CELULOSE PROVENIENTE DE FIBRAS ALTERNATIVAS: UMA...

4
64 | Agroenergia em Revista 64 64 4 64 | Agroenergia em Revista Ag Ag gro ro oen en er erg rg i ia em em Re Rev evi i ist ta sta a ta CELULOSE PROVENIENTE DE FIBRAS ALTERNATIVAS: UMA SOLUÇÃO VIÁVEL? Por: Daniela Tatiane de Souza, Marcia Mitiko Onoyama e Paulo Sérgio Silva Santos Foto: www.bambu-urgente.flumignano.com/ A R T I G O

Transcript of CELULOSE PROVENIENTE DE FIBRAS ALTERNATIVAS: UMA...

64 | Agroenergia em Revista64646464 | Agroenergia em RevistaAgAgroAgroroenroenenerergiergigia gia emem Rev Revevisevisistataistatata

CELULOSE PROVENIENTE DE FIBRAS ALTERNATIVAS: UMA SOLUÇÃO VIÁVEL?

Por: Daniela Tatiane de Souza, Marcia Mitiko Onoyama e Paulo Sérgio Silva Santos

Foto

: w

ww

.bam

bu-

urg

ente

.flum

igna

no.c

om

/

ARTIGO

Agroenergia em Revista | 65Agroenergia em RevistaAgrAgrAgroenergiAgroenergiAgroenergioenergioenergioenergioenergioenergia em Revistaoenergia em Revistaoenergia em Revistaa em Revistaa em Revistaa em Revistaa em Revistaa em Revistaa em Revistaa em Revistaa em Revista | 656565

A produção de celulose está relaciona-da notadamente à cadeia produtiva

-deia engloba a produção, a colheita e

o transporte de madeira, além da obtenção dos produtos diversos nos segmentos industriais de papel e celulose, painéis de madeira industriali-zada, madeira processada mecanicamente, side-rurgia a carvão vegetal e biomassa, entre outros. Nas indústrias integradas, as pastas celulósicas

para as máquinas de papel, enquanto nas indús-trias não integradas, passam por um processo de secagem e, após a formação de folhas de

celulose de mercado, aquela destinada à comer-

produção mundial.

-lulose em nível mundial quase dobrou, enquan-to no Brasil cresceu mais de quatro vezes. Em

o rankingterceiro lugar, situou-se o Brasil, com 8,3% da

produção mundial, seguida da Suécia (7,1%), Finlândia (6%) e China (5,1%).

As duas principais fontes de madeira utilizadas -

restas plantadas de pinus e de eucalipto, respon-sáveis por mais de 98% do volume produzido

obtida de outros tipos de plantas, não-madeiras, como bagaço de cana-de-açúcar, bambu, cachos de dendê e babaçu. Mas o mercado de celulo-

reduzido no Brasil. Ainda que muitos resíduos agroindustriais constituam mercados potenciais

-

de celulose.

-

se que a capacidade total de produção destas

Capacidade de produção de celulose de fontes alternativas no

Brasil segundo diferentes processos (1000 toneladas).

0 30 60 90 120 150

Celulose de outras fibras

Celulose de bagaço

Celulose de bambu

66 | Agroenergia em Revista666666 | Agroenergia em RevistaAgrAgrAgroenergia em RevistaAgroenergia em RevistaAgroenergia em Revistaoenergia em Revistaoenergia em Revistaoenergia em Revistaoenergia em Revistaoenergia em Revistaoenergia em Revistaoenergia em Revistaoenergia em Revistaoenergia em Revistaoenergia em Revistaoenergia em Revistaoenergia em Revistaoenergia em Revistaoenergia em Revistaoenergia em Revistaoenergia em Revistaoenergia em Revistaoenergia em Revista

países, como Japão (8 mil toneladas), Hungria -

-

China (10.738 mil toneladas).

Assim, as principais iniciativas da utilização de

de celulose de palha de trigo (5.916 mil toneladas),

de bagaço (903 mil toneladas). Já na Colômbia destacam-se iniciativas da produção de celulose

-lidade da celulose produzida a partir de muitas espécies de bambu, poucos países atualmente

-cientemente grande para sustentar a produção de fábricas de papel. Diversas fábricas brasileiras de pequeno a médio porte já tiveram no passado,

-buco, Rio Grande do Sul, Bahia e Maranhão. O

Brasil é o do Grupo João Santos, localizado no município de Coelho Neto, no Maranhão. O bam-bu é matéria-prima para a produção de sacos de cimento e embalagens de leite longa vida.

Já em relação ao bagaço de cana-de-açucar no Brasil, este tende a ser destinado à geração de

energia elétrica em maior escala. Há iniciativas de utilizar este resíduo na produção de etanol celulósico. Destacam-se no Brasil os projetos da

-bras Biocombustível (Goiás) e da Raízen (São

de bagaço para a produção de papel não é algo

-ço de cana-de-açúcar da usina. Outra empresa

produzindo o papel Ecoquality em escala indus-

Agroenergia tem atuado em pesquisas de pu-

bagaço de cana, casca de coco, cachos vazios de dendê, etc.

Ainda assim, no que se refere à produção em escala comercial de grande porte, os custos são muito elevados, principalmente quando se compara com os custos de produção de celulo-se baseado em madeira. Mesmo que algumas

de resíduos agroindustriais, como é o caso do

destes resíduos tornam-se muitas vezes impe--

sileiras com a produção de celulose de bagaço de cana revela que trata-se de um negócio viável em nichos de mercados bem delimitados, como a produção de papéis especiais.

-

das condições de logística e infraestrutura. “A

regiões de processamento tende a viabilizar o transporte da matéria-prima, bem como o for-

de mercado às indústrias integradas”.

ARTIGO

Agroenergia em Revista | 67Agroenergia em RevistaAgAgroroenroenenerergiergigia gia emem Rev Revevevisistaistata | 676767

Daniela Tatiane de Souza

É economista, doutora em

engenharia de produção e

analista da Embrapa Agroenergia

Marcia Mitiko Onoyama

É engenheira de alimentos,

doutora em engenharia de

produção e analista da Embrapa

Agroenergia

Paulo Sérgio Silva Santos

É tecnólogo em processamento

de dados, mestre em

administração e analista da

Embrapa Agroenergia

Foto

: S

and

y C

arva

lho

Foto

: V

ivia

n C

hies

Foto

: C

laud

io B

ezer

ra