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CEDAP

CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO E APOIO À

PESQUISA – Profa. Dra. Anna Maria Martinez

Corrêa

VII ENCONTRO DO CEDAP

Culturas Indígenas e Identidades

PROGRAMA E RESUMOS

23 a 25/04/2014

Faculdade de Ciências e Letras de Assis

UNESP

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA Reitor: Prof. Dr. Júlio Cezar Durigan

Vice-Reitora: Marilza Vieira Cunha Rudge

FACULDADE DE CIÊNCIAS E LETRAS DE ASSIS Diretor: Dr. Ivan Esperança Rocha

Vice-Diretora: Drª. Ana Maria Rodrigues de Carvalho

Cedap – Centro de Documentação e Apoio à Pesquisa Supervisora: Profª. Drª. Zélia Lopes da Silva

Vice-Supervisora: Drª. Karina Anhezini de Araujo

Comissão Organizadora Dr. Álvaro Santos Simões Junior – Coordenador do Programa de Pós-Graduação em

Letras Drª. Karina Anhezini de Araujo – Vice-Supervisora do Cedap

Drª. Lucia Helena Oliveira Silva - Coordenador do Programa de Pós-Graduação em História

Dr. Márcio Roberto Pereira – Chefe do Departamento de Literatura Profª. Drª. Tania Regina de Luca – Representante do Conselho da revista Patrimônio e

Memória Profª. Drª. Zélia Lopes da Silva (Organizadora geral) – Supervisora do Cedap

Comissão Científica Dr. Álvaro Santos Simões Junior – Departamento de Literatura

Dr. Benedito Antunes – Departamento de Literatura Dr. Carlos Alberto Sampaio Barbosa – Departamento de História

Drª Karina Anhezini de Araujo - Departamento de História Dr. Márcio Roberto Pereira - Departamento de Literatura

Profª Drª Silvia Maria Azevedo - Departamento de Literatura Profª Drª Tania Regina de Luca - Departamento de História Profª Drª Zélia Lopes da Silva - Departamento de História

Caderno e Programa de Resumo Profª. Drª. Zélia Lopes da Silva

Diagramação Ana Elisa Paziam dos Santos

Secretaria Izabel Mano Neme

Apoio Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP

PAEP/CAPES Faculdade de Ciências e Letras de Assis – UNESP

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SUMÁRIO

Apresentação ............................................................... 6 - 7

Programação ................................................................ 8 - 10

Local e horário dos grupos temáticos ........................... 11 - 20

Resumos

Conferências ......................................................... 21

Mesas Redondas .................................................. 22 - 25

Minicursos ............................................................. 26 - 31

Simpósios Temáticos ............................................ 32 - 73

Exposição: ................................................................... 74

Lançamentos de livros .................................................. 75

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Apresentação

O tema “Culturas indígenas e identidades”, proposto para o VII Encontro do

Cedap, objetiva refletir sobre os povos indígenas brasileiros que embora diariamente

nas manchetes dos jornais eletrônicos do país, o conhecimento de suas vivências e

problemas ainda é limitado. Isso ocorre, apesar da ampliação das pesquisas nas áreas

de humanidades e da maior veiculação de informações sobre esses protagonistas,

possibilitadas pelo surgimento de vários periódicos e de Grupos Temáticos que

agregam pesquisadores de regiões do país onde a presença dessas comunidades é

efetiva.

O debate volta-se às questões vividas por esses protagonistas, na atualidade,

referentes à política, à educação indígena e a problemática da mulher e, ainda, as

suas expressões artísticas, (dança, escultura e pintura corporal, etc.) que reafirmam

seus valores e os conhecimentos de si. Esses temas serão discutidos em mesas

redondas, conferências, minicursos, comunicações de pesquisas, Exposição e

atividades artísticas.

A mesa redonda A questão indígena no Brasil atual se propõe discutir a

constituição do campo de reflexão (e seus percursos) mas, também, as dimensões

das políticas públicas voltadas para os povos indígenas, notadamente o tema da

demarcação de suas terras, os impasses e as perspectivas presentes no cenário atual.

No âmbito dessas políticas, coloca-se a questão da educação voltada para esses

grupos que coloca em cena o aprendizado bilíngue, defendida por esses

protagonistas, como uma tentativa ao mesmo tempo de garantir a preservação de seu

modo de vida decorrente de sua inserção no sistema educacional brasileiro cujos

valores, pensam uns, interferem em suas culturas, considerando que os parâmetros e

visões de mundo são distintos. É possível uma cultura híbrida sem a perda das

identidades específicas? O que é ser índio na atualidade? Essas questões serão

debatidas na mesa redonda A escola, a comunidade indígena e a experiência de

letramento.

O outro polo de discussão volta-se ao papel da mulher indígena, suas

reivindicações e lutas, a violência cotidiana, assunto que será apresentado em

conferência. Em seus manifestos aparecem depoimentos sobre todo tipo de assédio

enfrentado cotidianamente, cujo resultado tem sido sua exploração sexual e de seu

trabalho em troca de migalhas. No extremo dessa cadeia, a saída das aldeias

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(voluntária ou por persuasão de homens inescrupulosos) sinaliza para a prostituição e

escravização dessas mulheres indígenas como denunciam os seus líderes.

Igualmente o debate estende-se às suas manifestações artísticas, na música,

na dança, nas suas expressões escultóricas e na pintura corporal (na elaboração dos

objetos de cerâmica, cestos, etc.) que expressam sua cosmovisão e suas tradições

cujos traços e significados aparecem em suas condutas e rituais cotidianos e em seus

contatos com a sociedade mais ampla.

Ampliando o debate, serão apresentadas as manifestações dos povos

indígenas, expostas nos filmes etnográficos que recuperam os seus valores e os

rituais que dão conformação às suas vivências no cotidiano de suas aldeias. Eles

serão exibidos e debatidos durante dois dias do evento. Ao mesmo tempo, também

pretendemos, na forma de Exposição, recuperar o olhar do outro sobre o seu mundo,

nas festas do desgoverno, expresso nas fantasias que tem como mote sua cultura e

seu modo de vida. Esse intento, sempre fez parte do imaginário dos foliões, desejosos

de aparecer nos dias de folia de Momo, livres de amarras em relação ao seu corpo,

pretensão recorrentemente proibida pela polícia que se manifesta contrário às

fantasias envolvendo “trajes indígenas”, como prevenção às possibilidades de

exposição da nudez do corpo por esses pândegos.

Assis, 20 de dezembro de 2014.

Profa. Dra. Zélia Lopes da Silva

Organizadora Geral do Evento

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PROGRAMAÇÃO DO VII ENCONTRO DO CEDAP

TEMA: Culturas Indígenas e Identidades

Período: 23 a 25 de abril de 2014

Local e horário

23 de abril- Quarta-feira

Horário/dias/Local Atividade

Abertura do Evento

8h30 – Salão de Atos

Profa. Dra. Mariângela Spotti Lopes Fujita - Pró-Reitora de Extensão Universitária

Dra. Ana Maria Rodrigues de Carvalho – Vice-Diretora Profa. Dra. Zélia Lopes da Silva - Supervisora do Cedap

9h00 Conferência de abertura Mario Nicacio – Coordenador do Conselho Indígena de Roraima -

Povo Indígena tem Alma e a cultura é a alma do povo Indígena.

Coordenadora: Profa. Dra. Zélia Lopes da Silva

13h30 – 15h30 (23, 24 e 25/04)

Minicursos

Salão de Atos Anfiteatro do Cedap Mini Auditório de História

Minicurso 1- Representações das culturas indígenas na Didática da História - CANCELADO Dr. Ronaldo Cardoso Alves – Departamento de Educação - Unesp/Assis Minicurso 2- Noções Básicas de conservação preventiva em material bibliográfico Carolina Domingos Barbosa Monteiro – Historiógrafa do Cedap – Unesp/Assis Rodrigo Fukuhara – Historiógrafa do Cedap – Unesp/Assis Minicurso 3 - Imprensa e História: questões metodológicas sobre o uso da imprensa nas investigações históricas. Fábio da Silva Sousa (Doutorando UNESP/Assis/Bolsista FAPESP)

15h35 -17h35 (23, 24 e 25/02)

Comunicações de Pesquisas

Sala 8 – Central de Salas de Aula Mini Auditório de História – Central de Salas de Aula

Comunicações de pesquisa (Grupos de Trabalhos ou Comunicações Coordenadas) ST 1- Figurações do índio na cultura brasileira Coordenadores Dr. Álvaro Santos Simões Jr. – Unesp/Assis Profa. Dra. Sílvia Maria Azevedo – Unesp/Assis ST 2 - Documento e Escrita da História Coordenadoras Dra. Karina Anhezini de Araujo – Unesp/Assis Daiane Machado - Doutoranda Pós-Graduação em História – Bolsista Fapesp – Unesp/Assis

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Sala 5 – Central de Salas de Aula Sala de Reuniões – Cedap Sala 6 – Central de Salas de Aula Anfiteatro do Cedap Sala 9 – Central de Salas de Aula

ST 3 - Etnologia e História Indígena: balanços e perspectivas Coordenadores Prof. Dr. Levi Marques Pereira - UFGD Prof. Dr. Thiago Leandro Vieira Cavalcante - UFGD ST 4 - O uso das imagens na construção da narrativa historiográfica Coordenadoras Profª. Drª. Zélia Lopes da Silva - Unesp/Assis Priscila David – Doutoranda – Pós-Graduação em História – Bolsista Fapesp - Unesp/Assis ST 5 - Culturas Indígenas: Direitos Fundamentais e Políticas Públicas. Coordenadores Dra. Vanderléia Paes Leite Mussi - Universidade Federal do Mato Grosso do Sul-CCHS/UFMS. Prof. Antonio Carlos Seizer da Silva - Universidade Católica Dom Bosco e Centro Estadual de Formação de Professores Indígenas de MS/ Curso de Normal Médio Indígena Povos do Pantanal. ST 6 - Impressos periódicos e escrita da História Coordenadores Profa. Dra. Tania Regina de Luca – Unesp/Assis Alexandre Andrade da Costa - Doutorando Pós-Graduação em História - Bolsista Fapesp – Unesp/Assis ST 7 - Intérpretes do Brasil: ficção e memória Coordenador Dr. Benedito Antunes – Unesp/Assis

Amostra de Vídeos

17h40 - 18h40 Salão de Atos

Amostra de vídeos etnográficos – Coordenação Profª Drª Tania Regina de Luca

Mesas redondas e Conferências

20h00 – Salão de Atos

Mesa redonda: A questão indígena no Brasil atual Prof. Dr. Lucio Tadeu Mota – UEM- Maringá – Etno-história

indígena: abordagem transdisciplinar. Prof. Dr. Paulo José Brando Santilli - Unesp/Araraquara -

"Limiares Humanos: interações ambientais e interespecíficas entre os Makuxi".

Coordenador: Prof. Dr. Benedito Antunes

24 de abril – Quinta-feira

Horário/dias Atividade

8h30 – Salão de Atos

Mesa- Redonda: A escola, a comunidade indígena e a experiência de letramento

Profa. Dra. Rosângela Célia Faustino – UEM/ Maringá - Alfabetização e letramento indígena: experiências com escolas Kaingang, Guarani e Xetá

Prof. Dr. Antonio Simplìcio de Almeida Neto – UNIFESP/São Paulo

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- Ensino de História Indígena: currículo, identidade e diferença.

Profa. Dra. Maria Inês de Almeida – UFMG/Belo Horizonte - O caminho de um pensamento vivo e a estética orgânica – a escola indígena, a partir da experiência literária.

Coordenador: Prof. Dr. Ronaldo Cardoso Alves

13h30 - 15h30 – vide dia 23/04

Minicursos:

15h35 - 17h35 - vide dia 23/04

Comunicações de pesquisa (Grupos de Trabalhos ou Comunicações Coordenadas)

Amostra de Vídeos

17h40 - 18h40 Salão de Atos

Amostra de vídeos etnográficos - Coordenação Profª Drª Tania Regina de Luca

Conferências

20h00 – Salão de Atos

Conferência: Mulheres Indígenas e Violências: justiça comunitária, eficácia das leis e agência feminina

Profa. Dra. Ângela Célia Sacchi – UnB/Brasília - Mulheres Indígenas e Violências: justiça comunitária, eficácia das leis e agência feminina.

Coordenadora: Profª Drª Tania Regina de Luca

25 de abril – sexta-feira

Mesas Redondas

8h30 – Salão de Atos

Mesa redonda: Culturas e arte indígenas: intercâmbios

Profa. Dra. Maria da Glória Porto Kok – Museu de Arqueologia e Etnologia/USP - Artes indígenas nas capelas da Capitania de São Vicente no século XVII.

Prof. Dr. Sergio Baptista da Silva –UFRGS – Corpos adornados: repensando o estatuto de objetos entre coletivos ameríndios kaingang e guarani.

Coordenadora: Profa. Dra. Silvia Maria Azevedo

13h30 -15h30 - vide dia 23/04

Minicursos

15h35 -17h35 - vide dia 23/04

Comunicações de pesquisa (Grupos de Trabalhos ou Comunicações Coordenadas)

17h40 – Sala da Congregação

Lançamento de Livros

Exposição

No Saguão do Prédio I – durante os dias do evento

Os “indígenas” na festa do desgoverno Autores responsáveis pela exposição:

Profa. Dra. Zélia Lopes da Silva Danilo Alves Bezerra – Doutorando – Bolsista Capes Ellen Karin Dainese Maziero – Doutoranda

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LOCAL E HORÁRIO DOS SIMPÓSIOS TEMÁTICOS

23/04/2014 – Quarta-feira 15h35 – 17h35

Sala: 08 – Prédio Central de Salas de Aula

Simpósio Temático 1 – Figurações do índio na cultura brasileira

Coordenadores: Dr. Álvaro Santos Simões Jr e Profa. Dra. Silvia Maria Azevedo

1. Álvaro Santos SIMÕES JR. O bom selvagem e a doutrina religiosa em Caramuru, de Santa Rita Durão. (Docente da Unesp/Assis). 2. Jean-Pierre CHAUVIN. Figurações do índio durante a Colônia Brasil. (Docente da Faculdade de Tecnologia de São Caetano do Sul). 3. Adriana DUSILEK. Da Pré-Colonização à Independência: Análise de “Canto à Independência do Brasil”, de José Maria Velho da Silva. (Pós-Doutoranda – Unesp/Assis). 4. Aline Rafaela Portílio LEME. A representação do índio na construção da memória nacional brasileira. (Mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em História – Unesp/Assis). 5. Juscelino PEREIRA NETO. Um plano civilizacional para os indígenas na formação do Estado Nacional brasileiro. (Mestrando pelo Programa de Pós-Graduação em História – Unesp/Assis).

Sala: Mini Auditório de História – Prédio Central de Salas de Aula

Simpósio Temático 2 – Documento e Escrita da História Coordenadoras: Dra. Karina Anhezini e Daiane Machado

1. Daiane MACHADO. De Curitiba à Paris e vice-versa: amizade e relações acadêmicas na troca de correspondência entre pesquisadores de História. (Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em História - UNESP/Assis). 2. Maria Paz LENCINAS. Cinema em Sete vezes rua, de João Antônio e Parque de diversões, de Ilka B. Laurito. (Mestranda ´pelo Programa de Pós-Graduação em Letras - UNESP/Assis). 3. Renata Ribeiro MORAES. Dedicatórias como elementos constituintes do projeto literário de João Antônio. (Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Letras – Unesp/Assis). 4. Marcos Ulisses CAVALHEIRO. Identificação de Tipologia Documental em Arquivos Pessoais: uma experiência com Clarice Lispector. (Graduando em Arquivologia – Unesp/Marília).

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5. Rosiane Marli Antonio DAMAZIO. A utilização das fontes orais na narrativa historiográfica: um olhar sobre a Revista Brasileira de História Educação no século XXI. (Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em História – UDESC).

Sala: 05 – Prédio Central de Salas de Aula Simpósio Temático 3 – Etnologia e História Indígena:

balanços e perspectivas Coordenadores: Prof. Dr. Levi Marques Pereira e Prof.

Dr. Thiago Leandro Vieira Cavalcante 1. Alessandro da Silva CARVALHO; Antônio Carlos SEIZER DA SILVA. As tecnologias da informação e comunicação e a cultura terena da Aldeia Bananal: novas possibilidades de um debate historiográfico. (Graduando em História e Doutorando em Educação - UCDB – Universidade Católica Dom Bosco). 2. Maria Cristina Floriano BIGELI. As representações dos indígenas nas propostas curriculares de História do sudeste brasileiro. (Doutoranda em Educação – UNESP/Marília). 3. Thiago Leandro Vieira CAVALCANTE. Direitos Indígenas pós 1988: avanços, ameaças e perspectivas. (Docente da UFGD – Universidade Federal da Grande Dourados).

Sala de Reuniões – Prédio Cedap Simpósio Temático 4 – O uso das imagens na

construção da narrativa historiográfica Coordenadores: Profa. Dra. Zélia Lopes da Silva e

Priscila David

1. João Paulo RODRIGUES. Regionalismo e insubordinação: o uso de caricaturas no Jornal das Trincheiras durante o Levante “Constitucionalista” de 1932. (Docente da FAPREV/UNIESP). 2. PRISCILA DAVID. Representações em Imagens: Fotografias da Advocacia Assisense. (Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em História – Unesp/Assis).

3. Rafaela Sales GOULART. A imagem fotográfica como fonte histórica: possibilidades e dificuldades. (Mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em História - Unesp/Assis). 4. Carla Lisboa PORTO. Onde a esperança mora: um estudo sobre a valorização do trabalho e dos conceitos de modernidade e civilidade no discurso fílmico. (Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em História - Unesp/Assis).

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Sala: Anfiteatro do Cedap – Prédio Cedap Simpósio Temático 6 – Impressos periódicos e escrita

da História Coordenadores: Profa. Dra. Tania Regina de Luca e

Alexandre Andrade da Costa

1. Daniela Mantarro CALLIPO. O voo do pássaro azul: as excursões da artista e empresária francesa Pauline Lyon ao Brasil (1856-1861). (Docente da UNESP/Assis). 2. Camila Soares LÓPEZ. Mercure de France: divulgação de literatura e ideias na década de 1890. (Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Letras – Unesp/Assis) 3. Rita de Cássia L. ARAÚJO. Breves considerações sobre O Ocidente: Revista Ilustrada de Portugal e do estrangeiro. (Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Letras – Unesp/Assis) 4. Lucas Schuab VIEIRA. A Illustração Luso-Brazileira: breve apresentação. (Mestrando pelo Programa de Pós-Graduação em História – Unesp/Assis). 5. Renan Rivaben PEREIRA. Sr. Brasil, o índio da Semana Ilustrada (1860/1876). (Mestrando pelo Programa de Pós Graduação em História – Unesp/Assis) 6. Anelize VERGARA. Crônica e Imprensa francesa: diálogos e apropriações do gênero no Brasil. (Mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em História – Unesp/Assis). 7. Amanda MENDES. O estudo da ficção portuguesa em resenhas publicadas na seção “Recensão Crítica” da revista Colóquio Letras. (Mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em Letras – Unesp/Assis)

Sala: 09 – Prédio Central de Salas de Aula Simpósio Temático 7 – Intérpretes do Brasil: ficção e

memória Coordenadores: Dr. Benedito Antunes

1. Marcio Roberto PEREIRA. José Veríssimo: experiências e valores. (Docente do Departamento de Literatura – Unesp/Assis). 2. Deivid Aparecido COSTRUBA. Muito além de histórias rocambolescas: os manuais de ciências domésticas de D. Júlia sob a perspectiva da higienização do Rio de Janeiro na virada do século XIX. (Doutorando pelo Programa de Pós-Graduação em História – Unesp/Assis). 3. João MUNIZ JUNIOR. Biografia e política: panteonização e iconoclastia em narrativas de Raimundo Magalhães Junior. (Mestrando pelo Programa de Pós-Graduação em História – Unep/Assis). 4. Isabel Cristina Domingues AGUIAR. Paulo Prado: ensaios e correspondências. (Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Letras – Unesp/Assis).

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5. Marcos Antonio RODRIGUES. Álvaro Lins: leitor de José Lins do Rego. (Mestrando pelo Programa de Pós-Graduação em Letras – Unesp/Assis).

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24/04/2014 – Quinta-feira 15h35 – 17h35

Sala: 08 – Prédio Central de Salas de Aula Simpósio Temático 1 – Figurações do índio na cultura

brasileira Coordenadores: Dr. Álvaro Santos Simões Jr e Profa.

Dra. Silvia Maria Azevedo 1. Sílvia Maria AZEVEDO. Imagens do índio nas revistas ilustradas de divulgação científica no Brasil da década de 1870. (Docente do Departamento de Literatura – Unesp/Assis). 2. Esequiel Gomes da SILVA. Da Amazônia para o Rio de Janeiro: os índios crichanás na crônica de Artur Azevedo. (Doutorando pelo Programa de Pós-Graduação em Letras – Unesp/Assis). 3. Marcela FERREIRA.O índio na crítica e na ficção de Inglês de Sousa. (Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Letras – Unesp/Assis). 4. Eliane Aparecida Galvão Ribeiro FERREIRA, Penha Lucilda de Souza SILVESTRE. Figurações do índio na literatura juvenil: uma análise da obra Lendas e mitos dos índios brasileiros, de Waldemar de Andrade e Silva. (Docente do Departamento de Linguística – Unesp/Assis e Docente da UEM - Maringá). 5. Denise Maria de Paiva BERTOLUCCI. A personagem Peninha em Reinações de Narizinho, de Lobato. (Docente da Faculdade de Tecnologia de Ourinhos).

Sala: Mini Auditório de História – Prédio Central de Salas de Aula

Simpósio Temático 2 – Documento e Escrita da História Coordenadoras: Dra. Karina Anhezini e Daiane Machado

1. Marcela Verônica da SILVA. Documentos e Memória na escrita do “Fundamento Histórico” de Cláudio Manuel da Costa. (Doutora em Letras – Unesp/Assis). 2. Thiago Augusto Modesto RUDI. Sem documentos não há filosofia da história? Erudição e sentidos da história na escrita de Ernest Renan. (Mestrando pelo Programa de Pós-Graduação em História - Unesp/Assis). 3. João Rodolfo Munhoz OHARA. O Historiador nos Arquivos: virtudes epistêmicas entre casos dos séculos XIX e XX. (Doutorando pelo Programa de Pós-Graduação em História - Unesp/Assis). 4. Aline Michelini MENONCELLO. A Autoria como uma multiplicidade. (Graduada em História – Unesp/Assis). 5. Felipe Belini PEREIRA. O documento histórico: a união entre o discurso e o simbólico. (Graduado em História – Unesp/Assis).

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6. Karina ANHEZINI. Constituição de séries documentais e escrita da história: problemática de pesquisa. (Docente do Departamento de História – Unesp/Assis).

Sala: 05 – Prédio Central de Salas de Aula Simpósio Temático 3 – Etnologia e História Indígena:

balanços e perspectivas Coordenadores: Prof. Dr. Levi Marques Pereira e Prof.

Dr. Thiago Leandro Vieira Cavalcante 1. Vladimir BERTAPELI. Os “Índios Misturados”: História e Identidade Tupi Guarani. (Mestrando pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais – Unesp/Araraquara).

2. Mauricélia Teixeira de ALBUQUERQUE. Identidade quilombola: a luta por visibilidade e reconhecimento dos moradores da Comunidade de Remanescentes de Quilombo do Morro do Fortunato, Garopaba – SC. (Mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em História - FAED – UDESC).

Sala de Reuniões – Prédio Cedap Simpósio Temático 4 – O uso das imagens na

construção da narrativa historiográfica Coordenadores: Profa. Dra. Zélia Lopes da Silva e

Priscila David

1. Zélia Lopes da SILVA. A caricatura e a escrita historiográfica: caminhos teóricos. (Livre-Docente – Unesp/Assis). 2. Danilo Alves BEZERRA. “Indígenas” nos carnavais de rua do Rio de Janeiro. (Doutorando pelo Programa de Pós-Graduação em História – Unesp/Assis).

Ellen Karin Dainese MAZIERO. As fantasias indígenas e a sensualidade feminina nos carnavais das décadas de 1960 e 1970. (Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em História – Unesp/Assis); Ynayan Lyra SOUZA. “Mesmo proibido, olhai por nós!”: De alegoria censurada à imagem símbolo do Carnaval Carioca. (Graduando em História – Unesp/Assis).

Sala: 06 – Prédio Central de Salas de Aula Simpósio Temático 5 – Culturas Indígenas: Direitos

Fundamentais e Políticas Públicas Coordenadores: Dra. Vanderléia Paes Leme Mussi e

Prof. Antonio Carlos Seizer da Silva 1. Fábio COSTA MARQUES. A (Des) Territorialização e o processo de (Re)Territorialização da Fazenda Buriti em Sidrolândia Mato Grosso do Sul. (Graduando Curso de História - Universidade Católica Dom Bosco).

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2. Antonio Carlos SEIZER DA SILVA. Indígena da etnia Terena. Mestre em Educação e Professor dos cursos de Licenciatura da UCDB. (Doutorando em Educação - Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) e professor do Centro Estadual de Formação de Professores Indígenas de MS). 3. Dra. Lilian Marta Grisolio MENDES. Interculturalidade e o Ensino de História Indígena: os avanços e entraves das políticas públicas na temática indígenas escolas. (Docente do Departamento de História da Universidade Federal de Goiás - UFG/CAC). 4. Willian Vila Maior da SILVA e Jhonathan Cleyson Silvano REYNALDO. CEESRAD: uma proposta de política indigenista no Mato Grosso do Sul. (Graduandos de História - Universidade Federal do Mato Grosso do Sul). 5. Daniela Araújo PERUCHI. Elaboração e reelaboração identitária nas aldeias multiétnicas. (Mestre em História - Unesp Assis).

Sala: Anfiteatro do Cedap – Prédio Cedap Simpósio Temático 6 – Impressos periódicos e escrita

da História Coordenadores: Profa. Dra. Tania Regina de Luca e

Alexandre Andrade da Costa

1. Danilo Wenseslau FERRARI. A reportagem no estudo da história: uma possibilidade analítica. (Mestre em História - Unesp/Assis) 2. Carlos Roberto de Melo ALMEIDA. A Grande Guerra (1914-1918) nas páginas da Imprensa: Os boletins semanais de Júlio Mesquita. (Graduado em História – Unesp/Assis). 3. Fábio da Silva SOUSA. Imagens da Revolução: imprensa e comunismo visual nas páginas do El Machete (México, 1920 – 1930). (Doutorando pelo Programa de Pós-Graduação em História – Unesp/Assis). 4. Roger Marcelo Martins GOMES. Revista Brasileira de Psychanályse (1928): a primeira tentativa de difusão de ciência psicanalítica no Brasil. (Doutorando pelo Programa de Pós-Graduação em História – Unesp/Assis). 5. Cibelle Cordeiro CARRARA. A abordagem da imprensa nas Copas do Mundo de Futebol de 1934 e 1938 no Brasil. (Mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em História – Unesp/Assis). 6. Celso Carvalho Jr. Monteiro Lobato nos Estados Unidos e as primeiras negociações envolvendo o processo siderúrgico Smith. (Doutorando pelo Programa de Pós-Graduação em História - Unesp/Assis). 7. Camila Maria Bueno SOUZA. Os amadores em cena: renovação cultural e financiamento público do teatro no Estado Novo. (Mestrando pelo Programa de Pós-Graduação em História – Unesp/Assis).

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Sala: 09 – Prédio Central de Salas de Aula Simpósio Temático 7 – Intérpretes do Brasil: ficção e

memória Coordenadores: Dr. Benedito Antunes

1. Isabel Camilo de CAMARGO. Sant’Ana de Paranaíba (século XIX) nas obras memorialistas: breves considerações. (Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em História – Unesp/Assis). 2. Davi Siqueira SANTOS. Solo de clarineta, de Erico Verissimo: as memórias de um intérprete do Brasil sulino. (Doutorando pelo Programa de Pós-Graduação em Letras – Unesp/Assis) 3. Kassiana BRAGA. Imigração Italiana, religião, política e os espaços de sociabilidade no Brasil na obra Anarquistas graças a Deus. (Mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em História – Unesp/Assis). 4. Carla Drielly dos Santos TEIXEIRA. Na rolança da vida: os múltiplos contrastes de Mário Lago. (Mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em História – Unesp/Assis) 5. Cristina Mascarenhas da SILVA e Gislei Martins de SOUZA. . Manoel de Barros e as águas do Brasil-pantanal. (Mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em Letras – Unesp/Assis e Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Letras – Unesp/Assis).

25/04/2014 – Sexta-feira 15h35 – 17h35

Sala: 08 – Prédio Central de Salas de Aula Simpósio Temático 1 – Figurações do índio na cultura

brasileira Coordenadores: Dr. Álvaro Santos Simões Jr e Profa.

Dra. Silvia Maria Azevedo 1. Francisco Cláudio Alves MARQUES. O índio no imaginário popular brasileiro. (Docente do Departamento de Letras Modernas – Unesp/Assis). 2. Camila da Costa LIMA. Refazendo a história, preservando tradições – a inspiração indígena na produção cerâmica de Mestre Raimundo Cardoso. (Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Artes – Unesp/São Paulo). 3. Rebeca ALVES. Um selagem na ópera. (Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Letras – Unesp/Assis). 4. Micilene Teodoro VENTURA, Léia Teixeira LACERDA, Onilda Sanches NINCAO. Educação Escolar Indígena: entre a Implementação das Legislações e a Prática Pedagógica dos Professores Terena, Mato Grosso do Sul, Brasil. (Mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em Educação – UEMS; Docentes do Programa de Pós- Graduação em Educação da UEMS).

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5. Laura Cristhina Revoredo COSTA. Brô Mc's: musica indígena intercultural. (Mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagens - UFMS).

Sala: Mini Auditório de História – Prédio Central de Salas de Aula

Simpósio Temático 2 – Documento e Escrita da História Coordenadoras: Dra. Karina Anhezini e Daiane Machado

1. Marina Rodrigues TONON. Uso documental e imparcialidade em Manoel Bomfim. (Mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em História – Unesp/Assis) 2. Gabriela D’Avila BRÖNSTRUP. O Curso de Biblioteconomia da Biblioteca Nacional no Relatório da Diretoria entre 1932-1943. (Mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em História – Unesp/Assis). 3. Mírian Senna de ARAÚJO. O historiador e suas fontes: Max Fleiüss e o trabalho nos arquivos no início do século XX. (Graduada em História – Unesp/Assis). 4. Rodrigo Teófilo LUSTOSA e Antonio Carlos SEIZER DA SILVA. Centro de Documentação Teko Arandu: todos sabem. (Graduando em História - Universidade Católica Dom Bosco; Doutorando em Educação - Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) e professor do Centro Estadual de Formação de Professores Indígenas de MS). 5. Márcia Alves TAKAKI. Antes e depois da Lei 11.645/08: um estudo da temática indígena nos manuais didáticos de história do ensino fundamental. (Graduanda em História - UNIESP/FAPREV).

Sala: Anfiteatro do Cedap – Prédio Cedap Simpósio Temático 6 – Impressos periódicos e escrita

da História Coordenadores: Profa. Dra. Tania Regina de Luca e

Alexandre Andrade da Costa

1. Fábio Alves Silveira. A imprensa como objeto de estudo da História: problemas e possibilidades. (Professor Colaborador Assistente no Departamento de Comunicação Social da UEL/Londrina). 2. Patrícia Trindade TRIZOTTI. O rez-de-chaussée do jornal como fonte/objeto de pesquisa. (Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em História - Unesp/Assis). 3. Leonardo Dallacqua de CARVALHO. Caricaturas da Careta como fonte: raça, cor e eugenia no Governo Provisório. (Mestrando pelo Programa de Pós-Graduação em História – Unesp/Assis). 4. Beatriz RODRIGUES. Humor e crítica nas narrativas epistolares de O Pirralho.

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UNESP – Câmpus Franca (Mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em História – Unesp/Franca). 5. Humberto Santos de ANDRADE. A “Revista da Associação Tipográfica Baiana” e a História do Trabalho. (Mestrando pelo Programa de Pós-Graduação em História – Unesp/Assis). 6. Rafael Pereira SIMONETTI. A imprensa sulista no Contestado: as representações do “índio” durante o Movimento. (Graduado em Ciências Sociais - Universidade Estadual de Londrina) 7. José Libório VILIONE. A relevância da imprensa escrita na construção histórica. (Especialista em História, Sociedade e Política e docente FAPREV/UNIESP). 8. Alexandre Andrade da COSTA. A segunda fase da revista Inteligência: mensário da opinião mundial (1938-1941). (Doutorando pelo Programa de Pós-Graduação em História - Unesp/Assis).

Sala: 09 – Prédio Central de Salas de Aula Simpósio Temático 7 – Intérpretes do Brasil: ficção e

memória Coordenadores: Dr. Benedito Antunes

1. Rosane Gazolla Alves FEITOSA. A imagem do Brasil em As Farpas (Eça de Queirós-1871-2). (Docente do Departamento de Literatura – Unesp/Assis). 2. Ederson Murback ESCOBAR. Helena, de Machado de Assis: do Brasil para o mundo e para os brasileiros. (Mestrando pelo Programa de Pós-Graduação em Letras – Unesp/Assis). 3. Adriana Valéria da SILVA; Nathália Vilas Boas MEDEIROS. A representação do Brasil n´O Cortiço. (Graduandas em Letras – Unesp/Assis). 4. Natália de Sousa MARTINS. Fotografias do Brasil em amando fontes. (Mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em Letras – Unesp/Assis). 5. Gislei Martins de SOUZA. Os Reveses do Brasil em Luiz Ruffato. (Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Letras – Unesp/Assis).

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CONFERÊNCIAS

1- CONFERÊNCIA DE ABERTURA – 23/04/2014 – 9H00 Coordenadora: Profa. Dra. Zélia Lopes da Silva

Povo Indígena tem Alma e a cultura é a alma do povo Indígena.

Mario NICACIO Coordenador do Conselho Indígena de Roraima

“A nossa alma está em nossa dança, canto, alimento, floresta, água, luz e em

tudo que nos rodeia”. Hoje precisamos de espaço para que a nossa alma fique tranquilo e viva de acordo com o giro do mundo seja nas noites e nos dias. Quando um povo segue em busca de dias melhores é preciso fortalecer o caminho desse povo, pois a sua cultura que orienta o futuro daquele povo. Hoje o povo indígena vive porque a sua alma segue junto, mas existem na atualidade muitas barreiras criadas que está sujeitando o extermínio da alma dos povos indígenas do Brasil. E um dos problemas identificados é a falta de Terra, considerado o local sagrado dos povos indígenas. A nossa Terra é nossa Mãe, assim a nossa alma tem mais segurança. Cultura é nosso direito fundamental, e ninguém é superior a cultura do próximo, pois tudo está ligado com a alma. Alguém sabe qual é o tamanho da alma?

2- CONFERÊNCIA – 24/04/2014 – 20H00 Coordenadora: Profa. Dra. Tania Regina de Luca

Mulheres Indígenas e Violências: justiça comunitária, eficácia das leis e agência feminina.

Ângela SACCHI UnB/Brasília

O texto busca compreender o processo de violação dos direitos das mulheres

indígenas no contexto brasileiro. Primeiro, apresenta um quadro geral das violências que atingem as mulheres dos povos indígenas, e descreve as tentativas de solucioná-las nos âmbitos interno e externo de suas sociedades. Posteriormente, demonstra as estratégias propostas pelas indígenas no enfrentamento de tais conflitos e violações, refletindo acerca das especificidades das violências de gênero no universo indígena.

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MESAS REDONDAS

MESA 1 – 23/04/204 – 20H00 Coordenador: Dr. Benedito Antunes

A QUESTÃO INDÍGENA NO BRASIL ATUAL

Etno-história indígena: abordagem transdisciplinar.

Lucio Tadeu MOTA (UEM/PR)

Nas últimas três décadas houve o crescimento da pesquisa sobre a história das populações indígenas no Brasil, posicionando essas populações enquanto protagonistas da história e não apenas como vítimas da inexorabilidade histórica de ocupação de seus territórios pelas frentes de ocupação. A ANPUH em seu Simpósio Nacional tem abrigado GTs sobre a história indígena, muitas Revistas da área têm dedicado dossiês temáticos ao assunto, tem surgido Núcleos de Pesquisas e Laboratórios específicos em diversas IES por todo país, e alguns Programas de Pós-Graduação em História já abrigam linhas de Pesquisa em História Indígena.

O interesse pela temática foi impulsionado pela promulgação da Constituição Federal em 1988, que garantiu direitos aos povos indígenas, principalmente os relativos a terra, isso gerou novas demandas para estudos dessas populações. No entanto, esse interesse por estudar processos históricos dos quais os indígenas são sujeitos protagonistas, trazem consigo questões e problemas relacionados ao uso de conceitos, e de metodologias a serem utilizadas. Acalorado debate que já ocorreu nos EUA nas décadas de 1950 e 60, e de certa forma continua a repercutir nesse campo de estudo aqui no Brasil.

Propomos aqui uma reflexão sobre a temática da história indígena destacando a importância da conjugação de dados e métodos de várias disciplinas como: história, antropologia, arqueologia, linguística, geografia, ecologia, e a valorização de suas tradições orais, cultura material, dados linguísticos e seus etno-conhecimentos como metodologia para abordagem da história indígena, história dos índios ou da etno-história indígena.

"Limiares Humanos: interações ambientais e interespecíficas entre os Makuxi".

Paulo SANTILLI (Unesp/Araraquara)

A palestra versa sobre a concepção dos colonizadores e das espécies animais exóticas na cosmologia Makuxi, povo de filiação linguística Carib habitante na região das Guianas. Trataremos de questionar a incorporação dos colonizadores europeus e, em especial, dos rebanhos bovinos, entre outras espécies por eles introduzidas no vale do rio Branco, às práticas cotidianas indígenas e discutir as mediações e clivagens decorrentes nas relações de parentesco, interétnicas e ambientais.

Ao considerar as relações seculares dos índios com os rebanhos bovinos, procuraremos delinear brevemente a classificação taxonômica do gado, entre outras espécies exóticas, em contraste com as espécies nativas, e descrever as lides cotidianas dos habitantes das aldeias com os animais de criação, em especial as

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atividades atinentes ao pastoreio, referenciadas às práticas produtivas de caça e agrícolas. Seguiremos abordando as concepções de propriedade, tanto individual, como familiar e coletiva dos rebanhos, das áreas destinadas à pastagem, bem como de gestão e comercialização dos animais para concluir com a problematização e discussão do manejo do gado, contextualizados a legislação ambiental e ao código de fauna vigentes no país.

MESA 2 – 24/04/204 – 08H30 Coordenador: Dr. Ronaldo Cardoso Alves

A ESCOLA, A COMUNIDADE INDÍGENA E A EXPERIÊNCIA DE LETRAMENTO

Alfabetização e letramento indígena: experiências com escolas Kaingang, Guarani e Xetá.

Rosângela Celia FAUSTINO (UEM/PR)

Pela atual legislação, a Educação Escolar Indígena (EEI) representa uma política pública de reconhecimento da diversidade com proposição de ações para a melhoria da aprendizagem escolar entre os povos indígenas, tendo-os como partícipes nesse processo. O letramento e a escola de qualidade tem sido uma reivindicação das lideranças, famílias e professores indígenas de comunidades Kaingang, Xetá e Guarani (mbyá, nhandewa e kaiowa) com as quais temos trabalhado. Os argumentos das comunidades para o letramento estão embasados nos direitos de igualdade conquistados no âmbito das lutas pela terra e referendados na Constituição Brasileira de 1988. Orientadas por documentos internacionais da UNESCO, OIT, Banco Mundial e outros organismos, e nas conquistas dos movimentos étnicos, a EEI se fundamenta nos princípios do bilinguismo e da interculturalidade instando as escolas a desenvolver seus projetos políticos pedagógicos de forma a combinar saberes ancestrais indígenas com os conhecimentos universais. O presente texto apresenta e discute experiências de letramento desenvolvidas com três etnias existentes no Paraná por meio de projetos financiados pela CAPES/DEB/INEP e CNPq, no período de 2008 a 2013, cujos objetivos principais são mapear as estruturas escolares, desenvolver pesquisas, atuar na formação de professores e elaborar materiais didáticos bilíngues para os anos iniciais do ensino fundamental com a participação das comunidades indígenas nesse processo. Ensino de História Indígena: currículo, identidade e diferença.

Antonio Simplicio de ALMEIDA NETO (Unifesp/São Paulo)

A temática do ensino de História e cultura indígena, objeto da Lei 11.645/2008,

está implicada, fundamentalmente, nas discussões sobre currículo e seus desdobramentos, que envolvem disciplinas escolares, seleção de conteúdos, projetos pedagógicos e questões metodologias. Da mesma forma, não se dissocia do debate, a visão de área de história pressuposta no ensino dessa disciplina escolar, especificamente as noções de sujeito, tempo e acontecimento históricos, que tradicionalmente privilegia os chamados grandes eventos, os personagens dos grupos dominantes e o tempo cronológico e linear, excluindo, dessa forma, os indígenas da história. Outro aspecto também central na compreensão desse debate é a maneira

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como compreendemos a cultura e a identidade indígenas, para além da concepção que as toma por exóticas, essencialistas, fixas, estáveis, homogêneas e, portanto, a-históricas. Pelo contrário, faz-se necessário a compreensão da cultura desses grupos como constructo histórico-social e as identidades como fluídas e cambiáveis, dinâmicas e complexas. Desse modo, apresento algumas reflexões acerca do ensino dessa temática, que ocorrem na confluência dos aspectos acima mencionados: currículo, concepção de história e compreensão de cultura e identidade. A adequada problematização desses elementos representa ganhos para o ensino de história, possibilitando pensar esses povos como sujeitos históricos no presente e no passado, condição que dialoga com as possibilidades de romper a invisibilidade indígena no passado e no presente.

O caminho de um pensamento vivo e a estética orgânica – a escola indígena, a partir da experiência literária.

Maria Inês de ALMEIDA (UFMG/Belo Horizonte)

Proponho uma reflexão sobre os caminhos revelados no processo editorial de O Livro Vivo (Literaterras/FALE- UFMG/ Associação Centro de Memória São Joaquim, 2012), organizado por Agostinho Manduka Mateus Kaxinawá ( Ika Muru Huni Kuin). A perspectiva de uma escola indígena no Brasil, que gerou a produção de novos materiais didáticos, nos permitiu as condições para desenvolver pensamentos sobre pelo menos três aspectos da formação do mestre, ou seja, do que concerne ao método, na busca do conhecimento sobre uma educação intercultural: transdisciplinaridade, tradução e escrita. O projeto de Agostinho, por ele intitulado O Livro Vivo (pesquisa e edição), proporcionou ao Literaterras as referidas condições. Ao aceitar a proposta do Pajé de escrever juntos, partimos de uma ideia sobre a escrita como pulsão de vida e afeto. O “sim” forjou em nós a perspectiva transdisciplinar. Descobrimos que quando o sujeito é realmente envolvido na busca do conhecimento, a disciplina é o método e o conteúdo da escrita é o vivo, o traço do outro, seu espírito, na medida em que é sopro. Existe técnica adequada para abrir caminho a outros? Onde se encontra prazer está o conhecimento. Duas ideia de Maria Gabriela Llansol (escritora portuguesa cuja obra tem nos inspirado muito no trabalho com os índios), que, no Brasil, podemos traduzir, respectivamente, como “a poesia existe nos fatos” e “a alegria é a prova dos nove”. É possível comunicar, cada um com sua linguagem? Se a fala se transforma em canto, a língua pura aparece, na comunidade dos absolutamente sós. A pura língua é o canto em seu acontecimento, momento da escrita – p de poesia. De todas as maneiras se escreve – o traço que fica, o rastro da passagem – desde que haja leitores, ou os que ouvem o shuku shukuê, canto do pássaro imitador, que diz: a vida é para sempre. Trata-se, portanto, em síntese, da experiência de produção e edição de O Livro Vivo, das medicinas huni kuin, feito para servir de material de ensino das ciências do povo Kaxinawá.

MESA 3 – 25/04/204 – 08H30 Coordenadora: Profa. Dra. Silvia Maria Azevedo

CULTURAS E ARTE INDÍGENAS: INTERCÂMBIOS

Artes indígenas nas capelas da Capitania de São Vicente no século XVII.

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Maria da Glória Porto KOK (Museu de Arqueologia e Etnologia/USP)

Depois da fundação da vila de São Paulo, em 1554, emergiu uma constelação de capelas em sinal da expansão paulista por territórios indígenas e do afloramento de núcleos ibero-americanos no planalto. Administradas tanto por ordens religiosas como por proprietários particulares, as capelas se configuraram não apenas como lugares conectados à formação do Império Ultramarino, mas também espaços regionais de sociabilidade e de manifestações artísticas de diversos grupos indígenas. Artífices do mundo colonial, os índios que viviam na vila de São Paulo e suas imediações participaram ativamente da construção das capelas, produzindo obras de carpintaria, paredes de taipa, entalhes dos altares, retábulos, pinturas dos forros, nichos de sacristia, telhas e tijolos, esculturas em madeira e barro, imagens dos santos, entre tantas outras atividades essenciais à propagação da fé e à implantação do projeto missionário. Guardiãs de múltiplos significados, práticas e saberes, as capelas da Capitania de São Vicente do século XVII foram testemunhas do florescimento de uma cultura ibero-americana na história colonial de São Paulo. Corpos adornados: repensando o estatuto de objetos entre coletivos ameríndios kaingang e guarani.

Sergio Baptista da SILVA –(UFRGS)

A partir de experiências etnográficas e das cosmo-ontologias guarani e

kaingang, o objetivo desta palestra é o de discutir sobre seus conceitos êmicos de corpo, natureza, objeto e sujeito, refletindo sobre os estatutos cosmológicos dos analiticamente por nós chamados de “objetos inanimados”, de “adornos” e, por consequência, de “arte”, problematizando estas percepções analíticas, externas, eurorreferenciadas e disciplinares destas categorias, enfatizando os conceitos nativos. Como comentário inicial, quero dizer que os vegetais, animais, recursos minerais e, por consequência, os “objetos”, não são percebidos por estes coletivos ameríndios como elementos distantes, relacionados a uma categoria separada e afastada do humano, como se poderá ver nos exemplos etnográficos que serão apresentados e discutidos. Ao longo dos itinerários percorridos no trabalho de campo, muitos elementos da flora, da fauna e do reino mineral, com suas propriedades imateriais agentivas, e considerados como personaes de seus cosmos, foram vistos, observados, comentados e percebidos como imprescindíveis para compor/fabricar/fixar/curar/proteger seus corpos e pessoas.

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MINICURSOS

CANCELADO

Minicurso 1- Representações das culturas indígenas na Didática da História

Dr. Ronaldo Cardoso ALVES (Unesp/Assis) 6 horas

Período: 23 a 25/04/2014 13H30-15H30

Local: Salão de Atos Ementa: O curso se propõe a refletir a respeito da construção da aprendizagem histórica por meio das representações das culturas indígenas existentes nos livros didáticos, no material didático das escolas paulistas, e em outras fontes de produção do conhecimento histórico. Em que medida a legislação vigente, bem como os materiais didáticos e paradidáticos, e a própria formação dos professores de História, tem contribuído para a construção de uma consciência histórica que reflita acerca da importância das culturas indígenas para a sociedade brasileira? Programa: 1 – Contribuições da Didática da História para a formação histórica 2 – Representações das culturas indígenas em materiais didáticos 3 – Aprendizagem histórica por meio das representações das culturas indígenas Bibliografia: ABUD, Katia Maria; SILVA, André Chaves de Melo; ALVES, Ronaldo Cardoso. Ensino de História. Coleção Ideias em Ação. CARVALHO, Ana Maria Pessoa de. (Coord.). São Paulo: Editora Cengage Learning, 2010.

CASTRO, Eduardo Viveiros de. No Brasil, todo mundo é índio, exceto quem não é. In: RICARDO, Beto e RICARDO, Fany (org.). Povos indígenas no Brasil – 2001/2006. São Paulo: Instituto Sócioambiental, 2006. pp. 41-49.

CASTRO, Eduardo Viveiros de. A inconstância da alma selvagem (e outros ensaios de antropologia). São Paulo: Cosac & Naify, 2002.

CHARTIER, Roger. A História Cultural: entre práticas e representações. Lisboa: Difel, 1990.

__________________. O mundo como representação. In: Revista Estudos Avançados. São Paulo, Instituto de Estudos Avançados da USP, vol. 5, no 11, 1991, p.173-191.

GRASSI, Leila Gasperazzo Ignatius. Imagem-identidade indígena: construção e transmissão em escolas não-indígenas. Tese defendida junto à Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, 2009.

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GRUPIONI, Luís Donisete Benzi. Imagens contraditórias e fragmentadas: sobre o lugar dos índios nos livros didáticos. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, Brasília, v. 77, p. 422-437, 1996.

MOURA, Carlos Eugênio Marcondes de. Estou aqui. Sempre estive. Sempre Estarei: Indígenas do Brasil. Suas imagens (1505-1955). São Paulo: EDUSP, 2012.

PESAVENTO, Sandra Jatahy. Em busca de uma outra história: imaginando o imaginário. Revista Brasileira de História, nº 29. São Paulo: ANPUH/Contexto, vol. 15, nº 29, p.9-27, 1995.

________________________. História & História Cultural. Belo Horizonte: Autêntica, 2003.

RÜSEN, Jörn. Razão histórica - Teoria da história I: fundamentos da ciência histórica. Tradução de Estevão de Rezende Martins. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2001.

SCHMIDT, Maria Auxiliadora, BARCA, Isabel e MARTINS, Estevão de Rezende. Jörn Rüsen e o ensino de História. Curitiba: Editora UFPR, 2010.

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Minicurso 2- Noções básicas de conservação preventiva em material bibliográfico Carolina Domingos Barbosa MONTEIRO – Historiógrafa do Cedap (Unesp/Assis)

Rodrigo FUKUHARA – Historiógrafa do Cedap (Unesp/Assis) 6 horas

Período: 23 a 25/04/2014 13H30-15H30

Local: Anfiteatro do Cedap

Ementa: A poeira depositada nos livros, documentos e estantes não é inócua. Nela está presente substâncias nocivas à estabilidade dos materiais bibliográficos, além de constituírem um problema à saúde dos usuários. A Higienização, que consiste na remoção de toda partícula sólida ou sujidade da superfície da obra, é um dos procedimentos que mais resultado apresenta num programa de conservação. Com a eliminação da poeira, os agentes biológicos e químicos de degradação dos materiais do acervo serão reduzidos consideravelmente. O objetivo do curso é abordar noções básicas acerca da conservação preventiva, em material bibliográfico, dando ênfase aos procedimentos de higienização e pequenos reparos. Para tanto, serão apresentados os materiais e técnicas utilizadas para a conservação do papel e discutidos os fatores que corroboram para a sua degradação (agentes ambientais, biológicos e microbiológicos). Serão desenvolvidas atividades práticas ao longo do curso. Programa: 1) Papel: natureza do papel e fatores de degradação ( ambientais ; biológicos e micro biológicos ) 2)Higienização de livros e documentos : equipamentos e materiais para execução : técnicas de limpeza ; *Higienização de mobiliário e ambiente : equipamentos e materiais para execução ; *Equipamentos de proteção pessoal EPIs ( equipamento de proteção individual ) 3)Pequenos reparos em material bibliográfico: apresentação de materiais e técnicas; procedimentos básicos para estabilização de danos a material bibliográfico. Bibliografia Básica:

ANTUNES, Margaret Alves. Pequenos reparos em material bibliográfico. São Paulo: Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, 2010.

BECK, Ingrid. Manual de preservação de documentos. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 1991. (Publicações Técnicas, 46).

CASSARES, Norma Cianflone; MOI, Claúdia. Como Fazer Conservação Preventiva em Arquivos e Bibliotecas. São Paulo: Arquivo do Estado e Imprensa Oficial, 2000. (Projeto Como fazer 5).

CODIGO DE ÉTICA DO CONSERVADOR-RESTAURADOR. Disponível em: <http://www.arquivoestado.sp.gov.br/preservacao/pdfs/CodigoEticaConservadorRestaurador.pdf>.

MILEVSKY, Robert J. Manual de Pequenos Reparos em Livros. Rio de Janeiro: Projeto Conservação Preventiva em Bibliotecas e Arquivos: Arquivo Nacional, 1997.

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OGDEN, Sherelyn. Caderno Técnico: procedimentos de conservação. Rio de Janeiro: Projeto Conservação Preventiva em Bibliotecas e Arquivos: Arquivo Nacional, 1997

RODRIGUES, Maria Solange P. Preservação e Conservação de Acervos Bibliográficos. Curitiba: 2007. Disponível em: <http://cdij.pgr.mpf.gov.br/sistema-pergamum/ix-encontro-nacional/18_04_2007/Curso%20%20Preservacao.pdf>.

Bibliografia Suplementar:

ARAÚJO, Diná Marques Pereira. Introdução às técnicas de acondicionamento e higienização de livros raros e especiais: atividades da Oficina de Conservação da Divisão de Coleções Especiais. Belo Horizonte: Biblioteca Universitária, Sistema de Bibliotecas/UFMG, Divisão de Coleções Especiais, 2010.Disponível em: <https://www.bu.ufmg.br/boletim/obrasraras/introdu%e7%e3o_t%e9cnicas_acondicionamento_higieniza%e7%e3o.pdf>.

OLIVEIRA, Carlos dos Santos; et. all. SDPA – Sistema de Documentação para Preservação de Acervos: aplicação do método ao acervo do Museu da Fundação Casa de Rui Barbosa - estudo de caso. Fundação Casa de Rui Barbosa. Disponível em: <http://www.casaruibarbosa.gov.br/dados/DOC/texto/FCRB_Sistema_documentacao_preservacao_acervos.pdf>.

Revista Brasileira de Arqueometria, Restauração e Conservação - ARC- Vol. 2 - Edição Especial. Curso de Introdução à Conservação e Restauro de Acervos Documentais – CICRAD. Recife: AERPA, 2011. Disponível em: <http://www.restaurabr.org/siterestaurabr/home.html>.

SILVA, Edith Maria da. Conservação e restauração de livros e documentos. Cadernos FUNDAP, Ano 4, nº 8, págs. 49-55. São Paulo: 1984.

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Minicurso 3 - Imprensa e História: questões metodológicas sobre o uso da

imprensa nas investigações históricas.

Fábio da Silva Sousa - Doutorando - Bolsista FAPESP (UNESP/Assis)

6 horas Período: 23 a 25/04/2014

13H30-15H30 Local: Mini Auditório de História

Ementa: Atualmente, a pesquisa em fontes periódicas cresceu entre os profissionais da História. Diversas teses, dissertações, artigos, foram escritos no qual os historiadores, privilegiaram a imprensa em suas investigações sobre o passado. Dito isto, o presente minicurso tem como objetivo discutir questões metodológicas, caminhos e desafios no uso da imprensa periódica como fonte e objeto das pesquisas históricas. Programa: 1) apresentação do curso, discussão sobre as metodologias de pesquisa em imprensa e apresentação de alguns Centros de Pesquisa; 2) apresentação e definição das alguns tipos de imprensa periódica (grande imprensa, imprensa operária, imprensa de humor, imprensa literária, imprensa esportiva, imprensa partidária, entre outros); 3) apresentação de algumas pesquisas historiográficas sobre a grande imprensa e a imprensa operária na América Latina (anarquista e comunista). Bibliografia básica:

BALZAC, Honoré. As Ilusões Perdidas. São Paulo: Abril Cultural, 1978.

BURKE, Peter. “O Jornalismo na História”. In: MATTOS, Geísa; JAGUARIBE, Elisabete & QUEZADO, Ana (Orgs). Nordeste, Memórias e Narrativas da Mídia. Fortaleza: Edição Iris/Expressão Gráfica Editora, 2010, p.17-29.

CAPELATO, Maria Helena & PRADO, Maria Lígia. O Bravo Matutino (Imprensa e Ideologia no jornal “O Estado de São Paulo”). São Paulo: Alfa-Ômega, 1980.

CRESPO, Regina. (Org.). Revistas en América Latina: proyectos literarios, políticos y culturales. México: Universidad Nacional Autónoma Mexicana/CIALC/Ediciones Eón, 2010. pp. 215-238.

FERREIRA, Maria Nazareth. A Imprensa Operária no Brasil. 1880 – 1920. Petrópolis: Vozes, 1978.

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_____. Leituras, Projetos e (RE)vista(s) do Brasil (1916-1944). São Paulo: Editora Unesp, 2011.

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SIMPÓSIOS TEMÁTICOS

Ordem das apresentações e localização

ST 1- Figurações do índio na cultura brasileira Coordenadores

Dr. Álvaro Santos SIMÕES Jr. Docente do Departamento de Literatura – Unesp/Assis

Profa. Dra. Sílvia Maria AZEVEDO Docente do Departamento de Literatura – Unesp/Assis

Desde a Carta de Caminha até as produções contemporâneas, o índio foi

presença marcante na cultura brasileira. Símbolo da identidade nacional, tanto do projeto literário romântico quanto do Modernismo, a representação do elemento indígena alcançou momentos expressivos na literatura brasileira. Também a história e a antropologia não deixaram de retratar a luta pela sobrevivência dos povos indígenas diante das forças coloniais e durante o Império e a República, luta que chega aos dias de hoje. No cinema, a imagem do índio está presente desde a produção fotográfica e cinematográfica da Comissão Rondon, em 1914-196. Nas artes plásticas, o índio foi figura-chave na interpretação da história do Brasil, enquanto a arte indígena (artesanato, adornos, pintura corporal, cerâmica) abriu novas perspectivas de abordagem estético-etnográfica. Quanto à caricatura, ela igualmente se ocupou do índio, em chave de crítica humorística, na produção de imagens célebres, como a do “índio Brasil”, criação de Henrique Fleiuss. A recuperação dessas figurações do índio na cultura brasileira, a que se poderia acrescentar a música e o teatro, aponta para o fértil percurso das abordagens interdisciplinares, na proposta do simpósio.

23/04/2014 – Quarta-feira 15h35 – 17h35

Sala: 08 – Prédio Central de Salas de Aula

Simpósio Temático 1 – Figurações do índio na cultura brasileira

Coordenadores: Dr. Álvaro Santos Simões Jr e Profa. Dra. Silvia Maria Azevedo

1. O bom selvagem e a doutrina religiosa em Caramuru, de Santa Rita Durão.

Álvaro Santos SIMÕES JR. Docente do Departamento de Literatura – Unesp/Assis

CNPq

Sendo em muitos aspectos uma réplica ao poema O Uraguai (1769), de Basílio da Gama, escrito sob os poderosos influxos do pombalismo, o Caramuru (1781), de Santa Rita Durão, retoma o modelo camoniano de poesia épica para narrar um episódio de nossa história colonial: a vida de Diogo Álvares Correia entre os índios da Bahia. Apesar do protagonismo desse aventureiro português, que se transformou em

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uma espécie de régulo junto às tribos, figuram no poema, como personagens de destaque, os indígenas. Ao lado do herói, auxiliando-o inclusive na guerra, coloca-se a virgem indígena Paraguaçu. Outros índios são coadjuvantes ou antagonistas do chamado Caramuru. Em torno da índia Moema, constrói-se o principal episódio lírico do poema. Porém, mais do que personagens importantes do poema épico os índios são instrumento de defesa e promoção da ortodoxia religiosa. Breve análise do Caramuru, especialmente do canto III, pretende demonstrar como Durão combate, adapta e distorce ideias de seu tempo para atingir seus propósitos político-ideológicos. 2. Figurações do índio durante a Colônia Brasil.

Jean-Pierre CHAUVIN Docente da Faculdade de Tecnologia de São Caetano do Sul

No período entre 1500 e 1808, o índio com que os europeus toparam por aqui

raramente teve voz ou própria. Nas esporádicas vezes em que isso aconteceu era a dicção do escrivão, do missionário jesuíta ou do poeta que se fazia ouvir. O propósito desta fala é apresentar um breve panorama a respeito das (trans)figurações do índio, em determinados momentos de nossas Letras. Figura multifacetada, a representação do indígena ocorreu de tantas maneiras como permitiam a capacidade inventiva dos autores, em acordo com os gêneros de composição em que ele era retratado. Afora isso, há que se considerar a mentalidade de cada época, de modo a averiguar em que medida tais narrativas - (tratados, cartas, diários, sermões e poemas) – teriam contribuído para a fixação da estereotipia daquele que viria a ser considerado canhestro protagonista do heroísmo nacional: quase sempre falando pela voz dos outros, claro esteja. 3. Da Pré-Colonização à Independência: Análise de “Canto à Independência do Brasil”, de José Maria Velho da Silva.

Adriana DUSILEK Pós-Doutoranda em Letras – Unesp/Assis

Bolsista CAPES

Esta comunicação tem como proposta analisar o “Canto à Independência do Brasil”, de José Maria Velho da Silva (1811-1901), que entre outras coisas foi romancista, poeta, mordomo da Casa Imperial e professor. O “Canto” foi publicado na 404ª edição da Revista Semana Ilustrada, em 6 de setembro de 1868, ocupando quase todo o número do periódico. Na apresentação, o Dr. Semana, pseudônimo e personagem que aparece em todas as edições da Revista, elogia a “festejada lira do mestre” e justifica a ausência das seções de crônicas “Pontos e vírgulas” e “Crônica para-lamentar”. O canto narra desde a época anterior à vinda dos portugueses ao Brasil, com o índio, “filho das matas”, que era “outr’ora feliz”, passando pelo período em que este já “definha nos ferros de vil servidão”, até a comemoração da independência, com elogios aos heróis da pátria e ao Imperador.

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4. A representação do índio na construção da memória nacional brasileira.

Aline Rafaela Portílio LEME Mestranda em Hisótória

Orientador: Prof. Dr. José Carlos Barreiro Bolsista CAPES

Todas as revoluções geram, com o passar do tempo, mitologias próprias. Esse

fato ganha um interesse especial quando analisamos as revoluções que dão origem a novas nações: há a necessidade de construção de uma memória social que vise legitimar o novo regime. Isso implica uma seleção que privilegia certos aspectos, ao mesmo tempo em que escamoteia e silencia outros. No Brasil, após a emancipação política em 1822, ocorrem discussões e tentativas de se construir uma memória nacional, que tem como um dos seus principais elementos o “povo”. Nesse contexto o índio será apropriado como um dos temas definidores da nacionalidade brasileira. Nossa proposta é apontar elementos relativos a representação do índio na obra de José de Alencar, enfatizando os conflitos que envolvem a construção de uma memória nacional. 5. Um plano civilizacional para os indígenas na formação do Estado Nacional brasileiro.

Juscelino PEREIRA NETO Mestrando em História – Unesp/Assis

Bolsista CAPES Orientador: Prof. Dr. Wilton Carlos Lima da Silva

Esta comunicação pretende apresentar uma análise de um Programa de

autoria do clérigo e publicista Januário da Cunha Barbosa (1780-1846) denominado “Qual seria hoje o melhor sistema de colonizar os índios entranhados em nossos sertões” sorteado em sessão na sessão de 24 de agosto de 1839 no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e publicado na Revista da mesma instituição. A catequese e a educação jesuítica aparecem no discurso de Barbosa como instrumento mais eficaz na tarefa de educar/civilizar as populações indígenas e inseri-las no Estado Nacional. O texto pretende discutir as possibilidades e os limites dessa proposta no horizonte das incipientes políticas públicas brasileiras no século XIX.

24/04/2014 – Quinta-feira 15h35 – 17h35

Sala: 08 – Prédio Central de Salas de Aula

Simpósio Temático 1 – Figurações do índio na cultura brasileira

Coordenadores: Dr. Álvaro Santos Simões Jr e Profa. Dra. Silvia Maria Azevedo

1. Imagens do índio nas revistas ilustradas de divulgação científica no Brasil da década de 1870.

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Sílvia Maria AZEVEDO Docente do Departamento de Literatura – Unesp/Assis

“Uma paisagem com um selvagem no primeiro plano é ainda o emblema do

império, aos olhos do estrangeiro”, vai dizer a Ilustração Brasileira (1876-1878) na carta-programa. Se aos intelectuais da geração de 1870, identificados com as “novas ideias”, cabia a tarefa de mudar essa imagem do Brasil, que associava o país ao exotismo e ao atraso, as revistas de divulgação científica que circularam nessa década no Rio de Janeiro, a exemplo de O Vulgarizador (1876-1880) estarão empenhadas em difundir imagens do indígena brasileiro, sob a perspectiva da antropologia e da etnografia, que o afastasse da figuração do “selvagem”, sendo o conflito dessas representações do índio a proposta da comunicação. 2. Da Amazônia para o Rio de Janeiro: os índios crichanás na crônica de Artur Azevedo.

Esequiel Gomes da SILVA Doutorando em Letras – Unesp/Assis

Bolsista Fapesp Orientadora: Profa. Dra. Silvia Maria Azevedo – Unesp/Assis

Em 1885 saía do prelo da Imprensa Nacional uma publicação sobre o

congraçamento da tribo dos Crichanás, que habitava as margens do rio Jauaperi. Tal publicação era resultado dos trabalhos do naturalista João Barbosa Rodrigues, à época diretor do Museu Botânico do Amazonas. Em sua “De palanque”, seção de crônicas publicada no Diário de Notícias, no período aqui evocado, Artur Azevedo se propôs a fazer uma apreciação da referida obra, e nessa oportunidade apresentou para os leitores sua opinião acerca da catequização de tais índios, bem como sobre as vantagens ou desvantagens de incluí-los em “nossa civilização”. São as observações do cronista, pautadas na obra de Barbosa Rodrigues, que apresentaremos na comunicação que ora propomos. 3. O índio na crítica e na ficção de Inglês de Sousa.

Marcela FERREIRA Doutora em Letras – Unesp/Assis

Orientador: Dr. Álvaro Santos Simões Jr. – Unesp/Assis

Em 1875, defendendo a literatura realista, Inglês de Sousa aponta que para se estabelecer uma nova literatura é necessário despir o índio do caráter falso e de empréstimo dado pelos românticos, além de determinar seu papel na sociedade brasileira. Apesar de não deixar a fórmula de como o índio deve ser apresentado na literatura, o autor paraense questiona em como apresentá-lo como herói de um romance. De toda forma, o índio aparece em seus livros, principalmente em O missionário, obra naturalista publicada em 1891. Inglês de Sousa também disserta sobre a condição dos índios no Brasil, revelando seu ceticismo em relação ao futuro dos povos indígenas. Nesses termos, pretende-se analisar como Inglês de Sousa, atuando como crítico e como ficcionista, apresenta a situação do índio no Brasil.

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4. Figurações do índio na literatura juvenil: uma análise da obra Lendas e mitos dos índios brasileiros, de Waldemar de Andrade e Silva.

Eliane Aparecida Galvão RIBEIRO FERREIRA

Docente do Departamento de Linguística – Unesp/Assis Penha Lucilda de Souza SILVESTRE

Pós-Doutorado - UEM/Maringá/PR Objetiva-se apresentar uma análise do livro Lendas e mitos dos índios

brasileiros, escrito e ilustrado por Waldemar de Andrade e Silva, na qual se considera, a partir dos fundamentos da Estética da Recepção, como se estabelece a dialogia com o leitor. Pretende-se, também, por meio desta análise, observar como avultam as figurações do índio nesta produção contemporânea destinada ao público juvenil. Para tanto, parte-se do pressuposto de que a obra é atraente para esse público, pois estabelece interações com ele tanto no plano verbal, quanto não-verbal. Constrói-se, ainda, a hipótese de que a obra é emancipatória para o jovem leitor, pois o leva à reflexão acerca da importância da nossa cultura, por meio do reconhecimento do rico imaginário indígena que a compõe. 5. A personagem Peninha em Reinações de Narizinho, de Lobato.

Denise Maria de Paiva BERTOLUCCI Docente da Faculdade de Tecnologia de Ourinhos

A configuração da obra infantil Reinações de Narizinho vem a lume em 1931.

Monteiro Lobato organiza o livro reunindo, remodelando e unificando histórias que já havia publicado anteriormente. Essas narrativas, assim, passam a compor um volume único, harmonizando-se e constituindo-se em capítulos a partir daquele ano. Peninha surge no capítulo “A pena de papagaio”. É um ser invisível, detentor do conhecimento do uso do pó de pirlimpimpim e do manejo da “planta dormideira”, a qual possibilita uma fuga espetacular com as personagens do sítio. O intertexto instaurado com a obra Iracema, de Alencar, é inegável e surpreendente: Peninha encanta por essa possível filiação e pela beleza da transfiguração literária da criança indígena proposta por Lobato. Neste trabalho, objetiva-se tecer considerações sobre tal linha de interpretação.

25/04/2014 – Sexta-feira 15h35 – 17h35

Sala: 08 – Prédio Central de Salas de Aula

Simpósio Temático 1 – Figurações do índio na cultura brasileira

Coordenadores: Dr. Álvaro Santos Simões Jr e Profa. Dra. Silvia Maria Azevedo

1. O índio no imaginário popular brasileiro.

Francisco Cláudio ALVES MARQUES (Docente do Departamento de Letras Modernas -Unesp/Assis)

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Antes que os meios de comunicação de massa começassem a divulgar alguns episódios representativos de parte da real situação vivida pelo índio brasileiro, a imagem que permaneceu praticamente inalterada por longas décadas no imaginário popular foi a do guerreiro, forte e destemido, algo semelhante à figura do cavaleiro medieval cultivado pelo Romantismo europeu. O índio que figura na literatura popular do Nordeste brasileiro – retratado como um mítico herói nacional – é inegavelmente um decalque do nativo exaltado por José de Alencar e Gonçalves Dias. Desse modo, a idealização do indígena passa a ser reforçada também pela literatura popular, ajudando a consolidar no inconsciente coletivo o consenso de que, nos primórdios da Colonização, estabeleceu-se um “consórcio” entre os nativos e o europeu mediado pela troca de presentes e modelos civilizados de conduta. No “romance” de cordel História da Índia Neci, escrito por Leandro Gomes de Barros na primeira década do século XX, apesar dos clichês emprestados do Romantismo brasileiro, podemos inferir que o contato entre nativos e colonizadores não se deu sem conflitos. São estes os pontos a serem discutidos na comunicação que ora proponho. 2. Refazendo a história, preservando tradições – a inspiração indígena na produção cerâmica de Mestre Raimundo Cardoso.

Camila da Costa LIMA

Doutoranda em Artes – Unesp/IA - São Paulo Bolsista FAPESP

Orientadora: Profª Drª Geralda Mendes F. S. Dalglish O presente trabalho aborda relações entre a produção cerâmica do mestre

Raimundo Cardoso e a dos povos indígenas que inicialmente habitavam o atual estado do Pará, especialmente a região da Ilha de Marajó – a cerâmica marajoara. Dentro deste cenário, dá-se destaque às reproduções realizadas pelo artista em um projeto iniciado nos anos 1970 junto ao Museu Emilio Goeldi. Para tanto, se abordarão os processos, técnicas e estilos introduzidos por estes povos, que foram resgatados neste projeto e continuaram a ser desenvolvidos, favorecendo a preservação da cultura regional, o resgate das tradições e o fortalecimento da identidade cultural. 3. Um selvagem na ópera.

Rebeca ALVES Doutoranda Unesp/Assis.

Orientador: Prof. Dr. Antonio Roberto Esteves No romance O selvagem da ópera (1994), Rubem Fonseca (1925-) ficcionaliza

a vida do compositor brasileiro Carlos Gomes (1836-1896): músico conhecido pelo trabalho que desenvolveu na Europa, sobretudo pela composição da ópera Il Guarany, baseada no romance de José de Alencar (1829-1877). Tal ópera impressionou o público italiano pela sua inovação temática, com índios em cena. O músico também chamava atenção pela aparência exótica: rosto com traços fortes e cabelos abundantes. Por esse motivo, Fonseca aproxima, já no título da obra, a imagem de Carlos – e de sua música com traços nacionais – aos índios da literatura brasileira, como Peri e Macunaíma. Desse modo, o romancista parte do símbolo da identidade brasileira e nos faz reler o nosso projeto literário romântico e modernista, sob um novo olhar.

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4. Educação Escolar Indígena: entre a Implementação das Legislações e a Prática Pedagógica dos Professores Terena, Mato Grosso do Sul, Brasil.

Micilene Teodoro VENTURA Mestranda em Educação – UEMS

Léia Teixeira LACERDA Docente do Programa de Pós- Graduação em Educação UEMS/Unidade de Campo

Grande e Paranaiba/ Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul – UEMS. Onilda Sanches NINCAO

Docente do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Letras da UEMS/Unidade de Campo Grande/ Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul – UEMS e da

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul/Campus de Aquidauana.

Este trabalho tem por objetivo apresentar e analisar a implementação das legislações que regulamentam a Educação Escolar Indígena, no Brasil. Para alcançar o objetivo proposto, realizar-se-á uma discussão teórica com base na Constituição Federal de 1988 e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Nº. 9394/1996 e os Referenciais Curriculares Nacionais da Educação Escolar Indígena (1998). Dessa perspectiva, serão analisados pontos centrais que constituem a organização didático-pedagógica da Educação Escolar Indígena, como: a matriz curricular; os processos próprios de ensino e de aprendizagem da criança e dos jovens indígenas Terena, da Região do Bananal, em Mato Grosso do Sul; a valorização e a visibilidade étnica e cultural, bem como os conhecimentos tradicionais e os conhecimentos científicos. Diante do exposto é interessante destacar que, todas as leis expostas acima no desenvolvimento das práticas pedagógicas são desafiadoras para os professores indígenas, no que diz respeito, à implementação dessas legislações, nas Escolas localizadas, não só entre os Terena, da referida Região, mas também em diferentes territórios indígenas, do país. 5. Brô Mc's: musica indígena intercultural.

Laura Cristhina REVOREDO COSTA Mestranda em Estudos de Linguagens – UFMS

Bolsista CAPES Orientador: Prof. Dr. Edgar Cézar Nolasco

O presente trabalho procura discutir a produção musical do grupo de rap

indígena Brô MC's. O grupo reside em duas aldeias, entrecortadas por uma rodovia interestadual e localiza-se nos contornos periféricos da cidade de Dourados, fronteira seca entre Mato Grosso do Sul e Paraguai. É neste palco de abandono, e liminalidade que os jovens compõem suas canções, relatando assuntos concernentes ao arquivo indígena. Trata-se, portanto, de uma exumação deste arquivo memorialístico, cultural e musical. As letras retratam, por meio do olhar indígena, as perspectivas e condições sócias, políticas e culturais dos sujeitos envolvidos. Com base nisso, pretendemos demonstrar como a colonialidade do poder ainda sobrevive na prática do fazer cultural indígena da fronteira-sul, onde a lei do mando e do desmando ainda prepondera. Para aferir tal problemática, nos valeremos de conceitos como memória, interculturalidade e fronteira, mas de uma perspectiva pós-colonial. Nesse sentido, os postulados teóricos de Caterine Walsh, Walter Mignolo, entre outros, serão sumamente importados para a discussão proposta.

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SIMPÓSIOS TEMÁTICOS Ordem das apresentações e localização

ST 2 - Documento e Escrita da História

Coordenadoras

Dra. Karina ANHEZINI Unesp/Assis

Daiane MACHADO Doutoranda Pós-Graduação em História – Unesp/Assis

Bolsista Fapesp

A fórmula, repetida reiteradas vezes, “sem documentos não há História”, de Langlois e Seignobos, permanece válida nos dias atuais, mesmo após a ampliação da noção de documento. O objetivo desse Simpósio Temático é reunir pesquisadores, dos diversos níveis de formação (graduação e pós-graduação), interessados em debater as implicações teórico-metodológicas dos usos documentais na escrita da história.

23/04/2014 – Quarta-feira 15h35 – 17h35

Sala: Mini Auditório de História – Prédio Central de

Salas de Aula Simpósio Temático 2 – Documento e Escrita da História Coordenadoras: Dra. Karina Anhezini e Daiane Machado

1. De Curitiba à Paris e vice-versa: amizade e relações acadêmicas na troca de correspondência entre pesquisadores de História.

Daiane MACHADO

Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em História - UNESP/Assis Bolsista Fapesp

Orientadora: Drª. Karina Anhezini

Esta comunicação volta-se a um tipo de escrita específica, a escrita epistolar praticada por pesquisadores acadêmicos. Nosso objeto de estudo são as cartas que Carlos Roberto Antunes dos Santos, Sérgio Odilon Nadalin e Jayme Cardoso enviaram à Cecília Westphalen, entre 1974 e 1977. Trata-se de historiadores de ofício e professores de História da Universidade Federal do Paraná. A destinatária em comum, ex-professora de todos e orientadora de Mestrado de Santos, articulou os contatos acadêmicos necessários para que seus remetentes fossem à Paris realizar o curso de Doutorado. Exploramos na correspondência as relações de amizade, cumplicidade e orientação acadêmica estabelecida entre os remetentes e a destinatária e analisamos o ambiente acadêmico francês, ou seja, o cotidiano dos seminários, os descobrimentos e ganhos teórico-metodológicos, as dificuldades e as frustrações expressas nas cartas.

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2. Cinema em Sete vezes rua, de João Antônio e Parque de diversões, de Ilka B. Laurito.

Maria Paz LENCINAS

Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Letras - UNESP/Assis Orientadora: Profa. Dra. Ana Maria Domingues de Oliveira.

Bolsista FAPESP

A comunicação pretende dissertar sobre a incidência do cinema na tessitura dos textos que compõem as obras Sete vezes rua (1996), de João Antônio e Parque de diversões (1995) de Ilka B. Laurito, constatada pela referência a filmes, presente na coleção de correspondência entre os dois autores. Mediante o rastreamento e caracterização das obras cinematográficas mencionadas na coleção epistolar, mensurar a exposição dos autores a um fazer cinematográfico e em que proporção esta exposição é constitutiva do processo de criação das duas obras literárias que se tenciona estudar. Para tal efeito, propõe-se a análise dos elementos composicionais das obras cinematográficas destacadas, procurando a depreensão do que seria uma poética desses filmes e, distinguindo confluências, traçar uma relação entre as constatações decorrentes e as escolhas estéticas que compõe os processos criativos de que derivam as obras literárias em questão. 3. Dedicatórias como elementos constituintes do projeto literário de João Antônio.

Renata Ribeiro MORAES.

UNESP-Assis Orientadora: Profª. Drª. Ana Maria Domingues de Oliveira

Bolsista CNPq.

As dedicatórias enviadas a João Antônio (1937-1996) por escritores que entraram em contato com o autor apresentam-se como elementos constituintes de seu projeto literário. Tais paratextos abordam assuntos como as filiações literárias do dedicatário (João Antônio), a profissionalização do escritor e outras que mostram os laços afetivos e de admiração que os autores mantiveram com o contista. Jorge Amado, Cassiano Nunes, Nelly Novaes Coelho e Clarice Lispector são alguns dos autores-dedicadores que trazem à discussão algumas destas questões, além de apresentarem a produção literária nacional. Na atmosfera de publicação feminina, tal autoria demonstrou os modos como se inseriram num universo marcadamente masculino, tendo em vista o maior número de autores publicados. 4. Identificação de Tipologia Documental em Arquivos Pessoais: uma experiência com Clarice Lispector.

Marcos Ulisses CAVALHEIRO

Licenciado em Letras (UNESA). Graduando em Arquivologia (UNESP). Integrante do Grupo de Pesquisa Gênese Documental Arquivística (UFF)

Bolsista FAPESP Orientadora: Sonia Troitiño

Além dos princípios e técnicas que lhes são próprias, a Arquivologia se vale de

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outras ciências para compor seu arcabouço teórico-metodológico, como, por exemplo, a História e a Diplomática. Esta investigação tem por objetivo discutir, especialmente, o papel da Diplomática e sua expansão em direção ao universo da Arquivologia, em específico, quanto às possibilidades de apropriação e aplicação da metodologia de identificação arquivística em arquivos pessoais. Dessa perspectiva, realizamos uma experiência no Arquivo Pessoal da escritora Clarice Lispector, destacando que a identificação arquivistica, adaptada e remodelada para a realidade dos acervos pessoais, proporciona uma visualização mais clara e objetiva em relação aos motivos pelos quais os documentos foram criados e acumulados por seus titulares. 5. A utilização das fontes orais na narrativa historiográfica: um olhar sobre a Revista Brasileira de História Educação no século XXI.

Rosiane Marli Antonio DAMAZIO

Doutoranda PPGH/UDESC Orientadora: Profa. Dra. Cristiani Bereta da Silva

Este artigo tem por objetivo discutir o espaço ocupado por pesquisas

embasadas em fontes orais no contexto da historiografia brasileira, neste início de século XXI, elencando seus aspectos positivos, possíveis fragilidades e pontos de tensão. Investigamos, assim, em todos os exemplares da Revista Brasileira de História da Educação (RBHE), publicados entre os anos de 2001 e 2013, os artigos que, majoritariamente, utilizaram as fontes orais enquanto documentos. Acredita-se que o trabalho de construção das fontes orais possibilita a abertura de novas perspectivas de investigação, pois, além de criar condições para repensar a construção do conhecimento, agrega elementos subjacentes ao processo, como: valores em disputa, padrões de comportamento, culturas políticas, dentre outros, fazendo vir à tona as experiências vivenciadas e os seus significados.

24/04/2014 – Quinta-feira 15h35 – 17h35

Sala: Mini Auditório de História – Prédio Central de

Salas de Aula Simpósio Temático 2 – Documento e Escrita da História Coordenadoras: Dra. Karina Anhezini e Daiane Machado

1. Documentos e Memória na escrita do “Fundamento Histórico” de Cláudio Manuel da Costa.

Marcela Verônica da SILVA

Doutora em Letras – UNESP/Assis Bolsista CAPES/PDSE

Cláudio Manuel da Costa teve publicado em 1789 seu poema épico “Vila Rica”

e anteposto a ele, constava um texto em prosa intitulado “Fundamento Histórico”. Sua inserção claramente apontava-o como leitura de apoio, para proporcionar chão de historicidade às ações desenvolvidas pela epopeia, cujo assunto era a disputa entre paulistas e portugueses nos anos de 1707-1709. O texto histórico, pois, seguia as prescrições de um gênero comum às práticas acadêmicas do século XVIII, a ‘memória

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histórica’. O poeta, enquanto membro da Academia Brasílica dos Renascidos, reconhecia essa prática, o que pode ter influenciado a pesquisa em documentos e memória para a escrita do “Fundamento”. Assim, a proposta de trabalho que se segue, visa relacionar a composição do “Fundamento Histórico” às práticas acadêmicas. 2. Sem documentos não há filosofia da história? Erudição e sentidos da história na escrita de Ernest Renan.

Thiago Augusto Modesto RUDI

Mestrando do Programa de Pós-Graduação em História - UNESP/Assis Orientadora: Drª. Karina Anhezini

Bolsista FAPESP

Esta apresentação abordará as relações entre erudição, filosofia e escrita da história no século XIX. Para tanto, serão privilegiados alguns dos textos de Joseph-Ernest Renan (1823-1892), famoso historiador, erudito e filósofo francês do Oitocentos. Durante sua “carreira científica”, Renan participou de instituições que possuíam como práticas fundamentais a coleta, a discussão e a publicação de documentos originais e inéditos. E é nesse sentido que grande parte dos trabalhos renanianos se preocuparam com as regras da crítica documental articulando-as, inclusive, com as (im)possíveis e inevitáveis leis do movimento e do sentido históricos. Desse modo, tal exposição busca compreender as tensões entre dois dos principais “recursos” da historiografia oitocentista: a erudição e a filosofia. 3. O Historiador nos Arquivos: virtudes epistêmicas entre casos dos séculos XIX e XX.

João Rodolfo Munhoz OHARA

Doutorando do Programa de Pós-Graduação em História - UNESP/Assis Orientador: Prof. Dr. Hélio Rebello Cardoso Jr.

Bolsista FAPESP

Um historiador é aquele que é reconhecido como tal pelos seus pares: assim afirmou Michel de Certeau ao analisar aquilo que denominou de “lugar social”, componente vital da operação historiográfica. São as regras do lugar que permitem falar ou fazem calar. Neste sentido, este estudo busca pensar a aparente permanência dos documentos enquanto fiadores da verdade na narrativa histórica: partindo das querelas em torno do ethos filológico na historiografia alemã do século XIX, faço uma contraposição com o destaque dado às fontes primárias em resenhas e prefácios publicados nos anos 80 do século XX no Brasil. Observa-se que as mudanças as virtudes epistêmicas esperadas do historiador no trato dos documentos que embasam sua narrativa podem ter mudado significativamente, mas talvez estejam muito menos distantes do que se imagina. 4. A Autoria como uma multiplicidade.

Aline Michelini MENONCELLO

Graduada em História – UNESP/Assis Orientador: Prof. Dr. Hélio Rebello Cardoso Junior

Essa exposição propõe realizar um esforço exegético para compreender a

noção de autoria, não a definição do verbete encontrado no dicionário, mas a

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complexa tensão entre a função autor e os fundadores de discursividades, conforme apresentada por Michel Foucault em sua obra O que é um Autor?. Esse exercício permitirá investigar Pedro Augusto Carneiro Lessa (1859 – 1921) um juiz do Supremo Tribunal Federal (STF) e sócio do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) que julgava um documento histórico como um juiz e analisava uma questão jurídica sob um olhar histórico. Deste modo, será possível compreender a autoria como um modo de subjetivação, ou seja, como uma singularidade possível da função-autor no tempo. 5. O documento histórico: a união entre o discurso e o simbólico.

Felipe Belini PEREIRA Graduado em História – UNESP/ASSIS

Orientadora: Drª Karina Anhezini Ao analisarmos o que em nossa disciplina denominamos de documento

histórico, como não nos fascinarmos diante daquilo que nós mesmos inventamos no seio do devir histórico que nos acomete? Como não nos curvamos diante de uma história em que o discurso se transforma na inspiração em que o historiador se utiliza para compreender o jogo da vida? Desse modo, pretendo nessa reflexão teórica pensar o papel do documento histórico no espaço historiográfico de hoje com base nas teorias de Michel Foucault sobre a noção de discurso, discutidas no livro A ordem do discurso e Jacques Lacan, explorando sua trilogia referente ao simbólico, ao imaginário e ao real, discutidas na obra o Seminário – livro 4: a relação de objeto; tendo em vista a compreensão de que todo e qualquer objeto de análise não nos antecede, ao contrário, ao debruçarmos nosso olhar a ele damo-nos vida. 6. Constituição de séries documentais e escrita da história: problemática de pesquisa.

Karina ANHEZINI

Docente do Departamento de História – Unesp/Assis

“De agora em diante, o problema é constituir séries” afirmava Michel Foucault em A Arqueologia do saber (1969). Seguindo essa advertência, a presente comunicação visa problematizar a constituição de séries documentais em pesquisas dedicadas ao estudo da construção da cultura histórica brasileira. Para tanto, apresentará um projeto que busca analisar as delimitações do saber histórico moderno construído por letrados que estabeleceram uma série de verdades acerca do que deveria ser considerado como passado nacional entre fins do século XIX e início do século XX.

25/04/2014 – Sexta-feira

15h35 – 17h35

Sala: Mini Auditório de História – Prédio Central de Salas de Aula

Simpósio Temático 2 – Documento e Escrita da História Coordenadoras: Dra. Karina Anhezini e Daiane Machado

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1. Uso documental e imparcialidade em Manoel Bomfim.

Marina Rodrigues TONON Mestranda do Programa de Pós-Graduação em História – UNESP/Assis

Orientadora: Dra. Karina Anhezini Bolsista CAPES.

A criação do IHGB, em 1838, marcou o nascimento da pesquisa histórica no

Brasil. Desde então, os pensadores comprometidos com a escrita da história nacional demonstram grande preocupação com a questão dos usos documentais. Não foi diferente com Manoel Bomfim (1868-1932), intelectual de grande relevância no início do século XX, que em seu livro o Brasil na História (1930), faz uma longa crítica à escrita da história no Brasil. Neste texto, Bomfim, apesar de manifestar forte desprezo em relação à exigência de imparcialidade por parte do historiador, expressa considerável preocupação com a utilização de documentos. Desta forma, inserido na tradição que compõe os estudos da história da historiografia, esta comunicação tem como objetivo problematizar a relação deste autor com os usos documentais. 2. O Curso de Biblioteconomia da Biblioteca Nacional no Relatório da Diretoria entre 1932-1943.

Gabriela D’Avila BRÖNSTRUP

Mestranda do Programa de Pós-Graduação em História – UNESP/Assis Orientadora: Drª. Karina Anhezini.

O objetivo dessa comunicação é analisar alguns dos saberes mobilizados para

a constituição do Curso de Biblioteconomia, reaberto na Biblioteca Nacional em 1932. Para tanto, partiremos das informações contidas nos Relatórios da Diretoria. Sua escrita era responsabilidade de Rodolfo Garcia (1873-1945) enquanto diretor da instituição entre 1932-1945. Esse documento formal, destinado à prestação de contas das atividades desenvolvidas pela Biblioteca Nacional ao longo do ano para o Ministro da Educação, possibilita, em meio a elogios aos docentes do Curso de Biblioteconomia ou reclamações a respeito da escassez de verbas, a discussão de elementos a respeito das informações que o diretor elegeu para dar visibilidade à formação de profissionais dedicados ao trabalho com acervos e as demais atividades da instituição. 3. O historiador e suas fontes: Max Fleiüss e o trabalho nos arquivos no início do século XX.

Mírian Senna de ARAÚJO

Graduada em História – UNESP/Assis Orientadora: Drª. Karina Anhezini

A presente comunicação, inserida na área da história da historiografia, tem por

objetivo apresentar um estudo a respeito da concepção de arquivos e de documentos presente no trabalho de Max Fleiüss (1869-1943). Este autor foi secretário perpétuo do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro entre 1905 e 1943 e, na sessão ordinária de 28 de maio de 1927, apresentou um longo estudo que partia da Antiguidade Clássica com o intuito de demonstrar a importância dos documentos para a história. Segundo

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Fleiüss, somente por meio das fontes é que os historiadores poderiam atestar objetivamente a verdade sobre os fatos. Assim, através do presente estudo, será possível compreender e problematizar o papel dos arquivos\fontes no início do século XX. 4. Centro de Documentação Teko Arandu: todos sabem.

Rodrigo Teófilo LUSTOSA

Graduando de História - Universidade Católica Dom Bosco. Bolsista CNPq.

Antonio Carlos SEIZER DA SILVA Doutorando em Educação - Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) e professor do

Centro Estadual de Formação de Professores Indígenas de MS.

O presente trabalho tem por objetivo relatar algumas experiências adquiridas ao longo de um ano participando do projeto de organização e salvaguarda, mediante digitalização e disponibilização on-line do acervo documental sobre os povos Indígenas de Mato Grosso do Sul do Centro de Documentação e Biblioteca Digital Indígena Teko Arandu (CEDOC/TEKO ARANDU). O CEDOC possui um acervo que diz respeito aos povos Kaiowá, Guarani, Terena, Kadiwéu, Ofaié e Guató visando à disponibilização on-line de materiais históricos, etnográficos e jornalísticos referente a esses povos. Vários tipos de arquivos foram catalogados tais como teses, dissertações, microfilmes, áudios diversos, fotos. Com o objetivo de romper com o silêncio da história dos povos indígenas de Mato Grosso do Sul a base de dados é um importante espaço fomentador de pesquisas e reflexões. Na mesma perspectiva de rompimento do silêncio, há ambiente novo de transcrição das histórias orais, cuja característica dos referidos povos de tradição oral tem sido alvo de rearranjos desde a colonização. Disponibilizando o acervo online vários pesquisadores de todo o país tem acesso à documentação dos povos indígenas, também como forma de fortalecimento da cultura, fornecendo subsídios para os tramites legais de retomada de seus territórios. 5. Antes e depois da Lei 11.645/08: um estudo da temática indígena nos manuais didáticos de história do ensino fundamental.

Márcia Alves TAKAKI

Graduanda em História - UNIESP/FAPREV Orientadora: Profª Ms. Gláucia Ruivo Murinelli

Em tempos da obrigatoriedade da reeducação das relações etnicorraciais e da

releitura das temáticas indígenas no universo escolar brasileiro – em função da promulgação da Lei Federal 11.645/08 – o presente estudo objetiva analisar como a história referente aos indígenas vem sendo apresentada nos manuais didáticos do ensino fundamental. Para tanto, propõe-se um estudo comparativo em duas coleções de manuais didáticos de história publicadas em período anterior e posterior a Lei 11.645/08. A proposição da análise dos manuais no ensino fundamental justifica-se pela importância desta etapa para a formação dos primeiros conceitos históricos dos educandos. Já a delimitação dos livros como fonte de análise, justifica-se pela importância dos mesmos, ainda entendidos como o principal recurso didático usado nas escolas brasileiras.

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SIMPÓSIOS TEMÁTICOS Ordem das apresentações e localização

ST 3 - Etnologia e História Indígena: balanços e perspectivas

Coordenadores

Prof. Dr. Levi Marques PEREIRA Docente da UFGD – Universidade Federal da Grande Dourados

Prof. Dr. Thiago Leandro Vieira CAVALCANTE Docente da – UFGD - Universidade Federal da Grande Dourados

O presente simpósio temático propõe-se a receber trabalhos localizados nos

campos da Etnologia e da História Indígena. Considera-se que a Etnologia Indígena, como ramo da Antropologia tradicionalmente dedicado ao estudo de povos indígenas, e a História Indígena são áreas primordialmente interdisciplinares. Nessa perspectiva, as discussões propostas devem comungar dessa característica. O foco de discussão girará em torno de avaliações dos percursos e dos desafios para as pesquisas sobre essas temáticas no Brasil em diálogo com outros centros de pesquisas, sobretudo os localizados na América Latina. Entrando, por sua abrangência, o simpósio contempla trabalhos de temas bastante diversificados, desde que eles dialoguem em uma a perspectiva interdisciplinar com a Etnologia e a História Indígena.

23/04/2014 – Quarta-feira 15h35 – 17h35

Sala: 05 – Prédio Central de Salas de Aula

Simpósio Temático 3 – Etnologia e História Indígena: balanços e perspectivas

Coordenadores: Prof. Dr. Levi Marques Pereira e Prof. Dr. Thiago Leandro Vieira Cavalcante

1. As tecnologias da informação e comunicação e a cultura terena da Aldeia Bananal: novas possibilidades de um debate historiográfico.

Alessandro da Silva CARVALHO Graduando em História - UCDB - Universidade Católica Dom Bosco.

Bolsista PIBIC/CNPq Orientadora: Dra Maria Cristina Paniago

Antônio Carlos SEIZER DA SILVA Docente do Centro Estadual de Formação de Professores Indígenas de Mato Grosso

do Sul (CEPPI) e da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB).

Atualmente a humanidade passa por constantes mudanças, principalmente no ponto de vista da comunicação já que as tecnologias da informação e comunicação (TICs) redimensionaram as relações sociais. Este estudo pretende pensar sobre as formas pelas quais as TICs podem colaborar na reescrita da história, pelo ponto de vista do indígena, em contrapartida à versão da historiografia oficial. A pesquisa objetiva construir um diálogo com os membros e professores da Comunidade Terena

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da Aldeia Bananal (localizada no Distrito de Taunay, em Aquidauana/MS) para a criação de um espaço virtual que sirva de canal de produção e veiculação dos conhecimentos tradicionais do povo Terena, atuando no levantamento de materiais que tenham foco na história, na cultura, nos rituais, na luta pela terra e em outras temáticas relacionadas àquela etnia e contribuindo para a revitalização de tais conhecimentos. 2. As representações dos indígenas nas propostas curriculares de História do sudeste brasileiro.

Maria Cristina Floriano BIGELI Doutoranda em Educação – Unesp/Marília

Bolsista Capes Orientador: Dr. Carlos da Fonseca Brandão

As Constituições republicanas brasileiras têm a tradição da garantia dos

direitos territoriais indígenas, todavia, na prática os dispositivos constitucionais foram seguidamente ignorados tanto por agentes do Estado, quanto privados impondo aos indígenas uma realidade alarmante no que diz respeito à posse de suas terras de ocupação tradicional. A Constituição Federal de 1988 foi além, continuou garantindo os direitos territoriais indígenas, porém de forma ampliada em relação às anteriores e ainda reconheceu-lhes os direitos à organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, sepultando os paradigmas do assimilacionismo e da tutela orfanológica. Atualmente, no entanto, mais de vinte anos após a promulgação da Carta Magna, os direitos indígenas não foram totalmente efetivados, além do que tensionados pela questão fundiária sofrem fortes ataques patrocinados principalmente por organizações defensoras do agronegócio. Nesse contexto, surgem diversas iniciativas legislativas, judiciárias e do Poder Executivo que ameaçam de alguma forma os direitos previstos na Lei Maior do país. Esse trabalho pretende apresentar uma análise histórica sobre a conquista desses direitos, as ameaças que lhes são apresentadas, além de refletir sobre as perspectivas de futuro. 3. Direitos Indígenas pós 1988: avanços, ameaças e perspectivas.

Thiago Leandro Vieira CAVALCANTE Docente da UFGD - Universidade Federal da Grande Dourados – Faculdade

Intercultural Indígena.

As Constituições republicanas brasileiras têm a tradição da garantia dos direitos territoriais indígenas, todavia, na prática os dispositivos constitucionais foram seguidamente ignorados tanto por agentes do Estado, quanto privados impondo aos indígenas uma realidade alarmante no que diz respeito à posse de suas terras de ocupação tradicional. A Constituição Federal de 1988 foi além, continuou garantindo os direitos territoriais indígenas, porém de forma ampliada em relação às anteriores e ainda reconheceu-lhes os direitos à organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, sepultando os paradigmas do assimilacionismo e da tutela orfanológica. Atualmente, no entanto, mais de vinte anos após a promulgação da Carta Magna, os direitos indígenas não foram totalmente efetivados, além do que tensionados pela questão fundiária sofrem fortes ataques patrocinados principalmente por organizações defensoras do agronegócio. Nesse contexto, surgem diversas iniciativas legislativas,

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judiciárias e do Poder Executivo que ameaçam de alguma forma os direitos previstos na Lei Maior do país. Esse trabalho pretende apresentar uma análise histórica sobre a conquista desses direitos, as ameaças que lhes são apresentadas, além de refletir sobre as perspectivas de futuro.

24/04/2014 – Quinta-feira

15h35 – 17h35

Sala: 05 – Prédio Central de Salas de Aula Simpósio Temático 3 – Etnologia e História Indígena:

balanços e perspectivas Coordenadores: Prof. Dr. Levi Marques Pereira e Prof.

Dr. Thiago Leandro Vieira Cavalcante

1. Os “Índios misturados”: história e identidade Tupi Guarani

Vladimir BERTAPELI Mestrando em Ciências Sociais – Unesp/Araraquara

Bolsista CAPES Orientação: Prof. Dr. Paulo José Brando Santilli

Os Tupi Guarani identificam-se como “índios misturados”, ou seja, afirmam que

a sua formação étnica tem origem nos casamentos entre as famílias Tupi e Guarani que ocorreram ao longo da história. Portanto, esta comunicação versa sobre tal processo identitário e sua base está calcada nas pesquisas históricas e etnológicas que versam sobre os grupos Guarani, bem como a etnografia realizada na aldeia Tabaçu Rekó Ypy, uma das cinco aldeias que formam a Terra Indígena Piaçaguera. Desse modo, o estudo que segue demonstra que o referido grupo é agente ativo de sua própria história, uma vez que buscam no seu passado os elementos que necessitam para se afirmarem hoje como grupo étnico. 2. Identidade quilombola: a luta por visibilidade e reconhecimento dos moradores da Comunidade de Remanescentes de Quilombo do Morro do Fortunato, Garopaba – SC.

Mauricélia Teixeira de ALBUQUERQUE Mestranda em História – FAED – UDESC

Bolsista Capes Orientador: Prof. Dr. Paulino de Jesus Francisco Cardoso

Este artigo apresenta considerações acerca das experiências dos moradores

da Comunidade Remanescentes de Quilombo do Morro do Fortunato, localizada no município de Garopaba – SC. As discussões giram em torno da constituição histórica do grupo e dos aspectos que garantiram a coesão e permanência neste espaço, enfatizando a identidade afro-brasileira. Nesse sentido, recorreu-se as memórias de moradores da comunidade bem como do entorno, buscando por meio das narrativas apresentar os acontecimentos que possibilitaram tal formação. Procurou-se enfatizar aspectos da vivência cotidiana do grupo, dando atenção as diferentes festividades. A construção identitária desses grupos não está naturalmente dada, ela é construída por

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meio de escolhas e confrontos, ou seja, na atualidade existe uma constante luta por visibilidade e reconhecimento.

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SIMPÓSIOS TEMÁTICOS Ordem das apresentações e localização

ST 4 - O uso das imagens na construção da narrativa historiográfica

Coordenadoras Profª. Drª. Zélia Lopes da SILVA

Docente do Departamento de História - Unesp/Assis Priscila DAVID

Doutoranda em História - Unesp/Assis Bolsista Fapesp

Este Simpósio Temático visa agregar reflexões de discentes da Pós-

Graduação, da Graduação e demais pesquisadores sobre o uso das imagens, fixas e em movimento, na discussão de variados temas da História brasileira republicana. Nesse sentido, o ST discutirá as pesquisas que utilizam suportes como o cinema e outras formas de expressão como, por exemplo, a caricatura, a fotografia, a propaganda, em temas que enfocam as relações de gênero, as festas, e demais manifestações que visam plasmar identidades diversificadas, demarcando os desafios e as peculiaridades dessas fontes. Também poderá abordar a trajetória historiográfica de autores que tomam a caricatura ou a fotografia como objeto de reflexão, identificando os distintos enfoques e os alinhamentos paradigmáticos que fundamentam suas análises, recuperando nessas reflexões de pesquisas, o diálogo com as matrizes teóricas subjacentes.

23/04/2014 – Quarta-feira 15h35 – 17h35

Sala de Reuniões – Prédio Cedap

Simpósio Temático 4 – O uso das imagens na construção da narrativa historiográfica

Coordenadores: Profa. Dra. Zélia Lopes da Silva e Priscila David

1. Regionalismo e insubordinação: o uso de caricaturas no Jornal das Trincheiras durante o Levante “Constitucionalista” de 1932.

João Paulo RODRIGUES Docente da FAPREV/UNIESP

Não são raras as divergências historiográficas a respeito das implicações do

regionalismo na eclosão e sustentação do confronto bélico de 1932 em São Paulo. Enquanto determinada vertente, alinhada com a memória oficial construída sobre o levante, minimiza a importância dos anseios regionais ante a suposta preocupação central do estado pela constitucionalização do país, outras abordagens detectam na paulistanidade e na busca pela liderança de São Paulo sobre a nação uma das explicações para o desencadeamento da sublevação. Nesse sentido, a retomada e a análise de charges e caricaturas, como fontes privilegiadas, publicadas no Jornal das

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Trincheiras, “órgão oficial do comando revolucionário”, parece ser um alvissareiro caminho a fim de lançar luzes sobre tais intrincadas questões.

2. Representações em Imagens: Fotografias da Advocacia Assisense

Priscila DAVID Doutoranda em História – Unesp/Assis

Bolsista Fapesp Orientadora: Profa. Drª. Zélia Lopes da Silva

O uso das imagens para a construção de narrativas historiográficas tem se

mostrado uma fonte fértil para os historiadores, pois permite compreender vários aspectos culturais da sociedade, em seus diversos segmentos. Nesse sentido, o objetivo do presente trabalho é analisar as representações da categoria dos advogados atuantes na cidade de Assis durante as primeiras décadas da segunda metade do século XX, por meio de fotografias presentes nos jornais de circulação local. Muitas dessas fotografias possuem o potencial de demonstrar como o advogado gostaria de ser visto em atividades que envolvem a política, a sociabilidade e sua atuação profissional, destacando a representação de si, bem como as redes de sociabilidade e poder da categoria. 3. A imagem fotográfica como fonte histórica: possibilidades e dificuldades.

Rafaela Sales GOULART

Mestranda em História - Unesp/Assis Orientadora: Dra. Fabiana Lopes da Cunha

Entendido que as fontes imagéticas permitem a preservação de memórias

sociais e, sobretudo, a ampliação do olhar historiográfico na construção de sua narrativa, esta comunicação pretende discorrer sobre parte das preocupações de uma pesquisa de mestrado, a qual compreende análises sobre as especificidades de um grupo de folia de reis da cidade de Florínea/São Paulo (Companhia Flor do Vale). Desta forma, quais as possibilidades e dificuldades encontradas ao se trabalhar com imagens fotográficas criadas pelo grupo e pelo(a) próprio(a) autor(a) da pesquisa? O que poderia facilitar o trabalho dos historiadores que optam por tais fontes? Problemáticas que podem tanto ser utilizadas para pensar a produção e preservação de memória, história e identidade do grupo de folia de reis, quanto para registrar a especificidade/variedade desta manifestação cultural em termos acadêmicos. 4. Onde a esperança mora: um estudo sobre a valorização do trabalho e dos conceitos de modernidade e civilidade no discurso fílmico.

Carla Lisboa PORTO

Doutoranda em História - Unesp/Assis Bolsista FAPESP

Orientadora: Profa. Dra. Zélia Lopes da Silva

Pretende-se investigar os elementos de valorização do trabalho presentes nesta produção fílmica sobre o Asilo Colônia Aimorés, localizado em Bauru, no interior

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do estado de São Paulo. A película, com 9 minutos e 49 segundos de duração, foi produzida pelo então Departamento Estadual de Imprensa e Propaganda (DEIP), em 1944, e foi uma das ferramentas de divulgação das ações adotadas para enfrentar a epidemia da lepra, naquele momento.

Para além de uma análise do filme como documento histórico e do contexto de sua produção, serão apontados outros elementos importantes, como a valorização dos conceitos de modernidade e civilidade no interior da instituição, deixando em segundo plano o paciente, razão pela qual os asilos-colônia foram criados.

24/04/2014 – Quinta-feira 15h35 – 17h35

Sala de Reuniões – Prédio Cedap

Simpósio Temático 4 – O uso das imagens na construção da narrativa historiográfica

Coordenadores: Profa. Dra. Zélia Lopes da Silva e Priscila David

1. A caricatura e a escrita historiográfica: caminhos teóricos.

Zélia Lopes da SILVA

Docente do Departamento de História - Unesp/Assis

O texto abordará os fundamentos teóricos da produção historiográfica de autores que tomam a caricatura como objeto de reflexão, identificando os distintos enfoques e os alinhamentos paradigmáticos que motivam suas análises. Ao repassar algumas obras que abriram caminho nessa investigação, percebe-se que o diálogo com as matrizes teóricas que dão suporte às reflexões é recorrente na atualidade, o que nem sempre ocorreu anteriormente. Da mesma forma verifica-se que o interesse dos pesquisadores pelas fontes imagéticas produzidas pelos artistas do traço é crescente e se constitui um desafio, pela sua peculiaridade e rapidez da disseminação dos estudos sobre o assunto, na última década. Explicar essas singularidades é certamente um desafio. 2. “Indígenas” nos carnavais de rua do Rio de Janeiro.

Danilo Alves BEZERRA

Doutorando em História – Unesp/Assis Bolsista CAPES

Orientadora: Profa. Drª. Zélia Lopes da Silva

Os carnavais brincados no Rio de Janeiro durante o século XX ocorreram em espaços múltiplos tais como ruas, avenidas, salões, praias etc. Esses locais, com especificidades e foliões diversos, garantiram um rol de formas para homenagear Momo. Entre esses espaços, as ruas configuraram-se como locais privilegiados para que certas regras e tabus, que permeavam o cotidiano, fossem batidos. Nessas, foliões vestidos de indígenas e capturados pelas objetivas de periódicos como a revista O Cruzeiro e o jornal Correio da Manhã, não só desnudavam seus corpos em

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homenagem aos primeiros habitantes do Brasil, como também quebravam com a sisudez cotidiana ao percorrerem as ruas e avenidas cariocas com seus corpos seminus. Os sentidos que o fantasiar-se (de indígena) abrange, bem como as particularidades e a cobertura jornalística em torno desses carnavais serão objetivo de estudo dessa comunicação. 3. As fantasias indígenas e a sensualidade feminina nos carnavais das décadas de 1960 e 1970.

Ellen Karin Dainese MAZIERO

Doutoranda em História – UNESP/Assis Orientadora: Profa. Dra. Zélia Lopes da Silva

Considerando que as imagens são fontes de representações sociais e

culturais, esta comunicação pretende analisar algumas fotografias veiculadas na revista Manchete, nas décadas de 1960 e 1970, a respeito da participação das mulheres nos festejos carnavalescos. As fantasias usadas pelas folionas neste período permitiam um maior desnudamento dos corpos, resultado da transformação dos trajes, da revolução sexual e do próprio papel da mulher na sociedade. Vestimentas pouco comuns em décadas anteriores, como as de indígenas, que revelavam partes do corpo normalmente encobertas no cotidiano, passaram a ser mais adotadas pelas folionas durante a realização dos folguedos. Por meio da análise das fotografias, será possível verificar a forma como as mulheres utilizaram o ambiente dos festejos para manifestar condutas mais jocosas e como se apropriaram de determinadas temáticas, como a indígena, para celebrar os seus corpos. 4. “Mesmo proibido, olhai por nós!”: De alegoria censurada à imagem símbolo do Carnaval Carioca.

Ynayan Lyra SOUZA Graduando em História – Unesp/Assis

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Zélia Lopes da Silva

O carnaval de 1989 no Rio de Janeiro ficou marcado por grandiosos desfiles das escolas de samba. A vice-campeã desse ano, Beija-flor de Nilópolis, apresentou o enredo Ratos e Urubus, larguem a minha fantasia! desenvolvido pelo carnavalesco Joãozinho Trinta. A escola teve como destaque o carro abre-alas, intitulado Cristo Mendigo, que mesmo censurado, foi exibido no sambódromo envolto de grande tom de protesto. A alegoria causou grande impacto nos foliões e entrou para a história como uma das imagens mais marcantes dos desfiles carnavalescos. A presente comunicação tem como objetivo principal refletir acerca da visualidade espetacular gerada pela alegoria do Cristo Mendigo e compreender os desdobramentos que vão desde a sua concepção, passando pela ação da censura, até a sua transformação em imagem símbolo do carnaval carioca.

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SIMPÓSIOS TEMÁTICOS Ordem das apresentações e localização

ST 5 - Culturas Indígenas: Direitos Fundamentais e Políticas Públicas.

Coordenadores

Dra. Vanderléia Paes Leite MUSSI Docente da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul-CCHS/UFMS.

Prof. Antonio Carlos Seizer da SILVA Docente da Universidade Católica Dom Bosco e Centro Estadual de Formação de

Professores Indígenas de MS/ Curso de Normal Médio Indígena Povos do Pantanal.

Historicamente, os povos indígenas têm contribuído para a construção identitária da sociedade brasileira. Por constituírem um dos pilares socioculturais dessa formação, devem ter acesso igualmente aos direitos fundamentais comuns a todo cidadão brasileiro, sem que isso signifique destituir de sua condição ética, bem como de sua organização social e política. De fato, uma das características de pesquisas recentes sobre os povos indígenas apontam para a sua presença cada vez mais visível nos espaços urbanos próximos às cidades, em que tradicionalmente estavam ausentes. Se o processo de inserção nos mais variados espaços de reivindicação de seus direitos permitem tratar de políticas publicas que atendam as demandas e especificidades de acesso à educação, trabalho e saúde, a condição de invisibilidade, principalmente entre as mulheres indígenas, ainda permanece presente. Nesse sentido, o objetivo deste simpósio temático é reunir pesquisas originais que coloquem em discussão toda esta problemática; além disso, visa dar continuidade nas discussões em torno da temática indígena buscando um diálogo mais profícuo entre os estudos indígenas, muitas vezes às margens da história e da educação, e outras perspectivas que buscam tratar de políticas públicas voltadas a garantir o acesso dos direitos dos povos indígenas. A seleção de trabalhos levará em conta a originalidade da abordagem, a densidade da pesquisa que envolve políticas públicas, bem como o diálogo com a bibliografia vigente. Este simpósio faz parte do VII Encontro do CEDAP, que tratará das discussões em torno das Culturas Indígenas e Identidades.

24/04/2014 – Quinta-feira 15h35 – 17h35

Sala: 06 – Prédio Central de Salas de Aula

Simpósio Temático 5 – Culturas Indígenas: Direitos Fundamentais e Políticas Públicas

Coordenadores: Dra. Vanderléia Paes Leme Mussi e Prof. Antonio Carlos Seizer da Silva

1. A (des) territorialização e o processo de (re)territorialização da fazenda Buriti em Sidrolândia Mato Grosso do Sul.

Fábio COSTA MARQUES Graduando em História - Universidade Católica Dom Bosco.

Antonio Carlos SEIZER DA SILVA

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Indígena da etnia Terena. Mestre em Educação e Professor dos cursos de Licenciatura da UCDB.

A Guerra da Tríplice Aliança foi o divisor de águas na história dos indígenas de

Mato Grosso do Sul, especialmente os da etnia Terena. Eles sofreram represálias dos combatentes paraguaios, tiveram seus territórios diminuídos pela política do governo brasileiro e nunca mais reconstruíram suas aldeias. O objetivo deste trabalho é estudar o processo de (des) territorialização e os caminhos legais que os Terena utilizaram no processo de (re) territorialização da Fazenda Buriti. A região está localizada na divisa dos municípios de Sidrolândia e Dois Irmãos do Buriti/MS. A pesquisa está embasada em livros e artigos científicos do gênero. Os resultados parciais apontam que o Estado brasileiro articulou as vendas das terras supostamente devolutas e deixou de garantir direitos dos indígenas de toda a região do Mato Grosso do Sul. 2. Interculturalidade e o Ensino de História Indígena: os avanços e entraves das políticas públicas na temática indígenas escolas.

Lilian Marta Grisolio MENDES Docente do Departamento de História e Ciências Sociais - UFG/CAC- Universidade

Federal de Goiás

Uma escola mais plural e democrática pressupõe a superação de antigos entraves e preconceitos, bem como uma intensa transformação no currículo e a implementação de novas práticas educacionais. A temática indígena é uma dessas esferas que vem sofrendo profundas transformações, tanto nas políticas públicas que garantem os direitos dos povos indígenas, como também na forma de refletir e ensinar sua história nas escolas. Esta comunicação objetiva refletir sobre tais questões sob a perspectiva do trabalho intercultural que promove a diversidade, para além da mera aceitação da existência e da convivência. Compreendemos que as políticas públicas e o ensino de História precisam avançar em ações educativas que fortaleçam a inter-relação, promovendo o respeito às diferenças e o direito a igualdade. 3. CEESRAD: uma proposta de política indigenista no Mato Grosso do Sul.

Willian Vila Maior da SILVA Graduando de História – Universidade Federal do Mato Grosso do Sul

Jhonathan Cleyson Silvano REYNALDO Graduando de História – Universidade Federal do Mato Grosso do Sul

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Vanderléia Paes Leite Mussi

O presente artigo tem como objetivo refletir sobre as ações realizadas pelo Comitê Gestor Estadual para a Erradicação do Sub-Registro Civil de Nascimento e Ampliação do Acesso à Documentação Básica de Mato Grosso do Sul (CEESRAD/MS) nas comunidades indígenas do Estado. Além disso, tal estudo visa verificar de que forma o CEESRAD/MS propõe implementar uma política pública no Estado para garantir o direito à cidadania e o atendimento dessas comunidades a partir do cumprimento de metas constitucionais de erradicação do sub-registro civil de nascimento e emissão de documentos como: CPF, Carteira de Trabalho e RG. A metodologia pautou-se na análise do projeto sob uma perspectiva histórica, bem como

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no estudo de caso realizado a partir da ação feita na aldeia indígena de Amambai, entre os Kaiowá e Guarani. 4. Elaboração e reelaboração identitária nas aldeias multiétnicas.

Daniela Araújo PERUCHI Mestre em História – Unesp/Assis

No início do período republicano todo o discurso político estava pautado no

crescimento e desenvolvimento do país. Dentro desse “novo projeto” de Brasil o índio aparece como um entrave, sendo necessária a incorporação das populações á sociedade nacional abrangente. Dentre as táticas adotadas para este feito, a criação de postos indígenas e a aglutinação de diferentes etnias em uma mesma área foi uma estratégia recorrente. Primeiro, por desconsiderar a grande diversidade étnica existente. Segundo, que quanto maior o número de etnias desterradas e instaladas em um mesmo espaço, mas terras eram dominadas em nome do desenvolvimento. Ação que resultou na formação de muitas aldeias multietnicas, onde filhos de pais de diferentes etnias constroem hoje sua identidade. Pensar na elaboração e reelaboração identitária nas aldeias, faz-se aqui nosso objetivo.

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SIMPÓSIOS TEMÁTICOS Ordem das apresentações e localização

ST 6 - Impressos periódicos e escrita da História

Coordenadores

Profa. Dra. Tania Regina de LUCA Docente do Departamento de História - Unesp/Assis

Alexandre Andrade da COSTA Doutorando Pós-Graduação em História - Bolsista Fapesp – Unesp/Assis

O objetivo desse simpósio é reunir pesquisas que se valem de impressas

periódicas, como fonte e ou objeto. Espera-se que as comunicações discutam as questões teórica e metodológicas suscitadas pelo uso desse tipo de material e explicitem os procedimentos que têm guiado os rumos da investigação, as dificuldades enfrentadas e os resultados (mesmo que parciais) obtidos.

23/04/2014 – Quarta-feira 15h35 – 17h35

Sala: Anfiteatro do Cedap – Prédio Cedap

Simpósio Temático 6 – Impressos periódicos e escrita da História

Coordenadores: Profa. Dra. Tania Regina de Luca e Alexandre Andrade da Costa

1. O voo do pássaro azul: as excursões da artista e empresária francesa Pauline Lyon ao Brasil (1856-1861).

Daniela Mantarro CALLIPO Docente do Departamento de Letras Modernas – Unesp/Assis

Em 1856, a Companhia Dramática Francesa desembarcou no Rio de Janeiro

para realizar uma série de espetáculos. No repertório, peças que proporcionariam aos espectadores fluminenses entretenimento de qualidade. O entusiasmo inicial deu lugar à indiferença: seis meses depois, a Companhia desfez-se e muitos de seus artistas retornaram ao seu país de origem, dentre eles, Pauline Lyon, conhecida como “pássaro azul”, por causa de sua preferência por vestidos dessa cor. Ela volta ao Brasil em 1858, para integrar a troupe do Folies Parisiennes, desta vez, representando vaudevilles e opéras-bouffes. O sucesso é absoluto e Pauline Lyon é contratada pelo Alcazar Lyrique, tornando-se a primeira vedette daquela casa. Com o fechamento deste teatro, decidiu abrir sua própria companhia, as Bouffes Fluminenses. Esta comunicação se insere em uma pesquisa que pretende compreender a dinâmica internacional da circulação de artistas francesas e sua repercussão na sociedade fluminense. 2. Mercure de France: divulgação de literatura e ideias na década de 1890.

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Camila Soares LÓPEZ

Doutoranda em Letras – Unesp/Assis Bolsista Fapesp

Orientador: Dr. Alvaro Santos Simões Junior

Na década de 1890, a revista Mercure de France, editada por Alfred Vallette, atuou de forma significativa, oferecendo aos leitores resenhas, contos, ensaios críticos, entre outros textos, bem como estudos sobre pensadores dos anos de 1800. Consolidou-se, ainda nesse período, como editora. Os colaboradores dessa publicação discorriam sobre as novas ideias que nasciam na época e discutiam, além disso, as tendências como o misticismo e o ocultismo. O objetivo deste trabalho é o de apresentar a contribuição do Mercure de France à divulgação da literatura e do pensamento do fim do século XIX e expor o posicionamento dessa publicação diante da estética simbolista, que em seu tempo conquistou entusiastas e, também, adversários, e correspondeu aos anseios de um decênio marcado pelo desejo da renovação.

3. Breves considerações sobre O Ocidente: Revista Ilustrada de Portugal e do Estrangeiro.

Rita de Cássia L. ARAÚJO Doutoranda em Letras – Unesp/Assis

Bolsista Capes

No século XIX, com o crescimento da população citadina e a modernização da imprensa, os periódicos tornam-se importantes instrumentos de cultura coletiva em Portugal. Entre os anos de 1861 e 1890, surgiram muitos jornais e revistas que colaboraram para a constituição da história política, social e cultural do país. Entre eles destaca-se O Ocidente: revista ilustrada de Portugal e do Estrangeiro. Fundada em 10 de janeiro de 1878, em Lisboa pelos ilustradores Caetano Alberto da Silva, Manuel de Macedo e pelo literato Guilherme Azevedo, O Ocidente se propunha a oferecer ao público textos e gravuras que representassem genuinamente a arte e a cultura portuguesa, fazendo questão de ser um produto nacional. Esse trabalho tem por objetivo fazer uma breve apresentação dessa revista de modo a verificar sua importância para sociedade da época tendo em vista que sua circulação durou mais de trinta anos (1978-1915). 4. A Illustração Luso-Brazileira: breve apresentação.

Lucas Schuab VIEIRA Mestrando em História – Unesp/Assis

Orientador: Prof. Dr. José Carlos Barreiro.

Esta comunicação apresentará as características básicas da revista A Illustração Luso-Brazileira que foi publicada nos anos 1856, 1858 e 1859, sob a responsabilidade de Antonio José Fernandes Lopes. O periódico destinou-se a Portugal e ao Brasil, foi aberto a escritores de ambos os países e publicou somente textos inéditos em Portugal. Foi uma publicação semanal, saiu todos os sábados,

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contendo oito páginas de três colunas, por edição, trazendo em cada número charges, retratos e ilustrações relacionados com um ou mais textos publicados na revista. Não houve publicação em 1857 por falta de papel e dívidas dos assinantes. O periódico teve seu fim em 1859 por motivos pessoais do editor. 5. Sr. Brasil, o índio da Semana Ilustrada (1860/1876).

Renan Rivaben PEREIRA Mestrando em História – Unesp/Assis

Bolsista Fapesp Orientadora: Profa. Dra. Tania Regina de Luca

Nas caricaturas da Semana Ilustrada (1860/1876), o índio Sr. Brasil

personificou a Nação. Para além dos encontros sociais e artísticos que envolviam a boa sociedade e as mazelas que assolavam os espaços urbanos da Corte, a revista ilustrada humorística também anotou, de modo textual e imagético, as situações enfrentados pelo jovem país na escalada do Progresso. Para tal campanha, o Sr. Brasil, personagem aborígine embranquecido e dotado de aparência física digna de um europeu, aparecia nas caricaturas como alegoria nacional. Na problematização dos sentidos conferidos à figura, o texto pretende articular raça, identidade e nação. 6. Crônica e Imprensa francesa: diálogos e apropriações do gênero no Brasil.

Anelize VERGARA Mestranda em História – Unesp/Assis

Bolsista Fapesp Orientadora: Profª Drª Tania Regina de Luca

A presente pesquisa busca compreender os diálogos e apropriações que a

crônica estabeleceu com a chronique francesa. Desta forma, julga-se necessário mapear as origens e a trajetória da rubrica, suas características e os principais escritores que se dedicaram ao gênero, além de problematizar o papel da crônica dentro da dinâmica dos impressos franceses do século XIX e XX.

Trata-se de questionar a circulação transnacional do gênero, pensando nas suas trocas e apropriações no quadro dos dois países, sem o prejuízo de minimizar a produção literária brasileira como mera cópia das influências estrangeiras, mas de problematizar o gênero, considerado por muitos estudiosos, produção sui generis do jornalismo brasileiro, dentro de sua historicidade. 7. O estudo da ficção portuguesa em resenhas publicadas na seção “Recensão Crítica” da revista Colóquio Letras

Amanda MENDES Mestranda em Letras – Unesp/Assis

Orientadora: Dra. Rosane Gazolla Alves Feitosa Propõe-se o estudo da ficção portuguesa contemporânea por meio de

resenhas publicadas em uma revista de grande prestígio e credibilidade, Colóquio Letras, em sua seção "Recensão Crítica" (1971/n. 01 - 2013/n. 183). Apesar de muitos gêneros presentes na revista, o trabalho se resume somente pela ficção, com o

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acompanhamento de sua evolução e de seu período histórico em Portugal. Tal pesquisa vem oferecer, através de uma ampla leitura do corpus deste periódico, a oportunidade de estudar a literatura portuguesa contemporânea desde a década de 1970 os dias de hoje. A seção "Recensão Crítica" possibilita um contato mais profundo com essas importantes narrativas que nos deixam em sintonia com autores novos ou consagrados e suas fundamentais obras literárias portuguesas.

24/04/2014 – Quinta-feira 15h35 – 17h35

Sala: Anfiteatro do Cedap – Prédio Cedap

Simpósio Temático 6 – Impressos periódicos e escrita da História

Coordenadores: Profa. Dra. Tania Regina de Luca e Alexandre Andrade da Costa

1. A reportagem no estudo da história: uma possibilidade analítica.

Danilo Wenseslau FERRARI Mestre em História - Unesp/Assis

Orientadora: Profª. Drª. Tania Regina de Luca

Este trabalho tem como foco apresentar alguns resultados obtidos numa pesquisa a respeito da produção jornalística realizada pelo escritor Joel Silveira entre os anos 1930 e 1940. As reportagens destacaram-se entre os diferentes tipos de textos escritos pelo autor, tornando-o um expoente no gênero. Assim, pretende-se apresentar os caminhos trilhados desde a escolha das fontes até a problematização da reportagem enquanto gênero específico, dotado de uma linguagem própria, mas também de uma historicidade ainda pouco discutida, para além dos conteúdos que apresenta, das opiniões e posicionamentos do autor e da inter-relação do texto com seu suporte. Neste sentido, a análise das reportagens de Silveira torna-se especialmente instigante, pois tais textos catalisaram transições no percurso do gênero, fruto de escolhas voluntárias ou involuntárias do seu autor. 2. A Grande Guerra (1914-1918) nas páginas da Imprensa: Os boletins semanais de Júlio Mesquita.

Carlos Roberto de Melo Almeida Graduado em História – Unesp/Assis

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Tania Regina de Luca

A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) mobilizou também a imprensa, permitindo que os jornais tomassem posições e adentrassem no combate em defesa de grupos e ideais. Júlio Mesquita, diretor de O Estado de S. Paulo, passou a assinar o “Boletim Semanal da Guerra”, no qual apresentava as últimas notícias e fornecia aos leitores do seu jornal uma interpretação do conflito. Esta comunicação pretende apresentar uma discussão a respeito de como os seus textos, produzidos no decorrer dos acontecimentos, construíram uma dada leitura da Guerra, ao sabor das transformações em curso no movimentado cenário internacional do período.

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3. Imagens da Revolução: imprensa e comunismo visual nas páginas do El Machete (México, 1920 – 1930).

Fábio da Silva SOUSA Doutorando em História – Unesp/Assis

Bolsista Fapesp Orientador: Prof. Dr. Carlos Alberto Sampaio Barbosa

O periódico El Machete foi publicado entre os anos 1924 a 1938 no México,

primeiramente pelo Sindicato de Obreros Técnicos, Pintores y Escultores de México (SOTPEM) e depois pelo Partido Comunista Mexicano (PCM). Ao contrário de muitos periódicos comunistas editados nas duas primeiras décadas do Século XX, o El Machete foi um caso sui generis, e, nessa comunicação, iremos discorrer sobre uma característica peculiar de sua materialidade: o uso das imagens. Ao longo de suas 619 edições, o El Machete publicou fotos, fotomontagens, charges, caricaturas e edições especiais totalmente ilustradas, com imagens alusivas ao Comunismo Soviético, de críticas e de apoio ao governo mexicano. Nessa comunicação, exploraremos algumas dessas imagens e iremos discutir se houve, ou não, a criação de um Comunismo Visual mexicano. 4. Revista Brasileira de Psychanályse (1928): a primeira tentativa de difusão de ciência psicanalítica no Brasil.

Roger Marcelo Martins GOMES Doutorando em História – Unesp/Assis

Orientador: Prof. Dr. Hélio Rebello Cardoso Jr

Um marco de grande importância para o primeiro grupo psicanalítico brasileiro foi a publicação em junho de 1928, em São Paulo, do primeiro número da “Revista Brasileira de Psicanálise” no intuito de difundir e divulgar a Psicanálise enquanto Ciência no Brasil. Mesmo incentivados pelo fundador da Psicanálise, Sigmund Freud, os primeiros psicanalistas brasileiros não deram continuidade na publicação da revista que seria relançada 40 anos mais tarde, em 1967. Neste artigo propomos, portanto, apresentar como a Revista Brasileira de Psychanályse de 1928 expressou as vicissitudes do movimento psicanalítico brasileiro e foi, ao mesmo tempo, refém das dificuldades da recepção e difusão das ideias psicanalíticas. 5. A abordagem da imprensa nas Copas do Mundo de Futebol de 1934 e 1938 no Brasil.

Cibelle Cordeiro CARRARA Mestranda em História - Unesp/Assis

Orientadora: Profa. Dra. Tânia Regina de Luca

O futebol chegou ao Brasil em fins do século XIX e, na década de 1930, já figurava como o esporte mais popular do país, chegando à profissionalização, que se tornou realidade a partir do ano de 1933. Nesse processo de afirmação do esporte, os meios de comunicação de massa desempenharam papel dos mais relevantes, com

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seções especializadas nos jornais. Foi justamente nesse momento que teve início as disputas intituladas Copas do Mundo de Futebol, e o Brasil é o único país que participou de todas as suas edições. A presente comunicação visa demonstrar de forma suscinta, as diferenças de abordagens da imprensa brasileira, restritamente os jornais Correio da Manhã do Rio de Janeiro e O Estado de S. Paulo de São Paulo,os dois maiores centros do futebol brasileiro, de uma Copa para outra, que ocorreram sob o mesmo governo, mas com características históricas singulares. 6. Monteiro Lobato nos Estados Unidos e as primeiras negociações envolvendo o processo siderúrgico Smith.

Celso CARVALHO JR. Doutorando em História - Unesp/Assis

Orientador: Profª Drª Tania Regina de Luca

Monteiro Lobato entrou em contato com o mundo das grandes multinacionais nos Estados Unidos, durante o período em que trabalhou como adido comercial no consulado brasileiro de Nova York, entre os anos de 1927 e 1930. Assim, pretendemos entender quais mudanças essa experiência provocou na trajetória profissional do escritor e como foi o início do seu envolvimento nos debates sobre a modernização econômica do Brasil, especialmente nas discussões sobre a necessidade de desenvolver a indústria siderúrgica em seu país. As cartas que Lobato escreveu dos Estados Unidos ajudam a entender sua inserção nesse debate, uma vez que, revelam como gostaria de ser visto e reconhecido por seus interlocutores, quais eram seus interesses e como percebeu os acontecimentos que vivenciou. Por outro lado, as mesmas epístolas dão pistas das estratégias que utilizou para viabilizar seus projetos e dificuldades que enfrentou. 7. Os amadores em cena: renovação cultural e financiamento público do teatro no Estado Novo.

Camila Maria Bueno SOUZA Mestrado em História - Unesp/Assis

Bolsista CNPq Orientadora: Profa. Dra. Tania Regina de Luca

No começo do século XX os gêneros teatrais que faziam sucesso eram as

comédias ligeiras e de costumes, a Praça Tiradentes, no Rio de Janeiro era o centro aglutinador destes espetáculos luxuosos. Durante o Estado Novo ganharam força ações que visavam introduzir um novo estilo estético que distanciasse destes gêneros populares e os subsídios oficiais destinados às companhias amadoras foram fundamentais para a efetivação das transformações dentro do teatro, além do apoio de letrados e políticos como Gustavo Capanema. O objetivo desta comunicação é analisar a partir de Os Comediantes como esse auxílio de letrados e do governo contribuiu para a consolidação do teatro moderno e como tais iniciativas influenciaram na criação de uma estrutura teatral que prevaleceu nas companhias profissionais nas décadas de 1940 e 1950.

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25/04/2014 – Sexta-feira 15h35 – 17h35

Sala: Anfiteatro do Cedap – Prédio Cedap

Simpósio Temático 6 – Impressos periódicos e escrita da História

Coordenadores: Profa. Dra. Tania Regina de Luca e Alexandre Andrade da Costa

1. A imprensa como objeto de estudo da História: problemas e possibilidades.

Fábio Alves SILVEIRA Professor Colaborador Assistente d Departamento de Comunicação Social –

UEL/Londrina

Habituados a ver a mídia como fonte de pesquisa, alguns historiadores defendem que os meios de comunicação se tornem objeto de estudo. Tal inquietação é encontrada nos trabalhos do francês Jean-Noël Jaennaney e do brasileiro Áureo Busetto, professor da UNESP. Eles enumeram as dificuldades do historiador para estudar a mídia, consequência do desequilíbrio entre a fartura de materiais veiculados pela mídia e a escassez de documentos que ajudem a entender suas decisões editoriais. Os autores propõem estudos sobre o financiamento da mídia e o jogo de poder dentro das redações como alternativas para compreender o que há por trás das decisões editoriais. O diálogo com os estudos da comunicação permite apreender o funcionamento interno da mídia e contribui para que o historiador compreenda a produção do material jornalístico. 2. O rez-de-chaussée do jornal como fonte/objeto de pesquisa.

Patrícia Trindade TRIZOTTI Doutoranda em História - Unesp/Assis

Bolsista CNPq Orientadora: Profa. Dra. Tania Regina de Luca

Um dos grandes destaques da imprensa dos séculos XIX e XX foi o chamado

rez-de-chaussée: o rodapé do jornal. Esse basicamente constituía-se num espaço localizado na parte inferior da página dos periódicos, no qual durante muito tempo foi alocada à rubrica “folhetim” e nela se publicava textos de diversos gêneros. No entanto, o rodapé abrigou também outros títulos além do folhetim, cuja temática variava entre apresentar retrospectivas de jornais e revistas, resenhas de livros, informações sobre comércio e agricultura, reprodução de palestras e discursos proferidos na sociedade, entre outros. Assim, o objetivo da presente comunicação é fazer um balanço historiográfico sobre o tema e discutir as possibilidades de uso do rodapé do jornal como fonte e objeto de pesquisas acadêmicas. 3. Caricaturas da Careta como fonte: raça, cor e eugenia no Governo Provisório.

Leonardo Dallacqua de CARVALHO Mestrando em História – Unesp/Assis

Bolsista Fapesp

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Orientadora: Dra. Fabiana Lopes da Cunha

O que pretendemos com esta comunicação é dialogar com as possibilidades de utilizar imagens de periódicos para a escrita da História. Em nosso caso, elegemos a Careta por estar vinculada a nossa dissertação de mestrado onde abordagens de método e fontes são discorridas durante o texto. As caricaturas têm se apresentado como uma fonte importante de análises a partir dos trabalhos de Elias Thomé Saliba, Herman Lima e Rodrigo Patto Sá Motta, por exemplo. Para nós, elas nos ajudam a identificar alguns momentos do Governo Provisório relacionado a cor e raça naquele período bem como nos permite adentrar no mundo das teorias raciais e, por consequência, a eugenia. Ademais, esperamos que o colóquio suscite debates com os pares sobre a utilização deste tipo de imagem no manuseio dos periódicos. 4. Humor e crítica nas narrativas epistolares de O Pirralho.

Beatriz RODRIGUES Mestranda em História Unesp/Franca

Bolsista Capes Orientadora: Profa. Dra. Márcia Regina Capelari Naxara

Diversos periódicos paulistanos, por meio de seções de correspondências,

publicaram textos com variações linguísticas. Especialmente em O Pirralho, encontramos diversas páginas em dialeto caipira, em macarrônico italiano e alemão. As narrativas epistolares estiveram presentes durante a maior parte de existência do periódico, entre os anos de 1911 e 1917. Numa ortografia quase fonética, os cronistas da cidade buscaram códigos alternativos que expressassem os acontecimentos do momento e que refletissem diretamente sobre a nova forma de vida da cidade de São Paulo. Com alto teor cômico e sarcástico, estes textos expressavam a integração do caipira e do imigrante na metrópole. Deste modo, propõe-se a análise das seções de correspondências de O Pirralho, destacando-se as que foram escritas em dialeto caipira. 5. A “Revista da Associação Tipográfica Baiana” e a História do Trabalho.

Humberto Santos de ANDRADE Mestrando em História – UnespAssis)

Orientadora: Profa. Dra. Tania Regina de Luca

O objetivo deste trabalho é apresentar um periódico produzido pela Associação Tipográfica Baiana, a qual é o nosso objeto de estudo. Esse periódico, a “Revista da Associação Tipográfica Baiana”, é fonte para o estudo da trajetória da mutual de ofício dos tipógrafos baianos e circulou entre os anos de 1902 e 1903. Era uma publicação mensal, dedicada às Artes Gráficas, tendo o seu primeiro fascículo publicado em julho de 1902 e o 14º e último em novembro de 1903. Em suas páginas constavam seções dedicadas ao exercício do associativismo entre os trabalhadores do ofício, aos conhecimentos técnicos da tipografia, literatura, variedades e assuntos diversos. Esse periódico revela-se importante meio para a compreensão de como pensava esse segmento dos trabalhadores soteropolitanos no início do século XX, bem como de que forma elaborava suas estratégias de ação na sociedade baiana da época.

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6. A imprensa sulista no Contestado: as representações do “índio” durante o Movimento.

Rafael Pereira SIMONETTI Graduando em Ciências Sociais – UEL/Londrina

Bolsista CNPq Orientador: Dr. Flávio Wiik

Este trabalho versa sobre as representações presentes em torno dos indígenas

na imprensa sulista durante o período das batalhas do Movimento do Contestado, entre 1912 e 1916. A importância da análise se baseia no fato de haver a propagação do sentimento de homogeneização dos trabalhadores nacionais no começo do século XX, inferiorizando os indígenas em comparação com os caboclos e os imigrantes, sustentada pelo pensamento intelectual da época veiculado pela imprensa. Além disso, a Guerra ocorreu em território de ocupação tradicional indígena Kaigang e Guarani, sendo relevante observar a maneira como a imprensa tratou os índios que fizeram parte do Movimento do Contestado, partindo da premissa de que há um vazio histórico e etnográfico acerca dos indígenas na região e no contexto da Guerra. 7. A relevância da imprensa escrita na construção histórica.

José Libório VILIONE Especialista em História, Sociedade e Política e docente FAPREV/UNIESP

Na realização dos trabalhos intitulados: “Segurança Pública em Presidente Prudente: criação, instalação e trajetória” e “A colônia japonesa em Presidente Prudente: sua relação com o Estado e a sociedade local (1937-1947)”, a consulta a periódicos foi primordial para o direcionamento dos trabalhos, bem como aliada a outras fontes (bibliografias, documentos oficiais do Estado e Municipal de Presidente Prudente, documentos particulares, etc.) corroborou na construção histórica. Pesquisas realizadas em jornais de Presidente Prudente no período de 1926 até 1953. Porém, alguns cuidados devem ser observados, pois a intervenção governamental nos veículos de comunicação era patente, principalmente no período do Estado Novo, onde o DIP tinha um controle rigoroso sobre os editoriais, sendo que em Presidente Prudente tal intervenção ficava a cargo do prefeito. 8. A segunda fase da revista Inteligência: mensário da opinião mundial (1938-1941).

Alexandre Andrade da COSTA Doutorando em História – Unesp/Assis

Bolsista Fapesp Orientadora: Profa. Dra. Tania Regina de Luca

A presente comunicação versa sobre a segunda fase da revista Inteligência:

mensário da opinião mundial, no período compreendido entre julho de 1938 e setembro de 1941. Modificações na maneira como os editores compunham o material textual e novas estratégias gráficas no que se referia às caricaturas da política

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internacional foram marcantes nos volumes que circularam àquela altura. Tais alterações deviam-se à situação interna, convulsionada pela guerra européia e as pressões nascentes sobre o Brasil, além dos interesses econômicos que envolviam o proprietário da revista, Samuel Ribeiro.

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SIMPÓSIOS TEMÁTICOS

Ordem das apresentações e localização

ST 7 - Intérpretes do Brasil: ficção e memória

Coordenador

Dr. Benedito ANTUNES Docente do Departamento de Literatura - Unesp/Assis

O simpósio acolhe trabalhos que abordem a produção textual voltada para a

representação do Brasil. Espera-se uma discussão teórica sobre obras que de natureza ficcional ou memorialista que enfoquem o País em suas diversas dimensões e percepções. A discussão poderá contemplar aspectos de ordem tanto histórica ou ideológica como questões de linguagem literária no âmbito da temática proposta.

23/04/2014 – Quarta-feira 15h35 – 17h35

Sala: 09 – Prédio Central de Salas de Aula

Simpósio Temático 7 – Intérpretes do Brasil: ficção e memória

Coordenadores: Dr. Benedito Antunes 1. José Veríssimo: experiências e valores.

Marcio Roberto PEREIRA

Docente do Departamento de Literatura – Unesp/Assis

O mosaico de métodos formadores da História da Literatura Brasileira (1916), de José Veríssimo, separa aquelas obras que no decorrer do tempo constituiriam, segundo o crítico, o caminho “natural” para o universalismo: cor local, indianismo e nacionalismo. A cor local seria encontrada em Bento Teixeira, Botelho de Oliveira e Gregório de Matos; o indianismo apareceria nas obras de Gonçalves Dias e de José de Alencar, entre outros; o nacionalismo seria delineado nas obras dos escritores românticos e, por fim, o universalismo estaria na obra de Machado de Assis. Assim sendo, esse trabalho analisa a construção do cânone literário nacional a partir do percurso proposto por José Veríssimo. 2. Muito além de histórias rocambolescas: os manuais de ciências domésticas de D. Júlia sob a perspectiva da higienização do Rio de Janeiro na virada do século XIX.

Deivid Aparecido COSTRUBA Doutorando em História – Unesp/Assis

Bolsista CNPq Orientadora: Profa. Dra. Zélia Lopes da SILVA

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A proposta deste trabalho é realizar uma leitura acerca da higienização no seio doméstico, propagandeada nos manuais de ciências domésticas da escritora fluminense Júlia Lopes de Almeida (1862-1934): Livros das Noivas (1896) e Livro das Donas e Donzelas (1906). Deste modo, percebeu-se que esses compêndios estabeleceram um padrão de civilidade para as mulheres de elite, pois ditavam atitudes, modos e comportamentos. No conjunto das obras, observou-se uma gama variada de temas, desde o conselho a leitura de obras diversas, sobretudo francesas; noções de floricultura e horticultura; repreensão a jogos de azar; bem como a higienização do âmbito doméstico. Este último corroborou, de alguma maneira, com o processo de higienização do Rio de Janeiro no início do século XX, momento em que a então capital federal passava por transformações urbanas e pelas reformas sanitárias. 3. Biografia e política: panteonização e iconoclastia em narrativas de Raimundo Magalhães Junior.

João MUNIZ JUNIOR

Mestrando em História – Unesp/Assis Bolsista CNPq

Orientador: Prof. Dr. Wilton Carlos Lima da Silva

Este trabalho tem como objetivo refletir sobre a narrativa biográfica e a escrita da história construída por Raimundo Magalhães Junior como proposta de interpretação do Brasil. Para tanto, propusemos fazer esse estudo a partir da biografia Rui: o homem e o mito (1964) a fim de analisar como Magalhães Junior trabalha a ideia de representar uma época da história brasileira por meio da narrativa de uma personagem eleita. A biografia de Rui Barbosa assinada por Magalhães é iconoclasta, mas procura ir além da enganosa ideia de detratação e contribuir com uma obra de crítica à mitificação do autor da Réplica. Raimundo Magalhães elabora uma revisão tanto das narrativas biográficas construídas em torno de Rui quanto um debate histórico e político do período em que o jurista baiano viveu. 4. Paulo Prado: ensaios e correspondências.

Isabel Cristina Domingues AGUIAR Doutoranda em Letras – Unesp/Assis

Bolsista CNPq Orientador: Dr. Gilberto Figueiredo Martins

O presente trabalho pretende destacar a participação significativa de Paulo

Prado (1869-1943) na Semana de Arte Moderna de 1922 e na fase inicial do Modernismo brasileiro, a partir da análise da correspondência trocada com alguns dos participantes do movimento, bem como dos seus ensaios em defesa da nova estética, os quais foram originalmente publicados em revistas e jornais e, mais tarde, reunidos em uma edição ampliada do livro Paulística. A escolha das cartas e ensaios de Paulo Prado como corpus de pesquisa comprova a atuação determinante do autor no movimento e a profunda contradição que vivenciava ao pensar uma estética nova pautada em valores tradicionais.

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5. Álvaro Lins: leitor de José Lins do Rego.

Marcos Antonio RODRIGUES Mestrando em Letras – Unesp/Assis

Bolsista Fapesp Orientador: Dr. Rubens Pereira dos Santos

Álvaro Lins (1912-1970) foi um dos grandes mentores culturais de sua época,

ficando conhecido nacionalmente como crítico literário; ele recepcionou grande parte da produção literária do momento em que atuou (o que condiz aos decênios de 40 e 50). Desse modo, pretende-se ressaltar aqui seus apontamentos sobre a prosa de José Lins do Rego (1901-1957), preferivelmente no que tange aos limites entre memória e ficção. Pode-se adiantar assim que o crítico considera as lembranças da infância desse escritor marcantes em sua obra e que sua tristeza representa um sentimento coletivo de um povo triste (marcado pelos sofrimentos vividos nos engenhos do nordeste), expressando um mundo de ficção devidamente estruturado, onde se nota a construção de um universo de seres e paisagens que estão devidamente retidos na memória do autor.

24/04/2014 – Quinta-feira 15h35 – 17h35

Sala: 09 – Prédio Central de Salas de Aula

Simpósio Temático 7 – Intérpretes do Brasil: ficção e memória

Coordenadores: Dr. Benedito Antunes

1. Sant’Ana de Paranaíba (século XIX) nas obras memorialistas: breves considerações.

Isabel Camilo de CAMARGO

Doutoranda em História – Unesp/Assis Bolsista Capes

Orientador: Prof. Dr. José Carlos Barreiro

Esta comunicação tem como objetivo discutir o uso de obras memorialísticas como fonte histórica para se pensar a ocupação com o uso do trabalhador escravo em Sant’Ana de Paranaíba no século XIX. No século XIX, Sant’Ana de Paranaíba era uma vila da Província de Mato Grosso, que se formou como ponto de passagem e parada entre as províncias de São Paulo, Minas Gerais e Goiás para Cuiabá. Entre os trabalhos de caráter memorialístico que tratam de Sant’Ana destacamos os de: Ovídio Lopes de Oliveira e José Ribeiro de Sá Carvalho (1920), Lélia Rita E. de Figueiredo Ribeiro (1984), Valdemir Levorato (1998), José Hernandez Martin (2000), Hildebrando Campestrini (2002). 2. Solo de clarineta, de Erico Verissimo: as memórias de um intérprete do Brasil sulino.

Davi Siqueira SANTOS

Doutorando em Letras – Unesp/Assis

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Bolsista Capes Orientador: Prof. Dr. Antônio Roberto Esteves

Os últimos anos de vida do romancista gaúcho Erico Verissimo foram

especialmente dedicados aos seus escritos de memória. Em 1973, publica o primeiro tomo, procurando enfocar seu período de formação e seu progressivo envolvimento no universo literário. Dois anos mais tarde, em 1975, o escritor morre – vítima de um infarto fulminante – em pleno processo de redação do segundo tomo de suas memórias, deixando inacabadas suas lembranças de viagens. No entanto, o material legado por Verissimo é rico o suficiente para incluí-lo entre os escritores que, constantemente, se voltaram a problematizar seus papéis em uma sociedade tão complexa como a brasileira. Se com a leitura de O tempo e o vento tem-se um panorama da formação do Rio Grande do Sul, em Solo de clarineta é possível rastrear a formação do intelectual Erico Verissimo. 3. Imigração Italiana, religião, política e os espaços de sociabilidade no Brasil na obra Anarquistas graças a Deus.

Kassiana BRAGA Mestranda em História – Unesp/Assis

Bolsista Capes Orientador: Prof. Dr. Wilton Carlos Lima da Silva

Esta comunicação pretende discutir a primeira publicação autobiográfica da

escritora paulista Zélia Gattai Anarquistas graças a Deus (1979), tendo em vista que neste livro de memórias ela retrata algumas histórias de seus antepassados italianos que vieram ao Brasil em meados do século XIX objetivando criar uma colônia socialista experimental, (colônia com ideais anarquistas). Temos como intuito também refletir sobre outros assuntos que Zélia abordava em seu livro, como os espaços de sociabilidade que havia no Brasil na década de 20 além de assuntos como política, gênero, diversidade social, preconceito, crença religiosa, valores morais, costumes e hábitos alimentares entre outros assuntos relatados ao longo de suas inúmeras páginas. 4. Na rolança da vida: os múltiplos contrastes de Mário Lago.

Carla Drielly dos Santos TEIXEIRA

Mestranda em História – Unesp/Assis Bolsista Fapesp

Orientador: Dr. Áureo Busetto

A biografia abre espaço para o entendimento das incertezas e indecisões, permitindo uma incursão na temporalidade, ao mesmo tempo em que desfaz a ideia de uma racionalidade que ordena os acontecimentos e as ações humanas. Na biografia de Mario Lago (1911-2002) há um ponto que merece atenção do historiador, uma vez que parte do próprio autor o empenho na reconstituição do processo memorialístico, o que transforma sua vida em matéria de memória social e nos permite realizar reflexões ao considerar que a relação do autor com a cultura boêmia e a cultura política, vinculada à militância no Partido Comunista, expõe um curso de vida bastante original. A proposta deste trabalho é analisar a trajetória de Mario Lago com o

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intuito de (re)pensar a dinâmica cotidiana no Rio de Janeiro sob aspectos culturais e políticos apresentados pelo autor em sua obra Na rolança do tempo, publicada em 1976. 5. Manoel de Barros e as águas do Brasil-pantanal.

Cristina Mascarenhas da SILVA

Mestranda em Letras – Unesp/Assis Bolsista CNPq

Gislei Martins de SOUZA Doutoranda em Letras – Unesp/Assis

O presente trabalho propõe discutir a poética de O guardador de águas (1989), de Manoel de Barros, na tentativa de discorrer a respeito das imagens do Brasil que são construídas pelo poeta a partir de um olhar voltado para o Pantanal mato-grossense. Além disso, a proposta está embasada no conceito horaciano de ut pictura poesis, estabelecendo as relações entre pintura e poesia. Os elementos da natureza mesclam-se aos objetos lançados pelo homem à revelia do espaço e diante desta fusão o poeta configura as ruínas da humanidade que se encontram silenciadas pelas águas do Pantanal.

25/04/2014 – Sexta-feira 15h35 – 17h35

Sala: 09 – Prédio Central de Salas de Aula

Simpósio Temático 7 – Intérpretes do Brasil: ficção e memória

Coordenadores: Dr. Benedito Antunes

1. A imagem do Brasil em As Farpas (Eça de Queirós-1871-2).

Rosane Gazolla Alves FEITOSA Docente do Departamento de Literatura – Unesp/Assis

Ao longo do século XIX, Brasil e Portugal foram sujeito e objeto de imagens e

representações a respeito de si próprios, a partir das quais, consciente ou inconscientemente, por alteridade ou identidade, construiu-se, a após a nossa Independência, em conjunto, o sentido de Brasil, tomando-se por base o imaginário dessas nações nos trópicos e na Península Ibérica. Algumas dessas imagens foram veiculadas pelo periódico mensal As Farpas – crônica mensal da política, das letras e dos costumes, contendo críticas sobre temas político-culturais portugueses, escrito por Eça de Queirós e Ramalho Ortigão, de maio/1871 a outubro/1872. 2. Helena, de Machado de Assis: do Brasil para o mundo e para os brasileiros

Ederson Murback ESCOBAR Mestrando em Letras – Unesp/Assis

Bolsista Capes

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Orientadora: Dra. Daniela Mantarro Callipo

Este trabalho pretende entender a relação entre o romance Helena, de Machado de Assis, e o aparente intuito de posicionar esta obra num cenário internacional sem, no entanto, deixar de lado a “cor local”. Cada vez mais estudos abordam as obras de Machado de Assis pensando no diálogo que estas obras mantinham com obras estrangeiras. Certamente a maioria destes estudos tem como base as narrativas machadianas posteriores a 1880, ou seja, as obras da chamada “segunda fase”. No trabalho ao qual este resumo introduz, se tentará entender como o romance Helena, tendo sido publicado três anos após o Instinto de nacionalidade, obedece aos preceitos que o próprio Machado de Assis instituiu neste texto crítico. 3. A representação do Brasil n´O Cortiço.

Adriana Valéria da SILVA

Graduanda em Letras – Unesp/Assis Nathália Vilas Boas MEDEIROS

Graduanda em Letras - Unesp/Assis

O objetivo dessa comunicação é produzir uma reflexão acerca da imagem brasileira construída através do romance naturalista O Cortiço de Aluísio Azevedo. Este clássico da literatura brasileira é um proeminente representante do Brasil e a partir da análise das personagens é possível perceber o frenético crescimento do Rio de Janeiro, que por sua vez representa simbolicamente o Brasil, devido à industrialização e consequentemente ao aumento da população, fazendo migrar para esfera ficcional essa sociedade, representada de forma alegórica por um aglomerado de personagens-tipo de todas as classes sociais, escravos, imigrantes, prostitutas, personagens oportunistas e outros incapazes de assimilar a inteligência capitalista, são como animais condicionados ao trabalho, enfim, todos esses tipos vivem no mesmo espaço que é o cortiço. 4. Fotografias do Brasil em amando fontes.

Natália de Sousa MARTINS Mestranda em Letras – Unesp/Assis

Orientador: Dr. Márcio Roberto Pereira

O regionalismo, movimento literário surgido em 1930 no Brasil, deu-se com a necessidade e críticas dos artistas acerca da representação negada que se tinha das regiões fora do eixo Rio-São Paulo. Um movimento extremamente social, já que o Brasil e o mundo passavam por grandes mudanças: industrialização, movimento tenentista e queda da Bolsa de 1929. Uma das regiões muito retratadas na literatura nessa época foi o Nordeste, e nesse meio Amando Fontes escreveu seu romance Os Corumbas (1933), uma narrativa que retrata a migração de uma família sertaneja, a família Corumba, do interior de Ribeira que com a seca e crise na agricultura buscou exílio em Aracaju e foi trabalhar nas fábricas de tecido. De forma trágica e dramática todos são explorados, há uma mostra do pobre que nada pode esperar e de uma família que com o capitalismo teve seu lar degradado.

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5. Os Reveses do Brasil em Luiz Ruffato.

Gislei Martins de SOUZA Doutoranda em Letras – Unesp/Assis

Orientador: Dr. Benedito Antunes

O trabalho faz um estudo dos poemas que projetam um olhar de desencanto sobre a cidade, presentes na seção “As máscaras singulares”, do livro de título homônimo (2002) escrito por Luiz Ruffato. Observa-se em que medida o autor projeta uma perspectiva sobre a cidade como metonímia das contradições da modernidade no Brasil. Para tanto, verticaliza-se a tópica da fantasmagoria (Benjamin, 1994; Hardman, 1988) que discute a imagem obsoleta da cidade como rastro deixado pelas tentativas de sincronizar as regiões mais atrasadas do Brasil com o movimento universal da modernização. A sucessão das imagens construídas por Luiz Ruffato mostra o efeito espectral lançado sobre a cidade e que sugere como as relações sociais encontram-se desterritorializadas com a voga da modernidade.

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EXPOSIÇÃO

23 a 25/04/2014 – Saguão do Prédio I

Exposição: Os “indígenas” na festa do desgoverno

Autores responsáveis pela exposição: Profa. Dra. Zélia Lopes da Silva Danilo Alves Bezerra – Doutorando – Bolsista Capes Ellen Karin Dainese Maziero – Doutoranda

Nesta exposição serão recuperadas as fantasias usadas por foliões nas festas

do desgoverno durante o período republicano, no Rio de Janeiro e em São Paulo, que

têm como inspiração à cultura indígena, seus valores e manifestações, res-

significados pelo olhar do outro que se apropria de elementos desses traços, com o

objetivo de libertar o seu corpo das amarras e códigos morais vigentes na sociedade

mais ampla, pelo menos nos três dias da folia de Momo.

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LANÇAMENTO DE LIVROS

Sala da Congregação – 25/04/2014 – 17h40

BAUBIER, Arlete Sandra Mariano Alves; REIS, Maria Amélia Gomes de Souza. O Museu e a Diversidade Cultural na Amazônia. Manaus: Reggo, 2013. 320 p.

AZEVEDO, Silvia Maria; DUSILEK, Adriana; CALLIPO, Daniela Mantarro (Org.). Machado de Assis: Crítica literária e textos diversos. São Paulo: Editoria Unesp, 2013. 728 p.

LAJOLO, Marisa (org). Monteiro Lobato livro a livro: obra adulta. São Paulo: Editora Unesp, 2014. (O livro conta com capítulo dos Professores: Tania Regina de Luca e João Luís Cardoso Tápias Ceccantini).

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