Celebração nacional do Ano Paulino em Portugal - FAROL · neste Ano Paulino, no dia 25 de...

26
Celebração nacional do Ano Paulino em Portugal Santuário de Fátima, 24-25 de Janeiro de 2009 A Conferência Episcopal Portuguesa, na Nota Pastoral Ano Paulino, uma proposta pastoral (6 de Maio de 2008), determinou a realização, em Fátima, de “uma grande celebração nacional” (n. 8.5.). Os materiais que a seguir se disponibilizam pretendem ser um contributo para que as comunidades paroquiais se possam associar ao episcopado português, reunido em Fátima para celebrar a festa da Conversão de São Paulo. Por Decreto da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, neste Ano Paulino, no dia 25 de Janeiro, em vez da Missa do III Domingo do Tempo Comum pode celebrar-se, em cada igreja, uma Missa da Conversão de S. Paulo, como segue: - Missa própria da Festa da Conversão de S. Paulo, Apóstolo (Missal Romano, p. 809); Prefácio dos Apóstolos I (Missal Romano, p. 493 [646-647 ou 758- 759]). - Leituras: Leitura I: Act 22, 3-16 (Leccionário Santoral, p. 78-80) Salmo 116, 1.2 (Leccionário Santoral, p. 82) Leitura II: 1 Cor 7, 29-31 (Leccionário Dominical, Ano B, p. 272) Evangelho: Mc 16, 15-18 (Leccionário Santoral, p. 83) O presente guião contém os seguintes materiais: 1. Dois esquemas para a oração do Rosário neste Ano Paulino (“Rosários paulinos”) 2. Textos da missa da festa do conversão de S. Paulo, com proposta de cânticos 3. Comentários às leituras da celebração Rosário Paulino Sábado, 24 de Janeiro Mistérios Gozosos Sua Santidade, o Papa Bento XVI proclamou o decorrente ano pastoral como Ano Paulino suscitando em toda a Igreja a possibilidade de redescobrir a essência da missão evangelizadora da Igreja e a verdade da Palavra Revelada que a Sagrada Escritura, memória viva do amor criador e redentor do Pai nos oferece como caminho de participação e colaboração na própria missão do Senhor, ultrapassando os obstáculos de toda a nossa iliteracia espiritual e cultural, no espírito do mais recente Sínodo dos Bispos sobre a Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja, realizado em Roma. Em tempo oportuno, a Conferência Episcopal Portuguesa ofereceu aos católicos de Portugal e a todos os homens e mulheres de boa vontade um precioso e apelativo texto fomentando a celebração do ano Paulino em todas as Igrejas particulares, tendo em conta o conhecimento de Cristo, experimentado por Paulo, como esperança viva e a experiência avassaladora e universal do maior missionário da fé em Cristo, salvador.

Transcript of Celebração nacional do Ano Paulino em Portugal - FAROL · neste Ano Paulino, no dia 25 de...

Page 1: Celebração nacional do Ano Paulino em Portugal - FAROL · neste Ano Paulino, no dia 25 de Janeiro, em vez da Missa do III Domingo do Tempo Comum pode celebrar-se, em cada igreja,

Celebração nacional do Ano Paulino em PortugalSantuário de Fátima, 24-25 de Janeiro de 2009

A Conferência Episcopal Portuguesa, na Nota Pastoral Ano Paulino, uma proposta pastoral (6 de Maio de 2008), determinou a realização, em Fátima, de “uma grande celebração nacional” (n. 8.5.). Os materiais que a seguir se disponibilizam pretendem ser um contributo para que as comunidades paroquiais se possam associar ao episcopado português, reunido em Fátima para celebrar a festa da Conversão de São Paulo.

Por Decreto da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, neste Ano Paulino, no dia 25 de Janeiro, em vez da Missa do III Domingo do Tempo Comum pode celebrar-se, em cada igreja, uma Missa da Conversão de S. Paulo, como segue:

- Missa própria da Festa da Conversão de S. Paulo, Apóstolo (Missal Romano, p. 809); Prefácio dos Apóstolos I (Missal Romano, p. 493 [646-647 ou 758-759]).

- Leituras: Leitura I: Act 22, 3-16 (Leccionário Santoral, p. 78-80) Salmo 116, 1.2 (Leccionário Santoral, p. 82) Leitura II: 1 Cor 7, 29-31 (Leccionário Dominical, Ano B, p. 272) Evangelho: Mc 16, 15-18 (Leccionário Santoral, p. 83)

O presente guião contém os seguintes materiais:1. Dois esquemas para a oração do Rosário neste Ano Paulino (“Rosários

paulinos”)2. Textos da missa da festa do conversão de S. Paulo, com proposta de cânticos3. Comentários às leituras da celebração

Rosário PaulinoSábado, 24 de Janeiro

Mistérios Gozosos Sua Santidade, o Papa Bento XVI proclamou o decorrente ano pastoral como Ano Paulino suscitando em toda a Igreja a possibilidade de redescobrir a essência da missão evangelizadora da Igreja e a verdade da Palavra Revelada que a Sagrada Escritura, memória viva do amor criador e redentor do Pai nos oferece como caminho de participação e colaboração na própria missão do Senhor, ultrapassando os obstáculos de toda a nossa iliteracia espiritual e cultural, no espírito do mais recente Sínodo dos Bispos sobre a Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja, realizado em Roma. Em tempo oportuno, a Conferência Episcopal Portuguesa ofereceu aos católicos de Portugal e a todos os homens e mulheres de boa vontade um precioso e apelativo texto fomentando a celebração do ano Paulino em todas as Igrejas particulares, tendo em conta o conhecimento de Cristo, experimentado por Paulo, como esperança viva e a experiência avassaladora e universal do maior missionário da fé em Cristo, salvador.

Page 2: Celebração nacional do Ano Paulino em Portugal - FAROL · neste Ano Paulino, no dia 25 de Janeiro, em vez da Missa do III Domingo do Tempo Comum pode celebrar-se, em cada igreja,

� �

Hoje, nesta noite e nesta capelinha, junto à Mãe do Verbo feito carne, Senhora de Fátima, queremos descobrir, tal como ela, nos mistérios gozosos da vida do Seu filho, o absoluto privilégio de podermos tomar parte na vida, história e missão de Jesus, que nela assumiu a nossa condição humana e dela nasceu para nos vivificar com a sua própria vida, através da Igreja, corpo novo do Ressuscitado. Assim, nos experimentamos, segundo as palavras do Apóstolo Paulo abençoados. Pois o Pai “N’Ele nos escolheu antes da criação do mundo para sermos santos e irrepreensíveis em caridade, na sua presença. Ele nos predestinou, conforme a benevolência da sua vontade, a fim de sermos seus filhos adoptivos, por Jesus Cristo, para louvor da sua glória e da sua graça que derramou sobre nós, por seu amado filho. Em Cristo fomos constituídos herdeiros, por termos sido predestinados segundo os desígnios d”Aquele que tudo realiza conforme a decisão da Sua vontade para sermos um hino de louvor da sua glória, nós que desde o começo esperámos em Cristo” (cf. Ef 1, 11-13).

Como o apóstolo Paulo, que foi capaz de ter encontrado Cristo morto e ressuscitado, no menino nascido na gruta de Belém, peçamos a Deus que, nos conceda, por intercessão de Maria Santíssima a graça de não querer outra coisa na vida senão procurar a maior glória do Pai no cumprimento feliz da vontade do Seu Filho, que Se fez homem, completando a sua incarnação, na nossa própria carne e tudo o que falta à sua paixão, em benefício do seu corpo que é a Igreja. Assim, “ainda que tenhamos conhecido a Cristo segundo a carne agora já não o conhecemos assim. Se alguém está em Cristo, é uma nova criatura, as coisas antigas passaram. Tudo foi renovado” (cf. 2 Cor 5, 16-18).

Que Maria santíssima, ao contemplarmos os mistérios gozosos da vida do seu Filho, “esperança da glória”, nos obtenha a graça concedida ao apóstolo Paulo: “a estatura da plenitude de Cristo” (Ef 4, 13) a fim de alcançarmos “em toda a riqueza, a plenitude da inteligência, o conhecimento do mistério de Deus, que é Cristo, no qual estão escondidos todos os tesoiros da sabedoria e da ciência” (cf. Cl 2, 2-3).

1º Mistério – Anunciação do Anjo a Nossa Senhora

- Do Evangelho segundo S. Lucas: «Ao sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um homem chamado José, da casa de David; e o nome da virgem era Maria. Ao entrar na sua casa, disse-lhe o anjo: “Salvé, ó cheia de graça, o Senhor está contigo”. Maria ficou intrigada com o significado desta saudação. Disse-lhe o anjo: “Não temas, Maria, encontraste graça diante de Deus. Hás-de conceber e dar à luz um filho, ao qual porás o nome de Jesus”» (Lc 1, 26-31).

- Da carta de S. Paulo aos Coríntios: «Deus fez brilhar a luz em nossos corações para que se conheça em todo o seu esplendor a glória de Deus, que se reflecte no rosto de Cristo. Nós trazemos em vasos de barro o tesoiro do nosso ministério, para que se reconheça que um poder tão sublime vem de Deus e não de nós. Em tudo somos oprimidos mas não esmagados, andamos perplexos mas não desesperados, perseguidos mas não abandonados, abatidos mas não aniquilados. Levamos sempre e em toda a parte no nosso corpo os sofrimentos da morte de Jesus a fim de que se manifeste também no nosso corpo a vida de Jesus» (cf. 2 Cor 4, 6-11)

Page 3: Celebração nacional do Ano Paulino em Portugal - FAROL · neste Ano Paulino, no dia 25 de Janeiro, em vez da Missa do III Domingo do Tempo Comum pode celebrar-se, em cada igreja,

� �

- Breve comentário.

- Pai Nosso, 10 Ave Marias, Glória.

2º Mistério – Visita de Nossa Senhora à sua prima Isabel

- Do Evangelho segundo S. Lucas: «Por aqueles dias, Maria pôs-se a caminho e dirigiu-se à pressa para a montanha, a uma cidade da Judeia. Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino saltou de alegria no seu seio e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. Erguendo a voz exclamou:” Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. Donde me é dado que venha ter comigo a mãe do meu Senhor?”» (Lc 1, 39-43).

- Da carta de S. Paulo aos Filipenses: «Tudo quanto para mim era lucro considerei perda por causa da maravilha que é o conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor. Por causa D’Ele considerei tudo lixo a fim de ganhar Cristo e nele me encontrar, não com a minha própria justiça, a que vem da lei mas com a justiça que vem de Cristo que vem de Deus e que se apoia na fé» (Fl 3, 7-11).

- Breve comentário.

- Pai Nosso, 10 Ave Marias, Glória.

3º Mistério – Nascimento do menino Jesus em Belém

- Do Evangelho segundo S. Lucas: «Naqueles dias, saiu um édito de César Augusto ordenando o recenseamento de toda a terra… Também José subiu da cidade de Nazaré, na Galileia para a Judeia, na cidade de David, chamada Belém, a fim de se recensear com Maria, sua esposa, que estava para ser mãe. E quando ali se encontravam, completaram-se os dias de ela dar à luz e teve o seu filho primogénito, que envolveu em panos e recostou numa manjedoura, por não haver lugar para eles na hospedaria» (Lc 2, 1-7).

- Da carta de S. Paulo aos Gálatas: «Aprouve a Deus que me escolheu desde o seio de minha mãe e me chamou pela sua graça, revelar o seu Filho em mim, para que o anuncie como Evangelho… Estou crucificado com Cristo. Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim. E a vida que agora tenho na carne vivo-a na fé do Filho de Deus que me amou e a si mesmo se entregou por mim» (Gl 1, 15-16 e 2, 19-20).

- Breve comentário.

- Pai Nosso, 10 Ave Marias, Glória.

4º Mistério – Apresentação do menino Jesus no templo

- Do Evangelho segundo S. Lucas: «Quando se cumpriu o tempo da purificação, segundo a Lei de Moisés, levaram o menino a Jerusalém para o apresentarem ao Senhor,

Page 4: Celebração nacional do Ano Paulino em Portugal - FAROL · neste Ano Paulino, no dia 25 de Janeiro, em vez da Missa do III Domingo do Tempo Comum pode celebrar-se, em cada igreja,

� �

conforme o que está escrito na Lei… Vivia em Jerusalém, um homem chamado Simeão; era justo e piedoso e esperava a consolação de Israel. O Espírito Santo estava nele. Fora-lhe revelado pelo Espírito que não morreria sem ver o Cristo do Senhor. Impelido pelo Espírito, veio ao templo, quando os pais trouxeram o menino. Simeão tomou-o nos braços e bendisse a Deus, dizendo: “Agora Senhor, segundo a tua palavra, deixarás ir em paz o teu servo, porque os meus olhos viram a salvação que ofereceste a todos os povos, luz para se revelar às nações e glória de Israel, teu povo”» (Lc 2, 22-32).

- Da carta de S. Paulo aos Romanos: «Todo aquele que acreditar no Senhor não será confundido … Quem invocar o nome do Senhor será salvo. Mas como hão-de invocar Aquele em que não acreditam? Como hão-de acreditar naquele de que não ouviram falar? E como hão-de ouvir falar, se não houver quem lhes pregue? E como hão-de pregar, se não forem enviados? Está escrito: como são formosos os pés dos que anunciam o Evangelho” (Rm 10, 11-15)

- Breve comentário.

- Pai Nosso, 10 Ave Marias, Glória.

5º Mistério – Perda e reencontro de Jesus no templo

- Do Evangelho segundo S. Lucas: «Os pais de Jesus iam todos os anos a Jerusa-lém, pela festa da Páscoa. Quando Ele chegou aos doze anos, subiram até lá, segundo o costume da festa. Terminados esses dias, regressaram a casa e o menino ficou em Jeru-salém sem que os seus pais o soubessem. Pensando que Ele se encontrava na caravana, fizeram um dia de viagem e começaram a procurá-lo entre os parentes e conhecidos. Não o tendo encontrado, voltaram a Jerusalém. Três dias depois, encontraram-no no templo, sentado entre os doutores, a ouvi-los e a fazer-lhes perguntas» (Lc 2, 41-47).

- Da carta de S. Paulo aos Efésios: «Dobro os joelhos diante do Pai para que Ele vos conceda que sejais cheios de força pelo seu Espírito, para que se robusteça em vós o homem interior. Que Cristo, pela fé, habite nos vossos corações; assim, enraizados e alicerçados no amor, tenhais a capacidade de apreender, com todos os santos, qual a largura, o comprimento, a altura e a profundidade, e a capacidade de conhecer o amor de Cristo, que ultrapassa todo o conhecimento para que sejais repletos da plenitude de Deus» (Ef 3, 14-20)

- Breve comentário.

- Pai Nosso, 10 Ave Marias, Glória.

Page 5: Celebração nacional do Ano Paulino em Portugal - FAROL · neste Ano Paulino, no dia 25 de Janeiro, em vez da Missa do III Domingo do Tempo Comum pode celebrar-se, em cada igreja,

� �

Rosário PaulinoDomingo, 25 de Janeiro

Mistérios Gloriosos

Introdução Reunidos em igreja, sob o olhar e a protecção de Nossa Senhora, celebramos a Festa da Conversão de São Paulo. Ao assinalar os dois mil anos do nascimento do Apóstolo dos gentios, o Papa Bento XVI proclamou o Ano Paulino, de 28 de Junho de 2008 a 29 de Junho de 2009, como um ano especial para ouvir e aprender de São Paulo, que é nosso mestre da fé e da verdade. O exemplo da sua vida e a actualidade da sua evangelização são razões mais do que suficientes para nos debruçarmos sobre o seu testemunho e as suas cartas. Nossa Senhora e São Paulo têm em comum o grande amor por Jesus e uma vida empenhada em procurar acima de tudo a vontade de Deus. Por isso, ao rezarmos o Rosário Paulino, meditando nos mistérios gloriosos, confiamos na poderosa intercessão de ambos para que nos alcancem a graça da conversão e um maior ardor no anúncio do Evangelho.

1º Mistério: A Ressurreição de Jesus

Da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios «Lembro-vos, irmãos, o evangelho que vos anunciei, que vós recebestes, no qual permaneceis firmes e pelo qual sereis salvos, se o guardardes tal como eu vo-lo anunciei; de outro modo, teríeis acreditado em vão. Transmiti-vos, em primeiro lugar, o que eu próprio recebi: Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras; foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras; apareceu a Cefas e depois aos Doze.» (1Cor 15,1-5)

São Paulo deixa muito claro aos Coríntios e aos cristãos de todos os tempos que Cristo crucificado e ressuscitado é o centro da vida e da teologia cristã. Esta foi a certeza da fé experimentada e vivida a caminho de Damasco e depois ao longo da sua vida. Toda a sua pregação e ministério apostólico partem desta verdade da fé. Que possamos também nós viver a ressurreição de Cristo na nossa vida através de um testemunho fiel e verdadeiro.

2º Mistério: A Ascensão de Jesus ao céu

Da Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios «Sabemos, com efeito, que, quando a nossa morada terrestre, a nossa tenda, for destruída, temos uma habitação no Céu, obra de Deus, uma casa eterna, não construída por mãos humanas» (2Cor 5,1)

Várias vezes São Paulo escreveu que o seu ministério não é de origem terrena, mas divina. Não foi ele que se auto-elegeu, mas foi Cristo que o escolheu. O mesmo acontece com a graça da salvação que recebemos no baptismo: é um dom de Deus, eficaz e eterno, por meio de Jesus Cristo que veio ao mundo e subiu para junto do Pai para nos preparar um lugar de felicidade sem fim.

Page 6: Celebração nacional do Ano Paulino em Portugal - FAROL · neste Ano Paulino, no dia 25 de Janeiro, em vez da Missa do III Domingo do Tempo Comum pode celebrar-se, em cada igreja,

� �

3º Mistério: A descida do Espírito Santo sobre Nossa Senhora e os Apóstolos

Da Carta de São Paulo aos Romanos «Vós não recebestes um Espírito que vos escravize e volte a encher-vos de medo; mas recebestes um Espírito que faz de vós filhos adoptivos. É por Ele que clamamos: Abbá, ó Pai! Esse mesmo Espírito dá testemunho ao nosso espírito de que somos filhos de Deus. Ora, se somos filhos de Deus, somos também herdeiros: herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo, pressupondo que com Ele sofremos, para também com Ele sermos glorificados.» (Rm 8,15-17)

A vida nova no Espírito é um dos temas centrais em São Paulo. Espírito que contrasta com a carne, isto é, com os instintos humanos que tendem ao egoísmo. Porque recebemos o Espírito através da ressurreição de Cristo, podemos chamar a Deus por Pai. Esta realidade não só nos enche de alegria e confiança, mas incute em nós a responsabilidade de dar continuidade à dilatação do Reino de Deus.

4º Mistério: A Assunção de Nossa Senhora

Da Carta de São Paulo aos Filipenses «É que, para nós, a cidade a que pertencemos está nos céus, de onde certamente esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo. Ele transfigurará o nosso pobre corpo, conformando-o ao seu corpo glorioso, com aquela energia que o torna capaz de a si mesmo sujeitar todas as coisas.» (Fl 3,20-21)

A Assunção de Maria ao céu recorda-nos a nossa verdadeira morada. Somos do céu e não da terra, por isso aspiramos aos bens celestes. Sabemos que não é fácil desapegarmo-nos dos bens terrenos, mas São Paulo recorrendo à sua experiência frequentemente pôde testemunhar que a graça divina traz consigo uma nova relação com Deus, invertendo radicalmente os valores humanos. Não nos esqueçamos, a nossa meta é chegar à perfeição, imitando em tudo a Cristo.

5º Mistério: A Coroação de Nossa Senhora Rainha dos Anjos e dos Santos

Da Carta de São Paulo aos Efésios «Porque, é por Cristo que uns e outros, num só Espírito, temos acesso ao Pai. Portanto, já não sois estrangeiros nem imigrantes, mas sois concidadãos dos santos e membros da casa de Deus» (Ef 2,18-19)

Ao contemplarmos Maria como Rainha do céu e da terra, recordamos o desígnio de Deus em unir todo o género humano sob o amor de seu Filho e a poderosa intercessão da Mãe de Deus. São Paulo faz perceber aos efésios, e a todos nós, que a família humana é a família de Deus. Já não há pobre, nem rico, homem ou mulher, pagão ou judeu. Em Cristo, todos formamos um só corpo. Por Cristo, na sua igreja, ninguém se sente a mais ou deslocado, porque a herança que nos deixou é a união de amor.

Page 7: Celebração nacional do Ano Paulino em Portugal - FAROL · neste Ano Paulino, no dia 25 de Janeiro, em vez da Missa do III Domingo do Tempo Comum pode celebrar-se, em cada igreja,

� �

Missa da Festa de Conversão de São Paulo, ApóstoloDomingo, 25 de Janeiro

CÂNTICO DE ENTRADA - Eu sei em quem pus

& b 42‡3 jœEu

œ jœ jœsei em quem

.œ jœpus a

jœ jœ jœ jœmi - nha con - fi -

œ œan - ça

& b jœ jœ jœ jœe sei que!o Se -

jœ jœ jœ jœnhor, jus - to ju -

œ jœ jœiz, me da -

Jœ Jœjœ jœ

rá a re-com -

& b œ .œ jœpen - sa no

œ Jœ Jœ Jœ Jœdi - a da su - a

œ œU ‰ jœvin - da. Eu

œ jœ jœsei em quem

& b .œ jœpus a

jœ jœ jœ jœmi - nha con - fi -

œ œan - ça.

& b w jœ jœ œ œDêmos!graças!a!Deus!Pai!que!nos!chama!a to - mar par - te

& b w jœ jœ jœ œ œ ˙na!herança!dos!santos, na luz di - vi - na.

& b w jœ Jœ œ œEle!nos!libertou!do!po - der das tre - vas

& b w w jœ jœ jœ jœ œ œe!nos!tranferiu!para!o reino!de seu a - ma - do Fi - lho.

A. CartagenoRefrão (2 Tim 1, 12.4-8)

Estrofes (Col 1, 12-20)

N'Ele encontramos a redenção, pelo seu Sangue, * o perdão dos nossos pecados.Ele é a imagem de Deus invisível, * o Primogénito de toda a criatura.

N'Ele foram criadas todas as coisas, * no céu e na terra, visíveis e invisíveis,Tronos e Dominações, Principados e Potestades: *

por Ele e para Ele tudo foi criado.

Ele é anterior a todas as coisas e por Ele tudo subsiste.Ele é a Cabeça da Igreja, que é o seu Corpo.Ele é o Princípio, o Primogénito de entre osmortos:em tudo Ele tem o primei-ro lugar.

Aprouve a Deus que n'Ele residisse toda a plenitudee n'Ele fossem reconciliadas consigo todas as coisas,estabelecendo a paz, pelo Sangue da sua cruz,com todas as criaturas, na terra e nos Céus.

Page 8: Celebração nacional do Ano Paulino em Portugal - FAROL · neste Ano Paulino, no dia 25 de Janeiro, em vez da Missa do III Domingo do Tempo Comum pode celebrar-se, em cada igreja,

� �

CÂNTICOS ALTERNATIVOSFiz de ti a luz das nações

Toda a terra Vos adore Nós somos as pedras vivas Os povos Vos louvem, ó Deus

Diz-se o Glória.

ORAÇÃO COLECTASenhor Deus, que instruístes o mundo inteirocom a palavra do apóstolo São Paulo,concedei a quantos celebramos hoje a sua conversãoa graça de caminharmos para Vós, como ele,dando testemunho da vossa verdade no mundo.Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Leitura I: Act 22, 3-16 (Leccionário Santoral, p. 78-80)

SALMO RESPONSORIAL – Ide por todo mundo

& b 42‡3Com vida

œ- jœ jœ jœ JœI - de por to-do_o

œ jœ jœ jœ jœmun - do, a - nun - ci -

& b jœ jœ jœ Jœai a Bo - a

œ œNo - va.

œ- Jœ Jœjœ jœ

I - de por to - do_o

& b œ jœ jœ jœ jœmun - do, a - nun - ci -

Jœ Jœ Jœ Jœai a Bo - a

˙No -

˙va.

& b 86Calmo e bem ritmado‰ jœ jœ jœ jœ

1. Lou - vai o Se -

œ jœjœ jœ jœ

nhor, to - das as

& b |.œ œ j̊œ j̊œgen - tes; a - cla -

œ Jœjœ jœ jœ

mai - O, to - dos os

.œ .œpo - vos.

& b ‰ jœ jœ jœ2. O seu a -

œ jœ œ œ jœmor por nós é

& b |.œ œ jœfir - me, e -

Jœ Jœ Jœjœ jœ jœ

ter - na_a sua fi - de - li -

.œ .œda - de.

REFRÃO

M. Luís

Salmo 116(A)

Page 9: Celebração nacional do Ano Paulino em Portugal - FAROL · neste Ano Paulino, no dia 25 de Janeiro, em vez da Missa do III Domingo do Tempo Comum pode celebrar-se, em cada igreja,

� �

Leitura II: 1 Cor 7, 29-31 (Leccionário Dominical, Ano B, p. 272)

Evangelho: Mc 16, 15-18 (Leccionário Santoral, p. 83)

Diz-se o Credo.

ORAÇÃO UNIVERSAL

Irmãos caríssimos:Oremos pela Igreja e pelo mundo,invocando a intercessão de São Paulo,o instrumento escolhido por Deus para levar o Evangelho aos gentios,e digamos (ou: e cantemos) com toda a confiança:

R. Dai-nos, Senhor, o vosso Espírito.Ou: Nós vos rogamos, Senhor, ouvi-nos.Ou: Ouvi-nos, senhor.

Pela Igreja, que São Paulo amou profundamente,e que está a celebrar o ano jubilar do apóstolo dos gentíospara que não se canse de anunciar a todos o Evangelho,oremos, irmãos.

Pelos bispos, presbíteros e diáconos,para que abram o coração aos dons do Espíritoe Jesus Cristo os fascine como a Paulo,oremos, irmãos.

Pela Igreja da Síria, que vive a sua fé no meio de dificuldades,para que encontre sempre em Cristo a forçapara testemunhar a sua fé, como Paulo,oremos, irmãos.

Pelos povos e nações do mundo inteiro,para que o Pai faça surgir, entre os cristãos,apóstolos, que lhes levem o Evangelho,oremos, irmãos.

Pelos judeus que ainda esperam o Messias,para que façam a mesma experiência de Pauloe reconheçam em Jesus Cristo o Salvador esperado,oremos, irmãos.

Por todos os que receberam o Baptismo,para que sejam construtores da unidade,pela qual Cristo Jesus orou ao Pai,oremos, irmãos.Por todos nós aqui reunidos neste dia de festa,para que, participando do mesmo pão e do mesmo cálice,formemos um só corpo e um só espírito,oremos, irmãos.

Page 10: Celebração nacional do Ano Paulino em Portugal - FAROL · neste Ano Paulino, no dia 25 de Janeiro, em vez da Missa do III Domingo do Tempo Comum pode celebrar-se, em cada igreja,

�0 ��

Pai todo-poderoso e eternoque destes ao apóstolo São Pauloum amor vivo e profundo por Jesus Cristo,concedei-nos, por sua intercessão, a graça de trabalhar pelo Evangelhoe pela unidade de todos os cristãos.Por Nosso Senhor.

CÂNTICO DO OFERTÓRIO - O amor de Deus

& ## 86Com nobrezajœ jœ jœ

O_a - mor de

œ jœ œ jœDeus re - pou - sa_em

.œ jœ jœ jœmim, o_a - mor de

& ## œ jœ œ JœDeus me con - sa -

.œ Jœ Jœ Jœgrou! O_a - mor de

œ Jœ œ jœDeus me en - vi -

& ## .œ jœ jœ jœou a_a - nun - ci -

œ jœ œ jœar a paz

.œ Jœ Jœ Jœbem! O_a - mor de

& ## œ Jœ œ jœDeus me en - vi -

.œ jœ jœ jœou a_a - nun - ci -

œ jœ œ jœar a paz e_o

.œbem!

& ## 42ˆ3 3jœ jœ jœO_a - mor de

œ jœ jœDeus me_es - co -

œ3jœ jœ jœ

lheu pa - ra_es - ten -

& ## 3jœ jœ jœ 3Jœ Jœ Jœder o rei - na - do de

jœ jœ jœ jœCris - to_en - tre_as na -

˙ções

& ## 3jœ jœ jœ1. e

2. e

3. e

pro -

con -

ce -

cla -

so -

le -

3œ Jœ 3Jœ Jœ Jœ3jœ jœ jœ

mar

lar

brar

fe -

as

sua

liz

al -

gló -

bo -

mas

ria_en-

a

dos

tre

no-

po -

to -

va_aos

bres

dos

seus

que

os

œ œpo -

so -

po -

bres.

frem.

vos.

& ## Jœ Jœjœ jœ

Por is - so_eu e -

œ jœ jœxul - to em

Jœjœ jœ jœ

Deus, meu Sal - va -

˙dor.

M. LuísREFRÃO

Estrofes

Page 11: Celebração nacional do Ano Paulino em Portugal - FAROL · neste Ano Paulino, no dia 25 de Janeiro, em vez da Missa do III Domingo do Tempo Comum pode celebrar-se, em cada igreja,

�0 ��

2º CÂNTICO DO OFERTÓRIO - Levamos

& 86 jœ1.!Le -

jœ jœ jœ jœ jœ jœva - mos pa - ra_o vos - so_al -

.œ jœ jœ jœtar nos sa_o

& œ jœ jœ jœ jœfer - ta com a - le -

.œ œ jœgri - a; di -

jœ jœ jœgnai - Vos, Se -

& jœ jœ jœnhor, a - cei -

.œ jœ Jœjœ

tar o pão

œ jœ jœ jœ jœnos - so de ca - da

& .œ œ jœdi - a. Das

Jœ Jœ Jœ Jœ Jœ Jœu - vas o vi -nho_a-cei -

.œ Jœ Jœ Jœtai, vai ser

& œ jœ jœ Jœjœ

san - gue do bom Je -

.œ œ jœsus, por

jœ jœ jœ jœ jœ jœquem nós che - ga - mos ao

& .œ jœ jœ jœPai a - bra -

œ jœ jœ jœ jœça - dos na mes - ma

.œ œcruz.

& jœA

.œ jœ jœ jœVós, Deus e Se-

.œ œ jœnhor, meu

jœ jœ jœ jœ jœ jœcor-po_e mi-nha_alma_o fe -

& .œ œ jœre - ço. A

.œ jœ jœ jœVós, Rei i - mor-

.œ œ jœtal, en -

jœ jœ jœtre - go - Vos

jœ jœ jœto do_o_u ni -

& .œ œjœ

ver - so. A

.œ jœ jœ jœVós, Deus e Se-

.œ œ jœnhor, a_I -

jœ jœ jœ jœ jœ Jœgre - ja de Cristo_o-fe -

& .œ œ Jœre - ço, a

.œ Jœ Jœ JœVós, Rei i - mor -

.œ œ ‰tal,

.˙a

.œ œVós.

Estrofes D. Julien

3. Senhor, aceitai os irmãos

que andam longe do vosso amor.

Por Cristo aceitai os pagãos

redimidos p'la mesma dor.

Senhor, recebei as vitórias

e os fracassos da nossa vida.

As nossas misérias e glórias

são oferta da Igreja unida.

2. Senhor, na patena depomos

nossos dons que a terra nos deu:

é vosso o que temos e somos,

sois Senhor da Terra e do Céu.

Senhor, toda a vida do mundo

colocamos sobre o altar:

o nosso amor mais profundo

nós queremos Vos ofertar.

Page 12: Celebração nacional do Ano Paulino em Portugal - FAROL · neste Ano Paulino, no dia 25 de Janeiro, em vez da Missa do III Domingo do Tempo Comum pode celebrar-se, em cada igreja,

�� ��

3º CÂNTICO DO OFERTÓRIO - Tomai e recebei

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATASDesça sobre nós, Senhor, o vosso Espírito Santo,na celebração dos divinos mistérios,e nos ilumine com a luz da féque levou o apóstolo São Pauloa anunciar ao mundo a vossa glória.Por Cristo, Nosso Senhor.Prefácio dos Apóstolos I: p. 493 [646-647 ou 58-759]

& b 42 jœTo -

jœ jœ jœ Jœmai e re - ce -

.œ jœbei as

jœ jœ jœ jœho - ras do meu

œ œdi - a

& b Œ jœ jœa - le -

œœ jœœjœœ

gri - as e

..œœ Jœœdo - res,

jœœ jœœjœœ jœœ

pe - nas e tra -

œœ œœba lhos.

& b Œ jœ jœFo - ra_eu

œœ Jœœ Jœœri - co, Se -

..œœ Jœœnhor, e

Jœœ Jœœ Jœœjœœ

mui - to Vos da -

& b 43 42œœ œœ ‰ jœri - a, mas

jœ jœ jœ Jœsei que na - da

œ œva - lho.

œ ‰

& b jœQue

jœ jœ jœ jœte - nho eu, meu

.œ jœDeus, p'ra

Jœjœ jœ jœ

pôr so - bre_a pa -

& b jœ œjœ

te - na que_as

jœ jœ jœ jœmãos do sa - cer -

jœ œ jœdo - te e -

jœ jœ jœ jœle - vam no al -

& b 43 42˙ ‰ jœtar? A

jœ jœ jœ jœnão ser es - ta_i-

jœ œ jœmen - sa, es-

Jœjœ jœ jœ

ta_in - fi - ni - ta

& b jœ œjœ

pe - na de

jœ jœ jœ jœna - da ter p'ra

˙dar.

œ ‰

REFRÃO H. Faria

Com o trigo loiro deponho, na patena, a minha vida inteira, of'reço-a no altar.Mas ainda me fica esta infinita pena de nada ter p'ra dar.

Em cada hóstia, imaculada e pura, quantos os grãozinhos do nosso trigo loiro?Mas, para ser hóstia, sofre sob a mó dura cada baguinho de oiro.

Estrofes

Page 13: Celebração nacional do Ano Paulino em Portugal - FAROL · neste Ano Paulino, no dia 25 de Janeiro, em vez da Missa do III Domingo do Tempo Comum pode celebrar-se, em cada igreja,

�� ��

CÂNTICO DA COMUNHÃO - Porque somos filhos de Deus

& # # # 42‡3 jœ jœPor que

œ jœ jœ jœ jœso mos fi lhos de

˙Deus- - -

& # # # ‰ jœ jœ jœE le!en vi

.œ jœou aos

jœ jœ jœ jœnos sos co ra- - - - - -

& # # # ˙ jœ Jœções O Es

œ œ œ jœpí ri

œ jœ jœto de seu- - - -

& # # # œ œjœ Jœ

Fi lho Que!em nós

œ JœU jœ

cla ma: "Ab

˙bá,

˙Pai".- - -

& # # # W jœ jœ jœ jœ .œ1.!Os!que!se!deixam/!gui2.!Se!somos!filhos/3.!Todos!Vós!sois/

arsofi

pemoslhos

lo!Esherde

pírito,deiros;Deus

- - -- --

& # # #W Wn jœ jœ .œ

1.!esses!é!que2.!herdeiros!de3.!em!Cristo!Je

são!fiDeus!e!co–herdeisus,!medi

lhosrosan

decomte!a

Deus.Cristo.

fé.

- - --

- - - - -

& # # # jœ jœ Jœ Jœ Jœ Jœ œ œ1.!Re2.!Se3.

cecomVós

besEsois

tes

um

umlesó

Essoem

pírifreCris

tomosto,

- - - - -- - - -

-

& # # # jœ Jœ œ jœ jœ jœ jœ jœ jœ œ œ1.!e2.!com3.!sois

por

her

EEdei

leleros

soissese

firegun

lhosmos

aedo!a

dopxalpro

titames

vos.dos.sa.

- - - - -- - - - - -

- - - - - -

A. CartagenoRefrão

Estrofes Rom 8, 14.15-17; Gal 3, 26-29

Page 14: Celebração nacional do Ano Paulino em Portugal - FAROL · neste Ano Paulino, no dia 25 de Janeiro, em vez da Missa do III Domingo do Tempo Comum pode celebrar-se, em cada igreja,

�� ��

2º CÂNTICO DA COMUNHÃO - Vós me seduzistes

CÂNTICOS ALTERNATIVOS DA COMUNHÃO: Senhor eu creio que sois Cristo Bendito seja Deus (Ef 1)

Formamos um só corpo (Ef 4)Porque todos comemos (Ef 4)

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃOA comunhão deste sacramento, Senhor,faça crescer em nós o ardor da caridade do apóstolo São Paulo,que trazia sempre em seu coraçãoa solicitude por todas as Igrejas.Por Cristo, Nosso Senhor.

& 42‡3 jœ jœjœ jœ

Vós me se - du -

œ œ œ œzis - tes, Se -

˙nhor,

œ œe

œ jœ jœeu me dei-

& œ jœ jœxei se - du -

˙ ,zir;

cresc.

œ œ Jœ JœVós me do - mi -

rall. e dim..œ Jœ Jœ Jœnas - tes e ven -

˙ces -

˙tes.

& W jœ ˙Tudo!o!que,!antes,!para!mim!e - - - - ra lucro,

& W Jœjœ ˙

considerei–o!como!perda!por!a - - - mor de Cristo.

Fil 3,7-11

REFRÃO

Considero todas as coisas como prejuízo,

comparando-as com o bem supremo †

que é conhecer Jesus Cristo, meu Senhor.

Por Ele renunciei a todas as coisas†

e considerei tudo como lixo,

para ganhar a Cristo e n'Ele me encontrar †

com a justiça que vem de Deus e se funda na fé.

Continuo a correr para ver se alcanço a perfeição,uma vez que também fui alcançado por Cristo Jesus.

Só penso numa coisa:†

lançar-me para a frente, continuar a correr para_ameta,

em vista do prémio a que Deus, lá no alto, †

me chama em Cristo Jesus.

C. Silva

Page 15: Celebração nacional do Ano Paulino em Portugal - FAROL · neste Ano Paulino, no dia 25 de Janeiro, em vez da Missa do III Domingo do Tempo Comum pode celebrar-se, em cada igreja,

�� ��

CÂNTICO PÓS-COMUNHÃO - Já não sou eu que vivo

CÂNTICO ALTERNATIVO PÓS-COMUNHÃO Tudo posso naquele que me conforta

& bbb 42‡3 œ jœ jœ jœ jœJá não sou eu que

œ œvi -

.œvo,

& bbb jώ

œ jœ jœ Jœjœ

Cris - to que vi - ve_em

˙ jœmim,

& bbb jJώ

œœ jJœœ

jJœœ

jJœœ

jJœœ

Cris - to que vi - ve_em

˙̇̇mim.

& bbb W jœ jœ œ œ œBendito se - ja Deus,

W jœ jœ œ œ ˙Pai!de!Nosso!Senhor Je-sus Cris - to,

& bbb W jœ Jœ œ œ œque!do!alto!do!céu!nos!a - ben - ço - ou

& bbb W jœ jœ ˙com!todas!as!bênçãos!espiritu - ais em Cristo.

Ele nos escolheu antes da criação do mundopara sermos santos e irrepreensíveis/ em caridade na sua presença.Ele nos predestinou, de sua livre vontade,para sermos seus filhos adoptivos, por Jesus Cristo.

Para que fosse enaltecida a glória da sua graçacom a qual nos favoreceu em seu amado Filho;n'Ele temos a redenção pelo seu sangue,a remissão dos nossos pecados.

Segundo a riqueza da sua graçaque Ele nos concedeu em abundânciacom plena sabedoria e inteligênciadeu-nos a conhecer o mistério da sua vontade:

Segundo o beneplácito que n'Ele de antemão estabelecerapara se realizar na plenitude dos temposinstaurar todas as coisas em Cristotudo o que há nos céus e na terra.

REFRÃO

Cântico (EF 1)

C. Silva

Page 16: Celebração nacional do Ano Paulino em Portugal - FAROL · neste Ano Paulino, no dia 25 de Janeiro, em vez da Missa do III Domingo do Tempo Comum pode celebrar-se, em cada igreja,

�� ��

CÂNTICO FINAL - Hino a S. Paulo (A. Cartageno)

Outros cânticos com textos de S. Paulo Recebestes um Espírito Vós me seduzistes (Fil 3) Deus enviou (Ef 1) Já não vos chamo servos (Ef 1) Toda a língua proclame (Fil 2) Deus escolheu-nos em Cristo (Ef 1)

& # 42 q=72jœNes -

.jœ j̊œ jœ jœte!A - no Ju - bi -

œ jœ jœlar de São

.jœ j̊œ jœ jœPau - lo, nos - so

& # œ jœ jœgui - a, que -

Jœjœ jœ jœ

re-mos pro-cla -

jœ jœ jœ jœmar nos-sa!a - le -

œ œgri -

& #.œ jœ

a. A -

.Jœ J!œ Jœ Jœpós - to - lo das

œ jœ jœgen - tes, a -

.Jœ J!œ Jœ Jœmi - go de Je -

& # ˙sus,

Jœ Jœ Jœ Jœé!o men - sa -

œ Jœ Jœgei - ro que!ao

œ œCéu con -

.œduz.

& # 42‡3 Œ jœ jœ1.!A Sau -

jœ jœ jœ jœlo per - se - gui -

œ œ jœ jœdor, fa - lou

& # jœ jœ jœ jœo pró - prio Je -

œ œ jœ jœsus: "Por-que!es -

jœ jœ jœ jœpa lhas mor-te!e

& # œ œ jœ jœdor nos que

Jœ Jœ Jœjœ

vi - vem Mi - nha

œ œluz?

B. XavierA. Cartageno

Estrofes

2. Vendo seu erro e seu mal, de repente acreditouque Jesus era, afinal,o Messias que chegou.

3. Doou-lhe o seu coração,tornou-se luz o seu serprocurando desde entãodar-lhe todo o seu viver.

4. Sua vida era Jesuse aquele que fora Sauloaceitou ser nova luztomando o nome de Paulo.

5. Foi apóstolo das gentesp'lo mundo fora em redor;levou a todas as mentesa mensagem do Senhor.

6. Bendigamos ao Senhorpela sua conversãoe que a todo o pecadorchegue agora a salvação.

Page 17: Celebração nacional do Ano Paulino em Portugal - FAROL · neste Ano Paulino, no dia 25 de Janeiro, em vez da Missa do III Domingo do Tempo Comum pode celebrar-se, em cada igreja,

�� ��

COMENTÁRIO ÀS LEITURAS

Ano BFESTA DA CONVERSÃO DE SÃO PAULO25 de Janeiro de 2009

Tema da Festa da Conversão de São Paulo

Neste Ano Paulino, ao celebrarmos o bimilenário do nascimento de Paulo de Tarso, somos convidados a redescobrir o apóstolo das gentes. A Festa da Conversão de São Paulo pode ser um momento privilegiado para nos encontrarmos com a sua pessoa, o seu testemunho, a sua teologia e para nos deixarmos guiar por ele nos caminhos do encontro com Cristo e do anúncio do Evangelho.

Na primeira leitura, o próprio Paulo descreve aos judeus reunidos junto da Torre Antónia, em Jerusalém, a sua experiência de encontro com Cristo, vivo e ressuscitado, na estrada para Damasco. Foi esse encontro que o levou a reequacionar a sua existência e a escolher Cristo, sem condições.

Na segunda leitura, Paulo convida os cristãos de Corinto a não absolutizar as realidades terrenas e a apostar tudo nas realidades eternas. O mais importante, para o cristão, deve ser o seguimento de Cristo e a adesão ao Reino. Foi exactamente isso que o próprio Paulo fez.

No Evangelho, é Cristo que, despedindo-se dos seus discípulos, antes de reentrar na glória do Pai, os envia ao mundo inteiro, a proclamar o Evangelho “a toda a criatura”. Quem descobre Cristo e a sua proposta de salvação, não pode guardar para si esse tesouro, mas tem de testemunhá-lo diante dos outros irmãos e irmãs. Paulo de Tarso percebeu esta exigência e levou-a tão a sério, que foi chamado “o apóstolo das gentes”.

LEITURA I – Act 22, 3-16

Leitura dos Actos dos ApóstolosNaqueles dias, Paulo disse ao povo:«Eu sou judeu e nasci em Tarso da Cilícia.Fui, porém, educado nesta cidade de Jerusaléme recebi na escola de Gamalieluma formação estritamente fiel à Lei dos nossos pais.Era tão zeloso no serviço de Deus,como vós todos sois hoje.Persegui até á morte esta nova religião,algemando e metendo na prisão homens e mulheres,Ccomo podem testemunhar o Sumo Sacerdote e todo o Senado.Recebi até, da parte deles,cartas para os irmãos de Damascoe para lá me dirigi,com a missão de trazer algemados os que lá estivessem,a fim de serem castigados em Jerusalém.

Page 18: Celebração nacional do Ano Paulino em Portugal - FAROL · neste Ano Paulino, no dia 25 de Janeiro, em vez da Missa do III Domingo do Tempo Comum pode celebrar-se, em cada igreja,

�� ��

Sucedeu, porém, que, no caminho,ao aproximar-me de Damasco, por volta do meio-dia,de repente brilhou ao redor de mimuma intensa luz vinda do Céu.Caí por terra e ouvi uma voz que me dizia:‘Saulo, Saulo, porque Me persegues?’ Eu perguntei: ‘Quem és Tu, Senhor?’.E Ele respondeu-me:‘Eu sou Jesus Nazareno, a quem tu persegues’.Os meus companheiros viram a luz,mas não ouviram a voz que me falava.Então perguntei: ‘Que hei-de fazer, Senhor?’.E o Senhor disse-me:‘Levanta-te e vai a Damasco;lá te dirão tudo o que deves fazer’.Como eu deixei de ver, por causa do esplendor daquela luz,cheguei a Damasco guiado pelas mãos dos meus companheiros.Entretanto, veio procurar-me um certo Ananias,homem piedoso segundo a Leie de boa fama entre os judeus que ali viviam.Ele veio ao meu encontroe, ao chegar junto de mim, disse-me:‘Saulo, meu irmão, recupera a vista’.E, no mesmo instante, pude vê-lo.Ele acrescentou:‘O Deus dos nossos pais destinou-tepara conheceres a sua vontade,para veres o Justo e ouvires a voz da sua boca.Tu serás sua testemunha diante de todos os homens,acerca do que viste e ouviste.Agora, porque esperas?Levanta-te, recebe o baptismoe purifica-te dos teus pecados, invocando o seu nome’».

AMBIENTE

No final da sua 3ª viagem missionária (anos 54-58) Paulo veio até Jerusalém, onde tencionava celebrar a festa do Pentecostes (cf. Act 20,16). Alguns dias depois da sua chegada, Paulo foi visto no Templo por judeus procedentes da Ásia. Acusaram-no de patrocinar a violação das leis judaicas, introduzindo no Templo um grego. Caíram sobre ele, arrastaram-no para fora do Templo e dispunham-se a matá-lo. Paulo salvou-se graças à intervenção da guarnição romana estacionada na Torre Antónia, que vigiava continuamente os tumultos registados no recinto do Templo. Conduzido para a fortaleza romana, Paulo pediu ao chefe da guarnição romana que o deixasse falar ao Povo…O texto que nos é proposto como primeira leitura apresenta uma parte desse discurso (Act 22,3-21), feito à entrada da fortaleza, no qual Paulo procura mostrar aos judeus que a sua conversão a Cristo não representa uma ruptura total com o seu passado religioso, nem muito menos uma ruptura com o Deus dos seus antepassados. A proposta cristã que Paulo descobriu e assumiu está, na sua perspectiva, de acordo com o plano de salvação que Deus tem para o seu Povo.

Page 19: Celebração nacional do Ano Paulino em Portugal - FAROL · neste Ano Paulino, no dia 25 de Janeiro, em vez da Missa do III Domingo do Tempo Comum pode celebrar-se, em cada igreja,

�� ��

MENSAGEM

Paulo começa por apresentar aos judeus que o escutam as suas “credenciais”: ele é judeu, nascido em Tarso, mas educado em Jerusalém junto de Gamaliel (trata-se de Gamaliel I, o Velho, um famoso rabbi judaico que ensinou em Jerusalém entre os anos 20 e 50). Pertenceu ao partido que mais se esforçava por levar a sério o cumprimento da Lei de Moisés: os fariseus. O seu zelo pela Lei levou-o, inclusive, a perseguir os cristãos. Paulo foi, nesta fase, um judeu entusiasta e apaixonado, convicto e empenhado, que levava muito a sério a fé e os valores dos pais. Um dia, porém, quando se dirigia para Damasco para prender os judeus dessa cidade que tinham aderido à proposta cristã, Paulo encontrou-se com Jesus, vivo e ressuscitado… O quadro desse encontro é descrito, pelo autor dos Actos dos Apóstolos, com os rasgos típicos das manifestações de Deus (teofanias): a luz intensa vinda do céu, a voz, o “cair por terra”. Estes dados não hão-de tomar-se necessariamente como históricos, pois são o cenário sobre o qual os autores bíblicos montavam todas as manifestações de Deus. Paulo, ao descrever numa das suas cartas o seu encontro com Cristo ressuscitado, será consideravelmente mais sóbrio e refere-se a esse episódio como um momento em que Deus, na sua infinita bondade, lhe fez perceber que tinha sido escolhido, desde o seio materno, para nele se revelar Jesus e para testemunhar o Evangelho diante do mundo (cf. Gal 1,13-17). Para Paulo, esse momento foi um momento de graça, que ele sente dever à bondade e ao amor de Deus.Para além dos elementos acessórios, utilizados para colorir o cenário, parece, contudo, claro que Paulo, no caminho para Damasco, fez uma experiência pessoal de encontro com Jesus vivo e ressuscitado. Essa experiência foi tão intensa e questionante que o levou a reequacionar toda a sua existência, a reformular as suas opções, a modificar a sua forma de viver a fé e de encarar o mundo. Paulo descobriu que, ao perseguir os cristãos, estava a perseguir Cristo e estava a opor-se aos planos de salvação de Deus. Mais: descobriu que Cristo Se torna presente, vivo e actuante, naqueles que a Ele aderem e O seguem. Mais tarde, Paulo irá ensinar que a Igreja é o Corpo de Cristo que se faz presente na história e na vida do mundo.Ajudado pela comunidade cristã (Ananias), Paulo “recupera a vista” – quer dizer, reconhece Jesus como o seu Senhor, descobre a sua paixão por Cristo e percebe que a sua missão será, doravante, anunciar a Boa Nova de Jesus a todos os povos da terra. O encontro com Cristo na estrada de Damasco foi assim, para Paulo, uma experiência fundamental, o momento de viragem da sua existência.Na verdade, a experiência de Paulo é paradigmática. Mostra-nos que o encontro com Cristo é uma experiência verdadeiramente transformadora, que não pode deixar de levar a pessoa a questionar-se e a reequacionar toda a existência, a “abrir os olhos” para ver, com uma luz completamente nova, o projecto que Deus tem para a própria pessoa e para o mundo. Mais ainda: quando alguém faz verdadeiramente esta experiência de encontro com Cristo, não pode deixar de partir ao encontro do mundo dando testemunho de Cristo e da sua Boa Nova.

ACTUALIZAÇÃO

No centro deste relato está, sem dúvida, o encontro de Paulo com Cristo, no caminho para Damasco. Será esse encontro que determinará uma mudança total na vida de Paulo; na sequência, ele descobre novos horizontes, novos desafios de Deus, uma proposta aliciante e irrecusável de salvação. O exemplo de Paulo garante-nos que uma

Page 20: Celebração nacional do Ano Paulino em Portugal - FAROL · neste Ano Paulino, no dia 25 de Janeiro, em vez da Missa do III Domingo do Tempo Comum pode celebrar-se, em cada igreja,

�0 ��

verdadeira experiência de encontro com Cristo é uma experiência transformadora e revitalizante, que nos faz ver com olhos novos os projectos que Deus tem para nós e para o mundo, e nos abre perspectivas novas de vida plena, de realização e de salvação. Convém, a propósito, termos presente que os encontros com Cristo na estrada da vida não são raros, nem estão reservados a pessoas especiais… Cristo passa continuamente ao nosso lado nos caminhos que vamos percorrendo, interpela-nos, questiona-nos, desafia-nos, faz-nos cair das nossas certezas e instalações, convida-nos a sair dos mundos fechados que nos prendem e a olhar para além dos horizontes que nos limitam. Resta-nos estar atentos e disponíveis, como Paulo, para O reconhecermos, para O escutarmos, para acolhermos as suas propostas novas de vida e de salvação.

Ananias, o “homem piedoso e cumpridor da Lei” que acolheu Paulo em Damasco e que o levou à descoberta da comunidade cristã, avisou Paulo que, depois de descobrir Cristo vivo e ressuscitado, ele deveria testemunhar, diante de todos os homens, a sua paixão por Cristo e pelo Evangelho… De facto, quem descobre Cristo vivo e se deixa transformar por Ele, não pode guardar essa descoberta para si próprio, mas sente o imperativo de a partilhar com todos os irmãos e irmãs com quem se cruza pelos caminhos da vida. Aquele que encontra Cristo não pode encerrar num cofre fechado o tesouro que recebeu, mas tem de levá-lo ao encontro do mundo, a fim de que a verdade libertadora de Cristo atinja e transforme o mundo e a humanidade. Todo o cristão tem de ser missionário, todo o cristão tem de ser testemunha de Cristo e do seu projecto no meio dos seus irmãos.

Jesus ressuscitado diz a Paulo: “Eu sou Jesus de Nazaré, a quem tu persegues”. Paulo compreende, então, que os cristãos são o corpo de Cristo e é neles que Cristo se torna presente, vivo e actuante na história humana. Convém não esquecermos esta realidade: a comunidade cristã, corpo de Cristo, tem a missão de tornar Cristo presente no mundo e na vida da humanidade. Compete aos cristãos serem o coração de Cristo que derrama no mundo amor e misericórdia; serem as mãos de Cristo que se estendem para levantar aqueles que estão caídos nas bermas da estrada da vida; serem os pés de Cristo que se dirigem ao encontro dos outros homens e mulheres para derrubar os muros erguidos pelo ódio, pela injustiça, pelo sofrimento.

O papel de Ananias na integração de Paulo na comunidade do Reino confirma a importância da comunidade cristã no nosso crescimento na fé e no nosso caminho de descoberta de Jesus Cristo. Ninguém é cristão sozinho; ninguém vive de uma fé isolada, sem referências, não questionada ou não confrontada com a fé da comunidade crente. Não esqueçamos: a nossa fé vive-se em Igreja, e é no enquadramento comunitário que ela encontra o campo favorável para crescer.

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 116 (117),1.2

Refrão 1: Ide por todo o mundo e anunciai o Evangelho.Refrão 2: Aleluia.

Louvai o Senhor, todas as nações,aclamai-O, todos os povos.

Page 21: Celebração nacional do Ano Paulino em Portugal - FAROL · neste Ano Paulino, no dia 25 de Janeiro, em vez da Missa do III Domingo do Tempo Comum pode celebrar-se, em cada igreja,

�0 ��

É firme a sua misericórdia para connosco,a fidelidade do Senhor permanece para sempre.

LEITURA II – 1 Cor 7,29-31

Leitura da Primeira Epístola do apóstolo São Paulo aos CoríntiosO que tenho a dizer-vos, irmãos,é que o tempo é breve.Doravante,os que têm esposas procedam como se as não tivessem;os que choram, como se não chorassem;os que andam alegres, como se não andassem;os que compram, como se não possuíssem;os que utilizam este mundo, como se realmente não o utilizassem.De facto, o cenário deste mundo é passageiro.

AMBIENTE

Paulo foi o homem que levou o cristianismo ao encontro de outras culturas pois, na sua perspectiva, a proposta de Jesus era uma proposta dirigida a toda a humanidade. Contudo, a cultura grega era uma cultura animada e estruturada por dinamismos muito próprios, com uma grande vitalidade, mas ao mesmo tempo com valores e dinâmicas que tornavam difícil a transplantação dos valores evangélicos para esse mundo, animado por princípios muito diferentes daqueles que estão na origem do cristianismo. A comunidade cristã de Corinto era uma comunidade que mergulhava as suas raízes no mundo grego. Aí vão notar-se, naturalmente, as dificuldades da fé cristã em se inserir num ambiente hostil, marcado por uma cultura pagã e por um conjunto de valores que estão em profunda contradição com a pureza da mensagem evangélica.Um dos sectores onde se nota, particularmente, o choque entre a fé cristã e a cultura helénica é nas questões de ética sexual. Neste âmbito, a cultura coríntia balouçava entre dois extremos: por um lado, um grande laxismo (como era normal numa cidade marítima, onde chegavam marinheiros de todo o mundo e onde reinava Afrodite, a deusa grega do amor); por outro lado, um desprezo absoluto pela sexualidade (típico de certas tendências filosóficas influenciadas pelo platonismo, que consideravam a matéria um mal e que faziam do não casar um ideal absoluto). O desejo de Paulo é o de apresentar um caminho equilibrado, face a estes exageros: condenação sem apelo de todas as formas de desordem sexual, defesa do valor do casamento, elogio do celibato (cf. 1 Cor 7). Provavelmente, os coríntios tinham consultado Paulo acerca do melhor caminho a seguir – o do matrimónio ou o do celibato. Paulo responde à questão no capítulo 7 da Primeira Carta aos Coríntios (de onde é retirado o texto da nossa segunda leitura). Paulo considera que não tem, a este propósito, “nenhum preceito do Senhor”; no entanto, o seu parecer é que quem não está comprometido com o casamento, deve continuar assim e quem está comprometido não deve “romper o vínculo” (1 Cor 7,25-28).

Page 22: Celebração nacional do Ano Paulino em Portugal - FAROL · neste Ano Paulino, no dia 25 de Janeiro, em vez da Missa do III Domingo do Tempo Comum pode celebrar-se, em cada igreja,

�� ��

MENSAGEM

Na perspectiva de Paulo, os cristãos não devem esquecer que “o tempo é breve”, quando tiverem que fazer as suas opções – nomeadamente, quando tiverem que fazer a sua escolha entre o casamento ou o celibato. Em concreto, o que é que isto significa?O cristão vive mergulhado nas realidades terrenas, mas não vive para elas. Ele sabe que as realidades terrenas são passageiras e efémeras e não devem, em nenhum caso, ser absolutizadas. Para o cristão, o que é fundamental e deve ser posto em primeiro lugar, são as realidades eternas... O cristão, embora estimando e amando as realidades deste mundo, pode renunciar a elas em vista de um bem maior. O mais importante, para um cristão, deve ser sempre o amor a Cristo e a adesão ao Reino. Tudo o resto (mesmo que seja muito importante) deve subjugar-se a isto.Na sua catequese aos coríntios, o apóstolo aplica estes princípios à questão do casamento/celibato. Para ele, o casamento é uma realidade importante (ele considera que tanto o casamento como o celibato são dons de Deus – cf. 1 Cor 7,7); mas não deixa de ser uma realidade terrena e efémera, que não deve, por isso, ser absolutizada. Paulo nunca diz que o casamento seja uma realidade má ou um caminho a evitar; mas é evidente, nas suas palavras, uma certa predilecção pelo celibato… Na sua perspectiva, o celibato leva vantagem enquanto caminho que aponta para as realidades eternas: anuncia a vida nova de ressuscitados que nos espera, ao mesmo tempo que facilita um serviço mais eficaz a Deus e aos irmãos (cf. 1 Cor 7,32-38).Na verdade, as palavras de Paulo fazem sentido em todos os tempos e lugares; mas elas tornam-se mais lógicas se tivermos em conta o ambiente escatológico que se respirava nas primeiras comunidades. Para os crentes a quem a Primeira Carta aos Coríntios se destinava, a segunda e definitiva vinda de Jesus estava iminente; era preciso, portanto, relativizar as realidades transitórias e efémeras, entre as quais se contava o casamento.

ACTUALIZAÇÃO

A todo o instante somos colocados diante de realidades diversas e contrastantes e temos de fazer as nossas escolhas. A mentalidade dominante, a moda, o politicamente correcto, os nossos preconceitos e interesses egoístas interferem frequentemente com as nossas opções e impõem-nos valores que nem sempre são geradores de liberdade, de paz, de vida verdadeira. Mais grave, ainda: muitas vezes, endeusamos determinados valores efémeros e passageiros, que nos fazem perder de vista os valores autênticos, verdadeiros, definitivos. O nosso texto sugere um princípio a ter em conta, a propósito desta questão: os valores deste mundo, por mais importantes e interessantes que sejam, não devem ser absolutizados. Não se trata de desprezar as coisas boas que o mundo coloca à nossa disposição; mas trata-se de não colocar nelas, de forma incondicional, a nossa esperança, a nossa segurança, o objectivo da nossa vida.

Na verdade, o cristão deve viver com a consciência de que “o tempo é breve”. Ele sabe que a sua vida não encontra sentido pleno e absoluto nesta terra e que a sua passagem por este mundo é uma peregrinação ao encontro dessa vida verdadeira e definitiva que só se encontra na comunhão plena com Deus. Para chegar a atingir esse objectivo último, o cristão deve converter-se a Cristo e segui-l’O no caminho do amor, da entrega, do serviço aos irmãos. Tudo aquilo que deixa um espaço maior para essa adesão a Cristo e ao seu caminho, deve ser valorizado e potenciado. É aí que deve ser colocada a nossa aposta.

Page 23: Celebração nacional do Ano Paulino em Portugal - FAROL · neste Ano Paulino, no dia 25 de Janeiro, em vez da Missa do III Domingo do Tempo Comum pode celebrar-se, em cada igreja,

�� ��

ALELUIA – cf. Jo 15,16

Aleluia. Aleluia.

Eu vos escolhi do mundo, para que vades e deis frutoe o vosso fruto permaneça, diz o Senhor.

EVANGELHO – Mc 16,15-18

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São MarcosNaquele tempo,Jesus apareceu aos Onze e disse-lhes:«Ide por todo o mundoe pregai o Evangelho a toda a criatura.Quem acreditar e for baptizado será salvo;mas quem não acreditar será condenado.Eis os milagres que acompanharão os que acreditarem:expulsarão os demónios em meu nome;falarão novas línguas;se pegarem em serpentes ou beberem veneno,não sofrerão nenhum mal;e quando impuserem as mãos sobre os doentes,eles ficarão curados».

AMBIENTE

A perícopa de Mc 16,9-20 distingue-se, no conjunto do Evangelho segundo Marcos, por se apresentar com um estilo e com um vocabulário muito diferentes do resto do texto. Aliás, os manuscritos mais importantes e mais antigos que conservaram este Evangelho concluíam o texto de Marcos em 16,8, com o medo das mulheres que, na manhã de Páscoa, encontraram o túmulo vazio. Provavelmente, foi assim que Marcos terminou o seu Evangelho, dando-lhe um final “aberto” e como que convidando o leitor a completar o relato com a sua própria experiência pessoal de seguimento de Jesus, superando o medo, “vendo” Jesus e dando testemunho d’Ele.No entanto, este final pareceu deixar insatisfeitos os leitores de Marcos e apareceram várias tentativas de dar ao Evangelho segundo Marcos um final mais satisfatório. Algumas dessas tentativas estão, aliás, atestadas em diversos documentos antigos que nos transmitiram o texto do segundo Evangelho. De entre os diversos “finais” que apareceram, houve um que se impôs aos outros… Trata-se de um texto de meados do séc. II, que apresenta um resumo das aparições de Jesus ressuscitado contadas por outros evangelistas. Embora tardio e não redigido por Marcos, este “final” é, contudo, parte integrante da Escritura Sagrada. A Igreja reconhece-o como canónico, como inspirado por Deus e como Palavra de Deus.O texto que nos é proposto é parte da perícopa em causa. Os elementos apresentados no texto são pequenos resumos de relatos feitos por outros evangelistas. Assim, a aparição de Jesus ressuscitado aos Onze depende de Lc 24,36-43 e de Jo 20,19-29; a definição da missão dos apóstolos depende de Mt 28,16-20 e de Lc 24,44-49.O quadro traçado pelo autor da perícopa apresenta os discípulos a reagir de uma forma

Page 24: Celebração nacional do Ano Paulino em Portugal - FAROL · neste Ano Paulino, no dia 25 de Janeiro, em vez da Missa do III Domingo do Tempo Comum pode celebrar-se, em cada igreja,

�� ��

muito negativa ao facto de Jesus já não estar com eles. Na manhã da ressurreição, eles estavam “em luto e em pranto” (Mc 16,10); depois, receberam o testemunho das mulheres que encontraram Jesus ressuscitado, com incredulidade e com um coração obstinado (cf. Mc 16,14). Num caso e noutro, negam-se a ir em frente e a continuar a aventura que começaram com Jesus. Têm medo de arriscar e preferem ficar comodamente instalados a “lamber as feridas”. É o anti-seguimento… O encontro com Jesus ressuscitado – que nos é relatado no nosso texto – vai, porém, obrigá-los a sair do seu letargo e a assumir os seus compromissos e responsabilidades, como membros da comunidade do Reino.

MENSAGEM

A questão central abordada no nosso texto é a do papel dos discípulos no mundo, após o regresso de Jesus para junto do Pai.De acordo com o nosso texto, imediatamente antes da Ascensão, Jesus ressuscitado aparece aos discípulos, acorda-os da letargia em que se tinham instalado, define a missão que, doravante, eles serão chamados a desempenhar no mundo e envia-os a concretizar essa missão…A primeira nota do envio e do mandato que Jesus dá aos discípulos é a da universalidade… A missão dos discípulos destina-se a “todo o mundo” e não deverá deter-se diante de barreiras rácicas, geográficas ou culturais. A proposta de salvação que Jesus fez e que os discípulos devem testemunhar destina-se a toda a terra.Depois, Jesus define o conteúdo do anúncio: o “Evangelho”. O que é o “Evangelho? No Antigo Testamento (sobretudo no Deutero-Isaías e no Trito-Isaías), a palavra “evangelho” está ligada à “boa notícia” da chegada da salvação para o Povo de Deus. Depois, na boca de Jesus, a palavra “Evangelho” designa o anúncio de que o “Reino de Deus” chegou à vida dos homens, trazendo-lhes a paz, a libertação, a felicidade. Para os catequistas das primeiras comunidades cristãs, o “Evangelho” é o anúncio de um acontecimento único, capital, fundamental: em Jesus Cristo, Deus veio ao encontro dos homens, manifestou-lhes o seu amor, inseriu-os na sua família, convidou-os a integrar a comunidade do Reino, ofereceu-lhes a vida definitiva. Tal é o único e exclusivo “evangelho”, a “boa notícia” que muda o curso da história e que transforma o sentido e os horizontes da existência humana.O anúncio do “Evangelho” obriga os homens a uma opção. Quem aderir à proposta que Jesus faz, chegará à vida plena e definitiva (“quem acreditar e for baptizado será salvo”); mas quem recusar essa proposta, ficará à margem da salvação (“quem não acreditar será condenado” – vers. 16).O anúncio do Evangelho que os discípulos são chamados a fazer vai atingir não só os homens, mas “toda a criatura”. Muitas vezes o homem, guiado por critérios de egoísmo, de cobiça e de lucro, explora a criação, destrói esse mundo “bom” e harmonioso que Deus criou… Mas a proposta de salvação que Deus apresenta destina-se a transformar o coração do homem, eliminando o egoísmo e a maldade. Ao transformar o coração do homem, o “Evangelho” apresentado por Jesus e anunciado pelos discípulos vai propor uma nova relação do homem com todas as outras criaturas – uma relação não mais marcada pelo egoísmo e pela exploração, mas pelo respeito e pelo amor. Dessa forma, nascerá uma nova humanidade e uma nova natureza.A presença da salvação de Deus no mundo tornar-se-á uma realidade através dos gestos dos discípulos de Jesus… Comprometidos com Jesus, os discípulos vencerão a injustiça e a opressão (“expulsarão os demónios em meu nome”), serão arautos da paz e do entendimento dos homens (“falarão novas línguas”), levarão a esperança e a vida nova a todos os que sofrem e que são prisioneiros da doença e do sofrimento (“quando impuserem

Page 25: Celebração nacional do Ano Paulino em Portugal - FAROL · neste Ano Paulino, no dia 25 de Janeiro, em vez da Missa do III Domingo do Tempo Comum pode celebrar-se, em cada igreja,

�� ��

as mãos sobre os doentes, eles ficarão curados”); e, em todos os momentos, Jesus estará com eles, ajudando-os a vencer as contrariedades e as oposições.A Ascensão de Jesus – que é narrada imediatamente a seguir às palavras de despedida e de envio dos discípulos que este texto nos transmitiu – é, sobretudo, o momento em que os discípulos tomam consciência da sua missão e do seu papel no mundo. A Igreja (a comunidade dos discípulos, reunida à volta de Jesus, animada pelo Espírito) é, essencialmente, uma comunidade missionária, cuja missão é testemunhar no mundo a proposta de salvação e de libertação que Jesus veio trazer aos homens.Este texto – que nos recorda o envio dos discípulos ao mundo, como continuadores da missão de Jesus – faz todo o sentido neste dia em que a Igreja nos convida a olhar para Paulo de Tarso, o apóstolo das gentes. Depois de encontrar Jesus Cristo, ele gastou toda a sua vida a dar testemunho do Evangelho até aos confins da terra. As dificuldades não o pararam, os sofrimentos não o desanimaram, as traições não o fizeram desistir: ele percebeu que a sua vocação era mostrar Cristo e a sua proposta ao mundo inteiro. “Ai de mim se não evangelizar” – dirá ele aos cristãos de Corinto (1 Cor 9,16). Neste “ai” transparece a convicção de que a vida nunca fará sentido para o discípulo de Jesus que se demite da sua responsabilidade no anúncio da Boa Nova do Reino.

ACTUALIZAÇÃO

Jesus deixou aos seus discípulos a missão de anunciar o “Reino” e de torná-lo uma proposta capaz de renovar e de transformar o mundo. O Evangelho deste dia convida-nos, antes de mais, a tomar consciência da missão que foi confiada aos discípulos e a sentirmo-nos responsável pela presença do “Reino” na vida dos homens. Estou consciente de que a Igreja – a comunidade dos discípulos de Jesus, a que eu pertenço também – é, hoje, a presença libertadora e salvadora de Jesus no meio dos homens? Como é que eu procuro testemunhar o “Reino” na minha vida de todos os dias: em casa, no trabalho ou na escola, na paróquia, nesses lugares onde a vida me leva e me situa?

A missão que Jesus confiou aos discípulos é uma missão universal: as fronteiras, as raças, a diversidade de culturas não podem ser obstáculos para a presença da proposta libertadora de Jesus no mundo. Tenho consciência de que a missão que foi confiada aos discípulos é uma missão universal? Tenho consciência de que Jesus me envia a todos os homens – sem distinção de raças, de etnias, de diferenças religiosas, sociais ou económicas – a anunciar-lhes a libertação, a salvação, a vida definitiva? Tenho consciência de que sou responsável pela vida, pela felicidade e pela liberdade de todos os meus irmãos, mesmo que eles habitem no outro lado do mundo?

Tornar-se discípulo é, em primeiro lugar, aprender os ensinamentos de Jesus, a partir das suas palavras, dos seus gestos, da sua vida oferecida por amor. É claro que o mundo do século XXI apresenta, todos os dias, desafios novos; mas os discípulos, formados na escola de Jesus, são convidados a ler os desafios que hoje o mundo coloca, à luz dos ensinamentos de Jesus. Preocupo-me em conhecer bem os ensinamentos de Jesus e em aplicá-los à vida de todos os dias?

No dia em que fui baptizado, comprometi-me com Jesus e vinculei-me com a comunidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo. A minha vida tem sido coerente com esse compromisso?

Page 26: Celebração nacional do Ano Paulino em Portugal - FAROL · neste Ano Paulino, no dia 25 de Janeiro, em vez da Missa do III Domingo do Tempo Comum pode celebrar-se, em cada igreja,

��

É um tremendo desafio testemunhar, hoje, no mundo os valores do “Reino” (esses valores que, muitas vezes, estão em contradição com aquilo que o mundo defende e que o mundo considera serem as prioridades da vida). Com frequência, os discípulos de Jesus são objecto da irrisão e do escárnio dos homens, porque insistem em testemunhar que a felicidade está no amor e no dom da vida; com frequência, os discípulos de Jesus são apresentados como vítimas de uma máquina de escravidão, que produz escravos, alienados, vítimas do obscurantismo, porque insistem em testemunhar que a vida plena está no perdão, no serviço, na entrega da vida. O confronto com o mundo gera muitas vezes, nos discípulos, desilusão, sofrimento, frustração… Nos momentos de decepção e de desilusão convém, no entanto, recordar que apenas continuamos na terra a obra que Jesus começou e que Ele conta connosco para dar corpo ao nascimento de um mundo novo. Esta certeza deve alimentar a coragem com que testemunhamos aquilo em que acreditamos.