Del Guairá e outros na zona rural. Há ainda

um trabalho de inclusão atendendo educandos com Síndrome de Down, baixa visão,

cadeirante, deficiente físico (motor), surdo e déficit de aprendizagem. A maioria com

maturidade em relação aos seus projetos de vida e aprendizagem, são interessados,

críticos e participativos. Muitos não conseguem conciliar família/trabalho/escola, por

isso abandonam seus estudos com muita facilidade.

Também é preciso dizer que o material ofertado para a EJA, nem sempre

atende à realidade desses educandos, uma vez que é o mesmo do aluno do regular.

1.3 CARACTERIZAÇÃO DO CURSO

Este estabelecimento de ensino tem como uma das finalidades, a oferta de

escolarização de jovens, adultos e idosos que buscam dar continuidade a seus

estudos no Ensino Fundamental ou Médio, assegurando-lhes oportunidades

apropriadas, consideradas suas características, interesses, condições de vida e de

trabalho, mediante ações didático-pedagógicas coletivas e/ou individuais.

Portanto, este Estabelecimento Escolar faz a opção pela oferta de Educação

de Jovens e Adultos – Presencial, que contempla o total de carga horária

estabelecida na legislação vigente nos níveis do Ensino Fundamental e Médio, com

avaliação no processo.

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Os cursos são caracterizados por estudos presenciais desenvolvidos de modo

a viabilizar processos pedagógicos, tais como: pesquisa e problematização na

produção do conhecimento; desenvolvimento da capacidade de ouvir, refletir e

argumentar; registros, utilizando recursos variados (esquemas, anotações,

fotografias, ilustrações, textos individuais e coletivos), permitindo a sistematização e

socialização dos conhecimentos; vivências culturais diversificadas que expressem a

cultura dos educandos, bem como a reflexão sobre outras formas de expressão

cultural.

Para que o processo seja executado a contento, serão estabelecidos plano de

estudos e atividades. Tanto no atendimento individual como no coletivo, os

educandos receberão um Guia de Estudos.

Nesse sentido, a escolarização, em todas as disciplinas, será organizada de

forma coletiva e individual, ficando a critério do educando escolher a maneira que

melhor se adapte às suas condições e necessidades, ou mesmo mesclar essas

formas, ou seja, cursar algumas disciplinas organizadas coletivamente e outras

individualmente.

1.3.1 ORGANIZAÇÃO COLETIVA

Será programada pela escola e oferecida aos educandos por meio de um

cronograma que estipula o período, dias e horários das aulas, com previsão de início

e término de cada disciplina, oportunizando ao educando a integralização do

currículo. A mediação pedagógica ocorrerá priorizando o encaminhamento dos

conteúdos de forma coletiva, na relação professor-educandos e considerando os

saberes adquiridos na história de vida de cada educando.

A organização coletiva destina-se, preferencialmente, àqueles que têm

possibilidade de frequentar com regularidade as aulas, a partir de um cronograma

pré-estabelecido.

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1.3.2 ORGANIZAÇÃO INDIVIDUAL

A organização individual destina-se àqueles educandos trabalhadores que

não têm possibilidade de frequentar com regularidade as aulas, devido às condições

de horários alternados de trabalho e para os que oram matriculados mediante

classificação ou que foram reclassificados ou desistentes quando não há, no

momento, turma organizada coletivamente para a sua inserção. Será programada

pela escola e oferecida aos educandos por meio de um cronograma que estipula o

período, dias e horário das aulas, contemplando o ritmo próprio do educando, nas

suas condições de vinculação à escolarização e nos saberes já apropriado.

1.4 NÍVEIS DE ENSINO

1.4.1 ENSINO FUNDAMENTAL – FASE I

A oferta de Ensino Fundamental – Fase I atende jovens, adultos e idosos não

alfabetizados e/ou aqueles que não concluíram as séries iniciais do ensino

fundamental, com o objetivo de continuidade dos estudos e conclusão da educação

básica. Ocorrerá somente em situações específicas que sejam de competência

exclusiva do Estado, como para educandos em privação de liberdade, ou na forma

de APEDs Especiais.

A mediação pedagógica ocorrerá de maneira interdisciplinar, não havendo

nenhuma separação entre alfabetização e outras possibilidades de intermediação,

que possam constituir barreiras ao desenvolvimento educacional do educando. Este

será matriculado ao mesmo tempo em todas as áreas do conhecimento.

1.4.2 ENSINO FUNDAMENTAL – FASE II

Ao se ofertar estudos referentes ao Ensino Fundamental – Fase II, este

estabelecimento escolar terá como referência as Diretrizes Curriculares Nacionais e

Estaduais, que consideram os conteúdos ora como meio, ora como fim do processo

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de formação humana dos educandos, para que os mesmos possam produzir e

ressignificar bens culturais, sociais, econômicos e deles usufruírem.

Visa, ainda, o encaminhamento para a conclusão do Ensino Fundamental e

possibilita a continuidade dos estudos para o Ensino Médio.

1.4.3 ENSINO MÉDIO

O Ensino Médio no estabelecimento escolar terá como referência em sua

oferta, os princípios, fundamentos e procedimentos propostos nas Diretrizes

Curriculares Nacionais para o Ensino Médio – Parecer 15/98 e Resolução nº 02 de

07 de abril de 1998/CNE, nas Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação de

Jovens e Adultos e nas Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica.

1.5 EDUCAÇÃO ESPECIAL

A EJA contempla, também, o atendimento a educandos com necessidades

educativas especiais, inserindo estes no conjunto de educandos da organização

coletiva ou individual, priorizando ações que oportunizem o acesso, a permanência e

o êxito dos mesmos no espaço escolar, considerando a situação em que se

encontram individualmente estes educandos. Uma vez que esta terminologia pode

ser atribuída a diferentes grupos de educandos, desde aqueles que apresentam

deficiências permanentes até aqueles que, por razões diversas, fracassam em seu

processo de aprendizagem escolar, a legislação assegura a oferta de atendimento

educacional especializado aos educandos que apresentam necessidades

educacionais especiais decorrentes de:

- deficiências mental, física/neuromotora, visual e auditiva;

- condutas típicas de síndromes e quadros psicológicos, neurológicos ou

psiquiátricos; e

- superdotação/altas habilidades.

É importante destacar que “especiais” devem ser consideradas as alternativas

e as estratégias que a prática pedagógica deve assumir para remover barreiras para

a aprendizagem e participação de todos os alunos. (CARVALHO, 2001.)

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Desse modo, desloca-se o enfoque do especial ligado ao educando para o

enfoque do especial atribuído à educação. Mesmo que os educandos apresentem

características diferenciadas decorrentes não apenas de deficiências, mas também,

de condições socioculturais diversas e econômicas desfavoráveis, eles terão direito

a receber apoios diferenciados daqueles normalmente oferecidos pela educação

escolar.

Garante-se, dessa forma, que a inclusão educacional realize-se, assegurando

o direito à igualdade com equidade de oportunidades. Isso não significa o modo

igual de educar a todos, mas uma forma de garantir os apoios e serviços

especializados para que cada um aprenda, resguardando-se suas singularidades.

1.6 AÇÕES PEDAGÓGICAS DESCENTRALIZADAS

Este Estabelecimento Escolar desenvolverá ações pedagógicas

descentralizadas, efetivadas em situações de evidente necessidade, dirigidas a

grupos sociais com perfis e necessidades próprias e onde não haja oferta de

escolarização para jovens, adultos e idosos, respeitadas a proposta pedagógica e o

regimento escolar, desde que autorizado pela SEED/PR, segundo critérios

estabelecidos pela mesma Secretaria em instrução própria.

1.7 FREQUÊNCIA

A carga horária prevista para a organização individual é de 100% (cem por

cento) presencial, já na organização coletiva a frequência mínima é de 75% (setenta

e cinco por cento).

1.8 EXAMES SUPLETIVOS

Este Estabelecimento Escolar ofertará Exames Supletivos, atendendo ao

disposto na Lei n.º 9394/96, desde que autorizado, credenciado e emitido pela

Secretaria de Estado da Educação, por meio de Edital próprio.

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1.9 CONSELHO ESCOLAR

O conselho escolar é um órgão colegiado de natureza deliberativa, consultiva e

fiscal. Esse colegiado é formado por todos os segmentos da comunidade escolar:

pais, alunos, professores, direção e demais funcionários. Por meio dele, todas as

pessoas ligadas à escola podem se fazer representar e decidir sobre aspectos

administrativos, financeiros e pedagógicos. Assim, esse colegiado torna-se não só

um canal de participação, mas também um instrumento de gestão da própria escola.

Com exceção do diretor, que é membro nato, todos os outros membros do

conselho são eleitos por seus pares. Funcionará conforme seu estatuto.

1.10 CONSELHO DE AVALIAÇÃO

O Conselho de Avaliação é um órgão colegiado de natureza consultiva em

assuntos didático-pedagógicos, com atuação dirigida a cada educando da instituição

de ensino, tendo por objetivo avaliar o processo de ensino e de aprendizagem.

O Conselho de Avaliação tem por finalidade analisar os dados resultantes do

processo de ensino e de aprendizagem, constantes nesta proposta, propondo o

aperfeiçoamento do mesmo, de tal forma que vise assegurar a apropriação dos

conteúdos estabelecidos.

O Conselho de Avaliação dos alunos será constituído por todos os professores

que ministram aulas nas disciplinas constantes na matriz curricular, por educandos

(pelo menos dois de cada nível de ensino), pela equipe de professores pedagogos.

O Conselho de Avaliação reunir-se-á sempre que um fato o exigir, e deverá ser

secretariado por um conselheiro ad hoc, sendo lavrada ata, em livro próprio, para

registro, divulgação ou comunicação aos interessados.

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1.11 MATERIAIS DE APOIO DIDÁTICO

Serão adotados os materiais indicados pelo Departamento de Educação

Básica – DEB e CEJA, da Secretaria de Estado da Educação do Paraná, como

material básico. Além desse material, os docentes, na sua prática pedagógica,

poderão utilizar outros recursos didáticos e o uso de tecnologias educacionais, bem

como debate e reflexão com ênfase a temática de “ Educação na Cultura Digital”.

1.12 BIBLIOTECA ESCOLAR

A biblioteca constitui-se em um espaço pedagógico, cujo acervo estará à

disposição de toda comunidade escolar.

Para que a biblioteca tenha um bom funcionamento, é necessário um mínimo

de organização. Os livros devem ser acessíveis aos alunos, mas sempre retornar à

biblioteca, de forma que os educandos possam utilizá-los. Para isso é preciso um

responsável pela biblioteca e saber que livros fazem parte do acervo.

O responsável pela biblioteca deve promover, em consonância com os

professores, atividades que estimulem a cultura, incrementando textos, videoteca,

cinemateca, grupo de teatro, clube de leitores, contar histórias e outras atividades.

O funcionário da biblioteca é o elemento chave entre o leitor e o livro. Cabe a

ele a divulgação do acervo atualizado aos usuários, organizar uma lista de livros e

propor o enriquecimento do acervo a partir das necessidades indicadas pelo pessoal

técnico e docente.

O bibliotecário deve assegurar a organização e funcionamento da biblioteca,

constituindo o espaço de contato com a leitura e a pesquisa para professores e

educandos, além de local de acesso fácil à comunidade.

1.13 LABORATÓRIO

O papel do laboratório na Prática Pedagógica deve estar voltado à realidade

dos educandos, podendo propiciar a estes condições de trabalho com retorno

financeiro. Nas práticas de laboratório, trabalhar os valores da exatidão e perfeição,

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a autonomia no que tange a execução das atividades, a postura e a preservação dos

materiais e equipamentos, bem como análise de embalagens de alimentos, rótulos

de produtos de limpeza e higiene, bulas de medicamentos e outros, diretamente

ligados aos dia a dia dos educandos. Havendo condições, incentivar a fabricação de

produtos de limpeza, tais como sabão em pedra, desinfetantes, amaciantes,

detergentes, higiene como sabonetes artesanais e outros e até cosméticos menos

prejudiciais à saúde e ao meio ambiente.

Desenvolvendo práticas relacionadas com a teoria, através de projetos, os

quais venham melhorar a sua qualidade de vida. Propiciando ao aluno conhecer o

mundo microscópico.

Ao fazer cálculos e atividades que envolvam maior concentração e o emprego

do raciocínio lógico, desenvolver atividades em grupo para promover as relações

interpessoais positivas para o exercício real da cidadania.

Este trabalho pode ser realizado em conjunto com as disciplinas de Física,

Química, Biologia, Matemática, Artes, Ciências e outras disciplinas cabíveis

(conforme Parecer 095/99) com o assunto trabalhado, tornando os alunos mais

ativos, criativos, competitivos para enfrentar a sombra do desemprego, resgatando o

interesse, integrando experiências de vida com novos conhecimentos possibilitando

o entendimento e influência da ciência na vida do homem, resgatando enfim o

humano no ser humano.

1.14 RECURSOS TECNOLÓGICOS

Nos dias de hoje não podemos pensar em educação sem o uso dos recursos

tecnológicos, pois a mesma deve estar abrindo horizontes para que o aluno ao

concluir os estudos possa estar familiarizado com a tecnologia para uma nova

perspectiva de vida e trabalho. O CEEBJA está inserido no projeto CONECTADOS

2.0, que tem como objetivo favorecer e ampliar a discussão e o uso de tecnologias

educacionais, bem como debate e reflexão com ênfase a temática “Educação na

Cultura Digital”, abordando o conceito de Cultura Digital e suas relações com a

escola o currículo e a sociedade.

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As Tecnologia Digitais de Informação e Comunicação (TDIC) estão cada vez

mais presentes no dia a dia, influenciando nossos hábitos e modificando as formas

como obtermos informações.

O fato é que todos os grupos podem criticar o desenvolvimento tecnológico,

mas não podem negar que eles podem e contribuem para o desenvolvimento do ser

humano se usado dentro de perspectivas educativas e construtivas. Esses são

alguns reflexos do momento atual e suas mudanças frente à sociedade em geral.

Dentre os recursos tecnológicos disponíveis na escola podemos citar:

Laboratório de Informática: Possibilita ao aluno a interação com o mundo

globalizado através da rede mundial de computadores através da Internet, ilustrando

melhor os conteúdos através de softwares pedagógicos específicos, além da

proposta pedagógica este recurso auxilia o aluno a ingressar no mercado de

trabalho, oportunizando seu acesso a essa tecnologia.

Laboratório de Química e Física: Aproxima a teoria da prática,

proporcionando aulas interativas e de melhor qualidade.

Data Show: Ilustrar as aulas tornando-as mais atrativas, ao dispensar a

monotonia do uso de giz e quadro negro.

TV Multimídia, DVD, Pen Drive, Mapas: Possibilitam ao aluno a

oportunidade do conhecimento, tendo uma visão crítica através de palestras e

debates.

Existem filmes e documentários que levam o aluno a refletir qual o seu papel

no contexto social.

2 - FILOSOFIA E PRINCÍPIOS DIDÁTICO-PEDAGÓGICOS

A educação de adultos exige uma inclusão que tome por base o

reconhecimento do jovem adulto como sujeito. Coloca-nos o desafio de pautar o

processo educativo pela compreensão e pelo respeito do diferente e da diversidade:

ter o direito a ser igual quando a diferença nos inferioriza e o de ser diferente quando

a igualdade nos descaracteriza. Ao pensar no desafio de construirmos princípios que

regem a educação de adultos, há de buscar-se uma educação qualitativamente

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diferente, que tem como perspectiva uma sociedade tolerante e igualitária, que a

reconhece ao longo da vida como direito inalienável de todos. (SANTOS, 2004)

A Educação de Jovens e Adultos – EJA, enquanto modalidade educacional

que atende a educandos-trabalhadores, tem como finalidade e objetivos o

compromisso com a formação humana e com o acesso à cultura geral, de modo a

que os educandos venham a participar política e produtivamente das relações

sociais, com comportamento ético e compromisso político, através do

desenvolvimento da autonomia intelectual e moral.

Tendo em vista este papel, a educação deve voltar-se para uma formação na

qual os educandos-trabalhadores possam: aprender permanentemente, refletir

criticamente; agir com responsabilidade individual e coletiva; participar do trabalho e

da vida coletiva; comportar-se de forma solidária; acompanhar a dinamicidade das

mudanças sociais; enfrentar problemas novos construindo soluções originais com

agilidade e rapidez, a partir da utilização metodologicamente adequada de

conhecimentos científicos, tecnológicos e sócios históricos. (KUENZER, 2000, p. 40)

Sendo assim, para a concretização de uma prática administrativa e

pedagógica verdadeiramente voltada à formação humana, é necessário que o

processo ensino-aprendizagem, na Educação de Jovens e Adultos seja coerente

com:

a) o seu papel na socialização dos sujeitos, agregando elementos e valores

que os levem à emancipação e à afirmação de sua identidade cultural;

b) o exercício de uma cidadania democrática, reflexo de um processo

cognitivo, crítico e emancipatório, com base em valores como respeito mútuo,

solidariedade e justiça;

c) os três eixos articuladores do trabalho pedagógico com jovens, adultos e

idosos – cultura, trabalho e tempo;

Segundo as Diretrizes Curriculares Estaduais de EJA, as relações entre

cultura, conhecimento e currículo, oportunizam uma proposta pedagógica pensada e

estabelecida a partir de reflexões sobre a diversidade cultural, tornando-a mais

próxima da realidade e garantindo sua função socializadora – promotora do acesso

ao conhecimento capaz de ampliar o universo cultural do educando – e, sua função

antropológica - que considera e valoriza a produção humana ao longo da história.

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A compreensão de que o educando da EJA relaciona-se com o mundo do

trabalho e que através deste busca melhorar a sua qualidade de vida e ter acesso

aos bens produzidos pelo homem, significa contemplar, na organização curricular,

as reflexões sobre a função do trabalho na vida humana. É inerente a organização

pedagógico-curricular da EJA, a valorização dos diferentes tempos necessários à

aprendizagem dos educandos de EJA, considerando os saberes adquiridos na

informalidade das suas vivências e do mundo do trabalho, face à diversidade de

suas características. E ainda, conforme as Diretrizes Curriculares Estaduais de

Educação de Jovens e Adultos no Estado do Paraná:

I - A EJA deve constituir-se de uma estrutura flexível, pois há um tempo

diferenciado de aprendizagem e não um tempo único para todos os educandos, bem

como os mesmos possuem diferentes possibilidades e condições de reinserção nos

processos educativos formais;

II - O tempo que o educando jovem, adulto e idoso permanecerá no processo

educativo tem valor próprio e significativo, assim sendo à escola cabe superar um

ensino de caráter enciclopédico, centrado mais na quantidade de informações do

que na relação qualitativa com o conhecimento;

III - Os conteúdos específicos de cada disciplina deverão estar articulados à

realidade, considerando sua dimensão sócia histórica, vinculada ao mundo do

trabalho, à ciência, às novas tecnologias, dentre outros;

IV- A escola é um dos espaços em que os educandos desenvolvem a

capacidade de pensar, ler, interpretar e reinventar o seu mundo, por meio da

atividade reflexiva. A ação da escola será de mediação entre o educando e os

saberes, de forma a que o mesmo assimile estes conhecimentos como instrumentos

de transformação de sua realidade social;

V- O currículo na EJA não deve ser entendido, como na pedagogia

tradicional, que fragmenta o processo de conhecimento e o hierarquiza nas matérias

escolares, mas sim, como uma forma de organização abrangente, na qual os

conteúdos culturais relevantes, estão articulados à realidade na qual o educando se

encontra, viabilizando um processo integrador dos diferentes saberes, a partir da

contribuição das diferentes áreas/disciplinas do conhecimento.

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Por isso, a presente proposta e o currículo dela constante incluirá o

desenvolvimento de conteúdos e formas de tratamento metodológico que busquem

chegar às finalidades da educação de jovens e adultos, a saber:

I - Traduzir a compreensão de que jovens e adultos não são atrasados em

seu processo de formação, mas são sujeitos sócio-histórico-culturais, com

conhecimentos e experiências acumuladas, com tempo próprio de formação e

aprendizagem;

II - Contribuir para a ressignificação da concepção de mundo e dos próprios

educandos;

III - O processo educativo deve trabalhar no sentido de ser síntese entre a

objetividade das relações sociais e a subjetividade, de modo que as diferentes

linguagens desenvolvam o raciocínio lógico e a capacidade de utilizar

conhecimentos científicos, tecnológicos e sócios históricos;

IV - Possibilitar trajetórias de aprendizado individuais com base na referência,

nos interesses do educando e nos conteúdos necessários ao exercício da cidadania

e do trabalho;

V - Fornecer subsídios para que os educandos tornem-se ativos, criativos,

críticos e democráticos;

Em síntese, o atendimento a escolarização de jovens, adultos e idosos, não

se refere exclusivamente a uma característica etária, mas a articulação desta

modalidade com a diversidade sociocultural de seu público, composta, dentre outros,

por populações do campo, em privação de liberdade, com necessidades educativas

especiais, indígenas, que demandam uma proposta pedagógica-curricular que

considere o tempo/espaço e a cultura desses grupos.

3 - INDICAÇÃO DA FASE DE ESTUDOS

Propõe-se a oferta do curso de Educação de Jovens e Adultos no nível do

Ensino Fundamental (Fase I e Fase II) e do Ensino Médio a jovens, adultos e idosos

que não tiveram o acesso ou continuidade em seus estudos.

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4 - MATRIZ CURRICULAR

4.1 Ensino Fundamental – Fase I

MATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARA

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

ENSINO FUNDAMENTAL – FASE I

ESTABELECIMENTO: CEEBJA Valdir Fernandes

ENTIDADE MANTENEDORA: Governo do Estado do Paraná

MUNICÍPIO: Guaíra NRE: Toledo

ANO DE IMPLANTAÇÃO: 1º Sem/2009 FORMA: Simultânea

CARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: 1440 H/A ou 1200 HORAS

ÁREAS DO CONHECIMENTO Total de

Horas

Total de

horas/aula

LÍNGUA PORTUGUESA

1200 1440

MATEMÁTICA

ESTUDOS da SOCIEDADE e da

NATUREZA

TOTAL

1200 1440

Total de Carga Horária do Curso 1200 horas ou 1440 h/a

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4.2 Ensino Fundamental – Fase II

MATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARA

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

ENSINO FUNDAMENTAL – FASE II

ESTABELECIMENTO: CEEBJA Valdir Fernandes

ENTIDADE MANTENEDORA: Governo do Estado do Paraná

MUNICÍPIO: Guaíra NRE: Toledo

ANO DE IMPLANTAÇÃO: 1º Sem/2011 FORMA: Simultânea

CARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: 1600/1610 H/A ou 1920/1932 HORAS

DISCIPLINAS Total de

Horas

Total de

horas/aula

LÍNGUA PORTUGUESA 280 336

ARTE 94 112

LEM - INGLÊS 213 256

EDUCAÇÃO FÍSICA 94 112

MATEMÁTICA 280 336

CIÊNCIAS NATURAIS 213 256

HISTÓRIA 213 256

GEOGRAFIA 213 256

ENSINO RELIGIOSO* 10 12

TOTAL

1600/1610 1920/1932

*DISCIPLINA DE OFERTA OBRIGATÓRIA PELO ESTABELECIMENTO DE ENSINO E DE MATRÍCULA

FACULTATIVA PARA O EDUCANDO.

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4.3 Ensino Médio

MATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS - ENSINO MÉDIO

ESTABELECIMENTO: CEEBJA Valdir Fernandes

ENTIDADE MANTENEDORA: Governo do Estado do Paraná

MUNICÍPIO: Guaíra NRE: Toledo

ANO DE IMPLANTAÇÃO: 1º Sem/2010 FORMA: Simultânea

CARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: 1440/1568 H/A ou 1200/1306 HORAS

DISCIPLINAS Total de Horas Total de horas/aula

LÍNGUA Portuguesa 174 208

LEM – Inglês 106 128

Arte 54 64

FILOSOFIA 54 64

SOCIOLOGIA 54 64

Educação Física 54 64

Matemática 174 208

Química 106 128

Física 106 128

Biologia 106 128

História 106 128

Geografia 106 128

Língua Espanhola * 106 128

TOTAL 1200/1306 1440/1568

* LÍNGUA ESPANHOLA, DISCIPLINA DE OFERTA OBRIGATÓRIA E DE MATRÍCULA FACULTATIVA

PARA O EDUCANDO.

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5 - CONCEPÇÃO, CONTEÚDOS E SEUS RESPECTIVOS ENCAMINHAMENTOS

METODOLÓGICOS.

“A investigação dos temas geradores ou da temática significativa do povo, tendo como objetivo fundamental a captação dos seus temas básicos, só a partir de cujo conhecimento é possível a organização do conteúdo programático para qualquer ação com ele, se instaura como ponto de partida do processo da ação, como síntese cultural.” (FREIRE, 2005. p. 209. Grifos nossos)

A Concepção, Conteúdos e Encaminhamentos Metodológicos, a seguir

apresentados, foram organizados em regime de colaboração coletiva, envolvendo os

professores da rede pública estadual das diversas áreas do conhecimento, nos

cursos de formação continuada promovidas pela Secretaria de Estado da Educação

do Paraná.

A concepção proposta para as ações pedagógicas desenvolvidas na Fase I

do Ensino Fundamental é a dialógica, reflexiva e crítica, voltada para questões

sociais, culturais, políticas, dentre outras, compreendendo o educando como sujeito

que participa e interfere na construção histórica da sociedade em que vive.

5.1. Ensino Fundamental – Fase I

ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS

Reconhecendo a especificidade desse nível de ensino, o perfil do educando,

a diversidade cultural destes sujeitos e suas experiências socialmente construídas, o

trabalho pedagógico é efetivado, considerando a participação coletiva do educando

e do educador e ainda, a relevância e a possibilidade de articulação das questões

locais e universais de forma interdisciplinar.

A partir da definição de temáticas, articuladas aos conteúdos a seguir

relacionados, as práticas pedagógicas devem privilegiar estratégias que contemplem

as diferentes linguagens verbal ou alfabética e não verbal icnográfica (leitura de

imagens, desenhos, filmes, outdoors) e cinética (sonora, olfativa, tátil, visual e

gustativa), para que o educando reconheça as diferentes formas de falar, escrever e

interpretar, bem como os efeitos dessas linguagens.

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A problematização dos temas possibilita ao educando a aprendizagem de

novos conhecimentos, por meio da articulação entre os saberes e experiências por

ele acumulados e os saberes científicos, utilizando as várias linguagens textuais e

situações-problema como mediadores do processo de construção individual e

coletiva de conhecimento. Essa possibilidade de diálogo entre educador e educando

poderá revelar o conhecimento prévio que possuem sobre o assunto.

Outros fatores, tais como: fonte, interlocutor, data, local, suporte de texto,

contexto histórico, autor, entre outros, contribuem para a contextualização da

temática definida. Esses elementos também contribuem para localizar informações

explícitas, implícitas e para que o educando possa estabelecer relação com outros

textos a partir da leitura alfabética. Esta deve destacar elementos da construção dos

gêneros de apresentação do texto verbal. Isso compreende o discurso histórico,

político, econômico, filosófico, científico, senso comum, entre outros, que

possibilitem a compreensão dos diversos pontos de vista para que o educando

possa posicionar-se diante das diferentes situações do cotidiano. Além disso, a

pesquisa orientada poderá favorecer outras possibilidades de compreensão da

temática em estudo.

A reflexão sobre as temáticas permite a abordagem dos conteúdos e

articulação entre os eixos de cada disciplina garantindo, dessa forma, a

interdisciplinaridade. Nesse sentido, a prática pedagógica deve facilitar a integração

entre os diferentes saberes.

As atividades desenvolvidas a partir da leitura e análise de cada área do

conhecimento devem culminar com uma produção oral ou escrita que revele o

posicionamento a respeito do assunto, bem como o nível de aprendizagem do

educando.

O texto verbal ou não verbal produzido pelo educando, indica os conteúdos

apreendidos ou não no processo ensino-aprendizagem e que permitem o

redirecionamento do trabalho pedagógico e ainda subsidiam a avaliação.

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AVALIAÇÃO

A avaliação deverá se constituir num processo contínuo, diagnóstico,

dialético, devendo ser tratada como parte integrante do processo ensino-

aprendizagem e está diretamente relacionada ao encaminhamento metodológico

adotado. Portanto, os critérios de avaliação precisam ser claros e conhecidos pelos

educandos.

Toda produção, verbal ou não-verbal, será avaliada servindo para orientar a

prática pedagógica do educador, bem como possibilitar ao educando rever sua

forma de estudar. Nesse processo, o erro assume um caráter mediador, permitindo

ao educando e ao educador redirecionar a prática pedagógica.

Cabe ressaltar que, na Fase I as disciplinas de Educação Física e Arte serão

trabalhadas dentro da área de Língua Portuguesa e a disciplina de Ensino Religioso

e os conteúdos de História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena e História do Paraná

serão trabalhados dentro da Área de Estudos da Sociedade e da Natureza.

CONTEÚDOS – LÍNGUA PORTUGUESA

VARIEDADES LINGUÍSTICAS

Norma culta, dialetos, gírias, regionalismos, outras formas de registros.

Funções da linguagem.

Linguagem verbal e não-verbal.

GÊNEROS TEXTUAIS OU DISCURSIVOS

Elementos da construção dos diferentes gêneros discursivos e tipos de textos

(informativo, instrucional, poético, narrativo, carta, bilhete, sinopse, etc.).

Análise do discurso: linguagem, aspecto formal, finalidade, estilo, ideologia,

posição do autor, contexto histórico, social, econômico, político, entre outros.

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Elementos coesivos e coerência textual: unidade temática, elementos lógico-

discursivos, organização dos parágrafos, contexto discursivo, interlocutor, ideia

central, sequência lógica, progressão, retomada dos elementos coesivos, título

como elemento coesivo entre outros.

Recursos visuais, sonoros, gráficos, etc.

Relações referenciais: elipse, repetição, sinais de pontuação.

Aspectos formais do texto: acentuação, pontuação, ortografia, paragrafação,

título, legibilidade, aceitabilidade, entre outros.

Ambiguidade como recurso de construção do texto.

Ambiguidade como problema de construção do texto.

Informações explícitas, implícitas e intertextualidade.

Relações entre imagem e texto.

ELEMENTOS GRAMATICAIS NA CONSTRUÇÃO DO TEXTO

Pontuação e seus efeitos de sentido na construção do texto: vírgula, ponto-e-

vírgula, ponto final, ponto de interrogação, exclamação, dois pontos, aspas,

parênteses, travessão, reticências, entre outros.

Identificação da sílaba tônica e acentuação.

Identificação das classes de palavras no texto, reconhecendo sua função na

construção de sentidos: substantivo, adjetivo, verbo, preposição, conjunção,

artigo, numeral, pronome, advérbio e interjeição.

Sujeito e predicado na construção do texto.

Aposto e vocativo na construção do texto.

Concordância verbal e nominal na construção do texto.

CONTEÚDOS – MATEMÁTICA

NÚMEROS E OPERAÇÕES

Construção do conceito de número: classificação e seriação.

Conjuntos numéricos: abordagem histórica.

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Números naturais, Inteiros, Racionais.

Números racionais (relação entre fracionários e decimais).

Algoritmos e operações.

Cálculo Mental e Estimativo.

Traduzir informações contidas em tabelas e gráficos.

GEOMETRIA

Conceitos de: direção e sentido; ângulo; paralelismo e perpendicularismo.

Figuras geométricas espaciais: cubo, paralelepípedo, prisma reto, pirâmide,

cilindro, esfera e cone.

Figuras geométricas planas: quadriláteros, triângulos, círculos e polígonos

regulares.

Relações entre figuras espaciais e planas.

Simetria.

MEDIDAS

Tempo: calendário, relógio e relações com o sistema de numeração decimal, uso

das medidas de tempo e conversões.

Temperatura Corporal e Climática.

Sistema Monetário. Conversões e relação entre as principais moedas: real, dólar,

euro, pesquisa de mercado.

Medidas de comprimento, superfície, capacidade, volume, massa.

Perímetro e área de figuras planas.

Porcentagem.

CONTEÚDOS – CIÊNCIAS DA SOCIEDADE E DA NATUREZA

IDENTIDADE CULTURAL

O educando e seu espaço de vivência.

História pessoal.

A escola.

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CEEBJA

A comunidade.

Festividades e manifestações culturais.

Patrimônio cultural e memória.

ORGANIZAÇÃO SOCIAL

Serviços públicos.

Órgãos de administração pública.

Movimentos sociais.

CULTURA E DIVERSIDADE CULTURAL

Caráter dinâmico da cultura.

Formação da sociedade brasileira.

Diversidade cultural brasileira.

OS ESPAÇOS DA PRODUÇÃO: CAMPO E CIDADE

O espaço agrícola.

O processo industrial.

Industrialização no Paraná.

Transporte, comunicação e consumo.

Movimentos sociais no campo.

Tecnologia no campo e na cidade.

RELAÇÕES DE TRABALHO

Trabalho escravo no passado e na atualidade.

Relações de trabalho no campo e na cidade.

Desemprego.

Trabalho informal.

ORGANIZAÇÃO SÓCIO ESPACIAL BRASILEIRA

Formação do estado nacional.

O território brasileiro.

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Organização político administrativa.

Os três poderes.

Ocupação e formação do espaço paranaense.

Movimentos migratórios.

Desigualdade econômica no Brasil.

CIDADANIA E PARTICIPAÇÃO

Cidadania e trabalho.

Direitos civis, políticos e sociais.

Legislação trabalhista (CLT).

Estatuto da criança e do adolescente.

Estatuto do Idoso.

Movimentos e organizações populares (Conselhos, Associações de

Moradores, Sindicatos e outros).

QUESTÕES AMBIENTAIS NO CAMPO E NA CIDADE

Degradação ambiental.

Poluição.

Questão da água.

Preservação ambiental.

Solo.

Problema do lixo.

O SER HUMANO, CONSTITUIÇÃO, SAÚDE E QUALIDADE.

O corpo humano.

Reprodução

Alimentação e saúde.

Qualidade de vida.

ECOSSISTEMA

Planeta Terra – movimentos consequências.

O sol como fonte de energia.

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Relações dos seres vivos com o ecossistema.

Ciclos naturais.

Cadeia alimentar e fotossíntese.

NOÇÕES DE CARTOGRAFIA

Leitura de mapas.

Escala.

Localização e orientação espacial.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARANTES, A. A. O que é cultura popular. São Paulo: Brasiliense, 1983. ARGAN, G. C. Arte e crítica de arte. Lisboa: Estampa, 1988. ARNHEIM, R. Intuição e intelecto na arte. São Paulo: Martins Fontes, 1989. BARBOSA, A. M. e SALES, H. M. (orgs.). O ensino da arte e sua história. São Paulo: MAC/USP, 1990. BASTIDE, R. Arte e sociedade. São Paulo: Nacional, 1979. BENJAMIN, W. A obra de arte na época de sua reprodutibilidade técnica. In: COSTA LIMA, L. (org.). Teoria da cultura de massa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982. BOSI, A. Reflexões sobre a arte. São Paulo: Ática, 1985. BRONOWSKI, J. Arte e conhecimento: ver, imaginar, criar. São Paulo: Martins Fontes, 1983. CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização e lingüística: SP Scipione, 1997. CALABRESE, O. A linguagem da arte. Rio de Janeiro: Globo, 1987. Coletivo de Autores. Metodologia do Ensino de Educação Física. São Paulo. Cortez. 1992. FARACO, C.A. Escrita e alfabetização. Sp: Ática,1994 FREIRE, João Batista; Scaglia, Alcides José. Educação como prática corporal. São Paulo. Scipione. 2004. FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983. FUSARI, M. F. R e FERRAZ, M. H. C. T. Arte na educação escolar. São Paulo: Cortez, 1992.

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CEEBJA GOMBRICH, E. H. Norma e forma. São Paulo: Martins Fontes, 1990. LEMLE, Miriam. Guia teórico do alfabetizador. São Paulo: Ática, 1995. MASSINI, . CAGLIARI, O. Fala e escrita: problemas de coerência e coesão em textos de alfabetizandos. Porto Alegre, Kuarup/PUCRS,1992. MATTOS, Mauro Gomes; NEIRA, Marcos Garcia. Educação Física na Adolescência: construindo o conhecimento na escola. São Paulo. Phorte Ed. Ltda. 2000. MOLES, A. Arte e computador. Porto: Edições Afrontamento, 1990. READ, H. Educação pela arte. São Paulo: Martins Fontes, 1977. SILVA, Maria Alice Souza. Construindo a leitura e as escrita. São Paulo: Ática, 1995. SOARES, Magda. Linguagem e escola: uma perspectiva social. SP: ÁTICA, 1986. TEBEROSKY, A. Aprendendo a escrever. São Paulo: Ática, 1994. ZUNTHOR, P. A letra e a voz. São Paulo: Companhia das Letras, 1993. Coletivo de Autores. Metodologia do Ensino de Educação Física. São Paulo. Ed. Cortez. 1992

5.2. Ensino Fundamental – Fase II e Ensino Médio

DISCIPLINA DE LÍNGUA PORTUGUESA

CONCEPÇÃO DO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA

Considerando-se as indicações das Diretrizes Curriculares Estaduais da

Educação de Jovens e Adultos que propõem o compromisso com a formação

humana e com o acesso à cultura geral, bem como o respeito à diversidade cultural,

à inclusão e ao perfil do educando, o estudo da linguagem na organização da

proposta pedagógica do ensino de Língua Portuguesa está pautado na concepção

sociointeracionista, a qual dá ênfase ao uso social dos diferentes gêneros textuais.

Nesse sentido, a escola está sendo entendida como um espaço onde se

produz o conhecimento e tem por objetivo propiciar uma formação intelectual,

cognitiva e política, por meio de pesquisas, leituras, estudos que favoreçam o

respeito aos diferentes falares e aos saberes próprios da cultura do educando,

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preparando-o para produção de seu próprio texto, oral ou escrito, adequado às

exigências dos diversos contextos sociais.

O trabalho pedagógico proposto para as práticas de linguagem está

fundamentado nos pressupostos teóricos de alguns estudiosos que entendem a

linguagem como interação.

VYGOTSKY (1989) dedicou-se a estudos sobre a origem cultural das

funções superiores do ser humano, isto é, o funcionamento psicológico, a partir da

interação social e da relação linguagem-pensamento. Por isso, propõe que se

estudem as mudanças ocorridas no desenvolvimento mental, inserindo o indivíduo

num determinado contexto cultural, a partir da interação com os membros de seu

grupo e de suas práticas sociais. Para esse autor, a cultura é uma espécie de palco

de negociações. Seus membros estão em movimentação constante de recriação e

reinterpretação de informações, conceitos e significados.

Nessa mesma direção, BAKHTIN (2003), afirma que os seres humanos

apreendem a realidade e a constroem na medida em que se relacionam com o

outro, atribuindo assim, sentido ao seu próprio viver, permeado pelo exercício efetivo

da linguagem. Esse autor propõe o confronto dos diversos discursos a partir de

temáticas do cotidiano, com ênfase na polifonia, dialogismo e polissemia. O primeiro

constitui as diversas vozes do discurso oral e escrito; o segundo consiste na

interação do “eu” com o “outro”; por último, a polissemia, que compreende os

diferentes significados da palavra, de acordo com a vivência sociocultural de cada

sujeito.

As idéias de BAKHTIN e FREIRE (2004), convergem no sentido de que a

prática pedagógica deve se dar numa relação dialógica, entre os sujeitos envolvidos

no processo ensino-aprendizagem. Para FREIRE, a relação pedagógica consiste no

diálogo entre educador e educando, como sujeitos mediatizados pelo mundo.

As propostas teóricas dos autores citados valorizam o processo interativo

como espaço de construção dos sentidos do texto, confrontando situações a partir

do contexto histórico, político, filosófico, social, entre outros.

Nessa perspectiva, GERALDI (2001, p. 41), identifica historicamente três

concepções de linguagem: como expressão do pensamento, destacada nos estudos

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tradicionais; como instrumento de comunicação; como uma forma de interação

humana.

A linguagem como interação propõe estudar as relações que se

constituem entre os sujeitos no momento em que falam, e não simplesmente

estabelecer classificações e dominar os tipos de sentenças. Portanto, o objeto de

estudo da língua deve ser o texto oral e escrito produzido nas diversas situações de

interação social.

A partir desses pressupostos, Val (1993, p.3), estabelece como

propriedades do texto, a unidade sócio-comunicativa – interação social e a unidade

semântica – em que a coerência é o fator responsável pela unidade formal e

material, ou seja, “pode-se definir texto ou discurso como ocorrência lingüística

falada ou escrita, de qualquer extensão, dotada de unidade sócio-comunicativa,

semântica ou formal”.

Essa autora afirma que, para o texto ser compreendido, precisa ser

avaliado sob três aspectos: o pragmático, que se pontua em situação informal e

comunicativa; o semântico, que depende da coerência; e o formal, que diz respeito

à coesão.

Ainda de acordo com a autora, “a textualidade é o conjunto de

características que fazem com que um texto seja um texto, e não apenas uma

seqüência de frases” (VAL, 1993, p.5). Embasada em Beaugrande e Dressler, VAL

relaciona sete fatores responsáveis pela textualidade de um discurso qualquer:

coerência, coesão, intencionalidade, aceitabilidade, situacionalidade, informatividade

e intertextualidade.

Portanto, pode-se afirmar que o texto, em suas diferentes formas de

apresentação ou gêneros, se constrói no aspecto sócio-comunicativo por meio dos

fatores pragmáticos funcionais, em constante interação entre os sujeitos.

Os gêneros, segundo BAKHTIN (1997, p.179),são caracterizados pelo

conteúdo temático, pelo estilo e pela construção composicional, que numa esfera de

utilização apresentam tipos relativamente estáveis de enunciados, tais como o

conto, o relato, o texto de opinião, a entrevista, o artigo, o resumo, a receita, a conta

de luz, os manuais, entre outros. A escolha do gênero depende do contexto imediato

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e, consequentemente, da finalidade a que se destina, dos destinatários e do

conteúdo.

O trabalho com a diversidade de gêneros textuais possibilita o confronto

de diferentes discursos sobre a mesma temática e ainda, permite uma metodologia

“interdisciplinar com atenção especial para o funcionamento da língua e para as

atividades culturais e sociais” (MARCUSCHI, 2005, p.18). Além disso, contribui para

que o educando perceba a organização e os elementos de construção dos

diferentes gêneros ou tipos textuais para que o educando possa reconhecer a

finalidade, as características e produzir textos, seja do tipo narrativo, descritivo,

argumentativo ou expositivo, entre outros.

A enunciação é dotada de tema e significação. O tema dá sentido na

realização da enunciação, uma vez que ele é determinado não só pelas formas

linguísticas, mas também pelos elementos não verbais da situação. Segundo

Bakhtin (1986, p. 132),“ toda palavra usada na fala real possui não apenas tema e

significação no sentido objetivo, de conteúdo, desses termos, mas também um

acento de valor ou apreciativo, isto é, quando um conteúdo objetivo é expresso (dito

ou escrito) pela fala viva, ele é sempre acompanhado por um acento apreciativo

determinado. Sem acento apreciativo não há palavra”.

O tema e a significação indicam as particularidades de estilo e

composição do enunciado, esclarecendo a que gênero pertence o texto, se é

composto por um ou por diferentes tipos de discurso, considerando um acento de

valor, ou seja, “convém discernir igualmente o grau de firmeza ideológica, o grau de

autoritarismo e de dogmatismo que acompanha a apreensão do discurso” Bakhtin

(1986, p.149). Nesse enfoque há que se considerar o contexto de produção e o

conteúdo temático que o sujeito utiliza para produzir um texto, envolvendo os três

mundos distintos, interiorizados por ele: o mundo físico, o mundo social e o mundo

subjetivo, Assim, o contexto de produção ou a situação comunicativa exercem

influências na forma como um texto se apresenta.

Ler um texto, nessa perspectiva, significa perceber o contexto histórico,

social, econômico, filosófico e político em que ele se insere, assim como a ideologia,

a finalidade do texto, a posição do autor e o possível interlocutor, dentre outros

elementos tais como a escolha pela linguagem utilizada, os elementos gramaticais e

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seus efeitos na construção do texto nos diferentes gêneros textuais nos momentos

de reflexão sobre a língua.

ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS

A concepção assumida em Língua Portuguesa pressupõe ações pedagógicas

pautadas na construção do conhecimento de forma crítica, reflexiva, engajada na

realidade, de modo a privilegiar a relação teoria-prática, na busca da apreensão das

diferentes formas de apresentação do saber. Nesse sentido, a organização do

planejamento pedagógico pressupõe a reflexão sobre a linguagem a partir de

temáticas que exploram os diferentes gêneros discursivos e tipos de textos, com o

objetivo de analisar as práticas de linguagem, ou seja, leitura, análise lingüística e

produção textual.

A prática de leitura pressupõe a análise de diferentes linguagens, seja na

forma verbal ou não verbal: iconográfica (imagens, desenhos, filmes, charges,

outdoors, entre outros), cinética (sonora, olfativa, tátil, visual e gustativa) e

alfabética, nos diferentes níveis.

Os diferentes níveis de leitura constituem-se num meio para identificar, nos

diversos gêneros, os elementos de construção do texto, localizar as informações

explícitas, subentender as implícitas, fazer ligação entre o conhecimento do

educando e o texto, bem como estabelecer relações intertextuais.

Os gêneros textuais apresentados aos educandos precisam contemplar as

possíveis situações de uso social da linguagem nas atividades propostas, tendo por

objetivo identificar a finalidade do texto, a posição assumida pelo autor, o contexto

social, político, histórico, econômico, filosófico, entre outros, com destaque para as

variedades lingüísticas, os mecanismos gramaticais e os lexicais na construção do

texto.

Nesse contexto, salienta-se a importância de apreender os dados sobre o

autor (biografia), a fonte referencial (data, local, suporte de texto), além do

interlocutor a quem se destina o texto.

Os mecanismos gramaticais e lexicais não são estudados de forma

descontextualizada ou com a intenção da apropriação da metalinguagem, mas a

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partir do texto para que o educando possa reconhecê-los como elementos de

construção textual dos gêneros estilísticos e do cotidiano, uma vez que o objetivo do

ensino da língua é orientar para o uso social da linguagem, de acordo com a norma

padrão.

Para isso, faz-se necessária a prática orientada da produção oral e escrita de

textos dos diferentes gêneros do discurso. O desenvolvimento dessa prática é

importante porque o texto do educando revela, além do conhecimento de mundo, os

conteúdos aprendidos e os que devem ser priorizados no planejamento do

educador.

Para a seleção de conteúdos essenciais do Ensino Fundamental e Médio,

bem como para as práticas de linguagem, foram utilizados os seguintes critérios: o

perfil do educando da EJA; a diversidade cultural; a experiência social construída

historicamente e os conteúdos significativos a partir de atividades que facilitem a

integração entre os diferentes saberes. Vale ressaltar que o uso das Tecnologias

Digitais Comunicação (TDIC) permeará os conteúdos durante a carga horaria da

disciplina em questão. É importante também destacar que embora os conteúdos

sejam os mesmos para os dois níveis de ensino, o que difere é o grau de

complexidade dos textos apresentados para a reflexão sobre a linguagem.

No intuito de contemplar a Lei 11.645/08 referente à História e cultura afro-

brasileira, africana e indígena, serão trabalhados conteúdos de acordo com a

especificidade da disciplina, bem como a influência dessas culturas na formação de

nossa sociedade.

DISCIPLINA DE LÍNGUA PORTUGUESA

ENSINO FUNDAMENTAL - FASE II

CONTEÚDO ESTRUTURANTE

1 - DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL (*)

CONTEÚDOS BÁSICOS

GÊNEROS DISCURSIVOS

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Para o trabalho das práticas de leitura, escrita, oralidade e análise linguística serão

adotadas como conteúdos básicos os gêneros discursivos conforme suas esferas

sociais de circulação. Caberá ao professor fazer a seleção de gêneros, nas

diferentes esferas, de acordo com o Projeto Político Pedagógico, com a Proposta

Pedagógica Curricular, com o Plano Trabalho Docente, ou seja, em conformidade

com as características da escola e com o nível de complexidade adequado.

LEITURA

• Tema do texto;

• Interlocutor;

• Finalidade;

• Finalidade do texto;

• Argumentos do texto;

• Discurso direto e indireto;

• Elementos composicionais do gênero;

• Léxico;

• Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,

pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito), figuras de

linguagem.

• Ambiguidade;

• Contexto de produção;

• Repetição proposital de palavras;

• Intertextualidade;

• Informações explícitas e implícitas;

• Conteúdo temático;

• Intencionalidade do texto;

• Vozes sociais presentes no texto;

• Relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto;

• Semântica:

• Operadores argumentativos;

• Sentido figurado

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• Expressões que denotam ironia e humor no texto.

• Discurso ideológico presente no texto;;

• Partículas conectivas do texto;

• Progressão referencial no texto;

• Polissemia;

ESCRITA

• Ambiguidade;

• expressões que denotam ironia e humor no texto.

• modalizadores;

• operadores argumentativos;

• polissemia.

• sentido figurado;

• significado das palavras;

• Acentuação gráfica;

• Argumentatividade;

• Concordância verbal e nominal;

• Conteúdo temático;

• Contexto de produção;

• Discurso direto e indireto;

• Divisão do texto em parágrafos;

• Elementos composicionais do gênero;

• Finalidade do texto;

• Informatividade;

• Intencionalidade do texto;

• Interlocutor;

• Intertextualidade;

• Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,

pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito), figuras de

linguagem;

• Ortografia;

• Partículas conectivas do texto;

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CEEBJA

• Processo de formação de palavras;

• Progressão referencial no texto;

• Relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto;

• Semântica:

• Sintaxe de concordância;

• Sintaxe de regência;

• Vícios de linguagem;

• Vozes sociais presentes no texto;

• Contexto de produção;

• Papel sintático e estilístico dos pronomes na organização, retomadas e

sequenciação do texto;

ORALIDADE

• Tema do texto;

• Finalidade;

• Argumentos;

• Papel do locutor e interlocutor;

• Elementos extralinguísticos: entonação, expressões facial, corporal e gestual,

pausas;

• Adequação da fala ao contexto (uso de conectivos, gírias, repetições, etc.);

• Adequação do discurso ao gênero;

• Turnos de fala;

• Variações linguísticas (lexicais, semânticas, prosódicas, entre outras);

• Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição, conectivos, recursos

semânticos;

• Semântica;

• Conteúdo temático;

• Elementos semânticos;

• Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito.

ANÁLISE LINGUÍSTICA perpassando as práticas de leitura, escrita e oralidade:

Coesão e coerência do texto lido ou produzido pelo aluno

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CEEBJA

Expressividade dos substantivos e sua função referencial no texto

Função do adjetivo, advérbio, pronome, artigo e de outras categorias como

elementos do texto

A pontuação e seus efeitos de sentido no texto

Recursos gráficos: aspas, travessão, negrito, hífen, itálico,

Acentuação gráfica

Processo de formação de palavras

Algumas figuras de pensamento (prosopopeia, ironia, hipérbole,

eufemismo,antítese)

Procedimentos de concordância verbal e nominal

Particularidades de grafia de algumas palavras

Discurso direto, indireto e indireto livre na manifestação das vozes que falam

no texto

Valor sintático e estilístico dos modos e tempos verbais

A representação do sujeito no texto

(expressivo/elíptico;determinado/indeterminado; ativo/passivo)

Neologismo

Linguagem digital

Semântica

Semelhanças e diferenças entre o discurso escrito e oral

Conotação e denotação

A função das conjunções na conexão de sentido do texto

Progressão referencial (locuções adjetivas, pronomes, substantivos...)

Figuras de linguagem

A elipse na seqüência do texto

Estrangeirismos, neologismos, gírias

As irregularidades e regularidades da conjugação verbal

A função do advérbio: modificador e circunstanciador

Complementação do verbo e de outras palavras

Vícios de linguagem

Operadores argumentativos e os efeitos de sentido

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Expressões modalizadoras (que revelam a posição do falante em relação ao

que diz, como: felizmente, comovedoramente...)

ENSINO MÉDIO

CONTEÚDO ESTRUTURANTE

DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL (*)

CONTEÚDOS BÁSICOS

LEITURA

• Conteúdo temático;

• Interlocutor;

• Finalidade do texto;

• Intencionalidade;

• Argumentos do texto;

• Contexto de produção;

• Intertextualidade;

• Vozes sociais presentes no texto;

• Discurso ideológico presente no texto;

• Elementos composicionais do gênero;

• Contexto de produção da obra literária;

• Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,

pontuação, recursos gráficos como aspas, travessão, negrito;

• Progressão referencial;

• Partículas conectivas do texto;

• Relação de causa e consequência entre partes e elementos do texto;

• Semântica:

- operadores argumentativos;

- modalizadores;

- figuras de linguagem.

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CEEBJA

ESCRITA

• Conteúdo temático;

• Interlocutor;

• Finalidade do texto;

• Intencionalidade;

• Informatividade;

• Contexto de produção;

• Intertextualidade;

• Referência textual;

• Vozes sociais presentes no texto;

• Ideologia presente no texto;

• Elementos composicionais do gênero;

• Progressão referencial;

• Relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto;

• Semântica:

- operadores argumentativos;

- modalizadores;

- figuras de linguagem;

• Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,

conectores, pontuação, recursos gráficos como aspas, travessão, negrito, etc.;

• Vícios de linguagem;

• Sintaxe de concordância;

• Sintaxe de regência.

ORALIDADE

• Conteúdo temático;

• Finalidade;

• Intencionalidade;

• Argumentos;

• Papel do locutor e interlocutor;

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CEEBJA

• Elementos extralinguísticos: entonação, expressões facial, corporal e gestual,

pausas ...;

• Adequação do discurso ao gênero;

• Turnos de fala;

• Variações linguísticas (lexicais, semânticas, prosódicas, entre outras);

• Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição;

• Elementos semânticos;

• Adequação da fala ao contexto (uso de conectivos, gírias, repetições, etc.);

• Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito

ANÁLISE LINGUÍSTICA:

Conotação e denotação

Figuras de pensamento e linguagem

Vícios de linguagem

Operadores argumentativos e os efeitos de sentido

Expressões modalizadoras (que revelam a posição do falante em relação ao

que diz, como: felizmente, comovedoramente...)

Semântica

Discurso direto, indireto e indireto livre na manifestação das vozes que falam

no texto

Expressividade dos substantivos e sua função referencial no texto

Progressão referencial no texto

Função do adjetivo, advérbio, pronome, artigo e de outras categorias como

elementos do texto

Função das conjunções e preposições na conexão das partes do texto

A pontuação e seus efeitos de sentido no texto

Recursos gráficos: aspas, travessão, negrito, hífen, itálico

Acentuação gráfica

Gírias, neologismos, estrangeirismos

Procedimentos de concordância verbal e nominal

Particularidade de grafia de algumas palavras

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AVALIAÇÃO

É imprescindível que a avaliação em Língua Portuguesa seja um processo de

aprendizagem contínuo e dê prioridade à qualidade e ao desempenho, com

prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao

longo do período.

A avaliação formativa considera que os alunos possuem ritmos e processos

de aprendizagem diferentes e, por ser contínua e diagnóstica, aponta dificuldades,

possibilitando que a intervenção pedagógica aconteça a todo tempo.

• Oralidade: será avaliada em função da adequação do discurso/texto aos diferentes

interlocutores e situações.

• Leitura: serão avaliadas as estratégias que os estudantes empregam para a

compreensão do texto lido, o sentido construído, as relações dialógicas entre textos,

relações de causa e consequência entre as partes do texto, o reconhecimento de

posicionamentos ideológicos no texto, a identificação dos efeitos de ironia e humor

em textos variados, a localização das informações tanto explícitas quanto implícitas,

o argumento principal, entre outros.

• Escrita: o texto do aluno é visto como uma fase do processo de produção, nunca

como produto final. O que determina a adequação do texto escrito são as

circunstâncias de sua produção e o resultado dessa ação. É a partir daí que o texto

escrito será avaliado nos seus aspectos discursivo-textuais, verificando: a

adequação à proposta e ao gênero solicitado, se a linguagem está de acordo com o

contexto exigido, a elaboração de argumentos consistentes, a coesão e coerência

textual, a organização dos parágrafos.

• Análise Linguística: é no texto – oral e escrito – que a língua se manifesta em todos

os seus aspectos discursivos, textuais e gramaticais. Por isso, nessa prática

pedagógica, os elementos linguísticos usados nos diferentes gêneros precisam ser

avaliados sob uma prática reflexiva e contextualizada que lhes possibilitem

compreender esses elementos no interior do texto.

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Com o uso da língua oral e escrita em práticas sociais, os alunos são

avaliados continuamente em termos desse uso, pois efetuam operações com a

linguagem e refletem sobre as diferentes possibilidades de uso da língua, o que lhes

permite o aperfeiçoamento linguístico constante, o letramento.

A avaliação precisa ser entendida como instrumento de compreensão do nível

de aprendizagem dos alunos em relação às práticas de linguagem: leitura, produção

de texto e análise lingüística, para que o educador possa reencaminhar seu

planejamento.

O processo avaliativo deve ser coerente com os objetivos propostos e com os

encaminhamentos metodológicos. Desse modo, a avaliação deve ser dialética, ou

seja, o educando confronta-se com o objeto do conhecimento, com participação

ativa, valorizando o fazer e o refletir. Sendo assim, o erro no processo ensino-

aprendizagem indica os conteúdos que devem ser retomados. Portanto, o trabalho

com as práticas de linguagem deve partir das necessidades dos educandos.

Para isso, é importante que o educador dê significado ao objeto do

conhecimento, lance desafios aos educandos, incentive os questionamentos e

exerça a função de mediador da aprendizagem, valorizando a interação.

REFERÊNCIAS

BAKHTIN, Mikhail (In: VOLOSHINOV, V.N). Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec, 1986. BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992. PARANÁ. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos no Estado do Paraná (versão preliminar), Curitiba, 2004. FARACO, Carlos Alberto; CASTRO, Gilberto de. Por uma teoria lingüística que

fundamente o ensino de língua materna (ou de como apenas um pouquinho de gramática

nem sempre é bom). In: Educar, n.15, Curitiba: UFPR, 1999.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática pedagógica educativa. 30. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2004. GERALDI, João Wanderlei (org.). O texto na sala de aula. São Paulo: Ática, 2001.

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CEEBJA HOFFMANN, Celso Almiro. Programa de Linguística Textual e Língua Portuguesa do Ensino Médio. Apostilamento de Material Pedagógico.Toledo, 2010. MARCUSCHI, Luiz antônio. Gêneros textuais: configuração, dinamicidade e circulação. In: KARWOSKI, Acir Mário; GAYDECKZKA, Beatriz; BRITO, Karim S. (Orgs.) Gêneros textuais: reflexões e ensino. União da vitória: Gráfica Kaygangue, 2005. SEED. Diretrizes Curriculares da Educação Básica de Língua Portuguesa, Curitiba, 2008. VAL, Maria da Graça Costa. Redação e textualidade. São Paulo: Martins Fontes, 1993. VYGOTSKI, L.S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1989. Curso Educação na Cultura Digital. Disponível em https://goo.g1/3hzeh D. Palfrey, Jhon. Nascidos na era digital: Entendendo a primeira geração de nativos digitais; tradução: Magda França Lopes; Porto Alegre: Grupo A, 2011.

DISCIPLINA DE ARTE

CONCEPÇÃO DO ENSINO DE ARTE

Encontramos o ensino da Arte presente no Brasil desde o século XVI, com a

ação dos jesuítas. A Arte era parte dos ensinamentos, cujo objetivo principal era a

catequização dos grupos que aqui habitavam e que incluía a Retórica, a Literatura, a

Escultura, a Pintura, a Música e as Artes Manuais. Com a expulsão dos jesuítas pelo

Marquês de Pombal e a posterior Reforma Educacional Brasileira (1792-1800) –

Reforma Pombalina - o ensino da Arte tornou-se irrelevante e o Desenho, por

exemplo, foi associado à Matemática na forma de Desenho Geométrico.

Mesmo com o incentivo de D. João VI ao ensino da Arte no início do século

XIX – o que resultou na Academia de Belas Artes do Rio de Janeiro (1826) – nas

escolas, o ensino ainda era influenciado pelo Iluminismo, priorizando a área

científica. Essa visão foi ratificada na 1ª. Reforma Educacional do Brasil República

em 1890, realizada por Benjamin Constant, cujo objetivo ainda era valorizar a

Ciência e a Geometria. A partir de 1931, com a implantação do ensino da Música por

meio do Canto Orfeônico, o ensino da Arte fez-se presente no primeiro projeto de

educação pública de massa.

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No Paraná, em 1954, foi criada a Escola de Artes no Colégio Estadual, na

cidade de Curitiba, envolvendo Artes Plásticas, Teatro e Música.

O ensino da Arte somente passa a ser obrigatório nas escolas brasileiras em

1971, com a Lei 5692/71, porém, com conteúdo reduzido, fundado em uma visão

tecnicista e entendendo o educador de Artes como um profissional polivalente, ou

seja, aquele que deve dominar os conteúdos de Artes Plásticas e Música. Em 1996,

a Lei de Diretrizes e Bases da Educação ratifica a obrigatoriedade do ensino da Arte

na Educação Básica, porém, a Arte passa a compor a área de Linguagens, Códigos

e suas Tecnologias, abrangendo Música, Artes Visuais, Dança e Teatro.

Esse breve passeio pela história nos dá uma idéia dos conceitos que

permearam a educação de Artes no Brasil, abrangendo desde um caráter religioso,

com a catequização dos nativos, até aquela com fins puramente tecnicistas.

Passamos de um extremo a outro, do “sensibilizador” para o “científico racional”. É

importante frisar que a educação pública no Brasil até o início do séc. XX estava

voltada para uma elite basicamente masculina. Verificamos também que, após a

expulsão dos jesuítas, o pensamento iluminista e positivista foi preponderante no

ensino público brasileiro.

Atualmente, o trabalho na disciplina de Arte exige do educador reflexões que

contemplem a arte efetivamente como área de conhecimento fundamental na

formação dos educandos e das educandas.

Quando Regina Migliori (1993 p.14) propõe uma “perspectiva de abordagem

global” como sendo “a possibilidade de lidarmos com tudo o que se nos apresenta e

não somente com os aspectos artificialmente eleitos”, a idéia é que se busque uma

nova leitura da realidade. O entendimento de Migliori nos remete para uma

perspectiva de uma formação omnilateral,1 crítica e autônoma do educando e da

educanda, ou seja, “temos que aprender a lidar com as divergências de forma não

excludente” (MIGLIORI, 1993 p. 14).

Quando privilegiamos a produção artística de um determinado grupo, povo ou

etnia, fragmentamos a realidade e automaticamente criamos um juízo de valor no

qual os recortes do conhecimento que fazemos passam a ser os verdadeiros ou os

únicos. “Essa visão fragmentada, geradora dos incluídos e excluídos, gera uma

1

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outra verdade cruel: a marginalidade que não é alternativa” (MIGLIORI. 1993 p.14).

Isso implica que ao apresentarmos em nossa seleção de conteúdos curriculares

outras vozes que estão presentes na ação histórica da construção do conhecimento,

possibilitamos ao educando e a educanda outras leituras diferentes daquelas que

vêm sendo oficialmente apresentadas.

A Arte – fruto da percepção e da necessidade da expressão humana – revela

a realidade interior e exterior ao homem e à mulher. Essa expressão artística é

concretizada utilizando-se de sons, formas visuais, movimentos do corpo,

representação cênica, dentre outras, que são percebidas pelos sentidos. Isso

contribui para outras possibilidades de leituras da realidade e, portanto, com mais

subsídios para repensá-la. O objetivo dessa proposta é gerar um ser reflexivo,

autônomo e inserido criticamente na realidade em que vive. A Arte nos ajuda nesse

processo, na medida em que nos fornece uma simbologia própria e portanto, outras

leituras do mundo que nos cerca. Segundo Isabel Marques2: “Um dos elementos

essenciais que caracteriza o ensino da Arte no ambiente escolar é o fato de que, na

escola, temos a possibilidade de relacionar, questionar, experimentar, refletir e

contextualizar os trabalhos artísticos a fim de que façam sentido em nossas próprias

vidas e na construção da sociedade brasileira.”

A discussão em torno da arte como linguagem pondera o entendimento de

que a arte não apenas suscita sentimentos, mas pressupõe uma relação de

transmissão e recepção de ideias, ou seja, de comunicação. Portanto, a Arte aqui é

entendida como linguagem, que se utiliza de símbolos e de elementos próprios que

estão presentes na Dança (movimento e não movimento), na Música (sons), no

Teatro (dramatização) e nas Artes Visuais (forma e luz).

Ler o produto artístico em suas diversas relações, nos diversos prismas e no

que tange aos seus significados socialmente construídos pressupõe que o produto

artístico como seja um “veículo portador de significado” (ver Bakhtin 1995, p.132).

Nesse sentido, os símbolos são fundamentais para a vida social, pois é por meio

deles que nos comunicamos e manifestamos nossa capacidade de sentir e de

pensar.

2 Esta citação é transcrição da fala da Profª Dra Isabel Marques no Simpósio Estadual de Educação Artística, Paraná abril, 2005.

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Na cultura escolar, os saberes são apropriados pela escola de maneira

singular, dando-lhes um sentido pedagógico (Sacristan J.G., 2001). Na escola, esse

trabalho, ressignifica os saberes e os conceitos científicos produzidos na sociedade.

É com base nestes pressupostos que trataremos a Arte como linguagem.

Linguagem artística.

ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS

O encaminhamento metodológico para a disciplina de Arte do Ensino

Fundamental e Médio da Educação de Jovens e Adultos da rede pública do Estado

do Paraná está fundamentado nas Diretrizes Curriculares Estaduais de EJA, onde

estão identificados três eixos articuladores: cultura, trabalho e tempo. Com base

nesses eixos que norteiam o currículo na EJA, elegemos ARTE E ESTÉTICA, ARTE

E IDENTIDADE e ARTE E SOCIEDADE como eixos específicos da disciplina de

Arte, dos quais derivarão as temáticas propostas e os conteúdos que serão

desenvolvidos em células de aula. Inclusive o uso das Tecnologias Digitais de

Informação e Comunicação (TDIC), permeara os conteúdos durante a carga horaria

dos conteúdos de Arte.

No intuito de contemplar a Lei 11.645/08 referente à História e cultura afro-

brasileira, africana e indígena, serão trabalhados conteúdos de acordo com a

especificidade da disciplina, bem como a influência dessas culturas na formação de

nossa sociedade.

ARTE E ESTÉTICA

Hoje se utiliza o termo estética para indicar... no campo das belas artes, uma concepção especial, uma maneira de fazer, uma escola ou tendência determinada (Zamacois, 1986)

A experiência estética se revela com a sensibilização, com a descoberta do

olhar, um encontro com as emoções, libertando o ser para perceber o mundo em si

e ao seu redor, permitindo um pensar filosófico, crítico e reflexivo. Aurélio Buarque

de Holanda Ferreira, em seu Dicionário da Língua Portuguesa, apresenta, dentre

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outros, os seguintes significados para a palavra estética: “1- estudo das condições e

dos efeitos da criação artística. 2- (...) estudo racional do belo, quer quanto à

possibilidade da sua conceituação, quer quanto à diversidade de emoções e

sentimentos que ele suscita no homem”.

Partindo dessas definições e as ampliando, a Estética aqui é entendida como

sendo “toda teoria que se refira à beleza ou à arte" (Pareyson, 1997, p. 2), sendo

ela derivada de uma experiência filosófica ou concreta. E por ser uma reflexão sobre

a experiência, inclui-se aqui o fazer artístico, que é a manipulação dos elementos da

linguagem artística, presentes nas Artes Visuais, na Música, no Teatro e na Dança.

Portanto, entendemos que ao adotar um eixo articulador para a disciplina de

Educação Artística e Arte baseado no entendimento acima exposto, devemos

possibilitar as experiências estéticas e compreender como aproximar e proporcionar

o olhar estético para as produções artísticas e para o cotidiano. E assim sendo, “o

educando da EJA torna-se sujeito na construção do conhecimento mediante a

compreensão dos processos de trabalho, de criação, de produção e de

cultura.”(Diretrizes Curriculares para a Educação de Jovens e Adultos, p. 30)

ARTE E IDENTIDADE

É comum ouvirmos falar de crise de identidade, mas o que é identidade e

como essa identidade se revela a partir da arte que produzimos? A identidade está

em crise?

O que é identidade? É idêntico, igual, registro... Para o dicionário Houaiss

identidade é:

1- estado que não muda <a identidade das impressões digitais> 2- consciência da persistência da própria identidade, 3- o que faz com que uma coisa seja a mesma que outra, 4- conjunto de características e circunstâncias que distinguem uma pessoa ou uma coisa e graças às quais é possível individualizá-la.

A identidade singulariza e faz com que nos sintamos diferentes dos demais.

Identificar pode ser aplicado a indivíduos e grupos, ou seja, tornar idêntico fazer (se)

reconhecer, distinguir traços característicos como gosto, música, festas, folguedos,

crenças de grupos urbanos, rurais, etnias e outros tantos que usam da linguagem

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artística para expressar-se e assinar suas características sociais, antropológicas e

psicológicas.

Diferentes modos de vida social são constituídos a partir das idéias que as

pessoas têm sobre si, e das práticas que emergem dessas idéias e como afirma

Candau (2002, p. 24), “identidade é um conceito polissêmico, podendo representar o

que uma pessoa tem de mais característico ou exclusivo e ao mesmo tempo, indica

que pertencemos ao mesmo grupo”, a identidade cultural de um indivíduo ou grupo

permite que este seja localizado em um sistema social. Em um mundo onde as

mudanças são rápidas, face à globalização e aos eventos tecnológicos e científicos

vertiginosos, a arte é um dos elementos que faz parte da identidade dos povos. As

mudanças globais aceleradas influenciam a identidade dos indivíduos e a sua

manifestação artística.

Podemos ver com Marques (2003, p. 157) que:

Não se domina um país pela invasão territorial, mas principalmente pela superposição e diluição de repertórios culturais e sociais. Caso nossos repertórios não estejam enraizados de forma significativa, ou seja, relacional, consciente e crítica, poderemos ser massacrados pela pasteurização de idéias estéticas.

A nossa identidade pessoal e social é um importante mediador das relações

com os demais. A proposta deste eixo temático na Educação de Jovens e Adultos

do Ensino Fundamental e Médio do Estado do Paraná preocupa-se em uma

educação pela arte que transmita significados que estão próximos da vida concreta

do educando, produzindo aprendizagem. É um processo que mobiliza tanto os

significados e os símbolos quanto os sentimentos e as experiências a que se

propõe.

Quando um indivíduo desenvolve sua percepção estética e tem consciência

do poder destas representações, textos e imagens na produção das identidades,

compreende a força persuasiva da arte, no sentido de criar e reforçar

representações que possuímos como indivíduos e como identidade coletiva.

ARTE E SOCIEDADE

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...concernem à determinação social da atividade artística, seja do ponto de vista da finalidade social das obras – por exemplo, o culto religioso ou o mercado de arte – seja o lugar ocupado pelo artista – por exemplo, iniciado numa seita secreta, financiado por um mecenas renascentista, profissional liberal ligado ao mercado de arte, etc – seja das condições de recepção da obra de arte – a comunidade de fiéis, a elite cultivada e economicamente poderosa, as classes populares, a massa, etc. (CHAUÍ, 2003, p. 153)

A arte não é uma produção fragmentada ou fruto de modelos aleatórios ou

apartados do contexto social nem tampouco mera contemplação, e sim, uma ciência

que trabalha com o conhecimento presente em diferentes instâncias sociais.

A profunda relação entre arte e sociedade é possível na medida em que

pensarmos a arte como construção social e não como um dom natural, talento ou

mera produção. As pessoas são construções sociais que necessariamente influem e

são influenciados pelo fazer e pensar arte. A música rap, por exemplo, constrói um

determinado tipo de consciência social, propaga os conhecimentos de um grupo

popular, que são absorvidos e muitas vezes até revivificados em outras formas

artístico-culturais. A abordagem crítica e intertextualizada é necessária para que no

cotidiano se problematizem as relações entre arte e sociedade e se permita, assim,

a formação de sínteses pessoais enriquecedoras. Em outras palavras, o conceito de

arte e sociedade abrange grandes temas da vida social como: a relação do homem

com o trabalho; as relações de gênero; a ocupação do espaço urbano e outros.

Também através deles podemos compreender, inclusive, a influência da indústria

cultural, segundo a qual, muitas vezes a (pseudo) cultura de massa tenta impor uma

ordem social passiva e alienada. Em contrapartida, o conhecimento da arte em seu

aspecto social, deve desvelar-se de modo que o ser humano possa pertencer,

dialogar e transformar a realidade que o circunda.

No que concerne à Educação de Jovens e Adultos, não podemos perder de

vista as concepções de mundo e de sociedade que queremos construir e vivenciar

com os educandos, pois o grande desafio do trabalho pedagógico em arte nos dias

de hoje não se resume somente em aceitar e respeitar a diversidade, mas

principalmente em trabalhar, partilhar, dialogar e recriar conjuntamente a fim de

educar para uma sociedade mais justa e igualitária. “A ação da escola será de

mediação entre o educando e os saberes, de forma que o mesmo assimile estes

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conhecimentos como instrumentos de transformação de sua realidade social”

(Diretrizes Curriculares para a Educação de Jovens e Adultos, p. 31).

No intuito de contemplar a Lei 11.645/08 referente à História e cultura afro-

brasileira, africana e indígena, serão trabalhados de acordo com a especificidade da

disciplina, bem como a influência dessas culturas na formação de nossa sociedade.

Os temas de estudo são temas que direcionam, motivam e articulam a

construção do conhecimento em arte, propiciando diferentes leituras de mundo, de

cidadania participativa, reflexiva e crítica. O educador escolherá um tema de estudos

abrangente e articulado entre os eixos – identificados na disciplina de Educação

Artística e Arte e os indicados nas Diretrizes Curriculares para a EJA – de maneira a

englobar o conteúdo que fará parte do planejamento da célula de aula. Os temas de

estudo terão a flexibilidade necessária para que possam ser adequados ao contexto

do educando e da educanda.

Os temas de estudo são perpassados por um processo, denominado

“validação”, ou seja, o tema só será adequado para continuar o planejamento se

passar positivamente pelas seguintes perguntas:

1. É relevante? É importante? Para quem? Perpassa pelos eixos

definidos nas Diretrizes Curriculares Estaduais de EJA - Cultura,

Trabalho e Tempo?;

2. Gera conhecimento em arte? Perpassa pelos eixos Arte e

Identidade, Arte e Sociedade e Arte e Estética?

3. É abrangente? Contempla o local e o global (regional, nacional e

mundial)? É flexível?

4. É possível adequá-lo às necessidades dos educandos e

educandas da EJA (Idade, condições físicas, espaciais, etc)?

Uma vez escolhido o tema de estudo, o próximo passo é a elaboração da célula de

aula, que serão compostas por (MARQUES, 2001, p.91-102):

1. Textos – Repertórios.

2. Subtexto – Elementos da linguagem (conteúdos da disciplina).

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3. Contexto – Elementos históricos, sociais e culturais.

ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

Cada linguagem artística possui um elemento básico por meio do qual ela se

manifesta, ou seja: o som (Música), o movimento e o não movimento (Dança), a

forma e a luz (Artes Visuais) e a dramatização (Teatro). Destes elementos básicos

derivam-se os elementos de linguagem específicos da arte. Portanto, os conteúdos

para o Ensino Fundamental e Médio devem contemplar os elementos de cada

linguagem artística (Música, Teatro, Dança e Artes Visuais), sua articulação e

organização. Esses elementos permitirão ao educando e a educanda ler e

interpretar o repertório, assim como elaborar o seu próprio trabalho artístico. A

leitura, interpretação e produção artística avalia a apreensão por parte educando e

da educanda dos conteúdos propostos na sala de aula.

ENSINO FUNDAMENTAL

ÁREA MÚSICA

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: Elementos Formais

CONTEÚDOS BÁSICOS

Altura

Duração

Timbre

Intensidade

Densidade

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CEEBJA

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: Composição

CONTEÚDOS BÁSICOS

Ritmo

Melodia

Harmonia

Escalas

Gêneros: folclórico, indígena, popular e étnico

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: Movimentos e Períodos

CONTEÚDOS BÁSICOS

Música popular e étnica

Indústria Cultural

Eletrônica

Minimalista

Rap, Rock, Tecno

Música Engajada

Música Popular Brasileira.

Música Contemporânea

ÁREA ARTES VISUAIS

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: Elementos Formais

CONTEÚDOS BÁSICOS

Ponto

Linha

Forma

Textura

Superfície

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CEEBJA

Volume

Cor

Luz

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: Composição

CONTEÚDOS BÁSICOS

Bidimensional

Tridimensional

Figurativa

Geométrica, simetria

Proporção

Figura e fundo

Abstrata

Perspectiva

Semelhanças

Contrastes

Ritmo Visual

Estilização

Deformação

Figura-fundo

Técnicas: Pintura, arquitetura, modelagem, gravura, desenho, fotografia, áudio –

visual e mista, grafite, performance,

Gêneros: Cenas da mitologia,

Paisagem, retrato, natureza morta,

Paisagem urbana, cenas do cotidiano...

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: Movimentos e Períodos

CONTEÚDOS BÁSICOS

Greco - Romana

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CEEBJA

Arte Africana

Arte Pré-Histórica

Arte Indígena

Arte Popular

Brasileira e Paranaense

Indústria Cultural

Arte no Séc. XX

Arte Contemporânea

Realismo

Vanguardas

Muralismo e Arte

Latino-Americana

Hip Hop

ÁREA TEATRO

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: Elementos Formais

CONTEÚDOS BÁSICOS

Personagem: expressões corporais, vocais, gestuais e faciais

Ação

Espaço

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: Composição

CONTEÚDOS BÁSICOS

Enredo, roteiro.

Espaço Cênico, adereços.

Representação,

Leitura dramática,

Cenografia.

Representação no Cinema e Mídias

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CEEBJA

Texto dramático

Maquiagem

Sonoplastia

Roteiro

Técnicas: jogos teatrais, teatro indireto e direto, improvisação, manipulação,

máscara, mímica formas animadas, jogos teatrais, sombra, adaptação cênica,

monólogo, jogos teatrais, direção, ensaio, Teatro-Fórum...

Dramaturgia

Cenografia

Sonoplastia

Iluminação

Figurino

Gênero: Tragédia, Comédia e Circo.

Rua e arena, Caracterização

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: Movimentos e Períodos

CONTEÚDOS BÁSICOS

Greco-Romana

Comédia dell’ arte

Teatro Popular

Brasileiro e Paranaense

Teatro Africano

Indústria Cultural

Realismo

Expressionismo

Cinema Novo

Teatro Engajado

Teatro do

Oprimido

Teatro Pobre

Teatro do Absurdo

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CEEBJA

Vanguardas

ÁREA DANÇA

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: Elementos Formais

CONTEÚDOS BÁSICOS

Movimento Corporal

Tempo

Espaço

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: Composição

CONTEÚDOS BÁSICOS

Kinesfera

Eixo

Ponto de Apoio

Movimentos articulares

Fluxo (livre e interrompido e conduzido)

Rápido e lento

Formação

Níveis (alto, médio e baixo)

Deslocamento (direto e indireto)

Dimensões (pequeno e grande)

Ponto de Apoio

Rotação

Coreografia

Salto e queda

Peso (leve e pesado)

conduzido)

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CEEBJA

Lento, rápido e moderado

Direção

Giro

Rolamento

Saltos

Aceleração e desaceleração

Direções (frente, atrás, direita e esquerda)

Improvisação

Sonoplastia

Extensão (perto e longe)

Técnica: Improvisação

Gênero: Circular

Folclórica, popular e étnica

Indústria Cultural e espetáculo

Performance e moderna

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: Movimentos e Períodos

CONTEÚDOS BÁSICOS

Dança Clássica

Dança Popular

Brasileira

Paranaense

Africana

Indígena

Hip Hop

Musicais

Expressionismo

Indústria Cultural

Dança Moderna

Vanguardas

Dança Moderna

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CEEBJA

Dança Contemporânea

ENSINO MÉDIO

ÁREA MÚSICA

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: Elementos Formais

CONTEÚDOS BÁSICOS

Altura

Duração

Timbre

Intensidade

Densidade

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: Composição

CONTEÚDOS BÁSICOS

Ritmo

Melodia

Harmonia

Escalas

Gêneros: erudito, clássico, popular, étnico, folclórico, Pop

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: Movimentos e Períodos

CONTEÚDOS BÁSICOS

Música Popular Brasileira

Paranaense

Popular

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CEEBJA

Indústria Cultural

Engajada

Vanguarda

Africana

Latino-Americana

ÁREA ARTES VISUAIS

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: Elementos Formais

CONTEÚDOS BÁSICOS

Ponto

Linha

Forma

Textura

Superfície

Volume

Cor

Luz

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: Composição

CONTEÚDOS BÁSICOS

Bidimensional

Tridimensional

Figura e fundo

Figurativo

Abstrato

Perspectiva

Semelhanças

Contrastes

Ritmo Visual

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CEEBJA

Simetria

Deformação

Estilização

Técnica: Pintura, desenho, modelagem, instalação performance, fotografia, gravura ,

arquitetura ...

Gêneros: paisagem, natureza-morta, Cenas do Cotidiano, Histórica, Religiosa, da

Mitologia.

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: Movimentos E Períodos

CONTEÚDOS BÁSICOS

Renascimento

Barroco

Arte Africana

Arte Brasileira

Arte Paranaense

Arte Popular

Arte de Vanguarda

Indústria Cultural

Arte Contemporânea

Arte Latino- Americana

ÁREA TEATRO

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: Elementos Formais

CONTEÚDOS BÁSICOS

Personagem:

Expressões corporais,

Vocais,

Gestuais e

Faciais

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CEEBJA

Ação

Espaço

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: Composição

CONTEÚDOS BÁSICOS

Técnicas: jogos teatrais, teatro direto e indireto, mímica, ensaio, Teatro-Fórum

Roteiro

Encenação e leitura dramática

Gêneros: Tragédia, Comédia, Drama e Épico

Dramaturgia

Representação nas mídias

Caracterização

Cenografia,

Sonoplastia, figurino e iluminação

Direção

Produção

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: Movimentos e Períodos

CONTEÚDOS BÁSICOS

Teatro Greco-Romano

Teatro Medieval

Teatro Brasileiro

Teatro Paranaense

Teatro Popular

Indústria Cultural

Teatro Engajado

Teatro Dialético

Teatro Essencial

Teatro do Oprimido

Teatro Pobre

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Teatro de Vanguarda

Teatro Renascentista

Teatro Latino- Americano

Teatro Realista

Teatro Simbolista

ÁREA DANÇA

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: Elementos Formais

CONTEÚDOS BÁSICOS

Movimento Corporal

Tempo

Espaço

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: Composição

CONTEÚDOS BÁSICOS

Kinesfera

Fluxo

Peso

Eixo

Salto e Queda

Giro

Rolamento

Movimentos articulares

Lento, rápido e moderado

Aceleração e desaceleração

Níveis

Deslocamento

Direções

Planos

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CEEBJA

Improvisação

Coreografia

Gêneros: Espetáculo, indústria cultural, étnica, folclórica, populares e salão.

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: Movimentos e Períodos

CONTEÚDOS BÁSICOS

Dança Clássica

Dança Popular

Brasileira

Paranaense

Africana

Indígena

Hip Hop

Indústria Cultural Dança Moderna

Vanguardas

Dança Contemporânea

AVALIAÇÃO

A concepção de avaliação para a disciplina de Arte proposta nestas Diretrizes

Curriculares é diagnóstica e processual. É diagnóstica por ser a referência do

professor para planejar as aulas e avaliar os alunos; é processual por pertencer a

todos os momentos da prática pedagógica. A avaliação processual deve incluir

formas de avaliação da aprendizagem, do ensino (desenvolvimento das aulas), bem

como a autoavaliação dos alunos.

De acordo com a LDB (n. 9.394/96, art. 24, inciso V) a avaliação é “contínua e

cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos

sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais

provas finais”. Na Deliberação 07/99 do Conselho Estadual de Educação (Capítulo I,

art.8º), a avaliação almeja “o desenvolvimento formativo e cultural do aluno” e deve

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“levar em consideração a capacidade individual, o desempenho do aluno e sua

participação nas atividades realizadas”.

De fato, a avaliação requer parâmetros para o redimensionamento das

práticas pedagógicas, pois o professor participa do processo e compartilha a

produção do aluno. Ou seja, a avaliação permite que se saia do lugar comum, dos

gostos pessoais, de modo que se desvincula de uma prática pedagógica

pragmatista, caracterizada pela produção de resultados ou a valorização somente do

espontaneísmo. Ao centrar-se no conhecimento, a avaliação gera critérios que

transcendem os limites do gosto e das afinidades pessoais, direcionando de maneira

sistematizada o trabalho pedagógico.

Assim, a avaliação em Arte supera o papel de mero instrumento de medição da

apreensão de conteúdos e busca propiciar aprendizagens socialmente significativas

para o aluno. Ao ser processual e não estabelecer parâmetros comparativos entre

os alunos, discute dificuldades e progressos de cada um a partir da própria

produção, de modo que leva em conta a sistematização dos conhecimentos para a

compreensão mais efetiva da realidade.

O método de avaliação proposto nestas Diretrizes inclui observação e registro

do processo de aprendizagem, com os avanços e dificuldades percebidos na

apropriação do conhecimento pelos alunos. O professor deve avaliar como o aluno

soluciona os problemas apresentados e como ele se relaciona com os colegas nas

discussões em grupo. Como sujeito desse processo, o aluno também deve elaborar

seus registros de forma sistematizada. As propostas podem ser socializadas em

sala, com oportunidades para o aluno apresentar, refletir e discutir sua produção e a

dos colegas.

É importante ter em vista que os alunos apresentam uma vivência e um

capital cultural próprio, constituído em outros espaços sociais além da escola, como

a família, grupos, associações, religião e outros. Além disso, têm um percurso

escolar diferenciado de conhecimentos artísticos relativos à Música, às Artes

Visuais, ao Teatro e à Dança.

O professor deve fazer um levantamento das formas artísticas que os alunos

já conhecem e de suas respectivas habilidades, como tocar um instrumento musical,

dançar, desenhar ou representar. Durante o ano letivo, as tendências e habilidades

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dos alunos para uma ou mais áreas da arte também devem ser detectadas e

reconhecidas pelo professor.

Esse diagnóstico é a base para planejar futuras aulas, pois, ainda que

estejam definidos os conteúdos a serem trabalhados, a forma e a profundidade de

sua abordagem dependem do conhecimento que os alunos trazem consigo.

Essa é outra dimensão da avaliação, a zona de desenvolvimento proximal,

conceito elaborado por Lev Semenovich Vigotsky que trabalha a questão da

apropriação do conhecimento. Vigotsky argumenta que a distância entre o nível de

desenvolvimento real, determinado pela capacidade de resolver um problema sem

ajuda, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado pela resolução de um

problema sob a orientação de um adulto ou em colaboração com outro colega, é

denominado de zona de desenvolvimento proximal.

Portanto, o conhecimento que o aluno acumula deve ser socializado entre os

colegas e, ao mesmo tempo, constitui-se como referência para o professor propor

abordagens diferenciadas.

A fim de se obter uma avaliação efetiva individual e do grupo, são necessários

vários instrumentos de verificação tais como:

• trabalhos artísticos individuais e em grupo;

REFERÊNCIAS

KOSIK, K. Dialética do Concreto. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação do. Diretrizes Curriculares de Arte para a Educação Básica. Departamento de Educação Básica. Curitiba, 2008. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação do. Departamento de Ensino Médio. LDP: Livro Didático Público de Arte. Curitiba: SEED-PR, 2006. CAMPOS, Neide P. A construção do olhar estético crítico do educador. Florianópolis: UFSC, 2002 CANDAU, Vera Maria (org.). Sociedade, educação e cultura: questões e propostas. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2002. CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2003.

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CEEBJA BAKHTIN, Mikhail (Volochínov). Marxismo e filosofia da linguagem. Trad. Michel Lahud e Yara F. Vieira. 7ª ed. São Paulo: Hucitec, 1995. BOURO, S.B. Olhos que pintam: a leitura de imagens e o ensino da arte. São Paulo: Educ/Fapesp/Cortez, 2002. FERRAZ, M.; FUSARI, M. R. Metodologia do ensino de Arte. 2ª ed. São Paulo: Cortez, 1993. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário da Língua Portuguesa. 3ª ed. Curitiba: Positivo, 2004. FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 12ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983. _____________. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 8ª ed. São Paulo: Terra e Paz, 1998. _____________, A importância do ato de ler. São Paulo: Cortez, 1995. HOUAISS, Antônio e Vilar, M. de S. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. 1ª ed.Rio de Janeiro: Objetiva, 2001 LABAN, Rudolf. Domínio do Movimento. São Paulo: Summus, 1978. MARQUES, Isabel A. Ensino de dança hoje: textos e contextos. 2ª ed. São Paulo: Cortez, 2001 _________________. Dançando na escola. São Paulo: Cortez, 2003. MIGLIORI, R. Paradigmas e educação. São Paulo: Aquariana, 1993. OSTROWER, Fayga P. Universo da arte, 7ª ed. Rio de Janeiro: Campus, 1991. PAREYSON, L. Os problemas da estética. São Paulo. Martins Fontes, 1997. SACRISTAN J.G. A escolarização transforma-se em uma característica antropológica das sociedades complexas. In: A educação Obrigatória: seu sentido educativo e social. Porto Alegre: ARTMED, 2001, p. 35-55 SANTAELLA, Lucia. (Arte) & (Cultura): Equívocos do elitismo. São Paulo: Cortez, 3ª. Ed, 1995. SILVA, Tomas Tadeu. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo. 2ª ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2004. ZAMACOIS, Joaquin. Temas de estética y de historia de la música. Barcelona: Labor, 1986. Diretrizes Curriculares da Educação Básica Paraná – Arte, SEED-PR. 2008. Curso Educação na Cultura Digital. Disponível em https://goo.g1/3hzeh D.

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CEEBJA Palfrey, Jhon. Nascidos na era digital: Entendendo a primeira geração de nativos digitais; tradução: Magda França Lopes; Porto Alegre: Grupo A, 2011.

DISCIPLINA DE LINGUA ESTRANGEIRA MODERNA (LEM) - INGLÊS

CONCEPÇÃO DO ENSINO DE LINGUA ESTRANGEIRA MODERNA (LEM) -

INGLÊS

A Língua Estrangeira Moderna - LEM - é um espaço em que se pode ampliar

o contato com outras formas de perceber, conhecer e entender a realidade, tendo

em vista que a percepção do mundo está, também, intimamente ligada às línguas

que se conhece. Ela se apresenta também como um espaço de construções

discursivas contextualizadas que refletem a ideologia das comunidades que a

produzem. Desta maneira, o trabalho com LEM parte do entendimento do papel das

línguas nas sociedades como mais do que meros instrumentos de acesso à

informação: as LEM são também possibilidades de conhecer, expressar e

transformar modos de entender o mundo e construir significados. (SEED, 2005)

É um instrumento de inclusão social a partir do momento em que oportuniza o

acesso a outras comunidades e conhecimentos, permitindo o alargamento de

horizontes e a expansão das capacidades interpretativas e cognitivas dos

educandos. Através da LEM se reconhece a diversidade cultural, e torna-se possível

oportunizar o educando a vivenciar criticamente a cultura do outro ao mesmo tempo

em que valoriza a própria.

A LDB 9394/96, estabelece o caráter compulsório de uma língua estrangeira a

partir da 5a série do Ensino Fundamental, facultando ao Ensino Médio a

possibilidade da inclusão de uma segunda língua estrangeira.

Segundo Gimenez (2005), a língua se constitui como um espaço de

comunicação intercultural, exercendo “o papel de mediadora das relações entre

pessoas de diferentes línguas maternas.”, tendo em vista que existem,

aproximadamente, mais de 300 milhões de falantes nativos e mais de 1 bilhão de

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usuários no mundo todo, sendo a língua principal em livros, jornais, aeroportos e

controle de tráfego aéreo, negócios internacionais e conferências acadêmicas,

ciência, tecnologia, medicina, diplomacia, esportes, competições internacionais,

música pop e propaganda.

Partindo desse pressuposto, a LEM é um instrumento para que o educando

seja capaz de construir e não somente consumir o conhecimento oferecido por

outros, propiciando “reflexões sobre a relação entre língua e sociedade e,

consequentemente, sobre as motivações subjacentes às escolhas lingüísticas em

situações de comunicação (oral e escrita).” (PARANÁ, 2005). Ao serem expostos às

diversas manifestações da língua na sociedade, os educandos podem entender as

implicações político-ideológicas.

ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS

O trabalho a ser desenvolvido com a língua segue uma abordagem onde a

língua é vista como instrumento de interação, investigação, interpretação, reflexão e

construção, norteada pelos três eixos articuladores: cultura, trabalho e tempo. Nessa

concepção, levar-se-á em consideração a realidade do educando, valorizando sua

bagagem de conhecimentos e respeitando suas necessidades e características

individuais, na certeza de que o adulto aprende melhor e desenvolve maior

autonomia e responsabilidade quando se vê envolvido no processo ensino-

aprendizagem.

Há que se pensar que ao ensinar uma LEM deve-se buscar a autenticidade

da Língua, a articulação com as demais disciplinas e a relevância dos saberes

escolares frente à experiência social construída historicamente pelos educandos.

Para a definição das metodologias a serem utilizadas, é necessário levar em

conta que o educando é parte integrante do processo e deve ser considerado como

agente ativo da aprendizagem, visto que ele traz saberes e estes vão interagir com

os saberes que ele vai adquirir.

Na busca desta interação, deve-se buscar uma metodologia que leve em

consideração que as habilidades da LEM – leitura, escrita, compreensão oral e

compreensão auditiva – não são únicas, elas interagem de acordo com o contexto e

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CEEBJA

precisam ser vistas como plurais, complexas e dependentes de contextos

específicos.

Deve-se levar em conta, ainda, que a língua não pode ser entendida como

algo fechado ou abstrato, na forma de uma gramática, onde toda a transformação, o

aspecto vivo da LEM, sua capacidade de se transformar em contextos diferentes,

toda diversidade da LE se perde.

Portanto, as metodologias a serem aplicadas devem levar em conta,

principalmente, o contexto em que estão sendo aplicadas, de acordo com as

necessidades regionais, que levem o educando a criar significados, posto que estes

não vêm prontos na linguagem.

No intuito de contemplar a Lei 11.645/08 referente à História e cultura afro-

brasileira, africana e indígena, serão trabalhados conteúdos de acordo com a

especificidade da disciplina, bem como a influência dessas culturas na formação de

nossa sociedade.

ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS

ENSINO FUNDAMENTAL

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES que norteiam o ensino/aprendizagem da LEM

no Ensino fundamental -Fase II

O conteúdo Estruturante da Língua Estrangeira Moderna tem o Discurso

como prática social. A língua será tratada de forma dinâmica, por meio de leitura,

de oralidade e de escrita que são as práticas que efetivam o discurso. Nesta

perspectiva o aluno terá contato com diferentes gêneros.

Conteúdos Básicos

LEITURA

Tema do texto;

Interlocutor;

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CEEBJA

Finalidade do texto;

Aceitabilidade do texto;

Informatividade;

Situacionalidade

Informações explícitas

Discurso direto e indireto

Elementos composicionais do gênero;

Repetição proposital de palavras;

Léxico;

Repetição proposital de palavras;

Conteúdo temático;

Intertextualidade;

Vozes sociais presente no texto;

Semântica:

Operadores argumentativos;

Ambiguidade;

Sentido conotativo e denotativo das palavras no texto;

Expressões que denotam ironia e humor no texto.

Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no

texto, pontuação, recursos gráficos ( como aspas, travessão, negrito), figuras

de linguagem.

ESCRITA

Conteúdo temático;

Tema do texto;

Interlocutor;

Finalidade do texto;

Discurso direto e indireto;

Informatividade;

Elementos composicionais do gênero;

Vozes sociais presentes no texto;

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CEEBJA

Acentuação gráfica;

Ortografia;

Concordância verbal/nominal.

Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no

texto, pontuação, recursos gráficos ( como aspas, travessão, negrito), figuras

de linguagem.

Semântica:

– Operadores argumentativos;

– Ambiguidade;

– Significado das palavras;

– Figuras de linguagem;

– Sentido conotativo e denotativo;

– Expressões que denotam ironia e humor no texto.

ORALIDADE

Tema do texto;

Conteúdo temático;

Aceitabilidade;

Informatividade;

Elementos extralinguísticos: entonação, expressão facial, corporal e gestual,

pausas;

Finalidade;

Papel do locutor e interlocutor;

Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos...;

Adequação do discurso ao gênero;

Turnos de fala;

Variações linguísticas;

Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição, recursos

semânticos.

Elementos semânticos;

Adequação da fala ao contexto ( uso de conectivos, gírias, repetições, etc);

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Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e escrito.

Conteúdos específicos do Ensino Fundamental

Textos científicos

Textos poéticos

Textos cinematográficos

Textos humorísticos

Textos que abordam a cultura afro-brasileiro descendente e indígena: letras

de músicas, culinária, biografias.

• Textos que abordam a cultura indígena

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES que norteiam o ensino/aprendizagem da LEM

no Ensino Médio

O conteúdo Estruturante da Língua Estrangeira Moderna tem o Discurso como

prática social. A língua será tratada de forma dinâmica, por meio de leitura, de

oralidade e de escrita que são as práticas que efetivam o discurso. Nesta

perspectiva o aluno terá contato com diferentes gêneros.

Conteúdos Básicos

LEITURA

• Tema do texto;

• Interlocutor;

• Finalidade do texto;

• Aceitabilidade do texto;

• Informatividade;

• Situacionalidade;

• Temporalidade;

• Referência textual;

• Partículas conectivas do texto;

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CEEBJA

• Informações explícitas;

• Discurso direto e indireto;

• Elementos composicionais do gênero;

• Repetição proposital de palavras;

• Léxico;

• Repetição proposital de palavras;

• Conteúdo temático;

• Intertextualidade;

• Vozes sociais presente no texto;

• Semântica:

• Operadores argumentativos;

• Ambiguidade;

• Polissemia;

• Emprego do sentido conotativo e denotativo no texto;

• Palavras e/ou expressões que denotam ironia e humor no texto.

• Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no

texto, pontuação, recursos gráficos ( como aspas, travessão, negrito), figuras de

linguagem.

ESCRITA

• Tema do texto;

• Interlocutor;

• Finalidade do texto;

• Aceitabilidade do texto;

• Discurso direto e indireto;

• Informatividade;

• Situacionalidade;

• Intertextualidade;

• Temporalidade;

• Referência textual;

• Partículas conectivas do texto;

• Elementos composicionais do gênero;

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CEEBJA

• Emprego do sentido conotativo e denotativo no texto;

• Palavras e/ou expressões que denotam ironia e humor no texto;

• Polissemia;

• Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no

texto, pontuação, recursos gráficos ( como aspas, travessão, negrito), figuras de

linguagem.

• Acentuação gráfica;

• Ortografia;

• Concordância verbal/nominal.

ORALIDADE

• Conteúdo temático;

• Informatividade;

• Aceitabilidade do texto;

• Elementos extralinguísticos: entonação, expressão facial, corporal e gestual,

pausas;

• Finalidade;

• Papel do locutor e interlocutor;

• Adequação do discurso ao gênero;

• Turnos de fala;

• Variações linguísticas;

• Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição, semântica.

• Adequação da fala ao contexto ( uso de conectivos, gírias, repetições, etc);

• Diferenças e semelhanças entre o discurso oral ou escrito.

AVALIAÇÃO

A avaliação subsidia o professor com elementos para uma reflexão contínua

sobre sua prática e a criação de novos instrumentos de trabalho, possibilitando

também a retomada de aspectos que devem ser revistos, ajustados ou reconhecidos

como adequados para o processo de ensino/aprendizagem do educando da EJA.

Dentro da nova concepção de ensino/aprendizagem de Língua Inglesa, a

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avaliação deve estar centrada em um diálogo interativo, em que o sujeito/ aluno

possa compreender as relações subjacentes em cada discurso. Para tanto, as

atividades desenvolvidas devem proporcionar ao aluno, uma reflexão crítica do

contexto em que está inserido. Dessa forma, a avaliação será contínua, cumulativa,

qualitativa e processual, valorizando a construção do conhecimento, bem como sua

aplicação no relacionamento homem e sociedade, utilizando a Língua Inglesa para

uma possível transformação da realidade em que está inserido.

REFERÊNCIAS

PENNYCOOK, Alastair. English and the discourses of Colonialism. London: Routledge. 1999. PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação, Diretrizes Curriculares da Educação Fundamental da Rede de Educação Básica do Estado do Paraná: Língua Estrangeira Moderna. Versão Preliminar. 2005. GIMENEZ, Telma. Diretrizes Curriculares para o Ensino Fundamental: Línguas Estrangeiras Modernas – Questões para Debate. In: PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Fundamental da Rede de Educação Básica do Estado do Paraná: Língua Estrangeira Moderna. Diretrizes Curriculares da Educação Básico-Língua Estrangeira Moderna.SEED.PR, 2008

DISCIPLINA DE EDUCAÇÃO FÍSICA

CONCEPÇÃO DO ENSINO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Vivenciamos nos últimos quinze anos a afirmação gradativa do ensino da

Educação Física numa perspectiva cultural e é a partir desse referencial que se

propõe essa disciplina como área de estudo da cultura humana, ou seja, que estuda

e atua sobre o conjunto de práticas ligadas ao corpo e ao movimento, criadas pelo

homem ao longo de sua história. Trata-se, portanto, privilegiar nas aulas de

Educação Física, além da aprendizagem de movimentos, a aprendizagem para e

sobre o movimento.

Neste sentido, como enfatizam Taborda e Oliveira (apud PARANÁ, 2005,

p.10) os objetivos da Educação Física devem estar voltados para a humanização

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das relações sociais, considerando a noção de corporalidade, entendida como a

expressão criativa e consciente do conjunto das manifestações corporais

historicamente produzidas. Esse entendimento permite ampliar as possibilidades da

intervenção educacional dos professores de Educação Física, superando a

dimensão meramente motriz de uma aula, sem no entanto negar o movimento como

possibilidade de manifestação humana e, desse modo contemplar o maior número

possível de manifestações corporais explorando os conhecimentos já trazidos pelos

educandos e a sua potencialidade formativa.

Segundo Soares et al (1992, p. 50) a Educação Física é conceituada como:

(...) uma prática pedagógica que, no âmbito escolar, tematiza formas de atividades expressivas corporais como: o jogo, esporte, dança, ginástica, formas estas que configuram uma área de conhecimento que podemos chamar de cultura corporal. Esses conteúdos expressam um sentido/significado nos quais se interpenetram.

A partir desse entendimento a proposta para a disciplina de Educação Física

deve favorecer o estudo, a integração e a reflexão da cultura corporal de

movimentos, formando o cidadão que vai produzi-la, reproduzi-la e transformá-la,

instrumentalizando-o para usufruir das atividades proposta em beneficio da sua

inserção social, levando-o a descobrir motivos e sentidos nas práticas corporais que

favoreçam o desenvolvimento de atitudes positivas, contemplando assim todas as

manifestações corporais e culturais, partindo da realidade local para as diferentes

culturas.

Cabe aos professores de Educação Física mediar o processo de ensino-

aprendizagem deflagrado nas aulas de Educação Física quanto à construção de um

ambiente que proporcione ao aluno a aprendizagem dos conteúdos significativos

para o seu processo de conhecimento e desenvolvimento, incrementando sua

capacidade para tomar decisões relacionadas à atividade física, isto é, movimento

corporal humano.

ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS

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A Educação de Jovens e Adultos – EJA, atende um público diverso (jovens,

adultos, idosos, povos das florestas, ribeirinhos, indígenas, populações do campo,

entre outros) que não teve acesso ou não pode dar continuidade à escolarização

mesma por fatores, normalmente, alheios a sua vontade. Esses educandos

possuem uma gama de conhecimentos adquiridos em outras instâncias sociais, visto

que, a escola não é o único espaço de produção e socialização de saberes. O

atendimento a esses alunos não se refere, exclusivamente, a uma determinada faixa

etária mas a diversidade sócio-cultural dos mesmos.

Se considerarmos que os educandos frequentadores dessa modalidade de

ensino encontram-se em grande parte, inseridos no mundo do trabalho, é importante

que o trabalho pedagógico nas aulas de Educação Física seja compatível com as

peculiaridades dessa parcela de educandos. Desse modo, a aprendizagem do

movimento deve ceder espaço às práticas que estejam direcionadas para e sobre o

movimento, focalizando preponderantemente aspectos relacionados ao

desenvolvimento de atitudes favoráveis à realização de atividades físicas e ao

aprofundamento do entendimento de conceitos relacionados a essas atividades.

Numa primeira aproximação, tendemos a nos precipitar na constatação da

incompatibilidade quase paradoxal de se relacionar a Educação Física com

adolescentes, adultos e até idosos na escolarização de Jovens e Adultos podemos

assumir, portanto, que o propósito da intervenção do professor que atua no campo

da Educação Física no contexto da EJA é potencializar as possibilidades de

participação ativa de pessoas com demandas educacionais específicas, em

programas com foco na atividade física/movimento corporal humano. De certa

forma, há que se considerar que a sustentação para ações pedagógicas

direcionadas ao processo de escolarização dessas mesmas pessoas encontra-se

em fase de construção, carecendo ainda da produção de conhecimento capaz de

contribuir para a consolidação da participação da Educação Física nessa

modalidade de ensino.

Duas questões essenciais precisam nortear os trabalhos pedagógicos da

disciplina de Educação Física com jovens e adultos:

- Quem são os alunos da EJA?

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Sequenciação

Trabalho

Cultura

- Como pode ser desenvolvida a Educação Física para esses

alunos?

Compreendendo o perfil do educando da EJA, a Educação Física deverá

valorizar a diversidade cultural dos educandos e a riqueza das suas manifestações

corporais, a reflexão das problemáticas sociais e a corporalidade “entendida como a

expressão criativa e consciente do conjunto das manifestações corporais

historicamente produzidas” (PARANA, 2005), considerando os três eixos

norteadores do trabalho com a EJA que são a cultura, o trabalho e o tempo1.

É, portanto, imprescindível que tempo, cultura e trabalho se manifestem na

prática pedagógica do educador, expressando idéias e ações relacionadas a:

sequenciação (organização do conteúdo em função do tempo escolar),

comprometimento na condução do processo ensino-aprendizagem (efetivação da

aprendizagem dos conteúdos) e avaliação do trabalho pedagógico (critérios de

acompanhamento das conseqüências do processo ensino-aprendizagem), conforme

representados na figura 1:

1 Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos no Estado do Paraná (versão preliminar).

Avaliação

Tempo Comprometimento

Figura 1: relação dos eixos tempo, cultura e trabalho com a intervenção pedagógica.

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No intuito de contemplar a Lei 11.645/08 referente à História e cultura afro-

brasileira, africana e indígena, serão trabalhados conteúdos de acordo com a

especificidade da disciplina, bem como a influência dessas culturas na formação de

nossa sociedade.

ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

Os conteúdos são definidos como conhecimentos necessários à apreensão

do desenvolvimento sócio-histórico das próprias atividades corporais e à explicitação

das suas significações objetivas. Os mesmos foram estruturados de forma a garantir

aprendizagens novas e significativas, despertando o interesse e a atenção dos

educandos a consciência da necessidade de atitudes favoráveis a prática de

atividades físicas ao longo da sua vida, valorizando a cultura corporal, logo “a

cultura humana é uma cultura corporal, uma vez que o corpo realiza as intenções

humanas” (FREIRE, 2003 p. 34).

Desse modo a Educação Física deve considerar conteúdos e práticas que

contemplem:

- A relação entre o conhecimento social e escolar do

educando;

- A identidade e as diferenças sócio-culturais dos educandos

na proposição das praticas educativas;

- Ensino com base na investigação e na problematização do

conhecimento;

- As diferentes linguagens na medida em que se instituem

como significativas na formação do educando;

- As múltiplas interações entre os diferentes saberes;

- Articulação entre teoria, prática e realidade social;

- Atividades pedagógicas que priorizem o pensamento

reflexivo.

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Baseado na perspectiva dos educadores, propomos a articulação do trabalho

docente em torno dos seguintes conteúdos: saúde, esportes, jogos, ginástica, dança

e lazer.

Ultrapassando a tendência dominante de conceber a saúde como

investimento individual, o conteúdo deve oferecer condições de articular o individual

com o cultural, social e político. Ou seja, a saúde é um bem que se adquire, pelas

atividades físicas e corporais, por intermédio de: alimentação, saneamento básico,

moradia, educação, informação e preservação do meio ambiente, enfim, o direito de

acesso às condições mínimas para uma vida digna. Esse conteúdo permite

compreender a saúde como uma construção que requer uma dimensão histórico-

política e social.

O esporte pode ser abordado pedagogicamente no sentido de esportes “da

escola” e não “na escola”, como valores educativos para justificá-lo no currículo

escolar da EJA. Se aceitarmos o esporte como prática social, tema da cultura

corporal, devemos questionar suas normas, resgatando os valores que privilegiam o

coletivo sobre o individual, o compromisso da solidariedade e respeito humano, que

se deve jogar com o outro e não contra o outro. Por isso esse conteúdo deve ser

apresentado aos alunos de forma a criticá-lo, promovendo a sua ressignificação, e

sua adaptação à realidade, à prática que cria e recria, colocando-o como um meio e

não fim em si mesmo.

Os jogos oportunizam ao jovem e ao adulto experimentar atividades

prazerosas, que envolvam partilhas, negociações e confrontos que estimulem o

exercício de reflexão sobre as relações entre as pessoas e os papéis que elas

assumem perante a sociedade, bem como a possibilidade de resgatar as

manifestações lúdicas e culturais.

O estudo da ginástica pretende favorecer o contato do educando com as

experiências corporais diversificadas, seu caráter preventivo, modismo, melhora da

aptidão física, tem o objetivo de conscientizar os educandos de seus possíveis

benefícios, bem como os danos causados pela sua prática inadequada ou incorreta.

A dança a ser trabalhado na EJA contribui para o desenvolvimento, conhecimento e

ritmo do corpo. Ao relacionar-se com o outro, cada gesto representa sua história,

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sua cultura, como manifestação de vida, por meio de um processo continuo de

integração e relacionamento social.

O estudo sobre o lazer proporciona reflexões a cerca do uso do tempo livre,

com atividades que lhe propiciem prazer, descontração, alegria, socialização,

conscientização e clareza das necessidades e benefícios que serão adquiridos e

que contribuam para o seu bem estar físico, mental e social.

Os conteúdos propostos poderão ser distribuídos de forma informativa, prática

ou teórica e poderão ser modificados de acordo com cada realidade. Os conteúdos

esporte, jogos, dança, lazer e ginástica são comuns ao Ensino Fundamental e ao

Ensino Médio, o conteúdo saúde mantêm a especificidade de cada ensino.

CONTEÚDOS ENSINO FUNDAMENTAL

CONTEÙDO ESTRUTURANTE: ESPORTE

CONTEÙDOS BÁSICOS

Coletivos

Individuais

Radicais

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

História e origem.

Princípios básicos (fundamentos).

Regras e elementos básicos do esporte

Relação com os jogos populares

Compreender por meio de discussões o sentido da competição esportiva

Aspectos positivos e negativos das práticas esportivas

Contexto social e econômico em que os diferentes esportes se diferenciam

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: JOGOS E BRINCADEIRAS

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CONTEÚDOS BÁSICOS

Jogos e brincadeiras populares e tradicionais no contexto brasileiro

Brincadeiras e cantigas de roda

Jogos de tabuleiro

Jogos dramáticos

Jogos cooperativos

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Definição de jogo.

Aspectos históricos sociais.

Tipos de jogos: jogos cooperativos, jogos recreativos/ jogos lúdicos, jogos

intelectivos, jogos de dramatização e jogos pré-desportivos.

Diferentes manifestações culturais.

Atividades práticas.

Diferenciar os jogos cooperativos e os jogos competitivos a partir dos

seguintes elementos:

- Visão do jogo

- Objetivo

- O outro

- Relação

- Resultado

- Consequência

- Motivação

CONTEÙDO ESTRUTURANTE: DANÇA

CONTEÚDOS BÁSICOS

Danças folclóricas

Danças de rua

Danças criativas

Danças circulares

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS:

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Origem e alguns significados (místicos, religiosos, entre outros) das

diferentes danças;

Tipos de dança: danças folclóricas, danças circulares, danças de salão,

danças criativas;

Conhecer os diferentes ritmos, passos, posturas, conduções, formas de

deslocamento no forró, vanerão e nas danças africanas;

Expressão corporal/atividades rítmicas;

Danças da cultura local;

Atividades práticas.

CONTEÙDO ESTRUTURANTE: GINÁSTICA

CONTEÚDOS BÁSICOS

Ginástica ritmica

Ginástica circense

Ginástica geral

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Origem e histórico da ginástica e suas diferentes manifestações

Estimular a ampliação da consciência corporal

Fundamentos básicos da ginástica:

- Saltar

- Equilibrar

- Rolar/Girar

- Trepar

- Balançar/Embalar

- Malabares

Modismos relacionados a ginástica

CONTEÙDO ESTRUTURANTE: LUTAS

CONTEÚDOS BÁSICOS

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CEEBJA

Lutas de aproximação

Lutas que mantêm a distância

Lutas com instrumento mediador

Capoeira

CONTEÚDOS ESPECíFICOS

Pesquisar a Origem e os aspectos históricos, filosóficos e as características

das diferentes formas de lutas

judô, luta olímpica, sumô...

karatê; boxe; taekwondo

esgrima; kendô

Capoeira

CONTEÚDOS DO ENSINO MÉDIO

CONTEÚDOS ESTRUTURANTE ESPORTE

CONTEÚDOS BÁSICOS

Coletivos

Individuais

Radicais

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Diferenças entre esporte de da escola, o esporte de rendimento e a relação

entre esporte e lazer

Função social do esporte

Influência da mídia, da ciência e da indústria cultural no esporte

Doping

Recursos ergogênicos

Nutrição, saúde e prática esportiva

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CONTEÚDO ESTRUTURANTE JOGOS e BRINCADEIRAS

CONTEÚDOS BÁSICOS

Jogos de tabuleiro

Jogos dramáticos

Jogos cooperativos

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Dinâmicas de grupos que possibilitem a aproximação e considerem as

individualidades

dama, trilha, resta um, xadrez

improvisação, imitação, mímica

futpar, volençol, cadeira livre...

CONTEÚDO ESTRUTURANTE DANÇA

CONTEÚDOS BÁSICOS

Danças folclóricas

Danças de salão

Danças de rua

Danças circulares

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Diferentes passos , posturas, conduções, formas de deslocamento

Ritmos e expressões culturais por meio da dança

Apropriação das danças pela indústria cultural

CONTEÚDO ESTRUTURANTE GINÁSTICA

CONTEÚDOS BÁSICOS

Ginástica artística/olímpica

Ginástica de condicionamento físico

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CEEBJA

Ginástica geral

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Função social da ginástica

Fundamentos da ginástica

Ginástica no mundo do trabalho

Ginástica X Sedentarismo X Qualidade de vida

Relação da ginástica com: tecido muscular, resistência muscular, diferença

entre resistência e força, fontes energéticas, frequência cardíaca, fonte

metabólica, gasto energético, composição corporal, desvios posturais...

LER, DORT

CONTEÚDO ESTRUTURANTE LUTAS

CONTEÚDOS BÁSICOS

Lutas de aproximação

Lutas que mantêm a distância

Lutas com instrumento mediador

Capoeira

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Aspectos históricos, filosóficos e as características das diferentes

manifestações das lutas

Diferença entre lutas e artes marciais

judô, luta olímpica, sumô...

karatê; boxe; taekwondo

esgrima; kendô

Capoeira

AVALIAÇÃO

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CEEBJA

A avaliação proposta para a EJA entende a necessidade da avaliação

qualitativa e voltada para a realidade. Proceder a avaliação da aprendizagem clara e

consciente, é entendê-la como processo contínuo e sistemático de obter

informações, de perceber progressos e de orientar os alunos para a superação das

suas dificuldades. Reforçando este pensamento Vasconcelos (apud PARANÁ, 1994,

p. 44) diz que:

o professor que quer superar o problema da avaliação precisa a partir de uma autocrítica: abrir mão do uso autoritário da avaliação que o sistema lhe faculta e autoriza; rever a metodologia do trabalho em sala de aula; redimensionar o uso da avaliação (tanto do ponto de vista da forma como do conteúdo); alterar a postura diante dos resultados da avaliação; criar uma nova mentalidade junto aos alunos, aos colegas educadores e aos pais.

Atualmente a perspectiva tradicional de avaliação cede espaço para uma

nova visão que procura ser mais processual abrangente e qualitativa. Não deve ser

um processo exclusivamente técnico que avalia a práxis pedagógica, mas que

pretende atender a necessidade dos educandos considerando seu perfil e a função

social da EJA, com o reconhecimento de suas experiências e a valorização de sua

história de vida. Isso torna-se essencial para que o educador reconheça as

potencialidades dos educandos e os ajude a desenvolver suas habilidades para que

os mesmos atinjam o conhecimento na busca de oportunidades de inserção no

mundo do trabalho e na sociedade, assim como, atitudes que ampliem sua

qualidade de vida e saúde.

Diante das discussões desenvolvidas nas DCEs, é necessário entender

que a avaliação em Educação Física à luz dos paradigmas tradicionais, como o da

esportivação, desenvolvimento motor, psicomotricidade e da aptidão física é

insuficiente para a compreensão do fenômeno educativo em uma perspectiva mais

abrangente.

Dessa forma, a avaliação deve estar vinculada ao projeto político pedagógico

da escola, de acordo com os objetivos e a metodologia adotada pelo corpo docente

considerando o comprometimento e envolvimento dos alunos no processo

pedagógico por meio dos seguintes critérios:

Entrega as atividades propostas;

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CEEBJA

Houve assimilação de jogos e regras analisadas;

Houve assimilação dos conteúdos propostos;

Recriação de jogos e análise de regras esportivas;

Questionam situações apresentadas de maneira crítica e

criativa com posicionamento frente a divergências;

Envolvimento nas atividades práticas;

Realiza os questionários sobre os textos e conteúdos

trabalhados.

Partindo-se desses critérios, a avaliação deve se caracterizar como um

processo contínuo, permanente e cumulativo, tal qual preconiza a LDB, nº 9394/96,

em que o professor organizará o seu trabalho, sustentado nas diversas práticas

corporais, culturais e sociais, reconhecendo oportunidades de relacionamento,

convívio e respeito entre as diferenças, com desenvolvimento de idéias e de

valorização humana.

A avaliação deve, ainda, estar relacionada aos encaminhamentos

metodológicos, constituído-se na forma de resgatar as experiências e

sistematizações realizadas durante o processo de aprendizagem. Isto é, tanto o

professor quanto os alunos poderão revisitar o trabalho realizado, identificando

avanços e dificuldades no processo pedagógico, com o objetivo de (re)planejar e

propor encaminhamentos que reconheçam os acertos e ainda superem as

dificuldades constatadas. Durante estes momentos de intervenção pedagógica, o

professor pode utilizar-se de outros instrumentos avaliativos, como: dinâmicas em

grupo, seminários, debates, júri-simulado, (re) criação de jogos, pesquisa em

grupos, inventário do processo pedagógico, entre outros, em que os estudantes

possam expressar suas opiniões aos demais colegas.

Por fim, a avaliação não deve ser pensada à parte do processo

ensino/aprendizado da escola, mas sim compreendida como algo contínuo,

permanente e cumulativo.

REFERÊNCIAS

BETTI, M.; ZULIANI. L.R. Educação Física: uma proposta de diretrizes pedagógicas . Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte. Guarulhos I(I): 73-81.2002

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CEEBJA COLL, C. Psicologia e currículo: uma aproximação psicopedagógica à elaboração do currículo escolar. 2.ed. São Paulo: Ática, 1997.

COLL, C.; POZO, J.I.; SARABIA, B.; VALLS, E. Os conteúdos na reforma: ensino e aprendizagem de conceitos, procedimentos e atitudes. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.

CORBIN, C.B. The field of Physical Education: common goals, not common roles. JOPERD, Reston, p.79-87, 1993. FREIRE, J.B.; SCAGLIA, A . J. Educação como prática corporal. São Paulo: Scipione, 2003. LOVISOLO, H. Educação Física: a arte da mediação. Rio de Janeiro: Sprint, 1995. NEIRA, M.G.; MATTOS. Educação Física na Adolescência: construindo o conhecimento na escola. São Paulo: Phorte, 2004. NETO, L.P.X. ; ASSUNÇÃO, J.R. Saiba mais sobre Educação Física. Rio de Janeiro: Âmbito Cultural Edições, 2005. PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação, Diretrizes Curriculares da Educação Fundamental da Rede de Educação Básica do Estado do Paraná: Educação Física. Versão Preliminar. 2005. PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação, Diretrizes Curriculares da Educação Fundamental da Rede de Educação Básica do Estado do Paraná: Língua Estrangeira Moderna. Versão Preliminar. 2005.

SANTO, D. L. Tendências e expectativas da educação física escolar. In: I Semana de Educação Física, 1993, São Paulo. Anais... São Paulo: Universidade São Judas Tadeu - Departamento de Educação Física, 1993. v. 1.

SAVIANI, D. Escola e democracia. 35.ed. Campinas: Autores Associados, 2002. SOARES, C.L.; et all . Metodologia do ensino de Educação Física. São Paulo: Cortez, 1992. SOUZA, E.S. VAGO. T. M. Trilhas e Partilhas: Educação Física na Cultura escolar e nas práticas sociais. Belo Horizonte: Ed. dos Autores 1997. ZABALA, A. Aprendizaje significativo: el professor como movilizador de lãs competências de sus alunos. In: SEMINÁRIO DE EDUCAÇÃO E SOCIEDADE, 6., 1997, São Paulo. Anais... São Paulo: Grupo Associação de Escolas Particulares, 1997. p.1-39.

________. (Org.). Como trabalhar os conteúdos procedimentais em aula. 2.ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999.

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

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CEEBJA BETTI, M. Por uma teoria da prática. Motus Corporis, Rio de Janeiro, v.3,n.2, p.73-127, dez. 1996.

BRACHT, V.; PIRES, R.; GARCIA, S.P.; SOFISTE, A.F.S. A prática pedagógica em educação física: a mudança a partir da pesquisa-ação. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Campinas, v.23, n.2, p. 9-30, jan. 2002.

BRASIL. Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Disponível em: < http://www.ufop.br/graduação/idbtext.html.>. Acesso em: 8 jan. 2001.

CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO. Resolução CNE/CEB nº 1, de 5 de julho de 2000. Estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos. Brasília, 2000.

GUEDES, D.P.; GUEDES, J.E.R.P. Implementação de programas de Educação Física escolar direcionados à promoção da saúde. Revista Brasileira de Saúde Escolar, Campinas, v. 3 n.1/4, p. 67-75, 1994.

LAWSON, H.A. Education for social responsibility: preconditions in retrospect and in prospect. QUEST, Champaign, n.51, p.116-149, 1999.

LOVISOLO, H. Hegemonia e legitimidade nas ciências dos esportes. Motus Corporis, Rio de janeiro, v.3, n.2, p.51-72, dez. 1996.

MANOEL, E.J. Desenvolvimento motor: implicações para a Educação Física escolar. Revista Paulista de Educação Física, São Paulo, v.8, n.1, p.82-97, 1994.

MATVEEV, A.P. Educação física escolar: teoria e metodologia. Rio de Janeiro: Grupo Palestra Sport, 1997.

OLIVEIRA, A. A. B. Educação Física no ensino médio - período noturno: um estudo participante. Revista Movimento, Porto Alegre, n. 12, p. 05-13, 2000.

PARANÁ. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Básico para a Escola Pública do Estado do Paraná. Curitiba, 1997.

TANI, G. Vivências práticas no curso de graduação em Educação Física: necessidade, luxo ou perda de tempo? Caderno Documentos, nº 2, Universidade de São Paulo, 1996.

UNESCO. Education: the necessary utopia. Disponível em:

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CEEBJA < http://www.unesco.org/delors/utopia.htm >. Acesso em: 18 jan. 2005. Diretrizes Curriculares da Educação Básica - Educação Física. SEED.PR.2008

DISCIPLINA DE MATEMÁTICA

CONCEPÇÃO DO ENSINO DE MATEMÁTICA

A Educação Matemática é um importante ramo do conhecimento que envolve

saberes diversos, onde só o saber matemático ou a experiência de magistério não

são considerados suficientes para atuação profissional. Desta forma, faz-se

necessário estudar os processos que investigam como o estudante compreende e

se apropria da própria Matemática e, também, como ele, ao fazer uso do

conhecimento matemático adquirido, desenvolve valores e atitudes de natureza

diversa, visando a sua formação integral como cidadão. Na Educação Matemática, o

conhecimento é abordado sob uma visão histórica, de modo que os conceitos são

apresentados, discutidos, construídos e reconstruídos, influenciando na formação do

pensamento do aluno. Percebe-se, então, que este campo do conhecimento está

centrado na prática pedagógica e envolve as relações entre o ensino, a

aprendizagem e o conhecimento matemático.

Nesta concepção, o educador matemático é o professor que procura o

desenvolvimento intelectual e profissional, refletindo criticamente sobre sua prática,

tornando-se um pesquisador que busca constantemente meios para superar os

desafios pedagógicos que se lhe apresentam.

Enquanto ramo de conhecimento, a Matemática pode ser concebida como um

saber pronto e acabado ou como um saber dinâmico que necessita ser discutido,

ampliado e reelaborado. Desta forma, entende-se que o Educador Matemático seja

aquele que conceba a Matemática como atividade humana em construção. Esta

ciência, então, constitui-se para ele um campo de estudos que lhe possibilita balizar

sua ação docente, de forma crítica.

Consequentemente, o ensino de Matemática deve possibilitar aos estudantes

analisar, discutir, conjecturar, apropriar-se de conceitos e formular ideias, pois a

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concepção presente é a de que aprender Matemática deve levar a uma ampliação

do conhecimento e do desenvolvimento social.

ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO

A comunidade de Educação Matemática no Brasil entende que a abordagem

dos conteúdos faça uso das tendências metodológicas que compõem este campo de

estudos, sendo elas: a resolução de problemas; a modelagem matemática; as

mídias tecnológicas; a etnomatemática; a história da Matemática e as investigações

matemáticas. Este movimento compreende também que nenhuma destas

tendências, de forma isolada, atende às necessidades educativas, mas que a

articulação entre elas é fundamental para promover uma aprendizagem eficaz.

Fazer esta articulação significa que a abordagem de um conteúdo específico

pode abranger: a utilização da história da Matemática ─ para que o educando

compreenda a evolução do conceito através dos tempos; a formulação de um

modelo matemático ─ modelagem matemática; a solução deste modelo ─ uso da

metodologia de solução de problemas; o uso de recursos tecnológicos na solução ─

mídias tecnológicas; e ao se chegar a solução, é necessário validá-la, discuti-la,

analisá-la ─ metodologia de investigação matemática.

Como encaminhamento metodológico na Educação de Jovens e Adultos

entende-se que a solução de problemas seja o eixo organizador do trabalho

pedagógico, pois que no ensino de Matemática nesta modalidade educativa, temos

um sujeito que, no exercício da cidadania, soluciona problemas reais, urgentes e

essenciais nas atividades profissionais ou em outras circunstâncias (FONSECA,

2002). Trabalhos importantes da psicologia evolutiva indicam também que o aluno

adulto tem melhor desempenho na solução de problemas reais do que em situações

fictícias, portanto a seleção de conteúdos e atividades matemáticas em EJA não

pode desconsiderar este fato.

Destaca-se ainda que, em EJA, a Etnomatemática pode ser uma alternativa

para valorizar a maneira como os jovens, adultos e idosos lidam com a Matemática,

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pois nesta perspectiva, o conhecimento matemático é considerado uma construção

social.

Já a modelagem matemática para o ensino de Matemática em EJA viabiliza a

solução de problemas do cotidiano de forma bastante eficiente, pois, ao partir de

experiências reais para abstrações e formalizações, tornam o ensino desta disciplina

mais significativo para quem aprende. Ao tomar a Matemática como um modelo da

realidade esta abordagem permite ao estudante de EJA conciliar a necessidade que

tem de adquiri instrumental para resolver problemas com os recursos que adquiriu

no convívio social, familiar e profissional. Inclusive o uso das Tecnologias Digitais de

Informação e Comunicação (TDIC), permeara os conteúdos durante a carga horaria

dos conteúdos de Matemática.

No intuito de contemplar a Lei 11.645/08 referente à História e cultura afro-

brasileira, africana e indígena, serão trabalhados conteúdos de acordo com a

especificidade da disciplina, bem como a influência dessas culturas na formação de

nossa sociedade.

ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS

A organização dos conteúdos na EJA contempla os conteúdos básicos e

estruturantes previstos nas DCE do Estado do Paraná. No Plano de Trabalho

Docente, os Conteúdos Básicos terão abordagens diversas a depender dos

fundamentos que recebem de cada conteúdo estruturante. Quando necessário,

serão desdobrados em conteúdos específicos, sempre considerando-se o

aprofundamento a ser observado para no nível de ensino. A distribuição dos

conteúdos é igual tanto para a organização individual quanto para o coletivo. A carga

horária do Ensino Fundamental e Médio obedece à legislação vigente.

ENSINO FUNDAMENTAL

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

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Números e Álgebra; Grandezas e Medidas; Geometrias; Funções;

Tratamento da Informação;.

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: NÚMEROS E ÁLGEBRA;

CONTEÚDOS BÁSICOS:

• Sistemas de numeração;

• Números Naturais;

• Múltiplos e divisores;

• Potenciação e radiciação;

• Números fracionários;

• Números decimais

• Números Inteiros;

• Números Racionais e Irracionais;

• Equação e Inequação do 1º grau;

• Razão e proporção;

• Regra de três simples.

• Potências;

• Monômios e Polinômios;

• Produtos Notáveis

• Números Reais;

• Propriedades dos radicais;

• Equação do 2º grau;

• Teorema de Pitágoras;

• Equações Irracionais;

• Equações Biquadradas;

• Regra de Três Composta

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: GRANDEZAS E MEDIDAS

CONTEÚDOS BÁSICOS:

• Medidas de comprimento;

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• Medidas de massa;

• Medidas de área;

• Medidas de volume;

• Medidas de tempo;

• Medidas de ângulos;

• Sistema monetário

• Medidas de temperatura;

• Medidas de ângulos.

• Medidas de comprimento;

• Medidas de área;

• Medidas de volume;

• Medidas de ângulos.

• Relações Métricas no Triângulo Retângulo;

• Trigonometria no Triângulo Retângulo.

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES: GEOMETRIAS.

CONTEÚDOS BÁSICOS

• Geometria Plana;

• Geometria Espacial

• Geometrias não-euclidianas

• Geometria Analítica;

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO

CONTEÚDOS BÁSICOS:

• Dados, tabelas e gráficos;

• Porcentagem

• Pesquisa Estatística;

• Média Aritmética;

• Moda e mediana;

• Juros simples.

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CEEBJA

• Gráfico e Informação;

• População e amostra.

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: FUNÇÕES

CONTEÚDOS BÁSICOS:

• Noção intuitiva de Função Afim.

• Noção intuitiva de Função

• Quadrática.

ENSINO MÉDIO

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES: NÚMEROS E ÁLGEBRA.

CONTEÚDOS BÁSICOS:

• Números Reais;

• Números Complexos;

• Sistemas lineares;

• Matrizes e

• Determinantes;

• Polinômios;

• Equações e Inequações

• Exponenciais, Logarítmicas e Modulares.

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES: GRANDEZAS E MEDIDAS

CONTEÚDOS BÁSICOS:

• Medidas de Área;

• Medidas de Volume;

• Medidas de Grandezas

• Vetoriais;

• Medidas de Informática;

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CEEBJA

• Medidas de Energia;

• Trigonometria.

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: FUNÇÕES

CONTEÚDOS BÁSICOS:

• Função Afim;

• Função Quadrática;

• Função Polinomial;

• Função Exponencial;

• Função Logarítmica;

• Função Trigonométrica;

• Função Modular;

• Progressão Aritmética;

• Progressão Geométrica

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES: GEOMETRIAS

CONTEÚDOS BÁSICOS:

• Geometria Plana;

• Geometria Espacial;

• Geometria Analítica;

• Geometrias não-euclidianas.

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO.

CONTEÚDOS BÁSICOS:

• Análise Combinatória;

• Binômio de Newton;

• Estudo das Probabilidades;

• Estatística;

• Matemática Financeira.

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AVALIAÇÃO

A avaliação em Matemática na EJA deve permitir ao educador fazer

observações sistemáticas de aspectos quantitativos e qualitativos da apreensão do

conhecimento pelo educando, estabelecendo relações entre o conhecimento

matemático e o contexto social.

É fundamental que a avaliação seja coerente com a metodologia utilizada

pelo educador, bem como, com os objetivos que se pretende alcançar, visto que,

esta tem a finalidade de fornecer informações do processo de desenvolvimento do

educando ─ a ele mesmo e ao educador. Essas informações permitem ao educador,

uma reflexão crítica sobre a sua prática pedagógica, no sentido de captar seus

avanços, suas resistências, suas dificuldades e possibilitar uma tomada de decisão

sobre o que fazer para superar os obstáculos, uma vez que os educandos possuem

diferentes tempos de aprendizagem.

Desta forma, o processo avaliativo é um recurso pedagógico, que considera

erros e acertos como elementos sinalizadores para seu replanejamento, ou seja,

toma o erro como ponto de partida para rever caminhos, para compreender e agir

sobre o processo de construção do conhecimento matemático.

No que se refere à avaliação em matemática, considerando o perfil do

educando jovem, adulto e idoso, pontua-se alguns indicativos a serem contemplados

pelos educadores:

- Considerar todas as formas de raciocínio, ou seja, os

procedimentos/métodos utilizados pelo educando para resolver uma

determinada situação-problema;

- Resultado não é o único elemento a ser contemplado na avaliação

matemática, pois, mesmo que este não esteja de acordo, ele pode ter

utilizado de métodos coerentes, equivocando-se em apenas parte do

processo de desenvolvimento do raciocínio matemático.

- Erro deve ser considerado como ponto de partida para rever caminhos,

compreendendo todo o processo de construção do conhecimento

matemático.

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Portanto, a avaliação da aprendizagem matemática considerada como

mecanismo diagnóstico, deverá englobar todas as instâncias que compõem a

escola: currículo, planejamento, metodologia, conteúdos, o educando, o educador e

a própria escola.

Entendida como processo, a avaliação deverá possibilitar uma constante

elaboração e reelaboração não só do conhecimento produzido, mas da ação

pedagógica como um todo.

A proposta de avaliação compreende a explicitação de alguns critérios e

instrumentos. De acordo com os conteúdos desenvolvidos, podem ser

contemplados os seguintes critérios:

- indicação dos processos adotados na solução de um problema;

- valorização da expressão oral do estudante;

- utilização adequada dos conceitos matemáticos necessários na

solução de problemas;

- revisão de noções elementares a qualquer momento em que uma

dificuldade se apresente;

- utilização de materiais didáticos manipuláveis, sempre que necessário;

- análise dos erros cometidos e dos devidos encaminhamentos para

suas soluções.

produções do aluno sob orientação do professor.

Constituem-se instrumentos de avaliação dos conteúdos da disciplina:

- Provas escritas e trabalhos.

REFERÊNCIAS

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CEEBJA _________. Ministério da Educação. Secretária de Educação Fundamental, 2002 – Proposta Curricular para a educação de jovens e adultos: segundo segmento do ensino fundamental: 5ª a 8ª série: introdução. DUARTE, Newton. O ensino de matemática na educação de adultos. São Paulo: Cortez, 1994. FONSECA, Maria da Conceição F.R. Educação Matemática de Jovens e Adultos: especificidades, desafios e contribuições. Belo Horizonte: Autêntica, 2002. FREIRE, Paulo. Educação e Mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983. MATO GROSSO DO SUL, Secretaria de Estado de Educação. Subsídios de matemática. V:8, 1 ed. Campo Grande: 2000. MIORIM, Maria Ângela. Introdução à história da matemática. São Paulo: Graal, 1973. NAGEL, Lízia Helena. Em questão: profissionalismo no ensino. Maringá: UEM, 2003(texto digitado) PARANÁ, Secretaria de Estado de Educação. Diretrizes Curriculares da Educação de jovens e adultos no Estado do Paraná – DCE. Curitiba, 2006. _________. Secretaria de Estado de Educação. Diretrizes Curriculares do Ensino Fundamental no Estado do Paraná – DCE. Curitiba, 2008. PAIS, L. C. Didática da matemática – uma análise da influência francesa. Belo Horizonte: Autêntica, 2001. PETRONZELLI, Vera Lúcia Lúcio. Educação Matemática e a aquisição do conhecimento matemático: alguns caminhos a serem trilhados, 2002. (Dissertação de Mestrado, UTP) 166p. SMOLE, K. S., DINIZ, M. I. Ler escrever e resolver problemas. Porto Alegre: ARTMED, 2001. Curso Educação na Cultura Digital. Disponível em https://goo.g1/3hzeh D. Palfrey, Jhon. Nascidos na era digital: Entendendo a primeira geração de nativos digitais; tradução: Magda França Lopes; Porto Alegre: Grupo A, 2011.

DISCIPLINA DE CIÊNCIAS NATURAIS

CONCEPÇÃO DO ENSINO DE CIÊNCIAS

A Educação de Jovens e Adultos - EJA, no Estado do Paraná, de acordo com

suas Diretrizes Curriculares e em consonância com as discussões realizadas com os

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professores da rede pública estadual de ensino, apresenta os fundamentos teóricos,

metodológicos e avaliativos do ensino de Ciências, que norteiam a elaboração da

proposta curricular desta disciplina.

Partindo do pressuposto que a ciência não se constitui numa verdade

absoluta, pronta e acabada, é indispensável rever o processo de ensino e

aprendizagem de Ciências no contexto escolar, de modo que o modelo tradicional

de ensino dessa disciplina, no qual se prioriza a memorização dos conteúdos, sem a

devida reflexão, seja superado por um modelo que desenvolva a capacidade dos

educandos de buscar explicações científicas para os fatos, através de posturas

críticas, referenciadas pelo conhecimento científico.

É necessário distinguir os campos de atuação da ciência, seus contextos e

valores, como também, os objetivos dispensados à disciplina de Ciências no

contexto escolar. Para tanto,

deve-se reconhecer que a ciência é diferente da disciplina escolar ciências. A ciência realizada no laboratório requer um conjunto de normas e posturas. Seu objetivo é encontrar resultados inéditos, que possam explicar o desconhecido. No entanto, quando é ministrada na sala de aula, requer outro conjunto de procedimentos, cujo objetivo é alcançar resultados esperados, aliás planejados, para que o estudante possa entender o que é conhecido. A ciência sabe como procurar mas não conhece resultados de antemão. O ensino, ao contrário, conhece muito bem quais são os objetivos a encontrar, mas as discussões de como proceder para alcançá-los apontam para diferentes caminhos. Existe portanto uma diferença fundamental entre a comunicação de conhecimento em congressos científicos, entre cientistas, e a seleção e adaptação de parcelas desse conhecimento para ser utilizado na escola por professores e alunos. (BIZZO, 2002, p.14)

Nessa perspectiva, a disciplina de Ciências tem como fundamento o

conhecimento científico proveniente da ciência construída historicamente pela

humanidade.

Os fatos cotidianos e os conhecimentos adquiridos ao longo da história

podem ser entendidos pela interação das várias áreas do conhecimento, revelando a

importância da Química, da Física, da Biologia, da Astronomia e das Geociências,

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que se complementam para explicar os fenômenos naturais e as transformações e

interações que neles se apresentam.

Os fenômenos não são explicados apenas por um determinado

conhecimento, portanto, é importante estabelecer as relações possíveis entre as

disciplinas, identificando a forma com que atuam e as dimensões desses

conhecimentos, pois o diálogo com as outras áreas do conhecimento gera um

movimento de constante ampliação da visão a respeito do que se estuda ou se

conhece.

Outro aspecto a ser desenvolvido pelo ensino de Ciências na EJA é a reflexão

sobre a importância da vida no Planeta. Isso inclui a percepção das relações

históricas, biológicas, éticas, sociais, políticas e econômicas, assim como, a

responsabilidade humana na conservação e uso dos recursos naturais de maneira

sustentável, uma vez que dependemos do Planeta e a ele pertencemos.

O caminho evolutivo da ciência promoveu o avanço tecnológico que deve ser

discutido no espaço escolar, de tal maneira que o educando possa compreender as

mudanças ocorridas no contexto social, político e econômico e em outros meios com

os quais interage, proporcionando-lhe também o estabelecimento das relações entre

o conhecimento trazido de seu cotidiano e o conhecimento científico e, partindo

destas situações, compreender as relações existentes, questionando, refletindo,

agindo e interagindo com o sistema.

Essa relação entre ciência e tecnologia, aliada à forte presença da tecnologia no cotidiano das pessoas, já não pode ser ignorada no ensino de Ciências, e sua ausência aí é inadmissível. Consideram-se, ainda, os efeitos da ciência/tecnologia sobre a natureza e o espaço organizado pelo homem, o que leva à necessidade de incluir no currículo escolar uma melhor compreensão do balanço benefício-malefício da relação ciência-tecnologia (DELIZOICOV; ANGOTTI; PERNAMBUCO, 2002, p.68-69).

É importante que o educando tenha acesso ao conhecimento científico a fim

de compreender conceitos e relações existentes entre o ambiente, os seres vivos e

o universo, numa concepção flexível e processual, por meio do saber questionador e

reflexivo. Da mesma forma, se faz necessário possibilitar ao educando perceber os

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aspectos positivos e negativos da ciência e da tecnologia, para que ele possa atuar

de forma consciente em seu meio social e interferir no ambiente, considerando a

ética e os valores sociais, morais e políticos que sustam a vida.

O conjunto de saberes do educando deve ser considerado como ponto de

partida para o processo de ensino e aprendizagem, estabelecendo relações com o

mundo do trabalho e com outras dimensões do meio social.

As Ciências Naturais são compostas de um conjunto de explicações com peculiaridades próprias e de procedimentos para obter essas explicações sobre a natureza e os artefatos materiais. Seu ensino e sua aprendizagem serão sempre balizados pelo fato de que os sujeitos já dispõem de conhecimentos prévios a respeito do objeto de ensino. A base de tal assertiva é a constatação de que participam de um conjunto de relações sociais e naturais prévias a sua escolaridade e que permanecem presentes durante o tempo da atividade escolar (DELIZOICOV; ANGOTTI; PERNAMBUCO, 2002, p.131).

Dessa forma, é importante que o ensino desenvolvido na disciplina de

Ciências na EJA, possibilite ao educando, a partir de seus conhecimentos prévios, a

construção do conhecimento científico, por meio da análise, reflexão e ação, para

que possa argumentar e se posicionar criticamente.

ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS

Na medida em que se acredita numa Ciência aberta, inacabada, produto da

ação de seres humanos inseridos num contexto próprio relativo ao seu tempo e

espaço e, no estudo na disciplina de Ciências, como uma das formas de resgate e

de construção de melhores possibilidades de vida individuais e coletivas, há que se

optar por uma metodologia de ensino e de aprendizagem adequada à realidade do

educando da EJA, em consonância com as Diretrizes Curriculares Estaduais

propostas para esta modalidade de ensino. Segundo RIBEIRO (1999, p.8),

Criar novas formas de promover a aprendizagem fora dos limites da organização tradicional é uma tarefa, portanto, que impõem, antes de mais nada, um enorme desafio para os educadores (...), romper o modelo de instrução tradicional implica um alto grau de competência pedagógica, pois para isso o professor precisará decidir, em cada

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situação, quais formas de agrupamento, sequenciação, meios didáticos e interações propiciarão o maior progresso possível dos alunos, considerando a diversidade que inevitavelmente caracteriza o público da educação de jovens e adultos.

Nessa perspectiva, destaca-se a importância de propiciar aos educandos, a

compreensão dos conceitos científicos de forma significativa, ou seja, que o

conhecimento possa estar sendo percebido em seu contexto mais amplo, não

somente nos afazeres diários, mas na forma de perceber a realidade local e global,

o que lhe permitirá posicionar-se e interferir na sociedade de forma crítica e

autônoma. Para tanto, o educador da EJA deve partir dos saberes adquirido

previamente pelos educandos, respeitando seu tempo próprio de construção da

aprendizagem, considerando:

- Que o educador é mediador e estimulador do processo, respeitando,

de forma real, como ponto de partida, o conjunto de saberes trazido

pelos educandos;

- As experiências dos educandos no mundo do trabalho;

- A necessária acomodação entre o tempo e o espaço do educando,

ainda, o tempo pedagógico e o tempo físico;

- As relações entre o cotidiano dos educandos e o conhecimento

científico.

Nesse aspecto, ressalta-se a importância de trabalhar a disciplina de Ciências

de forma contextualizada, ou seja, com situações que permitam ao educando jovem

e adulto a inter-relação dos vínculos dos conteúdos com as diferentes situações com

que se deparam no seu dia-a-dia. Essa contextualização pode acontecer a partir de

uma problematização, ou seja, em lançar desafios que necessitem de respostas

para determinadas situações. “A essência do problema é a necessidade (...), um

obstáculo que é necessário transpor, uma dificuldade que precisa ser superada, uma

dúvida que não pode deixar de ser dissipada" (SAVIANI, 1993, p.26). As dúvidas são

muito comuns na disciplina de Ciências, devendo ser aproveitadas para reflexão

sobre o problema a ser analisado, e assim, para o educador, o desafio consiste em

realizar esta contextualização, sem reduzir os conteúdos apenas à sua aplicação

prática, deixando de lado o saber acadêmico.

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Um aspecto importante a ser considerado no trabalho com a disciplina de

Ciências é a retomada histórica e epistemológica das origens e evolução do

pensamento da Ciência, propiciando condições para que o educando perceba o

significado do estudo dessa disciplina, bem como a compreensão de sua linguagem

própria e da cultura científica e tecnológica oriundas desse processo.

É importante salientar o uso criativo das metodologias da Cultura Digital pelo

educador, que será indispensável em todos os momentos do seu trabalho, bem

como o olhar atento e crítico sobre a realidade trazida pelos educandos.

A busca de soluções para as problematizações constitui-se em referência

fundamental no ensino de Ciências. Quando elaborada individual ou coletivamente

deve ser registrada, sendo valorizados os saberes trazidos pelos educandos e a

evolução do processo de aprendizagem. É importante lembrar que a cultura

científica deve ser incentivada mesmo que de forma gradual, respeitando o tempo

de cada grupo ou indivíduo.

Uma estratégia comum em Ciências é a utilização de experimentos e práticas

realizadas em laboratório. É importante que seja definido com clareza o sentido e o

objetivo dessa alternativa metodológica, visto que muitas vezes, situações muito

ricas do cotidiano são deixadas de lado em detrimento do uso do laboratório. Deve-

se considerar a possibilidade de aproveitamento de materiais do cotidiano, assim

como lugares alternativos, situações ou eventos para se desenvolver uma atividade

científica. A utilização de experimentos e práticas realizadas em laboratório deve ser

vistas como uma atividade comum e diversificada e que não abrem mão do rigor

científico, devendo ser acompanhada pelo professor. Segundo BIZZO (2002, p.75),

é importante que o professor perceba que a experimentação é um elemento essencial nas aulas de ciências, mas que ela, por si só, não garante bom aprendizado. (...) a realização de experimentos é uma tarefa importante, mas não dispensa o acompanhamento constante do professor, que deve pesquisar quais são as explicações apresentadas pelos alunos para os resultados encontrados. É comum que seja necessário propor uma nova situação que desafie a explicação encontrada pelos alunos.

Outro aspecto a ser considerado no trabalho docente, é a utilização do

material de apoio didático como uma das alternativas metodológicas, de tal forma

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que não seja o único recurso a ser utilizado pelo educador. A respeito do livro

didático, BIZZO (2002, p. 66), propõe

Que ele deve ser utilizado como um dos materiais de apoio, como outros que se fazem necessários, cabendo ao professor, selecionar o melhor material disponível diante de sua própria realidade, onde as informações devem ser apresentadas de forma adequada à realidade dos alunos.

Ao pensar na organização dos conteúdos, o educador deve priorizar àqueles

que possam ter significado real à vida dos educandos jovens e adultos. Os

conteúdos devem possibilitar aos mesmos a percepção de que existem diversas

visões sobre um determinado fenômeno e, a partir das relações entre os diversos

saberes, estimular a autonomia intelectual dos mesmos, através da criticidade, do

posicionamento perante as situações-problemas e da busca por mais

conhecimentos. Os conteúdos podem ser organizados sem a rígida sequência linear

proposta nos livros didáticos. Para tanto, deve ser avaliada a relevância e a

necessidade desses conteúdos, assim como a coerência dos mesmos no processo

educativo.

O processo avaliativo precisa ser reconhecido como meio de desenvolver a

reflexão de como vem ocorrendo o processo de aquisição do conhecimento por

parte do educando. A verificação da aquisição do conhecimento deve ser ponto de

partida para a revisão e reconstrução do caminho metodológico percorrido pelo

educando e, principalmente, pelo educador.

O ensino de Ciências na EJA deve propiciar o questionamento reflexivo tanto

de educandos como de educadores, a fim de que reflitam sobre o processo de

ensino e aprendizagem. Desta forma, o educador terá condições de dialogar sobre a

sua prática a fim de retomar o conteúdo com enfoque metodológico diferenciado e

estratégias diversificadas, sendo essencial valorizar os acertos, considerando o erro

como ponto de partida para que o educando e o educador compreendam e ajam

sobre o processo de construção do conhecimento, caracterizando-o como um

exercício de aprendizagem.

No intuito de contemplar a Lei 11.645/08 referente à História e cultura afro-

brasileira, africana e indígena, serão trabalhados conteúdos de acordo com a

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especificidade da disciplina, bem como a influência dessas culturas na formação de

nossa sociedade.

ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS

É indispensável que a organização dos conteúdos da disciplina de Ciências

na proposta curricular esteja vinculada ao espaço e ao tempo de estudo dos

educandos e à experiência cotidiana destes, procurando apresentar os conteúdos

como instrumentos de melhor compreensão e atuação na realidade.

Ao pensar nessa organização, o educador deve priorizar os conteúdos que possam

ter significado real à vida dos educandos, possibilitando-lhes a percepção das

diversas abrangências sobre um determinado fenômeno. Dessa forma, o ensino de

Ciências não pode se restringir apenas ao livro didático ou ao material de apoio. “A

seleção de conteúdos é tarefa do professor; ele pode produzir uma unidade de

ensino que não existe no livro ou deixar de abordar um de seus capítulos, pode

realizar retificações ou propor uma abordagem diferente” (BIZZO, 2000, p.66).

Considerando as Diretrizes Curriculares Estaduais para a Educação de

Jovens e Adultos e as especificidades desta modalidade de ensino, principalmente

no que tange ao tempo de ensino do educador e o tempo de aprendizagem dos

educandos, a proposta de conteúdos essenciais da disciplina de Ciências,

contempla:

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: ASTRONOMIA

CONTEÚDOS BÁSICOS

Universo

Origem e evolução do Universo

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Sistema solar

Movimentos terrestres

Movimentos celestes

Astros

Gravitação universal

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Fenômenos da natureza

Características básicas de diferenciação entre estrelas, planetas, planetas

anões, satélites naturais, cometas, asteróides, meteoros, meteoritos

Teorias geocêntricas e heliocêntricas

Movimentos de rotação e translação

Movimentos aparentes do céu, noites e dias, eclipses do Sol e da Lua

Movimento terrestre: as estações do ano

Modelos científicos que abordam a origem e a evolução do universo

Relações entre as teorias e sua evolução histórica

Diferenciação das teorias que consideram um universo inflacionário e teorias

que consideram o universo cíclico

Classificação cosmológica (galáxias, aglomerados, nebulosas, buracos

negros, Lei de Hubble, idade do Universo, escala do Universo leis de Kepler

para as órbitas dos planetas

Leis de Newton no tocante a gravitação universal

Fenômenos terrestres relacionados à gravidade, como as marés

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: MATÉRIA

CONTEÚDOS BÁSICOS

CONSTITUIÇÃO DA MATÉRIA

PROPRIEDADES DA MATÉRIA

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CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Constituição do planeta Terra; atmosfera e crosta, solos, rochas, minerais,

manto e núcleo

Composição da água

Composição físico-química do Sol e produção da energia solar

Constituição do Planeta Terra primitivo, antes do surgimento da vida

Conceito de matéria, sua constituição, propriedades e suas transformações

Conceito de átomo, íons, elementos químicos, substâncias, ligações

químicas, reações químicas

Leis da conservação da massa

Compostos orgânicos e relações destes com a constituição dos organismos

vivos

Propriedades da matéria, massa, volume, densidade, compressibilidade,

elasticidade, divisibilidade, indestrutibilidade, impenetrabilidade,

maleabilidade, ductibilidade, flexibilidade, permeabilidade, dureza,

tenacidade, cor, brilho, sabor

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: SISTEMAS BIOLÓGICOS

CONTEÚDOS BÁSICOS

CÉLULA

NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO CELULAR

MORFOLOGIA E FISIOLOGIA DOS SERES VIVOS

MECANISMOS DE HERANÇA GENÉTICA

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Constituição dos sistemas orgânicos e fisiológicos

Características gerais dos seres vivos

Teoria celular como modelo explicativo da constituição dos organismos

Níveis de organização celular

Estrutura química da célula

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Constituição da célula e as diferenças entre os tipos celulares

Fotossíntese

As relações entre os órgãos e sistemas animais e vegetais a partir dos

entendimentos dos mecanismos celulares

Os mecanismos celulares e sua estrutura

Estrutura e funcionamento dos tecidos

Conceitos que fundamentam os sistemas digestório, cardiovascular,

respiratório, excretor e urinário.

Fundamentos teóricos que descrevem os sistemas nervoso, sensorial,

reprodutor e endócrino.

Herança genética, os cromossomos, genes, os processos de mitose e meiose

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: ENERGIA

CONTEÚDOS BÁSICOS

FORMAS DE ENERGIA

CONVERSÃO DE ENERGIA

TRANSMISSÃO DE ENERGIA

CONSERVAÇÃO DE ENERGIA

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Conceito de energia por meio da análise de suas manifestações

Conversão de uma forma de energia em outra

Conceito de transmissão de energia

Energia mecânica, térmica, luminosa, nuclear, fontes e processos de

irradiação, convecção e condução

Relação das formas de energia aos ciclos de matéria na natureza

Energia luminosa

Importância da energia solar para os seres vivos

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A identificação dos fundamentos da luz, as cores, e a radiação ultravioleta e

infravermelha

Conceito de calor com energia térmica e suas relações com os sistemas

endotérmicos e ectotérmicos

Os fundamentos da energia química, mecânica e nuclear, suas fontes, modos

de transmissão e armazenamento

Lei da conservação da energia

As relações entre sistemas conservativos

Conceitos de movimento, deslocamento, velocidade, aceleração, trabalho e

potência

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: BIODIVERSIDADE

CONTEÚDOS BÁSICOS

ORIGEM DA VIDA

ORGANIZAÇÃO DOS SERES VIVOS

SISTEMÁTICA

ECOSSISTEMAS

EVOLUÇÃO DOS SERES VIVOS

INTERAÇÕES ECOLÓGICAS

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

O reconhecimento da diversidade das espécies e sua classificação

Distinção entre ecossistema, comunidade, população

Extinção das espécies

Formação de fósseis e sua relação com a produção contemporânea de

energia não renovável

Fenômenos metereológicos e catástrofes naturais e sua relação com os seres

vivos

Conceito de biodiversidade e sua amplitude de relações com os seres vivos,

de categorias taxonômicas, filogenia

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Interações e sucessões ecológicas, cadeia alimentar, seres autótrofos e

heterótrofos

Teorias evolutivas

Ciclos biogeoquímicos

AVALIAÇÃO

A avaliação é atividade essencial do processo ensino-aprendizagem dos

conteúdos científicos escolares e, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases n.

9394/96, deve ser contínua e cumulativa em relação ao desempenho do estudante,

com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos.

Assim, a avaliação como prática pedagógica que compõe a mediação didática

realizada pelo professor é entendida como ação, movimento, provocação, na

tentativa de reciprocidade intelectual entre os elementos da ação educativa. Para

que tal ação torne-se significativa, o professor precisa refletir e planejar sobre os

procedimentos a serem utilizados e superar o modelo consolidado da avaliação tão

somente classificatória e excludente.

Será preciso respeitar o estudante como um ser humano inserido no contexto

das relações que permeiam a construção do conhecimento científico escolar. Desse

modo, a considerar o modelo ensino-aprendizagem proposto nestas diretrizes, a

avaliação deverá valorizar os conhecimentos alternativos do estudante, construídos

no cotidiano, nas atividades experimentais, ou a partir de diferentes estratégias que

envolvem recursos pedagógicos e instrucionais diversos. É fundamental que se

valorize, também, o que se chama de “erro”, de modo a retomar a compreensão

(equivocada) do estudante por meio de diversos instrumentos de ensino e de

avaliação.

Na aprendizagem significativa, o conteúdo específico ensinado passa a ter

significado real para o estudante e, por isso, interage “com idéias relevantes

existentes na estrutura cognitiva do indivíduo” (MOREIRA, 1999, p. 56). Mas, como

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o professor de Ciências poderia fazer para investigar se a aprendizagem de

conceitos científicos escolares pelo estudante ocorreu de forma significativa?

A investigação da aprendizagem significativa pelo professor pode ser por

meio de problematizações envolvendo relações conceituais, interdisciplinares ou

contextuais.

Dentre essas possibilidades, a prova pode ser um excelente instrumento de

investigação do aprendizado do estudante e de diagnóstico dos conceitos científicos

escolares ainda não compreendidos por ele, além de indicar o quanto o nível de

desenvolvimento potencial tornou-se um nível real (VYGOTSKY, 1991b). Para isso,

as questões da prova precisam ser diversificadas e considerar outras relações além

daquelas trabalhadas em sala de aula.

Nestes termos, avaliar no ensino de Ciências implica intervir no processo

ensino-aprendizagem do estudante, para que ele compreenda o real significado dos

conteúdos científicos escolares e do objeto de estudo de Ciências, visando uma

aprendizagem realmente significativa para sua vida.

Partindo da idéia de que a metodologia deve respeitar o conjunto de saberes

do educando, o processo avaliativo deve ser diagnóstico no sentido de resgatar o

conhecimento já adquirido pelo educando permitindo estabelecer relações entre

esses conhecimentos. Desta forma, o educador terá possibilidades de perceber e

valorizar as transformações ocorridas na forma de pensar e de agir dos educandos,

antes, durante e depois do processo.

A avaliação não pode ter caráter exclusivamente mensurável ou

classificatório, deve-se respeitar e valorizar o perfil e a realidade dos educandos da

EJA em todos os seus aspectos, oportunizando-lhe o acesso e a permanência no

sistema escolar. Há necessidade, tanto por parte do educador, quanto da

comunidade escolar, de conhecer o universo desses educandos, suas histórias de

vida e suas trajetórias no processo educativo, visto que, cada um seguirá seu

próprio caminho, dentro dos seus limites. Portanto, a avaliação tem como objetivo

promover um diálogo constante entre educador e educandos, visando o seu êxito

nos estudos e, de modo algum, a sua exclusão do processo educativo.

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Inclusive o uso das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação

(TDIC), permeara os conteúdos durante a carga horaria dos conteúdos de

Matemática

DISCIPLINA DE BIOLOGIA

CONCEPÇÃO DO ENSINO DE BIOLOGIA

A Educação de Jovens e Adultos - EJA, no Estado do Paraná, de acordo com

suas Diretrizes Curriculares e em consonância com o documento apresentado como

a segunda proposta preliminar das Diretrizes Curriculares Estaduais para o ensino

Médio de Biologia da Rede Estadual de Ensino do Paraná, apresenta os

fundamentos teóricos, metodológicos e avaliativos do ensino de Biologia, que

norteiam a elaboração da proposta curricular desta disciplina.

Partindo do pressuposto que a ciência não se constitui numa verdade

absoluta, pronta e acabada, é indispensável rever o processo de ensino e

aprendizagem da Biologia no contexto escolar, de modo que o modelo tradicional de

ensino dessa disciplina, no qual se prioriza a memorização dos conteúdos, sem a

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devida reflexão, seja superado por um modelo que desenvolva a capacidade dos

educandos em buscar explicações científicas para os fatos, através de posturas

críticas, referenciadas pelo conhecimento científico.

É necessário distinguir os campos de atuação da ciência, seus contextos e

valores, como também, os objetivos dispensados à disciplina de Biologia no contexto

escolar.

Segundo as Diretrizes Curriculares de Biologia - Ensino Médio, desta

Secretaria de Estado da Educação, “é objeto de estudo da Biologia o fenômeno

vida em toda sua diversidade de manifestações. Esse fenômeno se caracteriza por

um conjunto de processos organizados e integrados, quer no nível de uma célula, de

um indivíduo, ou ainda, de organismos no seu meio. Um sistema vivo é sempre fruto

da interação entre seus elementos constituintes e da interação entre esse mesmo

sistema e os demais componentes de seu meio. As diferentes formas de vida estão

sujeitas a transformações que ocorrem no tempo e no espaço, sendo, ao mesmo

tempo, transformadas e transformadoras do ambiente”.

Nas Diretrizes, ainda, afirma-se que “ao longo da história da humanidade

várias foram as explicações para o surgimento e a diversidade da vida, de modo que

os modelos científicos conviveram e convivem com outros sistemas explicativos

como, por exemplo, os de inspiração filosófica ou religiosa. Elementos da História e

da Filosofia tornam possível, aos alunos, a compreensão de que há uma ampla rede

de relações entre a produção científica e os contextos sociais, econômicos e

políticos. É possível verificar que a formulação, a validade ou não das diferentes

teorias científicas está associada a seu momento histórico.”

As Diretrizes do Ensino Médio para a disciplina de Biologia consideram que “o

conhecimento do campo da Biologia deve subsidiar a análise e reflexão de questões

polêmicas que dizem respeito ao desenvolvimento, ao aproveitamento de recursos

naturais e a utilização de tecnologias que implicam em intensa intervenção humana

no ambiente, levando-se em conta a dinâmica dos ecossistemas, dos organismos,

enfim, o modo como a natureza se comporta e a vida se processa. Sabe-se que

desde o surgimento do planeta Terra, a espécie humana, ou Homo sapiens, não foi

o ser predominante, e muito menos, o ser vivo mais importante dentre todos os

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diversos seres vivos que por aqui passaram. Por outro lado, ao longo deste

processo de humanização, que durou aproximadamente três milhões de anos, o

homem criou a linguagem, a escrita e a fala, diferenciando-se de todas as demais

formas de vida. Isso possibilitou ao homem a socialização, a organização dos

espaços físicos, a fabricação de instrumentos utilitários e o início das atividades

agrícolas”.

Ressaltam também, “o papel da Ciência e da sociedade como pontos

articuladores entre a realidade social e o saber científico. Cabe aos seres humanos,

enquanto sujeitos históricos atuantes num determinado grupo social, reconhecerem

suas fragilidades e buscarem novas concepções sobre a natureza (...) É preciso que

estes sujeitos percebam que sua sobrevivência, enquanto espécie, depende do

equilíbrio e do respeito a todas as formas de vida que fazem do planeta o maior ser

vivo conhecido”.

É importante que o educando jovem e adulto tenha acesso ao conhecimento

científico a fim de compreender conceitos e relações existentes entre o ambiente, os

seres vivos e o universo, numa concepção flexível e processual, por meio do saber

questionador e reflexivo. Da mesma forma, se faz necessário que perceba os

aspectos positivos e negativos da ciência e da tecnologia, para que possa atuar de

forma consciente em seu meio social e interferir no ambiente, considerando a ética e

os valores sociais, morais e políticos que sustentam a vida.

ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS

Compreender o fenômeno da VIDA e sua complexidade de relações, na

disciplina de Biologia, significa analisar uma ciência em transformação, cujo caráter

provisório permite a reavaliação dos seus resultados e possibilita repensar, mudar

conceitos e teorias elaborados em cada momento histórico, social,

político,econômico e cultural.

O conjunto de saberes do educando deve ser considerado o ponto de partida

para o processo de ensino e aprendizagem, estabelecendo relações com o mundo

do trabalho e com outras dimensões do meio social.

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Conforme as Diretrizes Curriculares para a disciplina de Biologia- Ensino

Médio – SEED-PR, “na escola, a Biologia deve ir além das funções que já

desempenha no currículo escolar. Ela deve discutir com os jovens

instrumentalizando-os para resolver problemas que atingem direta ou indiretamente

sua perspectiva de futuro”.

As Diretrizes, ainda, consideram que

Para a discussão de todas estas características socioambientais e do papel do ensino formal de Biologia, as relações estabelecidas entre professor-aluno e aluno-aluno são determinantes na efetivação do processo ensino-aprendizagem, e para isto, há necessidade de leitura e conhecimento sobre metodologia de ensino para que as aulas de Biologia sejam dinâmicas, interessantes, produtivas, e resultem em verdadeira aprendizagem.

Ressaltam também que, “pensar criticamente, ser capaz de analisar fatos e

fenômenos ocorridos no ambiente, relacionar fatores sociais, políticos, econômicos e

ambientais exige do aluno investigação, leitura, pesquisa. No ensino de Biologia,

diferentes metodologias podem ser utilizadas com este propósito. A metodologia de

investigação, por exemplo, permite ao aluno investigar a realidade buscando

respostas para solucionar determinados problemas”.

Na medida em que se acredita numa Ciência aberta, inacabada, produto da

ação de seres humanos inseridos num contexto próprio relativo ao seu tempo e

espaço e, ainda na disciplina de Biologia, como forma de resgate e de construção de

melhores possibilidades de vida individuais e coletivas, há que se optar por uma

metodologia de ensino e aprendizagem adequada à realidade do aluno da EJA.

Segundo RIBEIRO (1999, p.8),

Criar novas formas de promover a aprendizagem fora dos limites da organização tradicional é uma tarefa, portanto, que impõem, antes de qualquer coisa, um enorme desafio para os educadores (...), romper o modelo de instrução tradicional implica um alto grau de competência pedagógica, pois para isso o professor precisará decidir, em cada situação, quais formas de agrupamento, sequenciação, meios didáticos e interações propiciarão o maior progresso possível dos alunos, considerando a diversidade que inevitavelmente caracteriza o público da educação de jovens e adultos.

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Nessa perspectiva, destaca-se a importância de propiciar aos educandos, a

compreensão dos conceitos científicos de forma significativa, ou seja, que o

conhecimento possa estar sendo percebido em seu contexto mais amplo, não

somente nos afazeres diários, mas na forma de perceber a realidade local e global,

o que lhe permitirá posicionar-se e interferir na sociedade de forma crítica e

autônoma. Para tanto, o educador da EJA deve partir dos saberes adquiridos

previamente pelos educandos, respeitando seu tempo próprio de construção da

aprendizagem, considerando

- Que o educador é mediador e estimulador do processo,

respeitando, de forma real, como ponto de partida o conjunto de

saberes trazidos pelos educandos;

- As experiências dos educandos no mundo do trabalho;

- A necessária acomodação entre o tempo e o espaço do educando,

o tempo pedagógico e o físico, visto que os mesmos interferem na

sua “formação” científica;

- As relações entre o cotidiano dos educandos e o conhecimento

científico.

Nesse contexto, ressalta-se a importância de trabalhar a disciplina de forma

contextualizada, ou seja, com situações que permitam ao educando jovem e adulto a

inter-relação dos vínculos do conteúdo estudado com as diferentes situações com

que se deparam no seu dia-a-dia. Essa contextualização pode-se dar a partir de

uma problematização, ou seja, em lançar desafios que necessitem de respostas

para determinadas situações. “A essência do problema é a necessidade (...), um

obstáculo que é necessário transpor, uma dificuldade que precisa ser superada, uma

dúvida que não pode deixar de ser dissipada” (SAVIANI, 1993, p.26)”. As dúvidas

são muito comuns na disciplina de Biologia, devendo ser aproveitadas para reflexão

sobre o problema a ser analisado, e assim, para o educador, o desafio consiste em

realizar esta contextualização, sem reduzir os conteúdos apenas à sua aplicação

prática, deixando de lado o saber acadêmico.

Um aspecto importante a ser considerado no trabalho com a disciplina de

Biologia é a retomada histórica e epistemológica das origens e evolução do

pensamento da Ciência, propiciando condições para que o educando perceba o

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significado do estudo dessa disciplina, bem como a compreensão de sua linguagem

própria e da cultura científica e tecnológica oriundas desse processo.

É importante salientar o uso criativo das metodologias pelo educador,

inclusive o uso das Tecnologia Digitais de Informação e Comunicação( TDIC) que

será indispensável em todos os momentos do seu trabalho, bem como o olhar atento

e crítico sobre a realidade trazida pelos educandos.

A busca de soluções para as problematizações constitui-se em referência

fundamental no ensino de Biologia. Quando elaborada individual ou coletivamente

deve ser registrada, sendo valorizados os saberes trazidos pelos educandos e a

evolução do processo de aprendizagem. É importante lembrar que a cultura

científica deve ser incentivada mesmo que de forma gradual, respeitando o tempo

de cada grupo ou indivíduo.

Uma estratégia comum em Biologia é a utilização de experimentos e práticas

realizadas em laboratório. É importante que seja definido com clareza o sentido e o

objetivo dessa alternativa metodológica, visto que muitas vezes, situações muito

ricas do cotidiano são deixadas de lado em detrimento do uso do laboratório. Deve-

se considerar a possibilidade de aproveitamento de materiais do cotidiano, assim

como espaços alternativos, situações ou eventos para se desenvolver uma atividade

científica. A utilização de experimentos e práticas realizadas em laboratório devem

ser vistas como uma atividade comum e diversificada e que não abrem mão do rigor

científico, devendo ser acompanhada pelo professor. Segundo BIZZO (2002, p.75),

É importante que o professor perceba que a experimentação é um elemento essencial nas aulas de ciências, mas que ela, por si só, não garante bom aprendizado. (...) a realização de experimentos é uma tarefa importante, mas não dispensa o acompanhamento constante do professor, que deve pesquisar quais são as explicações apresentadas pelos alunos para os resultados encontrados. É comum que seja necessário propor uma nova situação que desafie a explicação encontrada pelos alunos.

Outro aspecto a ser considerado no trabalho docente, é a utilização do

material de apoio didático como uma das alternativas metodológicas, de tal forma

que não seja o único recurso a ser utilizado pelo educador. A respeito do livro

didático, BIZZO (2002, p. 66) propõe que ele deve ser utilizado como um dos

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materiais de apoio, como outros que se fazem necessários, cabendo ao professor,

selecionar o melhor material disponível diante de sua própria realidade, onde as

informações devem ser apresentadas de forma adequada à realidade dos alunos.

Ao pensar na organização dos conteúdos, o educador deve priorizar aqueles

que possam ter significado real à vida dos educandos jovens e adultos. Os

conteúdos devem possibilitar aos mesmos a percepção de que existem diversas

visões sobre um determinado fenômeno e, a partir das relações entre os diversos

saberes, estimular a autonomia intelectual. Os conteúdos podem ser organizados

sem a rígida sequência linear proposta nos livros didáticos. Para tanto, deve ser

avaliada a relevância e a necessidade dos mesmos, bem como a coerência dos

mesmos no processo educativo.

O processo avaliativo precisa ser reconhecido como meio de desenvolver a

reflexão, de como vem ocorrendo o processo de aquisição do conhecimento por

parte do educando. A verificação da aquisição do conhecimento deve ser ponto de

partida para a revisão e reconstrução do caminho metodológico percorrido pelo

educando e, principalmente, pelo educador.

O ensino de Biologia na EJA deve propiciar o questionamento reflexivo tanto

de educandos como de educadores, a fim de que reflitam sobre o processo de

ensino e aprendizagem. Desta forma, o educador terá condições de dialogar sobre a

sua prática a fim de retomar o conteúdo com enfoque metodológico diferenciado e

estratégias diversificadas, sendo essencial valorizar os acertos, considerando o erro

como ponto de partida para que o educando e o educador compreendam e ajam

sobre o processo de construção do conhecimento, caracterizando-o como um

exercício de aprendizagem.

No intuito de contemplar a Lei 11.645/08 referente à História e cultura afro-

brasileira, africana e indígena, serão trabalhados conteúdos de acordo com a

especificidade da disciplina, bem como a influência dessas culturas na formação de

nossa sociedade.

CONTEÚDOS – BIOLOGIA ENSINO MÉDIO

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A proposta de sugestão de conteúdos básicos para a elaboração do currículo

da disciplina de Biologia na Educação de Jovens e Adultos – EJA, fundamenta-se

nas “Diretrizes Curriculares de Biologia – Ensino Médio”, da Secretaria de Estado da

Educação do Paraná– SEED – PR.

É importante considerar que a organização dos conteúdos curriculares da

disciplina de Biologia na EJA tem o objetivo de contemplar as necessidades e o

perfil dos educandos desta modalidade de ensino da Educação Básica.

Segundo as Diretrizes Curriculares de Biologia – Ensino Médio – SEED-PR,

os conteúdos básicos são entendidos como os saberes mais amplos da

disciplina que podem ser desdobrados nos conteúdos pontuais que fazem

parte de um corpo estruturado de saberes construídos e acumulados

historicamente e que identificam a disciplina como um campo do

conhecimento. Dentro da perspectiva dos conteúdos escolares como

saberes, o termo "conteúdo" não se refere apenas a fatos, conceitos ou

explicações destinados aos alunos para que estes conheçam,

memorizem, compreendam, apliquem, relacionem, etc. Hoje, o critério

que decide se certos conhecimentos concretos devem ser incluídos no

currículo não se restringe ao seu valor epistemológico e aceitação como

conhecimento válido: a relevância cultural, o valor que lhes é atribuído no

âmbito de uma cultura particular em um determinado momento histórico,

entra em cena.

Segundo as Diretrizes,

Estabelecer os conteúdos básicos para o ensino de Biologia requer uma

análise desse momento histórico, social, político e econômico que

vivemos; da relevância e abrangência dos conhecimentos que se

pretendem serem desenvolvidos nessa modalidade de ensino; da atuação

do professor em sala de aula; dos materiais didáticos disponíveis no

mercado; das condições de vida dos alunos e dos seus objetivos. A

decisão sobre o que e como ensinar Biologia no Ensino Médio deve

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ocorrer de forma a promover as finalidades e objetivos dessa modalidade

de ensino e da disciplina em questão. Não se trata de estabelecer uma

lista de conteúdos em detrimento de outra por manutenção tradicional ou

por inovação arbitrária. Referimo-nos aos conceitos e concepções que

têm a ver com a construção de uma visão de mundo; outros práticos e

instrumentais para a ação, e ainda aqueles que permitem a formação de

um sujeito crítico.Precisaremos estabelecer conteúdos básicos que, por

sua abrangência, atendem às realidades regionais e, ao mesmo tempo

garantem a identidade da disciplina.

Na proposta, elaborada a partir das discussões com os professores do Ensino

Médio Regular, propõe-se ampliar a integração entre os conteúdos básicos,

destacando os aspectos essenciais sobre a vida e a vida humana que vão ser

trabalhados por meio dos conhecimentos científicos referenciados na prática.

Por serem conhecimentos fundamentais para a disciplina de Biologia, os

conteúdos básicos não podem ser suprimidos nem reduzidos, porém, ao construir a

proposta pedagógica, o professor poderá seriar/sequenciar esses conteúdos básicos

de modo a orientar o trabalho de seleção de conteúdos específicos no Plano de

Trabalho Docente, lembrando-se da articulação dos mesmos com os conteúdos

estruturantes.

1.CONTEÚDO ESTRUTURANTE:

ORGANIZAÇÃO DOS SERES VIVOS

O trabalho pedagógico neste conteúdo estruturante deve ser permeado por

uma concepção metodológica que permita abordar a classificação dos seres vivos

como uma das tentativas de conhecer e compreender a diversidade biológica

considerando, inclusive, a história biológica da VIDA. Desse modo, fica evidente a

impossibilidade de discutir a classificação sem considerar as contribuições dos

estudos sobre filogenética.

1.1 CONTEÚDOS BÁSICOS

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Classificação dos seres vivos: critérios taxonômicos e filogenéticos;

Sistemas biológicos: anatomia, morfologia e fisiologia;

1.2 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

- Organização celular e molecular:

membrana,

citoplasma e núcleo

divisão celular

- tecidos

Os seres vivos e o Ambiente

Saúde

2. CONTEÚDO ESTRUTURANTE:

MECANISMOS BIOLÓGICOS

Neste conteúdo estruturante é importante que o professor considere o

aprofundamento, a especialização e o conhecimento objetivo dos mecanismos

biológicos. Para que se compreendam os sistemas vivos como fruto da interação

entre seus elementos constituintes e da interação destes com os demais

componentes do meio, é importante adotar concepções metodológicas que

favoreçam o estabelecimento de relações entre os diversos mecanismos de

funcionamento e manutenção da vida.

2.1 CONTEÚDOS BÁSICOS

Mecanismos de desenvolvimento embriológico

Mecanismos celulares biofísicos e bioquímicos

2.2 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Origem e evolução da vida

Origem das espécies

Genética

Embriologia

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3.CONTEÚDO ESTRUTURANTE

BIODIVERSIDADE

Nestas Diretrizes, pretende-se que as reflexões propostas pelo trabalho

pedagógico neste conteúdo estruturante sejam permeadas por uma concepção

metodológica que permita abordar as contribuições de Lamarck e Darwin para

superar as ideias fixistas já superadas há muito pela ciência e supostamente pela

sociedade. Pretende-se a superação das concepções alternativas do aluno, com a

aproximação das concepções científicas, procurando relacionar os conceitos da

genética, da evolução e da ecologia, como forma de explicar a diversidade dos seres

vivos.

3.1 CONTEÚDOS BÁSICOS

Teorias evolutivas

Transmissão das características hereditárias

3.2 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Biomas terrestres e Aquáticos

Ecossistemas

Ciclos

Biogeoquímicos

Desequilíbrio ambiental urbano e rural

4. CONTEÚDO ESTRUTURANTE

MANIPULAÇÃO GENÉTICA

Ao propor este conteúdo estruturante pretende-se que o trabalho pedagógico

seja permeado por uma concepção metodológica que permita a análise sobre as

implicações dos avanços biológicos que se valem das técnicas de manipulação do

material genético para o desenvolvimento da sociedade.

4.1 CONTEÚDOS BÁSICOS:

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Dinâmica dos ecossistemas: relações entre os seres vivos e interdependência

com o ambiente

Organismos geneticamente modificados

4.2 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Ciência e saúde

Pesquisas científicas Biológicas

Bioética

Biotecnologia

AVALIAÇÃO

Nestas Diretrizes, ao assumir fundamentos teórico-metodológicos que

garantam uma abordagem crítica para o ensino de Biologia, propõe-se um trabalho

pedagógico em que se perceba o processo cognitivo contínuo, inacabado, portanto,

em construção.

Nesta perspectiva, a avaliação como momento do processo ensino

aprendizagem, abandona a idéia de que o erro e a dúvida constituem obstáculos

impostos à continuidade do processo. Ao contrário, o aparecimento de erros e

dúvidas dos alunos constituem importantes elementos para avaliar o processo de

mediação desencadeado pelo professor entre o conhecimento e o aluno. A ação

docente também estará sujeita a avaliação e exigirá observação e investigação

visando à melhoria da qualidade do ensino.

O processo de ensino-aprendizagem está vinculado à avaliação como

instrumento reflexivo que prevê um conjunto de ações pedagógicas pensadas e

realizadas pelo professor ao longo do processo por meio de um diagnóstico contínuo

e usando instrumentos avaliativos variados, como: debates, problematização,

exposição interativa-dialogada, pesquisa, experimentação, trabalho em grupo,

resolução das questões para estudos e exercícios, relatórios de aulas práticas,

avaliação objetiva, estudo do meio, seminários, paines, discussões e provas.

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Práticas estas, amarradas nos critérios: pensamento crítico, oralidade,

desenvolvimento do processo investigativo – científico.

Concomitantemente ocorrerá a recuperação paralela, com o intuito de

diminuir possíveis casos de desnível de aprendizado, equalizando o ensino-

aprendizado.

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CEEBJA REALE, G. & ANTISERI, D. História da filosofia. São Paulo: Paulus, 2005. RONAN, C.A. História ilustrada da ciência: Oriente, Roma e Idade Média. Rio de Janeiro: Jorga Zahar Editor, 1997a. ___________. História ilustrada da ciência: a ciência nos séculos XIX e XX. Rio de Janeiro: Jorga Zahar Editor, 1997b. ROSSI, P. O nascimento da ciência moderna na Europa. Bauru, SP: Edusc, 2001. RUSS, J. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Scipione, 1994. SAVIANI, D. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações. Campinas: Autores Associados, 1997. SCHLICHTING, M. C. R. A formação do professor de biologia. Florianópolis, 1997. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade Federal de Santa Catarina. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ. Departamento de Ensino Médio. Texto elaborado pelos participantes do “I e II Encontro de Relações (Im) pertinentes”. Pinhais (2003) e Pinhão (2004). Diretrizes Curriculares da Educação Básica – Biologia, 2008. Departamento de Ensino Médio. Reestruturação do Ensino de 2º grau. Proposta de conteúdos do Ensino de 2ºgrau – Biologia. Curitiba, 1993. SIDEKUM,A. Bioética: como interlúdio interdisciplinar. Revista Centro de Educação. vol.27,n.º 01. Edição 2002, disponível em www.ufsm.br/ce/revista/index.htm SNYDERS, G. A alegria de aprender na escola. São Paulo: FDE, 1991. Curso Educação na Cultura Digital. Disponível em https://goo.g1/3hzeh D. Palfrey, Jhon. Nascidos na era digital: Entendendo a primeira geração de nativos digitais; tradução: Magda França Lopes; Porto Alegre: Grupo A, 2011.

DISCIPLINA DE FÍSICA

CONCEPÇÃO DO ENSINO DA FÍSICA

Os princípios que norteiam a proposta da elaboração do currículo da

disciplina de Física para a Educação de Jovens e Adultos – EJA, baseiam-se na

Fundamentação Teórico-Metodológica, contida na parte da “Introdução” das

“Orientações Curriculares de Física – Texto Preliminar - Ensino Médio”, da

Secretaria de Estado da Educação do Paraná– SEED – PR.

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O processo ensino-aprendizagem em Física tem sido objeto de pesquisas por

aqueles que se interessam ou se identificam com esse objeto. Parece haver certo

consenso que "... a preocupação central tem estado na identificação do estudante

com o objeto de estudo. Em outras palavras, a questão emergente na investigação

dos pesquisadores está relacionada à busca por um real significado para o estudo

dessa Ciência na educação básica - ensino médio" (ROSA & ROSA, 2005, p.2).

Essa Ciência não é neutra visto que o cientista faz parte de um contexto

social, econômico e cultural, influenciando e sendo influenciado por esse contexto,

fato que não pode ser ocultado de nossos estudantes. Isso significa mostrar que a

ciência não está pronta nem acabada e não é absoluta, mas, revelar aos nossos

estudantes “... como é penoso, lento, sinuoso e, por vezes, violento, o processo de

evolução das idéias científicas” (PONCZEK, 2002, p. 22).

Se o conhecimento físico é ou foi produzido pelos sujeitos sociais que vivem

ou que viveram num determinado contexto histórico, então, ele faz parte da cultura

social humana e, portanto, é um direito dos estudantes conhecê-lo.

Além disso, se queremos contribuir para a formação de sujeitos que sejam

capazes de refletir e influenciar de forma consciente nas tomadas de decisões, não

podemos deixá-los alheios às questões relativas à Ciência e à tecnologia. Por isto é

importante buscarmos o entendimento das possíveis relações entre o

desenvolvimento da Ciência e da tecnologia e as diversas transformações culturais,

sociais e econômicas na humanidade decorrentes deste desenvolvimento que, em

muitos aspectos, depende de uma percepção histórica de como estas relações

foram sendo estabelecidas ao longo do tempo.

Mas, considerando que também as tecnologias são historicamente

construídas e entendendo que

... tecnologia refere-se à forma específica da relação entre o ser humano e a matéria, no processo de trabalho, que envolve o uso de meios de produção para agir sobre a matéria, com base em energia, conhecimento e informação. (...) refere-se a arranjos materiais e sociais que envolvem processos físicos e organizacionais, referidos ao conhecimento científico aplicável. No entanto, a tecnologia não é propriedade neutra ligada à eficiência produtivista, e não determina a sociedade, da mesma forma que esta não escreve o curso da transformação tecnológica. Ao contrário, as tecnologias são produtos da ação humana, historicamente construídos, expressando relações

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sociais das quais dependem, mas que também são influenciados por eles. Os produtos e processos tecnológicos são considerados artefatos sociais e culturais, que carregam consigo relações de poder, intenções e interesses diversos. (OLIVEIRA,2001, p. 101-102)

Considerando ainda que, como nos ensina Paulo Freire, ensinar exige

respeito aos saberes dos educandos, o processo de ensino-aprendizagem em Física

deve partir do conhecimento prévio dos alunos respeitando seu contexto social e

suas concepções espontâneas a respeito de ciência.

Em primeiro lugar, de acordo com MOREIRA (s/d, p.2), devemos abandonar o

papel de ser apenas transmissores de conhecimentos e passarmos a ver, de fato, os

sujeitos como elaboradores do saber físico, mas que precisam do professor como

mediador. O autor parte do pressuposto que o objetivo do ensino é compartilhar,

professor e aluno, significados e promover a aprendizagem significativa. Mas, isso

acontecerá somente quando o educando internalizar esses significados de maneira

não arbitrária e não literal, quando as novas informações adquirirem significado por

interação com o conhecimento prévio do aluno e, simultaneamente, derem

significados adicionais, diferenciarem, integrarem, modificarem e enriquecerem o

conhecimento já existente.

Em segundo, é preciso considerar que os sujeitos constroem suas idéias, sua

visão do mundo tendo em vista os objetos a que têm acesso nas suas experiências

diárias e nas suas relações afetivas. Segundo Novak, citado por MOREIRA (1999),

os seres humanos fazem três coisas: pensam, sentem e atuam (fazem). Ou seja, ao

se pensar uma metodologia de ensino para a Física é preciso ter em vista o que os

estudantes já conhecem. Esta idéia remete aos estudos das concepções

espontâneas ou idéias alternativas dos sujeitos:

(...) Os estudos realizados sob essa perspectiva revelaram que as idéias alternativas de crianças e adolescentes são pessoais, fortemente influenciadas pelo contexto do problema e bastante estáveis e resistentes à mudança, de modo que é possível encontrá-las mesmo entre estudantes universitários (...). Realizadas em diferentes partes do mundo, as pesquisas mostraram o mesmo padrão de idéias em relação a cada conceito investigado. (MORTINER, 1996, p.2)

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O educando será apresentado a princípios, concepções, linguagem, entre

outros elementos utilizados pela Física, em que o discurso do professor deve

permitir que ele perceba as diferenças entre a sua forma e a forma utilizada pela

ciência para explicar um determinado fenômeno. Esse processo contribuirá para que

o educando reformule as suas idéias tendo em vista a concepção científica. Assim,

espera-se que esteja reelaborando seus conceitos, mas não necessariamente, que

abandone suas idéias espontâneas. Poderá estar negociando ou adequando sua

interpretação e linguagem ao contexto de utilização. Ou seja, seus conceitos serão

mais elaborados ou menos elaborados, ou mais próximos do científico quanto maior

for a necessidade ou interesse deste sujeito em utilizar esses conhecimentos no

contexto da comunidade científica.

Entendemos, então, que a Física deve educar para cidadania, contribuindo

para o desenvolvimento de um sujeito crítico, "... capaz de compreender o papel da

ciência no desenvolvimento da tecnologia. (...) capaz de compreender a cultura

científica e tecnológica de seu tempo" (CHAVES & SHELLARD, 2005, p. 233).

Cabe colocar aqui que a cidadania da qual estamos falando não é a cidadania

para o consumo, não é a cidadania construída através de intervenções externas,

doações da burguesia e do Estado moderno, mas, a cidadania que se constrói no

interior da prática social e política de classes. Estamos entendendo que a

... nossa maneira de estar no mundo e com o mundo, como seres históricos, é a capacidade de, intervindo no mundo, conhecer o mundo. Mas, histórico como nós, o nosso conhecimento do mundo tem historicidade. (...) Daí que seja tão fundamental conhecer o conhecimento existente quanto saber que estamos abertos e aptos à produção do conhecimento ainda não existente. (FREIRE, 1996, p.31)

Por isso entendemos que a contribuição da Física no Ensino Médio é a

contribuição para a formação dos sujeitos através das

... lutas pela escola e pelo saber, tão legítimos e urgentes (...). Por este caminho nos aproximamos de uma possível redefinição da relação entre cidadania e educação (...) a luta pela cidadania, pelo legítimo, pelos direitos, é o espaço pedagógico onde se dá o verdadeiro processo de formação e constituição do cidadão. A educação não é uma precondição da democracia e da participação,

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mas é parte, fruto e expressão do processo de sua constituição. (ARROYO, 1995, p.79)

ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO

Na reflexão desenvolvida com professores de Física da Educação de Jovens

e Adultos, identificou-se algumas estratégias para o desenvolvimento metodológico

da disciplina de Física, considerando que essas estratégias metodológicas podem

contribuir para o ensino e a aprendizagem dos educandos. Dessa forma, deve ser

levada em conta a formação do professor, o espaço físico, os recursos disponíveis,

o tempo de permanência do educando no espaço escolar e as possibilidades de

estudo fora deste, para que as estratégias metodológicas possam ser efetivadas.

Assim, é preciso repensar os aspectos metodológicos, para que propiciem

condições de ensino que aproxime educadores e educandos da aventura da

descoberta, tornando o processo de ensino e aprendizagem prazeroso, criativo e

estimulador, lembrando sempre que o uso da Cultura Digital ajuda muito.

Criar novas formas de promover a aprendizagem fora dos limites da organização tradicional é uma tarefa, portanto, que impõem, antes de mais nada, um enorme desafio para os educadores (...), romper o modelo de instrução tradicional implica um alto grau de competência pedagógica, pois para isso o professor precisará decidir, em cada situação, quais formas de agrupamento, sequenciação, meios didáticos e interações propiciarão o maior progresso possível dos alunos, considerando a diversidade que inevitavelmente caracteriza o público da educação de jovens e adultos. (RIBEIRO, 1999, p 7-8)

A partir desse pressuposto, para romper com o modelo tradicional de ensino é

necessário rever os meios de apresentação dos conteúdos, priorizando os conceitos

físicos e optando por metodologias de ensino que se adaptem às necessidades de

aprendizagem dos educandos. (...),

não vemos como necessário, no momento, grandes alterações nos conteúdos tradicionais, mas sim, na forma como eles serão desenvolvidos. Entendemos que o avanço nos conhecimentos de Física deverá ser dado por uma inovação na metodologia de trabalho

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e não em termos de conteúdos. (GARCIA; ROCHA;COSTA, 2000, p.40).

No intuito de contemplar a Lei 11.645/08 referente à História e cultura afro-

brasileira, africana e indígena, serão trabalhados conteúdos de acordo com a

especificidade da disciplina, bem como a influência dessas culturas na formação de

nossa sociedade.

CONTEÚDOS DE FÍSICA – ENSINO MÉDIO

Considerando-se a amplitude dos conhecimentos físicos, é necessário pensar

a importância e essencialidade dos conteúdos, visando contemplar aprendizagens

significativas aos educandos da EJA.

Para isso, é indispensável que a organização dos conteúdos na proposta

curricular esteja vinculada ao espaço e ao tempo de estudo dos educandos e a

experiência cotidiana destes, procurando apresentar esses conteúdos como

instrumentos de melhor compreensão e atuação na realidade. Para a maioria dos

educandos da EJA, como também

... para uma grande parte da população, os conhecimentos de Física do Ensino Médio têm grande possibilidade de serem os únicos dessa disciplina aos quais os alunos terão acesso pela via escolar. Percebemos, então, a pertinência e necessidade de reorganização dos componentes curriculares de física - entendida aqui a ideia de currículo como sendo algo muito mais amplo do que mera listagem de conteúdos de tal forma que possam dar conta, tanto das demandas de continuidade dos estudos e das de natureza profissional como, e principalmente, daquelas exigidas pela vida no seu dia-a-dia. (GARCIA; ROCHA; COSTA, 2000, p. 139-140)

Ao pensar os conteúdos a serem trabalhados, o educador deve priorizar os

essenciais, ou seja, àqueles que possam ter significado real à vida dos educandos.

Os conteúdos devem possibilitar a percepção das diversas abrangências sobre um

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determinado fenômeno, portanto, o ensino não pode se restringir apenas ao livro

didático ou ao material de apoio. “A seleção de conteúdos é tarefa do professor; ele

pode produzir uma unidade de ensino que não existe no livro ou deixar de abordar

um de seus capítulos, pode realizar retificações ou propor uma abordagem diferente”

(BIZZO, 2000, p.66).

Considerando-se ainda as Diretrizes Curriculares Estaduais para a Educação

de Jovens e Adultos e as especificidades desta modalidade de ensino,

principalmente no que tange ao tempo de ensino do educador e o tempo da

aprendizagem dos educandos, a proposta de conteúdos básicos da disciplina de

Física, segue o disposto a seguir.

INTRODUÇÃO À FÍSICA

Campo de estudo e atuação da Física.

História da Física.

A Física contemporânea e suas aplicações tecnológicas.

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: MOVIMENTO

CONTEÚDOS BÁSICOS: MOMENTUM E INÉRCIA

Conservação de quantidade de movimento (momentum)

Variação da quantidade de movimento = Impulso

2ª Lei de Newton

3ª Lei de Newton e condições de equilíbrio

Energia e o Princípio da Conservação da energia

Gravitação

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Movimento retilíneos.

Movimentos curvilíneos.

Mecânica (Leis de Newton).

Energia. Trabalho. Potência.

Impulso e Quantidade de movimento.

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A Gravitação Universal.

A Hidrostática.

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: TERMODINÂMICA

CONTEÚDOS BÁSICOS

Leis da Termodinâmica:

Lei zero da Termodinâmica

1ª Lei da Termodinâmica

2ª Lei da Termodinâmica

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Fenômenos térmicos.

O calor e a Temperatura.

O fenômeno da dilatação nos sólidos, líquidos e gases.

As mudanças de estado físico da matéria.

Trocas de calor. Transmissão de calor.

Comportamento térmico dos gases.

As Leis da Termodinâmica.

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: ELETROMAGNETISMO

CONTEÚDOS BÁSICOS

Carga, corrente elétrica, campo e ondas eletromagnéticas

Força eletromagnética

Equações de Maxwell: Lei de Gauss para eletrostática/Lei de Coulomb,

Lei de Ampère, Lei de Gauss magnética, Lei de Faraday)

A natureza da luz e suas propriedades

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Aspectos estáticos e dinâmicos da eletricidade.

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A Lei de Coulomb.

O campo elétrico. Potencial elétrico.

A corrente elétrica.

Geradores e circuitos elétricos.

O campo magnético.

Indução magnética.

Energia e suas transformações.

Fontes e tipos de energia.

Fenômenos ondulatórios.

Ondas mecânicas e eletromagnéticas.

Natureza ondulatória e quântica da luz.

Aplicações do fenômeno da reflexão e refração da luz.

Lentes e instrumentos ópticos de observação.

Espelhos.

A óptica e o olho humano.

AVALIAÇÃO

A construção da Proposta Pedagógica Curricular para a EJA, ampara-se nos

fundamentos teóricos metodológicos das Diretrizes Curriculares da Educação

Básica.

Assim, a teoria pedagógica contemplada no plano de Trabalho Docente

embasado nas DCE é que dará suporte para qualificar a avaliação e os caminhos

para intervenção. A avaliação deve levar em conta os pressupostos da disciplina de

Física para a Educação de Jovens e Adultos.

Do ponto de vista específico, a avaliação deve prever a apropriação dos

conceitos, leis e teorias que compõem o programa de Física para o Ensino de EJA.

Isso pressupõe o acompanhamento constante do progresso do estudante quanto à

compreensão dos aspectos históricos, filosóficos e culturais, da evolução das idéias

da Física, envolvendo a Cientificidade dos fenômenos.

Considerando sua dimensão diagnóstica, a avaliação é um instrumento tanto

para que o professor conheça o seu aluno, antes que se inicie o trabalho com os

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conteúdos escolares, quanto para o desenvolvimento nas outras etapas do processo

educativo. Embora o sistema de segmento da vida escolar do estudante esteja

centrado em uma nota para sua aprovação, a avaliações será um instrumento

auxiliar a serviço da aprendizagem dos alunos, cuja finalidade é sempre o seu

crescimento e sua formação.

Para o professor a avaliação deve ser vista qualitativamente como um ato

educativo essencial para condução de um trabalho pedagógico inclusivo, no qual a

aprendizagem seja um direito de todos e a escola pública o espaço onde a

educação democrática deve acontecer do ponto de vista qualitativo e deve orientar-

se pelo estabelecido no regimento escolar.

Quanto aos critérios de avaliação em Física, deve-se verificar:

A compreensão os conceitos físicos essenciais a cada unidade de Ensino

aprendizagem planejada;

A compreensão do conteúdo físico expresso em textos científicos;

A compreensão de conceitos físicos presentes nos conhecimentos empíricos;

A capacidade de elaborar relatórios tendo como referência os conceitos, as

leis e as teorias físicas sobre um experimento ou qualquer outro evento que

envolva os conhecimentos da Física.

REFERÊNCIAS

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DISCIPLINA DE QUÍMICA

CONCEPÇÃO DO ENSINO DE QUÍMICA

A consolidação da Química como ciência foi um dos fatos que permitiu o

desenvolvimento das civilizações, determinando maneiras diferenciadas no modo de

viver. A Química está inserida nas ações e nos recursos utilizados nas diversas

atividades diárias das pessoas e, segundo BIZZO (2002, p.12),

O domínio dos fundamentos científicos hoje em dia é indispensável para que se possa realizar tarefas tão triviais como ler um jornal ou assistir à televisão. Da mesma forma, decisões a respeito de questões ambientais, por exemplo, não podem prescindir da informação científica, que deve estar ao alcance de todos.

Assim, a Química fundamenta-se como uma ciência que permite a evolução

do ser humano nos aspectos ambientais, econômicos, sociais, políticos, culturais,

éticos, entre outros, bem como o seu reconhecimento como um ser que se

relaciona, interage e modifica, positiva ou negativamente, o meio em que vive.

A Química como ciência contempla as tradições culturais e as crenças

populares que despertam a curiosidade por fatos, propiciando condições para o

desenvolvimento das teorias e das leis que fundamentam as ciências. BIZZO (2002,

p.17), afirma que

A ciência não está amparada na verdade religiosa nem na verdade filosófica, mas em um certo tipo de verdade que é diferente dessas outras. Não é correta a imagem de que os conhecimentos científicos, por serem comumente fruto de experimentação e por terem uma base lógica, sejam “melhores” do que os demais conhecimentos. Tampouco se pode pensar que o conhecimento científico possa gerar verdades eternas e perenes.

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Desta forma, é importante considerar que o conhecimento químico não é algo

pronto, acabado e inquestionável, mas em constante transformação.

A Química, trabalhada como disciplina curricular do Ensino Médio, deve

apresentar-se como propiciadora da compreensão de uma parcela dos resultados

obtidos a partir da Química como ciência.

A ciência realizada no laboratório requer um conjunto de normas e posturas. Seu objetivo é encontrar resultados inéditos, que possam explicar o desconhecido. No entanto, quando é ministrada na sala de aula, requer outro conjunto de procedimentos, cujo objetivo é alcançar resultados esperados, aliás planejados, para que o estudante possa entender o que é conhecido. (...) Existe portanto uma diferença fundamental entre a comunicação de conhecimento em congressos científicos, entre cientistas, e a seleção e adaptação de parcelas desse conhecimento para ser utilizado na escola por professores e alunos. (BIZZO, 2002, p.14)

Essa percepção deve fazer parte do trabalho pedagógico realizado nas

escolas e conforme MALDANER (2000, p.196),

compreender a natureza da ciência química e como ela se dá no ensino e na aprendizagem passou a ser um tema importante, revelado a partir das pesquisas educacionais, principalmente as pesquisas realizadas na década de 1980 sobre as idéias alternativas dos alunos relacionadas com as ciências naturais. No âmbito da pesquisa educacional, mais ligado à educação científica, estava claro, já no início dos anos 90, que era fundamental que os professores conhecessem mais o pensamento dos alunos, bem como, a natureza da ciência que estavam ensinando. No entanto, isso não era prática usual nos cursos de formação desses professores

Tal consideração vem de encontro com a forma com que muitos educadores

têm trabalhado esta disciplina, priorizando fatos desligados da vida dos educandos,

em que os educadores abordam, principalmente, os conteúdos acadêmicos,

enfatizando a memorização, o que torna a disciplina desvinculada da realidade dos

seus alunos e sem significação para sua vida.

Considerando que uma das funções do aprendizado dos conhecimentos

químicos na escola deve ser a de perceber a presença e a importância da Química

em sua vivência, para DELIZOICOV et.al. (2002, p.34),

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a ação docente buscará constituir o entendimento de que o processo de produção do conhecimento que caracteriza a ciência e a tecnologia constitui uma atividade humana, sócio-historicamente determinada, submetida a pressões internas e externas, com processos e resultados ainda pouco acessíveis à maioria das pessoas escolarizadas, e por isso passíveis de uso e compreensão acríticos ou ingênuos; ou seja, é um processo de produção que

precisa, por essa maioria, ser apropriado e entendido.

Assim, é importante que o ensino desenvolvido na disciplina de Química na

EJA, possibilite ao educando, a partir de seus conhecimentos prévios, a construção

do conhecimento científico, por meio da análise, reflexão e ação, para que possa

argumentar e se posicionar criticamente.

ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO

Considerando os encaminhamentos metodológicos contidos na proposta

pedagógica de ensino para a disciplina de Química no Ensino Médio Regular, faz-se

necessário refletir as especificidades do trabalho com a Química na Educação de

Jovens e Adultos (EJA), considerando as Diretrizes Curriculares Estaduais para

essa modalidade de ensino da educação básica.

Nesse sentido, para o trabalho metodológico com essa disciplina, uma

alternativa seria partir da seqüência: “fenômeno–problematização–representação-

explicação” (MALDANER, 2000, p.184). Para o autor,

episódios de alta vivência dos alunos passariam a ser importantes no processo de ensino e aprendizagem e não obstáculo a ser superado (...) O importante é identificar situações de alta vivência comuns ao maior número possível de alunos e a partir delas começar o trabalho de ensino. (MALDANER, 2000, p. 184)

Nessa ótica, não cabe ao educador apresentar apenas fórmulas,

classificações, regras práticas, nomenclaturas, mas sim, trabalhar conteúdos com os

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quais o educando venha a apropriar-se dos conhecimentos de forma dinâmica,

interativa e consistente, respeitando os diferentes tempos de aprendizagem e

propiciando condições para que o mesmo perceba a função da Química na sua vida.

Criar novas formas de promover a aprendizagem fora dos limites da organização tradicional é uma tarefa, portanto, que impõem, antes de mais nada, um enorme desafio para os educadores (...), romper o modelo de instrução tradicional implica um alto grau de competência pedagógica, pois para isso o professor precisará decidir, em cada situação, quais formas de agrupamento, sequenciação, meios didáticos e interações propiciarão o maior progresso possível dos alunos, considerando a diversidade que inevitavelmente caracteriza o público da educação de jovens e adultos. (RIBEIRO, 1999, p.8)

Conforme SCHNETZLER (2000) citada em MALDANER (2000, p. 199),

“Aprender significa relacionar”. A aprendizagem dos vários conceitos químicos terá

significado somente se forem respeitados os conhecimentos e as experiências

trazidos pelo educando jovem e adulto, de onde sejam capazes de estabelecer

relações entre conceitos micro e macroscópicos, integrando os diferentes saberes –

da comunidade, do educando e acadêmico.

Segundo FREIRE (1996, p.38), “a educação emancipatória valoriza o

’saber de experiência feito’, o saber popular, e parte dele para a construção de

um saber que ajude homens e mulheres na formação de sua consciência

política.”

Para que isso se evidencie no ambiente escolar, para a disciplina de Química,

considera-se a afirmação de MALDANER (2000, p. 187), de que “o saber escolar

deve permitir o acesso, de alguma forma, ao conhecimento sistematizado.

Assim ele será reconstruído e reinventado em cada sala de aula, na interação

alunos/professor, alunos/alunos e, também, na interação com o entorno

social”. Dessa forma, o ensino da disciplina de Química deve contribuir para que o

educando jovem e adulto desenvolva um olhar crítico sobre os fatos do cotidiano,

levando-o a compreensão dos mesmos de forma consciente, dando-lhe condições

de discernir algo que possa ajudá-lo, daquilo que pode lhe causar problemas.

Nesse sentido, ressalta-se a importância de trabalhar a disciplina de forma

contextualizada, ou seja, com situações que permitam ao educando jovem e adulto a

inter-relação dos vínculos do conteúdo estudado com as diferentes situações com

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que se deparam no seu dia-a-dia. Essa contextualização pode-se dar a partir de

uma problematização, ou seja, lançando desafios que necessitem de respostas para

determinadas situações. “A essência do problema é a necessidade (...), um

obstáculo que é necessário transpor, uma dificuldade que precisa ser superada, uma

dúvida que não pode deixar de ser dissipada.” (SAVIANI, 1993, p.26) As dúvidas são

muito comuns em Química, devendo ser aproveitadas para a reflexão sobre o

problema a ser analisado. Sendo assim, para o educador, o desafio consiste em

realizar esta contextualização sem reduzir os conteúdos apenas a sua aplicação

prática, deixando de lado o saber acadêmico.

Um aspecto importante a ser considerado no trabalho com a disciplina de

Química é a retomada histórica e epistemológica das origens e evolução do

pensamento na ciência Química, propiciando condições para que o educando

perceba o significado do estudo dessa disciplina, bem como a compreensão de sua

linguagem própria e da cultura científica e tecnológica oriundas desse processo, pois

as diversas contingências históricas têm levado os professores a deixar de lado a

importância do saber sistematizado, resultando numa prática pedagógica pouco

significativa.

É fundamental mencionar, também, a utilização de experimentos e as práticas

realizadas em laboratório como um dos recursos a serem utilizados no trabalho

docente, a fim de que o educando possa visualizar uma transformação química,

inserindo conceitos pertinentes e estabelecendo relações de tal experimento com

aspectos da sua vivência. Segundo BIZZO (2002, p.75), é

importante que o professor perceba que a experimentação é um elemento essencial nas aulas de ciências, mas que ela, por si só, não garante bom aprendizado. (...) ...a realização de experimentos é uma tarefa importante, mas não dispensa o acompanhamento constante do professor, que deve pesquisar quais são as explicações apresentadas pelos alunos para os resultados encontrados. É comum que seja necessário propor uma nova situação que desafie a explicação encontrada pelos alunos.

Nesse sentido, um aspecto importante a ser considerado é o fato de que o

educador não deve se colocar como o verdadeiro e único detentor do saber,

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apresentando todas as respostas para todas as questões. Conforme BIZZO (2002,

p.50),

o professor deveria enfrentar a tentação de dar respostas prontas, mesmo que detenha a informação exata, oferecendo novas perguntas em seu lugar, que levassem os alunos a buscar a informação com maior orientação e acompanhamento. Perguntas do tipo “por quê?” são maneiras de os alunos procurarem por respostas definitivas, que manifestem uma vontade muito grande de conhecer. Se o professor apresenta, de pronto, uma resposta na forma de uma longa explicação conceitual, pode estar desestimulando a busca de mais dados e informações por parte dos alunos.

Ao proceder dessa forma, o educador leva o educando a pensar e a refletir

sobre o assunto trabalhado, estimulando-o a buscar mais dados e informações.

Outro aspecto a ser considerado no trabalho docente, é a utilização do

material de apoio didático como uma das alternativas metodológicas, de tal forma

que não seja o único recurso a ser utilizado pelo educador. MALDANER (2000, p.

185), afirma que

é por isso que não é possível seguir um “manual” de instrução, do estilo de muitos livros “didáticos” brasileiros originados dos “cursinhos pré-vestibulares”, para iniciar o estudo de química no ensino médio. A lógica proposta nesses “manuais” é a da química estruturada para quem já conhece a matéria e pode servir, perfeitamente, de revisão da matéria para prestar um exame tão genérico como é o exame vestibular no Brasil.(...) O que seria adequado para uma boa revisão da matéria, característica original dos “cursinhos pré-vestibulares”, tornou-se programa de ensino na maioria das escolas brasileiras.

A respeito do livro didático, BIZZO (2002, p. 66) propõe que ele deve ser

utilizado como um dos materiais de apoio, como outros que se fazem necessários,

cabendo ao professor, selecionar o melhor material disponível diante de sua própria

realidade, onde as informações devem ser apresentadas de forma adequada à

realidade dos alunos, sugere se também o uso das Tecnologias Digitais de

Informação e Comunicação (TDIC) como a apoio ao ensino aprendizagem.

Ao pensar os conteúdos a serem trabalhados, o educador deve priorizar os

essenciais, ou seja, aqueles que possam ter significado real à vida dos educandos

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jovens e adultos. Os conteúdos trabalhados devem possibilitar aos mesmos a

percepção de que existem diversas visões sobre um determinado fenômeno e, a

partir dessa relação, poderem constituir a sua própria identidade cultural,

estimulando sua autonomia intelectual. Os conteúdos podem ser organizados sem a

rígida sequência linear proposta nos livros didáticos. Para tanto, deve ser avaliada a

relevância e a necessidade desses conteúdos, assim como a coerência dos mesmos

para o processo educativo.

É importante ressaltar que cabe ao educador, a partir da investigação dos

conhecimentos informais que os educandos têm sobre a Química, sistematizar as

estratégias metodológicas, planejando o que será trabalhado dentro de cada um dos

conteúdos mencionados anteriormente, qual a intensidade de aprofundamento, bem

como a articulação entre os mesmos ou entre os tópicos de cada um.

Para a organização dos conteúdos é indicado que seja utilizada a

problematização, cujo objetivo consiste em gerar um tema para contextualização. Os

temas são baseados em fatos locais, regionais, nacionais ou mundiais, que possam

refletir sobre os acontecimentos que relacionam a Química com a vida, com o

ambiente, com o trabalho e com as demais relações sociais.

A partir do contexto abordado, devem ser selecionados os conteúdos que

possam ser trabalhados, independentemente da seqüência usual presente nos livros

didáticos da disciplina. Nesse sentido, ao organizar os conteúdos, bem como, a

forma como serão desenvolvidas as atividades para aprofundamento e avaliação, o

educador terá condições de desenvolver metodologias que visem evitar a

fragmentação ou a desarticulação dos conteúdos dessa disciplina.

No intuito de contemplar a Lei 11.645/08 referente à História e cultura afro-

brasileira, africana e indígena, serão trabalhados conteúdos de acordo com a

especificidade da disciplina, bem como a influência dessas culturas na formação de

nossa sociedade.

CONTEÚDOS DE QUÍMICA – ENSINO MÉDIO

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CEEBJA

O programa de Química contempla os seguintes conteúdos, considerados

essenciais para a conclusão da disciplina de Química no Ensino Médio na

modalidade Educação de Jovens e Adultos.

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES:

Matéria e Sua Natureza

Biogeoquímica

Química Sintética

CONTEÚDOS BÁSICOS

LIGAÇÃO QUÍMICA

• Tabela periódica;

• Propriedade dos materiais;

• Tipos de ligações químicas em relação as propriedades dos materiais;

• Solubilidade e as ligações químicas;

• Interações intermoleculares e as propriedades das substâncias moleculares;

• Ligações de Hidrogênio;

• Ligação metálica (elétrons semi-livres)

• Ligações sigma e pi;

• Ligações polares e apolares;

• Alotropia.

REAÇÕES QUÍMICAS

• Reações de Oxi-redução

• Reações exotérmicas e endotérmicas;

• Diagramas das reações exotérmicas e endotérmicas;

• Variação de entalpia;

• Calorias;

• Equações termoquímicas;

• Princípios da termodinâmica;

• Lei de Hess;

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• Entropia e energia livre;

• Calorimetria;

• Tabela Periódica.

RADIOATIVIDADE

• Modelos Atômicos (Rutherford);

• Elementos químicos (radioativos);

• Tabela Periódica;

• Reações químicas;

• Velocidades das reações;

• Emissões radioativas;

• Leis da radioatividade;

• Cinética das reações químicas;

• Fenômenos radiativos (fusão e fissão nuclear);

GASES

• Estados físicos da matéria;

• Tabela periódica;

• Propriedades dos gases (densidade/ difusão e efusão, pressão x temperatura,

pressão x volume e temperatura x volume);

• Modelo de partículas para os materiais gasosos;

• Misturas gasosas;

• Diferença entre gás e vapor;

• Leis dos gases

FUNÇÕES QUÍMICAS

• Funções Orgânicas

• Funções Inorgânicas

• Tabela Periódica

AVALIAÇÃO

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CEEBJA

A avaliação na disciplina de Química vem mediar a práxis pedagógica, sendo

coerente com os objetivos propostos e com os encaminhamentos metodológicos,

onde os erros e os acertos deverão servir como meio de reflexão e reavaliação da

ação pedagógica como um todo. É essencial valorizar os acertos, considerando o

erro como ponto de partida para que o educando e o educador compreendam e

ajam sobre o processo de construção do conhecimento, caracterizando-o como um

exercício de aprendizagem.

Nessa ótica, a avaliação deve considerar que a cultura científica é repleta de

falhas, de pontos de vista diferenciados e, muitas vezes, sem consenso.

A avaliação é sempre uma atividade difícil de realizar. Toda avaliação supõe um processo de obtenção e utilização de informações, que serão analisadas diante de critérios estabelecidos segundo juízos de valor. Portanto, não se pode pretender que uma avaliação seja um processo frio e objetivo; ele é, em si, subjetivo, dependente da valorização de apenas uma parcela das informações que podem ser obtidas. Essas características são importantíssimas para que possamos compreender a utilidade e os limites da avaliação e como ela pode ser utilizada pelo próprio professor para reorientar sua prática. (BIZZO, 2002, p.61)

Ao avaliar, o educador deve superar o autoritarismo, o conteudismo e o ato de

avaliar como objeto de punição, perpassando por vários caminhos, fundamentados

na concepção teórica e no encaminhamento metodológico da disciplina de Química,

estabelecendo uma perspectiva de torná-la reflexiva, crítica, que valoriza a

diversidade e reconhece as diferenças, voltada para a autonomia do educando

jovem, adulto e idoso. Logo , a avaliação deve ser de forma processual e formativa,

ocorrendo de forma de interações recíprocas, no dia a dia, no transcorrer da própria

aula utilizando-se várias formas de expressão do próprio aluno, relacionando sempre

teoria com prática, dependendo de cada conteúdo trabalhado.

REFERÊNCIAS

BIZZO, N. Ciências: fácil ou difícil? São Paulo: Ática, 2002. DELIZOICOV, D., ANGOTTI, J. A. & PERNAMBUCO, M. M. Ensino de Ciências: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2002.

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CEEBJA FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. MALDANER, O. A. A formação inicial e continuada de professores de química. Ijuí: Editora Unijuí, 2000. RIBEIRO, Vera Masagão. A formação de educadores e a constituição da educação de jovens e adultos como campo pedagógico. Educação & Sociedade. v.20, n. 68, Campinas: UNICAMP, dez, 1999. SAVIANI, Dermeval. Do senso comum à consciência filosófica. Campinas: Autores Associados, 1993, p.20-28. SEED. Diretrizes Curriculares da Educação Básico Paraná. 2008 Curso Educação na Cultura Digital. Disponível em https://goo.g1/3hzeh D. Palfrey, Jhon. Nascidos na era digital: Entendendo a primeira geração de nativos digitais; tradução: Magda França Lopes; Porto Alegre: Grupo A, 2011.

DISCIPLINA DE HISTÓRIA

CONCEPÇÃO DO ENSINO DE HISTÓRIA

A História é um conhecimento construído pelo ser humano em diferentes tempos

e espaços. É a memória que se tornou pública, em geral, expressão das relações de

poder. De acordo com BEZERRA, (2003 pg. 42) “o objetivo primeiro do conhecimento

histórico é a compreensão dos processos e dos sujeitos históricos, o desvendamento

das relações que se estabelecem entre os grupos humanos em diferentes tempos e

espaços”.

Diferentes historiadores e sujeitos históricos contam a História a partir de sua

visão de mundo. Nesse sentido não há uma verdade única, mas sim aquela que foi

tecida por um grupo social. Trata-se de um conhecimento científico, que precisa ser

interpretado.

Hoje, por exemplo a História busca os diversos aspectos que compõem a

realidade histórica e tem nisso o seu objeto de estudo, deixando de lado uma História

que a partir do século XIX privilegiava o fato político, os grandes feitos e os heróis em

direção a um progresso pautado pela invenção do estado-nação que precisava ser

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legitimado. Nesse contexto, é criada a disciplina de História que tinha como função

legitimar a identidade nacional.

Até a década de 80, do século XX, a disciplina de História manteve seu conteúdo

eurocêntrico e sua divisão quadripartite, até hoje presente no currículo de muitos

cursos universitários. Numa outra perspectiva algumas universidades, começaram a

abrir espaço ao estudo da História Oriental e da História da África. No entanto, essa é

uma prática bem recente.

A História trata de toda ação humana no tempo em seus múltiplos aspectos:

econômicos, culturais, políticos, da vida cotidiana, de gênero, etc. Para se perceber

como sujeito da História, o educando precisa reconhecer que essa ação transforma a

sociedade, movimenta um espiral de mudanças, na qual há permanências e rupturas.

O homem/mulher como sujeito da História, deve ser conhecedor dos porquês,

dos problemas, das idéias, das ideologias e que só com uma visão holística do mundo

e da sociedade ele se entenderá como cidadão ativo e conhecedor de seus direitos e

de seus deveres.

Na Educação de Jovens e Adultos deve-se levar em consideração o fato de que

os seus educandos possuem maior experiência de vida e que essa modalidade tem

como finalidade e objetivos o compromisso com a formação humana e o acesso à

cultura geral. A diversidade presente na sala de aula, a partir dos diferentes perfis

sociais, deve ser utilizada a favor do trabalho pedagógico no ensino de História. Pode-

se recorrer às diferenças para estabelecer comparações, levantar diferentes

concepções de mundo e ainda buscar trabalhar com o respeito e a aceitação das

diferenças.

É preciso que o ensino de História na Educação de Jovens e Adultos seja

dinâmico e que o educando perceba que a História não está sepultada, mas em

constante transformação. Nesse sentido, pode-se tomar sempre como ponto de partida

e de chegada o próprio presente, onde estão inseridos educandos e educadores. Há

que se considerar que o passado explica o presente, mas também o presente explica o

passado. Isso não significa, no entanto, que se possa abrir mão do rigor na

interpretação do passado, pois não se pode incorrer em anacronismos ou em posturas

teleológicas. É preciso estimular o interminável diálogo entre o presente e o passado

levando em consideração as especificidades de cada contexto histórico.

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É fundamental que o educador de História não atue como reprodutor de um

conhecimento pronto, de uma coleção inesgotável de fatos do passado. Mas, que torne

possível desconstruir na sala de aula os múltiplos olhares da História, criar argumentos

que possam concordar ou discordar de um autor, tomar posição diante do que já

ocorreu e ainda está ocorrendo. Não se pode ser um cidadão pleno sem que se realize

uma análise crítica dos caminhos percorridos pelo homem/mulher ao longo da história.

Por fim, reconhecer que esses sujeitos são produtores de signos e utopias,

capazes de transformar a natureza e escrever sua própria História. Portanto, a História

é uma construção coletiva em que todos os sujeitos tem um papel principal e suas

ações são de suma importância para uma participação consciente na transformação da

sociedade e do mundo em que vivem.

ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS

De acordo com as contribuições da historiografia, nas últimas décadas a

aprendizagem histórica se efetiva quando o conhecimento passa a ser experiência

para o educando no sentido de que ele se aproprie do que aprendeu para ler e

explicar o seu mundo.

No mundo contemporâneo um constante (re) pensar sobre a cultura escolar é

fundamental para acompanhar as mudanças que ocorrem quotidianamente e que

implicam diretamente na vida de educandos e educadores. Nesse sentido, a partir de

discussões teórico-metodológicas significativas e que colocam o educando na

centralidade do processo ensino-aprendizagem, pretende-se contribuir para uma

prática de qualidade e de reflexão nas ações pedagógicas.

Para isso, propõem-se a abordagem dos conteúdos a partir de temáticas, no

ensino de História, para os educandos (as) da Educação de Jovens e Adultos

rompendo, dessa forma, com a narrativa linear e factual num diálogo permanente

com a realidade imediata sobre a qual se constituem os diversos saberes. Pretende-

se com isso priorizar uma prática pautada na associação ensino-pesquisa e no uso

de diferentes fontes e linguagens.

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Nessa perspectiva, exige-se uma abordagem problematizadora dos conteúdos

de História, em que educadores e educandos possam dialogar e nesse diálogo,

propiciar condições de pensar, argumentar e fundamentar suas opiniões através dos

conteúdos socialmente significativos relacionados ao contexto político e social,

reconhecendo a pluralidade étnica e cultural onde esses sujeitos estão inseridos.

Esta problematização deve propiciar uma análise crítica da realidade social,

distinguindo-se da “educação bancária” em que o educador apresenta os conteúdos

aos educandos, impondo-lhes um saber desprovido de reflexão (FREIRE, 1987).

É impossível, ensinar tudo a todos, desta forma se faz necessário a seleção e

a escolha de conteúdos essenciais que possibilitem o êxito no processo ensino-

aprendizagem e permitam satisfazer as necessidades dos educandos, respeitando

suas especificidades, objetivando sua formação humanista e a busca de sua

autonomia intelectual e moral.

Considerando a concepção do ensino de História pautada pela linha da

cultura, optou-se por três eixos articuladores: Cultura, Trabalho e Tempo, que

também orientam o documento das Diretrizes Curriculares para EJA no Estado do

Paraná. Esses eixos estabelecem relações entre si e articulam-se às temáticas que

por sua vez articulam-se aos conteúdos, sendo que o eixo Tempo, presente nessa

concepção, refere-se ao tempo histórico.

Os conteúdos selecionados foram organizados em quatro temas plurais no

Ensino Fundamental: Identidade e Cultura; Estado e Relações de Poder; Terra e

Propriedade; Cidadania e Trabalho e três temas para o Ensino Médio: Diversidade

Cultural; Relações de Poder e Movimentos Sociais; Mundo do Trabalho e Cidadania

. É importante que na abordagem desses conteúdos o educador crie situações de

aprendizagem, que respeitem o perfil dos educandos da EJA e possibilitem o diálogo

entre os conceitos construídos cientificamente e a cultura do educando,

considerando a sua História de vida, o ambiente cultural e a identidade do grupo.

No intuito de contemplar a Lei 11.645/08 referente à História e cultura afro-

brasileira, africana e indígena, serão trabalhados conteúdos de acordo com a

especificidade da disciplina, bem como a influência dessas culturas na formação de

nossa sociedade.

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A abordagem pode ser realizada partindo do não conhecido ao conhecido ou

do conhecido ao conhecido de outra forma. Os conteúdos não devem ser

trabalhados de forma isolada ou compartimentada, o estudo deve se dar de forma

abrangente no tempo e no espaço, como por exemplo, no que refere as questões

sociais, as contradições, a Histórica local, conteúdos estes que estabeleçam relação

entre o local e o global e possibilitem aos educandos, compreender as semelhanças

e diferenças, as permanências e as rupturas do contexto histórico.

Transformar os conteúdos em “situações problemas” é imprescindível para

demonstrar a relevância do que se vai estudar. O questionamento deve levar a

reflexão crítica e permanente, possibilitando a construção de saberes socialmente

significativos para que o educando interfira no sentido de transformar a sociedade,

em que vive. Dessa forma o ensino de História será sempre possibilidade e nunca

determinação.

É essencial no processo ensino-aprendizagem que a teoria esteja em sintonia

com a prática, respeitando os níveis de compreensão dos educandos sobre a própria

realidade.

Em suma, esse processo deve contribuir para formar um educando leitor e

escritor, que se aproprie dos conhecimentos históricos, a partir da leitura, análise e

interpretação de diversas linguagens, bem como da produção de textos orais e

escritos, que valorizem o fazer e o refletir. Também é importante que o educando da

EJA possa ampliar a sua leitura de mundo percebendo-se como sujeito da História

na busca da autonomia e da cidadania. Vale ressaltar que o uso das Tecnologias

Digitais Comunicação (TDIC) permeará os conteúdos durante a carga horaria da

disciplina em questão.

ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS

Ensino Fundamental e Ensino Médio

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

Relações de trabalho

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Relações de poder

Relações culturais

CONTEÚDOS BÁSICOS

Ensino Fundamental

A EXPERIÊNCIA HUMANA NO TEMPO

Tempo e memória

As periodizações e as diversas temporalidades

Fontes e documentos históricos

Narrativas históricas no tempo: oral e escrita

OS SUJEITOS E SUA RELAÇÃO COM O OUTRO NO TEMPO

O surgimento da humanidade na África

Cultura indígena, africana e dos imigrantes europeus e asiáticos

Crianças, jovens e idosos no Brasil e no mundo

Sociedade s: comunitária, matriarcal, patriarcal

CULTURA LOCAL E CULTURA COMUM

Mitos, lendas e cultura popular

Festas e religiosidade

A constituição do pensamento científico: Antiguidade clássica e transição da Idade

Média para Moderna

Remanescentes dos Quilombos

HISTÓRIA DAS RELAÇÕES DA HUMANIDADE COM O TRABALHO

O TRABALHO E A VIDA EM SOCIEDADE.

Trabalho nas sociedades: indígenas, patriarcal, escravocrata

Mocambos e Quilombos: resistência na colônia

História do trabalho nas primeiras sociedades humanas

Trabalho e vida cotidiana nas colônias espanholas: a mita

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O trabalho assalariado

Trabalho feminino

O TRABALHO E A VIDA EM SOCIEDADE

O TRABALHO E AS CONTRADIÇÕES DA MODERNIDADE

O trabalho na antiguidade clássica

As três ordens no imaginário feudal

Desvalorização do trabalho no Brasil Colônia el Imperial

Busca pela cidadania no Brasil Império

As três ordens no imaginário feudal

As corporações de ofício

O nascimento das fábricas e a vida cultural em seu entorno

OS TRABALHADORES E AS CONQUISTAS DE DIREITO

RESISTÊNCIA E CONQUISTA DOS DIREITOS

Discriminação

Consciência negra e a luta dos escravos contra os senhores

Congadas como forma de resistência

Declaração dos direitos do homem e do cidadão

Ludismo

Os primeiros sindicatos

Movimento sufragista

A FORMAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES

Cacicado e os jesuítas no Brasil

Irmandades católicas e as religiões afrodescendentes

O surgimento das prisões, hospitais bancos e universidades

Ordens religiosas

Guildas e corporações de ofício

O surgimento das empresas transnacionais

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A FORMAÇÃO DO ESTADO

Monarquia

República: aristocracia, ditadura, democracia

Quilombos

Formação do estado Nação brasileiro

Constituições brasileiras

Os três poderes

A constituição do MERCOSUL

A formação dos reinos africanos

Monarquia e nobreza medieval

O estado absolutista europeu

O imperialismo no séc. XX

Formação dos blocos econômicos

SUJEITOS, GUERRAS E REVOLUÇÕES

Revoltas indígenas e quilombolas

Revoltas no Brasil Colônia e Império

Movimentos: abolicionista, anarquista, tenentista, comunista.

Movimento de redemocratização

Revoltas na antiguidade clássica

Heresias na Idade Média- mulheres

Revoltas religiosas

Revoluções socialistas

AS RELAÇÕES DE PROPRIEDADE

Terras coletivas ( indígenas e outros), latifúndio, minifúndio

Reforma agrária no Brasil

Sociedades oligárquicas e latifundiárias no Brasil e no Paraná

RELAÇÕES CAMPO CIDADE

As cidades: mineradoras, do tropeirismo, da erva-mate

Os cercamentos

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ENSINO MÉDIO

CONTEÚDOS

1. RELAÇÕES DE TRABALHO

1. Conceito de trabalho

2. Trabalho compulsório e livre: escravo, servil, assalariado

3. O trabalho nas mais diferentes sociedades

4. Transição do trabalho escravo e a construção do trabalho livre e

assalariado

5. O trabalho nas sociedades contemporâneas

2. URBANIZAÇÃO E INDUSTRIALIZAÇÃO

O conceito de cidade

As cidades ontem e hoje

Urbanização e industrialização no Brasil

Urbanização e industrialização no séc. XIX

Urbanização e industrialização nas sociedades contemporâneas

Industrialização e urbanização no Paraná

O Paraná no contexto do capitalismo

3- ESTADO E AS RELAÇÕES DE PODER

2. Conceito de poder e de estado

3. Formas de estado e suas doutrinas: capitalismo, socialismo, liberalismo,

neoliberalismo, Estado de Bem estar social

4. Emancipação do Paraná

5. Populismo e ditaduras na América latina

4. MOVIMENTOS SOCIAIS

Conceitos: revolução, classe social e gênero

As lutas femininas

Lutas da plebe na Roma antiga

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Resistências camponesas na Idade Média

As lutas dos escravos e indígenas no Brasil

Movimentos de resistências no Paraná: Contestado, Sem Terra

Movimentos contemporâneos no Brasil

Estados africanos e guerras étnicas

5. CULTURA E RESISTÊNCIA

Religiosidade: africanos, americanos, asiáticos, europeus; xamanismo,

totemismo, animismo (procurar)

Grandes religiões: judaísmo, cristianismo, islamismo, confucionismo, budismo.

Teocentrismo e antropocentrismo

Reforma e contra reforma

Cultura africana e indígena

Manifestações populares: congada, cavalhada, fandango, folia de reis.

AVALIAÇÃO

De acordo com os pressupostos a avaliação será vista na sua totalidade, para

tanto diferenciando critérios de instrumentos. Os primeiros implicam em se ter

clareza daquilo que se pretende. Portanto os critérios serão: conhecimento do

código e linguagem formal para realização de leitura, interpretação e compreensão

dos textos e narrativas em geral e igualmente para produzir suas próprias narrativas

e nestas os alunos necessitam evidenciar a compreensão e apropriação de

conceitos chaves essenciais na disciplina de história.

Outro aspecto são os instrumentos: provas formais, pesquisas bibliográficas,

produções narrativas escritas ou orais com base em leitura, compreensão e

interpretação, participação efetiva em sala de aula em seminários e debates, o que

significa leitura em classe e extra-classe. O pressuposto da participação efetiva

requer pontualidade e assiduidade para que se processe a efetivação da avaliação

processual e contínua.

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REFERÊNCIAS

VÁRIOS AUTORES. HISTÓRIA. Curitiba: SEED-PR, 2008. FIGUEIRA, Divalte Garcia. HISTÓRIA. 1º ED. São Paulo: Ática, 2005. GOMES JUNIOR, J. SILVA, G. L. COSTA, P. A. B. (orgs). Curitiba:UFPR/PROEC, 2008. SOUZA, Marina de Mello e. África e Brasil africano. São Paulo: Ática, 2006. Secretaria de Estado do Paraná Diretrizes Curriculares da Educação Básico Paraná, 2008

BITTENCOURT, Circe (Org.). O saber histórico na sala de aula. São Paulo: Contexto, 1998. BLOCH, Marc. Introdução à história. Lisboa, Portugal: Europa-América, 1997.

CABRINI, Conceição et. al. O ensino de história: revisão urgente. São Paulo: Brasiliense, 1986.

DAVIES, Nicholas (Org.). Para além dos conteúdos no ensino de história. Niterói: Eduff,

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. São Paulo, Paz e Terra, 1987.

KARNAL, Leandro (Org.). História na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2003.

SILVA, Marcos A. da (Org.). Repensando a história. Rio de Janeiro: Marco Zero, 1984.

SILVA, Thelma Nobre Machado Bittencourt & RABELLO, Heloisa de Jesus. O ensino da história. Niterói, RJ: Eduff, 1992.

Curso Educação na Cultura Digital. Disponível em https://goo.g1/3hzeh D. Palfrey, Jhon. Nascidos na era digital: Entendendo a primeira geração de nativos digitais; tradução: Magda França Lopes; Porto Alegre: Grupo A, 2011.

DISCIPLINA DE GEOGRAFIA

CONCEPÇÃO DO ENSINO DA GEOGRAFIA

Atualmente, a grande velocidade com que vem ocorrendo as transformações

no espaço planetário, tem levado a escola a rever conceitos e metodologias, pois

esses refletem diretamente nos elementos fundamentais do ensino da Geografia.

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Para iniciar a reflexão sobre o ensino de Geografia se colocam algumas

questões: O que é Geografia? Para que serve? Como ensinar Geografia?

Para responder a essas questões, faz-se necessário esclarecer que a

Geografia como ciência, sofreu ao longo da história profundas transformações, tanto

em nível teórico quanto metodológico. Até as primeiras décadas do século XX,

predominavam nas escolas concepções tradicionais e os livros se limitavam a uma

Geografia puramente descritiva e enumerativa, tipo catálogo. Os educandos eram

obrigados a memorizar listas intermináveis de nomes e números, ou confundiam a

Geografia com a topografia e a cartografia.

Esta Geografia tradicional, centrada na observação e na descrição

principalmente do quadro natural estrutura-se em três aspectos: os físicos, os

humanos e os econômicos.

Os aspectos físicos, nesta concepção, são considerados os mais importantes.

Abrangem especialmente a hidrografia (rios, bacias hidrográficas, redes fluviais e

tudo o que se refere ao mundo das águas); o relevo (planícies, planaltos, serras – ou

seja, as formas da superfície terrestre); o clima (calor, frio, geada, neve e estados do

tempo em geral); e a vegetação (florestas, campos, cerrados, caatinga e temas

relacionados à distribuição das espécies vegetais pela superfície terrestre).

Os aspectos humanos referem-se ao homem “inserido” no quadro natural,

como se a paisagem tivesse sido moldada para recebê-lo e fornecer-lhe suas

“dádivas”, ou seja, seus recursos: solo, água, animais, vegetais e minerais, por

exemplo.

Por fim, na parte econômica busca-se explicar como o homem explora e

transforma o ambiente por meio das atividades econômicas, expressas pela

seguinte ordem: extrativismo, agricultura, pecuária, indústria, comércio, serviços e

meios de transporte – a circulação no território.

Observa-se que, na Geografia tradicional, o ensino desenvolve-se por meio

de blocos (Geografia física, humana e econômica) que não se relacionam nem

internamente, nem entre si, desarticulados no espaço e no tempo. Na Geografia

física, por exemplo, não é estabelecida uma relação entre clima, solo, relevo e

hidrografia, faz-se uma descrição sem correlações entre os elementos. Com tudo

isso, segundo MORAES (1993, p.93), no Brasil, “a partir de 1970, a Geografia

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Tradicional está definitivamente enterrada; suas manifestações, dessa data em

diante, vão soar como sobrevivências, resquícios de um passado já superado”.

Assim, se faz necessário repensar o ensino e a construção do conhecimento

geográfico, bem como a serviço de quem está esse conhecimento. Qual o papel do

ensino de Geografia na formação de um cidadão crítico da organização da realidade

socioespacial.

A partir da compreensão do espaço geográfico como “um conjunto

indissociável, solidário e também contraditório de sistemas, de objetos e sistemas de

ações, não considerados isoladamente, mas como quadro único no qual a história

se dá”, Santos (1996, p.51), propõe uma concepção de geografia que possibilite ao

educando desenvolver um conhecimento do espaço, que o auxilie na compreensão

do mundo, privilegiando a sua dimensão socioespacial. Para MORAES (1998,

p.166), “formar o indivíduo crítico implica estimular o aluno questionador, dando-lhe

não uma explicação pronta do mundo, mas elementos para o próprio

questionamento das várias explicações. Formar o cidadão democrático implica

investir na sedimentação no aluno do respeito à diferença, considerando a

pluralidade de visões como um valor em si”.

Nesse contexto, a Geografia explicita o seu objetivo, de analisar e interpretar

o espaço geográfico, partindo da compreensão de que o espaço é entendido como

produto das múltiplas, reais e complexas relações, pois, como mostra SANTOS

(2001, p.174) “vive-se em um mundo de indefinição entre o real e o que imagina-se

dele”. E, em conformidade com RESENDE (1986, p.181) “é preciso reconhecer a

existência de uma saber geográfico, que é próprio do educando trabalhador, um

saber que está diretamente ligado com sua atitude intelectiva, respondendo sempre

ao seu caráter social, objetivo, de um todo integrado, um espaço real”.

Desse modo, à Geografia escolar cabe fornecer subsídios que permitam aos

educandos compreenderem a realidade que os cerca em sua dimensão espacial, em

sua complexidade e em sua velocidade, onde o espaço seja entendido como o

produto das relações reais, que a sociedade estabelece entre si e com a natureza.

Segundo CARLOS (2002, p.165) “A sociedade não é passiva diante da natureza;

existe um procedimento dialético entre ambas que reproduz espaços e sociedades

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diferenciados em função de momentos históricos específicos e diferenciados. Nesse

sentido, o espaço é humano não porque o homem o habita, mas porque o produz”.

Compreender as contradições presentes no espaço é o objetivo do

conhecimento geográfico, ou seja, perceber além da paisagem visível.

Torna-se urgente, assim, romper com a compartimentalização do

conhecimento geográfico. Neste sentido, faz-se necessário considerar o espaço

geográfico a partir de vários aspectos interligados e interdependentes, os fenômenos

naturais e as ações humanas, as transformações impostas pelas relações sociais e

as questões ambientais de alcance planetário, não desprezando a base local e

regional.

Nesse contexto, o homem passa a ser visto como sujeito, ser social e

histórico que produz o mundo e a si próprio. Segundo CAVALCANTI (1998, p.192)

“O ensino de geografia deve propiciar ao aluno a compreensão de espaço

geográfico na sua concretude, nas suas contradições, contribuindo para a formação

de raciocínios e concepções mais articulados e aprofundados a respeito do espaço,

pensando os fatos e acontecimentos mediante várias explicações”.

O ensino de Geografia comprometido com as mudanças sociais revela as

contradições presentes na construção do espaço, inerentes ao modo como homens

e mulheres transformam e se apropriam da natureza. Nesta perspectiva, há que se

tornar possível ao educando perceber-se como parte integrante da sociedade, do

espaço e da natureza. Daí a possibilidade dele poder (re)pensar a realidade em que

está inserido, descobrindo-se nela e percebendo-se na sua totalidade, onde

revelam-se as desigualdades e as contradições. Sob tal perspectiva, o ensino de

Geografia contribui na formação de um cidadão mais completo, que se percebe

como agente das transformações socioespaciais, reconhecendo as temporalidades e

o seu papel ativo nos processos.

ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS

Percebe-se que a prática metodológica no tocante ao ensino de Geografia,

tem sido assentada em aulas expositivas, na leitura de textos e em questionários

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com respostas pré-determinadas, tendo como objetivo a memorização dos

conteúdos. Porém, tal prática tem se mostrado insuficiente para que se concretize a

construção do conhecimento geográfico. Portanto, faz-se necessário repensar a

metodologia para que, de fato, se assegurem os objetivos a que a disciplina de

Geografia se propõe.

É preciso que o educando se perceba enquanto sujeito, como produto e ao

mesmo tempo transformador do espaço, por meio de suas ações e até mesmo de

suas omissões.

É importante que a escolha da metodologia possibilite ao educando

mecanismos de análise e reflexão sobre sua condição. Segundo FREIRE (1983,

p.61): “não há educação fora das sociedades humanas e não há homens isolados”,

portanto, é importante a valorização dos saberes que os educandos possuem e que

foram acumulados ao longo de suas existências. Esses saberes devem ser o ponto

de partida para a construção de outros saberes. No caso da Geografia, tais

pressupostos se tornam mais evidentes e necessários.

A realidade dos educandos deve ser valorizada e a metodologia deve tornar

os conteúdos significativos para que, por intermédio do diálogo, se busque explicitar

e oportunizar a observação, a análise e a reflexão, categorias essenciais para o

desenvolvimento de “um olhar geográfico” da realidade, ou seja, do mundo vivido, é

importante também que no ensino aprendizagem dos conteúdos se faça uso da

Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação(TDIC).

Nessa perspectiva a problematização surge como metodologia para a

abordagem dos conteúdos ou temas. Problematizar significa levantar questões

referentes ao tema e ao cotidiano dos educandos, o que implica em expor as

contradições que estão postas, buscar explicações e relações e construir conceitos.

Exemplo: ao trabalhar o tema “Indústrias no Brasil”, escolher uma indústria local e

questionar:

1- Qual a necessidade de termos uma indústria na nossa

cidade?

2- Quais mudanças foram provocadas por sua instalação?

3- Qual a sua importância para o município, estado, país?

4- Qual sua importância para a população?

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5- Por que ela se instalou nessa região?

6- Como é seu processo produtivo?

7- Quais impactos vêm causando no ambiente?

Se não houver indústria local, problematizar a razão disso e questionar se é

necessário uma indústria para garantir qualidade de vida na comunidade ou na

cidade.

A problematização pressupõe que se estabeleça o diálogo, ou seja, que o

educando seja ouvido, o que significa envolve-lo na construção do conhecimento.

No intuito de contemplar a Lei 11.645/08 referente à História e cultura afro-

brasileira, africana e indígena, serão trabalhados conteúdos de acordo com a

especificidade da disciplina, bem como a influência dessas culturas na formação de

nossa sociedade.

CONTEÚDOS DE GEOGRAFIA

Ensino Fundamental e Médio

Os conteúdos propostos são os mesmos para o Ensino Fundamental e para o

Ensino Médio. A abordagem dos conteúdos deve ser diferenciada nos níveis de

ensino a partir do grau de aprofundamento e de complexidade dos textos.

Os conteúdos devem ser trabalhados em diferentes escalas: local, regional,

nacional e mundial.

Porém é necessário que o educador perceba que o espaço geográfico só

pode ser entendido em sua totalidade, sendo que os recortes de análise espacial

devem ser apenas procedimentos operacionais para decompor o espaço, para

depois recompô-lo, sobretudo para facilitar a compreensão do educando.

ENSINO FUNDAMENTAL

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES:

Dimensão econômica do espaço geográfico

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Dimensão política do espaço geográfica

Dimensão cultural demográfica do espaço geográfico

Dimensão socioambiental do espaço geográfico

Conteúdos Básicos:

Formação e transformação das paisagens naturais e culturais

Dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de

exploração e produção

A formação, localização e exploração dos recursos naturais.

A distribuição espacial das atividades produtivas, a transformação da

paisagem, a (re) organização do espaço geográfico.

As relações entre campo e a cidade na sociedade capitalista

A mobilidade populacional e as manifestações socioespaciais da diversidade

cultural

A evolução demográfica, a distribuição espacial da população e os

indicadores estatísticos.

As diversas regionalizações do espaço geográfico

Formação território brasileira

A formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração do território

brasileiro.

As diversas regionalizações do espaço brasileiro

A mobilidade populacional e as manifestações socioespaciais da diversidade

cultural

A evolução demográfica da população, sua distribuição espacial e indicadores

estatísticos.

Movimentos migratórios e suas motivações

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O espaço rural e a modernização da agricultura

Os movimentos sociais, urbanos e rurais, e a apropriação do espaço.

A formação, o crescimento das cidades, a dinâmica dos espaços urbanos e a

urbanização.

A distribuição espacial das atividades produtivas, a (re)organização do

espaço geográfico

A circulação de mão- de- obra, das mercadorias e das informações.

As diversas regionalizações do espaço geográfico

A formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios do

continente americano

A circulação de mão-de-obra, do capital, das mercadorias e informações

A distribuição espacial das atividades produtivas, a (re)organização do

espaço geográfico

As relações entre o campo e a cidade na sociedade capitalista

O espaço rural e a modernização da agricultura

A evolução demográfica da população, sua distribuição espacial e os

indicadores estatísticos

A formação, o localização, exploração dos recursos naturais

A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado

A revolução técnico-científico-informacional e os novos arranjos no espaço da

produção

O comércio mundial e as implicações socioespaciais.

A formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração territórios.

A evolução demográfica da população, sua distribuição espacial e os

indicadores estatísticos

A mobilidade populacional e as manifestações sociespaciais da diversidade

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cultural

Os movimentos migratórios mundiais e suas motivações.

A distribuição das atividades produtivas, a transformação da paisagem e a

(re)organização do espaço geográfico

A formação, localização, exploração dos recursos naturais;

A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de

exploração e produção

O espaço em rede: produção, transporte e comunicações na atual

configuração territorial.

ENSINO MÉDIO

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES:

Dimensão econômica do espaço geográfico

Dimensão política do espaço geográfica

Dimensão cultural demográfica do espaço geográfico

Dimensão socioambiental do espaço geográfico

CONTEÚDOS BÁSICOS:

A formação e transformação das paisagens.

A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de

exploração e produção.

A distribuição espacial das atividades produtivas, a transformação da

paisagem, a (re)organização do espaço geográfico

A formação, localização e exploração dos recursos naturais.

A revolução técnico-científica-informacional e os novos arranjos no espaço da

produção;

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O espaço rural e a modernização da agricultura.

O espaço em rede: produção, transporte e comunicação na atual

configuração territorial.

A circulação de mão-de-obra, do capital, das mercadorias e das informações

Formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios

As relações entre o campo e a cidade na sociedade capitalista.

A formação e o crescimento das cidades, a dinâmica dos espaços urbanos e

a urbanização recente.

Os movimentos sociais, urbanos e rurais, e a apropriação do espaço.

A evolução demográfica, a distribuição espacial da população e os

indicadores estatísticos.

Os movimentos migratórios e suas motivações.

A mobilidade populacional e as manifestações socioespaciais da diversidade

cultural.

O comércio e as implicações socioespaciais.

As diversas regionalizações do espaço geográfico.

As implicações socioespaciais do processo de mundialização.

A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado.

AVALIAÇÃO

No processo educativo, a avaliação deve se fazer presente, tanto como meio

de diagnóstico do processo ensino-aprendizagem quanto como instrumento de

investigação da prática pedagógica. Assim a avaliação assume uma dimensão

formadora, uma vez que, o fim desse processo é a aprendizagem, ou a verificação

dela, mas também permitir que haja uma reflexão sobre a ação da prática

pedagógica.

Para cumprir essa função, a avaliação deve possibilitar o trabalho com o

novo, numa dimensão criadora e criativa que envolva o ensino e a aprendizagem.

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Desta forma, se estabelecerá o verdadeiro sentido da avaliação: acompanhar o

desempenho no presente, orientar as possibilidades de desempenho futuro e mudar

as práticas insuficientes, apontando novos caminhos para superar problemas e fazer

emergir novas práticas educativas (LIMA, 2002).

No cotidiano escolar, a avaliação é parte do trabalho dos professores. Tem

por objetivo proporcionar-lhes subsídios para as decisões a serem tomadas a

respeito do processo educativo que envolve professor e aluno no acesso ao

conhecimento.

É importante ressaltar que a avaliação se concretiza de acordo com o que se

estabelece nos documentos escolares como o Projeto Político Pedagógico e, mais

especificamente, a Proposta Pedagógica Curricular e o Plano de Trabalho Docente,

documentos necessariamente fundamentados nas Diretrizes Curriculares.

Esse projeto e sua realização explicitam, assim, a concepção de escola e de

sociedade com que se trabalha e indicam que sujeitos se quer formar para a

sociedade que se quer construir.

Nestas Diretrizes Curriculares para a Educação Básica, propõe-se formar

sujeitos que construam sentidos para o mundo, que compreendam criticamente o

contexto social e histórico de que são frutos e que, pelo acesso ao conhecimento,

sejam capazes de uma inserção cidadã e transformadora na sociedade.

A avaliação, nesta perspectiva, visa contribuir para a compreensão das

dificuldades de aprendizagem dos alunos, com vistas às mudanças necessárias

para que essa aprendizagem se concretize e a escola se faça mais próxima da

comunidade, da sociedade como um todo, no atual contexto histórico e no espaço

onde os alunos estão inseridos.

Não há sentido em processos avaliativos que apenas constatam o que o

aluno aprendeu ou não aprendeu e o fazem refém dessas constatações, tomadas

como sentenças definitivas. Se a proposição curricular visa à formação de sujeitos

que se apropriam do conhecimento para compreender as relações humanas em

suas contradições e conflitos, então a ação pedagógica que se realiza em sala de

aula precisa contribuir para essa formação.

Para concretizar esse objetivo, a avaliação escolar deve constituir um projeto

de futuro social, pela intervenção da experiência do passado e compreensão do

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presente, num esforço coletivo a serviço da ação pedagógica, em movimentos na

direção da aprendizagem do aluno, da qualificação do professor e da escola.

Nas salas de aula, o professor é quem compreende a avaliação e a executa

como um projeto intencional e planejado, que deve contemplar a expressão de

conhecimento do aluno como referência uma aprendizagem continuada.

No cotidiano das aulas, isso significa que:

• é importante a compreensão de que uma atividade de avaliação situa-se

entre a intenção e o resultado e que não se diferencia da atividade de ensino,

porque ambas têm o intuito de ensinar;

• no Plano de Trabalho Docente, ao definir os conteúdos específicos

trabalhados naquele período de tempo, já se definem os critérios, estratégias e

instrumentos de avaliação, para que professor e alunos conheçam os avanços e as

dificuldades, tendo em vista a reorganização do trabalho docente;

• os critérios de avaliação devem ser definidos pela intenção que orienta o

ensino e explicitar os propósitos e a dimensão do que se avalia. Assim, os critérios

são um elemento de grande importância no processo avaliativo, pois articulam todas

as etapas da ação pedagógica;

• os enunciados de atividades avaliativas devem ser claros e objetivos. Uma

resposta insatisfatória, em muitos casos, não revela, em princípio, que o estudante

não aprendeu o conteúdo, mas simplesmente que ele não entendeu o que lhe foi

perguntado. Nesta circunstância, o difícil não é desempenhar a tarefa solicitada, mas

sim compreender o que se pede;

• os instrumentos de avaliação devem ser pensados e definidos de acordo

com as possibilidades teórico-metodológicas que oferecem para avaliar os critérios

estabelecidos. Por exemplo, para avaliar a capacidade e a qualidade argumentativa,

a realização de um debate ou a produção de um texto serão mais adequados do que

uma prova objetiva;

• a utilização repetida e exclusiva de um mesmo tipo de instrumento de

avaliação reduz a possibilidade de observar os diversos processos cognitivos dos

alunos, tais como: memorização, observação, percepção, descrição, argumentação,

análise crítica, interpretação, criatividade, formulação de hipóteses, entre outros;

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• uma atividade avaliativa representa, tão somente, um determinado momento

e não todo processo de ensino-aprendizagem;

• a recuperação de estudos deve acontecer a partir de uma lógica simples: os

conteúdos selecionados para o ensino são importantes para a formação do aluno,

então, é preciso investir em todas as estratégias e recursos possíveis para que ele

aprenda. A recuperação é justamente isso: o esforço de retomar, de voltar ao

conteúdo, de modificar os encaminhamentos metodológicos, para assegurar a

possibilidade de aprendizagem. Nesse sentido, a recuperação da nota é simples

decorrência da recuperação de conteúdo.

Assim, a avaliação do processo ensino-aprendizagem, entendida como

questão metodológica, de responsabilidade do professor, é determinada pela

perspectiva de investigar para intervir. A seleção de conteúdos, os

encaminhamentos metodológicos e a clareza dos critérios de avaliação elucidam a

intencionalidade do ensino, enquanto a diversidade de instrumentos e técnicas de

avaliação possibilita aos estudantes variadas oportunidades e maneiras de

expressar seu conhecimento. Ao professor, cabe acompanhar a aprendizagem dos

seus alunos e o desenvolvimento dos processos cognitivos.

Por fim, destaca-se que a concepção de avaliação que permeia o currículo

não pode ser uma escolha solitária do professor. A discussão sobre a avaliação

deve envolver o coletivo da escola, para que todos (direção, equipe pedagógica,

pais, alunos) assumam seus papéis e se concretize um trabalho pedagógico

relevante para a formação dos alunos.

REFERÊNCIAS

CARLOS, Ana Fani A. A Geografia brasileira hoje: Algumas reflexões. São Paulo: Terra Livre/AGB, vol. 1, nº 18, 2002. CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos, (org.) Geografia em sala de aula: Práticas e Reflexões. Porto Alegre, RS: Editora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul/AGB, 1999.

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CEEBJA CAVALCANTI, L.S. Geografia: escola e construção de conhecimentos. Campinas: Papirus, 1998. FREIRE, Paulo. Educação e Mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983. MORAES, Antonio C R. Geografia: Pequena História Crítica. São Paulo: Hucitec, 1993. MOREIRA, Ruy. O que é Geografia. São Paulo: Brasiliense, 1981. RESENDE, M.S. A Geografia do aluno trabalhador. São Paulo: Loyola, 1986. RODRIGUES, Neidson. Por uma nova escola. São Paulo: Cortez, 1987. SANTOS, Milton. A Natureza do Espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: Hucitec, 1996. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2001. Diretrizes Curriculares da Educação Básica – Geografia. SEED.PR, 2008. Curso Educação na Cultura Digital. Disponível em https://goo.g1/3hzeh D. Palfrey, Jhon. Nascidos na era digital: Entendendo a primeira geração de nativos digitais; tradução: Magda França Lopes; Porto Alegre: Grupo A, 2011.

DISCIPLINA DE SOCIOLOGIA

CONCEPÇÃO DO ENSINO

Historicamente, a sociedade tem assumido, características capitalistas e a

busca da compreensão destas, entre outras coisas, tem sido a preocupação da

Sociologia para sua consolidação como ciência.

O período de conformação do capitalismo foi marcado por profundas

mudanças na organização social que fizeram com que seus contemporâneos

buscassem explicações para os fenômenos sociais com os quais conviviam.

As antigas formas organizativas do mundo foram sucessivamente alteradas

pelas experiências da Modernidade que propõe, entre outras coisas, a utilização da

razão como formatadora da realidade. Sendo assim, várias relações sociais

cotidianas foram transformadas neste processo.

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O capitalismo com sua nova forma de organização das relações sociais e de

trabalho traz em seu bojo questões econômicas / culturais que precisam de

respostas. Surgem então os pensadores da Sociologia que buscam dar conta destas

questões através da elaboração de teorias explicativas dessa dinâmica social, sob

diferentes olhares e posicionamentos políticos.

Com Augusto Comte (1798-1857) surge o termo Sociologia, este autor

buscará criar um método específico para o estudo da sociedade, já que acreditava

que a ciência deveria ser usada na organização das mesmas e afirmando que a

ordem levaria ao progresso.

Émile Durkheim (1858-1917) irá utilizar-se de conceitos de Comte na

elaboração e consolidação de uma ciência que tenta entender a sociedade e as

relações sociais. Para Durkheim o sujeito faz parte da sociedade e a sociedade o

compõe, então, a mesma só faz sentido se :” compreendida como um conjunto cuja

existência própria, independentemente de manifestações individuais, exerce sobre

cada ser humano uma coerção exterior, a partir de pressões e obrigatoriedades

porque, de alguma forma ela não “cabe” na sua totalidade, na mente de cada

indivíduo” (SEED, 2006, p.21). Sendo assim, a precedência da sociedade sobre os

indivíduos faz com que a cooperação seja necessária à organização social. Tal

cooperação só pode existir no consenso, daí caber à educação papel fundamental

neste processo.

Em Max Weber(1864-1920) a orientação vai num outro sentido, para ele o

indivíduo prevalece sobre a sociedade. Ele estabelece a Sociologia Compreensiva

que vai buscar entender a sociedade partindo da compreensão das ações

individuais. Para ele “compreender a sociedade é analisar os comportamentos

movidos pela racionalidade dos sujeitos com relação aos outros, é compreender o

agir dos homens que se relacionam uns com os outros, de acordo com um cálculo e

uma finalidade que tem por base as regras”.(SEED, 2006, p.22).

A sociedade estaria marcada, então, pelo desenvolvimento da racionalidade,

rumando a “burocratização”. Caberia, pois, a educação o papel de “(...) prover os

sujeitos de conteúdos especializados, eruditos, e de disposições que os

predisponham a ter condições – conduta de vida e conhecimento especializados –

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necessárias para realizar suas funções de perito na burocracia profissional” (SEED,

2006, p22).

Outro autor relevante para o entendimento das sociedades é Karl Marx (1818-

1883). Muito embora Marx não esteja preocupado com a constituição de uma

ciência, suas reflexões são importantes para a compreensão das sociedades.

Buscando compreender a sociedade capitalista e apontar uma direção para sua

transformação, Marx desvenda os mecanismos de exploração e manutenção das

relações sociais apontando para o fato das sociedades estarem divididas em

classes, enunciou “(...) como lei de validade geral que a história das sociedades é

movida pela luta entre as classes sociais. (SEED, 2006, p.21). Ainda de acordo com

o autor, a educação é um mecanismo que, conforme seu conteúdo de classe, pode

oprimir ou emancipar o homem.

Desde então, a preocupação com a sociedade e as relações sociais tem sido

a principal preocupação desta ciência, ou seja, entender, explicar e questionar os

mecanismos de produção, organização, domínio, controle e poder institucionalizados

ou não, que resultam em relações sociais de maior ou menor exploração ou

igualdade, possibilitando aos indivíduos compreender e atuar de forma efetiva sobre

a realidade que os cercam.

É neste contexto que se faz necessária a introdução desta disciplina na

Educação de Jovens e Adultos, tendo em vista que a mesma tem o compromisso

com a formação humana e o acesso à cultura geral, a Sociologia contribuirá no

desempenho de tal tarefa, na medida em que propicia aos educandos a

possibilidade de uma maior compreensão da sociedade onde o mesmo vive e sua

atuação sobre a mesma.

ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO

No ensino da Sociologia propõe-se que sejam redimensionados aspectos da

realidade por meio de uma análise didática e crítica dos problemas sociais.

É preciso, entretanto, levar em conta as particularidades da Educação de

Jovens e Adultos, que tem por base o reconhecimento do educando como sujeitos

do aprendizado, um compromisso com a formação humana e com o acesso à

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cultura geral. Sendo assim, os conteúdos específicos deverão estar articulados à

realidade, considerando sua dimensão sócio-histórica, vinculado ao mundo do

trabalho, à ciência, às novas tecnológicas, dentre outras coisas.

Neste sentido, destacam-se os conteúdos específicos da disciplina não

precisam ser trabalhados, necessariamente, de forma seqüencial, do primeiro ao

último conteúdo listado, podendo ser alterada a ordem dos mesmos sem problemas

para compreensão, já que eles, apesar de estarem articulados, possibilitam sua

apreensão sem a necessidade de uma “amarração” com os demais.

Sugere-se, no entanto, que a disciplina seja iniciada com uma rápida

contextualização do surgimento da Sociologia, bem como a apresentação de suas

principais teorias na análise/compreensão da realidade.

No ensino de Sociologia é necessária a adoção de múltiplos instrumentos

metodológicos, instrumentos estes, que devem adequar-se aos objetivos

pretendidos, seja a exposição, a leitura e esclarecimentos do significado dos

conceitos e da lógica dos textos (teóricos, temáticos, literários), sua análise e

discussão, a apresentação de filmes, a audição de músicas, Cultura Digital, enfim, o

que importa é que o educando seja constantemente provocado a relacionar a teoria

com o vivido, a rever conhecimentos e a reconstruir coletivamente novos saberes.

Por fim, o conhecimento sociológico deve ir além da definição, classificação,

descrição e estabelecimento de correlações dos fenômenos da realidade social. É

tarefa primordial do conhecimento sociológico explicitar e explicar problemáticas

sociais concretas e contextualizadas, de modo a desconstruir pré-noções e

preconceitos que quase sempre dificultam o desenvolvimento da autonomia

intelectual e de ações políticas direcionadas á transformação social.

No intuito de contemplar a Lei 11.645/08 referente à História e cultura afro-

brasileira, africana e indígena, serão trabalhados conteúdos de acordo com a

especificidade da disciplina, bem como a influência dessas culturas na formação de

nossa sociedade.

ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS

1-Conteúdo estruturante: O surgimento da Sociologia e Teorias Sociológicas.

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Conteúdos básicos: Modernidade (Renascimento; Reforma Protestante;

Iluminismo; Revolução Francesa e Revolução Industrial).

- Desenvolvimento das Ciências;

- Senso comum e Conhecimento científico;

- Teóricos da sociologia: Comte, Durkheim, Weber, Engels e Marx;

- Produção Sociológica Brasileira.

2-CONTEÚDO ESTRUTURANTE: O processo de socialização e as instituições

sociais.

Conteúdos básicos:

- Instituições familiares;

- Instituições escolares;

- Instituições religiosas;

- Instituições políticas, dentre outras.

3-Conteúdo estruturante: Cultura e Indústria Cultural.

Conteúdos básicos:

- Conceitos antropológicos de cultura;

- Diversidade cultural;

- Relativismo;

- Etnocentrismo;

- Identidade;

- Sociedade de consumo;

- Cultura de massa – cultura erudita e cultura popular;

- Questões de gênero e outras minorias.

4-Conteúdo Estruturante: Trabalho, produção e classes sociais;

Conteúdos básicos:

- Salário e lucro;

- Desemprego, desemprego conjuntural e desemprego estrutural;

- Subemprego e informalidade;

- Terceirização;

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- Voluntariado e cooperativismo;

- Empreendedorismo;

- Agronegócios;

- Empregabilidade e produtividade;

- Capital humano;

- Reforma trabalhista e Organização Internacional do Trabalho;

- Economia solidária;

- Flexibilização;

- Neoliberalismo;

- Reforma agrária;

- Reforma sindical;

-Toyotismo, Fordismo;

- Estatização e privatização;

- Parcerias público-privadas;

- Relações de mercado, entre muitos outros.

5 – Conteúdo estruturante: Poder, política e ideologia

Conteúdos básicos:

- Estado Moderno;

-Tipos de Estados;

-Conceito de poder;

-Conceito de dominação;

-Conceito de Política;

-Conceito de ideologia.

6-Conteúdo Estruturante: Direitos, cidadania e movimentos sociais.

Conteúdos básicos:

- Conceito moderno de direito;

- Conceito de movimento social;

- Cidadania;

- Movimentos sociais urbanos;

- Movimentos sociais rurais;

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- Movimentos sociais conservadores.

AVALIAÇÃO

A avaliação, na disciplina de Sociologia, não pode ser confundida com um

processo de técnico de medição, neste sentido é preciso repensar os instrumentos

utilizados nesse processo, de modo que os mesmos reflitam os objetivos desejados

no desenvolvimento do processo educativo, superando o conteudismo, numa

perspectiva marcada pela autonomia do educando.

Sendo assim, as práticas de avaliação em Sociologia, acompanham as

próprias práticas de ensino e de aprendizagem da disciplina, seja a reflexão crítica

em debates, que acompanham os textos ou filmes, seja na produção de textos que

demonstrem capacidade de articulação entre teoria e prática, seja na pesquisa

bibliográfica, enfim, várias podem ser as formas, desde que se tenha como

perspectiva, ao selecioná-las, a clareza dos objetivos que se pretende atingir, no

sentido da apreensão, compreensão e reflexão dos conteúdos pelo educando.

REFERÊNCIAS

ALBORNOZ, S. O que é trabalho. São Paulo: Brasiliense, 1989. ANTUNES, R. (Org.) A dialética do trabalho: Escritos de Marx e Engels. São Paulo: Expressão popular, 2004. AZEVEDO, F. Princípios de Sociologia:pequena introdução ao estudo da Sociologia geral. São Paulo: Duas Cidades, 1973. BOBBIO, N. Estado, governo, sociedade: por uma teoria geral da política. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990. BOSI, E. Cultura de massa e cultura popular: leituras de operárias. 5 ed. Petrópolis: Vozes, 1981. COELHO, T. O que é indústria cultural. 15ed. São Paulo: Brasiliense, 1993. COMTE, A . Sociologia. São Paulo: Ática, 1978. DURKHEIM, E. Sociologia. São Paulo: Ática, 1978. GEERTZ, C. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: Zahar, 1973.

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CEEBJA GIDDENS, A Sociologia. 6 ed. Porto Alegre: Artmed,2005. GOHN, M. G. (Org.) Movimentos sociais no início do século XXI: antigos e novos atores sociais. Petrópolis: Vozes, 2003. LAPLANTINE, F. Aprender antropologia. 12 ed. São Paulo: Brasiliense, 2000. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ. Diretrizes Curriculares da Rede pública de Educação Básica do Estado do Paraná – Sociologia. Curitiba, 2008. MARX, K. Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1978. SEED. Diretrizes Curriculares da Rede pública de Educação Básica do Estado do Paraná – Sociologia. Curitiba, 2008. WEBER, M. Sociologia. São Paulo: Ática, 1979. Curso Educação na Cultura Digital. Disponível em https://goo.g1/3hzeh D. Palfrey, Jhon. Nascidos na era digital: Entendendo a primeira geração de nativos digitais; tradução: Magda França Lopes; Porto Alegre: Grupo A, 2011.

DISCIPLINA DE FIILOSOFIA

CONCEPÇÃO DO ENSINO

Esta Proposta Pedagógica Curricular para o Ensino de Filosofia na Educação

de Jovens e Adultos foi elaborada tendo como referência as Diretrizes Curriculares

de Filosofia para a Educação Básica do Estado do Paraná e as especificidades

desta modalidade de ensino que considera os educandos sujeitos de um processo

histórico em que a experiência vivida fora do processo de educação

institucionalizada constitui forte elemento formativo.

As Diretrizes Curriculares de Filosofia pontuam que ao se tratar de ensino de

Filosofia, é comum retomar a clássica questão a respeito da cisão entre Filosofia e

filosofar. Ensina-se Filosofia ou a filosofar? Muitos citam Kant, para lembrar que não

é possível ensinar Filosofia e sim a filosofar. Ocorre que para ele não é possível

separar a Filosofia do filosofar. Kant quer afirmar a autonomia da razão filosofante

diante da própria filosofia. Do mesmo modo Hegel, não é possível conhecer o

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conteúdo da Filosofia sem filosofar. A Filosofia constitui seu conteúdo na medida em

que reflete sobre ele. A prática da Filosofia leva consigo o seu produto não é

possível fazer filosofias sem filosofar, nem filosofar sem filosofia, porque a Filosofia

não é um sistema acabado, nem o filosofar apenas investigação dos princípios

universais propostos pelos filósofos (GALLO & KOHAN, 2000, p.184).

Não é possível filosofar sem Filosofia e estudar Filosofia sem filosofar. Deste

modo, entende-se que as aulas de Filosofia, na EJA, são espaços de estudo da

Filosofia e do filosofar. A Filosofia apresenta-se como conteúdo filosófico e também

como um conhecimento que possibilita ao educando da EJA o desenvolvimento de

um estilo próprio de pensamento.

As Diretrizes Curriculares para o ensino de Filosofia no Estado do Paraná

propõe que este ensino seja um espaço para criação de conceitos, unindo a

Filosofia e o filosofar como atividades indissociáveis que dão vida a aula.

Seguindo essas Diretrizes, propomos que o trabalho pedagógico com a EJA

tome esse ensino como criação e ressignificação de conceitos.

Sobre a necessidade de pensar a Filosofia e o seu ensino com caráter de

criação de conceitos, Deleuze & Guattari (1992) têm uma significativa contribuição.

Mas o conceito é dado é criado, está por criar; não é formado, ele próprio se põe em

si mesmo, autoposição (DELEUZE & GUATTARI, 1992, p, 20).

Portanto, a Filosofia na EJA, em sua dimensão pedagógica, significa o espaço

de experiência filosófica, o espaço de criação e provocação do pensamento original,

da busca, da compreensão, da imaginação da investigação e da criação de

conceitos.

Os conteúdos devem ser trabalhados na perspectiva de pensar problemas

com significados histórico e social para os educandos, e serão estudados e

analisados com auxilio de fragmentos de textos filosóficos, que devem fornecer

subsídios para que o educando possa pensar o problema, pesquisar, fazer relações,

ressignificar e criar conceitos.

Por isso é importante não fazer apenas uma leitura histórica dos textos

filosóficos, o que seria uma atualização de formas antigas que colocaria em risco a

atividade filosófica. Ir ao texto filosófico ou à história da Filosofia não significa

trabalhar numa perspectiva em que esses conteúdos passem a ser a única

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preocupação da aula de Filosofia. Eles são importantes na medida em que atualizam

o problema filosófico a ser tratado com os educandos.

O trabalho realizado em sala de aula deve assegurar, para o educando da

EJA, a experiência do “específico” da atividade filosófica. Este exercício poderá se

manifestar em cada aula refazendo o percurso filosófico. O educador organiza a aula

propondo problematizações, leituras filosóficas e análises de textos; organiza

debates, propõe pesquisas, sistematizações e elaborações de conceitos.

O ensino de Filosofia na EJA possui uma especificidade que se concretiza na

relação com o educando com os problemas suscitados, com a busca de soluções

nos textos filosóficos por meio do diálogo investigativo.

ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO

Na EJA, o trabalho pedagógico com os conteúdos específicos da Filosofia

constitui-se em quatro momentos: a sensibilização; a problematização; a

investigação; e a criação de conceitos.

Em sala de aula, o início do conteúdo pode ser facilitado pela exibição de um

filme ou de uma imagem; da leitura de um texto jornalístico ou literário; da audição

de uma música; ou tantas outras possibilidades (atividades geralmente conduzidas,

pelo educador, com o objetivo de investigar e mobilizar possíveis relações entre o

cotidiano do educando e o conteúdo filosófico a ser desenvolvido) damos o nome a

essa etapa de sensibilização.

Após a sensibilização, inicia-se o trabalho propriamente filosófico – a

problematização, a investigação e a criação de conceitos. Não significa dizer que a

sensibilização não possa ocorrer diretamente a partir do conteúdo problematizado.

A problematização seria o segundo momento, quando o educador e educando

levantam questões, identificam problemas e problematizam o conteúdo. Ë

importante ressaltar que o recurso utilizado para a sensibilização seja o filme, a

música, ou o texto, filosófico ou não, podem ser retomados a qualquer momento no

trabalho em sala.

Problematizando, o educador convida o educando da EJA a investigar o

problema em questão, isto se dá por meio do diálogo investigativo. O diálogo

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investigativo a partir do texto e com o texto é o primeiro passo para possibilitar a

experiência filosófica em sala de aula. Recorrendo à história da Filosofia e aos

clássicos, o educando defronta-se com as diferentes maneiras de enfrentar o

problema e com as possíveis soluções que já foram elaboradas, que não obstante,

podem não resolver o problema, mas orientar a discussão.

A aula de Filosofia na EJA deve estar na perspectiva de quem dialoga com a

vida, por isso, é importante que a busca de resolução do problema se preocupe

também com uma análise atual, fazendo uma abordagem contemporânea que

remeta o educando a sua própria realidade. Desta forma, partindo de problemas

atuais, estudados a partir da história da filosofia, do estudo dos textos clássicos, da

abordagem realizada por outras ciências, e de sua abordagem contemporânea, o

educando da EJA pode formular seus conceitos e construir seu discurso filosófico.

Portanto, o texto filosófico que ajudou os filósofos do passado a entender e analisar

filosoficamente o problema em questão deve ser trazido para o presente. O

contemporâneo, no sentido de fazer entender o que ocorre hoje e como o educando

pode, a partir da história da filosofia, entender os problemas da nossa sociedade.

Após esse exercício, o educando terá condições de perceber o que está implícito

nas idéias e de com elas se tornam conhecimentos e por vezes ideologias, criando

assim a possibilidade de argumentar filosoficamente, por meio de raciocínios lógicos

um pensar coerente e crítico.

É imprescindível que a aula de Filosofia seja permeada por atividades

individuais e coletivas, que organizem e orientem o debate filosófico, dando um

caráter dinâmico e investigativo ao ato de filosofar. No intuito de contemplar a Lei

11.645/08 referente à História e cultura afro-brasileira, africana e indígena, serão

trabalhados conteúdos de acordo com a especificidade da disciplina, bem como a

influência dessas culturas na formação de nossa sociedade.

As Diretrizes Curriculares de Filosofia para a Educação Básica do Estado do

Paraná propõe seis conteúdos estruturantes, com possibilidades para a organização

do ensino de Filosofia, de acordo com o número de aulas disponíveis no curso ou na

matriz curricular.

Esses conteúdos são conhecimentos de maior amplitude e relevância que,

desmembrados em um plano de Ensino, deverão garantir conteúdos significativos ao

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educando da EJA. Estes conteúdos são: Mito e Filosofia; Teoria do Conhecimento;

Ética; Filosofia Política; Estética; Filosofia da Ciência. Vale ressaltar que o uso das

Tecnologias Digitais Comunicação (TDIC) permeará os conteúdos durante a carga

horaria da disciplina em questão.

CONTEÚDO ESTRUTURANTE

1. MITO E FILOSOFIA

O homem pode ser identificado e caracterizado como um ser que pensa e cria

explicações. Na criação do pensamento está presente tanto o mito como a

racionalidade, ou seja, a base mitológica enquanto pensamento por figuras; e a base

racional, enquanto pensamento por conceitos são constituintes do processo de

formação do conhecimento filosófico. Esse fato não pode deixar de ser considerado,

pois é a partir dele que o homem desenvolve suas idéias, cria sistemas, inventa e

elabora leis, códigos, práticas. Entender a conquista da autonomia da racionalidade

(LOGOS) diante do mito, marca o advento de uma etapa fundamental na história do

pensamento e do desenvolvimento de todas as concepções científicas produzidas

ao longo da história humana. Autores sugeridos: Jean-Pierre Vernant, Mircea Elíade,

Moses Finley, Vidal Naquet.

1.1 CONTEÚDOS BÁSICOS

1.1.1 O nascimento da Filosofia;

1.1.2 A vida cotidiana na sociedade grega;

1.1.3 O mito a origem de todas as coisas;

1.1.4 Mito e razão filosófica;

1.1.5 Senso comum e conhecimento filosófico;

1.1.6 Senso comum, conhecimento filosófico e conhecimento científico;

1.1.7 Ciência e senso comum.

1.2 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

1.2.1 Atitude Filosófica

1.2.2 Contextualização da Grécia anterior à Filosofia

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1.2.3 Os mitos como forma de explicação do mundo

1.2.4 Os mitos gregos e os mitos nos dias de hoje

1.2.5 Enfraquecimento dos mitos e surgimento da Filosofia

1.2.6 Afinal, o que é Filosofia?

1.2.7 Para que serve a Filosofia?

1.2.8 Senso comum e senso crítico

1.2.9 Relação entre Mito e Filosofia

1.2.10 Filosofia e Cotidiano

1.2.11 Os primeiros filósofos da Grécia Antiga: Safo de Lesbos, Aspásia de Mileto,

Hiparquia, Hipácia

1.2.12 A história de vida de Sócrates

1.2.13 “Alegoria da Caverna” de Platão

2. CONTEÚDO ESTRUTURANTE

TEORIA DO CONHECIMENTO

Este conteúdo teoriza e problematiza o sentido, os fundamentos, a

possibilidade e a validade do conhecimento. Evidencia os limites do conhecimento

possibilitando perceber fatores históricos e temporais que influíram na sua

elaboração e assim retomar problemáticas já pensadas na perspectiva de novas

soluções relativas a seu tempo. Entre os clássicos que trataram do problema do

conhecimento podemos citar: Aristóteles, Descartes, Hegel, Hume, Kant, Platão,

Russell.

2.1 CONTEÚDOS BÁSICOS

2.1.1 O problema do conhecimento;

2.1.2 Fundamentos do conhecimento;

2.1.3 Filosofia e método;

2.1.4 Racionalismo;

2.1.5 Empirismo;

2.1.6 Ceticismo;

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2.2 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

2.2.1 O conhecimento

2.2.2 Realidade e aparência

2.2.3 Formação do conhecimento e suas fontes

2.2.4 Platão e Protágoras: relativismo e racionalismo

2.2.5 As críticas de Aristóteles a Platão

2.2.6 Racionalismo cartesiano

2.2.7 Hume e a experiência no processo do conhecimento

2.2.8 Kant e a crítica da razão

3. CONTEÚDO ESTRUTURANTE

ÉTICA

Trata dos fundamentos da ação humana e dos valores que permeiam as

relações intersubjetivas. Por ser especulativa e também normativa, um dos grandes

problemas enfrentados pela ética é a tensão entre o sujeito (particular) e a norma

(universal). Outra grande questão está na fundamentação dos valores e das ações:

razão ou paixões/desejos. A ética possibilita a problematização, análise e crítica dos

valores, virtude, felicidade, liberdade, consciência, responsabilidade, vontade,

autonomia, heteronomia, anomia, niilismo, violência, relação entre os meios e os

fins. Alguns filósofos: Adorno, Aristóteles, Nietzsche, Scheler, Schopenhauer,

Sêneca.

3.1 CONTEÚDOS BÁSICOS

3.1.1 Ética e moral;

3.1.2 Concepções éticas;

3.1.3 O que é liberdade?;

3.1.4 Liberdade e autonomia;

3.1.5 Liberdade e determinismo;

3.1.6 Sociabilidade e reconhecimento;

3.1.7 Autoridade e autoritarismo;

3.1.8 Responsabilidade e liberdade;

3.1.9 Questões de gênero;

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3.1.10 Diversidade e sociedade.

3.2 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

3.2.1 Diferença entre Ética e Moral

3.2.2 A Ética em Aristóteles

3.2.3 A felicidade e o “saber viver” aristotélico

3.2.4 A Ética em Sartre

3.2.5 Jean Paul Sartre e a liberdade

3.2.6 Cultura afro-descendentes, africanas e indígenas

3.2.7 movimento feminino

4. CONTEÚDO ESTRUTURANTE

FILOSOFIA POLÍTICA

Discute as relações de poder para compreender os mecanismos que

estruturam e legitimam os diversos sistemas políticos. Ocupa-se na investigação

sobre a necessidade humana da vida em comum, seja pela capacidade de

autogoverno ou pela necessidade da existência de um poder externo e coercitivo.

Problematiza conceitos como o de cidadania, democracia, soberania, justiça,

igualdade, liberdade, público e privado, retórica, indivíduo e cidadão. Alguns

pensadores clássicos:Aristóteles, Arendt, Gramsci, Hegel, Hobbes, J.S. Mill,

Kant,Locke,Maquiavel, Marcuse, Marx, Montesquieu, Platão, Rousseau, Voltaire.

4.1. CONTEÚDOS BÁSICOS

4.1.1 O preconceito contra política;

4.1.2 Os Gregos e a invenção da Política;

4.1.3 Nascimento da democracia;

4.1.4 Ética e Política;

4.1.5 Concepção liberal e Política;

4.1.6 Crítica de Marx ao liberalismo.

4.1.7 Relações entre comunidade e poder

4.1.8 Liberdade e igualdade política

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4.1.9 Política e Ideologia

4.1.10 Esfera pública e privada

4.1.11 Cidadania formal e/ou participativa

4.2 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

4.2.1 Introdução à Filosofia Política

4.2.2 Relação entre Ética e Política

4.2.3 Qual é a importância do envolvimento político?

4.2.4 Preconceito contra a política e a política de fato

4.2.5 O surgimento da Democracia

4.2.6 Democracia Direta e Indireta

4.2.7 O que são formas de Governo?

4.2.8 Política na Grécia: o ideal político ateniense

4.2.9 Teoria Política de Aristóteles

4.2.10 O Contrato Social

4.2.11 O Estado: Poder e Violência

4.2.12 Marx e a crítica à sociedade burguesa e capitalista

4.2.13 Desigualdade social e violência no Brasil

4.2.14 Alienação e emancipação humana

4.2.15 Política na escola: Grêmio Estudantil, APMF, CE, etc

4.2.16 Políticas afirmativas: sistema de cotas, financiamento estudantil, etc.

5. CONTEÚDO ESTRUTURANTE

ESTÉTICA

Compreender a sensibilidade, a representação criativa, a apreensão intuitiva

do mundo concreto e a forma como elas determinam as relações do homem com o

mundo e consigo mesmo é objeto de conhecimento desse conteúdo. Voltada

principalmente para a beleza e a arte, a estética está intimamente ligada à realidade

e às pretensões humanas de dominar, moldar, representar, reproduzir, completar,

alterar, apropriar-se do mundo enquanto realidade humanizada. Também estão em

questão as diferentes concepções sobre a arte, as relações entre a arte e

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pensamento, arte e mercado, arte e sociedade. Alguns filósofos: Baumgarten, Hegel

Hume, Dufrenne, Bachelard, Schiller, Eagleton, Kant, Benjamim, Adorno Rancière,

Merleau-Ponty, Husserl, Paul Valéry.

5.1 CONTEÚDOS BÁSICOS

5.1.1 Pensar a beleza;

5.1.2 Estética ou Filosofia da Arte?;

5.1.3 Concepções de estética;

5.1.4 Concepções de Arte;

5.1.5 Arte como conhecimento;

5.1.6 Necessidade ou finalidade da Arte;

5.1.7 Arte e Política;

5.1.8 Crítica do gosto;

5.1.9 Arte e movimento: cinema, teatro e dança;

5.1.10 Perspectivas contemporâneas: Arte conceitual e suas perspectivas.

6. CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

FILOSOFIA DA CIÊNCIA

É o estudo crítico dos princípios, das hipóteses e dos resultados das diversas

ciências. Discute a provisoriedade do conhecimento científico e o relaciona com

planos epistemológicos, ideológicos, políticos, econômicos, religiosos. Ciência e

tecnologia são frutos da cultura do nosso tempo e envolvem o universo do

empirismo e do pragmatismo da pesquisa aplicada, daí a necessidade de entendê-

las. Filósofos sugeridos: Bachelard, Feyerabend, Foucault, Granger, Habermas,

Kuhn, Popper, Ricouer.

6.1 CONTEÚDOS BÁSICOS

6.1.1 O que é Ciência;

6.1.2 Revoluções científicas e progresso da ciência;

6.1.3 As conseqüências sociais e políticas da ciência;

6.1.4 Bioética: geral, especial e clínica;

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6.1.5 Tendências da Bioética;

6.1.6 Bioética e Aborto;

6.1.7 Bioética e experiência Genética.

AVALIAÇÃO

Para Kohan e Waksman, (2002), o ensino de Filosofia tem uma especificidade

que deve ser levada em conta no processo de avaliação. Como prática, como

discussão com o outro, como construção de conceitos essa disciplina encontra seu

sentido na experiência do pensamento filosófico. Entendemos por experiência esse

conhecimento inusitado que o educador pode propiciar, preparar, porém não

determinar e, menos ainda, avaliar ou medir.

A avaliação deve ser concebida na sua função diagnóstica; isto e não tem

finalidade em si mesma, mas tem a função de subsidiar e mesmo redirecionar o

curso da ação no processo de ensino-aprendizagem, pela qualidade com que

educadores, educandos e a própria instituição de ensino o constroem coletivamente.

Apesar de sua inequívoca importância individual, no ensino de Filosofia, a avaliação

não resumir-se-á a perceber quanto o educando assimilou do conteúdo presente, na

história da Filosofia, do texto ou dos problemas filosóficos, nem a examinar sua

capacidade de tratar deste ou daquele tema.

O ensino da Filosofia é, acima de tudo, um grande desafio conforme salienta

Langón (2003, p. 94): Ora, parece-me que a atividade filosófica do mestre consiste

em gerar ou dar poder ao outro: isto quer dizer também fazê-lo responsável. Nisto

reside a fecundidade, a atividade de “produzir” a capacidade de pensar, dizer e agir

de outro, que implica a realização de pensamentos, palavras, ações diferentes das

do mestre, que lhe escapam ao querer e ao “controle” [...} Querer que o outro pense,

diga e faça o que queira, isto não é um querer fácil.

Ao avaliar, o educador deve ter profundo respeito pelas posições do

educando, mesmo que não concorde com ela, pois o que está em questão é a

capacidade de argumentar e de identificar os limites dessas posições.

O que deve ser levado em conta é atividade com conceitos, a capacidade de

construir e tomar posições, de detectar os princípios e interesses subjacentes aos

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temas e discursos. Assim, torna-se relevante avaliar a capacidade do educando da

EJA trabalhar e criar conceitos sob os seguintes pressupostos:

• Qual conceito trabalhou e criou/recriou;

• Qual discurso tinha antes;

• Qual discurso tem após o estudo da Filosofia.

A avaliação da Filosofia se inicia com a sensibilização, com a coleta do que o

educando pensava antes e o que pensa após o estudo. Com isso, torna-se possível

entender a avaliação como um processo, não como um momento separado, visto

em si mesma.

REFERÊNCIA

ASPIS, R. O professor de Filosofia: o ensino da Filosofia no Ensino Médio como experiência filosófica. CEDES. Campinas. n. 64, 2004. BACHELARD, G. O ar e os sonhos. Ensaios sobre a imaginação do movimento. São Paulo: Martins Fontes, 1990. BORNHEIM, G. O sujeito e a norma. In NOVAES, Adauto. Ëtica. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. CHAUI, M. O retorno do teológico-político. In: Sérgio Cardoso (org.). Retorno ao republicanismo. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2004. CORBISIER, R. Introdução à filosofia. 2 ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1986, v.1. DELEUZE, G.; GUATTARI, F. O que é a filosofia? Rio de Janeiro: Ed.34, 1992. 288p. (coleção Trans). GALLINA, S. O ensino da Filosofia e a criação de conceitos. CEDES. Campinas, n. 2004. GALLO, S.; KOHAN, W. O. (orgs). Filosofia no ensino médio. Petrópolis: Vozes, 2000. HORN, G. B. Por uma mediação praxiológica do saber filosófico no ensino médio: análise e proposição a partir da experiência paranaense. Tese (Doutorado, FEUSP). São Paulo, 2002. LANGON, M. Filosofia do ensino de filosofia. In: GALLO, S.; CORNELLI, G.; DANELON, M. (org.) Filosofia do ensino de filosofia. Petrópolis: Vozes, 2003. LEPOLDO E SILVA, F. Por que Filosofia no segundo grau. Revista estudos

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CEEBJA avançados, v. 6, n. 14, 1992. KOHAN; WAKSMAN. Perspectivas atuais do ensino de filosofia no Brasil. In: FÁVERO, A; KOHAN, W. O.; RAUBER, J. J. Um olhar sobre o ensino de Filosofia. Ijuí: Ed. Da Unijuí, 2002. RANCIÈRE, J. A partilha do sensível. Estética e política. São Paulo: Ed. 34, 2005. REALE, G.; ANTISERI, D. História da filosofia: patrística e escolástica. São Paulo: Paulus, 2003. RIBEIRO, R. J. Último vôo da andorinha solitária. Estado de São Paulo, 06 mar.. 2005. RUSSELL, B. Os problemas da filosofia. Coimbra: Almedina, 2001. SEVERINO, A. J. In: GALLO, S.; DANELON, M.; CORNELLI, G. (orgs.). Ensino de filosofia: teoria e prática. Ijuí: Ed. Unijuí, 2004. SEED. Proposta curricular para o ensino de filosofia no 2º grau. Curitiba, 1994 WOLFF, F. A invenção da política, In: NOVAES, A. (org.) A crise do estado nação. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.

Curso Educação na Cultura Digital. Disponível em https://goo.g1/3hzeh D. Palfrey, Jhon. Nascidos na era digital: Entendendo a primeira geração de nativos digitais; tradução: Magda França Lopes; Porto Alegre: Grupo A, 2011.

DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSO

CONCEPÇÃO DO ENSINO

“Ao repensar nos dados concretos da realidade, sendo vivida, o pensamento

profético, que é também utópico, implica a denúncia de como estamos vivendo e o

anúncio de como poderíamos viver.”

“É essencial que os enfoques da educação de adultos estejam baseados no

patrimônio, na cultura, nos valores e nas experiências anteriores das pessoas, e que

as distintas maneiras de por em prática estes enfoques facilitem e estimulem a ativa

participação e expressão do educando” (FREIRE, Paulo. Declaração de Hamburgo

sobre Educação de Adultos. Item 5, 1997).

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Considerando-se as indicações das Diretrizes Curriculares da Educação de

Jovens e Adultos, que propõem o compromisso com a formação humana e com o

acesso à cultura geral, bem como o respeito à diversidade cultural, a disciplina de

Ensino Religioso está pautada no entendimento do conhecimento constituído sobre

as diversas tradições e organizações religiosas, o qual deve dimensionar o respeito

na inter-relação entre as diferentes manifestações e crenças religiosas.

Esta concepção, que deve reger o Ensino Religioso, pautou-se na

necessidade de superação de uma situação historicamente constituída, que se

perfazia no ensino do catolicismo, o qual expressava a proximidade desde o Império

com a Igreja Católica. Depois, com o advento da República, a nova constituição

separou o Estado da Igreja e o ensino passou a ser laico. Mesmo assim, a presença

das aulas de religião foi mantida nos currículos escolares, devido ao poder da Igreja

Católica junto ao Estado brasileiro.

Tal influência pode ser constatada em todas as Constituições do Brasil, nas

quais o Ensino Religioso foi citado, com a representatividade hegemonicamente

cristã no processo de definição dos preceitos legais. Em conseqüência, desde a

época do Império, a doutrina cristã tem sido preferida na organização do currículo de

Ensino Religioso.

Entretanto, a vinculação do currículo de Ensino Religioso ao cristianismo e às

práticas catequéticas já não corresponde ao sentido dessa disciplina na escola. Os

debates em torno da sua permanência como disciplina escolar têm sido intensos e a

busca de explicações que justificam as novas configurações da disciplina não se

restringem ao contexto brasileiro.

Costella (2004) afirma que três fatores ajudam a entender a necessidade de

um novo enfoque para o Ensino Religioso:

. o primeiro é atribuído à pluralidade social, num Estado não confessional, laico e

que garante, por meio da constituição, a liberdade religiosa;

. o segundo fator diz respeito à própria maneira de apreender o conhecimento,

devido às profundas transformações ocorridas no campo da epistemologia, da

educação e da comunicação;

. o terceiro fator, traço característico da cultura ocidental, mostra uma profunda

reviravolta nas concepções, em especial no séc. XIX, que atinge seu ápice na

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célebre expressão do filósofo alemão Friedrich Wilhelm Nietzsche (1844-1900):

“Deus está morto”, metáfora do autor para dizer que sociedade não é capaz de crer

numa ordenação cósmica transcendente e imanente. Isto conduz a uma repulsa aos

valores absolutos e também ao questionamento em qualquer valor ditado por uma

ordem superior, visto que o homem é um ser pensante, logo criador. Para Nietzsche,

esta posição subjetiva leva a sociedade ao niilismo, à decadência moral-religiosa

vinculada à manutenção de um local reservado ao princípio transcendente e

imanente, o qual vem sendo destruído pela sociedade. Mesmo que aparentemente

contraditório ao que se interpõem nos dias de hoje – uma sociedade racional e

tecnologicamente equipada, há uma necessidade social de retorno à busca de

explicações no sagrado.

Nesse contexto, há um ressurgimento das religiões, já que as limitações da

racionalidade moderna e do saber científico se tornaram latentes, fenômeno já

apontados e estudados por autores como o filósofo alemão Edmund Husserl (1859-

1938), com a obra A Crise das Ciências Européias, e o filósofo austríaco Ludwig

Joham Wittgenstein (1889-1951) com seus escritos a respeito do entendimento da

linguagem que circunda o homem e o mundo. Foram críticas sobre a redutibilidade

dos saberes do mundo à linguagem científica e a sua pretensa superioridade em

relação às demais formas de conhecimento e expressão. Assim, faz-se necessário

superar modelos lineares e fragmentados de compreensão da realidade e a busca

de outros referenciais que permitam uma análise mais complexa da sociedade. É

essa realidade que se coloca como desafio para a disciplina de Ensino Religioso e

para toda a escola.

Desta forma, o processo de ensino e de aprendizagem proposto para este

documento, visa à construção e produção do conhecimento que se caracteriza pela

promoção do debate, da hipótese divergente, da dúvida – real ou metódica – do

confronto de idéias, de informações discordantes e, ainda, da exposição competente

de conteúdos formalizados. Opõe-se a um modelo educacional que centra o ensino

tão-somente na transmissão dos conteúdos pelo educador, o que reduz as

possibilidades de participação do educando e não respeita a diversidade religiosa.

Tanto as Diretrizes Curriculares como a Proposta Curricular da EJA, do

Ensino Religioso, expressam a necessária reflexão em torno dos modelos de ensino

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e do processo de escolarização, diante das demandas sociais contemporâneas que

exigem a compreensão ampla da diversidade cultural, postas também no âmbito

religioso entre os países e, de forma mais restrita, no interior de diferentes

comunidades. Nunca, como no presente, a sociedade esteve consciente da unidade

do destino do homem em todo o planeta e das radicais diferenças culturais que

marcam a humanidade.

Nesse contexto, está a escola e nela o currículo do Ensino Religioso,

historicamente marcado como espaço de transposição do que era a catequese e

que permitia a introdução sistemática e orgânica do complexo doutrinal cristão.

Dentre os desafios para o Ensino Religioso na atualidade, pode-se destacar:

- a necessária superação das tradicionais aulas de religião;

- a inserção de conteúdos que tratem da diversidade de manifestações religiosas,

dos seus ritos, das suas paisagens e símbolos;

- as relações culturais, sociais, políticas e econômicas de que são impregnadas as

diversas formas de religiosidade.

Além disso, é necessário que o Ensino Religioso escolar adquira status de

disciplina escolar, a partir da definição mais consistente de seus conteúdos

escolares, da produção de referenciais didático-pedagógicos e científicos, bem como

da formação dos educadores.

No processo de constituição do Ensino Religioso como disciplina escolar,

ainda persistem dúvidas quanto aos conteúdos a serem tratados na escola; portanto,

vale destacar que para a sociedade as religiões são confissões de fé e de crença.

No ambiente escolar, as religiões interessam como objeto de conhecimento a

ser tratado nas aulas de Ensino Religioso, por meio do estudo das manifestações

religiosas que delas decorrem e as constituem. As diferenças culturais são

abordadas para ampliar a compreensão da diversidade religiosa como expressão da

cultura, construída historicamente e, portanto, são marcadas por aspectos

econômicos, políticos e sociais.

Dessa forma, reafirma-se o compromisso da escola com o conhecimento,

sem excluir do horizonte os valores éticos que fazem parte do processo educacional.

Em outras palavras, pode-se dizer que: aquilo que para as igrejas é objeto de

fé, para a escola é objeto de estudo. Isto supõe a distinção entre fé/crença e religião,

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entre o ato subjetivo de crer e o fato objetivo que o expressa. Essa condição implica

a superação da identificação entre religião e igreja, salientando sua função social e o

seu potencial de humanização das culturas. Por isso, o Ensino Religioso na escola

pública não pode ser concebido, de maneira nenhuma, como uma espécie de

licitação para as Igrejas (COSTELLA, 2004, pp. 97-107).

Desse modo, assim como para as Diretrizes Curriculares para o Ensino

Religioso, esta Proposta Curricular tem como objetivo orientar também a abordagem

e a seleção dos conteúdos. Nessa perspectiva, todas as religiões podem ser

tratadas como conteúdos nas aulas de Ensino Religioso, uma vez que o sagrado

compõe o universo cultural humano e faz parte do modelo de organização de

diferentes sociedades. Assim, o currículo dessa disciplina propõe-se a subsidiar os

educandos, por meio dos conteúdos, à compreensão, comparação e análise das

diferentes manifestações do sagrado, com vistas à interpretação dos seus múltiplos

significados. A disciplina de Ensino Religioso subsidiará os educandos na

compreensão de conceitos básicos no campo religioso e na forma como a sociedade

sofre inferências das tradições religiosas ou mesmo da afirmação ou negação do

sagrado.

Por fim, destaca-se que os conhecimentos relativos ao sagrado e às suas

manifestações são significativos para todos os educandos no processo de

escolarização, por propiciarem subsídios para a compreensão de uma das interfaces

da cultura e da constituição da vida em sociedade.

OBJETO DE ESTUDO DO ENSINO RELIGIOSO

O objeto de estudo da disciplina de Ensino Religioso é o sagrado, o qual é

interpretado dentro das Diretrizes Curriculares como foco do fenômeno religioso por

contemplar algo presente em todas as manifestações religiosas. Esta concepção

favorece uma abordagem ampla de conteúdos específicos da disciplina. Tais

conteúdos privilegiam o estudo das diferentes manifestações do sagrado e

possibilitam sua análise e compreensão como o cerne da experiência religiosa que

se expressa no universo cultural de diferentes grupos sociais.

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As expressões do sagrado diferem de cultura para cultura, ou seja, sua

apreensão pode ser realizada somente de acordo com cada realidade. As religiões

se apresentam como modalidades do sagrado que se revelam em processos

históricos e em espaços marcados por representações da necessidade humana de

se convergir em uma unidade sociocultural.

Como parte da dimensão cultural, o sagrado influencia a compreensão de

mundo e a maneira como o homem, não somente o religioso, vive o seu cotidiano.

Por isso, o sagrado perpassa todo o currículo de Ensino Religioso de modo a

permitir uma análise mais complexa de sua presença nas diferentes manifestações

religiosas, cujas instâncias podem ser assim estabelecidas:

• Paisagem Religiosa: refere-se à materialidade fenomênica do sagrado, apreendida

por meio dos sentidos. É a exterioridade do sagrado e sua concretude constituindo o

os espaços sagrados.

• Símbolo: é a apreensão conceitual dada pela razão para se conceber o sagrado,

pelos seus predicados, reconhecendo sua lógica simbólica. É entendido como

sistema simbólico e projeção comunicativa cultural.

• Texto Sagrado: é a tradição e a natureza assumida do sagrado como fenômeno.

Pode ser manifestado de forma material (escrito) ou imaterial (oral). É reconhecido

por meio das Escrituras Sagradas, das tradições orais sagradas e dos mitos.

• Sentimento Religioso: é o seu caráter transcendente e imanente não-racional. É a

experiência do sagrado em si, a qual escapa à razão conceitual em sua essência e é

reconhecida por seus efeitos. Trata-se do que qualifica uma sintonia entre o

sentimento religioso e o fenômeno sagrado.

A partir do objeto de estudo, busca-se superar as tradicionais aulas de religião

e entender esta disciplina escolar como processo pedagógico, cujo objetivo é o

conhecimento: o entendimento sobre os cultos (culturas) e sobre o sagrado, de uma

forma que a diversidade cultural e religiosa sejam respeitadas e que a sociedade,

em seu sentido lato, efetive-se.

ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS

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Propor o encaminhamento metodológico da disciplina de Ensino Religioso

para Educação de Jovens e Adultos, não se reduz a determinar formas,

métodos,conteúdos ou materiais a serem adotados em sala de aula, mas pressupõe

um constante repensar das ações que subsidiarão esse trabalho. Logo, as práticas

pedagógicas desenvolvidas pelo educador da disciplina poderão fomentar o respeito

às diversas manifestações religiosas, o que amplia e valoriza o universo cultural dos

educandos.

É importante ficar claro, que em se tratando da Educação de Jovens e

Adultos, cabe ao educador despertar no educando uma nova forma de relação,

buscando junto a ele, elementos oriundos de experiências vividas, que façam parte

de seu contexto social. Dessa maneira, o educando deixa de ser um “depósito de

informações” e passa a ressignificar conhecimentos anteriormente adquiridos.

Também, faz-se necessário superar práticas que tradicionalmente têm

marcado o currículo da disciplina de Ensino Religioso, desvinculando-as das aulas

de religião, seja em relação aos fundamentos teóricos, ao objeto de estudos, aos

conteúdos selecionados, ou, ainda, em relação ao encaminhamento metodológico

adotado pelo educador.

Assim, um dos encaminhamentos propostos para este documento é a

abordagem dos conteúdos de Ensino Religioso, cujo objeto de estudo é o sagrado,

conceito discutido nos fundamentos teórico-metodológicos das Diretrizes

Curriculares da disciplina e a base a partir da qual serão tratados todos os demais

conteúdos.

Dessa forma, pretende-se assegurar a especificidade dos conteúdos da

disciplina, sem desconsiderar sua aproximação com as demais áreas do

conhecimento. Pode-se citar, por exemplo, que os espaços sagrados também

constituem conteúdos de geografia e de arte; no entanto, o significado atribuído a

esses espaços pelos adeptos desta ou daquela religião serão tratados de forma

mais aprofundada nas próprias aulas de Ensino Religioso, cujo foco é o sagrado.

A fim de que o Ensino Religioso contribua efetivamente para o processo de

formação dos educandos, foram indicados, a partir dos conteúdos estruturantes

paisagem religiosa, símbolos e textos sagrados, o conjunto de conteúdos

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específicos a serem observados pelo educador no Ensino Fundamental na

modalidade de Educação de Jovens e Adultos.

Os conteúdos propostos nestas Diretrizes contemplam as diversas

manifestações do sagrado, entendidos como integrantes do patrimônio cultural, os

quais poderão ser enriquecidos pelo educador, desde que contribuam para a

construir, analisar e socializar o conhecimento religioso, para favorecer a formação

integral dos educandos, o respeito e o convívio com o diferente. No intuito de

contemplar a Lei 11.645/08 referente à História e cultura afro-brasileira, africana e

indígena, serão trabalhados textos que tratem deste tema, bem como a influência

dessas culturas na formação de nossa sociedade.

Para corresponder a esse propósito, a linguagem a ser adotada nas aulas de

Ensino Religioso, referente a cada expressão do sagrado, é a pedagógica e não a

religiosa, é a adequada ao universo escolar. Da mesma forma deve-se levar em

consideração que na educação de jovens e adultos as terminologias utilizadas

também devem ser adequadas a realidade dos educandos.

ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

Pela observância dos aspectos que marcam o sagrado e as relações que se

estabelecem em decorrência dele, nas diferentes manifestações religiosas a serem

tratadas pelo Ensino Religioso, ressalta-se a necessidade de definir como conteúdos

estruturantes desta disciplina referenciais que incluam nos conteúdos escolares a

pluralidade das tradições religiosas.

Dessa forma, os conteúdos estruturantes compõem os saberes, os

conhecimentos de grande amplitude, os conceitos ou práticas que identificam e

organizam os campos de estudos a serem contemplados no Ensino Religioso.

Apropriados das instâncias que contribuem para compreender o sagrado, os

conteúdos estruturantes propostos para o Ensino Religioso são:

. a paisagem religiosa;

. o símbolo;

. o texto sagrado.

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Os conteúdos estruturantes de Ensino Religioso não devem ser entendidos

isoladamente; antes, são referências que se relacionam intensamente para a

compreensão do objeto de estudo em questão e se apresentam como orientadores

para a definição dos conteúdos escolares.

A relação do sagrado com os conteúdos estruturantes pode ser apresentada

conforme o seguinte esquema:

PAISAGEM RELIGIOSA

Por paisagem religiosa define-se a combinação de elementos culturais e

naturais que remetem a experiências do sagrado, que por força dessas experiências

anteriores remetem a uma gama de representações sobre o transcendente e o

imanente.

Os lugares considerados sagrados são simbolicamente onde o sagrado se

manifesta. Para o homem religioso, a natureza não é exclusivamente natural;

sempre está carregada de um valor sagrado.

A idéia da existência de lugares sagrados e de um mundo sem imperfeições

conduz o homem a suportar suas dificuldades diárias. O homem consagra

determinados lugares porque necessita viver e conviver no mundo sagrado.

SAGRADO

PAISAGEM

RELIGIOSA

UNIVERSO

SIMBÓLICO

RELIGIOSO

TEXTO SAGRADO

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Para as religiões, os lugares não estabelecem somente uma relação concreta,

física, entre os povos e o sagrado; neles, há também uma relação pré estabelecida

por meio de ações e práticas. Nessa simbologia, não podem ser ignorados o

imaginário e os estereótipos de cada civilização, impregnados de seus valores,

identidade etc. Muitas pessoas necessitam de espaços aos quais lhes são atribuídos

o sentido de sagrado, para manifestar a sua fé. Com esse lugar definido, entre

outras atividades, organizam ritos, festas, homenagens em prol desse objeto.

Nos momentos em que os grupos se reúnem para reverenciar o divino, para

unir-se ao sagrado, os lugares se transformam num universo especialmente

simbólico, resultante das crenças existentes nas tradições religiosas.

A paisagem religiosa é fruto do espaço social e cultural construído

historicamente, em vivências dos inúmeros grupos humanos. Portanto, a paisagem

sagrada é uma imagem socialmente construída, de maneira que é preciso

compreendê-la corretamente para entender tal aspecto do estudo do sagrado.

SÍMBOLO

A complexa realidade que configura o universo simbólico tem como chave de leitura

as diferentes manifestações do sagrado no coletivo, cujas significações se

sustentam em determinados símbolos religiosos.

Os símbolos são linguagens que expressam sentidos, comunicam e exercem

papel relevante para a vida imaginativa e para a constituição das diferentes religiões

no mundo. Neste contexto, o símbolo é definido como qualquer coisa que veicule

uma concepção; pode ser uma palavra, um som, um gesto, um ritual, um sonho,

uma obra de arte, uma notação matemática, entre tantos outros.

De modo geral, a cultura se sustenta por meio de símbolos, que são criações

humanas cuja função é comunicar idéias. Os símbolos são parte essencial da vida

humana, todo sujeito se constitui e se constrói por meio de inúmeras linguagens

simbólicas. Ao abranger a linguagem do sagrado, os símbolos são a base da

comunicação e constituem o veículo que aproxima o mundo vivido, cotidianamente,

do mundo misterioso dos deuses, deusas, encantados, enfim, da linhagem de seres

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supra-sensíveis que habitam o território do inefável. O símbolo é um elemento

importante porque para o estudo do sagrado também o é.

TEXTO SAGRADO

Os textos sagrados expressam idéias e são meios de dar viabilidade à

disseminação e à preservação dos ensinamentos de diferentes tradições e

manifestações religiosas, o que ocorre de diversas maneiras, como: dança sagrada,

pinturas sacras, textos orais e escritos, entre outras.

Ao articular os textos sagrados aos ritos – festas religiosas, situações de

nascimento e morte –, as diferentes tradições e manifestações religiosas buscam

criar mecanismos de unidade e de identidade do grupo de seguidores, de modo a

assegurar que os ensinamentos sejam consolidados e transmitidos às novas

gerações e novos adeptos. Tais ensinamentos podem ser retomados em momentos

coletivos e individuais para responder a impasses do cotidiano e para orientar a

conduta de seus seguidores.

Algumas tradições e manifestações religiosas são transmitidas apenas

oralmente ou revividas em diferentes rituais. Por sua vez, os textos sagrados

registram fatos relevantes da tradição e manifestação religiosa, quais sejam: as

orações, a doutrina, a história, que constituem sedimento no substrato social de

seus seguidores e lhes orientam as práticas. O que caracteriza um texto como

sagrado é o reconhecimento pelo grupo de que ele transmite uma mensagem

originada do ente sagrado ou, ainda, que favorece uma aproximação entre os

adeptos e o sagrado.

A compreensão, interpretação e significação do texto pode ser modificada

conforme a passagem do tempo ou, ainda, para corresponder às demandas do

tempo presente. Pode, também, sofrer alterações causadas pelas diversas

interpretações secundárias, diferentes do texto original.

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Como conteúdo estruturante, o texto sagrado é uma referência importante

para o Ensino Religioso, pois permite identificar como a tradição e a manifestação

atribuem às práticas religiosas o caráter sagrado e em que medida orientam ou

estão presentes nos ritos, nas festas, na organização das religiões, nas explicações

da morte e da vida.

CONTEÚDOS BÁSICOS

Os conteúdos básicos para a disciplina de Ensino Religioso têm como

referência os conteúdos estruturantes, já apresentados. No caso do Ensino

Religioso, o sagrado é o objeto de estudo da disciplina, portanto, o tratamento a ser

dado aos conteúdos específicos estará sempre a ele relacionado.

Ao tratar dos líderes ou fundadores das religiões, o educador enfatizará as

implicações da relação que eles estabeleceram com o sagrado, quanto a sua visão

do mundo, atitudes, produções escritas, posições político-ideológicas, etc.

A organização dos conteúdos se referencia em manifestações religiosas

menos conhecidas ou desconhecidas, a fim de ampliar o universo cultural dos

educandos. Por sua vez, o conteúdo templos e espaços sagrados se inicia da

discussão dos espaços físicos identificados como sagrados. Posteriormente, o

educador tratará de espaços sagrados pouco conhecidos entre os educandos, como

por exemplo: mesquitas, sinagogas, rios, montanhas, entre outros.

Somente depois de trabalhar a composição e o significado atribuído a esses

espaços sagrados, por seus adeptos, serão tratados os espaços sagrados já

conhecidos pelos educandos, que então terão mais elementos para analisar as

configurações e significados dos espaços sagrados que lhes são familiares. Tal

organização curricular se repete nos demais conteúdos, conforme o quadro

apresentado a seguir:

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

PAISAGEM RELIGIOSA

SÍMBOLO SAGRADO

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TEXTO SAGRADO

CONTEÚDOS BÁSICOS

Respeito à diversidade religiosa

Lugares sagrados

Textos sagrados orais e escritos

Organizações religiosas

Universo simbólico religioso

Ritos

Festas religiosas

Vida e morte

AVALIAÇÃO

A avaliação é um meio e não um fim em si mesmo. É um processo contínuo,

diagnóstico, dialético e deve ser tratada como parte integrante das relações de

ensino-aprendizagem. Para Luckesi (2000), a avaliação da aprendizagem, é um

recurso pedagógico sutil e necessário para auxiliar cada educador e cada educando

na busca e na construção de si mesmo e do seu melhor modo de vida.

Dentre as orientações metodológicas para a disciplina de Ensino Religioso,

faz-se necessário destacar os procedimentos avaliativos a serem adotados, uma vez

que este componente curricular não tem a mesma orientação que a maioria das

disciplinas no que se refere a atribuição de notas e ou conceitos. Ou seja, o Ensino

Religioso não se constitui como objeto de reprovação, bem como não terá registro

de notas ou conceitos na documentação escolar, isso se justifica pelo caráter

facultativo da matrícula na disciplina.

Mesmo com essas particularidades, a avaliação não deixa de ser um dos

elementos integrantes do processo educativo na disciplina do Ensino Religioso na

modalidade de Educação de Jovens e Adultos. Assim, cabe ao educador a

implementação de práticas avaliativas que permitam acompanhar o processo de

apropriação de conhecimentos pelo educando e pela classe, tendo como parâmetro

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os conteúdos tratados e os seus objetivos bem como a realidade e a experiência de

vida de cada educando.

Para atender a esse propósito, o educador terá que elaborar instrumentos que

o auxiliem a registrar o quanto o educando e a turma se apropriaram ou têm se

apropriado dos conteúdos tratados nas aulas de Ensino Religioso. Significa dizer

que o que se busca com o processo avaliativo é identificar em que medida os

conteúdos passam a ser referenciais para a compreensão das manifestações do

sagrado pelos educandos. Da mesma forma deve-se procurar perceber o quanto o

conteúdo ministrado possui significado no cotidiano dos educandos.

Nesse sentido, a apropriação do conteúdo que fora antes trabalhado pode ser

observado pelo educador em diferentes situações de ensino e aprendizagem. Pode-

se avaliar, por exemplo, em que medida o educando expressa uma relação

respeitosa com os colegas de classe que têm opções religiosas diferentes da sua;

aceita as diferenças e, principalmente, reconhece que o fenômeno religioso é um

dado da cultura e da identidade de cada grupo social; emprega conceitos adequados

para referir-se às diferentes manifestações do sagrado.

Diante da sistematização das informações provenientes dessas avaliações, o

educador terá elementos para planejar as necessárias intervenções no processo de

ensino e aprendizagem, retomando as lacunas identificadas no processo de

apropriação dos conteúdos pelos educandos, bem como terá elementos para

dimensionar os níveis de aprofundamento a serem adotados em relação aos

conteúdos que irá desenvolver posteriormente.

Nessa perspectiva, o educador de Ensino Religioso terá também, a partir do

processo avaliativo dos educandos, indicativos importantes para realizar a sua auto-

avaliação que orientará a continuidade do trabalho ou a imediata reorganização

daquilo que já tenha sido trabalhado, tendo como referência este documento de

diretrizes.

É importante lembrar que a disciplina de Ensino Religioso está num processo

recente de implementação nas escolas e que, o ato de avaliar é um dos fatores que

poderá contribuir para a sua legitimação como um dos componentes curriculares.

Mesmo que não haja aferição de notas ou conceitos que impliquem na

reprovação ou aprovação dos educandos, estas diretrizes orientam que o educador

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proceda ao registro formal do processo avaliativo, adotando instrumentos que

permitam à escola, ao educando, aos seus pais ou responsáveis, identificarem os

progressos obtidos na disciplina.

Com essa prática, os educandos, especificamente, terão a oportunidade de

retomar os conteúdos, como também poderão perceber que a apropriação dos

conhecimentos dessa disciplina lhes possibilita conhecer e compreender melhor a

diversidade cultural da qual a religiosidade é parte integrante, bem como

possibilitará a articulação desta disciplina com os demais componentes curriculares,

os quais também abordam aspectos relativos à cultura.

REFERÊNCIAS

CISALPIANO, M. Religiões. São Paulo: Scipione, 1994. COSGROVE, D. A geografia está em toda parte: cultura e simbolismo nas paisagens humanas. In: CORRÊA, R. L.; ROSENDAHl, Z. Paisagem, Tempo e Cultura. Rio de Janeiro: Eduerj, 1998. COSTELLA, D. O fundamento epistemológico do ensino religioso. In: JUQUEIRA, S.; WAGNER, R. (Orgs.) O Ensino Religioso no Brasil. Curitiba: Champagnat, 2004. CUNHA, A. G. da. Dicionário Etimológico Nova Fronteira da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997. DURKHEIM, É. As Formas Elementares de Vida Religiosa. São Paulo: Edições Paulinas, 1989. ELIADE, M. O Sagrado e o Profano: a essência das religiões. São Paulo: Martins Fontes, 1992. _______. Tratado de História das Religiões. São Paulo: Martins Fontes, 1998. GIL FILHO, S. F. Espaço de representação e territorialidade do sagrado: notas para uma teoria do fato religioso. Ra’e Ga O Espaço Geográfico em Análise: Curitiba, v. 3 n. 3, p. 91-120, 1999. GIL FILHO, S. F.; GIL, A. H. C. F. Identidade religiosa e territorialidade do sagrado: notas para uma teoria do fato religioso. In ROSENDAHL, Z. & CORREA, R. L.(org.). Religião, Identidade e Território. Rio de Janeiro: EDUERJ, 2001. GIL FILHO, Sylvio F; GIL, A. H. C. F. Por uma geografia do sagrado. In:

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CEEBJA MENDONÇA, F.; KOEZEL, S. (org.). Elementos de Epistemologia da Geografia Contemporâneo. Curitiba: UFPR, 2002. HEIDEGGER, M. Conferências e Escritos Filosóficos (Coleção Os Pensadores). São Paulo: Nova Cultural, 1989. HINNELS, J. R. Dicionário das Religiões. São Paulo: Cultrix, 1989. HOUAISS, A.; VILLAR, M. de S. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. HUSSERL, E. Investigações Lógicas: sexta investigação -elementos de uma elucidação fenomenológica do conhecimento (Coleção Os Pensadores). São Paulo: Nova Cultural, 1988. JUNQUEIRA, S. R. A. (Orgs.) Conhecimento Local e Conhecimento Universal: pesquisa, didática e ação docente. Curitiba, Champagnat, 2004. MACEDO, C. C. Imagem do Eterno: religiões no Brasil. São Paulo: Moderna, 1989. MENDONÇA, F.; KOZEL, S. (orgs.). Elementos de Epistemologia da Geografia Contemporânea. Curitiba: UFPR, 2002. OLIVEIRA, M. A. A. de. Componente Curricular. In: JUNQUEIRA, S. R. A.; WAGNER, R. Ensino Religioso no Brasil. Curitiba: Champagnat, 2004.p. 119. OTTO, R. O Sagrado. Lisboa: Edições 70, 1992. PEDRO, A. de. Dicionário de Termos Religiosos e Afins. Aparecida do Norte: Santuário, 1993. ROHMANN, C.. O Livro das Idéias: pensadores, teorias e conceitos que formam nossa visão de mundo. Rio de Janeiro: Campus, 2000. SACHS, W. Dicionário do Desenvolvimento: guia para o conhecimento como poder. Petrópolis: Vozes, 2000. WITTGENSTEIN, L. Investigações Filosóficas. Petrópolis: Vozes, 1994.

DISCIPLINA DE ESPANHOL

CONCEPÇÃO DO ENSINO DE ESPANHOL

A língua tem um princípio social e dinâmico, por isso não se limita a uma

visão sistêmica e estrutural do código linguístico; é heterogênea, ideológica e opaca.

Repleta de sentidos a ela conferidos por nossas culturas e sociedades, ela organiza

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e determina as possibilidades de percepção do mundo, estabelecendo

entendimentos possíveis, entre eu e o outro, sujeito que se constitui socialmente em

um espaço discursivo.

Desta forma, a língua é concebida não como uma estrutura ou código a ser

decifrado e sim como discurso onde se constrói significados e não apenas os

transmite. Ao se apropriar de uma língua o sujeito se apropria de sua cultura e torna-

se capaz de delinear um contorno para sua própria identidade, atuando sobre os

sentidos possíveis e reconstruindo sua identidade.

Assim, o ensino de língua estrangeira abre possibilidade para que o sujeito

compreenda que os significados são sociais e historicamente construídos e,

portanto, passíveis de transformação na prática social, tenha maior consciência

sobre o papel das línguas na sociedade, reconheça e compreenda a diversidade

lingüística e cultural, bem como seus benefícios para o desenvolvimento cultural do

país e também sua contribuição para a formação de sujeitos críticos e

transformadores.

O estudo da língua estrangeira oportuniza o desenvolvimento da consciência

sobre o papel exercido pelas línguas estrangeiras na sociedade brasileira e no

panorama internacional, favorecendo ligações entre a comunidade local e planetária.

Bem como, favorecendo a inclusão social dos alunos numa sociedade reconhecida,

diversa e complexa, alargando seus horizontes e expandindo sua capacidade

interpretativa e cognitiva, tornando-os integrantes da sociedade e participantes

ativos do mundo, construindo significados para entender melhor a realidade.

“Se a reprodução da ideologia dominante implica a ocultação de verdades, a distorção da razão de ser de fatos que, explicados, revelados ou desvelados trabalhariam contra os interesses dominantes, a tarefa das educadoras e dos educadores progressistas é desocultar, verdades”. Freire, P. 1995, p.96

CONTEÚDO ESTRUTURANTE:

DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL

CONTEÚDOS BÁSICOS

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GÊNEROS DISCURSIVOS E SEUS ELEMENTOS COMPOSICIONAIS.

Caberá ao professor a seleção de gêneros, nas diferentes esferas sociais de

circulação, de acordo com a Proposta Pedagógica Curricular e com o Plano de

Trabalho Docente, adequando ao nível Médio.

LEITURA

• Identificação do tema;

• Intertextualidade;

• Intencionalidade;

• Vozes sociais presentes no texto;

• Léxico;

• Coesão e coerência;

• Marcadores do discurso;

• Funções das classes gramaticais no texto;

• Elementos semânticos;

• Discurso direto e indireto;

• Emprego do sentido denotativo e conotativo no texto;

• Recursos estilísticos ( figuras de linguagem);

• Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação; recursos gráficos (como

aspas, travessão, negrito);

• Variedade linguística.

• Acentuação gráfica;

• Ortografia.

ESCRITA

• Tema do texto;

• Interlocutor;

• Finalidade do texto;

• Intencionalidade do texto;

• Intertextualidade;

• Condições de produção;

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• Informatividade (informações necessárias para a coerência do texto);

• Vozes sociais presentes no texto;

• Vozes verbais;

• Discurso direto e indireto;

• Emprego do sentido denotativo e conotativo no texto;

• Léxico;

• Coesão e coerência;

• Funções das classes gramaticais no texto;

• Elementos semânticos;

• Recursos estilísticos( figuras de linguagem);

• Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação; recursos gráficos (como

aspas, travessão, negrito);

• Variedade linguística;

• Ortografia;

• Acentuação gráfica.

ORALIDADE

• Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos, etc ...;

• Adequação do discurso ao gênero;

• Turnos de fala;

• Vozes sociais presentes no texto;

• Variações linguísticas;

• Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição;

• Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito;

• Adequação da fala ao contexto;

• Pronúncia.

METODOLOGIA

A prática democrática jamais separa do ensino dos conteúdos o

desvelamento da realidade. Estimula a presença das classes sociais populares na

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luta em favor da transformação democrática da sociedade, no sentido da superação

das injustiças sociais.

Não considera suficiente mudar apenas as relações entre educador(a) e

educandos, mas, ao criticar e tentar ir além das tradições autoritárias da escola,

critica também a natureza autoritária e exploradora do capitalismo. Um equívoco:

reduzir a prática educativa ao ensino puro dos conteúdos; este equívoco é tão

carente de dialética quanto o seu contrário, o que reduz a prática educativa a puro

exercício ideológico.

Ensinar, aprender, são atos importantes e essencial numa sala de aula, o que mede a qualidade do ato educativo e muito mais a solidariedade de classe e formação da cidadania militante do que a quantidade de conhecimentos adquiridos. SILVA,2002, p.08.

O ensino de língua estrangeira deve considerar, em primeira instância, o

papel das línguas nas sociedades para além de meros instrumentos de acesso à

informação. É imprescindível que, nos encaminhamentos dos trabalhos com a

língua, estas sejam vistas como possibilidade de conhecer, expressar, e transformar,

modos de entender o mundo e de construir significados.

Assim, partindo do conteúdo estruturante “Discurso” como prática social

manifestado nas e pelas práticas discursivas, oralidade, leitura e escrita serão

abordadas questões linguísticas, sociopragmáticas, culturais e discursivas.

O professor (a) deve partir do texto como unidade da linguagem em uso

(comunicação verbal, não verbal) o qual trará uma problematização em relação a um

tema. O trabalho com o texto deve possibilitar que os alunos desenvolvam uma

prática analítica e crítica acerca dos discursos que circulam em Língua Estrangeira,

ampliem seus conhecimentos linguístico-culturais e percebam as implicações

sociais, históricas e ideológicas presentes num discurso e que nele se revele, o

respeito às diferentes culturas, crenças e valores.

Neste sentido, nas aulas de Língua Estrangeira Moderna devem ser

abordados vários tipos de textos em atividades diversificadas não deixando de

contemplar os aspectos culturais do idioma estudado.

Os elementos do interdiscurso (o contexto físico: o lugar, o momento e as

circunstâncias de produção) e do intradiscurso (a superfície discursiva: o texto

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propriamente dito, as sequências linguísticas e os tipos de textos em seus diversos

gêneros) nos quais os sentidos da enunciação se cruzam com outros dizeres que

residem na memória dos sujeitos, dizeres estes ativados pelo e no processo de

leitura é que constroem os sentidos.

Assim, no processo de leitura é possível integrar as demais práticas

discursivas por meio de discussões orais sobre a compreensão do que se leu, bem

como produzir textos orais, escritos e\ou visuais a partir do texto lido.

No processo, o conhecimento de mundo e as experiências dos alunos devem

ser valorizadas, por meio de discussões dos temas abordados. É preciso explorar

seus pressupostos, formular hipóteses, criar situações que ajudem os alunos(as) a

construírem expectativas, quanto ao sentido possível dos textos estudados.

Ao se trabalhar a produção escrita deve ser garantida seu caráter

sociointeracional, isto é, deve-se propor atividades significativas, em situações reais

de uso da língua: escreve-se sempre para alguém ou um alguém de quem se

constrói uma representação. É preciso que no contexto escolar esse alguém seja

definido como um sujeito sócio-histórico-ideológico.

Para isso, de acordo com o quadro de conteúdos básicos que foram

elaborados a partir das Diretrizes Curriculares de LEM, o professor desenvolverá

seu trabalho buscando atingir os objetivos propostos. Assim, ele irá propiciar

práticas de leitura de textos de diferentes gêneros, considerar os conhecimentos

prévios dos alunos, encaminhar discussões sobre o tema e intenções do texto,

contextualizar os gêneros tais como gráficos, fotos, imagens, mapas, criar situações

para a socialização das ideias dos alunos sobre o texto; na escrita, o professor

planejará a produção textual a partir da delimitação do tema, do interlocutor, do

gênero e da finalidade, acompanhará a produção e a re-escrita textual, revisando

argumentos, ideias e elementos que compõem o gênero, conduzirá reflexões sobre

os elementos discursivos, textuais, estruturais e normativos; na oralidade, organizará

apresentações de textos produzidos pelos alunos, proporá reflexões sobre os

argumentos utilizados nas exposições orais dos alunos, dará orientações sobre o

contexto social de uso do gênero oral selecionado, promoverá apresentações que

explorem as marcas linguísticas típicas da oralidade em seu uso formal e informal.

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No intuito de contemplar a Lei 11.645/08 referente à História e cultura afro-

brasileira, africana e indígena, serão trabalhados textos que tratem deste tema, bem

como a influência dessas culturas na formação de nossa sociedade.

AVALIAÇÃO

A avaliação como parte do processo ensino-aprendizagem deve ter como

principal objetivo o de fornecer este processo norteando o trabalho do professor e

fornecendo dados aos alunos da dimensão do ponto em que se encontra no

percurso pedagógico. Ela se sobrepõe ao caráter eventualmente punitivo e de

controle cumprindo sua função de subsidiar a construção da aprendizagem bem

sucedida. Assim, ela se configura como processual, e, como tal levanta dados para

discussões sobre as dificuldades e avanços dos alunos.

Nesta concepção de avaliação cabe ao professor observar a participação dos

alunos e considerar que o engajamento discursivo na sala de aula se faz pela

interação verbal, a partir dos textos e de diferentes formas: entre os alunos e o

professor, entre os alunos na turma; na interação com o material didático, nas

conversas em língua materna e língua estrangeira; e no próprio uso da língua, que

funciona como recurso cognitivo ao promover o desenvolvimento de ideias.

Avaliar em língua estrangeira não se trata de testar conhecimentos

linguísticos-discursivos-gramaticais, de gêneros textuais, entre outros de um texto,

mas sim verificar a construção dos significados na interação com textos e nas

produções textuais dos alunos, não perdendo de vista que vários significados são

possíveis e válidos, desde que apropriadamente justificados.

No Ensino Fundamental e Médio a avaliação de determinado dado de

produção em língua estrangeira considera o erro como resultado do processo de

aquisição de uma nova língua. Assim, na avaliação o erro deve ser visto como um

passo para que a aprendizagem se efetive e não como um entrave no processo que

não é linear, não acontece da mesma forma e ao mesmo tempo para diferentes

pessoas.

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Considerando que no processo ensino-aprendizagem o aluno é também

construtor do conhecimento ele deve ter seu esforço reconhecido por meio de ações

tais como: um retorno sobre seu desempenho e o entendimento do erro como

integrante da aprendizagem. Desta maneira, tanto o professor quanto os alunos

poderão acompanhar o percurso desenvolvido até então e identificar dificuldades,

bem como planejar e propor outros encaminhamentos que busquem superá-las.

Além da avaliação processual, é importante considerar também avaliações de

outras naturezas: diagnóstica e formativa desde que se articule com os objetivos

específicos e conteúdos definidos.

REFERÊNCIAS

DIRETRIZES CURRICULARES DE LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA – SEED- PR, 2008 Língua Estrangeira Moderna – Espanhol e Inglês / vários autores – Curitiba, SEED-PR, 2006. p. 256. MARTÍN, Ivan Rodrigues. Espanhol série Brasil. São Paulo: Ática, 2005. Vol. Único. ROMANOS & JACIRA. Espanhol Expansión ensino médio. São Paulo: FTD, 2004. Vol. Único. FREIRE, P. - Política e Educação (2ª ed.). São Paulo, Cortez, 1995 SILVA, Ezequiel T., da - O professor e o combate a alienação imposta (5ª ed.). São Paulo, Cortez, 2002 BRIONES, Ana Isabel, FLAVIAN Eugenia, FERNÁNDEZ Gretel Eres. Español ahora. São Paulo: Moderna, 2005. Vol. Único. FANJUL, Adrián. Gramática de Español Paso a Paso. São Paulo: Moderna, 2005. Vol. Único. SOUZA, Jair de Oliveira. ¡Por Supuesto! Español para brasileños. São Paulo: FTD, 2003. Vol. Único. ALVES, Adda-Nari M. ¡Vale! Español para brasileños. São Paulo: Moderna, 2002. (vol. 1, 2, 3 e 4). LAROUSSE. Grande dicionário Usual da Língua Espanhola. LAROUSSE. Dicionário prático. Português/Espanhol – Español/Portugués. SEÑAS Dicionário de Língua Espanhola.

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CEEBJA ANAYA. Diccionario – Lengua Española ITER Sopena – Diccionario ilustrado de la lengua española. GLOBO Dicionário Português / Espanhol ANTUNES Celso-Professor bonzinho=aluno difícil.Edito Vozes (5ª ed.).Petropolis 2006

6. PROCESSOS DE AVALIAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E PROMOÇÃO

6.1 Concepção de Avaliação

A avaliação é compreendida como uma prática que alimenta e orienta a

intervenção pedagógica. É um dos principais componentes do ensino, pelo qual se

estuda e interpreta os dados da aprendizagem. Tem a finalidade de acompanhar e

aperfeiçoar o processo de aprendizagem dos educandos, diagnosticar os resultados

atribuindo-lhes valor. A avaliação será realizada em função dos conteúdos

expressos na proposta pedagógica.

Na avaliação da aprendizagem é fundamental a análise da capacidade de

reflexão dos educandos frente às suas próprias experiências. E, portanto, deve ser

entendida como processo contínuo, descritivo, compreensivo que oportuniza uma

atitude crítico-reflexiva frente à realidade concreta.

A avaliação educacional, nesse Estabelecimento Escolar, seguirá orientações

contidas no artigo 24, da LDBEN 9394/96, e compreende os seguintes princípios:

investigativa ou diagnóstica: possibilita ao professor obter informações

necessárias para propor atividades e gerar novos conhecimentos;

contínua: permite a observação permanente do processo ensino-

aprendizagem e possibilita ao educador repensar sua prática

pedagógica;

sistemática: acompanha o processo de aprendizagem do educando,

utilizando instrumentos diversos para o registro do processo;

abrangente: contempla a amplitude das ações pedagógicas no tempo-

escola do educando;

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permanente: permite um avaliar constante na aquisição dos conteúdos

pelo educando no decorrer do seu tempo-escola, bem como do trabalho

pedagógico da escola.

Os conhecimentos básicos definidos nesta proposta serão desenvolvidos ao

longo da carga horária total estabelecida para cada disciplina, conforme a matriz

curricular, com oferta diária de 04 (quatro) horas-aula por turno, com avaliação

presencial ao longo do processo ensino-aprendizagem.

Considerando que os saberes e a cultura do educando devem ser respeitados

como ponto de partida real do processo pedagógico, a avaliação contemplará,

necessariamente, as experiências acumuladas e as transformações que marcaram o

seu trajeto educativo, tanto anterior ao reingresso na educação formal, como durante

o atual processo de escolarização.

A avaliação processual utilizará técnicas e instrumentos diversificados, tais

como: provas escritas, trabalhos práticos, debates, seminários, experiências e

pesquisas, participação em trabalhos coletivos e/ou individuais, atividades

complementares propostas pelo professor, que possam elevar o grau de

aprendizado dos educandos e avaliar os conteúdos desenvolvidos.

É vedada a avaliação em que os educandos sejam submetidos a uma única

oportunidade de aferição. O resultado das atividades avaliativas, será analisado pelo

educando e pelo professor, em conjunto, observando quais são os seus avanços e

necessidades, e as consequentes demandas para aperfeiçoar a prática pedagógica.

6.2 Procedimentos e Critérios para Atribuição de Notas

a) As avaliações utilizarão técnicas e instrumentos diversificados, sempre com

finalidade educativa;

b) Para fins de promoção ou certificação, serão registradas 02 (duas) a 06

(seis) notas por disciplina, que corresponderão às provas individuais

escritas e também a outros instrumentos avaliativos adotados, durante

o processo de ensino, a que, obrigatoriamente, o educando se

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submeterá na presença do professor, conforme descrito no Regimento

Escolar. Na disciplina de Ensino Religioso, as avaliações realizadas no

decorrer do processo ensino-aprendizagem não terão registro de nota

para fins de promoção e certificação.

c) A avaliação será realizada no processo de ensino e aprendizagem,

sendo os resultados expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez

vírgula zero);

d) Para fins de promoção ou certificação, a nota mínima exigida é 6,0

(seis vírgula zero), em cada disciplina, de acordo com a Resolução n.º

3794/04 – SEED e frequência mínima de 75% (setenta e cinco por

cento) do total da carga horária de cada disciplina na organização

coletiva e 100% (cem por cento) na organização individual;

e) O educando deverá atingir, pelo menos a nota 6,0 (seis vírgula zero) em cada

registro da avaliação processual. Caso contrário terá direito à recuperação de

estudos. Para os demais, a recuperação será ofertada como acréscimo ao

processo de apropriação dos conhecimentos;

f) Para os educandos que cursarem 100% da carga horária da disciplina,

a média final corresponderá à média aritmética das avaliações

processuais, devendo os mesmos atingir pelo menos a nota 6,0 (seis

vírgula zero);

g) Os resultados das avaliações dos educandos deverão ser registrados

em documentos próprios, a fim de que sejam asseguradas a

regularidade e autenticidade da vida escolar do educando;

h) O educando portador de necessidades educativas especiais, será

avaliado não por seus limites, mas pelos conteúdos que será capaz de

desenvolver;

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CEEBJA

i) Na disciplina de Língua Espanhola, as avaliações serão realizadas no

decorrer do processo ensino-aprendizagem, sendo registradas 04

(quatro) notas para fins de calculo da média final;

j) No Ensino Fundamental – Fase II, a disciplina de Ensino Religioso será

avaliada no processo de ensino e aprendizagem, não tendo registro de

notas na documentação escolar, por não ser objeto de retenção.

6.3 Recuperação de Estudos

A oferta da recuperação de estudos significa encarar o erro como hipótese de

construção do conhecimento, de aceitá-lo como parte integrante da aprendizagem,

possibilitando a reorientação dos estudos. Ela se dará concomitantemente ao

processo ensino-aprendizagem, considerando a apropriação dos conhecimentos

básicos, sendo direito de todos os educandos, independentemente do nível de

apropriação dos mesmos.

A recuperação será também individualizada, organizada com atividades

significativas, com indicação de roteiro de estudos, entrevista para melhor

diagnosticar o nível de aprendizagem de cada educando.

Assim, principalmente para os educandos que não se apropriarem dos

conteúdos básicos, será oportunizada a recuperação de estudos por meio de

exposição dialogada dos conteúdos, de novas atividades significativas e de novos

instrumentos de avaliação, conforme o descrito no Regimento Escolar.

6.4 Aproveitamento de Estudos

O aluno poderá requerer aproveitamento de estudos realizados com êxito,

amparado pela legislação vigente, conforme regulamentado no Regimento Escolar,

por meio de cursos ou de exames supletivos, nos casos de matrícula inicial,

transferência e prosseguimento de estudos.

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CEEBJA

6.5 Classificação e Reclassificação

Para a classificação e reclassificação este estabelecimento de ensino utilizará

o previsto na legislação vigente, conforme regulamentado no Regimento Escolar.

7. REGIME ESCOLAR

O Estabelecimento Escolar funcionará, preferencialmente, no período noturno,

podendo atender no período vespertino e/ou matutino, de acordo com a demanda de

alunos do estabelecimento de ensino e com expressa autorização do Departamento de

Educação Básica – DEB/CEJA, da Secretaria de Estado da Educação.

As informações relativas aos estudos realizados pelo educando serão

registradas no Histórico Escolar, aprovado pela Secretaria de Estado da Educação do

Paraná. O Relatório Final para registro de conclusão do Curso, será emitido pelo

estabelecimento de ensino a partir da conclusão das disciplinas constantes na matriz

curricular.

Este Estabelecimento Escolar poderá executar ações pedagógicas

descentralizadas para atendimento de demandas específicas - desde que autorizado

pelo Departamento de Educação e Básica – DEB/CEJA, da Secretaria de Estado da

Educação – em locais onde não haja a oferta de EJA e para grupos ou indivíduos em

situação especial, como por exemplo, em unidades socioeducativas, no sistema

prisional, em comunidades indígenas, de trabalhadores rurais temporários, de

moradores em comunidades de difícil acesso, dentre outros.

7.1 ORGANIZAÇÃO

Os conteúdos escolares estão organizados por áreas do conhecimento no

Ensino Fundamental – Fase I e por disciplinas no Ensino Fundamental – Fase II e

Médio, conforme dispostas nas Matrizes Curriculares, em concordância com as

Diretrizes Curriculares Nacionais, contidas nos Pareceres n.º 02 e 04/98-CEB/CNE

para o Ensino Fundamental e Resolução n.º 03/98 e Parecer n.º 15/98 - CEB/CNE

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para o Ensino Médio e com as Deliberações nº 01/06, nº 04/06, nº 07/06 e nº 03/08,

todas do Conselho Estadual de Educação.

7.2 FORMAS DE ATENDIMENTO

A educação neste Estabelecimento Escolar é de forma presencial, com as

seguintes ofertas :

a) Organização coletiva para o Ensino Fundamental – Fase I, nas Áreas do

Conhecimento;

b) Organização coletiva e individual para o Ensino Fundamental – Fase II e

Ensino Médio, em todas as disciplinas, sendo priorizadas as vagas para

matricula na organização coletiva;

c) A disciplina de Língua Espanhola será ofertada somente na organização

coletiva.

7.2.1 Ensino Fundamental – Fase I e II e Ensino Médio

No Ensino Fundamental – Fase I, Fase II e Ensino Médio considerar-se-á, a

oferta de 100% da carga horária total estabelecida.

7.3 MATRÍCULA

Para a matrícula no Estabelecimento Escolar de Educação de Jovens e

Adultos:

a) A idade para ingresso respeitará a legislação vigente;

b) Será respeitada instrução própria de matrícula expedida pela

mantenedora;

c) O educando do Ensino Fundamental – Fase I será matriculado,

concomitantemente, em todas as áreas do conhecimento;

d) O educando do Ensino Fundamental – Fase II e do Ensino Médio, poderá

matricular-se de uma a quatro disciplinas simultaneamente;

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e) No Ensino Fundamental Fase II, a disciplina de Ensino Religioso é de

matrícula facultativa para o educando;

f) No Ensino Médio, a disciplina de Língua Espanhola é de matricula

facultativa para o educando e entrará no cômputo das quatro disciplinas

que podem ser cursadas concomitantemente;

g) Poderão ser aproveitadas integralmente disciplinas concluídas com êxito

por meio de cursos organizados por disciplina, por exames supletivos,

série(s) e de período(s) / etapa(s) / semestre(s) equivalente(s) à

conclusão de série(s) do ensino regular, mediante apresentação de

comprovante de conclusão, conforme regulamentado no Regimento

Escolar;

h) Para os educandos que não participaram do processo de escolarização

formal/escolar; bem como o educando desistente do processo de

escolarização formal/escolar, em anos letivos anteriores, poderão ter

seus conhecimentos aferidos por processo de classificação, definidos no

Regimento Escolar;

i) Será considerado desistente, na disciplina, o educando que se ausentar

por mais de 02 (dois) meses consecutivos, devendo a escola, no seu

retorno, reativar sua matrícula para dar continuidade aos seus estudos,

aproveitando a carga horária cursada e os registros de notas obtidos,

desde que o prazo de desistência não ultrapasse 02 (dois) anos, a partir

da data da matrícula inicial;

j) O educando desistente, por mais de dois anos, a partir da data de

matrícula inicial na disciplina, no seu retorno, deverá fazer rematrícula na

disciplina, podendo participar do processo de reclassificação;

k) O educando desistente da Língua Espanhola, por mais de 02 (dois)

meses consecutivos ou por mais de 02 (dois) anos, a contar da data da

matrícula inicial, no seu retorno, deverá reiniciar a disciplina sem

aproveitamento da carga horária cursada e os registro de notas obtidos,

caso opte novamente por cursar essa disciplina.

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No ato da matrícula, conforme instrução própria da mantenedora, o educando

será orientado por equipe de professor-pedagogo sobre: a organização dos cursos,

o funcionamento do estabelecimento: horários, calendário, regimento escolar, a

duração e a carga horária das disciplinas.

O educando será orientado pelos professores das diferentes disciplinas, que

os receberá individualmente ou em grupos agendados, efetuando as orientações

metodológicas, bem como as devidas explicações sobre os seguintes itens que

compõem o Guia de Estudos:

A organização dos cursos;

O funcionamento do estabelecimento: horários, calendário, regimento

escolar;

A dinâmica de atendimento ao educando;

A duração e a carga horária das disciplinas;

Os conteúdos e os encaminhamentos metodológicos;

O material de apoio didático;

As sugestões bibliográficas para consulta;

A avaliação;

Outras informações necessárias.

7.4 MATERIAL DIDÁTICO

O material didático, indicado pela mantenedora, constitui-se como um dos

recursos pedagógicos do Estabelecimento Escolar da Rede Pública do Estado do

Paraná de Educação de Jovens e Adultos.

7.5 AVALIAÇÃO

a) Avaliação será diagnóstica, contínua, sistemática, abrangente,

permanente;

b) As avaliações utilizarão técnicas e instrumentos diversificados, sempre

com finalidade educativa;

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CEEBJA

c) Para fins de promoção ou certificação, serão registradas 02 (duas)

a 06 (seis) notas por disciplina, que corresponderão às provas

individuais escritas e também a outros instrumentos avaliativos

adotados, durante o processo de ensino, a que, obrigatoriamente,

o educando se submeterá na presença do professor, conforme

descrito no regimento escolar;

d) A avaliação será realizada no processo de ensino e aprendizagem,

sendo os resultados expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0

(dez vírgula zero);

e) Para fins de promoção ou certificação, a nota mínima exigida é 6,0

(seis vírgula zero), em cada disciplina, de acordo com a Resolução

n.º 3794/04 – SEED e freqüência mínima de 75% (setenta e cinco

por cento)do total da carga horária de cada disciplina na

organização coletiva e 100% (cem por cento) na organização

individual;

f) O educando deverá atingir, pelo menos a nota 6,0 (seis vírgula zero) em

cada registro da avaliação processual. Caso contrário, terá direito à

recuperação de estudos. Para os demais, a recuperação será ofertada

como acréscimo ao processo de apropriação dos conhecimentos;

g) A média final, de cada disciplina, corresponderá à média aritmética

das avaliações processuais, devendo os mesmos atingir pelo

menos a nota 6,0 (seis vírgula zero);

h) Os resultados das avaliações dos educandos deverão ser

registrados em documentos próprios, a fim de que sejam

asseguradas a regularidade e autenticidade da vida escolar do

educando;

i) O educando portador de necessidades educativas especiais, será

avaliado não por seus limites, mas pelos conteúdos que será capaz

de desenvolver;

j) para fins de certificação e acréscimo da carga horária da disciplina

de Língua Espanhola, o educando deverá atingir a média mínima

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de 6,0 (seis virgula zero) e freqüência mínima de 75% (setenta e

cinco por cento) do total da carga horária da disciplina

k) No Ensino Fundamental Fase II, a disciplina de Ensino Religioso

será avaliada no processo de ensino aprendizagem, não tendo

registro de notas na documentação escolar, por não ser objeto de

retenção;

l) Para fins de acréscimo da carga horária da disciplina de Ensino

Religioso, na documentação escolar, o educando deverá ter

frequência mínima de 75% (setenta e cinco por cento) do total da

carga horária da disciplina.

7.6 ÁREA DE ATUAÇÃO

As ações desenvolvidas pelo Estabelecimento Escolar Estadual que oferta a

Educação de Jovens e Adultos limitam-se à jurisdição do Estado do Paraná, do

Núcleo Regional de Educação, podendo estabelecer ações pedagógicas

descentralizadas, desde que autorizadas pela mantenedora.

7.7 ESTÁGIO NÃO-OBRIGATÓRIO

Este Estabelecimento Escolar, em consonância com as orientações da

SEED, oportunizará o estágio não-obrigatório, como atividade opcional,

desenvolvido no ambiente de trabalho, conforme a Lei Federal nº 11.788, de 25 de

setembro de 2008.

7.8 PROGRAMA BRIGADA ESCOLAR

A partir do decreto 4837 de 04 de junho de 2012, que prevê que todo

estabelecimento de ensino do estado do Paraná deverá contar com o Programa de

Brigada Escolar, faz-se necessário a implantação do mesmo.

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CEEBJA

O programa irá capacitar alunos e servidores para desenvolverem ações de

enfrentamento a emergências e desastres, naturais ou provocados pelo homem, que

comprometam a segurança da comunidade escolar.

Percebe-se que o ser humano somente se preocupa com a prevenção após

ter vivenciado uma situação de risco ou crise. Com a implantação da Brigada

Escolar esperamos poder antever situações perigosas, e preparar toda comunidade

escolar para lidar com elas, evitando assim danos maiores.

Enfim, o Programa Brigada Escolar é um programa de natureza pedagógica

que visa preparar os profissionais que atuam nas escolas e o corpo discente a

executar ações de prevenção de incêndios, desastres naturais e situações de risco.

É importante que docentes, discentes e toda comunidade escolar estejam

preparadas para, de modo eficaz, enfrentar esses acontecimentos. Na eventualidade

de um sinistro é de grande valia que todos saibam os primeiros passos de

enfrentamento de princípios de incêndio, procedimentos de segurança pessoal, bem

como noções de primeiros socorros a serem utilizados até que o socorro

especializado chegue ao local.

Este programa fará parte das ações da escola e os temas serão integrados

aos conteúdos específicos das disciplinas afins, conforme Instrução Nº 02/10 –

DAE/SUDE que orienta sobre o mesmo nos Estabelecimentos de Ensino da Rede

Estadual. O programa será realizado em etapas: de conscientização, de mobilização

e de operacionalização através das palestras sobre os temas: desastres naturais e

segurança, incêndio e rotas de fuga, primeiros socorros, procedimentos em caso se

sequestro e artefato explosivo. Após as orientações, serão realizados exercícios de

alerta simulado.

Também se fez necessário à organização de uma Brigada composta por

direção, equipe pedagógica, funcionários e alunos, tendo como atribuição principal

as ações de prevenção e emergência em casos de sinistros, bem como, na

efetivação de exercícios simulados.

7.9 PROGRAMA DE ATIVIDADES CURRICULARES COMPLEMENTARES

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CEEBJA

As atividades complementares curriculares (instrução nº 007/2012) são

atividades educativas integradas ao currículo escolar com a ampliação de tempos,

espaços e oportunidades de aprendizagem que visam ampliar a formação do aluno,

tendo como objetivos:

Promover a melhoria da qualidade do ensino por meio da ampliação de tempos,

espaços e oportunidades educativas realizadas em contraturno, na escola ou no

território em que está situada, a fim de atender as necessidades socioeducacionais

dos alunos.

Ofertar atividades complementares ao currículo escolar vinculadas ao Projeto

Político-Pedagógico da Escola, respondendo às demandas educacionais e aos

anseios da comunidade.

Possibilitar maior integração entre alunos, escola e comunidade, democratizando

o acesso ao conhecimento e aos bens culturais.

Oportunizar a expansão do tempo escolar para os alunos de Educação Básica da

Rede Pública Estadual de Ensino como política pública e indutora para a progressiva

implantação da Educação em Tempo Integral.

8. RECURSOS HUMANOS

8.1 Atribuições dos Recursos Humanos

De todos os profissionais que atuam na gestão, ensino e apoio pedagógico

neste Estabelecimento Escolar na modalidade Educação de Jovens e Adultos,

exigir-se-á o profundo conhecimento e estudo constante da fundamentação teórica e

da função social da EJA, do perfil de seus educandos jovens, adultos e idosos; das

Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais de EJA; bem como as legislações e

suas regulamentações inerentes à Educação e, em especial, à Educação de Jovens

e Adultos.

8.1.1 Direção

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CEEBJA

Para todos os profissionais que atuam na gestão de ensino e apoio

pedagógico, é de suma importância que tenha um profundo conhecimento e estudo

constante da LDB e na lei 9394/96, e das normalizações do Conselho Estadual de

Educação do Paraná, e das conferências municipais sobre a EJA, promovida pela

UNESCO.

Ao diretor e equipe cabe administrar o Centro Estadual de Educação Básica

para Jovens e Adultos, junto com o Conselho Escolar, coordenando a execução de

um plano de trabalho, construído coletivamente, no sentido de elevar os padrões de

qualidade do Estabelecimento Escolar.

O diretor trabalha com uma equipe constituída por vice-diretor,

coordenadores, equipe de apoio pedagógico, professores e apoio administrativo.

É responsável por gerenciar todas as atividades pedagógicas e

administrativas realizadas no CEEBJA.

O diretor deve ser um líder e agir como motivador, responsável pela

integração e articulação das diversas atividades internas e externas, para

viabilização de uma política institucional em educação na forma presencial, assim

como pela definição de apurações e tomadas de decisão, para que os objetivos

fundamentais do curso sejam alcançados.

O diretor deve ser um articulador dos diferentes segmentos escolares em

torno da Proposta Pedagógica que se quer desenvolver. Quanto maior for essa

articulação, melhor poderão ser desempenhadas suas próprias tarefas, sejam no

aspecto organizacional ou da comunidade em que a escola está inserida.

Com as atuais diretrizes o gestor deve ser um profissional apto a gerir com

competência, todos os recursos pedagógicos, desta proposta e as atividades de

aperfeiçoamento dos profissionais e funcionários junto com a SEED.

Espera-se que o diretor incentive o trabalho em equipe, de modo a mobilizar a

comunidade escolar em torno de um compromisso com a qualidade do ensino

público.

Compete ao diretor:

- Convocar integrantes da comunidade escolar para a

elaboração do plano anual e do Regimento Interno do

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CEEBJA

Estabelecimento de Ensino, submetendo-o à apropriação

do Conselho Escolar.

- Elaborar os planos de aplicação financeira, a respectiva

prestação de contas e submeter à apreciação e aprovação

do Conselho Escolar.

- Coordenar a implementação das diretrizes pedagógicas,

aplicar normas, procedimentos e medidas administrativas

de acordo com instruções da secretaria de Estado da

Educação.

- Supervisionar as atividades dos órgãos de apoio,

administrativo e pedagógico do estabelecimento.

- Coordenar e supervisionar os serviços da secretaria

Escolar.

- Abrir espaço para discussão, avaliação e intercâmbio,

interno e externo das experiências de sucesso.

- Deferir as matrículas, no prazo estipulado pela legislação.

- Implementar uma gestão participativa, estimulando o

desenvolvimento das responsabilidades individuais e

promovendo o trabalho coletivo.

- Coordenar a equipe pedagógica (vice-diretor,

coordenadores, orientadores e professores) para coleta e

análise dos indicadores educacionais, para elaboração e

implementação de plano de trabalho.

- Abrir espaço para discussão, avaliação e intercâmbio,

interno e externo das práticas escolares.

- Coordenar toda a equipe, tendo em vista o cumprimento

dos objetivos propostos para a EJA.

- Solicitar ao NRE, suprimento e cancelamento de demanda

de funcionários e professores do estabelecimento,

observando a legislação vigente.

- Administrar os recursos financeiros.

- Controlar a frequência de professores e funcionários.

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CEEBJA

- Adquirir e controlar material de consumo e permanente.

- Acompanhar e validar a Avaliação de conteúdos por

disciplina.

- Executar a avaliação institucional conforme orientação da

Mantenedora.

- Cabe ampliar e fazer cumprir o Regimento Escolar.

- Negociar com competência, para harmonizar interesses

divergentes e estabelecer relacionamentos nutrientes,

levando em conta as necessidades de todos os envolvidos

direta ou indiretamente.

O diretor exerce sempre a função de liderança na escola, mas uma liderança

com o modelo participativo, capaz de dividir o poder de decisão dos assuntos

escolares com toda a sua equipe, criando e estimulando a participação de todos. A

liderança como modelo participativo, requer um profissional que possui:

comunicação, ética, informação, acessibilidade, construção de cadeias de

relacionamento, motivação, compromisso, agilidade.

Deve agrupar as competências de: saber agir, mobilizar, transferir, engajar,

ter visão estratégica e assumir responsabilidades.

8.1.2 Professor Pedagogo

Esses profissionais têm participação decisiva no contexto pedagógico que

não são estáticas, mas que se transformam em função de interação com o todo da

escola, no contexto pedagógico e também administrativo.

O trabalho coletivo é fundamental, com o envolvimento de toda a equipe para

construção de estratégias de ação que favoreçam a atuação em grupo, para

diagnosticar e propor encaminhamentos para melhoria de metodologias, do

processo ensino e aprendizagem.

Informações para compreensão da realidade social e cultural do educando

atendido, possibilitando modificações, se necessárias, nas praticas pedagógicas, de

forma a beneficiar a aprendizagem do educando.

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CEEBJA

O professor pedagogo tem funções no contexto pedagógico e também no

administrativo, tais como:

- Orientar e acompanhar a elaboração dos guias de estudos de cada

disciplina;

- Promover e acompanhar reuniões de estudo e trabalho;

- Propor a implementação de projetos que visem o enriquecimento

pedagógico nas diversas áreas do conhecimento;

- Participar de eventos da SEED quando solicitados;

- Transmitir orientações da SEED para os demais professores;

- Avaliar e acompanhar o trabalho pedagógico dos professores;

- Elaborar juntamente com toda a equipe da escola o P.P.P. e o Regimento

da EJA;

- Tornar-se ciente das políticas educacionais para a EJA (acompanhar a

Proposta Pedagógica);

- Coordenar e acompanhar ações pedagógicas descentralizadas e Exames

de Suplência quando, no estabelecimento, não houver coordenação(ões)

específica(s) dessa(s) ação(ões).

- Executar a Avaliação Institucional conforme orientação da mantenedora.

- Acompanhar o estágio não-obrigatório.

8.1.3 Coordenações

As Coordenações de Ações Pedagógicas Descentralizadas – Coordenação

Geral e Coordenação Itinerante, bem como a Coordenação dos Exames de

Suplência, têm como finalidade a execução dessas ações pelo Estabelecimento

Escolar, quando autorizadas e regulamentadas pela mantenedora.

Cabe ao(s) Coordenador(es) de Ações Pedagógicas Descentralizadas:

Coordenador Geral

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CEEBJA

- Receber e organizar as solicitações de Ações Pedagógicas

Descentralizadas.

- Organizar os processos dessas Ações para análise pelo respectivo NRE.

- Elaborar os cronogramas de funcionamento de cada turma da Ação.

- Digitar os processos no Sistema e encaminhar para justificativa da direção

do Estabelecimento.

- Acompanhar o funcionamento de todas turmas de Ações Pedagógicas

Descentralizadas vinculados ao Estabelecimento.

- Acompanhar a matrícula dos educandos e a inserção das mesmas no

Sistema.

- Organizar a documentação dos educandos para a matrícula.

- Organizar as listas de freqüência e de notas dos educandos.

- Enviar material de apoio didático para as turmas das Ações Pedagógicas

Descentralizadas.

- Responder ao NRE sobre todas as situações dessas turmas.

- Organizar o rodízio dos professores nas diversas disciplinas, garantindo o

atendimento aos educandos de todas as turmas.

- Orientar e acompanhar o cumprimento das atividades a serem executadas

durante as horas-atividade dos professores.

- Realizar reuniões periódicas de estudo que promovam o intercâmbio de

experiências pedagógicas e a avaliação do processo ensino-aprendizagem.

- Elaborar materiais de divulgação e chamamento de matrículas em

comunidades que necessitam de escolarização.

- Acompanhar a ação dos Coordenadores Itinerantes.

- Tomar ciência e fazer cumprir a legislação vigente.

- Prestar à Direção, à Equipe Pedagógica do Estabelecimento e ao NRE,

quando solicitado, quaisquer esclarecimentos sobre a execução da

escolarização pelas Ações Pedagógicas Descentralizadas sob sua

coordenação;

Coordenador Itinerante

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CEEBJA

- Acompanhar o funcionamento in loco das Ações Pedagógicas

Descentralizadas.

- Atender e/ou encaminhar as demandas dos professores e dos educandos.

- Verificar o cumprimento do horário de funcionamento das turmas.

- Observar e registrar a presença dos professores.

- Atender à comunidade nas solicitações de matrícula.

- Solicitar e distribuir o material de apoio pedagógico.

- Solicitar e distribuir as listas de freqüência e de nota dos educandos.

- Encaminhar as notas e freqüências dos educandos para digitação.

- Acompanhar o rodízio de professores, comunicando à Coordenação Geral

qualquer problema neste procedimento.

- Solicitar e organizar a documentação dos educandos para a matrícula.

- Acompanhar o funcionamento pedagógico e administrativo de todas as

turmas das Ações Pedagógicas Descentralizadas sob sua responsabilidade.

- Participar das reuniões pedagógicas e da hora atividade, juntamente com

os professores;

Coordenador de Exames Supletivos

- Acompanhar e viabilizar todas as ações referentes aos Exames Supletivos

- Tomar conhecimento do edital de exames.

- Fazer as inscrições dos candidatos, conforme datas determinadas no edital.

- Verificar o número mínimo de candidatos inscritos para que os exames

possam ser executados.

- Digitar, no sistema, a inscrição dos candidatos.

- Conferir a inserção das inscrições dos candidatos no Sistema por meio da

emissão de Relatório de Inscritos.

- Solicitar credenciamento de outros espaços escolares, quando necessário,

para execução dos exames.

- Solicitar, por e-mail ou ofício, com o conhecimento do NRE, as provas em

Braille e as ampliadas, das etapas à serem realizadas, quando for o caso.

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CEEBJA

- Solicitar, por e-mail ou ofício, com o conhecimento do NRE, para o

DET/CEJA/SEED, autorização para a realização de quaisquer bancas

especiais.

- Comunicar ao NRE todos os procedimentos tomados para realização dos

Exames.

- Receber os materiais dos Exames Supletivos nos NREs.

- Capacitar a(s) equipe(s) de trabalho do Estabelecimento para a realização

dos Exames Supletivos, quanto ao cumprimento dos procedimentos, em

especial a organização e o preenchimento dos cartões-resposta.

- Acompanhar a aplicação das provas, para que transcorram com segurança

e tranqüilidade, em conformidade com os procedimentos inerentes aos

Exames.

- Divulgar as atas de resultado.

- Acompanhar e executar todas as ações referentes aos Exames On Line.

8.1.4 Docentes

O corpo docente da educação de EJA deve ser composto de profissionais

habilitados.

Entender que os educandos de EJA, são jovens, adultos e idosos que

possuem uma bagagem de conhecimento adquirido em sua vida, necessitando de

ações educativas inovadoras, que respondam às novas exigências de uma

sociedade em transformação, requerendo assim, educadores que garantam a

contextualização em suas disciplinas, a inter-relação personalizada e continua da

realidade de cada educando com o sistema de ensino.

O processo educativo deve estar compromissado em garantir a formação de

identidade dos cidadãos, propondo coletivamente ações de interação,

acompanhando e avaliando o trabalho a ser realizado pelo educando.

Cabe ao docente:

- Organizar os conteúdos a serem abordados de forma interdisciplinar e

contextualizada.

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CEEBJA

- Estabelecer um processo de avaliação a respeito do desempenho dos

alunos, tendo como principio o acompanhamento contínuo da

aprendizagem.

- Implementar projetos de recuperação de conteúdos, por meio de

exposições dialogada com atividades significativas e novos

instrumentos de avaliação para diagnosticar o nível de aprendizagem

de cada educando.

- Organizar, acompanhar e validar a avaliação da apropriação de

conteúdos por disciplina.

- Executar a avaliação institucional conforme orientação da

mantenedora.

- Definir e desenvolver o seu plano de ensino, conforme orientações

das Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais de EJA e da

proposta pedagógica deste Estabelecimento Escolar.

- Conhecer o perfil de seus educandos jovens, adultos e idosos.

- Utilizar adequadamente os espaços e materiais didático-

pedagógicos disponíveis, tornando-os meios para implementar uma

metodologia de ensino que respeite o processo de aquisição do

conhecimento de cada educando jovem, adulto e idoso deste

Estabelecimento.

Os docentes de EJA deverão apresentar perfil inovador e estar apto em

enfrentar mudanças no dia a dia.

Ter compromisso com a proposta de EJA, com objetividade no trabalho

realizado, com disponibilidade de horário que venha favorecer ao educando

trabalhador, ser criativo e ter espírito coletivo.

Os docentes supridos neste Estabelecimento deverão atuar na sede e nas

ações pedagógicas descentralizadas, bem como nos exames supletivos . Deverão

atuar em todas as formas de organização do curso: aulas presenciais coletivas e

individuais

8.1.5 Secretaria e Apoio Administrativo

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A secretaria é o setor que tem sob sua responsabilidade todo registro de

escrituração escolar e correspondência do Estabelecimento de Ensino. Este serviço

é coordenado e supervisionado pela Direção, ficando a ela subordinado.

O cargo de secretário (a) é exercido por um profissional devidamente

qualificado para o exercício desta função. Portanto, a organização, a minúcia, a

seriedade daqueles que ocupam este ambiente têm, obrigatoriamente, que fazer

parte de todas as suas ações.

Aos profissionais que executam esta função, cabe a tarefa de:

- Manter atualizado o sistema de acompanhamento do educando,

considerando a organização da EJA prevista nesta proposta.

- Conhecer a Legislação que rege o registro de documentação de

alunos, matrículas e todos os registros sobre o processo escolar em

pastas individualizadas, expedindo toda documentação (declarações,

certificados, transferências, relatórios, estatísticas e outros) sempre

que necessário.

- Utilizar somente as matrizes autorizadas pelo órgão competente.

- Participar de reuniões, encontros e / ou cursos sempre que

convocados e por iniciativa própria com o intuito de aprimoramento

profissional.

9 - BIBLIOGRAFIA

- ALMEIDA, Maria Conceição Pereira de. Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos, a Grande Conquista, Arte & Cultura, 1999, 1ª Edição.

- BRZEZINSKI, Iria. LDBEN Interpretada: diversos olhares se entrecruzam. São Paulo : Cortez, 1997.

- CARNEIRO, Moaci Alves. LDBEN fácil. Petrópolis, RJ : Vozes, 1998.

- (5ª) Conferência Internacional sobre Educação de Adultos (V CONFINTEA).

- Conselho Estadual de Educação – PR

- Deliberação 011/99 – CEE.

- Deliberação 014/99 – CEE.

- Deliberação 005/98 –CEE.

- Deliberação 008/00 – CEE.

- Indicação 004/96 – CEE.

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- Parecer 095/99 – CEE (Funcionamento dos Laboratórios).

- Conselho Nacional de Educação

- Parecer 011/2000 – Diretrizes Curriculares Nacionais de EJA. Parecer 004/98 – Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental.

- Parecer 015/98 –Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio.

- Resolução 03/98 – CEB.

- Constituição Brasileira – Artigo 205.

- DELORS, J. Educação : Um tesouro a descobrir. São Paulo : Cortez ; Brasília, DF : MEC : UNESCO, 1998.

- DEMO, Pedro. A Nova LDBEN – Ranços e Avanços. Campinas, SP : Papirus, 1997.

- DRAIBE, Sônia Miriam; COSTA, Vera Lúcia Cabral; SILVA Pedro Luiz Barros. Nível de Escolarização da População. mimeog.

- DI PIERRO; Maria Clara. A educação de Jovens e Adultos na LDBEN. mimeog.

- DI PIERRO; Maria Clara. Os projetos de Lei do Plano Nacional de Educação e a Educação de Jovens e Adultos. mimeog.

- Decreto 2494/98 da Presidência da República.

- Decreto 2494/98 da Presidência da República.

- FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido, 40ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.

- LDBEN nº 9394/96.

- KUENZER,Acácia Zeneida.Ensino Médio: construindo uma proposta para os que vivem do trabalho. São Paulo: Cortez.2000, p.40.

- OLIVEIRA, Thelma Alves de, et al. Avaliação Institucional (Cadernos Temáticos). Curitiba: SEED – PR, 2004.

- Parâmetros Curriculares Nacionais 1º segmento do Ensino Fundamental.

- Parâmetros Curriculares Nacionais 2º segmento do Ensino Fundamental.

- Parâmetros Curriculares Nacionais Ensino Médio.

- Plano Nacional de Educação – Educação de Jovens e Adultos.

- SILVA, Eurides Brito da. A Educação Básica Pós-LDBEN.

- SOUZA, Paulo N. Silva & SILVA, Eurides Brito da. Como entender e aplicar a nova LDBEN.

- SOUZA, Paulo Nathanael Pereira de; SILVA, Eurides Brito da. Como entender e Aplicar a Nova LDBEN. SP, Pioneira Educ., 1997. 1ª Edição.

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