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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ FACULDADE CEARENSE CURSO DE BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO JOSÉ CLEIBER DE OLIVEIRA MESQUITA EMPREENDEDORISMO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: DIAGNÓSTICO DE GESTÃO EM UMA ESCOLA-CRECHE À LUZ DA TEORIA DE DORNELAS FORTALEZA 2013

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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ

FACULDADE CEARENSE

CURSO DE BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO

JOSÉ CLEIBER DE OLIVEIRA MESQUITA

EMPREENDEDORISMO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: DIAGNÓSTICO DE GESTÃO

EM UMA ESCOLA-CRECHE À LUZ DA TEORIA DE DORNELAS

FORTALEZA

2013

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JOSÉ CLEIBER DE OLIVEIRA MESQUITA

EMPREENDEDORISMO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: DIAGNÓSTICO DE GESTÃO

EM UMA ESCOLA-CRECHE À LUZ DA TEORIA DE DORNELAS

Monografia apresentada à Coordenação do

Curso de Administração de Empresas do

Centro de Ensino Superior do Ceará, como

requisito parcial para obtenção do grau de

Bacharel.

Orientador: Professor Ms. Ricardo Cesar de

Oliveira Borges

FORTALEZA

2013

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Bibliotecário Marksuel Mariz de Lima CRB-3/1274

M578e Mesquita, José Cleiber de Oliveira

Empreendedorismo na educação infantil: diagnóstico de

gestão em uma escola-creche à luz da teoria de Dornelas / José

Cleiber de Oliveira Mesquita. – 2013.

136f. Il.

Orientador: Profº. Ricardo Cesar de Oliveira Borges.

Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) – Faculdade

Cearense, Curso de Administração, 2013.

1. Empreendedorismo. 2. Educação - gestão. 3. Perfil

empreendedor. I Borges, Ricardo Cesar de Oliveira. II. Título

CDU 334.722:37

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Aos meus pais, José Alvanir e Conceição de Oliveira, que

souberam me educar; à minha irmã Clébia pelo seu apoio

e, em especial à minha esposa, Lígia Maria que sempre

me ajudou alcançar meus objetivos.

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AGRADECIMENTOS

Ao meu Deus e a Nossa Senhora de Fátima por me manter perseverante,

com saúde e fé para superar os obstáculos da vida.

À cunhada Lúcia, por ter proporcionado meios para concluir o curso.

Ao meu Professor e Coordenador Ricardo Cesar de Oliveira Borges por

me guiar nos caminhos para a realização deste trabalho; aumentando os meus

conhecimentos. Muito obrigado por tudo!

A Vívyann Bezerra Borges, coordenadora pedagógica da Escola-Creche

Vila Criança, por ter proporcionado a acolhida e os meios para viabilizar a pesquisa.

Agradeço a diretora da escola-creche, Alana Maria Alencar Gomes Lessa,

por manifestar o seu interesse e ajuda, junto a mim, contribuindo com suas

informações e suas horas de trabalho cedidas na concretização desta pesquisa.

Ao meu professor de Inglês, Vladimir, que colaborou com a tradução do

resumo do TCC. Muito obrigado!

A todos os professores do Centro de Ensino Superior do Ceará -

Faculdade Cearense que me prepararam para enfrentar os desafios da profissão e

do mercado de trabalho. Aos quais ficarei sempre grato pelas suas disponibilidades

generosas.

Aos meus colegas de salas que, direta ou indiretamente, durante todo o

curso deram opiniões, conselhos e ajudas com os trabalhos e seminários em equipe,

tendo a preocupação em passar experiências de suas vidas e de seus ofícios,

contribuindo para ampliar meus conhecimentos e solidificar nossas amizades.

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Aos que não se contentam com a mesmice, que inovam e

são comprometidos com os seus sonhos.

José Carlos Assis Dornelas

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RESUMO

A sobrevivência das empresas é vista como preocupação por parte dos gestores em meio às mudanças culturais, econômicas e tecnológicas. Com o avanço da ciência administrativa, ao longo do Século XX, modelos de processos gerenciais foram criados para mudar velhos paradigmas empresariais e pesquisadores estudaram formas de lidar com a utilização de recursos humanos e materiais, entre elas o empreendedorismo, estudado em grandes escolas de negócios no mundo. Diante disso, o objetivo primário desta investigação é diagnosticar a gestão empreendedora em uma escola-creche situada em Fortaleza, à luz da teoria de José Carlos Assis Dornelas. Logo, para atender ao objetivo geral deste estudo, utilizou-se uma pesquisa de natureza qualiquantitativa com tipologia descritiva, explicativa e aplicada, após a operacionalização da pesquisa bibliográfica, de campo, por meio de um estudo de caso. Assim, se realizou a aplicação de cinco testes do referido teórico e seis entrevistas estruturadas, como ferramentas para coleta dos dados primários. Estas serviram para autoavaliar o perfil empreendedor da gestora e diagnosticar sua administração. O período de realização ocorreu de 25 de setembro a 25 de outubro de 2012. Como resultado, pode-se atestar que o modelo de administração do negócio da gestora é o ‘tradicional’ e que demonstra pouco conhecimento na área de gestão; apesar de ter comprometimento com seu trabalho e ser conhecedora dos seus clientes. Possui perfis empreendedores denominados de ‘empreendedor que aprende’ e ‘formatador’. Com atitudes em perseguir oportunidades; saber lidar com os riscos em suas negociações; possuir motivação no que faz e experiência de direção. Para complementar, tem um maior autocontrole interno do que externo em relação a sua pessoa. Porém, observou-se pouca insistência na resolução de problemas, com decisões não criativas e pouca habilidade em influenciar ou convencer pessoas para realização de trabalhos e objetivos.

Palavras-chave: Educação. Empreendedorismo. Gestão. Perfil empreendedor.

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ABSTRACT

The survival of companies is seen as a concern by the managers amidst modern, cultural, economic and technological changes. With the advance of administrative science along the twentieth century, models of managerial procedures have been created to change old business paradigms and the researchers studied ways of dealing with the use of human and material resources, including entrepreneurship, studied in the most of business schools in the world. Based on that, the primary purpose of this research is to diagnose the enterprising management in a daycare center located in Fortaleza under the light of José Carlos Assis Dornelas´s theory. Therefore, to fulfill the prime objective of this study, a qualitative and quantitative research was used using explanatory and descriptive typology, bibliographical research, field research, through a case study. Thus, five tests were made based on this theory and six structured interviews were used as tools for collecting primary data. These served to self-assess the manager profile and her administration. The realization period took place from September 25 to 25 October 2012. As a result, we can attest that the management model used to manager is the 'traditional' one and demonstrates little knowledge in management, despite commitment to the work. She features an entrepreneurial profile called 'entrepreneurial learning' and 'formatter'. With attitudes in chasing opportunities; handle with risks; self-motivated attitudes and experience in management. To complement, her internal self-control is much more prominent than the external one. However, a little emphasis on problem solving, with no creative decisions and little ability to influence or persuade people to perform work and aims was observed.

Key-words : Education. Entrepreneurship. Management. Entrepreneurship Profile.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANPROTEC .... Associação Nacional de Entidades Promotoras de

Empreendedorismo Inovadores.

CF 88 .............. Constituição Federal de 1988

Fa7 .................. Faculdade 7 de Setembro

IEL ................... Instituto Euvaldo Lodi

IES .................. Instituição de Ensino Superior

LDB ................. Lei de Diretrizes e Bases da Educação

P&D ................. Pesquisa e Desenvolvimento

SEBRAE .......... Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas.

TCC ................. Trabalho de Conclusão de Curso

UECE .............. Universidade Estadual do Ceará

UFC ................. Universidade Federal do Ceará

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

QUADROS

Quadro 1 Enfoque comportamental ..................................................................... 23

Quadro 2 Processo de comunicação ................................................................... 28

Quadro 3 Características de empreendedores bem-sucedidos ........................... 42

Quadro 4 Características dos empreendedores de sucesso segundo

Dornelas ............................................................................................................... 43

Quadro 5 Características dos empreendedores de sucesso segundo

SEBRAE ............................................................................................................... 45

Quadro 6 Diferenças nos sistemas de atividades de gerentes e

empreendedores .................................................................................................. 48

GRÁFICOS

Gráfico 1 Comprometimento e determinação ....................................................... 69

Gráfico 2 Obsessão pelas oportunidades ............................................................ 70

Gráfico 3 Tolerância ao risco, ambiguidade e incertezas ..................................... 71

Gráfico 4 Motivação e superação ......................................................................... 72

Gráfico 5 Liderança .............................................................................................. 73

Gráfico 6 Marketing .............................................................................................. 75

Gráfico 7 Operações/Serviços .............................................................................. 76

Gráfico 8 Finanças ............................................................................................... 77

Gráfico 9 Administração ....................................................................................... 78

Gráfico 10 Relacionamentos interpessoal/equipes .............................................. 79

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TABELAS

Tabela 1 Pontos do exercício de autopercepção ................................................. 87

Tabela 2 Perfil quando trabalhando em equipe .................................................... 88

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 13

2 A CIÊNCIA ADMINISTRATIVA ........................................................................ 18

2.1 Os pioneiros e os conceitos de administração ............................................... 18

2.2 As funções organizacionais ............................................................................ 31

2.3 Administração nas organizações .................................................................... 33

2.3.1 As competências gerenciais ........................................................................ 33

2.3.2 Os papéis dos gerentes............................................................................... 34

3 EMPREENDEDORISMO................................................................................... 35

3.1 Origem, evolução e conceitos ....................................................................... 35

3.2 Perfil do empreendedor de sucesso e suas tipologias .................................. 41

3.3 Empreender é um processo ........................................................................... 47

3.4 A distinção entre empreendedor e gestor....................................................... 48

3.5 Intraempreendedores ..................................................................................... 51

4 ESTRATÉGIA METODOLÓGICA ..................................................................... 53

4.1 Natureza da pesquisa .................................................................................... 53

4.2 Tipologia da pesquisa .................................................................................... 55

4.3 Objeto de estudo ............................................................................................ 57

4.4 Coleta de dados e instrumento da pesquisa .................................................. 58

4.4.1 Teste de perfil do empreendedor, segundo Dornelas (2007) ...................... 58

4.4.2 Entrevistas estruturadas .............................................................................. 59

4.5 Pré-teste ......................................................................................................... 61

4.6 Procedimentos operacionais da pesquisa ...................................................... 61

4.6.1 Segunda reunião – entrevista estruturada 1 ................................................ 62

4.6.2 Terceira reunião – entrevista estruturada 2 ................................................. 63

4.6.3 Quarta reunião – entrevista estruturada 3 ................................................... 64

4.6.4 Quinta reunião – entrevista estruturada 4 e 5 ............................................. 64

4.6.5 Sexta reunião – entrevista estruturada 4, 5 e 6 ........................................... 64

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4.6.6 Registro fotográfico do objeto de estudo ..................................................... 65

4.7 Tabulação de dados ....................................................................................... 66

5 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ................................ 68

CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 94

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 96

ANEXOS .............................................................................................................. 99

APÊNDICE ........................................................................................................... 121

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1 INTRODUÇÃO

Os avanços histórico-sociais, científicos e tecnológicos que aconteceram

no mundo, a partir do século XX, foram fundamentais para a sobrevivência das

empresas existentes. Entre eles, pode-se citar: o desenvolvimento da educação nas

escolas e universidades, estudos e pesquisas voltados aos empresários para

utilizar-se de novos modelos de gestão empresarial, descobertas tecnológicas para

proporcionar qualidade aos produtos manufaturados, melhores formas de se

trabalhar nas áreas administrativas, de produção e de serviços, conquistas no

âmbito das questões dos direitos humanos e trabalhistas e surgimento de novas

fontes de recursos e capitais para investimentos. Estes fatores influenciaram

sensivelmente na abertura e manutenção de micro, pequenas, médias e grandes

corporações nos três setores econômicos; indústria, comércio e serviços.

Desbravadores daquele século, teóricos e pesquisadores das diversas

áreas sociais, científicas e econômicas deram suas significativas contribuições. No

cenário empresarial, destacaram-se grandes nomes como Frederic Winslow Taylor

[1856-1915], Henri Fayol [1841-1925], Elton Mayo [1880-1949], Peter Ferdinand

Drucker [1909-2005]. Suas habilidades e experiências técnico-científicas e

gerenciais eram ensinadas e aplicadas como formas de melhorias de produtividades

nas organizações, independente do setor e porte.

As contribuições deixadas pelos estudiosos na área de gestão foram

relevantes para empreendedores do setor de educação. Introduzidas nas

organizações educacionais, tiveram que se profissionalizar no que se refere ao

ensino e ao gerenciamento escolar. Entretanto, antes dessa tendência, fizeram-se

necessárias, no Brasil, reformas sobre direitos humanos e educação.

A educação, no Brasil, adquiriu sua importância como estrutura e

desenvolvimento econômico e social a partir das duas últimas décadas do Século

XX, notadamente a partir da CF 88. Esta relevância se deve ao fato do crescente

debate a respeito da política educacional brasileira. Psicólogos, médicos,

nutricionistas e assistentes sociais observaram a necessidade de uma qualidade de

vida e de educação já na infância (FONSECA, 1998). Com esta visão, os

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profissionais proporcionaram, mas com muitas dificuldades sociais, o caminho para

se chegar a uma sociedade melhor.

Apesar de que desde o início do século, grandes educadores como Anísio

Teixeira, Paulo Freire, Florestan Fernandes, Darcy Ribeiro, Lourenço Filho já tinham

a preocupação com uma educação digna para todos. Porém, antes da atual

constituição federal brasileira, as crianças eram tratadas apenas como

responsabilidade assistencial por parte de dirigentes e governantes. Portanto, esses

profissionais viabilizaram estudos na pedagogia; com foco nas crianças até seis

anos de idade, a tão chamada pré-escola.

De acordo com Fonseca (1998, p. 198) “A produção acadêmica sobre o

tema tem aumentado, bem como também a consciência da necessidade de uma

política de educação infantil, integrada e articulada nas três esferas de governo:

União, estados e municípios”. Entretanto, antigamente a educação pré-escolar era

vista como artigo de luxo de país rico ou um mal necessário, sendo um risco aos

laços familiares. Hoje, essas críticas foram superadas (FONSECA, 1998).

Com isto, os avanços na educação infantil passaram por muitas

aprovações governamentais e sociais. Os movimentos sociais ligados aos direitos

das crianças e das mulheres fortaleceram-se ao ponto de reivindicarem a expansão

de instituições educativas e assistenciais à infância (FONSECA, 1998). Os

movimentos se intensificaram na década de 1980 com vozes inconformadas, a

busca por cidadania, dignidade e direitos. As pressões sobre o Estado existiram - a

luta por uma implantação de políticas sociais básicas: educação e saúde.

As reivindicações aclamadas exigiam uma maior atenção por parte do

poder público, ao que se referiam: a questão da infância, questão familiar e social

dentro de um contexto político e econômico. É no ano de 1988, com a Constituição

Federal do Brasil, que a pré-escola ganha destaque como direito adquirido. Segundo

Fonseca (1998, p. 199),

o movimento em favor da educação infantil no Brasil adquiriu maior força na luta pela democratização do País. Por ocasião da Constituinte encarregada de elaborar a Constituição, que foi aprovada em 5 de outubro de 1988, houve muitos debates e manifestações reivindicando a inclusão da pré-escola como direito. Valeu o esforço, pois a Constituição atual reconhece como dever do Estado o atendimento em creches e pré-escolas.

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Ao analisar a citação acima, verifica-se que a inclusão do direito à pré-

escola pela Constituição teve suas dificuldades na sua consolidação. As exigências,

por uma sociedade democrática iam além. A universalidade desses direitos é,

conforme Fonseca (1998, p. 199), “A universalização da educação infantil, destinada

a todas as crianças, sem distinção de raça, cor, sexo, classe ou religião, sem

nenhum tipo de discriminação [...]” Com isto, só vem a confirmar a democracia

oriunda da Constituição.

Na década de 1990, criou-se a Lei Nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996,

Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), uma nova lei no que se referia ao

reconhecimento da instituição de ensino fundamental como parte integrante do

sistema educacional brasileiro.

[...] para a educação brasileira, que se inicia esta nova fase, que terá seus marcos de consolidação nas definições da Constituição de 1988 e na tardia Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 1996. A legislação nacional passa a reconhecer que as creches e pré-escolas, para crianças de 0 a 6 anos, são parte do sistema educacional, primeira etapa da educação básica (KUHLMANN JR., 2000, p. 6).

Com a democratização e em paralelo aos investimentos do governo,

empresários viabilizaram seus capitais para promover uma ampliação do setor de

educação. Com isto, surgiram formas de gerenciar instituições privadas e junto com

isto a constante preocupação na qualidade de seus serviços oferecidos. Portanto, o

espírito empreendedor dos gestores educacionais não deve ser esquecido e, sim,

sempre aprimorado, para que estes continuem desenvolvendo seus

empreendimentos, a fim de se manterem dentro de uma economia competitiva e

com sucesso.

Diante do aludido, o trabalho justifica-se por contextualizar o

empreendedorismo no ambiente escolar. Avança-se nas ciências administrativa e

educacional, notadamente no empreendimento da educação infantil. Pode-se, ainda,

acrescentar que, enquanto diagnóstico organizacional, este trabalho retrata uma

possibilidade de ação decisória no ambiente de negócios de uma escola-creche em

Fortaleza, objeto de estudo ainda não investigado pelo curso de Administração da

Faculdade Cearense.

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Por fim, surge a questão que norteia o presente trabalho de conclusão de

curso: À luz da teoria empreendedora de Dornelas, como é gerenciada uma

escola-creche em Fortaleza?

Com base na questão-problema, emerge o objetivo primário desta

investigação, enquanto o de diagnosticar a gestão em uma escola-creche situada

em Fortaleza à luz da teoria empreendedora de Dornelas.

Para sustentar o objetivo geral, estabelecem-se dois objetivos

secundários, a citar:

apontar o perfil empreendedor da gestora e

identificar características em sua administração escolar, por meio do contexto

das competências gerenciais de Dornelas.

Para atender aos objetivos e responder à pergunta de partida, este

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) encontra-se estruturado em cinco capítulos.

O primeiro, intitulado Introdução, possui o objetivo de apresentar a contextualização

do assunto e a justificativa do tema, o problema de investigação, bem como o

objetivo geral e os específicos e a estrutura do trabalho.

O capítulo 2, nomeado A ciência administrativa, aborda temas gerais e

específicos da administração. Destacam-se: os pioneiros e os conceitos de

administração; as funções organizacionais; a administração nas organizações -

dividido em subitens: os papéis e as competências dos gerentes.

No capítulo 3, denominado Empreendedorismo, trata-se do referencial

teórico formado por cinco tópicos. Demonstra a origem, evolução e conceitos do que

vem a ser empreendedorismo. Aborda-se o perfil do empreendedor de sucesso e

suas tipologias, a ação de empreender como processo, a distinção entre

empreendedor e gestor, bem como uma abordagem sucinta de

intraempreendedores.

No capítulo 4, Estratégia metodológica, apresenta-se a natureza da

pesquisa adotada, a tipologia e objeto de estudo, a coleta de dados e o instrumento

de pesquisa, pré-teste, procedimentos operacionais da pesquisa - dividido em seis

subitens e a tabulação de dados.

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Apresentação e discussão dos resultados, como último capítulo,

apresenta a argumentação respaldada na teoria estudada e nas informações obtidas

junto à instituição em estudo; procura-se demonstrar o perfil da empreendedora e o

diagnóstico obtido em sua atual gestão.

Por fim, seguem-se as Considerações finais, Referências

bibliográficas, Anexos, e o Apêndice, utilizados no trabalho.

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2 A CIÊNCIA ADMINISTRATIVA

Neste capítulo, demonstram-se os princípios, conceitos, características,

funções, comparações e ações relacionadas às ciências administrativas. Diante

disso, o gestor pode utilizar-se destes elementos teóricos para gerir com mais

racionalidade e prudência os recursos materiais e humanos em seus negócios.

Portanto, os fundamentos abordados servirão de meio para se atingir o objetivo

geral da pesquisa.

2.1 Os pioneiros e os conceitos de administração

A administração moderna surgiu nos meios científicos entre o fim do

século XIX e o início do século XX. Para Maximiano (2004), no século XX as

empresas cresciam na medida em que produziam em grandes quantidades. Nos

Estados Unidos e Europa, as empresas cresciam vertiginosamente para atender às

demandas de consumo, distribuindo produtos e serviços essenciais, como:

automóveis, lâmpadas elétricas, aparelhos de som e telefone.

Com tanta produção, houve a necessidade de estudar formas de lidar

com tamanha quantidade de utilização de recursos humanos e materiais. E, uma

das preocupações era a eficiência dos processos de fabricação (MAXIMIANO,

2004). Foi Taylor, engenheiro estadunidense, quem promoveu o movimento da

administração científica, com que descobriu os princípios e técnicas necessárias

para aumentar a eficiência da produção através da racionalização do trabalho.

Para isso, utilizou da maximização da produtividade dos trabalhadores,

com o objetivo da prosperidade econômica. No entanto, era necessário conseguir a

eficiência de tais trabalhadores. Segundo Maximiano (2004, p. 54),

a eficiência, por sua vez, dependeria do redesenho do trabalho e da mudança de atitude dos trabalhadores. O redesenho do trabalho era necessário porque não havia métodos. Sem métodos, os trabalhadores faziam as tarefas de acordo com palpites ou sua intuição e os administradores não sabiam avaliar seu desempenho.

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Os princípios da administração científica, divulgados no estudo Shop

management, em 1903, abordam os objetivos para uma boa administração e

definem métodos para melhorar a execução de tarefas, de acordo com a

compatibilidade dos empregados. Estes objetivos são quatro:

I. O objetivo da boa administração era pagar salários altos e ter baixos custos de produção.

II. Com esse objetivo, a administração deveria aplicar métodos de pesquisa para determinar a melhor maneira de executar tarefas.

III. Os empregados deveriam ser cientificamente selecionados e treinados, de maneira que as pessoas e as tarefas fossem compatíveis.

IV. Deveria haver uma atmosfera de íntima e cordial cooperação entre a administração e os trabalhadores, para garantir um ambiente psicológico favorável à aplicação desses princípios (MAXIMIANO, 2004, p. 55).

As técnicas eram baseadas nos estudos dos tempos e movimentos.

Taylor, ao cronometrar os movimentos dos trabalhadores, dividia suas tarefas; eram

chamadas de unidades básicas de trabalho. Posteriormente, analisava estas

unidades para encontrar a melhor maneira de executá-las e combiná-las para uma

tarefa maior. A eficiência tinha relação com um sistema de pagamento por peças

produzidas em conformidade com o esforço do trabalhador. E, dentre seus métodos,

surgia uma ideia fundamental.

Segundo Maximiano (2004), a produtividade mais elevada resultava em

uma minimização do esforço muscular do trabalhador. Diante disso, a produtividade

era resultante da eficiência e não do esforço. A questão, segundo Taylor, “não é

trabalhar duro, nem depressa, nem bastante, mas trabalhar de forma inteligente”

(MAXIMIANO, 2004, p. 56). Seus métodos e técnicas foram bem aceitos, apesar das

críticas que existiam.

Portanto, as contribuições teóricas e práticas deixadas por Taylor ainda

são utilizadas hoje. As ideias de estudo dos tempos e movimentos, descrições de

cargos, organização e métodos, engenharia de eficiência e racionalização do

trabalho foram ações criadas por Taylor que serviram para o aprimoramento, mais

tarde, pelos japoneses, com o programa chamado kaizen.

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O taylorismo foi desenvolvido paralelo a outra invocação revolucionária do

início do século XX; a linha de montagem dinâmica do empreendedor americano

Henry Ford. Para Maximiano (2004, p. 56), foi Ford, em 1913, “quem elevou ao mais

alto grau os dois princípios da produção em massa, que é a fabricação de produtos

não diferenciados em grande quantidade: peças padronizadas e trabalhador

especializado”.

Foi graças às inovações de Ford que se tornou possível eliminar quase

todos os movimentos desnecessários nas atividades dos trabalhadores. O lendário

estrategista modificou os processos habituais da produção industrial com as novas

técnicas da linha de montagem, trazendo inúmeros benefícios que, nos dias atuais,

ainda são utilizados com frequência.

Logo mais tarde, o engenheiro francês Fayol foi um dos mais importantes

contribuintes no que se refere ao desenvolvimento do conhecimento administrativo

moderno. Maximiano (2004, p. 57) relata: “De acordo com Fayol, a administração é

uma atividade comum a todos os empreendimentos humanos (família, negócios,

governo), que sempre exigem algum grau de planejamento, organização, comando,

coordenação e controle”.

Para Silva (2004), é na escola funcional que estão as visões de

McFarland, de Henri Fayol e de George Terry. Eles consolidaram o conceito de

administração: “é um processo distinto, que consiste no planejamento, organização,

atuação e controle, para determinar e alcançar os objetivos da organização pelo uso

de pessoas e recursos (SILVA, 2004, p. 6)”.

O sistema de administração idealizado por Fayol se dividia em três partes,

conforme Maximiano (2004, p. 58):

I. A administração é uma função distinta das demais funções, como finanças, produção e distribuição.

II. A administração é um processo de planejamento, organização, comando, coordenação e controle. (Na atualidade, há outras interpretações dessa ideia: comando e coordenação foram substituídos por liderança e outras funções da gestão de pessoas; a função de execução foi acrescentada.).

III. O sistema de administração pode ser ensinado e aprendido.

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Fayol foi reconhecido pela separação da administração, em relação às

outras funções da empresa. O que serviu para identificar que os trabalhos dos

gerentes são distintos das operações técnicas da empresa. Esta distinção é

apontada por Fayol e nítida quando se trata do papel dos executivos; nível mais alto

da administração (MAXIMIANO, 2004).

Fayol deixa claro o papel do dirigente:

[...] consiste em tomar decisões, estabelecer metas, definir diretrizes e atribuir responsabilidades aos integrantes da organização, de modo que as atividades de planejar, organizar, comandar, coordenar e controlar estejam numa sequência lógica (MAXIMIANO, 2004, p. 58).

Com o conhecimento desta distinção, foi criada a escola da tomada de

decisão, baseada nas principais reflexões de estudiosos como Peter Drucker e

Stanley Vance, pelo que: “Administração é simplesmente o processo de tomada de

decisão e o controle sobre as ações dos indivíduos, para o expresso propósito de

alcance de metas predeterminadas” (SILVA, 2004, p. 6).

Quando a empresa está organizada é preciso dar ordens aos

colaboradores. Sabendo disso, os gerentes são responsáveis pelo combate ao

excesso de regulamentos, da burocracia e da papelada. E, por fim, Maximiano

(2004, p. 59) diferencia as contribuições: “Taylor cuidou da administração do

trabalho; Fayol cuidou do trabalho da administração”.

Outra teoria aponta na ciência administrativa. A palavra burocracia foi

idealizada no sentido original de organização racional das leis. Já a conotação

negativa da palavra originou-se nas disfunções das organizações burocráticas,

portanto, na forma de lidar com papeis e regulamentos. O tipo ideal de burocracia

criado pelo cientista social alemão Max Weber, na década de 1920, atribui às

sociedades e às organizações modernas em que este tipo é fundamentado o

sistema de normas impessoais e as normas ou leis que regem o comportamento das

pessoas (MAXIMIANO, 2004).

Segundo Maximiano (2004, p. 60), “Weber não tentou definir as

organizações, nem estabelecer padrões de administração [...]. O tipo ideal não é um

modelo prescritivo, mas uma abstração descritiva”. Sabendo disso, Weber explica

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que são pontos comuns existentes a partir da criação de esquemas, em que as

organizações formais modernas controlam máquinas impessoais e funcionam de

acordo com regras racionais; regras dependentes de lógica e não de interesses

pessoais. Essas regras são vistas tanto nas organizações públicas (origem), como

nas privadas ou filantrópicas.

Maxiamiano (2004) afirma que Weber definiu a administração burocrática

como racional e dominante. A chamada autoridade legal-racional: autoridades das

leis. E acrescenta o exercício e a obtenção da obediência, da precisão,

continuidade, disciplina, rigor e confiança. Contudo, os estudos de Taylor, Fayol e

Weber se basearam no desempenho dos recursos e processos, deixando em

segundo plano as pessoas que existiam nas organizações. Elas eram vistas como

apenas recursos de produção; uma visão mecanicista que vinha desde a Revolução

Industrial. No entanto, surgiram preocupações no que se referiam aos

comportamentos dessas pessoas que trabalhavam horas em suas indústrias. O

ponto de vista era o comportamental, sob a ótica de que o desempenho em seus

trabalhos estava relacionado com a forma de lidar com determinadas situações

intrínsecas à própria pessoa e ao seu ambiente de trabalho.

Surgiu, então, a escola comportamentalista ou das novas relações

humanas, desdobrada da Teoria das Relações Humanas, com o foco das relações

humanas nas teorias das organizações. Conforme Silva (2004, p. 217),

A Escola Comportamentalista estabelece críticas à Teoria Clássica e aos princípios gerais por ela estabelecidos, pela sua rigidez e mecanicismo. O comportamentalismo também critica a Teoria da Burocracia pelo seu ‘modelo de máquina’.

Silva (2004) defende que a escola das relações humanas pondera a

administração, sendo um processo social em que as atividades administrativas estão

intrinsecamente vinculadas e subordinadas aos relacionamentos entre pessoas.

Diante disso, o enfoque comportamental fica em primeiro plano e as técnicas,

máquinas e regras em segundo. Segundo Maximiano (2004, p. 61),

[...] O primeiro ramo abrange as teorias sobre o comportamento das pessoas como indivíduos: suas características pessoais. O segundo ramo abrange as teorias sobre o comportamento coletivo nas organizações, cobrindo temas como clima e cultura organizacional e grupos informais.

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Para Maximiano (2004), essas características são demonstradas no

quadro 1.

Quadro 1 Enfoque comportamental

Fonte: Maximiano (2004, p. 61).

Fonte: Maximiano (2004, p. 61)

Relevante é a explanação dos conceitos dessas características

comportamentais, na visão de diversos autores, pois elas existem não somente na

figura de administrador ou de gestor, mas precocemente na figura de empreendedor.

Sendo assim, tem-se nas pessoas, como indivíduos, as competências,

enquanto conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes. Habilidades e

experiências que credenciam um profissional a exercer determinada função.

Referente aos conhecimentos, Fleury e Oliveira Jr. (2001, p. 132, apud SANCHEZ;

HEENE; THOMAS, 1996, p. 9) entendem conhecimento como “o conjunto de

crenças mantidas por indivíduos acerca de relações causais entre fenômenos”.

Conforme Fleury e Oliveira Jr. (2001), as relações causais são causa e efeito

presentes entre eventos e ações imagináveis, como, também, em prováveis

consequências daquelas.

Sobre as habilidades, Robbins (2005, p. 34), destaca que “habilidades

referem-se à capacidade de um indivíduo para desempenhar as diversas tarefas de

uma função. É uma avaliação de tudo o que um indivíduo pode fazer”. Estas se

dividem em dois fatores: habilidades intelectuais e físicas.

Segundo ainda Robbins (2005, p. 34) “As habilidades intelectuais são

aquelas necessárias para o desempenho de atividades mentais – como pensar,

raciocinar e resolver problemas”.

ENFOQUE

COMPORTAMENTAL

ESTUDO DAS PESSOAS COMO INDIVÍDUOS

ESTUDO DAS PESSOAS COMO MEMBROS DE GRUPOS

COMPETÊNCIAS:

CONHECIMENTOS,

HABILIDADES,

ATITUDES,

TRAÇOS DE PERSONALIDADE.

MOTIVAÇÃO

LIDERANÇA

DINÂMICA DE GRUPO

COMUNICAÇÃO

CULTURA

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E ainda define,

Habilidades físicas específicas ganham importância na realização bem-sucedida de serviços mais padronizados e não especializados. Por exemplo, funções que exigem resistência, destreza manual, força nas pernas ou talentos semelhantes [...] (ROBBINS, 2005, pp. 35-36).

Consonante às atitudes, são conceituadas como “afirmações avaliadoras

– favoráveis ou desfavoráveis – em relação a objetos, pessoas ou eventos. Refletem

como um indivíduo se sente em relação a alguma coisa” (ROBBINS, 2005, p. 60).

Essas se limitam de acordo com o estudo do comportamento organizacional em

relação ao trabalho. Portanto, conforme Robbins (2005, pp. 61-62) são três tipos:

1. Satisfação com o trabalho: se refere à atitude geral de uma pessoa em relação

ao trabalho que ela realiza. Uma pessoa que tem um alto nível de satisfação com

seu trabalho apresenta atitudes positivas em relação a ele, enquanto uma pessoa

insatisfeita apresenta atitudes negativas.

2. Envolvimento com o trabalho é o grau em que uma pessoa se identifica

psicologicamente com seu trabalho e considera seu desempenho nele como um

fator de valorização pessoal.

3. Comprometimento organizacional a terceira atitude no trabalho [...] é definido

como a situação em que o trabalhador se identifica com uma empresa e seus

objetivos, desejando manter-se parte desta organização. Assim, enquanto o

envolvimento no trabalho significa uma identificação com as tarefas realizadas, o

comprometimento organizacional diz respeito à identificação com a organização

na qual trabalha.

Segundo Aguiar (2005, p. 291), “Personalidade é um conjunto de traços

psicológicos com propriedades particulares, relativamente permanentes e

organizados de forma própria”. Para ela, a personalidade surge com a interação do

homem em seu meio e que essa tem a capacidade de individualizá-lo na sua forma

de ser, pensar, sentir e agir.

Diante disso, a rotulação de indivíduos não é absoluta, pois a

personalidade é modificável por fatores externos e internos.

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Portanto, Aguiar (2005, p. 292) caracteriza a personalidade:

1. duas pessoas não são iguais; cada pessoa tem um padrão único de características psicológicas;

2. cada pessoa mantém certa consistência psicológica, que permitirá sua identificação e que perdurará no decorrer do tempo;

3. para se compreender a personalidade, não basta identificar traços psicológicos; é importante também entender como eles estão relacionados e como interagem uns com os outros, isto é, como estão organizados;

4. a personalidade (características psicológicas, a organização dessas características e suas propriedades) é um constructo inferido do comportamento observável.

E, ainda, complementa. “Os hábitos, capacidades, motivos, necessidades

e percepções pertencem à personalidade (AGUIAR, 2005, p. 292)”. Contudo,

Robbins (2005, p. 80) conceitua traços de personalidade “Características

amplamente difundidas incluem timidez, agressividade, submissão, preguiça,

ambição, lealdade e acanhamento. Essas características, quando exibidas em um

grande número de situações, são chamadas de traços de personalidades”.

Sobre o estudo das pessoas como membros de grupos, tem-se a

motivação. Sobre o termo motivação, Minicucci (2007, p. 214) define “o termo

motivo vem do elemento MOV = mover. Daí vem a ação de mover, isto é motivação”.

Ele esclarece que a motivação leva o indivíduo a agir em direção a um

objetivo e a responder perguntas do tipo: Por que você escolheu? Por que você

preferiu? Por que você optou?

A motivação para Silva (2004) baseia-se em razões de comportamentos

atribuídos às pessoas; um direcionamento, muitas vezes, com persistência em suas

ações. Portanto, motivação é “alguma força direcionada dentro dos indivíduos, pela

qual eles tentam alcançar uma meta, a fim de preencher uma necessidade ou

expectativa”. Já para Robbins (2005, p. 132), motivação é “o processo responsável

pela intensidade, direção e persistência dos esforços de uma pessoa para o alcance

de uma determinada meta”.

Ao falar sobre liderança é necessário focalizar nos estudos voltados

especificamente para as empresas, já que o estereótipo de líder existe, também, nas

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famílias, grupos e sociedades. A liderança e a administração costumam ser

confundidos. Assim, John Kotter, da Harvard Business School, defende que a

administração se refere ao enfrentamento de complexidade de uma organização;

portanto, a ordem e consistência de planos ou projetos, estruturas e monitoração de

resultados. Enquanto a liderança tem como enfrentamento o ambiente da mudança,

direções e desenvolvimento de uma visão futurística (ROBBINS, 2005). Logo, a

liderança é:

A capacidade de influenciar um grupo para alcançar uma meta. A origem dessa influência pode ser formal, como a que é conferida por um alto cargo na organização. Como essas posições subentendem certo grau de autoridade, uma pessoa pode assumir um papel de liderança apenas em função do cargo que ocupa (ROBBINS, 2005, p. 258).

Não obstante, Silva (2004) aponta que o estudo da liderança, na

atualidade, é vista como uma habilidade funcional de direção, da qual os

administradores devem exercer. Logo, define “é o processo de dirigir e influenciar as

atividades de grupos, no sentido do alcance de objetivos, em uma dada situação

(SILVA, 2004, p. 252)”.

Com isso, Silva (2004, p. 252) apresenta cinco tipos de poder que servem

para o desenvolvimento da liderança. São eles:

Poder de recompensa – é a capacidade de oferecer algo de valor, um resultado

positivo, como meio de influenciar o comportamento de outras pessoas;

Poder coercitivo – é a capacidade de punir ou de reter resultados positivos, como

meio de influenciar o comportamento de outras pessoas;

Poder de especialização – é a capacidade de influenciar o comportamento de

outras pessoas por causa do conhecimento específico ou do entendimento que

alguém detém;

Poder de referência – é a capacidade de influenciar o comportamento de outras por

causa do seu desejo de se identificar pessoal e positivamente com alguém

admirado;

Poder legítimo – é a capacidade de influenciar o comportamento de outras pessoas

em virtude dos direitos do cargo ou da função ocupada.

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Explica Silva (2004) que os poderes de recompensa, coercitivo e legítimo,

têm relação com a hierarquia da organização. Já os poderes de especialização e de

referência são atribuídos aos indivíduos e não à posição hierárquica. Além dos

poderes citados, a liderança tem como forma dois tipos. Segundo Silva (2004, p.

253) são:

1. liderança formal – a qual é exercida por pessoas escolhidas para posições de autoridade formal nas organizações;

2. liderança informal – que é exercida por pessoas que se tornam influentes pelas suas habilidades especiais, que servem às necessidades de outros.

Para ser um gerente eficaz este deve exercer papeis de liderança. E

nesta visão, o trabalho do gerente exige habilidades vinculadas ao gerenciamento.

Por exemplo, o gerenciamento de pessoas, a atenção de determinados símbolos, ou

seja, habilidades de comunicação e uso da linguagem, cerimônias, imagens e rituais

e ambiente físico (SILVA, 2004).

Ao entrar na dinâmica de grupos, uma organização é vista como

macroscópica e microscópica. Nesta divisão,

a macroscópica é um grande grupo de pessoas unidas por objetivos e metas comuns (...). Já a microscópica é uma coleção de grupos inter-relacionados e reconhece que todo o comportamento dos funcionários ocorre dentro e entre esses muitos subgrupos (MONTANA; CHARNOV, 2003, p. 284).

Esses subgrupos são apresentados como grupos formais e informais. O

formal está ligado diretamente às hierarquias e normas, sancionadas pela

organização. O poder organizacional tem poder legítimo que decorre de acordo com

seu projeto na organização. Enquanto o grupo informal é criado pelos funcionários e

não pela organização. Muitos devido a problemas no local de trabalho - grupo de

interesses - e também de atividades externas - grupo de amizade (MONTANA;

CHARNOV, 2003).

Sobre o assunto, comunicação Montana; Charnov (2003) afirma que

para o gerente ter sucesso em suas funções gerenciais é preciso saber se

comunicar com seus subordinados. A comunicação é o meio entre as metas e

padrões de desempenho e a realização do funcionário.

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Para isso, tem-se o processo de comunicação com duas dimensões, a

saber:

A perspectiva organizacional, que examina como a estrutura organizacional em si promove ou atrapalha a comunicação eficaz, e a perspectiva interpessoal, que examina a eficácia da comunicação como uma função do processo básico que envolve duas pessoas (MONTANA; CHARNOV, 2003, p. 311).

Ao descrever o fenômeno do processo de comunicação, ele inicia-se por

meio do emissor, que codifica uma mensagem e finaliza com o receptor,

decodificando-a. Nos extremos, a mensagem é levada por filtros – emissor,

receptor e pelo ruído externo – dos quais podem-se receber interferências e resultar

em comunicação ineficaz. O feedback é o retorno, que, ao mesmo tempo, é

recebido quando a mensagem é enviada. Segundo Montana e Charnov (2003), o

processo de comunicação é esquematizado conforme o quadro 2.

Quadro 2 Processo de comunicação

Fonte: Montana; Charnov (2003, p. 312).

Os atributos do fenômeno do processo de comunicação são conceituados

conforme Montana; Charnov (2003, pp. 312-317), são eles: mensagem é todo

estímulo capaz de evocar uma resposta. A comunicação normalmente ocorre em

uma dentre três formas: escrita, verbal ou visual; codificação e emissão, codificar

uma mensagem implica na formulação de conteúdo e a seleção de um veículo eficaz

para sua transmissão. Conteúdo e veículo precisam ser mutuamente

complementares; filtragem é um processo que ocorre tanto com o emissor quanto

com o receptor de uma mensagem. É um processo psicofisiológico e uma

experiência comum. O psicológico por ter um preconceito ou revelar uma predileção

pessoal, o que causa uma distorção na comunicação. Fisiológico quando no

momento de um diálogo, se existe um barulho de fundo, seu impacto auditivo não é

reconhecido pelo cérebro dessas pessoas; ruído, situado entre a emissão e a

codificação filtro ruído filtro decodificação

feedback

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recepção, é representado por distúrbios atmosféricos que alteram a mensagem;

decodificação é o entendimento da mensagem pelo receptor. Na decodificação a

mensagem não é meramente o processo de aceitação e entendimento da

mensagem filtrada e feedback, liga-se entre o receptor e o emissor. É o retorno da

informação com o poder de modificar a mensagem enviada. É crucial para o emissor

da mensagem.

Para concluir a explicação do quadro 5 – enfoque comportamental, fala-se

da cultura, especificamente da organizacional. Conforme Motta; Vasconcelos (2004),

a abordagem da cultura nas organizações está relacionada aos aspectos interno e

relacional, o que leva a duas visões. A primeira, de que toda organização tem uma

cultura que pode ser variável, imposta desde a sua criação e que se modifica com o

tempo. Eles a consideram como um sistema (conjunto de partes diferentes que

funcionam de forma integrada).

Esse sistema tem como subsistemas o humano e o cultural. Estes são

formados por dois elementos:

elemento informal, pelo conjunto de indivíduos que compõem a organização e pelas suas respectivas subculturas ou “visões de mundo”;

elemento formal, a cultura oficial da empresa – as regras, os padrões, os valores e as formas de comportamento propagadas pelos dirigentes pelos meios de comunicação oficiais (MOTTA; VASCONCELOS, 2004, p. 301).

Estes elementos, quando bem difundidos e trabalhados, abrem caminhos

para novos negócios e estratégias de sobrevivência em ambientes mutáveis. São

fundamentais para a longevidade das empresas. A segunda visão está atrelada ao

fato de a organização ser vista como uma cultura sólida; um bem acabado e de fácil

compreensão. O que não é verdade.

Para Motta; Vasconcelos (2004, p. 304),

Trata-se de um conceito complexo, que apresenta diversas facetas. [...] Pode haver em uma organização relativamente descentralizada uma cultura em comum e subculturas desenvolvidas em diferentes áreas ou departamentos.

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Os departamentos como: marketing, finanças, recursos humanos

possuem como função elaborar formas de desenvolvimento para a organização.

Com isto, os dirigentes têm que ter a preocupação de liderar cada um de acordo

com a cultura, valores e padrões em comum.

Portanto, a principal escola das relações humanas, em que se originou o

chamado enfoque comportamental, surgiu nos Estados Unidos, no final da década

de 1920. Esta escola ficou reconhecida devido a uma experiência realizada em uma

fábrica da Western Eletric, por um grupo de pesquisadores da Universidade de

Harvard. O objetivo era descobrir se as variações na iluminação teriam algum efeito

sobre o desempenho dos trabalhadores (MAXIMIANO, 2004).

Segundo Maximiano (2004, p. 62),

A escola das relações humanas nasceu porque o projeto começou a apresentar resultados estranhos. Aumentava-se a intensidade da luz e a produção aumentava. Diminuía-se e... a produção aumentava também! Em seguida, os pesquisadores ofereceram benefícios: lanches e intervalo de descanso. A produção continuou aumentando. Finalmente, todos os benefícios foram retirados, a produção, ao invés de cair, subiu para uma quantidade espantosa.

Para os pesquisadores, nesses procedimentos não havia qualquer

relação simples e direta sobre os fatores manipulados. Nesse momento, destaca-se

o australiano Elton Mayo [1880-1949], radicado nos Estados Unidos. Diante das

conclusões obtidas em suas pesquisas, Mayo e seus colaboradores criaram uma

nova filosofia de administração. A essência das conclusões obtidas por Mayo era

que o desempenho não estava nos métodos de trabalhos realizados (administração

científica), mas no comportamento das pessoas. Para MAXIMIANO (2004).

A qualidade do tratamento. Bom tratamento, bom desempenho. O sistema social e a lealdade no grupo do que à administração, ou seja, se o grupo fosse leal à administração o resultado era positivo, se fosse leal aos próprios interesses era negativo. Supervisores deveriam não ser capatazes, mas intermediários entre os grupos e a administração superior (MAXIMIANO, 2004, p. 62).

As suas conclusões, junto com outras de autores de sua época,

contribuíram mais ainda para a filosofia das relações humanas. Entre eles, Kurt

Lewin [1892-1947], psicólogo alemão, com as pesquisas sobre influências dos

grupos no comportamento individual, originando conceitos e técnicas de dinâmicas

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de grupos. Já nos anos 1950 e 1960, contribuições sobre liderança e motivação. E,

nos anos 1990, o início da teoria da inteligência emocional.

Para os sistemas ou teoria do pensamento sistêmico, existe a

contribuição do pesquisador e cientista alemão Ludwig Von Bertalanffy, proposta no

final dos anos 1930. Conforme o pesquisador Bertalanffy, “o enfoque sistêmico é a

ideia de elementos que interagem e formam conjuntos para realizar objetivos”

(MAXIMIANO, 2004, p. 63).

A ideia, segundo o pesquisador, é a exploração do ‘todo’ e da ‘totalidade’,

com os seguintes fundamentos:

I. A realidade é feita de sistemas, que são feitos de elementos interdependentes. A realidade não é feita de elementos isolados, sem qualquer relação entre si.

II. Para compreender a realidade, é preciso analisar não apenas elementos isolados, mas também suas inter-relações (MAXIMIANO, 2004, p. 63).

Portanto, de acordo com Bertalanffy:

A teoria dos sistemas é a reorientação do pensamento e da visão do mundo a partir da introdução dos sistemas como um novo paradigma científico, que contrasta com o paradigma analítico, mecanístico e linear, de causa e efeito, da ciência clássica (MAXIMIANO, 2004, p. 64).

Observa-se que, com uma reflexão mais apurada das coisas ao redor, os

sistemas são fundamentais para se compreender a real situação de causa e efeito

no ambiente. Contudo, a visão geral sobre os pioneiros da administração é

demonstrada com sua total relevância. Neste momento, identificar as funções

organizacionais é importante, uma vez que operacionaliza as teorias expostas

acima.

2.2 As funções organizacionais

Pode-se dizer que as funções organizacionais são as tarefas

especializadas, realizadas pelas pessoas e pelos grupos, com a intenção de a

organização atingir seus objetivos. Para Maximiano (2004, p. 28), as funções mais

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importantes de qualquer organização são: “produção (ou operações), marketing,

pesquisa e desenvolvimento, finanças e recursos humanos”.

Na produção (ou operações), a função básica é fornecer o produto ou

serviço da organização. Conforme Maximiano (2004), é uma função genérica que

toda organização tem no seu coração, ou seja, um sistema de operações produtivas,

que se utiliza e transforma recursos, com a finalidade de fornecer bens e serviços

aos clientes. Esses bens são recursos processados enquanto os serviços são

clientes processados.

A função de marketing consiste em estabelecer e manter relação entre a

organização e seus clientes, consumidores, usuários ou público-alvo. Para

Maximiano (2004), o marketing existe tanto na organização lucrativa quanto na não

lucrativa e abrange diversas atividades: pesquisa, desenvolvimento de produtos,

distribuição, preço, promoção e vendas.

Para a função de pesquisa e desenvolvimento tem-se como atividade

principal transformar as informações de marketing, as ideias originais e os avanços

da ciência em produtos e serviços. A função pesquisa e desenvolvimento (P&D) tem

outras tarefas “[...] identificação e a introdução de novas tecnologias (novas

matérias-primas e fórmulas, por exemplo) e melhoramento nos processos

produtivos, para reduzir custos” (MAXIMIANO, 2004, p. 30).

Em finanças, a função financeira é cuidar do dinheiro da organização.

Tem por objetivo a proteção e a utilização eficaz dos recursos financeiros e ao

mesmo tempo manter um grau de liquidez na organização, ou seja, o cumprimento

de seus compromissos (MAXIMIANO, 2004).

Na função financeira, tem-se a tomada de decisão como fator relevante

para o crescimento da organização, por isso, Maximiano (2004, p. 31) abrange:

Investimento, avaliação e escolha de alternativas de aplicação de recursos; Financiamento, identificação e escolha de alternativas de fontes de recursos; Controle, acompanhamento e avaliação dos resultados financeiros da organização e Destinação dos resultados, seleção de alternativas para aplicação dos resultados financeiros da organização.

Logo, saber tomar decisões certas reflete no presente e no futuro da

empresa. As escolhas em que irá aplicar os recursos são determinadas pelas

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qualidades gerenciais do gestor. Não menos importante a função de recursos

humanos ou de gestão de pessoas, segundo Maximiano (2004, p. 31),

[...] tem como objetivos encontrar, atrair e manter pessoas de que a organização precisa [...] envolve atividades que começam antes de uma pessoa ser empregada da organização [...] até depois que a pessoa se desliga.

Para Maximiano (2004), a função de recursos humanos tem como

componentes outras funções: planejamento de mão de obra, recrutamento e

seleção, treinamento e desenvolvimento, avaliação de desempenho, remuneração

ou compensação, higiene, saúde e segurança, administração de pessoal e funções

pós-emprego.

2.3 Administração nas organizações

Nas organizações, existem pessoas responsáveis por outras pessoas,

chamadas de administradores ou gerentes. Formam equipes e sobre estas equipes

possuem autoridade. Conforme Maximiano (2004, p. 37), “A autoridade é um tipo de

recurso que dá aos gerentes a capacidade ou poder de tomar decisões e acionar o

trabalho de seus funcionários e outros recursos”.

2.3.1 As competências gerenciais

Nas organizações, genericamente, os gerentes são chamados de chefes.

Enfatiza-se que todos administram com variadas escalas de utilização de recursos

para atingir objetivos e ainda atesta-se que,

as competências administrativas (ou competências gerenciais) são importantes para qualquer pessoa que tome decisões sobre a utilização de recursos para realizar objetivos, ou que esteja em ambientes onde essas decisões são tomadas (MAXIMIANO, 2004, p. 37).

Tem-se como principais fontes de conhecimentos na arte de administrar

dois aspectos em relação aos gerentes: o seu papel e o seu trabalho nas

organizações.

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2.3.2 Os papeis dos gerentes

Ao observar os gerentes em ação, conclui-se que seu trabalho gerencial é

variado, não padronizado e sem ordem racional, em relação à sequência planejar,

organizar, liderar, executar, controlar. Para Maximiano (2004), essa compreensão

sobre o trabalho gerencial é complementada pelo enfoque funcional com inclusão de

outras atividades e sua classificação em categorias. Outros autores compreendem o

trabalho dos gerentes como,

atividades de tomar decisões (especialmente decisões de planejamento, organização, liderança, execução e controle e decisões sobre o uso do próprio tempo); atividades de processar informações; atividades de relacionar-se com pessoas, de dentro e fora da organização (MAXIMIANO, 2004, p. 38).

Compreende-se que no trabalho gerencial é necessário o uso de

conhecimento, habilidades e atitudes; bem como a observância das características

psicológicas, comportamentais e de liderança. No ambiente organizacional, as

competências gerenciais são relevantes nas tomadas de decisões que, aplicadas

aos recursos físicos e humanos, viabilizam a eficiência das tarefas especializadas da

empresa.

No capítulo seguinte, fala-se sobre o empreendedorismo. Um dos

assuntos específicos da administração e inerente às organizações. O objetivo é

explanar a origem, conceitos, tipos e características empreendedoras, que foram

detectados por estudiosos da área e, ainda hoje, servem de guia para se

empreender com segurança.

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3 EMPREENDEDORISMO

O empreendedorismo é uma das áreas das ciências sociais aplicadas

que, ao longo dos anos, se desenvolveu e ganhou destaque no meio empresarial.

Incentivada pelas culturas empreendedoras de outros países, entra no Brasil por

meio de pesquisadores nas universidades brasileiras e adquire caráter de disciplina

nas grades curriculares de seus cursos, com a finalidade de desenvolver os

estudantes, despertar o espírito empreendedor deles e estimulá-los a criarem seus

próprios negócios.

As consequências dos cursos oferecidos são melhorias na mão de obra

qualificada e capacidade de criar empregos formais; melhorar a distribuição de

renda, alavancar a economia e melhorar a qualidade de vida. O empreendedorismo,

portanto, é uma área de estudo de negócios em expansão que terá reflexo nas

novas gerações, em que “[...] a difusão da cultura empreendedora no mundo será a

grande revolução silenciosa do século XXI[...]” (PALADINO IN DOLABELA, 1999, p.

13).

Contudo, o objetivo deste capítulo é informar os princípios básicos do

empreendedorismo, com a preocupação de demonstrar os tipos, perfis e

características que um empreendedor deve ter ou possa aprender para que não caia

nas “principais armadilhas que espreitam o caminho de empreendedores

descuidados (como escolher sócios de forma insensata e perder o controle sobre a

qualidade dos produtos), (BARON; SHANE, 2007, p. 4)”. Assim, possa auxiliar no

caminho para o sucesso pessoal e profissional, pois, observar a teoria e o objetivo

do empreendedorismo diminui os riscos das ideias, realizações pessoais ou

empreendimentos não serem concretizados a contento.

3.1 Origem, evolução e conceitos

A palavra empreendedorismo é uma tradução do inglês entrepreneurship,

com origem na palavra francesa entrepreneur (empreendedor). Conforme Souza e

Serralvo (2008) ela foi criada no Século XVII, com o objetivo de definir

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características do navegador e explorador Marco Polo, que realizava rotas

comerciais para o oriente com o intuito de vender mercadorias de terceiros por meio

de contratos em que se aventurava a correr riscos físicos e mentais.

Com o passar do tempo, as ações tornam-se curiosidades para

pesquisadores e adquirem embasamento e solidez dentro das universidades

americanas. De acordo com Shigunov Neto, Dencker e Campos (2006), foi

constatado um apanhado histórico citado pelo pesquisador e professor brasileiro

Fernando Dolabela. (Dolabela,1999, apud SHIGUNOV NETO; DENCKER;

CAMPOS, 2006, p. 141) destaca: “Em 1947, a Havard Business School criou um

curso sobre gerenciamento de pequenas empresas, o primeiro passo para o estudo

do empreendedorismo nos meios acadêmicos”.

E continua com sua cronologia evolutiva sobre o empreendedorismo.

Em 1953, Peter Drucker abriu um curso de empreendedorismo e inovação na New York University. Em 1956, durante uma conferência promovida pela University of Colorado, surgiu o ICSB (International Conncil for Small Business), maior associação voltada para a pesquisa de empreendedorismo. Em 1963 foi realizada a primeira publicação científica da área, o Jornal of Small Business Management, hoje órgão oficial do ICSB. Em 1973 foi realizado o primeiro congresso internacional sobre o tema, em Toronto, no Canadá. Em 1978 o Babson College de Boston instituiu a Academy of Distinguished Entrepreneurs para premiar empreendedores (SHIGUNOV NETO; DENCKER; CAMPOS, 2006, p. 141, apud DOLABELA, 1999).

A partir do início da década de 1980, o empreendedorismo chega às

universidades brasileiras. Até este momento, empreendia-se sem base científica,

pelo senso comum, por experiência e por questão familiar, por exemplo. Após a

inserção do assunto no ambiente acadêmico, puderam-se levantar dados e

informações, bem como tratá-los, para se estabelecer um negócio sólido.

Em 1981 surgiu no Brasil o primeiro curso na área, na Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo, pela iniciativa do professor Ronald Degen. A cadeira era chamada de “Novos Negócios”. Em 1984 a Universidade de São Paulo começou a oferecer a disciplina “Criação de Empresas” na FEA/USP, Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP (SHIGUNOV NETO; DENCKER; CAMPOS, 2006, p. 142).

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Desde o desenvolvimento da globalização na década de 1990, no Brasil,

o campo e as atividades vêm em crescente sofisticação e utilização.

Em 1992, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) criou a Escola de Novos Empreendedores (ENE). Também em 1992, o Departamento de Informática da Universidade Federal de Pernambuco criava o Centro de Estudos e Sistemas Avançados de Recife (CESAR), com o objetivo de ser um núcleo de aproveitamento industrial das atividades acadêmicas. Em 1995, a Escola Federal de Engenharia de Itajubá (EFEI), em Minas Gerais, criou o Centro Empresarial de Formação Empreendedora de Itajubá (CEFEI) (SHIGUNOV NETO; DENCKER; CAMPOS, 2006, p. 142).

Foi com o pesquisador e professor Fernando Dolabela, na década de

1990, que a metodologia de ensino do empreendedorismo no Brasil veio a ganhar

força e relevância acadêmica. Na visão de seu amigo e pesquisador canadense

Louis Jacques Filion, Dolabela foi “Profundamente comprometido com a introdução

do ensino de Empreendedorismo no Brasil, ele se tornou um pioneiro na área e tem

realizado uma tarefa titânica” (FILION IN DOLABELA, 1999, p. 15), pois “o Brasil é,

de fato, um dos países com maior potencial empreendedor no mundo” (FILION in

DOLABELA, 1999, p. 16).

Assim, os negócios adquiriram as mais variadas formas. A curiosidade em

saber quais os elementos fundamentais existentes em uma pessoa e na forma como

ela empreende foi tendo sua importância cada vez mais no mundo dos negócios.

Essa relevância tinha como ponto de vista o aprimoramento dos conhecimentos,

habilidades e técnicas que levassem à longevidade e ao sucesso das empresas.

Com base nisto e em pesquisas realizadas em obras renomadas, tem-se os

conceitos e significados de empreendedorismo, empreendedor, empreender e

empresário.

Inicialmente, os conceitos criados por alguns teóricos sobre o termo

empreendedorismo são apresentados. E com base em Dolabela (1999, p. 43, apud

SOUZA; SERRALVO, 2008, p. 3) define-se “empreendedorismo como sendo uma

ciência onde são estudados os aspectos referentes ao empreendedor, seu perfil,

suas origens, seu sistema de atividades, seu universo de atuação”.

Para Pinto (2005, p. 247), o empreendedorismo é um “neologismo

derivado do verbo empreender, também designado por sua competência

empreendedora, significando a ação deliberada de realizar ou tentar realizar algo”.

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Segundo Silva (apud, PINTO, 2005, p. 247) “O empreendedorismo é o

estudo e a implementação do desenho de um negócio, (...) a busca sistemática de

ferramentas e soluções empresariais para os problemas atuais e futuros”. Outro

conceito pode ser atribuído ao empreendedorismo, a saber:

Empreendedorismo é uma arte que pode ser aprendida, praticada e disseminada. Entretanto, requer disciplina, compartilhamento de informações, sede de aprendizado e uma capacidade inequívoca de absorver o conhecimento alheio, o melhor atalho para encurtar a prosperidade no mundo dos negócios e transformar simples ideias em empreendimentos de sucesso (MENDES, 2009, p. XIII).

Segundo Drucker (apud MENDES, 2009, p. XIV) definiu o

empreendedorismo como “um comportamento e não um traço de personalidade e

suas bases são o conceito e a teoria, não a intuição”. Para Cavalcante (2011), o

empreendedorismo é um fenômeno cultural devido a fatores sociais, produto do

ambiente. Com influências oriundas da escola, família e amigos.

Conforme Dornelas (2005, p. 39, apud SOUZA; SERRALVO, 2008, p. 2)

“empreendedorismo é o envolvimento de pessoas e processos que, em conjunto

levam à transformação de ideias em oportunidades”. As ideias transformadas em

oportunidades caracterizam uma pessoa como empreendedora e, por sua vez,

designam ações que levam ao seu crescimento. Portanto,

(...) A palavra empreendedor, de emprego amplo, é utilizada (...) para designar principalmente as atividades de quem se dedica à geração de riquezas, seja na transformação e conhecimento em produtos ou serviços, na geração do próprio conhecimento ou na inovação em áreas como marketing, produção, organização etc. (DOLABELA, 1999, apud SHIGUNOV NETO; DENCKER; CAMPOS, 2006, p. 141).

O termo empreendedor, por sua vez, deriva do verbo empreender,

conforme Ferreira (2004, p. 737),

Empreender [Do lat. *imprehendere, ou em-2 + lat. prehendere] V.t.d. 1. Deliberar-se a praticar, propor-se, tentar (empresa laboriosa e difícil). 2. Pôr em execução [...]. Segue assim seu adjetivo: empreendedor (ô). [De empreender + -dor.] Adj. 1. Que empreende; ativo, arrojado. S. m. 2. Aquele que empreende. [Sin. Ger.: cometedor.].

Segundo Pinto (2005, p. 247), o individuo que empreende é aquela

“Pessoa inovadora, talentosa, criadora, inventiva. Aquele que, utilizando recursos

próprios, instalou, instala ou se prepara para instalar um empreendimento, cuja

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direção e riscos assume”. Dornelas (2007) complementa que alguns aspectos

referentes ao empreendedor são observados em qualquer definição de

empreendedorismo:

1. Iniciativa para criar um novo negócio e paixão pelo que faz; 2. Utiliza os recursos disponíveis de forma criativa, transformando o ambiente social e econômico onde vive; 3. Aceita assumir os riscos e a possibilidade de fracassar (DORNELAS, 2007, p. 8).

Com base nestes aspectos, define amplamente e objetivamente como, “O

empreendedor é aquele que faz acontecer, se antecipa aos fatos e tem uma visão

futura da organização” (DORNELAS, 2007, p. 8). Mas, para que uma pessoa seja

vista como empreendedora, ela deve manifestar ações que levem aos seus

objetivos. Portanto, define-se: “Empreender é a arte de fazer acontecer, de

transformar sonhos em realidade” (DORNELAS, 2007, p. IX).

Para se empreender, supõe-se a necessidade de ter pelo menos duas

atitudes iniciais: a de sonhar e ter ideias. Em princípio, é preciso antecipar-se aos

acontecimentos e, com entusiasmo e uma visão realizadora, transformá-los em

valores. Estes valores podem trazer respeito, admiração e contribuições para que se

tenha uma sociedade mais plena. E, com isso, buscar o equilíbrio ideal das coisas. A

busca desse equilíbrio nos negócios é caracterizada pela forma de como

empreender.

Para isto, exigem do empreendedor atribuições, conhecimentos,

habilidades e atitudes. Bem como, especificamente, uma visão do futuro e técnicas

de processos. Portanto, para se empreender, é necessário adentrar em sistemas

complexos e, ao lidar com imprevisibilidade, é relevante que,

[...] o empreendedor defina com clareza seus objetivos, desdobrando-os em metas, que crie um modelo de negócio e estude seu funcionamento, os elementos e suas relações, faça extrapolações, planeje e execute as ações e analise os efeitos (BERNARDI, 2008, p. 21).

Por fim, demonstram-se a origem e os conceitos do que vem a ser

empresário. O termo empresário teve sua origem na Idade Média, mais

precisamente na França. Naquele tempo, o empresário era visto como uma pessoa

que assumia uma tarefa. Depois, passou a ser uma pessoa corajosa e pouco

honesta, preparada para assumir os riscos financeiros. Vivia às margens da

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sociedade, com o objetivo de enriquecimento pessoal e êxito comercial (MENDES,

2009). Para o mesmo autor, nos séculos posteriores, XVI e XVII, o empresário era

uma pessoa que agia com especulação, sem nenhuma vocação para a produção e

geração de riquezas; uma pessoa não bem vista pela sociedade.

Nesses tempos, o termo era difundido como um ato do monarca ou uma

instituição pública ou semipública que firmava contrato com uma pessoa (MENDES,

2009). Contudo, foi a partir do século XVIII que a palavra se generaliza com o

sentido de designar “aquele que empreende alguma coisa” (MENDES, 2009, p. 4).

A definição de empresário consta no Dictionnaire Universel Du commerce

(1723) de origem francesa. “EMPRESÁRIO: aquele que empreende uma obra”.

Exemplo citado: “um empresário de manufaturas, um empresário de construções;

um mestre-pedreiro; um mestre-escultor” (MENDES, 2009, p. 4).

Para Ferreira (2004, p. 737), define,

Empresário [Do it. Impresario.] S. m. 1. Aquele que é responsável pelo bom funcionamento de uma empresa (2); homem de empresa: [...] 2. Agente econômico que, percebendo oportunidades de lucro, toma a iniciativa de reunir fatores de produção numa empresa (2). 3. P. Ext. Aquele que se ocupa da vida profissional e dos interesses de pessoas que se distinguem por seu desempenho perante o público: [...] Adj. 4. Referente à empresa. [Fem.: empresária. Cf. empresaria, do v. empresar].

Sua definição deixa claro que o empresário tem que ter responsabilidades

inerentes à empresa, bem como a percepção de recursos, não somente materiais,

mas, também, recursos humanos a serem utilizados dentro da organização.

Contudo, é visualizado amplamente na definição de Pinto (2005), quando atesta que

o empresário é,

Pessoa formadora de um capital social que organiza, constitui, implanta e administra uma organização privada com a finalidade de produzir bens e serviços, responsabilizando-se por seu funcionamento e obrigações relativas ao mercado consumidor, às autoridades e à sociedade (PINTO, 2005, p. 253).

E ainda esclarece que:

O novo Código Civil considera empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços, conforme o art. 966. Assim, aqueles que atuavam como firma individual passam a ser empresários (PINTO, 2005, p. 253).

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Assim, podem-se constatar os mais variados conceitos de

empreendedorismo e suas derivações. Não é possível hoje chegar a uma definição

única, visto que vários pesquisadores definem de acordo com as circunstâncias e

períodos; motivo pelo qual se acredita que o termo está em construção. Portanto, as

vastas teorias atribuídas ao campo do empreendedorismo devem ser sempre vistas

como conteúdos mutáveis e adaptáveis. Entre eles, podem-se aproximar os termos

aos aspectos da inovação, da economia e das áreas fins (REBOUÇAS, 2006).

Vinculados aos conceitos, faz-se necessário identificar nos

empreendedores perfis característicos de acordo com seus comportamentos e

experiências. A seguir, são demonstrados esses perfis e suas tipologias.

3.2 Perfil do empreendedor de sucesso e suas tipologias

Na literatura internacional sobre empreendedorismo, a importância de

caracterizar os empreendedores já era visto por pesquisadores como Timmons

(1978), Hornaday (1982), Brockhaus e Horwitz (1986) e Hisrich (1986). Eles

detectaram ‘seis características comuns’, das quais se encontravam

autoempregados, proprietários de pequenos negócios e empreendedores em geral

(FILION, 2000).

A primeira apresenta-se na tenacidade ou pode ser entendido como

teimosia. Ser insistente em algumas ideias é primordial, desde que elas sejam

coerentes com sua forma de agir. A segunda refere-se aos que possuem

capacidade de suportar momentos de obscuridade e dúvidas, portanto, tolerar

ambiguidade e incerteza. Em relação à terceira característica, o empreendedor

precisa observar e fazer bom uso de seus recursos físicos ou humanos. Consonante

à quarta caracterização, faz-se necessário saber onde o empreendedor atua e corre

riscos gerenciáveis. A penúltima atribui à capacidade de ser criativo e imaginário no

que faz e, por fim, procurar ser observador e buscar sempre seus resultados

(FILION, 2000).

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Filion (1991, p. 3) identificou características comuns nos empreendedores

bem-sucedidos, conforme Quadro 3.

Quadro 3 Características de empreendedores bem-sucedidos

Valores e cultura de empreendedorismo adquiridos por meio de contato com, pelo menos, um modelo empreendedor durante a sua juventude.

Experiência em negócios

Diferenciação

Intuição

Envolvimento

Trabalhadores incansáveis

Sonhadores realistas (visionários)

Líderes

Trabalham em rede com moderação

Tem o seu próprio sistema de relações com os empregados

Controladores do comportamento das pessoas ao seu redor

Aprendizagem dos seus próprios padrões

Fonte: Filion (1991), citado por RAE.

Para o professor e pesquisador José Carlos Assis Dornelas, na década

de 1990, no Brasil, o tema ‘perfil do empreendedor de sucesso’ já era muito utilizado

e polêmico.

Segundo suas pesquisas, alguns estudiosos na área rebatiam a ideia de

que, “[...] para ter sucesso é necessário possuir um perfil especial ou um conjunto de

características que distinguem os bem-sucedidos daqueles que não conquistam

seus objetivos (DORNELAS, 2007, p. XVII)”.

Para Dornelas (2007), o reconhecimento de atributos que viabilizaram

uma definição do que seria o perfil do empreendedor de sucesso foram: a

identificação de várias características, traços e formas de agir, bem como maneiras

de pensar. Percebem-se em tais atributos manifestações psicológicas. Esses

atributos podem variar de pessoa para pessoa, pois existem vários tipos de

personalidade, comportamento e cognição humana.

Com isto, é errado afirmar que existe uma definição única sobre o ‘perfil

do empreendedor de sucesso’ tido como absoluta e universal. Para Dornelas (2007,

p. XVII), “Longe de ser uma regra rígida, o que se encontra na literatura e nos

estudos mais profundos sobre o tema nem sempre levam o leitor a uma conclusão

única, com perfil típico e imutável”.

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Dornelas (2007) deixa claro que tais características não se apresentam

somente nos empreendedores, mas podem ser identificadas nas pessoas que não

são empreendedoras. “Na verdade, existem várias características que estão muito

presentes nos empreendedores, mas que também pode estar presentes em pessoas

que não empreendem (DORNELAS 2007, p. XVII-XVIII)”.

Para Dornelas (2007), o empreendedor que chega ao sucesso é aquele

que é determinado, disciplinado. Aquele que faz planejamento de suas ações. E

utiliza-se de habilidades comportamentais, gerenciais e de técnicas sobre os

recursos materiais e humanos utilizados. Portanto, é aquele que,

estabelece metas e marcos de desenvolvimento, analisa seus competidores, adquire novas habilidades, procura desenvolver uma visão de como será o cenário para a grande competição e se antecipa aos acontecimentos...” (DORNELAS, 2007, p. XVIII).

As melhores características pesquisadas são demonstradas no quadro 4

Quadro 4 Características dos empreendedores de sucesso segundo Dornelas

São visionários

Eles têm visão de como será o futuro para o seu negócio e sua vida e, o mais importante, têm a habilidade de implementar seus sonhos.

Sabem tomar decisões

Eles não se sentem inseguros, sabem tomar as decisões corretas na hora certa, principalmente nos momentos de adversidade, sendo um fator-chave para o seu sucesso. E, além de tomar decisões, implementam suas ações rapidamente.

São indivíduos que fazem a diferença

Os empreendedores transformam algo de difícil definição, uma ideia abstrata, em algo concreto, que funciona, transformando o que é possível em realidade (KAO, 1989; KETS de VRIES, 1997). Sabem agregar valor aos serviços e produtos que colocam no mercado.

Sabem explorar ao máximo as oportunidades

Para a maioria das pessoas, as boas ideias são daqueles que as veem primeiro, por sorte ou acaso. Para os visionários (os empreendedores), as boas ideias são geradas daquilo que todos conseguem ver, mas não identificam algo prático para transformá-las em oportunidade, através de dados e informação (...)

São determinados e dinâmicos

Eles implementam suas ações com total comprometimento. Atropelam as adversidades, ultrapassando os obstáculos, com uma vontade ímpar de “fazer acontecer”. Mantém-se sempre dinâmicos e cultivam um certo inconformismo diante da rotina.

São dedicados

Eles se dedicam 24 horas por dia, sete dias por semana, ao seu negócio.

São otimistas e apaixonados pelo que fazem

Eles adoram o seu trabalho. E é esse amor ao que fazem o principal combustível que os mantem cada vez mais animados e autodeterminados, tornando-os os melhores vendedores de seus produtos e serviços, pois sabem, como ninguém, como fazê-lo. O otimismo faz com que sempre enxerguem o sucesso, em vez de imaginar o fracasso.

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Quadro 4 Características dos empreendedores de sucesso segundo Dornelas

(Continuação)

São independentes e constroem seu próprio destino

Eles querem estar à frente das mudanças e ser donos do próprio destino. Querem ser independentes, em vez de empregados; querem criar algo novo e determinar seus próprios passos, abrir seus próprios caminhos, ser seu patrão e gerar empregos.

Ficam ricos

Ficar rico não é o principal objetivo dos empreendedores. Eles acreditam que o dinheiro é consequência do sucesso dos negócios.

São lideres e formadores de equipes

Os empreendedores têm um senso de liderança incomum. E são respeitados e adorados por seus funcionários, pois sabem valorizá-los, estimulá-los e recompensá-los, formando um time em torno de si. Sabem que, para obter êxito e sucesso, dependem de uma equipe de profissionais competente. (...)

São bem relacionados (networking)

Os empreendedores sabem construir uma rede de contatos que os auxiliam no ambiente externo da empresa, junto a clientes, fornecedores e entidades de classe.

São organizados

Os empreendedores sabem obter e alocar os recursos materiais, humanos, tecnológicos e financeiros de forma racional, procurando o melhor desempenho para o negócio.

Planejam, planejam, planejam

Os empreendedores de sucesso planejam cada passo de seu negócio, desde o primeiro rascunho do plano de negócios até a apresentação do plano a investidores, definição das estratégias de marketing do negócio etc. sempre tendo como base a forte visão de negócio que possuem.

Possuem conhecimento

São sedentos pelo saber e aprendem continuamente, pois sabem que, quanto maior o domínio sobre um ramo de negócio, maior é sua chance de êxito. Este conhecimento pode vir da experiência prática, de informações obtidas em publicações especializadas, em cursos ou mesmo de conselhos de pessoas que montaram empreendimentos semelhantes.

Assumem riscos calculados

(...) o verdadeiro empreendedor é aquele que assume riscos calculados e sabe gerenciar o risco, avaliando as reais chances de sucesso. Assumir riscos tem relação com desafios. E, para o empreendedor, quanto maior o desafio, mais estimulante será a jornada empreendedora.

Criam valor para a sociedade

Os empreendedores utilizam seu capital intelectual para criar valor para a sociedade, através da geração de emprego, dinamizando a economia e inovando, sempre usando sua criatividade em busca de soluções para melhorar a vida das pessoas.

Fonte: Dornelas (2007, pp. 5-7).

Conforme Dornelas (2007), os grupos de características mais usuais no

país, pela incubadora de Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

(SEBRAE) estão relacionadas à realização, ao planejamento e ao poder, que

subdividem em várias características específicas inerentes aos empreendedores de

sucesso. Esses grupos de características e suas especificidades são demonstradas

no quadro 5.

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Quadro 5 Características dos empreendedores de sucesso segundo SEBRAE

Grupo de características relacionadas à realização

Busca de oportunidades e iniciativa

Correr riscos calculados

Exigir qualidade e eficiência

Persistência

Comprometimento

Grupo de características relacionadas ao planejamento

Busca de informações

Estabelecimento de metas

Planejamento e monitoramento sistemático

Grupo de características relacionadas ao poder

Persuasão e rede de contatos

Independência e autoconfiança

Fonte: Dornelas (2007, p. 8).

Sobre as tipologias atribuídas aos empreendedores, verifica-se uma

variedade destas pelos autores da área. Conforme Dornelas (2007), não existe um

único tipo de empreendedor; um modelo-padrão, que se tem como um estereótipo

universal. Por isso, observa-se a dificuldade de rotulá-lo. Porém, ele passa a

afirmação de que existe certa facilidade para se tornar um, da qual pode ser

qualquer pessoa.

Segundo estudos verificados por Dornelas (2007), com 399

empreendedores e que deu origem ao livro ‘Empreendedorismo na prática: mitos e

verdades do empreendedor de sucesso’, foram utilizados os testes em anexo desta

investigação para a presente pesquisa. Eles possibilitaram adquirir informações

necessárias para identificar o tipo de perfil da empreendedora pesquisada. No

estudo realizado por Dornelas (2007), ele mapeou oito perfis.

O primeiro perfil, chamado O empreendedor nato (mitológico), são os

que começaram com nada e criaram grandes corporações. Já começaram a

trabalhar desde jovens e adquiriam, ao longo do tempo, habilidades de negociação e

de vendas. São visionários, otimistas, estão à frente do seu tempo e comprometem-

se integralmente na realização de seus sonhos.

O segundo, chamado O empreendedor que aprende (inesperado): é

um tipo comum. São pessoas que se deparam com oportunidades de negócio para

mudar suas rotinas de vidas. Pessoas que nunca pensaram em ser empreendedores

e que diante de uma demorada decisão, assume o desafio de um negócio próprio.

Deixando de lado, muitas vezes, uma carreira em alguma organização.

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O terceiro, O empreendedor serial (cria novos negócios): o

empreendedor serial é muito dinâmico e, por isso, não se contenta apenas com um

negócio e seu crescimento. Criam novos negócios a fim de proporcionar novos

desafios e novas lideranças. É uma pessoa atualizada com sua área, tem

habilidades relacionais e está sempre em busca de novas motivações.

O quarto perfil é O empreendedor corporativo: este tipo foi muito

observado nos últimos anos. Devido à exigência de competitividade nas empresas:

com a preocupação de renovar, inovar e criar novos negócios. São executivos

organizacionais competentes que trabalham em cima de resultados, assumindo

riscos inerentes a sua profissão. Contudo, não tem uma total autonomia no modo de

agir. Desenvolvem estratégias de negociação, comunicação, são ambiciosos e

vendedores de ideias.

O quinto, chamado O empreendedor social: é aquele com uma missão

de vida, construir um mundo melhor para as pessoas. Envolve-se em causas

humanitárias com a intenção de criar novas oportunidades. Uma característica

enfática neste tipo de empreendedor é que se realizam vendo seus projetos tendo

êxitos para os outros e não para si próprios. Tem um papel importante nos países

em desenvolvimento. E é o único que não desenvolve patrimônio financeiro.

O sexto perfil, apresentado como O empreendedor por necessidade: é

aquele que, sem alternativas de trabalho formal ou em situações indesejáveis como

demissão, procura criar seu próprio negócio. Geralmente, na informalidade, seja

vendendo produtos ou oferecendo serviços, pois existe a necessidade de

sobrevivência. Muitas vezes, com pouco retorno financeiro. Contudo, é um problema

social nos países em desenvolvimento, pois devido as suas dificuldades, não

contribui para o desenvolvimento econômico.

O sétimo, sendo O empreendedor herdeiro (sucessão familiar): é o

empreendedor que continua com o legado da família. Empresas familiares fazem

parte da estrutura empresarial. Porém, recentemente, existe a contratação de

executivos de mercado para a administração dessas empresas. A chamada

“Governança corporativa” Entretanto, o objetivo do herdeiro para as empresas é

multiplicar o patrimônio recebido por meio dos seus conhecimentos adquiridos na

família e em sua vida.

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E o oitavo, O “Normal” (planejado): é o empreendedor que “faz a lição

de casa”, ou seja, é aquele que planeja o seu negócio. Empreendedores que fazem

planejamentos de suas ações aumentam a probabilidade de um negócio ser bem-

sucedido. Diminuem os riscos e se preocupam com os próximos passos. Trabalha

com metas e tem uma visão de futuro clara do seu empreendimento.

Portanto, os tipos de empreendedores são destacados nesta seção, com

a finalidade de demonstrar suas existências. O que não quer dizer que não possa

existir outros tipos.

3.3 Empreender é um processo

O empreendedorismo é a arte de empreender e que não se esgota na

concretização de ideias; portanto, nas suas realizações. Deve-se saber que não

basta apenas pô-la no mundo (ideias) e pensar que está tudo resolvido. Empreender

exige, por parte do empreendedor, a percepção e manutenção da ideia como um

processo. O empreendedorismo não é algo estanque, mas sim uma cadeia de

sucessivos elementos que se somam para atingir os objetivos prévios estabelecidos.

Empreendedorismo é um processo – uma cadeia de eventos e atividades que ocorrem ao longo do tempo – em alguns casos, períodos consideráveis de tempo. Ele começa com uma ideia para algo novo – muitas vezes, um novo produto ou serviços (...) o processo não termina com o lançamento do novo empreendimento; ele também envolve a capacidade de administrar uma nova empresa com sucesso após a sua criação (BARON; SHANE, 2007, pp. 5-6).

Para Cavalcante (2011, p. 19), “O processo empreendedor se dá pelo

caminho inicial da identificação da oportunidade de um novo negócio até a

formalização e desenvolvimento deste”. E ainda identifica os elementos existentes

no processo: “os elementos combinados e positivos no processo empreendedor são:

capital humano, experiência profissional, habilidades pessoais e condição financeira

do empreendedor” (CAVALCANTE, 2011, p. 19, apud DOLABELA, 1999).

Não existe diferença quando o negócio é uma simples venda de pipoca,

micro ou pequena empresa, de porte médio ou grande; o processo é o mesmo.

Enfatiza Mendes (2009, p. XIV), “As fases do processo empreendedor são idênticas,

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com maior ou menor importância para cada uma dependendo do volume de

recursos disponíveis para a sua realização”.

A máxima igualmente é valida para o setor de negócio onde a empresa irá

atuar; portanto, deve-se acurar a atenção para o empregador e/ou gestor do

negócio. Com a observação do processo existente ao empreender, faz-se

necessário distinguir empreendedor de gestor, em que se apresentam diante da

inicialização do negócio e durante o desenvolvimento dele. Porém, em algum

momento as funções podem coexistir.

3.4 A distinção entre empreendedor e gestor

No campo do empreendedorismo e da gestão, empreender e gerenciar

são duas ações realizadas que, muitas vezes, por se situarem bem próximas se

confundem em apenas uma. Entretanto, existem distinções entre elas, mas ambas

podem ser consideradas complementares.

Segundo Filion (2000), estudiosos como Wortman e Birkenholz (1991) já

se preocupavam com os aspectos diferenciais para essas ações; mesmo elas tendo

uma visão condensada do campo do empreendedorismo. Segundo os

pesquisadores, essas diferenças situavam no modo como os empreendedores

imaginavam, projetavam e operavam seus sistemas de atividades humanas.

Entretanto, segundo Filion (2000), outros estudiosos como Mintzberg

(1975), Boyatzis (1982), Kotter (1982) e Hill (1992), observaram os trabalhos dos

gerentes e verificaram consideráveis diferenças nos métodos operacionais utilizados

pelos gerentes e empreendedores. Portanto, chegaram às suas distinções

demonstradas no Quadro 6.

Quadro 6 Diferenças nos sistemas de atividades de gerentes e empreendedores

GERENTES EMPREENDEDORES

Trabalham com a eficiência e o uso efetivo dos recursos para atingir metas e objetivos

Estabelecem uma visão e objetivos e identificam os recursos para torná-los realidade.

A chave é adaptar-se às mudanças A chave é iniciar as mudanças

O padrão de trabalho implica análise racional

O padrão de trabalho implica imaginação e criatividade

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Quadro 6 Diferenças nos sistemas de atividades de gerentes e empreendedores (Continuação)

Operam dentro da estrutura de trabalho existente

Definem tarefas e funções que criem uma estrutura de trabalho

Trabalho centrado em processos que levam em consideração o meio em que ele se desenvolve

Trabalho centrado na criação de processos resultantes de uma visão diferenciada do meio

Fonte: Filion (2000, p. 3).

De modo geral, o gerenciamento está associado à racionalidade,

enquanto que o empreendedorismo à intuição, embora, os dois atributos possa ser

considerados predominantes e não exclusivos (FILION, 2000). “Os gerentes

perseguem os objetivos fazendo uso efetivo e eficiente dos recursos. Eles

normalmente trabalham dentro de estruturas previamente definidas por outra

pessoa” (FILION, 2000, p. 3). Com referência aos empreendedores, ele afirma,

As organizações criadas por empreendedores, no entanto, são, na realidade, uma extrapolação de seus mundos subjetivos. O que os empreendedores fazem está intimamente ligado à maneira como interpretam o que está ocorrendo em um setor em particular do meio. Seu conhecimento de um mercado específico ou do desenvolvimento de um novo produto ou de um novo processo fabril irá levá-los a ter uma visão de alguma coisa diferente e a comercializá-la. Definem maneiras de fazer as coisas que refletem o que eles próprios são, e o sucesso deles depende do quanto aquilo que foi definido é adequado e diferente e o quanto isso satisfaz as necessidades variáveis das pessoas. Os empreendedores não apenas definem situações, mas também imaginam visões sobre o que desejam alcançar. Sua tarefa principal parece ser a de imaginar e definir o que querem fazer e, quase sempre, como irão fazê-lo (FILION, 2000, p. 3).

Portanto, percebe-se que a função principal do empreendedor é pensar.

Planejamento, previsão, olhar visionário, entre outros, são elementos inerentes às

habilidades de quem empreende um negócio. Contudo, nem só de pensamento

sobrevive o empreendedor, uma vez que o mesmo trabalha com técnicas e

ferramentas gerenciais; não obstante distinguindo-se do gestor.

Para Bernardi (2008, p. 17),

É crítico compreender os assuntos da gestão em duas dimensões: como empreendedor e como gestor. Os perfis são distintos e complementares; os fins são de responsabilidade do empreendedor, os meios, representados pelas técnicas de gerenciamento e controle, ferramentas gerenciais disponíveis, de orientação à gestão. Pretender tornar o empreendedor um gerente é engessá-lo, assim como querer transformar um gerente em um empreendedor parece ser possibilidade remota.

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Com este esclarecimento, Bernardi (2008), junta os papeis - que são

conflitantes - e delineia empreendedor e gestor.

O empresário exerce dois papeis distintos: de empreendedor e de gerente. Até certo estágio evolutivo da empresa, para que um empreendimento evolua, é preciso, por vezes, romper barreiras. Colocando-se o empreendedor na visão do gerente, há conflito, e isto é claramente percebido quando a decisão envolve riscos, visão estratégica e ruptura; [...] E complementa: [...] Verifica-se então que o empresário, envolvido em dois papeis, deve entender com clareza em qual papel deve investir-se, em face da decisão a ser tomada, entendendo as fronteiras, os limites e utilizando o ferramental gerencial para aprimorar a decisão (BERNARDI, 2008, p. 21).

Com a evolução da empresa percebe-se a necessidade de pessoas

capacitadas para gerenciar e controlar melhor suas atividades.

Para Bernardi (2008), o gerenciamento e o controle de desempenho de

uma empresa podem ser feito por outras pessoas e não necessariamente por

especialistas. Mas, para isso, dependerão da forma de delegação, níveis e de

colaboradores mantidos na empresa. Em relação à separação de papeis, existem a

ambiguidade e os paradoxos que se observam na gestão e no comportamento

individual, existentes nas características típicas de personalidade do empreendedor.

Essas ambiguidades aparecem com o crescimento da empresa, o medo

de perder o controle. Havendo poucos colaboradores, a lealdade deles dá

desconfiança e o gestor se ver como vítima; aprecia aplausos e não a prática de

saber ouvir; com a busca do sucesso de sua empresa, ao atingi-lo, vive tensões

para não perdê-lo.

Com a distinção dos papeis a serem executados pelos empresários, mas

com a falta de inovação e competitividade em seus empreendimentos, estudiosos se

preocuparam em descobrir novos perfis, até então ocultos nos empreendedores e

gestores e que serviram para ampliar seus negócios. Percebeu-se que nem sempre

se empreende em um novo negócio; mas, sobretudo, funcionários de uma empresa

poderiam empreender. Pessoas de uma organização, atualmente conhecidos como

celetistas podem fazer o que os outros fazem, mas de uma forma diferente. Surgiu,

então, o conceito denominado intraempreendedores.

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3.5 Intraempreendedores

Na década de 1980, evidenciou-se que as grandes empresas deveriam se

renovar para garantir sua sobrevivência. Para isso, estudiosos observaram que

empreendedores tinham que utilizar-se de algo a mais em seus empreendimentos.

Esse algo eram perfis gerenciais que os outros não tinham ou que por algum motivo,

não as colocavam em prática. Conforme Maximiano (2004, p. 90), eram:

Inovação, risco e criatividade são competências associadas aos empreendedores, pessoas que estão dispostas a aplicar seus recursos em um novo negócio, sem ter garantia de sucesso e retorno. Era esse o perfil que os novos gerentes deveriam ter.

Diante disso, surge o conceito de intraempreendedor. Por este termo,

pode-se entender que, empreendedores internos que sonhavam e, conforme suas

ideias, assumiam as responsabilidades pelas criações e inovações dentro das

empresas. Esses tipos de funcionários eram o oposto dos conservadores, em que

seguiam manuais tradicionais (MAXIMIANO, 2004). Contudo, veio a aparecer uma

nova tendência firmada pela escola da administração empreendedora, colocando em

prática seus princípios. Para Maximiano (2004, p. 90), esses princípios eram:

Valorização e incentivo a comportamentos como iniciativa, responsabilidade e decisão.

Flexibilidade no uso do tempo e dos recursos organizacionais.

Tolerância a fracassos e erros.

Possibilidade de formação de equipes multifuncionais para exploração de oportunidades e projetos.

Dentro das organizações, alguns desses empreendedores internos

observando seus potenciais deixavam as empresas para se tornarem

empreendedores autônomos. No entanto, as empresas, preocupadas com esses

comportamentos, utilizavam estratégias para retê-los como programas de

participação nos resultados.

Com o propósito de diagnosticar a gestão da empresária e apontar o seu

perfil empreendedor, com observação em suas características pessoal e

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profissional, faz-se necessário abordar a forma como esses objetivos foram

alcançados; a metodologia utilizada para os fins.

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4 ESTRATÉGIA METODOLÓGICA

Neste capítulo, são apresentados os procedimentos metodológicos

utilizados na elaboração e delineamento da pesquisa e a forma de coleta e

tabulação de dados.

Conforme o planejamento da pesquisa e orientação foi definida a

metodologia, com o objetivo de conhecer a empreendedora, através da aplicação de

cinco testes sobre seu perfil empreendedor, fundamentados por Dornelas (2007) e

também a execução de seis entrevistas estruturadas, elaboradas pelo próprio

pesquisador e com orientação do docente, baseados em referenciais teóricos, sobre

as áreas de sua gestão escolar.

Para Marconi e Lakatos (2009, p. 83), “Todas as ciências caracterizam-se

pela utilização de métodos científicos; em contrapartida, nem todos os ramos de

estudo que empregam estes métodos são ciências.” Assim, definem método como,

[...] o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo – conhecimentos válidos e verdadeiros –, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista (MARCONI; LAKATOS, 2009, p. 83).

Segundo Gil (2002), a metodologia são procedimentos descritivos

presentes na pesquisa, com organização peculiar a cada tipo, da qual se necessita

de informações relacionadas ao tipo de pesquisa, população e amostra, coleta de

dados e análise dos dados. Conforme Andrade (2007, p. 119), “Metodologia é o

conjunto de métodos ou caminhos que são percorridos na busca do conhecimento.”

4.1 Natureza da pesquisa

A natureza da pesquisa adotada neste trabalho é classificada como

qualiquantitativa, devido ao uso de dados mensuráveis e de interpretação de

características ao empreender e gerenciar uma escola-creche em Fortaleza à luz da

teoria de Dornelas.

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Sobre o método qualitativo, Andrade (2007, p. 111) conceitua, é “o

conjunto de procedimentos sistemáticos, baseados no raciocínio lógico, que tem por

objetivo encontrar soluções para problemas propostos, mediante a utilização de

métodos científicos.” Portanto, por pesquisa qualitativa, pode-se entender que o

pesquisador interpreta os fatos e procura soluções para os problemas identificados

(SOARES, 2003). Assim, abrange várias situações de pesquisa, tais como:

1. Situações em que se faz necessário substituir uma informação estatística por dados qualitativos.

2. Situações em que as observações qualitativas são usadas como indicadores do funcionamento de estruturas sociais.

3. Situações em que se manifesta a importância de uma abordagem qualitativa para efeito de compreender aspectos psicológicos, cujos dados não podem ser coletados de modo completo por outros métodos, devido à complexidade que envolve a pesquisa (SOARES, 2003, pp. 19-20).

Com relação ao método quantitativo, Oliveira (2002, p. 115) explica que:

O Método Quantitativo é muito utilizado no desenvolvimento das pesquisas descritivas, na qual se procura descobrir e classificar a relação entre variáveis, assim como na relação de causalidade entre os fenômenos: causa e efeito.

Desenvolvido nas pesquisas de âmbito social, econômico, de

comunicação, mercadológicas, de opinião e de administração, o método quantitativo

garante com precisão os resultados e evita as distorções de análise e interpretações

(OLIVEIRA, 2002).

Entretanto, segundo Oliveira (2002), alguns autores não estabelecem

distinções entre os dois métodos, portanto, observam o método quantitativo também

como qualitativo. O mesmo acontece quando dados qualitativos são transformados

em quantitativos ao considerar como parâmetros, “o uso de critérios, categorias,

escalas de atitudes ou, ainda, identificar com que intensidade, ou grau, um

determinado conceito, uma opinião, um comportamento se manifesta (OLIVEIRA,

2002, p. 116)”.

Nesse sentido, o presente trabalho respalda-se nos dois tipos de

métodos, uma vez que busca entender o empreendedorismo na educação infantil

por meio do diagnóstico realizado em um caso especial. Além disso, por meio dos

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aspectos psicológicos da empreendedora, análise de varias áreas da gestão na

escola, a citar, administração mercadológica, administração de recursos humanos,

administração de materiais e logística, administração financeira e administração da

tecnologia da informação e utilização de várias técnicas, como questionários (testes)

e entrevistas. Com isso, a natureza qualiquantitativa da investigação se faz

justificada.

4.2 Tipologia da pesquisa

A classificação desta pesquisa é baseada na taxionomia de Vergara

(2009) que a qualifica em dois aspectos: quanto aos fins e quanto aos meios. Para

Vergara (2009, p. 45), “Quanto aos fins - trata-se de uma pesquisa descritiva, pois

pretende expor as características das metodologias de balanço social, atualmente

utilizadas.” É explicativa e aplicada por ser “fundamentalmente motivada pela

necessidade de resolver problemas concretos, mais imediatos, ou não. Tem,

portanto, finalidade prática [...] (VERGARA, 2009, p. 43)”.

A finalidade da pesquisa, portanto, tem como objetivo tornar algo

inteligível e justificável, no caso específico, uma instituição privada de ensino infantil

na capital do Ceará. Quanto aos meios, é uma pesquisa bibliográfica com

observação em materiais publicados em obras científicas, monografia, artigos

eletrônicos e em referências informativas (dicionários) e pesquisa de campo.

Para Marconi e Lakatos (2009, p. 185), pesquisa bibliográfica abrange,

[...] toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema estudado, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, material cartográfico etc. até meios de comunicação orais: rádio, gravações em fitas magnéticas e audiovisuais: filmes e televisão [...].

A observação de fatos e fenômenos ocorre espontaneamente no

ambiente pesquisado, logo, para se chegar a essa fase, a pesquisa de campo

necessita em primeiro lugar, da realização de uma pesquisa bibliográfica sobre o

tema em questão.

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Com isso, Marconi e Lakatos (2009, p. 188), conceitua,

Pesquisa de campo é aquela utilizada com o objetivo de conseguir informações e/ou conhecimentos acerca de um problema, para o qual se procura uma resposta, ou de uma hipótese, que se queira comprovar, ou, ainda, descobrir novos fenômenos ou as relações entre eles.

Gil (2002, p. 53), define o estudo de campo, como um,

[...] modelo clássico de investigação no campo da Antropologia, onde se originou. Nos dias atuais, no entanto, sua utilização se dá em muitos outros domínios, como no da Sociologia, da Educação, da Saúde Pública e da Administração.

Com isso, buscam-se informações e dados relevantes que sejam

convenientes, obtidos através de experiência e da vivência do pesquisador,

realizado por meio de testes e entrevistas. A pesquisa de campo foi realizada

através de um estudo de caso, aplicado na Escola-Creche Vila Criança.

Conforme Gil (2002, p. 54), “O estudo de caso é uma modalidade de

pesquisa amplamente utilizada nas ciências biomédicas e sociais.” E, ele vai mais

além, é um exaustivo estudo de um ou poucos objetos, com capacidade na

observação dos detalhes expostos (GIL, 2002). Contudo, o estudo de caso é

descrito no item 4.3, nomeado de objeto de estudo.

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4.3 Objeto de estudo

A Escola-Creche Vila Criança é uma instituição privada de ensino infantil,

localizada na cidade de Fortaleza, na rua Dr. Gilberto Studart, 1157, no bairro do

Papicu. Os acessos são pela avenida Eng. Santana Júnior após o parque do Cocó,

ou pela avenida Santos Dumont, com entrada pelas ruas Batista de Oliveira ou Prof.

Otávio Lobo, conforme mapa abaixo.

Mapa de localização da Escola-Creche Vila Criança

Fonte: www.google.com.br.

O imóvel, onde atualmente exerce suas atividades, foi escolhido há 12

anos. Na época, já funcionava uma creche e, após três anos de funcionamento, a

antiga proprietária desistiu de seu empreendimento e resolveu alugar. Como a

creche era adaptada para receber crianças, a pedagoga Alana Lessa, diretora da

escola, alugou o local fazendo poucas modificações no imóvel.

A Escola-Creche Vila Criança beneficia as crianças dos bairros do Papicu,

Cocó, Aldeota e Água Fria com ótima estrutura e forma de ensino. No seu corpo

funcional, possui uma nutricionista, uma terapeuta ocupacional, uma pedagoga com

especialização em coordenação pedagógica, um psicólogo e professoras formadas

na área e corpo administrativo com o segundo grau completo.

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4.4 Coleta de dados e instrumento da pesquisa

Como instrumento de pesquisa, foram utilizados em campo cinco testes

com base no referencial teórico do livro intitulado ‘Empreendedorismo na prática:

mitos e verdades do empreendedor de sucesso’, de autoria de José Carlos Assis

Dornelas (2007).

4.4.1 Teste de perfil do empreendedor, segundo Dornelas (2007)

Conforme contido nos anexos, ‘Testes de perfil empreendedor’, há cinco

testes a serem apresentados. Os três primeiros instrumentos de pesquisas tratam de

autoavaliações; portanto, o primeiro avalia o ambiente, as atitudes e o know-how,

abordando as características: comprometimento e determinação, com seis itens;

obsessão pelas oportunidades, com três itens; tolerância ao risco, ambiguidade e

incerteza, com dez itens; motivação e superação, com seis itens e liderança, com

cinco itens.

O segundo teste de autoavaliação relaciona-se às competências

gerenciais: marketing com cinco itens; operações/produção com nove itens; finanças

com seis itens; administração com 12 itens; relacionamento interpessoal/equipes,

com seis itens e habilidades específicas com quatro itens, todos em aberto, com o

objetivo de a entrevistada acrescentar alguma outra competência específica; o que

não foi feito.

Com o terceiro teste de autoavaliação destacam-se as habilidades

empreendedoras, com um questionário com 35 perguntas. As questões foram

formuladas, com três alternativas de respostas, não com o objetivo de determinar o

certo ou o errado, mas, sobretudo, de identificar a percepção da respondente sobre

elementos como gostos, valores pessoais, objetivos de vida, lazer, trabalho em

grupo, preferências, colegas de trabalhos, entre outros.

No quarto teste, Dornelas (2007) não atesta que o mesmo é de

autoavaliação, contudo, aparenta ser. O instrumento aborda três critérios: A. minha

personalidade, B. meu estilo de resolver problemas, C. meu ambiente de trabalho,

todos com 16 itens cada. Por fim, o último instrumento de pesquisa utilizado para

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coletar dados foi um exercício de autopercepção, com sete perguntas, contendo oito

alternativas de resposta (de A a H) cada.

4.4.2 Entrevistas estruturadas

Para compreender o objeto de estudo, atingir os objetivos da pesquisa e

responder à questão de partida foi utilizado adicionalmente os formulários de

entrevista, localizados no apêndice.

A primeira entrevista foi realizada de forma escrita; contudo, as demais

foram realizadas por meio de um dispositivo portátil digital e com autorização da

diretora no ambiente de estudo.

Com relação às entrevistas, elas foram feitas mediante formulários

confeccionados pelo pesquisador, sob orientação do docente com base em

levantamento bibliográfico. Nesse sentido, houve atenção a uma fundamentação

teórica: tipos, modalidade e condução nas entrevistas.

Para Gil (2002, p. 115) formulário de entrevista é definido como “a técnica

de coleta de dados em que o pesquisador formula questões previamente elaboradas

e anota as respostas.” O autor complementa que a entrevista “pode ser entendida

como a técnica que envolve duas pessoas numa situação ‘face a face’ e em que

uma delas formula questões e a outra responde” (GIL, 2002, p. 115).

Em relação à forma de condução da entrevista, Gil (2002, p. 117) afirma

que “a entrevista é a que apresenta maior flexibilidade”, um das motivações para

não realizar um pré-teste, conforme sessão vindoura, pois a entrevista pode assumir

as mais diversas formas (GIL, 2002).

No tocante à atual investigação, a entrevista caracteriza-se como formal,

uma vez que houve o registro impresso e eletrônico das informações; focalizada,

enquanto entrevista livre, mas com foco em tema específico, notadamente um

diagnóstico da gestão de uma empresa.

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Segundo Ander-Egg (1978, p. 110, apud MARCONI; LAKATOS, 2003, p.

197), a entrevista focalizada é,

um roteiro de tópicos relativos ao problema que se vai estudar e o entrevistador tem liberdade de fazer perguntas que quiser: sonda razões e motivos, dá esclarecimentos, não obedecendo, a rigor, a uma estrutura formal. Para isso, são necessárias habilidade e perspicácia por parte do entrevistador. Em geral, é utilizada em estudos de situações de mudança de conduta.

Além disso, a técnica utilizada foi igualmente a estruturada, pois o

entrevistador explorou temas e assuntos correlatos durante a entrevista com a

diretora ao longo do curso da aplicação do instrumento (GIL, 2002).

Soma-se a essa justificativa o fato de,

o entrevistador tem liberdade para desenvolver cada situação em qualquer direção que considere adequada. É a forma de poder explorar mais amplamente uma questão. Em geral, as perguntas são abertas e podem ser respondidas dentro de uma conversação informal (MARCONI; LAKATOS, 2003, p. 197).

Na primeira entrevista, aborda o perfil organizacional, caracterizando a

entrevistada e cinco tópicos enfocando a origem do empreendimento, os

representantes legais, os objetivos e missão da instituição, as estruturas físicas,

funcional e gerencial e, por fim, a linha de atuação e atividades da escola-creche. A

segunda entrevista relata o assunto da área de Marketing, com 25 perguntas e

respostas, divididas entre 9 gerais, 4 macroambientes e 12 microambientes. A

entrevista seguinte abrange a área de gestão de pessoas, totalizando 35 perguntas

e respostas.

A quarta contempla a área de tecnologia da informação, com 16

perguntas e respostas. A quinta demonstra a área logística de materiais, abordando

10 perguntas com respostas. E a última entrevista foi realizada na área financeira,

composta de 13 perguntas e respostas em seu formulário. Portanto, todas as

entrevistas são estruturadas e com roteiros.

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4.5 Pré-teste

Motivado pelo objetivo da investigação e pela flexibilidade do instrumento

da pesquisa, característica maior do formulário da entrevista, não houve aplicação

de pré-teste. Ademais, soma-se o fato da realização de um diagnóstico no objetivo

de estudo, portanto, um estudo de campo em profundidade, com um único estudo de

caso, o que impede de realizar a aplicação, mesmo que em pequenas quantidades,

em uma população que possua o mesmo perfil do objeto de estudo (MARCONI;

LAKATOS, 2003).

Além disso, os instrumentos de estudo não são novos; muito menos

desenvolvidos pelo pesquisador. Conforme orientação, os questionários foram

utilizados de um autor com referência na área e de estudos já aplicados e em obras

científicas, portanto, um instrumento testado e positivado (DORNELAS, 2007).

4.6 Procedimentos operacionais da pesquisa

Um contato inicial foi realizado pelo pesquisador com a coordenadora

pedagógica da Escola-Creche Vila Criança, por telefone, no mês de agosto de 2012.

O objetivo foi a autorização para a pesquisa por parte da diretora da escola, o que

foi concedido no dia 20 de setembro de 2012. Logo a primeira reunião veio a

acontecer, no dia seguinte, dia 21 de setembro, entre as 9 e as 10 horas e 30

minutos, caracterizadas como a primeira no objeto de estudo.

Quando da chegada à escola-creche, orientador e pesquisador foram

recepcionados pela coordenadora pedagógica Vívyann Bezerra Borges. Ela é

pedagoga pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e especialista em

Coordenação Pedagógica pela Faculdade 7 de Setembro (Fa7). Casada a nove

anos, possui pouco mais de 30 anos e é mãe de dois filhos com idade entre dois e

quatro anos. Trabalha na escola e na mesma função desde 2009, contudo, é

egressa de um concurso público como professora substituta da Prefeitura Municipal

de Fortaleza e de uma escola particular com modelo pedagógico baseado na teoria

construtivista, ambas com dois anos de atuação cada.

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Após o contato inicial com a coordenadora, o pesquisador e orientador

foram recebidos pela diretora da escola, Allana Maria Alencar Gomes Lessa. Ela tem

formação em Pedagogia pela Universidade Estadual do Ceará (UECE), é casada,

mãe de um casal de filhos; ela acadêmica do curso de Direito em uma Instituição de

Ensino Superior (IES) particular em Fortaleza, e ele Procurador do Estado do Pará,

no município de Belém.

A diretora trabalha na área de educação há 25 anos. Começou como

professora infantil aos 19 anos numa escola de terceiros; logo depois, tornou-se

empreendedora. Alana Lessa iniciou a própria escola em 1999, no endereço

mencionado, permanecendo até hoje, portanto, há treze anos.

Na reunião, houve a apresentação do projeto de pesquisa, seus objetivos

e finalidade. Neste momento, foi realizada uma explanação de temas importantes

para possíveis pesquisas, como: comunicação interna, rotatividade dos

colaboradores, publicidade, marketing, sistema de informatização, sistema de

segurança e concorrentes.

A diretora da escola e sua coordenadora ficaram muito interessadas no

projeto. No momento, a autorização do projeto de pesquisa foi firmada formalmente

em papel timbrado, denominado de termo de anuência. Na mesma oportunidade,

documentos de registros fotográficos forma permitidos. Estes foram realizados por

meio de uma máquina digital da marca Sony, modelo DSC - W110, de 7.2

megapixels, pelo pesquisador no objeto de estudo, conforme apresentado no

apêndice.

4.6.1 Segunda reunião - entrevista estruturada 1

No dia 25 de setembro, iniciou-se a segunda reunião, às 8 horas e 40

minutos, com encerramento às 10 horas e 30 minutos. O objetivo dessa entrevista

foi conhecer o início da vida profissional da diretora e saber mais sobre a escola. Na

ocasião, ela foi entrevistada mediante o primeiro formulário de entrevista de caráter

amplo, abordando questões estruturadas e focalizadas.

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Conforme o apêndice, pode ser vista a entrevista estruturada 1

respondida. Ela possui duas sessões: a primeira caracterizando a entrevistada e a

segunda caracterizando cinco tópicos enfocando a origem do empreendimento, os

representantes legais, os objetivos e a missão da empresa, as estruturas físicas,

funcional e gerencial e, por fim, a linha de atuação e atividades da empresa.

Destaca-se que houve pausas na entrevista, devido atividades de

responsabilidade da diretora; contudo, a entrevista transcorreu sem nenhum

embargo. O instrumento de pesquisa foi respondido manualmente pelo pesquisador

e ao final da entrevista foi passado para a diretora o primeiro teste denominado

Teste 1 - autoavaliação de seu perfil empreendedor - ambiente, atitudes e Know how

(DORNELAS, 2007), com a finalidade de coletar dados sobre o perfil empreendedor.

4.6.2 Terceira reunião - entrevista estruturada 2

Em 9 de outubro de 2012 foi aplicada a segunda entrevista estruturada,

em que o assunto tratado foi marketing. A entrevista foi gravada mediante

autorização em um aparelho eletrônico (MP4)1 e que, a partir desta, todas as outras

também. O questionário com 25 perguntas abordou assuntos focados em serviços,

fornecedores, concorrentes, clientes, os (4P’s)2, ambiente interno e externo; com

duração de 27 minutos e 45 segundos na sala da diretora.

Durante a conversa, não houve interrupções ou pausas, tudo

transcorrendo muito bem. Ao término, o pesquisador recebeu o primeiro teste de

Dornelas (2007) respondido e entregou o Teste 2 – Autoavaliação de seu perfil

empreendedor - habilidades gerenciais à diretora.

1O MP4 player é uma geração nova de dispositivo portátil digital que suporta variados formatos de

música, entre eles o MP1, o MP2, o MP3, o WMA, o AMV, o ASF, o WAV e outros.

2 Portal do Marketing. O marketing mix (mistura de marketing) como é conhecido em outros países ou

composto de marketing no Brasil é definido como a combinação de elementos variáveis, oriundo da teoria de Neil Borden, de 1949, que foi o primeiro a usar este termo e, aprimorado por Jerome McCarthy, professor da Universidade de Michigan, que organizou o composto em 4P´s: product, price, promotion e place. No Brasil, foi traduzido como: produto, preço, promoção e praça (ou ponto-de-venda).

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4.6.3 Quarta reunião – entrevista estruturada 3

No dia 19 de outubro de 2012 aconteceu a terceira entrevista estruturada,

abordando assuntos da área de gestão de pessoas. Iniciou-se às 9 horas,

terminando às 9 horas e 40 minutos. Na ocasião, houve uma pausa de 17 minutos,

por necessidade da direção da escola; continuando em seguida. Na entrevista foram

abordadas perguntas sobre recrutamento e seleção e relações trabalhistas,

totalizando 35 perguntas. A duração real foi de 23 minutos. Ao final, foi entregue o

Teste 3 – Autoavaliação das habilidades empreendedoras à pesquisada.

Nesta reunião, foi devolvido ao pesquisador o segundo teste de Dornelas

(2007) respondido.

4.6.4 Quinta reunião – entrevistas estruturadas 4 e 5

A quinta reunião aconteceu no dia 23 de outubro de 2012, com o objetivo

e o acordo entre as partes de aplicar duas entrevistas. A quarta e a quinta nas áreas

de tecnologia da informação e logística de materiais respectivamente. As duas

entrevistas aconteceram, mas a gravação delas não teve uma boa qualidade, devido

a problemas com o volume do MP4. Contudo, foram entregues os testes 4 e 5 –

criatividade e autopercepção respectivamente, para sua devida avaliação. Na

ocasião, foi recebido o terceiro teste de Dornelas (2007).

No outro dia, ficou resolvido entre o orientador e o pesquisador, com

concordância da diretora da escola, que seriam feitas as mesmas entrevistas, devido

ao problema ocorrido.

4.6.5 Sexta reunião – entrevistas estruturadas 4, 5 e 6

As duas entrevistas, a quarta e a quinta, foram reaplicadas no dia 25 de

outubro, com o acréscimo da sexta e última na área financeira. As três entrevistas

foram realizadas com sucesso. A quarta entrevista, denominada tecnologia da

informação, se iniciou às 9 horas e 15 minutos e terminou às 9 horas e 19 minutos.

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A reaplicação deste instrumento possibilitou a otimização do tempo,

motivo pelo qual a entrevista durou apenas quatro minutos; bem como a

entrevistada utilizou-se de algumas respostas mais curtas, uma vez que já possuía

ciência das questões. Nesta, abordavam-se assuntos relacionados a computador,

software (programas), internet, backup (cópia de segurança de informações),

manutenção de equipamentos, antivírus, entre outros, totalizando 16 perguntas

estruturadas.

A quinta entrevista pertinente ao tema logística de materiais foi iniciada às

9 horas e 22 minutos, terminando às 9 horas e 27 minutos. Os motivos aludidos, em

relação ao tempo, para o formulário de entrevista em relação à tecnologia da

informação também se aplicam a esta entrevista, motivo pelo qual a mesma durou

cinco minutos.

A entrevista possuía dez perguntas abordando assuntos relacionados aos

fornecedores, cadastro de clientes, prazos, cotação de preços, verificação e

armazenagem de produtos.

A sexta e última entrevista estruturada aborda perguntas da área

financeira. Esta foi iniciada às 9 horas e 28 minutos, com término às 9 horas e 33

minutos. Apesar de a entrevistada não conhecer o instrumento de pesquisa, o tempo

de cinco minutos para a aplicação o formulário de pesquisa pode ser justificado por

ser área própria e/ou sigilosa da empresa. Esse instrumento aborda assuntos

relacionados a pagamentos de mensalidades, fluxo de caixa, controle de crédito e

débito, capital de giro, reservas, investimento e custos, num total de treze perguntas.

Nesta ocasião, a diretora não entregou os testes 4 e 5 sobre seu perfil

empreendedor, por motivo de falta de oportunidade para respondê-los.

4.6.6 Registros fotográficos do objeto de estudo

No dia 5 de novembro de 2012, o pesquisador foi ao campo de pesquisa,

com o objetivo de realizar algumas fotos da fachada externa e do ambiente interno

da escola. Nas fotos internas se verificam salas administrativas, salas de aulas,

berçários, sala de refeições, cozinha, dispensa e áreas de lazer. Foram tiradas oito

fotos que são apresentadas no apêndice. As fotos não receberam tratamentos

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digitais, manipulação gráfica e análise, uma vez que esta pesquisa é uma

investigação descritiva e o objetivo dos registros fotográficos é tão somente uma

alusão à estrutura da escola.

4.7 Tabulação de dados

Para os testes, as técnicas adotadas foram gabaritos definidos por

Dornelas (2007). Além dos testes, foi utilizada a planilha eletrônica “Excel” do pacote

MS Office 2007 da Microsoft, para tratar dos dados quantitativos.

A técnica adotada para a análise dos dados proveniente das entrevistas

foi a análise de conteúdo. Como referência principal, análise de conteúdo é “um

conjunto de técnicas de análise das comunicações que utiliza procedimentos

sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens” (BARDIN, 2002,

p. 38, apud GOLDEMBERG; OTUTUMI, 2008, p. 2).

Os critérios observáveis colaboram no desvendar dos conteúdos de seus

documentos. Conforme Goldemberg e Otututmi (2008), esta técnica tem grande

utilização em áreas como história, psicologia, ciências políticas, jornalismo e no

campo da saúde. Como se pode observar, ela é usada nas ciências sociais e de

saúde, o que não a exclui das ciências administrativas, enquanto ciências sociais

aplicadas.

A natureza e a tipologia dessa investigação busca a análise de conteúdo

como forma de descrição ou preparação do material; a inferência ou dedução e a

interpretação (BARDIN, 2002, p. 38, apud GOLDEMBERG; OTUTUMI, 2008, p. 2).

Desta forma, Goldemberg e Otutumi (2008), demonstram os principais pontos da

pré-análise: a leitura flutuante, a escolha dos documentos, a formulação dos

objetivos e a preparação do material.

As entrevistas foram registradas em áudio, por meio de um dispositivo

portátil digital (MP4). Ao serem transcritas, tiveram pequenas correções linguísticas,

porém, não eliminando o caráter espontâneo das falas.

Com o objetivo de apreender o conteúdo menos evidente que se encerra

nas respostas das entrevistas, lança-se mão da técnica de análise conteúdo, mais

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especificamente, em conformidade com a análise da enunciação (BARDIN, 1977, p.

169 a 184), uma vez que esta técnica se mostra bastante adequada para um estudo

de caso, que é o que esta pesquisa propõe.

Em relação à metodologia da analise de enunciação, tomou-se por

parâmetro o alinhamento das questões mais direcionadas ao perfil do

empreendedor, sob a visão de Dornelas. Com esta finalidade, realizou as análises:

temática, lógica e semântica, das respostas relacionadas às características de um

empreendedor bem sucedido.

Após a explanação da estrutura metodológica, explora-se no capítulo

posterior a apresentação e discussão dos resultados obtidos pelo estudo.

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5 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Neste capítulo, expõem-se a apresentação e a discussão dos resultados

conforme os dados coletados em cinco testes de perfil empreendedor de Dornelas

(2007), intitulados: “ambiente, atitude e know-how”; “habilidades gerenciais”;

“autoavaliação das habilidades empreendedoras”; “quão criativo é você?” e

“exercício de autopercepção”. E pelas seis entrevistas estruturadas realizadas pelo

pesquisador: perfil organizacional, marketing, gestão de pessoas, tecnologia da

informação, logística de materiais e finanças, com a finalidade de responder à

questão-problema e atingir o objetivo primário e os objetivos secundários.

Teste 1 – Perfil empreendedor (ambiente, atitudes, know-how)

Na análise deste teste, verificou-se que a diretora avaliou, num total de

trinta itens, sete com nota 4 (quatro) - bom e 16 com 5 (cinco) - excelente. Ela

atingiu 119 pontos em uma escala que vai de menos de 59 a 150 pontos. Portanto,

Dornelas (2007) atribuiu o seguinte resultado de acordo com a pontuação atingida:

você possui muitas características empreendedoras e, às vezes, se comporta como

um; porém, pode melhorar ainda mais se equilibrar os pontos ainda fracos com os

pontos fortes.

Logo, para o aprofundamento do estudo e para identificar os pontos

fracos e os fortes, analisaram-se todas as categorias de características

separadamente e demonstradas em gráficos feitos em Excel 2007. O objetivo foi o

detalhamento do resultado dado por Dornelas, visto que ele aplica resultados

contextualizados em suas avaliações. Assim, seguem as categorias demonstradas

em gráficos.

Comprometimento e determinação

A empreendedora é uma pessoa que tem boas iniciativas para decisões e

muita disponibilidade em se empenhar nos seus objetivos. É muito disciplinada e

dedicada no que faz. Comprometida em seu ambiente, mergulha em suas atividades

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com boa concentração e seriedade. Contudo, demonstra pouca insistência na

resolução de seus problemas.

Apresentam-se, portanto, os pontos fortes e fracos da categoria:

comprometimento de determinação.

Pontos fortes: disciplinada, dedicada e disposta para metas.

Pontos fracos: medianos, na insistência por solução de seus problemas.

No gráfico 1, a seguir, observa-se as seis primeiras características com as

notas atribuídas pela diretora.

Gráfico 1 Comprometimento e determinação

Fonte: gráfico elaborado pelo autor.

Obsessão pelas oportunidades

A diretora demonstra ter excelentes atitudes para perseguir as

oportunidades. Procurar conhecer profundamente as necessidades de seus clientes

é uma atitude frequente em seu negócio. O valor e a satisfação dos seus clientes

estão em primeiro plano. O que demonstra ser uma gestora guiada pelo seu

mercado. Apesar de não ter avaliado o item 8, ‘É dirigido pelo mercado (market

driven)’.

Apresentam-se, portanto, os pontos fortes e fracos da categoria:

obsessão pelas oportunidades.

Pontos fortes: cria valores e satisfação para seus clientes.

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Pontos fracos: não se verificaram nesta categoria.

No gráfico 2, a seguir, observam-se mais três características e as notas

obtidas.

Gráfico 2 Obsessão pelas oportunidades

Fonte: gráfico elaborado pelo autor.

Tolerância ao risco, ambiguidade e incertezas

A empreendedora é muito boa ao lidar com decisões que levem a riscos

em suas negociações: suas escolhas são analisadas com o mínimo de dúvida. Em

decorrência das incertezas ou da falta de estrutura para sua tomada de decisão, ela

age com boa transigência ao risco tomado, até descobrir melhores opções.

Em relação às situações de estresse e conflitos, se considera ótima em

resolvê-las. É uma pessoa habilidosa para eles e que sabe muito bem inteirar

soluções. Por não se caracterizar como uma empreendedora tradicional, se coloca

como jeitosa para novas situações (adaptação) e com cabeça aberta.

Não tem medo de suas decisões ou ações e, quando falha, é hábil em

contorná-las. Portanto, redefine conceitos e detalha ideias. Contudo, não se

posicionou em relação à posição social, ‘status quo’, que ocupa na sociedade – item

16. Deduz que não entendeu o item, visto que, como educadora e gestora tem uma

posição na sociedade. Seus direitos e deveres demonstram isto.

Os pontos fortes e fracos da categoria: tolerância ao risco, ambiguidade e

incertezas.

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Pontos fortes: sabe analisar decisões para minimizar riscos. Tolera o tipo de decisão

tomada. Não tem medo de errar. Sabe resolver conflitos, colocar ideias, contornar

situações. É flexível aos seus ambientes.

Pontos fracos: não se verificaram nesta categoria.

No gráfico 3 podem-se ver dez características com suas notas.

Gráfico 3 Tolerância ao risco, ambiguidade e incertezas

Fonte: gráfico elaborado pelo autor.

Motivação e superação

Nesta categoria ela indica ter muita motivação com o que faz. Os motivos

que leva as suas ações são: o bom humor, amor à profissão; a busca do melhor

para sua empresa. Procura vencer obstáculos no seu dia a dia com entusiasmo, por

ser uma pessoa autoconfiante e nos momentos de reflexão reconhece suas forças e

fraquezas. Porém, ela demonstrou em sua autoavaliação que não sabe seguir

orientações para metas e resultados. Apesar de ser, de vez em quando, direcionada

a atingir melhores resultados. Além disso, tem necessidade de crescer como

empresária e um pouco de preocupação com status e poder.

Mostram-se os pontos fortes e fracos da categoria: motivação e

superação.

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Pontos fortes: é autoconfiante. Tem amor à profissão, senso de humor e é animada.

Conhece muito bem suas forças e fraquezas.

Pontos fracos: não sabe se orientar para atingir metas e resultados. É

mediana ao lidar com seus resultados, o status e o poder. Pouca noção de direção

para o crescimento.

No gráfico 4, mais seis características e notas

Gráfico 4 Motivação e superação

Fonte: gráfico elaborado pelo autor.

Liderança

Nesta categoria, a empreendedora indica ter qualidades essenciais para

uma boa liderança. São elas: boas iniciativas e bom autocontrole para com

subordinados e clientes. Sabe ser imparcial quando necessário. Transmite

confiabilidade para as pessoas ao seu redor por saber ouvir. É paciente e excelente

em construir equipes, bem como trabalhar com elas.

Os pontos fortes e fracos da categoria: liderança.

Pontos fortes: tem iniciativa e autocontrole. Sabe ser imparcial. Tem paciência.

Demonstra confiabilidade. Trabalha muito bem em equipe.

Pontos fracos: não se verificaram nesta categoria.

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No gráfico 5, tem as cinco últimas características e notas do teste.

Gráfico 5 Liderança

Fonte: gráfico elaborado pelo autor.

Agrupamento dos pontos fortes

Cria valores e satisfação para seus clientes.

Disciplinada, dedicada e disposta para metas.

É autoconfiante. Tem amor à profissão, senso de humor e é animada.

Conhece muito bem suas forças e fraquezas.

Sabe analisar decisões para minimizar riscos. Tolera o tipo de decisão

tomada. Não tem medo de errar. Sabe resolver conflitos, colocar ideias, contornar

situações. É flexível aos seus ambientes.

Tem iniciativa e autocontrole. Sabe ser imparcial. Tem paciência. Demonstra

confiabilidade. Trabalha muito bem em equipe.

Agrupamento dos pontos fracos

Dificuldade em contratar alguns profissionais qualificados e compromissados.

Infraestrutura.

Mediana na insistência para solução de seus problemas.

Não sabe se orientar para atingir metas e resultados. É mediana ao lidar com

seus resultados, o status e o poder. Pouca noção de direção para o crescimento.

Propaganda.

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Teste 2 – Perfil empreendedor (habilidades gerenciais)

Este tema é divido em cinco temáticas: marketing, operações/serviços,

finanças, administração e relacionamento interpessoal/equipes. Este teste permite

analisar as características da diretora e a importância de cada uma para a empresa,

permitindo verificar quais as competências que devem ser priorizadas, buscando-se

aperfeiçoá-las.

Competências - marketing

Ao se analisar os itens 1 e 2 da área de marketing – avaliação e pesquisa

de mercado; planejamento de marketing, a gestora avaliou-os como fracos e com

pouca importância para a sua empresa. Fraco por não estarem adequados ao seu

segmento de mercado ou pelas não realizações. Por isso, estas competências

tornam-se irrelevantes para ela. O que não é aceitável para uma empreendedora e

muito menos para a longevidade de um negócio.

No que se refere ao estabelecimento de preços dos serviços – item 3,

informou que seus preços estão na média em relação ao mercado. Atribuiu uma

importância razoável para eles, pelo fato de viabilizar acordos ou condições

existentes diante de seus clientes, como: descontos ou promoções. Isto é uma

estratégia aplicada por ela para fidelizar seus clientes, visto que é feito dentro de

uma margem determinada de lucro.

Em relação ao item seguinte – planejamento de novos serviços – avaliou-

o como fraco e, ao mesmo tempo, muito importante para o seu negócio. Logo, deixa

claro que não existe um planejamento eficiente para criar novos serviços para seus

clientes.

Por fim, a publicidade aplicada em sua empresa foi avaliada como fraca e

sem muita importância para ela. Mas, entra em contradição ao destacar (de acordo

com a instrução do teste) que a publicidade tem grande importância. Talvez por

serem onerosas as divulgações: as mídias em determinado meio de comunicação

ou horários, como também a frequência, que possa abranger um público maior.

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Verifica-se nesta seção que as principais competências a serem

melhoradas e as estratégias para suas realizações são:

Estratégias de curto prazo - fazer avaliação e pesquisa de mercado com

regularidade; fazer planejamento de marketing; fazer estudos sobre como divulgar

os serviços prestados, através de meios que sejam viáveis financeiramente, que

abranjam um mercado maior e com frequência;

Estratégias de médio prazo - planejamento de novos serviços.

Apresentam-se no gráfico 6 as avaliações e importâncias na competência

marketing.

Gráfico 6 Marketing

Fonte: gráfico elaborado pelo autor.

Competências - operações/serviços

Ao destacar o gerenciamento dos serviços – item 6, como uma prioridade

em sua gestão, a empreendedora demonstrou que tem controle dos serviços

realizados dentro do seu negócio. Portanto, um bom controle com seus estoques; na

análise de custos; com material escolar; higiênico e nas compras de produtos e

materiais. Com grau de muita importância para os controles de matrículas; material

escolar e higiênico.

(Sua avaliação) 1 Insuficiente - 2 Fraco - 3 Regular 4 Bom - 5 Excelente (Importância para sua empresa) 1 Nenhuma - 2 Pouca - 3 Razoável 4 Muita - 5 Extrema

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Em relação aos controles de qualidade; de matrículas e equipamentos

avaliou-os como regular, com uma razoável importância para equipamentos. Visto

que, controle de qualidade, para ela, tem pouca relevância. Contudo, para a compra

de produtos e materiais julga de extrema necessidade em seu empreendimento.

Entra em contradição com relação ao item 8 - controle e análise de custo,

ao afirmar que tem um bom controle e indicou pouca relevância para ele. Observam-

se algumas competências a serem melhoradas. Para isso, são necessárias as

seguintes estratégias:

Estratégias de curto prazo - verificar como é realizado o processo de matrícula dos

alunos, com o intuito de detectar possíveis erros burocráticos existentes.

Estratégias de médio prazo - procurar melhorar a qualidade dos produtos e

serviços oferecidos aos filhos e pais pela escola-creche. Dentro de condições de

custos e lucros obtidos.

Demonstra-se no gráfico 7 as avaliações e importâncias na competência

operações/serviços.

Gráfico 7 Operações/serviços

Fonte: gráfico elaborado pelo autor.

(Sua avaliação) 1 Insuficiente - 2 Fraco - 3 Regular 4 Bom - 5 Excelente (Importância para sua empresa) 1 Nenhuma - 2 Pouca - 3 Razoável 4 Muita - 5 Extrema

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Competências - finanças

Na competência finanças, observa-se que o negócio educacional da

empreendedora tem uma excelente saúde financeira, assessorada por excelente

serviço contábil terceirizado. Destacou a competência orçamentos por ter uma boa

experiência em fazer orçamentos e de sua importância para minimizar custos.

Demonstra, também, a relevância de um ótimo gerenciamento de suas contas a

pagar e receber. Porém, entra em contradição ao pontuar nota 3 – regular, no que

se refere ao gerenciamento de fluxo de caixa. Portanto, deve ser verificada na

prática tal situação.

Em relação aos itens 19 e 20, ela não avaliou, motivo por não ter um

gerenciamento das relações com fontes de financiamento e negociação para

obtenção de recursos financeiros. Mas, caracterizou-os como de extrema

importância para a sua empresa. Para melhorar ainda mais a saúde financeira da

empresa, é necessário levantar estratégias.

Estratégias de curto prazo - fazer uma verificação nos procedimentos de controle

do fluxo de caixa; detectada inadequação, criar novas maneiras para gerenciar de

forma eficiente.

Estratégias de médio prazo - procurar contatos de relacionamentos com agências

de financiamentos, bancos e outras instituições.

Verificam-se no gráfico 8 as avaliações e importâncias na competência

finanças.

Gráfico 8 Finanças

Fonte: gráfico elaborado pelo autor.

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Competências – administração

Neste grupo, as competências avaliadas foram bem pontuadas. A

avaliada destacou a excelência e a extrema importância na resolução de problemas

e a comunicação em sua escola, visto que os outros itens como planejamento;

tomada de decisão; gerenciamento de projetos e negociação também foram

apontados com as mesmas referências. Mas, apenas com um nível imediatamente

inferior de importância.

A realização da administração de pessoal da escola foi destacada dentre

as outras competências como boa e essencial em relação aos direitos e obrigações,

pois, no que se refere aos Impostos, eles são pagos em dia. Esta atitude é

demonstrada no teste aplicado como de extrema relevância. Nos quesitos contratos;

seguros e sistema de informação gerencial (SIG) são também tratados com boa

administração, apesar dos dois últimos terem sido indicados com importância

regular. O quesito – patentes e propriedade Intelectual não foi avaliado pela gestora,

talvez por não utilizar destas propriedades.

Neste sentido, verifica-se que a administração de seu negócio é bem

conduzida. O que dispensa a aplicação de novas estratégias para as competências

apresentadas. Apresentam-se no gráfico 9 as avaliações e as importâncias na

competência administração.

Gráfico 9 Administração

Fonte: gráfico elaborado pelo autor.

(Sua avaliação) 1 Insuficiente - 2 Fraco - 3 Regular 4 Bom - 5 Excelente (Importância para sua empresa) 1 Nenhuma - 2 Pouca - 3 Razoável 4 Muita - 5 Extrema

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Competências – Relacionamento interpessoal/equipes

A gestão da empreendedora tem excelências no que diz respeito à

liderança, visão, influência; ajuda; gerenciamento de conflitos; gerenciamento de

pessoas e trabalho em equipe. Com bons feedback em seu trabalho. Portanto, ela

considera de extrema importância às competências mencionadas. Assim, uma vez

que atribuiu notas máximas, não se fazem necessárias estratégias de melhoria.

Por fim, no gráfico 10 observam-se as avaliações e importâncias na

competência relacionamentos interpessoal/equipes.

Gráfico 10 Relacionamento interpessoal/equipes

Fonte: gráfico elaborado pelo autor.

Obs.: O grupo habilidades específicas do teste ficaram sem anotações

por parte da avaliada. Isto quer dizer que não teve inclusão de novas habilidades

detectadas em sua gestão.

(Sua avaliação) 1 Insuficiente - 2 Fraco - 3 Regular 4 Bom - 5 Excelente (Importância para sua empresa) 1 Nenhuma - 2 Pouca - 3 Razoável 4 Muita - 5 Extrema

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Teste 3 – Auto-Avaliação das Habilidades Empreendedoras

Para avaliar as habilidades no ambiente atual da empreendedora, aplicou-

se um teste com 35 questões, com três itens cada: a, b, c. O autor não considerou, a

título de avaliação, respostas como certas ou erradas e sim como adequadas.

Dessas, 20 (identificadas pela pessoa avaliada) estão em conformidade com as

respostas do autor. São elas:

5) Meu objetivo na vida é:

a) fazer grande quantidade de realizações bem-sucedidas.

6) Se eu tivesse uma noite livre, eu iria:

c) praticar um hobby

8) Eu acho:

b)que o número de amigos que tenho depende de quão legal eu sou

9) Em meus sonhos diários, eu apareço geralmente como:

b) um detetive que resolveu um caso difícil

10) Eu prefiro jogar:

a) banco imobiliário

11) Eu frequentemente desejo ser:

c) um verdadeiro devoto de Deus

12) Eu acho que por prazer e felicidade as pessoas devem:

c) enfatizar as realizações das pessoas

13) Eu frequentemente desejo:

c) fazer algo de grande significância

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17) Se meu chefe me pedisse para assumir um projeto decadente, eu:

c) daria a ele uma resposta em poucos dias após levantar mais informações

18) Para eu ser bem-sucedido, eu preciso:

c) trabalhar arduamente, porque não há como lidar ou esperar pela sorte

19) Em qualquer trabalho que assumo:

b) eu gosto de fazer o melhor

20) Eu sou mais feliz quando:

b) sou bem-sucedido em meu trabalho

22) Ao comprar um refrigerador, eu:

c) compararia as vantagens de diferentes marcas

25) Quando me encontro envolvido em situações complicadas:

c) cuidadosamente avalio a situação e busco respostas razoáveis

28) Em relação à minha vida:

c) o que acontece comigo é devido a mim mesmo

30) Eu prefiro colegas de trabalho que:

a) são capazes de se adaptar ou mudar

31) Ao fazer exames/testes no colégio, eu descobri que:

a) se os estudantes estão bem preparados, dificilmente um teste é injusto

33) Supondo que eu tivesse um pequeno negócio de limpeza, quando um

amigo e competidor meu morre subitamente:

c) vou até o escritório do meu ex-competidor e faço uma proposta para comprar a

empresa

34) Quando trabalho em grupo:

a) eu tento influenciar pessoalmente os resultados

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35) Como membro do comitê de um novo projeto, se me deparo com uma

grande falha, minha reação é:

b) assumir minha parte no problema e dar continuidade ao projeto

Para se chegar aos resultados finais, o autor define o agrupamento das

35 questões, em 5 (cinco) categorias. São elas:

1º. motivação para a realização;

2º. autocontrole;

3º. propensão para assumir riscos;

4º. resolução de problemas e

5º. influenciador.

Na categoria – motivação para a realização – as questões 5, 11,12, 13, 19

e 20 são em maior quantidade identificadas na avaliação. Assim, tem como a

habilidade mais transparente no ambiente atual da empreendedora e atingiu dentro

de uma escala de 1 a 7, da qual se define para todas as categorias um nível 5

(acima da média). Além disso, o autor ainda relata uma explicação para esta

categoria: um desejo de fazer acontecer, de alcançar um alto padrão de

realização/atingimento de objetivos.

Em seguida, as categorias – autocontrole e propensão para assumir

riscos – se equilibraram e atingem nível 4. As questões 8,18, 28, 31 e 10, 17, 22, 35

apontaram as respectivas categorias apresentadas. Diante disso, para a primeira

categoria a avaliação demonstra um maior autocontrole interno do que externo, com

a seguinte explicação: sentimento de influenciar o curso dos eventos da sua vida. O

destino é definido mais por algo interno da pessoa do que devido a fatores externos.

E para a segunda, uma propensão acima da média para assumir riscos: uma maior

propensão em correr riscos calculados e buscar informações antes de agir. Desejo

de ser responsável pelas ações.

As duas últimas categorias – resolução de problemas e influenciador –

atingem níveis abaixo da média, 3 (três), obtidos nas questões 6, 9, 25 e 30, 33, 34

nas respectivas categorias. Com isto, a empreendedora não tem muita habilidade

em resolver problemas de forma realista. Necessita muito da ajuda de outros para

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tocar uma operação/negócio. Entretanto, tem pouca habilidade em influenciar ou

convencer pessoas para realização de trabalhos e objetivos.

Teste 4 – Quão criativo você é?

Este teste foi aplicado para avaliar o potencial criativo da empreendedora,

composto de três seções: A. Minha personalidade; B. Meu estilo de resolver

problemas; C. Meu ambiente de trabalho, todos com 16 perguntas. Assim, analisa-

se a criatividade na sua personalidade, na resolução de problemas e no ambiente de

trabalho.

Tem-se, portanto, as seguintes análises:

Na seção A, minha personalidade, a empreendedora, às vezes, sente

falta de confiança nas pessoas. Talvez por utilizar-se, com frequência, de críticas

nos assuntos abordados. Entretanto, raramente não tem medo de ser autêntica, com

pessoas que as cercam. O encorajamento para a criatividade, atualmente, tornou-se

raro por parte de seus pais. Mas, é uma pessoa muito sociável nos lugares em que

frequenta. Logo, não se sente na necessidade de organizar sua vida, pois, ela já é

por si só, organizada pelas experiências já vividas. Torna-se, portanto, rara uma

reorganização.

A gestora é uma pessoa que, frequentemente, sonha acordado. E afirma

que vale a pena este comportamento. Assim, pode caracterizá-la como uma pessoa

visionária. Em relação a sentimentos, ela nunca se sente a vontade com pessoa que

mostre seus sentimentos. Não gosta muito de dramatizar e criar ambientes a seu

favor. Apesar de, em certos momentos, ser guiada pelos seus sentimentos.

Na avaliação, demonstrou que, de vez em quando, ela atinge melhores

resultados quando segue procedimentos. Não gosta de ser conhecida como uma

pessoa dependente, pois é muito otimista e enxerga à sua frente. Contudo, ela tem

um potencial dentro de si, porém, características de personalidade impedem de se

expressar. Assim, deve trabalhar técnicas de relaxamento e se perguntar: “O que eu

tenho a perder?”.

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Na seção B, meu estilo de resolver problemas, a empreendedora indicou

que encara problemas e, com frequência, vai direto às conclusões. É constante sua

atitude analítica e objetiva com eles. Para isso, é necessário sempre ter todos os

fatos para tomar uma decisão. Entretanto, quando outros não tomam ela toma-a.

Com isto, todas as vezes, um sentimento de coragem se cria e isso a ajuda. Apesar

de, muito pouco, considerar um processo de tomada de decisão como algo criativo.

Seus problemas atuais são resolvidos baseados em problemas similares

adquiridos no passado. Assim, são frequentes estes tipos de ações em sua vida e

nos negócios.

Às vezes, não gosta muito de trabalhar com detalhes oriundos de seu

trabalho e considera-o, quando concluído, um sucesso. Raramente, dados

estatísticos lhe dão uma ideia parcial do problema, por serem de difícil entendimento

ou irreais. Considera que os problemas nunca são resolvidos da mesma forma. Isto

é verdade. Frequentemente ela é vista como uma pessoa que resolve seus

problemas de forma original. Portanto, é rara a dificuldade em defini-los. Assim, não

entra em depressão se ele parecer muito difícil, pois, gosta de ler as instruções

antes de começar algo novo.

Logo, sua abordagem de resolução de problemas é, às vezes, muito

rígida e pode resultar em decisões não criativas que se baseiam demais em

soluções passadas de problemas similares. Tenta se soltar e descobrir seu potencial

criativo.

Na seção C, meu ambiente de trabalho, a avaliada demonstra que

dificilmente as pessoas de sua organização pensam que o estilo delas é o melhor.

Ela considera mediana a criatividade como chave para a sobrevivência. Existem,

com frequência, limites pessoais de autoridade e definidos em sua gestão.

Às vezes, as ideias de outros lugares são aceitas em seu negócio, pois, o

tempo para pensar criativamente na organização é limitado. Em relação relação

empregados/departamentos, não muito frequente é vista como saudável. A

empreendedora descreveu que sua organização tem, muitas vezes, um ambiente

confortável e cooperativo. Ela gosta de identificar os problemas. No trabalho se ela é

criativa, não se considera sonhadora.

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Na organização, todas as pessoas têm seu espaço. Sua gestão é flexível

para debates e ideias. Assim, constantemente esta oportunidade é reconhecida em

seu ambiente de trabalho. Portanto, os procedimentos organizacionais não matam

as ideias que surgem. As ideias são conversadas abertamente sem que outros a

tomem para si. E isto acontece com frequência. ‘É ótimo’, afirmou. Apesar de, vez

em quando, a avaliada ser barrada por sugerir novas soluções.

Em seu trabalho, as boas ideias raramente são vendidas,

independentemente dos resultados esperados. Mesmo assim, as novas ideias que

surgem são, muito poucas, justificadas com muitas análises. Porém, a inovação

sempre é encorajada dentro de sua organização.

Conclui-se que, às vezes, a gestora tem dificuldades em ser criativa

dentro do ambiente de trabalho. E age medianamente em todas as suas situações.

Das três seções, o potencial criativo da empreendedora foram os somatórios de

pontos obtidos em A+B+C, como se apresenta no teste aplicado. Assim, o resultado

é:

A empreendedora tem um bom potencial criativo, mas está escondido

atrás de si próprio, devido ao seu estilo em resolver problemas ou ao seu ambiente

organizacional. Portanto, pode mudar qualquer um dos três.

Teste 5 – Exercício de autopercepção

Nesta avaliação, a empreendedora julgou, por meio de oito sentenças

contidas em sete seções, o seu melhor ambiente de trabalho em equipe. Atribuiu

pontos entre um a dez para elas e, com isso, determinou o seu perfil. Assim, as

sentenças foram:

1. De que forma eu acredito que posso contribuir para uma equipe?

b) 2 pontos – eu consigo trabalhar bem com vários tipos de pessoas.

c) 3 pontos – ter ideias é uma de minhas características naturais.

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g) 5 pontos – eu sou rápida para perceber algo que deve dar certo em uma situação

que me é familiar.

2. Se eu tiver uma possível falha em um trabalho em equipe, pode ser porque

b) 5 pontos – eu sou inclinado a ser bastante generoso com aqueles que têm um

ponto de vista aceitável, sem que o mesmo tenha sido apropriadamente detalhado.

c) 5 pontos – eu tenho tendência a conversar muito assim que o grupo tem novas

ideias.

3. Quando envolvido em um projeto de outras pessoas

b) 2 pontos – sou atencioso para prevenir erros, descuidos e omissões.

c) 2 pontos – estou preparado para imprimir um ritmo orientado a ações e fazer com

que as reuniões não sejam uma perda de tempo e não discutam assuntos fora do

foco principal.

d) 2 pontos – o grupo pode contar comigo para contribuir com algo original.

e) 2 pontos – estou pronto a aceitar uma sugestão de interesse comum.

f) 2 pontos – eu fico entusiasmado em buscar saber as mais recentes ideias,

inovações e desenvolvimentos.

4. Minha abordagem características para trabalhos em grupo

d) 7 pontos – eu acho que tenho talento em fazer as coisas acontecerem, uma vez

que um plano tem de ser colocado em operação.

h) 3 pontos – embora eu esteja interessado em todas as visões, não hesito em

tomar minha decisão assim que seja necessário.

5. Tenho satisfação em determinar trabalho porque

g) 5 pontos – eu me sinto especial quando posso dar toda a minha atenção a uma

tarefa.

h) 5 pontos – eu gosto de atividades que exercitem minha imaginação.

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6. Se, de repente, me fosse dada uma tarefa difícil, com tempo limitado para

fazê-la, trabalhando com pessoas com as quais não estou familiarizado

e) 5 pontos – eu acredito que me manteria calmo e também manteria minha

capacidade de pensar bem focada nos problemas a resolver.

h) 5 pontos – eu estimularia uma discussão aberta para obtenção de novos

pensamentos/ideias com vistas a dar ação às atividades.

7. Em relação aos problemas que estou sujeito a enfrentar em trabalhos em

grupos

c) 4 pontos – minha vontade de assegurar que o trabalho seja feito adequadamente

pode fortalecer/enfatizar os procedimentos.

e) 3 pontos – eu sinto dificuldades de iniciar algo a não ser que os objetivos e metas

estejam claros.

g) 3 pontos – eu tenho consciência de que devo passar aos outros aquilo que não

posso fazer eu mesmo.

Diante destas seções, o item mais pontuado foi o “c,” com 14 pontos,

conforme tabela abaixo:

Tabela 1

Pontos do exercício de autopercepção

Seção

Item

a

b

c

d

e

f

g

h

1 2 3 5

2 5 5

3 2 2 2 2 2

4 7 3

5 5 5

6 5 5

7 4 3 3

TOTAL 9 14 9 10 2 13 13

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Na tabela seguinte, observam-se os perfis que a empreendedora

assume/pode assumir. Assim, quanto maior a pontuação, maior é a influência desse

perfil em sua personalidade/maneira e agir.

Tabela 2

Perfil quando trabalhando em equipe

Seção

Item

a

b

c

d

e

f

g

h

TOTAL

IMP

0

CO

9

FOR

14

CRI

9

INV

10

MO

2

TE

13

FI

13

Logo, explica-se o perfil – tipos, preferências, forças e possíveis

fraquezas. O perfil foi tipo - formatador (FOR): Os formatadores são altamente

motivados, com muita energia e necessidade de realização. Eles desafiam a inércia,

a complacência e a decepção, trazendo energia e ação para o grupo.

Frequentemente, são agressivos e extrovertidos e possuem muita habilidade de

direção. Eles gostam de desafiar os outros e seu interesse é vencer. Eles gostam de

liderar e levar os outros a agir.

Se surgirem obstáculos, eles encontrarão uma maneira de contorná-los.

Muito sólidos e assertivos, mostram forte resposta emocional a qualquer forma de

desapontamento ou frustração. São pensadores solitários, frequentemente

argumentativos e nem sempre consideram os sentimentos dos outros. São os mais

competitivos dentro do grupo.

Geralmente são bons gerentes porque são voltados para a ação e

trabalham bem sob pressão. São excelentes em aquecer o ânimo da equipe e muito

úteis em grupos em que complicações políticas podem desacelerar as ações. Como

o nome diz, eles tentam impor algumas formas ou padrões nas discussões e

atividades em grupo. Eles são, provavelmente, os mais efetivos membros de um

grupo, buscando garantir ações positivas.

Para que os resultados das proposições postas pela diretora - nos testes

de Dornelas - fossem confirmados e abrir caminho para o diagnóstico de sua gestão,

foram realizadas, também, entrevistas estruturadas. As entrevistas que foram

formuladas excedem o foco dos testes de Dornelas. Portanto, as questões das

entrevistas suplementam os testes propostos pelo suprateórico.

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Em virtude disso, há algumas questões que são encaminhadas para

ampliar o conhecimento sobre o negócio em si e as características da empresária,

que servem como referência para formar o seu perfil empreendedor, ou não.

A questão central é que o empresário não necessariamente terá um perfil

empreendedor arrojado, mesmo assim, um estilo de administração mais tradicional

pode trazer a estabilidade ao negócio. O perfil empreendedor vai além de manter a

estabilidade, a ousadia aliada à informação e às oportunidades; entre outros

aspectos, representa o diferencial necessário ao empreendedor.

O resultado mostrou que a administração realizada está mais para uma

administração mais tradicional, embora a diretora tenha conhecimento de seus

limites, ela também acredita que tem “feito bem feito” (sic) pelos resultados de

estabilidade que sua empresa se encontra.

É bem claro que seu perfil de formação, Pedagogia, lhe confere domínio e

competência para lidar com os aspectos do ensino, relacionamento com os pais e

seus recursos humanos. Mas, não lhe conferem afinidade com as questões

relacionadas ao empreendedorismo em si.

A forte centralização das decisões e controles, que são realizados de

forma bastante tradicional, sem grandes inovações; pouco uso de ferramentas de

informática, controles e gestão em quase sua totalidade são feitos a mão, embora

seus resultados sejam satisfatórios. É necessário levar em conta que o

estabelecimento é pequeno e que pode ser administrado por este modelo.

Percebe-se a preocupação com os aspectos relacionados à legislação e

aos direitos trabalhistas, a pontualidade nos seus pagamentos, preocupação com a

boa manutenção da estrutura física e do bem-estar das pessoas. Uma visão de

futuro bastante focada na melhoria das pessoas e da estrutura. Dinheiro em caixa e

intensão de melhora nas condições dos funcionários fazem da gestora uma

potencial empreendedora, embora do tipo mais alinhado ao tradicional. Este aspecto

certamente está ligado às questões de formação.

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É também notória a existência de uma ambição limitada:

A gente sempre faz aquela velha ligaçãozinha xereta. Tanto faço como recebo. E eu tenho feito uma comparação, está um pouquinho abaixo, mas proposital, eu sempre procuro deixar, em relação o meu concorrente. Não que eu me sinto inferior, mas pra poder atrair. Tem dado resultado. Eu não me vejo concorrendo, aliás, eu não vejo “Farias Brito” e “Christus” como meus concorrentes, não vejo. São megaescolas. Quem sou eu para querer concorrer com eles. Rádio e internet. Televisão, não posso, é muito bom, mais é muito caro, não dá ainda pra mim, mas eu chego lá. Com uma gestão bem boa, e eu arrumando a casa, a gente chega lá (PESQUISA DE CAMPO, 2012, s/p).

Afirmações com dubiedade podem representar alguma insegurança

relacionada ao tema da questão; aqui se verifica a relação com os concorrentes,

como a diretora percebe sua escola em relação às de igual porte e às maiores, que

ela acha que não concorre diretamente. Outro tema está relacionado às estruturas

físicas, que ela teme ser um indicador negativo e também a relação com os pais e

sua intenção de resolver tudo de bom agrado.

São estas três que me dão dor de cabeça. Não, tu sabe que eu não vejo o meu concorrente como a dor de cabeça. Eu acho bom ter um concorrente, porque se eu não tivesse um concorrente, eu ia me relaxar, eu ia-me... Como é que se diz? (acomodar) acomodar e você tendo concorrente, você..., epa! Ele fez aquilo! Então preciso fazer isso porque se não vou perder. Eu vejo concorrente dessa maneira. Eu acho bom concorrente, importante, não que é bom, é importante ter, pra não se acomodar. Não. Não vejo isso uma dificuldade. E, ao mesmo tempo, vejo. (...) Os pais chegarem aqui, gostarem, gostarem do serviço, mas deixa muito a desejar na estrutura. Eu vejo dessa maneira. Não sei se realmente de fato é uma dificuldade. Sim, a gente tenta segurar o máximo que pode. ... tem assim esse cuidado e embora nem todos a gente agrada. Mas, a gente procura ter todo esse cuidado, sim. Enfim, aí depois que a coisa está, que não tem jeito, é que vão trazer pra mim. Ou seja, já estou a par do que está acontecendo, trago, passo a mão na cabeça, entendeu? E tento resolver da melhor forma possível. A minha relação com os pais é a melhor possível (PESQUISA DE CAMPO, 2012, s/p).

O planejamento acontece apenas no âmbito pedagógico; a preocupação

está mais relacionada à questão de qualificação e assistência interna, aos

professores e auxiliares, para que o desempenho seja acompanhado e

constantemente apoiado por profissionais de áreas complementares; psicólogos,

nutricionistas, por exemplo.

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Esse planejamento, acontece da seguinte maneira.

... elas planejam 15 dias para esse dia a dia. Então tudo que vai acontecer hora a hora entre sala de aula é planejado. Esse é o dia a dia delas. (...) É isso, essa semana. E a cada 15 dias nós nos reunimos para fazer estudo e planejamento. As professoras, elas recebem um estudo por parte da coordenadora, por parte do psicólogo que traz textos de como aplicar e introduzir o comportamento da criança em sala de aula. Enfim, elas são assistidas a cada 15 dias e também no meio e no começo do ano, existe a semana pedagógica, a capacitação. A cada quinze dias é feito uma reunião pedagógica. E tem estudo. Então, assim essas capacitações, tanto em julho como em janeiro, a gente tem todo um preparo para fazer essa capacitação e esse estudo. A gente procura exatamente nessas reuniões de planejamento, procura estar jogando conteúdo para que elas possam estar se atualizando. A gente dá essa oportunidade. Prepara todo material também e, assim, é nossa preocupação para que elas estejam se atualizando. É essa, nesses estudos. É... Tem professora que a gente incentiva (PESQUISA DE CAMPO, 2012, s/p).

Avaliação do tipo funcional é realizada apenas na admissão. Esse ponto é

crucial para um empreendedor, uma vez que o empreendedor está em constante

avaliação dos resultados do negócio e preocupa-se com capacitação e avaliação

dos funcionários, bem como a inovação. As questões relacionadas aos benefícios e

estratégias motivacionais não passam do que a lei obriga. Portanto, é uma

característica de uma administração ainda com pouca visão de instrumentos de

gestão de pessoas (aqui pode destacar-se a ausência do sentido de criatividade e

influenciador).

Ainda referindo-se à avaliação funcional, a diretora declara que:

Sim existe. Existe, na parte dos professores e auxiliares. Existe uma avaliação escrita do conteúdo da área da pedagogia. Nas outras áreas, o teste é o prático. Na parte de limpeza, por exemplo, de berçarista também, de cuidados. Existe esse teste sim. Testes. O cargo de professora existe um teste especifico e do auxiliar existe outro também. E os outros cargos, como é a pratica, também (PESQUISA DE CAMPO, 2012, s/p).

Sobre as vantagens para os funcionários – apenas o que está na lei, com

uma expectativa de que num breve futuro sejam implementadas.

Não. Ainda não. Não. Tudo está em estudo. Sim. Nós pagamos o que a lei manda. O piso salarial dos professores. Pagamos tudo em dia. Carteira assinada. Pagamos o que a lei manda (PESQUISA DE CAMPO, 2012, s/p).

Neste ponto, podemos notar a ausência do seu sentido de motivador,

destacado anteriormente. O discurso quando se refere às questões administrativas

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apresenta que, apesar do esforço a falta de expertise específica, dificulta o

desempenho das funções de controladoria e atividades técnicas mais arrojadas,

como o uso de sistemas de gestão, mesmo que de pequeno porte; com

instrumentos em papel, controlados manualmente pela diretora, guardado em pastas

e atualizado pela própria. Isso vai desde as contas a pagar e a receber, em que

atualmente está com o recebimento das mensalidades e pagamentos de

funcionários sob a responsabilidade do banco.

Mas o grande problema refere-se não à falta de vontade, ou de espírito

empreendedor, tal como bem salientam os testes de Dornelas, mas às dificuldades

relacionadas apenas à formação em pedagogia. O exemplo disso, a captação de

clientes, enfoca mais a compensação monetária (desconto) como motivação.

Assim, eu procuro sempre estar me atualizando em relação a isso. A gente sempre faz aquela velha ligaçãozinha xereta. Tanto faço como recebo. E eu tenho feito uma comparação, está um pouquinho abaixo, mas proposital, eu sempre procuro deixar, em relação o meu concorrente. Não que eu me sinto inferior, mas pra poder atrair. Tem dado resultado. É uma diferença pouca... Quem se matricular até o dia, se eu não me engano, até o dia 10 de novembro. Ai vai dar um bom desconto e ai vai. Durante o ano também a gente sempre tenta, às vezes, dependendo do cliente, quando vem nos procurar a gente, a gente faz uma sondagem e dá uma promoção, dá um desconto. Enfim, a gente sempre trabalha com esse desconto sim (PESQUISA DE CAMPO, 2012, s/p).

Relacionado aos controles percebemos forte centralização e pouco uso

das tecnologias.

É... Eu seleciono as que eu compro. Faço alguma pesquisa em relação a preço. Mas estou acostumada a comprar sempre em duas. Então, há muito tempo eu já me acomodei. Cadastro não. Eu tenho controle de comparação de preço, mas um cadastro guardado com essa comparação, não. Eu compro lá na hora. Eu não compro para eles virem deixar não. O que eu ainda compro para virem deixar é a “TaLimpo”, mas é aqui ao lado, não demora dez minutos. Sim. Nós temos sim, um controle de material. Eu comparo sempre a nota fiscal que eu compro as mercadorias, e vou anexando um papelzinho que tem as saídas. As professoras fazem o pedido de material e aí a gente vai anexando junto com essas notas e ai vai dando baixa. É o chamado balanço né? É feito assim. O contador lida tanto com impostos a pagar como os contracheques do trabalhador. Tudo é feito com o contador. Tenho uma pasta no arquivo. Tudo com relação. Tudo pago. Bom, é o seguinte. Eu tenho um pai de aluno que ele foi um dos colaboradores que montaram o site. E ele se propôs a dá manutenção ao site e abriu esse face também e eu fiz uma parceria com ele. Só que o cara está deixando o negócio de lado. Então assim, eu tenho, não tenho. Estou me virando do jeito que posso, mas eu tenho uma pessoa, mas não estou satisfeito com essa pessoa. A realidade é essa. (PESQUISA DE CAMPO, 2012, s/p).

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Sobre a gestão de pessoas, podemos perceber a preocupação para que

as coisas funcionem de acordo, para que haja efetividade nas ações (características

salientes nos testes realizados), mesmo assim ainda não tem um tratamento

diferenciado, como um setor específico da empresa:

Não. Só o setor não. Ele existe. Eu administro isso. Mas um setor específico para isso, não. Hoje, uma pessoa especifica só para isso eu não tenho. A minha pessoa, a direção, ela faz essa a parte de RH. Eu consigo. Até então eu tenho dado conta, mas eu acho que o ideal é ter realmente uma pessoa só para isso. Mas no momento não. Sim. Acontece isso comigo e mais ainda na área pedagógica. Com a coordenadora, a Vivian, ela dá todo suporte quando a professora entra. De mostrar como funciona. Fazer treinamento aos sábados. Passa toda orientação antes dessa candidata, ela entrar, na sala, na aula. Na parte de limpeza também. Olha! Até a gente ver o candidato, tá seguro. É por isso que a gente tem o cuidado de colocar pessoas que tenha experiência. Se torna mais fácil pra gente, né? Mais nem sempre é possível. Eu tenho uma lista que o contador me deu, com a lista que consta a lei, CTPS, foto, campo de endereço, folha corrida, aquelas coisas. Assinado a carteira tem o contrato de experiência. Primeiro é fato o contrato de experiência após esses três meses. Eu vejo se vale ou não a pena ficar com aquele funcionário. Salário em dia. Tudo. Tenho muita preocupação com isso graças a Deus (PESQUISA DE CAMPO, 2012, s/p).

Ela finaliza com uma declaração muito significativa, que expressa bem

o real perfil empreendedor da diretora:

Olha! Eu confesso que eu deixo a desejar. Eu administro isso sozinha. Sem entender nada da área. Mas, eu estou dando conta porque a empresa, ela, não está no vermelho. Mas, é feita da minha forma e eu tenho certeza que não é a correta (PESQUISA DE CAMPO, 2012, s/p).

Como se observa, tanto nos testes sobre o perfil empreendedor de

Dornelas (2007), quanto na análise de conteúdo das entrevistas estruturadas, um

perfil empreendedor com fortes potencialidades, mas que precisa melhorar os seus

pontos fracos. Os resultados apresentam certas características referentes ao perfil

do empreendedor, que são encontradas nos enunciados das respostas das

entrevistas estruturadas.

Portanto, existe muita vontade em manter-se em equilíbrio, existem umas

iniciativas e algumas expressões que conotam um espírito empreendedor, mas

ainda de modo muito discreto. Na próxima seção são apresentadas as

considerações finais com recomendações e/ou sugestões para a continuidade da

pesquisa, visto que este estudo de caso não se limita apenas ao objeto de estudo

específico pesquisado.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao considerar a problemática que orientou esta pesquisa: à luz da teoria

empreendedora de Dornelas, como é gerenciada uma escola-creche em Fortaleza,

pode-se dizer que o estudo realizado em uma unidade educacional infantil foi

satisfatório.

Assim, observou o espírito empreendedor da gestora desde o início de

seu sonho - ser proprietária de uma escola. Encarou os desafios de criar um negócio

próprio e se manter no mercado com conhecimentos teóricos aprendidos e

experiência profissional.

O estudo de caso demonstra que seu tipo de perfil empreendedor,

conforme Dornelas (2007), é o “O empreendedor que aprende (inesperado)” devido

às características determinantes ao longo de sua vida pessoal e profissional.

Renunciou a uma possível carreira em alguma organização para ser uma

profissional ativa, criadora de empregos e renda em um negócio próprio.

Com relação a sua formação, a Pedagogia, lhe confere muito mais

detalhamento nas ações relacionadas ao ensino, visto que, paralelo à forma de

como é gerida sua instituição de ensino, não apresenta conhecimento suficiente

para a sustentabilidade de seu empreendimento. Deve-se levar em conta que existe

uma empresa e precisa ser vista com um olhar mais apropriado e não apenas

manter o negócio “fora do vermelho".

No empreendimento, sua gestão demonstra ser tradicional e administrada

como lhe convém, não se considera adequada a um mercado competitivo e

dinâmico. Apesar de ser bem conduzido, verificou que não existem, ainda, alguns

setores que possa servir de apoio e expansão interna na instituição.

Sabe-se que, com conhecimentos sobre gestão e inovação estrutural, o

avanço será inevitável. Assim, ressalta a importância da visão empresarial e de

treinamentos específicos em instituições de negócios, como, por exemplo, no

SEBRAE.

Para sustentar a pesquisa, os testes demonstraram os pontos fracos que

devem ser trabalhados, bem como a manutenção dos pontos fortes. Todavia, para

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que haja um equilíbrio gerencial, é necessário contornar as fraquezas para que

exista um crescimento da instituição. Para complementar, estratégias são sugeridas

neste estudo.

Logo, este estudo não tem caráter conclusivo, pois, tem limitação por

conta dos modelos de Dornelas, por ser observado, especificamente, em uma

escola-creche privada (caso particular) e por analisar apenas a direção, sem levar

em conta o seu corpo gerencial.

O diagnóstico não é generalizado em função das outras instituições de

ensino, seja escola e ou creche. Difere, portanto, em realidade, em cultura e em

porte, por exemplo. Recomenda-se fazer uma análise corporativa entre duas ou

mais unidades privadas; análise da direção com a gestão e pesquisas na rede

pública.

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98

SHIGUNOV NETO, Alexandre et al. Dicionário de administração e turismo. Rio de Janeiro: Ciência Moderna, 2006. SILVA, Reinaldo Oliveira da. Teorias da administração. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004. SOARES, Edvaldo. Metodologia científica: lógica, epistemologia e normas. São Paulo: Atlas, 2003. SOUZA, Daniela Pires Teixeira de; SERRALVO, Flávia Silveira, Um novo modelo de administração: o empreendedor corporativo. Revista Científica da Faculdade das Américas. Ano II. nº 1. São Paulo: Interação, 2008. VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 10ª ed. São Paulo: Atlas, 2009.

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99

ANEXOS

TESTES DE PERFIL EMPREENDEDOR

(FORMULÁRIOS)

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100

Teste 1 Auto-Avaliação de seu Perfil Empreendedor

Ambiente, Atitudes e Know-how (DORNELAS, 2007)

Instrução

1. Atribua à sua pessoa uma nota de 1 a 5 para cada uma das características a

seguir e escreva a nota na última coluna.

2. Some as notas obtidas para todas as características.

3. Destaque seus principais pontos fortes e pontos fracos.

4. Quais dos pontos fortes destacados são mais importantes para o

desempenho de suas atribuições atuais no seu trabalho?

5. Quais dos pontos fracos destacados deveriam ser trabalhados para que o seu

desempenho no trabalho seja melhorado?

Características

5

4

3

2

1

Nota

Comprometimento e determinação

1. Proatividade na tomada de decisão

2. Tenacidade, obstinação

3. Disciplina, dedicação

4. Persistência em resolver problemas

5. Disposição ao sacrifício para atingir metas

6. Imersão total nas atividades que desenvolve

Obsessão pelas oportunidades

7. Procura ter conhecimento profundo das necessidades dos clientes

8. É dirigido pelo mercado (market driven)

9. Obsessão em criar valor e satisfazer os clientes

Tolerância ao risco, ambiguidade e incertezas

10. Toma riscos calculados (analisa tudo antes de agir)

11. Procura minimizar os riscos

12. Tolerância às incertezas e falta de estrutura

13. Tolerância ao estresse e conflitos

14. Hábil em resolver problemas e integrar soluções

15. Não-convencional, cabeça aberta, pensador

16. Não se conforma com o status quo

17. Hábil em se adaptar a novas situações

18. Não tem medo de falhar

19. Hábil em definir conceitos e detalhar ideias

Motivação e superação

20. Orientação para metas e resultados

21. Dirigido pela necessidade de crescer e atingir melhores resultados

22. Não se preocupa com o status e poder

23. Autoconfiança

Exc

ele

nte

Bo

m

Reg

ula

r

Fra

co

Insu

ficie

nte

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101

24. Ciente de suas fraquezas e forças

25. Tem senso de humor e procura estar animado

Liderança

26. Tem iniciativa

27. Poder de autocontrole

28. Transmite integridade e confiabilidade

29. É paciente e saber ouvir

30. Sabe construir times e trabalhar em equipe

TOTAL

Analise seu desempenho:

120 a 150 pontos: Você provavelmente já é um empreendedor, possui as

características comuns aos empreendedores e tem tudo para se diferenciar

em sua organização.

90 a 119 pontos: Você possui muitas características empreendedoras e, às

vezes, se comporta como um, porém pode melhorar ainda mais se equilibrar

os pontos ainda fracos com os pontos já fortes.

60 a 89 pontos: Você ainda não é muito empreendedor e provavelmente se

comporta, na maior parte do tempo, como um administrador e não um

“fazedor”. Para se diferenciar e começar a praticar atitudes empreendedoras

procure analisar o seus principais pontos fracos e definir estratégias pessoais

para eliminá-los.

Menos de 59 pontos: Você não é empreendedor e, se continuar a agir como

age, dificilmente será um. Isso não significa que você não tem qualidades,

apenas que prefere seguir a ser seguido. Se seu anseio é ser reconhecido

como empreendedor, reavalie sua carreira e seus objetivos pessoais, bem

como suas ações para concretizar tais objetivos.

Principais pontos fortes Principais pontos fracos

Definição de estratégias a seguir:

Resultados desejados e prazo para alcançá-los:

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102

Teste 2 Auto-Avaliação de seu Perfil Empreendedor

Habilidades Gerenciais (DORNELAS, 2007) adaptado

Instrução

1. Atribua à sua pessoa uma nota de 1 a 5 para cada uma das competências a

seguir.

2. Defina qual a importância de cada competência para sua empresa (relativa à

sua função/cargo e não ao fato de ser o provável dono), atribuindo também notas de

1 a 5.

3. Selecione com um círculo as competências de maior importância para sua

empresa.

4. Calcule a diferença entre as duas notas para cada competência.

5. Para as competências selecionadas, destaque as que obtiveram as maiores

diferenças nos cálculos.

6. Estas são as competências que você deverá priorizar, buscando aperfeiçoá-

las para obter melhores resultados dentro de sua empresa. Assim, defina estratégias

para atingir esse objetivo. Uma alternativa é compor sua equipe com pessoas que

possuam pontos fortes que complementem o seu perfil, ou seja, em áreas nas quais

você tem pontos fracos.

Competências gerenciais

Nota

Marketing

1. Avaliação e pesquisa de mercado

2. Planejamento de marketing

3. Estabelecimento de preços dos serviços

4. Planejamento de novos serviços

5. Publicidade

Operações/Serviços

6. Gerenciamento dos serviços

7. Controle de estoques

8. Controle e análise de custos

9. Controle de qualidade

10. Controle de matrícula

11. Controle de material escolar

12. Controle de material higiênico

Sua avaliação Importância para

sua empresa

Exc

ele

nte

Bo

m

Reg

ula

r

Fra

co

Insu

ficie

nte

5 4 3 2 1 5 4 3 2 1

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103

13. Controle de equipamentos

14. Compra de produtos e materiais

Finanças

15. Contabilidade

16. Orçamentos

17. Gerenciamento de fluxo de caixa

18. Gerenciamento de contas a pagar e receber

19. Gerenciamento das relações com fontes de financiamento

20. Negociação para obtenção de recursos financeiros

Administração

21. Resolução de problemas

22. Comunicação

23. Planejamento

24. Tomada de decisão

25. Gerenciamento de projetos

26. Negociação

27. Administração de pessoal

28. Contratos

29. Impostos

30. Seguros

31. Sistema de informação gerencial

32. Patentes e propriedade intelectual

Relacionamento interpessoal/equipes

33. Liderança, visão, influência

34. Ajuda

35. Feedback

36. Gerenciamento de conflitos

37. Gerenciamento de pessoas

38. Trabalho em equipe

Habilidades específicas

39.

40.

41.

42.

Competências que devem ser

melhoradas

Estratégias de curto/médio prazo

para melhorá-las

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Teste 3 Auto-Avaliação das Habilidades Empreendedoras (DORNELAS, 2007)

Instrução

Para cada questão, faça um círculo na resposta que está mais adequada

às crenças ou ações, mesmo que aparentemente não tenham algo em comum com

o que você faz/ gosta de fazer. Esteja certo de selecionar aquela que você acredita

ser a mais verdadeira, em vez de aquela que você gostaria que fosse verdade. Mais

uma vez cabe frisar que não existem respostas certas ou erradas, e a ideia aqui é

avaliar como você observa seu ambiente atual... Seja rápido, não pondere!

1) Eu acredito que as pessoas que conheço e que são bem-sucedidas nos

negócios:

a) tem bons contatos

b) são mais habilidosas/ espertas que eu

c) são parecidas comigo, mas talvez trabalhem mais arduamente

2) Eu gosto:

a) de ser fiel aos meus amigos e colegas

b) de ser muito sistemático em meu trabalho

c) de fazer o meu melhor em qualquer trabalho que eu assumo

3) Se eu chego em casa para descansar e ter uma noite relaxante e

descubro que a pia da cozinha está com vazamento:

a) eu estudo o guia de “faça você mesmo” para ver se consigo consertar o

problema

b) eu convenço um amigo a arrumar a pia para mim

c) eu ligo para um encanador

4) Em relação aos valores individuais, eu sinto que:

a) a maioria das pessoas recebe o respeito que merece

b) o valor individual das pessoas passa despercebido independentemente de

quanto as pessoas trabalhem

c) são os outros quem determinam de forma significante o valor de uma pessoa

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105

5) Meu objetivo na vida é:

a) fazer grande quantidade de realizações bem-sucedidas

b) servir ao meu país

c) atingir um alto status na sociedade

6) Se eu tivesse uma noite livre, eu iria:

a) assistir a um programa de TV

b) visitar um amigo

c) praticar um hobby

7) Se um funcionário que é meu amigo não estivesse fazendo seu trabalho

corretamente:

a) eu o convidaria para um drinque, falaria genericamente que as coisas não

estão indo bem e esperaria que ele captasse a mensagem

b) eu o deixaria sozinho e teria esperança de que ele se acertasse

c) eu daria a ele um forte aviso e o demitiria se ele não se acertasse

8) Eu acho:

a) que é difícil saber se uma pessoa gosta ou não de você

b) que o número de amigos que tenho depende de quão legal eu sou

c) que desenvolver relacionamento duradouros é geralmente perda de tempo

9) Em meus sonhos diários, eu apareço geralmente como:

a) um milionário em um iate

b) um detetive que resolveu um caso difícil

c) um político discursando para comemorar uma vitória

10) Eu prefiro jogar:

a) banco imobiliário

b) roleta-russa

c) bingo

11) Eu frequentemente desejo ser:

a) um trabalhador solitário que ajuda os pobres

b) bem sucedido fazendo algo significante

c) um verdadeiro devoto de Deus

12) Eu acho que por prazer e felicidade as pessoas devem:

a) fazer caridade

b) conseguir as básicas amenidades da vida

c) enfatizar as realizações das pessoas

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106

13) Eu frequentemente desejo:

a) ser um realizador social popular

b) ser um grande líder político

c) fazer algo de grande significância

14) As coisas ruins que nos acontecem são:

a) o resultado de falta de habilidade, ignorância, preguiça ou todas três

b) balanceadas por coisas boas

c) inevitáveis, e devem ser aceitas como são

15) Para fazer exercícios físicos, eu prefiro:

a) entrar em um clube/ academia

b) participar de um time/ equipe da vizinhança

c) fazer caminhada no meu ritmo

16) Quando convidado para trabalhar com outros em um grupo, eu aceitaria

com muito prazer:

a) outras pessoas que venham com boas ideias

b) cooperar com outros

c) tentar encontrar outras pessoas para fazer o que quero

17) Se meu chefe me pedisse para assumir um projeto decadente, eu:

a) o assumiria

b) não assumiria se já estivesse cheio de trabalho

c) daria a ele uma resposta em poucos dias após levantar mais informações

18) Para eu ser bem-sucedido, eu preciso:

a) dar um jeito de estar no lugar certo, na hora certa

b) estar atento para influenciar ou outros a fazerem as coisas como eu desejo

c) trabalhar arduamente, porque não há como lidar ou esperar pela sorte

19) Em qualquer trabalho que assumo:

a) eu gosto de fazer planos avançados

b) eu gosto de fazer o meu melhor

c) eu gosto de assumir total responsabilidade

20) Eu sou mais feliz quando:

a) estou fazendo os outros felizes

b) sou bem-sucedido em meu trabalho

c) sou o centro das atenções dos outros

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107

21) Na escola, eu preferia escolher cursos com ênfase em:

a) trabalhos práticos

b) em artigos, pesquisa, leitura

c) provas, exames, testes

22) Ao comprar um refrigerador, eu:

a) escolheria uma marca conhecida e tradicional

b) perguntaria aos meus amigos o que eles compraram

c) compararia as vantagens de diferentes marcas

23) Eu acho que:

a) o mundo é tocado por poucas pessoas com poder e não há muito que os

pequenos possam fazer

b) o cidadão mediano pode ter uma influência nas decisões do governo ou dos

que detem o poder

c) as decisões do governo e dos que detem o poder são baseadas apenas no

que é correto para a maioria

24) Eu preferiria:

a) comprar um bilhete de loteria

b) apostar em um jogo de futebol

c) jogar uma partida de truco

25) Quando me encontro envolvido em situações complicadas:

a) procuro ajuda de outros que estão mais bem preparados para lidar com a

situação

b) me retiro da situação

c) cuidadosamente avalio a situação e busco respostas razoáveis

26) Meu relacionamento com os outros é reforçado quando:

a) as outras pessoas tem os mesmos objetivos que eu tenho

b) eu posso influenciar os outros para alcançar meus objetivos

c) as outras pessoas tem objetivos que não conflitem com os meus

27) Se estou em viagem de negócios com horário marcado para uma

reunião e meu voo atrasa, pousando em uma cidade vizinha:

a) eu alugo um carro e tento chegar ao destino final

b) aguardo o próximo voo

c) reagendo a reunião

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108

28) Em relação à minha vida:

a) eu, às vezes, não tenho controle suficiente sobre o rumo que está tomando

b) meus pais sempre terão controle sobre minhas principais decisões

c) o que acontece comigo é devido a mim mesmo

29) No passado eu estabeleci metas que requeriam:

a) um tempo exorbitante e um esforço tremendo para serem atingidas

b) um alto nível de performance, mas metas atingíveis

c) um esforço mínimo para serem atingidas

30) Eu prefiro colegas de trabalho que:

a) são capazes de se adaptar ou mudar

b) lutam por aquilo que acreditam ser correto

c) são inexpressivos e altamente suscetíveis a sugestões

31) Ao fazer exames/ testes no colégio, eu descobri que:

a) se os estudantes estão bem preparados, dificilmente um teste é injusto

b) estudar é geralmente inútil, porque as questões dos exames geralmente não

são relacionadas ao conteúdo do curso

c) os exames são injustos para todos os estudantes

32) Eu topo jogar cartas quando:

a) jogo com bons amigos

b) jogo com pessoas que me desafiam

c) jogo por altas apostas

33) Supondo que eu tivesse um pequeno negócio de limpeza, quando um

amigo e competidor meu morre subitamente:

a) eu garanto à sua esposa que nunca tentarei pegar seus clientes

b) eu oferecerei o suporte necessário até que a empresa de meu ex-competidor

se recupere

c) vou até o escritório do meu ex-competidor e faço uma proposta para comprar

a empresa

34) Quando trabalho em grupo:

a) eu tento influenciar pessoalmente os resultados

b) eu me sinto inibido pelos outros e faço os outros atingirem os resultados

c) eu trabalho arduamente para ajudar os líderes do grupo

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109

35) Como membro do comitê de um novo projeto, se me deparo com uma

grande falha, minha reação é:

a) encontrar e responsabilizar outros membros por sua participação no projeto

b) assumir minha parte no problema e dar continuidade ao projeto

c) tentar justificar as falhas com pensamentos positivos

Instrução para a resolução do teste 3 – Habilidades Empreendedoras

Pontuação: Atribua um ponto para cada resposta sua que corresponda às

respostas seguintes:

1c 19b

2c 20b

3a 21a

4a 22c

5a 23b

6c 24c

7a 25c

8b 26b

9b 27a

10a 28c

11b 29b

12c 30a

13c 31a

14a 32b

15c 33c

16c 34a

17c 35b

18c

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110

Auto-avaliação das habilidades empreendedoras

Motivação para a realização

Questões 2,5,11,12,13,19,20

(baixo) 1 2 3 4 5 6 7 (alto)

Autocontrole

Questões 4,8,14,18,23,28,31

(externo) 1 2 3 4 5 6 7 (interno)

Propensão para assumir riscos

Questões 7,10,17,22,24,29,35

(baixo) 1 2 3 4 5 6 7 (alto)

Resolução de problemas

Questões 3,6,9,15,21,25,27

(baixo) 1 2 3 4 5 6 7 (alto)

Influenciador

Questões 1,16,26,30,32,33,34

(baixo) 1 2 3 4 5 6 7 (alto)

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111

Explicação das categorias de auto-avaliação do potencial empreendedor

Motivação para a realização

Um desejo de fazer acontecer, de alcançar um alto padrão de realização/atingimento

de objetivos.

Autocontrole (do destino)

Sentimento de influenciar o curso dos eventos da sua vida. O destino é definido mais

por algo interno da pessoa do que devido a fatores externos.

Propensão para assumir riscos

Correr riscos calculados e buscar informações antes de agir. Desejo de ser

responsável pelas ações.

Resolução de problemas

Alguém que sabe resolver problemas de forma realista e toca uma operação/negócio

sem necessitar de muita ajuda dos outros.

Influenciador

Aquele que encontra pessoas que o ajudam a satisfazer seus objetivos. Sabe

convencer as pessoas a trabalharem para a realização de um objetivo estipulado por

ele.

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112

Teste 4 Quão Criativo Você É?

(DORNELAS, 2007)

Instrução

Selecione, para cada item, a frequência com que cada um lhe ocorre.

A. Minha personalidade

PONTOS

1. Eu sinto falta de autoconfiança

2. Eu valorizo a crítica (ato de criticar)

3. Eu tenho medo de ser diferente dos outros

4. Meus pais me encorajam a ser criativo

5. Eu fico desconfortável com a ambiguidade

6. Eu gosto de novas faces, novos lugares

7. Eu tenho uma forte necessidade de organização em minha vida

8. Eu acredito que vale a pena sonhar acordado

9. Eu não me sinto à vontade com as pessoas que mostram seus sentimentos

10. Eu gosto de dramatizar, criar um pano de fundo para certas apresentações

11. Eu atinjo melhores resultados quando sigo procedimentos

12. Eu deixo meus sentimentos me guiarem

13. Eu gosto de ser conhecido como alguém dependente

14. Eu gosto de estar com pessoas de mente aberta, que pensam livremente, sem restrições

15. Eu sou mais reativo que proativo

16. Eu gosto de olhar ao longe, no horizonte, para a frente

TOTAL:

B. Meu estilo de resolver problemas

PONTOS

1. Quando encaro um problema, vou direto às conclusões

2. Quando surge um problema, eu sou analítico e objetivo

3. É necessário ter todos os fatos para tomar uma decisão

4. Um sentimento interno de coragem é algo que me ajuda

5. Eu me baseio no meu conhecimento passado de problemas similares

6. Eu odeio trabalhar com detalhes

7. Um trabalho concluído é o segredo do sucesso

8. Figuras/gráficos e estatísticas me dão uma ideia parcial do problema

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113

Teste 4 Quão Criativo Você É?

(DORNELAS, 2007)

(Continuação)

9. Os problemas deveriam ser resolvidos da mesma forma

10. Eu sou visto como alguém que resolve problemas de forma original

11. Eu tenho dificuldade em definir os problemas

12. Eu uso técnicas disciplinadas de resolução de problemas

13. Eu entro em depressão se um problema parece muito difícil

14. Quando outros não tomam uma decisão, eu tomo (se eu puder)

15. Eu gosto de ler as instruções antes de começar algo novo

16. Eu acho que o processo de tomada de decisão é algo criativo

TOTAL:

C. Meu ambiente de trabalho

PONTOS

1. As pessoas de minha organização pensam que o estilo delas é o melhor

2. Onde eu trabalho, criatividade é considerada chave para a sobrevivência

3. Meus limites de autoridade estão precisamente definidos

4. Qualquer ideia interessante, de qualquer lugar, é aceita aqui

5. O tempo para pensar de forma criativa é limitado nesta organização

6. A competição entre os empregados/departamentos é vista como saudável

7. Eu descreveria minha organização como tendo um ambiente confortável e cooperativo

8. Dentro da organização, eu gosto de identificar problemas

9. Onde eu trabalho, se eu sou criativo, eu sou um sonhador

10. Dentro desta organização as pessoas tem espaço...

11. Os procedimentos organizacionais matam as ideias

12. Eu posso conversar abertamente sobre minhas ideias sem que elas sejam roubadas

13. Eu serei barrado se sugerir novas soluções

14. Onde eu trabalho, boas ideias podem ser “vendidas” independentemente dos resultados esperados

15. Novas ideias devem ser justificadas com muitas análises

16. A inovação é encorajada dentro desta organização

TOTAL:

Sem

pre

Fre

qu

en

tem

en

te

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s

Rara

men

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114

Pontuação do teste de criatividade

1. Atribua pontos a cada uma de suas respostas escrevendo um número na

coluna correspondente, de acordo com a seguinte regra:

Todas as questões ÍMPARES (1,3,5,7,9 etc.) devem ser pontuadas de acordo

com:

Nunca = 5 pontos

Raramente = 4 pontos

Às vezes = 3 pontos

Frequentemente = 2 pontos

Sempre = 1 ponto

Todas as questões PARES (2,4,6,8 etc.) devem ser pontuadas de acordo

com:

Sempre = 5 pontos

Frequentemente = 4 pontos

Às vezes = 3 pontos

Raramente = 2 pontos

Nunca = 1 ponto

2. Depois, some os pontos para cada uma das três seções.

3. Finalmente, faça a soma final dos pontos totais das seções (A+B+C) para

descobrir seu potencial criativo.

4. Confira o significado de suas pontuações.

Qual o significado da pontuação obtida?

Personalidade

16-37

Você está abafando seu potencial criativo devido a algum sentimento sobre você

mesmo; você ficará surpreso com o quanto ele será renovado uma vez que você se

permita se criativo.

38-59

Você tem muito potencial dentro de si, mas características de sua personalidade o

estão impedindo de se expressar. Você precisa trabalhar técnicas de relaxamento e

se perguntar: “O que eu tenho a perder?”

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115

60-80

Sua personalidade o predispõe a ser uma pessoa altamente criativa e você será um

valioso recurso para os outros, dentro do processo criativo.

Estilo de resolução de problemas

16-37

Seu estilo de resolver problemas tende a ser o de “seguir regras”, faltando-lhe

criatividade. Pratique relaxamento, esqueça algumas “regras” e abra sua mente para

novas ideias e métodos.

38-59

Sua abordagem de resolução de problemas é, às vezes, muito rígida e pode resultar

em decisões não-criativas que se baseiam demais em soluções passadas de

problemas similares. Tente se soltar e descobrir seu potencial criativo.

60-80

Você tem um estilo aberto e criativo de resolver problemas, com muito a oferecer

aos outros. Você deveria tirar vantagem de cada oportunidade que lhe aparece para

criar um espírito de questionamento e aventura em torno de si.

Seu ambiente de trabalho

16-37

Seu ambiente de trabalho não encoraja o pensamento criativo. Olhe seus pontos

das seções A e B. Se eles forem altos, você está certo de se sentir frustrado. O que

você fará a respeito?

38-59

Às vezes, é difícil ser criativo dentro do ambiente de trabalho. Se você tem alta

pontuação para as seções A e B, então use seu potencial para mudar o ambiente.

Se não, talvez você se adapte facilmente...

60-80

Você trabalha em um ambiente ideal para uma pessoa criativa. Entretanto, se sua

pontuação nas seções A e B forem baixas, você deveria estar trabalhando para

desenvolver seu potencial. Ninguém vai impedi-lo de contribuir com novas ideias.

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116

Seu potencial criativo

48-111

Você está certo de que todos tem um enorme potencial criativo, desde que tenham

chance de demonstrá-lo. Pare de sufocar seu potencial criativo ou o dos outros.

Solte-se!

112-176

Você tem um bom potencial criativo, mas está escondido atrás de si próprio, devido

ao seu estilo de resolver problemas ou ao seu ambiente organizacional. Você pode

mudar qualquer um dos três. Então, o que está esperando?

177-240

Você parece ser uma pessoa altamente criativa e com muito potencial. Continue a

exercitar seu talento buscando novas formas de usá-lo: em casa, em um hobby e, é

claro, no trabalho.

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117

Teste 5 Exercício de Autopercepção

(DORNELAS, 2007)

Instrução

Para cada tópico, distribua um total de dez pontos entre as sentenças que

você julga que melhor descrevem seu ambiente. Esses pontos podem ser

distribuídos entre várias sentenças ou os dez pontos podem ser dados a uma única

sentença.

1) De que forma eu acredito que posso contribuir para uma equipe?

a) Eu acho que posso rapidamente identificar e conseguir capitalizar sobre

novas oportunidades.

b) Eu consigo trabalhar bem com vários tipos de pessoas.

c) Ter ideias é uma de minhas características naturais.

d) Tenho habilidades para incentivar as pessoas quando noto que elas tem algo

de valor para contribuir com os objetivos da equipe.

e) Tenho capacidade de iniciar e concluir uma atividade e sou eficiente nesse

aspecto.

f) Estou preparado para enfrentar impopularidade temporária se estiver lidando

com algo que se mostrará valoroso ao final.

g) Eu sou rápido para perceber algo que deve dar certo em uma situação que

me é familiar.

h) Eu posso propor ações adequadas às alternativas de caminho a seguir sem

causar desvios de rota ou prejuízos.

2) Se eu tiver uma possível falha em um trabalho em equipe, pode ser

porque,

a) Eu não sou uma pessoa fácil de lidar, a não ser que as reuniões sejam bem

estruturadas, controladas e geralmente bem conduzidas.

b) Eu sou inclinado a ser bastante generoso com aqueles que tem um ponto de

vista aceitável, sem que o mesmo tenha sido apropriadamente detalhado.

c) Eu tenho tendência a conversar muito assim que o grupo tem novas ideias.

d) Meus objetivos particulares dificultam que eu me envolva prontamente e de

forma entusiástica com meus colegas em certas atividades.

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e) Eu sou visto, às vezes, como autoritário quando se tem algo que precisa ser

feito.

f) Eu encontro dificuldades de liderar, talvez porque eu seja muito responsável

por manter o ambiente dentro do grupo.

g) Eu fico desatento pensando em ideias que me vem à cabeça e acabo por me

desconcentrar sobre o que está ocorrendo no grupo.

h) Meus colegas tendem a me ver como alguém preocupado de forma

desnecessária com detalhes de algo que possivelmente não dará certo.

3) Quando envolvido em um projeto de outras pessoas,

a) Eu tenho uma atitude de influenciar as pessoas sem pressioná-las.

b) Sou atencioso para prevenir erros, descuidos e omissões.

c) Estou preparado para imprimir um ritmo orientado a ações e fazer com que as

reuniões não sejam uma perda de tempo e não discutam assuntos fora do foco

principal.

d) O grupo pode contar comigo para contribuir com algo original.

e) Estou pronto a aceitar uma sugestão de interesse comum.

f) Eu fico entusiasmado em buscar saber as mais recentes ideias, inovações e

desenvolvimentos.

g) Eu acredito que os outros apreciam minha capacidade de fazer bons

julgamentos/análises.

h) Eu já começo confiante de que a essência do trabalho está

organizada/definida.

4) Minha abordagem característica para trabalhos em grupo é:

a) Eu tenho muito interesse em conhecer melhor as pessoas.

b) Eu não reluto em desafiar o ponto de vista dos outros ou em manter uma

opinião própria que seja minoritária.

c) Eu geralmente encontro argumentos que refutam proposições sem sentido.

d) Eu acho que tenho talento em fazer as coisas acontecerem, uma vez que um

plano tem de ser colocado em operação.

e) Eu tenho tendência a evitar o óbvio e surgir com algo inesperado.

f) Eu dou um toque de perfeccionismo a qualquer trabalho em equipe do qual

participo.

g) Eu estou preparado para usar meus contatos fora do grupo.

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h) Embora eu esteja interessado em todas as visões, não hesito em tomar minha

decisão assim que seja necessário.

5) Tenho satisfação em determinado trabalho porque,

a) Eu gosto de analisar situações e medir todas as possíveis escolhas/soluções.

b) Eu tenho interesse em encontrar soluções práticas para os problemas.

c) Eu gosto de sentir que estou desenvolvendo boas relações no trabalho.

d) Eu posso ter uma forte influência nas decisões.

e) Eu posso conhecer pessoas que tenham algo de novo a oferecer.

f) Eu posso conseguir adeptos que concordem comigo em determinados rumos

a seguir para determinadas atividades.

g) Eu me sinto especial quando posso dar toda a minha atenção a uma tarefa.

h) Eu gosto de atividades que exercitem minha imaginação.

6) Se, de repente, me fosse dada um tarefa difícil, com tempo limitado para

fazê-la, trabalhando com pessoas com as quais não estou familiarizado.

a) Eu me sentiria jogado para escanteio e planejaria uma ação que evitasse

impasses antes de desenvolver uma linha de raciocínio.

b) Eu estaria pronto para trabalhar com a pessoa que me mostrasse uma

abordagem mais positiva, mesmo ela sendo uma pessoa difícil.

c) Eu encontraria uma forma de reduzir o tamanho das tarefas, estabelecendo

de que forma diferentes pessoas poderiam melhor contribuir.

d) Meu senso natural de urgência me ajudaria a garantir que nós não

comprometeríamos o cronograma.

e) Eu acredito que me manteria calmo e também manteria minha capacidade de

pensar bem focada nos problemas a resolver.

f) Eu me manteria firme, suportando eventuais pressões.

g) Eu me sentiria preparado para tomar uma atitude de liderança se sentisse que

o grupo não está fazendo progresso.

h) Eu estimularia uma discussão aberta para obtenção de novos

pensamentos/ideias com vistas a dar ação às atividades.

7) Em relação aos problemas que estou sujeito a enfrentar em trabalhos

em grupo,

a) Eu mostro minha impaciência com aqueles que estão obstruindo o progresso.

b) Outros podem me criticar por eu ser muito analítico e não muito intuitivo.

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c) Minha vontade de assegurar que o trabalho seja feito adequadamente pode

fortalecer/enfatizar os procedimentos.

d) Eu fico chateado/zangado quando alguém tenta me estimular.

e) Eu sinto dificuldades de iniciar algo a não ser que os objetivos e metas

estejam claros.

f) Eu às vezes não sou claro ou preciso ao explicar alguns pontos complexos

que me vem à mente.

g) Eu tenho consciência de que devo passar aos outros aquilo que não posso

fazer eu mesmo.

h) Eu hesito em esclarecer meus pontos quando possuo uma oposição real ao

meus pensamentos.

Tabela 1

Pontos do exercício de autopercepção

Preencha a tabela com os pontos atribuídos a cada letra dos itens 1 a 7.

Seção Item

a

b

c

d

e

f

g

h

1

2

3

4

5

6

7

TOTAL

Totalize os pontos de cada coluna da Tabela 1 para obter o valor total que

determinará seu perfil de trabalho em equipe.

Agora, transfira os Totais de cada coluna da Tabela 1 para a Tabela 2. As

siglas abaixo dos totais representam os vários perfis que você assume/pode

assumir. Quanto maior a pontuação, maior é a influência desse perfil em sua

personalidade/maneira e agir.

Tabela 2

Perfil quando trabalhando em equipe

Seção Item

a

b

c

d

e

f

g

h

TOTAL IMP CO FOR CRI INV MO TE FI

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121

APÊNDICE

ENTREVISTAS ESTRUTURADAS

(FORMULÁRIOS)

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ENTREVISTA ESTRUTURADA 1

Data: 25/09/2012

Assunto: Perfil Organizacional

Organização/Instituição em estudo: Escola-Creche Vila Criança

Tipo de modalidade da entrevista: Focalizada

Caracterização do Entrevistado (a):

Nome: Alana Maria Alencar Gomes Lessa

Idade: 47 anos

Escolaridade: Nível Superior em Pedagogia

Profissão: Empresária e Pedagoga

Cargo na instituição: Diretora

Principais tópicos:

Origem do Empreendimento;

Começou como professora infantil com 19 anos em uma escola X. No

decorrer estudava pedagogia com um sonho de ter uma escola própria.

Trabalhou 12 anos. Tinha necessidades pessoais e profissionais. Ano do

surgimento em 1999. (13 anos). Ela gosta do que faz. Como sustento e

sonho. Com o esposo adquiriu experiência com questão financeira. Então

dividir a questão financeira. Com uma rescisão contratual dele investiu uma

parte em móveis e brinquedos devidos uma venda de escola onde a esposa

trabalhava. Foi o surgimento do primeiro capital. Estrutura ficou sendo

alugada.

Representantes Legais;

Esposa e marido em nome da Alana. Empresa Simples individual. CGC e

2001.

Objetivo e Missão da Instituição;

Ensino de qualidade e serviços. Prezando um bom relacionamento com os

colaboradores.

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Estruturas Física, Funcional e Gerencial;

5 cinco berçários infantis

1 um refeitório

2 dois dormitório

1 um pátio interno e externo

1 uma sala de estimulação

1 um salão interativo

1 uma direção, coordenação e recepção

6 seis banheiros

1 uma cozinha

Quantidade de colaboradores: 20 funcionários – 7 sete professores, 6 seis

auxiliares, 1 um psicólogo, 1 uma terapeuta., 1 uma nutricionista, 1 um

supervisor, 1 uma coordenadora, .1 um professor de música, 1 um contador.

Organograma estrutural da Escola-Creche Vila Criança

Linha de atuação: atividades;

Aulas: Ciências Naturais, Sociais, Linguagem, Matemática, Musicalização,

Pluralidade Cultural (ex. Cidadania)

Datas comemorativas pela escola: Carnaval, Páscoa, Dia das Mães, Festa

Junina, Festa da Família, Exposição de Artes, Festa de Encerramento do ano

letivo.

Direção

Coordenação Pedagógica

Psicólogo Nutricionista Terapeuta Músico

Professores Auxiliares

Serviços

Gerais Portaria

Orientação

Familiar

Setor Administrativo

(Recepção)

Contador

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ENTREVISTA ESTRUTURADA 2

Assunto: Marketing __________________________Data:_____/____/_____

Organização/Instituição em estudo:________________________________

Tipo de modalidade da entrevista:_________________________________

Início:______________ Término:__________________

Houve pausa na entrevista: ( ) Sim ( ) Não Quantas:_____________

1. Quais os produtos/serviços oferecidos pela escola?

2. Os preços dos produtos/serviços estão de acordo com o mercado?

3. A escola faz promoção em relação às matrículas?

4. Em qual praça ou região atua?

5. Qual é o nicho de mercado (público-alvo)?

6. Quem são seus concorrentes?

7. Em algum período houve divulgação dos produtos/serviços da escola,

por meios de comunicação, no mercado? Quais?

8. Existe alguma dificuldade em captar clientes, ou seja, pais para escola?

9. Existe preocupação por parte da gestão, no caso você como diretora,

em reter clientes?

MACRO AMBIENTES

1. Com relação à legislação da educação, como ela é tratada pela escola?

2. Em que ponto o governo influencia na gestão da escola?

3. Como a direção da escola vê os seus concorrentes potenciais?

4. Quem são seus fornecedores?

MICROAMBIENTES

1. Como é o dia-a-dia dos profissionais?

2. Quem é responsável pela comunicação interna da escola? É uma pessoa

que tem conhecimentos da área?

3. Como se dá o relacionamento entre direção e os pais?

4. Qual o horário de permanência diária das crianças na escola?

5. Qual é o tempo médio das crianças na escola?

6. As crianças que estão, atualmente, em um grau mais avançado do

ensino, vieram desde o início escolar?

7. Quantas se encontram neste perfil?

8. Existe local apropriado para estoques de alimentos, produtos de uso

infantil e de limpeza?

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9. Qual a permanência desses produtos estocados?

10. Qual é a quantidade comprada?

11. Existe algum controle por parte da vigilância sanitária no

empreendimento?

12. Onde são visto fornecedores para a compra de material escolar:

fardamentos, livros e utensílios estudantis?

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ENTREVISTA ESTRUTURADA 3

Assunto: Gestão de Pessoas _____________________Data:_____/____/_____

Organização/Instituição em estudo:___________________________________

Tipo de modalidade da entrevista:____________________________________

Início:______________ Término:__________________

Houve pausa na entrevista: ( ) Sim ( ) Não Quantas:______________

1. O setor de RH, ou de Gestão de Pessoas é essencial em uma

organização, seja ela pública, privada ou não governamental. A escola

tem esse setor bem definido com todas as suas atribuições? Se não, por

quê?

2. Partindo das atividades iniciais, como é realizado o recrutamento de

profissionais para a escola? De que meios se utilizam?

3. Existem dificuldades, por parte da direção, em captar profissionais

competentes no mercado? Se sim, por quê?

4. Tendo a dificuldade de contratação, existe a possibilidade de não terem

candidatos suficientes para serem selecionados, portanto, a contratação

por indicação pode ser aplicada nesta situação?

5. Na seleção de pessoas, existe aplicação de entrevistas, testes ou outro

instrumento por parte da escola? Qual a predominância?

6. Existe metodologia padronizada em relação aos instrumentos de

seleção criados para cada tipo de profissional ao ser selecionado?

7. Quando o profissional é contratado existe o acompanhamento, ou seja,

orientação desse pela gestora? Por quanto tempo?

8. A direção aplica alguma avaliação de desempenho para os

profissionais? Em caso positivo, qual?

9. O salário pago aos colaboradores da escola é coerente com o mercado

na área da educação? A estipulação dos valores vem da onde?

Explique?

10. Existem programas de incentivos para os colaboradores? Se sim,

qual(is)? Se não por quê?

11. A escola oferece benefícios aos colaboradores?

12. O que motiva os colaboradores da escola? Existem prêmios de

motivação por desempenho ou tempo de serviço?

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13. Existe algum tipo de treinamento para os profissionais? Se sim, de

quanto em quanto tempo? Se não, por quê?

14. Os profissionais são motivados a se atualizarem por conta própria na

sua área de atuação?

15. Como se dá o desenvolvimento e o acompanhamento desses

profissionais por parte da direção? Em relação a suas atualizações.

Existem algum acompanhamento, desenvolvimento?

16. Como é o convívio entre a direção e os empregados no dia-a-dia?

17. A direção observa a rotatividade de seus profissionais? Existe

metodologia de controle, desta rotatividade? Como é a rotatividade: alta

ou baixa?

18. Na administração da escola é aplicado algum tipo de programa de

higiene laboral, ou seja, acompanhamento de sua saúde – em relação

aos profissionais – segurança pessoal ou qualidade de vida, ou seja,

exercícios relaxantes ou ergonômicos para os alunos e os

profissionais?

19. Na ocorrência de problemas de saúde com as crianças (alunos),

independente da faixa etária, e com os colaboradores, como age a

direção da escola?

20. Em relação ao monitoramento das pessoas, a escola mantem banco de

dados e sistemas de informações de seus clientes: pais/alunos e

profissionais? Como é feito este monitoramento?

21. Entrando na área dos procedimentos de contratação, como é feito a

admissão de um futuro colaborador: seu cadastro é em arquivos comum

ou informatizado?

22. A escola tem algum tipo de programa (software) para todo o processo de

contratação e acompanhamento trabalhista dos profissionais? Se sim,

qual ou quais?

23. A direção tem controle contábil de sua instituição e de seus

profissionais em relação a impostos a pagar e descontar? Se sim, quem

o executa? Profissional interno ou externo?

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24. Os direitos trabalhistas são direitos de todo trabalhador. Como são

realizados os procedimentos como: recebimento de documentação,

assinatura de contrato de trabalho, aplicação e controle de férias,

licenças, atestados médicos?

25. Como são realizados os procedimentos para pagamentos dos seus

profissionais? Existe segurança em relação a isso? Qual o período de

pagamento?

26. Existe uma gestão de pessoas na escola que lida eficientemente com os

colaboradores e seus direitos? Se não, por quê?

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ENTREVISTA ESTRUTURADA 4

Assunto: Tecnologia da Informação _______________Data:_____/____/_____

Organização/Instituição em estudo:___________________________________

Tipo de modalidade da entrevista:____________________________________

Início:______________ Término:__________________

Houve pausa na entrevista: ( ) Sim ( ) Não Quantas:______________

1. Quantos computadores são usados na escola?

2. Por quem são utilizados?

3. Há software específico (programa) para a gestão da escola? Se sim,

qual? Se não por quê?

4. Há software específico para a educação? Se sim, qual utiliza? Se não

por quê?

5. A escola faz uso do computador para controle de cadastro de clientes?

6. Utiliza o computador para o controle de matrículas?

7. Usa o computador para o controle financeiro?

8. E para a comunicação em geral da escola?

9. Em relação à manutenção dos computadores, existe um controle de

prevenção e manutenção? Se afirmativo, quem faz este procedimento?

Se não, por quê?

10. A escola se utiliza de programa de antivírus em seus computadores?

11. A escola tem a preocupação de fazer back up constantemente em suas

máquinas? Por quê?

12. A escola tem algum site próprio de apresentação e divulgação de seus

serviços?

13. Em relação à pergunta anterior, existe manutenção, ou seja, atualização

constante do site, quando a direção se propõe modifica-lo? Se sim,

como é feito? Se não por quê?

14. Os programas dos computadores sejam eles de qualquer fabricante são

constantemente atualizados?

15. Existe algum período de carência em relação a sua aquisição e

implantação dos programas?

16. Qual o procedimento realizado pela gestora quando um computador fica

avariado?

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ENTREVISTA ESTRUTURADA 5

Assunto: Logística de materiais_________________Data:_____/____/_____

Organização/Instituição em estudo:_________________________________

Tipo de modalidade da entrevista:__________________________________

Início:______________ Término:__________________

Houve pausa na entrevista: ( ) Sim ( ) Não Quantas:______________

1. Como é feito a escolha de fornecedores de materiais para a escola?

2. A direção tem cadastro e controle de preços dos seus fornecedores?

3. Quais os prazos de entrega de materiais pelos fornecedores?

4. Esses prazos estão de acordo com as necessidades da escola?

5. A escola realiza o controle dos materiais? Se sim, como? Se não por

quê?

6. Qual o período que a escola realiza suas compras?

7. A direção faz algum tipo de cotação de preços de produtos de sua

necessidade no mercado fornecedor?

8. Existe todo um acompanhamento de verificação dos produtos

comprados e estocados?

9. Qual o local onde a escola armazena os estoques?

10. Em relação à pergunta anterior, quem gerencia?

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ENTREVISTA ESTRUTURADA 6

Assunto: Finanças__________________________Data: _____/____/_____

Organização/Instituição em estudo:________________________________

Tipo de modalidade da entrevista:__________________________________

Início:______________ Término:__________________

Houve pausa na entrevista: ( ) Sim ( ) Não Quantas:______________

1. Como é feito os pagamentos das mensalidades, por parte dos pais, em

relação aos seus filhos?

2. A direção recebe esses pagamentos na própria escola?

3. Como é realizado o fluxo de caixa da escola?

4. Por quem é realizado o fluxo de caixa?

5. A direção tem controle das entradas e saídas de dinheiro? Se sim, como

é feito?

6. A gestora utiliza-se de programas financeiros? Qual ou quais?

7. Como é realizado o controle de faturas à pagar?

8. Como é realizado o controle de faturas à receber?

9. Atualmente, a direção tem capital de giro, para poder dar movimento às

atividades da escola?

10. No caso de imprevistos, a direção tem reservas para arcar com

eventuais despesas?

11. A diretora se preocupa em fazer reservas para futuros investimentos?

12. A administração financeira e a contabilidade da escola são realizadas

por quem?

13. Como é feito o controle de custos fixos e custos variáveis da escola?

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TERMO DE ANUÊNCIA

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REGISTROS FOTOGRÁFICOS

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Fachada (Vista de frente) Fachada (Vista de lado)

Corredor externo de acesso Recepção

Pátio recreativo (Frente) Pátio recreativo (Fundo)

Mural expositor 1 Mural expositor 2

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Bercário (sala principal) Berçario (sala de brinquedos)

Sala de aula (Infantil 1) Sala de aula (Infantil 2)

Refeitório (Ambiente 1) Refeitório (Ambiente 2)

Cozinha Cozinha (local de utensílios)