CENTRO DE TECNOLOGIA MINERAL - cetem.gov.br · beneficiamento das rochas, a de polimento é uma das...
Transcript of CENTRO DE TECNOLOGIA MINERAL - cetem.gov.br · beneficiamento das rochas, a de polimento é uma das...
CENTRO DE TECNOLOGIA MINERAL
III SEMINÁRIO DE PROJETOS DE PÓS-GRADUAÇÃO
EM PARCERIA
Rio de Janeiro, 26 de setembro de 2018
COMISSÃO DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PARCERIA
Presidente
Silvia Cristina Alves França
Membros
Cláudia Duarte da Cunha
Julio Cesar Guedes Correia
Otávio da Fonseca Martins Gomes
Paulo Ricardo Pereira Carlos
Digitação
Todos os textos, resultados e informações apresentadas neste
resumo são de inteira responsabilidade
de seu(s) autor(es).
Editoração
Valéria Cristina de Souza
Arte gráfica
Rodrigo Augusto e Silva
Informações:
CETEM – Centro de Tecnologia Mineral
Av. Pedro Calmon, 900 – Cidade Universitária
21941-908 – Rio de Janeiro – RJ
Homepage: www.cetem.gov.br
Mineralogia
III Seminário de Projetos de Pós-Graduação em Parceria – 26 de setembro de 2018 3
MG-ESMECTITAS DA SEÇÃO CARBONÁTICO-EVAPORÍTICA DO APTIANO DAS BACIAS
DO ARARIPE (FM. SANTANA – CRATO/IPUBI) E PARNAÍBA (FM. CODÓ): ORIGEM,
DIAGÊNESE E INTERPRETAÇÕES PALEOAMBIENTAIS
Bruno Gonçalves Vieira de Melo Geólogo, D.Sc.; Programa de Pós-graduação em Geologia P PGL/UFRJ
Luiz Carlos Bertolino D.Sc.; Geólogo.
RESUMO ESTRUTURADO
Esmectitas são filossilicatos constituídos por duas folhas de tetraedros com uma folha central de octaédros,
unidas entre si por oxigênios comuns às mesmas, apresentando deste modo uma estrutura cristalina classificada
como do tipo 2:1. É um dos mais importantes grupos de argilas encontrados em solos e sedimentos, e
certamente um dos mais difíceis para se estudar. Com o objetivo de caracterizar a presença de Mg-esmectitas
da seção carbonático-evaporítica das bacias do Araripe e Parnaíba durante o Aptiano, sobretudo, a estevensita
(esmectita magnesiana trioctaedral), definindo sua origem e diagênese, e fazendo as devidas interpretações
paleoambientais, a pesquisa busca uma melhor compreensão do contexto deposicional e paleoclimático, e das
condições físico-químicas no paleoambiente de sedimentação.
A metodologia utilizada nesse estudo compõe-se em levantamento bibliográfico, trabalhos de campo para coleta
de amostras, análises de DRX para determinação das fases cristalinas, com aplicação das rotinas de tratamento
de secagem ao ar, saturação com etilenoglicol e aquecimento para identificação dos argilominerais.
Posteriormente, serão realizadas análises DTA-TG, análises no MEV para avaliar, sobretudo, a morfologia das
Mg-esmectitas, e petrografia óptica, a fim de determinar a origem e diagênese dos argilominerais. Todos os
dados das análises realizadas serão integrados para caracterizar a presença de Mg-esmectitas nas unidades em
estudo.
Como resultado mais relevantes do trabalho espera-se definir qual a hipótese da presença das Mg-esmectitas,
em função da ação bacteriana ou do contexto evaporítico, visando contribuir para um melhor entendimento do
conhecimento da histórica geológica durante o Aptiano no Brasil.
Tal estudo justifica-se porque as unidades litoestratigráficas em análise (Fms. Santana da Bacia do Araripe e
Codó da Bacia do Parnaíba) pertencem ao Andar Alagoas e são cronocorrelatas às unidades onde ocorrem o sal
e o Pré-sal nas bacias marginais, além de serem alvo de discussão a respeito da ingressão marinha aptiana.
Mineralogia
III Seminário de Projetos de Pós-Graduação em Parceria – 26 de setembro de 2018 4
ESTUDO DOS PEGMATITOS DA REGIÃO DE JUIZ DE FORA COM ÊNFASE NA FORMAÇÃO
DOS DEPÓSITOS DE CAULIM (HALLOYSÍTICO) E SUA IMPORTÂNCIA ECONÔMICA.
Job Tolentino Junior Geólogo, M.Sc Doutorando Geologia - UERJ
Luiz Carlos Bertolino Geólogo, D.Sc. CETEM/UERJ
RESUMO ESTRUTURADO
O caulim halloysítico é uma rocha/minério de cor branca e granulometria fina composta principalmente por
halloysita e caulinita e, secundariamente, por muscovita, quartzo e feldspato. Seus depósitos são classificados
como primários quando derivados da alteração in situ de rochas ricas em feldspato e secundário, quando de
origem sedimentar. Os depósitos da Província Pegmatítica Oriental (PPO) se encontram no sudeste de Minas
Gerais e estão encaixados nos Grupos Paraíba do Sul, Raposo e Andrelândia. A halloysita é um mineral de
morfologia tubular que apresenta propriedades tecnológicas distintas da caulinita e que por conta disso pode ser
utilizado em segmentos especiais da indústria, como o de cosmética e agronegócio, como adsorvedor e
desorvedor de princípios ativos de modo controlado. Muito embora atualmente o Brasil possua 4,5% das
reservas de caulim comercializado no mundo, não existem registros de depósitos de caulim halloysítico com
qualidade industrial. Apenas estudos preliminares realizados nas regiões Sudeste e Sul do Brasil (entre 1964 e
2009). O estudo teve como objetivo principal a identificação dos depósitos de caulim halloysítico com qualidade
industrial. Foram coletadas amostras na região de Juiz de Fora (MG), que, nas dependências do CETEM, foram
submetidas à classificação granulométrica em peneira 0,044mm seguidos pelos processos de separação
hidráulica gravitacional e alvejamento químico. As frações obtidas foram estudadas pelas técnicas de análise
granulométrica (Malvern), difratometria de raios X, análise química por fluorescência de raios X e microscopia
eletrônica de varredura. Estas análises foram realizadas visando identificar a presença de halloysita, como
também identificar a eficiência no processo de beneficiamento. Posteriormente, análises através de ressonância
paramagnética eletrônica foram realizadas visando mostrar a eficiência do processo de alvejamento químico em
remover o íon ferro (Fe3+). Os resultados indicam que as amostras são constituídas por halloysita (hábito
fibroso), caulinita euédrica, muscovita, quartzo, feldspato e impurezas. O processo de concentração conseguiu
uma separar uma fração equivalente a 54,43% da amostra original, com granulometria inferior a 0,044mm.
Através da ressonância paramagnética eletrônica identificou-se que o íon Fe+3 se encontra distribuído na forma
interna, substituindo o íon alumínio em sítios octaedrais na estrutura da caulinita, e na forma externa, como
óxidos e/ou hidróxidos de ferro dispersos pelo caulim. Observou-se no processo de alvejamento químico que nos
30 minutos iniciais ocorre os maiores ganhos de qualidade nas propriedades ópticas do caulim, com destaque
para a elevação de índice de alvura para a amostra de Juiz de Fora de 55,65 para 61,21 %ISO na rota de
beneficiamento com separação magnética. Através da analise termodiferencial identificou-se que as amostra
perda de água extra estrutural principalmente na etapa de dehidroxilação a uma temperatura de 530-590 oC, de
aproximadamente 10%. Portanto, verificou-se que as amostras de Juiz de Fora são essencialmente halloysíticas
e que através dos processos de beneficiamento adequados, é possível sua utilização como minério em
segmentos industriais (com produtos de maior valor agregado), melhorando a utilização do bem mineral no
Sudeste e no Brasil.
Materiais: Síntese e Aplicações
III Seminário de Projetos de Pós-Graduação em Parceria – 26 de setembro de 2018 5
SÍNTESE DE (NANO)PARTÍCULAS DE CARBONATO DE CÁLCIO E AVALIAÇÃO DA
INCORPORAÇÃO DE DIFERENTES GRADES DE N-CACO3 NAS PROPRIEDADES FINAIS DA
MATRIZ DE POLIETILENO DE BAIXA DENSIDADE
Laiza Marinho Racca Tecnóloga em Polímeros, Mestre; Instituto de Macromoléculas - IMA/UFRJ
Ana Lúcia Nazareth da Silva; Luiz Carlos Bertolino; Christine Rabello Nascimento Engenheira Química, D.Sc.; Geólogo, D.Sc; Engenheira Química, D.Sc.
RESUMO ESTRUTURADO
Introdução e fundamentação teórica
A literatura mostra que, apesar da elevada área superficial, o uso de nCaCO3 não promove um efeito
tenacificante satisfatório em matrizes poliméricas. Acredita-se que tal efeito seja decorrente do uso de ácido
esteárico como agente de recobrimento que apresenta uma longa cadeia, passível de sofrer efeitos do processo
de extrusão.
Objetivo
Realizar a síntese de nanopartículas de CaCO3, usando um diferente agente modificador de superfície (ácido
mirístico) em relação a um CaCO3 comercial.
Metodologia utilizada
A partir de uma reação de carbonatação se obtiveram nanopartículas de CaCO3, utilizando Na3PO4 como inibidor
de cristalização, seguido de um recobrimento dessas nanopartículas com ácido mirístico (modificador de
superfície). Síntese foram realizadas variando os parâmetros reacionais através de planejamento estatístico.
As nanopartículas obtidas foram analisadas através de Microscopia Eletrônica de Transmissão (TEM),
analisador de tamanho e distribuição de partícula (Nanosizer), análise termogravimétrica (TGA) e Difração de
Raios-X (XRD).
Resultados mais relevantes obtidos/esperados
A síntese proposta neste trabalho se mostrou passível de formar a estrutura da calcita, a esperada para este tipo
de processo. O Planejamento Fatorial Completo apresentou um R² que descreve 90% dos resultados da síntese
e apresentou uma boa interação entre as variáveis de entrada 1)modificador de superfície e 2)inibidor: quando
ambas no nível alto, resultam em menor distribuição de tamanho de partícula, comparando com a amostra
comercial. A amostra escolhida para seguir com a pesquisa foi a Exp1, que apresentou partículas esféricas e
estáveis.
Considerações sobre a contribuição do trabalho
Espera-se, com esse trabalho, produzir nanopartículas de CaCO3 que melhor interajam com matrizes
poliméricas. Espera-se, também, realizar uma mistura de partículas nano e micro (sendo estas obtidas em
jazidas naturais e posteriormente modificadas) para estudo de um efeito sinérgico de tenacificação. Com isto,
espera-se aplicar o material na confecção de sacolas mais resistentes.
Materiais: Síntese e Aplicações
III Seminário de Projetos de Pós-Graduação em Parceria – 26 de setembro de 2018 6
ANÁLISE TRIBOLÓGICA DO SISTEMA DE POLIMENTO COM ABRASIVOS ECOLÓGICOS
PARA ACABAMENTO SUPERFICIAL DE ROCHAS DE REVESTIMENTO
Phillipe Fernandes de Almeida Tecnólogo em Rochas Ornamentais, MSc. Programa de Pós-Graduação
em Arquitetura, Urbanismo e Tecnologia IAU/USP
Leonardo Luiz Lyrio da Silveira; Eduvaldo Paulo Sichieri; Kelen Almeida Dornelles Geólogo, D.Sc.; Eng. de Materiais, D.Sc.; Eng Civil, D.Sc
RESUMO ESTRUTURADO
As rochas ornamentais e de revestimento são elementos arquitetônicos utilizados principalmente na construção
civil e representam um importante segmento econômico brasileiro e mundial. Dentre as etapas de
beneficiamento das rochas, a de polimento é uma das mais importantes e é realizada com o uso de rebolos
abrasivos que diminuem a rugosidade das chapas e aumentam o brilho da superfície. A abordagem do polimento
pelo enfoque dado pela Tribologia, que considera o atrito e o desgaste como resultado direto da interação entre
rochas e ferramentas abrasivas, de acordo com cada situação operacional adotada, pode subsidiar a elaboração
de modelos de desgaste mais eficientes e de novos produtos. Neste âmbito, o objetivo da presente tese de
doutoramento é contribuir com o desenvolvimento de novas matrizes industriais de polimento, elaboradas a partir
da utilização da resina poliuretana de mamona (patenteada pelo CETEM - INPI N° 1020120321572, de
17/12/2012), como constituintes de rebolos abrasivos. A metodologia de confecção dos rebolos abrasivos segue
os estudos prévios desenvolvidos pelo CETEM, com a utilização do sistema de vácuo para a extração do CO2
gerado pela reação química dos componentes da resina (poliol e pré-polímero), adição das cargas (sílica da
casca do arroz e carbeto de silício preto, ambos na granulação 1200 mesh) e do elemento de corte (carbeto de
silício verde), de acordo com a etapa de polimento (120, 220, 400, 600, 800, 1200 mesh). Os testes de eficiência
deste novo abrasivo estão sendo realizados em uma politriz industrial semi-automática, com base nas operações
realizadas pelas indústrias e pela adoção de novos parâmetros não praticados no polimento industrial, tais como:
variação da velocidade de rotação dos rebolos abrasivos (350, 500, 650 rpm) e variação da vazão de água (15 e
30 litros/minuto). Os ensaios de polimento também estão sendo realizados com o rebolo industrial magnesiando,
que tem sua matriz elaborada à base de cimento Sorel (óxido de magnésio e cloreto de magnésio), tendo como
elemento abrasivo o carbeto de silício preto; e com o rebolo resinóide diamantado, que é elaborado por resina
epóxi, tendo grãos de diamantes como elementos de corte. Os resultados preliminares de confecção dos rebolos
demonstraram que o aspecto de expansibilidade da resina, resultado reação dos seus componentes com a
umidade presente nas cargas, pode representar uma limitação da utilização desta matriz como constituinte
destas ferramentas. Desta forma, foi proposto uma nova rota de moldagem do compósito sob confinamento e
com a utilização de aditivos para acelerar o processo de cura da resina, como alternativa viável para a aplicação
da metodologia na indústria. Não obstante, os testes de eficiência do polimento realizados podem permitir a
avaliação dos parâmetros operacionais não utilizados pela indústria como proposta para adoção de práticas
mais sustentáveis no polimento de rochas ornamentais, como a redução de consumo de água e de abrasivos no
processo de desgaste superficial.
Materiais: Síntese e Aplicações
III Seminário de Projetos de Pós-Graduação em Parceria – 26 de setembro de 2018 7
PRODUÇÃO DE FILAMENTO COMPÓSITO DE POLI(ÁCIDO ÁTICO) (PLA) COM RESÍDUO
MINERAL COMO MATÉRIA PRIMA NA IMPRESSÃO 3D
Marceli do Nascimento da Conceição
Químico, D.Sc. Programa de Engenharia Metalúrgica e de Materiais PEMM/COPPE/UFRJ
Rossana M.S.M. Thiré, Roberto C.C. Ribeiro,
RESUMO ESTRUTURADO
Introdução e fundamentação teórica
A tecnologia de fabricação 3D pode ser aplicada em diferentes áreas, tal inovação tem possibilitado um novo
sistema de fabricação. Dentre essas tecnologias a Impressão 3D ou Deposição por Extrusão (FDM) é a técnica
mais largamente utilizada. Mas apesar disso, sua grande aplicação se concentra na produção de protótipos.
Tendo em vista a importância da técnica na produção de peças finais, principalmente para peças unitárias, há
cada vez mais grupos de que estudam a melhoria das propriedades mecânicas das peças produzidas por
Impressão 3D bem como aumentar a variedade de matriz polimérica como fonte de matéria prima. Uma das
vertentes de estudo tem sido a formulação de um filamento compósito de fibras ou partículas.
Objetivo
Neste trabalho foi utilizado o resíduo fino, resultado dos cortes das chapas do mármore Bege Bahia, com
Poli(ácido lático)(PLA) na formulação do filamento utilizado como matéria prima para impressão 3D.
Metodologia utilizada
As partículas do resíduo foram desaglomeradas e medidas no Mytos. Depois foram feitos corpos de prova foram
fabricados por impressão 3D a partir de filamentos extrudados de PLA contendo 0,5,10 e 20% m/m de resíduo.
Foram feitos ensaio de Análise Dinâmico Mecânica (DMA), Calorímetro Diferencial por Varredura (DSC) e
Análise Termogravimétrica (TGA). As amostras foram confeccionadas na com os parâmetros de: velocidade de
40mm/s; 0,1mm de camada na 3DCloner.
Resultados mais relevantes obtidos/esperados
Os resultados da análise granulométrica indicam tamanho médio de 10 µm com o pulverizador elétrico. Segundo
as análises de TGA o início da degradação térmica para as composições de 10 e 20% foram de 309 e 286°C,
respectivamente, indicaram uma melhor estabilidade térmica frente ao PLA puro 277°C. Na análise de DSC,
Segundo as amostras do DMA a curva de Tan Delta não indicou variação com a inserção das partículas,
indicando que não houve variação na temperatura de Transição Vítria (Tg) em relação ao polímero puro.
Considerações sobre a contribuição do trabalho
Conclui-se que foi possível a utilização do resíduo mineral produzida pelo método Top-Down como carga no PLA
para ser utilizado como matéria prima para peças produzidas por impressão 3D. Isto somente foi possível devido
a desaglomeração das partículas, sendo isso uma inovação, pois não foi reportado anteriormente na literatura
filamento com resíduo mineral. Por fim, a inserção das partículas não afetaram as propriedades do PLA puro.
Materiais: Síntese e Aplicações
III Seminário de Projetos de Pós-Graduação em Parceria – 26 de setembro de 2018 8
CARACTERIZAÇÃO, BENEFICIAMENTO E APLICAÇÃO IN LOCU DA PALYGORSKITA COMO
ADSORVENTE DE HERBICIDAS EM MEIOS AQUOSOS GERADOS NA AGRICULTURA.
Marcelle Lemos Amorim de Cerqueda Geóloga, Doutoranda do Programa de Pós-graduação em
Análise de Bacias Sedimentares e Faixas Móveis (PPGABFM-UERJ)
Luiz Carlos Bertolino Geólogo, D.Sc.; Tecnologista Sênior Centro de Tecnologia Mineral (CETEM)
RESUMO ESTRUTURADO
A palygorskita ou atapulgita caracteriza-se por um argilomineral hidratado, com estrutura tipo 2:1, possuindo uma
morfologia microfibrosa, carga de superfície baixa, alto teor em magnésio e área de superfície específica elevada
(NEAMAN e SINGER, 2004). Segundo Brindley (1951), a palygorskita tem a fórmula química representada por
Si8Mg5O20(OH)2(OH2)4.4H2O. É um mineral industrial de ampla aplicação em diversos meios, tais como, fluídos
de perfuração de poços, descorantes de óleos vegetais e minerais revelando-se também como um excelente
adsorvente devido as suas propriedades de superfície.
No Brasil, o principal depósito de palygorskita está situado no município de Guadalupe, Piauí, distribuído por
uma área de cerca de 700 km2. A ocorrência da palygorskita está associada a solos argilosos de regiões áridas e
semi-áridas, cujo contexto geológico insere-se na Bacia Sedimentar do Parnaíba.
O herbicida ácido diclorofenoxiacético (2,4D) cujo princípio ativo é o glifosato, apresenta ampla utilização na
agricultura para o controle de ervas daninhas, sendo reconhecidamente tóxico e carcinogênico, provocando
danos ao fígado, ao coração e atacando o sistema nervoso central, podendo causas convulsões (VIEIRA e
PRADO, 1990).
Yunfei Xi et al. (2010) testaram a utilização da palygorskita organofilizada com os surfactantes OTMA e DODAB
obtendo uma eficiente adsorção do 2,4D. Rodrigues et al. (2016 e 2018), mostraram que a palygorskita
organofilizada com o surfactante CTAB apresenta alta capacidade de adsorção do glifosato, ambos os estudos,
indicam que esse argilomineral é um importante adsorvente em efluentes aquosos contaminados com
herbicidas.
A capacidade de adsorção da palygorskita é potencializada através da pelotização que impede a segregação e
migração de finos através da criação de espaços vazios acessíveis ao fluxo de soluções, aumentando a
superfície de contato da solução com a amostra e facilitando a adsorção em efluentes líquidos (FURLANETTO
et al., 2016).
O presente estudo tem como objetivo o beneficiamento, caracterização mineralógica da palygorskita da região
de Guadalupe (PI), a fração inferior a 635 mesh será submetida à pelotização e organofilização com o
surfactante CTAB (sal quaternário de amônio), com posterior aplicação in locu na área de São Pedro da Serra,
município de Nova Friburgo (RJ), de uso agrícola e tendo como intervenção antrópica negativa a aplicação
indiscriminada de herbicidas cujo princípio ativo é o glifosato.
Materiais: Síntese e Aplicações
III Seminário de Projetos de Pós-Graduação em Parceria – 26 de setembro de 2018 9
AVALIAÇÃO DE DIFERENTES TIPOS DE AGLOMERANTES PARA A PRODUÇÃO DE
PALYGORSKITA PELOTIZADA PARA A APLICAÇÃO EM PROCESSOS DE ADSORÇÃO DE
METAIS PESADOS EM COLUNA DE LEITO FIXO
Karla Mayara Arguelles Simões
Química, MSc. Programa de Pós Graduação em Química – IQ/UFRJ
Lídia Yokoyama
Química, D.Sc. EQ/UFRJ
Fernanda Arruda Nogueira Gomes da Silva Química, D.Sc. IQ/UFRJ
Luiz Carlos Bertolino Geólogo, D.Sc. CETEM/MCTI
RESUMO ESTRUTURADO
A palygorskita é um silicato hidratado de alumínio e magnésio, cuja estrutura apresenta microporos e canais,
bem como partículas alongadas e granulometria fina (abaixo de 37 µm), conferindo a este argilomineral uma
elevada área superficial e alta capacidade de troca catiônica, possibilitando sua aplicação no processo adsortivo
para remoção de íons metálicos. Sua aplicação na adsorção de metais contidos em efluentes industriais, em
processo de batelada, é complexa, pois a granulometria fina do material é um fator limitante na etapa de
filtragem. Dessa forma, o objetivo deste trabalho é viabilizar a produção de pelotas, estudando a adição de
diferentes aglomerantes, com o intuito de obter uma pelota estável e resistente. A amostra de palygorskita foi
submetida aos processos de cominuição por meio de britador de mandíbula, moagem em moinho de barras a
úmido, seguida por classificação granulométrica à úmido com conjunto de peneiras de 300 a 45 µm e separação
magnética à úmido no equipamento BOXMAG RAPID em campo de 15 kGauss. A fração abaixo de 45 µm não
magnética foi submetida a uma nova classificação granulométrica à úmido com peneira de 20 µm, onde a fração
passante foi pelotizada em disco de diâmetro de 35 cm, velocidade de rotação 50 rpm, ângulo de inclinação de
45º e tempo de pelotamento, aproximadamente, de 20 minutos. Os aglomerantes testados foram casca de
banana, WAX, PVA, cola transparente e bicarbonato de sódio. Dentre as pelotas produzidas, a combinação de
palygorskita com casca de banana e WAX, bem como a com a cola transparente demonstraram resultados
promissores, visto que as pelotas apresentaram maior estabilidade ao meio aquoso e resistência física. Sendo
assim, essa pesquisa engloba o desenvolvimento e o aprimoramento de novas técnicas envolvendo a utilização
de palygorskita beneficiada visando sua aplicação ao tratamento de efluentes industriais.
Processamento Mineral: Flotação
III Seminário de Projetos de Pós-Graduação em Parceria – 26 de setembro de 2018 10
OTIMIZAÇÃO DO CIRCUITO DE BENEFICIAMENTO DO MINÉRIO DE SANTA QUITÉRIA E
ESTUDOS FUNDAMENTAIS COM OS MINERAIS APATITA E CALCITA NA FLOTAÇÃO COM
O USO DE GÁS CARBÔNICO
Amanda Soares de Freitas Eng. De Minas. Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Minas, Metalúrgica e Materiais - UFRGS
Rafael Teixeira Rodrigues - UFRGS e Elves Matiolo - CETEM/MCTIC Eng. de Minas, DSc; Eng. de Minas, DSc.
RESUMO ESTUTURADO
A separação por flotação entre os minerais apatita, calcita e dolomita é difícil dada a semelhança entre as
propriedades superficiais desses minerais. O beneficiamento de depósitos de fosfato tanto de origem sedimentar
quando ígnea com alto conteúdo de carbonatos como ganga é um grande desafio. Os estudos desenvolvidos
utilizando o processo de flotação entre minerais de carbonatos e apatita que envolve o uso de gás carbônico
injetado no sistema de geração de bolhas das máquinas de flotação em substituição aos ácidos inorgânicos
fortes (H2SO4 e H3PO4), mostram que essa tecnologia tem grande potencial de aplicação para a concentração da
apatita (com urânio associado) do minério de Santa Quitéria. Dada a grande dependência do Brasil de
importações de fertilizantes fosfatados e a necessidade do uso do urânio para aplicação na geração de energia
elétrica, além de ser imperativo a atenuação dos problemas causados pelo acúmulo de íons Ca2+ e PO42- nas
águas residuais de processo devido ao uso de ácidos inorgânicos fortes, o desenvolvimento deste projeto de
pesquisa visa otimizar o circuito de beneficiamento avaliando o efeito da retirada apenas da lama natural do
minério, sem a retirada da lama oriunda da etapa de moagem (lama gerada), sob o desempenho do processo de
flotação de calcita e apatita com CO2; melhorar as condições para reuso das águas de processo e possível
descarte nos mananciais próximos ao empreendimento e além disso contribuir para o entendimento dos
mecanismos envolvidos na separação entre os minerais de calcita e apatita presentes no minério de Santa
Quitéria com o uso de gás carbônico. O projeto de pesquisa está em fase de desenvolvimento da otimização do
circuito de beneficiamento em especial na etapa de preparação do minério para composição dos fluxos de
alimentação da flotação (classificação, moagem e deslamagem). Os resultados obtidos mostram que a alteração
no circuito de preparação previamente a flotação considerando apenas a retirada da lama natural sem a retirada
da lama gerada após a etapa de moagem leva a ganhos significativos na recuperação metalúrgica de P2O5
(de aproximadamente 96,5%) comparando com os resultados obtidos nos ensaios anteriores em que a lama
gerada e a lama natural foram retiradas do processo em uma única operação unitária, que foi de
aproximadamente 83,6% de P2O5 . O próximo passo será a avaliação do efeito da presença da lama gerada na
alimentação da flotação de calcita com o uso de CO2. Serão estudadas as principais variáveis, tais como,
dosagem de coletor, tempo de residência, razão ar/CO2 em escala de bancada e contínua na MPP do CETEM.
E por fim serão realizados estudos fundamentais com o objetivo de contribuir para o entendimento dos
mecanismos envolvidos no processo de separação de calcita/apatita utilizando CO2.
Processamento Mineral: Flotação
III Seminário de Projetos de Pós-Graduação em Parceria – 26 de setembro de 2018 11
FLOTAÇÃO DE XENOTIMA A PARTIR DOS REJEITOS DO CIRCUITO DE CASSITERITA
Vicente Paul Juárez Soto Eng. De Materiais, Mg.Sc. Engenharia de materiais
e processos químicos e metalúrgicos - DEQM/PUC-Rio
Elves Matiolo, Eng de Minas, MSc, DSc, COPM/CETEM; Eduardo Brocchi, Eng Metalurgista, PhD, PUC-Rio.
RESUMO ESTRUTURADO
A motivação para este projeto de pesquisa se baseia no interesse do Brasil por desenvolver a sua própria cadeia
produtiva de elementos de terras raras (ETR), para não depender do fornecimento externo, a flutuação de
preços e o monopólio de países como a China, além de desenvolver indústrias que posam agregar valor com
produtos terminados de impacto econômico elevado.
O CETEM vem promovendo pesquisas envolvendo terras raras desde a concentração física passando pela rota
hidro-metalúrgica (extração por solventes), e ainda a remediação dos impactos ambientais produzidos visando à
obtenção de produtos finais para a indústria brasileira. O desenvolvimento de tecnologias industriais para a
obtenção de concentrados de terras raras torna-se vital para o inicio da cadeia produtiva que se quer
desenvolver no país objetivando produtos de alto valor agregado.
O objetivo deste trabalho é do avaliar, baseado no entendimento das propriedades de superfície dos minerais
portadores de terras raras encontradas na literatura e nos resultados experimentais das amostras, uma
justificativa de como é que o processo de flotação de minerais portadores de terras raras acontece desde um
ponto de vista fundamental e dos mecanismos envolvidos, tanto na adsorção do coletor quanto nas interações
com outros minerais presentes no minério que interferem na seletividade do processo.
Para a avaliação dos mecanismos envolvidos, o mineral portador de ETR é submetido a metodologias de
separação gravítica, magnética e eletrostática para obter um concentrado de terras raras. Outra alternativa é
avaliar a flotação com o intuito de simplificar a rota de concentração física anterior visando uma recuperação
mais elevada. Medidas de mobilidade eletroforética, isotermas de adsorção, área superficial BET, microflotação
e flotação são usadas na avaliação dos mecanismos de adsorção, além de ICP-MS, DRX, MEV-EDS e FRX na
caracterização dos minerais e produtos obtidos durante os testes realizados.
Espera-se com isso melhor entender os mecanismos de adsorção predominante do coletor no mineral de
interesse assim como nos minerais da ganga, relação mínima de coletores anfifílicos para a formação de
monocamada e dosagem que permita uma flotação do mineral portador de ETR, produtos da reação se
produzidos na adsorção química, e área de superfície do coletor antes de formar apilhamento de monocamadas.
Susceptibilidade magnética dos minerais que compõem o minério para avaliar a separação magnética como
processo de concentração de terras raras seguido de separação eletrostática também serão avaliados.
Metalurgia Extrativa de Terras-Raras
III Seminário de Projetos de Pós-Graduação em Parceria – 26 de setembro de 2018 12
DESENVOLVIMENTO DE METODOLOGIA PARA SEPARAÇÃO DE ELEMENTOS DE TERRAS-
RARAS LEVES E ANÁLISE DA ATIVIDADE PATENTÁRIA DO SETOR
Rafael de Carvalho Gomes Eng. Químico, M.Sc. Doutorado em Engenharia de Processos Químicos e Bioquímicos EQ/UFRJ
Ysrael Marrero Vera Eng. Químico, D.Sc.
Lídia Yokoyama Eng. Química, D.Sc.
RESUMO ESTRUTURADO
Introdução e fundamentação teórica
O desenvolvimento de processos mais eficientes para a separação dos elementos de terras-raras é considerado
prioridade no Brasil desde 2010. Dentre os diversos minerais que são fontes desses elementos, a monazita se
destaca no Brasil. Esse mineral é rico em terras-raras leves (La, Pr e Nd), sendo que há um desafio grande em
separá-los em elementos individuais devido à similaridade de suas propriedades químicas.
Objetivo
Avaliar o efeito do ácido lático na separação dos elementos de terras-raras (ETRs) leves buscando a obtenção
desses elementos com alta eficiência, com elevado grau de pureza e com o aproveitamento sustentável dos
recursos naturais. Além disso, busca-se também identificar as prioridades de pesquisa e inovação do setor
através de um estudo de prospecção tecnológica.
Metodologia utilizada
Realização de testes em batelada para construção dos diagramas de McCabe-Thiele e utilização da técnica de
extração por solvente dos ETRs leves em regime contínuo e em escala semi-piloto. Além de uma busca em
bases de dados de patentes, coletando informações seguido do tratamento de dados da área de interesse.
Resultados mais relevantes obtidos/esperados
Definir uma rota eficiente para a separação de ETRs leves (La – Pr e Nd) e contribuir para a obtenção de novos
produtos de terras-raras.
Considerações sobre a contribuição do trabalho
Busca-se colaborar para implantação da cadeia produtiva de terras-raras no país, fortalecendo um grupo de
pesquisa de separação e purificação de elementos de terras-raras com a finalidade de desenvolver processos
com menor impacto ambiental.
Metalurgia Extrativa de Terras-Raras
III Seminário de Projetos de Pós-Graduação em Parceria – 26 de setembro de 2018 13
Metalurgia Extrativa das Terras-Raras: Estudo do Processamento da
Monazita e o Controle de Fe
Raphael Cruz Alves Bacharel em Química. Programa de Pós-Graduação em Química IQ/UFRJ
Júlio Carlos Affonso – IQ/UFRJ; Jéssica Frontino Paulino – IQ/UFRJ; Marisa Nascimento – CETEM/MCTIC Engenheiro Químico, D.Sc.; Química, D.Sc.; Engenheira Química, D.Sc.
RESUMO ESTRUTURADO
O projeto foi realizado para o estudo de um concentrado de monazita que ocorre disseminada conjuntamente
com fases minerais de ferro. A remoção de ferro dos licores de lixiviação pode requerer grandes quantidades de
reagentes tais como óxidos, carbonatos ou hidróxidos de cálcio. Além disso, o descarte desses precipitados de
ferro pode elevar os custos de processamento, podendo inclusive afetar a viabilidade econômica do projeto.
Assim, é de suma importância o estudo da extração de terras-raras com o controle das fases minerais contendo
ferro.
Neste trabalho, procurou-se determinar quais variáveis podem estar influenciando para um aumento da
concentração dos íons Fe nos licores de terras-raras, a partir das lixiviações ácida e alcalina de um concentrado
de monazita. Procedeu-se o estudo das duas rotas através de um planejamento estatístico, do tipo fatorial
incompleto, de 2 níveis (Plackett-Burman). Foram consideradas 2 variáveis resposta: % de extração de lantânio,
representando as terras-raras contidas na monazita e, % de extração de ferro.
Os resultados de lixiviação ácida (H2SO4) mostraram valores de % de extração para La e Fe entre 73,1-96,7% e
75,2-99,2% respectivamente. Foi possível determinar a temperatura de lixiviação como a variável mais
importante para os dois elementos estudados. No entanto, a mesma só foi considerada significante, à um nível
de 90% de confiança, para a extração de Fe. Então, aparentemente, o controle dessa variável pode ter influência
no processo seletivo para purificação do licor final na rota estudada. Para os resultados de lixiviação alcalina
(NaOH) os % de extração foram calculados e baixos teores foram alcançados, variando entre 5,0-30,3% para La
e 4,5-23,5% para Fe. Neste caso, a temperatura de lixiviação também foi a variável mais importante para a
extração de La e Fe, levando-se em consideração um nível de confiança de 90%. As demais variáveis de
processo não se mostraram significantes para efeito nos %de extração. Ensaios de lixiviação clorídrica dos
resíduos alcalinos estão sendo ainda planejados para seguimento do estudo. Além disso, outro planejamento
com ensaios, prevento o baking ácido do concentrado, já está em andamento.
O trabalho está incluído nas ações de PD&I na área de terras-raras, considerada temática estratégica no Plano
Diretor da Unidade 2017-2021.
Metalurgia Extrativa de Terras-Raras
III Seminário de Projetos de Pós-Graduação em Parceria – 26 de setembro de 2018 14
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE RECUPERAÇÃO DE ELEMENTOS TERRAS RARAS POR
PENICILLIUM SIMPLICISSIMUM APÓS A DETERMINAÇÃO DA ECOTOXICIDADE
Ludmila Rosa Bergsten Torralba Bióloga, Doutoranda no Programa de Pós Graduação em Biodiversidade e Saúde PPG-BS/IOC/FIOCRUZ
Ellen C. Giese Química, D.Sc. Eng. de alimentos
Daniel F. Buss Biólogo, D.Sc. Saúde Pública
RESUMO ESTRUTURADO
Os Elementos Terras Raras (ETRs) são um grupo químico de grande importância econômica devido as suas
propriedades óticas, magnéticas e catalíticas exclusivas para aplicações industriais. Apesar do aumento no uso
de ETRs no mundo, há controvérsias quanto a sua toxicidade e os possíveis danos a saúde ambiental e
humana. Considerando que os ETRs podem se bioacumular na cadeia alimentar e alcançar o homem, existe
uma busca por métodos que reduzam a liberação desses elementos ainda na fonte como alternativa para
redução da exposição ambiental e humana. A biossorção utilizando diferentes matrizes, incluindo os fungos, é
um método rápido, econômico e ecológico, e permite a separação e recuperação eficiente de ETRs. Deste
modo, o objetivo deste estudo é compreender a toxicidade dos ETRs em organismos de diferentes níveis tróficos
(decompositores, produtores e consumidores primários) para então avaliar o potencial de recuperação de ETRs
através da biossorção, utilizando o fungo Penicillium simplicissimum INCQS 40211, como um método para
proteção da saúde ambiental. Para determinar a concentração tóxica aos organismos optou-se por estudar a
toxicidade de três TRs: Lantânio, Neodímio e Samário, individualmente e em mistura (proporção 1:1 e 1:1:1) em
organismos de 3 níveis tróficos: a) Os fungos Penicillium simplicissimum INCQS 40211 e Aspergillus japonicus
DKNA1 foram utilizados como decompositores; b) As microalgas Raphidocelis subcapitata e Chlorella vulgaris
foram utilizadas como produtores e c) Os microcrustáceos Daphnia similis e Artemia salina foram utilizados
como consumidores. Até o momento o Neodímio foi o elemento mais tóxico para a maioria dos organismos
estudados, com exceção de C. vulgaris. Para esta microalga o Samário foi o TR mais tóxico (CI50 = 185,50 µM: IC
174,01-194,27). O organismo mais sensível ao Neodímio foi o microcrustáceo D. similis (CL50 = 67,70 µM: IC
64,29-71,30) e os organismos com maior tolerância ao Neodímio foram os fungos A. japonicus (CI50 =867,92 µM:
IC 866,78-868,94) e P. simplicissimum (CI50 =813,29 µM: IC 761,90-859,22). Nos testes com as misturas,
observou-se que a presença do Neodímio aumentou a toxicidade para a maioria dos organismos, já que o
mesmo estava presente nas concentrações mais tóxicas aos organismos. Portanto, dos resultados obtidos até o
momento destaca-se que o Neodímio foi o elemento que apresentou maior toxicidade a diferentes organismos
tendo como menor CL50 =67,70 µM (9,75 mg L-1) e como maior CI50 867,92 µM (124,98 mg L-1). Deste modo,
considerando que a maior tolerância aos ETRs foi obtida pelos fungos acredita-se que o fungo P. simplicissimum
será eficaz na biossorção de altas concentrações de ETRs.
Metalurgia Extrativa de Terras-Raras
III Seminário de Projetos de Pós-Graduação em Parceria – 26 de setembro de 2018 15
ESTUDO DA SEPARAÇÃO E OBTENÇÃO DE DISPRÓSIO, A PARTIR DE UM LIXIVIADO DE
XENOTIMA, POR MEIO DA TÉCNICA DE EXTRAÇÃO POR SOLVENTES
Izabel Nunes Ivancko Eng. Químico. Programa de Engenharia Química EPQB/UFRJ
Ysrael Marrero Vera Eng. Químico, D.Sc.
RESUMO ESTRUTURADO
Introdução e fundamentação teórica:
O Projeto do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) Processamento e Aplicações de Ímãs de terras –
raras para Indústria de Alta Tecnologia (PATRIA) é uma iniciativa que tem entre seus objetivos
estruturar/impulsionar o suporte a cadeia produtiva de elementos terras - raras (ETRs), focado na demanda de
tecnologias emergentes, como motores e geradores eólicos de elevado desempenho, à base de ímãs
permanentes. No âmbito do Projeto INCT-PATRIA o Centro de Tecnologia Mineral (CETEM) elaborará um
fluxograma de processo para processamento de minério oriundo da Mina do Pitinga - AM, com objetivo de
produzir soluções contendo elementos terras - raras pesados e separar as frações ricas em samário e disprósio
como subsídio à produção de ímãs permanentes.
Objetivo:
O objetivo geral deste estudo é a separação e obtenção de uma solução do elemento terra - rara pesado
disprósio com elevado grau de pureza (99%), a partir de um lixiviado de xenotima (sintético) mediante a técnica
de extração por solventes.
Metodologia utilizada:
Para realizar a separação e obtenção de uma solução de disprósio com elevada pureza será empregada a
técnica de extração por solventes (SX). O tipo de extratante e sua concentração, assim como pH da solução
aquosa, de cada etapa da obtenção do Dy serão definidos por ensaios de SX em batelada. O número de estágio
e a razão entre a vazão da fase aquoso e orgânica serão determinados a traves da obtenção de isotermas de
extração e aplicação da metodologia de McCabe – Thiele.
Resultados mais relevantes obtidos/esperados:
Com nosso estudo esperamos definir um circuito de separação e obtenção do disprósio utilizando a técnica de
SX a partir de uma mistura de ETRs provenientes da xenotima.
Considerações sobre a contribuição do trabalho:
Este trabalho pretende contribuir com o estabelecimento da cadeia produtiva de terras – raras brasileiras que
servirá de subsídio à cadeia produtiva de ímãs permanentes de terras – raras brasileira.
Ecotoxicidade
III Seminário de Projetos de Pós-Graduação em Parceria – 26 de setembro de 2018 16
RESÍDUO DA MINERAÇÃO DE OURO: DISPONIBILIDADE AMBIENTAL E AVALIAÇÃO DE
RISCO À SAÚDE HUMANA
Daniel Alves Barcelos Química, M.Sc. Programa de Pós-Graduação em Química IQ-UFRJ PGQu/IQ-UFRJ
Fernanda V. M. Pontes Química, D.Sc.
Fernanda A. N. G. da Silva Química, D.Sc.
Zuleica C. Castilhos Geociências, D.Sc.
Introdução e fundamentação teórica
O ouro (Au) pode ocorrer no retículo cristalino de minerais sulfetados como a arsenopirita (FeAsS) sendo
chamado de ouro sulfetado. Após a lavra, o ouro sulfetado passa por processos de beneficiamento e de
concentração que envolvem nove etapas. A etapa de cianetação é objeto de estudo pela quantidade de resíduo
potencialmente tóxico que é gerado. As barragens de resíduos do processamento mineral do Au podem ser
fontes de contaminação ambiental pela presença de As, Cr, Cd, Mn e Pb. A concentração total de um elemento
não fornece informação suficiente sobre a disponibilidade e a toxicidade para o meio ambiente, sendo então
utilizados esquemas de extrações sequenciais (SES) que são capazes de prever as associações dos analitos,
simulando condições ambientais, a partir de solubilizações sucessivas.
Objetivo
O objetivo desse projeto foi estudar o perfil de disponibilidade ambiental dos elementos As, Cr, Cd, Mn, Pb e Zn
em um resíduo de cianetação de ouro e realizar a avaliação de risco à saúde humana em um cenário de
contaminação do solo por esse resíduo.
Metodologia utilizada
Três protocolos de extrações sequenciais (Tessier, Marin (BCR) e Lima) foram utilizados para traçar o perfil de
disponibilidade ambiental. Para a avaliação de risco foi utilizado o software RISC 4® da Groundwater software
prevendo o risco de desenvolvimento de câncer e o perigo à saúde humana de adultos e crianças.
Resultados mais relevantes obtidos
Esse projeto identificou disponibilidade ambiental preocupante de Mn e Pb superior a 75%. O resíduo
caracterizou perigo à saúde dos indivíduos e risco de desenvolvimento de câncer pelas contribuições desses
elementos e pela disponibilidade de As.
Considerações sobre a contribuição do trabalho
Os resultados obtidos apontam para o grande potencial de contaminação que representa as barragens de
resíduo de cianetação de ouro. Pela quantidade de elementos potencialmente tóxicos que podem vir a ser
liberados para o meio ambiente.
Ecotoxicidade
III Seminário de Projetos de Pós-Graduação em Parceria – 26 de setembro de 2018 17
AVALIAÇÃO DOS EFEITOS TÓXICOS EM ORGANISMOS AQUÁTICOS E TERRESTRES
EXPOSTOS A SOLUÇÕES DE ELEMENTOS DO GRUPO DOS LANTANÍDEOS
Silvia Gonçalves Egler Bióloga, M.Sc., Programa de Saúde Pública e Meio Ambiente, ENSP/FIOCRUZ
Enrico Mendes Saggioro Farmaceutico, D.Sc.
RESUMO ESTUTURADO
Os elementos terras-raras (ETR) compõem um grupo de 17 elementos químicos sendo 15 da série dos
lantanídeos, mais escândio e ítrio na tabela periódica. São utilizados em agricultura e em diversas aplicações de
alta tecnologia, como catalisadores, supercondutores, lasers e baterias, e aplicações médicas, como agente de
contraste. Na maioria ocorrem em baixas concentrações no solo, sedimentos e na água, devido à adsorção em
particulados, e por possuírem baixa mobilidade podem se acumular no ambiente devido ao aumento de sua
utilização, sendo considerados como micropoluentes ou microcontaminantes. Embora não seja um elemento
essencial, os lantanídeos possuem características químicas e físicas muito próximas as do cálcio, em particular
o raio iônico. Em consequência, interage com sistemas biológicos cálcio-dependentes. Na biota do solo os ETRs
podem favorecer alguns grupos de organismos em baixas ou moderadas concentrações e reduzem as
populações em altas e extremas concentrações. Até agora, não foram estabelecidos limiares regulatórios para
as concentrações de ETRs e as emissões para o meio ambiente porque a informação sobre os riscos dos ETRs
é escassa. Em consequência, estudos sobre ecotoxicidade, bioacumulação e modo de ação devem ser
desenvolvidos para um melhor entendimento e prevenção dos riscos associados a esta deposição. O objetivo do
estudo é avaliar os efeitos sobre a sobrevivência, reprodução e comportamento de organismos aquáticos e
terrestres expostos a soluções de ETRs. As soluções-estoque de ETRs serão preparadas a partir de óxidos.
Os experimentos serão realizados em sistemas mono-elementares e bi-elementares a partir de soluções
sintéticas. Serão utilizados o microcrustáceo Daphnia similis, as microalgas Ankistrodesmus falcatus, Chlorella
vulgaris e Raphidocelis subcapitata, o oligoqueta Eisenia andrei e sementes de alface, Lactuca sativa.
Os ensaios com os organismos-teste aquáticos seguirão as normas: ensaio agudo com D. similis (ABNT, 2016)
e crônico com as microalgas (ABNT, 2011). Os resultados serão expressos em CE50, concentração efetiva
mediana (D. similis), e CI50, concentração de inibição mediana e Porcentagem de Inibição (microalgas).
Os ensaios com os organismos-teste terrestres seguirão as normas: E. andrei - ensaio agudo ABNT 15537
(2014), crônico OECD 222 (2004), fuga ABNT ISO 17512-1 (2011) e bioacumulação OECD 317 (2010); L. sativa
- brotamento com ISO 17126 (2005). Os resultados serão expressos em CE50 ou CL50, concentração efetiva ou
letal mediana que causa efeito a 50% dos organismos testados, respectivamente, ou % de efeito. As análises
estatísticas serão realizadas utilizando os programas Excel 2010, Trimmed Spearman-Karber e Interpolação
Gráfica. Os resultados esperados são as concentrações biodisponíveis, tóxicas ou não, dos ETRs aos
organismos testados; conhecimento das concentrações tóxicas, imprescindíveis para valores orientadores na
legislação; contribuir para a adoção do tipo de ensaio que melhor caracteriza o tipo de efeito tóxico dos ETRs
aos organismos testados.
Política, Economia e Inovação
III Seminário de Projetos de Pós-Graduação em Parceria – 26 de setembro de 2018 18
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL ECONÔMICO, AMBIENTAL E TECNOLÓGICO DA APLICAÇÃO
DE ALTOS TEORES DE BIODIESEL DE ÓLEO E GORDURA RESIDUAL NO DIESEL UTILIZADO
EM UMA FROTA VEICULAR DO SETOR DE MINERAÇÃO
Emmanuelle Soares de Carvalho Freitas Doutoranda em Gestão e Tecnologia Industrial, GETEC/SENAI CIMATEC
Lúcia Helena Xavier Engenharia de Produção, D.Sc.-UFRJ
Lilian Lefol Nani Guarieiro Química Analítica, D.Sc.- UFBA
RESUMO ESTRUTURADO
A matriz energética mundial e a crescente dependência no consumo de combustíveis fósseis, motivam a busca
por novas fontes de energia que sejam menos nocivas ao meio ambiente. O Brasil tem se apresentado como um
dos países bastante promissores para a produção de combustíveis alternativos, visto sua diversidade de
matérias-primas passíveis de serem utilizadas na produção de biodiesel. Algumas matérias-primas se mostram
mais aptas que outras para o processo de produção desse biocombustível, entre elas, vem ganhando destaque
as matérias-primas residuais pelo seu apelo ambiental, o que antes era resíduo atualmente torna-se insumo,
entre eles, o óleo residual proveniente de frituras. São grandes os prejuízos causados pelo descarte incorreto
desses óleos residuais de fritura, entre os quais estão a poluição do solo e da água e o entupimento das
tubulações da rede de esgoto. A utilização deste resíduo como matéria-prima para a produção de um
biocombustível, representa um conjunto de boas práticas industriais no segmento produtivo de biodiesel, assim
como contribui para mitigar os efeitos negativos que o descarte inadequado pode trazer ao meio ambiente.
O biodiesel tornou-se uma alternativa interessante para substituir o diesel, devido aos seus benefícios
econômicos e ambientais. No entanto, o custo da matéria-prima ainda é a principal questão em fazer do
biodiesel um recurso competitivo de energia, desta forma, os óleos residuais de fritura se tornaram uma opção
atrativa, uma vez que podem ser reciclados após o seu uso. O objetivo deste projeto é propor um estudo de
avaliação do potencial econômico, ambiental e tecnológico da aplicação de altos teores de biodiesel de óleo e
gordura residual no diesel utilizado em uma frota veicular de mineração. Como metodologia, serão feitos testes
em ambiente laboratorial e ambiente relevante, adquirindo informações necessárias para a realização de um
EVTEC, para verificar a viabilidade do projeto. Ao final deste projeto, espera-se analisar a viabilidade técnica,
econômica e ambiental da aplicação de altos teores de biodiesel de óleo e gordura residual no diesel utilizado
em uma frota veicular do setor de mineração e, desta forma, promover o desenvolvimento e aprimoramento de
tecnologias inovadoras, envolvendo as práticas da logística reversa, desde a coleta, processamento na própria
unidade e consumo em frota própria, contribuindo para o crescimento econômico e tecnológico da organização e
do Brasil.
Política, Economia e Inovação
III Seminário de Projetos de Pós-Graduação em Parceria – 26 de setembro de 2018 19
GOVERNANÇA, DESENHO INSTITUCIONAL E REGULAÇÃO NO SETOR MINERAL
BRASILEIRO
Mônica Monnerat Tardin Bastos Analista de Sistemas, M.Sc.
Programa de Políticas Públicas, Desenvolvimento e Estratégias- IE/UFRJ
Orientador: Helder Queiroz Pinto Jr. Economista, D.Sc.
RESUMO ESTRUTURADO
O setor mineral brasileiro ingressa no século XXI com grandes desafios para alcançar um desenvolvimento
sustentável, comprometido com os limites ecossistêmicos e com a equidade intergeracional. O crescimento das
exportações de minérios nas últimas décadas não refletiu em desenvolvimento sustentável da indústria mineral e
nos benefícios socioeconômicos esperados. No contexto político-institucional, as ações públicas mantiveram-se
desordenadas e desarticuladas, com diversas formas de intervenção estatal que, somados a aspectos como
insegurança jurídica, poder de mercado e ao ambiente institucional vigente, mantiveram a regulação mineral
brasileira difusa. Esse cenário provocou a redução da credibilidade regulatória no setor, impactos
socioambientais e a saída de investimentos do país. Torna-se necessário, portanto, aprofundar quais os fatores
que explicam o desenvolvimento sub-ótimo do setor mineral e as falhas do desenho institucional que reduzem a
credibilidade regulatória necessária.
Neste sentido, a presente tese, ancorada na abordagem neoinstitucionalista, apresenta um modelo teórico-
analítico para avaliar o desenho institucional regulatório vigente, com a finalidade de identificar os mecanismos
que exercem pressão sobre o desenho institucional da regulação mineral. A principal hipótese é de que o
exercício das funções regulatórias no setor mineral brasileiro tem sido historicamente caracterizado por uma
forma de regulação difusa. Para construir uma visão conceitual e uma interpretação dos problemas institucionais
e regulatórios que mantém a regulação difusa, a metodologia do trabalho envolveu paralelamente tanto um
desenvolvimento teórico quanto um trabalho de natureza empírica. Os resultados obtidos demonstraram que as
recentes mudanças institucionais evidenciam dificuldades para promover a segurança jurídica, fomentar a
concorrência, reduzir o poder discricionário dos agentes e promover uma mineração sustentável. Outras
evidências ressaltam a necessidade de dar continuidade aos esforços de aproximar a cooperação entre governo,
setor privado e sociedade, a fim de fortalecer a governança regulatória.
Métodos Analíticos
III Seminário de Projetos de Pós-Graduação em Parceria – 26 de setembro de 2018 20
AVALIAÇÃO DO USO DE ÁCIDO FOSFÓRICO NA DIGESTÃO DE AMOSTRAS GEOLÓGICAS
PARA A DETERMINAÇÃO DE ELEMENTOS DAS TERRAS RARAS POR TÉCNICAS
ESPECTROMÉTRICAS
Andrey Linhares Bezerra de Oliveira Químico, M.Sc.; Centro de Tecnologia Mineral e Programa de Pós Graduação em Química PGQU/IQ/UFRJ
Júlio Carlos Afonso Químico e Eng. Químico, D.Sc.; Departamento de Química Analítica, IQ/UFRJ
Maria Inês Couto Monteiro Eng.Química, D.Sc.; Centro de Tecnologia Mineral
RESUMO ESTRUTURADO
O interesse na utilização de elementos das terras raras (ETRs) tem sido tão grande que o desenvolvimento de
métodos analíticos adequados para a determinação das suas concentrações em amostras geológicas tornou-se
cada vez mais necessário. Diferentes misturas ácidas têm sido utilizadas nas digestões de amostras geológicas
para a determinação de ETRs, sendo que a maioria contém ácido fluorídrico (HF) para dissolver os silicatos.
Entretanto, esse ácido é altamente tóxico e seu excesso na solução digerida pode causar vários problemas
analíticos. Por outro lado, o ácido fosfórico (H3PO4), que tem sido pouco utilizado nas digestões de amostras
geológicas, apresenta menor risco de manipulação, é capaz de dissolver alguns silicatos, assim como o HF, e é
compatível com os acessórios de vidro e quartzo dos equipamentos analíticos. Esse trabalho teve como objetivo
avaliar a substituição das misturas ácidas contendo HF por H3PO4 nas digestões de amostras geológicas para a
determinação de ETRs por técnicas espectrométricas. O método de digestão consistiu em dissolver 150 mg de
amostra com H3PO4 concentrado (85% m/m,10 mL) a 290°C por 3 h em um sistema aberto. Seis materiais de
referência certificados (MRCs) e três amostras foram analisados. A fusão alcalina com tetraborato de lítio foi
usada como método de referência. A comparação das técnicas de ICP OES com ICP-MS revelou que ICP OES
apresentou um número menor de interferências espectrais sendo, portanto, a técnica de determinação eleita
para as análises das amostras. Os resultados indicaram que a digestão com H3PO4 em sistema aberto é
adequada para amostras geológicas contendo diferentes composições mineralógicas, exceto aquelas contendo
ETRs associados estruturalmente ao xenotímio e zircão ou contendo inclusões em algum mineral insolúvel. Além
disso, é mais rápida (3 h de digestão) e mais segura quando comparada aos métodos que envolvem o uso de
HF em sistemas abertos. Tendo em vista os resultados obtidos, o método de digestão com H3PO4 mostrou
grande potencial para substituir misturas contendo HF em digestões de várias amostras geológicas, pois foi
capaz de dissolver britolita e também provavelmente torita e titanita, que são minerais silicáticos. O método é
recomendado para laboratórios de rotina onde são realizadas digestões de amostras com mineralogias
adequadas e conhecidas, e não é indicado para laboratórios comerciais que não realizem prévia caracterização.
Métodos Analíticos
III Seminário de Projetos de Pós-Graduação em Parceria – 26 de setembro de 2018 21
DESENVOLVIMENTO DE MÉTODOS DE PRÉ-TRATAMENTO PARA ELIMINAR
INTERFERENTES NA DETERMINAÇÃO DE ÍON AMÔNIO E AMINAS DE BAIXA MASSA
MOLECULAR EM ÁGUAS SALINAS POR CROMATOGRAFIA DE ÍONS
Fernanda Nunes Ferreira
Químico, D.Sc. Programa de Pós Graduação em Química - PGQU/IQ/UFRJ
Júlio Carlos Afonso Químico, D.Sc. (DQA/IQ/UFRJ)
Fernanda Veronesi M. Pontes Químico, D.Sc. (DQA/IQ/UFRJ)
Manuel Castro Carneiro Químico, D.Sc. (COAM/CETEM)
RESUMO ESTRUTURADO
Várias aminas, entre elas a monoetilamina (MEIA), são utilizadas na indústria de petróleo e gás para prevenir
corrosão através da neutralização de agentes corrosivos ácidos e purificar gases ácidos. Portanto, muitos
compostos de nitrogênio são encontrados em águas oriundas de vários processos. A monometilamina (MMA) e
o íon amônio (NH4+) também estão presentes nessas águas, e são oriundos de reações entre o sulfeto de
hidrogênio (H2S) e a triazina de MMA e da degradação térmica e química de aminas, respectivamente. O íon
amônio produzido é responsável por uma diminuição da eficiência de remoção do H2S e uma corrosão acelerada
das instalações da indústria do petróleo. Além disso, esse íon e as aminas, em geral, podem causar danos aos
procedimentos subsequentes de produção de derivados do petróleo, impactos ambientais e danos à saúde do
ser humano. As concentrações do íon amônio e de aminas têm sido determinadas em águas por diferentes
métodos, sendo a cromatografia de íons (IC), uma técnica muito utilizada. Entretanto, quando águas com alta
salinidade, como aquelas do pré-sal que podem conter 18% m/v de NaCl, são diretamente analisadas,
interferências devidas aos íons Na+ e K+ impedem a determinação dos analitos. Nesse trabalho, dois métodos:
de destilação por arraste de vapor (SD) e extração assistida por ultrassom (UAE) foram propostos para a
eliminação dessas interferências na determinação simultânea de NH4+, MMA e MEIA. Eles são simples, rápidos
e eficientes para a eliminação das interferências cromatográficas, e também apresentam inúmeras vantagens
quando comparados com outros métodos publicados: utilização de pequenas quantidades de amostras e
reagentes, etapas pouco laboriosas, análise de águas com altas razões de concentração de Na+/NH4+, MMA e
MEIA (28.000:1 para SD/IC e 56.000:1 para UAE/IC) e de K+/NH4+, MMA e MEIA (12.000:1 para SD/IC e 2.000:1
para UAE/IC), boa precisão (RSD ≤ 7% para SD/IC e RSD ≤ 10% para UAE/IC) e limites de detecção (LDs)
adequados (0,03, 0,05 e 0,05 mg L-1 para SD/IC e 0,02, 0,03 e 0,03 mg L-1 para UAE/IC) para a determinação de
NH4+, MMA e MEIA, respectivamente. O método UAE/IC comparado com o método SD/IC apresentou algumas
vantagens: é mais simples e mais rápido; os analitos podem ser simultaneamente extraídos de várias amostras
dependendo do tamanho do banho ultrassônico; necessita menor supervisão do analista; menores LDs e análise
de águas salinas contendo maiores razões de concentração de interferentes / analitos. Contribuição esperada a
partir dos resultados obtidos: monitoramento analítico de aminas e amônio em águas utilizadas na indústria
petrolífera, controle de processos corrosivos, atender à legislação ambiental vigente de descarte de águas, entre
outras.