Cenário Naval

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Pré-sal transforma o cenário no Brasil As descobertas do pré-sal foram as maiores novidades do mercado offshore nos últimos anos. Localizadas na Bacia de Santos (a 300 km da costa) e na Bacia de Campos (a 100 km da costa), entre os Estados de Santa Catarina e Espírito Santo, as áreas do pré-sal apresentam atividades que envolvem explorações em profundidades de seis mil metros a partir do nível do mar, em média, sendo cerca de dois mil metros de lâmina d'água e dois mil metros de sal. Somam-se a essas características rochas que são atravessadas até as jazidas de petróleo. A profundidade desses poços equivale a dez vezes a distância do nível do mar ao topo da estátua do Cristo Redentor. Só a Petrobras, líder dos consórcios de exploração da área do pré-sal, atingiu, em junho de 2013, a marca de 326 mil barris de petróleo por dia (bpd) nas bacias de Santos e Campos. De acordo com a empresa, trata-se de um novo recorde de produção de petróleo da camada pré-sal. Dos US$ 147, 5 bilhões investidos pelo segmento de Exploração e Produção da Petrobras, 73% serão alocados para desenvolvimento da produção. Neste universo de desenvolvimento da produção, 68% correspondem a investimentos no pré-sal e Cessão Onerosa. De acordo com o Plano de Negócios e Gestão 2013-2017, a Petrobras produzirá no pré-sal um milhão de barris de petróleo por dia em 2017. Em 2020, a produção do pré-sal vai corresponder a 50% da produção total de petróleo no Brasil, o que significa mais de dois milhões de barris de petróleo por dia. As áreas do pré-sal mudaram o cenário do setor de óleo e gás no Brasil e também os planos de quem participa da exploração desses blocos. Com a perspectiva de produzir 600 mil barris de petróleo por dia até 2020, a BG Brasil será, nos próximos cinco anos, o ativo mais importante do BG

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Pré-sal transforma o cenário no Brasil

As descobertas do pré-sal foram as maiores novidades do mercado offshore nos últimos anos. Localizadas na Bacia de Santos (a 300 km da costa) e na Bacia de Campos (a 100 km da costa), entre os Estados de Santa Catarina e Espírito Santo, as áreas do pré-sal apresentam atividades que envolvem explorações em profundidades de seis mil metros a partir do nível do mar, em média, sendo cerca de dois mil metros de lâmina d'água e dois mil metros de sal. Somam-se a essas características rochas que são atravessadas até as jazidas de petróleo. A profundidade desses poços equivale a dez vezes a distância do nível do mar ao topo da estátua do Cristo Redentor.

Só a Petrobras, líder dos consórcios de exploração da área do pré-sal, atingiu, em junho de 2013, a marca de 326 mil barris de petróleo por dia (bpd) nas bacias de Santos e Campos. De acordo com a empresa, trata-se de um novo recorde de produção de petróleo da camada pré-sal.

Dos US$ 147, 5 bilhões investidos pelo segmento de Exploração e Produção da Petrobras, 73% serão alocados para desenvolvimento da produção. Neste universo de desenvolvimento da produção, 68% correspondem a investimentos no pré-sal e Cessão Onerosa. De acordo com o Plano de Negócios e Gestão 2013-2017, a Petrobras produzirá no pré-sal um milhão de barris de petróleo por dia em 2017. Em 2020, a produção do pré-sal vai corresponder a 50% da produção total de petróleo no Brasil, o que significa mais de dois milhões de barris de petróleo por dia.

As áreas do pré-sal mudaram o cenário do setor de óleo e gás no Brasil e também os planos de quem participa da exploração desses blocos. Com a perspectiva de produzir 600 mil barris de petróleo por dia até 2020, a BG Brasil será, nos próximos cinco anos, o ativo mais importante do BG Group em todo o mundo em termos de produção. Hoje, o Egito corresponde ao maior ativo do grupo em termos de produção, sendo responsável por 21% da produção total, seguido dos ativos do Reino Unido (16%) e Cazaquistão (16%).

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Sumário executivo

No primeiro trimestre de 2013, a Construção Naval brasileira apresentava uma carteira de encomendas com 373 obras em andamento. Os empregos gerados nos estaleiros atualmente somam 70.921 pessoas. Ocorreu um aumento de cerca de 9 mil empregos em relação aos 62 mil registrados no final do ano de 2012.O Sudeste lidera o ranking, com 42,44% do total do emprego no setor, seguido pela Região Sul, com 31,77%, pela Região Norte com 14,46% e pelo Nordeste com 11,43%.

Os objetivos são, principalmente: ter capacidade própria estratégica de construção e reparo local de navios e plataformas offshore; criar um novo setor dinâmico tendo por base os estaleiros brasileiros; formar uma rede de fornecedores locais, mais competitiva com a continuidade dos contratos; e abrir oportunidade para uma nova categoria profissional de trabalhadores, com empregos especializados, bem remunerados e com sustentabilidade para os próximos 20 anos, pelo menos.

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Os desembolsos em 2013, até março, somam R$ 10,8 milhões.Os desembolsos através dos agentes financeiros com recursos do FMM, desde 2001, somam R$ 18,757 bilhões.

Grandes empresas no mercado naval e offshore

Entre os mil maiores grupos empresariais brasileiros, listados pela publicação anual Valor 1000 (agosto 2012), 29 tem interesses diretos na Construção Naval brasileira.Levantamento realizado pela Ivens Consult Informação Estratégica identifica:17 empresas que participam diretamente no capital de estaleiros;12 empresas que participam como fornecedoras aos estaleiros.A participação das grandes empresas no setor da Construção Naval é relevante porque demonstra a capacidade tecnológica e de investimento para atender à demanda por navios e plataformas de petróleo.Entre as empresas, estão as construtoras Odebrecht, que ocupa a posição 19, e a OAS, na posição 78, sócias no EEP-Estaleiro Enseada do Paraguaçu, em implantação na Bahia, do qual também participa a UTC, listada na posição 290.

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A WEG, uma empresa brasileira com atuação internacional, é uma das principais fornecedoras de motores, geradores e painéis elétricos para navios e plataformas. Ocupa a posição 73 no ranking das mil maiores.A Camargo Corrêa, na posição 81, é acionista do Estaleiro Atlântico Sul, em operação em Pernambuco, juntamente com a Queiroz Galvão, que ocupa a posição 127 no ranking do Valor 1000. Das 17 empresas da publicação Valor 1000 que participam da atividade de Construção Naval, apenas duas são listadas como “Veículos e Peças” (STX OSV e Atlântico Sul); as demais são empresas de construção e engenharia.

Emprego 

O mercado para o engenheiro da área naval encontra-se especialmente aquecido, graças aos investimentos no setor do petróleo. Destaque para a construção de plataformas de exploração em águas profundas e de embarcações de transporte e de suporte logístico para essas atividades. “Atualmente, nenhuma atividade tem maior vitalidade do que a indústria do petróleo, e a tendência é a de que setor naval e oceânico continue em alta por um bom tempo por causa dos grandes investimentos governamentais na camada do pré-sal”, afirma José Henrique Erthal Sanglard, coordenador do curso de engenharia da UFRJ. O transporte de carga também está em expansão, mas, segundo o coordenador, esse segmento ainda carece de grandes investimentos em infraestrutura, sobretudo portuária. O Rio de Janeiro destaca-se no setor de construção naval, mas outros estados, como Pernambuco, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, recebem novos estaleiros e, assim, precisam de mão de obra especializada. Na Região Amazônica, onde os rios constituem a principal via de transporte, o mercado de trabalho está aquecido em todas as áreas. 

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*Número correspondente ao primeiro trimestre do ano.Fonte: SINAVAL.