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C C o o l l é é g g i i o o M M a a d d r r e e C C a a r r m m e e n n S S a a l l l l é é s s Educação Infantil Ensino Fundamental Ensino Médio Desde 1962 evangelizando através da educação em Brasília DF AV. L2 NORTE QUADRA 604 FONE: 3223-2863 www.carmensalles.com.br II OLIMPÍADA CONCEPCIONISTA DE LÍNGUA PORTUGUESA NÍVEL IV (Fuvest 2005) Texto para as questões de 01 a 08 O filme Cazuza O tempo não para me deixou numa espécie de felicidade pensativa. Tento explicar por quê. Cazuza mordeu a vida com todos os dentes. A doença e a morte parecem ter-se vingado de sua paixão exagerada de viver. É impossível sair da sala de cinema sem se perguntar mais uma vez: o que vale mais, a preservação de nossas forças, que garantiria uma vida mais longa, ou a livre procura da máxima intensidade e variedade de experiências? Digo que a pergunta se apresenta ―mais uma vez‖ porque a questão é hoje trivial e, ao mesmo tempo, persecutória. (...) Obedecemos a uma proliferação de regras que são ditadas pelos progressos da prevenção. Ninguém imagina que comer banha, fumar, tomar pinga, transar sem camisinha e combinar, sei lá, nitratos com Viagra seja uma boa ideia. De fato não é. À primeira vista, parece lógico que concordemos sem hesitação sobre o seguinte: não há ou não deveria haver prazeres que valham um risco de vida ou, simplesmente, que valham o risco de encurtar a vida. De que adiantaria um prazer que, por assim dizer, cortasse o galho sobre o qual estou sentado? Os jovens têm uma razão básica para desconfiar de uma moral prudente e um pouco avara que sugere que escolhamos sempre os tempos suplementares. É que a morte lhes parece distante, uma coisa com a qual a gente se preocupará mais tarde, muito mais tarde. Mas sua vontade de caminhar na corda bamba e sem rede não é apenas a inconsciência de quem pode esquecer que ―o tempo não para‖. É também (e talvez sobretudo) um questionamento que nos desafia: para disciplinar a experiência, será que temos outras razões que não sejam só a decisão de durar um pouco mais? (Contardo Calligaris, Folha de S. Paulo) Questão 01 A reação caracterizada como ―uma espécie de felicidade pensativa‖ justifica -se, no texto, pelo fato de que o filme a que o autor assistiu a) convenceu-o de que a experiência das paixões mais radicais não é incompatível com os ―progressos da prevenção‖. b) convenceu-o de que arriscar a vida não vale a pena porque é prudente nos pouparmos para viver os ―tempos suplementares‖. c) proporcionou-lhe um exemplo de prazer vital e intenso, ao mesmo tempo em que o fez refletir sobre o ―risco de encurtar a vida‖. d) proporcionou-lhe um prazer tão intenso que passou a defender a lucidez ―de quem pode esquecer que o tempo não para‖. GAB.: C Questão 02 Considerando-se o contexto, traduz-se corretamente o sentido de uma frase do texto em: a) ―Cazuza mordeu a vida com todos os dentes‖ = Cazuza respondeu com ressentimento a todas as adversidades da vida. b) ―(...) uma moral prudente e um pouco avara que sugere que escolhamos sempre os tempos suplementares‖ = uma moral rígida e mesquinha que nos incita a um prazer excessivo. c) ―Obedecemos a uma proliferação de regras que são ditadas pelos progressos da prevenção‖ = Curvamo-nos aos inúmeros preceitos que nos deixam prevenidos em relação ao progresso. d) ―(...) a questão é hoje trivial e, ao mesmo tempo, persecutória‖ = mesmo banalizada, a questão preocupa o tempo todo. GAB.: D Questão 03 Quando o autor pergunta: ―para disciplinar a experiência, será que temos outras razões que não sejam só a decisão de durar um pouco mais?‖, ele:

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CCoollééggiioo MMaaddrree CCaarrmmeenn SSaallllééss Educação Infantil – Ensino Fundamental – Ensino Médio

Desde 1962 evangelizando através da educação em Brasília – DF

AV. L2 NORTE – QUADRA 604 – FONE: 3223-2863

www.carmensalles.com.br

II OLIMPÍADA CONCEPCIONISTA DE LÍNGUA PORTUGUESA NÍVEL IV

(Fuvest 2005) Texto para as questões de 01 a 08 O filme Cazuza – O tempo não para me deixou numa espécie de felicidade pensativa. Tento explicar por quê. Cazuza mordeu a vida com todos os dentes. A doença e a morte parecem ter-se vingado de sua paixão exagerada de viver. É impossível sair da sala de cinema sem se perguntar mais uma vez: o que vale mais, a preservação de nossas forças, que garantiria uma vida mais longa, ou a livre procura da máxima intensidade e variedade de experiências? Digo que a pergunta se apresenta ―mais uma vez‖ porque a questão é hoje trivial e, ao mesmo tempo, persecutória. (...) Obedecemos a uma proliferação de regras que são ditadas pelos progressos da prevenção. Ninguém imagina que comer banha, fumar, tomar pinga, transar sem camisinha e combinar, sei lá, nitratos com Viagra seja uma boa ideia. De fato não é. À primeira vista, parece lógico que concordemos sem hesitação sobre o seguinte: não há ou não deveria haver prazeres que valham um risco de vida ou, simplesmente, que valham o risco de encurtar a vida. De que adiantaria um prazer que, por assim dizer, cortasse o galho sobre o qual estou sentado? Os jovens têm uma razão básica para desconfiar de uma moral prudente e um pouco avara que sugere que escolhamos sempre os tempos suplementares. É que a morte lhes parece distante, uma coisa com a qual a gente se preocupará mais tarde, muito mais tarde. Mas sua vontade de caminhar na corda bamba e sem rede não é apenas a inconsciência de quem pode esquecer que ―o tempo não para‖. É também (e talvez sobretudo) um questionamento que nos desafia: para disciplinar a experiência, será que temos outras razões que não sejam só a decisão de durar um pouco mais? (Contardo Calligaris, Folha de S. Paulo)

Questão 01

A reação caracterizada como ―uma espécie de felicidade pensativa‖ justifica-se, no texto, pelo fato de que o filme a que o autor assistiu

a) convenceu-o de que a experiência das paixões mais radicais não é incompatível com os

―progressos da prevenção‖. b) convenceu-o de que arriscar a vida não vale a pena porque é prudente nos pouparmos para viver

os ―tempos suplementares‖. c) proporcionou-lhe um exemplo de prazer vital e intenso, ao mesmo tempo em que o fez refletir sobre

o ―risco de encurtar a vida‖. d) proporcionou-lhe um prazer tão intenso que passou a defender a lucidez ―de quem pode esquecer

que o tempo não para‖. GAB.: C

Questão 02

Considerando-se o contexto, traduz-se corretamente o sentido de uma frase do texto em:

a) ―Cazuza mordeu a vida com todos os dentes‖ = Cazuza respondeu com ressentimento a todas as adversidades da vida.

b) ―(...) uma moral prudente e um pouco avara que sugere que escolhamos sempre os tempos suplementares‖ = uma moral rígida e mesquinha que nos incita a um prazer excessivo.

c) ―Obedecemos a uma proliferação de regras que são ditadas pelos progressos da prevenção‖ = Curvamo-nos aos inúmeros preceitos que nos deixam prevenidos em relação ao progresso.

d) ―(...) a questão é hoje trivial e, ao mesmo tempo, persecutória‖ = mesmo banalizada, a questão preocupa o tempo todo.

GAB.: D

Questão 03

Quando o autor pergunta: ―para disciplinar a experiência, será que temos outras razões que não sejam só a decisão de durar um pouco mais?‖, ele:

a) refuta a validade das experiências que sejam vividas sem muita disciplina. b) desconfia da decisão de quem disciplina uma experiência para fazê-la durar mais tempo. c) considera que prolongar a vida pode ser o único motivo para vivermos com prudência. d) duvida de que a disciplina de uma experiência nos leve à decisão de prolongarmos a vida.

GAB.: C

Questão 04

Considere as seguintes afirmações: I. Os trechos ―mordeu a vida com todos os dentes‖ e ―caminhar na corda bamba e sem rede‖ podem ser compreendidos tanto no sentido figurado quanto no sentido literal. II. Na frase ―De que adiantaria um prazer que (...) cortasse o galho sobre o qual estou sentado‖, o sentido da expressão sublinhada corresponde ao de ―se está sentado‖. III. Em ―mais uma vez‖, no início do terceiro parágrafo, o autor empregou aspas para indicar a precisa retomada de uma expressão do texto. Está correto o que se afirma em:

a) I e II, somente. b) II, somente. c) II e III, somente. d) I, II e III.

GAB.: C

Questão 05

Considere as seguintes frases: I. O autor do texto assistiu ao filme sobre Cazuza. II. O filme provocou-lhe uma viva e complexa reação. III. Sua reação mereceu uma análise. O período em que as frases acima estão articuladas de modo correto e coerente é:

a) Tendo assistido ao filme sobre Cazuza, este provocou o autor do texto numa reação tão viva e complexa que lhe mereceu uma análise.

b) Mereceu uma análise, a viva e complexa reação, provocadas pelo filme que o autor do texto assistiu sobre Cazuza.

c) A reação que provocou no autor do texto o filme sobre Cazuza foi tão viva e complexa que mereceu uma análise.

d) O filme sobre Cazuza que foi assistido pelo autor provocou-lhe uma reação viva e complexa, que a sua análise foi merecida.

GAB.: C

Questão 06

Entre as frases ―Cazuza mordeu a vida com todos os dentes‖ e ―A doença e a morte parecem ter-se vingado de sua paixão exagerada de viver‖ estabelece-se um vínculo que pode ser corretamente explicitado com o emprego de:

a) desde que. b) tanto assim que. c) uma vez que. d) apesar de que.

GAB.: B

Questão 07

As opções de vida que se caracterizam pela ―preservação de nossas forças‖ e pela ―procura da máxima intensidade e variedade de experiências‖ estão metaforizadas no texto, respectivamente, pelas expressões:

a) ―regras‖ e ―moral prudente‖. b) ―galho‖ e ―corda bamba‖. c) ―dentes‖ e ―rede‖. d) ―prazeres‖ e ―progressos da prevenção‖.

GAB.: B

Questão 08

Embora predomine no texto a linguagem formal, é possível identificar nele marcas de coloquialidade, como as expressões assinaladas em:

a) ―mordeu a vida‖ e ―moral prudente e um pouco avara‖. b) ―sem se perguntar mais uma vez‖ e ―não deveria haver prazeres‖. c) ―e combinar, sei lá, nitratos‖ e ―a gente se preocupa‖. d) ―que valham um risco de vida‖ e ―(e talvez sobretudo) um questionamento‖.

GAB.: C TEXTO PARA AS QUESTÕES 9 e 10

Arte e artes da crônica política.

Todo jornalismo é político, no sentido amplo da palavra. Se política é a ciência dos fenômenos relacionados com o Estado, e se o Estado é a nação politicamente organizada, quando um repórter escreve sobre qualquer fato ocorrido no país, mesmo sobre um assassinato no morro da Mangueira, está fazendo jornalismo político. Ainda que passional, um assassinato sempre envolverá relações entre indivíduos e autoridade.

Vale a imagem para o esporte, pois ao reportar um jogo do Flamengo com o Vasco o jornalista estará, antes de mais nada, referindo-se a uma prática regulada em leis, portarias e sucedâneos, bem como a algo que apaixona a população inteira. (Carlos Chagas apud Koch, 1991, p. 55)

Questão 09

Pode-se notar no texto "Arte e artes da crônica política" que a progressão é sucessiva, assinalada por uma série de conectivos pelos quais se estabelecem determinados tipos de relação. No que respeita os tipos de relação estabelecidas pelos conectores, assinale o que for correto.

a) "Se" estabelece uma relação de implicação entre antecedente "todo jornalismo é político..." com o consequente "quando um repórter escreve...".

b) "E" indica encadeamento de ideias, acréscimo. c) "Quando" – opera com a alternância de ideias a que se alude no enunciado. d) "Ainda que" – introduz uma restrita oposição ou contraste ao que se mencionou anteriormente.

GAB.: B

Questão 10

Quanto à significação textual, assinale o que for correto.

a) O autor argumenta que um repórter, ao escrever sobre qualquer fato no país, está fazendo jornalismo político porque defende uma opinião consensual.

b) O autor argumenta que o Estado é a nação politicamente organizada e, portanto é algo que apaixona a população inteira.

c) O autor argumenta que uma notícia, mesmo de criminalidade, é um ato político porque envolve relações públicas entre indivíduos.

d) O autor defende a ideia de que o jornalista, ao reportar um jogo do Flamengo e Vasco, faz política porque o futebol envolve também relações entre indivíduos e autoridade.

GAB.: D (UFG) As questões 11e 12 referem-se ao texto que segue.

A química do amor

Esqueça a velha máxima que diz que os opostos se atraem. O conceito, afirmam cientistas, só vale para a física e não passa de mito em matéria de relacionamentos. Para os biólogos Peter Buston e Stephen Emlen, da Universidade de Cornell, em Nova York, a escolha de um parceiro é baseada na preferência por pessoas que se assemelham a nós mesmos. ―Quem busca um companheiro com valores parecidos com os seus acaba enfrentando menos conflitos no relacionamento. Por isso, tem mais chances de estabelecer laços duradouros e criar filhos com sucesso‖, explica Emlen. O estudo contradiz algumas noções que temos sobre as diferentes estratégias de acasalamento praticadas por machos e fêmeas, derivadas da teoria do naturalista inglês Charles Darwin (1809-1882) e defendidas, hoje, pela psicologia evolutiva.

Hoje, a ciência já interpreta a formação de casais à luz dos elementos culturais e começa a abrir espaço para contestações. Afinal, existe a fórmula do amor? Os especialistas afirmam que não. ARTONI,

Camila. A química do amor. Galileu. Rio de Janeiro: Globo, n. 146, set. 2003, p. 63. [Adaptado].

Questão 11

Destaca-se no texto o recurso argumentativo de

a) formação de consenso. b) reunião de provas concretas. c) exposição de vocabulário técnico. d) citação de autoridade.

GAB.: D Questão 12

A expressão ―os opostos se atraem‖ é retomada, de forma mais ampla e abstrata, por

a) estratégias de acasalamento. b) conflitos no relacionamento. c) laços duradouros. d) fórmula do amor

GAB.: D

Questão 13

(UFG) O trecho abaixo, de Alcino Leite Neto, foi publicado na TVFolha, de 30 jul. 2000. Muito do que se condena na televisão brasileira como sendo obtuso, reacionário ou malfeito é apenas popular, demasiadamente popular. A televisão foi implantada no Brasil em 1950, mas durante muito tempo aparelhos de TV foram privilégio das classes alta e média. No início da década de 60, no interior do país, então predominantemente rural, apenas os mais ricos possuíam um televisor. A respeito da forma de ordenação de ideias empregada pelo autor, é possível afirmar que:

a) prevalece, no fragmento, um tipo de ordenação muito utilizado nos textos jornalísticos: a ordenação por contraste de conceitos.

b) a ordenação por tempo e espaço favorece um raciocínio que opera com noções de transformação e mudança, consideradas num certo período e em determinado lugar.

c) o argumento de que, no Brasil, a televisão esteve associada a privilégio de classe é demonstrado por meio de um tipo de ordenação: a enumeração de fatos.

d) sobressai, no fragmento, a especificação de conceitos, já que o autor define a TV como um meio de comunicação demasiadamente popular.

GAB.: B

Questão 14

(Ceetps-SP) Assinale a alternativa que integra corretamente as frases I, II e III num único período: I. Havia provas escritas e orais. II. A prova escrita já dava nervosismo. III. Da prova oral muitos nunca se recuperaram.

a) Havia provas escritas, às quais já davam nervosismo, e orais, nas quais muitos nunca se recuperaram.

b) Havia provas escritas, as quais já davam nervosismo, e orais, as quais muitos nunca se recuperaram.

c) Havia provas escritas, que já davam nervosismo, e orais, das quais muitos nunca se recuperaram. d) Havia provas escritas, em que já davam nervosismo, e orais, que muitos nunca se recuperaram.

GAB.: C Questão 15

(I.E.Superior de Brasília-DF) Considere este período composto, extraído do livro Macunaíma, de Mário de Andrade. ―Então a velha apeou do tapir e montou num cavalo gazeo — sarará que nunca prestou nem prestará e seguiu.‖ Assinale uma opção incorreta:

a) O período é formado por cinco orações, dentre as quais, apenas duas são coordenadas sindéticas aditivas: a 2ª e a 5ª, introduzidas pelo conectivo ―e‖.

b) A oração ―que nunca prestou‖ inicia-se com um pronome relativo e refere-se ao substantivo cavalo, sendo ela classificada como subordinada adjetiva explicativa.

c) A segunda oração é coordenada sindética aditiva em relação à primeira e principal em relação à terceira.

d) A última oração coordena-se aditivamente com a 2ª: ―montou num cavalo gazeo — sarará (…) e seguiu‖.

GAB.: B

Questão 16

(UF Santa Maria-RS) Leia o fragmento do poema ―José‖, de Carlos Drummond de Andrade: ―Se você gritasse, se você gemesse, se você tocasse

a valsa vienense, se você dormisse, se você cansasse, se você morresse...

Mas você não morre, você é duro, José!‖

Nesse trecho do poema, I. a conjunção subordinativa condicional ―se‖ repete-se sempre na mesma posição, anáfora, e tem seu efeito sonoro intensificado pelo eco que ocorre no interior de outras palavras como voCÊ, gritaSSE, gemeSSE, tocaSSE, valSA, vienenSE etc. II. a conjunção coordenativa ―Mas‖ opõe a realidade à série de alternativas hipotéticas, produzindo ruptura do sentido. III. a desinência modo-temporal dos verbos no imperfeito do subjuntivo ―-SSE‖ marca a sílaba tônica dos versos em redondilha menor (cinco sílabas). Está(ão) correta(s):

a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas I e II. d) Apenas I e III.

GAB.: C

Questão 17

(U. Alfenas-MG) Observe a tirinha.

Considere as seguintes afirmações acerca da tirinha: I. O período do primeiro quadrinho é composto porque contém dois verbos: ―está‖ e ―saindo‖. II. No segundo quadrinho, a palavra ―portanto‖ estabelece a ideia de explicação. III. A segunda oração do terceiro quadrinho não exerce função sintática da primeira. IV. Nos três quadrinhos há, ao todo, cinco orações. Está correto o que se afirma apenas em:

a) I e II. b) I e IV. c) III e IV d) II e III.

GAB.: C

Questão 18

Considerando as palavras destacadas nas frases adiante, assinale a opção correta I. Imaginemos QUE (1) o mundo inteiro esteja em paz. II. Durante a tarde, os manifestantes QUE (2) reivindicavam melhorias salariais foram às ruas protestar contra o governo, QUE (3) parecia não lhes dar ouvidos. III. As desilusões QUE (4) ele sofreu justificam as decisões QUE (5) toma hoje em dia.

a) Em I, a palavra destacada é conjunção coordenativa, pois estabelece relação entre duas orações independentes entre si.

b) O antecedente de QUE (2) é "manifestantes" e a palavra QUE (2) representa o agente do verbo "reivindicar".

c) Em III, QUE (4) é pronome relativo e pode ser substituído, sem alteração de sentido, por "cujo". d) O verbo "toma", em III, tem como sujeito QUE (5) cujo antecedente é "decisões".

GAB.: B

Questão 19

(FATEC) Leia o anúncio a seguir: Não importa SE VOCÊ ACREDITA (I) QUE SUCESSO É RESULTADO DE SORTE OU COMPETÊNCIA (II), POR QUE TE OFERECEMOS OS DOIS (III): o melhor servidor com uma imperdível condição de pagamento. (Texto de anúncio publicitário) Assinale a alternativa contendo análise correta de fatos de língua pertinentes a esse texto.

a) A oração (I) exerce a mesma função sintática que a oração (II) - ambas são complemento de verbos.

b) É coerente, no contexto, associar a ideia de sorte a - "imperdível condição de pagamento" - e a ideia de competência a - "o melhor servidor".

c) A redação do texto obedece aos princípios da norma culta, apresentando clareza e correção gramatical.

d) A oração III tem equivalente sintático e de sentido em - portanto te oferecemos os dois.

GAB.: B

Questão 20

(UFSM) Observe a tirinha:

Analise as afirmações a respeito dos recursos expressivos utilizados nas falas dos personagens: I. Com o uso da conjunção condicional, o segundo falante transforma em hipótese o que era causa para o chefe. Depois questiona as afirmações dele, colocando em oposição pronomes e qualidades. II. Em "por que ELES estão lutando tão arduamente [...]", a ação foi intensificada por um advérbio em "-mente" e, por sua vez, esse advérbio foi modificado por outro advérbio. III. Para enfatizar a ideia de ação executada num presente momentâneo, o segundo personagem utilizou o verbo auxiliar "estar" unido a uma forma nominal do verbo "lutar". Está(ão) correta(s)

a) apenas I. b) apenas II. c) apenas I e II. d) I, II e III.

GAB.: D

Questão 21

(FEI) Leia o fragmento: "Trata-se, na verdade, de uma obra difusa, na qual eu, Brás Cubas, se adotei a forma livre de um Sterne ou de um Xavier de Maistre, não sei se lhe meti algumas rabugens de pessimismo. Pode ser. Obra de FINADO. Escrevi-a com a pena da GALHOFA e a tinta da melancolia, e não é difícil antever o que poderá sair desse CONÚBIO. Acresce que a gente grave achará no livro umas aparências de puro romance, ao passo que a gente FRÍVOLA não achará nele seu romance usual; ei-lo aí fica PRIVADO da estima dos graves e do amor dos frívolos, que são as duas colunas máximas da opinião". Observe o período: "ei-lo aí fica privado da estima dos graves e do amor dos frívolos, QUE SÃO AS DUAS COLUNAS MÁXIMAS DA OPINIÃO". Assinale a alternativa que analise corretamente a oração em destaque:

a) oração subordinada adjetiva explicativa b) oração coordenada sindética aditiva c) oração coordenada sindética adversativa d) oração subordinada substantiva objetiva direta

GAB.: A Leia o texto e responda às questões 22 a 25

Texto : PRECONCEITO E EXCLUSÃO

Os preconceitos linguísticos no discurso de quem vê nos estrangeirismos uma ameaça têm aspectos comuns a todo tipo de posição purista, mas têm também matizes próprios. Tomando a escrita como essência da linguagem, e tendo diante de si o português, língua de cultura que dispõe hoje de uma norma escrita desenvolvida ao longo de vários séculos, [o purista] quer acreditar que os empréstimos de hoje são mais volumosos ou mais poderosos do que em outros tempos, em que a língua teria sido mais pura. (...) Ao tomar-se a norma escrita, é fácil esquecer que quase tudo que hoje ali está foi inicialmente estrangeiro. Por outro lado, é fácil ver nos empréstimos novos, com escrita ainda não padronizada, algo que ainda não é nosso. Com um pouco menos de preconceito, é só esperar para que esses elementos se sedimentem na língua, caso permaneçam, e que sejam padronizados na escrita, como a panqueca. Afinal, nem tudo termina em pizza! Na visão alarmista de que os estrangeirismos representam um ataque à língua, está pressuposta a noção de que existiria uma língua pura, nossa, isenta de contaminação estrangeira. Não há. Pressuposta também está a crença de que os empréstimos poderiam manter intacto o seu caráter estrangeiro, de modo que somente quem conhecesse a língua original poderia compreendê-los. Conforme esse raciocínio, o estrangeirismo ameaça a unidade nacional porque emperra a compreensão de quem não conhece a língua estrangeira. (...) O raciocínio é o de que o cidadão que usa estrangeirismos - ao convidar para uma happy hour, por exemplo - estaria excluindo quem não entende inglês, sendo que aqueles que não tiveram a oportunidade de aprender inglês, como a vastíssima maioria da população brasileira, estariam assim excluídos do convite. Expandindo o processo, por analogia, para outras tantas situações de maior conseqüência, o uso de estrangeirismos seria um meio lingüístico de exclusão social. A instituição financeira banco que oferece home banking estaria excluindo quem não sabe inglês, e a loja que oferece seus produtos numa sale com 25% off estaria fazendo o mesmo. O equívoco desse raciocínio lingüisticamente preconceituoso não está em dizer que esse pode ser um processo de exclusão. O equívoco está em não ver que usamos a linguagem, com ou sem estrangeirismos, o tempo todo, para demarcarmos quem é de dentro ou de fora do nosso círculo de interlocução, de dentro ou de fora dos grupos sociais aos quais queremos nos associar ou dos quais queremos nos diferenciar. (...) (GARCEZ, Pedro M. e ZILLES, Ana Maria S. In: FARACO, Carlos Alberto (org.). "Estrangeirismos - guerras em torno da língua". São Paulo: Parábola, 2001.)

Questão 22

(UERJ) Pode-se afirmar que o objetivo do texto é defender uma opinião, a partir do estabelecimento de uma polêmica com os que defendem outro ponto de vista. Esta polêmica constrói-se, nesse texto, pelo seguinte modo de organização interna:

a) as duas posições são apresentadas por um único enunciador. b) os argumentos enunciados contrapõem os usos oral e escrito da língua. c) as opiniões de cada lado são referendadas por testemunhos autorizados. d) os defensores de cada posição alternam-se na defesa de seu ponto de vista.

GAB.: A Questão 23

(UERJ)Na construção do texto, os autores utilizam alguns recursos de linguagem para se distanciar da posição que eles combatem. Um desses recursos está assinalado e caracterizado em:

a) "os empréstimos de hoje são MAIS volumosos ou mais poderosos DO QUE em outros tempos," - comparação.

b) "Na visão ALARMISTA de que os estrangeirismos representam um ataque à língua," - adjetivação. c) "ao convidar para uma happy hour, POR EXEMPLO - estaria excluindo quem não entende inglês," -

citação de exemplo. d) "não tiveram a oportunidade de aprender inglês, como a VASTÍSSIMA maioria da população

brasileira," - emprego de superlativo. GAB.: D Questão 24

(UERJ) O equívoco desse raciocínio lingüisticamente preconceituoso não está em dizer que esse pode ser um processo de exclusão. O fragmento acima inicia, no último parágrafo, uma estratégia que busca demonstrar uma falha no raciocínio criticado pelos autores. Essa falha pode ser definida como:

a) observação incompleta dos fatos b) apresentação de falso testemunho c) construção inadequada de silogismo d) ausência de exemplificação suficiente

GAB.: A

Questão 25

(UERJ)É só esperar para que esses elementos se sedimentem na língua, caso permaneçam, e que sejam padronizados na escrita, como a panqueca. Afinal, nem tudo termina em pizza! No contexto do segundo parágrafo, o trecho acima desempenha a função de:

a) reafirmar a certeza já apresentada de que as questões da linguagem devem ser tratadas com a devida objetividade.

b) exemplificar o comentário contido nas frases anteriores ao mesmo tempo em que ironiza a preocupação dos puristas.

c) registrar estrangeirismos cuja grafia comprova que há necessidade de adaptação de novos termos às convenções do português.

d) demonstrar o argumento central de que não podemos abrir mão dos estrangeirismos e frases feitas na comunicação corrente.

GAB.: B

Questão 26

(FUVEST SP/2010/1ª Fase) Mais do que a mais garrida a minha pátria tem Uma quentura, um querer bem, um bem Um “libertas quae sera tamen”* Que um dia traduzi num exame escrito: “Liberta que serás também” E repito!

Vinícius de Moraes, ―Pátria minha‖, Antologia poética. *A frase em latim traduz-se, comumente, por ―liberdade ainda que tardia‖.

Considere as seguintes afirmações:

I. O diálogo com outros textos (intertextualidade) é procedimento central na composição da estrofe. II. O espírito de contradição manifesto nos versos indica que o amor da pátria que eles expressam

não é oficial nem conformista. III. O apego do eu lírico à tradição da poesia clássica patenteia-se na escolha de um verso latino como

núcleo da estrofe.

Está correto o que se afirma em

a) I, apenas. b) II, apenas. c) I e II, apenas. d) II e III, apenas.

GAB.: C

Questão 27

(UFT TO/2010) Na edição do dia 30 de julho de 2009, o Jornal do Tocantins publicou a seguinte notícia, vinculada à recente publicação de dados do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), numa sequência de matérias que informam sobre a jornada de trabalho no Brasil:

Tempo de estudo influencia na carga horária

Brasília - O estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que, de 1988 a 2007, o

trabalhador com menor escolaridade foi o mais beneficiado, com queda de 18,1% nas horas médias tradicionalmente trabalhadas por semana. Em 2007, a menor jornada de trabalho estava entre os

trabalhadores com até um ano de estudo (36,2 horas), enquanto a maior jornada média de trabalho era exercida pelos ocupados de oito a dez anos de escolaridade (ensino médio). Isso é uma característica que o presidente do Ipea, Márcio Pochmann, aponta como um fator preponderante do novo padrão civilizatório que está substituindo o padrão urbano-industrial, o qual ele denomina pós-industrial: o conhecimento é o principal ativo, e, portanto, a educação precisa ser continuada. E embora hoje, tecnicamente falando, só seriam necessárias 12 horas semanais no local de trabalho, o trabalhador está 24 horas plugado na sua ocupação, graças a ferramentas tais como internet e celular. O estudo aponta ainda que a presença de ocupados com tempo mínimo (10,2%), ou tempo parcial (13,4%) de trabalho concentra-se fundamentalmente nos postos de trabalho informais. No Tocantins, em 2007, apenas 13,9% estavam concentrados no emprego privado formal, sendo 26,4% dos ocupados com carga horária de até 29 horas semanais. (M.L.)

Com base na leitura do texto, assinale a alternativa INCORRETA:

a) O estudo do IPEA indica que trabalhar menos horas por semana está diretamente ligado ao nível

de escolarização. b) Márcio Pochmann, presidente do IPEA, pondera que um novo padrão civilizatório, contrapondo-se

ao que ele chama de padrão urbano-industrial, vem a demandar ações de educação continuada.

c) Argumenta-se, no texto, que, atualmente, a carga horária do trabalhador poderia ser menor do que a metade das 40h ou 44h semanais.

d) No Tocantins, apenas 13,9% dos trabalhadores com carga horária reduzida são empregados no mercado formal, enquanto praticamente o dobro destes - 26,4% - perfaz menos do que 30h semanais.

GAB.: D

Questão 28

(IBMEC/2010/Janeiro) Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas dos enunciados a seguir.

Respondeu, num tom seco e ..........., que era atualmente um especialista em crueldades da existência.

Após quase oito anos de guerra no Afeganistão, nota-se o ......................... do grupo radical islâmico Taleban.

Merecimento e tempo de serviço determinam a ................de quem atua em órgãos públicos da administração direta.

A ..............é que o presidente sancione hoje o projeto da reforma eleitoral.

a) pretensioso, recrudecimento, ascensão, expectativa. b) pretencioso, recrudecimento, ascensão, espectativa. c) pretencioso, recrudescimento, ascenção, espectativa. d) pretensioso, recrudescimento, ascensão, expectativa.

GAB.: D

Questão 29

(IBMEC/2009/Julho) Analise os períodos abaixo levando em conta que o Acordo Ortográfico, em vigor a partir de 2009 no Brasil, prevê a eliminação do acento diferencial no par pára (verbo)/para (preposição).

I. Remédio para coração. II. Quando ele para para pensar, desiste. III. O elevador só para se o botão for acionado. IV. Mercedes dá férias coletivas a 7.000 e para fábrica no ABC. V. O automóvel para em frente da porta.

Os períodos que podem gerar ambiguidade são

a) I, II e IV. b) II, III e IV. c) II, IV e V. d) I e IV.

GAB.: D

Questão 30

Assinale a opção em que todas as palavras estejam com a grafia correta.

a) Abscissa, subumanas, assessor b) Presunçoso, obsessão, sargeta c) Excesso, cosseno, gorjeta d) Exceção, cuscus, facismo

GAB.: A Questão 31

(UFCG PB/2008/1ª Fase) Assinale a alternativa que contém erro na grafia das palavras.

a) Cidades onde a pressão imigratória é grande, mas a natalidade é baixa, crescem devagar. b) Na caótica Bagdá, apenas 10% das mulheres usam algum tipo de anticoncepcional. c) São estudos que tentam analisar a relação entre as cidades e os mais variados tipos de doença, de

esquizofrenia a hipertensão. d) Os progetistas urbanos tendem a pensar no tráfeco como se fosse um líquido.

GAB.: D Questão 32

(IBMEC/2010/Janeiro) Em ―Naquele momento, tínhamos precisão de que eles estivessem ali.‖, a oração grifada equivale sintaticamente ao termo:

a) Sempre careci de sua ajuda. b) Senti necessidade de falar-lhes. c) Pediu a nossa presença todo o tempo. d) Era necessária a sua permanência no recinto.

GAB.: B

Questão 33

(UDESC SC/2009/Janeiro) Assinale a alternativa incorreta, considerando o excerto do conto Os brejos dos Ratones, da obra Homens e Algas, de Othon d‘Eça.

1O Doca passou a ser um farrapo de homem esfiado, balofo, a barba muito rala e toda branca. 2Os cabelos já não luziam como peixe grisalhos, empastados nas têmporas duras, pareciam restos encardidos de algodão. 3Não caminhava; os seus passos tracejavam linhas vacilantes. 4Quase nem podia suportar o peso do samburá. 5Mas você, Doca, assim doente e ainda vai ao mar? 6As crianças carecem comer. 7O Doca estava morrendo de uma lenta e impassível miséria.

[D´EÇA, Othon. Homens e Algas. Florianópolis: Ufsc, 2007.]

a) Os artigos definidos que antecedem o nome Doca (ref. 1 e 7) revela um grau de familiaridade entre

ele e o narrador. b) Em ―passou a ser um farrapo‖ (ref. 1) e ―já não luziam como peixe‖ (ref. 2), há o pressuposto de

que, em outra época, ele não era um farrapo e seus cabelos brilhavam como peixe. c) É possível perceber, no excerto, um certo tom de pesar do narrador em relação ao destino do

Doca. d) Os verbos ―suportar‖ (ref. 4) e ―tracejavam‖ (ref. 3) são intransitivos.

Gab: D

GAB.: D

Questão 34

Ela queria sair de peito nu no carnaval. A alternativa em que se encontra sintaxe de orações análoga à desse período é:

a) O ex-namorado promete ser seu escravo para o resto da vida. b) Se desfilar, está acabado. c) Parecia que nem estava contra. d) Quanto ao trabalho, estava disposta a encarar as conseqüências.

GAB.: A

Questão 35

(PUC PR/2003/Janeiro) Assinale a alternativa em que NÃO se uniu adequadamente em 2 as duas frases que constam em 1. a) 1. Estava fazendo muito calor. Fui, pois, tomar um banho de mar.

2. Como estava fazendo muito calor, fui tomar um banho de mar. b) 1. Não lhe peço só admiração. Peço-lhe também respeito.

2. Não lhe peço só admiração, mas também respeito. c) 1. Acalme-se. O caso não é tão grave assim.

2. Acalme-se, que o caso não é tão grave assim. d) 1. Compreendi que estava errado. Procurei, portanto, corrigir-me.

2. Compreendi que estava errado, procurei, porém, corrigir-me. GAB.: D Questão 36

JOÃO sem terra Viajar para a lua? Complexo de quem gostaria de não ter nascido na Terra. Não dele, para quem a lua é rural. Tem a forma de uma foice ou de um fruto. Não dele, João sem terra mas sujo de terra. Procurar outra terra? Mas em outra terra a mesma lua, a mesma foice o mesmo coice, a mesma condição de João sem terra

e - paradoxalmente - João sujo de terra, sub-João. Enterro e desterro palavras que só se escrevem na Terra com terra. Poderia ter nascido em outro planeta, por exemplo: onde não houvesse terra. Onde não vivesse tão sujo de terra. Mas não; nasceu na Terra. No fundo do latifúndio os cães latindo. João sem terra mas sujo de terra. Corroído pelo pó da terra. Vestido de chuva e de sol. Girassol que erra de terra em terra. O seu suor em flor mas para o senhor feudal da terra. Sem terra mas na Terra. Sem terra mas sujo de terra. Não o João Sem Terra da loura Inglaterra. RICARDO, Cassiano. Jeremias sem-chorar. 2. ed. Rio de Janeiro: J. Olympio. 1968.141 p.João Sem Terra: Rei da Inglaterra (1199-1216) que

assinou a Carta Magna em junho de 1215.

(UNIRIO RJ/2003) Na estrutura sintático-semântica da última estrofe do poema João sem terra:

a) não ocorre oração subordinada. b) prevalece o processo sintático de subordinação. c) predomina o processo sintático de coordenação. d) ocorrem orações intercaladas.

GAB.: C

Questão 37

PARA PUBLICITÁRIO, PERSUASÃO É ARMA

Campanha tem de convencer a comprar

A grande arma para o êxito de uma campanha publicitária é a capacidade de convencer o consumidor para a escolha do produto.

Essa é a opinião de Antonio Fadiga, sócio-diretor da Fischer América Comunicação Total. De acordo com Fadiga, as premissas para a comunicação estão se alterando rapidamente nas últimas décadas.

Nos anos 70, havia pouca competitividade. O anúncio do produto já era suficiente para vendê-lo. Nos anos 80, começou a crescer a necessidade da persuasão. Nos anos 90, entretanto, o cenário muda radicalmente. ―Você passa a ter de convencer as pessoas de

alguma coisa, pois o consumidor está mais cético, individualista‖, diz Fadiga. ―O poder mudou de mão. Não é mais a empresa quem decide. A imagem do consumidor é cada vez mais a matéria-prima. A diferença é feita ao se falar a língua do consumidor‖.

Folha de São Paulo, 29-3-99

(FEPECS DF/2007/Janeiro) Assinale a frase em que o vocábulo MAIS tem a mesma classe e sentido da frase ―Não é mais a empresa quem decide‖.

a) As empresas querem vender mais produtos; b) Mais gente compra produtos eletrônicos nos dias de hoje; c) O que mais quero é comprar bons produtos; d) Não quero mais comprar esse produto;

Gab: D GAB.: D Questão 38

A MEMÓRIA E O CAOS DIGITAL Fernanda Colavitti

A era digital trouxe inovações e facilidades para o homem que superou de longe o que a ficção previa

até pouco tempo atrás. Se antes precisávamos correr em busca de informações de nosso interesse, hoje, úteis ou não, elas é que nos assediam: resultados de loterias, dicas de cursos, variações da moeda, ofertas de compras, notícias de atentados, ganhadores de gincanas, etc. Por outro lado, enquanto cresce a capacidade dos discos rígidos e a velocidade das informações, o desempenho da memória humana está ficando cada vez mais comprometido. Cientistas são unânimes ao associar a rapidez das informações geradas pelo mundo digital com a restrição de nosso ―disco rígido‖ natural. Eles ressaltam, porém, que o problema não está propriamente nas novas tecnologias, mas no uso exagerado delas, o que faz com que deixemos de lado atividades mais estimulantes, como a leitura, que envolvem diversas funções do cérebro. Os mais prejudicados por esse processo têm sido crianças e adolescentes, cujo desenvolvimento neuronal acaba sendo moldado preguiçosamente.

Responda sem pensar: qual era a manchete do jornal de ontem? Você lembra o nome da novela que antecedeu o Clone? E quem era o técnico da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1994? Não ter uma resposta imediata para essas perguntas não deve ser causa de preocupação para ninguém, mas exemplifica bem o problema constatado pela fonoaudióloga paulista Ana Maria Maaz Alvarez, que há mais de 20 anos estuda a relação entre audição e recordação.

A pedido de duas empresas, ela realizou uma pesquisa para saber o que estava ocorrendo com os funcionários que reclamavam com frequência de lapsos de memória. Foram entrevistados 71 homens e mulheres, com idade de 18 e 42 anos. A maioria dos esquecimentos era de natureza auditiva, como nomes que acabavam de ser ouvidos ou assuntos discutidos. (Por falar nisso, responda sem olhar no

parágrafo anterior: você lembra o nome da pesquisadora citada?) Ana Maria descobriu que os lapsos de memória resultavam basicamente do excesso de informação em consequência do tipo de trabalho que essas pessoas exerciam nas empresas, e do pouco tempo que dispunham para processá-las, somados à angústia de querer saber mais e ao excesso de atribuições. ―Elas não se detinham no que estava sendo dito (lido, ouvido ou visto) e, consequentemente, não conseguiam gravar os dados na memória‖, afirma.

(Fonte Internet: Superinteressante, 2001).

(UECE/2008)

Analise os elementos mórficos das formas verbais e assinale com V as segmentações corretas e, com F, as falsas. ( ) antecedeu: ante + ced + e + u ( ) descobriu: des + cobri + u ( ) dispunham: dis + punh + a + m ( ) conseguiam: con + segu + i + a + m

Assinale a alternativa que contém a seqüência correta, de cima para baixo. a) VFVF b) FVFV c) VFVV d) VFFF

Gab: A

GAB.: A Questão 39

O que aconteceria se o voto nulo ganhasse as eleições?

Guerra? Tumulto? Que nada: os votos nulos até podem melar eleições se chegarem a mais de 50% do total, só que a Lei Eleitoral exige um novo pleito. Deve rolar outra votação entre 20 e 40 dias depois, com os mesmos candidatos. E isso vale tanto em eleições para o Executivo como para o Legislativo. Já, se os nulos chegarem na frente sem passar dos 50%, não acontece nada. Num eventual 2º turno, eles também não contam. Mesmo se um candidato levar por dois votos a um, está valendo - os nulos acabam subtraídos do resultado final, do mesmo jeito que os votos em branco. A única diferença entre brancos e nulos, aliás, é justamente a chance de estes últimos invalidarem a eleição. ―Em tese, o branco significa aceitação, tipo: ‗Qualquer candidato está valendo‘. O nulo é de quem diz: ‗Nenhum candidato merece meu voto‘‖, diz o cientista político, Carlos Melo, da Faculdade Ibmec, São Paulo. Nos tempos pré-urna eletrônica, quando os eleitores podiam escrever na cédula, os descontentes tinham como mostrar quem ―merecia‖ mesmo seus votos.

Revista SuperInteressante, junho de 2006.

(UFSM RS/2007)

Observe o seguinte fragmento: ―Nos tempos pré-urna eletrônica, quando os eleitores podiam escrever

na cédula, os descontentes tinham como mostrar quem ‗merecia‘ mesmo seus votos‖. Em qual dos períodos a seguir, a palavra destacada tem emprego idêntico ao da palavra sublinhada no fragmento? a) Quando muito, os votos nulos podem melar uma eleição, se passarem dos 50%. b) Todos sabem que haverá segundo turno, mas ninguém arrisca quando. c) Nas eleições de 1958, quando um rinoceronte ficou em 1º lugar, o voto de protesto passou a se

chamar ―voto Cacareco‖. d) Alguém pode me dizer quando começam a valer as novas regras da Lei Eleitoral?

Gab: C

GAB.: C

Questão 40

TEXTO: 5 - Comum à questão: 15

No mundo ideal, todo mundo é magro. Mais especificamente, as mulheres são magras, altas, jovens, têm seios salientes e cintura fina, silhueta ideal para caber com perfeição em roupas apertadas e curtas. Os homens são magros, altos, fortes, jovens e não têm sinal de calvície, pneus ou barriga, o que faz com que vivam eternamente de camisetas bem agarradinhas. Têm carro, mas nem precisava,

sendo o teletransporte o meio mais comum de locomoção. Não são muito ricos, mas também não precisa, pois com jeitinho tudo se consegue. Têm nomes estranhos e falam inglês, principalmente. Estamos no Second Life (ao pé da letra, segunda vida), um mundo virtual oferecido pela internet. Para quem está umas quatro gerações atrás, é mais ou menos como se você pudesse criar e estrelar sua própria história em quadrinhos – ou, avançando um pouco mais no tempo, seu desenho animado ou seu videogame.

(MOHERDAUI, B.; MING, L. A vida como ela não é. Veja. p.96-97. 18/04/2007)

(UNIFEI MG/2008)

No segundo período do texto ocorrem alguns adjetivos, aos quais correspondem substantivos abstratos. Assinale a alternativa correta. a) magreza, altura, juventude, saliência. b) emagrecer, altura, juventude, saliência. c) magreza, altura, juvenil, saliência. d) magreza, altura, rejuvenescimento,salientar.

GAB.: A

Questão 41

As coisas boas

Recebo e-mail de um jovem de 16 anos reclamando, num texto lúcido e bem escrito, de que sou

pessimista. Pois escrevi na última coluna que "ninguém faz nada", quando, segundo ele, eu deveria dar uma mensagem esperançosa a quem quer "mudar o mundo". De alguma forma, isso me comoveu. Quase todos queremos melhorar o mundo na juventude, e é bom querer não ficar ________, amargo ou ________ na idade adulta. Pior ainda, chato na velhice. Sou esperançosa e otimista, por isso mesmo não posso escrever apenas sobre coisas amenas, e infelizmente não tenho mensagem nem receita para o mundo melhorar. Pois eu sou apenas mais uma pessoa que de um lado se alegra, de outro se aflige. O número espantoso de leitores desta revista me dá uma sensação de comprometimento com a não-alienação. Escondendo a realidade é que não se vai poder mudar ou melhorar coisa nenhuma.

Acho nosso momento tristíssimo. Até jornais estrangeiros importantes, que em geral não nos dão bola, registram os fatos que andam ocorrendo no Senado e em outras __________ solenes como "coroamento da corrupção brasileira". A impressão que se tem, que eu tenho, é que ninguém anda fazendo grande coisa, ou pouca gente faz alguma coisa para melhorar. Escrever que "ninguém faz nada" é uma hipérbole literária, é como dizer, sem realmente querer dizer isso, "morri de ódio". Acho, sim, que muitos responsáveis não fazem nada, ou fazem o mal: desviam ou aplicam de maneira irresponsável dinheiro destinado aos pobres, desprezam a educação e a cultura, ________ na saúde, enganam uma montanha (não, um verdadeiro Everest...) de gente que merecia coisa melhor.

(Luft, Lya. Revista Veja.19 de dezembro de 2007. Texto adaptado.)

(UERGS RS/2008/Janeiro) Assinale a alternativa que completa correta e respectivamente as lacunas com traço contínuo. a) ransoso – queixoso – estâncias – gospem. b) rançoso – queichoso – instâncias – cospem. c) ransozo – queixoso – instâncias – gospem. d) rançoso – queixoso – instâncias – cospem.

GAB.: D

Questão 42

(UERJ/2009/1ª Fase) Texto 1

Ideologia

Meu partido É um coração partido E as ilusões estão todas perdidas Os meus sonhos foram todos vendidos Tão barato que eu nem acredito Eu nem acredito Que aquele garoto que ia mudar o mundo (Mudar o mundo) Frequenta agora as festas do ―Grand Monde‖

Meus heróis morreram de overdose Meus inimigos estão no poder Ideologia Eu quero uma pra viver Ideologia Eu quero uma pra viver

O meu prazer Agora é risco de vida Meu sex and drugs não tem nenhum rock ‗n‘ roll Eu vou pagar a conta do analista Pra nunca mais ter que saber quem eu sou Pois aquele garoto que ia mudar o mundo (Mudar o mundo) Agora assiste a tudo em cima do muro

Meus heróis morreram de overdose Meus inimigos estão no poder Ideologia Eu quero uma pra viver Ideologia Eu quero uma pra viver

CAZUZA e ROBERTO FREJAT – 1988 www.cazuza.com.br

Texto 2

(UERJ/2009/1ª Fase) É possível estabelecer uma relação de equivalência entre o que está expresso pelas palavras do cartum (Texto 2) e a letra de Cazuza e Frejat (Texto 1).

Dois dos versos que comprovam essa relação estão transcritos em:

a) ―Os meus sonhos foram todos vendidos‖ / ―Tão barato que eu nem acredito‖ (v. 4 e 5) b) ―Ideologia‖ / ―Eu quero uma pra viver‖ (v. 12 e 13) c) ―Pra nunca mais ter que saber quem eu sou‖ / ―Meus inimigos estão no poder‖ (v. 20 e 25) d) ―Pois aquele garoto que ia mudar o mundo‖ / ―(Mudar o mundo)‖ (v. 21 e 22)

GAB.: A Questão 43

Texto 1

Imigração Japonesa no Brasil

A abolição da escravatura no Brasil em 1888 dá novo impulso à vinda de imigrantes europeus, cujo início se deu com os alemães em 1824. Em 1895 é assinado o Tratado de Amizade, Comércio e Navegação entre o Brasil e o Japão.

Com 781 japoneses a bordo, o navio Kasato-maru aporta em Santos. De lá eles são transportados para a hospedaria dos imigrantes, em São Paulo.

Na cafeicultura, a imigração começa com péssimos resultados. Um ano após a chegada ao Brasil, dos 781 imigrantes, apenas 191 permaneceram nos locais de trabalho. A maioria estava em São Paulo, Santos e Argentina. Apesar disso, a imigração continua com a chegada da segunda leva de imigrantes em 1910.

Em 1952 é assinado o Tratado de Paz entre o Brasil e o Japão. Nova leva de imigrantes chega ao Brasil para trabalhar nas fazendas administradas pelos japoneses. Grupo de jovens que imigra através da Cooperativa de Cotia recebe o nome de Cotia Seinen. O primeiro grupo chega em 1955.

O crescimento industrial no Japão e o período que foi chamado de ―milagre econômico brasileiro‖ dão origem a grandes investimentos japoneses no Brasil. Os nisseis acabam sendo uma ponte entre os novos japoneses e os brasileiros.

As famílias agrícolas estabelecidas no Brasil passaram a procurar novas oportunidades e buscavam novos espaços para seus filhos. O grande esforço familiar para o estudo de seus filhos faz com que grande número de nisseis ocupe vagas nas melhores universidades do país.

Mais tarde, com o rápido crescimento econômico no Japão, as indústrias japonesas foram obrigadas a contratar mão-de-obra estrangeira para os trabalhos mais pesados ou repetitivos. Disso, resultou o movimento ―dekassegui‖ por volta de 1985, que foi aumentando, no Brasil, à medida que os planos econômicos fracassavam. Parte da família, cujos ascendentes eram japoneses, deixava o Brasil como ―dekassegui‖, enquanto a outra permanecia para prosseguir os estudos ou administrar os negócios. Isso ocasionou problemas sociais, tanto por parte daqueles que não se adaptaram à nova realidade, como daqueles que foram abandonados pelos seus entes e até perderam contato.

Com o passar dos anos, surgiram muitas empresas especializadas em agenciar os ―dekasseguis‖, como também firmas comercias no Japão que visaram especificamente o público brasileiro. Em algumas cidades japonesas formaram-se verdadeiras colônias de brasileiros.

Disponível em www.culturajaponesa.com.br (texto adaptado). Acesso em: 29 ago 2008.

Texto 2

Rio: uma cidade plural já em 1808

As mulheres se sentavam no chão, com as pernas cruzadas. Nas ruas o dinheiro corria no maior entreposto de escravos da colônia.

SANDRA MOREYRA Jornal O Globo- 28/11/2007

(adaptado)

Uma cidade que era um grande porto, com gente de todas as colônias e feitorias portuguesas da África e da Ásia. O Rio era uma cidade quase oriental em 1808. As mulheres se sentavam no chão, com as pernas cruzadas. À mesa, os homens usavam a mesma faca que traziam presa à cintura, para se defender de um 5inimigo, para descascar frutas ou partir a carne. Nas ruas o dinheiro corria no maior entreposto de escravos da colônia. Corriam também dejetos nas ruas e valas. Negros escravos ou libertos eram dois terços da população e se vestiam ainda de acordo com sua nação de origem. Não só pelo tipo físico bem diferente, como pelas roupas, era possível saber quem vinha do Congo, de Angola ou do Mali; quem era muçulmano, quem vinha da nobreza africana.

Nesta cidade, que já era plural, mas que não tinha infraestrutura, onde havia assaltos e comércio ilegal nas ruas, chegou um aviso em janeiro de 1808. A corte estava em pleno mar, escapara de Napoleão e estava a caminho do Brasil.

O vice-rei começou a fazer os preparativos e saiu desalojando os maiores comerciantes locais de suas casas, para cedê-las aos novos moradores. Eram pintadas nas portas das casas requisitadas para a Corte as iniciais ―PR‖, de Príncipe Regente, que viraram ―prédio roubado‖ ou ―ponha-se na rua‖. Era o jeito que herdamos do sangue lusitano de rir de nossas próprias mazelas.

Quando as naus com a família real chegaram por aqui, em março de 1808, já haviam passado pela Bahia e permanecido por um mês em Salvador.

Aqui a festa foi imensa e o relato mais divertido e detalhado é o do Padre Luis Gonçalves dos Santos, o Padre Perereca. O padre que vivia no Brasil era um admirador incondicional da monarquia, dos ritos da corte, da etiqueta. Quando descobre que a Corte está chegando, fica assanhadíssimo porque vai ver de perto ―Sua Alteza Real D. João Nosso Senhor‖, como chamava o regente.

É ele quem conta que a chegada dos Bragança por aqui foi acompanhada de luzes, fogos de artifício, badalar de sinos, aplausos e cânticos. Perereca diz que parecia que o sol não havia se posto, tamanha a quantidade de tochas e velas que iluminavam as casas, o largo do Paço e as ruas do centro.

O Rio tinha 46 ruas naquela época. D João se dirigiu à Sé – provisoriamente instalada na Igreja do Rosário dos Homens Pretos, porque a Igreja do Carmo, a Sé oficial, estava em obras. Houve uma determinação de que os homens pretos e também os mestiços não deveriam comparecer à cerimônia, na Igreja deles, porque o Príncipe poderia ficar assustado com a quantidade de negros na cidade. Eles se 35esconderam numa esquina e quando o cortejo chegou à Igreja, entraram batucando e cantando e todos

se misturaram. Assim era o Rio. Assim era o Brasil. (IME RJ/2009)

―Eram pintadas nas portas das casas requisitadas para a Corte as iniciais ―PR‖, de Príncipe Regente, que viraram ―prédio roubado‖ ou ―ponha-se na rua‖.‖

A palavra que sublinhada no período acima tem a mesma função em:

a) Tanto perseguiram o sonho que conseguiram realizá-lo. b) A verdade é que a situação do imigrante piorou muito nos últimos tempos. c) Os imigrantes almejam o sucesso que não possuem em sua terra natal. d) Estudiosos afirmam que ainda há espaço no mercado japonês para os brasileiros.

GAB.: C Questão 44

Os bondes elétricos começaram a chegar em 1892, também pelo Rio de Janeiro, e mudaram radicalmente o cotidiano urbano. Poucas foram as capitais que não tiveram sua linha. Eram o passaporte para o mundo, mesmo que este se restringisse aos limites do município. Foram vistos com medo e admiração. Em ―O Bonde e a Cidade‖, o paulistano Oswald de Andrade narra: ―Eu tinha notícia pelo pretinho Lázaro, filho da cozinheira de minha tia, vinda do Rio, que era muito perigoso esse negócio de eletricidade. Quem pusesse os pés nos trilhos ficava ali grudado e seria esmagado facilmente pelo bonde. Precisava pular.‖

Machado de Assis também não deixou passar em branco. Em 16 de outubro daquele ano, registrou nas páginas de ―A Semana‖: ―O que me impressionou, antes da eletricidade, foi o gesto do cocheiro. Os olhos do homem passavam por cima da gente que ia no meu bonde, com um grande ar de superioridade. Sentia-se nele a convicção de que inventara, não só o bonde elétrico, mas a própria eletricidade.‖

(...) O tal do bonde era meio de transporte democrático. Em uma época em que poucos tinham carro, e

outros preferiam deslizar sobre trilhos a sacolejar em ruas esburacadas, diversas classes sociais o compartilhavam. No Rio de Janeiro do início do século passado, propalava-se que a cidade não tinha uma rua sequer sem trilhos. O lema era: ―Onde chega o bonde, chega o progresso‖.

Mas havia também os efeitos colaterais: as mulheres puderam, enfim, conhecer outras paragens – ainda que acompanhadas. Reações conservadoras não poderiam deixar de vir. A opinião é do jornalista França Júnior, no fim do século 19: ―Se o impulso dado pelo bonde à nossa sociedade for em escala sempre ascendente, havemos de ver em breve as nossas patrícias discutirem política, irem à praça do comércio, ler os jornais do dia, ocuparem-se de tudo enfim, menos do arranjo da casa.‖

(Mariana Albanese: Para não perder o bonde da História)

(UFABC SP/2009)

Considere as seguintes afirmações acerca desse texto. I. Ao se referir a ―efeitos colaterais‖, a autora do texto está expressando, ironicamente, a voz de

outrem, para traduzir o pensamento conservador acerca das conquistas femininas à época. II. No texto do jornalista França Júnior há, implícita, a idéia de que o papel das mulheres na sociedade

devia limitar-se a cuidar de afazeres domésticos. III. Ainda na fala de França Júnior, fica implícita a idéia de que não era usual as mulheres de sua

época se dedicarem à leitura de jornais. IV. Na passagem – ... as mulheres puderam, enfim, conhecer outras paragens – ainda que

acompanhadas. – a expressão destacada introduz no contexto a idéia de concessão.

Deve-se concluir que estão corretas as afirmações a) I e III, apenas. b) I, II e IV, apenas. c) I, III e IV, apenas. d) I, II, III e IV.

GAB.: D

Questão 45

NEM DEUS, NEM O MACACO

Deus criou a Terra e os céus. A Terra era sem forma e vazia e, por isso, ele criou a luz e as águas e os mares. Vieram em seguida a grama verde, as árvores, os frutos. Vieram as estrelas e o Sol e a Lua, e também criaturas que voavam e grandes seres marinhos. E, finalmente, veio o homem, à Sua imagem e semelhança. Esse 4é o começo de tudo, de acordo com o Gênesis, primeiro texto da Bíblia Sagrada.

Mas há quem duvide dessa versão de surgimento do mundo, acreditando na teoria de que a origem do universo tenha se dado no momento da grande explosão, mecanismo semelhante à teoria evolutiva de Charles Darwin, que não propôs a ideia sobre o começo do mundo, mas como os indivíduos se desenvolviam. Apesar de não ter explicitado sua crença em Deus, Darwin nunca negou Sua existência. ―Ele inclusive cita em A origem das espécies que as primeiras centelhas de vida podem ter tido origem

divina e, a partir daí, por evolução natural, toda a diversidade surgiu‖, pontua a professora da PUC Minas, Virginia Abuhid.

Embora a própria Igreja não enxergue nas ideias do evolucionismo algo incompatível com a fé e com a teologia, há uma grande corrente, que abriga inclusive cientistas, que não concorda com o evolucionismo proposto por Darwin. Os criacionistas defendem que há evidências na natureza que apontam para a existência de um agente externo como sendo a causa de tudo quanto existe. ―Como no contexto religioso esse agente é denominado Deus, os críticos costumam se valer desse fato para rotular o criacionismo de religioso ou de não científico. É óbvio, entretanto, que adeptos de qualquer religião, por acreditarem em Deus, são naturalmente criacionistas, como consequência da fé que professam‖.

Sobre a polêmica em vários países de a teoria da criação ser ensinada em aulas de ciências ou de religião, Christiano P. da Silva Neto diz que há diversos livros, de autores nacionais e internacionais, que abordam a questão sem fazer menção a conceitos religiosos. ―Por essa razão, acredito que o tema deva ser estudado em aulas de ciências, porque toda a sua argumentação é de natureza científica.‖ Para Silva Neto, fé e ciência podem andar juntas, pois ambas têm o compromisso de esclarecer a respeito das origens. ―Não somos refratários à investigação científica, de modo que consideramos válidas todas as incursões do homem, por meio da ciência, com o fim de trazer benefícios, não só à nossa espécie, como a todo o ambiente ecológico que nos abriga‖, acrescenta.

Para a professora Virgínia, ciência e fé são coisas distintas, ―Ciência nunca é algo acabado, mas passível de teste, de experimentação e demonstração. Já a fé, a crença em algo que não se vê, que não se tem como provar, é algo pessoal. A Bíblia traz ensinamentos morais, éticos, religiosos para a vida espiritual. A ciência retrata um experimento e busca respostas em evidências. Acho que nunca teríamos avançado tanto no conhecimento se Deus não tivesse dado ao homem a capacidade de questionar e de buscar. Isso não significa que tenhamos todas as respostas. A ciência é questionamento, é busca, não é verdade absoluta.‖

Cristiana Andrade ‐ Estado de Minas – Ciência – 8/2/2009 (Com adaptações)

(UFLA MG/2009/Julho)

Marque a alternativa que contém a ideia central do texto.

a) Temas como a origem da vida e a inevitabilidade da morte. b) A crença na versão do surgimento do mundo a partir da grande explosão (big bang). c) A polêmica criada entre ciência e religião relativa à origem da vida.

d) A contraposição religião x ciência traduz‐se como fantasia x realidade, dado o caráter mítico do

trecho bíblico inicial. GAB.: C

Questão 46

Apólogo brasileiro sem véu de alegoria

O trenzinho recebeu em Magoari o pessoal do matadouro e tocou para Belém. Já era noite. Só se sentia o cheiro doce do sangue. As manchas na roupa dos passageiros ninguém via porque não havia luz. De vez em quando passava uma fagulha que a chaminé da locomotiva botava.

Trem misterioso. Noite fora noite dentro. O chefe vinha recolher os bilhetes de cigarro na boca. Chegava a passagem bem perto da ponta acesa e dava uma chupada para fazer mais luz.

Noite sem lua nem nada. Os fósforos é que alumiavam um instante as caras cansadas e a pretidão feia caía de novo. Ninguém estranhava. Era assim mesmo todos os dias. O pessoal do matadouro já estava acostumado. Parecia trem de carga o trem de Magoari.

(...) (Antônio de Alcântara Machado. Coleção Nossos

Clássicos. v. 57. p. 38-43. Adaptação.) (UDESC SC/2009/Janeiro)

Marque a afirmação INCORRETA a respeito do período em destaque: ―Os fósforos é que alumiavam

um instante as caras cansadas e a pretidão feia caía de novo‖.

a) O período é formado de três orações. b) É que é uma locução expletiva e, como tal, não tem função sintática e não é necessária ao sentido

da frase. c) O é que torna a frase mais forte e põe em evidência o sujeito – Os fósforos. d) Se o é for deslocado para antes do sujeito, alterar-se-á a concordância: Eram os fósforos que

alumiavam um instante as caras cansadas e a pretidão feia caía de novo.

GAB.: A Questão 47

Leia o trecho, extraído de Vidas secas, de Graciliano Ramos.

Não se conformou: devia haver engano. Ele era bruto, sim senhor, via-se perfeitamente que era bruto, mas a mulher tinha miolo. Com certeza havia um erro no papel do branco. Não se descobriu o erro, e Fabiano perdeu os estribos. Passar a vida inteira assim no toco, entregando o que era dele de mão beijada! Estava direito aquilo? Trabalhar como negro e nunca arranjar carta de alforria!

O patrão zangou-se, repeliu a insolência, achou bom que o vaqueiro fosse procurar serviço noutra fazenda.

Aí Fabiano baixou a pancada e amunhecou. Bem, bem. Não era preciso barulho não. Se havia dito palavra à toa, pedia desculpa. Era bruto, não fora ensinado. Atrevimento não tinha, conhecia o seu lugar. Um cabra. Ia lá puxar questão com gente rica? Bruto, sim senhor, mas sabia respeitar os homens. Devia ser ignorância da mulher, até estranhara as contas dela. Enfim, como não sabia ler (um bruto, sim senhor), acreditara na sua velha. Mas pedia desculpa e jurava não cair noutra.

O amo abrandou, e Fabiano saiu de costas, o chapéu varrendo o tijolo. Na porta, virando-se, enganchou as rosetas das esporas, afastou-se tropeçando, os sapatões de couro cru batendo no chão como cascos.

Foi até a esquina, parou, tomou fôlego. Não deviam tratá-lo assim. (...) (UNCISAL/2008)

Chegaram ___ igreja, entraram. Baleia ficou passeando ___ calçada, olhando a rua, _______.

Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas, de acordo com a norma culta.

a) à ... à ... enquieta b) na ... na ... enquieta c) a ... à ... enqueta d) à ... na ... inquieta

GAB.: D

Questão 48

O presidente Barack Obama e Hillary Clinton, a secretária de Estado dos Estados Unidos, tiveram de enfrentar uma desagradável surpresa em suas viagens ao México. O jornal mexicano El Universal, um dos mais importantes do país, revelou algo até então mantido sob sombras: há um item no orçamento do Pentágono de 2009 consignando verba para ajudar a evitar que o México se torne ―território ingovernável‖. São 13 milhões de dólares destinados a fortalecer as forças armadas mexicanas. Outro dado importante foi a omissão de ambos diante do argumento do México de que a violência que coloca em risco as instituições nacionais, com a inserção do narcotráfico no poder político, resulta da demanda por drogas por parte do mercado consumidor norte-americano. (...) Há o lado policial, ou de guerra, com os Estados Unidos construindo muros e fortalecendo a repressão em suas linhas de junção com o território mexicano. E há o lado político e econômico: o da imigração. Um homem mexicano de 35 anos, com nove de instrução, pode ganhar 132% a mais trabalhando nos Estados Unidos. (...) Mas o México terá de conformar-se com a redução da sua estatura de aliado preferencial os Estados Unidos nas Américas. ―Bye, bye, México, o Brasil emerge como líder da América Latina‖. Essa frase foi escrita por Andrés Oppenheimer, colunista do Miami Herald, íntimo da comunidade hispânica e do setor do Departamento de

Estado que cuida de questões latino-americanas. (CA RLOS, Newton. Narcotráfico corrói a estabilidade do estado mexicano. In: Mundo – geografia e política internacional. edição

100, ano 17, n. 4, agosto/2009, p. 11. Adaptado) (FATEC SP/2010/Janeiro)

De acordo com o texto, elementos do orçamento norte-americano revelam

a) a denúncia feita pelo jornal El Universal sobre o México ter se tornado um ―território ingovernável‖.

b) a solidariedade do Pentágono no que se refere à saúde política de seu futuro aliado e vizinho na América.

c) o desconhecimento dos governos norte-americano e mexicano sobre os recursos destinados à estruturação arquitetônica do México.

d) a preocupação do governo norte-americano em se proteger de futuros problemas com aquele país que poderá ser um ex-aliado em breve.

GAB.: D

Questão 49

Aprendizado de exílio

Cao Hamburger, diretor de O ano em que meus pais saíram de férias, pertence a uma geração que

viveu o auge da ditadura num estado de relativa inconsciência, tentando decifrar os acontecimentos pela ótica infantil. Ele também foi goleiro na infância e seus pais, em algum momento, ―saíram de férias‖. Trinta e cinco anos depois, ele inseriu traços dessas memórias no seu segundo longa-metragem para cinema. De alguma maneira, é sua tentativa de ―compreender‖ artisticamente o que tanto afetou sua família e o país.

Desde Pra frente Brasil (1980), a euforia da Copa de 70 e o chumbo grosso da repressão no governo

Médici se estabeleceram como polos dramáticos no cinema brasileiro. Essa contradição, tantas vezes mencionada em curtas e longas-metragens, não ganha um tratamento exatamente novo em O ano em que meus pais saíram de férias. Os gols da seleção, as ruas desertas e os militantes espancados se repetem como clichês, amenizados apenas pela 12abordagem oblíqua e ―inocente‖, fruto da visão de Mauro, um

menino de 12 anos. De início, o filme requer uma certa boa vontade do espectador para aceitar a história desse garoto

deixado pelos pais em fuga à porta da casa do avô, que justamente acabara de falecer. Para que o resto do roteiro funcione, os pais largam o garoto do lado de fora sem sequer confirmar se ele entrou e foi recebido pelo avô. É preciso também alguma boa vontade para apreciar uma narrativa excessivamente bem-comportada e às vezes morosa. No entanto, as discretas virtudes do roteiro aos poucos vão se somando, na medida em que o filme explora a solidão de Mauro no bairro judeu de São Paulo e a tensão da espera por um retorno dos pais – em tudo análogas à solidão e à tensão dos goleiros que tanto impressionam o menino.

É bem verdade que não estamos diante de mais um ―retrato da ditadura‖, mas de uma crônica de perdas e ganhos na passagem da infância para a adolescência, um aprendizado do exílio. É assim que o filme acaba por se impor sobre suas próprias limitações, produzindo empatia e caminhando para um desfecho comovente.

Carlos A. Mattos, www. críticos, com.br. 1/11/2006. Adaptado.

24 (011642) - (FGV /2010/Janeiro)

O que justifica o emprego de ―mas‖, no último parágrafo, é a oposição que aí se estabelece entre as noções de

a) coletividade e indivíduo. b) espaço e tempo. c) passado e presente. d) alegria e tristeza.

GAB.: A

Questão 50

Fila nos bancos O cliente engravatado sorriu e entregou à simpática caixa do banco um cartão, escrito à máquina: "Vá enchendo a maleta. Comporte-se com naturalidade. Estou segurando uma arma. Obrigado".

REY, Marcos. Fila nos bancos. In: O coração roubado e outras crônicas. São Paulo: Ática, 2003, p. 43 (Para Gostar de Ler, v. 19)

(UFPB/2010)

Considerando as formas verbais destacadas no fragmento ―Vá enchendo a maleta. Comporte-se com naturalidade. Estou segurando uma arma. Obrigado.‖, é correto afirmar:

a) ―Vá enchendo‖ indica uma sugestão. b) ―Vá enchendo‖ enuncia um apelo. c) ―Comporte-se‖ expressa uma súplica. d) ―Comporte-se‖ expressa uma ordem.

GAB.: D